Física Moderna e Mundos Sutis: Não Mutuamente Excludentes (2000)
Este artigo do astrofísico Robert D. Klauber visa demonstrar – e, no meu entender, consegue seu intento – que a existência do que é popularmente conhecido como “entes sobrenaturais” (espíritos, anjos, demônios) e mesmo a existência de “outros planos” é perfeitamente compatível com a Física atual. É um excelente artigo para reflexão, especialmente para os materialistas, acredito. Recomendo!
Física Moderna e Mundos Sutis: Não Mutuamente Excludentes
Robert D. Klauber
Resumo—uma faceta da mudança de visão de mundo introduzida pela revolução da mecânica quântica foi a descoberta de DeBroglie de que todas partículas são de fato como ondas e que por causa disto uma pluralidade de partículas pode ocupar a mesma região do espaço simultaneamente. Este princípio bem aceito e validado empiricamente é explorado no contexto da teoria de campo quântico do acoplamento partícula/campo de força. Demonstra-se que mundos sutis (não físicos) podem existir sem serem contraditórios, ou inconsistentes de alguma forma, com a física moderna.
Palavras-chave: interações—união—mundos sutis—quatro forças— outros universos
Há um falso juízo comum, mantido por muitos cientistas e também por não cientistas, de que as leis da física impedem a existência de entidades não físicas e quaisquer mundos metafísicos concomitantes. Este ponto de vista, da forma como aparece, é um vestígio do pensamento científico pré-mecânica quântica e de modo algum representa uma restrição imposta à realidade pela física pós-clássica de nossa idade moderna.
Um conhecimento científico popular pré século XX (a ponto de ser um axioma) afirmava que dois objetos nunca poderiam ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo. Estava, portanto, implícito que aparições e entidades semelhantes que teriam a propriedade de coexistir no tempo e espaço com estruturas físicas tais como portas e paredes talvez não pudessem existir.
A descoberta de DeBroglie da natureza típica de uma onda da matéria mudou essa perspectiva dramaticamente. Hoje, os físicos regularmente lidam com funções de onda de leptons, quarks, fótons e de outras partículas, que se sobrepõem e compartilham regiões idênticas no espaço e no tempo. Assim, da mesma forma que se pode observar duas ondas na superfície do oceano irem em direções opostas e atravessarem-se incólumes, embora ocupassem por um tempo a mesma área de superfície da água, também se poderia observar duas ondas/partículas subatômicas atravessarem-se inalteradas, coexistindo por um tempo no mesmo espaço. Partículas presas poderiam, aliás, compartilhar uma “prisão” em comum indefinidamente.
Se duas de tais onda/partículas ocupam em conjunto uma região particular de espaço-tempo e não reagem uma com a outra, então nada mudou. Freqüentemente, no entanto, elas reagem, e tal interação pode mudar suas energias, momento, cargas, e outras propriedades. As interações são mediadas por campos de força entre as partículas, e estes campos de força carregam propriedades tais como energia, momento, e passam de uma partícula para outra.
Na teoria de campo quântica estes campos de força, os portadores das propriedades entre as partículas, estão de fato propagando ondas. Porque ondas e partículas são essencialmente idênticas, nós comumente nos referimos aos campos de força como partículas, ou mais precisamente, como partículas virtuais. São chamadas virtuais (em contraste com as partículas reais cujas interações eles mediam) em parte porque são singularmente evanescentes. Por exemplo, uma primeira partícula real tal como um elétron pode emitir uma partícula virtual tal como um fóton, que subseqüentemente é absorvido por uma segunda partícula real tal como um segundo elétron. Os dois elétrons mudam de energia e momento (i.e., cada um repercute no outro), e podemos medir esses mudança. O fóton por outro lado existe só muito brevemente, mas por tempo suficientemente longo para levar as quantidades apropriadas de energia e momento do elétron um para o elétron dois. Nós nunca podemos medir o fóton fisicamente e então o distinguimos das partículas reais chamando-o virtual. De acordo com a nossa compreensão atual, todas as forças são mediadas por tais partículas virtuais.
