LIVRO GRATUITO! KARDEC – A BIOGRAFIA (2013), DE MARCEL SOUTO MAIOR

Essa é tida como uma das melhores biografias de Kardec. Uma análise, que tece algumas críticas pontuais, encontra-se aqui:

http://espiritismocomentado.blogspot.com.br/2013/11/o-kardec-de-marcel.html

Para baixar o livro em pdf, clique aqui.

405 respostas a “LIVRO GRATUITO! KARDEC – A BIOGRAFIA (2013), DE MARCEL SOUTO MAIOR”

  1. Marciano Diz:

    Aleluia!
    Vou ler assim que puder.
    Atenção, demais analistas de plantão!

  2. Antonio G. - POA Diz:

    Hosanas ao Vitor !!!

  3. Marciano Diz:

    Souto Maior parece-me suspeito para falar sobre espiritismo, pois declara-se ateu e dedica-se a fazer propaganda espírita, como se vê deste texto da wikipedia:
    .
    “Marcel Souto Maior
    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    Ir para: navegação, pesquisa
    Marcel Souto Maior (Rio de Janeiro, 1965 ou 1966) é um jornalista, escritor, roteirista e diretor brasileiro, autor de 10 livros. 1
    Tem se notabilizado pelos livros acerca do Espiritismo e do médium Chico Xavier. Autodeclarado ateu, seu livro As Vidas de Chico Xavier baseou o filme Chico Xavier (2010)2 e seu livro Por trás do véu de Ísis baseou o filme As Mães de Chico Xavier3 (2011).
    Em entrevista concedida em 2013, o jornalista resumiu as principais lições do Espiritismo para si: “O espiritismo aumenta, sim, a responsabilidade de todos nós diante da vida, ao nos tirar do próprio umbigo e nos colocar em contato com o outro. […] Hoje luto para ser menos egoísta e mais tolerante, apesar de não me considerar espírita”4
    • 2013 – Kardec – A Biografia
    • 2010 – Chico Xavier: O Livro do Filme de Daniel Filho
    • 2008 – Chico Xavier – Edição Comemorativa 100 Anos
    • 2006 – Almanaque TV Globo
    • 2006 – Se é para Brincar Eu Também Gosto: um Perfil Biográfico de Sonia Lins
    • 2005 – As Lições de Chico Xavier
    • 2004 – Por trás do véu de Ísis
    • 2003 – As Vidas de Chico Xavier”


    Não obstante, VITOR está de parabéns pela oportunidade. Lerei o livro com toda a atenção e verei se mudo de opinião.
    Seja como for, mesmo que o autor desmanche-se em elogios disfarçados a Rivail, teremos material para muita discussão.
    Espero que os demais vejam como o mesmo interesse que eu. ANTONIO, pelo jeito, também gostou.

  4. Gorducho Diz:

    Souto Maior parece-me suspeito para falar sobre espiritismo, pois declara-se ateu
     
    Em tese isso seria positivo, pois um biógrafo idealmente deve manter atitude neutral crítica relativamente ao objeto.
    Mas acho muito difícil fazer-se uma biografia do Kardec – e muito menos para brasileiros morando cá… Seria um trabalho para vida inteira algo como hobby e para alguém morando lá. E.g.: a relação dele com o pai (?); a mãe eu sei que de vez em quando visitava o Instituto, mas também é só o que sei…
    Quando voltou de Yverdun?
    A exata relação dele com os socialistas, óbvia na “Codificação” nas não sabendo-se nada a nível mais concreto pessoal.
    A briga na Société…
    Havia ou não o tal arquivo?
     
    E por aí vai… E como ele não é uma figura relevante lá, não há interesse e nem talvez documentação.
     
    Mas o Sítio está de parabéns em retornar ao bom caminho, e a leitura poderá servir a quem esteja iniciando-se no esoterismo.

  5. Marciano Diz:

    E, contudo, elas se movem
    Para ????ltrar e organizar as mensagens do além — e tentar identi????car verdades e mentiras neste intercâmbio —, o professor virava noites e abria mão de férias e ????ns de semana. O volume de anotações e a qualidade dos textos ganhavam força e consistência, a cada sessão:
    — O que se torna a alma no instante da morte?
    — A alma, que havia deixado o mundo dos espíritos para vestir o envoltório corporal, deixa o envoltório no momento da morte e volta a ser, num instante, espírito.
    Amélie acompanhava o marido nas reuniões e o ajudava na revisão das mensagens escritas a jato em meio às batidas das mesas e aos espasmos e solavancos das corbeilles sobre as páginas em branco. Descon????ada no início, ela foi ganhando con????ança ao se deparar com diálogos como estes, saídos das mãos miúdas de Caroline e Julie, com idade para serem suas netas e maturidade intelectual para serem suas alunas:
    — A alma, depois da morte, conserva sua individualidade?
    — Sim, não a perde nunca. Tinha-la antes da encarnação; conserva-la durante a união e
    depois da separação do corpo.

    .
    .
    Como eu já desconfiava, Souto Maior é um espírita disfarçado de ateu para atrair incautos. Estou lendo o livro, assim mesmo, mas não se trata de biografia e sim de propaganda espírita e coletor de dinheiro de quem já é espírita (ao comprar o livro). Ainda bem que não o comprei e VITOR disponibilizou-o gratuitamente.

  6. Marciano Diz:

    Algum espírito de porco trocou os efes por quatro pontos de interrogação.

  7. Marciano Diz:

    Uma ultra minibiografia de Rivail pode ser encontrada na wikipedia francesa:
    https://fr.wikipedia.org/wiki/Allan_Kardec

  8. Marciano Diz:

    Interessante a visão que os franceses têm de nós, os brasileiros, quanto ao espiritismo:
    .
    En effet dans ce pays (Brésil) où l’on estime à 6 millions le nombre de spirites pratiquants et à vingt millions celui des sympathisants, le kardécisme en tant que métaphysique matérialiste s’est beaucoup diffusé entre les classes moyennes et aisées et, tout particulièrement, dans le milieu des ingénieurs. », Marion Aubrée, Les nouveaux mouvements religieux, chapitre : « La nouvelle dynamique du spiritisme kardéciste », CNRS, Paris, 2000, page 595.

  9. Marciano Diz:

    Vou tentar obter este ( Jean Prieur, Allan Kardec et son époque, éditions du Rocher, Monaco, 2004).
    Se conseguir, deixo o link para os francófonos do blog (tem pelo menos dois, GRASSOUILLET et TOFFO.

  10. Gorducho Diz:

    Por incrível que possa parecer, a melhor hagiografia do Kardec ainda é a do Zêus Wantuil.
    Agora é como eu disse: uma biografia acho praticamente impossível de ser feita hoje. Como ele não é relevante lá, documentações fidedignas ter-se-ão perdido, restando só as fontes dos próprios espíritas.
    E se possível, deveria ser por alguém residente lá, a título de hobby: trabalho para uma vida inteira.
    Localizar e entrevistar o que terá ficado da família – já que aparentemente ele não tinha irmãos…
    Entrevistar o pessoal dos Leymarie – esses segundo sei ainda os há…

  11. Gorducho Diz:

    Vou tentar obter este &c.
     
    Uma vista d’olhos pode ser obtida em:
    http://www.ephphata.net/allan-kardec/Allan%20Kardec-JPrieur.html
     
    Pois então… justamente exemplos que digo dever constar numa biografia de verdade:
    Pestalozzi était enchanté de l’acharnement au travail, de son élève, de sa vaste intelligence et de sa valeur morale. À plusieurs reprises, il lui demanda de lui succéder à la tête de son Institut, mais Rivail désirait retourner en France. (cap. II)
     
    La décision de Léon Rivail est définitive, il va sur ses vingt ans…
    Il rentrera à Lyon où il fera ses études de médecine…
    Il ne s’établira pas dans la capitale des Gaules, il sait déjà que nul n’est prophète en son pays. (cap III)
     
    O problema é que nesta vista d’olhos não se tem acesso à fonte dessas infos…
    E por outro lado, percebe-se algum desconhecimento do tema potencializado por sintomas de deslumbramento:
     
    Ah ! si M. Rivail avait pu se douter que ses doctrines s’épanouiraient, un siècle plus tard, en Amérique du Sud, et principalement au Brésil.
    Ora, no Brasil há uma igreja católica reencarnacionista que nada tem a ver com os postulados do Kerdec – desconhecimento do tema.
     
    Nous sommes en 1830 : l’Institution de la rue de Sèvres fonctionne comme une mécanique bien huilée.
    Como é que ele sabe? Acho que nem o Bill Gates diz que a Microsoft funciona como um mecanismo bem azeitado (até p/não induzir os empregados a acomodarem-se no usufruto dos louros…) – sintomas de deslumbramento…
     
    Seguirei lendo o resto do material disponível…

  12. Antonio G. - POA Diz:

    Os franceses dão a Allan Kardec a mesma relevância que nós damos ao Inri Cristo. Um funcionário do cemitério de Père Lachaise me disse que achava ele era brésilien porque só brasileiros visitam seu túmulo.

  13. Gorducho Diz:

    Essa parte é cômica – estou gostando do livro, apresenta ainda que indiretamente, concretamente os vínculos do Kardec c/os socialistas utópicos -: não é só o Cx e o Kardec que os espíritos enganam!
     
    En 1854, par l’intermédiaire d’un médium, peut-être le jeune Victorien Sardou lui-même -qui est en fait le vrai fondateur du spiritisme français- Eugénie interrogea l’Au-delà au sujet de la guerre que l’on sentait imminente entre la France et la Russie. Les Esprits, mal informés ou malveillants, répondirent que le conflit ne durerait que sept mois, qu’il se déroulerait en majeure partie sur le plan diplomatique et que nos pertes seraient insignifiantes.
    Eugénie s’empressa de rapporter la prédiction à Napoléon III ; il y vit un encouragement, n’hésita plus à se lancer dans l’aventure et s’engagea étourdiment.

     
    O resultado foi… a Guerra da criméia 😆

  14. Gorducho Diz:

    Mas não… depois o livro aparentemente descamba p/uma síntese da Doutrina – já não é mais biografia. 🙁

  15. Gorducho Diz:

    Um funcionário do cemitério de Père Lachaise me disse &c…
     
    O Sr. se lembrou de visitar o do (injustiçado) Leymarie?

  16. Marciano Diz:

    GORDUCHO está cheio de razão.
    Como o que se chama espiritismo aqui não tem nada a ver com o espiritismo de Rivail,
    “si M. Rivail avait pu se douter que ses doctrines s’épanouiraient, un siècle plus tard, en Amérique du Sud, et principalement au Brésil”
    ele não gostaria nem um pouco.
    .
    Por outro lado, se
    “Il rentrera à Lyon où il fera ses études de médecine…
    Il ne s’établira pas dans la capitale des Gaules, il sait déjà que nul n’est prophète en son pays”,
    isto fortalece minha hipótese de que ele queria mesmo era fundar uma nova religião. Ser um novo Joseph Smith. Teve menos sorte na religião e mais sorte na vida, pois esta terminou de forma natural. Se bem que as quarenta e tantas mulheres de Smith deviam ser melhores (algumas delas, pelo menos) do que a única que se sabe de Rivail.

  17. Toffo Diz:

    Só tenho uma opinião a respeito desse livro: é um livro de propaganda espírita. A linha de construção dele é muito semelhante à do livro sobre CX: um homem guiado pelos espíritos. Um predestinado. Não sei o que levou Souto Maior, um jornalista respeitado, a escrever o livro, mas com segurança não é um livro isento. Para quem como eu leu Laboratories of Faith, fica difícil endossar o texto. John Warne Monroe traça um panorama completo sobre o movimento espírita francês desde 1853, sobre a sociedade francesa da época, o Segundo Império e o governo autoritário de Napoleão III, do qual Rivail-Kardec é apenas uma peça da complexa engrenagem da época. No livro de SM parece que Kardec era a estrela do pedaço. Não era. Transformou-se com o tempo. Quando Rivail entrou em cena, a muvuca espírita já estava a todo vapor, com centenas de panfletos e obras publicadas. Quando ele lançou o Livro dos Espíritos, um outro autor também lançou obra parecida. Enfim, SM silencia sobre a personalidade autoritária de Rivail e sua relação conflituosa com os médiuns, o espírito centralizador do chefe, as polêmicas científicas da época (como o vitalismo e a geração espontânea), o eurocentrismo, o processo dos espíritas (que vê, obviamente, do lado espírita) e finalmente silencia sobre a confissão de Flammarion, décadas depois. Percebe-se que não foi fundo na coisa, escreveu o livro para agradar os adeptos do espiritismo. Nem ao menos o nome da médium Japhet ele acertou, que era Célina e não Ruth. Não contou que os espíritas a “mataram”, porque quando ela foi entrevistada por Aksakoff era dada como morta, e estava muito viva. Depois, cometeu uma involuntária contradição: enquanto dedica o livro, entre outros, ao “médium” Chico Xavier, afirma no texto que Kardec era rígido no controle social dos médiuns, impedindo-os de se projetar para evitar “vaidades”. Enfim, uma obra para “os de dentro”. É isso.

  18. Toffo Diz:

    Nem mesmo a gênese da palavra “espiritismo” ele abordou. Não contou que é um anglicismo, e que a palavra já existia na língua inglesa quando ele lançou o Livro dos Espíritos, e que não foi ele o “autor” da palavra. Faltou muita pesquisa!

  19. Larissa Diz:

    Não sei o que levou Souto Maior, um jornalista respeitado, a escrever o livro, mas com segurança não é um livro isento.
    .
    $$$$$$$

  20. Vladimir Diz:

    Acho curiosa a postura dos “céticos” desse sítio.
    Se o biógrafo não falar mal do Espiritismo, então ele é Espírita, haha
    Belíssima conclusão.
    Ao que me consta o Souto Maior nunca se declarou Espírita, não frequenta Centro Espírita enfim…
    Não gostaram da biografia, não comprem, não leiam, ou então escrevam uma melhor ao invés de denegrir a Moral e o trabalho alheio.
    Vladimir

  21. Vladimir Diz:

    Parabéns pelas postagens Vitor.
    Há muito tempo venho acompanhando o blog e só tenho a agradecer a imensa quantidade de artigos científicos que trazem fortes evidências dos fenômenos anômalos que indicam a existência da espiritualidade.
    Vladimir

  22. Toffo Diz:

    Ninguém está denegrindo nada, Vladimir. Por favor leia com atenção. Conheço bastante a literatura estrangeira sobre o período da fé heterodoxa na França, que é bastante copiosa, e que infelizmente os brasileiros não conhecem porque não há traduções para o português, e posso dizer com segurança que Souto Maior escreveu um livro superficial e bastante encomiástico, feito mesmo para agradar o público espírita. É o grande problema do Brasil: a marginalidade. Ninguém conhece o que se passa fora, porque não lê. Ninguém se interessa em traduzir obras importantes para o debate de ideias. É por isso que eu, como ex-espírita velho de guerra, tenho a convicção de que uma doutrina como o espiritismo só vicejou aqui, neste arrabalde do mundo, por causa justamente da marginalidade.

  23. Marciano Diz:

    Olá, TOFFO. Você estava fazendo falta aqui.
    Permita-me uma sugestão ousada: escaneie o livro “Samba in the Night” e passe para o VITOR, para que ele distribua para nosotros. Não estará ferindo direitos autorais de ninguém, pois o livro está fora do comércio aqui. Nem sei como você o conseguiu.

  24. Toffo Diz:

    Comprei na Amazon.

  25. Vladimir Diz:

    Toffo,

    A Larissa sugeriu que o Marcel Souto Maior deixou a isenção de lado em troca de $$$$$.

  26. Vladimir Diz:

    Toffo diz: “Ninguém conhece o que se passa fora, porque não lê.”
    COMENTÁRIO: Não sei a quais Espíritas se refere mas os Espíritas que eu conheço lêem e muito. E não estou falando dos livros da Zibia Gasparetto. haha
    Toffo diz: “É por isso que eu, como ex-espírita velho de guerra, tenho a convicção de que uma doutrina como o espiritismo só vicejou aqui, neste arrabalde do mundo, por causa justamente da marginalidade.”
    COMENTÁRIO: E o Ocultismo que “vicejou” na Europa e nos EUA, foi por conta de quê?
    Da Marginalidade?
    Falo de Aleister Crowley, Arthur Edward Waite, Dion Fortune, Blavatsky, Israel Regardie, Lon Milo Duquette, Rene Guenon, Gurdjieff, Castaneda, Edgar Cayce e etc…
    O Espirtismo é apenas uma vertente religiosa de um “Universo Espiritualista” muito maior…

  27. Gorducho Diz:

    Não sei a quais Espíritas se refere mas os Espíritas que eu conheço lêem e muito.
     
    Lhe pergunto: o Sr. já leu o Coisas d’outro Mundo do Eugène Nus – em particular o comentário que ele faz sobre a malandragem do Kardec?
    Ou os livros do Monroe e da Lynn Sharp?

  28. Gorducho Diz:

    E o Ocultismo que “vicejou” na Europa e nos EUA, foi por conta de quê?
     
    O Sr. mesmo colocou no passado… Mesas que giravam sozinhas, almas que se condensavam, cestinhas com lápis que escreviam sozinhas, eram razoáveis para as mentalidades vitorianas… e a de 2% dos… brasileiros!
    Estamos em 2015, a 4 anos do fim-dos-tempos (dizem que o CX profetizou :()

  29. Larissa Diz:

    Vladimir, a questão não é falar mal ou bem, mas um livro superficial que deixa de lado questões essenciais da história pessoal do biografado, como a personalidade autoritária, é, no mínimo, parcial.
    O MSM se diz ateu mas escreve como um crente.

  30. Antonio G. - POA Diz:

    Gorducho, nem sabia que os despojos mortais de Laymarie também jaziam no mesmo cemitério…
    .
    Vladimir disse: “Há muito tempo venho acompanhando o blog e só tenho a agradecer a imensa quantidade de artigos científicos que trazem fortes evidências dos fenômenos anômalos que indicam a existência da espiritualidade”.
    Meu problema é que não enxergo estas fortes evidências! Não vejo sequer fracas evidências. Só vejo lero-lero e muita fé.

  31. Gorducho Diz:

    Imagino que personalidade autoritária deva ser uma característica dos fundadores de religiões. Só o fato do sujeito de achar escolhido pelos deuses para redirecionar a humanidade, &c, já é característico no mínimo de megalomania. E, claro, o indivíduo sempre achará que tem razão e autoridade “moral” que lhe é conferida pelos respectivos deuses que subjazem à nova seita que está sendo fundada pelo (necessariamente) autoritário.

  32. Antonio G. - POA Diz:

    Agora… imagem se estamos (quase) todos errados e o Inri Cristo é MESMO a reencarnação do Nazareno! Que mancada, hein?…
    E vai que a ciência acaba provando que Allan Kardec estava certo, que espíritos existem, que Chico Xavier realmente psicografava, etc… O que faremos nós, “céticos”?
    De minha parte, posso garantir que não haverá arrependimento. Apenas direi: “Não havia evidências, o que eu podia fazer?”

  33. Antonio G. - POA Diz:

    Quis dizer: agora imaginem…

  34. Gorducho Diz:

    Pior é se nós estivermos no umbral, há meses comendo musgos e tomando água salobra e aparecer o CX com toda aquela bondade e falta de rancor dele, querendo nos levar direto p/NL – sem cumprir os pelo menos 1000 anos que estamos fazendo por merecer…
    Com que cara nós vamos ficar :mrgreen:

  35. Antonio G. - POA Diz:

    Gorducho, eu estou tranquilo. O dulcíssimo não me deixaria mal… Eu falaria prá ele que li uns 350 dos 400 e tantos livros dele (ops! dos espíritos!), que curti muito, que fui espírita por mais de 30 anos, etc… Ele há de compreender nossos deslizes e saberá perdoar e orientar a todos nós, pessoas de bem. Eu não sou mau. Não sou ruim. Talvez seja apenas equivocado quanto a estas questões da espiritualidade. Não espero ficar 1000 anos no Umbral. No máximo, uns 200. Depois, vou relaxar no NL.

  36. Toffo Diz:

    Da marginalidade sim, porque o Brasil era um país escravocrata, com não mais de 5% de pessoas que liam ou pelo menos tinham condições de ler, sem nenhuma tradição de pensamento, fortemente místico devido à miscigenação, com uma elite minúscula que havia importado, por falta de material nativo, o positivismo de Comte numa época histórica de republicanismo e abolicionismo, e está aí criado o caldo de cultura ideal para uma doutrina como a espírita. Ninguém na Europa, mesmo na França, conhece Rivail ou Allan Kardec, a não ser os historiadores ou estudiosos de religião. Depois de séculos de jugo da Igreja, dos tormentosos anos da guerra franco-prussiana, das duas Grandes Guerras, do fascismo e do nazismo, não há como os povos europeus acreditarem em religiões ou em promessas de além-túmulo. Só num país com pouco estudo como o Brasil esse tipo de doutrina vinga.

  37. Phelippe Diz:

    Oi, Toffo, li seu último comentário e endosso. É isso aí, só não vê quem não quer. Tanta desgraça acontecendo, tanta desgraça já aconteceu, e tem gente que ainda acredita em deus, santos, vida após a morte e quejandos. Fui dizer exatamente o q vc disse acima, para uma turma de fanáticos num centro aqui perto, e fui expulso. Agora viram a cara qdo me encontram na rua. Vivemos num país onde as trevas imperam. Lamentável.

  38. Antonio G. - POA Diz:

    Toffo: Seu último post é irretocável.

  39. Antonio G. - POA Diz:

    Phelippe, meu círculo de amizades e de pessoas que demonstravam consideração e respeito por minha pessoa teve uma considerável redução numérica desde que passei a declarar minha total descrença em espíritos, divindades e religiões. Mas teve um up grade qualitativo…
    Estou melhor agora.

  40. Vladimir Diz:

    Toffo disse: Da marginalidade sim, porque o Brasil era um país escravocrata, com não mais de 5% de pessoas que liam ou pelo menos tinham condições de ler, sem nenhuma tradição de pensamento, fortemente místico devido à miscigenação, com uma elite minúscula que havia importado, por falta de material nativo, o positivismo de Comte numa época histórica de republicanismo e abolicionismo, e está aí criado o caldo de cultura ideal para uma doutrina como a espírita

    COMENTARIO: Nesse apanhado histórico, só esqueceu de citar o papel fundamental que os militares
    tiveram tanto na divulgação do Espiritismo quanto do Positivismo.
    Toffo disse: Ninguém na Europa, mesmo na França, conhece Rivail ou Allan Kardec, a não ser os historiadores ou estudiosos de religião.
    COMENTÁRIO: Isso é fato.
    Toffo disse: Depois de séculos de jugo da Igreja, dos tormentosos anos da guerra franco-prussiana, das duas Grandes Guerras, do fascismo e do nazismo, não há como os povos europeus acreditarem em religiões ou em promessas de além-túmulo.
    COMENTÁRIO: Todos os cidadãos europeus tornaram-se Ateus?
    E o que aconteceu com o Vaticano? Fecharam?
    E a Igreja Anglicana?
    Qual o percentual de Ateus na União Europeia hoje, e qual o percentual de crentes?
    Toffo disse: Só num país com pouco estudo como o Brasil esse tipo de doutrina vinga.
    COMENTÁRIO: O Espiritismo no Brasil é algo marginal, e a Cientologia nos EUA?
    E a Igreja Mórmon?
    E o Adventismo?
    E os Testemunhas de Jeová?
    Todos fenômenos genuinamente Norte-Americanos?
    Marginalismo?

  41. Vladimir Diz:

    Gorducho disse: O Sr. mesmo colocou no passado… Mesas que giravam sozinhas, almas que se condensavam, cestinhas com lápis que escreviam sozinhas, eram razoáveis para as mentalidades vitorianas… e a de 2% dos… brasileiros!
    COMENTÁRIO: Eu não falei apenas do “Spiritualism” e sim do Ocultismo.
    Aleister Crowley, Israel Regardie, Dion Fortune, Arthur Edward Waite, Lon Milo Duquette, Donald Tyson, Konstantinos, Lavey, Franz Bardon são todos Ocultistas…
    Nada que ver com o Spiritualism de Conan Doyle, Fox Sisters, Dunglas Home e Cia…
    E atualidade desse movimento se dá na medida em que as “Ordens Ocultistas” continuam em plena atividade em todo o globo.
    Por exemplo:
    AMORC
    Temple of SET.
    Church of Satan,
    Illuminates of Thanateros,
    Lectorium Rosacrucianum,
    Fraternitas Saturni
    Dragon Rouge e etc.

  42. Vladimir Diz:

    Antonio disse: Meu problema é que não enxergo estas fortes evidências! Não vejo sequer fracas evidências.
    COMENTÁRIO:
    Recomendo o livro:
    Evidências da Vida Após a Morte
    Dr.Jeffrey Long.

  43. Antonio G. - POA Diz:

    Vladimir, desculpe-me pela crueza, mas toda religião é indicadora de debilidade intelectual.

  44. Antonio G. - POA Diz:

    Vladimir, este livro eu não li. E já não gostei. Mas até posso lê-lo, se você me assegurar que ele é diferente de muitos outros que já li sobre o tema.

  45. Goodman Diz:

    Parabéns pelas postagens Vitor. Há muito tempo venho acompanhando o blog e só tenho a agradecer a imensa quantidade de artigos científicos que trazem fortes evidências dos fenômenos anômalos que indicam a existência da espiritualidade. [2]

  46. Vladimir Diz:

    Antonio disse:Vladimir, desculpe-me pela crueza, mas toda religião é indicadora de debilidade intelectual.
    COMENTÁRIO: As maiores mentes que passaram pela Terra ou eram religiosas, ou acreditavam em Deus.
    Então Einstein e Newton coitados sofriam de demência kkk

  47. Antonio G. - POA Diz:

    Em tempo: aplico o termo debilidade no sentido de fragilidade, imaturidade.
    Esclareço este ponto para não dizerem que eu falei que os religiosos são débeis mentais…

  48. Antonio G. - POA Diz:

    “As maiores mentes que passaram pela Terra ou eram religiosas, ou acreditavam em Deus.” Respeitosamente, discordo.

  49. Vladimir Diz:

    Antonio disse: Vladimir, este livro eu não li. E já não gostei.
    COMENTÁRIO: É assim que começa o problema…
    Antonio disse: Mas até posso lê-lo, se você me assegurar que ele é diferente de muitos outros que já li sobre o tema
    COMENTÁRIO: De todos os livros que eu li sobre NDE, esse é o que ao meu ver traz evidências mais “fortes”.
    Certamente não vai fazer você “acreditar” em vida após a morte, mas pelo menos vai colocar uma dúvida sobre o tema. Uma dúvida “forte”.

  50. Vladimir Diz:

    Antonio disse: “As maiores mentes que passaram pela Terra ou eram religiosas, ou acreditavam em Deus.” Respeitosamente, discordo.

    COMENTÁRIO:
    Vejamos quem acreditava em Deus:
    Einstein, Newton, Spinoza, Descartes, Pascal, Platão, Aristóteles, Tomas de Aquino, Heidegger, Agostinho, Bergson, Popper, Pitágoras, Wittgenstein, etc…

  51. Larissa Diz:

    Tira Einstein e Spinoza desta lista. E Newton só acreditava em Deus Pq não compreendia a lei da gravidade, como planetas permaneciam em órbitas estaveis. Divideodó que ele acreditasse hoje em dia.

  52. Antonio G. - POA Diz:

    Ok, Vladimir. Há listas para todos os gostos. Também poderia te dar uma relação de ateus considerados gênios das artes e das ciências. Só que seria necessário antes estabelecer critérios para definição de excelência intelectual, iniciando pela classificação dos diversos tipos de inteligência. Mas isso daria muito “pano prá manga”.
    Deixe prá lá…

  53. Vladimir Diz:

    Larissa disse:
    Tira Einstein e Spinoza desta lista
    COMENTÁRIO: What???
    Einstein disse várias vezes que acreditava no deus de Spinoza.
    Toda a filosofia de Spinoza é construída em cima de “Deus”.
    Como assim???
    Larissa disse: Newton só acreditava em Deus Pq não compreendia a lei da gravidade, como planetas permaneciam em órbitas estaveis. Divideodó que ele acreditasse hoje em dia.
    COMENTÁRIO: Salve o Anacronismo, já que vamos no “achismo” e na “futurologia” eu acho que se Newton estivesse vivo ele seria da IURD…rs

  54. Vladimir Diz:

    Antonio disse: Ok, Vladimir. Há listas para todos os gostos. Também poderia te dar uma relação de ateus considerados gênios das artes e das ciências. Só que seria necessário antes estabelecer critérios para definição de excelência intelectual, iniciando pela classificação dos diversos tipos de inteligência. Mas isso daria muito “pano prá manga”.
    Deixe prá lá
    COMENTÁRIO: E o que tem de “cientista” religioso hoje em dia não está no Gibi…Francis Collins é só um exemplo…

  55. Antonio G. - POA Diz:

    Parece que até Jesus Cristo, caso tenha existido (duvido muito), acreditava em Deus.

  56. Vladimir Diz:

    O grande problema dos “religiosos ateus” (seguidores do Dawkins e Cia) é que eles confundem o conceito Filosófico, Teológico e Metafísico de Deus, com o Deus intervencionista da maioria das religiões.
    É acabam jogando tudo na fogueira…defendendo um materialismo monistas tão a-científico quanto a ideia do Deus da chuva, dos trovões e etc.

  57. Vladimir Diz:

    Correção: Monista

  58. Antonio G. - POA Diz:

    “E o que tem de “cientista” religioso hoje em dia não está no Gibi… Francis Collins é só um exemplo…”
    Pois é, estas incongruências existem. Aí eu fico me perguntando se ele é tão inteligente quanto seria de se supor. Eu acho que não. Talvez ele seja apenas um gênio da genética. Sentimento religioso não se coaduna com ciência. Se Francis Collins se utilizasse do método científico que com grande esmero aplicou em suas pesquisas sobre o genoma humano para prescrutar sobre a existência de Deus…

  59. Vladimir Diz:

    Antônio disse: “Sentimento religioso não se coaduna com ciência”
    COMENTÁRIO: O que “alhos” tem que ver com “bugalhos”? rs
    Quer dizer que se um Oftalmologista acreditar em Deus ele é incompetente? Ou menos inteligente?
    Advogado pode, Contador, pode.
    Agora se ele for Cientista não?
    Isso é puro Preconceito.

  60. Vladimir Diz:

    Antônio disse: “…para prescrutar sobre a existência de Deus”
    COMENTÁRIO: A Ciência provou que “deus” não existe?
    Quando?
    Ela provou que ele existe?
    A Ciência pode explicar todos fenômenos do “Mundo da Vida” (no sentido filosófico do Lebenswelt)?

  61. Phelippe Diz:

    Vladimir, desista, aqui não é lugar de pregação. Se vc crê em td o que diz, bom para vc. Mas não insista cara, por favor.

  62. Vladimir Diz:

    Phelippe disse: Vladimir, desista, aqui não é lugar de pregação. Se vc crê em td o que diz, bom para vc. Mas não insista cara, por favor
    COMENTÁRIO:
    Phelippe em primeiro lugar, o blog não é seu rs
    Em segundo ninguém está pregando nada, estou levantando questionamentos aos “religiosos ateus”…
    Sinta-se a vontade para responder (se puder) rs

  63. Phelippe Diz:

    Oi, Vladimir, a questão é q não posso responder sobre o q não existe. Prove q espíritos existem, q Deus existe, cure um aleijado, daí talvez eu mude de ideia. Saudações.

  64. Vladimir Diz:

    Phelippe: “Oi, Vladimir, a questão é q não posso responder sobre o q não existe.”
    COMENTÁRIO: Como assim não existe?
    A ideia de da Divindade existe.
    O fenômeno religioso existe, em todas as culturas e em todas as épocas ao longo da História.
    97,6% da população mundial acredita em uma “Divindade”.
    Deus enquanto problema filosófico e teológico é extremamente atual e pertinente.
    Isso sem falar nos diversos cientistas que são declaradamente religiosos como o já citado Francis Collins, Paul Davies, Frank Tipler, John Polkinghorne e etc…

  65. Vladimir Diz:

    A postura mais “científica” que se pode adotar a respeito do problema “Ciência” e “Religião” se resume na frase do Cientista Stephen Jay Gould: “A Ciência explica como é o Céu, a Religião como ir para o Céu”.

  66. Gorducho Diz:

    Quanto à América, é de fato um caso á parte. Lá, segundo sustentam alguns, que até psíquicos existem… 🙁
    Mas justamente, Sr. Vladimir, a proliferação das crenças o mais disparatadas evidenciam que á tudo construto da imaginação da humanidade terrícola.

  67. Toffo Diz:

    Não é que a Europa seja um continente de ateus. Acontece que o laicismo predomina, e as religiões tiveram uma baixa considerável, principalmente no pós-guerra. Existem paróquias no interior da França, por exemplo, que estão às moscas por falta de fiéis. Aqui mesmo em Pindorama as coisas estão mudando. Os sem religião e ateus somam 8,5% da população, segundo o último censo. Os que se dizem espíritas não passam de 2,5%, no máximo 3%. É como Warne Monroe diz: o espiritismo sempre foi minoritário.
    .
    Outra coisa: o espiritismo acabou na Europa por falta de oxigenação. Era uma doutrina de certezas, de fé inabalável, de dogmas intransponíveis como a comunicabilidade e a reencarnação. Com o desenvolvimento da psicologia e das teses freudianas, e depois da teoria da relatividade de Einstein, a ideia do eu único, eu integral começou a ser abalada. Foi o golpe de morte na concepção espírita, que no seu arcabouço positivista ensinava que o eu era indivisível, e as leis da natureza imutáveis. Com o passar dos anos nas primeiras décadas do século passado, o espiritismo começou a minguar por falta de respostas às demandas cada vez mais sofisticadas da ciência. A partir dos anos 1930, virou artigo de fé apenas. Não sou eu que digo isso. Os autores que se debruçaram no estudo das fés heterodoxas do século 19 todos concordam. O espiritismo era (e é) rígido demais para dar cabo das demandas da sociedade. Virou uma doutrina mofada, fechada em si mesmo. Passou a representar um mundo utópico, divorciado da realidade: acreditar que o mundo irá mudar através da reencarnação, porque as pessoas ficarão melhores e farão uma sociedade melhor. Nunca!! a natureza humana foi, é e sempre será a mesma: um ser dotado de luz e de sombra, um lado luminoso e outro sombrio, sendo que, infelizmente para nós, o lado sombrio parece prevalecer, já que o homem está acabando com o planeta. Ante uma doutrina que se baseia na crença ingênua de que os ricos finalmente ficarão bonzinhos e dividirão sua fortuna com os pobres, como prega o socialismo romântico do qual derivaram os alicerces do espiritismo kardecista, a gente cruza os braços e diz, pois é…

  68. Gorducho Diz:

    A postura mais “científica” que se pode adotar a respeito do problema “Ciência” e “Religião” se resume na frase do Cientista Stephen Jay Gould: “A Ciência explica como é o Céu, a Religião como ir para o Céu”.
     
    Só que existem pelo menos 56000 (número fornecido pelo Pe. Quevedo) receitas sobre como bajular devidamente a divindade respectiva e conseguir entrar lá. Qual utilizar?

  69. Gorducho Diz:

    O Analista Toffo tangenciou outro ponto que eu considero crucial, e, de novo, o Espiritismo se deu mal.
    Não poderia prever o Kardec que o dogma (veja, Sr. Vladimir, o kardecismo é dogma encima de dogma…) do “progresso” iria levar à superpopulação e à destruição do planeta.
    Se uma divindade semelhante à dos escolásticos de fato existe, deve estar envergonhadíssima da espécie que criou…

  70. Vladimir Diz:

    Toffo disse: Não é que a Europa seja um continente de ateus. Acontece que o laicismo predomina, e as religiões tiveram uma baixa considerável, principalmente no pós-guerra
    COMENTÁRIO: Segundo um censo de 2012 realizado na União Européia, o número de Ateus e Agnósticos gira em torno de 23%
    Isso quer dizer que 77% da População Européia acredita em algum tipo de divindade. Em pleno século XXI depois de
    toda a barbárie perpetrada pelo Comunismo no século XX.
    Não me parece que o Ateísmo grassa com esse otimismo na Europa.

    Toffo disse: Os sem religião e ateus somam 8,5% da população, segundo o último censo (no Brasil)
    COMENTÁRIO: 8,5%?
    Os cristãos somam 86,8%, isso sem mencionar o crescimento “exponencial” dos evangélicos nos últimos 20 anos.

    Toffo disse:
    “A partir dos anos 1930, virou artigo de fé apenas.”
    COMENTÁRIO: Exatamente, o Espiritismo é apenas isso, Religião.
    Nada mais, nada menos.

    Toffo disse: “a natureza humana foi, é e sempre será a mesma: um ser dotado de luz e de sombra, um lado luminoso e outro sombrio, ”
    COMENTÁRIO: Mas isso nem o Kardec negou. Até mesmo em sua “Escala dos Espíritos” tinha a classificação dos “Espíritos Trevosos”.
    Qualquer Umbandista, praticamente do Candomblé e até mesmo “Mesa-Branca” sabe disso.
    Haja vista a quantidade de “desobssessões”.

    Toffo disse: Passou a representar um mundo utópico, divorciado da realidade: acreditar que o mundo irá mudar através da reencarnação, porque as pessoas ficarão melhores e farão uma sociedade melhor.
    COMENTÁRIO: Isso pode até ser verdadeiro para Kardec, mas não o é para o Espiritismo no Brasil hoje.
    É corrente dentro do meio Espírita que “setores” da Humanidade evoluem e outros não.
    Quando a disparidade for imensa um grupo vai para um “Mundo” mais evoluído e os outros vão para um mais inferior, pelo menos
    foi o que disse o Armond, na Saga dos Capelinos rs.
    Emmanuel já havia dito algo semelhante antes e Ramatis e cia falam o mesmo.
    A visão do Socialismo Romântico não existe nem mais para os Espíritas…

  71. Vladimir Diz:

    Gorducho disse: Mas justamente, Sr. Vladimir, a proliferação das crenças o mais disparatadas evidenciam que á tudo construto da imaginação da humanidade terrícola.

    COMENTÁRIO: É uma das interpretações possíveis…

    Godurcho disse: Só que existem pelo menos 56000 (número fornecido pelo Pe. Quevedo) receitas sobre como bajular devidamente a divindade respectiva e conseguir entrar lá. Qual utilizar?
    COMENTÁRIO: Aí vai do gosto do freguês (ou melhor do fiel rs) pode-se acreditar em Brahma, Allah, Jeová, ou até no James Randi,
    Richard Dawkins, Sam Harris e por aí vaí.
    Nesse aspecto eu estou com o William James, e parafreseando-o digo que a melhor religião é aquele que te traz uma melhor “qualidade de vida”,
    e se for o Ateísmo, que seja desde que respeitemos a crença alheia e acima de tudo os limites daa Ciência.

    Godurcho disse:
    “Não poderia prever o Kardec que o dogma (veja, Sr. Vladimir, o kardecismo é dogma encima de dogma…) do “progresso” iria levar à superpopulação e à destruição do planeta.”
    COMENTÁRIO: É verdade o Kardecismo é Dogmático, tal e qual o Cristianismo, o Judaísmo, Islamismo e etc.
    É uma religião como qualquer outra.

  72. Gorducho Diz:

    Assim sim…

  73. Larissa Diz:

    Vlad, e o q vc acha q é o deus de Espinoza ?

  74. Vladimir Diz:

    Larissa disse: Vlad, e o q vc acha q é o deus de Espinoza ?

    COMENTÁRIO: Larissa, Spinoza (ou Espinoza, Espinosa) é um dos meus filósofos favoritos, e respondendo a sua pergunta:

    “Deus sive Natura” como diria o luso-holandês.
    Deus é a substância imanente que jaz por todas as coisas existentes e que é causa de si mesma.
    Portanto o Deus de Spinoza é Monista (admite-se apenas uma substância) e imanentista (não transcende a realidade das coisas).

  75. Marciano Diz:

    Finalmente o blog voltou a bombar.
    Viram como é bom colocar temas espíritas aqui?
    .
    ANTONIO e GORDUCHO, não é possível que vocês ainda não tenham percebido que o LAR DELES é um lugar chato pra c$(&%)&)¨($. Viva o umbral!
    .
    PHELIPPE, peça aos espíritas que te perdoem 70 x 7 vezes.
    .
    ANTONIO, não importa se a pessoa é boa ou má, o que importa é se acredita ou não. Se não acredita, não tem perdão.
    .
    Inteligente como era, se Newton estivesse vivo fundaria uma nova religião e seria esmagado pela massa de dinheiro que arrecadaria.
    .
    ANTONIO, muitos cientistas se dizem crentes em uma divindade somente para não serem marginalizados, demonizados.
    .
    VLADIMIR, você está afirmando que um oftalmologista é mais inteligente do que um advogado ou contador? Eu sou advogado e já fui contador e nunca acreditei em coisas mágicas. Também não sou muito burro, só um pouquinho, pois não sou egoísta, gosto de deixar um pouco de burrice para os outros.
    .
    PHELIPPE, curar aleijados qualquer um cura. Mande curar um amputado. Fazer nascer outro pé (de carne e osso) em RC já é um bom começo.
    .
    97,6 por cento da humanidade acredita em UMA divindade e nega todas as centenas de milhares de outras. Eu só nego mais uma além de qualquer crente em divindades.
    .
    Cristãos somam 86,8% dos crentes?! Os muçulmanos sabem disso?
    .
    Amanhã estarei em Marte, mas, Inch’Allah, estarei de volta no Sabbath.

  76. Vladimir Diz:

    Marciano disse: “VLADIMIR, você está afirmando que um oftalmologista é mais inteligente do que um advogado ou contador?”
    COMENTÁRIO: Não Sr.Marciano. O ANTONIO disse que um “cientista” não pode acreditar em “deus” pois seria incompatível. Nas palavras dele…”Sentimento religioso não se coaduna com ciência”
    Posição essa da qual eu discordo completamente.
    Citei o “Oftalmologista” como exemplo de “cientista” na medida em que o Direito e a Contabilidade não são Ciências (eu sei que isso gera uma discussão imensa, mas ao meu ver não são, aliás nenhuma “Ciência Humana” o é)
    A mim pouco importa se o Oftalmologista acredita em Deus, em Allah, em Jeová, nos Thetans da Cientologia e etc.
    Não acho que isso desmerece o trabalho dele como Cientista.
    São coisas distintas.
    Seria o mesmo que dizer que se o “Oftalmologista” for Gay ele não pode ser Cientista…
    Como eu disse ao Antonio isso é puro Preconceito.

  77. Vladimir Diz:

    Marciano disse: “Cristãos somam 86,8% dos crentes?! Os muçulmanos sabem disso?”
    COMENTÁRIO: Com tanta Igreja IURD espalhada pelo Brasil com certeza eles sabem rs

  78. Vladimir Diz:

    Marciano disse: 97,6 por cento da humanidade acredita em UMA divindade e nega todas as centenas de milhares de outras. Eu só nego mais uma além de qualquer crente em divindades.
    COMENTÁRIO: Boa definição. Seria ótima se a negação dos Ateus não implicasse em chamar os outros 97% da população da Terra de ignorantes, estúpidos e por aí vai.
    O problema não é o Ateísmo é a Arrogância que vem junto com tudo isso.

  79. Antonio G. - POA Diz:

    A afirmação de que ciência e religião são incompatíveis não é preconceito. É apenas lógica. É uma obviedade. Não existe cientista religioso. Se for religioso, não é cientista. O que ocorre muito é confundirem cientista com pesquisador, estudioso, investigador, etc.

  80. Antonio G. - POA Diz:

    Cientista religioso é mais ou menos como um tigre vegetariano. Não dá prá confiar…

  81. Gorducho Diz:

    O que se observa nos cientistas religiosos – os efetivamente bons, é claro… – é uma dicotomia.
    E aí eu concordo c/o Analista Vladimir que é possível existir essa classe de seres. Mas então:
    No exercício da atividade profissional científica poderão ser excelentes: ninguém negará que o Crookes e o Richet foram de primeiríssica classe.
    Mas ao tentarem usar esse backgroud em benefício da respectiva Fé, ficam transtornados e cometem impensáveis desatinos travestidos de “pesquisa” científica. Então, no fundo da controvérsia a razão assiste ao Analista Antonio G. – POA: crença religiosa é incompatível com a atividade científica enquanto tal. Só é aceitável se o Crente conseguir isolar em compartimento estanques na mente os dois universos metafísicos dicotômicos.

  82. Gorducho Diz:

    By the way, eu encomendei há alguns meses o livro da Juliana Hidaldo e estou agora tomando maior conhecimento das pesquisas do Crookes que havia se metido na cabeça que “médiuns” podiam alterar a ponderabilidade de tábuas (e outros objetos: implicitamente justificando as “levitações”, é claro). E por mais que o pessoal da RS – em particular o Stokes- tentasse sutilmente trazê-lo de volta à razão, não havia jeito. A Fé supera tudo…
     
    DISCLAIMER
    A interpretação supra é minha, não necessariamente refletindo a da autora.
     
    Recomendo essa obra a todos interessados no Sobrenatural.

  83. Antonio G. - POA Diz:

    Ok, Gorducho. Vamos admitir que aberrações existem…

  84. Montalvão Diz:

    Dando uma passadinha no pedaço. Ando meio sem tempo e sem saco (no bom sentido, claro).
    /
    Vladimir Disse: (Antonio disse): Meu problema é que não enxergo estas fortes evidências! Não vejo sequer fracas evidências.
    .
    VLADIMIR: Recomendo o livro: Evidências da Vida Após a Morte, Dr.Jeffrey Long.
    .
    .
    COMENTÁRIO: primeira coisa a destacar: eis em Vladimir um bom defensor do misticismo e do espiritismo, há tempos não surgia um assim por aqui.
    .
    Mas difícil, muito difícil prolatar boa defesa do que não tem base consistente, caso do espiritismo.
    .
    Diferentemente de algumas religiões, em que a fé é a tônica da crença, o espiritismo tem facetas que podem ser objetivamente aquilatadas e confirmadas se verazes. E a principal coluna dessa agremiação religiosa é perfeitamente testável (coisa que os espíritas discretamente deixam de lado): falo da comunicação entre vivos e mortos. Sem a comunicação não há espiritismo.
    .
    Desde Kardec, até os dias atuais, os espíritos não foram devidamente aferidos se efetivamente se manifestam na natureza. Esse ponto não pode ser perdido de vista, se quisermos realizar avaliação conclusiva das alegações mediúnicas. E a realidade mostra que, em todas as verificações objetivas da mediunidade os espíritos não se manifestam. Pode, quem quiser, verificar à vontade: se puser os supostos comunicantes espirituais em xeque eles escafedem. Um espírito, se realmente comunicasse, poderia dar mostras indubitáveis de sua presença no ambiente, por meio de testes simples e conclusivos. Mas, não dá, as demonstrações de que espíritos estão atuantes são todas subjetivas: satisfazem somente aos que aceitam as “mensagens” e assemelhados como legítimas.
    .
    Mesmo que a codificação fora elaborada conforme a versão espiritista divulga: Kardec registrando as respostas provindas dos lábios de jovens púberes, incapazes de ter conhecimento por si próprias dos complexos assuntos implícitos nas inquirições; mesmo que essa pouco provável versão fosse real, ainda assim não se poderia ter certeza da ação de desencarnados no processo. Rivail “sesqueceu” de verificar se havia mortos reais atuando e essa amnésia contagiou seus sucessores.
    .
    Podemos ter por estabelecido, pois, que o kardecismo não produz evidências satisfatórias da vida além (na qual acredito).
    .
    Então, o glorioso Vladimir cita o fraco e incerto trabalho de Jeffrey Long como material de consulta. Lang, qual os apologistas do pós-morte que realizam leituras místicas das EQMs, profere um monte de abobrinhas com roupagem de pesquisa séria. O caso é que quando se confrontam as notáveis conclusões dessa classe de pesquisadores não se acha nada com combine com coisa alguma, somente a forçação de barra que fazem, no sentido de criar artificialmente um padrão universal de EQM.
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    Sobre Jefrey Lang avaliei seu trabalho noutra conversa noutro sítio. Reproduzo trechos a seguir.
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    Primeiro vou postar o artigo sem comentários, para que quem não o conheça entenda as ponderações que seguirem.
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    ESTUDO INÉDITO SOBRE EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE CONCLUI: EXISTE VIDA APÓS A MORTE

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    Fábio José Lourenço Bezerra
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    O médico norte-americano Dr. Jeffrey Long é radioncologista em Houma, na Lousiana. Reconhecido nacionalmente em sua área, seu trabalho teve destaque em veículos de comunicação como Newsweek, The Wall Street Journal e Coast to Coast. No seu livro “Evidências da Vida Após a Morte”, ele nos informa sobre sua pesquisa inédita. Através de seu site http://www.nderf.org, coletou mais de 1.600 relatos de Experiências de Quase-Morte e realizou uma investigação científica criteriosa a respeito. A conclusão do autor é direta, objetiva e corajosa. Para o Dr. Long, a vida após a morte está comprovada, após a análise científica das 9 categorias tomadas em conjunto, sistemicamente. Na sua pesquisa, ele comparou seus resultados com os de vários outros estudos anteriores, verificando a notável semelhança entre eles.
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    Com relação ao fato de o estudo ter como base depoimentos de várias pessoas, através do seu site na internet, ele escreveu:
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    “É importante ressaltar que muitos estudos compararam a confiabilidade de pesquisas pela internet com as pesquisas mais tradicionais de papel e caneta estudando grupos de pessoas que participaram de pesquisas por meio de ambos os métodos. O consenso desses estudos é o de que uma pesquisa da internet é tão confiável quanto o método de pesquisa de papel e caneta. Isso valida ainda mais a confiabilidade da pesquisa da NDERF.”
    “[…] Por fim, minha formação como médico me ajuda a determinar se um quadro em que havia perigo de morte aconteceu de verdade. Utilizo a escala Karnofsky, que é uma escala médica bastante utilizada para medir a proximidade da morte. A pontuação de Karnofsky varia de 100 (nenhum comprometimento físico) a 10 (moribundo) a 0 (clinicamente morto). Também posso determinar se os acontecimentos médicos descritos nas EQMs são plausíveis em termos médicos.
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    Nos primeiros tempos do site, me preocupei com a possibilidade de haver farsantes ou passadores de trotes que alegassem ter passado por uma experiência de quase morte. Fico contente em dizer que isso é muito raro. Em primeiro lugar, não há nenhum incentivo – nem financeiro nem de outro tipo – para se passar uma quantidade significativa de tempo preenchendo o extenso e complexo formulário da pesquisa com o intuito de se alegar uma EQM falsa. Por vezes, aqueles que tentam apresentar uma EQM falsificada descobrem como é difícil responder a uma pesquisa detalhada se nunca passaram por essa experiência. Em mais de dez anos, desmascaramos menos de dez relatos fraudulentos registrados no formulário da pesquisa da NDERF e os removemos de imediato do site e do banco de dados.
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    Também me preocupo com a possibilidade de haver relatos reproduzidos, nos quais uma EQM seria copiada na íntegra ou em parte, ou plagiada de outra fonte. Isso aconteceu; porém, mais de uma vez, em raras ocasiões. Quando algo assim acontece, leitores do site denunciam o relato copiado, e nós o removemos de lá. O imenso número de visitantes do site da NDERF ajuda a assegurar que nenhuma das EQMs postadas seja plágio.”
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    Sobre os resultados de sua pesquisa, ele escreveu:
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    “As experiências próximas da morte são as mesmas em todo o mundo. Quer se trate de uma experiência de quase-morte de um hindu na Índia, um muçulmano no Egito, ou um cristão nos Estados Unidos, os mesmos elementos essenciais estão presentes em tudo, inclusive estar fora-do-corpo, a experiência do túnel, os sentimentos de paz, seres de luz, uma revisão de vida, a relutância em voltar, e transformação após a EQM. Em suma, a experiência da morte é semelhante entre todos os seres humanos, não importa onde eles vivem. ”
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    “Crenças culturais preexistentes não influenciam significativamente o teor de EQMs. Experiências de quase-morte de todo o mundo parecem ter conteúdo semelhante, independentemente da cultura do país da pessoa que passou pela experiência”.
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    “Os resultados do estudo da Fundação de Pesquisa de Experiências de Quase Morte (NDERF) indicam clara e notavelmente a coerência entre os estudos de casos de EQM. Este estudo conclui que o que as pessoas descobriram durante a sua experiência de quase-morte de Deus, amor, vida após a morte, razão de nossa existência terrena, dificuldades terrenas, perdão e muitos outros conceitos é notavelmente consistente em todas as culturas, raças e credos. Além disso, essas descobertas são geralmente não o que seria de se esperar de crenças sociais preexistentes, os ensinamentos religiosos, ou qualquer outra fonte de conhecimento terrestre”.
    .
    “Ao estudar cientificamente os mais de 1.300 casos compartilhados com NDERF, eu acredito que as nove linhas de evidências apresentadas neste livro convergem todas para um ponto central: Há vida após a morte.”
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    “Estudei milhares de experiências de quase-morte. Eu considerei cuidadosamente as evidências presentes nas EQMs sobre a existência de vida após a morte. Eu acredito, sem sombra de dúvida, que há vida após a morte física. ”
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    “Algumas pesquisas indicam que até 5 por cento da população dos EUA teve uma experiência de quase-morte.”
    .
    “Falando de forma geral, essas pessoas que passam pela revisão de suas vidas conseguem ver-se a partir de uma perspectiva de terceira pessoa. Eles se observam interagindo com as pessoas em suas vidas. Eles vêem como trataram os outros e muitas vezes passam para o lugar da outra pessoa, para que eles saibam como essa pessoa se sentiu ao interagir com eles. ”
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    “Às vezes um ser espiritual acompanha a pessoa que está tendo a revisão da vida. Este ser pode servir como uma espécie de guia amoroso, avaliando a revisão da vida a partir de um plano espiritual mais elevado, como observa a EQM, discutindo as implicações espirituais dos acontecimentos da vida de quem está passando pela EQM. Os comentários do ser podem ajudar a colocar a sua vida em perspectiva. O que passaram por uma EQM quase nunca descreveram estarem se sentindo julgados negativamente por este ser espiritual, não importa o quão cruéis eram até aquele ponto de suas vidas. Os que revisaram muitos dos seus próprios atos cruéis anteriores muitas vezes expressam grande alívio que eles não foram julgados negativamente durante a EQM”
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    “Os que passaram por uma EQM geralmente observaram que eles eram eles próprios que se julgavam. Durante o processo, viram o bem e o mal, a causa e o efeito de suas escolhas. Muitos relataram que tiveram uma revisão de sentimentos, em vez de uma revisão de eventos visuais”.
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    “Muitos que tiveram uma EQM dizem que a revisão da vida, de todos os elementos da EQM, foi de longe o maior catalisador para a mudança. A revisão da vida permite que essas pessoas revivam suas próprias vidas, erros e tudo. Ela também dá a eles uma chance de avaliar a si mesmos em seu desempenho na vida. Muitas coisas que pareciam insignificantes na época – uma pequena bondade, por exemplo – acabam por ser significativas em sua própria ou a vida de outra pessoa. As pessoas percebem que ficaram irritadas com coisas que não eram importantes ou que colocaram demasiada importância em coisas sem importância”.
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    “A revisão de vida durante a EQM ajuda a entender seu propósito na vida.”
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    “Conhecimento e amor são dois elementos que levamos conosco quando morremos. Como resultado, as opiniões de vida são muitas vezes um dos elementos mais transformadores da EQM. Aqueles que têm poderosas revisões de vida tendem a reverenciar muito o conhecimento e o amor após a sua EQM. ”
    .
    “O estudo Kelly descobriu que 95 por cento dos indivíduos falecidos encontrados eram parentes, enquanto que apenas 5 por cento eram amigos ou conhecidos. Apenas 4 por cento dos que tiveram EQMs no estudo encontraram seres que estavam vivos no momento da EQM. Outros estudos têm mostrado que, em sonhos ou alucinações, os seres encontrados são muito mais propensos a serem pessoas que ainda estão vivas. ”
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    “Encontros com os entes queridos falecidos são quase sempre reuniões alegres.”
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    “Apesar de muitos entes queridos falecidos antes da morte eram idosos e, por vezes desfigurados pela artrite ou outras doenças crônicas, os falecidos na experiência de quase-morte são quase sempre a imagem da perfeita saúde e podem aparecer mais jovens – mesmo décadas mais jovens – do que eles eram na hora da morte. Aqueles que morreram como crianças muito jovens podem parecer mais velhas. Mas mesmo que o defunto pareça ter uma idade muito diferente do que quando morreu, a pessoa que está experimentando a EQM ainda o reconhece.”
    .
    “As pessoas podem encontrar em sua experiência de quase-morte um ser que parece familiar, mas cuja identidade é desconhecida durante a EQM … Na maioria das vezes … os seres estranhos eram membros da família do passado.”
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    OS DOZE ELEMENTOS PRESENTES NAS EQMs:
    .
    Conforme a pesquisa do Dr.Long, não há duas experiências de quase-morte idênticas. Contudo, quando muitas EQMs são estudadas, um padrão comum de elementos surge. Abaixo há uma lista dos doze principais elementos de EQM que foram identificados. Em cada ítem, segue-se um número que indica qual a percentagem, dentre 613 pessoas incluídas no estudo, experimentaram o elemento em questão. Significativamente, apenas 33,8 por cento relataram terem passando por um túnel, e só 22,2 por cento disseram que experimentaram uma revisão de vida.
    .
    1. Estar fora-do-corpo: Separação da consciência do corpo físico – 75,4 por cento;
    2. Sentidos aguçados – 74,4 por cento;
    3. Emoções ou sentimentos intensos e geralmente positivos – 76,2 por cento;
    4. Passando por dentro ou através de um túnel – de 33,8 por cento;
    5. O encontro com uma luz mística ou brilhante – 64,6 por cento;
    6. O encontro com outros seres, sejam seres místicos, parentes falecidos ou amigos – 57,3 por cento;
    7. Uma sensação de alteração do tempo e do espaço – 60,5 por cento;
    8. Revisão de vida – 22,2 por cento;
    9. O encontro com os reinos (“celestes”) extraterrestre – 40,6 por cento;
    10. Encontrando ou aprendendo conhecimentos especiais – 56 por cento (31,5 por cento responderam que achavam que entenderam tudo “sobre o universo”; 31,3 por cento sentiram que eles entenderam tudo “sobre mim mesmo e aos outros”);
    11. O encontro com um limite ou barreira – 31 por cento;
    12. Retorno para o corpo, seja voluntário ou involuntário – 58,5 por cento;
    .
    Baseado nas EQMs estudadas, O Dr.Long desenvolveu “nove linhas de raciocínio” que ele acredita serem a prova da existência de vida após a morte. Vejamos:
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    1. O nível de consciência e vigilância durante a EQM é geralmente maior do que eles experimentam durante a sua vida cotidiana, mesmo que as EQMs geralmente ocorram enquanto inconscientes ou clinicamente mortos. Os elementos em EQMs geralmente seguem uma ordem lógica e consistente;
    .
    2. O que essas pessoas veem e ouvem fora do corpo durante a EQM é geralmente realista, e muitas vezes verificado mais tarde pelos que passaram pela EQM ou outros como real;
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    3. Visão normal ou super-normal, ocorre em EQMs entre aqueles com visão prejudicada significativamente ou até mesmo cegueira total. Vários que eram cegos de nascença relataram EQMs altamente visuais;
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    4. EQMs típicas ocorrem sob anestesia geral, num momento em que a experiência consciente deveria ser impossível;
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    5. Os comentários, durante as revisões de vida em EQMs incluem eventos reais que ocorreram nas vidas dessas pessoas, mesmo que os eventos tenham sido esquecidos;
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    6. Quando essas pessoas encontram seres que conheciam de sua vida terrena, eles são quase sempre falecidos, e, geralmente, parentes falecidos;
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    7. As EQMs das crianças, incluindo crianças muito jovens, são muito semelhantes às EQMs de crianças mais velhas e adultos;
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    8. EQMs parecem notavelmente consistentes em todo o mundo. Muitas EQMs de países não-ocidentais são muito semelhantes às EQMs ocidentais típicas;
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    9. Mudanças na vida das pessoas que passaram pela EQM após as suas experiências, as sequelas de EQM, são comuns. Sequelas são muitas vezes poderosas, duradouras e as mudanças seguem um padrão consistente.
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    Sequelas incluem:
    – Diminuição do medo da morte;
    – O aumento da crença na vida após a morte;
    – Um forte senso de espiritualidade;
    – Um sentimento da presença de Deus;
    – A consciência do significado e propósito da vida;
    – A crença na sacralidade da vida;
    – Uma maior valorização da vida;
    – Um interesse reduzido em ganho material ou status;
    – Procurar ajudar ou curar profissões
    – 45 por cento relataram ter passado a demonstrar dons psíquicos, paranormais ou outros dons especiais;
    – Pessoas com doenças muito graves, tanto físicas quanto mentais, acreditam que foram curados;
    – Cada vez mais amorosos e com mais aceitação de si mesmo;
    – Mais auto-confiança;
    – O aumento da conscientização sobre as necessidades dos outros e uma vontade de alcançá-los;
    – Pode terminar relacionamentos negativos e sem amor, e buscar relações positivas e amorosas;
    – Aumentar as capacidades de amor e compaixão pode resultar em casamentos e relacionamentos mais fortes;
    – Aumento da inteligência (pelo menos em crianças).
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    Conforme o Dr. Long, “você não pode fingir os efeitos de uma experiência de quase-morte.”
    73,1 por cento relataram que sua vida havia mudado significativamente como resultado de sua EQM. Long também relata que “é preciso, desde que haja sete ou mais anos de vida para uma pessoa que teve uma experiência de quase-morte, de integrar plenamente em sua vida as mudanças que resultaram da experiência.”
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    Ao contrário de memórias humanas normais, que são distorcidas ao longo do tempo, as EQMs não são “embelezadas ou diminuídas.” Isso inclui tanto as crianças, que recontam as suas experiências de quase-morte, como adultos, assim como os adultos que recontar suas histórias décadas depois da experiência. O Dr.Long cita vários estudos, de crianças e adultos, que dão base a esta importante conclusão. Escreve Long “, a capacidade impressionante, dos que tiveram experiências de quase-morte, de lembrar constantemente com grande detalhe as suas experiências, mesmo décadas depois, é um testemunho do poder da experiência de quase-morte. É um estado único e notável de consciência”.

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    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
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    LONG, Jeffrey; PERRY, Paul. Evidências da vida após a morte. São Paulo: Larousse [2010].
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  85. Montalvão Diz:

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    Agora segue minha análise do artigo.
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    Esse Jeffrey Long é curioso… várias de suas declarações me parecem estar na contramão até de apologistas das EQM místicas; outras estão concordes com a da maioria, ou seja: encontram-se no mesmo nível de tolices. Vejamos:
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    Sobre os resultados de sua pesquisa, ele escreveu:
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    “As experiências próximas da morte são as mesmas em todo o mundo. Quer se trate de uma experiência de quase-morte de um hindu na Índia, um muçulmano no Egito, ou um cristão nos Estados Unidos, os mesmos elementos essenciais estão presentes em tudo, inclusive estar fora-do-corpo, a experiência do túnel, os sentimentos de paz, seres de luz, uma revisão de vida, a relutância em voltar, e transformação após a EQM. Em suma, a experiência da morte é semelhante entre todos os seres humanos, não importa onde eles vivem.”
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    COMENTÁRIO: Avaliação(?) simplória. O fato de haver similaridades básicas entre os vivenciadores de EQM carece de esclarecimentos que o autor não dá. Se a falta de explicação é intencional ou se Jefrey não diz porque não sabe é difícil avaliar. As semelhanças de reação podem ser devidas, e provavelmente seja isso mesmo, ao fato de que, nada obstante as diferenças culturais, há muito em comum entre todos os viventes: seus psiquismos reagem de forma assemelhada, embora não “igual”. Os defensores do misticismo das EQM vão preferir outra “elucidação”, a de que as semelhanças apontem para algo transcendental. Mas, entre uma explicação satisfatória natural e uma concorrente mística, a boa prudência e o senso lógico indicam que a primeira deve ser a escolha saudável. O problema é convencer discípulos de Van Lommel e Cia dessa verdade.
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    Em tempo, segundo informa Iandoli Jr., (em infeliz palestra no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=9kVFpTCNJ_E) Van Lommel não investiga mais EQM: deu-se por satisfeito com o trabalho publicado na Lancet que, ainda segundo Iandoli, lhe concedeu as provas necessárias de que a consciência seja extracérebro. Se a notícia for veraz, esse Van Lommel será o suprassumo da sabedoria: enquanto neurocientistas, psicólogos e filósofos da mente esfalfam-se por anos seguidos buscando respostas, Lommel, de uma só tacada/pesquisada esclareceu o mistério: a consciência é mesmo transcendente ao cérebro, e tudo isso sem o esforço de adentrar nos meandros da massa cerebral e perquirições ao psiquismo: bastou algumas entrevistas e pimba! Fez-se luz! (Bem, ao menos assim teria se dado na tenebrosa mente do holandês).
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    Jeffrey: “Crenças culturais preexistentes não influenciam significativamente o teor de EQMs. Experiências de quase-morte de todo o mundo parecem ter conteúdo semelhante, independentemente da cultura do país da pessoa que passou pela experiência”.
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    COMENTÁRIO: Aqui é aquele negócio: entenda quem quiser da maneira que quiser. O autor parece dizer que a cultura é irrelevante nos conteúdos das EQM, o que não condiz com a afirmação de outros estudiosos. Por exemplo, o trecho a seguir, extraído da wikipédia:
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    WIKIPÉDIA: “As pessoas que viveram o fenômeno relatam, geralmente, uma série de experiências comuns, descritas nos estudos de Elizabeth Kubler-Ross (1967), tais como:
    • um sentimento de paz interior;
    • a sensação de flutuar acima do seu corpo físico;
    • a impressão de estar em um segundo corpo, distinto do corpo físico;
    • a percepção da presença de pessoas à sua volta;
    • a visão de seres espirituais;
    • visão de 360º;
    • sensação de que o tempo passa mais rápido ou mais devagar;
    • ampliação de vários sentidos;
    • a sensação de viajar através de um túnel intensamente iluminado no fundo (“experiência do túnel”).
    .
    Nesse espaço, a pessoa que vive a EQM percebe a presença do que a maioria descreve como um “ser de luz”, EMBORA SEU SIGNIFICADO POSSA VARIAR CONFORME OS ARQUÉTIPOS CULTURAIS, A FILOSOFIA OU A RELIGIÃO PESSOAL. O portal entre essas duas dimensões é também descrito como a fronteira entre a vida e a morte. Por vezes, alguns pacientes que viveram essa experiência relatam que tiveram de decidir se queriam ou não regressar à vida física. Muitas vezes falam de um campo, uma porta, uma sebe ou um lago, como uma espécie de barreira que, se atravessada, implicaria não regressarem ao seu corpo físico.”
    .
    .
    Jeffrey: “Os resultados do estudo da Fundação de Pesquisa de Experiências de Quase Morte (NDERF) indicam clara e notavelmente a coerência entre os estudos de casos de EQM. Este estudo conclui que o que as pessoas descobriram durante a sua experiência de quase-morte de Deus, amor, vida após a morte, razão de nossa existência terrena, dificuldades terrenas, perdão e muitos outros conceitos é notavelmente consistente em todas as culturas, raças e credos. Além disso, essas descobertas são geralmente não o que seria de se esperar de crenças sociais preexistentes, os ensinamentos religiosos, ou qualquer outra fonte de conhecimento terrestre”.
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    COMENTÁRIO: Nítida propaganda do misticismo. O autor não pode comprovar nada do que afirma, inclusive essa “certeza” em âmbito mundial (de que os vivenciadores de EQM se transformam para melhor e se tornam sábios) é mais provável resultar da expectativa do declarante que oriunda de pesquisa sólida.
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    Jeffrey: “Ao estudar cientificamente os mais de 1.300 casos compartilhados com NDERF, eu acredito que as nove linhas de evidências apresentadas neste livro convergem todas para um ponto central: Há vida após a morte.”
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    COMENTÁRIO: Parece que o autor não atina ao que está dizendo. Primeiro, é provável que seu estudo de científico só tenha a casca (se tanto): não é possível alguém em boa consciência afirmar que demonstrou a vida após a morte por meio de EQM, dada as dificuldades que se interpõem na aceitação da hipótese mística e por haver explicações satisfatórias pela neurociência e psicologia, que não recorrem ao insondável como “prova”.
    .
    Jeffrey: “Estudei milhares de experiências de quase-morte. Eu considerei cuidadosamente as evidências presentes nas EQMs sobre a existência de vida após a morte. Eu acredito, sem sombra de dúvida, que há vida após a morte física.”
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    COMENTÁRIO: A ausência de sombra de dúvida pode ser gratificante para quem assim declarara, mas não significa que se possa concordar com tal discurso sem passar por insensato. Veja-se, por exemplo que, caiu no abismo do fracasso a grande pesquisa em nível mundial (Projeto Aware), que intentava demonstrar haver consciência fora do corpo, o que, daria munição para a ideia de que a mente seja além do cérebro (mas não provaria em definitivo a suposição). Esta retumbante tragédia para a hipótese mística não abalou nem um pouco os advogados da “espiritualidade” das quase-mortes que, continuam, inabaláveis, a apregoar suas certezas, todas apoiadas em proposições capengas.
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    Jeffrey: “Algumas pesquisas indicam que até 5 por cento da população dos EUA teve uma experiência de quase-morte.”
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    COMENTÁRIO: Esse percentual até que é modesto em vista de outros mais generosos, alguns postulam 20%. Mesmo com a moderação o número não diz coisa alguma em relação à espiritualidade das quase-morte. Começa que, provavelmente, esse contingente se refira àqueles que passaram por ressuscitação devido a paradas cárdio-respiratórias: não quer dizer que todos vivenciaram sensações místicas. E mesmo que assim fosse, tal não acrescentaria um dedinho de valor à hipótese de que quem quase-morre vá ao céu e volte. O máximo que se conseguiria com tais depoimentos seria o interesse por investigações mais aprofundadas, a fim de averiguar o motivo de alguns experimentarem sensações singulares. Mas os místicos, coitados, acreditam possuir material suficiente para declarar: a sobrevivência está científicamente demonstrada! Tadinhos…
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    A seguir, uma série de alegadas ocorrências comuns às EQMs, todas altissimamente subjetivas, que provavelmente não foram devidamente investigadas e, em decorrência, carecem de confirmação por meio de verificações conferitivas.
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    Jeffrey: “Falando de forma geral, essas pessoas que passam pela revisão de suas vidas conseguem ver-se a partir de uma perspectiva de terceira pessoa. Eles se observam interagindo com as pessoas em suas vidas. Eles vêem como trataram os outros e muitas vezes passam para o lugar da outra pessoa, para que eles saibam como essa pessoa se sentiu ao interagir com eles.”
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    “Às vezes um ser espiritual acompanha a pessoa que está tendo a revisão da vida. Este ser pode servir como uma espécie de guia amoroso, avaliando a revisão da vida a partir de um plano espiritual mais elevado, como observa a EQM, discutindo as implicações espirituais dos acontecimentos da vida de quem está passando pela EQM. Os comentários do ser podem ajudar a colocar a sua vida em perspectiva. O que passaram por uma EQM quase nunca descreveram estarem se sentindo julgados negativamente por este ser espiritual, não importa o quão cruéis eram até aquele ponto de suas vidas. Os que revisaram muitos dos seus próprios atos cruéis anteriores muitas vezes expressam grande alívio que eles não foram julgados negativamente durante a EQM”
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    “Os que passaram por uma EQM geralmente observaram que eles eram eles próprios que se julgavam. Durante o processo, viram o bem e o mal, a causa e o efeito de suas escolhas. Muitos relataram que tiveram uma revisão de sentimentos, em vez de uma revisão de eventos visuais”.
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    “Muitos que tiveram uma EQM dizem que a revisão da vida, de todos os elementos da EQM, foi de longe o maior catalisador para a mudança. A revisão da vida permite que essas pessoas revivam suas próprias vidas, erros e tudo. Ela também dá a eles uma chance de avaliar a si mesmos em seu desempenho na vida. Muitas coisas que pareciam insignificantes na época – uma pequena bondade, por exemplo – acabam por ser significativas em sua própria ou a vida de outra pessoa. As pessoas percebem que ficaram irritadas com coisas que não eram importantes ou que colocaram demasiada importância em coisas sem importância”.
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    “A revisão de vida durante a EQM ajuda a entender seu propósito na vida.”
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    “Conhecimento e amor são dois elementos que levamos conosco quando morremos. Como resultado, as opiniões de vida são muitas vezes um dos elementos mais transformadores da EQM. Aqueles que têm poderosas revisões de vida tendem a reverenciar muito o conhecimento e o amor após a sua EQM. ”
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    “O estudo Kelly descobriu que 95 por cento dos indivíduos falecidos encontrados eram parentes, enquanto que apenas 5 por cento eram amigos ou conhecidos. Apenas 4 por cento dos que tiveram EQMs no estudo encontraram seres que estavam vivos no momento da EQM. Outros estudos têm mostrado que, em sonhos ou alucinações, os seres encontrados são muito mais propensos a serem pessoas que ainda estão vivas. ”
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    “Encontros com os entes queridos falecidos são quase sempre reuniões alegres.”
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    “Apesar de muitos entes queridos falecidos antes da morte eram idosos e, por vezes desfigurados pela artrite ou outras doenças crônicas, os falecidos na experiência de quase-morte são quase sempre a imagem da perfeita saúde e podem aparecer mais jovens – mesmo décadas mais jovens – do que eles eram na hora da morte. Aqueles que morreram como crianças muito jovens podem parecer mais velhas. Mas mesmo que o defunto pareça ter uma idade muito diferente do que quando morreu, a pessoa que está experimentando a EQM ainda o reconhece.”
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    “As pessoas podem encontrar em sua experiência de quase-morte um ser que parece familiar, mas cuja identidade é desconhecida durante a EQM … Na maioria das vezes … os seres estranhos eram membros da família do passado.”
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    COMENTÁRIO: Então, os apologistas das EQMs místicas são ou deslumbrados ou mal orientados. Querer comprovar alegações nebulosas, e que prolatam com tanta veemência, com tais “pesquisas” é coisa de quem não tem noção do significado de “investigação científica”. Conforme falei anteriormente, essas constatações (se realmente corresponderem a bons levantamentos) podem sugerir a necessidade de maiores averiguações, a fim de esclarecer o motivo de tais reações, nunca, jamais, como provas da sobrevivência.
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    “OS DOZE ELEMENTOS PRESENTES NAS EQMs:
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    Conforme a pesquisa do Dr.Long, não há duas experiências de quase-morte idênticas. Contudo, quando muitas EQMs são estudadas, um padrão comum de elementos surge. Abaixo há uma lista dos doze principais elementos de EQM que foram identificados. Em cada ítem, segue-se um número que indica qual a percentagem, dentre 613 pessoas incluídas no estudo, experimentaram o elemento em questão. Significativamente, apenas 33,8 por cento relataram terem passando por um túnel, e só 22,2 por cento disseram que experimentaram uma revisão de vida.”
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    COMENTÁRIO: As discrepância entre pesquisas é acintosa, cada autor diz o que quer e relata o que bem entende. Para ilustrar, Comparemos os percentuais achados por Jeffrey Long com a tabela dada por Iandoli Jr., nos tópicos coincidentes [as informações de Iandoli estão entre colchetes]:
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    1. Estar fora-do-corpo: Separação da consciência do corpo físico – 75,4 por cento; [24% (baseado em Van Lommel)]
    2. Sentidos aguçados – 74,4 por cento;
    3. Emoções ou sentimentos intensos e geralmente positivos – 76,2 por cento; [56%]
    4. Passando por dentro ou através de um túnel – de 33,8 por cento; [31%]
    5. O encontro com uma luz mística ou brilhante – 64,6 por cento;
    6. O encontro com outros seres, sejam seres místicos, parentes falecidos ou amigos – 57,3 por cento; [23%]
    7. Uma sensação de alteração do tempo e do espaço – 60,5 por cento;
    8. Revisão de vida – 22,2 por cento; [13%]
    9. O encontro com os reinos (“celestes”) extraterrestre – 40,6 por cento;
    10. Encontrando ou aprendendo conhecimentos especiais – 56 por cento (31,5 por cento responderam que achavam que entenderam tudo “sobre o universo”; 31,3 por cento sentiram que eles entenderam tudo “sobre mim mesmo e aos outros”);
    11. O encontro com um limite ou barreira – 31 por cento; [8%]
    12. Retorno para o corpo, seja voluntário ou involuntário – 58,5 por cento;

  86. Antonio G. - POA Diz:

    Montalvão, excelente análise! O pródigo em adjetivações autoelogiosas “estudo científico” não passa de apologia ao misticismo espiritóide. É um perfeito exemplo do que eu falava sobre a confusão que se faz entre pesquisa científica e especulação inconsistente visando à confirmação de uma crença.

  87. Antonio G. - POA Diz:

    Não dá para ser condescendente. Ciência e pensamento religioso (com suas variações difusas, tipo EQM) definitivamente não são compatíveis. Nem “forçando muito a barra”…

  88. Gorducho Diz:

    Segundo eu entendi
    http://www.nderf.org/NDERF/Research/beingsstudy.htm
     
    12,7% viram Jesus, derrubando a tese daqueles que sustentam que ele não existiu…

  89. Gorducho Diz:

    Opa! 9% viram Deus! Derruba a tese dos espinosistas; e também dos escolásticos que sustentam ser ele imaterial e localizado fora do espaço/tempo.
    Que tal essa então: a própria ciência religiosa desprova o Deus do Kardec!!!

  90. Gorducho Diz:

    Opa! 9% 5,4% – 9 terrícolas – viram Deus! &c.
     
    Agora me confundi… desprova o Deus do St° Tomás, mas não sei se o dos kardecistas é imaterial…
    Está me faltando estudar mais a doutrina p/não falar bobagem precipitadamente…

  91. Vladimir Diz:

    Antonio disse: “Não existe cientista religioso. Se for religioso, não é cientista.”
    COMENTÁRIO:
    Francis Collins – Médico Geneticista – Ph.D Yale University
    Gerald Schroeder – Físico – Ph.D Massachusetts Institute of Technology
    Paul Davies – Físico – Ph.D University College of London
    Frank J. Tipler – Físico – Ph.D University of Maryland
    Hugh Ross – Físico – Ph.D University of Toronto
    Ian Barbour – Físico – Ph.D University of Chicago

    E a “cereja do Bolo”:
    Albert Einstein – Físico – Ph.D University of Zurich e Nobel de Física 1921.

    Se eles não são “Cientistas” (por acreditarem em Deus) eu não sei quem o é.

    Vladimir

  92. Vladimir Diz:

    Montalvão,

    O “artigo” em questão não é do Dr.Jeffrey Long e sim do Sr. Fabio José Lourenço Bezerra
    que o elaborou através de “pinçagens” do livro “Evidências da Vida Após a Morte” este sim do Dr.Jeffrey Long.
    Tenho certeza que a intenção do Sr.Fábio Bezerra foi uma “resenha” de divulgação do livro e nada além disso.
    Os questionamentos levantados por você serão respondidos com a leitura (integral) da referida obra.
    Aliás eu vou além e digo que qualquer pessoa com um “pensamento crítico” após a leitura do livro vai chegar a conclusão
    que existem “evidências fortes” a respeito das EQMs a qual a Ciência ainda não consegue dar uma resposta satisfatória e
    que ainda que uma possibilidade remota poderíamos inferir talvez que a “Consciência” sobreviva a morte do corpo físico.

    Vladimir

  93. Gorducho Diz:

    O problema está na tendencia de cientistas religiosos em misturar a atividade científica com suas epifanias de foro íntimo. Exemplos são o Crookes, o Richet… e agora esse Jeffrey Long que o Sr. cita.
    O Sítio que mencionei acima pelo que entendi – corrija-me se eu estiver errado – é controlado por ele e é patético.
    Até missão tem (não lhe faz lembrar nosso querido Kardec?):
    We can then change the world to become a better place like heaven on earth – as above, so below.

  94. Vladimir Diz:

    Eles podem misturar desde que esteja bem claro o que trabalho “científico” e o que é “divulgação religiosa”.
    O Dawkins faz isso o tempo todo com sua “crença ateísta”.
    O Preconceito se dá na medida em que se julga o trabalho científico pelas convicções religiosas.
    Qualquer um pode discordar do trabalho de pesquisa de NDE do Dr.Jeffrey Long (algo que dúvido muito se a pessoa ler o livro) o que é temerário é julgar a competência dele como radioncologista baseado nisso.
    Percebe a diferença?
    Vladimir

  95. Montalvão Diz:

    Gorducho Diz: Segundo eu entendi
    http://www.nderf.org/NDERF/Research/beingsstudy.htm
    .
    12,7% viram Jesus, derrubando a tese daqueles que sustentam que ele não existiu…
    .
    COMENTÁRIO: considerando que ninguém nos tempos atuais conhece a imagem de Cristo, como conseguiram vê-lo? Será que o mestre se apresentou dizendo: “oi, sou Jesus, vim aqui dizer que é pra você voltar”?
    .
    E o diabo, pobre diabo… só apareceu para um elemento! Será que ele anda meio cansado de cooptar almas para o Sheol? Ou, talvez, esteja muito ocupado possuindo os membros da igreja universal e não tenha tempo para se manifestar aos quase-mortos…
    .
    Tanta fantasia…

  96. Montalvão Diz:

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    Vladimir Diz:
    Montalvão,
    O “artigo” em questão não é do Dr.Jeffrey Long e sim do Sr. Fabio José Lourenço Bezerra que o elaborou através de “pinçagens” do livro “Evidências da Vida Após a Morte” este sim do Dr.Jeffrey Long.
    .
    COMENTÁRIO: pois é, mas as palavras pinçadas são do Jeffrey, portanto, expressam as ideias dessa figura.
    /
    /
    VLADIMIR: Tenho certeza que a intenção do Sr.Fábio Bezerra foi uma “resenha” de divulgação do livro e nada além disso.
    .
    COMENTÁRIO: parece-me que a intenção foi fazer apologia da leitura mística das EQM…
    /
    /
    VLADIMIR: Os questionamentos levantados por você serão respondidos com a leitura (integral) da referida obra.
    .
    COMENTÁRIO: considerando a amostra disponível, a leitura integral da obra vai trazer mais do mesmo, ou seja, fantasia levada ao píncaro…
    /
    /
    VLADIMIR: Aliás eu vou além e digo que qualquer pessoa com um “pensamento crítico” após a leitura do livro vai chegar a conclusão que existem “evidências fortes” a respeito das EQMs a qual a Ciência ainda não consegue dar uma resposta satisfatória e que ainda que uma possibilidade remota poderíamos inferir talvez que a “Consciência” sobreviva a morte do corpo físico.
    .
    COMENTÁRIO: prezado amigo, eu acredito que a consciência sobreviva à derrocada orgânica, acredito sim. Porém entre acreditar que sobrevivamos e aceitar essas quimeras que “iluminados” lucubram vai grande distância. Se quiser exemplos do que falo, leia a alucinação de Eben Alexander “Uma prova do Céu”, e constatará. Examine os devaneios de Van Lommel, ou os sonhos de Kenneth Ring, as tolas apologias de Anita Bartholomew, as ingenuidades de Titus Rivas, só para ficar com alguns exemplos. Examine-as com o mesmo espírito crítico que recomenda e verá que as suposições desses estão firmadas em gelatina.
    .
    Por que experiência em morte iminente abriria as portas do além se se trata de evento natural? Só porque as pessoas escapam de morrer, graças aos esforços da medicina terrena, isso significa que foram agraciadas com a honra de darem uma “zoiadinha” do outro lado e voltarem para contar o que sonham ter visto? E o que é que esses retornantes da morte contam? Historietas que fazem o boi da cara preta rolar de rir…
    .
    Vou ver se consigo passar por uma EQM esta noite pra ter o que contar aos interessados. Planejo levar um lero com Jesus, com Gabriel, Rafael, Anrafael, Misael, e Chico. Depois digo como foi…

  97. Montalvão Diz:

    .
    VLADIMIR: Qualquer um pode discordar do trabalho de pesquisa de NDE do Dr.Jeffrey Long (algo que dúvido muito se a pessoa ler o livro) o que é temerário é julgar a competência dele como radioncologista baseado nisso.
    .
    COMENTÁRIO: o contrário é o mais comum (e mais lamentável): julgar a competência de um deslumbrado em discorrer a respeito do que não conhece (no caso EQM), levando em conta sua formação. É o caso, por exemplo, de Brian Weiss, por muitos respeitado como “autoridade” em vidas passadas, pelo fato de ter formação em psiquiatria. Ou de Eben Alexander, tido por conhecedor dos arrebaldes celestes, por tratar-se de neurocirurgião. Se formos ampliar o escopo acharemos William Crookes, Richet, Bozzano (“especialistas” em materializações), os médicos que investigavam Otília Diogo (com Chico Xavier e Waldo Vieira confirmando); Luciano dos Anjos (regredindo a vida passada); Perandrea (“provando” a mediunidade pela grafoscopia), e tantos outros. Nenhum desses conhece um dedinho do além, mas são (ou foram) reconhecidos autoridades naquilo de que entendem tanto quanto qualquer parvo.

  98. Vladimir Diz:

    Montalvão disse: pois é, mas as palavras pinçadas são do Jeffrey, portanto, expressam as ideias dessa figura.
    COMENTÁRIO: Não expressam mão Sr. Na medida em que elas foram “agrupadas” elas dão uma visão equivocada do trabalho do Dr.Jeffrey Long.
    Reitero que leia o livro para ter uma visão integral do assunto.

    Montalvão disse: considerando a amostra disponível, a leitura integral da obra vai trazer mais do mesmo, ou seja, fantasia levada ao píncaro
    COMENTÁRIO: Temerária e pueril a análise.
    Se quiser discutir o trabalho do Dr.Jeffrey Long leio o livro, caso contrário como dizia minha Avó: “Estará falando sem a boca saber…”

    Montalvão disse: Se quiser exemplos do que falo, leia a alucinação de Eben Alexander “Uma prova do Céu”, e constatará. Examine os devaneios de Van Lommel, ou os sonhos de Kenneth Ring, as tolas apologias de Anita Bartholomew, as ingenuidades de Titus Rivas,
    COMENTÁRIO: Misturar Anita Bartholomew, Titus Rivas com Eben Alexander, Kenneth Ring? (Não li o livro do Van Lommel por isso não vou comentar sobre o mesmo)
    Sr. Montalvão é preciso separar o que é Misticismo, de “Relatos Anedóticos” e Pesquisa Científica.
    Com essa “salada” toda não me surpreende que o Sr tenha chegado a tais conclusões.

    Montalvão disse: Por que experiência em morte iminente abriria as portas do além se se trata de evento natural?
    COMENTÁRIO: Seria porque as pessoas ficaram “clinicamente mortas”?

    O Sr. tem alguma explicação científica que justifique o fato de uma pessoa com parada cardiorrespiratória com EEG em estado “flat” (muitas vezes sob Anestesia Geral) tenha a sequência de eventos relatos por aqueles que tem EQM?

    Sou todo ouvidos…

  99. Vladimir Diz:

    Montalvão disse: o contrário é o mais comum (e mais lamentável): julgar a competência de um deslumbrado em discorrer a respeito do que não conhece (no caso EQM), levando em conta sua formação. É o caso, por exemplo, de Brian Weiss, por muitos respeitado como “autoridade” em vidas passadas, pelo fato de ter formação em psiquiatria. Ou de Eben Alexander, tido por conhecedor dos arrebaldes celestes, por tratar-se de neurocirurgião. Se formos ampliar o escopo acharemos William Crookes, Richet, Bozzano (“especialistas” em materializações), os médicos que investigavam Otília Diogo (com Chico Xavier e Waldo Vieira confirmando); Luciano dos Anjos (regredindo a vida passada); Perandrea (“provando” a mediunidade pela grafoscopia), e tantos outros. Nenhum desses conhece um dedinho do além, mas são (ou foram) reconhecidos autoridades naquilo de que entendem tanto quanto qualquer parvo.
    COMENTÁRIO: Brian Weiss? Sério?
    Richet? Crookes? e Bozzano rs

    Tem alguém que os leva a sério ainda?

  100. Montalvão Diz:

    .
    Achei uma crítica ao livro de Long que repasso. O texto está em inglês: dei uma “destraduzida” capenga, com a ajuda de meu amigo google. Deixo o link para o original.
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    Confuso Dr. Jeffrey Long acha que seu livro prova que há vida após a morte
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    Postado por: Jacob Fortin data de publicação: 20 de janeiro, 2010 | Comentários: 81
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    Dr. Jeffrey Long é um médico que ajuda pacientes com câncer terminal lidar com sua doença. Ele esteve fascinado com Experiências de Quase Morte por um longo tempo, e escreveu recentemente um livro sobre elas chamado Evidências da Vida Após a Morte: A Ciência de Experiências de Quase-Morte . Ele entrevistou milhares de pessoas, e por causa da notável semelhança de suas experiências, concluiu que ter achado a prova de que existe vida após a morte. Acho que isso só prova que ele é um idiota.
    .
    Dr. Long, obviamente, decidiu abandonar sua objetividade, e o uso da palavra “ciência” em seu título é extremamente enganoso. Quando você faz ciência, você tem que explicar como até mesmo suas próprias teorias podem ser refutada, em seu caso, tudo o que é necessário é uma evidência de que a razão por que experimentam efeitos semelhantes durante a morte é por causa da forma como o cérebro reage quando morre.
    .
    Os efeitos da EQM foram gravadas por um longo tempo, e os cientistas mais sérios os comparam com o que experimentamos durante o sonho lúcido (situação em que as pessoas estão conscientes de que estão sonhando, mas ainda têm experiências muito realistas). Dr. Long ou não têm consciência desses estudos, ou já concluiu que a única explicação viável deve estar lá é um mundo sobrenatural para onde as pessoas fogem durante a morte. É uma conclusão muito fraca, e isso, obviamente, não é muito científico. Talvez ele nunca ouviu falar da Navalha de Occam. O que é mais lógico: supor que os cérebros das pessoas estão pirando e liberando um potente cocktail de produtos químicos para acalmá-los, ou que um mundo espiritual além da nossa compreensão existe para que nossas mentes vivam para sempre em uma terra de fantasia paraíso? Eu me sinto estúpido apenas propondo o último, e assim é que ele faz.
    .
    Ele afirma que se tornou um médico melhor, agora que escreveu este livro. Eu discordo, já que ele agora acredita tolamente que tem provas suficientes para dizer a seus pacientes que eles não precisam de sentir medo da morte, uma vez que vão viver para sempre em um playland mágico criado por um céu pai amoroso. Talvez nem todo mundo sinta que não é muito saudável endossar wishful thinking óbvio. Parece-me que ele, na verdade, piorou …
    .
    NOTA: Eu confundi Long para um psicólogo clínico, mas foi perturbardor descobrir que ele é realmente um médico. Como exatamente ele pensa que suas habilidades melhoraram com a sua aceitação da fantasia?
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    See more at: http://www.thegoodatheist.net/2010/01/20/confused-dr-jeffrey-long-thinks-his-book-proves-theres-an-afterlife/#sthash.USd889hN.dpuf

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    http://www.thegoodatheist.net/2010/01/20/confused-dr-jeffrey-long-thinks-his-book-proves-theres-an-afterlife/

  101. Gorducho Diz:

    O Sr. Analista Vladimir o que achou do relatório final do Aware, cá publicado em gentil atendimento a sugestão minha para benefício daqueles mais familiarizados c/o idioma de Camões.
    Para que não me ache um fanático intransigente, lhe digo que é algo razoavelmente equilibrado. Evidentemente é até uma obrigação de médicos intensivistas que tenham uma certa queda p/trabalho científico estudar os fenômenos mentais que ocorrem em pacientes que atravessam estados de ND.
    O problema é dai extrapolar, em atendimento a agendas ocultas religiosas, e tentar induzir o leitor destituído de maior senso crítico a pensar que daí decorrem provas científicas de sobrevivência após extinta nossa prisão de carne.
     
    Quanto à sua citação: Richet? Crookes? e Bozzano rs
    Tem alguém que os leva a sério ainda?

    [pensamento de Grassouillet: … ainda bem que o Professor não tem estado presente, senão começa tudo de novo :(]
    Sim, tem: a cartolagem espírita tenta passar essa impressão em suas divulgações, para para tentar induzir esse mesmo público que eu supracitei a pensar que há evidencias científicas que corroborem as crenças deles.
    E o Analista Montalvão se antecipou na resposta que eu iria dar-lhe. Não julgar o trabalho profissional pela religiosidade fui eu mesmo que ressaltei, por isso admitindo ser possível a existência de
    cientistas religiosos. Mas usual é o inverso: os Crentes julgarem a competência de deslumbrados em discorrer a respeito do que não conhecem, levando em conta sua formação. É exatamente isso o que os espíritas fazem p/tentar justificar as sandices produzidas pelo Crookes e pelo Richet. Como eles foram reconhecidamente cientistas de primeiríssima categoria então &c.
     
    Aliás, sua tese metafísica ficou prejudicada pela pesquisa Científica. Tendo alguns quasimortos enxergado Deus, ele não pode ser o espinosista de vocês; há de convir… :mrgreen:

  102. Gorducho Diz:

    Sr. Administrador: fvr. fechar o itálico após a lembrança referente ao Professor… mercy!

  103. Gorducho Diz:

    Manter entretanto: cientistas religiosos.

  104. Gorducho Diz:

    Registro científico de NDE real seguida de morte real:
     
    http://www.youtube.com/watch?v=36uAoe8e2dY

  105. Montalvão Diz:

    .
    Montalvão disse: pois é, mas as palavras pinçadas são do Jeffrey, portanto, expressam as ideias dessa figura.
    .
    VLADIMIR: Não expressam mão Sr. Na medida em que elas foram “agrupadas” elas dão uma visão equivocada do trabalho do Dr.Jeffrey Long.
    Reitero que leia o livro para ter uma visão integral do assunto.
    .
    COMENTÁRIO: Qual a visão equivocada do trabalho de Long dão um resumo das ideias de Long? Essa não entendi… A não ser que a intenção do autor do artigo fosse essa: distorcer o pensamento de Jeffrey. Porém, facilmente se nota que o texto de Fábio Bezerra tem o objetivo de exaltar os estudos de Long e Fábio fez a coisa certa (no meu modo de ver): expôs generosas porções de afirmativas do próprio Long.
    /
    /
    Montalvão disse: considerando a amostra disponível, a leitura integral da obra vai trazer mais do mesmo, ou seja, fantasia levada ao píncaro
    .
    VLADIMIR: Temerária e pueril a análise.
    .
    COMENTÁRIO: aqui não houve análise, sim opinamento, este baseado em minha modesta mas bem sucedida experiência em leituras.
    /
    /
    VLADIMIR: Se quiser discutir o trabalho do Dr.Jeffrey Long leio o livro, caso contrário como dizia minha Avó: “Estará falando sem a boca saber…”
    .
    COMENTÁRIO: minha avó também dizia coisas, uma delas era que “pelo cheiro da carroça sabe-se o que leva dentro”. No entanto, concordo com você em parte: a leitura do livro mostra mais que uma amostra deste. Acontece que se for seguir esse caminho terei de encomendá-lo, gastar R$30,00 (que eu daria mais alegremente num Natu Nobilis), esperar a chegada, realizar a leitura. Depois prolatar as apreciações cabíveis. Quando todos esses passos fossem cumpridos ou o assunto já teria morrido, ou um de nós, ou, o que é mais provável, apenas confirmaria minhas suspeitas…
    .
    Contudo, vislumbro melhor opção: você que tem o material, selecione partes que considere representativas do que quer divulgar de Long e as apresente. Assim poderemos avaliá-las conjuntamente.
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    /
    Montalvão disse: Se quiser exemplos do que falo, leia a alucinação de Eben Alexander “Uma prova do Céu”, e constatará. Examine os devaneios de Van Lommel, ou os sonhos de Kenneth Ring, as tolas apologias de Anita Bartholomew, as ingenuidades de Titus Rivas,
    .
    VLADIMIR: Misturar Anita Bartholomew, Titus Rivas com Eben Alexander, Kenneth Ring? (Não li o livro do Van Lommel por isso não vou comentar sobre o mesmo)
    Sr. Montalvão é preciso separar o que é Misticismo, de “Relatos Anedóticos” e Pesquisa Científica.
    Com essa “salada” toda não me surpreende que o Sr tenha chegado a tais conclusões.
    .
    COMENTÁRIO: talvez esteja certo no que diz… só esqueceu o principal: separar o joio do trigo nessa salada (isso em sua consideração do que seja “bom representante” das lucubrações místicas de EQM). Se quiser acrescer outros nomes fique à vontade, sugiro Michael Sabom, Bruce Greyson, Raymond Moody, Alexander Moreira…
    /
    /
    Montalvão disse: Por que experiência em morte iminente abriria as portas do além se se trata de evento natural?
    .
    VLADIMIR: Seria porque as pessoas ficaram “clinicamente mortas”?
    O Sr. tem alguma explicação científica que justifique o fato de uma pessoa com parada cardiorrespiratória com EEG em estado “flat” (muitas vezes sob Anestesia Geral) tenha a sequência de eventos relatos por aqueles que tem EQM?
    Sou todo ouvidos…
    .
    COMENTÁRIO: já que é todo ouvidos, falarei. O que significa estar “clinicamente morto”? A coisa começa daí. Se clinicamente morto é o mesmo que morto no sentido pleno do falecimento, aí ou o negócio é sério, ou o bagulho é muito doido. Creio que sabemos que quem clinicamente morto não se foi de vez, visto que a regra cósmica para casos da espécie, regra esta sem exceção, postula que uma vez morto morrido está, quer dizer, se foi não volta. Se voltou não estava inteiramente morto. Por isso é que os médicos e socorristas gastam energias no ressuscitamento de quem em parada cardiorrespiratória. Têm uns malucos meio doidos por aí querendo afiançar que os em quase-morte estavam concludentemente mortos. Esquecem que o próprio nome dado ao fenômenos expressa a condição real: “quase morte”.
    .
    EGG em flat: são poucos os ressuscitados monitorados por EEG no pequeno mas barulhento contingente dos que reportam sensações místicas. Há quem pense que todos os que escapam da morte iminente estivessem com medidores de onda cerebrais a eles ligados. O uso de EEG é específico para certas situações e certas cirurgias: ninguém acopla um EEG a quem com o coração parado e respiração suspensa… Essa lenda de EEG em flat vem sendo divulgada até por quem deveria saber que tal não acontece.
    .
    Por fim, quais são os eventos relatados em EQM a que se refere? Falo de eventos devidamente acompanhado “on-line” e mensurados por aparelhagem. De historinhas fantasiadas, contadas meses, ou mesmo anos, após o acontecimento, poupe-nos delas.
    /
    /
    Montalvão disse: o contrário é o mais comum (e mais lamentável): julgar a competência de um deslumbrado em discorrer a respeito do que não conhece (no caso EQM), levando em conta sua formação. É o caso, por exemplo, de Brian Weiss, por muitos respeitado como “autoridade” em vidas passadas, pelo fato de ter formação em psiquiatria. Ou de Eben Alexander, tido por conhecedor dos arrebaldes celestes, por tratar-se de neurocirurgião. Se formos ampliar o escopo acharemos William Crookes, Richet, Bozzano (“especialistas” em materializações), os médicos que investigavam Otília Diogo (com Chico Xavier e Waldo Vieira confirmando); Luciano dos Anjos (regredindo a vida passada); Perandrea (“provando” a mediunidade pela grafoscopia), e tantos outros. Nenhum desses conhece um dedinho do além, mas são (ou foram) reconhecidos autoridades naquilo de que entendem tanto quanto qualquer parvo.
    .
    VLADIMIR: Brian Weiss? Sério?
    Richet? Crookes? e Bozzano rs
    Tem alguém que os leva a sério ainda?
    .
    COMENTÁRIO: visto não sei quais são seus ídolos cito os que imagino estejam em alta conta no seu caderninho. Mas, se não deixa enlevar pelos citados só posso elogiá-lo: apesar de inclinado ao místico demonstra ter os pés no chão.
    .
    Há esperança…

  106. Montalvão Diz:

    .
    Vladimir,
    Dando uma relida em sua agradável redação e melhor observei o trecho a seguir:
    .
    VLADIMIR: Misturar Anita Bartholomew, Titus Rivas com Eben Alexander, Kenneth Ring? (Não li o livro do Van Lommel por isso não vou comentar sobre o mesmo)
    Sr. Montalvão é preciso separar o que é Misticismo, de “Relatos Anedóticos” e Pesquisa Científica.
    Com essa “salada” toda não me surpreende que o Sr tenha chegado a tais conclusões.
    .
    COMENTÁRIO: eu havia pedido que separasse quem, em sua opinião, era “do bem” na lista de nomes. Mas notei que deu uma separada, visto que pôs Anita e Titus num bloco e Eben Alexander e Kenneth Ring noutro. Só faltou dizer qual considera o dos “bons”. Aí poderemos conversar sem medo de ser feliz. Eu desconfio que esteja na torcida do Eben Alexander e Ring, mas não tenho certeza, preciso da informação para melhor me manifestar…
    .
    Antecipadamente digo: considerando os times em jogo, minha sugestão é a de que não torça por nenhum… mas fique à vontade em discordar…

  107. Gorducho Diz:

    Aparentemente no céu indiano os encarregados de buscar o defunto frequentemente se atrapalham…
    As diferenças a meu ver corroboram as informações chiquista quanto à existência de regiões ultramundanas divididas segundo as culturas terrícolas – céu brasileiro (NL), escolas de peri-hebraico, &c…
     
    Fonte:
    Near-Death Experiences of Hindus
    http://www.near-death.com/hindu.html
    5. An Analysis of Hindu Near-Death Experiences
    The Hindu near-death experiences profiled here are typical of the cases studied in India by researchers Satwant Pasricha and Ian Stevenson.
    Tradução simplificada feita por: moi.
     
