Marilusa Moreira de Vasconcellos e o livro Confidências de um Inconfidente

Este artigo visa apresentar trechos semelhantes entre a obra “psicografada” Confidências de um Inconfidente, da alegada médium Marilusa Moreira de Vasconcellos, e Pequena História da Inconfidência de Minas Gerais, de Augusto de Lima Jr.

Introdução


Venho apresentar aqui um trecho do artigo “Um Caso de Pastiche? Prudência dos Sábios”, de Marcio Rodrigues Horta, doutor em filosofia pela USP. Marcio encontrou muitas similitudes entre uma obra dita “psicografada” – que se tornou um verdadeiro best-seller à sua época – e um ensaio de Augusto de Lima Jr., de 1955. Ambas as obras abordam a Inconfidência Mineira.

A obra questionada é Confidências de um Inconfidente, da dita “médium” Marilusa Moreira de Vasconcellos. A autora possui uma comunidade no Orkut dedicada ao livro em http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=28669865 , sendo ela própria uma das moderadoras.

Vamos às similitudes.

 

Livro I


Lima Jr., Augusto de; Pequena História da Inconfidência de Minas Gerais. Belo Horizonte: 2ª edição do autor, v. I, 1955.

 

Livro II


Vasconcellos, Marilusa Moreira de; Confidências de um Inconfidente. São Paulo: Radhu, 12ª edição, 1987.

Livro I


Livro II

pp. 89-90.

“(a) Silvério dos Reis nasceu em 1756 na freguesia de Montereal, vizinha da cidade de Leiria […]. Era (b) filho do capitão João Antônio dos Reis Montenegro e de D. Tereza Jerônima Vidal Figueiredo. […] (c) Era aparentado com a família Vidal de Barbosa e já tinha outros parentes em Minas quando se resolveu a partir para o Brasil, em data que se não sabe com precisão, mas que se supõe ter sido pouco antes de 1776. […] (d) Começou negociando entre o Rio de Janeiro e as Minas, donde lhe vieram aquelas arrobas de ouro e, em poucos anos, apareceu dono de fazendas, entre elas a que é hoje a Colônia de Alienados, na atual estação de Sanatório da Estrada de Ferro Central do Brasil”.

p. 225.

“(a) Silvério dos Reis era jovem, de trinta e poucos anos, português nascido em Leiria, (b) filho do capitão João Antônio dos Reis Montenegro e D. Teresa Jerônima Vidal Figueiredo. (c) Era parente da família de Domingos Vidal Barbosa, e chegara ao Brasil mais ou menos em 1776. (d) Começara negociando entre Rio de Janeiro e Minas donde lhe vieram muitas arrobas de ouro, com que fora comprando fazendas da Borda do Campo. Por ironia do destino esta região é hoje a Colônia dos Alienados, na atual estação do Sanatório, da Estrada de Ferro Central do Brasil”.

pp. 89-90.

“Silvério dos Reis (a) foi associado ao seu irmão João Damasceno dos Reis Figueiredo, muito conhecido por João das Massadas, por ser extremamente prolixo no falar. […] desde os comêços de sua vida no Brasil, deixou logo entrever as falhas do seu caráter e (b) a dureza do seu coração. De fala fina, untuoso de maneiras, em tudo metia a sua inata velhacaria que porejava em todos os negócios em  que se envolvia. Ora (c) exercendo a agiotagem, ora especulando com a boa-fé dos que aceitavam (d) negócios com êle, gastador sem conta, somente cuidava de si. […] Por onde andava levava sempre consigo (e) um psaltério, com que se acompanhava nas cantorias que eram muito do seu agrado, pelas fazendas de conhecidos e estalagens, considerando-se talvez um artista de valor. (f) Psaltério era um pequeno instrumento de música, semelhante a uma cítara, composto de uma caixa de madeira triangular, com duas aberturas, como as dos violões de hoje, tendo treze cordas de ferro”.

p. 225

“(a) Seu irmão era seu sócio e chamava-se João Damasceno, mas era apelidado João das Maçadas, por ser sempre muito enrolado ao se explicar, já que seus (d) negócios só tinham o fito de enganar os outros a seu proveito. Eram ambos malquistos, pois (b) duros de coração, untuosos nas maneiras, exagerados no luxo dos trajes, dissimulados, (c) exercendo a agiotagem entre os pobres, a lhes tirar o pouco que tinham. Além disto gostava de se fazer, aos olhos das damas, de inteligente e músico e estava quase sempre a tocar (e) um psaltério, que era semelhante a uma cítara, de madeira e triangular, com treze cordas de ferro, e (f) no qual se acompanhava nas cantorias de Portugal, que eram muito de seu agrado”.

pp. 117-118

“(a) Convém então explicar sucintamente aos poucos familiarizados com os fatos de nossa História, as modalidades do sistema fiscal vigente em relação ao ouro. (b) Descobertas as minas de ouro, em 1696, estabeleceu-se, desde logo, o regime dos Quintos, conforme o Alvará de 1557, (c) que determinava que todos os metais extraídos das minas, depois de fundidos e apurados, se retirasse uma quinta parte para o rei. […] (d) Pelo Bando de 18 de abril de 1701, foram criados registros para fiscalização, nas travessias para a Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. (e) Em 1713, […] fixou-se em trinta arrobas de ouro, ou sejam quatrocentos e cinqüênta quilos, a contribuição ou Finta, que caberia à Corôa. Por êsse regime, ficava livre a circulação do ouro. Até 1718 esteve em vigor êsse sistema de contribuição, quando nesse ano, (f) foi baixado a vinte e cinco o número de arrobas, passando o fisco a cobrar impostos de importação sôbre tôdas as mercadorias que fôssem introduzidas no território das Minas”.

pp. 217-218.

“(a) É mister que abramos um parêntese para explicarmos, nem que sucintamente, os ânimos dos povos das Minas. […] (b) Desde que as Minas foram descobertas em 1696, estabeleceu-se o regime dos quintos, (c) nos quais se estipulava que todos os metais, depois de fundidos, uma quinta parte iria para o Reino. (d) A partir de 1701 foram criados registros de fiscalização, nas travessias para Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. (e) A partir de 1713, passou-se a exigir uma contribuição anual de quatrocentos e cinquenta arrobas (?) de ouro por ano. Anos depois, tal contribuição (f) baixou para vinte e cinco arrobas, e começaram os impostos das mercadorias ao longo do caminho para compensar a diferença”.

p. 118.

“(a) Em 1732 […] passou-se ao regime de “capitação”, isto é, (b) pagava-se a quota fixa de 17 gramas de ouro, ou seja 4,75 oitavas, por batéia ou por negro empregado no trabalho das minas. (c) Êsse impôsto mostrou-se, imediatamente, ruinoso para os mineiros, porquanto, embora o resultado de uma lavra não fôsse compensador, o tributo era arrecadado e o minerador via agravado o seu insucesso, muitas vêzes ficando totalmente arruinado. Foi  (d) devido a êsse sistema tributário, que tão depressa se apresentou a decadência da indústria mineira”.

p. 218.

“(a) A partir de 1732 passou-se o regime de “capitação”, (b) pagando-se uma cota fixa de 17 gramas de ouro por batéia, ou negro empregado nas minas. (c) Foi então, que a desdita do povo aumentou, porque, desse ou não a mina, a cobrança era feita, muita vez com violência por parte dos soldados. (d) Devido a isto deu-se a decadência das minas, o empobrecimento da população”.

p. 124.

“(a) Fôra a última derrama lançada em 1773. De 1774 a 1778 acentuava-se o declínio das arrecadações”.

p. 218.

“(a) A última derrama fora lançada em 1773, e desde então, havia um decréscimo na arrecadação”.

p. 125.

“(a) Convocou Barbacena a Junta da Fazenda que se reuniu sob sua presidência, em Vila Rica, (b) em 17 de julho de 1788. Numa larga exposição, […] insistiu o Visconde em que se lançasse uma derrama, que cobrasse o acumulado “défict” e (c) que nessa data antingia a quinhentas e trinta e oito arrôbas, ou seja, três mil, trezentos e cinco contos, quatrocentos e setenta e dois mil réis, valor do tempo. Argumentava o Visconde de Barbacena (d) que não se devia crer em decadência das Minas”.

p. 219.

“(b) A 17 de julho de 1788, (b) o visconde de Barbacena falara abertamente a todos os senhores deputados da Câmara (c) que se devia deixar de lado a idéia de um empobrecimento das Minas que impedisse a cobrança dos impostos atrasados, (d) que somavam a quinhentos e trinta e oito arrobas de ouro, a contar de 1773, àquela data, ou seja, três mil, trezentos e cinco contos, quatrocentos e setenta e dois mil réis, valor do tempo”.

pp. 153-154.

Tiradentes, “(a) no dia 15/04/1789, (b) montado no seu machinho rosilho e munido de uma licença de serviço, (c) chegava ao Rio de Janeiro […]. (d) Na fazenda das cebolas (Paraíba do Sul) arranchou-se com um outro viajante, o furriel da guarnição do Rio de Janeiro, (e) Manoel Luís Pereira. Conversou com êle longo tempo, apregoando as vantagens de um levante […]. Êsse furriel (f) adiantou-se no caminho e logo que chegou ao Rio de Janeiro foi contar (g) o encontro dêle com o alferes de Minas, ao vice-rei Luís de Vasconcelos. Ia viajando com Tiradentes (h) o alferes Matias Sanches Brandão”.

p. 242.

Tiradentes “estaria já quase a (c) chegar ao Rio de Janeiro, (b) com seu machinho rosilho e seu companheiro e amigo (h) o alferes Matias Sanches Brandão […] e, por certo, teria parado (d) na Fazenda das Cebolas, na Paraíba do Sul, com seu escravo, mulato. Mas defecções não faltavam. Enquanto o alferes ia aliciar gente, um homem de nome (e) Manoel Luís Pereira, que o ouviu, tomou partido oposto e (f) correu ao Rio a dar (g) ao vice-rei as falas do alferes. Esperávamos que ele (c) chegasse ao Rio (a) em meados de abril”.

pp. 157-158.

“(a) Tiradentes percebeu que estava perdido diante do modo dissimulado com que lhe falava o fidalgo. Logo ao sair do palácio do vice-rei (b) encontrou-se com Joaquim Silvério que (c) por ali perto o espreitava. […] [Silvério] concluiu informando-o de (d) que sua prisão estava iminente e que nada mais poderia o aleres aguardar, senão a hora de (e) ser metido n’algum calabouço. (f) Suspeitou Tiradentes, por um instante, da lealdade de Joaquim Silvério, vendo-o tão bem informado do seu destino próximo”.

p. 245.

“Do lado de fora da sala (b) encontrou casualmente o alferes Xavier o Silvério dos Reis, que, para não pensasse o outro (c) que o estava vigiando, avisou-o que seria preso: – Trates de fugir, e esconder-te, porque sei, por falas de gente séria, (d) que serás preso muito breve e (e) te conduzirão a calabouço – falava o (f) Silvério, tentando, por este modo, desarmar qualquer dúvida que o alferes tivesse de si, e, por este modo, saber dos seus projetos e pôr-se a salvo. (a) Joaquim José da Silva Xavier percebeu o que já adivinhara. O vice-rei não lhe permitiria sair do Rio porque o prenderia”.

p. 158.

Tiradentes “(a) foi avistar-se com um seu amigo e talvez sócio de maçonaria, o capitão Joaquim de Sá Pinto do Rego Fortes, oficial da Legião de Voluntários Reais de São Paulo, a quem narrou as suas dificuldades e pediu auxílio em tão delicadas circunstâncias. Lembrou-se Rego Fortes de (b) esconder o alferes numa fazenda de um seu amigo, o mestre de campo Inácio de Andrade Souto Maior Rendon, que possuía uma fazenda em Marapicú, de onde, com facilidade, Tiradentes poderia ganhar o caminho das Minas. […] (c) [Fortes] escreveu uma carta a Manuel José de Miranda […]. Miranda obteve ainda um guia de confiança para conduzir o alferes até o Piabanha, de onde, com facilidade, tomaria o caminho da fazenda do Marapicú e de lá para Minas. Enquanto se tratava disso, exclamava Tiradentes aos que o estavam ajudando: (d) “Ah! Se me apanho em Minas!”.

p. 245.

Tiradentes “(a) procurou seu amigo eIrmão”, o capitão Manuel de Sá Pinto do Rego Fortes, que era oficial voluntário de São Paulo. Resolveu-se este a (b) escondê-lo na fazenda de um outro companheiro, o mestre de campo Inácio Andrade Souto Maior Rendon, em Marapicu, de onde, facilmente, o alferes ganharia os matos das Gerais, fugindo e erguendo Minas. (c) [Fortes] escreveu, pois, uma carta ao Sr. Manuel José de Miranda, com esta finalidade, que o faria levar até o Piabanha, de onde, com facilidade, chegaria à fazenda. Percebendo agora que tinha que agir com presteza, o alferes já ideava a conjura em Minas, dizendo com entusiasmo: (d) “Ah! Se me apanho em Minas”!”.

p. 160.

“(a) Rego Fortes, que era militar, já não pôde obter salvo-conduto para deixar o Rio de Janeiro e (b) ficou aguardando a sua prisão, o que logo se verificou daí a dias. […] (c) Com a roupa do corpo e o bacamarte, tratou Tiradentes de ocultar-se. (d) Numa travessa da rua da Alfândega morava uma viuva de 57 anos de nome Inácia Gertrudes de Almeida, que tinha uma filha já moça que, estando muito doente de uma chaga cancerosa numa perna, fôra curada com uma “água milagrosa” pelo alferes Joaquim José, numa de suas viagens ao Rio de Janeiro”.

p. 246.

