Como ocorre progresso na ciência? (2013)

Este é um trecho que julguei muito bom do livro “Ciência: da filosofia à publicação” (6ª edição, 2013) de Gilson Volpato. O autor não só afirma que a Ciência é incapaz de saber se está se aproximando da verdade ou não, como defende o financiamento de pesquisas tidas como “malucas”. Muitos céticos acham que não se deve usar dinheiro público em pesquisas parapsicológicas, por exemplo. Discordo dessa visão. E espero que o trecho de Volpato ajude a fazê-los mudar de idéia. A pesquisa parapsicológica já ajudou inclusive no desenvolvimento de tecnologia, como o EEG. Obs: Gastei 110 reais na aquisição do livro. Valeu a pena.

O conceito de progresso em ciência também mudou à medida que os conceitos sobre verdade e ciência foram se modificando. No surgimento da ciência empírica, a crença era de que o conhecimento científico garantia verdades. O método proposto era o indutivo e se admitia que esse processo gerava conclusões indubitavelmente certas. Assim, o método científico consistia em observar casos particulares e induzir hipóteses gerais. Confirmações sucessivas dessas hipóteses aumentavam seu alcance e grau de certeza até se tornarem leis. As leis tinham caráter de verdade e eram, portanto, imutáveis. Como decorrência, a ciência era o conjunto dessas leis e seu progresso consistia no acréscimo de novas leis (verdades) ao conjunto pré-existente.

Com o desenvolvimento dos conceitos sobre o caráter provisório de qualquer lei científica (veja II-8), o conceito de progresso científico foi alterado. Atualmente se aceita que todo conhecimento científico é provisório. Assim, a ciência progride, tanto pelo acréscimo de novas generalizações quanto pela modificação de generalizações pré-existentes. Esse progresso, no entanto, não garante o avanço em direção à verdade. Pode ser, inclusive, o afastamento em relação à trilha da verdade, mas a ciência não consegue averiguar se estamos nos afastando ou nos aproximando da verdade (veja II-8). Ou seja, a verdade “absoluta”, irrestrita no tempo e no espaço, não é preocupação científica. O que se pode conseguir com a ciência são explanações coerentes com o sistema de conhecimento científico da época, o qual pode ser modificado no futuro. Assim, progresso científico está mais para modificação do que para verdade. Progredimos em ciência à medida que explicamos mais fenômenos, que alteramos formas de se considerar os fenômenos, mas nunca saberemos (nem temos como saber) se estamos caminhando em direção à verdade.

No século XX, dois grandes filósofos se opuseram em relação ao como ocorria a troca de teorias no sistema científico. São eles Karl Popper e Thomas Kuhn. A diferença entre eles reside no quanto aceitam o papel da crítica e das evidências nessas transformações.

Popper defendeu que resultados falseadores das hipóteses e teorias têm um papel importante na substituição das teorias (Veja II-8 e II-9). Considera que as predições de uma teoria (mesmo que via hipóteses) consistem em elemento de teste suficiente para que a comunidade científica aceite ou rejeite uma teoria. Ele reforça que a crítica é fundamental, devendo o cientista buscar mais a negação de suas idéias do que as confirmações. Alega que as confirmações apenas mantêm as idéias num caráter provisório porque sempre dependerão da não ocorrência de negações no futuro. As negações, por outro lado, decorrem de fatos já ocorridos e, portanto, dão mais estabilidade ao conhecimento no futuro.

Thomas Kuhn defendeu que as teorias aceitas pela comunidade científica são aquelas que se coadunam com os paradigmas do momento histórico que essa comunidade compartilha. Ele introduziu o termo paradigma na problemática da construção do conhecimento científico a partir de seu famoso livro “A estrutura das revoluções científicas”, cuja primeira edição foi publicada em 1962. Paradigma é, em termos gerais, o conjunto de modelos conceituais que certa comunidade acorda entre si e mantém a coesão do grupo. A ação desse paradigma é tão forte que muitas vezes os dados são rejeitados por contrariarem essa expectativa teórica. Assim, uma teoria é substituída por outra pela mudança de paradigmas, que não é um evento necessariamente racional nem freqüente. A partir dessa mudança, outras teorias passam a ser aceitas enquanto outras são rejeitadas. Note que essa postura é bem diferente da proposta por Popper.

