Uma Experiência de Quase-Morte com Percepção Verídica Descrita por um Famoso Cirurgião Cardíaco e Confirmada pelo seu Cirurgião Assistente, por Titus Rivas e Rudolf Smith (2013)

RESUMO: A literatura profissional de quase-morte contém casos em que pessoas que ficaram próximas da morte relataram que durante as suas experiências (as EQMs), elas perceberam fenômenos do mundo material que, com base na condição e na posição de seus corpos físicos, elas não deveriam ter sido capazes de perceber, e mesmo assim essas percepções foram posteriormente verificadas como muito precisas. Apenas alguns desses casos de percepção verídica aparentemente não-física durante as EQMs foram cuidadosamente pesquisados??. Neste artigo, os autores relatam um caso descrito originalmente pelo cirurgião cardíaco Lloyd Rudy em um vídeo no YouTube. Nós descrevemos o nosso processo de acompanhamento exaustivamente em todas as vias de investigação que nos eram disponíveis e nossa conclusão é de que este caso é um dos mais probatórios em que as percepções durante uma EQM foram confirmadas como completamente exatas por observadores objetivos.

PALAVRAS-CHAVE: experiência de quase-morte, percepção verídica, cirurgia de ressecção da válvula cardíaca

Desde 1882, a literatura profissional de quase-morte tem relatos que descrevem experiências de quase-morte (EQMs) em que o experienciador, após recobrar a consciência, relatou a percepção durante a EQM, que mais tarde foi confirmada como precisa (Holden, 2009). Quando essas percepções deveriam ter sido impossíveis com base na condição e posição do corpo físico do experienciador, elas são chamadas percepção verídica aparentemente não-física (AVP). Os mais probatórios destes casos envolvem percepções que parecem impossíveis de atribuir aos processos sensoriais tais como a visão ou a audição, ou por dedução lógica ou conhecimento prévio por parte do experimentador. Após consultar a literatura profissional, Holden (2009) encontrou 107 casos de AVP, dos quais 27% pertenciam à categoria mais probatória, em que as percepções foram verificadas como completamente exatas por observadores objetivos. Estivemos pessoalmente envolvidos em uma verificação de um desses relatos, o caso do “Homem com a Dentadura” (Rivas & Dirven, 2010; Smit, 2008). Um caso recente online parece adicionar mais um à categoria; o caso é o tema deste relatório.

Em 27 de julho de 2011, Mike Milligan, DMD (http://www.eastlanddental.com/) enviou um vídeo fascinante em sua conta no YouTube, dentalmastermind, intitulado Famous Cardiac Surgeon’s Stories of Near Death Experiences in Surgery (http://www.youtube.com/watch?v=JLloDuvQR08). Trata-se de um segmento retirado de uma entrevista maior que Milligan tinha realizado com o falecido cirurgião cardíaco dos Estados Unidos Lloyd William Rudy, Jr., MD (1934-2012), durante uma reunião da American Academy for Oral Systemic Health (AAOSH), em junho de 2011.

Rudy se formou na University of Washington Medical School, completou uma residência na University of San Francisco Medical Center, e depois de servir em uma unidade M.A.S.H. no Vietnã tornou-se um Cirurgião Cardiovascular e Torácico Certificado pelo Conselho de Classe, foi Decano do Programa Coração da University of Georgia School of Medicine, e foi membro da primeira equipe de transplante de coração na Stanford University. O governador de Montana proclamou um Dia do Dr. Lloyd Rudy em homenagem ao seu trabalho pioneiro em cirurgia cardíaca no estado. O leitor interessado pode consultar seu obituário: http://www.heritagefunerals.com/fh/obituaries/obituary.cfm?o_id=1464561&fh_id=11479).

No clipe do YouTube, Rudy discutiu dois casos que ele testemunhou, o primeiro deles dizia respeito a uma EQM clássica envolvendo percepção verídica durante a morte clínica. Segue-se uma transcrição dessa parte da entrevista:

RUDY: Tivemos um indivíduo muito infeliz que no dia de Natal tinha, de uma infecção oral, infectado sua válvula nativa [gestos indicavam uma válvula do coração, com a “nativa” referindo-se à válvula biológica do paciente, em vez de uma válvula artificial, uma prótese]. Se a sua válvula nativa tiver o menor defeito, se você nasceu com ele ou se você o desenvolveu mais tarde—ela calcificou um pouco e os folhetos da válvula não se movem ou o que for—o corpo vê isso como algo anormal que ele tem que cuidar. Então, isso é o que aconteceu com esse homem, e um dos meus sócios juniores estava de plantão, e ele teve que fazer uma ressecção da válvula de emergência. Uma vez que fomos capazes de realizar o reparo do aneurisma e a substituição da válvula, não conseguimos tirar a pessoa do bypass. Toda vez que os quatro ou cinco litros de sangue que bombeávamos em torno de seu corpo, reduzíamos para dois ou três, ele começava a enfraquecer e sua pressão arterial caía, e assim por diante. Para encurtar: nós simplesmente não podíamos tirá-lo da máquina coração-pulmão. Por fim, tivemos que desistir. Quero dizer, nós dissemos: não podemos tirá-lo da máquina coração-pulmão, por isso vamos ter que declará-lo morto. Então fizemos isso. E assim o anestesista desligou a máquina e os foles que estavam respirando pelo paciente pararam. A máquina silenciou.

