A Leitura de Chico Xavier

Este artigo busca analisar possíveis evidências de que, ao contrário do que se acredita, Chico Xavier na verdade seria um leitor compulsivo, com boa educação.  

 

Introdução 

Após a apresentação de minhas pesquisas para o público, tenho recebido algumas críticas afirmando que o médium Chico Xavier, nascido em 1910, só tinha cursado o primário, e não teria instrução para escrever todos os mais de 400 livros ditos “psicografados”. Além da falta de instrução, a falta de tempo para leitura seria outro empecilho. Analisemos primeiramente a questão do nível de instrução.  

Em primeiro lugar, o primário de hoje não é o mesmo primário da década de 1910, 20 e 30. Recebi informações interessantíssimas do Professor Albino C. de Novaes por email nesse sentido. Eis o que ele me disse: 

“Sou professor há 40 anos. Tenho acompanhado a história do sistema de ensino no Brasil e as sucessivas reformas que ocorreram desde o período do reinado. Tenho muitos livros do curso primário da década de 20, sendo assim possível comparar seu conteúdo com os livros que temos hoje. Meu pai também fez o primário praticamente na mesma época do Chico e exibia uma cultura geral muito boa, principalmente no que se refere à ciência e aos “conhecimentos gerais” – uma disciplina que envolvia história, geografia e civismo. Os livros de ciência apresentavam um excelente conteúdo de física, química, botânica, biologia, geologia, mineralogia, em um nível que somente vamos encontrar no atual ensino médio. Tenho aqui um livro de Matemática da 5ª série ginasial, que ensina os fundamentos do cálculo diferencial e integral, hoje somente encontrado no ensino de nível superior. Havia na mesma época uma coleção conhecida como “Tesouro da Juventude” editada em 36 volumes – uma enciclopédia muito completa e que trazia aspectos do conhecimento humano excelentes para aquela época. Ainda existe hoje, numa versão moderna, mas com um preço proibitivo. Acompanhando alguns livros do Chico, percebi algumas idéias extraídas dessa coleção. Resumindo: conversando com pessoas que viveram na mesma época do Chico é fácil avaliar o conhecimento que tinham com uma escolaridade que não ultrapassa o primário. O ensino hoje é muito ruim, as facilidades dadas aos alunos são muitas e os conselhos de classes, quase sempre empurram os alunos para a série seguinte sem que eles tenham alcançado o mínimo exigido para a aprendizagem. Chegam ao ensino médio sem que tenham sido alfabetizados de forma completa: conseguem apenas identificar as palavras sem que conheçam os significados. Isto não ocorria no tempo do Chico.” 

Lembro que Chico começou a cursar o primário no Grupo Escolar São José em 1919, terminando-o 4 anos depois, em 1923, tendo repetido a quarta série, não por falta de estudo, mas de saúde. Tinha, portanto, um nível de cultura bem próximo ao do ensino médio de hoje. 

Passemos agora a analisar a questão de falta de tempo para leitura. Durante o período escolar, Chico dividia seu tempo com o trabalho, exercendo a função de tecelão aos 9 anos. Entrava às 3h da tarde na fábrica, saía à 1h da manhã, dormia até as 6h, ia para a escola, saía às 11h, almoçava, dormia uma hora depois do almoço, e entrava de novo na fábrica. 

Em 1924, Chico começou a trabalhar no Bar do Dove, de Claudomiro Rocha. Varria o chão e lavava a louça. Após 2 anos, mudou-se para o armazém de José Felizardo Sobrinho, onde cortava o toucinho, lingüiça, pesava o arroz e arrumava as prateleiras, além de vender cachaça, isso das 6h30 da manhã às 8h da noite. Também passava seu tempo acompanhando procissões e indo à missa.  

Pouco depois, em 1927, teve seu primeiro contato com o espiritismo, e em 21 de junho de 1927 fundava o primeiro centro espírita da cidade, batizado de Centro Espírita Luiz Gonzaga, tornando-se secretário. Em 29 de outubro de 1928, o Centro mudou de endereço, saindo do barracão de José Xavier (um irmão do próprio Chico) e indo para uma sala alugada na casa de José Felizardo Sobrinho, que foi o marido da madrinha de Chico, Rita de Cássia , já falecida nesse tempo. Às segundas, quartas e sextas-feiras, ocorriam sessões públicas de estudo e divulgação da doutrina espírita. Às quintas, realizavam-se sessões privadas e de caridade.  

