Alguns Problemas do Livro dos Espíritos

Este artigo visa analisar cientificamente passagens da 2ªedição do Livro dos Espíritos um tanto problemáticas com o conhecimento científico atual. Algumas são erros grosseiros, outras pecam pela precisão dos termos. Algumas das críticas – poucas – saem um pouco da área da Ciência e tecem algumas considerações filosóficas.

 

Introdução 

Um dos grandes problemas que percebo no movimento espírita brasileiro é a falta de atualização de seus livros. Obras de mais de cem anos são lançadas sem se preocupar se as informações ali presentes entram em choque ou não com o conhecimento atual. Se o espiritismo se pretende científico, um primeiro passo para isso seria que seus livros passassem por uma revisão por pares de especialistas no assunto. Infelizmente, não pude aplicar o processo de revisão por pares neste artigo. O que fiz foi selecionar as críticas que encontrei em artigos dispersos de certas passagens do Livro dos Espíritos, em que algumas análises caíam sobre o mesmo trecho e coincidiam nos comentários. Dito isso, vamos às passagens mais problemáticas. 

Livro dos Espíritos

Comentários

4. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? 

“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.” 

Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.

O erro desse raciocínio está justamente nessa idéia de que qualquer COISA é um EFEITO. Pode ser que haja coisas que não sejam efeito de nada, sendo acausais portanto. 

Se fôssemos de fato seguir à risca tal raciocínio, então o fato de encontrarmos Deus tornaria obrigatório haver um Deus anterior, inclusive mais forte, que o houvesse criado também. 

Autor: Julio César Siqueira, disponível aqui e aqui. 

Complemento 1: Richard Soup, em artigo disponível aqui, informa que “de acordo com a teoria quântica corrente, existem eventos “acausais”, não-influenciávies — eventos que acontecem de modo totalmente aleatório. Isso incluiria decaimento radioativo, flutuações de ruído térmico, e medições de estados quânticos sobrepostos”. 

Complemento 2: Se é efeito, é lógico quem tem uma causa. Muito melhor seria substituir a palavra “efeito”, por “evento”.

8. Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?

“Outro absurdo! Que homem de bom-senso pode considerar o acaso um ser inteligente? E, demais, que é o acaso? Nada.”

A harmonia existente no mecanismo do Universo patenteia combinações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso é insensatez, pois que o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.

O conceito de acaso precisa de uma revisão, hoje sabemos que muitas propriedades da matéria parecem comportar-se seguindo padrões probabilísticos – está aí a Física Quântica a demonstrar a todo momento o comportamento probabilístico das partículas mais elementares. Portanto quanto mais elementar a partícula maior força ganha o acaso.

A afirmação “Um acaso inteligente já não seria acaso.” – merece uma análise especial, pois a Física Quântica não é totalmente aleatória, é possível fazermos modelos de previsão, sabemos por exemplo – usando-a que um determinado átomo radioativo irá emitir uma partícula alfa ou beta, com uma determinada probabilidade, mas não podemos afirmar em que momento isto ocorrerá. Esta limitação não implica na impossibilidade de tratarmos este evento de forma inteligente ao contrário, é bastante fácil, pois na natureza estes eventos ocorrem aos milhões de emissões por segundo. 

Autor: Alexandre Cardia Machado, constando no artigo “Pluralidade dos Mundos Habitados – Uma Atualização Face aos Avanços da Ciência”

19. Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da Natureza? 

“A Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu.” tanto maior admiração lhe devem causar o poder e a sabedoria do Criador. Entretanto, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete da ilusão. Ele amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades rejeitou como erros. São outras tantas decepções para o seu orgulho.

Este parágrafo, na verdade ao invés de esclarecer tenta diminuir a contribuição da ciência. O método científico tem esta característica, criar hipóteses, testá-las e aprimorá-las. Sem sombra de dúvida, neste processo o erro é permanente, porém é assim que se progride. […] 

Da mesma forma, não acredito que existam “limites que Deus estabeleceu”, existem apenas limites tecnológicos a serem transpostos. 

Autor: Alexandre Cardia Machado, constando no artigo “Pluralidade dos Mundos Habitados – Uma Atualização Face aos Avanços da Ciência”

27. Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito? 

“Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas, ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o espírito possa exercer ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o espírito não o fosse. Está colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria , e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”

1- Fazendo distinção entre matéria e fluido, ou o Espírito que respondeu a esta pergunta restringiu bastante o que gostaria que fosse entendido por “matéria”, ou reduziu severamente o que queria que entendêssemos por “fluido”. Em nível macroscópico (e de uma maneira bem simplória), podemos classificar a matéria em sólidos e fluidos, de modo que os fluidos não estão à parte da matéria.  

2- “… qualidades que a gravidade lhe dá …” : afirmação muito obscura. 

Autor: José Edmar Arantes Ribeiro (comunicação pessoal).

35. O Espaço universal é infinito ou limitado? 

“Infinito. Supõe-no limitado: que haverá para lá de seus limites? Isto te confunde a razão, bem o sei; no entanto, a razão te diz que não pode ser de outro modo. O mesmo se dá com o infinito em todas as coisas. Não é na pequenina esfera em que vos achais que podereis compreendê-lo.”  

Supondo-se um limite ao Espaço, por mais distante que a imaginação o coloque, a razão diz que além desse limite alguma coisa há e assim, gradativamente, até ao infinito, porquanto, embora essa alguma coisa fosse o vazio absoluto, ainda seria Espaço.

No LE está escrito que o Universo é infinito pois não podemos imaginar algo que exista além de seus limites, no entanto […] se imaginarmos que o Universo foi criado […] ou seja que teve um começo e sabe-se, por medições que ele está em expansão, a lógica nos faz concluir que  está aumentando o seu limite e que portanto é finito. 

Autor: Alexandre Cardia Machado, constando no artigo “Pluralidade dos Mundos Habitados – Uma Atualização Face aos Avanços da Ciência”

40. Serão os cometas, como agora se pensa, um começo de condensação da matéria, mundos em via de formação? 

“Isso está certo; absurdo, porém, é acreditar-se na influência deles.

01.Vejam, os cometas não são necessariamente começo de formação de nada. Podem, a princípio, ficar vagando “ad infinitum”.  

Autor: Julio César Siqueira, disponível aqui. 

02. Os cometas são constituídos basicamente de poeira e gelo sendo sobra da nebulosa inicial que deu origem ao Sistema Solar, os planetas Júpiter, Saturno e Netuno, devido a suas massas muito grandes, provocam alterações nas órbitas destes pedaços de rocha existente no cinturão de Crupier e ou na Nuvem de Oort da qual o cinturão faz parte, fazendo com que se aproximem do Sol. 

Não são formados no começo de condensação da matéria, mas sim durante a formação da nebulosa planetária, pelo menos 8 ou 10 bilhões de anos depois do Big Bang. 

Autor: Alexandre Cardia Machado, constando no artigo “Pluralidade dos Mundos Habitados – Uma Atualização Face aos Avanços da Ciência”

42. Poder-se-á conhecer o tempo que dura a formação dos mundos: da Terra, por exemplo? 

“Nada te posso dizer a respeito, porque só o Criador o sabe e bem louco será quem pretenda sabê-lo, ou conhecer que número de séculos dura essa formação.”

01. O tempo de criação dos mundos atualmente é bem conhecido, donde concluo ser um erro o dito […] pelos “espíritos superiores”.  

Autor: Julio César Siqueira, disponível aqui. 

02. Este assunto hoje é matéria escolar a nível de Ensino Secundário, sabe-se que a Terra tem 4,6 bilhões de anos. 

Autor: Alexandre Cardia Machado, constando no artigo “Pluralidade dos Mundos Habitados – Uma Atualização Face aos Avanços da Ciência”

44. Donde vieram para a Terra os seres vivos?

“A Terra lhes continha os germens, que aguardavam momento favorável para se desenvolverem. Os princípios orgânicos se congregaram, desde que cessou a atuação da força que os mantinha afastados, e formaram os germens de todos os seres vivos. Estes germens permaneceram em estado latente de inércia, como a crisálida e as sementes das plantas, até o momento propício ao surto de cada espécie. Os seres de cada uma destas se reuniram, então, e se multiplicaram.”

Sobre a origem das espécies, o que é dito é a teoria da geração espontânea. Novamente os espíritos parecem ter errado. 

Autor: Julio César Siqueira, disponível aqui.

 

45. Onde estavam os elementos orgânicos, antes da formação da Terra? 

“Achavam-se, por assim dizer, em estado de fluido no Espaço, no meio dos Espíritos, ou em outros planetas, à espera da criação da Terra para começarem existência nova em novo globo.” 

A Química nos mostra as moléculas dos corpos inorgânicos unindo-se para formarem cristais de uma regularidade constante, conforme cada espécie, desde que se encontrem nas condições precisas. A menor perturbação nestas condições basta para impedir a reunião dos elementos, ou, pelo menos, para obstar à disposição regular que constitui o cristal. Por que não se daria o mesmo com os elementos orgânicos? Durante anos se conservam germens de plantas e de animais, que não se desenvolvem senão a uma certa temperatura e em meio apropriado. Têm-se visto grãos de trigo germinarem depois de séculos. Há, pois, nesses germens um princípio latente de vitalidade, que apenas espera uma circunstância favorável para se desenvolver. O que diariamente ocorre debaixo das nossas vistas, por que não pode ter ocorrido desde a origem do globo terráqueo? A formação dos seres vivos, saindo eles do caos pela força mesma da Natureza, diminui de alguma coisa a grandeza de Deus? Longe disso: corresponde melhor à idéia que fazemos do seu poder a se exercer sobre a infinidade dos mundos por meio de leis eternas. Esta teoria não resolve, é verdade, a questão da origem dos elementos vitais; mas, Deus tem seus mistérios e pôs limites às nossas investigações.

Os argumentos de Kardec são todos enquadrados na idéia da geração espontânea – não mais aceita, após as experiências de Pasteur, […]. Partem da pré-existência das espécies em forma de germes “à espera da criação da Terra para começarem existência nova em novo globo” o que é totalmente desconsiderado nos dias de hoje. 

Autor: Alexandre Cardia Machado, constando no artigo “Pluralidade dos Mundos Habitados – Uma Atualização Face aos Avanços da Ciência” 

Nota: Apesar de a Academia de Ciências Francesa ter julgado e premiado as experiências de Pasteur em 1862 e este ser considerado o fim, digamos, “oficial” da geração espontânea, a história é um pouco mais complicada. A Academia foi parcial e era simpática à biogênese e Pasteur se recusou a repetir experimentos de cientistas pró abiogênese, como Pouchet. Em vez de encarar o desafio, acusou os adversários de erros procedimentais. Na verdade, se Pasteur tivesse testado as propostas de Pouchet, que utilizavam água de feno como caldo nutritivo, o resultado seria a favor da geração espontânea. Hoje se sabe que a água de feno possui microorganismos que resistem à fervura simples e assim teria mascarado o resultado correto que ocorreria em caso de uma esterilização mais eficiente. Havia muitas paixões no meio científico no que se refere a este tema. Muitos se prendiam a geração espontânea como única alternativa ao criacionismo bíblico, outros eram simpáticos à biogênese por ela ainda fazer preciso a “intervenção divina” na origem dos primeiros seres. Possivelmente Pasteur estava neste grupo. O Grande Dicionário Universal Larrousse de 1865 ainda dava vitória aos partidários da geração espontânea e Pasteur continuou a enfrentar outros espontanatistas. Por outro lado, os membros mais influentes da Academia negavam a geração espontânea. Tais fatos podem ajudar a entender a persistência do entusiasmo de Kardec em a Gênese, cap X, mesmo quando a heterogenia já estava na defensiva. Porém, o item 22 do mesmo capítulo dá a entender que ele, além de não admitir uma solução evolutiva, extrapola a geração espontânea a animais complexos, apesar de certo resguardo na própria especulação. 

Fonte: link

46. Ainda há seres que nasçam espontaneamente? 

“Sim, mas o gérmen primitivo já existia em estado latente. Sois todos os dias testemunhas desse fenômeno. Os tecidos do corpo humano e do dos animais não encerram os germens de uma multidão de vermes que só esperam, para desabrochar, a fermentação pútrida que lhes é necessária à existência? É um mundo minúsculo que dormita e se cria.”

Esse erro é deveras grave. Espíritos Superiores estão afirmando que as larvas que aparecem na carne apodrecendo são fruto da própria carne, e não de ovos de moscas, etc. Tais “vermes”, ou melhor, larvas, são na verdade oriundos dos ovos deixados pelos insetos, de acordo com o atual conhecimento científico. Cabe ressaltar também que os vermes que de fato existem (por vezes) dentro de nós, que são os vermes intestinais, na verdade morrem quando nós morremos. A ciência atual não admite sequer que organismos tão simples quanto células surjam por geração espontânea (apesar de em algum momento no passado isso ter forçosamente ocorrido, quando da origem das primeiras células há uns três bilhões de anos). 

Autor: Julio César Siqueira, disponível aqui.

48. Poderemos conhecer a época do aparecimento do homem e dos outros seres vivos na Terra? 

“Não; todos os vossos cálculos são quiméricos.”

Atualmente tanto a época do aparecimento do homem e dos outros seres vivos são conhecidos.

53. O homem surgiu em muitos pontos do globo? 

“Sim e em épocas várias, o que também constitui uma das causas da diversidade das raças. Depois, dispersando-se os homens por climas diversos e aliando-se os de uma aos de outras raças, novos tipos se formaram.”

Não houve fusão de espécies no caso humano (e nem eu conheço nenhum caso assim, salvo em endossimbiose de organismos unicelulares). E a origem das diversas raças humanas difere do que é exposto. 

Autor: Julio César Siqueira, disponível aqui.

55. São habitados todos os globos que se movem no espaço? 

“Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. Entretanto, há homens que se têm por espíritos muito fortes e que imaginam pertencer a este pequenino globo o privilégio de conter seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que só para eles criou Deus o Universo.” Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma inútil. Certo, a esses mundos há de ele ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes.

01. Vejam: “Todos os globos são habitados”! Esse é o grande problema, e o claro erro, desse trecho. 

Autor: Julio César Siqueira, disponível aqui. 

02. Hoje sabemos […] que nem todos os globos são habitados. 

Autor: Alexandre Cardia Machado, constando no artigo “Pluralidade dos Mundos Habitados – Uma Atualização Face aos Avanços da Ciência”

Nota: Na nota de rodapé da q. 188 do LE Kardec já diz que os habitantes de Marte seriam fisicamente inferiores aos Terra, ou seja, mais densos, o que sabemos ser falso.

84 respostas a “Alguns Problemas do Livro dos Espíritos”

  1. Leonardo Diz:

    É muito bem discurtirmos as obras psicografadas, principalmente hoje em dia pois qualquer coisa que um espírito se considera como verdadeiro.

    E sobre o artigo, digo que Kardec muda sua opinião do Livro dos Espiritos no seu livro A Gênese. No primeiro livro, ele fala que a terra continha os germes de todas as espécies, e no segundo, ele adapta a teoria da evolução ao Espiritismo.

    Sabemos que Kardec era humano e portanto também cometia erros, mesmo assim, eu o considero como um grande mestre pois me ensinou a ser uma pessoa ética e menos apagado as coisas materiais.

    Encerro meu comentário dizendo que A Verdade é a coisa mais difícil de ser descoberta, e com certeza não seria um homem e nem alguns espíritos que apresentariam ela nua e crua.

  2. Paulo Diz:

    Peço que o autor deste artigo fracamente “acadêmico” faça a gentileza de me escrever para debatermos o tema à luz da Física Quântica e da Filosofia. Preciso apresentar-lhe conceitos como “anacronismo” e “verdade científica”. Por isso que afirmo: Espiritismo requer estudo aprofundado, senão teremos comentários como estes, infundados, irracionais e que demonstram apenas o desconhecimento do autor pela matéria trazida a lume.

    Estou a disposição para uma discussão séria no emai: direitoaplicado2007@yahoo.com

    Paulo

  3. J. Edmar Diz:

    Os comentários de Júlio Siqueira e de Alexandre Machado referentes à questão 55 de “O Livro dos Espíritos” deveriam ter sido mais específicos, pois não é um ‘claro erro’ a afirmação de que todos os globos do universo são habitados. Já temos indícios da existência de ‘matérias’ distintas da matéria bariônica, como a matéria escura, por exemplo. Então, que garantia há que não existam seres constituídos desta matéria habitando os vários globos do universo aparentemente desabitados? O fato da matéria escura interagir gravitacionalmente explicaria por que tais seres estariam ‘ligados’ aos globos, apesar de constituídos de matérias distintas…

    O Espírito que respondeu à questão 55 não me pareceu ter cometido erro algum. Mas o mesmo não podemos dizer do comentário subseqüente de Kardec. Vejamos…

    Kardec diz que ‘Deus povoou de seres vivos os mundos’, que ‘Acreditar que só OS HAJA no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus’, e que ‘nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser HABITADA, com exclusão de tantos milhares de milhões de MUNDOS SEMELHANTES’. Como o codificador não fez ressalvas de que, no contexto de outros orbes, o significado de ‘seres vivos’ deveria ser outro, e como ainda fez questão de frisar que havia muitos mundos semelhantes à Terra, o que implicaria na existência de seres similares aos de nosso planeta em outros globos, então, realmente, somos forçados a admitir que Kardec se equivocou. Isto é reforçado pela nota de rodapé da questão 188, já citada.

  4. Carlos Magno Diz:

    J. Edmar:

    O grande problema dos ateus e materialistas, e desses comentaristas que pretendem falar em nome das ciências, é que se baseiam nas “não descobertas” astronômicas de sinais de vida humana noutros planetas.

    Ora, a arrogância deles é muito grande. Primeiro porque não querem se instruir noutros ramos das ciências como os espíritas e os esotéricos. Se fizessem isso com humildade e respeito, e com capacidade intelectual e intuitiva, logo saberiam que a Física e a Mecânica Quântica, por mais complicadas que sejam para o leigo, engatinham no conhecimento tanto do átomo no universo físico como em anti-matéria dos tais universos paralelos, por eles batizados.

    Sabem os ocultistas que a matéria é poli-dimensional, mas a ciência só encontra respaldo na tri-dimensionalidade da matéria, e somente agora desconfia de sua quadri-dimensionalidade, pela teoria das super cordas, gravitação quântica e outras.

    E esses pseudo-cientistas e comentaristas chatos ao basear-se na não descoberta da astronomia de outros planetas habitados, fazem muito bem em contestar essa opinião oposta da realidade espírita e esotérica, porque não devem desmentir que a astronomia é confessadamente míope, pois ela necessita de lentes para conseguir enxergar. É um engraçado paradoxo!

    Mas um dia, espero que não muito distante, as ciências conduzidas por homens verdadeiramente sábios e independentes, irão provar por um efeito qualquer de uma contraprova, que muitos planetas não habitados fisicamente o são, entretanto, por humanidades mais avançadas que se revestem de corpos de uma outra ordem de matéria. Quanto mais reunir provas sobre aqueles planetas habitados por humanidades semelhantes a da Terra.

    Aliás, tenho certeza de que a NASA já reconhece esses fatos e fica contando mentirinhas para o mundo.

  5. Carlos Magno Diz:

    correção: pelas teorias das super cordas, gravitação quântica e outras.

  6. Marcelo Diz:

    É inegável que as obras de Kardec, particularmente “A Gênese” e “O Livro dos Espíritos”, trazem muitas informações incompatíveis com os conhecimentos científicos atuais, mas próximas de especulações do século 19, tais como vida, similar à terrestre, em Marte. O capítulo de Uranografia Geral da Gênese é um outro exemplo de texto pseudo-científico das obras Kardec, que pretendia que o Espiritismo fosse sendo revisado progressivamente, coisa que não aconteceu.

  7. Roger Diz:

    Discutir as idéias pra lá de arcaicas e em franco desuso do Espiritismo à luz da ciência é uma perda de tempo sem limites. É coisa para a meia dúzia de espíritas que sobraram no mundo e que têm a arrogância absurda de dizer que têm todas as respostas para todos os enigmas do universo, sempre com a retória: “o tempo dirá que estamos certos, pois a verdade pertence a nós, sob a codificação de Alan Kardec, pois toda a ciência engatinha perante o que nós espíritas já sabemos há anos!” C´mon, get a life!!!!

  8. Carlos Magno Diz:

    Marcelo:

    Transcreva o(s) tópico(s) de a Gênese onde se afirmaria que o espiritismo seria revisado progressivamente. Permita-nos também fazer nossa análise.

  9. Carlos Magno Diz:

    Roger:

    Absurdo mesmo é essa sua declaração de pseudo crítico. Informe-se melhor sobre ambas as correntes, a científica e a espírita, para poder declarar coisa útil, pois negar por negar qualquer um faz.

    Somente para não passar em branco: os homens das ciências são tão arrogantes que procuram todos os dias fingir que as bases científicas não tiveram início com sacerdotes da antiguidade, alquimistas e astrônomos-astrólogos. Por milênios esses sábios desenvolveram e mantiveram as ciências para o bem da humanidade.

    Bem diferente da atualidade, quando os monopólios mundiais se apropriam de toda a tecnologia, escravizam nações e provocam guerras, fome, doenças e tantos outros males. Não era para ser assim, não acha?

    Esses “cientistas” são realmente talentosos na arte de impressionar os leigos, pois acham que conseguem apagar a verdadeira história com os avanços tecnológicos.

    Isso é muito mais do que arrogância, é a miséria e a queda moral da humanidade. Será que somente espíritas e esotéricos conseguem enxergar isso?

    Mas não! Pois conheço muitos ateus que não falam e nem escrevem essas bobagens que você escreveu, porque simplesmente enxergam, mesmo sem acreditar em Deus….

  10. Marcelo Diz:

    Carlos Magno,

    Quanto à revisão progressiva do Espiritsmo, eu me referia a passagens como o de “Obras Póstumas”, citado a seguir:

    “O terceiro ponto, enfim, é inerente ao caráter essencialmente progressivo da Doutrina. Pelo fato de ela não se embalar com sonhos irrealizáveis, não se segue que se imobilize no presente. Apoiada tão-só nas leis da Natureza, não pode variar mais do que estas leis; mas, se uma nova lei for descoberta, tem ela que se pôr de acordo com essa lei. Não lhe cabe fechar a porta a nenhum progresso, sob pena de se suicidar. Assimilando todas as idéias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam, físicas ou metafísicas, ela jamais será ultrapassada, constituindo isso uma das principais
    garantias da sua perpetuidade.”