Segundo Margaret Masterman (1979), em seu famoso livro Kuhn emprega a palavra “paradigma” em 21 sentidos. No entanto, Masterman os agrupou em três:

a)    Paradigmas metafísicos (metaparadigmas): trata-se mais de uma entidade metafísica do que de uma entidade científica. Refere-se a crenças, mitos, especulações metafísicas bem sucedidas, ou a algum modelo, uma nova maneira de ver as coisas, um princípio geral que governa a própria percepção, um mapa ou algo que determina uma grande área da realidade.

b)    Paradigmas sociológicos: refere-se à realização científica universalmente reconhecida, concreta, conjunto de instituições políticas, decisão judicial aceita.

c)    Paradigmas de artefato ou de construção: uma forma mais concreta para o uso do termo paradigma, referindo-se a manual ou obra clássica, fornecedor de instrumentos, instrumentação real, paradigma gramatical (linguisticamente), analogia (ilustrativamente), figura de gestalt (psicologicamente) e baralho de cartas anômalo.

Kuhn em momento algum equipara paradigma a teoria científica. Seu uso de paradigma metafísico é mais amplo que as teorias científicas e ideologicamente anterior a elas. Apesar disso, e trocando em miúdos, a idéia geral é de uma noção ampla que norteia as pessoas em suas decisões, um grande modelo.

O tipo de paradigma mais importante para a ciência é o metaparadigma. Embora Kuhn não o confunda com teoria, trata-se claramente de uma noção geral que guia as teorias. Nesse sentido, e procurando trazer esta discussão para a prática da ciência, o efeito dos paradigmas também ocorre com as teorias. As teorias podem ser consideradas noções gerais (embora mais restritas que os metaparadigmas) que guiam, ou mesmo cegam, os cientistas nas suas formas de ver o mundo. Veja que em algumas áreas da ciência, ou mesmo da filosofia, elas servem de referenciais teóricos que agregam grupos. Veja a psicanálise, o behaviorismo, o cognitivismo, a teoria keynesiana, o monetarismo, a teoria da evolução biológica, a sociobiologia, o construtivismo, o sociointeracionismo, a mecânica quântica e a mecânica clássica, a teoria burocrática de Weber etc. Embora em diferentes níveis de abrangência, essas “apostas” teóricas são construtos teóricos que agrupam cientistas. Nesse sentido, mantêm relação com a noção de paradigma proposta por Kuhn, mesmo que ele não reduzisse os paradigmas a teorias.

Na atualidade, está muito em voga a noção de sustentabilidade. Lógico, é natural que surgisse com maior ênfase neste século, pois as coisas estão se tornando insustentáveis. Veja que os paradigmas surgem, ou passam a ser aceitos, a partir/cie certos contextos histórico-político-geográficos. A ações humanas passam a ser regidas por uma^ioção teórica mais ampla (por ex., a sustentabilidade) e várias idéias que se coadunam a ela são vistas com maior alegria. Isso guia avalanches de projetos dentro do novo paradigma, pois são as idéias mais inovadoras. Com o passar do tempo, caso o paradigma não seja substituído, passa a se tornar “regra” e é nesse ponto que passa a prejudicar o processo inovador (muitos projetos são negados por contrariarem a “nova ordem” estabelecida).

Segundo Popper, a ciência progride por meio da substituição de teorias, em que os dados false-adores das idéias têm papel fundamental. Para Kuhn, essa substituição ocorre por um acordo entre as pessoas, guiado subliminarmente pela mudança de paradigmas. Conforme entendo, quando esse acordo não é conseguido podem-se criar escolas do pensamento, o que posterga o acordo para o futuro.

Durante o reinado de um paradigma estabelecido, predomina a ciência normal (termos de Kuhn), que reforça esse paradigma. Ele serve também para depurar o paradigma que, em seu início, pode não estar completamente claro. Eqüivale à analogia com a construção de uma casa. Quando se muda uma parede de lugar faz-se uma grande revolução do pensamento (ciência revolucionária nos moldes de Kuhn); quando se coloca tijolos sobre o risco de uma parede idealizada na planta, consolida-se essa idealização e faz-se ciência normal. A ciência revolucionária é exceção; a ciência normal é a regra.

Costumo usar a estrutura de paradigmas proposta por Kuhn para aplicá-la a casos mais específicos[1]. Explico melhor. Veja em sua especialidade quais são as noções teóricas que você assume a priori; ou seja, numa postura paradigmática. Ela tem o mesmo efeito dos grandes paradigmas. Encontrar outras explicações implica lidar, embora num universo mais restrito, com os mesmos problemas da mudança de paradigmas. Embora no círculo de sua especialidade, os preconceitos e os ensinamentos padrões estabelecidos darão duro para evitar tais mudanças. Apesar de as revistas científicas de alto nível buscarem inovações desconcertantes (veja V-l), o crivo dos revisores está ainda sob a ótica de seus próprios “paradigmas” da especialidade. Sugiro aqui o termo modelos da especialidade para expressar esse uso do conceito de paradigma num universo restrito ao dia a dia do cientista.

