Historiador da UFRJ Lair Amaro Revela Absurdos em Diversos Livros Psicografados
O historiador da UFRJ Lair Amaro analisou diversos livros psicografados, entre eles “Há Dois Mil Anos”, “Paulo e Estevão”, “Jesus no Lar”, “A Caminho da Luz”, “O Consolador”, todos de autoria de Chico Xavier, revelando erros absurdos em tais obras. Muitas outras obras de outros médiuns são analisadas também. Entre os espíritos criticados encontram-se Amélia Rodrigues, Neio Lúcio, Humberto de Campos, Ramatis e, claro, Emmanuel.
Lair Amaro revela que alguns episódios dos evangelhos foram claramente inventados (ver a Parte 4, 10min48s até a Parte 6, 2min), episódios estes que em diversos livros psicografados foram tratados como reais. Ele cita
a) o caso da mulher adúltera (João 8, 1-11): esse conto em alguns manuscritos aparece em Lucas. As cópias dos evangelhos dos séculos II, III e IV não trazem essa passagem. Essa narrativa só surgiu no século V, e como dito, ora em João, ora em Lucas, na mesma época em que alguns bispos tentavam defender a si mesmos das acusações de adultério, pois se nem Jesus condenou a adúltera, eles também não poderiam ser condenados. Portanto, essa passagem para a ampla maioria dos historiadores é uma interpolação, uma invenção do século V. Porém, nos livros de Amélia Rodrigues essa passagem é um fato histórico (Parte 7, 13min16s a 13min21s)
b) a cura do cego de nascença (João 9, 1-41): As sinagogas tinham na entrada, num dos seus pilares, 12 benções que todo judeu lia ao entrar. Por uma inscrição arqueológica muito bem datada no ano 85 (século I), sabe-se que uma dessas 12 benções foi mudada dizendo que será considerado anátema todo aquele que considerar Jesus o Messias. No século I expulsar alguém da sinagoga é o mesmo que tirar a sua identidade judaica, perdendo acordos comerciais, possibilidades de casamento inter-familiar etc. Assim essa passagem na verdade é a história cifrada da comunidade de João que foi expulsa da sinagoga por ter admitido que Jesus era o Messias e que assim procura o seu próprio caminho. Eles se consideravam cegos do ponto de vista espiritual que ao conhecer Jesus tinham os olhos abertos. Como o evangelho de João é o mais anti-semita dos evangelhos, eles queriam dizer com essa passagem que todo judeu já nasce cego. Essa passagem nada tem a ver com Jesus e nos livros de Amélia Rodrigues ela trata como se fosse um fato histórico quando não é (Parte 7, 13min22s a 13min26s)
Abaixo segue uma lista de erros em obras psicografadas (não exaustiva!) que podem ser encontrados na palestra.
Trecho de livro |
Erro |
“A grafia original dos Evangelhos já representa, em si mesma, a própria tradução do ensino de Jesus, considerando-se que essa tarefa foi delegada aos seus apóstolos.”
(livro O Consolador, psicografia de Chico Xavier, ditado pelo espírito Emmanuel, págs. 183-184) |
Nós não temos os textos originais dos evangelhos, eles se perderam. A cópia mais antiga que temos de um evangelho canônico é do ano 125, e só resistiu ao tempo um pedaço do tamanho de um cartão de crédito. E não há evangelho escrito em aramaico, todos foram escritos em grego. O aramaico é que era a língua de Jesus. Então que grafia original é essa que ele está falando, já que não foi em aramaico? (Parte 6, 6min57s a 9min22s) |
“João e Mateus falam com mais particularidade do Mestre, porque sempre o acompanharam em suas excursões e pregações além da Galiléia.”
(livro O sublime peregrino, psicografia de Hercílio Maes, ditado pelo espírito Ramatis, pág. 254) |
Os evangelhos canônicos circulavam sem autoria até pelo menos o ano 150. Os nomes dos autores só foram atribuídos no século II. Ramatis desconhece essa informação, fazendo ecoar uma tradição eclesiástica. (Parte 6, 9min23s a 12min02s) |
“[…]o Senhor, instalado provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados Escritos […] desenrolou os escritos da sabedoria[…]”
“Quando o Mestre leu algumas palavras dos Sagrados Escritos”
“Finda a leitura de alguns trechos da história de Job”
(livro Jesus no Lar, psicografia de Chico Xavier, espírito Neio Lúcio) |
No século I, na Palestina, cópias da Torá existiam guardadas no Templo, e algumas poucas cópias eram enviadas para as sinagogas da diáspora, onde os judeus de fala grega viviam. Seria virtualmente impossível para Jesus ou seus apóstolos baterem no Templo e pedir uma cópia da Torá para ler em suas casas (Parte 6, 12min03s a Parte 7, 5min43s) |
“A fé modorrenta continuava no comércio ilegal de aves e animais para serem abatidos em ofertórios absurdos para a liberação de pecados, enquanto outras exigências descabidas amarfanhavam a convicção dos indivíduos, que se lhes submetiam por temor, sem significativa vinculação com o Senhor.” (livro Até o fim dos tempos, psicografia de Divaldo Pereira Franco, espírito Amélia Rodrigues, pág. 16) |
Ofertório absurdo para quem? Para o judeu que vive no século I é legítimo, é autêntico, é necessário. Comércio ilegal para quem? Quando Herodes faz uma obra de ampliação do Templo, ele amplia o pátio dos gentios porque o Templo de Jerusalém virou um ponto turístico do Mundo Antigo, então muitos iam ao Templo para ver a magnífica obra de Herodes. Então esperando esse aumento de turistas, ele amplia o pátio dos gentios, onde o comércio de aves e animais se realizava. Ilegal? De modo algum. Os próprios sumo-sacerdotes incentivavam esse comércio. E em Marcos 1, 44 encontramos o ofertório “absurdo” como recomendação do próprio Jesus para o leproso curado. Ou seja, o mesmo Jesus que entra no Templo e revira as mesas é o mesmo que recomenda a um leproso curado por ele mesmo a matar uma ovelha e tomar um banho de sangue! (Parte 7, 7min35s a 10min40s) |
O Divino Mestre chama aos Espaços o Espírito João, que ainda se encontrava preso nos liames da Terra, e o Apóstolo, atônito e aflito, lê a linguagem simbólica do invisível. Recomenda-lhe o Senhor que entregue os seus conhecimentos ao planeta como advertência a todas as nações e a todos os povos da Terra, e o velho Apóstolo de Patmos transmite aos seus discípulos as advertências extraordinárias do Apocalipse. (livro A Caminho da Luz, psicografia de Chico Xavier, espírito Emmanuel) |
Já no século III os Padres da Igreja estavam convencidos que o autor de O Evangelho de João não escrevera o Apocalipse. Há um discípulo de João que escreve por volta do ano 156 que ele leu o Apocalipse e diz não reconhecer ali o seu mestre João. Há problemas textuais. O grego da obra é o mais pobre do Novo Testamento, a ponto de conter erros gramaticais grosseiros, o que contrasta com o refinado grego do Quarto Evangelho. Mas o Emmanuel reforça uma tradição que não é histórica. (Parte 7, 13min30s a Parte 8, 2min35s) |
— Tens o Evangelho? (Paulo pergunta a Gamaliel, agora convertido ao cristianismo)
— Tenho uma cópia integral das anotações de Levi, cobrador de impostos
em Cafarnaum, que se fez Apóstolo do Messias […] presentemente não necessito mais desses pergaminhos, que considero sagrados. […] Já possuo três exemplares completos do Evangelho, sem a cooperação de escriba algum. (livro Paulo e Estevão, psicografia de Chico Xavier, espírito Emmanuel, págs. 299-300) |
Gamaliel nasceu judeu, viveu como judeu e morreu como judeu. Nunca se converteu ao cristianismo. E a narrativa diz que Paulo recebeu uma cópia manuscrita do Evangelho de Gamaliel. Então é de se supor que é com esse Evangelho que ele sai pelo mundo para a sua campanha missionária. Mas o próprio Paulo fala na carta aos Gálatas: “Com efeito, eu vos faço saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, pois eu não recebi nem aprendi de algum homem, mas por revelação de Jesus Cristo” (Gl 1, 11-12). Então o próprio Paulo nega que ele porte algum evangelho escrito por algum homem. (Parte 14, 6min01s a Parte 15, 4min22s) |
Naquele tempo, já o ardoroso Apóstolo dos gentios desejava inteirar-se de todos os fatos referentes à vida de Jesus […] Sem revelar-se, procurou Levi, que o recebeu de boa-vontade. […] foi a Dalmanuta, onde conheceu Madalena (livro Paulo e Estevão, psicografia de Chico Xavier, espírito Emmanuel, págs. 331-332) |
Então Paulo deseja saber mais dados sobre Jesus e conhece Madalena. Vejamos agora a carta que ele escreveu por volta do ano 51:
“Quando, porém, aquele que me separou desde o ventre materno e me chamou por sua graça se dignou revelar-me o seu Filho, para que eu o pregasse entre os pagãos, não consultei carne nem sangue nem subi, logo, a Jerusalém para estar com os que eram apóstolos antes de mim. Pelo contrário, parti para a Arábia e, depois, voltei ainda a Damasco. Três anos mais tarde, fui a Jerusalém para conhecer Cefas e fiquei com ele quinze dias. E não estive com nenhum outro apóstolo, a não ser Tiago, o irmão do Senhor. Escrevendo estas coisas, afirmo diante de Deus que não estou mentindo.” (Gl 1, 15-20) Cadê Tomé? Mateus? Natanael? Bartolomeu? Tiago o Menor? Judas? João? Isso mostra que não tinha ninguém mais lá, o grupo já havia dispersado, cada um já tinha voltado para a sua vidinha de judeu. Ele diz que ele foi à Arábia, para Damasco, ficou 3 anos, e depois vai a Jerusalém. Nada diz sobre ter ido a Cafarnaum, nada diz sobre ter ido a Dalmanuta, nada diz sobre ter conhecido Maria Madalena. Que tradições espirituais são essas que contradizem o texto escrito do próprio punho do Paulo?
(Parte 15, 4min23s a 7min16s) |
Erros de Emmanuel no livro “Há Dois Mil Anos”, psicografia de Chico Xavier:
Trecho do livro |
Erros ou Problemas |
Poderias descansar um pouco na Palestina, levando a família para essa estação de repouso. (pág. 30)
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É um problema sério demais dizer para um romano no séc. I que a Palestina era uma “estação de repouso”. O lugar com o maior nº de rebeliões foi na Palestina. Havia bandidos, insurgentes, movimentos revolucionários, movimentos de resistência… Flávio Josefo narra que duas cidades na Palestina se recusaram a pagar impostos a Roma e os romanos simplesmente não foram nem cobrar os impostos. Chegaram lá e crucificaram 500 pessoas na beira das estradas em um dia só, entre homens, mulheres e crianças. Será que o repouso do romano guerreiro é ficar matando judeus? Não faz o menor sentido isso. (Parte 10, 0min53s a Parte 11, 2min04s) |
O atual Procurador da Judéia é nosso amigo. (pág. 30)
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No ano de 1961 uma escavação arqueológica feita na antiga Cesaréia marítima, litoral da Palestina, foi encontrada uma pedra escrita em latim que comprova que Pilatos era Prefeito da Judéia, não Procurador. (Parte 11, entre 2min05s e 5min) |
Públio Lentulus […] não conhecia Jerusalém, onde o esperavam como legado do Imperador, para a solução de vários problemas administrativos de que fôra incumbido junto ao governo da Palestina. (pág. 39)
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A Palestina, no caso a Judeia, era uma província, uma colônia, inferior à Síria, que tinha o legado. Problemas administrativos na Judéia eram resolvidos na Síria. Quaisquer problemas administrativos enfrentados por Pilatos, ele tinha que primeiro procurar o legado da Síria. Tanto é que no ano 36 quando Pilatos foi exilado, deportado e exonerado de seu cargo de Prefeito, os judeus que articularam para que ele fosse exonerado não foram a Roma, foram à Síria, comunicaram ao legado que Pilatos estava administrando mal a Judéia, o legado então convocou Pilatos imediatamente à Síria, ele teve que se deslocar para lá e lá ele recebeu a triste notícia de que estava exonerado. Se na Palestina, na Judéia, tem problemas administrativos, um senador romano poderia mandar um embaixador dele, mas se ele vem para tratar disso, ele não tem nada que tratar com Pilatos. O senador romano tem que resolver o problema administrativo na Judéia com o legado, não com o prefeito. Então a justificativa de Publio Lentulus ir para a Palestina aproveitar para resolver um problema administrativo carece de fundamentação histórica. (Parte 11, 5min05s a 8min25s) |
No dia imediato Públio Lentulus e comitiva desembarcavam em pequeno porto da Palestina. (pág. 40)
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O porto da Cesaréia Marítima é o maior porto do Mundo Antigo. Não havia outro porto maior do que esse, construído por Herodes. Um senador romano que desembarcasse em um porto pequeno quando havia o porto de Cesaréia para demonstrar toda a sua imponência seria se rebaixar muito. (Parte 11, entre 8min26s e 14min58s) |
[Pôncio Pilatos] Sempre que posso repousar dos labores intensos que aqui me prendem, busco imediatamente a nossa vila dos arredores de Nazaré.
[Públio Lentulus] – Nobre amigo […] se o vosso amigo Sulpício providenciar em Nazaré a aquisição de uma casa confortável e simples, […] onde possamos residir […] por alguns meses. (pág. 56-57)
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Pilatos não morava em Jerusalém. Ele morava em Cesaréia Marítima, um lugar que tinha o maior porto do mediterrâneo, um estádio com corrida de cavalos, um teatro para 5 mil pessoas… Pilatos só ia para Jerusalém para conter rebeliões durante a Páscoa que sempre acontecia. Cesaréia Marítima fica a mais de 5 mil km de Nazaré [atualização em 30/06/2011: a distância correta é 60km, Lamaro se confundiu aqui], então ele não pode estar falando de Cesaréia Marítima. Vila nos arredores de Nazaré? Imagine Pôncio Pilatos, prefeito de toda a Judéia, vivendo numa vila! Ele podendo ser descoberto, seqüestrado, assassinado pelos rebeldes judeus que odiavam Pôncio Pilatos. E a resposta de Públio Lentulus é absurda. Uma aldeia como Nazaré que comportava no máximo 500 pessoas não comportaria um senador romano e sua comitiva. E imagine se um senador romano iria viver numa casa simples em Nazaré! Se fosse o caso, ele iria para Séforis, em que havia um hipódromo e teatro para 5 mil pessoas e que ficava a apenas 6 km de Nazaré. Lá sim seguia a arquitetura romana. Mas Emmanuel nem menciona Séforis. Esse teatro para 5 mil pessoas foi uma das maiores descobertas do século XX, descoberta essa que ainda não havia sido feita quando o livro foi lançado. (Parte 12, 0min46s a 5min48s e 7min a 10min) |
Ao tempo do Cristo, a Galileia era um vasto celeiro que abastecia quase toda a Palestina. (pág. 98)
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De modo algum. O que se tem ali são pessoas passando fome, pessoas endividadas porque depois que Roma chega elas cedem o latifúndo, há expropriação de terra… não é bem assim (Parte 12, 5min50s a 6min49s) |
Em Cafarnaum, além dessas riquezas, prosperava a indústria da pesca, dada a abundância do peixe no então chamado “Mar da Galileia”, o que resumia uma vida simples e tranqüila. (pág. 98)
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Aqui há outra descoberta arqueológica posterior ao livro: uma embarcação do século I (entre 40 e 100) que foi toda remendada, com diversos tipos de madeira nela sobrepostos, um verdadeiro símbolo do que era ser pescador no século I, porque o antigo dono dela teve que se virar já que não tinha dinheiro para comprar uma nova. Então dizer que a indústria da pesca prosperava é também uma impropriedade histórica. (Parte 12, 10 min05s a 11min56s) |
Conservava-se Lívia ao lado do velho Simeão, […]; e quantos lhe notavam o delicado perfil romano, enfiada na simplicidade do traje galileu, presumiam na sua figura alguma jovem de Samaria. (pág. 124)
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Isso é um horror. Uma romana, esposa de senador, de uma família nobre, se misturar com a plebe! Ela corre um sério risco de virar refém de um grupo rebelde. A tensão entre os judeus e os romanos era tanta que em 66 estourou uma revolta. O ódio ao romano era permanente. Então uma patrícia, uma nobre romana se infiltra entre os judeus e passa incólume? Outro problema: pensavam que ela era uma jovem de Samaria? O judeu da Galiléia odiava o judeu da Samaria. É samaritana? Pega ela e vamos linchar essa mulher! E quem é Simeão? Também é samaritano, e está no grupo de Jesus! E se Lívia existisse historicamente, um judeu nunca a confundiria com uma samaritana! Porque a samaritana também é judia, de pele morena, e Lívia devia ter a pele branca, sem rugas do trabalho braçal, sem cicatrizes. E isso que é alienação: então notavam-lhe o “delicado perfil romano”, e pensavam que ela era uma judia samaritana?! (Parte 13, 0min0s a 5min42s) |
Penosamente surpreendido, exclamou o senador, dirigindo-se a Pilatos, com intimidade:
– Não tendes, porventura, algum prisioneiro com processo consumado, que possa substituir o profeta em tão horrorosas penas? […] Nossos códigos judiciários, cuja evolução não comporta mais uma condenação tão sumária como esta, […]
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Na narrativa de Há Dois Mil Anos, Públio Lêntulus busca absolver Jesus, não Pôncio Pilatos. Sendo um senador diante de um prefeito, ele não precisava perguntar, ele diria: faça assim. E ainda diz que os códigos judiciários romanos evoluíram de tal forma que esse tipo de condenação sumária não fazia mais sentido. Muito pelo contrário. E as narrativas evangélicas sobre o julgamento de Jesus por Pôncio Pilatos não são história, mas teologia. Jamais em tempo algum um procurador, um prefeito romano, em qualquer colônia do império romano julgou um condenado. A execução era sumária. Essa cena de Pilatos no centro, Barrabás de um lado, Jesus do outro, não é história. Jamais aconteceu. Não poderia ter acontecido. Não há registro histórico que comprove que um representante do poder imperial romano deixa que um povo a quem ele subjuga, a quem ele controla pela violência, decida por ele o que ele tem que fazer. Essa cena é uma criação teológica cristã, para tirar de Pilatos a culpa pela morte de Jesus e colocar nos judeus, de forma que eu cristão possa dizer para o mundo romano: “Olha, Jesus teve a morte de um criminoso, de um revolucionário político (crucificação), de um rebelde contra Roma, mas nós não somos iguais a ele não, tanto é que o próprio Pilatos não reconheceu ele como criminoso, e quem matou ele foram os judeus.” É um discurso teológico de absolvição de Roma e condenação dos judeus, para que o cristianismo pudesse entrar no mundo romano. E Filo de Alexandria, filósofo judeu, escreve sobre Pilatos, uma década após sua deposição, que ele era “um homem de disposição muito inflexível, sem misericórdia e obstinado”, e recrimina “sua corrupção e seus atos insolentes, seus roubos, os hábitos de insultar o povo, a crueldade e os constantes assassinatos do povo sem julgamento e sem sentenças de condenação, bem como sua terrível desumanidade incessante e gratuita”. Então só Jesus seria julgado? Se Pilatos criasse esse precedente, dali para frente todo e qualquer criminoso que fosse preso o povo poderia escolher quem que ele ia soltar ou não. Se chega a Roma a notícia de que o Pôncio Pilatos abriu brecha para que o povo determinasse quem ele tem que matar, isso é uma improbridade administrativa. É o caos. (Parte 13, 11min01s a Parte 14, 6min) |
Muitos e muitos outros erros podem ser encontrados na palestra. Recomendo a todos que a assistam.
Parte 1 |
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Parte 2 |
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Parte 3 |
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Parte 4 |
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Parte 5 |
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Parte 6 |
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Parte 7 |
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Parte 8 |
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Parte 9 |
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Parte 10 |
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Parte 11 |
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Parte 12 |
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Parte 13 |
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Parte 14 |
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Parte 15 |
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Parte 16 |
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junho 30th, 2011 às 5:35 PM
Bicho, esse negócio de psicografia histórica é um furo só. Mas diante de tantas provas, o que as instituições e editoras espíritas fazem? Continuam publicando os mesmo livros, como se nada pesasse contra eles. É a grana falando mais alto que a verdade ou as verdadeiras conveniências do espiritismo… dissociação, bicho, dissociação.
junho 30th, 2011 às 7:22 PM
Biasetto, obriga o Scur a assistir essa palestra. Com sorte o Scur para de fazer lavagem cerebral nos filhos 😀
junho 30th, 2011 às 8:38 PM
Bem, eu fiz cursos na Escola do Escritor e o neto do Graciliano Ramos chamou a textos mal escritos e mal revisados de “psicografia”. Realmente falta a certas editoras espíritas um critério mais rigoroso quanto a esses absurdos. Mas nem todas têm grana para fazer pesquisas ou empenho quanto a isso. E Chico Xavier já era consagrado quando escreveu esses livros, certo? Quem ousaria dizer que ele pudesse ter se enganado?
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Nesse ponto a Editora Petit parece mais séria, ao menos na sua página diz que é.
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Só tenho um reparo a fazer: a tal Cesaréia fica a 5.000 km de Nazaré? Alguém errou nos números aí…
junho 30th, 2011 às 9:25 PM
Oi, Marcos
eu fui conferir no google maps e deu 60km de distância entre Cesareia Maritima e Nazaré, Israel. Bom, na palestra eu entendo que ele fala 5.000 km, é só ir na parte 12 e colocar entre 2min8s e 2min12s. Ele deve ter errado a escala. Depois pergunto pra ele quando ele entrar no facebook.
junho 30th, 2011 às 10:56 PM
Vítor,
Cheguei faz pouco da escola. Assisti às partes 1, 2 e 3.
Vou levar dias, pra assistir a todos os vídeos.
Porém, já considero possível fazer alguns comentários:
1º) Interessante quando o historiador faz menção às traduções/adaptações, que modificam ou podem modificar sustancialmente um texto original;
2º) Interessante também, a colocação dele, de que Jesus não quis fundar igreja, no sentido literal, algo que eu sempre acreditei;
3º) Ainda sem conhecer o restante da palestra, mas já prevendo as conclusões, é lógico que a desqualificação dos livros de Chico/Emmanuel, vão ficar evidentes.
Mas eu gostaria de fazer uma pergunta pra ti: para dar credibilidade ao estudo do professor Lair, se faz necessário acreditar na existência de Jesus Cristo. Então, como você vê isto?
– Quanto ao Scur, tenho certeza que ele deve descobrir por si só o artigo e os vídeos, porque ele comentado no blog, de forma que ele deve estar visitando-o. Não falei com ele, ainda hoje. Talvez faça isto mais tarde.
Por fim, outro comentário que já foi feito na palestra, e eu concordo plenamente, é que tem muitos, mas muitos espíritas aceitando qualquer livro como “psicografia”, e não fazendo uso da crítica para analisar as obras. Isto, é indiscutível!
junho 30th, 2011 às 11:37 PM
Oi, Arduin,
falei com o Lair. Ele disse:
“Muito provavelmente eu cometi um lapso porque eu estava ansioso para falar do teatro em estilo greco-romano de Sefóris que comportava cerca de 5 mil pessoas. Desculpe-me a falha.”
junho 30th, 2011 às 11:41 PM
Biasetto,
considero Jesus uma figura histórica, real. Agora, claro que ele não é o ser mágico que querem colocar, curando cegos de nascença, andando sobre as águas, colando orelhas, transformando água em vinho… nada disso é real.
Minha opinião é que Jesus era como um fanático religioso meio doido, tipo Inri Cristo. 😀
julho 1st, 2011 às 12:09 AM
Vítor, obrigado pela resposta.
Quanto aos 5 mil km, só poderia ser um equívoco mesmo.
O atual Estado de Israel, não chega a ter 21 mil km²
De norte a sul, percorre-se aproximadamente, uns 300 km. De leste a oeste, na porção mais larga, uns 100 km.
Só por curiosidade.
Estou louco pra ver todos os vídeos, mas tenho que entregar conceitos e faltas dos alunos amanhã, então, ainda tenho trabalho a fazer.
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Valeu…
julho 1st, 2011 às 12:27 AM
Vitor, parabéns pelo esforço. Mas é com muita tristeza que lhe digo: essas análises, apesar de bem fundamentadas, não têm o poder nem de arranhar a fé da maioria dos fanáticos espíritas. As desulpas, provavelmente, serão:
(a) Os documentos em questão, usados pelo Historiador, não são de confiança (eu sei que o são, mas eles dirão que não);
(b) Emmanuel, como qualquer ser de qualquer plano, pode errar. Sei que os erros são grotescos para uma entidade tão elevada, mas isso não importa;
(c) Chico Xavier, quando cometeu esses erros, pensava psicografar Emmanuel, mas, na verdade, estava em sintonia com um espírito zombeteiro, ou seja lá o que for.
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Por aí vai… Triste, mas verdadeiro.
julho 1st, 2011 às 12:33 AM
Caio,
quanto a (a), teriam que provar que não são de confiança.
quanto a (b), o Emmanuel não pode errar. E não pode errar simplesmente porque ele esteve lá.
quanto a (c) eu perguntaria: e quando ele não esteve em contato com um espírito zombeteiro? qual exemplo pode me dar?
julho 1st, 2011 às 1:02 AM
Excelente post. O Biasetto fica me sacaneando, me provocando, mas não tenho mesmo conhecimento teológico. Admiro o estudo da Teologia, e é claro que não é só porque o carinha é Ph.D. de Cambridge que ele é Deus. Não é isso. Acho que o estudo da teologia nos faz entender a bíblia e o evangelho. Mateus, por exemplo, fazia uma figura mais mística de Jesus, comparando-o até a Moisés (o assassinato dos infantes, por exemplo, só é mencionado em Mateus com o intuito de igualá-lo a Moisés). O jardineiro que recebe Maria Madalena no túmulo de Jesus vira um “anjo com raios de luz saindo do rosto” em Mateus. Aprendi isso com entrevistas de Ph.D.s de Cambridge. Nunca havia notado isso. Vemos que muitas coisas foram distorcidas, cedendo a interesses. Mas o que me atrai é justamente porque estamos até hoje estudando tais coisas. Há algo importante e grande aí. Por que uns idiotinhas espíritas escrevem essas asneiras sem estudar teologia, só pra obter credibilidade? Estudar dá muito trabalho. Os espíritas querem todo o conhecimento de mão-beijada, dada por espíritos. Mas como os espíritos NÃO se comunicam com os vivos, só vemos esses semi-analfabetos escrevendo essas bobagens e semi-semi-analfabetos dando crédito a elas.
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Os meus antepassados eram protestantes (a minha avó contava que o pai dela chegou a ser apedrejado por católicos lá em Portugal, nos idos de 1890) e a minha esposa é católica praticante. A minha mãe é evangélica pentecostal e a minha filha vai à missa com a minha esposa todo domingo e segura a cestinha do dízimo. Graças a Deus que os católicos acreditam que uma pessoa se salva por suas obras, mesmo não sendo cristã. Isso me alivia um pouco, pois não consigo me convencer muito de nenhuma religião, e eu meio que completo esse vazio tentando viver uma vida com ética, amando meus semelhantes, ajudando quem eu posso. Se isso pode ser considerado “obras boas” e Deus realmente fizer um julgamento final, espero ter uns pontinhos positivos e não ir pro “tacho” direto…
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Mas há muita história da carochinha aí. É claro que não pode se comparar a bíblia com o Corão. Já li os dois livros, e o Corão, sem querer ofender os Islâmicos, é bem rasinho e ingênuo. A Bíblia é um documento importante, um marco na Humanidade. A Bíblia moldou o mundo como ele é hoje. Sou professor de Inglês, e nessa língua, por exemplo, a Bíblia foi por mais de 400 anos a única gramática e o único vocabulário ortográfico existente. Foi a Bíblia que uniu o Inglês da Inglaterra e o Inglês dos EUA. Ela foi e é importantíssima na minha própria profissão. Mas estou falando só da minha área. A importância da Bíblia se estende a muito mais. Pena que não tenho tempo para estudá-la. Acho que ganharia mais alguns pontinhos no céu…
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Pensando melhor… eu acho que vou mesmo parar no tacho!!!!
julho 1st, 2011 às 1:05 AM
Me deu uma vontade de ver uma russas no Met-Art…
julho 1st, 2011 às 1:30 AM
Gilberto,
Um abraço! Tem umas húngaras tb!