Mas partículas são na verdade ondas, e estas “ondículas” compõem o universo inteiro. A razão de o nosso universo não ser simplesmente uma coleção desinteressante de ondas independentes continuamente se atravessando imutáveis e intactas é que várias ondas são aglutinadas via interações (forças). As partículas com a natureza de onda que compõem a sua mão não atravessam um objeto tal como uma porta porque os elétrons (ondas) na sua mão e os elétrons da porta interagem; isso é, eles continuamente trocam números copiosos de fótons virtuais que eficientemente empurram a porta para longe quando a mão a “toca”. Sem esta interação (a união de partículas na mão e das outras partículas na porta), a mão simplesmente passaria diretamente pela porta, nunca havendo a sensação de toque e aliás nunca sabendo que havia uma porta lá .
Há quatro interações, ou forças, conhecidas da física moderna. Duas destas—as interações gravitacionais e electromagnéticas— são familiares em nosso mundo macroscópico, e duas—as forças fraca e forte— são predominantemente subatômicas. Nós atualmente acreditamos que cada uma destas quatro forças é mediada por um tipo de partícula virtual diferente. O fóton media a força eletromagnética; o gráviton, a força gravitacional; o glúon, a força forte; e os bósons vetoriais intermediários, a força fraca.
É importante reconhecer que sabemos que uma partícula existe (na verdade que algo realmente existe) só por causa da união (interações) entre partículas. Por exemplo, um elétron reage com um detector de elétrons trocando fótons virtuais com esse detector. Um sinal de detecção só ocorre porque o elétron sendo detectado é unido via a força eletromagnética aos elétrons nos circuitos eletrônicos do detector. Assim, se sentimos uma porta com as nossas mãos, ou se a percebemos por quaisquer de nossos sentidos, é somente porque as partículas dos nossos órgãos sensoriais estão unidas às partículas do objeto que nós percebemos transmitindo propriedades particulares (informação). Se não há nenhuma união, não há nenhuma percepção.
Um exemplo real do nosso mundo deste princípio é o neutrino, uma partícula que não tem nenhuma carga elétrica e por isso não se junta a qualquer partícula de carga via força eletromagnética. Uma célula humana da pele ou um detector de partícula que responde a fótons virtuais (i.e., unem-se à força eletromagnética) pode ter muitos neutrinos atravessando-os, mas nunca registrariam coisa alguma. Semelhantemente, os neutrinos não têm nenhuma união com a força forte. Então um detector que pode ser sensível a glúons virtuais da mesma forma seria transparente, e incapaz de detectar, neutrinos. As várias partículas em criação estão unidas em meios diferentes via diferentes combinações das quatro forças. Por exemplo, o elétron tem união com a força fraca, gravitacional e eletromagnética, mas não tem união com a força forte. Os quarks se unem a todas as quatro forças. Os neutrinos, como não possuem massa, ou possuem uma massa muito pequena, possuem uma união gravitacional que é demais pequena para medir, e, portanto, eles possuem apenas (de forma eficaz) união com a força fraca.
Esta característica singular dos neutrinos os torna não somente interessantes, mas também particularmente relevantes ao tema deste artigo. Observe que o único meio em que nós podemos detectar os neutrinos é via a força fraca. Mas a força fraca é assim chamada porque é débil. Aliás, é tão extremamente débil que mais de 200 bilhões de neutrinos atravessaram a unha do seu polegar durante o tempo que você levou para ler esta sentença, mas você não sentiu nada. A força fraca (o único meio pelo qual o seu sistema nervoso poderia ter detectado a presença dos neutrinos) é tão leve que nenhum desses neutrinos reagiu com um único átomo da sua unha. Aliás, a única forma de os neutrinos serem realmente detectados nas experiências é usando volumes enormes de matéria por longos períodos de tempo. Nas experiências típicas, um mero punhado de interações reais é detectado após muitos meses.
Esta quase imperceptibilidade das fraquíssimas interações dos neutrinos os transforma quase que
A força fraca é restrita à física de partículas designada como tendo “quilaridade para a esquerda”. Super-simplificando os termos, pode-se pensar em um elétron, neutrino, ou quark como girando tipicamente com o spin alinhado na direção da viagem (velocidade). Considere que o spin pode ser pensado tanto no sentido horário (dextrogiro) em torno dessa direção ou anti-horário (levógiro). Peculiar como pode parecer, apenas neutrinos levógiros interagem com a força fraca. Os dextrogiros são imunes e, portanto, transparentes, aos seus efeitos. Então apenas um neutrino levógiro pode reagir via força fraca com outra partícula tal como um quark, elétron, ou outro neutrino.