Com isso, quero reforçar a importância de uma mente rebelde na construção dos projetos de pesquisa. Repetir mesmices não leva a grandes avanços, exceto quando a mesmice ainda não é tão generalizada; você defende algo já publicado, mas que ainda não é tão universalmente aceito. Veja em Volpato (2010) as fases de desenvolvimento de uma descoberta científica. Uma vez encontrada a nova idéia (fase da descoberta), ela é publicada e permanece um tempo, quando outros autores devem reforçá-la (fase de consolidação), até uma fase em que se torna aceita e direciona os pensamentos da especialidade (fase de aceitação). É na terceira fase que a descoberta científica pode atuar de forma “paradigmática”, ou seja, como modelos da especialidade. A busca do cientista revolucionário é atuar construindo novos modelos dessa terceira fase. O cientista normal atuaria na fase 2.

II-12 Qual a diferença entre ciência básica e ciência aplicada? 

A dicotomia entre ciência básica e ciência aplicada, tão comum nos corredores da ciência, é infundada e produto de interpretações equivocadas do que seja ciência. Da forma como essa dicotomia é colocada, presume-se, em primeira instância, que existam duas ciências: a básica e a aplicada. Por extensão desse conceito, deveríamos admitir que existam duas formas científicas de se construir conhecimento, a básica e a aplicada.

Esse equívoco ocorre porque essa definição se baseia no produto final e não no mecanismo para gerar conhecimento. E ciência é uma forma de gerar conhecimento e interpretar o mundo (veja II-1). Na ciência produzimos conhecimento que pode ser aplicado imediatamente (ciência aplicada) ou não (ciência básica). A diferença entre o conhecimento básico e o aplicado não está na forma de construção (ciência), mas na sua correspondência social: serve para agora ou não.

Podemos, então, distinguir claramente dois níveis de conhecimento: a) conhecimento sem aplicação prática imediata e b) conhecimento que trata de questões práticas imediatas, com chance de construir tecnologia. A tecnologia em si é o produto da aplicação do conhecimento científico. Muitos chamam o primeiro de ciência básica e o segundo de ciência direcionada. Esses dois qualificadores (básica e direcionada) são também equivocados, pois a ciência dita básica também é direcionada por outros conhecimentos e para determinadas teorias. Essa questão só existe quando resolvemos avaliar o conhecimento pelas suas conseqüências práticas. É evidente que a ciência deve atuar nos problemas sociais a curto e médio prazo, mas é também evidente que a busca por conhecimento não deve se limitar a isso, pois do contrário nunca enveredaríamos por caminhos novos. Deixar a mente vasculhar as curiosidades humanas sempre foi um bom tempero nessa questão. É evidente que o bom senso deve dimensionar o quanto, num dado momento, devemos investir mais em pesquisas de aplicação imediatista ou não. Conseguir o bom tempero é tarefa dos bons gestores e administradores.

Seja qual for o enfoque do seu trabalho, o importante é que construa ciência de bom nível. Não se constrói um país livre e independente apenas com ciência “básica”, tampouco só com ciência “aplicada”. O comum é um vai e vem entre os conhecimentos aplicáveis e os não aplicáveis no momento. O importante é que a ciência seja de bom nível e devemos mirar nisso durante a formação de nossos cientistas. Do contrário, nossas tecnologias não funcionarão perfeitamente, e o salto quantitativo que o país vem dando na ciência internacional será apenas uma construção vazia com grande chance de sucumbir.

Lembremos que o descobridor do raio laser não saiba exatamente para que ele serviria. Da mesma forma, Mendel mostrou os mecanismos genéticos sem possivelmente ter noção do que estava criando. A própria teoria da seleção natural, de Charles Darwin, é hoje usada na Epistemologia (veja teoria epistemológica evolucionária – Popper 1972)

Uma implicação atual dessa dicotomia é a preferência que muitas agências de fomento à ciência têm dado às pesquisas de cunho aplicado. Fazendo uma analogia com uma indústria, imagine que ela deve possuir matéria-prima para fornecer seu produto. Caso se preocupe demasiadamente com o produto, poderá se esquecer da matéria-prima e aí o produto se esgota. No caso da ciência, a matéria-prima é o conhecimento e o produto, as soluções tecnológicas resultantes. O que usamos são esses produtos que resolvem nossos problemas. Mas se um país investir maciçamente apenas nas atividades que resolvem problemas atuais, poderá se dar mal no futuro. Problemas novos podem surgir, para os quais novas soluções precisarão de novos conhecimentos.