Vemos, portanto, que Chico tinha algum tempo livre terça, sábado e domingo, sendo que seu primeiro livro “Parnaso de Além Túmulo” só foi lançado pela FEB em 1932. Portanto, temos pelo menos um espaço de 4 anos em que Chico poderia ter dedicado algumas horas em 3 dias da semana à leitura.  

E qual era a velocidade de leitura de Chico? Muito alta. No texto “Chico Xavier, Detetive do Além”, de autoria de David Nasser com foto de Jean Manzon, publicada em “O Cruzeiro” de 12 de agosto de 1944, o jornalista informa que um amigo de Chico, oriundo do Rio, que por vezes chegava a passar semanas com o médium, informa sobre o médium: 

“Gosto de falar com ele. É um rapaz de cultura. Discute vários assuntos, lê um pouco de inglês e de francês. Devora os livros com fúria. Trouxe-lhe, há dias, “O homem, esse desconhecido” e ele não gastou mais de quatro horas e meia para ler o volume gordo. É um prazer para ele. Seu único amor é o espiritismo”.  

E há alguma evidência de que Chico teria vários livros à disposição? Sim. Nessa mesma reportagem, descreve-se o ambiente de Chico durante a entrevista: 

“Numa estante, os livros de Chico. Versos de Guerra Junqueiro, Tolstoi e uma porção de autores mortos. […] Vamos atravessando a sala e entramos num dos quartos. Na parede, prateleiras repletas de livros. Remédios à base de homeopatia, que Chico recomenda. Não sei porque os espíritos manifestam estranha aversão pela alopatia e suas drogas, receitando sempre combinações homeopáticas. Perto dos vidros, um armário cheio de livros. As obras de guerra conta a Santa Sé, assinadas por Guerra Junqueiro, ainda em vida. Os livros de Flammarion e de Allan Kardec, mas não os psicografados, misturados com volumes de propaganda anticlerical.” 

E Chico, durante os anos de sua mediunidade, continuou lendo? Sim. No livro de Marcel Souto Maior, “As Vidas de Chico Xavier”, relata-se: 

“Outro dos amigos de Chico, Clóvis Tavares, também levou um susto quando Chico lhe pediu, tímido, em meio a uma caminhada:

Nosso querido Emmanuel está me dizendo que você tem lido Charles Wagner. Ele lhe pede que me empreste algum livro desse autor. Diz que eu preciso conhecê-lo.

Como ele conhecia aquele detalhe? Os livros estavam em Campos…” 

E Chico copiava trechos dos livros de sua biblioteca particular? Sim. Mais uma vez, Marcel Souto maior informa, desta vez sobre a reportagem de David Nasser: 

“Chico, na gravura, aparece copiando trechos de livros que mais lhe agradam.” 

Conclusão 

Há vastas evidências de que Chico não só tinha excelente ensino, como tinha tempo para a leitura, muito livros, e de fato lia-os numa velocidade espantosa e tinha o hábito de copiar trechos que mais lhe agradavam. 

Devo dizer que poderia ter acrescentado algumas outras fontes contendo alguns episódios sobre a vida de Chico Xavier – como o de que ele teria tido uma professora particular por um ano logo após ter terminado o primário – mas preferi apenas usar de fontes julgadas mais confiáveis pelos espíritas para a feitura deste artigo. 

Agradecimentos 

Agradeço imensamente ao Professor Albino C. de Novaes pelas informações prestadas. 

Bibliografia 

As Vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior, Editora Planeta (2003) (utilizou-se versão digital disponível até o dia 02/09/2007 em http://www.bitebook.com.br/26032002/00872.pdf ) 

Chico Xavier, Detetive do Além (O Cruzeiro, de 12 de agosto de 1944) (até o dia 02/09/2007 disponível online em http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/12081944/chico.htm)

 

14 respostas a “A Leitura de Chico Xavier”

  1. MoonChild Diz:

    Caros amigos, vou reproduzir aqui minha opinião sobre este artigo também publicado no Ceticismo Aberto, e por isso peço a licença para tal. Obrigado!
    ———————————————

    Amigos, peço permissão para novamente dar minha opinião pessoal sobre o assunto em questão.

