Pesquisas para a Confirmação Histórica de “Há Dois Mil Anos”

Foi comentado, numa mensagem do sr. Emanuel Oliveira, com data de 11 de maio p.p., no tópico “Os Nomes das Personagens do Livro ‘Há Dois Mil Anos’ – Parte 2”, neste “ blog”, que “pesquisas científicas atuais de historiadores, paleontólogos [!!!] e arqueólogos comprovam relatos de Emanuel nos seus romances históricos”.  Quanto a isso, a referida mensagem citou o testemunho de Wagner Paixão sobre a vida de Francisco Cândido Xavier, mais especialmente um vídeo (disponível no endereço http://vimeo.com/5273318).

De fato, em tal vídeo há uma referência explícita a um determinado detalhe histórico de “Há Dois Mil Anos”, detalhe esse que seria desconhecido à época da publicação da psicografia (1939) pelos historiadores, e que teria sido apenas recentemente resgatado.  Tal situação seria uma confirmação da historicidade da referida narrativa, bem como da do “guia” de Xavier, “Emanuel”, o qual seria, na época, o senador “Públio Lêntulo”.

1) Introdução  

No referido vídeo, as considerações históricas iniciam-se a partir de 31m:56s de gravação; a referência a “Há Dois Mil Anos” inicia-se a partir de 32m:23s, e a citação do fato específico inicia-se aos 33m:15s, terminando aos 34m:08s de gravação.

O detalhe histórico específico aludido seria o fato de que, na antiga Roma, escravos postos à venda nos mercados, e cujo comportamento não pudesse ser garantido por parte de seus vendedores, eram assinalados com giz.

Infelizmente, o vídeo é de caráter eminentemente geral (discorre sobre reminiscências várias da vida de Xavier), não se focando especificamente nas pesquisas históricas que estariam sendo efetuadas em seus romances do “ciclo de Emanuel”, mais especificamente em “Há Dois Mil Anos”.  Assim, não cita nenhum trabalho publicado a esse respeito, nenhuma fonte, nenhum nome para checagem, fazendo apenas menção (indireta) ao fato de que tais pesquisas históricas estariam sendo levadas a cabo pela Federação Espírita Brasileira (FEB).  Diante disso, decidimos então pesquisar a questão, e averiguar se, efetivamente, as coisas se passam dessa maneira.

2) A Citação em “Há Dois Mil Anos”

Não pudemos encontrar, na psicografia “Há Dois Mil Anos”, nenhum trecho no qual se mencionasse o fato de que os escravos cujo comportamento não pudesse ser garantido por parte de seus vendedores eram (especificamente esse tipo de escravos) marcados com giz.  O único trecho que parece ter algo a ver com a alegação encontra-se nas páginas 47-49 (da edição que possuo), e que reproduzo a seguir:

O moço judeu, na sua juventude promissora e sadia, fora vítima dessas criaturas desalmadas.  Vendido clandestinamente a poderosos escravocratas de Roma, em companhia de muitos outros, foi embarcado no antigo porto de Jope, com destino à Capital do Império.

Antecipando-nos na cronologia de nossas narrativas, vamos encontrá-lo, daí a meses, num grande tablado, perto do Fórum, onde se alinhavam, em penosa promiscuidade, homens, mulheres e crianças, quase todos em míseras condições de nudez, tendo cada qual um pequeno cartaz pendurado ao pescoço.  Olhos chispando sentimentos de vingança, lá se encontrava Saul, seminu, um barrete de lã branca a cobrir-lhe a cabeça e com os pés descalços levemente untado de gesso. 

Junto daquela massa de criaturas desventuradas, passeava um homem de ar ignóbil e repulsivo, que exclamava em voz gritante para a multidão de curiosos que o rodeava: 

 – Cidadãos, tende a bondade de apreciar… Como sabeis, não tenho pressa em dispor da mercadoria, porque não devo a ninguém, mas aqui estou para servir aos ilustres romanos!… 

E, detendo-se no exame desse ou daquele infeliz, prosseguia na sua arenga grosseira e insultuosa: 

– Vede este mancebo!… É um exemplar soberbo de saúde, frugalidade e docilidade.  Obedece ao primeiro sinal.  Atentai bem para o aprumo da sua carne firme.  Doença alguma terá força sobre o seu organismo.  Examinai este homem! Sabe falar o grego corretamente e é bem feito da cabeça aos pés!… 

Nesses pruridos de negocista, continuou a propaganda individual, em face da multidão de compradores que o assediava, até que tocou a vez do jovem Saul, que deixava transparecer, no aspecto miserável, os seus ímpetos de cólera e sentimentos tigrinos: 

– Atentai bem neste mancebo! Acaba de chegar da Judéia, como o mais belo exemplar de sobriedade e saúde, de obediência e de força.  É uma das mais ricas amostras deste meu lote de hoje.  Reparai na sua mocidade, ilustres romanos!… Dar-vo-lo-ei ao preço reduzido de cinco mil sestércios!… 

O jovem escravo contemplou o mercador com a alma esfervilhante de ódio e alimentando, intimamente, as mais ferozes promessas de vingança.  Seu semblante judeu impressionou a multidão que estacionava na praça, aquela manhã, porque um intenso movimento de curiosidade lhe cercou a figura interessante e originalíssima. 

Um homem destacou-se da multidão, procurando o mercador, a quem se dirigiu à meia voz, nestes termos: 

– Flacus, meu senhor necessita de um rapaz elegante e forte para as bigas dos filhos. Esse jovem me interessa.  Não o darias ao preço de quatro mil sestércios? 

– Vá lá – murmurou o outro em tom de negócio –, meu interesse é bem servir à ilustre clientela. 

O comprador era Valério Brutus, capataz dos serviços comuns da casa de Flamínio Severus, que o incumbira de adquirir um escravo novo e de boa aparência, destinado ao serviço das bigas dos filhos, nos grandes dias das festas romanas. 

Foi assim que, imbuído de sentimentos ignóbeis e deploráveis, Saul, o filho de André, foi introduzido, pelas forças do destino, junto de Plínio e de Agripa, na residência da família Severus, no coração de Roma, ao preço miserável de quatro mil sestércios.

Assim, tem-se que um escravo posto à venda num mercado em Roma, nu, com os pés pintados de gesso (i.e., giz), e com um capuz de lã branca na cabeça, é comprado por quatro mil sestércios, a fim de servir aos filhos dum senador romano.

3) Sobre Giz (ou Gesso), Nudez e Capuzes 

A descrição que “Há Dois Mil Anos” faz do aspecto de Saul é historicamente exata, ou plausível.  De fato, na época romana, os escravos vindos de além-mar, e recém-chegados ao mercado para venda tinham seus pés marcados com giz (gesso) branco, a fim de os distinguir dos escravos locais.  Mas tal conhecimento jamais se perdeu; esse fato é citado explicitamente por Plínio o Velho, na sua “História Natural” (que chegou até aos nossos dias completa, e cujo conhecimento jamais se perdeu), bem como, subsidiariamente, por Tibulo, Propércio, Juvenal e Ovídio, em obras que também chegaram até aos nossos dias e que eram conhecidas bem antes da confecção da psicografia “Há Dois Mil Anos”.

A marcação dos pés com giz branco é citada no livro 35 da “História Natural” de Plínio, que trata, no geral, de pigmentos, especialmente os utilizados na pintura.  Por ilustrativo, o texto é citado a seguir, tanto no original latino quanto numa tradução (livre) em língua portuguesa.

Original em latim: “[199] Alia creta argentaria appellatur nitorem argento reddens, set vilissima qua circum praeducere ad victoriae notam pedesque venalium trans maria advectorum denotare instituerunt maiores; talemque Publilium Antiochium, mimicae scenae conditorem, et astrologiae consobrinum eius Manilium Antiochum, item grammaticae Staberium Erotem eadem nave advectos videre proavi.  [200]  Sed quid hos referat aliquis, litterarum honore commendatos? Talem in catasta videre Chrysogonum Sullae, Amphionem Q. Catuli, Hectorem L. Luculli, Demetrium Pompei, Augenque Demetri, quamquam et ipsa Pompei credita est, Hipparchum M. Antoni, Menam et Menecraten Sexti Pompei aliosque deinceps, quos enumerare iam non est, sanguine Quiritium et proscriptionum licentia ditatos.  [201]  Hoc est insigne venaliciis gregibus obprobriumque insolentis fortunae. quos et nos adeo potiri rerum vidimus, ut praetoria quoque ornamenta decerni a senatu iubente Agrippina Claudi Caesaris videremus tantumque non cum laureatis fascibus remitti illo, unde cretatis pedibus advenissent. 

Tradução livre: [199] Há também um outro tipo de giz [ou gesso], chamado “giz argentário [i.e., do ourives em prata], já que é capaz de polir a prata, mas é considerado um produto vil, sendo que nossos antepassados decidiram utilizá-lo para marcar a meta final no Circo, bem como para marcar os pés dos escravos transmarinos trazidos para a venda no mercado.  Entre tal tipo de escravos houve alguns como Publílio, de Antióquia, que foi o primeiro autor de mimos[1], e seu primo Manílio, também de Antióquia, o primeiro dos astrônomos[2]; e Estabércio Eros, o primeiro gramático[3] – nossos bisavós os puderam ver chegando num mesmo navio.  [200] Mas por que mencionar tais homens, já que são famosos por sua produção literária? Entre aqueles que foram expostos na plataforma dos mercadores de escravos contam-se também Crisógono, o escravo de Sila; Anfião, de Quinto Catulo; Heitor, de Lúcio Lúculo; Demétrio, de Pompeu – e Áugis, a escrava do próprio Demétrio, embora há quem diga que ambos pertenceram, de fato, a Pompeu.  Igualmente Hiparco, escravo de Marco Antônio; Menas e Menécrates, de Sexto Pompeu; e muitos outros, que aqui não menciono.  Todos estes [últimos] acabaram por enriquecer às custas do sangue romano e da ilegalidade ocorrida na época das proscrições políticas.  [201] Esse giz, então, marca tanto as multidões de escravos à venda quanto a inconstância duma Fortuna que também a nós nos manda a desgraça.  Pois nós mesmos já pudemos testemunhar tal tipo e gente tornar-se poderosa a ponto de o Senado lhes conceder até mesmo as insígnias de ex-pretores, sob as ordens de Agripina, esposa do Imperador Cláudio.  Aqui chegaram marcados com giz nos seus pés; e terminaram com uma escolta de litores carregando os fasces, ornamentados com lauréis. 

Plíno o Velho, “História Natural”, livro 35, cap. 78 (seções 199-201)

Os escravos expostos à venda o eram geralmente sem roupa, a fim de que nenhum defeito físico pudesse ser escondido; e esse detalhe também era conhecido muito antes da escrita de “Há Dois Mil Anos”: veja-se, p.ex., a referência em Suetônio, “Sobre as Vidas dos Césares”, “Vida de Augusto”, parágrafo 69, 1ª seção; ou então a mais paradigmática ainda, nas “Cartas Morais a Lucílio”, de Sêneca, o Filósofo, que também citamos a seguir.

Original em latim: Equum empturus solvi iubes stratum, detrahis vestimenta venalibus ne qua vitia corporis lateant: hominem involutum aestimas? Mangones quidquid est quod displiceat, id aliquo lenocinio abscondunt, itaque ementibus ornamenta ipsa suspecta sunt: sive crus alligatum sive brachium aspiceres, nudari iuberes et ipsum tibi corpus ostendi. 

Tradução livre: Ao comprares um cavalo, antes lhe removes a manta; e, quanto aos escravos que são postos à venda, suas vestes lhes são retiradas, a fim de que nenhum defeito corporal possa te escapar.  E, do mesmo modo, quando julgas um ser humano, tu acaso o fazes quando ele se encontra ainda vestido em dissimulação? Os mercadores de escravos costumam ocultar sob roupas ou adornos qualquer defeito que possa ofender a clientela[4], e é por isso que qualquer ornamento [aposto ao corpo do escravo] imediatamente excita a desconfiança do comprador.  Pois, se vês [num escravo] uma perna ou um braço envolvido em tiras, imediatamente ordenas que tal membro seja desnudado, a fim de que o próprio corpo te seja revelado. 

Sêneca o Filósofo, “Cartas Morais a Lucílio”, carta 80, par. 9º

Enfim, quanto ao fato de o escravo usar um capuz (“pileus”), isso sim era sinal de que o vendedor não se podia responsabilizar pelo seu comportamento – ou seja, que o temperamento do escravo era “difícil”.  De fato, tanto o caráter dum escravo quanto quaisquer defeitos físicos que possuíssem deviam estar escritos numa tabuinha (“titulus”) afixada ao seu pescoço, e o vendedor era responsabilizado por defeitos (físicos ou de temperamento) não evidenciados – ao menos, era isso o que dizia a lei (Digesto, livro 21, título 1º, sub-título 1º); qualquer falsa informação dava ao comprador, automaticamente, o prazo de seis meses para a devolução da “peça” (Digesto, livro 21, título 1º, sub-título 19, parágrafo 6º), ou então o direito de indenização, pela diferença entre o preço dum escravo com defeito e um sem defeito algum (Digesto, livro 19, título 1º, sub-título 13, parágrafo 4º).  Se o vendedor não podia dar nenhuma garantia acerca do caráter dum escravo, então o fazia usar um capuz (“pileus”), como testemunha Aulo Gélio:

Original em latim: [1] Pilleatos servos venum solitos ire, quorum nomine venditor nihil praestaret, Caelius Sabinus iurisperitus scriptum reliquit.  [2] Cuius rei causam esse ait, quod eiusmodi condicionis mancipia insignia esse in vendundo deberent, ut emptores errare et capi non possent, neque lex vendundi opperienda esset, sed oculis iam praeciperent, quodnam esset mancipiorum genus; [3] “sicuti” inquit “antiquitus mancipia iure belli capta coronis induta veniebant et idcirco dicebantur ‘sub corona’ venire.  Namque ut ea corona signum erat captivorum venalium, ita pilleus impositus demonstrabat eiusmodi servos venundari, quorum nomine emptori venditor nihil praestaret”. 

Tradução livre: [1] Célio Sabino, o jurista, escreveu que era usual, ao se venderem escravos, vestir capuzes naqueles pelos quais o vendedor não podia assumir responsabilidade.  [2] Ele menciona que a razão para tal costume residia no fato de a lei estipular que escravos desse tipo fossem assinalados quando postos à venda, a fim de que eventuais compradores não pudessem errar, ou ser enganados; e que tal evidenciação deveria fazer-se de modo óbvio e imediato, não dependendo sequer da condução das negociações [de compra], mostrando-se logo a todos de que tipo de escravo se tratava.  [3] “Então”, diz ele, “nos tempos antigos, os escravos obtidos por direito de conquista [i.e., prisioneiros de guerra] eram vendidos usando grinaldas, e dizia-se assim que eram vendidos ‘sob a coroa’; e, do mesmo modo que a coroa era um sinal de que aqueles que estavam sendo vendidos eram prisioneiros de guerra, um capuz indicava que, sobre os vendidos, o vendedor não podia prestar quaisquer garantias”. 

Aulo Gélio, “Noites Áticas”, livro 6º, cap. 4º, parágrafos 1º a 3º

4) Conhecimentos “Inéditos” acerca da Escravidão Romana? 

Assim sendo, conforme demonstrado no item anterior, todos esses aspectos referentes à escravidão nos tempos romanos eram conhecidos já bem antes da escrita da psicografia “Há Dois Mil Anos”.  Creio que o sr. Wagner Paixão errou ao mencionar o fato de que escravos cujo comportamento não pudesse ser garantido pelos vendedores eram marcados a giz.  Não pude encontrar nenhuma passagem a esse respeito em “Há Dois Mil Anos”, e, mesmo que houvesse tal passagem, ela seria flagrantemente incompatível com o que se sabe (e se sabe há muito) acerca do comércio de escravos na época.  Quando o vendedor não podia garantir o comportamento dum escravo, fazia-o usar um capuz, não o marcava com giz.  A marcação com giz era feita nos pés de todos os escravos originários de além-mar, independentemente de seu caráter.

Note-se, adicionalmente, que nada do Xavier escreveu acerca da escravidão romana era desconhecido na época da confecção da psicografia (i.e., no ano de 1939).  Tanto as obras citadas de Plínio o Velho, Sêneca o Filósofo e Aulo Gélio quanto o Digesto chegaram aos nossos dias, e seu conhecimento era comum pelo menos desde a Renascença, quando não antes.  De fato, a edição “princeps” (i.e., a primeira edição impressa, quando antes havia somente manuscritos) de Plínio o Velho (a de João de Spira) é de 1469; do mesmo ano é a de Aulo Gélio (de Sweynheym e Pannartz).  Quanto a Sêneca, o Filósofo, Erasmo de Roterdã editou a versão definitiva de todas as suas obras (Opera Omnia) em janeiro de 1529, na tipografia de João Froben, na Basiléia[5].  Portanto, todas essas obras eram conhecidas do público muito, muito tempo antes de Xavier sequer ter nascido.  E, frise-se, já havia compêndios e livros de referência acerca do assunto pelo menos desde o séc. XIX, como é o caso do “A Dictionary of Greek and Roman Antiquities”, por sir William Smith.  Tal livro foi editado em 1857, e teve inúmeras reedições.  Se se quiser, podem ser consultados “on line” quase todos os verbetes da edição de 1875.  Chama-se a atenção, especificamente, para o verbete “servus”, que trata pormenorizadamente da escravidão romana, mencionando inclusive tudo o que consta neste texto, e bem mais detalhes.  Para quem quiser consultar: http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/secondary/SMIGRA*/Servus.html.

Assim, não se sustenta o argumento de que, no que concerne à escravidão romana, “Há Dois Mil Anos” exiba fatos “não conhecidos” pelos historiadores; todos os detalhes referentes ao assunto já eram conhecidos há muito, e estavam inclusive registrados em livros de referência, dos quais o dicionário de Smith é um exemplo.

Especificamente quanto ao fato de se marcarem escravos cujo temperamento os vendedores não podiam garantir com giz, parece tratar-se de engano do sr. Wagner Paixão.  Nada a respeito consta na obra de Westermann[6], na qual se lê, ao contrário, à pág. 98:

“The customary method employed in the original sales of persons who had newly fallen into slavery or had been imported by the professional slave handlers was that of auctioneering in the regular market[7].  It was the custom of dealers in the West to whiten with chalk the feet of newly imported slaves in order to distinguish these from the slaves derived from the locality[8], and to exhibit them upon a raised platform[9], sometimes with a sale placard hung about the neck of the slave. If it was desirable the slave might be compelled to leap about in order to display his agility[10].

Por último, gostaria de aqui deixar meu espanto com o fato de que um escravo marcado com um capuz (i.e., um escravo cujo comportamento o próprio vendedor não podia garantir) tenha sido comprado por quatro mil sestércios a fim de servir de brinquedo para os filhos dum senador romano.  Sem dúvida, esse Flamínio Severus (ou o seu capataz) era bem imprudente, além de perdulário.  Quatro mil sestércios equivaliam a mil denários, ou mil dracmas – pois, na época de Augusto, quinhentas dracmas (i.e., quinhentos denários) era um preço razoável para um bom escravo (cf. Horácio, “Sátiras”, livro 2º, 7, 43); isso imediatamente antes da época de Tibério (e sem que tenha havido inflação apreciável entre os dois reinados).  Tem-se também um registro de Pompéia (ano 79 dC) dum escravo adquirido por 2.500 sestércios (i.e., 625 denários).  Mil denários (o dobro do preço usual), por um escravo sobre cujo caráter nem o vendedor se comprometia a responder… E, ainda, para ficar na companhia dos filhos do senador… Estranho mundo, esse, de Emanuel…

5) Questões Ulteriores

No meu modesto ponto de vista, querer justificar a historicidade de “Há Dois Mil Anos” é uma tarefa, na melhor das hipóteses, extremamente espinhosa; quem quer que a empreenda deve ser louvado, ao menos que seja, por sua coragem.  Ao ler o livro, deparei-me com uma série de esquisitices históricas, que evidenciam sim um conhecimento do mundo romano, mas um conhecimento superficial, obtido por leituras de obras de referência, uma “cultura de almanaque”, por assim dizer, a qual falha miseravelmente sempre que se entram nos detalhes específicos sobre a sociedade da época – detalhes esses não disponíveis nas obras de referência gerais, mas apreendidos apenas a partir da leitura de obras especializadas, ou então das fontes históricas, algo que estava, de qualquer modo, fora do alcance de Xavier.

Não pude, infelizmente, me deter em todos esses detalhes, já que concentrei-me nos aspectos diretamente ligados à família dos Lêntulos e à estrutura político-administrativa do Império Romano e da Judéia.  Mas alguns itens poderiam ser postos como que reflexões (e, até certo modo, desafios) a pesquisadores espíritas sérios, que queiram se aventurar nessas águas.  Cito, assim, duas linhas de pesquisa: a) a população da Roma na época dos Júlio-Cláudios, e b) a utilização do Grande Circo (“Circo Máximo”) no martírio dos cristãos, sob a perseguição neroniana.

População de Roma:

Na psicografia, “Emanuel” informa que a população de Roma à época de Vespasiano, era de um milhão e meio de pessoas (q.v. pág. 408: “No dia aprazado, toda a Capital, com a sua população de um milhão e meio de habitantes, aproximadamente, aguardava as magníficas comemorações da vitória”).  Há, sem dúvida, uma corrente de estudiosos que defendem para a Cidade Eterna, na época imperial, uma população de um milhão de pessoas, ou pouco mais.  Mas outra linha de raciocínio, baseada em dados demográficos mais sólidos, além de inúmeras outras evidências (a linha de Ferdinand Lot, no início do séc. XX, ou a de Colin McEvedy, atualmente) assumem para a Roma imperial uma população à ordem de duzentas e cinqüenta a trezentas mil pessoas.

Como bem disse Lot, “Quanto às cidades, a mais importante era Roma. As avaliações propostas pelos eruditos dos séculos XVI e XVII são pura e simplesmente absurdas. É bastante difícil acreditar que, mesmo na época da sua maior extensão, Roma tenha podido vir a ultrapassar os 300.000 habitantes. Justus Lipsius atribuía-lhe 4 milhões de habitantes, Isaac Vossius, 14 milhões (sic).  Há ainda outras avaliações, que vão de 1 a 2 milhões.  Beloch reduz estes números para 800.000, e Meyer para 70.000…  Mas mesmo isso ainda é demasiado.  Dureau de la Malle demonstrou que a única base minimamente segura deveria ser procurada numa elação entre a superfície conhecida) e a população (desconhecida).  A Roma de Aureliano, estendendo-se por uma superfície de 1.380 hectares, e apresentando inúmeros espaços inabitados, não pode ter tido uma população superior à da Roma moderna, de 538.000 habitantes em 1901, a qual abrangia um espaço bem mais considerável, de 1.411 hectares.  Ed Cuq provou que as ‘insulae’, em número de 46.602, as quais, num documento da época de Constantino, vêm enumerados a par de 1.790 ‘domus’ (palácios), são simples andares [i.e., apartamentos], possuindo uma individualidade jurídica, e de modo algum casas, muito menos ainda ‘blocos’ (…) A quatro ou cinco pessoas por apartamento, obtém-se relativamente a Roma um número de 200.000 a 250.000 habitantes, número este que é bastante próximo daquele (261.000) obtido por Dureau de la Malle, o qual parte do princípio de que a Roma antiga tinha a mesma densidade populacional da Paris do seu tempo.  Os subúrbios não poderia, tal como julgou, elevar esse número até 502.695.  No sentido moderno, nem sequer existiam: o ‘suburbium’ era deserto”.  (Ferdinand Lot, “O Fim do Mundo Antigo e o Princípio da Idade Média”, Edições 70, págs. 82-83).

