Alguns Casos de Renascimento Documentados antes de Ian Stevenson (1926)

O pesquisador dos casos de renascimento a seguir é Kekay Nandan Sahay. Os dois primeiros casos são claramente os mais fortes da série. O primeiro deles é com o próprio filho do pesquisador, o menino Jagdish Chandra. Isso nos dá uma chance única de poder dizer com absoluta certeza que a única forma de explicar esse caso por vias normais é acusando o próprio pesquisador de fraude, e dada as circunstâncias do caso, mesmo isso parece bem remoto. Posteriormente esses casos foram reinvestigados por Ian Stevenson, que confirmou a autenticidade deles.

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A revisão deste material custou 156 reais. Agradeço a Marcos Arduin pelo patrocínio.

A seguir, um resumo do caso de Jagdish Chandra extraído do livro de Jim Tucker, Vida Antes da Vida.

O Caso de Jagdish Chandra

O caso de Jagdish Chandra, na Índia, já era bastante antigo quando o Dr. Stevenson entrou em cena. O sujeito estava então no final da casa dos trinta anos. O pai dele, advogado famoso, havia feito um registro por escrito das declarações do garoto, com as devidas verificações, logo no início do caso. Jagdish nasceu numa populosa cidade do norte da Índia. Quando tinha três anos e meio, começou a dizer que tinha vivido em Benares, localizada a aproximadamente 400 quilômetros de distância. Forneceu inúmero detalhes. O pai pediu que vários colegas e amigos conversassem com o menino para testemunhar o que ele dizia. Depois, escreveu ao presidente da câmara municipal de Benares, que respondeu afirmando ter descoberto a quem Jagdish se referia logo ao terminar de ler a carta; não bastasse isso, ele tinha feito algumas averiguações e havia concluído que as declarações do menino eram em sua maioria precisas.

O pai de Jagdish escreveu então a um jornal de circulação nacional pedindo-lhe ajuda na verificação das informações do filho. O menimo, dizia ele na carta, afirmava que o seu pai se chamava Babuji Pandey e tinha uma grande casa em Benares com um largo portão, uma sala de visitas e um porão onde se via um cofre de ferro na parede. A sílaba Ji, acrescentada ao final do nome, significa “respeitável”, portanto Jagdish dizia que o seu pai se chamava Babu. O pai informou também que Jagdish descrevia um pátio no qual Babuji se sentava à noite, cercado de gente, para saborear bhang, uma bebida indiana. Disse ainda que Babuji recebia massagens e passava pó ou argila no rosto antes de lavá-lo. Descreveu dois carros — então pouco comuns na Índia— e uma carruagem, e que os dois e a esposa de Babuji haviam morrido. O pai acrescentou que Jagdish “citou inúmeros assuntos privados e familiares.”

Um dia depois que a carta foi publicada, o pai de Jagdish compareceu diante de um magistrado a fim de registrar oficialmente as declarações do filho, antes de viajarem para Benares, onde a personalidade anterior tinha vivido. As declarações registradas, além das que constavam no jornal, incluíam as seguintes: o seu nome tinha sido Jai Gopal e o seu irmão, mais velho que ele, atendia por Jai Mangal e havia sido envenenado. O Rio Ganges ficava próximo da casa, e ali se localizava o Dash Ashwamadh Ghat. (Ghats são molhes onde as pessoas se banham; Babu Pandey era supervisor de um deles). Uma prostituta chamada Bhagwati havia cantado para Babu.

Jagdish foi levado para Benares, onde todas as declarações acima foram confirmadas, exceto pelo fato de Babu Pandey ter usado automóveis, mas sem ser dono de nenhum. Jagdish parecia reconhecer pessoas e lugares na cidade.