    Em “A Gênese”, na parte que fala da (completamente incorreta) Teoria da Lua, há a seguinte nota de rodapé “Por muito racional e científica que seja essa teoria, como ainda não foi confirmada por nenhuma observação direta, somente a título de hipótese pode ser aceita e como idéia capaz de servir de baliza à Ciência”, mostrando que o livro contém idéias consideradas provisórias por Kardec, sujeitas a verificação (e portanto, a contestação) futura.

    OFF TOPIC: um bom artigo sobre revisão do Espiritismo é http://www.novavoz.org.br/opiniao-069.htm

  11. Carlos Magno Diz:

    Marcelo:

    Tanto quanto o budismo que tem 2.500 anos aproximadamente, o espiritismo não sofreu qualquer modificação nos seus principais postulados. Isso porque as ciências humanas não foram o suficiente competentes para desmentir suas máximas.

    E nem poderiam, isso por que as ciências materiais se baseiam nos efeitos físicos da matéria tri-dimensional, exatamente porque são formuladas por cérebros igualmente tridimensionais, ao contrário dessas duas ciências espirituais que citei, que vieram à existência por revelações alcançadas por mentes superiores.

    O espiritismo porque veio reconfirmar e deu preciosa ênfase aos Evangelhos de Jesus e confiou as comunicações aos processos coordenados da mediunidade. De todas as formas, mereceu estudos acurados de um homem culto de pseudônimo Allan Kardec.

    As leis físicas não são propriamente formulações originais, mas fragmentos de leis cósmicas que sempre existiram e sob cujas regências o espiritismo atua e se desenvolve. O que as ciências fazem é detectar esses fragmentos cósmicos que regulam as transformações da matéria.

  12. Carlos Magno Diz:

    A propósito, a matéria, ao contrário do que imaginam e pensam os cientistas, não é inerentemente causa de nada, mas sim efeito, decorrência de causas maiores e cósmicas. Tanto é assim que os gênios da física estão ficando embasbacados com a teoria da mecânica quântica, e teoria das super cordas que citei em comentário anterior. Eles não conseguem encontrar um ponto de apoio concreto para entender a formulação dos mundos sob as leis materiais até agora conhecidas que tanto arrogam como Pai-Mãe do universo.

    Talvez até pudessem entender e explicar melhor o universo, nas limitações e proporções humanas, se conseguissem interpretar essas mesmas leis sob uma ótica mais profunda das relações de causas e efeitos de agentes puramente físicos.

    Quando se fala em cinturão de fótons, conhecimento esse revelado aos esotéricos e espiritualistas, que intimamente aceitam e entendem via intuição, os homens das ciências ficam em polvorosa e gritam e berram contra essa burrice!

    Mas não conseguem explicar convincentemente porque um positron e um elétron ao se encontrar se aniquilam e resultam em dois raios gamas, chamados fótons. E por que a matéria que desaparece se transforma em energia, como Einstein tão bem detectou. Fica tudo no campo da teoria científica, nos compêndios de linguagem empolada, técnica e elitista, como se a simplicidade não fosse também um caminho certo para se entender o universo e seu Criador.

  13. Carlos Magno Diz:

    Os espíritos sabem disso há muitos séculos, como sabem os budistas-esotéricos, os ocultistas, alquimistas, rosa cruzes, maçons etc. Só que não precisam explicar cientificamente para quem não entenderia, e passam essas lições aos mais humildes servidores da espiritualidade na forma de revelações que devem ser aceitas pela fé e pela razão espiritual.

    Para se ter uma idéia, todo o espaço-matéria que circunscreve o sistema solar está submetido e regulado por três leis cósmicas básicas, sob a integração de energias e forças dimanadas do Criador. São elas: A Lei da Economia, A Lei da Atração e a Lei da Síntese.

    Dessas três leis básicas, decorrem sete leis sistêmicas ou menores que são: a Lei da Vibração, a Lei da Coesão, a Lei da Desintegração, a Lei do Controle Magnético, a Lei da Fixação, a Lei do Amor e a Lei do Sacrifício e Morte.

    Impossível nesse espaço discorrer apropriadamente sobre elas. Mas com toda a certeza a sabedoria dos espíritos e ocultistas de todos os tempos detinham revelações sobre elas. Assim, jamais o espiritismo será modificado por leis descobertas pelos físicos modernos, pois toda a estrutura da doutrina já se achava equacionada e regulada por essas leis. Portanto, as ciências não se encontram adiante das leis ditas espirituais, mas bem ao contrário. Portanto, a história é bem outra e o caçador vira ao final a caça!

  14. Roger Diz:

    Sr. Carlos Magno,

    O senhor deve realmente ser um cientista poderoso, além de esotérico detentor da sabedoria dos milênios. Agora, não me interessa (nem a mim nem a bilhões de pessoas “enganadas” pela “arrogante” ciência tradicional), conhecer a “corrente espírita” descrita pelo senhor, simplesmente porque ela é desconhecida, ignorada, refutada, ridicularizada e, repito, em franco desuso por qualquer pessoa com o mínimo de bom senso. Agora, esse blog, pelo que eu tenho visto, é um paraíso para o senhor, pois o senhor publica suas idéias estapafúrdias de cientista esotérico de meia-tijela, que nada sabe sobre ciência (apesar de sua imensa inveja dos cientistas), e os leitores têm o trabalho imenso de ter que “rolar” seus posts para procurar algo com substância. Poupe-nos de ter que gastar tanta tecla de computador e procure uma atividade que tenha mais a ver com o seu Q.I. e procure o site do Ronald McDonald.

  15. Carlos Magno Diz:

    Roger:

    Que bom que você leu minhas bobagens. Bem ou mal algo ficou.

    Mas que você ainda vai precisar pastar um bocado nessa vida, ah vai, meu caro!

    Uma coisa você já aprendeu: Nem tudo é para todos! Paciência, né?

    Saudações de um esotérico milenar.

  16. Maria Moraes Diz:

    Deixo-lhes uma pergunta:

    Quem fez um estudo sistemático a respeito do “O Livro dos Espíritos”, (incluíndo o contexto da sociedade no momento do seu advento) e conhece os fenômenos que ele trata?

    Para que se possa fazer um julgamento/defender/repudir é mister que esteja, de fato, informado a respeito do mote.

    Para o companheiro que citou física quântia, sugiro que pesquise a respeito do Prof. Dr. Aécio Pereira Chagas e do livro dele “Iniciação à Ciência Espírita” e caso tenha interesse em dirimir dúvidas, posso intermediar.

    Abraços fraternais,

    moraes_maria@yahoo.com.br

  17. Delefrate Diz:

    “A mais bela e profunda emoção que se pode experimentar é a sensação do místico. Este é o semeador da verdadeira ciência. Aquele a quem seja estranha tal sensação, aquele que não mais possa devanear e ser empolgado pelo encantamento, não passa, em verdade, de um morto.

    Saber que realmente existe aquilo que é impenetrável a nós, e que se manifesta como a mais alta das sabedorias e a mais radiosa das belezas, que as nossas faculdades embotadas só podem entender em suas formas mais primitivas, esse conhecimento, esse sentimento está no centro mesmo da verdadeira religiosidade.

    A experiência cósmica religiosa é a mais forte e a mais nobre fonte de pesquisa científica.

    Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível universo, é a idéias que faço de Deus.

    ALBERT EINSTEIN (1879-1955)

  18. Gilberto Diz:

    O Espiritismo de Kardec é uma farsa total, e é uma pena que pessoas bem intencionadas caiam nessa armadilha de retórica e ciência furada. No Brasil, um homem que já foi apontado como “reencarnação” de Kardec, Chico Xavier é mais fraudulento que nota de 3 reais. Nunca convenceu ninguém que não fosse crente e ganhou adeptos pela linguagem firulada, que para ignorantes, até soa “inteligente” e científica”. Sua vida é pontuada pela fraude. A fraude, intencional ou não, de Xavier é tão óbvia que é difícil pra mim crer que alguém ainda acredite nelas. Dizem que Xavier psicografava até em outras línguas, e, pesquisando, descobri essa “pérola” transcrita abaixo Essa carta é já histórica, e quase todo mundo que menciona os “prodígios” de Xavier a comenta. É uma psicografia em Inglês (feita de trás pra frente, como num espelho, truque manjado) em que Xavier traz outros “ensinamentos” lindos, puros e cheios de caridade e amor ao próximo. Só que esse espírito não sabia escrever em Inglês. O que se lê é Português escrito em Inglês, com erros de gramática e lógica imperdoáveis a um espírito tão elevado como esse “Emmanuel”. Leia só:

    “My dear and generous friends of the fraternity’s doctrine. Good health and peace in God, our Father!
    “Let us learn the life in the love’s law, from the instructions of Jesus Christ, Except this work almost always in the earthly world represent the struggle and studies of the vanity and from the darkness of the little men’s science
    Your Brother
    Emmanuel”

    Nota 0, analisada por um professor de redação.

    Descontei pontos pelo uso de pensamento em Português. A impressão que fica é que a carta foi escrita em Português, e, com o auxílio de um dicionário, ela foi traduzida ao pé-da-letra, sem critérios.

    Descontei pontos pela falta de pontuação das frases (típico do Português).

    Descontei pontos pelos seguintes erros de gramática:

    “friends of” > erro elementar, deveria ser “friends from”. Preposições em Inglês são difíceis pra brasileiros.
    “fraternity´s doctrine” > desconhecimento de gramática, deveria ser: “doctrine of fraternity”. O Possessive não cabe.
    “Good health and peace in God” > Uso errado do Imperativo (foi usado como no Português). O certo seria algo como: “May you have good health and may God´s peace be with you.”

    “peace in God” > Do Português “Paz em Deus”, não faz sentido em IngLês.

    “Let us learn the life in the love’s law” > Erro grosseiro. Ele usou o do artigo “the” como no Português, além de outras estruturas do Português. O certo seria: “Let us learn about life in love’s law”.

    “Jesus Christ, Except ” > erro de pontuação. Deveria ser “ponto” e não “vírgula”.

    “earthly world” > acho que ele quis dizer “mundo terreno”, o que não faz o menor sentido, deveria ser usado apenas a palavra “world”.

    “represent the struggle” > erro primário de conjugação verbal. Deveria ser “represents”. Qualquer aluno de Inglês elementar sabe disso.

    “the vanity” > de novo, uso errado do artigo, que, em Português estaria certo.

    “little men’s science” > ele está falando de anões? Se não, ele deveria usar a palavra “small” e não “little”

    Será que todos esses milênios de idade, o Emmanuel não pôde fazer um bom intercâmbio na Inglaterra ou nos Estados Unidos?
    É claro que os defensores vão dizer: mas como ele poderia escrever certo? A mente do médium interfere na psicografia (já ouvi isso antes), e o Chico era semi-analfabeto, como ele conseguiria ler um dicionário? Ou seja, no Espiritismo, se o médium acertar, se diz: “Viu? Não disse que o Espiritismo tem as respostas a todas as indagações do Homem?”, mas se errar, se diz: “Temos que entender as limitações do médium.” Chupa essa manga.

  19. Rosely Fernando Diz:

    Esse moço chamado Gilberto deve estar passando por muitos problemas.

    Só pode ser. Preces e uma corrente de médiuns podem ajudá-lo.

  20. Delefrate Diz:

    Realmente Rosely, nota-se isso pela destilação do ódio em suas palavras, ódio de quem só fez o bem.

    Além de tudo mostra-se um péssimo argumentador, sendo até mesmo infantil, como a criança birrenta quando é contrariada.Vejamos:

    1-´´No Brasil, um homem que já foi apontado como “reencarnação” de Kardec, Chico Xavier é mais fraudulento que nota de 3 reais“

    Obs:Mas Gilberto, entre uma fraude como Chico Xavier que fez tanto pelos mais pobres e uma fraude como voce, praticamente inutil pra quem necessita de um simples prato de arroz em casa, é necessario dizer qual fraude o Brasil precisa mais?

    2-´´Nunca convenceu ninguém que não fosse crente e ganhou adeptos pela linguagem firulada, que para ignorantes, até soa “inteligente” e científica”“

    Obs:E voce tem provas irrecusaveis que nunca nenhum descrente tenha acreditado em sua autenticidade?

    3-´´Sua vida é pontuada pela fraude. A fraude, intencional ou não, de Xavier é tão óbvia que é difícil pra mim crer que alguém ainda acredite nelas“

    Obs: Milhões de pessoas acreditam, ja a sua vida, é pontuada por comentarios apaixonados e nenhuma atividade reconhecida por algum grupo mais expressivo, a não ser por alguns tolos como eu que ainda insistem em perder tempo com voce.

    4-´´Dizem que Xavier psicografava até em outras línguas, e, pesquisando, descobri essa “pérola” transcrita abaixo Essa carta é já histórica, e quase todo mundo que menciona os “prodígios” de Xavier a comenta. É uma psicografia em Inglês (feita de trás pra frente, como num espelho, truque manjado) em que Xavier traz outros “ensinamentos” lindos, puros e cheios de caridade e amor ao próximo.“

    Obs: Não só ensinamentos como um vida vivida assim, totalmente documentada,e voce amigo, o que tem feito de bom pela humanidade melhor que ele na sua vida além de criticar e atacar quem fez?

    5-´´O que se lê é Português escrito em Inglês, com erros de gramática e lógica imperdoáveis a um espírito tão elevado como esse “Emmanuel”. “

    Obs:Imperdoavel é não fazer melhor na vida.Mas seria interessante ouvir de voce sobre os casos dos réus absolvidos por juizes baseados em mensagens espiritas do ´´fraudulento“ Chico Xavier, apesar de saber de antemão dos seus argumentos, seria divertido rir mais um pouco, coisa que sempre faço quando tenho um tempinho livre da minha empresa de informatica.

    Um abraço pro nosso ´´descobridor de fraudes“ Gilberto, tenha certeza que os seus exemplos de vida vão ficar pra sempre na história da humanidade, e não aquele fraudulento do Chico.(risos)

    ´´A mais bela e profunda emoção que se pode experimentar é a sensação do místico. Este é o semeador da verdadeira ciência. Aquele a quem seja estranha tal sensação, aquele que não mais possa devanear e ser empolgado pelo encantamento, não passa, em verdade, de um morto.“

    ALBERT EINSTEIN (1879-1955)

  21. Gilberto Diz:

    Leia o link abaixo. Essa história de carta psicografada é motivo de chacota de advogados e usada como medida desesperada por pessoas como essa abaixo, a Suzane von Richthofen, que matou barbaramente os pais. Ainda bem que a carta não foi aceita e a moça vai apodrecer na cadeia. Se fosse por você, ela estaria nas ruas, talvez louca pra matar de novo.
    http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/40116.shtml

  22. Gilberto Diz:

    Ah, se os internautas quiserem conhecer os casos que Delfrate relata, acesse o link abaixo.
    http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9381

  23. Carlos Magno Diz:

    Diante do exposto, forçoso é concluir que, juridicamente, a mensagem psicografada caracteriza-se como documento particular, o que não se admite como prova judicial, por afrontar o ordenamento jurídico pátrio, sobretudo o art. 5o, caput (igualdade) e incisos VI, VIII, e LV, da Constituição Federal.


    Pela pessoal conclusão do advogado é possível a admissão de laudas psicografadas como documento particular. Mesmo na posição personificada do autor do comentário, não há heresia apócrifa como o pobre do detrator do espiritismo, o apresentador do site, desejaria que fosse.

    O comentário do advogado deixa bem claro que eminentes juristas são bastante favoráveis; então há o reconhecimento: logo vale também o sim. Juiz é juiz e no final cabe a ele a sentença. A discussão continua, o que é ótimo para o espiritismo e terrívelmente ácido e indigesto para seus ferrenhos inimigos.

    O tiro saiu pela culatra, como o Vitor costuma dizer. Interessante, não?

  24. Gilberto Diz:

    Ora, vamos pegar um aerobus, que segundo o espírito André Luiz é confundido aqui na terra com OVNI´s, e visitar Chico Xavier em outro plano de existência (em que a maioria dos internos no Hospital Psiquiatrico do além foi espírita encarnado), e ver o lado escuro da lua (que é perfeitamente visível em Nosso Lar!!), descobrindo que Chico foi Kardec em outra encarnação (apesar do próprio Chico ter afirmado que estudou em um curso semanal com Emmanuel a Doutrina Espírita; ou seja, ele aprendeu no curso o que ele mesmo havia codificado!!), e finalmente, vamos esperar que Manoel de Nóbrega (Não o padre, que foi Emmanuel) que recentemente reencarnou como o próprio filho de Carlos Alberto de Nóbrega, comande o programa “A Praça é Nossa” com elevado estado de “espírito” (peraí, eu sou meu próprio avô!) Ou quem sabe ele terá um eterno mau-humor? Isso é que vai ser um tiro que saiu pela culatra!!!!

  25. Carlos Magno Diz:

    Atenção céticos que odeiam o espiritismo, atenção!Desespero na casa!!!

    Argumentos sofríveis estão boiando no lamaçal das mentiras, com a intenção de desviá-las e sair-se da reta.

    Primeiro se falou do direito, de um comentário simples de um advogado, coisa pessoal e unilateral, como se fosse algo inalienável, perfeito e julgado.

    Quando se mostrou que o tiro realmente saiu pela culatra, pois os próprios comentários do advogado demonstram dualidades e pontos contraditórios pela posição de autoridades jurídicas, o barraco cheio de cupim desmoronou, e a apelação do pseudo voou para o xiste, à ficção e à péssima e pretensa analogia ao humor dos programas televisivos.

    Atenção, medíocres, bastem-se aos argumentos vazados e pegajosos do pseudo! Vocês vão adorar, pois aos medíocres o que é dos medíocres!!!

  26. Gilberto Diz:

    Sr. Carlos Magno, como o senhor, que infere ser adepto ou entusiasta de cultos Afro-Brasileiros (que são milhares de vezes mais coerentes que o Espiritismo de Kardec, principalmente por não quererem dar pitaco em ciência ou em outras religiões, ficando no âmbito da fé pessoal e dos belos ritos centenários) pode ser tão apaixonado defensor das incoerências e sandices Espíritas? O Espiritismo considera os espíritos desses cultos como inferiores, e condenam sacrifícios de animais e incorporações, que são o foco principal dessas religiões. O escritor e médium Márcio de Carvalho (um bom amigo, já falecido) me dizia que os negros sofrem tanto nessa vida por causa da involução de seus espíritos, refletido em suas religiões. Dá pra ser Espírita e cultuador Afro-brasileiro ao mesmo tempo?

  27. Carlos Magno Diz:

    Continua a confusão na mente cética. Espiritismo é significado amplo, irrestrito, não é somente aplicado ao espiritismo de Kardec.

    Há boas discussões a respeito, mas com ordem e civilidade.

  28. angus Diz:

    “O homem está sempre disposto a negar tudo aquilo que não compreende”. (Blaise Pascal)

  29. korg Diz:

    Vamos ser práticos ok,

    se o espiritismo é considerado como ciência, o que ele trouxe de bom para a humanidade?

    descobertas da fisica ? medicina ? engenharia ?

    Nunca vi nada na ciência relacionado ao espiritismo, então por que pessoas de bom senso devem considera-lo?

    é bem claro que “espiritos superiores” afirmaram a geração espontânea, ( na verdade teoria acredita por outros cientistas, nem isso os espiritos inovaram ) refutada pelo célebre Louis Pasteur.

    Então me digam no que o espiritismo fez a ciência evoluir?

    Não vejo nada além de falacias e outras coisas que devem ficar somente no mundo do obscurantismoem que se encontram todas as demais religiões.

  30. APODman Diz:

    Que surpresa encontrar este seu site Vitor !

    O parabenizo pela iniciativa.Devo dizr tb que algumas considerações que tinha sobre vc cairam após a leitura do material aqui publicado.

    Especificamente sobre o tema da correção científica do Livro dos Espíritos realmente existe o problema do erro. Praticamente os primeiros capítulos, que focam este tema, são constituidos de informações errôneas a luz da ciência moderna.

    Porém mais do que levantra os erros das afirmações dos espíritos vejo um outro ponto: não somente estão erradas mas tb nenhuma delas constitui uma revelação ou uma informação original como o Livro os Espiritos deseja transparecer. Não existe uma antecipação em relação ao conhecimento cientifico moderno, TUDO que é dito nestes capítulos podemos verificar que já era parte do conhecimento científico em voga no tempo de Kardec (seja ele correto ou não ).

    A partir do momento que se percebe isto uma análise mais ampla do LE demosntra que praticamente nenhuma informação é fruto de uma idéia exatamente original e Kardc dá pistas disto em sua Revista Espirita onde aos poucos nos fornece os indcativos de suas fontes e de como adaptou e/ou simplesmente colou as idéias presentes nestas fontes.

    Até mesmo a escolha o seu codinome é fruto de um modismo de época: por volta do meio do sec XIX houve um “resgate” do druidismo por diversas ordens bretãs que romatizaram estes antigos sacerdotes e criaram o estereótipo do druida ao estilo “Merlim”. Esta moda se espalhou por toda a Europa chegando obviamente a França. ( Na realidade os druidas não possuiam práticas nada sutis: os druidas normalmente afogavam inimigos capturados em batalhas, os estripavam, ou ainda os queimavam em imensos bonecos ocos de madeira, entre outras métodos brutai sempre ligados a aspectos ritualisticos. Se Kardec havia sido um deles isto não era nada meritório )

    Novamente deixo aqui meus parabéns.

    Carlos “APODman” Bella

  31. Joaquim Neiva Diz:

    Caros amigos,

    Sou espírita e, por isso mesmo, sou crítico contumaz da doutrina (paradoxo facilmente inteligível por quem conhece a doutrina espírita), mas não posso deixar de tecer alguns comentários a respeito de algumas partes do artigo e de alguns comentários deste interessante blog, não serão a todas, pois me falta tempo. Vejamos:

    CRÍTICA: Na crítica sobre a questão número 4 do Livro dos Espíritos: “Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?”, diante da respostas dos espíritos de que “duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa”, o autor Julio César Siqueira diz que:

    “O erro desse raciocínio está justamente nessa idéia de que qualquer COISA é um EFEITO. Pode ser que haja coisas que não sejam efeito de nada, sendo acausais portanto”.