“(a) Rego Fortes, que era militar, não se arriscou a seguir, pois estava sendo vigiado. (b) Naqueles dias, […] [Tiradentes, perto da casa de Fortes,] viu que uma guarnição de dragões a cercava e que o capitão era levado preso por aqueles homens. […] (c) [Tiradentes] só com a roupa do corpo e com o bacamarte, […] (d) lembrou-se então de uma viúva que o recebia sempre com muito agrado, pelo bem que lhe fizera em curar uma chaga cancerosa da perna de sua filha. Correu para a rua da Alfândega, em uma travessa onde esta morava”.

p. 160.

“(a) Expôs-lhe o Tiradentes a situação desgraçada em que encontrava e pediu-lhe abrigo, até poder fugir para Minas. (b) Perturbou-se a pobre senhora com o pedido do alferes, (c) pois sendo casa em que moravam apenas duas mulheres, isso não ficaria bem às suas reputações; mas, não vendo como recusar-lhe o auxílio em condições tão aflitivas, (d) procurou Dona Inácia um seu compadre e amigo, o ourives Domingos Fernandes, que era o marcador de prata e contrastador da cidade, que embora sabendo dos perigos a que se expunha, aceitou abrigar o foragido. (e) Morava Domingos Fernandes com dois escravos, na rua dos Latoeiros […]. Foi intermediário dessa providência, (f) um sobrinho de dona Gerturdes, o padre Inácio Nogueira, que tomou as providências para que lá fôsse ter (g) o alferes Joaquim José, como foi, às dez horas da noite de sete de maio de 1789, com tôdas as cautelas possíveis”.

p. 246.

“(b) D. Inácia Gertrudes de Almeida o recebeu, mas ficou perturbada, porque  (a) o alferes lhe disse sem rebuços que andava a ser preso pelo vice-rei, e aguardá-lo em casa era crime passível de pena, bem como (c) a vizinhança poderia falar, já que eram duas mulheres sozinhas a receber um homem em casa. Mas (d) D. Inácia lembrou-se do ourives solteiro, que lhe devia também favores e tinha amizade pelo alferes, o Sr. Domingos Fernandes podia guardá-lo bem, sem que murmurasse. Enquanto filha ia chamar (f) o sobrinho de D. Gerturdes, o Pe. Inácio Nogueira, (g)  Tiradentes aguardou oculto. Às dez horas da noite, do dia sete de maio de 1789, ocultos por capas e capuzes que o bom padre conseguira no convento, foi Tiradentes para (e) a casa do ourives Domingos Fernandes da Cruz, na rua dos Latoeiros”.

pp. 161-162.

“(a) O escravo [de Tiradentes] foi preso, pôsto a torturas, para dar notícias do seu senhor […]. No dia seguinte (b) o padre Inácio Nogueira, a pedido de dona Inácia, foi levar ao alferes alguma roupa. (c) Tiradentes, que ignorava a miserável traição de Joaquim Silvério dos Reis, pediu ao padre Nogueira que procurasse êsse falso amigo a fim de obter notícias do que se estava passando. No dia seguinte, (d) foi o padre Inácio Nogueira ter com Joaquim Silvério na casa de morada dêste e conversaram animadamente, (e) empenhando-se Joaquim Silvério em saber onde se achava escondido o alferes Joaquim José. Com habilidade excusou-se o padre, alegando ignorar, mas, (f) quando conversavam ali chegou em visita a Joaquim Silvério o padre José de Bessa. (g) Saindo o padre Nogueira, […] (h) procurou obter da ingenuidade do padre Bessa a informação do paradeiro do Tiradentes. Mais uma vez enganara o padre, (i) dizendo que desejava saber do esconderijo do alferes, para levar-lhe socorro. Como Bessa informasse que apenas o padre Inácio Nogueira (j) sabia do local em que se encontrava Tiradentes, tratou Joaquim Silvério de denunciar o padre Nogueira ao vice-rei […]. (l) O padre Nogueira […] se viu prêso por dois soldados granadeiros, que o levaram logo à presença do vice-rei Luís de Vasconcelos. […] (m) Cedeu o padre, apavorado com o aparato do vice-rei”

p. 247.

“(b) Tiradentes foi procurado pelo Pe. Inácio Nogueira, que lhe viera da parte da tia a trazer umas roupas, com que pudesse fugir. (c) Pediu-lhe que procurasse o Silvério para saber notícias de Minas. […] (d) Foi o padre com este móvel ao encontro do coronel, mas, (e) ao vê-lo insistir tanto em saber o paradeiro do Tiradentes, ocultou-lhe isto e (g) saiu. (f) Neste mesmo tempo chegou outro padre, o José de Bessa, que (h) foi inquirido pelo Silvério a respeito do paradeiro do alferes: – Sou-lhe muito chegado, e (i) como me pedisse outro dia dinheiro para ir às Minas, e não o tendo no momento, conto levá-lo agora, que o consegui com amigos – comentou o coronel. Desconfiado dos seus modos, do mesmo jeito, José de Bessa respostou: – Nada sei quanto a isto, e se o Pe. Nogueira não te disse, deve ter suas razões. Chamado aos brios daquelas falas, (j) o intrigante português deu ciência ao vice-rei que somente o Pe. Inácio Nogueira sabia ao certo onde se escondera o Tiradentes. (l) Encontrado que foi o padre, foi conduzido à presença do vice-rei, Sr. Vasconcelos e Souza e depois a ver em que estado ficaria logo se teimasse em calar. Aos seus olhos uma cena ultrajante: (a) o escravo de Tiradentes, nu, preso de ponta-cabeça, com o corpo cheio de machucaduras causadas por torturas cruéis […]. (m) Apavorado, o pobre padre viu que nada mais poderia fazer”.

p. 162.

“(a) O comandante (b) da escolta gritou para dentro [da casa], (c) intimando o alferes Joaquim José, em nome do vice-rei, a entregar-se à prisão. (d) Tiradentes, que se encontrava deitado, […] acompanhara os ruídos que o tropel de soldados pelas escadas acima fizera. De pé, oculto pelas trevas e pela cortina do leito, empunhando o bacamarte que lhe emprestara o porta-estandarte Francisco Machado, ao ouvir a voz de Vidigal (e) ia atirar no vulto dele, quando (f) mudou de resolução. Não quis derramar sangue inútil de outros soldados que, como êle, eram vítimas de culpas de outros. Gritou, por sua vez, ao tenente Vidigal, que esperasse que ia acender o candieiro, o que fêz tranqüilamente. Ao ouvir a voz de prisão que lhe foi dada pelo chefe da escolta, (g) entregou-se sem nenhuma resistência”.

p. 249.

“(b) A escolta chegava à casa indicada e a cercava. (d) Atraído pelo barulho e tropel de fora, acorda Tiradentes, pega o bacamarte que está sobre a mesa e oculta-se nas cortinas do leito, disposto a reagir ao assalto dos militares. Na meia-luz do quarto divisa uma figura: (a) o alferes Francisco Vidigal Pereira, que (c) lhe ordena se apresente, pois está preso sob as ordens do vice-rei. (e) Pensa em atirar, (f) mas […]. Não era contra ele que Tiradentes se erguera. Não era contra os próprios irmãos das milícias, nem contra o povo sofrido, mas contra a maldade dos ambiciosos, as manobras das cortes, a perversidade dos homens governantes. Abaixa a arma e (g) se entrega sem reagir”.

pp. 169-170.

O sargento-mor Vasconcelos Parada e Sousa escolhera o seu inimigo, dr. Cláudio Manuel da Costa, para vingar-se das sátiras das Cartas Chilenas. […] Na mesma tarde, já haviam partido para o sítio de Vargem emissários seus que, depois de assassinarem o genro e a filha de Cláudio e todos os de sua família e escravos, se apossaram de barras de ouro que se achavam ocultas e que seriam o tesouro da revolução. Quando foi demolida, há alguns anos, a velha casa do sítio da Vargem, forem encontrados, debaixo do assoalho da sala de jantar, sete esqueletos em perfeito estado, arrumados uns ao lado dos outros”.

pp. 287-288.

[Barbacena] “enviou para render ao Dr. Cláudio Manoel da Costa o sargento-mor da cavalaria regular, Parada e Souza, que eu nomeara como Pardelas, nas Cartas Chilenas […]. Parada e Sousa encaminhou-se para a fazenda onde sabia, dado a sua condição de espião do governador, devesse achar ouro e pedras preciosas. […] Enraivecido, contentou-se com tirar o colar e brincos, mais alguns pertences de D. Francisca, filha mais velha do Dr. Cláudio e a todos matou, com requintes de perversidade que nem é bom relatar aqui. Feito isso, ordenou que se retirassem as tábuas do assoalho e se enterrasse os sete corpos dos infelizes que ele sacrificara”.

Atualização em 15/11/2009: Márcio Rodrigues informou-me :

“Há mais uma passagem que mereceria constar no texto do estudo, mas que na época não me ocorreu colocar.

Gonzaga casou-se no degredo, em Moçambique, África, em 09/05/1793, com Juliana de Sousa Mascarenhas, “a moça que, sem apresentar provas, Maxwell diz ser viúva… [então com] 19 anos de idade, e [que] lhe deu dois filhos: Ana Mascarenhas Gonzaga (nascida em 1794) e Alexandre Mascarenhas Gonzaga. Juliana… era, realmente, analfabeta. Mas não viúva, e sim solteira. Veja-se a certidão de casamento em Ferreira, Delson Gonçalves, “Cartas…” pp. 44-46” (Jardim, p. 253).

Novamente, o texto “psicografado” escorrega onde um historiador errou, ao sustentar que Juliana “era jovem, morena e bela. Viúva prematuramente, tinha uma menina de nome Ana, que contava então uns quatro anos. A menina gostou de mim, pedia à mãe para pentear-me os cabelos” (Vasconcellos, p. 334); em seguida, o “espírito” de Gonzaga afirma que “meu casamento… em 10/08 [1793] se deu” (idem, p. 338).

Temos aqui três problemas factuais, frutos da comparação do texto espírita com a história documental: 1) o “espírito” de Gonzaga erra na data de seu casamento; 2) não sabe a condição civil de sua esposa; e 3) alega que a sua filha, que haveria de nascer em 1794, em 1792 já vivia, não era sua, e tinha já quatro anos de idade.”

Conclusão

Além dos trechos extremamente semelhantes, Marcio Rodrigues Horta encontrou várias inconsistências histórias. E encontrou mesmo mais similitudes com outras obras, como o conto de Orestes Rosólia, chamado Marília, a noiva da inconfidência, de 1933, e similaridade com a hipótese da compilação de artigos dos anos setenta de Isolde Helena Brans Venturelli, intitulada Profetas ou conjurados, publicada em 1982. Eu diria que ele fez um trabalho excelente. Recomendo a todos a leitura do artigo completo, bastando para isso pedir o CD do 10º Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita escrevendo para ickardecista@terra.com.br, cujo custo total é de 15 reais, já incluso frete.

Se o Movimento Espírita Brasileiro tivesse sempre tal análise crítica, estaria em um grau de respeitabilidade muito maior perante a comunidade científica. Meus parabéns a Marcio Rodrigues Horta pela pesquisa e aos organizadores do Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita por a terem publicado!

Nota: Recentemente foi-me permitido divulgar o artigo completo, assim coloquei-o disponível aqui.

76 respostas a “Marilusa Moreira de Vasconcellos e o livro Confidências de um Inconfidente”

  1. Codename V. Diz:

    A tabela quebrou no finzinho, Vitor. Mais uma vez parabéns pela pesquisa. Continue com elas. A propósito, qual seria sua lista de discussão que você citou n’outro tópico? Te mandei um e-mail, mas não tive resposta.

    Abraço.

  2. Vitor Diz:

    Oi, Codename V,

    quanto à tabela, não tenho a menor idéia de como consertar aquilo. Mas admito que estou meio sem paciência de tentar consertar também 🙂

    A lista de discussão que citei é secreta. Só entra cientistas ou quem se ofereça para traduzir artigos. Se vc tiver alguma dessas qualidades, pode entrar. Pra qual email vc me mandou uma mensagem? Estranho, pois não lembro de ter recebido nada seu.

    Um abraço.

  3. Marcelo Diz:

    Muito bom artigo

  4. Vitor Diz:

    Marcelo, o artigo completo é ainda melhor. O autor fez um trabalho primoroso. Se puder comprar o CD, recomendo. Há vários outros artigos interessantes. Mas só esse já vale a pena. Se todos os espíritas fossem tão estudiosos quanto esse autor…

    Um abraço.