O ponto chave é esse: os elétrons dextrogiros e os quarks existem. Sabemos disso porque foram detectados via força eletromagnética. Mas nós não podemos detectar neutrinos dextrogiros por tal meio porque eles não reagem eletromagneticamente. Como nós não podemos detectar os neutrinos dextrogiros pela força fraca, não há essencialmente nenhum meio de saber se estas partículas sequer existem. Ainda assim, há trilhões incontáveis delas passando a cada minuto por cada um de nós e por cada detector conhecido. Se os neutrinos levógiros são quase como fantasmas, os neutrinos dextrogiros o são completamente.
Considere então que os seres conscientes em nosso universo estão cientes uns dos outros, do resto do universo, e ao menos alguns aspectos de si próprios apenas por causa das interações entre as partículas/ondas dos quais os objetos físicos são feitos. Como observado, estas interações, até onde sabemos, são limitadas a quatro.
Considere ainda a possível existência de uma nova família de diversas partículas, semelhantes a neutrinos dextrogiros, em que nenhuma delas reage a qualquer uma das quatro forças que dominam a nossa realidade. Esta nova família pode consistir em um número limitado de tipos, cada um deles percorrendo nosso universo conhecido em números imensos, levando a densidades significativas. Considere, além disso, que esta família pode ter três ou quatro ou cinco interações próprias diferentes, unindo os seus membros de várias maneiras. Esta família e seu jogo de interações então podem se comportar de forma geralmente semelhante à nossa própria família de partículas e campos de força, embora tivesse tipos de interações únicas se manifestando com uma complexidade e química todas próprias. Poderiam se desenvolver, crescer, e talvez mesmo produzir seres inteligentes.
E eles nunca seriam detectados por qualquer um de nós—ao menos por nossos sentidos físicos. Coexistiríamos no mesmo espaço e tempo, mas como todas as ondas quânticas nesse sistema passariam tranqüilamente, e sem perturbar o nosso sistema, nós viveríamos nossas vidas esquecidos deste outro cosmos independente.
Se há uma tal outra família, por que não muitas? Aliás, por que não várias? O universo certamente favorece números inimaginavelmente grandes. Se, como supomos, há um número incontável de galáxias (incluindo aquelas além de nosso horizonte de visibilidade) como tantos teóricos propõem, e um número incontável de outros possíveis universos, então por que não um número incontável de outras famílias independentes de partículas? No mesmo lugar onde você agora se senta, aí também pode, nesse mesmo instante, sentar-se uma superabundância de outros seres conscientes, alguns dos quais podem também estar ponderando as limitações sensórias de sua versão particular de teoria de campo quântica.
Neste contexto, a proposta de que um céu ou um inferno coexistem em espaço conosco pode começa a parecer bastante plausível. Da mesma forma os relatórios de encontros próximos de UFOs em que alegadas civilizações avançadas parecem ser capazes de manipulação e locomoção entre mundos não físicos e físicos.
A lista prontamente se expande a túneis de quase-morte, espíritos, anjos, auras, planos astrais, outras “dimensões”, e vários outros conceitos relegados por muitos cientistas da corrente principal ao terreno da fantasia. Quando certos indivíduos afirmam que eles percebem tais coisas, talvez a resposta científica adequada deva ser a investigação, ao invés da prática mais comum de descrédito e descarte. Algo na fisiologia dessas pessoas pode estar de alguma forma unida, de modo presumivelmente delicado, a um ou mais outros campos de força do mundo. Sabemos que a consciência individual e o seu correspondente corpo físico interagem de formas que nós ainda não entendemos plenamente. Essa mesma consciência também não poderia reagir, por formas ainda menos compreendidas, com corpos transfísicos quase impalpáveis mas igualmente reais?