O anestesista entrou na sala cirúrgica. Ele não tinha comido nada o dia todo, e entrou para comer um sanduíche. Então as pessoas, que geralmente limpam os instrumentos e coisas do tipo, foram entrando e tirando todas essas ferramentas. E o meu assistente cirúrgico fechou o paciente de uma forma que um exame post-mortem pudesse ser feito, porque quem morre em cima da mesa por lei tem que ter uma autópsia. Então ele o costurou brevemente, com dois ou três fios aqui e um grande ponto para fechar o tecido mole.

Bem, a máquina que registra a pressão arterial, o pulso, a pressão do átrio esquerdo e todas as linhas de monitoramento e coisas, continuou a jogar o papel no chão, fazendo uma pilha grande. Ninguém se preocupou em desligá-la. E então nós colocamos uma eco-sonda transesofágica, que é apenas um longo tubo que tem um microfone no final do mesmo, e podemos conseguir uma bela imagem em um monitor do coração batendo. Bem, essa máquina foi deixada ligada, e a fita VCR continuou a correr.

Bem, o cirurgião assistente e eu entramos e tiramos nossas roupas, luvas, máscaras, e coisas do tipo, e voltamos, e estávamos em nossas camisas de manga curta, já na porta, discutindo se havia qualquer outra coisa que pudéssemos ter feito e outros medicamentos que poderíamos ter dado, qualquer coisa, para ter feito disso um sucesso. E como estávamos ali, tinham se passado, pelo menos, 20 minutos. Eu não sei a seqüência de tempo exata, mas foi perto de 20-25 minutos que esse homem não registrou qualquer batimento cardíaco, nenhuma pressão arterial [gestos para indicar a leitura em papel contínuo da máquina de monitoramento], e o eco não mostrando nenhum movimento do coração, apenas parado.

E, de repente, olhamos para trás, e este assistente cirúrgico tinha acabado de fechá-lo, e vimos alguma atividade elétrica. E logo, a atividade elétrica se transformou em um piscar de olhos. Muito lento, 30, 40 por minuto, e pensamos: “Bem, isso é típico no processo de morrer”, e vemos que, às vezes, o coração continue a bater, mesmo que o paciente não possa gerar pressão sanguínea ou bombear o sangue. Bem, rapidamente verificamos, e ele estava de fato exercendo pressão. Agora, nós não fizemos nada; quero dizer, as máquinas estavam todas desligadas. E nós tínhamos parado todos os medicamentos, e tudo o mais.

Então eu comecei a gritar: “Traga a anestesia de volta aqui!” E “Traga as enfermeiras!” Para encurtar, sem colocá-lo de volta no bypass cardiopulmonar ou na máquina coração-pulmão e outras coisas, começamos a dar-lhe alguns medicamentos e anestesia começou a dar-lhe oxigênio. E logo ele tinha uma pressão arterial de 80, pouco depois de 100, e sua frequência cardíaca estava agora em 100 por minuto.

Ele se recuperou e não tinha déficit neurológico. E para os próximos 10 dias [a] duas semanas, todos nós entramos e perguntamos a ele sobre o que ele vivenciou, se alguma coisa. E ele falou sobre a luz no fim do túnel, se bem me lembro, e coisas do tipo. Mas a coisa que me surpreendeu foi que ele descreveu a sala de operação flutuando em volta e dizendo: “Eu vi você e o Dr. Cattaneo na porta com os braços cruzados, conversando. Eu vi o — Eu não sabia onde o anestesiologista estava, mas ele veio correndo de volta. E vi todos esses Post-its [lembretes Post-it ®] colados na tela da TV. E eles eram para que qualquer ligação que eu recebesse, a enfermeira anotasse a chamada e o número do telefone e o colocasse no monitor, e assim o próximo Post-it ficaria sobre o Post-it anterior, e então eu teria uma série de Post-its de telefonemas a fazer”. Ele descreveu isso. Quero dizer, não há nenhuma maneira que ele poderia ter descrito isso, antes da operação, porque eu não recebi nenhum telefonema, certo?

MILLIGAN: E ele está imóvel, ele está deitado sobre a [gestos para indicar a mesa cirúrgica] — então ele devia estar flutuando?

RUDY: Ele estava lá em cima. Ele descreveu a cena, coisas que não havia nenhuma maneira que ele conhecesse. Quero dizer, ele não acordou na sala de cirurgia e viu tudo isso. [Milligan: Não.] Quero dizer que ele ficou completamente inconsciente [Milligan: Certo], em coma, eu não sei, por até mesmo um ou dois dias, enquanto nós o recuperávamos na unidade de terapia intensiva. Então, o que isso quer dizer? Que era a sua alma lá em cima?

MILLIGAN: É difícil saber, mas certamente faz pensar.

RUDY: Isso sempre me emociona. 

Após Milligan ter enviado esse vídeo para o YouTube, em outubro de 2011, o psiquiatra e pesquisador de EQM Bruce Greyson chamou a atenção da pesquisadora Jan Holden para a entrevista; sugeriu que ela, como a editora deste Journal, enviasse uma carta a Rudy convidando-o a submeter o caso para publicação como um estudo de caso; e deu a ela o endereço de Rudy. Ela não recebeu resposta, e em correspondência posterior com o pesquisador Chris Carter, soube que Rudy morrera em abril de 2012. Simultaneamente, o caso havia despertado o nosso próprio interesse, e o coautor Titus Rivas também tentou se corresponder com Rudy por e-mail.