    Já comentei a outra matéria “Chico Xavier Plagiador ?” publicada no CA, hoje me causa surpresa esta nova matéria que chega a dizer “Chico começou a cursar o primário no Grupo Escolar São José em 1919, terminando-o 4 anos depois (…) Tinha, portanto, um nível de cultura bem próximo ao do ensino médio de hoje.”.

    Isso é um nível de cultura avançado ? Quatro anos de primário no início do século 20 ? O mesmo site indica que Chico começou a trabalhar com 9 anos, tendo portanto muuuito tempo para estudar milhares de livros, de centenas de autores e ainda reproduzir (sem fins lucrativos para piorar) fielmente estes livros.

    Isso realmente é incrível, um homem simples, com 4 anos de estudo, pobre, com uma família totalmente desestruturada, escreve de forma eloquente, com portugues invejável centenas de livros comparáveis aos originais no estilo e forma.

    Talvez por isso a família de Humberto de Campos o tenha processado pedindo os direitos pelas obras assinadas pelo mesmo (ver http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u53834.shtml). Dava uma boa matéria pro “Acredite se quiser…”

    Temos aqui mais um exemplo de como o Ceticismo fanático pode distorcer a realidade dos fatos. A verdade é que Chico escreveu livros admiráveis em todos os aspectos, isso não se discute, mas o que é mais improvável, que com todas as dificuldades ele tenha escrito tudo isso plagiando (o que seria incrível) ou através de outras inteligências (que também é incrível, mas só temos as 2 opções não é mesmo)?

    Este site vai ainda mais longe, dizendo que Chico lia muito rápido, e que era muito inteligente. Chico explica essa mesma dúvida a um Católico que faz uma pergunta parecida no programa Pinga Fogo da TV TUPI (pode ser alugado em locadoras em DVD, ou copiado pelo Emule ou Youtube). Chico, muito humilde responde que embora não tenha tido oportunidade de estudar (embora o autor deste site ache que 4 anos de primário é o que basta!), foi educado por anos por seu mentor, Emmanuel.

    O site ainda diz “Há vastas evidências de que Chico não só tinha excelente ensino, como tinha tempo para a leitura”. Excelente ensino ? Aonde ? USP, UNICAMP ? 4 anos de primário (!)? Tempo para leitura ? Quando (ainda mais para tantos livros) ?

    Convido novamente os amigos interessados a assisterem o Pinga Fogo Vol I e II para que se esclareça a verdade sobre este fato, Chico explica minuciosamente como era sua vida naquela época, as dificuldades enfrentadas, a falta de tempo, a educação recebida por intermédio de Emmanuel (ou os 4 anos de ensino médio como quer o amigo autor do artigo…).

    Ainda, o site do HAAAN não menciona fatos simples, como os motivos de Chico. Ele nunca obteve lucro financeiro, nunca aceitou autoria pelos livros (”sou apenas um instrumento”), nunca sequer se expos ao público de forma extensiva, sempre viveu uma vida humilde, sempre usando o dinheiro de seu próprio trabalho para seu sustento (ver no Pinga Fogo quando seu pai ficou doente e Chico se recusou a usar o dinheiro dos livros para pagar seu tratamento).

    Ainda, mais uma vez pergunto… alguém ousaria dizer que os livros de Chico não tem um conteúdo moral admirável ? Quem le Chico Xavier se torna pior, ou melhor ? Teria sido interessante o autor do artigo ter mencionado as questões dos 2 últimos parágrafos acima.