Concluindo, observamos que certamente não provamos que mundos sutis realmente existem. Mas devemos manter em mente que na longa história da humanidade ocorreram numerosas metamorfoses nos paradigmas, e o universo repetidamente surpreendeu-nos por ser muito mais extraordinário e maior do que nós previamente tínhamos imaginado (ou mesmo, como alguém disse, do que podemos imaginar). Dado tal histórico, seria prudente prosseguir cuidadosamente e sem preconceito em questões de suposta natureza metafísica e chegar a conclusões baseadas somente no empirismo. Em particular, nenhum proponente do materialismo jamais deve alegar como afirmações cientificamente indefensáveis feitas por outros concernentes à possível existência de mundos não físicos. Como vimos, nem a física moderna impõe um limite probabilístico para a existência de tais mundos transcendentais, nem restrições à sua natureza, número total, ou extensão final.
Referência original: Klauber, R.D. (2000) “Modern physics and subtle realms: Not mutually exclusive”. Journal of Scientific Exploration, v. 14, no 2, 275-279.
Artigo traduzido por Vitor Moura Visoni
janeiro 27th, 2012 às 7:50 PM
Vitor
Ótimo artigo. Excelente para trocarmos algumas divagações. Então, na linha do artigo, a nossa consciência seria uma espécie de partícula/onda não detectável e desconhecível, ainda. Algo como os neutrinos, mas menor ainda em massa e força gravitacional que os neutrinos. Pois caso contrário não teria como ser possível uma interação matéria/consciência! No sentido da consciência de alguma forma entrar e se manter vinculada a matéria! Sem esta partícula onda desconhecida, haveria naturalmente a repulsão. Seria como colocar a mão numa parede! Não teria como uma consciência entrar num corpo físico! E esta partícula/onda, ou conjunto de partículas/onda parecidas com o neutrino de alguma forma possuem uma capacidade vital de ao interagirem e se estabelecerem, se manterem vinculadas a esta matéria, animando-a, no caso o nosso físico. A teoria é boa! rsrsrsrs
janeiro 27th, 2012 às 9:20 PM
Vitor, vc postou uma parte desse texto num comentário, né? Então, como eu tinha falado da outra vez, do ponto de vista teórico é interessantíssimo e não vejo nenhuma inconsistência. Mas, novamente, acho que esses dois mundos não seriam comunicáveis entre eles. Quem sabe os aceleradores de partícula piderão dar algumas pistas sobre isso, no futuro? Costumo dizer que a física de partículas chega a ser filisófica. É muita “viagem”, mas viagem que pode ser, até certo ponto, comprovada pelo método científico. Ótimo artigo!
janeiro 27th, 2012 às 10:20 PM
Muito interessante mesmo o artigo. O homem está longe ainda de conhecer tudo o que existe, e é sensato manter o espírito livre de ideias preconcebidas. Já Shakespeare dizia, no século 17, que existem mais coisas entre o céu e a terra do que a nossa vã filosofia pode conceber. Entretanto, sou pela linha da Paloma: acho difícil que universos paralelos se comuniquem entre si, universo paralelo aqui entendido como qualquer mundo extrafísico, mundo dos espíritos, etc. Vamos aguardar o conhecimento objetivo chegar até ele.
janeiro 27th, 2012 às 10:23 PM
Muitubão! + eles sabem d nós…
janeiro 28th, 2012 às 12:23 AM
O problema é que esses universos (definidos pelas partículas capazes de formar um “conjunto interagente”) seriam incapazes de interferir mutuamente (por definição), ou seja, se o que denominamos espírito (ou perispírito) estivesse num universo não-interferente com o do corpo físico, o espírito não poderia atuar no corpo.
O grande pulo do gato é descobrir como espírito e corpo poderiam interagir (aquele problema do espírito imaterial influenciar comportamento do corpo/cérebro, já comentado no blog anteriormente).
(O Paulo-rs vai mandar passar a motosserra de Occam nessas ideias e ficar com o materialismo heterodoxo e pronto!)
Penso que uma variação das ideias expostas, que seria a de universos fracamente interferentes (não totalmente não interferentes) também não resolveria o problema da interação espírito-corpo. A razão é que não temos nenhuma razão para acreditar que seria necessário aumentar o modelo atual (Modelo Padrão), que já funciona muito bem…
Em resumo, entendo que universos que não interfiram com os nosso “não existem” (tanto faz se existam ou não), e não temos razão para acreditar que exista alguma interação fraca entre universos, salvo ser tão fraca que também pudesse ser desprezada.
O que vocês acham?