Nesse meio tempo, toda a entrevista de Milligan com Rudy foi enviada para o website da AAOSH (http://aaoshconnect.org/issue/march-20122013/article/aaosh-video-interviews). Por esta razão, o coautor Rivas abordou Milligan pedindo mais detalhes. Milligan enviou a seguinte resposta:

Eu conheci o Dr. Rudy durante uma reunião da AAOSH em Chicago, em junho de 2011, e tive um jantar com ele onde ele me contou sobre essas experiências. Pedi-lhe que as registrasse em vídeo, pois eu sabia que muitas pessoas ficariam interessadas ??– Eu disse a ele que pouquíssimas pessoas tinham a perspectiva que ele tinha, sendo um cirurgião cardíaco, etc. Ele concordou relutantemente, e nós fizemos os vídeos no dia seguinte. Ele era um homem maravilhoso e gracioso, e foi um prazer estar com ele. Infelizmente, o Dr. Rudy já morreu desde que fizemos os vídeos. (M. Milligan, comunicação pessoal, 8 de novembro de 2012). 

Milligan também sugeriu duas pessoas que poderiam ter mais informações sobre o caso, mas quando Rivas entrou em contato com elas, infelizmente, elas não tinham.

Em janeiro de 2013, um correspondente do Reino Unido alertou o coautor Smit a respeito de um comentário online que Roberto Amado-Cattaneo, MD, tinha feito ao vídeo do YouTube de Milligan. Amado-Cattaneo foi o médico que Rudy referiu na entrevista como seu cirurgião cardíaco assistente, o “Dr. Cattaneo”. Na época de seu comentário, Amado-Cattaneo estava ligado ao CardioWest Cardiothoracic Surgery em Great Falls, Montana. O comentário, datado de 23 de janeiro de 2013, foi:

Tudo o que o Dr. Lloyd Rudy explicou neste vídeo é absolutamente verdadeiro. Eu estava lá com ele fazendo esta cirurgia. O paciente se recuperou totalmente e que ele disse para nós depois da cirurgia é o que ele vivenciou. — Dr. Roberto Amado-Cattaneo, cirurgião cardíaco, Great Falls, Montana.

 

Em 28 de janeiro de 2013, o coautor Titus Rivas contactou Amado-Cattaneo por e-mail, e ele concordou em responder algumas perguntas, também por e-mail. Aqui estão as suas respostas:

Este caso aconteceu em algum momento entre o final da década de 1990 e o início da de 2000.

Eu não sei a identidade do paciente mais. Nem eu acho que nós possamos descobrir, infelizmente. Foi há muito tempo e eu não tenho mais os registros do caso. Meu papel era o de cirurgião assistente. Eu estive no caso do início ao fim. Testemunhei todo o processo e tudo o que o meu parceiro Dr. Rudy explicou no vídeo. Eu não tenho uma explicação científica racional para esse fenômeno. Eu só sei que isso aconteceu. Este paciente ficou cerca de 20 minutos ou mais sem vida, sem vida fisiológica, sem batimento cardíaco, sem pressão arterial, sem qualquer função respiratória e, em seguida, ele voltou à vida e nos disse o que você ouviu no vídeo. Ele se recuperou totalmente.

Eu não acho que havia algo errado com os dispositivos de monitoramento. A razão é que existem diferentes tipos de monitores e eles foram deixados ligados. Pudemos ver uma linha reta, o monitor estava ligado, mas não registrava a atividade elétrica do coração. Quando ele começou a voltar, pudemos ver no início uma batida lenta, que eventualmente evoluiu para algo mais próximo do normal. O mesmo com o escâner de ultrassom colocado no interior do esôfago, não vimos qualquer atividade cardíaca por mais ou menos 20 minutos, a máquina ainda ligada, e então ele começou a mostrar movimento do músculo, isso é, a contratilidade do músculo cardíaco que, eventualmente, ficou perto da função normal, capaz de gerar uma pressão arterial e vida. A razão pela qual nós o vimos voltando é esse fato, de que os monitores estavam ligados e assim o vimos recuperar a vida, e quando isso aconteceu nós reiniciamos total apoio com medicamentos, oxigênio etc.

Isso não foi uma farsa, de jeito nenhum, isso foi tão real quanto parece. Estávamos absolutamente chocados que ele voltasse depois de 20 minutos ou mais, já o tínhamos declarado morto na mesa da sala de operação e dito à esposa que ele havia morrido.

Eu já vi pessoas se recuperarem de choques profundos e prolongados, mas continuam a ter vida, e neste caso não havia vida. (R. Amado-Cattaneo, comunicação pessoal, 28 e 30 de janeiro de 2013). 

Posteriormente, Rivas enviou várias perguntas adicionais a Amado-Cattaneo sugeridas a ele por Jan Holden e Bruce Greyson, sobre a veracidade e explicabilidade normal das declarações do paciente e sobre a localização do monitor com mensagens de Post-it, respectivamente. Amado-Cattaneo respondeu da seguinte forma:

Eu não acredito que ele tenha dito qualquer coisa que julgássemos errada, pensamos o tempo todo que a sua descrição foi bastante precisa sobre as coisas que ele nos disse ter visto ou ouvido. Os olhos do paciente são sempre fechados durante a cirurgia, na maioria das vezes eles são colados para que ele não os abra, pois isso pode provocar ferimentos nas córneas. (R. Amado-Cattaneo, comunicação pessoal, 13 de fevereiro de 2013).

