Por que um cético não acredita em espíritos quando lê "O Livro dos Espíritos".

O artigo abaixo, escrito por um internauta que prefere se manter anônimo, mas oferece um email para contato, analisa a metodologia de Kardec, encontrando numerosas falhas.

Kardec apresenta três conceitos distintos de Alma. 

1) Um conceito materialista. 

2) Um conceito panteísta. 

3) Um conceito espiritualista (individualidade da alma, consciência após a morte física). Alma independente do corpo físico. 

Kardec diz: 

é por isso que denominamos ALMA o ser imaterial e individual que existe em nós e que sobrevive ao corpo. Ainda que esse ser não existisse e fosse apenas um produto da imaginação, seria preciso assim mesmo um termo para designá-lo. 

Ou seja, alma para o Espiritismo é o que Kardec define no conceito 3. 

Kardec também diz que há vida sem alma. Corrobora-se isso no seguinte trecho: 

Na falta de uma palavra especial para cada uma das outras duas idéias, denominamos princípio vital o princípio da vida material e orgânica, qualquer que lhe seja a origem, e que é comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem. Podendo existir vida sem depender da capacidade de pensar, o princípio vital é assim uma propriedade distinta e autônoma. 

Kardec diz sobre ela: 

Como se vê, tudo isso é uma questão de palavras, mas uma questão muito importante para entender. De acordo com isso, a alma vital seria comum a todos os seres orgânicos: plantas, animais e homens; a alma intelectual seria própria dos animais e dos homens; e a alma espírita,apenas do homem. 

Qual a origem dessa “alma vital”? Kardec abre interpretações para que ela possa ser fruto da própria matéria. Mas que, a “alma intelectual” não poderia ser fruto da própria matéria. 

Sobre os fenômenos: 

Lembremos primeiramente e em poucas palavras a série progressiva dos fenômenos que deram origem à Doutrina Espírita. 

Kardec agora fala sobre os supostos fenômenos que originaram a Doutrina Espírita. 

O primeiro fato observado foi o de que diversos objetos se movimentavam; de maneira geral, chamaram-no de mesas girantes ou dança das mesas. Esse fenômeno, observado primeiramente nos Estados Unidos, ou melhor, que se repetiu e foi anunciado naquele país, porque a história prova que remonta à mais alta Antiguidade, se produziu acompanhado de circunstâncias estranhas, como barulhos anormais, pancadas sem causa aparente ou conhecida. 

Kardec nos diz que observado foi fenômenos de objetos se movendo cuja causa parecia ser desconhecida pela ciência da época. 

A primeira pergunta que fica é: 

1) Sob quais condições tais fenômenos aconteciam? 

Kardec alegou ser testemunha ocular de vários. 

Variáveis: 

a) Iluminação. A iluminação abre brechas para fraudes. Na época não se tinha a tecnologia de câmeras noturnas e outrem. Se os fenômenos que Kardec observou (que não era mágico) foram truques, o mesmo fora enganado por eles, pois, a iluminação poderia ter ajudado. Não encontramos referências de iluminação sobre os fenômenos que Kardec diz ter presenciado. 

A importância das condições de segurança parecem não ter sido tratadas com relevância por Kardec, por mais que tenha se preocupado com algumas dessas questões (tratarei disso posteriormente). 

b) Detectar a presença de fraude. 

– Os que relataram tais fenômenos tinham mágicos por perfeito? Peritos especializados em detectar fraude? 

Cientistas não são mágicos. Se for um truque, e, se por acaso houver desconhecimento de tais práticas, o cientista pode se ver obrigado, por pura ingenuidade ou ignorância de tais práticas, supor hipóteses alternativas para explicar tais fenômenos “paranormais”. 

Dos Estados Unidos se propagou rapidamente pela Europa e em seguida por todo o mundo. A princípio houve muita incredulidade, mas a multiplicidade das experiências não mais permitiu duvidar da realidade. 

Kardec diz que a replicação excessiva está relacionada com a veracidade de tais fenômenos, no sentido de que não são causados por humanos. 

Seria isso verdadeiro? Continuemos. 

Ocorre que o movimento nem sempre era circular; muitas vezes era brusco, desordenado; outras vezes o objeto era violentamente sacudido, derrubado, levado numa direção qualquer e, contrariamente a todas as leis da estática, levantado do chão e mantido no espaço. 

Eu me pergunto: se tudo isso realmente aconteceu, como interpretar tais fenômenos? 

Analisemos as medidas de fraude que Kardec tomou, ou não. 

Ainda não havia nada nesses fatos que não pudesse ser explicado pelo poder de um agente físico invisível. Não vemos a eletricidade derrubar edifícios, destruir árvores, lançar ao longe os mais pesados corpos, atraí-los ou repeli-los? 

Kardec dá muita importância ao estudo científico das causas desses supostos fenômenos, alegando poderiam ser explicados por leis físicas, como as da eletricidade. 

Mas a pergunta é a que fica: 

Por que Kardec não ressaltou também, em pé de igualdade, a hipótese de fraude, mágica, ilusionismo? 

Quais fatores pessoais poderiam impedir Kardec de fazê-lo? 

Percebemos na leitura do texto a preocupação de Kardec em observar os fenômenos e tentar explicá-los com leis físicas, mas não a preocupação devida com a fraude e ilusionismo. Por quê? 

Continuemos. 

Kardec questiona: 

Os ruídos anormais, as pancadas, supondo-se que não fossem um dos efeitos normais da dilatação da madeira ou de qualquer outra causa acidental, poderiam muito bem ser produzidos pelo acúmulo de um fluido oculto: a eletricidade não produz os ruídos mais violentos? 

Poderíamos perguntar também: poderiam ter sido reproduzidos com má intenção, fraude, mágica ou ilusionismo? 

Vemos que Kardec, a priori, parece não se preocupar com tais questões. 

Até aí, como se vê, tudo podia ocorrer no domínio dos fatos puramente físicos e fisiológicos. 

Com certeza senhor Kardec, assim como também por truques de ilusionismo e fraude. O que incomoda é a não pretensão de Kardec a ponto de não ser cético a tal ponto, como deveria. 

Entretanto, alguns sábios, bastante modestos por admitir que a natureza poderia muito bem não lhes ter dito sua última palavra, quiseram ver, para tranqüilizar as suas consciências. Mas aconteceu que o fenômeno nem sempre correspondeu à expectativa que tinham, e como o fato não se produziu conforme a sua vontade e segundo seu modo de experimentação, concluíram pela negativa. Apesar do que decretaram, as mesas continuaram a girar, e podemos dizer como Galileu: “Todavia elas se movem! ” Diremos mais: “É que os fatos se multiplicaram de tal modo que hoje têm direito à cidadania e que não se trata senão de achar-lhes uma explicação racional”. 

Novamente não vemos a hipótese de fraude e ilusionismo no que Kardec chamou de “explicação racional”. 

Vemos então, depois de muita pouca preocupação com tais questões, Kardec falar sobre a hipótese de fraude: 

Mas algumas pessoas alegam que muitas vezes há fraudes evidentes. Em primeiro lugar, devemos perguntar se estão bem certas disso e se não tomaram por fraudes os efeitos que não conseguiram entender, como o camponês que confundiu um sábio professor de física realizando experiências como um mágico habilidoso. 

Kardec parte do pressuposto que as pessoas alegam que há fraudes evidentes. Não sei se a tradução dessa obra nos permite afirmar isso. Mas, se caso o for, podemos dizer que a postura mais racional seria: 

“Algumas pessoas alegam que pode haver fraudes”. 

Kardec não tomou por esse rumo, mas criticou os que alegam fraude. De fato alegar que há fraude faz com que o ônus da prova recaia sobre os acusadores. Suspeitar de fraude é praticamente o oposto de ato, partindo para a investigação. 

Não vemos, por conseguinte, uma postura cética metodológica por parte de Kardec, ainda. Vemos que ele aparenta não se preocupar como deveria com a hipótese de fraude. 

Não entendemos por que Kardec tem esse tipo de atitude, mas continuemos: 

Mas, mesmo supondo que a fraude pudesse acontecer algumas vezes, seria razão para negar o fato? Deve-se negar a física porque há ilusionistas e mágicos que dão a si mesmo o título de físicos? 

Kardec quase chega na questão. E vemos uma atitude muito interessante por parte de Kardec: 

Aliás, é preciso levar em conta o caráter das pessoas e o interesse que podiam ter em enganar. Então seria um gracejo? 

Kardec diz que devemos levar em conta o caráter das pessoas. Talvez essa seria uma das questões chaves dessa crítica. Antes de entrar em uma análise dessa postura, evidentemente ingênua do francês positivista, continuemos: 

Admite-se que uma pessoa possa se divertir por um instante, mas uma brincadeira indefinidamente prolongada seria tão cansativa para o mistificador. 

Kardec em outras palavras quer dizer que não haveria sentido para as pessoas tentarem enganar umas às outras. Admiro com o coração nobre do francês, mas isso é ingenuidade pura. 

Esse não é um dos argumentos que esperaríamos de um investigador. Metodólogos sabem que têm de deixar de lado as questões emocionais para realizarem suas pesquisas. Por mais desagradável que seja, supostos fenômenos como esse pareciam existir em quase toda a Europa, como o próprio Kardec diz no livro. 

Logo Kardec continua: 

quanto para o mistificado. 

Eu particularmente, se, antes de ter um pensamento crítico e não suscitasse a hipótese de fraude, ficaria maravilhado em ver mesas pulando e girando. Naquela época, em pleno período vitoriano, deveria ser muito desagradável suspeitar desse modo das pessoas, em plena França e especialmente com a classe social das pessoas com que Kardec convivia. A verdade é que não temos exatamente como saber por que Kardec não se preocupava com a questão de fraude como deveria. 

De resto, numa mistificação que se propaga de um lado a outro do mundo e entre pessoas mais sérias, mais veneráveis e mais esclarecidas, haveria algo tão extraordinário quanto o próprio fenômeno. 

Kardec descarta a hipótese de ilusionismo por fatores pessoais, como discutido. Novamente vemos a ingenuidade de Kardec em vigor. 

Mas a essa alegação cabe uma assertativa: nesse argumento houve uma generalização. Kardec duvidava que os fenômenos que alegou ter presenciado pudessem ter sido fraude, e levou tal idéia a suspeitar que os fenômenos por toda a Europa também não poderiam ter sido fruto de engodo, fraude ou ilusionismo. 

O francês era muito cético para com o que não deveria: a hipótese de mágica, fraude, engodo, ilusionismo. 

O positivista deveria ser cético para com as hipóteses desconhecidas pela ciência. Houve o contrário, como acabamos de ver e como se conclui ao decorrer da leitura. 

Esse argumento é também chamado de argumento da incredulidade pessoal. Kardec não enxergava meios pelos quais, ou razões pelas quais fraudes poderiam ser feitas. 

O século XIX não só foi o auge desses supostos fenômenos, mas também o século da mágica. É dessa época que surgem os maiores mágicos da história, como Houdini e outrem. É uma pena Kardec não ter se preocupado da forma como deveria fazê-lo. 

A pergunta que poderia ficar para o espírita que isso ler, é: 

“Poderia os fenômenos que Kardec alegou ter sido causados por ilusionismo e mágica?” 

Temos todas as razões para suspeitar que sim. Houdini e outros mágicos, na época, faziam coisas inacreditáveis. É claro que para exemplificar e enriquecer essa hipótese teríamos que cair em uma pesquisa bibliográfica sobre os grandes truques de mágica do séc. XIX (que é o que vou me propor a fazer) e relacioná-los com o que suspeitamos ser fraude. 

4 – O MÉTODO 

E o que vemos nessa parte do livro é que Kardec parece mesmo ter desprezado a hipótese de fraude. 

Se os fenômenos de que nos ocupamos ficassem restritos ao movimento dos objetos, estariam dentro, como dissemos, do domínio das ciências físicas. Mas não foi isso que aconteceu: estavam destinados a nos colocar no caminho de fatos de uma natureza estranha. Acreditou-se descobrir, não sabemos por iniciativa de quem, que a impulsão dada aos objetos não era somente produto de uma força mecânica cega, mas que havia nesse movimento a intervenção de uma causa inteligente. Esse caminho, uma vez aberto, revelou um campo totalmente novo de observações: era o véu levantado de sobre muitos mistérios. Há, de fato, um poder inteligente? Essa é a questão. Se esse poder existe, qual é ele, qual é a sua natureza, sua origem? Ele está acima da humanidade? Essas são as outras questões decorrentes da primeira. 

Não vemos uma ressalta a hipótese de “mistificadores”. 

Agora vemos que Kardec interpretou os fenômenos, que poderiam ter sido truques por parte dos realizadores, como fenômenos inteligentes. 

O que não vemos novamente são as questões: 

1) Qual a iluminação do ambiente?

2) Onde aconteceram esses fenômenos?

3) Quais tipos de controle adotado? 

Obtiveram-se, em seguida, respostas mais desenvolvidas por meio das letras do alfabeto: o objeto móvel, batendo um número de vezes correspondente ao número de ordem de cada letra, chegava a formular palavras e frases respondendo às perguntas propostas. A precisão das respostas e sua correlação com a pergunta causaram espanto. 

Kardec observou que as mesas e objetos pareciam responder perguntas. 

O ser misterioso que assim respondia, quando interrogado sobre sua natureza, declarou que era um Espírito ou gênio, deu o seu nome e forneceu diversas informações a seu respeito. 

Subentende-se que o “objeto móvel” seria uma mesa ou algo do tipo. O que quer que seja não alterará a argumentação: o que importa é que temos objetos físicos respondendo perguntas. Então, vemos que as mesas “respondiam” que eram espíritos os causadores de tais turbulências. 

Aqui há um fato muito importante que convém ressaltar: ninguém havia imaginado os Espíritos como um meio de explicar o fenômeno. Foi o próprio fenômeno que se revelou. Muitas vezes, nas ciências exatas, formulam-se hipóteses para se ter uma base de raciocínio, mas isso não ocorreu nesse caso. 

Pergunto-me: se esses fenômenos das mesas foram causados por fraude, por mágica, por brincadeira dos participantes que, poderiam ter inúmeros motivos pessoais, subjetivos para isso, então o Espiritismo nasceu de um erro de interpretação. 

Se essa hipótese for verdadeira, o Espiritismo nasceu de um erro, de um engodo. As conseqüências nem precisam ser ditas. 