(Havia um livro aqui na Biblioteca Atlante que parece tinha a resposta para isso, mas Clarêncio pegou emprestado, levou para Marte e não devolveu…)
janeiro 28th, 2012 às 12:30 AM
Acho que hoje é sexta e mesmo um espírito iluminado há de convir que é dia de se divertir, e não discutir física/metafísica, seu Emmanuel! 😉
Bom fim de semana a todos!
PS: múltliplos universos podem existir. A interferência entre um e outro seria improvável. Com isso, é como se não existissem…
janeiro 28th, 2012 às 1:10 AM
Eu acho que o gap que as explicações materialistas não vão endereçar é o da formação da consciência. Que um sistema físico possa computar algo, evoluir, etc., é razoável. Mas como é que um sistema físico (sujeito às leis da física) poderia adquirir consciência? Isso deveria forçar uma investigação da possibilidade de consciência não depender do corpo
janeiro 28th, 2012 às 1:20 AM
Esse artigo tem pelo menos dois furos:
Existe a confusão entre o mundo físico macro-atômico e o sub-atômico ( relativista – na velocidade da luz)
As leis de newton é uma lei maior que a da mecânica quântica relativista.
A quântica está subordinada a ela. Por isso não vemos um cachorro aparecer e desaparecer na nossa frente.
As partículas que ele cita ocupam dois lugares ao mesmo tempo quando na velocidade da luz e só valem para o mundo sub- atômico…nem para 1 átomo está valendo.
Ele fala dos neutrinos mas se esquece de dizer que eles são produzidos por reações nucleares ( sol-ou explosão atômica ) Será que existe um “mundo ou seres sutis” viajando a velocidade da luz que foram criados pelo sol?
Ele aponta para a possibilidade de terem outras partículas sub-atômicas ainda desconhecidas e dá a ideia de mundos paralelos, mas como seria isso, se essas partículas são dependentes de um átomo e este ainda subordinado as leis de newton? Percebam, essas partículas não existem por si só, elas estão dentro do átomo.
Esse artigo parece religioso pois lança uma ideia, mas não explica como funciona.
Como seriam esses tais seres, formados de partículas com pouquíssima massa? Como se aglutinam, como guardam informações, como “sentem” o seu meio?
Se eu falei bobagem, por favor me corrijam e apontem aonde eu possa pesquisar.
Acabei de criar um bordão” Não basta acreditar, tem que saber como funciona!”
janeiro 28th, 2012 às 1:30 AM
Vitor,
.
Tenho um colega astrofísico, professor titular de uma conceituada universidade brasileira, que um dia conversando comigo disse o seguinte: “as vezes acontece que dou uma aula de física quântica e, ao final da aula, tenho a sensação que entendi física quântica. Na aula seguinte, percebo que não entendi física quântica”. E curiosamente esse é tipicamente um comportamento quântico.
.
Sem dúvida é complicado entender um mundo onde não necessariamente uma ação corresponde a uma reação, e vice-versa…. E o mais espantoso é que o mundo quântico é tão real quanto a incerteza absoluta de se determinar a posição de um elétron em um instante preciso, embora ele tenha que estar lá para que a matéria dê sentido a nossa experiência quotidiana.
.
O fato é que quando leio alguns comentários de que espíritos não existem porque as leis da física e da química não podem ser violadas, faço meu um dos comentários mais inteligentes do Gilberto aqui no blog… “bom, agora vou cortar as unhas dos meus pés”.
janeiro 28th, 2012 às 2:13 AM
Oi, Paulo
comentando:
01 – “A quântica está subordinada a ela.”
.
Não, são simplesmente campos de atuação diferentes, o micro e o macro. Assim entendo.
.
02 – “Por isso não vemos um cachorro aparecer e desaparecer na nossa frente.”
.
Que eu saiba nós não vemos um cachorro aparecer e desaparecer de nossa frente apenas por uma questão probabilística. O próprio Sagan usa o exemplo de um carro:
.