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Vítor,
Desta vez vou ficar lhe devendo. No meu face, não menciono minhas crenças e críticas, porque tenho vários parentes espíritas, inclusive meu pai, acredita muito no Chico. Então, ele já está com quase 70 anos, não vou desacreditá-lo agora!
Valeu…
Ah! no grupo de discussões que criamos, já indiquei o teu blog e o artigo.
julho 1st, 2011 às 3:09 AM
Eu quero tanto saber o que o Scur tem a dizer da palestra do Lair… vê a palestra aí e aparece, Scur! (Nunca achei que eu fosse dizer isso! 😀 )
julho 1st, 2011 às 3:20 AM
Vítor,
Gostaria de saber, qual é a opinião do Lair Amaro:
1º) Ele considera que o Chico não foi médium e criou tudo?
2º) Ou ele considera que o Chico psicografou um espírito com pouco conhecimento?
Explico:
Quando ele menciona informações “erradas” fornecidas por Emmanuel, ele cita que estudos indicam já de muitos séculos atrás, já mostravam os “erros” destas informações.
Agora, se o Chico criou todas as histórias, para dar credibilidade ao que ele está afirmando, precisaríamos saber se existem “versões” bíblicas, com estes “erros”, o que indicaria que o Chico teria feito uso de uma versão falha. Caso isto não seja mostrado, então ficaríamos com a ideia de que Emmanuel passou informações errôneas ao Chico. Isto seria maravilhoso pra mim, porque chegaríamos à conclusão de que o Chico realmente psicografou, o que provaria a existência dos espíritos. E aí, pouco me incomodaria, a ideia de que Emmanuel seria ou não um espírito evoluído.
Outra coisa: com todo respeito ao catedrático professor, ele em vários momentos fala que muitas informações são possibilidades. Nas “mortes de Judas”, por exemplo, ele mesmo diz que existem várias versões. E usa de colocações do tipo: “seria”, “teria dito”, “então nós temos uma outra história, uma outra tradição”… “historicamente, nos parece”. “Alguma coisa aconteceu a ele… o que aconteceu especificamente, não sabemos…” Estas colocações são duvidosas, deixam margens…
Quer dizer, nem mesmo as “tradições” bíblicas são consideradas “autênticas”, porque há várias versões. Então, como provar que a versão que consta em “Há Dois Mil Anos” é absurda?
Achei também, que ele teve dificuldades para explicar o “666”.
Ainda não vi todos os vídeos, mas não acho que este artigo é a derrocada do espiritismo brasileiro, como você disse.
julho 1st, 2011 às 3:36 AM
Ele diz:
“Ela deveria ter este rosto…”
“Talvez com olhos claros…”
Isto não são provas: ele está usando de possibilidades (deveria, talvez)…
Até hoje, quem conhece, de fato, o rosto de Jesus?
E o que dizer destas personagens?
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“Jesus morreu, quase com certeza…” (Outra vez, uma informação duvidosa) – apesar de que neste caso, já li várias informações de que Jesus morreu antes do que se imagina. Talvez, inclusive com 36 anos e não 33.
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“A duração da carreira pública de Jesus, foi de 1 ano ou 1 ano e meio… se foi… é mais fácil de admitir…”
“Não poderia durar tanto tempo… a historiografia tem como data mais provável… uns que pensam…”
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Pra mim, Vítor, tudo muita suposição…
Emmanuel poderia não saber sobre o ano exato, porque o calendário foi criado depois … Não vejo problema grave nisto. Ele poderia, também, ter mantido a tradição…
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Informações históricas, fontes concretas, são fundamentais. “Achismos” do que pensavam, “achismos” do que deveria ter acontecido… Considero falho.
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julho 1st, 2011 às 3:43 AM
Nós sabemos, por exemplo, que os senhores de engenho eram rígidos com seus escravos. Eram machistas, eram violentos…
Mas será que não pode ter existido um ou alguns senhores de engenho que não maltratavam seus escravos, ou que não eram tão rígidos, ou que até não concordavam com a escravidão. É um erro pensar que, apesar do contexto e dos costumes, todos eram iguais nas atitudes e cenças.
Lívia, correria risco sim, é pouco provável esta história, mas não é impossível. Há casos, usando, novamente, como exemplo, a história do Brasil, em que filhos de fazendeiros se aproximaram dos escravos e se tornaram amigos deles…
Não sei, esperava mais desta palestra. As correlações de textos, os “plágios”, que já mostramos aqui no blog, você, principalmente, me convenceram muito mais.
Minha opinião é modesta. Estou correndo o risco de ser “esculhambado” pelo catedrático professor da UFRJ, mas é o que penso: muita suposição, pouca prova concreta. Não me convenceu.
julho 1st, 2011 às 12:38 PM
Vitor, eu sei que “A”, “B” e “C” são hipóteses estranhas, desculpas desesperadas. Mas o que eu tentei dizer foi: de form alguma, uma palestra com quem quer que seja irá abalar a fé dos religiosos. O próprio Scur, e disso eu tenho certeza, não postou até agora não porque sua fé tenha sido abalada, mas por qualquer outro motivo. Qualquer outro motivo, menos esse, haha.
julho 1st, 2011 às 1:10 PM
Biasetto,
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Algumas considerações sobre teu comentário:
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Os textos evangélicos são isso mesmo: tradições orais que muito tempo depois da crucificação, principalmente depois que os cristãos perceberam que o “final dos tempos” não chegara, foram convertidos em textos escritos em grego (e não na língua em que Jesus pregou; o que se deduz aqui é que a comunidade que produziu os textos não era mais a original, ou seja, aquela que esteve em contato com Jesus). Os evangelhos não são propriamente documentos históricos, porém peças de propaganda para culpar os Judeus e, ao mesmo tempo, converter os gentios. Por isso as colocações dos estudiosos frequentemente no condicional, e que mesmo levou muita gente a duvidar da existência de um Jesus histórico.
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O problema na psicografia é que os espíritos aparentemente não conhecem essas informações e tocam em temas que de fato não dominam. Na verdade, escrevem aquilo que é do conhecimento do médium e/ou do grupo de pessoas que giram em torno do médium. É a mesma velha história; os espíritos parecem que não sabem mais que a média do conhecimento disponível, e daí as bobagens que podem satisfazer o Scur, porém não aos que estão familiarizados com assunto. É evidente que aqui cabe a pergunta, que aliás você já fez: qual a necessidade de dizer que a obra é psicografada se o que tem ali não acrescenta nada do que conhecemos? (aliás, muitas vezes desinforma, distorce, ou quando não erra redondamente!).
julho 1st, 2011 às 1:55 PM
Caio,
Sabe a qual conclusão eu estou chegando?
Quem estuda, pesquisa, se transforma em ateu, cético ou muito crítico, a ponto de duvidar de tudo.
O problema, é exatamente este:
Ninguém, até agora, provou, de fato, a existência de Jesus Cristo, os Doze Apóstolos, a crucificação…
Para dar crédito a tudo o que o professor Lair Amaro comenta, então, temos que admitir que Jesus Cristo e os apóstolos, realmente existiram. Pois bem: Lair Amaro provou – JESUS CRISTO EXISTIU! ele conceguiu provar, e não se discute mais.
Aí, nós voltamos no tempo e nas pesquisas, e descobrimos exatamente, que já havia entre os sumérios, os egípcios, os persas, histórias de um Messias, de que este Messias tinha 12 apóstolos… que ele nasceu em 25 de dezembro,… Pra mim, sinceramente, já nem sei o que é verdade e o que é ficção. Entra-se assim, nos achismos, na “condicional”, como você disse. “Não poderia ter sido assim”, “deveria ter ocorrido isto”. E depende muito, da análise de cada um. Veja o livro do Pedro de Campos, por exemplo: ele usa de argumentos que podem dar credibilidade à famosa “carta” que fala sobre Jesus, a tal carta que serve de referência para derrubar o livro Há Dois Mil Anos, porque se considera que seja apócrifa. Mas o Pedro de Campos, usa de argumentos, e diz: “pode ser”. O mesmo ele faz, para explicar porque Publius Lentulus não aparece nos documentos antigos.
Então, a história, de fato, o que aconteceu mesmo, ninguém saberá!
Existem dezenas, centenas de livros falando de Jesus Cristo, com temáticas e argumentações bem diferentes.
É significativo considerar, entretanto, que o professor é um profissional da área, que ele está fazendo pesquisas sérias e tudo mais. Mesmo assim, ele busca fontes históricas, que também podem apresentar informações distorcidas…
Nunca saberemos a verdade, a verdade mesmo, destes acontecimentos.
Infelizmente!
julho 1st, 2011 às 3:05 PM
“Aliás, muitas vezes desinforma, distorce, ou quando não erra redondamente”
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Perfeito, Carlos. Concordo com você. E pergunto: em um país como o Brasil, onde o nível de conhecimento do cidadão médio é baixíssimo, não é perigoso demais encher as livrarias com materiais espiritualistas cujo conteúdo é EXTREMAMENTE duvidoso? O governo, nesse sentido, não deveria intervir de alguma forma? Não estou sugerindo uma “ditadura”, estou falando sobre criar mecanismos, em parceria com as editoras por exemplo, para que obras “psicografadas” cheias de erros grosseiros não possam ser vendidas, uma espécie de crivo.
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Se o sujeito quer ler uma obra “psicografada” bem água com açúcar, um conto romântico qualquer que veio do “além”, tudo bem, vá em frente. Não é o tipo de literatura que me agrada, mas não estou aqui para julgar ninguém. Agora e quando a “obra” desinforma? Quando passa uma informação inverídica, errônea? É um caso para se pensar.
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Biasetto, também concordo com você. O sujeito que se dedica à pesquisa dificilmente terá uma opinião completamente sólida a respeito de um determinado ponto. Eu mesmo, quando posto aqui, procuro rebater sempre que possível a hipótese do sobrenatural. No entanto, se de fato a Piper, por exemplo, fez aquilo que está registrado, seria muito leviano da minha parte alegar “leitura fria”, ou algo assim. Existem casos que merecem mesmo ser estudados. E eu, infelizmente, também fico com a mesma sensação: talvez vamos morrer sem uma certeza absoluta sobre coisas dessa natureza.
julho 1st, 2011 às 3:13 PM
O historiador sai-se razoavelmente bem ao refutar as supostas psicografias. Mas equivoca-se ao defender a existência de Jesus Cristo, fato sobre o qual não existe nenhuma evidência minimamente séria. Então, o ilustre acadêmico tenta dar um enfoque científico para o que ele rejeita (as psicografias em pauta), mas admite a fé no espiritismo, o que nada a tem a ver com ciência. Ele pode ser um historiador, mas não é um cientista. Fé e ciência não têm absolutamente nada em comum. Isso é muito óbvio quando se exercita o saudável dom de pensar.
julho 1st, 2011 às 3:20 PM
Antonio,
existem evidências sérias sim da existência de Jesus. Veja o link http://obraspsicografadas.haaan.com/2010/resposta-aos-argumentos-mais-comuns-dos-espritas-sobre-o-livro-h-dois-mil-anos-de-chico-xavier/ que apresenta tais evidências.
julho 1st, 2011 às 6:13 PM
Caramba, estamos falando de Jesus Cristo, de dois mil anos. Duvidar da existência dele seria duvidar da existência de Alexandre, o Grande (que morreu no dia 10 de Junho de 323 a.C.), ou da existência de Pitágoras (que nasceu 541 anos antes de Cristo), ou mesmo de Ramses II, que viveu 1300 anos ANTES de Jesus. Jesus viveu ONTEM, e existe farta documentação autêntica sobre sua vida e morte. Não queiram comparar uma figura histórica a uma invencionice inconsequente como esse Públio Lêntulus, que o próprio nome se escreve errado… E Biasetto, pare de procurar espíritos que se comunicam com os vivos!!!! 54 MILHÕES de pessoas morrem no mundo TODOS OS ANOS. Pela lei das probabilidades, pelo menos ALGUNS MILHÕES deles já teriam se comunicado com a gente pelo menos nos últimos 10 anos. E nem unzinho o fez de forma clara, cabal e sem dúvida razoável. Se a comunicação fosse possível, isso já SERIA FATO REAL E NOTÓRIO!!!!!!!!! Ponto final.
julho 1st, 2011 às 6:27 PM
Acho que existe uma certa “bagunça” nessa discussão. Em outros posts eu até já falei sobre isso. É muito provável mesmo que UM Jesus tenha existido há pouco mais de 2.000 anos atrás (assim como existem vários hoje) e que tenha servido de inspiração para os textos bíblicos. Isso é muito provável mesmo. Agora dizer que o infeliz ressuscitava os mortos, transformava determinada substância noutra, levantava paralíticos, etc. é outro papo. Aqueles que alegam que Jesus de fato fez tudo isso estão no mesmo barco daqueles que alegam que CX psicografava um senador romano. Crenças, mais nada.
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Perto de onde eu moro tem um mecânico que se chama Jesus. Vou levar um galão de água para ele daqui a pouco e ver o que ele pode fazer, afinal hoje é sexta, dia de colocar o fígado para funcionar.
julho 1st, 2011 às 8:03 PM
Caio, infelizmente o limite entre CENSURA e REVISÃO é muito tênue. Veja só que o PT ainda quer impor um tal de “controle SOCIAL da mídia”. Alguém sabe o que é isso? Eu sei: não permitir que a tal “mídia golpista” veicule os casos de corrupção e bandalheira cometidos por petistas e seus aliados, nem que comprometa a imagem sagrada dos “movimentos sociais” (aquela imagem lá do trator operado por uma sem-terra destruindo laranjeiras não seria transmitida, pois poderia dar uma ideia “distorcida” do movimento social).
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O caso aqui são de responsabilidade (ou irresponsabilidade) das editoras que publicam livros de cunho espírita. A FEB era e é rica. Teria meios suficientes para verificar se o conteúdo das obras “históricas” do Chico eram coerentes com os fatos conhecidos ou não. Se bem que aqui vamos cair nos mesmos problemas: já pensou se um autor espírita-espírito fala tudo direitinho o que é sabido da época, mas depois novos fatos são descobertos e que desmentem o que se pensava antes? Vamos ser acusados de perpetuar erros históricos em vez de trazer “novos esclarecimentos”. Mas se os novos esclarecimentos, ainda não confirmados, desmentem o que já é conhecido, então devem ser descartados como invencionice.
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Sentiu o drama?
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Fica mais fácil assim: tá cheio de erros? Então ou não se edita mais, ou então admite-se que é só um romance fictício, feito em cima de uma figura fictícia e que eventualmente traz algum cunho moral para se pensar…
julho 1st, 2011 às 8:39 PM
Só que a FEB ficou rica e poderosa com os absurdos escritos por Xavier. Nada a revisar. Nada a fazer. É só faturar o dinheiro e, principalmente, o poder.
julho 1st, 2011 às 8:42 PM
Carlos,
Ontem, quando fiz um comentário, respondi ao Caio (pra ele também valia minhas considerações), mas, na verdade, a intenção era responder ao teu comentário. Confundi Caio e Carlos…
Então, fica um abraço também, pq a gente quase não tem se “encontrado” aqui.
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Antonio G.,
Considero pertinentes tuas colocações, com apenas uma ressalva: História é ciência, pq faz uso do método científico em suas pesquisas e conclusões.
Concordo contigo, no que se refere à falta de evidências concretas, historicamente falando, sobre a existência de Jesus Cristo. E isto é um problema sério, porque todo o trabalho do professor Lair, se fortalece, a partir da comprovação da existência de Jesus Cristo. E, se os evangelhos canônicos servem como referência para tal prova, também teríamos que aceitar as proezas realizadas por Jesus, mecionadas nestes evangelhos. E aí, veja como a coisa se complica, porque entende-se como válidas tais fontes históricas, mas declina-se quanto à questão do Jesus extraordinário, o fazedor de milagres. Oras, uma fonte ser dividida ao meio, é complicado: ou se considera ela autêntica ou não.
Se é autêntica, então o Jesus que é mencionado ali, é verdadeiro em sua totalidade. O Vítor, admite a existência do Jesus histórico, mas não o “milagreiro”. Ou seja, ele quer extrair das fontes, apenas o que ele considera satisfatório.
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Gilberto,
Acho que você está certo. Vou ser deselegante, vou dizer que já estou ficando de saco cheio, de tantas falhas nos livros espíritas, de tantas falhas nas supostas comunicações. Acho que vou seguir o teu conselho:
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“E Biasetto, pare de procurar espíritos que se comunicam com os vivos!!!! 54 MILHÕES de pessoas morrem no mundo TODOS OS ANOS. Pela lei das probabilidades, pelo menos ALGUNS MILHÕES deles já teriam se comunicado com a gente pelo menos nos últimos 10 anos. E nem unzinho o fez de forma clara, cabal e sem dúvida razoável. Se a comunicação fosse possível, isso já SERIA FATO REAL E NOTÓRIO!!!!!!!!! Ponto final.”
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Outro detalhe: o rapaz que dá início à palestra, me desculpem, esqueci o nome dele, faz uso de uma orientação de Kardec, para justificar a desconfiança das obras psicografadas. Porém, eu indado: E dá pra acreditar em Kardec também? Já que este blog mesmo, vem demonstrando inúmeras falhas em seus livros!
então, ficamos na mesma – não há provas, não motivos para acreditar, a não ser um desejo e uma grande força de fé. Esta, o Scur parece ter.
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E quanto ao Arduin:
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“Fica mais fácil assim: tá cheio de erros? Então ou não se edita mais, ou então admite-se que é só um romance fictício, feito em cima de uma figura fictícia e que eventualmente traz algum cunho moral para se pensar…”
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E eu indago, novamente: se tá cheio de erros, que qualidade moral, poderá ter?
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Abraços a todos…
julho 1st, 2011 às 8:45 PM
Vitor, o que você acha do Hernani Guimarães Andrade?
julho 1st, 2011 às 9:23 PM
O problema desta história de revisar, é que não seria conveniente ou justo, só revisar livros espíritas, mas todos da linha religiosa, ufológica – iriam sobrar quantos?
Deixa rolar – a questão é a pessoa ter senso crítico e conhecimento, não comprando o que não presta.
julho 1st, 2011 às 9:38 PM
Caio,
acho que o trabalho mais científico do Hernani foi aquele em que ele relata 8 casos de reencarnação no Brasil. Nenhum caso ali é forte, mas são interessantes. Talvez o caso Ruythemberg Rocha também se enquadre como um trabalho científico, embora tenha falhas também. No mais, acho que o Hernani beirou a pseudo-ciência em diversos momentos. Aquele Modelo Organizador Biológico dele é furada, por exemplo.
julho 1st, 2011 às 11:49 PM
Parabéns ao professor Lair Amaro!
Fez um ótimo trabalho de pesquisa e o expôs de forma bem sintética e acessível (como professor, prezo muito este aspecto didático).
E mais um ponto precioso a seu favor: fica bem claro que ele fez este trabalho simplesmente em favor da Ciência, em busca da verdade hitórica, e não visando beneficiar uma outra religião, no lugar do Espiritismo (pois há quem busque fazer tais pesquisas com esse propósito: desmoralizar o Espiritismo, mas defendendo outra corrente religiosa, como o tradicional Cristianismo Trinitarista, por exemplo, o que não considero cientificamente honesto; e vocês bem sabem a quem me refiro…).
Muitos dos dados sobre o Cristianismo primitivo apresentados pelo professor Lair Amaro neste artigo, eu já havia exposto há quase duas décadas, quando ainda era espírita, em artigos da “Revista de Estudos Espíritas” e livros publicados pela Editora CELD, do Rio de Janeiro. Não aprenderam nada, fizeram que não era com eles. Os que entenderam onde eu queria chegar, me acusaram de arrogância intelectual, de ser na verdade um “materialista”, etc.
Para resumir: o problema dos espíritas com o os textos bíblicos e o estudo das origens do Cristianismo primitivo é praticamente o mesmo das demais religiões: não querem admitir que suas doutrinas não encontram qualquer compravação nas pesquisas científicas. Os espíritas, quanto a isso, são até piores: dizem que sua doutrina é a única que acompanha o progresso da Ciência, mas a verdade é que são tão desinformados, a esse respeito, quanto os demais fanáticos religiosos.
Reitero meus parabéns ao professor Lair Amaro.
Cumprimentos de
Sebastião Pinheiro
julho 1st, 2011 às 11:51 PM
ERRATA: É comprovação, não “campravação”.
(A pressa é mesmo a inimiga da perfeição…)
julho 2nd, 2011 às 1:12 AM
O Sebastião Pinheiro, aí em cima, esqueceu que o erro, não é da Doutrina Espírita, mas sim da MAIORIA (NÃO TODOS) dos espíritas que são desinformados.
Porque os próprios espíritos da Codificação falaram: espíritas amaivos e INSTRUÍVOS.
E Kardec disse: Se em algum ponto a ciência discordar do espiritismo, o espiritismo deixa este ponto e segue a CIÊNCIA.
PORTANTO NÃO EXISTE QUALQUER RELIGIÃO DA HUMANIDADE QUE TENHA DITO ISSO. PORTANTO, O ESPIRITISMO É O ÚNICO QUE EU CONHEÇO COM TAL PREDISPOSIÇÃO À CIÊNCIA.
Portanto, vamos deixar de blá, blá, blá e não ter responsabilidade no que fala!
julho 2nd, 2011 às 1:16 AM
Biasetto, a questão reside justamente no senso crítico. Mas qual a parcela da população brasileira que realmente tem senso crítico? E essa nem é uma deficiência exclusivamente brasileira, mesmo no primeiro mundo a pseudociência vende.
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Eu, como já demonstrei diversas vezes aqui, não penso ser possível a existência de espíritos. No entanto, considero sério o trabalho do Stevenson, por exemplo. Acho mesmo que o tema ao qual o Stevenson tanto se dedicou deveria ser largamente estudado, sim.
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E confesso que, intimamente, torço para que algum dia cheguem à conclusão definitiva de que as idéias do Stevenson estavam certas, ou parcialmente certas, que seja. Entre desaparecer e ter outra chance, fico com a segunda opção.
julho 2nd, 2011 às 1:16 AM
ONDE SE LÊ: PORTANTO, VAMOS DEIXAR DE BLÁ, BLÁ, BLÁ E NÃO TER RESPONSABILIDADE NO QUE FALA!
LEIA-SE: PORTANTO, VAMOS DEIXAR DE BLÁ, BLÁ, BLÁ E TER RESPONSABILIDADE NO QUE É FALADO..!
julho 2nd, 2011 às 1:34 AM
Olá Caio,
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Só agora foi possível retornar ao blog. Essa coisa de controle sobre o que se publica é melhor esquecer; não funciona e pode trazer mais problemas que soluções. Na verdade se os livros espíritas vendem é porque há um público que gosta desse tipo de literatura; e quanto a isso não há o que fazer, a não ser procurar entender as opções de cada um. Afinal, se todo o mundo fosse cético também seria muito chato!
julho 2nd, 2011 às 1:43 AM
Matusalém, então Kardec tem razão. Vamos nos instruir e ESQUECER O ESPIRITISMO. Pois não há ciência aí. Ponto final.
julho 2nd, 2011 às 12:48 PM
“se tá cheio de erros, que qualidade moral, poderá ter?”
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A mesma que qualquer romance fictício teria. A questão é saber quais são os erros e no que eles interferem na qualidade moral. Digamos então que o livro Há 2000 anos dá uma conotação anti-semita (acusa os judeus de serem os culpados pela condenação de Jesus). Isso o DESQUALIFICA seriamente, embora nada mais seja do que “seguir o que dizem os Evangelhos”. Nesse ponto Ramatis fantasiou UM POUQUINHO melhor, mas igualmente errado.
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Se os erros são apenas fruto de interpretações ou relatos históricos fictícios, então é só questão de saber se vale a pena investir nisso. O tal livro perde muito em valor por se pretender “biográfico”.
julho 2nd, 2011 às 12:52 PM
“Só que a FEB ficou rica e poderosa com os absurdos escritos por Xavier. Nada a revisar. Nada a fazer. É só faturar o dinheiro e, principalmente, o poder.”
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Talvez rica não, mas poderosa, a FEB ficou quando passou o moleque sobre as outras sociedades espíritas. Não precisava do Chico para isso. E isso não dispensava cuidado com o que se publica. Mas uma porcaria que encampou o rustenismo, acharia linda outras porcarias no mesmo gênero…
julho 2nd, 2011 às 4:01 PM
Os best sellers de Xavier são publicados pela FEB. Quero ver este ano, pois na bienal do livro de dois anos, o stand da FEB colocou no teto do Rio-Centro uma foto de 30 metros em close de Xavier. Ele é o carro-chefe da empresa. O stand dela era um dos maiores na feira, só perdia pra Saraiva e umas duas ou três outras. Se investiram centenas de milhares de reais, é porque retorno havia. Então são ricos sim. Mas concordo que o poder vale muito mais…
julho 2nd, 2011 às 6:57 PM
Você se engana meu caro Gilberto, que não é ciência. Leia por favor este meu trecho que fiz para vocês:
Amigos deste blog do Vitor. Envio-lhes esta carta, no sentido de esclarecimento. Desculpe alguns erros de ortografia, se houver.
Queria dizer que mesmo que a maioria dos cientistas não queiram admitir, todas suas descobertas estão indo ao encontro dos postulados espíritas. È só observar com carinho que iremos chegar a esta mesma conclusão.
Observe o que Amit Goswami PHD em física quântica falou: “ O núcleo desse novo paradigma é o reconhcimento de que a ciência moderna confirma uma idéia antiga – a idéia de que a consciência , e não a matéria , é o substrato de tudo que existe. ( livro O Universo Autoconsciente – editora Aleph, pag. 18, 2ª edição).
Novas descobertas científicas vêm utilizando o “poder da mente” para movimentar membros metálicos em nosso corpo, em substituição aos membros naturais atrofiados..
A ciência moderna já admite as verdades parapsicológicas de informações que “fluem para dentro” da mente a partir do ambiente que se encontra, como: clarividência, telepatia, precognição (PES). Outro que parece envolver influências ou informações: “fluindo para fora” da mente em direção ao ambiente, como: interação mente matéria, telecinesia e psicocinese. Ao contrário de que muita gente pensa, tudo isso veio engrandecer e chegar mais perto dos postulados espíritas!