Esse meio de comunicação era demorado e incômodo. O Espírito, e isso ainda é uma circunstância digna de nota, indicou um outro processo. Foi um desses seres espirituais que ensinou a prender um lápis a um pequeno cesto ou a um outro objeto. Esse cesto, colocado sobre uma folha de papel, foi posto em movimento pelo mesmo poder oculto que fazia mover as mesas; mas, em vez de um simples movimento regular, o lápis traçou, por si mesmo, letras formando palavras, frases e discursos inteiros de muitas páginas, tratando das mais altas questões da filosofia, da moral, da metafísica, da psicologia, etc., e isso com tanta rapidez como se fosse escrito à mão. 

Não vemos referências às questões, novamente: 

1) Iluminação. Como esse processo era feito?

2) Presença de peritos em fraude.

3) Que tipo de controle fora adotado? 

Não temos todos detalhes completos de como isso era feito, de como tudo isso realmente acontecia (se é que aconteceu, se realmente Kardec presenciou tais feitos). 

Kardec não alude, novamente como deveria, à hipótese de mágica e ilusionismo. 

O cesto ou a prancheta apenas podem ser colocados em movimento sob a influência de algumas pessoas dotadas, para esse fim, de um poder especial e que são designadas como médiuns, isto é, intermediários entre os Espíritos e os homens. As condições de que se origina esse poder especial têm causas ao mesmo tempo físicas e morais ainda desconhecidas, visto que se encontram médiuns de todas as idades, de ambos os sexos e em todos os graus de desenvolvimento intelectual. Essa faculdade, esse dom, se desenvolve pelo exercício. 

Aqui vemos uma pequena alusão aos processos com que os “médiuns” desenvolverão seu processo de comunicação com os mortos, entre eles o processo de psicografia. 

Mais tarde se reconheceu que o cesto e a prancheta, na realidade, eram apenas um substituto da mão, e o médium, pegando diretamente o lápis, pôs-se a escrever por um impulso involuntário e quase febril. 

Vemos a crença exposta de que o “médium” realmente acreditava estar escrevendo mensagens de mortos. 

Isso pode ser completamente questionado e explicado de inúmeros meios, entre eles o de que o “médium” poderia realmente acreditar que estava escrevendo de espíritos. Qual o limite da crença? 

(Uso o termo médium entre aspas pois se as tirasse admitira que a pessoa realmente comunicava-se com os mortos. Apesar de isso ser apenas um detalhe que em nada altera a argumentação, mantê-lo-ei). 

Dessa forma, as comunicações tornaram-se mais rápidas, fáceis e completas. Hoje é o meio mais empregado, tanto é que o número de pessoas dotadas dessa aptidão é muito grande e multiplica-se todos os dias. 

Essa questão envolve inúmeras questões, e inúmeras possibilidades. 

1) Se os primeiros fenômenos de mesas “respondendo” perguntas tiveram causa em mágica, fraude ou ilusionismo, então quantos casos futuros desse não foram de pura superstição? 

2) É claro que essas questões também abrem espaço para hipóteses defendidas pela Parapsicologia, sem a necessidade de explicá-las com espíritos. Essa possibilidade não pode ser descartada. 

A experiência fez conhecer outras variedades da faculdade mediúnica e constatou-se que as comunicações poderiam igualmente ter lugar pela fala, pela audição, pela visão, pelo tato, etc. e até mesmo pela escrita direta dos Espíritos, ou seja, sem a interferência da mão do médium nem do lápis. 

Cabe a nós uma questão social-antropológica básica: 

1) O Espiritualismo se espalhou no século XIX de maneira rápida e por vários países. As pessoas adotavam a crença em espíritos como verdadeiras, e por isso poderiam pensar que viam, ouviam, sentiam espíritos, fazendo com que também caíssemos em uma questão de âmbito psicológico. 

A alegação de uma pessoa não tem critério algum de verdade sem que seja evidenciada posteriormente por meios confiáveis. 

Também devemos lembrar que, por mais que tudo tenha sido verdade, que os mortos realmente se comunicaram através de mesas, um fato verídico acontecido no passado não garante que outras pessoas também o façam de forma verdadeira. Quantas pessoas não acreditaram receber espíritos e assim o proceder, escrevendo mensagens cujo texto acreditava ser dos mortos? Poderiam ter sido milhares e milhares. 

Se os espíritos realmente existirem, muitas pessoas podem ter sido enganadas por seu próprio espírito encarnado ao adotar uma crença como essa. 

Não cairei na questão de obtenção de informação, por agora. 

Comprovado o fato, era preciso estabelecer e demonstrar um ponto essencial: qual era o papel do médium nas respostas e a parte que poderia nelas tomar, mecânica e moralmente. 

Comprovado? Não senhor Kardec, não se comprovou. Alegações não são comprovações. 

As pessoas poderiam alegar escrever mensagens cuja fonte era de pessoas mortas. Isso não é prova de espíritos senhor Kardec, mas alegação de comunicação. 

Também não fora “comprovado” que a causa de mesas responderem perguntas eram entes mortos. O positivista não eliminou a hipótese de fraude como deveria fazê-lo, mas ao invés, usou de argumentos emocionais e de incredulidade pessoal. 

O Espiritismo, evidentemente, não foi uma doutrina que nasceu com o devido escrutínio científico. 

Duas circunstâncias fundamentais, que não poderiam escapar a um observador atento, podem resolver a questão. A primeira é a maneira pela qual o cesto se movia sob influência do médium, somente pela imposição dos dedos sobre a borda. 

Kardec alega que somente ao se pôr os dedos sobre a borda, as mensagens eram escritas. 

Como o francês nos elimina a possibilidade de truques? A questão é que ele não apresentou, nessa edição do LE, nenhuma referência de como isso não poderia ter sido feito por mágica (obviamente por não ter tratado a questão como deveria). E que por sinal, poder-se-ia realizar esse truque (se for um truque) de forma muito simples quando comparado a vários outros de mágica. 

Suspeito que se Kardec visse esse questionamento no século XIX, ele usaria dos mesmos argumentos de incredulidade pessoal e emocional. Os ventos mudaram de direção. Não só pelos inúmeros casos de fraudes espiritualistas existentes (deveria citar vários?), mas pelos próprios fenômenos que Kardec alegou não terem referências sobre os cuidados que deveriam ter sido tomados e os controles que deveriam ter sido adotados. 

Kardec fala os exames sobre isso: 

O exame demonstra a impossibilidade de que o médium pudesse lhe impor qualquer direção. 

Quais exames? 

Ele não nos apresentou quais exames foram feitos. 

A velha questão metodológica deve ser seguida: métodos falhos nos conduzem a métodos falhos. 

Essa impossibilidade torna-se mais evidente quando duas ou três pessoas colocam ao mesmo tempo as pontas dos dedos nas bordas de um mesmo cesto. 

Se não temos a descrição dos rigores metodológicos e de escrutínios adotados, não temos condições de dizer se era “impossível” fazê-lo. 

Se não temos as devidas referências, como podemos eliminar a possibilidade de truques em mensagens escritas como essas? 

Seria preciso uma concordância de movimentos entre elas verdadeiramente fenomenal, e ainda seria preciso mais, a concordância de seus pensamentos para que pudessem se entender quanto à resposta a dar à questão formulada. 

Se isso for um truque, e por acaso através de truques uma pessoa fizer a cesta escrever, as demais apenas poderiam acompanhar, como fazemos em brincadeiras “do copo”. Quando colocamos o dedo em cima do copo e um brincalhão faz com que o copo se mova em alguma direção, os outros dedos apenas acompanham. 

Como não temos muitos detalhes sobre como esses fenômenos de cestas eram realizados, não devemos confiar na palavra de Kardec. Devemos nos manter céticos, metódicos e racionais. Devemos analisar todas as possibilidades que poderiam explicar esses fenômenos. A mágica não somente é uma possibilidade real, como perfeitamente possível. 

A incredulidade pessoal dos espíritas não altera na questão. Muitos usam do argumento de incredulidade e de autoridade dizendo que Kardec era um grande intelectual. Oras isso não o faz um conhecedor de truques, e, sem falar que o mesmo não deu atenção para essa hipótese.  

Duvidar que não eram simples mágicas não resolve a questão. Duvidamos de espíritos pois esses fenômenos que Kardec relatou podem ter muitas outras explicações alternativas, sem entes mortos, e que as explicações têm chances de ser verdadeiras. 

Um outro fato, não menos importante, ainda vem se juntar à dificuldade: é a mudança radical que se constata na caligrafia, conforme o Espírito que se manifesta; 

Kardec era perito em grafoscopia? Espíritas, devidos os casos grafotécnicos das psicografias de Chico Xavier, dizem que a grafoscopia pode fornecer evidência para sua hipótese de sobrevivência. Leigos podem simplesmente dizer: “essa caligrafia é muito semelhante, logo é a da pessoa.” 

Kardec, nessa parte do LE não nos deixa informações sobre como esse tipo de conclusão fora obtida, se as escritas que alegou ter observado foram analisadas por peritos. É exatamente por isso que nós, com uma postura crítica, devemos questionar. 

Se devemos questionar até os casos que têm algum grau de escrutínio (por mais falhos que possam ser), imagine caro leitor, os que não têm. 

porém, cada vez que o mesmo Espírito retorna, sua escrita se reproduz. Seria preciso, portanto, que o médium fosse capaz de mudar sua própria escrita de 20 maneiras diferentes e, principalmente, que pudesse se lembrar da que pertence a este ou àquele Espírito. 

Kardec novamente não nos fornece documentação suficiente para sabermos exatamente como esses processos eram feitos, quem os analisava, sob quais condições eles ocorriam. 

Eu não me conformo que, diante de toda essa fragilidade metodológica, que o Espiritismo tenha crescido com algum grau positivo. Onde está o pensamento crítico das pessoas? 

A segunda circunstância resulta da própria natureza das respostas que são, na maioria, principalmente quando se trata de questões abstratas ou científicas, notoriamente fora dos conhecimentos e algumas vezes além da capacidade intelectual do médium, que não tem consciência do que escreve sob influência do Espírito. 

Essa afirmação é completamente vazia. Diz-se que os médiuns não tinham conhecimento do que escreviam. Como podemos ter algum grau de certeza? Por que deveríamos acreditar nisso? 

Primeiramente que é vazia pois Kardec novamente não nos fornece detalhes sobre a forma como isso se dava. Segundo que não cita nenhum argumento capaz de eliminar a possibilidade de os “médiuns” obterem informação. Por terceiro que não sabemos quem os médiuns eram. 

Com freqüência, o médium não ouve ou não compreende a questão proposta, uma vez que pode ser feita numa língua que lhe é estranha, ou mesmo mentalmente; e a resposta pode ser dada por escrito ou falada nessa mesma língua. 

Outra alegação, e novamente Kardec apenas diz que os “médiuns” não sabiam falar outros idiomas. Novamente ele não apresentou nenhum meio do qual pudesse sustentar essa crença. Que razão então deveríamos ter para crer nisso? Não vejo razão alguma. 

Enfim, acontece que muitas vezes o cesto escreve espontaneamente, sem pergunta prévia, sobre um assunto qualquer e inteiramente inesperado. 

Kardec realmente acreditava nisso. Já comentamos sobre as condições. Nada de positivo, por enquanto. 

Essas respostas, em alguns casos, têm uma tal marca de sabedoria, profundidade e oportunidade, revelam pensamentos tão elevados, tão sublimes, que somente podem proceder de uma inteligência superior, fundamentada na mais pura moralidade. 

Essa alegação é muito mais ingênua do que a postura de Kardec com a hipótese de fraude. Alega-se que as mensagens têm “pensamentos elevados”. Essa análise subjetiva de Kardec não nos prova absolutamente nada. 

Primeiro que não temos informações de quem eram esses “médiuns”. Segundo que Kardec não apresentou os critérios que fizeram com que ele considerasse as mensagens com “marca de sabedoria, profundidade, pensamentos elevados, morais”. 

Não é por acaso que na própria introdução do LE, em “A História”, Kardec nos diz: 

A Doutrina Espírita, como toda idéia nova, tem seus adeptos e seus opositores. Vamos tentar responder a algumas das objeções, examinando o valor dos motivos em que se apóiam, sem termos, entretanto, a pretensão de convencer a todos, porque há pessoas que acreditam que a luz tenha sido feita exclusivamente para elas. Dirigimo-nos às pessoas de boa-fé, sem idéias preconcebidas ou obstinadas e sinceramente desejosas de se instruir, e demonstraremos que a maior parte das objeções à Doutrina provém de uma observação incompleta dos fatos e de um julgamento feito com muita leviandade e precipitação. 

Kardec admite que muitas objeções vêm de observações incompletas dos fatos (digo eu, supostos fatos). Mas o próprio não apresentou todos os dados, referências, meios pelos quais os supostos fenômenos se davam, como está sendo demonstrando ao longo do texto. 

O próprio Kardec demonstra agir de maneira hipócrita ao dizê-lo pois, ele mesmo ignorou o que não deveria (hipóteses de fraude, mágica e ilusionismo). 

Como o positivista poderia dizer algo desses se não analisou o todo? Na verdade, ele analisou o todo, mas não deu atenção ao que deveria. 

Essa diversidade da linguagem e dos ensinamentos somente se pode explicar pela diversidade das inteligências que se manifestam. 

Essa é realmente uma falácia, e muito desprezível. 

Falácia pois: 

1) Kardec não deu atenção à hipóteses alternativas, como fraude, truques, mágicas. Logo, dizer que somente pode-se explicar com essa hipótese espírita é, no mínimo, uma atitude desprezível com tão grande engodo. 

2) Kardec não nos apresentou os detalhes exatos de como os fenômenos se davam. Logo, não há razão alguma para considerar essa alegação se que só se explicam por “inteligências diversas”. O caso das escritas diferente é o grande exemplo disso. 

Estarão essas inteligências na humanidade ou fora dela? Esse é o ponto a esclarecer, para o qual se encontrará a explicação completa nesta obra, exatamente como foi revelada pelos próprios Espíritos. 

Ao se admitir sem o devido escrutínio e rigor cético metodológico a existência de “inteligências superiores”, eis que agora começa a crença espírita. 

Devo lembrar o leitor que, no decorrer dessa leitura ao LE, (e somente do LE), ressaltei a hipótese que Kardec não considerou: fraude. 

Lembremos que há inúmeras hipóteses parapsicológicas alternativas paralelamente às espiritualistas para explicar esses supostos fenômenos, isso é, caso consideremos esses fenômenos como não explicados pelas ciências atuais. Muitas delas, de acordo com alguns pesquisadores, com rigor científico. Considerando a igualdade de explicação (para não desmerecer nenhuma hipótese espiritualista), não há razão alguma para escolher e acreditar nas hipóteses espíritas. 