Costumo tratar esta questão com o seguinte exemplo: imagine que um tipo de lavoura importante para nossa alimentação começa a morrer. Sem dúvida, parar essa mortalidade é fundamental. Mas como fazer isso se não sabemos o que está causando essa mortalidade? Depois de algumas observações, descobrimos que se trata de um inseto, pois sempre que ele está presente a lavoura começa a definhar. Descobrimos até que o tal inseto é conhecido como Nebulsosus marginalis. Mas agora vem o problema: nada sabemos sobre ele. Num primeiro momento usamos o que conhecemos sobre outros insetos para resolver a questão, mas logo percebemos que isso não funciona com o N. marginalis.

O drama todo fica maior quando olhamos para a literatura e consultamos especialistas e descobrimos que ninguém conhece os hábitos desse inseto. O caminho natural é buscarmos rapidamente conhecê-lo: seu hábito alimentar, reprodução, ciclo de vida, preferências climáticas etc. Mas todos sabemos que isso pode durar alguns anos antes que possamos controlá-lo sem destruir o restante do ambiente (ou seja, não vale matar o doente, ou explodir a terra, para eliminar o vírus, a bactéria ou o parasita). Ficamos desanimados ou desesperados!

Mas eis que surge uma notícia surpreendente. Um pesquisador (Dr. Curio Osos) de um país pouco conhecido havia estudado muito sobre a vida do N. marginalis. Ufa, salvos pelo gongo!

Temos agora um volume de conhecimento que nos levará rapidamente ao controle desse inseto diferente de seus parentes.

O que decorre dessa estória é que quando o Dr. Osos estudou esse inseto, a questão da praga talvez nem tivesse ainda sido levantada. Ele estudou porque achou interessante. Porém, no momento em que surgiu o problema na lavoura, rapidamente esse corpo de conhecimento passou do mundo básico para o mundo extremamente aplicado. E assim é a ciência. Importância social depende do contexto, do momento.

É evidente que um país não tem condições de financiar todas as elucubrações dos cientistas na fé de que poderão ser úteis no futuro. Porém, também não pode bloquear certas pesquisas “malucas” porque elas poderão fazer a diferença no futuro. Os administradores estão, geralmente, pensando em investir no que é prioritário, naquilo que tem baixa possibilidade de erro. Essa não é postura de um empreendedor.

Investir em mesmice também atrapalha. Quanto mais o país é retrógrado em conceitos sobre ciência, mas fará pesquisa arcaica e menos investirá nas idéias inovadoras (não importa o quanto alardeiem estar envolvidas com a causa da inovação). Temos, em nosso país, costume de investir em mesmices e medo de investir no risco. Pesquisa de risco fica na gaveta, tanto por parte de alguns cientistas, quanto por parte de financiadores. Note que não é uma questão apenas dos financiadores, mas muitas vezes dos pares que dão o parecer técnico à proposta de pesquisa. Portanto, a mudança teria que ser mais geral entre os cientistas.

Ressalto outro aspecto para tirar a impressão de que, ao final, o que importa é aquilo que gere tecnologia, mesmo que em longo prazo. A tecnologia nos ajuda a resolver problemas. Porém, o ser humano se depara também com problemas de outra natureza, cuja solução também lhes é extremante importante, mesmo que não signifique presença de tecnologia. Indagações e inquietações sobre as coisas podem gerar perguntas perturbadoras. Alguns se perguntam de onde viemos ou o que somos neste universo. Perguntas existenciais, em vários formatos, merecem respostas. Pesquisas nesse sentido podem não gerar lucro, podem não resultar em tecnologia, mas são importantes. É também genuíno querer conhecer os seres que nos cercam, pelo puro prazer de conhecê-los e nos espantar com suas formas diferentes de vida e soluções de problemas.

Enfim, a ciência se presta a tudo isso. Essa é a conseqüência da fascinante evolução de nosso sistema nervoso, que nos premia com ideais fantásticas, inclusive com a criação da ciência, umas das brilhantes formas de se ver o mundo. Talvez por isso mesmo seja uma das únicas a gerar tecnologia.



[1] Possivelmente Kuhn vire-se no túmulo ao saber disto, mas a analogia lógica estrutural me parece perfeitamente válida.