Por outro lado, notamos que na atualidade não existem mais grandes pesquisadores espíritas, como os consagrados: Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Camille Flammarion, Alexandre Aksakof, Paul Gibier, Ernesto Bozzano, Gustave Geley, Swedenborg, Friedrich Zollner, Cel Albert de Rochas, Charles Richet, Barão Carl du Prel, Willian Crookes,, o evolucionista contemporâneo de Darwin, o naturalista Alfred Russel Wallace e tantos outros. No entanto, no início do século XX e sua segunda metade, surgiram cientistas independentes, que vieram confirmar a existência das forças ocultas da “mente” humana para muitos ou espiritualidade para outros tantos: J.B.Rhine (o pai da parapsicologia), Carl Gustav Jung (fundador da psicologia analítica), Ian Stevenson (médico psiquiatra canadense), Dra Carol Bowman (psicóloga norte-americana), Dr. Brian Weiss (psiquiatra norte-americano), Melvin Morse (médico norte-americano), Amit Goswami (físico quântico), Bruce H. Lipton (bioquímico americano) e tantos outros que vêm corroborar com a idéia espiritualista ou algo inteligente, independente da matéria.
Importante ressaltar que o próprio autor deste blog, o Vitor Moura não é cético quanto à existência da espiritualidade. Portanto caríssimos companheiros, faz-se necessário muito estudo e menos blá, blá, blá.. Devemos, portanto, em qualquer situação na vida, sermos sempre humildes..!
Obs. Fato ocorrido comigo.
Desloquei-me, em sonho – (mente no conceito científico e espírito no conceito espiritualista), a minha terra natal, que dista mais de 1.800km onde moro. No sonho observei que na minha terra natal, tinham mudado os postes das praças do centro da cidade. Eram postes mais altos e com luminárias longas. Depois de 06 meses deste sonho, viajei a esta cidade de minha origem e certifiquei que realmente, os postes foram mudados, igualmente como os vi em sonho, há 06 meses.! Foi impressionante quando constatei a veracidade de meu sonho!
Observemos agora estes depoimentos sobre as pesquisas parapsicológicas de J.B.Rhine
Encontrando muitas dificuldades em estabelecer cientificamente e irrefutavelmente a veracidade das comunicações mediúnicas, Rhine pouco a pouco derivou seus esforços para a comprovação da existência das capacidades extrasensoriais dos seres humanos. Sua tese era que, uma vez aceita a existência de tais capacidades, seria mais fácil adentrar em outros campos mais espinhosos como a sobrevivência da alma, comunicação com os mortos etc. Assim entre 1928 e 1934 Rhine, juntamente com sua esposa Louise Rhine, o Dr. J. Gaither Pratt, o Dr. Helge Lundholm e o Dr. Karl E. Zener, realizou centena de milhares de experimentos logrando a comprovação estatística da existência de capacidades extrasensoriais no ser humano.
Em 1934 Rhine publica sua monografia Extrasensory Perception After Fifty Years que provocou uma intensa reação no público, tanto no sentido de incentivar novas pesquisas e outros grupos de pesquisas quanto pressões para que a universidade encerrasse seu patrocínio as pesquisas de Rhine. Assim nasceu o Duke Parapsychology Laboratory independente da Universidade de Duke porém com todo o acervo e histórico de pesquisas parapsicológicas.
Apenas como uma amostra do grande trabalho de Rhine vale destacar que entre os anos de 1930 e 1940 foram realizados 2.966.348 ensaios de telepatia, 129.775 ensaios de clarividência. A coroação dos esforços de Rhine veio por etapas: em 1937 o Congresso Anual do American Institute for Mathematical Statistics conclui que as técnicas e métodos estatísticos utilizados por Rhine são totalmente corretos. Em 1938 o Congresso Anual da American Psychological Association declara como legitimamente científica e pertencente ao campo da psicologia a investigação da ESP
Bibliografia:
Aizpurua, Jon. “Historia de la Parapsicologia”. Universidad de la tercera Edad. Caracas, 1986
Rhine, Josph Banks. “Novas Fronteiras da Mente”. IBRASA. S. Paulo, 1965
Marcelo Coimbra Regis é engenheiro e colaborador do Abertura.
Deixo-vos frases de grandes estudiosos para a reflexão de vocês.
“Duvidar de tudo. Acreditar em tudo. Eis duas soluções igualmente convenientes: ambas dispensam a necessidade de refletir”. (Jules Heuny Poincaré)
“O VERDADEIRO CRÍTICO DEVE PROVAR NÃO SOMENTE ERUDIÇÃO, MAS UM SABER PROFUNDO NO QUE CONCERNE AO OBJETO QUE TRATE, UM JULGAMENTO SADIO, E DE UMA IMPARCIALIDADE A TODA PROVA; DE OUTRO MODO, QUALQUER RABEQUISTA PODERIA SE ARROGAR O DIREITO DE JULGAR ROSSINI, E UM APRENDIZ DE PINTURA O DE CENSURAR RAFAEL”. (ALLAN KARDEC)
A CONVICÇÃO SÓ SE ADQUIRE COM O TEMPO, ATRAVÉS DE UMA SÉRIE DE OBSERVAÇÕES FEITAS COM ZELO TODO ESPECIAL. SÓ OBSERVANDO MUITO E LONGAMENTE SE DESCOBRE A INFINIDADE DE PROVAS QUE ESCAPAM A PRIMEIRA VISTA. (KARDEC)
EM CÍRCULOS ACADÊMICOS A PALAVRA “ESPÍRITO” PROVOCA A MESMA REAÇÃO QUE A PALAVRA “EVOLUÇÃO” NOS CÍRCULOS FUNDAMENTALISTAS (BRUCE H.LIPTON – BIOQUÍMICO AMERICANO)
EU POSSO MUITO BEM IMAGINAR QUE POSSO TER VIVIDO EM SÉCULOS PASSADOS E LÁ, TER ENCONTRADO PERGUNTAS QUE AINDA NÃO FUI CAPAZ DE RESPONDER; ASSIM, TENHO DE NASCER NOVAMENTE PORQUE NÃO CUMPRI A MISSÃO DE QUE ME FOI CONFIADA (JUNG)
Em cada caso individual devo ser imparcial, mas tenho de admitir que a hipótese dos espíritos oferece melhores resultados que qualquer outra”
(Jung, numa carta ao Dr. Kunken – psicoterapeuta alemão em 1946)
“SE OS HEREGES PUDESSEM SER QUEIMADOS VIVOS NOS DIAS DE HOJE, OS CIENTISTAS – SUCESSORES DOS TEÓLOGOS QUE QUEIMAVAM QUALQUER UM QUE NEGASSE A EXISTÊNCIA DAS ALMAS NO SÉCULO XVI – HOJE QUEIMARIAM AQUELES QUE AFIRMAM QUE ELAS EXISTEM” (.Ian Stevenson)
• MÕNADAS: Termo usado pelo físico Amit Goswami, para definir alma.
• ALMA: Termo uso para definir Espírito encarnado, por Allan Kardec.
• MEU EU: Termo usado pelo bioquímico Bruce H. Lipton, para definir alma.
• FORÇA DA MENTE: Termo usado pela ciência acadêmica para definir uma força invisível real que existe no ser humano, como também nos ditos animais.
Obrigado pela paciência, e muita paz!
Matusalén
julho 2nd, 2011 às 7:27 PM
Uma das críticas que os céticos fazem à psicografia tem muito sentido: por que algum médium não psicografa material de um cientista falecido, um material com termos científicos, discutindo conceitos científicos modernos? Não estou me referindo a um tratado científico de várias páginas. Estou me referindo a um simples texto, mas que, sem sombra de dúvida, só poderia ter sido redigido por um homem de ciências. Tivemos a oportunidade de ver tantos cientistas brilhantes, extremamente competentes… O que ocorre? Eles não conseguem se comunicar?
julho 2nd, 2011 às 7:28 PM
Matusa, consegui ler até a quinta linha. Desculpe.
julho 2nd, 2011 às 7:36 PM
Caio,
no livro “Raymond” há uma resposta. Se é satisfatória ou não, aí é contigo:
A seguinte comunicação de Myers, através de Feda, tivemo-la a 24 de março de 1917 e parece-me instrutiva:
LODGE — Não poderá Myers fazer que alguns dos meus amigos, homens de ciência, mandem-me qualquer coisa nova e importante? Até aqui só temos tido as coisas clássicas. Por que não as termos científicas?
MYERS — Os homens de ciência (disse Myers sorrindo) acham mais difícil comunicar-se por meio dos métodos extremamente limitados de que ainda dispomos, do que as pessoas que desenvolveram suas faculdades em outros setores.
FEDA — Raymond diz “isto é com você, pai”. E o gentleman que falou diz “Espero que compreenda esta dificuldade”.
LODGE — Sim, certamente que compreendo.
MYERS — É mais difícil apanhar fatos do que simples manifestações poéticas ou literárias. Estas acodem mais livremente, como coisa que flutua à tona das vagas (e sua mão fez um gesto sinuoso). Mas a produção de fatos científicos é dura, é difícil. Teríamos de criar novos meios e métodos. (Feda não apanha bem isto). Sim, vou explicar-me melhor. Teríamos de estabelecer os meios, ou um código, para melhor entendimento mútuo, de modo que a expressão de termos científicos, através dos médiuns, não apresente dificuldade, como hoje acontece. Te-mos de tomar a cabeça do médium como um crivo. Poucos têm esse crivo nas condições de coar o que desejamos. O médium absorve e transmite com grande dificuldade.
LODGE — Sim, mas quando os assistentes são pessoas de cultura, podem interpretar qualquer sugestão.
MYERS — É o que penso (refere-se ao código que lem-brou) , e tenho esperanças de que por meio de você consigamos alguma coisa.
julho 2nd, 2011 às 8:18 PM
Vitor, eu tinha essa passagem do livro em mente quando fiz esse meu último comentário… Justamente por achar que essa resposta deixou um pouco a desejar, coloquei a questão aqui. Basicamente, o “falecido” Myers diz que é difícil expressar conceitos da ciência por meio dos médiuns. Bem, se fosse possível, seria muito interessante. E, não sendo possível e não aparecendo alguma desculpa melhor, é realmente uma crítica muito razoável, a meu ver.
julho 2nd, 2011 às 8:37 PM
Bem, Caio, já disse mais de uma vez por aqui que não dá para agradar a todo mundo. Mesmo que isso fosse feito, sempre se encontra alguma desculpa para se negar o fato (tipo: o médium pode ter-se instruído com um cientista qualquer…).
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Veja por exemplo um caso.
Aksakof, no seu livro “Animismo e Espiritismo” nos dá exemplo de conhecimentos acima do nível cultural do médium. Vejamos um trecho:
Eis ainda outro fato que parece triunfar de todas as objeções: ele foi comunicado ao Light (1884, página 499) pelo General-major A.W.Drayson e publicado sob este título: The Solution of Scientific Problems by Spirits (Solução de Problemas Científicos pelos Espíritos). Eis aqui a tradução:
“Tendo recebido do Sr. George Stock uma carta em que me perguntava se eu podia citar, ao menos um exemplo, em que um Espírito, ou um que o pretendesse ser, tivesse resolvido, durante uma sessão , um desses problemas científicos que preocupam os sábios do século passado, tenho a honra de comunicar-lhe o fato seguinte, do qual fui testemunha ocular.
Em 1781, William Herschel descobriu o planeta Urano e seus satélites. Observou que esses satélites, ao contrário de todos os outros satélites do sistema solar, percorrem suas órbitas de oriente para ocidente. J. F. Herschel diz em seus “Esboços Astronômicos”: “As órbitas desses satélites apresentam particularidades completamente inesperadas e excepcionais, contrária às leis gerais que regem os corpos do sistema solar. Os planos de suas órbitas são quase perpendiculares à eclíptica, fazendo um ângulo de 70º 58, e eles os percorrem com movimento retrógrado, isto é, sua revolução em roda do centro do planeta efetua-se de este para oeste, ao invés de seguir o sentindo inverso.”
“Quando Laplace emitiu a teoria de que o Sol e todos os planetas se formaram à custa de uma matéria nebulosa, esses satélites eram um enigma para ele.
O Almirante Smyth menciona em seu “Ciclo Celeste” que o movimento desses satélites, com surpresa de todos os astrônomos , é retrógrado, ao contrário do movimento de todos os outros corpos observados até então.
Na “Gallery of Nature”, diz-se do mesmo modo que os satélites de Urano descrevem sua órbita de este a oeste, anomalia estranha que faz exceção no sistema solar.
Todas as obras sobre a Astronomia, publicadas anteriores de 1860, contém o mesmo raciocínio a respeito dos satélites de Urano.
Por meu lado, não encontrei explicação alguma a essa particularidade; para mim, era um mistério do mesmo modo para os escritores que citei.
Em 1858, eu tinha como hóspede, em minha casa, uma senhora que era médium, e organizamos sessões quotidianas. Certa noite ela me disse que via a meu lado uma pessoa que pretendia ser astrônomo durante sua vida terrestre. Perguntei a essa personagem se estava mais adiantada presentemente do que durante sua vida terrestre. “Muito mais” – respondeu ela.
“Tive a lembrança de apresentar a esse pretendido Espírito uma pergunta a fim de experimentar seus conhecimentos: – Podes dizer-me, perguntei-lhe, porque os satélites de Urano fazem sua revolução de este para oeste e não de oeste para este?
Recebi imediatamente a resposta seguinte: – Os satélites de Urano não percorrem sua órbita de oriente para ocidente; eles giram em roda de seu planeta, de ocidente para oriente, no mesmo sentido em que a Lua gira em roda da Terra. O erro provém de que o pólo sul de Urano estava voltado para a Terra no momento da descoberta desse planeta; do mesmo modo que o Sol, visto do hemisfério austral, parece fazer o seu percurso quotidiano da direita para a esquerda e não da esquerda para a direita, os satélites de Urano moviam-se da esquerda para a direita, o que não quer dizer que eles percorrem sua órbita de oriente para ocidente.
Em resposta a outra pergunta que apresentei, meu interlocutor acrescentou: – Enquanto o pólo sul de Urano estava voltado para a Terra, para um observador terrestre parecia que os satélites se deslocavam da esquerda para a direita, e conclui-se daí, por erro, que eles se dirigiam do oriente para o Ocidente; esse estado de coisas durou cerca de 42 anos. Quando o pólo norte de Urano está voltado para a Terra, seus satélites percorrem o trajeto da direita para a esquerda, e sempre do ocidente para o oriente.
Em seguida perguntei como tinha sucedido não se ter reconhecido o erro 42 anos depois da descoberta do planeta Urano por W. Herschel?
Responderam-me: – É porque , em regra, os homens não fazem mais do que repetir o que disseram as autoridades que os precederam; deslumbrados pelos resultados obtidos por seus predecessores, não se dão ao trabalho de refletir.
Guiado por essa informação comecei a resolver o problema geometricamente, e apercebi-me de que a explicação respectiva era exatíssima, e a solução muito simples. Por conseguinte, escrevi sobre essa questão um tratado que foi publicado nas Memórias do Ensino Real de Artilharia, em 1859.
Em 1862, dei essa mesma explicação do pretendido enigma em uma pequena obra sobre a Astronomia: “Common Sights in the Heavens” (olhar pelos Céus); mas a influência da “opinião autorizada” é tão funesta, que só em nossos dias os escritores que se ocupam de Astronomia começam a reconhecer que o mistério dos satélites de Urano deve ser atribuído à posição do eixo desse planeta.
Na primavera do ano de 1859, tive ainda por uma vez oportunidade de, por intervenção da mesma médium, conversar com a personalidade que se apresentava como o mesmo espírito; perguntei-lhe se podia esclarecer-me acerca de um outro fato astronômico ainda desconhecido. Naquele tempo eu possuía um telescópio com uma objetiva de 4 polegadas e de uma distância focal de 5 pés. Fui informado de que o planeta Marte tinha dois satélites que ninguém tinha visto ainda e que eu poderia descobrir em condições favoráveis. Aproveitei-me da primeira ocasião que se apresentou para fazer observações nesse sentido, mas não descobri coisa alguma. Participei essa comunicação a três ou quatro amigos com os quais eu fazia experiências espiríticas, e ficou decidido que guardaríamos segredo acerca do que se tinha passado, pois que não possuíamos prova alguma em apoio às alegações de meu interlocutor, e corríamos o risco de expor-nos à risada geral.
Durante minha estada nas Índias, falei nessas revelações ao Sr. Sinnett, não posso dizer com exatidão em que época. Dezoito anos mais tarde, em 1877, esses satélites foram descobertos por um astrônomo, em Washington” (Animismo e Espiritismo, vol. II, 1890)
Dados sobre a pessoa, A. W. Drayson: http://articles.adsabs.harvard.edu//full/1913Obs….36R.310./0000317.000.html – ou pesquisar na web.
Pela gentileza de um cético, participante do fórum religião é veneno (http://rv.cnt.br/) sob o pseudônimo de Cyrix foi-nos enviado outro texto que indica que tal fato e sua interpretação correta já havia sido feita antes de 1850 por Robert Chambers, no livro Explanations: A Sequel to “Vestiges of the Natural History of Creation” 1st ed., London, 1845. Quer dizer, a suspeita de qual seria a causa do movimento retrógado já havia sido conhecida, mas o que interessa é que a médium não era astrônoma e os astrônomos, em sua maioria, ainda desconheciam o fato, como é o caso do astrônomo envolvido no evento com a médium. Portanto é improvável que ela, por pura sorte, conhecesse…
julho 2nd, 2011 às 9:39 PM
Matusalém, por favor leia outros posts deste blog. Você pode aprender muito sobre o que é ciência e o que é pseude-ciência. Nos centros espíritas eles distorcem tudo para parecer ciência e pra dar credibilidade ao incrível. Quem quer vai na onda. Mas atualmente essa pseudo-ciência não convence mais e o espiritismo encolhe a olhos vistos, sendo quase inexistente no país de origem. Ele foi substituído pela boa e velha ESCOLA…
julho 2nd, 2011 às 9:40 PM
Arduim,
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Por que seria improvável se a resposta do problema estava em um livro publicado há 13 anos antes da dita seção? A médium era inglesa?
julho 3rd, 2011 às 12:07 AM
Arduin, a explicação do espírito é FALSA. O Flammarion mostra que a explicação é falsa no livro “As Forças Naturais Desconhecidas”.
julho 4th, 2011 às 12:20 AM
Vitor,
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Você poderia dar mais detalhes sobre em que aspecto a explicação é falsa?
julho 4th, 2011 às 3:22 AM
Oi, Carlos
é meio difícil explicar porque o Flammarion coloca desenhos para facilitar. Basicamente, ao contrário do que o espírito diz, o movimento dos satélites é realmente retrógrado. A explicação mais detalhada está nas páginas 66-68 do livro.
julho 4th, 2011 às 1:10 PM
Pois é… A suposta existência de Jesus Cristo seria um fato muito recente (apenas 2 mil anos) e, ainda assim, não existe nenhuma evidência concreta de esta personagem tenha, de fato, existido. Nenhuma prova material, nenhum escrito confiável, nenhum registro histórico. Apenas textos bíblicos e congêneres, o que não tem credibilidade como documento histórico. Fatos e personagens muito mais remotos do que a suposta passagem do “Messias” sobre a Terra estão muito bem documentados e evidenciados, mas este, que seria para muitos o fato histórico mais relevante da humanidade, não tem nenhum registro confiável. Para mim, o porquê é muito óbvio: Não pode existir prova da existência real de um ente mitológico. Seria, desculpem-me os crentes, como provar a existência do Papai Noel, personagem muito conhecido, amado e reverenciado, mas que existe apenas no imaginário das crianças. Ou alguém se habilita a provar que Papai Noel também existe?
julho 4th, 2011 às 2:28 PM
Falsa por que, Vitor?
Siga o raciocínio ou então corte um acetato de transparências e desenhe nele um círculo central, ilustrando o planeta e cinco pontos em volta, simulando os satélites. Atravesse-o por um lápis no meio do “planeta” e peça para alguém fazer uns giros, com a ponta do lápis voltada para você no sentido horário. Você verá os “satélites” girando no sentido horário. Mas se você se deslocar e ficar olhando para o lado contrário à ponta do lápis, verá os satélites girando em sentido anti-horário.
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No que é que a explicação do espírito era falsa? E se era falsa, por que outro astrônomo, antes mesmo da sessão, deu a mesma explicação?
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E Caio, esse é um lance que eu chamo de um ad-hoc explicado por outro ad-hoc. Então o tal astrônomo cita vários outros que simplesmente repetiam o que o descobridor de Urano dissera. Mas por um golpe de sorte, a médium teria visto só aquele livro que explicava corretamente o estranho fenômeno de os satélites de Urano girarem em sentido contrário dos outros…
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Quando um médium fala besteira, obviamente não precisamos de explicações: ele “chutou” e errou. Mas quando acertam, aí é porque tiveram a sorte absurda de terem à mão a resposta certa por meios NUNCA verificados. Fica só na aposta: o médium PODERIA ter visto o livro. E logo essa aposta vira certeza e está tudo explicado. Assim é o raciocínio dos céticos sábios, cultos, racionais e inteligentes.
julho 4th, 2011 às 2:56 PM
Oi Arduin,
a médium falou besteira porque ela disse que os satélites não não retrógrados quando eles são. O Flammarion explica isso bem nas páginas 66-68 na edição do livro em português. Aliás, lá no ECAE você tem acesso ao livro. Pelo visto você não percebeu.
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Mas…pra quem não é do ECAE, o livro está disponibilizado gratuitamente em francês aqui:
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http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k107823d.r=les+forces+naturelles+inconnues.langFR
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Na edição em francês o Flammarion começa a falar sobre o caso na página 74 e a explicação de porque a resposta da médium está errada vai até a página 81.
julho 4th, 2011 às 5:18 PM
Está fazendo uma ligeira confusão, Vitor. Naqueles tempos só se podia ver os maiores satélites de Urano e estes NÃO SÃO RETRÓGRADOS. Contudo, hoje sabe-se que Urano tem ao todo 24 satélites (talvez ainda descubram mais…) e alguns deles SÃO RETRÓGRADOS, mas estes não podiam ser vistos.
Veja:
http://br.groups.yahoo.com/group/ClubedAstronomia/message/8691
julho 4th, 2011 às 5:27 PM
Marcos,
o Flammarion é astrônomo. Ele sabe do que ele está falando. Não sei quem respondeu à pergunta do Mori, não sei se é amador, não sei se entendeu a pergunta. Na infopédia diz que o movimento dos satélites de Urano é retrógrado.
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http://www.infopedia.pt/$urano-(astronomia)
julho 4th, 2011 às 5:37 PM
Gilberto, eu acho que quem precisa saber o que é ciência é você!
Você disse: “Nos centros espíritas eles distorcem tudo para parecer ciência e pra dar credibilidade ao incrível.” Respondo a você que NÃO foi isso que Kardec ensinou. Portanto, deixe de ser leviano e não generalize um erro de determinadas pessoas como fosse de toda doutrina!
Seja huminlde e vá estudar!
julho 4th, 2011 às 6:22 PM
Tá, Matusalém. Então vou estudar bem Kardec e acreditar que um terremoto é feito pela aglomeração de espíritos em quantidade enorme que mexem as placas tectônicas e causam terremotos, pra regate coletivo de pobres. É, porque quando o povo é rico, como no Japão, o resgate é bem menor, pois eles têm grana pra investir em prevenção. A humildade falsa é dos espíritas, que se dizem humildes, mas pensam que sabem todas as respostas aos maiores enigmas da humanidade. É fácil, é só perguntar prum defunto. Em que contribuíram? Em NADA. Tem que haver MUITO estudo de verdade e suor no rosto pra se chegar a algum lugar. Não adianta perder tempo falando com espíritos, pois eles não ajudaram a humanidade nem um pouquinho… Vamos suar a camisa e contribuir de verdade. É difícil, mas é a única maneira!!
julho 4th, 2011 às 6:28 PM
Antigamente a paralisia infantil era carma. Pôxa, só bastou uns cientistas suarem a camisa de verdade por anos a fio, que a pólio deixou de ser carma. Impressionante. Isso pra não falar do “profundo estudo” espírita sobre as fadinhas da floresta e seus tamanhos diminutos. É Kardec e Divaldo de mãos dadas pra “instruir” o povo!!!!!!!!!!
julho 4th, 2011 às 8:52 PM
Bem, Vitor, eu achei informações contraditórias, talvez devido à falta de profundidade das fontes de consulta. De qualquer forma, o problema ficaria: retrógrados ou não, a cada vez que um polo ou o outro estivesse voltado para a Terra, o movimento dos satélites seria prógrado ou retrógrado conforme o dito polo.
Interessante é que outros planetas também têm satélites retrógrados.
julho 4th, 2011 às 9:05 PM
Bem, Giberto, conforme palavras do autor espírita Carlos Imbassahy: “o problema das dores humanas tem embaraçado os filósofos e confundido as religiões. NÃO PRETENDEMOS que estejam plenamente resolvidos, mas a maior luz sobre esse problema, senão a única, veio do Espiritismo. Em contrapartida, os ensinamentos das igrejas cristãs sobre esse tema são de lastimável pobreza e impossível aceitação.
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Quero lembrá-lo que o resgate pela dor em função da lei de “Causa e Efeito”, é amplo e variado, indo desde carga genética até acidentes causados por fatalidades, no meio do qual o espírito resgatante se encontra. Enfim, o tal resgate é feito por meio de CAUSAS NATURAIS, sem nada de miraculoso ou forçado.
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Sobre essas situações, o que a fé cristã tem para nos oferecer? Que a causa dos nossos sofrimentos é consequência do pecado cometido por Adão e Eva. A burrada deles foi estendida à sua descendência, que nos fez herdeiros de seus pecados. Supostamente a aceitação do Cristo como Salvador, etc e tal, TIRARIA esse pecado, mas essa retirada só será feita após a morte. É portanto uma verdade IMPALPÁVEL e INVERIFICÁVEL.
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Se é inútil perguntar a um espírito sobre o mecanismo da energia escura, ao menos posso perguntar a um que se apresente como meu falecido pai coisas que só eu e ele saberíamos e aí eu poderia confiar em ter uma prova da existência de consciência após a morte do corpo. Esse é o fundamental do Espiritismo.
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Agora quanto ao resto, certo ou errado, nada fica a dever à Ciência ou às elucubrações teológicas cristãs ou de outras religiões…
julho 4th, 2011 às 10:26 PM
Vitor,
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Segue o comentário de Camile Flammarion do livro Forces Naturelles Inconnues (tradução livre):
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“Procurei elucidar completamente esta questão um pouco técnica. Pessoalmente lamento muito, (mas) os espíritos não nos ensinaram nada, e neste exemplo, o qual tem-se dado muita importância, (o exemplo) não passa de um êrro. Aksakof cita, nesse mesmo capítulo (p. 343), o anúncio de dois satélites de Marte feito também pelo General Drayson, por um médium em 1859, isto é 18 anos antes da descoberta (dos satélites), em 1877. Este comunicado, não tendo sido publicado na época, permanece duvidoso. Além disso, foi várias vezes discutido, segundo Kepler, que havia sido assinalado a possibilidade de 2 satélites em Marte, notadamente par Swift e por Voltaire. Este não é, portanto, um fato peremptório a citar como uma descoberta atribuída aos espíritos.”
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Arduim, não dá para colocar o Flammarion no time dos céticos, não é mesmo?
julho 4th, 2011 às 10:32 PM
Carlos, por favor, não se dê ao trabalho de traduzir. O livro já tá todo traduzido. Agora, você sabe francês? Se souber, vc pode me ser muito útil 🙂
julho 4th, 2011 às 10:51 PM
Vitor, bem básico… Certamente não dá para encarar um livro!
julho 4th, 2011 às 10:53 PM
Não, mas penso que ele aprendeu a lição depois de uma boa escaldadura…
Há um capítulo no livro da Gênese, de Kardec, Uranografia Geral dos Mundos, assinado pelo espírito Galileu, cuja mensagem foi passada através do médium C.F. Perda de tempo tentar ocultar-se atrás das iniciais: era mesmo o Camille Flamarion. TODA essa comunicação passada por Galileu é furada: não passou de um fenômeno de animismo.