    O sujeito não vê seu corpo físico, como ocorre em muitas NDEs ocidentais. Ao invés, é carregado por “mensageiros” e levados à presença dum homem ou mulher que é geralmente descrito como tendo um livro e papéis os quais consulta. Um erro é descoberto. A pessoa errada “foi trazida”, e é então levada de volta pelos mensageiros à vida terrestre; ou é “empurrada” e revive. O suposto engano é geralmente sutil, como uma pessoa de mesmo nome porém doutra casta, ou alguém morando numa vila diferente porém próxima é que deveria ter morrido e trazida no lugar do sujeito da NDE. Em 6 dos casos [investigados por Pasricha & Stevenson] os informantes disseram que de fato outra pessoa correta” (coincidindo com a informação obtida por estes no “outro mundo”) de fato faleceu aproximadamente quando os sujeitos reviveram; mas os pesquisadores não conferiram essas mortes.
    Em contraste, sujeitos de NDEs ocidentais geralmente não dão razões (em termos psicológicos) para sua recuperação; se derem, podem dizer que reviveram porque decidiram retornar por vontade própria, geralmente por causa do amor pelos familiares vivos. Às vezes são “enviados de volta” por falecidos que lhes dizem não ter “ainda chegado sua vez”. Sujeitos indianos às vezes relatam encontrar parentes e amigos no “outro mundo” no qual se acham, mas essas pessoas nada têm a dizer sobre a prematuridade da morte do sujeito e uma necessidade de que continue a viver. A ideia de prematuridade da morte, ou “sua hora ainda não chegou”, ocorre nos casos de ambas culturas; mas as pessoas encarregadas de mandá-los “de volta à vida” difere.

  108. Toffo Diz:

    E a gente aqui estava falando de Allan Kardec…

  109. Marciano Diz:

    Só para ler todos os comentários levarei o resto da tarde.
    Se sobrar tempo, teço os meus.

  110. Montalvão Diz:

    .
    5. An Analysis of Hindu Near-Death Experiences
    The Hindu near-death experiences profiled here are typical of the cases studied in India by researchers Satwant Pasricha and Ian Stevenson.
    Tradução simplificada feita por: moi.
    .
    🙂 🙂

  111. Vladimir Diz:

    Montalvão disse: “…O que significa estar “clinicamente morto”?”
    COMENTÁRIO: Sr.Montalvão, por “Clinicamente Morto” entende-se dentro da Medicina um paciente com parada cardiorrespiratória, onde
    não há atividade do Cortex Cerebral.
    Portanto reitero aquilo que foi perguntado:

    O Sr. tem alguma explicação científica que justifique o fato de uma pessoa com parada cardiorrespiratória com EEG em estado “flat” (muitas vezes sob Anestesia Geral) tenha a sequência de eventos relatos por aqueles que tem EQM?

    Vladimir

  112. Vladimir Diz:

    correção: relatados

  113. Montalvão Diz:

    .
    Toffo Diz: E a gente aqui estava falando de Allan Kardec…
    .
    COMENTÁRIO: parece-me ter ficado clara a dificuldade em obter documentos ilustrativos do que fora os primórdios do kardecismo, o que problematiza qualquer boa avaliação do caso. Mas, se não estou equivocado, há uma esperança: tenho a impressão de ter lido comentário de que o José Carlos F. Fernandes está coligindo dados sobre o nascedouro do espiritismo. Se não sonhei, certamente virão informes preciosos e esclarecedores, visto que esse pesquisador consegue desencavar dados de que só mesmo seu cabedal pesquisativo é capaz.

  114. Montalvão Diz:

    .
    Montalvão disse: “…O que significa estar “clinicamente morto”?”
    .
    VLADIMIR: Sr.Montalvão, por “Clinicamente Morto” entende-se dentro da Medicina um paciente com parada cardiorrespiratória, onde não há atividade do Cortex Cerebral.
    Portanto reitero aquilo que foi perguntado:
    O Sr. tem alguma explicação científica que justifique o fato de uma pessoa com parada cardiorrespiratória com EEG em estado “flat” (muitas vezes sob Anestesia Geral) tenha a sequência de eventos relatos por aqueles que tem EQM?
    .
    COMENTÁRIO: nobre presidente russo: tenho elevada impressão de que esteja por demais simplificando a conversa. Já lhe dei resposta ao quesito. Para que eu possa retrucá-lo a contento, supondo que queira mais, faz-se necessário que se abra, de modo a expor o que pensa e o que pretende. Se não for pedir muito, dê exemplo de alguém em PCC com eletrodos de EEG a ele ligados, os quais apontam ausência de sinais no córtex (bem entendido: ausência de sinais elétricos no córtex), para que possamos melhor avaliar o caso. Será que estaria querendo falar de Pam Reynolds e, por modéstia, não quer citar a figura?
    .
    E tem outras inquirições que lhe lancei, as quais estão pendentes de retorno…
    .
    Havendo progresso produtivo neste nosso colóquio falar-lhe-ei mais sobre clinicamentes mortos e outros temas: não temas, pois.

  115. Marciano Diz:

    TEPES, seria pura fantasia, invenção, alucinações mnêmicas, fraudes, dependendo do caso?
    Fabulações, vielleicht?
    .
    “Alucinações Mnêmicas são criações imaginativas com aparência de reminiscências e lembranças, porém, não correspondem a nenhuma imagem de épocas passadas. Nos psicóticos surgem, frequentemente, lembranças reais de vivências irreais que podem atribuir uma história de vida completamente diferente. São lembranças que não correspondem a nenhum acontecimento vivido”.

    “A Fabulação consiste no relato de temas fantásticos que, na realidade, nunca aconteceram. Em grande parte, resultam de uma alteração da fixação e de uma incapacidade para reconhecer como falsas as imagens produzidas pela fantasia. O conteúdo das fabulações, como bem salientou Lange, procede do curso habitual da vida anterior, acontecendo muitas vezes que, achando-se perturbada a capacidade de localizá-las no tempo, lembranças isoladas autênticas completam erroneamente as lacunas da memória.

    Nos casos em que existem alterações dos conceitos e desorganização da vida instintiva, pode-se observar a produção rica de conteúdos fabulatórios absurdos e inverosímeis, que, habitualmente, adquirem um aspecto oniróide. Em outros casos, certas imagens oníricas são rememoradas e atualizadas como lembranças autênticas”.

  116. Montalvão Diz:

    .
    Gorducho,
    .
    O texto que postou, em “tradução simplificada de Moi”, mata uma das alegações “científicas” de Long: a de que a cultura não faz diferença em EQM…
    .
    Estou aguardando que Vladimir selecione e mostre-nos os melhores momentos de Jeffrey, para que possamos avaliar se há elementos indutores a mudança de opinião, levando este cético incréu a reconhecer que o sujeito provou a sobrevivência por meio de EQM, ou se será como suponho: mais um maluco no pedaço…
    .
    Quem viver constatará.

  117. Phelippe Diz:

    Sofri um operação em 2011, anestesia geral, uma parada cardíaca durante o procedimento, uti, etc e, para ser honesto, durante td isso não vi espíritos, anjos, deus ou o q quer q fosse, apenas uma escuridão, o nada absoluto. Essa estória de EQM deve ser analisada com muito cuidado.

  118. Vladimir Diz:

    Montalvão disse: “tenho elevada impressão de que esteja por demais simplificando a conversa”
    COMENTÁRIO: Ah certamente, a pergunta é simples:
    “O Sr. tem alguma explicação científica que justifique o fato de uma pessoa com parada cardiorrespiratória com EEG em estado “flat” (muitas vezes sob Anestesia Geral) tenha a sequência de eventos relatados por aqueles que tem EQM?”
    Montalvão disse: Já lhe dei resposta ao quesito
    COMENTÁRIO: Deu? Não a vi. Poderia reproduzir por favor?
    Montalvão disse: Para que eu possa retrucá-lo a contento, supondo que queira mais, faz-se necessário que se abra, de modo a expor o que pensa e o que pretende. Se não for pedir muito, dê exemplo de alguém em PCC com eletrodos de EEG a ele ligados, os quais apontam ausência de sinais no córtex (bem entendido: ausência de sinais elétricos no córtex), para que possamos melhor avaliar o caso.
    COMENTÁRIO: Sr.Montalvão, é consenso dentro da Medicina que todo paciente após 10 segundos de anóxia tem seu EEG em estado “flat”.
    Vladimir

  119. Vladimir Diz:

    Phelippe disse: Sofri um operação em 2011, anestesia geral, uma parada cardíaca durante o procedimento, uti, etc e, para ser honesto, durante td isso não vi espíritos, anjos, deus ou o q quer q fosse, apenas uma escuridão, o nada absoluto. Essa estória de EQM deve ser analisada com muito cuidado
    COMENTÁRIO: Phelippe nem todos os pacientes que passam por uma PCR, tem EQM.
    Isso os próprios estudos demonstram.
    Vladimir

  120. Antonio G. - POA Diz:

    Gorducho, você está se revelando um condescendente.
    Eu continuo dizendo que não há cientista religioso. Existem estudiosos, pesquisadores, especialistas religiosos. Mas não cientistas stricto sensu.

  121. Antonio G. - POA Diz:

    A menos que consideremos como possível alguém dividir a própria mente em uma parte lógica, racional, inteligente e outra parte mística, crédula e irracional. Separar a consciência como se uma parte fosse azeite e outra parte fosse água. Se isso for possível, posso conceber a ideia de cientista religioso. Se não, continuo dizendo que confundem estudioso com cientista. Se é religioso, certamente não é cientista.

  122. Antonio G. - POA Diz:

    Que tal voltar ao Inri (Kardec) Cristo?

  123. Antonio G. - POA Diz:

    Não é porque fulano é bacharelado e doutor em medicina, pesquisador e autor de livros médicos que devemos considerá-lo cientista! Cientista é quem se pauta em método científico para seus estudos. Um especialista em assar churrasco não é um cientista. É só um churrasqueiro.

  124. Antonio G. - POA Diz:

    Ou eu sou cientista e não sabia…

  125. Vladimir Diz:

    Antonio disse: Cientista é quem se pauta em método científico para seus estudos
    COMENTÁRIO:What???
    Então você está me dizendo que estes cidadãos:
    Francis Collins – Médico Geneticista – Ph.D Yale University
    Gerald Schroeder – Físico – Ph.D Massachusetts Institute of Technology
    Paul Davies – Físico – Ph.D University College of London
    Frank J. Tipler – Físico – Ph.D University of Maryland
    Hugh Ross – Físico – Ph.D University of Toronto
    Ian Barbour – Físico – Ph.D University of Chicago
    Albert Einstein – Físico – Ph.D University of Zurich e Nobel de Física 1921.
    não são se baseiam no “Método Científico” para os trabalhos que eles produzem?
    Antonio disse: outra parte mística, crédula e irracional
    COMENTÁRIO: Então você está me dizendo que 97,6% da população mundial é irracional? (Por acreditam em uma divindade?)

  126. Vladimir Diz:

    correção: (Por que acreditam em uma divindade?)

  127. Gorducho Diz:

    Seria lícito rotular o Einstein de “religioso” só porque acreditava na possibilidade dum deus espinosista (o élan vital do Bergson).
    Daí vou me socorrer duma das figuras as quais mais desaprecio, o Kardec; religião não seria mais do que isso: dogmas, Providência…

  128. Antonio G. - POA Diz:

    Se estes citados eram religiosos, não podem ser considerados cientistas no sentido exato da palavra.
    E sim, pensamento religioso é irracional.

  129. Antonio G. - POA Diz:

    Cientista que crê em divindade é piada.

  130. Antonio G. - POA Diz:

    E eu ainda aguardo um cientista que evidencie a existência de divindade, espíritos, mediunidade, etc. Nenhum conseguiu nada nem perto disto. Então, concluo que: ou não existem divindades, espíritos, etc, ou os caras não são cientistas.

  131. Marcos Arduin Diz:

    Ei, seu Vladimir (não é o Lenin, é?) terei entendido que você acha que William Crookes e Charles Richet não teriam sido bons pesquisadores de fenômenos mediúnicos? Se for isso mesmo, melhor rever seus conceitos.
    Como tenho mais o que fazer, e as discussões por aqui são circulares: vão e voltam ao mesmo ponto, não tenho dado as caras por aqui. Mas já me diverti muito com o desespero dos céticos para negar ou invalidar o que aqueles cientistas fizeram. O meu cético favorito é Massimo Polidoro, pois já o peguei mentindo para defender a fé cética. Se quer saber o que falei, procure por este nome aqui no blog.

  132. Marcos Arduin Diz:

    Inclua também Eva Fay e Harry Houdini que aí vai achar mais coisas

  133. Vladimir Diz:

    Antonio disse: “Se estes citados eram religiosos, não podem ser considerados cientistas no sentido exato da palavra.”
    COMENTÁRIO: Se eles não são cientistas…rs

    Antonio disse: “Cientista que crê em divindade é piada”
    COMENTÁRIO: Aham, vou avisa-los a respeito…rs

    Antonio disse: “E sim, pensamento religioso é irracional”
    COMENTÁRIO: Conheço meia dúzia de cientistas (ops estudiosos) que discordariam do Sr.
    Recomendo a leitura de Claude Levi Strauss, Mircea Eliade, e Clifford Geertz, três dos maiores cientistas (ops antropólogos)
    do século XX.

    Antonio disse: “E eu ainda aguardo um cientista que evidencie a existência de divindade, espíritos, mediunidade, etc.”
    COMENTÁRIO: O Sr confunde conceitos religiosos com Método Científico; Sr. Antonio não é possível “colocar Deus em um tubo de ensaio”
    Se me permite, uma leitura de alguns “cientistas da religião” (ops Teólogos) não lhe faria mal…
    Comece por Karl Rahner e Rudolf Bultmann.
    Quem sabe Martin Heidegger lhe abra para o problema da Techne sobre a ótica do Sein…
    Vladimir

  134. Vladimir Diz:

    Ah propósito Sr Antonio, fique tranquilo pois Heidegger é Filósofo e não Cientista, se bem que ele foi seminarista na juventude…bom deixa para lá rs

  135. Vladimir Diz:

    Marcos Arduin disse: Ei, seu Vladimir (não é o Lenin, é?) terei entendido que você acha que William Crookes e Charles Richet não teriam sido bons pesquisadores de fenômenos mediúnicos? Se for isso mesmo, melhor rever seus conceitos.
    COMENTÁRIO: Digamos que se eu estivesse na URSS iria para o Kulak pelas minhas convicções religiosas rs
    Então o caso todo é o seguinte, confesso que não conheço a fundo o trabalho do Crookes e do Richet a respeito da
    Metapsíquica, porém como eu já vi muitas críticas a respeito do caso da Katie King eu fiquei digamos “pé atrás”
    principalmente com o Crookes.
    Aí eu preferi me voltar para o estudo de pesquisas mais atuais principalmente EQMs.
    Ah propósito, o que o Professor pensa do Bozzano? (Visto que o Sr é talvez um dos poucos Espiritualistas do blog)
    Vladimir Romanoff

  136. Marcos Arduin Diz:

    Ah! Muitas críticas vindas DE QUEM? Sabe, meu caro, eu também fui atrás dessas críticas e o motivo é bem simples: o crítico pode focar, apontar, discutir algo que a gente não viu ou não percebeu.
    Algumas vezes os críticos até me confundiram. O bambambam divulgador cético Massimo Polidoro publicou na Skeptical Inquirer de janeiro de 2000 um artigo no qual demonstrava que Crookes foi feito de tonto pela “mentalista” Ana Eva Fay. Ao ler o artigo, fiquei meio em dúvida. É… Bem nunca pensei que Crookes fosse infalível. Sempre o tinha em conta de um pesquisador arguto e sério, mas isso em nada impediria de ser enganado por alguém mais esperto.
    Isso foi até o dia em que li o relatório onde Crookes descreveu o experimento-chave com a dita “mentalista”. Só aí vi que o sábio cético MENTIU para defender a fé cética. Varreu para baixo do tapete tudo o que não convinha dizer e falou um monte de “abobrinhas”.
    .
    E saiba que com a Katie King não é nada diferente. Há dois termos que têm um poder merífico sobre as mentes céticas: evidência anedota e confissão. Evidência anedota é como se traduzem do inglês o termo annekote. O sentido real é o de um relato mal feito, mal costurado, sem qualquer elemento comprobatório ou que possa ser verificado. Coisa do tipo: um amigo meu, já falecido, falou que um amido dele, também falecido, garantiu ter visto um disco voador passar por sobre uma fazenda onde ele morava…
    Para os sábios céticos o que Crookes & Cia Bela fizeram de estudos mediúnicos são tudo “evidência anedota”: nada ficou comprovado. Foi só a palavra dos cientistas e nada mais. Porém se a dita evidência anedota é a favor da fé cética, aí sim ela MUITO VÁLIDA e indiscutivelmente verdadeira. Veja só aí com relação à médium Florence Cook a tal que materializava a Kate King: o jornalista Jules Bois disse em 1912 que fora amante dessa médium e durante seus tórridos encontros, ela revelou que enganou o cientista com truques bobos e infantis. Bois diz que testou os ditos truques e confirmou a plena viabilidade deles.
    E aí? O que dizem os céticos disso? CREEM PIAMENTE no jornalista e até o defendem, dizendo que ele não teria motivos para mentir (como se Crookes e os outros cientistas tivessem…). E veja como é a fé cética: Bois NUNCA DISSE quais foram aqueles truques bobos e infantis, mas os céticos acham que isso não é importante. A palavra do jornalista basta. Isso se chama VERDADEIRO CETICISMO, viu?
    .
    É Romanoff mesmo? Tem parentesco com o Nicolau II?

  137. Antonio G. - POA Diz:

    A questão das evidências é sempre tangenciada. Porque será?

  138. Antonio G. - POA Diz:

    Por que será?

  139. Antonio G. - POA Diz:

    Se tem algo que atrai como leitura é teologia…

  140. Gorducho Diz:

    A prova de inexistência é que os alegados fenômenos só se produziam no passado antes das câmaras infravermelhas &c. & tal…
    Eu li em certo lugar que a Kodak ao inventar o filme sensível ao IR matou a metapsíquica. Vero…
     
    E eu acho que o Crookes destruiu as fotos por vergonha. Note-se que as publicadas são que estavam fora do controle dele…

  141. Montalvão Diz:

    .
    ARDERRUIM: Ei, seu Vladimir (não é o Lenin, é?) terei entendido que você acha que William Crookes e Charles Richet não teriam sido bons pesquisadores de fenômenos mediúnicos? Se for isso mesmo, melhor rever seus conceitos.
    Como tenho mais o que fazer, e as discussões por aqui são circulares: vão e voltam ao mesmo ponto, não tenho dado as caras por aqui. Mas já me diverti muito com o desespero dos céticos para negar ou invalidar o que aqueles cientistas fizeram. O meu cético favorito é Massimo Polidoro, pois já o peguei mentindo para defender a fé cética. Se quer saber o que falei, procure por este nome aqui no blog.
    .
    COMENTÁRIO: Vladimir e quem novato no pedaço. Não se amofinem com a palavra do Arduin, este é o discurso padrão dele (que é gente boa pacas) exaustivamente repetido até a morte ou ao final dos tempos, o que suceder primeiro. Discussões mil foram levadas a termo mostrando a ele as inconsistências da defesa pueril que faz de Crookes e de suas pesquisandas (curiosamente, ele pouco advoga em favor de Dunglas Homes, que teria sido “mais melhor” que Fay e Cook). Nada obstante, sempre dá uma “zerada” nos argumentos que enfrenta, e volta ao início, declarando que seu cético preferido é o Polidoro, visto que este teria sido o único que o deixou “confuso”, embora por pouco tempo.
    .
    Mas uma coisa o nobre disse com fundamento: as discussões aqui são circulares, quer dizer: as discussões em que ele ( o Arduin) se manifesta em favor das materializações tristemente confirmadas por Crookes (e em menor grau por Richet – “menor grau” no avaliômetro arduínico, registre-se). Observará que em toda conversa, sobre qualquer assunto, o dito dá um jeito de trazer Crookes à vida e repetir seu jargão eterno contra o Massimo Polidoro. Nem o fato de que as materializações de Crookes são inconfirmadas no presente o abala, nem o fato de que Fay se confessou prestidigitadora, tendo recebido louvatório de agremiação de mágicos, nem as denúncias de fraude contra Florence Cook o demovem da certeza de que a mulher quando materializou diante de Crookes o fez legitimamente. E para fechar, nem a realidade de que as materializações ocorrem ocultas sob cabines (barreira que os “cientistas” espiritualistas “sesquecem” de eliminar) desperta suspeitas na firme fé que cultiva na realidade de desencarnados cheios de carnes.
    .
    Agora, esta é para ele: Arduin e os seus testes pessoais que estava a realizar com o galvanômento, intentando demonstrar que fosse fiscalizador insuperável, no que deu?
    .
    Seja como for, bem-vindo ao esse aprisco discutitivo: estávamos saudosos de sua carismática presença.

  142. Gorducho Diz:

    […] curiosamente, ele pouco advoga em favor de Dunglas Homes, que teria sido “mais melhor” que Fay e Cook, &c.
     
    Sim, estranho… porque a principal contribuição científica do Crookes para o espiritualismo foi a possibilidade de alterar-se mediunimicamente a ponderabilidade dos corpos. E isso principalmente graças ao DDH.
    O fato de não ter fornecido equivalentes dinâmicos da força psíquica, ou não ter dado fórmulas para a intensidade variável da força do senhor Home, não é certamente um argumento contra a existência dessa força. Os homens pensavam antes que o silogismo fosse inventado, e, embora possa parecer estranho a algumas mentes, forças existiam antes de suas demonstrações em fórmulas matemáticas. [pg. 166 do livro da Juliana Hidalgo]

  143. Montalvão Diz:

    .
    .
    Montalvão disse: “tenho elevada impressão de que esteja por demais simplificando a conversa”
    .
    VLADIMIR: Ah certamente, a pergunta é simples:
    “O Sr. tem alguma explicação científica que justifique o fato de uma pessoa com parada cardiorrespiratória com EEG em estado “flat” (muitas vezes sob Anestesia Geral) tenha a sequência de eventos relatados por aqueles que tem EQM?”
    .
    COMENTÁRIO: continua a simploriar a conversa. Creio que lhe falei mais do que selecionou de meus declarativos. Em adição, notei que também não dá respostas às indagações de outros, quais a do Gorducho que lhe pediu opinar sobre o projeto Aware. Parece não ter olhos amplos para o passado inquiritivo que vivenciou, mesmo recente, vamos, pois, trazê-lo (o passado) ao presente, no almejo de sensibilizá-lo à manifestação produtiva.
    .
    Primeiramente, devo registrar que parece ter abandonado a pessoa de Jeffrey Long como provador da sobrevivência por meio de EQM, visto que não apresentou, nem falou em apresentar, exemplos consistentes das “provas” produzidas por essa figura (considerando, ainda, que desqualificou o artigo de Fábio Bezerra, acusando-o de dar “visão equivocada” do trabalho de Long). Resta agora saber quem, no seu estoque de demonstradores do além, se salva.
    .
    TRAZENDO O PASSADO:
    .
    VLADIMIR COMENTOU: Seria porque as pessoas ficaram “clinicamente mortas”?
    O Sr. tem alguma explicação científica que justifique o fato de uma pessoa com parada cardiorrespiratória com EEG em estado “flat” (muitas vezes sob Anestesia Geral) tenha a sequência de eventos relatos por aqueles que tem EQM?
    Sou todo ouvidos…
    .
    MONTALVÃO RESPONDEU: já que é todo ouvidos, falarei. O que significa estar “clinicamente morto”? A coisa começa daí. Se clinicamente morto é o mesmo que morto no sentido pleno do falecimento, aí ou o negócio é sério, ou o bagulho é muito doido. Creio que SABEMOS QUE QUEM CLINICAMENTE MORTO NÃO SE FOI DE VEZ, VISTO QUE A REGRA CÓSMICA PARA CASOS DA ESPÉCIE, REGRA ESTA SEM EXCEÇÃO, POSTULA QUE UMA VEZ MORTO MORRIDO ESTÁ, QUER DIZER, SE FOI NÃO VOLTA. SE VOLTOU NÃO ESTAVA INTEIRAMENTE MORTO. POR ISSO É QUE OS MÉDICOS E SOCORRISTAS GASTAM ENERGIAS NO RESSUSCITAMENTO DE QUEM EM PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA. Têm uns malucos meio doidos por aí querendo afiançar que os em quase-morte estavam concludentemente mortos. Esquecem que o próprio nome dado ao fenômenos expressa a condição real: “quase morte”.
    .
    EGG em flat: são poucos os ressuscitados monitorados por EEG no pequeno mas barulhento contingente dos que reportam sensações místicas. Há quem pense que todos os que escapam da morte iminente estivessem com medidores de onda cerebrais a eles ligados. O uso de EEG é específico para certas situações e certas cirurgias: ninguém acopla um EEG a quem com o coração parado e respiração suspensa… ESSA LENDA DE EEG EM FLAT VEM SENDO DIVULGADA ATÉ POR QUEM DEVERIA SABER QUE TAL NÃO ACONTECE.
    .
    POR FIM, QUAIS SÃO OS EVENTOS RELATADOS EM EQM A QUE SE REFERE? Falo de eventos devidamente acompanhado “on-line” e mensurados por aparelhagem. De historinhas fantasiadas, contadas meses, ou mesmo anos, após o acontecimento, poupe-nos delas.
    .
    FIM DO PASSADO.
    .
    COMENTÁRIO ATUAL: parece-me que entendeu minha pergunta retórica (O que significa estar “clinicamente morto”?) como uma questão central no assunto (esquecendo que esclareci em seguida) e resolveu explicar o significado do termo, então “elucidou”:
    .
    VLADIMIR COMENTOU: Sr.Montalvão, por “Clinicamente Morto” entende-se dentro da Medicina um paciente com parada cardiorrespiratória, onde
    não há atividade do Cortex Cerebral.
    Portanto reitero aquilo que foi perguntado.
    .
    COMENTÁRIO ATUAL: ao seu ponderamento acima repliquei:
    “Já lhe dei resposta ao quesito. Para que eu possa retrucá-lo a contento, supondo que queira mais, faz-se necessário que se abra, de modo a expor o que pensa e o que pretende. Se não for pedir muito, dê exemplo de alguém em PCC com eletrodos de EEG a ele ligados, os quais apontam ausência de sinais no córtex (bem entendido: ausência de sinais elétricos no córtex), para que possamos melhor avaliar o caso. Será que estaria querendo falar de Pam Reynolds e, por modéstia, não quer citar a figura?”
    .
    Observe que a conversa estava em bom andamento, bastaria que dissesse se estava pensando em Reynolds, ou em outra pessoa, ou se estava se manifestando de forma geral, acreditando que todos em quase morte estariam com o EEG em flat, coisa que acredito agora saiba que não, pois não há monitoramento com EEG de pessoas em PCC.
    Pois bem, o que preciso é que dê mais detalhes do que quer ver esclarecido, sua questão é por demais genérica para que eu possa abordá-la com o proficiência, você indaga:

    VLADIMIR DISSE:“O Sr. tem alguma explicação científica que justifique o fato de uma pessoa com parada cardiorrespiratória com EEG em estado “flat” (muitas vezes sob Anestesia Geral) tenha a sequência de eventos relatos por aqueles que tem EQM?”
    .
    Pô, meu amigo, você não está dizendo coisa com coisa e insiste que devo lhe dar uma resposta precisa. Quero fazê-lo, porém é necessário que seja mais explícito, não posso adivinhar a que “sequência de eventos” se refere? No fantasioso universo da EQMs místicas se ouve de tudo: pessoas que flutuam e vêem os médicos mexendo em seu corpo, cegos de nascença que identificam coisas à sua volta, gente que sai da sala de atendimento e vai assistir acidentes nas redondezas, outros que passeiam pelo hospital e registram “tudo” o que observam, e, não poderia faltar, quem dá uma excursionada ao outro lado e conversa, oram com parentes falecidos, ora com entes de luz, com anjos, com Jesus e até com “o Homem”…
    .
    O que é que quer que eu diga de tudo isso? Seja mais explícito, para benefício mútuo. Vou lhe dar uma sugestão: selecione um caso que considere “dusbão”, aquele que lhe mexeu com as entranhas, que o deixou trêmulo de sofreguidão, q e o convenceu de que os em quase-morte realmente foram ao céu, ao à erraticidade, ou adadonde supor, e traga-o para que juntinhos (porém não tanto) reflitamos a respeito. Não fazendo isso, vamos ficar nesse joguinho de responde-não-responde a perder de vista. Infelizmente, não tenho mais idade para investir perda de tempo dessa natureza.
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    Montalvão disse: Já lhe dei resposta ao quesito
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    VLADIMIR: Deu? Não a vi. Poderia reproduzir por favor?
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    COMENTÁRIO: acredito e creio, almejo e anseio que, com os esclarecimentos prestados, consiga agora me entender…

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    Montalvão disse: Para que eu possa retrucá-lo a contento, supondo que queira mais, faz-se necessário que se abra, de modo a expor o que pensa e o que pretende. Se não for pedir muito, dê exemplo de alguém em PCC com eletrodos de EEG a ele ligados, os quais apontam ausência de sinais no córtex (bem entendido: ausência de sinais elétricos no córtex), para que possamos melhor avaliar o caso.
    .
    VLADIMIR: Sr.Montalvão, é consenso dentro da Medicina que todo paciente após 10 segundos de anóxia tem seu EEG em estado “flat”.
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    COMENTÁRIO: e o que significa, para você, o EEG em flat? Este instrumento registra sinais elétricos nas camadas superficiais do córtex, nada diz sobre camadas mais profundas, nem consegue dizer se o córtex esteja de todo inativo, visto que nem não há certeza se capta qualquer corrente elétrica que circule nessa região. Quer uma ideia? Esqueça o EEG, ele não vai lhe dar nenhuma prova da sobrevivência. Se quer continuar a defender que EQM demonstre a sobrevivência (e isso, por pouco tempo, tenho certeza) analise os depoimentos dos ressuscitados e coteje o que neles há de verossível e de fantasia. Em pouco tempo, suponho, perceberá que nada de congruente, em termos de evidências, se extrai desses relatos.
    .
    Em tempo: aguardo sua relação de “bambambans da EQM”, notadamente dentre os grupos que selecionou, qual deles merece-lhe crédito, se Rivas e Bartholomew, ou Eben Alexander e Kenneth Ring. Noto que foge de ser específico, talvez pretendendo prolongar sua defesa do indefensável. É importante que se faça mais detalhado para que a discussão progrida, caso contrário vou pra casa comer paçoca e tomar um mé.

  144. Larissa Diz:

    Muitos pacientes epiléticos tem EEG normal. Isso Pq o exame não consegue mapear a atividade elétrica de 100 % da área do cérebro. Tanto é que, em casos graves, há casos em que são feitos EeGs com eletrodos intracranianos.

  145. Larissa Diz:

    E ainda vou respirar der sobre o “teísmo” de Einstein….falta-me tempo ( e animo)

  146. Montalvão Diz:

    .
    no “post” anterior, dentre outros erros, gravei “verossível” quando quis dizer verossímil…
    .
    .
    VLADIMIR: Sr.Montalvão, É CONSENSO DENTRO DA MEDICINA QUE TODO PACIENTE APÓS 10 SEGUNDOS DE ANÓXIA TEM SEU EEG EM ESTADO “FLAT”.
    .
    COMENTÁRIO: achei a informação deveras curiosa… qual a fonte que confirma o EEG “reto” após 10seg de anóxia? E, se não for pedir muito, o que significa para a discussão em andamento o EEg em flat?

  147. Montalvão Diz:

    .
    GORDUCHO: “By the way, eu encomendei há alguns meses o livro da Juliana Hidaldo e estou agora tomando maior conhecimento das pesquisas do Crookes que havia se metido na cabeça que “médiuns” podiam alterar a ponderabilidade de tábuas (e outros objetos: implicitamente justificando as “levitações”, é claro). E por mais que o pessoal da RS – em particular o Stokes- tentasse sutilmente trazê-lo de volta à razão, não havia jeito. A Fé supera tudo…”
    .
    COMENTÁRIO: várias vezes, em discussões pregressas, sugeri ao Arduin a leitura da (na época) tese de Juliana Hidalgo (agora em livro). Embora não seja trabalho crítico sim história da ciência, quer dizer, não tem por meta analisar as fraquezas do Crookes espiritualista, mesmo assim é elucidativo, pois, ao descrever as atividades do cientista nas lides espiritistas mostra quão frágil foi essa empreitada. Curiosamente, o Arduin sempre fez pouco desse admirável trabalho de Hidalgo. Certa vez prometeu que, quando pudesse, examinaria o material, mas pelo visto não o fez, pois permanece arraigado em suas diatribes contra o Polidoro e cego-que-não-quer-perceber o incerto empreendimento crookiano.
    .
    O que será que as experiências arduínicas com o galvanômetro lhe mostraram? Estou sinceramente curioso…

  148. Montalvão Diz:

    .
    Outra errança minha: tenho instigado o Valdimir a dar exemplos de pessoas em PCC monitoradas por EEG, mas ele não responde. Vai que não sabe o que seja PCC, e nem eu sei: em verdade queria dizer PCR: Parada CardioRrespiratória… viu, distinto Vlad, quando grafei PCC leia, por favor, PCR…

  149. Marciano Diz:

    Até o Arduin voltou.
    Parece que o blog vai mesmo voltar com tudo.
    Antonio, entendo perfeitamente o seu pensamento a respeito de religião.
    Existem cientistas que acreditam em lobisomens e em espinhela caída.
    Os do passado não contam, pois Darwin (meu ídolo) acreditava que banhos de água fria curariam sua filha enferma. Ela acabou morrendo, como todos sabem.
    .
    Pelas constantes risadinhas, acho que não é nem Lênin nem Tepes, deve ser o Dr. Silvana rs.
    Eu nem sabia que teologia é ciência divina. Estudo científico das divindades. Vivendo e aprendendo.

  150. Marciano Diz:

    Montalvão, o PCC poderia contribuir em muito com uma pesquisa sogre EQM.

  151. Marciano Diz:

    “sobre”. Não é só o teclado montalvânico que está assombrado.

  152. Montalvão Diz:

    .
    Marciano Diz: Montalvão, o PCC poderia contribuir em muito com uma pesquisa sogre EQM.
    .
    COMENTÁRIO: creio que cooperaria muito mais em pesquisa sobre EM…

  153. Marcos Arduin Diz:

    “curiosamente, ele pouco advoga em favor de Dunglas Homes, que teria sido “mais melhor” que Fay e Cook”
    – Malvadão, não tenho muito o que dizer de Daniel Douglas Home exatamente porque o pessoal cético usualmente faz de conta que nunca ouviram falar dele. Até porque, tanto quanto eu saiba, NUNCA FOI PEGO EM FRAUDE. Aí o pessoal cético fica sem saber onde jogar as pedras. No máximo dos máximos podem recorrer ao livro de Philippe Davi (ou Davis ou David – o nome varia conforme a fonte), La fin du mundi des spiritis (não sei se escrevi certo) onde ele confessa a esse cara que nunca houve espíritos nenhuns e que o médium era a única pessoa que nunca acreditaria neles e que só publicasse essa confissão após sua morte. Muito conveniente, não? Jean Vartier, que escreveu cobras e lagartos contra Kardec, disse sobre a comunicação que Home recebeu de Kardec dizendo-se arrependido de haver ensinado a doutrina espírita:
    _ O procedimento foi fácil demais, monsieur Home.
    E eu digo a mesma coisa aí do disse Philippe Davi.
    .
    “Nem o fato de que as materializações de Crookes são inconfirmadas no presente o abala, nem o fato de que Fay se confessou prestidigitadora, tendo recebido louvatório de agremiação de mágicos, nem as denúncias de fraude contra Florence Cook o demovem da certeza de que a mulher quando materializou diante de Crookes o fez legitimamente.”
    – Certíssimo, Malvadão. Só que:
    1 – Nunca neguei que Ana Eva Fay fosse ilusionista de palco, já que sua vida foi toda montada nessa profissão. Diria até que foi UMA MÉDIUM ESPERTA, pois sabia que mediunidade é INSTÁVEL E INCONTROLÁVEL. Às vezes vem, às vezes não. Aqueles que sempre se disseram médiuns às vezes se ferravam quando os espíritos não apareciam, pois aí tinham de improvisar fraudes em geral GROSSEIRAS.
    Fica estranho para mim que Eva Fay SEMPRE houvesse se apresentado como ilusionista e não como médium. Quando ela fez sua turnê pela Inglaterra, parece que se apresentou como médium, tanto que o Maskelyne a “expôs” quando demonstrou fazer por ilusionismo o que ela dizia fazer por espíritos. Só então ela buscou o socorro de Crookes. Afinal ela era só ilusionista ou também era médium?
    .
    2 – Aqui então entra a famosa “evidência anedota”. Como sabemos se essas “denúncias de fraudes” contra a Cook eram de fato verdadeiras, fundamentadas em fatos incontestáveis? NÃO SABEMOS. O que temos quanto a elas é a mesma coisa com relação à pesquisa de Crookes. E nem diria que são a mesma coisa. As duas únicas denúncias contra ela vieram de Volckman, um interesseiro que queria desmoralizá-la para garantir freguesia para uma médium rival, com quem se casou quando ficou viúva. E a outra foi quando já nem estava mais sob investigação e teria produzido um fenômeno de transfiguração: não tendo sido devidamente presa à cadeira, levantou-se dali com o corpo revestido pela manifestação e aí alguém olhou para o interior do gabinete e a médium, logicamente, não estava lá. Deu-se o bafafá, mas ficou algo que ninguém resolveu: a médium sempre usava roupas escuras e a fantasma, brancas. E estas NÃO FORAM ENCONTRADAS, por mais que se procurasse.
    Então, meu caro, se proclamam vocês que “falta evidência que substancie o trabalho de Crookes”, eu também digo o mesmo das denúncias de fraude.
    .
    “E para fechar, nem a realidade de que as materializações ocorrem ocultas sob cabines (barreira que os “cientistas” espiritualistas “sesquecem” de eliminar) desperta suspeitas na firme fé que cultiva na realidade de desencarnados cheios de carnes.”
    – Crookes também fez estudos com a irmã da Florence, Kate Cook, com a qual NÃO USOU gabinete. Mas não adianta: o pessoal cético sempre vem com alguma desculpa…
    .
    “repetir seu jargão eterno contra o Massimo Polidoro. ”
    – Ele se tornou o meu cético favorito, já que o peguei mentindo em defesa da fé cética.
    .
    “Curiosamente, o Arduin sempre fez pouco desse admirável trabalho de Hidalgo. ”
    – Usei em relação a esse admirável trabalho o mesmo critério que vocês céticos usam com relação aos médiuns. Basta uma denúncia ou suposta confissão de fraude feita por algum terceiro para que ESTEJA PROVADO que o médium sempre foi de fato uma farsa.
    .
    Pois bem, a partir de uma frase da Juliana “… Home teria usado de algum truque (DESCONHECIDO)… ” eu inutilizo TODO o trabalho dela. Como assim desconhecido? Então ela não repetiu os experimentos do Crookes conforme ele descreveu e assim conseguiu decifrar quais teriam sido as possíveis fraudes? Tá na cara que não. Ela só compilou o que se disse e seguiu a mesma trilha gloriosa da comunidade cética.
    Por isso mesmo nunca tive interesse em ler esse livro.

  154. Vladimir Diz:

    Prof.Arduin,

    Pois é eu sempre fiquei “intrigado” com a arrogância que os “crentes céticos” tem em julgar
    o mérito dos cientistas do passado.
    Mas “sacomé” na dúvida preferi não arriscar…
    Com certeza o Sr. aguçou a minha curiosidade em relação ao Crookes, vai para a lista de “leituras”.

    Ah o Romanoff foi um trocadilho com os Bolcheviques rs

    Vladimir

  155. Vladimir Diz:

    Montalvão disse: notei que também não dá respostas às indagações de outros, quais a do Gorducho que lhe pediu opinar sobre o projeto Aware.
    COMENTÁRIO: Sr. Montalvão esse tema da EQM é algo que levo muito a sério, como não li os resultados do AWARE ainda eu preferi não comentar,
    afim de não falar uma bobagem…

    Montalvão disse: Primeiramente, devo registrar que parece ter abandonado a pessoa de Jeffrey Long como provador da sobrevivência por meio de EQM, visto que não apresentou, nem falou em apresentar, exemplos consistentes das “provas” produzidas por essa figura.
    COMENTÁRIO: Em absoluto. Tenho o trabalho do Dr.Jeffrey Long em alta conta (baseado naquilo que pude ler em seu livro) e justamente por isso
    lhe indiquei a leitura integral da obra.
    De outro modo corro o risco de incorrer no mesmo erro a qual critiquei o Sr.Fabio Bezerra.

    Montalvão disse: “e insiste que devo lhe dar uma resposta precisa. Quero fazê-lo, porém é necessário que seja mais explícito, não posso adivinhar a que “sequência de eventos” se refere? No fantasioso universo da EQMs místicas se ouve de tudo: pessoas que flutuam e vêem os médicos mexendo em seu corpo, cegos de nascença que identificam coisas à sua volta, gente que sai da sala de atendimento e vai assistir acidentes nas redondezas, outros que passeiam pelo hospital e registram “tudo” o que observam, e, não poderia faltar, quem dá uma excursionada ao outro lado e conversa, oram com parentes falecidos, ora com entes de luz, com anjos, com Jesus e até com “o Homem”…”
    COMENTÁRIO: Sr.Montalvão talvez eu não tenha sido didático o suficiente, e não tenha conseguido ilustrar o caso.
    Pois bem, afim de dirimir quaisquer sombra de dúvidas…

    Em primeiro lugar vamos definir o que é “Morte Clínica” e “Morte Biológica” (A Morte de fato…da qual não se volta, exceto o Nazareno, dizem…)

    Morte Clínica é quando um paciente tem uma Parada Cardiorrespiratória (PCR), como o próprio nome diz, o coração para de bater, os pulmões param de funcionar, cessam-se as trocas gasosas, o oxigênio não chega ao Cérebro, enfim…(Tenho certeza que o Sr. já sabe de tudo isso).

    Morte Biológica é quando o “Tronco Encefálico” (que é a porção mais primitiva do nosso Encéfalo) cessa a sua atividade elétrica, por assim dizer é quando o mesmo “morre”.

    É sabido dentro da Medicina que o Córtex Cerebral (a porção mais nobre do nosso encéfalo) é o responsável pelas funções cognitivas.

    É sabido também dentro da Medicina que após 10 segundos de Anóxia, toda a atividade elétrica do Cortex Cerebral, desaparece.*

    Sabemos que os diveros relatos de pacientes com EQMs, o mesmos ficaram bem mais que 10 segundos em um estado de PCR.
    Portanto mais de 10 segundos “clinicamente mortos”

    Aí vem a minha questão (reformulada): O Sr. tem alguma explicação científica que justifique o fato de uma pessoa com parada cardiorrespiratória, sem atividade no Cortéx Cerebral, tenha a sequência de eventos (EFC, Viagem pelo Túnel, Encontro com o Sr. de Luz, Revião da Vida, Encontro com um parente falecido, Retorno) relatados por aqueles que tem EQM?”

    *De chofre não tenho as referências aos estudos Anestesiológicos que comprovam isso. Mas se não me falha a memória eles são da década de 1990.
    Vou dar uma pesquisada e na próxima postagem eu lhe trarei as referências.

  156. Vladimir Diz:

    Larissa disse: “E ainda vou respirar der sobre o “teísmo” de Einstein….falta-me tempo ( e animo)”
    COMENTÁRIO: Eu não disse que Einstein era “Teísta” disse que Einstein acreditava no “deus de Spinoza”.
    Se a Sra. conhece Spinoza podemos interpretar como Gebhardt o fez, e dizer que o mesmo era Panteísta (A Chauí discorda desse acepção…)
    Portanto Einstein não era “Teísta” tampouco Deísta (como Voltaire) e sim Panteísta.
    Ainda sim o mesmo não era Ateu (tampouco Spinoza).

  157. Vladimir Diz:

    Correção: Córtex, Revisão

  158. Gorducho Diz:

    Spinoza não seria panteísta pois que o universo material não faria parte de Deus, certo?
    O Deus do Spinoza é o élan vital (natura naturans), não as diversas modificações dos Fluído Universal – ponderabilizado ou não… (natura naturata).
     
    Mas a existência dessa entidade spinozista está está descartada face às evidências científicas obtidas nos experimentos com NDEs 😆

  159. Phelippe Diz:

    Esse Vladimir, o jeito como escreve, suspeito… acho q já vi vc por aqui com outro nome. Deve ser alguém q conhecemos, só para dar uma agitada no blog. Né não?

  160. Phelippe Diz:

    E esse deus do Spinoza, com todo o respeito, está mais morto q minha peruca. Para q serve? vai nos salvar das atrocidades q nos acometem de tempos em tempos? não! então não pode nem deve ser levado em consideração.

  161. Phelippe Diz:

    A própria ideia de um deus é absurda, com todo o respeito para aqueles que acreditam.

  162. Montalvão Diz:

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    ARDUIN,
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    Sinto altas cócegas responditivas em relação aos seus comentários, mas como você próprio denunciou, vamos entrar, de novo, na circularidade. Todos seus ponderamentos foram exaustivamente conversados em conversas pregressas. Basta que eu pince algumas delas para lhe trazer à lembrança que estaremos volteando em círculos se arriscar adentrar em discussão.
    .
    Isso (o pinçamento) fa-lo-ei amanhã que hoje tô meio borocochô de sono.
    apenas avaliarei o trecho que segue:
    .
    ARDUIN: Pois bem, a partir de uma frase da Juliana “… Home teria usado de algum truque (DESCONHECIDO)… ” eu inutilizo TODO o trabalho dela. Como assim desconhecido? Então ela não repetiu os experimentos do Crookes conforme ele descreveu e assim conseguiu decifrar quais teriam sido as possíveis fraudes? Tá na cara que não. Ela só compilou o que se disse e seguiu a mesma trilha gloriosa da comunidade cética.
    POR ISSO MESMO NUNCA TIVE INTERESSE EM LER ESSE LIVRO.
    .
    COMENTÁRIO: respeito seu motivo, porém ele é fútil, para não dizer tolo. Conforme falei ao Gorducho, Juliana não escreveu uma análise crítica ao trabalho de Crookes, razão pela qual o trabalho é indicado, visto que muito mais isento do que seria, por exemplo, uma avaliação do Polidoro. O problema, seu problema, é que quer, em todas as análises, descrições detalhadas de como os truques eram realizados. Ora, truques desconhecidos os prestidigitadores utilizam a todo o momento e ninguém, nem você, os declara legítimos vez que a encenação não fora descrita passo a passo. Se um mágico extrair um coelho de sua cartola mágica e você (nem ninguém que conheça) for capaz de explicitar o engodo, a seguir o raciocínio que adota, este terá de ser considerado autêntico mago, até que surja quem possa mostrar que a coisa é feita tecnicamente. E isso se não quiser radicalizar, alegando que os mágicos fazem por teatralização aquilo que os médiuns fariam por incrementação espiritual. Nada impediria que não recorresse à essa saída salvadora.
    .
    Caso de Fay: não tendo outro jeito senão reconhecer que a moça era ilusionista, salva-se criando um híbrido: médium-mágico. Quando o truque puder ser exposto detalhadamente estaria em ação o artista, quando não é o médium que age inspirado por espíritos… Parece-me ser esta sua curiosa estratégia atual de validação…

  163. Montalvão Diz:

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    Hoje tô mal de redação… digo, “mais mal” que normalmente… Corrijam o trecho que segue para o que segue entre colchetes…
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    “Juliana não escreveu uma análise crítica ao trabalho de Crookes, razão pela qual o trabalho é indicado, visto que muito mais isento do que seria, por exemplo, UMA AVALIAÇÃO DO POLIDORO [AVALIAÇÃO REALIZADA PELO POLIDORO].
    .
    O problema, seu problema, é que quer, em todas as análises, descrições detalhadas de como os truques eram realizados. Ora, truques desconhecidos os prestidigitadores utilizam a todo o momento e ninguém, nem você, os declara legítimos vez que a encenação não fora descrita passo a passo. Se um mágico extrair um coelho de sua cartola mágica e você (NEM NINGUÉM QUE CONHEÇA [OU ALGUM CONHECIDO]) for CAPAZ [INCAPAZ] de explicitar o engodo, a seguir o raciocínio que adota, este terá de ser considerado autêntico mago, até que surja quem possa mostrar que a coisa É [fora] feita tecnicamente.”
    .
    Sorry

  164. Marciano Diz:

    Chega de E va Fay, Crookes, EQMs.
    Vamos falar de Divaldo.
    É mais divertido.

  165. Antonio G. - POA Diz:

    Diva Divaldo é um um bom assunto.

  166. Antonio G. - POA Diz:

    Tal como Larissa tem pouca disposição para discutir o teísmo de Einstein, eu não me animo a debater a existência de divindades. Nem sei por onde começar. É assunto improdutivo. É como “secar gelo”.

  167. Vladimir Diz:

    Gorducho disse: Spinoza não seria panteísta pois que o universo material não faria parte de Deus, certo?
    O Deus do Spinoza é o élan vital (natura naturans), não as diversas modificações dos Fluído Universal – ponderabilizado ou não… (natura naturata).
    COMENTÁRIO: Apesar de Spinoza fazer a diferenciação entre “natura naturans” e “natura naturata” ambos fazem parte da mesma Substância Imanente que constitui a realidade existente, e a essa Substância Spinoza dá o nome de Deus.
    Portanto acho perfeitamente plausível chamá-lo de Panteísta.
    Em relação ao elan vital Bergsoniano não sei se poderíamos compará-lo dessa forma (talvez Deleuze o faria), mas penso que o Elan Vital está mais para a Wille Zur Macht de Nietzsche ou talvez até o conceito de “Vontade de Viver” em Schopenhauer do que a Substância de Spinoza.

  168. Antonio G. - POA Diz:

    Alguns crentes argumentam que nenhum incréu provou a inexistência de deus. E isso lhes basta para satifazerem-se na fé. É uma falácia. É ser pouco exigente, pois também ninguém prova a inexistência do Coelhinho da Páscoa e nem por isso é razoável supor que ele exista de fato. Mas discutir as farsas dos sedizentes médiuns é temática mais interessante, pois não ficamos adstritos ao argumento de que não somos (os seres pensantes) capacitados a compreender os desígnios divinos, por sermos intelectualmente incapazes ou espiritualmente “imerecedores”. Exemplo: Pergunta 3 de O Livro das Espíritos – Poderíamos dizer que Deus é infinito? Resposta dos espíritos: “– Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, que é insuficiente para definir as coisas que estão acima de sua inteligência.”

    Bem, os sedizentes médiuns são seres de carne e osso que dizem comunicarem-se com espíritos. Isso poderia ser aferido sem maiores problemas. Ou deveria ser verificado com facilidade. Mas ocorre que não se consegue comprovar nada neste sentido. Tantos são os agentes e as alegadas ocorrências de fenômenos mediúnicos e não se tem um único caso de evidência da veracidade destes fatos!!! Que coisa intrigante! Zero Evidência. Nada. Nenhumazinha. Pelo contrário, todo suposto fenômeno devidamente investigado descortina-se como fraude ou devaneio. Por isso eu digo sempre que todo o médium mente. Se não mente conscientemente, “viaja na maionese”. E não há quem me conteste. Outra vez pergunto: Por que será?

  169. Antonio G. - POA Diz:

    A única forma de contestar a minha afirmação é apontar uma ocorrência real e verificável de fenômeno mediúnico. Coversa mole eu já conheço bastante.

  170. Gorducho Diz:

    […] ambos fazem parte da mesma Substância Imanente que constitui a realidade existente, &c.
     
    Só que substância p/o Spinoza não é o Fluído Universal com suas infinitas modificações. É a essência.
    Fazendo uma analogia c/a informática – estou fazendo uma tarefinha ligada à agora… – eu diria que o Deus do Spinoza seria como que a lógica da programação; ou o que se chama em administração de empresas o processo (a antiga O&M). E o Universo (natura naturata) seria então o código (modos da substância), i.e., os “métodos”, “classes”…

  171. Montalvão Diz:

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    Arduin,
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    Seguem minhas respostas ao seu texto e os pinçamentos prometidos. Pretendi fazer algo mais amplo e elucidativo, principalmente para quem não acompanha as discussões, mas tô há quatro horas selecionando textos e não consegui o que pretendia. Vejo que este é trabalho para vários dias e não será possível fazê-lo com a presteza almejada. Sem considerar que quem já esteja de saco cheio de Crookes tende a não ler nadica de nada do que deu um trabalhão realizar. Mesmo assim, descolei algumas boas ilustrações, confira.
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    Montalvão: “curiosamente, ele pouco advoga em favor de Dunglas Homes, que teria sido “mais melhor” que Fay e Cook”
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    ARDUIN: – Malvadão, não tenho muito o que dizer de DANIEL DOUGLAS HOME exatamente porque o pessoal cético usualmente faz de conta que nunca ouviram falar dele. Até porque, tanto quanto eu saiba, NUNCA FOI PEGO EM FRAUDE. Aí o pessoal cético fica sem saber onde jogar as pedras. No máximo dos máximos podem recorrer ao livro de Philippe Davi (ou Davis ou David – o nome varia conforme a fonte), La fin du mundi des spiritis (não sei se escrevi certo) onde ele confessa a esse cara que nunca houve espíritos nenhuns e que o médium era a única pessoa que nunca acreditaria neles e que só publicasse essa confissão após sua morte. Muito conveniente, não?[…].
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    COMENTÁRIO: Bem, que nunca houve espírito nenhum em ação, hoje podemos dar por certo. Mas, você também está certo: declaração desse tipo, sem elementos probantes ou contexto validatório, não tem grande valor. De qualquer forma, “nunca ter sido pego em fraude” pouco significa, são coisas mui distintas nunca ter sido flagrado fraudando e nunca ter fraudado. As fraudes de Home são deduzidas indiretamente considerando seus feitos, ditos efetivados por meio dos espíritos e cotejando como o que os “espíritos” hoje fazem. Home levitava impulsionado por força espiritual: qual médium que você, com sua vasta experiência espírita, conhece que tenha levitado presentemente (em experimentos controlados)?; H0me fazia acordeons tocarem sozinhos: que médium hoje realiza tal feito devidamente fiscalizado? Sua saída seria alegar que os espíritos fizeram aquelas coisas no passado e hoje não mais precisam fazê-las por que já deram sobejas provas de suas atuações. Mas aí será aquele negócio que você ensinou para a gente: ASQ, acredite se quiser…
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    ADENDO: COMENTÁRIOS PREGRESSOS SOBRE O MESMO ASSUNTO:
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    1 – ARDUIN: Você pode achar que Flournoy foi grande coisa e acha que faltou ele para arrasar com a Piper, mas para mim ele apenas desperdiçou uma boa médium na tentativa de sustentar suas crenças e não em fazer um trabalho sério.
    E ele é só um dos muitos outros céticos que tenho visto por aqui e alhures.
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    MONTALVÃO: você pode não gostar de Flournouy, mas dizer que ele fez trabalho porco é injusto. Você também pode achar que a dissociação seja balela, o quente mesmo seria a mediunidade. Sua fé precisa dessa certeza para não esboroar. Tudo isso é compreensível. Acontece que se Smith fosse apenas arranhada pela investigação do psicólogo hoje ela seria lembrada junto com os “grandes” médiuns do passado, que tiveram melhor sorte: DUNGLAS HOME, Piper, D’Esperance, Osborne Leonard, até mesmo a chamuscadíssima Eusápia Palladino ainda encontra quem lhe dê guarida. Mas Hèléne Smith sifu total, apenas Hermínio e Arduin, qual Sancho Pança e D. Quixote, encetaram cruzada reconhecedora dos poderes mediúnicos da desinfeliz. O que entendo desse imbróglio é que não tenciona perder sem luta nenhum dos componentes de seu time mediúnico de peso, mesmo que seja luta morrida desde o nascedouro.
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    OTAVIO FERREIRA:Não, Arduin, o que acontece é que fotografias ridículas como aquelas do Ranieri, com o corpo em 3D e o rosto em 2D ( logicamente uma fotografia do morto sobreposta sobre um punhado de pano), de fato não provam nada, já os vídeos, gravações, câmaras infra-vermelhas, arquivos, ambientes controlados, médiuns fiscalizados, sim, podem provar muito, o problema é que NÃO SE TEM nada disso, o que se tem é um monte de lixo como os livros do Ranieri, as materializações de Uberaba e da Irmã Josefa, Padre Zabeu, Psicopictoriografia de Gasparetto, Psicografia musical de Irineu Gasparetto, que queimou tudo alegando que era mentira (nem precisou de detratores, haha), trabalhos como os de Crookes e Sra. Piper, Eusápia Palladino, DUNGLAS HOME, Mirabelli, a maioria com mais de 100 anos e SEM NENHUMA continuidade. Então, o que nada prova é a inércia confortável do Espiritismo em não querer provar, um comodismo bastante conveniente, mas a pergunta que eu faço: O Espiritismo acha que provar as coisas é “perda de tempo com essa gente”? Está certo, eu concordo que há céticos que nunca aceitam prova alguma, mas os espíritas não tem nem um pouco de vontade de provar, para eles mesmos, e não para os céticos, as suas postulações? Ou vale aquela velha conversa: Já estamos convencidos da veracidade do espiritismo, não precisamos de provas! Ora, isso também vale para os católicos, cientologistas, universo em desencanto, etc. Ou o Espiritismo desenvolve algum apreço maior pelo escrutínio de seus ditos fenômenos, ao menos para comprovação entre seus próprios adeptos, ou aceite de vez que em nada difere de qualquer outra religião, com a diferença de que as outras religiões são mais honestas, já que não alegam nenhuma cientificidade em suas crenças.
    (CARTAS DE UMA MORTA X A VIDA ALÉM DO VÉU: A MÃE DO CHICO É A MÃE DO OWEN?)
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    2 – “A lição que deveríamos tirar dos exemplos citados é que, mesmo entre cientistas renomados e pessoas de grande cultura, é comum encontrarmos casos em que as crenças pessoais interferem fortemente no raciocínio crítico. Exemplos não faltam de cientistas cometendo enganos, obcecados por uma crença pessoal que resistia mesmo diante das provas em contrário e do caráter absurdo da idéia. Se no passado tivemos Sir Oliver Lodge e William Crookes, mais recentemente tivemos Linus Pauling e sua defesa dos superpoderes da vitamina C, ou Peter Duesberg e Kary Mullis defendendo que o vírus HIV não causa a AIDS. Mas será que esse tipo de engano poderia acontecer coletivamente, ou seja, ser confirmado por várias pessoas mesmo sendo falso? Um exemplo clássico de engano cometido por cientistas e confirmado por outros é citado por James Randi em “Um Relatório das Trincheiras da Ciência”. Logo após a descoberta dos Raios X, um cientista francês de nome René Prosper Blondlot anunciou ter descoberto os Raios N. “Seis a oito meses depois da anunciada descoberta dos raios N, 30 ensaios de toda a Europa confirmavam a existência dos raios N.” Os Raios não existiam, mas alguns cientistas, vítimas da predisposição para a confirmação, os enxergavam. “Como isso aconteceu? Como mais de 30 ensaios foram publicados? Não porque os cientistas que os escreveram eram estúpidos. Não porque estavam mentindo. Mas porque estavam se iludindo.”
    Diante disso, basta examinarmos o que os defensores da hipótese da vida após a morte nos oferecem. Experiências realizadas no século 19 ou no início do século 20, usando métodos questionáveis e com controles pobres. E que, principalmente, não tiveram continuidade até os dias atuais. Não sei quem é o Jorge A. B. Soares a quem você perguntou a respeito das pesquisas dos cientistas do passado, mas o que ele diz é correto. Ciência não é uma coisa em que se pode basear em pesquisas que alguém fez em 1920 ou 1930, por coincidência exatamente na época em que o espiritualismo estava na moda, e quando abundavam os farsantes que forjavam fenômenos mediúnicos, e que pelas quais a comunidade científica não mais se interessou. Pesquisas científicas são dinâmicas e precisam evoluir e trazer novos conhecimentos. SE NÃO PODEM MAIS SER REPRODUZIDAS HOJE EM DIA, OU É PORQUE OS PESQUISADORES DO PASSADO SE DEIXARAM ENGANAR, OU OS SUPOSTOS FENÔMENOS QUE OCORRIAM ANTIGAMENTE SÃO TÍMIDOS DIANTE DAS CÂMERAS E HOJE EM DIA NÃO ACONTECEM MAIS.
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    VOCÊ PERGUNTA COMO OS PESQUISADORES PSÍQUICOS PODERIAM TER SIDO LUDIBRIADOS. SOBRE WILLIAM CROOKES, POR EXEMPLO, SUGIRO LER “THE SORCERER OF KINGS – THE CASE OF DANIEL DUNGLAS HOME AND WILLIAM CROOKES”, DE VICTOR STENGER.
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    É REALMENTE DIFÍCIL PROVAR QUE ALGUÉM FOI TAPEADO OU QUE TRAPACEOU NAS EXPERIÊNCIAS, PRINCIPALMENTE DEPOIS DE MUITOS ANOS E QUANDO O PESQUISADOR E TODA A SUA EQUIPE JÁ ESTÃO MORTOS. Em alguns casos, como nas pesquisas de S.G. Soal em 1940 sobre paranormalidade, foi possível desmascarar a farsa em 1979, quando encontraram as tabelas que ele teria usado para gerar números aleatórios, e descobriram que ele deixava intencionalmente espaços em branco para preencher com falsos acertos. Coisa semelhante foi a descoberta a respeito do Efeito Marte, quando uma análise recente das fontes utilizadas por Michel Gauquelin em 1954 mostrou que ele poderia ter escolhido intencionalmente indivíduos que trouxessem mais acertos. NO CASO DE CROOKES, O QUE SE PODE FAZER É SUGERIR MANEIRAS PELAS QUAIS ELE PODERIA TER SIDO ILUDIDO, OU MESMO INTERFERIDO PROPOSITALMENTE. Mas por que não dar a ele o benefício da dúvida? Por que se suspeitar mais de fraude de que de um fenômeno legítimo? Entre os céticos existe uma máxima que diz que “alegações extraordinárias exigem provas extraordinárias”. Os fenômenos alegados pelos médiuns são suficientemente absurdos para que se exija deles bem mais do que estudos feitos num passado distante por alguns indivíduos isolados. Um caso extraordinário como esse deveria ter tumultuado a comunidade científica e gerado inúmeras replicações independentes dos experimentos. No entanto, não só não gerou como as pesquisas nesse campo degeneraram e hoje não merecem crédito por parte da comunidade científica séria. (Ronaldo Cordeiro, in Vida após a Morte: debate com Marcos Arduin)
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    Montalvão: “Nem o fato de que as materializações de Crookes são inconfirmadas no presente o abala, nem o fato de que Fay se confessou prestidigitadora, tendo recebido louvatório de agremiação de mágicos, nem as denúncias de fraude contra Florence Cook o demovem da certeza de que a mulher quando materializou diante de Crookes o fez legitimamente.”
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    ARDUIN – Certíssimo, Malvadão. Só que:
    1 – Nunca neguei que Ana Eva Fay fosse ilusionista de palco, já que sua vida foi toda montada nessa profissão. Diria até que foi UMA MÉDIUM ESPERTA, pois sabia que mediunidade é INSTÁVEL E INCONTROLÁVEL. Às vezes vem, às vezes não. Aqueles que sempre se disseram médiuns às vezes se ferravam quando os espíritos não apareciam, pois aí tinham de improvisar fraudes em geral GROSSEIRAS.
    Fica estranho para mim que Eva Fay SEMPRE houvesse se apresentado como ilusionista e não como médium. Quando ela fez sua turnê pela Inglaterra, parece que se apresentou como médium, tanto que o Maskelyne a “expôs” quando demonstrou fazer por ilusionismo o que ela dizia fazer por espíritos. Só então ela buscou o socorro de Crookes. Afinal ela era só ilusionista ou também era médium?
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    COMENTÁRIO: Fay pode ter se apresentado como médium quando quis, por conveniência financeira da parte dela, mal tal não significa que pelo fato de dizer que era fosse. Mirabelli se dizia médium poderoso e era um rematado vigarista. Green Morton se confessava paranormal “poderozizado” por nativos de Afron IV…, Otília Diogo garantia que a “irmã Josefa” lhe incrementava poderes materializativos… Então, ante sua indagação: Afinal ela era só ilusionista ou também era médium?, a resposta parece-nos óbvia, não?
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    Mas fico animado, visto que falei que as “descobertas” espiritualistas de Crookes não são confirmadas atualmente e você respondeu: “certíssimo, Malvadão.” Agora só falta entender o significado desse fato: quando o fizer conseguirá equacionar o assunto por inteiro.
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    ARDUIN: 2 – Aqui então entra a famosa “evidência anedota”. Como sabemos se essas “denúncias de fraudes” contra a Cook eram de fato verdadeiras, fundamentadas em fatos incontestáveis? NÃO SABEMOS. O que temos quanto a elas é a mesma coisa com relação à pesquisa de Crookes. E nem diria que são a mesma coisa. As duas únicas denúncias contra ela vieram de Volckman, um interesseiro que queria desmoralizá-la para garantir freguesia para uma médium rival, com quem se casou quando ficou viúva.
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    COMENTÁRIO: Volckman até podia ser o interessereiro que diz, mas isso não muda os acontecimentos. Ele ousou agarrar a aparição e estava prestes a tirar-lhe o véu, mostrando que se tratava de Florence, quando foi contra-atacado pelos expectadores, o que permitiu ao “espírito” sumir por detrás da cortina. Acharam Florence viva, com o coração aos saltos, a respirar sofregamente, qual tivesse sido agarrada de surpresa…
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    COMENTÁRIOS PRECEDENTES SOBRE VOLKMAN:
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    Montalvão: Há pelo menos um registro histórico de “agarramento”: ocorrido com Florence Cook, a médium que dizia materializar Katie King, a qual, durante um bom tempo realizou sessões materializativas sob a investigação de William Crookes. Numa das sessões de Florence, um certo Sr. Volckman, que acompanhava o evento, inesperadamente atirou-se contra a aparição e a agarrou. Enquanto a “fantasma” se debatia desesperada, buscando fugir, alguns dos participantes se lançaram contra Volckman, engalfinhando-se com ele, até fazê-lo liberar a criatura apresada. Acalmado o tumulto foram ver o que acontecera com a médium: temiam encontrá-la morta. Mas Florence estava bem, apenas esbaforida, qual tivesse visto um fantasma, ou levado um grande susto. Segundo o relato, as amarras que haviam sido postas ao início da sessão continuavam no lugar.
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    Arduin: Tal como as pataquadas aqui do Cruzeiro, esse relato também tem versões contraditórias. Os que pensam como você saíram dizendo que a fantasma LUTOU PARA SE LIBERTAR, enquanto outros dizem que ela se DESFEZ À VISTA DE TODOS. De fato ela foi encontrada com os nós atados e… em mau estado, tanto que ficou doente vários dias seguidos. [Comentário atual: a versão de que o fantasma lutou para se desvencilhar é correta, confirmada pelo próprio Crookes em crítica que fez a Volckman]
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    Montalvão: O gesto do desconfiado participante da sessão gerou um grande bafafá, que rendeu comentários variados na imprensa. O próprio Crookes, após o acontecimento, publicou um artigo em que defendia a legitimidade da materialização.

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    ARDUIN: E a outra foi quando já nem estava mais sob investigação e teria produzido um fenômeno de transfiguração: não tendo sido devidamente presa à cadeira, levantou-se dali com o corpo revestido pela manifestação e aí alguém olhou para o interior do gabinete e a médium, logicamente, não estava lá. Deu-se o bafafá, mas ficou algo que ninguém resolveu: a médium sempre usava roupas escuras e a fantasma, brancas. E estas NÃO FORAM ENCONTRADAS, por mais que se procurasse.
    Então, meu caro, se proclamam vocês que “falta evidência que substancie o trabalho de Crookes”, eu também digo o mesmo das denúncias de fraude.
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    COMENTÁRIO: Arduin, aqui nada mais precisa ser dito: você descreveu a fraude por inteiro. Destaco que achei engraçado pracaramba dizer que a médium “levantou-se revestida pela manifestação”. Realmente, as roupas escuras e brancas devem fazer toda a diferença, e o fato de “ninguém achar a vestimenta do espírito em lugar algum” também é muito “sugestivo”… Será que não acharam por não procurarem no lugar certo, provavelmente guardada nas ceroulas da médium?
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    Montalvão: “E para fechar, nem a realidade de que as materializações ocorrem ocultas sob cabines (barreira que os “cientistas” espiritualistas “sesquecem” de eliminar) desperta suspeitas na firme fé que cultiva na realidade de desencarnados cheios de carnes.”
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    ARDUIN: – Crookes também fez estudos com a irmã da Florence, Kate Cook, com a qual NÃO USOU gabinete. Mas não adianta: o pessoal cético sempre vem com alguma desculpa…
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    COMENTÁRIO: teria que melhor examinar esse caso, mas o fato é que o uso da cabine, ou cortinas, é regra nesses engodos materializativos, tantos os do passado quanto os atuais…
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    Montalvão: “repetir seu jargão eterno contra o Massimo Polidoro. ”
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    ARDUIN: – Ele se tornou o meu cético favorito, já que o peguei mentindo em defesa da fé cética.
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    COMENTÁRIOS PRECEDENTES SOBRE POLIDORO:
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    1 – Montalvão Diz: SETEMBRO 2ND, 2013 ÀS 12:38
    Admirável é como Arduin consegue trazer qualquer discussão mediúnica para Crookes e para o pobre Polidoro, a quem parece considerar indivíduo a ser tenazmente caçado, como se esse autor fosse o único denunciador das fragilidades do trabalho de William Crookes na investigação espiritualista. No belo cérebro arduínico, assim me parece, se demonstrar que Polidoro falhou na apreciação que fez, William Crookes despontará como o grande arauto das materializações de espíritos, seguido de Richet; em suma, Arduin advoga que entes espirituais são capazes de construírem e usarem um corpo material inteirinho, com órgãos funcionantes e tudo o mais, sem atinar para o nonsense da ideia. E como consegue defender tão exótica conjetura? Recorrendo a experiências realizadas em mil oitocentos e deus-nos-acuda, que hoje não mais podem ser replicadas, e nem descritivamente são isentas de equívocos.
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    2 – ARDUIN: DEZEMBRO 27TH, 2013 ÀS 13:50
    […] O seu vasto cabedal que lista pra dizer que a falha de Chico está na base é uma questão DE GOSTO. Saindo do Chico e indo pro Massimo Polidoro. Por mais que eu mostrava que ele MENTIU em defesa da fé cética, você tentava encontrar argumentos para lhe salvar a reputação.
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    Montalvão: Polidoro de mim não precisará para sua reputação salvar. Contra-argumentei que suas acusações contra o pobre italiano são extradimensionadas e propõem que as ilustrações do Polidoro foram apresentadas de má fé, proposição que não me pareceu corretamente sustentada. Se quiser rediscutir o Massimo ao máximo, please, reúna a conversagem precedente, reargumente-a e voltaremos à mesa de debates.
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    3 – MONTALVÃO: JANEIRO 17TH, 2014 ÀS 12:32
    Um dos “fortes” argumentos de Arduin encontra-se na execração de Massimo Polidoro, por este ter dito que Fay enganara Crookes devido a queda de energia no teatro. Arduin enfatiza que Polidoro mente por dois motivos: 1) o teatro de Fay não foi num teatro, sim na casa de Crookes, e, principalmente, 2) a lâmpada elétrica ainda não fora inventada em 1874 (o invento de Edison veio à luz em 1879). Para piorar, Massimo retirara a informação de Houdini, no livro “Um mágico contra o espiritismo”, fazendo de Houdini também mentiroso. A certeza de que essas constatações derribam os argumentos céticos estão tão enraizadas na mente de nosso querido professor que delas não arreda um dedinho do pé, e as transforma em comprovação inderribável da ação de espíritos.
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    Em outras conversas objetei que tal argumento não tem a força que imagina. Mesmo que Houdini se enganara e Polidoro lhe fosse na onda, o equívoco não daria força adicional às experiência do cientista inglês, que, bem sabemos, morreu frustrado em relação aos experimentos espiritistas e a respeito deles pouco se pronunciou após 1874.
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    Longas discussões mostraram a Arduin que, mesmo que estivesse certo em relação a Polidoro (mas não está, visto que a crítica que faz é superexagerada), o trabalho de Crookes com espíritos não produziu conhecimento seguro, tampouco frutificou a ponto de produzir teoria consistente a respeito da ação de desencarnados entre os vivos. Tudo isso pode ser conferido nas variadas conversas a respeito registradas nesse sítio, tanto com este escrevinhador quanto com outros mais doutos, quais Vitor, Gorducho, Toffo, de Marte…
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    No entanto, parecia que ao menos um furo sério o advogado de Crookes descobrira: como pôde Houdini falar em lâmpada elétrica quando ela não existia? Isso parece demonstrar que o livro do “mago das fugas” talvez fosse produção mais na base do “ouvi falar” que calcado em investigação séria. Ocorre que, quem lê a obra tem outra impressão: o mágico parece se pronunciar com firmeza, como quem sabe do que fala. Talvez se pudesse alegar que, ao menos na questão da lâmpada elétrica, o autor pisara na bola, e em sendo assim, em quantas mais também não escorregara?
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    Mas, eis que surge um relato altamente interessante, provindo do deslumbrado espiritualista Conan Doyle. Doyle validava tudo quanto é médium: acreditava que todos se articulavam com espíritos, inclusive os que haviam sido flagrados fraudando (que não eram poucos). Para ele, quando o médium recorria a estratagemas o fazia motivado por cansaço mediúnico, quando as forças espirituais não agiam e ele precisava, mesmo assim, dar retorno aos que lhes cobravam. As loas de Doyle em favor da mediunidade chegam próximas de uma infantil insânia, mas eles as assumia com o orgulho de quem “sabia”. Pois bem, Doyle em “A História do Espiritualismo” (que no Brasil se “transformou” em “história do espiritismo”) se derrete em elogios a Crookes, vejamos um trecho. Mas, antes consideremos uma das muitas manifestações apologéticas-radicais de Arduin:
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    ARDUIN (em 7/2/2013) – Como sabemos que a […] Fay enganou o William Crookes com truque bobos e infantis? […] Porque ela confessou isso a Houdini, dizendo que com UMA QUEDA DE FORÇA NO TEATRO AFETOU A LEITURA DO GALVANÔMETRO E AÍ SUBSTITUIU SUA MÃO PELA JUNTA DO JOELHO, PODENDO ENTÃO FAZER O TRUQUE. A COMUNIDADE CÉTICA CONSIDERA QUE TAIS EXPLICAÇÕES MATERIAIS SÃO SUFICIENTES PARA LIQUIDAR O CASO.
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    Mas eu sou um chato, um cri-cri, um chakrilongo e vou questionar: […] Idem com a Eva Fay. Então ela aproveitou a queda de força no teatro pra fazer o seu truque? Mas o experimento foi feito NA CASA DO CROOKES e não num teatro. E foi feito em 1875, antes da invenção da lâmpada elétrica, ou seja, NÃO HAVIA REDES DE ENERGIA ELÉTRICA. O galvanômetro funcionava a bateria… ALGUÉM ESTÁ MENTINDO AQUI.
    .
    Montalvão: ao julgar ter surpreendido Houdini e Polidoro em mentira, Arduin creu ter encontrado motivo para pôr em terra qualquer crítica válida contra Crookes. Agora vejamos o escrito de Doyle (um tanto longo mas vale a pena):
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    CONAN DOYLE: “A explicação natural dos cépticos é que as duas mulheres realmente eram uma e mesma e que Katie era uma clara imagem de Florence. O opositor podia apoiar-se no fato de que, como observaram Crookes, Miss Marryat e outros, POR VEZES Katie era muito parecida com Florence.
    […]
    Entretanto o estudioso por certo tem o direito de proclamar que Florence Cook e Katie King eram a mesma individualidade, até que provas evidentes lhe demonstrem que isto é possível. Tal prova o Professor Crookes tem muito cuidado em oferecer.
    .
    Os pontos diferentes que observou entre Miss Cook e Katie são os seguintes:
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    “A altura de Katie varia; em minha casa eu a vi quinze centímetros mais alta que Miss Cook. Na noite passada estando descalça e sem pisar na ponta dos pés, ela era doze centímetros mais alta que Miss Cook. O pescoço de Katie estava nu; a pele era perfeitamente lisa à vista quanto ao tato, enquanto o de Miss Cook é uma grande escara que, nas mesmas condições, é distintamente visível e áspera ao tato. As orelhas de Katie não são furadas, enquanto que Miss Cook habitualmente usa brincos. A compleição de Katie é muito alva, enquanto a de Miss Cook é muito morena. Os dedos de Katie são muito mais longos do que os de Miss Cook e seu rosto também é maior. Há também marcadas diferenças nos modos e nos ademanes”.
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    Posteriormente, acrescenta:
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    “Ultimamente tendo examinado muito Katie, ILUMINADA À LUZ ELÉTRICA, posso acrescentar aos pontos, já mencionados, de diferenças entre ela e o seu médium, que tenho a mais absoluta certeza de que Miss Cook e Miss Katie são duas individualidades distintas, no que se refere aos corpos. Vários sinais no rosto de Miss Cook não existem no de Katie. O cabelo de Miss Cook é de um castanho tão escuro que parece negro; um cacho do cabelo de Katie, que tenho agora em minha frente, e que ela me permitiu cortasse de suas tranças exuberantes, inicialmente examinado e, para minha satisfação, verificado que cresceu, é de um rico dourado escuro.
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    “Uma noite contei o pulso de Katie. Tinha 75 pulsações, enquanto que o de Miss Cook pouco depois marcava 90 pulsações. Aplicando o ouvido ao peito de Katie, pude ouvir o coração a bater ritmado e pulsando mais firmemente que o de Miss Cook, quando esta me permitiu que a auscultasse depois da sessão. Examinados do mesmo modo os pulmões de Katie pareceram mais fortes que os da médium, pois ao tempo em que a examinei, Miss Cook estava sob tratamento médico de uma tosse rebelde.”
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    CROOKES TIROU QUARENTA E QUATRO FOTOGRAFIAS DE KATIE KING, EMPREGANDO A LUZ ELÉTRICA. ESCREVENDO EM THE SPIRITUALIST, EM 1874, à página 270, assim descreve os métodos adotados:
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    “Durante a semana anterior à partida de Katie, ela fez sessões quase que todas as noites em minha casa, A FIM DE ME PERMITIR FOTOGRAFÁ-LA À LUZ ARTIFICIAL. Cinco aparelhos completos foram dispostos para esse fim; consistiam de câmaras, umas chapas completas, outra de metade de chapas, uma terceira de quartos de chapas e duas câmaras estereoscópicas binoculares, preparadas para fotografarem Katie ao mesmo tempo, cada vez que ela posasse. Cinco banhos reveladores e de viragem-fixagem foram usados e bom número de chapas foi preparado antecipadamente, de modo que não houvesse complicações ou demoras durante a operação de fotografia que foi realizada por mim mesmo, com o auxílio de um assistente.
    […]

    Surgiu uma discussão se Crookes alguma vez teria visto ao mesmo tempo o médium e Katie. Diz Crookes a certa altura de seu relatório que freqüentemente acompanhou Katie até a cabine “e algumas vezes as via juntas, ela e a sua médium, mas na maioria das vezes não vi ninguém, a não ser a médium em transe, caída no chão, pois Katie e seus vestidos brancos tinham desaparecido instantaneamente”.
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    Entretanto, um testemunho muito mais direto é dado por Crookes numa carta a Banner of Light, U. S. A. e que é reproduzida em The Spiritualist, de Londres, de 17 DE JULHO DE 1874, PÁGINA 29. DIZ ELE:
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    “Em resposta a sua pergunta quero afirmar que vi Miss Cook e Katie juntas, no mesmo momento, SOB A LUZ DE UMA LÂMPADA DE FÓSFORO, que era suficiente para que visse distintamente aquilo que descrevi. O olho humano tem naturalmente um grande ângulo de horizonte, de modo que as duas figuras eram abarcadas ao mesmo tempo no meu campo visual; mas como a luz era fraca, e os dois rostos por vezes estavam distanciados alguns pés um do outro, naturalmente eu movia a luz e meu olhar fixava alternadamente uma e outra, quando queria trazer o rosto de Miss Cook ou de Katie para aquela parte do campo visual onde a visão é mais nítida. Desde que a ocorrência acima referida foi verificada, Katie e Miss Cook foram vistas juntas por mim e por oito outras pessoas, em minha casa, ILUMINADA FARTAMENTE POR LÂMPADAS ELÉTRICAS. Nessa ocasião o rosto de Miss Cook não era visível, pois sua cabeça ficava envolta num xale grosso, mas eu, principalmente, tinha a satisfação de verificar que ela lá estava. Uma tentativa de dirigir a luz sobre a sua face descoberta, quando em transe, teve sérias conseqüências.”
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    A máquina fotográfica também demonstra as diferenças entre a médium e a forma. Diz ele:
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    “Uma das mais interessantes fotografias é aquela em que me acho de pé ao lado de Katie; ela está descalça, em certo ponto do soalho. Depois vesti Miss Cook como Katie e nos colocamos, eu e ela, exatamente na mesma posição e fomos fotografados pelas nossas máquinas, colocadas exatamente como na outra experiência, e ILUMINADAS PELA MESMA LUZ.””
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    Montalvão: oh, Arduin, então havia luz elétrica em 1874? Será que Doyle também se enganou? Mas ele está citando palavras do próprio Crookes, publicadas naquele ano! E agora: existia luz elétrica em 1874 ou não?
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    Investigando o assunto, constatei que realmente a lâmpada de Edison fora inventada em 1879, mas desde 1801 haviam experimentos com lâmpadas acionadas por eletricidade. Desde 1870, lâmpadas elétricas de ARCO VOLTAICO eram comercializadas! Conforme confirma o texto a seguir:
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    “História
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    “O conceito foi demonstrado pela primeira vez pelo britânico Humphry Davy no início do século XIX (são habitualmente apontados os anos de 1802, 1805, 1807 e 1809) através do uso de varetas de carvão vegetal e de uma bateria de 2 mil células, os quais conseguiram produzir um arco eléctrico ao longo de um espaço de 10 cm. Davy instalou os eléctrodos horizontalmente e reparou que, em resultado da forte convecção do fluxo de ar, a corrente criada adquiria uma forma de arco. Foi deste modo que surgiu o termo “lâmpada de arco voltaico”.
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    Surgiram algumas tentativas para produzir comercialmente este género de lâmpadas após 1850 mas a faltya de uma fonte constante de alimentação impediu que as mesmas fossem bem sucedidas. Os engenheiros electrotécnicos começaram assim concentrar-se na forma de melhorar o dínamo de Faraday. O conceito foi sendo progressivamente optimizado por inventores como Charles F. Brush, MAS SOMENTE NA DÉCADA DE 1870 É QUE LÂMPADAS COMO A VELA DE JABLOCHOFF PASSARAM A GENERALIZAR-SE. Em 1877 o Frankin Institute conduziu um teste comparativo de sistemas de dínamos. O desenvolvido por Brush foi o que obteve os melhores resultados, e este aplicou imediatamente o seu dínamo melhorado às lâmpadas de arco voltaico: o primeiro sistema de iluminação deste tipo foi desta forma instalado na Public Square da cidade norte-americana de Cleveland (Ohio) em 29 de Abril de 1880. A luz brilhante e intensa deste género de lâmpadas foi considerado sobretudo adequado para espaços públicos, sendo 200 vezes mais potente que as actuais lâmpadas de filamento.”
    http://www.wikienergia.pt/~edp/index.php?title=L%C3%A2mpada_de_arco_voltaico
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    Montalvão: então, mais um dos bastiões inderribáveis de Arduin, em favor de Crookes, ruiu: havia sim, lâmpadas elétricas durante a fase de experimentos com Florence Cook e Eva Fay…
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    Arduin, corre depressa, peça desculpas ao Massimo Polidoro e a Houdini… é o mínimo que pode fazer…
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    COMENTÁRIO ATUAL: Arduin não só não se desculpou com Polidoro como mais ainda se agarrou ao repúdio que vota ao seu “cético predileto”…

  172. Montalvão Diz:

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    Montalvão disse: notei que também não dá respostas às indagações de outros, quais a do Gorducho que lhe pediu opinar sobre o projeto Aware.
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    VLADIMIR : Sr. Montalvão esse tema da EQM é algo que levo muito a sério, como não li os resultados do AWARE ainda eu preferi não comentar, afim de não falar uma bobagem…
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    COMENTÁRIO: acho que deveria investir sua seriedade em coisas que valessem mais a pena, mas se acha que seja importante “levar a sério” as fantasias místicas em EQM respeito seu ponto de vista…
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    Recomendo então que leia o relatório citado, talvez melhor se esclareça a respeito da falhança da crença mística.
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    Montalvão disse: Primeiramente, devo registrar que parece ter abandonado a pessoa de Jeffrey Long como provador da sobrevivência por meio de EQM, visto que não apresentou, nem falou em apresentar, exemplos consistentes das “provas” produzidas por essa figura.
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    VLADIMIR : Em absoluto. Tenho o trabalho do Dr.Jeffrey Long em alta conta (baseado naquilo que pude ler em seu livro) e justamente por isso lhe indiquei a leitura integral da obra. De outro modo corro o risco de incorrer no mesmo erro a qual critiquei o Sr.Fabio Bezerra.
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    COMENTÁRIO: ué, agora o Fábio Bezerra incorreu em erro ao elogiar o misticismo de Long? Antes, dito por você mesmo, ele “só” pretendera divulgar o trabalho desse dito pesquisador… De qualquer modo, pelo que já deve ter notado, Long não é levado a sério pela comunidade científica.

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    Montalvão disse: “e insiste que devo lhe dar uma resposta precisa. Quero fazê-lo, porém é necessário que seja mais explícito, não posso adivinhar a que “sequência de eventos” se refere? No fantasioso universo da EQMs místicas se ouve de tudo: pessoas que flutuam e vêem os médicos mexendo em seu corpo, cegos de nascença que identificam coisas à sua volta, gente que sai da sala de atendimento e vai assistir acidentes nas redondezas, outros que passeiam pelo hospital e registram “tudo” o que observam, e, não poderia faltar, quem dá uma excursionada ao outro lado e conversa, oram com parentes falecidos, ora com entes de luz, com anjos, com Jesus e até com “o Homem”…”
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    VLADIMIR : Sr.Montalvão talvez eu não tenha sido didático o suficiente, e não tenha conseguido ilustrar o caso.
    Pois bem, afim de dirimir quaisquer sombra de dúvidas…
    Em primeiro lugar vamos definir o que é “Morte Clínica” e “Morte Biológica” (A Morte de fato…da qual não se volta, exceto o Nazareno, dizem…)
    Morte Clínica é quando um paciente tem uma Parada Cardiorrespiratória (PCR), como o próprio nome diz, o coração para de bater, os pulmões param de funcionar, cessam-se as trocas gasosas, o oxigênio não chega ao Cérebro, enfim…(Tenho certeza que o Sr. já sabe de tudo isso).
    Morte Biológica é quando o “Tronco Encefálico” (que é a porção mais primitiva do nosso Encéfalo) cessa a sua atividade elétrica, por assim dizer é quando o mesmo “morre”.
    É sabido dentro da Medicina que o Córtex Cerebral (a porção mais nobre do nosso encéfalo) é o responsável pelas funções cognitivas.
    É sabido também dentro da Medicina que após 10 segundos de Anóxia, toda a atividade elétrica do Cortex Cerebral, desaparece.*
    Sabemos que os diveros relatos de pacientes com EQMs, o mesmos ficaram bem mais que 10 segundos em um estado de PCR.
    Portanto mais de 10 segundos “clinicamente mortos”
    Aí vem a minha questão (reformulada): O Sr. tem alguma explicação científica que justifique o fato de uma pessoa com parada cardiorrespiratória, sem atividade no Cortéx Cerebral, tenha a sequência de eventos (EFC, Viagem pelo Túnel, Encontro com o Sr. de Luz, Revião da Vida, Encontro com um parente falecido, Retorno) relatados por aqueles que tem EQM?”
    *De chofre não tenho as referências aos estudos Anestesiológicos que comprovam isso. Mas se não me falha a memória eles são da década de 1990.
    Vou dar uma pesquisada e na próxima postagem eu lhe trarei as referências.
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    COMENTÁRIO: suas questões são fáceis de “matar”. Mas, primeiro, deixe-me recordá-lo de inquirições que lhe deixei a respeito do mesmo assunto, às quais olvidou sem apresentar motivos válidos.
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    VLADIMIR dissera (1) NOVEMBRO 22ND, 2014 ÀS 2:48 PM: Sr.Montalvão, é consenso dentro da Medicina que todo paciente após 10 segundos de anóxia tem seu EEG em estado “flat”.
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    Montalvão respondeu (1): e o que significa, para você, o EEG em flat? Este instrumento registra sinais elétricos nas camadas superficiais do córtex, nada diz sobre camadas mais profundas, nem consegue dizer se o córtex esteja de todo inativo, visto que nem não há certeza se capta qualquer corrente elétrica que circule nessa região. Quer uma ideia? Esqueça o EEG, ele não vai lhe dar nenhuma prova da sobrevivência. Se quer continuar a defender que EQM demonstre a sobrevivência (e isso, por pouco tempo, tenho certeza) analise os depoimentos dos ressuscitados e coteje o que neles há de verossímil e de fantasia. Em pouco tempo, suponho, perceberá que nada de congruente, em termos de evidências, se extrai desses relatos.
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    VLADIMIR dissera (2) NOVEMBRO 23RD, 2014 ÀS 8:43 PM: Sr.Montalvão, É CONSENSO DENTRO DA MEDICINA QUE TODO PACIENTE APÓS 10 SEGUNDOS DE ANÓXIA TEM SEU EEG EM ESTADO “FLAT”.
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    Montalvão respondeu (2) NOVEMBRO 23RD, 2014 ÀS 12:12 PM: achei a informação deveras curiosa… qual a fonte que confirma o EEG “reto” após 10seg de anóxia? E, se não for pedir muito, o que significa para a discussão em andamento o EEg em flat?
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    COMENTÁRIO ATUAL: embora seja informação complementar, é ilustrativo mostrar de onde saiu a notícia dos 10seg sem oxigênio… a verdade é que quando o suprimento de sangue/oxigênio é cortado o cérebro começa a morrer, mas isso leva mais de 10seg. Conforme lhe informei: o EEG em flat pouco diz sobre o que acontece no organismo durante a crise da morte. Quanto ao que significa para a discussão o EEG em flat este ponto é importante e está pendente de ser respondido.
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    Uma pessoa em PCR necessita de socorro imediato, ela ainda não está morta, mas corre sério risco de soçobrar: se a oxigenação não for de pronto recomposta, a morte é certa (no entanto, o corpo e o cérebro resistem mais que 10seg sem oxigênio). Por isso a importância dos trabalhos de socorristas no atendimento de acidentados nessa situação: muitas vidas são salvas graças à intervenção desses técnicos. As tentativas de ressuscitação estimulam o coração a se recompor e suprem o cérebro de oxigênio artificialmente até que haja resposta do organismo (ou não). Há casos de pessoas que ficaram mais de dez minutos recebendo massagens cardíacas, até finalmente reagirem. Nesse período há uma luta interna do organismo no esforço de se reequilibrar. Não é de surpreender que algumas pessoas vivenciem em tais situações sensações de cunho místico. Essas reações incomuns vão depender das características de cada pessoa e do lhe vai no psiquismo. Tanto é verdade que as reações variem de pessoa a pessoa que nem todos os que se recuperam ante o risco iminente de morte relatam impressões místicas.
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    Mas aí entra a interrogação do Vladimir (que deve julgar irrespondível por outro caminho que não a vereda mística):
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    Vladimir: “Aí vem a minha questão (reformulada): O Sr. tem alguma explicação científica que justifique o fato de uma pessoa com parada cardiorrespiratória, sem atividade no Cortéx Cerebral, tenha a sequência de eventos (EFC, Viagem pelo Túnel, Encontro com o Sr. de Luz, Revião da Vida, Encontro com um parente falecido, Retorno) relatados por aqueles que tem EQM?”
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    COMENTÁRIO: prezado místico: começa que não há certeza de que os sonhos em EQM aconteçam durante o período de insconsciência. Sonhos são atemporais, pode-se sonhar muita coisa em pouco tempo: e o estado onírico é passível de ocorrer nos instantes que antecedem a perda de consciência, ou quando esta começa a se recuperar, ou em ambos, com a incorporação de elementos vistos e ouvidos pelo paciente durante a crise (leia o artigo postado ao final deste comentário, para melhor se ilustrar). Mas, vamos considerar item a item de sua relação:
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    a) EFC: há uma lenda, aceita por muitas, que toda EQM, ou quase toda, seja acompanhada de EFC, ou seja a sensação de estar fora do corpo a contemplar os acontecimentos. Isso é mais que lenda, é tolice pura. São os advogados do misticismo que pretendem criar essa falsa realidade. Em verdade são poucos os que em quase-morte pensam estar projetados. Quando examinar o relatório Aware verá que os percentuais dos apologistas, generosamente citados à moda boi, em nada batem com o que o projeto de Parnia registrou: em cerca de mil casos estudados, o médico achou um (isso mesmo, um em mil) em que o paciente vivenciou uma EQM. Só aí já temos uma derrubada geral nos percentuais de outros pesqusadores, que variam entre 5 e 20%. Então, nesse 1% de lembradores, alguns se viram projetados, mas nenhum enxergou o conteúdo dos cartazes. Isso sem considerar que a neurociência explica as sensações de estar fora do corpo, sem necessidade de recorrer-se a leituras místicas.
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    b) Viagem pelo túnel: outra sensação explicável pela neurociência.
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    c) Encontro com o ser de luz (ou com quaisquer outras entidades, visto que os depoimentos neste quesito variam): explicam-se pelos conteúdos psíquicos que estejam presentes na mente do em quase-morte e que entrem em atividades durante a crise.
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    d) Revisão de vida: outra forçação de barra: querem fazer dos que retornam de quase-morte pessoas transformadas. Tolice. Alguns realmente podem se transformar (para melhor ou pior) outros continuam suas vidinhas de sempre.
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    e) Encontro com parente falecido. Repete o contido no item (c), só muda o personagem.
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    f) Retorno. Mais um intento de padronizar as sensações em EQM: é possível que alguns sonhem com parentes, anjos, ou outros espirituais, lhes dizendo que ainda não lhes chegou a hora, mas são poucos casos no pequeno contingente dos que dizem vivenciar sensações místicas.
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    Pode, se quiser, acrescentar um novo item nesse mar de conjeturas: g) “desejo de que seja” (wishful thinking): a pessoa pretende entrar “na onda” mística e cria uma fantasia de vivência mística para se agregar ao rol dos “abençoados”. Muitas das mais famosas histórias de EQM devem se enquadrar nesse item.
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    Veja o artigo.
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    COMO FUNCIONAM AS EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE?
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    Introdução
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    Uma experiência fora do corpo é um aspecto típico das experiências de quase-morte
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    As experiências de quase-morte (EQMs) são tão comuns que acabaram se incorporando à linguagem cotidiana. Frases como “minha vida inteira passou como um flash diante dos meus olhos” e “ir para a luz” vêm de décadas de pesquisas sobre essas experiências estranhas e aparentemente sobrenaturais pelas quais passam pessoas à beira da morte. Mas o que exatamente são as EQMs? Alucinações? Experiências espirituais? Provas de que há vida após a morte? Ou são simplesmente alterações químicas no cérebro e órgãos sensoriais nos momentos que antecedem a morte?
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    Neste artigo, discutiremos o que torna uma experiência uma EQM e quem passa por ela. Também vamos explorar teorias espirituais, filosóficas e científicas sobre por que elas acontecem.
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    Definindo a experiência de quase-morte
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    Relato pessoal
    “Tive a sensação de estar em um lugar cercado de névoa. Senti que estava no inferno. De um grande abismo com fumaça saíam braços e mãos tentando me agarrar… eu fiquei apavorada achando que essas mãos fossem me puxar para dentro do abismo com elas…estava muito quente lá embaixo”.
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    Este é o relato de uma atendente de clínica de repouso que quase morreu devido a um grave derrame cerebral causado pelo calor (publicado no livro “Voltando da morte”, de Margot Grey).
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    O Dr. Raymond Moody cunhou o termo “experiência de quase-morte” em seu livro escrito em 1975, “Vida após a vida”. O livro do Dr. Raymond chamou a atenção do público para o conceito de experiência de quase-morte, mas relatos dessas experiências sempre ocorreram através da história. “República”, de Platão, escrita em 360 a.C., contém a lenda de um soldado chamado Er que teve uma EQM depois de ter sido morto em combate. Er descreveu sua alma deixando seu corpo e, do céu, viu-a sendo julgada junto com outras almas.
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    Para os propósitos deste artigo, uma experiência de quase-morte é qualquer experiência na qual alguém perto da morte ou sofrendo de algum trauma ou doença que possa levar a ela percebe eventos que parecem ser impossíveis, não usuais ou sobrenaturais. Apesar de haver muitas questões sobre as EQM, uma coisa é certa – elas existem. Milhares de pessoas realmente perceberam sensações similares enquanto estavam próximas da morte. O debate é se elas realmente experimentaram ou não o que perceberam.
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    A maioria das EQMs têm em comum certas características, mas nem sempre elas estão todas presentes, e algumas não seguem padrão algum. Eis as características que as EQMs “típicas” têm em comum:
    • sensações de tranqüilidade – essas sensações podem incluir paz, aceitação da morte, conforto físico e emocional;
    • luz radiante, pura e intensa – às vezes essa luz intensa (porém não dolorosa) preenche o quarto. Em outros casos, a pessoa vê uma luz que sente representar o Céu ou Deus;
    • experiências fora do corpo (EFC) – a pessoa sente que deixou seu corpo. Ela pode olhar para baixo e ver o corpo, geralmente descrevendo a visão dos médicos trabalhando nele. Em alguns casos, o “espírito” da pessoa voa para fora do quarto, para o céu ou até para o espaço;
    • entrando em outra realidade ou dimensão – dependendo das crenças religiosas da pessoa e da natureza da experiência, ela pode perceber esse domínio como o Céu ou, em raros casos, como o Inferno;
    • seres espirituais – durante a EFC, a pessoa encontra “seres de luz”, ou outras representações de entidades espirituais. Ela pode perceber esses seres como entes queridos que morreram, anjos, santos ou Deus;

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    Muitas experiências de quase morte incluem a sensação de descer através de um túnel muito iluminado
    • o túnel – muitas pessoas que passaram por uma EQM se vêem em um túnel com uma luz no final, no qual podem encontrar seres espirituais;
    • comunicação com espíritos – antes que a EQM termine, muitas pessoas relatam alguma forma de comunicação com um ser espiritual. Essa é geralmente expressa como uma “forte voz masculina”, dizendo que ainda não chegou sua hora e ordenando que volte para seu corpo. Algumas pessoas relatam que foram convidadas a escolher entre ir para a luz ou voltarem para seu corpo terreno. Outras sentem que foram compelidas a retornar para o corpo por um comando sem voz, possivelmente vindo de Deus;
    • revisão da vida – essa ocorrência é também chamada de “revisão panorâmica da vida”. A pessoa vê a vida inteira em um flashback. Isso pode ser algo muito detalhado ou bastante breve. Ela pode também perceber alguma forma de julgamento vindo de entidades espirituais próximas.
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    As experiências de quase-morte e experiências fora do corpo são às vezes consideradas a mesma coisa, porém há algumas diferenças essenciais entre elas. Uma EFC pode ser um componente de uma EQM, mas algumas pessoas experimentam as EFCs em circunstâncias que não têm relação com a morte. As EFCs podem acontecer espontaneamente ou serem induzidas por drogas ou meditação, estando, às vezes, associadas com elementos espirituais ou sensação de traqüilidade.
    Na próxima seção, veremos quem passa por uma EQM e como essas pessoas são afetadas.