Não devemos crer em hipóteses, mas usá-las para explicar fatos e colocá-las à prova. A crença espírita nesse ponto não difere da de outras religiões pois a maioria dos espíritas simplesmente crêem em espíritos. Usam-se do pouco rigor metodológico que Kardec demonstrou nas obras para dizer que há um grau de cientificidade no Espiritismo. Como questionado, não há razão alguma através desse grau para defender a veracidade da crença espírita. Esse grau é fraquíssimo pois não está devidamente corroborado. 

A maioria dos espíritas não defende essa crença pelo seu rigor experimental, mas somente por crerem na hipótese (por inúmeros fatores pessoais). Se assim o fosse, não haveria espíritas, mas investigadores paranormais ou céticos metodológicos. Os que defendem deveriam saber que, ao ler um livro como o LE, o rigor metodológico que Kardec disse ter adotado é aberto a falhas, fraudes e truques. 

Estou convencido que o espírita não crê em espíritos pelo rigor científico de sua doutrina, mas simplesmente por crer e considerar a hipótese plausível. 

O que os espíritas normalmente não fazem é comparar a plausibilidade de hipóteses alternativas. Se existem tais hipóteses, e se não são inferiores às espíritas (cabe a ser demonstrado epistemologicamente que não são inferiores, caso contrário caímos em um argumento circular), que razão há em crer em espíritos? 

Saindo dessa digressão sobre a crença espírita, continuemos a leitura do LE: 

Eis que os efeitos ou fenômenos evidentes e incontestáveis que se produzem fora do círculo habitual de nossas observações não se processam misteriosamente, mas sim à luz do dia, e todos podem vê-los e constatá-los, porque não são privilégio de um único indivíduo, uma vez que milhares de pessoas os repetem todos os dias à vontade. Esses efeitos têm necessariamente uma causa, e a partir do momento que revelam a ação de uma inteligência e de uma vontade saem do domínio puramente físico. 

Kardec nos diz que os fenômenos também se realizavam à luz do dia. Ótimo, o que nada altera a possibilidade de truques. 

William Crookes por exemplo realizou inúmeros experimentos com Home e outros em situações de luminosidade precária (Ver a tese dissertação de mestrado de Juliana). 

Kardec também nos dá a mesma conclusão: os fenômenos têm causa em espíritos. 

Já analisamos que essa conclusão têm grande chance de ser falsa, devido a falta de preocupação de Kardec com hipóteses alternativas. 

Teria o Espiritismo nascido de um grande erro? René Guenón, autor de uma obra intitulada “O erro espírita” defende essa idéia, mas também por vias filosóficas. Guenón defendeu essa idéia baseando-se na idéia de que os fenômenos observados por Kardec poderiam ser explicados por hipóteses parapsicológicas alternativas. Guenón também não deu o interesse que deveria à hipótese de fraude. Então, se a resposta é sim, desnecessário seria decorrer sobre isso. Os espíritas já teriam em mente toda essa conseqüência ao admitir essa desastrosa possibilidade. 

Kardec se propõe a analisar hipóteses alternativas no decorrer do livro. Vemos: 

Muitas teorias foram anunciadas a esse respeito. Elas serão examinadas em seguida e veremos se podem fornecer a razão de todos os fatos que se produzem. Admitamos, em princípio, antes de chegar até lá, a existência de seres distintos da humanidade, uma vez que esta é a explicação fornecida pelas inteligências que se revelam, e vejamos o que nos dizem.

Guarde no bolso caro leitor a postura anterior de Kardec: a de não dar atenção à hipóteses alternativas. 

Veremos se essa postura de Kardec sustenta ainda mais sua postura dogmática anterior. 

O movimento dos objetos é um fato comprovado. A questão é saber se, nesse movimento, há ou não uma manifestação inteligente e, caso haja, qual é a origem dessa manifestação. 

Aqui Kardec começa sua assertativa sobre hipóteses alternativas. Continuemos: 

Não trataremos somente do movimento inteligente de alguns objetos, nem de comunicações verbais, nem mesmo das diretamente escritas pelo médium. Esse gênero de manifestação, clara e evidente para aqueles que viram e se aprofundaram no assunto, não é à primeira vista muito convincente para um observador novato, por não a entender como independente da vontade do médium. 

Kardec usa termos como: “não entender como independente a vontade do médium”. 

Isso é apenas uma crença: a crença na comunicação. 

Na verdade, o observador não compreende porque não crê, ou porque não traçou os caminhos que Kardec o fez para chegar a essa conclusão. 

Não trataremos somente da escrita obtida com a ajuda de um objeto qualquer munido de um lápis, como o cesto, a prancheta, etc. A maneira como os dedos do médium ficam colocados sobre o objeto desafia, como já dissemos, a habilidade mais consumada de poder participar de qualquer modo que seja no traçado das letras. 

Desafia, senhor Kardec? Então isso é uma evidência suficientemente concreta para admitirmos a existência de espíritos? Como vimos anteriormente, não, não é. 

Mas admitamos ainda que, por efeito de uma habilidade maravilhosa, o médium possa enganar o olhar mais atento. De que maneira explicar a natureza das respostas, quando estão muito além de todas as idéias e de todos os conhecimentos do médium? 

Kardec aqui atenta-se para a hipótese de fraude. Mas ele não vê meios pelos quais o “médium” poderia enganar os observadores. 

Esse é novamente o argumento da incredulidade pessoal. 

E, que se note bem, não se trata de respostas monossilábicas, mas muitas vezes de numerosas páginas escritas com a mais espantosa rapidez, seja espontaneamente, seja sobre um assunto determinado. 

E novamente não temos as referências. Essa alegação já foi questionada anteriormente: 

1) Não sabemos quem é o “médium”.

2) Não sabemos como ele, se por acaso conseguiu informações, as obteve.

3) Não sabemos de suas habilidades. 

Pela mão do médium, mais alheio e avesso à literatura, nascem, algumas vezes, poesias de uma sublimidade e pureza irrepreensíveis, que os melhores poetas se dignariam em assinar. 

Então, se eu alego receber uma mensagem de algum morto, e escrevo uma bela poesia, então é verdade que eu recebo poesias de mortos? 

(Lembrando que não sabemos quem são os “médiums”. 

Nem cairei em explicações da psicologia. O próprio senso comum aqui com que agora questionei demonstra a fragilidade dessa alegação. Imagine se eu caísse na Psicologia? Nem ao menos é necessário. 

O que acrescenta ainda mais estranheza a esses fatos é que acontecem em todos os lugares, e que os médiuns se multiplicam ao infinito. 

Kardec aqui agora leva sua crença a pensar que a mediunidade, além de um fato, acontece em todo mundo. Pois bem, se ela fosse um fato, aconteceria. Mas o que estamos questionando é: é um fato? Não temos certeza. Pode muito bem não ser pelos inúmeros motivos apresentados. 

Esses fatos são reais ou não? Para isso, apenas temos uma resposta: vede e observai, ocasiões não faltarão; mas observai repetidamente, por um período e obedecendo às condições determinadas. 

Aqui Kardec nos diz exatamente isso: “Veja, observe, observe repetidamente por longo período, e “obedecendo às condições determinadas” (quais condições? condições que os “médiuns impõem?), então você concluirá pela existência de espíritos”. 

Se hoje existisse algum metodólogo como Kardec, com certeza ele perderia o emprego. 

Vemos claramente a influência positivista de Kardec nesse argumento, dizendo que “quanto mais repetições de um fenômeno, mais certeza você tem dele ou mais factual ele o é”. 

Essa concepção de ciência positivista está morta e muita bem enterrada (ou deveria estar!). Esse crivo científico foi muito bem enterrado por grandes epistemólogos críticos do pensamento positivista. 

A repetição de um fato não o torna mais verdadeiro, e isso também acontece com a hipótese que o explica. O que nós fazemos hoje em dia para testar uma hipótese não é replicar os fenômenos para demonstrar “olhe, a hipótese é verdadeira!”. Não. O que fazemos é programar situações diferentes de testes rigorosos para analisarmos a consistência da hipótese aos testes. Se a hipótese se manter, então a corroboramos. Caso contrário, verificamos se há mesmo erros e a eliminamos. 

Isso não significa que ela é falsa. A tecnologia é o meio pelos quais subordinamos as hipóteses aos testes. Conforme ela muda, nossa visão e possibilidade de teorias também. Conforme temos os aparelhos e técnicas específicas, podemos retomar teorias descartadas ou descartar novas. A teoria descartada poderá voltar no futuro, exatamente como aconteceram com os prós das teorias de aparecimento espontâneo da vida (abiogênse), que foram descartadas nos séc. XVI e XVII. 

Diante da evidência, o que respondem os opositores? “Sois”, dizem, “vítimas do charlatanismo ou joguete de uma ilusão.” Diremos, primeiramente, que é preciso separar a idéia de charlatanismo de onde não há lucro; 

Não há lucro, mas pode haver crença, vontade de que aquilo seja verdadeiro. 

os charlatães não fazem seu trabalho de graça. 

E isso prova espíritos? Não. 

Isso seria, então, uma mistificação. Mas por que estranha coincidência tantos mistificadores teriam combinado em harmonia e concordância para, de um canto a outro do planeta, agir da mesma forma, produzir os mesmos efeitos e dar sobre os mesmos assuntos e em tão diversas línguas respostas idênticas, se não quanto às palavras, pelo menos quanto ao sentido? 

O argumento de incredulidade francês ataca novamente. 

Primeiro que Kardec se esquece que essa convergência de fenômenos se deram somente no séc. XIX. Isso poderia abrir a mente de Kardec? Teria Kardec uma parte do pensamento moderno, historicista e relativista antropológico? Não estou querendo supor que esses fenômenos não aconteciam, mas devido a um paradigma específico (uma crença espiritualista, no caso), houve essa “explosão” pela Europa. O pensamento de Kardec pouco se enquadra no moderno. 

E o que levaria pessoas sérias, honradas, instruídas a se prestar a semelhantes artimanhas e com que objetivo? 

Não sabemos senhor Kardec. O que sabemos é que sua ingenuidade pessoal nada prova. Sabemos que as pessoas são más, tem sua própria razão, muitas vezes acreditam cegamente em algo, não por maldade, mas por fé.

As pessoas têm diversos objetivos de vida, planos, atos. 

Esse argumento emocional, baseado na pura incredulidade é o ponto fraco da argumentação de Kardec. E novamente a incredulidade pessoal vem em rigor. 

Como encontrar entre as crianças a paciência e a habilidade necessárias para esse fim? Porque, se esses médiuns não são instrumentos passivos, será preciso reconhecer neles habilidade e conhecimentos incompatíveis com a idade infantil e com certas posições sociais. 

Crianças, senhor Kardec? E quantas eram crianças entre seus “médiuns”? Qual a idade das “crianças”? Adolescentes? Como as sessões se deram? Em quais intervalos de tempo? 

E por acaso, se forem muitos jovens, como isso determinaria a existência de espíritos? Quais hipóteses alternativas que a ciência nos dispõe para explicar tal fato? 

A hipótese espiritualista não é a única, e mesmo se fosse, nada garante sua validez sem as devidas evidências. Também não temos novamente os detalhes de como isso acontece, o que não nos permite, nessa leitura do LE afirmar muitas coisas. 

Então, dizem que, se não há trapaças, os dois lados podem ser vítimas de uma ilusão. Numa avaliação lógica, a qualidade dos testemunhos tem grande valor; portanto, é o caso de se perguntar se a Doutrina Espírita, que hoje conta com milhões de seguidores, apenas os recruta entre os ignorantes? 

Kardec vai para o lado pessoal e usa-se de testemunhas, o que nada prova ou autentica os fenômenos espiritualistas. 

De resto, Kardec nos apresenta a crença espírita, Deus, a revelação das mensagens por espíritos, e tudo o mais. 

É claro que eu poderia ter obtido mais respostas a meus questionamentos se tivesse em mãos os documentos da Revista Espírita, e excertos, quem sabe, de “O Livro dos Médiuns” 

Mas tenho minhas dúvidas se teria de alterar minha argumentação e os questionamentos. O objetivo não é esse, apesar de saber que receberei respostas para minhas dúvidas. O objetivo é demonstrar por que um cético não acredita em espíritos quando lê “O Livro dos Espíritos”. 

Conclusão: 

Essa leitura sobre os métodos e a investigação que Kardec apresentou em “O Livro dos Espíritos” não me fez acreditar em espíritos pois: 

1) Kardec falhou em suas observações. Não deu a atenção que deveria à hipótese de fraude, engodo, mágica, ilusionismo, truques. 

Ele justificou essa atitude com motivos emocionais, atitude devidamente ingênua, motivos pessoais e claro, na própria falácia da incredulidade pessoal. 

2) Kardec não nos deu as referências específicas sobre como os fenômenos se davam. 

Não se pode concluir algo sem as devidas referências sobre como os fenômenos se davam. 

3) Podemos explicar tudo o que Kardec apresentou com hipóteses parapsicológicas, que devem ser científicas. Logo, não há razão alguma para crer em espíritos a não ser a vontade de crer no pós-morte. 

Essas são as razões da descrença de um cético quando se depara com o livro mencionado. Se há documentos além desses capazes de nos convencer, então poder-se-ia dizer que esse não é. 

A verdade sempre.

 

Email para contato: bad_b0y0000@yahoo.com.br

75 respostas a “Por que um cético não acredita em espíritos quando lê "O Livro dos Espíritos".”

  1. Gilberto Diz:

    O espiritismo começou com a fraude das irmãs Fox, cresceu com Kardec e sua ignorância por processos mentais simples e truques de salão impressionantes, se multiplicou no Brasil (já foram 7 milhões, agora, 1,5) devido a figuras milagreiras como Dr. Fritz (!!) e morreu na virada do milênio, com a certeza de que a mãe de Chico Xavier (que ele dizia ser marciana) não poderia espirar em Marte, que não existe o apregoado décimo planeta (aliás, nem existe o nono) que deu origem a todoas as almas reencarnatórias do sistema solar, e, acima de tudo, a lua não possui habitantes (lunáticos?)como afirmado por Kardec, através do próprio Galileu (que depois de desencarnar e se juntar à turma de Kardec ficou superignorante)…

  2. Carlos Magno Diz:

    Todo mundo é estúpido, todos somos burros, crentes e idiotas.

    São oito milhões de espíritas em todo o mundo completamente tapados, subraças, fanáticos, mentes demoníacas.

    Só o Gilberto é inteligente, observador e desmascarador de fraudes.

  3. Gilberto Diz:

    “Estúpidos”, “burros”,”idiotas”, “tapados”, subraças”, “fanáticos” e “demoníacos” são suas palavras. Concordo só com o “crentes”. Mas será que não somos todos crentes no final das contas?

  4. Vitor Diz:

    Os próximos xingamentos serão deletados. Na verdade, estou pensando seriamente em deletar todos os comentários deste tópico. O que acham?

