Chico Xavier, Antero de Quental e O Corvo de Edgar Allan Poe – Plágio?

Há, entre os poemas de “Parnaso de Além Túmulo”, psicografado por Chico Xavier, um que imediatamente nos remete ao clássico de Edgar Allan Poe chamado “O Corvo”. O poema, no entanto, é atribuído a Antero de Quental. No meu entender, existe evidência suficiente para dizer que Antero de Quental não escreveu por intermédio de Chico, ocorrendo pastiche e/ou plágio em vez de um autêntico fenômeno mediúnico. Veremos por quê.

Os poemas são reproduzidos abaixo, e a alusão ao corvo de Poe é óbvia, alusão essa que inclusive foi reconhecida por Alexandre Caroli Rocha na página 104 de seu estudo “A Poesia Transcendente de Parnaso de Além Túmulo“, sem maiores comentários. No poema do Poe há um corvo que fala, respondendo a todas as perguntas com apenas duas palavras: “nunca mais”. Na psicografia também há um corvo que fala “nunca mais”. 

Antero de Quental era um grande admirador do trabalho de Poe e na psicografia seu espírito está falando que sente remorso por ter cometido suicídio (na vida real), e o corvo simboliza esse remorso que “nunca mais” o deixará. Porém há um problema: essa alusão quebra um dos misteriosos encantos de “O Corvo”. No poema de Poe, não sabemos realmente se a ave só sabe falar “nunca mais” ou se ela está dando respostas inteligentes às perguntas de seu interlocutor, enquanto que no poema de Antero o corvo nitidamente sabe falar mais do que apenas essas duas palavras. 

Eu acredito que o médium mineiro, sabendo da predileção de Antero de Quental por Poe, resolveu pegar trechos de O Corvo e inserir na psicografia. Vou explicar porque acho isso. 

Em 1º lugar, quando Chico lançou Parnaso em 1932, 4 anos antes já havia uma tradução do poema de Poe feita por Gondin da Fonseca. 

Em 2º lugar, já sabemos o Chico tinha acesso aos escritos de Poe, como revelou a pesquisa de Magali Oliveira Fernandes em seu livro “Chico Xavier, um herói brasileiro no universo da edição popular”, constando na pág. 187 uma foto do poema “Os Sinos” de Poe traduzido por Mario de Alencar colado em um caderno de Chico recém descoberto. 

Em 3º lugar, Chico repetidas vezes mal lia um original já o transcrevia para as suas psicografias. Foi assim quando transcreveu o conteúdo do livro Herculanum (1937), para seu livro Há Dois Mil Anos (1939), ou quando copiou a idéia de um conto de Wallace Leal Rodrigues (década de 50) transcrevendo-a para o livro Contos e Apólogos (1957). Exemplos não faltam, inclusive um exemplo claro de plágio constando no próprio Parnaso. 

Em 4º lugar, como já disse, não acho que o Antero de Quental ia querer destruir um dos encantos do poema do Poe, que é justamente o mistério sobre se o corvo apenas repetia “Nunca mais” ou se falava no intuito de querer provocar uma reação no personagem do poema. 

Em 5º lugar, no livro “Primaveras Românticas“ constam diversos poemas de Quental e um deles faz recortes justamente de expressões constantes no poema “O Corvo”, inclusive o “Nunca Mais”, só que nesse caso, diferentemente do que ocorre com o Antero ‘espírito’ em Parnaso, o Antero vivo faz uma referência explícita a Poe, batizando o poema de “Do inglês de Edgar Poe”. Segundo o artigo de Marcelo Pacheco Soares “Antero de Quental, um jovem poeta leitor de Edgar Allan Poe e Charles Baudelaire“: 