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Sem conhecer bem Astronomia, acho melhor não discutir muito esse caso. A mim só me interessa o MOMENTO e a revelação do evento, mesmo que erroneamente, pois fazia sentido na ocasião. Não creio que naquela época seria possível distinguir claramente qual era o polo norte ou sul de Urano, considerando que quanto maior o aumento de um telescópio na Terra, pior a imagem fica pela interferência da atmosfera. Daí então ficaria, supostamente, difícil saber se os satélites faziam mesmo órbita retrógrada ou prógrada ou se o próprio planeta girava em sentido retrógrado.
julho 5th, 2011 às 12:19 PM
Gilberto não vou mais discutir contigo. Não há grandes utilidades para isso. Somente te digo que tu não conheces como se dá o processo mais elementar da reencarnação.
Quanto a Kardec, ele foi cético por muito tempo e o que ele colocou em seus livros sobre ciência, é o que se tinha conhecimento na época. As descobertas científicas, para Kardec, nunca foi problema, mas sim solução.
Estudar sempre e humildade é sempre bom!
julho 5th, 2011 às 12:48 PM
Matusa,
NINGUÉM conhece como se dá o processo mais elementar da reencarnação. Nem Stevenson, que foi quem mais estudou o assunto. Inclusive, Stevenson contraria Kardec em muitos pontos. Por exemplo, no LE é dito que a reencarnação inicia na concepção, mas Stevenson apresenta vários casos que a reencarnação só poderia ter ocorrido meses após a gravidez e em alguns casos só após o nascimento.
julho 5th, 2011 às 1:25 PM
É estranho falar com tanta certeza de uma ciência que não é exata. Pensa-se que o que se sabe hoje é toda a verdade e logo em seguida descobrimentos mostram que se estva equivocado em determinada opinião.
História não é matemática, meus caros.
julho 5th, 2011 às 3:05 PM
E eu vou mais além. Teve uma menina de 18 anos, quando eu tinha 19 , em que eu reencarnei no corpo dela, sem brincadeira, 8 vezes no mesmo DIA!!!! Ah, o doce sabor da juventude… E olha que eu só tomava na época Citrovit e Taffman E!!!
julho 6th, 2011 às 9:23 PM
“O objetivo deste site é analisar cientificamente livros ou mensagens ditos “psicografados”
Bom, está claro para todos lerem o objetivo do site. Neste caso, houve uma análise científica ? Será que os colegas de descrença deixaram de lado o método científico ? Introdução, justificativa, metodologia rigorosamente planejada, inferência estatística. Ora meus amigos, qualquer pessoa numa palestra, diz o que quer… Aquilo é a opinião pessoal dele. Há comentários interessantes ? Há, com certeza, pois leva a uma reflexão. Mas não temos o direito de nos arvorarmos no sentido de bater o martelo da verdade. Não sou historiador, sou formado em Biologia. Não tenho condições de analisar historicamente item a item. Mas o que posso dizer é que ele fez recortes de frases e foi explicar…
Não vi método, não vi publicação…Não vi nada.
Isso pelo menos eu sei. E neste caso, o presente estudo não atendeu ao objetivo do blog. Mas se a excassez de análises científicas são significativas, justifica-se então, essa postagem…
Abraços
julho 6th, 2011 às 9:27 PM
E lembrando. Comete-se uma falácia de autoridade. A falácia é de fácil detecção. Historiador de tal instituição afirma que tal coisa …etc.
Transmitir opinião pessoal através de uso de falácia de autoridade é contestável. O fato dele ser Historiador não o qualifica em definitivo nem o deixa imune à refutações.
Abraços
julho 6th, 2011 às 10:24 PM
Rafael,
ninguém aqui está dizendo que o Historiador é imune às críticas. Inclusive na palestra ele abriu espaço ao contraditório, às críticas. Agora, uma coisa é opinião pessoal, outra coisa é o consenso da comunidade científica. O Lair busca apresentar o consenso da comunidade científica, dados, fontes, fotos dos artefatos descobertos que dão ao menos uma base mínima para o que ele diz. Se quiser algo no formato de artigo, procure pelos textos do José Carlos Ferreira Fernandes aqui no blog mesmo.
julho 6th, 2011 às 11:44 PM
Como se dizia na década de 1980, o sr. Matusalém “não entendeu minha proposta”.
Claro, a culpa, em parte, foi minha. Talvez não tenha sido muito claro, ao deixar margem para a falácia (sofisma) de se separar o “movimento espírita” (as pessoas que integram a denominação religiosa) da doutrina (a religião tomada abstratamente em seus preceitos). Acontece que de nada adiantou o Espiritismo se propor a acompanhar o desenvolvimento da Ciência se, na prática, isto não se deu, inclusive em termos institucionais: quantos institutos de pesquisa científica nós conhecemos que tenham sido fundados por federações espíritas? Há esse interesse, na prática?
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Matusalém retruca: “E Kardec disse: Se em algum ponto a ciência discordar do espiritismo, o espiritismo deixa este ponto e segue a CIÊNCIA.” Ora, pois é justamente isto que o Espiritismo, enquanto movimento, NÃO está fazendo; e, por consequência, a doutrina espírita, cuja atualização depende do “movimento” espírita (= o conjunto de encarnados que se dizem espíritas e deveriam zelar por sua atualizaçaõ científica), acaba não realizando.
Botar a culpa “apenas” na maioria (sic!) dos espíritas, como se apenas 0,1% deles pudessem carregar o piano da pesquisa científica e filosófica nas costas, sem apoio institucional das federações, por exemplo (e, ainda por cima, com os outros 99,9% dos espíritas atrapalhando e dizendo que “o mais importante mesmo é a caridade”), é uma trapaça demagógica. Mal comparando, é como dizer que “apenas a maioria dos padres católicos é pedófila” e que a Igreja não tem culpa disso, embora tenha protegido esses pedófilos por décadas.
Se qualquer movimento religioso (tal como os filosóficos ou políticos) fracassa em realizar suas propostas, por melhores ou mais sensatas que elas pareçam, isto acaba manchando sua doutrina de qualquer forma, por melhor que ela tenha sido. Uma ideologia religiosa (ou filosófica, ou política) que fracassa em sua implementação dá margem a que se questione se seus pressupostos eram realmente corretos e factíveis.
Alguma coisa tem saído errado no Espiritismo, meu caso Matusalém, e botar a culpa em “apenas 99,9%” dos espíritas não explica muito. Porque, então, o Espiritismo não tem sido capaz de formar “cientistas espíritas”?
Atenciosamente,
Sebastião Pinheiro
julho 6th, 2011 às 11:55 PM
ERRATA:
Onde se lê: “meu caso Matusalém”, no último parágrafo, leia-se “meu caro Matusalém”. (Erro de digitação, claro…)
Obrigado
S.P.M.
julho 7th, 2011 às 1:54 AM
O espírito afirmar q foi testemunha ocular não é questão de impor autoridade.É uma evidência,pelo menos para quem está escrevendo. É muito provável q esse historiador não tenha lido os livros e se leu não pegou o fio da meada,pois Emmanuel e Ramatís destilam humildade nos textos.
Ele desconhece,mas existe o animismo,q é o fenômeno pelo qual o medium não consegue traduzir fielmente o pensamento do espírito. Mesmo com o maior dos mediuns,o Chico Xavier ,isso aconteceu. Podem perceber q seus livros puxam para o lado católico,pelo fato de ter sido sua religião de formação. Ele naturalmente tendenciou para esse tipo de interpretação. No caso do espírito Ramatís,seu médium era maçon ,tendendo os escritos bastante para essa visão.
julho 7th, 2011 às 4:26 PM
Esse rafael e o meu chara 🙂
julho 7th, 2011 às 4:38 PM
Vou alterar o meu nome para nao se pensar ser a mesma pessoa
julho 7th, 2011 às 4:56 PM
Rafael nao acho que em nenhum momento se bateu o martelo. Analisando as postagem do vitor vc percebe nitidamente uma serie de provas e indicios que corraboram com certas teorias. Muita gente se convence. No final, cada um faz seu juizo de valor. Mas ninguem bate o martelo. Pra mim, bater o martelo sera quando as informacoes do site do vitor estiver em enciclopedias, livros didadicos de escolas e faculdades.
Nao estou dizendo que discordo do vitor, pelo contrario, concordo com muitas coisas, mas nem tudo concordo. Assim como eu, a sociedade ainda nao se convence de tudo e por isso nao se bate martelo.
Rafael, quanto os trechos iguais que vc citou, sao muitos os trechos do livro de chico que sao levemente alterados logico que isso nao da nem 5 % do livro, mas tem outros trechos que nao sao levemente alterados porem percebe-se nitidamente que chico copiava a mesma ideia, mostrando um verdadeiro plagio.
Livros que nao se tenta fazer plagio vc dificilmente achara trechos iguais ou parecidos. Se quizer faca um experimento veja se ha trechos semelhantes entre os livros de eca de queiroz e casimiro de abreu. Vc nao achara nem de perto a similitude que ha entre os trechos dos livros escritos pelo chico e os outros livros de outros autores.
Fora isso, vc tem outras evidencias que corraboram com a fraude, como, por exemplo, gravacoes de waldo dizendo ser tudo mentira, o sobrinho dele e outros…
Apesar disso, ainda, na minha opiniao, nao considero excluida a possibilidade de chico ser um verdadeiro medium, especiialmente porque suas obras podem realmente ter semelhanca com a de outros mediuns do passado devido a influencia do mundo espiritual. Fora outros inumeros casos relacionados a vida de chico chavier que nao passaram pela analise do blog que sao fortes indicios da mediunidade dele
julho 7th, 2011 às 5:02 PM
O problema de se tentar provar a existencia de vida pos morte passa especialmente pelo fato de nao ser possivel repetir experimentos.
Provar uma lei da fisica e muito simples porque pode-se tentar o tempo todo.
Provar a existencia de vida extraterrestre tb e um grande problema, pois nao da para se repetir e ainda depende da boa vontade “deles” aparecerem para comprovar a teoria
julho 7th, 2011 às 5:08 PM
Ate que a escrita saiu boa dessa vez. Sempre que escrevo com pressa erro tudo
julho 7th, 2011 às 5:36 PM
Sebastiao concordo muito contigo cara. Li alguns livros do kardec e ele claramente, na sua epoca, trazia uma ideia de espiritismo correndo junto com a ciencia, mas infelismente essa tese foi muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito distorcida pelos espiritas brasileiros.
Isso a gente ve claramente nos livros dele. Ele sempre pregou um espiritismo cientifico, o que nao fazem os espiritas aqui. Tratam como uma religiao
Nos centros espiritas que eu frequento, eu vejo isso claramente. Uma vez perguntei para a monitora:
-eu posso questionar kardec.
Ela me respondeu:
– nao
Eu disse:
-Mas o propio kardec nao disse que desejava que nao houvesse dogmatismo
Ela disse:
-Vc precisa ter autoridade para questionar kardec
Eu depois disso pensei:
-Afinal qual a diferenca do espiritismo pra outras religioes. Nao era isso que kardec desejava
julho 8th, 2011 às 1:18 AM
Rafael disse: “Pra mim, bater o martelo sera quando as informacoes do site do vitor estiver em enciclopedias, livros didadicos de escolas e faculdades.”
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É mais um espírita invertendo o ônus da prova. Os espíritas é que têm que provar suas pseudo-teorias e coloca-las “em enciclopedias, livros didadicos de escolas e faculdades”. Suspeito que isso NUNCA vai acontecer… O martelo já foi batido, infelizmente, pro espiritismo brasileiro…
julho 8th, 2011 às 4:43 AM
Nao sou espirita kardecista.
Um dia, fazer fogo com madeira velha, foi a maior tecnologia do homem. Hoje o dominio do fogo é algo muito simples para qualquer um.
Um dia viagens a lua era um sonho. Hoje ja podemos dizer que viajamos a lua, bem como podemos fazer isso a qualquer momento com um certo custo é claro.
Um dia, clonagen humano era coisa de filmes de ficção, mas hoje temos tecnologia para faze-la.
O que eu acho mais interessante e linda na historia do homem é isso, o preconceito ,a impossibilidade e os dogmas cedem espaço com o tempo, que passa e o preconceitos caem(negros podem votar e gays podem se casar ?) a impossibilidade se torna possivel(viagem a lua? clonagem humana ? lula presidente ?China super potencia ?) e os dogmas são derrubados(deus existe ? posso ser ateu nao acredito em deus!).
É linda a historia o novo entra em cena e o velho sai sempre dirigindo ao progresso humano.
julho 8th, 2011 às 12:59 PM
Meus amigos, creio que os confrades estejam um pouco enganados. A ciência espírita morreu ? O espiritismo não avança no campo científico ? Devemos ter o cuidado ao fazer afirmações neste sentido. É preciso entender o seguinte: A marcha que o Espiritismo faz é de acordo com a vontade dos Espíritos. ALLAN KARDEC, na revista espírita (1868) se não me engano a data, afirma que os aspectos do Espiritismo (filosofia, ciência e moral) podem não avançar de forma igual nas diversas regiões do mundo. Que em algumas partes um aspecto avança mais que o outro e se isso acontece, é porque, assim querem os espíritos. Se ele encontra resistência num ponto, ele rodeará este ponto, e quebrará suas bases ao redor e nunca tentará bater de frente, porque o Espiritismo mina o materialismo sem que este o perceba, até o momento fatal… Assim se explica porque na França, o Espiritismo caminha a passos lentos, haja vista mudanças em sua marcha. Admito, não sei os reais motivos desse fato, diferente do Brasil, onde fervilha com toda força, no aspecto filosófico e moral…
A parte científica do Espiritismo é a mais complexa. Há inúmeros pesquisadores espíritas pelo Brasil meus colegas. Há cursos de pós-graduação em Espiritismo (latu senso), cursos de extensão…Há instituições espíritas voltadas à parte acadêmica. No campo da transcomunicação, temos diversos pesquisadores se dedicando a isso. É tímido ? Sim, é tímido. Mas demonstrar uma realidade invisível e sutil usando de uma metodologia não muito adequada, é bem complicado. Semelhante a Mendel, que falava dos Genes, ao seu tempo, mas não tinha condições de demonstrar a sua realidade…Por isso falava de fatores…
julho 8th, 2011 às 1:01 PM
Não é o Espiritismo que provará o que diz exclusivamente. A própria Ciência confirmará o que diz o Espiritismo.
O espiritismo sem a Ciência, lhe faltará apoio e comprovação. A ciência sem o Espiritismo, ficará restrita apenas a um paradigma….E não conseguirá solucionar certos problemas…
julho 8th, 2011 às 1:04 PM
A Ciência não se preocupa com Deus e nem deve…Faça a sua parte. Mas ela estuda as leis que regem a Natureza. O espiritismo está inserido nestas leis naturais. A existência de espíritos é uma destas leis, a mais sutil e imperceptível…
A Ciência não demorará a encontra-los…
julho 8th, 2011 às 1:25 PM
Rafael disse: “Não é o Espiritismo que provará o que diz exclusivamente. A própria Ciência confirmará o que diz o Espiritismo.
O espiritismo sem a Ciência, lhe faltará apoio e comprovação. A ciência sem o Espiritismo, ficará restrita apenas a um paradigma….E não conseguirá solucionar certos problemas…”
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Amigo, seu otimismo é extraordinário. Além disso, me diga: em que países o espiritismo avança mais? É pura retórica vazia. No censo BRASILEIRO de 2000, o pequeno crescimento do espiritismo não chegou a repor as perdas dos anos anteriores. Em novembro deste ano os resultados de 2010 serão sabidos. Será que o código 610, que inclui uma gama imensa de espiritualistas, vai crescer? Se não, ONDE é que o espiritismo cresce? Diríamos, em qualidade e não em quantidade? Bilhões de católicos (a religião que mais cresce nos EUA), bilhões de budistas e bilhões de muçulmanos, e centenas de milhões de ateus estão errados? E 2,3 milhões de brasileiros estão certos? Mesmo assim tal número engloba a seguinte salada mista do IBGE:
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“ADEPTO ESPIRITISMO”=>”610?,
“ALAN KARDEC”=>”610?,
“AMOR E CARIDADE”=>”610?,
“AMOR E VERDADE”=>”610?,
“ANDRE LUIZ”=>”610?,
“CARDECISMO”=>”610?,
“CARDECISTA”=>”610?,
“CENTRO DE MESA”=>”610?,
“CENTRO ESPIRITA”=>”610?,
“CENTRO ESPIRITA ALAN KARDEC”=>”610?,
“CENTRO ESPIRITA ANDRE LUIZ”=>”610?,
“CENTRO ESPIRITA BENEFICIENTE”=>”610?,
“CENTRO ESPIRITA BEZERRA DE MENESES”=>”610?,
“CENTRO ESPIRITA LUZ DA HUMANIDADE”=>”610?,
“CENTRO ESPIRITA RAMATIS”=>”610?,
“CENTRO ESPIRITA REDENTOR”=>”610?,
“CENTRO RADIACAO ESPIRITA”=>”610?,
“COMUNHAO ESPIRITA”=>”610?,
“CRUZADA ESPIRITA”=>”610?,
“DOUTRINA ESPIRITA”=>”610?,
“ESPIRITA”=>”610?,
“ESPIRITA AMOR DIVINO”=>”610?,
“ESPIRITA BEZERRA DE MENESES”=>”610?,
“ESPIRITA CAMINHO DO DAMASCO”=>”610?,
“ESPIRITA CARDECISTA”=>”610?,
“ESPIRITA CIENTIFICA”=>”610?,
“ESPIRITA CIENTIFICA FILOSOFICO”=>”610?,
“ESPIRITA CIRCULO BRANCO”=>”610?,
“ESPIRITA ECUMENICA”=>”610?,
“ESPIRITA FRANCISCO DE ASSIS”=>”610?,
“ESPIRITA FRATERNIDADE”=>”610?,
“ESPIRITA FRATERNIDADE MICAEL”=>”610?,
“ESPIRITA FUNDAMENTALISTA”=>”610?,
“ESPIRITA JOANA DARC”=>”610?,
“ESPIRITA KARDECISTA”=>”610?,
“ESPIRITA LINHA BRANCA”=>”610?,
“ESPIRITA LIVRE PENSADORA”=>”610?,
“ESPIRITA MEDIUNICA”=>”610?,
“ESPIRITA MESA BRANCA”=>”610?,
“ESPIRITA ORTODOXA”=>”610?,
“ESPIRITA RACIONALISTA”=>”610?,
“ESPIRITA REDENTORISTA”=>”610?,
“ESPIRITA SAMALISTA”=>”610?,
“ESPIRITA TUPYARA”=>”610?,
“ESPIRITA UNIVERSAL”=>”610?,
“ESPIRITA UNIVERSALISTA”=>”610?,
“ESPIRITA VIA DE JESUS”=>”610?,
“ESPIRITA VIDENTE”=>”610?,
“ESPIRITISMO”=>”610?,
“ESPIRITUAL RAMOS NOGUEIRA”=>”610?,
“FEDERACAO ESPIRITA”=>”610?,
“FEDERACAO ESPIRITA DO BRASIL”=>”610?,
“FEDERACAO ESPIRITA KARDECISTA”=>”610?,
“GRUPO FRATERNIDADE HUMBERTO”=>”610?,
“IRMA SHEILA”=>”610?,
“IRMANDADE ESPIRITUALISTA”=>”610?,
“IRMAS DA CARIDADE”=>”610?,
“IRRADIACAO ESPIRITA CRISTA”=>”610?,
“JESUS ESPIRITA”=>”610?,
“KARDECISTA”=>”610?,
“MENSAGEIRO DA PAZ”=>”610?,
“RACIONALISMO ESPIRITA”=>”610?,
“RAMATIS”=>”610?,
“RAMATIZISTA”=>”610?,
“UNIAO ESPIRITA”=>”610?
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Quais desses investe em ciência? Com certeza o Itupyara não o faz. Eu o conheço bem e lá é um espetáculo de circo de mágicas ridículas. E o Ramatizismo? Esse eu conheço melhor ainda, e o máximo de ciência que eu vi no Instituto Ramatiz aqui do Rio, foi uma salinha onde se colocou uma TV fora de sintonia, todos nos concentramos, e o médium, ao reproduzir o VHS, viu uma cabeça de E.T. no borrado da imagem. Pra mim parecia ser o “Cérebro”, do desenho do Spielberg. o sujeito jurou de pés juntos de que aquilo se tratava de “transcomunicação”. Mas essa “ciência” já caiu por terra há algumas décadas, por conta das incontáveis fraudes e da criação de hoaxes (“Lá na França, um tal pesquisador viu que…” Lá na Itpalia, um pesquisador foi condecorado pelo Papa…” “Lá na Inglaterra, um médiu gravou uma prova indiscutíve que…” Histórias inventadas, que de tanto serem repetidas, viraram “verades”. É o máximo de “ciência” que eu vi em centros.
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Desculpe, Rafael, mas a sua retórica é manjadíssima e digo que você não faz por maldade, mas a dinâmica do espiritismo é essa, e você caiu nela.
julho 8th, 2011 às 6:17 PM
Eu fui espírita durante muitos anos. E o que tenho a dizer àqueles que ainda o são, é que desejo, sinceramente, que procurem exercitar a faculdade de pensar, questionem (sem medo) tudo aquilo que lhes parecer inverossímel e dêem-se o direito de amadurecer e enxergar a realidade. E a realidade, eu asseguro-lhes, é que o espiritismo, tal como todas os demais credos religiosos, não passa de uma ilusão, uma mentira, uma perda de tempo. Não existe, realmente, a mais leve evidência de que existam espíritos ou reencarnações. Tampouco é provável que exista alguma divindade. Deus é um mito criado pelos homens. Simplesmente, não existe. Não há a mais pálida evidência de que exista. Deus é tão real quanto o Coelhinho da Páscoa, acreditem. Então, amigos, aceitem o conselho que já deverão ter ouvido alguma vez: “-Já que provavelmente Deus não existe, parem de se preocupar com isto e aproveitem suas vidas”. Sejam livres e procurem ser felizes. Esqueçam essa bobagem de Deus e religiões. Um bom abraço.
julho 8th, 2011 às 11:22 PM
Antônio G. Você disse que foi espírita a muitos anos, mas terminou se tornando ateu… Na verdade espírita nunca fôstes…Quem realmente compreende o Espiritismo adquire uma fé inabalável que pode encarar a razão face à face em todas as épocas da humanidade.
Com o Espiritismo, os laços familiares estão assegurados. Com o niilismo ou ateísmo, a vida material é apenas um acidente evolutivo, onde uns a perdem mesmo no ventre materno, enquanto outros a gozam até a velhice … onde não há lugar para consolação ou o respeito… É cada um por si, pois como você disse, carpe diem…Antes que seja o fim absoluto.
Obrigado pelo convite a se tornar um cético descrente.
Mas fico com o Espiritismo.
julho 8th, 2011 às 11:29 PM
Gilberto vc disse: Além disso, me diga: em que países o espiritismo avança mais? É pura retórica vazia. No censo BRASILEIRO de 2000, o pequeno crescimento do espiritismo não chegou a repor as perdas dos anos anteriores. Em novembro deste ano os resultados de 2010 serão sabidos. Será que o código 610, que inclui uma gama imensa de espiritualistas, vai crescer? Se não, ONDE é que o espiritismo cresce? Diríamos, em qualidade e não em quantidade? Bilhões de católicos (a religião que mais cresce nos EUA), bilhões de budistas e bilhões de muçulmanos, e centenas de milhões de ateus estão errados? E 2,3 milhões de brasileiros estão certos? Mesmo assim tal número engloba a seguinte salada mista do IBGE:
Eu respondo: Os católicos fazem ciência ? Não. É uma religião. Os budistas ensina a filosofia da vida. Nâo faz Ciência. Os ateus não constituem nenhum sistema ideológico. Simplesmente se apoiam na Ciência. Não acreditam em Deus e mais nada. Caso, um dia a Ciência descubra algo sobre Deus…todos automaticamente terá que se tornar teístas…
O Espiritismo não é uma religião. Seu caráter é de uma ciência e de uma filosofia. No campo da ciência, diverso espíritas estão fazendo suas pesquisas. Você é que não está enxergando.
julho 8th, 2011 às 11:38 PM
Aqui mesmo, no blog do vitor, há um artigo científico a respeito de mediunidade que trás resultados interessantes a respeito do fenômeno.
Mas os autores falam como se tivessem pisando em ovos. Ou seja, o tabú é grande.
julho 9th, 2011 às 7:54 PM
Rafael no espiritismo kardekista ou brasileiro nao a nada de ciencia. Gilberto esta coberto de razao.
E uma religiao igual as outras. Nao existe essa rtal vertente religiosa e cientifica.
As pessoas buscam o espiritismo ou qualquer uma religiao para suprir o vazio que sentem dentro de si.Nao ha nada de fe ou verdade universal
julho 9th, 2011 às 7:55 PM
No fundo no fundo ninguem acredita em nenhuma dessas religioes, apenas fazem isso para suprir suas carencias, medos e outras coisas.
Essa e a grande verdade, na minha opiniao
julho 10th, 2011 às 1:03 AM
Rafael Maia, ainda bem que você disse: Na sua opinião. Bom, para você questionar o Espiritismo, é preciso estudar o espiritismo…Mas não apenas por uma semana, por um mês…ou mesmo 1 ano…
Não meu amigo. É preciso se aprofundar seriamente em todos os sentidos. Assim, como Biólogo, não posso falar sobre conteúdos que eu não sei, você não pode falar de conteúdos que não sabe.
Já fez isso ? Todos nossos colegas aqui estão com a xícara cheia…
Por isso, nada mais entra em suas mentes.
Até mais
julho 11th, 2011 às 9:59 AM
A discussão está tão boa que eu resolvi participar também.
Sou agnóstico, porque eu não consigo acreditar em nenhuma religião formal. Nunca tive oportunidade de conhecer uma religião livre de conflitos, de dogmas e voltada pura e simplesmente para ajudar a humanidade.
Mas também tenho parentes ateus radicais, que não admitem nenhum tipo de discussão que não tenha uma base científica. Aliás, eles não admitem nenhum tipo de discussão sobre Deus, porque para eles Deus não existe e algo que não existe não deve ser discutido.
É difícil argumentar com pessoas assim, porque elas próprias já furam todos os princípios da ciência que tanto admiram.
Um dos princípios mais básicos da ciência diz que: Para toda ação existe uma reação (em sentido contrário e de igual intensidade). Para a ciência, não existe efeito sem causa, certo? Ora, qual é a causa do universo?
Isso é citado por Kardec em seu Livro dos Espíritos, acho que nas primeiras 10 páginas. E ele vai além: “Achar que Deus não existe é acreditar que o Nada pôde ter feito alguma coisa”.
São premissas bastante razoáveis, na minha opinião.
Será que eu é que estou ficando cego pelo espiritismo nessas minhas conclusões?
Humildemente pergunto aos ateus: o que têm a dizer sobre isso? Têm como derrubar esses argumentos codificado pelo Kardec sobre a existência de Deus?
julho 11th, 2011 às 11:16 AM
Kiko,
sim, tem como derrubar sim. Há efeitos sem causa. De acordo com a teoria quântica corrente, existem eventos “acausais”, não-influenciávies — eventos que acontecem de modo totalmente aleatório. Isso incluiria decaimento radioativo, flutuações de ruído térmico, e medições de estados quânticos sobrepostos. Kardec, assim, foi refutado.