E também McEvedy: “Calculations of Ancient Rome’s population depend on four bits of information.  The first is the result of a survey of the city’s housing taken in Constantine’s day.  It gives the number of houses as 1,790, and the number of apartments as 46,000.  On the basis of 10 persons to a house and 4 to an apartment, this yields a population figure of 1,790 x 10 + 46,000 x 4 = 201,900.  The second is the number of people who got a free wheat ration from the State.  When the rosters were monitored properly, as they were by Julius Caesar and Augustus, they totaled 150,000 and ‘a few more than 200,000’, respectively.  The third is the census at 1526, when 45,178 people lived in the 220 hectares of the ‘abitato’, the inhabited quarter of the city.  Applied to the walled area of ancient Rome (1,380 ha), this yields a population figure of 283,000.  However, something of the order of a third of the classical city was public space of one sort or another (gardens, temples, baths), which brings us back to 200,000 again.  Finally, there is the size of the city when it did reach the million mark in 1931: at 6,780 ha it was bigger than ancient Rome by a factor of 4.9, suggesting a population of 204,000 for the classical city.  The million men deal with this data in some pretty contorted ways.  First they say that apartment (‘insula’) is really an apartment block, which enables them to use any multiplier they fancy.  This is not allowable.  The minimum ground floor space for an apartment block is of the order of 300 m2 (0,03 ha); 46,000 of them would occupy the entire area within the Aurelian walls, leaving no space for streets between them, let alone the city’s grander houses and the gardens and public buildings that figure so prominently among the city’s amenities.  As to the 200,000 or so who got the wheat ration, the million men say that they were adult males and need a multiplier of 4, plus a bit more for slaves.  This won’t do either; the only recipient we know of is a woman, and reliefs on the Arch of Constantine show that the queues for imperial handouts included women and children (even infants).  As to slaves, there must have been very few in Rome, because giving them their liberty made them eligible for the handout too: masters will surely have opted to be served by freedmen at the State’s expense rather than by slaves maintained out of their own pockets.  It may sound surprising, but there were even cases of non-Romans voluntarily entering slavery so they could be set free and thus, as Roman citizens, qualify for the dole.  So 200,000 it is, as Augustus said, and indeed who ever heard of a dictator who put a smaller figure on his largesse than he needed to? If he had fed a million Romans, he would have said so.”  (Colin McEvedy, “The New Penguin Atlas of Ancient History”, pág. 16, nota).

Considerar a população da Roma imperial, mais especialmente no séc. I dC, como à ordem de um milhão de habitantes (já nem se considerando um milhão e meio!…), tomando-se a área compreendida pelo perímetro murado de Aureliano (1.380 ha, ou 13,8 km2) significaria supor uma densidade populacional de cerca de 72.150 pessoas por km2, aproximadamente igual à densidade de alguns dos mais apinhados distritos de Hong Kong (cf. Hong Kong Census and Statistics Department, 1971), cheios de modernos arranha-céus.  Mesmo Bombaim possuía uma densidade de 18.796 pessoas por km2, e Calcutá, de 31.779 pessoas por km2 (cf. Fundo das Nações Unidas para a População, 1988) – sendo ambos os casos exemplos claros de metrópoles “terceiro-mundistas” de altíssima densidade.  Supondo-se que a Roma da antiguidade estivesse, ao menos no que diz respeito a seus bairros populares, razoavelmente próxima do modelo dessas duas cidades indianas (o que não é uma hipótese assim tão absurda), a população total estaria compreendida entre 259.400 e 438.600 habitantes.  Levando-se em conta a enorme densidade de monumentos (fóruns, termas, templos, teatros, anfiteatros, circos), de jardins e de palácios, que cobriam, aproximadamente, um terço da área compreendida dentro dos muros de Aureliano, o total novamente baixaria para algo entre 174.000 e 294.000 – ou seja, mais uma vez, algo entre os 200.000 e os 300.000 habitantes…

O que é que os estudiosos espíritas têm a dizer acerca disso? Qual a população da Roma Imperial? Algo como um milhão, ou um milhão e meio de pessoas, ou algo como duzentas a trezentas mil pessoas? Ou será que a pergunta mais correta a fazer, nesse caso, não seria a seguinte: “qual autor moderno Xavier leu, direta ou indiretamente, que lhe forneceu esse número de ‘um milhão e meio’ aproximado?”

O “Grande Circo”:

Na psicografia, o martírio dos cristãos se dá no “Grande Circo”, o “Circo Máximo”.  “Emanuel” o descreve com precisão; as citações a seguir são, quanto a isso, suficientes.

Pág. 311-312:

“O cárcere onde os cristãos iam passar tantas horas ao relento, em angustiosa promiscuidade, que, de algum modo, representava para eles suave consolo, ficava anexo ao grande circo, sobre cujas proporções gigantescas somos obrigados a deter nossas vistas, dando ao leitor uma fraca idéia da sua grandeza.

O Circo Máximo ficava situado justamente no vale que separa o Palatino do Aventino, erguendo-se, ali, como uma das mais belas maravilhas da cidade invicta.  Edificado nos primórdios da organização romana, suas proporções grandiosas se haviam desenvolvido com a cidade e, ao tempo de Domício Nero, tal era a sua extensão, que ocupava 2.190 pés de comprimento, por 960 de largura, terminando em semicírculo, com capacidade para trezentos mil espectadores comodamente instalados. De ambos os lados, corriam duas ordens de pórticos, superpostos, ornados de colunas preciosas e coroadas de terraços confortáveis.  Naquele luxo de construções e demasia de ornamentos, viam-se tascas numerosas e inúmeros lugares de devassidão, a cuja sombra dormiam os miseráveis e repousava a maioria do povo, embriagado e amolecido nos prazeres mais hediondos.  Seis torres quadradas, denotando as mais avançadas expressões de bom gosto da arquitetura da época, dominavam os terraços, servindo de camarotes luxuosos às personalidades mais distintas, nos espetáculos de grande gala.  Largos bancos de pedra, dispostos em anfiteatro, corriam por três lados, localizando-se, em seguida, em linha reta, o espaço ocupado pelos cárceres, de onde saíam os cavalos e carros, bem como escravos e prisioneiros, feras e gladiadores, para os divertimentos preferidos da sociedade romana.  Sobre os cárceres, erguia-se o suntuoso pavilhão do

Imperador, de onde as mais altas autoridades e áulicos acompanhavam o César nos seus entretenimentos.  A arena era dividida longitudinalmente por uma muralha de seis pés de altura, por doze de largura, erguendo-se sobre ela altares e estátuas preciosas, que ostentavam bronzes finos e dourados.  Bem no centro dessa muralha, imprimindo um traço majestoso de grandeza ao ambiente, levantava-se, à altura de cento e vinte pés, o famoso obelisco de Augusto, dominando a arena colorida de vermelho e de verde, dando a impressão de relva deliciosa que se tingisse subitamente de flores de sangue”.

Pág. 327:

“Sob os aplausos delirantes e ensurdecedores da turba numerosa, soltaram-se os leões famintos, para a espantosa cena de impiedade, de pavor e sangue, mas nenhum dos apóstolos desconhecidos, que iam morrer no depravado festim de Nero, sentiu as torturas angustiosas de tão horrenda morte, porque o brando anestésico das potências divinas lhes balsamizou o coração dorido e dilacerado no tormentoso momento. Fustigados pela angústia e pela aflição do instante derradeiro, ante o público sanguinário, os míseros sacrificados não tiveram tempo de se reunir na arena dolorosa.  As feras famintas pareciam tocadas de horrível ansiedade. E enquanto se estraçalhavam corpos misérrimos, Domício Nero mandava que todos os coros de dançarmos e todos os músicos celebrassem o espetáculo com os cânticos e bailados de Roma vitoriosa.

Incluindo-se a considerável assistência que se aglomerava nas colinas, quase meio milhão de pessoas vibrava em aplausos ensurdecedores e espantosos, enquanto duas centenas de criaturas humanas tombavam espostejadas…”

Comecemos pela capacidade da estrutura.  “Emanuel” fala em 300.000 espectadores (podendo ir a “quase meio milhão”, se se contasse a assistência que se aglomerava nas colinas).  O historiador grego Dionísio de Halicarnasso, escrevendo na época de Augusto, em 7 aC (“Antiguidades Romanas”, livro 3º, cap. 68), por outro lado, fala em 150.000; Plínio o Velho (“História Natural”, livro 36, cap. 24, par. 1º) em 200.000, e o Regionário do séc. IV menciona 385.000.  Todos esses números podem estar corretos, referindo-se contudo à capacidade em diferentes épocas.  Não obstante, na época de Nero a capacidade do Circo Máximo estaria entre 150.000 e 200.000 pessoas (números citados por Dionísio e por Plínio), e não em 300.000.

As dimensões do circo, como dadas por Dionísio de Halicarnasso, eram de 3½ estádios de comprimento por 4 pletros de largura.  Tendo o estádio 600 pés, e o pletro 100, as dimensões eram, assim, de 2.100 pés por 400 pés (gregos), ou 621 metros por 118 metros (o comprimento bate, mais ou menos, com o que Emanuel falou, mas a largura é aproximadamente a metade – quem está certo, afinal?)

Nos lados externos da estrutura, muitas vezes pegadas ao próprio Circo, apinhavam-se inúmeras estruturas, na maior parte de madeira, que incluíam principalmente lojas, estalagens e tavernas, com os seus respectivos depósitos.

A enorme estrutura foi presa das intempéries inúmeras vezes, e outras tantas reconstruída.  No ano 31 aC boa parte do circo foi consumida pelo fogo; Augusto o restaurou, quase todo em pedra, acrescentando um camarote especial (“pulvinar”) para o Imperador, diretamente ligado ao Palatino e fazendo erguer, na “spina” (o corredor central das pistas) um obelisco vindo de Heliópolis (que agora se encontra na Piazza del Popolo).

De qualquer modo (e isso é o mais importante), foi justamente nos depósitos exteriores ao Circo Máximo que iniciou-se o grande incêndio de 64 dC.  A seguir, damos a palavra ao historiador Tácito (“Anais”, livro 15, capítulos 38 a 40, partes):

“Seguiu-se então um desastre, quer devido ao acaso, quer à maldade do Imperador (pois cada uma destas versões tem seus defensores), mas, de qualquer modo, mais grave e mais terrível do que qualquer outro incêndio que houvesse, antes, devastado a Cidade.  Iniciou-se na parte do Circo [Máximo] adjacente aos montes Palatino e Célio, nas lojas, plenas de mercadorias inflamáveis.  Impelidas pelo vento, as chamas logo tomaram toda a extensão do Circo, já que [nesse lugar] não havia nem edificações separadas entre si, nem templos cujos recintos estivessem isolados por muros de pedra, nem nenhum outro obstáculo do gênero, que pudesse barrar seu progresso.  As chamas, que inicialmente varreram as regiões situadas nos vales, logo subiram pelos morros, descendo depois para outros vales, sem que pudessem ser detidas, espalhando-se rapidamente e tomando facilmente a cidade como a uma presa, tendo seu trabalho facilitado pelas ruas estreitas e tortuosas que eram típicas da velha Roma. (…) Nero, que se encontrava em Âncio na ocasião, não retornou à capital até que o incêndio estivesse prestes a alcançar o palácio que ele havia construído para ligar o Palatino aos Jardins de Mecenas.  Mostrou-se impossível, contudo, controlar as chamas, que acabaram enfim por consumir não apenas o Palatino e o novo palácio, mas todas as suas cercanias. (…) Apenas no sexto dia pôde o incêndio ser enfim controlado, nos sopés do Esquilino, mediante a demolição total dos edifícios numa vastíssima área, a fim de opor às chamas que avançavam uma região descampada que lhes servisse de barreira.  Mas, nem ainda havia a atmosfera de terror cedido, quando um novo foco do incêndio irrompeu, dessa vez numa parte menos densamente povoada da Cidade; mas, se as perdas em vidas humanas foram menores, não o foi a destruição de inúmeros templos e pórticos. (…) Roma, de fato, era dividida em quatorze regiões [administrativas], da quais quatro permaneceram intactas, enquanto três foram arrasadas até ao nível do solo [nas tentativas de conter as chamas]; quanto às outras sete, delas nada restou, a não ser umas poucas construções isoladas, e mesmo assim dilapidadas e parcialmente queimadas”.

Evidentemente, a região do Circo Máximo, onde o incêndio começou, foi uma das mais atingidas; nem as edificações do Palatino escaparam.  Buscando bodes expiatórios, diante da suspeita (provavelmente falsa) de que ele mesmo havia, criminosamente, atiçado o incêndio, Nero desencadeou a primeira perseguição aos cristãos (não há nenhum indício de que tenha havido perseguições anteriormente a essa data).

Evidentemente, os programas de reconstrução da cidade e de seus monumentos, contando com a expressa ajuda de Nero (que inclusive aproveitou a situação para construir sua deslumbrante “Domus Aurea”, a “Casa de Ouro”), logo se iniciaram; e o próprio Circo Máximo já se encontrava suficientemente restaurado, no ano 68 dC, por ocasião do retorno de Nero de sua “tournée” grega (cf. Suetônio, “Sobre as Vidas dos Césares”, “Vida de Nero”, cap. 25; também Cássio Dião, “História Romana, livro 72, cap. 20, par. 4º, e cap. 21, par. 1º). Mas a perseguição aos cristãos iniciou-se logo após o incêndio, justamente para fazer pararem os rumores que culpavam o próprio Imperador pela desgraça.  Nessas condições, os espetáculos de cristãos queimados, ou atirados às feras, não podiam, evidentemente, ocorrer no (então arruinado) Circo Máximo.  E, de fato, NÃO ocorreram.  Ocorreram no “Gaianum”, ou seja, no Circo de Gaio (Calígula), que aquele Imperador havia construído na esplanada do Vaticano, e que Nero havia ampliado (sendo então conhecido como “o circo de Nero”, “circus Neronis”), numa região famosa por suas luxuosas “villas”.  Uma dessas “villas”, com os respectivos “horti” (“jardins”) eram de propriedade de Agripina a Velha, esposa de Germânico, e mãe de Calígula (os “Horti Agrippinae”).  Justamente perto dessa aprazível propriedade suburbana, Calígula construiu o seu circo, que foi posteriormente restaurado e engrandecido por Nero (que, inclusive, substituiu a ponte de madeira que ligava a região à Via Triunfal por uma ponte de pedra, chamada justamente “Pons Neronianus”, ou “Pons Triumphalis”).

Foi nesse circo de Nero, na esplanada do Vaticano, bem como nos próprios jardins de Nero, próximos (e NÂO no Circo Máximo), que os cristãos sofreram.  Não por acaso, foi lá que São Pedro foi martirizado (c.67 dC), e foi nas suas cercanias que seus restos foram sepultados.  Por isso a Basílica de São Pedro foi construída, cerca de duzentos e sessenta anos depois, no Vaticano.

Mais uma vez dando a palavra a Tácito (“Anais”, livro 15, cap. 48, partes): “(…) mas nem a ajuda humana, nem a munificência imperial, nem todas as cerimônias levadas a cabo a fim de aplacar os Céus puderam conter a suspeita de que o incêndio tinha sido criminoso.  Assim, a fim de afastar [de si] as suspeitas, Nero procurou como bodes expiatórios, e os puniu com os maiores refinamentos de crueldade, um certo tipo de pessoas, desprezadas por seus vícios, que eram vulgarmente conhecidas como ‘cristãos’.  Cristo, que lhes deu o nome, tinha sofrido a pena capital no tempo de Tibério, por sentença do procurador Pôncio Pilatos, o que fez com que aquela perniciosa superstição momentaneamente definhasse – apenas para expandir-se novamente, não apenas na Judéia, berço desse flagelo, mas na própria Roma, para onde tudo o que no mundo é viciado e vergonhoso flui.  Inicialmente, os membros confessados dessa seita foram presos; a seguir, a partir de suas confissões, inúmeros outros foram condenados – não tanto pelo crime em si de incêndio, mas sim por odiarem o gênero humano.  E, ao seu suplício, acrescentou-se o escárnio e a derrisão: foram cobertos com as peles de animais selvagens, e despedaçados por cães; ou crucificados e, ao cair da noite, queimados, como a servir de lâmpadas para afastar a escuridão.  Nero ofereceu os seus Jardins para tais espetáculos, e exibiu-se também em seu Circo (…)”.

Portanto, a memória dos primeiros mártires cristãos de Roma liga-se ao Vaticano, ao Circo e aos Jardins de Nero – não ao Circo Máximo…

Mais uma vez: o quê os estudiosos espíritas têm a dizer acerca disso?

—(*)—

Damo-nos por satisfeitos com as observações feitas até aqui.  E, para todos aqueles que, espíritas ou não, se dispuserem a pesquisar a historicidade da “mise-en-scène” de “Há Dois Mil Anos”, os nossos calorosos votos de sucesso.

JCFF.



[1] Trata-se de Publílio Siro, famoso autor de mimos, dos quais restaram inúmeras sententiae.

[2] O neto de Manílio escreveu um tratado astronômico dedicado a Tibério, que sobreviveu.

[3] Estabério Eros era um trácio, comprado no mercado público e depois libertado, por causa de seu grande amor pela literatura.  Entre outros, ensinou gramática a Bruto e a Cássio.  Diz-se que ele era de caráter tão nobre que, durante a ditadura de Sila, por ocasião as proscrições, aceitou os filhos dos proscritos em suas aulas sem nada lhes cobrar.  Plínio contrasta a nobreza de Publílio Siro, Manílio e Estabério com a rapacidade dos outros escravos que a seguir cita, os quais enriqueceram com as proscrições.

[4] Tratava-se dum truque favorito, cf. Quintiliano, “Instituição Oratória”, livro II, 15.25: mangones, qui colorem fuco et verum robur inani sagina mentiuntur.

[5] O próprio Erasmo havia patrocinado uma primeira edição de Sêneca, em 1515.  Essa edição de 1529 foi a “definitiva”, e incorporou a revisão das “Questões Naturais”, que já tinha sido efetuada em 1523 pelo erudito húngaro Mateus Fortunato.

[6] “The Slave Systems of Greek and Roman Antiquity – Memoirs of the American Philosophical Society, held at Philadelphia for Promoting Useful Knowledge, vol. 40, The American Philosophical Society, Philadelphia, 1955”, por William Linn Westermann.

[7] For the purchase of a slave “en agora” in Side of Pamphylia by an Alexandrian for shipment to Egypt, see BFU 3:887, 1-2, cf. Lucian, De Mercede Conductis, 23.  In Rome sales were conducted in the forum near the temple of Castor, Seneca, Dialogues 2:13,4; cf. Tibullus, 4:5,52; Lucian, Piscator, 27: kathaper ta andrapoda paragagôn hêmas epi to pôlêtêrion kai kêryka epistêsas apêmpolêsen.  Sale of a runaway slave by public crier, Lucian, Charon, 2; Piscator, 4: hôsper eks agoras apokêryttôn.  Caligula when auctioning some of his slaves as gladiators sat upon the sale platform, pratêrion, and competed in the bidding, Dio Cassius, 59:14, 1-2.  Upon sale by public auctioneer at Vepasca in Spain, see Dessau, 6891, 11-13 = Bruns, FIR, 112, 11-13.  For market sale by public crier in Baetocaece near Syrian Apamea, see Dittengerber ,OGI 1:262, 19-25, Leipzig, S. Hirzel, 1903).

[8] Pliny, “Natural History, 35:199: pedesque venalium trans maria advectorum denotare instituerant maiores.  Cf. Propertius, 4:5,52; Tibullus, 2:11,41; Juvenal, Satires, 1, 111; Ovid, Amores 1:8,64.

[9] See “Castata” in Pauly-Wissowa, RE, 3, 1785-1786.

[10] Propertius, 4:5,52: cretati medio cum salvere foro.

100 respostas a “Pesquisas para a Confirmação Histórica de “Há Dois Mil Anos””

  1. Daniel Diz:

    “Há ainda outras avaliações, que vão de 1 a 2 milhões. Beloch reduz estes números para 800.000, e Meyer para 70.000”
    Não seria 700.000?

  2. Daniel Diz:

    A propósito, excelente post.

  3. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Daniel:

    Correto. Setecentos mil. Erro de digitação…

    Sds,

    JCFF.

  4. Gilberto Diz:

    Números exagerados são comuns na história. O massacre dos infantes por ocasião do nascimento do Messias esperado por Israel, como relatado no evangelho de Mateus, já chegou a ser estimado em 100.000 crianças pela Igreja Católica na Idade Média. Hoje historiadores católicos ou não acreditam que, se o massacre realmente existiu, mataram-se poucas dezenas de crianças, se tanto. Um aspecto que mencionei há anos aqui e que sempre me chamou a atenção, é que a materialização de Emmanuel por Xavier produziu um ser de 1.90m, enquanto que a média de um cidadão romano na época de Jesus era de 1.55m. Só nos Séculos 9 ao 11 é que essa altura chegaria a 1.77m. Ter 1.90m faria com que Emmanuel sofresse de gigantismo, e ele seria uma aberração. Mesmo que os romanos aceitassem seu monstruoso tamanho e ele sobrevivesse à adolescência sem ser apedrejado ou morto (já que os romanos desfaziam-se de aberrações físicas na época), seu tamanho seria pelo menos mencionado sempre. Ele seria chamado de Pêlus Púbius Lentilhus, o Gigante. Ou, simplesmente, por analogia de proporção de tamanho de todo o corpo, o “Tripé”!

  5. Petrus Diz:

    Curiosidade.
    A Wikipedia(uma fonte não confiavel) situa a população de Roma do 1º seculo em torno de 1.500.000 (Não verifiquei a fonte). É estranho que o salto populacional é de 150.000 em 250 a.C. para 1.650.000 em 120 d.C.
    Sera que Chico e a Wikipedia pesquisaram a mesma fonte???
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma#Demografia

  6. Gilberto Diz:

    Curiosidade 2:

    Na Wikipedia em Inglês os números são muito diferentes. Eles diminuem a população para 1.000.000 entre os anos de 44 a.C.o ano de 250 d.C. Uma diminuição significativa de 650.000 pessoas! Vejam só:

    http://en.wikipedia.org/wiki/Rome#Demographics

  7. Gilberto Diz:

    Viram? Nenhum número bate. As distorções em outros anos são ainda mais díspares.

  8. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Uma (possível) fonte (indireta) para o valor de “aproximadamente um milhão e meio” de habitantes que “Emanuel” informa como a população de Roma pode ter sido o resumo do “estado da arte” dos estudos referentes a essa questão, no final do séc. XIX, constante na obra “The Ruins and Excavations of Ancient Rome”, de Rodolfo Lanciani (de 1897).