  5. Joana Simplício Diz:

    Sr. Victor Mora: falo fraternalmente e é assim que quero ser lida, entendeu; o Sr. é um caluniaor contomáz, os espíritos supriores vem de DEUS, de DEUS Sr. Mora e não são atingidos por gente da sua laia,depois que li a calúnia aqui postada, fiquei triste mas o DR. GONZAGA apareceu em sonho para mim na visão mais bela que tive, me levou a um lugar bom cheio de flores e árvore, e inverteu o ânus da prova. Ele disse que as aparencias enganam e há semelhanças porque os dois escreveram sobre o mesmo assunto e todo mundo sabe ue só há um jeito de falar de uma coisa, falando sobre a própia coisa em si mesma. Quando se fala sobre a bola todos vão dizer que é redonda e que ula e não tem o que inventar.
    Depois ele disse que todos sabem que os historiadores materialistas copiam os livros espíritas superiores e eu fiquei boba ao ver que o tal Lima copiou o livro ícone do movimento ESPÍRITA

  6. Joana Simplício Diz:

    e invertu a ordem das falas para não ser percebido.Até umas palavras ele escreveu as mesmas algumas vezes. É impressionante até onde vai a cara de pau dessa gente do mau. Qum tem olhos para ver é que veja, Sr. mora. São os faslsos profetas do eveangelho. Depois ele disse que equem é esse tal de Marcio que ningue´m conhece, e acho que é o Sr. Mora. De que adianta ser da usp se todo mundo sabe que as faculdades do Brasil são ruins mesmas. Deve ser outro caluniardor contomás. Viu Sr. Mora que na o tem prova nenhuma que aqui aja cóipia, o contrário, dá para ver quem é a vítima disso tudo, um embuste ateu das trevas, mas todos vão se encontrar no UMBRAL para chorar o mau feito. Fraternalmente Joana Simplício.

  7. Joana Simplício Diz:

    e inverteu a ordem das falas para nao ser percebido. Até as palavras ele escreveu as mesmas algumas vezes e eé impressionante até onde vai a cara de paul dessa gente do mau. Quem tem olhos para ver que os veja, e são os falsos profetas do evangelho.Depois ele isse que quem é esse sujeitinho para escrever assim, aposto que é o mesmo Sr. e que adinanta ser da usp se as faculdades no brasil são ruins mesma. Viu Sr. Mora na~~ao tem prova nenhuma que houve cópia pelo contrário sabemos squem é a vitima de embuste ateu das trevas; o Sr. se prepare para o umbral. Fraternalmente Joana.

  8. Joana Simplício Diz:

    e e inverteu a ordem das falas para nao ser percebido. Até as palavras ele escreveu as mesmas algumas vezes e eé impressionante até onde vai a cara de paul dessa gente do mau. Quem tem olhos para ver que os veja, e são os falsos profetas do evangelho.Depois ele isse que quem é esse sujeitinho para escrever assim, aposto que é o mesmo Sr. e que adinanta ser da usp se as faculdades no brasil são ruins mesma. Viu Sr. Mora na~~ao tem prova nenhuma que houve cópia pelo contrário sabemos squem é a vitima de embuste ateu das trevas; o Sr. se prepare para o umbral. Fraternalmente Joana.

  9. Joana Simplício Diz:

    Sr Victor mora, não adianta que vou insistir, mesmo com a sua censura do mau. Volto a falar fraternalmente para ser assim lida, certo? O sr repito é um caluniador contomáz. Os espíritos superiores vem de DEUS de DEUS Sr. Mora, coisa que ainda não entende, e não são atingidos por gente como o Sr. Basta ignorar. Depois que li essa calúnia fiquei triste mas o espírito do Dr. Gonzaga apareceu em sonho para mim na coisa mais bela que vivi, me levou para um pasto cheio de flores e arvore e inverteu o ânus da prova. Disse que as aparencias enganam e se tem semelhança é por que os dois escreveram sobre o mesmo assunto e todo mundo sabe que só tem um jeito de falar de uma coisa falando sobre a própria coisa em si mesma quando falar sobre a bola, dizemos que ela é redonda e que pula e nada mais todos dizem.Depois ele disse que todos sabem que os historiadores materliastas coipiam os livrsos espíritas bons, e eu fiquei posseça ao ver que o tal de lima copiou o livro todo ícone do espiritismo e inverteu a ordem das falas no dele. Até onde vai a cara de paudessa gente maligna. Quem tem olhos para ver que veja, e são os falsos profetas do evangelho. Depois ele disse que quem é o Marcio,senão o Sr. Mora disfarçado e que sescrever que vem da faculdade da usp não tem nada a ver porque todo mundo sabe que o ensino do brasil é fraco mesmo. Como v~eem não tem prova nehuma de cópia e sabemos todos equem é a vítima do caso, do embuste dos ateus e das trevas. Prepare-se Sr. Mora poque voltarás ao umbral de onde veio. E não adianta sensurar porque eu vou escrever mais. Fraternalmente Joana.

  10. Vitor Diz:

    Joana,

    o problema não é só a semelhança , mas há erros históricos que o “espírito” não poderia ter cometido. Por exemplo, no livro da Marilusa, é dito, na pág. 287-288:

    “Enraivecido, contentou-se com tirar o colar e brincos, mais alguns pertences de D. Francisca, filha mais velha do Dr. Cláudio e a todos matou, com requintes de perversidade que nem é bom relatar aqui. ”

    Só que Francisca NÃO ERA A FILHA MAIS VELHA DE CLÁUDIO. O historiador Márcio Jardim, em A inconfidência mineira – síntese factual, esclarece:

    “No ano de sua prisão, 1789, [Cláudio] tinha cinco filhos: Maria Antônia Clara (30 anos, casada), Feliciano Manoel da Costa (24 anos, pintor […]), Francisca (22 anos), Ana (20 anos) e Fabiana (16 anos)”.

    Assim, Maria Antônia era a mais velha, e não Francisca. Veja se em suas “viagens astrais” com o Gonzaga ele não esclarece esse ponto 🙂

    Um abraço.

  11. Obras psicografadas » Blog Archive » Marilusa Moreira de Vasconcellos e o livro “Duda” Diz:

    […] É de se perguntar se Machado de Assis (espírito) teria ficado tão sem criatividade no plano espiritual, a ponto de repetir várias expressões e frases entre os dois livros. O caso me parece apontar muito mais a uma cópia (consciente ou inconsciente) pela médium da obra de Machado quando vivo, especialmente quando se leva em consideração que já há um histórico disso, na obra “Confidências de um Inconfidente”.  […]

  12. Marcio Rodrigues Horta Diz:

    É impressionante verificar como as coisas acontecem nesse momento da história, no qual a internet confere uma rapidez ímpar. O texto “A prudência dos sábios” foi publicado em CD pelo Instituto Cultural Espírita de Santos num dia e, noutro, circula em partes ou integralmente pela net. Até penso que este blog deveria tê-lo publicado integralmente de uma vez, ou fornecido o endereço para quem quisesse baixá-lo.

    Pode ser uma perplexidade não compartilhada, especialmente pelos mais jovens, que já nasceram e estão imersos na era da net (e sem a inflação galopante). Mas meu pai falava que viu o zepelin, e depois acompanhou a afirmação do avião como meio de transporte. Eu, da minha parte, escrevia em uma maquininha manual horrível, e qualquer erro obrigava a refazer a página toda. Agora, a correção é automática e agente envia o texto para o mundo todo imediatamente.

    Impressões a parte, vejo que a verdade possui oponentes agressivos, e muitos espíritas dizem não ser contrários a ciência, mas agem de modo completamente irrazoável em face dos resultados da pesquisa racional. Parece até que os esfaqueamos, tamanha é a ira que manifestam.

    E acredito que o problema esteja exatamente nesse ponto. Presentemente, o espiritismo está frente a um dilema: reformar-se ou morrer; mas muitos de seus adeptos sequer reconhecem que há um problema (alguns por ignorância, outros talvez encantados pelo sucesso de público e mercadológico da marca “espiritismo”).

    Muitos refugiam-se no misticismo (e nos extremos da religião) e uns poucos no fundamentalismo, como se correr para as obras básicas de Kardec resolvesse o problema. Ambos os grupos mostram-se muito irredutíveis quando apresentados às críticas que hoje podem ser formuladas por qualquer aluno de segundo grau.

    De minha parte, penso que somente há esperança no futuro, em um neoespiritismo (os biólogos não vivem um nodarwinismo? Qual seria a dificuldade de se repensar?), que visitasse as obras de Kardec e os escritos espíritas posteriores apenas para elencar pontos fortes e fracos, com vistas a uma reelaboração.

    Não é possível hoje conviver com racismo, com planeta chupão, com infinidades de mundos habitados, com sementes animais ou planetas animados.

    Chegamos no extremo do ridículo, e o que impede a mudança é exatamente a mentalidade anti-mudancista que permanece vigente no espiritismo, seja por interesses financeiros, poder político, busca de prestígio pessoal ou por caduquice mesmo.

    Portanto, eu, um racionalista de raiz cartesiana, dualista e simpático à hipótese da sobrevivência, parabenizo ao confrade Vitor Visoni pela ótima iniciativa de manter um blog no qual os problemas do espiritismo são enfocados, escancarados e discutidos. Para além disso, resta pensar e organizar um encaminhamento.

    Fraternalmente, Marcio.

  13. Vitor Diz:

    Oi, Marcio

    coloquei uma nota informando o link para o artigo completo! Grato pelas palavras!

    Um abraço.

  14. barreto bh Diz:

    O lado bom de se enveredar por sites e blogs que contêm polêmicas é o fato de suscitar a pesquisa que, em muitas ocasiões, não nos seria possível onde só estariam opiniões convergentes. Conheci a Marilusa aqui, e em condições nada favoráveis. Mas bastou alguns contatos na rede para que descobrir que, além de médium escrevente, ela possui a faculdade de pictografia, faculdade esta que é, na minha opinião, das provas mais positivas da imortalidade da alma e da comunicação com elas. Veja quem tem olhos pra ver:
    http://www.youtube.com/watch?=OYHt0Odm2no
    Quanto ao livro em questão ser plágio ou não, mesmo tendo trechos parecidos com o livro do Augusto de Lima Jr ( o que para um livro de história não é nenhum absurdo), só o tempo irá dizer. Mas, vindo de quem veio, e conhecendo bem melhor a vida e obra desta grande mulher, dou-lhe todo o crédito a respeito da sua autenticidade. Mas o que me levou mesmo a deixar esta postagem foi o texto que encontrei a respeito das lutas por que passam os médiuns em geral, na tentativa de conduzir sua missão de trazer as mensagens do outro lado da vida.
    Vamos a ele:
    [… ” Você pergunta a mim, Espírito desencarnado, qual a maneira adequada de tratar os médiuns. Alega que muitos passaram por seu clima individual, sem que pudesse compreendê-los. Começam a tarefa, entusiásticos, e, lestos, abandonam a sementeira. Alguns sustentam o serviço por algum tempo; outros, contudo, não vão além de alguns meses. Muitos se afastam, discretos, recuando deliberadamente, ao passo que outros tantos resvalam, monte abaixo, atraídos por fantasias tentadoras. Afirmando seu amor à doutrina que nos irmana agora, você indaga com franqueza: como tratar essa gente, para que o Espiritismo não sofra hiatos nas demonstrações da sobrevivência?
    Não tenho pretensões a ensaísta de boas maneiras. Malcriado quanto tenho sido, falece-me recurso para escrever códigos de civilidade, mesmo no “outro mundo”. Creio, todavia, que o médium deve receber tratamento análogo ao que proporcionamos a qualquer ser humano normal. Trata-se de personalidade encarnada, com obrigações de render culto diário à refeição, ao banho e ao sono comum. Deve atender à vida em família, trabalhar e repousar, respeitar e ser respeitado. Não guardará o talento mediúnico, à maneira de enxada de luxo que a ferrugem carcome sempre, mas evitará a movimentação intempestiva de suas faculdades, tanto quanto o ferreiro preserva a bigorna. Cooperará, com satisfação, no esclarecimento dos problemas da vida, junto aos estudiosos sinceros; todavia, não entregará seus recursos psíquicos à curiosidade malsã dos investigadores sem consciência, detentores de leviandade incurável, a pretexto de colaborar com os cientistas do clube dançante, que vazam comentários acadêmicos, entre um sorriso de mulher bela e uma dose de aguardente rotulada de uísque. Esta é uma definição sintética que me cumpre fornecer, de passagem; entretanto, já que você se refere ao amor que assegura consagrar ao Espiritismo edificante, conviria sondar a própria consciência. Realmente, são inúmeros os companheiros que se precipitam da tarefa mediúnica ao resvaladouro do desencanto e do sofrimento, como andorinhas de vôo alto, atiradas, semimortas, do firmamento ao bojo escuro do abismo. Vemos, no entanto, que se os pássaros, algumas vezes, descem ao círculo tenebroso, sob o fascínio de perigosa ilusão, na maioria dos casos caem mutilados sob golpes de caçadores inconscientes. Doloroso é dizer; contudo, quase todos os médiuns são anulados pelos próprios amigos, sem maior consideração… O plano superior traça o programa de trabalho, benéfico e renovador. O funcionário da instrumentalidade concorda com os seus itens e dispõe-se a executá-lo, mas, escancarada a porta do serviço, a chusma de ociosos adensa-se-lhe em torno. Esqueçamos a fileira compacta dos investigadores e curiosos que transformam em cobaia o primeiro doente psíquico que lhe cai sob as unhas. As reclamações insaciáveis dos próprios irmãos de ideal são mais venenosas. Identificando-as, somos forçados a reconhecer que os espiritistas modernos têm muito de aprender acerca do equilíbrio próprio, antes que o primeiro médium com tarefa definida possa cumprir integralmente sua missão. O intermediário entre os dois planos move-se com extrema dificuldade para entregar às criaturas terrestres a mensagem de que é portador. Se os adversários gratuitos recebem-no a pedradas de ironia, os afeiçoados principiam por erigir-lhe pedestal envolto em grossas nuvens de incenso pernicioso. O servidor inicia o ministério, quase sempre às tontas, embriagado pelo aroma ardiloso do elogio desregrado. Dentro em pouco tempo, não sabe como situar-se. Os adeptos e simpatizantes da causa se incumbem de convertê-lo em permanente motivo de espetáculo. Quando o exibicionismo não se prende à tentação de convencer os vizinhos, fundamenta-se em supostas razões de caridade. Intensifica-se a luta entre a esfera superior, que deseja beneficiar o caminho coletivo com a projeção da nova luz sobre a noite dos homens, e a arena terrestre, onde os homens cuidam de manter, com desespero, os seus interesses imediatos na carne. O responsável direto, pela ação mediúnica raramente segue marcha regular. Se permanece no serviço do ganha-pão digno, os companheiros se encarregam de perturbá-lo, chamando-o insistentemente para fora do reduto respeitável em que procura ganhar a vida com a nobreza e honestidade. Se mostra alguma instabilidade na realização, improvisam-se tribunais acusadores, ao redor dele; mas se revela perseverança no bem, surge, com mais ímpeto, o assédio de elementos arrasadores, ansiosos por derrubá-lo. Se permanece no posto, é obrigado a respirar solidão quase absoluta, de vez que as exigências do serviço se multiplicam, por parte dos companheiros de fé, enquanto seus domésticos e afins, em regra geral, dele se afastam, cautelosamente, por não haverem nascido com a vocação da renúncia. Passa a viver, compulsoriamente, as existências alheias, inibido de caminhar na própria rota. É compelido a ingerir, com o almoço, fluidos de desesperação e inquietude de pessoas revoltadas e intemperantes que o buscam, ostentando o título de sofredores. Debalde namora o banheiro com saudade de água salutar na pele suarenta, porque os legítimos e falsos necessitados da própria confraria lhe absorvem as horas, reclamando atenção individual. Trabalha no setor cotidiano de ação, sob preocupações e expectativas infindáveis da guerra nervosa. É quando consegue a estação de pouso noturno, alcança o leito de corpo esfalfado e a resistência em frangalhos. Se o vanguardeiro não retrocede, fustigado pelos demônios da imprudência e da insensatez e se não se faz presa de entidades maliciosas que o conduzem ao palco da “triste figura”, cabe-lhe o destino da válvula gasta prematuramente. Liga-se o aparelho radiofônico, entretanto, a mensagem chega rouquenha ou não pode enunciar-se. A máquina delicada estala e chia inultimente. A eletricidade e a revelação sonora continuam existindo, mas o aparelho complicou-se, não pela lei do uso e, sim, pelos golpes do abuso. Compreende, acaso, o que estou comentando? A força espiritual e a contribuição renovadora dos missionários da sabedoria vibrarão junto de vocês, todavia, como se exprimirem convenientemente se os interessados perseguem os aparelhos registradores e os inutilizam, através da exaustão e do vampirismo, portadores da enfermidade e da morte? Como somos forçados a reconhecer, meu caro, é tão difícil encontrar médiuns aptos a lidarem com os espiritistas do primeiro século de codificação kardeciana, como é raro encontrar espiritistas que saibam lidar com eles.” [Irmão X, psicografia de Chico Xavier, livro LUZ ACIMA]