24 respostas a “Como ocorre progresso na ciência? (2013)”

  1. Guto Diz:

    Vitor, vou lhe confessar que não cheguei a ler o que escreveu, mas irei.
    Por ora, quis comentar este post com a seguinte questão:
    Não sei se realmente são de fontes bem confiáveis, contudo, achei na net que 33% dos cientistas na área de saúde alegam que já adulteraram ou esconderam resultados encontrados de suas pesquisas para nào perderem o seu financiamento. A pesquisa acredita que esses números não revelam a verdade, visto que muitos podem ter mentido com receio de serem descobertos.
    Pelo menos, fica o alerta para essa possibilidade nefasta daqueles que deveriam estar buscando ajudar a encontrar coisas novas e reais estarem fazendo coisas ruins, para não escrever outra coisa pior!
    Valeu!

  2. Sanchez Diz:

    Vitor
    .
    Li o trecho do livro. Parece muito bom o livro. Sempre achei muito estranho quando se dita o que é ciência e o que é pseudo-ciência. Acho que este post vai ter poucos comentários.

  3. Guto Diz:

    Precognição, premonição, profecia ou só análise factual entre o assunto abordado e as correntes de pensamento dos atuais participantes deste blog?
    😛

  4. Larissa Diz:

    Muitos céticos acham que não se deve usar dinheiro público em pesquisas parapsicológicas, por exemplo. Discordo dessa visão.
    .
    Eu tb discordo. Tenho uma irmã que é cientista e ela sempre fala que há os que ditam as tendências da pesquisa científica e terminam por travar a produção de conhecimento.
    .
    Há apenas poucas décadas a procura por exoplanetas era um tabu esotérico. Hoje, sabe-se que eles existem aos milhares.
    .
    Há pouco tempo o estudo da teoria de cordas era considerado suicídio profissional. Hoje é uma das disciplinas mais procuradas nas ciências físicas.

  5. Marciano Diz:

    A parapsicologia já é estudada há muito tempo e até hoje não rendeu frutos.
    A teoria das cordas não está com essa bola toda.
    Há muitos cientistas criticando-a.
    Por preguiça (culpa do Baphomet), cito o seguinte trecho da wikipedia:
    .
    “they would have to predict the same spacetime.

    This criticism has been addressed to some extent by the AdS/CFT duality, which is believed to provide a full, non-perturbative definition of string theory in spacetimes with anti-de Sitter space asymptotics. Nevertheless, a non-perturbative definition of the theory in arbitrary spacetime backgrounds is still lacking. Some hope that M-theory, or a non-perturbative treatment of string theory (such as “background independent open string field theory”) will have a background-independent formulation”.

  6. Marciano Diz:

    Saiu cortado o trecho da wikipedia.
    Ei-lo aqui:
    .
    “Some critics of string theory say that it is a failure as a theory of everything.[41][42][43][44][45][46] Notable critics include Peter Woit, Lee Smolin, Philip Warren Anderson,[47] Sheldon Glashow,[48] Lawrence Krauss,[49] and Carlo Rovelli.[50] Some common criticisms include:
    1. Very high energies needed to test quantum gravity.
    2. Lack of uniqueness of predictions due to the large number of solutions.
    3. Lack of background independence.
    High energies
    It is widely believed that any theory of quantum gravity would require extremely high energies to probe directly, higher by orders of magnitude than those that current experiments such as the Large Hadron Collider[51] can attain. This is because strings themselves are expected to be only slightly larger than the Planck length, which is twenty orders of magnitude smaller than the radius of a proton, and high energies are required to probe small length scales. Generally speaking, quantum gravity is difficult to test because gravity is much weaker than the other forces, and because quantum effects are controlled by Planck’s constant h, a very small quantity. As a result, the effects of quantum gravity are extremely weak.
    Number of solutions
    String theory as it is currently understood has a huge number of solutions, called string vacua,[22] and these vacua might be sufficiently diverse to accommodate almost any phenomena we might observe at lower energies.
    The vacuum structure of the theory, called the string theory landscape (or the anthropic portion of string theory vacua), is not well understood. String theory contains an infinite number of distinct meta-stable vacua, and perhaps 10520 of these or more correspond to a universe roughly similar to ours—with four dimensions, a high planck scale, gauge groups, and chiral fermions. Each of these corresponds to a different possible universe, with a different collection of particles and forces.[22] What principle, if any, can be used to select among these vacua is an open issue. While there are no continuous parameters in the theory, there is a very large set of possible universes, which may be radically different from each other. It is also suggested that the landscape is surrounded by an even more vast swampland of consistent-looking semiclassical effective field theories, which are actually inconsistent.[citation needed]
    Some physicists believe this is a good thing, because it may allow a natural anthropic explanation of the observed values of physical constants, in particular the small value of the cosmological constant.[52][53] The argument is that most universes contain values for physical constants that do not lead to habitable universes (at least for humans), and so we happen to live in the “friendliest” universe. This principle is already employed to explain the existence of life on earth as the result of a life-friendly orbit around the medium-sized sun among an infinite number of possible orbits (as well as a relatively stable location in the galaxy).
    Background independence
    Main article: Background independence
    A separate and older criticism of string theory is that it is background-dependent—string theory describes perturbative expansions about fixed spacetime backgrounds which means that mathematical calculations in the theory rely on preselecting a background as a starting point. This is because, like many quantum field theories, much of string theory is still only formulated perturbatively, as a divergent series of approximations. Although the theory, defined as a perturbative expansion on a fixed background, is not background independent, it has some features that suggest non-perturbative approaches would be background-independent—topology change is an established process in string theory, and the exchange of gravitons is equivalent to a change in the background. Since there are dynamic corrections to the background spacetime in the perturbative theory, one would expect spacetime to be dynamic in the nonperturbative theory as well since they would have to predict the same spacetime.
    This criticism has been addressed to some extent by the AdS/CFT duality, which is believed to provide a full, non-perturbative definition of string theory in spacetimes with anti-de Sitter space asymptotics. Nevertheless, a non-perturbative definition of the theory in arbitrary spacetime backgrounds is still lacking. Some hope that M-theory, or a non-perturbative treatment of string theory (such as “background independent open string field theory”) will have a background-independent formulation”.