    Lanciani (1845-1929) foi um arqueólogo famoso em sua época, e que fez escola. Uma biografia pode ser obtida aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/Rodolfo_Lanciani (e que inclui “links” para obras suas disponíveis “on line”, inclusive a referida “The Ruins…”, no InternetArquive, e “Pagan and Christian Rome”, no Lacus Curtius). Ele era um dos adeptos da teoria segundo a qual a antiga Roma possuía um milhão de habitantes, ou mais, e, pelo seu prestígio, foi um dos que mais contribuíram para a solidificação dessa idéia. Nas páginas 92 e 93 do citado livro:

    “The question [concerning the population of ancient Rome] is worth investigation, on account of the amazing estimates made by older writers. Lipsius mentions 4,000,000, Vossius 14,000,000! Gibbon gives the city 1,200,000 souls at the time of Constantine, and although his calculations rest on no scientific basis, yet his exquisite historical intuition made him strike almost the right figure. Bunsen’s standard measure – the number of those to whom grain was gratuitously distributed under Augustus – is the right one, but he is greatly mistaken in reckoning the number of slaves. At all events his statement – 1,300,000 as a minimum, 2,000,000 as a maximum – has been accepted by German writers: by Nietersheim (1,500,000), Marquardt (1,600,000), Friedländer (1,000,000 for the first, 2,000,000 for the second century) and others. Again, those who have taken as a basis the area of the city inclosed by walls (nine million square metres), compared with the density of population in modern capital, have fallen into the other extreme. Dureau de la Malle assigns to fourteen wards of the imperial city a population of 562,000, Castiglione assigns 584,000. The results attained by Beloch [in 1886] are expressed in the closing paragraph of his memoir as follows: ‘Taking into consideration the number of those who had a right to the free distribution of grain at the beginning of the Empire, the population of Rome, of the Campagna, and of some of the surrounding hills must have amounted to from 950,000 to 1,035,000 souls; so that of the city alone from 760,000 to 920,000. Again, calculating the habitable space within the walls of Aurelian, we have found out for the city alone a population of from 800,000 to 850,000 souls. The approximation of these figures reached by different ways shows that we cannot stray very far from the truth if we adopt for Rome and the Campagna the number of about 1,000,000, for Rome inclosed by walls that of 800,000. However modest the number may seem, compared with former ideas, we must remember that it was never reached by a modern capital up to the beginning of the present century”.

    Tem-se aí um panorama do estado das investigações a respeito desse assunto nos finais do séc. XIX, e mesmo muitos dados que constam também na obra de Ferdinand Lot. Esse consenso (“entre um e dois milhões de pessoas”) pode ter passado para livros de referência aos quais Xavier tenha tido acesso.

    Note-se que (segundo dados coligidos pelo próprio Lanciani), a população da cidade era de 114.256 pessoas em 1639, de 153,004 no início do séc. XIX, de 226.022 em 1870 (quando tornou-se a capital do recém-unificado Reino da Itália) e de 436,185 em 1891.

    JCFF.

  9. Dárcio Diz:

    Podemos concluir, portanto, que Chico Xavier foi um historiador de mão cheia, com acesso a livros os mais variados, isto na década de 40, com facilidades iguais às de hoje. Não seria melhor admitir o óbvio, que Emmanuel existiu e que Chico era um médium genuíno? Digamos que Emmanuel de fato nunca existiu, mas que, por outro lado, Chico era a reencarnação de Kardec, como sugerem alguns. Ora, explica-se então de onde viria todo o conhecimento de Chico, de criptomnésia, sim, mas não de livros que ele leu nesta vida. Não podemos deixar de frisar que Kardec leu “A Vida de Jesus”, de Renan, e até menciona isto na Revista Espírita.

  10. Dárcio Diz:

    Inclusive, Kardec, na Europa, teria tido acesso facilmente a todas estas obras históricas… Já Chico Xavier, não consigo enxergar como… Estariam todas elas, na “biblioteca dos 400 livros”? Preferiria acreditar que Chico é a reencarnação de Kardec, a crer que ele foi capaz de ler todas estas obras de historiadores mencionadas por José Carlos Ferreira e Vitor Moura, ainda mais nas condições de pobreza e isolamento que ele vivia, na pacata Pedro Leopoldo. Por outro lado, há ainda outra hipótese, que nunca foi aventada pelos senhores, que só analisam as coisas do ponto de vista material: Emmanuel muito bem poderia ele próprio ter inventado a história, baseando-se em suas leituras enquanto encarnado como Padre Manoel da Nóbrega, por exemplo, de suas leituras de Renan, etc. Assim, Chico continuaria sendo genuíno, embora Emmanuel falso. Não digo que esta hipótese é a verdadeira, mas não pode ser desconsiderada. Acreditaria mais nisso, do que na extraordinária idéia de que Chico Xavier teria tido acesso a todas estas informações. Admitir que Chico possuia tantas e extraordinárias habilidades (e possibilidades), a admitir o óbvio (que ele era autêntico), parece pouco inteligente. Aliás, venho lendo todos estes assuntos postados neste blog e sugiro que todas as conclusões sejam publicadas em livro, para que toda a comunidade espírita e espiritualista possam delas tomar conhecimento, promovendo debates abertos sobre o assunto. Creio que é o mínimo que o Vitor Moura pode fazer, já que quer provar que Chico Xavier foi uma fraude. Ficar “escondido” na obscuridade da internet e deste blog, parece-me um contrasenso ao que ele se propõe. Afinal, tirando um outro comentário, a maioria das postagens resposta é sofrível, por vezes ridículas. Poucas pessoas sérias se dão ao trabalho de responder ou dialogar. Parte-se para a ironia, às vezes para a agressão, isto provando o baixo nível dos que acessam este blog. Não quero com isso dizer que estou em nível superior aos demais, porém, entendo que ironias, agressões e defesas sem fundamento nada provarão ou comprovarão. Os artigos postados pelo Vitor possuem conteúdo, fundamentação e consistência, reconheço isso, porém, os “comentaristas”, em geral, não sabem nem escrever direito, não entendem nada de História e Espiritismo, que dirá se proporem a debater idéias deste naipe em alto nível. Assim, se o Vitor quer que suas idéias sejam realmente debatidas pela sociedade, se tem esta necessidade premente de ser ouvido e acreditado, se o objetivo dele é provar que Chico era uma fraude, então, deve publicar os artigos e conclusões. Deve dar a cara para bater. Seu livro será sucesso entre católicos e evangélicos, mas os espíritas sérios, estudiosos, também os espiritualistas, terão oportunidade de divergir à altura, pois, com toda certeza, eles não acessam estas páginas, por “n” razões que desconheço. Ou, se acessam, não querem gastar tempo com isso. Eu, particularmente, tenho gasto tempo analisando tudo, mas gostaria que tudo fosse levado ao prelo, para que todos pudessem ter acesso a estas “conclusões”. Se este é o objetivo futuro, se já foi dito em algum lugar que isso será feito, retiro o que disse e aguardo a publicação.

  11. Dárcio Diz:

    Considerações finais:

    Não há dúvidas que as pesquisas do Sr. José Carlos são convincentes, porém, é difícil imaginar como Chico Xavier teria escolhido justamente um nome como Publius Lentulus (pertencente a uma família que realmente existiu) e que teria escrito uma carta ao Imperador Tibério. Como teria ele sabido deste nome, que, queiram ou não, seja a carta falsa ou não, está registrado na história? Teria lido em alguma biblioteca? Ou na sua própria, a dos “400 livros”? E como teria sabido de tantos detalhes referentes a Roma? Criptomnésia? Ora, vocês estão fabricando um super homem chamado Chico Xavier, capaz de criptomnésia, memória fotográfica, escrita espelhada, ambidestria, seguida de escrita simultânea com as mãos, com conhecimentos profundos em geografia, história, anatomia, conhecimentos de inglês, hebraico, poesia, especialista em leitura fria, com um aparato de informantes a lhe dar informações dos consulentes, além de tudo, fraudador, autodidata, portador de patologias, mentira patológica, pior (ou melhor), que amava seu próximo e que não quis um tostão do que lhe cabia pela venda dos livros… Realmente, estamos diante de um caso único na história da humanidade, um homem capaz de ser tudo isso, com saúde frágil, quase cego, tendo estado na escola tão pouco tempo, alguém que vivia numa cidadezinha pacata onde lhe foi possível conhecer até a falsa carta de Públius Lentulus, sabe-se lá em que biblioteca, para então escolher este nome para um personagem de um livro que ele naturalmente fabricou com sua mente prodigiosamente infalível, capaz de prodígios para os quais não há registro de outro ser humano ter possuído em tantas qualidades ao mesmo tempo, senão Jesus… O pior cego é o que não quer enxergar…

    Obviamente que os argumentos do Sr. José nos levam a crer que Publius Lentulus não existiu, embora a carta seja uma evidência a favor de sua existência, ainda que contestável, e a família Lentulus e o bisavô mencionado no livro terem existido de fato, são outras evidências que depõem a favor de Há Dois Mil Anos. Mas, ainda que Há Dois Mil Anos estivesse rigorosamente fiel às pesquisas históricas, em que isto atestaria ser Chico genuíno, se ele poderia muito bem ter adquirido o conhecimento nos livros? Evidentemente que uma fidelidade impecável, dificilmente seria possível a Chico Xavier, mas ainda assim, seria possível, ainda assim, questionariam sua mediunidade. Optar pela negação total, a meu ver, é o pior caminho, embora o único admitido pelos céticos. Mas, como Kardec disse, para um assunto dar-se por encerrado, ele deve responder a todos os problemas da questão. E o Sr. José não consegue responder como Chico saberia disso tudo.

    O filme Chico Xavier já foi visto por mais de 3 milhões de pessoas. Em breve Nosso Lar será também filmado. E isto irá se alastrar agora de forma decisiva, como já ocorre na literatura, mas de forma muito mais abrangente. E queiram ou não, o Catolicismo cumprirá seu ciclo na Terra e, muito provavelmente, dentro de 100 anos não existirá mais, pois ele tenderá para o Protestantismo Pentecostal (isto já está acontecendo) quando então, os próprios pentecostais, evangélicos, etc., já terão se tornado espíritas (é a evolução natural das coisas). O Espiritismo é a religião do futuro, queiram ou não.

    Sou um espírita sério e que estuda. E, posso garantir-lhes, em nenhum lugar está escrito que uma mediunidade pode ser considerada 100% fidedigna, mesmo a de Chico Xavier, assim, alguns erros são possíveis; e que nem todos os fenômenos são mediúnicos, há muitos fenômenos anímicos, misturados aos mediúnicos e, com Chico Xavier não poderia ser diferente. Em muitos casos, ele poderia captar no ar, lendo os pensamentos, pois o pensamento se propaga através de ondas no que chamamos de fluido universal. Devemos ainda ter em mente que os Espíritos desencarnados fazem parte da humanidade, portanto, estes que nos rodeiam (entre eles Emmanuel, André Luiz, Bezerra), também estão sujeitos a limites. Todos os Espíritos da Codificação, também, possuíam limites. Em nenhum momento Kardec disse que tudo se esgotou no “pentateuco” espírita, muito pelo contrário. Não se pode desconsiderar, por exemplo, que por vezes é necessário pegar os nomes dos desencarnados e detalhes de suas vidas, para que eles possam ser procurados no mundo espiritual (ou vocês acham que os mentores espirituais, em um Centro, sabem tudo, só por que estão desencarnados? A morte não confere a ninguém nem santidade, nem conhecimento do futuro, nem uma visão onipresente, nem nenhuma faculdade extraordinária). Os Espíritos que estão em contato conosco não são infalíveis. Os infalíveis, como Jesus, nem conseguem chegar até nós, tamanha é a baixeza de nossas vibrações mentais. Quando desencarna um Espírito, ele não muda radicalmente, embora passe a ter uma visão diferente da vida. Ele então repassa valores, por vezes muda de opinião, por isso, um Santo Agostinho da vida pensava de um jeito enquanto encarnado, depois, manifestou-se pensando de outro. Por isso os conceitos científicos expressos no Livro dos Espíritos SÃO passíveis de validação, e espíritas estudiosos e sérios estão empreendendo este tipo de estudo, mas, no entanto, a validação não pode ser feita somente por nós, sem o concurso dos desencarnados, porque a visão deles é mais dilatada que a nossa.

    Meus amigos, os senhores, antes de combater a reencarnação, por exemplo, deveriam estudar as obras espíritas e verificar quão bela e justa é esta lei, quão bem explicitada está esta lei dentro da doutrina Espírita. Deveriam estudas as Leis Morais também, contidas no Livro dos Espíritos e aplicá-las às suas vidas, inevitavelmente teriam as suas vidas melhoradas pelo o que ali está escrito. Deveriam enxergar a perfeita ligação destas 10 Leis, da 3ª Parte do Livro dos Espíritos, com o Decálogo de Moisés e com os ensinamentos de Jesus. Vocês perdem tempo precioso combatendo as crenças alheias, deveriam gastar este tempo combatendo as vossas imperfeições, que não devem ser poucas, assim como as minhas também não são.

    Eu gostaria que o Sr. José Carlos tivesse este mesmo empenho em provar que a reencarnação, embora uma crença, mas com muitos casos verídicos registrados na história, um deles explicitado no próprio Evangelho, pelo Cristo, em Mateus, capítulo 17, gostaria que ele provasse que ela não existe e que não faz parte da história da humanidade, da história dos judeus e do próprio Cristianismo, por que não dizer, da própria Bíblia.

    Tendo eu, por um instante duvidado de Chico Xavier, após ter lido estes estudos (pois sou um espírita sério e estou aberto a duvidar), estava num Centro Espírita em Belo Horizonte, quando entrei num Memorial que lá existe, dedicado a Chico Xavier. Entre vários livros antigos, doados ao Memorial, bati os olhos no “Pinga Fogo”, de 1972. Abri. Teria sido coincidência eu ter aberto na página em que Chico fala justamente do livro “Há Dois Mil Anos”? De como se deu o início desta psicografia? E, noutra pergunta, quando o próprio Herculano Pires, espírita, indagou-lhe se ele lia obras de história, de geografia, etc, então, ele respondeu que desde 1931 ele quase não conseguia ler, por seu problema visual. Teria sido coincidência? Se uma dúvida pairou em minha mente, os Espíritos me levaram à resposta, pois eu pedi por ela. “Buscai e achareis, pedi e obtereis”.

    Meus caros, o Vitor evidentemente escolhe a dedo o material, alguns bons, outros ruins, porém, ele realmente distorce, por vezes, as palavras, como aqui mesmo foi provado, distorcendo as palavras do Marcel Souto Maior, por exemplo, entre outras. O pior cego é o que não quer enxergar. Quando a pessoa opta pela negação total, distorcendo até os fatos, se necessário, ela continuará negando, mesmo que Jesus Cristo se materialize diante dela.

    Querem denegrir o trabalho de Allan Kardec, querem destruir o trabalho de Chico Xavier… Meus caros amigos, como eu disse antes, vocês acham que a mediunidade é 100% infalível? Se sim, não leram atentamente a obra kardequiana. Pensem e reflitam seriamente no que expus aqui. Se vocês acham que os Espíritos estão à nossa disposição para nos satisfazer o ego, enganam-se. O ônus da prova cabe, portanto, aos céticos, não aos espíritas e, neste ponto, discordo frontalmente do Sr. José Carlos. Cabe aos céticos, aos católicos, aos evangélicos, não a nós, porque, de nossa parte, não estamos querendo convencê-los de nada, vocês é que estão querendo nos convencer que Chico era uma fraude, que Kardec estava errado, etc. Se o propósito de vocês é esse, sem que ninguém tenha lhes pedido que assim agissem, agindo talvez em nome de verdades que nada mais são do que convicções pessoais, então, nos ofereçam algo melhor do que o Espiritismo. Ainda que nada exista além da matéria, que Deus não exista, que tudo seja fruto da mente humana, ainda assim continuarei sendo Espírita, pois é melhor crer em algo que não existe e levar uma vida feliz, a não crer em absolutamente nada, tendo, portanto uma infelicidade constante, além de tudo, tendo o NADA como prêmio. Ainda que o NADA seja meu destino, melhor viver pensando que ele não existe.

    Mas, voltando ao assunto, a vocês, então, cabe o ônus da prova e não a nós. Então, não nos imputem esta responsabilidade. Vocês dirão “estamos justamente fazendo isso, tentando provar”. Então, continuem, mas não nos peçam para provar nada a vocês, pois que não temos a necessidade e a obrigação de convencê-los do que quer que seja. Eu não me sinto nesta obrigação, pois que a crença é uma coisa pessoal e as formas pela qual cada um se convence, é algo pessoal, algo que não pode servir de prova a mais ninguém, senão a nós mesmos, como foi o caso que relatei sobre o Pinga Fogo. Como este, teria muitos outros casos, mas todos pertencem ao meu foro íntimo, só a mim provam algo, a vocês não tocariam o sentimento, tão pouco a razão. Pois a razão me diz que não poderia existir o super-homem como o que vocês criaram, este sim, um personagem fictício, pois este Chico que vocês apregoam, dotado de super poderes, não existe e nunca existirá, senão numa única pessoa que passou pela Terra, Jesus. Vocês são como “sãos tomés”, a quem Cristo disse: “Por que me viste, creste? Bem aventurados os que não viram e creram” (JO, 20,29).

  12. Vitor Diz:

    Dárcio,
    comentando:

    01 – Como teria ele sabido deste nome, que, queiram ou não, seja a carta falsa ou não, está registrado na história? Teria lido em alguma biblioteca? Ou na sua própria, a dos “400 livros”? E como teria sabido de tantos detalhes referentes a Roma?

    Ele pode ter lido na sua própria biblioteca – onde foram encontrados livros de História – ou em alguma revista. Chico, embora pobre, tinha acesso a vastíssimo material literário. Leia o post “O Caderno de Chico Xavier”, em http://obraspsicografadas.haaan.com/2009/o-caderno-de-chico-xavier/

    Lá você verá que Chico tinha um caderno em que ele colecionava histórias dos santos da Igreja… deve ter conhecido a menção a Publio Lentulus daí.

    02 – o Vitor evidentemente escolhe a dedo o material, alguns bons, outros ruins, porém, ele realmente distorce, por vezes, as palavras, como aqui mesmo foi provado, distorcendo as palavras do Marcel Souto Maior, por exemplo, entre outras. O pior cego é o que não quer enxergar.

    Aponte para o ceguinho aqui onde houve qualquer distorção das palavras de Marcel Souto Maior, por favor…

    03 – Ainda que nada exista além da matéria, que Deus não exista, que tudo seja fruto da mente humana, ainda assim continuarei sendo Espírita, pois é melhor crer em algo que não existe e levar uma vida feliz, a não crer em absolutamente nada, tendo, portanto uma infelicidade constante, além de tudo, tendo o NADA como prêmio. Ainda que o NADA seja meu destino, melhor viver pensando que ele não existe.

    Resumindo, você prefere viver uma ilusão. E ainda demonstra preconceito explícito contra os materialistas, taxando-os de infelizes.

    Se você é caridoso apenas por esperar um PRÊMIO por suas atitudes na vida após a morte, então você NÃO É verdadeiramente caridoso e gentil. Você é apenas um interesseiro. Felizes os materialistas que são generosos, pois o fazem ser esperar nada em troca…

  13. Dárcio Diz:

    Caro Vitor, a você, como disse, caberá o ônus da prova, pois é você quem está empreendendo esta investigação. Se você conseguir provar quais livros havia nesta suposta biblioteca do Chico, e provar que Chico Xavier soube inclusive da carta de Publius Lentulus, darei mais crédito às suas suspeitas de fraude e/ou criptomnésia, afinal, eu já estou dando algum crédito, pois estou lendo-as e analisando-as, independentemente de mais provas. Apenas ainda não concordo com tuas suposições, embora lhes dê atenção. Não concordo, pois acho que tua idéia é por demais fantasiosa, pelo simples fato de colocar Chico Xavier como alguém sobre-humano, mais fantasiosa que acreditar na existência de Emmanuel, por exemplo. Eu não consigo imaginar como tudo isto que você afirma seria possível a Chico Xavier, mas, enfim, se você está convencido disso, tenho de respeitar, pois você tem a tua opinião, eu tenho a minha e ambos estamos (ou estaremos), estudando a respeito. Por enquanto, eu continuo acreditando na existência de Emmanuel e em Chico Xavier, assim como respeito tua crença de que o primeiro não existe e o segundo é uma fraude (mesmo que inconsciente), considerando, portanto, tua crença como digna de ser analisada.

    Você, creio, pareceu distorcer também minhas palavras, mas talvez também, no afã de escrever, eu não tenha me fazido entender. Eu não vivo uma ilusão, apenas fiz uma suposição. Também não sou preconceituoso, só acho que pode ser muito infeliz a vida de quem acredita no NADA (não que ela seja, necessariamente), e que talvez fosse melhor acreditar em algo, do que não acreditar (o que não necessariamente é uma verdade também).

    Quanto ao Marcel, não vou poder procurar agora onde entendi que você distorceu as palavras dele, são muitas postagens e eu não anotei onde foi. A mim, pareceu-me isto. Se houver tempo depois, procurarei. Desculpe-me se o chamei de cego, pois este comentário, logo após a suposição de que você distorceu as palavras de Marcel, ficou solto no contexto. Eu deveria tê-lo apagado e me esqueci. E não é desculpa, não, realmente foi o que aconteceu.

    Quando você diz: “Se você é caridoso apenas por esperar um PRÊMIO por suas atitudes na vida após a morte, então você NÃO É verdadeiramente caridoso e gentil. Você é apenas um interesseiro. Felizes os materialistas que são generosos, pois o fazem ser esperar nada em troca…”, eu diria que você pode perfeitamente retirá-las (as palavras). Basta que eu modifique a palavra PRÊMIO, para DESTINO. Reconheço que a palavra ‘prêmio’ não expressou, também neste caso, exatamente o que eu quis dizer. Modifico, portanto, o meu texto para o seguinte: “Ainda que nada exista além da matéria, que Deus não exista, que tudo seja fruto da mente humana, ainda assim me parece melhor continuar nesta ilusão, pois a mim parece melhor crer em algo que não existe e levar uma vida provavelmente mais feliz, a não crer em absolutamente nada, tendo a possibilidade de ser infeliz por isso, e ainda tendo o NADA como destino, embora, se o NADA for o real destino, nunca ficaremos sabendo disso. Ainda que o NADA seja mesmo meu destino, ainda parece melhor viver pensando que ele não existe. Mas tudo isto é uma suposição, quase uma divagação; eu não acredito no NADA e também não posso afirmar categoricamente que quem acredita nele seja necessariamente infeliz”.

    Para finalizar, continua a sugestão para a publicação de todo este material, para que todos tenham acesso a ele. Eu devo parabenizá-lo por sua persistência e acho que só uma publicação poderá coroar este teu trabalho. Posso concluir, lembrando da famosa frase de Voltaire (creio ser dele), mais ou menos assim, “não concordo com uma palavra do que você diz, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo”. Até mais.

  14. Emilio Peres Diz:

    Vitor:

    Quais ou qual o fundamento espírita, aceito por você, para que se denomine um espírita experimentador?

    Sds

  15. Vitor Diz:

    Emílio,
    reencarnação e mediunidade.

  16. Emilio Peres Diz:

    Vitor:

    Você poderia compartilhar suas experimentações com os leitores do seu blog?