    Da leitura acima, faça-se uma pausa para reflexão…

    Se alguma coisa se pode acrescentar é que “quem tem olhos de ver… que veja!”… É bem fácil encontrar erros em tudo, somos tão imperfeitos!!! Mas vejo que quem assim age, num manto de linho branco onde cai uma nódoa, apen observa a nódoa! Aprendamos a observar todo o pano, toda a pureza, toda a beleza… Amigo Vitor, atente no conteúdo, na forma, na mensagem… Marilusa Moreira,assim como o Chico, o Divaldo, além de outros, é claro, são um belo exemplo de dádiva, de caridade e de abnegação.
    Ou então, que se exponha também obras da qual você creia que seja “autêntico”, para não parecer que o objetivo do blog seja só o de detratar.

  15. Vitor Diz:

    Barreto,

    algum especialista em arte validou a pictografia da Marilusa?

  16. barreto bh Diz:

    Brincou né?
    Até onde sei, um especialista em arte só avalia a arte, não o fenômeno mediúnico! Niguém prova nada! Muito menos os especialistas materialitas. E aí está o grande problema!
    O fato existe, está lá. É fato!!! Ponto.
    Os “especialistas”céticos negam, mas não encontram argumentos mais peremptórios para explicar o fenômeno.
    No entanto ela se move . . . lembra?
    Mas se um especalista em arte validar, vale? Um só?
    E o Florêncio Anton, conhece? Quando o conheci, em 2006, estava sendo pesquisado em universidades portuguesas ( irei procurar quais). Pinta com os pés na osbcuridade. Dois quadros diferentes ao mesmo tempo, um com cada mão.
    Site oficial:
    http://www.pinturamediunica.com/
    Vídeos:
    http://www.youtube.com/watch?v=cfWMESsmnPA
    http://www.youtube.com/watch?v=HZBb8yxKbao
    Germano Rehder:
    http://www.youtube.com/user/germanorehder
    Gasparetto quando jovem:
    http://www.youtube.com/watch?v=JhL4C78_YQs&feature=related
    http://www.youtube.com/watch?v=rtVKjbaSQfo&feature=related
    E muito mais!!!
    E estamos no século XXI, e ainda não se explica melhor por outros meios este fenômeno (fato), do que pelo espiritismo.
    Mas não postei pra lhe convencer. Não mesmo. Já deve ter lido e visto o bastante. Se em dez céticos que verem, um se convencer, já me dou por satisfeito. Quem sabe não estou me redimindo do meu próprio ceticismo orgulhoso de outrora.
    O que quero em relação a ti, sinceramente, é alertar-te com relação ao caminho pelo qual estás a percorrer.
    Quando lhe encontrei no orkut, não tinha notado a controvertida figura de seu avatar. . . É apenas uma imagem, uma brincadeira quem sabe. . . Mas remete a algo muito, muito sério. E triste.
    Talvez por ser ainda jovem, ou por faltar-lhe experiência na dor, e não tem quem não passou ou passará por ela, não percebe que quanto mais caminha contra a força mesmo das coisas, maior será seu esforço pra percorrer o caminho de volta. Digo isto porque sabemos, já que tens estudado o espiritismo, das sublimes e edificantes mensagens que escrevem do lado de lá, que os orgulhosos, que se auto-denominam “fortes de espírito”, muitas vezes entendem como falsidade ou pieguice. O que lhe interessam é tão somente as questões de forma, de superfície. Estamos a beber da fonte, e tão pior pra nós, se ignorarmos o conteúdo pra nos apegarmos a isto. Devemos questionar, é verdade; porém certos questionamentos só nós, lá no fundo, vamos conseguir responder. Ou do outro lado da vida, onde a plena liberdade nos leva a ver mais amplamente, quando se quer.
    Quando a dor vier lhe visitar, e a todos nós visita, por nossa própria responsabilidade, para nos elevarmos, entenderá melhor as verdades por que tem passado, e se voltará para ti mesmo; e, como por milagre, as dúvidas e as dores cessarão. Vamos dar tempo ao tempo, e você inverterá, talves aos poucos, o enfoque do blog. Da negação para a possibilidade. Da possibilidade para a aceitação.
    Estou lendo “Do País da Luz”, de Fernando de Lacerda.
    Creio na atenticidade de todos os autores, mesmo não conhecendo as obras da maioria deles na terra (já estou começando a conhecer). Este livro causou grande polêmica na época. Poderia lê-lo também. Quem sabe se este não lhe causa boa impressão.
    E se for tudo mentira, é a mentira mais gostosa que já li.
    Abraço a todos.

  17. Vitor Diz:

    Prezado Barreto,

    escrevi hoje (02/04/2008) um artigo específico sobre as pinturas mediúnicas, mostrando que há sim explicações melhores – no sentido de serem mais parcimoniosas – que as do espiritismo.

    Um abraço,
    Vitor

  18. barreto bh Diz:

    parcimonioso:
    adj.,
    econômico; frugal; sóbrio.

    Melhores? Sei não hein!
    Só o tempo dirá!!!

  19. Marcio, Brag.Paulista Diz:

    D artes plásticas sei pouco, ptto, ñ aprovo nem critico a pintura mediúnica.
    Mas devo testemunhar q, p/ volta d 88, 1 pessoa querida (pouco + do q 1 adolescente) começou a fazer essas pinturas, c/ a mãos e pés, e parecia tomado p/ algo poderoso e sutil.
    Essa pessoa tv pudesse ter se tornado 1 autêntico médium, + anos depois tornou-se crítico do espiritismo e foi buscar caminhos bíblicos.
    Nunca apresentou pretensões d tornar-se conhecido ou assinou nomes famosos, apenas parecia tornar-se elétrico e pintar rapidamente, sob influxo d forças incomuns.
    Trata-se d alguém q vejo a cada 1 ou 2 anos, em OP/MG e, no futuro, haverei d pedir a ele impressões daqueles anos.

  20. Marcio, Brag.Paulista Diz:

    A navalha do monge Ockham prestou bons serviços p/ a física experimental, p/ a biologia e p/ outras ciências.
    Mas em ciência espírita ou em parapsicologia (q admita a possibilidade d sobrevivência), ñ estou certo d q seja o princípio + adequado p/ a decisão entre explicações rivais.
    Nessas áreas, tv o seu papel tenha q ser diminuído, p/ ñ jogar fora o bebê c/ a água d banho.
    O princípio da parcimônia, ou seja, d ñ propor metafísica em explicações científicas, conduz ao materialismo metodológico, q, p/ hábito (e ñ p/ lógica), pode levar os membros d 1 comunidade científica a saltar p/ o materialismo filosófico.
    Habituados q estão a só tratarem c/ entidades materiais, podem acabar acreditando a priori q só existem tais entidades.
    Portanto, é necessário ajustar as redes ao tipo d peixe q se quer apanhar. O método deve responder ao objeto, e ñ há como aplicar 1 só método à totalidade da investigação humana.
    O risco aqui é o d q toda e qquer possibilidade d manifestação espiritual seja negada liminarmente, visto q 1 método investigativo assim o exige.

  21. Marcio, Brag.Paulista Diz:

    P/ ex.:
    1) 1 freira-enfermeira q trabalhe c/ dst pode, em virtude das circunstâncias d seus pacientes, 1 grupo reduzido em relação ao conjunto da população, a ter reforçada a idéia religiosa d q a sexualidade é algo indesejável, tomando a parte pelo todo; 2) 1 antropólogo q vá a 1 terreiro d umbanda, descreva as roupas, as danças, as pessoas, a pintura da parede, os objetos – enfim, tudo o q pode descrever em 200 páginas, + nada fale pq nada viu sobre os acontecimentos espirituais, teria perdido algo do essencial? Ele aplicou o seu médodo científico, considerou d modo entimemático os seus preconceitos filosóficos d q nada há ali d espiritual, e fez antropologia, ñ parapsicologia ou ciência espírita.

  22. Mariana Diz:

    Vitor, concordo com Barreto quando diz que um especialista em arte nao pode validar uma pintura mediunica. O trabalho de Marilusa como medium pictografa eh muito dificil de ser desmentido. Agradeco-o porem pela contribuicao com relacao a literatura. Devemos ser criticos com o Espiritismo mais do que com qualquer outra ciencia ou religiao. .. “encarar a razao face a face em todas as epocas da humanidade” para conquistar uma fe inabalavel eh o que Kardec nos pede.

    Conheca minha livraria virtual: http://www.obrasespiritas.com

  23. Mariana Diz:

    Para Marcio Rodrigues Horta: suas criticas sao infundadas. Aconselho ler mais a literatura espirita para conscientizar-se do que fala. Ou melhor, leia fisica quantica e entendera da possibilidade de se haver uma “infinidade de mundos habitados”.

  24. Antonio Baracat Diz:

    Vitor,
    O Espiritismo é como a humanidade: mais parece um queijo suiço, tem furos por todo lado. Mas gostaria de entender as razões e os motivos que te movem na busca de pretextos para impugnar as obras mediúnicas: você está se candidatando a algum cargo ou função junto a alguma outra religião? Não entenda isso como uma provocação ou um insulto. Pelo contrário, é bem razoável que alguém que prentenda seguir uma carreira esclesial ou clerical escolha como objeto de combate uma religião que se afirma contra os dogmas mais caros aos demais segmentos cristãos…

    Quanto a similaridade do romance “Confidências de um Inconfidente” com obras historiográficas, pequenas divergências e grandes coincidências, cabe esclarecer que o autor, Tomás Antônio Gonzaga, sequer é um historiador, apenas um escritor, que produziu esta e outras obras com base nas informações que dispõe, e não em exaustivas pesquisas em arquivos, reunindo fontes, cotejando documentos e todo o procedimento que se espera na produção historiográfica. Ele não escreveu um livro de história, apenas um ótimo romance. E um romance que pode ter seus pecadilhos, mas que também contém esclarecimentos que a historiografia não foi capaz de produzir, como por exemplo a confirmação da participação do Contratador do Distrito Diamantino na Inconfidência…

    Quanto ao fenômeno da psicopictografia ele é magnífico, mas só serve para confirmar a certeza que se adquire pela via do raciocínio. Um materialista convicto, como você parece ser, não se deixará impressionar pelo que vê e vai produzir explicações que negam a imortalidade e a eternidade.