    EQMs atípicas
    Algumas EQMs têm elementos que sustentam poucas semelhanças com a experiência de quase-morte “típica”. Segundo pesquisas, algo em torno de 1% a 25% dos indivíduos não experimenta sensações de paz, não visita o céu e nem encontra espíritos amigáveis. Ao invés disso, sentem-se atemorizados e são abordados por demônios ou duendes maliciosos. Eles podem visitar locais que se encaixam nas descrições bíblicas do Inferno, incluindo fogo, almas atormentadas e uma sensação de calor opressivo.
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    Menos comuns são os relatos de EQMs compartilhadas, onde alguém ligado à pessoa que está morrendo a acompanha em sua jornada fora do corpo. Isso pode tomar a forma de um sonho que ocorre no mesmo momento em que a pessoa estava próxima da morte.
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    Crianças também passam por EQM. As muitos novas tendem a relatar experiências surrealistas com alguns dos elementos comuns das EQMs, mas à medida que elas se tornam mais velhas, o ensino religioso geralmente colore suas EQMs com uma conotação mais espiritual, tal como encontrar Deus ou Jesus.
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    Uma pequena porcentagem de pessoas que passaram por EQMs relatam visões proféticas que lhes revelaram o destino da Terra e da humanidade. Trata-se geralmente de uma visão apocalíptica, mostrando o final dos tempos, mas alguns relatam visões da humanidade evoluindo em seres superiores. Um grupo de pessoas que não se conheciam relatou que o mundo terminaria em 1988.
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    Teorias sobrenaturais
    As teorias que explicam as experiências de quase-morte caem em duas categorias básicas: explicações científicas (incluindo médicas, fisiológicas e psicológicas) e explicações sobrenaturais (incluindo espirituais e religiosas). Obviamente, essas últimas não podem ser provadas nem negadas. A aceitação das explicações sobrenaturais baseia-se na fé e no contexto espiritual e cultural.
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    A explicação sobrenatural mais comum é que alguém que passa por uma EQM está, na verdade, experimentando e lembrando de coisas que aconteceram com sua consciência não corpórea. Quando estão próximas da morte, suas almas deixam o corpo e começam a perceber coisas que normalmente não perceberiam. A alma passa pela fronteira entre o nosso mundo e o pós-vida, geralmente representada por um túnel com uma luz no final. Enquanto está nessa jornada, a alma encontra-se com outras entidades espirituais (almas) e pode até encontrar uma entidade divina, que muitas pessoas percebem como sendo Deus. Eles vêem um relance de outra realidade de existência, geralmente interpretado como Céu, mas são trazidos de volta, ou escolhem voltar, para seu corpo terreno.
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    A crença em projeção astral liga as EQMs com outras formas de experiência fora do corpo. A projeção astral é a habilidade de um “ser astral” viajar fora do corpo. Em uma EQM, esse ser astral, ou alma, deixa espontaneamente o corpo e percorre livremente outros lugares. Alguns poucos casos de EQM parecem oferecer provas de que as pessoas realmente experimentam eventos de um ponto de vista diferente daquele do seu corpo terreno. Pessoas que estavam inconscientes e sem reação, que tiveram os olhos fechados ou foram declaradas clinicamente mortas, relatam detalhes dos procedimentos nelas aplicados e das pessoas presentes no quarto. Há relatos de pessoas com cegueira permanente que passaram por uma EQM e foram capazes de identificar, por exemplo, a cor da camisa do médico.
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    Para aqueles com fortes crenças na teologia judaico-cristã, as EQMs representam uma prova de que possuímos almas, que elas continuam a existir depois que morremos e que Céu e Inferno são lugares reais. Alguns acreditam que as EQMs são obra de Satanás, que tenta explorar a vulnerabilidade das pessoas naquele momento, aparecendo como um “anjo de luz”. O objetivo de Satanás com essa farsa não é claro.
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    Outras teorias são um pouco mais esotéricas. Alguns acreditam que uma EQM representa uma ligação psíquica com seres inteligentes superiores de outra dimensão. Estes seres podem ser humanos, que evoluíram suas almas superando o ciclo nascimento-morte-reencarnação, oferecendo desse modo um relance do futuro da humanidade como seres espirituais superiores. Às vezes, uma EQM pode até oferecer uma visão literal do futuro, como nas experiências com profecias apocalípticas mencionadas anteriormente.
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    É interessante observar que as religiões não judaico-cristãs têm histórias e descrições da morte que parecem explicar muitos dos traços comuns das EQMs. O budismo, por exemplo, descreve a “clara luz da morte”, assim como as incorporações demoníacas das falhas morais. A meta da alma é identificar tanto a luz quanto as aparições como projeções da natureza da própria alma, não como algo objetivamente real. Se isso acontece, a alma pode escapar do ciclo de nascimento-morte-reencarnação e alcançar o nirvana.
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    Em seguida, vamos descobrir o que a ciência diz sobre as EQMs.
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    Relato pessoal
    “O que me lembro é de ver meu corpo em um leito do hospital com um médico e enfermeiros ao redor… eu sentia muita paz e não tinha perguntas sobre a cena que via. Era tudo muito claro, mais real do que a própria realidade. Eu sentia que estava onde era o meu lugar. O quarto era branco, mas havia uma luminosidade à minha volta que era diferente da luz do quarto. Eu sentia como se estivesse no quarto (no canto), mas ao mesmo tempo em espaço aberto. Tudo era lindo. Não havia nenhum tipo de dor”.
    – Tracy Lovell, após uma tentativa de suicídio por overdose (em “O retorno do silêncio”, de Scott D. Rogo).
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    Teorias científicas
    A ciência não pode realmente explicar por que algumas pessoas têm experiências de quase-morte. Isso não quer dizer que as explicações científicas atuais estejam erradas, mas sim que as EQMs são complexas, subjetivas e têm uma forte carga emocional. Além disso, muitos aspectos das EQMs não podem ser testados. Não podemos fazer um teste para determinar se alguém realmente visitou o céu e encontrou-se com Deus, ou propositalmente colocar alguém à beira da morte para então ressuscitá-la em laboratório para testar sua percepção extra-corpórea.
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    Apesar de tudo isso, a ciência médica oferece evidências atraentes de que muitos aspectos das EQMs são de natureza fisiológica e psicológica. Os cientistas têm comprovado que as drogas cetamina e PCP (cloridrato de fenciclidina) podem criar sensações nos usuários que são quase idênticas a muitas EQMs. De fato, alguns usuários pensam que estão realmente morrendo enquanto estão sob o efeito da droga.
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    O mecanismo por trás de algumas dessas experiências estranhas está no modo como nosso cérebro processa as informações sensoriais. Aquilo que nós vemos como “realidade” ao nosso redor é somente a soma de todas as informações sensoriais que nosso cérebro está recebendo em um determinado momento. Quando você olha para uma tela de computador, a luz da tela atinge as suas retinas e a informação é enviada para as áreas apropriadas do cérebro, onde os padrões de luz são interpretados como algo significativo – nesse caso, as palavras que você está lendo no momento. Um sistema ainda mais complexo de nervos e fibras musculares permite que o nosso cérebro saiba onde o seu corpo está em relação ao espaço em redor. Feche seus olhos e levante a mão direita até que esteja na altura do topo da sua cabeça. Como você sabe onde sua mão está sem olhar para ela? Seu sistema sensorial permite que você saiba onde sua mão está, mesmo quando seus olhos estão fechados.
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    Traumas que afetam as áreas funcionais do cérebro, tais como o córtex somatossensorial e visual, podem causar alucinações que são interpretadas como EQMs
    .
    Agora imagine que todos os seus sentidos estão funcionando mal. Ao invés dos impulsos sensoriais reais provenientes do mundo ao seu redor, seu cérebro está recebendo informações incorretas, possivelmente devido às drogas ou alguma forma de trauma, fazendo com que seu cérebro fique temporariamente imobilizado. O que você percebe como uma experiência real é, na verdade, o seu cérebro tentando interpretar essa informação. Alguns têm teorizado que o “ruído neural”, ou uma sobrecarga de informações enviadas para o córtex visual cerebral, cria a imagem de uma luz brilhante que aumenta gradualmente. O cérebro pode interpretar isso como o ato de mover-se através de um túnel escuro.
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    Do mesmo modo, o senso espacial do cérebro é propenso ao mal funcionamento durante uma experiência de quase morte. Novamente, seu cérebro interpreta informações incorretas sobre onde está o corpo em relação ao espaço ao redor. O resultado é a sensação de sair do corpo e flutuar pelo quarto. Combinado aos outros efeitos do trauma e privação de oxigênio no cérebro (um sintoma em muitas situações de quase morte), isso leva à experiência resultante de flutuar no espaço enquanto se olha para baixo para o próprio corpo e depois partir e flutuar através de um túnel.
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    A sensação de paz e calma sentida durante as EQMs pode ser um mecanismo que ajuda a lidar com o problema, desencadeado pelos níveis aumentados de endorfinas produzidas no cérebro durante o trauma. Muitas pessoas experimentam um senso estranho de desprendimento e falta de resposta emocional durante eventos traumáticos (estejam ou não relacionados a uma experiência de quase morte). Esse é o mesmo efeito. As EQMs que incluem visitas ao Céu ou encontros com Deus poderiam envolver uma combinação de vários fatores. Impulsos sensoriais defeituosos, privação de oxigênio e euforia induzida por endorfinas criam uma experiência surreal, embora realista. Quando a pessoa se recorda da cena mais tarde, ela já passou pelo filtro da sua mente consciente.
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    Experiências bizarras que parecem inexplicáveis se transformam em seres espirituais, outras dimensões e conversas com Deus.
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    As experiências de pessoas cujas aventuras fora do corpo permitem ver e ouvir eventos que seu corpo inconsciente não seria capaz de perceber, são mais difíceis de explicar. Contudo, é plausível que pessoas inconscientes possam ainda registrar pistas sensoriais e conhecimento prévio, e incorporá-los na sua EQM. Se isso é mais plausível do que a alma da pessoa flutuando fora do corpo é uma questão de opinião pessoal.
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    Obviamente, isso apenas arranha a superfície das explicações possíveis para uma EQM. As EQMs parecem oferecer alguma esperança de que a morte não é necessariamente algo a ser temido, nem é o fim da consciência. Mesmo a ciência tem dificuldades para lidar com a morte – a comunidade médica tem se debatido por décadas com definições específicas para morte clínica, morte orgânica e morte cerebral. Para cada aspecto de uma EQM, há pelo menos uma explicação científica. E para cada explicação científica, parece haver cinco casos de EQM a desafiá-la.

  173. Marcos Arduin Diz:

    Malvadão, pra não ficar na circulação de sempre, devo-lhe dizer que não vou me desculpar com Polidoro, nem com o Houdini, inclusive porque o primeiro nem falou nada delas, mas valorizou muito o que disse o último.
    .
    O lance é que essa existência de lâmpadas elétricas de arco voltaico não salva os dois mentirosos. Conforme eu disse, os experimentos que Crookes fez com Ana Eva Fay foram NA CASA DO CIENTISTA, que era iluminada a chama de gás (não tinha como ele manter as lâmpadas de arco voltaico regularmente acesas, já que não havia uma fonte de abastecimento constante…). Portanto NADA DE EXPERIMENTOS FEITOS no teatro no qual ela se apresentava (afinal que teatro era este? Era iluminado a lâmpadas de arco voltaico?). E como eu disse, o galvanômetro funcionava a bateria (tal como os modernos) e aí, mesmo que houvesse queda de força, isso não interferiria no funcionamento deste. Porém, Houdini, por não saber disso, JÁ QUE NÃO LEU UMA ÚNICA LINHA DO QUE CROOKES ESCREVEU, achou que tal evento permitiria à médium fazer a fraude que ele IMAGINOU.
    .
    A fraude seria: ela substituiu uma mão pela dobra do joelho e assim “fez como Crookes queria”. E Polidoro, todo ufano, conclui: NÃO HÁ MAIS DÚVIDAS DE QUE TAL TRUQUE DE FATO OCORREU. Só que se Houdini houvesse lido o relatório de Crookes, saberia que isso era inviável, já que ela circulou pela biblioteca e entregou livros às testemunhas e, de quebra, Sergeant Cox entrou lá e viu a médium e uma fantasma materializada juntas. Isso Polidoro, que leu o relatório do Crookes, varreu para baixo do tapete.
    .
    Entende porque digo que ele é meu cético favorito por mentir em defesa da fé cética?

  174. Vladimir Diz:

    Montalvão disse: ué, agora o Fábio Bezerra incorreu em erro ao elogiar o misticismo de Long?
    COMENTÁRIO: Não tenho dúvida que a intenção do Sr.Fabio foi das melhores, porém ele acabou caindo no erro da “simplificação”.
    Montalvão disse: Long não é levado a sério pela comunidade científica.
    COMENTÁRIO: Não é? Quais cientistas criticaram o trabalho dele? Quais os artigos, referências…
    Montalvão disse: suas questões são fáceis de “matar”
    COMENTÁRIO: Então vamos lá…
    Montalvão disse: embora seja informação complementar, é ilustrativo mostrar de onde saiu a notícia dos 10seg sem oxigênio
    COMENTÁRIO: Conforme o prometido aqui estão as referências científicas:
    -CLUTE, H.L; LEVY, W.J. Electro encephalograic changes during brief cardiac arrest in humans – Anestesiology 1990
    -AMINOFF, M.J.; SCHEIMANN, M.M.; GRIFFING, J.C.; HERRE J.M. Electrocerebral arrythmyas Ann Intern Med 1988
    Montalvão disse: a verdade é que quando o suprimento de sangue/oxigênio é cortado o cérebro começa a morrer
    COMENTÁRIO: Concordo plenamente…
    Montalvão disse: mas isso leva mais de 10seg
    COMENTÁRIO: Para o Cérebro morrer totalmente? Ah com certeza, o Sr. tem toda razão.
    Estima-se em média de 4 a 6 minutos sem oxigênio.
    Entretanto isso não quer dizer que durante esse período eu tenha plena atividade cortical (e consequentemente cognitiva).
    Portanto a partir dos 10 segundos da privação de oxigênio (anóxia) momento em que meu EEG será isoelétrico (flatline) qualquer médico
    pode afirmar com segurança que não há atividade cortical e consequentemente cognição.
    Montalvão disse: EEG em flat pouco diz sobre o que acontece no organismo durante a crise da morte.
    COMENTÁRIO: Discordo veementemente, ele diz muito pois demonstra que não há atividade elétrica no córtex, portanto não há cognição.
    Montalvão disse: no entanto, o corpo e o cérebro resistem mais que 10seg sem oxigênio
    COMENTÁRIO: Sem dúvida, os próprio relatos de EQM indicam isso, entretanto entre o Cérebro “resistir” e proprocionar experiências lúcidas,
    claras, detalhadas, objetivas, das quais o indivíduo vai se recordar por 1,2, 5 anos depois é completamente diferente.
    Montalvão disse: Não é de surpreender que algumas pessoas vivenciem em tais situações sensações de cunho místico.
    COMENTÁRIO: “Sensações de cunho mistico” é uma coisa.
    Os relatos de caso das EQM são completamente diferentes.
    As EQMs possuem uma sequência coerente, lúcida, e objetiva de eventos, onde o paciente demonstra uma clareza e exatidão de raciocínio e perceção.
    Montalvão disse: Essas reações incomuns vão depender das características de cada pessoa e do lhe vai no psiquismo.
    COMENTÁRIO: É aí que o Sr. se engana. Se tivesse lido o livro do Dr.Long o Sr saberia que independentemente da Cultura, da Religião,
    do Sexo, ou da Idade o conteúdo das EQMs não varia.
    E antes que os “crentes céticos” comecem a dizer que fulano relatou que viu Jesus, e outro relatou que viu Maomé cabe um esclarecimento:
    Existem variações culturais nos “modos de apresentação” da EQM, mas não em sua Estrutura.
    De um modo geral podemos dizer que grande parte dos indivíduos que tem uma EQM vivencia a seguinte sequência de eventos:
    -Experiência Fora do Corpo
    -Passagem pelo Tunel de Luz
    -Encontro em uma lugar desconhecido pelo indivíduo, onde ele vivencia um sentimento de paz e tranquilidade
    -Revisão Panorâmica de sua Vida
    -Encontro com um parente falecido
    -Encontro com o Sr.de Luz
    -Retorno ao Corpo.

    Essa é a “estrutura” básica de uma EQM, entretanto nem todas as pessoas tem todos os eventos; do mesmo modo, na etapa do encontro com o Sr.de Luz, um Indiano talvez “veja” Krishna, um Muçulmano veja Maomé, e um Cristão pense ver Jesus.
    É uma “variação cultural” no “modo de apresentação” entretanto todos estão vendo o “Sr.de Luz”.
    Percebe a nuance?

    Montalvão disse: começa que não há certeza de que os sonhos em EQM aconteçam durante o período de inconsciência.
    COMENTÁRIO: Comparar os relatos de EQM com Sonhos não tem o menor sentido.
    As circunstâncias fisiológicas em que ocorre um Sonho é completamente diferente das circunstâncias da EQM.
    E conforme disse anteriormente a coerência, a lucidez, a objetividade, a invariabilidade estrutural das EQMs em nada se assemelham aos Sonhos.
    Muitas EQMs ocorreram em pacientes sob Anestesia Geral, pacientes nesse estado não “sonham”, no entanto ainda sim tiverem EQMs surpreendentemente lúcidas.

    Montalvão disse: há uma lenda, aceita por muitas, que toda EQM, ou quase toda, seja acompanhada de EFC, ou seja a sensação de estar fora do corpo a contemplar os acontecimentos. Isso é mais que lenda, é tolice pura. São os advogados do misticismo que pretendem criar essa falsa realidade.
    COMENTÁRIO: Lenda? Tolice pura? Onde estão os estudos científicos que comprovam essas afirmações?

    Montalvão disse: Quando examinar o relatório Aware verá que os percentuais dos apologistas, generosamente citados à moda boi, em nada batem com o que o projeto de Parnia registrou: em cerca de mil casos estudados, o médico achou um (isso mesmo, um em mil) em que o paciente vivenciou uma EQM. Só aí já temos uma derrubada geral nos percentuais de outros pesqusiadores, que variam entre 5 e 20%. Então, nesse 1% de lembradores, alguns se viram projetados, mas nenhum enxergou o conteúdo dos cartazes.
    COMENTÁRIO: Ainda que os resultados do Projeto Aware tenham apontado esses dados (como eu disse anteriormente eu não o li, mas confio em vosso relato) o Sr sabe tão bem quanto eu que Ciência não se faz com um estudo.
    É preciso pegar os resultados do AWARE, revisar e comparar com todos os outros resultados de outros pesquisadores afim de chegarmos a uma “hipótese” sobre o que ocorre durante uma EQM.

    Montalvão disse: Isso sem considerar que a neurociência explica as sensações de estar fora do corpo, sem necessidade de recorrer-se a leituras místicas
    COMENTÁRIO: É verdade que existem “explicações” da Neurociência para tais relatos individualmente (o caso do Olaf Blanke foi emblemático) entretanto não há uma explicação “forte” que justifique toda a sequência de eventos e inclusive a “visão” dos cegos de nascença, das pessoas sob anestesia geral e etc.

    Por fim não defendo a tese de que a EQM é uma experiência mística real.
    O que percebo é que todos os estudos publicados até então trazem questões das quais a Neurociência ainda não dá conta de responder de modo satisfatório.
    Ensejando assim uma perspectiva para modelo interpretativos diversos, inclusive os Místicos.
    É certo que a Neurociência continuará avançando e portanto se a EQM for um fenômeno 100% fisiológico tenho certeza que em breve teremos
    uma explicação “forte” para esse fenômeno em seu conjunto.

    PS: Novamente recomendo a leitura do livro do Dr.Jeffrey Long pois o mesmo traz diversos relatos, e uma abundância de dados estatísticos que demonstram (sem sombra de dúvidas) a validade das EQMs.
    E ainda por cima em todos os capítulos ele levanta todos os questionamentos dos “créticos” (crentes céticos) e responde com muita propriedade a cada um deles.

  175. Vladimir Diz:

    Gorducho disse: eu diria que o Deus do Spinoza seria como que a lógica da programação; ou o que se chama em administração de empresas o processo (a antiga O&M). E o Universo (natura naturata) seria então o código (modos da substância), i.e., os “métodos”, “classes”…
    COMENTÁRIO: Aí é que está não é esse o caso.
    A Substância (Deus) tem sim seus “Modos” e “Atributos” porém ela é a única realidade existente.
    Ou melhor o todo existente é a Substância e ela é Deus, logo o todo da realidade é Deus.
    Na verdade pode-se dizer que para Spinoza só Deus existe, todo o resto (eu, você, o Universo) somos modificações Dele.

  176. Montalvão Diz:

    .
    VLADIMIR: Na verdade pode-se dizer que para Spinoza só Deus existe, todo o resto (eu, você, o Universo) somos modificações Dele.
    .
    COMENTÁRIO: modificações?

  177. Vladimir Diz:

    Afim de esclarecer e de modo a contribuir no debate trago algumas das reflexões de um dos maiores comentadores de Spinoza em Lingua Portuguesa o Prof. Joaquim de Carvalho:

    “A definição de substância, como tal, exprime a ideia do ser incondicionado e absoluto; precedendo-a da definição de causa de si, Espinosa teria significado que este absoluto não é estático, mas essencialmente dinâmico, isto é, causa primeira e infinita, tanto de si mesmo como de tudo o que existe. Assim entendido, haveria uma relação necessária entre a causa de si e a substância, de sorte que a existência da substância seria ato ou consequência da sua potência. O sistema, logo de início, surgiria, pois, com pretensão ontológica e por assim dizer, dinâmica, e não como pura e abstrata dedução, a cuja estratificação lógica mais tarde viesse juntar-se a realidade existente.”

    ” a realidade no seu conjunto, assim na ordem conceptual como na ordem fatual ou existente, é concebida como sistema que depende e resulta do ser único e infinita mente infinito, isto é, a Substância, causa e razão de ser de tudo o que existe.”

    “o sistema de Espinosa não pode ser considerado uma sistematização de géneros, de espécies e de ideias singulares hierarquicamente dispostas por graus de subordinação lógica, porque pretende ser a explicação da realidade no seu conjunto, isto é, a Natureza como totalidade unificada de seres e de eventos”

    “Assim entendida, a substância tem propriedades e atributos, que a razão discrimina mas que na realidade substantiva (isto é, não modal) se não separam”

    “Seguindo a ordem da Ética, note-se em primeiro lugar que é inerente à substância, como tal, ser idêntica, incriada, infinita, única e necessária”

    “Não é possível, porém, a pluralidade de substâncias. A demonstração da unicidade da substância está ligada à da sua infinidade. É que se a substância não pode ser concebida senão por si mesma é porque não pode existir senão por si, isto é, não pode ser produzida por outra, da qual seria dependente (Prop. VII); por conseguinte, não pode existir senão como infinita (Prop. VIII), dado ser coisa finita a coisa que é limitada por outra da mesma natureza”

    “Sendo única, a substância existe necessariamente, visto nada existir fora dela que possa limitá-la ou impedir-lhe a existência; e é eterna, porque a eternidade de uma coisa é a sua própria existência enquanto esta resulta da sua definição (Def. 8), ou por outras palavras mais claras, porque a existência da substância resulta e dá-se imediatamente com a sua própria essência, pelo que está fora do curso do tempo e desde sempre na atualidade do presente.”

    “A definição VI, de Deus, continha implicitamente a identificação, que se tornou explícita na prop. XI, cujo objeto é a demonstração de que Deus, ou por outras palavras, a substância que consta de infinitos atributos,… existe necessariamente”

  178. Marciano Diz:

    Tem tese de pós-graduação “lato sensu” em Ciências das Religiões redigida neste ano, na postagem mais recente.
    O assunto é o LAR DELES.
    Estão todos convidados a discutir lá.
    .
    Gostei, VITOR. Valeu!
    Estou morto (de cansado) e assoberbado de compromissos. Vou ler amanhã à noite e espero ter material para alguns comentários.
    O tema não poderia ser melhor, neste momento.

  179. Gorducho Diz:

    Espinosa teria significado que este absoluto não é estático, mas essencialmente dinâmico, &c.
     
    Claro, mas a substância única é A Dinâmica – não confundir evidentemente c/o conceito ordinário físico-químico do termo…
    Note que há uma tentativa das mentes acometidas de religiosidade escolástica em enquadrar essa divindade nos conceitos aprendidos durante os catecismos dominicais.
    [trads. simplificadas; fonte: Willis]
     
    [Oldenburg, carta XX – 15/11/75]
    Só posso aprovar seu propósito anunciado em notas e comentários de ilustrar e atenuar aqueles pontos no Tratado Teológico-político que chocaram tantos leitores. O principal desses acho eu, poderá ser sobre o que diz ambiguamente sobre Deus e a Natureza, que muitos acham que confunde.
     
    [Spinoza, carta XXI]
    Entretanto é um completo engano da parte dos que dizem ser meu propósito no Tratado Teológico-político mostrar que Deus e Natureza, sob este último termo entendendo eles uma certa massa de matéria corpórea, são uma e a mesma coisa. Não tive essa intenção.

  180. Montalvão Diz:

    .
    ARDUIN: Malvadão, pra não ficar na circulação de sempre, devo-lhe dizer que não vou me desculpar com Polidoro, nem com o Houdini, inclusive porque o primeiro nem falou nada delas, mas valorizou muito o que disse o último.
    .
    O lance é que essa existência de lâmpadas elétricas de arco voltaico não salva os dois mentirosos. Conforme eu disse, os experimentos que Crookes fez com Ana Eva Fay foram NA CASA DO CIENTISTA, que era iluminada a chama de gás (não tinha como ele manter as lâmpadas de arco voltaico regularmente acesas, já que não havia uma fonte de abastecimento constante…). Portanto NADA DE EXPERIMENTOS FEITOS no teatro no qual ela se apresentava (afinal que teatro era este? Era iluminado a lâmpadas de arco voltaico?). E como eu disse, o galvanômetro funcionava a bateria (tal como os modernos) e aí, mesmo que houvesse queda de força, isso não interferiria no funcionamento deste. Porém, Houdini, por não saber disso, JÁ QUE NÃO LEU UMA ÚNICA LINHA DO QUE CROOKES ESCREVEU, achou que tal evento permitiria à médium fazer a fraude que ele IMAGINOU.
    .
    COMENTÁRIO: interessante sua alegação: reconhece que havia lâmpadas elétricas, mas entende que eram pouco úteis porque não haveria fonte de alimentação… então para quê fabricariam lâmpadas na época?
    .
    Que na casa de Crookes lâmpada elétrica é desmentido pelo testemunho de Doyle, que cita palavras do próprio Crookes. Não leu o texto? Veja:
    .
    CONAN DOYLE: […]“Posteriormente [Crookes], acrescenta:
    .
    “Ultimamente tendo examinado muito Katie, ILUMINADA À LUZ ELÉTRICA, posso acrescentar aos pontos, já mencionados, de diferenças entre ela e o seu médium, que tenho a mais absoluta certeza de que Miss Cook e Miss Katie são duas individualidades distintas, no que se refere aos corpos.
    .
    […]
    CROOKES TIROU QUARENTA E QUATRO FOTOGRAFIAS DE KATIE KING, EMPREGANDO A LUZ ELÉTRICA. ESCREVENDO EM THE SPIRITUALIST, EM 1874, à página 270, assim descreve os métodos adotados:
    .
    “Durante a semana anterior à partida de Katie, ela fez sessões quase que todas as noites em minha casa, A FIM DE ME PERMITIR FOTOGRAFÁ-LA À LUZ ARTIFICIAL. Cinco aparelhos completos foram dispostos para esse fim; consistiam de câmaras, umas chapas completas, outra de metade de chapas, uma terceira de quartos de chapas e duas câmaras estereoscópicas binoculares, preparadas para fotografarem Katie ao mesmo tempo, cada vez que ela posasse. Cinco banhos reveladores e de viragem-fixagem foram usados e bom número de chapas foi preparado antecipadamente, de modo que não houvesse complicações ou demoras durante a operação de fotografia que foi realizada por mim mesmo, com o auxílio de um assistente.
    […]
    .
    Entretanto, um testemunho muito mais direto é dado por Crookes numa carta a Banner of Light, U. S. A. e que é reproduzida em The Spiritualist, de Londres, de 17 DE JULHO DE 1874, PÁGINA 29. DIZ ELE:
    .
    “Em resposta a sua pergunta quero afirmar que vi Miss Cook e Katie juntas, no mesmo momento, SOB A LUZ DE UMA LÂMPADA DE FÓSFORO, que era suficiente para que visse distintamente aquilo que descrevi. […].
    A máquina fotográfica também demonstra as diferenças entre a médium e a forma. Diz ele:
    .
    “Uma das mais interessantes fotografias é aquela em que me acho de pé ao lado de Katie; ela está descalça, em certo ponto do soalho. Depois vesti Miss Cook como Katie e nos colocamos, eu e ela, exatamente na mesma posição e fomos fotografados pelas nossas máquinas, colocadas exatamente como na outra experiência, e ILUMINADAS PELA MESMA LUZ.”
    .
    COMENTÁRIO: então, meu caro: se o próprio Crookes garante ter visto o fantasma sob luz elétrica e sabendo-se que o fantasma lhe aparecia na residência, qual é a conclusão? Deixo a resposta para si.
    /
    /

    ARDUIN: A fraude seria: ela substituiu uma mão pela dobra do joelho e assim “fez como Crookes queria”. E Polidoro, todo ufano, conclui: NÃO HÁ MAIS DÚVIDAS DE QUE TAL TRUQUE DE FATO OCORREU. Só que se Houdini houvesse lido o relatório de Crookes, saberia que isso era inviável, já que ela circulou pela biblioteca e entregou livros às testemunhas e, de quebra, Sergeant Cox entrou lá e viu a médium e uma fantasma materializada juntas. Isso Polidoro, que leu o relatório do Crookes, varreu para baixo do tapete.
    Entende porque digo que ele é meu cético favorito por mentir em defesa da fé cética?
    .
    COMENTÁRIO: essa questão da dobra do joelho foi tão exaustivamente debatida e esclarecida, muito mais pelo Vitor que por mim, que não vejo razão para voltar a eleucidar o que esclarecido está. De qualquer modo, para não gastarmos tempo precioso, relembro-lho que seu opositor de debate já havia lhe dito sobre isso no final do século XX, conforme trecho que postei, se não leu confira agora:
    .
    RONALDO CORDEIRO (falando ao Arduin): […]Ciência não é uma coisa em que se pode basear em pesquisas que alguém fez em 1920 ou 1930, por coincidência exatamente na época em que o espiritualismo estava na moda, e quando abundavam os farsantes que forjavam fenômenos mediúnicos, e que pelas quais a comunidade científica não mais se interessou. Pesquisas científicas são dinâmicas e precisam evoluir e trazer novos conhecimentos. SE NÃO PODEM MAIS SER REPRODUZIDAS HOJE EM DIA, OU É PORQUE OS PESQUISADORES DO PASSADO SE DEIXARAM ENGANAR, OU OS SUPOSTOS FENÔMENOS QUE OCORRIAM ANTIGAMENTE SÃO TÍMIDOS DIANTE DAS CÂMERAS E HOJE EM DIA NÃO ACONTECEM MAIS.
    .
    VOCÊ PERGUNTA COMO OS PESQUISADORES PSÍQUICOS PODERIAM TER SIDO LUDIBRIADOS. SOBRE WILLIAM CROOKES, POR EXEMPLO, SUGIRO LER “THE SORCERER OF KINGS – THE CASE OF DANIEL DUNGLAS HOME AND WILLIAM CROOKES”, DE VICTOR STENGER.
    .
    É REALMENTE DIFÍCIL PROVAR QUE ALGUÉM FOI TAPEADO OU QUE TRAPACEOU NAS EXPERIÊNCIAS, PRINCIPALMENTE DEPOIS DE MUITOS ANOS E QUANDO O PESQUISADOR E TODA A SUA EQUIPE JÁ ESTÃO MORTOS.[…]
    .
    Então, lindo Arduin, mantenho a sugestão de que leia a tese (ou o livro) de Juliana Hidalgo, pois terá um apanhado muito útil a lhe suprir com informações que, certamente, lhe darão nova visão do caso e talvez o faça voltar de vez ao presente. Que tal buscar materializações atuais para, por meio delas, demonstrar que o fenômeno é real? Já que advoga tão firmemente em favor dessa fantasia (lembre da defesa exacerbada que fez da aldraboa Otilia Diogo), gaste sua energia com eventos contemporâneos e deixemos os mortos com suas fraquezas e falhas em paz. O que acha da ideia?

  181. Antonio G. - POA Diz:

    Por favor, Montalvão!!! Não fale em Otília Diogo! Eu tenho ataques de gargalhadas incontroláveis ao lembrar das fotinhos do Chico Xavier de mãozinhas dadas com a “materialização” da Irmã Josefa!
    .
    Pronto! Eu sabia que ia acontecer! hahaha… Já comecei a… gargalhar… hahaha…. Agora… hahaha… só paro… hahaha… daqui…. huhuhu…. uns cinco…. hahaha… minutos…. hahaha…

  182. Gorducho Diz:

    … então para quê fabricariam lâmpadas na época?
     
    Estava nos primórdios e não havia ainda rede abastecedora. O Crookes inclusive tentava competir c/o pessoal do Edison nesse mercado. Ele só foi ter iluminação regular na nova casa de Notting Hill para a qual mudou-se em 80 (lembrando que a KK retornou definitivamente à espiritualidade lá por 74…).
    Ali sim instalou um dínamo 3,5 hp no porão, a gás (de carvão concluo…). Limitado by noise restrictions + uma chaminé até o telhado, para não incomodar a vizinhança, a potência assim reduzida fornecia 11,5A (voltagem ?); permitindo ligar simultaneamente a luz de 2 peças.
    Duração do combustível: 8h (como recarregavam não sei…).
    Custo semanal do técnico: ½ coroa (4 = 1 GBP se bem me lembro, ou seja 5 dos antigos schillings).
    Biblioteca – 10 x 20cd
    Oficina 21 x 4cd + 6 x 20cd
    Outras 13 lâmpadas pela casa (potência luminífera ?)
    As peças tinhas chaves construídas por eles. O gerador permitia 2 peças simultaneamente iluminadas.

  183. Antonio G. - POA Diz:

    Ufa… Consegui parar de rir.
    Um espírita amigo meu me disse que o Chico Xavier não participou da fraude. Ele foi iludido pelos malandros, falsos médiuns. Neste caso, três perguntinhas se impõem:
    1- Se o CX foi mesmo apenas ingênuo neste episódio, os mentores espirituais dele, em especial Emmanuel, não o alertaram para que ele não caísse na esparrela?
    2- Se CX participou conscientemente da farsa, ainda que com algum secreto propósito altruísta, teria sido ele um farsante só desta vez?
    3- Quanto aos “falsos médiuns”: Existe algum médium verdadeiro?
    > Meu amigo espírita ainda não me respondeu. Condescendente, ele só me disse que, no devido tempo, quando eu estiver pronto, o mundo espiritual se encarregará de esclarecer as minhas dúvidas. Tô esperando.

  184. Montalvão Diz:

    .

    Montalvão disse: ué, agora o Fábio Bezerra incorreu em erro ao elogiar o misticismo de Long?
    .
    VLADIMIR : Não tenho dúvida que a intenção do Sr.Fabio foi das melhores, porém ele acabou caindo no erro da “simplificação”.
    .
    COMENTÁRIO: discordo dessa apreciação, o artigo do Fábio, para a pretensão colimada, foi bem arranjado. As conclusões do autor, que achou cientificidade no trabalho de Long, é que são contestáveis.
    /
    /
    Montalvão disse: Long não é levado a sério pela comunidade científica.
    .
    VLADIMIR : Não é? Quais cientistas criticaram o trabalho dele? Quais os artigos, referências…
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    COMENTÁRIO: pois é, que eu saiba, nenhum cientista criticou o trabalho dele, o que mostra que a comunidade científica nem deu pelota para o que, se fosse sério, seria revolução tremenda no conhecimento. Seja como for, postei uma apreciação a respeito de Long, que parece não ter lido, da qual reproduzo parte:
    .
    “CONFUSO DR. JEFFREY LONG ACHA QUE SEU LIVRO PROVA QUE HÁ VIDA APÓS A MORTE
    .
    Postado por: Jacob Fortin data de publicação: 20 de janeiro, 2010 | Comentários: 81
    .
    Dr. Jeffrey Long é um médico que ajuda pacientes com câncer terminal lidar com sua doença. Ele esteve fascinado com Experiências de Quase Morte por um longo tempo, e escreveu recentemente um livro sobre elas chamado Evidências da Vida Após a Morte: A Ciência de Experiências de Quase-Morte . Ele entrevistou milhares de pessoas, e por causa da notável semelhança de suas experiências, concluiu que ter achado a prova de que existe vida após a morte. Acho que isso só prova que ele é um idiota.
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    Dr. Long, obviamente, decidiu abandonar sua objetividade, e o uso da palavra “ciência” em seu título é extremamente enganoso. Quando você faz ciência, você tem que explicar como até mesmo suas próprias teorias podem ser refutada, em seu caso, tudo o que é necessário é uma evidência de que a razão por que experimentam efeitos semelhantes durante a morte é por causa da forma como o cérebro reage quando morre.
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    Os efeitos da EQM foram gravadas por um longo tempo, e os cientistas mais sérios os comparam com o que experimentamos durante o sonho lúcido (situação em que as pessoas estão conscientes de que estão sonhando, mas ainda têm experiências muito realistas). Dr. Long ou não têm consciência desses estudos, ou já concluiu que a única explicação viável deve estar lá é um mundo sobrenatural para onde as pessoas fogem durante a morte. É uma conclusão muito fraca, e isso, obviamente, não é muito científico. Talvez ele nunca ouviu falar da Navalha de Occam. O que é mais lógico: supor que os cérebros das pessoas estão pirando e liberando um potente cocktail de produtos químicos para acalmá-los, ou que um mundo espiritual além da nossa compreensão existe para que nossas mentes vivam para sempre em uma terra de fantasia paraíso? Eu me sinto estúpido apenas propondo o último, e assim é que ele faz.
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    Ele afirma que se tornou um médico melhor, agora que escreveu este livro. Eu discordo, já que ele agora acredita tolamente que tem provas suficientes para dizer a seus pacientes que eles não precisam de sentir medo da morte, uma vez que vão viver para sempre em um playland mágico criado por um céu pai amoroso. Talvez nem todo mundo sinta que não é muito saudável endossar wishful thinking óbvio. Parece-me que ele, na verdade, piorou …”
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    Montalvão disse: embora seja informação complementar, é ilustrativo mostrar de onde saiu a notícia dos 10seg sem oxigênio
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    VLADIMIR : Conforme o prometido aqui estão as referências científicas:
    -CLUTE, H.L; LEVY, W.J. Electro encephalograic changes during brief cardiac arrest in humans – Anestesiology 1990
    -AMINOFF, M.J.; SCHEIMANN, M.M.; GRIFFING, J.C.; HERRE J.M. Electrocerebral arrythmyas Ann Intern Med 1988
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    COMENTÁRIO: no mínimo seria desejável que reproduzisse o que os autores citados dizem a respeito do que informou, ou seja: de que é consenso na medicina que após 10seg o EEG fica em flat.
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    E para complementar, deveria dar retorno à questão principal, da qual a inquirição sobre os dez segundos é derivada, qual seja: qual o significado do EEG em flat para a leitura mística das EQM?
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    Montalvão disse: a verdade é que quando o suprimento de sangue/oxigênio é cortado o cérebro começa a morrer
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    VLADIMIR : Concordo plenamente…
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    COMENTÁRIO: então estamos indo bem…
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    Montalvão disse: mas isso leva mais de 10seg
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    VLADIMIR : Para o Cérebro morrer totalmente? Ah com certeza, o Sr. tem toda razão.
    Estima-se em média de 4 a 6 minutos sem oxigênio.
    Entretanto isso não quer dizer que durante esse período eu tenha plena atividade cortical (e consequentemente cognitiva).
    Portanto a partir dos 10 segundos da privação de oxigênio (anóxia) momento em que meu EEG será isoelétrico (flatline) qualquer médico pode afirmar com segurança que não há atividade cortical e consequentemente cognição.
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    COMENTÁRIO: não sou médico, por isso posso discordar sem medo. Nenhum médico, assim penso, pode afirmar impunemente que inexiste atividade cortical após 10seg de anóxia. O máximo que poderá ser declarar é que, nos casos em que o paciente esteja dessuprido de oxigênio após o tempo citado (que está ainda em dúvida) o EEG entra em “flat”. Pode haver atividade elétrica discreta não detectada pelo equipamento. Considere os trechos que seguem, de artigo pertinente (observe que ele põe em xeque sua tese dos 10 seg para a “morte” do córtex).
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    O QUE ACONTECE AO CÉREBRO DURANTE A PARADA CARDÍACA?
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    Para o cérebro, o efeito da parada cardíaca, e por conseguinte do fluxo de sangue para o resto do corpo, é completamente catastrófico. Tendo estudado os processos que ocorrem no cérebro e estando familiarizado com o modo como as células respondem, pude ver que para as células cerebrais, a perda de fluxo sangüíneo seria comparada a um desastre em massa que se abateria sobre uma grande cidade com milhões de habitantes que, momentos antes, trabalhavam em perfeita harmonia. Pensei no pânico que dominaria as pessoas que lá viviam. A partir daí, tudo seria uma questão de sobrevivência. Talvez as células cerebrais tentem também sobreviver, preservar a vida do cérebro.
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    As células cerebrais são completamente dependentes, para sua sobrevivência, do fluxo de oxigênio e nutrientes pela via sangüínea. Quando isso pára, elas começam a sofrer danos imediatamente. OS ESTOQUES DE OXIGÊNIO DO CÉREBRO E DA CONSCIÊNCIA SÃO PERDIDOS EM QUESTÃO DE 20 SEGUNDOS, tempo em que a glicose e os altos índices de energia armazernados também se vão. Portanto, em alguns segundos de parada cardíaca, as células cerebrais se viram para outras fontes especiais de energia, chamadas ATP, para se manterem vivas.
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    Entretanto, devido a um alto grau de necessidade de energia, essa armazenagem é usada muito rápida e intensamente, geralmente em cinco minutos, e então as células são deixadas sem nenhuma fonte de energia e começam a morrer. Diferente dos humanos, que em um acidente podem viver dias sem água ou comida, as células cerebrais precisam de alimento quase imediatamente.
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    O choque da falta de oxigênio para o cérebro, QUE GERALMENTE LEVA APENAS ENTRE 10 E 20 SEGUNDOS, faz com que as células liberem um transmissor químico chamado glutamina, o qual normalmente possui a função de estimular outras células. Há, portanto, uma grande liberação desse composto químico por todo o cérebro, que conseqüentemente se torna “extremamente excitado”. Isso torna-se danoso às células e é primeiramente chamado de “excitotoxicidade”. Ocorre por causa do volume excessivo de glutamina, que faz com que as células inchem excessivamente, danificando a membrana que envolve a estrutura, acarretando o vazamento dos conteúdos da célula. Ao mesmo tempo, a membrana que envolve as células também fica danificada devido a outro mecanismo, já que a falta de oxigênio faz com que ela se parta em minúsculas partículas de gordura.
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    No entanto, a despeito de todo esse trabalho, as células cerebrais gradualmente são danificadas de forma irreversível e finalmente morrem. Pesquisas feitas por médicos mostraram que as células do cérebro começam a sofrer danos em questão de minutos da perda de fluxo sangüíneo, e, se ela não é restaurada em cerca de 15 a 20 minutos, a perda de células se torna extremamente extensa. Durante todo esse período, as células “gritam” ao liberarem certos compostos químicos e tentarem ativar alguns genes, antes de perderem suas funções completamente.
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    Inúmeros estudos demonstraram que imediatamente após uma parada cardíaca, a pressão sangüínea cai a níveis imensuráveis — na maioria dos estudos a menos de 15mmHg, um nível não-compatível com a vida*. O corpo possui receptores internos especiais de pressão sangüínea, e tão logo eles reconhecem a ausência de fluxo sangüíneo ou de pressão, procuram aumentar a pressão do sangue e seu fluxo para o cérebro, ao liberarem diversos hormônios, como a epinefrina, na corrente sangüínea. Estes são os mesmos hormônios liberados durante uma doença grave, mas, uma vez que a parada cardíaca é a mais séria das doenças, os níveis desses hormônios são correspondentemente muito maiores naquela hora. Uma parada cardíaca é de fato associada com os níveis mais altos de epinefrina jamais vistos — mil vezes mais alta do que a quantidade normal encontrada na corrente sangüínea. Assim como a epinefrina, os hormônios liberados incluem norepinefrina e vasopressina. Todos esses são incrivelmente poderosos no aumento da pressão sangüínea, tão potentes que, na verdade, foram desenvolvidos para propósitos médicos, e são agora dados a pacientes com níveis de pressão sangüínea muito baixos, ou que tiveram parada cardíaca.
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    Esses hormônios causam às veias ao corpo um “apertamento”, e por isso levam o sangue até o cérebro. Eles também atuam no coração e procuram estimulá-lo a bater, mas, a menos que o coração já pulse, eles não têm quase efeito nenhum. Além desses hormônios, muitos outros são liberados, como a prolactina, endorfina —, a substância própria do corpo semelhante à morfina —, e lipotropina, todas com a função de melhorar os efeitos adversos da falta de pressão sangüínea.
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    A despeito de todos esses esforços pelo próprio corpo, no entanto, uma vez que o coração pára, a respiração é suspensa e em alguns segundos as células cerebrais sofrem danos, param de funcionar e finalmente morrem, a menos que haja intervenção médica neste processo de reiniciar o coração.
    http://espiritualidadeciencia.blogspot.com.br/

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    Montalvão disse: EEG em flat pouco diz sobre o que acontece no organismo durante a crise da morte.
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    VLADIMIR : Discordo veementemente, ele diz muito pois demonstra que não há atividade elétrica no córtex, portanto não há cognição.
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    COMENTÁRIO: concordo que não haja cognição, mas as visões místicas podem bem acontecer, enquanto há resquício de cognição, ou acontecerem no tronco cerebral. Portanto, não é descartável que os sonhos tenham acontecido antes da perda plena da consciência ou durante a fase de sua recuperação. Considere o trecho que segue:
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    “Um estudo da Universidade de Kentucky rapidamente ganhou território entre os cientistas como possivelmente a melhor explicação para as EQMs. Os pesquisadores dessa universidade teorizaram que o misterioso fenômeno é, na verdade, um exemplo de disfunção do sono, invasão de movimento rápido dos olhos ou invasão MRO. Nesse distúrbio, a mente de uma pessoa pode acordar antes de seu corpo, tendo alucinações e a sensação de estar fisicamente solta do corpo.
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    Os pesquisadores de Kentucky acreditam que as EQMs são, na verdade, invasões MRO acionadas no cérebro por eventos traumáticos, como ataques cardíacos. Se isso for verdade, significa que as experiências de algumas pessoas após a quase morte são uma confusão por terem entrado rápida e inesperadamente em um estado de sonho.
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    Essa teoria ajuda a explicar o que sempre foi um aspecto complicado sobre as EQMs: como as pessoas podem experienciar visões e sons depois de confirmada a morte cerebral? A ÁREA EM QUE A INVASÃO MRO É ACIONADA FICA NO TRONCO CEREBRAL – REGIÃO QUE CONTROLA A MAIORIA DAS FUNÇÕES BÁSICAS DO CORPO – E ELA PODE FUNCIONAR INDEPENDENTEMENTE DA PARTE SUPERIOR DO CÉREBRO. ENTÃO, MESMO DEPOIS DE AS PARTES SUPERIORES DO CÉREBRO TEREM MORRIDO, O TRONCO CEREBRAL PODE CONTINUAR FUNCIONANDO E A INVASÃO MRO AINDA PODE ACONTECER [fonte: BBC (em inglês)].”
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    Montalvão disse: no entanto, o corpo e o cérebro resistem mais que 10seg sem oxigênio
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    VLADIMIR : Sem dúvida, os próprio relatos de EQM indicam isso, entretanto entre o Cérebro “resistir” e proprocionar experiências lúcidas, claras, detalhadas, objetivas, das quais o indivíduo vai se recordar por 1,2, 5 anos depois é completamente diferente.
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    COMENTÁRIO: ora, se as visões ocorrem em momento de intensa atividade psíquica, e possuem forte conteúdo emocional, ficarão gravadas na memória por longo tempo. Entretanto, há que se ressaltar que essas “recordações” de experiências místicas em EQM são passíveis de enriquecimento posterior ao evento.
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    Montalvão disse: Não é de surpreender que algumas pessoas vivenciem em tais situações sensações de cunho místico.
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    VLADIMIR : “Sensações de cunho mistico” é uma coisa. Os relatos de caso das EQM são completamente diferentes. As EQMs possuem uma sequência coerente, lúcida, e objetiva de eventos, onde o paciente demonstra uma clareza e exatidão de raciocínio e perceção.
    Montalvão disse: Essas reações incomuns vão depender das características de cada pessoa e do lhe vai no psiquismo.
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    COMENTÁRIO: vivências de natureza mística costumam deixar fortes impressões em que as experimenta e possuem coerência. Chegam a ser mais vívidas que lembranças comuns.
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    VLADIMIR : É aí que o Sr. se engana. Se tivesse lido o livro do Dr.Long o Sr saberia que independentemente da Cultura, da Religião, do Sexo, ou da Idade o conteúdo das EQMs não varia.
    E antes que os “crentes céticos” comecem a dizer que fulano relatou que viu Jesus, e outro relatou que viu Maomé cabe um esclarecimento:
    Existem variações culturais nos “modos de apresentação” da EQM, mas não em sua Estrutura.
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    COMENTÁRIO: aí é que a coisa pega. A influência cultural é inquestionável, tanto que você a reconhece. A invariabilidade do conteúdo básico (nos poucos casos de ressuscitados que relatam sonhos místicos) explica-se facilmente (ao menos em teoria): a estrutura psíquica das pessoas é assemelhada, embora, claro, não igual. Portanto, que haja certo padrão de reações comuns não é de surpreender (claro, descontado os exageros dos advogados do misticismo, que querem, porque querem, criar um modelo artificial). De qualquer modo, as experiências são clara e fortemente influenciadas pela cultura. Um espírita vê espíritos, um protestante topa com Jesus ou anjos, um hindu veria alguns de seus múltiplos deuses, um budista sentir-se-ia integrado ao todo. Será que cada ente espiritual atende ao partido que o reverencia e faz a recepção condizente?
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    VLADIMIR: De um modo geral podemos dizer que grande parte dos indivíduos que tem uma EQM vivencia a seguinte sequência de eventos:
    -Experiência Fora do Corpo
    -Passagem pelo Tunel de Luz
    -Encontro em uma lugar desconhecido pelo indivíduo, onde ele vivencia um sentimento de paz e tranquilidade
    -Revisão Panorâmica de sua Vida
    -Encontro com um parente falecido
    -Encontro com o Sr.de Luz
    -Retorno ao Corpo.
    Essa é a “estrutura” básica de uma EQM, entretanto nem todas as pessoas tem todos os eventos; do mesmo modo, na etapa do encontro com o Sr.de Luz, um Indiano talvez “veja” Krishna, um Muçulmano veja Maomé, e um Cristão pense ver Jesus.
    É uma “variação cultural” no “modo de apresentação” entretanto todos estão vendo o “Sr.de Luz”.
    Percebe a nuance?
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    COMENTÁRIO: não são “todos” os que estão vendo o ser de luz, apenas os poucos que experienciam visões místicas. Este ponto precisa ficar bem claro. Agora me explica uma coisa: por que o “ser de luz” precisaria se travestir em roupagens distintas, a depender do freguês? Não seria mais lógico que fosse um “ser de luz” para todos? A variação de visões é indicativo de que o visionário esteja laborando com conteúdos mentais. Nada de sobrenatural, pois.
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    Além disso, não deve ter lido o artigo que postei, que explica diversas das sensações comuns, quais a sensação de estar fora do corpo, o túnel…
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    Em relação às EFC, Parnia quando lançava o projeto Aware, declarava que o meio eficaz de estudar as EQM (e provar que a mente é apartada do cérebro) seria por meio das Experiências Fora do Corpo, visto que os relatos anedóticos de idas ao além e encontros com “seres de luz” são inverificáveis. Por isso, postou figuras em pontos que só poderiam ser observados por quem flutuasse acima dos que pisavam o chão e de quem estivesse deitado. O problema é que ninguém viu nada… sintomático, não?
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    Parnia poderia ter queimado etapas se utilizasse os especializados em projetar a consciência, também chamados “viajantes astrais”. No Brasil temos em Waldo Vieira um dos arautos dessa técnica. Pois bem, bastaria que fizesse testes com esses para que constatasse (caso fosse realidade) que a consciência pode se desgrudar do corpo e passear por esquinas nunca dantes navegadas. Mas ele sequer aventou tal ideia. Por que será? Não conhece a técnica ou sabe que se realizasse experiências com esses o fracasso já estaria estabelecido?
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    Eu penso que essas fantasias, de que situações de morte iminente abram portas do transcendental, são facilmente demonstráveis inconsistentes. Pensemos juntos. Se pessoas pudessem ir ao céu (ou ao que exista do outro lado) quando passam por apertos de quase-morte, poderiam fazê-lo sob certas circunstâncias, digamos em estado de meditação. Também, se a mente fosse projetável fora do cérebro essa realidade seria constatável sob situações especiais, como, por exemplo, nos exercícios de projeciologia. Por que somente quando o desinfeliz está prestes a morrer é que o céu se lhe abre (e abre muito mal, porque quem de “lá” volta não diz coisa com coisa, veja o caso de Eben Alexander), e sua consciência fica a vagar pelas quebradas? Então, bastaria pôr meditantes e projeciologistas sob testes controlados e – pimba! -, o céu para todos se abriria. O problema é que não se abre… para ninguém…
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    Montalvão disse: começa que não há certeza de que os sonhos em EQM aconteçam durante o período de inconsciência.
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    VLADIMIR : Comparar os relatos de EQM com Sonhos não tem o menor sentido.
    As circunstâncias fisiológicas em que ocorre um Sonho é completamente diferente das circunstâncias da EQM.
    E conforme disse anteriormente a coerência, a lucidez, a objetividade, a invariabilidade estrutural das EQMs em nada se assemelham aos Sonhos.
    Muitas EQMs ocorreram em pacientes sob Anestesia Geral, pacientes nesse estado não “sonham”, no entanto ainda sim tiverem EQMs surpreendentemente lúcidas.
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    COMENTÁRIO: faz sim todo sentido considerar as visões em EQM de sonhos. Não sonhos comuns, aqueles cuja maioria nem chega à consciência, e os que chegam são logo esquecidos. Há certas experiências oníricas que são marcantes e se confundem com vivências reais. Os sonhos vívidos deixam impressões duradouras na memória. Os pesadelos são exemplos de sonhos vívidos, mas não só eles: pessoas em estado de ansiedade podem forjar sonhos intensos; apaixonados idem; quem esteja prestes a participar de competições tende a sonhar intensamente. Quando eu treinava boxe frequentemente sonhava estar lutando e vez em quando dava socos na parede.
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    Considere, ainda, que o cérebro pode nos pregar muitas peças imaginativas. Diversos estados alterados produzem visões realistas: febres, intoxicações, ingesta de medicamentos e drogas. Os adeptos do santo daime têm alucinações de cunho religioso, as quais consideram legítimos encontros com a espiritualidade; LSD, mescalina, heroína, ópio e muito mais são fortes indutores de visões marcantes. Mas, aí vem um deslumbrado, qual Eben Alexander, e refuta: “não, minha EQM foi diferente: tudo real!”. Assim só dizendo pô, pô…
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    Montalvão disse: há uma lenda, aceita por muitas, que toda EQM, ou quase toda, seja acompanhada de EFC, ou seja a sensação de estar fora do corpo a contemplar os acontecimentos. Isso é mais que lenda, é tolice pura. São os advogados do misticismo que pretendem criar essa falsa realidade.
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    VLADIMIR : Lenda? Tolice pura? Onde estão os estudos científicos que comprovam essas afirmações?
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    COMENTÁRIO: ora, ora, nem preciso de estudos científicos: basta cotejar as desencontradas “pesquisas” que esses louc, digo, investigadores do além divulgam, cada qual a dizer o que lhe passa pela cachola. Entenda uma coisa, gafanhoto: EQM, no sentido de pessoas que escaparam da morte e relatam visões, constituem exceção no universo daqueles que retornam de morte iminente. Esse pequeno contingente é imposto como se fora um modelo comum de experiências. Não, não é. Os mesmos que defendem o misticismo em quase-morte reconhecem que, a rigor, nenhuma EQM é igual. O quanto desiguais são as “notícias” do além ninguém sabe dizer com segurança. O que há´de comum em alguns casos é justamente a sensação de ter “visto gente que morreu”. Mas para ver quem não mais esteja entre nós não é necessário passar por EQM, eu mesmo já vi um montão…
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    A lenda a que me refiro não está no fato de que alguns em quase-morte possam ter a sensação de estarem fora de seus corpos, sim na insistência de “especialistas” em forçar a padronização dessa modalidade de sentimento.

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    Montalvão disse: Quando examinar o relatório Aware verá que os percentuais dos apologistas, generosamente citados à moda boi, em nada batem com o que o projeto de Parnia registrou: em cerca de mil casos estudados, o médico achou um (isso mesmo, um em mil) em que o paciente vivenciou uma EQM. Só aí já temos uma derrubada geral nos percentuais de outros pesqusiadores, que variam entre 5 e 20%. Então, nesse 1% de lembradores, alguns se viram projetados, mas nenhum enxergou o conteúdo dos cartazes.
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    VLADIMIR : Ainda que os resultados do Projeto Aware tenham apontado esses dados (como eu disse anteriormente eu não o li, mas confio em vosso relato) o Sr sabe tão bem quanto eu que Ciência não se faz com um estudo.
    É preciso pegar os resultados do AWARE, revisar e comparar com todos os outros resultados de outros pesquisadores afim de chegarmos a uma “hipótese” sobre o que ocorre durante uma EQM.
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    COMENTÁRIO: que beleza: nisso concordo plenamente com sua digníssima pessoa, aliás é o que venho, eu e outros, dizendo aqui com frequência: não serão estudos antigos, irreplicáveis no presente, que vão comprovar coisas como materialização de espíritos, comunicação entre mortos e vivos… Inclusive, não me arrogo o saber inabalável de estabelecer que minha posição cética em relação às EQM não possa ser modificada por firmes evidências em contrário. O que digo é que, considerando o material disponível, tudo indica que as vivências em quase-morte são eventos banais, embora ocorridos em situações incomuns. Se amanhã surgir uma prova de que realmente as pessoas vão ao céu e voltam, e levam um lero com mortos, ou com santos, aí terei de rever meu ponto de vista. O forte do experimento de Parnia (que também é um místico e advogado da consciência extracérebro) é ser o melhor trabalho até aqui realizado nessa seara. Mas, no aspecto de que as investigações devam prosseguir nada questiono, até mesmo para acabar de vez com as deslumbradas lucubrações dos “achadores” da estrada para o além…
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    Montalvão disse: Isso sem considerar que a neurociência explica as sensações de estar fora do corpo, sem necessidade de recorrer-se a leituras místicas
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    VLADIMIR : É verdade que existem “explicações” da Neurociência para tais relatos individualmente (o caso do Olaf Blanke foi emblemático) entretanto não há uma explicação “forte” que justifique toda a sequência de eventos e inclusive a “visão” dos cegos de nascença, das pessoas sob anestesia geral e etc.
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    COMENTÁRIO: aí seria necessário cotejar os casos individualmente e separar o que pode ser conferível tecnicamente e o que está no reino da fantasia…
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    VLADIMIR : Por fim não defendo a tese de que a EQM é uma experiência mística real.
    O que percebo é que todos os estudos publicados até então trazem questões das quais a Neurociência ainda não dá conta de responder de modo satisfatório.
    Ensejando assim uma perspectiva para modelo interpretativos diversos, inclusive os Místicos.
    É certo que a Neurociência continuará avançando e portanto se a EQM for um fenômeno 100% fisiológico tenho certeza que em breve teremos
    uma explicação “forte” para esse fenômeno em seu conjunto.
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    COMENTÁRIO: quanto ao que diz estou quase inteiramente concorde…
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    VLADIMIR : PS: Novamente recomendo a leitura do livro do Dr.Jeffrey Long pois o mesmo traz diversos relatos, e uma abundância de dados estatísticos que demonstram (sem sombra de dúvidas) a validade das EQMs.
    E ainda por cima em todos os capítulos ele levanta todos os questionamentos dos “créticos” (crentes céticos) e responde com muita propriedade a cada um deles.
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    COMENTÁRIO: dada sua insistência em que eu examine a produção de Long, entendo que não disponibilizará, conforme sugeri, excertos da obra, a fim de ilustrar a alegação de que o sujeito validou a transcendabilidade das EQM. Vou encomendar o livro, mas temo que quando findar a leitura o assunto não mais esteja em pauta (aliás, nem aqui está em pauta, visto que o tópico é marginal ao assunto da postagem, que trata da biografia da Kardec).
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    Saudações quase morridas.

  185. Montalvão Diz:

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    Antonio G. – POA Diz: Por favor, Montalvão!!! Não fale em Otília Diogo! Eu tenho ataques de gargalhadas incontroláveis ao lembrar das fotinhos do Chico Xavier de mãozinhas dadas com a “materialização” da Irmã Josefa!
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    COMENTÁRIO: não fale mal de Otília, ela é uma das queridinhas do Arduin, e a defende quase com tanta veemência quanto faz com o Crookes espiritualista…
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    Mas que é de rir é…

  186. Montalvão Diz:

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    Please, onde consta: “Que na casa de Crookes lâmpada elétrica é desmentido pelo testemunho de Doyle, que cita palavras do próprio Crookes. Não leu o texto?”
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    Leia-se:
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    Que na casa de Crookes INEXISTISSE lâmpada elétrica é desmentido pelo testemunho de Doyle, que cita palavras do próprio Crookes. Não leu o texto?

  187. Antonio G. - POA Diz:

    Não estou bem certo, mas acho que faltei às aulas de Neurologia na faculdade. Ou talvez nem houvesse essa cadeira no meu curso. Sei lá…

  188. Antonio G. - POA Diz:

    Montalvão, não se preocupe com a suscetibilidade do Arduin em magoar-se com minha blague sobre a Otília. A ficha do Arduin tá quase caindo. Ele reluta, mas está quase “acordando para a realidade”. É inteligente demais para continuar indefinidamente tentando sustentar o insustentável. É uma questão de tempo. Pouco tempo.

  189. Montalvão Diz:

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    Antonio G. – POA Diz: Um espírita amigo meu me disse que o Chico Xavier não participou da fraude. Ele foi iludido pelos malandros, falsos médiuns. Neste caso, três perguntinhas se impõem:
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    COMENTÁRIO: sugestão, indague de seu amigo (além das questões que propõe), se Chico não esteve conivente com a fraude e foi só iludido (iludido por quem? Por Waldo Vieira, na época seu sócio em psicografias?), como então produziu o panegírico à Otilia, publicado por Rizzini, no qual compara as materializações de Otília à de Cristo aos discípulos, após a crucificação. Neste escrito, Chico, em vez de ser orientado por seus espíritos a fugir da fraudadora, é por André Luiz aconselhado a participar desses trabalhos, e o próprio Emmanuel estivera ao lado de Otília em pelo menos uma das reuniões mediúnicas.
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    Se quiser conferir, eis o texto:
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    DEPOIMENTO DE CHICO XAVIER SOBRE AS SESSOES COM OTILIA DIOGO
    [por Jorge Rizzini]
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    Eu tenho muita confiança na mediunidade de nossa Otilia”. (Chico Xavier)
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    É importante, agora, oferecer ao leitor as impressões de Francisco Cândido Xavier sobre as experimentações em Uberaba com a médium Otilia Diogo. Por três motivos: Chico participou de reuniões com a médium; é, talvez, o maior conhecedor da Doutrina Espírita no Brasil; e é possuidor de inúmeras mediunidades, provadas e comprovadas. Espírito de uma evolução notável, sua palavra representa, para todos nós, uma garantia.
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    Ouçamos o belo depoimento de Chico:
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    (1) O depoimento foi gravado em fita magnética. Será doado a Exposição Espírita Permanente, de Uberaba.
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    “Nós tivemos (diz o famoso médium mineiro) a felicidade de receber o contentamento dessas tarefas, aqui em nossa casa, porque as atividades todas de dna. Otilia se desdobraram no consultório do nosso Waldo e que está anexo a nossa residência. Foi uma alegria conhecer a nossa irmã Otilia Diogo e o nosso amigo Walter Rezende, que é também médium na cidade de Araguari e que esteve conosco por ocasião de algumas tarefas mediúnicas com dna. Otilia.
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    “Eu tive o prazer de assistir experiências, havidas por deferência dos nossos amigos da medicina; experiências de caráter científico. Eu creio mesmo que seria dispensável minha presença; mas, fui convidado e compareci com muito prazer. Foi para mim um conforto muito grande poder abraçar a nossa Irmã Josefa materializada em nossa reunião. Tive a felicidade de conseguir sair numa foto em que eu estava (para muita alegria minha) ao lado dela. Os nossos amigos espirituais, o nosso Emmanuel e o nosso André Luís sempre estimam em alta conta os trabalhos de materialização no setor da comprovação científica da sobrevivênda da alma, além da morte.
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    E, sobretudo, há muitos anos, eles me ensinam, e me constrangem mesmo, a considerar a oportunidade da mediunidade de efeitos físicos no setor do alívio das dores da humanidade. De modo, que eu, desde há muito tempo, interesso-me pessoalmente por esses trabalhos com o objetivo do socorro ao sofrimento humano. Porque eu acho, que a mediunidade de efeitos físicos pode cooperar com a medicina, que eu respeito como sendo a ciência que Deus nos concedeu neste mundo, para a cura das doenças. Mas, creio que as religiões podem cooperar também com a medicina para socorro ao sofrimento humano. De modo que eu, Rizzini, reafirmo a você o contentamento que senti ao partilhar dessas experiências com dna. Otilia.
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    “O nosso André Luís, que desde a primeira hora tem estado à testa deste serviço através da mediunidade do nosso Waldo e mesmo através de nós, insiste para que venhamos a trabalhar também na comprovação científica, positiva, da imortalidade, a trabalhar na orientação dos problemas da ectoplasmia, da mediunidade a serviço da ciência como elucidação, mas num setor de respeito recíproco entre a ciência e a fé, com a honestidade e o respeito que nós devemos uns com os outros: os médiuns para com os médicos e os srs. médicos para com os médiuns. De modo que esses trabalhos visam isso: uma aproximação em que nós possamos orientar melhor os médiuns para a tarefa espírita e um aprimoramento espiritual dos médiuns. E ao mesmo tempo nos sentirmos garantidos por médicos humanos, consagrados a fraternidade humana que amam aos seus semelhantes, para que tenhamos confiança uns nos outros e podermos compreender que essa obra e uma obra de nós todos, em nome de N. S. Jesus Cristo em benefício da humanidade.
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    Quem nem os médiuns são donos da verdade, nem a mediunidade é dona da verdade, e nem a ciência. Todos podemos trabalhar em conjunto: os médiuns, respeitando a medicina (porque a medicina vem de Deus para a cura das nossas doenças) e os médicos, também (humanos, amigos, fraternos, honestos) respeitando a mediunidade. Então, sim, nós acreditamos, pessoalmente, que haverá um grande progresso: porque e o coração aliado ao raciocínio, o raciocínio ao sentimento para que a obra seja de nós todos, da humanidade.
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    “Eu tenho muita confiança na mediunidade de nossa dna. Otilia, que é realmente uma senhora digna do maior respeito pela honestidade, pe1a bondade e, vamos dizer, pela espontaneidade com que se entrega aos controles, pelo respeito aos cientistas. Ela se entrega de coração às exigências que foram feitas para que se verificasse a comprovação científica do fenômeno. De modo que eu respeito nela imensamente a bondade e esse amor a verdade. Dna. Otilia se submeteu a todas as exigências que nós fizemos, porque eu, de minha parte, entrei na sessão sem um lenço no bolso.
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    Chico (perguntamos) qual a conexão entre os fenômenos registrados nos mais antigos documentos e os apresentados por dna. Otilia Diogo?
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    “A pergunta é muito interessante, porque quando os nossos amigos médicos completaram o vedamento das menores frestas, de todas as aberturas no consultório do nosso Waldo; depois que a médium dna. Otilia já estava com os pés e mãos atados e que os trabalhos foram iniciados, eu vi ao nosso lado o espírito de Emmanuel, que naturalmente você conhece. Então, ele se referiu que a nossa reunião lembrava aquele grande dia de Jerusalém quando os discípulos, de portas fechadas (conforme a palavra indiscutível do Evangelho) receberam a visita de N. S. Jesus Cristo, plenamente materializado depois da crucificação.
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    Então, disse o nosso Emanuel, que guardadas as proporções, muito longe de querermos comparar a reunião nossa com a reunião apostólica, disse ele que o fenômeno da recorporificação do Cristo lembrava o da Irmã Josefa e do nosso amigo dr. Alberto Veloso que foram os espíritos que se materializaram no consultório: um, na condição de mulher, porque a Irmã Josefa foi uma freira rnuito distinta, e o outro na condição de homem, o dr. Veloso, que aparece à moda oriental. De modo que Emmanue, após lembrar a materialização de Jesus, lembrou ainda que a religião do espírito, sem o túmulo, a religião que não tem cadáver, e o Cristianismo, que o Espiritismo hoje está revivendo! o Cristianismo é uma religião sem cadáveres, pais começou com Jesus Cristo ressuscitado: foi o grande morto redivivo para demonstrar que não há morte.
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    “Emmanuel lembrou também o fenômeno do Tabor (vamos nós referir apenas ao Evangelho para dizer que as nossas religiões, as religiões nascidas do Cristianisrno estão corretas na essência, porque elas cuidam da imortalidade da alma; se há algum assunto fora disso, não corre por conta do Evangelho); o Evangelho diz que quando Jesus subiu ao Tabor, diante dos discípulos, lá estavam Moisés e um outro varão devidamente materializados. Ora, é muito importante para nós, recordar que as grandes verdades da antiguidade são as verdades modernas, por muito que queiramos traçar figurino para atitudes de interpretação do mundo; acrescentou ainda o nosso benfeitor Emmanuel, cuja voz eu estou ouvindo na minha vida desde o ano de 1931.
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    Desde essa data, o espírito de Emmanuel está cuidando de mostrar a raiz do Espiritismo no Evangelho de Jesus e a grandeza do Evangelho do Espiritismo como desdobramento um do outro. Porque toda a pregação de N. S. Jesus Cristo transcorreu entre fenômenos mediúnicos: voz direta no dia do encontro de Jesus com João Batista; no dia de Pentecoste, quando os apóstolos se sentiram corn a missão de evangelizar; a materialização no Tabor; a materialização de Jesus depois da crucificação; a cura dos obsediados por espiritos das trevas em túmulos; visões; etc.
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    “Nós, os cristãos, que estamos cuidando do nome de Jesus Cristo na terra, nós não podemos esquecer estes assuntos! Nós não podemos querer afastar o problema espiritual da nossa vida por uma questão de fuga, de fuga à responsabilidade, mas não podemos fugir da verdade: a vida continua, além da morte! De modo que, meu caro Rizzini, creia que se eu desencarnar, agora, levo uma alegria muito grande no meu coração porque tive a honra, e a felicidade, de ver dezenove médicos, homens de uma cultura profunda, homens de muita responsabilidade (juntos de uma pessoa tão insignificante como eu, que não sou nada, que sou apenas urn pobre sertanejo do sertão de Minas Gerais, de curso primário) ver esses homens, psiquiatras, cardiologistas, ginecologistas, cirurgiões, clínicos, todos da mais alta distinção, com esta coragem de não buscar fuga nenhuma, nem mesmo em nome de qualquer princípio ligado à metapsiquica ou parapsicoIogia, dois ramos da ciência que eu, como espírita, respeito imensamente, mas que a gente gostaria de ver o Espiritismo mais respeitado: queríamos, por exemplo, que a tese espírita recebesse mais apreço…
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    Ver esses dezenove homens aceitarem a tese espírita, sentir que ela deve ser respeitada, pelo menos (não digo que vamos exigir que eles aceitem o Espiritismo) mas considerar a racionalidade da tese espírita, isto, meu amigo, é uma alegria muito grande, porque é preciso ser médico muito grande de coração, de muita cultura e de muita coragem moral para (não digo afrontar, não é afrontar, mas é aceitar o compromisso diante da maioria; aceitar a responsabilidade diante da maioria imensa, porque nós, os espíritas, somos tão pequeninos ainda do ponto de vista de número) ver esses dezenove médicos abraçar a tese espírita , considerando a racionalidade dela (embora não sejam obrigados a assumir compromisso) isso é muito consôlo para uma pessoa como eu, que já passei do meio século, que já estou descendo a montanha da vida física, mas que estou descendo corn a vitalidade da minha fé, rendendo graças a Deus pela Espiritismo que me confortou e me deu a certeza de que a vida continua, de que não há morte e de que a vida e esta mocidade eterna que Deus reservou para a humanidade inteira! De modo que isso é muito grande para mim… E eu, ao terminar, só posso dizer: louvado seja Jesus e viva Allan Kardec!”
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    Aqui, termina o depoimento magnífico e decisivo de Francisco Cândido Xavier.
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    Pelos espíritas que, infantilmente, aceitaram como verdade a mentira incomensurável apresentada pelos repórteres da revista “Cruzeiro” em torno dos fenômenos de materialização, através da mediunidade exuberante de Otília Diogo, deve esse depoimento de Chico Xavier ser lido, mais uma vez ? atentamente, é óbvio.

  190. Antonio G. - POA Diz:

    A conhecida cantilena espírita… Cada parágrafo é um amontoado de bobagens, sandices.
    Falando sério: lendo estes pensamentos, eu fico questionando se o autor do texto é realmente tão ingênuo, tão tolo, se realmente acredita no que diz, ou se é apenas um mal dissimulado embusteiro. É a única dúvida que tenho a respeito.

  191. Contra o chiquismo Diz:

    Amigos, precisamos analisar mais obras… vcs sabiam que Frederic Chopin já reencarnou aqui no Brasil e que ele se materializou nos anos 1950? Ele vem está aqui pra moralizar as artes… isso se não for seduzido pelo dinheiro e pelas funkeiras popozudas… vejam o trecho dessa obra da “medium” Yvonne Pereira..

    “Asseverou-nos que sabia ser ele muito amado pelos brasileiros, o que particularmente o enternece. Mas observa que ninguém lhe dirige uma prece, e que necessita desse estímulo para as futuras tarefas que empreenderá, ao reencarnar, quando pretende servir a Deus e ao próximo, o que nunca fez através da música. Declarou que, salvo resoluções posteriores, pretende reencarnar no Brasil, país que futuramente Sentimos o contato da sua presença, a impressão do calor natural a um corpo carnal, como se, realmente, se muito auxiliará o triunfo moral das criaturas necessitadas de progresso, mas que tal acontecimento só se verificará do ano de 2000 em diante, quando descerá à Terra brilhante falange com o compromisso de levantar, moralizar e sublimar as Artes. Não poderá precisar a época exata. Só sabe que será depois do ano de 2000, e que a dita falange será como que capitaneada por Vítor Hugo, Espírito experiente e orientador (a quem se acha ligado por afinidades espirituais), capaz de executar missões dessa natureza.”

    (Yvonne Pereira – Obra: Devassando o Invisível)

    O texto todo aqui:

    http://www.paginaespirita.com.br/frederico_chopin.htm

  192. Contra o chiquismo Diz:

    Já que nem o botanicu e nem o vlad provam a existência de “espiritos”, vamos nos divertir de “espiritismo a brasileira”…

    Irmã Josefa causa frouxos de risos em uns e diviado , raul e yvonne em outros…

    Essa do Chopin foi fod#…

    Quando vejo a estátua dele na Urca na Praia Vermelha, mentalmente o saúdo: “fala Gênio”… e segundo os ‘espiritas’ a música dele e de outros, são cópias mal feitas das músicas do ‘plano espiritual’.. ô invejaaa…

    ***CURIOSO NOTAR… é que quando se apagam as luzes e acendem a luz azul pra dar “passes” e fluidificar a água que a assistência se “beneficiará” e beberá … sempre é a música “mal feita” do Chopin ou outros eruditos que preenchem a sala dos “passes”…

    Arghh!!

  193. Marciano Diz:

    Só para vocês se lembrarem: o que me deu certeza absoluta de que cx não era maluco e sim um fraudador foram as fotos que conheci aqui no blog, dentre elas a foto sub comento.
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    Contra, vós não entenderíeis a complexidade das progressões harmônicas das músicas dos espíritos superiores, daí nos socorrermos dos limitados (pela carne) Chopin, Mozart, Wagner, etc.

  194. Marciano Diz:

    “extremo”, seu burro. É que a letra ‘s” é adjacente à letra “x” nos teclados “querty”.

  195. Marciano Diz:

    “Chico Xavier teria experimentado sua primeira manifestação de mediunidade ainda aos quatro anos, quando intervém em uma conversa entre seus pais, sobre o aborto sofrido por uma vizinha. Chico Xavier interrompeu o diálogo entre ambos e explicou a causa do aborto: “O que houve foi um problema de nidação inadequada do ovo, de modo que a criança adquiriu posição ectópica”. Questionado sobre o significado das palavras nidação e ectópica, respondeu que não sabia – só havia repetido o que teria escutado de uma voz (ARAIA, 2007, p.15)”.
    .
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    É mais do que evidente de que o fato narrado é um factoide.

  196. Marciano Diz:

    “De acordo com a personagem Laura, na colônia “nada existe sem preço e que para receber é indispensável dar alguma coisa. (…) Somente poderão rogar providências e dispensar obséquios os portadores de títulos adequados” (LUIZ, 2008, p.144)”.
    .
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    Teria sido AL, aka cx, o primeiro petista?

  197. Montalvão Diz:

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    Marciano Diz: “Chico Xavier teria experimentado sua primeira manifestação de mediunidade ainda aos quatro anos, quando intervém em uma conversa entre seus pais, sobre o aborto sofrido por uma vizinha. Chico Xavier interrompeu o diálogo entre ambos e explicou a causa do aborto: “O que houve foi um problema de nidação inadequada do ovo, de modo que a criança adquiriu posição ectópica”. Questionado sobre o significado das palavras nidação e ectópica, respondeu que não sabia – só havia repetido o que teria escutado de uma voz (ARAIA, 2007, p.15)”.
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    É mais do que evidente de que o fato narrado é um factoide.
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    COMENTÁRIO: diga-me o espírito com quem tu andas que direi o maluco que tu és…
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    Esse negócio de nidação do ovo não é nada surpreendente: eu mesmo, aos dois anos, sabia mediunicamente que os ovos fertilizados nidados são, com exceção, claro, dos que adquirem posição ectoprótica, pois estes têm o ânus junto da boca. Apenas não dizia nada, que era pra não levar um pescoção…
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    “Questionado sobre o significado das palavras nidação e ectópica, respondeu que não sabia – só havia repetido o que teria escutado de uma voz”.
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    COMENTÁRIO: o problema, então, era a nidação e a posição ectópica: o aborto da vizinha era assunto fácil para um médium de quatro anos…
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    Só mesmo 2018…

  198. Contra o chiquismo Diz:

    E o Chopin? Onde andará reencarnado em terras tupiniquins?

  199. Contra o chiquismo Diz:

    correção: “reencarnado”

  200. Marciano Diz:

    Contra, vamos para o post do LAR DELES, o mais novo.
    Lá o assunto tá melhor.
    Não posso escrever muito, estou usando uma tala na mão esquerda, mas dá pra escrevinhar.

  201. Marcos Arduin Diz:

    Malvadão, você leu o que eu escrevi? O problema não era se havia ou não lâmpadas elétricas na casa do Crookes. Claro! Havia sim, mas ERAM USADAS EM EXPERIMENTOS ou para coisas fugazes, POIS NÃO HAVIA FONTE CONTÍNUA DE ALIMENTAÇÃO. Estou querendo dizer com isso que não se usavam lâmpadas elétricas na ocasião como se usa hoje em dia.
    O Houdini (e não o Polidoro) usou do argumento de que a QUEDA DE FORÇA no teatro possibilitou à médium fazer a fraude supostamente confessada a ele de substituir uma mão pela dobra do joelho. Só que tal evento, MESMO QUE TIVESSE OCORRIDO, não interferiria em nada com o galvanômetro, nem mesmo com a leitura, pois a fonte de luz para ela era uma chama de vela… Compreendeu?
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    “essa questão da dobra do joelho foi tão exaustivamente debatida e esclarecida, muito mais pelo Vitor que por mim, que não vejo razão para voltar a eleucidar o que esclarecido está.”
    – Bem, Vladimir, para você que está chegando, eu falei do DESESPERO dos céticos e essa “elucidação” a qual o Malvadão se refere é um ótimo exemplo disso. Veja bem que o meu cético favorido, o tal Polidoro, cita uma breve biografia da Ana Eva Fay no seu artigo e ao final, para demonstrar a total falência de Crookes como pesquisador, cita o encontro desta médium com o mágico Erich Weiss, famoso por suas fugas impossíveis, mais conhecido pelo seu pseudônimo Harry Houdini. Diz Polidoro que neste encontro a dita médium falou tranquilamente e descreveu todos os seus truques numa boa e revelou que enganou o Crookes. Ela tinha de segurar dois contatos chumbados na parede que fechavam o circuito para o galvanômetro. Se os soltasse, a indicação do galvanômetro caía para o zero, denunciando a tentativa de fraude. Para burlar isso, ela simplesmente substituiu uma mão pela dobra do joelho e com essa mão livre teria produzido os fenômenos que Crookes relatou. E Polidoro garante todo ufano de que não há mais dúvidas de que tal truque ocorreu de fato.
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    Pra quem nunca leu o relatório, isso bastaria pra dar uma de crédulo. Quase aconteceu comigo quando li o escrito do Polidoro, pois ainda não sabia dos detalhes do caso.
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    Agora vamos aos detalhes. Na casa de Crookes havia no porão uma biblioteca e inserida no cômodo que servia de laboratório particular. Chegava-se a esse cômodo por meio de um corredor que terminava em duas portas: uma que acessava a biblioteca e outra, o laboratório. Pois bem, a porta da biblioteca foi trancada e lacrada com cera marcada por sinetes. Não era possível entrar lá sem romper esses lacres. Da mesma maneira as janelas da biblioteca foram lacradas. O único acesso à biblioteca era por outra porta que dava para o laboratório. Esta foi coberta por uma cortina rala. Na parede ao lado desta porta foram colocados dois contatos que davam para o galvanômetro.
    Antes de o experimento começar, Crookes permitiu que colegas e testemunhas que ele mal conhecia examinassem tudo na biblioteca. Nesse exame, dois colegas do Crookes notaram que os contatos estavam fixos na parede, mas perto o suficiente para que um lenço molhado fosse colocado entre eles, fechando o circuito. Aqui vem a primeira sacanagem do Polidoro. Ele relata que “dois amigos que eram mais céticos que o anfitrião verificaram que um lenço molhado colocado entre os contatos fecharia o circuito e testaram isso. A pedido deles, Crookes afastou os contatos. Certamente nem imaginaram que a médium poderia vir com um pedaço de pano maior ou outro resistor”
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    Que você conclui disso, Vladimir? Eu concluí que Polidoro afirma que os sacanas dos espíritas dizem que o galvanômetro era seguro, inviolável, mas a verdade é que o controle pelo dito aparelho é TÃO PRECÁRIO que basta colocar entre os contatos um pano de qualquer comprimento embebido em solução salina de qualquer concentração e PRONTO! O médium já está livre para fazer a fraude. Você concluiu algo diferente?
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    Agora vamos ver o que diz o relatório do Crookes. Os dois amigos fizeram o teste com o lenço molhado, mas para obter um valor próximo ao da resistência de um corpo humano, foram precisos VÁRIOS AJUSTES e só o conseguiram porque Crookes, do outro lado da parede, dizia-lhes os valores da leitura do galvanômetro. SEM ISSO, NUNCA TERIAM ACERTADO. Mas como era uma fonte de erro potencial, então Crookes afastou os contatos de forma que não se pudesse por um lenço molhado entre eles. E como deve ter percebido, Vladimir, se viesse com um pedaço de pano maior, a resistência seria muito maior do que a de um corpo humano…
    Pela omissão do que realmente aconteceu lá, eu acuso Massimo Polidoro de ser MENTIROSO.
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    Agora vamos ao DESESPERO CÉTICO.
    “De qualquer modo, para não gastarmos tempo precioso, relembro-lho que seu opositor de debate já havia lhe dito sobre isso no final do século XX, conforme trecho que postei, se não leu confira agora:”
    – O Malvadão está citando de orelhada as discussões que tive com o Vitor sobre a fraude feita pela médium. A fraude CONFESSADA diz que ela só fez isso: substituiu uma mão pela dobra do joelho e assim “teria feito como Crookes pediu”.
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    Mas o que foi que ela fez afinal? Depois que tudo foi revistado, ela foi conduzida à biblioteca, molhou suas mãos em solução salina, sentou-se em frente aos contatos e os segurou e aí a cortina rala foi fechada, com as outras testemunhas em frente a ela. Mal a sessão começou e elas viram uma mão se projetar da cortina pelo lado mais perto da médium e depois pelo lado mais distante (não teria como ela fazer isso a menos que seus braços fossem esticáveis…). Depois viram uma forma fantasmagórica logo atrás da cortina. Essa forma foi dando livros às testemunhas. Ao Sergeant Cox, deu um livro que acabara de publicar; a uma viajante, um livro sobre viagens; a um fumante, um cinzeiro que estava dentro de uma gaveta da escrivaninha de Crookes e trancada por uma trava de alto segredo. O Sergeant Cox entrou na biblioteca e viu a médium e uma forma fantasma junto com ela. Com tudo lacrado, não tinha como entrar um cúmplice ali. Quando a médium soltou os contatos, os bicos de gás da biblioteca foram acesos e feita a inspeção, foi achado um prato de porcelana sobre a escrivaninha que não estava lá antes. Esse prato veio de um modelar que ficava junto ao teto da sala de visitas do Crookes. Para que a médium o pegasse, teria de subir em algum móvel, mas ela ficou acompanhada o tempo todo e não fez isso.
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    Agora me diga, Vladimir: como é que ela fez tudo isso segurando um contato com uma mão e mantendo o outro na dobra do joelho e esses contatos estavam fixos na parede? Impossível que o fizesse dessa maneira. Tudo isso o Polidoro, que LEU O RELATÓRIO DO CROOKES, varreu para baixo do tapete. Se dissesse a verdade a respeito, a casa dele cairia, pois não teria como afirmar que “não há mais dúvidas de que tal truque de fato ocorreu”.
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    “RONALDO CORDEIRO (falando ao Arduin): […]Ciência não é uma coisa em que se pode basear em pesquisas que alguém fez em 1920 ou 1930, por coincidência exatamente na época em que o espiritualismo estava na moda, e quando abundavam os farsantes que forjavam fenômenos mediúnicos, e que pelas quais a comunidade científica não mais se interessou. Pesquisas científicas são dinâmicas e precisam evoluir e trazer novos conhecimentos. SE NÃO PODEM MAIS SER REPRODUZIDAS HOJE EM DIA, OU É PORQUE OS PESQUISADORES DO PASSADO SE DEIXARAM ENGANAR, OU OS SUPOSTOS FENÔMENOS QUE OCORRIAM ANTIGAMENTE SÃO TÍMIDOS DIANTE DAS CÂMERAS E HOJE EM DIA NÃO ACONTECEM MAIS.
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    VOCÊ PERGUNTA COMO OS PESQUISADORES PSÍQUICOS PODERIAM TER SIDO LUDIBRIADOS. SOBRE WILLIAM CROOKES, POR EXEMPLO, SUGIRO LER “THE SORCERER OF KINGS – THE CASE OF DANIEL DUNGLAS HOME AND WILLIAM CROOKES”, DE VICTOR STENGER.
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    É REALMENTE DIFÍCIL PROVAR QUE ALGUÉM FOI TAPEADO OU QUE TRAPACEOU NAS EXPERIÊNCIAS, PRINCIPALMENTE DEPOIS DE MUITOS ANOS E QUANDO O PESQUISADOR E TODA A SUA EQUIPE JÁ ESTÃO MORTOS.[…]”
    – Esse dito do Ronaldo Cordeiro foi de um debate que participei com ele na extinta Sociedade da Távola Redonda (ops! Sociedade Terra Redonda). Infelizmente foi numa época em que eu ainda tinha pouco conhecimento da coisa e por isso o debate não foi produtivo. Fosse hoje eu usaria como tema a devastação que o poder da fé pode fazer na mente do sábio cético e usando o texto Polidoro como argumento.
    Se fosse verdade o que Cordeiro disso, então os céticos poderiam ficar militando tranquilamente na sua área de conforto e simplesmente fariam risinhos bobos dos argumentos que nós espíritas apresentamos.
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    Mas o problema é que a natureza tem horror ao vácuo. Se tudo o que aconteceu foi que Crookes foi enganado por espertalhões com truques bobos e infantis, tudo o que seria preciso para desmoralizá-lo seria demonstrar que, por tal truque bobo e infantil, estaria perfeitamente explicado o que ocorreu lá na biblioteca dela com a Ana Eva Fay. Só que o truque bobo de substituir uma mão pela dobra do joelho NÃO EXPLICA o que aconteceu, conforme você viu, Vladimir. Então vem o desespero cético: ela teria usado um resistor, ela teria usado clipes e fios flexíveis, ela teve ajuda do namorado (Crookes), e por aí vai.
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    Mas nós temos a confissão que ela fez a Houdini e ela só fala da junta do joelho. Nada diz de cúmplice, nem de fios, nem de tiras de pano molhadas, nem de resistor, nem de clipes e fios. NADA DE NADA. E aí vem de novo o DESESPERO CÉTICO: sacomé, ela já era uma velha caduca, esqueceu de muitas coisas, etc e tal…
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    E o Houdini, tão aclamado pela comunidade cética? Ele se mete a criticar o Crookes, como disse, NÃO LEU UMA LINHA DO QUE ELE ESCREVEU. Se tivesse lido, poderia ter refrescado a memória da velha caduca e pedido explicações de como ela fez isso ou aquilo, já que ela estava toda encantada pelo charme dele…
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    Pode ver então, Vladimir, que o pessoal cético aqui e ali insiste que Crookes fez um trabalho porco. Porém os trabalhos de refutação dos céticos são ainda mais porcos.
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    “Então, lindo Arduin, mantenho a sugestão de que leia a tese (ou o livro) de Juliana Hidalgo, pois terá um apanhado muito útil a lhe suprir com informações que, certamente, lhe darão nova visão do caso e talvez o faça voltar de vez ao presente. Que tal buscar materializações atuais para, por meio delas, demonstrar que o fenômeno é real? Já que advoga tão firmemente em favor dessa fantasia (lembre da defesa exacerbada que fez da aldraboa Otilia Diogo), gaste sua energia com eventos contemporâneos e deixemos os mortos com suas fraquezas e falhas em paz. O que acha da ideia?”
    – Quem sabe eu arrume um tempo para ler as bobagens que a madame aí disse. Mas só espero mais tolices céticas bobas e infantis.

  202. Gorducho Diz:

    Eu acho que o Analista Montalvão confundiu mesmo a existência de iluminação regular com as lâmpadas (estaria já em ’74 ele testando os filamentos a base de carbono + vácuo?) experimentais de curta duração a bateria…
    De fato o Crookes foi o primeiro a ter a casa iluminada em Londres (não na Inglaterra…), mas só em 7 Kensington Park (Notting Hill).
     
    A prova que o Crookes foi enganado de fato não passa pelos contatos, por dobras no joelho…; mas pelo fato de inexistirem os fenômenos não se tendo indicações de que as leis da natureza se alteraram nesses últimos 150 anos.
    E das fotos terem sido destruídas – ao que tudo indica por ele… por vergonha especulo eu…

  203. Marcos Arduin Diz:

    Bem, do que se viu dos fenômenos é que eles têm uma causa HUMANA, tanto encarnada como desencarnada. Mas ambas têm entendimento de causa e quando veem que não estão agradando e nem convencendo, o jeito é mudar de estratégia ou enfiar a viola no saco. Os tempos ainda não estão chegados…

  204. Montalvão Diz:

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    ARDUIN: Malvadão, você leu o que eu escrevi? O problema não era se havia ou não lâmpadas elétricas na casa do Crookes. Claro! Havia sim, mas ERAM USADAS EM EXPERIMENTOS ou para coisas fugazes, POIS NÃO HAVIA FONTE CONTÍNUA DE ALIMENTAÇÃO. Estou querendo dizer com isso que não se usavam lâmpadas elétricas na ocasião como se usa hoje em dia.
    O Houdini (e não o Polidoro) usou do argumento de que a QUEDA DE FORÇA no teatro possibilitou à médium fazer a fraude supostamente confessada a ele de substituir uma mão pela dobra do joelho. Só que tal evento, MESMO QUE TIVESSE OCORRIDO, não interferiria em nada com o galvanômetro, nem mesmo com a leitura, pois a fonte de luz para ela era uma chama de vela… Compreendeu?
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    COMENTÁRIO: entendi o que falou, e se dei a entender que imaginava existirem redes domésticas de iluminação elétrica naqueles tempos, retifico a má impressão: não existiam. O que ressaltei é que lâmpadas elétricas foram usadas em experimentos com as médiuns e embora não fossem ainda as que Edison inventaria funcionavam.
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    O problema não está nesse ponto, o problema é que você cismou ter Houdini ou dito besteira, ou acintosamente mentido, ao falar de lâmpada elétrica com Crookes e mais mentido teria ao noticiar que Fay lhe dissera que a afortunada queda de luz permitira que posicionasse os filamentos na dobra do joelho, tendo em vista que a falta de iluminação não interferiria no galvanômetro que, até hoje, funciona com bateria.
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    Sem pretender, de modo algum, voltar à interminável discussão, apenas esclareço que, se o episódio ocorreu (a queda de luz), o fato de o galvanômetro ser controlado por bateria não faria a menor diferença na consecução do truque. Você está entendendo que Fay teria aproveitado o zeramento da leitura para realizar o logro, mas não foi isso que Houdini informou: o que ela teria aproveitado fora a escuridão. No escuro, os pesquisadores não teriam como acompanhar as variações do aparelho. Então, num gesto rápido, aproveitando que os controladores estavam momentaneamente cegos, ela libertou as mãos e posicionou os fios onde lhe era conveniente. Entendeu?
    .
    Falando nisso, aguardamos os resultados de seus testes atuais com o galvanômetro…

  205. Vladimir Diz:

    Montalvão disse: discordo dessa apreciação, o artigo do Fábio, para a pretensão colimada, foi bem arranjado.
    COMENTÁRIO: Bem se a pretensão do Sr.Fabio Bezerra era fazer uma resenha de divulgação do livro, eu concordo com o Sr.
    Montalvão As conclusões do autor, que achou cientificidade no trabalho de Long, é que são contestáveis
    COMENTÁRIO: Por isso que eu disse que ele caiu na “simplificação”.
    Montalvão disse: pois é, que eu saiba, nenhum cientista criticou o trabalho dele, o que mostra que a comunidade científica nem deu pelota para o que, se fosse sério, seria revolução tremenda no conhecimento
    COMENTÁRIO: A comunidade científica levou a sério o trabalho do Dr.Pim Van Lommel (que eu ainda não li) tanto é que o mesmo foi publicado no
    The Lancet, entretanto ainda sim o Sr e muitos créticos desqualificaram a pesquisa dele.
    Então validação pela comunidade científica não necessariamente vai fazer um crético acreditar.
    Montalvão disse: “Seja como for, postei uma apreciação a respeito de Long, que parece não ter lido…”
    COMENTÁRIO: Eu li sim Sr, entretanto quem é esse Jacob Fortino autor da crítica?
    Um ateísta panfletário nas linhas de um Richard Dawkins, Sam Harris.
    Se eu não levo a sério o Dawkins (que é um cientista) imagina se vou levar a sério esse Fortin…
    Montalvão disse: no mínimo seria desejável que reproduzisse o que os autores citados dizem a respeito do que informou
    COMENTÁRIO: O Sr. pediu as referências científicas eu as forneci. O que eu disse é consenso na comunidade médica há anos (veja a data dos artigos). Se ainda sim se o Sr não acredita no que estou falando, o Sr tem duas opções: Ler os artigos, ou perguntar a qualquer Neurologista
    sobre isso (poderia indicar o Sr. a perguntar a qualquer Acades por aí, mas sacomé…)
    Montalvão disse: Nenhum médico, assim penso, pode afirmar impunemente que inexiste atividade cortical após 10seg de anóxia
    COMENTÁRIO: Se o Sr tivesse lido os artigos indicados, poderia afirmar sim. Mas (para que não fique parecendo que o incauto sou eu) 10 seg, 11,
    9,..etc.
    Medicina não é uma ciência exata, mas de acordo com os referidos autores a média estatística é de 10 seg.
    Montalvão disse: O máximo que poderá ser declarar é que, nos casos em que o paciente esteja dessuprido de oxigênio após o tempo citado (que está ainda em dúvida) o EEG entra em “flat”.
    COMENTÁRIO: Tá em dúvida porque não leu as referências, mas é exatamente isso após 10 seg temos a flatline no EEG.
    Ou seha não temos atividade cortical detectavel, portanto não há atividade cognitiva…
    Montalvão disse: Pode haver atividade elétrica discreta não detectada pelo equipamento.
    COMENTÁRIO: Ah sim isso é possível, do mesmo modo que é possível haver alienigenas na Europa (a Lua, não o continente) mas em Medicina
    trabalhamos com a prática baseada em evidências e não com “achismos”…
    Montalvão disse: concordo que não haja cognição
    COMENTÁRIO: Que bom!
    Montalvão disse: mas as visões místicas podem bem acontecer
    COMENTÁRIO: Aí o Sr teria que me esclarecer o que são “visões místicas” em termos científicos, e me explicar como isso ocorre no cérebro
    preferencialmente através de um trabalho científico.
    Montalvão disse: enquanto há resquício de cognição
    COMENTÁRIO: Desconheço o fenômeno. O que seria “resquicio de cognição”? Alguma referencia científica?
    Montalvão disse: ou acontecerem no tronco cerebral
    COMENTÁRIO: Achismo até que se prove o contrário…
    Montalvão disse: Portanto, não é descartável que os sonhos tenham acontecido antes da perda plena da consciência ou durante a fase de sua recuperação
    COMENTÁRIO: Comparar EQM com sonhos é um “tiro no pé” dos céticos. As condições fisiológicas de um e outro são completamente diferentes…
    Montalvão disse:
    “Um estudo da Universidade de Kentucky rapidamente ganhou território entre os cientistas como possivelmente a melhor explicação para as EQMs. Os pesquisadores dessa universidade teorizaram que o misterioso fenômeno é, na verdade, um exemplo de disfunção do sono, invasão de movimento rápido dos olhos ou invasão MRO. Nesse distúrbio, a mente de uma pessoa pode acordar antes de seu corpo, tendo alucinações e a sensação de estar fisicamente solta do corpo.
    .
    Os pesquisadores de Kentucky acreditam que as EQMs são, na verdade, invasões MRO acionadas no cérebro por eventos traumáticos, como ataques cardíacos. Se isso for verdade, significa que as experiências de algumas pessoas após a quase morte são uma confusão por terem entrado rápida e inesperadamente em um estado de sonho.
    .
    Essa teoria ajuda a explicar o que sempre foi um aspecto complicado sobre as EQMs: como as pessoas podem experienciar visões e sons depois de confirmada a morte cerebral? A ÁREA EM QUE A INVASÃO MRO É ACIONADA FICA NO TRONCO CEREBRAL – REGIÃO QUE CONTROLA A MAIORIA DAS FUNÇÕES BÁSICAS DO CORPO – E ELA PODE FUNCIONAR INDEPENDENTEMENTE DA PARTE SUPERIOR DO CÉREBRO. ENTÃO, MESMO DEPOIS DE AS PARTES SUPERIORES DO CÉREBRO TEREM MORRIDO, O TRONCO CEREBRAL PODE CONTINUAR FUNCIONANDO E A INVASÃO MRO AINDA PODE ACONTECER [fonte: BBC (em inglês)].”
    COMENTÁRIO: Em primeiro lugar não temos a fonte científica do estudo, e sim uma divulgação da BBC (sem referência) mas dando crédito ao que o articulista da BBC escreveu, esse é um estudo. Assim como uma “andorinha não faz verão” um estudo não faz Ciência…
    Veja o que está na reportagem: “TEORIZARAM que o misterioso fenômeno”; “Os pesquisadores de Kentucky ACREDITAM”;
    Sabe o que eu acho mais curioso? As pesquisas científicas sobre EQMs vem sendo feitas há mais de 20 anos inclusive com publicações em periódicos de renome ( como o caso do Lommel) e os créticos não cansam de dizer que são lendas, tolices e etc…
    Entretanto é só sair 1 estudo contra as EQMs (como o supracitado) que já alardeiam: ENCONTRAMOS A PROVA DE QUE AS EQMs SÃO ILUSÃO…
    O dia que essa teoria for consenso, certamente ela será incorporada no Merrit, até lá eu estou no aguardo
    Montalvão disse: ora, se as visões ocorrem em momento de intensa atividade psíquica, e possuem forte conteúdo emocional, ficarão gravadas na memória por longo tempo.
    COMENTÁRIO: “atividade psiquica” ou “atividade cerebral”? Desconheço o que seja “intensa atividade psiquica” entretanto se o Sr. alega que “intensa atividade cerebral pode desencadear a sequência de relatos que os pacientes de EQM apresentam, peço a gentileza de trazer as referências científicas que elucidem o caso.
    Montalvão disse: Os mesmos que defendem o misticismo em quase-morte reconhecem que, a rigor, nenhuma EQM é igual.
    COMENTÁRIO: Igual não o é. Entretanto todas as EQMs possuem diversos elementos em comum (Tunel, Ser de Luz, Encontro com Parentes Falecidos e etc). Se o Sr tivesse lido o livro do Long veria que tais elementos são estatisticamente significativos…

  206. Gorducho Diz:

    Sabe o que eu acho mais curioso? As pesquisas científicas sobre EQMs vem sendo feitas há mais de 20 anos inclusive com publicações em periódicos de renome, &c.
     
    A questão não é as pesquisas. Como digo sempre, profissionais da saúde dotados de vocação p/pesquisa técnico científica – e.g. meu padrinho era médico mas sua preferência era pela parte científica e operacional no ramo do sanitarismo (que corretor maluco! desde quando “sanitarismo” não existe em pt-BR???) – têm até obrigação de estudar o que se passa em ambientes de UTI, as sensações relatadas pelos pacientes, e tudo o mais. Isso para mim é óbvio.
    O absurdo é daí extrapolar concluído que há provas de sobrevivência pós-morte &c & tal. Por isso digo: o relatório do AWARE me pareceu ponderado e sensato.
    É isso.

  207. Antonio G. - POA Diz:

    Pois é… uma coisa é crer em algo, entender que determinados dogmas fazem sentido para o seu íntimo convencimento, acreditar, ter fé, mesmo sem provas. É direito de cada um. Eu me obrigo a respeitar. E lastimar. Mas, outra coisa é tentar impor erga omnes as supostas “provas científicas” da existência de espíritos, mediunidade, reencarnação, etc. Isso, lamento, não dá prá respeitar.

  208. Antonio G. - POA Diz:

    Provas obscuras, evidências cheias de mistérios, relatos suspeitíssimos, estudos pseudocientíficos, estatísticas disparatadas, literatura impregnada de fé mal disfarçada,… E sempre as remissões bibliográficas a cientistas muito, mas muito antigos. A ciência abandonou, faz tempo, os estudos sobre estes temas. Restou a fé.

  209. Gorducho Diz:

    Os tempos ainda não estão chegados… chegaram e passaram… sucedidos pela chegada dos tempos da filmagem no infravermelho!
    😆

  210. Marciano Diz:

    Antonio G. – POA Diz:
    novembro 26th, 2014 às 7:30 AM
    É direito de cada um. Eu me obrigo a respeitar. E lastimar. Mas, outra coisa é tentar impor erga omnes as supostas “provas científicas” da existência de espíritos, mediunidade, reencarnação, etc. Isso, lamento, não dá prá respeitar.
    .
    .
    Antonio, estou novamente de pleno acordo. Quem quer acreditar em ilusões dispõe de centenas de milhares de crenças e pode escolher a que mais lhe aprouver. Daí a querer impor sua crença aos outros vai uma grande diferença.
    Os crentes são tão malucos que acham que não ter crença é uma crença, ou seja, ninguém pode ser descrente.