Na busca de uma explicação para semelhantes casos, o fato de as declarações da criança serem registradas antes de alguém tentar verificá-las significa que podemos eliminar uma possibilidade: a de que as famílias, por equívoco, atribuíram posteriormente à criança mais conhecimento sobre a personalidade anterior do que ela de fato possuía antes do encontro dessas famílias. Isso ainda nos deixa frente a várias outras possibilidades. Uma é que as declarações se revelaram corretas por mera coincidência. Se considerarmos quão específicas são certas declarações da criança — por exemplo, […] Jagdish descrevendo os hábitos do pai da personalidade anterior —, a coincidência parece extremamente improvável. Há que se pensar na fraude; […] o pai de Jagdish mostrou-se interessado em documentar um aparente caso de reencarnação, mas se esse desejo poderia induzir um advogado de destaque a fraudar, eis o que está aberto à discussão. A outra explicação normal restante é que as crianças tomaram conhecimento das vidas pregressas por meios corriqueiros, ouvindo falar das personalidades anteriores. […] A idéia de que as crianças de algum modo souberam de pequenos detalhes a respeito de estranhos falecidos em outros lugares, sem o conhecimento dos pais, e depois resolveram que haviam sido aqueles estranhos numa vida passada chega bem perto do absurdo.

19 respostas a “Alguns Casos de Renascimento Documentados antes de Ian Stevenson (1926)”

  1. mrh Diz:

    Muitubão! Realmente, c ñ for reencarnação, só c for fraude. Todavia, infelizmente, tal hipótese ñ pode ser descartada, pois envolve interesses políticos (respeitabilidade social, publicidade, afirmação d crenças religiosas e ttas outras coisas +).
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    Kontudo, registrado. C for V, é 1 dos casos + fortes conhecidos.
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    Penso ter deixado evidenciado em meu último artigo q, c os resultados obtidos p/ Stevenson forem verdadeiros, é inescapável a hipótese auxiliar q os espíritos têm como saber qual é o sexo d 1 feto. 1 hipótese auxiliar é sempre 1 problema extra, + torna 1 teoria refutável ou corroborável.
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    Ótimo trabalho, Vitor.

  2. Antonio G. - POA Diz:

    Interessante, como naturalmente são estas histórias de evidências de reencarnação. Eu vejo como mais um caso, como tantos outros. E igualmente antigo. Sempre é bem antigo. Portanto, de difícil aferição. Insuficiente, para quem duvida. Conveniente, para quem quer acreditar.
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    Sds.

  3. Gorducho Diz:

    Os casos são sempre antigos… Será que atualmente não há investigações em curso (sérias, claro)??

  4. Vitor Diz:

    Antonio e Gorducho,
    há casos recentes também. Vejam esse, de 2005:
    .
    http://obraspsicografadas.org/2012/o-caso-de-kemal-atasoy-uma-forte-evidncia-de-reencarnao-parte-1/
    .
    http://obraspsicografadas.org/2012/o-caso-de-kemal-atasoy-2010-uma-forte-evidncia-de-reencarnao-parte-2/
    .
    http://obraspsicografadas.org/2012/o-caso-de-kemal-atasoy-2010-uma-forte-evidncia-da-reencarnao-parte-3/

  5. Gorducho Diz:

    Ok, vou ver. Só para completar o raciocínio anterior: parece as mesas semoventes e as corbeilles-toupies avec crayon pneumatográficas do Kardec. As almas só as impulsionavam “antigamente”…

  6. Vitor Diz:

    Oi, Gorducho
    quanto às mesas girantes, em breve tenho novidades sobre isso.

  7. Toffo Diz:

    Oba! estão girando de novo?

  8. Rafael Maia Diz:

    Seria interessante saber como são as regras na vida após a morte. Eu já leio a muito tempo sobre isso, mas muitas coisas que deveriam ser relevantes são tratadas como insignificantes pelos reencarnados e os ditos mediuns ou paranormais.

    Ok, digamos que exista uma vida após a morte, espiritos e reencarnação, então porque esses paranormais não dizem EM CONJUNTO coisas importantes como:

    Espíritos sempre existiram ? Se não, quando nasceu o primeiro espirito ?
    Nos demais pontos do universo, além do nosso pequeno sistema solar, tem outros espíritos ? Se sim, porque não se fala deles.
    Todos reencarnam ? Se não, porque é assim ?
    Porque é preciso reencarnar ? Seja qual for a razão, porque essa razão existe ?
    Porque os espíritos não são visíveis ?
    Enfim, isso é realmente algo que me incomoda, pois deveriam todos os mediuns ou reencarnados, que se lembram dessas condições, trazerem informações relevantes sobre o assunto.