Em Do inglês de Edgar Poe, Antero de Quental faz referência ao poema O corvo, recortando dele alguns termos (daí o título da composição, em que a preposição inicial de indica a origem dos recortes), como a reconhecida expressão “Nunca mais” que a ave agourenta repete incansavelmente no decorrer dos versos de Poe. O poeta português cria uma analogia entre Lenore, mulher ausente que faz o poeta Poe sofrer, e a mulher cuja partida Antero lamenta em seu poema; por isso Antero recupera do texto matricial a idéia da “ave eterna de dor” (QUENTAL, 1926, p. 130), a fim de também simbolizar a sua consternação. Mas enquanto em O corvo a partida de Lenore é motivada pelo seu falecimento, o poema de Antero expõe outra circunstância para o afastamento da amada, que, segundo se sugere, foi viver na Itália: um matrimônio, enlace que afinal a transforma de pomba d’amor que voa livre na ave de eterna dor que faz de ninho o triste e glacial leito nupcial. Em função do caráter imutável que marca um casamento é que esta ave de dor é adjetivada como eterna e identificada deste modo irreverentemente com o corvo de Poe e sua triste sentença: “Nunca mais!” (sublinhado meu) 

Notem que o Antero de Quental quando vivo fez questão de dizer a origem dos recortes, enquanto que na psicografia ele não fez isso. Será que o Antero perdeu o senso de ética depois de morto? 

Em 6º lugar, será que o Antero de Quental iria se repetir, recortando a mesma expressão de antes, do mesmo poema de Poe, com o agravo de não indicar-lhe a origem? Notemos ainda que não é só o “Nunca mais” que se repete, a palavra “ais”, também freqüente no poema de Poe, aparece na psicografia. Depois de morto o poeta perdeu a criatividade?

Assim, acho que há base suficiente para dizer que Antero de Quental não escreveu por intermédio de Chico e que houve uma mistura de pastiche com plágio. Pelo menos no tocante ao poema O Remorso. 

Para quem quiser ouvir o poema “O Corvo”, há uma versão feita pelos Simpsons, muito boa:

 

Edgar Allan Poe,

trad. Gondin da Fonseca (1928)

Antero de Quental,

psicografia de Chico Xavier (1932)

O CORVO

Certa vez, quando, à meia- noite eu lia, débil, extenuado,

um livro antigo e singular, sobre doutrinas do passado,

meio dormindo – cabeceando – ouvi uns sons trêmulos, tais

como se leve, bem de leve, alguém batesse à minha porta.

É um visitante”, murmurei, “que bate leve à minha porta.

Apenas isso, e nada mais.”

 

Bem me recordo! Era em dezembro. Um frio atroz, ventos cortantes…

Morria a chama no fogão, pondo no chão sombras errantes.

Eu nos meus livros procurava – ansiando as horas matinais –

um meio (em vão) de amortecer fundas saudades de Lenora,

– bela adorada, a quem, no céu, os querubins chamam Lenora,

e aqui, ninguém chamará mais.

 

E das cortinas cor de sangue, um arfar soturno, e brando, e vago

causou-me horror nunca sentido, – horror fantastico e pressago.

Então, fiquei (para acalmar o coração de sustos tais)

a repetir: “É alguém que bate, alguém que bate à minha porta;

Algum noturno visitante, aqui batendo à minha porta;

é isso! é isso e nada mais!”              

 

Fortalecido já por fim, brado, já perdendo a hesitação:

“Senhor! Senhora! quem sejais! Se demorei peço perdão!

Eu dormitava, fatigado, e tão baixinho me chamais,

bateis tão manso, mansamente, assim de noite à minha porta;

que não é fácil escutar. Porém só vejo, abrindo a porta,

a escuridão, e nada mais.

 

Perquiro a treva longamente, estarrecido, amedrontado,

sonhando sonhos que, talvez, nenhum mortal haja sonhado.

Silêncio fúnebre! Ninguém. De visitante nem sinais.

Uma palavra apenas corta a noite plácida: – “Lenora!”.

Digo-a em segredo, e num murmúrio, o eco repete-me – “Lenora!”

Isto, somente – e nada mais.

 

Para o meu quarto eu volto enfim, sentindo n’alma estranho ardor,

e novamente ouço bater, bater com mais vigor.

“Vem da janela”, presumi, “estes rumores anormais.

Mas eu depressa vou saber donde procede tal mistério.

Fica tranqüilo, coração! Perscruta, calmo, este mistério.

É o vento, o vento e nada mais!”