Existem muitos equipamentos não esterilizados em uma sala de operação, incluindo monitores. Monitores estão em um alcance próximo de modo que os cirurgiões possam “monitorar diferentes parâmetros do caso”. As mensagens ao Dr. Rudy eu acredito que estavam tapadas por um monitor que fica perto do final da mesa de operações, para o alto, perto o suficiente para qualquer um visse o que está lá, como o paciente, por exemplo, caso ele olhasse nessa direção. (R. Amado-Cattaneo, comunicação pessoal, 15 de fevereiro de 2013). 

Nosso correspondente do Reino Unido também contactou Amado-Cattaneo, que lhe disse que o incidente ocorreu no Hospital Deaconess, em Spokane, Washington.

O testemunho de Amado-Cattaneo é muito valioso, pois confirma explicitamente o relato de Rudy. O valor probatório do caso é maior por causa do componente do Post-it, que envolveu aparentemente uma percepção visual fora-do-corpo dos fenômenos durante um período continuamente documentado de inconsciência, com os olhos fechados, o que era altamente improvável de ser deduzido a partir de estímulos sensoriais, tais como audição ou dedução lógica. Nem Rudy nem Cattaneo indicaram o paciente ter relatado qualquer conteúdo errôneo.

Este caso parece pertencer aos casos mais probatórios de AVP em que as percepções durante uma EQM foram confirmadas como absolutamente exatas por observadores objetivos. Acreditamos que o acúmulo de tais evidências é o que torna cada vez mais difícil ignorar este tipo de caso.

É claro que este caso ficaria completo se a identidade do paciente pudesse ser estabelecida de modo que os registros médicos pudessem ser examinados, mas a menos que Amado-Cattaneo lembre seu nome, uma investigação mais aprofundada não é viável. No entanto, a nosso ver, essa imperfeição reduz apenas ligeiramente, mas de maneira nenhuma nega, o caso como uma evidência séria de AVP.

Referências 

Holden, J. M. (2009). Veridical perception in near-death experiences. In J. M. Holden, B. Greyson, & D. James (Eds.), The handbook of near-death experiences: Thirty years of investigation (pp. 185-212). Santa Barbara, CA: Praeger/ ABC-CLIO.

Rivas, T., & Dirven, A. (2010). Van en naar het Licht [From and to the Light]. Leeuwarden, The Netherlands: Elikser.

Smit, R. H. (2008). Corroboration of the dentures anecdote involving veridical perception in a near-death experience. Journal of Near-Death Studies, 27, 47-61.

Artigo original: Rivas T, Smit R, (2013), Brief Report: A Near-Death Experience with Veridical Perception Described by a Famous Heart Surgeon and Confirmed by his Assistant Surgeon. Journal of Near-Death Studies, 31:179-186

Traduzido por Vitor Moura Visoni

18 respostas a “Uma Experiência de Quase-Morte com Percepção Verídica Descrita por um Famoso Cirurgião Cardíaco e Confirmada pelo seu Cirurgião Assistente, por Titus Rivas e Rudolf Smith (2013)”

  1. ary pires Diz:

    muito simples, enquanto estava em coma a sua audição estava intacta e estava também conciente – embora não pudesse se mexer – o cérebro acabou juntando tudo em uma história coerente
    próximo mistério….

  2. Gorducho Diz:

    😆

  3. Marciano Diz:

    Não sei expressar minhas emoções em linguagem html, mas estou igualzinho ao GORDUCHO.

  4. Antonio G. - POA Diz:

    Bom dia, Senhores!
    .
    Achei o texto bastante interessante, e divido com quem tiver interesse. Não tem relação direta com o tema, mas tem a ver com o transcendental, que também está implicitamente presente nestas experiências de quase-morte.
    A autoria é de Marco Aurélio Pires Idiart, Doutor em Física, Pós-Doutor em Neurociência Computacional e professor do Instituto de Física da Universidade Federal do RS.
    .

    Deus não estava lá.