  9. Rafael Maia Diz:

    Mas isso não acontece, o que fere mais ainda a credibilidade dos reencarnados e paranormais, pois, se cada um dá uma opinião ou relata um funcionamento diferente do mundo pós morte diversa faz parecer que não existe algo de real nessa história toda, pois, se exitisse, todos deveriam relatar as mesmas histórias, as mesmas regras, as mesmas explicações.

  10. Vitor Diz:

    Oi, Toffo

    parece que estão… coloquei um post sobre isso agora. Veja lá!

  11. Antonio G. - POA Diz:

    Rafael, parabéns! Você entendeu. É tudo de mentirinha!

  12. Toffo Diz:

    Acho que vou organizar uma sessão de mesa girante. Será que funciona?

  13. Antonio G. - POA Diz:

    Toffo,
    Funciona, mas tem que ter fé. Muita fé. Mais fé do que eu suponho que você tenha.
    Também existe a possibilidade da fraude. Aí, com certeza, funciona.

  14. Toffo Diz:

    Pois é. Naqueles tempos obscuros, sem tecnologia nenhuma, sem possibilidade de registro do fenômeno, era fácil dizer que era isso ou era aquilo. A própria Eusápia, que era tida como a grã-sacerdotisa, foi pega em fraude. Não engulo isso não.

  15. João Diz:

    Vitor, como você responde aos ‘céticos’ que afirmam em geral que “se estes casos fossem reais estariam na primeira capa de todas as revistas do mundo e só se falaria nisso” ou “se estes casos fossem reais e as pesquisas fossem boas os autores já teriam ganho um prêmio Nobel”

  16. Vitor Diz:

    Eu João,
    eu respondo que muitas vezes a aceitação ou não de alguns fenômenos é determinada por fatores sociais e psicológicos e não em função das evidências a favor das teorias ou de critérios objetivos de avaliação. Além disso, embora a meu ver o fenômeno de crianças que lembram vidas passadas esteja “comprovado” cientificamente, não temos uma teoria capaz de explicar seu modus operandi. Ainda que consideremos a hipótese de espíritos como comprovada, não sabemos como eles interagem com o Universo. E enquanto não tivermos uma descrição disso, não creio que alguém mereça o Nobel.

  17. Martinez Diz:

    Achei interessante esse caso embora já tenha visto alguns mais interessantes como os do pesquisador Karl müller e o próprio Ian Stevenson, só não entendo o que esses pseudocéticos fazem aqui neste blog, eu entendo e respeito a opinião de alguém quando tem fundamento e é inteligente, mais alguns desses caras aqui como esse Antonio G., e esse tal de Toffo que se dizem céticos mais na verdade tem receio de aceitar o desconhecido e por isso se limitam a fazerem criticas sem qualquer fundamento ou lógica.

  18. Otavio Ferreira Diz:

    Há outras explicações que podem ser usadas para estes fenômenos além da reencarnação. Se considerarmos que as consciências humanas estejam ligadas todas de alguma forma, então estes casos nada mais são do que a assimilação ou lembrança da pessoa de uma memória que ela sente ser dela mas que não pertence, de fato, a ela, e sim a um outro ente, o qual ela se identificou por algum outro motivo também desconhecido.

  19. Martinez Diz:

    Nunca ficou comprovado que essas lembranças são assimilação ou lembrança talvez perdida de outra pessoa, assim como a reencarnação carece de provas.
    E eu já vi uma matéria falando sobre a conciencia Humana, que falava de concientimente estarem ligadas, e no final nada se provou sobre isso, por isso acho que a reencarnação veio para abalar essa estrutura materialista de ver as coisas, que apesar de não estar provada, é uma teoria no minimo interessante.

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