 

Eis, de repente, abro a janela, e esvoaça então, vindo de fora,

um Corvo grande, ave ancestral, dos tempos bíblicos, – d’outrora!

Sem cortesias, sem parar, batendo as asas noturnais,

ele, com ar de grão-senhor, foi, sobre a porta do meu quarto,

pousar num busto de Minerva, – e sobre a porta do meu quarto

quedou, sombrio, e nada mais.

 

Eu estava triste, mas sorri, vendo o meu hóspede noturno

tão gravemente repousado, hirto, solene e taciturno.

“Sem crista, embora” – ponderei -, “embora ancião dos teus iguais,

não és medroso, ó Corvo hediondo, ó filho errante de Plutão!

Que nobre nome é acaso o teu, no escuro império de Plutão?”

E o Corvo disse: “Nunca mais!”

 

Fiquei surpreso – pois que nunca imaginei fosse possível

ouvir de um Corvo tal resposta, embora incerta, incompreensível,

e creio bem, em tempo algum, em noite alguma, entes mortais

viram um pássaro adejar, voando por cima de uma porta,

e declarar (do alto de um busto, erguido acima de uma porta)

que se chamava “Nunca mais”.          

 

Porém o Corvo, solitário, essas palavras só murmura,

como que nelas refletindo uma alma cheia de amargura.

Depois concentra-se e nem move – inerte sobre os meus umbrais –

uma só pena. Exclamo então: “Muitos amigos me fugiram…

Tu fugirás pela manhã, como os meus sonhos me fugiram…”

Responde o Corvo: “Oh! Nunca mais!”

 

Pasmo, ao varar o atroz silêncio uma resposta assim tão justa,

e digo: “Certo, ele só sabe essa expressão com que me assusta.

Ouviu-a, acaso, de algum dono, a quem desgraças infernais

hajam seguido, e perseguido, até cair nesse estribilho,

até chorar as ilusões com esse lúgubre estribilho

de – “nunca mais! oh! nunca mais!”.        

 

De novo, foram-se mudando as minhas mágoas num sorriso…

Então, rodei uma poltrona, olhei o Corvo, de improviso,

e nos estofos mergulhei, formando hipóteses mentais

sobre as secretas intenções que essa medonha ave agoureira

– rude, sinistra, repulsiva e macilenta ave agoureira, –

tinha, grasnando “Nunca mais”.

 

Mil coisas vagas pressupus… Não lhe falava, mas sentia

que me abrasava o coração o duro olhar da ave sombria.

… E assim fiquei, num devaneio, em deduções conjeturais,

minha cabeça reclinando – à luz da lâmpada fulgente

nessa almofada de veludo, em que ela, agora, – à luz fulgente -,

não mais descansa – ah! nunca mais.

 

Súbitamente o ar se adensou, qual se em meu quarto solitário,

anjos pousassem, balançando um invisível incensário.

“Ente infeliz” – eu exclamei. – “Deus apiedou-se dos teus ais!

Calma-te! calma-te e domina essas saudades de Lenora!

Bebe o nepente benfazejo! Olvida a imagem de Lenora!

E o Corvo disse: “Nunca mais.”

 

“Profeta!” – brado. “Anjo do mal, Ave ou demonio irreverente

que a tempestade, ou Satanás, aqui lançou tragicamente,

e que te vês, soberbo, nestes desertos areais,

nesta mansão de eterno horror! Fala! responde ao certo! Fala!

Existe bálsamo em Galaad? Existe? Fala, ó Corvo! Fala!”

E o Corvo disse: “Nunca mais.”

 

“Profeta!” – brado. “Anjo do mal, Ave ou demonio irreverente,

dize, por Deus, que está nos céus, dize! eu to peço humildemente,

dize a esta pobre alma sem luz, se lá nos páramos astrais,

poderá ver, um dia, ainda, a bela e cândida Lenora,

amada minha, a quem, no céu, os querubins chamam Lenora!”

E o Corvo disse: “Nunca mais.”

 

“Seja essa frase o nosso adeus” – grito, de pé, com aflição.

“Vai-te! Regressa à tempestade, à noite escura de Plutão!

Não deixes pluma que recorde essas palavras funerais!