  25. Bira Diz:

    Vitor “quem se defende ataca” Joana de Angelis por Divaldo Pereira Franco. A crítica que ralmente faz diferença é a que dirigimos a nós mesmos! Autocrítica! Mas sem auto-punição que é filha do orgulho que devemos combater smpre em nós! Esse é o verdadeiro combate! A guerra contra nós mesmos…
    Vitor, respeito e lamento a sua opnião… Mas a verdade sempre aparece! Para uns é mais rápido e infelizmente para outros demora mais… As vezes o problema pode ser facinação:muito difícil de ser diagnosticado e tratado. Mas não existe escuridão suficientemente forte que vença se quer uma pequena luz de vela! Que Deus te ilumine meu irmão!

  26. Ildisâmia.rj Diz:

    Vitor e os outro livro DA MEsMA escritora dela são assim desce jeito tambem Ou são bons Quero sabe rporque tem muito mais de um e li mais de um, como a boli~ssao?

  27. Antonio Abdalla Baracat Filho Diz:

    Prezada Merit Aton,

    Jesus nos abençoe e guarde!

    Localizei seu e-mail no seu site. Espero que essa mensagem a alcance…

    Li “Dança do Ventre, Dança do Coração” e observei na capa que você tem outro nome: Mayra Moreira Vasconcellos, que coincide com o sobrenome da médium Marilusa Moreira Vasconcellos. Portanto, como o livro foi publicado pela Radhu, que é a mesma editora da Marilusa, provavelmente vocês devem ser parentes. Assim, escrevo-te para ver se o que tenho a dizer alcança Marilusa…

    Antes de prosseguir quero informar que li todos os livros psicografados por Marilusa, inclusive os infantis, que, aliás, adquiri para presentear minha única sobrinha no Natal. E esses livros, atribuídos a Castro Alves, Tomás Antônio Gonzaga, Monteiro Lobato, Machado de Assis e outros estão cheios de erros gramaticais (os infantis não, se tivessem eu não teria presenteado minha sobrinha). Ora, é absurdo literatos desse porte, cujo rigor formal é invariável em toda a sua obra enquanto vivos na carne, cometerem erros tão grosseiros e em tal quantidade. Logo, os erros só podem ser atribuídos à médium…

    Não há problema no fato da médium cometer erros gramaticais, pois todos somos mesmo instrumentos imperfeitos. Portanto isso é compreensível. No entanto, publicar livros mediúnicos atribuídos a grandes literatos da língua portuguesa cheios de erros gramaticais é uma irresponsabilidade completa, porque lança descrédito sobre as obras. E as obras espíritas não são patrimônio particular da médium, que pode tratá-las como bem lhe convier. As obras espíritas são matérias-prima de Jesus, no esforço de disseminação da Doutrina Consoladora e, por isso, devem ser tratadas com zelo e cuidado.

    Além de irresponsabilidade, a publicação de obras mediúnicas cheias de erros de português também é demonstração de orgulho por parte da médium. Porque se ela não fosse orgulhosa pediria ajuda a alguém com formação na área de Língua Portuguesa, para que os livros fossem revisados antes da publicação, ou mesmo, em se tratando de uma editora, contrataria estes serviços profissionalmente, porque a revisão faz parte dos custos normais desse tipo de negócio. Restaria, ainda, caso não se dispusesse de recursos para contratar um revisor profissional ou da colaboração de um voluntário, ao invés de publicar os livros por uma editora própria, se negociar direitos autorais com uma editora já estabelecida e com estrutura profissional, de modo a assegurar a qualidade das publicações. Enfim, soluções existem… É só afastar o orgulho e tratar o patrimônio mediúnico como ele merece.

    Outra coisa é sobre parte de “Confidências de um Inconfidente”. Já no final do livro informa-se que o crânio de Tiradentes, que fora afixado pela Coroa na Praça Central de Vila Rica, foi subtraído por milicianos inconfidentes orientados por Aleijadinho, depois coberto de ouro em pó e levado para uma galeria subterrânea por dois outros inconfidentes, sendo que a mina desabou soterrando o crânio e seus condutores…

    Será que isso é verdade ou é apenas parte de um enredo ficcional? Se é parte de um enredo ficcional, isso quer dizer que a obra toda, assim como todas as demais de Tomás Antônio Gonzaga, são apenas peças literárias do gênero épico, ou seja, não traduzem a verdade historiográfica? Se são apenas peças literárias, isso quer dizer que foram concebidas com o único fim que a literatura tem que é o entretenimento? Ou seja, as obras psicografadas por Marilusa têm valor adjetivo apenas e não substantivo como as psicografadas por Chico Xavier?

    Mas se é verdade que a cabeça de Tiradentes encontra-se soterrada em Ouro Preto junto com os despojos de dois inconfidentes, será possível perguntar a Tomás Antônio Gonzaga a exata localização dela? Não digo que o espírito deva responder, mas será que se pode pelo menos perguntar? Caso Tomás Antônio Gonzaga confirme que o fato é verdadeiro, mas não queira revelar a localização do crânio, será possível perguntar-lhe, então, para que esta informação foi inserida na narrativa?

    Desculpe o incômodo.

    Obrigado e um abraço,

    Antonio Baracat

    Professor de Bioética, Filosofia e História

    Belo Horizonte – MG

  28. Joao C Medeiros Diz:

    Esta pesquisa e o levantamento de dados apontam diversas convergências históricas e mesmo similitudes na estrutura narrativa. Conheço as obras citadas que serviriam de “base” para o Confidências de um Inconfidente e também conheço outras obras da Marilusa Moreira Vasconcellos. Não é preciso ser professor doutor em filosofia para que o bom senso mostre o grande tempo gasto em estudos que seria necessário para a estruturação da obra, envolvendo os diversos personagens que dela participam e as particularidades envolvidas, e mais, é claro, o que seria preciso para as outras obras. Nesta caso, a nossa médium seria antes professora doutora em história e mestranda em estudos literários. Creio que a pesquisa é válida pela proposta, mas o argumento é infundado.

  29. Paulo de Tarso Piccinini Diz:

    Não é a primeira vez, nem será a última que o espiritismo sofre agressões. É histórico.
    Mas, como bem diz Divaldo, ele não precisa de defensores.
    Por outro lado, para alguém se dizer apto à critica, é preciso ter autoridade no assunto, tê-lo estudado à exaustão. Não parece ser o caso.

    No memorável e inesquecível Pinga-Fogo I, quando o filósofo (aliás, suas qualificações são muitas, difíceis de se enumerar, por um leigo como eu) e católico João Escatimburgo pergunta ao Chico porque obras de Platão, Sócrates e outros não eram psicografadas, se seriam talvez pela dificuldade da imitação, o entrevistado responde que quem escolhe o autor e os textos é a divindade e não o contrário. E prossegue, para deleite da platéia e irritação do entrevistador: “Ademais, há de se perguntar, se eles (os citados) também não teriam sido médiuns psicógrafos”.
    Dessa forma, há que se perguntar, – com profundo respeito aos irmãos pesquisadores- , será que as obras aqui apresentadas não teriam sido inspirações de um mesmo “autor”?
    Grande e fraternal abraço.

  30. Marcio Diz:

    Oi Mariana, respondo tto tempo depois pq ñ havia lido seu comentário.

    Desculpe-me a franqueza, mas salvo tratar-se d 1 “delírio” quântico, ou seja, uma apropriação retórica, mística ou completamente estranha a essa linha da física, ñ sei no q ela pode ajudar a demonstrar q “todos os orbes são habitados”.

    Observe-se a distorção aparentemente inocente desse texto: a tese d Kardec, ou dos pretensos espíritos superiores q teriam revelado a doutrina espírita, é a d q “todos os mundos são habitados”, e ñ como vc escreveu, q há uma “infinidade” d mundos habitados, hipótese distinta e razoável, corrente, mas ñ positivada ainda.

    A Lua é habitada? A mãe do Chico mora em Marte? Mozart vive em uma casa em Vênus? etc.

    Esse é 1 caso q refere-se a astronomia clássica, já resolvido – ñ carece d mecânica quântica p/ a obtenção da resposta correta.

    Escrevo precisamente pq já li muitos livros espíritas (fui educado lendo-os – hoje acho q + do q o suficiente p/ a minha sanidade), inclusive, c/ muita atenção, os da Marilusa.

    Qto a considerar qquer crítica (mesmo uma bem elaborada) uma agressão, considero uma pena e uma linha d defesa fraca, apresentando o espíritismo sempre como vítima do mal. Maniqueísta e tb + 1 exercício d retórica do q uma defesa consistente.

    O q diria um “espírito superior” d 1 tal apologia? Creio q elaboriaria uma argumentação muito + erudita e precisa na apresentação d sua causa, uma q efetivamente, sem agressões pessoais, sustentasse sua posição.

    Abraços p/ todos,
    Marcio

  31. marcio rodrigues horta Diz:

    Karo Victor:

    há + 1 passagem q mereceria constar no texto do estudo, + q na época ñ me ocorreu colocar. Tv vc possa acrescentar, após a parte do Cláudio Manoel:

    “Mais uma vez há problemas nos fatos: Gonzaga casou-se no degredo, em Moçambique, África, em 09/05/1793, com Juliana de Sousa Mascarenhas, “a moça que, sem apresentar provas, Maxwell diz ser viúva… [então com] 19 anos de idade, e [que] lhe deu dois filhos: Ana Mascarenhas Gonzaga (nascida em 1794) e Alexandre Mascarenhas Gonzaga. Juliana… era, realmente, analfabeta. Mas não viúva, e sim solteira. Veja-se a certidão de casamento em Ferreira, Delson Gonçalves, “Cartas…” pp. 44-46″ (Jardim, p. 253).

    Novamente, o texto “psicografado” escorrega onde um historiador errou, ao sustentar que Juliana “era jovem, morena e bela. Viúva prematuramente, tinha uma menina de nome Ana, que contava então uns quatro anos. A menina gostou de mim, pedia à mãe para pentear-me os cabelos” (Vasconcellos, p. 334); em seguida, o “espírito” de Gonzaga afirma que “meu casamento… em 10/08 [1793] se deu” (idem, p. 338).

    Temos aqui três problemas factuais, frutos da comparação do texto espírita com a história documental: 1) o “espírito” de Gonzaga erra na data de seu casamento; 2) não sabe a condição civil de sua esposa; e 3) alega que a sua filha, que haveria de nascer em 1794, em 1792 já vivia, não era sua, e tinha já quatro anos de idade.”

    Assim, karo Sherlock das plagas tupiniquins, agradeceria a inclusão dessa passagem no texto e sua republicação.

    Grato,
    Watson

  32. Tarcísio José Martins Diz:

    O livro da Sra. Marilusa é mesmo cheio de contradições. Sobre os quilombos mineiros, o seu “Gonzaga” comete erros que o verdadeiro jamais cometeria, pois sabedor que era de toda a História da Confederação Quilombola do Campo Grande e do genocídio cometido por Gomes Freire de Andrade e seus asseclas, não falaria as bobagens que muitos historiadores mineiros, copiados pela Sra. Marilusa, falaram. Não tem doutrina espirita que possa explicar tantas coincidências com erros de historiadores, erros que jamais seriam cometidos pelo “espírito de Gonzaga”.
    Tarcísio José Martins

  33. Eduardo Diz:

    A conclusão que tiro destes blogs contra o Espiritismo é a seguinte: se a mediunidade for uma farsa, então os médiuns são excelentes pesquisadores e utilizam-se de boas obras para suas pesquisas. Ou seja, os dados lançados em livros psicografados estão de acordo com os dados históricos.
    Portanto, posso estudar tranquilamente a história do Brasil com a Marilusa, ou do Império Romano com o Emmanuel que está em harmonia perfeita com Ernest Renan e Josefo.

  34. mrh Diz:

    Karo Eduardo, ñ exatamente “d acordo c/ os dados históricos”, como os pontos adendados no texto acima.

  35. Bia Diz:

    Não conhecia Marilusa, embora tenha lido e gostado demais da obra CONFIDÊNCIAS DE UM INCONFIDENTE. Li aqui seu blog e segui alguns links postados nele sobre ela. E fui pesquisar mais. Fantástico!!! Obrigada por me fazer conhece-la. Ela é excepcional!
    Abraços!

