As Fraudes do Médium Mirabelli (Parte 10)

Dando prosseguimento às reportagens do Correio Paulistano.

Correio Paulistano – Terça-feira, 6 de junho de 1916, página 2 

No mundo das maravilhas

É mister que se faça luz na noite do mistério 

O sr. Carlos Mirabelli, a nosso ver, não passa de um hábil prestidigitador 

Conforme ficou determinado na sessão de sábado último, o sr. Carlos Mirabelli compareceu ontem novamente a esta redação, às 20 horas, para o fim de realizar-se a prova exigida pelo “Correio Paulistano”. Para evitar que houvesse aglomeração de curiosos, a imprensa guardou absoluta reserva do dia e hora em que se deveriam efetuar as reiteradas experiências. Por esse motivo, só compareceram ao nosso salão nobre as pessoas constitutivas do respectivo júri. Foram elas os srs. drs. Reynaldo Porchat, Vicente de Carvalho, Bueno de Miranda, Carlos de Castro, Couto de Magalhães, coronel Fortunato Goulart, Horácio de Carvalho, um senhor cujo nome não sabemos, vindo em companhia do sr. Mirabelli, e Antônio Carlos da Fonseca, redator secretário desta folha [ilegível] trabalhos, e após uma hora de concentração, o sr. Mirabelli solicitou a retirada de várias pessoas, entre as quais os srs. Plínio Reys e Aristeo Seixas, da comissão do “Correio Paulistano”, e o representante do “Commercio de S. Paulo”. 

A sessão prosseguiu por mais uma hora, não se tendo produzido absolutamente nenhum fenômeno. À vista disso, às 22 horas, foi marcada, para o colimado objetivo, outra reunião, que se realizará dentro de alguns dias, no salão nobre desta folha. 

No edifício desta redação, só tiveram entrada, além dos componentes do júri, mais seis pessoas que trouxeram para esse fim autorização escrita pelo sr. dr. Couto de Magalhães, diretor da “Gazeta”.

Uma resposta a “As Fraudes do Médium Mirabelli (Parte 10)”

  1. William Diz:

    Crítica: As Fraudes do Médium Mirabelli (Parte 10)

    “Para evitar que houvesse aglomeração de curiosos, a imprensa guardou absoluta reserva do dia e hora em que se deveriam efetuar as reiteradas experiências”.

    Além de ser útil esse procedimento para o médium, o será também para o jornal, encurralado diante a opinião publica caso Mirabelli for legítimo.

    Leitores, sempre deve haver perspicácia, pois o jornal jamais irá perder (melhor dizendo, não pretende perder) esse duelo.

    Não se produziu novamente o fenômeno, o que demonstra que por algum motivo o mesmo não é totalmente dependente da vontade do médium.

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