Mentiste! Sai! Deixa-me só! Sai desse busto junto à porta!

Não rasgues mais meu coração! Piedade! Sai de sobre a porta!”

E o Corvo disse: “Nunca mais.”

 

E não saiu! e não saiu! ainda agora se conserva

pousado, trágico e fatal, no busto branco de Minerva.

Negro demônio sonhador, seus olhos são como punhais!

Por cima, a luz, jorrando, espalha a sombra dele, que flutua…

E a alma infeliz, que me tombou dentro da sombra que flutua,

não há de erguer-se, “Nunca mais”.

O REMORSO

Quando fugi da dor, fugindo ao mundo,

Divisei aos meus pés, de mim diante,

A medonha figura de gigante

Do Remorso, de olhar grave e profundo.

Era de ouvir-lhe o grito gemebundo,

Sua voz cavernosa e soluçante!…

Aproximei-me dele, suplicante,

Dizendo-lhe, cansado e moribundo: –

“Que fazes ao meu lado, corvo horrendo,

Se enlouqueci no meu degredo estranho,

Acordando-me em lágrimas, gemendo?”

Ele riu-se e clamou para meus ais:

“Companheiro na dor, eu te acompanho,

Nunca mais te abandono! Nunca mais!”

24 respostas a “Chico Xavier, Antero de Quental e O Corvo de Edgar Allan Poe – Plágio?”

  1. Gilberto Diz:

    “And my soul, from out that shadow that lies floating on the floor… Shall be lifted… Nevermore!”
    .
    Machado de Assis fez uma tradução horrível, e a tradução de Fernando Pessoa é a definitiva para o Português. Essas mal traçadas linhas (mal mesmo) de Xavier parecem um vilipêndio contra um dos mais belos poemas da língua inglesa. Já estive na casa de Poe, na Virgínia, e imagino o trabalho dele em fazer um poema tão melódico numa língua tão dura, e de repente vem esse Xavier e simplifica tudo, com versos sem pé nem cabeça, cópia sem sal e sem alma.

  2. Biasetto Diz:

    Olá Vítor e pessoal,
    Bom dia, neste domingo de sol…
    .
    Também sei fazer rimas!!! rsrsrsrsrs…
    .
    Primeiramente, como questionar as observações do Gilberto, mestre no tema?
    .
    Segundo: pra mim é muito clara a influência do poema de Poe na elaboração do poema, que o Chico disse ter psicografado.
    .
    Em razão das explicações dadas pelo Vítor, também fico com a versão do “plágio”.

  3. Vitor Diz:

    Oi, Gilberto
    .
    mas a tradução do Fernando Pessoa não diz o nome da amada falecida, Lenora! Achei isso meio absurdo da parte dele. Gostei muito mais da tradução do Eça de Queirós, você já viu?
    .
    http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/eca-de-queiroz/o-corvo.php
    .
    Ah. eu também achei o poema “O Remorso” horrível. Não tem fluência, o corvo aparece do nada, simplesmente não tem sentido. Só que o Alexandre de Caroli Rocha diz que esse é o mais contundente poema do Chico no tocante ao Antero de Quental, aí fiquei calado com medo de falar besteira…

  4. Paulo Diz:

    Aqui em Porto Alegre, um medim psicografou um poema de Alceu Wamosy (1895-1923). Ao contrário do Chico, esse poema tem uma roupagem mais moderna provando definitivamente que no astral existe uma evolução conceitual.
    ” Ó tu que vens de longe…Ó tu que vens cansado,
    porque não pegou um ônibus…
    Ó seu desgraçado”

  5. Gilberto Diz:

    É, Vítor, mas a métrica, aliterações, rimas, etc foram muito alteradas, descaracterizando todo o trabalho de Poe. Versões assim são mais fáceis de se fazer. Machado de Assis fez assim também. Parece outro poema. Pessoa parece que “psicografou” Poe. Impressionante… Xavier é que dizia poder psicografar, mas o “animismo” aí foi ANIMAL…