    Não é de surpreender a curiosidade sobre
    a fé dos grandes cientistas. Afinal, ciência e
    religião estão em lados opostos da cultura e
    frequentemente em conflito. Assim, interessa
    ao crente mostrar que existe fé mesmo entre
    cientistas brilhantes, e ao ateu, achar religiosos
    que a desafiam em nome da razão, como
    os heróis da ciência Galileu Galilei, Nicolau
    Copérnico e Charles Darwin. Albert Einstein
    é um caso típico de polêmica. Em seus
    textos populares ele se referia a Deus e diversas
    vezes qualificou como quase religioso
    o seu deslumbramento com o Cosmos.
    Por isso ele figura muitas vezes em listas
    de cientistas religiosos. Mas suas correspondências
    pessoais não deixam dúvida:
    ele nunca levou a sério a existência de um
    Deus antropomórfico que impusesse moral
    sobre o homem, considerava isto ingênuo e
    infantil. Einstein era um agnóstico.
    Stephen Hawking recentemente criou
    manchetes ao declarar que não existe um
    Deus, e que os conceitos de céu e vida
    após a morte eram apenas elementos de
    contos de fadas. Se há alguém que entende
    profundamente do Cosmos, de seu início
    no Big Bang e de objetos espetaculares
    como os buracos negros, esta pessoa é
    Hawking. Dentre seus diversos prêmios
    e distinções está ter ocupado na Universidade
    de Cambridge a Cátedra Lucasiana
    que já foi de Isaac Newton. Só isto
    já seria suficientemente extraordinário,
    mas o fato de que tudo foi obtido com
    sua mente brilhante aprisionada num
    corpo gravemente enfermo o faz uma
    lenda. A esclerose lateral amiotrófica o
    impossibilita de mexer-se ou falar. Mas
    não o impediu de chegar aos 72 anos,
    50 anos a mais do que esperavam os
    médicos, trabalhando fervorosamente.
    Fosse ele um religioso, seria um sério
    candidato à beatificação.
    Seu ateísmo não é surpresa. Seu primeiro
    best-seller Uma Breve História
    do Tempo (1988, Ed. Rocco) estava,
    de acordo com Carl Sagan, recheado
    com a palavra Deus, mas sendo talvez, segundo
    ele, mais sobre “a ausência de Deus”. De
    fato, apesar da referência frequente a Deus,
    ele não buscou compatibilizar ciência com religião.
    Ao contrário, esclarece que a extensão
    do conhecimento científico sobre o Cosmos é
    tal que um Deus não é necessário em nenhum
    ponto intermediário de sua história a não ser,
    talvez, na sua origem.
    Porém no seu livro mais recente, O Grande
    Projeto (2011, Ed. Nova Fronteira), escrito com
    o físico Leonard Mlodinov, ele vai além e afirma
    que Deus é desnecessário até na origem. E
    conclui: o universo pode ter criado a si mesmo.
    O argumento tenta resolver um paradoxo
    que surgiu na ciência quando se descobriu
    que minúsculas diferenças nos parâmetros da
    física alterariam totalmente a história prevista
    para o universo após o Big Bang. Ou seja, mude
    um pouco a força gravitacional e o universo
    só teria buracos negros; mude a força nuclear
    forte, e a matéria nunca chegaria a condensar
    na forma de átomos. Portanto, nosso universo
    escapou por um triz de ser inviável à vida!
    Por outro lado, a herança de Galileu, Giordano
    Bruno e Copérnico fez com que a visão
    científica do Cosmos fosse norteada pelo chamado
    Princípio da Mediocridade, pelo qual
    somos apenas um planeta de muitos, num
    sistema solar como qualquer outro, numa galáxia
    entre bilhões de outras. De fato, quanto
    melhor olhamos o universo ao nosso redor
    mais correto isto parece ser (até 1988, não se
    conheciam outros sistemas planetários como
    o Sistema Solar, mas hoje, com melhores telescópios,
    sabemos de mais de 1.800 exoplanetas
    em pelo menos 1.100 sistemas). Como então
    conciliar o princípio de que não somos especiais
    com a ideia que o universo tem suas leis
    finamente ajustadas para abrigar a vida?
    Hawking e Mlodinov respondem usando a
    extraordinariamente complexa Teoria M, desenvolvida
    para resolver o principal problema
    da Física da atualidade, que é a unificação da
    Teoria Quântica, que trata do mundo microscópico
    das partículas fundamentais, com a
    Teoria da Gravitação, que descreve como é
    o universo nas escalas gigantes das
    galáxias. A Teoria M propõe que as
    unidades fundamentais do universo
    sejam semelhantes a membranas que
    vibrariam num espaço de 11 dimensões.
    Uma interessante predição desta
    teoria é a possibilidade de haver múltiplos
    universos. Ou seja, podemos de
    fato viver num multiverso composto
    por uma infinidade de universos, isolados
    uns dos outros.
    Existindo o multiverso, não é espantoso
    que pelo menos um de seus universos
    possa ter as leis corretas para a
    vida. Para Hawking e Mlodinov, isto reforça
    a ideia de que não houve um ajuste
    intencional do universo e logo não há
    a necessidade de um Deus.
    Pode ser que alguns leitores se espantem,
    e perguntem: não são justamente as
    teorias mais sofisticadas da Física, como
    suas múltiplas dimensões e universos,
    que cada vez mais apontam para a existência
    de Deus? A resposta é: não. E este
    é um aspecto da batalha entre ciência e
    misticismo que talvez devesse ser comentado.
    Na medida que as teorias científicas
    se complexificam, aumentando o seu
    poder explicativo, elas se distanciam do
    senso comum. Com isto, maior é a probabilidade
    de serem incorretamente reinterpretadas
    à luz de alguma crença mística. E
    a nomenclatura técnica, muitas vezes brincalhona,
    não ajuda muito. O apelido “Partícula
    de Deus” para o Bóson de Higgs, uma
    piada no meio científico, tem interpretações
    profundíssimas em certos círculos. Assim,
    o resultado é uma proliferação de doutrinas
    pseudocientíficas que simplesmente dão novas
    roupagens a velhos mitos, causando uma
    grande confusão para quem pouco conhece
    de ciência. Mas a visão prevalente na ciência
    é muito parecida com a de Hawking, mesmo
    que muitos cientistas sejam céticos quanto a
    detalhes da Teoria M: quanto mais conhecemos
    do Cosmos, menos necessidade temos de
    impor uma explicação divina a ele.