    JN: Devo dizer que não há nada menos “científico” que o termo “pode ser que”, apesar de toda ciência começar com um ou mais “pode ser que”. Mas ciência mesmo é responder: “pode ser que” baseado em quê?

    O Livro dos Espíritos até pode fazer afirmações ainda não experimentadas, por seu caráter revelador, mas alguém que se quer “cientista”, e/ou “científico”…

    CRÍTICA: O crítico continua afirmando que “Se fôssemos de fato seguir à risca tal raciocínio, então o fato de encontrarmos Deus tornaria obrigatório haver um Deus anterior, inclusive mais forte, que o houvesse criado também”.

    JN: É mais ou menos por aí. Era só ter lido um pouco mais e chegaria à questão número 13, e veria o seguinte comentário: ” Deus é eterno. Se Ele tivesse tido um começo teria saído do nada, ou teria sido criado por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.”

    Antes, na questão número 1, os espíritos já haviam dito que “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”, portanto…

    CRÍTICA: No Complemento número 1 à mesma crítica, recorre-se a um artigo de Richard Soup, informando que “de acordo com a teoria quântica corrente, existem eventos “acausais”, não-influenciávies — eventos que acontecem de modo totalmente aleatório. Isso incluiria decaimento radioativo, flutuações de ruído térmico, e medições de estados quânticos sobrepostos”.

    JN: Ora, existem hoje 10000000000000000000000000² teorias quânticas (desculpe a ironia!). A maioria delas nem mesmo pode ser chamada de científica (por exemplo, o filme e livro “O Segredo”).

    A provável origem da afirmação de Richard Soup é a seguinte: em 1966, um físico russo de nome Andrei Sakharov, tentando explicar o provável (bem provável) desequilíbrio entre matéria e antimatéria, delineou três condições necessárias para que isso ocorresse: A primeira diz que os prótons devem decair, a segunda restringe a maneira como o universo esfriou após o Big Bang e a terceira descreve uma diferença de propriedade, mensurável, entre matéria e antimatéria. Até hoje não houve nenhuma observação experimental do decaimento de um próton, entretanto espera-se que isto seja um evento tão raro que não estaria ao alcance dos métodos experimentais atuais. Já as condições de não equilíbrio do esfriamento do universo são compatíveis com os modelos teóricos existentes e com as observações realizadas. E a diferença de comportamento entre a matéria e a antimatéria está no limite de nossa capacidade experimental e existem, no momento, vários experimentos em preparação para tentar observá-la. Por enquanto é tudo “pode ser que”.

    JN: No mais, todas as outras críticas baseadas em “teorias quânticas” carecem antes de resposta à seguinte pergunta: Teoria quântica de quem, cara pálida?

    CRÍTICA: Na crítica à questão de número 19 e sua resposta:

    “Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da Natureza?

    “A Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu.” tanto maior admiração lhe devem causar o poder e a sabedoria do Criador. Entretanto, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete da ilusão. Ele amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades rejeitou como erros. São outras tantas decepções para o seu orgulho.”

    Que teve o seguinte comentário:

    “Este parágrafo, na verdade ao invés de esclarecer tenta diminuir a contribuição da ciência. O método científico tem esta característica, criar hipóteses, testá-las e aprimorá-las. Sem sombra de dúvida, neste processo o erro é permanente, porém é assim que se progride. […]”

    JN: Não concordo com o crítico quando sugere que houve uma crítica ao método científico. O próprio Livro dos Espíritos foi confeccionado usando tal método. Já em relação ao progresso da ciência, concordo plenamente com o crítico. Acho que o espiritismo só tem um dogma. Este dogma foi “sacramentado” (brincadeirinha) por Kardec: “Se a ciência provar que estamos errados em algum ponto doutrinário, abandonamos aquele ponto e seguimos a ciência”.

    CRÍTICA: O crítico ainda afirma que:

    “Da mesma forma, não acredito que existam “limites que Deus estabeleceu”, existem apenas limites tecnológicos a serem transpostos.

    JN: Ora, os limites que “Deus estabeleceu” existem e são apenas os limites da natureza humana, a própria resposta enfatiza que os limites estão no “poder” e na “sabedoria”, os tecnológicos certamente serão transpostos (vide Lei do Progresso). Mas a perfeição humana jamais será absoluta, como a de Deus, será no máximo relativa. Isto é lógica.

    CRÍTICA: Na crítica à questão número 27 e sua resposta:

    “Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?

    “Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas, ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o espírito possa exercer ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o espírito não o fosse. Está colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria , e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”

    1- Fazendo distinção entre matéria e fluido, ou o Espírito que respondeu a esta pergunta restringiu bastante o que gostaria que fosse entendido por “matéria”, ou reduziu severamente o que queria que entendêssemos por “fluido”. Em nível macroscópico (e de uma maneira bem simplória), podemos classificar a matéria em sólidos e fluidos, de modo que os fluidos não estão à parte da matéria.

    2- “… qualidades que a gravidade lhe dá …” : afirmação muito obscura.

    Autor: José Edmar Arantes Ribeiro (comunicação pessoal).

    JN: Devo esclarecer que os espíritos estão se referindo ao Fluido Cósmico Universal, que é bem diferente da definição de fluido que conhecemos.

    Peço socorro a Marcelo Fernandes, em O Consolador Prometido:

    “(…) A palavra fluido também variou muito desde a época de Kardec quando o éter era pensado como um fluido em repouso. Hoje, em Física, a palavra fluido é um nome associado apenas a substâncias materiais como os gases e os líquidos, indicando a possibilidade de movimento relativo interno.

    – Mesmo o conceito de espaço mudou com a teoria da Relatividade Especial, passando a ser um contínuo quadridimensional onde tempo e espaço passaram a ser equivalentes, e depois mudou com a Teoria da Relatividade Geral pois foi dotado de curvatura que depende da quantidade de matéria presente. Na atualidade já foi detectado o arrastamento da estrutura do espaço próximo de buracos negros, deixando o espaço assim de ser considerado como tendo existência independente, ou de ser apenas uma entidade matemática, para ter uma existência objetiva, solidária com a matéria. Mas, diferentemente dos físicos relativistas, os físicos de partículas vêm o espaço-tempo como um cenário de fundo fixo no qual os grávitons (partículas do campo gravitacional) e outros quanta (como os fótons do campo eletromagnético) podem interagir e se propagar. Para os físicos que estudam a teoria das cordas super simétricas o espaço-tempo deve ter dez dimensões sendo que as dimensões extras são “invisíveis” porque elas se enrolam em círculos muito pequenos, do tamanho do comprimento de Planck.
    Assim, ninguém poderá afirmar que os conceitos atuais da Física não continuarão mudando com o advento de novas teorias no futuro.

    Que nome seria escolhido hoje para designar algo que explicasse tanto os campos quanto a energia, o espaço, o fluido vital e que ainda fosse o elemento do qual matéria e antimatéria fossem constituídos? Um elemento assim seria amplo, universal em sua capacidade de explicar tudo, e teria características análogas a um fluido em sua acepção atual, e preencheria o espaço cósmico. Que nome seria melhor do que Fluido Cósmico Universal? (…)”

    CRÍTICA: No LE está escrito que o Universo é infinito pois não podemos imaginar algo que exista além de seus limites, no entanto […] se imaginarmos que o Universo foi criado […] ou seja que teve um começo e sabe-se, por medições que ele está em expansão, a lógica nos faz concluir que está aumentando o seu limite e que portanto é finito.

    JN: O Livro A Gênese de Kardec traz a resposta, mas vou recorrer a uma cientista. Uma resposta breve encontra-se no livro de Brian Greene, “O Tecido do Cosmos”.

    Transcrevo-a:

    “Normalmente imaginamos que o universo começou com um ponto… em que não há espaço ou tempo exteriores. A partir de uma erupção qualquer, o espaço e o tempo emergiram da sua forma comprimida e o universo em expansão levantou vôo, Contudo, se o universo é espacialmente infinito, havia já uma extensão espacial infinita no momento do big bang. Neste momento inicial, a densidade de energia disparou e uma temperatura incomparavelmente elevada foi alcançada, mas estas condições extremas existiam por toda a parte, e não num único ponto. De acordo com esta possibilidade, o big bang não ocorreu num ponto; pelo contrário, a erupção do big bang ocorreu por toda a parte desta extensão infinita. Comparando isso com o começo convencional num único ponto, é como se houvesse muitos big bangs, um em cada ponto da extensão espacial infinita. Após a explosão, o espaço expandiu, mas o seu tamanho global não aumentou, uma vez que algo que já é infinito não pode ficar ainda maior. Aquilo que aumentou foram as separações entre objetos, como as galáxias (depois de formadas)… Um observador como nós, olhando de uma galáxia ou de outra, veria todas as galáxias vizinhas a afastarem-se, tal como Hubble descobriu”.

    CRÍTICA: Questão 40:

    Serão os cometas, como agora se pensa, um começo de condensação da matéria, mundos em via de formação?

    “Isso está certo; absurdo, porém, é acreditar-se na influência deles.

    01.Vejam, os cometas não são necessariamente começo de formação de nada. Podem, a princípio, ficar vagando “ad infinitum”.

    02. Os cometas são constituídos basicamente de poeira e gelo sendo sobra da nebulosa inicial que deu origem ao Sistema Solar, os planetas Júpiter, Saturno e Netuno, devido a suas massas muito grandes, provocam alterações nas órbitas destes pedaços de rocha existente no cinturão de Crupier e ou na Nuvem de Oort da qual o cinturão faz parte, fazendo com que se aproximem do Sol.

    Não são formados no começo de condensação da matéria, mas sim durante a formação da nebulosa planetária, pelo menos 8 ou 10 bilhões de anos depois do Big Bang.

    JN: Sugiro que esperemos os experimentos sobre o Big Bang que serão feitos por cientistas de vários países no maior laboratório de física do mundo. O Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), em Genebra irá promover a maior experiência da física nas últimas décadas, fazendo com que dois átomos se choquem em uma alta velocidade e permitindo, assim, o estudo de como teria sido o Big Bang.

    Sobre este assunto há muitas especulações e pouca ciência ainda.

    Fico por aqui, mas, caso queiram, posso continuar em outra oportunidade.

    Devo dizer que o Espiritismo não quer ser a última palavra em nada, haja vista a frase de Kardec: “Se a ciência provar que estamos errados em algum ponto doutrinário, abandonamos aquele ponto e seguimos a ciência”, mas querer tomar o atual patamar científico como o definitivo…

    Um grande e fraterno abraço.

    Joaquim Neiva
    jneivar@ig.com.br

  32. Vitor Diz:

    Prezado Joaquim,

    comentando:

    01. Devo dizer que não há nada menos “científico” que o termo “pode ser que”, apesar de toda ciência começar com um ou mais “pode ser que”. Mas ciência mesmo é responder: “pode ser que” baseado em quê?

    Baseado em fenômenos que são considerados acausais, como os citados por Soup.

    02- O Livro dos Espíritos até pode fazer afirmações ainda não experimentadas, por seu caráter revelador, mas alguém que se quer “cientista”, e/ou “científico”…
    Alguém que se quer “cientista”, e/ou “científico” precisa levar as demais hipóteses em consideração, a opinião do mainstrem sobre o assunto…

    03- O crítico continua afirmando que “Se fôssemos de fato seguir à risca tal raciocínio, então o fato de encontrarmos Deus tornaria obrigatório haver um Deus anterior, inclusive mais forte, que o houvesse criado também”. É mais ou menos por aí. Era só ter lido um pouco mais e chegaria à questão número 13, e veria o seguinte comentário: ” Deus é eterno. Se Ele tivesse tido um começo teria saído do nada, ou teria sido criado por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.” Antes, na questão número 1, os espíritos já haviam dito que “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”, portanto…

    Portanto isso não resolve nada. Se Deus é acausal, por que o Universo não poderia ser? De fato, há teorias que colocam o Universo como eterno também, sem a necessidade de um Criador. Além disso, há fenômenos considerados acausais, logo dizer que Deus é a causa primária de TODAS as coisas cai-se em erro também…

    04-No Complemento número 1 à mesma crítica, recorre-se a um artigo de Richard Soup […] Por enquanto é tudo “pode ser que”. No mais, todas as outras críticas baseadas em “teorias quânticas” carecem antes de resposta à seguinte pergunta: Teoria quântica de quem, cara pálida?

    De cientistas. A existência de fenômenos acausais penso ser consenso entre a maioria dos cientistas. O fato é que com o passar do tempo, as pesquisas ao invés de confirmar, tem no mínimo feito surgir várias outras possibilidades não contempladas pelo LE.

    05- Não concordo com o crítico quando sugere que houve uma crítica ao método científico. O próprio Livro dos Espíritos foi confeccionado usando tal método.

    Não, não foi. Inclusive, não há sequer 1 só fenômeno paranormal bem documentado em toda a Revista Espírita ou no Livro dos Espíritos. Vide o artigo “Porque um cético não acredita no Livro dos Espíritos”, que mostra erros graves na metodologia de Kardec, neste mesmo blog.

    06- Acho que o espiritismo só tem um dogma. Este dogma foi “sacramentado” (brincadeirinha) por Kardec: “Se a ciência provar que estamos errados em algum ponto doutrinário, abandonamos aquele ponto e seguimos a ciência”.

    Coisa que ninguém presta atenção hoje em dia, fazendo justamente o oposto.

    07- Ora, os limites que “Deus estabeleceu” existem e são apenas os limites da natureza humana,

    Não sabemos nem se Deus existe…

    08- a própria resposta enfatiza que os limites estão no “poder” e na “sabedoria”,

    O que também não sabemos se há limites.

    09- Mas a perfeição humana jamais será absoluta, como a de Deus, será no máximo relativa. Isto é lógica.

    Não sabemos se Deus existe, e se existe, não sabemos se Ele é perfeito.

    10- Devo esclarecer que os espíritos estão se referindo ao Fluido Cósmico Universal, que é bem diferente da definição de fluido que conhecemos. […] Que nome seria escolhido hoje para designar algo que explicasse tanto os campos quanto a energia, o espaço, o fluido vital e que ainda fosse o elemento do qual matéria e antimatéria fossem constituídos? Um elemento assim seria amplo, universal em sua capacidade de explicar tudo, e teria características análogas a um fluido em sua acepção atual, e preencheria o espaço cósmico. Que nome seria melhor do que Fluido Cósmico Universal? (…)”

    Qualquer um menos “Fluido Cósmico Universal”, que é reduntante. Cosmo e Universo significam a mesma coisa. O nome é infeliz. Além disso, não há, que eu saiba, evidências de qualquer fluido vital.

    11. Após a explosão, o espaço expandiu, mas o seu tamanho global não aumentou, uma vez que algo que já é infinito não pode ficar ainda maior. Aquilo que aumentou foram as separações entre objetos, como as galáxias (depois de formadas)… Um observador como nós, olhando de uma galáxia ou de outra, veria todas as galáxias vizinhas a afastarem-se, tal como Hubble descobriu.

    É uma possibilidade, dentre várias outras. Se o Universo é finito ou infinito, só o tempo dirá. O importante do artigo é apontar outras possibilidades que surgiram desde a feitura do LE.

    12. Sugiro que esperemos os experimentos sobre o Big Bang que serão feitos por cientistas de vários países no maior laboratório de física do mundo. O Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), em Genebra irá promover a maior experiência da física nas últimas décadas, fazendo com que dois átomos se choquem em uma alta velocidade e permitindo, assim, o estudo de como teria sido o Big Bang. Sobre este assunto há muitas especulações e pouca ciência ainda. Fico por aqui, mas, caso queiram, posso continuar em outra oportunidade.

    Não vejo em que tal experimento vá mudar o que sabemos dos cometas…

    13. Devo dizer que o Espiritismo não quer ser a última palavra em nada, haja vista a frase de Kardec: “Se a ciência provar que estamos errados em algum ponto doutrinário, abandonamos aquele ponto e seguimos a ciência”, mas querer tomar o atual patamar científico como o definitivo…
    Ninguém está tomando como definitivo. Mas cada vez mais fica mais difícil “encaixar” o que diz o LE com o que sabemos do Universo.

    Um abraço.

  33. Joaquim Neiva Diz:

    Caro Vitor,
    Algumas observações:

    Vitor disse: “(…) Se Deus é acausal, por que o Universo não poderia ser? De fato, há teorias que colocam o Universo como eterno também, sem a necessidade de um Criador. Além disso, há fenômenos considerados acausais, logo dizer que Deus é a causa primária de TODAS as coisas cai-se em erro também…”

    JN: O termo “acausal” para designar a origem de Deus na visão espírita, não é correto.
    Um pequeno exercício do pensamento filosófico do LE, quando diz que Deus: “é eterno. Se Ele tivesse tido um começo teria saído do nada, ou teria sido criado por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade”, mostra claramente que o espiritismo entende que Deus seja “eterno”, o que filosoficamente é bem diferente de “acausal”.
    O eterno, por existir desde sempre e para sempre, sem interrupção, não é “efeito”, portanto não tem causa. Não pode ser “evento”, pois não é possível estipular um “momento” dele. E não pode ser “acausal” na acepção , por ser “a causa primária de todas as coisas”, seria como no “moto contínuo”.

    Acho que a razão do difícil entendimento deste ponto é a contaminação pela visão morfológica de Deus (da qual todos nós somos vítimas devido à massificação feita pela maioria das religiões). Por isso mesmo é que Kardec, inteligentemente, fez a primeira pergunta do LE observando uma prudente distância do “senso comum”, de forma brilhante e inteiramente dentro do método científico: “QUE É DEUS?”. Veja bem, ele não perguntou “QUEM É DEUS?”, o que poderia sugerir um conceito prévio de que Deus fosse “alguém” (incompatível com a sua natureza eterna, portanto), nem mesmo perguntou “O QUE É DEUS?” (o simples acréscimo do “O” sugeriria que a pré-concepção agora seria de que Deus fosse “algo específico”).
    Outro problema é a confusão que a visão morfológica de Deus cria quando se tenta entender a afirmativa do LE de que Deus “é a causa primária de todas as coisas”. Normalmente se entende que Deus, um elemento, teria criado todas as coisas, outro elemento diferente. Entendo que a interpretação correta é que A CAUSA PRIMÁRIA, OU PRIMEIRA, DE TODAS AS COISAS, É QUE É DEUS na visão espírita.

    A resposta à questão de número 10 do LE é bem elucidativa do pensamento dos espíritos:
    P: Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?

    R: “Não, falta-lhe para isso o sentido.”

    Logo em seguida, na questão de número 11, os espíritos dizem que o homem poderá compreender o “mistério da divindade” “Quando não tiver mais o espírito obscurecido pela matéria. (…)”

    Em outras palavras, é ao longo do tempo, da evolução, que se vai compreendendo a natureza íntima de Deus, por aquisição dos sentidos necessários.

    Vitor disse: Qualquer um menos “Fluido Cósmico Universal”, que é redundante. Cosmo e Universo significam a mesma coisa. O nome é infeliz. Além disso, não há, que eu saiba, evidências de qualquer fluido vital.

    JN: Perdão Vitor, mas entendo que há outro probleminha de terminologia no seu comentário.
    Entendo que a terminologia “Fluido Cósmico Universal” é boa e não é redundante pelo seguinte: o “Cósmico” do fluido é de localização (fluido do universo, do cosmo, não está apenas em determinado “ponto” do Universo) e o “Universal” já é pela sua natureza característica (penetra em tudo), como o explicado na própria questão de número 27: “(,,,) Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”

    É óbvio que o preconceito não permite estudos científicos sobre fluidos e perispíritos fora dos meios espíritas, infelizmente, apesar de que, de vez em quando, algum cientista esbarra em algo, mas há estudos feitos por cientistas espíritas, como os sobre o MOB (Modelo Organizador Biológico), bastante interessantes.

    Vitor disse: Não vejo em que tal experimento vá mudar o que sabemos dos cometas…

    JN: Sobre a resposta dos espíritos sobre cometas na Questão 40: “Serão os cometas, como agora se pensa, um começo de condensação da matéria, mundos em via de formação? “Isso está certo; absurdo, porém, é acreditar-se na influência deles”.

    Acredito que a impossível influência dita pelos espíritos é aquela de ordem espiritual, como ao longo da história da humanidade tem-se acreditado. Desde o prenúncio do fim do mundo trazido pelo cometa Halley na idade média, passando pelo suicídio coletivo para se viajar para outros mundos na cauda do cometa Hale-Bopp (recentemente nos EUA) até a anunciada malfadada chuva que o cometa McNaught fará cair sobre a terra na atual idade “mídia”.

    Quanto à afirmativa de que os cometas seriam “um começo de condensação da matéria, mundos em via de formação”, confirmada pelos espíritos, é interessante que o amigo leia o artigo da revista Superinteressante de número 116 (http://super.abril.com.br/superarquivo/1997/conteudo_115987.shtml) sobre o cometa Hale-Bopp, da qual transcrevo uma pequena parte aqui:

    “(…) O que mais surpreende os astrônomos é que o Hale-Bopp carrega grande quantidade de substâncias orgânicas. São coisas como metano, acetileno, cianeto de metila, ácido fórmico e etileno. Vários desses compostos são produzidos por organismos vivos. O etileno se forma no amadurecimento das frutas. O ácido fórmico é extraído das formigas. E o metano aparece no estômago dos ruminantes durante o processo de digestão. As moléculas que contêm carbono e nitrogênio podem ter se originado nas mesmas condições primitivas em que surgiram os aminoácidos, os tijolos fundamentais da vida, disse à SUPER o químico Atílio Vanin, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo. O raciocínio dos astrofísicos é o seguinte: se a maioria dos cometas contiver tanta matéria orgânica assim, a vida pode mesmo ter sido plantada na Terra por esses mensageiros cósmicos.