  6. Gilberto Diz:

    E olha que Pessoa menciona os “umbrais”…

  7. Vitor Diz:

    Pessoal,
    olhem essa matéria aqui, disse que o Jorge Rizzini psicografou o Poe:

    http://editoraalvinegra.com/edicao-9/religiao-literatura/a-sombra-dos-ectoplasmas-em-flor

    Um dos poemas de que o médium mais se orgulha de ter psicografado é “Meu testemunho”, do espírito Edgar Allan Poe. “É do mesmo nível de ‘O corvo'”, afirma, cheio de entusiasmo, para então começar a declamar, com voz empostada:

    Numa fluídica mansão erguida em outra dimensão
    Procurava eu esclarecer velhas questões filosofais…

    E por aí vai. O poema, ele ressalta, não precisou de tradução, já que chegou diretamente em português. “Para os espíritos a linguagem é o pensamento”, explica. “Às vezes aparece alguém falando alemão ou italiano, mas a maioria das mensagens chega traduzida.”

  8. Paulo Diz:

    Tá explicado! 🙂

  9. Paulo Diz:

    Vocês estão querendo difamar o benevolente Chico que dedicou sua humilde existência a consolar as almas aflitas.
    Será tão dificil entender que o corvo dos dois poemas é o mesmo?
    Esse corvo não foi pego em contradição, logo existe e com isso, Chico foi o maior medium do Brasil. Isso é fato!
    Abraços fraternos e cheios de luzes multicoloridas.

  10. Caio Diz:

    Gilberto, na sua opinião, qual é a melhor versão traduzida desse poema do Poe? Minha pergunta nada tem a ver com o objetivo do blog, é pura curiosidade mesmo. Acho esse poema muiito bacana.

  11. Vitor Diz:

    O Gilberto disse que é a tradução do Fernando Pessoa. Eu já acho que a tradução dos Simpsons supera todas.

  12. Paulo Diz:

    O corvo dos simpsons
    http://www.youtube.com/watch?v=3nyGfzPQaIo

  13. Gilberto Diz:

    Milhares de pessoas “pensam” que estão abafando. Na minha opinião, Xavier também “pensava” que abafava. A única diferença é que, com ajuda de um marketing poderoso, “abafou” de verdade. E como seu público-alvo não era tão letrado assim, tudo o que ele escrevia virava “coisa de gênio”. É por isso que NUNCA ninguém de letras levou o valor literário de Xavier a sério. É um anônimo chacotado quando mencionado nas cátedras. Se suas “revelações” tivessem valor, estaríamos lecionando usando tais “verdades”. Teríamos Públio Lêntulus na nota de 10 reais. O homem não teria levado um foguete a Marte (pois não seria necessário, pois já saberíamos exatamente o que encontrar). O Biasetto usaria livros de Xavier em suas aulas de História, ensinando TUDO sobre os Lemurianos e os Atlântis. O site “Obras Psicografadas” se chamaria “Obras Pesquisadas”, e colocariam toda a ciência por terra usando as “verdades” espíritas (ele provaria que Freud foi um impostor, pois traumas são provenientes de outras vidas, é claro).

  14. Gilberto Diz:

    Simpsons 4 EVER!!!!!!

  15. Biasetto Diz:

    Gilberto,
    Você tem razão!
    A questão é que quando uma pessoa procura uma religião, uma luz, geralmente, ela não está legal. Então, esta pessoa se conforta com algumas informações, algo assim. Não presta atenção ao detalhes.
    Por exemplo: se a pessoa perdeu um ente querido, ela fica inconformada com esta perda e o que ela mais quer saber é: será que a pessoa (o espírito) sobreviveu. Então, ela lê um livro como Nosso Lar, e o que ela mais se interessa é no que há ali, de informação que a vida continua… Tem colônia espiritual e tudo mais, tudo muito bonito… então, isto dá um conforto a esta pessoa.
    O que é, convenhamos, algo muito natural e aceitável. Porque só aquele pai ou aquela mãe que perdeu um filho, sabe da dor que passou e que passa todos os dias.
    .
    Agora, se a pessoa começa a ler estes livros, prestando atenção aos detalhes, a todas as informações, a pessoa começa a perceber que tem umas coisa que não batem. Se a pessoa ficar sabendo, ainda, que tem trechos no livro muito semelhantes a de outros, ela começa a pensar se realmente é psicografia.
    .
    Enfim, é tudo muito complicado, porque a gente está sempre buscando um alívio às nossas dores, medos e tristezas. Então…
    .
    Eu, particularmente, continuo acreditando em Deus, com um senso crítico, e também nos espíritos, nas cidades espirituais e até na mediunidade. Só que eu escrevo criticando o espiritismo e questionando a mediunidade do Chico, exatamente porque falam muitas bobagens…
    .
    Bem, vou dormir, porque a segunda-feira me espera.