  36. Dilma Diz:

    Gente, gente, obrigada por falar da Marilusa aqui. Fiquei conhecendo ela agora, sabe, acreditem ou não, se quiserem. Ela é tudo, gente. Pinta com os pés, as mãos e os peitos; psicografa versinhos do Gonzaga; faz viagem astral pelos astros; materializa florzinhas; é a maior médium do Brasil e do mundo, interplanetária. Poderosa. Ainda bem que a publicidade e a auto-publicidade aqui é de grátis, senão, tinha de pagar, né? Obrigada por me fazer conhecê-la, gente, ela é excepcional. E bestas são vocês, racionalistas feios e das trevas…

  37. Marcio Diz:

    Sugestões d teses p/ 1 neoespiritismo:
    a) os espíritos existem e relacionam-se c/ a humanidade;
    se V q existem, segue-se q há bilhões deles e, ptto, ñ faz sentido crer em sua indiferença ou omissão, 1 impossibilidade estatística; digo isto pq p/ vezes há perplexidade qto a fatos c/ 1 aparente ausência d participação espiritual. P. ex. imaginário, qdo 1 menina é raptada e, tempos depois, acaba assassinada. Pq os espíritos ñ interferem, revelando seu paradeiro? Os médiuns q tentam erram ou pior, ninguém tenta.
    b) a ação dos espíritos é comumente d difícil percepção;
    c) a mediunidade é – potente e + obscura d q concebida inicialmente;
    d) conseguimos contato c/ os espíritos mas pouca comunicação ou informação;
    nas reuniões mediúnicas, a presença d entidades é frequentemente notada, mas o resultado obtido é muito ruim – comunicação e informação falham; assim
    e) faz-se necessário decifrar conteúdos simbólicos (principalmente), oníricos ou parcimoniosos – ou seja, desenvolver 1 hermenêutica (1 última possibilidade d comunicação direta poderia ser desenvolver algo c/ 1 linguagem telegráfica, em linguagem ñ natural), cuja interpretação final seria sujeita a testes;
    f) a obsessão, a dor (especialmente p/ evocar experiências pretéritas) e o desdobramento são campos privilegiados d contato espiritual; deve haver engajamento tto nos esforços d compreensão dos fenômenos qto no auxílio aos envolvidos, pelos estudiosos q devem se dispõr tb a serem terapeutas;
    Abraços,
    mrh

  38. Marcio Diz:

    1 crença espiritualista d q discordo é q os espíritos têm forma humana e o mundo material é similar ao espiritual; ainda +, q o espiritual formata o material.
    .
    Trata-se d 1 defeito d origem, em virtude d o espiritualismo ser 1 neoplatonismo.
    .
    O próprio fato d os espíritos ñ terem contestado esta tese mostra como a comunicação entre os 2 lados é muito difícil.
    .
    Darwin demonstrou q as formas vivas originam-se p/ seleção natural; ptto, resultam d relações estritamente materiais, deste mundo, e ñ são moldadas espiritualmente.
    .
    Assim, ñ faz sentido conceber os espíritos c/ forma humana (flores ou cidades similares às nossas), pois esta é originada aqui.
    .
    A experiência tb me ensinou isto: em 1 desdobramento, q começou c/ a marcante experiência d estar em 1 sala d aula, c/ muitos alunos sentados ao meu lado, vi:
    a) 1 professor c/ jaleco branco e 1 varinha, apontada p/ 1 quadro negro, ensinando c/ se dá o processo d encarnação. Em seguida,
    b) percebi em 1 acréscimo d lucidez q éramos todos bastonetes irregulares d luz, movimentando-nos d 1 pto a outro. Logo perdi esta clareza e voltei à sala, idêntica, onde o prof. seguia a aula. Perdendo + lucidez,
    c) caí em estado onírico e vi 1 cena agradável d inúmeras cegonhas levando bebês em panos q carregavam nos bicos.
    Assim, voltando ao tema do post acima, da hermenêutica, sustento q:
    a) a maioria dos contatos q temos c/ os espíritos, das coisas q “dizem” ou nos ensinam, tornam-se sonhos; ado ganhamos em lucidez
    b) percebemos o entorno c/ se fosse semelhante ao nosso (importante: NÓS É Q PERCEBEMOS), pelo poder imagético da mente; c/ no caso acima, c/ 1 quadro negro, prof. d jaleco, alunos enfileirados etc. Isto ñ aconteceu tal c/ visto, + a mente humana ajustou o desconhecido ao conhecido, p/ tornar o novo humanamente compreensível.
    c) qdo conseguimos 1 lucidez completa, vendo o q realmente se passa, percebemos q os espíritos e seu mundo em nada se parece c/ o nosso. Esse conhecimento fundamental é teoricamente importante mas em termos práticos algo inútil p/ nós (ao – inicialmente), pois somente o q vemos são bastões luminosos em movimento. O q estão fazendo? política? amor? guerra? Essa experiência é inefável, e p/ isso nossa necessidade d compreensão faz c/ q a mente novamente retorne e formate o desconhecido ao conhecido, imaginando 1 cena autoexplicativa, p. ex., d 1 sala d aula, p/ informar ao consciente o q se passa. Se a potência da consciência cai, então descemos ainda +, p/ a experiência onírica.
    mrh

  39. Marcio Diz:

    Descartes, racionalista moderno, sustentou 1 inatismo: as idéias verdadeiras teriam sido inscritas p/ Deus na alma humana; Locke objetou q ñ há nada no intelecto q ñ tenha passado pelos sentidos, sendo a mente 1 tábula rasa; Leibniz adendou o debate, mantendo q nada há no intelecto q ñ tenha passado pelos sentidos a ñ ser o próprio intelecto; Kant, p/ fim, desenvolveu o tema, c/ base na grande realização científica d então, a física newtoniana.
    .
    Newton concebeu tempo e espaço como sensorium dei, realidades emaranhadas, o modo d Deus perceber o mundo e a teia depositária deste.
    .
    D pronto essa teologia gerou 1 debate; Kant ofereceu 1 solução amplamente apreciada: tempo e espaço ñ têm realidade objetiva (ñ são o modo d Deus perceber o mundo), mas junto c/ a causalidade são categorias da mente humana q produzem o conhecimento inicial.
    .
    Assim, a experiência humana primordial resulta d 1 casamento entre os fenômenos vindos do exterior (capturados pelos sentidos) e d seu enquadramento produzido pelo intelecto (ativo no ato d conhecer, q formata as impressões sensíveis através das categorias mentais da causalidade, espaço e tempo).
    .
    A hermenêutica exposta no post anterior, q apresenta a experiência espiritual em 3 momentos,
    a) o onírico;
    b) o semi-consciente (o + útil aos homens); e
    c) o consciente (real mas aparentemente d valor estritamente teórico);
    segue a teoria do conhecimento clássica em seus desenvolvimentos, e a aplica ao neoespiritismo.
    .
    Procura mostrar q a “mediunidade” é 1 ocorrência bem + difícil d entender e complexa do q inicialmente apresentada pelo otimismo epistemológico d Kardec (1 realismo ingênuo a pedir algo como 1 fé no percebido; q toma a experiência espiritual como objetiva, pronta).
    .
    Ñ, a experiência espiritual precisa ser interpretada, avaliada qto a qual dos 3 momentos cada dado foi obtido, o q é nosso e o q é deles etc.; ñ se presta a engendrar longuíssimos romances, q precisam d dna d sapo p/ gerar dinossauros (d 1 experiência curta, extática, seguem-se capítulos e capítulos tirados d algum historiador acadêmico, a ser criticado depois como “materialista” pelos próprios espíritas q fizeram uso ñ citado d sua obra).

  40. Tarcísio José Martins Diz:

    A Mediunidade EXISTE. A Psicografia EXISTE. Mas, a picaretagem literário-mediúnica TAMBÉM EXISTE.
    Pesquiso os quilombos do Campo Grande Mineiro há mais de 30 anos. Trata-se do maior genocídio setecentista da América do Sul. Há provas sobejas de Cláudio Manuel da Costa e vários outros inconfidentes e falsos inconfidentes tiveram fartas notícias das duas maiores carnificinas ocorridas em 1746 e 1759.
    A partir da ação nefasta de Gomes Freire de Andrada e de seu lacaio Inácio Correia Pamplona, corporificada na famigerada Carta da Câmara de Tamanduá à Rainha, de 1793, nossos historiadores passaram batidos e NUNCA se aperceberam dos reais fatos, apesar de estes estarem sobejamente documentados no APM e vários outros arquivos judiciários, administrativos e eclesiásticos de Minas.
    A versão de Marilusa sobre os quilombos é, sem tirar e nem por a ERRADA versão de Diogo de Vasconcelos, Hildebrando Pontes, Waldemar de Almeida Barbosa e muitos hodiernos historiadores acadêmicos.
    Ora, iria Gonzaga, que SABIA de tudo, transmitir a Marilusa a errada versão dos historiadores mineiros? Iria MENTIR sobre a verdade que, em vida, conheceu sobejamente?
    Ou o espírito que transmitiu a “história” para Marilusa NÃO é o de Gonzaga, ou o espírito de Gonzaga seria um espírito maligno, ou Marilusa é uma médio de segunda que foi enganada por um espírito mentiroso, ou Marilusa é uma falsa médium.
    Assim, acreditar no espiritismo e na mediunidade não é se transformar num sectário, como um torcedor fanático de futebol.
    O livro de Marilusa NÃO contribui para o enriquecimento da alma humana, pois, mistifica a MENTIRA historiográfica e atrapalha ainda mais o trabalho de que tem dedicado a VIDA para recuperar esta parte da História de Minas Roubada do Povo. Por exemplo, recebi esse livro de presente, de um amigo espírita, dizendo-me que, sito sim, é que é HISTÓRIA. Mandei-lhe uma exemplar de meu livro, como 1034 páginas e 2740 notas de rodapé indicando minhas fontes documentais… ele, até hoje, NADA me respondeu e foge do assunto, quando lhe proponho discutir o que diz Marilusa em face do que está ESCRITO nos documentos e na toponímia dos anos setecentos de Minas Gerais.
    Portanto, o trabalho de Marilusa atrapalha a recuperação das verdade dos verdadeiros fatos históricos ROUBADOS de nosso povo desde o final dos anos setecentos.
    Portanto, o sectarismo espírita que tentar ESCONDER uma coisa tão nefasta, tem que ser banido.
    O Espiritismo deve ser, antes de tudo, CIÊNCIA, e não um sectarismo fanático, ou sabichice vaidosa, ou picaretagem pura.
    Sugiro uma visita ao meu site o http://www.mgquilombo.com.br
    Estamos abertos a qualquer discussão sobre História da Confederação Quilombola do Campo Grande, tema tão maltratado pela Marilusa.
    É o que penso.

  41. mrh Diz:

    Karo Tarcísio, acho q lendo agora consegui apreciar + seu comentário do q quando o li pela 1ª vez. Valeu ter lido 1 pouco + sobre a escravidão no Brasil, assunto q conheço pouco.
    .
    Seu toque sobre a EXISTÊNCIA da mediunidade e da psicografia foram importantes, num momento em q tto erro já me desviava dessa rota.
    .
    Grato e parabéns p/ seu massudo trabalho.

  42. Marcio Diz:

    Olá Tarcísio,

    interessante seu post, e confesso q sequer conhecia o assunto. Sobre tema próximo, estou no momento lendo Fluxo e Refluxo, do Verger, q já é um catatau. Mas gostaria de ler seu livro, aliás, de tê-lo, como convém a um bibliófilo…
    Assim, no futuro vou visitar seu site.
    Abraços,
    Marcio

  43. Tarcísio José Martins Diz:

    Olá Márcio
    Valeu, mano.
    Mas, meu trabalho não tem NADA a ver com o trabalho do Verger. Entendo que ele errou de “endereço” ao vir para o Brasil falar de negros sudaneses. Somos BANTUS, mano.
    Bantus nada têm a ver com orixás.
    Espero que visite meu site.
    Um abraço do
    Tarcísio.

  44. mrh Diz:

    Caro Tarcísio, é 1 prazer receber gente como vc aqui – militantes, cultos e espiritualistas; foi, dentre outras coisas, na esperança d chegar até vcs q escrevi.
    .
    + num pto discordo: Verger tem razão no seu recorte, pois sua pretensão era falar dos negros baianos, particularmente nos d Salvador. Nesse ponto, ele ñ errou.
    .
    Visitei seu site + d 1 vez.
    Abraço.

  45. Roberto Nunes Diz:

    Algumas das manifestações críticas demonstram muito bem a “arte” de se ser “superficial no profundo e profundo no superficial”…
    RN

  46. José Diz:

    Só pelo fato desta suposta médium receber psicografias e pictografia de “entidades famosas” já me causa estranhamento e me dá a impressão que trata-se de farsa.
    Só espíritos de gente famosa tem alguma coisa boa para dizer ou mostrar?
    Para mim isto revela uma personalidade egocêntria e narcisista da medium.
    Creio que um crítico de arte poderia sim avaliar as pinturas recebidas através de pictografia, uma vez que ele estaria procurando por traços; estilo e técnica de pintura comuns as obras do autor enquanto encarnado.
    Não posso afirmar que eu desacredite da continuidade da vida após a vida, contudo obras como a da Sr. Marilusa contribuem para que eu fique mais ceptico.
    Quanto a postura de algumas das pessoas que fizeram comentários acima, só me mostra que temos que tomar cuidado com algumas pessoas que se dizem espíritas mas que de espíritas não tem nada, uma vez que não acredito que qualquer espírita de verdade, pelo menos aqueles com um mínimo de evolução moral e que conheçam e aceitem a doutrina, desejariam que um irmão fosse para o umbral.
    Parabenizo você Victor, poque são pessoas como você que nos ajudam no caminho em busca da verdade. Se o que prega o espiritismo for realmente verdade é através do senso crítico e questionamentos que chegaremos a verdade. Se todos se contentassem com suposições e as aceitassem como verdades, a humanidade não teria evoluído e estaríamos ainda nos tempos da caverna, se é que teriamos chegado até lá. A ignorância daqueles que não questionam é o alimento para aqueles que abusam da boa fé destes mesmos ignorantes.
    Abraço
    José.

