LIVRO O DESTINO DO CORONEL FAWCETT, DE GERALDINE CUMMINS

O blog Obras Psicografadas mostra um plágio da maior médium irlandesa, Geraldine Cummins, muito estudada pela Senhorita E. B. Gibbes. O texto que se segue é a minha tradução de um trecho de um artigo escrito em 1966 por Simeon Edmunds, que descobriu a semelhança entre o livro The Fate of Coronel Fawcett [O Destino do Coronel Fawcett], de Cummins, e um artigo do próprio Coronel Fawcett publicado na revista Occult Review 26 anos antes.

Este livro [O Destino do Coronel Fawcett] é composto em grande parte de uma série de escritos, alegadamente oriundos do explorador, coronel PH Fawcett, que desapareceu em 1925 quando em uma expedição na selva brasileira. A Senhorita Cummins não faz afirmações sobre a fonte dos escritos, deixando o leitor formar sua própria opinião, mas sua amiga, Senhorita E.B. Gibbes, que se sentou com ela para a produção dos escritos e preparou-os para publicação, e que escreveu os capítulos introdutórios, deixa claro a sua convicção de que o próprio Fawcett era o comunicador. Os trechos a serem citados aparecem no início do capítulo quatro, e são de alegadas comunicações de Fawcett escritas em março de 1949. Elas são equiparadas a seguir com os extratos de um artigo do próprio Fawcett, intitulado ‘’The Occult Life’ [A Vida Oculta], que apareceu na Occult Review, vol. XXXVIII, em 1923.

 

Os Escritos de Senhorita Cummins


O Artigo de P. H. Fawcett


O medo está tão profundamente enraizado no germoplasma quanto o instinto de auto-preservação, e é a verdadeira essência de si mesmo. … O medo é a mais difícil de todas as falhas humanas de curar. … O medo está intimamente ligado com a emoção. … A emoção é a expressão exterior de um ser humano evoluído de forma imperfeita. Na aurora das civilizações, o controle da emoção distingue a parte superior do povo. Durante a queda, quando o elemento superior está sendo substituído pelo inferior, a emotividade prevalece em todos os segmentos da sociedade.

O medo é, sem exceção, a mais difícil de todas as falhas humanas, estando profundamente enraizado no germoplasma quanto o instinto de auto-preservação e a verdadeira essência de si mesmo. Ele está intimamente ligado com a emoção, o que em si é ilógico. Pois a emoção é a expressão exterior e visível de uma mônada evoluída de forma imperfeita. … Em todas as civilizações, em sua aurora, o controle da emoção distingue o elemento superior do povo; durante a queda, quando o elemento superior está sendo rapidamente substituído pelo inferior, a emotividade prevalece em todos os segmentos da sociedade.

Na vida terrestre, a energia vital disponível para os seres humanos é limitada. Seres humanos emocionais são excessivos dispêndios de energia; eles esgotam rapidamente as reservas mais liberais. … Percebi que desperdiçamos energia vital a cada momento de um dia incauto que desperta em perturbações emocionais e movimento físico desnecessário.

A energia vital disponível para as despesas imprudentes nesta vida é limitada. Nós não controlamos sua produção, mas desperdiçamo-la gravemente. … Nós desperdiçamo-la a cada momento de um dia estimulante imprudente em perturbações emocionais e movimento físico desnecessário, para não falar das medidas de proteção contra as influências antipáticas inevitáveis em grandes populações.

Os animais são menos difusos de sua vitalidade que os seres humanos: mas podemos, por contato com eles, absorver beneficamente sua energia mais grosseira, e uma saúde ruim pode ganhar muito de animais domésticos. O reino vegetal conserva sua vitalidade ainda mais que os animais, mas eu desenvolvi um método pelo qual sua energia talvez seja extraída.

O reino animal é menos difuso de sua vitalidade que o homem. O contato permite que a qualidade mais grosseira de sua energia vital seja absorvida beneficamente por nós. Uma saúde ruim pode ganhar muito de animais domésticos; saúde abundante pode perder algo. No reino vegetal este conservadorismo do animal é mais pronunciado; pois a vitalidade das plantas é difícil de extrair.