  17. Vitor Diz:

    Você pode conferir o resumo de uma pesquisa minha sobre reencarnação aqui:
    http://www.unibem.br/cipe/3_links_pdf/7%20%20III%20Encontro%20Psi.pdf

    Também há uma participação minha num artigo sobre mediunidade, em que eu e meu amigo Kentaro Mori detectamos a origem de uma foto ‘paranormal’:
    http://www.pensar.org/2004-03-pastillas.html#fraud

    Entretanto, nenhuma das duas envolve ‘experimentação’, tecnicamente falando.

  18. Anônimo Diz:

    Prezado editor do blog.

    Eu gostaria de dar um depoimento como ex-espírita e que aconpanhou a tragetória de Chico e conheceu as entranhas dessa religião.

    Eu me me interessei por Espiritismo no inicio dos anos 80 à convite de um conhecido, que me introduziu ao centro espírita e aos livros de codificação. Frequentei assiduamente por cerca de 6 anos até entrar em reuniões mediunicas e conhecer detalhes dos médiuns.

    Eu comecei a me envolver mais no dia a dia dos trabalhos do centro e passei a frequentar a federação espírita do meu estado.

    Eu comecei a notar coisas estranhas dentro de todo processo de mediunidade. O médium sabia detalhes da minha vida que nunca divulguei para outras pessoas, que somente 2 ou 3 parentes sabiam. Qual não foi minha surpresa ao saber que uns desses fora abordado por um desconhecido se fazendo passar por agente de saúde. Perguntaram se havia algo de errado comigo e se mostraram preocupados. Na ingenuidade e desejo de me ajudarem, acabaram revelando que sou portador da AIDS.

    Acho que não preciso contar mais preciso? o médium fora informado, o agente de saúde era um investigador que supriu o médium com informações.

    A minha sensação foi de revolta e me afastei da federação mas continui indo a outro centro.

    1 ano após este fato, algumas pessoas do centro obviamente descobriram o que se passou, claro, afinal eles são filiados a esta federação. Na boa fé que tiveram por orar para mim, que começei a desconfiar de outras coisas. Não havia feito outra reunião mediúnica, eles simplesmente disseram que não era adequado a minha presença (!!!) o sr. imagina como eu me senti.

    Eu sabia que estava sendo alvo de uma grande fraude. Eu me mudei para uma o interior de outro estado porque isso havia ultrapassado o limite do centro: parentes e conhecidos de frequentadores agora sabiam que eu tinha AIDS.

    Eu o fiz com o máximo de discrição, pq minha familia, meus amigos, até o padeiro começaram a ser abordados sobre minha localização. Foi preciso uma atitude enérgica de um parente (comunicado extrajudicial) para que eles me deixassem em paz.

    Eu tinha que saber tudo, não estava satisfeito. E me aproximei de um centro pequeno nesta cidade. Lá eu finalmente descobri do que se tratava o espiritismo. Em conversas com os membros havia, vejam só, uma abordagem completamente diferente da doutrina. Não haviam livros espíritas no centro, era basicamente um local para amparo psicológico e encaminhamento de pacientes a tratamentos alternativos. Vez ou outra, havia palestra e passe.

    Eu percebi que o Espiritismo basicamente promove o efeito placebo nas pessoas. É preciso a figura do médium, a carga doutrinária, as orações, toda a pompa para que pessoas se sentissem bem. E elas se sentiam. Pra você ter a idéia eu vi pessoas se curarem de transtornos crõnicos que médicos nao conseguiam resolver. Apenas pelo fato de acreditar a pessoa melhorava.

    Numa conversa meses depois, tive a revelação. O fundador do centro me contou tudo, porque ele fundara aquele centro “diferenciado” e o que é Espiritismo. É tudo uma capa para fazer as pessoas se sentirem bem, eles promovem a somatização (pensamento positivo melhora o estado das pessoas). Os livros são meros escritos de incentivo, o passe é uma encenação para que a pessoa se sinta bem.

    Pois o que me intrigara no final dos anos 90, a mídia espírita investindo nas “provas científicas” com fontes duvidosas e outras tiradas do contexto.

    Eu percebi que o movimento espírita brasileiro, este engajado pela FEB não passa de fraude, eles fabricam fraude por mais de um século. Não digo que são más pessoas. Muitos deles acreditam ter “uma missão” porque colocaram isso na cabeça.

    1) Mediunidade não existe. Tudo o que se conhece sobre litaratura espírita foi fabricado por ideólogos cristãos espíritas. Vou entrar em detalhes mais adiante do porque isso ocorreu.

    2) O médium possui uma rede de informantes e investigadores que o abastece de informações. Ele usa essas informações para impressionar o parente do falecido.

    3) Chico não escreveu 99% de seus livros (aprendeu a fazer poemas, no entanto). Ele foi auxiliado por mais de 60 pessoas de todas as partes do Brasil. A forma como todos esses livros foram publicados e de outros médiuns, quem detém os originais e a comprovação de quem escreveu de fato permanecem fora ao alcance do grande público.

    4) Há toda uma rede de proteção em torno dos médiuns, isso inclui desde a autorização para participar de unia reunião mediúnica (outros membros ficam de olhos abertos pra se o novato vai abrir o olho) até a falta de comprovação das obras psicografadas. A FEB (Federação Espírita Brasileira) criou uma retórica esperta para isso: “os espíritos não gostam de ser colocados a prova”.

    5) Muitos dos efeitos que o Espiritismo provoca são os mesmos de qualquer outra religião: placebo, somatização.

    Agora voltemos a controversia de Kardec e seus livros:

    1) O Espiritismo não foi fundado como religião nem pretensamente uma organização. Tudo não passou de um mero termo informal utilizado por Kardec.

    2) Kardec recebeu uma carta de Jean-Baptiste Roustaing, outro francês, afirmando ter recebido mais informações sobre o espírito da verdade. Kardec rejeitou e esse Roustaing ficou indignado. Para ele, o espiritismo teria de se tornar uma religião, e que os espíritos seriam enviados de Jesus. Note que até aqui o Livro dos Espíritos não havia sido publicado, tudo não passava de uma controversa.

    3) A grande revelação que faço é que o Evangelho Segundo o Espiritismo, Céu e Inferno e a Gênese não são obras de Kardec, e sim fraudes fabricadas por seguidores de Roustaing, que ainda inseriram perguntas ao Livro dos Espíritos e que infelizmente ja chegara com fac-simile modificado na Biblioteca de Nova York. Os originais em francês sumiram.

    4) O fato foi tão controverso que nem a sociedade francesa tolerou. A elite intelectual francesa sabia que se passava de uma fraude e que Kardec terminou com seu trabalho inconclusivo.

    5) A partir daí uma operação de modificação de obras, inserção de invenções, alteração de datas, fatos, até mentiras publicadas por periódicos locais para dar inicio as ambições alucinóginas de Roustaing.

    6) Tudo o Sr. Bezerra de Menezes fez for legitimar esse processo e fundar uma religião na farsa de Roustaing. Kardec foi tirado de seu contexto e severamente fraudado em seus escritos.

    7) Nada tenho contra ao Sr. Kardec. Sabe-se que ele se inteirou dos fenomenos e até considerou relatos de fraudes, na epoca desconfiava-se de magnetismo. Sua obra original infelizmente não está disponível, foi decepada por Roustaing e seu plano alienador.

    Espero que vocês compreendam, que por tras do espiritismo está uma grande mentira construída ao longo de séculos.

    Mais recentemente espíritas sabichões, notadamente médicos, afinal em todas as religiões há médicos, começaram a usar de sua influencia profissional para dar uma aura de cientificismo ao espiritismo. Não passam de grandes fraudes. Creio que o proprio Mori desmontaria muitas dessas alegações facilmente com pesquisa na Internet.

    Para fabricar uma prova de que espírito existe você precisa:

    1) Uma pesquisa experimental numa grande universidade que chega a resultado inconclusivo ou negativo;

    2) Um mentiroso para distorcer, tirar do contexto e afirmar que a pesquisa chegou a conclusões positivas.

    3) Citando nomes e institutos de pesquisa para que um ar de seriedade seja impresso na tal alegação.

    Está fabricada mais uma pecha de “prova cientifica” ou “estudos cientificos” sobre Espiritismo.

    Eu acho que já disse o bastante. Conheci pessoas bacanas neste ultimo centro que frequentei e vi melhorarem a qualidade de vida das pessoas. Não duvido que o efeito se repita em centros convencionais, afinal isso tem de alimentar os crédulos membros que naturalmente acabam questionando alguma coisa.

    Sei que muitos ataques ad-hominem seguirão nos proximos comentários e toda sorte de falácias lógica e armadilhas retóricas. Saibam que isso é apenas um relato de quem viveu os fatos, um humano que ousou questionar, buscar a verdade.

    Agradeço pela oportunidade de poder me manifestar neste espaço.

    Anônimo

  19. Dárcio Diz:

    Caro Vitor, fiquei intrigado, você “aceita” a mediunidade e a reencarnação? Ou apenas são os objetos de teus estudos? Você busca a comprovação dos mesmos ou a negação total? Há algum caso, para estes dois temas, que você considere genuíno? Li dois textos veiculados por você, um sobre EQM e outro sobre um cão que “lia” os pensamentos de sua dona. Você os aceita? Acha possível? Afinal, o que você realmente pensa a respeito de tudo isso? Você é espírita? Ou você é parapsicólogo? Talvez você já tenha falado sobre isso em algum lugar, mas não li. Geralmente leio os artigos, os comentários dou uma passada por cima, pela falta de tempo.

  20. Marcos Arduin Diz:

    Coisas que jamais vi nos 32 anos que lido com o Espiritismo…
    1. – o agente de saúde era um investigador que supriu o médium com informações.
    – Seu Anônimo, por acaso o senhor é alguém muito cheio da grana, um político influente, um artista famoso, um eminente jornalista, enfim alguém em quem valeria muito a pena algum centro ou federação espírita fazer de tudo para impressionar? Sinceramente não entendi por que iam se dar ao trabalho de convencer alguém que já frequentava o pedaço. A menos que essa tal “federação” fosse alguma igreja neo-pentecostal, onde templo é dinheiro, e você está trocando as bolas…
    .
    2. – A minha sensação foi de revolta e me afastei da federação mas continui indo a outro centro.
    – É uma pena que seja um Anônimo e que seja uma federação. É ruim quando ficamos com essas “evidências anedotas”, pois nada pode ser aferido ou verificado. Mas seu Anônimo, eu não deixaria de me aproveitar uma situação dessas. Inventaria uma história fajuta qualquer na tal federação, de forma a forçar o tal investigador ou outro a procurar novamente os seus parentes, agora devidamente instruídos do que deveriam dizer. E quando o médium viesse com a conversa fiada endossando sua história falsa, aí então “soltaria a cachorrada nele”. De preferência, seria bom ter um mini-gravador, registrando toda essa conversa e levá-la ao público. Seria uma boa desmoralização para essa tal “federação”. Era o que eu faria.
    .
    3. – eles simplesmente disseram que não era adequado a minha presença (!!!) o sr. imagina como eu me senti.
    – E não exigiu satisfações? Era o que eu faria. E a explicação teria de ser das boas…
    .
    4. – Eu o fiz com o máximo de discrição, pq minha familia, meus amigos, até o padeiro começaram a ser abordados sobre minha localização.
    – Pela madrugada! Esse Anônimo deve ser um bam-bam-bam dos bons! Nunca imaginei que um centro saísse atrás de alguém a menos que fosse isso ou tivesse “passado a perna” no tal centro em alguma coisa…
    Esse Anônimo me lembra o Geraldo Delagrave, autor do livro Reencarnação, editado pela Loyola. Narra nessa obra que um de seus filhos havia falecido e a Federação Espírita do Paraná ficou toda ufana dizendo: _ Agora o Delagrave vai se tornar espírita! _ E depois mandava-lhe recados, dizendo que o filho falecido estava se manifestando lá na Federação. E a resposta dele foi: _ Ele sabe onde moro, que se manifeste na minha casa!
    As únicas pessoas que encontrei até hoje que tentam convencer a outros do Espiritismo são recém convertidos que ficam muito entusiasmados e antes de “cair a ficha” ficam dando uma de missionários…
    .
    5. – E me aproximei de um centro pequeno nesta cidade. Lá eu finalmente descobri do que se tratava o espiritismo. (…) Os livros são meros escritos de incentivo, o passe é uma encenação para que a pessoa se sinta bem.
    – Ao chegar nessa parte, fiquei com a estranha sensação de que esse relato é mais uma “lenda cristã” para a minha coleção.
    .
    6. – Pois o que me intrigara no final dos anos 90, a mídia espírita investindo nas “provas científicas” com fontes duvidosas e outras tiradas do contexto.
    – Como não diz quais provas e quais fontes, não sei do que está falando. Eu prefiro mais o experimental mediúnico feito entre 1850 e 1930, com dezenas de médiuns, por mais de 200 cientistas, a maioria dos quais não era espírita e JAMAIS aceitou a hipótese espírita.
    .
    7. – Eu percebi que o movimento espírita brasileiro, este engajado pela FEB não passa de fraude, eles fabricam fraude por mais de um século.
    – Bem, a fraude sustentada pela FEB até recentemente foi o contrabando de Roustaing para o Espiritismo, já que o movimento espírita no início era formado por ex-católicos, mas ainda carolas. Eles sentiam muita falta da Nossa Senhora e do Cristo-Deus. Como Roustaing manteve as duas coisas na sua obra capenga, então os febeanos e seus predecessores mergulharam de cabeça nela.

    8.- 1) Mediunidade não existe. (…) placebo, somatização.
    – Bem, se deduziu as picuinhas mediúnicas de sua experiência pessoal, problema seu. Só quero saber quem são as 60 pessoas que escreveram pelo Chico e onde estão os tais originais não acessíveis ao público. E se não são acessíveis, como soube deles? Parece até mais outro caso dos 50 livros escritos pelo Amauri Pena (o sobrinho que denunciou o Chico).

    8.- 1) O Espiritismo não foi fundado como religião (…) foi decepada por Roustaing e seu plano alienador.
    – Aqui deu para eu dar umas boas risadas. Kardec publicou o Livro dos Espíritos em 1857 e a rejeição à obra de Roustaing foi feita em 1866, ano em que Roustaing publicou uma réplica ofensiva a Kardec. As obras mencionadas FORAM TODAS PUBLICADAS quando Kardec ainda vivia. Só Obras Póstumas, como diz o título, foi publicado em 1870. Como poderiam os rustenistas sabotá-las ou tê-las escrito eles mesmos? O Anônimo está é confundindo a posição da Sociedade Espírita Francesa e misturando estação. Enquanto que no Brasil o Espiritismo salientou o aspecto religioso (por isso é um grande sucesso, graças a Roustaing ou apesar dele), na França buscou-se o interesse EXCLUSIVAMENTE científico. Daí então os aspectos religiosos e filosóficos do Espiritismo foram jogados para baixo do tapete. O resultado foi que o Espiritismo lá decaiu a ponto de nos anos 1980 haver só 1.000 espíritas na França inteira. Nos anos 1990, Roger Perez batalhou para resgatar esses aspectos, conseguiu tomar de André Dumas o direito de publicar a Revista Espírita (ela foi descontinuada por Dumas, que em seu lugar fez publicar um periódico de cunho parapsicológico) e com isso o Espiritismo parece estar voltando a crescer por lá.
    .
    9. – Para fabricar uma prova de que espírito existe (…)
    Até parece que se tentou provar a existência de espíritos pelo descrito desse Anônimo.

    10. – Sei que muitos ataques ad-hominem seguirão (…)
    – Se alguém por aqui vai perder tempo em atacá-lo, azar dele. Você não vale isso. Vejamos se ao menos prova o que diz sobre as 60 pessoas, originais não disponíveis ao público, etc e tal.

  21. Vitor Diz:

    Dárcio, eu aceito mediunidade e reencarnação. Casos de mediunidade genuína são os e Leonora Piper e Gladys Osborne Leonard. Casos de reencarnação autênticos são os de Kemal Atasoy, Jagdish Chandra, Vishwa Nath (ou Bishen Chand Kapoor) entre outros.

    Penso que a telepatia já foi inclusive comprovada em laboratório. Ver http://deanradin.blogspot.com/2010/03/brain-correlation-experiments.html

    Creio que se possa dizer que sou parapsicólogo e espírita experimentador.

  22. Dárcio Diz:

    Obrigado, Vitor. Uma última pergunta: como você vê o trabalho de Kardec e dos médiuns que dele participaram? Dá algum crédito ao trabalho dele? E quando você fala em mediunidade, está falando de fenômenos anímicos que são tomados por mediúnicos ou acredita mesmo na manifestação de espíritos (ainda não conheço os médiuns citados, talvez estudando eles, estas respostas eu as obtenha facilmente)? Desculpe-me o interrogatório (rs), mas estou procurando conhecer o que você pensa, para que fique bem delineada para mim o objeto de suas pesquisas. Fique à vontade para não responder, caso não queira.

    Quanto ao “anômino”, o sujeito “viajou na maionese”. Sem comentários.

  23. Vitor Diz:

    Não, nãu dou crédito ao trabalho de Kardec. Kardec não testou a PES dos seus médiuns e não buscou provas satisfatórias da existência dos comunicadores. Para Kardec, o que importava era a mensagem. Do ponto de vista científico, isso é simplesmente ridículo. Kardec também não tomou as medidas necessárias contra fraude. Por isso o Espiritismo de Kardec nunca foi ciência, entre outros diversos problemas, que você pode conferir no site “Criticando Kardec”, de Julio Siqueira.

    Concluo na manifestação de espíritos sim.

  24. Gilberto Diz:

    Dárcio acertou na mosca! Xavier era reencarnação de Kardec, que por sua vez era reencarnação de dezenas ou centenas de outros seres, inclusive de outros planetas desde tempos imemoriais. E como ele acumulou todo esse conhecimento, por criptominésia, ele nem precisava ter estudado atá a quarta série! Aliás, poderíamos abolir a escola do mundo! Era só desenvolvermos técnicas de acesso ao conhecimento das vidas passadas. Pularíamos até o Pós-doc! Que bom seria!

  25. Dárcio Diz:

    Caro Gilberto, aventei esta hipótese como possibilidade a ser estudada, haja vista existirem pessoas que acreditam nesta idéia, de Chico Xavier ser a reencarnação de Allan Kardec. Porém, eu não sou dos que compartilham desta opinião. Kardec e Chico, para mim, são pessoas distintas (para não dizer, espíritos distintos). O que eu quis dizer foi que eu preferiria acreditar Kardec reencarnado em Chico, a aceitar que Chico seja uma fraude total. Parece-me que tua abordagem a respeito das idéias inatas se dá em tom irônico, desprezando a idéia, porém, a história registra vários casos de pessoas para as quais a escola foi totalmente dispensável, como Einstein, Mozart, entre tantos outros, o próprio Chico Xavier é um exemplo, a supor-se que não havia mesmo espíritos na sua retaguarda. Mas longe de mim dizer que deveríamos abolir as escolas do mundo, isto seria um contrasenso sem tamanho.

    De qualquer forma, respeitando e analisando sempre todas as opiniões, gostaria de dizer que ainda não fui convencido de que Chico Xavier seja uma fraude, no que tange a André Luiz e Emmanuel. Quanto à veracidade de todas as cartas, o bom senso me diz que seria impossível serem todas verdadeiras, pois que entendo que os Espíritos, no mundo espiritual, muito dificilmente estão acessíveis, devido às condições em que desencarnam, apego à matéria, e tudo o mais. Mas devem haver cartas verdadeiras, disto não duvido.
    Quanto às materializações, sinceramente, eu ainda não acredito em nenhuma delas, desde Crookes, até Chico, passando por todos os demais.

    Grande abraço.
    Dárcio.

  26. Gilberto Diz:

    Marcos Arduin:

    1) Poupe-nos de seu preconceito e intolerância contra as outras religiões. Aprenda algo com a sua religião, ou o “fruto” que você representa vai apenas mostrar uma “semente” ruim.

    2) A FEB arrecada toneladas de dinheiro com a publicação dos livros de Xavier. Na Bienal do ano passado do Rio, o stand da FEB era o maior, maior inclusive que o da Saraiva, e com uma foto de Xavier de Vinte metros de altura! Um stand que custou centenas de milhares de reais!! Dava pra ajudar muitos pobres!! Se o anônimo teve uma relação ruim com a federação e optou por deixá-la, ele não foi o único a fazê-lo! Ouvi dezenas de pessoas públicas ou não fanzendo isso (não, não posso dar o CPF delas!)

    3) A FEB SEMPRE foi avessa a críticas em seu meio, e o “convite” para sair é costumeiro. (Não, não tenho o CPF dessas pessoas também! It´s common knowledge!

    4) Cra, você NÃO deve ser espírita, então. Eles estão sempre tentando convencer todo mundo que todos estão errados e que só eles conhecem a verdade do “Consolador” de Jesus. Além dos adesivos: “O acaso não existe (frase de Einstein). Leia Kardec.” E nem vejo nada de errado nisso. Criticando os missionários (termo cristão) você de novo mostra sua intolerância religiosa.

    5) Intolerância de novo. E se não for, o que são os passes? Dá pra explicar? Eles são pra mim exatamente o que Anônimo descreveu.

    6) De novo os espíritas insistem na ciência do século retrasado e do século passado. Mudem o disco. Pesquisem mais. Façam coisas mais sérias, mais controladas, mais atuais.

    7) Agora você admite que a FEB é meio suspeita. Tá…

    8) A interpretação de “placebo” e “somatização” já caiu em domínio público, já que são a explicação mais acertada para os prodígios do curandeirismo. Isso é velho. Quanto aos 60 escritores, acho que as parcerias de Xavier chegam a isso mesmo. Mas discordo que elas sejam 99% da sua obra. Ponto pra você!!

    8-1) Se o espiritismo não foi fundado como religião, porque kardec disse que espiritismo era TAMbÉM religião. E por que o espiritismo SEMPRE rezou da cartilha católica, de jesus Cristo, do evangelho cristão sendo interpretado por Kardec, entre outros MILHÕES de detalhes, isso NA FRANÇA!!!!! Outro mistério: Porque a assinatura da Revista Espírita, no site françês, aceita assinaturas através de depósito identificado no BANCO DO BRASIL, em uma agência paulista?

    9) Fabricar ‘espíritos’ é uma técnica muito desenvolvida mas pouco produtiva do espiritismo!!

    10) Seja educado. O Anônimo não vale nada? Todos valemos. E “Anônimo” é um nick tão bom quanto qualquer outro…

    CONCLUSÃO: Anônimo pode ter viajado na maionese, mas sua viagem teve tanta maionese (não light) quanto a que eu vejo neste blog por parte de muitos espíritas!! Abraços!!

  27. Dárcio Diz:

    Vitor, com relação à sua posição referente ao trabalho de Kardec, hoje entendo perfeitamente estas restrições quanto ao “método” científico por ele empregado. Há muito que eu próprio, sem ter lido sequer uma opinião contrária a este respeito, já questionava a universalidade defendida por ele.