  47. mrh Diz:

    Karo José,
    .
    saiba q, desde sua origem ocidental, o projeto reencarnacionista sofre desse mal; Pitágoras, diz-se, recordou encarnações passadas: 1 como herói d guerra na Grécia e outra como estadista.
    .
    E isso numa época em q a história ñ era documental, + baseada na memória dos antigos e na narração dos rapsodos, 1 história mítika, ptto.
    .
    Mesmo assim, c/ tal fragilidade e falsidade extremamente provável, ele atribuiu a si mesmo a presença pessoal e real no interior d tais narrações míticas – hoje, sabemos, heróis imaginários em alguns eventos, no geral, passíveis d terem acontecido.
    .
    Seria + ou – como alguém dizer no Brasil q lembra-se d ter sido Tiradentes e depois Juscelino (c bem q o caso d Pitágoras é ainda + desesperado e improvável, pois as figuras das quais ele c recordaria eram imaginárias – as nossas, documentadas).
    .
    Na V, em discursos desse tipo, há menos realidade e + exercício d poder, buscando nobreza e respeitabilidade numa retórika “religiosa”.
    .
    Swedenborg, c/ seus espíritos, governou a Suécia d fato durante o período da rainha Cristina, pois essa c convenceu q o alegado vidente recebia instruções d seu irmão morto, o rei legítimo, e ñ assinava 1 decreto s/ q o taumaturgo lhe confirmasse q era da vontade d seu irmão defunto.
    .
    Pitágoras governou 1 comunidade d milhares d pessoas na Itália, 1 verdadeira cidade; seguidores q ajuntou com tais falas.
    .
    E, na minha opinião, existe aqui tb 1 2º ponto relevante: qdo algum militante espírita começa a c destacar, torna-se inconveniente p/ muitas forças obscuras do além, e 1 das maneiras d ridicularizá-lo publicamente, desacreditá-lo, é fazer c/ q ele diga q foi o rei tal, o papa tal, o faraó tal.
    .
    Nesse caso, contam c/ 1 fibra sensível do nosso caráter, a vaidade, e rapidamente conseguem q o sujeito saia p/ aí, ele mesmo, falando contra o próprio patrimônio, q foi o rei tal etc. Cresci num CE na qual a principal líder, q desempenhava 1 trabalho notável, volta e meia dizia q tinha sido a rainha da França, q tinha tido a cabeça cortada na guilhotinha etc.
    .
    P/ militantes espíritas, q sustentam a humildade como valor, ñ pode haver armadilha + contraditória: valorizar 1 pretensa encarnação conhecida, na qual c tropeçou d muitos modos, ao invés d encarnações laboriosas, nas quais pudemos estudar, amar e, d quebra, ainda prestar algum serviço útil à comunidade.
    .
    Como todo mundo, infelizmente, tenho obsessores tbém, q às vezes tentam criar armadilhas e fazer-me tropeçar.
    .
    P/ estes, hoje eu estaria falando aos 4 ventos q sou a reencarnação d Tiradentes (em virtude d minha curiosidade sobre o episódio da IMineira; do fato d eles serem ignorantes e conhecerem do episódio apenas o nome do militante + famoso etc.).
    .
    + eu sei q ñ fui. E +, qdo pude ver alguma coisa do meu passado, encontrei exatamente o q ñ esperava – franciscano.
    .
    Clérigo muitas vezes, em muitos lugares.
    .
    Assim, vamos nos precaver contra a malignidade e, ainda, querer bem as pessoas.

  48. albuquerque jr Diz:

    [estranho, mesmo…

    Mas interessante é a maneira como as pessoas tratam o assunto; dispõe-se tanta sobriedade e transparência sobre esse tipo de ‘manifestação espiritual’, no entanto há um permanente descrédito em relação às Escrituras, à Bíblia. Como? Ora, o mundo espiritualista só considera (e portanto, só aborda) o novo testamento, por encontrar no restante da Bíblia um Deus violento, genocida. Acreditam na manifestação de um dado espírito num médium, e não acreditam nos referenciais históricos que norteiam a permanência bíblica no rol das mais fidedignas literaturas. O ser humano é complicado, por essência. não se discute crenças, realmente – é tolice. Apoio a iniciativa do site, a comparação dos textos, a dedicação e inteligência de quem o faz. A intenção não é detratar o médium; e sim – com muita justiça – relativizar a realidade de algumas crenças que na verdade não passam de crendices, a saber, todas as manifestações religiosas carregam sua “parte podre”, como aqueles autores interessados antes na vendagem de suas obras que na edificação de seus irmãos – e coirmãos.

    Forte abraço, amigos.

  49. Jucineide Diz:

    O que queria dizer é que o livro que o Tómaz escreveu é e o outro livro foi também. Ninguém precisa ficar num só quando tem dois e pode puxar mais um também. De um livro sae dois e mais um três, e assim vai. Não é preciso desintender. Todos podem ter razão que não é só de um.

  50. Marília Diz:

    O Chico ensinou que quando te criticam uma obra, publique outra. A caravana passa e os câes ladram…

  51. Biasetto Diz:

    Márcio,
    Só mesmo quem não quer aceitar a realidade, as evidências, pra contestar o plágio.
    Belo trabalho.

  52. Jonathan Diz:

    Muito bom seu trabalho, Marcio! Porém, não podemos julgar o todo pela parte, nem a parte pelo todo. Sendo o todo formado de diversas partes, cada uma tem suas propriedades, que unidas formam o todo. Acaso julguemos o todo pela parte, então não estaríamos julgando o todo, porem a parte, já que estamos excluindo as outras partes do todo. Se julgarmos o todo pela união, e somente pela união, de todas as suas partes, por fim estaremos julgando o todo e não suas partes. É como o corpo humano, seja qual for a divisão que tomemos como base, cada parte tem uma propriedade e juntando-as tens as propriedades do corpo humano, como um todo.

  53. mrh Diz:

    Oi Jonathan,
    .
    apreciei muito seu comentário, ele é muito engraçado… ri bastante.
    .
    Há assuntos q podem e devem ser apresentados com bom humor.
    .
    Q bom q vc gostou do texto. Há outros bons no blog tb.
    .
    Qto a podermos ou ñ julgar o todo pela parte, é 1 longo debate teóriko.
    .
    Há casos e casos.
    .
    P. ex., minha mãe era do interior d MG, área rural, e lá vi como c faz qdo c julga o valor d 1 lote grande d café: fura-se 1 das sacas e faz-se a apreciação.
    .
    Evidentemente, ñ é possível consumir todo o café p/ somente então dar 1 veredito, pois c destruiria o bem q c quer vender.
    .
    Assim, pode-se e deve-se julgar o todo pela parte, pois temos 1 motivação prática p/ fazê-lo, e devemos encerrar a busca pelo conhecimento e satisfazer-mo-nos c/ o resultado obtido liminarmente.
    .
    A mesma coisa qdo a polícia dá 1 batida num caminhão q transporta 1 carga. Ñ c pode destruí-la inteira, ptto, uma das maneiras é agir por amostragem.
    .
    Ñ c podia destruir o pano inteiro do Sto Sudário p/ testes, e, então, optou-se pelo conhecimento p/ amostragem: retirado 1 pequeno pedaço, avaliou-se o todo, a partir do princípio da semelhança, ou seja, ñ há razão, a princípio, p/ pensar q o restante será diferente da parte escolhida.
    .
    A contestação devota, claro, escolheu o ponto pressuposto do método, e sustentou q o restante é diferente da parte escolhida etc., pois o resultado obtido ñ foi o esperado pelos devotos…
    .
    Em geometria, o todo resulta da soma das partes; em biologia, p/ emergência, o todo tem propriedades distintas da estrita soma das partes.
    .
    Assim caro amigo, pode-se e tb ñ c pode inferir o todo pela parte, dependendo do método, do objeto e até d quem investiga o q.
    .
    Aquele abraço, mrh.

  54. mrh Diz:

    Biasetto, grato pela leitura, caro amigo. Vivendo e aprendendo, sempre…

  55. mrh Diz:

    Marília, puxa, q elevado seu comentário, ñ?

  56. mrh Diz:

    Jucineide:
    .
    Há, há, há… muito bom!

  57. mrh Diz:

    Albuquerque Rj:
    .
    Já dei-me ao trabalho d ler o NTestamento d ponta a ponta, + realmente ñ fiz o mesmo c/ o AT.
    .
    Preciso fazê-lo 1 dia, karo Albuquerque.
    .
    + já me antecipei e fiz 1 curso d 1 ano sobre literatura judaica clássica; ptto, apesar d ñ ter passado os olhos em todo o AT, passagem p/ passagem, conheço superficialmente o assunto.
    .
    Aprecio a bíblia como boa literatura histórica.
    .
    Q bom q vc gostou e entendeu as motivações do texto e do blog.
    .
    1 abraço.

  58. mrh Diz:

    Roberto Nunes, sim, é V, e outras são lacônicas.

  59. mrh Diz:

    Karo Tarcísio, é 1 prazer receber gente como vc aqui – militantes, cultos e espiritualistas; foi, dentre outras koisas, na esperança d chegar até vcs q escrevi.
    .
    + num pto discordo: Verger tem razão no seu recorte, pois sua pretensão era falar dos negros baianos, particularmente nos d Salvador. Nesse ponto, ele ñ errou.
    .
    Visitei seu site + d 1 vez.
    Abraços.

  60. mrh Diz:

    Karo Tarcísio:
    .
    Acho q lendo agora consegui apreciar + seu comentário do q qdo o li pela 1ª vez.
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    Foi útil eu ter lido 1 pouco + sobre a escravidão no Brasil, assunto q conheço pouco.
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    Seu toque sobre a EXISTÊNCIA da mediunidade e da psicografia foram importantes, num momento em q ttos erros já me desviavam dessa rota.
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    Grato e parabéns p/ seu massudo trabalho.

  61. mrh Diz:

    Tarcísio, concordo sobre o papel q Gonzaga haveria d ter num processo mediúnico.
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    Ele era mesmo 1 sujeito extremamente culto.
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    Minha interpretação sobre esse personagem é a seguinte:
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    1) motivação: por que arriscou-se ingressando na IMineira? Porque queria passar do judiciário ao executivo. Explico: a sociedade portuguesa era profundamente estamental. Os governadores vinham todos da alta nobreza, merecedores ou ñ. Gonzaga pertencia à pequena nobreza, e o máximo q alcançaria era onde já tinha chegado, desembargador. Por + q fizesse ou merecesse, nunca ultrapassaria as fronteiras do judiciário. Todavia, era extremamente culto, preparado e ambicioso. Queria governar. Sonhava ser e estar dentre os “grandes”. Assim, arriscou-se tentando o mínimo risco;
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    2) era bem maquiavélico. Estava disposto a cortar a cabeça d seu antigo amigo, o Visc. Barbacena p/ ascender socialmente. Frequentava a casa do Visc., conhecia a Viscondessa, seus filhos pequenos e, apesar disso, arrivista, via o governador como alguém a ser batido, inclusive fisicamente, p/ tomar seu lugar. Sua foi a determinação d cortar a cabeça do governador, p/ envolver a todos imperdoavelmente, alegando também q “o direito d todos está acima do direito particular”, num uso 1 tto rousseauista da doutrina legal vigente (explico: no direito absolutista, o direito d todos é superior ao particular, ou seja, o Estado tudo pode. + Gonzaga utilizou esta máxima p/ justificar matar Barbacena, ou seja, o bem d todos – o levante – superaria o direito à vida do governador – direito privado. Essa inversão oportuna, ou seja, válida como direito ao levante dos povos, foi proposta p/ Rousseau);
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    3) Talentoso e culto: seus versos são belíssimos e extremamente eruditos, o q revela 1 homem profundamente estudioso e sensível;
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    4) Era socialmente insensível e cioso d seu poder. Pouco c importava c/ a escravidão (aliás, em Moçambique, defendeu a escravidão no tribunal local), c/ a miséria ao seu redor etc., e ficava furioso qdo suas determinações de magistrado eram superadas pelos governadores, o q era legal na época (o judiciário era um poder subalterno ao executivo, distintamente d hoje), e os satirizava d 1 pto d vista aristocrático & conservador.

  62. mrh Diz:

    Tarcísio & demais:
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    Caso interesse tb, no único contato espiritual q tive c/ essa entidade, observei 1 homem ligeiramente abaixo da estatura média; extremamente belo – seus retratos disponíveis ñ fazem jus à sua figura; cabelos algo claros, grandes, penteados p/ trás num efeito d juba; vestes diferenciadas & capa a aumentar seu tamanho e tornar sua presença marcante; gestual estudado e controle da situação & cena nas quais c manifestou. Ñ parecia 1 português típico.

  63. mrh Diz:

    Dilma, saravá…

  64. mrh Diz:

    Olá dona Bia, q bom q fui útil. Sempre prestando serviços…

  65. mrh Diz:

    Paulo de Tarso Piccinini:
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    Ñ concordo q aqui “o espiritismo” esteja a sofrer agressões. No máximo, sua versão popular está sendo depurada, na senda mesmo d ttas advertências q Kardec nos legou.