    Mas, por enquanto, tudo são hipóteses (…)

    (…) Os astrônomos identificaram olivina no Hale-Bopp. Espanto. Trata-se do principal minério do manto terrestre, que só se forma sob altíssimas temperaturas. Mas um cometa é um bloco de gelo de 200 graus negativos! Como haveria olivina ali? Hipótese: ela já estaria na nebulosa hipergelada que deu origem ao Sistema Solar, incluindo os planetas e os cometas, e só poderia ter vindo de sistemas solares extintos. (…)”

    Ou seja, ainda é tudo “pode ser que”.

    Há muita “nebulosa” nessa história de cometa ainda.

    Sugeri aguardarmos as conclusões do CERN sobre o “Big Bang” e sugiro também aguardarmos as conclusões dos estudos do astrofísico Harold Weaver e sua equipe da Universidade Johns Hopkins, para não ficarmos especulando sobre quem ignora menos a gnosiologia humana.

    Vitor disse: Ninguém está tomando como definitivo. Mas cada vez mais fica mais difícil “encaixar” o que diz o LE com o que sabemos do Universo.

    JN: Veja você o que é ponto de vista. Eu já acho que a ciência, com suas descobertas recentes (como a dos cometas acima) e teorias como a do Caos (determinístico?) e mesmo o Big Bang e a expansão do Universo (descrita explicitamente no Livro A Gênese, de Kardec) e outras, tem se aproximado cada vez mais das revelações espíritas.

    Ponto de vista é ponto de vista.

    Um grande e fraterno abraço.
    Joaquim Neiva
    jneivar@ig.com.br

  34. Vitor Diz:

    Prezado Joaquim,

    comentando:

    01. Por isso mesmo é que Kardec, inteligentemente, fez a primeira pergunta do LE observando uma prudente distância do “senso comum”, de forma brilhante e inteiramente dentro do método científico: “QUE É DEUS?”. Veja bem, ele não perguntou “QUEM É DEUS?”, o que poderia sugerir um conceito prévio de que Deus fosse “alguém” (incompatível com a sua natureza eterna, portanto), nem mesmo perguntou “O QUE É DEUS?” (o simples acréscimo do “O” sugeriria que a pré-concepção agora seria de que Deus fosse “algo específico”).

    Se ele quisesse mesmo ter sido científico, teria perguntado “existe Deus”? Veja que na pergunta ele JÁ CONSIDEROU COMO CERTA a existência de Deus! Assim, não foi científico, pois já considerou como certo aquilo que ele deveria provar!

    02. Entendo que a terminologia “Fluido Cósmico Universal” é boa e não é redundante pelo seguinte: o “Cósmico” do fluido é de localização (fluido do universo, do cosmo, não está apenas em determinado “ponto” do Universo) e o “Universal” já é pela sua natureza característica (penetra em tudo), como o explicado na própria questão de número 27: “(,,,) Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”

    Então que se desse o nome “Fluido Cósmico Onipresente” ou “Fluido Cósmico Onipenetrante”, que representaria muito melhor essa característica do que dois nomes cuja origem é a mesma! Isso é dito por outros espíritas:

    http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geae052.txt

    Segundo o Prof. Jose Naufel, do Instituto de Cultura Espirita do Brasil (Rua dos Invalidos,n’ 182, Centro-RJ,Rio de Janeiro), devemos desfazer um lapso, talvez cometido pelos proprios tradutores: NAO EXISTE FLUIDO COSMICO UNIVERSAL ! Esta expressao eh uma redundancia, um pleonasmo, porque FLUIDO COSMICO EH IGUAL AO FLUIDO UNIVERSAL! COSMO eh Universo em GREGO e UNIVERSO eh Cosmo em LATIM! Logo sao expressoes SINONIMAS, bem como varias outras: fluido mater, primevo, divino, elementar, bahsico, etc, etc.

    03. É óbvio que o preconceito não permite estudos científicos sobre fluidos e perispíritos fora dos meios espíritas, infelizmente, apesar de que, de vez em quando, algum cientista esbarra em algo, mas há estudos feitos por cientistas espíritas, como os sobre o MOB (Modelo Organizador Biológico), bastante interessantes.

    Por exemplo?

    04.Quanto à afirmativa de que os cometas seriam “um começo de condensação da matéria, mundos em via de formação”, confirmada pelos espíritos, é interessante que o amigo leia o artigo da revista Superinteressante de número 116

    Ainda que se confirme as hipóteses esboçadas no artigo, cometas não seriam mundos em vias de formação, e sim elementos transportadores de vida para os planetas.

    05. Veja você o que é ponto de vista. Eu já acho que a ciência, com suas descobertas recentes (como a dos cometas acima) e teorias como a do Caos (determinístico?) e mesmo o Big Bang e a expansão do Universo (descrita explicitamente no Livro A Gênese, de Kardec) e outras, tem se aproximado cada vez mais das revelações espíritas. Ponto de vista é ponto de vista.

    E segundo meu ponto de vista, “malabarismos semânticos” fazem verdadeiros milagres…ajeitando aqui e ali, vc sempre pode fazer um encaixe procustiano.

    Um abraço.

  35. Joaquim Neiva Diz:

    Caro Vitor,
    Algumas ponderações:

    Vitor disse: Se ele quisesse mesmo ter sido científico, teria perguntado “existe Deus”? Veja que na pergunta ele JÁ CONSIDEROU COMO CERTA a existência de Deus! Assim, não foi científico, pois já considerou como certo aquilo que ele deveria provar!

    JN: Desculpe-me amigo, mas quem está familiarizado com o método científico sabe que toda pesquisa científica adota pelo menos uma premissa, por menos significante que seja. Quando não parte de uma. Só “Hollywood” e os romancistas concebem descobertas científicas “por acaso”.

    Nesse caso, concordo com o filósofo Chico Prosdócimi: “(…) nenhum conhecimento humano estará livre de um sistema de básico questionável de premissas. Ciência e religião baseiam-se em premissas questionáveis e disso não podemos fugir. A questão é tentarmos aos poucos substituir nossos sistemas conceituais por outros que expliquem outras regularidades do universo. A física newtoniana e einsteiniana existem e existirão para sempre, funcionando de modo complementar para a experiência do homem com relação ao universo. A física newtoniana não deixa de existir quando do surgimento da física einsteiniana e é pouco provável que os currículos de ensino médio um dia passem a não mais ensinar as leis de Newton. Os dois sistemas são, entretanto, mutuamente excludentes: ou seja, as duas físicas não podem estar ao mesmo tempo corretas. Mas o que se quer dizer com uma teoria científica estar ou não estar correta? Não se pode dizer nada com relação à certidão de uma teoria científica, posto que nunca seremos capazes de compreender a natureza última do universo.(…)”
    Devemos entender que o LE é um livro de “filosofia espiritualista”, escrito com perguntas de Kardec e respostas dos espíritos e organizado com base no método científico.

    A pergunta “existe Deus?”, no contexto do LE, não seria científica. Como perguntar se existe alguém ou algo que você até mesmo já denominou (Deus), é paradoxal. Filosoficamente, o que é passível de ser denominado, já existe. O discutível são as características, os atributos dessa existência. Se existe somente na imaginação ou “concretamente” (termo questionável pela física quântica). Os espíritos poderiam responder que não existe, o que seria anti-filosófico, ou mesmo dizer que existe em lendas e superstições (o que seria perfeitamente lógico, mas pouco acrescentaria).

    Creio que a premissa de Kardec era de que Deus existe (científica e filosoficamente), mas não se sabe que “diabos” é.

    Vitor disse: “Por exemplo?”

    Contexto: Pergunta feita sobre a seguinte colocação de JN: É óbvio que o preconceito não permite estudos científicos sobre fluidos e perispíritos fora dos meios espíritas, infelizmente, apesar de que, de vez em quando, algum cientista esbarra em algo, mas há estudos feitos por cientistas espíritas, como os sobre o MOB (Modelo Organizador Biológico), bastante interessantes.

    JN: Não entendi sobre qual ponto da afirmativa você quer um exemplo, mas acredito que seja sobre os “esbarrões” que alguns cientistas têm dado em fenômenos ditos espíritas (para mim são naturais). Se for isto, posso citar algumas experiências como as EQM (Experiências de Quase Morte), tradução aproximada de near-death experiences, termo criado pelo médico americano Raymond Moody Jr. (que não é espírta nem “bicho grilo”), pioneiro no estudo do assunto que hoje é estudado “cientificamente” em IES como a Universidade Cornell de Nova York, Universidade da Virgínia, Universidade do Arizona, para ficar apenas em três americanas. Aqui no Brasil a neurocientista Dra. Suzana Herculano-Houzel, da Universidade Federal do Rio de Janeiro tem feito algumas experiências na área também.

    Posso também citar as inúmeras experiências atuais que guardam semelhanças com afirmativas do Livro A Gênese (que mesmo discordando de alguns pontos até me provarem o contrário, considero espetacular).

    Vitor disse: Ainda que se confirme as hipóteses esboçadas no artigo, cometas não seriam mundos em vias de formação, e sim elementos transportadores de vida para os planetas.

    JN: É por isso que acho prudente aguardarmos as “cenas dos próximos capítulos”. Sinceramente não gosto de divagar sobre novidades momentâneas.

    Vitor disse: E segundo meu ponto de vista, “malabarismos semânticos” fazem verdadeiros milagres…ajeitando aqui e ali, vc sempre pode fazer um encaixe procustiano.

    JN: Não sei se a crítica foi para mim, para Kardec ou para ambos.

    Se foi para mim, esclareço que minhas argumentações são exercícios filosóficos embasados no conteúdo integral do objeto da crítica: o Livro dos Espíritos. Tenho minhas críticas a ele também, mas não acho proveitoso externa-las aqui. Serviriam no máximo para alimentar o arsenal de tolices daqueles “contra” que se baseiam no “ouvi dizer que” (nem todo “contra” age assim). Algumas aulas de “interpretação de texto” talvez ajudassem, mas…

    Não me limito a ler pontos esparsos e/ou as orelhas do livro. Busco o texto e o contexto.

    Se o amigo se sentir ofendido por minhas intervenções, basta que diga e encerro o debate.

    Se a crítica for para Kardec, tomara que ele apareça “nervoso” para você qualquer noite dessas (rsrsrsrs).
    Desculpe as brincadeiras e aceite meu fraternal abraço
    Joaquim Neiva
    jneivar@ig.com.br

  36. Vitor Diz:

    Prezado Joaquim,

    discordo de Prosdócimo: a religião parte de premissas INQUESTIONÁVEIS, daí os DOGMAS. Em Ciência, as premissas (se existem) são QUESTIONÁVEIS.

    E o livro dos Espíritos não foi organizado segundo o método científico. Há falhas escabrosas na sua organização. Kardec CRIOU uma metodologia QUE NEM MESMO ELE SEGUIU! Veja em http://obraspsicografadas.haaan.com/2007/qual-a-confiabilidade-do-livro-dos-espritos-de-allan-kardec/

    Veja este texto também: http://obraspsicografadas.haaan.com/2007/por-que-um-ctico-no-acredita-em-espritos-quando-l-o-livro-dos-espritos/

    São 2 textos citando numerosas falhas metodológicas de Kardec. Não há organização científica de Kardec, por mais boa vontade que se tenha.

    Quanto à questão de denominação das coisas, você está confundindo os campos filosófico e científico. Por exemplo, grávitons e táquions são partículas que existem em teoria, mas não há qualquer evidência delas no mundo real. A Ciência tenta responder à questão se existem ou não. Assim, a pergunta de Kardec não foi científica.

    O “por exemplo” se referia a pesquisas que comprovassem o MOB. Conhece alguma? EQM não me parece ter nada a ver com o assunto.

    Por fim, a crítica foi para você, mas considere mais como a um aviso. Eu mesmo já caí várias vezes nessa armadilha, e estou te alertando para não fazer o mesmo.

    Um abraço.

  37. Joaquim Neiva Diz:

    Vitor disse: discordo de Prosdócimo: a religião parte de premissas INQUESTIONÁVEIS, daí os DOGMAS. Em Ciência, as premissas (se existem) são QUESTIONÁVEIS.

    JN: O amigo tem uma incrível facilidade para dizer uma coisa e defender apaixonadamente outra. Há pouco achava que já sabia tudo sobre cometas…

    Que eu saiba, não há uma vírgula sequer colocada no LE que Kardec tenha recomendado inquestionável. Eu não conheço, mas se houver, por favor, transcreva. Posso estar errado.

    Acho que o amigo está confundindo “doutrina espírita” com “movimento espírita”. O “movimento espírita”, até onde conheço, se comporta como uma religião igualzinha às outras, sem tirar nem pôr, o que, sinceramente, está longe de “fazer parte do meu show”, mas a “doutrina espírita” merece que se despoje dos preconceitos e a analise, até por sua importância histórica. Existem análises interessantíssimas até sobre “Alice no País das Maravilhas”, livro que o autor nem de longe reivindicou a veracidade. Há correntes psicanalíticas baseadas inteiramente em arquétipos da mitologia grega, não te parece incrível? Por que o Livro dos Espíritos e o espiritismo seriam uma espécie de “satanás preferencial” do cientificismo engajado, com direito a “esconjuros” pouco acadêmicos e até a serem “exorcizados” dos laboratórios científicos. Uma prática tão ou mais intolerante que as da “inquisição carismática católica” e as do “neo-evangelismo”.

    Não identifico desassemelhação alguma entre “o pastor que chutou a santa” e o cético “pararreligiosamente guerrilheiro”, ambos podem estar agindo por fanatismo ou por “motivos outros”, alguns até mesmo inconfessáveis.
    Aliás, o nome do Professor é Francisco (Chico) Prosdócimi (só por fidelidade à cátedra).

    Vitor disse: E o livro dos Espíritos não foi organizado segundo o método científico. Há falhas escabrosas na sua organização. Kardec CRIOU uma metodologia QUE NEM MESMO ELE SEGUIU! Veja em http://obraspsicografadas.haaan.com/2007/qual-a-confiabilidade-do-livro-dos-espritos-de-allan-kardec/
    Veja este texto também: http://obraspsicografadas.haaan.com/2007/por-que-um-ctico-no-acredita-em-espritos-quando-l-o-livro-dos-espritos/
    São 2 textos citando numerosas falhas metodológicas de Kardec. Não há organização científica de Kardec, por mais boa vontade que se tenha.

    JN: Por favor Vitor, querer dizer que Kardec não utilizou o “método científico” na organização do LE, usando por base dois artigos militantes, com argumentação de cunho evidentemente sofístico e panfletário, ou no mínimo um grosseiro paralogismo próprio de leitores de orelhas de livro, é brincadeira…

    Vitor disse: Quanto à questão de denominação das coisas, você está confundindo os campos filosófico e científico. Por exemplo, grávitons e táquions são partículas que existem em teoria, mas não há qualquer evidência delas no mundo real. A Ciência tenta responder à questão se existem ou não. Assim, a pergunta de Kardec não foi científica.

    JN: O Livro dos Espíritos tem como subtítulo a seguinte frase: Filosofia Espiritualista, e é reconhecido pelos adeptos de sua doutrina como uma “revelação espiritual”.

    No mais: “respeitem ao menos meus cabelos brancos”. Este é um trecho de letra da música Cabelos Brancos do imortal Herivelto Martins. Aliás o termo “imortal” é filosófico, já que não há e jamais haverá evidências, indícios e/ou provas científicas de que algo vivo possa não morrer e/ou não ser morto e/ou viver para sempre. Tal impossibilidade se deve ao fato de que a experimentação científica não é possível neste caso, e se fosse possível, não haveria necessidade dela, pois provado já estaria.
    Viu como não confundi nada.

    Vitor disse: O “por exemplo” se referia a pesquisas que comprovassem o MOB. Conhece alguma? EQM não me parece ter nada a ver com o assunto.

    Contexto: Pergunta feita sobre a seguinte colocação de JN: É óbvio que o preconceito não permite estudos científicos sobre fluidos e perispíritos fora dos meios espíritas, infelizmente, apesar de que, de vez em quando, algum cientista esbarra em algo, mas há estudos feitos por cientistas espíritas, como os sobre o MOB (Modelo Organizador Biológico), bastante interessantes.

    JN: EQM tem a ver com a parte em que digo que “de vez em quando, algum cientista esbarra em algo”. Quanto ao MOB eu disse que há estudos bastante interessantes feitos por cientistas espíritas, como os sobre o MOB (Modelo Organizador Biológico). Se os estudos ficarem circunscritos aos meios espíritas, bombardeados sistematicamente pelo cientificismo “xiita”, e não adentrarem os campus e laboratórios até mesmo por medo de condenação acadêmica, não creio que consigam a instrumentalização tecnológica que estudos desta envergadura requerem. Uma pena.

    Vitor disse: Por fim, a crítica foi para você, mas considere mais como a um aviso. Eu mesmo já caí várias vezes nessa armadilha, e estou te alertando para não fazer o mesmo.

    JN: Outro dia ouvi de um amigo evangélico o mesmo tipo de aviso para “abandonar” o espiritismo que você tão desinteressadamente me dirige. Coincidência, sincronicidade ou verossimilidade?
    Agradeço aos dois, mas, neste caso, ainda fico com a letra de Herivelto Martins: “Respeitem ao menos meus cabelos brancos”.

    Reiterando: Se o amigo se sentir ofendido por minhas intervenções, basta que diga e encerro o debate. Às vezes eu exagero um pouco.

    Um grande e fraterno abraço.
    Joaquim Neiva
    jneivar@ig.com.br

  38. Vitor Diz:

    Prezado Joaquim,

    comentando:

    01. O amigo tem uma incrível facilidade para dizer uma coisa e defender apaixonadamente outra. Há pouco achava que já sabia tudo sobre cometas…

    Não. Eu disse que duvidava que os experimentos referidos provassem qualquer coisa quanto a cometas serem “mundos em vias de formação”. Obviamente que podemos descobrir outras coisas, como cometas carregarem formas de vida dentro de si, mas nada que alterasse radicalmente o modo que sabemos ser hoje o nascimento dos planetas. Não digo que seja impossível, mas extremamente baixa tal possibilidade. Afinal, nunca nenhum telescópio captou um cometa virar um planeta…


    02. Que eu saiba, não há uma vírgula sequer colocada no LE que Kardec tenha recomendado inquestionável. Eu não conheço, mas se houver, por favor, transcreva. Posso estar errado.

    Não há no LE, mas há no LM, na página 24.

    4. A existência da alma e a de Deus, conseqüência uma da outra, constituindo a base de todo o edifício, antes de travarmos qualquer discussão espírita, importa indaguemos se o nosso interlocutor admite essa base. Se a estas questões:
    Credes em Deus?
    Credes que tendes uma alma?
    Credes na sobrevivência da alma após a morte?
    responder negativamente, ou, mesmo, se disser simplesmente: Não sei; desejara que assim fosse, mas não tenho a certeza disso, o que, quase sempre, eqüivale a uma negação polida, disfarçada sob uma forma menos categórica, para não chocar bruscamente o a que ele chama preconceitos respeitáveis, tão inútil seria ir além, como querer demonstrar as propriedades da luz a um cego que não admitisse a existência da luz.

    Veja as perguntas de Kardec: Você acredita em Deus, na alma e em sua imortalidade? Sem essa base, sem fé, nem adianta estudar o assunto, pois essa base é inquestionável. Dogmas, enfim.

    03.Por favor Vitor, querer dizer que Kardec não utilizou o “método científico” na organização do LE, usando por base dois artigos militantes, com argumentação de cunho evidentemente sofístico e panfletário, ou no mínimo um grosseiro paralogismo próprio de leitores de orelhas de livro, é brincadeira…

    Se é brincadeira, deveria ser muito fácil refutá-los, mas… não vi a refutação. De qualquer forma, se não lhe agrada esses 2 textos, há mais 2:

    http://paginas.terra.com.br/educacao/criticandokardec/kardec1.htm
    http://paginas.terra.com.br/educacao/criticandokardec/kardec2.htm

    Textos demostrando a não cientificidade de Kardec é o que não faltam 🙂

    04. O Livro dos Espíritos tem como subtítulo a seguinte frase: Filosofia Espiritualista, e é reconhecido pelos adeptos de sua doutrina como uma “revelação espiritual”. No mais: “respeitem ao menos meus cabelos brancos”. Este é um trecho de letra da música Cabelos Brancos do imortal Herivelto Martins. Aliás o termo “imortal” é filosófico, já que não há e jamais haverá evidências, indícios e/ou provas científicas de que algo vivo possa não morrer e/ou não ser morto e/ou viver para sempre. Tal impossibilidade se deve ao fato de que a experimentação científica não é possível neste caso, e se fosse possível, não haveria necessidade dela, pois provado já estaria. Viu como não confundi nada.

    Pois aí é que está. Se não há evidência científica possível de que espíritos são imortais, como Kardec os define serem imortais? Mais uma prova da não cientificidade de Kardec.

    05.EQM tem a ver com a parte em que digo que “de vez em quando, algum cientista esbarra em algo”. Quanto ao MOB eu disse que há estudos bastante interessantes feitos por cientistas espíritas, como os sobre o MOB (Modelo Organizador Biológico).

    E que estudos sobre o MOB são esses? Vc os considera científicos?

  39. Joaquim Neiva Diz:

    Vitor disse sobre o seguinte comentário de JN: “O amigo tem uma incrível facilidade para dizer uma coisa e defender apaixonadamente outra. Há pouco achava que já sabia tudo sobre cometas…”

    Não. Eu disse que duvidava que os experimentos referidos provassem qualquer coisa quanto a cometas serem “mundos em vias de formação”. Obviamente que podemos descobrir outras coisas, como cometas carregarem formas de vida dentro de si, mas nada que alterasse radicalmente o modo que sabemos ser hoje o nascimento dos planetas. Não digo que seja impossível, mas extremamente baixa tal possibilidade. Afinal, nunca nenhum telescópio captou um cometa virar um planeta…

    JN: Ponto de vista devido ao momento tecnológico.

    Vitor disse sobre o seguinte comentário de JN: “Que eu saiba, não há uma vírgula sequer colocada no LE que Kardec tenha recomendado inquestionável. Eu não conheço, mas se houver, por favor, transcreva. Posso estar errado.”

    Não há no LE, mas há no LM, na página 24.