    A universalidade é algo até possível, mas muito difícil de se averiguar, pois, mesmo que você contate 1 médium em cada país do mundo, o mesmo Espírito pode se manifestar em cada um deles, dizendo a mesma coisa, passando-se, no entanto, por entidades diferentes, então, poder-se-ia crer numa universalidade que não existiu de fato. Claro, pode ter algum valor científico uma experiência assim empreendida, mas, ainda assim, sempre poderá ser posto em dúvida.

    A mim, portanto, contrário ao teu pensamento, a mensagem é o que tem de fato valor. Acreditando na idoneidade de Kardec e também na dos médiuns que com ele trabalharam e, acreditando que Espíritos se comunicaram verdadeiramente, muito embora acreditando também na interferência da mente de Kardec no resultado final, a crítica do Julio Siqueira em nada muda o meu conceito sobre a mensagem apresentada na sistematização kardequiana, e, por exemplo, as diferenças entre a 1ª e a 2ª edição do Livro dos Espíritos para mim não deslustram o trabalho, muito pelo contrário, mostram a acuidade que Kardec teve na escolha das respostas e até na mudança delas, caso o bom senso assim o determinasse, caso ele próprio tivesse de ingerir na resposta. Há amigos meus, espíritas, que empreendem esta análise das diferenças e há muito eu já conhecia algumas delas. Isto, portanto, confere à obra de Kardec, no meu entendimento, um valor inestimável, pois ele levou em conta não só o conhecimento dos Espíritos comunicantes, como o seu próprio e como todo o conhecimento acumulado pela humanidade até ali. Ora, se um Espírito disse que há geração espontânea e sabemos hoje isto não ser mais aceito pela ciência, é claro que o Espírito errou ao afirmar isso (ou, como Kardec acreditava na geração espontânea, ele pode ter descartado mensagens que defendiam a biogenese, preferindo as que defendiam a abiogenese).

    Já houve tempo em que eu tinha os escritos de Kardec como divinamente inspirados, incorrendo no mesmo erro que os cristãos cometem em relação à Bíblia. Hoje, tanto a Bíblia, como o “pentateuco” kardequiano, cresceram em importância para mim, na medida em que, com a análise crítica, extraí (ou tento extrair) deles a essência. Assim, para mim, qualquer método científico, por mais primoroso que seja, sempre será questionado, senão hoje, no próximo século, algum dia. Já a mensagem, não. Esta, quando verdadeira, sustenta-se, permanece, porque vai sendo confirmada ao longo da história, inclusive pela ciência. Quando passamos a ver a obra de Kardec como um empreendimento realizado entre dois planos, com espíritos superiores, mas falíveis – tanto encarnados, quanto desencarnados, tudo ganha em importância. O trabalho de Kardec não foi unilateral, foi uma via de duas mãos. E os que estavam do outro lado, não estavam de posse de todas as verdades, nada mais eram que Espíritos que tinham vivido há pouco na Terra, basta ver os nomes pelos quais se apresentaram, sem contar a possibilidade de interferência da mente do próprio médium, além das limitações inerentes à mediunidade, bem como referentes à evolução dos próprios Espíritos, tanto de um lado, quanto do outro. Quando tiramos esta pecha de Espíritos Superiores Infalíveis por trás do LE (talvez por culpa do próprio Kardec isto tenha acontecido), a obra dele ressalta em importância, assim como, quando passamos a ver a Bíblia como obra do homem, sujeita a falhas, ainda que inspirada por Deus, ela ganha em importância.

    Assim, são três formas de ver a obra de Kardec. Pelo viés científico, como você e o Julio se propõem, vocês estão corretos nas suas afirmações e, verdadeiramente, não podem dar valor ao trabalho dele.

    Pelo viés religioso, muito menos, a julgar pela falibilidade de algumas afirmações (o mesmo que ocorre com a Bíblia).

    Agora, pelo aspecto filosófico, a obra é de um valor quase inigualável (do meu ponto de vista, claro).

    Se Kardec errou ou não ao afirmar que seu método de abordagem foi científico, isto eu não sei (até acredito que foi científico, pelo menos no ínicio, mas quando ele se rendeu às evidências e preocupou-se com a filosofia inerente ao processo, deixou de lado esta preocupação científica – se errou ou não, não sei, mas o resultado, a mensagem, na minha opinião só teve a ganhar com isso, pois não ficou limitada a um simples experimento de laboratório).

    Esta postura, embora pareça não ser a de um espírita, na verdade, é, pois Kardec mesmo disse que deveríamos passar tudo pelo crivo da razão, analisar tudo, render-se às evidências e aos fatos, se necessário; mudar de opinião, se convencido do contrário. Como ele próprio disse que mudaria de opinião, caso provassem que as idéias espíritas estavam equivocadas, então ele próprio admitia as limitações, sua e dos Espíritos comunicantes.

    Dito isto, entendo que a contribição do Espiritismo é fundamental, na confirmação de aspectos básicos relativos às verdades perenes, ou seja: existência de Deus e da alma, existência de uma matéria elementar primitiva, existência de várias dimensões, existência do corpo espiritual, existência da reencarnação e da evolução espiritual, lembrança da essência dos ensinametos de Jesus (este, um dois mais importantes pontos, em face da nossa atual condição moral).

  28. Marcos Arduin Diz:

    Seu Giberto:
    1 – Meu problema aqui não é de INTOLERÂNCIA, mas de constatação do óbvio. Vai negar que as igrejas neo-pentelhocostais vivem exigindo dízimos e ofertas o tempo todo e que a presença de figuraças em seu meio (qual é mesmo o nome daquele jogador que dá fortunas à Renascer) é fonte de prestígio e grana? Além disso o meu questionamento era: quem é você para que centro/federação quisessem apelar para a fraude miraculosa a fim de impressioná-lo?
    .
    2 – Viajou na maionese você também, Giberto. O Anônimo falou em federação, mas não nomeou qual. Caso você não saiba (e não deve saber mesmo e vista da sua ignorância do assunto), cada estado tem a sua federação própria. Ele poderia muito bem não estar falando nada da FEB. E se sabe que dezenas de pessoas estão deixando a FEB e não pode me dar o CPF (nem quero), pode me dar menos: seus nomes e seus motivos. Tanto quanto me lembro, o Luciano dos Anjos a deixou porque não quiseram aceitar as propostas dele (há um tópico por aqui que explicita os motivos). Já os outros, ficam por sua conta. Agora se o motivo da saída foi o recente abandono da FEB quanto ao rustenismo, então é bom que saiam mesmo!
    .
    3 – Lógico que sempre foi. Era autoritária e dominada pelos rustenistas, que cuidaram de fazer de tudo para se manterem no poder. Mas deram uma cochilada recente e perderam o mando… talvez por falta de gente com essas ideias malucas.
    .
    4 – Giberto, é o seguinte: o Espiritismo NÃO TEM MENSAGEM DE SALVAÇÃO. Eu não posso dizer a ninguém que se não se tornar espírita, então vai para o Inferno. Por isso NÃO EXISTEM (ou não deveriam existir) missionários no Espiritismo. Temos no máximo divulgadores ou gente como eu que exige dos críticos que sejam consistentes em suas críticas. Já os missionários cristãos têm OBRIGAÇÃO DE CONVERTER a outros à sua seita particular, pois nelas há a mensagem de salvação. A recusa em conversão resulta em condenação ao inferno e daí os infelizes cristãos em países hostis a essa fé pagam até com a vida, mas acham que estão fazendo a vontade de Deus ao clamarem por conversões. Sua omissão faria com que o sangue inocente de um incrédulo fique nas mãos do missionário potencial que se acovardou diante do perigo. Entendeu?
    .
    5 – Giberto, o que chamo de “lendas cristãs” são historinhas bobas, falsas e inverificáveis de como um cara confuso e perdido se achou quando se converteu a Cristo. Numa das revistas Eclésia há a história de um “ex-bruxo que se converteu a Cristo”. Como sempre começa que ele era “espírita”, mas não era feliz, não encontrava paz, mas continuava servindo ao Demo. Este mesmo Demo lhe ordenou: _ Viole 20 sepulturas.
    E lá foi o bruxo desenterrar defuntos, abrir seus caixões e deixá-los expostos. Nos 19 primeiros, não teve problemas. No último, era o cadáver de uma moça, de semblante muito tranquilo. Notou que não havia nem crucifixo, nem rosário. Nisso ele ouviu uma voz dos céus, com temor e tremor, que lhe ordenou: _ Enterre tudo de novo!
    Assustado, ele o fez. No dia seguinte, voltou lá e viu na lápide a frase: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará.” Aí ele entendeu que a moça fora protestante e Deus protege inclusive os restos mortais de seus eleitos. Os outros eram católicos. De acordo com a fé protestante, eles estão abandonados e por isso ele não teve problemas em violar seus túmulos.
    Diante disso ele largou Satanás e se tornou pastor cristão.
    São histórias assim que eu chamo de “lendas cristãs”. E lance envolvendo o Anônimo aí tá com cara de uma.
    Quanto ao passe, pense o que quiser. Eu só acho estranho uma coisa que não tem efeito algum causar-me calafrios na espinha, tanto quando eu aplico, como quando eu recebo o passe.
    .
    6 – Primeiro DESMINTAM e provem a falência das pesquisas antigas. ATÉ AGORA EU NÃO VI ISSO.
    .
    7 – No que se refere ao rustenismo, há muito que digo isso. E qual é o problema? Por que sou espírita, fico obrigado a endossar qualquer coisa que ache errada no Espiritismo? Se fosse, então deixaria de ser espírita. O que me deixa triste com os testemunhas de jeová é exatamente esse detalhe: os coitados do andar de baixo NÃO TEM LIBERDADE ALGUMA e são proibidos de questionar qualquer coisa.
    .
    8 – Enquanto o Anônimo não me apresentar os 60 “ghost-writers” e a provas de suas parcerias com o Chico, para mim eles continuarão sendo 0% de sua obra.
    .
    8-1 – Inicialmente, Kardec entendia que o Espiritismo não seria uma religião de per si. Talvez com muita pretensão, achava ele que poderia ser uma ferramenta usada por qualquer religião para se contraporem aos materialistas, tão charmosos na época em que viveu. Só tal não aconteceu e o próprio Kardec viveu o bastante para ver que o que ele pensava como uma simples doutrina filosófica, acabou ganhando vida própria, inclusive religiosa. Assim então o Espiritismo tem o aspecto tríplice: ciência, filosofia e religião.
    .
    9 – Só que não são fabricados pelo método sugerido pelo Anônimo, o que me leva a duvidar da veracidade de sua história. E se temos mais de 2 milhões de espíritas no Brasil e em geral com nível educacional acima da média, acho que a produção de espíritos leva jeito de ser produtiva sim.
    .
    10 – Ele já se deu muita importância, achando que vão atacá-lo em sua pessoa e não pelo que apresentou. Deve estar acostumado…
    .
    Nem sei do que está falando nessa conclusão.

  29. Gilberto Diz:

    Desculpe, Dárcio, mas a escola não foi dispensável para Mozart e para Eintein. Eles apenas eram alunos brilhantes e super-dotados, mas sem estudo não chegariam a lugar algum. Acabei de ler a biografia de Eintein e ele disse que que o início de sua carreira se deu através de seu professor de geometria, Max Talmey, que o encorajou ao estudo da matemática. Um outro professor, não nomeado no livro, no Ginásio de Munique, o preparou para o certificado de proficiência em Matemática, que o fez obter a admissão na Academia Politécnica de Zurique. Após cinco anos estudando nessa academia, ele postulou um cargo de professor lá mesmo, e foi aceito. Dizer que ele aprendeu por ‘criptominésia’ é ofendê-lo e ofender seus mestres e mesmo a educação formal. Talvez não você, mas muitos esperam ‘revelações’ caídas do céu por espíritos. Temos que suar a camisa se quisermos evoluir. Mas admito que a idéia é romântica! Espíritos bondosos olhando por nós, nos guiando e nos dando conhecimento seria genial. Mas não é assim que a banda toca.

  30. Gilberto Diz:

    Arduin, os Nazistas TAMBÉM constataram o óbvio (para eles): “Os Judeus são inferiores, assassinos de Cristo e devem ser exterminados!”

    O espíritas são 1,3 milhão e (alguns) se “acham”, dizendo que têm mais escolaridade. Mas na verdade são os ATEUS é que têm mais escolaridade. Mas nunca vi um ateu dizendo isso (até agora (desculpe (he he))), só (certos) espíritas (como você!) (!) }8pºººº

    Não consigo ver a diferença entre a “salvação” cristã e a “evolução” espírita. As duas têm o mesmo objetivo: criar um ser melhor NESTA vida, e o que vier depois que seja algo melhor e eterno, através do que foi feito enquanto se esteve por aqui.

    Rustenismo, Kardecismo, Espiritismo… São muitos “ismos’ se debatendo, se contradizendo e se dizendo a mesma coisa!

    Eu também não entendi a minha conclusão. Também, eu não sou nenhum Einstein…

    Abraços!!!!

  31. Dárcio Diz:

    Gilberto, apesar de ainda achar que o sujeito anônimo viajou mesmo na maionese (e a ele caberá o ônus de provar o que está dizendo), concordo muito com o que você diz, sobre esta comercialização em torno do Chico, coisa que ele próprio não aprovaria. Concordo também que as federações e os centros espíritas não são necessariamente modelos de correção e honestidade. Eu posso falar e responder pelo centro que dirijo. Aqui o anônimo seria muito bem recebido, ouviria que os passes ou imposição de mãos, que já eram praticados pelos apóstolos de Jesus, nada são além de transferência de energias, que embora invisíveis, existem; que a somatização existe também (e nela está a chave de muitos problemas) e que o efeito “placebo” pode ser verdadeiro sim, mas nem sempre, enfim, eu falo por mim, não falo, nem ponho a mão no fogo por mais ninguém, principalmente aqueles a quem eu não conheça. No nosso centro, inclusive, quando perguntados, dizemos aos visitantes que não fazemos nenhum trabalho de consulta a Espíritos ou psicografias de parentes falecidos, porque dificilmente poder-se-á ter certeza que os “falecidos” estarão à disposição, tão pouco que não haja concurso de Espíritos mistificadores, e que não adianta imaginar que os Espíritos mais esclarecidos impedirão tais manifestações, porque, primeiramente, os mais esclarecidos respeitam o livre arbítrio e, segundo, não concordam com este tipo de pedidos, pois entendem, assim como nós, que somente a reforma íntima pode transformar a vida de uma pessoa (tanto material, quanto espiritual), pois a mudança de pensamento, a disposição interna, move energias que realmente nos modificam e nos curam, e que o conforto para os nossos corações devemos buscar nas lições do Evangelho, não em psicografias. Ainda assim, nós realizamos sessões mediúnicas, não abertas ao público em geral, cujos resultados tem sido muito satisfatórios, mas o objetivo é sempre ajudar o semelhante a se melhorar, buscando, portanto, orientações neste sentido. Todas as mensagens, no entanto, são sempre analisadas. Algumas são anímicas, outras comprovadamente não, mas sempre analisamos tudo.

    O que penso é o seguinte: se a pessoa adentra o centro, é bem recebida, sem preconceitos, ouve palavras que a ajudem a se melhorar interiormente, a ter mais coragem, força, esperança e ainda, recebe passes que, somatização ou não, a fazem melhorar, o trabalho está feito, toda a questão filosófico-doutrinária é secundária.

    A questão, no entanto, não são as federações, são os seres humanos que as dirigem. Seria o mesmo que querer desacreditar a Igreja Católica, tomando por base os padres pedófilos. Certa feita, ao trocar mensagens com um amigo que abandonara o Catolicismo porque ele estava desgostoso com as atitudes de alguns padres, eu cheguei a apresentar-lhe as idéias espíritas, como opção. Ele gostou muito, viu que o Espiritismo não era aquilo que ele pensava, porém, com o passar do tempo, disse que não queria se tornar espírita. Então, eu disse a ele: “olha, então continue católico e siga sua religião, afinal, a instituição deve estar acima dos padres. Você não pode condenar a Igreja somente pela atitude de uns e outros. A Igreja está acima disso tudo”. Ele acabou voltando e hoje é muito feliz. Acho que este é o papel que cabe ao cristão, procurar sempre fazer os outros felizes. Assim, também, o Espiritismo, na minha opinião, está acima dos homens que o dirigem. Eu próprio, fui “convidado”, em 2004, a não dar mais aulas na Federação Espírita do Estado de São Paulo, porque fui contrário à tomada de poder que lá houve (e que ainda hoje persiste, para prejuízo de todos), tomada esta que ocorreu através de um golpe, com a consequente deposição de um presidente que teria muito a contribuir não só pela FEESP, mas pelo Espiritismo, dado ao seu caráter, ao seu espírito empreendedor, aberto aos diálogos e à união solidária das entidades espíritas, mesmo que divergentes. A FEESP não representa a FEB em São Paulo, quem representa é a USE, mesmo assim, o presidente chamou para a mesma mesa o presidente da FEB e da USE, buscando união e diálogo. Foi duramente criticado e injustamente deposto, por querer propor mudanças de rumo no movimento espírita. A área de ensino foi arejada com pessoas jovens e comprometidas com o estudo e a pesquisa… Mas, enfim, pela ação de alguns, tudo foi por água abaixo. A culpa é da FEESP, enquanto entidade? Não, mas daqueles que a dirigem.

    De qualquer forma, nem tudo está perdido. Há muitos exemplos de entidades espíritas que estão fazendo belos trabalhos. A própria FEESP, através da Casa Transitória, em São Paulo. Outro exemplo é a Fraternidade Espírita Cristã Francisco de Assis, em Belo Horizonte. Tenho certeza de que se o anônimo tivesse ido a este casa, ele lá ainda estaria.

    Mas também, é o seguinte: se o anônimo for esperar perfeição por parte das entidades e de seus dirigentes, sejam elas espíritas, católicas, evangélicas, umbandistas, etc, então é melhor ele não sair de casa (rsrs).

  32. Gilberto Diz:

    É mesmo, Dárcio. Se o homem é imperfeito, como ele quer que suas instituições sejam perfeitas?

  33. Dárcio Diz:

    Gilberto, reconheço que forcei a barra ao dizer que a escola foi dispensável no caso de Einstein e Mozart. Na verdade, eu nem sei porque disse isso, talvez porque você disse que a escola poderia ser abolida, tendo por base as supostas idéias inatas de Chico, e daí eu quis ser meio rude… Passa uma borracha em tudo isso. A escola nunca é dispensável, nunca é demais, sempre acrescenta. Isto posto, não posso deixar de considerar, no entanto, que a genialidade pode estar (e quase sempre está) diretamente ligada às idéias inatas, a aquisições de conhecimentos anteriores (casos de Einstein e Mozart). Isto é o que penso, você não precisa concordar, mas, na medida em que acredito na reencarnação, as idéias inatas são consequencia disto.

  34. Marcos Arduin Diz:

    Arduin, os Nazistas TAMBÉM constataram o óbvio (para eles): “Os Judeus são inferiores, assassinos de Cristo e devem ser exterminados!”
    – Que tem o cu a ver com as calças? Quais os CRITÉRIOS EVIDENTES pelos quais se poderia aferir a inferioridade dos judeus? Como é que um judeu que vive hoje teria assassinado um cara que morreu há 1970 anos?
    – Falei dos pastores neo-pentecostais que exigem dízimos e ofertas em troca do favor de Deus em melhorar a vida deles (e quando isso não acontece, é porque não deram com fé, mas não têm direito à devolução nem da oferta, nem do dízimo). Eu chamo a isso de EMPULHAÇÃO, você tem outro nome?
    .
    O espíritas são 1,3 milhão e (alguns) se “acham”, dizendo que têm mais escolaridade. Mas na verdade são os ATEUS é que têm mais escolaridade. Mas nunca vi um ateu dizendo isso (até agora (desculpe (he he))), só (certos) espíritas (como você!) (!)
    – Não vou me meter em guerra de números. Se formos somar o que cada religião diz sobre o número de seus adeptos, dá duas vezes a população do Brasil. Nunca ouviu falar que Estatística é a arte de torturar os números até que eles digam o que queremos que digam?
    – Quanto à escolaridade, sim, numa revista aí de divulgação apresentou números que indicavam que, em comparação com outras religiões, havia sim um nível de escolaridade maior entre os espíritas.
    – Quanto aos ateus, estes também apresentam estatísticas sobre o nível deles… Consulte o sítio do Júlio Siqueira, Criticando Kardec, e confira.
    .
    Não consigo ver a diferença entre a “salvação” cristã e a “evolução” espírita. As duas têm o mesmo objetivo: criar um ser melhor NESTA vida, e o que vier depois que seja algo melhor e eterno, através do que foi feito enquanto se esteve por aqui.
    – Pois eu vejo muita. A Salvação cristã implica num processo apenas de aceitação de um personagem salvador, crença nele e EVENTUALMENTE uma prática de vivência segundo os ensinamentos do dito-cujo. Esse último item não compromete a salvação: o cara pode praticar o mal, sem risco de ir para o Inferno. Claro que essa definição de mal caberá à Igreja e época de plantão. No Espiritismo NÃO HÁ SALVAÇÃO POR CRENÇA: nossa felicidade e infelicidade futuras dependerão de nossos atos.
    .
    Rustenismo, Kardecismo, Espiritismo… São muitos “ismos’ se debatendo, se contradizendo e se dizendo a mesma coisa!
    – Como eu já percebi há tempos: você é que não entende nada da coisa.

  35. Gilberto Diz:

    Arduin, finalmente achamos um ponto de convergência: eu não entendo nada da coisa! Então vamos parar de falar sobre religião. Falemos de mulher, de futebol ou de política. Tem muito blog dessas coisas. Tem os sites da Met-Art e da Femjoy, que são especialistas em mulher. Dessa coisa eu entendo. As mulheres do leste europeu são as melhores!! Desculpem o “saturday night blues”… Um super-abraço a todos!

  36. André Luís Diz:

    Antes de mais nada, gostaria de parabenizar o senhor José Carlos Ferreira Fernandes pelas pesquisas que ele tem feito com o auxílio de numerosos autores e obras históricas, que revelam notável rigor científico por parte dele. Sou espírita, mas devo reconhecer que devemos analisar minuciosamente todas essas pesquisas para criticá-lo.
    Mas gostaria também de fazer-lhe uma proposta. Gostaria de que ele procurasse o livro “Analisando as traduções bíblicas”, de Severino Celestino, em que o autor demonstra que a Bíblia se mostra profundamente reencarnacionista e mediunista, além de evidenciar erros tendenciosos cometidos por seus tradutores.
    Alguns desses argumentos estão expostos no vídeo “http://www.youtube.com/watch?v=FbNeKYHrNOU” pelo próprio autor.
    Que Jesus nos ilumine sempre !

  37. Roberto Scur Diz:

    André Luis,

    Há controvérsias. Você deveria ter lido alguma destas obras históricas antes de se posicionar. É mais prudente.

    As obras não tratam do assunto de maneira frontal. Uma das principais fontes do JCFF, citada por ele, é um tal Settipani, professor francês que faz consultas aos interessados sobre a possibilidade de a pessoa ser parenta de algum personagem da hitória documentada romana.

    Uma das fontes desta história documentada seria um autor que citaria eventos pertinentes à sociedade da época. É como se fosse um “Ibraim Sued” do seu tempo.