  7. Marciano Diz:

    A eletricidade era novidade há cem anos, a aviação também, vejam como progrediu.
    A parapsicologia não decola.

  8. Green Diz:

    Senhor Marciano, a parapsicologia não decola? A insistência dos refratários céticos em não acreditar em muita coisa é um atraso para eles e para a sociedade.
    Provas de que a vida além da matéria existe e é intensa, vibrante e cheia de novos paradigmas que apequenam os atuais cientistas materialistas são há muito tempo disponíveis, mas o comodismo, medo, desinteresse e até mesmo a presunção de uns e outros faz com que neguem ao invés de estudá-las com isenção e honestidade; o que fazer então? Culpar os que tentaram sair do lugar comum da crítica pela contra-fé ingênua e imatura? Não, não é por conta de pessoas medrosas e vacilantes que o mundo progride, são os corajosos, os intimoratos que superam seus limites e nos fazem avançar rumo ao futuro radiante que nos aguarda e que já está ao alcance de quem o antevê é o busca.
    A matéria é transitória; qualquer teoria ou raciocínio que a tenha por única realidade é superada – a matéria transita e é impermanente, o espírito é perpétuo.

  9. Marciano Diz:

    Mister Green,
    Tem tanta gente estudando essas matérias, não é por falta de estudos.
    E praticamente todos os pesquisadores se dizem céticos.
    Como, então, culpar os céticos pela estagnação dessa pseudociência espiritóide?
    Os culpados são os próprios espíritas e parapsicólogos, os quais estão, até hoje, tentando voar com o Flyer 1, não chegaram nem ao 14-bis.
    A matéria está aí pelo menos há 13,7 bilhões de anos (eu, pessoalmente, acho até que sempre esteve). Onde estavam os espíritos nessa época?
    Por que até hoje existem espíritos atrasados como nós dois, por exemplo?
    Mr. Green, sou mais o Mr. Crowley.

  10. Gorducho Diz:

    Estão tentando fazer o Flyer decolar há 48106 dias.
    DATEDIFF(CURDATE(),’1882-02-20′)
    48106
     
    Sou o primeiro a defender pesquisas cientificamente elaboradas. Não acho que se deva ter preconceitos assim eventualmente travar outros caminhos novas áreas para a ciência. Tanto que defendo enfaticamente que se realizem experimentos com supostos “médiuns” para testar a tese dos espíritas.
    Mas que há algo errado com a parapsicologia, há. O que não sei pois não sou do ramo.

  11. Vitor Diz:

    “A parapsicologia já é estudada há muito tempo e até hoje não rendeu frutos.”
    .
    O EEG é fruto dos estudos da telepatia. Muito se avançou no estudo na mente, especialmente sobre o inconsciente, nos estudos parapsicológicos. Avanços estatísticos também aconteceram tendo em seu contexto as pesquisas parapsicológicas.