  211. Marcos Arduin Diz:

    “Você está entendendo que Fay teria aproveitado o zeramento da leitura para realizar o logro, mas não foi isso que Houdini informou: o que ela teria aproveitado fora a escuridão. No escuro, os pesquisadores não teriam como acompanhar as variações do aparelho.”
    – Como é que não podiam? A luz projetada na escala de leitura era produzida pela chama de UMA VELA. Mas pelo jeito você já nem lembra mais do que foi discutido. Houdini não disse que ela se aproveitou da escuridão, até porque diz que a força caiu POR UM SEGUNDO.
    .
    Mas como disse, Moisés: NADA PODE SALVAR NEM HOUDINI, NEM POLIDORO. A casa de Crookes era iluminada por chama de gás e assim o era o seu laboratório e a biblioteca. Nesta foi deixado apenas um bico de gás aceso no mínimo. O laboratório foi iluminado normalmente. Então isso INUTILIZA todo e qualquer argumento em favor da suposta confissão feita ao Houdini. E se este nem percebeu que foi enganado, isso se deu porque NADA LEU a respeito do Crookes, escrito por este próprio.
    .
    “as supostas “provas científicas” da existência de espíritos, mediunidade, reencarnação, etc. Isso, lamento, não dá prá respeitar.”
    – Seu Antônio Gê de Porto Alegre e Saltitante, os experimentos de Crookes NUNCA PROVARAM que há espíritos na condição de serem almas que animaram pessoas. O máximo que ele provou foi que observou fenômenos incomuns, para os quais NÃO ACHOU qualquer explicação por meios ilusionistas ou fraudulentos. E não foi por falta de tentar.
    Convencido da realidade do que viu, chamou inclusive seus colegas para verem o que ele via, mas a maioria nem sequer topou e o poucos que toparam, NUNCA desmentiram Crookes. Os que nunca deram as caras fizeram como os sábios céticos de ontem, hoje e do amanhã: inventam explicações mirabolantes que só convencem a quem nunca leu ou estudou a coisa (são a maioria, infelizmente).
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    “E sempre as remissões bibliográficas a cientistas muito, mas muito antigos. A ciência abandonou, faz tempo, os estudos sobre estes temas.”
    – O fato de serem antigos, não interessa. O que importa é que o pessoal descrente poderia ao menos fazer alguma refutação decente. Mas se nem isso consegue… A Ciência nunca estudou nada disso. Quem estudou foram alguns cientistas que aplicaram o método científico nos seus estudos dos fenômenos”
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    “Restou a fé.”
    – Exatamente. Temos a fé cega dos sábios céticos, que creem no Houdini como um grande bambambam no estudo desses fenômenos, nos Jules Bois da vida, que inventam histórias sem nenhum vislumbre de prova e por aí vai. Respeitável turma essa.
    Enquanto não me apresentarem nenhuma refutação decente quanto ao que Crookes & Cia Bela fizeram, então posso manter minha fé de que o trabalho deles foi decente ao menos. Coisa que as refutações céticas não têm o hábito de ser.

  212. Montalvão Diz:

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    Montalvão: “essa questão da dobra do joelho foi tão exaustivamente debatida e esclarecida, muito mais pelo Vitor que por mim, que não vejo razão para voltar a eleucidar o que esclarecido está.”
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    ARDUIN – Bem, Vladimir, para você que está chegando, eu falei do DESESPERO dos céticos e essa “elucidação” a qual o Malvadão se refere é um ótimo exemplo disso. […]
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    Agora vamos aos detalhes. Na casa de Crookes havia no porão uma biblioteca e inserida no cômodo que servia de laboratório particular. Chegava-se a esse cômodo por meio de um corredor que terminava em duas portas: uma que acessava a biblioteca e outra, o laboratório. Pois bem, a porta da biblioteca foi trancada e lacrada com cera marcada por sinetes. Não era possível entrar lá sem romper esses lacres. Da mesma maneira as janelas da biblioteca foram lacradas. O único acesso à biblioteca era por outra porta que dava para o laboratório. Esta foi coberta por uma cortina rala. Na parede ao lado desta porta foram colocados dois contatos que davam para o galvanômetro.
    Antes de o experimento começar, Crookes permitiu que colegas e testemunhas que ele mal conhecia examinassem tudo na biblioteca. Nesse exame, dois colegas do Crookes notaram que os contatos estavam fixos na parede, mas perto o suficiente para que um lenço molhado fosse colocado entre eles, fechando o circuito. Aqui vem a primeira sacanagem do Polidoro. Ele relata que “dois amigos que eram mais céticos que o anfitrião verificaram que um lenço molhado colocado entre os contatos fecharia o circuito e testaram isso. A pedido deles, Crookes afastou os contatos. Certamente nem imaginaram que a médium poderia vir com um pedaço de pano maior ou outro resistor”
    .
    Que você conclui disso, Vladimir? Eu concluí que Polidoro afirma que os sacanas dos espíritas dizem que o galvanômetro era seguro, inviolável, mas a verdade é que o controle pelo dito aparelho é TÃO PRECÁRIO que basta colocar entre os contatos um pano de qualquer comprimento embebido em solução salina de qualquer concentração e PRONTO! O médium já está livre para fazer a fraude. Você concluiu algo diferente?
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    COMENTÁRIO: gostei da bela explanação ao Vladimir, agora ele deve entender bem seus argumentos. Vamos ao que não foi contado, por não ter sido percebido ou por não querer perceber.
    1 – você descreveu bem os cuidados que Crookes teve em experimentar fraudes, mas não pode garantir que foram suficientes. Os bons mágicos fazem seus truques sob forte aparato de segurança. Dão a impressão de que o controle seja inviolável, mesmo assim realizam o espetáculo com sucesso. O que dizer disso? Simples, eles conhecem meios de driblar os firewalls e utilizam o atalho que lhes possibilita dar conta do recado. “Ah”, já vejo Arduin a vociferar, “então explique tim-tim por tim-tim como é que Fay enganou Crookes?”. Esta indagação, meu caro, foi feita aqui milhares de vezes. Como ninguém lhe explica tim-tim por tim-tim você se acha seguro para atestar que os controles foram mais que suficientes. Acontece, e sabe disso, está lançando o desafio às pessoas erradas, todas leigas em prestidigitação: por que não desafia agremiações de mágicos a lhe explicarem como seria possível realizar tal truque?
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    VOLTA AO PASSADO:
    Marcos Arduin Disse: SETEMBRO 2ND, 2013 ÀS 18:42
    Fragilidades do trabalho de Crookes… Eu ainda estou no aguardo da apresentação dessas fragilidades e não tenho esperanças de vê-las sendo apresentadas. Veja só o que o Vitor diz: apenas pelo fato de Crookes não haver revistado a médium, isso INUTILIZOU todo o trabalho que fez com ela. Nossa! Que argumento! Ele não revistou pois não achou que precisasse. Entendia que o galvanômetro oferecia um controle seguro, já que NÃO HAVIA COMO A MÉDIUM BURLÁ-LO.
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    COMENTÁRIO ATUAL: E suas pessoais experiências com o galvanômetro, Arduin, o lhe esclareceram a respeito?
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    Vamos dar um passeio pelo que passou e trazer ilustrações do que foi discutido a respeito. Aviso aos presentes: o texto ficou grandão, talvez nem todos se animem a lê-lo, mas recomendo fortemente o exame pois é ilustrativo dos quebra-pau que aqui ocorreram.
    Mas, antes, sugiro a leitura do trecho que segue da tese de Juliana Hidalgo.
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    “É interessante notar que, em 20 de março do mesmo ano de 1874, a revista The Spiritualist havia publicado os relatos do engenheiro elétrico Cromwell Varley a respeito de experimentos realizados numa sessão com Florence Cook. Nesses experimentos, a médium, que ficava dentro da cabine, era inserida num circuito elétrico composto por bateria, resistências e galvanômetro, este último visível fora da cabine. O arranjo era feito de maneira que, se Florence saísse da cabine, e, portanto, “quebrasse” o circuito, uma deflexão de cerca de 200 divisões da escala ocorreria no galvanômetro.
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    Caso quisesse sair da cabine para fazer o papel de materialização, restariam a Florence algumas opções: unir os eletrodos que a ligavam ao circuito, mas, nesse caso, o galvanômetro mostraria uma alteração para cima de cerca de 80 divisões; substituir o seu corpo por uma resistência equivalente, o que seria muito difícil porque tal substituição poderia ser detectada, além de a médium não ter conhecimentos de eletricidade.
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    No experimento, pedaços de papel mata-borrão, umedecidos numa solução de nitrato de amônia, foram colocados sobre os braços da médium. Por sua vez, moedas foram posicionadas sobre os pedaços de papel, e o conjunto foi seguro nessa posição através de faixas elásticas. Fios de platina ligavam as duas moedas ao restante do circuito formado pela bateria, bobinas de resistência e galvanômetro.
    .
    Segundo William Harrison, nos experimentos realizados (parte na residência de um espiritualista e parte na casa de Crookes), os resultados obtidos foram satisfatórios. O galvanômetro teria mostrado que o circuito nunca fora interrompido. Além disso, o decréscimo gradual da deflexão do instrumento seria causado pelo ressecamento do papel mata-borrão. De fato, Varley relata que o galvanômetro mostrava um decréscimo regular e progressivo, registrando às 7:10 da noite 220 divisões, enquanto às 7:48 a leitura era de 146 divisões.
    .
    Embora o engenheiro alegasse que o experimento provava que “a senhorita Cook não apenas estava na sala escura enquanto Katie era vista, mas estava também perfeitamente imóvel”, porque o circuito não fora interrompido, algumas observações registradas e relatadas no artigo poderiam sugerir problemas nessa interpretação.
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    Quando Katie King emerge da cabine, por exemplo, Varley comenta: “Você é idêntica à sua médium”. Já num outro trecho no qual relata o início do aparecimento da materialização, o engenheiro qualifica de “muito suspeito” o fato de que, quando Katie mostrou o seu braço, o ponteiro do galvanômetro desceu 17 divisões, indicando que a médium havia se mexido bastante. Um pouco antes desse episódio, Varley já relatava que a leitura do galvanômetro mostrara uma queda de 36 divisões em um minuto, o que indicava que a médium havia se movido e as moedas deveriam ter saído um pouco do lugar.
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    Deste modo, embora a conclusão de Varley fosse favorável à realidade da materialização produzida por Florence Cook, essas deflexões do galvanômetro, ocorridas justamente quando Katie se preparava para sair, bem como o comentário do engenheiro acerca da semelhança entre as duas, podem ter levado William Crookes a não mencionar esses testes como evidências de que Florence e Katie não eram a mesma pessoa.
    (ESTUDANDO O INVISÍVEL: WILLIAM CROOKES E A NOVA FORÇA – pag. 122 – Juliana Mesquita Hidalgo Ferreira)
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    COMENTÁRIOS SOBRE O CONTROLE GALVANOMÉTRICO, HAVIDOS EM OUTRAS DISCUSSÕES. (COMEÇA A VIAGEM AO PASSADO):
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    A – MONTALVÃO: “MAS HÁ UMA QUESTÃO (…) Pelo visto, Fay não perdeu nem uma massinha de dentes e isso precisaria ser esclarecido…” [a dúvida aqui foi levantada tendo em vista que afirma-se haver perda de massa corporal nos médiuns quando produzem materializações. Notem a criativa saída do Arduin: “perda de massa seletiva”].
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    ARDUIN – Moisés, faça o seguinte: pegue um galvanômetro e coloque os terminais dele numa vasilha com água destilada. Você verá que a corrente será zero, pois a água pura não conduz eletricidade. Aí vá acrescentando colheres de café de sal, e a cada acréscimo, meça a corrente. Diga-me se houve MUITA ALTERAÇÃO na leitura. Caso não tenha havido, transporte isso para o médium: mesmo que ele perca parte da matéria de seu corpo, isso não influenciaria a leitura, ainda mais se for uma perda seletiva: ele perderia massa de locais onde a corrente não está passando.
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    GORDUCHO: Ah! Eu sabia. Os “Espíritos” são inteligentes (aliás o Kardec já tinha dito isso) e entendem bastante de Física (porque será então que só falam besteiras nas canalizações?): retiram ectoplasma cuidadosamente dos lugares onde não passe corrente, com o intuito de enganar o galvanômetro. Explicação bem Espírita. Parabéns!
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    MONTALVÃO: nosso engenheiro elétrico de plantão, o Gorducho, já contestou seu “explicamento”, Arduin. Peço, pois, que volte a ele, pois a questão é importante, visto que seu melhor atual argumento em favor de Fay (e em favor das materializações por consequência) é o galvanômetro. Não sou versado na arte do choque, mas sei que quanto mais fino for o condutor (menor massa) maior a resistência. Um médium que perca mais de 50% de sua massa vai provocar oscilações registráveis no galvanômetro, assim me parece. Outra coisa, sua experiência com sal não me soa aplicável ao corpo humano que, embora seja salgadinho, possui outros ingredientes. O teste no caso, teria de ser feito com alguém pesando 60 kg, em seguida substituir este por outro com 120 kg (ou vice-versa) e conferir se a corrente não se altera.
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    Pode até ser que não haja modificação significativa, mas precisaria ser bem esclarecido. Porque se a perda de massa for sugestiva (e com Crookes tal não se deu, ou seja, não se registrou encolhimento da médium) aí, meu filho, vamos ter sérios problemas para sustentar a validade do galvanômetro como fiscalizador seguro.
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    Ainda: quando esclarecer se há ou não mudança de resistência em corpos com massas diferentes, explique também por qual motivo o galvanômetro, sendo ferramenta tão eficiente na verificação do que acontecia por detrás das cortinas (tão mais simples e elucidativo seria retirá-las…) por que nem mesmo Crookes o utilizou rotineiramente em seus estudos com médiuns materializadores? Os demais investigadores (Richet, Bozzano, Geley, etc.) não fizeram qualquer referência a terem recorrido a tão eficaz meio de controle. Estranho, não? Mas, você que sabe tudo de materialização (até sabe que elas existem) esclareça, por favor, esse misterioso mistério…
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    GORDUCHO: Mas a frase: Aí vá acrescentando colheres de café de sal, e a cada acréscimo, meça a corrente. Diga-me se houve MUITA ALTERAÇÃO(…) não diz nada, bem ao gosto da Ciência Espírita. Que eu saiba, pelo menos em princípio – i.e., que não haja saturação e/ou outros fenômenos eletroquímicos ocorrendo -, a condutividade depende da concentração de íons, e portanto da massa do fornecedor destes. Ou seja, uma solução de “sal” de 0,05M conduzirá metade da corrente duma 0,1M. Exatamente isso que está dito no capítulo que indiquei do Alonso & Finn (que está disponível a todos na INTERNET). Ou seja, em princípio, a condutividade é proporcional ao número de portadores de carga (electrons ou “buracos”) disponíveis (livres) por unidade de volume do material.
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    Evidentemente, quem elabore o modelo (no caso do tal “ectoplasma”) é o responsável por dizer porque o comportamento seria diferente, e qual seria essa diferença.
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    ARDUIN: Malvadão, é o seguinte: fenômenos cuja ocorrência depende de material humano não funcionam da mesma forma que um experimento escolar de Física ou Química. Eles estão sujeitos a variáveis humanas. Um estudante tranquilo e relaxado, que estudou a matéria, tem tudo para fazer uma boa prova. O mesmo estudante, a acabou de perder a mãe num acidente, brigou com a namorada, tem uma conta pra pagar, mas perdeu o emprego, certamente não estará com a cabeça legal para fazer a mesma prova.
    A mesma coisa acontece com o dito fenômeno de materialização, que nem sempre será igual para todas ocasiões com um mesmo médium ou com médiuns diferentes. Acho que este raciocínio não cabe na sua cabeça cética…
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    MONTALVÃO: Sem dúvida, um claro deslize de raciocínio que, se for intencional, se transforma em sofisma: aliás, são dois escorregões: 1) analogia indevida: o que haveria de comum entre um estudante endividado e desempregado e um médium supostamente não nos seus melhores dias? Suponhamos que esse médium passara por todas as vicissitudes do estudante (perdera a mãe, brigara com a namorada, estava desempregado…) era de supor que informasse a quem de direito que estava prejudicado em canalizar o que fosse e que a sessão deveria ser suspensa. Se o problema persistisse indefinidamente aquele médium não serviria para ser investigado (principalmente se se soubesse que fora das vistas perquiritivas seus poderes independiam de suas condições pessoais, o que não é incomum acontecer). Alegar que “boas” materializações dependem do estado psicofísico de médium até faz sentido mas cria novo complicador na hipótese, visto que se faria necessário aferir as condições psicológicas e físicas do médium antes de dar seguimento ao processo. Não consta que essa preocupação estivesse na pauta nem dos investigadores nem dos médiuns.
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    2) o segundo desvio é o da circularidade. Arduin afirma que o fenômeno materializativo depende das condições do médium. Ora, se esse “fenômeno” tem sua realidade contestada, como se pode fazer referência às suas peculiaridades para explicar certas ocorrências (no caso, digamos, uma materialização “mal-ajambrada”)? Arduin, inadvertidamente ou conscientemente, não posso saber, usa o tema em discussão para provar o tema em discussão…
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    E ainda é possível vislumbrar uma terceira escorregadela: a “declaração de autoridade”. Sem apresentar evidências nem de que materializações existem (bem, ele cita o trabalho de Crookes como evidenciativo, mas esse trabalho está sob questionamento), nem de que, ainda que existissem, tenham as características que expõe, quer nos fazer aceitar que a coisa funciona conforme postula.
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    B – ARDUIN: Segurei as pontas de um galvanômetro moderno e notei que se as segurasse frouxamente, o valor da resistência subia a 1400 X 2000 ohms. Apertando forte, a resistência caía a 800 X 2000 ohms. Suponho que isso seja uma “violenta oscilação”. Apertando e afrouxando, o indicador ficava subindo e descendo entre esses valores. Portanto, meu caro, as ditas oscilações que Crookes registrou tanto podiam ser produto de fraude, como de apertos e afroxamentos que a médium fazia involuntariamente nos contatos.
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    Mas no experimento publicado, tais oscilações NÃO OCORRERAM. Neste caso, como ficamos sabendo que houve a fraude proclamada pelos seus queridos autores céticos?
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    MONTALVÃO: Nos comentários acima Arduin, sem querer, mostra um ponto que deveria ser elucidado nos experimentos utilizando o galvanômetro. Acompanhem. A médium deveria segurar com os dedos das duas mãos duas pontas dos contatos. Nessa condição estaria impedida de qualquer movimento que lhe permitisse simular ser o espírito materializado (do qual se diz ter pegado livros, exposto as mãos por detrás das cortinas, etc.). pois bem, mesmo uma pessoa dotada de grande força nos dedos não consegue manter igual aperto por mais que alguns minutos. Sempre há variações, geralmente inconscientes, ou seja: a pessoa desapercebidamente afrouxa a pressão e quando está prestes a soltá-la desperta e retorna ao aperto original. Isso tende a se repetir até que a musculatura fique cansada e, ou haja tremores musculares, pela insistência em tentar manter os contatos apertados, ou o segurador acabe tendo de abandoná-los.
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    Mas Arduin enfatiza: “não houve oscilações!”. Como não houve se tal seria o esperado? Se não houve oscilação é provável que a mulher tenha encontrado meios de manter as conexões firmemente estabelecidas enquanto se movimentava na realização do truque.
    .
    Desse modo, o que Arduin pensou fosse mais um argumento em favor da legitimidade da materialização se torna item contrário a tal.
    .
    Então, a pergunta feita pelo Arduin: “Mas no experimento publicado, tais oscilações NÃO OCORRERAM. Neste caso, como ficamos sabendo que houve a fraude proclamada pelos seus queridos autores céticos?” , SE TRANSFORMA NUM RETORNO INQUIRITIVO QUE CABE A ELE, DEFENSOR DE QUE O GALVANÔMETRO ACUSARIA FRAUDE SE HOUVESSE, RESPONDER: POR QUE NÃO OCORREU A ESPERADA VARIAÇÃO OSCILATIVA QUE, OBRIGATORIAMENTE, ACONTECERIA DEVIDO ÀS INCONSCIENTES MUDANÇAS MUSCULARES NA INTENSIDADE DO APERTO?
    .
    Notem que aqui não estamos especulando, foi o próprio Arduin quem fez o experimento e nos chamou a atenção a esse ponto importante. Agora, cabe a ele explicar duas coisas: 1)por que Crookes e Varley não fizeram referências a essas oscilações as quais deveriam saber que ocorreriam? 2)por que as oscilações não ocorreram?
    .
    .
    C – ARDUIN: O Houdini falou que a Eva Fay DEU SORTE pois faltou força NO TEATRO onde ela se apresentava e assim ela enganou o Crookes. Só que NENHUM experimento foi feito no teatro e mesmo que esse fosse iluminado por lâmpadas elétricas que usassem algum dínamo de Faraday para funcionar, o galvanômetro NÃO SE SERVIA desta rede de força. Então o Houdini continua sendo um mentiroso safado. Não tem o que o salve.
    .
    MONTALVÃO: não estou propondo reabrir o caso Crookes (cruz credo!) visto que foi exaustivamente discutido e denunciadas as fraquezas de seus argumentos (um pouco por mim, mais pelo Vitor, e outros.). Estou a mostrar que o cerne de sua alegação (luz elétrica não existia) é infundado.
    .
    Vejamos seu item 1, você diz:
    “a) a casa de Crookes não era iluminada por lâmpadas elétricas;
    b) no relatório ele fala o tempo todo em bicos de gás.”
    .
    Parece não ter lido o texto que postei, que repito trecho:
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    “[…] Desde que a ocorrência acima referida foi verificada, Katie e Miss Cook foram vistas juntas por mim e por oito outras pessoas, em minha casa, ILUMINADA FARTAMENTE POR LÂMPADAS ELÉTRICAS. Nessa ocasião o rosto de Miss Cook não era visível, pois sua cabeça ficava envolta num xale grosso, mas eu, principalmente, tinha a satisfação de verificar que ela lá estava. Uma tentativa de dirigir a luz sobre a sua face descoberta, quando em transe, teve sérias conseqüências.”
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    Note: é o próprio Crookes afirmando que sua casa possuía lâmpadas elétricas e elas foram usadas para iluminar o espetáculo (no caso com Florence Cook).
    .
    A sua condenação a Houdini e Polidoro se baseia (basta ler as diversas postagens que fez) em dizer que não havia redes elétricas naquela época, tampouco a lâmpada elétrica fora inventada, deixando claro, no seu ver, que Houdini aceitava qualquer besteira que ouvisse por veraz, e Polidoro embarcara nessa furada. A inexistência de rede elétrica nos moldes que hoje conhecemos é irrelevante para o fato de que havia casas que possuíam luzes elétricas. E eram luzes fortes, mais que às das lâmpadas incandescentes que as sucederiam.
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    Se na experimentação com Fay foram usados bicos de gás isso não muda que houve erro de sua parte em descartar a existência de lâmpadas elétricas na casa de Crookes.
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    Note que você condena Houdini por ele ter noticiado o que ouvira de Fay: que faltara energia elétrica no teatro e ela aproveitara o momento para mudar a posição dos contatos. Deveria, pois, mostrar que Fay mentira (ou estava confusa), ou seja que nunca fora testada com galvanômetro em teatro algum e que Houdini engolira a história sem verificar. Fizesse isso teria um pontinho, embora esse pontinho não modifique um pontinho o fato de que Crookes foi ludibriado pelos médiuns que investigou (Dunglas Home, Florence Cook, Eva Fay…). Mas, o que faz? Deixa Fay de lado (se alguém mentiu ou confundiu as coisas nesse episódio esse alguém foi ela), e assevera que Houdini teria obrigação de saber que não havia luz elétrica na época dos acontecimentos. O problema (seu problema, Arduin) é que havia…
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    D – ARDUIN: E só tenho recebido respostas bobas e infantis. As mesmas que Richet deve ter recebido no seu tempo. Veja o caso do galvanômetro. Garantem os céticos que uma tira de pano molhada com solução salina bastaria para burlar o equipamento. Garantem os mesmos céticos que os tais pesquisadores jamais pensaram nisso. E aí vejo no relatório que tal coisa foi pensada e testada e demonstrada INVIÁVEL. Mas o pessoal cético, tal como a gente crentelha habitual, não se dá por achado e continua insistindo neste argumento como se jamais tivesse sido refutado. Vê como funciona o poder da fé?
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    MONTALVÃO: ué não sabia que a tira de pano (que foi uma hipótese) resolve todas as dúvidas e incongruências da mediunidade. Até parece que foi a única objeção contra a realidade da comunicação levantada nesses (como é mesmo que você diz?) “oitenta anos” de investigação. Será que não percebe a ingenuidade de tal proposição?
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    Vamos deixar Richet e Crookes se entenderem com seus denunciadores. Voltemos ao presente. Queremos pôr seus espíritos sob testagem. Acha isso proposta boba e infantil? Submeter os espíritos a provas elucidativas de que estejam presentes é proposta boba e infantil?
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    Em verificações objetivas o “poder da fé” é desconsiderável. Posso ter fé que espíritos não comunicam. Posso ter fé que quem comunica são demônios, ou extraterrenos. Mas só vou saber se minha fé é fundamentada se submetê-la (se possível) a perquirição corroborativa. Se a fé não puder de modo algum ser aferida permanecerá do âmbito da crença, se se puder, como é o caso da comunicação, então que se faça e esclareça.
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    Digo a você que há material suficiente para amparar a afirmação de que espíritos não comunicam, mas essa certeza provisória pode ser facilmente destruída pela realização de examinações demonstrativas, que confirmem a presença de mortos entre vivos. Os maiores interessados em produzir essas provas deveriam ser os que, admiravelmente, fogem de aceitá-las…
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    E – ARDUIN: – Fico imaginando que, se Crookes ainda estivesse vivo, e Houdini lhe mandasse uma carta, informando-o de que a Ana Eva Fay confessou-lhe fraude. Aquela da qual ela se aproveitou de uma queda de força no teatro e aí substituiu uma mão pela dobra do joelho e assim a pôs para fora e simulou o fantasma. Como acha que Crookes responderia a uma carta dessas, caso resolvesse respondê-la? Talvez dissesse:
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    _ Lamento, meu senhor, mas quem foi vítima de fraude foi Vossa Excelência, pois nunca fiz experimento algum com essa senhora num teatro e não havia redes de energia elétrica em 1875.
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    MONTALVÃO: e eu (no papel de Houdini) responderia:
    “Prezado Crookes, grato por sua atenção.[…] Relembro-lho que foi Fay quem afirmou ter sido testada num teatro no qual faltou luz. Neste tópico posso aventar duas hipóteses: 1) ou houve teste em teatro, mas não com sua dileta pessoa; 2) ou FAy, já com a memória em não tão boa forma e após apresentar milhares de espetáculos por todos os lugares, pode ter confundido eventos.
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    Por outro lado, querido Crookes, sua pessoa deve saber melhor que eu que os teatros podiam ser (e alguns provavelmente eram) iluminados por luz elétrica, em 1874 (e mesmo antes), com lâmpadas de arco voltaico, ao menos em parte e temporariamente. Eles devem ter usado essa iluminação durante as apresentações ou quando queriam destacar as partes mais expressivas da encenação. Ou será que sua distinta pessoa nunca teria ido a teatros em vida?
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    Por fim, querido William, seu comentário mostra (assim me parece) intento de desviar o destinatário de considerar o ponto constrangedor: havia meios de transferir os contatos de um braço para a dobra do joelho e assim Fay libertar uma das mãos. Com uma das mãos liberta ela dava seguimento ao engodo.
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    Imagino que vai espernear e afirmar, jurar, garantir, que o galvanômetro seria inexpugnável. Mas agora, pensando melhor, não lembro de tê-lo ouvido proferir tal coisa, pelo que bem entendi, sua pessoa apenas o considerava ferramenta útil na pesquisa. Que eu saiba nunca propagou que “com galvanômetro ninguém frauda”. Desculpe-me estava eu confundindo as coisas: quem defende o aparelho contra qualquer espécie de falcatrua é uma bela pessoa, chamada Arduin, a quem o senhor não poderá conhecer por motivos que não vem ao caso agora relatar.
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    Então, até dou por cancelada a próxima indagação que lhe faria, qual seja: se o galvanômetro é tão seguro porque não mais o utilizou, tampouco o fizeram os que o sucederam em experimentações materializativas?
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    Mas há algo que eu gostaria muito de lhe indagar, Sr. Crookes: por que a cabine? Por que permitia que os médiuns ficassem tempos sobejos escondidos? Não, por favor, não quero as mesmas esfarraposas explicações que alguns apresentam, tipo: “era exigência do espírito”; “o ectoplasma precisa de silêncio e intimidade para se manifestar”… Não Crookes, você é (foi) cientista, sabia suprir meios de atender aos reclamos dos médiuns (de escuridão, por exemplo) sem se render por inteiro às exigências que faziam. Sabia melhor que qualquer um de nós que, deixar ao comando do testado as condições do espetáculo significava enfraquecer tremendamente sua capacidade fiscalizatória.
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    Então, por que, ó meus sais, por que não negociou com o médium a eliminação da cabine e a manutenção de grau de obscuridade suficiente para que o fenômeno acontecesse e, ao mesmo tempo, pudesse manter nível razoável de controle sobre o suposto materializador?
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    Crookes (perdoe-me tratá-lo com intimidade, mas é que de tanto ouvir falar de seu trabalho quase o considero um companheirão a quem levaria na boa ao bar do bigode para tomar uma rama, claro, desde que fosse num dia em que minha namorada não fosse, por que a fama de seu apetite chegou até nós), então Crookes, sei que você não é nenhum ingenuo, tolo, desatento, alienado (como alguns gostam de dizer), por isso não entendo como deu um mole desses. Você sabe muito bem que, da forma como conduziu e publicou o resultado de seus experimentos, eles não podem ser acatados como demonstração do que pretende. Comparo seu trabalho com médiuns com as experimentações que realizou na descoberta do tálio: quanta diferença! Qualquer pesquisador que pretenda refazer seus passos e ver se chega novamente a esse elemento poderá fazê-lo, e repetir o quanto queira, e ele estará lá: lindo, concreto e indiscutivelmente tálio!
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    Com materialização, infelizmente, tal não se dá. Não se deu com seu louvável esforço, tampouco com os que o sucederam, e garanto-lhe que a tendência futura é que se dê menos que nunca!
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    De qualquer modo, Crookes, não fique triste: saiba que no futuro imagino que alegando que os testes que realizou com Dunglas Home, Florence Cook e Ana Fay PROVAM(!) que espíritos (e coisas) se materializam. Não, não ria, é verdade… Vai ver esses até acreditem que a “nova força” seja realidade…
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    É meu querido, o mundo não mudará tanto nos séculos vindouros quanto suas expectativas de cientista possam supor…
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    Cordiais saudações, do amigo de sempre.”
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    (FIM DA VIAGEM AO PASSADO, NESTE ITEM)
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    ARDUIN (atual): Agora vamos ver o que diz o relatório do Crookes. Os dois amigos fizeram o teste com o lenço molhado, mas para obter um valor próximo ao da resistência de um corpo humano, foram precisos VÁRIOS AJUSTES e só o conseguiram porque Crookes, do outro lado da parede, dizia-lhes os valores da leitura do galvanômetro. SEM ISSO, NUNCA TERIAM ACERTADO. Mas como era uma fonte de erro potencial, então Crookes afastou os contatos de forma que não se pudesse por um lenço molhado entre eles. E como deve ter percebido, Vladimir, se viesse com um pedaço de pano maior, a resistência seria muito maior do que a de um corpo humano…
    Pela omissão do que realmente aconteceu lá, eu acuso Massimo Polidoro de ser MENTIROSO.
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    Agora vamos ao DESESPERO CÉTICO.
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    Montalvão: “De qualquer modo, para não gastarmos tempo precioso, relembro-lho que seu opositor de debate já havia lhe dito sobre isso no final do século XX, conforme trecho que postei, se não leu confira agora:” […]
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    ARDUIN: – O Malvadão está citando de orelhada as discussões que tive com o Vitor sobre a fraude feita pela médium. A fraude CONFESSADA diz que ela só fez isso: substituiu uma mão pela dobra do joelho e assim “teria feito como Crookes pediu”.
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    COMENTÁRIO ATUAL: aqui o nobre se equivocou e, se lesse a ilustração que seguiu ao comentário, veria que a referência foi à declaração do Ronaldo Cordeiro, feita no ano 2000, fim do século XX, portanto.
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    ARDUIN (atual): Mas o que foi que ela fez afinal? Depois que tudo foi revistado, ela foi conduzida à biblioteca, molhou suas mãos em solução salina, sentou-se em frente aos contatos e os segurou e aí a cortina rala foi fechada, com as outras testemunhas em frente a ela. Mal a sessão começou e elas viram uma mão se projetar da cortina pelo lado mais perto da médium e depois pelo lado mais distante (não teria como ela fazer isso a menos que seus braços fossem esticáveis…). Depois viram uma forma fantasmagórica logo atrás da cortina. Essa forma foi dando livros às testemunhas. Ao Sergeant Cox, deu um livro que acabara de publicar; a uma viajante, um livro sobre viagens; a um fumante, um cinzeiro que estava dentro de uma gaveta da escrivaninha de Crookes e trancada por uma trava de alto segredo. O Sergeant Cox entrou na biblioteca e viu a médium e uma forma fantasma junto com ela. Com tudo lacrado, não tinha como entrar um cúmplice ali. Quando a médium soltou os contatos, os bicos de gás da biblioteca foram acesos e feita a inspeção, foi achado um prato de porcelana sobre a escrivaninha que não estava lá antes. Esse prato veio de um modelar que ficava junto ao teto da sala de visitas do Crookes. Para que a médium o pegasse, teria de subir em algum móvel, mas ela ficou acompanhada o tempo todo e não fez isso.
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    COMENTÁRIO ATUAL: observem como o Arduin cita, mas não dá importância, ao item crucial daquele xou: a cabine. Todo o espetáculo foi realizado oculto por cortina (que o dileto destacou ser “rala”). Ora, ele está vendo sem enxergar, tanto o truque quanto o logro a que Crookes foi submetido. Fosse o pesquisador mais manhoso em tais investigações teria, desde o início das pesquisas, pugnado pela eliminação da cabine ocultadora de safadezas. Mas não: Crookes se rendeu a essa “inzigência” das médiuns e consequente produziu um trabalho porco, conforme o Arduin gosta de dizer em relação aos repórteres de O Cruzeiro (mas isto é outra história)…
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    INICIANDO NOVA EXCURSÃO AO PASSADO.
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    ARDUIN: Uma eventual [imaginada] resposta do Crookes [a Houdini]:
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    “CROOKES”: _ Ilmo Harry Houdini
    Caso o senhor houvesse lido que publiquei sobre os experimentos que fiz com os médiuns, o Sr saberia que:
    1 – Fizemos tentativas de burlar o galvanômetro, mas fracassamos em todas. Não consigo imaginar, e VEJA QUE SOU UM CIENTISTA ESCOLADO NO ASSUNTO, como um médium ignorante no funcionamento do aparelho saberia como burlá-lo melhor do que eu[?].
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    Informo-o ainda de que soube que o jornalista Jules Bois escreveu um artigo, dizendo ter sido amante da falecida Sra Corner, Florence Cook quando solteira, e que ela teria confessado a esse cavalheiro ter me enganado com truques bobos e infantis. Para minha tristeza o dileto jornalista não descreve nenhum desses truques. Apenas alega haver testado todos e confirmado a plena viabilidade deles.
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    Comentei isso com um médium que conheci a pouco e ele então entrou em transe e repassou-me uma mensagem que me deixou entristecido, mas em vista da minha avançada idade e má condição física, estou impossibilitado agora de revisar minhas pesquisas neste campo. Disse me ele que coisas desse tipo, ou seja, confissões feitas por terceiros, que jamais fizeram qualquer experimento com médiuns na vida, seriam PLENAMENTE ACEITAS E ACATADAS por fervorosos defensores da Ciência, que se intitularão CÉTICOS RACIONALISTAS. Fazer o que, né?
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    Esse lance de a Sra Fay substituir uma mão e colocar o contato na dobra do joelho é uma coisa plausível. Saiba que em meus experimentos preliminares, eu deixava que os contatos ficassem soltos. Ela apenas os segurava. Essa possibilidade me passou pela cabeça, embora não a tenha registrado em minhas publicações. Por isso decidi no experimento mais caprichado fixar os contados na parede. Assim, mesmo que ela conseguisse substituir uma mão ou ambas recorrendo às juntas de seus joelhos, ainda assim permaneceria junto à parede. Tal recurso, portanto, EM NADA A AJUDARIA.
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    Se tivesse livro o que publiquei, Dear Houdini, veria que as testemunhas presentes, a maioria delas pessoas com as quais não tinha intimidade, viram um fantasma materializado distribuir livros e um cinzeiro a elas. INSISTO QUE É IMPOSSÍVEL ATÉ PARA MIM ACHAR OS LIVROS NO ESCURO EM MINHA PRÓPRIA BIBLIOTECA, MAS A CADA TESTEMUNHA FOI DADA UM LIVRO RELACIONADO COM ELA PRÓPRIA, ou seja, não eram livros quaisquer, retirados ao acaso. E mesmo que fossem, não haveria como a Sra Fay se afastar da parede para percorrer a biblioteca, simular um fantasma em pé e entregar os livros. Se o Sr houvesse lido minhas publicações, poderia apresentá-las à Sra Fay e ajustar sua suposta desbalanceada memória.
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    Mesmo quando essa memória ainda estava boa, foi-lhe oferecida considerável soma para que revelasse os truques que usou para me enganar, mas ela se recusou. Não entendo o motivo de tal recusa, pois tanto quanto saiba, ela nunca mais se submeteu a experimentos e além disso, o médium está me revelando também que ela se tornou sócia de sociedade de mágicos e que aqueles grandes sábios céticos dizem que ela NEGAVA ser médium e que tudo não passava de ilusionismo. Ora, nessas condições, ser-lhe-ia uma glória mostrar como enganou um cientista do meu calibre. Eu mesmo estaria muito interessado em saber onde errei. Ôpa, o médium está aqui me dizendo que TUDO o que os grandes céticos sábios racionalistas sugeriram de como eu teria sido enganado são só hipóteses fajutas, usadas apenas para se ganhar no grito. Até alegam que “após tanto tempo, já não temos mais como saber de que forma os médiuns me enganaram”. Quase morri de tanto rir ao ouvir tal absurdo.
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    Enfim, Sr Houdini, se pretende ser um escritor sério, embora pelo que me revela o médium, será muito acatado pelos sábios céticos do futuro, pois esses agem em defesa da fé cética e não da verdade dos fatos, estude bem a coisa e só então se pronuncie.
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    MONTALVÃO: Possível resposta de Houdini.
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    “Ilustríssimo Sr. Crookes, respondo parágrafo a parágrafo de sua missiva:
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    Não posso confrontá-lo em sua área de saber, portanto, se vier me dar aulas de química aceita-las-ei sem refutar (e creio que não tentaria me dar uma calça arriada em sua especialidade), porém nas artes mágicas tenho muito a lhe orientar. Jamais diga a um mágico que um leigo seria a melhor pessoa a conferir se houve burla em qualquer aparelho de controle, a não ser que tenha segura formação nas artes prestidigitativas. Em realidade, o Sr. não sabe praticamente nada de truques e chamar os médiuns que fraudam de ignorantes é afirmação sem sentido. Eles provavelmente são ignorantes no saber científico mas nas malandragens são capazes de enrolá-lo mais que linha em carretel. O Sr. pode ter realizado mil tentativas e achado que nada conseguiria malandrear o equipamento, mas está redondamente enganado. As mágicas pretendem exatamente dar a entender que o impossível acontece. E se um ilusionista quiser atribuir sua técnica a poderes de entes desencarnados não há nada que um dedicado cientista possa fazer para surpreendê-lo. Anote aí, nada. A não ser que esse nobre cientista tenha o cuidado de contar com a assessoria de especialistas na área, coisa que o Sr., infelizmente, esqueceu de fazer.
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    Não queira que eu daqui lhe ensine a aí enganar o galvanômetro, mas se me der iguais condições como as que concedeu a Fay garanto-lhe repetir tudo o que ela realizou e mais algumas coisitas de brinde. Ponha uma certeza na sua cabeça de santo onofre, Sr. Crookes: sua distinta persona é cientista, jamais deveria ter se metido a pesquisar seara na qual as falcatruas vicejam mais que erva em pasto de boi cagão. Se quisesse fazê-lo deveria procurar orientação técnica especializada. Caso preferisse por seu próprio mérito descobrir a verdade, ao menos deveria trazer o controle do médium para consigo. Deixá-la mesmo que fosse só com uma perninha de mando já seria o suficiente para lhe abrir um portão por onde entrariam ardilosidades de toda ordem.
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    Sr. Crookes, desculpe-me pela sinceridade, mas deixar um médium oculto numa cabine, mesmo que por poucos minutos, põe por terra qualquer segurança que a experimentação possa ter. Mesmo sem analisar detidamente o evento, posso garantir que a probabilidade de o senhor ter sido dramaticamente empulhado situa-se em torno de 100%. Não fique triste por isso, mas aprenda caso na próxima encarnação, se houver tal evento, venha mais escolado. Em vez do uso de um aparelho sujeito a oscilações que podem dizer tanta coisa variada, não seria mais simples a observação direta, mesmo que em semiobscuridade? Não seria muito mais produtivo manter a médium sob as vistas dos investigadores o tempo inteiro, ainda que na penumbra?
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    O senhor sabe muito bem que não deixou nada conclusivo que pudesse ser aproveitado pelos continuadores desse tipo de experimentação. É claro que se tivesse deixado as experiências teriam prosseguido, sempre acrescentando-se novas e preciosas informações ao que fora obtido. Estamos, Sr. Crookes, em 1920, quase cinquenta anos passaram e as materializações permanecem misteriosas, realizadas ladinamente e sem qualquer segurança quanto à suposição de que entes espirituais sejam capazes de moldarem corpos para si e os utilizarem em aparições. Talvez nos próximos cinquenta anos as coisas mudem e nossos sucessores tenham condições da falar do assunto com a segurança e autoridade que o saber científico proporciona. Assim como, tenho certeza, no futuro falarão que suas descobertas no campo da ciência serviram de base para realizações inovadoras, quem sabe se com as materializações não aconteça o mesmo? Particularmente penso que não, mas não vou ser radical ao ponto de negar o futuro sem conhecê-lo.
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    “CROOKES”: Informo-o ainda de que soube que o jornalista Jules Bois escreveu um artigo, dizendo ter sido amante da falecida Sra Corner, Florence Cook quando solteira, e que ela teria confessado a esse cavalheiro ter me enganado com truques bobos e infantis. Para minha tristeza o dileto jornalista não descreve nenhum desses truques. Apenas alega haver testado todos e confirmado a plena viabilidade deles.
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    “HOUDINI”: se o Sr. tem certeza de que a história é inverídica, se entenda com o declarante, sugiro mesmo que o processe, para aprender a não difamaram pessoas de bem. Mas, Sr. Crookes, não é necessário que surjam amantes denunciadores para que fique estabelecido que seus estudos nada produziram de fertilizador. Seus trabalhos estão a cair no esquecimento, ninguém a eles deu continuidade. Existem os que fazem outras experimentações com os alegados materializadores, mas todos ficam no mesmo patamar de indefinição e suspeitas. Não há como ligar suas experiências com a de qualquer outro, após 1875, e montar um quadro evolutivo do conhecimento da ação de mortos dentre os vivos. Parece que cada experimentador simplesmente despreza o que os anteriores fizeram recomeça do zero, para chegar ao mesmo ponto de incerteza e pára por aí.
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    Lembre-se, Sr. Crookes, que, em tese, os investigadores estariam lidando com inteligências alienígenas, dispostas a cooperar e demonstrar que estão ativas em meio aos humanos. Este contexto é o sonho de qualquer cientista: com tais facilidades resultados consistentes surgiriam rápido e expressivos. Agora, olhe à sua volta, Crookes, e diga-me se vê algo assim nas experimentações com materializações de espíritos? Conforme declarei, talvez dentro de cinquenta anos quem der a mesma olhadela veja um quadro mais amplo e definido, mas e se continuar não vendo coisa que valha a pena ser vista? E se o quadro em vez de progresso oferecer atrofia? O que poderemos dizer? Eu acho que cinquenta anos seria tempo mais que suficiente para, ao menos, ter-se bem esclarecida a certeza de que espíritos se manifestam e as comunicações ocorram em nível crescente de facilidades. Talvez eu esteja ansiando demais, porém, na próxima meia centúria tem que haver respostas mais consistentes, caso contrário pode dar o assunto por encerrado. Pena que não estaremos mais aqui para ver o que ocorreu, mas nossos filhos e netos verão.
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    “CROOKES”: Comentei isso com um médium que conheci a pouco e ele então entrou em transe e repassou-me uma mensagem que me deixou entristecido, mas em vista da minha avançada idade e má condição física, estou impossibilitado agora de revisar minhas pesquisas neste campo. Disse me ele que coisas desse tipo, ou seja, confissões feitas por terceiros, que jamais fizeram qualquer experimento com médiuns na vida, seriam PLENAMENTE ACEITAS E ACATADAS por fervorosos defensores da Ciência, que se intitularão CÉTICOS RACIONALISTAS. Fazer o que, né?
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    “HOUDINI”: não entendi bem o que quis dizer com isso, nobre cientista, mas deduzo que fale de os espíritos darem demonstrações objetivas, livres de escondimentos e nas condições que qualquer investigador possa estar seguro de obter informes de fonte espiritual em vez de de outras vias. Hoje sabemos que médiuns “têm” que ficar ocultos em cabines, tem que ter o controle do evento, e rejeitam pessoas tidas por antipáticas (alegando que inibem as manifestações) e toda uma série de alegações que soam mais como desculpas esfarrapadas que legítimas exigências. Então, estou jogando a melhoria dessa situação para um tempo em que todas a deficiências possam ser corrigidas: aposto muito que em cinquenta anos o assunto estará definido, tempo em que atestar-se-á sem objeções a intervenção dos espíritos e, em consequência, vivos e mortos se entenderão com a mesma facilidade com que duas pessoas vivas conversam, ou mesmo melhor. Fico a imaginar o enorme progresso que recairá sobre a humanidade quando as duas dimensões dialogarem com a produtividade que tal relacionamento promete.
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    Na hipótese ruim (da qual infelizmente suspeito), saber-se-á com segurança que espíritos não agem dentre os vivos e todas as alegações antigas a respeito cairão na conta de fantasias.
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    Devo confessar-lhe que estou dentre os pessimistas, e com eles me alinho com base em minha experiência com médiuns, todos fraudulentos ou iludidos. Posso lhe garantir que testei dezenas deles e nenhum me deu mostras de efetivamente se articular com os mortos. No entanto, conservo uma reserva de otimismo, quem sabe não haja legítimos canalizadores de espíritos perdidos por aí e acabem sendo descobertos? Se tal se der, proporcionarão respostas consistentes que hoje, 1920, ainda não foram dadas.
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    “CROOKES”: 2 – Esse lance de a Sra Fay substituir uma mão e colocar o contato na dobra do joelho é uma coisa plausível. Saiba que em meus experimentos preliminares, eu deixava que os contatos ficassem soltos. Ela apenas os segurava. Essa possibilidade me passou pela cabeça, embora não a tenha registrado em minhas publicações. Por isso decidi no experimento mais caprichado fixar os contados na parede. Assim, mesmo que ela conseguisse substituir uma mão ou ambas recorrendo às juntas de seus joelhos, ainda assim permaneceria junto à parede. Tal recurso, portanto, EM NADA A AJUDARIA.
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    “HOUDINI”: Crookes, Crookes, não queira dar pitaco onde não entende. Não importa tanto COMO você foi iludido, importa que foi. A própria Fay assumiu sua condição de ilusionista anos depois de ter passado por suas mãos. Não fique nessa neurose de querer saber exatamente como foi engando. Pode até ser que descubra, e provavelmente os contatos nos joelhos sejam parte da resposta, mas não vejo motivos para empenhar suas energias querendo achar luzes em área na qual não é afeito. Dificilmente vai encontrar mágico que lhe descreva o truque, a não ser que o contrate como assistente ou lhe pague uma baba pela informação. Os mágicos têm regras estritas a respeito da não divulgação de seus truques. Embora isso não seja garantia de que não surja nenhum maluco por aí revelando os segredos da prestidigitação, não espere encontrar facilidades nesse meio. Ponha uma coisa na sua cabecinha: você foi logrado. O histórico da mediunidade de efeitos físicos indica isso. E quem lhe fala não é nenhum especulador é quem conhece o assunto…
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    A melhor maneira de saber com segurança se houve ou não burla, sem o desgaste de ficar exigindo a descrição detalhada do ardil, é acompanhar a evolução do conhecimento nessa área. Se a partir de seu trabalho pioneiro a realidade das materializações se tornou concreta e os espíritos deram mostras cada vez mais claras e indiscutíveis de que estão ativos e comunicantes, então ótimo, mesmo que um outro matreiro o iludisse, no todo, a verdade prevaleceria. Mas se esse campo de conhecimento mostra-se recheado de rochas pontudas, onde nada cresce, nada progride, podes crer: por mais admiráveis que foram aqueles feitos que presenciou estes foram feitos com astúcias.
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    “CROOKES”: 3 – Se tivesse livro o que publiquei, Dear Houdini, veria que as testemunhas presentes, a maioria delas pessoas com as quais não tinha intimidade, viram um fantasma materializado distribuir livros e um cinzeiro a elas. INSISTO QUE É IMPOSSÍVEL ATÉ PARA MIM ACHAR OS LIVROS NO ESCURO EM MINHA PRÓPRIA BIBLIOTECA, MAS A CADA TESTEMUNHA FOI DADA UM LIVRO RELACIONADO COM ELA PRÓPRIA, ou seja, não eram livros quaisquer, retirados ao acaso. E mesmo que fossem, não haveria como a Sra Fay se afastar da parede para percorrer a biblioteca, simular um fantasma em pé e entregar os livros. Se o Sr houvesse lido minhas publicações, poderia apresentá-las à Sra Fay e ajustar sua suposta desbalanceada memória.
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    “HOUDINI”: pois é, a finalidade das mágicas é essa mesmo: a platéia ficar pasmada se perguntando: “nossa, como ele fez isso?”. Se os truques fossem bobões ninguém perderia tempo apreciando ilusionistas. Basta que alguns desses se intitulem contatadores de espíritos perante os que nisso acreditam e pronto: todos os truques se transformam em manifestações espirituais!
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    Crookes, teria sido simples verificar a legitimidade desses médiuns: depois de ver o que eles faziam, deveria ter aplicado contratestes, os mais simplificados e eficientes que imaginasse, a fim de conferir se em condições nas quais o controle fiscalizatório ficasse com o experimentador iguais resultados se obteriam. Posso lhe garantir que não.
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    “CROOKES”: 4 – Mesmo quando essa memória ainda estava boa, foi-lhe oferecida considerável soma para que revelasse os truques que usou para me enganar, mas ela se recusou. Não entendo o motivo de tal recusa, pois tanto quanto saiba, ela nunca mais se submeteu a experimentos e além disso, o médium está me revelando também que ela se tornou sócia de sociedade de mágicos e que aqueles grandes sábios céticos dizem que ela NEGAVA ser médium e que tudo não passava de ilusionismo. Ora, nessas condições, ser-lhe-ia uma glória mostrar como enganou um cientista do meu calibre. Eu mesmo estaria muito interessado em saber onde errei. Ôpa, o médium está aqui me dizendo que TUDO o que os grandes céticos sábios racionalistas sugeriram de como eu teria sido enganado são só hipóteses fajutas, usadas apenas para se ganhar no grito. Até alegam que “após tanto tempo, já não temos mais como saber de que forma os médiuns me enganaram”. Quase morri de tanto rir ao ouvir tal absurdo.
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    COMENTÁRIO: Crookes, sinto em lhe dizer, mas está se superestimando: para Fay você foi um facilitador num momento de aperto, nada mais que isso. Fay guardava dos encontros que teve com você apenas vagas recordações, com certeza você não foi a coisa mais importante na carreira da moça. Que ela se declarou mestrada em artes mágica não há dúvidas. Parece-me que está tentando dizer que, no período em que esteve sob seus cuidados, ela era médium autêntica, depois optou por libertar-se dos espíritos e seguir carreira de simulações. Se é assim que quer que seja, talvez acredite que sua reputação fique salvaguardada dessa maneira. Não tenho nada contra que pense assim, só lhe chamo a atenção que, a considerar seu modo de pensar, a mediunidade não morreu só em Fay, morreu geral, tendo em conta que passado meio século nada de consistente existe a respeito do assunto. A única coisa legítima que posso apontar no meio mediúnico hoje em dia é a fé de Conan Doyle. Esta resiste a qualquer tempestade e se conserva acreditante mesmo se confrontada com as mais claras evidências das malandragens dos médiuns. No mais, sinto lhe dizer que os espíritos permanecem arredios a qualquer experimentação devidamente controlada.
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    Vamos esperar pelos próximos cinquenta anos. Se a comunicação for realidade, do outro lado veremos nossos amigos desencarnados a comunicar com todas as facilidades que a interação continuada entre as duas dimensões é capaz de proporcionar… E nós mesmo mandaremos nossos recados…
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    “CROOKES”: Enfim, Sr Houdini, se pretende ser um escritor sério, embora pelo que me revela o médium, será muito acatado pelos sábios céticos do futuro, pois esses agem em defesa da fé cética e não da verdade dos fatos, estude bem a coisa e só então se pronuncie.
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    “HOUDINI”: Crookes, posso lhe falar, com a tranquilidade de um especialista, que hoje (neste século, até a presente data) espiritos não comunicam nem se manifestam dentre os vivos de forma alguma. Se o futuro trará novidades temos de esperar para ver. Quem sabe a espiritualidade não deu um tempo para recarregar baterias e retorne nos próximos anos ativa e dando demonstrações mais claras e objetivas de que estão em sintonia conosco? Conforme lhe falei, decorreu cerca de meio século desde suas esforçadas testagens. De lá até aqui nada que mereça crédito se registrou: os espíritos continuam se manifestando na escuridão ou mandando recadinhos domésticos. Não há coisa alguma que demonstre dois mundos, povoado por inteligências, harmonizando entre si. Se há comunicação sem dúvida alguma tem algo errado nesse processo, por isso creio que seja razoável conceder moratória aos desencarnados para que melhorem a metodologia comunicativa. Cinquenta anos é tempo mais que suficiente. Em 1970 nossos sucessores ou presenciarão coisas admiráveis qual o intercâmbio produtivo e construtivo entre duas dimensões ou terá findado com o assunto por ser demonstrado completa irrealidade. Quem viver verá.
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    Saudações fraternas do amigo Houdini.
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    FIM DA EXCURSÃO AO PASSADO, NESTE ITEM.
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    ARDUIN: Agora me diga, Vladimir: como é que ela fez tudo isso segurando um contato com uma mão e mantendo o outro na dobra do joelho e esses contatos estavam fixos na parede? Impossível que o fizesse dessa maneira. Tudo isso o Polidoro, que LEU O RELATÓRIO DO CROOKES, varreu para baixo do tapete. Se dissesse a verdade a respeito, a casa dele cairia, pois não teria como afirmar que “não há mais dúvidas de que tal truque de fato ocorreu”.
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    COMENTÁRIO ATUAL: quando Fay contou a Houdini que substituíra o contato das mãos pela dobra do joelho estava dando apenas um resumo dos acontecimentos. Não consta que tenha contado o passo a passo do procedimento. Houdini apenas registrou a informação, sem se interessar em descrevê-la minuciosamente. Reclamar hoje que o escritor não se manifestou conforme acha que deveria não faz o menor sentido.
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    ARDUIN: – Esse dito do Ronaldo Cordeiro foi de um debate que participei com ele na extinta Sociedade da Távola Redonda (ops! Sociedade Terra Redonda). Infelizmente foi numa época em que eu ainda tinha pouco conhecimento da coisa e por isso o debate não foi produtivo. Fosse hoje eu usaria como tema a devastação que o poder da fé pode fazer na mente do sábio cético e usando o texto Polidoro como argumento.
    Se fosse verdade o que Cordeiro disso, então os céticos poderiam ficar militando tranquilamente na sua área de conforto e simplesmente fariam risinhos bobos dos argumentos que nós espíritas apresentamos.
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    COMENTÁRIO ATUAL: se dirigisse ao seu opositor tal argumento apenas inseriria um quesito a ser respondido. Em nada mudaria o fato de que as pesquisas de Crookes com materialização não frutificaram.
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    ARDUIN: Mas o problema é que a natureza tem horror ao vácuo. Se tudo o que aconteceu foi que Crookes foi enganado por espertalhões com truques bobos e infantis, tudo o que seria preciso para desmoralizá-lo seria demonstrar que, por tal truque bobo e infantil, estaria perfeitamente explicado o que ocorreu lá na biblioteca dela com a Ana Eva Fay. Só que o truque bobo de substituir uma mão pela dobra do joelho NÃO EXPLICA o que aconteceu, conforme você viu, Vladimir. Então vem o desespero cético: ela teria usado um resistor, ela teria usado clipes e fios flexíveis, ela teve ajuda do namorado (Crookes), e por aí vai.
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    COMENTÁRIO ATUAL: quem está a dizer que Crookes fora ludibriado com “truques bobos e infantis” é sua pessoa. Truques de mágica não são bobos e infantis, costumam ser simples no processo, mas sofisticados o suficiente para que o expectador não perceba de que modo o engodo se perpetua. E se Fay não explicou como o truque foi realizado, dando apenas um informe resumido, nada se pode dizer dos passos que seguiu para chegar ao desfecho, podemos somentes especular sobre como o procedimento se concretizou.
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    ARDUIN: Mas nós temos a confissão que ela fez a Houdini e ela só fala da junta do joelho. Nada diz de cúmplice, nem de fios, nem de tiras de pano molhadas, nem de resistor, nem de clipes e fios. NADA DE NADA. E aí vem de novo o DESESPERO CÉTICO: sacomé, ela já era uma velha caduca, esqueceu de muitas coisas, etc e tal…
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    Aqui nem carece de comentário atual, basta o passado para esclarecer.
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    VOLTA AO PASSADO:
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    ARDUIN: – Exatamente, meu caro. Polidoro leu tanto o relatório do Crookes como o livro do Houdini onde a baita besteira está dita. Ora bolas! Se Polidoro não estivesse empenhado em defender a fé cética, notaria que alguma coisa estava muito errada. O que Houdini relata é TOTALMENTE ABSURDO e se Polidoro não fosse um cético sábio, culto, racional e inteligente, teria notado isso.
    SUBSTITUIR UMA MÃO PELA JUNTA DO JOELHO ATÉ SERIA ALGO POSSÍVEL, mas não lhe permitira distribuir livros e objetos às testemunhas. Lendo o relatório do Crookes, dá pra se ver isso nitidamente. Mas o Polidoro ficou com o Houdini e declara NÃO HAVER MAIS DÚVIDAS DE QUE O TAL TRUQUE DE FATO OCORREU. Deus me livre, que mentira cabeluda!
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    MONTALVÃO: Arduin acho tem hora que você se surpreende a si mesmo… agora reconhece que a troca do contato da mão para a dobra do joelho é viável. Mas, para não ficar na desvantagem encontrou outra dificuldade, que pretende explorar pelos próximos vinte anos. Diz você: “mesmo com a mão livre a mulher não podia fazer o que fez fraudulentamente, pois os fios não lhe permitam ampla movimentação”. Ora, Arduin, nos poupe e poupe sua inteligência. Fay era uma ilusionista e certamente não seria um fiozinho curto que lhe impediria de realizar o truque. Se o mais difícil ela fizera, que foi manter os contatos e libertar as mãos, acha que não conseguiria um jeito de ligar um fio extensor ao contato original? Estou vendo que não quer esclarecer coisa alguma, é mais confortável ficar na teimosa negativa. Em vez de gastar tempo com ligações elétricas, como se fosse fosse (você ou algum de seus interlocutores) especializado em mágicas, faça vista panorâmica dos estudos sobre materialização e veja que não progrediram, mostrando que não havia real fundamentação para as alegações de que materializações acontecem. Faça isso e garanto que será feliz…
    FIM DO PASSADO.
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    COMENTÁRIO ATUAL: Arduin, essas incursões ao que se foi estão se mostrando altamente produtivas e talvez sirvam para lhe clarear a memória e (quem sabe?) fazê-lo deixar Crookes de lado, passando a estudar as materializações atuais o que fatalmente o levará a concluir que espíritos nem cocomunicam, muito menos têm a faculdade de construir corpos para si.
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    Conforme noticiou o profeta Antonio: isto é questão de tempo…

  213. Vladimir Diz:

    Gorducho,

    Especificamente a respeito da relação Deus, Spinoza, e Substância:
    http://www.uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/a_concepcao_imanente_de_deus_em_espinosa.pdf

  214. Gorducho Diz:

    Certo, Analista Влади́мир, não lobrigo erros no texto…
    E.g.:
    Em último momento, pelo menos no que é de valia para nossa investigação, encontramos a oportunidade de especificar o que seria então o que Espinosa chama de modos da substância. Os modos, seriam todas as coisas que, de certo modo, representam a própria existência da substância, enquanto existência real e não metafísica. Se colocarmos em pauta este ponto, podemos inferir que os modos, de certa maneira, nos mostram a substância, já que é através dos modos, que os atributos são representados, exprimindo tanto o aspecto crucial da substância quanto do próprio atributo em si.
     
    É como no meu exemplo: a lógica da programação seria a substância – o Deus do Spinoza -; os modos da substância seria o código, as classes, os métodos. Mas não é a Substância e não faz parte da Substância. São manifestações no universo físico da existência da Substância.

  215. Gorducho Diz:

    Влади́мир

  216. Gorducho Diz:

    Desculpe, saiu truncado não sei porque… 🙁

  217. Gorducho Diz:

    o interpretador não reconheceu o acento… 🙁

  218. Contra o chiquismo Diz:

    “Botanico diz:

    Enquanto não me apresentarem nenhuma refutação decente quanto ao que Crookes & Cia Bela fizeram, então posso manter minha fé de que o trabalho deles foi decente ao menos. Coisa que as refutações céticas não têm o hábito de ser.”

    Certo , se foi verdade mesmo, pode se repetir nos dias de hoje.

    Mas o lero lero ‘espirita’ diz que a época dos ‘fenômenos’ já passou, e que estamos na época do ‘estudo’ e da ‘reforma íntima’…

    Assim, creem sem provas, apenas questão de FÉ.

    O pior é a sectária FEB afirmar em seu site que ‘espiritismo’ é ‘ciência’ (óbvio que não se prova = pseudociência) .

    A mentira que consola é que é o bom…

  219. Marciano Diz:

    Estou aparvalhado em ver que Gorducho escreve em qualquer língua aqui, do grego ao russo. Ele ainda reclama de um acento.
    Gorducho seria um bom medium para escrever recados da vovozinha em mandarim espelhado.

  220. Contra o chiquismo Diz:

    Em coopta eu diria…

  221. Contra o chiquismo Diz:

    corrigindo: copta.

  222. Gorducho Diz:

    Será que o CX falava ⲘⲉⲧⲢⲉⲙ̀ⲛⲭⲏⲙⲓ?
    (pois que ele segundo se sabe foi a Hatshepsut…)

  223. Antonio G. - POA Diz:

    Arduin, seu empenho é digno de nota. Mas você não refuta a afirmação de que os alegados “fenômenos cientificamente comprovados” são sempre muuuuuuuuuuuito antigos e, por isso mesmo, de impossível aferição. Não consegue desmentir a provocação que faz o Contra o chiquismo quando diz que “se foi verdade mesmo, pode se repetir nos dias de hoje”. Para mim, é mais do que óbvio de que os experimentos de Crookes não foram beeeeeeeeeeem assim como estão registrados. O problema é que você acredita que, só porque está escrito, é verdadeiro. Deixa de lado o bom senso e continua se apegando à crença, ao desejo de que seja verdade.
    Mas, como eu venho dizendo, seus dias de crente estão contados. Você dá pinta de que está “por um fio” para capitular. Essa sua crença não combina com você, pelo que nos é dado conhecer de sua inteligência.

  224. Antonio G. - POA Diz:

    Além do mais, os grandes conhecimentos científicos de Crookes cabem num laptop de brinquedo, destes que têm uma dúzia de musiquinhas infantis e ajudam as crianças pequenas a reconhecer as letras do alfabeto e os números de zero a dez.
    Arduin, você sabe muito bem disso…

  225. Vladimir Diz:

    Antonio disse: Além do mais, os grandes conhecimentos científicos de Crookes cabem num laptop de brinquedo, destes que têm uma dúzia de musiquinhas infantis e ajudam as crianças pequenas a reconhecer as letras do alfabeto e os números de zero a dez.
    COMENTARIO: Antonio, Antonio, não vá me dizer que não considera o Crookes cientista também???

  226. Gorducho Diz:

    Uns dos comentários existentes esparsos no livro da Juliana Hidalgo referem-se a discrepâncias entre artigos dele e anotações das séances. Ainda, nos experimentos c/a KK ele nem menciona os participantes, aparentemente porque eram notórios espiritualistas, ou seja em vernáculo: Crentes.
    Não, não era bem assim. Por isso eu concluo que ele acabou caindo na real e por vergonha destuiu as fotos.
    Note que as que vazaram vazaram, ele não as queria publicadas. E havias as estereoscópicas…
     
    PROFESSOR… ou que informar possa… O que vem a ser essas fotos stereos? Causaram o escândalo no IMI relatado pelo Rudolf Lambert…

  227. Montalvão Diz:

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    GORDUCHO: É como no meu exemplo: a lógica da programação seria a substância – o Deus do Spinoza -; os modos da substância seria o código, as classes, os métodos. Mas não é a Substância e não faz parte da Substância. São manifestações no universo físico da existência da Substância.
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    COMENTÁRIO: em sendo assim, Spinoza não pode ser nominado “panteísta”, sim panenteísta, ou não?

  228. Marciano Diz:

    Arduin está com todos os sintomas de estar obsediado pelo Crookes, Houdini e Cia. Bela. Só pode ser obsessão.

  229. Gorducho Diz:

    Não, ele não era panteísta no sentido usual do termo. O Deus dele é o fluxo, o élan vital (p/mim a melhor definição…). Uma das dificuldades é entender que substância não é na nossa substância físico-química, ou seja, não é o Fluído Universal sob qualquer uma de suas formas ponderabilizadas ou não.
    É a essência metafísica dos escolásticos.

  230. Gorducho Diz:

    O élan-vital é o crescimento da árvore, mas não é a árvore. Evidentemente o crescimento e degeneração progressiva da árvore evidenciam a existência do élan-vital, mas não o integram.
    Por isso eu digo sempre que sabemos que nada sabemos acerca do Universo em suas essencialidades (se é que as haverá…). I.e., antes que reclamem: é claro que sabemos que se tomarmos o avião aí após 10;30h chegaremos em Paris graças ao GPS (antes o ILS e antes as bússolas a fluído magnético ou elétrico) + a gasolina. Refiro-me ao essencial. O porque disso tudo…
    Então: rotular nossa ignorância como “Deus” em nada ajuda. Mas, se essa muleta psicológica ajuda à maioria da humanidade, como bem sublinha o Analista Vladimir, tanto que bem.
    Antes de passar a consultar o presente Sítio, me autodenominava agnóstico. Agora me considero ateu porque não vejo nenhum motivo para introduzir entidades imaginárias.
    E que o Universo não tem propósito me parece visto. O Kardec, dentro das características do século XIX, dogmatizou o tal Progresso. Deu no que deu: os terrícolas superexplodiram populacionalmente mais do que coelhos e destruíram o planeta!
    Mais uma vez o Kardec se deu mal!

  231. Gorducho Diz:

    ILS INS

  232. Gorducho Diz:

    Arduin está com todos os sintomas de estar obsediado pelo Crookes, Houdini e Cia. Bela. Só pode ser obsessão.
     
    E é… acho que devemos encaminha ele aos cuidados do Sr. Arnaldo em BSB…
    By the way: será que a equipe do Professor conseguiu encaminhar aquele espírito que combateu junto ao Profeta e desde então vagava por aí (e que aprendeu português n’alguma missão existente no umbral ,concluo…)?

  233. Montalvão Diz:

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    Montalvão: “Você está entendendo que Fay teria aproveitado o zeramento da leitura para realizar o logro, mas não foi isso que Houdini informou: o que ela teria aproveitado fora a escuridão. No escuro, os pesquisadores não teriam como acompanhar as variações do aparelho.”
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    MARCOS ARDUIN: – Como é que não podiam? A luz projetada na escala de leitura era produzida pela chama de UMA VELA. Mas pelo jeito você já nem lembra mais do que foi discutido. Houdini não disse que ela se aproveitou da escuridão, até porque diz que a força caiu POR UM SEGUNDO.
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    COMENTÁRIO: ora, como alguém poderia medir um segundo de queda de luz? A expressão é modo de dizer, qual como se fala: “espere um segundo”. O “um segundo” de Houdini significa que a ausência de energia se deu por pouco tempo, mas o suficiente para que a moça agisse. A luz que iluminava o galvanômetro era a de uma vela, você informa. Porém aqui temos vários problemas, confira: 1) Fay falou que o caso aconteceu num teatro: não podemos ter certeza de que se trata dos mesmos eventos; 2) a “luz que caiu” foi a de uma lâmpada elétrica, o que reforça a suposição de que não se trate do episódio que considera ser.
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    Seu ataque soviético a Houdini é deveras pasmante. O livro que o mágico escreveu fazia comentários resumidos aos erros dos pesquisadores da mediunidade, não se pode querer que o autor fosse aos detalhes, como é o seu atual desejo. Mas, há uma forma de solucionar a encrenca: contate Houdini mediunicamente (você tem como fazer isso, sendo médium e conhecendo médiuns) e obtenha diretamente dele as respostas.
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    Mas, o que será que Houdini afinal falou de Crookes? Muitos aqui ouvem você dizer que Houdini é um mentiroso bestalhão, mas não têm ideia da base em que se apoia para a asseveração. Vamos ver o trecho de “Um mágico contra o espiritualismo” em que a pessoa de Crookes é referida. A “tradução” é minha e do Google, portanto relevem erros.
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    Primeiro o original:
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    HOUDINI: “Perhaps the most prominent man in this respect and whose conclusions, especially in his later years, were pointed to by Spiritualists as being beyond dispute was the eminent chemist, Sir William Crookes. He became intensely interested in Spiritualistic research work as early as 1870 and for the first four years devoted most of his attention to D. D. Home, who seemed successful in baffling Crookes’ super-knowledge of scientific investigation. In 1874 he turned his attention to Florrie Cook, a fifteen year old medium who had been commanding attention for about three years. She seems to have captivated him within the first month to such an extent that he went to her defense in print after a “disgraceful occurrence” had given rise to a “controversy,” after which he entertained her at his house. The most convincing test, though, took place at her home in Hackney. In February, 1874, he wrote: “These seances have not been going on many weeks but enough has taken place to thoroughly convince me of the perfect truth and honesty of Miss Cook, and to give me every reason to expect that the promises so freely made to me by Katie will be kept. All I now ask is that your readers will not hastily assume that everything which is prima facie suspicious necessarily implies deception, and that they will suspend their judgment until they hear from me again on this subject.”
    It was not long, evidently, before the scientist awoke from his dream, for on August 1st, 1874, he wrote to a Russian lady that after four years of investigation, including months of experience with Home, Katie Fox, and Florence Cook, he found “no satisfactory proof that the dead can return and communicate.” A copy of this letter was sent by Aksakoff to Light, and was published in that journal on May 12, 1900. “Sir W. Crookes did not dissent.”* Sometime along about 1875 forty-four photographic negatives which he had made of Katie King and her medium, Florrie Cook, together with what prints he had, were, for some reason not given, accidentally destroyed and he forbade friends who had copies to reproduce them. He must have made some sort of a discovery for he “buried himself in a sulky silence which he would not break” for forty years.
    * “Spiritism, a Popular History,” by Joseph McCabe.
    “No one knew whether he was a Spiritualist or not,” his only statement being that “in all his Spiritualistic research he had ‘come to a brick wall.'”* In 1914 when asked plainly if he were a Spiritualist “he evaded the question.” Perhaps the change in his opinions came over him when he learned that Florence Cook (who became Mrs. Corner) was exposed** on a continental tour and sent back disgraced. But in 1916, notwithstanding his statement in 1900 and other previous statements, he went on record in the December 9th issue of Light as accepting Spiritualism.
    All of this stands as proof that Professor Crookes, even after he was knighted, was of a vacillating mind and for some reason seemed to be deficient in rational methods of discovering the truth, or at least disinclined to put them in force outside of his particular line of science. Possibly, one of the convincing proofs to him may have been the “tricks” played on him by Annie Eva Fay, for if I am not in error his failure to detect her trickery was the turning point which brought him to a belief in Spiritualism. She told me that when Maskelyne, the magician, came out with an expose of her work she was forced to resort to strategy. Going to the home of Professor Crookes she threw herself on his mercy and gave a series of special tests. With flashing eyes she told of taking advantage of him. It appears that she had but one chance in the world to get by the galvanometer*** but by some stroke of luck for her and an evil chance for Professor Crookes, the electric light went out for a second at the theatre at which she was performing, and she availed herself of the opportunity to fool him. One of the tests was duplicated by Professor Harry Cooke, a magician.
    * “Master Workers,” McCabe.
    ** Florence Cook was repeatedly exposed.
    *** The “galvanometer” is an instrument used to control the medium. It is an electric device provided with a dial and two handles, so constructed that if the medium were to let go of either handle the contact would be broken and the dial fail to register. The medium in fooling the sitter simply placed one of the handles on the bare flesh under her knee and gripping it there with her leg kept the circuit intact and left one hand free to produce “spirits.”
    There is not the slightest doubt in my mind that this brainy man was hoodwinked, and that his confidence was betrayed by the so-called mediums that he tested. His powers of observation were blinded and his reasoning faculties so blunted by his prejudice in favor of anything psychic or occult that he could not, or would not, resist the influence.* This seems more difficult to comprehend when one remembers that he did not accept Spiritualism in full until he was nearing the end of his earthly career. The weakness and unreliability of Sir William’s judgment as an investigator is further proved by the fact that he admitted that many of the tests he proposed were rejected by the mediums he was investigating. Such conditions made the test impossible and he did not seem to realize it, but notwithstanding all this he is one of the most quoted authorities in Spiritualistic realms, particularly by Sir Arthur Conan Doyle.”
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    AGORA A “TRADUÇÃO” [as partes mais cabeludas de compreensão estão entre colchetes]:
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    HOUDINI: “Talvez o homem mais importante a este respeito e cujas conclusões, especialmente em seus últimos anos, foram apontados pelos espíritas como sendo indiscutíveis, foi o eminente químico Sir William Crookes .
    Ele tornou-se muito interessado no trabalho de investigação espírita já em 1870, e nos quatro primeiros anos dedicou a maior parte de sua atenção para DD Home, que parecia bem sucedido em produzir efeitos desconcertantes. Em 1874, ele voltou sua atenção para Florrie Cook, com cerca de quinze anos, que demandou sua atenção por cerca de três anos. Ela parece ter cativado Crookes logo no primeiro mês, a tal ponto que partiu para em sua defesa na imprensa depois de uma “ocorrência vergonhosa”, que tinha dado origem a uma “controvérsia”, após o qual ele a manteve em sua casa. A prova mais convincente, porém, ocorreu em sua casa em Hackney. Em fevereiro de 1874, ele escreveu: ” Estas sessões não ocorreram por muitas semanas, mas o suficiente aconteceu para me convencer completamente da verdade perfeita e honestidade de Miss Cook, e para me dar todas as razões para esperar que o compromisso tão livremente feito a mim por Katie será mantido. O que peço agora é que os leitores não suponham apressadamente que tudo o que é, prima facie, suspeito implica, necessariamente, decepção, e que eles suspendam o seu julgamento até que ouvirem-me novamente sobre este assunto.”
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    Não demorou muito, evidentemente, que o cientista acordasse do seu sonho, pois em 1º de agosto de 1874 , ele escreveu para uma senhora russa que, após quatro anos de investigação, incluindo os meses de experiência com Home, Katie Fox e Florence Cook, ele não ter encontrado “nenhuma prova suficiente de que os mortos podem voltar e se comunicar “. Uma cópia desta carta foi enviada por Aksakoff para o Light, e foi publicado nesse jornal em 12 de maio de 1900: ” Sir W. Crookes não dissidente”.* Em algum momento, ao longo de 1875, cerca de quarenta e quatro negativos fotográficos que fizera de Katie King e seu médium, Florrie Cook, [juntamente com o que imprime o que tinha], foram, por algum motivo que não explicou, acidentalmente destruídos e ele proibiu os amigos que tinham cópias de reproduzi-los. Ele deve ter feito algum tipo de descoberta pessoal e “enterrou-se num silêncio mal-humorado que ele não iria quebrar ” por quarenta anos.
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    * “O Espiritismo , uma História Popular “, de Joseph McCabe .
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    “Ninguém sabia se ele era um espírita ou não”, sua única declaração é que ” em toda a sua pesquisa espírita que ele tinha ” chegado a uma parede de tijolos. ” *
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    * ” Trabalhadores mestre”, McCabe .
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    Em 1914, quando perguntado claramente se ele fosse um espírita “, ele evitou o questão. ” Talvez a mudança em suas opiniões apoderou-se dele quando soube que Florence Cook (que se tornou a Sra. Corner) foi flagrada ** em uma turnê continental e enviado de volta desmoralizada. Mas em 1916, apesar de sua declaração de 1900 e outras declarações anteriores, ele foi registrado na edição de dezembro de 9 de Ligth como favorável ao Espiritismo.
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    ** Florence Cook foi exposta repetidamente.
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    Tudo isso é uma prova de que o Professor Crookes , mesmo depois que ele foi nomeado cavaleiro, era de uma mente vacilante e por algum motivo parecia ser deficiente em métodos racionais de descobrir a verdade, ou pelo menos não gostava muito de colocá-los em vigor fora de seu da linha da ciência. Possivelmente, uma das provas convincentes podem ter sido os “truques” jogados sobre ele por Annie Eva Fay, pois, se não estou em erro a sua incapacidade de detectar sua trapaça foi o ponto de viragem que o levou a uma crença no Espiritismo. ELA ME DISSE que quando Maskelyne, o mago, saiu com uma denúncia de seu trabalho, foi forçada a recorrer à estratégia. Indo para a casa do Professor Crookes rogou por sua misericórdia e deu uma série de testes especiais. COM OLHOS BRILHANTES, ELA DISSE QUE TIRARA PROVEITO DELE. Parece que Fay teve apenas uma chance no mundo para conseguir passar pelo galvanómetro *** mas por algum golpe de sorte para ela e uma má oportunidade para o professor Crookes mal, a luz elétrica parou por um segundo no teatro em que ela estava a realizar, e Fay aproveitou-se da oportunidade para enganá-lo. UM DOS TESTES FOI DUPLICADO PELO PROFESSOR HARRY COOKE, UM MÁGICO.
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    O *** ” galvanômetro ” é um instrumento usado para controlar o meio. É um dispositivo elétrico equipado com um mostrador e duas alças, construído de tal forma que, se o médium deixasse seu lugar o contato seria quebrado e a marcação pararia de registrar. O meio de enganar o investigador foi simplesmente colocando uma das alças na carne nua em seu joelho e agarrando-a lá com a perna mantendo o circuito intacto e à esquerda uma mão livre para produzir “espíritos “.
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    Não há a menor dúvida em minha mente que este homem inteligente foi ludibriado, e que sua confiança foi traída pelos chamados médiuns que ele testados. Seus poderes de observação foram cegados e suas faculdades de raciocínio tão embotado por seu preconceito em favor de qualquer coisa psíquica ou oculto que ele não podia, ou não queria, resistir à influência. * Este parece ser mais difícil de compreender quando se lembra que ele não aceitou Espiritismo na íntegra até que ele foi se aproximando do fim de sua carreira terrena. A fraqueza e falta de confiabilidade do julgamento de Sir William como um investigador está ainda provado pelo fato de que ELE ADMITIU QUE MUITOS DOS TESTES QUE ELE PROPÔS FORAM REJEITADOS PELOS MÉDIUNS QUE ELE ESTAVA INVESTIGANDO. Tais condições fizeram o teste impossível e ele não parecia perceber, mas apesar de tudo isso, ele é uma das autoridades mais citadas em sítios espíritas, especialmente por Sir Arthur Conan Doyle.”
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    COMENTÁRIO: pois é com essa resumida apreciação de Houdini que Arduin entende tratar-se de um escamoteador da realidade dos fatos. Entretanto, parte do que Houdini diz, Arduin admite, como, por exemplo, o entrevero entre Fay e Maskeline. Observe-se, ainda, que o trecho repudiado por Arduin é aquele em que Houdini reporta o que teria ouvido de Fay. Quer dizer, se alguém deu falsa informação teria sido a mulher não o autor do escrito. Se Arduin declarasse que a apreciação de Houdini fosse insuficiente para uma ampla avaliação do trabalho de Crookes, até faria sentido, mas alegar que Houdini agredisse a verdade com seu comentário é evidente exagero.
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    MARCOS ARDUIN: Mas como disse, Moisés: NADA PODE SALVAR NEM HOUDINI, NEM POLIDORO. A casa de Crookes era iluminada por chama de gás e assim o era o seu laboratório e a biblioteca. Nesta foi deixado apenas um bico de gás aceso no mínimo. O laboratório foi iluminado normalmente. Então isso INUTILIZA todo e qualquer argumento em favor da suposta confissão feita ao Houdini. E se este nem percebeu que foi enganado, isso se deu porque NADA LEU a respeito do Crookes, escrito por este próprio.
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    COMENTÁRIO: Houdini e Polidoro não precisam de “salvação”, você é que cultiva essa ideia torta. O que precisaria fazer, antes de crucificar arbitrariamente seus antipáticos, seria investigar se houve evento qual Fay relatou a Houdini, ou mesmo assemelhado. Depois de esgotar essa possibilidade, aí sim, seria válido concluir que Fay mentira (ou estivesse, pela idade, confundindo as coisas, e Houdini caíra na conversa da moça. Enquanto não der conta desse empreendimento, tudo o que dizer poderá ser usado contra você.
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    Além disso, necessário se faz considerar que Houdini estava em condições privilegiadas para avaliar as investigações de Crookes. Primeiro ele tinha sua própria experiência com médiuns e, sendo um profissional do ilusionismo, sabia como poucos perceber as artimanhas dos manhosos, habilidade que faltava em Crookes. Depois, havia decorrido meio século entre as pesquisas do cientista inglês e Houdini que, como bom observador, sabia que nada do que fora realizado no campo do espiritualismo frutificara, o que lhe permitia (como permite a nós – a alguns de nós – igualmente) clara percepção da irrealidade das materializações e outros fenômenos atribuídos à ação de mortos. Essa parte, naturalmente, não consegue adentrar seu juízo, pois feriria de morte suas certezas. É, pois, de certo modo, compreensível sua atitude.
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    TOINHO: “as supostas “provas científicas” da existência de espíritos, mediunidade, reencarnação, etc. Isso, lamento, não dá prá respeitar.”
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    MARCOS ARDUIN: – Seu Antônio Gê de Porto Alegre e Saltitante, os experimentos de Crookes NUNCA PROVARAM que há espíritos na condição de serem almas que animaram pessoas. O máximo que ele provou foi que observou fenômenos incomuns, para os quais NÃO ACHOU qualquer explicação por meios ilusionistas ou fraudulentos. E não foi por falta de tentar.
    .
    COMENTÁRIO: êpa! Há uma grande fluorescência duradoura no fim do túnel! Então estamos conversados: para Crookes seus experimentos foram bons, mas para o restante da humanidade (descontados os crentes) não são satisfatórios nem convincentes. Acrescente-se o fato de que essa gama de fenômenos não se confirmou ao longo do tempo e DESCOBRIREMOS QUE ESTAMOS DE ACORDO! Percebe o significa desta constatação?!
    .
    Parabéns, hermoso Arduin, demorou para atingirmos um ponto comum de concordância, porém chegamos, ufa!. Vou guardar suas enternecedoras palavras para a posteridade! Continuarei a responder seus comentários só pela satisfação, visto que o essencial está harmonizado…
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    MARCOS ARDUIN: Convencido da realidade do que viu, chamou inclusive seus colegas para verem o que ele via, mas a maioria nem sequer topou e o poucos que toparam, NUNCA desmentiram Crookes. Os que nunca deram as caras fizeram como os sábios céticos de ontem, hoje e do amanhã: inventam explicações mirabolantes que só convencem a quem nunca leu ou estudou a coisa (são a maioria, infelizmente).
    .
    COMENTÁRIO: que se saiba, o convite de Crookes foi dirigido especificamente a um dos chefões da SPR, não convidou indistintamente a quem quisesse apreciar o fenômeno que fosse. Crookes selecionava criteriosamente quem participaria dos experimentos. Fala-se que Volkman (o quase desmascarador de Florence Cook) teve que insistir bastante até ser admitido no círculo restrito.
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    “E sempre as remissões bibliográficas a cientistas muito, mas muito antigos. A ciência abandonou, faz tempo, os estudos sobre estes temas.”
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    MARCOS ARDUIN: – O fato de serem antigos, não interessa. O que importa é que o pessoal descrente poderia ao menos fazer alguma refutação decente. Mas se nem isso consegue… A Ciência nunca estudou nada disso. Quem estudou foram alguns cientistas que aplicaram o método científico nos seus estudos dos fenômenos”
    .
    COMENTÁRIO: o fato de serem antigos não é importante, o importante é não ter havido continuidade no conhecimento, isso atesta que, por mais cativantes que (para alguns) sejam os relatórios apologéticos de Crookes, algo não detectado pelo investigador estava presente, e esse algo, de modo algum, comungava em favor da legitimidade do evento…
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    “Restou a fé.”
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    MARCOS ARDUIN: – Exatamente. Temos a fé cega dos sábios céticos, que creem no Houdini como um grande bambambam no estudo desses fenômenos, nos Jules Bois da vida, que inventam histórias sem nenhum vislumbre de prova e por aí vai. Respeitável turma essa.
    .
    COMENTÁRIO: Houdini foi, realmente, um bambambam na investigação dos fenômenos mediúnicos: respeitado (e temido) até por seus mais ferrenhos detratores. E você nada pode fazer quanto a isso, a não ser não gostar. Se ele cometeu erros (e quem não os comete?) o fato é que seu trabalho foi um dos mais eficientes de sua época na demonstração da irrealidade da ação de mortos dentre os vivos.

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    MARCOS ARDUIN: Enquanto não me apresentarem nenhuma refutação decente quanto ao que Crookes & Cia Bela fizeram, então posso manter minha fé de que o trabalho deles foi decente ao menos. Coisa que as refutações céticas não têm o hábito de ser.
    .
    COMENTÁRIO: infelizmente, a “refutação decente” que sua exigente pessoa requer é praticamente impossível de ser produzida, eis que os envolvidos todos mortos. O que podemos fazer é conjeturar sobre os erros de Crookes e observar que nada do que pareceu demonstrado pelo cientista se confirmou no decorrer dos anos. Se isso não lhe for sucificiente e quiser a reprodução exata, ou quase, dos eventos para devidamente avaliá-los vai ter que investir muito, mesmo assim sem garantia de satisfação, e sem dinheiro de volta.
    .
    Seja como for, Arduin, sua nota que em meu caderninho oscilava entre zerinho e um, agora subiu para 9,5, graças a sua clarificadora declaração, que faço questão de reprisar ipsis litteris:
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    ARDUIN: os experimentos de Crookes NUNCA PROVARAM que há espíritos na condição de serem almas que animaram pessoas. O máximo que ele provou foi que observou fenômenos incomuns, para os quais NÃO ACHOU qualquer explicação por meios ilusionistas ou fraudulentos. E não foi por falta de tentar.
    .
    O profeta Toinho tava certo!

  234. Marciano Diz:

    Calma aí, Montalvão.
    Arduin sempre oscilou entre total credulidade e uma quase constatação da realidade.
    Ele vai ter uma recaída.
    Também sou profeta.
    .
    Na verdade, essa aparente melhora talvez seja fruto dos trabalhos de desobsessão, conforme sugerido por Gorducho.

  235. Marciano Diz:

    Para vocês que estão perdendo tempo rediscutindo o sexo dos anjos e a ciência e filosofia dos períodos pré-cambrianos, aconselho darem uma olhada na tese do novo tópico, onde pode-se ver no que eu o espiritismo francês e suas ramificações, com as colônias espirituais chiquistas, divaldistas, marinzeckistas, euriclidistas, etc.

  236. Marciano Diz:

    “… no que DEU o espiritismo…”.
    .
    Estou com a mãe esquerda machucada, usando tala, e meu teclado continua assombrado.

  237. Marciano Diz:

    mãe é o c%$*&%@! MÃO esquerda.

  238. Contra o chiquismo Diz:

    “Antonio G. – POA Diz:
    novembro 27th, 2014 às 8:07 AM
    Mas, como eu venho dizendo, seus dias de crente estão contados. Você dá pinta de que está “por um fio” para capitular. Essa sua crença não combina com você, pelo que nos é dado conhecer de sua inteligência.”

    IMAGINO O CONSTRANGIMENTO DELE COM TAMANHA INTELIGÊNCIA AO COMEÇAR A REUNIÃO PÚBLICA ‘ESPIRITA’…
    Agora meus irmãos, vamos dar início a leitura da nossa página de preparação da reunião de hoje. O nosso irmão botânico vai ler a mensagem de nº54 intitulada “Fariseus” na página 121 do livro “Vinha de Luz” ditada pelo ‘espirito’ emmanuelpadreanchieta ao ‘medium’ CX.. e logo após, o mesmo (irmão botânico) fará a prece de abertura da reunião…

    SEI QUE ELE PENSA EM NÓS…(vomita por dentro…)

    E quando acende a luz violeta para se dar os passes?

    Pensa mais ainda em NÓS. (faz arakiri perispiritual)
    ESSA É A REALIDADE. NÓS ESTAMOS NO MEIO DELE.. NÓS NÃO SAÍMOS DE CIMA DELE. E ELE NÃO SAI DO SÉCULO 19.

    Sabe ele muito bem que se abandonar a crença e assumir a nova posição, todos (quase todos ao menos) amigos de longas datas mudarão até de calçada quando o virem na rua. Será como uma testemunha de Jeova desassociada. Não há religioso mais arredio , prepotente, dono da verdade e arrogante que o ‘espirita’ quando tem sua fé contestada e seu calo doutrinário pisado.

    Na certa, o professor das plantas apenas por hábito natural e automático nos classifica como ‘não evoluídos’ por não entendermos a d.e. Kardec chega a arrogância de colocar nos últimos capítulos do ESE, a prece pelos inimigos do ‘espiritismo’ mostrando uma falsa piedade e compaixão para quem não entende a d.e. …
    Ora…

    ***duvido muito muito que o professor das flores faça essa prece do ESE por nós… na verdade, espera o momento de ir nos pilheriar no umbral..

  239. Marciano Diz:

    Contra, o Arduin é um caso raro (talvez único) de dissociação da personalidade em que duas personalidades convivem simultaneamente, como se cada hemisfério cerebral fosse independente do outro.
    Ele é cético com relação às espiritices e espiritóide, ao mesmo tempo.
    Bizarre…

  240. Contra o chiquismo Diz:

    Marciano, será que na frente do antigo (falecido) delegado Fleury do DOPS de SP ele manteria a mesma posição?

  241. Antonio G. - POA Diz:

    Vladimir, cientista que acredita em espíritos não é cientista. É pseudocientista. Além do mais, Crookes nasceu há quase dois séculos! Tenha piedade de mim! Um cara deste tempo sabia menos de ciência do que um aluno mediano do 2º grau de hoje. Crookes levaria pau no Enem.

  242. Vladimir Diz:

    Montalvão diz: em sendo assim, Spinoza não pode ser nominado “panteísta”, sim panenteísta, ou não?
    COMENTÁRIO: Não, pois Spinoza identifica Deus com a Natureza de tal modo que pode-se dizer que nega a realidade da existência
    para tão somente admitir a existência de Deus.

    Gorducho diz: O Deus dele é o fluxo, o élan vital (p/mim a melhor definição…)
    COMENTÁRIO: Não podemos confundir o Elan-Vital Bergsoniano com a Substância Spinozista.
    São conceitos completamente diferentes, ontologicamente diferentes…

    Gorducho diz: O élan-vital é o crescimento da árvore, mas não é a árvore. Evidentemente o crescimento e degeneração progressiva da árvore evidenciam a existência do élan-vital, mas não o integram.
    COMENTÁRIO: Exatamente definiu bem o elan-vital Bergsoniano. Podemos dizer que ele é análogo ao conceito de “Vontade de Viver” de Schopenhauer
    Mas isso nada tem que ver com o conceito de Substância Spinozista.
    O Elan-Vital de Bergson, ou a Vontade de Viver de Schopenhauer é um impulso, uma “energia” que norteia toda a realidade a vida e a existência.
    Já a Substância de Spinoza não é uma “energia” ou um impulso ela é a própria realidade material, a propria existência.
    Para Bergson (assim como para Schopenhauer) existe um impulso, uma força, uma “energia” que faz a Arvore crescer, e existir.
    Para Spinoza a Substância é a Árvore, ou seja é a essencia metafísica da Árvore.
    No caso de Bergson (e Schopenhauer) você tem a Arvore e você tem um impulso, que junto com a árvore (mas não identificado com ela) faz a árvore existir.
    No caso de Spinoza você tem a árvore e apenas ela. Não há um impulso (separado ou junto). A Substância identifica-se com a Árvore.
    Ela não é um impulso que faz a Arvore existir, ela é a existência da Árvore.
    Percebe a diferença?

    Veja o comentário de Goethe sobre a Filosofia de Spinoza em uma carta a Jacobi de 12.01.1785:
    “Tu reconheces a realidade suprema que é o fundamento de todo o espinosismo, sobre o qual
    repousa e do qual procede todo o resto. Ele não demonstra a existência de Deus, a existência é Deus.”

    Vladimir

  243. Vladimir Diz:

    Antonio disse: Vladimir, cientista que acredita em espíritos não é cientista. É pseudocientista. Além do mais, Crookes nasceu há quase dois séculos! Tenha piedade de mim! Um cara deste tempo sabia menos de ciência do que um aluno mediano do 2º grau de hoje. Crookes levaria pau no Enem.
    COMENTÁRIO: Mas se caminharmos nessa sua lógica, então Newton levaria “pau no Enem”?
    E Da Vinci?
    Aristóteles então?
    Eu até entendo você detrair os 97,6% da população que acredita em um deus e dizer que eles são irracionais (acho petulante, mas entendo)
    entretanto detrair os grandes gênios da História da Humanidade é para além de qualquer arrogância; é ingenuidade.
    Isso sem falar no Anacronismo gritante…
    Crookes desenvolveu pesquisas que no futuro viriam culminar com a criação do CRT que possibilitou a criação da Televisão e etc…
    Além disso ele era “Sir” e recebeu a Royal Medal do Governo Inglês.
    E você Antonio, qual a sua contribuição para a História do Pensamento Humano???

  244. Gorducho Diz:

    O Sr., Analista Vladimir está confundindo substância no nosso conceito com a substância metafísica escolástica do Spinoza.
    Tentando lhe dar outro exemplo: Deus (do Spinoza) seria O FOGO – o processo, não as chamas ou as reações químicas detectadas pela ciência materialista :mrgreen:
    A chama, as rações químicas, não são O FOGO (não são a deusa Vesta…).
    E sim, considero o mesmo que a vontade de vive do Schopenhauer. Essa divindade É a “lei natural”. Ela não criou nada e nem tem conhecimento de si própria, e nem pode “fazer” nada.
    Por isso eu digo que é apenas um rótulo para nosso desconhecimento acerca das cousas…

  245. Gorducho Diz:

    […] e você tem um impulso, que junto com a árvore (mas não identificado com ela) faz a árvore existir.
     
    Exato! Esse impulso, não identificado com a árvore, e impulso esse que nem sabe que a árvore existirá, é o Deus do Spinoza!

  246. Vladimir Diz:

    Gorducho disse:Tentando lhe dar outro exemplo: Deus (do Spinoza) seria O FOGO – o processo, não as chamas ou as reações químicas detectadas pela ciência materialista
    COMENTÁRIO: É justamente aí que está nó górdio da querela…
    No meu entendimento (e também no dos comentadores de Spinoza como Joaquim de Carvalho, Marilena Chauí, Carl Gebhardt, Antonio Negri etc…) o Deus de Spinoza, não é o “processo do fogo” ou para usar uma definição Aristotélica não é a “Forma” do Fogo (se fosse esse o caso eu concordaria com o Sr. e poderíamos dizer que Spinoza simplesmente retoma Aristóteles, pelos Escolásticos) mas sim a matéria Fogo (incluindo as partículas, átomos e etc).
    Foi somente por isso que Einstein disse acreditar no “deus de Spinoza”.
    E foi somente por isso que o Frank Tipler (fisíco cristão) brincou e disse: Mas sendo assim todos os físicos acreditam e Deus, porém não vejo conforto em rezar para a Lei da Gravidade…”
    Gorducho disse: E sim, considero o mesmo que a vontade de vive do Schopenhauer
    COMENTÁRIO: Pois é tá considerando errado…”Vontade Viver” “Elan Vital” é diferente de Substância (Metafísica), que por sua vez é diferente do sentido que Spinoza dá para o conceito de Substância.
    Gorducho disse: Ela não criou nada e nem tem conhecimento de si própria, e nem pode “fazer” nada.
    COMENTÁRIO: Poderia ser uma interpretação válida para a Metafísica de Schopenhauer, mas não para a de Spinoza
    Repito o comentário de GOETHE a Filosofia de Spinoza destacando as partes que entendo relevantes:
    Veja o comentário de Goethe sobre a Filosofia de Spinoza em uma carta a Jacobi de 12.01.1785:
    “Tu reconheces a REALIDADE suprema que é o fundamento de todo o espinosismo, sobre o qual
    repousa e do qual procede todo o resto. Ele NÃO demonstra a existência de Deus, a EXISTÊNCIA é DEUS.”

  247. Vladimir Diz:

    Godrucho disse: Exato! Esse impulso, não identificado com a árvore, e impulso esse que nem sabe que a árvore existirá, é o Deus do Spinoza!
    COMENTÁRIO: Esse “impulso” poderia ser muito bem o Elan Vital de Bergson, a “Vontade de Viver” de Schopenhauer, o até mesmo a “Vontade de Poder” de Nietzsche, mas jamais o “Deus de Spinoza”.
    O “Deus de Spinoza” não é o impulso da árvore ele é a árvore.
    Spinoza tem um nome especial para esse impulso (termo que ele toma de Hobbes) ele denomina “Conatus”.
    Conatus e Deus para Spinoza tem significados distintos.

  248. Gorducho Diz:

    Claro, o Deus do Spinoza é a forma do fogo. Isso mesmo.
    É como eu lhe estou a dizer: essas pessoas se criaram dentro do ambiente cultural escolástico, e tentam enquadrar a divindade ao conceito que eles apreenderam – mesmo que depois fosses “ateus”.
    Quanto ao Einstein achar ou não achar, a mim tanto se me dá pois me acostumei a pensar com o meu neurônio imerso em lipídios…

  249. Gorducho Diz:

    O Einstein também dogmaticamente eliminou o éter, bateu boca c/o De Sitter e se deu mal…
    foi contra a QM…
    Pensemos por nós sem argumentos de autoridade…
    Mas claro, ao tentar interpretar o Spinoza, devemos tentar interpretar o que ele queria dizer, e não qual divindade nós achamos que governa qual região do universo.

  250. Vladimir Diz:

    Gorducho disse: Claro, o Deus do Spinoza é a forma do fogo. Isso mesmo
    COMENTÁRIO: Pelo visto não vamos chegar a um consenso.
    Pelo que me consta o Sr não é da área (da Filosofia) e tampouco trouxe algum comentador de Spinoza que referendasse a sua tese: “A Forma de Aristóteles e a Substância de Spinoza seriam a mesma coisa que por sua vez é a mesma coisa que a “Vontade” de Schopenhauer e o “Elan vital” de Bergson…”

    De outro modo eu trouxe as referências tanto do Joaquim Carvalho (comentador Portugues de Spinoza) quanto a interpretação de Goethe (que reflete toda a interpretação do Sturm und Drang sobre Spinoza).
    Também trouxe um artigo escrito por um acadêmico pesquisador de Spinoza.
    Só resta a mim recomendar uma Bibliografia para que conheça melhor esse fascinante pensador que é Spinoza:

    Introdutória:
    Espinosa – Marilena Chauí – Editora Moderna
    Espinosa – Roger Scruton – Editora Unesp
    Spinoza – Andre Scala – Estação Liberdade

    Comentadores de Spinoza (básico)
    Espinosa – Gilles Deleuze – Editorial Escuta
    A Anomalia Selvagem – Antonio Negri – Editora 34
    Spinoza I & II – Martial Gueroult – Paris-Montaigne
    Le Spinozisme – Victor Delbos – Vrin
    Introduction à l’Éthique de Spinoza – Pierre Macherey – PUF
    A Nervura do Real – Marilena Chauí – Cia das Letras

    Obras de Spinoza:
    Ética – Tradução Thomaz Tadeu – Ed Autentica
    Obras Completas – Tradução J.Guinsburg – Ed Perspectiva
    Espinosa Os Pensdores – Tradução Joaquim de Carvalho e Marilena Chauí – Editora Abril Cultural

    PS: Lembrando que as três correntes dominantes dentro da Academia sobre os comentadores de Spinoza são: Martial Gueroult, Pierre Macherey e Marilena Chauí

    PS2: Tem um livro de um comentador de Spinoza que ao meu ver “resume” essa Bibliografia mais extensa que é:
    Spinoza – Carl Gebhardt – Ed Losada.

  251. Vladimir Diz:

    Errata: “A Forma de Aristóteles e a Substância de Spinoza seriam a mesma coisa que a “Vontade” de Schopenhauer e o “Elan vital” de Bergson…”

  252. Vladimir Diz:

    Gorducho disse: Pensemos por nós sem argumentos de autoridade
    COMENTÁRIO: O problema de “pensar por si mesmo” é que quando pensamos que estamos sendo geniais, na verdade estamos apenas “reinventando a roda” ou pior…
    Como diria Newton: “Se vi mais longe foi por estar de pé sobre ombros de gigantes”

    PS: Vide o caso do nosso “carrasco de Cientistas” Antonio tal qual Dom Quixote contra os Moinhos…rs

  253. Gorducho Diz:

    Eu não trouxe nenhum comentador do Spinoza, eu trouxe o explícito esclarecimento do próprio.
    Então: essas pessoas tentam enquadrar o Spinoza dentro do arcabouço mental delas herdado dos catecismos que absorveram pelo ambiente cultural – i.e., mesmo que sendo ateus, &c.
     
    Quanto à questão do Crookes já lhe disse: a bipolaridade que ocorre quando saem de suas esferas e tentam empregar a ciência para “comprovar” crenças religiosas. Daí ficam transtornados e aprontam o que aprontam, como o Crookes e o Richet.