    Outra fonte muito acalentada por eles é o Dicionário de História Antiga de Oxford. Bem, aí vemos que somente com uma boa dose de boa vontade poderíamos considerar definitivo um produto que não se propõe a falar TUDO da história antiga, mas narra partes conhecidas, levantadas por outros pesquisadores ou historiadores ao longo do tempo, mas que nunca, jamais se entregaram a validar a existência de determinado senador romano ou de seu avô.

    Outra fonte citada algumas vezes é o historiador judeu Josepho. Ok, um historiador, mas que não têm provas pormenorizadas sobre a existência do tal senador.

    Penso que na história não há como fugir das interpretações sobre apanhados abrangentes de tempo, leituras não isentas de tendências, de crenças, de percepções não definitivas mas próprias dos conhecimentos alcançados por que pesquisa. Depois disto é feito um livro, um documento que possa oficializar a pesquisa para que outros analisem, critiquem, concordem ou discordem.

    O fato é o seguinte, e é muito objetivo, inegável: toda e qualquer afirmação feita neste blog, mesmo que venha pontilhada por 30 títulos de autores, históriadores ou não, consulentes ou novelistas, católicos ou ateus, enfim, não trataram em nenhum caso sobre a existência que o JCFF se propõem negar, que é a de Públio Lêntulus. Aí me pergunto: como pode?

    Portanto, o que é de se esperar é que o JCFF (não o Vitor, que em verdade nada sabe além do que o JCFF lhe informa, e que é uma pessoa confusa em suas crenças ou descrenças pois se diz ateu, mas se diz espírita experiementador que crê em espíritos e em sua comunicabilidade, e outros conceitos conflitantes) entregue a humanidade uma obra para ser analisada, criticada, validada ou desprezada por insuficiência de dados.

    JCFF não possue dados reais que comprovem o que ele esta afirmando. Se assim o faz é por mera precipitação, por anseio de diminuir o trabalho de Chico Xavier e da espiritualidade. Querem colocá-lo à conta de charlatão, de fraudador, etc. Poderão tentar, mas terão que primeiro, antes de tudo, entregar à ciência que estuda a história, uma obra séria e não blogada que externe suas conclusões fundamentadas não em citações genéricas, mas em dados sólidos sem viés partidário.

  38. Roberto Scur Diz:

    E mais,

    Os autores contam com a preguiça dos leitores para ganharem terreno. Veja que pouco irão dar cabo das leitura postam aqui até o fim, e o tamanho dos textos colabora para a incompletude da análise pois se fazem enfadonhos embora bem escritos.

    Menos ainda, senão raros, irão consultar as fontes para analisar de per si. Primeiramente dificilmente alguém versado em história iria confrontar os dados expostos pois os autores também contam com a ignorância dos nomes de obras, nomes de autores, com a distância de suas origens, até mesmo fazem desdén ao desconhecimento dos leitores de outras línguas como francês, inglês, grego, latin. Neste capítulo a soberba os assalta reveladoramente, mas é bom que assim seja pois traem seus propósitos nestes momentos.

    Traem também quando alguém mais esclarecido, embora não especialistas nestes livros e apanhados históricos, usam de racionalidade para refutar as conclusões tiradas pelos autores. Chamam-nos de imbecis, mentirosos, e por aí afora. Basta ler, se tiveres paciência e tempo, alguns dos tópicos que lançaram neste blog desde o início.

    É verdade que muitos espíritas se tomam, por vezes, de indignação, uns passionalmente, outros com lhaneza, mas é para isto mesmo que semeiam os autores (é melhor dizer o autor, pois é só o JCFF mesmo), para fragilizar a convicção dos que ainda tateam as verdades espíritas, mas, é muito importante lembrar Jesus Cristo quando assevera que “somente lobos caem em armadilhas de lobos”. Quem têm pouca base na doutrina poderá abalar-se, ou quem for invigilante e esposar uma tese sem verificar com mais acuidade então já terá aceito o espiritismo sem muito critério mesmo e assim prossegue com qualquer novidade que se lhe apresente.

    Afora isto, já disse outras vezes, debater com os autores está mais para vaidade do que para estudo proveitoso. Os espíritas podem aguardar a obra compilada e apresentada à público para depois se manifestarem em definitivo, e enquanto isto não acontecer, investirem o seu tempo em praticar o evangelho de Jesus Cristo redivivo hoje através do Consolador Prometido, o Espiritismo.

    Não podemos esquecer Jesus quando disse que “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo encerram toda a lei e os profetas”, e também Kardec quando assevera que “fora da caridade não há salvação”.

    E neste capítulo, ah senhores, ah potestades, como é árduo atingir o desiderato de sermos cristãos, espíritas ou não, e não será em absoluto consumindo as energias sãs em obras como as que estão blogadas aqui que facilitarão a caminhada.

    Isto é que são elas, ser cristão e não dizer-se cristão, ser espírita e não dizer-se tal, até mesmo ser historiador e dizer-se historiador, mas neste caso é bem mais fácil pois dizer-se historiador compromete pouco pois poderemos sempre atestar os achados, afirmações, livros através do crivo da razão basilada pelos documentos comprobatórios, enquanto que para ser cristão é preciso muito mais do que materialmente comprovável, é preciso amor dentro de si.

    Saudações à todos.

  39. Roberto Scur Diz:

    Desculpem os erros de português. Não reviso os textos.

  40. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Prezado Sr. Scur,

    Ao contrário do que o sr. quer dar a entender, minha pesquisa bibliográfica procurou ser a mais cuidadosa possível, utilizando o “estado da arte” das atuais pesquisas históricas. As obras que o sr. elenca não foram as únicas, mas algumas de entre várias que utilizei; e, mesmo quanto a elas, duas constituem-se em obras de referência (o “Oxford Classical Dictionary” e a “Continuité Gentilice” de Settipani), e outra, uma fonte histórica direta. No final de minha pesquisa, eu elenco, detalhadamente, toda a bibliografia utilizada. Seria interessante que o sr. lesse a pesquisa, e verificasse a bibliografia, antes de falar o que falou.

    A lista das obras utilizadas, apenas para a primeira parte de minha pesquisa, dou-me ao trabalho de a citar (de novo!…) a seguir:

    Barrett, Anthony A., Caligula – The Corruption of Power, Routledge, London & New York, 2000. Possui inúmeras informações detalhadas acerca de Gneu Cornélio Lêntulo Getúlico e de seu pai, o velho Cosso.

    Broughton, T. Robert S., The Magistrates of the Roman Republic, vol. II (99 bC – 31 bC), American Philological Association, Nova York, 1952. Evidências, para o ano 63 aC, da conspiração catilinária e do papel de Públio Cornélio Lêntulo Sura.

    Broughton, T. Robert S., The Magistrates of the Roman Republic, vol. III – Supplement, American Philological Association, Nova York, 1952. “Cursus” de Lêntulo Sura (questor 81 aC, pretor de repetundis 74 aC, cônsul 71 aC, pretor pela 2a vez 63 aC).

    Cheesman, G. L., The Auxilia of the Roman Imperial Army, Ares Publishers, Chicago, 1975. Após uma apresentação geral acerca das forças auxiliares no exército romano, lista todas as unidades auxiliares (auxilia), tanto de cavalaria quanto de infantaria, conhecidas a partir de evidências epigráficas ou literárias, seus locais de origem e de serviço.

    Eilers, Claude, The Proconsulship of P Cornelius Scipio, cos. 16 bC, in Classical Quarterly, 51.1 (2001), págs. 201-205. Análise da carreira de Públio Cornélio Cipião, cônsul 16 aC.

    Elton, Hugh, Frontiers of the Roman Empire, Indiana University Press, Bloomington and Indianapolis, 1996. Observações acerca do sistema administrativo imperial, incluindo reinos-clientes e o processo de sua eventual absorção (págs. 12-19), bem como a ajuda militar que se podia obter dos reinos-clientes (págs. 29-35).

    Flower, Harriett I., Ancestor Masks and Aristocratic Power in Roman Culture, Clarendon Press, Oxford, 1996. Minucioso estudo acerca das tradições aristocráticas romanas, com alusões à cripta dos Cipiões e ao seu uso pelos Lêntulos, bem como à continuidade entre Cipiões, Lêntulos e Salvidienos Orfitos.

    Herrero, Marta González, El Abogado Olisiponense Lucceius Albinus y Familia, in Revista Portuguesa de Arqueologia, vol. 8, no 1, 2005, págs. 243-255. Trata-se dum estudo acerca de Quinto Lucéio Albino, natural de Olisipona (Lisboa), na Lusitânia, procurador da Judéia e, depois, das duas Mauritânias.

    Hillebrand, Sarah, Der Vigintivirat: Prosopographische Untersuchungen für die Zeit von Augustus bis Domitian, novembro 2006, Ruprecht-Karls-Universität Heidelberg, Zentrum für Altertumswissenschaft, Seminar für Alte Geschichte und Epigraphik, Dissertation. Detalhado estudo acerca do vigintivirato no período de Augusto a Domiciano, com cursus de alguns Lêntulos: Lúcio Cornélio Lêntulo (cônsul 12 aC), págs. 133-134; Cosso Cornélio Lêntulo (Getúlico), cônsul 1 aC, pág. 135; Marco Júnio Silano Lutácio Cátulo (pág. 201).

    Hornblower, Simon, e Spawforth, Antony, The Oxford Classical Dictionary, Third Edition, Oxford University Press, 1996. O melhor livro de referência geral para a Antiguidade Greco-romana (1.640 páginas, com 6.250 artigos, escritos por uma seleção de 364 especialistas entre 1991 e 1994). Várias dezenas de artigos foram consultados, podendo-se citar, entre alguns dos mais importantes: Archelaus (pág. 144), Archives (págs. 149-150), Roman Armies (págs. 172-173), Auxilia (págs. 224-225), Caesarea in Palestine (pág. 272), Careers (págs. 290-291), Cornelius Lentulus (diversos, págs. 395-396), Cursus Honorum (págs. 414-415), Galilee (pág. 623), Herod the Great (pág. 694), Herod Antipas (págs. 694-695), Idumaea (pág. 746), Ituraea (pág. 776), Iulius Agrippa I (págs. 778-779), Iulius Agrippa II (pág. 779), Jerusalem (págs. 794-795), Jews (págs.796-798), Judaea (pág. 799), Legion (págs. 839-842), [Herod] Philip (pág. 1.163), Pontius Pilatus (pág. 1.220), Praefectus (pág. 1.238), Praefectus Urbi (pág. 1.239), Procurator (págs. 1.251-1.252), Province (págs. 1.265-1.267), Records and Record-keeping (pág. 1.296), Samaria (págs. 1.350-1.351).

    Jones, Brian W., Domitian and the Senatorial Order – A Prosopographical Study of Domitian’s Relationship with the Senate, A.D. 81-96, Memoirs of the American Philosophical Society, Philadelphia, 1979. Embora referindo-se principalmente à época de Domiciano, esse trabalho, detalhado e eruditíssimo, traz inúmeras informações sobre a aristocracia romana na época dos Flávios, informando sobre a última época dos Lêntulos.

    Jones, Brian W., The Emperor Domitian, Routledge Paperbacks, 1993. É uma das principais obras de referência do reinado de Domiciano; traz também várias informações acerca da ascensão dos Flávios, com dados referentes à nobreza romana desde a época de Cláudio até à do próprio Domiciano.

    Josephus, The Jewish War, Penguin Classics, Penguin Books, London, 1981. Uma tradução integral, na língua inglesa, da “Guerra Judaica” de Flávio José. Tem valiosas anotações e apêndices.

    Josephus, The Works of Josephus – Complete and Unabridged, Hendrickson Publishers, Peabody, MA, USA, 2004. Um massivo volume com todas as obras de Flávio José, traduzidas em língua inglesa. É bastante útil por conservar toda a numeração de capítulos e parágrafos, permitindo fácil localização, referenciação e citação. Deve-se notar que edições no grego original de Flávio José podem ser obtidas no portal http://khazarzar.skeptik.net/books/.

    Levick, Barbara, The Government of the Roman Empire – A Sourcebook – Croom Helm, London & Sydney, 1985. Livro de referência para vários aspectos da administração romana do Alto Império, com documentos originais (literários, epigráficos, numismáticos, papirológicos, etc.), comentados.

    Millet, Piero Berni, et al., Sobre dos Nuevos Cornelii del Viño Tarraconense, in Laietania nº 11, 1998, págs. 111-123. Evidências (págs. 118, 119 e 121, nota 1) acerca de ânforas de vinho com o selo de propriedade de Gneu Cornélio Lêntulo, o Áugure, na Tarragonense.

    Petit, Paul, A Paz Romana, trad. João Pedro Mendes, Pioneira Editora – EDUSP, São Paulo, 1989. Obra de referência geral sobre o Alto Império (32 aC a 192 dC), com boa tábua cronológica (págs. 55-80), o exército romano (págs. 86-114), aspectos da administração (págs. 115-142, principalmente tabelas págs. 127 e 128; também págs. 235-257).

    Remesal Rodríguez, J., Producción Artesanal, Viticultura y Propiedad Rural en la Hispania Tarraconense, in Gerión, nº 13, 1995, Servicio de Publicaciones, Universidad Complutense, Madrid, págs. 305-338. O texto mostra evidências (pág. 333) de ânforas com o selo de Gneu Cornélio Lêntulo, o Augure.

    Rhodes, P. J., Public Documents in the Greek States: Archives and Inscriptions, Part II, in Greece and Rome, vol. 48, no 2, outubro 2001, págs. 136-153. Evidências sobre os arquivos na época romana (Appendix – Rome, págs. 145-148).

    Romero, Ildefonso Fernández, Tabularium: el Archivo en época romana, in Anales de Documentación no 6, 2003, págs. 59-70. Visão geral dos arquivos na época romana.

    Rüpke, Jörg, et al., Fasti Sacerdotum: Die Mitglieder der Priesterschaften und das sakrale Funktionspersonal römischer, griechischer, orientalischer und jüdisch-christlicher Kulte in der Stadt Rom von 300 v. Chr. bis 499 n. Chr., Franz Steiner Verlag, 2005. Eruditíssima coletânea (1.860 págs.) de todos os membros dos colégios sacerdotais de Roma (incluindo os cultos judaico e cristão) de 300 aC a 499 dC, elencada ano a ano. Origem da determinação dos sacerdócios de Décimo Júnio Silano Getúlico (63-76 dC, págs. 220-234) e de Marco Júnio Silano Lutácio Cátulo (81-85 dC, págs. 239 a 243).

    Saddington, D. B., A Context for a Dedication by Five Cavalry Regiments to a Cornelius Scipio in Rome?, in Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik 104 (1994), págs. 73-77. O texto analisa a inscrição referente a Cornélio Cipião e a Cipião Orestino, encontrada no Vaticano.

    Settipani, Christian, Continuité Gentilice et Continuité Familiale dans les Familles Romaines à l’époque imperiale – Mythe et Réalité, Linacre College, Oxford, 2000. Essa é a principal referência genealógica e prosopográfica para a época imperial romana. Cuidadosos e eruditos estudos, abundantemente documentados, acerca de toda a nobreza imperial romana, até ao final do Império Ocidental, bem como sua continuidade e suas raízes na nobreza republicana. Árvores genealógicas dos Lêntulos (págs. 50-52 e 64), bem como detalhadíssimo estudo da continuidade a partir dos Salvidienos Orfitos (págs. 85 a 166).

    Sherk, Robert K., The Eponymous Officials of Greek Cities IV – The Register Part III: Thrace, Black Sea Area, Asia Minor (continued), in Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik no 93 (1992), págs. 223-272. Nesse eruditíssimo trabalho, evidências acerca da situação de Esmirna sob o Alto Império e acerca de seus magistrados epônimos (pág. 247).

    Sherk, Robert K., Translated Documents of Greece and Rome – Vol 4, Rome and The Greek East to the Death of Augustus, Cambridge University Press, 1984. Um valioso livro de referência para inúmeros aspectos da civilização greco-romana, cobrindo, no caso, o período de c. 200 aC até à morte de Augusto (14 dC). Documentos originais (literários, epigráficos, numismáticos, papirológicos, etc.), elencados cronologicamente, com comentários e várias notas.

    Sherk, Robert K., Translated Documents of Greece and Rome – Vol. 6, The Roman Empire – Augustus to Hadrian, Cambridge University Press, 1988. Um valioso livro de referência para inúmeros aspectos da civilização greco-romana da época imperial, cobrindo, no caso, o período do principado de Augusto (31 aC a 14 dC) ao de Adriano (117-138 dC). Documentos originais (literários, epigráficos, numismáticos, papirológicos, etc.), elencados cronologicamente, com comentários e várias notas.

    Sumner, G.V., The Orators in Cicero’s Brutus – Prosopography and Chronology, University of Toronto Press, 1973. Um cuidadoso e erudito estudo biográfico e prosopográfico de todos os oradores citados na obra “Brutus” de Cícero, dentre os quais inúmeros Lêntulos (da época republicana).

    Syme, Ronald, The Augustan Aristocracy, Clarendon Paperbacks, Oxford University Press, 1989. Uma coletânea de ensaios acerca da aristocracia senatorial romana na época de Augusto e dos Júlio-Cláudios, por um dos mais renomados historiadores clássicos da época atual. Um capítulo (págs. 244-254) trata dos “Últimos Cipiões” e de suas conexões com os Lêntulos; outro trata, especificamente, dos “Últimos Lêntulos” (págs. 284-299). Algumas de suas hipóteses foram apefeiçoadas por descobertas mais recentes, que constam integralmente no trabalho de Settipani, mas a leitura de Syme ainda é sumamente proveitosa, dado o seu meticuloso e cuidado detalhismo e a sua vasta erudição.

    Webster, The Roman Imperial Army of the First and Second Centuries AD, University of Oklahoma Press, Norman, 1998. Edição totalmente revista e atualizada desse clássico. Todo o livro é valioso, mas cita-se principalmente o capítulo III, “The Composition of the Army” (págs. 96-166), com destaque para a organização das legiões (págs. 102-118) e das unidades auxiliares (págs. 141-151).


    Isso, evidentemente, além de consultas às inscrições disponíveis, que tratassem dos Lêntulos (o sr. mesmo pode realizar as pesquisas que quiser, quanto a isso; dois dos bons portais para pesquisas epigráficas “on line” são:

    http://www.uni-heidelberg.de/institute/sonst/adw/edh/

    http://www.manfredclauss.de/

    Veja se encontra algum testemunho de algum Lêntulo que se encaixe no perfil DAQUELE Lêntulo…

    Assim, se o sr. considera minha base bibliográfica como insuficiente, então mostre quais fontes seriam, em sua opinião, suficientes. Se Settipani, ou Syme, ou Sumner, ou Broughton, ou os outros, não prestam, diga então quem presta, e em que bases históricas (afora as próprias historinhas de “Emanuel”) o sr. se baseia. Se o sr. não considera que pesquisei razoavelmente nas inscrições sobreviventes, mostre como deveria tê-lo feito. Enfim, se o sr. considera o trabalho pouco embasado, então resolva de uma vez a questão, fazendo o que qualquer espírita sério deveria ter feito desde o início (e que não fez): provando (racional e documentadamente) que Públio Lêntulo existiu, que era bisneto de Lêntulo Sura, que esteve em Esmirna, e numa missão na Palestina na época de Pilatos, e no conselho de guerra de Tito, etc; e mais, que a tal “entidade” Emanuel era, de fato, ESSE Lêntulo. Já que eu não possuo dados reais para o que afirmo (!!!), então mostre SEUS dados reais para acreditar em Emanuel-Lêntulo. Afinal, o sr. é uma pessoa racional, instruída, adepta não duma crendice qualquer, mas duma “fé raciocinada” – tem, claro, bases muito boas, e sólidas, para crer no que crê. Mostre-as, assim, sr. Scur, e evidencie a todos que sabe fazer as coisas melhor.

    JCFF.

  41. Gerald Diz:

    Scur:

    Quanto mais se mexe na titica mais cheira mal.
    .
    Deixe este anti-espírita e os demais acreditando nos seus coloridos balões de ar. Faz mal não. Cultura é coisa da Terra, qualquer um com um cadinho de cérebro pode acumular informações e despejá-las onde quiser, mas ser espírita e entender o âmago das mensagens espirituais – somente para quem abre a mente e o coração.
    .
    Eles falam dos matizes, os espíritas conhecem quem cria os matizes.
    .
    Ah, como sou feliz por entender e acreditar nas “historinhas” do Públio Lêntulo Emmanuel! Ah, como os espíritas têm motivos de infinitas alegrias por terem tido o Chico Xavier!
    .
    É só!

  42. Roberto Scur Diz:

    Gerald,

    Sim, é isto amigo. Enquanto o JCFF elenca todo o seu “eruditíssimo” compêndio de obras, mormente católicas apostólicas romanas, dentre outras ditas laicas, prossigamos na busca pela compreensão em verdade do Mestre Jesus aplicando-a em nossos passos diários.

    Certamente que o JCFF não poderá esperar que os espíritas desprezem o valor das horas nestas pesquisas inócuas pois, primeiramente, quem quer provar que ele não existiu não são os espíritas mas sim ele; que o faça com denodada dedicação, pois ainda não o conseguiu.

    Em segundo lugar e não menos importante, quem entendeu e por isso acreditou no valor inestimável da obra de Chico Xavier perceberá o compromisso que o saber abarca. Muito será cobrado de quem muito recebeu, não é Gerald, portanto, mãos à charrua no trabalho do bem e do amor ao próximo como o Cristo espera dos trabalhadores da última hora (quem me dera poder ser considerado um dos menos qualificados nesta empreitada, quem me dera!).

    Ao JCFF sucesso no lançamento do seu futuro livro histórico negador da existência de Públio/Emmanuel. No livro ele terá que não apenas citar títulos e autores jogando a responsabilidade para quem lê, mas reproduzir os textos para os leitores.

    Aguardemos serenos e confiantes.

    Muita paz à todos.

  43. Gilberto Diz:

    Gerald e Scur: A minha filhinha é bem feliz também por acreditar em Papai Noel. Mais feliz que eu nesse sentido, pois eu não apenas não acredito em Papai Noel, como tenho também que fraudar, pegando informações escamoteadas da minha filha pra saber o que ela quer. E ainda por cima tenho que “psicografar” o bom velhinho imitando sua assinatura no presente! Mas a felicidade dela vem em primeiro lugar. Os fins justificam os meios, não é mesmo, JCFF?

    Aguardemos serenos e confiantes pelo bom São Nicolau.

    Paz na terra aos homens de boa vontade.

  44. Vitor Diz:

    Perfeito, Gilberto. Seu post foi ótimo para mostrar a falácia do Gerald e do Scur.

  45. Gerald Diz:

    Gilberto:
    .
    Faz você muito mal em fraudar, o bom exemplo dever vir de cima. Que ela pensará de você quando descobrir que o pai era um fraudador?
    .
    Comigo, minha consciência de espírita é leve e isenta de fraudes, como bem ensinou o felicíssimo Públio-Emmanuel a maneira mais correta de agir em qualquer situação. E assim também fez FCX em toda a sua gloriosa vida de obras. Sacomé, ” a caravana segue, etc, etc…”
    .
    Mas quem é mesmo o JCFF? Com quem ele jogou, com quem chupou laranja no vestiário? Tá é mais pra papai noel mesmo, e se é padre ou joga no time, mostra muito bem os vícios inquisidores.
    .
    É só!