“Considere-se a seguinte afirmação: enquanto caminho, o tempo – medido pelo meu relógio de pulso ou pelo meu processo de envelhecimento – atrasa. E também encolho na direção do movimento. E também me torno mais pesado. Quem já testemunhou uma coisa dessas? É fácil rejeitar tal afirmação sem demora. Eis outra: em todo o Universo, a matéria e a antimatéria estão sendo criadas a partir do nada o tempo todo. Eis uma terceira: uma vez na vida, outra na morte, o carro passará espontaneamente pela parede de tijolos da garagem e será encontrado na rua na manhã seguinte. São todas afirmações absurdas! Mas a primeira é uma declaração da relatividade especial e as outras duas são conseqüências da mecânica quântica (flutuações no vácuo e efeito túnel[2], como são chamadas). Goste-se ou não, o mundo é assim. Se insistirmos que é ridículo, nos fecharemos para sempre a algumas das principais descobertas sobre as leis que regem o Universo.”
.
[2]O tempo médio de espera para cada exsudação estocástica é muito maior do que a idade do Universo desde o Big Bang. Mas, embora improvável, poderia acontecer amanhã.
janeiro 28th, 2012 às 3:29 AM
Uma teoria bem fundamentada. Eu já li tanta teoria sobre física que não acho impressionante mais nada. Mas, tem seu fundamento igual as outras.
Ele diz: “Mais notavelmente, outra propriedade da força fraca PODE tornar certos neutrinos ainda mais tênues e ainda menos uma parte do que nós consideramos nosso universo. ”
É possivel, mas não é certo, por isso é teoria.
Meu povo, se voçes soubessem o tanto de indícios que sustentam tantas teorias exóticas voçes ficariam chocado.
Só alguns exemplos:
há indício de que nós vivemos num mundo de apenas 2 dimensões espaciais, tipo papel. Há indícios de que tudo que existe na verdade não existe(particulas virtuais). Há indicios que o cosmos tem pólo norte e sul igual aos pólos da terra.
Eu gosto e acho fascinante as teorias da física, mas não me impressiono mais com a maioria delas.
Outra coisa interessante do texto:
“Na teoria de campo quântica estes campos de força, os portadores das propriedades entre as partículas, estão de fato propagando ondas. Porque ondas e partículas são essencialmente idênticas”
É aqui onde tem toda aquela investigação do bóson de higgs ou particula de deus. Eles querem provar a existência de uma particula que interagindo com esse campo dá todas as própiedades da matéria, como peso imagem e tudo.
Abraço a todos.
janeiro 28th, 2012 às 3:38 AM
Vitor, hoje eu acho que sustenta muito mais a existência de espiritos e civilizações alienigenas as teorias do desvio alpha e da constante alpha. São muito, muito mais interessantes, na minha visão.
janeiro 28th, 2012 às 12:00 PM
“Considere, além disso, que esta família pode ter três ou quatro ou cinco interações próprias diferentes, unindo os seus membros de várias maneiras.”
Apenas teoria.
“Poderiam se desenvolver, crescer, e talvez mesmo produzir seres inteligentes.”
Muito improvável
janeiro 28th, 2012 às 12:24 PM
“O fato é que quando leio alguns comentários de que espíritos não existem porque as leis da física e da química não podem ser violadas, faço meu um dos comentários mais inteligentes do Gilberto aqui no blog… “bom, agora vou cortar as unhas dos meus pés”.”
.
Creio que exista algo, quem sabe até “espíritos”, forças que não temos como compreender pelos meios de que dispomos, os sentidos, os meios materiais de pesquisa – Quem sabe até estamos mesmo na Matrix? Eu não duvido, tudo isso pode ser uma grande ilusão, como o budismo fala…Pois bem, teorias, ideias, tudo isso é muito interessante de se discutir. Mas as religiões não conseguem nem arranhar a casca da questão. São rasas, são medíocres; São ideias curiosas, narrativas intrigantes, relatos misteriosos, enigmas. É por isso que não creio em nenhuma religião, porque elas são o reflexo do próprio homem, e estou buscando algo que transcenda o antropocentrismo – Uma vez que, se eu encontrar essa verdade, eu jamais terei como compreendê-la (considerando uma explicação completamente fora do que possamos compreender pelos nossos sentidos e pelo raciocínio), então nem me preocupo… É desagradável pensar que vamos morrer, sem dúvida! Mas se agarrar a uma explicação confortável, por mais lógica que tenha, é, ao meu ver, uma atitude desesperada. Compreensível, mas desesperada.
fevereiro 23rd, 2012 às 11:59 PM
Traga mais artigos assim 🙂