  254. Vladimir Diz:

    Gordurcho disse: Eu não trouxe nenhum comentador do Spinoza, eu trouxe o explícito esclarecimento do próprio
    COMENTÁRIO: Se o Sr. acha que uma carta resume toda a obra filosófica de Spinoza…
    Esqueça o Gebhardt é melhor ler a Bibliografia Completa…
    Gorducho disse: Então: essas pessoas tentam enquadrar o Spinoza dentro do arcabouço mental delas herdado dos catecismos que absorveram pelo ambiente cultural
    COMENTÁRIO: Não Sr., esses acadêmicos passam a vida estudando a obra de um Filósofo, (fazem Graduação, Mestrado, Doutorado, Pós-Doutorado, vide o exemplo da Prof.Marilena Chauí) a luz de toda a tradição precedente filosófica precendente e posterior.
    O Sr. tem todo o Direito de ter sua “interpretação pessoal” sobre Spinoza (ou qualquer outro filósofo que queira) mas tenha consciência que isso não passa de diletantismo sem nenhum valor acadêmico.
    PS: Se me permite a admoestação cuidado para não terminar fazendo par com o Antônio, imagine a dupla: “O Destruidor de Cientistas” e o “Destruidor dos Acadêmicos” rs

  255. Vladimir Diz:

    Correção: “a luz de toda a tradição filosófica precedente e posterior”

  256. Montalvão Diz:

    Montalvão diz: em sendo assim, Spinoza não pode ser nominado “panteísta”, sim panenteísta, ou não?
    .
    VLAD: Não, pois Spinoza identifica Deus com a Natureza de tal modo que pode-se dizer que nega a realidade da existência para tão somente admitir a existência de Deus.
    .
    COMENTÁRIO: deveras, sempre achei que Spinoza fosse panteísta, porém a considerar a consideração do Gorducho, tive a impressão de que da substância spinozista emana o universo, estando ela, a substância, dele apartado, por isso minha inquirição. Confira.
    .
    GORDUCHO falou: É como no meu exemplo: a lógica da programação seria a substância – o Deus do Spinoza -; os modos da substância seria o código, as classes, os métodos. MAS NÃO É A SUBSTÂNCIA E NÃO FAZ PARTE DA SUBSTÂNCIA. São manifestações no universo físico da existência da Substância.
    .

  257. Marciano Diz:

    Que tamanho desvio de perspectiva! De biografia de Rivail a discussões filosóficas de quase 500 anos passados.

  258. Vladimir Diz:

    Montalvão disse: deveras, sempre achei que Spinoza fosse panteísta, porém a considerar a consideração do Gorducho, tive a impressão de que da substância spinozista emana o universo, estando ela, a substância, dele apartado, por isso minha inquirição. Confira.
    COMENTÁRIO: Essa interpretação do Gorducho é heterodoxa e pessoal. Não é corroborada pela Tradição (vide a transcrição que eu fiz do Goethe) e nem pelos comentadores de Spinoza.
    Atualmente temos duas linhas de comentadores a respeito dessa questão em Spinoza: Uma linha defende que Spinoza era Ateu e Materialista (Marilena Chauí, Pierre Macherey, Etienne Balibar) e outra que defende que Spinoza era Panteísta e Monista mas não Materialista (Gebhardt, Gueroult,) eu prefiro a segunda “linha”.
    Spinoza era Panteísta, Imanentista, e Monista. Mas não era Materialista e muito menos Dualista (como o Gorducho acredita).

  259. Vladimir Diz:

    Montalvão disse: Que tamanho desvio de perspectiva! De biografia de Rivail a discussões filosóficas de quase 500 anos passados
    COMENTARIO: Tudo por causa do Einstein rs

  260. Montalvão Diz:

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    Sobre Spinoza, vi uma tese que me pareceu interessante, não a li por inteiro, mas há partes muito boas. Deixo um trechinho do final (nela constam caracteres gregos que aqui não são reproduzidos).
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    .
    MODOS DA SUBSTÂNCIA OU MODOS DE SER (RESSOAR)
    .
    Segundo Spinoza, a natureza, tal qual a percebemos, é constituída por entes finitos que ele denomina de modos, ou seja, singularidades de uma substância (Deus), que se manifesta simultaneamente como coisas extensas (matéria) ou como coisas pensantes (ideias). Deus é então uma coisa extensa e pensante assim como todos os seus modos, sendo um campo fundamental e fundamentante do real no qual o homem é, tal qual qualquer outro ente, um modo singular finito. Na filosofia de Spinoza, o real, expresso por leis eternas da natureza, não pode assim depender de como é descrito, falado, imaginado ou pensado pelo homem ou qualquer um dos modos, pois o pensamento é atributo infinito da substância, e não de seus modos. Assim, para Spinoza, não é o homem que se expressa através de uma linguagem que descreve a natureza, mas é esta que se expressa através do homem quando ele a descreve através da linguagem, agora já vigorando, como um ??????(logos) heraclitiano.
    .
    Desta forma, não só a linguagem como o próprio pensamento não são privativos do homem, mas estão na natureza e no mundo oferecendo-se ou projetando-se sobre ele para que os faça viger, sendo precisamente neste sentido, e não em outros, que ele se distingue dos demais entes (ou modos): porta-voz da linguagem e mensageiro do ser. É no homem que afluiriam ser e linguagem numa correspondência, que Heráclito denominou de ???????????(homologein), falar como o Logos fala, corresponder ao Logos na mencionada unidade da natureza ?????????(“tudo é um”).
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    “(…) ouvindo o som que o Logos diz só se pode filosofar em língua própria, e para ser exato e coerente, a partir de um Logos ouvido como acontecimento da diferença que a Tudo une no mesmo Um”.
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    Pois da mesma forma, em Spinoza, não é o homem que pensa, mas sim a Substância-Deus, através de cada um de seus modos, inclusive o homem.
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    “A alma (mente) humana é parte da inteligência infinita de Deus; e, conseqüentemente quando dizemos que a alma humana percebe tal ou tal coisa, não dizemos senão que Deus, não enquanto é infinito, mas enquanto se exprime pela natureza da alma humana, ou seja, enquanto constitui a essência da alma humana, tem tal ou tal idéia (…)”.
    .
    E o que se chama vulgarmente de “vontade de Deus’’, não é mais do que as leis da natureza em ato, e a vontade singular do homem (ou de qualquer outro modo) deve submeter-se também às leis mais gerais através das quais a natureza evolui como um fluxo natural e único. Portanto, homens, pedras, planetas ou estrelas não possuem, segundo Spinoza, qualquer livre arbítrio individual, pois que todo o universo segue um fluxo determinado por suas leis naturais, estas sim universais, invariantes e independentes de como, e por quem, são observadas, uma vez serem elas, modos infinitos imediatos da Substância-Deus (ver capítulo VI) e segundo Einstein não há nada que faça que o determinismo do universo se detenha na mente humana11. Assim, a liberdade da vontade não se encontra num plano modal (individual), mas, sim, é atributo da totalidade substancial, trata-se assim de uma cosmoliberdade. Segundo Spinoza, somente Deus é absolutamente livre, pois como ser infinito não pode ser constrangido a agir por outro(s) ser (es).
    .
    Cabe agora dialogar com Spinoza, contrapondo-lhe alguns questionamentos inevitáveis. Não seria um retorno às origens naturais da condição humana, um retrocesso a partir do qual ficaria obliterado o processo civilizatório constituído, ao longo dos últimos séculos? Em suma, o rompimento com a filosofia do sujeito poderia dar conta da história da civilização e particularmente da Física? Trata-se de uma árdua e incômoda tarefa pensar a História, a partir da condição humana como ente natural finito, e esboçar os contornos do fenômeno humano, a partir de sua naturalidade. Como entender, dessa forma, a construção pelo espírito humano das ciências, das artes, da linguagem, da política e da própria Filosofia, em suma, de todas as ontologias regionais, que não seja através de sua condição de sujeito? Afinal pedras não filosofam, plantas não compõem sinfonias e estrelas não estão submetidas às paixões humanas. Negar ao homem a sua singularidade é tão absurdo quanto isolá-lo do restante da natureza à qual pertence.
    .
    Sigo conjeturando com duas metáforas muito simples que poderão ser facilmente imaginadas pelos leitores. Na primeira delas, o homem é comparado a um esplêndido computador que recebe digitados no teclado os dados a serem computados pelo processador central. Nesta metáfora, o teclado seria o corpo e suas sensações, enquanto a mente, reduzida ao cérebro, o processador. Eventualmente esta formidável máquina poderia exprimir suas ideias simplesmente falando ou as imprimindo numa folha de papel. Esta é de fato uma imagem que bem representa a ideia vigente do homem-calculador. No entanto, podemos imaginá-lo também de uma forma distinta. Quando sintonizamos um rádio em uma determinada frequência, captamos ondas hertzianas que navegam no espaço vazio com a mesma frequência sintonizada no rádio. Um novo ajuste de sintonia no dial e uma nova frequência (emissora) passará a ressoar. O som ouvido não é próprio do rádio, mas uma ressonância dos circuitos deste, em resposta aos estímulos vindos do espaço vazio. Podemos então entender que o homem é um modo de ser capaz de ressoar as frequências da natureza, quando ambos são dispostos em sintonia ressonante. Da mesma forma, como existem rádios mais bem antenados, mais sensíveis, que podem captar com poucas distorções o que vem do espaço, enquanto outros emitem estranhos ruídos devido ao mau posicionamento de sua antena ou à pouca sensibilidade de seus circuitos, também os homens podem ressoar com mais ou menos precisão e intensidade os apelos da natureza. Temos assim formadas as imagens do homem calculador e a do homem ressonante. É neste sentido que o homem pode ser considerado um ente singular, pois é capaz de ressoar vários modos de ser: o pensar, o ouvir, o fazer artístico, o fazer científico, o poetar, o compor musical. Quando ele é capaz de ressoar dentro de si, o logos universal, ele estará disposto a falar como o logos fala, ou seja, ao homologuein. Assim, o homem tornar-se-á porta-voz do logos e mensageiro do ser ou modo pensante do Pensamento, pois, um modo finito qualquer da substância pode manifestá-la como Linguagem-que- a-Substância-fala (as leis da Natureza) ou Pensamento-que-a-Substância-pensa (as boas teorias científicas).
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    Percebe-se que tanto na obra de Spinoza quanto no pensamento filosófico de Einstein vige o homem ressonante, ao invés do calculador ou construtor de representações. É esta ressonância humana com a natureza que nos sinaliza, em seguida, para a proposta de uma pedagogia spinozista da Física, pois tanto mestre como aprendizes estarão imersos nas forças da natureza, fazendo ressoá-las dentro de si.
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    PONCZEK, RL. Deus ou seja a natureza: Spinoza e os novos paradigmas da física [online]. Salvador:
    EDUFBA, 2009. 352 p. ISBN 978-85-232-0608-6. Available from SciELO Books
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  261. Montalvão Diz:

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    VLADIMIR: Atualmente temos duas linhas de comentadores a respeito dessa questão em Spinoza: Uma linha defende que Spinoza era Ateu e Materialista (Marilena Chauí, Pierre Macherey, Etienne Balibar) e outra que defende que Spinoza era Panteísta e Monista mas não Materialista (Gebhardt, Gueroult,) eu prefiro a segunda “linha”.
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    COMENTÁRIO: desses, ressalto Chauí que, desde que se tornou estrela-militante do PT arrumou diversos desafetos, do qual se destaca o filósofo ultradireidista Olavo de Carvalho. Olavo postou em seu site artigo de José Maria e Silva, a respeito do spinozismo de Marilena, seguido de seus comentários. Apresento-os ilustrativamente.
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    Marilena Chauí: A segunda excomunhão de Espinosa
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    Discípula bastarda do filósofo holandês, a uspiana Marilena Chauí mostra que é filha legítima de Marx e transforma Espinosa num militante do MST
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    por JOSÉ MARIA E SILVA
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    Publicado no Jornal Opção, de Goiás, em 10 de outubro de 1999
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    O filósofo holandês Baruch de Espinosa foi excomungado pela primeira vez na noite de 27 de julho de 1656. Os rabinos da comunidade judia de Amsterdã se reuniram em assembléia e, enquanto uma trompa se pôs a arrastar uma nota agônica, começou a ser lida a sentença de excomunhão do pensador: “Com o julgamento dos anjos e a sentença dos santos, anatematizamos, execramos, amaldiçoamos e expulsamos Baruch de Espinosa, estando de acordo toda a sagrada comunidade, reunida diante dos livros sagrados”.
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    As luzes iam-se apagando, uma a uma, simbolizando Deus que se afastava, e todas as maldições do Antigo Testamento foram recaindo sobre ele, com o peso milenar das profecias: “Que ele seja execrado durante o dia e execrado à noite; seja execrado ao deitar-se e execrado ao levantar-se; execrado ao sair e execrado ao entrar. Que o Senhor nunca mais o perdoe ou aceite; que a ira e o desfavor do Senhor, de agora em diante, recaiam sobre esse homem, carreguem-no com todas as maldições escritas no Livro do Senhor e apaguem seu nome de sob o firmamento”.
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    E a todos os judeus foi ordenado que se afastassem de Espinosa: “Por meio deste documento ficai, portanto, avisados de que ninguém poderá manter conversação com ele pela palavra oral, ter comunicação com ele por escrito; de que ninguém poderá prestar-lhe nenhum serviço, habitar sob o mesmo teto que ele, aproximar-se dele a uma distância de menos de quatro cúbitos e de que ninguém possa ler qualquer papel ditado por ele ou escrito por sua mão”. A trompa se calou e a última luz foi apagada – a escuridão selou a maldição de Baruch de Espinosa.
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    Onze anos antes, nessa mesma sinagoga, quando o jovem Espinosa tinha apenas 15 anos, ocorreu a retratação de Uriel Acosta, um jovem e inflamado pensador que escrevera um livro negando a imortalidade da alma. Sua penitência foi deitar-se no umbral da sinagoga, enquanto os membros da comunidade passavam por cima de seu corpo. Como Espinosa faria depois, ele poderia ter recusado a penitência e aceitado a maldição. Não o fez. Sentindo-se profundamente humilhado, Acosta, quando retornou à casa, escreveu mais um libelo contra sua comunidade e matou-se com um tiro. O calmo Espinosa foi muito mais forte – não se retratou e saiu da religião dos judeus para entrar na filosofia do Ocidente.
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    Para os alunos que assistiram à palestra da filósofa uspiana Marilena Chauí, na quinta-feira, 7, na Universidade Federal de Goiás, a excomunhão de Espinosa da comunidade judaica deve ter tido a mesma causa que a expulsão de Marx de Paris quase dois séculos depois – pura agitação política. Como alertou o filósofo Olavo de Carvalho, numa entrevista ao Jornal Opção, o Espinosa de Marilena Chauí é um “petista avant la lettre”. Os alunos saíram de sua palestra convencidos de que devem render-se à evidência de três axiomas: a) Baruch de Espinosa foi um incendiário precursor de Marx; b) a filosofia é uma bandeira de luta contra o neoliberalismo; c) a invasão de terras do MST é a maiêutica socrática da revolução.
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    Autora do recém-lançado A Nervura do Real, pretensa bíblia sobre Espinosa, Marilena Chauí conseguiu impingir aos alunos que assistiram sua palestra um filósofo imaginário e uma filosofia falsificada – sob o silêncio abonador dos professores e o aplauso embasbacado dos alunos. Sua palestra foi pontuada por risos de aprovação e aplaudida de pé no final, com direito a grunhidos de um estudante. Embalado pela assunção do corpo ao lugar da alma, sutilmente empreendida por Marilena, esse jovem deve ter-se sentido adequadamente dionisíaco, num ambiente filosófico, ao exprimir seu contentamento numa atitude rupestre. O motivo de arrancar tanto entusiasmo com uma filosofia tão intrincada como a de Espinosa é que Marilena Chauí encontrou para ela a solução final – a revolução.
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    Foi assim que concluiu a leitura de sua conferência, entrecortada por explicações de improviso, em que a pimenta socialista dava um calor tropical ao gelo quase nórdico da filosofia de Espinosa. Apesar de tradutora e comentadora do Espinosa da coleção Os Pensadores, Marilena Chauí subverteu a ética e a política do filósofo holandês, fazendo dele um irredutível materialista. Apenas porque, ante uma maioria de prováveis leigos no assunto, não lhe foi difícil apagar o lastro profundamente religioso da filosofia de Espinosa (que Novalis chamava de “homem intoxicado de Deus”) para ficar apenas com o empenho do filósofo em tratar o homem não como um estranho à natureza, mas como parte dela. Nesse mote, Marilena aproveita para glosar até um discreto hedonismo, chegando quase a proclamar a hegemonia do corpo e seus prazeres sobre a alma e seus deveres.
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    Ao menos foi assim que boa parte dos alunos deve ter entendido sua conferência. Tanto que o primeiro a empunhar o microfone para lhe fazer pergunta foi um aluno que, durante toda a palestra, procurou aparecer mais do que a convidada: com a cabeça toda raspada e óculos brancos espelhados, deitou-se no chão, ao pé da mesa da conferencista, de costas para o público, com os ombros no piso baixo e os pés no alto, sobre o estrado. E seus pés, realçados por meias brancas, foram propositadamente cruzados sob o rosto de Marilena Chauí, relativamente próximos dele. A atitude desse estudante, muito mais irritante pela tolice do que pela suposta irreverência, acabou se tornando o sintoma de uma grave crise da inteligência brasileira na medida em que foi exatamente ele que se mostrou um porta-voz da revolução, indagando à mestra o que fazer para concretizá-la, já que seus colegas lhe pareciam conformistas.
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    Marilena Chauí, se tivesse entendido de fato Espinosa, mandaria o menino primeiro transformar a si mesmo, domando suas paixões exibicionistas, para depois domar o mundo. Mas como professor deixou de ser farol para ser faísca, o que ela fez foi dizer exatamente o contrário – massageou o ego do rapaz e confessou-se esperançosa com o futuro do país, porque acredita que o movimento estudantil está despertando e que os estudantes estão carregando os professores para a revolução. Julgando insuficiente essa crença destituída de fundamento, perpetrou outra – que o MST é o paradigma crítico ao neoliberalismo, digno de seguidores até mesmo nas universidades. Como tudo isso foi dito à sombra da nobre filosofia de Espinosa, dá para imaginar o rebuliço que o pobre filósofo fez em seu túmulo. Sorte que sua filosofia, ao contrário do que pensa Marilena, é sobretudo conformista, e se Espinosa soubesse o que ela perpetra em seu nome, nada mais faria do que dar de ombros, certo de que a eternidade do todo encarregar-se-ia de corrigir a parte momentaneamente afetada pelas paixões de sua bastarda discípula brasileira.
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    Quase no final da conferência, alguém perguntou a Marilena Chauí, por escrito, o que ela achava das críticas do filósofo Olavo de Carvalho à filosofia da USP. Marilena remexeu-se na cadeira, sacudiu a cabeça e disse que iria fazer uma confissão – nunca leu nada de Olavo de Carvalho. Disse que só soube da existência dele quando da polêmica com Osvaldo Porchat, segundo ela, motivada pelas distorções propositalmente feitas por Carvalho no pensamento de seu colega. E se atreveu mais ainda na difamação a Olavo de Carvalho, enfileirando cerca de meia dúzia de xingamentos para defini-lo, entre eles, “cafajeste” e “pulha”. Marilena xingou-o de modo elíptico, atribuindo essas classificações a uma pessoa que lhe sugeriu não se importar com as críticas de Olavo de Carvalho, já que ele não presta como pessoa e “vive de pegar carona na obra alheia”. Como boa discípula bastarda de Espinosa que é, ela fez o contrário do que esse mestre que tomou de empréstimo faria – aceitou uma causa externa (a fofoca da pessoa amiga) e não foi conferir com sua própria razão (a causa interna essencial a um filósofo) se correspondiam ou não à realidade os adjetivos impingidos a Olavo de Carvalho.
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    Marilena chegou a dizer que Olavo de Carvalho não tem obra e que faz filosofia na Internet, como se o pensamento fosse afetado por seu veículo no mesmo grau em que a música é afetada pela qualidade de seu instrumento. Da platéia, tive vontade de interferir. Não lembrando que Sartre, ex-guru da USP, fazia filosofia em botequim, movido a uísque, nem usando o próprio Espinosa no combate à conferencista, mas valendo-me de armas mais modestas. Pensei apenas em lembrar a Marilena que, se até a Inquisição que ela tanto critica procurava conhecer as bruxas antes de queimá-las, produzindo tratados sobre bruxaria, que direito tem um filósofo de desqualificar um adversário sem antes ler o que ele escreve? A atitude da autora de A Nervura do Real é um caso nada exemplar de neurose da realidade.
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    Porque negar existência intelectual a Olavo de Carvalho não elide do pensamento contemporâneo do país as agudas críticas que ele fez à filosofia uspiana, especialmente a José Américo Mota Pessanha e à própria Marilena Chauí.
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    Não quero dizer com isso que Olavo de Carvalho seja o senhor da razão. Penso até que exagera em suas críticas à esquerda, algumas delas equivocadas. Mas a atitude da filosofia acadêmica, que antes de lê-lo se põe a difamá-lo, em nada contribui com a formação dos alunos. Ela parte da pequenez intelectual, incapaz de absorver a torrencial argumentação de Olavo de Carvalho, e deságua no pensamento dogmático, responsável pela ruína da educação brasileira em todos os níveis. Para entender esse estado de sítio em que se meteu a inteligência no país, só mesmo lendo o monumental O Jardim das Aflições, de Olavo de Carvalho, em que, descontados alguns daqueles exageros contra a esquerda, tem-se um límpido e ousado panorama crítico das idéias no mundo ocidental, com a vantagem de nele se incluir o Brasil.
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    Tudo de um modo desassombrado, típico do pensador paulista.
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    Entretanto, Marilena Chauí parece não ter tempo de ler esse tipo de livro. Desconfio que seu estudo de Espinosa nada tem de “afinidade eletiva”, como tenta fazer crer; é somente uma obrigação burocrática ditada pelo caminho quase sem volta das pesquisas de pós-graduação – eles botam o sujeito no trilho acadêmico e o descarrilam para a inteligência. Como explicar que alguém que transpira Marx possa adorar Espinosa? Em duas entrevistas (nas revistas República e Caros Amigos), ela deixa transparecer esse equívoco. Conta que começou a estudar Espinosa a partir de uma conferência de um professor. E o fez porque, ao ouvi-lo, entendeu ter Espinosa criado uma filosofia que suprime o pecado, a culpa, o livre-arbítrio, a onisciência divina e oferece somente felicidade e alegria.
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    O professor não corrigiu esse primeiro erro e, então, Marilena saiu pelo mundo a fazer de Espinosa um gauche na vida.
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    Na palestra na faculdade, sua despreocupação com a correção do intelecto chega ao absurdo. Um aluno lhe perguntou se por trás dos hábitos – como não tomar sorvete numa audiência na Justiça ou não ir de terno para a praia – haveria algum tipo de coerção voltada para algum interesse político. Até essa pergunta esconsa, que exige uma resposta capaz de atualizar o autor dela com o abecedário antropológico, ganhou de Marilena uma exegese de sabor marxista. Isto é, a mestra disse exatamente o que o discípulo queria ouvir, inaugurando uma espécie de teoria conspiratória dos costumes. Citando apenas dois exemplos de moda ditada pela classe dominante (um deles o uso da bengala pelos burgueses, em substituição à espada que eram impedidos de usar), ela teve a coragem de fazer de todos os costumes uma imanência do poder político, mais nada. O que é cuspir sobre a mais elementar noção de cultura. Provavelmente, não teria coragem de escrever semelhante asneira (em que pese ter escrito outras, devidamente denunciadas por Olavo de Carvalho), mas não se importou em proferi-la, levianamente despreocupada com o fato de que a maioria de seus ouvintes toma suas palavras por verdade e, preguiçosamente, não corrige com a leitura o que ela desconserta com sua loquacidade.
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    Entretanto, a mais grave distorção que Marilena Chauí fez do pensamento de Espinosa, na conferência da UFG, foi sem dúvida a sua insistência em reduzir a filosofia a uma “crítica do presente”, expressão que transformou num refrão. Também fiquei com vontade de perguntar à filósofa uspiana o que é o presente para sua filosofia. Em essência, o presente não passa de uma ilusão dos sentidos, suprimido a cada átimo de segundo pelo passado que se acumula e pelo futuro que se exaure.
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    Historicamente, como parece ser o sentido que Marilena quis dar à sua expressão, o presente exige mais que a instantaneidade do jornalismo. Se é assim, porque Marilena Chauí, em sua conferência, não falou o nome do presidente Fernando Henrique Cardoso, preferindo demonizá-lo, chamando-o de “Desgraça”? Há menos de 20 anos, Fernando Henrique era um paradigma para ela e seus colegas. Ora, se Marilena não é capaz de ponderar esse passado tão presente até na sua vida, fica claro que, ao propor aos seus alunos que façam a “crítica do presente”, ela está, na verdade, confundindo filosofia com jornalismo e exigindo que o presente deles seja as fronteiras do aqui-agora. É a filosofia oscilando entre o artigo de jornal e as teses do PT.
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    Mas se Marilena Chauí tenciona fazer de todo filósofo um mero comentarista de jornal, que escolha como mestre um Voltaire, um Rousseau, ou mesmo um Montaigne. Espinosa não serve. A própria Marilena Chauí sabe disso, como se percebe nos dois volumes de Espinosa que preparou para a série Os Pensadores. Entretanto, a necessidade de afagar o ego da juventude, para transformá-la em militância, fizeram de seus consideráveis estudos filosóficos desprezíveis panfletos políticos, que transformaram a Faculdade de Filosofia da UFG numa Praça do Bandeirante. E nesta manhã de 7 de outubro de 1999, o filósofo Baruch de Espinosa foi excomungado pela segunda vez – para melhor engessá-lo na militância, Marilena Chauí o expulsou da filosofia. Mais algumas ovações, e ela o transforma em ideólogo do MST.
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    Post-scriptum cafajestíssimo
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    por Olavo de Carvalho
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    Pouco tenho a acrescentar às notas do valente jornalista goiano José Maria e Silva. Apenas o seguinte:
    Como D. Marilena confessa que não leu nenhum de meus escritos, sua opinião sobre eles ou sobre o autor vale, exatamente, um peido.
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    Metade de um peido, se tanto, vale a autoridade do acadêmico que, admitindo desconhecer o assunto, opina sobre ele em público com ar de quem sabe o que diz, enganando a platéia que nela depositou sua confiança.
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    Já a confiabilidade de uma criatura que, desconhecendo não somente os escritos mas também o autor, se aventura desde o alto da cátedra a imputar-lhe má conduta pessoal, sem ter a alegar em favor desta arriscada conjetura senão um zunzum ouvido de testemunha anônima, essa então escapa, por infinitesimalidade intrínseca, à possibilidade de ser medida em peidos humanos.
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    Requer a escala flatulencial dos micos.
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    17/10/99
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    Nota de rodapé ao Post scriptum cafajestíssimo
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    Alguns meses antes de receber do jornalista José Maria e Silva o relato do que D. Marilena fôra dizer de mim lá em Goiás — e que na mesma hora chegou a mim na Europa –, redigi para a segunda edição de meu livro O Jardim das Aflições, ainda hoje em preparo, a seguinte nota de rodapé que, por absoluta pertinência ao caso, hei por bem reproduzir nesta homepage:
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    Algum tempo após os acontecimentos comentados neste livro, D. Marilena, graças a substancial ajuda oficial e privada, retirou-se por seis anos da agitação pública para, entre as dores e júbilos da criação, finalmente dar existência escrita ao livro-mito que desde duas décadas antes já era celebrado, pelo seleto círculo dos que o leram dos lábios da autora, como obra magna destinada a fazer da ex-musa do Departamento de Filosofia da USP a intérprete e porta-voz definitiva do filósofo judeu holandês Baruch de Spinoza, coisa que na idade dela, se não resolve, ao menos eleva, honra e consola. A Nervura do Real, com mil páginas de texto mais duzentas de notas em volume separado, saiu pela Companhia das Letras em 1999. Trata-se de uma mixórdia formidável, onde soltando perguntas a esmo sem conseguir formular um problema central, D. Marilena, na conclusão, diz finalmente a que veio: veio provar que Spinoza, por menos que o suspeitasse, era no fundo materialista e até mesmo um tanto petista. O livro foi aplaudidíssimo por pessoas que, admitindo-se incapacitadas para lê-lo, declaravam ver nisto uma prova das excelsas qualidades da obra. Fora disto, A Nervura do Real foi lido apenas pelos revisores e – horresco referens – por este que lhes fala. [Nota da 2ª ed.]
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  262. Vladimir Diz:

    Esta tese do Ponczek é muito boa.
    Eu tinha lido algum tempo atrás.
    Ele sendo Físico fez uma aproximação interessante entre a Física e o Pensamento de Spinoza.
    Em relação ao Olavo eu tenho que concordar, apesar de reconhecer a importância do trabalho da ProfªMarilena Chauí, de fato essa interpretação que ela dá ao pensamento Spinozista não me agrada muito.
    Mas ela não é única.
    Muitos Marxistas Franceses no final dos Anos 70 fizerem esse resgate de um Spinoza “Ateu e Materialista” na tentativa de suplantar a importância de Hegel no pensamento de Marx.
    Todos esses pensadores eram discípulos diretos de Louis Althusser como o Pierre Macherey, Etienne Balibar, ou indiretos no caso do Vittorio Morfinno.
    Cabe destacar que essa aproximação é totalmente descabida visto a importância de Hegel para Marx (principalmente o Jovem Marx).
    Mas isso não é novo.
    Logo após a Revolução Russa houve uma discussão entre os militantes (encabeçada pelo Plekhanov) e deveriam considerar Spinoza um “materialista-dialético” ou um filosofo “burguês”…
    Ficou por lá um discípulo (até bastante original) que depois cometeu suicídio o Evalid Illyenkov.
    Enfim
    PS: Esqueci de mencionar que esses Althusserianos quiseram justamente resgatar o Spinoza para fazer frente ao resgate de Hegel que vinha sendo feito pelos “Marxistas Ocidentais” como Lukacs, Sartre e Cia…

  263. Gorducho Diz:

    Para finalizar, Analista Montalvão, já que o assunto desviou por causa do Einstein, devo dizer-lhe que não há necessidade de citar comentadores Acadêmicos porque me baseio no próprio esclarecimento explícito do Spinoza, como já citei. Se quiser tenho o original em inglês (acho que foi em inglês pois que o correspondente dele era de lá…).
    Esses comentadores corretamente citados pelo Analista Vladimir têm formação baseada na tradição escolástica judaico – árabe – cristã; e não assim tentam enquadrar a divindade dentro do arcabouço mental que se lhes constituiu a formação.
    Diz-se que é causa imanente assim como a germinação (processo – élan vital) é a causa imanente da galinha, mas a galinha não faz parte dessa imanência.
    O Analista Vladimir tangenciou corretamente o ponto quando lhe disse que pois Spinoza identifica Deus com a Natureza de tal modo que pode-se dizer que nega a realidade da existência para tão somente admitir a existência de Deus. Aí ele tinha quase chegado lá, mas deve ficar claro que é a natura naturans. De fato só “existe” no sentido da Substância essa força vital.
    O resto são modos da Substância mas não fazemparte dessa – assim como a galinha não é parte da germinação, mas emanou dessa.
     
    E sim, Analista Vladimir, não tenho consideração excessiva por Acadêmicos. Sou só graduado e com formação dentro da indústria + comércio em atividades ligadas ao materialismo e, modéstia a parte, quase sempre bem avaliado como instrutor mas sempre a nível (detesto essa palavra sindicalista e por isso a uso para me auto-mutilar intelectualmente :() técnico-prático.

  264. Vladimir Diz:

    Gorducho disse: porque me baseio no próprio esclarecimento explícito do Spinoza
    COMENTÁRIO: É bastante evidente…
    Gorducho disse: esses comentadores corretamente citados pelo Analista Vladimir têm formação baseada na tradição escolástica judaico – árabe – cristã
    COMENTÁRIO: De modo algum. A maioria dos comentadores de Spinoza são Ateus e Marxistas conforme citei anteriormente.
    Gorducho disse: E sim, Analista Vladimir, não tenho consideração excessiva por Acadêmicos. Sou só graduado e com formação dentro da indústria + comércio em atividades ligadas ao materialismo e, modéstia a parte, quase sempre bem avaliado como instrutor mas sempre a nível (detesto essa palavra sindicalista e por isso a uso para me auto-mutilar intelectualmente técnico-prático.
    COMENTÁRIO: Certamente isso explica uma interpretação tão pessoal e heterodoxa a respeito de Spinoza
    Vladimir

  265. Vladimir Diz:

    Sr.Montalvão,
    Estava no aguardo da réplica as ultimas indagações por mim postadas a respeito das EQMs, entretanto o Sr não as comentou.
    Penso que deu o assunto por encerrado.
    Se assim for então encerro a minha participação nessa postagem.

    Obrigado

    Vladimir

  266. Antonio G. - POA Diz:

    Perfeito, Gorducho. Também eu não tenho excessiva consideração por acadêmicos e seus pensamentos. Evito fazer remissões bibliográficas prós e contras minha linha de pensamento. Ninguém me vê brandindo uma espada com a inscrição “RD” (Richard Dowkins), por exemplo. Já disse aqui que nas melhores universidades do mundo se produzem grandes bobagens. O fato de o sujeito ser um grande estudioso, cheio de láureas e obras publicadas, se não guardar razoável relação com o que penso, é suficiente para mim para ser imediatamente descartado, sem dó nem constrangimento. O cara é o “pica das galáxias”, mas pensa e diz bobagens? Prá mim, passa a ser apenas mais um tolo. Chega um momento na vida em que devemos aceitar o desafio de pensar com nossos próprios neurônios, ainda que estes sejam parcos, como é o meu caso.

  267. Vladimir Diz:

    Antonio disse: O fato de o sujeito ser um grande estudioso, cheio de láureas e obras publicadas, se não guardar razoável relação com o que penso, é suficiente para mim para ser imediatamente descartado, sem dó nem constrangimento.
    COMENTÁRIO: Eu prefiro respeitar aqueles que “fizeram por merecer” e principalmente quando são especialistas de uma área da qual sou leigo.
    Bom senso e prudência são sempre bem-vindas

  268. Gorducho Diz:

    Mas aí voltando ao caso prático que realmente interessa dentro do objetivo do Sítio, é os especialistas – Richet na medicina; o Crookes na química… – extrapolarem e tentar usar essas supostas qualificações para “comprovarem cientificamente” Fé Religiosa. E implicitamente aplicando carteirasso no leitor intelectualmente pedestre.
    É só o Sr. perpassar sítios espíritas e verá que a regra é achar que porque o Crookes era um ótimo cientista – nisso eu concordo c/o Sr. bien entendu… – as besteiras dele referentes às materializações + as levitações do DDH têm fundamento.
    Idem o Richet. Se por acaso ainda não conhece o trabalho cientifico deste na área do espiritismo, aqui vai o resultado:
     
    http://www.lospiritismo.com/fenomeni/materializzazioni/Bien%20Boa%202.jpg

  269. Antonio G. - POA Diz:

    Essa coisa de “fazer por merecer” é muito relativa…
    Chico Xavier “fez por merecer” o título de O Maior Brasileiro de Todos os Tempos com que foi agraciado pelos telespectadores do SBT?
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    Não seria mais adequado algo como O Maior Farsante da História do Brasil?

  270. Antonio G. - POA Diz:

    Pensando melhor, talvez Crookes passasse no exame do Enem. Mas só na prova de Química.

  271. Gorducho Diz:

    O Crookes chegou a ser considerado o maior especialista em interpretação de espectros da Inglaterra no fim do século. Mas é a tal história da extrapolação. Ele perdeu o irmão (21 anos velho) de febre amarela em Cuba durante lançamentos de cabos telegráficos, e embestou em se comunicar c/o falecido…
    Mais ou menos como as mamães do CX…

  272. Marcos Arduin Diz:

    1 – “Acontece, e sabe disso, está lançando o desafio às pessoas erradas, todas leigas em prestidigitação: por que não desafia agremiações de mágicos a lhe explicarem como seria possível realizar tal truque?”
    – Malvadão, a turma cética tem em entre suas fileiras exatamente um bando de prestidigitadores (sabia que James Randi é ilustionista?). Por que não fazem eles o serviço o qual você se considera inapto? E pra piorar, veja isso: a turnê que a Ana Eva Fay fez na Inglaterra melou quando John Maskelyne a “expôs”. Aí ela foi pedir socorro ao Crookes. Este a validou como médium, mas isso não salvou a sua turnê. Decepcionado, o empresário tentou fazer dinheiro com o Maskelyne: ofereceu-lhe uma “baba” para mostrasse como é que a dita “médium ilusionista” teria enganado o Crookes. Maskelyne RECUSOU! Por quê? Não teria sido uma glória para ele e para os ilusionistas demonstrar que o cientista era um babacão que era enganado por tudo quanto é médium? Não é isso que você & Cia Bela por aqui e acolá vivem apregoando?
    .
    2 – Ah! O texto da dona Juliana… Varley verificou as tais oscilações quando pediu a KATIE que mostrasse seu braço. Bem, se fosse a médium disfarçada, então ele veria o seu aparato preso ao braço, pois se ela tentasse removê-lo, daria oscilações BEM MAIORES… Mas a fantasma não tinha nem fios, nem contatos presos ao seu corpo. Como não li o que ela escreveu, não sei qual é o seu comentário contra à repetição que Crookes fez do experimento, usando fios bem mais curtos, que seriam arrastados e levando o galvanômetro junto se a médium se disfarçasse de fantasma…
    .
    3 – Com relação às condições dos médiuns e os fenômenos que produzem, isso é o que se tem observado: médiuns tranquilos e em boas condições de saúde produzem fenômenos mais evidentes. Já os inseguros e doentes…
    .
    4 – Ah! As tais oscilações. Como não fui claro então vou tentar ser agora: o pessoal cético, como você pode ver pelo próprio texto da Juliana, aponta as ditas oscilações como EVIDÊNCIA DE FRAUDE. Certo? O problema das oscilações fraudulentas, CONFORME VERIFICARAM NOS TESTES, é que são RÁPIDAS, BRUSCAS E FORTES. Já as oscilações causadas por variações de aperto são lentas e ocorrem dentro de uma margem estreita. Então quanto disse que oscilações não ocorreram, estou me referindo às primeiras e não às últimas. Se a médium conseguisse ser substituída por uma tira de pano molhada ou outro resistor, aí as oscilações de apertos NÃO OCORRERIAM e teríamos uma suspeita de fraude. Mas em nenhum dos experimentos há registro qualquer evento de constâncias na corrente…
    .
    4 – Ah! Você quer testar espíritos? Arrume uma equipe de médiuns, obtenha mensagens deles e aí vá atrás da verificação delas. Isso é o que temos hoje. Não precisam de efeitos físicos. Até porque eu disse que Crookes nunca acreditou em espíritos e nunca disse que seus experimentos provavam isso. Ele apenas registrava o que observou, os cuidados que tomou e validava o médium como produtor de eventos inusitados e não como mensageiro de espíritos.
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    5 – Ô a gabine… Bem, se Crookes não pôde eliminá-la, então só lhe restava garantir que a médium não fraudasse enquanto estivesse lá. E ela produziu fenômenos tão bem feitos que até agora nenhum ilusionista soube dizer como isso aconteceu. Tudo o que sugeriram não tinha viabilidade e não explicavam o que se produziu. Mas de novo vem o choro cético: não precisamos saber como foram feitos os truques. Só precisamos saber que foram feitos. É… não precisamos provar que eram espíritos os causadores. Basta saber que eram…
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    6 – Vou deixar de lado essa alegação de que Crookes NADA ENTENDIA de ilusionismo. Improvável, visto que a única hipótese que podia testar era exatamente se o médium produzia os fenômenos por meios fraudulentos. E reforço minha posição diante do fato de os ilusionistas modernos não saber o que dizer para refutar um bando de cientistas babacas que, segundo diz a lenda, teriam sido risivelmente empulhados por truques bobos e infantis…
    .
    7 – “Crookes, Crookes, não queira dar pitaco onde não entende. Não importa tanto COMO você foi iludido, importa que foi.”
    – Parafraseando o meu colega Richet: não basta que me digam que fui enganado; quero saber COMO fui enganado. Por que nenhum ilusionista, nem você Houdini, sabe me dizer como fui enganado?
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    8 – OH! Ela estava só dando um resumo dos acontecimentos, que Houdini limitou-se a anotar sem discutir. Você não quer que eu considere a obra dele uma coisa válida e consistente. Quer?
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    9 – “Em nada mudaria o fato de que as pesquisas de Crookes com materialização não frutificaram.”
    – Não frutificaram porque, como ele próprio observou, não davam em nada além da produção de fenômenos inusitados. Nem podiam servir como prova de manifestação de espíritos, pois faltava o quesito de vínculo de identidade. Quem era essa Annie Morgan, a identidade encarnada da Kate King? Que provas havia de que ela de fato existiu? Nenhuma. Contudo, mesmo quando fenômenos de materialização produziam o tal reconhecimento, ficava válido apenas para os familiares. Viriam os céticos alegando que… sei lá. E semelhante coisa pode muito bem ser obtida por psicografia e psicofonia, muito mais fáceis de se obter e com médiuns mais abundantes.
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    10 – “se Fay não explicou como o truque foi realizado”
    – Como Houdini era um COMPLETO IGNORANTE no assunto, já que não leu nada do que Crookes escreveu, então nada teve para cobrar, contentando-se com uma explicação fajuta, o que tira TODO o valor da sua obra.
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    11 – “Arduin acho tem hora que você se surpreende a si mesmo… agora reconhece que a troca do contato da mão para a dobra do joelho é viável.”
    – Eu nunca disse que isso não era inviável de se fazer. Disse é que inviável para EXPLICAR o que houve lá na biblioteca. Se os contatos estavam chumbados na parede, que adiantaria colocar um deles sob a dobra do joelho? Ela continuaria lá, junto à parede do mesmo jeito.
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    12 – “Se o mais difícil ela fizera, que foi manter os contatos e libertar as mãos, acha que não conseguiria um jeito de ligar um fio extensor ao contato original?”
    – Mas por que ela esqueceu de falar disso ao Houdini?
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    13 – “Estou vendo que não quer esclarecer coisa alguma, é mais confortável ficar na teimosa negativa.”
    – Só estou revidando. Você não fica na sua mesma teimosia negativa dizendo que não importa COMO o truque se deu, mas nos conformarmos de que houve mesmo o truque?
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    14 – “1) Fay falou que o caso aconteceu num teatro: não podemos ter certeza de que se trata dos mesmos eventos; 2) a “luz que caiu” foi a de uma lâmpada elétrica, o que reforça a suposição de que não se trate do episódio que considera ser.”
    – Traduzindo: o depoimento dela e a obra produzida pelo incompetente autor são de uma inutilidade total como argumento. Mas o problema para a comunidade cética é que não há nenhum outro disponível…
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    15 – “** Florence Cook foi exposta repetidamente”
    – Gostaria de saber quanto foi essa repetição, pois só sei de dois casos…
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    16 – “UM DOS TESTES FOI DUPLICADO PELO PROFESSOR HARRY COOKE, UM MÁGICO.”
    – Qual foi o teste, por favor?
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    17 – “O meio de enganar o investigador foi simplesmente colocando uma das alças na carne nua em seu joelho e agarrando-a lá com a perna mantendo o circuito intacto e à esquerda uma mão livre para produzir “espíritos “”
    – E como foi que ela produziu os espíritos fazendo SIMPLESMENTE isso?
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    18 – “ELE ADMITIU QUE MUITOS DOS TESTES QUE ELE PROPÔS FORAM REJEITADOS PELOS MÉDIUNS QUE ELE ESTAVA INVESTIGANDO”
    – Seria bom que você, Malvadão, apresentasse os textos de Crookes onde estão registradas essas recusas (MUITAS recusas, viu?). Lembra-me de ter lido declarações diferentes, de que a Florence Cook por exemplo, se submetia a tudo sem reclamar…
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    Depois eu continuo. Agora tenho que trabalhar.

  273. Marciano Diz:

    1. Marciano Diz:
    NOVEMBRO 27TH, 2014 ÀS 10:56 PM
    Que tamanho desvio de perspectiva! De biografia de Rivail a discussões filosóficas de quase 500 anos passados.
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    1. Vladimir Diz:
    NOVEMBRO 27TH, 2014 ÀS 11:01 PM
    Montalvão disse: Que tamanho desvio de perspectiva! De biografia de Rivail a discussões filosóficas de quase 500 anos passados
    COMENTARIO: Tudo por causa do Einstein rs
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    Marciano agora diz:
    Montalvão, que lisonja, ser confundido com você.

  274. Marcos Arduin Diz:

    Continuando:
    19 – “Observe-se, ainda, que o trecho repudiado por Arduin é aquele em que Houdini reporta o que teria ouvido de Fay. Quer dizer, se alguém deu falsa informação teria sido a mulher não o autor do escrito. Se Arduin declarasse que a apreciação de Houdini fosse insuficiente para uma ampla avaliação do trabalho de Crookes, até faria sentido, mas alegar que Houdini agredisse a verdade com seu comentário é evidente exagero.”
    – Se o coitadinho do Houdini fosse um coitadinho estreante na coisa, escrevendo seu primeiro livro sobre o assunto e não fosse tido e havido como o grande sábio cético e muito admirado e usado pela comunidade cética antiga e atual, eu até poderia dar esse boi. Mas ele escreveu o livro quando já tinha MUITA experiência no assunto, pois havia anos que era tido e havido como o “terror dos médiuns”. Portanto ele tinha meios e recursos para se inteirar da verdade e fazer um trabalho mais decente. Então, se não quer que eu o chame de mentiroso, posso chamá-lo de tonto, babaca, deslumbrado, que se deixou enganar por uma médium espertalhona e com um truque, este sim, bobo e infantil. De um jeito ou de outro, ele perde (e Polidoro também, por razões ainda piores).
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    20 – “seria investigar se houve evento qual Fay relatou a Houdini, ou mesmo assemelhado.”
    – Cuma? Eu investigar? Bem, considerando a enorme besteira dita ao mágico, sendo TOTALMENTE inviável para explicar o que se deu lá no experimento, o que é mais lógico? Acreditar que de fato houve essa entrevista e essa bombástica revelação ou imaginar que Houdini, sem maiores elementos e usando da suas habilidades fugitivas, teria inventado o que ele talvez fizesse. Deve ser essa a mais certa, já que ele NÃO LEU NADA do que Crookes escreveu.
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    21- “Além disso, necessário se faz considerar que Houdini estava em condições privilegiadas para avaliar as investigações de Crookes.”
    – NÃO ESTAVA e por um simples motivo: ele não leu nada do que Crookes escreveu, tanto que neste livro mesmo não há qualquer referência a respeito. Como um cara que não sabe nada do que rolou lá em primeira mão poderia estar em condição privilegiada? Quanto crédito devo dar a um pesquisador que faz sua pesquisa na base do “ouvi falar”?
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    22- “Percebe o significa desta constatação?”
    – Percebo sim, Malvadão, pois ao contrário de crentes deslumbrados, principalmente os crentelhos céticos, eu analiso a coisa e tiro minhas conclusões. Desde que me conheço por espírita, já tinha ouvido falar de que materialização é dos fenômenos que MENOS CONVENCE e portanto não estou surpreso quanto aos resultados.
    Também sei que nada convence aos céticos, pois esses têm a sua fé como a razão mais forte para rejeitar os estudos feitos e não a suposta fragilidade desses estudos. Tanto que na hora de refutá-los, só podem recorrer a argumentos pífios e sem nenhuma comprovação.
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    23 – Bem, não sei se foi no livro do Palhano sobre o assunto que li que ele teria convidado seus colegas para ver o que ele viu, mas estes recusaram. Não importa: Carpenter, Ramsay e outros falavam cobras e lagartos do Crookes e, tendo os médiuns e os fenômenos à mão, porque não os convidaria a ver o que ele via e mostrar onde ele estava errado? É o que eu chamo de infeliz descoincidência.
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    24 – “o importante é não ter havido continuidade no conhecimento”
    – A não continuidade no conhecimento explica-se por um fato bem simples: sabia-se que o fenômeno era legítimo e não era produto de fraude, MAS NÃO SE SABIA O QUE ELE ERA. Ou seja: não foi possível, dentro dos limites da ocasião, saber como o fenômeno era produzido e quais eram as suas causas. Isso foi o que realmente fez a coisa empacar.
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    25 – “Se ele cometeu erros (e quem não os comete?) o fato é que seu trabalho foi um dos mais eficientes de sua época na demonstração da irrealidade da ação de mortos dentre os vivos.”
    – Como os erros dele inutilizaram a suposta eficiência do seu trabalho, tornou capenga essa demonstração de irrealidade. Além disso, em Ciência, só se prova que algo existe e não que ele não existe.
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    26 – “infelizmente, a “refutação decente” que sua exigente pessoa requer é praticamente impossível de ser produzida, eis que os envolvidos todos mortos.”
    – Então o que fazer é desdenhar dos argumentos céticos, já que eles nada explicam do que ocorreu. A minha decepção com eles foi terem se apropriado da Ciência, mas não se mostrarem capazes de usar de ao menos o raciocínio científico para perceber quando uma hipótese é insuficiente para explicar o que os experimentos descreveram.

  275. Montalvão Diz:

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    VLADIMIR Diz: Sr.Montalvão,
    Estava no aguardo da réplica as ultimas indagações por mim postadas a respeito das EQMs, entretanto o Sr não as comentou. Penso que deu o assunto por encerrado.
    Se assim for então encerro a minha participação nessa postagem.
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    COMENTÁRIO: não, não dei nada por encerrado, vamos continuar. Eu estava me dedicando a selecionar textos para o Arduin e esqueci de dar a devida atenção aos seus belos comentários. Penitencio-me atualizando a pendência.
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    Montalvão disse: discordo dessa apreciação, o artigo do Fábio, para a pretensão colimada, foi bem arranjado.
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    VLADIMIR : Bem se a pretensão do Sr.Fabio Bezerra era fazer uma resenha de divulgação do livro, eu concordo com o Sr.
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    COMENTÁRIO: ok, então estamos fechados neste quesito, mesmo porque a propaganda que Fábio Bezerra faz do Long é opinamento pessoal, com o qual podemos concordar ou discordar (com ou sem motivos). Eu discordo, e muito, e com motivos, os quais estão aqui sendo apresentados.
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    Montalvão As conclusões do autor, que achou cientificidade no trabalho de Long, é que são contestáveis.
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    VLADIMIR : Por isso que eu disse que ele caiu na “simplificação”.
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    COMENTÁRIO: não penso assim: são contestáveis as conclusões de Fábio porque dificilmente se achará real cientificidade em Long. Embora posso ser acusado de falar sem saber, posto que não li a peroração desse autor, fundamento-me em comentários de terceiros a respeito do dito, conforme dei exemplo, e em avaliações que faço de textos de outros autores, igualmente a Long advogados do misticismo em quase-morte, dos quais é dito que realizam trabalho científico e, quando se vai conferir, verifica-se que muito pouco de ciência se acha nessas produções. Caso, por exemplo, do duende Van Lommel.
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    Montalvão disse: pois é, que eu saiba, nenhum cientista criticou o trabalho dele, o que mostra que a comunidade científica nem deu pelota para o que, se fosse sério, seria revolução tremenda no conhecimento
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    VLADIMIR: A comunidade científica levou a sério o trabalho do Dr.Pim Van Lommel (que eu ainda não li) tanto é que o mesmo foi publicado no The Lancet, entretanto ainda sim o Sr e muitos créticos desqualificaram a pesquisa dele.
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    COMENTÁRIO: ma o que estai a dizere? Basta ter sido publicado na Lancet e torna-se incriticável? Comecei a escrever um artigo sobre Lommel, só um instantinho que vou ver se acho… (deixe passar um instantinho)

    (um instantinho depois). Achei, mas não está completo e nem desenvolvido como imaginei tivesse feito, de qualquer modo, ao final destes comentários, posta-lo-ei, para sua apreciação e, se quiser, crítica.
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    Não questiono que Van Lommel seja excelente cardiologista, mas quando se põe a pronunciar sobre assuntos fora de sua área de saber transforma-se em leigo como qualquer outro: se a cardiologia suprisse profissionais de conhecimento suficiente para discorrer a respeito da vida além esta certamente estaria demonstrada de há muito. E isso fica claro quando se examinam artigos de Lommel a respeito da EQM. A esse respeito sugiro que leia o refletimento de Woerlee, médico e crítico das leituras místicas de quase-morte, avaliando o episódio que ficou conhecido por “anedota das dentaduras”, no qual Lommel teve participação ativa, e verá o quanto de superstição viceja nessa campo em que afirmações nebulosas, infantis, tolas, se misturam com conceitos científicos. Para facilitar sua apreciação posto também o texto ao final, disponível graças ao esforço de Vitor Moura em traduzí-lo.
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    VLADIMIR: Então validação pela comunidade científica não necessariamente vai fazer um crético acreditar.
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    COMENTÁRIO: não é bem assim. Realmente há casos em que parte da comunidade científica valida certas pesquisas e depois estas se mostram infundadas (veja, por exemplo, a história dos raios-N, de René Blondlot); há, também, a situação inversa em que boas pesquisas são rejeitadas por não agradarem aos editores. De um modo ou doutro, publicação em periódico científico não equivale a aceitação pela mainstream da ciência, nem total nem parcialmente. As razões que definem a aceitação por um períodico científico são variadas e, às vezes, nem sempre são as melhores razões.
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    Montalvão disse: “Seja como for, postei uma apreciação a respeito de Long, que parece não ter lido…”
    VLADIMIR : Eu li sim Sr, entretanto quem é esse Jacob Fortino autor da crítica? Um ateísta panfletário nas linhas de um Richard Dawkins, Sam Harris. Se eu não levo a sério o Dawkins (que é um cientista) imagina se vou levar a sério esse Fortin…
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    COMENTÁRIO: se se faz necessário primeiro conhecer o currículo do autor, e aprová-lo, para depois dar valor ao que escreve, então, meu filho, vais deixar de lado tudo o que escrevo, visto que minha especialização acadêmica é pós-graduação em catar cocô de cachorro. Eu prefiro examinar o conteúdo do que leio e refletir a respeito. Seria, creio eu, mais produtivo se analisasse a reflexão de Fortin e dela mostrasse as partes frágeis (a não ser que já conhecesse bem a produção do dito e se sentisse seguro para emitir juízo amplo).
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    Montalvão disse: no mínimo seria desejável que reproduzisse o que os autores citados dizem a respeito do que informou
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    VLADIMIR : O Sr. pediu as referências científicas eu as forneci. O que eu disse é consenso na comunidade médica há anos (veja a data dos artigos). Se ainda sim se o Sr não acredita no que estou falando, o Sr tem duas opções: Ler os artigos, ou perguntar a qualquer Neurologista sobre isso (poderia indicar o Sr. a perguntar a qualquer Acades por aí, mas sacomé…)
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    COMENTÁRIO: ué, postei-lhe artigo do Sam Parnia no qual ele explica que o tempo para o EEG entrar em flat varia entre 10 e 20seg (Woerlee noticia que vai de 4 a 20seg)… Vejo que sua política não é facilitar a vida do opositor, se citou vagas indicações então considera sua comprida missão cumprida…
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    Montalvão disse: Nenhum médico, assim penso, pode afirmar impunemente que inexiste atividade cortical após 10seg de anóxia
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    VLADIMIR : Se o Sr tivesse lido os artigos indicados, poderia afirmar sim. Mas (para que não fique parecendo que o incauto sou eu) 10 seg, 11, 9,..etc. Medicina não é uma ciência exata, mas de acordo com os referidos autores a média estatística é de 10 seg.
    .
    COMENTÁRIO: se for mesmo entre 10 e 20 seg, a média estatística (se fiz as contas certinho) não dará 10…
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    O caso é que em 10seg dá pra sonhar coisa pracaramba, suficiente para engedrar alegre aventura nos arrebaldes celestais e saídas do corpo com direito a visão privilegiada do ambiente. além disso, tão logo iniciadas as tratativas para a ressuscitação o cérebro volta a ser oxigenado e a consciência tende a retornar, mesmo que não “limpinha”.
    /
    /
    Montalvão disse: O máximo que poderá ser declarar é que, nos casos em que o paciente esteja dessuprido de oxigênio após o tempo citado (que está ainda em dúvida) o EEG entra em “flat”.
    .
    VLADIMIR : Tá em dúvida porque não leu as referências, mas é exatamente isso após 10 seg temos a flatline no EEG. Ou seha não temos atividade cortical detectavel, portanto não há atividade cognitiva…
    .
    COMENTÁRIO: o comentário que vem adiante esclarece, mas acrescento que, é teoricamente possível que haja atividade cognitiva semiconsciente, suficiente para sensibilizar a memória nesses poucos instantes que antecedem a inconsciência plena. Como não há (ao menos penso que não haja) meios de monitorar exatamente o momento em que a inconsciência se faz total, não se pode falar que inexistam sonhos nesse interstício. Em suma, o que estou tentando lhe explicar é que difícil, talvez impossível, avaliar satisfatoriamente o que se passa no cérebro nos momentos que antecedem a perda de consciência, bem assim o período em que esta vai, aos poucos, se recuperando do choque. Este ponto, dentre outros, seria imprescindível ser equacionado, de modo a permitir aos adeptos do misticismo em quase-morte fundamentarem suas alegações.
    /.
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    Montalvão disse: Pode haver atividade elétrica discreta não detectada pelo equipamento.
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    VLADIMIR : Ah sim isso é possível, do mesmo modo que é possível haver alienigenas na Europa (a Lua, não o continente) mas em Medicina trabalhamos com a prática baseada em evidências e não com “achismos”…
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    COMENTÁRIO: qualquer coisa é possível neste mundo de posssibilidades em que vivemos, mas não falo nesse sentido: falo baseado em autores que afirmam não haver plena segurança quanto ao EEG registrar toda a atividade elétrica no córtex. Então, mais uma vez enfatizo, teoricamente, é válido desconfiar que quando o equipamento fica “reto” possa ainda sobejar pequenos lampejos consciencias por poucos instantes. Considere o trecho que segue, da wikipédia em inglês, com tradução do Google:
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    […] “Limitations
    EEG has several limitations. Most important is its poor spatial resolution. EEG is most sensitive to a particular set of post-synaptic potentials: those generated in superficial layers of the cortex, on the crests of gyri directly abutting the skull and radial to the skull. Dendrites, which are deeper in the cortex, inside sulci, in midline or deep structures (such as the cingulate gyrus or hippocampus), or producing currents that are tangential to the skull, have far less contribution to the EEG signal.
    .
    The meninges, cerebrospinal fluid and skull “smear” the EEG signal, obscuring its intracranial source.
    .
    It is mathematically impossible to reconstruct a unique intracranial current source for a given EEG signal,[1] as some currents produce potentials that cancel each other out. This is referred to as the inverse problem. However, much work has been done to produce remarkably good estimates of, at least, a localized electric dipole that represents the recorded currents.[citation needed]” […]
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    http://en.wikipedia.org/wiki/Electroencephalography#Limitations
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    […] “Limitações
    EEG tem várias limitações. O mais importante é a sua baixa resolução espacial. EEG é mais sensível a um determinado conjunto de potenciais pós-sinápticos: os que são gerados nas camadas superficiais do córtex, nas cristas dos giros encostam directamente o crânio e radial para o crânio. Dendrites, que são mais profundos no córtex, no interior dos sulcos, em linha média ou estruturas profundas (como o giro cingulado ou hipocampo), ou a produção de correntes que são tangenciais ao crânio, têm muito menos contribuição para o sinal de EEG.
    As meninges, líquido cefalorraquidiano e do crânio “mancha” o sinal EEG, ocultando sua origem intracraniana.
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    É matematicamente impossível reconstruir uma fonte de corrente intracraniana exclusivo para um determinado sinal EEG, [1] como algumas correntes produzem potenciais que se anulam mutuamente. Isto é referido como o problema inverso. No entanto, muito trabalho foi feito para produzir extraordinariamente boas estimativas de, pelo menos, um dipolo elétrico localizado que representa as correntes registradas.” […]
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    Montalvão disse: concordo que não haja cognição
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    VLADIMIR : Que bom!
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    COMENTÁRIO: embora da discussão nasça a luz, concordar é bom, desde que seja concordância refletida, em vez de meramente aderida…
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    Montalvão disse: mas as visões místicas podem bem acontecer
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    VLADIMIR : Aí o Sr teria que me esclarecer o que são “visões místicas” em termos científicos, e me explicar como isso ocorre no cérebro preferencialmente através de um trabalho científico.
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    COMENTÁRIO: creio não será difícil explicar-lhe o que seja “visões místicas” tecnicamente (conquanto, tenha em mente que me pronuncio leigamente, portanto deve relevar a linguagem não-técnica): isso acontece de montão com santos religiosos e outros iluminados, todos explicáveis neurologicamente. Certas formas de epilepsia (epilepsia do lobo temporal), por exemplo, produzem visões místicas muito intensas e convincentes para quem as vivencia. Alguns tumores cerebrais também causam alucinações dessa natureza. Pancadas no crânio eventualmente desencadeiam delírios variados, alguns com conteúdo místico. Isso, sem falar de transtornos psicológicos (histeria, por exemplo), muitos deles influenciados pelo ambiente onde o transtornado vive que, se for de cunho místico-religioso, ensejará fabulações marcantes. Também a esquizofrenia é pródiga em produzir visões espirituais realistas.
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    Então, se a mente vivencia como real, de muitas maneiras, alucinações e experiências oníricas de feição mística, por que achar que em situações de morte iminente, quando o psiquismo entra em colapso, não possam surgir, ocasionalmente, sensações tais?
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    Mas, já que pediu esclarecimento técnico, veja se o texto nº 3, ao final destas ponderações o satisfaz. Caso não se sinta atendido posso apresentar outros.
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    Montalvão disse: enquanto há resquício de cognição
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    VLADIMIR : Desconheço o fenômeno. O que seria “resquicio de cognição”? Alguma referencia científica?
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    COMENTÁRIO: não vejo necessidade de referência científica aqui, mesmo porque, conforme informei, estou me pronunciando leigamente, mas acho que não será difícil compreender o que significa “resquício de cognição”. Significa que a mudança da consciência ativa para a inatividade, seja na transição comum entre vigília e sono, seja na forma drástica entre consciência ativa e o coma (ou condição próxima), raramente se dá de supetão (certamente há casos em que sim), mas é processo gradual, a depender da circunstância do momento. Supostamente, na inconsciência, digamos, “doentia”, oriunda de doença, acidente ou equivalente, não há sonhos (ou visões, como preferir). Entretanto, até que esse estádio seja atingido, o cérebro está funcional e em poucos segundo é factível sonhar-se sonhos que se fossem reais durariam horas. sem desconsiderar que pode haver recuperação de consciência devido a intensa irrigação sanguinea proporcionada pela massagem cardíaca e outras intervenções. Neste raciocínio, se um sujeito diz que, durante um episódio de quase-morte, saiu do corpo, passeou pelo hospital, depois foi ao céu, bateu um papo com anjos e com parentes mortos, e retornou a este orbe de provas e expiações, tudo isso, se for verdade, ocorreria em poucos segundos (e, certamente, dentro da cabeça de quem assim experimentou).
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    Montalvão disse: ou acontecerem no tronco cerebral
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    COMENTÁRIO: Achismo até que se prove o contrário…
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    COMENTÁRIO: postei um texto que fala disso, não concordou? Se não, mostre as fragilidades do afirmado…
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    Montalvão disse: Portanto, não é descartável que os sonhos tenham acontecido antes da perda plena da consciência ou durante a fase de sua recuperação
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    VLADIMIR : Comparar EQM com sonhos é um “tiro no pé” dos céticos. As condições fisiológicas de um e outro são completamente diferentes…
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    COMENTÁRIO: rá, rá, aqui é minha vez de lhe pedir avaliações científicas que mostrem não haver nada em comum entre as duas situações. É certo que são diferentes as condições fisiológicas de quem se recolhe ao leito de procusto para um agradável soninho, e quem esteja na iminência de partir desta para outra (supostamente melhor). Mas nada impede que não hajam experiências oníricas em ambos eventos. Aqui vale lembrar a experiência do lutador Minotauro. Conta ele que, em certo momento do combate, tomou uma pimba no queixo e apagou, imediatamente se viu numa praia a passear e conversar com a filhinha. De repente tudo desapareceu e ele estava de volta ao tablado e, segundo relatou, veio-lhe à mente a pergunta: “cadê a minha filha?”. O tempo entre o apagão e o retorno foi tão curto que o árbitro da peleja sequer percebeu.
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    Montalvão disse:
    “Um estudo da Universidade de Kentucky rapidamente ganhou território entre os cientistas como possivelmente a melhor explicação para as EQMs. Os pesquisadores dessa universidade teorizaram que o misterioso fenômeno é, na verdade, um exemplo de disfunção do sono, invasão de movimento rápido dos olhos ou invasão MRO. Nesse distúrbio, a mente de uma pessoa pode acordar antes de seu corpo, tendo alucinações e a sensação de estar fisicamente solta do corpo.
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    Os pesquisadores de Kentucky acreditam que as EQMs são, na verdade, invasões MRO acionadas no cérebro por eventos traumáticos, como ataques cardíacos. Se isso for verdade, significa que as experiências de algumas pessoas após a quase morte são uma confusão por terem entrado rápida e inesperadamente em um estado de sonho.
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    Essa teoria ajuda a explicar o que sempre foi um aspecto complicado sobre as EQMs: como as pessoas podem experienciar visões e sons depois de confirmada a morte cerebral? A ÁREA EM QUE A INVASÃO MRO É ACIONADA FICA NO TRONCO CEREBRAL – REGIÃO QUE CONTROLA A MAIORIA DAS FUNÇÕES BÁSICAS DO CORPO – E ELA PODE FUNCIONAR INDEPENDENTEMENTE DA PARTE SUPERIOR DO CÉREBRO. ENTÃO, MESMO DEPOIS DE AS PARTES SUPERIORES DO CÉREBRO TEREM MORRIDO, O TRONCO CEREBRAL PODE CONTINUAR FUNCIONANDO E A INVASÃO MRO AINDA PODE ACONTECER [fonte: BBC (em inglês)].”
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    VLADIMIR : Em primeiro lugar não temos a fonte científica do estudo, e sim uma divulgação da BBC (sem referência) mas dando crédito ao que o articulista da BBC escreveu, esse é um estudo. Assim como uma “andorinha não faz verão” um estudo não faz Ciência…
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    COMENTÁRIO: temos a fonte de estudo sim: a Universidade de Kentucky; se quiser pode escrever para la que, ou disponibilizarão o estudo, ou indicarão como obtê-lo.
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    Quanto ao fato de que um estudo não faz ciência está correto. Em verdade é difícil fazer ciência com as lucubrações místicas em EQM. Apesar disso, a experimentação indica que as coisas não sejam tão simplórias quando enxergam os adeptos do misticismo. Para estes, existe uma consciência extracerebral, capaz de realizações das quais até Conan Doyle duvidaria. Em linhas gerais, é tudo o que oferecem como evidência de que essa consciência apartada do cérebro possa dele pular fora e excursionar por algures e alhures (mas, mais provavelmente, por nenhures).
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    VLADIMIR: Veja o que está na reportagem: “TEORIZARAM que o misterioso fenômeno”; “Os pesquisadores de Kentucky ACREDITAM”;
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    COMENTÁRIO: certamente os pesquisadores sabem, tanto quanto você, que um estudo não faz ciência, apenas lhes permite levantar hipóteses que podem ou não ser confirmadas com novas experimentações. Por difícil que seja, a “invasão de MRO” poderá ser verificada com experimentos adequados. Agora me explique: como se afere a veracidade de depoimento tipo: “fui ao céu, falei com Deus e com seu filho, dei um abraço nos meus e cá estou para contar tudinho tim-tim por tim-tim”? Consegue perceber a diferença?
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    VLADIMIR: Sabe o que eu acho mais curioso? As pesquisas científicas sobre EQMs vem sendo feitas há mais de 20 anos inclusive com publicações em periódicos de renome ( como o caso do Lommel) e os créticos não cansam de dizer que são lendas, tolices e etc…
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    COMENTÁRIO: seu pronunciamento irmana com o discurso do Arduin, que postula: “durante oitenta anos, duas centenas de cientistas atestaram coisas quais a mediunidade, materializações, levitações, aportes, bilocações, psicometria, e os céticos não aceitam!”
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    Discurso semelhante ao que faz em defesa das EQMs místicas poderia proferir em favor da TVP (Terapia de vidas passadas), da Transcomunicação Instrumental, dos Cristais de Bach, dos passes magnéticos, do magnetismo animal, da foto kirlian, da apometria…
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    VLADIMIR: Entretanto é só sair 1 estudo contra as EQMs (como o supracitado) que já alardeiam: ENCONTRAMOS A PROVA DE QUE AS EQMs SÃO ILUSÃO…
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    COMENTÁRIO: prova, prova, não se pode falar ainda, principalmente pela dificuldade de estudar a contento as vivências em situação de quase-morte. Mesmo assim, os indicativos mais promissores apontam para reações do cérebro em situações atípicas.
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    VLADIMIR: O dia que essa teoria for consenso, certamente ela será incorporada no Merrit, até lá eu estou no aguardo
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    COMENTÁRIO: está melhor que eu pensava, seria de lamentar se declarasse conforme faz pessoa minha conhecida que diz, mais ou menos: “enquanto não me explicarem, nos mínimos detalhes, como a coisa acontece, continuo na certeza de que o lado místico está com a razão”… (ele não diz exatamente dessa maneira, mas o sentido é este).
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    Montalvão disse: ora, se as visões ocorrem em momento de intensa atividade psíquica, e possuem forte conteúdo emocional, ficarão gravadas na memória por longo tempo.
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    VLADIMIR: “atividade psiquica” ou “atividade cerebral”? Desconheço o que seja “intensa atividade psiquica” entretanto se o Sr. alega que “intensa atividade cerebral pode desencadear a sequência de relatos que os pacientes de EQM apresentam, peço a gentileza de trazer as referências científicas que elucidem o caso.
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    COMENTÁRIO: o psiquismo está ligado ao cérebro. Atividade psíquica significa as reações psicológicas ante quaisquer eventos que sensibilizem o organismo. Por “intensa atividade psíquica” quero me referir à situação de um cérebro esforçando-se por reequilibrar-se diante da iminência de tombar inativo.
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    Montalvão disse: Os mesmos que defendem o misticismo em quase-morte reconhecem que, a rigor, nenhuma EQM é igual.
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    VLADIMIR : Igual não o é. Entretanto TODAS as EQMs possuem diversos elementos em comum (Tunel, Ser de Luz, Encontro com Parentes Falecidos e etc). Se o Sr tivesse lido o livro do Long veria que tais elementos são estatisticamente significativos…
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    COMENTÁRIO: aí é que se equivoca. Se for isso o que Long declara em seu livro, então vou lamentar tê-lo encomendado e pago R$29,80 (em Black Friday). Não são todas as EQM que possuem os componentes citados. Se recordar os exemplos que lhe postei retramente, verá relatos em que esses ingredientes não entra, vamos conferir?
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    A – Ilustração apresentada pelo Gorducho: “O sujeito não vê seu corpo físico, como ocorre em muitas NDEs ocidentais. Ao invés, é carregado por “mensageiros” e levados à presença dum homem ou mulher que é geralmente descrito como tendo um livro e papéis os quais consulta. Um erro é descoberto. A pessoa errada “foi trazida”, e é então levada de volta pelos mensageiros à vida terrestre; ou é “empurrada” e revive. O suposto engano é geralmente sutil, como uma pessoa de mesmo nome porém doutra casta, ou alguém morando numa vila diferente porém próxima é que deveria ter morrido e trazida no lugar do sujeito da NDE. Em 6 dos casos [investigados por Pasricha & Stevenson] os informantes disseram que de fato outra pessoa correta” (coincidindo com a informação obtida por estes no “outro mundo”) de fato faleceu aproximadamente quando os sujeitos reviveram; mas os pesquisadores não conferiram essas mortes.
    Em contraste, sujeitos de NDEs ocidentais geralmente não dão razões (em termos psicológicos) para sua recuperação; se derem, podem dizer que reviveram porque decidiram retornar por vontade própria, geralmente por causa do amor pelos familiares vivos. Às vezes são “enviados de volta” por falecidos que lhes dizem não ter “ainda chegado sua vez”. Sujeitos indianos às vezes relatam encontrar parentes e amigos no “outro mundo” no qual se acham, mas essas pessoas nada têm a dizer sobre a prematuridade da morte do sujeito e uma necessidade de que continue a viver. A ideia de prematuridade da morte, ou “sua hora ainda não chegou”, ocorre nos casos de ambas culturas; mas as pessoas encarregadas de mandá-los “de volta à vida” difere.” (An Analysis of Hindu Near-Death Experiences The Hindu near-death experiences profiled here are typical of the cases studied in India by researchers Satwant Pasricha and Ian Stevenson.)
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    B – Relato pessoal
    “Tive a sensação de estar em um lugar cercado de névoa. Senti que estava no inferno. De um grande abismo com fumaça saíam braços e mãos tentando me agarrar… eu fiquei apavorada achando que essas mãos fossem me puxar para dentro do abismo com elas…estava muito quente lá embaixo”. Este é o relato de uma atendente de clínica de repouso que quase morreu devido a um grave derrame cerebral causado pelo calor (publicado no livro “Voltando da morte”, de Margot Grey).
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    Relato pessoal
    “O que me lembro é de ver meu corpo em um leito do hospital com um médico e enfermeiros ao redor… eu sentia muita paz e não tinha perguntas sobre a cena que via. Era tudo muito claro, mais real do que a própria realidade. Eu sentia que estava onde era o meu lugar. O quarto era branco, mas havia uma luminosidade à minha volta que era diferente da luz do quarto. Eu sentia como se estivesse no quarto (no canto), mas ao mesmo tempo em espaço aberto. Tudo era lindo. Não havia nenhum tipo de dor”.
    – Tracy Lovell, após uma tentativa de suicídio por overdose (em “O retorno do silêncio”, de Scott D. Rogo).

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    Agora fique com os textos que lhe falei. O primeiro é uma esboço que iniciei, falta melhor desenvolvê-lo e dar seguimento, mesmo assim dá panorama de meu pensamento. Recomendo fortemente a leitura atenta do segundo texto, de G.M. Worlee, que responde tecnicamente a várias questões que aqui levantou.
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    Felicidades.
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    VAN LOMMEL, DESLUMBRADO, OU HOMEM À FRENTE DO CONHECIMENTO CONTEMPORÂNEO?
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    Moizés Montalvão
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    Antes de qualquer coisa, deixo registrado que minha opinião sobre o cardiologista é de que seja um ingênuo entusiasmado, temperado com boa dose de esperteza, que goza com os holofotes da fama sobre si. Sei que arrisco-me ao emitir tal ponderamento, pois as investigações sobre EQM podem vir a demonstrar a realidade do mundo transcendental, conforme alardeiam os defensores dessa linha investigativa. Embora ache muito difícil que algo assim aconteça, caso os que defendem essa ideia descubram novos caminhos explorativos, talvez nos tragam surpresas. Vamos ver. De qualquer modo, levando em conta o material presentemente disponível (pelo menos o que conheço do assunto), sinto-me confortável em conservar meu ponto de vista e expô-lo sem receios.
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    Pretendo demonstrar que as investigações de quase morte são insuficientes para comprovar a sobrevivência do espírito e sua alegada capacidade de desgrudar-se do corpo e pairar sobre ele, “vendo e ouvindo” o que se passa ao derredor. Visto que este não é propriamente um artigo que almeje esgotar a discussão, focarei apenas algumas afirmações de defensores do misticismo da quase morte, a fim de ilustrar que nelas não há grande firmeza.
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    Para esse mister, selecionarei declarações principalmente de Van Lommel e companheiros. Lommel está dentre os atualmente mais festejados defensores das EQMs místicas, nele temos, portanto, panorama sugestivo do que anda acontecendo nessa área.
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    Lommel:
    1) As EQM são relatadas em muitas circunstâncias:
    – parada cardíaca no infarto do miocárdio (morte clínica),
    – choque na perda de sangue pós-parto ou de complicações perioperatórias,
    – choque séptico ou anafilático,
    – eletrocussão,
    – coma resultantes de lesões cerebrais traumáticas,
    – hemorragia intracerebral ou infarto cerebral,
    – tentativa de suicídio,
    – quase-afogamento ou asfixia,
    – e apnéia.
    Tais experiências também são relatadas por pacientes
    – com doenças graves, mas não com um risco de morte imediato,
    – nas mulheres com depressão grave,
    – ou sem causa evidente em pessoas totalmente conscientes.
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    Experiências semelhantes às de quase-morte podem ocorrer durante a fase terminal da doença, e são chamadas de visões no leito de morte.
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    Experiências idênticas às EQM, as assim chamadas experiências do medo da morte, são principalmente reportadas após situações em que a morte parecia inevitável: graves acidentes de trânsito, acidentes de montanhismo, ou de isolamento como a de um naufrágio. (Experiências de quase-morte em sobreviventes de parada cardíaca: um estudo prospectivo na Holanda – Pim van Lommel, Ruud van Wees, Vincent Meyers, Ingrid Elfferich)
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    COMENTÁRIO: Van Lommel descreve diversas situações que podem ocasionar EQM, porém parece esquecer algumas: uma delas são os estados febris, estes potenciais causadores de sintomas assemelhados às sensação de quase morte (saídas do corpo; visões de falecidos); e tem uma circunstância que mereceria atenção especial: drogas (LSD, cogumelos, etc.) podem induzir experiências equivalentes às de quase morte. O fato de que certas químicas proporcionam tais experiências provavelmente não interessa aos que interpretam misticamente os fenômenos denominados EQM, por isso falam quase nada a respeito. No entanto, esse ponto teria de ser meticulosamente avaliado pelos que buscam elucidações transcendentais com essas vivências.
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    A discussão poderia (e deveria) parar por aqui: se drogas induzem EQM, em princípio somos levados a concluir duas coisas: 1) a consciência não é extracerebral (se fosse não seria modificada por formulações químicas, ou por traumas físicos); 2) as EQM são oriundas de alterações temporárias na estrutura do cérebro, motivadas por diversas causas, todas de natureza fisica, química ou de ambas.
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    Desse modo, caso os adeptos da transcendência da consciência e consequentemente da espiritualidade das EQM quisessem manter suas interpretações, teriam de explicar bem explicadinho as duas questões acima. Enquanto não o fizessem que ficassem bem quietinhos em seus laboratórios, em vez de ludibriar crédulos com afirmações vazias.
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    Vejamos a seguir o “padrão” de EQM que Raymond Moody, o patrono das quase-mortes, legou à posteridade:
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    2) Raymond Moody Jr deu-nos um “modelo” para que tivéssemos uma idéia do que ocorre a uma pessoa que passa por essa vivência:
    a) Um homem está morrendo e, quando chega ao ponto de maior esgotamento ou dor física, ouve seu doutor declará-lo morto. Começa a escutar um ruído desagradável, um zumbido estridente, e, ao mesmo tempo, sente que se move rapidamente por túnel longo e escuro. [Essas sensações são as de quem ainda está vivo, não morto.]
    b) Em seguida, encontra-se, de repente, fora do corpo físico, todavia em torno dele, vendo seu corpo do lado de fora como um espectador. Nesta posição privilegiada, observa a tentativa de ressuscitá-lo e encontra-se em um estado de excitação nervosa. [Se a saída do corpo fosse real, teríamos de concluir que o desligado não leva só a consciência consigo, as emoções também. Só que, para ter consciência, emoção (e, certamente, memória) o sujeito precisa de um cérebro. Então, ele leva o cérebro também… Por aí já podemos ver que tem coisa muito esquisita nessa conjetura…]
    c) Em um momento, fica calmo e começa a acostumar-se à sua estranha condição.
    d) Dá-se conta de que segue tendo um ‘corpo’, ainda que de natureza diferente, com poderes diferentes dos do corpo físico que deixou para trás.
    e) Em seguida, começa a acontecer algo. Outros vêm recebê-lo e saudá-lo.
    f) Vê os espíritos de parentes e amigos que já tinham morrido
    g) e aparece diante dele um espírito amoroso e cordial que nunca antes havia visto – um ser luminoso – .
    h) Este ser, sem utilizar a linguagem, pede-lhe que avalie sua vida e o ajuda, mostrando-lhe uma panorâmica instantânea dos acontecimentos mais importantes.
    i) Em determinado momento, encontra-se aproximando-se de uma espécie de barreira ou fronteira que parece representar o limite entre a vida terrena e a outra.
    j) Descobre que deve regressar à Terra, que o momento de sua morte ainda não chegou.
    k) Resiste porque começou a acostumar-se às experiências da outra vida e não quer regressar.
    l) Está inundado de intensos sentimentos de alegria, amor e paz.
    m) Apesar de sua atitude volta ao seu corpo físico e vive.
    n) Posteriormente, trata de falar com os outros, mas é problemático fazê-lo, já que não encontra palavras humanas adequadas para descrever os episódios não terrenos. Tropeça também com as piadas dos demais, por isso deixa de falar-lhes.
    o) Mas a experiência afeta profundamente a sua existência, sobretudo, as suas idéias sobre a morte e a sua relação com a vida”.
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    Nesse modelo, Moody procurou colocar os quinze elementos mais comuns encontrados nas muitas histórias que ouviu dos depoentes, apresentando-o como uma idéia preliminar e geral do que pode experimentar uma pessoa que está morrendo. No entanto, nunca encontrou ninguém que tivesse tido todos esses elementos na experiência do morrer.
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    Segundo suas observações, não existe uma EQM idêntica à outra, ainda que as semelhanças sejam notáveis. Às vezes, podem ser encontrados somente dois desses elementos ou mais; em outros casos, a ordem não segue rigorosamente à do modelo. (EQM 7 – O PROCESSO DO MORRER – http://dsxfiles.tumblr.com/page/3)
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    COMENTÁRIO: os autores, Lommel e Moody, defendem igual esquema de ocorrências para as quase-morte. Em realidade, procuram forçar um modelo de sensações e reações místicas, que seriam típicas das EQM (se não de todas, da maioria). No entanto, não possuem estudos suficientes para comprovar que o panorama das experiências em morte iminente possa ser delineado conforme apregoam. Seria pouco produtivo analisar item por item da lista precedente, mas podemos pinçar alguns tópicos. Por exemplo, a alegação de que os quase-mortos em geral experimentam a projeção da consciência, antes de partirem para as plagas celestiais. Essa afirmação é propalada há décadas como se fora fato constatado, no entanto, o relatório preliminar do Projeto Aware (pesquisa da EQM em âmbito mundial, comandada por Sam Parnia) relata que um em cada mil pacientes noticiou vivência mística e dentre esses uns poucos reportaram sensação de saída do corpo… O que a análise da lista de Moody, encampada por Lommel, demonstra é que os arautos da realidade espiritual das quase-morte sabem tanto sobre o assunto quanto um cego conhece de cores.
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    Alguém retrucaria que a lista expõe panorama geral, não significa que todos os em quase-morte experimentem as mesmas sensações, e que Lommel alerta sobre essa circunstância ao afirmar que inexistem duas EQM iguais. Realmente, o autor teve esse cuidado, porém, tradicionalmente considera-se que as “saídas do corpo” sejam comuns aos casos de quase-morte. Veja-se, por exemplo, o que diz a Dra. Kluber-Ross ao prefaciar o livro de Moody:
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    […] “A pesquisa, como a que o Dr. Moody nos apresenta no seu livro, é que nos esclarecerá muitas questões e confirmará o que nos tem sido ensinado há dois mil anos: que há vida depois da morte. Embora o Dr. Moody não pretenda ter estudado a própria morte, fica evidente, pelas suas descobertas, que o paciente moribundo continua a ter informação consciente do seu ambiente depois de ter sido declarado clinicamente morto. Isso coincide em muito com a minha própria pesquisa, que utilizou relatos de pacientes que morreram e vieram de volta, totalmente contra nossas expectativas e muitas vezes para surpresa de alguns médicos bem conhecidos, altamente especializados e certamente competentes.
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    Todos esses pacientes experimentaram o ato de flutuar para fora de seus corpos físicos, associado com uma grande sensação de paz e totalidade. Muitos estavam cônscios de outra pessoa que os ajudava em sua transição para outro plano de existência. A maioria foi saudada por pessoas amadas que tinham morrido antes, ou por alguma figura religiosa que tinha sido significativa durante suas vidas e que coincidia, naturalmente, com suas próprias crenças religiosas. Foi esclarecedor ler o livro do Dr. Moody no momento em que me preparo para pôr no papel os resultados de minha própria pesquisa.
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    O Dr. Moody deve estar preparado para um bocado de críticas, vindas principalmente de duas áreas. Haverá membros do clero que ficarão perturbados por quem quer que ouse pesquisar uma área supostamente tabu. Alguns representantes de uma seita religiosa já expressaram seu descontentamento diante de estudos como este. Um sacerdote referiu-se a “vender barato a graça”. Outros sentem simplesmente que a questão da vida depois da morte deve permanecer uma questão de fé cega, não posta em dúvida por ninguém. O segundo grupo de pessoas do qual o Dr. Moody pode esperar que reajam ao seu livro com preocupação são os cientistas e os médicos que encaram estudos deste tipo como algo “não- científico”.
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    Penso que alcançamos uma era de transição em nossa sociedade. É preciso ter a coragem de abrir novas portas e admitir que nossos instrumentos científicos atuais são inadequados para muitas dessas novas investigações. Penso que este livro abrirá essas novas portas para pessoas capazes de manter a mente aberta, e que lhes dará esperanças e coragem de avaliar novas áreas de pesquisa. Elas saberão que este relato do Dr. Moody é verdadeiro, e que foi escrito por um investigador autêntico e honesto. É também corroborado pela minha própria pesquisa e pelos resultados de outros que pensam com seriedade: cientistas, eruditos e membros do clero que têm tido a coragem de investigar este novo campo de pesquisa na esperança de ajudar aqueles que precisam saber mais do que acreditar.
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    Recomendo este livro a qualquer um que tenha a mente aberta, e congratulo o Dr. Moody pela coragem de publicar seus resultados.”
    (Elisabeth Kubler-Ross, doutora em medicina. Flossmoor, Illinois.)
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    PARADA CARDÍACA E EXPERIÊNCIAS DE QUASE-MORTE.
    G. M. Woerlee, M.B.B.S., F.R.C.A., Leiden, Holanda
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    RESUMO: Recentes estudos prospectivos sobre a incidência e o caráter de quase-morte (EQMs) durante a reanimação cardíaca despertaram novo interesse pela verdadeira natureza dessas experiências profundas. Aqueles que acreditam na realidade de uma alma invisível e imaterial alegam que esses estudos apóiam a sua crença. No entanto, uma análise cuidadosa revela que essas experiências podem ser explicadas por mudanças nas atividades corporais. Este artigo descreve o processo de reanimação cardíaca com algum detalhe, explica como os dados conhecidos sobre a reanimação cardíaca prevêem a incidência dessas experiências, assim como o funcionamento do corpo durante a reanimação cardíaca explica as experiências vividas durante uma EQM, tais como experiências fora-do-corpo, experiências de túnel e escuridão, sensações de transcendência e inefabilidade. Além disso, o funcionamento do corpo humano durante a reanimação cardíaca também explica as observações verídicas feitas durante algumas EQMs. Este artigo oferece uma explicação completa sobre as EQMs que ocorrem durante a reanimação cardíaca baseada unicamente na fisiologia humana.
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    PALAVRAS-CHAVE: experiências fora-do-corpo; experiências de quase-morte; parada cardíaca; alterações cognitivas; falta de oxigênio; hipoxia.
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    O coração é uma bomba feita de carne em vez de metal, e as batidas do coração são uma manifestação da ação de bombeamento do coração. Normalmente, o coração bombeia um fluxo de sangue para os tecidos e órgãos do corpo, transportando substâncias vitais, como oxigênio, nutrientes, hormônios e muitas outras substâncias para estes tecidos e órgãos. A cessação dessa ação vital de bombeamento do coração é chamada de parada cardíaca. Mas a parada cardíaca não é uma única desordem. Em vez disso, é um nome coletivo para os efeitos de um batimento cardíaco anormal que ou cessou completamente, ou é tão anormal que o coração já não bombeia o sangue para os tecidos e órgãos do corpo.
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    Todos os tecidos e órgãos corporais rapidamente falham e morrem quando o coração deixa de bombear o sangue. A parada cardíaca é um desastre médico que, quando não tratada, sempre provoca a morte. Uma pessoa que sofre uma parada cardíaca de repente experimenta todos os efeitos de cessação súbita do fluxo sanguíneo para todos os órgãos e tecidos do corpo. De todos os tecidos e órgãos do corpo, os olhos e o cérebro são mais sensíveis aos efeitos de cessação súbita do fluxo sangüíneo. Todos ficam inconscientes de 4 a 20 segundos após uma súbita parada cardíaca (Aminoff, Scheinman, Griffin, e Herre, 1988; Rossen, Kabat, e Anderson, 1943), e cada vez mais graus de danos cerebrais ocorrem em proporção direta ao tempo que uma parada cardíaca dura mais de 3 minutos (Safar, 1988). Após cerca de 10 minutos, o grau do dano cerebral é tão grave que a morte cerebral, que é a morte irreversível do tronco cerebral, ocorre (Safar, 1988), e o corpo da pessoa afetada nunca mais vai recuperar a consciência. O corpo da pessoa afetada está então verdadeiramente morto.
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    Reanimação Cardíaca
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    Ao fazer um diagnóstico de parada cardíaca, os médicos e enfermeiros em todos os hospitais modernos iniciam imediatamente uma cadeia padrão de eventos. Eles soam um alarme convocando uma equipe de reanimação especial, enquanto ao mesmo tempo rapidamente começam a fase inicial de reanimação. Os membros da equipe de reanimação colocam uma tábua dura sob o peito da pessoa, fazem respiração artificial com máscara e balão, inserem uma linha intravenosa através da qual os medicamentos necessários para tratar a causa da parada cardíaca podem ser administrados, e realizam a massagem cardíaca. Todo este processo é chamado de reanimação cardíaca, um tratamento médico dramático e intenso.
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    Aqueles que aplicam a massagem cardíaca vigorosa e energicamente comprimem e liberam o tórax 60 a 120 vezes por minuto. É um procedimento cansativo e desgastante. O objetivo da massagem cardíaca é bombear sangue pelo corpo durante os períodos em que o coração não bombeia por causa de uma parada cardíaca. Como funciona a massagem cardíaca? O coração é uma bola oca de tecido muscular, com quatro válvulas de sentido único. A compressão do peito força o sangue para fora das cavidades do coração e do peito, e por causa das válvulas de sentido único, no coração, o sangue sai do coração e adentra nas artérias, que o conduz para vários tecidos e órgãos do corpo. Liberar o peito faz com que o peito recupere a sua forma original, criando uma pressão negativa dentro do peito e do coração, assim puxando o sangue para o tórax e o coração. A compressão do tórax repete este ciclo.
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    A respiração sempre pára nas pessoas inconscientes por uma parada cardíaca, de modo que a respiração artificial também é aplicada de forma a fornecer oxigênio para o corpo. A massagem cardíaca e a respiração artificial são os dois componentes absolutamente essenciais da reanimação cardiopulmonar (RCP). A massagem cardíaca, juntamente com a respiração artificial, bombeia o sangue contendo oxigênio para o corpo, sustentando, assim, a viabilidade de todos os tecidos e órgãos do corpo até que a respiração, os batimentos cardíacos, e ação de bombear do coração sejam restauradas a seus níveis normais. A massagem cardíaca e a respiração artificial devem ser sempre aplicadas durante a parada cardíaca. Não fazer isso significa que nenhum sangue contendo oxigênio está sendo bombeado para o corpo da pessoa com uma parada cardíaca, e essa pessoa vai morrer.
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    Experiências de Quase-Morte Durante a Parada Cardíaca
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    Algumas pessoas reanimadas com sucesso de uma parada cardíaca relatam terem passado por experiências maravilhosas durante a reanimação. Elas falam de um encontro com Deus, outras divindades, espíritos, anjos e parentes falecidos. Elas falam de passar por túneis para entrar em uma luz celestial, de passar por experiências fora-do-corpo (EFCs) durante a qual elas observaram tudo o que aconteceu no e em volta de seus corpos durante a reanimação. Esses relatórios são chamados de experiências de quase-morte (EQMs). Na verdade os relatórios das EQMs de algumas pessoas contêm detalhes verificáveis de eventos que ocorrem em um momento que essas pessoas estavam aparentemente mortas. As pessoas que dizem essas coisas não tinham batimentos cardíacos e ou respiração no momento; na verdade, elas pareciam muito inconscientes e bem mortas no momento em que as coisas que elas relataram ocorreram. Estes relatos verídicos são uma fonte de espanto, dando origem a muita especulação e esperança sobre a possibilidade de uma vida após a morte. Muitas pessoas até mesmo os consideram como prova positiva de uma vida após a morte, apontando que as EFCs e as observações verídicas feitas durante a morte clínica, definida como a ausência de batimentos cardíacos e respiração, são prova de uma alma humana invisível e imortal.
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    Pim van Lommel e seus colaboradores realizaram um excelente estudo prospectivo sobre a incidência e as manifestações da EQM em sobreviventes de parada cardíaca na Holanda (van Lommel, van Wees, Meyers, e Elfferich, 2001). Eles descobriram que 62 (18 por cento) dos 344 sobreviventes entrevistados relataram passar por uma EQM. Um estudo semelhante foi realizado por Sam Parnia e seus colegas na Inglaterra, que descobriram que sete (11,1 por cento) dos 63 sobreviventes entrevistados relataram passar por uma EQM (Parnia, Waller, Yeates, e Fenwick, 2001). Os autores dos dois artigos estavam perplexos em como explicar o fato de que alguns desses pacientes poderiam ter tido experiências conscientes, tais como as EQMs, num momento em que eles não só estavam muito evidentemente inconscientes, mas também em um momento que não tinham nem batimentos cardíacos nem atividade respiratória.
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    Um dos pacientes entrevistado por van Lommel e seus colaboradores ainda passou por uma experiência verídica durante um período que parecia estar inconsciente. Um enfermeiro da unidade de tratamento coronariana relatou sua experiência da seguinte forma:
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    “Durante o seu turno noturno, uma ambulância trouxe um homem de 44 anos, cianótico e comatoso, para a unidade de tratamento coronariana. Ele havia sido encontrado cerca de uma hora antes em um prado por transeuntes. Após a internação, ele recebeu respiração artificial sem intubação, enquanto a massagem cardíaca e a desfibrilação também eram aplicadas. Quando quisemos intubar o paciente, nós descobrimos que ele usava dentaduras em sua boca. Eu removi a dentadura superior e a coloquei em um carrinho. Enquanto isso, nós continuamos a RCP extensiva. Após cerca de uma hora e meia o paciente tinha o ritmo cardíaco e a pressão arterial suficientes, mas ele ainda era ventilado e intubado, e ainda estava em coma. Ele foi transferido para a unidade de terapia intensiva para continuar a respiração artificial necessária. Somente após mais de uma semana que eu me encontrei novamente com o paciente, que agora estava de volta na ala cardíaca. Eu distribuí a medicação dele. No momento em que ele me vê ele diz: ‘Oh, esse enfermeiro sabe onde as minhas dentaduras estão’.
    Fiquei muito surpreso. Ele, então, elucidou: ‘Sim, você estava lá quando eu fui levado para o hospital e você pegou a dentadura da minha boca e a colocou nesse carro que tinha todos esses frascos nele, e havia uma gaveta deslizante embaixo e lá você colocou os meus dentes.’ Fiquei especialmente impressionado porque eu me lembrei de que isso aconteceu enquanto o homem estava em coma profundo e no processo de RCP. Quando eu perguntei mais, parecia que o homem tinha visto a si mesmo deitado na cama, que ele tinha visto de cima como os enfermeiros e médicos tinham ficado ocupados com RCP. Ele também foi capaz de descrever corretamente e em detalhes a pequena sala em que ele havia sido reanimado, assim como a aparência das pessoas presentes, como eu.
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    No momento em que ele observou a situação tinha ficado com muito medo de que fôssemos parar a RCP e de que ele fosse morrer. E é verdade que tínhamos sido muito negativos sobre o prognóstico do paciente devido à sua condição médica muito pobre, quando ele foi admitido. O paciente me disse que ele desesperadamente e sem sucesso tentou deixar claro para nós que ele ainda estava vivo e que deveríamos continuar a RCP. Ele estava profundamente impressionado pela sua experiência e disse que não tem mais medo da morte. 4 semanas depois, ele deixou o hospital como um homem saudável. (van Lommel, van Wees, Meyers, e Elfferich, 2001, p. 2041)”
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    Van Lommel e Parnia e seus colegas estavam perplexos para explicar como as pessoas podem passar por tais experiências verídicas conscientes ou outras experiências conscientes, tais como as EQMs, enquanto evidentemente inconscientes. Van Lommel e seus colegas resumiram a questão assim:
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    “Na falta de evidências para quaisquer outras teorias relacionadas à EQM, o conceito até aqui assumido, mas nunca provado, de que a consciência e memórias estão localizadas no cérebro, deveria ser discutido. Como poderia uma clara consciência externa a um corpo ser sentida no momento que o cérebro não mais funciona durante um período de morte clínica com o EEG plano? Além disso, em parada cardíaca o EEG normalmente se torna plano na maioria dos casos por volta de 10 s do início da síncope. Além disso, pessoas cegas descreveram percepções verídicas durante experiências fora do corpo no momento desta experiência. A EQM empurra aos limites as idéias médicas sobre o alcance da consciência humana e a relação mente-cérebro.
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    Outra teoria sustenta que a EQM pode ser um estado de mudança de consciência (transcendência), em que a identidade, cognição e emoção funcionam independentemente do corpo inconsciente, mas mantêm a possibilidade de percepção não-sensorial. (van Lommel, van Wees, Meyers, e Elfferich, 2001, p. 2044)”
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    Ainda assim nenhuma alma invisível e imaterial ou consciência separada são necessárias para explicar todas as experiências relatadas nestes dois estudos prospectivos. Todas as experiências relatadas, até mesmo as experiências verídicas, podem ser explicadas pelo funcionamento do corpo. Começarei abordando primeiro a questão do uso do aparelho eletroencefalograma durante a ressuscitação cardíaca, bem como o fenômeno da consciência.
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    Atividade Cerebral e Consciência
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    A literatura popular recente dá muita importância ao fato de que as pessoas tinham eletroencefalogramas planos ou ausentes (EEGs) durante as EQMs e elas relataram sofrer durante a reanimação cardíaca. Esta é uma afirmação muito duvidosa. Em mais de 20 anos de carreira médica, em que eu atendi reanimações cardíacas em três países diferentes, eu nunca vi eletrodos de EEG estarem ligados a pessoas que passam por uma inesperada reanimação cardíaca. A fixação dos eletrodos do EEG na cabeça de uma pessoa é um processo trabalhoso, difícil de fazer com precisão. Simplesmente não há oportunidade de fazer isso durante uma reanimação cardíaca: a cabeça está sacudindo devido à massagem cardíaca, e movendo-se devido à respiração artificial com uma máscara facial, uma situação em que também é quase impossível montar adequadamente uma máquina EEG sensível.
    Às vezes as pessoas estão ligadas a máquinas de EEG durante a parada cardíaca, mas estas são situações onde as pessoas desenvolvem de forma inesperada uma parada cardíaca enquanto já ligadas às máquinas EEG, ou situações de pesquisa onde as pessoas sofrem uma parada cardíaca experimental (Aminoff, Scheinman, Griffin, e Herre, 1988).
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    Agora o objetivo principal da reanimação cardíaca é restaurar algum fluxo de sangue contendo oxigênio para o cérebro; caso contrário, a parada cardíaca seria invariavelmente fatal. A restauração de oxigênio e o fluxo sanguíneo para o cérebro restauram parcial ou completamente a atividade cerebral elétrica das células nervosas. Mas uma máquina de EEG mede apenas a atividade elétrica nas camadas superficiais do cérebro, e não registrando diretamente a atividade elétrica dos tecidos cerebrais mais profundos.
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    Um tronco cerebral superior funcionando é absolutamente essencial para a manifestação da consciência, um fato bem estabelecido por inúmeros experimentos em humanos e animais. E o tronco cerebral está localizado no interior do cérebro, longe dos locais dos eletrodos do EEG.
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    É por isso que as posições normais dos eletrodos do EEG não registram a atividade cerebral elétrica especificamente. Em vez disso, eles medem apenas os efeitos da atividade do tronco cerebral do sistema nervoso sobre a atividade elétrica da superfície cerebral, como medido com os eletrodos do EEG nas posições padrões. Assim, a ausência de atividade do EEG nem sempre significa que uma pessoa está inconsciente. Portanto, as declarações no sentido de que as EQMs durante a parada cardíaca ocorrem em períodos de atividade elétrica cerebral ausente não correspondem nem com o fato fisiológico, nem com a prática médica comum.
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    A consciência é um fenômeno verdadeiramente maravilhoso. O significado exato da consciência e da verdadeira natureza da consciência são assuntos extremamente difíceis, mas a maioria das pessoas sabe quando ela está presente e quando não está. Por exemplo, quando olhamos para uma pessoa acordada, nós sabemos que aquela pessoa está consciente. Mas se essa mesma pessoa ficou inconsciente devido a drogas anestésicas, falta de oxigênio, ou devido a uma pancada na cabeça, sabemos que a pessoa está inconsciente, porque essa pessoa não se move, não reage, não interage com seu ambiente, e não tem memória dos acontecimentos durante o período de inconsciência.
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    Esta é uma abordagem muito crua e básica para um assunto fascinantemente complexo, quando se considera que a complexa mente humana é definida pela consciência. No entanto, a consciência é uma função de um tronco cerebral funcionando, e quando o tronco cerebral deixa de funcionar devido a qualquer um de uma multiplicidade de fatores, tais como anestésicos ou outros medicamentos, falta de oxigênio, ou uma pancada na cabeça, a consciência – e com ela a mente humana – deixa de existir. É por isso que a verdadeira morte do corpo é definida como a perda terminal da consciência causada pela morte irreversível do tronco cerebral (Woerlee 2003).
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    Há muitos que acreditam que a consciência é gerada pela alma, ou algo “espiritual”’, sem substância, ou maravilhosamente isolado do corpo. Este conceito é impossível de provar, porque mesmo que a alma gere a consciência e seja a sede da mente, a alma ainda precisa despertar o corpo para a consciência por meio dos mecanismos do tronco cerebral. Afinal, quando o tronco cerebral não funciona mais, a consciência corporal não está presente, exista a alma ou não. Assim, é impossível diferenciar se a alma gera a consciência, ou se o tronco cerebral gera a consciência. Se a alma gera a consciência, então o tronco cerebral ainda é necessário como um canal físico para a manifestação da consciência; caso contrário, a consciência simplesmente não vai se manifestar. E se não houver alma, então o tronco cerebral é o gerador da consciência humana (Woerlee 2003).
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    Efeitos da Falta de Oxigênio
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    Isto nos leva aos efeitos da falta de oxigênio nos tecidos. A função dos pulmões é pegar o oxigênio do ar e levá-lo para dentro do corpo, enquanto o coração é uma bomba, bombeando o sangue contendo oxigênio dos pulmões, juntamente com nutrientes e muitas outras substâncias, a todos os tecidos e órgãos do corpo. Todos os tecidos e órgãos do corpo precisam de oxigênio e nutrientes para sustentar o funcionamento e a vida. A maioria dos tecidos e órgãos do corpo contém uma pequena reserva de nutrientes; mas nenhum tecido e órgãos do corpo possuem qualquer reserva de oxigênio. Além disso, o consumo de oxigênio dos tecidos e órgãos do corpo é tão alto que um fluxo contínuo de sangue contendo oxigênio é absolutamente necessário para sustentar o funcionamento e a vida. E os olhos e o cérebro precisam de mais oxigênio do que quaisquer outros tecidos e órgãos do corpo, embora os olhos necessitem de mais oxigênio para funcionar do que o cérebro, e o córtex do cérebro requer mais oxigênio do que o tronco cerebral (Liere e Stickney 1963; Woerlee 2003). É por isso que a cessação repentina do fluxo de sangue para a cabeça, tal como ocorre durante a parada cardíaca, causa uma rápida falha dos olhos e do cérebro, falha essa que se manifesta como cegueira e paralisia de todos os músculos de 3 a 19 segundos após, seguida de perda da consciência de 4 a 20 segundos depois, logo após o EEG se tornar plano (Aminoff, Scheinman, Griffin, e Herre, 1988; Rossen, Kabat, e Anderson, 1943). A inconsciência e a morte por parada cardíaca são sempre devidas a uma falha no fornecimento de oxigênio para o tronco cerebral.
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    A maioria dos pacientes envolvidos nos estudos de van Lommel e Parnia estava certamente inconsciente no momento em que os médicos e enfermeiros da equipe de reanimação chegaram. Mas uma vez que a reanimação cardíaca foi iniciada, a restauração de um nível de circulação restaurou algum suprimento de oxigênio para o cérebro. Então, um pouco de sangue e oxigênio circulou em seus cérebros, sustentando a vida em seus cérebros e corpos até que os batimentos cardíacos normais e a circulação pudessem ser restaurados. E em algumas dessas pessoas submetidas à reanimação cardíaca, a eficiência da massagem cardíaca foi tal que bastante sangue e oxigênio foi bombeado através de seus cérebros para sustentar parcial ou mesmo totalmente a consciência. Mas quanto sangue é bombeado para fora do coração durante a massagem cardíaca, e quanto sangue contendo oxigênio deve ser bombeado para fora do coração para sustentar a consciência? Aqui estão alguns números e cálculos.
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    Primeiro, a pressão do oxigênio no sangue de pessoas em reanimação cardíaca é, em média, 0-250 mm Hg (Ornato, Gonzalez, Starke, Morkunas, Coyne, e Beck, 1985; Smithline, Rivers, Rady, Blake, e Nowak, 1994; Steedman e Robertson, 1992; Tucker, Idris, Wenzel, e Orban, 1994). As variações das pressões medidas do oxigênio no sangue arterial dessas pessoas é tal que a hemoglobina de todos os pacientes da reanimação estava quase sempre mais de 90 por cento saturada. Isto significa que o sangue bombeado pelo coração durante a reanimação cardíaca contém uma quantidade normal de oxigênio.
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    Segundo, a concentração da hemoglobina de pessoas em parada cardíaca súbita é normal, o que significa que o conteúdo de oxigênio do sangue arterial bombeado para fora do coração e daí para o corpo durante a parada cardíaca também é de normal a um valor máximo. Nesta situação, o suprimento de oxigênio para os tecidos e órgãos do corpo é determinado unicamente pelo volume de sangue bombeado pelo coração.
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    Terceiro, a quantidade de sangue bombeada pelo coração do adulto em repouso batendo normalmente é de 4,5 a 6,5 litros/minuto.
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    E quarto, a quantidade de sangue bombeada pelo coração como resultado de massagem cardíaca externa é de 0 a 2,2 litros/minuto (Christensen, Stadeager e Siemkowicz, 1990; Del Guercio, Coomaraswamy, e State, 1963; Del Guercio, Feins, Cohen, Coomaraswamy, Wollman, e State, 1965).
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    Se o sangue contém quantidades normais de oxigênio, então que fluxo de sangue através do cérebro é necessário para sustentar a consciência? O cérebro humano adulto pesa cerca de 1500 gramas. O fluxo normal de sangue para o cérebro adulto é de cerca de 54 mililitros/100 gramas de tecido cerebral/minuto, o que significa um fluxo total de sangue através do cérebro adulto de cerca de 810 mililitros/minuto. O fluxo mínimo de sangue necessário para sustentar a consciência nos seres humanos é de cerca de 15 mililitros/100 gramas de tecido cerebral/minuto (Sundt, Sharbrough, Piepgras, Kearns, Messick, e O’Fallon, 1981; Trojaborg e Boysen, 1973), o que significa um fluxo sanguíneo total mínimo de cerca de 225 mililitros/minuto em um cérebro adulto médio de 1,500 grama. Cerca de 13 por cento do sangue bombeado pelo coração vai para o cérebro; o que sobra sustenta o resto do corpo. Então, o coração precisa bombear pelo menos 1.730 mililitros de sangue com um conteúdo normal de oxigênio por minuto para sustentar algum tipo de consciência em um corpo adulto médio. Estudos sobre a eficiência da massagem cardíaca revelam que ela gera um fluxo de sangue maior do que 1.730 mililitros/minuto em não mais do que 20 a 24 por cento das pessoas submetidas à massagem cardíaca (Christensen, Stadeager e Siemkowicz, 1990; Del Guercio, Coomaraswamy, e State, 1963; Del Guercio, Feins, Cohen, Coomaraswamy, Wollman, e State, 1965).
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    Isto significa que cerca de 20 a 24 por cento das pessoas em massagem cardíaca durante uma parada cardíaca pode estar recebendo oxigênio suficiente para que seus troncos cerebrais estejam parcial ou totalmente conscientes. A maioria dessas pessoas só ficará parcialmente consciente, mas algumas podem ficar totalmente conscientes. E essas pessoas podem estar conscientes, mas incapazes de se mover, porque ainda que o fluxo de oxigênio (transportado no sangue) para seus cérebros possa ser suficiente para sustentar a consciência, ele pode não ser suficiente para permitir o movimento normal. Isto soa surpreendente, mas as pessoas passando por moderada a severa falta de oxigênio no cérebro, devido à parada cardíaca (ou qualquer outra forma de falta de oxigênio) podem estar em uma condição em que se encontram paralisados e incapazes de se mover, mas conscientes e capazes de ouvir tudo o que está acontecendo ao seu redor (Lier e Stickney, 1963; Rossen, Kabat, e Anderson, 1943). Tudo isso explica como é que pessoas imóveis, que não respondem, aparentemente mortas, submetidas à reanimação cardíaca devido à parada cardíaca podem sofrer experiências conscientes, tais como uma EQM. Além disso, isso explica porque apenas 11 a 18 por cento destas pessoas passam, ou melhor, se lembram de tais experiências conscientes. Esta é a situação em que os pacientes reportando EQMs após a reanimação bem sucedida da parada cardíaca se encontram durante sua EQM.
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    Fisiologia da Parada Cardíaca
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    Então, o que geralmente acontece durante uma parada cardíaca? A maioria das pessoas se encontra em uma enfermaria do hospital, em uma rua, ou em outro lugar, e geralmente mais de um minuto se passou antes que a reanimação seja iniciada. Isto significa que a maioria dessas pessoas está certamente inconsciente no momento em que começa a reanimação cardíaca, porque todas as pessoas ficam inconscientes de 4 a 20 segundos após a cessação do batimento cardíaco, como descrito acima. Inicia-se a reanimação cardíaca: a respiração artificial infla e desinfla os pulmões com ar, o oxigênio no ar nos pulmões se combina com a hemoglobina no sangue que passa através dos pulmões, a massagem cardíaca bombeia este sangue rico em oxigênio para todos os tecidos e órgãos do corpo, e drogas como a adrenalina são administradas para aumentar a pressão arterial gerada pela massagem cardíaca. Tais medidas de reanimação cardíaca são suficientes para restaurar algum grau de consciência em cerca de 20 por cento dos submetidos à reanimação, mesmo que essas pessoas nem respirem, nem tenham qualquer batimento cardíaco.
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    Mas a restauração da consciência significa simplesmente que o tronco cerebral superior funciona o suficiente para sustentar a consciência. Consciência não significa que o resto do cérebro funciona normalmente. Os efeitos da total falta de oxigênio no cérebro com uma duração de mais de 60 segundos, tal como é a causada por parada cardíaca, pode durar vários minutos, ou até mesmo ser permanente, se a carência de oxigênio total durar mais de três minutos (Dougherty, 1994; Safar, 1988). Assim, mesmo que essas pessoas estejam conscientes, seus cérebros não funcionam normalmente. O tronco cerebral humano, o córtex e os olhos têm a mesma estrutura e função em todos os seres humanos, independentemente de raça ou sexo. É por isso que as manifestações de cada nível de falta de oxigênio do cérebro são essencialmente as mesmas para cada pessoa, embora estas manifestações possam ser cobertas com um brilho resultante de fatores individuais psicológicos e socioculturais. Então quais são as mudanças básicas na função mental devido à severa falta de oxigênio que as pessoas podem experimentar (Woerlee 2003)?
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    Primeiro, o mal funcionamento do córtex pré-frontal resulta em sensações de calma, serenidade, indiferença, e às vezes até mesmo alegria, apesar da apreciação plena da gravidade da própria situação durante a reanimação de parada cardíaca. Além disso, a dor não é mais percebida como dor.
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    Segundo, a falha do córtex motor suplementar significa que as pessoas nem sequer pensam em se mover, mesmo que elas percebam a natureza extrema de sua situação durante as EFCs onde elas observam os seus corpos aparentemente mortos sendo reanimados.
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    Terceiro, o mau funcionamento do córtex pré-central (córtex motor primário) causa paralisia dos músculos voluntários, então essas pessoas não podem se mover, ainda que elas possam tentar fazê-lo. A paralisia das áreas adjacentes do córtex motor controlando os músculos dos olhos, bem como os músculos da fala na área de Broca, significa que as pessoas também não podem mover os olhos ou falar, mesmo que elas tentem ao máximo mover os seus olhos e falar. Tudo o que elas podem fazer é ficar imóvel, incapazes de se mover – e elas parecem horríveis, mesmo mortas.
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    Quarto, o mau funcionamento do giro pós-central provoca insuficiência de percepção consciente das sensações do toque.
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    Quinto, o mau funcionamento do córtex parietal provoca a desintegração da diferenciação entre corpo e espaço, resultando em um sentido de unidade e união com o universo.
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    Sexto, o mau funcionamento do giro angular, juntamente com o mau funcionamento do fuso muscular, pode causar o deslocamento da imagem corporal, juntamente com as sensações de movimento e de vôo, que quando combinadas com as percepções conscientes e inconscientes de seus próprios corpos, assim como de seu ambiente, resultam na EFC.
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    Finalmente, a amígdala e o hipocampo também são muito sensíveis aos efeitos da falta de oxigênio. O mau funcionamento dessas partes mais profundas do lobo temporal pode despertar as memórias de pessoas, música e uma revisão da vida.
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    Esta atribuição de funções específicas para partes específicas do

  276. Montalvão Diz:

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    Marciano agora diz:
    Montalvão, que lisonja, ser confundido com você.
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    COMENTÁRIO: eu é que fiquei todo arrepiadinho quando vi que estavam pondo em minha boca palavras suas…

  277. Antonio G. - POA Diz:

    Montalvão: Que disposição (e capacidade) para o debate detalhado!!! É de causar inveja a preguiçosos (e limitados) como eu.