  5. Jorge Diz:

    Desculpem, nao estou acompanhando as discussoes. Nao tive tempo de ler o post todo.
    Gostaria de compartilhar uma experiencia e fazer um desafio tambem, para o Vitor.
    De tanto, encontrar solidez nos argumentos de céticos e espíritas resolvi partir para a porrada. kkkk
    Resolvi fazer uma esperiencia com o tal do copo sobre a mesa.
    Fiz e quando eu estava na roda, nao deu certo. Minha irmà diz que eu sou um ateu imprestável. kkkk
    Depois que eu saí, ele começou a mexer e mexer e andar para as letras e fazer nomes, etc…
    Eu fiquei olhando de entre a janela…
    Fui buscar a máquina digital (que é também uma filmadora básica) mas estava muito longe e o zoom nao era favorável ( o Vitor nao iria acreditar).
    Entao, eu quero fazer um desafio ao Vitor para saber se ele tem coragem de fazer a experiencia do copo também.
    Com todos as variáveis controladas e com uma filmadora regular postada sobre a mesa.
    Eu sei que ele tem uma explicaçao antecipada para o fenômeno, que é uma forma de amarelar.
    Mas considere que ele nao tem uma explicacao segura: será que ele tem coragem de fazer?
    Fica o desafio…

  6. Jorge Diz:

    Opa,
    Gostei do artigo. Vou tentar ler com mais cuidado.
    Veja esta parte: “Não devemos crer em hipóteses, mas usá-las para explicar fatos e colocá-las à prova. A crença espírita nesse ponto não difere da de outras religiões pois a maioria dos espíritas simplesmente crêem em espíritos. Usam-se do pouco rigor metodológico que Kardec demonstrou nas obras para dizer que há um grau de cientificidade no Espiritismo. ”
    Concordo em genero (GLST), número(binário) e grau (PhD).
    Mas acrescento que ha sujeitos honestos que estudam a coisa com seriedade e se tivessem e$trutura poderiam fazer uma boa pesquisa psi e aumentar esse pouco rigor para um rigor mais rigoroso…
    Nao esqueça o desafio…

  7. Vitor Diz:

    Oi, Jorge

    ter coragem eu tenho, só não tenho a filmadora. Nem uso celular. Problemas financeiros 🙁

    Um abraço.

  8. Gilberto Diz:

    Cara, este blog é a melhor coisa que aconteceu. Finalmente um espaço democrático para se colocar idéias. E não digo isso porque não creio no Espiritismo, pois já li muita coisa boa aqui mesmo a favor do Espiritismo. Abraços a todos.

  9. Marcelo Diz:

    Realmente o aspecto científico do Espiritismo apresenta fragilidades devido à falta de rigor nos experimentos. Há erros científicos nos textos de Kardec, alguns sinalizados com notas de rodapé, outros não. (Exemplo: teoria sobre a Lua, acho que em “A Gênese”.)

    Penso que há verdade nas premissas do Espiritismo, principalmente por permitirem um entendimento coerente de passagens do Evangelho. Mas aí é uma opinião pessoal, derivada dos aspectos filosófico e religioso.

    Ou seja, quem quiser ser 100% cético, tá autorizado!

  10. Gilberto Diz:

    Marcelo, eis o “X” da questão. Eu disse em outro post que o Espiritismo é uma religião vencedora, pois ela trabalha em prol dos mais fracos e para o engrandecimento espiritual da pessoa. Eu não creio na parte “sobrenatural”, muito menos nas “explicações científicas” que os Espíritas cismam em dar, mas acredito que se o Espiritismo for “filtrado” das repetidas pérolas, chegamos aos aspectos filosóficos e religiosos que você mencionou. Vendo por esse prisma, a RELIGIÃO Espiritismo é realmente uma religião vencedora, e o meu carinho pelos espíritas persiste. A minha namorada é Candomblecista (e negra, o que a faz anti-Kardecista) e nunca tivemos problemas, mesmo quando eu explico a ela os processos que ela considera verdadeiros. Nos respeitamos e eu simplesmente ADORO a mãe-de-santo do seu terreiro, que é um amor de pessoa e com um caráter à toda prova, vivendo para a caridade e para o amor. Não tenho “pena” delas achando que sou de alguma forma “superior” por entender a parte “sobrenatural” como algo bem natural. Pelo contrário, eu as invejo pelo seu crescimento espiritual e compreensão da condição humana. Da mesma forma que invejo a minha mãe, que congrega na Universal, pelos mesmos motivos. Candomblé e Universal? Ah, sim, minha mãe e minha namorada se dão muito bem, acho que devido a esse crescimento que eu tanto invejo…

  11. Luis Diz:

    Nao tive tempo de ler todo o seu artigo. Pode-se acreditar ou nao em kardec, criticar sua ingenuidade por nao testar todas as hipoteses em relação principalmente aos fenomenos fisicos como o das mesas girantes. Mas penso que kardec está para o Espiritismo como Freud para a psicanalise, pois o merito de ambos esta na observação de questoes mais subjetivas, nao tangiveis objetivamente, que sao os aspectos do espirito e da psique humana.Pode-se criticar ainda a pretensao de kardec em explicar cientificamente as manifestações espiritas, sobretudo pela teoria do magnetismo, mas aplicar teste de hipoteses a aspectos subjetivos tem menos valor que o estudo observacional cuidadoso. Hoje acredito na visao mais espiritualista, holistica do ser humano. O grande merito do Espiritismo de Kardec a meu ver é seu ensinamento moral, de base evangelica cristã, que nos ensina a importãncia da caridade e do amor ao próximo. Por fim , também devemos ter a mente aberta, para evitar reducionismos e fundamentalismo por ceticos, nao ceticos ou espiritas. Quando testamos uma hipotese, segundo o conceito de estatistica, ao final do nosso experimento nossa hipotese pode ser verdadeira ou nao (ou ainda, estatisticamente significante ou nao). Abraço a todos

  12. Juninho Diz:

    Independente das opiniões alheias, vocês se apegam mais aos fenômenos do que na moral, a moral é a base do espíritismo e essa não necessita de comprovação ciêntifica. Não li o artigo inteiro, mais recomendo ao autor ler o Livro dos Médiuns pra explica melhor sobre os fenômenos, enquanto as questões interpretativas poderíamos ficar anos discutindo sem sair do lugar, sou espírita e já li o Livro dos Espíritos, e ele com as demais obras de Allan Kardec tem caráter sagrado e são uma continuação natural da bíblia, Os espíritos tem o controle universal do ensino religioso na terra de Moises ao espíritismo que foi (codificado) por KArdec.
    Então não adianta o LE tem 150 anos e sua autenticidade comprovada pela experiência de seus leitores, podemos dizer que existe várias religiões e todas elas existem, mas existe o antes e o depois de o LE, o antes era o tempo mais ignorante, o depois é simplesmente uma quantidade enorme de publicações falando sobre: ciência religião moral, psicologia, auto ajuda com o concurso de vários médiuns e espíritos de diferentes (idéias…), que abriu para a humanidade um conhecimento maior, os espíritos sérios recomendam as obras de kardec para a compreensão de suas obras psicografadas, nada mais natural para um tempo onde o espíritismo já é uma realidade bem fundamantada.
    Muita luz para todos, feliz natal que Jesus abençõe vocês.

  13. Anonimo II Diz:

    Vitor e Todos,

    Sobre esse texto, tenho primeiro a lamentar a condição de anonimato… é como dialogar com uma sombra. Em pleno seculo XXI, fica dificil de compreender tal procedimento…mas…

    É um texto interessante, com altos e baixos. Na minha breve analise, não vou comentar partes, que o autor não entede (como no caso da alma), ou não conclui…Me parece que o autor “trabalha” com o paradigma materialista, e que portanto seja lá o que for Kardec foi (auto-)enganado. Ele não leva em conta, por exemplo, que outros a partir de Kardec fizeram experimentos, bem mais documentados e restringindo ao maximo a possibilidade de fraude.. E mesmo assim, os fenomenos aconteciam.. enfraqueendo hipotese da fraude generalizada.

    A questão da hipotese da fraude. O autor conclui que Kardec era ingenuo/simplorio nessa questão. Das argumentações que o “anonimo” apresenta, o que eu pude concluir é que Kardec não documentou minuciosamentente as suas experiencias, o que eu tendo a concordar com isso. Mas não dá pra concluir que não houve essa preocupação.

    Um exemplo de como o “anonimo” esta preso ao seu paradigma, é quando ele afirma: que Kardec, por nao se preocupar com a hipotese da fraude (magica, etc) conclui que os fatos eram verdadeiro. Ora, há um teste bastante simples, que ele Kardec fez, e outros depois dele tambem fizeram…. perguntas mentais! Simples e eficiente….portanto nada de ingenuidade! Ou será que algum magico/trapaceiro/crente/maes-dinas é capaz de reproduzir esse “truque”???

    Veja o “esquecimento” do anonimo….

    ———————–
    Com freqüência, o médium não ouve ou não compreende a questão proposta, uma vez que pode ser feita numa língua que lhe é estranha, ou mesmo mentalmente; e a resposta pode ser dada por escrito ou falada nessa mesma língua.
    Outra alegação, e novamente Kardec apenas diz que os “médiuns” não sabiam falar outros idiomas. Novamente ele não apresentou nenhum meio do qual pudesse sustentar essa crença. Que razão então deveríamos ter para crer nisso? Não vejo razão alguma.
    —————————–

    Caramba!!!! Se o medium é capaz de responder a questoes formuladas MENTALMENTE…. Como o “anonimo” pode dizer que isso é NADA??
    ISSO DEMONSTRA A PROFUNDIDADE DO COMPROMETIMENTO QUE O ANONIMO TEM COM O PARADIGMA MATERIALISTA. ELE *****NÃO VIU**** O “OU MESMO METALMENTE”.

    ——————————

    Outra,

    “Podemos explicar tudo o que Kardec apresentou com hipóteses parapsicológicas, que devem ser científicas. Logo, não há razão alguma para crer em espíritos a não ser a vontade de crer no pós-morte. ”
    Ooops… Nem o Pe Quevedo diria melhor!!!! Acho que nao precisa nem comentar…… essa foi muuuuuiiiiito fraca.

    Abraços Fraternos

  14. Autor do texto Diz:

    Comentários.

    “Me parece que o autor “trabalha” com o paradigma materialista, e que portanto seja lá o que for Kardec foi (auto-)enganado.”

    É dito no texto que Kardec pode (e não que fora enganado) ter sido enganado por não ter tido a incumbência de ser auspicioso com as seguintes variáveis:

    1) Fraude.
    2) Analisar os fenômenos com estudos parapsicológicos desenvolvidos em sua época.

    “Ele não leva em conta, por exemplo, que outros a partir de Kardec fizeram experimentos, bem mais documentados e restringindo ao maximo a possibilidade de fraude..”

    Talvez o crítico pudesse ler o título desse texto: “Por que um cético não acredita em espíritos quando lê “O Livro dos Espíritos””. Isso já diz tudo. Agora, se o autor quiser discutir metodologia de outros estudiosos, como Richet, que avise.

    “O autor conclui que Kardec era ingenuo/simplorio nessa questão.”

    Concluo através das próprias palavras de Kardec, como demonstrado ao decorrer do texto.

    “Mas não dá pra concluir que não houve essa preocupação.”

    O crítico deveria ler os vários excertos apresentados de que Kardec, ao analisar o âmbito de fraude, deixa claro que:

    “Não pode ser fraude! Não seria possível! Não vejo meios pelos quais o caráter das pessoas pudessem fazê-lo!”

    Kardec justifica com falácias morais e com argumentos de incredulidade. Isso já foi demonstrado ao longo do texto, teria eu de colar tudo de novo? Não seria mais fácil uma reeleitura?

    “Um exemplo de como o “anonimo” esta preso ao seu paradigma, é quando ele afirma: que Kardec, por nao se preocupar com a hipotese da fraude (magica, etc) conclui que os fatos eram verdadeiro.”

    Kardec concluiu que os fenômenos eram causados por espíritos. Isso se deve pelo fato de ele não ter analisado, novamente aludindo às seguintes variáveis:

    1) Fraude.
    2) Analisar os fenômenos com estudos parapsicológicos desenvolvidos em sua época.

    Há inúmeros estudos parapsicológicos na época dos fenômenos que Kardec diz ter sido testemunha. Mas claro, Kardec preferiu dizer que as causas dos mesmos são fantasmas. Foquei a questão de fraude, pois vemos como os fenômenos podem ser facilmente produzidos por simples truques, e, sem falar da falta de documentação sobre.

    “perguntas mentais! Simples e eficiente….portanto nada de ingenuidade! Ou será que algum magico/trapaceiro/crente/maes-dinas é capaz de reproduzir esse “truque”???”

    O crítico deveria prestar atenção ao fato de que eu não aludi explicação e explanação somente à hipótese de fraude, mas a de estudos parapsicológicos. Primeiro que, como o próprio crítico concordou, não temos a documentação exata de como esse processo de “perguntas mentais” eram realizadas, portanto, não posso afirmar nada, muito menos o crítico.

    O crítico continua:

    “Caramba!!!! Se o medium é capaz de responder a questoes formuladas MENTALMENTE…. Como o “anonimo” pode dizer que isso é NADA??”

    Se o “médium” é capaz? Não sabemos como isso aconteceu e através de quais meios. O autor deve saber das explicações parapsicológicas para supostas leituras mentais: ESP e outros estudos. Se Kardec tivesse traçado esse paralelo, onde estariam os espíritos?
    E outra, não disse: “NADA”. O trecho meu que o autor citou antes dessa crítica foi:

    “Outra alegação, e novamente Kardec apenas diz que os “médiuns” não sabiam falar outros idiomas. Novamente ele não apresentou nenhum meio do qual pudesse sustentar essa crença. Que razão então deveríamos ter para crer nisso? Não vejo razão alguma.”

    Aqui eu critiquei a falta de documentação e de informação sobre os fenômenos que Kardec disse ter presenciado. Não disse “NADA”. Eu disse que, se não temos a total informação sobre o ocorrido, que razão há para crer na palavra de Kardec? Nenhuma. Nós queremos informações, e não crenças. Eu não quero crer, eu quero saber.

    “ISSO DEMONSTRA A PROFUNDIDADE DO COMPROMETIMENTO QUE O ANONIMO TEM COM O PARADIGMA MATERIALISTA.”

    O crítico aqui tenta chutar minha postura pessoal dizendo que sou “materialista”. Belo engodo! Segundo que, como acabei de demonstrar, o crítico não me interpretou corretamente, cabendo a uma reeleitura do texto.