  12. Marcos Diz:

    Marciano, quanto tempo!
    .
    Havia me retirado do site, por um período, mas sempre acompanhando as discussões. E é realmente incrível que você continua sendo o mesmo de sempre, rsrsrs. Não mudou nada em relação à Parapsicologia. Você é a prova viva que muitos fazem da ciência um DOGMA. Como muitos fanáticos religiosos por aí.
    .
    “Como cientista da área, é óbvio que fizemos um imenso progresso durante todos estes anos de pesquisa. [..] Se fenômenos anômalos existem, este é um debate já ultrapassado. A paranormalidade existe e isso é confirmado por cada refinamento metodológico e a cada teoria avançada desenvolvida.” (Zingrone, 2002, p. 18).

  13. Gorducho Diz:

    Só baseado no texto acima.
     
    Sabe-se desde que a Pitonisa aconselhou (ou des… :)) o Croesus a cruzar o Halys; o Basilides apareceu pro Vespasiano no templo de Serapis; o Ascletarion informou o Domiciano que seria despedaçado pelos cães; as mesas se movimentavam e as corbeilles toupies escreviam sozinhas no tempo do Kardec. E daí? O que mudou nestes 2600 anos?
     
    Qual imenso progresso fez-se? Faz uns 3 anos que acompanho este Sítio e até agora não tenho notícia de nenhum.

  14. Gorducho Diz:

    Corrigindo a mensagem acima:
    Sabe-se que fenômenos anômalos existem desde que a &c…

  15. Julio Siqueira Diz:

    Oi Vitor,
    .
    Ainda vou ler o artigo acima, e o livro de Volpato também. Agora, apenas sinalizo um ponto menor. Há no início do texto a grafia equivocada “psarapsicológica”.
    .
    Em breve comento de verdade.
    .
    Abraços,
    Julio

  16. Vitor Diz:

    Oi, Julio
    grato! Já editei!

  17. Guto Diz:

    Os homens só mudam se realmente acreditarem que precisam. Acredito que, mesmo que aconteçam diversas situações nas suas vidas, que abalem as suas fés, eles só mudarão o seu pensar e agir se assim acreditarem ser necessário. Fé nas religiões, na matéria, na ciência, ou em qualquer outra coisa.
    Por isso, é de vital importância a presença dos pais na educação dos filhos, pois, somente durante a infância é que algumas questões ficam “entranhadas” nas suas mentes.
    Se ensinarmos que o que vale é ter dinheiro, elas crescerão com essa tendência. Se ensinarmos que elas tem que respeitar as pessoas, elas crescerão com essa tendência. E assim vai.
    Não digo que é necessário ter uma religião. Não é isso. Mas, se elas frequentarem uma igreja, um lugar onde se fale da VERDADEIRA MORAL (não aquela subjetiva), as coisas caminharão melhor.
    O conhecimento das questões da vida é mutante, como tudo é. O problema é:
    Será que nossas “cabeças mudarão junto com as coisas?
    Estamos dispostos a seguir nesse direção, de novas descobertas, novos caminhos e estradas? Ou será que seremos, para sempre, o que somos porque assim é “melhor?
    O que queremos conhecer? Essa é uma boa pergunta!
    Valeu!
    Abraço e Paz e Amor a todos!

  18. Guto Diz:

    Vitor, acredito que você é um bom pesquisador. Desculpe-me pelo meu começo aqui, tá?
    Isenção e vontade de conhecer é tudo para um bom pesquisador e você tem apresentado essas duas características.
    Ceticismo puro!
    O preconceito afasta o observador da verdade.
    É difícil ser um observador puro, mas só ele é quem pode se aproximar da “verdadeira” verdade.
    É assim que a ciência avança, não é?
    Abraço e Paz e Amor!
    Vale!

  19. Guto Diz:

    Vitor, te envio um link sobre algumas controvérsias científicas a cerca da teoria de Darwin. O texto se chama:
    A evolução das espécies: da Natureza ao liberalismo econômico
    Por Gildo Magalhães
    .
    https://www.revistas.ufrj.br/index.php/RevistaHistoriaComparada/article/view/143
    .
    Peço que leia e comente. Por favor.
    Gostaria da tua opinião.
    Obrigado!