  278. Montalvão Diz:

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    Vlad,
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    A postagem que postei ficou tão desmesuradamente gorda que saiu parte do todo: complemento o que faltou a partir do momento em que parou.
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    “Finalmente, a amígdala e o hipocampo também são muito sensíveis aos efeitos da falta de oxigênio. O mau funcionamento dessas partes mais profundas do lobo temporal pode despertar as memórias de pessoas, música e uma revisão da vida.
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    Esta atribuição de funções específicas para partes específicas do cérebro pode soar como uma forma moderna de frenologia para algumas pessoas. De fato, alguns neurologistas mesmo rindo chamam isso de “neurofrenologia”, mas uma verdadeira enxurrada de estudos publicados de imagens de ressonância magnética (IRM) durante os últimos 15 anos, juntamente com estudos anteriores de radioisótopos, bem como dados clínicos, todos confirmam que muitas funções são de fato localizadas em partes específicas do cérebro.
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    Fisiologia das Experiências Visionárias
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    Isso traz esta discussão para o assunto das experiências visionárias. A natureza básica das experiências visionárias é certamente um produto do grau de insuficiência cerebral causada pela falta de oxigênio, embora as expectativas pessoais, educação, e fatores socioculturais, certamente tenham influência sobre o conteúdo das experiências visionárias, como é provado por vários aspectos das experiências visionárias. (Veja http://www.mortalminds.org para uma discussão mais ampla sobre os aspectos visionários das EQMs).
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    Primeiro, as pessoas que esperam passar por uma experiência de risco de morte são mais propensas a sofrer as EQMs afetivas e transcendentais do que as EQMs cognitivas, enquanto aquelas que inesperadamente se encontram em uma situação de risco de morte têm a mesma probabilidade de sofrer as EQMs afetivas, transcendentais, ou cognitivas (Greyson , 1985).
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    Segundo, as pessoas que esperam morrer muitas vezes têm visões de parentes falecidos; presumivelmente estes atuarão como seus guias no mundo dos mortos (Greyson, 1985).
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    Terceiro, a natureza da visão dos parentes falecidos durante essas EQMs difere de uma cultura para outra (Osis e Haraldsson, 1977).
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    Quarto, os hindus têm EQMs hindus, os budistas têm EQMs budistas e os cristãos têm EQMs cristãs (Evans-Wentz, 1957, páginas 33-34).
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    Quinto, a razão para o retorno à vida difere de uma cultura para outra (por exemplo, Pasricha e Stevenson, 1986).
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    Algumas pessoas podem relatar percepções aparentemente paranormais. Mas percepções paranormais não são mais que uma ilusão humana antiga (Woerlee 2003).
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    As experiências do túnel e a luz são também produtos de mudanças na função do corpo que ocorrem durante a reanimação (Woerlee, 2003, 2004). O alargamento da pupila devido à adrenalina, que é normalmente administrada durante a reanimação cardíaca, bem como a falta de oxigênio, permite que mais luz entre nos olhos, assim eles vêem “uma luz brilhante que não fere os olhos.” O alargamento da pupila do olho reduz a profundidade focal, de modo que o ponto em que eles olham é visto claramente, mas todo o resto é vago e “banhado em luz.” Então, as pessoas com pupilas dilatadas pela falta de oxigênio e adrenalina vêem formas vagas de luz, que são os anjos e as figuras celestiais às vezes vistas durante as EQMs e experiências de leito de morte. Como estas experiências são muito poderosas, elas têm um impacto bem grande, e como elas parecem tão coerentes e lógicas, as pessoas as consideram estranhas e maravilhosas, acreditando que é impossível que estas coisas sejam originárias de um cérebro doente, em que falta oxigênio. No entanto, deve ser sempre lembrado que as percepções das pessoas em um estado mental anormal ou tóxico, como o que é causado pela falta de oxigênio, são muito diferentes das dos seus observadores. O estado mental das pessoas que sofrem pela falta de oxigênio foi muito bem descrito a seguir:
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    “A hipoxia (falta de oxigênio) rapidamente afeta os centros superiores, causando um embotamento das sensibilidades mais finas e uma perda do sentido de discernimento e da autocrítica. O sujeito sente, no entanto, que sua mente não apenas está clara, mas extraordinariamente viva. (Liere e Stickney, 1963, p. 300)”
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    É por isso que as pessoas que se recuperam da reanimação cardíaca nunca dizem que o seu estado mental durante um período de consciência tal qual o de uma EQM estava confuso ou atordoado.
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    Fatos Finais
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    As pessoas que relataram uma EQM após a ressuscitação de uma parada cardíaca estão sempre relatando uma experiência recordada. Afinal, nenhuma das pessoas que passaram por uma EQM durante a parada cardíaca alguma vez indicou com sucesso durante a reanimação que ela estava acordada. Em vez disso, elas relatam as suas EQMs só depois de despertarem e recuperarem a uma condição em que elas possam contar suas experiências. Isto significa que o que elas estão relatando é na verdade um composto de memórias: memórias de fatos observados, memórias de alucinações induzidas por drogas e falta de oxigênio, bem como memórias de sensações corporais experimentadas durante a reanimação.
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    A totalidade destas memórias forma uma experiência completa, cujo conteúdo é interpretado e modificado pelas diferentes experiências e expectativas socioculturais, a ser moldado em última análise em um relatório de uma EQM coerente com estes elementos.
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    A falta de oxigênio no cérebro é um importante fator determinante nas EQMs de parada cardíaca, porque a falta de oxigênio no cérebro inibe a formação de memórias, e algum grau de falta de oxigênio no cérebro está sempre presente durante a reanimação cardíaca. É por isso que nem todo mundo que esteve consciente durante a reanimação cardíaca lembra os detalhes de cada experiência vivida durante a reanimação cardíaca.
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    O conhecimento de todas estas coisas faz com que seja possível explicar a experiência verídica já referida (van Lommel, van Wees, Meyers, e Elfferich, 2001). O paciente que van Lommel e colegas descreveram estava consciente, como resultado de uma reanimação cardíaca eficiente. Ele podia ver e ouvir porque quando a reanimação é eficiente, os sentidos de audição e da visão são restaurados. Os efeitos residuais da falta extrema de oxigênio em seu cérebro o paralisou, o que tornou impossível para ele se mover ou falar, então ele não foi capaz de dizer à equipe de reanimação para continuar.
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    Os efeitos da falta de oxigênio faziam com que ele não sentisse dor, e também produziu a sua EFC. Ele sentiu a sua dentadura ser removida, e ele a ouviu ser colocada em uma gaveta de metal; um abrir e fechar de uma gaveta de metal faz um som muito típico, e armários de metal ao lado da cama são móveis hospitalares padrões na Holanda.
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    Seus olhos estavam parcialmente abertos, ou foram abertos de vez em quando para verificar o tamanho da pupila como uma indicação de falta de oxigênio no cérebro; por isso ele foi capaz de ver o seu irmão e outras pessoas na sala. É por isso que mais tarde ele foi capaz de reconhecer as pessoas, bem como de descrever o quarto. Além disso, os sons e os movimentos ouvidos e sentidos durante a reanimação também o ajudaram na construção de uma imagem composta de tudo o que aconteceu durante a sua reanimação. Depois de despertar, ele foi capaz de contar uma história composta de tudo o que aconteceu durante a sua reanimação. Então, essa experiência aparentemente sobrenatural é na verdade facilmente explicada pelo funcionamento do corpo, juntamente com as observações conscientes e inconscientes.
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    Explicações sobrenaturais ou paranormais não são necessárias para explicar o que aqueles que passaram por EQMs durante a reanimação da parada cardíaca vivenciam. Nem são necessárias explicações tais como a de uma alma ou de uma mente que existe separadamente do corpo. O funcionamento do organismo prevê a incidência de EQMs ocorrendo durante a reanimação cardíaca, bem como explica cada experiência vivida durante as tais EQMs. O funcionamento do corpo, juntamente com leis físicas naturais, explicam todos esses fenômenos. Todas estas coisas reduzem a probabilidade de que a EQM seja uma manifestação da realidade de uma mente invisível e imaterial capaz de se separar do corpo. Mesmo assim, essa explicação só pode ser considerada uma explicação alternativa. Afinal, uma mente invisível e imaterial capaz de se separar do corpo também pode ser a explicação para as EQMs, mesmo que ela não possa ser sentida ou detectada de forma alguma, e de modo algum prediga a incidência ou a natureza das experiências relatadas.
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    No entanto, a explicação física da gênese da EQM em nada reduz a intensidade ou a natureza profunda da mudança de vida destas experiências. A EQM é uma experiência humana lembrada intensamente que ocorreu durante um período em que a própria existência das pessoas sujeitas à experiência está ameaçada. É uma experiência cuja natureza nos diz muito sobre os recessos mais profundos da psique humana individual e coletiva, bem como os aspectos mais maravilhosos do funcionamento do veículo da mente humana, o corpo humano.

    Referências

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    Woerlee, G. M. (2004, May/June). Darkness, tunnels, and light. Skeptical Inquirer, 28(3), 28–32.

    G. M. Woerlee é um médico especializado em anestesiologia, especialidade médica que ele tem ensinado e praticado por mais de 20 anos na Holanda, tanto em hospitais universitários como gerais. Por muitos anos ele tem se empenhado em um estudo dos modos com que o funcionamento do corpo humano pode gerar a idéia de uma alma humana, experiências paranormais, experiências de quase-morte, experiências fora-do-corpo, viagens astrais, e auras. Pedidos de separatas deve ser dirigidas ao Dr. Woerlee em Kagerstraat 4, 2334CR Leiden, Holanda; e-mail: mortalminds@hotmail.com.

    Referência original: Woerlee, G. M. “Cardiac Arrest and Near-Death Experiences.” Journal of Near-Death Studies. Vol. 22, No. 4 (Summer 2004): 235-249.
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    Delírios Religiosos
    Uma discussão contemporânea sobre os delírios religiosos
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    “A ilusão religiosa é a mais implacável e a mais tenaz, ela vincula uma pulsão e está próxima aos delírios psiquiátricos” (Freud, 1927)
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    Desde que há homens e que eles pensam, idéias religiosas permeiam a maioria das mentes, fazendo com que as questões de ordem religiosa acompanhem a humanidade ao longo de toda a sua história. Elas estão presentes nas perseguições da inquisição, nas guerras religiosas, em disputas políticas, entre outros. Estes temas são explorados nas telas dos cinemas desde a invenção deste e na literatura em geral, como no grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, cuja obra questiona a existência do Diabo. Portanto, dentre as inúmeras formas de expressões psíquicas, me proponho a investigar aquelas que se referem às manifestações psicológicas delirantes de temática religiosa, isto é, os delírios religiosos.
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    Aqui é importante esclarecer, os próprios delírios religiosos mudam ao longo do tempo, mas, além disso, mudam também as concepções. Apresentarei três: uma concepção na antiguidade; uma leitura da psiquiatria do sec. XIX; e outra do século final do sec. XX e início do XXI. Primeiramente na antiguidade, todas as superstições, ou seja, tudo aquilo que não fosse da religião “oficial”, sob certas condições, tornavam-se verdadeiras ilusões e delírios. Já para os autores da psiquiatria moderna o delírio religioso não é apenas um sintoma. Este constituía uma patologia à parte, a “mania religiosa”, devido a sua consistência e sua tamanha complexidade. Hoje, os delírios religiosos são considerados como um sintoma, sendo que a presença de um delírio de conteúdo religioso preenche critérios do DSM-IV para transtorno delirante ou parte do critério A para esquizofrenia constituindo um quadro Psicótico, e caracteriza-se pelo seu conteúdo espiritual, místico ou religioso, com a presença de alucinações visuais e auditivas, podendo ocorrer de forma individual ou coletiva, ocasionando no pior dos casos: o assassinato, suicídio e a automutilação. Estes delírios podem ser combinados com outros delírios, como delírios de grandeza (a crença de que a pessoa afetada foi escolhida por Deus, por exemplo), os delírios de controle ou delírios de culpa.
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    Pensemos em alguns acontecimentos históricos onde este sintoma aparece, por vezes em forma de delírio epidêmico¹, como no episódio de Canudos, liderada pelo místico Antônio Conselheiro, que acreditando em uma terra santa constrói um povoado, ou no caso do grande líder religioso nordestino Padre Cícero do Crato (e de sua Juazeiro), este era autor de muitos milagres, ou Jacobina Mucker que liderou o movimento messiânico em São Leopoldo(RS), esta era acometida por transes espirituais, nos quais obtinha poder de cura, sendo considerada por todos como um “cristo feminino”, ou mesmo Joana D`arc que tinha visões e se dizia enviada para liderar os exércitos Franceses. Também cabe citar o caso norte-americano de Charles Manson, o qual se glorificava de ser a personificação do Mal, e que realizou, na noite de 9 de agosto de 1969, o assassinato da atriz Sharon Tate, esposa do cineasta Roman Polanski, autor do filme sobre a presença do Diabo na nossa sociedade (O bebê de Rosemary, 1968). Atribuiu-se a Charles cerca de 50 crimes similares, pois este induzia pessoas a cometerem crimes, hoje ele tem um lote de fãs que ostentam orgulhosamente camisetas com sua imagem, incluindo o músico gótico Mariliyn Manson, que tem composição inspirada em Charles Manson.
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    Quanto a nossa pergunta norteadora, de forma geral, a literatura nos fala que existem vários modos de distinguir experiências psicóticas de experiência religiosa normal. Lukoff (1985) e Pierre (2001) afirmam que para que as crenças ou as experiências religiosas sejam patológicas, precisam prejudicar a capacidade de a pessoa desempenhar suas atividades diárias. Se o desempenho social ou ocupacional não for prejudicado, então a crença ou experiência religiosa não será patológica, pois, a pessoa psicótica terá dificuldade em estabelecer a relação com outras pessoas no seu ambiente social ou religioso, principalmente porque apresentará outros sintomas da doença psicótica que prejudicarão sua habilidade de se relacionar com os outros. Exemplos de problemas no desempenho são perda da capacidade de manter um emprego, problemas legais com a polícia ou por não conseguir realizar suas obrigações, comportamentos ou ameaças suicidas ou homicidas e dificuldades de pensar com clareza.
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    Há, então, um certo consenso geral de que critérios específicos existem e podem ajudar a distinguir a pessoa mentalmente doente com psicose da pessoa religiosa e devota que tem experiências místicas. A pessoa religiosa tem insight na natureza extraordinária dos seus relatos, normalmente faz parte de um grupo de pessoas que compartilha as suas crenças e experiências (culturalmente apropriado), não tem outros sintomas de doença mental que afetem o processo de seus pensamentos, é capaz de manter um trabalho e evitar problemas legais, não causar danos a si mesma e, normalmente, tem resultado positivo com o passar do tempo.
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    Embora existam modos, assim descritos na literatura, para um efetivo diagnóstico, me questiono se isto realmente é suficiente, pois acredito que seja muito mais difícil, em alguns casos, distinguir crenças de experiências psicóticas das não-psicóticas, pois os estados psicóticos e místicos podem ter tantas sobreposições que seja difícil distinguir um do outro. Assim, Dalagarrondo (2008) nos alerta que “(…)não existe um limite nítido, e que isto também depende da cultura e das idéias prevalentes, sendo difícil distinguir as crenças religiosas culturalmente sancionadas² de sintomas psicóticos, pois os delírios religiosos existem em um continuum entre as crenças normais de indivíduos saudáveis e as crenças fantásticas de pacientes psicóticos(…)”. Assim, a cultura também pode contribuir para sintomas patológicos, como mostram estudos recentes que analisam a influência que variáveis socioculturais exercem sobre a freqüência, constituição e as formas de manifestações das diversas síndromes psicopatológicas. Desta forma, Dalgalarrando (2008) nos apresenta algumas síndromes “culturais” Brasileiras; estas seriam as Obsessões ou “estar obsedado ou obsididiado” cujo grupo afetado são os espíritas Kardecistas e grupos de religiões afro-brasileiras.(2008,p.389). A partir disto gostaria de levantar a possibilidade de que mesmo o sujeito não possuindo outros sintomas para o diagnóstico de esquizofrenia ou transtorno delirante, este ainda pode possuir um delírio místico-religioso, pois considero que alguém que diz ouvir espíritos já se encontre, em alguma medida, em um estado sintomático/patológico. Por isso, acredito que estas informações, que Pierre(1995) e Luckof(1985) nos colocam sejam insuficientes para o contexto atual.
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    Sendo assim julgo que estamos dando pouca atenção para um tema muito delicado, estamos olhando pouco para o delírio religioso e sua dimensão na contemporaneidade, esquecendo-nos do tamanho que esta pode alcançar. Não é sem motivo que a cada dia vemos a expansão do número crescente de pessoas recorrendo ao exorcismo, o fenômeno cresce tanto que o Instituto Sacerdos Pontificio Regina Apostolorum (a universidade do vaticano) e o Grupo de pesquisa e Informação Sócio-religiosa (GRIS) decidiram montar um curso intitulado “Exorcismo e oração de libertação”, esta é uma das respostas do vaticano frente ao aumento dos “endemoniados”. São pessoas dizendo-se possuídas pelo demônio, provocando automutilações, suicídios e assassinatos, como o grupo Beasts of Satan, que teve dois integrantes condenados por três rituais assassinos. Assim, o filme “O Ritual” que teve estréia no Brasil em Fevereiro de 2011, também demonstra a crescente preocupação da igreja em atender esta demanda que aumenta a cada ano. Sugere-se, portanto, um avanço nas pesquisas em torno dos delírios religiosos, tanto individuais, quanto epidêmicos, a fim de que possamos expandir nosso campo de saber, e assim, modificar/criar novas formas de diagnóstico/classificações, pois trata-se de um tema complexo e que apesar de todos os estudos, ainda cabe a ciência fazer um novo movimento. Desta forma, o objetivo deste estudo não é somente fazer uma apresentação dos delírios de temática religiosa, mas levantar hipóteses, suscitar questionamentos e despertar novas discussões.
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    Sugestão: Leia também um estudo quantitativo
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    1. Este termo foi utilizado no séc. XX por C. Almeil, este estudou as epidemias no de ordem religiosa. Hoje esta definição não possui classificação em nenhum manual de diagnóstico. Utilizarei esta definição, uma vez que julgo o termo adequado para o presente estudo.
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    Referências
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    Harold G. Koenig (2007).Religião, espiritualidade e transtornos psicóticos . Rev. Psiq. Clín. 34, supl 1; 95-104.Ed.Escala.

    Alvarado C.S. et al.(2007). Da possessão ao delírio . Rev. Psiq. Clín; 34 ( supl ): 42-53.Ed.Escala.

    Dantas, Clarissa de Rosalmeida; Pavarin, Lilian Bianchi; Dalgalarrondo, Paulo. (2008) Sintomas de conteúdo religioso em pacientes psiquiátricos. Rev. Bras. Psiquiatr. vol.21 n.3 São Paulo Sept. 1999

    Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. ed. Porto Alegre : ArtMed, 2008. 440 p.

    Freud, Sigmund. O futuro de uma ilusão. Porto Alegre : L&PM, 2010. 139 p.

    Dalgalarrondo, Paulo. (2007).Estudos sobre religião e saúde mental realizados no Brasil: histórico e perspectivas atuais. Rev. psiquiatr. clín. vol.34 suppl.1 São Paulo.

    Modólo, Heloisa Mara Luchesi (2006). Delírios religiosos e a estruturação psíquica: O caso Jacobina Mucker-Uma releitura fundamentada na psicologia analítica. São Paulo.

    Cambuy, Karine.(2006). Psicologia Clínica e Experiência Religiosa. Rev. De Estudos da Religião. Vol.3, p.77-94.

    Historia Viva. Grandes temas:sob a sombra do Diabo nº 12, 2009, Sp.

    Dupain (1888) . Clínica de estudo no delírio religioso. [1]

    Maria Danielle Figueira Tavares

    Enfim, a fobia talvez seja o modo de manterem as coisas no lugar, enquanto o cognitivo , o emocional e a libido se reequilibram.

    http://www.ufrgs.br/psicopatologia/wiki/index.php/Del%C3%ADrios_Religiosos

  279. Montalvão Diz:

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    Antonio G. – POA Diz: Montalvão: Que disposição (e capacidade) para o debate detalhado!!! É de causar inveja a preguiçosos (e limitados) como eu.
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    COMENTÁRIO: grato-lho pelas belas palavras. Quanto a sua preguiça só mesmo seu autolassidrômetro (medidor pessoal de lassidão) poderá aquilatar. No referente ao “limitado” sou de inteira discordância: suas obtemperações são tempestivas, ilustrativas e (por que não dizer?) inspirativas. Continue, pois.

  280. Gorducho Diz:

    Muito pertinente a reflexão sobre os delírios religiosos, cujo exemplo mais prático é intensivistas de UTI tentarem tirar conclusões acerca de sobrevivência em ultramundos a partir de estudos sobre as alucinações e remontagens mentais produzidas por pacientes que atravessaram situações de quase morte.

  281. Vladimir Diz:

    Marciano disse: Montalvão, que lisonja, ser confundido com você
    Montalvão disse: eu é que fiquei todo arrepiadinho quando vi que estavam pondo em minha boca palavras suas…
    COMENTÁRIO: Falha minha! Minhas sinceras desculpas aos envolvidos.

  282. Montalvão Diz:

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    1 – “Acontece, e sabe disso, está lançando o desafio às pessoas erradas, todas leigas em prestidigitação: por que não desafia agremiações de mágicos a lhe explicarem como seria possível realizar tal truque?”
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    MARCOS ARDUIN – Malvadão, a turma cética tem em entre suas fileiras exatamente um bando de prestidigitadores (sabia que James Randi é ilustionista?). Por que não fazem eles o serviço o qual você se considera inapto? E pra piorar, veja isso: a turnê que a Ana Eva Fay fez na Inglaterra melou quando John Maskelyne a “expôs”. Aí ela foi pedir socorro ao Crookes. Este a validou como médium, mas isso não salvou a sua turnê. Decepcionado, o empresário tentou fazer dinheiro com o Maskelyne: ofereceu-lhe uma “baba” para mostrasse como é que a dita “médium ilusionista” teria enganado o Crookes. Maskelyne RECUSOU! Por quê? Não teria sido uma glória para ele e para os ilusionistas demonstrar que o cientista era um babacão que era enganado por tudo quanto é médium? Não é isso que você & Cia Bela por aqui e acolá vivem apregoando?
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    COMENTÁRIO: sim, sei que Randi é versado em ilusionismo, difícil creio será convencê-lo a se interessar por Crookes só para (talvez) convencer o Arduin…
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    Quanto ao entrevero Fay/Maskeline, do qual falei antes, vale uma voltinha ao passado…
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    VOLTA AO PASSADO:
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    MONTALVÃO Diz:
    MARÇO 29TH, 2014 ÀS 23:53
    […]No seguimento do artigo de Polidoro, este noticia que o empresário de Fay procurara Maskeline propondo-lhe revelar os truques utilizados pela mulher, em troca de uma bonificação. Isso porque a declaração ddada por Crookes de que não achara engodos no espetáculo de Fay dera quase nenhum incremento de público no espetáculos. Felizmente para Crookes e para Arduin, Maskeline recusou a proposta…
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    FIM DA VOLTA AO PASSADO (essa foi curtinha)
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    COMENTÁRIO ATUAL: sei lá se Maskeline teria essas maldosas intenções para com Crookes, o problema dele era Fay, a quem acusava de fraudadora. Se ele recusou a “honesta” proposta do “despojado” empresário deve ter tido razões que só ele poderá esclarecer.
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    Nunca apregoei que Crookes fosse babacão ou babaquinha, sim que não era habilitado a enfrentar simuladores. Acostumado que estava a lidar com fenômenos naturais, que não recorrem a ardis nem a estratagemas, o homem de ciência era qual criança ingênua nas garras de manhosos. Ele bem que se esforçou, mas não foi o suficiente.
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    MARCOS ARDUIN 2 – Ah! O texto da dona Juliana… Varley verificou as tais oscilações quando pediu a KATIE que mostrasse seu braço. Bem, se fosse a médium disfarçada, então ele veria o seu aparato preso ao braço, pois se ela tentasse removê-lo, daria oscilações BEM MAIORES… Mas a fantasma não tinha nem fios, nem contatos presos ao seu corpo. Como não li o que ela escreveu, não sei qual é o seu comentário contra à repetição que Crookes fez do experimento, usando fios bem mais curtos, que seriam arrastados e levando o galvanômetro junto se a médium se disfarçasse de fantasma…
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    COMENTÁRIO: como sabe que Katie não tinha fios nem contatos escondidos, estava lá para a revista? Você continua se pronunciando como o encantado que, por desconhecer o mecanismo da mágica, só acha explicação aceitável no sobrenatural. E continua a cobrar de leigos, tão ou mais leigos quanto sua pessoa, explicações de como a falcatrua se perenizou. Não lhe basta saber que Cook foi flagrada várias vezes? Você mesmo conhece duas. Mas, como não surpreenderam Florence em delito com Crookes então, no seu belo raciocínio, estaria comprovada a autenticidade da pequerrucha… lindo argumento.
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    VOLTA AO PASSADO
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    1. MARÇO 31ST, 2014 ÀS 10:07
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    ARDUIN: Como vê, Vitor, o Crookes, a quem você acusa de burrice e incompetência fez um trabalho muito melhor que o Houdini, Thomphson, Brookesmith e Stephenson, já que esses últimos apenas ESPECULAM o que se poderia ter feito, mas não TESTARAM nada disso. Só você para achar que foram grande coisa.
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    COMENTÁRIO: Arduin, está esquecendo uma coisa: nem o próprio Crookes testou o comportamente do galvanômetro, ou seja, não usou controle para comparar resultados. Ele teria que testar a reação do aparelho com um simulacro de médium, em que pudesse acompanhar visualmente o comportamento da testanda, em período equivalente ao teste com a suposta médium verdadeira. Quero dizer, conferir, SEM CABINE e sem escuridão, o que ocorria naquele espaço e depois comparar com o que a médium produzia escondida. Sem ter feito isso, ficou ao sabor das oscilações registradas e podia apenas especular a respeito.
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    FIM DA VOLTA AO PASSADO
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    3 – Com relação às condições dos médiuns e os fenômenos que produzem, isso é o que se tem observado: médiuns tranquilos e em boas condições de saúde produzem fenômenos mais evidentes. Já os inseguros e doentes…
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    COMENTÁRIO: pode ser, mas também se tem observado que esse quesito não é citado por pesquisadores como procedimento de rotina, ou seja: verificar as condições psicofísicas do médium antes de submetê-lo a testes…
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    4 – Ah! As tais oscilações. Como não fui claro então vou tentar ser agora: o pessoal cético, como você pode ver pelo próprio texto da Juliana, aponta as ditas oscilações como EVIDÊNCIA DE FRAUDE. Certo? O problema das oscilações fraudulentas, CONFORME VERIFICARAM NOS TESTES, é que são RÁPIDAS, BRUSCAS E FORTES. Já as oscilações causadas por variações de aperto são lentas e ocorrem dentro de uma margem estreita. Então quanto disse que oscilações não ocorreram, estou me referindo às primeiras e não às últimas. SE A MÉDIUM CONSEGUISSE SER SUBSTITUÍDA POR UMA TIRA DE PANO MOLHADA OU OUTRO RESISTOR, aí as oscilações de apertos NÃO OCORRERIAM e teríamos uma suspeita de fraude. Mas em nenhum dos experimentos há registro qualquer evento de constâncias na corrente…
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    COMENTÁRIO: mas quem falou em substituir a médium por outra coisa? Até aqui, a hipótese mais aceite é a de que tenha trocado o ponto dos contatos mas no próprio corpo, o que lhe permitiu liberar uma das mãos (ou ambas). Mas se quer ver reprodução atual do trabalho de Crookes, confira em:
    https://www.youtube.com/watch?v=ikbVhnroPJg

    Este que segue, então, é tão esclarecedor que não deixa resquício de dúvida, e inda há quem desacredite…
    https://www.youtube.com/watch?v=6iOT3ILme-k
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    A respeito da famigerada tira de pano, vejamos uma das muitas conversas anteriores:
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    VOLTA AO PASSADO:
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    ABRIL 19TH, 2014 ÀS 12:13
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    ARDUIN: […] Só pretendo voltar depois de fazer um experimento com galvanômetro para testar a desesperada afirmativa do Vitor de que, se mergulhar um pano (de qualquer tamanho, tipo de tecido, grossura, etc) e as minhas mãos na mesma solução salina, esse pano terá uma resistência idêntica à do meu corpo (em qualquer ponto que se coloque os contatos do galvanômetro) e assim estaria explicado como a Eva Fay enganou o Crookes.
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    COMENTÁRIO: tenho a impressão de que não foi bem assim que o Vitor se expressou, mas essa parte deixo com ele. Suponhamos que a tese defendida pelo Moura seja de acordo com o que profere. Suponhamos que você faça os testes e não ache o resultado que deveria. E aí, isso absolve Crookes de ter sido ludibriado?
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    Se for por esse modo que provará a perfectibilidade das experiência crookianas, meu filho, pode tirar da precipitação pluviométrica o equino. Mesmo que o Vitor defenda que foi exclusivamente pelo pano salgado que Fay iludiu Crookes, tal não significa que todos os analistas assim pensem. Aqui mesmo foram mostradas (inclusive pelo Vitor) várias outras hipóteses pelas quais William poderia ter sido sacaneado. Até mesmo uma ideia minha foi ventilada (a do fio extensor): depois você descobriu que outro autor (que eu não conhecia) já propusera tal hipótese e me entendeu malandro plagiador…
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    Pois bem, o que quero dizer-lho, e digo, é que se almeja demonstrar que Crookes não poderia ter sido embromado por nenhuma das possibilidades aventadas pelos que analisaram a safadeza de Fay, DEVERÁ TESTAR TODAS e mostrar-lhas inservíveis. Deverá, também, explicar porque Fay que se admitiu (a si mesma por ela própria) conhecedora de artes prestidigitativas, com as quais ganhava a vida, com Crookes deixou de lado as mágicas e se transformou em “autêntica” médium. Qual foi o ziriguidum que nela incorporou para que a metamorfose acontecesse?
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    Vai carecer, ainda, elucidar porque as materializações que Crookes “provou” serem realidades deixaram de sê-las no decorrer do tempo, a ponto de hoje não mais havê-las (a não ser em salões fechados, só para crentes bem crentes do rabo quente).
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    Como pode ver, meu dileto, seu trabalho não se cingirá a unicamente verificar a suposição vitoriana, caso seja realmente essa a alegação que o Visoni defende. Você que vê com muita facilidade “trabalho porco” em investigações cercadas de dificuldades (e mesmo assim não perdoa os investigadores), não vá nos cortesiar com obra do mesmo nível.
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    Se quer demonstrar que Crookes foi iniludível e que seus experimentos estavam acima de qualquer crítica, faça-o com o grau de excelência que o desafio exige. Quero vê-lo, depois da tarefa efetivada, desfilar em carro aberto, ovacionado por multidão a reconhecer seus méritos perquiritivos, o que será mais que merecido.
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    Totorcendo por ti.
    . FIM DA VOLTA.

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    ARDUIN: 4 – Ah! Você quer testar espíritos? Arrume uma equipe de médiuns, obtenha mensagens deles e aí vá atrás da verificação delas. Isso é o que temos hoje. Não precisam de efeitos físicos. Até porque eu disse que Crookes nunca acreditou em espíritos e nunca disse que seus experimentos provavam isso. Ele apenas registrava o que observou, os cuidados que tomou e validava o médium como produtor de eventos inusitados e não como mensageiro de espíritos.
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    COMENTÁRIO: aqui tornamos ao flash que lhe abrilhantou a mente: Crookes tão somente demonstrou que não sabia o que estava a acontecer. Com isso todos concordamos e “nenhuns” de nós discordamos…
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    ARDUIN: 5 – Ô a gabine… Bem, se Crookes não pôde eliminá-la, então só lhe restava garantir que a médium não fraudasse enquanto estivesse lá. E ela produziu fenômenos tão bem feitos que até agora nenhum ilusionista soube dizer como isso aconteceu. Tudo o que sugeriram não tinha viabilidade e não explicavam o que se produziu. Mas de novo vem o choro cético: não precisamos saber como foram feitos os truques. Só precisamos saber que foram feitos. É… não precisamos provar que eram espíritos os causadores. Basta saber que eram…
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    COMENTÁRIO: o problema não é que Crookes “não conseguiu eliminar a cabine”, mas porque não o conseguiu… desconheço da parte dele qualquer esforço registrado no sentido de efetivar esse procedimento. É bem como Houdini disse (com outras palavras): Crookes se rendia às exigências dos médiuns. Só isso basta para encher de areia a farofa.
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    6 – Vou deixar de lado essa alegação de que Crookes NADA ENTENDIA de ilusionismo. Improvável, visto que a única hipótese que podia testar era exatamente se o médium produzia os fenômenos por meios fraudulentos. E reforço minha posição diante do fato de os ilusionistas modernos não saber o que dizer para refutar um bando de cientistas babacas que, segundo diz a lenda, teriam sido risivelmente empulhados por truques bobos e infantis…
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    COMENTÁRIO: outro ponto confuso: Crookes conhecia artes mágicas? O mais provável é que não, pois não há (não conheço) referência a que fosse possuidor desse conhecimento.
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    Sobre truques bobos e infantis regressemos ao pretérito:
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    VOLTA AO PASSADO:
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    SETEMBRO 6TH, 2013 ÀS 22:44
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    ARDUIN: Cabe a quem AFIRMA o ônus da prova. Se você afirma que Jules Bois e Francis Anderson eram amantes da Florence Cook e obtiveram dela confissões de fraudes com TRUQUES BOBOS E INFANTIS e eles eram plenamente viáveis e enganaram a Crookes miseravelmente, então que me apresente as provas de tal relacionamento afetivo e descreva-me os truques bobos e infantis dos quais esses cavalheiros falaram. Eu nunca soube deles e estou muito interessado.
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    COMENTÁRIO: Embora essa linha argumentativa não tenha sido por mim utilizada, o que sei, quer dizer, desconfio, é que Florence e Fay devem ter dado. Se deram muito ou pouco isso foi lá com elas. Se Fay era velha para entregar-se a Houdini quando o conheceu tal não interfere, depende do gosto das partes: conheço donzela quase-virgem, recatada como ninguém que, aos setenta e dois anos é fogosa qual potranca no cio (falei que conheço, não que desfrutei). Mas, sério, esses aspectos eróticos, a meu ver, não interferem expressivamente na constatação de que espíritos não se materializam. O problema está em que, mesmo não fossem as dúvidas que os investigamentos de Crookes e amigos suscitaram, temos a realidade presente que mostra que nada do que aconteceu naqueles dias frutificou.
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    Agora, voltando as medidas galvanométricas, duas coisas: você diz, sem enrusbecer, que Crookes descartou o galvanômetro porque estava a se aposentar das lides espiritistas e que nenhum dos demais que perquiriam a matéria se interessaram pela fenomenal ferramenta. Parece achar que essa explicação seja suficiente. Ora, não é. Seria como se hoje alguém fosse investigar casos desse tipo, espetaculizados no escuro (claro, só fazem dessas coisas no escurinho) e dispensasse equipamento infravermelho. O galvanômetro era peça simples e, pelo que Arduin postula, suficiente para vigiar a médium em plenitude, mas ninguém, além de Crookes, deu atenção ao engenho. Volto a indagar: estranho não?
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    O outro ponto está indiretamente relacionado com o galvanômetro (não esqueça que a dúvida sobre a perda da massa e a oscilação no equipamento ainda não foi elucidada). Veja só: postula-se que os médiuns de Crookes (e todos) encolhiam (e encolhem) ao cederem forças para os espíritos. Florence estaria 50% mais magra, ou mais, quando das materializações de Katie King, certo? Concorda?
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    Acontece que, diante das acusações de que Florence e seu espírito materializado eram a mesma pessoa, Crookes tratou de fotografá-las juntas, para demonstrar que eram distintas (como se uma fotozinha só fosse suficiente, mas não vamos mexer com isso por enquanto). Pois bem, ocorre que no fotograma, tanto Katie quanto Florence estão inteiras: Florence Cook, que forneceu “energia” para que Katie King viesse ao mundo, não encolhera um dedinho sequer.
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    Isso não lhe parece, além de sensacional contradição, altamente suspeito? E estou só falando dos médiuns crookeanos, se formos verificar Peixotinho, Otília, Chico, etc., reconheceremos que há areia no angu.
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    FIM DA VOLTA AO PASSADO.
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    7 – “Crookes, Crookes, não queira dar pitaco onde não entende. Não importa tanto COMO você foi iludido, importa que foi.”
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    ARDUIN: – Parafraseando o meu colega Richet: não basta que me digam que fui enganado; quero saber COMO fui enganado. Por que nenhum ilusionista, nem você Houdini, sabe me dizer como fui enganado?
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    COMENTÁRIO: se ele quisesse mesmo saber como fora enganado teria permitido que Volckman brigasse com o fantasma até desvelá-lo. Mas, ao contrário, não se opôs a que suas ovelhas manietassem o esclarecido agarrador, o que deu caminho para que a aparição desaparecesse por detrás da cortina salvadora. Dizem que a médium quase morreu (e, segundo a teoria, era pra ter morrido), mas quase morreu foi de susto…
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    8 – OH! Ela estava só dando um resumo dos acontecimentos, que Houdini limitou-se a anotar sem discutir. Você não quer que eu considere a obra dele uma coisa válida e consistente. Quer?
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    COMENTÁRIO: a obra de Houdini, e o trabalho de fiscalização de médiuns que realizou são válidos, muito válidos, se pensa diferente aceito em prol da paz mundial.
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    9 – “Em nada mudaria o fato de que as pesquisas de Crookes com materialização não frutificaram.”
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    ARDUIN: – Não frutificaram porque, como ele próprio observou, não davam em nada além da produção de fenômenos inusitados. Nem podiam servir como prova de manifestação de espíritos, pois faltava o quesito de vínculo de identidade. Quem era essa Annie Morgan, a identidade encarnada da Kate King? Que provas havia de que ela de fato existiu? Nenhuma. Contudo, mesmo quando fenômenos de materialização produziam o tal reconhecimento, ficava válido apenas para os familiares. Viriam os céticos alegando que… sei lá. E semelhante coisa pode muito bem ser obtida por psicografia e psicofonia, muito mais fáceis de se obter e com médiuns mais abundantes.
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    COMENTÁRIO: meu jovem, mesmo que uma Annie Morgan existisse tal não daria vínculo de identidade. O malandro tanto pode trabalhar com identidade pregressa real ou inventada. Não faz diferença. Otília dizia que Josefa dizia que fora freira engravidada por padre devasso, de qual união nasceu a materializadora. Só que a Josefa não conhecia bem detalhes da ordem a que pertencera, nem de sua origem natal e falou coisas insustentáveis. Sem considerar que teve de esconder uma gravidez, desapoiada de assistência médica, em idade cujos riscos gerais, tanto para o feto quanto para a mãe, eram elevados. E, sem levar em conta que a mãe de verdade apareceu para reivindicar a legítima maternidade… Katie King só mereceria crédito se fosse firmemente demonstrada espírito carnificado, mas isso nem você se atreve a afirmar. Estão tamos resolvidos…
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    10 – “se Fay não explicou como o truque foi realizado”
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    ARDUIN: – Como Houdini era um COMPLETO IGNORANTE no assunto, já que não leu nada do que Crookes escreveu, então nada teve para cobrar, contentando-se com uma explicação fajuta, o que tira TODO o valor da sua obra.
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    COMENTÁRIO: se é assim que pensa… Mas, talvez haja esperança de repensar o que pensa, considere o trecho a seguir de exemplo de fiscalização houdiniana sobre médium, no caso Margery, a “bruxa loura”.
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    “No dia 23 de julho de 1924, Houdini participou pela primeira vez de uma sessão espírita com a médium. Uma façanha que tinha confundido os membros do comitê envolveu o uso de uma caixa de madeira com um interruptor elétrico que quando pressionado tocaria um sino colocado dentro da caixa. Nas sessões anteriores a caixa tinha sido posta no chão entre os pés de Margery, e o sino tinha tocado mesmo enquanto as mãos e pés da médium supostamente foram segurados ou “controlados”.
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    Um membro do comitê segurou sua mão esquerda e tocou seu pé esquerdo, com seu marido presumivelmente fazendo o mesmo com o seu pé direito e mão. Com a médium assim “imobilizada”, os assistentes argumentaram que o único responsável pelos fenômenos somente podia ser ‘Walter’, o espírito-guia.
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    Quando Houdini chegou, se sentou à esquerda da médium e a caixa foi colocada entre os seus pés. A sua mão segurava a da médium enquanto o seu tornozelo controlava a sua perna. Houdini narra a história daí:
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    <Durante o dia todo eu tinha usado uma compressa sedosa de borracha ao redor dessa perna logo sob o joelho. De noite, a parte da perna sob a compressa tinha se tornado inchada e dolorosamente macia, o que a tornava muito mais sensível e tornando mais fácil notar o deslizar mais leve do tornozelo da Sra. Crandon ou o flexionar de seus músculosEu podia sentir distintamente o tornozelo dela lenta e espasmodicamente correr enquanto era pressionado contra o meu até que ela ganhasse espaço [suficiente] para tirar o seu pé do chão e tocar o topo da caixa. Para o sentido de toque comum, o contato parecia o mesmo enquanto isso era feito. Às vezes ela dizia: ‘Apenas aperte firme contra meu tornozelo de forma que você possa ver que o meu tornozelo está ali’. À medida que ela pressionava, eu podia senti-la ganhando outra meia polegada. Quando finalmente manobrou o seu pé até um ponto em que ela pudesse alcançar o topo da caixa, o sino começou a tocar e eu decididamente senti os tendões de sua perna se flexionarem e contraírem enquanto ela repetidamente tocava o aparelho ressonante< (Ibid, p.7)
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    Quando o sino parou de tocar, Houdini sentiu que a perna da médium deslizava lentamente de volta à posição original no chão. Bird se sentou à sua direita com uma mão livre para “explorar” e a outra em cima de ambas as mãos da médium e do Dr. Crandon. Repentinamente, ‘Walter’ pediu que uma placa iluminada fosse colocada na tampa da caixa que segurava o sino. Bird levantou-se para fazê-lo e nesse momento ‘Walter’ pediu por “controle”. Margery colocou sua mão livre em Houdini e imediatamente o gabinete foi violentamente jogado para trás. A médium então deu seu pé direito para Houdini e disse: “Você agora tem tanto as mãos quanto os pés. Então ‘Walter’ avisou: “O megafone está no ar. Diga-me, Houdini, onde lançá-lo”. “Em direção a mim”, respondeu o mágico, e aquilo instantemente caiu aos seus pés.
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    Apesar do esperto trabalho de distração criado pela médium, Houdini tinha podido entender o que realmente tinha acontecido na escuridão. Quando Bird deixou o quarto, ela ficou com o pé e a mão direitos livres. Com sua mão direita ela deslocou o canto da cabina de modo suficiente para conseguir que seu pé ficasse solto debaixo dela. Então, levantando o megafone, ela o colocou em sua cabeça, como um chapéu de bobo. Ela então podia derrubar o gabinete usando o seu pé direito que ela mais tarde daria a Houdini. Enquanto então pareceria que Margery estava sob o controle completo de Houdini, simplesmente inclinar sua cabeça faria o megafone cair aos seus pés. Depois da sessão, Houdini comentou: “Esse é o ardil mais astuto que eu já vi”. (Ibid., p. 8).
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    HOUDINI TINHA PERCEBIDO A FRAUDE DEPOIS DE SOMENTE UMA SESSÃO, ENQUANTO OS OUTROS MEMBROS DO COMITÊ NÃO TINHAM DETECTADO A FRAUDE NEM MESMO DEPOIS DE TRINTA. Bird, assim como o Dr. Crandon, antipatizava com Houdini e detestava seu ar de superioridade. Crandon revelou seu preconceito antissemítico contra Houdini numa carta a Doyle quando expressou pesar por “este judeu vulgar ousar se chamar de americano]” (Silverman, 1996, p. 325).
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    11 – “Arduin acho tem hora que você se surpreende a si mesmo… agora reconhece que a troca do contato da mão para a dobra do joelho é viável.”
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    ARDUIN: – Eu nunca disse que isso não era inviável de se fazer. Disse é que inviável para EXPLICAR o que houve lá na biblioteca. Se os contatos estavam chumbados na parede, que adiantaria colocar um deles sob a dobra do joelho? Ela continuaria lá, junto à parede do mesmo jeito.
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    COMENTÁRIO: Arduin, é claro que o contato e a dobra do joelho são, à vista leiga, insuficientes para explicar o acontecido na biblioteca, mas não excluem que a mulher não pudesse realizar, por malandragem não revelada, o restante dos truques. Se quer exemplo do que acontece atrás das cabines materializativas só tirando a cabine…
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    12 – “Se o mais difícil ela fizera, que foi manter os contatos e libertar as mãos, acha que não conseguiria um jeito de ligar um fio extensor ao contato original?”
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    ARDUIN: – Mas por que ela esqueceu de falar disso ao Houdini?
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    COMENTÁRIO: boa pergunta, uma das melhores até aqui apresentadas, só que deve ser feita à Fay, apenas ela saberá dizer o motivo de ter sido intencionalmente resumida… seria pelo fato de que ela não estivesse à fim de falar muito sobre Crookes? Quem sabe se a importância que você dá ao trabalho espiritualista desse cientista não seja a mesma que a que Fay dava? Quem sabe se Crookes não fora meramente comentário esparso na conversa que tivera com Houdini? Quem sabe?
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    13 – “Estou vendo que não quer esclarecer coisa alguma, é mais confortável ficar na teimosa negativa.”
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    ARDUIN: – Só estou revidando. Você não fica na sua mesma teimosia negativa dizendo que não importa COMO o truque se deu, mas nos conformarmos de que houve mesmo o truque?
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    COMENTÁRIO: para mim não há dúvidas de que houve truque, as provas circunstanciais apontam para este desfecho. Para mim não é tão importante saber detalhadamente a mecânica do truque, embora para você esse passo seja crucial… Falar nisso, a quantas anda suas experiências com o galvanômetro?
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    14 – “1) Fay falou que o caso aconteceu num teatro: não podemos ter certeza de que se trata dos mesmos eventos; 2) a “luz que caiu” foi a de uma lâmpada elétrica, o que reforça a suposição de que não se trate do episódio que considera ser.”
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    ARDUIN: – Traduzindo: o depoimento dela e a obra produzida pelo incompetente autor são de uma inutilidade total como argumento. Mas o problema para a comunidade cética é que não há nenhum outro disponível…
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    COMENTÁRIO: nossa, como não os há? Fay admitindo que era ilusionista. Fay sendo homenageada por agremiação de mágicos. O empresário de Fay se propondo a revelar os truques. E, principalmente, o fato de que as materializações de Crookes morreram com Crookes… quer mais? Guloso…
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    15 – “** Florence Cook foi exposta repetidamente”
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    ARDUIN: – Gostaria de saber quanto foi essa repetição, pois só sei de dois casos…
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    COMENTÁRIO: se há dois de seu conhecimento é provável que existam outros. Verifique o artigo a seguir:
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    Florence Cook, Katie King: A garota que era sua própria fantasma
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    Katie King? Quem foi ela?
    Katie King era o suposto espírito que se manifestou em fins do século XIX através da médium Florence Cook, então uma jovem atraente de apenas quinze anos de idade. O mais impressionante é que, através de Cook, King podia se ‘materializar’ em vários graus, culminando com materializações de corpo inteiro. Katie King era um espírito que não só podia ser fotografado, como era capaz de andar, tocar pessoas, e ser tocado por elas.
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    Ela era a única capaz disto?
    Na verdade, não. Muitos outros médiuns contemporâneos alegavam poder fazer espíritos materializarem-se de forma mais sólida em suas sessões. Freqüentemente eram desmascarados, chegando ao ridículo de andar de joelhos para se passar por espíritos materializados de crianças. A médium Florence Cook e seu espírito canalizado Katie King entraram para a história principalmente porque Cook procurou o respeitado cientista William Crookes, que realizou então uma série de investigações e declarou a autenticidade da manifestação física do espírito de King.
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    Quem era William Crookes?
    Crookes era um cientista que se interessou por pesquisar o espiritualismo, supostamente de forma científica, crítica. Encontrou muitas fraudes, mas também teria descoberto e declarado muitos casos autênticos, como o de Daniel Home e o próprio caso de Florence Cook e Katie King. Crookes presidiu a Society for Psychical Resarch, mas depois de um tempo deixou as investigações de espíritos de lado. Seus experimentos posteriores com tubos de vácuo seriam decisivos na criação do tubo de raios catódicos, e Crookes também descobriu um elemento químico, o tálio. Ele também foi noemado Sir, e chegou a presidir a Royal Society. Mas antes de morrer voltou a declarar seu endosso e nenhum arrependimento das pesquisas, alegações e conclusões que havia realizado sobre os espíritos.
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    Como foram as investigações de Crookes? Quais as evidências mais sólidas delas?
    De todas as elaboradas investigações de Crookes, sobre as quais só temos seus próprios relatos e conclusões, ainda que com outras testemunhas, as evidências mais sólidas que restam acabam sendo as fotos tiradas de Katie King e Florence Cook. Infelizmente, elas mostram como o suposto espírito Katie era idêntico à própria médium Cook.
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    Como?
    Abaixo você pode ver imagens comparando o rosto do espírito Katie King, sempre vestida de branco, com o de Florence Cook, sempre de preto.
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    A semelhança óbvia entre King e Cook havia sido notada por muitos, mesmo antes das investigações de Crookes. A conclusão sensata era que Cook estava simplesmente se vestindo de branco e se passando por um espírito. Daí porque Crookes passou logo a se centrar em demonstrar que 1- Todos em uma sessão estavam identificados (ninguém poderia entrar e se passar por um espírito), e 2- Que o espírito Katie King não era Florence Cook (e nem qualquer outra pessoa presente).
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    Crookes conseguiu provar que King não era Cook (mal) disfarçada?
    O cientista realizou inúmeros testes elaborados. Amarrar a médium Cook para impedir que saísse de branco era o padrão, mas para sanar qualquer dúvida fios elétricos foram amarrados na médium, que não poderia retirá-los sem que isso fosse registrado em um grande indicador visível a todos. Ao mesmo tempo, quando ainda assim o espírito de Katie King se materializou, pediu-se que colocasse a mão em uma subtância salina — se fosse Cook, com os fios amrrados ao corpo, isto também seria detectado. Mas não foi.
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    Some-se a isso inúmeros relatos do próprio cientista de ter visto claramente Cook e King ao mesmo tempo, bem como o de outras pessoas, e o fato de, apesar de certas semelhanças físicas, também haver relatos de diferenças.
    No entanto, todas estas evidências são postas em dúvida, em parte porque as diferenças muito relatadas também não foram bem registradas nas fotos que restaram, mas principalmente por uma implicação um tanto sórdida.
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    Detalhes sórdidos?
    Por algum motivo, Crookes não hesitou muito em falar da beleza de Katie King. Mais de um crítico contemporâneo sugeriu que Crookes estava envolvido de forma íntima com a jovem Florence Cook, se passando ou não pelo espírito Katie King. Dado que Crookes era muito mais velho, casado, com filhos e que as experiências e a suposta relação tinham lugar na própria casa de Crookes, onde também estava sua mulher grávida, tudo adquire um ar de acusação baixa de céticos desprezíveis.
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    Acusações baixas?
    Embora ninguém tenha provado que Crookes se envolveu de forma íntima com Cook/King, a possibilidade deve sim ser considerada seriamente. Florence Cook começou a apresentar supostos dons mediúnicos em sessões realizadas em sua casa, apoiadas por sua própria mãe. Logo ela pôde realizar feitos incríveis, como levitar, e curiosamente em pelo menos uma destas sessões “mãos invisíveis” retiraram toda sua roupa em frente a todos. Depois disto, a preocupada mãe quis limitar os feitos apenas à família, mas King passou a materializar espíritos — de início, apenas materializando rostos que apareciam em um buraco num gabinete. Já então, os rostos materializados por Cook se pareciam estranhamente com ela mesma. Outro detalhe curioso é que a irmã de Florence também se tornou uma médium.
    O espírito de King deixava ser tocado, e tocava as pessoas, sentando em seus colos. Também se deixava ser examinado, contanto que as pessoas fossem gentis e cuidadosas. Em pelo menos um relato (citado por crédulos porque apóia a autenticidade do caso) também se conta como King ficou completamente nua em frente a Florence Marryat, e disse “Agora você pode ver que eu sou uma mulher”. A idéia era mostrar que o espírito era sólido e perfeitamente formado, mas ainda que tenha sido em frente a uma mulher, o tom erótico de espíritos que se despem é evidente mesmo a quem não seja malicioso. E se Cook já havia sido despida por “mãos invisíveis” em sessões anteriores, na presença não só de mulheres, o erotismo de todo o caso torna-se relevante.
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    Crookes realmente se relacionou com Cook e mentiu sobre seus resultados e pesquisas?
    Outra vez, é difícil realmente saber. Mas a fraude de Cook teria sido exposta pelo menos duas vezes. A primeira, foi mesmo antes dela contatar Crookes. William Volckman estava assistindo uma sessão e resolveu agarrar o espírito de Katie King para mostrar que era na verdade apenas Florence Cook. Mas dois homens, um deles o noivo de Cook, logo foram salvá-la. Eles afirmaram que o espírito de King despareceu então no ar. Volckman disse que King/Cook foi solta à força de suas mãos, e que ela teria mesmo machucado seu nariz (que espírito!). Como Volckman depois se casou com uma médium rival, seu testemunho não foi muito considerado, embora o caso tivesse abalado a credibilidade de Cook. Logo depois, ela iria então procurar Crookes para uma validação.
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    As investigações de Crookes com King tiveram um fim quando o espírito declarou que deveria partir. Isso curiosamente ocorreu pouco depois que Florence Cook, a médium, se casou. A suposta despedida de King de Florence, presenciada por Crookes, é comovente. Mas é também muito questionada. A despedida, ao que parece, era na verdade entre King/Cook e Crookes.
    Algum tempo depois que King havia partido, e portanto Crookes já não investigava mais King/Cook, Florence Cook passou a materializar outro espírito! Que também se parecia muito com ela!
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    E com este outro espírito (“Marie”) Cook não teve muita sorte. Em uma sessão, Sir George Sitwell fez o mesmo que Volckman anos antes: intrigado com a semelhança, simplesmente agarrou o “espírito”. Desta vez, ninguém foi em sua ajuda, e previsivelmente, ela tampouco desapareceu no ar. O espírito Marie mostrou ser definitivamente a própria Cook, indicativamente vestida apenas com roupas íntimas.
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    E então? Cook era uma fraude e Crookes também?
    Há pouca dúvida razoável sobre o fato de que Cook era uma fraude. As fotos que temos mostram que King e Cook não só eram parecidas, como idênticas. Se elas realmente apareceram diferentes em ocasiões, tudo que há neste sentido são testemunhos, e testemunhos também há sobre fraude. Contudo, se se aceita que Cook era uma fraude, no mínimo Crookes foi enganado. No médio, participou da fraude por algum motivo. No máximo, foi porque se envolveu com ela.
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    Vale dizer outra vez que o envolvimento íntimo de Crookes não é uma certeza. Só temos de certo as palavras românticas do cientista sobre ela, os tons eróticos das sessões e a estranheza de que Crookes nunca tenha relatado nenhum indício de fraude, quando sabemos que ela ocorria pelo menos por vezes. Em ciência, isso não é suficiente para condená-lo. Mas já daria uma boa novela.
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    Para saber mais:
    -Florence Cook & The Enigmatic Katie King- Um bom apanhado do caso, de um site hostil a céticos que ainda assim duvida do caso de Cook.
    – Independent Testimony as to the Mediumship of Florence Cook- trecho do depoimento de Florence Marryat, onde ela conta o episódio onde King ficou nua e lhe mostrou que era uma mulher, entre outros eventos pitorescos.
    – Story of Florence Cook- Trecho do livro de Nandor Fodor sobre o caso.
    – A Lawyer Defends Sir William Crookes- Zammit faz sua defesa veemente de Crookes.
    – The Mediumship of Florence Cook
    http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/1968/florence-cook-katie-king-a-garota-que-era-sua-propria-fantasma
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    16 – “UM DOS TESTES FOI DUPLICADO PELO PROFESSOR HARRY COOKE, UM MÁGICO.”
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    ARDUIN: – Qual foi o teste, por favor?
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    COMENTÁRIO: não fui eu quem deu a informação, apenas citei o texto…
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    17 – “O meio de enganar o investigador foi simplesmente colocando uma das alças na carne nua em seu joelho e agarrando-a lá com a perna mantendo o circuito intacto e à esquerda uma mão livre para produzir “espíritos “”
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    – E como foi que ela produziu os espíritos fazendo SIMPLESMENTE isso?
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    COMENTÁRIO: quem está a dizer que foi só isso o que ela fez e mesmo assim conseguiu realizar o truque é você, em realidade está apenas se repetindo: exigindo de leigo que lhe descreva o engodo passo a passo. Como o leigo naturalmente não sabe, se dá por satisfeito e proclama ufano: “ninguém consegue me explicar!”…
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    18 – “ELE ADMITIU QUE MUITOS DOS TESTES QUE ELE PROPÔS FORAM REJEITADOS PELOS MÉDIUNS QUE ELE ESTAVA INVESTIGANDO”
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    ARDUIN: – Seria bom que você, Malvadão, apresentasse os textos de Crookes onde estão registradas essas recusas (MUITAS recusas, viu?). Lembra-me de ter lido declarações diferentes, de que a Florence Cook por exemplo, se submetia a tudo sem reclamar…
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    COMENTÁRIO: meu filho, o texto não é meu, citei-o a fim de expor de onde extraiu seus motivos para crucificar Houdini…
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    ARDUIN: Depois eu continuo. Agora tenho que trabalhar.
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    COMENTÁRIO: trabalhar é bom, para você e para a nação, e para o PT…
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    19 – “Observe-se, ainda, que o trecho repudiado por Arduin é aquele em que Houdini reporta o que teria ouvido de Fay. Quer dizer, se alguém deu falsa informação teria sido a mulher não o autor do escrito. Se Arduin declarasse que a apreciação de Houdini fosse insuficiente para uma ampla avaliação do trabalho de Crookes, até faria sentido, mas alegar que Houdini agredisse a verdade com seu comentário é evidente exagero.”
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    ARDUIN: – Se o coitadinho do Houdini fosse um coitadinho estreante na coisa, escrevendo seu primeiro livro sobre o assunto e não fosse tido e havido como o grande sábio cético e muito admirado e usado pela comunidade cética antiga e atual, eu até poderia dar esse boi. Mas ele escreveu o livro quando já tinha MUITA experiência no assunto, pois havia anos que era tido e havido como o “terror dos médiuns”. Portanto ele tinha meios e recursos para se inteirar da verdade e fazer um trabalho mais decente. Então, se não quer que eu o chame de mentiroso, posso chamá-lo de tonto, babaca, deslumbrado, que se deixou enganar por uma médium espertalhona e com um truque, este sim, bobo e infantil. De um jeito ou de outro, ele perde (e Polidoro também, por razões ainda piores).
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    COMENTÁRIO: Arduin, infelizmente, Houdini não escreveu o livro do modo que você queria e, se fosse você a escrevê-lo provavelmente escreve-o-ia melhor… lamentável, mas isso não tira o brilho desse grande investigador de médiuns…
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    20 – “seria investigar se houve evento qual Fay relatou a Houdini, ou mesmo assemelhado.”
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    – Cuma? Eu investigar? Bem, considerando a enorme besteira dita ao mágico, sendo TOTALMENTE inviável para explicar o que se deu lá no experimento, o que é mais lógico? Acreditar que de fato houve essa entrevista e essa bombástica revelação ou imaginar que Houdini, sem maiores elementos e usando da suas habilidades fugitivas, teria inventado o que ele talvez fizesse. Deve ser essa a mais certa, já que ele NÃO LEU NADA do que Crookes escreveu.
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    COMENTÁRIO: mesmo que Houdini nada lera de Crookes, certamente lera sobre os feitos de Crookes, tanto que deles faz comentários. A parte por você contestada teria sido o que ele relatara do testemunho de Fay. Ora, para saber que Fay mentira ou se confundira e Houdini não confirmara, mister se faz necessário esgotar a possibilidade que não tenha havido evento nos moldes por ela relatado. Você é que está afirmando, sem confirmação, que o narrado é o que pensa que seja, quer dizer, o episódio do qual tem conhecimento. Não nego que não possa ser, mas não nego também que não seja outro. Isso não está esclarecido.
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    21- “Além disso, necessário se faz considerar que Houdini estava em condições privilegiadas para avaliar as investigações de Crookes.”
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    ARDUIN: – NÃO ESTAVA e por um simples motivo: ele não leu nada do que Crookes escreveu, tanto que neste livro mesmo não há qualquer referência a respeito. Como um cara que não sabe nada do que rolou lá em primeira mão poderia estar em condição privilegiada? Quanto crédito devo dar a um pesquisador que faz sua pesquisa na base do “ouvi falar”?
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    COMENTÁRIO: bem, este é seu pensamento… entretanto, Houdini estava 50 anos acima de Crookes, portanto podia observar a evolução daquilo que o cientista supostamente descobrira e aferir se medrara fertilmente. Por mais lindos e belos que sejam os relatórios de Crookes se o que descobrira morreu com ele é óbvio que não prosperou. Nenhum fenômeno real tem tal característica. Considerando, ainda, que você reconhece que Crookes não demonstrou nada de efetivo, além de que não detectou fraudes nas atuações de seus médiuns, significa que o trabalho não teve serventia nem para o presente daquele passado, menos ainda para os dias atuais. Trocando em miúdos, Crookes não produziu qualquer saber produtivo.
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    22- “Percebe o significa desta constatação?”
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    – Percebo sim, Malvadão, pois ao contrário de crentes deslumbrados, principalmente os crentelhos céticos, eu analiso a coisa e tiro minhas conclusões. Desde que me conheço por espírita, já tinha ouvido falar de que materialização é dos fenômenos que MENOS CONVENCE e portanto não estou surpreso quanto aos resultados.
    Também sei que nada convence aos céticos, pois esses têm a sua fé como a razão mais forte para rejeitar os estudos feitos e não a suposta fragilidade desses estudos. Tanto que na hora de refutá-los, só podem recorrer a argumentos pífios e sem nenhuma comprovação.
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    COMENTÁRIO: concordo com você em gênero, número e degrau, apenas discuto a expressão: “a que menos convence”: não, o correto é “a menos convincente”, quer dizer, da pouco convincente fenomenologia propagada pelas hostes mediúnicas, a menos convincente de todas seria a materialização de espíritos.
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    23 – Bem, não sei se foi no livro do Palhano sobre o assunto que li que ele teria convidado seus colegas para ver o que ele viu, mas estes recusaram. Não importa: Carpenter, Ramsay e outros falavam cobras e lagartos do Crookes e, tendo os médiuns e os fenômenos à mão, porque não os convidaria a ver o que ele via e mostrar onde ele estava errado? É o que eu chamo de infeliz descoincidência.
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    COMENTÁRIO: quem sabe se Crookes não queria correr riscos, após ter penhorado seu prestígio validando figuras altamente suspeitas?
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    24 – “o importante é não ter havido continuidade no conhecimento”
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    ARDUIN: – A não continuidade no conhecimento explica-se por um fato bem simples: sabia-se que o fenômeno era legítimo e não era produto de fraude, MAS NÃO SE SABIA O QUE ELE ERA. Ou seja: não foi possível, dentro dos limites da ocasião, saber como o fenômeno era produzido e quais eram as suas causas. Isso foi o que realmente fez a coisa empacar.
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    COMENTÁRIO: menos ruim essa explicação do que a anterior, a que propunha que os “espíritos” tinham ficado de saco cheio de tanto dar provas e ninguém nelas acreditar… está indo bem…
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    25 – “Se ele cometeu erros (e quem não os comete?) o fato é que seu trabalho foi um dos mais eficientes de sua época na demonstração da irrealidade da ação de mortos dentre os vivos.”
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    ARDUIN – Como os erros dele inutilizaram a suposta eficiência do seu trabalho, tornou capenga essa demonstração de irrealidade. Além disso, em Ciência, só se prova que algo existe e não que ele não existe.
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    COMENTÁRIO: a irrealidade da ação de mortos é deduzível da inexistência de médiuns que verdadeiramente produzissem qualquer fenômeno mediúnico em verificações objetivas, qual não produzem contemporaneamente. Então, Houdini podia tranquilamente afirmar que, tendo em vista que nenhum dos sensitivos por ele testados respondeu satisfatoriamente, concluia pela irrealidade das comunicações. Ficava, pois, à responsabilidade algum médium verdadeiro dar demonstração que contradissesse tal conclusão. Até hoje não apareceu nenhum…
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    26 – “infelizmente, a “refutação decente” que sua exigente pessoa requer é praticamente impossível de ser produzida, eis que os envolvidos todos mortos.”
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    ARDUIN – Então o que fazer é desdenhar dos argumentos céticos, já que eles nada explicam do que ocorreu. A minha decepção com eles foi terem se apropriado da Ciência, mas não se mostrarem capazes de usar de ao menos o raciocínio científico para perceber quando uma hipótese é insuficiente para explicar o que os experimentos descreveram.
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    COMENTÁRIO: os que se apossaram da ciência estão sempre dispostos a verificar alegações extraordinárias. O caso é que os crentes querem que suas débeis provas sejam aceitas como firmes demonstrações do que consideram real. Lamentavelmente não é assim que funciona…
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    Saudações

  283. Gorducho Diz:

    Entrevista [Revista do IH da UNISINOS, 6/8/2012]
    Um iconoclasta panenteísta.
    Entrevistadora: Márcia Junges
    Entrevistada: Maria Luísa Ribeiro Ferreira
     
    Talvez com esse material lhe auxilie, Analista Vladimir. Em particular, para seu proveito mais imediato, extraio e negrito onde convém:
     
    Verificamos assim que há uma distância ontológica entre Deus, Natura Naturans e os seus modos, Natura Naturata. A Substância pode existir sem os modos, mas a recíproca não é verdadeira. “Deus seu Natura” é causa de si mesmo e é causa imanente de tudo quanto existe. Os modos particulares estão ligados a uma causa transitiva, situam-se num registro temporal, nascem e morrem, transformam-se e diluem-se, são perecíveis, num contraste com a eternidade de Deus. Substância e modos diferem de uma forma absoluta. A causa é diferente do seu efeito, portanto os modos são diferentes da Substância. Embora Deus se revele e manifeste através dos seus modos, há entre ele e estes um hiato, uma separação que impede que tomemos as partes pelo Todo.

  284. Antonio G. - POA Diz:

    Querem um exemplo de fraude em fenômeno mediúnico ou de materialização?
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    – Fácil: qualquer um serve.

  285. Marciano Diz:

    Esse negócio de divindades é um problema patológico.
    Se o cara é burro, ele acredita numa divindade tosca qualquer. Se for um cara mais inteligente, mais instruído, faz uma ginástica mental assombrosa para provar a existência do claramente inexistente.
    Não passa de uma necessidade psicológica, por mais sofisticado que seja o raciocínio.
    É comum ver em direito argumentos extremamente complexos para provar que o quadrado é circular.

  286. Marciano Diz:

    Em outras palavras, prestidigitação mental, por maiores que sejam as credenciais do prestidigitador, não me impressionam nem um pouco.
    Quero ver é resultados, não argumentos.

  287. Marciano Diz:

    Mostrem-me uma divindade sequer, não argumentos pomposos, que eu passo a acreditar.
    Um fenomenozinho vagabundo sem truques também serve.

  288. Antonio G. - POA Diz:

    Pô, Marciano! “Deus” é uma entidade tão sensacional… Onisciente, onipresente e onipotente. Soberanamente bom e justo. O Criador de tudo que há. Pai amoroso e piedodo de todas as criaturas. Senhor do Universo…
    E você ainda quer que te mostrem esta maravilha…
    Será que é preciso? Não é mais confortável simplesmente crer?

  289. Marcos Arduin Diz:

    1 – “COMENTÁRIO: sim, sei que Randi é versado em ilusionismo, difícil creio será convencê-lo a se interessar por Crookes só para (talvez) convencer o Arduin…”
    – Como? Eu pensei que há tempos o Randi se dedica a avacalhar com os médiuns e paranormais a fim de convencer TODOS os que lhe dão ouvidos. Imagine se ele se preocuparia com minha pobre pessoa! Por que ele não legaria à comunidade cética um excelente apanhado ilusionista desmontando o que Crookes analisou e validou como coisa paranornal. Além disso ele prefaciou um livro avacalhando o Crookes (Sorcerer of the kings – sei lá se é assim que se escreve…).
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    “Se ele recusou a “honesta” proposta do “despojado” empresário deve ter tido razões que só ele poderá esclarecer.”
    – É sempre assim, né Malvadão? Já que NENHUM ilusionista até hoje desmontou o que Crookes experimentou e declarou sobre a Ana Eva Fay (nem a Juliana Hildago toca neste assunto espinhoso), suponho que quando leu o relatório, viu que não tinha como desmenti-lo e aí saiu de fininho. Aí então resta a vocês céticos jogar tudo na conta do falecido. Assim é fácil.
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    “o homem de ciência era qual criança ingênua nas garras de manhosos.”
    – Este choro já ouvi mais de uma vez. Mas sabe o que acho estranho? É que nenhum mágico jamais foi mostrar ao pobre sábio ingênuo que ele podia ser facilmente enganado por truques ilusionistas. Então isso vira um dogma de fé: Crookes decidiu examinar médiuns, tidos e havidos como hábeis escamoteadores, só com seus conhecimentos científicos. NUNCA lhe teria passado pela cabeça consultar ilusionistas para saber quais truques usariam. E pra piorar, nem os ilusionistas de hoje, examinando o que Crookes publicou, sabem dizer como esses truques teriam sido feitos. Diante disso, só me resta dizer uma coisa: se Crookes foi enganado, o foi pelos MELHORES ILUSIONISTAS DO MUNDO. E também os mais burros, pois se apresentassem como tais em teatros, ganhariam uma baba muito maior do que em sessões com meia dúzia de gatos pingados. E também não entendi como é que foram tão hábeis em enganar o cientista e marcarem touca com gente comum, que segundo você os teriam desmascarado “numerosas vezes”…
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    2 – “só acha explicação aceitável no sobrenatural”
    – Errado. Eu aceitaria uma explicação natural, desde que ela fosse plausível. Só que até agora não me apresentaram a dita cuja… Todas as que foram apresentadas NÃO EXPLICAM o que se registrou.
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    “Não lhe basta saber que Cook foi flagrada várias vezes?”
    – Não porque só tenho essa declaração, sem estar acompanhada da lista dos flagrantes, com as referências certas, as notícias confirmadas, etc e tal. ALGUÉM diz que ela foi flagrada várias vezes e fica só nisso. Para você é o bastante, mas para mim, que tenho o azar de ter a mesma formação científica do Crookes, sinto que me faltam elementos para validar tão retumbante declaração. Sacou?
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    “Mas, como não surpreenderam Florence em delito com Crookes então, no seu belo raciocínio, estaria comprovada a autenticidade da pequerrucha… lindo argumento.”
    – Sabe o que eu não entendo? Como é que ela enganou esses cientistas, interessados em achar qualquer deslize de fraude, mas foi desmascarada por MUITOS LEIGOS, segundo você, tanto em ciência como em ilusionismo. Por que ela não teria usado nessas outras sessões os seus tão hábeis e eficazes recursos e se deixou pegar tantas vezes?
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    “Arduin, está esquecendo uma coisa: nem o próprio Crookes testou o comportamente do galvanômetro, ou seja, não usou controle para comparar resultados.”
    – Faça o seguinte: dê uma olhada naquele texto do Stephenson que o Vitor postou e creio que em algum lugar é dito que Crookes TESTOU O GALVANÔMETRO usando o seu filho como cobaia.
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    4 – “mas quem falou em substituir a médium por outra coisa?”
    – O Polidoro e outros. Já disse alguém (acho que o Cordeiro) que a Florence Cook poderia ter se substituído por uma barra de grafite… Agora só mesmo você para acreditar que os tais vídeos tenham algo a ver com o que Crookes fez…
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    “Suponhamos que você faça os testes e não ache o resultado que deveria. E aí, isso absolve Crookes de ter sido ludibriado?”
    – Não, mas inutiliza o argumento do Vitor e de quem mais opinar que a tira de pano molhada serviria perfeitamente para substituir a médium e permitir o logro. Como nada do que se propôs explica o que aconteceu, então Crookes está absolvido de ter sido enganado…
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    “Aqui mesmo foram mostradas (inclusive pelo Vitor) várias outras hipóteses pelas quais William poderia ter sido sacaneado.”
    – É… Mas nenhuma delas explica o que se viu, nem se provaram de fato viáveis…
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    “DEVERÁ TESTAR TODAS”
    – Quem? Eu? Eu não defendo essas hipóteses. Quem as defende é que deve demonstrar sua viabilidade. Isso se chama inversão do ônus da prova. Só que quem tentou simular (Stephenson, Brookesmith) FRACASSOU.
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    “com Crookes deixou de lado as mágicas e se transformou em “autêntica” médium.”
    – Esse é o detalhe: ela ERA uma médium autêntica. Só que os médiuns eram MAL VISTOS, SUJEITOS A PENAS DA LEI, TINHAM PROBLEMAS COM A POLÍCIA, ETC E TAL. O próprio Vitor argumentou, se me lembro direito, que ela escolhia ser ilusionista ou médium conforme o auditório (sei lá como ela fazia essa escolha). Parece que na turnê que fez na Inglaterra, quis se apresentar como médium e aí se ferrou com o Maskelyne. Se houvesse se apresentado como ilusionista, aí o Mask a veria como uma colega e não como uma farsante que queria fazer o público de bobo…
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    Não tenho nada a explicar sobre as materializações. Para mim basta que não tenham convencido aos incrédulos e os espíritos viram que assim estavam só perdendo tempo.
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    6 – “Crookes conhecia artes mágicas? O mais provável é que não, pois não há (não conheço) referência a que fosse possuidor desse conhecimento.”
    – O MÍNIMO que se espera de um cientista quando vai pesquisar alguma coisa é INFORMAR-SE SOBRE ELA. É a primeira parte do trabalho científico: a coleta de dados. Crookes primeiro via o que os médiuns produziam e aí ia estudar a respeito. É o mínimo que posso presumir. Se eu fosse estudar materialização, caso dispusesse de um médium capaz disso, é o que eu faria.
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    “conheço donzela quase-virgem, recatada como ninguém que, aos setenta e dois anos é fogosa qual potranca no cio”
    – Acho que estou entendendo o seu problema, Malvadão: a julgar pelo texto acima, você deve ser um velhinho caduco. Afinal qual é a sua idade?
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    – Pra que usar galvanômetro sempre se outros recursos podem ser utilizados? Acho que o Harry Price usou algo até mais eficaz…
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    – O fato é que se constatou a PERDA DE MASSA, mas isso não implicava em perda de volume aparente. Em microscopia eletrônica de varredura é necessário secar a amostra para poder ir ao microscópio. Essa secagem produz distorções e encolhimento do material porém… Se usar o processo de liofilização, a distorção e perda de volume é bem menor do que se usar a secagem a quente. Então as coisas não são tão absolutas como diz você.
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    “teria permitido que Volckman brigasse com o fantasma até desvelá-lo”
    – Que médiuns ficaram doentes quando a forma materializada foi tocada é coisa que foi constatada por vários outros pesquisadores além de Crookes e portanto não é fantasia. Mas para você todos devem estar mentindo, certo?
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    “meu jovem, mesmo que uma Annie Morgan existisse tal não daria vínculo de identidade.”
    – O caso é que Crookes não tinha prova alguma da existência de tal pessoa, nem foto dela, nem nenhum parente vivo que a conheceu e que pudesse identificá-la na materialização. Mas já houve casos outros, com Peixotinho, por exemplo e mesmo Ana Prado, em que parentes reconheceram os falecidos nas formas materializadas. Aí sim eu diria que tem a ver com espíritos.
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    A Josefa… Bem, eu diria que o Waldo e sua equipe falharam em buscar a entidade encarnada. Não foram ao convento em busca de informações. Talvez o fizessem depois se o imbecil do Waldo não tivesse se metido a besta de valorizar sua vaidade. Como os repórteres do Cruzeiro fizeram o serviço antes…
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    10 – Nem vou ler o caso da Margary, pois as duas coisas não são iguais. O Houdini teve essa médium à sua disposição, mas não esperto o bastante para pedir a Fay que repetisse a demonstração de sua fraude na sua frente.
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    11 – “mas não excluem que a mulher não pudesse realizar, por malandragem não revelada, o restante dos truques.”
    – Pois é: é nesses truques restantes que estava o segredo da coisa. Como o Houdini nunca leu nada do que Crookes escreveu, então não soube o que questionar. Mas como disse, prefiro crer que ele INVENTOU toda essa história.
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    12 – “Quem sabe se a importância que você dá ao trabalho espiritualista desse cientista não seja a mesma que a que Fay dava?”
    – Malvadão, o que está em jogo aqui não é o trabalho espiritualista e sim a glória de haver feito um brilhante cientista de bobo. Já que ela estava toda encantada pelo charme de Houdini, por que não lhe contou tudo de uma vez? Já que você acredita que a lenda contada pelo Houdini é verdadeira, veja se ache algum médium que contate o espírito da Fay e cobre dela a resposta.
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    14 – Como já disse, Fay ficava com os pés em duas canoas. Pulava para uma ou para outra quando o momento exigia.
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    15 – “Muitos outros médiuns contemporâneos alegavam poder fazer espíritos materializarem-se de forma mais sólida em suas sessões. Freqüentemente eram desmascarados, chegando ao ridículo de andar de joelhos para se passar por espíritos materializados de crianças.”
    – Oba! Temos aqui um autor bem informado! Beleza! Favor ir desfiando os nomes dos MUITOS médiuns contemporâneos e dar as notícias e referencias desses frequentes desmascaramentos. Manda ver! Estou muito interessado em ver isso.
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    “Encontrou muitas fraudes,”
    – Viva! Enfim alguém que reconheceu que os métodos usados por Crookes eram eficazes para descobrir os farsantes! Tá vendo só, Malvadão, porque confio no trabalho dele? Que me diz disso? Mas seria bom que a lista dessas descobertas de fraude fosse publicada, pois infelizmente só tenho conhecimento de que ele apontou apenas UMA médium farsante: a Rosina Showers.
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    “as fotos tiradas de Katie King e Florence Cook. Infelizmente, elas mostram como o suposto espírito Katie era idêntico à própria médium Cook.”
    – Não tão idênticas assim. Eu já vi dessas fotos e notei que nelas há diferenças. A que mais me chamou a atenção foi o septo nasal, que é saliente na médium e aparece abaixo das narinas, mas está ausente na fantasma.
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    “No entanto, todas estas evidências são postas em dúvida, em parte porque as diferenças muito relatadas também não foram bem registradas nas fotos que restaram, mas principalmente por uma implicação um tanto sórdida.”
    – Não entendi a declaração acima. As diferenças eram sutis e não seriam detetadas por foto tão facilmente. Crookes diz que a cor do cabelo era distinta, a pele da médium era áspera e a da fantasma, lisa. A altura era variável na fantasma, mas a da médium era fixa. A médium usava brincos, mas a fantasma não tinha orelhas furadas. Mas acho que esses detalhes não interessam ao autor do artigo certo? Ele preferiu partir para a baixaria. Cá comigo eu faço a pergunta: Crookes validou médiuns homens; ficou apaixonado por eles também?
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    “O espírito Marie mostrou ser definitivamente a própria Cook, indicativamente vestida apenas com roupas íntimas.”
    – O engraçado é que as roupas pretas reapareceram na médium e as roupas brancas nunca foram encontradas. Alguma coisa não está batendo nessas histórias…
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    16 – “não fui eu quem deu a informação, apenas citei o texto…”
    – Mas para você basta, né?
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    17 – “Como o leigo naturalmente não sabe, se dá por satisfeito e proclama ufano: “ninguém consegue me explicar!”…”
    – Se fosse só o leigo que não soubesse explicar…
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    18 – meu filho, o texto não é meu, citei-o a fim de expor de onde extraiu seus motivos para crucificar Houdini…
    – Inclua mais este nos pregos dessa crucificação.
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    19 – “lamentável, mas isso não tira o brilho desse grande investigador de médiuns…”
    – Mas tira o da específica obra capenga que ele escreveu. Esse investigador de médiuns só brilha para vocês céticos.
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    20 – “certamente lera sobre os feitos de Crookes, tanto que deles faz comentários.”
    – Ô Malvadão! Vamos cair na real? Eu já li mais de 50 obras cristãs anti-espíritas e uma coisa que notei é que os autores cristãos raramente se servem das obras originais, preferindo recorrer a outros autores cristãos como forma de ganhar tempo. Então se Houdini lera sobre os feitos de Crookes citados por autores como aquele do texto que postou acima, como imagina que ele formaria uma imagem imparcial do cientista? Se Houdini houvesse feito um trabalho sério, faria a leitura no original e aí ELE NÃO TERIA SIDO ENGANADO.
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    21 – Se me lembro, a Helen Duncan já estava atuando nos tempos de Houdini. Então este poderia tê-la examinado e tirado as dúvidas… Mas a infeliz descoincidência…
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    23 – “quem sabe se Crookes não queria correr riscos, após ter penhorado seu prestígio validando figuras altamente suspeitas?”
    – Ué? Se as figuras eram altamente suspeitas, por que ele as validaria? Só validou os médiuns que ele tinha certeza que não tinham como fraudar. Se aconteceu isso com ele, por que aconteceria diferente com os colegas? Se ele estava preocupado com o seu prestígio, que melhor maneira de preservá-lo do que outros confirmarem o que ele viu?
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    24 – “menos ruim essa explicação do que a anterior, a que propunha que os “espíritos” tinham ficado de saco cheio de tanto dar provas e ninguém nelas acreditar… está indo bem…”
    – As duas não são excludentes.
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    25 – “Ficava, pois, à responsabilidade algum médium verdadeiro dar demonstração que contradissesse tal conclusão.”
    – Como Kardec já dizia, as provas neste caso NÃO PODEM SER PRODUZIDAS À VONTADE: têm que ser colhidas de passagem. Um evento, uma frase ou mesmo uma palavra, que para tantos podem nada significarem, para o observador arguto, essa pode ser a prova que buscava. Lembro aqui um evento ocorrido com o Chico Xavier. Um dos seus irmãos falecera e tempos depois comunicou-se através de um médium na presença dele. Falou de várias coisas e ao final, aproximou-se de uma pessoa que usava chapéu, pegou este e colocou-o em sua cabeça. Ninguém entendeu porquê ele fez isso… exceto o Chico: esta era a senha que ele combinara com seu irmão antes do falecimento.
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    26 – “O caso é que os crentes querem que suas débeis provas sejam aceitas como firmes demonstrações do que consideram real.”
    – O crente aqui não está interessado nisto. Quer só que os que defendem as hipóteses contrárias sejam mais competentes para mostrar que são melhores que os espíritos.