    4. A existência da alma e a de Deus, conseqüência uma da outra, constituindo a base de todo o edifício, antes de travarmos qualquer discussão espírita, importa indaguemos se o nosso interlocutor admite essa base. Se a estas questões:

    Credes em Deus?
    Credes que tendes uma alma?
    Credes na sobrevivência da alma após a morte?

    responder negativamente, ou, mesmo, se disser simplesmente: Não sei; desejara que assim fosse, mas não tenho a certeza disso, o que, quase sempre, equivale a uma negação polida, disfarçada sob uma forma menos categórica, para não chocar bruscamente o a que ele chama preconceitos respeitáveis, tão inútil seria ir além, como querer demonstrar as propriedades da luz a um cego que não admitisse a existência da luz.”

    Veja as perguntas de Kardec: Você acredita em Deus, na alma e em sua imortalidade? Sem essa base, sem fé, nem adianta estudar o assunto, pois essa base é inquestionável. Dogmas, enfim.


    JN: Mais um probleminha de leitura parcial e descontextualizada. O sub-capítulo em questão está longe de ser dogmático. Não quer dizer que “nem adianta estudar o assunto”, nem que “essa base é inquestionável”, mesmo que parta de uma convicção, no caso teológica. Se você lesse um pouco mais do Livro dos Médiuns, chegaria ao capítulo 3, denominado Método, sub-capítulo de número 19, que pormenoriza esta questão ao discorrer sobre como explicar e até convencer um interlocutor sobre as idéias espíritas:

    “Acredita-se geralmente que, para convencer alguém, basta mostrar os fatos; esse parece sem dúvida o caminho mais lógico; entretanto, a experiência mostra que nem sempre é o melhor a se fazer, porque há pessoas a quem os fatos mais evidentes não convencem de maneira alguma. Por que isso acontece? É o que vamos tentar demonstrar.

    No Espiritismo, crer na existência dos Espíritos é questão secundária; é uma conseqüência, não o ponto de partida. É aí precisamente que está o nó da questão que muitas vezes provoca repulsa a certas pessoas.

    Os Espíritos não são outra coisa senão a alma dos homens. Assim, o verdadeiro ponto de partida é a existência da alma. Como pode o materialista admitir que seres vivem fora do mundo material quando acredita que ele mesmo é apenas matéria? Como pode admitir Espíritos à sua volta se não acredita ter um em si? Em vão reuniremos diante de seus olhos as provas mais palpáveis; ele contestará todas, porque não admite o princípio. Todo ensinamento metódico deve caminhar do conhecido para o desconhecido, e para o materialista o conhecido é a matéria, deve-se partir da matéria e procurar, antes de tudo, levá-lo a observá-la, convencê-lo de que há alguma coisa que escapa às leis da matéria; em uma palavra, antes de o tornar espírita, tentai torná-lo espiritualista; para isso, há toda uma outra ordem de fatos, um ensinamento todo especial em que é preciso proceder por outros meios. Falar-lhe dos Espíritos antes de ele estar convencido de ter uma alma é começar por onde seria preciso acabar, porque ele não pode admitir a conclusão se não admite as bases. Antes de começar a convencer um incrédulo, mesmo pelos fatos, convém se assegurar de sua opinião em relação à alma, ou seja, se ele acredita na sua existência, na sua sobrevivência ao corpo, na sua individualidade após a morte; se a resposta for negativa, será trabalho perdido falar-lhe dos Espíritos. Eis a regra. Não dizemos que não haja exceções, mas nesse caso há provavelmente outra causa que o torna menos refratário.(…)”

    Por isso tenho recomendado que seria mais prudente que se observe o texto e o contexto e não se saia pinçando frases de pontos esparsos e/ou das orelhas dos livros.

    Sugestão: Você deveria vencer o preconceito (óbvio) e até o asco (provável) e ao menos ler os livros que tenta refutar. Ou ler com mais atenção, buscando contextualizar suas opiniões, ou seu trabalho poderá facilmente ser confundido com má fé (mesmo que suas observações afirmem que você não possui nem mesmo a boa, no sentido religioso, é claro).

    Vitor disse: Se é brincadeira, deveria ser muito fácil refutá-los, mas… não vi a refutação. De qualquer forma, se não lhe agrada esses 2 textos, há mais 2:
    http://paginas.terra.com.br/educacao/criticandokardec/kardec1.htm
    http://paginas.terra.com.br/educacao/criticandokardec/kardec2.htm
    Textos demostrando a não cientificidade de Kardec é o que não faltam.

    JN: Boa Vitor! Finalmente um artigo de bom nível e altamente recomendável para espíritas e não espíritas, apesar de ser baseado em considerações muito pessoais, hipóteses baseadas em deduções, possibilidades e conjecturas, além de serem escorados em opiniões “alinhadas” de biografias e biógrafos (o que não tira o mínimo valor da opinião, ao contrário, enriquece por explicitar a intenção honesta).

    Desde já, Júlio César de Siqueira Barros, passará a ser leitura obrigatória nos meus estudos. Pelo direito ao contraditório. Espero não me decepcionar.

    E concordo especialmente com ele quando diz que “Bem, me arriscando a chegar a uma conclusão da obra de Kardec, eu diria que é um conjunto altamente respeitável, mas que necessita ser re-estudado e re-avaliado a fundo. Especialmente, penso ser necessário a investigação com médiuns em condições laboratoriais rígidas.”
    É isso que eu gostaria de ver.

    Vitor disse: Pois aí é que está. Se não há evidência científica possível de que espíritos são imortais, como Kardec os define serem imortais? Mais uma prova da não cientificidade de Kardec.

    JN: É verdade, do ponto de vista cartesiano e não espírita (ou espiritualista), não há evidência alguma nem mesmo da existência dos espíritos. Mas o fato de não ser possível experimentar algo ou alguma hipótese por um método mais afeito ao mainstream (fashion week ou não), por falta da instrumentalização apropriada (carência, em minha opinião, fruto de preconceitos academicistas e/ou momento tecnológico e/ou prioridades orçamentárias outras) não quer dizer que não exista ou não seja correta. Imagine a dificuldade na época em que não havia outros instrumentos além da visão e do tato capazes de provar a eletricidade, por exemplo. Ou quando a Bíblia era o único parâmetro para quaisquer discussões. Porta aberta para especulações e espertezas de toda ordem.

    Acho que a ciência não deveria ser “escrava” do ponto de vista do instrumento do momento (ou de ponta). Foi manipulando os instrumentos que Galileu se livrou da fogueira. Meu pai costuma dizer que “quando só se tem um martelo, todo problema é prego”.

    Na questão de número 23 do LE:
    “Que é o Espírito?
    O princípio inteligente do Universo.
    a) – Qual a natureza íntima do Espírito?
    “Não é fácil analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não
    ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é o nada e
    o nada não existe.”

    Certo de que seus métodos de investigação eram os mais corretos, Kardec não via motivos para duvidar disso. Ponto de vista.

    Vitor disse: EQM tem a ver com a parte em que digo que “de vez em quando, algum cientista esbarra em algo”. Quanto ao MOB eu disse que há estudos bastante interessantes feitos por cientistas espíritas, como os sobre o MOB (Modelo Organizador Biológico).

    E que estudos sobre o MOB são esses? Vc os considera científicos?

    JN: Considero o que disse: bastante interessantes. Não costumo ter opiniões apaixonadas sobre assuntos que não domino. Mas para quem se interessar, o MOB (Modelo Organizador Biológico) é uma teoria do pesquisador espírita Dr. Hernani Guimarães de Andrade, apresentada em seus livros : A teoria corpuscular do espírito, Novos rumos a experimentação espirítica, Parapsicologia experimental e A Matéria PSI.

    Um grande e fraterno abraço.
    Joaquim Neiva
    jneivar@ig.com.br

  40. Vitor Diz:

    JN: Ponto de vista devido ao momento tecnológico.

    TUDO é ponto de vista devido ao momento tecnológico. Os espíritas agem assim: quando a Ciência comprova algo que o que os espíritos disseram, tudo certo. Quando não confirma, “ainda temos de esperar as evoluções tecnológicas”…

    JN: Mais um probleminha de leitura parcial e descontextualizada.

    Eu queria saber qual foi a primeira leitura parcial e descontextualizada para se dizer “mais uma”…

    JN: O sub-capítulo em questão está longe de ser dogmático. Não quer dizer que “nem adianta estudar o assunto”, nem que “essa base é inquestionável”, mesmo que parta de uma convicção, no caso teológica. Se você lesse um pouco mais do Livro dos Médiuns, chegaria ao capítulo 3, denominado Método, sub-capítulo de número 19, que pormenoriza esta questão ao discorrer sobre como explicar e até convencer um interlocutor sobre as idéias espíritas:

    “Acredita-se geralmente que, para convencer alguém, basta mostrar os fatos; esse parece sem dúvida o caminho mais lógico; entretanto, a experiência mostra que nem sempre é o melhor a se fazer, porque há pessoas a quem os fatos mais evidentes não convencem de maneira alguma. Por que isso acontece? É o que vamos tentar demonstrar.

    No Espiritismo, crer na existência dos Espíritos é questão secundária; é uma conseqüência, não o ponto de partida. É aí precisamente que está o nó da questão que muitas vezes provoca repulsa a certas pessoas.

    Os Espíritos não são outra coisa senão a alma dos homens. Assim, o verdadeiro ponto de partida é a existência da alma. Como pode o materialista admitir que seres vivem fora do mundo material quando acredita que ele mesmo é apenas matéria? Como pode admitir Espíritos à sua volta se não acredita ter um em si? Em vão reuniremos diante de seus olhos as provas mais palpáveis; ele contestará todas, porque não admite o princípio. Todo ensinamento metódico deve caminhar do conhecido para o desconhecido, e para o materialista o conhecido é a matéria, deve-se partir da matéria e procurar, antes de tudo, levá-lo a observá-la, convencê-lo de que há alguma coisa que escapa às leis da matéria; em uma palavra, antes de o tornar espírita, tentai torná-lo espiritualista; para isso, há toda uma outra ordem de fatos, um ensinamento todo especial em que é preciso proceder por outros meios. Falar-lhe dos Espíritos antes de ele estar convencido de ter uma alma é começar por onde seria preciso acabar, porque ele não pode admitir a conclusão se não admite as bases. Antes de começar a convencer um incrédulo, mesmo pelos fatos, convém se assegurar de sua opinião em relação à alma, ou seja, se ele acredita na sua existência, na sua sobrevivência ao corpo, na sua individualidade após a morte; se a resposta for negativa, será trabalho perdido falar-lhe dos Espíritos. Eis a regra. Não dizemos que não haja exceções, mas nesse caso há provavelmente outra causa que o torna menos refratário.(…)”

    Por isso tenho recomendado que seria mais prudente que se observe o texto e o contexto e não se saia pinçando frases de pontos esparsos e/ou das orelhas dos livros.

    Veja que Kardec diz: Antes de começar a convencer um incrédulo, mesmo pelos fatos, convém se assegurar de sua opinião em relação à alma, ou seja, se ele ACREDITA na sua existência, na sua sobrevivência ao corpo, na sua individualidade após a morte; se a resposta for negativa, será trabalho perdido falar-lhe dos Espíritos.

    Desculpe, mas não vejo diferenças. No final é tudo crença.Veja que é preciso acreditar numa alma antes de convencê-lo dos espíritos, MESMO ANTES DE APRESENTAR OS “FATOS”. A “demonstração” de Kardec ainda parte da fé.

    JN: Sugestão: Você deveria vencer o preconceito (óbvio) e até o asco (provável) e ao menos ler os livros que tenta refutar. Ou ler com mais atenção, buscando contextualizar suas opiniões, ou seu trabalho poderá facilmente ser confundido com má fé (mesmo que suas observações afirmem que você não possui nem mesmo a boa, no sentido religioso, é claro).

    Minha sugestão: tenha a mesma crítica que vc tem comigo com os livros de Kardec, de Chico, e de outros. Não vejo maiores problemas no restante de sua mensagem.

    Um abraço.

  41. Joaquim Neiva Diz:

    1-Vitor disse: TUDO é ponto de vista devido ao momento tecnológico. Os espíritas agem assim: quando a Ciência comprova algo que o que os espíritos disseram, tudo certo. Quando não confirma, “ainda temos de esperar as evoluções tecnológicas”…

    JN: “(…) Quando as crenças espíritas se houverem vulgarizado, quando estiverem aceitas pelas massas humanas (e, a julgar pela rapidez com que se propagam, esse tempo não vem longe), com elas se dará o que tem acontecido a todas as idéias novas que hão encontrado oposição: os sábios se renderão à evidência. Lá chegarão, individualmente, pela força das coisas. Até então será intempestivo desviá-los de seus trabalhos especiais, para obrigá-los a se ocuparem com um assunto estranho, que não lhes está nem nas atribuições, nem no programa. Enquanto isso não se verifica, os que, sem estudo prévio e aprofundado da matéria, se pronunciam pela negativa e escarnecem de quem não lhes subscreve o conceito, esquecem que o mesmo se deu com a maior parte das grandes descobertas que fazem honra à Humanidade. Expõem-se a ver seus nomes alongando a lista dos ilustres proscritores das idéias novas e inscritos a par dos membros da douta assembléia que, em 1752, acolheu com retumbante gargalhada a memória de Franklin sobre os pára-raios, julgando-a indigna de figurar entre as comunicações que lhe eram dirigidas; e dos daquela outra que ocasionou perder a França as vantagens da iniciativa da marinha a vapor, declarando o sistema de Fulton um sonho irrealizável. Entretanto, essas eram questões da alçada daquelas corporações. Ora, se tais assembléias, que contavam em seu seio a nata dos sábios do mundo, só tiveram a zombaria e o sarcasmo para idéias que elas não percebiam, idéias que, alguns anos mais tarde, revolucionaram a ciência, os costumes e a indústria, como esperar que uma questão, alheia aos trabalhos que lhes são habituais, alcance hoje das suas congêneres melhor acolhimento?(…)”
    (Fonte: Livro dos Espíritos – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita – VII A Ciência e o Espiritismo).

    2-Vitor disse: Eu queria saber qual foi a primeira leitura parcial e descontextualizada para se dizer “mais uma”…

    JN: A primeira leitura parcial e descontextualizada a que indiretamente me referi foi a crítica à questão de Número 4 do LE (comentei na minha primeira intervenção), que diz:
    “Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
    Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.
    Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.”
    A Crítica foi de Julio César Siqueira e foi admitida e transcrita por Vitor assim:
    “O erro desse raciocínio está justamente nessa idéia de que qualquer COISA é um EFEITO. Pode ser que haja coisas que não sejam efeito de nada, sendo acausais portanto.
    Se fôssemos de fato seguir à risca tal raciocínio, então o fato de encontrarmos Deus tornaria obrigatório haver um Deus anterior, inclusive mais forte, que o houvesse criado também.
    Comentário feito por mim: É mais ou menos por aí. Era só ter lido um pouco mais e chegaria à questão número 13, e veria o seguinte comentário: “Deus é eterno. Se Ele tivesse tido um começo teria saído do nada, ou teria sido criado por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.”
    Antes, na questão número 1, os espíritos já haviam dito que “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”, portanto…”
    O crítico Julio César Siqueira demonstra claramente que além de tentar contestar um ponto pinçado em detrimento do todo, acaba chegando, jocosamente, ao mesmo raciocínio que o autor chegou alguns parágrafos à frente, que, por dedução lógica, posso afirmar que ele não havia lido antes. Pelo menos não leu com a acuidade necessária para se propor debatedor. Muito menos se propor refutador de uma obra tão complexa como é o Livro dos Espíritos. A sua crítica está embasada em uma convicção finita, enquanto o raciocínio do LE evolui para uma assertiva infinita, de caráter revelador, como é todo o LE, e não experimental, como é uma parte da doutrina. Ou não leu ou não entendeu o raciocínio…

    3-Vitor disse: Desculpe, mas não vejo diferenças. No final é tudo crença.Veja que é preciso acreditar numa alma antes de convencê-lo dos espíritos, MESMO ANTES DE APRESENTAR OS “FATOS”. A “demonstração” de Kardec ainda parte da fé.

    JN: “(…) Dignem-se de lançar os olhos para os adeptos da Doutrina Espírita e digam se só com ignorantes deparam e se a imensa legião de homens de mérito que a têm abraçado autoriza seja ela atirada ao rol das crendices de simplórios. O caráter e o saber desses homens dão peso a esta proposição: pois que eles afirmam, forçoso é reconhecer que alguma coisa há.
    Repetimos mais uma vez que, se os fatos a que aludimos se houvessem reduzido ao movimento mecânico dos corpos, a indagação da causa física desse fenômeno caberia no domínio da Ciência; porém, desde que se trata de uma manifestação que se produz com exclusão das leis da Humanidade, ela escapa à competência da ciência material, visto não poder explicar-se por algarismos, nem por uma força mecânica. Quando surge um fato novo, que não guarda relação com alguma ciência conhecida, o sábio, para estudá-lo, tem que abstrair na sua ciência e dizer a si mesmo que o que se lhe oferece constitui um estudo novo, impossível de ser feito com idéias preconcebidas. (…)”
    (Fonte: Livro dos Espíritos – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita – VII A Ciência e o Espiritismo).

    4-Vitor disse: Minha sugestão: tenha a mesma crítica que vc tem comigo com os livros de Kardec, de Chico, e de outros.(…)”

    JN: Vitor, vou confessar uma coisa: desde que tive o primeiro contato consciente com a doutrina espírita (havia lido antes, mas ainda não tinha capacidade intelectual e senso crítico suficientes para analisá-la) venho tentando refuta-la. Talvez eu seja um crítico mais ferrenho que você. Mas, sinceramente, os argumentos que você trouxe à baila não dão nem para o começo. Eu mesmo tenho questões bem mais “perturbadoras” que não vou listar aqui pelos motivos anteriormente expostos.
    Não tenho quaisquer intenções de influenciá-lo ou aos que lhe dão apoio intelectual, sou anti-gurus, só que gostaria de ver críticas de pessoas que realmente leram o LE antes de saírem dizendo que é uma farsa ou algo “xiita” (ou “xaato”) do gênero.
    Em outras palavras, eu só quero um pouco de respeito intelectual para mim e para o LE.
    Em relação aos meus próprios estudos do LE e de outros da codificação, tenho encontrado mais razões para “concordar com” do que para negar a doutrina espírita. Pensei que aqui seria diferente, mas…
    Algo há, meu amigo, algo há!

    Um grande e fraterno abraço.
    Joaquim Neiva
    jneivar@ig.com.br

  42. Carlos Magno Diz:

    Professor Joaquim Neiva:

    Suas explicações e análises são dignas de toda a admiração, reflexões e até estudos. São imensamente elucidativas.

    Mas somente para quem deseja de fato aprender. Como o senhor já notou o Vitor Moura é irredutível em seu tenebroso sonho de detonar as principais bases do espiritismo, quer através dos médiuns-simbolos encarnados quer desmerecendo a límpida, profunda, ampla e irrestrita filosofia espírita, que não é somente espírita, mas universal.

    O Vitor é um Dom Quixote às avessas que tem por aqui um Sancho Pança mais ainda pateta do que o original criado por Miguel de Cervantes. Seu confesso sonho louco e místico é tornar-se célebre por ter desmascarado todos os médiuns abençoados pelos espíritos comunicadores bem como ao próprio filósofo e fundador Allan Kardec.

    Ele se apega a possíveis erros de comunicação desses ícones tornando-os regras demarcatórias de suas proposições demolitórias.
    Idem, com os maus espíritas por cuja evidente predileção em comentar chega-lhe as raias do indizível gôzo sensorial.

    Mas o que esperar de quem se diz espírita-ateu?

    Não obstante, enquanto o senhor permanecer por aqui a nos brindar com sua eloqüente inspiração, esse blog estará certamente mais rico!
    Abs.

  43. Vitor Diz:

    Joaquim,

    eu nem ia falar mais nada, pois considerei que só ia me repetir. Mas em vista dos comentários do Carlos Magno, achei melhor deixar claro que só ia me repetir mesmo. 🙂

    Em 1, nada acrescentar. Você apenas espera que no futuro a Ciência aceite como correta as afirmações atualmente errôneas do Livro dos Espíritos. Até lá, é erro.

    Em 2, o argumento já foi respondido também. Se Deus não obedece à mesma lei da causa e efeito, então não há motivo nenhum para que o Universo também não possa desobedecer, tornando assim a existência de Deus desnecessária. E há coisas além de Deus que de fato parecem não ter nenhuma causa, refutando a afirmativa espírita por outro caminho…o início do Universo bem poderia ter se dado da mesma forma.

    Em 3, o artigo “Por que um cético não acredita no LE” mostra bem as falhas de Kardec.

    Em 4, cheguei a uma conclusão totalmente diferente da sua: vejo mais o que discordar do que concordar…assim, não vi seus argumentos como fortes o suficiente para mudar qualquer coisa neste artigo.

    Um abraço.

  44. Joaquim Neiva Diz:

    Caro Vitor,
    Há uma frase (infelizmente não me lembro de quem é) que talvez resuma, em parte, o nosso problema aqui: “É muito difícil fazer com que alguém entenda algo, quando sua sobrevivência depende do seu não entendimento.” A “sobrevivência” na frase pode ser a “financeira” e/ou “no grupo ao qual pertence” e/ou “intelectual” e/ou “psicológica” e/ou “emocional” e/ou “religiosa” e/ou “do comprometimento com o discurso” e “n” outras. E cabe a mim, a você, ao amigo Carlos Magno e aos demais amigos que acompanham este debate, decidir se a “carapuça coube”. É como disse Caetano Veloso na música “Dom de Iludir”, “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é …”.
    Um forte e cada vez mais fraterno abraço
    Joaquim Neiva
    jneivar@ig.com.br

  45. LUIZ FERNANDO Diz:

    RIGOR CIENTIFICO, VEJA A PEROLA NO 1º QUADRO
    “O erro desse raciocínio está justamente nessa idéia de que qualquer COISA é um EFEITO. Pode ser que haja coisas que não sejam efeito de nada, sendo acausais portanto. ”

    BEM A PALAVRA “PODE=QUAM SABE=ACHO QUE” NO SENTIDO DA FRASE POR SI SÓ ANULA QUALQUER RIGO CIENTIFICO, POR QUE NAO TROCAR PARA “TAIS COMO”, E DE UM EXEMPLO DEEFEITO SEM CAUSA..HEHHE.. VAI SER DIVERTIDO.