    Marco Idiart – Porto Alegre

  5. Marciano Diz:

    Já li dois livros de Mlodinov, The Drunkard’s Walk: How Randomness Rules Our Lives e Subliminal: How Your Unconscious Mind Rules Your Behavior.
    Gostei.
    Nunca li nenhum de Hawking, nem pretendo ler esse livro.
    Já li o que me basta de cosmologia e de filosofia.
    Acho que cosmologia está mais para filosofia do que para ciência.
    Tantos erros científicos são cometidos e logo depois retificados.
    Em Cosmologia, fica mais difícil. Não há como testar nada.
    Muita coisa que se concluiu cientificamente da Lua, antes do projeto Apollo, estava errada, apesar de sua proximidade.
    Até sua origem foi alvo de erros grosseiros.
    Após as viagens, o profundo exame das pedras trazidas de lá, mudou tudo.
    Como podemos estudar buracos negros e big bang? Através da matemática?Ela é extremamente útil, mas perigosa.
    Através somente da matemática, podemos chegar a conclusão de que se dois lobisomens fazem um muro em um dia, um lobisomem fará o mesmo muro em dois dias.
    Matematicamente correto, mas…
    .
    .
    Acho que há uma tremenda confusão entre causa e efeito.
    Quando se diz que o universo é perfeito para a nossa existência, isso é um truísmo. Justamente por isso estamos aqui. Engraçado seria nós discutirmos como o universo é imperfeito para a nossa existência.
    Ademais, o universo é provavelmente infinito e, apesar de todo o avanço da ciência, nenhuma forma de vida foi encontrada fora da Terra até agora (sou a única exceção, claro).
    .
    .
    Se uma pesquisa revela que a maioria esmagadora das pessoas que têm elevada auto-estima são bem sucedidas na vida, isso pode nos levar a crer que a elevada auto-estima influencia positivamente nosso desempenho. O mais sensato, entretanto, seria pensar que ser bem sucedido na vida faz com que tenhamos elevada auto-estima.

  6. Marciano Diz:

    Não sou contra a divulgação científica, bien entendu. Só acho que cientistas deveriam trabalhar mais e fazer menos propaganda de si mesmos, venderem menos livros populares e mais livros científicos.

  7. Marciano Diz:

    Experimentem ler algum livro que explique a teoria da relatividade (geral ou restrita) e ler a própria teoria.
    Eu já tentei, é bem mais difícil e mais sério.
    Pseudodocumentários do PseudoHistory Channel e do PseudoDiscovery Channel então…

  8. Marciano Diz:

    Hawking, um dos criadores da teoria dos buracos negros e grande entendedor do assunto, disse recentemente que eles não existem.
    Eu postei a notícia aqui no blog.

  9. Marciano Diz:

    SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL
    Stephen Hawking questiona buracos negros
    Em artigo recente, Hawking afirma que “horizonte de eventos” é incompatível com a teoria quântica
    .
    Por Zeeya Merali e revista Nature

    A maioria dos físicos suficientemente imprudentes para escrever um artigo afirmando que “não existem buracos negros”, pelo menos não no sentido que costumamos imaginar, provavelmente seriam descartados como malucos ou excêntricos. Mas quando o apelo para redefinir esses aniquiladores cósmicos vem de Stephen Hawking, vale à pena prestar atenção.

    Em um artigo publicado on-line, o físico sediado na University of Cambridge, no Reino Unido, e um dos criadores da moderna teoria dos buracos negros, descarta a noção de um horizonte de eventos, a fronteira invisível que se acreditava encobrir cada buraco negro e além da qual nada, nem mesmo a luz, pode escapar.

    Em seu lugar, a nova proposta radical de Hawking é um “horizonte aparente”, muito mais benigno, que só mantém matéria e energia prisioneiras temporariamente antes de libertá-las em algum momento, ainda que de forma muito mais distorcida.

    “Não há como escapar de um buraco negro na teoria clássica”, Hawking declarou à Nature. A teoria quântica, no entanto, “permite que energia e informação escapem de um buraco negro”. O físico admite que uma explicação completa do processo exigiria uma teoria que fundisse favoravelmente gravidade com outras forças fundamentais da natureza. Mas essa meta tem fugido dos físicos há quase um século. “A abordagem correta permanece um mistério”, reconhece.

    Hawking postou ser artigo no servidor pré-impressão arXiv em 22 de janeiro. Intitulado enigmaticaticamente “Preservação de informação e previsão de tempo para buracos negros”, o material ainda precisa passar pela revisão por pares. O trabalho se baseou em uma palestra que ele proferiu via Skype em um encontro no Instituto Kavli de Física Teórica, em Santa Barbara, na Califórnia, em agosto de 2013 (assista ao vídeo da palestra [em inglês]).

    Combate ao fogo

    O novo trabalho de Hawking é uma tentativa de resolver o que é conhecido como “black hole firewall paradox”, ou “paradoxo da muralha de fogo”, que vem perturbando físicos há quase dois anos após ser descoberto pelo físico teórico Joseph Polchinski do Instituto Kavli e seus colegas (ver o artigo “Astrophysics: Fire in the hole!” publicado na Nature on-line em 3 de abril de 2013 [em inglês]).