  290. MONTALVÃO Diz:

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    ARRDEDERRUIM,
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    Mesmo temendo que os fãs de Crookes (que são muitos nesse sítio) adorem o prolongamento da conversa, sigo com a dita, vamintão, pois.
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    1 – “sim, sei que Randi é versado em ilusionismo, difícil creio será convencê-lo a se interessar por Crookes só para (talvez) convencer o Arduin…”
    ARDUIN – Como? Eu pensei que há tempos o Randi se dedica a avacalhar com os médiuns e paranormais a fim de convencer TODOS os que lhe dão ouvidos. Imagine se ele se preocuparia com minha pobre pessoa! Por que ele não legaria à comunidade cética um excelente apanhado ilusionista desmontando o que Crookes analisou e validou como coisa paranornal. Além disso ele prefaciou um livro avacalhando o Crookes (Sorcerer of the kings – sei lá se é assim que se escreve…).
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    COMENTÁRIO: quem quer, qual criança pirracenta, que alguém reproduza Crookes e demonstre as falhanças do cientista é sua meiga pessoa. Outros, mais produtivamente, se propõem a avaliar médiuns materializadores e assemelhados vivos, atuais. Tenha em mente que, quando estamos diante de conhecimento real, o presente confirma o passado; tratando-se de falso conhecimento o passado é negado pelo presente. Ter esse raciocínio em mente talvez tranquilize suas ansiedades crookianas. Você, infelizmente, terá de agitar a bandeira de “quero tudo explicadinho” até o anoitecer dos tempos, em vão. Ninguém em são juízo iria tentar reproduzir o ambiente de Crookes, só para depois ouvir os crentes alegarem que um dedinho aqui, uma unha ali, estavam diferentes, portanto, as conclusões do vetusto pesquisador estariam corretas. Não, meu prezado: exercício com Crookes, para quem goste desse tipo de ginástica, no melhor dos melhores, será feito na especulação criativa de apontar hipóteses pelas quais o inglês fora logrado.
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    Muito mais útil e eficaz será pôr médiuns de efeitos físicos da atualidade sob verificações adequadamente controladas. Se os “espíritos” modernos não se materializarem de verdade (com bem sabemos que não se materializam) então o problema está resolvido: a conclusão é inevitável, ou seja, Crookes de algum modo foi feito de bobo. Teorizar as maneiras com isso poderia ter acontecido será empreitada para quem aprecie trabalhos tais.
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    “Se ele recusou a “honesta” proposta do “despojado” empresário deve ter tido razões que só ele poderá esclarecer.”
    ARDUIN – É sempre assim, né Malvadão? Já que NENHUM ilusionista até hoje desmontou o que Crookes experimentou e declarou sobre a Ana Eva Fay (nem a Juliana Hildago toca neste assunto espinhoso), suponho que quando leu o relatório, viu que não tinha como desmenti-lo e aí saiu de fininho. Aí então resta a vocês céticos jogar tudo na conta do falecido. Assim é fácil.
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    COMENTÁRIO: essa não entendi: será que você disse mesmo o que acho que disse? Que “NENHUM ilusionista até hoje desmontou o que Crookes experimentou e declarou sobre a Ana Eva Fay”. Informe quais ilusionistas tentaram isso e falharam? Suponho queira dizer que “NENHUM ilusionista até hoje SE INTERESSOU EM DESMONTAR o que Crookes experimentou e declarou sobre a Ana Eva Fay”… E como nenhum se interessou, Arduin se acha confortável para declarar a excelência da pesquisa de Crookes, embora, paradoxalmente, reconheça que ele nada descobriu de efetivo: tão somente para suas pessoais satisfação (sua e dele), que não achara nada de fraudulento nos médiuns que investigou. Só que, para nossa lástima (minha e sua), Crookes não ter achado fraude não garante que a fraude inexistiu… Desse modo, tudo o que podemos dizer de seguro em relação às investigações desse cientista é que ele não detectou engodos da parte dos médiuns sob seus cuidados. Nós é que temos meios de concluir com mais segurança, se incluirmos a evolução das pesquisas nesse campo. Se materializações existissem presentemente estariam firmemente estabelecidas como realidade. Se não estão é porque não existem e Crookes foi enganado. Todas as pesquisas bem sucedidas a que Crookes se dedicou renderam frutos na posteridade: ou se consolidaram como conhecimento firmado, caso do elemento químico tálio, que ingressou no panteão da tabela periódica dos elementos, ou serviram de base para estudos posteriores que redundaram em descobertas utilitárias, como é exemplo seus estudos com os raios catódicos que resultou na televisão. Se materializações constituissem conhecimento produtivo imagina: quantas coisas maravilhosas e produtivas não se estariam fazendo com elas?
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    “o homem de ciência era qual criança ingênua nas garras de manhosos.”
    ARDUIN – Este choro já ouvi mais de uma vez. Mas sabe o que acho estranho? É que NENHUM MÁGICO JAMAIS FOI MOSTRAR AO POBRE SÁBIO INGÊNUO QUE ELE PODIA SER FACILMENTE ENGANADO POR TRUQUES ILUSIONISTAS.
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    COMENTÁRIO: o que queria? Que algum mágico fosse bater à porta de Crookes e dissesse: “ó esforçado, porém ingênuo cientista, venho cá lhe mostrar como é fácil enganá-lo com truques ilusionistas”?
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    ARDUIN – Então isso vira um dogma de fé: Crookes decidiu examinar médiuns, tidos e havidos como hábeis escamoteadores, só com seus conhecimentos científicos. NUNCA lhe teria passado pela cabeça consultar ilusionistas para saber quais truques usariam. E pra piorar, nem os ilusionistas de hoje, examinando o que Crookes publicou, sabem dizer como esses truques teriam sido feitos.
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    COMENTÁRIO: provavelmente, a vaidade de Crookes não lhe permitiu pereceber-se carente de assessoria técnica: achou que bastaria sua formação científica para evitar as malandragens dos malandros. Outra possibilidade é que ele julgava que os acreditados fenômenos mediúnicos fossem tão “honestos” quanto os fenômenos naturais, que não jogam 171 em cima de ninguém.
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    ARDUIN – Diante disso, só me resta dizer uma coisa: se Crookes foi enganado, o foi pelos MELHORES ILUSIONISTAS DO MUNDO. E também os mais burros, pois se apresentassem como tais em teatros, ganhariam uma baba muito maior do que em sessões com meia dúzia de gatos pingados. E também não entendi como é que foram tão hábeis em enganar o cientista e marcarem touca com gente comum, que segundo você os teriam desmascarado “numerosas vezes”…
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    COMENTÁRIO: não precisava ser “o melhor do mundo” para iludir um cientista bem intencionado mas despreparado para o embate com velhacos.
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    2 – “só acha explicação aceitável no sobrenatural”
    ARDUIN – Errado. Eu aceitaria uma explicação natural, desde que ela fosse plausível. Só que até agora não me apresentaram a dita cuja… Todas as que foram apresentadas NÃO EXPLICAM o que se registrou.
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    COMENTÁRIO: se nenhuma explicação razoável o satisfaz não será este pobre e pouco-poderoso santo quem fará o milagre…
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    “Não lhe basta saber que Cook foi flagrada várias vezes?”
    ARDUIN – Não porque só tenho essa declaração, sem estar acompanhada da lista dos flagrantes, com as referências certas, as notícias confirmadas, etc e tal. ALGUÉM diz que ela foi flagrada várias vezes e fica só nisso. Para você é o bastante, mas para mim, que tenho o azar de ter a mesma formação científica do Crookes, sinto que me faltam elementos para validar tão retumbante declaração. Sacou?
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    COMENTÁRIO: tudo bem, enquanto procuramos elaborar a lista dos flagrantes, devidamente documentados, divirta-se com os dois que já aceitou e equacione consigo mesmo o que significam no que tange à autenticidade mediúnica da moça.
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    “Mas, como não surpreenderam Florence em delito com Crookes então, no seu belo raciocínio, estaria comprovada a autenticidade da pequerrucha… lindo argumento.”
    ARDUIN – Sabe o que eu não entendo? Como é que ela enganou esses cientistas, interessados em achar qualquer deslize de fraude, mas foi desmascarada por MUITOS LEIGOS, segundo você, tanto em ciência como em ilusionismo. Por que ela não teria usado nessas outras sessões os seus tão hábeis e eficazes recursos e se deixou pegar tantas vezes?
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    COMENTÁRIO: não sei se ela foi desmascarada por “muitos leigos”, mas se foi, devem ter sido leigos bons observadores… em muitos casos as evidências de fraude saltam aos olhos, mas a platéia crente quer ver outra coisa, então não enxerga nem a árvore nem a floresta…
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    “Arduin, está esquecendo uma coisa: nem o próprio Crookes testou o comportamente do galvanômetro, ou seja, não usou controle para comparar resultados.”
    ARDUIN – Faça o seguinte: dê uma olhada naquele texto do Stephenson que o Vitor postou e creio que em algum lugar é dito que Crookes TESTOU O GALVANÔMETRO usando o seu filho como cobaia.
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    COMENTÁRIO: causas-me esgares de riso… por que não se dá ao luxo de expor o texto que julga demonstrar o que afirma? Faça uma forcinha, vai.
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    4 – “mas quem falou em substituir a médium por outra coisa?”
    ARDUIN – O Polidoro e outros. Já disse alguém (acho que o Cordeiro) que a Florence Cook poderia ter se substituído por uma barra de grafite… Agora só mesmo você para acreditar que os tais vídeos tenham algo a ver com o que Crookes fez…
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    COMENTÁRIO: claro que não têm a ver, mas são engraçados…
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    “Suponhamos que você faça os testes e não ache o resultado que deveria. E aí, isso absolve Crookes de ter sido ludibriado?”
    ARDUIN – Não, mas inutiliza o argumento do Vitor e de quem mais opinar que a tira de pano molhada serviria perfeitamente para substituir a médium e permitir o logro. Como nada do que se propôs explica o que aconteceu, então Crookes está absolvido de ter sido enganado…
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    COMENTÁRIO: vamos dizer que tira de pano realmente não funcionasse, e aí? Isso legitima Florence e os demais?
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    “Aqui mesmo foram mostradas (inclusive pelo Vitor) várias outras hipóteses pelas quais William poderia ter sido sacaneado.”
    ARDUIN – É… Mas nenhuma delas explica o que se viu, nem se provaram de fato viáveis…
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    COMENTÁRIO: e o que foi que se viu, caro Arduin? Alguém filmou as estrepolias da médium enquanto oculta na cabine? Você estava falando do que viu do lado de fora e tirando suas conclusões de crente sobre o lado de dentro, entretanto, visto que não viu efetivamente o lado de dentro, suas suposições podem estar todas equivocadas, como provavelmente estão. Se não fossem suposições equivocadas hoje não estaríamos discutindo a legitimidade das carnificações de mortos e sim quem seria o próximo personagem a ser materializado no canal 1171: TV materializações, aberta 24 horas: escolha seu espírito preferido e venha materializá-lo em nossos estúdios, resultados garantidos, temos os melhores médiuns do pedaço…
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    “DEVERÁ TESTAR TODAS”
    ARDUIN – Quem? Eu? Eu não defendo essas hipóteses. Quem as defende é que deve demonstrar sua viabilidade. Isso se chama inversão do ônus da prova. Só que quem tentou simular (Stephenson, Brookesmith) FRACASSOU.
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    COMENTÁRIO: sim, mas se está pretendo demonstrar que o galvanômetro é inexpugnável tem que fazê-lo com o rigor necessário. Não basta eliminar a tira de pano e concluir que nenhum ilusionista suplantaria a vigilância do aparelho, não cometa este erro…
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    “com Crookes deixou de lado as mágicas e se transformou em “autêntica” médium.”
    ARDUIN – Esse é o detalhe: ela ERA uma médium autêntica. Só que os médiuns eram MAL VISTOS, SUJEITOS A PENAS DA LEI, TINHAM PROBLEMAS COM A POLÍCIA, ETC E TAL. O próprio Vitor argumentou, se me lembro direito, que ela escolhia ser ilusionista ou médium conforme o auditório (sei lá como ela fazia essa escolha). Parece que na turnê que fez na Inglaterra, quis se apresentar como médium e aí se ferrou com o Maskelyne. Se houvesse se apresentado como ilusionista, aí o Mask a veria como uma colega e não como uma farsante que queria fazer o público de bobo…
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    COMENTÁRIO: ela “era uma médium autêntica”, como chegou a tal grau de certeza? Se a própria Fay admitiu ser ilusionista, como insiste em transformá-la em legítima manipuladora de ectoplasma?
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    Não foi o Vitor quem afirmou que ela escolhia o que ia ser conforme o momento, isso está no artigo do seu ídolo, o Polidoro. Entretanto, vejo que reconhece que a fúria do Maskeline foi justamente pelo fato dela se dizer médium (quando lhe era conveniente) sabendo que não era. Aliás, médium de verdade, no sentido de quem se articula com mortos, não existe. Isso podemos afirmar sem medo de ser feliz. Essa certeza só será abalada se surgirem médiuns dispostos a se deixarem testar objetivamente, com controles adequados, e os espíritos responderem convincentemente por meio deles. Quando tal acontecer (se é que um dia acontecerá) então poderemos mudar a conclusão até aqui segura, de que falecidos não agem no meio dos vivos.
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    Não tenho nada a explicar sobre as materializações. Para mim basta que não tenham convencido aos incrédulos e os espíritos viram que assim estavam só perdendo tempo.
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    COMENTÁRIO: pena que esteja recaindo: essa de que os espíritos encheram o saco e foram cuidar de outros afazeres, por isso não mais se materializam, já encheu o saco: é do piru! De onde extraiu tamanha segurança para dizer o que declara? Em qual documento, assinado pela espiritualidade, e com firma reconhecida em tabelião cósmico, se apoia para proferir essa sentença?
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    6 – “Crookes conhecia artes mágicas? O mais provável é que não, pois não há (não conheço) referência a que fosse possuidor desse conhecimento.”
    ARDUIN – O MÍNIMO que se espera de um cientista quando vai pesquisar alguma coisa é INFORMAR-SE SOBRE ELA. É a primeira parte do trabalho científico: a coleta de dados. Crookes primeiro via o que os médiuns produziam e aí ia estudar a respeito. É o mínimo que posso presumir. Se eu fosse estudar materialização, caso dispusesse de um médium capaz disso, é o que eu faria.
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    COMENTÁRIO: se não dispõe de documento que ao menos fale do treinamento de Crookes em prestidigitação, não pode ter certeza de nada sobre isso. Crookes pode ter se informado sobre o que ia estudar aplicando suas técnicas de investigação científica e achado que isso seria suficiente para lhe prover as respostas buscadas. Considerando que fosse um pesquisador bem sucedido: criterioso e meticuloso, entendeu que seu conhecimento técnico lhe bastava.
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    “conheço donzela quase-virgem, recatada como ninguém que, aos setenta e dois anos é fogosa qual potranca no cio”
    ARDUIN – Acho que estou entendendo o seu problema, Malvadão: a julgar pelo texto acima, você deve ser um velhinho caduco. Afinal qual é a sua idade?
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    COMENTÁRIO: não leu meu comentário por inteiro. Disse que conheço (você também poderia conhecer alguém assim), não que desfrutei do pitéu. Tenho 61 de caduquice. E você, caduca há quanto tempo?
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    ARDUIN – Pra que usar galvanômetro sempre se outros recursos podem ser utilizados? Acho que o Harry Price usou algo até mais eficaz…
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    COMENTÁRIO: qual o algo mais eficaz de Price a que se refere? Price inventou um controle elétrico que, segundo garantia, comprovava os poderes mediúnicos dos irmãos Schneider, controle este que só ele operava e que foi desmantelado tão logo os Schneider perderam o brilho. Realmente, muito mais eficaz…
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    ARDUIN – O fato é que se constatou a PERDA DE MASSA, mas isso não implicava em perda de volume aparente. Em microscopia eletrônica de varredura é necessário secar a amostra para poder ir ao microscópio. Essa secagem produz distorções e encolhimento do material porém… Se usar o processo de liofilização, a distorção e perda de volume é bem menor do que se usar a secagem a quente. Então as coisas não são tão absolutas como diz você.
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    COMENTÁRIO: tá certo: elas perdiam massa mas eram infladas por insuflação perispiritual, que funciona do seguinte modo: espírito apoiadores ficam do lado de lá acionando um fole, que mantinha as médiuns em consistência, de modo que parecessem iguais ao que eram antes de perder expressivas parcelas de seus organismos em prol do benefício dos espirituais, que precisavam mostrar ao mundo que eram reais, embora poucos nisso acreditassem, mas, mesmo assim, eles continuavam a dar provas. Até que, cansados, uns de acionarem os foles sem retorno satisfatório, outros de buscar carnes nos açougues do reino, sem que os vivos reconhecessem seus sacrifícios, foram todos para a pracinha de Nosso Lar jogar buraco, onde se encontram até hoje. Quanto as materializações, eles querem mais que se danem, ninguém acredita mesmo…
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    É assim que funciona o mundo espiritual…
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    “teria permitido que Volckman brigasse com o fantasma até desvelá-lo”
    ARDUIN – Que médiuns ficaram doentes quando a forma materializada foi tocada é coisa que foi constatada por vários outros pesquisadores além de Crookes e portanto não é fantasia. Mas para você todos devem estar mentindo, certo?
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    COMENTÁRIO: o problema é que os médiuns só adoecem quando lhes é conveniente, quando não, os espíritos tocam, se deixam tocar, até sentam nos colos dos assistentes; submetem-se a auscultações, deixam que lhes cortem cabelos e ninguém, até hoje, morreu nem adoeceu…
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    “meu jovem, mesmo que uma Annie Morgan existisse tal não daria vínculo de identidade.”
    ARDUIN – O caso é que Crookes não tinha prova alguma da existência de tal pessoa, nem foto dela, nem nenhum parente vivo que a conheceu e que pudesse identificá-la na materialização. Mas já houve casos outros, com Peixotinho, por exemplo e mesmo Ana Prado, em que parentes reconheceram os falecidos nas formas materializadas. Aí sim eu diria que tem a ver com espíritos.
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    COMENTÁRIO: bela prova. Parentes ansiosos por verem seus mortos, os reconhecendo em materializações, em cartas psicografadas, em psicofonias. De fato, bem convincente…
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    ARDUIN – A Josefa… Bem, eu diria que o Waldo e sua equipe falharam em buscar a entidade encarnada. Não foram ao convento em busca de informações. Talvez o fizessem depois se o imbecil do Waldo não tivesse se metido a besta de valorizar sua vaidade. Como os repórteres do Cruzeiro fizeram o serviço antes…
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    COMENTÁRIO: esqueceu que Otília também falhou, quando deu mole e foi surpreendida com as roupinhas de freira na mala (que ninguém, até então, conseguia achá-las, por mais que procurassem, igualzinho que com Cook e Fay…)?
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    ARDUIN – 10 – Nem vou ler o caso da Margary, pois as duas coisas não são iguais. O Houdini teve essa médium à sua disposição, mas não esperto o bastante para pedir a Fay que repetisse a demonstração de sua fraude na sua frente.
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    COMENTÁRIO: o caso Margery mostra a eficiência de Houdini em detectar truques. Os outros pesquisadores, todos reputados e respeitados, fizeram dezenas de sessões, e em todas confirmaram a legitimidade dos “poderes” da loura. Houdini num só experimento verificou que de legítimo ali só mesmo a fraude. Provavelmente os advogados de Margery estavam entre os duzentos cientistas que você vive apregoando terem provado a mediunidade. Este é pequeno exemplo de como é fácil enganar quem quer ser enganado…
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    11 – “mas não excluem que a mulher não pudesse realizar, por malandragem não revelada, o restante dos truques.”
    ARDUIN – Pois é: é nesses truques restantes que estava o segredo da coisa. Como o Houdini nunca leu nada do que Crookes escreveu, então não soube o que questionar. Mas como disse, prefiro crer que ele INVENTOU toda essa história.
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    COMENTÁRIO: agora o problema é Houdini não ter lido nada de Crookes: como foi que descobriu isso talvez nem você saiba. De qualquer modo, o “restante dos truques” estavam por detrás da cortina que Crookes não achou importante eliminar. Se você puder explicar, com todas a minúcias, o que ali acontecia talvez possa me convencer da autenticidade dos médiuns e dos fenômenos. Tente, vai.
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    12 – “Quem sabe se a importância que você dá ao trabalho espiritualista desse cientista não seja a mesma que a que Fay dava?”
    ARDUIN – Malvadão, o que está em jogo aqui não é o trabalho espiritualista e sim a glória de haver feito um brilhante cientista de bobo. Já que ela estava toda encantada pelo charme de Houdini, por que não lhe contou tudo de uma vez? Já que você acredita que a lenda contada pelo Houdini é verdadeira, veja se ache algum médium que contate o espírito da Fay e cobre dela a resposta.
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    COMENTÁRIO: se havia glória para Fay em ter feito Crookes de bobo isso só lhe serviu no final da vida, quando se aposentara dos espetáculos. Antes o que lhe servia era ter sido validada pelo pesquisador. E ela deve ter usado essa propaganda enquanto lhe foi útil. Quanto a achar médium que queira contatar Fay, se não acho nem médium que queira pôr seus espíritos a identificar objetos postados numa sala lacrada, de modo a comprovar a presença de entes espirituais no ambiente, vê se conseguirei alguém que se preste a invocar quem dificilmente conseguiriam simular satisfatoriamente?
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    ARDUIN – 14 – Como já disse, Fay ficava com os pés em duas canoas. Pulava para uma ou para outra quando o momento exigia.
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    COMENTÁRIO: o que, na melhor das hipóteses, é forte indicativo de que mediunidade passava longe da moça; na pior é certeza de malandragem. A escolha a que preferir.
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    15 – “Muitos outros médiuns contemporâneos alegavam poder fazer espíritos materializarem-se de forma mais sólida em suas sessões. Freqüentemente eram desmascarados, chegando ao ridículo de andar de joelhos para se passar por espíritos materializados de crianças.”
    ARDUIN – Oba! Temos aqui um autor bem informado! Beleza! Favor ir desfiando os nomes dos MUITOS médiuns contemporâneos e dar as notícias e referencias desses frequentes desmascaramentos. Manda ver! Estou muito interessado em ver isso.
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    COMENTÁRIO: você tem o link do texto, pode indagar do autor o que aqui me pergunta.
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    “Encontrou muitas fraudes,”
    ARDUIN – Viva! Enfim alguém que reconheceu que os métodos usados por Crookes eram eficazes para descobrir os farsantes! Tá vendo só, Malvadão, porque confio no trabalho dele? Que me diz disso? Mas seria bom que a lista dessas descobertas de fraude fosse publicada, pois infelizmente só tenho conhecimento de que ele apontou apenas UMA médium farsante: a Rosina Showers.
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    COMENTÁRIO: vai ver essa médium era muito fraquinha a ponto de até Crookes, com toda sua boa vontade mediúnica, não ter como não perceber as safadezas. Os mais bem treinados, entretanto, conseguiram passar pela peneira de malha grande do investigador…
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    “as fotos tiradas de Katie King e Florence Cook. Infelizmente, elas mostram como o suposto espírito Katie era idêntico à própria médium Cook.”
    ARDUIN – Não tão idênticas assim. Eu já vi dessas fotos e notei que nelas há diferenças. A que mais me chamou a atenção foi o septo nasal, que é saliente na médium e aparece abaixo das narinas, mas está ausente na fantasma.
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    COMENTÁRIO: são sim, se quiser tire um tempinho e veja o artigo no site, já que aqui as imagens não aparecem. As duas são parecidíssimos: os são as mesmas ou gêmeas idênticas. Você tem um certo sério problema com narizes. Com Otilia foi a mesma coisa: diante da foto que claramente mostrava que Otília e Josefa era uma clone da outra, tanto que até Rizzini não teve como negar, e optou pela explicação de que o ectoplasma assumia as formas do médium emissor da substância. Entretanto, você, Arduin, resolveu achar diferenças nos narizes das duas (que eram uma). Agora faz o mesmo com Florence e seu igual fantasma… acho está com complexo de Michael Jackson…
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    “No entanto, todas estas evidências são postas em dúvida, em parte porque as diferenças muito relatadas também não foram bem registradas nas fotos que restaram, mas principalmente por uma implicação um tanto sórdida.”
    ARDUIN – Não entendi a declaração acima. As diferenças eram sutis e não seriam detetadas por foto tão facilmente. Crookes diz que a cor do cabelo era distinta, a pele da médium era áspera e a da fantasma, lisa. A altura era variável na fantasma, mas a da médium era fixa. A médium usava brincos, mas a fantasma não tinha orelhas furadas. Mas acho que esses detalhes não interessam ao autor do artigo certo? Ele preferiu partir para a baixaria. Cá comigo eu faço a pergunta: Crookes validou médiuns homens; ficou apaixonado por eles também?
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    COMENTÁRIO: pena que Crookes “acidentalmente” destruiu as fotos que tinha e “acidentalmente” proibiu aos amigos que tinham cópias de divulgá-las… o que será que ele queria ocultar?
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    “O espírito Marie mostrou ser definitivamente a própria Cook, indicativamente vestida apenas com roupas íntimas.”
    ARDUIN – O engraçado é que as roupas pretas reapareceram na médium e as roupas brancas nunca foram encontradas. Alguma coisa não está batendo nessas histórias…
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    COMENTÁRIO: nunca foram encontradas por que? Por não existirem? Por estarem bem ocultas nas calçolas da médium? Por que ninguém as procurou como devia procurá-las? Por que?
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    16 – “não fui eu quem deu a informação, apenas citei o texto…”
    ARDUIN – Mas para você basta, né?
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    COMENTÁRIO: para o objetivo proposto, que era o de divulgar a fonte sobre a qual joga ferrenhas críticas bastou…
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    17 – “Como o leigo naturalmente não sabe, se dá por satisfeito e proclama ufano: “ninguém consegue me explicar!”…”
    ARDUIN – Se fosse só o leigo que não soubesse explicar…
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    COMENTÁRIO: dê a relação de ilusionistas que consultou e que não conseguiram explicar…
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    18 – meu filho, o texto não é meu, citei-o a fim de expor de onde extraiu seus motivos para crucificar Houdini…
    ARDUIN – Inclua mais este nos pregos dessa crucificação.
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    COMENTÁRIO: ?
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    19 – “lamentável, mas isso não tira o brilho desse grande investigador de médiuns…”
    ARDUIN – Mas tira o da específica obra capenga que ele escreveu. Esse investigador de médiuns só brilha para vocês céticos.
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    COMENTÁRIO: Houdini brilhava não só para os céticos, muitos crentes famosos, validadores alegres de médiuns, odiavam Houdini por que ele, não só desvelava os truques dos sórdidos, o que levava ao ridículo os que os haviam legitimado, tendo em vista que muitos prestigiados faziam experiências e mais experiências sempre confirmando as certezas. Então, Houdini ia lá e, de uma tacada só, mostrava onde eles escorregavam. Conan Doyle chegou a afirmar que Houdini era médium mas fingia não sê-lo…
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    20 – “certamente lera sobre os feitos de Crookes, tanto que deles faz comentários.”
    ARDUIN – Ô Malvadão! Vamos cair na real? Eu já li mais de 50 obras cristãs anti-espíritas e uma coisa que notei é que os autores cristãos raramente se servem das obras originais, preferindo recorrer a outros autores cristãos como forma de ganhar tempo. Então se Houdini lera sobre os feitos de Crookes citados por autores como aquele do texto que postou acima, como imagina que ele formaria uma imagem imparcial do cientista? Se Houdini houvesse feito um trabalho sério, faria a leitura no original e aí ELE NÃO TERIA SIDO ENGANADO.
    .
    COMENTÁRIO: Houdini e qualquer um com espírito crítico só precisava examinar se as supostas descobertas de Crookes prosperaram: não carecia de nada mais, nem mesmo de investigar médiuns, para concluir que nada do que a Crookes pareceu real (ao menos na época em que se dedicou ao empreendimento espiritualista) o fosse de fato. Se espíritos materializavam-se para Crookes o fariam para Houdini, conquistando, assim, forte aliado na divulgação da realidade espiritual. Por que será que os mortos preferiram dar provas a William Crookes e optaram por escorregar diante de Houdini?
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    ARDUIN – 21 – Se me lembro, a Helen Duncan já estava atuando nos tempos de Houdini. Então este poderia tê-la examinado e tirado as dúvidas… Mas a infeliz descoincidência…
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    COMENTÁRIO: Helen Duncan? Aquela que se aproveitou das guerras para explorar a dor dos que perderam parentes no conflito? Que “vertia” uns panos pelos orifícios e dizia ser o inexistente ectoplasma? Que fomentava umas materializações de bonequinhos malajambrados? Realmente, que azar de Houdini, e sorte dela, eles não terem se encontrado, hem?
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    23 – “quem sabe se Crookes não queria correr riscos, após ter penhorado seu prestígio validando figuras altamente suspeitas?”
    ARDUIN – Ué? Se as figuras eram altamente suspeitas, por que ele as validaria? Só validou os médiuns que ele tinha certeza que não tinham como fraudar. Se aconteceu isso com ele, por que aconteceria diferente com os colegas? Se ele estava preocupado com o seu prestígio, que melhor maneira de preservá-lo do que outros confirmarem o que ele viu?
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    COMENTÁRIO: todo médium de materialização, anote em sua agenda, é figura altamente suspeita.
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    24 – “menos ruim essa explicação do que a anterior, a que propunha que os “espíritos” tinham ficado de saco cheio de tanto dar provas e ninguém nelas acreditar… está indo bem…”
    ARDUIN – As duas não são excludentes.
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    COMENTÁRIO: hummm, será que terei de rever minha satisfação com seu progresso?
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    25 – “Ficava, pois, à responsabilidade algum médium verdadeiro dar demonstração que contradissesse tal conclusão.”
    ARDUIN – Como Kardec já dizia, as provas neste caso NÃO PODEM SER PRODUZIDAS À VONTADE: têm que ser colhidas de passagem. Um evento, uma frase ou mesmo uma palavra, que para tantos podem nada significarem, para o observador arguto, essa pode ser a prova que buscava. Lembro aqui um evento ocorrido com o Chico Xavier. Um dos seus irmãos falecera e tempos depois comunicou-se através de um médium na presença dele. Falou de várias coisas e ao final, aproximou-se de uma pessoa que usava chapéu, pegou este e colocou-o em sua cabeça. Ninguém entendeu porquê ele fez isso… exceto o Chico: esta era a senha que ele combinara com seu irmão antes do falecimento.
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    COMENTÁRIO: certamente Chico havia anotado a senha num lugar secreto e depois que o chapéu foi pegado ele a mostrou para “provar” que realmente o irmão combinara cm ele tal gesto… Quando Pietro Ubaldi visitou Chico espíritos mil apareceram no encontro. Naquele dia o médium estava endiabrado, a todo momento recebia comunicação de um do além. Até que veio a mensagem de uma irmã de Ubaldi falecida, deu até o nome. Mas, oh que encrenca, a moça estava viva. Foi um momento de constrangimento, mas alguém lembrou que Ubaldi perdera uma irmã ainda bebê que teria o mesmo nome da viva, e era esta, a morta no nascedouro, quem viera se manifestar… Ubaldi, meio sem graça, confirmou que realmente tinha uma irmã falecida criança e com o nome da viva, e tudo ficou bem no mundo mediúnico…
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    Se acha que essas historinhas de fraudes pias sejam suficientes para demonstrar a realidade do intercâmbio entre vivos e mortos o caso é mais sério que pensei. Se espíritos voltam, impávidos colossos, para dar as senhas que deixaram com seus irmãos, das quais ninguém mais tinha conhecimento (mas Chico não mentiria, né? Ele aumenta mas não inventa…), então esses espíritos podem dizer aos seus médiuns, que estejam com olhos vendados, o conteúdo de cartazes que são mostrados às costas dos medianeiros e estes informam cem por cento certo, certo?
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    26 – “O caso é que os crentes querem que suas débeis provas sejam aceitas como firmes demonstrações do que consideram real.”
    ARDUIN – O crente aqui não está interessado nisto. Quer só que os que defendem as hipóteses contrárias sejam mais competentes para mostrar que são melhores que os espíritos.
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    COMENTÁRIO: e o cético aqui só espera que os espíritos deixem de ser tímidos e deem mostram objetivas de suas presenças entre os vivos, só isso…
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    Saudações ectoplasmáticas de gaze.

  291. Marciano Diz:

    O embate Arduin x Montalvão está um pouco entediante.
    Embora Arduin esteja a muitos anos luz de ser um asno (ele é bem inteligente), Montalvão está de novo desperdiçando água e sabão, o que muito lhe apraz.
    Li os comentários de ambos e o efeito foi melhor do que alprazolam + dormonid + whiskey.
    Sorry, folks.

  292. Gorducho Diz:

    Proponho avançar-se, a analisar a levitação do Home. Por que será que a lâmpada tinha que ser a álcool?

  293. Gorducho Diz:

    Segundo tenho entendido, foi o Richet après villa Carmen quem imaginou a história do ectoplasma como uma substancia biológica emanada pelo psíquico.
    Então o Crookes ainda não estava de posse dessa tese, de formas que não passou pela cabeça deles (Varley + ele) que a resistividade do corpo das médiuns deveria se alterar.
    Quando o roteiro é feito só com base na imaginação e fervor religioso, é difícil manter coerência :mrgreen:

  294. Marcos Arduin Diz:

    “Montalvão está de novo desperdiçando água e sabão, o que muito lhe apraz.”
    – Ele fala, eu respondo… Quando tenho tempo.

  295. Marcos Arduin Diz:

    1 – Malvadão, veja bem uma coisa: temos de recorrer ao que temos à disposição, testar a hipótese mais plausível, exatamente para não nos estressarmos à toa. Qual é a hipótese mais plausível neste entrevero de materializações? Aquela defendida pelo pessoal cético: de que tudo não passava de fraude. E esta era a ÚNICA que o Crookes poderia testar. Daí então primeiro ver o que os médiuns faziam, deixando-os à vontade, no ambiente deles, tudo numa boa (quer dizer: como homem INTELIGENTE QUE ERA, primeiro buscava conquistar a confiança dos médiuns). Só isso já lhe dava a dica se valia a pena avançar na coisa ou parar por ali. Foi o que aconteceu com a Florence Cook e a Rosina Showers. Com a primeira, em apenas quatro sessões viu que valia a pena. Com a segunda, fez 8 sessões, não ficou satisfeito, fez mais 8 e continuou não gostando. Qual a diferença entre as duas? A fantasma da Cook era VARIÁVEL; a da Showers era sempre igual à médium. No fim viu-se que esta era mesmo uma fraude…
    DEPOIS de conquistada a confiança, aí o cientista ia impondo suas condições, cercando o médium cada vez mais. Por mais que você apele à IMENSA HABILIDADE ILUSIONISTA dos médiuns, chega uma hora que não dá mais para fazer o truque. É gozado você dizer que Crookes nada sabia de ilusionismo. Ana Eva Fay sabia dele, mas Florence Cook, sua irmã, Home e outros não parecem ter sido ilusionistas famosos. Como você ficou sabendo que eram hábeis ilusionistas?
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    “Suponho queira dizer que “NENHUM ilusionista até hoje SE INTERESSOU EM DESMONTAR o que Crookes experimentou e declarou sobre a Ana Eva Fay”
    – É que esse desinteresse, ou suposto desinteresse, incomoda-me seriamente. Hoje temos aí uma comunidade cética militante, cheia de muita fé e desejosa de acabar com as superstições religiosas. E ilusionistas fazem parte dela e, tal como você faz, apela-se para o ilusionismo para explicar porque os cientistas que lidaram com os médium foram RISIVELMENTE empulhados. Não entendo porque quando cobro os detalhes, aí estranhamente não há nenhum ilusionista interessado em me fornecê-los. Nessa hora eles ficam tão sumidos quanto as materializações… Uma pena.
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    “Só que, para nossa lástima (minha e sua), Crookes não ter achado fraude não garante que a fraude inexistiu…”
    – Mas fica pior a emenda quando a comunidade cética apela como prova de fraude uma confissão que se limita a dizer que trocou uma mão por um junta de joelho… Se fossem sensatos, já que nada conseguem provar, o jeito era dizer: _ Não sabemos. _ Só que a natureza tem horror ao vácuo.
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    “Se materializações constituissem conhecimento produtivo imagina: quantas coisas maravilhosas e produtivas não se estariam fazendo com elas?”
    – Eu só consigo imaginar uma: teríamos meios de demonstrar melhor que nossa consciência sobrevive à morte do corpo.
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    “o que queria? Que algum mágico fosse bater à porta de Crookes e dissesse: “ó esforçado, porém ingênuo cientista, venho cá lhe mostrar como é fácil enganá-lo com truques ilusionistas”?”
    – Essa seria uma abordagem muito mal educada que um sábio cético atual certamente faria. Um ilusionista honesto e interessado na verdade primeiro leria o que Cookes escreveu e tentaria ver onde ele poderia ter se enganado (os colegas dele ficaram fulos da vida com o seu trabalho, mas NENHUM deles soube dizer onde estava errado. Sendo editor a revista Quartely alguma coisa, ele forçou a publicação de sua pesquisa. Um dos colegas achou que seu relatório estava errado pois NÃO PROVAVA A FALSIDADE DO SPIRITUALISM… é mole?). De posse dos possíveis furos, procuraria o cientista e buscaria esclarecimentos. Se estes fossem prestados e os buracos tapados e nada mais restasse para o ilusionista se queixar, então só recomendaria a Crookes que fosse mais detalhista nos pontos obscuros. Se achassem que não fossem suficientes, pediria para acompanhar as sessões e aí fazer seus testes.
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    “provavelmente, a vaidade de Crookes”
    – Tem alguma prova de que esta vaidade era mesmo um traço marcante da personalidade do Crookes? Veja que houve pessoas famosas no qual esse traço era evidente. Por exemplo, Jean Marie Balestre…
    .
    “não precisava ser “o melhor do mundo” para iludir um cientista bem intencionado mas despreparado para o embate com velhacos.”
    – Ai senhor meu pai! Esse seu dogma de fé já tá ficando chato. Sabe o que Crookes disse disso? O seguinte:
    _ Não me dariam meus adversários o crédito para a posse de um mínimo de bom senso? Por que acham eles que as objeções que me fazem jamais me teriam ocorrido?
    .
    ” se nenhuma explicação razoável o satisfaz não será este pobre e pouco-poderoso santo quem fará o milagre…”
    – Ache o email do Randi e peça-lhe socorro então.
    .
    “vamos dizer que tira de pano realmente não funcionasse, e aí? Isso legitima Florence e os demais?”
    – Não diria isso, mas INUTILIZA o argumento cético que apela para a dita tira.
    .
    “Entretanto, vejo que reconhece que a fúria do Maskeline foi justamente pelo fato dela se dizer médium (quando lhe era conveniente) sabendo que não era.”
    – Como ele sabia que não era? Quais foram os testes que fez para demonstrar isso? O que ele fez para melar a turnê da madame foi apenas fazer por ilusionismo o que ela dizia fazer por espíritos. Aí o público minguou e ela tentou se salvar com o Crookes… mas não deu.
    Agora quanto à não existência de médiuns, bem, que está limitado na sua fé…
    .
    “De onde extraiu tamanha segurança para dizer o que declara?”
    – Se materialização fosse um fenômeno EXCLUSIVAMENTE BIOLÓGICO, dependente apenas do médium, então não haveria motivos para não ocorrer frequentemente nos dias de hoje. Mas fica estranho quando formas materializadas se assemelham com falecidos. Então é aí que encaixamos os espíritos e como estes são entes com vontade própria, então entende-se quando percebem que não estão agradando.
    .
    “Tenho 61 de caduquice. E você, caduca há quanto tempo?”
    – 56. O lance é que a velhinha aí é 9 anos mais velha que você e como é que você poderia saber que ela era uma “virgem recatada”? Acha que nos tempos que éramos crianças pegava bem uma moça anunciar que soltava a franga? Naqueles tempos os rapazes de família defendiam a liberdade sexual para as mulheres… mas não para todas: as irmãs e futuras esposas deveriam preservar a sua virgindade sem discussão. Agora no segredinho lá do quarto e no escurinho do cinema…
    .
    Depois eu continuo

  296. Marciano Diz:

    No offense intended, Arduin. Tenho você e Montalvão na mais alta conta. O problema é que vocês estão emperrados com esse Crookes. Aí fica meio chato.
    Eu até gosto de ler os debates de vocês, só que o assunto está repetitivo.

  297. Vladimir Diz:

    Em homenagem ao Ateísmo do Marciano…
    http://www.deldebbio.com.br/2012/12/21/a-aposta-de-pascal-deldebbio/

  298. Vladimir Diz:

    Gorducho disse: Substância e modos diferem de uma forma absoluta. A causa é diferente do seu efeito, portanto os modos são diferentes da Substância.
    COMENTÁRIO: Estou de pleno acordo com a Professora.
    Spinoza concebe Deus enquanto Substância.
    Antes de conceber os “Modos”, ele fala dos “Atributos” a saber: O Pensamento e a Extensão.
    E posteriormente os “Modos” (Finitos e Infinitos).
    Um exemplo dos “Modos Infinitos” seriam o “Movimento” e o “Intelecto”.
    Um exemplo dos “Modos Finitos” seriam os “movimentos singulares” e os “intelectos individuais”.
    Tanto os “Atributos” quanto os “Modos” são expressões da Substância que é Deus.
    Todavia Deus é causa imanente e nada existe fora de Deus, de modo que tudo está em Deus. E a “natura naturata” é a manifestação necessária de Deus em seus “Modos” e “Atributos”.

  299. Gorducho Diz:

    A germinação – que o Sr. deverá notar ser análoga ao deus do Spinoza… – é causa imanente da galinha, mas a galinha existe fora da germinação.
    Aliás, foi o bom o Sr. mencionar: nada existe fora de Deus. Ocorre que Deus não existe: ele precede a existência, é causa dela.

  300. Gorducho Diz:

    Acerca de Em homenagem ao Ateísmo do Marciano…
     
    O Sr. Analista Vladimir não me parece de confissão espírita, ou seja, um ente circunscrito ao dogmatismo chico-kardeciano. No artigo esse, se enquadraria na rubrica Ocultistas?
     
    Essa parte é muito boa:
    Na primeira vez que visitei um cemitério em Projeção Astral, o Exú Caveira que me acompanhava mostrou-me um caixão onde um ateu estava enterrado havia 70 anos, o corpo completamente carcomido e a consciência ainda ali, presa no materialismo. Os enfermeiros mal conseguiram remover aquela consciência dali, tamanho o grau de loucura que ele estava após passar todo este tempo sozinho e sentindo o corpo apodrecer lentamente. Foi dali direto para um hospital astral, nos moldes daquele mostrado no filme Nosso Lar e teve de passar meses para se recuperar do trauma.
     
    Quem é que teve essa visão? Um “médium”?

    Os Céticos

  301. Gorducho Diz:

    Quem é que teve essa visão? Um “médium”?
    Os Céticos

  302. Antonio G. - POA Diz:

    Concordo com Marciano. Crookes já deu o que tinha prá dar. Embora para muitos não tenha a menor importância, reitero e ressalto que o gajo nasceu há quase duzentos anos! Dois séculos, em ciência, é uma eternidade. O cara tinha mais conhecimento (em química, especialmente) do que a maioria dos seus contemporâneos. Certo. E daí? Em terra (tempo) de cego, quem tem um olho é rei… Reedito a piada: o estupendo cientista passaria no exame do Enem? Talvez nem em química. Ora, que se faça referência aos esforços do então renomado cientista, tudo bem. Mas levar ao pé da letra suas nada insuspeitas especulações com respeito a fenômenos paranormais, já é forçar demais a barra…

  303. Gorducho Diz:

    Mesmo assim eu acharia importante o Professor esclarecer por que é necessário usar lâmpadas a álcool (espiriteira) para se obter levitações.
     
    Ainda tenho 3 espiriteiras (2 fofo + 1 bronze) cá e casa; e estou pensando tentar levitar meus cachorros. Usavam de noite p/aquecer café + ferver salsichas &c… Mas quando eu reencarnei já usavam nessa tarefa fogões alimentados por gás de petróleo líquido engarrafado.

  304. MONTALVÃO Diz:

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    Marcos Arduin Diz:
    NOVEMBRO 30TH, 2014 ÀS 10:14 AM
    “Montalvão está de novo desperdiçando água e sabão, o que muito lhe apraz.”
    – Ele fala, eu respondo… Quando tenho tempo.
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    COMENTÁRIO: e vice-versa…

  305. MONTALVÃO Diz:

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    Gorducho,
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    Refletindo sobre o texto que postou, que reproduzo:
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    “Verificamos assim que há uma distância ontológica entre Deus, Natura Naturans e os seus modos, Natura Naturata. A Substância pode existir sem os modos, mas a recíproca não é verdadeira. “Deus seu Natura” é causa de si mesmo e é causa imanente de tudo quanto existe. Os modos particulares estão ligados a uma causa transitiva, situam-se num registro temporal, nascem e morrem, transformam-se e diluem-se, são perecíveis, num contraste com a eternidade de Deus. Substância e modos diferem de uma forma absoluta. A causa é diferente do seu efeito, portanto os modos são diferentes da Substância. Embora Deus se revele e manifeste através dos seus modos, há entre ele e estes um hiato, uma separação que impede que tomemos as partes pelo Todo.”
    .
    COMENTÁRIO: entendi, com meu parco entendimento, que embora se deva distinguir, como bem apontaram você e o artigo, entre natura naturada e natura naturante, entre os modos de Deus e Deus, ou entre contingência e existência, minha modesta avaliação é que tal distinção não elide que a natureza seja expressão/emanação do divino, ou por outra, uma visão panteísta da realidade, conquanto a Maria Luisa proponha o mesmo ao que sua ponderação precedente indicava (sua do Gorducho): Spinoza seria PANENTEÍSTA.
    .
    É certo que não podemos tomar as partes pelo Todo, conforme sabiamente noticia a Luisa. Se juntarmos todos os modos não erigiremos a divindade em sua inteireza. Os modos são finitos, contingentes, o Todo é infinito: a soma dos finitos não resulta no infinito.
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    No meu modo de racionar, modo pobre porém decente, na visão spinoziana, Deus estaria apartado da natureza em sua essência, mesmo assim é quem fornece a “matéria-prima” para que as coisas contingentes existam. Esta matéria-prima provém do divino, quer dizer, NADA SEM ELE poderá vir a ser, ter qualquer existência, por mais efêmera que fosse. Algumas coisas duram mais que outras, mas todas pactuam igual característica: são impermanentes. A exceção é a divindade, da qual procede o que é contingente, e sem a divindade o que é contingente inexiste. Para melhor situar-me em meio à duvida, teria que conferir se o Deus de Spinoza é aproximado ao que o cristianismo entende, caso do panenteísmo (são visões diferentes, mas próximas: para a teologia cristã o todo-poderoso criou tudo do nada (ex-nihilo) sem se confundir com a obra que produziu; ou se seria “força” produtora de elementos que com ela (com a força) se misturam, qual organismo que gera muitas coisas dentro de si, as quais subsistem nesse organismo se e somente se ele estiver funcional. No primeiro caso, a criação está “fora”, apartada, da força criadora; no segundo está nela inserida. O panenteísmo é “intermediário” entre as duas concepções: uma parte do divino é exclusiva e não se mistura à obra, outra parte está nela diluída.
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    Como li muito pouco de Baruch Spinoza, não me atrevo levar à frente reflexão solucionativa, contudo, percebo que o tema dá combustivel para longas meditações. Por outro lado, se NÃO for o caso de você, Gorducho, advogar o panenteísmo em Spinoza, enquanto Vlad defende o panteísmo, tenderei a desconfiar que TALVEZ estejam dizendo o mesmo com discursos distintos… de minha parte inclino-me (até aqui) a reconhecer Spinoza como panteísta.
    .
    De qualquer modo, a discussão foi, ou está sendo, lucrativa, ao menos para mim, que aprendi boas informações a respeito do excomungado.

  306. MONTALVÃO Diz:

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    MARCIANO Diz:
    O embate Arduin x Montalvão está um pouco entediante.
    Embora Arduin esteja a muitos anos luz de ser um asno (ele é bem inteligente), Montalvão está de novo desperdiçando água e sabão, O QUE MUITO LHE APRAZ.
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    COMENTÁRIO: certo no que diz mas, talvez, não pelas certas razões. Muito me apraz discutir com o Arduin sim, pois ele é uma escola para quem queira treinar discussões complexas. Sem falar que não é nenhum bobo, apenas cabeça-dura.
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    Por outro lado, meus dedos ficam me beliscando, a dizer: “ouça o Marciano, ouça o Marciano, nós não tamos aguentando mais”. Porém, teimoso que sou, não ouço nem dedos nem alienígenas do espaço. O que pode ser bom, mas pode ser não tão bom…
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    /
    “Li os comentários de ambos e o efeito foi melhor do que alprazolam + dormonid + whiskey.”
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    COMENTÁRIO: viu como lhe foi útil? Considerando que seu médico lhe cobra oitocentinhos por consulta, acabo de poupar-lhe a despesa… ingrato…

  307. Gorducho Diz:

    Estou evocando os espíritos do Kant e do Leibniz (o Spinoza está incomunicável na Giudecca…).
    Eles me informaram que deverei psicografar a obra – em alemão, naturalmente: o estudo profícuo da metafísica só pode ser feito em alemão – Sobre a ontologia das substâncias infinitas (na obra será mostrado que essas só podem ser uma, claro).
    Servirá para elucidar definitivamente a querela, bem como provar a realidade do espiritismo.

  308. Gorducho Diz:

    Agora sem sacanagem: é claro que eu não estudo essas coisas, só estou batendo boca c/o AV para passar o tempo, aguardando o Professor esclarecer o porque da necessidade de iluminação a álcool para se obter levitações.
    Mas de fato acho sim que o Spinoza bolou a divindade dele como processo. E aí é como eu digo: todos, mesmo os “ateus” estão imbuídos do contexto cultural judaico-cristão-islâmico (patristica e depois escolástica), então têm dificuldade de separar o processo (o deus) do resultado desse (as “coisas”, ou seja os modos).
    É como eu friso: imanência é no sentido de que o pinto é imanente à germinação. A germinação causa a brotagem do pinto; portanto o pinto é uma manifestação da germinação. Mas o pinto é ontologicamente uma substância completamente distinta daquela. Nunca se poderá dizer que o pinto é uma “parte” da germinação (até porque a Substância Única não tem e nunca poderá ter partes, como se sabe).

  309. Gorducho Diz:

    Acerca da (in)existência do Deus dos escolásticos, recomendo consultarem o comentário de Acauan Guajajara no RV:
     
    http://religiaoeveneno.org/discussion/2641/voltando-a-falar-de-religiao-i-a-existencia-de-deus
     

  310. Gorducho Diz:

    Tivemos ao longo de todo esse tempo um enorme erro de enfoque cá. Nos concentramos nas materializações e não percebemos que a grande contribuição do Crookes para a Ciência Espírita foi a descoberta da força psíquica, responsável pelo conhecido fenômeno das levitações.

  311. Marcos Arduin Diz:

    continuando:
    “o problema é que os médiuns só adoecem quando lhes é conveniente(…) deixam que lhes cortem cabelos e ninguém, até hoje, morreu nem adoeceu…”
    – Quando há a preparação para o evento, então ele acontece sem maiores problemas, mas se não está preparado e é pego de surpresa, então o médium se ferra. E não é muito fácil fingir doença e Crookes tinha conhecimentos médicos, salvo engano.
    .
    “bela prova. Parentes ansiosos por verem seus mortos, os reconhecendo em materializações, em cartas psicografadas, em psicofonias. De fato, bem convincente…”
    – Pois é… céticos ansiosos ficam muito eufóricos quando alguém diz que funcionários do Chico ficavam coletando informações de quem estava na fila e as repassavam a ele. Por isso acertava dados dos falecidos. Nesses historietas sem qualquer prova, o pessoal cético acredita (você também, né?). Mas quando parentes insistem que não deram informação alguma, pois ninguém lhes perguntou nada e nem tinham lá esperança de ver qualquer coisa, de repente uma mensagem aparece e com dados que confirme a autenticidade da manifestação do falecido. Aí desfiam-se várias desculpas céticas para dizer que a mensagem nada vale. Certo?
    .
    O caso da Josefa… Bem, foi um trabalho INICIAL (só tinham feito seis sessões com a madame) o qual foi todo arruinado pela vaidade do Waldo. Se ele sabia que a dona fraudava, como hoje diz, por que não avisou aos colegas? Por que não a desmascarou logo de cara em vez de fazer todos perder tempo e dinheiro e finalmente passarem vexame na frente de repórteres sensacionalistas? O problema aqui foi a falta de qualidade do chefe.
    .
    “agora o problema é Houdini não ter lido nada de Crookes: como foi que descobriu isso talvez nem você saiba.”
    – Sei sim: o livro publicado por Houdini NÃO TRAZ qualquer referência bibliográfica de Crookes, indicando que Houdini nada leu do que o cientista escreveu. Outra indicação é que a médium revelou-lhe um truque que NADA explica do que ocorreu no experimento publicado. Se Houdini houvesse lido esse relatório, saberia disso.
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    “se havia glória para Fay em ter feito Crookes de bobo isso só lhe serviu no final da vida, quando se aposentara dos espetáculos.”
    – Pois é… essa aposentadoria já estava em andamento quando conheceu o Houdini. Momento em que podia contar tudo. Mas só disse bobagens e o Houdini acreditou. Se é que essa entrevista ocorreu mesmo…
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    ” você tem o link do texto, pode indagar do autor o que aqui me pergunta.”
    – Tenho? Acho que me escapou…
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    “Os mais bem treinados, entretanto, conseguiram passar pela peneira de malha grande do investigador…”
    – Ô! Mas o autor do texto disse que vários foram pegos em fraude. Claro, faltou dizer quem e quando… Agora isso não serviu para Crookes ganhar experiência na coisa? E como é que esses mais hábeis conseguiram burlar seus métodos, já que pegavam os outros. Como eu disse, chega uma hora que não dá para fraudar mais…
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    “As duas são parecidíssimos: os são as mesmas ou gêmeas idênticas.”
    – Sim, mas insisto na diferença dos narizes, já que observei isso e ao que me consta não fui refutado. Só repetem o que você diz. Da Josefa, bem, havia fotos em que era idêntica à médium (tá, pode ter sido ela própria disfarçada), mas em outras notavam-se diferenças (seria uma materialização real?). Se fosse sempre a mesma pessoa, nenhuma diferença deveria ocorrer. Foi o que Crookes viu com a Showers.
    .
    “o que será que ele queria ocultar?”
    – Sei lá. Mas do que restou não se vê nada de problemático para o trabalho dele.
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    “para o objetivo proposto, que era o de divulgar a fonte sobre a qual joga ferrenhas críticas bastou…”
    – De que me vale uma fonte que só diz frase jogadas, sem dar as referências e dados que possam ser verificados de alguma maneira? Quando é espiritualista que assim procede, os céticos falam que é evidência anedota. E quando são os céticos que fazem isso? O que é?
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    “dê a relação de ilusionistas que consultou e que não conseguiram explicar…”
    – Todos os que militam na causa cética.
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    “o que levava ao ridículo os que os haviam legitimado”
    – Bem, azar deles, pois poderiam muito bem terem aproveitado o aprendizado… Felizmente sou humirde: se descobrir que estou enganado, eu admito.
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    “Houdini e qualquer um com espírito crítico só precisava examinar se as supostas descobertas de Crookes prosperaram: não carecia de nada mais,”
    – Mas é uma mula mesmo! Você empacou neste ponto de achar que uma pesquisa SEM NENHUM VALOR PRÁTICO teria obrigatoriamente de prosperar se fosse factual.
    Caia na real, Malvadão. Eu aqui que sou botânico já me deparei com trabalhos científicos contra os quais nada havia de suspeitos e que foram filhos únicos de mãe solteira honesta e falecida. Ou seja, eram trabalhos feitos uma só vez com algo específico e que nunca mais foram reproduzidos. Isso é prova de que eram falsos? Agora Crookes trabalhou 3-4 anos na coisa, não conseguiu convencer os colegas e nada obteve de mais sólido além da existência real dos fenômenos. Parou e se recolheu, mas nunca se desmentiu.
    Mas se Houdini quisesse fazer um trabalho sério, em vez de ficar restrito à sua gente, deveria ter procurado a coisa no original, que estava disponível para ele. Se não o fez, então só posso dar um nome a essa postura: incompetência.
    .
    “Realmente, que azar de Houdini, e sorte dela, eles não terem se encontrado, hem?”
    – Pois é. É o que eu chamo de INFELIZ DESCOINCIDÊNCIA.
    .
    “todo médium de materialização, anote em sua agenda, é figura altamente suspeita.”
    – Não sei por quê. Como já dizia Kardec: por se vender vinho falsificado não fica provado que não existe vinho verdadeiro.
    .
    “certamente Chico havia anotado a senha num lugar secreto e depois que o chapéu foi pegado ele a mostrou para “provar” que realmente o irmão combinara cm ele tal gesto…”
    – De que sei, Chico NÃO ANOTOU NADA. Essa era uma coisa particular dele, que depois do ocorrido, informou aos outros. Não sei nada do Balde aí, não sei de que fraudes pias você fala.
    .
    “e o cético aqui só espera que os espíritos deixem de ser tímidos e deem mostram objetivas de suas presenças entre os vivos, só isso…”
    – Empatou… quase. As fraudes existem e os ilusionistas poderiam demonstrá-las. Mas os espíritos, como desejam os céticos, não existem e aí ficamos ambos de mãos vazias.

  312. Marciano Diz:

    Montalva, o cara cobra oitocentos E cinquenta. E claro que não trabalha com planos de saúde. Eu devia ter estudado medicina.
    A consulta do cara custa o preço de uma garrafa de blue label.
    .
    Antonio, considerando o que se descobriu em química nos últimos duzentos anos, Crookes seria reprovado.

  313. Gorducho Diz:

    Viu? A conversa sobre o Crookes e a exata natureza metafísica do deus do Spinoza tem a mesma utilidade que uma consulta psiquiátrica (ou psicológica?).
    E mais o custo da prescrição…
    Sr. Administrador: mande a conta; assim poderá adquirir um notebook de última geração (não se preocupe de trocar placas velhas…) e estantes na nuvem para guardar suas pastas.
    :mrgreen:

  314. Antonio G. - POA Diz:

    Pois é isso, Marciano. Eu também suspeito que Crookes não passaria no exame do Enem, fosse na prova de química ou de física, porque seus conhecimentos de ciência há muito já caducaram. Foi bom na sua época, mas hoje temos outra realidade. E eu vou considerar relevantes suas conclusões acerca de suas nada insuspeitas experiências sobre fenômenos sobrenaturais? É ruuuuim…

  315. Gorducho Diz:

    O Spinoza se enrola todo, não consegue manter a coerência do roteiro…
    No rascunho da Ética (“Short Treatise”), VIII [trad. simplificada minha]:
    SOBRE NATURA NATURANS
    Cá, antes de prosseguirmos, dividiremos suscintamente a totalidade da Natureza, a saber, em natura naturans e natura naturata. Por natura naturans entendemos um ente concebível clara e distintamente por si próprio, e sem necessitar nada mais além de si (como todos atributos que descrevemos até agora, ou seja, Deus. Os Tomistas também entendem Deus assim, mas a natura naturans deles era um ente (assim o chamavam) além de todas substâncias.

     
    Aqui está clara a interpretação do metafísico G Grassouillet.
     
    Na Ética, Prop. XV Scholium, negrito meu:
    Porro prop. 14 ostendimus, praeter Deum nullam dari neque concipi posse substantiam. Atque hinc conclusimus, substantiam extensam unum ex infinitis Dei attributis esse.
    Aqui está claramente expressa a interpretação do consórcio Vladimir & Montalvão.
    Terá ele mudado de ideia, ajustando a divindade ao arcabouço cultural que o rodeava? É evidente que isso ocorre com todos nós, não é “defeito”.
     
    (eu politicamente cultivo a humildade… vá que o CX tenha razão, sempre é bom deixar pontes…)

  316. Gorducho Diz:

    Ora, como é que extensão vai ser atributo da Substância Infinita?

  317. MONTALVÃO Diz:

    .
    Arduin,
    .
    Mesmo tentando evitar a circularidade nesta nosso novo colóquio sobre o velho Crookes, tal não se deu. Conforme vimos (pela exposição de ponderações ocorridas em discussões anteriores) as considerações se repetem, mesmo que os assuntos trazidos à baila tenham sido analisados noutros encontros. Farei minhas apreciações finais para fechar mais este capítulo, que pode ser o último do livro, e você, depois, faça as suas, caso queira.
    .
    Acredito ter ficado claro uma coisa: Crookes não produziu conhecimento saudável. Este é um dos quesitos principais a ser considerado em qualque discussão produtiva a respeito da investigações do cientista inglês. Se as supostas descobertas de Crookes não evoluiram para um saber firme e utilitário, diferentemente de seus estudos científicos, algumas conclusões descortinam diante de nós. Cito duas que considero relevantes.
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    1 – Crookes topou com uma realidade transcendental, rica em fenômenos e conhecimentos, registrou-a, mas não conseguiu elucidá-la, ao ponto de esclarecer do que se tratava. Este trabalho ficaria por conta de seus sucessores, que partiriam de onde o cientista parou e desenvolveriam o que fez, até que se chegasse a esclarecimento amplo.
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    2 – Crookes acreditou ter achado a porta que conduz ao “outro lado” e, de lá, supôs ter trazido eventos que corroborariam esse achado, notadamente fenômenos de materialização. Entretanto, as experiências do químico inglês despertavam fortes desconfianças, entre os sábios seus contemporâneos, de que fora logrado por finórios espertalhões. A descontinuidade dos experimentos e a inconclusibilidade das experiências posteriores, sem falar dos flagrantes explícitos de fraudes, deixam claro que não há fundamento na crença de que entes de outra dimensão possam agir no mundo material.
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    Observe que, tanto na opção 1 quanto na 2, o progresso dos estudos na área diriam melhor a respeito do caso. Sabendo-se que essa categoria de fenômenos não deu gênese a qualquer saber utilitário, podemos fechar conclusão de que Crookes ou se enganou ou foi enganado, ou ambos. Podemos ficar a discutir pelos séculos dos séculos amém, detalhes das experimentações crookianas: nada do que digamos em favor do cientista alterará o fato de que suas supostas descobertas não se confirmaram.
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    Então, mesmo gostando de estudar Crookes, não posso deixar de concordar com alguns que aqui se manifestam dizendo que o cientista já deu o que tinha de dar. Caso encontremos fenômenos de materialização atuais, que mereçam atenção maior, poderemos voltar a falar do assunto. Se médiuns de efeitos físicos atuais confirmarem que espíritos se materializam, Crookes poderá e deverá ser revivido.
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    Dito isto, respondo itens específicos de sua última postagem.
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    “Se materializações constituissem conhecimento produtivo imagina: quantas coisas maravilhosas e produtivas não se estariam fazendo com elas?”
    ARDUIN – Eu só consigo imaginar uma: teríamos meios de demonstrar melhor que nossa consciência sobrevive à morte do corpo.
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    COMENTÁRIO: ou está pobre de imaginação ou com preguiça: milhares de aplicações altamente utilitárias decorreriam da veridicidade das materializações. Cientistas quereriam trazer de volta quem deixou investigações inconcluídas, para, conjuntamente, darem andamento aos trabalhos; filófosos retornariam para discutirem melhor os sistemas que elaboraram; poetas viriam, ao vivo (materializadamente falando) para confirmar se Chico Xavier recebeu mensagens deles ou se os pastichou. Humberto Campos esclareceria a celeuma em torno dos livros mediúnicos que teria ditado; médicos se articulariam com homens de medicina do além e teriam muito maior sucesso em cirurgias e tratamentos, talvez até a crise na saúde se resolvesse: bastaria deixar uns materializados atendendo em hospitais e ambulatórios nos momentos de pico e ninguém sairia frustrado. Agora que tem uns poucos ilustrativos do que seria o mundo com a realidade das materializações constatada, faça seu próprio exercício e lucubre outras utilidades…
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    “não precisava ser “o melhor do mundo” para iludir um cientista bem intencionado mas despreparado para o embate com velhacos.”
    ARDUIN – Ai senhor meu pai! Esse seu dogma de fé já tá ficando chato. Sabe o que Crookes disse disso? O seguinte:
    _ Não me dariam meus adversários o crédito para a posse de um mínimo de bom senso? Por que acham eles que as objeções que me fazem jamais me teriam ocorrido?
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    COMENTÁRIO: o discurso de Crookes foi, mais ou menos, igual ao de Richet, de Geley, Lodge… todos defendendo a legitimidade de suas “descobertas” mediúnicas, mas cadê elas na atualidade? Onde estão os espíritos materializados no presente, a darem mostras da efetividade dos estudos antigos? Onde estão os espíritos comunicantes a darem provas objetivas de suas presenças dentre os vivos? Onde?
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    “Entretanto, vejo que reconhece que a fúria do Maskeline foi justamente pelo fato dela se dizer médium (quando lhe era conveniente) sabendo que não era.”
    ARDUIN – Como ele sabia que não era? Quais foram os testes que fez para demonstrar isso? O que ele fez para melar a turnê da madame foi apenas fazer por ilusionismo o que ela dizia fazer por espíritos. Aí o público minguou e ela tentou se salvar com o Crookes… mas não deu.
    Agora quanto à não existência de médiuns, bem, que está limitado na sua fé…
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    COMENTÁRIO: então vejo que o que pensei ter visto em verdade não vi, ou seja, você não viu que Maskeline viu que Fay era simuladora… Mas, do modo como falou, parecia que tinha visto… viu?
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    “De onde extraiu tamanha segurança para dizer o que declara?”
    ARDUIN – Se materialização fosse um fenômeno EXCLUSIVAMENTE BIOLÓGICO, dependente apenas do médium, então não haveria motivos para não ocorrer frequentemente nos dias de hoje. Mas fica estranho quando formas materializadas se assemelham com falecidos. Então é aí que encaixamos os espíritos e como estes são entes com vontade própria, então entende-se quando percebem que não estão agradando.
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    COMENTÁRIO: precisa, para seu bem intelectual, fundamentar sua tese de “espíritos de saco cheio”. De onde extrai amparo para tal pensamento?
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    “Tenho 61 de caduquice. E você, caduca há quanto tempo?”
    ARDUIN – 56. O lance é que a velhinha aí é 9 anos mais velha que você e como é que você poderia saber que ela era uma “virgem recatada”? Acha que nos tempos que éramos crianças pegava bem uma moça anunciar que soltava a franga? Naqueles tempos os rapazes de família defendiam a liberdade sexual para as mulheres… mas não para todas: as irmãs e futuras esposas deveriam preservar a sua virgindade sem discussão. Agora no segredinho lá do quarto e no escurinho do cinema…
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    COMENTÁRIO: arrá, hem? Tá impressionado com a velhinha… se quiser posso tentar lha apresentá-lo (há muito não a vejo, mas posso fazer um esforço: tudo para deixá-lo feliz). Você é escritor e sabe quando o articulista se manifesta em sentido jocoso, qual nominar uma de 72 de “virgem recatada”, principalmente após tê-la descrito como “fogosa”. Considere apenas a ilustração (se foi boa ilustração ou não, é outra história), caso não haja interesse no encontro…
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    “o problema é que os médiuns só adoecem quando lhes é conveniente(…) deixam que lhes cortem cabelos e ninguém, até hoje, morreu nem adoeceu…”
    ARDUIN – Quando há a preparação para o evento, então ele acontece sem maiores problemas, mas se não está preparado e é pego de surpresa, então o médium se ferra. E não é muito fácil fingir doença e Crookes tinha conhecimentos médicos, salvo engano.
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    COMENTÁRIO: ah, então tá… bstaria que o sujeito avisasse: “ó, diga ao espírito materializado que irei agarrá-lo, provando a todos a fraude, avise-o para se preparar, que não quero matar nem ferir nenhum médium aldabrão”. Curioso é que, no caso de Otília Diogo, Rizzini e Luciano insistiram que os repórteres deveriam ter agarrado o fantasma, já que não acreditavam no que viam, para tirarem definitivamente a prova. Ora, se agarrar mata a médium, e eles sabiam disso, estavam recomendando aos outros que praticassem um crime… lúgubre, não?
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    “bela prova. Parentes ansiosos por verem seus mortos, os reconhecendo em materializações, em cartas psicografadas, em psicofonias. De fato, bem convincente…”
    ARDUIN – Pois é… céticos ansiosos ficam muito eufóricos quando alguém diz que funcionários do Chico ficavam coletando informações de quem estava na fila e as repassavam a ele. Por isso acertava dados dos falecidos. Nesses historietas sem qualquer prova, o pessoal cético acredita (você também, né). Mas quando parentes insistem que não deram informação alguma, pois ninguém lhes perguntou nada e nem tinham lá esperança de ver qualquer coisa, de repente uma mensagem aparece e com dados que confirme a autenticidade da manifestação do falecido. Aí desfiam-se várias desculpas céticas para dizer que a mensagem nada vale. Certo?
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    COMENTÁRIO: se as suspeitas sobre Chico se restringissem a supor que tivesse cúmplices coletores, você estaria bem na fita. Entretanto, esse é um dado a mais no rol de evidências que demonstram a terrenicidade dos dons mediúnicos do homem de Uberaba.
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    ARDUIN – O caso da Josefa… Bem, foi um trabalho INICIAL (só tinham feito seis sessões com a madame) o qual foi todo arruinado pela vaidade do Waldo. Se ele sabia que a dona fraudava, como hoje diz, por que não avisou aos colegas? Por que não a desmascarou logo de cara em vez de fazer todos perder tempo e dinheiro e finalmente passarem vexame na frente de repórteres sensacionalistas? O problema aqui foi a falta de qualidade do chefe.
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    COMENTÁRIO: um homem vaidoso ditava a dezenove profissionais gabaritados o que era real e o que não era… patético. Dezenove médicos competentes em suas especialidades médicas, em seis sessões de estudos, não viram o que repórteres de uma revista popular, com todas as restrições que lhes foram impostas, detectaram numa única examinada. Sintomático não? É aquele história: quando alguém não quer ver o que lhe está evidente diante dos olhos, nem o mais clarificante “flash” o fará enxergar. Relembre seu amigo Houdini enfrentando a “bruxa loura”: diversos pesquisadores eminentes haviam realizado trinta sessões verificativas, todas tidas por probantes. Houdini, numa única vistoria, mostrou que os infelizes tinham sido dramaticamente empulhados.
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    Entretanto, há equívoco em sua declaração: o trabalho dos “competentes” médicos espíritas não era inicial. Eles consideraram haver material disponível para a publicação de livro em que as materializações seriam demonstradas fenômeno real. Só desistiram depois que foram postos a nu…
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    “agora o problema é Houdini não ter lido nada de Crookes: como foi que descobriu isso talvez nem você saiba.”
    ARDUIN – Sei sim: o livro publicado por Houdini NÃO TRAZ qualquer referência bibliográfica de Crookes, indicando que Houdini nada leu do que o cientista escreveu. Outra indicação é que a médium revelou-lhe um truque que NADA explica do que ocorreu no experimento publicado. Se Houdini houvesse lido esse relatório, saberia disso.
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    COMENTÁRIO: ah, agora entendi: está dizendo que as “referências bibliográficas” Houdini nada falam de Crookes. Apesar disso não ser determinante, pois ele poderia ter lido produções do cientista e não achado relevante citá-las, mesmo assim, peço-lhe que descreva a bibliografia citada no livro de Houdini. Faça isso, porque é muito importante para a resolução desse tópico.
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    “você tem o link do texto, pode indagar do autor o que aqui me pergunta.”
    ARDUIN – Tenho? Acho que me escapou…
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    COMENTÁRIO: não devia, dado sua preguiça, mas vou ajudá-lo: http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/1968/florence-cook-katie-king-a-garota-que-era-sua-propria-fantasma
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    “As duas são parecidíssimas: os são as mesmas ou gêmeas idênticas.”
    ARDUIN – Sim, mas insisto na diferença dos narizes, já que observei isso e ao que me consta não fui refutado. Só repetem o que você diz. Da Josefa, bem, havia fotos em que era idêntica à médium (tá, pode ter sido ela própria disfarçada), mas em outras notavam-se diferenças (seria uma materialização real?). Se fosse sempre a mesma pessoa, nenhuma diferença deveria ocorrer. Foi o que Crookes viu com a Showers.
    .
    COMENTÁRIO: fiz um estudo comigo como “combaia”: descobri que, dependendo do ângulo da foto, meu narigo sai diferente. Então eu não sou eu quando apresento fotogenicamente nariz diverso? Faça igual teste com sua pessoa e constate. Arduin, anote: as duas são iguais, ou são gêmeas ou única. Sua teimosa teimosia é patente ao se ver que concorda que são parecidíssimas, mas, quer que sejam distintas porque, em alguns momentos, detecta “narizes variados”. Nítida síndrome de Michel Jackson…
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    “o que será que ele queria ocultar?”
    ARDUIN – Sei lá. Mas do que restou não se vê nada de problemático para o trabalho dele.
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    COMENTÁRIO: pois é, ele podem bem ter conservado o que menos comprometia, e mesmo esse já o compromete…
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    “dê a relação de ilusionistas que consultou e que não conseguiram explicar…”
    ARDUIN – Todos os que militam na causa cética.
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    COMENTÁRIO: quer dizer que consultou todos eles? Gravou as entrevistas? Divulgue: isso tem valor inimaginável!
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    “Houdini e qualquer um com espírito crítico só precisava examinar se as supostas descobertas de Crookes prosperaram: não carecia de nada mais,”
    ARDUIN – Mas é uma mula mesmo! Você empacou neste ponto de achar que uma pesquisa SEM NENHUM VALOR PRÁTICO teria obrigatoriamente de prosperar se fosse factual.
    Caia na real, Malvadão. Eu aqui que sou botânico já me deparei com trabalhos científicos contra os quais nada havia de suspeitos e que foram filhos únicos de mãe solteira honesta e falecida. Ou seja, eram trabalhos feitos uma só vez com algo específico e que nunca mais foram reproduzidos. Isso é prova de que eram falsos? Agora Crookes trabalhou 3-4 anos na coisa, não conseguiu convencer os colegas e nada obteve de mais sólido além da existência real dos fenômenos. Parou e se recolheu, mas nunca se desmentiu.
    Mas se Houdini quisesse fazer um trabalho sério, em vez de ficar restrito à sua gente, deveria ter procurado a coisa no original, que estava disponível para ele. Se não o fez, então só posso dar um nome a essa postura: incompetência.
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    COMENTÁRIO: acho-o por demais engraçado… o argumento o fica a incomodar, até que consegue uma saída, mesmo não sendo boa saída. Estaria a dizer que as materializações de Crookes foram só dele? Só dele e nunca mais? A existência de fenômenos solteiros na natureza não se aplica ao caso das materializações. Para quê, espíritos se manifestariam confusamente a um cientista e depois zefini? Se a intenção fosse sacanear o pobre investigador…
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    Sabe tão ou melhor que eu que improsperidade daquilo que, em certo momento, pareça ser descoberta válida, é taxativo para demonstrar o não-valor desse conhecimento. Assim aconteceu com diversas certezas ao longo da história: os miasmas, o flogístico, o sangue venenoso como causador da febre puerperal, a geração espontânea, as bruxas, os demônios íncubos e súcubos… Algumas dessas “verdades” tiveram vida mais longa e ampla que a crença na realidade das materializações, como foi o caso das bruxas. Entretanto, todas sucumbiram ante a realidade dos fatos. O mesmo se dá com a suposição de que mortos possam construir organismos para os usarem temporariamente e aparecerem aos vivos. Essa fantasia só subsiste em cabeças muito, mas muito mesmo, crentes que não querem abrir mão do que consideram precioso.
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    “todo médium de materialização, anote em sua agenda, é figura altamente suspeita.”
    ARDUIN – Não sei por quê. Como já dizia Kardec: por se vender vinho falsificado não fica provado que não existe vinho verdadeiro.
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    COMENTÁRIO: correto, mas neste caso, quando vamos procurar vinho verdadeiro não achamos coisa alguma…
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    “certamente Chico havia anotado a senha num lugar secreto e depois que o chapéu foi pegado ele a mostrou para “provar” que realmente o irmão combinara cm ele tal gesto…”
    ARDUIN – De que sei, Chico NÃO ANOTOU NADA. Essa era uma coisa particular dele, que depois do ocorrido, informou aos outros. Não sei nada do Balde aí, não sei de que fraudes pias você fala.
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    COMENTÁRIO: considerando que Chico é santo para a vertente religiosa do espiritismo (tenha em mente que não são todos os espíritas que acreditam na mediunidade de Chico, por incrível que isso lhe possa parecer), compreensível que surjam lendas mil atestando a intimidade dos espíritos com o bom mineiro. Fraude pia é expressão mais comumente utilizada entre os protestantes contra católicos: refere-se a historietas de milagres dos santos, como por exemplo, uma beata garantir que orou ao papa e recebeu graça divina. O caso é que os protestantes também tem suas fraudes pias, aquelas que atestam a ação do Espírito Santo, no expulsamento de demônios, em curas fajutas e muito mais. No espiritismo essa fraudes narrativas se mostram nos muitos relatos de espíritos fazendo isso ou aquilo. Só que “eles” não conseguem realizar o mais simples: dar mostras objetivas de suas presenças em meio aos vivos…
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    “e o cético aqui só espera que os espíritos deixem de ser tímidos e deem mostram objetivas de suas presenças entre os vivos, só isso…”
    ARDUIN – Empatou… quase. As fraudes existem e os ilusionistas poderiam demonstrá-las. Mas os espíritos, como desejam os céticos, não existem e aí ficamos ambos de mãos vazias.
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    COMENTÁRIO: se espíritos existem ou não esta não é a razão da conversa aqui havida. Se eles exercem ação na natureza, aí sim, estamos dentro da discussão. Acreditar na existência de entes espirituais podemos fazê-lo sem problemas, mas se garantirmos ter provas de que, além de existirem, eles estão ativos em nosso meio, precisamos conferir essas provas. E quando vamos conferi-las elas não resistem ao cotejamento. Entendeu?

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    Saudações de zefini.

  318. MONTALVÃO Diz:

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    Marciano Diz: Montalva, o cara cobra oitocentos E cinquenta. E claro que não trabalha com planos de saúde. Eu devia ter estudado medicina.
    A consulta do cara custa o preço de uma garrafa de blue label.
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    COMENTÁRIO: acabo de postar nova contribuição para um soninho grátis. Mais tarde mando a conta.
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    Semana passada sorvi generosos goles de um Chivas 21 ou 24 anos (a garrafa se foi, e não tenho certeza da idade). Tudo de bom. Pena que só dê para fazer isso vez em quando…
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    Eu devia ter estudado medicina.
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    COMENTÁRIO: alguns médicos também pensam assim…

  319. Antonio G. - POA Diz:

    Quem seria o Crookes dos dias de hoje? Os fenômenos paranormais pararam de ocorrer? Nem uma materializaçãozinha prá gente conferir?

  320. Sharp Random Diz:

    Ainda não fecharam seu site por estimular a pirataria. Que bacana essa gente. Detratada e cordata. rs

  321. Sharp Random Diz:

    Se não tem dinheiro prá bancar uma placa-mãe não devia desafiar o direito autoral. Advogados, como vc sabe, não deixam barato.

  322. Sharp Random Diz:

    Hora de mudar de servidor, Victor.

  323. Sharp Random Diz:

    Victor, seu “condomínio” de meia dúzia de alter-egos é motivo de gozação. Nunca te passou pela cabeça ampliar a discussão? Com esse “time” de colaboradores é um verdadeira milagre ser(em) “citado”(s) em produções científicas.

  324. Antonio G. - POA Diz:

    Ser motivo de gozação de determinado naipe de pensadores é totalmente inócuo ao meu ego.

  325. Antonio G. - POA Diz:

    Talvez o ilustre possa nos trazer algo digno de ser seriamente debatido. Uma evidenciazinha de materialização ou de fenômeno mediúnico, quem sabe?

  326. Sharp Random Diz:

    Se debrucem sobre o que os espíritas estão produzindo e sendo publicado pelo meio acadêmico. O index científico. Usem sua expertise para avacalhar aquilo que a comunidade científica resolveu aceitar para discutir.Acordem dessa letargia improdutiva. Contribuam solenemente pela Verdade. rs

  327. Sharp Random Diz:

    Antonio G. – POA A ciência avança na medida dos funerais. Max Planck rsrs

  328. Antonio G. - POA Diz:

    Ficou difícil… A produção científica dos espíritas é algo acima de minha capacidade de entendimento. É duro ser estulto…

  329. Antonio G. - POA Diz:

    Temo que continuarei sujeito à gozação dos convictos espíritas…

  330. Marcos Arduin Diz:

    “Eu também suspeito que Crookes não passaria no exame do Enem, fosse na prova de química ou de física, porque seus conhecimentos de ciência há muito já caducaram.”
    – Os conhecimentos de Carpenter, Ramsay, Edouard von Hartman, que acharam que o Crookes era um imbecil também caducaram. Eles não passariam no Enen também (rimou).

  331. Sharp Random Diz:

    Antonio G. – POA minha proposta é tornar esse espaço mais saliente diante do meio acadêmico. Se vc for capaz de refutar esse trabalho com OUTRO trabalho publicado no mesmo veículo ou similar… http://www.amebrasil.org.br/2011/sites/default/files/34_8_Lucchetti_745-755%20published.pdf

  332. Sharp Random Diz:

    Sendo rude. Victor, do jeito que está vc vai ter que esperar o desencarne dos seus alter-egos prá que esse espaço possa ser considerado como merece pelo meio acadêmico tão carente de alternativas… o.O

  333. Antonio G. - POA Diz:

    Sharp, você chegou um pouco atrasado. Eu conheço uma parte considerável da produção pseudocientífica espírita. O papel (ou a tela de computador) aceita qualquer coisa.
    .
    Mas, ok, siga dando crédito a este tipo de literatura, sem maiores temores. Não chega a ser uma ameaça à saúde. Embora também não seja lá muito saudável para o intelecto, como curiosidade, entretenimento, curtição, pode ter sua utilidade.
    Só não chame isto de ciência. Não pega bem prá você.

  334. MONTALVÃO Diz:

    .
    Sharp Random Diz:
    DEZEMBRO 2ND, 2014 ÀS 12:00 PM
    Ainda não fecharam seu site por estimular a pirataria. Que bacana essa gente. Detratada e cordata. rs
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    COMENTÁRIO: Sharp deve ser o Scur…
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    Se não tiver contributivo cultural a apresentar, melhor o silêncio…
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    Pela resposta saberei se é ele…

  335. MONTALVÃO Diz:

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    Sharp Random Diz: Antonio G. – POA minha proposta é tornar esse espaço mais saliente diante do meio acadêmico. Se vc for capaz de refutar esse trabalho com OUTRO trabalho publicado no mesmo veículo ou similar…
    http://www.amebrasil.org.br/2011/sites/default/files/34_8_Lucchetti_745-755%20published.pdf
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    COMENTÁRIO: pirou geral: o sujeitófilo traz alucinatório exaltando a pineal mística. Galeno, no século I de nossa era, já derribara o mito.
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    Fala sério.
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    Trabalha aí, cara de Scur: vê se traduz o texto para nossa melhor (des)apreciação. Se o fizer, aqui mesmo refutaremos o trabalho com outro melhor e mais bem firmado.

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    Enquanto sharp vai com as válvulas, aqui se vem com nanochips.
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    saudações hipofisiantes.

  336. MONTALVÃO Diz:

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    TEXTO RECOMENDADO PELO VÁLVULAS:
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    HISTORICAL AND CULTURAL ASPECTS OF THE PINEAL GLAND: COMPARISON BETWEEN THE THEORIES PROVIDED BY SPIRITISM IN THE 1940S AND THE CURRENT SCIENTIFIC EVIDENCE
    .
    [autores]
    Giancarlo Lucchetti 1,
    Jorge C. Daher Jr. 2,
    Decio Iandoli Jr 3,
    Juliane P. B. Gonçalves 4, Alessandra L. G. Lucchetti 4
    .
    [localização]
    1 Federal University of Juiz de Fora, Brazil
    2 Anapolis University Center and Brazilian Medical Spiritist Association, Brazil
    3 Anhanguera University, Brazil
    4 University of São Paulo, Brazil
    .
    Confiram os autores: tudo nacional brasileiro. confiram as faculdades: todas brasileiras. Só publicam a matéria em inglês… Se almejam conquistar o mundo que o façam, mas deveriam valorizar seus idioma pátrio e apresentar versão nacionalizada. Se tais cidadãos quisessem ser apreciados por conterrâneos teriam feito a coisa certa: disponibilizar o material em português. Se não o fazem que se lasquem com seus sonhos pineálicos.
    .
    Cada uma de duas…
    .
    Viva o rádio de galena!

  337. Gorducho Diz:

    Brasileiros… 2% dos… brasileiros 🙁
    A megalomania do Kardec deu nisso. Às vezes sinto até simpatia por ele…
    Deve estar se revirando… qualquer dia aquela pedra cai em cima da cabeça dele…
     
    https://www.google.com.br/search?q=kardec+pere+lachaise&espv=2&biw=1366&bih=667&tbm=isch&imgil=COM4aQ0TvTqBoM%253A%253BmkgCnldUTo2ADM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fwww.panoramio.com%25252Fphoto%25252F44096493&source=iu&pf=m&fir=COM4aQ0TvTqBoM%253A%252CmkgCnldUTo2ADM%252C_&usg=__UtcrjObXNFfHcOVujVcimIb_BXQ%3D&ved=0CDgQyjc&ei=nwV-VI6jNKXasASUnID4Dw#facrc=_&imgdii=_&imgrc=COM4aQ0TvTqBoM%253A%3BmkgCnldUTo2ADM%3Bhttp%253A%252F%252Fstatic.panoramio.com%252Fphotos%252Flarge%252F44096493.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.panoramio.com%252Fphoto%252F44096493%3B768%3B1024

  338. Marciano Diz:

    Eu pensava que a Sharp não fizesse rádios de galena. Ledo engano…
    Engraçado que ultimamente vários crentes, espíritas ou não, querem atribuir caráter científico a seus delírios mofados. É um tal de ciência espírita pra cá, design inteligente pra lá…

  339. Vitor Diz:

    Sharp Random,
    comentando:
    .
    01 – “Ainda não fecharam seu site por estimular a pirataria. ”
    .
    a) Se o dinheiro do banco é roubado e eu digo para as pessoas onde está o dinheiro, isso não configura que estou estimulando a roubar.
    .
    b) A qualificação da pirataria como crime se encontra no Código Penal, no Art. 184, que fala sobre a violação dos direitos do autor e os que lhe são conexos, e tem uma pena de detenção de três meses a um ano ou multa. Além disso, nos seus primeiros 3 parágrafos, são dados detalhes do que é qualificado como pirataria: – O primeiro parágrafo classifica como crime qualquer reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto, ou indireto, por qualquer meio, de obra intelectual sem autorização expressa do autor, do intérprete ou executante, ou de quem a represente. Pena: reclusão, de 2 a 4 anos, e multa. – O segundo parágrafo também acrescenta como violação qualquer tentativa de lucro através de distribuição, venda, armazenamento, ocultação, exposição à venda, empréstimo e introdução no país, de original ou cópia de obra intelectual reproduzido com violação dos direitos de propriedade intelectual. Estão também incluídos nesse parágrafo, aqueles que alugam. – E o terceiro parágrafo caracteriza como violação da propriedade intelectual o oferecimento público de qualquer obra sem autorização, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema, com objetivo de conseguir lucro. Pena: reclusão, de 2 a 4 anos e multa.
    .
    Lucro é justamente o que eu não tenho 😀

  340. Marciano Diz:

    Falta o elemento subjetivo do tipo, consistente na intenção de auferir lucro.
    O que não faltam são espíritas ameaçadores, direta ou indiretamente.

  341. Marcos Arduin Diz:

    Noto em você, Malvadão, o seguinte problema: você considera que “conhecimento saudável” seria aquele que NECESSARIAMENTE produza frutos, tenha continuidade, tenha resultados visíveis e palpáveis, etc e tal. Lamento discordar. Crookes e os seus sucessores não puderam obter o que você deseja, mesmo tendo médiuns autênticos de materialização em mãos PORQUE NÃO TINHAM RECURSOS PARA INVESTIGAR O FENÔMENO. Falemos de algo atual: energia escura e matéria escura. Nossos recursos científicos atuais permitiram aos físicos e astrônomos constatar que ambas as coisas existem. Mas isso não gerou “conhecimento científico saudável”, pois não puderam até hoje ir além disso. Tudo o que se tentou para obter, analisar e identificar a natureza da matéria escura FRACASSOU. Nossa ciência moderna, neste quesito, está no mesmo barco do Crookes. Assim então não vou considerar que o seu argumento contra Crookes e seus sucessores tenha algum valor.
    .
    Esse vácuo você quer usar como prova de que Crookes foi enganado ou se enganou. É… se nos próximos 100 anos os físicos e astrônomos não conseguirem reter e analisar essa matéria escura, então podemos dizer que se enganaram ou foram enganados também, certo?
    .
    1 – Sua fértil imaginação só reflete seu total desconhecimento do assunto.
    a – Pra quê um cientista iria querer concluir coisas que não pôde terminar há 100 anos atrás? Outros cientistas já fizeram isso mais e melhor. O máximo que isso poderia ter seria um valor histórico. Lavoiser deixou trabalhos inconclusos, pois os que o condenaram à guilhotina não lhe deram o tempo que pedira para terminá-los. Sacomé a república precisava de bons cidadãos e não de sábios… Mas o que teria ele para acrescentar ao conhecimento científico atual que já não foi feito pelos cientistas que o sucederam? E pra quê precisa ser médium de materialização? Os psicógrafos podem muito bem dar conta disso.
    b – Os filósofos? Bem, eles talvez pudessem ajudar os historiadores, preenchendo as lacunas do que se perdeu daquilo que elucubraram, mas para quê precisamos de médiuns de materialização? Os psicógrafos poderiam fazer isso do mesmo jeito e até mais fácil.
    c – Ah! Os poetas… E nós aqui os vivos não poderíamos fazer o mesmo, né? Não é o Vitor que fica coando plágios ou supostos plágicos aqui e ali? Precisou de espíritos para ajudá-lo nisso? Que me diz, Vitor?
    d – deixar materializados cuidando de doentes… Já tinha visto que você não entendia mesmo nada do assunto, mas não pensei que chegasse a esse ponto de ignorância.
    e – continuo pensando só na utilidade que já mencionei.
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    Já disse que reconheço que Ana Eva Fay era de fato ilusionista, mas que NÃO DESCARTO a condição de ela também ser médium. Uma coisa não exclui a outra. Para o tipo de atividade que ela exercia, até poderiam se complementar. E digo mais: ela é a ÚNICA que não deixa dúvidas a esse respeito. Todos os outros médiuns são acusados por você & Cia Bela cética de serem hábeis ilusionistas que enganaram pobres sábios ingênuos. Mas nunca soube que esses médiuns também fossem famosos ilusionistas…
    .
    O saco cheio é a única coisa que consigo encaixar para explicar o suposto sumiço dos fenômenos. Se ninguém quer acreditar, para quê investir nisso? Mas se o fenômeno é biológico e nada tem a ver com espíritos, não teria sumido, pois biologia não tem vontade própria.
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    Eu lá sou gentofilista? Quem gosta de coisa velha é museu. Meu negócio é coisa jovem e vejo muitas boas entre as minhas alunas. Pena que elas não são gerontofilistas e não tão a fim do velho aqui. A menos que quisessem fazer o pé de meia, mas se o meu já está furado… O meu questionamento é como você sabia que ela era uma virgem recatada quando jovem considerando que você era um meninote. Tinha educação sexual no seu tempo?
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    Ah! Não misture as coisas, Malvadão! Os tais repórteres foram advertidos que não poderiam agarrar a forma materializada de surpresa, pois isso poderia matar a médium. Só que eles deram declarações de que VIAM PERFEITAMENTE que a fantasma era só a médium disfarçada. Ora, até um ignorante em Espiritismo sabe que nenhum médium morreria se fosse agarrado, a menos que tivesse um piripak por ter sido desmascarado… Mas o gozado foram as desculpas dadas pelo Mário de Moraes: não agarrou e desmascarou a fraude pois eram apenas 5 pobres repórteres contra 19 médicos, dos quais uns eram farsantes e outros eram inocentes úteis, porém eram FANÁTICOS PERIGOSÍSSIMOS, que os linchariam por terem destruído seu objeto de fé. Se existe uma coisa pela qual eu xingo o Rizzini foi ter deixado essa bobagem passar sem comentários.
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    Sei que não quer voltar ao assunto, mas poderia desfiar a lista do rol de terricidade aí dos eventos de Uberaba? Mas por favor: que se restrinjam apenas a esse aspecto da coisa (mensagens a familiares). Não quero saber de perfuminhos, de materialização de Emmanuel, nem de plágios em poesias ou romancds, nem de outras bobagens quaisquer.
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    Pelo que vi lá do livro do Nedyr, eles observaram coisas estranhas (tipo o cara tava dentro da jaula, mas apareceu do lado de fora sem que ninguém tivesse destrancado a porta…), mas perderam ótimas oportunidades! Os tais repórteres não acharam nada na primeira e única sessão (tanto que nem deram flagrante), mas foram achar coisas com o Éboli e por investigação da família e no convento. Apesar de algumas inconsistências, digo que ao menos aí o trabalho foi bom.
    Da mesma forma que a turma do Waldo, imagino que os caras que analisaram a tal loireca não tinham bem ideia do que faziam. Faltou um Crookes entre eles…
    Acho estranho pois um desses médicos teria dito em email que havia entre eles os achavam prematuro chamar a imprensa, pois “não tinham nada parecido com o que Crookes fizera”. Que eles tivessem desejo em publicar um livro (como o Nedyr fez pouco antes de bater com as dez) é compreensível, mas entre o desejo e a realidade…
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    Estou no serviço agora, enquanto aguardo um aluno chegar, estou respondendo. Mas depois eu repasso a lista bibliográfica do livro. Boa fantasia a sua: Houdini leu, mas não achou relevante citar. Não seria este mais um ponto para desmoralizar o cientista que ele desmoralizava?
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    Ah! Era este o link? Pensava que fosse algum outro mais sério que explicasse a coisa de verdade. Bem, mandei meu questionamento ao Mori, pedindo que preenchesse a lacuna.
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    Não, não consultei ilusionista algum. Da mesma forma que você usa a não frutificação do trabalho de Crookes como prova da falência desta pesquisa, eu uso a ausência de descrição ilusionista viável do que Crookes deixou registrado como prova da falência desta explicação para o que lá se observou.
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    Tenho lá as minhas dúvidas de que você alguma vez tenha procurado algum vinho verdadeiro…
    .
    Fraudes pias… Tem um jornaleco, Mensageiro da Paz, que costumo comprar para me divertir um pouco com o que fala a Assembleia de Deus. Acho que no número de novembro é contado o milagre de uma dona que pariu, morreu e ressuscitou graças ao poder de Deus… É mole?
    Mas fraudes pias no Espiritismo… Bem, tem aquela dos perfuminhos do Chico, mas contadas por um invejoso suspeito e só após a morte do médium… E tem talvez os romances e poesias com plágios ou indícios de plágios (mas desde quando são provas de manifestações de espíritos?). E temos aqueles casos dos quais falei de familiares que reconhecem os falecidos nas mensagens que recebem. Para isso o Chico teria que ter CIA, KGB, NSA e outras tantas coisas a seu serviço para não pisar na bola, né?
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    O problema da prova é que, desde tempos antigos, a comunidade cética entende que nenhuma tem valor sem a augusta presença dos sábios céticos. Como neste caso é inevitável a infeliz descoincidência…

  342. Gorducho Diz:

    PORQUE NÃO TINHAM RECURSOS PARA INVESTIGAR O FENÔMENO.
     
    Como não tinham recursos? Quantos milhares de FF foram torrados só no IMI?
    E a SPR + sucursal America não tinham recursos (claro que não tantos quanto o IMI)?
    Não houve resultados porque os fenômenos não existem, não por falta de verbas monetárias.

  343. Gorducho Diz:

    As mesas girantes desapareceram quando o Faraday explicou como se faz para colocar camadas de cartolina de modos a impedir que os Crentes acionem-a.
    O “fenômeno” foi portanto investigado e resolvido.
     
    Materializações e levitações desapareceram depois de ser inventada a filmagem captante do espectro infravermelho (serem abolidas as espiriteiras a álcool nas levitações).
    O “fenômenos” foram portanto investigados e resolvidos.
     
    As “psicografias” há explícita recusa por parte dos Crentes em submeter o “fenômeno” a investigações, pois isso poderia lhes atrapalhar o mercado de bens de salvação. mas poderemo investigar, se quiser (considerando que os espíritas ao menos nominalmente valorizam tanto o estudo e a formação científica, o Sr. deve gozar de expressiva consideração no meio de modos a poder encaminhar isso…).

  344. Marciano Diz:

    “considerando que os espíritas ao menos nominalmente valorizam tanto o estudo e a formação científica, o Sr. deve gozar de expressiva consideração no meio de modos a poder encaminhar isso…”.
    .
    Tá louco, Gorducho. Se Arduin não tem coragem nem de admitir as críticas que faz à FEB rustenista e a ojeriza que sente pelo cultuado Bezerra de Menezes, só pra não ficar mal no meio, você acha que ele iria fazer uma coisa dessas?!

  345. Marcos Arduin Diz:

    Balofo, eu estou falando de recursos TÉCNICOS e não de recursos financeiros. Muitos físicos e astrônomos recebem verbas de órgãos de fomento, mas mesmo assim não capturam a dita matéria escura… Entendeu agora a comparação?
    .
    Então por que é que isso não funcionou com Robert Hare? Ele aperfeiçoou o método do Faraday: usou uma chapa de zinco apoiada sobre esferas de cobre e esse conjunto ficava sobre a mesa. Pelo previsto por Faraday, a chapa deveria se mover e a mesa não. Mas deu-se o contrário: o médium apoiava a mão sobre a chapa e esta permanecia imóvel e a mesa girava… Como explica isso?
    .
    Nossa! Isso? Mas por que os ilusionistas não sabem explicar como o médium burlava os recursos de fiscalização antigos? Como eu disse, até hoje não vi nenhuma refutação decente ao que Crookes registrou usando dos seus métodos para fiscalização…
    .
    Testar o que da psicografia? Aquilo da sala com objetos os quais o médium não soubesse? Tá. E como refuto o argumento cético de que “algum cúmplice teria informado o médium do conteúdo?”
    .
    Ei, de Morte! Você desembarcou hoje de Marte? Desde quando não assumo as críticas que faço à FEB? Ou ao Bezerra de Menezes-homem? Dê exemplos, por favor.

  346. MONTALVÃO Diz:

    .
    Acho que o Scur-Válvulas queimou… de novo…

  347. Gorducho Diz:

    Então por que é que isso não funcionou com Robert Hare?
    Porque ele um Crente completamente idiota, controlado pelos espiritualistas. Se não se lembra, dê uma olhada na máquina de escrever espiritual que ele construiu (PLATE I logo no inicio do livro)
    https://archive.org/stream/experimentalinve00hare#page/n11/mode/2up
     
    E como refuto o argumento cético de que “algum cúmplice teria informado o médium do conteúdo?”
    Porque justamente os céticos é que vão controlar o experimento. É claro que nós não seremos tão bobos a ponto largar na mão dos “cientistas” espiritas; mas é claro que esses participarão (como e principalmente o Sr.). Vamos lá então, por mãos à obra. Está no barco?

  348. Gorducho Diz:

    Se não se lembra, dê uma olhada na máquina de escrever espiritual no Espiritoscópio que ele construiu.

  349. Gorducho Diz:

    Ou ao Bezerra de Menezes-homem?
     
    E do Bezerra de Menezes – espírito, o que o Sr. acha? Por que será que ele está aparentemente tão mal dos pulmões lá na erraticidade? Será que se recusa ser internado já há 114 anos?

  350. Marciano Diz:

    ARDUIN:
    “Ei, de Morte! Você desembarcou hoje de Marte? Desde quando não assumo as críticas que faço à FEB? Ou ao Bezerra de Menezes-homem? Dê exemplos, por favor”.
    .
    .
    MARCIANO: Quid pro quod detectado!
    Eu disse que você não assume as críticas LÁ no centro que frequenta.
    Lembro-me de que, em antiga conversa aqui, quase no tempo de Crookes, você disse que não fazia essas críticas no centro. Estarei me lembrando erradamente?
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    GORDUCHO:
    “E do Bezerra de Menezes – espírito, o que o Sr. acha? Por que será que ele está aparentemente tão mal dos pulmões lá na erraticidade? Será que se recusa ser internado já há 114 anos?”.
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    MARCIANO: O que Arduin acha, ainda não sei, mas eu acho que divaldo gosta tanto de canastrice que não se conteve e quis fingir um Bezerra com enfisema pulmonar. Como deixar passar uma oportunidade dessas de histrionismo? A plateia adora.

  351. Marciano Diz:

    Arduin, responda ao Gorducho, eu também lhe faço a mesma pergunta.
    Será que o Bezerra – espírito está com enfisema peripulmonar ou será que o Divaldo é um mentiroso canastrão?

  352. MONTALVÃO Diz:

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    Marcos Arduin,

    Minha proposta foi que fizesse considerações finais, não que esticasse a discussão. Daqui a pouco cortar-me-ão o saco por insistir em Crookes. Vou ver se hoje consigo fazê-lo sair desse passado gosmento.
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    ARDUIN: Noto em você, Malvadão, o seguinte problema: você considera que “conhecimento saudável” seria aquele que NECESSARIAMENTE produza frutos, tenha continuidade, tenha resultados visíveis e palpáveis, etc e tal. Lamento discordar. Crookes e os seus sucessores não puderam obter o que você deseja, mesmo tendo médiuns autênticos de materialização em mãos PORQUE NÃO TINHAM RECURSOS PARA INVESTIGAR O FENÔMENO.
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    COMENTÁRIO: vou lhe dar o crédito da concordância, para abreviar a discussão: Crookes não tinha recursos, por isso nada demonstrou de efetivo, apenas indícios, que depois destruiu. E a continuidade? A falta de recursos perdurou pelos tempos, até hoje?
    Então, meu desafio é o seguinte: mostre ter havido continuidade produtiva nas investigações nessa matéria. Afinal, o que seria tão custoso em tal empreendimento perquiritivo? O ectoplasma, cujo preço estaria pela hora da morte? Ou o quê?
    Essência do desafio: investigar médiuns materializadores atuais.
    Desafio 2: se não achar médiuns materializadores, explicar (fundamentadamente) porque eles e o fenômeno morreram.
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    ARDUIN: Falemos de algo atual: energia escura e matéria escura. Nossos recursos científicos atuais permitiram aos físicos e astrônomos constatar que ambas as coisas existem. Mas isso não gerou “conhecimento científico saudável”, pois não puderam até hoje ir além disso. Tudo o que se tentou para obter, analisar e identificar a natureza da matéria escura FRACASSOU. Nossa ciência moderna, neste quesito, está no mesmo barco do Crookes. Assim então não vou considerar que o seu argumento contra Crookes e seus sucessores tenha algum valor.
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    COMENTÁRIO: pode desconsiderar o quanto queira o argumento da descontinuidade das supostas descobertas de Crookes, mas que este tópico tem grande importância tem. Quem disse que as pesquisas com matéria escura fracassaram? Elas vão de vento em popa. Mesmo que, mais adiante, conclua-se que essa tal matéria não é o que se pensa (parece que ainda não se “pensou” seguramente o que possa ser), ou mesmo que, em hipótese remota, não exista, o trabalho não terá sido em vão. A matéria escura é expressão de uma das mais sensacionais ferramentas da ciência: a dedução lógico-matemática. Essa “matéria” foi deduzida quando se descobriu que a força gravitacional de aglomerados de galáxias estava “errada”, quer dizer: elas tinham mais “força” do que deveriam. Teria que haver alguma coisa, não percebida instrumentalmente, que incrementasse a coesão dessas massas cósmicas. Outro exemplo temos na descoberta de Netuno, ocorrida no final da primeira metade do século XIX: Netuno não era observável pelos telescópios da época, mas astrônomos notaram que a órbita de Urano não correspondia aos cálculos. A conclusão que tiraram foi a de que um planeta desconhecido estivesse perturbando o movimento de Urano. Não deu outra, quando se conseguiu detectar o novo planeta a hipótese se confirmou perfeitamente.
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    Agora, qual a dedução lógico-matemática que se pode extrair dos experimentos em materialização? A única que me ocorre é que por detrás das cabines acontecem coisas de que até William Crookes duvida…
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    ARDUIN: Esse vácuo você quer usar como prova de que Crookes foi enganado ou se enganou. É… se nos próximos 100 anos os físicos e astrônomos não conseguirem reter e analisar essa matéria escura, então podemos dizer que se enganaram ou foram enganados também, CERTO?
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    COMENTÁRIO: ERRADO. São coisas tão diferentes quanto diferença há entre bife de caçarolinha e espingarda de caçar rolinhas. Alguma coisa está potencializando a gravidade das galáxias, portanto alguma coisa existe fazendo isso. Só é preciso descobrir que coisa é essa.
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    Não falei que um argumento o incomoda até que consiga achar solução para ele, mesmo que a solução seja mambembe qual a que ora apresenta?
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    Tenho a impressão de que pretende advogar terem os espíritos se materializado para o infeliz Crookes, e para mais uns poucos (Otília Diogo aí incluída) e que todos se deem por satisfeitos, ou vão se queixar ao bispo… então se “eles” só se materializam diante de afortunados e de platéias sortudas, significa que o fenômento é ininvestigável tecnicamente, caindo, pois, na condição de ASQ… sabe o que significa, não?
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    ARDUIN: 1 – Sua fértil imaginação só reflete seu total desconhecimento do assunto.
    a – Pra quê um cientista iria querer concluir coisas que não pôde terminar há 100 anos atrás? Outros cientistas já fizeram isso mais e melhor. O máximo que isso poderia ter seria um valor histórico. Lavoiser deixou trabalhos inconclusos, pois os que o condenaram à guilhotina não lhe deram o tempo que pedira para terminá-los. Sacomé a república precisava de bons cidadãos e não de sábios… Mas o que teria ele para acrescentar ao conhecimento científico atual que já não foi feito pelos cientistas que o sucederam? E pra quê precisa ser médium de materialização? Os psicógrafos podem muito bem dar conta disso.
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    COMENTÁRIO: Se for como dizem o espiritisto, que os mortos estão muito preocupados com a Terra (por isso tanto aqui se imiscuem) seria esperável que cientistas do passado voltassem e atualizassem o que deixaram pra trás. E se os espíritos sabiam que bastavam as psicografias (tinham de saber, certo?), embora saibamos que não bastam, pois convencem apenas quem esteja previamente convencido, por que se materializaram só para criar mais confusão na confusa cabeça dos crentes? Queriam deixar seus seguidores enrolados para explicar por que impossivel repetir o fenômeno em condição de controle para melhor estudá-lo? Veja só: a matéria escura (seja lá o que for) está aí para ser perquirida à vontade, até que seja deslindada convenientemente. O planeta Netuno, mesmo quando não era percebido, estava lá, esperando que o conhecimento fosse suficiente para achá-lo. E continua lá até hoje. Já as materializações onde foram? Será que foram no[ao] Itororó beber água?…

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    ARDUIN: b – Os filósofos? Bem, eles talvez pudessem ajudar os historiadores, preenchendo as lacunas do que se perdeu daquilo que elucubraram, mas para quê precisamos de médiuns de materialização? Os psicógrafos poderiam fazer isso do mesmo jeito e até mais fácil.
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    COMENTÁRIO: sem levar em conta que médium algum elucida problema filosófico, mas, mesmo que o fizesse, sempre ficaria a suspeita se a meditação provém da cabeça medianeira (o mais provável) ou se advém de sussurro espiritual. Um materializado teria maior força de convencimento.