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Sugiro que você leia essa matéria: http://obraspsicografadas.haaan.com/2008/alguns-problemas-do-livro-dos-espritos/
julho 11th, 2011 às 12:21 PM
Pois foi exatamente por compreender “muito bem” o espiritismo que eu cheguei a conclusão de que é falso. E, justamente por já ter sido um crente, é que entendo e respeito o sentimento de quem acredita. Mesmo porque, sei muito bem que, para se chegar ao nível de percepção que leva as pessoas a deixarem estes sentimentos de lado e entenderem como se processam os fenômenos da fé, é preciso antes passar pela etapa do crer. É uma questão de evolução, não há como “queimar etapas”. Por ora, eu apenas me permito sonhar com um mundo sem fé, sem dogmas e crenças religiosas. Um mundo pautado pelo bom senso, humanidade e respeito à natureza. Um mundo onde a racionalidade estaria muito acima do medo das punições e expectativas de recompensas. Tenho certeza de que seria um mundo muito melhor.
julho 11th, 2011 às 12:42 PM
Não acho razoável supor que, pelo simples fato de não sabermos exatamente como foi que surgiu o universo e a vida – questões que a ciência ainda investiga e sobre as quais teoriza – que devemos acreditar que foi uma entidade superior, denominado Deus, que criou e dirige tudo o que existe. Este é apenas um pensamento mágico, uma tentativa simplista de explicar o que não conseguimos entender. Não há, como já disse, nenhum indício, nenhuma evidência de que exista um Deus. No entanto, muitos acreditam que exista. E acreditam apenas porque este pensamento lhes foi imposto “goela abaixo”, sem dó nem piedade. É o que fazemos com nossas crianças, “obrigando-as” a acreditarem em nossas ilusões. Incitando-as a participarem, por exemplo, de cursinhos de “doutrinação espírita”. Uma “lavagem cerebral”. Um verdadeiro crime contra a mente de seres indefesos. Tudo feito na maior “boa fé” e sob os auspícios dos mais “elevados objetivos espirituais”. E sob a inspiração de “piedosos mentores espirituais”. Já pensaram seriamente nisso? Bobagem pura. É a ignorância e vaidade dos adultos deturpando a mente de inocentes. Uma lástima. Nós, seres pensantes, não somos criaturas de Deus. Muito pelo contrário, Deus é que é uma obra de ficção dos seres pensantes. E, ironicamente, mesmo sendo pura obra de ficção, é verdadeiramente nocivo. Deus faz mau à saúde mental.
julho 11th, 2011 às 5:49 PM
Quando é feito aquela brincadeira antiga do telefone sem fio, em poucos minutos a frase dita no início da conversa se transforma em algo completamente diferente, agora se discuti se os textos estão fiéis ao que de fato aconteceu a dois mil anos atrás. É óbvio que as coisas são distorcidas, seja por fanatismo, ingenuidade, emoção, ignorância ou interesse próprio, mas são distorcidas. Pergunte a duas pessoas que viram o mesmo acidente, como ele aconteceu, tomadas pela emoção, cada qual contará de uma maneira. Se existiu Jesus ou não, é o que menos importa, se coisas atribuídas a ele como, “Amai-vos uns aos outros como a si próprio”, ou “Amai-vos uns aos outros como vos amei”, ou qualquer frase que te leve a acreditar que é mais importante querer o bem do teu semelhante ao querer o mal ou não se importar, então há algo bom ali, “não julgueis para não serdes julgados” ou qualquer coisa que te faça ver que não tens o direito de julgar ninguém por que ainda não terminou tua caminhada para dizer que foi perfeito.
Não importa qual religião siga, qual fé te faça levantar da cama, admira o homem pelas obras e não pelas palavras, se é bom em apontar o defeito dos outros, comece apontando para aquele que tu vê todos os dias em frente ao espelho, uma vez corrigido todos os defeitos desse, ajuda teu semelhante a chegar lá também, sem cobrar nada.
julho 11th, 2011 às 7:50 PM
Vitor, vamos assumir que o NADA é a ausência de tudo. Não existe absolutamente NADA ali. Quer dizer que segundo essa teoria, a Física Quântica e toda a natureza surgiram do NADA, do vácuo total, do zero absoluto. De repente estava lá o NADA e plim, teve origem tudo que você conhece e que ainda não conhece? Não existia nenhum princípio inteligente e de repente tudo se fez num passe de mágica? O big-bang eclodiu sem nenhuma causa, sem razão de ser? E hoje bits invisíveis trafegam por vias digitais sem que pra isso tivessem um princípio?
O homem ainda não tem poderes para decifrar os genes humanos. É incapaz de reproduzir um homem segundo as qualidades que deseja. Quero dizer, o homem não consegue desenhar uma mulher no computador, programar o código genético dela e assim criar um ser humano. Isso partindo de todo o conhecimento que ele tem. Imagine o NADA tentando fazer isso, sem conhecimento algum, sem existência, sem equipamentos, sem microscópios, simplesmente NADA.
Pode até ser que essa sua teoria de que não existe uma causa seja verdade, mas tem que ter muita fé no NADA pra acreditar nela. Eu admiro mesmo mas não tenho toda essa fé. Prefiro acreditar em Deus que no meu entender é algo mais racional.
julho 12th, 2011 às 5:29 PM
A afirmação de que não há efeito sem causa é uma premissa falsa. Quem disse que tudo tem que ter uma causa ou um porquê? Teria sido Allan Kardec, na resposta à pergunta nº 4 do Livro dos Espíritos? Por favor! Qual é a credibilidade deste pseudocientista? Não foi mais do que um maluco, vaidoso e farsante. Essa bobagem, eu conheço bem. Mas, falando com sensatez, já está evidenciado pela ciência que, muito do que se observa no universo, não tem uma causa. Simplesmente, é. Mas, se isso deixa alguma mente muito confusa, e resitente à verdade, desculpe-me pela informação.
julho 13th, 2011 às 5:50 PM
Antonio G., o que te fez desacreditar no espiritismo?
julho 14th, 2011 às 11:07 AM
Resposta ao Wilson: O que me fez desacreditar no espiritismo e nas religiões em geral, foi a decisão que tomei de começar a duvidar do que me parecia mal explicado, a questionar dogmas e afirmações sem qualquer evidência, a não mais permitir-me ser enganado por pessoas intelectualmente pouco capazes e, especialmente, começar a pensar. Pensar sem medo, sem culpa e sem preconceito. A isto também se chama “amadurecer”.
julho 15th, 2011 às 8:15 PM
Antonio, entendo tua posição, há muitos anos atrás me peguei na mesma situação, no entanto eu acreditava em determinadas respostas para as minhas perguntas, respostas que fizessem lógica, ao menos ao meu raciocínio, e confesso que ao ler o livro dos espíritos encontrei a maioria das perguntas que me fazia e as respostas como acreditava serem as mais lógicas, na verdade parecia que eu havia formulado as perguntas e eu mesmo as respondido. Por muitos anos meu comportamento era de acordo com o que diz o espiritismo sem eu saber da sua existência. Devo aos meus pais, católicos, o caráter que tenho hoje, sempre fomos muito pobres, passando por necessidades até, mas sem nunca desonrar ninguém, sempre sendo honestos, e vi no espiritismo algo bom, sempre questiono tudo e filtro de tudo o que eu acho que me torna uma pessoa melhor, aliás, faço isso em tudo, mas digo especialmente no espiritismo porque sempre que posso, leio algo da área, e gosto muito das leituras, não me atenho a nomes nem fatos, apenas ao que acho interessante.
A questão do blog, se refere aos erros dos livros psicografados, estou longe de querer justificar algum dos erros citados, deixo isso pra quem escreveu, publicou e ganhou com isso, mas vejamos a história hoje, se olharmos televisão pra ver o que aconteceu no senado hoje, já veremos mentiras, mentiras essas que se perpetuarão, não é diferente da história contada por escrituras X ou Y, eu simplesmente leio e no que acho que faz sentido, que tem lógica, acredito, caso contrário, que me perdoe aos que se ofenderem, eu não acredito e pronto.
Certa vez uma moça de uma religião que não importa agora, me disse que me convenceria a se tornar um adepto, eu disse que ela era livre pra tentar, então ela começou me perguntando se eu acreditava na bíblia, eu disse que em algumas coisas sim e outras não, então ela me disse, “Não, ou acredita ou não”, eu disse, “Não acredito então, se é da tua maneira, eu não acredito”, mas claro, continuei pensando da minha maneira, mas se era o que ela queria ouvir então disse. Ela então disse que eu iria arder e tal… achei tão fácil sair da fila que vai pro céu, ainda pensei, deve ter pouca gente lá. Mas queria complementar que penso, talvez uns dos meus maiores defeitos seja pensar demais, não me considero uma pessoa burra, e não vejo no espiritismo algo de tão ruim, as pessoas sim são ruins, já cheguei a pensar que os centros espíritas mais corretos estão parecendo a igreja católica do início, com seus rituais, talvez daqui a 2.000 anos sejam iguais, mas colho do espiritismo o que talvez de melhor ele tenha, assim como do catolicismo, como em tudo, se olharmos bem, de tudo é possível tirar o melhor.
Abraço ao amigo.
julho 18th, 2011 às 4:44 PM
Certo, Wilson. Também eu não acho que o espiritismo seja algo ruim em si mesmo. É apenas uma das inúmeras crenças religiosas que existem no planeta. E, até por ter sido um adepto por muitos anos, acho que é uma das menos ruins (partindo do princípio de que todas as religiões são ruins para a mente das pessoas). Explico: Muitas religiões têm nas suas práticas a intenção clara e objetiva por parte de seus líderes, a exploração financeira de seus adeptos. Na minha opinião, é uma prática crimimosa. Outras religiões têm outros objetivos de dominação social, intelectual, política, etc. Não encontrei no espiritismo objetivos assim tão nefastos à mente e ao bolso de seus adeptos. Pelo contrário, os espíritas mais convictos são, em geral, pessoas de boa vontade e boa índole. Não têm por objetivo explorar seus semelhantes. O problema que eu identifiquei no espiritismo é de outra ordem: A vaidade intelectual, a necessidade que têm os “médiuns” de serem reconhecidos e admirados pelos seus supostos poderes especiais de comunicarem-se com o além. Por conta desta vaidade, desenvolveram uma doutrina falsa, baseada em premissas falsas e fundada em práticas falsas. O fato é que não existe mesmo nenhuma forma de comunicação com espíritos (até porque, provavelmente, espíritos não existem). Os médiuns, infelizmente, falseiam permanentemente a realidade, uns para os outros e perante os adeptos, cada um, a seu turno, sabendo que não tem qualquer poder paranormal, mas mantém a posição diante dos outros. E assim, todos fingem que tem mediunidade, simulam uns para os outros e o círculo vicioso vai se perpetuando. Acredite em quem sabe o que está dizendo: Todos simulam. É tudo falso. E a causa primária é a vaidade. Por isso é que eu disse lá atrás: Ressalvando os vigaristas (que também existem no espiritismo), o propósito não é de lucro financeiro ou qualquer ganho material. É desejo e necessidade de afirmação, admiração e reconhecimento.
julho 18th, 2011 às 7:21 PM
Também noto isso Antonio, vaidade, necessidade de admiração, sentimentos que não acrescem em nada na moral da pessoa, li esses dias uma frase que dizia mais ou menos assim “elogios não me elevam e críticas não me derrubam”, gostei muito da frase, aliás, gosto de frases curtas, as vezes dizem mais que infindáveis discursos. Mas entendo exatamente ao que tu se refere. Abraço!
julho 20th, 2011 às 7:31 PM
Antonio G.
Interessante a sua colocação sobre a vaidade dos médiuns. Contudo, ela não me impressiona. Teria você exemplos concretos e conhecidos a apresentar? Mas veja bem que eles devem refletir uma condição geral e não apenas casos particulares, perfeitamente observados em pessoas tipo “nariz em pé”.
O suposto médium pintor Gasparetto ficou assediando o Chico Xavier, na esperança de obter dele um aval para as telas ele sujou. Mas Chico só enrolava e não lhe dava o que queria. Não era pra menos. Chico sentia que Gasparetto, assim como o irmão e a mãe, são médiuns interesseiros, que desejam lucrar com sua mediunidade. E quanto mais reconhecimento e aclamação recebem, mais a vaidade engorda.
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A grande maioria dos médiuns nem sequer é conhecida: são simples “zés manés” anônimos que atuam limitadamente em centros inexpressivos. Acho meio estranho supor que todos eles sejam vaidosos e simulam fenômenos ou comunicações (os espíritos não existem, certo?).
Fala você que “desenvolveram uma doutrina falsa, baseada em premissas falsas e fundada em práticas falsas”. Quem dera fosse tão simples, mas ninguém nunca me explicou satisfatoriamente como é que um médium acerta dados que teoricamente não teria como obtê-los. Onde aqui entra o seu argumento?
julho 21st, 2011 às 1:17 PM
Marcos Arduin,
Bem, eu não desejo polemizar sobre meu depoimento acerca das supostas faculdades mediúnicas. Já expressei minha convicção, e não desejo argumentar mais, nem entrar em detalhes. Não iria acrescentar nada a quem já tem sua própria convicção. Respeito o ponto de vista contrário, mas sustento minha posição. Sugiro apenas que você reflita bem, honestamente, baseado na sua própria experiência e conhecimento, não influenciado por depoimentos alheios “contaminados” pela fé, misticismo e deslumbramento, e depois responda para si mesmo se você conhece algum médium que, realmente, de forma clara e inequívoca, já lhe deu provas de que tem real capacidade de comunicação com os “desencarnados”. Pense bem sobre isso. Afaste a crendice e o pensamento mágico, usando a inteligência e a razão. E avalie se você está mesmo certo de que existe comunicação com espíritos. Minha vivência me permite ter a pretensão de supor qual será sua resposta a esta questão. Ou não? Obrigado por dirigir-me a palavra.
julho 23rd, 2011 às 12:16 AM
Eu li alguns dos e-mails tanto deste tópico como de outros, mas ainda não identifiquei o propósito científico que o site sugestiona. Há muitos comentários absurdos de visitantes, li um que alega que Chico Xavier não tinha nada de humilde e pobreza. Outros desmistificam apoiados em também nada concreto – tantas hipóteses quanto qualquer obra psicografada.
Eu sou da seguinte opinião: tirando o preconceito tolo de religiões (ou sem religiões) é fácil caluniar, enveredar por hipóteses…difícil é imitar o Chico naquilo que está documentado de suas obras sociais.
De tantas criticas que a gente toma conhecimento do Chico eu fico pensando se ele foi realmente um charlatão, já pensaram como seria bom o mundo se todos os charlatões fizessem um pouco das obras que ele fez e que tantos criticam?? Ah, os livros psicografados…as vendas revertidas às entidades sociais, como Fogo-Selvagem. As dores que ele “eliminou” trazendo as “mensagens” daqueles que se foram aos parentes – “e se são falsas? – Vamos deixar o pessoal sofrer e viver amargamente sem esperanças neste mundo frio e seco. Melhor assim, não é mesmo??” As pessoas que através de suas mensagens tiveram uma transformação para a melhor – “Não! É tudo ilusão!! O mundo tem que ser o mundo cão, sem solidariedade, sem humildade, sem fé, sem crenças, sem evolução espiritual e muita ganância, orgulho e revolta”.
É assim que eu vejo as pessoas que tentam desmistificar alguém que não trouxe prejuízos a ninguém.
Eu tenho sim simpatia pela personalidade do Chico Xavier. Ele foi humano como todos nós que são fadados a erros, só que se comprometeu com uma missão que muitos condenam e poucos teriam forças para se comprometerem.
Deveria haver uma pesquisa científica para saber por que as pessoas procuram “apedrejar” aquilo que mal entendem – nem eu entendo direito, mas eu tenho que respeitar pois não acredito que haja um ser vivo que saiba alguma coisa de fato.
Mesmo que fosse comprovado que as obras de Chico são plágios, invenções para enganação, eu não o colocaria num banco de réus como os religiosos que usam trechos da Bíblia para extorquir dinheiro fácil e nem junto com as pessoas de mal caráter, sem personalidade e desviadas dos valores éticos que tanto abundam no nosso pobre país – e que tantos protegem e defendem.
Acho que não precisa de pesquisas…
Ah, tem uma coisa a acrescentar: Até onde me lembro Kardec nunca disse que o Espiritismo é a verdade absoluta e convidou a todos para pesquisarem e tirarem suas conclusões e ajudarem a completar seus estudos.
Acho que é bom para quem tem dúvidas não se apoiar em material alheio, pois a opinião sempre sofrerá interferências ideológicas – façam suas próprias pesquisas ou esqueçam o assunto para não serem levados ao erro.
julho 25th, 2011 às 10:51 AM
Sabe Antônio G…
Eu acho gozadas essas pessoas que emitem suas opiniões, mas ressalvam que “não querem polemizar, não querem discutir, nem entrar em detalhes”… Como defendemos nossas opiniões sem nada disso? Se não temos nada de concreto a dizer, ainda mais num blog de discussões, o melhor é dizer nada.
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Mas sobre: “Sugiro apenas que você reflita bem, honestamente, baseado na sua própria experiência e conhecimento, não influenciado por depoimentos alheios “contaminados” pela fé, misticismo e deslumbramento, (…)” _ Antônio, veja bem uma coisa: eu não sou influenciado por tais depoimentos. O que tenho buscado são os depoimentos dados por PESQUISADORES, que estudaram e fizeram experimentos com médiuns. São esses os quais eu levo mais em conta.
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As pessoas têm seus gostos pessoais. Isso influencia muito o que ela tende a crer e no que ela tende a descrer. Veja só o Vitor. Ele já compilou textos aqui, que demonstram que Chico Xavier pode ter plagiado, ou obtido suas “inspirações mediúnicas romancescas” por meios mais mundanos, como leituras de livros ou conversas entre pessoas cultas. Nada contra isso, da minha parte. Ao contrário de outros por aqui, eu sou do tipo que contra o fato não há argumento. Se nunca houve nenhum documento que confirmasse a existência e o papel de Públio Lêntulo conforme o que lhe foi atribuído no romance Há 2000 anos, então esse romance é só um romance de ficção e não uma suposta autobiografia, embora essa última seja a versão vendida. Uma pena.
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Contudo, Vitor, por tabela, crê em qualquer coisa que desabone o Chico (ao menos é a impressão que me passou, posso estar enganado). Veja só que ele me pareceu levar a sério DEPOIMENTOS dados sabe-se lá por quem, que disse “ter visto empregados do Chico coletando informações de enlutados na fila; ou um fotógrafo ter visto um funcionário do Chico borrifando perfume; ou o Waldo Vieira dizendo que pegou o Chico fraudando; etc e tal” e tudo isso explicaria a mediunidade do Chico.
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Simples assim, não?
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Porém ele leva Leonore Piper MUITO A SÉRIO. E eu também. Ela, inclusive sob vigilância de detetives, obteve dados e soube de coisas que só o defunto saberia e que posteriormente foram verificadas verdadeiras. Onde entra o “deslumbramento e misticismo” em situação assim?
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É isso.
julho 26th, 2011 às 2:31 PM
Marcos Arduin: O que eu quis dizer é que acho fundamental que exista liberdade para que cada um possa analisar as evidências e, segundo suas próprias conclusões, com soberania e independência, acreditar no que quiser. O deslumbramento e o misticismo não são ingredientes compatíveis com uma avaliação racional e conclusão confiável sobre qualquer questão. Mas também é lícito, claro, acreditar em qualquer coisa baseado nas conclusões e afirmações alheias, mesmo que tais afirmações sejam desprovidas de lógica científica ou qualquer evidência concreta. O cardápio é farto, e há ofertas para todos os gostos. É uma questão de paladar. Saudações.
julho 27th, 2011 às 11:14 AM
Sabe qual é o meu problema por aqui, Antonio G.?
1) No caso específico de William Crookes, ele NÃO ACEITOU a hipótese espírita, ou seja, não se tornou um crente nisso. Ele testou a ÚNICA hipótese possível: a de que os médiuns poderiam produzir os ditos fenômenos por truques ilusionistas. Acontece que usualmente os ilusionistas preparam seus truques com antecedência, têm equipes que os ajudam, etc e tal. Crookes foi cercando os médiuns até trabalhar sozinho com eles e NÃO ACHOU truque algum. E NINGUÉM soube dizer onde ele teria se enganado. O Vitor mesmo apresentou alguns textos, onde pesquisadores tentaram apresentar umas tentativas de simulações dos médiuns, mas não se deram nada bem. Onde entra aqui o deslumbramento e o misticismo e saem a lógica científica e a evidência concreta?
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2) Praticamente TODA a Ciência é feita EXATAMENTE em cima de conclusões e afirmações alheias, meu caro. Quando eu leio uma publicação científica, tenho em mãos conclusões e afirmações feitas por outro ou outros cientistas. SUPOSTAMENTE eles DEVEM ter feito um “trabalho científico”, devem ter feito tudo de acordo com o figurino. Eu mesmo que dou parecer a manuscritos posso perceber erros, interpretações erradas, hipóteses ousadas demais, sem experimentos comprobatórios… Já vi coisas assim. E num fórum fechado, o Vitor mesmo postou um texto que mostra uma CLAMOROSA falha no método científico em sua aplicação prática. Fala-se em “replicações”, que seriam coisas importantes para se checar se uma publicação científica de fato é o que disse ser. Mas isso é só idealismo. Em verdade, as publicações científicas NÃO QUEREM SABER DE REPLICAÇÕES. O que elas querem é publicar coisas INÉDITAS.
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Na prática, meu caro, replicações mesmo só são feitas quando algo é muito revolucionário e chama a atenção, ou é algo do qual se pode sair bons ganhos financeiros. Teve um jovem alemão, que trabalhou nos laboratórios Bell, que disse ter desenvolvido um arremedo de processador com carbono em vez de silício. Ora, isso era algo fantástico e poderia gerar bons lucros à Indústria da Informática. Só que ninguém conseguia replicar os experimentos dele e fazendo-se uma comparação entre suas publicações, notou-se que ele reutilizava as mesmas tabelas. Era tudo fraude.
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E é aí que eu fico mais ressabiado ainda: durante 80 anos (1850-1930), mais de 200 pesquisadores examinaram dezenas de médiuns, fazendo milhares de experimentos e chegando a resultados parecidos. Como posso encaixar aqui deslumbramento e misticismo e descartar lógica científica e evidências concretas?
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Você me ajuda?
julho 27th, 2011 às 7:34 PM
Marcos Arduin, eu realmente não queria alongar-me, mas já percebi que você é uma pessoa esclarecida e que tem bastante habilidade com as palavras. E também acho que nada que eu lhe diga afastará sua crença nas supostas faculdades mediúnicas. Mas, em respeito ao seu interesse no debate, acrescento que desconheço qualquer comprovação, obtida por método científico, de que existam verdadeiramente tais habilidades. Eu já disse que acreditei nestas coisas por muito tempo, mas depois deixei de acreditar. E isto aconteceu exatamente porque eu me permiti duvidar e investigar o que havia de concreto e comprovado sobre o assunto. E cheguei à conclusão de que não existe absolutamente nada. Há muito tempo que os cientistas (não confundir com pesquisadores amadores e curiosos) não aplicam mais seu tempo nestas questões, já relegadas ao campo da crendice e/ou mistificação. Ou seja, nenhum cientista sério trata mais deste assunto. Na literatura pseudocientífica exite farto material com textos aparentemente confiáveis que sustentam, com “argumentos irrefutáveis” que existem pesquisas avançadas sobre os fenômenos paranormais, espíritos, mediunidade e reencarnação, por exemplo. Ilustro: Tem um material que circula muito nos sites espíritas afirmando que, no final dos anos 70, a NASA – Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos da América, mandou ao Brasil uma equipe chefiada pelo respeitadíssimo engenheiro Paul Hill para fazer um estudo e investigação sobre os poderes mediúnicos de Chico Xavier. E dá uma série de detalhes sobre a pesquisa, razões para este trabalho e fala de interessantes conclusões que a tal equipe estabeleu. Quem lê o texto, tende a acreditar que é verdade. E que a NASA restou convencida das capacidades de Chico de comunicar-se com os espíritos. Bacana. Mas é tudo falso. Se não bastasse o fato de que o tal engenheiro nunca existiu, que tal pesquisa é absolutamente inexistente e que não há qualquer registro sobre isso na NASA, qualquer ser pensante minimamente perspicaz é capaz de perceber que tais assuntos jamais seriam alvo de estudos de uma instituição que ocupa-se de “aeronáutica e espaço”. O “brilhante” criador desta farsa não preocupou-se em pesquisar exatamente do que a NASA se ocupa. E essa bobagem espalhou-se por aí e tem muita gente de boa fé que acredita! E, como este, existem muitas e muitas outras farsas alardeadas como verdade. Meu caro, infelizmente, tudo o que existe sobre estes temas transita por um caminho mais ou menos assim. São mentiras disfarçadas de coisa séria. E o objetivo é ratificar convicções que não têm qualquer embasamento real. Você também já deve ter ouvido falar do prestidigitador canadense James Randi e seu “desafio paranormal”, não é? Randi, um rico ex-mágico, dedica-se a desmentir os declarados portadores de capacidades extraordinárias. Desafia qualquer pessoa no planeta a demonstrar a ele qualquer capacidade paranormal (inclusive mediunidade), de forma clara e inequívoca, e levar para casa, na hora e sem burocracia, um prêmio de mais de Um Milhão de Dólares, fruto de recursos próprios e doações de outros céticos. O desafio persiste há vários anos, e, até hoje, Randi não conseguiu pagar o prêmio a ninguém. Alguns tentaram, mas Randi desmascarou cada um deles. E o milhão continua lá, a espera de um dono. Uma simples demonstração de um caridoso médium espírita poderia assegurar uma polpuda doação a alguma instituição carente. E, de quebra, liquidar com a arrogância dos incrédulos. Mas ninguém parece estar interessado… Ou será que ninguém é mesmo capaz? Particularmente, eu acho que essa exigência de que a capacidade paranormal tem que ser real, não valendo simulação, é que tem atrapalhado um pouco o pessoal…
julho 29th, 2011 às 9:54 AM
Caro Antonio G.
Grato pelo elogio e vamos ao que interessa:
1 – “nada que eu lhe diga afastará” – Você parece confiar pouco em si mesmo, caro Antonio. Para me afastar disso tudo é simples, apenas faça o que o pessoal cético nunca fez até hoje: prove que todas as pesquisas feitas ao longo do período que citei foram fajutas.
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2 – Sim, pois essas pesquisas só podiam centrar-se numa única hipótese de valor científico: a de que os supostos médiuns eram farsantes e faziam tudo por truques ilusionistas. Era a única coisa possível de ser testada. Como um ilusionista não tem o hábito de revelar seus truques, o que se podia fazer era cercá-lo e fiscalizá-lo de tal forma até que se descobrisse o truque ou o “médium” ficasse impossibilitado de realizá-lo. Os espíritas e metapsiquistas desmascararam vários farsantes dessa maneira, demonstrando que seus métodos de verificação eram viáveis.
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3 – Assim então a minha “crença” em poderes mediúnicos se sustenta na validação dada por esses pesquisadores. Note que uma “validação ad hoc”, pois se afirmaram que os ditos médiuns não produziram os observados fenômenos por truques ilusionistas, então os produziram como? A maioria não disse pelo que foi. Alguns metapsiquistas chutavam teorias estranhas, aventadas até hoje de criptomnésia, pantomnésia e outras anésias, o criptestesia, hiperestesia, e outras azias… Ou inconsciente quevediano ou força Psi, ou PES… Termos sonoros, pomposos, bombásticos e retubantes, que no fim nada explicam, pois eles próprios não têm seu mecanismo explicado.