    OUTRO,

    “Se fôssemos de fato seguir à risca tal raciocínio, então o fato de encontrarmos Deus tornaria obrigatório haver um Deus anterior, inclusive mais forte, que o houvesse criado também. ” BEM USAR SEMANTICA PARA JUSTIFICAR UM RACIOCINIO DESSES, É COMPLICADO, AINDA BEM QUE NAO USOU “Deus pode criar uma Bola que nem mesmo ele pode destruir” CONTINUE TENTANDO PSEUDO CIENTISTA, UM DIA VOCE CHAGA LÁ ..HEHHEHE

  46. Lobo Diz:

    Olha pessoal, não tenho nem a metade da inteligencia ou da experiencia em kardecismo de vocês. Pelo que me lembro fui uma unica vez a um centro kardecista e quase dormi de tão chato que achei.
    Mas hoje preciso seguir o espiritismo, linha branca, não por querer me salvar, mas sim por amor, sou realmente um novato, quase um ateu, duvidei sempre, ate poucos meses atras, quando fatos marcantes e tristes aconteceram em minha vida, tive experiencias reais ou virtuais, não irei expor aqui o que aconteceu, pois não estou em busca de discussão ou de aprovação. todos tem o direito de seguir tudo aquilo que leva a deus, seja ateu ou religioso,,,,
    Ah sim estranho eu dizer ateu não é, mas explicarei, não importa o que sejam ou façam, descobri que pecados não existem, a unica coisa que nos levara ao ceu ou ao “vale” é a seguinte.:
    “Não faça mal a si, nem a outros” de resto Deus só quer que sejam felizes. Vocês são pessoas cultas pelo que li, então parem e pensem, só isso é tudo que precisamos para termos paz.
    Já tive muito medo da morte, hoje porem não mais, pelo contrario, viverei o melhor possivel e farei de minha vida uma eterna luta pra ser feliz para que realmente eu não precise voltar e que eu permaneça ao lado da pessoa que eu amo eternamente.
    abraços a todos.

  47. Gilberto Diz:

    Lobo, finalmente alguém que entende o que eu acho que o Espiritismo é, uma religião que conforta, auxilia e “religa” as pessoas a Deus, ou ao que quer que creiam. Desejo-lhe crescimento, felicidade e harmonia em sua vida!!

  48. Cleto Diz:

    Achei interessante a pergunta 42 do Le, nota-se o grau de “superiodidade” daqueles espíritos superiores.

    =]

  49. Maria Carolina Diz:

    Muito bacana ver tanta gente inteligente discutindo questões referentes à Doutrina que me dedico ao estudo.
    Acreditando ou não nela… concordando ou não com seus postulados, apenas o fato de usarem tempo para dialogar sobre a Doutrina Espírita é algo que demonstra o quanto ainda ela tem de importância no cenário cultural em pleno século XXI.
    Parabéns pela iniciativa!
    Maria Carolina Gurgacz

  50. Gustavo Gomes Narciso Diz:

    Eu acho o contrário … cara Maria …
    Importante aqui é expor a falácia que é o espiritismo, criado para “tentar ser inquestionável” pois trata de experiências subjetivas … e usa a premissa de que agora não são compreendidos por falta de tecnologia que as comprove … o que me leva a entender que vocês poderiam ser “agnósticos espirituais curiosos” no máximo; faria mais sentido.

  51. Liana Diz:

    Nao concordo com o Gustavo. Toda teoria é válida! E eu nao acho que o espiritismo foi feito para ser inquestionável, pelo contrário …. Nao é isso que esta sendo feito aqui? Questionando -se!?
    Concordo com a carolina :

    Parabéns pela iniciativa!

  52. Felipe Diz:

    Prezados,

    a vida inteira estudei as religiões a fundo, experimentando tudo que

    elas podiam me trazer: dos têxtos bramânicos, o Bhagavad Gita, Buda,

    Lao Tsé, à Torá, passando, também, pelo Espiritismo. Por três anos
    freqüentei e estudei no principal Centro Espírita Kardecista de Belo

    Horizonte, quase com cinqüenta anos de existência, e acabei por não

    aceitar os dogmatismos da doutrina. Primeiro, porque minha mente não

    concebeu o entendimento explícito dela e tampouco encontrou

    justificativas aceitáveis, senão se tomadas enqüanto dogmas. Não coloco

    aqui que considero pouco os espíritas: tenho muitos amigos entre suas

    fileiras, e até enalteço sua busca pelo amor incondicional (fiz, e

    ainda faço, a Campanha do Quilo – coleta de alimentos – e a

    distribuição dos mesmos aos necessitados, por anos freqüentei as

    favelas e dei auxílio aos mendigos do centro da cidade, tudo ainda pelo

    Centro Espírita que freqüentava). Entretanto, nunca me deram respostas

    plausíveis ao meu rigor científico, e enquanto filosofia

    transcendental-religiosa, talvez prefira o Budismo. No mais, fato

    recente colaborou para minha desagregação (muito triste, afinal):

    familiar muito querido está com Transtorno BiPolar, conforme

    diagnosticado por psiquiatras. Entre as alucinações, descreve-se como

    que comunicando através de telepatia e sendo ele um enviado de Deus, um

    messias moderno. Inclusive, descreve conversas telepáticas comigo que

    são puro fruto da cabeça dele. (Já assistiram “Uma mente brilhante”?

    Algo assim, com características esquizofrênicas, porém, não tanto

    alucinatórias, mais “reais” e com alto teor de paranóia. Desculpem o

    palavrório psiquiátrico, mas é ciência que muito diz respeito no

    momento.) Procurei, por sugestão de conhecidos, o meu Centro para

    conseguir uma orientação mediúnica. Todos sabem, os espíritos comunicam

    com os guias do requerente, por vezes visitam o lar deste e examinam

    seu campo mental. Lembrem: ele possui Transtorno Afetivo Bi-Polar, uma

    doença descrita no CID, com tratamento e diagnóstico pela ciência

    moderna. Mas qual não foi minha surpresa quando recebi a orientação

    psicografada após uma hora e meia de reunião (detalhe: não citei a

    medicação controlada que ele faz uso, destarte todos os outros dados

    fornecidos corretamente, talvez para “pescar” uma possível fraude), e

    encontrei a orientação do espírito-guia para que o enfermo ingira mais

    Sais Minerais. Como assim? Que a Medicina saiba, não há ligações

    concretas entre os sais e o Transtorno em questão. Talvez uma piora nas

    ligações sinápticas (Potássio – K+), que deixaria o Cérebro “mais

    lento”, mas surto bi-polar? Frustrei-me completamente. E se o espírito

    conhecesse melhor o enfermo, veria que, no quesito alimentação, não há

    reparos (pratos repletos de legumes e verduras, carne moderada e muitos

    sucos, como recomendam os nutricionistas).
    Quando eu (e ele) precisamos de uma prova, temos isso? Quer dizer que o

    mal que aflige tão amada pessoa pode ser reparado com uma dieta

    balanceada? Pareceu-me mais uma receita genérica, como o faz um

    horóscopo diariamente, receitando coisas em massa. Anteriormente tinha

    vindo ao centro e a receita saiu também genérica, associando minha

    juventude (na época 24 ou 25 anos) ao consumismo de minha geração, algo

    que não compartilho.

    Digo não por rancor mas por desilusão. Ver espíritos pode ser

    esquizofrenia (outro filme, “O Clube da Luta”, mostra isso, assim como

    o próprio “Uma mente brilhante”), ouvir vozes uma forma de delírio.

    Minha avó viu dois dos seus irmãos falecidos, pouco tempo depois da

    morte deles. Delírios ou um dom? Melhor pensar que as provas

    irrefutáveis escapam diante dos menores detalhes. Escuto sempre a

    conversa de que a fé deve provar-se por si só. Se assim for,

    descaracterize-se do espiritismo a ciência. Fico muito triste porque

    anos atrás via no Espiritismo uma luz ante a ignorância da religião,

    porém, casos como as “Materializações de Uberaba” e a receita obtida no

    Centro só me atestam seu sentido menos científico, baseado num

    deslumbramento sem fim.

    Palavras de um freqüentador de reuniões e estudos de mediunidade desde

    os quatorze anos por mais de cinco, leitor voraz da obra espírita até

    hoje (porque ainda existe muita verdade a ser descoberta) e estudioso

    das religiões (História na UFMG e Antropologia). Não desdenho do

    Espiritismo como o fazem os céticos, não o sou, até simpatizo com a

    doutrina em parte, mas procuro, antes,obter pleno esclarecimento do

    mundo por mim, sem fechar os olhos a verdades impostas.

    E se Chico Xavier foi um grande homem, não há dúvida. Entretanto, não é

    apelando à sua caridade que os espíritas ganharão as discussões. Clamo

    aos espíritas que revejam sua doutrina, estudem novamente a mediunidade

    com rigor científico (sempre, desde menino, desconfiei das mesas

    girantes) e elaborem uma doutrina que seja realmente descompromissada

    com dogmas de época, longe dos misticismos e da fé incontesti no

    cristianismo, que serve como Filosofia de vida mas, cá prá nós,

    acreditar em alguém andando sobre as águas? Muito aceitável para 2000

    anos atrás, quando, aliás, ainda reinava o mesmo deus judaico que matou

    crianças com uma ursa, porque zombavam do profeta Eliseu e testou Jó

    até o limite, enquanto Zeus e seus asseclas governavam o mundo

    político.

    No mais, pretendo que me compreendam sem me enviarem milhões de recados

    desaforados. No mais, se dispostos ao diálogo civilizado e racional,

    disponho-me.

    Abraços fraternos,

    Felipe.

  53. Carlos Magno Diz:

    Felipe, realmente, os espíritas, os esotéricos, os brâmanes, os iogues, os cabalistas, os astrólogos, os ocultistas, etc, precisam ser racionais e científicos.

    É inaceitável nesse tempo e mundo em que vivemos, quando os cientistas depuseram Deus e soergueram um pedestal de barro, ali depositando um computador, que ainda os homens do espírito não sejam céticos!

    Aliás, se eu fosse erudito como você, que viveu uma vida até agora de leituras e teorias, eu humildemente sairia por ai a pregar sapiência e conclamar a todos para que se voltem para a ciência, que sirvam a ciência, amem a ciência de todo o ser, com toda a alma e com todo o coração.

    Não se esquecendo de reafirmar que os médiuns e sensitivos devem todos fazer filas e submeter-se a testes laboratoriais para provar à sapiência científica que são esquizofrênicos, que espíritos e mundos espirituais não existem e as doutrinas religiosas são imaginativamente férteis.

    Ah, sim, não há obsessores, os loucos internados em hospícios somente sofreram anomalias cerebrais e os mendigos optaram por viver nas ruas porque gostam e faz parte do DNA!

    Dessa maneira, quem sabe, poderíamos entender as guerras tecnológicas, as bombas atômicas sobre o Japão, os grandes e milionários monopólios de fabricação de remédios e toda uma ordem de inventos ditos importantes e vitais para a modernidade, por cuja comercialização, esfolam-se e matam-se cruelmente.

    Assim, anistiaríamos os céticos de negar Deus, de ter promovido o darwinismo a uma categoria única do evolucionismo, e os ajudaríamos a aposentar de uma vez por todas o Deus Criador do Universo, tola invenção dos antigos reafirmada há 2000 anos por um nazareno sonhador que nada sabia do passado, do presente e do futuro tecnológico!

  54. Felipe Diz:

    Caro Carlos Magno,

    esse sempre foi um problema no diálogo com os espíritas: não há diálogo. Conheço-os desde novo, inclusive meu pai, e sempre defendem seus argumentos atacando. Não quis dizer que o ceticismo é a alternativa, mas também não é o fanatismo. Sou ateu sim, mas faço trabalho no centro espírita junto à comunidade carente, visito asilos e casas de caridade. Sabe a máxima kantiana? Então. O que eu considero, e esse parece ser o objetivo do espiritismo enquanto doutrina científica, é que não se mascare atrás do discurso tantas vezes repetido de “hoje o mundo não precisa mais de provas da existência de vida após a morte”. Como não? Hoje sim o mundo possui instrumentos eficazes de pesquisa, muito diferentes da ciência quase mística do séc. XIX. Concordo plenamente: foi a época dos ilusionistas e dos grandes mágicos. Não descreio completamente, só não me deram provas suficientes. Por que não se fazem materializações como as de Otília Diogo nos dias atuais? Conheço a função da religião na manutenção da coesão social e, por isso, não pretendo para mim essa força embriagadora. Se terei fé, que seja ela verdadeira, e, para mim, “espírito científico e cético do século XXI”, não há verdade quando os olhos da percepção estão fechados. Os brâmanes, discordo, são racionais sim, uma vez que (e aqui me refiro não aos vedas) buscam a experiência espiritual na contemplação e ma meditação, sem recorrer ao artifício da “divindade”. O problema é que o uso de metáforas nem sempre é bem compreendido pelos adeptos, criando para si corporificações de idéias (vide Ganesh e a estátua com cabeça de elefante ou o Buda “gordinho”). Faz parte da experiência religiosa. Entretanto, sem compreensão questionadora, a fé se assemelha à sensação do “orgy-porgy” do Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. E o propósito de Kardec foi justamente questionar.

    Mais abraços,

  55. Felipe Diz:

    P.S> a religião matou tanto quanto a tecnologia. Só os espanhóis, em nome da Coroa e da catequização, mataram aproximadamente 90 milhões de nativos latino-americanos. Sem contar a Inquisição, as Cruzadas, as Jihad, os expurgos e diásporas e outras guerras em nome da fé. Não acredito que o ateísmo deva ser entendido apenas como descrença total em tudo e salvo-conduto para condutas perigosas, tenho contato com ateus os mais ilibados.
    E outra coisa: sem o “espírito científico”, hoje, ainda estaríamos curando doenças apenas com rezas e espantando os humores com sangrias e furos no crânio, no nosso mundo achatado.

  56. Carlos Magno Diz:

    Felipe:

    Cada um pensa o que deseja pensar, mas acho que desejar arbitrar ou inferir sobre uma corrente religiosa ou pensamento filosófico é arriscar-se a muitos vexames. Quem assim se arrisca deve estar perfeitamente seguro de sua real capacidade, cultura e força.

    Homens verdadeiramente sábios fundaram escolas, trouxeram ensinamentos, inspirações e estabeleceram princípios religiosos. Uns prosperaram outros não.

    O ceticismo hoje campeia pela ilusão de que as ciências tudo podem, tudo provêem e a tudo responderão. Está claro que as ciências e a tecnologia tornaram certos segmentos de nossas vidas mais confortáveis, mas a que preço? Se você bem observar, o homem moderno está robotizado, preso a um sistema inexorável de uma cadeia mundial de causas e efeitos.

    Perdeu a liberdade de decidir. As facilidades das ciências realmente iludem, pois dominam e aprisionam, como a internet, por exemplo, a TV, o cinema, o celular, aparelhos de som e imagens, enfim a parafernália eletrônica e uma série de outros inventos e veículos aos quais, desnecessariamente a muitos deles, nos prendemos.

    O homem moderno perde a cada dia a proporção psicológica dos fatos. Não sabe mais o que seja ruim ou bom, e se há uma indústria mundial de medicamentos há doenças irreversíveis decorrentes dos males modernos, de soluções assustadoramente aprisionantes ou cruéis. Como definhar pela vida ou morrer por uma brutal quimioterapia, ficar inútil para sempre à custa de dezenas de obrigatórios e diários comprimidos, injeções, ou sob uma bateria imensa de fortíssimos remédios que atordoam, envenenam e consomem as energias. Ou atrelado ilimitadamente à uma dolorosa hemodiálise e a outras coisas tecnológicas que mais obrigam a sonhar com o descanso eterno do que verdadeiramente continuar vivendo, porque nada verdadeiramente muda em sua saúde. Houve avanços na medicina, sim, sem dúvidas, – em algumas coisas, – mas andamos para trás em tantas outras.

    O religioso, o naturalista, o abstêmio, o verdadeiro esotérico, são em média fisicamente mais saudáveis; são orientados a não ingerir abusivamente à química mortal à doses diárias, como cervejas, refrigerantes, cafés, álcool, cigarros, etc. Aquele que a tudo isso se entrega, quando não encontra mais solução para seus males, e quando pode ou consegue, busca se descondicionar de tudo e retomar hábitos naturais de há muito desprezados.

    Desculpe, nunca entendi o ateísmo. Não me passa pela cabeça não crer em Deus, achar que viemos do nada, de um big bang maluco e dai tudo se organizar mecanicamente, porque tudo seja matéria. E se tudo é matéria, segundo os ateus, é culpa da própria matéria existir a idéia de um Deus-Criador impessoal, Incognoscível, somente inteligível através de referências analógicas humanas e através da percepção inexplicável do espírito, pois a matéria criou o cérebro e o cérebro teria criado todas as projeções psicológicas e imateriais do homem, moldadas pelas emoções, pensamento, intuição, sentimentos e tudo mais que não seja tridimensional. Acho mesmo que o ateu é um desesperado que busca apoio no impossível para não render-se a uma verdade única!

    E muito menos entendo o espírita-ateu; isso é completamente louco, incongruente, um paradoxo que somente a alma humana desorientada poderia criar. Espírita ou ateu, não há meio termo!

    E quanto às religiões ter matado mais do que as guerras, não é bem assim, ou melhor, até pode ser, mesmo porque todas as guerras sempre trazem embutidas motivos raciais ou religiosos. Mas os homens sempre se utilizaram da tecnologia para fabricar armas, usaram ciências, fossem guerras religiosas ou não. E as epidemias estão em primeiro lugar nas mortes. Mas as guerras por motivos políticos ou de conquistas causaram e ainda causam mais morte do que as motivadas por religiões, vide Hiroshima e Nagasaki e todas as guerras não religiosas em todos os tempos em todos os continentes, desde as mais primitivas que não podemos deter estatísticas apuradas, senão a grosso modo, até aquelas registradas nas histórias dos povos.

    Ufa, paro por aqui, já escrevi muito e pouco consegui dizer.
    Abraço.

  57. Gilberto Diz:

    “Ufa, paro por aqui, já escrevi muito e pouco consegui dizer”

    Essa é uma verdade inequívoca. Devias escrever isso sempre ao final de seus posts.

  58. Carlos Magno Diz:

    Em futuro terminarei minhas palavras com o seguinte estereótipo somente para você:

    Espectro impuro se desejastes dormir na eternidade sempre embalado pelas sombras de teus negros pensamentos, não devíeis ter ousado ler as palavras aqui por mim consignadas. De agora em diante sereis condenado a palmilhar um novo e piedoso caminho. Ide, Lúcifer decaído, levanta tua fronte e anda!

  59. ERSON Diz:

    Eu não tenho um qi alto, está mais para a inferiridade adentrando a da média, não tenho o conhecimento cultural e científico apresentado aqui, não entendo muito de teoria científica nem filosofia, assim como não entendo também muito de Doutrina Espírita, entretanto, penso que “se está a jogar pérolas aos porcos”, uma vez que estes descrentes debatedores, polimistas e sofistas parecem preferir a dialética e os recursos dos seus qis para negarem o que é óbivio e que está aí nas leis da natureza se apresentando todos os dias independetemente das nossas visões míopes conclusivas e não dando espaço para, primeiramente, a teoria entrar na gente para depois e com o tempo expressarmos as convicções que pudermos chegar através dos nossos entendimentos, entendimento estes que estarão de acordo com o nosso patamar evolutivo de discernimento espiritual.
    Kardec diz, em se não me engano, “o que é o Espiritismo”, que há necessidade de vários anos de estudo para poder se expressar uma opinião a respeito da Doutrina Espírita, e parece-me que é uma resposta a um crítico.
    A leitura do que aqui foi exposto ajudou-me a compreender e fixar mais ainda uma ‘certa’ conviccção que tinha a respeito de debates omo estes que li.
    um abraço a todos os debatedores e defensores de suas idéias, as quais com certeza absoluta se apliarão com o desenvolviemto das experiências que todos temos de fazer por motivo evolucionais intelecto-morais, encarnados e desencarnados, porque vamos descobrindo aos poucos a Verdade no mundo que estivermos do mais inferiro ao mais elevado.
    um abraço de um ignorante – isso não é falsa modéstia, é o que a palavra quer dizer mesmo. Até penso que é uma espécie de orgulho dizer-me ignorante.

  60. Darcio Diz:

    Evidentemente que os Espíritos comunicantes podem também ter seus limites de conhecimento, passível de atualização, pois, muitas das vezes, não são nada além da alma dos Homens que já partiram. Também, muitas coisas não se podem revelar num determinado momento. Acho importante a análise feita, mas, nossos conhecimentos são limitados também. Como saber se a Terra possui 4,6 bilhões de anos ou não? Nossos cálculos também não seriam quiméricos? Destaco ainda que há uma certa distorsão em algumas análises, como na primeira. Dizer que “O erro desse raciocínio está justamente nessa idéia de que qualquer COISA é um EFEITO”, não é exatamente o conceito passado, pois dizer “que todo efeito tem um causa”, não significa dizer que que “qualquer coisa é um efeito”. Para estas distorções, gratuitas ou não, deve ter muito cuidado.

  61. Darcio Diz:

    Ademais, a visão é bem estreita mesmo, porque, a Ciência não mais admite a geração espontânea, nem à época de Kardec já não admitia, mas a resposta dos Espíritos se dirige ao início. E, no início, se as formas orgânicas simples deram origem a todas as espécias, houve sim, uma geração espontânea destas formas simples, no início da vida orgânica. É desses “germens” que os Espíritos estão falando. Tanto é verdade que o próprio crítico admite “apesar de em algum momento no passado isso ter forçosamente ocorrido, quando da origem das primeiras células há uns três bilhões de anos”.

  62. Darcio Diz:

    Vou tecer comentários mais aprofundados, a partir daqui, voltando ao início.