    Minha conclusão: Chico estudou 4 anos apenas, eu como cidadão pensante acho isso muito pouco. Chico começou a trabalhar com 9 anos, ainda tinha que ajudar em casa (tinha muitas crianças em sua casa, além do pai doente, ver novamente o Pinga Fogo), portanto não tinha tempo. Parece difícil senão impossível um homem se inteirar de tantos autores (400!) e saber escrever como eles, a ponto de ser processado, mesmo que esse homem fosse “PHD em leitura e escrita, e plágio…” (força de expressão). Chico nunca obteve qualquer vantagem pessoal com seus livros, seja financeiramente ou mesmo por algum tipo de ego inflado (não aceitava a autoria, e nem créditos por sua mediunidade que alegava ser portador por ter feito mau uso de sua inteligência em outras vidas passadas – ver também o Pinga Fogo).

    Assim, não vejo motivo para concordar com o amigo escritor desse artigo, ainda que respeite muito sua opinião e sua iniciativa de começar uma investigação sobre esse assunto. Creio, porém que o amigo poderia se beneficiar de mais neutralidade numa próxima oportunidade.

    Agradeço o espaço e espero que meu comentário seja aprovado.

    Abraços a todos, em especial ao amigo autor do artigo que trouxe o assunto para discussão saudável.

  2. Patricia Bolonha Diz:

    Muitos críticos não têm base mais séria. Sobre quem cai o ridículo senão sobre aqueles que se adiantam estouvadamente? Quanto ao Espiritismo, seu crédito, longe de sofrer com isso, tem aumentado pela ressonância que todas essas manobras lhe deram, chamando a atenção de uma multidão de pessoas que dele não haviam ouvido falar, provocando seu exame e aumentando o número de adeptos, porque se reconheceu que ao invés de uma brincadeira, ele era uma coisa séria.
    (Allan Kardec – Livro “O que é o Espiritismo ?” )

  3. Vitor Diz:

    MoonChild,

    o problema é que vc se baseou apenas na palavra do próprio Chico sobre suas atividades. Eu não sou obrigado a acreditar no que ele diz. E pessoalmente, acho a produção bibliográfica dele extremamente ruim. Talvez em breve eu coloque artigos apontado para os vários erros científicos presentes nos livros, mas vários deles vc encontra no site “criticando kardec”.

    Quanto a questão do motivo para fraude, há casos de fraude em que simplemente não se viu motivo nenhum para a mesma, e no entanto ocorreu. Há casos de fraude em que a pessoa quer apenas receber…atenção. Isso se vê especialmente em crianças, que fingem dores para receber o carinho dos pais. Só que algumas crescem e não perdem o hábito 🙂

    Não estou dizendo que este era o caso de Chico, apenas que não é porque vc não vê a princípio um motivo para fraude que ela não possa ter ocorrido.

    Um abraço.

  4. MoonChild Diz:

    Alo Vitor,

    Obrigado por comentar 🙂

    Para ser sincero, já li diversos livros de Chico e mesmo tendo ensino médio técnico e superior completo, confesso que tive dificuldades com o Português contido nas obras, acho que o nível e Chico pode ser comparável aos grandes autores, como Humberto de Campos.

    Não sei se é de seu conhecimento, mas a família de Humberto de Campos processou Chico e a FEB pelos direitos autorais dos livros supostamente escritos pelo espírito do mesmo, veja o texto abaixo relatando a opinião da Mãe de H. de Campos sobre a questão:

    “(…)Ana de Campos Veras (…) Conforme se vê da edição de ‘O Globo’ de 19 de julho de 1944, essa exma. senhora confirma que o estilo é do seu filho e assegura ao redator de ‘O Povo’ e ‘Press Parga’: “- Realmente – disse dona Ana Campos – li emocionada as Crônicas de Além-Túmulo, e verifiquei que o estilo é o mesmo de meu filho. Não tenho dúvidas em afirmar isso e não conheço nenhuma explicação científica para esclarecer esse mistério, principalmente se considerarmos que Francisco Xavier é um cidadão de conhecimentos medíocres. Onde a fraude? Na hipótese de o Tribunal reconhecer aquela obra como realmente da autoria de Humberto, é claro que, por justiça, os direitos autorais venham a pertencer à família. No caso, porém, de os juízes decidirem em contrário, ACHO QUE OS INTELECTUAIS PATRIOTAS FARIAM ATO DE JUSTIÇA ACEITANDO FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS… Só um homem muito inteligente, muito culto, e de fino talento literário, poderia ter escrito essa produção, tão identificada com a de meu filho.”
    (há diversas fontes para o texto acima, eis uma delas: http://www.kardecian.org/chico_xavier.html )

    Como pode ver a mãe do próprio Humberto de Campos não acha a produção literária de Chico “extremamente ruim” como o Sr. cita acima em seu comentário, se me permite dizer.