  16. Flávio Josefo Diz:

    Concordo com tudo que o Biasetto escreve.

  17. Jorge Diz:

    Salve Vitor
    Vitor algumas vezes acerta, outras erra. Como todos nos…
    Desta vez, errou.
    O poema psicografado, apresenta apenas uma referencia INTERTEXTUAL ao poema de E.A.Poe. Portanto, nenhuma das criticas acima prospera. A intertextualidade é uma recurso muito usado em poesia que significa, algumas vezes pretenção academica, outras vezes apenas um recursos erudito. Se o poema de Antero morto é fraco, problema do Antero. Quantas consciencias depois de mortas continuam ativas e brilhantes? Nao seria oportuno começar a perguntar primeiro se as consciencias sobrevivem?
    Eu particularmente acho bastante infantil uma pessoa inteligente achar que a consciencia morre com a morte celular.
    Essa pessoas estão com raiva porque descobriu que os padres dao a bunda ( e são cinicos no altar e portanto tudo que dizem é mentira) e resolveram negar ( por extensao) toda forma de manifestação do espirito.
    Mas a pesquisa da sobrevivencia da alma não deve ficar presa às mentiras com que se constroe o mundo…

  18. Vitor Diz:

    Jorge,
    mas o Antero quando vivo e se utilizava da referência intertextual citava a fonte. O Antero espírito não fez isso.

  19. Carlos Diz:

    Flávio Josefo, não entendo como você pode concordar com o Biasetto!!! Abraços.

  20. Biasetto Diz:

    Carlos,
    Você sumiu!
    Seus comentários são sempre bem vindos.
    .
    Jorge,
    Eu também acredito que a “consciência” (espírito) sobrevive à morte do corpo. O Vítor também acredita nisto.
    O que nós questionamos aqui, é a mediunidade do Chico Xavier.
    Eu, particularmente, já acreditei muito nele.
    Porém, tantas evidências aqui mostradas, me fazem pensar que ele nunca foi médium.
    É incrível o grande número de semelhanças que há em vários textos dele, com outros já escritos.
    E como, o Vítor bem lembrou, não há citações, o que compromete as mensagens, do ponto de vista da psicografia.

  21. Jorge Diz:

    Vitor,
    Dê uma olhada no conceito de Intertextualidade e verás que nao se cita a fonte. Veja quantas versões de a conção do exilio existe. Isso é intertextualidade. Um texto conversa com outro, sem precisar citar a fonte. Parodia é intertextualidade também. Etc. não vou te dar uma aula de Teoria Literária.
    Biasetto
    Primeiro, acho que devemos limpar o rancor de nossas avaliações sobre a sobrevivencia. Muita gente ( eu inclusive) fica com raiva quando descobre que os padres não precisam de mulher porque se satisfazem sexualmente com homens e isso poe por terra toda a teoria religiosa que advogam. a raiva da mentira é abrandada com presente ( eu chamo de vender a alma ou teoria do Fausto).
    Limpo isso ( nem sempre é facil), podemos VER que a morte é só uma passagem para uma outra coisa ( eu nao sei o que é).
    Talvez todas as teorias estejam erradas, mas devemos começar devagar…
    Evoluir sinceramente. Esse sentimento egoista de evoluir pessoalmente é de uma grandeza sem par. Para isso devemos ter cuidado com o que fazemos.
    Criticar Chico Xavier pode ser util para nao cairmos na ideologização do pobre coitado que nao queria isso. É preciso porem saber o que tem de genial ali.
    Veja, Chico ia ao banheiro? Sim. Chico namorava os meninos? ( os espirita dizem que ele era puro) – eu acho muito dificil engolir essa teoria – só com muita hipocrisia – o que nao é adequado a sua memoria; afinal ele adotou um menino como fazem os tios velhos ( seria apenas para dizer para os maus que ele era tambem mau? ou isso é tão insignificante que eu estou perdento tempo aqui?)
    recomendo sinceramente estudar os livros doutrinarios psicografados por chico ( caminho verdade e vida, pao nosso, fonte viva, vinha de luz)para saber se há genialidade ali. eu fico fascinado com esses livros. São lindos. Perfeitos.
    Se você desmascarar esses livros, eu te garanto que deixo de estimar o chico. Diga de quem ele plagiou isso?
    De quem ele ( de qual livro) ele retirou a inspiração?
    Desmonte os livros e a meduinidade cai por terra.
    Continue tentando que eu estou acompanhando..
    abs