    “Ooops… Nem o Pe Quevedo diria melhor!!!! Acho que nao precisa nem comentar…… essa foi muuuuuiiiiito fraca.”

    O crítico além de desconsiderar várias partes do texto, também parece ignorar a Parapsicologia. Não a “Parapsicologia de Quevedo”, a dogmática, crente em fenômenos paranormais e parcial com relação ao seu catolicismo, mas o estudo científico de alegações de paranormalidade, através de rígidos métodos científicos.
    Supor que eu defendo algum tipo de “parapsicologia quevediana”, é, além de tudo, desonestidade intelectual para com minha pessoa. Mas o crítico deveria saber os diversos estudos Parapsicológicos (longe de Quevedo!) que estudam alegações de fenômenos como os que Kardec disse ter presenciado: e explicações sem espíritos.

    Abraços.

  15. Evandro Diz:

    Da mesma forma “Autor do texto”, as suas alegações também não contradizem absolutamente nada. O conceito inicial de alma e sua análise dela mostra que você não compreendeu muito o texto de Kardec, mas que importa, esse discussão vai acabar em quase nada mesmo 🙂

  16. Autor do texto Diz:

    “Da mesma forma “Autor do texto”, as suas alegações também não contradizem absolutamente nada.”

    Minhas “alegações” são excertos que demonstram claramente a não preocupação de Kardec com a hipótese de fraude/mágica/ilusionismo e a despreocupação com o estudo parapsicólogo em plena expansão em sua época. Isso não é minha opinião, é fato. Saberiam os espíritos que é fato? Imagino que devem saber, já que sua doutrina nasceu de um conceito de ciência limitado aos fatos (positivismo).

    O próprio Kardec jactou-se em abominar a hipótese de fraude, como apresentado foi, e por mótivos patéticos (incredulidade e “moral alheia”).

    Os espíritas normalmente ficam em furor mediante o fato de sua doutrina (praticamente morta na Europa) ter nascido de um método considerado auspicioso por Kardec, mas que no fundo é falho por essência. Aceitar isso é questão não só é um ato de bom senso, mas de coragem. Os espíritas querem continuar bancando os cães rosnadores, mas não percebem que estão mostrando os dentes para o vazio.

    Sobre os conceitos de “alma” introdutórios, penso que a única pobreza intelectual é a presente no LE, visto que Kardec não teve a capacidade (ou o conhecimento) de apresentar o conceito Aristotélico, o conceito Agostiniano, o conceito Tomista, o conceito Leibnziano, ou seja, Kardec ignorou os conceitos mais bem explanados pelos maiores filósofos da história para nos apresentar três míseras concepções. Não é isso que os admiradores da filosofia esperariam.
    O Espiritismo, além de uma doutrina que nasceu de métodos falhos fundados na interpretação incompleta dos fatos, é, ademais, uma decepção filosófica.
    Essa arrogância dos críticos em vangloriar-se perante o fundador de sua crença não tem sentido algum. Defender a mentira não é um ato lícito. Que os espíritas que isto lêem tenham bom senso e coragem de aceitar a falha gênese de sua doutrina.

    Abraços para todos.

  17. joel Diz:

    Acho que antes de criticar o trabalho de alguem, deveriamos antes tentar conhecer essa pessoa, pelo o que eu pesquisei sobre kardek, ele usou este nome em suas obras de codificaçao espirita, para nao confundi-lo com o grande pedagogo frances Hipolite Leon Denizard Rivail, que da mesma forma com revolucionou a educaçao no seu país, em sua epoca, tambem o fez com a divulgaçao desta doutrina. A doutrina Cristã também na sua origem não foi aceita, pois a humanidade ainda em sua maioria nao estava pronta para tao grande mensagem, agora tambem o espiritismo , apesar de encontrar uma humanidade mais evoluida, onde já passamos por todos os conflitos, terá seu seu tempo de amadurecimento. As grandes idéias surgem no seu devido tempo, nada vem ao acaso, assim avança a humanidade, para atingir seu auge moral e espiritual.Quem somos nós para dizer o que é certo ou errado, quando já vem sendo preparado pelo no PAI.
    Abraços a todos.

  18. Carlos Magno Diz:

    Autor de Texto:

    O Evandro tem razão. Tanto você com outros que odeiam o espiritismo, fingem entendê-lo pensando com isso poder argumentar filosoficamente e com base.

    Discurso e retórica vazios, sem sentido nem nexo. Aposto que nunca conversou com uma “entidade” incorporada”. Assim não pode entender mesmo o que os verdadeiros comunicadores realmente conhecem.

    Você não sabe absolutamente nada; é outro do “li não sei onde” e “ouvi falar por aí”.

    Olha bons conselhos não se desprezam. Vão opinar sobre assuntos onde há público que goste de lorotas.

  19. Evandro Diz:

    Concordo com você Carlos, quando se estuda a fundo a doutrina ou presencia algum tipo de experiência espiritual fica mais fácil entender, ou então procurar entender o que está acontecendo sem simplesmente negar e negar.

  20. Gilberto Diz:

    Bom, não se pode levar em conta a opinião de um crente que conversa com uma “entidade” incorporada, pois ele está totalmente envolto em um ambiente impressionável, ele mesmo está esperando ver aquilo que pretender crer que irá se manifestar, e todo o misè-en-scene espírita leva o crente a afastar de sua mente qualquer possibilidade de fraude, fenômeno parapsicológico ou coincidência. Ele quer crer. É como a Ufologia (que no Brasil se baseia amplamente no Espiritismo), onde o dito ufólogo quer tanto crer na existência de UFO`s que qualquer fato que tenha determinadas características são manifestações ufológicas (Pirâmides têm de ser de tecnologia alienígena, desenhos enormes que só se vêem do céu têm que ser alienígenas, estátuas enormes levadas ao alto de uma colina têm que ser com auxílio alienígena, o governo americano se silenciar sobre a “Área 51” só pode ser pra ocultar alienígenas, luzes inexplicáveis no céu têm que ser de naves alienígenas, a lua tem um lado escuro só pra ocultar os alienígenas, e por aí vai…). Eu particularmente já vi dezenas e dezenas de pessoas “incorporadas” e nada me impressionou muito. Mas de uma coisa eu tenho certeza: eu acredito que eles acreditam.

  21. Carlos Magno Diz:

    O mesmo discurso ridículo de sempre.

    O mesmo estereótipo, a mesma presunção, a mesma tentativa de mostrar conhecimento e discriminação, a mesma prosopopéia do “eu sei porque vi com meus olhos, vocês viram com o de vocês, logo eu sei mais porque sou mais capaz”.

    Sabichão de meia pataca: ver dezenas de pessoas incorporadas é uma coisa, conviver com eles, conversar e ouvir o que têm a dizer é outra. O que você diz é como ver o mundo pela televisão, ao invés de estar lá nos aconteciemntos reais “in loco”!

    Dom Quixote dos tolos! Aliás, rei dos bobos de Vitor Hugo!

  22. Evandro Diz:

    Gilberto meu caro, você não me conhece! Eu não acredito em absolutamente nada! Mas não refuto aleatóriamente qualquer coisa, sou esperto e humilde! Duvido de tudo e leio tudo.
    Você já viu dezenas de pessoas incorporadas? Duvido… Tenha a humildade de admitir que vocês nada sabem, que todos vocês discutem mistérios que não entendem, tenha essa humildade ou vai cair em descrédito…

  23. Carlos Magno Diz:

    Evandro:

    Esse aí num solene e magnânimo gesto pediu ao Vitor para não apagar meus comentários porque o histórico de debates ficaria para futuras gerações.

    Que histórico? Que debates?

    Ele pode continuar a dizer o que desejar, a tribuna aqui é livre para esquerdistas tacanhos e para outros é só meio livre. Mas eu não contesto mais. Para quê?

  24. Gilberto Diz:

    Bom, se eu desejar feliz ano novo, vão dizer que eu me acho o “máximo” e superior por não me chatear com o que dizem, e se eu revidar as DEZENAS de insultos, vão dizer, “viu, ele odeia espíritas!”. Fiquei numa situação difícil. Só digo, então, uma coisa: continuem a ler este Blog, a questionar e a aprender. Obrigado ao Vítor e aos leitores deste Blog.

  25. Gilberto Diz:

    P.S. Peraí, deixa ver se entendi: o Sr. Carlos Magno conversa e convive com espíritos desencarnados. Então, será que ele também é um espírito desencarnado? E se é, como tem acesso à Internet? Ele tem E-mail? E se tem, qual seria? Talvez: carlosmagno@infernoonline.com.in?

  26. Barreto bh Diz:

    Eu era cético antes de ler as obras de kardec, sua biografia, pesquizado os fenômenos de materialização, pintura mediúnica, Chico Xavier, Divaldo Franco, Florencio Anton, Willian Crookes, Richet,etc..
    Também pesquisei os contraditores como o Quevedo, Orlando Fedeli, Vitor Moura, etc. A grande maioria dos sites anti-espíritas, ou são são materilalistas, que muitas vezes até zombam de assuntos da maior seriedade, ou são de outras religiões(naturalmente defendendo seus dogmas). Os demais, na minha opinião, são pseudo-cientistas, pois dão explicações que muitas vezes geram mais dúvidas, se preocupando mais em refutar do que criar uma teoria mais lógica em seu lugar.
    Acredito que os céticos a que o senhor se refere deva ser os céticos obstinados, orgulhosos.
    Já lhe disseram isto, mas é sempre bom repetir: o espiritismo é, antes de tudo uma doutrina eminentemente moral, importando mais o fundo que a forma. Mesmo que a doutrina fosse obra apenas de Kardec ( e ele afirma várias que não é ), mesmo assim, é a melhor resposta que obtive para todas as circunstâncias da vida.
    Sugiro ao senhor( se quiser aceitar a sugestão, evidentemente), que não generalize os céticos, porquê alguns o são(como eu era) geralmente por orgulho, ou porquê teriam de mudar de comportamento, o que lhes causaria, de início, dolorosa transformação, pois teriam de abdicar de coisas que por hora são mais importantes para seu amor próprio.
    Tenho acompanhado seu site há alguns meses, postando apenas um comentário, no qual concordava com o Weirdo a respeito do senhor se declarar espírita ateu (!?!?!?).
    O senhor continua com esta opinião?

  27. Barreto bh Diz:

    Só mais uma coisinha. Gostaria muito que o senhor postasse meu comentário e, se possível, respondesse minha pergunta.
    Não sei se o senhor já leu os dois textos que lhe envio agora( estes não precisa postar), pois eles me ajudaram muito a reforçar minha convicção sobre o espiritismo (eu era cético). Longe de mim querer lhe converter às idéias espíritas ( fé é uma questão de ordem pessoal, de responsabilidade de cada um), mas para que o senhor reflita sobre o verdadeiro fim do espiritismo. É que, na minha opinião, tem lhe faltado “boa fé” para com pessoas de extrema conduta ética moral, que, como nós, também não são perfeitos.
    O primeiro texto é do LIVRO DOS MÉDIUNS(cap.4-50 a 51) e o segundo é do livro OBRAS PÓSTUMAS(segunda parte).

    Atenciosamente.

    50. Sistema da alma material. – Consiste apenas numa opinião particular sobre a natureza íntima da alma. Segundo esta opinião, a alma e o perispírito não seriam distintos uma do outro, ou, melhor, o perispírito seria a própria alma, a se depurar gradualmente por meio de transmigrações diversas, como o álcool se depura por meio de diversas destilações, ao passo que a Doutrina Espírita considera o perispírito simplesmente como o envoltório fluídico da alma, ou do Espírito. Sendo matéria o perispírito, se bem que muito etérea, a alma seria de uma natureza material mais ou menos essencial, de acordo com o grau da sua purificação.

    Este sistema não infirma qualquer dos princípios fundamentais da Doutrina Espírita, pois que nada altera com relação ao destino da alma; as condições de sua felicidade futura são as mesmas; formando a alma e o perispírito um todo, sob a denominação de Espírito, como o gérmen e o perisperma o formam sob a de fruto, toda a questão se reduz a considerar homogêneo o todo, em vez de considerá-lo formado de duas partes distintas.

    Como se vê, isto não leva a conseqüência alguma e de tal opinião não houvéramos falado, se não soubéssemos de pessoas inclinadas a ver uma nova escola no que não é, em definitivo, mais do que simples interpretação de palavras. Semelhante Opinião, restrita, aliás, mesmo que se achasse mais generalizada, não constituiria uma cisão entre os espíritas, do mesmo modo que as duas teorias da emissão e das ondulações da luz não significam uma cisão entre os físicos. Os que se decidissem a formar grupo à parte, por uma questão assim pueril, provariam, só com isso, que ligam mais importância ao acessório do que ao principal e que se acham compelidos à desunião por Espíritos que não podem ser bons, visto que os bons Espíritos jamais insuflam a acrimônia, nem a cizânia. Daí o concitarmos todos os verdadeiros espíritas a se manterem em guarda contra tais sugestões e a não darem a certos pormenores mais importância do que merecem. O essencial é o fundo.

    Julgamo-nos, entretanto, na obrigação de dizer algumas palavras acerca dos fundamentos em que repousa a opinião dos que consideram distintos a alma e o perispírito. Ela se baseia no ensino dos Espíritos, que nunca divergiam a esse respeito. Referimo-nos aos esclarecidos, porquanto, entre os Espíritos em geral, muitos há que não sabem mais, que sabem mesmo menos do que os homens, ao passo que a teoria contraria é de concepção humana. Não inventamos, nem imaginamos o perispírito, para explicar os fenômenos. Sua existência nos foi revelada pelos Espíritos e a experiência no-la confirmou (O Livro dos Espíritos, n. 93). Apóia-se também no estudo das sensações dos Espíritos (O Livro dos Espíritos, n. 257) e, sobretudo, no fenômeno das aparições tangíveis, fenômeno que, de conformidade com a opinião que estamos apreciando, implicaria a solidificação e a desagregação das partes constitutivas da alma e, pois, a sua desorganização.

    Fora mister, além disso, admitir-se que esta matéria, que pode ser percebida pelos nossos sentidos, é, ela própria, o principio inteligente, o que não nos parece mais racional do que confundir o corpo com a alma, ou a roupa com o corpo. Quanto à natureza intima da alma, essa desconhecemo-la. Quando se diz que a alma é imaterial, deve-se entendê-lo em sentido relativo, não em sentido absoluto, por isso que a imaterialidade absoluta seria o nada. Ora, a alma, ou o Espírito, são alguma coisa. Qualificando-a de imaterial, quer-se dizer que sua essência é de tal modo superior, que nenhuma analogia tem com o que chamamos matéria e que, assim, para nós, ela é imaterial. (O Livro dos Espíritos, ns. 23 e 82).