  63. Darcio Diz:

    1 – Primeiramente, dizer que “O erro desse raciocínio está justamente nessa idéia de que qualquer COISA é um EFEITO”, não é exatamente o conceito passado pelo Livro dos Espíritos, pois dizer “que todo efeito tem uma causa”, não significa dizer necessariamente que “qualquer coisa é um efeito”. Assim, todo efeito tem uma causa, mas, nem toda coisa é um efeito. E por quê? Porque se qualquer coisa fosse um efeito, Deus também seria um efeito, mas de que causa? De outro Deus, como sugere o crítico? E assim remontaríamos ao infinito, sem solução de continuidade? No caso de Deus, forçoso é admitir que Ele não teve começo, sempre existiu. Preferível assim acreditar, do que acreditar que o Nada produziu Tudo. A Ciência também é o produto de crenças, algumas observáveis e constatáveis, outras não. Assim, que cientista é capaz de explicar como o Nada poderia alguma coisa, produzir tudo o que existe?Quanto aos fatos “acausais”, não existem! A causa tanto pode ser uma lei que promova situações aleatórias, como situações programadas, mas sempre há uma lei, uma causa, disso não se pode fugir. Assim, forçoso é admitir que não há mesmo efeito sem causa, mesmo que a causa seja uma lei que promova efeitos aleatórios. Deve-se tomar cuidado com estas distorções gratuitas que se fazem na tentativa de desmerecer o Livro dos Espíritos.Os efeitos “acausais” só o são em aparência, pois, ainda que o acaso promovesse um efeito, ainda assim, haveria uma causa, o próprio acaso, Mas o acaso não existe, por não se sustentar pela simples observação. Mais provável é que existam leis que promovam efeitos aleatórios, por razões que desconhecemos, mas sempre será uma causa.

  64. Darcio Diz:

    2 – Quanto mais elementar a partícula, maior força ganha o acaso? Por quê? Que diferença faz o macro ou micro, nesta questão, pois, por menor que seja a partícula, quem criou a partícula? De onde ela surgiu? Se o Nada é capaz de criar algo e, ainda, capaz de criar algo inteligente, então o Nada só pode ser Deus.Quando o crítico diz que “a Física Quântica não é totalmente aleatória”, fala exatamente do que comentei anteriormente, sobre leis que promovam efeitos aleatórios e outras que promovam efeitos programados.O fato de podermos tratar um evento aleatório de forma inteligente, já não carateriza, por si só, uma inteligência, mesmo em padrões probabilísticos?

  65. Darcio Diz:

    3 – Não tenta diminuir a contribuição da Ciência. Tenta, antes de tudo, alertar para a existência do orgulho, que não nos permite admitir a existência de um Ser Superior a nós e que, os erros que nos fazem progredir, também deveriam nos fazer admitir a insignificância da nossa inteligência, diante da inteligência expressa nas obras da Natureza.A questão de existirem “limites que Deus estabeleceu”, não impede que estes limites sejam ultrapassados, paulatinamente, conforme a evolução natural das coisas.Portanto, devem ser entendidos estes “limites” como sendo os próprios “limites tecnológicos a serem transpostos” e que só são possíveis com o tempo.

  66. Darcio Diz:

    4 – Pela leitura das demais obras da sistematização Kardequiana, vemos que, o que não é Espírito, é matéria. Há uma pequena confusão, de fato, nesta resposta, mas, pela leitura do resto da obra, principalmente A Gênese, observamos que tudo o que se possa classificar como fluido, também é matéria e que, assim, a matéria se encontra em vários graus de combinação, condensação e densidade, visível ou não aos olhos humanos (como a água é visível e o ar não), tudo derivando da matéria elementar primitiva, móvel inclusive de pesquisas realizadas na Europa, onde um acelerador de partículas gigantesco busca exatamente chegar até a “partícula de Deus”.”Qualidades que a gravidade lhe dá”, deve se referir ao “peso”. No entanto, de fato a resposta a essa questão requer a análise de outros textos para um perfeito entendimento.Não se pode exigir clareza absoluta de idéias, quando a própria linguagem humana, como afirmam os Espíritos é pobre para explicar o que ela não vê e não entende, tão pouco desconsiderar-se que Kardec também compilou, por vezes, várias respostas em uma, dando-lhes formato e que nisto pode ter escapado algo que não ficou claro o suficiente.O trabalho dele não foi de um mero copista. Tanto é que, muitas vezes ele comenta a resposta, pois nem sempre as considera totalmente claras.

  67. Darcio Diz:

    5 – Até onde sei, não existe consenso na comunidade científica de que o Universo esteja em expansão. Há quem afirme que está em retração, outros, que é estático. Se estiver enganado quanto a isso, me avisem. Falta-me tempo agora para empreender esta pesquisa.Independentemente disto, ainda que esteja em expansão, o LE está certo ao afirmar que não podemos imaginar algo que exista além de seus limites. Que limites seriam esses, senão a própria borda da matéria em expansão? Então, é claro, a expansão dá ao Universo um limite, porém, somente à massa que está em expansão, afinal, se ela está em expansão, estará sempre ocupando um novo espaço, este sim infinito. A razão nos diz que não há como haver um limite.

  68. Darcio Diz:

    6 – “Vejam, os cometas não são necessariamente começo de formação de nada. Podem, a princípio, ficar vagando “ad infinitum”.Baseado em que se pode fazer tal afirmação?”Não são formados no começo de condensação da matéria, mas sim durante a formação da nebulosa planetária, pelo menos 8 ou 10 bilhões de anos depois do Big Bang.”Esta afirmação se sustentará através dos tempo?Mas, ainda que a resposta do LE esteja equivocada, isto quer dizer apenas que o Espírito comunicante falou do que não sabia e Kardec concordou com ele, assim, naturalmente, devemos descartar esta resposta ou, no mínimo, colocá-la em “quarentena”. Vale mais a informação de que é “absurdo acreditar-se na influência deles”, do que propriamente levar em conta o que os cometas são de fato. Ademais, terá a resposta “Isto é certo (…)”, de fato teria respondido à pergunta? Isto é certo, o quê? Não poderia ter havido um desencontro entre a pergunta e a resposta, não percebido por Kardec?A despeito de tudo isso, não podemos nos esquecer do que Kardec fala na Gênese:”O Espiritismo, pois, não estabelece como princípio absoluto senão o que se acha evidentemente demonstrado, ou o que ressalta logicamente da observação. Entendendo-se com todos os ramos da economia social, aos quais dá o apoio das suas próprias descobertas, assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de qualquer ordem que sejam, desde que hajam assumido o estado de verdades práticas e abandonado o domínio da utopia, sem o que ele se suicidaria. Deixando de ser o que é, mentiria à sua origem e ao seu fim providencial. Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.”

  69. Darcio Diz:

    7 – “O tempo de criação dos mundos atualmente é bem conhecido”. Será? Ora, não me admirarei que amanhã alguém desminta estes números e “prove” que, na verdade, não são 4,6 bilhões de anos, mas sim 8,0 bilhões e que, mais à frente, alguém dique são 10,0 bilhões. Meus caros, temos a real noção do que são 4,6 bilhões de anos? Como podemos ter certeza se nossos cálculos, como diz Emmanuel, através de Chico (ou o próprio Chico, para quem não acredita em Emmanuel) não são quimétricos? E, o caríssimo Alexandre, por que acredita piamente que são 4,6 bilhões de anos. Isto é apenas uma hipótese, no máximo uma ordem de grandeza. Aliás, a resposta a esta questão nos dá a noção exata de que o Espíritos não sabem tudo, não conhecem a Verdade Absoluta. E, por isto mesmo, algumas de suas respostas podem ser revalidades, como ocorre com o caso dos cometas (a julgar que a Ciência atual esteja certa, embora acreditar piamente nisto seja uma temeridade.
    Estes nossos “cientistas” de plantão, questionam até o lápis utilizado pelos médiuns de Kardec, se não era mágico ou coisa parecida, mas, por outro lado, acreditam piamente no que a Ciência diz, sem questioná-la em momento algum. Aí está o seu erro. O espírita sério questiona o Espiritismo, como faz o cientista sério, que sempre questiona a própria Ciência.

  70. Darcio Diz:

    8 – Tenho debatido intensamente com amigos, ao longo destes anos, sobre diversos assuntos do Espiritismo. E devo dizer que hoje já não penso mais da mesma forma como pensava no passado. De lá para cá, conheci pessoas de alto nível de conhecimento e devo a estas discussões, por vezes acaloradas, a minha mudança de posicionamento perante a Doutrina Espírita. Explico.

    Antes, minha postura era inflexível, tinha no Pentateuco Espírita uma espécie de Bíblia Sagrada, que não pode ser questionada por ser a expressão mais pura da verdade. Esta postura se dava de forma inconsciente, não a percebia. Isso é ruim, pois, toda crença cega, mesmo que tenha partido inicialmente de uma aceitação racional, como foi o meu caso, leva ao fanatismo (ou pode levar). Não que eu não admitisse questionar o Espiritismo, eu, simplesmente, não o fazia, pois estava cego influenciado pela formação que tive dentro da Federação Espírita de São Paulo. Hoje já não sou mais assim, aceito discutir e questionar.

    Tendo lido as várias argumentações contra o Espiritismo aqui apresentadas, confirmo uma conclusão a que cheguei, a de que não devemos imaginar o Livro dos Espíritos como sendo uma obra intocável, como se fosse obra de “inspiração divina”. Ora, se não podemos agir assim com o Novo Testamento da Bíblia, por que o faríamos com o Livro dos Espíritos? (guardadas as devidas proporções no que tange ao meio de compilação das duas obras).

    Grande novidade, vocês dirão. Mas, curiosamente, depois de tudo isto, minha convicção não diminuiu, muito pelo contrário. Hoje entendo perfeitamente a revelação divina, expressando-se através de Moisés, Jesus e do Espiritismo, como propôs Kardec. Ele está certo neste ponto, a meu ver. Nada disso tem a ver com religião. São leis divinas que vão sendo reveladas aos poucos, que vão se completando e tendo aprofundados seus conceitos. Tratam-se de leis morais reveladas, assim como leis outras, da física e matemática, biologia e química, que vão sendo trazidas também ao nosso conhecimento, mas, aos poucos.

    O que os caros amigos céticos deste blog estão longe de entender é que tudo se encadeia e é nisto que reside a comprovação daquilo que é verdadeiro, esta é a verdadeira universalidade que Kardec propôs, porém, ao longo da história, não durante a sua compilação. Os amigos céticos deveriam considerar muitas dificuldades inerentes ao processo, para explicar certas “falhas”, como, por exemplo, a limitação dos médiuns e sua influência pessoal; a influência de Kardec na escolha das respostas e, “pasmem”, a própria limitação dos Espíritos comunicantes. Ou vocês acham que por desencarnarem necessariamente teriam de saber muito mais que os encarnados? Que sabem eventualmente mais, disto não tenho dúvidas, pois o desencarne lhes propicia penetração em campos desconhecidos para nós. Mas, que sejam sumidades em tudo, isto hoje descarto completamente. Os Espíritos Puros existem, mas não foram eles que se manifestaram, por simples questão de impossibilidade vibracional. Eles enviaram outros, mais próximos de nós, com conhecimentos não muito além dos nossos. Levando-se isto em conta, cresce em importância O Livro dos Espíritos. Descresce em importâncias as críticas aqui apresentadas.

    Em se aceitando que os Espíritos comunicantes não eram necessariamente sumidades, e assim, podiam passar conceitos por vezes eivados de argumentos pessoais e até influenciados por conhecimentos da época em que viviam (estar desencarnado não significa necessariamente ter acesso a conhecimentos extras, como já disse) e, considerando-se que Deus poderia ter desejado colocar em contato com Kardec, Espíritos próximos de sua própria capacidade intelectual (natural, num processo que visa não entregar de mão beijada o peixe, mas ensinar a pescar, forçando assim ao raciocínio e ao questionamento – se tudo tivesse sido dado de forma límpida e clara, não estaríamos hoje aqui, sendo questionados e questionando, estaríamos estagnados, tática divina para promover a inteligência), tudo isto explica facilmente as vossas dúvidas a respeito da confiabilidade ou não do Livro dos Espíritos. A questão que a confiabilidade é possível e existe, porém, está sendo buscada por vocês nos pontos errados.

    O Livro dos Espíritos não é fruto de uma inspiração divina, que não estaria sujeito a falhas, como os senhores o estão encarando para estudá-lo e, encontrando neles falhas, descartam-no pura e simplesmente. Digo senhores, me referindo tanto aos céticos, quanto aos próprios espíritas que aqui se manifestam. Não há que se ser tão cético, mas também não há que se ser tão crente. Há que se ter tranquilidade suficiente para separar o que é pensamento de Kardec, do que é pensamento dos Espíritos. E, acerca do pensamento dos Espíritos, buscar aquilo que seja essencial e que tenha eco na História humana.

    Os amigos estão ocupados com os cometas, fluidos, etc e tal, mas esquecem-se de procurar o essencial, como também não o fazem outros céticos, ao analisarem o Novo Testamento. Desconsideram que Jesus, ao incumbir os apóstolos de passarem a sua mensagem, sabia que o fariam dentro de suas possibilidades, assim como a própria posteridade, ao levar à frente esta mesma mensagem, enfrentaria outras tantas dificuldades, tudo isto para que houvesse mérito e participação de cada um neste trabalho e para que não fosse tolhido o livre-arbitiro, tão pouco a necessidade de reflexão, estudo, questionamento e busca das respostas. Não importava que a mensagem chegasse 100%, mas que chegasse a essência.

    Por isso, se devemos extrair a essência do Novo Testamento, também devemos extrair a essência do Livro dos Espíritos.

    Vemos claramente que a questão 44 do LE remete à idéia da geração espontânea para o início da vida na Terra. Ainda que a questão não esteja fechada e podendo, portanto, ter ocorrido da forma como relatam os Espíritos (as espécies tendo sido definidas pela eclosão particular de um “gérmen” para cada uma), as pesquisas atualmente apontam para a evolução molecular, ou seja, uma espécie derivando da outra. Ainda que necessariamente a geração espontânea tenha ocorrido no princípio da vida orgânica, a definição das espécies se deu, ao que tudo indica, por evolução de uma para outra, e não de geração espontânea de cada uma delas, como leva a crer a respota da questão 44. E Kardec não descarta esta hipótese, como vemos na Gênese, embora partidário da geração espontânea. Como não descarta, significa que não considerou a resposta à questão 44, do LE, como sendo definitiva. Assim, é de se imaginar que nem ele próprio imaginava infalíveis os Espíritos que com ele se comunicavam. Os Espíritos podiam acreditar piamente nisto e estarem equivocados. E daí? Em que isso desmerece o Espiritismo? Em nada, muito pelo contrário, apenas o faz tornar-se resultado do processo evolutivo humano, do qual ele é espelho também.

    Hoje entendo isto confortavelmente, apesar das dores nas costas de tanto ficar na frente deste computador, que o que importa é a essência, do LE, meus amigos. Esta é a grande revelação do Espiritismo, que poderia resumir no seguinte: as leis morais, a lei de reencarnação, a necessidade da evolução espiritual, o Deus único, soberanamente justo e bom. Se bem observarmos, estes assuntos não são novidades trazidas pelo Espiritismo, os encontramos nos Evangelhos e ao longo da história antes de Cristo. Aí a universalidade. O conteúdo da revelação, portanto, não é necessariamente algo novo, mas geralmente algo dito de novo, sob nova forma e de forma cada vez mais clara.

    Como grande novidade, a idéia de que os Espíritos evoluem através dos reinos inferiores da Natureza. Mas este é assunto para outra hora.

    Entendo que as Religiões se apossaram indevidamente das revelações e, através, ou a partir, delas, instituiram sua fé. A revelação dos Dez Mandamentos, por exemplo, nada tem a ver com religião, é uma norma de conduta, além de afirmar o Deus único; crer em Deus, aliás, não significa ter uma religião, pois é possível crer-se em Deus através da razão. Isto permite desvincular a existência e ação de Deus das religiões. Albert Einsten acreditava tranquilamente em Deus, pela natural observação da inteligência expressa na Natureza, como propõe Kardec.

    A revelação trazida por Jesus, também, nada tem a ver com religião, nem tão pouco constitui-se no Cristianismo. O Cristianismo é criação humana. A revelação de Jesus desenvolve os Dez Mandamentos e, por conseguinte, tem a ver também com normas de conduta, mas é mais abrangente, fala da misericórdia divina, fala da reencarnação, da evolução espiritual, da força do pensamento, do Reino de Deus, reafirmando o Deus único e, principalmente, abolindo os rituais, os dogmas, instituindo o amor como única mola propulsora disponível ao homem para alcançar Deus. Jesus ainda mostra-nos a possibilidade da comunicação com os Espíritos desencarnados. Jesus não instituiu dogmas, ritos, artigos de fé, etc. As relgiões o fizeram, os homens o fizeram. Jesus era contra tudo isso

    A revelação trazida pelo Espiritismo desenvolve as outras duas, porém, com mais detalhes. O que não pôde ficar claro nas palavras de Jesus, agora é exposto com toda a clareza. O Deus único é reafirmado e alguns de seus atributos são conhecidos. A reencarnação é esmiuçada, a vida espiritual revelada, o processo de comunicação entendido.

    Não existem, portanto, revelações científicas, nem religiosas. Todas são revelações, de maior ou menor grau, de maior ou menor expressão, revelando leis divinas, que ora podem tratar de questões científicas, matemáticas, físicas, ora de questões morais.

    É nisso que devemos nos concentrar. Esmiuçar o Espiritismo, como o estão fazendo, é importante, porém, querer desacreditá-lo com estas pesquisas, é insuficiente. Se por maior que for a evidência, o cético jamais aceitará, seria preciso argumentos muitos mais fortes para me fazer, hoje, desacreditar na verdade desta essência que o Espiritismo, Jesus e os demais trouxeram.

    Se os amigos querem mesmo acabar com o Espiritismo, não deveriam se preocupar se os Espíritos Superiores são infalíveis ou não, pois, como expliquei, isso não importa muito no contexto todo. São falíveis e ponto! Deveriam, sim, primeiro, provar que a reencarnação não existe. Depois, provar que os Espíritos não existem. Por fim, provar que Deus não existe. É nesta que consiste a missão de vocês, céticos. Cabe a vocês o ônus desta prova, não a nós, espíritas.

    E tenho dito!

  71. Darcio Diz:

    9 – Conclusão: foram analisadas 13 perguntas, em um universo de 1019, isto representa pouco mais de 1%, muito pouco, ainda que as demais questões não estejam ao alcance da ciência humana (justamente o que Kardec diz, ser a ciência impotente para analisar a filosofia espírita). Infelizmente, isto culpa dos cientistas e pesquisadores céticos, que não se propõem a um desenvolvimento sério, embora este quadro já esteja mudando. Destas 13 questões analisadas, com argumentos que podem ser facilmente rebatidos, excetua-se a questão 44, que de fato pode indicar um equívoco, muito embora só tenhamos teorias a respeito do que ocorreu no início da vida na Terra. Teorias não provam nada, então, ninguém pode dizer que os Espíritos não tenham razão nesta afirmação. Se não tiverem, equívoco da parte deles, mas não são infalíveis, como exposto anteriormente. Já na análise da questão 46, há distorção do crítico acerca do que propõe a resposta, porque os Espíritos não estão falando das larvas de moscas e sim dos microorganismos responsáveis pela putrefação. Questão de falha na intrepretação do texto, que anula, em parte, a análise da resposta. Obviamente que os microorganismos que vivem no corpo humano e que desencadeiam a decomposição da matéria orgânica através da ação enzimática sobre os constituintes protéicos dessa matéria, não são gerados espontaneamente, mas, de fato, é como se “dormissem” à espera do momento para desencadear o processo putrefativo. Não vou dizer que os Espíritos usaram de metáfora na resposta, embora possam, mas, ainda aqui parece mesmo haver equívoco, baseado na crença da geração espontânea. Mas, é muito pouco para se por por terra todo o trabalho, duas questões em 1019. Facilmente explicável, basta não pensar que estes Espíritos são sumidades perfeitas, mas seres que, já desprendidos do corpo, possuem conhecimentos maiores e melhores que os nossos, pela simples observação no mundo espiritual, bem como as pesquisas que lá também continuam acontecendo. Desencarnar não significa tornar-se santo, gênio, perfeito, penetrar em todos os mistérios. As dúvidas continuam também do lado de lá, com campo de observação melhor, sem dúvida. E ainda que algum Espírito saiba como se deu a origem da vida (e há os que sabem), não dirão, esperando que nós mesmos cheguemos às respostas, por nós mesmos.

  72. Darcio Diz:

    10 – Muito pouco, portanto. O próprio título diz “alguns problemas do Livro dos Espíritos”. Alguns, não muitos e, como vemos, muito poucos diante do universo a analisar. Gostaria de propor uma análise séria do livro Evolução em Dois Mundos, de Chico Xavier e Waldo Vieira. Até mais.

  73. Anna Diz:

    Caro Joaquin Neiva, muito obrigada por sua resposta ao artigo. Espero que o produtor do artigo encontre seu lugar.
    Queria ter a maestria que tiveste, mas não consigo, pois duvido que o dono do artigo leia os comentários, duvido que ele realmente esteja disposto a entender alguma coisa a respeito da Doutrina Espírita. Pois se quisesse mesmo estaria aproveitando seu tempo em orações, estudos, em doar-se voluntariamente em uma instituição, ou fazendo qualquer outra coisa muito mais construtiva que essas acusações baseadas nos “pode ser que”.
    Um forte abraço!

  74. Marcio Horta Diz:

    Lembro-me d ter lido (creio q) em 1 das cartas d Lobato q Kardec “transformou o catolicismo em espiritismo”; ñ se trata decerto d 1 verdade completa, + em alguns ptos essa opinião parece ser pertinente: aqui, particularmente na doutrina q os “espíritos” sustentaram sobre Deus.

    Sem entrar no mérito da existência ou ñ d Deus digo q, nesse ponto, o texto espírita acima remete a S. Tomás d Aquino e à escolástica católica – daí para trás, até Aristóteles.