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    ARDUIN: c – Ah! Os poetas… E nós aqui os vivos não poderíamos fazer o mesmo, né? Não é o Vitor que fica coando plágios ou supostos plágicos aqui e ali? Precisou de espíritos para ajudá-lo nisso? Que me diz, Vitor?
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    COMENTÁRIO: pois é, nem Chico escapou de mostrar-se (não digo plagiador, mas) inspirado pela obra que mortos produziram em vida. Agora pense, digamos, Castro Alves em carne e ectoplasma, filmado gravado e entrevistado… pense só…

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    ARDUIN: d – deixar materializados cuidando de doentes… Já tinha visto que você não entendia mesmo nada do assunto, mas não pensei que chegasse a esse ponto de ignorância.
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    COMENTÁRIO: êpa! Chamar o interlocutor de inguinorante e não apontar onde a inguinorança no meu dicionário tem um nome feio…
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    ARDUIN: e – continuo pensando só na utilidade que já mencionei.
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    COMENTÁRIO: pena que continue porcamente inspirado… O fato, caro amigo, é que você está se esforçando por esquivar-se da realidade que se descortina clara diante de seus olhos de azul-celeste: se espíritos hoje não mais se materializam, como podemos ter certeza de que se materializaram no passado? O que tem o passado que o presente não tenha? Observe que este ponto é calcanhar de aquiles de toda agremiação religiosa, tanto que elas se esforçam por suplantá-lo. Considere o cristianismo: na Bíblia tá cheio de relatos de milagres: aconteceram ou não? Pela fé pode-se admití-los, qual acontece com sua atual teoria materializativa, mas isso, sabem eles, não é suficiente, daí os “milagres” modernos… Sei que você sabe que “existem” eventos materializativos atuais, mas, em respeito à sua inteligência, não quer cair no ridículo citando-os como exemplos. Em suma, você sabe que a coisa não existe e não existiu, mas precisa pensar diferente para que a crença reste preservada. Compreende-se.
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    ARDUIN: Já disse que reconheço que Ana Eva Fay era de fato ilusionista, mas que NÃO DESCARTO a condição de ela também ser médium. Uma coisa não exclui a outra. Para o tipo de atividade que ela exercia, até poderiam se complementar. E digo mais: ela é a ÚNICA que não deixa dúvidas a esse respeito. Todos os outros médiuns são acusados por você & Cia Bela cética de serem hábeis ilusionistas que enganaram pobres sábios ingênuos. Mas nunca soube que esses médiuns também fossem famosos ilusionistas…
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    COMENTÁRIO: não vejo no que isso muda o quadro de aldrabices onde Crookes se enfurnou… Fay oscilou entre o místico e o ilusório por pessoal conveniência: outros acharam melhor trilhar sendas distintas, talvez preferissem ser mais confortavelmente remunerados como médiuns a arriscarem-se num mercado de alta concorrência…
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    ARDUIN: O saco cheio é a única coisa que consigo encaixar para explicar o suposto sumiço dos fenômenos. Se ninguém quer acreditar, para quê investir nisso? Mas se o fenômeno é biológico e nada tem a ver com espíritos, não teria sumido, pois biologia não tem vontade própria.
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    COMENTÁRIO: espíritos de saco cheio sem uma base mediúnica que seja a corroborar essa exótica tese é dose de matar pinguço…
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    ARDUIN: Eu lá sou gentofilista? Quem gosta de coisa velha é museu. Meu negócio é coisa jovem e vejo muitas boas entre as minhas alunas. Pena que elas não são gerontofilistas e não tão a fim do velho aqui. A menos que quisessem fazer o pé de meia, mas se o meu já está furado… O meu questionamento é como você sabia que ela era uma virgem recatada quando jovem considerando que você era um meninote. Tinha educação sexual no seu tempo?
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    COMENTÁRIO: vejo que não entendeu: não falei que fosse virgem casta na juventude, fiz, ou tentei fazer, jogo de palavras entre virgem recatada e donzela fogosa. Se não entendeu o objetivo da piada então desconsidere, explicar será pior…
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    ARDUIN: Ah! Não misture as coisas, Malvadão! Os tais repórteres foram advertidos que não poderiam agarrar a forma materializada de surpresa, pois isso poderia matar a médium. Só que eles deram declarações de que VIAM PERFEITAMENTE que a fantasma era só a médium disfarçada. Ora, até um ignorante em Espiritismo sabe que nenhum médium morreria se fosse agarrado, a menos que tivesse um piripak por ter sido desmascarado… Mas o gozado foram as desculpas dadas pelo Mário de Moraes: não agarrou e desmascarou a fraude pois eram apenas 5 pobres repórteres contra 19 médicos, dos quais uns eram farsantes e outros eram inocentes úteis, porém eram FANÁTICOS PERIGOSÍSSIMOS, que os linchariam por terem destruído seu objeto de fé. Se existe uma coisa pela qual eu xingo o Rizzini foi ter deixado essa bobagem passar sem comentários.
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    COMENTÁRIO: cá entre nós, 5 contra 19, mesmo sendo médicos sedentários é parada dura de enfrentar… Não importa os motivos pelos quais o repórteres não agarraram. Não falei sobre isso, comentei a sugesta dada por Rizzini e dos Anjos na discussão com os jornalista, que, mesmo sendo mera provocação, ia de encontro ao que se apregoa oficialmente (ou morre ou fica dodói).
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    ARDUIN: Sei que não quer voltar ao assunto, mas poderia desfiar a lista do rol de terricidade aí dos eventos de Uberaba? Mas por favor: que se restrinjam apenas a esse aspecto da coisa (mensagens a familiares). Não quero saber de perfuminhos, de materialização de Emmanuel, nem de plágios em poesias ou romancds, nem de outras bobagens quaisquer.
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    COMENTÁRIO: quero voltar ao assunto sim. Se você largar Crookes em 1874 e passar para Otília em 1964 até Marciano vai soltar rojões. Serei aquinhoado com a comenda da transição temporal pelos maiorais desse sítio, com direito a Tang de uva e goiabada de marmelo.
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    Mas não entendi seu pedido: rol de terricidade? Que trem é este?
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    ARDUIN: Pelo que vi lá do livro do Nedyr, eles observaram coisas estranhas (tipo o cara tava dentro da jaula, mas apareceu do lado de fora sem que ninguém tivesse destrancado a porta…), mas perderam ótimas oportunidades! Os tais repórteres não acharam nada na primeira e única sessão (tanto que nem deram flagrante), mas foram achar coisas com o Éboli e por investigação da família e no convento. Apesar de algumas inconsistências, digo que ao menos aí o trabalho foi bom.
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    COMENTÁRIO: você estava indo bem, não vá cair em desgraça… o cara estar dentro da jaula e depois aparecer fora (a que caso se refere?) isso até minha avó fazia no escuro. Éboli realizou trabalho magistral, muito melhor que o dos técnicos paulistas. Se quiser conferir veja um trecho do estudo que fiz (são 37 paginas, apresento só um pedaço).
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    OTILÍA DIOGO E A MATERIALIZAÇÃO DE UBERABA, A FALÁCIA DO “LAUDO ESMAGADOR”
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    CONSIDERAÇÕES INICIAIS
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    Os episódios que vieram a ser cognominados “as materializações de Uberaba” tiveram como protagonistas figuras que, em circunstâncias comuns, dificilmente se achariam no mesmo contexto de eventos. Deveras, de um lado espíritas que acompanhavam supostas aparições de espíritos corporificados; de outro jornalistas da então maior revista de variedades da América latina e, no centro das atenções, uma mulher semiletrada dita possuidora de poderes mediúnicos capazes de trazer do além desencarnados e dar-lhes ossos, carnes e tudo o mais.
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    A aparição de mortos do mundo dos vivos é crença que atravessa milênios e influenciou diversas civilizações. Embora tais visões provavelmente sejam interpretações amedrontadas de ocorrências banais, ainda assim, não são poucos os que mesmo na atualidade se deixem levar por tais imaginações. Em verdade, não é de estranhar que, conforme seja o ambiente onde alguém esteja, pavores inconscientes venham à tona e se transformem em idealizações sobrenaturais. Locais ermos, escuros, com “fama ruim”, contextos supersticiosos, etc., são potenciais despertadores de pavores de toda espécie. Depois que um testemunho emocionado de encontro com entidades do além é acatado reforça-se a convicção de estarmos cercados por entidades desencarnadas, algumas boas, outras muito más, e assim a fantasia é perenizada.
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    A crença em materialização de espíritos é um aspecto sofisticado dessas crendices. Nesses casos, os que testemunham em favor de tais acontecimentos têm ao seu lado argumentos aparentemente fortes. É bastante diferente alguém passar próximo a um cemitério, em noite escura, e afirmar ter visto fantasmas dançando sobre os túmulos, de quem se reúna junto com vinte, trinta pessoas e fale com as aparições e, em vários casos, toque nelas ou seja tocado. Há relatos de quem tenha medido a temperatura corpórea do materializado e aferido seus batimentos cardíacos, constatando estar diante de espírito com todas as características de um ser humano: humano, demasiado humano…
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    Para os crentes situações que ensejariam desconfianças – o médium fica fora da vista dos apreciadores, o fenômeno ocorre em escuridão plena ou parcial, etc. –, são consideradas “condições necessárias” para que as corporificações de espíritos ocorram. Os críticos não veem tais alegações com igual generosidade: afirmam que, passados mais de cem anos do fenômeno sendo estudado pela ciência espírita, os dificultadores já deveriam estar resolvidos e ambientes ideais, tanto para a materialização quanto para o estudo e apreciação, estariam disponíveis e a veracidade das manifestações espirituais estivessem livres de questionamentos. Se tal se desse, na atualidade o intercâmbio com a espiritualidade seria fato corriqueiro, para o lucro de todos nós. Entretanto, o que se acha de concreto nesses acontecimentos é muito mistério, muitas dúvidas, pouco esclarecimento, casuísmos…
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    Em verdade, os dificultadores que impedem a admissão de que supostas almas desencarnadas possam manipular a matéria e se encherem de carne, ossos, órgãos, continuam presentes, tal qual no passado. Charles Richet, um dos cientistas pioneiros que se dedicaram ao estudo desses fenômentos, dizia em sua obra mais conhecida:
    Antes de mais nada, os fenômenos objetivos da metapsíquica são extremamente raros, prodigiosamente raros. Os médiuns de efeitos físicos são em número muito reduzido. Pode-se apenas citar uma dúzia daqueles que se prestam a verificações rigorosas, de maneira que a experimentação não pode ser feita senão com um número assaz restrito de pacientes, e mesmo isso em condições que deixam larga margem à suposição de fraude: por exemplo, a obscuridade. Daí se chega a uma conclusão simplista: “nada há senão fraude”. (Charles Richet – Tratado de Metapsíquica – introdução)
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    O estudo dos acontecimentos em Uberaba é importante por se tratar de caso em que há farta documentação para estudo. Sob certo aspecto, é melhor documentado que os estudos de Crookes com Florence Cook. Embora em termos de qualidade investigativa o trabalho de William Crookes possa ser considerado melhor elaborado que o dos médicos espíritas, e Florence fosse mais habilidosa que Otília Diogo, a intervenção da revista O Cruzeiro no caso permitiu a produção de avaliações variadas, tanto críticas quanto apologéticas. Do cotejamento desse material é possível extrair conclusões seguras a respeito da encenação produzida por Diogo e mostras da inocência dos que acatam tais espetáculos como legítimos.
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    Contemporaneamente os advogados das materializações estão em situação desconfortabilíssima e parecem não perceber tal fato. É compreensível que os primeiros investigadores fossem ludibriados por espertalhões, ou, na remota hipótese de que espíritos verdadeiramente se materializassem, não pudessem dizer muito a respeito dos acontecimentos legítimos. Aos investigadores iniciais cabia registrar o máximo de detalhes do que apreciavam e propor hipóteses explicativas, as quais seriam testadas pelos continuadores. Se o fenômeno se mostrasse legítimo elaborar-se-ia teoria que permitisse previsões dentro da fenomenologia e ampliassem o conhecimento até que pudesse ser aplicado produtivamente. É mais ou menos desse modo que a ciência progride.
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    No caso das materializações haveria elemento adicional a auxiliar no progresso do conhecimento dessa categoria de fenômeno: a atuação da espiritualidade. Na ciência comum, o cientista se esfalfa buscando conhecer melhor o que estuda: quando muito disporá do auxilio de outros interessados, todos tateando o desconhecido, até se atingir alguma definição. Tratando-se da ciência espiritual o “outro lado” atuaria conjuntamente, ou seja: duas frentes em busca de aprimoramento do saber. Um intercâmbio nesse nível certamente proporcionaria o progresso da ciência em níveis admiráveis.
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    Em março deste ano de 2012, Luciano dos Anjos publica artigo em que volta a falar do caso Uberaba. Surpreendentemente vemos que o autor não arredou pé um centímetro que fosse de sua crença na veracidade do fenômeno otiliano. Repetindo argumentos já refutados e mantendo alegações que deveria atualmente saber inconsistentes, o jornalista insiste que os “testes” que ele próprio realizou com Otília Diogo são suficientes para garantir a legitimidade do trabalho por ela realizado.
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    Conquanto admiremos o esforço do nobre jornalista em defender os eventos de Uberaba, não encontramos quaisquer razões para considerar que as alegações de genuidade dos fenômenos mereça ser levada a sério.
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    Que verificações realizou o homem de imprensa que lhe permitiram a certeza de que Otília produzia autênticas materializações? Os testemunhos dos médicos que a pesquisavam falavam na corporificação de espíritos de três ou quatro personalidades, além de objetos diversos. Teria Luciano examinado atentamente essas manifestações e elaborado parecer circunstanciado, dando conta de que as evidências eram firmes em favor de Otília? Até onde sabemos, Luciano jamais divulgou relatório dessas investigações e, em decorrência, sobre elas só podemos especular.
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    Extraímos do artigo de Luciano dos Anjos, intitulado “1964 – A materialização da irmã Josefa em Uberaba – 2010 – A materialização da calúnia em Uberaba”, trecho em que comenta a respeito dos pareceres técnicos de Carlos Éboli e de Carlos Petit acompanhado de nossos comentários. Os textos em preto, titulados por “Luciano dos Anjos” constituem as partes do artigo citado; nossos comentários seguem em vermelho, e as citações ilustrativas estão em verde. [obs. Visto o sítio não reconhece cores, alterei o procedimento: as falas são precedidas do nome do falante]
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    I – OS LAUDOS

    LUCIANO DOS ANJOS: Entretanto, no dia seguinte, logo na edição de 8 de fevereiro de 1964, O Cruzeiro arremata a investida contra todos nós, apresentando, triunfantes, o parecer técnico sobre as fotos das materializações, elaborado pelo perito Carlos de Melo Éboli, do Instituto de Criminalística do Rio de Janeiro, assinado em 15 de janeiro de 1964. Intitulam a matéria de “A Perícia Técnica confirma reportagem de O Cruzeiro: falsa a materialização de Uberaba”. Estava assim absolutizado o confronto entre o verdadeiro e o falso.
    Bem, agora estávamos diante de um duro fato, de difícil deglutição: um parecer técnico. Era realmente bombástico.
    Reunido com o Rizzini e alguns médicos, tive de reconhecer:
    – A situação é bastante ingrata. Agora fomos para as cordas. Prova técnica é prova técnica e não há como contestar; derruba qualquer argumento. Mas, como testamos a Otília e sabemos que ela é autêntica, que estamos com a verdade, só me resta uma avaliação: esse laudo do Carlos Éboli é falso; ou errado.
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    COMENTÁRIO: A curiosa declaração de Luciano demonstra que os dois não ousaram questionar coisa alguma do contido no parecer de Carlos Éboli. Olharam o trabalho como um bloco rochoso, impossível de ser por eles quebrado e analisado. E, para complicar e piorar: concluíram que o trabalho seria ou falso (possível má fé do técnico), ou errado (assacando a competência do perito). Não lhes ocorreu cogitar o óbvio: que os testes que efetuaram com Otília foram inadequados.
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    Se as experimentações que diz terem realizado lhes soasse segura o suficiente, poderiam (e deveriam) ter confabulado mais detalhadamente, por exemplo, diante das afirmações do perito de que a travessia das grades pela entidade fosse encenação, poderiam retrucar: não, não foi, estivemos lá, presenciamos o acontecido sobre vários ângulos e vimo-la iniciar e terminar a passagem. Ou diante da foto do homem com seios, poderiam argumentar, não são seios, nós tocamos na materialização, não havia qualquer coisa parecida, os seios devem ser reflexos luminosos. Ou qualquer coisa nessa linha. Contudo, não acharam palavras para questionar, então preferiram apresentar a canhestra dedução: ou Éboli errou, ou agiu falsamente…
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    Dos Anjos afirma “nós testamos Otília”, contudo não reporta que testes teriam sido feitos. Jorge Rizzini, no livro “Otília Diogo e a Materialização de Uberaba” não comenta que tenha efetuado experiências com a mulher. No capítulo titulado “O que eu vi em Uberaba através de Otília Diogo”, nas páginas 18-23, fala Rizzini de seu primeiro contato com Diogo e da incumbência que recebera, de registrar em filme o encontro da médium com os médicos. Sobre tê-la experimentado nenhum comentário.
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    Portanto, concluímos que a afirmação de Luciano “nós testamos” possa ser considerada fantasiosa.
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    LUCIANO DOS ANJOS: Aliás, não era a primeira vez que ele era chamado pela revista para apresentar laudos fulminantes. O que fazer? Bem, aproveito para contar que, em mais esse ponto, o Rizzini alterou o fato no seu livro Otília Diogo e a Materialização de Uberaba, Edicel, São Paulo, SP, s/d. Omitiu a solução que dei para o problema na reunião e que foi cumprida à risca por ele, que morava em São Paulo, deixando supor que a solução havia sido dele. Na verdade, não foi; apresentei o seguinte raciocínio:
    – O LAUDO DO CARLOS ÉBOLI SÓ PODE SER FALSO OU ESTAR ERRADO. Ora, a Polícia de São Paulo e a do Rio vez por outra estão se invejando. Vamos procurar os peritos de São Paulo, apresentar-lhes esse laudo com as mesmas fotografias, os mesmos negativos e pedir-lhes a contraprova de uma nova peritagem. Afinal, só outra prova técnica anula uma prova técnica. Nós é que desmascararíamos a fraude da reportagem.
    – E se o laudo for confirmado?
    Repeti:
    – Impossível. Nós mesmos testamos a médium. Ela é autêntica.
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    COMENTÁRIO: O caso do laudo deu o que falar: Luciano e Rizzini afirmaram que o parecer dos paulistas desqualificou o trabalho de Éboli. No entanto, embora a dupla declare que a avaliação dos paulistas estaria cientificamente melhor embasada, pois fora ultimada por meio de sofisticados equipamentos, da leitura do relato extraímos outra conclusão. Veremos isso nos comentários que seguem.
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    Conforme falamos, dos Anjos não dá detalhes dos testes que teria efetuado com Otília (nem mesmo informa quando foi que efetuara tal verificação), mas, provavelmente realizara observações superficiais: nada obstante usa de sua autoridade para enfatizar a autenticidade da médium. Sabemos que se valeu do snooperscope, equipamento de infravermelho que possibilita ao usuário enxergar nas trevas, do qual Luciano faz propaganda até hoje. A questão é que o snooperscope não permite grande aprofundamento investigativo. Se Luciano acompanhara Otília desde quando adentrou na cabine, se registrou o surgimento da entidade materializada e os passos seguintes; e se tem tudo devidamente documentado, então podemos concordar que o equipamento permitiu-lhe averiguação de boa qualidade. Mas, caso tenha somente observado o que acontecera após a suposta materialização ter saído por detrás da cortina, o máximo que poderia perceber seriam acidentes na encenação ou descuidos da atriz. Por exemplo, se o véu da aparição caísse e o rostinho boquiaberto de Otília fosse identificado, aí sim, o snooperscope seria útil.
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    Observem que Luciano declara textualmente o intento de apresentar aos técnicos paulistas “as mesmas fotografias e os mesmos negativos” constantes do laudo de Carlos Éboli. Entretanto, isso não foi feito, pois várias das fotos comentadas por Éboli não foram avaliadas pelos paulistas. Pelo visto, quando procuraram os técnicos paulistas ainda não tinham conhecido o teor do parecer do perito carioca, apenas sabiam que o trabalho seria publicado. Querendo se antecipar aos fatos, selecionaram as fotos que entenderam adequadas, formalizaram questões aos técnicos e acreditaram estar de posse da necessária refutação.
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    O que Rizzini e Luciano fizeram foi montar uma série de quesitos para que Petit respondesse e assim demonstrar que Otília fosse verdadeira. Erraram feio ao declarar que Petit refutou Éboli. E o pior: Luciano dos Anjos ainda hoje defende essa insustentável alegação, quando já deveria estar cansado de saber que tal assertiva não tem fundamento.
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    Além disso, a atitude de Luciano demonstra que não entendera o parecer do perito carioca. Em momento algum Éboli afirmou haver fraude nas fotografias, a fraude por ele atestada estava no que se dizia as fotografias comprovavam. Por exemplo, na primeira imagem examinada – a aparição atravessando as grades da cela –, Carlos Éboli mostra as evidências de que não houve verdadeira travessia, sim a arrumação das vestimentas e jogo de luzes que induzem à falsa impressão de que o fotografado estivesse perpassando obstáculo sólido. Neste caso, afirmar-se que as fotos eram autênticas não estaria errado, pois os negativos não haviam sido manipulados.
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    Entretanto, o que as fotos pretendiam demonstrar é que carecia de autenticidade. Em verdade, Otília fantasiada (ou, se preferirem, a “freira materializada”) jamais atravessou as grades da jaula. O parecer técnico de Éboli expôs as evidências da encenação.
    Por fim, é certo que os peritos paulistas não examinaram o parecer de Carlos Éboli, visto que este foi publicado posteriormente ao opinamento por aqueles realizado. O que Petit e seus assessores fizeram foi responder aos quesitos elaborados pela dupla Luciano-Rizzini e examinar as fotos que os dois a eles apresentaram, as quais – frise-se – não foram as mesmas fotografias analisadas pelo perito carioca. Portanto, Luciano dos Anjos teria de saber que não houve contestatação “ponto por ponto” do parecer de Carlos Éboli, conforme adiante declarara: o que sucedeu, em verdade, foi que os peritos paulistas não refutaram as considerações feitas por Carlos Éboli, responderam sim aos quesitos que lhes foram apresentados pelos defensores de Otília.
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    Vejamos como Rizzini narrou o episódio.
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    RIZZINI: “Que estávamos tendo o apôio integral dos espíritos nesta formidável luta da Verdade Divina contra as trevas, não há dúvida.
    Se não, vejamos.
    Nosso primeiro programa na TV Continental desmantelando a primeira reportagem de “O Cru¬zeiro” terminou à meia-noite; mais ou menos. Já estávamos entrando no automóvel estacionado à porta da TV para regressarmos ao apartamento de Wando Vieira, quando, de súbito, fomos procurados por Carlos Éboli: o perito criminal que havia examinado o fio de algodão “achado no consultório das experimentações” e que dera à revista um laudo pericial a respeito…
    ? Os senhores falaram de mim, de modo que vim aqui… Sou o perito Carlos Éboli!
    Estava visivelmente nervoso. Conversamos uns quinze minutos, de pé, à porta da televisão. Depois de referir-se a umas determinadas fotografias de “discos-voadores” (?) publicadas pela revista “O Cruzeiro”, e que êle, Éboli, examinara, deixou esca¬par a seguinte informação:
    ? Vocês vão ficar estarrecidos com o próximo número da revista: ela vai publicar o meu laudo pericial sôbre as fotografias das materializações. Fotografias batidas pelos próprios médicos.
    ? O senhor examinou as fotos?
    – Examinei. O laudo será publicado na próxima semana. Os repórteres têm razão: a materialização é farsa! .
    .
    No dia seguinte, voltamos, aflitos, para São Paulo. Mas, paradoxalmente, alegres, porque sabía¬mos, de antemão, o que a revista iria publicar no próximo número.
    E agora? pensávamos. Com o parecer arraza¬dor de um perito criminal sôbre as materializações de Uberaba (perito da Polícia Técnica do Rio de Janeiro) fatalmente, o povo, aceitaria como autên¬tica farsa o fenômeno real. Era um perito da polícia falando… Com êsse laudo, o escândalo iria tomar proporções gigantescas! O Espiritismo seria aba-lado, sacudido e, no entanto, estávamos com a Verdade…
    Situação desesperadora. Como aparar o nôvo choque?
    Veio-me, então, uma idéia” obsessiva” (e, por que não dizer?) ousada: ir, imediatamente, ao Instituto de Polícia Técnica do Estado de São Paulo, muito melhor aparelhado que a Técnica do Rio de Janeiro, e solicitar aos peritos um exame nas fotografias das materializações!
    .
    Nada havia a temer: as fotos eram autênticas, se a Verdade estava conosco… Estava eu tão convicto disso, que fui procurar, em companhia do perito criminal Paulo Vital e, o Diretor da Técnica de São Paulo, dr. Egas Muniz. Apresentei-me e expus o problema, colocando sôbre sua mesa inú¬meras fotografias dos espíritos materializados em Uberaba.
    ? O perito do Rio de Janeiro, Carlos Éboli, fêz um laudo sôbre essas fotos e afirma que são fraudulentas. Esse laudo será estampado na revista “O Cruzeiro” e vai desmoralizar dezenove médicos, que garantem ser o fenômeno real. Eu gostaria que se fizesse um nôvo exame nas fotos para ver quem tem razão: se os médicos ou os repórteres …
    Enquanto eu falava, diversos peritos criminais se aproximaram da mesa do Diretor e, com êste, curiosos, olharam as fotos de Irmã Josefa e Veloso.
    ? A primeira vista, parece não haver truque nas fotos, disse o dr. Muniz, fitando os peritos.
    .
    O prof. Carlos Petit, considerado um dos mais notáveis peritos criminais do Brasil e presente à sala do Diretor, prontificou-se, depois de alguma relutância, a proceder a um exame severo nas fotos. Nêsse trabalho pericial, teria como assistentes o perito criminal Paulo Vitale e o perito fotográfico Eduardo Saghi. Dentro de uma semana eu teria o resultado.
    .
    E, assim, pela primeira vez na história do Espiritismo, foi um fenômeno mediúnico, através de fotos, levado à exame na Polícia Técnica… (1)
    .
    (1) Um pequeno documentário cinematográfico mostrando a pes-quisa dos peritos nas fotos foi realizado pelo autor dêste livro. Esse documentário, em côres, já histórico, foi incorporado ao filme anteriormente feito com dna. Otilia Diogo, em Uberaba e Andradas.
    .
    Dias depois, publicou a revista “O Cruzeiro” o laudo umbralino de Carlos Éboli. Foi, em verdade, uma bomba sôbre todos os espíritas do Brasil. Dei¬xou-os atônitos. Mas, graças a Deus, já tínhamos, em nossas mãos, o trabalho de Carlos Petit, que negava a pretendida mistificação denunciada pelos repórteres e “confirmada” por Éboli.
    Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, os primeiros a lerem o laudo paulista, se regozijaram.
    ? Precisamos divulgar êsse laudo pela imprensa, o quanto antes.
    E a divulgação foi feita em vários Estados. (Otília Diogo e a Materialização de Uberaba. Páginas 128-130)
    .
    COMENTÁRIO: Como se percebe, confrontando o relato de Luciano com o de Rizzini, além da querela que dos Anjos ressaltou, de ter Rizzini assumido a glória de encontrar a solução para anular o efeito do laudo de Éboli (que nem ainda tinha visto), fica claro o sofisma da dupla em afirmar que o técnico paulista desmontara as alegações do especialista carioca: como poderia fazê-lo se não conhecia-lhe o conteúdo?
    .
    .
    LUCIANO DOS ANJOS: Euforia. Ideia apoiada por todos, ficou o Rizzini – repito –, morador de São Paulo, de agilizar a providência. Assim ele o fez e, com intensa euforia, logo tínhamos esse novo laudo em nosso poder. Datado de 29 de janeiro de 1964 e assinado pelo perito Carlos Petit, assessorado pelo fotógrafo Eduardo Saghi e pelo perito criminal Paulo Vital, todos do Instituto de Polícia Técnica e professores da Escola de Polícia do Estado de S. Paulo, rejeitou qualquer tipo de fraude nas fotos apresentadas a exame, contestando ponto por ponto os itens do perito Carlos Éboli. Arrasador, destruía, enfim, todas as conclusões do perito carioca. O laudo do professor Carlos Petit é acachapante. Ele inclusive fez a peritagem com recursos técnicos muito superiores aos de Carlos Éboli. Basta registrar que utilizou lupas manuais aplanáticas e anastigmáticas e microscópios estereoscópicos binoculares de Zeiss e de Spencer, enquanto Carlos Éboli utilizou uma simples lupa de estudante. Era a hora da nossa vitória. Esmagadora. Foi publicado, em página inteira, primeiramente em São Paulo, nas duas edições do Diário da Noite, como matéria paga; depois, sob o título “Peritos da Polícia Técnica de São Paulo restabelecem a verdade: farsa da materialização é farsa de repórteres”, no Correio da Manhã de 5 de fevereiro de 1964. A Wanda Marlene, por seu turno, providenciou a publicação na Folha de Minas. Nessa altura, foi ameaçada de demissão, pois aquele jornal era também integrante da cadeia de jornais e emissoras associados e, como já contei, ela era teleatriz da TV Itacolomy.
    .
    COMENTÁRIO: repito por ser importante: a opinião de Luciano sobre a supremacia do laudo paulista não condiz com os fatos. Diz que Carlos Petit contestou ponto por ponto o parecer de Éboli. A realidade é bem diferente. Admira-nos ouvir tal coisa de quem deveria saber que o trabalho dos paulistas não contestava as considerações de Carlos Éboli. Vamos esmiuçar melhor essa alegação de Luciano dos Anjos. Preliminarmente, precisa ficar muito claro que Carlos Éboli esteve presente no encontro entre os repórteres e a dupla Rizzini-Luciano, disposto a esclarecer as dúvidas que o parecer técnico pudesse suscitar. Da parte dos de São Paulo nenhum apareceu. Éboli durante a discussão reclamou a presença daqueles especialistas para que discutissem os pareceres, o que nos parece demonstração de que não temia submeter seu trabalho a exame especializado.
    .
    Se o trabalho dos paulistas foi, como diz Luciano, arrasador, acachapante, certamente Carlos Éboli se mostraria temeroso de que seu estudo fosse aferido pelos técnicos de São Paulo. A leitura da conversa transcrita por Rizzini, entre Carlos Éboli, e a dupla espírita, demonstra que as alegações dos advogados de Otília Diogo são exageradas e distorcidas.
    [Obs.: o estudo do qual parte foi mostrada preparei-o quando Luciano ainda vivia e, se não estou enganado, enviei-o para que criticasse, se quisesse).
    /
    /
    ARDUIN: Estou no serviço agora, enquanto aguardo um aluno chegar, estou respondendo. Mas depois eu repasso a lista bibliográfica do livro. Boa fantasia a sua: Houdini leu, mas não achou relevante citar. Não seria este mais um ponto para desmoralizar o cientista que ele desmoralizava?
    .
    COMENTÁRIO: primeiro quero ver a bibliografia do livro Um Mágico contra o Espiritismo, depois me pronuncio…


    Descontinuo quando Deus permitir…

  353. Marciano Diz:

    ARDUIN: Esse vácuo você quer usar como prova de que Crookes foi enganado ou se enganou. É… se nos próximos 100 anos os físicos e astrônomos não conseguirem reter e analisar essa matéria escura, então podemos dizer que se enganaram ou foram enganados também, CERTO?
    .
    MONTALVÃO: ERRADO. São coisas tão diferentes quanto diferença há entre bife de caçarolinha e espingarda de caçar rolinhas. Alguma coisa está potencializando a gravidade das galáxias, portanto alguma coisa existe fazendo isso. Só é preciso descobrir que coisa é essa.
    .
    .
    MARCIANO: Arduin já foi melhor debatedor. Essa foi de lascar!
    Se daqui a cem anos os físicos não conseguirem descobrir o que faz com que os aglomerados de galáxia se comportem como o fazem, continuarão pesquisando. Não foram enganados por ninguém. A matéria escura é uma hipótese para explicar um fenômeno OBSERVADO.
    Levaram quase duzentos anos para descobrir a fonte de energia solar, depois que físicos e geólogos discordaram sobre a idade da Terra e do Sol.
    .
    Ó Deus, permita em sua infinita bondade que Montalvão possa descontinuar. Ou mudar de assunto.
    Maldito seja Crookes!

  354. NVF Diz:

    Sinto falta de ler mais material crítico sobre Allan Kardec na internet. Bom ver algo sobre o assunto novamente.

  355. NVF Diz:

    Socialista utópico (homem de bem e solidário), porém avesso ao comunismo. Realmente, queria ler algo sobre isso em alguma biografia de Kardec.

  356. Marciano Diz:

    Vai continuar querendo, NVF. Não existem biografias, só apologias.
    Leia o que Toffo já escreveu a respeito em outros tópicos. É o melhor que você poderá encontrar.

  357. MONTALVÃO Diz:

    .
    MARCIANO: Ó Deus, permita em sua infinita bondade que Montalvão possa descontinuar. Ou mudar de assunto.
    Maldito seja Crookes!
    .
    COMENTÁRIO: ué, uai, não viu o noticiário? Agora estamos com Otília Diogo e não abrimos…
    .
    Depois iremos para o Lar Frei Luiz e estaremos na contemporaneidade… muitas materializações nos esperam!

  358. Marciano Diz:

    Montalvão, dai à matéria o que é da matéria e ao espírito o que é do espírito.
    Pare com esse negócio de materializações, pois que é abominável aos olhos do senhor.
    Se ele quisesse materializações, não criaria os espíritos.
    Além do mais, os médiuns que cedem o ectoplasma correm perigo com isso. Vai que alguém toca o ectoplasma enquanto a far, digo, a milagrosa materialização se realiza…
    Isso pode romper o cordão umbilical que liga o perispírito ao espírito, aí o médium morre em corpo e alma, o que também é abominável aos olhos do senhor.

  359. Antonio G. - POA Diz:

    hehehe…. “Maldito seja Crookes” foi muito bom… hehehe

  360. Antonio G. - POA Diz:

    Eu também acho, com todo o respeito (e admiração) pela disposição e talento que o Montalvão demonstra ao debater sobre Crookes e seus experimentos, que o quase bicentenário poderia ser definitivamente sepultado. Discutir o valor dos estudos do inglês é tão esclarecedor quanto discutir a eficácia das sangrias na cura de diversas doenças, procedimento padrão da medicina nos tempos de Crookes.

  361. NVF Diz:

    Marciano,
    .
    Existem alguns livros em inglês e francês, sugeridos pelo Toffo, embora não especificamente sobre Kardec, mas que fornecem elementos para compreensão temporal do contexto.
    .
    Talvez seja uma boa ideia pro Vitor, em algum momento futuro, traduzir capítulos essenciais dessas obras, sem dispensar a ajuda do Toffo e do Gorducho, que parecem gostar do tema.

  362. MONTALVÃO Diz:

    .
    Arduin,
    .
    Aproveitando que a torcida está animada, posto um restinho que ficou de ontem…
    .
    .
    ARDUIN: Ah! Era este o link? Pensava que fosse algum outro mais sério que explicasse a coisa de verdade. Bem, mandei meu questionamento ao Mori, pedindo que preenchesse a lacuna.
    .
    COMENTÁRIO: muito bem: está fazendo o dever de casa certinho…
    /
    ./
    ARDUIN: Não, não consultei ilusionista algum. Da mesma forma que você usa a não frutificação do trabalho de Crookes como prova da falência desta pesquisa, eu uso a ausência de descrição ilusionista viável do que Crookes deixou registrado como prova da falência desta explicação para o que lá se observou.
    .
    COMENTÁRIO: diferentes coisas, sabe disso. Ilusionistas tem-os de montão para serem desafiados; Crookes e sua trupe todos mortos. Percebe?
    ./
    /
    ARDUIN: Tenho lá as minhas dúvidas de que você alguma vez tenha procurado algum vinho verdadeiro…
    .
    COMENTÁRIO: a dúvida é a mãe da luz. Procuro sim vinho de boa safra, tanto que não faço negação cega: busco meios de os mediunistas mostrarem, a mim e ao mundo, que seus espíritos existem e atuam ativamente em meio aos homens, e mulheres. Nenhum adepto da mediunidade até hoje me agradeceu pela despojada cooperação, mesmo assim insisto.
    ./
    /
    ARDUIN: […]
    Mas fraudes pias no Espiritismo… Bem, tem aquela dos perfuminhos do Chico, mas contadas por um invejoso suspeito e só após a morte do médium… E tem talvez os romances e poesias com plágios ou indícios de plágios (mas desde quando são provas de manifestações de espíritos?). E temos aqueles casos dos quais falei de familiares que reconhecem os falecidos nas mensagens que recebem. Para isso o Chico teria que ter CIA, KGB, NSA e outras tantas coisas a seu serviço para não pisar na bola, né?
    .
    COMENTÁRIO: os perfuminhos de Chico foram denunciados ainda com ele em vida, mas vivo ou morto não faz diferença: a estratégia do médium sempre foi fugir da polêmica, mesmo quando diretamente desafiado fazia de conta não ser com ele. Fraudes pias com Chico tem de montão, desde a nidação do ovo e a posição ectópica do feto (que teria sido a primeira mediunização do homem), até morrer, muitas lendas sobre ele se erigiram. Inclusive o próprio Chico participou ativamente de algumas delas, qual foi a da “luz espiritual” que teria adentrado seu quarto no hospital quando tratava uma pneumonia.
    ./
    /
    ARDUIN: O problema da prova é que, desde tempos antigos, a comunidade cética entende que nenhuma tem valor sem a augusta presença dos sábios céticos. Como neste caso é inevitável a infeliz descoincidência…
    .
    COMENTÁRIO: que eu saiba, a dita comunidade cética propõe coisa diferente: entende que se fazem necessárias replicações devidamente controladas de resultados maravilhosos, e documentação que permita o exame adequado dos experimentos.
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    /

    ARDUIN: Então por que é que isso não funcionou com Robert Hare? Ele aperfeiçoou o método do Faraday: usou uma chapa de zinco apoiada sobre esferas de cobre e esse conjunto ficava sobre a mesa. Pelo previsto por Faraday, a chapa deveria se mover e a mesa não. Mas deu-se o contrário: o médium apoiava a mão sobre a chapa e esta permanecia imóvel e a mesa girava… Como explica isso?
    .
    COMENTÁRIO: como explica? Não precisa explicar, basta pegar o material de Hare e testá-lo. Podemos, se quiser, tentar repetir o experimento. Daqui de longe me parece bem curioso: uma chapa de zinco sobre rolamentos de cobre permanecer extática enquanto a mesa pode debaixo dela se move… será que se movia só com Hare ou mover-se-á com todos?
    ./
    /
    ARDUIN: Nossa! Isso? Mas por que os ilusionistas não sabem explicar como o médium burlava os recursos de fiscalização antigos? Como eu disse, até hoje não vi nenhuma refutação decente ao que Crookes registrou usando dos seus métodos para fiscalização…
    .
    COMENTÁRIO: também não vi nenhuma materialização moderna decente, que possa ser investigada, sanando de vez com as dúvidas que possam restar na mente dos crentes de que Crookes fora ludibriado…
    ./
    /
    ARDUIN: Testar o que da psicografia? Aquilo da sala com objetos os quais o médium não soubesse? Tá. E como refuto o argumento cético de que “algum cúmplice teria informado o médium do conteúdo?”
    .
    COMENTÁRIO: primeiro façamos o experimento, depois as críticas. Aposto com você duas rapaduras e um rádio de pilhas, contra uma botina sua usada, que espírito algum saberá nomear objetos postados em sala lacrada, em experimento adequadamente controlado. Se quiser não abrir mão de sua certeza sem mais nem menos, faça no seu particular teste com médium de confiança e constate. Se tiver sucesso apresente-o a outros para que confiram seus resultados. Se quiser outro teste, igualmente simples e funcional, anote: ponha uma venda no médium (dessas que realmente impeçam a visão: na dúvida ponha algodão por debaixo da máscara). Fique atrás do médium, mais ou menos um metro e meio, e mostre dois ou três cartazes com frases tipo “espíritos não comunicam”, e rogue à entidade espiritual presente que informe ao médium o que está escrito. É batata: você mesmo verificará que espíritos não estão.
    .
    E suas experiências com o galvanômetro em quantas ficaram? Acho curioso que ninguém por aqui teve a curiosidade de buscar informações desse estudo, nem o Vitor, a quem o resultado seria diretamente dedicado…

  363. MONTALVÃO Diz:

    .
    Marciano Diz:
    Pare com esse negócio de materializações, pois que é abominável aos olhos do senhor.
    Se ele quisesse materializações, não criaria os espíritos.
    .
    COMENTÁRIO: enganas-te, meu caro: o Deus que abomina essas coisas é Javé, dos judeus. O Deus espírita fica lá nas lonjuras cuidando de seus negócios celestiais e deixa a administração terrena ao encargo das hierarquias espirituais. Por isso essa confusão toda…
    /
    /
    MARCIANO: Além do mais, os médiuns que cedem o ectoplasma correm perigo com isso. Vai que alguém toca o ectoplasma enquanto a far, digo, a milagrosa materialização se realiza…
    Isso pode romper o cordão umbilical que liga o perispírito ao espírito, aí o médium morre em corpo e alma, o que também é abominável aos olhos do senhor.
    .
    COMENTÁRIO: aqui sim, a coisa pega, mas o pior não disse: se interromper o fluxo de ectoplasma este pode se esvair no éter e o cededor não tê-lo em retorno, o que deixa-lo-á encolhido, pitititinho, até o fim da vida… Ouvi falar de uma médium de efeitos físicos que durante certo evento, quase no finalzinho da reabsorção, a faxineira do centro de materializações não percebeu que um pouco da massa estava ainda no ambiente e começou a varrer o aposento. Resultado uma parcela não voltou e era exatamente a parte que constituía certa parte da fornecedora, parte esta normalmente perseguida por varões, daí essa parte ser agraciada com o carinhoso apelido: perseguida.
    .
    E a pobre médium se viu sem. Dizem que tenta conseguir um transplante de ectoplasma, mas até aqui não achou um compatível…
    .
    É o preço…

  364. Gorducho Diz:

    O Polidoro será convidado a participar. Se ele não vier, ficará mal p/ele. Idem aquele Americano do prêmio (não lembro o nome agora).
    Se eles não vierem, o CEI (que nada mais é do que o Dept° Internacional da FEB), as associações todas mundiais de parapsicologia e por via de consequência a AAAS os humilharão completamente.
    Então, professor, fique tranquilo quanto à lisura dos procedimentos e esses céticos ou os reconhecem ou ficam completamente ridicularizados perante o mundo todo.

  365. Marciano Diz:

    Boa sugestão, NVF.
    Inch’Allah Vitor a aceite.
    .
    Montalvão, e eu que pensava que o deus hebreu era o mesmo deus do Rivail. Ele escreveu até um livro sobre o evangelho, a história do filho do deus hebreu, FORREST GUMP (segundo o espiritismo, claro).
    .
    .
    Montalvão, você se lembra daquele filme do homem mosca? Parece com a história da faxineira que você contou. O cara entrou na máquina de teletransporte sem ver que uma mosca tinha entrado também (que descuido para um cientista capaz de construir uma máquina de teletransporte!).

  366. MONTALVÃO Diz:

    .
    MARCIANO: Montalvão, você se lembra daquele filme do homem mosca? Parece com a história da faxineira que você contou. O cara entrou na máquina de teletransporte sem ver que uma mosca tinha entrado também (que descuido para um cientista capaz de construir uma máquina de teletransporte!).
    .
    COMENTÁRIO: tem duas versões do filme (também teve HQ), na mais antiga, a mosca entra na máquina e o homem de lá sai com cabeça e, se bem lembro, membros superiores de mosca e corpo humano. A pedido do marido a esposa o esmaga numa prensa (para que ninguém soubesse do horrendo experimento) e é condenada ao manicômio judiciário. Ali fica numa apatia só. Até que outra interna vê um moscão, de cabeça esquisita, esvoaçando em torno da heroína e o mata. Ninguém entendeu porque a mulher de repente virou uma fera ferida que queria trucidar a companheira. Tudo por causa de uma mosca…
    .
    A segunda versão é mais conhecida, o sujeito tem seu DNA misturado com o do inseto mosca e vai, aos poucos, se transformando num…
    .
    Eu se fosse eu que tivesse de entrar num engenho desses levaria comigo um ornitorrinco. Só pra ver no que ia resultar…

  367. Marciano Diz:

    Montalvão, cuidado para que junto com o ornitorrinco não apareça uma perseguida, a qual deve estar voando por aí, à procura da dona, da mesma forma que um biciclano voador.

  368. Vladimir Diz:

    Montalvão disse: porque dificilmente se achará real cientificidade em Long. Embora posso ser acusado de falar sem saber, posto que não li a peroração desse autor
    COMENTÁRIO: Exatamente, tenho certeza de que a hora que ler a obra percebrá a cientificidade do trabalho do Dr.Long
    Montalvão disse: ma o que estai a dizere? Basta ter sido publicado na Lancet e torna-se incriticável?
    COMENTÁRIO: O Sr. “invocou” o argumento da “Autoridade Científica” alegando que nenhum cientista tinha criticado o trabalho do Dr.Long; O que me obrigou a lembra-lo
    que mesmo um trabalho apreciado pela comunidade científica como o do Dr.Lommel não acrescenta solidez frente aos créticos.
    Montalvão disse: De um modo ou doutro, publicação em periódico científico não equivale a aceitação pela mainstream da ciência, nem total nem parcialmente.
    COMENTÁRIO: Concordo, porém demonstra uma seriedade do artigo e do pesquisador de modo que sem dúvida merece uma atenção maior na apreciação.
    Montalvão disse: se citou vagas indicações então considera sua comprida missão cumprida
    COMENTÁRIO: Vaga indicações? Indicações precisas nos mesmos moldes de citação bibliográfica.
    Montalvão disse: O caso é que em 10seg dá pra sonhar coisa pracaramba
    COMENTÁRIO: Já lhe disse que EQM não pode ser classificado como uma experiência onírica por uma série de fatores a começar pelas condições fisiológicas diversas pelas quais ambas se apresentam, passando pela organização de conteúdo diversa…etc – Maiores esclarecimentos o Sr. verá no livro do Dr.Long.
    Montalvão disse: mas acrescento que, é teoricamente possível que haja atividade cognitiva semiconsciente, suficiente para sensibilizar a memória nesses poucos instantes que antecedem a inconsciência plena
    COMENTÁRIO: Aí eu quero ver as referências científicas que demonstram que existe “atividade cognitiva semiconsciente” e acima de tudo que essa suposta “atividade” explicaria todos os eventos relatados por pacientes com EQMs em todas as circunstâncias de ocorrência.
    Montalvão disse: Então, mais uma vez enfatizo, teoricamente, é válido desconfiar que quando o equipamento fica “reto” possa ainda sobejar pequenos lampejos consciencias por poucos instante
    COMENTÁRIO: Destaque para “TEORICAMENTE”, “DESCONFIAR” e “LAMPEJOS CONSCIENCIAIS”.
    Aguardo as referências científicas que validem toda a construção argumentaiva acima.
    Montalvão disse: Certas formas de epilepsia (epilepsia do lobo temporal), por exemplo, produzem visões místicas muito intensas e convincentes para quem as vivencia. Alguns tumores cerebrais também causam alucinações dessa natureza. Pancadas no crânio eventualmente desencadeiam delírios variados, alguns com conteúdo místico. Isso, sem falar de transtornos psicológicos (histeria, por exemplo), muitos deles influenciados pelo ambiente onde o transtornado vive que, se for de cunho místico-religioso, ensejará fabulações marcantes. Também a esquizofrenia é pródiga em produzir visões espirituais realistas.
    COMENTÁRIO: Essas condições descrevem exatamente a mesma sequência de eventos ocorridos em uma EQMs com a mesma lucidez e nas mesma condições ambientais e fisiológicas?
    Onde estão os estudos científicos provando isso?
    Montalvão disse: rá, rá, aqui é minha vez de lhe pedir avaliações científicas que mostrem não haver nada em comum entre as duas situações.
    COMENTÁRIO: Essa comparação é absurda. As CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS são DIFERENTES, as CONDIÇÕES AMBIENTAIS são diferentes, Não há como comparar. É cientificamente e medicamente absurdo.
    Montalvão disse: Não são todas as EQM que possuem os componentes citados.
    COMENTÁRIO: Eu não disse que são todas, e sim que são estatisticamente significativas.
    Montalvão disse: Van Lommel descreve diversas situações que podem ocasionar EQM, porém parece esquecer algumas: uma delas são os estados febris, estes potenciais causadores de sintomas assemelhados às sensação de quase morte (saídas do corpo; visões de falecidos); e tem uma circunstância que mereceria atenção especial: drogas (LSD, cogumelos, etc.) podem induzir experiências equivalentes às de quase morte.
    COMENTÁRIO: Humm, estou aguardando os estudos cientifícos demonstrando e validando as informações acima…
    Montalvão disse: se drogas induzem EQM, em princípio somos levados a concluir duas coisas: 1) a consciência não é extracerebral (se fosse não seria modificada por formulações químicas, ou por traumas físicos); 2) as EQM são oriundas de alterações temporárias na estrutura do cérebro, motivadas por diversas causas, todas de natureza fisica, química ou de ambas.
    COMENTÁRIO: Bom aí eu estou de pleno acordo com o Sr. se houver literatura médica, demonstrando que narcoticos induzem as mesmas experiências (com as mesmas características e sequência de eventos) de uma EQM, digo ao Sr. que “queimarei o livro do Dr.Long” rs.
    Montalvão disse: se drogas induzem EQM, em princípio somos levados a concluir duas coisas: 1) a consciência não é extracerebral (se fosse não seria modificada por formulações químicas, ou por traumas físicos); 2) as EQM são oriundas de alterações temporárias na estrutura do cérebro, motivadas por diversas causas, todas de natureza fisica, química ou de ambas.
    COMENTÁRIO: Exatamente, as estatísticas estão todas no livro do Dr.Long.

  369. Vladimir Diz:

    ANÁLISE DO ARTIGO DO DR.WORLEE

    Worlee disse: Assim, a ausência de atividade do EEG nem sempre significa que uma pessoa está inconsciente.
    COMENTÁRIO: Mas significa que não há atividade cognitiva no córtex cerebral

    Worlee disse: No entanto, a consciência é uma função de um tronco cerebral funcionando, e quando o tronco cerebral deixa de funcionar devido a qualquer um de uma multiplicidade de fatores, tais como anestésicos ou outros medicamentos, falta de oxigênio, ou uma pancada na cabeça
    COMENTÁRIO: Curioso como o autor utiliza um termo não-médico (Consciência) afim de descrever estados neurofisiológicos.
    É dificil delimitar o que seja “Consciencia”.
    Entretanto é fácil delimitar a “Cognição”.
    E se a Cognição é causada pela atividade do tronco cerebral é melhor rasgarmos os Tratado de Neurologia…

    Worlee disse: troncos cerebrais estejam parcial ou totalmente conscientes. A maioria dessas pessoas só ficará parcialmente consciente, mas algumas podem ficar totalmente conscientes
    COMENTÁRIO: Nossa então quer dizer que somente a atividade elétrica do tronco cerebral determina a plena atividade cognitiva?
    Se assim o fosse desnecessário termos um encéfalo tão grande, deveriamos ter apenas o tronco cerebral haha

    Worlee disse: podem estar em uma condição em que se encontram paralisados e incapazes de se mover, mas conscientes e capazes de ouvir tudo o que está acontecendo ao seu redor
    COMENTÁRIO: E e a visão dos pacientes como ele explica? Humm…

    Worlee disse: Além disso, os sons e os movimentos ouvidos e sentidos durante a reanimação também o ajudaram na construção de uma imagem composta de tudo o que aconteceu durante a sua reanimação.
    COMENTÁRIO O velho exercício de elasticidade argumentativa dos céticos. Eu estou curioso para saber como essa “construção mental” explica a exatidão, os detalhes, e a objetividade das visões que os pacientes tiverem enquanto passando por uma EQM, posteriormente confirmadas por terceiros.

    Conclusão: Worlee é um Médico Cético tentando explicar através de exercícios argumentativos forçosos e verborrágicos as condicões etiológicas e fisiopatológicas das EQMs não por usso lançando mão de termos e conceitos estranhos a Medicina e a Ciência

  370. Gorducho Diz:

    Por apenas $22.50 + o IOF sobre câmbio evidentemente – sem frete – poderemos ter as provas da existência de Deus e da sobrevivência, obtida cientificamente pelos cientistas espíritas do Analista Влади́мир
     
    http://www.bookdepository.com/Gods-Fingerprints-Jody-Long/9781910121054

  371. Gorducho Diz:

    Meu plano, Analista Влади́мир, era realfinetá-lo assim:
    Por mais $14.66 adquire-se também a prova que o Céu existe mesmo.
     
    http://www.bookdepository.com/Proof-Heaven-Dr-Eben-Alexander/9781451695199
     
    Mas vi na resenha do NYT que o nome foi dado p/ajudar nas vendas, a contragosto do autor. Então fica um comentário da resenha que talvez (tenho alguma esperança…) lhe possa ser útil, sendo como de praxe o negrito meu:
    Other former colleagues reached for comment were not convinced. Dr. Martin Samuels, chairman of the neurology department at Brigham and Women’s Hospital, a Harvard teaching affiliate, remembered Dr. Alexander as a competent neurosurgeon. But he said: “There is no way to know, in fact, that his neocortex was shut down. It sounds scientific, but it is an interpretation made after the fact.”
    “My own experience,” Dr. Samuels added, “is that we all live in virtual reality, and the brain is the final arbiter. The fact that he is a neurosurgeon is no more relevant than if he was a plumber.

     
    E, perca a esperança se alguma vez a teve. O Sr. nunca vai convencer ninguém aqui a levar a sério essas pessoas que fazem salada-de-frutas mental entre suas profissões e Fé Religiosa.

  372. Vladimir Diz:

    Gorducho,
    Se eu não estou enganado livros até US$ 50,00 são isentos de impostos, e no Bookdepository o frete é gratuito.
    Diferente da Amazon…

  373. Gorducho Diz:

    Eu disse o IOF sobre operações de câmbio hipotetizando que sejam leitores brasileiros carregando cartões de crédito emitidos cá no Brasil.
    Aí em [Londres?] eu não sei como é, óbvio :mrgreem:
    E está é $22.37 de formas que sobram umas moedinhas que com essa inflação não dá nem prum cafezinho 🙁

  374. Gorducho Diz:

    :mrgreem: :mrgreen:

  375. Marciano Diz:

    Londres?
    Quer dizer que Vlad e merden são a mesma pessoa, como desconfiei de início?

  376. Juliano Diz:

    Olá, sobre Alan Kardec! Os conhecedores e seguidores da sua doutrina na França cabem numa Kombi! Se juntar a Europa toda creio que enche duas Kombis! Basta ler o cidadão um pouco para ver que duas Kombis cheias de adeptos na Europa já é um milagre!! KKK No Brasil a “doutrina” emplaca porque aqui o normal é emplacar vigaristas e empulhadores, vide a Dilma presidANTA reeleita!!! KKK Vou falar o quê? E pior que o cidadão enche as burras com estas biografias altamente interessantes de personagens históricos altamente interessantes!

  377. Marcos Arduin Diz:

    Bem, apenas para concluir, verificando o livro A magician among the spirits, do Houdini, notei que ele não lista as referências bibliográficas no final da obra, mas a coloca de forma dispersa nas notas de rodapé. Bem, sobre Crookes há nenhuma referência, portanto.
    .
    “Porque ele um Crente completamente idiota, controlado pelos espiritualistas. Se não se lembra, dê uma olhada na máquina de escrever espiritual que ele construiu”
    – Caro desinformado Balofo… Desde quando Robert Hare foi controlado pelos espiritualistas? Ele embarcou nessa porque estava muito compungido de ver gente boa e eminente se deixando enganar por esse ardiloso embuste chamado “Modern Spiritualism”. Então arregaçou as mangas e pôs-se a trabalhar para demonstrar a grande fraudulência naquilo tudo. Só que ele tinha problema: era honesticida. Quando viu que o que saída de seus experimentos contrariava tudo o que pensava, redigiu um memorial e foi execrado de alto a baixo pelos sábios de Harvard. Eles lamentaram a adesão de Hare àquele gigantesco(?) embuste. Mas nenhum deles foi conferir o que Hare viu. Refutações assim são muito fáceis, já que dispensam o trabalho de pensar…
    Quanto ao aparelho que ele construiu, era um disco sem indicações, que o médium girava e acionava o mecanismo que fazia girar outro disco com letras fora da ordem alfabética. Em teoria, se uma pessoa não médium girasse o disco, nada de aproveitável se obteria do disco com letras. Mas um médium girava o disco, parava em momentos específicos onde o disco com letras parava em certa letra e assim sucessivamente. No final, saía uma mensagem inteligível. O médium não podia ver o disco com letras, então como ele conseguia isso?
    .
    “Porque justamente os céticos é que vão controlar o experimento. É claro que nós não seremos tão bobos a ponto largar na mão dos “cientistas” espiritas; mas é claro que esses participarão (como e principalmente o Sr.). Vamos lá então, por mãos à obra. Está no barco?”
    – Estaria se tivesse a certeza de lidar com céticos honesticidas como Hare…
    .
    “E do Bezerra de Menezes – espírito, o que o Sr. acha?”
    – Pelo que apontou Gélio Lacerda da Silva, até que ele criou juízo, já que abandonou o Rustenismo. A questão apenas fica em saber: como provamos que se tratava mesmo do espírito de Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti?
    .
    “Eu disse que você não assume as críticas LÁ no centro que frequenta.”
    – Ô meu! Eu estou lá para trabalhar, mas se alguém quiser discutir comigo, entro na briga.
    .
    Dedução lógico-matemática… Bem, o Crookes pôs a médium numa balança e usou outra para pesar a fantasma e viu que a perda de peso da médium era equivalente ao ganho pela fantasma. Então concluiu que a fantasma era produzida a partir da matéria da médium. E eu estou no aguardo da demonstração ilusionista do processo.
    .
    Eu prefiro “Não confunda Carola de Sá Leitão com caçarola de assar leitão”… Essa de dizer que os mortos estão tão preocupados com este mundo fica por sua conta. Sim, temos catastrofistas preocupadíssimos com o aquecimento global, mas a maioria não tá nem aí. Vamos é tocando a nossa vida. A mesma coisa eu digo dos espíritos.
    .
    Não tô nem aí com as fraudes ou supostas fraudes que atribuem ao Chico. A única coisa que me interessa é quando os resultados são positivos e não explicáveis por explicações fáceis.
    .
    “Não precisa explicar, basta pegar o material de Hare e testá-lo. Podemos, se quiser, tentar repetir o experimento. Daqui de longe me parece bem curioso: uma chapa de zinco sobre rolamentos de cobre permanecer extática enquanto a mesa pode debaixo dela se move… será que se movia só com Hare ou mover-se-á com todos?”
    – Ué? Eu não o estou proibindo de fazer o experimento você mesmo. O Faraday fez os seus argumentos, mas NÃO EXPERIMENTOU ELE MESMO. Vai que você faça e tenha uma surpresa? Aí quero ver você fazer esse experimento dar frutos por ter descrito sua causa com maravilhosa precisão…

  378. Gorducho Diz:

    Bem, o Crookes pôs a médium numa balança e usou outra para pesar a fantasma e viu que a perda de peso da médium era equivalente ao ganho pela fantasma.
     
    Só que estranhamente não se apercebeu que a resistividade deveria variar!
    Não sei obviamente o que pensavam acerca da resistividade dos materiais. Por isso queria obter a apostila que o Kardec usava no Liceu Politécnico. O Sr. não conhece alguém que a conheça, Professor?

  379. Gorducho Diz:

    Desde quando Robert Hare foi controlado pelos espiritualistas?
     
    As sessões descritas por Robert Hare muitas vezes eram realizadas nas casas dos próprios médiuns ou de espiritualistas, para onde o investigador costumava levar os seus dispositivos. [pg. 329]
    É óbvio que os “médiuns” tinham os cúmplices que engrupiam o velhote.
     
    Além disso, fica nítido que Hare sofria pressões do grupo para que aceitasse o espiritualismo, e sua imediata acolhida do fato de que um espírito era responsável por aquelas mensagens, mesmo sem que houvesse evidências satisfatórias para isso, poderia indicar que talvez ele já estivesse predisposto a aceitar o espiritualismo. [pg. 335]
     
    As citações são do livro da Juliana Hidalgo.
    É isso Professor. como falávamos acima, a fé religiosa transtorna a mente. Então na essência o Analista Antonio G. – POA tem razão, apenas devendo-se qualificar que é impossível um religioso ou místico, enquanto – e aí vem a qualificação adicional necessária – religioso ou místico – ser Cientista.
    É que vemos nessa salada-de-frutas que fazem alguns médicos que misturam a profissão com a religiosidade e tentam extrapolar pesquisas legítimas sobre as alucinações sofridas por pacientes me UTIs, &c.
    É isso.
    Vamos montar os experimentos então?

  380. Gorducho Diz:

    O Sr. Professor, aparentemente tem esse bom senso de não misturar seu misticismo c/seu trabalho.
    Separa o estudo da germinação das plantinhas do espiritismo.
    E no espiritismo, tem o bom senso de não arriscar experimentos, de formas a não correr o risco de ter sua fé abalada. Ou seja: separa completamente em partições mentais estanques seu lado cientista do seu lado místico.
    Assim se me afigura.

  381. Marcos Arduin Diz:

    Bem, considerando que as cargas elétricas tendem a passar pela PERIFERIA, já que cargas iguais se repelem, se eu usar um tarugo maciço e um oco de mesmo diâmetro e mesmo material, mas do qual foi retirada metade de sua massa na parte interna, a leitura de resistividade deve ser a mesma…
    .
    Ai, senhor meu pai… de novo essa velha desculpa? E como sempre ele jamais teria pensado nisso… Quem são mais idiotas? Os pesquisadores ou os céticos que acham que eles seriam idiotas?
    .
    “Além disso, fica nítido que Hare sofria pressões do grupo”
    – Ficou nítido para quem? E ele, que queria provar que o Modern Spiritualism era fraudulência do princípio ao fim, iria ceder a uma pressão desta? Ainda mais com a feroz crítica que sofreu de seus colegas?
    .
    “As citações são do livro da Juliana Hidalgo.”
    – Por que será que não estou surpreso?
    .
    “É isso Professor. como falávamos acima, a fé religiosa transtorna a mente.”
    – A fé cética também. Veja aí o Massimo Polidoro…
    .
    “Vamos montar os experimentos então?”
    – Ué? Pra que precisa de mim? Faça-os por sua conta e risco.
    .
    Bem, nada tenho que valha a pena experimentar no campo do Espiritismo. Então fico na minha.

  382. Gorducho Diz:

    Bem, considerando que as cargas elétricas tendem a passar pela PERIFERIA
     
    Ah! Finalmente alguma evolução na Ciência das Materializações! Quer dizer que só o miolo dos átomos do médium – prótons + nêutrons – é que são cedidos p/produzir o fenômeno. Como a corrente em geral depende dos elétrons, não será afetada!
    Muito bem explicado, muito científico: bem ao nível da Ciência Espírita. :mrgreen:

  383. Marcos Arduin Diz:

    Não pedrobó…
    Os íons no sangue do médium é que fazem a condução e não seria necessária a concentração total para que ela se dê…

  384. Gorducho Diz:

    Como é que os íons da sangre só vão fazer a condução? Quer dizer então que o Crookes enfiava agulhas (“eletrodos”) dentro das veias da Florrie e da Annie?
    Que horror!
    Eu achei sempre que elas seguravam os com a pele 🙁

  385. Gorducho Diz:

    E a concentração espacial volumétrica de íons na sangre se mantém inalterada durante a retirada do material p/formar o ectoplasma.
    Justamente característico da Ciência Espírita: os fenômenos ocorrem de acordo c/o desejo do Crente, de formas a não contrariar a epifania Religiosa.

  386. MONTALVÃO Diz:

    Arduin,
    .
    Agora que abriu os olhos em relação à “bibliografia” que NÃO consta no livro de Houdini, e que dissera existir, pode ser que os abra em relação ao fato de que o autor fez excelente trabalho ao desmascarar médiuns e demonstrar que não há evidências satisfatórias de que espíritos comunicam.
    .
    Na época que Houdini escreveu seu livro não era de uso citar a bibliografia consultada. Tenho a impressão de que esse procedimento passou a ser comum a partir da década de 1950.
    .
    Vamos, a seguir apresentar o retrospecto da discussão desse ponto, seguido dos comentários (atuais) que se fizerem pertinentes.
    /
    /
    MONTALVÃO DISSE: agora o problema é Houdini não ter lido nada de Crookes: como foi que descobriu isso talvez nem você saiba.
    .
    ARDUIN DISSE– Sei sim: o livro publicado por Houdini NÃO TRAZ qualquer REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA de Crookes, indicando que Houdini nada leu do que o cientista escreveu. Outra indicação é que a médium revelou-lhe um truque que NADA explica do que ocorreu no experimento publicado. Se Houdini houvesse lido esse relatório, saberia disso.
    .
    MONTALVÃO: ah, agora entendi: está dizendo que as “referências bibliográficas” Houdini nada falam de Crookes. Apesar disso não ser determinante, pois ELE PODERIA TER LIDO PRODUÇÕES DO CIENTISTA E NÃO ACHADO RELEVANTE CITÁ-LAS, mesmo assim, peço-lhe que descreva a bibliografia citada no livro de Houdini. Faça isso, porque é muito importante para a resolução desse tópico.
    .
    ARDUIN DISSE: Estou no serviço agora, enquanto aguardo um aluno chegar, estou respondendo. Mas DEPOIS EU REPASSO A LISTA BIBLIOGRÁFICA DO LIVRO.
    boa fantasia a sua: HOUDINI LEU, MAS NÃO ACHOU RELEVANTE CITAR. NÃO SERIA ESTE MAIS UM PONTO PARA DESMORALIZAR O CIENTISTA QUE ELE DESMORALIZAVA?
    .
    MONTALVÃO: primeiro quero ver a bibliografia do livro Um Mágico contra o Espiritismo, depois me pronuncio…
    .
    COMENTÁRIO atual: Arduin tenta, por todos os meios, por todos os lados, mostrar que Houdini fora incompetente na análise que fez das pesquisas de Crookes. Sabemos que sua apreciação é por inteiro injusta, visto que William Crookes nada de produtivo produziu em suas investigações da espiritualidade, a não ser dar prova de que seja fácil ludibriar homens de boa formação que ousam incursionar em seara diferente da de suas áreas de atuação.
    .
    Uma das “falhas gritantes” seria não ter citado nenhuma obra de Crookes na “bibliografia” que, agora descobriu ser inexistente no livro de Houdini e, provavelmente, não fosse procedimento adotado por escritores naquele tempo.
    .
    Então, em vez de concluir saudavelmente que o trabalho de Crookes não rendeu frutos, o que demonstra que se tratou de investigação infértil, insiste pateticamente em advogar, de forma muito confusa, que o cientista descobriu “alguma coisa”, sem ter a ousadia de noticiar claramente o que seja essa coisa.
    /
    /
    ARDUIN atual: Bem, apenas para concluir, verificando o livro A magician among the spirits, do Houdini, NOTEI QUE ELE NÃO LISTA AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NO FINAL DA OBRA, mas a coloca de forma dispersa nas notas de rodapé. Bem, sobre Crookes há nenhuma referência, portanto.
    .
    COMENTÁRIO: bela tentativa, mas o que diz ser “bibliografia dispersa” são, em realidade, notas explicativas que o autor achou por bem apôr para melhor esclarecer alguns pontos de sua explanação. Nada a ver com bibliografia. Fica patente, pois, que o argumento de que “Houdini nada leu de Crookes, porque sequer o cita nas referências bibliográficas” é mais que exagerado: completamente equivocado.
    .
    Só lhe falta admitir estar enganado a respeito de William Crookes ter achado, na investigação espiritualista, qualquer coisa merecedora de registro. Tudo o que o cientista demonstrou foi que se deixou engodar tristemente. E isso ele próprio percebeu no decorrer do tempo, tanto que evitou discussão posterior relativa aos seus estudos: apenas emitiu esparsos comentários, alegando que “não se arrependia de nada”. É mais provável que se Crookes estivesse convicto de ter chegado a fecho produtivo defenderia com firmeza suas descobertas e procuraria solidificá-las de modo a calar seus detratores. A velha e esfarrapada desculpa, de que William estava cansado de não ser acreditado e, também os espíritos estivessem de saco cheio perante tanta incredulidade, e ambos concluíssem que “não precisavam provar nada para ninguém”, precisa ser urgentemente abandonada, visto não fazer o menor sentido.
    .
    Paro aqui com Crookes, embora desconfie que sua paixão por ele permaneça tal qual sempre foi…

  387. Marcos Arduin Diz:

    Balofo, a maior resistência do corpo humano à corrente elétrica é dada pela pele: o sangue e os fluidos corporais são condutores por conta os íons presentes. Se a produção do ectoplasma leva água e proteínas,etc e tal, mas a concentração de íons permanece inalterada, então a condutividade elétrica não deveria se alterar significativamente. Se eu tiver uma solução de sal 1 molar num volume de 1 litro num frasco, a condutividade será X. Se retirar metade dessa solução, a condutividade deve continuar X. Certo?
    .
    Sei não Malvadão, pois já vi trabalhos do século XIX que trazem referências bibliográficas. Em Ciência isso é comum. Agora como Houdini nada tinha de científico, era só um homem show, então talvez não tivesse mesmo esse cuidado. Mas no que isso muda? Se ele tivesse mesmo lido o que Crookes publicou, saberia que o truque de substituir uma mão por uma dobra de joelho NÃO EXPLICARIA os eventos registrados. Mas como ele aceitou ou inventou essa, então é a prova provada de que ele não leu nada mesmo do que Crookes escreveu.
    Fim de papo.

  388. Gorducho Diz:

    Grassouillet a maior resistência do corpo humano à corrente elétrica é dada pela pele: o sangue e os fluidos corporais são condutores por conta os íons presentes. Se a produção do ectoplasma leva água e proteínas,etc e tal, mas a concentração de íons permanece inalterada, então a condutividade elétrica não deveria se alterar significativamente. Se eu tiver uma solução de sal 1 molar num volume de 1 litro num frasco, a condutividade será X. Se retirar metade dessa solução, a condutividade deve continuar X. Certo?
     
    Certo na mente dos Crentes que ajustam o universo à Crença. Supondo que a médium ficasse aprox. com o mesmo volume – é o que o Crookes diz que a viu-a, apesar de sabermos que não foi bem assim, lembra a história da foto onde a cara dela está tapada e ele mente que viu-a? – então é de se esperar que variasse a resistividade.
    Em particular: por que os “espíritos” não iriam mexer nos íons???
    Como tudo no Espiritismo, inventa-se qq cousa p/justificar a Crença. O que ocorreu é que o Crookes não se lembrou da resistividade, ou não tinham maiores teorias acerca disso.

  389. Gorducho Diz:

    Quando o Sr. fala n’1 molar n’1L, o Sr. está implicitando uma mesma densidade p/a água. Não é o que ocorreria retirando matéria de dentro das veias mantendo o volume corporal. Ou seja: os espaços entre os átomo, ions &c. aumentaria.

  390. MONTALVÃO Diz:

    .
    “Não precisa explicar, basta pegar o material de Hare e testá-lo. Podemos, se quiser, tentar repetir o experimento. Daqui de longe me parece bem curioso: uma chapa de zinco sobre rolamentos de cobre permanecer extática enquanto a mesa pode debaixo dela se move… será que se movia só com Hare ou mover-se-á com todos?”
    .
    ARDUIN – Ué? Eu não o estou proibindo de fazer o experimento você mesmo. O Faraday fez os seus argumentos, mas NÃO EXPERIMENTOU ELE MESMO. Vai que você faça e tenha uma surpresa? Aí quero ver você fazer esse experimento dar frutos por ter descrito sua causa com maravilhosa precisão…
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    COMENTÁRIO: tá certo, podemos repetir os experimentos, mas só para constatar o óbvio: que espíritos não comunicam, sejam por mesas ou outros objetos, nem mesmo por médiuns. Não vejo lucro em realizar aferições com matéria inerte, que não gira mais (e o fracasso poderá ser atribuído a esse fato), se se pode fazer o mesmo com a mediunidade “moderna”, conclamando “médiuns” a cooperaram na demonstração de que mortos caminhem (voem?) em meio aos vivos. Demonstrando-se que espíritos não dão provas de estarem presentes em condição alguma, teremos derribado a falsa crença de que comunicaram por meio de objetos inanimados, quais mesas.
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    De qualquer modo, há que retificar sua declaração de que “Farady não realizou experimento algum, apenas argumentou”. Está equivocado, foi relatório das experiências de Farady que acabou levando Robert Hare a mergulhar na crendice.
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    Hare era um dos grandes químicos de sua época, prestigiado e respeitado. Convidado a opinar publicamente sobre as mesas girantes respondeu que o testes de Farady eram sufientes para revelar a superstição. Foi aí que um leitor desafiou o químico a, em vez de se fiar em experiência alheia, que fosse ele próprio conferir como as coisas funcionavam. Hare não se fez de rogado: foi. Foi assim que, aos 72 anos de idade, o cientista se deslumbrou com o que viu e tornou-se férreo defensor da ação dos espíritos entre os vivos.
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    O interessante é que médiuns hoje em dia não demonstram a coragem dos tempos passados, em que os envolvidos com a mediunidade pareciam não temer que suas certezas fossem postas à prova. Na atualidade quando se conclama medianeiros a se articularem com seus espíritos comunicantes em testes cuja presença dos invisíveis se faça demonstrada o que se ouvem são respostas evasivas e desculpas rotas.
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    Entretanto, a história de Hare tem capítulos que não são divulgados pelos crentes. Depois de convertido, o cientista passou a participar ativamente de sessões espíritas. Em algumas delas, homens não tão crédulos quanto o comum dos frequentadores expressavam suas desconfianças de que as “giradas de mesa” fossem produzidas com truques. Ao que Hare rebatia, conandoylicamente, que os médiuns eram pessoas ilibadas, honestos à toda prova. Aliás, é interessante conhecer o depoimento de Doyle a respeito do caso. Confira:
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    CONAN DOYLE: “O corajoso relatório do Professor Hare provocou uma desgraçada perseguição a esse venerável cientista, que era então, com exceção de Agassiz, o mais conhecido homem de ciência da América. OS PROFESSORES DE HARVARD – A UNIVERSIDADE QUE TEM O MENOS INVEJÁVEL REGISTRO EM ASSUNTOS PSÍQUICOS – toma uma resolução de o denunciar e a sua “insana adesão à gigantesca mistificação”. Ele não podia perder a sua cátedra na Universidade da Pensilvânia, por isso que a ela havia renunciado, mas sofreu muito na sua reputação.
    [COMENTÁRIO: Doyle ataca a Universidade de Harvard porque foi nela que boa parte dos desmascaramentos de médiuns consagrados se realizou]
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    “O coroamento e o mais absurdo exemplo de intolerância científica – uma intolerância que foi sempre tão violenta e desarrazoada quanto a da Igreja Medieval – foi dado pela Associação Científica Americana. Esse corpo científico berrou contra o Professor Hare, quando àquele se dirigiu, e estabeleceu que o assunto era indigno de sua atenção.
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    Entretanto OS ESPÍRITOS REGISTRARAM que aquela sociedade, na mesmíssima sessão, teve um animado debate para saber por que os galos cantavam entre meia-noite e uma da manhã e que, finalmente, haviam chegado à conclusão de que, especialmente naquela hora, passa pela Terra uma onda de eletricidade, na direção norte-sul, e que as aves, despertas de seu sono e “tendo uma natural disposição para cantar”, registram o acontecimento dessa maneira.”
    [COMENTÁRIO: segundo Conan Doyle, os “espíritos” ficaram mordidos porque a academia aceitava debater questões atinentes aos galos e recusava discutir as mesas girantes.]
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    “AINDA NÃO SE HAVIA APRENDIDO – E DIFICILMENTE TERÁ SIDO APRENDIDO – QUE UM HOMEM, OU UMA SOCIEDADE, PODEM SER MUITO SÁBIOS EM ASSUNTOS DE SUA ESPECIALIDADE E, ENTRETANTO, MOSTRAR UMA EXTRAORDINÁRIA FALTA DE SENSO COMUM AO DEFRONTAREM UMA NOVA PROPOSIÇÃO, QUE REQUER UM COMPLETO REAJUSTAMENTO DE IDÉIAS.”
    [COMENTÁRIO: Conan Doyle talvez não tenha percebido a implicação do que declarou, que confirma o que vimos aqui dizendo: homens altamente reputados em suas áreas de saber podem naufragar inapelavelmente quando se acreditam habilitados em diligenciar sobre assuntos aos quais não estejam afeitos. O que Doyle utiliza para defender Robert Hare, em realidade, significa a condenação de muitos cientistas, quais o próprio Hare, Crookes, Richet, etc., pois é fato que estes se meteram em sítios estranhos à perquirição científica e de lá saíram muito chamuscados.]
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    “A ciência inglesa e, na verdade, a ciência do mundo inteiro, mostrou a mesma intolerância e falta de elasticidade que marcou aqueles primeiros dias na América.”
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    [COMENTÁRIO: o erro dos homens de ciência, que recusaram “perder tempo com tolices” foi não ter percebido que, agindo assim, concediam munição aos crédulos para utilizarem argumentos quais o aplicado por Doyle. E que até hoje é repetido por pessoas de vários níveis culturais, caso do Arduin, emérito professor a prolatar argumentos débeis. Ao alegar que a ciência tem má vontade para com as coisas do espírito, indiretamente, afirmam que seja tudo verdadeiro: a sabedoria humana só não reconhece porque não quer. Entretanto, a realidade é bem distinta: compreende-se que a ciência não pretenda investir tempo investigando o já tem razões sobejantes para concluir tratar-se de irrealidade. Por outro lado, tanto os mediunistas quanto os céticos leigos (caso de muitos de nós aqui) poderiam e podem levar adiante testes simples e achar respostas firmes. Se essas respostas forem favoráveis à realidade mediúnica, cabe aos cientistas espíritas produzir teorias preditivas e replicáveis, de modo que a linha dominante da ciência não fique alheia aos fatos.
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    Se, ao contrário, as testagens mostrarem (como certamente mostrarão) a insustentabilidade da fé mediúnica, será trabalho dos mais produtivos, pois não precisaremos tirar cientistas de seus afazeres para conferir o óbvio: que espíritos não comunicam. Mas, o que sucede, ó meu jejuno, ceco e íleo? Quando se propõe algo assim, os mediunistas dizem que tá na hora da sessão espírita e desaparecem…]
    .
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  391. Marcos Arduin Diz:

    Balofo, se os vasos sanguíneos se contraem para acompanhar a perda de volume de água e de outras substâncias do plasma, de forma que a concentração iônica não se altere drasticamente, então fica tudo igual na leitura da resistência.
    .
    Malvadão, eu não fui claro: não quis dizer que o Faraday não experimentou. Ele fez experimentos sim com médiuns ou supostos médiuns e saiu dizendo que a causa era um ENTORPECIMENTO dos músculos que lhes tirava a sensibilidade e daí os supostos médiuns faziam a mesa mover inconscientemente, etc e tal. O que eu quis dizer é que ele NÃO EXPERIMENTOU POR SI MESMO para ver se seus dedos e braços ficavam entorpecidos e inconscientemente ele começava a mover a mesa e produzir daí mensagens inteligíveis por conta desse processo. Ele ARGUMENTOU que seria isso o ocorrido…
    .
    Pior registro de investigação de médiuns? Por tê-los desmascarado? Acaso o Doyle aí dizia que todos os médiuns sempre eram autênticos nunca dados a fraude? A julgar pelo caso de Hare, o pior registro se devia ao fato de NADA QUEREREM VER E JÁ TEREM A OPINIÃO FEITA sobre o tema.
    .
    Quanto aos galos, basta consultar as atas de Harvard e saber se houve mesmo uma discussão neste sentido no dia em que se recusaram ler o Hare escreveu. Teria sido uma coisa que o Doyle poderia investigar, já que esteve ao menos uma vez nos EUA…
    .
    Teriam saído chamuscados se houve sido provado que se enganaram miseravelmente com as pesquisas feitas, mas quando se vai verificar as fontes dos enganos ficamos na palavra do ladrão Areski, da confissão do Bois e do Anderson, na bravata do Dickson…
    .
    Realmente é muito chato para os incrédulos que os poucos cientistas que decidiram investigar essa coisa endossassem ter visto fenômenos (embora muito poucos os atribuíssem a espíritos…). Daí então têm de se socorrerem naqueles que NUNCA VIRAM COISA ALGUMA, NEM EXPERIMENTARAM COISA ALGUMA e acham que, pela força dos números, estão com a verdade. Faz-me lembrar uma pichação de centro acadêmico nos tempos do Figueiredo: _ Coma lixo; 33 milhões de famintos não podem estar errados.

  392. Gorducho Diz:

    Só que NÃO É ISSO QUE O CROOKES ALEGA!
    Ele alega ter visto-a com a lâmpada fosforescente e implicitamente deixa claro que não está “reduzida” volumetricamente.
    Se o caminho médio ficar maior devido à remoção de fluído universal desquintessenciado do corpo do médium, em princípio deveria haver provavelmente um aumento da condutividade, como ocorre quando se baixa a pressão nos gases. De qualquer sorte, seja aumentando ou diminuindo, o que não é plausível é supor que nada ocorra só porque eles ainda não tinha imaginado a história da sessão de ectoplasma!

  393. Gorducho Diz:

    12/3/74…
    Not more than three seconds elapsed between my seeing the white-robed Katie standing before me and my rising Miss Cook on to the sofá from the position into which she had fallen.
     
    Na sequência da séance, KK pede p/apagar a lâmpada a gás; Crookes usa a fosforescente:
     
    I closely followed her into the library, and by the light of my lamp saw Miss Cook lying on the sofa just as I had left her.
     
    Está muito claro que não se tratava da Florrie reduzida volumetricamente, ou o Crookes era infinitamente mais idiota do que nos cá conseguimos imaginar!

  394. Marcos Arduin Diz:

    Já falei aqui de técnicas melhores ou piores para se fazer a desidratação de amostras biológicas para serem observadas ao microscópio eletrônico de varredura. A melhor delas é a liofilização, que dá o mínimo de distorção e perda volumétrica.
    Balofo, só se pode falar do que se observa: Crookes notou que a médium perdia peso na mesma proporção que a fantasma ganhava. Se externamente não se observavam mudanças volumétricas, isso é um dado cuja explicação era difícil de se dar, mas foi o que se observou. Fazer o que se contra fatos não há argumento?
    Se não era a Florence, então quem era? Lembro-o de que ele tomou os cuidados para que ninguém entrasse no gabinete e mantinha convidados e testemunhas ou parentes do médium à distância…

  395. MONTALVÃO Diz:

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    VLADIMIR Sputinik,
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    Recebi o livro escrito por seus amigos Jeffrey Long e Paul Perry (Evidências da vida após a Morte), estou iniciando a leitura. Dentro em breve tecerei comentários a respeito e responderei à sua última postagem a mim endereçada. Nesta oportunidade quero destacar comentário do Bem Nutrido.
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    Gorducho Diz: Meu plano, Analista VLADIMIR, era realfinetá-lo assim:
    Por mais $14.66 adquire-se também a prova que o Céu existe mesmo.

    http://www.bookdepository.com/Proof-Heaven-Dr-Eben-Alexander/9781451695199
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    Mas vi na resenha do NYT que o nome foi dado p/ajudar nas vendas, a contragosto do autor. Então fica um comentário da resenha que talvez (tenho alguma esperança…) lhe possa ser útil, sendo como de praxe o negrito meu: […]The fact that he is a neurosurgeon is no more relevant than if he was a plumber.”
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    E, perca a esperança se alguma vez a teve. O Sr. nunca vai convencer ninguém aqui a levar a sério essas pessoas que fazem salada-de-frutas mental entre suas profissões e Fé Religiosa.
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    COMENTÁRIO: pois é, nobre bem-alimentado, Eben Alexander consta da lista vladimireana de sujeitos que “têm a prova”, visto que ele foi ao céu, por lá excursionou e voltou para, anos depois, contar suas recordações. Enquanto a alma de Eben passeava pelos pastos celestes aqui na Terra seu cérebro era comido por bactérias. Isso dito pelo próprio, que, bem sabemos, é neurocirurgião, portanto, na ótica do Vladimir sabe o que diz…
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    Se quiser ler o livro em e-book, e em português, tenho-o, basta informar um endereço para que eu o envie. U$14,00 dá para tomar umas bramas enquanto se diverte com a leitura…
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    Se não interessar, envio, a seguir, entrevista que o felizardo viajante astral concedeu à Revista Época:
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    Eben Alexander III: “Estive no Céu e voltei para contar”
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    O neurocirurgião americano entrou em coma por causa de um tipo raro de meningite. Em seu novo livro, diz por que agora acredita na vida após a morte
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    MARCELA BUSCATO
    JORNADA
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    Eben Alexander III, de 59 anos, foi por 15 anos professor adjunto de neurocirurgia da universidade Harvard, nos Estados Unidos, e ocupou cargos semelhantes em outras universidades e hospitais. Diz ter ouvido de inúmeros pacientes que estiveram em estado grave relatos de encontros com familiares já mortos e descrições de paisagens celestiais – algo chamado pelos médicos de “experiência de quase morte”. Como a maioria de seus colegas, ele considerava as EQMs alucinações criadas pelo cérebro doente. Até que, em 2008, ele ficou em coma por sete dias, por causa de um tipo raro de meningite. A doença o levou à beira da morte e – segundo ele – às portas do Céu. A experiência mudou sua vida. ELE SE SEPAROU DA MULHER, deixou o trabalho de neurocirurgião e montou uma ONG, a Eternea, para investigar experiências semelhantes. Na semana passada, esteve no Brasil para lançar seu novo livro, HÁ 23 SEMANAS UM DOS MAIS VENDIDOS NOS ESTADOS UNIDOS, e falou com ÉPOCA.
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    ÉPOCA – O que o senhor experimentou durante o coma?
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    Eben Alexander III – Estive em dois lugares diferentes. Chamo o primeiro de núcleo, um mundo subterrâneo, onde estava imerso no que parecia uma gelatina escura. Não tinha corpo, memória nem identidade. Algumas pessoas sugeriram ser o Purgatório. Se eu tivesse ficado só nesse lugar, teria passado pelo que chamam de experiência de quase morte infernal. Entre 3% e 4% das pessoas relatam esse tipo de jornada. Essa é a experiência incompleta. A segunda parte de minha jornada foi muito mais prazerosa, quando entrei num lindo vale, adorável, celestial, carregado pelas asas de uma borboleta.
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    ÉPOCA – Como foi isso?
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    Alexander – É muito importante especificar que não é uma borboleta terrena. É apenas a melhor palavra para descrever o que vi. Eu e uma menina de olhos azuis profundos que encontrei nesse vale andávamos sobre uma superfície intrincada, de cores indescritíveis, como as asas de uma borboleta. Algumas pessoas dizem que exagerei. Mas não inventei nada, só estou relatando o que aconteceu. Foi reconfortante quando li o trabalho de Elisabeth Kübler-Ross (psiquiatra suíço-americana que desenvolveu a teoria dos cinco estágios do luto). Ela encontrou desenhos de borboletas na madeira dos barracões onde crianças judias viveram seus últimos dias durante o Holocausto. Ao acompanhar milhares de pacientes terminais ao longo dos anos, ela percebeu que as borboletas eram um símbolo frequente. Recentemente, li sobre um tornado que passou pelo Estado americano do Missouri há alguns anos. Crianças sobreviventes pintaram um painel sobre a tragédia e desenharam muitas borboletas. Elas diziam que tinham sido resgatadas por esses anjos-borboleta durante o tornado.
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    ÉPOCA – Então, o segundo lugar em que o senhor esteve era o Céu?
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    Alexander – Eu diria que sim. Na segunda parte de minha experiência, estive num vale, uma espécie de portal para o Céu. Esse vale tem muitos elementos considerados terrenos: cachoeiras, flores desabrochando, milhões de borboletas muito coloridas. Mas o Céu não é só aquele portal. O Céu são múltiplos universos, numa dimensão superior, separada totalmente no espaço e no tempo da dimensão em que vivemos. Fui carregado para um lugar cheio de nuvens fofas. Seres deslumbrantes se deslocavam em arcos, deixando rastros. Havia uma música majestosa, como um grande coral angelical, impossível de descrever. Ao avançar, entrei num imenso vazio, escuro, mas repleto de luz. Havia uma órbita viva, uma esfera brilhante, que funcionava como um intérprete entre mim e uma presença extraordinária. Era um ser onisciente, onipresente e incondicionalmente amoroso. No livro, eu o chamo de Om, o som que lembro ter ouvido. Pode ser Deus, o Criador ou o nome que se queira dar.
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    ÉPOCA – O senhor percebe como essa descrição parece cheia de clichês?
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    Alexander – É muito complicado resgatar essa experiência e traduzi-la em palavras terrenas. É como tentar escrever usando metade do alfabeto. Lá, não existe linguagem. As respostas são dadas numa explosão de luz, cor, amor e beleza. É como um fluxo de conceitos que você apreende instantaneamente. Os céticos se prendem a esses detalhes e, por isso, não se permitem entender o significado maior da experiência. Se você vir um espírito num corpo de luz, os cristãos dirão que é Cristo, os muçulmanos dirão que é Maomé, e os ateus não saberão identificar, porque não acreditam em nada. Mas todos verão a mesma imagem. Os céticos se recusam a acreditar porque acham que, se você viu Deus, não pode ser verdade.
    “Se eu não tivesse conhecimento científico, talvez tivesse dado ouvidos a meus médicos e deixado de lado as ‘memórias bizarras’”
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    ÉPOCA – O senhor acha que, por ser neurocirurgião, seu relato tem mais credibilidade?
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    Alexander – Um médico disse que não faz a mínima diferença se sou neurocirurgião ou encanador. Se fosse encanador e não tivesse conhecimento científico, talvez tivesse dado ouvidos a meus médicos. Eles disseram para eu deixar de lado as “memórias bizarras”, porque o cérebro doente cria ilusões. ACONTECE QUE MEU CÉREBRO IMERSO EM PUS NÃO TERIA CONDIÇÕES DE CRIAR UMA ALUCINAÇÃO – muito menos a experiência ultrarreal e rica que tive.
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    ÉPOCA – Seus colegas médicos dizem que, em seu estado, o senhor poderia perfeitamente alucinar…
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    Alexander – Revisei meus prontuários e exames e PERCEBI QUE NÃO TINHA NENHUMA ATIVIDADE NO NEOCÓRTEX, A PARTE DO CÉREBRO QUE CONTROLA PENSAMENTOS E EMOÇÕES. Naquele estado, meu neocórtex não seria capaz de sustentar consciência, sonho ou alucinação. Por isso, tenho certeza de que a experiência aconteceu fora de meu cérebro.
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    ÉPOCA – Ela não pode ser resultado do funcionamento do cérebro quando ele estava se recuperando, nos últimos dias do coma?
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    Alexander – No fim de minha jornada, quando estava voltando à vida terrena, vi seis faces que acabaram sendo muito importantes para entender o que aconteceu comigo. Cinco dessas pessoas estavam fisicamente presentes no quarto, ao redor de minha cama, nas últimas 18 horas de meu coma. Não me lembro de ninguém que esteve em volta de meu leito em meus quatro primeiros dias de coma. ISSO SUGERE QUE MINHA JORNADA ACONTECEU ENTRE O PRIMEIRO E O QUINTO DIA DO COMA, NÃO NO SÉTIMO DIA, QUANDO MEU CÉREBRO ESTAVA SE RECUPERANDO E ESSAS PESSOAS ESTAVAM EM VOLTA DE MEU LEITO. Depois que recobrei a consciência, tive pesadelos. Fiquei 36 horas num estado confuso, paranoico. Essas alucinações eram bem diferentes: nebulosas, cheias de linguagem, enquanto minha jornada não tinha linguagem e foi ultravívida. As memórias dessas alucinações foram se apagando, porque foram criadas pelo cérebro físico. Só lembro agora, porque as escrevi assim que me recuperei. As memórias de minha jornada continuam nítidas, como se tivessem ocorrido ontem, porque são resultado de uma experiência transcendental.
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    ÉPOCA – A SEMELHANÇA DOS RELATOS DE QUASE MORTE DE DIFERENTES PESSOAS NÃO SUGERE QUE EXISTE UM MECANISMO CEREBRAL COMUM?
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    Alexander – AS SEMELHANÇAS SUGEREM QUE SÃO VERDADEIROS, porque, mesmo causadas por inúmeras condições médicas, que afetam o cérebro de maneira diferente, as experiências são parecidas. ELAS SUGEREM QUE O ANTIGO MODELO DESCRITO PELA CIÊNCIA – O CÉREBRO CRIA A CONSCIÊNCIA – É FALSO. Acho que a ciência está prestes a entender isso. Em uma ou duas décadas, acontecerá o mesmo com essa crença simplista que aconteceu com o pensamento “a Terra é plana” ou “o Sol gira em torno da Terra”.
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    ÉPOCA – Como o senhor explica a consciência, a partir de sua nova perspectiva?
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    Alexander – Compartilhamos uma consciência divina. É o que as pessoas chamam de Deus. Nosso cérebro é como uma válvula redutora, que nos dá a ilusão do presente, da realidade que vivemos. É como se tentássemos enxergar a grande dimensão do Universo durante o dia, quando o Sol está brilhando. As outras estrelas não aparecem, e pensamos que não existe nada além, quando, na verdade, há muito mais. Só entendemos a verdadeira dimensão do Universo quando o observamos à noite.
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    ÉPOCA – Antes de sua experiência, o senhor era cético?
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    Alexander – Cresci numa casa com ciência e religião. Meu pai era neurocirurgião e tinha uma crença espiritual forte. Eu costumava ir à igreja. Queria muito acreditar em Deus e fazia minhas preces. Também tinha fé na ciência, achava que era um caminho para a verdade. Agora, percebi que a ciência precisa ter fronteiras mais amplas se quiser explicar toda a realidade.
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    http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2013/04/eben-alexander-iii-estive-no-ceu-e-voltei-para-contar.html

  396. MONTALVÃO Diz:

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    ARDUIN: Malvadão, eu não fui claro: não quis dizer que o Faraday não experimentou. Ele fez experimentos sim com médiuns ou supostos médiuns e saiu dizendo que a causa era um ENTORPECIMENTO dos músculos que lhes tirava a sensibilidade e daí os supostos médiuns faziam a mesa mover inconscientemente, etc e tal. O que eu quis dizer é que ele NÃO EXPERIMENTOU POR SI MESMO para ver se seus dedos e braços ficavam entorpecidos e inconscientemente ele começava a mover a mesa e produzir daí mensagens inteligíveis por conta desse processo. Ele ARGUMENTOU que seria isso o ocorrido…
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    COMENTÁRIO: e nem precisava experimentar consigo, a experiência com terceiros pode ser mais esclarecedora que a pessoal, visto que os sentidos tendem a iludir o testador, embora eu ache que isso dificilmente aconteceria com Farady, mas, de certa forma, ocorreu com Robert Hare, que se deixou enlevar ao contemplar uma mesa “inteligente” e sucumbiu à ilusão.
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    Hoje, a descoberta de Farady é clássica na psicologia e é chamada “efeito ideomotor”, exaustivamente testada e confirmada, inclusive os rabdomancistas (aqueles que seguram uma varinha por meio da qual acreditam acharão água e outras coisas), e os que usam pêndulos sobre mapas, para achar gente e mercadorias desaparecidas (radiestesistas), são “vítimas” dessa natural reação psicomuscular.

  397. MONTALVÃO Diz:

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    ARDUIN: Teriam saído chamuscados se houve sido provado que se enganaram miseravelmente com as pesquisas feitas, mas quando se vai verificar as fontes dos enganos ficamos na palavra do ladrão Areski, da confissão do Bois e do Anderson, na bravata do Dickson…
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    COMENTÁRIO: Esqueceu de dizer: “estes exemplos (Areski, du Bois, etc.) apenas para citar algumas das muitas denúnciasde fraudes perpetradas por médiuns.” Além do fato (também pode usar essa como se fosse sua) de que os acontecimentos antigos são irrepetíveis na atualidade, demonstrando que algo está muito errado nas alegações vetustas da ação de mortos dentre os vivos: se hoje não agem por que teriam agido ontem? O que o passado tem melhor que o presente, afora melhores condições para que malandros prosperassem?
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    Cai na real, qual o Real caindo está…

  398. MONTALVÃO Diz:

    Arduin,
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    O que você acha das EQM? Acredita que provam a sobrevivência e viagens ao além, com direito a um lero com parentes, amigos falecidos e seres de luz?
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    Se acreditar nisso, junte-se ao Vladimir e deixe o frustrado e silente Crookes descansar em paz, use a modernidade para comprovar crenças milenares, até aqui carecentes de evidências satisfatórias.
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    Será mais fácil para todos nós conversar nessa linha.

  399. Marcos Arduin Diz:

    Malvadão, ACUSAÇÕES de fraude contra os médiuns eu posso no máximo levar em consideração quando o flagra foi dado por quem PESQUISAVA a coisa. Agora acusações vindas da confissão de gente que nem estava presente aos eventos são coisa para nutrir a desesperada fé cética no seu negativismo. MAIS NADA.
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    E quanto a EQM, deixo para quem está envolvido no assunto. Não vou me meter a falar do que não sei. Se houver piadas céticas travestidas de refutações sérias, talvez eu me interesse futuramente.

  400. MONTALVÃO Diz:

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    Marcos Arduin Diz:
    Malvadão, ACUSAÇÕES de fraude contra os médiuns eu posso no máximo levar em consideração quando o flagra foi dado por quem PESQUISAVA a coisa. Agora acusações vindas da confissão de gente que nem estava presente aos eventos são coisa para nutrir a desesperada fé cética no seu negativismo. MAIS NADA.
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    COMENTÁRIO: vejo que está se aproximando da realidade e do presente. Se não se pode garantir hoje o que o passado diz, temos que experimentar com quem disponível contemporaneamente, a fim de confirmar se, na questão em pauta (ação de espíritos no mundo material), essa suposta verdade é verdadeira.
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    Então, insisto: vamos laborar com material ora disponível: se com eles chegarmos ao sucesso teremos fortes razões para concordar com o as conclusões dos pioneiros. Caso contrário, se a mediunidade atual se mostrar humana, demasiado humana, então já viu, né? Pode botar Crookes, Richet, Geley, Gibier, Bozzano e seus 200 “cientistas”, tudo num saco e despejar ribanceira abaixo: não descobriram nada…
    .
    Reflita.

  401. Marcos Arduin Diz:

    Reflita você, Malvadão: você pode chamar ilusionistas, mostrar o que Crookes & Cia Bela anotaram e concluíram e pedir a eles que refaçam esses experimentos, reproduzindo por fraude o que o Crookes não conseguiu achar devido à sua suposta ignorância no assunto. Fazendo isso, você já ganha pontos a seu favor, sem nem precisar de médiuns ou espíritos. Não se esqueça de dizer a eles que supostamente tal e qual médium confessou fraude assim ou assado, tipo a Eva Fay a Houdini e que o ilusionista teria de, reproduzindo a fraude confessa, fazer tudo igualzinho Crookes registrou.
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    Agora se você quer tanto, se é que quer mesmo, ver as coisas de médium acontecendo na sua cara, vá a centros espíritas, apresente seus projetos aos médiuns que neles atuam e veja se obtém algo de positivo (ou negativo, como tanto deseja…).

  402. MONTALVÃO Diz:

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    Marcos Arduin Diz: Reflita você, Malvadão: você pode chamar ilusionistas, mostrar o que Crookes & Cia Bela anotaram e concluíram e pedir a eles que refaçam esses experimentos, reproduzindo por fraude o que o Crookes não conseguiu achar devido à sua suposta ignorância no assunto. Fazendo isso, você já ganha pontos a seu favor, sem nem precisar de médiuns ou espíritos. Não se esqueça de dizer a eles que supostamente tal e qual médium confessou fraude assim ou assado, tipo a Eva Fay a Houdini e que o ilusionista teria de, reproduzindo a fraude confessa, fazer tudo igualzinho Crookes registrou.
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    COMENTÁRIO: desnecessário esse trabalhão todo. Sem contar que dificilmente se acharia quem disposto a reprisar os vetustos experimentos crookianos. O tempo testemunhou contrariamente às alegadas descobertas do cientista inglês. Nada do que ele teria verificado se confirmou. Só mesmo teimosos não veem essa realidade. Se espíritos se materializassem teríamos presentemente o assunto esclarecido. Não temos nada esclarecido, ao contrário: o mistério aumentou. Portanto espíritos não se materializam. Sua saída seria postular que se materializaram com Crookes (e talvez com Richet, Bozzano e mais alguns) depois encerraram atividades. Mas, parece que nem você tem coragem de defender tal argumento doudo.
    ./
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    ARDUIN: Agora se você quer tanto, se é que quer mesmo, ver as coisas de médium acontecendo na sua cara, vá a centros espíritas, apresente seus projetos aos médiuns que neles atuam e veja se obtém algo de positivo (ou negativo, como tanto deseja…).
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    COMENTÁRIO: até parece que você não seja espírita e médium. Onde é que um visitante irá conseguir “algo de positivo” num centro espírita? No seu centro eu conseguiria alguma coisa? Veja a dificuldade que aqui temos de fazê-lo sequer aceitar a ideia de que médiuns deveriam ser testados objetivamente, de modo a darem provas de que espíritos estão presentes. Note bem: aceitar a ideia… Imagina aceitar a realização de testes reais? E você é médium de formação cultural acima da média, mesmo assim não compreende a importância do procedimento, o que não diriam outros menos esclarecidos? Provavelmente eu seria expulso do centro a tapas.
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    Ninguém vai correr o risco de ver sua fé soçobrar. Mesmo assim, a recusa de mostrar espíritos presentes entre vivos já basta para dar a resposta, ou seja, espíritos não comunicam. Se os médiuns estivessem plenamente conscientes de que falam com mortos não temeriam submeter os espíritos a testes de presença.
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    Desse modo, fica patente que a discussão sobre a legitimidade das materializações havidas em presença de Crookes é inócua: sabendo-se que espíritos não comunicam com vivos de jeito maneira as dúvidas a respeito do passado ficam alumiadas.
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    Pense.

  403. Marcos Arduin Diz:

    Você se escuda atrás dessa afirmativa de que os fenômenos não tiveram continuidade nos dias de hoje. O fato de supostamente não serem observados nos dias de hoje é prova, para você, de que então nunca existiram, certo?
    Bem, cá comigo eu vou pelo que também se observou: tais fenômenos objetivos, por contradizerem o esperado tanto por figurões da Ciência, como pelos figurões da fé, não encontraram eco. Como sua causa vinha de entes humanos, estes viram que não estavam agradando e aí enfiaram a viola no saco. A questão é da utilidade dos dito cujos: mesmo que aparecessem a você, de que isso ia servir para convencer aos outros?
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    Nos centros espíritas, você poderia, frequentando numa boa, fazendo amizades, indo na maciota, poderia topar com os médiuns supostamente mais capacitados (que não é o meu caso) e aí recrutar a esses para seus experimentos. Cá comigo vai tudo acabar como dantes no quartel dos abrantes: tal como Crookes, você pode bolar experimentos à prova de fraude, mas servirão eles para demonstrar o mecanismo dos fenômenos?

  404. Johny Blade Diz:

    Eu frequentei centros espíritas por mais de 20 anos, e tudo quanto presenciei por lá foram fenômenos envolvendo o psiquismo das pessoas, nada mais. O único fenômeno nesses centros que me deixou intrigado foram os discos enrolados, que eu não presenciei, mas que pessoas garantem que foi obra de espíritos materializados, se eu presenciasse um fenômeno assim poderia até repensar minhas convicções a respeito (note-se que é um disco antigo de vinil de 78 rotações), mas nunca mais vi referência alguma sobre isso.
    http://www.espirito.org.br/portal/artigos/correio-fraterno/um-interessante-fenomeno.html

  405. Gorducho Diz:

    Aparentemente é o mesmo truque usado pelo CX, e as épocas seriam similares também… Neon não seria pela alta voltagem e não sei se aquece…
    Pena que não tenho mais os 78 p/experimentar aquecer no meio duma toalha. O material acho que era goma laca c/cargas, óbvio. Acetado acho que eram as matizes…
     
    Na penumbra, impressionados, os presentes viram o coração do médium se iluminar. De paletó, como era hábito seu, Chico colocava as mãos sobre o peito e virava-se contra a parede, encolhendo-se todo, na tentativa de ocultar a luz que se lhe irradiava do tórax, de forma intensa e suave, ao mesmo tempo. Inútil, porém. A luz saía pelas costas, varando a camisa e o paletó, iluminando o salão. Desconcertado, Chico, findos os trabalhos, ficou dizendo que aquela luz era dos Espírito e não dele.

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