  46. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    “Quanto mais se mexe na titica, mais ela cheira mal”.

    Sem dúvida: quanto mais se tenta justificar a existência histórica (e real) de “Públio Lêntulo”, mais insustentável se revela a situação. Afora ataques gratuitos, nada de efetivo…

    JCFF.

  47. Vitor Diz:

    Apaguei o último comentário do Gerald por ser apenas mais um ataque gratuito.

  48. Roberto Scur Diz:

    JCFF,

    O que tu estás falando meu irmão?
    Ninguém aqui está tentando justificar a EXISTÊNCIA de Públio, mas tu e teus pares é que querem justificar a sua INEXISTÊNCIA.
    Você se meteu nesta tarefa por tua própria conta e risco. Nenhum espírita te pediu este favor.
    Você pariu, você que embale.

    Agora, por favor responda, qual é o ataque gratuito à que te referes?
    O ataque de achar teu trabalho e tua argumentação insuficiente, talvez? Não é um direito justo, ao teu ver?
    Tu te arrogou o dever de provar tuas alegações e não o contrário. Não repasse aos outros a missão que é tua por tua escolha.

    Os espíritas convivem agradecidos com o cabedal moral apresentado pela psicografia de Chico Xavier. Tu gastas tuas horas, tuas energias em destruir o que ele construiu sem analisar em NENHUM momento o valor moral da obra.
    A tua tentativa é simplória: monto um show em cima do valor de determinada informação, em meio a dezenas de milhares de outras informações presentes em mais de 417 livros, e à partir dela, que não pode ser nem negada nem confirmada, vou invalidar todo o conjunto da obra, e de lambuja foi desmoralizar o “maledeto” Chico Xavier que ousou ser cristão de verdade.

    Você, como católico devotado, como cristão acima de agremiação religiosa, deveria louvar os exemplos de cristandade deixados no mundo por missionários do Mestre, cumpridores de suas luminíferas tarefas, tal qual qualquer espírita faz em relação à qualquer religioso fiel aos princípios que esposa.

    Verás em qualquer reduto de estudiosos e praticantes do espiritismo cristão a admiração, o respeito e a gratidão pela vida e obra de católicos como Tereza de Calcutá, do próprio João Paulo II com sua tarefa pacificadora no seio de sua igreja, de Joana D’Arc que um dia fora incendiada pela ignorância da igreja que não aceitou sua mediunidade e que posteriormente a canonizou, do hindu Mohandas Karamchand Gandhi que foi referido por Emmanuel como o mais iluminado espírito reencarnado na Terra em sua época, de Siddharta Gautama, o Buda, do filósofo Sócrates precursor do espiritismo, do matemático e filósofo Pitágoras, do precursor da reforma protestante e primeiro tradutor da Bíblia para o inglês John Wycliffe com sua missão de libertar do jugo dominador da igreja católica vendedora de indulgências e promotora da ignorância pois não permitia a palavra de Jesus ser conhecida senão através de seus padres e rezava suas missas em latim incompreensível para as massas, do seu seguidor também queimado na fogueira da inquisição João Huss (o próprio Kardec em reencarnação predecessora como Hippolyte Léon Denizard Rivail), de Antônio de Pádua coevo de João Huss, de Zoroastro, de Moisés e dos profetas bíblicos, enfim, missionários de todas as religiões, cientistas de todos as áreas, de todo aquele abnegado que dedicou sua vida para o progresso da humanidade e quiçá fez o bem ao próximo.

    Não JCFF, você não irá encontrar espíritas tentando destruir outras religiões a não ser que seja um fanático, alguém que não compreendeu o conteúdo moral e filosófico da doutrina.

    Afinal de contas, para que serve todas estas obras, testemunhos, vidas, religiões? Para que tudo isto se não é para praticar o que tudo isto representa? Praticar a lei de Amor meu irmão. TODA A LEI E OS PROFETAS se resumem no mandamento maior DE AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E O PRÓXIMO COMO A SI MESMOS.

    Fora disto são os milenares e repetidos anseios mal disfarçados de DOMINAÇÃO, de subjugação das massas através da ignorância e do poder mundano exercido por homens pouco espiritualizados e muito ciosos de fama, poder, dinheiro, mando, vícios e paixões de toda ordem.

    Não JCFF, podes travestir teus arrazoados da pompa e circunstância que quiseres, pode alegar a erudição dos autores, o subido saber que tu pensas ter tu próprio quando desfaz dos teus irmão que não lêem em grego, em latim, em francês, em alemão ou inglês, podes arrebanhar alguns defensores mas saiba que da forma que estás te diminuindo será mais penosa o retorno ao caminho que Jesus apontou, está mais distante do CAMINHO, VERDADE e VIDA que ele deveria representar para ti como católico supostamente sincero.

    Avalia-se um homem por suas obras. Tu estás devendo ainda, literariamente falando, 0,002% do que Chico Xavier fez em vida, ou seja, deves um (1) único livro para vir à baila no mundo provando que Chico era fraudador, ou que Emmanuel não existiu, ou que, como tu defendeu ardorosamente, que o próprio nosso Mestre Jesus Cristo existiu historicamente, e não vai ser esta catadura de blog científico do Vitor Moura que vai te garantir esta façanha.

    Agora, concluindo, o quanto tu estás devendo em termos de caridade, de auxílio ao próximo necessitado, de exemplificação da tua fé cristã, em comparação à Chico Xavier, bem, aí somente tu pode te aventurar a responder pois eu, a meu turno, não me acho próximo da unha do seu pé e preciso urgentemente melhorar como homem, como cidadão, como cristão, como espírita.

    Boa Noite JCFF.

  49. Roberto Scur Diz:

    Gilberto,

    Prefiro outros métodos para despertar o lúdico em suas imaginações sem apelar para histórias de papai noel. Rompo com as tradições avoengas e espero trazer a mesma felicidade proporcionada pelos mitos e lendas de papai noel pois acredito que a verdade vêm antes da felicidade.

    Tenho 5 filhos, 14, 12, 10, 7 e 8 meses, e falo abertamente com eles não sobre papais noéis, mas sobre Jesus Cristo, o verdadeiro motivo da celebração natalina.

    Me esforço hebdomadariamente por apresentar-lhes Jesus Cristo no estudo do o Evangelho no Lar, prática que todo espírita, ou cristão mesmo, precisaria realizar para higienizar e proteger sua família.

    Vigio a mentira para abolí-la durante a formações de seus valores morais. Vigio-a em mim mesmo e isto me custa grande esforço pois falhos como somos estamos sempre à beira do erro.

  50. Emanuel Oliveira Diz:

    Papai Noel e Menino Jesus:
    (P.S. escrevi antes de ver o post do Roberto)
    Bom exemplo de Materialismo vs Humanismo
    Os Pais dão coisas às crianças porque não se dão
    Não estou a fazer juízos de valor sobre ninguém, não tenho esse direito
    Apenas aproveitei a deixa para reflectir sobre um facto q todos nós constatamos – não é preciso ser pedagogo, psicólogo ou psiquiatra – nem todos confessamos e q poucos se esforçam para erradicar
    Cada caso e família é um mundo, há q ter cuidado com as generalizações
    As crianças pedem mais coisas materiais porque os adultos as alimentam para compensar a falta de tempo q lhes dedicam
    – Vou ganhar + dinheiro pra dar + condições de vida à família!
    – A quem queremos enganar?
    Q modelo de educação é este, que exemplo estamos a dar aos mais novos?
    É facil culpabilizar os professores q apenas são responsáveis pela instrução. Se pelo seu bom senso tb educarem melhor, mas essa missão é responsabilidade dos Pais
    Q conceitos de felicidade incutimos às crianças?
    Corpo bonito, rica casa piscina, grande salário, barco, férias de luxo, etc…
    Tudo conceitos materiais. Os “adultos materialistas” são como crianças q preenchem os seus vazios com sucessivos brinquedos q têm um prazo de validade…
    Com os seus exemplos depois queixam-se dos jovens consumistas de todo o tipo de coisas, inclusivé tóxicos para iludir os vazios que foram estimulados pelos mais velhos
    O custo psicológico e material será muito maior
    Fala-se mto do Planeta q vamos deixar aos nossos filhos…
    E q filhos vamos deixar à Terra?
    “Pouco me importa quando morrer acaba tudo”
    “Estou a juntar pra deixar pra minha família”
    Tantas falácias, tanta gente iludida com o q nos espera
    Vivam na ilusão dos fenómenos, q só existem pelas consequências morais q lhes estão subjacentes
    Não podem proclamar desconhecimento
    Ignoraram de forma premeditada
    Mas ninguém se iluda. Cada um só pode aprender por si.
    Aprendamos duma vez por todas a respeitar os outros
    Podemos estar contra as ideias, nunca contra as pessoas.
    Se nós acreditamos em Deus ou na Natureza somos filhos do mesmo Pai e Mãe!
    Saibamos conviver com as diferenças q nos enriquecem
    Era um tédio sermos clones uns dos outros
    Reparem em gémeos homozigóticos – clones biológicos. Diferença fundamental?
    Almas bem diferentes!… só Meio ambiente? É uma visão passada.
    Podemos expor, nunca impor
    Não tenho autoridade moral nem intelectual sobre ninguém
    A crise mundial q atravessamos é a crise do Materialismo
    e a causa dela todos sabemos q é uma crise moral q pelo orgulho e egoísmo dos seres humanos em evolução acentuam as diferenças económicas e sociais naturalmente existentes
    A maioria das dores q todos temos, têm raizes nas causas referidas
    A Física Quântica Moderna provou de forma categórica q a matéria não existe.
    Bem sei q haverá leituras à letra de quem só ainda consegue ver a letra do espírito e não o espírito da letra
    O corpo material q vemos é apenas o reflexo da luz visível nesse corpo.
    Vêem alguma coisa no escuro total?
    Só existe o espectro da luz visível? Já viu alguma vez UV, IV, RX, etc…
    Os inevitáveis contraditórios dirão q é no mínimo uma visão simplista
    Então digam isso aos cientistas modernos em q tanto depositam confiança
    É assim q eles nos ensinam dada a complexidade do assunto
    Qualquer pessoa informada e intelectualmente honesta sabe q as investigações sérias
    estão a convergir na existência de um criador universal como única possibilidade q justifique as leis universais. Muitos deles, não lhe chamam Deus, precisamente por causa da rejeição q esta palavra lhe pode estar a provocar a si, companheiro leitor.
    A ciência materialista é constituída por homens brilhantes q estão a encontrar mais perguntas quando esperavam respostas definitivas. Está num beco sem saída.
    Inventa-se muito, sem nenhuma consistência lógica e racional. Esses grandes missionários é q estão a descobrir o Espírito como causa existencial. Surge um novo paradigma da Ciência a todos os níveis. Só q é gradual
    Paradoxal, não é? Quantas descobertas foram feitas tentando provar o contrário
    Só mentes desonestas é q partem para as suas pseudoinvestigações com os resultados já predefinidos, controlando as variáveis dependentes da sua subjectividade. Onde é q está aqui o método científico?
    O Projecto Genoma foi um fracasso no sentido de não resolver as doenças q pensavam q iam evitar. Porque 2 pessoas têm oncogenes e apenas 1 desenvolve cancro. Acaso?
    Tudo é o acaso? Explicação tão redutora para quem procura respostas convincentes. Compreendo q não acreditem em Deus. Eu tb não acredito no deus q vos foi imposto. Dadas as nossas limitações, tenta-se com comparações mas os anticorpos do presente e do passado inconsciente são mtos.
    “Achar que o mundo não tem um criador é o mesmo que afirmar que um dicionário é o resultado de uma explosão numa tipografia.”Benjamin Franklin
    Os materialistas acreditam em coisas q não vêm. Um ponto em comum com os espiritualistas. Mas são bem mais crédulos que os espíritas q tal como Kardec e Erasto nos ensinam, preferimos rejeitar 9 verdades a aceitar uma única mentira!
    A Ciência materialista está cheia de dogmas a q os seus fiéis dizem “amén!”
    No fundo, temos muito mais coisas a unir-nos do q a separar-nos
    Ninguém é preto, nem branco, temos várias tonalidades de cinzento
    Einstein há mto q nos avisou q o materialismo iria acabar por falta de matéria
    Se só acreditamos naquilo q vemos, bem tristes somos
    porque não acreditamos em quase nada
    Orgulho humano no ponto de vista do seu olho mto limitado
    Algum de vós já viu o átomo, a electricidade, a energia nuclear, etc, etc
    Acreditam nisso? Sempre os efeitos, nunca as causas..
    “O essencial é invisível aos olhos” diz St Exupery para quem puder ouvir
    Acreditam no amor q sentem pelos vossos entes queridos?
    Não gostavam de reencontrar aqueles por quem tanto choram após a separação?
    Tenham fé em vocês e neles q ela é apenas temporária
    Q necessidade temos em convencer-vos duma coisa q é consoladora tb para vós?
    Só o tempo pode responder-vos
    O nosso apego e orgulho vão continuar a resistir à mudança inexorável pela Lei de Progresso
    Nós Espíritas não precisamos provar nada a ninguém,
    O q temos a provar é a nós próprios
    A Lei de Deus está na nossa consciência e como disse
    Jesus (já bem crescido..): “A cada um segundo as suas obras.”
    Apesar desta fase de transição, de todo o pessimismo lançado e q nós atraímos pelos
    pensamentos q alimentamos, permitam-me partilhar um sonho bem real:
    Um dia, vamos ser uma Humanidade fraterna e vamos-nos rir das crianças espirituais q éramos no séc.XXI
    Cumprimentos cordiais a todos

  51. Vitor Diz:

    Roberto,
    comentando:

    01 – Ninguém aqui está tentando justificar a EXISTÊNCIA de Públio, mas tu e teus pares é que querem justificar a sua INEXISTÊNCIA. Você se meteu nesta tarefa por tua própria conta e risco. Nenhum espírita te pediu este favor. Você pariu, você que embale.

    Roberto, ele já justificou a inexistência há eras. Você FINGE que não vê. É triste. O pior cego é o que não quer ver…

    Provando a inexistência:

    A personagem em questão (se existente) estava (segundo seu próprio testemunho ao longo da psicografia “Há Dois Mil Anos”) no mais íntimo círculo do poder; que, em termos genealógicos, tinha uma história familiar bem pouco usual, sendo bisneto, por linha paterna, de Lêntulo Sura, o conhecidíssimo conspirador catilinário imortalizado por Cícero e por Salústio (duas fontes históricas importantes do final da República); que, posteriormente, havia estado entre os “patrícios” que urdiram a conspiração contra Nero; que havia servido na própria guerra judaica, ao lado de Tito, como “consultor” e como membro do conselho de guerra. Ora, trata-se duma carreira notável, e importante – muito acima da média. Após a deposição e o suicídio de Nero (68 dC), que pôs fim à dinastia Júlio-Cláudia, seguiu-se uma rápida mas sangrenta guerra civil (68-69 dC), quando quatro Imperadores sucessivamente disputaram o trono (Galba, Otão, Vitélio e Vespasiano). Com a vitória deste último, general competente, que inaugurou a nova dinastia dos Flávios (69-96 dC), todos os seus partidários (e “Lêntulo” foi, por força do que ele próprio narrou em “Há Dois Mil Anos”, um partidário dos vitoriosos Flávios – chegando a lutar ao lado do filho de Vespasiano, Tito, na campanha judaica, e com um cargo importante) foram regiamente recompensados. Há abundantes evidências, principalmente epigráficas, desse processo. “Lêntulo”, um dos “vitoriosos”, ou melhor, estando no “lado correto”, teria também de sê-lo; pela lógica da época, teria de ter obtido pelo menos um consulado sufeta; teria, assim, deixado algum rastro na História, e mais: forçosamente teria sido mencionado por Flávio José na sua “Guerra Judaica”.

    O historiador judeu, ex-guerrilheiro, agora protegido dos Flávios, fatalmente não se furtaria em escrever umas poucas linhas que fossem acerca dessa notável carreira, desse notável e leal servidor da nova dinastia – ainda mais com o seu peso familiar, dos Cornélios Lêntulos, uma das mais antigas e prestigiosas casas da aristocracia patrícia… E, no entanto, não apenas não cita, em nenhum lugar de suas obras, esse “Lêntulo”, como também se dá ao trabalho de mencionar a composição do “conselho de guerra” de Tito, antes do assalto final a Jerusalém – no qual não constava nenhum “Lêntulo”… Maldita história!…

    Pronto, Roberto. Viu agora as provas da inexistência? Hum?

    02 – Os espíritas convivem agradecidos com o cabedal moral apresentado pela psicografia de Chico Xavier. Tu gastas tuas horas, tuas energias em destruir o que ele construiu sem analisar em NENHUM momento o valor moral da obra.

    A obra joga a culpa da morte de Jesus nos judeus. Veja a análise de Julio Siqueira sobre esse ponto:

    a) Nos evangelhos a culpa da execução de Jesus recai sobre os judeus, e quase nenhuma culpa é atribuída aos romanos. Em “Há Dois Mil Anos”, tal situação é ainda muito mais exacerbada! Emmanuel chega a afirmar que Pilatos foi movido pelo “mais singular dos determinismos”, e quem quer que leia o livro ficará com uma impressão de culpabilidade dos judeus (e de inocência relativa dos romanos) muito maior do que se tivesse lido qualquer um dos evangelhos.

    b) Narrativa exacerbadamente tradicional quanto à chegada de Jesus a Jerusalém, com todo o povo judeu saudando-o no começo, e todo o povo judeu condenando-o depois, ao contrário do que alguns estudiosos de assuntos bíblicos julgam ser o que de fato teria ocorrido. Escrito às vésperas da segunda guerra mundial, e já sob as perseguições de Hitler aos Judeus na Alemanha. p-134/137/138/139/140/143/144/145.

    c) Emmanuel diz que várias pessoas buscaram Lentulus pedindo a ele para intervir a favor de Jesus (e Lentulus, fatalmente, teria repassado quaisquer pedidos nesse sentido para Pilatos); e depois, afirma que ninguém buscou junto a Pilatos uma intervenção a favor de Jesus, p- 136/145. Comentário: O problema é o espectro de culpa que é passado no livro diante desse “nenhuma pessoa pediu a Pilatos”. Claramente é passada a culpa dos judeus por isso, por esse “não procurar”.

    d) Lentulus diz que a lei romana não admite execuções do tipo que os judeus pediam com relação a Jesus: “…se a decisão dependesse tão somente de mim, fundamentá-la-ia em nossos códigos judiciários, cuja evolução não comporta mais uma condenação tão sumária como esta, e mandava dispersar a multidão inconsciente à pata de cavalo.” (respondendo a um pedido de um conselho de como deveria agir, feito por parte de Pôncio Pilatos). p-144. Comentário: Isso parece contrário à realidade da prática de Roma para com situações similares. Aumenta a inocência romana e a culpa judaica, contrariamente ao que os registros históricos parecem de fato indicar.

    http://www.criticandokardec.com.br/erros1.htm

    Mais comentários do Julio, (que não constam no site):

    Por mais que tenha havido culpa judaica, custa-me crer que o quadro pudesse ser ainda pior do que o retratado nos evangelhos, e é isso que “Emmanuel” nos leva a crer, ou seja, “Emmanuel” inocenta os romanos prá lá de completamente, e culpa os judeus pra lá de completamente. Nós todos imaginamos que “Emmanuel” é talvez um espírito superior. (…) Pô, o cara deve ter uma evolução enorme, e faz um relato desses às vésperas do holocausto?! Imagina se isso foi lido por um nazista que acreditasse em espíritos mas não acreditasse no kardecismo. E que pensasse assim: “Kaput! Esses judeus eram ainda piores do que eu pensava.”. Mesmo se o relato de “Emmanuel” for cem por cento verdadeiro em termos históricos, isso é algo que não se escreve às vésperas do holocausto.

    Seguindo a linha do tempo: Pilatos condena Jesus devido aos judeus (culpa de Pilatos mínima; culpa dos Judeus máxima). Pilatos dá entrevista a Lívia [p.153] onde afirma que fez o possível pra salvar Jesus (pior que é a pura verdade, conforme relatado por “Emmanuel”) e que não pode alterar o já decidido.

    Ou seja: culpa judia máxima; culpa romana mínima.

  52. Juliano Diz:

    Para o Roberto Scur e Emanuel

    O discurso de ambos nada mais prega que o medo. No discurso oficial o Jesus só tem azão de ser como salvador nosso. E é salvador dos, em tese, nossos pecados. Isso é difundir escancaradamente o medo! Isto é, e ainda foi por séculos uma forma de controle, de prisão psíquica (a pior de todas). E o ser humano só avançou um pouco quando o iluminismo ateu mandou Jesus e o seu significado plantar batatas!! Mandou uma banana bem grande pra Jesus!
    Aí vocês vão dizer, naaao, mas no espiritismo o lema é amar os outros como a nós mesmos. Um lema fajuto que as igrejas usaram a muito tempo pra se venderem como ovelhas, quando sempre foram lobos. E este lema fajuto é de quem? Jesus. E quantos já morreram e sofreram e sofrem o medo psíquico de um inferno eterno graças a ele e a estrutura que ele representa? Que líder é este? Que líder é este que vê milhões de pessoas no mais puro fanatismo em seu nome e não vem, como espírito chefão e superior, segundo vocês, intervir e parar de que usem o seu nome para o atraso, para o medo? Para o preconceito?
    Estes tempos eu fui nun Centro Espírita. E sabe o que eu notei? A preocupação dos espíritas é que eles não podem na sua teoria punir. Dizer olha, se não rezar na cartilha é o inferno! Então criam teses para, no escamoteio da conversa mole, punir de alguma forma os rebeldes. Coisa como: – Olha, se você não ter “amor” no coração e “amar” o outro como a ti mesmo, provavelmente na transmigração das almas você irá para um lugar menos evoluído, já que a terra passa por um processo de evolução, e (…).” Vocês só sabem incutir medo! Por quê? Por que vocês tem medo! É ele que os move! O discurso do amar amar amar e amar nada mais é que conversa mole. Cutuca num debate o amar amar amar de vocês pra ver se uma hora o ser humano real dentro de cada um de vocês não aparece raivoso e o amor vai pro espaço!!
    Querem crer, já dissemos aqui mais de uma vez. Creiam. E digo mais, querem acreditar em mentiras. Acreditem.
    O José Carlos já mostrou com farto material histórico que a conversa mole do Emmanuel foi um delírio do inconsciente do Chico Xavier. Um delírio interessante pra ele. Agora eu vou ter que dizer: – Um homem loiro, 1,90m, charmoso, um legionário bonito, másculo. – É pra rir que não vêem o significado da coisa toda. O próprio Waldo, nesta vida, seu filho em tese na outra. Quem era? Um cara boa pinta, alto, médico, o Waldo mesmo sempre diz que era um galã. Por que será da ligação? Voltando ao Emmanuel, um personagem histórico numa época onde loiros de 1,90m eram pouco prováveis em Roma. Entenda quem quiser. Eu não tenho absolutamente nada contra homossexuais, pelo contrário, ficaria feliz se um dia for pai de um filho gay, e lagartixa ainda por cima rsrsrs. Agora vamos parar de hipocrisia e ver as coisas como elas de fato são. E vocês que se virem com o medo de vocês.