    Há vários ptos d contato entre o pensamento d Aquino e o espírita, e inúmeras obras republicaram esses argumentos da IMédia ao séc. XIX, até chegarem a Kardec: 2° Descartes, famoso filósofo católico, a única propriedade q infere-se da matéria é a extensão, em 1 mundo rigidamente regido pela causalidade, a lei d causa e efeito.

    A matéria seria, ptto, res extensa (traduzido do latim, coisa extensa); ñ teria propriedades, tais como a química e física moderna lhe atribui. Possuiria, assim, 1 existência amorfa e meramente extensa, e tudo o q lhe ocorre teria q vir d fora, d autores externos, tais como o homem ou Deus (daí os “espíritos” dizerem, no texto acima, q se ñ foi o homem q fez, só pode ter sido Deus – é a lógica interna do pensamento escolástico).

    Esse materialismo escolástico (ou doutrina sobre a matéria escolástica) ñ concebia q a matéria, tendo propriedades, pudesse compor 1 universo auto-organizativo, auto-regulador, independente d 1 agente exterior inteligente, tal como a ciência moderna admite.

    Eis o ponto, e daí outra máxima d Kardec, q 1 efeito inteligente pressupõe 1 causa inteligente. Isso é verdadeiro na física, p. ex., cartesiana, + ñ na doutrina da natureza, p. ex., d Darwin ou da ciência moderna.
    1 gazela pode parecer 1 efeito q pressupõe 1 inteligência a 1 tomista (q, se ñ é humana, só pode ser divina), + p/ 1 darwinista é suficiente admitir a relação casual da matéria (c/ propriedades) num lapso enorme d tempo p/ q os organismos surjam.

    Mudou o paradigma.

    A tabela periódica, q estudamos p/ o vestibular, ñ é meramente 1 tema a + p/ decorar: é 1 realização científica ímpar, fruto da mudança do modo como o homem moderno passou a ver a natureza, atribuíndo propriedades à matéria e, ptto, concebendo-a como agente e ñ paciente.

    Ñ sem resistências, esse novo materialismo foi gestado dentro do mundo protestante, especialmente na Inglaterra (o reverendo Baden Powell, p. ex., defensor d Darwin, foi 1 entusiástico defensor da idéia d q a natureza é auto-organizativa, pois isso significava 1 avanço na ciência e tv, finalmente, imagino, a autonomia da teologia protestante relativamente à católica), + q acabou vitoriosa.

    Cumpre recordar q na física newtoniana, distinta da cartesiana (é d assustar hoje ouvir falar d 1 paradigma newtoniano-cartesiano: são 2 perspectivas muito distintas), a matéria “age” à distância sobre outra, tal como o sol faz sobre a terra na lei da gravitação universal.

    Esse agir pressupõe autonomia c/ relação a qquer inteligência, pressupõe propriedades.

    Assim, a ciência moderna solapou os pressupostos, a base da reflexão tomista e tb d sua pretensa demonstração, q hoje ñ + parece possuir força lógica, ñ unifica os espíritos, + aparece como historicamente marcada.

    O debate acima é 1 fruto da passagem d 1tema q se apresentava indiscutível p/ a condição d discutível: ñ falo sobre Deus, + sobre a prova q se quer oferecer p/ a sua existência.

  75. Rogerio Araujo Diz:

    Sou um grande admirador de O Livro dos Espíritos e das obras de Kardec. Você não procede cientificamente porque você é tendencioso. Explora detalhes, ignora o conjunto. Como você pretende analisar “cientificamente” algo desta forma? Além disso, sequer considera que a comunicação mediúnica, por sua própria natureza, é sujeita aos escolhos que afetam seu resultado final. Existe um espírito (agente), um médium (receptor), um grupo de pessoas que influencia e, por fim, um destinatário que interpreta. Impossível que o animismo e a mistificação não afetem a formação final da “mensagem”. Você atribui culpa ao professor se um aluno aprende errado, apesar de tê-lo escutado? Ou, em relação ao aluno que assimila conhecimento, acha válido ignorar que ouviu um professor em sala de aula? Comparável ao processo de ensino, a mediunidade tem suas limitações e dificuldades e não pode sofrer críticas retóricas e não científicas, como você faz. Um abraço.

  76. Junior Diz:

    “Sentimos que, mesmo depois de serem respondidas todas as questões científicas possíveis, os problemas da vida permanecem completamente intactos.” Sem mais comentários!

    Ludwig Wittgenstein

  77. ALMIR CARVALHO Diz:

    coitado do carlos minimus, o homem é daqueles super gênios: imcompreendido. deve ser um adepto ou até mesmo um buda iluminado, mas que de vez em quando ao perder as estribeiras, adora postar neste blog. os ‘imbecis” e “anões” da ciência, como ele diz, não sabem nada… ele, esotérico milenar acredita em sacis e papai noel. que lhes sopra informações sobre todas as ciências…
    .
    que eu saiba, por exemplo, os MESTRES (homens, e não “espíritos”) que auxiliaram Helena P. Blavatsky, negam um tal deus criador… e as tais comunicações de “espíritos” . como disse o filósofo Robert G. Ingerssol: “a religião que se refugia no sentimentalismo é própria para o hospício”…
    .
    concordo com o carlos minimus num ponto: a arrogância dos cientistas é muito grande, pois a do minimus é… mínima.
    .
    coitada da carola rosely fernando, essa moça (moça?), deve estar passando por muitos problemas mentais e sexuais, gente vamos ajudá-la a encontrar uma “corrente” de bons psicanalistas, juro que eu pago a consulta.
    .

  78. Francisco Diz:

    Caro, Deus sempre existiu, não há nada anterior a Ele.
    Desculpe-me falta uma leitura para vc mais completa da obra espírita cristã.

  79. Rodrigo Diz:

    Ao longo de toda a minha vida conheci muitas pessoas adeptas do espiritismo, excelentes pessoas aliás, mas faz poco tempo que me interessei em estudar a doutrina, começando a minha leitura pelo “Livro dos Espíritos”, mas foi impossível manter o meu interesse dinte de tais equívocos. É evidente que as obras escritas por Allan Kardec se baseiam integralmente no conhecimento científico e filosófico disponível na época, então logo torna-se complicado acreditar no caráter revelador das respostas dadas pelos “espíritos”. Não desejo ofender a fé de ninguém, mas o fato é que falta lógica com relação à doutrina básica. Júlio Verne, que era francês e contemporâneo de Allan Kardec, se apresentou muito mais “revelador” em suas obras ao prever o surgimento de inúmeros inventos, sem ao menos ter esta pretensão.

  80. AssisUtsch Diz:

    Se admitirmos o espiritismo, ainda que por um instante, teremos de indagar em que momento o homem adquiriu a condição de ter alma/espírito. Se foi no momento em que adquirimos consciência, perguntaríamos como seria a situação entre a consciência plena e a consciência incompleta, fase evolutiva que envolveu longas eras. Allan Kardec diz que só o homem possui espírito, mas qual homem, pois sobre isso ele não falou, nem poderia, já que a teoria da evolução (1859) ainda não havia se estabelecido. Nem seus espíritos falaram sobre o assunto, a despeito de Kardec dizer que eles podem avançar muito no tempo e nos conhecimentos, graças a seus contatos diretamente com o Deus.
    O Livro Primeiro começa por Deus e suas provas. (p.35-38) Se “não há efeito sem causa”, para alcançarmos a Primeira Causa de Tudo teremos que retroceder infinitamente e chegaremos à Primeira Causa – Deus – que não tem causa. É o desdobramento da chamada Prova Cosmológica. O autor refere-se também ligeiramente a conceitos da Prova Físico-Teológica, depois aos Atributos da Divindade e ao Panteísmo. Mas não faz qualquer referência de que o conceito Deus possa resultar de nossos próprios medos, nossas angústias, fragilidades, etc.
    Quem admite Deus como Primeira Causa de Tudo apenas cessa o pensamento, capitula-se. Pois, se há um Ente sem Causa – Deus – por que o próprio Universo não poderia também existir sem causa? E se não se pode tirar Algo do Nada, uma vez existindo o Algo – o Universo – este está condenado a existir desde sempre – eternamente. Mas se for possível existir Algo a partir do Nada, então o Universo poderia também ter surgido desse Nada, e mais uma vez não precisaríamos de um Criador.
    No Capítulo II, falando ainda sobre o Universo (p.39-43), os espíritos utilizam os mesmos conceitos científicos ainda do século XIX apesar de conhecerem o futuro. Perguntas e Respostas fora da numeração sequenciada, ao longo do texto, indicam haver inserções posteriores às do autor. No Capítulo III admite-se o Gênese, a existência do Mundo há apenas 6000 anos, admite-se Adão, ainda que se consinta que ele seja uma alegoria. Nas Considerações e Concordâncias Bíblicas Referentes à Criação, Kardec porta-se como um exegeta ou hermeneuta defensor da Bíblia e diz, dentre outras coisas, que “os seis dias da criação indicam períodos, cada um podendo ser de várias centenas de milhares de anos”. Quer dizer, se o texto não compromete, pode ser lido literalmente, mas quando apresenta contradições insuperáveis, aí é necessário buscar outras interpretações. Volta-se a falar (Capítulo IV) de um misterioso “fluido universal”, que seria o “fluido magnético ou fluido elétrico animalizado”, e que este elemento seria “o intermediário, o elo entre o espírito e a matéria”. (p.52) Assim, o espírito não encarnaria diretamente, ele precisaria de mais esse intermediário, e após a morte do portador da alma/espírito, este pode ainda retornar através de nova encarnação ou através da intermediação dos médiuns. O autor diz também que nossa inteligência decorre da “inteligência universal”. (p.54)
    Kardec fala em milhares ou milhões de espíritos desencarnados que retornam, todos com sua individualidade, suas peculiaridades, sua ignorância ou sua sabedoria, sua “infinita diversidade”, e ao escreverem suas mensagens a letra de cada um deles é distinta: “cada vez que o Espírito retorna, sua escrita se reproduz”. (p.13) Sendo assim, as transcrições ditadas por esses espíritos deveriam ter estilos literários muito distintos, com vocabulário e terminologias bem diferentes. E no entanto o estilo dessas mensagens é o mesmo em todo o texto. Ainda que se admitam as recriações dos editores, tradutores e revisores, algo do estilo original desses espíritos deveria permanecer. Aliás, as 1018 Perguntas e Respostas, estas dos espíritos, foram todas produzidas, umas e outras, por alguém da mesmíssima condição intelectual. E assim as várias imposturas vão se revelando e se somando às mistificações.
    No Livro Segundo, dedicado especialmente aos Espíritos, diz-se que a criação desses seres é contínua, que “Deus não cessou jamais de criar” esses entes. (p.56). E o espírito tem uma capa: “o espírito propriamente dito está revestido de um envoltório”. E “passando de um mundo para outro, o espírito troca seu envoltório, como mudais de roupa”; “podendo [o espírito] tomar forma visível e mesmo palpável”. (p.57-58-59) Diz ainda que o espírito é a “alma antes de se unir ao corpo” e a alma é “um espírito encarnado”; que existe uma outra coisa semimaterial, “o laço que une a alma ao corpo”; que “antes do nascimento não há ainda união definitiva entre a alma e o corpo”; (p.71-72) que “há espíritos ainda com limitações que não entendem as coisas abstratas”; (p.74) que “Ela [a alma] tem ainda um fluido que lhe é próprio, tomado da atmosfera de seu planeta e que representa a aparência de sua última encarnação: seu perispírito”; que a alma após a morte leva “a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor”. (p.77) Ou seja, a alma abriga faculdades – a memória e o desejo – coisas que só podem existir por ação de fatores biológicos. De todas essas bizarrices, essa do “espírito palpável” é uma das mais interessantes! Dizer vida eterna é o maior dos paradoxos, é expressão exclusiva das superstições religiosas. Pois, cessada a função biológica, não há mais vida, exceto se falarmos das espécies parasitárias do corpo, as bactérias, etc. Como um absurdo não basta, eles precisam se multiplicar. Mas Kardec nos oferece o impossível, como todos os Messias, Profetas, Salvadores e Pregadores.
    Falando da Separação da Alma e do Corpo, o autor diz que para aqueles “cuja vida foi toda material e sensual, o desligamento … dura, algumas vezes, dias, semanas e mesmo meses, o que não implica existir no corpo a menor vitalidade nem a possibilidade de um retorno à vida”. (p.79) Quer dizer, o sujeito morre, não morre, mas morreu. “o Espírito pode experimentar o horror da decomposição”. (p.79) Este é um espírito cadavérico! Quanto mais lemos o livro, mais nos damos conta de sua ridicularia. A uma pergunta – “Os pais … transmitem [aos filhos] semelhança moral?” – o sábio espírito responde – “Não, uma vez que [eles] têm alma ou espírito diferente”. (p.93) Quando se sabe cientificamente que os filhos são predominantemente aquilo que herdaram geneticamente, mais o que receberam depois dos pais ou a influência do ambiente. Sobre o momento da união entre alma e corpo diz-se que ”a união começa na concepção, mas não se completa senão no momento do nascimento”. (p.133) Pressionante! – como dizia o comediante. Então, as tais “inteligências espirituais” vão se subordinar às desprezíveis instâncias “materiais”? Haverá alguma coisa mais esquisita do que tudo isto? Se a alma ou espírito já são por si mesmos entidades imaginárias, ainda se inventa que a alma entra no corpo ao longo do período de toda a gestação. São delírios sobre delírios!
    No Livro Terceiro, discorrendo sobre o bem e o mal, o espírito diz que “o bem é tudo aquilo que está conforme a lei de Deus”. (p.208) Ou seja, este Mundo nada vale e o sentido da vida é transportado para um além inexistente. Enquanto o Humanismo, mais terreno e mais objetivo, estabelece que o bem é tudo aquilo que contribui para nossa felicidade e o mal é o que gera sofrimento.

  81. Assis Utsch Diz:

    No Livro Quarto, Kardec evoca vários personagens, Santo Agostinho, São Luís, Platão, o Apóstolo Paulo, etc. Ao falar sobre “o inferno e o paraíso”, ele diz que “a localização absoluta dos lugares de penas e recompensas [inferno e paraíso] não existe senão na imaginação do homem”. (p.319) Ele perdeu, nesse final, uma boa oportunidade para incluir também no rol dos entes imaginários o seu Deus e seus espíritos.
    Nas Conclusões, o texto, que tem no final o nome de Santo Agostinho, menciona coisas que só foram descobertas séculos depois, como o “motor com o qual o homem transpõe o espaço e suprime as distâncias”. (p.322) Neste caso, o texto não pode ser de Santo Agostinho, talvez nem mesmo de Allan Kardec, mas dos recriadores da doutrina. Criticando os que ele chama de materialistas o autor diz: “Com que direito impondes um sacrifício àquele a quem dizeis que quando morrer tudo está findo para ele…?” (p.324) Bem, supomos que seja pelo direito à liberdade de se buscar a verdade e nos voltarmos para a harmonização da própria convivência humana em nosso único mundo.
    “Com relação aos demônios, não são outra coisa que os maus Espíritos e, salvo a crença de que os primeiros são perpetuamente votados ao mal, … não há entre eles senão uma diferença de nome”. (p.327) O autor dessa frase, ao falar em espíritos bons e maus, desconhece as diferenças e o relativismo dos conceitos “bem” e “mal” nas religiões e nas sociedades. Ao mesmo tempo em que subordina tudo a uma Lei de Deus, ele ignora que o bem, como já referido, deve estar associado à felicidade, enquanto o mal, ao sofrimento.
    “as comunicações espíritas nos revelam o mundo invisível que nos cerca…” (p.330) Ora, mundo invisível é o microcosmo e o macrocosmo; e esse outro mundo é invisível porque é apenas uma abstração, ou seja, só existe na mente de quem o concebe.
    Essa ideologia sobrenatural com seus milhares de relatos mediúnicos e suas alegadas provas não são críveis, exceto para os doutrinados. Um enorme desperdício: Kardec, um homem tão inteligente, poderia ter dedicado sua vida produtiva a uma causa mais real e mais útil para a humanidade. Esquecido na França, o espiritismo encontrou espaço por aqui. Como já disse alguém, as ideologias quando envelhecem se aposentam e vêm morar no Brasil. É claro que ele prega a caridade, a solidariedade, a piedade, etc. Mas este é exatamente o recurso que todas as religiões usam para aliciar mais seguidores, justamente, aqueles mais vulneráveis; é a situação que mais favorece as crenças. De todo modo, o próprio autor não assumiu integralmente sua obra, pois foi compelido a usar um pseudônimo para publicar seus livros. O apelo que Kardec faz para que ouçamos os espíritos não tem qualquer sentido; tudo que se atribui a esses seres é uma construção antropomorfa, não vem de um sobrenatural, justamente, a instância que só existe na mente de seus crentes.
    Nietzsche diz que as religiões são mistificação, presunção e arrogância, apesar de gostarem de falar de humildade. A arrogância de Kardec começa ao dizer que os discordantes de suas ideias são os preconceituosos e os niilistas. As transcrições abaixo constituem vários exemplos de suas queixas, quando ele e seus recriadores chamam a ciência de “ciências vulgares”, por se dedicarem ao estudo da matéria, enquanto os “fenômenos espíritas repousam sobre a ação de inteligências”; que “a ciência … é incompetente … na questão do Espiritismo”; que “seu julgamento [o da ciência] … não poderia ter nenhuma importância”. (p.17) “O anatomista, dissecando o corpo humano, … porque não a encontra [a alma] .. conclui daí que ela não existe”. “Vede, pois que o Espiritismo não é da alçada da Ciência”. (p.18) Mas ele e seus seguidores não dizem que o espiritismo é científico? Ademais, o exemplo do anatomista não foi dos mais felizes. Segundo Kardec, os que “se pronunciam pela negativa” do espiritismo se comparam àqueles “que, em 1752, acolheram com imensa explosão de riso o relatório de [Benjamim] Franklin sobre os pararraios”. (p.19) O Senhor Allan Kardec e seus recriadores se sentem numa situação parecida com a de Galileu Galilei diante do Santo Ofício!
    O Livro dos Espíritos – é bom que se diga – pode ser até um guia moral, melhor até do que os demais livros ditos santos, pois foi consolidado e escrito num tempo em que a Civilização Ocidental já havia incorporado muitos dos valores do Iluminismo, conquanto seja ainda uma obra inspirada no sobrenatural. A pregação espírita resulta inútil, dado inclusive o seu caráter fatalista, ou seja, se você sofre é porque precisa expiar suas maldades, e é bom que você sofra. Se você não sofre tanto, essa é a medida de sua vida, passada ou presente. Mas tudo foge ao nosso controle. Logo, nada poderíamos fazer. Restam as práticas morais recomendadas, mas estas somos nós mesmos que nos impomos.
    Decididamente, não precisamos de quaisquer entes de um além para praticar o Humanismo. Aliás, é exatamente a compreensão de que a vida é terrena e única que nos desperta, a todo o instante, para a necessidade de aprimorarmos e harmonizarmos a convivência dos homens em nosso próprio mundo.
    Afora isto, o que há em todo o livro é algo que se poderia chamar de animismo enciclopédico, com sua abordagem de centenas de questões num mesmo texto. Tem-se uma verdadeira metamorfose de almas e espíritos com seus invólucros, seus fluidos, elos e laços misteriosos. Kardec acredita que a consciência não tem uma causa biológica, imagina que o que temos é uma alma que se metamorfoseia em espírito após a morte. John R. Searle em seu livro O Mistério da Consciência diz: “o maior e único obstáculo filosófico para se obter uma explicação satisfatória da consciência é nossa aceitação constante de um conjunto de categorias obsoletas e de uma série de pressuposições herdadas de nossa tradição religiosa e filosófica”. (p.23)
    O Senhor Denizard Rivail, o nome verdadeiro de Kardec, constrói uma teoria com uma engenhosidade tão absurda que ele próprio termina por sabotar sua ideologia. Só pode acreditar em sua doutrina quem a lê já com os condicionamentos da crença.
    As religiões são bizarras demais. No cristianismo o Salvador foi anunciado pelo anjo Gabriel; no islamismo esse mesmo Gabriel foi revelar a Mensagem a um cuidador de camelos analfabeto. Entre os mórmons, John Smith disse que foi outro anjo, o Moroni.
    No caso do espiritismo, Kardec talvez se sentindo constrangido de formular, ele mesmo, sua doutrina idiossincrática, precisou atribuí-la aos próprios espíritos.
    O maior vício das doutrinas religiosas é considerar que tudo aquilo que alegam seja fato.

  82. Genilson Albuquerque Percinotto Diz:

    Considero parciais e pesadas as críticas à literatura espírita.

    Não há como se confrontar qualquer religião com o método científico. Ambos são dimensões distintas da cultura humana. Os modelos científicos são simplificações indispensáveis, mas apresentam limitações, assim como todos os nossos sentidos, instrumentos e conhecimentos.

    O respeito recíproco deve ser a regra. Ninguém é obrigado a crer, mas é importante tolerar, identificar os diferentes aspectos da prática, tendo a mente aberta e verdadeiramente humilde diante das inúmeras limitações cognitivas.

    A única constante em nosso tempo é a mudança, cada vez mais expansiva e veloz.

    Uma modificação pessoal que extrapole o tecnicismo e as visões pessoais e egoístas e alcance uma vida generosa, de grande ânimo e proveito para a humanidade e para todo o meio ambiente que nos cerca, com responsabilidade, inteligência, criação consciente e reflexiva, tem o seu valor.

    Ser espírita-cristão não é uma posição de conhecimento comodista, pronto, absoluto e arrogante, mas de consciência de nossas próprias limitações e da abertura para o progresso contínuo. Por isso mesmo, é a oportunidade de estarmos abertos à participação e cooperação ativa pelo aprimoramento em todos aspectos de nossa vida em sociedade e de todas as grandes questões do ambiente que nos circunda.

  83. Thiago Lucchesi Diz:

    Gostaria muito que o Vitor fizesse uma obra mais completa demonstrando os erros no “livro dos espíritos” e refutando as obras basicas de Allan Kardec. Se tiver isso em algum lugar, me deixe saber

  84. Vitor Diz:

    Oi, Thiago, recomendo muito o site “Criticando Kardec”, do meu amigo Julio Siqueira!

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