    51. Eis aqui a resposta que, sobre este assunto, deu um Espírito:

    “O que uns chamam perispírito não é senão o que outros chamam envoltório material fluídico. Direi, de modo mais lógico, para me fazer compreendido, que esse fluido é a perfectibilidade dos sentidos, a extensão da vista e das idéias. Falo aqui dos Espíritos elevados. Quanto aos Espíritos inferiores, os fluidos terrestres ainda lhes são de todo inerentes; logo, são, como vedes, matéria. Daí os sofrimentos da fome, do frio, etc., sofrimentos que os Espíritos superiores não podem experimentar, visto que os fluidos terrestres se acham depurados em torno do pensamento, isto é, da alma. Esta, para progredir, necessita sempre de um agente; sem agente, ela nada é, para vós, ou, melhor, não a podeis conceber. O perispírito, para nós outros Espíritos errantes, é o agente por meio do qual nos comunicamos convosco, quer indiretamente, pelo vosso corpo ou pelo vosso perispírito, quer diretamente, pela vossa alma; donde, infinitas modalidades de médiuns e de comunicações.

    “Agora o ponto de vista científico, ou seja: a essência mesma do perispírito. Isso é outra questão. Compreendei primeiro moralmente. Resta apenas uma discussão sobre a natureza dos fluidos, coisa por ora inexplicável. A ciência ainda não sabe bastante, porém lá chegará, se quiser caminhar com o Espiritismo. O perispírito pode variar e mudar ao infinito. A alma é o pensamento: não muda de natureza. Não vades mais longe, por este lado; trata-se de um ponto que não pode ser explicado. Supondes que, como vós, também eu não perquiro? Vós pesquisais o perispírito; nós outros, agora, pesquisamos a alma. Esperai, pois.” – Lamennais.

    Assim, Espíritos, que podemos considerar adiantados, ainda não conseguiram sondar a natureza da alma. Como poderíamos nós fazê-lo? E, portanto, perder tempo querer perscrutar o principio das coisas que, como foi dito em O Livro dos Espíritos (ns. 17 e 49), está nos segredos de Deus. Pretender esquadrinhar, com o auxílio do Espiritismo, o que escapa à alçada da humanidade, é desviá-lo do seu verdadeiro objetivo, é fazer como a criança que quisesse saber tanto quanto o velho. Aplique o homem o Espiritismo em aperfeiçoar-se moralmente, eis o essencial. O mais não passa de curiosidade estéril e muitas vezes orgulhosa, cuja satisfação não o faria adiantar um passo. O único meio de nos adiantarmos consiste em nos tornarmos melhores. Os Espíritos que ditaram o livro que lhes traz o nome demonstraram a sua sabedoria, mantendo-se, pelo que concerne ao princípio das coisas, dentro dos limites que Deus não permite sejam ultrapassados e deixando aos Espíritos sistemáticos e presunçosos a responsabilidade das teorias prematuras e errôneas, mais sedutoras do que sólidas, e que um dia virão a cair, ante a razão, como tantas outras surgidas dos cérebros humanos. Eles, ao justo, só disseram o que era preciso para que o homem compreendesse o futuro que o aguarda e para, por essa maneira, animá-lo à prática do bem. (Vede, aqui, adiante, na 2ª parte, o cap. 1º: Da ação dos Espíritos sobre a matéria.)

    Marcha gradual do Espiritismo. Dissidências e entraves
    27 DE ABRIL DE 1866

    (Paris, em casa do sr. Leymarie, méd. sr. L…)

    ——————————————————————————–

    Caros condiscípulos, o que é verdadeiro deve ser; nada pode se opor à irradiação de uma verdade; às vezes, pode-se velá-la, torturá-la, fazer nela o que fazem os teredos nos diques holandeses; mas uma verdade não é edificada sobre estaca: ela corta o espaço; está no ar ambiente, e se pôde deslumbrar uma geração, há sempre encarnações novas, de recrutamentos da erraticidade que vêm trazer germes fecundos, outros elementos, e que sabem atrair para eles todas as grandes coisas desconhecidas.

    Não vos apresseis muito, amigos; muitos dentre vós gostariam de ir a vapor, e nesse tempo de eletricidade, correr como ela. Esqueceis as leis da Natureza, gostaríeis de ir mais depressa do que o tempo. Refleti, no entanto, o quanto Deus é sábio em tudo. Os elementos que constituem o vosso planeta sofreram uma longa e laboriosa criação; antes que pudésseis existir, foi necessário que tudo se constituísse segundo a aptidão de vossos órgãos. A matéria, os minerais, fundidos e refundidos, os gases, os vegetais, pouco a pouco harmonizados e condensados, a fim de permitir a vossa eclosão sobre a Terra. É a eterna lei do trabalho que não cessou de reger os seres inorgânicos, como os seres inteligentes.

    O Espiritismo não pode escapar a essa lei, à lei da criação. Implantado sobre um solo ingrato, é preciso que haja suas más ervas, seus maus frutos. Mas também, cada dia se roçam, se arrancam, se cortam os maus ramos; o terreno se surriba insensivelmente, e quando o viajor, fatigado das lutas da vida, encontrar a abundância e a paz à sombra de um fresco oásis, virá estancar a sua sede, enxugar seus suores, nesse reino lenta e sabiamente preparado; ali o rei é Deus, esse dispensador generoso, esse igualitário judicioso, que sabe bem que o trajeto a seguir é doloroso, mas fecundo; penoso, mas necessário; o Espírito formado na escola do trabalho, dela sai mais forte e mais apto para as grandes coisas. Aos desfalecidos ele diz: coragem; e como esperança suprema, deixa entrever, “mesmo aos mais ingratos”, um ponto de atraso, ponto salutar, caminho demarcado pelas reencarnações.

    Ride das vãs declamações: deixai falar os dissidentes, berrar aqueles que não podem se consolar por não serem os primeiros; todo esse pequeno ruído não impedirá o Espiritismo de fazer invariavelmente o seu caminho; é uma verdade, e, como um rio, toda verdade deve seguir o seu curso.

  28. Barreto bh Diz:

    E, por favor, perdoem os exaltados.

    Novamente grato pela sua atenção.

  29. Barreto bh Diz:

    E, se me considerarem um exaltado, lhes pesso perdão, também me esforçarei para ser mais moderado.

    Tudo de bom a todos.

  30. Vitor Diz:

    > “Tenho acompanhado seu site há alguns meses, postando apenas um comentário, no qual concordava com o Weirdo a respeito do senhor se declarar espírita ateu (!?!?!?).
    O senhor continua com esta opinião?”

    Continuo declarando-me espírita ateu.

    Um abraço.

  31. Elias Diz:

    Barreto bh,
    Bem lembrado.

    MAIS do que nunca, temos que analisar de debater os fatos de cabeça muito FRIA. O problema é que tem muito material.

  32. barreto bh Diz:

    Concordo, Elias. E, detalhe interessante: aumenta-se o material, sob todos os pontos de vista, dos pró e diminui o material dos que vão, mais dia menos dia, ser arrastados “pela força mesma das coisas”. O número de sites espíritas bem articulados é fenomenal.
    Agora,Vitor, com todo respeito, é brincadeira sua vai. Com toda sua inteligência, educação, dignas de nota(apesar de não concordar mesmo com seu site, que só mostra matéria contra), não pode conceber espiritismo sem Deus, qué é sua pedra angular, sem cair em contra senso. Angular! Se tirá-la todo o resto cai como conseqüência “inevitável”. Nunca vi, nem ouvi falar e dificilmente vou tomar conhecimento de algo parecido novamente. È reconhecer o efeito sem admitir a causa. Seria, pra usar um exemplo, o caso de se chegar a algum lugar, se verificasse as pegadas de um calçado qualquer e não se admitisse que alguém estivesse alí.
    È realmente impossível apreender, perfeitamente, “o que é Deus”(pergunta 1), “pobreza da linguagem dos homens, que é insuficiente para definir as coisas que estão acima de sua inteligência”(resposta 3),mas negar…Tudo bem vai. Se existem, na erraticidade um sem número de espíritos ateus, negando o que lhe está a em toda à volta, então não é de se espantar(tanto) o caso aqui na terra física.
    Mas,refletindo um pouco mais sobre o tema, sinto admitir que é muito menos doloroso pra mim(ou pra você, não sei) o fato de você se dizer espírita ateu, do que os que se dizem espíritas(sérios), mas na prática mesmo e no estudo sistemático da doutrina(pincipalmente da codificação) não se portam como tal.

    Espírita agnóstico(mais eufêmico), espírita indeciso(mais tênue), espírita orgulhoso(talvez…), espírita imperfeito(a maioria, por enquanto, incuindo-me).
    Pode usar destes termos, se quiser(é a ultima sugestão não requisitada, prometo), mas espiritismo ateístico não existe. Se nasceu, nasceu sem alma.

  33. barreto bh Diz:

    Abraço a todos.

  34. Elias Diz:

    Estudando numa cadeira de Probabilidade e Estatística em meu mestrado vimos o conceito sobre Ruído Branco, que é um processo aleatório. Por definição, todo processo aleatório possui valores imprevisíveis, mas cuja a média é zero no tempo tendendo a infinito.

    Resumo: não sai nada que preste de um processo aleatório sem uma regra de seleção. Além do mais, é necessário uma estrutura física (matéria + forças + leis) para que esta seleção consiga ser efetivada.

    Caos é um comportamento, uma regra entre muitas outras.

  35. Carlos Diz:

    Gostaria de esclarecer que a palavra “Espiritismo” foi inventada por Kardec para designar essa doutrina. O Espiritismo é espiritualismo na sua generalidade assim como o Catolicismo e Protestantismo. A fé em Deus é condição basilar do Espiritismo, assim como o é do Catolicismo e de tantas outras doutrinas espiritualistas.
    A incoerência seria mesma de se denominar “Católico Ateu”.
    Acredito que o amigo que se denomina “Espírita Ateu”, talvez fosse mais preciso se denominando “Espiritualista Ateu”.
    Independentemente do que nos denominemos ou dos títulos que ostentemos, conviveremos uns com os outros e nos entenderemos pelo viés do coração.
    Deus nos ilumine a todos.

  36. Carlos Magno Diz:

    Carlos,

    Aquele que se classificaria Católico-Ateu ou o que se denomina Espírita-Ateu, cairia ou cai num paradoxo.

    Desculpe discordar. Espiritismo não é espiritualismo na sua generalidade. Deveria ser. Talvez venha a ser dentro de um milênio.

    Há linhas diversas do espiritismo que no Brasil são, por exemplo, os cardecistas, os umbandistas, os candomblecistas, etc.

    Aliás, espiritualismo é mais do que seguir-se uma religião, uma crença, um credo ou uma doutrina que tenha suas bases firmadas nas revelações de espíritos, de mensageiros intermediários, ou de seres extraterrenos.

    Espiritualismo é um estado interior de graça, de aceitação ao sagrado, de não agressão, de amor, compreensão e sabedoria e de serviço desinteressado ao próximo. É o somatório vivo, impessoal e transcendente de um milenar Espírito que se manifesta em vários níveis do conhecimento e práticas, quer com a sabedoria perfeita conquistada pelas práticas científico-religiosas, esotéricas, mágicas, ou iniciáticas-sacerdotais, quer pela simples vontade devocional a um Deus ou Senhor Externo a quem serve diariamente, mas que acaba por metamorfosear-se num Deus interno.

    Lamentavelmente tanto o religioso, o esotérico, ou o espírita, nem sempre se fazem espiritualistas, embora se digam como tal!

    Espírita-Ateu é a pseudo-realidade ou criação infeliz de uma condição inexistente. É um subterfúgio ateu. O Espiritismo entende e abrange uma doutrina organizada por pensadores e mensageiros, calcada na existência de uma Força Criadora Absoluta e Perenemente Transformadora. Espiritismo poderia ter outro nome, não importaria, mas Kardec considerou suas raízes metonímeas.

    Dizer-se espírita-ateu seria definir uma peremptória negação; desejar não ser alma e nem espírito, como se isso fosse possível. Seria como tentar rebater e isentar a impossibilidade de uma pequena vida não se incluir e não pertencer ao âmago e cerne de um propósito inteligente, superior e ordenado para existir como Vida e Criação, a cujos princípios e inalienável realidade, – repetimos, – a própria doutrina apostolicamente se submete. Seria, enfim, concordar com os argumentos do ateísmo que diz não haver um Deus, nem alma, nem espírito e muito menos a reencarnação. Qual então o sentido lógico de dizer-se espírita e ao mesmo tempo ateu?

    Já o cognominado espírita-ateu que diz acreditar na reencarnação, comete apostasia aos seus próprios princípios ateístas, atraindo e incorporando a real existência de um paradoxo. Pois todo o mecanismo e processo reencarnatório se baseiam numa lei universal e divina de causa e efeito, incompreensível ainda ao cérebro físico nos seus mais simples postulados, mas que presos e subordinados a ela permanecemos desde o mergulho de nossas vidas a esse sistema solar.

    O homem jamais poderia engendrar e tomar às suas próprias rédeas esse processo reencarnatório; criar e recriar as raças humanas; fazer migrar almas de lá para cá e daqui para lá, prover-lhes corpos envoltórios e saber as causas e conseqüências de tais miraculosos atos. Pois como poderia ser o homem tão perfeito nessa impossível hipótese de invenção da lei do carma, – justa e eqüitativa, – se ele de per si desconhece muitas das regras básicas da contextura e funcionamento de sua própria casa ou tabernáculo carnal, quanto mais dos espaços superiores ou dimensões supra-físicas, e das leis cósmicas reguladoras das vidas passageiras dessa nave giratória chamada Terra, que se destina a uma condição intemporal não totalmente revelada?

    Para tanto realizar, o pobre ser humano descrente, apelidado de homo sapiens, precisaria deter uma onisciência e onipresença, que num único e fugidio segundo tudo conseguisse controlar e resolver. Mas como isso seria possível, se ele mesmo, ateu confesso, não acredita na onisciência?

    Fico por aqui amigo. Abraços.