    Em um experimento mental, os pesquisadores ponderaram o que aconteceria com um astronauta que tivesse o grande azar de cair em um buraco negro. Matematicamente, horizontes de eventos são simples consequências da teoria geral da relatividade de Albert Einstein, que foram apontados pela primeira vez pelo astrônomo alemão Karl Schwarzschild em uma carta que escreveu para Einstein no final de 1915, menos de um mês após a publicação da teoria.

    Físicos vinham presumindo há muito tempo que, nesse cenário, o/a astronauta passaria tranquilamente através do horizonte de eventos, alheio à sua iminente morte, antes de ser sugado gradualmente para dentro do buraco, sendo esticado ao longo do caminho como espaguete e por fim esmagado na “singularidade”, o núcleo hipotético infinitamente denso do buraco negro.

    Mas ao analisar a situação em detalhes, a equipe de Polchinski chegou à surpreendente conclusão de que as leis da mecânica quântica, que regem partículas em pequenas escalas, mudam a conjuntura completamente. Segundo os cientistas, a teoria quântica dita que o horizonte de eventos precisa de fato ser transformado em uma região altamente energética (“firewall” ou “muralha de fogo”), que queimaria o astronauta, deixando-o completamente tostado.

    Isso foi alarmante porque, embora a muralha de fogo obedecesse a regras quânticas, ela desafiava a teoria geral da relatividade de Einstein. De acordo com ela, alguém em queda livre deveria perceber as leis da física como sendo idênticas em todo o Universo, seja caindo em um buraco negro ou flutuando no espaço intergaláctico vazio. No que diz respeito a Einstein, o horizonte de eventos deveria ser um lugar indistinto, bem comum.

    Além do horizonte

    Agora Hawking propôs uma terceira opção tentadoramente simples. Nela, a mecânica quântica e a relatividade geral permanecem intactas, mas buracos negros simplesmente não têm um horizonte de eventos para pegar fogo. A chave para sua alegação é que efeitos quânticos ao redor do buraco negro fazem com que o espaço-tempo flutue de modo tão absurdamente descontrolado que não pode existir uma superfície fronteiriça nítida.

    Em vez do horizonte de eventos, Hawking cita um “horizonte aparente”, uma superfície ao longo da qual raios de luz que tentam se afastar rapidamente do núcleo do buraco negro serão suspensos. Na relatividade geral, para um buraco negro imutável esses dois horizontes são idênticos, porque a luz que tenta escapar do interior de um buraco desses só pode se afastar, no máximo, até o horizonte de eventos, onde será mantida como se estivesse grudada em uma esteira rolante. Em princípio, porém, os dois horizontes podem ser distinguidos. Se mais matéria for engolida pelo buraco negro, seu horizonte de eventos inchará e ficará maior que o horizonte aparente.

    Inversamente, na década de 70, Hawking também mostrou que os buracos negros podem encolher lentamente, expelindo a chamada “radiação Hawking”. Nesse caso, o horizonte de eventos em teoria se tornaria menor que o horizonte aparente. Sua nova sugestão é que o horizonte aparente é o verdadeiro limite. “A ausência de horizontes de eventos significa que não existem buracos negros, no sentido de regimes dos quais a luz não pode escapar para o infinito”, escreve Hawking.

    “O cenário que Hawking esboça parece razoável”, argumenta Don Page, um físico e especialista em buracos negros da University of Alberta, em Edmonton, no Canadá, que colaborou com Hawking na década de 70. “Você poderia argumentar que é radical propor que não existe um horizonte de eventos. Mas essas são condições altamente quânticas, e existe até ambiguidade sobre o que o espaço-tempo de fato é; quanto mais se há uma região definida que pode ser marcada como um horizonte de eventos”.

    Embora Page aceite a proposta de Hawking de que um buraco negro poderia existir sem um horizonte de eventos, ele questiona se só isso é suficiente para superar o paradoxo da muralha de fogo (firewall). A mera presença de um efêmero horizonte aparente poderia muito bem causar os mesmos problemas que um horizonte de eventos, adverte ele.

    Ao contrário do horizonte de eventos, o horizonte aparente pode acabar se dissolvendo. Page salienta que Hawking está abrindo a porta para um cenário tão extremo “que, em princípio, qualquer coisa é capaz de sair de um buraco negro”. Embora Hawking não especifique exatamente em seu artigo como um horizonte aparente desapareceria, Page especula que ao encolher até um determinado tamanho, em que os efeitos da mecânica quântica e da gravidade se fundem, é plausível que ele possa desaparecer. Nesse ponto, tudo o que estava preso dentro do buraco negro seria liberado (mas não na forma original).

    Se Hawking estiver certo, talvez nem exista uma singularidade no núcleo do buraco negro. Em vez disso, a matéria seria mantida apenas temporariamente atrás do horizonte aparente e este se moveria gradualmente para dentro devido à força de atração do buraco negro, mas nunca se encolheria até o centro. A informação sobre essa matéria não seria destruída, mas sim altamente desestruturada. Tanto que ao ser liberada através da radiação Hawking, ela estaria em uma forma extremamente diferente, praticamente impossibilitando descobrir o que os objetos engolidos eram no passado.