  20. Guto Diz:

    Vitor, não me ignora não , meu caro!
    Dá um sinal, dá?
    ===============================
    O que você acha desse ponto de vista?
    .
    Seria possível que a vida evoluísse aleatoriamente a partir de matéria inorgânica? Não de acordo com os matemáticos.
    Nos últimos 30 anos, um número de cientistas proeminentes têm tentado calcular as probabilidades de que um organismo de vida livre e unicelular, como uma bactéria, pode resultar da combinação aleatória de blocos de construção pré-existentes. Harold Morowitz calculou a probabilidade como sendo uma chance em 10100,000,000,000. Sir Fred Hoyle calculou a probabilidade de apenas as proteínas de amebas surgindo por acaso como uma chance em 1040,000.
    .
    … As probabilidades calculadas por Morowitz e Hoyle são estarrecedoras. Essas probabilidades levaram Fred Hoyle a afirmar que a probabilidade de geração espontânea ‘é a mesma que a de que um tornado varrendo um pátio de sucata poderia montar um Boeing 747 com o conteúdo encontrado’. Os matemáticos dizem que qualquer evento com uma improbabilidade maior do que uma chance em 1050 faz parte do reino da metafísica – ou seja, um milagre.1
    Harold Marowitz, um físico ateu, criou modelos matemáticos ao imaginar caldos de bactérias vivas que foram superaquecidas até que todos os produtos químicos complexos fossem divididos em blocos básicos de construção. Após o resfriamento da mistura, Marowitz utilizou cálculos físicos para concluir que as chances de uma única bactéria ser montada por acaso é uma em 10100,000,000,000. 2 Puxa vida! Como posso entender uma estatística tão grande? Bem, é mais provável eu ganhar na loteria estadual toda semana por um milhão de anos – comprando apenas um bilhete a cada semana!
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    Em resposta às probabilidades calculadas por Marowitz, Robert Shapiro, autor de Origins – A Skeptic’s Guide to the Creation of Life on Earth, escreveu:
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    A improbabilidade envolvida na geração de uma só bactéria é tão grande que reduz todas as considerações de tempo e espaço a nada. Tendo em conta tais probabilidades, o tempo até que os buracos negros se evaporassem e o espaço até os confins do universo não faria nenhuma diferença alguma. Se fôssemos esperar, realmente estaríamos à espera de um milagre.3
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    Sir Fred Hoyle comparou a probabilidade da vida surgir por acaso a alinhar 1050 (dez com cinquenta zeros) pessoas cegas, cada uma segurando um cubo de Rubik para ser resolvido, e perceber que todas elas resolveram o cubo ao mesmo momento.
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    Quanto à origem da vida, Francis Crick, ganhador do Prêmio Nobel de biologia pelo seu trabalho com a molécula de DNA, afirmou em 1982:
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    Um homem honesto, armado com todo o conhecimento a nós disponível até agora, pode apenas afirmar que, em certo sentido, a origem da vida parece no momento ser quase um milagre, tantas são as condições que teriam que ter sido satisfeitas para a sua existência. 4
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    Valeu! Aguardo uma respostinha! 🙂

  21. Vitor Diz:

    Guto,
    veja esse texto:
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    http://luzecalor.blogspot.com.br/2013/06/a-ilusao-do-design-richard-dawkins.html
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    Um abraço,
    Vitor

  22. Guto Diz:

    Vitor, acabei de ler e não percebi argumentos consistentes. O que percebi foi que ele Dawnkins acredita piamente que o acaso governou tudo. Desde a origem até os dias de hoje, passando pelas eras e as mudanças tanto do planeta quanto da vida, tanto dos animais, vegetais e outras quaisquer.
    Parece-me que ele fugiu do tema, quer era refutar os argumentos da Teoria do Design Inteligente.
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    Você acredita que a vida simplesmente aconteceu, dada a probabilidade quaaaaase zero disso acontecer?
    E que o que governa a vida é a evolução? E que ela não segue em nenhuma direção pré-determinada?
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    Lendo mais sobre o assunto, existem controvérsias a respeito da evolução lenta e gradual das espécies. No caso do homem, existem dois períodos de “boom” no desenvolvimento cerebral. A quem correlacione com as mudanças climáticas que fizeram com que as calotas polares crescessem em direção ao continente e vice-versa.
    Homo Erectus e Habilis. Só que certa descobertas de fósseis apontam que algumas espécies de hominídeos, na verdade, não eram espécies e sim todas da mesma espécie. Isso quebra algumas teorias e idéias massificadas da evolução do homem.
    Valeu por responder!
    Abraço!

  23. Guto Diz:

    Segue trecho da descoberta.
    http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/descoberta-de-novo-cranio-humano-pode-reescrever-historia-da-especie
    Valeu!

  24. João Diz:

    Onde se lê “por uma^ioção teórica mais ampla”, parece que deveria ser “por uma noção teórica mais ampla”. E onde se lê “Lembremos que o descobridor do raio laser não saiba exatamente para que ele serviria”, parece que deveria ser “Lembremos que o descobridor do raio laser não sabia exatamente para que ele serviria”

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