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4 – Cientistas sérios… Cientistas sérios fazem pesquisas sérias na área que é da especialidade deles. No máximo fariam coisas “de paranormal” quando já estão aposentados ou no seu tempo vago. E é perfeitamente compreensível, pois o que de mais sério “cientificamente” se fez nessa área, NO MÁXIMO, chegou-se à constatação de que existe algo, mas continuam sem saber o que é e como funciona, ou seja, ainda não conseguiram ir além da simples constatação. Logo, pesquisas de paranormal nada rendem de valor prático e assim fica perfeitamente explicado o desinteresse de se investir nessa área.
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5 – A NASA… Pobre NASA, serve de apelo à autoridade para cada besteira! Um primo meu, que pensa em fundar uma igreja, escreveu um folheto, falando todo ufano de que uma pesquisa da NASA confirmava a Bíblia. Sacomé: fazendo uma pesquisa nunca explicada como, a NASA constatou que há um erro de um dia na contagem do tempo. E tal erro é a comprovação da infabilidade bíblica, pois Deus fez o Sol parar para que Josué guerreasse com mais vantagem e num outro texto, Deus fez a sombra que media o tempo (relógio de Sol), recuar tantas horas. Somando-se os dois eventos, dava-se um dia inteiro, que explicava a falha de contagem do tempo feita pela NASA… Claro, falei a meu primo que tal pesquisa nunca existiu: é uma fraude piedosa para salvar os créditos da Bíblia.
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6 – Lá nos meus tempos de juventude eu ouvi falar de tal “pesquisa da NASA” com o Chico Xavier. Gostaria até de saber mais da origem dessa farsa. Mas falta de prudência de editores é uma coisa difícil de se evitar, já que há editores e editores… Eu mesmo escrevi à revista Eclésia (e fiquei sem resposta) sobre o depoimento de um “ex-espírita”, que teria recebido ordens de Satanás para violar 20 túmulos. Nos 19 primeiros não houve qualquer problema, mas no último, ao abrir o caixão, era o cadáver de uma jovem, com um semblante muito tranquilo. Notou ele que não havia rosário, nem crucifixo. Foi então que uma voz com temor e tremor veio do céu ordenando: _ Enterre tudo de novo! _ Apavorado, ele o fez. No dia seguinte ele voltou ao cemitério e viu na lápide a frase: “O Senhor é meu pastor”. E compreendeu tudo: Deus protege até mesmo os restos mortais daqueles que são os seus fiéis. Os outros túmulos violados, eram de católicos, mas o último era o de uma moça protestante… Com isso, ele se converteu a Jesus, etc e tal.
Questionei a revista se por acaso ela checara a história, se ele apontou quais cemitérios e túmulos violou e se houve boletins de ocorrência dos eventos. Adivinhe: fiquei sem resposta.
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7 – Eu NÃO COMPACTUO com o erro, Antonio. Se algo ESTÁ comprovadamente errado, venha de Chico Xavier ou de Divaldo, ou de qualquer bambambam no meio espírita, não quero nem saber: descarto e denuncio e fim de papo. Eu não me abalo com isso, pois sei que médium nenhum é perfeito, nem infalível e lamento o “oba-oba” que espíritas deslumbrados fazem em torno deles. Uma pena. O que me interessa é a consistência doutrinária. A perfumaria que ilude algum otário não é coisa que me aborrece, já que no Espiritismo é dito alto bom som que não somos donos da verdade.
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8 – O desafio do Randi… Ele não é o primeiro, nem será o último a fazer desafios desse tipo. E também não é o primeiro, nem será o último que, não importando o que o desafiado faça, inventará uma desculpa para recusar a entrega do prêmio. Os termos do desafio são muito leoninos, deixando o desafiado numa situação muito frágil, sem condições de contestar, nem reagir. E para nós espíritas, tal desafio NADA QUER DIZER, pois sabemos que mediunidade não é algo garantido. O médium pode ter poder mediúnico, mas depende de espíritos para fazê-lo funcionar.
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9 – E tal desafio é pura perda de tempo para a causa espírita, pois se por infeliz dos mais infelizes acasos o Randi não conseguir achar uma saída e ver-se obrigado a pagar o milhão, isso EM NADA ajudará o Espiritismo. Claro, o que dirão os incrédulos em toda a sua arrogância? Sabem como é… O Randi, coitado, já tava muito velhinho e pode ter dado uma cochilada… Já tava ficando caduco, né? Já ouvi coisa semelhante sobre Crookes. Alegaram-me que ele era um bom físico e químico, mas era totalmente ingênuo quanto a truques ilusionistas. Os defensores dessa alegação só não me explicam porque ninguém consegue fazer os mesmos truques e refutar o que ele registrou (protocolos e resultados).
julho 29th, 2011 às 7:21 PM
Pois é… Sabe, eu acho que posso dizer que conheço bem a doutrina espírita. Por cerca de 30 anos militei pela causa. E defendia minhas convicções com segurança e firmeza. Tranquilamente. Assim como você o faz. Por isso compreendo e respeito sua posição. E é mesmo fascinante… Veja, você crê na doutrina espírita e seus fenômenos, sinceramente e sem dúvidas. Por meu turno, desacredito com absoluta honestidade e certeza. Mas nenhum de nós tem prova concreta de nada disso. Eu poderia escrever laudas e mais laudas de exemplos concretos de fraudes espíritas e falsos fenômenos mediúnicos. Alguns que eu pessoalmente testemunhei e muitos que todos conhecem, pois são de domínio público. E você dirá que, de fato, existe muita falsidade neste universo, mas que nem tudo é falso, que muita coisa é real. E eu lhe reiterarei que nunca vi uma única evidência real e concreta de que seja verdade. E você me responderá que o plano espiritual não tem interesse em provar nada e tem suas razões para não ser tão explícito. E por aí iremos… Curioso, não acha? Quem estará certo? Qual será a verdade?
Realmente, pouco importam as respostas. O que vale mesmo são as perguntas.
Em tempo: Estou certo de que você poderia trazer à discussão alguém mais atual do que Crookes, não é? Como argumento científico, é defasado demais… É como considerar válidas as afirmações de Allan Kardec. Sabemos que não dá.
julho 30th, 2011 às 8:10 AM
Bem, Antonio G.
Você militou 30 anos fazendo o que? Qual foi a sua participação na coisa? Eu durante muito tempo atuei só como ouvinte e só recentemente tenho tido uma participação mais ativa. No que faço, não vi nenhuma evidência de fraude, intencional ou anímica.
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No Orkut, participo de uma comunidade, Grandes Debates, onde tento discutir a questão da Mediunidade. Infelizmente o primeiro debatedor desistiu e o segundo é MUITO devagar para responder. Mas quanto a esse último, eu coloquei um caso envolvendo a minha família, procurando deixar-lhe claro que a fraude seria uma arte do impossível. No entanto ele insiste comigo que “o médium poderia ter obtido os informes de alguma maneira CASUAL”. E há vários outros exemplos que conheço, dados por pessoas às quais não posso atribuir deslumbre ou fantasia. Aí fico com Kardec: por se vender vinho falso, não se prova com isso que não há vinho verdadeiro.
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Quanto aos casos de fraudes de que fala, não daria para fazer uma lista, ao menos dos “de conhecimento público” que fala? Alguns eu conheço, como o Chico e a Nasa e outros que o Vitor postou aqui, mostrando plágios ou supostos plágios do Chico. Mas seria bom que tais casos tivessem ao menos algo de concreto. Sacomé, histórias de que “alguém disse que alguém lhe disse que um funcionário do Chico ficava anotando dados de pessoas na fila e assim o Chico ficava sabendo das coisas…” não me convence muito.
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Gilberto, cuidado com certas coisas. Pretender que “algo mais atual” seria supostamente melhor que coisas mais antigas, por si só, é tolice. Não me interessa se alguém é antigo e sim se fez um trabalho bem feito, até por ter se deparado com fenômenos mais consistentes. Para eu desconsiderar Crookes, teria, como eu já disse, que alguém me apresentasse as falhas de seus métodos e, diante da única hipótese possível de ser testada (a fraude), descrevesse mecanismos de ilusionismo bem eficazes, que teriam enganado o cientista e seus colegas. Isso até agora ninguém fez.
agosto 1st, 2011 às 4:52 PM
Bem, se você acha relevante e prudente considerar os estudos “científicos” acerca do espiritualismo e paranormalidade, feitos por um químico-físico nascido há quase 200 anos… Fique à vontade.
Eu já disse lá atrás que sabia que nada do que eu lhe dissesse afastaria sua crença e sua fé. E nem eu tenho tal propósito. Não há como convencer um crente de seu equívoco, porque sua crença não se baseia em algo racional, mas na necessidade que ele tem de acreditar. O ser humano tem esta capacidade de acreditar em algo que lhe pareça fascinante, mesmo sem nenhuma lógica ou evidência. Principalmente quando sua crença vem sustentada por elaboradas – ainda que improváveis – doutrinas. Essa é a base da fé em todas as manifestações religiosas. Cada crente tem a mais absoluta certeza de que sua crença é a certa, em detrimento das demais. Todo crente acha que sua religião é a “verdade” e que todas as demais são pura fantasia, atraso, ignorância. A forma de manifestar esta contrariedade com relação as outras crenças é que varia bastante. E a expressão da intolerância à diversidade vai desde o radicalismo absoluto (Morte aos infiéis!) até a indulgência cínica com ar de superioridade (Vamos orar pelos menos evoluídos…). Quando se ultrapassa esta condição, pode-se então entender o óbvio. E o óbvio é que todas as religiões são pura fantasia. Nada há de muito diferente entre os alegados milagres da igreja católica, as revelações que os pastores evangélicos recebem diretamente do “Senhor”, e as comunicações mediúnicas dos espíritas. São todos fenômenos absolutamente verdadeiros, para seus respectivos adeptos. E absurdos, para os das outras religiões. Os ateus tem apenas uma diferença em relação aos crentes: Sabem que nenhuma delas é real. E você só entende isso depois de conhecer muito profundamente a religiosidade. Ninguém entende mais de religião do que os ateus.
agosto 2nd, 2011 às 7:54 AM
Caro Antonio G.
Por que estudos científicos entre aspas? Você conhece as pesquisas que Crookes fez? Viu seus protocolos e confrontou os resultados? Quais são os reparos que você tem a fazer?
E veja só a ironia: Crookes NUNCA aceitou o Espiritismo. No máximo, o que fez, foi somente testar a ÚNICA hipótese possível, que era a da fraude. Descartada essa, o que sobrou? Ele não se arriscou a dizer. Durante suas pesquisas, ele NÃO OBTEVE qualquer evidência de que havia almas de defuntos envolvidas nos casos. Ele só foi obter algo assim quando lhe foi apresentada a foto do fantasma da sua falecida esposa. E não foi acreditando logo de cara: cuidou de cercar as possibilidades de fraudes e, obtida a foto, confrontou-a com todas as fotos que tinha dela e NÃO COMBINAVA com nenhuma.
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Seu argumento sobre a sabedoria dos ateus sobre religião é outro que se encaixa na indulgência cínica citada. Por que nenhum ateu soube até agora desmontar todo o experimental mediúnico feito até por descrentes da mediunidade? Alegar que “é um físico-químico nascido há 200 anos…” é uma piada. Coisas que Crookes descobriu vem sendo usadas até hoje e ninguém as descartaria só por terem sido coisas de um cara que nasceu há 200 anos…
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Vai ter de caprichar mais nos seus argumentos, ou admitir que para os ateus vale a mesma frase do ateu alemão, nascido também há mais de 200 anos, que ficou doidão no fim da vida: _ De tanto perseguir o Dragão, você também se torna o Dragão. Disso eu já tive a prova quando o bambambam cético Massimo Polidoro viu-se obrigado a mentir sobre Crookes para defender a fé cética.
agosto 2nd, 2011 às 4:33 PM
Olá Marcos!
Você é, realmente, uma pessoa que tem ótimo domínio da linguagem escrita, grande capacidade de articulação das palavras, idéias perfeitamente expostas, e excelente conhecimento do vernáculo. Sem nenhuma dúvida, alguém culto e estudioso. Admiro pessoas assim.
Com respeito ao cientista britânico Crookes, confesso que sei bem pouco. Já li bastante sobre ele, mas nunca aprofundei nenhuma pesquisa sobre sua obra e seus estudos. Você poderá me acusar de preconceituoso, mas eu realmente dou pouco crédito a estudos de tão longínqua data, em especial tratando-se de temas tão “etéreos” como este. De maneira geral, a ciência e, principalmente, os métodos científicos de pesquisa e conclusão, evoluíram de tal forma nos últimos anos que qualquer investigação feita um século e meio atrás (ou até menos que isto) fica revestida de uma certa dúvida. E não por uma questão de mérito quanto às intenções e à lisura do processo, mas pela precisão e confiabilidade dos resultados. Cento e cinquenta anos não representa nada em termos geológicos, por exemplo. Mas é uma “eternidade” em termos de estudos científicos.
E, voltando à questão das nossas posições acerca da religiões (em especial, do espiritismo), gostaria de propor uma questão: Eu já lhe disse que li muito do que existe em termos de literatura espírita, desde as obras basilares (o pentateuco), passando pelas psicografias do Chico Xavier (li quase todas), até os romances espíritas, que, por serem assumidamente obras de ficção, descarto como objeto da discussão. E também li muitas outras coisas, da literatura brasileira aos clássicos. Não sou, absolutamente, um homem erudito, um lingüista. Mas não sou exatamente um ignorante, um desinformado. Pois bem, você já deu mostras de que é uma pessoa letrada e parece saber diferenciar uma boa obra literária de um escrito “menor”. Você não concorda que, por alguma misteriosa razão, os escritos psicografados, muito especialmente os de Chico Xavier, são obras muito aquém do que se poderia considerar uma boa literatura? Tais livros são extremamente pobres de enredo e argumento e limitadíssimos de vocabulário, sendo mesmo muito parecidos entre eles, para não dizer que são todos iguais, mudando apenas os personagens e o contexto, mas permanecendo sempre o mesmo pano de fundo, a mesma mensagem e o mesmo léxico. No que se refere às psicografias, são sempre textos muito inferiores àqueles escritos pelos autores quando encarnados, no geral, meros arremedos dos textos originais. E as cartas supostamente psicografadas, então, são ainda mais “uniformizadas”. Sempre as mesmas palavras, as mesmas manifestações saudosas, as mesmas mensagens de conforto, a mesma “ladainha”. Sejamos honestos: Tais textos costumam ter a “profundidade de um pires”. E parece que só os poetas, os escritores e os artistas têm espíritos, porque toda a obra psicografada vem destas categorias. Não se tem notícia de alguma psicografia de algum físico falando de seus estudos científicos sobre a física quântica ou um químico revelando alguma conclusão sobre seus estudos na matéria. Os cientistas parecem não ter alma. Os artistas estão sempre mandando mensagens do além-túmulo, mas os cientistas parecem não ter alma. Nenhum químico, físico, médico, matemático, astrônomo, economista, ou representante de qualquer outro ramo da ciência dá-se ao trabalho de comunicar algo interessante sobre o seu mister.
Seria maldade minha avançar que é bem mais fácil imitar um estilo literário ou um traço de pintura do que arriscar-se a “pagar um mico” falando sobre questões científicas com sério risco de erro? Existem muitas pessoas com habilidades inatas ou desenvolvidas para a imitação. Alguns falsários da arte da pintura são capazes de produzir um quadro com um traço e uma técnica tão idênticas à arte do imitado que mesmo especialistas têm grande dificuldade de afirmar se determinada pintura é original ou uma fraude. Com relação à textos, isto é ainda mais comum e fácil de verificar-se.
Bem, com isto estou dizendo que toda a manifestação mediúnica é uma farsa? Nem tanto. Acho que, na maioria das vezes, sim. São meras simulações, movidas principalmente pela soberba e vaidade do suposto médium. Sobre isto eu tenho certeza, porque vivenciei muito (como testemunha, não como protagonista, pois não sou desonesto, apesar de ateu… rsrsrs). Mas acho possível que parte dos supostos fenômenos mediúnicos possam ser obra da autosugestão, alucinação ou animismo. Enfim, matéria para as ciências psíquicas, mas não manifestações do “além’. É o que eu hoje penso, mas não me peça provas, porque nestas matérias a questão de provas é sempre muito complexa. Até porque, produzir provas negativas, ou seja, provar que algo não existe, é bastante difícil. Não tenho como provar que o Saci Pererê não existe, que trata-se de um ente mitológico, mera criação da imaginação. Sempre haverá alguém disposto a “jurar sobre a bíblia” que Saci existe, sim, porque ele mesmo, e mais várias pessoas, o viram assoviar, rodopiar e desaparecer num redemoinho. Então, diante de uma prova (testemunho positivo) e um simples argumento (testemunho negativo) de que tal coisa não existe, é bem compreensível que muita gente acredite em Saci. A fé também é uma questão de solidariedade.
agosto 2nd, 2011 às 5:24 PM
Em Tempo: Depois de reler o que eu escrevi, percebi alguns erros de concordância e acentuação. Por exemplo: “‘Com relação à textos” ou, “É possível que PARTE dos fenômenos POSSAM”, e também um ou outro simples erro de digitação. Releve, por favor. É que eu enviei o texto sem fazer uma revisão. E saiu com alguns “pecadinhos”.
SDS.
agosto 4th, 2011 às 7:32 AM
Antonio G.
1 – Se leu o tal “pentateuco” espírita (que classificação mais boba!), já no “O que é o Espiritismo”, Allan Kardec argumenta que é de lógica elementar que o crítico conheça a fundo o assunto sobre o qual se manifesta, pois do contrário sua opinião não tem qualquer valor. Se pouco sabe a respeito do que Crookes fez, como sabe que seus estudos pouco valem em vista de terem mais de 150 anos? Eu sou botânico, professor na UFSCar, e posso lhe dizer que há coisas na Botânica bem mais velhas e que são válidas até hoje. Uma professora da USP, Berta Lange de Morretes, azucrinava com pós-graduandos em defesas de tese ao se lembrar de algum livro alemão, escrito em 1700 e lá vai fumo, que já descrevia coisa assim ou assado… Então sugiro que conheça o que Crookes fez antes de pretender invalidá-lo só por velhice.
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2 – Então sabe distinguir literatura de uma leitura menor? Muito bom. Quando eu fiz cursos na Escola do Escritor, o neto de Graciliano Ramos nos fez perceber essa diferença. Um “Dom Casmurro” deixa-nos uma impressão mais profunda, nos faz pensar e refletir. Já um “Código da Vinci” NADA nos deixa: é só uma leitura divertida.
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3 – Com relação ao Chico Xavier, ao contrário de outros espíritas que por aqui dão pitaco, ELE NÃO É MONSTRO SAGRADO PARA MIM. É só mais um médium, IGUAL AOS OUTROS, com eventual experiência maior, mais fama, etc e tal, mas sujeito às falhas e trovoadas a que todos os médiuns estão sujeitos. Eu só sinto falta da parte de muitos de seus críticos de alguma análise mais séria do que ele fez para ter um quadro mais preciso de seu trabalho. O Vitor até que tem feito algo mais consistente, embora eu ache que ele exagere em alguns pontos.
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4 – Eu li pouco da obra de Chico Xavier e posso lhe dizer que não ponho lá muita fé nos seus escritos de “tais e quais literatos”, até porque já vi argumentos contraditórios, embora me falte a necessária fiança deles. Quevedo (grande propagador do Espiritismo, embora hoje fora de moda) lista os dizeres de alguns críticos (mas não dá referências certas) e certos espíritas indicam críticas favoráveis (mas vindo de suspeitos, como Monteiro Lobato, que foi espírita ao fim da vida) ou sem também referências certas. Falam por exemplo de Agripino Grieco, católico e crente de todos os santos, que teria dito que não conseguia entender bem o fenômeno Chico Xavier. Se alguém lesse vários textos de Augusto dos Anjos, poderia até escrever poemas ao estilo dele. Mas Chico escrevia textos de vários autores, o que exigiria um grande investimento da parte dele para fazer os pastiches dos mesmos. Até onde se poderia levar essa técnica? Como eu não estudei as obras do Chico, nem a dos literatos aos quais psicografou, não tenho segurança para me pronunciar a respeito.
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5 – Com relação a estilo e o nível intelectual do Chico, ao menos fica um pouco mais difícil de nivelar por baixo como você parece ter feito. No primeiro capítulo do livro Nosso Lar, deparei-me com seis termos cujo significados não achei num dicionário mais simples. Não que isso me impressione favoravelmente. Tenho um romance concluído e contatando uma editora, esta já me deixou claro que a linguagem deve ser a mais simples possível (faz sentido, em vista do baixo nível cultural do povo brasileiro). Fica estranho para mim porque o Chico, um matuto ignorante, iria perder tanto tempo para garimpar palavras de pouco uso num dicionário, quando podia ser simples e direto. Uma outra diferença mais sutil é o profundo constrangimento causado à Federação Espírita Brasileira. Com Emmanuel, a FEB conseguiu fazer com que o espúrio Rustenguismo figurasse pontualmente em seus escritos. Mas com André Luís isso não aconteceu: ele furou o cerco febeano e de forma monolítica. Sua matéria era tão vasta e consistente que não dava para a FEB fazer interpolações ao seu gosto sem tornar incoerente o sentido da obra.
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6 – Ciência é um trabalho MUITO MAIS COMPLEXO e que, se aqui não é coisa fácil de ser feita, imagine com um cara de dois mundos distintos. A crítica que você faz, que não é só sua, parece querer dar a impressão de que, ao chegar ao Mundo Espiritual, um cientista encontrará as pesquisas de sua predileção perfeitas e completas, totalmente arrumadinhas e esclarecidas até o fim dos tempos. Pode me explicar por que deveria ser assim?
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7 – Lá no Livro dos Espíritos, Kardec deixa claro que a Ciência é um trabalho DO GÊNIO HUMANO. Se tudo o que precisássemos saber, bastasse perguntar aos espíritos, ora por esse preço, qualquer imbecil se tornaria um Einstein. Mas a coisa não funciona assim. O espírito é um humano comum, apenas sem o corpo físico. Portanto os cientistas não dispõem de super laboratórios espirituais, a partir dos quais poderiam nos passar resultados de pesquisas que só seriam feitas por aqui depois de décadas. E mesmo que os tivesse, tem outro problema de que nos falam: há coisas das quais NÃO TÊM permissão para nos revelar.
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8 – Pagar micos científicos? Quem disse isso intimida aos imprudentes? Já viu o livro “Vida no Planeta Marte”, de Ramatis? Eu mesmo pretendo quebrar o pau com um autor espírita, que em publicação recente defendeu que há vida inteligente em Marte, citando o livro “Cartas de uma morta” (a mãe do Chico Xavier) e ainda apelando para os jipes da NASA que ainda estão funcionando lá em Marte… O Ramatis, principalmente, disse MUITAS tolices científicas e um fã dele por aqui, o Carlos Magno (procure esse nome aqui no blog) não se dignou a me esclarecer sobre essas tolices.
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9 – O meu universo sobre atuação dos médiuns é bem mais restrito. Interessa-me apenas aquilo do qual alguma comprovação é possível ou que me dê fortes indícios de tal coisa. Por que tenho certo simpatia por Crookes e mais de 200 outros pesquisadores que endossaram ao menos a existência do fenômeno mediúnico, mesmo não lhe atribuindo causa espiritual? Porque foram contra tudo o que desejava a comunidade científica. Ao invés de entrar na desta, ganhando cacife entre seus colegas, foram honestos o bastante para contradizê-los. A mesma coisa é com as ditas “mensagens espirituais”. O que me interessa nelas é o conteúdo que vai além das capacidades do médium. É como um caso particular, ocorrido com uma prima minha. Foi assim:
Meu pai faleceu em 29 de dezembro de 1993 e dois anos depois faleceu o irmão mais velho dele. A filha mais velha do meu tio, após mais de dois anos do falecimento dele, um dia foi a um centro espírita em São Paulo e falou que desejava saber a quantas andava o espírito do pai dela. Deu o nome, Orlando Arduin, e ficou no aguardo. Sendo instruída para voltar no dia seguinte. A conversa entre ela e o médium rolou mais ou menos assim:
Médium: _ Deseja saber a condição do espírito de seu pai, certo?
Prima: _ Sim, meu pai se chamava Orlando…
Médium: _ Orlando Emílio Arduin?
Prima: _ Sim.
(Veja esse detalhe, ela havia dado apenas o nome Orlando Arduin, sem incluir o nome do meio.)
Médium: _ Quem é Elso?
Prima: _ Elso? É o meu tio.
Médium: _ Luiz Elso Arduin?
Prima: _ É.
(O tal Luiz aí é o meu pai. DO QUAL ELA NÃO TINHA DITO UMA SÓ PALAVRA.)
Médium: _ Quem é Aparecida?
Prima: _ Aparecida? Não sei…
(Minha prima ficou confusa nessa hora, pois sempre conheceu minha mãe pelo apelido Cidinha, mas em seguida ela se lembrou:)
Prima: _ Ah! Assim, é a minha tia.
Médium: _ Maria Aparecida Arduin?
Prima: _ Sim, essa mesma.
Médium: _ Pois bem, minha senhora, a mensagem não é para você e sim para sua tia. O seu tio, em vista do descuido com sua saúde, passou por situação muito difícil esses anos todos, mas recentemente foi recolhido e está em tratamento. Informe a sua tia. Quanto ao espírito de seu pai, não tem nada que se preocupar com ele, pois é um espírito bom e inclusive chefia uma equipe de socorristas.
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Agora veja se encontra explicação para isso: como é que o médium, dispondo apenas do nome Orlando Arduin, pôde compor todo o resto da comunicação, com todos os detalhes corretos? Lembrando que minha família e familiares são pessoas obscuras, que esse meu tio morreu em Tabatinga, nem dele, nem do meu pai foi publicado qualquer obtuário.
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Encaixa-se esse tipo situação nas mensagens tipo “mala direita” que alega você serem o comum entre elas?
agosto 5th, 2011 às 7:35 PM
Prezado Marcos,
Ok. Vou tentar comentar cada um dos 9 pontos que você listou em seu post anterior:
1- Sobre Allan Kardec: No tempo em que eu estava mergulhado na crença da doutrina espírita, cheguei a considerar sua obra o “supra sumo” do conhecimento e da sabedoria universal. Hoje, tenho opinião muito diversa disto, é claro.
Só como comentário adicional: Eu fui a Paris algumas vezes. Na primeira vez, no auge da minha fé no espiritismo, queria conhecer o túmulo do Codificador. Mas havia esquecido de anotar o nome do cemitério onde ele estava sepultado. Hoje, usando nosso celular conectado à internet, teríamos a informação em menos de 10 segundos. Mas, naquele tempo, não havia esta facilidade. Então, comecei a perguntar para as pessoas. No hotel, no restaurante, nas ruas. Ninguém parecia ter ouvido falar de Allan Kardec. Até que uma brasileira, que encontrei por acaso, me disse que o cemitério era o Père-Lachaise, e me orientou sobre como chegar lá, usando o metrô. Lá chegando, fiquei impressionado com o tamanho do cemitério e da quantidade de gente (encarnada) que circulava por lá. O local é mundialmente conhecido pelas inúmeras celebridades que lá estão sepultadas, francesas e de outras nacionalidades. Então, fui à recepção buscar orientação sobre a localização do túmulo de Allan Kardec. Fiquei um tanto surpreso com o comentário do funcionário, que me disse: “-Oui, le Brésilien…!” E me ensinou como ir até a sepultura. Um pouco intrigado, segui a orientação. Lá chegando, percebi o quanto Allan Kardec era reverenciado, pois havia pelo menos umas 20 pessoas em volta de sua sepultura, orando, depositando flores e deixando bilhetes nos vasos. Mas logo entendi porque o funcionário do cemitério havia se referido a Allan Kardec exclamando “-Sim, o brasileiro”… Acontece que todas (sim, todas) aquelas pessoas eram brasileiros que, como eu, ali estavam para conhecer o túmulo do ícone do espiritismo. De fato, é curioso como o culto a Allan Kardec e sua doutrina, basicamente, só exista no Brasil. Já ouvi dizer que 99,9% dos espíritas moram no Brasil. E os outros 0,1% são brasileiros emigrantes fundando Centros Espíritas pelo mundo. Um pouco de exagero, é claro. Mas é verdade que, em seu país natal, Hippolyte Léon Denizard Rivail é um desconhecido, ou, no máximo, uma espécie de INRI CRISTO dos franceses. Ninguém lhe dá o menor crédito. Na época, tal constatação deixou-me frustradíssimo, e até meio revoltado com os “tolos e ignorantes” franceses. Hoje, entendo melhor os porquês.