    “Seria pior que tentar reconstruir das cinzas um livro que você queimou”, observa Page. Em seu artigo, Hawking compara tudo isso à tentativa de prever o tempo antecipadamente: em teoria é possível, mas na prática é difícil demais para ser feito com muita precisão.

    Polchinski, no entanto, está cético de que buracos negros sem um horizonte de eventos poderiam existir na natureza. Os tipos de flutuações violentas necessárias para apagá-lo são raros demais no Universo, argumenta. “Na gravidade de Einstein, o horizonte do buraco negro não é tão diferente de qualquer outra parte do espaço”, observa. “Nós nunca vemos o espaço-tempo flutuar em nossa própria vizinhança: isso é simplesmente raro demais em grandes escalas”.

    Raphael Bousso, um físico teórico da University of California, em Berkeley, e ex-aluno de Hawking, diz que essa mais recente contribuição enfatiza o quanto físicos consideram “abominável” a existência em potencial de firewalls. No entanto, ele também se mostra cauteloso quanto à solução de Hawking. “A ideia de que não há pontos de onde você não pode escapar de um buraco negro é, sob alguns aspectos, uma sugestão ainda mais radical e problemática que a existência de muralhas de fogo”, afirma ele e acrescenta: “O fato de ainda estarmos discutindo essas questões 40 anos depois dos primeiros artigos de Hawking sobre buracos negros e informação é prova de seus enormes significados”.

    Este artigo foi reproduzido com permissão da revista Nature. O artigo foi publicado originalmente em 24 de janeiro de 2014.
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    link: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/stephen_hawking_-nao_existem_buracos_negros-.html
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    Estão entendendo o que quero dizer?

  10. Marciano Diz:

    A realidade existe independentemente de nós, como sempre foi.
    A representação que fazemos da realidade, a forma como a entendemos, como a interpretados, o que teorizados sobre ele, são coisas completamente diferentes da realidade.
    Sou mais chegado à física e à matemática que nos dão tecnologia, como a que estamos usando agora para nos comunicarmos.
    Desta, temos poucas dúvidas.
    As outras, vivem mudando.

  11. Marciano Diz:

    como a interpretamos o que teorizamos sobre ela

  12. Marciano Diz:

    Antônio, veja comentário no tópico acima, o mais recente. Não estou conseguindo postar o mais recente aqui.

  13. Vitor Diz:

    Marciano pediu para transplantar o seguinte comentário dele:
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    “Tentando não ser mal entendido:
    Claro que a física teórica e a matemática pura são essenciais, pois sem elas, não chegaríamos a ter tecnologia.
    O problema é que enquanto estamos somente com elas, ficamos viajando na maionese, igualzinho a religiosos.
    Quando o assunto é dominado até ao ponto de termos aplicações tecnológicas, vemos que, geralmente, nunca é beeeeeeeem assim.
    Antes da descoberta da energia nuclear, astrofísicos pensavam que o Sol tinha alguns milhões de anos e discordavam de geólogos que afirmavam que a Terra tinha pelo menos um bilhão de anos.
    É porque eles não conseguiam imaginar como o Sol, com sua massa já conhecida naquela época, pudesse gerar tanta energia por tanto tempo.
    Isso é física teórica.”

  14. Marciano Diz:

    Obrigado, VITOR.

  15. Antonio G. - POA Diz:

    Certo, Marciano. Hawkins é festejado como um gênio da Física. Eu às vezes penso que sua doença e sua luta para continuar vivo e produtivo talvez o eleve um pouco acima de sua verdadeira grandeza. Mas eu, obviamente, não sou capacitado para avaliar tal hipótese. É certo que ele às vezes retrocede em suas próprias conclusões. Muda de opinião. Mas me parece que isto é bastante aceitável, em se tratando de temas tão complexos sobre os quais ele teoriza. Você não acha?

  16. Marciano Diz:

    Claro que acho, ANTONIO.
    Meu propósito foi justamente mostrar que a verdadeira ciência é sempre provisória, sempre está aberta a descobrir e refinar seus eventuais erros, não é uma coisa pronta, acabada, como a religião.
    Eu não dou muita importância à física teórica porque sei que na prática a teoria sempre acaba sendo outra.
    Reconheço seu valor, se não fosse Maxwell, não estaríamos conversando aqui, mas meu lado é mais Marconi.
    Já gostei muito de cosmologia, filosofia, etc. Hoje estou mais interessado no lado tecnológico da ciência, afinal, não sou cientista.
    Eles que queimem seus neurônios. Quando apresentam algo frutífero, eu aproveito.
    Sou incentivador da ciência, gosto de usar o pensamento crítico, científico, até na vida diária, mas reconheço que o trabalho deve ser feito pelos especialistas, que erram muito. Os acertos vêm depois de várias gerações, na grande parte das vezes.

  17. MONTALVÃO Diz:

    .
    “Hawking, um dos criadores da teoria dos buracos negros e grande entendedor do assunto, disse recentemente que eles não existem.”
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    COMENTÁRIO: Hawking propõe a inexistência de buracos negros ou a existência modificada em relação à teoria primeva?

  18. Marciano Diz:

    Ele modificou de tal forma a teoria primeva que ela não mais comporta o conceito de buraco negro.
    Indiretamente, ele mandou os buracos negros para o espaço.

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