    Cabe a cada um sua própria conclusão. Fica o convite aos amigos considerarem: Humberto de Campos fazia parte da Academia Brasileira de Letras (sucedendo a Emílio de Menezes), teria Chico tanto potencial como escritor ?
    (fonte: http://www.biblio.com.br/conteudo/humbertodecampos/humbertodecampos.htm)

    Vale lembrar que acusar Chico de plágio (a não ser quando assinava o nome de outros, fato que logo mudou para evitar constrangimentos) é algo muito delicado, pois caso realmente não existam espíritos, alguém poderia afirmar que existe algum autor neste mundo totalmente inovador ? Quero dizer, existiria algum autor do nível de Chico que escreve\escreveu livros sem ter a influência de outros autores ? Existe algum grande autor que nunca tenha tido contato com os grandes mestres escritores do passado, lendo, se admirando e se influenciando a escrever ?

    Quanto a ter me baseado apenas nas palavras de Chico para fazer meu comentário, vale lembrar que o Sr. utilizou, em sua maioria, palavra de outros, por isso acho importante o equilíbrio.

    Quanto a educação de Chico, ainda acho que 4 anos de primário, mesmo na época citada, é muito pouco. Também acho que começar a trabalhar aos 9 anos é muito cedo para formar um grande escritor. Talves fosse interessante aos amigos interessados procurarem na página da FEB(www.febnet.org.br) e no Google a biografia de Chico, não vou comentar aqui, mas chega a ser surpreendente os sofrimentos e constrangimentos que esse homem sofreu, especialmente em sua infância, apenas um exemplo:

    “(…) Outro fato lamentável ocorreu quando Dona Ritinha soube que a única maneira de curar a ferida infeccionada de seu outro filho adotivo, o sobrinho Moacir, era lamber-lhe a ferida durante três semanas seguidas, em completo jejum. Incumbido desta tarefa, Chico foi desesperado até o quintal, onde evocou o socorro de sua mãe (…)”.

    Sim, essa foi a vida que Chico levou, além dos 4 anos primários, do trabalho desde os 9.

    Acho que ainda, mais importante que tudo escrito acima é, como devemos julgar Chico ? Como se julga um religioso ?

    Allan Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” coloca a questão de forma muito interessante.

    Por exemplo, Jesus. Se formos julgar Jesus por seus “milagres”, ficamos sem nada além da fé cega, acreditar porque está escrito. Mas se o julgamento for baseado em sua moral, em seus ensinamentos, quem em boa consciência teria a coragem de julgá-lo mal ?

    Em menor escala, como podemos julgar a moral de Chico (pessoalmente) e o conteúdo de seus livros ? Fica o convite para pensarmos.

    E finalmente, em relação aos motivos de Chico, devo dizer que discordo de sua opinião, ainda que à respeite muito, quando diz que “(…)Há casos de fraude em que a pessoa quer apenas receber…atenção.(…)”.

    Eu em momento algum pude observar Chico obtendo qualquer tipo de atenção ou benefício por suas obras, nunca aceitou dinheiro por elas (sempre trabalhou e viveu do pouco que rebia), nunca aceitou autoria por elas (“sou apenas um instrumento”), nem aceitou créditos por sua mediunidade, que alegava era uma forma de compensar o mal uso de sua inteligência em outras vidas. Ainda, quando era obrigado a aparecer em público, se portava de forma acanhada, sempre evitando os elogios (ver o Pinga Fogo vol I e II).

    Agradeço mais uma vez o espaço dado a este site para a discussão saudável e amigável,

    Um grande abraço,

  5. CeticismoAberto notícias » arquivo » Chico Xavier, semi-analfabeto? Diz:

    […] surpresa esta nova matéria. O Blog “Obras Psicografadas”, de propriedade da HAAAN (ver http://obraspsicografadas.haaan.com/2007/a-leitura-de-chico-xavier/) chega a dizer “Chico começou a cursar o primário no Grupo Escolar São José em 1919, […]

  6. EU Diz:

    NÃO DEFENDO CHICO XAVIER; MAS, DAVID NASSER – COMO REPÓRTER – ERA INESCRUPULOSO.