Quanto a Crookes, eu não pretendi dizer que todas as coisas “velhas” estabelecidas pela observação e pela ciência são caducas. É claro que não penso assim. A verdade é verdade hoje, ontem e sempre. O que eu disse é que, nos estudos destes temas mais “obscuros”, sempre feitos em condições “mais ou menos” ideais, se hoje em dia ainda são de comprovação bastante discutíveis, imagine como seriam feitos em tempos mais remotos, com metodologia insipiente, equipamentos precários, etc. Sinceramente, pelo menos por ora, não me sinto muito interessado em aprofundar pesquisa sobre os estudos de Crookes.
2- Achei excelente a sua analogia entre a obra clássica de Machado de Assis (meu escritor nativo favorito) e o livro “recreativo” de Dan Brown. Para mim, serve como perfeito paralelo entre as obras dos grandes escritores quando “encarnados” e suas supostas psicografias.
3 e 4- Achei interessante a afirmação de que, para você, Chico Xavier não é um “mostro sagrado”, revelando até uma certa reserva com relação aos seus livros. Isto denota prudência e bom senso. Eu não sou, nem jamais fui, um estudioso da obra de Chico Xavier. Apenas um leitor atento. Estudar obras psicografadas só se justificaria se eu quisesse ser um “desmascarador” deste ou de outros médiuns. Mas isso, absolutamente, não me interessa. Eu reitero minha convicção de que não existem, verdadeiramente, psicografias. Afirmo que são todas falsas. Ou são fraudes conscientes, ou são apenas delírios, devaneios psíquicos. Mas esta minha opinião é fundada tão somente na observação e reflexão crítica sobre fatos presenciados por mim ou a mim relatados, além de muita leitura e análise. Não tenho qualquer prova para apresentar. Apenas argumentos. Lembra da questão do Saci? Pessoalmente, não fiz qualquer estudo científico sobre estas questões, pois estou convencido de que nada há de concreto que se preste a análises, salvo as questões ligadas ao comportamento humano, tema de ciências como a psicologia, sociologia, antropologia e mesmo a sua especialidade, a biologia. Já disse que não conheço nenhum cientista – na verdadeira acepção desta palavra – que se dedique a estudos desta natureza.
5- Minha opinião sobre a capacidade intelectual de Chico é de que ele foi, sem dúvida, um homem muito inteligente. Sua obra, embora de baixa qualidade literária, apenas pelo volume (mais de 400 livros), já seria credora de admiração. Mas que não se pense que Chico, embora sem escolaridade formal, fosse um iletrado, um ignorante. Consta que Chico era um leitor voraz e sistemático das obras de inúmeros mestres da literatura universal. Considerando-se suas circunstâncias materiais e educacionais, Chico merece ser apontado como um exemplo eloquente de “self made man”. Pelo indícios que se podem observar, eu ponho crédito em análises de que Chico era um desequilibrado mental, possivelmente um esquisofrênico, vivendo em permanente psicose, tinha problemas íntimos relativos à homossexualidade, aparência física (não era nenhum Brad Pitt), etc. Por outro lado, ao mesmo tempo em que tinha profundos complexos de inferioridade, Chico Xavier era um homem dócil e sensível, porém dotado de uma imensa vaidade intelectual, verdadeiramente doentia. Um tipo único, sem dúvida. Parece um verdadeiro “banquete” para os dedicados à medicina psquiquiátrica, não é mesmo?
Bem, falando em Chico, FEB e Vaidade (Ah! A Vaidade…), eis aqui um ponto crucial na minha “denúncia” contra os alegados médiuns. Sirvo-me das palavras do psiquiatra Professor Dr. Silva Mello: “Dentro do espiritismo, do mediunismo e da psicografia há muito desejo oculto, muita necessidade de ser diferente, maior e melhor do que os outros, muita VAIDADE, muito amor próprio bem disfarçado. E talvez em nenhum território humano apareça isso de maneira tão evidente como justamente no campo do espiritismo” (Mistérios e Realidades deste e do Outro Mundo, pág. 277). Já me senti ultrajado por esta opinião. Hoje vejo que ela se aplica perfeitamente, não a todos os que professam sua crença na doutrina, mas particularmente àqueles que simulam capacidades inexistentes, como a mediunidade.
6 e 7- Não! Eu absolutamente não espero que os espíritos de cientistas desencarnados fiquem fazendo testes nos seus laboratórios do além e nos “confidenciando” descobertas inéditas em seus campos de estudos. Embora para os espíritos de artistas seja sempre lícito transmitir obras inéditas, para mim bastaria um comentário, uma crônica, uma digressão sobre um tema já consagrado em algum campo das ciências matemáticas, por exemplo. Mas isso nunca foi observado, até onde sei. Então, eu indago: Isto se dá porque um tema científico não causaria o mesmo efeito emocional que um poema inédito de Olavo Bilac ou um novo quadro de Monet? Tá. Eu sei bem do decreto publicado em “O Livro dos Espíritos” de que há muitas coisas sobre as quais os espíritos não têm permissão para tratar. Desculpe-me o cinismo, mas tal mandamento não lhe parece muito conveniente para justificar a pouca clareza em muitas das respostas dadas pelos espíritos? “-Ah! Sobre isto não temos autorização para falar, e nem vocês estão prontos para saber…” Como assim, cara pálida…? Estamos falando de Censura, Cerceamento da Liberdade de Expressão, Privilégios? Autoritarismo? Qual é o regime de governo vigente lá no Plano Espiritual? E o tal de Livre Arbítrio, só vale deste lado? Isto tudo me parece muito pouco “republicano” e nem um pouco cristão…
8- Neste ítem, você cita exemplos de obras e autores que não fariam sentido hoje arquivar nem na pasta “Ficção Infantil, Humor, Pegadinhas e Outras Bobagens”. De acordo. E como tem disso…!!! Quanta besteira escrita no passado, fazendo revelações impressionantes sobre assuntos sobre os quais não se tinha ainda um alcance maior, são hoje completamente desmentidas pelo conhecimento científico! E esse processo continua… Fique atento, meu amigo!
9- Este é o ponto mais delicado, pois envolve questões de foro íntimo. Serei breve, sem abrir mão da franqueza:
Começo pela pergunta final: Esse tipo de mensagem encaixa-se no modelo “mala direta”? Minha resposta: Sim! Absolutamente, sim. Nada mais clássico! Veja a última fala do médium! Encaixa-se perfeitamente no script deste tipo de comunicação.
Agora, você assevera que o médium deu uma série de detalhes sobre os quais não podia ter nenhum conhecimento prévio. Eu não sei dar-lhe uma explicação para o caso em particular, é lógico. Mas permito-me, respeitosamente, fazer as seguintes indagações e considerações:
Você tem mesmo certeza de que o médium não tinha nenhuma informação sobre os “desencarnados” e seus familiares? E, principalmente, será que a comunicação deu-se EXATAMENTE nestes termos? Será que a reprodução verbal dos diálogos não foi “contaminada” pelo entusiasmo e compreensível emoção de quem lhe relatou a experiência? Bem, eu não preciso de sua resposta. Acho importante que você a tenha para si mesmo. De minha parte, asseguro-lhe que conheci inúmeros relatos desta natureza, com ainda mais riqueza de detalhes e “inarredáveis” evidências de realismo, que causaram, às vezes, verdadeira comoção entre parentes e conhecidos do respectivo desencarnado. Parece que eu estou vendo o filme… Ocorre, meu caro, que, em geral, essas histórias não resistem a uma investigação mais cautelosa, durando apenas um certo tempo. O tempo suficiente para que uma reflexão mais racional sobre o “causo” acabe revelando o mesmo de sempre: “- É, na verdade, não foi beeeeeem assim…”
Como já lhe disse, meu prezado debatedor, meu ceticismo não é gratuito.
Sds.
agosto 6th, 2011 às 12:12 PM
1 – Uma das coisas que os apologistas cristãos apontam como prova do fracasso do Espiritismo é justamente esse lance de Kardec ser pouco conhecido em sua terra natal. Bem, eu por outro lado posso apontar como fracasso do Cristianismo o fato de este também ser minoritário em Israel/Palestina…
Sabe o motivo do fracasso do Espiritismo na França? Há uma série de livros sobre Allan Kardec, em três volumes, editado pela FEB, de autoria de Zeus Wantil e Francisco Thiessen. No vol. 3, você poderá ter um vislumbre: o então líder espírita, André Dumas, quis que o Espiritismo fosse uma coisa CIENTÍFICA. Ele ABOMINAVA os aspectos filosóficos e religiosos do Espiritismo. Tanta até que ENTERROU o termo Espiritismo e extinguiu a Revista Espírita. Fez do Espiritismo um arremedo de Parapsicologia. Claro, a desgraça começou muito antes dele. Kardec cometeu um erro gravíssimo: não preparou seu sucessor. Estava empenhado num projeto pessoal ao fim da vida e foi sucedido pelo seu gerente, Pierre Gäetan Leymarie. Boa pessoa moralmente falando, mas péssimo condutor da gerência da qual o Espiritismo precisava. Em pouco tempo, devido à sua ampla tolerância, abriu as páginas da Revista Espírita a pensadores dos vários matizes. Lá apareciam artigos de teosofistas, rustenistas, esotéricos, ocultistas, etc e tal. Ou seja a Revista Espírita perdeu o seu caráter de espírita e virou um saco de gatos. E pra piorar, Leymarie permitiu que um médium farsante publicasse falsas fotos de espíritos, o que gerou um processo judicial e ele ganhou um ano de cana (nem tinha chance, pois seu advogado de defesa tinha de lutar contra dois: o promotor e o juiz. Este último só permitia que falassem aqueles que depunham contra. Se falassem a favor, ele logo cortava a fala). Os sucessores prosseguiram na senda de buscar o lado APENAS CIENTÍFICO do Espiritismo, deixando o resto de lado. Deu no que deu: o Espiritismo virou folclore, magia, superstição… Lá por volta de 1970, não havia mais de mil espíritas em toda a França. A coisa só começou a mudar quando Roger Perez conseguiu tomar de Dumas o direito ao título Revista Espírita e passou a reeditá-la, voltando às raízes do Espiritismo como deveria ser. Então talvez hoje haja bem mais do que mil espíritas por lá…
Quanto ao túmulo de Kardec, não sei quando esteve por lá, mas na madrugada 2 de julho de 1989, o Movimento pela Supremacia da Razão dinamitou o dito túmulo e arrebentou com a lápide do jazigo de Daniel Delanne. Portanto tenha isso em mente: depredar sepulturas é um ato MUITO RACIONAL.
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2 – Isso me chateia um bocado, sabe? Pessoas que NÃO FIZERAM estudos aprofundados sobre a questão e se apresentam como comentaristas dos fatos, querendo dar a impressão de que conhecem a coisa. Então você não sabe, nem quer saber o que Crookes de fato fez, mas acha que por decurso de prazo, os recursos científicos seriam precários? Não conhece detalhadamente o que Chico Xavier fez, mas se julga apto a considerar que tudo não passa de balela? Bem, há muita coisa que eu também acho tolice em outras religiões, mas se eu tiver de me manifestar a respeito, buscaria então conhecer mais sobre o assunto antes de correr o risco de falar besteira.
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3 – Sua fala parece saída de um texto do Quevedo (A verdade sobre Chico Xavier), ao qual já contestei. Querem emprestar a um coitado cego de um olho e com o cristalino deslocado em outro, tendo de trabalhar o dia todo e à noite como médium, o hábito de ter sido um LEITOR VORAZ e assim amealhou VASTA CULTURA. Pena que NINGUÉM apresenta qualquer prova disso… O Vitor até ficou aqui falando da biblioteca do Chico Xavier, que teria mais de 500 livros… É, livros acumulados ao longo de toda a sua vida e vários deles de sua própria autoria e que não são prova de que fez questão de ler cada um deles para colocar naquelas estantes. Homossexualidade? Dá pra apresentar a prova de que ele era homossexual? Não que tenha nada contra isso, mas eu exijo provas. E pena que os psiquiatras estavam fazendo jejum ao longo da existência do Chico: nenhum jamais feRamom, z qualquer avaliação dele. Aliás, uma coisa que eu disse uma vez a outro debatedor foi que os centros espíritas seriam laboratórios psiquiátricos fabulosos. Sacomé, Psiquiatria é um ramo da Medicina muito ingrato, pois o profissional recebe um cara que já tá pirado e aí tem que fazer todo o caminho de volta para tentar descobrir porque ficou assim. Já num centro espírita reúnem-se várias pessoas, as quais os psiquiatras podem avaliá-las como perfeitamente normais e mentalmente saudáveis. Mas em tais dias e às 20 horas, começa a sessão mediúnica e essas pessoas começam a ter ataques de loucura: têm alucinações, dizendo que veem fantasmas, outras dizem que são os próprios fantasmas, etc e tal… Olha só: ataques de alucinações, esquizofrenia, psicopatias e outras patias, etc e tal e… terminada a sessão, cessam todos esses ataques de loucura e todos volta a ser perfeitamente normais. Não é um laboratório fantástico? Onde você encontrará lugar melhor onde pessoas normais e sadias têm ataques de loucura em horas marcadas?
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4 – Ih! Agora acho que você leu mesmo o texto do Quemedo… Silva Melo NUNCA foi psiquiatra. Ele era um clínico geral, especializado em gastroenterologia. Também deu uma de nutricionista, falando cada besteira! Sabia que o brasileiro é “burro” por que come arroz com feijão? E chamam a Kardec de racista brutal e grosseiro por supostamente dizer que negros seriam uma raça inferior. Experimente ler a obra de Silva Melo “O problema do negro”…
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5 – Já quebrei o pau aqui com um tal de Carlos Magno, que é fã do Ramatis. Esse espírito disse cada palhaçada científica… Sobre isso, já citei por aqui o caso em que havia algo que confundia os astrônomos no século XIX: por que os satélites de Urano eram retrógrados? Em uma sessão onde se manifestou o espírito de um astrônomo, um astrônomo vivo que estava presente, perguntou se aprendeu mais lá no Mundo dos Espírito e o espírito confirmou que sim. Aí quis tirar a dúvida sobre o motivo dos satélites de Urano serem retrógrados e o espírito explicou que não eram: o problema era de observação, pois quando Herschell o descobriu, o polo sul estava voltado para a Terra e isso dava a impressão de que os satélites seriam retrógrados. Agora, que o polo norte está voltado para a Terra, poderão ver que os satélites são prógrados. O astrônomo testou o modelo e viu que o raciocínio que lhe foi passado estava correto. E a médium NADA entendia de Astronomia.
Como você pode ver, aqui houve uma digressão sobre um assunto científico… Embora errada, pois os satélites de Urano, com uma exceção, são de fato retrógrados…
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6 – O relato que lhe dei deu-se EM ESSÊNCIA nessas condições. Esse chute de “mas o médium não poderia ter obtido essas informações antes” é uma coisa um tanto estranha para mim. Como lá no Orkut eu comentei com outro debatedor: _ Que estranho! Os médiuns por um feliz acaso conheceram os falecidos ou ouviram falar deles, mas seus parentes vivos nunca conheceram esse médium antes… Como eu disse, minha prima NÃO CONHECIA o médium, nunca falara com ele antes, e só deixara o nome dela e o do pai, que já falecera há tempos e residiu fora de São Paulo. Como o médium achou os ditos nomes? Quanto ao final, o que se espera são as melífuas palavras: Estou num lugar de muita luz, aqui há muita paz, estou muito feliz, etc e tal. Mas ao contrário, esse médium disse que o espírito de meu pai passou maus bocados pelo fato de não ter cuidado de sua saúde. Como o médium soube da vida dele?
Falou você que o caso não resistiria a uma investigação? Mas quem investigou porcaria alguma nesses casos?
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É isso.
agosto 6th, 2011 às 12:16 PM
Aparaceu um Ramon no meio da palavra fez não sei porque.
agosto 8th, 2011 às 3:40 PM
Bem, eu visitei o túmulo de Kardec no início dos anos 90. Quanto ao atentado, já li alguns textos sobre isto, mas também li um desmentido, dizendo que não houve o tal ato de vandalismo. Na época (1989), não me lembro deste fato ter sido noticiado. A verdade é que, quando a visitei, a sepultura estava com excelente aspecto, parecendo ter sido (re)construída recentemente. Isso indica que o tal atentado deve ter mesmo ocorrido. Coisa de maluco radical…
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Eu sei do “boicote” que os escritos e a memória de Allan Kardec sofreu na sua terra natal, mas é curioso constatar que ele seja visto por seus compatriotas como uma figura exótica, alguém cuja obra não tem a menor importância.
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Voltando a Crookes, eu já lhe disse que sei quem foi e qual o trabalho que ele fez. Já li bastante sobre seus estudos. Só não aprofundei nenhuma pesquisa sobre eles, porque não me impressionaram.
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Quanto a Chico Xavier, já é bem diferente: Eu conheço bastante bem a obra e biografia do mesmo. Não fiz nenhuma investigação científica sobre ele porque, em primeiro lugar, não sou um cientista. Depois, já me convenci que não faz sentido fazer pesquisa científica sobre o que não existe. Novamente, evoco o mito do Saci Pererê.
Minhas opiniões sobre a sua personalidade são baseadas na observação e comparação com outras personagens. E em registros de pessoas “não engajadas”. Não são verdades absolutas. São apenas opiniões. Podem estar erradas? Podem. Mas acho que não estão.
Quanto à homossexualidade, parece que ele realmente tinha esta característica. Não sei se ele chegou a exercer esta suposta variante. E nem me interessa. A única relevância que tal condição poderia ter seria no entendimento de seu complexo de inferioridade e problemas de autoaceitação, especialmente com respeito à aparência física. Isto é muito típico dos homossexuais. Não como defeito, mas como característica muito peculiar (porém não exclusiva) a este grupo. Sem preconceito. Apenas constatação. E, para fechar a questão sobre o Chico: Não acho que ele fosse uma má pessoa, um elemento nocivo, alguém desprezível. Absolutamente, não. Se sua obra serviu – e serve – para trazer conforto e esperança para as pessoas, e não tendo sido ele um usurpador de bens materiais alheios em benefício próprio, enfim, não sendo ele em nada comparável ao Bispo Edir Macedo, por exemplo, acho que sua vida e obra justificaram-se. Só não posso adjetivar com um “plenamente”, porque entendo que a base do legado tem o vício da fantasia e da fraude. Pessoalmente, tenho muita dificuldade de aceitar, mas, vá lá: Os fins justificariam os meios.
– Quanto ao Padre Quevedo, não tenho por ele nenhuma simpatia. Eu o vejo como um fanático católico “sem noção”, um pseudocientista (desde quando parapsicologia virou ciência?), um tolo vaidoso. Como dar crédito a alguém com um microscópio numa mão e uma Bíblia na outra? Estes instrumentos não combinam…
– Quanto ao texto atribuído ao Dr. Silva Mello (que está reproduzido à exaustão na internet), não sei se Silva Mello é mesmo o autor, não o conheço, não sei se ele é psiquiatra ou taxista, nem para que time torce. O que me chamou a atenção foi o texto, com o qual reitero minha concordância, em especial no que se refere às práticas mediúnicas. É “lapidar”.
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Com respeito à experiência narrada, já disse o que penso sobre estes fenômenos. O que minha vivência me ensinou é que, tomando-se o conteúdo destes episódios e subtraindo-se a fantasia, o exagero e a fraude, sobra sempre muito pouco. Quase nada.
Mas, quem sabe, eu posso estar muito enganado.
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Sabe, meu caro, há uma nuance importante nestes debates entre céticos e crentes, ateus e “tementes”. É que o cético tem a pequena vantagem de já ter sido um crente. O crente nunca foi um cético. A fé precede o ceticismo. A condição de cético passa pela fase da crença. Então, é mais fácil para mim entender como você pensa e porque você pensa assim. É mais difícil para você entender o meu ponto de vista. Mas você é um crente diferenciado, porque permite-se duvidar e criticar. E não encaixa-se na categoria dos fanáticos e deslumbrados. Bom para você. Se há algo que me deixa sem argumento é uma afirmação do tipo: “-Mas isso está na Bíblia!” Definitivamente, não dá! Mas não é o seu caso. Você tem fé, mas não é obtuso. Você pensa. E, não fosse por isso, eu nem perderia meu tempo argumentando.
Um bom abraço.
agosto 9th, 2011 às 10:58 AM
1 – Como se diz lá no livro de Jorge Rizzini (Kardec, Irmãs Fox e outros), as autoridades trataram logo de reparar os danos (não pela memória de Kardec, eu presumo).
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2 – Kardec virou um ilustre desconhecido em sua própria terra exatamente por culpa dos líderes espíritas dos anos 1940 para frente… Eles queriam que o Espiritismo fosse só científico, mas o problema é que aí ele se torna uma “ciência” sem eira, nem beira, pois nada produz de útil e aplicável. Quanto a Crookes e VÁRIOS outros pesquisadores, o que me deixa confortável são as tolices com as quais os céticos tentam refutá-los. Achei muito bacana um artigo mentiroso de Massimo Polidoro (A mentalista que iludiu Crookes – tradução que eu o Vitor fizemos) onde esse cético militante viu-se obrigado a mentir para refutar o cientista. Ora, se o pessoal cético precisa mentir, então é porque não têm argumentos sólidos para refutar os pesquisadores mediúnicos. Uma pena.
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3 – Da minha parte, Antônio, eu também nunca me interessei em pesquisar o Chico a fundo, pois só me interessa dele o que tem algum valor moral válido. Já advertido pelo que disse Kardec sobre o fato de os espíritos serem apenas humanos sem corpo físico, sem deterem a suprema sabedoria e moralidade, aquilo que sair da pena do médium pode tanto ser algo valioso, como uma pataquada. E sou humilde e sensato o bastante para incluir o Chico junto a todos os outros médiuns, com as mesmas limitações e falhas.
POR NÃO SER UMA PESSOA LETRADA E BEM FORMADA CULTURALMENTE, Chico tinha um problema: viva cercado de fãs puxassaquistas e já dizia Montesquieu ou outro: _ Conviva com os que te criticam e nunca com os que te bajulam. Os primeiros te corrigem; os segundos te corrompem.
Ficar ao lado do Chico era um jeito de ficar bem na fita, de se apresentar como um “figurão” espírita, já que foi visto ao lado de outro “figurão”.
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4 – Discordo de sua análise: Chico foi uma criança maltratada, vítima de agressões e abusos e isso, somado à sua natureza introvertida, fez dele o tipo de pessoa que vimos. E sinceramente não sei de onde tirou essa de “especialmente com respeito à aparência física”. Desde quando a aparência física de algum é indício de homossexualidade? James Randi, Rock Hudson, Fred Mercury, George Takei (o Sulu de Jornadas nas Estrelas) e mais uma longa lista aí eram ou são bichonas e quem soube disso antes de eles saírem do armário?
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5 – Chico foi o que foi: um líder espiritual, em nada melhor do que os outros em termos de “infabilidade”. Ao menos pode-se dizer dele que deu tudo de si e nunca amealhou bens para si próprio… O que já não se pode dizer de muito pastor neopentelhocostal por aí…
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6 – Parece que Paraspsicologia foi considerada ciência em algum lugar e por alguma turma que não sei se eram cientistas. Acho que o Vitor pode informar melhor…
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7 – Eu tenho o livro dele e um outro, refutando-o. Mas ele é o que eu disse que era e sua obra é bem capenga. Vê-se portanto que qualidade não é requisito para ser um imortal da Academia (ele era). Mas se ele falou um MONTE de besteiras sobre nutrição e raças, por que teria sido só inteligente para falar de mediunidade?
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8 – O meu problema é quem foram os pesquisadores categorizados que retiraram a fantasia, o exagero e a fraude?
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9 – A questão é: O QUE LEVOU DO DITO CÉTICO EX-CRENTE A DUVIDAR? No meu caso é gozado pois eu duvido sem nunca ter deixado de ser crente. O máximo que me aconteceu é só ter ficado um pouco mais esperto ao longo do tempo. Eu me baseei muito em livros de apologistas espíritas (como Carlos Imbassahy), que confrontavam os argumentos dos céticos em relação ao que foi de fato relatado ou feito. E foi ai que reparei na falta de consistência dos argumentos desse pessoal cético. E ficou ainda pior quando os peguei mentindo, como no caso do Polidoro.
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É isso.
agosto 9th, 2011 às 9:39 PM
Bem, vamos lá:
Você perguntou: “Desde quando a aparência física de algum é indício de homossexualidade?” Aí temos um malentendido. Eu não afirmei isto. Primeiramente, quero deixar claro que nada tenho contra os homossexuais. A homossexualidade, para mim, é apenas uma característica, uma condição. Mesmo quando representa um desvio do padrão aceito como normal, a condição sexual não acrescenta nem diminiu qualquer valor a alguém (ressalvadas as perversões sexuais, que possam representar alguma ameaça à integridade de outrem, por exemplo, a pedofilia). Então, se Chico era ou não era homossexual, a relevância é praticamente nenhuma. A alusão a “feiúra” incontestável de Chico Xavier associada à suposta homossexualidade, apenas justificaria seus problemas de autoaceitação e complexo de inferioridade, o que teria sido um forte propulsor de seus mecanismos de compensação. Não sei se Chico era mesmo homossexual. Tem muita gente que assegura que esta era sua inclinação, mesmo que talvez não a exercesse (aparentemente, CX era um casto). Trocando em miúdos, numa linguagem bem popular, a ideia seria esta: “Já que eu sou uma bixa feia, cega de um olho, esquelética, careca e sem nenhum charme, vou tratar de ser reconhecido, admirado e respeitado por outras virtudes”. E o resto você já sabe.
Isto é verdade? Não sei. Mas, pelos indícios, acho que pode ser.
Em meu último post, já fiz meu reconhecimento aos méritos de CX. Mesmo com ressalvas aos seus meios e motivações, reconheço a nobreza de seus propósitos e o valor humanitário de sua obra. Não acredito em quase nada do que ele fez, disse e escreveu, mas reconheço que fez bem para muita gente. Acho que CX foi uma espécie de Papai Noel dos adultos: Não é real, mas as crianças adoram e têm a maior fé. Mas só até deixarem de ser criança…
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Quanto à questão de a parapsicologia ser ciência ou não, é uma questão de critério. No meu entendimento, a parapsicologia é tão ciência quanto a numerologia, a homeopatia, a astrologia. Ou seja, não é ciência, pois não é provada por métodos científicos.
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Respondendo ao ítem 8, eu lhe digo que não precisa ser um pesquisador categorizado para identificar os vícios de uma suposta comunicação mediúnica. É bem simples, mas eu não desejo alongar-me no assunto. Acho desgastante e improdutivo. Você acredita que estas comunicações são reais e está bem convencido disto, certo? Então, para mim, está bem.
