Em grande parte desconhecido pelos historiadores das ciências humanas, no final do século XIX os pesquisadores psíquicos estavam ativamente envoltos na realização da incipiente psicologia acadêmica. Além disso, com poucas exceções, os historiadores falharam em discutir as implicações mais amplas do fato de que o fundador da psicologia acadêmica nos Estados Unidos, William James, considerava-se um pesquisador psíquico, e que procurou integrar o estudo científico da telepatia, mediunidade e outros temas controversos na disciplina nascente. Analisando a exposição da célebre médium Eusápia Palladino pelo alemão nato e psicólogo de Harvard Hugo Münsterberg como um exemplo representativo, este artigo discute as estratégias empregadas por psicólogos nos Estados Unidos para expulsar a pesquisa psíquica da agenda da psicologia científica. Argumenta-se que a historiografia tradicional da pesquisa psíquica, dominada por relatos profundamente avessos à sua própria matéria, tem sido parte de uma forma contínua de ‘trabalho-fronteira’ a reforçar o estatuto científico da psicologia. Para ler o artigo em português, clique aqui. Para lê-lo em inglês, clique aqui.