Fiquei com as minhas costas contra uma árvore de crescimento saudável vigoroso, com a minha cabeça e ponta dos dedos perto do tronco. Respirei profunda e lentamente, na extração da vitalidade da árvore a cada inspiração. Mas a energia requerida para as funções do corpo humano são conseguíveis de outras fontes que a vida da planta e do animal [sic]. Cristo teve um conhecimento completo dessas outras fontes e de como elas talvez sejam extraídas.

Fique com as suas costas contra uma árvore de crescimento vigoroso, a cabeça e palmas das mãos próximas ao tronco, particularmente as pontas dos dedos; respire profunda e lentamente, exercitando a “vontade” de extrair a vitalidade da árvore com cada inspiração. A energia necessária para as funções do corpo humano é conseguível de outras fontes que plantas ou animais os quais somos atualmente dependentes. Há um reservatório que pode ser extraído.

Homens e mulheres normais não podem deliberadamente extrair a força vital tal como descrevi, por causa de sua ignorância dos métodos necessários a serem praticados. Mas eles podem conservar energia vital se houver uma ausência completa de perturbação emotiva — se fecharem a porta ao entusiasmo mental.

Os métodos são os culpados, não o princípio. Estamos todos trabalhando mais ou menos na escuridão. Há casos onde os poderes de um curandeiro psíquico simplesmente surpreendem, mas é um dom temporário, não permanente, cuja explicação é obscura. Nós sempre devemos ter em mente que onde qualquer associação entre os Dois Mundos seja desejada, seja para um propósito médico ou outro, a completa ausência de perturbação emotiva é essencial. O entusiasmo mental fecha a porta.

 

O presente escritor prefere não fazer qualquer comentário sobre as citações, e como a Senhorita Cummins, deixa o leitor formar sua própria opinião. Observações sobre algumas declarações feitas no livro pela Senhorita Gibbes podem, no entanto, revelar-se úteis. Por exemplo, sua alegação (página 145) que os escritos de Fawcett eram principalmente comunicados “na linguagem dos pensamentos ou imagens e não na das palavras” parece difícil de conciliar com a correspondência de palavras mostradas acima, no entanto, isso é explicado.

Numa nota de rodapé (página 19) Senhorita Gibbes afirma: “O Coronel Fawcett estava familiarizado com a pesquisa psíquica. … Eu não tinha conhecimento desse fato e, na verdade, não sabia nada sobre ele pessoalmente quando esses escritos foram feitos”. É difícil de aceitar que a Senhorita Gibbes não sabia nada sobre Fawcett, ou o seu interesse na pesquisa psíquica. Durante os anos imediatamente anteriores ao seu desaparecimento, ele contribuiu com diversos artigos para a Occult Review, o que fez o seu interesse muito claro. Neste momento, tanto a Senhorita Gibbes quanto a Senhorita Cummins também escreveram para a Occult Review e é difícil ver como poderiam deixar de notar seus artigos. Pela mesma razão, seria esperado que, se os escritos fossem de fato do Fawcett sobrevivente, ele saberia alguma coisa sobre a Senhorita Gibbes e Senhorita Cummins. Não há registro no livro de tal reconhecimento.

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Artigo original: Edmunds, Simeon. An Automatist’s Scripts Compared With Some Original Writings By The Alleged Communicator, Journal of the Society for Psychical Research, Vol. 43, No. 727, March 1966, 263-267.

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Obs: Para mais informações sobre a médium Cummins e o Coronel Fawcett, cliquem em http://www.omensageiro.com.br/personalidades/personalidade-96.htm

 

3 respostas a “LIVRO O DESTINO DO CORONEL FAWCETT, DE GERALDINE CUMMINS”

  1. Leonardo Diz:

    Evidente plágio.

  2. Flávia Diz:

    Mais uma próva que esse negócio de plágio é antigo nesse ramo. Até nisso os brasileiros só copiam.

  3. Danilo Diz:

    Não creio eu que seja um plagio isso, a psicografia ainda é pouco estudada e acreditada por muitos, os modos de escrever e semelhança podem ser uma pista do Coronel que realmente ele à escreveu…

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