  66. mrh Diz:

    Antonio Baracat:
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    O Monsenhor Visoni? Ñ, jamais sonhou em ser Arcebispo…
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    Mesmo ao c escrever 1 romance, principalmente espírita, ñ c deve esquecer d citar a fonte. C isso ainda ñ é 1 hábito entre nós, deve c tornar.
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    Qto ao plutocrata Macedo, sua participação foi inferida p/ Maxwell, antes do texto da Marilusa, em 73, curiosamente p/ razões materialistas, q alhures já critiquei.
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    O influente historiador citado era marxista, economicista, e assim leu a IMineira. Ou seja, nesta interpretação, os interesses econômicos têm preeminência, e o banqueiro Macedo “ñ poderia estar d fora”.
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    1 inferência teórika, ñ documental, decide a contenda no tipo d história assim feito. Ptto, nem o idealismo d Tiradentes, nem o saber do Cônego Silva etc. A relação d causalidade levaria ao dinheiro d Macedo, o verdadeiro móvel da história. E aos adeptos d 1 teoria, qdo obstinados, ñ importa a ausência d documentos, ou seja, a realidade; importa manter intacta a teoria e superpô-la aos fatos.
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    Observe q Macedo ñ figurou em nenhum rol d inconfidentes, ñ foi processado nem pela devassa d MG nem pela do RJ. Ñ foi condenado.
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    Todavia, a tese d Maxwell, ortodoxa, precisa dele. Ñ exatamente dele, + d sua fortuna. Explico: na hermenêutika marxista do devir histórico, o úniko e verdadeiro agente, o ator essencial, é o capital. Os personagens humanos são variáveis, acidentais, neste aristotelismo. Na IMineira tivemos Tiradentes, na ConfEquador frei Kaneka, na RevFrancesa Marat e ttos outros personagens. As figuras variam, + o agente d fundo é sempre 1 só: das kapital.
    .
    2º Maxwell, p/ ñ variar, a kausa da IMineira foi q, naquele momento, convinha ao gde kapital d MG separar-se d Portugal, p/ kontinuar existindo.
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    + komo afirmar isso, c o militante + konhecido do movimento foi apenas 1 alferes, 1 sujeito d classe média? Komo afirmar isso, c o ideólogo do movimento foi 1 cônego, q pregava o exemplo dos EUA desde 1781, em suas aulas d filosofia e história num seminário d Mariana? Komo afirmar a tese básica c o 1º presidente escolhido era 1 magistrado q mal recebia seus salários (em dia) da coroa portuguesa? C 1 plutocrata como alvarenga jogava contra o patrimônio e queria libertar os escravos?
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    Os fatos ñ c enquadravam satisfatoriamente na teoria, + Maxwell percebeu q, c “criasse” 1 inconfidente, Macedo, e o tornasse O inconfidente, então poderia voltar à boa e velha senda do hominídeo economicus.
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    Ao afirmar q Macedo participou da IMineira, com destaque, Maxwell pode legitimamente estudar as conveniências momentâneas d seu capital, e concluir q a separação d Portugal era boa para este.
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    + ainda restava 1 problema: se foi assim, p/ q Macedo ñ está nas listas d inconfidentes? P/ q ñ foi processado e preso?
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    Maxwell precisou inventar + 1 historinha ñ documentada: o governador Barbacena teria se interessado particularmente p/ seu caso e protegido o banqueiro mediante suborno. As provas disto? Ñ existem.
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    + colou p/ toda 1 geração q ansiava p/ explicações economicistas, nos anos 70 e 80.
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    Kurioso é ver espiritualistas enveredarem irrefletidamente no sentido das explicações materialistas… e ainda se gabarem rs.

  67. mrh Diz:

    Karo Prof. Antonio Fo.
    .
    Parece q ao menos 1 governador d MG mandou vasculhar o subsolo d Ouro Preto atrás da cabeça d Tiradentes, e, infelizmente, ñ a encontrou. 1 pena… 1 boa coisa seria algum médium nos dizer seu ponto exato, p/ q pudéssemos recuperá-la.

  68. Nivaldo Deliberalli Diz:

    Senhores (as):
    Comecei a ler os relatos dos comentaristas daqui, mas de início, desistí, pois essa discussão não leva a nada.
    É triste ver as pessoas se degladiando, na tentativa de provar estar com razão.
    Sou um espiritualista, sou médium, mas de nada adianta tentar provar isso ou aquilo. Essa ação só demonstra os egos exacerbados de quem tenta incutir ou fazer sua a verdade, ser a verdade do outro.
    NUNCA saberemos a verdade total neste assunto, mesmo porque os historiadores erram, tanto quanto os médiuns erram. Os espíritos também, bem como os grandes catedráticos, já que estamos todos em estado e evolução.
    Essa discussão não leva a nada, só à desarmonia. Melhor seria se esses que aqui se atacam, se unissem para tentar obter um relato mais completo, mais real, já que ambos os lados tem conhecimento do assunto.
    Não é dessa disputa infantil o exemplo dos relatados nessa história, nem dos espíritos envolvidos.
    Mas infelizmente, vocês todos cairam nessa baixa tentação e portanto, no meu descrédito.
    Espero que repensem suas posições.
    Paz a todos.

  69. kaka Diz:

    quem deu a vcs o direito de dizer o que é certo ou errado? Deixem a cada leitor da obra o direito de achar o que ele entender por sua própria análise.Cada leitor recebe do texto que lê uma mensangem diferente de outro leitor. Depende das nossas necessidades e da nossa evolução. Cada religião interpreta a bíblia da conforma que têm necessidade. Vai falar que um ou outro está errado. O importante é o que cada um sente em relação a obra que lê seja essa ou aquela.

  70. bia Diz:

    a gente só pode criticar quando faz igual ou melhor. pelo visto vc que se intitula tão culto quanto ao que se sucedeu nas minas gerais , com certeza deve estar querendo pegar carona em cima de uma obra tão bem feita e tão minunciosa como os livros de marilusa. infelizmente no mundo ainda há pessoas como vc,o que é mesmo lamentavel, com certeza meu senhor , que nem sei quem é, o senhor deve ser um ignorante espiritualmente falando , pois não respeita a religiao nem a oipinião dos demais.
    com certeza deve haver mais gentinha como vc para poder te apoiar …caso contrario como se aparecer nao é verdade?
    faça igual ou melhor!!!!!! se aparecer diante de pessoas bem sucedidas é uma coisa, se aparecer pelo próprio potencial (coisa que vc nunca terá ) é outra completamente diferente. tenha uma otima noite

  71. mrh Diz:

    Bia, esta noite tive 1 “sonho” estranho, muito lúcido, na linha d 1 outro q me ocorreu semanas atrás.
    .
    Eu literalmente sobrevoava o Vale dos Reis, e compreendi imediata e perfeitamente q era esse vale quando o “sonho” começou.
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    Sabia já ter existido ali, e a única coisa q me causava surpresa era o “puxa, a qto tempo!”
    .
    Ele era algo diferente das fotografias q d lá c tiram hoje, + verde, + banhado, + pedregoso – havia 1 imensa pedra ali, imagino d centenas d metros.
    .
    Vi gerações d egípcios c sucederem num vórtice, todos presos à cultura d seu tempo e, ptto, condicionados historicamente, sem poderem manifestar 1 autonomia maior… eu também devo ter vivido assim!
    .
    Claro, caso isso ñ seja apenas 1 alucinação descabelada, e sim algo com alguma relação c/ a realidade, tese q abraço principalmente, embora admita q o inconsciente impregne muita informação posterior nisso tudo.
    .
    Acho q carreguei muita pedra por lá.
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    Curioso é q, a determinada altura do “sonho/rememoração/desdobramento/alucinação descabelada” alguém ñ gostou nada do q estava acontecendo, e me interceptou no “voo”.
    .
    Percebi a sutileza inicial, a tentativa d usar o episódio para me prejudicar, a minha credibilidade, c é q eu possuo alguma, e essa “entidade” começou a infiltrar a informação q eu teria sido 1 faraó.
    .
    O velho truque. Se o sujeito comprar, por algum tipo d
    vaidade, e sair dizendo q foi faraó, papa, rei etc., ele incorre na crítica + comum aos q padecem desse tipo d experiência e perde credibilidade.
    .
    Mas parece q já estou escolado em ambos os lados da vida qto a esse ponto, e acordei rindo. Seja lá quem for, estava energeticamente colado em mim e, ao me ver rir, descolou-se muito irritado por ter sido apanhado tentando o velho truque.
    .
    Ñ sei quem fui, parece apenas q fui, talvez. Mas esse negócio d reencadernação, c verdadeiro, e penso q é, vai nos lançar num tempo inesperadamente imenso… impressionante.
    .
    Ñ me queira mal, apesar d vc c sentir contrariada por meu estudo do post.
    .
    Acho q estamos a muito tempo próximos, quem sabe, tempo demais para ficar brigando.
    .
    Grande abraço,
    Marcio

  72. Giuseppe Laucas Diz:

    Tenho que tirar o chapéu para uma pesquisa tão bem realizada, e as demonstrações dos embustes muito bem apresentados e fundamentados. Como bom espírita que sou, e por isso, amante da verdade, me deixa contente os esclarecimentos das fraudes que ocorrem no movimento espírita brasileiro. Não duvido da mediunidade da “médium” em questão, mas partindo do pressuposto que ela seja realmente médium, é extremamente perturbada, ou então comete fraude consciente. Fato é que o livro, tal como algumas mensagens (psicofonicas que vi) não são em realidade dos referidos espiritos, e possuem erros graves, infantis. Muito bacana a iniciativa.

  73. Alexandre Borges Diz:

    Tarcísio José Martins e Antônio Abdalla Bacarat Filho deram um banho de competência nos seus comentários!!! Tarcísio, então, nem se fala! Fico deveras impressionado com o fanatismo – enquanto fenômeno psíquico -, pois cega totalmente o bom senso. Dos espíritas que comentaram o episódio em apreço, descabe da minha parte quaisquer comentários, vez que são analfabetos funcionais. Os espíritas são, antes de tudo, apologistas insensatos e místicos de pensão. Acreditam em tudo que é obra “psicografada”, mas não acreditam em pesquisas feitas com tanto esmero que fora esta feita pelo Vitor. Os espíritas são vomitadores de groselha e clichês surrados, os quais descabem maiores comentários. Por mais que se lhes mostre a verdade, sempre vão sair pela tangente dizendo: “ah, a médium não filtrou direito o que o espírito disse”, “como médium semi-mecânica, ela não escreveu direito o pensmento do fulano” etc. O desserviço da sra. Marilusa é tamanho, que chego a questionar o porquê de as autoridades no assunto não se posicionarem judicialmente. Está provado à farta que se trata de plágio! Distorcer a verdade histórica, se traduz em atentado à memória dos personagens envolvidos, é jogar no lixo a verdade, e dar azo à mentira, ao embuste à má-fé. O Ministério Público Mineiro deveria tomar conhecimento de tais ocorrências, inda mais por ataque frontal à lei de direitos autorais. É medida que se impõe! O trabalho do Vitor foi realmente louvável! Lamento muito por haverem no mundo tantas criaturas sem lucidez, sem senso de julgamento. O próprio “codificador” do espiritismo alertou sobre como deveria ser a POSTURA DOS “ESPÍRITAS” no que se refere à mediunidade: “É preferível afastarmos 10 verdades do que aceitarmos uma MENTIRA”. Quem escreveu tal aforismo foi o espírito de ERASTO. Ao menos o citado espírito teve bom senso na sentença citada. Renovo os meus votos de apreço e estima pelo pesuisador Vitor!

  74. Marciano Diz:

    teste

  75. Felipe Diz:

    Cara, tú é um tatu.
    Um tatu bola.

    Não sabe que Médium é um canal de comunicação de informações de um plano para o outro???!!

    Vc acredita que os “canais” são perfeitos, que não há distorções no sinal, na fonte, no canal, na recepção?!!

    Estude um pouco mais o Espiritismo, em que as próprias leis dá Física são constatadas, como as da transmissão de sinais.

    O argumento que quero te passar é simples, sem conjecturas mirabolantes:

    O livro dá notável médium Marilusa demorou 30 anos pra ser revelado. Ele é muito mais antigo que as “pesquisas” que expôs!!!

    Sinceramente, vcs da “Academia” só não conseguiram ver o óbvio. A obra de Marilusa é anterior.

    Ela é que foi e continua sendo copiada.

    Não perco meu tempo. Já vi muita coisa no Espiritismo, arrependo-me pela minha pouca fé. Vi muita gente ser curada de doenças consideradas incuráveis, vi mensagens de amigos do plano espiritual com exatidão de informações, etc…

    Mas, “nada disso vale sem o Amor”, sem a “Caridade”.

    Perdão, mas contra fatos, não há argumentos. A obra da Médium é que foi plageada.

    Continue nos seu infindável dualismo, conquiste mais canudos, aumente seu orgulho, sua vaidade honoris causa e congregue tantos quantos quiser ou conseguir. Mas, continuamos sentando todos os dias em privadas e dando descargas. Com ou sem canudos. Esperando a hora que seremos chamados a prestar contas e implorar por uma nova encarnação.

    E, já que vc tem tempo de sobra, pesquise esse aí tb, relacionado a presente obra que tentou “desenaltecer”:

    http://blogdalux.blogspot.com.br/2008/08/comentrios-sobre-o-livro-confidncias-de.html?m=1

    Como disse bem dito, no bom e velho português: me dá um cigarro! Me ajuda aí doutor! Falou muita bobagem e perdeu o seu tempo. Arruma um nigucinho mió pra fazer sô. E vai viver a vida, já que não quer ver o óbvio, na imortalidade da alma, e na sucessão das reencarnações.

  76. mrh Diz:

    Oi Felipe,
    .
    o tatu é um bichinho legal… foi o mascote da copa. Grato pela comparação.
    .
    A matemática de seu argumento é bastante radical, para dizer o mínimo.
    .
    Vc disse que o livro da Marilusa “demorou trinta anos para ser revelado”, e que “ele é muito mais antigo que as “pesquisas”” que expus.
    .
    Bem, a edição mais antiga que encontrei do livro da Marilusa data de 81; trinta anos antes, pela sua alegação, então existiria em 51, aguardando a ocasião de ser desvelado.
    .
    Mas a autora nasceu em 42. Então, com nove aninhos tudo estaria encaminhado. Extremo, não?
    .
    Ainda q eu fosse muito ingênuo, mas tivesse uma boa memória, eu lembraria que o livro do Rosólia, um dos citados, é de 33.
    .
    Mas não desista, a arte da argumentação pressupõe treinamento.

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