  22. Toffo Diz:

    Não sei se vão ler, já que faz tempo que ninguém entra aqui, mas vou dar meu pitaco.

    Os livros que o Jorge menciona (Caminho Verdade e Vida, Pão Nosso, Fonte Viva e Vinha de Luz) são realmente muito bem escritos, em português impecável. Mas se você os analisar, verá que a maioria das lições não passa de sermões disfarçados. Vá à missa e ouça um padre mais ilustrado e culto pregar: você estará ouvindo o que está nesses livros. Eu li vários desses pequenos textos, várias vezes, na época em que era espírita e precisava de apoio espiritual (que esses textos sem dúvida dão), mas eu no fundo achava estranho o modo moralista como Emmanuel/Chico discorria sobre assuntos como dinheiro, lucro, comportamento social, como se tais coisas “materiais” fossem a princípio más e necessitassem de uma faxina moral para serem minimamente aceitas, e eu via lá atrás o ranço católico, contrarreformista, antiluterano, que provavelmente permeou a educação moral de Chico Xavier, já que ele era estreitamente ligado à igreja. Em muitos tópicos sobre conhecimento, principalmente conhecimento científico, eu também percebia restrições, como se a ciência tivesse de ser supervisionada pela fé. Portanto, creio que esses livros destinam-se àqueles que querem ouvir e submeter-se à doutrina espírita. São livros de autoajuda, escritos numa época em que isso nem se falava. Mas autoajuda moralista.

  23. Bruce Diz:

    Muito interessantes os comentários do Gilberto. Quero chamar atenção para alguns trechos:

    1 provaria que Freud foi um impostor…

    Humm…Que tal isto?
    http://ceticismo.net/2010/04/29/livro-de-michel-onfray-acusa-freud-e-charlatanismo/

    E isto?

    http://super.abril.com.br/ciencia/psicanalise-tao-cientifica-quanto-ufologia-614249.shtml

    2 – Insinua que Chico amava meninos e que adotou um…

    Mas que mal haveria (ou há) em amar meninos? Praticamente todos os grandes homens do passado fizeram isso. Milton Nascimento fala disso, em suas músicas, o tempo todo (Canção para River Phoenix, Meu menino, etc). Renato Russo cantava a plenos pulmões “E eu gosto de meninos e meninaaás…) Pode até em alguns casos ser crime pelas leis que o Lula andou sancionando sem critério nem conhecimento nem estudo algum, mas pecado com certeza não é. E, de resto, qual foi a relação entre Chico e seu filho adotivo? Nenhuma além de um pai para com um filho até onde se sabe. É fato que Chico era uma alma feminina. E daí? Alma feminina são e serão sempre todos os homens de grande sensibilidade, talento e genialidade fora das ciências exatas. Graças a Deus, senão nos privaríamos de tudo de bom e belo que já nos trouxeram.

    3 – É por isso que NUNCA ninguém de letras levou o valor literário de Xavier a sério.

    Claro, nem Humberto de Campos, nem Agripino Grieco nem tantos outros eram de valor… Para ser de valor é preciso ignorar solenemente a obra do médium…

  24. Marcos Arduin Diz:

    O Humberto de Campos do Chico Xavier foi INVENTADO por ele. Em nada corresponde ao falecido literato.

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