  7. jaylson Diz:

    Chico Xavier foi e ainda é uma unanimidade nacional, nunca usufruiu para si dos direitos autorais de suas obras psicografadas, o que não impede que outros o tenham usado e o seu nome para se locupletarem, ascenderem social e financeiramente. Até hoje, apesar do arquivamento do processo pelo Ministerio Publico, não ficaram devidamente esclarecidos os episodios divulgados na imprensa escrita, falada e televisionada, a respeito das acusações envolvendo seu “filho adotivo” Euripedes e a sua entao “esposa” Chistiane Schulz no que diz respeito ao desvio de verbas dos direitos autorias das obras pscicografadas por Chico. Ademais corre à boca pequena na cidade de Uberaba, que ao final da vida de Chico, as pessoas humildes que procuravam dele se aproximar, eram de imediato afastadas por Euripedes, enquanto artistas, politicos e outras pessoas abastardas tinham acesso facil e adentravam com facilidade à sua residencia, principalmente nas noites de sabado, onde o Dr. EURIPEDES sempre estava à postos na porta da frente selecionando os visitantes, dando preferencia aos que chegavam de Mercedes e BMW, deixando de fora os verdadeiramente humildes e tambem necessidados, que chegavam à pé, de onibus ou de taxi, valendo salientar que nos ultimos tempos a procura ja nao era tão intensa e mesmo assim a seleçao discriminatória não deixava de existir. Com a palavra o Dr. Euripedes que alardeia agora a inauguraçao do Museu do Chico, iniciativa que aplaudimos e pela qual esperamos não venha a ser cobrado ingressos para adentrá-lo.

  8. osni Diz:

    Creio ser de muita importancia essas analises, pois como o proprio Evangelho de João nos diz não acrediteis em todos os espiritos,mas provai que sejam do Senhor, acredito depois de sua analise e pesquisas exaustivas ,só confirmou ainda mais a alta qualidade dos livros que foram psicografados por Chico Xavier e comprovadamente que ele sozinho não poderia escrever tanto e tal o assuntos abordados ,sendo que muitos universitários ao lerem tem dificuldade de entender,imagine um aluno do ensino médio
    Sua analise só enaltece a seriedade da Doutrina Espirita principalmente nas mãos de Chico,procure anlisar essa quantidade de obras de auto ajuda que inundam as livrarias somente com interesse financeiro talvez fosse mais produtivo para a sociedade.

  9. Leila de Albuquerque Diz:

    O comentário a respeito do filho do Chico,é improcedente,pois não depõe contra o Chico que não poderia responder por uma pessoa maior de idade e usando o seu livre arbítrio.”Cada um segundo a sua obra”.
    O Chico está acima de tudo isto e o fato é que a sua OBRA
    está aí para quem quiser LER e VER.
    Além de tudo as encarnações anteriores se incumbem de
    explicar o resto.

  10. Marcio Diz:

    Boa noite, eu tenho um pouco de mediunidade, lamento o cepticismo apresentado aqui neste blog, muito vago e ala-padre ou evangélico. sem fundamento e sem lógica, Veja a historia de outros mediuns na doutrina espírita eles seguem o ensinamento de Jesus, dai de graça o que de graça recebestes. ta la no evangelho. leia.
    Chico doou os direitos autorais dos 412 livros, nâo ficando com nenhum centavo, abortando diversos temas. E lembrar que começou trabalhando aos 9 ANOS DE IDADE. Como ainda quer explicar que ele tinha tempo. pelo amor de Deus larga de ser ingênuo, tu é ainda um espirito em idade evolutiva na infancia moral.

    abraços

  11. Roberta Diz:

    Achei muito bacana!!!!

  12. Marcelo Pereira Diz:

    Chico doou seus direitos autorais à FEB que enriqueceu às custas deles.

  13. Marciano Diz:

  14. Marciano Diz:

Deixe seu comentário

Entradas (RSS)