  37. Carlos Diz:

    Caro Carlos Magno.
    Ficamos satisfeito com seu entusiasmo. Cumpre esclarecer que a afirmação de que o Espiritismo é pertecente ao imenso universo das doutrinas espiritualisata, não é uma conclusão pessoal e sim uma afirmação extraida do Livro dos Espíritos na sua introdução, em seu primeiro parágrafo, onde Kardec inicia:
    “Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palvras. Os vocábulos espiritual, espiritualidade, espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia (dupliciade de sentido – Houaiss). Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espríritos ou em suas comunicações com o mndo visível. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos espirita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a avantagem ser perfeitamentet inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a doutrina Espírita ou o Espiritismo tem por princípios as relações do mundo material com os espíritos ou seres do mundo invisível. Os adptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espritistas.” – Ele ainda continua – “Como especialidade, O Livro dos Espíritos contém a doutrina Espírita; como generalidade, prende-se à doutrina espiritualista, uma de cuja faces se apresenta. Essa a razão por que traz no cabeçalho do seu título as palavras: Filosofia espiritualista.”
    Assim, Carlos Magno, mesmo percebendo sua disposição de buscar a reforma íntima, cumpre entender que não “Há linhas diversas do espiritismo que no Brasil são, por exemplo, os cardecistas, os umbandistas, os candomblecistas, etc.” O Espriirtismo é a doutrina codificada por Alan Kardec, em seus 5 livros básicos. Não há um espritismo cardecista ou cardequiano ou mesmo um espiritismo umbandista. Espirtitismo é Espiritismo. Umbandista é Umbandista. Assim como é basilar a fé em Deus e no Nosso Senhor Jesus Cristo, também o é sua codificação feita por Alan Kardec.
    Esse tipo de confusão, que denomina todas as diversas doutrinas espiritualistas que acreditam na continuidade da vida após a morte do corpo físico como espíritas, é um dos responsáveis pelos enganos que se fazem da doutrina espírita.

    Que Deus nos ilumine a todos.

  38. Carlos Magno Diz:

    Prezado Carlos:

    Voltamos ao assunto.

    Há termos que evoluem de suas iniciais acepções, tornando-se muitas vezes abrangentes, duplos ou até mesmo com significados díspares.

    A mim realmente não importa a conotação classificatória, a nomenclatura rígida e rigorosa, pois somente assim consideradas, vejo nisso certa e perigosa supressão do elemento principal, livre e espiritual, em favor de emergente ortodoxia. Mas como todas as coisas precisam ter um nome, há casos de visíveis incongruências entre o epíteto e a tradução do real significado, e disso nem sempre podemos nos furtar a demonstrar uma análise de convergente lógica relativista. O exemplo foi dado ao falarmos de espírita-ateu.

    Kardec sem a menor dúvida não inventou o termo espiritismo, mas provavelmente foi quem o derivou de espírito, do latim spiritu, mesmo porque ele era filólogo. Ele sabia das práticas fetichistas dos africanos, de outros povos da antiguidade e dos aborígines. Havia já naqueles povos e primitivas etnias o espiritismo, pois invocavam, incorporavam e curavam pelos espíritos.

    Há diferenças, sem dúvidas. Os ingleses, por exemplo, dão o nome de Espiritismo à escola de Kardec, enquanto mencionam Espiritualismo à escola espiritista da América e Inglaterra fundada pelas irmãs Fox. Espiritualismo pode ser definido como o estado ou condição da mente oposta ao materialismo ou a uma concepção material das coisas.

    Mas são puras definições. O rigor classificatório pode valer de maneira perfeita para uma corrente, mas para outra não, pois já ouvi e li: espírita-umbandista, espírita-cardecista, espírita-candomblecista, ou mesmo espírita-esotérico ou cientificista. Estarão eles errados ao ampliar esse significado?

    Admito que uns tenham seus credos, mesmo edificando-os com elementos emprestados das religiões e misturando-os às suas crenças, como nos casos de sincretismos, enquanto outros não os têm codificados, mas para esses últimos sobrevive ainda as tradições orais, incorporadas de novas revelações.

    No entanto, sobrepondo-se à sematologia, o espiritualista na prática, segundo entendo e ao que me foi ensinado, é aquele que se sobressai ao cerimonial, aos ritos e ritualística, às teorias doutrinárias e às pregações e vem encarnar as verdadeiras qualidades espirituais.

    Entendo também que ao não se sobrepor à forma se pode recair somente nas suas concepções materiais. Por isso o espiritualista encarna ou luta por encarnar a essência do ensinamento, que é sem dúvidas a melhor parte.

    Carlos, prazer dialogar com você. Desculpe se existiu em minhas palavras certo tom doutrinário, que não foi minha intenção. Abraços.

  39. Paulo Diz:

    Recomendo o estudo da obra de Amit Goswami. Se querem discutir Física Quântica e verdade científica estou a disposição no e-mail direitoaplicado2007@yahoo.com, mas antecipo que, como estudioso dos temas, somente dialogarei com indivíduos que demonstrarem o mínimo de conhecimento dos conceitos básicos da F. Quântica e da Epistemologia, sem a qual não se pode discutir os supostos “erros” atribuídos à Kardec. Paulo.

  40. Marcelo Diz:

    Em que crê um espírita ateu?

  41. Carlos Magno Diz:

    Pergunta do texto:

    Por que um cético não acredita em espíritos quando lê “O Livro dos Espíritos”.

    Resposta: Porque é simplesmente um cético.

    Comentário: Está mais do que lógica a resposta, pois o cético é normalmente intolerante. Ponto final.

  42. Gilberto Diz:

    Se a pergunta fosse “Por que um crente acredita no Livro dos Espíritos?” a resposta sera igualmente simples: Porque um crente é simplesmente um crente. Ele acredita não apenas em reencarnação, mas em reencarnação total e irrestrita entre todos os planetas do universo (apesar de, quando se faz “terapia” de vidas passadas, as pessoas vieram daqui mesmo, de preferência foram pessoas famosas, final, quem quer ser o Sr. Xing Ling, que nasceu numa aldeiazinha chinesa e viveu e morreu sem fazer nada de espetacular?); ele também acredita que Chico Xavier (cuja mãe é marciana, segundo ele mesmo) psicografava até em outras línguas (apesar da fraude óbvia que eu desmascarei em outro post); ele também acredita que Alan Kardec era um gênio (apesar de ser um total desconhecido na França, os espíritas brasileiros até financiaram uma estátua pro homem) que descobriu, conversando com umas adolescentes brancas e riquinhas que se diziam médiums, que os negros são animais e que o branco europeu é muito mais evoluído espiritualmente e por isso detém todo o saber e a justiça; ele também acredita que espiritismo é ciência e ciência da boa, pois ele sabe mais que qualquer dita ciência, pois os espíritos mortos que conversam com eles sabem muito mais que os espíritos vivos que trabalham como cientistas (que aliais estão perdendo tempo, pois uma sceance revalaria muito mais que anos de pesquisa e experimentação científica); e ele acredita também que está todo mundo errado, e só os 1,5 milhão de brasileiros estão certos e os outros cinco bilhões, novecentos e noventa e oito milhões e meio de pessoas vivem no engano, no fanatismo de outras religiões ou são simplesmente céticos ignorantes (o ceticismo é uma praga que não deixa o espiritismo crescer e deixa o mundo todo nas trevas) que, ingenuamente se deixam levar por uma ciência burra, que sempre faz burrices, como descobrir a cura pra Pólio, que era instrumento de Deus para punir vidas passadas e agora, com sua cura, Deus tem que descobrir outras punições.

  43. Wanderson Diz:

    Caro Gilberto.Deixa eu ver se eu entendi pois sou espírita e como vc frisou aí em cima,eu e os demais espíritas do Brasil somos um bando de tolos por acreditar no exemplo de um tolo e charlatão que foi Chico Xavier que por sua vez acreditava em outro tolo preconceituoso e grosseiro chamado Kardec entre outras bobagens.
    Quer dizer então,resumindo sua opinião;o Espiritismo é uma doutrina de charlatães que não merece crédito algum que por sua vez seus adeptos são um bando de ingênuos.

    Ótimo.Sua opinião pessoal é apenas mais uma entre tantas outras superficiais que não vai fazer diferença alguma como sempre.Não se importe tanto com o Espiritismo se ele não vai lhe trazer nada de bom.

    A propósito.Se lhe interessar,leia esse texto sobre Kardec e o preconceito.Esclarece muito.Talvez assim possa clarear os seus conceitos sobre o conhecimento alheio.

    http://www.apologiaespirita.org/objecoes_refutadas/allan_kardec_um_racista_brutal_e_grosseiro.htm

  44. Gilberto Diz:

    Ora, me desculpe se eu o ofendi, mas o que eu quero dizer é que as coisas que eu citei são difíceis de engolir, e eu REALMENTE fico surpreso que algumas pessoas acreditem em tais sandices. Estou compilando a mitologia Espírita brasileira e, um dia eu posto aqui. A última pérola que eu descobri foi a explicação simplista e ridícula (o Espiritismo explica TUDO, e com uma simplicidade infantil) sobre o autismo. O autista está simplesmente “pagando” por pecados, pois “o autista foi em outra encarnação uma pessoa tremendamente egoísta a ponto de enxergar só a si mesmo.” Então porque tantos psicólogos e psiquiatras no mundo todo dedicam suas carreiras inteiras à pesquisa e tratamento do autismo (e os tratamentos têm evoluído muito por isso), se é “melhor” deixar como está, não interferir com a justiça divina e fazer com que o autista simplesmente pague o que lhe é devido nesta vida?

  45. Vitor Diz:

    Marcelo,

    um espírita ateu não crê em nada, ele apenas conclui. No meu caso, concluo pela inexistência de Deus, pela inexistência da lei do Karma, entre outras coisas, Concluo pela existência de espíritos, da existência de mediunidade e reencarnação.

  46. Carlos Magno Diz:

    “um espírita ateu não crê em nada, ele apenas conclui”

    A conclusão sobre um fato, quer real, pseudo ou abstrato, necessita partir de uma ou mais premissas lógicas.

    Para se basear numa premissa lógica, há que haver um conhecimento das proposições de um silogismo. Para haver o conhecimento sedimentar há que haver estudos e comprovações dessas causas antecessoras aos seus efeitos.

    Logo, para a conclusão da inexistência de Deus e da lei do carma há que se argumentar no profundo conhecimento de outra lei que implica na relatividade, das “causas-efeitos-causas”, dos pares de opostos. Do contrário, cair-se-á numa falsa posição.

    Dizer-se que “um espírita ateu não crê em nada, ele apenas conclui”, é a mais dissidente das segmentações. É alguém desejar restringir e simbolizar toda a profundidade do tema, nas suas bases fundamentais, à própria convicção.

    É alinhar e julgar definitiva e irrecorrivelmente o infinito e dimensional mundo espiritual, regido pela coerência da lógica perfectível, por uma temporal e tão somente humana consciência,

    É, em outras palavras, limitar e aninhar a sabedoria universal de uma grande religião num materializado e tridimensional cérebro, o seu.

    Entretanto, cada um faz sua própria escolha!

  47. Gilberto Diz:

    Eu não sei porque tanto estardalhaço em relação à opção do Sr. Vitor. Existem Judeus ateus, católicos ateus (muitos inclusive padres!) e por aí vai. Porque não se pode ser “espírita ateu”? O Espiritismo aqui, como no caso das outras religiões, constitui numa identidade cultural, à qual o Sr. Vitor claramente se adequa. Não entendo porque usam nessas respostas os termos “cético” e “ateu” como se fossem xingamentos. Não são. Observe as citações abaixo.
    “O fato de que um crente é mais feliz que um cético não é mais verdade do que dizer que um bêbado é mais feliz que um sóbrio.” Bernard Shaw
    “O cético não significa aquele que duvida, mas aquele que investiga ou pesquisa, o oposto àquele que afirma e acha que já descobriu.” Miguel de Unamuno (Filósofo Espanhol)

  48. Carlos Magno Diz:

    Chefinho, vou lhe defender até a morte, viu?

  49. angus Diz:

    Eu nunca vi uma pessoa falar tanta sandice como esse Gilberto, ele pega ao vento qualquer citação e resolve criticar, debater, sem um mínimo de conhecimento, de análise, sem saber o porque daquela citação, seu contexto, enfim sem embasamento nenhum. Coloca-se pretenciosamente como descobridor de fraudes. É, a doutrina espírita deve agradecer suas análises e jogar fora conhecimento de pessoas inúteis como Willian Crookes, Ernesto Bozzano, Gabriel Delanne, Camille Flamamarion, Gustav Geley, Scherenck-Notizing, Charles Richet, Gustav Geley, Herculano Pires, Herminio C. Miranda, e outros tantos.

  50. Carlos Magno Diz:

    Angus:

    Por uns tempos, creio, estar ausente desse blog.

    Quero dizer que o Vitor inconscientemente vem contribuindo para o fortalecimento do espiritismo. Pois os debates, aos poucos, ao revelar elementos das manobras céticas, demonstram claramente que tudo aquilo que os críticos sentenciam como falcatruas e desonestidade, não são de fato.

    Embora esses céticos nunca irão se convencer de que o espiritismo não veio à Terra para contar mentiras, criar um mundo de ilusões e espalhar mais ainda dissenções nessa babel humana da materialidade, chego, entretanto, até a suspeitar de que os grandes mentores do Chico, com suas clarividências e sabedoria profética, chegaram a plantar propositalmente certas sementes dúbias, justamente para provocar discussões elucidativas.

    Se assim foi, e os críticos e os detratores do espiritismo embarcaram, podemos seguramente afirmar que há males que vêm para o bem.

    Acho que ao final ganhamos todos. Os céticos, porque não conseguem de fato provar o que pretendiam, por faltar-lhes o apoio substancial que jamais terão, e por necessitar recorrer seguidamente a obscuras evidências ou suposições movediças. Obrigatoriamente precisarão sempre refletir sobre a validade ou não de seus argumentos demolitórios. E essa é a sua lição. E os espíritas, sem sentir-se abalados em sua crença, pela capacidade de conseguir trazer à objetividade o conhecimento implícito guardado no subjetivismo de suas almas.

    Mas, principalmente, apesar de todos os percalços e acirradas palavras, necessitarmos, – os espíritas e espiritualistas, – ao final, compreender os motivos dos opositores.

    É o que penso estar fazendo nesse momento, ao enviar vibrações de amor a todos os debatedores sem distinção alguma, e mais especialmente a vocês amigos e estudiosos dessa bela doutrina.

    Abraços.

  51. Carlos Magno Diz:

    correção: “por uns tempos creio que estarei ausente desse blog”.

  52. barreto bh Diz:

    Oi, pessoal!
    Como Carlos Magno, só apareço neste blog de tempos em tempos.
    Acredito que encontrei Vitor Moura no orkut.
    Suas comunidades são uma mistura de ateus, céticos e espíritas. Também gosta do 50 cent e Eminen. É você mesmo Vitor? Mickey?
    Não concordamos em vários pontos acerca do espiritismo, mas devo parabenizá-lo pelo blog, pois através dele pude também aprender muito, tanto pelas opiniões quanto dos sites que eventualmente postam para pesquisa.

    Abraços

  53. Vitor Diz:

    Oi, barreto,

    sim , sou eu. Grato pelo Blog. O avatar no orkut mudo de tempos em tempos.