Não sei se entendi seu questionamento do ítem 9. Se você se referiu a mim, minha resposta a esta indagação eu já dei lá nos dias 11 e 14 de julho. Volte um pouco o rol de textos e você encontrará. Se não se referia a mim, esclareça, por favor.
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SDS.
agosto 10th, 2011 às 12:21 PM
Antonio G, eu lhe sugiro um pouco mais de responsabilidade quanto ao que fala. Se não tem certeza de alguma coisa, então é melhor não se pronunciar sobre ela. Não acho muito elegante alegar, insinuar, ou apelar que ouviu dizer que Chico foi homossexual e sair pela tangente, dizendo não ter nada contra isso, etc e tal. A acusação de homossexualidade contra o Chico – só me lembro do texto do Quevedo como fonte – é só mais uma de suas tentativas para DESMORALIZÁ-LO, afinal se diz não ter nada contra a homossexualidade, MUITA GENTE TEM.
Se não sabe de uma coisa, então não diga nada. É como aqueles três crivos do Sócrates (o filósofo, não o jogador futebolista).
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Ah! Meu caro, é pouco provável que alguém vá querer dar uma de gênio, sábio, poeta, literato ou o que quer que se poderia ser para “compensar” uma certa feiúra. Veja se arrume argumentos melhores. Assim só está caindo no meu conceito.
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Olha, Antonio, eu entendo as fraudes espíritas vindas de farsantes interessados em ganhar algum. Eu não ponho lá muita fé nas coisas que os Gasparettos pintam, tocam ou escrevem. Também entendo, isso é previsto na DE, fraudes inconscientes, quando médiuns anímicos tentam fazer alguma mensagem só com parcos dados. Cabe a quem recebe julgar o conteúdo. O caso que citei, pareceu-me autêntico, pois o médium não conhecia ninguém da minha família e não teria como obter os dados. Já com outro tio meu, cunhado de meu pai, um dia sua viúva esteve na Casa Transitória lá em São Paulo e um médium deu uma comunicação, falando como se fosse meu tio. Agradeceu a amizade com vários dos presentes, falou afetuosamente à minha tia e concluiu com o recado: _ Revejam suas bagagens, pois as coisas de valor aqui são muito diferentes do que se dá valor por aí.
Acho que essa última frase foi a única coisa aproveitável na mensagem. Esse foi um caso TÍPICO de animismo. E como sabemos disso? Meu tio trabalhou durante anos ajudando a construir a Casa Transitória. Os presentes ali o conheceram portanto, inclusive o médium. Também conheciam a minha tia. Só bem à frente do médium estava uma senhora que foi empregada dos meus tios por mais de 40 anos e agora cuidava da minha tia viúva. Nem o médium, nem os demais presentes a conheciam e o tal espírito NADA disse a ela. Ele agradeceu a todos os antigos amigos, mas justamente à pessoa que agora cuidava de minha tia e se fizera membro de sua família, o “espírito” NADA disse. Aqui eu tenho TODOS os elementos para reconhecer um fenômeno de animismo.
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Contudo, nos casos mais complexos, não dá para apelar para as usuais alegações que vejo serem continuamente apresentadas pelo pessoal cético. O Vitor é um fã da Leonore Piper. Já ouviu falar dela? Pois bem, os pesquisadores obtiveram coisas com ela que não podiam ser explicadas sem apelar para os espíritos. Se há casos autênticos, Antonio, estes não podem ser eliminados pelos casos fajutos.
agosto 11th, 2011 às 4:09 PM
Ok. Seus conselhos são sábios, lato sensu. Mas não sei se aplicam-se a discussões sobre tais temas. Quando tratamos destes assuntos, tudo o que temos são posições de natureza especulativa, baseadas em critérios subjetivos. De concreto e conclusivo, não temos nada. É tudo opinião, posicionamento pessoal, convicção íntima.
Por isso, não perca de vista minhas ressalvas do tipo: “Pelos indícios que se podem observar, eu ponho crédito em análises de que Chico …
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Você admite que alguns fenômenos mediúnicos são, obviamente, falsos, mas sustenta que outros são verdadeiros. E que tem razões – respeitáveis – para acreditar nisso. Ok. De minha parte, por razões que também reivindico como respeitáveis, penso que todos estes fenômenos são falsos. São simplesmente fraudes, simulações, ou são devaneios inconscientes de natureza fantástica. Mas nunca são reais.
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Um de nós está certo. E o outro, inexoravelmente, errado. Você arriscaria um palpite? rsrsrs
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Sds.
agosto 12th, 2011 às 12:11 AM
Na verdade não arriscaria, pois o que me falta ATÉ HOJE, é o pessoal que acha que todos os fenômenos são falsos provarem a falsidade deles. Em vários só vi argumentos pífios ou mentirosos. E já que você não é um estudioso dos casos…
agosto 12th, 2011 às 8:37 PM
Pois é… De fato, provas não existem. Nem para um lado, nem para o outro. E, realmente, não sou propriamente um estudioso. Apenas um observador atento.
E, uma vez que comprovações não existem, só nos restam argumentos. De minha parte, eventualmente pífios. Mas nunca mentirosos.
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E por aí vamos…
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Sds.
agosto 13th, 2011 às 2:10 PM
Antônio G, sem ofensas, estou só colocando o meu ponto de vista, OK? E só estou fazendo isso porque percebi que nesse fórum há liberdade para tanto.
Lendo boa parte dos seus comentários, citando livros, cientistas, etc, chego a conclusão que você ou não leu ou não entendeu Kardec. Digo isso porque em várias de suas afirmações, você tem a expectativa de que um expírito sabe tudo, não erra na grafia, não comete erros, não dá informações imprecisas, que o expiritismo explica tudo. Não é bem assim. Os espíritos cometem os mesmos erros, se enganam do mesmo jeito e não são capazes de prever o futuro, assim como nós. Só Deus sabe o futuro, mais ninguém. Leia Kardec e analise. E talvez, se seguir o exemplo de Sócrates, isto é, permitir-se aprender sem preconceitos, quem sabe compreenda um pouco mais do espiritismo, porque pelo visto em 30 anos, nos seus comentários, a sensação é nítida de quem tem muita desinformação. Eu estou há menos de 6 meses e estou achando a religião mais racional, não dogmática, mais científica que eu já tive oportunidade de acessar. Justo eu, que sou agnóstico, detesto religião, não suporto discurso de padre, não frequento missas, chego sempre atrasado nos casamentos, pra só pegar o final.
Uma coisa é certa e eu te digo, você vai ser espirita de novo. Mas cabe a você decidir se vai ser nessa vida ou depois dela.
Outro ponto que você colocou lá atrás, sobre causa e efeito, que existe efeito sem causa. Você está falando do mundo subatômico. Nele as leis são um pouco diferentes da nossa. Mas mesmo nele, também não existe efeito sem causa. Como escreveu Kardec, mesmo que não houvesse realmente uma causa, o simples fato de gerar alguma coisa do nada provaria que por trás desse nada existe um princípio inteligente. E nesse caso, o nada não seria nada. Seria algo. O experimento sobre a causa sem efeito está perfeitamente explicado nesse tópico em inglês: http://answers.yahoo.com/question/index?qid=20090918061009AA4E8ZF. Leia (se precisar, coloque em algum tradutor) e por favor, seja racional e aceite os argumentos colocados. Porque sem utilizar a lógica e a razão fica difícil continuar discutindo.
agosto 15th, 2011 às 10:41 AM
Kiko: Então, tá.
agosto 16th, 2011 às 5:07 PM
“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”
É só o que eu tenho a dizer. ¬¬’
agosto 16th, 2011 às 6:30 PM
Para Joyce S.:
Bacana! Você foi mesmo bem objetiva na sua mensagem. Falou pouco, e disse nada.
agosto 20th, 2011 às 4:26 AM
muito bom Blog;
Há uma importante hipótese entre Neurologistas e Psiquiatras que descreve as visões , vozes , intensa emoção , júbilo, sensação de êxtase experimentados pelos médiuns,videntes, profetas e religiosos como sendo Sindrome da Epilepsia do Lobo Temporal
Esta sindrome de dificil diagnostico pode ter o EEG normal! As alterações unicas presentes podem só serem encontradas em uma Ressonancia Magnetica especial
Caracteristicas interessantíssimas desta Síndrome;
-paciente extremamente religioso
-paciente tem um senso ético extremamente rigoroso
-alucinações auditivas visuais tateis olfativas criando um quadro de percepção sem objeto caracteristico dos contatos c/ seres imateriais ( espiritos, fadas , duendes, mentores interplanetarios etc)
-episódios de extase religiosos são comuns
-tendencia ao messianismo
-Hipossexualidade marcante
-Introspecção
-sensação de Déja vu , déja vecu , déja pensé( já vi , ja estive neste lugar , ja tive a mesma idéia etc)
-se há convulsões estas são parciais focais ( ex são as pequenas contraçoes de musculos isolados dos membros, da face etc ,muito sutis) ou raramente são generalizadas(raramente são o tipo epiletico classico que o povo conhece)
-sensação de plenitude espiritual e de grande felicidade; esta caracteristica é importantissima; muitos epileticos , e não só os portadores de Epilepsia do lobo temporal,relatam uma felicidade extrema ‘que tranborda do peito ” durante as crises; um exemplo classico é o do escritor russo Dostoyevsky que dizia que se os ditos normais soubessem a felicidade que os epileticos eram capazes de experimentar durante uma crise, dariam tudo para serem epileticos ao menos por um momento;
Essas são as caracteristicas principais; o tratamento pode ser com medicamentos ( ex.: Carbamazepina) ou neurocirúrgico;
agosto 20th, 2011 às 4:45 AM
pesquisem por : EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL
agosto 23rd, 2011 às 11:50 AM
Olá Pedro Paulo, interessante, hipóteses podem não ser nada mais que meras especulações, a menos que virem estudos e esses estudos tenham resultados concretos livres de preconceitos, tendências e interesses pessoais ou financeiros. Não me considero epilético, nunca tive nenhuma crise e não estou falando de terceiros ou de algo que ouvi falar ou li, mas sim de algo que aconteceu ou que fiz acontecer, quando mais novo, e quando digo mais novo me refiro a uns 25 anos atrás, nada sobre espiritismo conhecia, mas sempre me interessei por coisas que fugissem à normalidade, comprei um livro entitulado “Como Ler Pensamentos”, comprei porque tinha o hábito, mesmo que involuntário de parecer ouvir o que as pessoas iam dizer muito antes delas dizerem, inclusive, por diversas vezes eu dizia antes ou apenas comentava o que as pessoas acabaram de pensar, e as pessoas sempre se mostraram assustadas com o fato, mas comprei o livro pra tentar entender o aprender a dominar isso, após ler o livro eu fiz o contrário, ao invés de ler eu tentei projetar o pensamento, havia um amigo meu na sala olhando televisão junto a outros amigos, eu estava em outro cômodo e comecei a chamá-lo por pensamento, após uns 10 minutos eu fui até a sala e perguntei porque ele não havia me respondido, ele então respondeu que me ouviu chamar mas que parecia que a voz vinha da rua, levantou e me procurou, como não me viu achou que tinha imaginado que eu havia chamado. Nunca contei pra ele da “experiência” que havia feito, mas acho pouco provável que tenha sido coincidência. Passado o episódio me desinteressi pelo assunto, coisa de guri, atingido o objetivo, vai pra outra novidade. Se ainda leio pensamentos? hehehehe… raramente.
Abraço pra todos do blog, é muito bom discutir assuntos polêmicos, só temos que ter cuidado ao discutir, discutir paixões é sempre complicado.
agosto 25th, 2011 às 2:12 AM
Wilson,
Isso é telepatia; O que é diferente de manifestações da “possivel alma humana desencarnada”; E digo a vc que já tive uma experiencia interessante como a sua: estava eu no Metro pensando na minha ex mulher; estava preocupado pq tinha que encontra-la p/ resolver problemas financeiros urgentes; ela sempre foi muito sensitiva parapsicologicamente falando; fui resolver um problema em um bairro distante , em horario e local totalmente desconhecidos dela ,porque estavamos separados e eu ja tinha outra mulher; quando vou chegando perto de uma estação e o metro ja estava meio vazio, eis que vejo ela na plataforma olhando fixamente para dentro do trem procurando algo; eu saio correndo e chamo o nome dela; ela diz : Cara , na minha cabeça de repente me veio a certeza de que vc estava neste trem e de repente me deu uma vontade louca irresistivel de olhar para dentro deste vagão ;ela tinha ido na casa de uma amiga , coisa que eu não sabia. Coincidencia? Não acredito.
Como vê, não sou totalmente cético: acredito nos achados da Parapsicologia clássica.Se é possível ao cérebro humano decorar todos os nomes e endereços de uma lista telefonica de Nova York por exemplo(os chamados pela Psiquiatria de Savant Idiot, idiotas sabios) nada impede a possibilidade da existencia rara de transmissão de pensamentos através de mecanismos neurosensoriais ainda pouco conhecidos;
Agora, a possivel comunicação c/ os os mortos é o processo, dentre todos os conhecidos fenomenos estudados pela Parapsicologia Classica , mais controverso e de menos corroboração experimental.
Mesmo Rhine absteve-se de fazer afirmaçoes conclusivas sobre este tema devido ao pouco embasamento estatistico comprobatorio.
Por outro lado,cada vez mais a neuropsiquiatria traz as pretensas faculdades do espirito para dentro do cérebro;
o descobrimento da Epilepsia do Lobo Temporal é um exemplo;
Outro exemplo:hoje neurologistas são capazes de desencadear sentimentos ( bem estar ,raiva) em voluntarios através de estimulações eletricas de areas do cérebro especificas;
De qq forma respeito suas crenças, pq um dia tb fui um espiritualista
agosto 25th, 2011 às 2:20 AM
Wilson,
lembrando que na descrição acima, eu não tinha marcado encontro com minha ex no metro; nosso encontro na estação de metro, em uma cidade de milhoes de habitantes ,foi totalmente casual.Ela estava na estação e de repente sentiu que devia olhar dentro daquele vagão fixamente pq eu estaria ali;nunca mais esquecerei dos olhos dela procurando algo dentro do vagão e ao me encontrar dizer que segundos antes “veio “em sua mente a imagem minha sentado dentro daquele trem; acredito que houve telepatia ali, mas sei que é dificil de se provar cientificamente o acontecido.
agosto 25th, 2011 às 2:14 PM
Pedro, de fato, no caso que contei isso é telepatia, mas como tu mesmo disse, “é dificil de se provar cientificamente o acontecido”, se referindo ao teu caso, mas digo que essa frase se aplica a muitas coisas que acontecem em outros âmbitos, como por exemplo, comunicação com mortos, pelo fato de não haver nada que comprove ou não a possibilidade disso não significa que devemos descartar, talvez um dia haja provas da possibilidade ou não, por exemplo, até hoje as pessoas duvidam que o homem pisou na lua, mesmo com filmagens, fotos e depoimentos de quem esteve lá, então mesmo uma imagem se dizendo um “morto” indo em rede nacional dizer que existe vida após a morte não teria créditos. É como a dor, só sabe quem já sentiu e não adianta tentar explicar o quanto dói, só sentindo. Uma amiga minha, senhora católica, perdeu um filho aos 18 anos, estava inconsolável, vinha trabalhar com muita dificuldade, sempre chorando, mas por ser uma ótima funcionária a chefia fazia vista grossa, em um determinado momento nos colocaram sentados de frente um pro outro, ela então com receio me perguntou se eu era espírita, eu disse que sim, ela me pediu que explicasse porque um filho que era um exemplo se foi tão cedo, na época tive muito cuidado ao falar com ela desse assunto, senti que a perda de um filho era algo muito grande, mas não imaginava que passaria pelo mesmo sentimento, enfim, tentei tranquiliza-la, pedi que ela orasse e pedisse que Deus a ajudasse nesse momento e que a resposta viria no seu devido momento, conversamos por semanas, meses, ela foi naturalmente aceitando o acontecido, até que um dia ela veio me falar que o seu filho veio em sonho conversar com ela, que ela só podia estar imaginando coisas, mas eu disse que ela ficasse tranquila, que aproveitasse pra falar com ele, e ela sonhou, por dias seguidos com ele, sempre mantendo diálogos a respeito de onde ele estava, o que estava fazendo, sem nunca ela ter lido nada a respeito de espiritismo, nunca sequer eu ter dito que era de um jeito ou de outro, mas ele narrava exatamente como é dito em alguns livros a respeito, isso fez com que ela melhorasse, voltasse a viver me atrevo a dizer, até que um dia ele veio e disse que ela não ficasse triste, mas que era a última vez que viria em sonho falar com ela, mas que estaria olhando por todos em casa mesmo assim, e nunca mais ela sonhou com ele. Num desses “encontros” com ela, ele mencionou da isenção de culpa do motorista do caminhão que atroupelou ele, que ele por descuido não viu o caminhão que dobrava uma rua e por isso fora atingido, ela entrou em contato com o senhor que havia atropelado ele e perguntando como foi ele contou exatamente a mesma coisa. Bom, a história tem muito mais detalhes que nada fazem diferença, mas sei que por mais que não possamos provar nada, não significa que nada exista. Meu grau de espiritualista se resume a tentar ser o melhor que posso, sempre tentando melhorar, não me deixando corromper pelo meio que vivo e nem perdendo a fé, defendo o bom senso, penso que onde há bom senso não precisamos de leis. Abraço!
novembro 16th, 2011 às 7:58 PM
Puxa, eu adorei o site.
Nunca imaginei encontrar pessoas estudadas e cultas, coisa que não sou, que têm a mesma visão que a minha quanto ao Espiritismo.
A vida toda notei a falta lógica que muitos livros apresentam, até mesmo em coisas bem simples , nem era preciso eu ler a opinião de pessoas que estudaram muito para analisarem esses mais complexos detalhes que , é claro, me escapariam, já que sou iletrado.
Obrigado a voces.
Estou devorando esse site
fevereiro 28th, 2012 às 11:47 AM
A leitura dos “achados” de Lair Amaro parece ter anestesiado a capacidade inquisitiva de algumas pessoas por aqui, inclusive para perceber os tropeços metodológicos do historiador. Se até que ele vai bem na construção, deixa-a sem o telhado da lógica no final. Vou ficar em poucos pontos. Com mais vagar, em outra oportunidade, posso focalizar outros.
A maior falha, volto a dizer, se percebe nos pressupotos metodológicos. Amaro claramente enuncia que sua abordagem é uma convergência de historiografia, arqueologia e antropologia.Se é só isso, é deficiente. Faltou a linguística. Esse tem sido o calcanhar de Aquiles dos historiadores, que nunca conseguiram bom desempenho no estudo de linguagens e seu complexo tecido cognitivo, diacrônico e histórico.
Alguns historiadores até que mostram algum talento. Mas são poucos – e fora do Brasil. Um dos conceitos basilares em Linguística, desenvolvido por Antoine Meillet, um francês estudioso notável do árabe, é o de “outillage mental”, por aqui traduzido como “utensilagem mental”, e que é largamente empregado em pesquisa histórica, mas de forma acanhada. Por tal ferramenta teórica, você deve procurar entender o falante a partir de seus limites e movimentações lexicais no tempo em que ele se situa. Veja o caso da passagem criticada por Lair quanto a Paulo ter recebido de Gamaliel um pergaminho dos Evangelhos. Essa passagem positivamente NÃO É INCOMPATÍVEL com o trecho epistolográfico contido na Bíblia. “Evangelho”, do grego ??????????, tornou-se um vocábulo plurívoco à medida em que foi sendo utilizado e reutilizado. Tanto passou a significar o suporte material em que estava escrita a Boa Nova quanto a própria Boa Nova em si, já na sua estrutura profunda de revelação e transfiguração crística. Vou dar um exemplo de mutação semântica dessa natureza que talvez não seja desconhecido do próprio Lair: na literatura quinhentista do Brasil, inclusive a epistolografia jesuítica, “brasil” significa alternativamente a árvore ou madeira, a língua, o índio e a própria terra. Antes de se fixar definitivamente neste último sentido, convivia normalmente com os outros no nascedouro na nacionalidade brasileira. É preciso, pois, atenção para não se confundirem esses significados quando se leem tais textos.
Voltando agora ao passo criticado, é fácil estabelecer distintivamente os sentidos empregados: na obra psicografada, “evangelho” é o pergaminho; na carta, Paulo fala da revelação, que obteve a partir de sua própria fé, afinal o caminho da revelação é sempre pessoal.
Fico por aqui. Trarei em breve a falha do historiador em se munir de incursões de psicologia para entender os personagens e as projeções linguístico-descritivas contidas nas obras criticadas, além de procurar demonstrar que suas contrainformações históricas – quando existem – estão distorcidas ou mal interpretadas. Falta-lhes densidade sobretudo no que toca à obra de Emmanuel.
Voltarei. No momento, estou em Montes Claros-MG, rumando para a Bahia.
Francis (francistebaldi@gmail.com)
fevereiro 28th, 2012 às 11:59 AM
Desculpe-me pela etimologia de “evangelho” não ter saído. O ambiente gráfico do ‘site’ não suporta caracteres da koiné.
março 24th, 2012 às 9:29 PM
Estudo muito interessante, do ponto de vista científico. Os contrapontos são importantes para nos fazer refletir. De fato, tudo que é declarado mediúnico tem sido aceito sem ressalvas, o que é ruim para o próprio Espiritismo, cujas bases não são abaladas por estes “acréscimos”.
É importante lembrar, porém, que no conjunto da obra de um homem como Chico Xavier, que vivenciou plenamente sua fé, exemplificando tudo que pregou, tais ruídos não passam de erros de digitação numa enciclopédia, não comprometendo a riqueza de seu conteúdo.
abril 6th, 2012 às 1:32 AM
Pois é…. um enorme Sofismo desse irmão. Ainda tem muito para aprimorar nessas ”pesquisas” e abrir mais a visão real e sair da visão dos homens. Ele tem duas alternativas, ou aprende enquanto tem esse corpo ou quando não o ter mais. O certo é, um dia ele vai ver o tamanho gigante dos erros, que aos quais, são esperados e compreendidos. Tudo foi, esta e será provado. Pois muitas obras de décadas atrás no sentido científico, histórico e intelectual já estão comprovados e muitas coisas ainda virão. Sabemos de algo, muitos estavam errados e esse que Lair carioca é apenas mais um. Não tenho mais razão para aqui voltar. Pensem, se puderem.
abril 24th, 2012 às 8:06 PM
Não tenho a mínima simpatia pelo Espiritismo. Achei muito forçados certos argumentos contra as passagens dos médiuns espíritas. Esse professor é muito fraco, antes de sair ensinando ainda mais sem fundamentar, ele devia buscar aprender, e muito. Eu gostaria de vê-lo falar essas coisas sobre o início do cristianismo em um debate público com um dos teólogos especializados em Bíblia e em História do cristianismo antigo do Instituto do Verbo Encarnado, do Opus Dei, dos Legionários de Cristo. Ele não aceitaria. Falar até um papagaio fala, quero ver fundamentar.
abril 28th, 2012 às 7:01 PM
Olá amigos cristãos.
considero, dois pontos.
1 – O professor é um grande enviado permitido por Deus para que os estudiosos do espiritismo, o ouvindo, tomem cuidado no que vão escrever, não apenas escrevendo o que querem , da forma que pensam, mas, considerar a ciência do mundo; o que nós já conhecemos, descobrimos, para que faça parte de seus trabalhos um contexto mais real da sociedade terrestre, assim como vemos claramente na explanação do historiador, que se fundamenta naquilo que temos como prova palpável, e aceita pelo mundo. O que é meritório.
2 – Toda a articulação do estudo desse professor, merece parabens, pois, como espirita, vemos que as ciências do mundo veem para nos elucidar e esclarecer do que nos faltava nos recuados tempos, nos aclarando novos caminhos e nos preparando para o futuro. hoje a sociedade humana não precisa de mais um cego, chega de literaturas vazias, temos que escrever do coração e com fundamentações,
Nesse contexto, temos que ouvi de forma bastante acadêmica, separar a vagem do feijão, e realmente deixar de dar espaço para os zombeteiros de outros planos.
Sem reforma íntima diria que isso seria impossível.
Parabens professor.
junho 9th, 2012 às 6:34 PM
As análises em questão não evidenciam a tradução dos textos evangélicos (existiam mais 70 versões) para a VULGATA LATINA, trabalho que São Jerônimo desenvolveu por mais de 30 anos no Séc IV. O episódio da mulher adultera sempre foi registrado. Nos 4 evangelhos, existem muitos assuntos ventilados num e em outros não, como foi o caso de mancebo que correu despido do sepulcro, que só existe no evangelho de João.
Outro fato importante: Será que no plano espiritual de onde vieram tais informações criticadas, não estão melhor alicerçadas tais informações?. As obras não vieram do mundo espiritual? Ou não precisariamos delas já que o que temos aqui é suficiente e verdadeiro, como o Evangelho atribuido a Tomé?
junho 16th, 2012 às 8:41 AM
Não podemos cair no cadafalso de reduzirmos os fatos históricos a resultados tão fechados, amarrados e liquidados, como se estes fossem cálculos matemáticos. Em história não há verdades: há hipóteses aceitávies. Qualquer especulação, por mais forte que seja, não passa de especulação. O crítico em questão, faz comparações forçadas; observações flagrantes dos chamados historiadores positivistas. Entretanto, do ponto de vista dos títulos, por mais respeitável que seja um crítico (em se tratando de história) é preciso cuidados na aceitação dessas verdades, tão prontinhas e acabadas. E o bom senso, nesses casos nunca será moeda desvalorizada.
janeiro 11th, 2013 às 9:11 PM
vamos falar de uma história recente.Chico e Emmanuel, publicaram varios livros no qual a renda desses livros foram uasadas em assistencia aos nessecitados.
quero ver um historiador dizer que é mentira.
maio 4th, 2015 às 8:22 PM
Prezados(as), comecei a ler o texto e, logo de cara, percebi falácias. Procurou pelo em casca de ovo e chifres em cavalo e acabou encontrando. Quem procura acha. Mas está é só uma opinião minha. Nada há de pessoal nela. Emito-a com propósitos filosóficos. Obrigado.
junho 23rd, 2023 às 10:31 PM
Não existe Jesus histórico. Esses acadêmicos que sustentam a tese do Jesus histórico usando o evangelho na verdade são teólogos. É claro que no Brasil há historiadores sérios que defendem essa tese, como o Lair Amaro e André Chevitarese, mas eles se baseiam nos livros escritos por teólogos da igreja que NÃO SÃO historiadores. Os verdadeiros historiadores internacionais que estudaram Jesus concluem que ele nunca existiu. (Tem um vídeo muito bom no canal Antônio Miranda – Teologia Reversa sobre esse assunto.) Portanto, pouco importa se o que Chico escreveu concorda ou não com os evangelhos, pois ambos não passam de mitologia e ficção religiosa.
Obs: curioso que quando o Antônio participou de uma live com o Daniel Gontijo dizendo que Jesus nunca existiu o Daniel ficou nervosinho com ele, por que será? Ele já fez live contigo né, Vitor. Me pergunto se esses ateus que perdem tanto tempo com espiritismo como se essa fosse a religião que mais oprime ateus são ateus de verdade ou cristãos disfarçados…
junho 23rd, 2023 às 10:34 PM
Gilson, poderia me citar o nome das organizações que Chico ajudou? O Divaldo eu sei que adotou várias crianças que estudam numa espécie de pequena cidade, mas sobre o Chico sinceramente eu não sei. Acho que o espiritismo original sempre prezou foi pela caridade moral, não por assistencialismo.