    Abraço,
    Vitor

  54. Regis Diz:

    Não compreendo o intuito deste blog????
    Não seria melhor respeitarmos uns aos outros???
    Quanta perda de tempo e de fosfato!

  55. rick Diz:

    Infelizmente ,para céticos não existem provas,nem argumentos que convence.Porque com boa retórica se sofisma qualquer coisa.Você prova que pão é pedra e vice-versa.Quem trabalha na área do direito sabe muito bem o que é isso.É possível até mesmo desenvolver um Kit prontinho de explicações científicas para tudo;é a gosto do cliente.Acho que o que não se deve ,jamais, é perder a sinceridade e a humildade.Somente quem teve uma experiência com o sobrenatural sabe o quão cego é aquele que quer ter prova “científica” dos fenômenos espirituais.Isso, para mim,é uma utopia não porque não exista meios de provar os fenômenos espiritualistas,mas porque existe uma briga “igrejeira”e uma série de outros interesses por detráz.

  56. Maria Salete da Silva Diz:

    Ter critério científico, racicíonio filosófico, metodologia
    científica, pedagogia,didática, usar a lógica, argumenta-
    tação ético-moral nos idos do Sec. XIX p/tratar da fami-
    gerada questão “espiritismo” ( execrada tanto pela reli-
    gião qto. pela ciência), já mereceria um mínimo de con-
    sideração alguem que a essa empreitada se desse. Então,
    ao Sr. Allan Kardec como a toda uma plêiade de homens
    e de mulheres que assim têm procedido pelo rolar dos
    séculos da história humana, o preito e a gratidão das pes-
    soas que apreciam a justiça. O autor do texto, sabida-
    mente tem todo direito de rejeitar a tese espírita, agora
    daí a fustigar o Codificador do Espiritismo e os espíritas
    com sua contestação ruidosa, num “embrolio sarcástico”,
    a coisa fica indigesta. O Sr. Kardec em sua obra, como
    todos os demais homens que na Terra “fizeram alguma di-
    ferença” em função de seu trabalho, (que por sua in-
    significância representa uma ruptura de paradigmas do pensamento humano), evidentemente que não foi infa-
    lível. Mas senhor, quem estuda honestamente sua obra
    percebe fatalmente que ele não foi esse medíocre que não se deu conta de que estava sendo fraudado. Parece-
    me que a estrutura psicológica e intelectual do Sr. Hippolyte León Denizard Rivail ( A. Kardec), responsável
    por uma reforma do ensino na França, verteu p/o ale-
    mão os tres primeiros livros da obra Telêmaco, de Féne-
    lon e não vamos continuar a citar a extensa carta de apresentação desse cidadão, por desnecessário ao Sr.
    pesquisador que deverá conhecê-lo, não combina em
    absoluto com esse trabalho aqui apresentado. Concordo
    c/Régis: perda de tempo e de fosfato. É muito interes-
    sante pesquisar, discordar. Mas c/lucidez, sem vaidades,
    desinteresse. Conduta científica é difícil. É fácil reunir,
    embaralhar uma série de parágrafos e frases e sair a di-
    zer que conseguiu desmascarar. Tem que ter competên-
    cia, mostrar serviço através de análises fundadas. Faça
    uma garimpagem da obra meu amigo, vá p/bibliotecas,
    participe de trabalhos mediúnicos sérios, faça experiên-
    cias ao longo de anos meu amigo, observe mediuns espí-
    ritas, umbandistas, candonblecistas, ateus, tudo o que
    for possível, estude o animismo e então vai dar p/con-
    versar. Também é admirável a capacidade que o Sr.
    Gilberto tem de desmacarar quem já está morto e não
    está por aqui p/se defender. Vamos pegar esses médiuns
    aí, nossos contemporâneos e mostrar-lhes c/a dignidade
    de tratamento que todo ser humano merece, e frente a
    frente, c/hombridade, c/justeza de caráter apresentar-
    lhes os despautérios. Hoje em dia temos todos os recur-
    sos. Agora tem uma coisa, os argumentos têm que ter
    fundamentação, as fontes precisam ser muitas, afinal
    trabalho científico tem que ser comparado a várias fon-
    tes.
    Abs.
    Maria Salete

  57. Rubem Diz:

    O autor do texto só leu a introdução do LE e quer fazer um estudo analítico sério e cético, isento de emoções, como se isto fosse possível já que na própria escolha do assunto demonstra interesses subjetivos.
    Muitos questionamentos que ele faz a cada parágrafo, as respostas poderiam ser encontradas nas outras obras de Kardec e na Revista Espírita.

  58. Darcio Diz:

    Como deve ser infeliz a vida do “autor do texto”, torturado que é pelos seus questionamentos intermináveis. Ainda que eu admita que ele pode ter razão, estarei apenas admitindo que ele “pode ter razão”, não que “tem razão”, haja vista que, muito embora Kardec não tenha apresentado sua metodologia em detalhes, apenas o fez superficialmente, isto não quer dizer que ele não tenha sido rigoroso. Trata-se apenas de uma hipótese a de que ele não tenha tido rigor em sua metodologia. Ainda, o que o “autor do tezxto” diz ser “crença espírita”, sem dúvida, é uma crença, mas uma crença racional, ou, de que outra forma ele gostaria de chamar, pois, ainda que houvesse atestados provando tudo o que ele esperava Kardec ter feito, ainda assim, ele não acreditaria em Espíritos, porque, como todo cético, não existe nada, absolutamente nada que possa convencê-lo, talvez apenas sua própria morte e a constatação de que continuará vivo após ela. Não há nada que possa convencer um cético porque ele, naturalmente, sempre encontrará uma suposta “brecha”, uma suposta “falha”. O Padre Quevedo é a esteriótipo perfeito dos céticos. Diante da maior evidência, ainda ele dirá: “são apenas fenômenos parapsicológicos – ou fraude, nada mais!”. O “autor do texto” se preocupa tanto com a questão metodológica, mais preocupado com a forma, do que com o fundo, que esquece de ler a obra como um todo. Ele diz, após sua fria análise: “De resto, Kardec nos apresenta a crença espírita, Deus, a revelação das mensagens por espíritos, e tudo o mais”. De resto? Se o “tudo o mais” é apenas resto, então, tenho só a lamentar. Parabenizo o Gilberto que, apesar de não acreditar nos Espíritos, admira a Filosofia Espírita. Coisa de gente sensata, para quem acreditar nos Espíritos é um mero detalhe. E é, porque o que importa é racionalidade da Filosofia Espírita e a transformação que ela propõe ao homem e à humanidade. A questão dos Espíritos é de somenos importância, até porque um dia saberemos (ou, se os materialistas tiverem razão, nunca saberemos que não ficamos sabendo). Jesus já dizia: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram”. Esta bem-aventurança e felicidade de crer sem ver, nosso amigo “autor do texto” não possui.

  59. Darcio Diz:

    No mais, endosso as palavras de Maria Salete da Silva. O nosso amigo “autor anônimo do texto” deve primeiramente saber quem foi e o que fez em vida Hippolyte León Denizard Rivail, para tão somente depois afirmar que era um “bobinho ingênuo”. E se porventura, nosso amigo já conhece sua vida e obra, “bobinho” é ele, ao não perceber que não seria fácil enganar um homem com tamanho conhecimento e experiência de vida.

  60. Dante Luz Diz:

    Darcio, ele tinha experiência como professor. A escola dele havia falido, e com o que restou 45.000 francos ele investiu em uma empresa do irmão da esposa que faliu. Deixando eles na miseria. O espiritismo, coisa da moda, foi a porta que que permitiu ele sustentar a ele é a esposa. Lembre-se que o amor dele pela esposa era puro e maternal, logo não tiveram filhos. Ele mesmo muito reclamava de como foi abondonado pelos amigos e esquecido pela sociedade parisiense devido ao espiritismo. No fim não teve opção se não continuar com a coisa para se sustentar.

  61. Pedro Diz:

    Vcs já tiveram conhecimento dos livros do Francês Rene Guenon?Ele foi um dos mais profundos conhecedores da tradição esotérica, que nada tem a ver com a que nós conhecemos. Escreveu um livro – O Erro Espírita.onde ele critica, de forma bastante interessante, a doutrina espírita Podemos não concordar com suas conclusões, mas não se pode contestar sua grande cultura e informações interessantes sobre o Espiritismo, que é desconhecido até da maioria dos espíritas. Sua obra toda pode ser lida pela Internet em espanhol pelo site:

    http://www.euskalnet.net/graal/index2.htm

    Lá, entre no texto: “El Error Espiritista”. É prazeroso ler um critico do Espiritismo do cabedal de Guénon

  62. Yago Barbosa Diz:

    Para acabar com um edifício é preciso que se destrua todos os tijolos e não apenas um.
    A postura crítica do senhor é admirável, faltou, porém, uma pesquisa mais abrangente sobre o método de Kardec.
    O Livro dos Espíritos demonstrou-o de forma muito básica, dando margens aos seus questionamentos. Por isso, para até mesmo que o senhor refaça o artigo e encontre mais argumentos que corrobore-o (se conseguir achá-los), recomendo-te ler o livro “Obras Póstumas” e “O que é o Espiritismo”, onde o senhor encontrará uma discrição mais exata do método de Kardequiano para a codificação da Doutrina Espírita.
    E ainda que isso não mude sua opinião, ao menos te dará mais convicção sobre o que o senhor pensa.
    Abraços.

  63. RAUL VENTURA Diz:

    O Cristo já dissera: quem tem olhos de ver, que veja. É engraçado quando o Gilberto contesta a experiência que uma pessoa possa ter com um entidade incorporada, dizendo que a pessoa que conversa com um Espírito já estaria influenciada. Lembro-me que me contaram certa vez que Galileu pedira aos seus opositores que olhassem no telescópio para ver o que ele, Galileu, estava vendo. Mas se negaram, afirmando que o Diabo faria eles verem coisas que não existem. A afirmativa do colega se parece muito com essa postura. Em vez de ter fé cega, age como um cético cego, o que na verdade, equivale a mesma coisa, porque no fundo é uma espécie de fé, a fé de quem crê que a Espiritualidade não existe. Como uma experiência com uma entidade incorporada não possa ter valor? Lendo Carl Sagan, no livro O Romance da Ciência, encontramos a mesma postura. Postura de quem não investigou de verdade os fenômenos espíritas, mas apenas reproduz o que alguns pretensos cientistas falaram. Afirmando que os barulhos na casa das Irmãs Fox eram causados por estalidos de joelho, ele, num artigo de menos de 3 páginas, quer nos fazer acreditar que os fenômenos espíritas são engodo. Participei da sessão do copo e atestei essa realidade com meus próprios olhos e principalmente com minha mente. Eu não acreditava no fenômeno, mas depois da experiencia, como eu poderia contestar? E Chico Xavier? Todos os fenômenos que produziu são engodo? São truques? Estude-se somente a vida de Chico e caem-se por terra todas as pretensas teorias científicas, desde o pastiche até a alucinação. Depois, Kardec é que ingênuo…

  64. helio perez stefaniu Diz:

    o autor está no caminho certo da descoberta. Basta a ele compreender o que é moral e reforma intima, para então encontrar o caminho da salvação!

  65. joao ninguem Diz:

    boa noite !!!
    olha cara nao sou contra seus ideais !imagine um belo dia e voce descobre que foi enganado ! 1º o que voce faria ??
    2º daria uma resposta satisfatoria para seus seguidores ??
    3º sou um aprendiz espirita se um dia a ciencia comprovar que toda obra da codificaçao é uma farsa eu fico do seu lado !!4º veja o lado bom se nada disso acontecer eu continuo do seu lado tambem !!
    5º me aceita como amigo ??

  66. mark Diz:

    Porque voce não fica com sua incredulidade ou ceticismo e deixa de proselitismo.
    A sua descrença já não lhe basta!?

  67. mark Diz:

    A Doutrina “dos” Espiritos é incólume!
    Pode se debater, que ela não sofrerá abalo algum!
    Kardec não escreveu nada. Apenas compilou informações obtidas cientificamente pelo metodo de questionar uma inteligencia invisivel aos olhos terrenos.
    Quantas encarnações mais voce precisará para se convencer!?
    O tempo é o senhor da razão…e voce encontrará respostas às suas perguntas.
    Vai fundo. Estou na torcida.

  68. mark Diz:

    Lei do Karma”
    Nada tem a ver com a D. dos E.
    Em nenhuma obra básica é mencionada a palavra Karma…ou Lei de Ação e Reação…

  69. mark Diz:

    Pior de toda essa discussão é ter que passar pelo estágio de amar ao Maluf…!!
    Cruz credo!

  70. Rafael Martins Diz:

    Em algum trecho desse artigo lê-se sob outras formas que o estudo de Kardec foi incompleto.
    Pensemos.
    Hoje a não menção a fatores de iluminação, por exemplo, parece um ponto fácil de crítica.
    Amanhã, teremos com certeza outros pontos a serem inseridos como falhas, de modo que sempre seria “incompleto” a análise científica dos fatos.
    Estudar a Doutrina Espírita desse modo estático é inviável. De Kardec até hoje quantos estudos, testemunhos, (em ambos os sentidos) já não surgiram?
    É no mínimo curioso imaginar tantos grupos mediúnicos teatralizando conversas por anos e anos…

    O artigo é todo baseado em hipóteses. Também não seria o próprio artigo sob esta ótica “incompleto”?? Várias postagens acima indicam que sim …

    Afogando toda essa discussão inócua persiste a máxima de Cristo

    “conhece-se a árvore pelos frutos”.

  71. Marciano Diz:

    Estou testando aqui porque este tópico já está esquecido.
    ?

  72. Marciano Diz:

  73. Marciano Diz:

    VITOR, se vir estes testes, pode apagá-los.
    Só usei aqui porque em sítios apropriados eles aparecem e aqui, alguns não aparecem.
    Não adianta testar em outro lugar.
    Escolhi um posto antigo, em que ninguém mais comenta.
    Obrigado e desculpe qualquer transtorno.

  74. Marcos Arduin Diz:

    É… O tópico está esquecido, mas vou dar meu pitaco mesmo assim:
    O cara leu o livro errado. Ele deveria ter lido o Livro dos Médiuns. Além disso, Kardec deu pouca importância aos fenômenos de efeito físico, preferindo ater-se aos subjetivos, pois neste o médium ou fala ou psicografa. E se estiver mentindo, mistificando, inventando, etc e tal, seria mais fácil descobrir. Não é infalível, é claro, mas assim não precisa perder seu tempo examinando ambientes, mesas, portas e janelas.

  75. Marciano Diz:

    coração

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