  53. Gerald Diz:

    Você é muito pequeno, senhor Vitor.
    .
    Sua mente é tão perversa e você não percebe isso. Somente posso mesmo dizer-lhe que nada se constrói destruindo. Em você somente vejo mentira, dissimulação, cegueira e maldade pura.
    .
    Não vou lhe desejar paz, nem outras coisas boas que seriam meras palavras. Porque meus desejos nada são diante da realidade que lhe espera. Mas vou lhe desejar que acorde e você mesmo busque sua paz, porque sua mente está perturbada e dominada. E quem somos nós senão senhores ou escravos de nossas obras? Mas em você somente vejo escravidão.
    .
    É só!

  54. Gilberto Diz:

    Caramba. Aprendi a lição. Não vou mais dar presentes de Papai Noel à minha filha de 4 anos! Se o Scur passa horas falando pro seu filho de 8 meses sobre a verdade natalina e dando-lhe uma linda lição de cristianismo, eu me sinto um NADA. E a sua resposta: “gugu-dadá” é muito eloquente! Que deprimente pra mim. O Juliano mandou Jesus plantar batatas. E me deixou com medo de morrer pela primeira vez desde o furúnculo que tive na região glútea em 2001. E ele também deve ser um ser evoluído e educado. O JCFF passou as últimas 955 semanas e meia de amor aos livros, enciclopédias e almanaque Biotônico Fontoura lendo até bula (papal) de remédio. E ele também deve ser um ser evoluído, além de sofrer por ter que prender muito a urina pra não perder o fio da meada de sua leitura. O Vítor por sua vez é um ser pequeno (tem 1 metro e sessenta de altura, deitado). Evoluído até demais, diz sua namorada. Vou dormir triste, sabendo que pessoas tão evoluídas estão soltas por aí a essa hora da noite, enquanto eu apenas me esforço hebdomadariamente pra evoluir só um pouquinho e conseguir pagar a sexta parcela da bicicleta que comprei pra minha filha no Natal, não sabendo eu que estava colocando seu futuro moral e espiritual em risco, e criando uma anti-semita cujo grande sonho é ser mosqueteira, como a Barbie (mas esse já é um outro grande pecado meu, que fica pra depois…).

  55. Emanuel Oliveira Diz:

    Q tristeza sinto nos vossos testemunhos
    Não conseguem estar 2 posts sem se degladiarem, o ódio e a guerra, o sangue vendem mais, né?
    É-me completamente indiferente aquilo em q as pessoas acreditam. Será q acreditam em valores etico-morais?
    Podem avaliar como quiserem a obra do Chico.Agora uma coisa bem diferente é as calúnias vergonhosas q todo o homem de bem está sujeito mas q os seus amigos têm direito de defendê-lo mesmo q ele não necessite
    A escolha do alvo Chico é atingir o Espiritismo, assim como se diz mal de Jesus e de Deus para atingir religiões q não gostam. Também aí o problema é de quem acusa para num ilusório tribunal de acusação estes advogados do diabo condenarem-no ao inferno eterno q propagam
    Mesmo na frágil justiça humana é preferível inocentar um criminoso do q condenar um inocente. Mas pedir noções de justiça e bom senso…
    Reafirmo q respeito e não me preocupam nada as convicções dos não espíritas. Neste post dirigo-me aos espíritas, portanto imunizem-se contra melindres pq só nos dirigimos a eles. Sobretudo os inconscientes q tb os há q se dizem dirigentes e q a ser verdade o q dizem aqui prestam péssimo serviço a si, à casa e sobretudo à casa. Espíritas q demonstram q não estudam Kardec nem Chico nunca deviam ser dirigentes de casa. São cegos a conduzir cegos. Estão no vosso direito, mas congratular-se com quem faz das calúnias e falácias o seu modus vivendi neste habitat. Ninguém vos obriga a aceitar os factos da vida exemplar de Chico e ninguém vos obriga a ser espíritas, mto menos dirigentes. Estão à experiência na direcção? Chega de experiências, as almas humanas q esperam consolo e orientação na casa espírita não são cobaias humanas! Se estão titubiantes, façam uma pausa nas vossas actividades directivas, no mínimo. Não basta ter boa vontade, é preciso ter conhecimento do q se está a fazer. A obsessão por fazer prosélitos não é da Doutrina Espírita, mas sim quem tem desejo de posse e poder de um rebanho de fanáticos científicos e fundamentalistas religiosos. A técnica hipnótica e de lavagem cerebral é bem conhecida e reconhecidamente feita em exemplos mto infantis mas se desmascaram. saber por onde poder-se infiltrar, estimular as dúvidas, a confusão. Incentivar quem provoca divisões, sempre à procura de polémicas esteréis? Quem censura comentários de uma forma parcial, demonstrando critério desigual para quem pensa como ele mas agride de forma tb gratuita. O Roberto Scur tem mta paciência e já fez apelos as nossas ausências pq qdo os espíritas a quem eles excomungam vão embora, isto morre, fica na paz podre de quem fala sozinho e não rende Ai surgem novas investidas para q respondamos às provocações. Espíritas: permitam-me uma sugestão- se quisermos intervir pq mesmo o silêncio é mal interpretado por quem está de má fé, façamo-lo qdo possível entre nós. Como não somos uma sociedade secreta e não nos escondemos em máscaras – já Dei pra esse peditório Ahpois Dei!- falaremos entre nós possibilitando q quem estiver receptivo e com boa vontade participem da forma q quiserem.
    Vitor Moura: desculpe este desabafo para os espíritas, expressei alguns comentários contra posições suas q discordo mas não estou contra si Tenho q aceitar o q expressa. Se às vezes tem reacções em q não me revejo, mtas vezes admiro a sua postura pq revela nesses momentos moderação, silêncio pacificador. Todos nós temos provas na nossa vida q qdo pedimos desculpa, reconhecemos um erro, fazemos cedências a outra parte se é minimamente bem formada acolhe essa reacção de forma humilde e não orgulhosa. Sinceramnte, o q entristece é o conteúdo persecutório a Chico, só pretendendo ver o mal. Quem aponta o dedo ao outro, dirige 2 a si. O dedo q fica pra cima? Deus é q decide!
    Perdoe-me dizer-lhe isto, mas há colaboradores seus q em vez de o ajudarem só prejudicam. Uma investigação unidireccional não se credibiliza de forma nenhuma. Como sublinha e bem o Roberto, em milhares de frases nem uma referência ao humanismo do Chico e ao conteúdo cristão da sua obra, mesmo q não se concorde com alguns conteúdos. Qualquer ateu bem formado, admira-se com a intolerância religiosas demonstrada entre cristãos ou espiritualistas. Quase q reforçam o ateísmo. Q interesses há em criticar personalidades das outras religiões? Obvio, não é. Espíritas: Todas as pessoas de qq convicção analisam q há uma onda do Chico Xavier no Brasil, em Portugal, em Espanha, entre outros, o q atemoriza mentes fechadas Entre dezenas de revistas, radios e tv generalistas q elogiam o Chico não seria natural neste tipo de mundo q saíssem coisas dos derradeiros estrebuchares. Faz parte, tenhamos paciência. Agradeçamos aos q nos consideram inimigos porem-nos à prova. Nós não devemos ser inimigos de ninguém.
    Bons trabalhos com Jesus, Kardec e Chico
    Cumprimentos dos céticos Marcel Souto Maior e Daniel Filho (encenação, né?…) abçs
    http://www.youtube.com/user/acasadocaminho#p/u/5/KtZHAnoTDbo

  56. Dárcio Diz:

    Por isso que eu penso (e já disse aqui), que todos os artigos deste blog deveriam ser publicados em livro, para que os espíritas sérios e historiadores (requisitados pelo Sr. José, cujo o trabalho é muito minucioso, não resta dúvida) possam analisar a sua pesquisa. Não só as dele, mas as dos demais autores dos diversos artigos também. Embora eu seja um espírita que me julgue sério, não tenho condições de aferir estas fontes, tão pouco de elencar outras que possam contrariá-las. Assim, calo-me por enquanto, diante destas pesquisas, até prova em contrário. Nem as aceito de todo, muito menos as descarto simplesmente. Não adiantaria nada partir para ofensas pessoais. Eu, particularmente, não tenho como aferir nenhuma destas fontes, não sou historiador e, infelizmente, tenho pouco tempo. Minha dificuldade, neste sentido, em pleno século 21, com todos os recursos que temos à nossa disposição, não seria menor que a de Chico Xavier na década de 30 do século passado, quando se supõe que ele leu livros que dificilmente teriam passado por suas mãos (a questão chave é esta, provar que ele teve estes livros em sua biblioteca, como a Vida de Jesus, por exemplo – aí a grande dificuldade da questão). Resumindo, entendo que qualquer outra discussão não seja relevante, enquanto não vier um livro a público sobre tudo isto. Daremos ensejo a pesquisadores como Severino Celestino, entre outros, a darem sua opinião também. O trabalho de Severino, no livro “Analisando as Traduções Bíblicas” dá bem a dimensão do que espíritas com maior bagagem e tempo de estudo podem produzir. Acho, para finalizar, um péssimo exemplo de nós, que nos dizemos espíritas, não dialogar com a tranquilidade necessária, sem apelar para expressões chulas e palavrões. Deveríamos aprender com Kardec a dialogar em alto nível. Faço minhas, as palavras de Kardec, abaixo:

  57. Dárcio Diz:

    “O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como um direito natural: reclama-a para os seus, como para todo o mundo. Respeita todas as convicções sinceras, e pede para si a reciprocidade. Da liberdade de consciência decorre o direito de livre exame em matéria de fé. O Espiritismo combate o princípio da fé
    cega, como impondo ao homem a abdicação de seu próprio julgamento; diz que toda fé imposta é sem fundamento. Por isso inscreveu, entre as suas máximas: “Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade.” Conseqüente com os seus princípios, o Espiritismo não se impõe a ninguém; quer ser aceito livremente e por convicção. Expõe suas doutrinas e recebe aqueles que vêm a ele voluntariamente. Não procura desviar ninguém de suas convicções religiosas;
    não se dirige àqueles que têm uma fé, e a quem essa fé basta, mas àqueles que, não estando satisfeitos com aquilo que se lhe deu, procuram alguma coisa melhor”.

  58. Dárcio Diz:

    Kardec ainda diz mais: “Querendo ser aceita livremente, por convicção e não por constrangimento, proclamando a liberdade de consciência como um direito natural imprescritível, diz: Se tenho razão, os outros acabarão por pensar como eu; se estou errado, acabarei por pensar como os outros. Em virtude desses princípios, não lançando a pedra em ninguém, não dará nenhum pretexto para represálias, e deixará aos dissidentes toda a responsabilidade de suas palavras e de seus atos. O programa da Doutrina não será, pois, invariável senão sobre os princípios passados ao estado de verdades constatadas; para os outros, não os admitirá, como sempre fez, senão a título de hipóteses, até a sua confirmação. Se lhe for demonstrado que está em erro sobre um ponto, modificar-se-á nesse ponto. A verdade absoluta é eterna, e, por isso mesmo, invariável; mas quem pode se gabar de possuí-la inteiramente? No estado de imperfeição de nossos conhecimentos, o que nos parece falso hoje, pode ser reconhecido verdadeiro amanhã, em conseqüência da descoberta de novas leis; assim o é na ordem moral como na ordem física. É contra essa
    eventualidade que a Doutrina não deve jamais se encontrar desguarnecida. O princípio progressivo, que ela inscreveu em seu código, será a salvaguarda de sua perpetuidade, e sua unidade será mantida precisamente porque ela não repousa sobre o princípio da imobilidade.
    A imobilidade, em lugar de ser uma força, se torna uma causa de fraqueza e de ruína, para quem não segue o movimento geral; rompe a unidade porque aqueles que querem ir adiante se separam daqueles que se obstinam em permanecer atrasados”.

  59. Roberto Scur Diz:

    Caro Dárcio,

    Excelente iniciativa de reproduzir os textos de Kardec sobre a liberdade de crença. Relembrá-los nos ensina sempre.

  60. Gerald Diz:

    Vejo aqui alguns espíritas com discursos meia-bomba, em cima do muro, querendo se mostrar bonzinhos, enquanto três ou quatro blogueiros bem coordenados no meio de campo descem a lenha sem a menor piedade no espiritismo e nos espiritas. Chegam a ser pornográficos nessa massificação.
    .
    E os bonzinhos vêm aqui filosofar, escrever bonitinho, com delicada simpatia, a querer doutrinar feito espírito desencarnado, e ainda dão razão a trabalhos céticos de um tal sei lá quem é, cuja intenção claríssima é mandar todo o espiritismo pra pqp!
    .
    Se manca gente, parem de se dobrar! Tenham personalidade e sangue nas veias! Quem muito se abaixa a bunda aparece! Se é para ser espírita que fica alisando o ego cético de quem escreve bem, então pule logo a linha e fique do lado de lá, pô!
    .
    E esse Gilberto deve se achar muito engraçado, muito original, muito conhecedor. Tristeza medíocre. Já vi irônicos legítimos muitissimo melhores. Se aposenta cara, faça essa caridade pra nós!

  61. Roberto Scur Diz:

    Vitor comentando:

    “Pronto, Roberto. Viu agora as provas da inexistência? Hum?”

    Eu respondo dizendo que não vi e entendo que para ti estes parágrafos do ítem (01) te bastem, mas para mim não comprovam o que para ti comprovam.
    Só que Vitor, para não dizer apenas que não comprovam eu vou fazer o que fiz quando me deparei com assuntos semelhantes postados aqui, ou seja, vou consultar o livro Há Dois Mil Anos nos capítulos que tratam da participação de Públio no movimento contra Nero.

    Vou analisar novamente todas as referências e todo o contexto em que se deram para depois, ao invés de tirar minhas conclusões e não transcrevê-las como fiz antes, desta vez irei postar aqui as minhas impressões.

    Te adianto que elas vão se deter única e exclusivamente nos fatos que você alegou neste tópico pois não disponho deste tempo, ou não deveria dispor em face às minhas obrigações profissionais e familiares.

    Não demorará muito mas não será imediato também.

    Depois disto não espero te convencer dos meus argumentos, ou do meu entendimento, espero apenas mostrar-te que não tomo afirmações de quem quer que seja sem passá-las pelo crivo da razão. Quando os argumentos não me convencem nada muda, e nem deveria, mas quando fossem consistentes me curvaria diante de sua realidade sem temor, sem melindres.

    Para mim o que importa é a verdade e a prática do bem resultante do conhecimento da verdade, quando se têm juízo, é claro.

    Se você acha que eu ter minhas posições e as mesmas não terem se abalado por conta das tuas um motivo de tristeza ou de cegueira de minha parte eu devo apenas compreender-te sem dificuldades maiores.

    Agora Vitor, se você vai depois disto acrescentar mais um catatau de novos parágrafos, novos títulos de livros, novos autores, novos argumentos, eu haverei de declinar de prosseguir me posicionando através de textos detalhados porque definitivamente não disponho de tempo para tanto, e o contraponto destes parágrafos acima serviriam de exemplo do que penso quanto ao restante, a não ser que viesse uma informação realmente relevante para mudar o curso das minhas idéias, o que já adianto, não vieram pois todos os artigos postados aqui sobre este assunto foram lidos por mim letra à letra, ainda que sendo cansativos uns, não foram desprezados.

    Afinal, penso eu, porque alguém se lançaria nesta empreitada com tanta dedicação se não é para revelar algo importante? O assunto me interessa e me desvesti de preconceitos ao começar à estudá-los, porém, repito, não me causaram a impressão que causam para ti, me desculpe portanto.

    Mais adiante copio e colo teu textos com as minhas opiniões em complemento.

    Até mais.

  62. Roberto Scur Diz:

    Gerald,

    É que eles não entendem o ponto de vista dos espíritas, de Kardec, de Chico, muito menos os nossos, pouco qualificados para serem suficientemente claros.

    Sei que existem alegações provocativas, muitas sem nexo para nós, mas para eles deve haver todo um sentido, toda uma lógica.

    Se caímos em armadilhas trocando insultos não estamos sendo diferentes em nada. Penso que é um excelente exercício para nossa paciência, nossa capacidade de argumentar sem ferir, enfim, algo dificílimo é bem verdade, mas que é o que vemos em toda a literatura espírita.

    Você bem lembrou o caso dos espíritos obsessores e como devem ser tratados. Nunca vi palavras duras, guerreiras, esclarecerem ninguém. Somente o oposto têm resultado.

    Sabe que algumas vezes li algumas passagens justamente de Emmanuel por Chico onde é recomendado esta aceitação, esta compreensão, e nunca é recomendado esquentar o sangue ou coisas do gênero. Quando li fiquei envergonhado de qualquer palavra mais crua que tivesse dito, mas é assim, vamos aprendendo com erros e acertos.

    No fundo Gerald, acho que o trabalho cético, que não é totalmente cético porque o mentor de todo ele é um católico e o Vitor apenas repassa o conteúdo aqui e se diz ateu, formando uma dupla um tanto inusitada mas como você disse, bem coordenada, demonstra uma necessidade intrínsica de confrontar idéias para consolidar as suas próprias, mas se este trabalho for sério e honesto haverá de alcançar resultados ópimos.

  63. Dárcio Diz:

    Caro Gerard, respeito tua posição, mas não posso concordar com ela. Observe que transcrevi, nada mais, nada menos, que as palavras do próprio Kardec, para que elas possam nortear nossa postura em diálogos como este. Todavia, apesar de ser polido em meus comentários e, até reconhecer que eventualmente exagero, pedindo desculpas quando é o caso, afinal, Vitor, Gilberto, José, não são meus inimigos, nem adversários, são seres humanos como eu, que pensam diferentemente de mim e que, apesar disso, merecem respeito, na medida em que se dirigirem com respeito. Se faltarem com o respeito, serei o primeiro a cobrar isto deles. Isto, porém, não quer dizer que estou fugindo da discussão. Tanto é que, muito embora concorde que os artigos contra Chico e Kardec sejam bem elaborados e consubstanciados, isto não quer dizer que eu os aceite, nem que sejam verdadeiros. Por possuirem consistência, merecem ser analisados. Tanto é também que acho que o Vitor e demais “compadres” devem publicar o material, dando a cara a bater, não ficando na obscuridade deste blog (entre outros da internet), mas apresentarem suas idéias na mídia impressa, para que todos possam analisá-las. Não podemos ter medo disso, temos de encarar de frente. E, se observar em meio às minhas palavras polidas, verá que tenho uma postura muito firme: continuo acreditando em Kardec, em Chico e Emmanuel, tanto é que solicito provas cabais de que Chico Xavier leu a Vida de Jesus, por exemplo, ou que teve acesso à carta de Publius (única fonte na história, segundo o José, na qual ele poderia ter copiado o nome, não só o nome, mas a carta também, pois a descrição do livro, se não me falhe a memória agora, é muito semelhante à da carta). Em não havendo estas provas, e, em sabendo ser quase impossível Chico ter tido acesso a este tipo de material, julgo seu trabalho verdadeiro, pois não tenho dúvidas de sua idoneidade. Entendo que o caderno não signifique muita coisa, é apenas um caderno de recortes (se houver lá a tal carta, posso até mudar de opinião). Entendo também que aquelas cartas que Chico teria escrito, falando de livros que leu, a um amigo, são muito suspeitas. Como vê, não estou em cima do muro. Posiciono-me e cobro posicionamentos, porém, acredito que não é com ofensas pessoais que iremos chegar a algum lugar. E, não estou dizendo que você me ofendeu, refiro-me às farpas que eventualmente são trocadas, não acho que caibam, nem acho que acrescentem alguma coisa.

  64. Gerald Diz:

    Scur:
    .
    Suas defesas e argumentos são fortes e incisivos. Gosto deles. E logicamente não me referi a você. Não estou incitando ao desacato, mas a uma reação mais dura, mais enérgica, mais ativa de todos, porque noto que eles nem um pouco se importam com a educação, a cultura, o conhecimento, muito menos com a fé. Debocham muito, ironizam, procuram nos desmoralizar afirmando que os espíritas acreditam em tudo, enquanto eles podem dizer o diabo porque conhecem o fundo do poço.
    .
    Irmão, pergunto-lhe após ler alguns blogs atrás: alguém aqui do Vitor e Cia, já mudou de opinião e maneira de tratar a doutrina, Emmanuel, o Chico e os espíritas? Muito pelo contrário, estão cada vez mais possuidos do ideal do desmascaramento, trazendo novas fraudes fabricadas por mercenários, e com arrogância cada vez mais implementada, característica do céticos duros de coração, se acham os donos da verdade.
    .
    O Emmanuel tem razão? Tem, claro. Mas penso que nem tudo é para todos, e ficar alisando o ego deles como outros espíritas por aqui estão fazendo é inverter o ônus, enchendo-os de forças e moral para cada vez mais bater e bater como gostam.
    .
    Ceticismo é bom quando é honesto, e ai concordo com você. Mas isso aqui é ceticismo?
    .
    Mas fique certo de que respeito suas opiniões e visão íntima Scur.
    Abraço.

  65. Roberto Scur Diz:

    Gerald,

    Vou ser muito franco contigo e consequentemente com qualquer pessoa que venha a ler o que digo aqui enquanto este blog permanecer ativo.

    Desde que um dia caí aqui por acaso passei por um processo de aprendizado e amadurecimento. Algum espírita mais dedicado ao estudo, mais aberto à leitura de várias obras, com senso crítico de si próprio em primeiro lugar, ao se deparar com o que aqui se diz obriga-se a reagir, à algo dizer para aplacar a sanha dos detratores do espiritismo. Nunca escrevi tanto sobre espiritismo em minha vida, e graças à este blog venho aprendendo a me portar diante do contraditório, da intolerância, dos ataques que eu considero desleais mas que para quem os desfere devem ser muito justos, talvez.

    Agora, porque eu digo “detratores”? Contestar teses alheias, pô-las em discussão, duvidar delas são atitudes sempre válidas, consideráveis, tudo de acordo com o que cada um busca. Acontece que não podemos nos manifestar sem algum discernimento sobre o que está sendo apresentado e na primeira leitura que fiz quedei-me a estudar a argumentação, à consultar obras referidas, a buscar o móvel íntimo das pessoas que se arvoraram a autores destes artigos. O choque que se me aplicou foi o da dúvida em primeiro lugar, ou seja, concedo o benefício da dúvida para qualquer alegação. A duração desta dúvida pode ser de instantes, horas, semanas, dependendo do meu interesse em investigar para formar a minha própria opinião. O caso em questão foi que bastou estudar algumas horas para ter uma impressão clara do que se passava, e confesso que não foi sem um certo alívio que verifiquei minhas conclusões.

    Digo alívio porque tendo admiração e porque não dizer, verdadeira gratidão por pessoas como Chico Xavier e seu mentor espiritual, por Divaldo Franco, André Luiz Ruiz, Raul Teixeira, Ivone A Pereira, Bezerra de Menezes, o que não dizer de Kardec, Leon Denis, Camille Flamarion, Vitor Hugo, Joana D’Arc, por Deus, nem Paulo de Tarso, nem Estevão, nem Pedro, Tiago, João, nem Maria meu Senhor eu conhecia além das passagens picotadas apresentadas nos bancos de catecismo e crisma, nas missas dominicais, nas aulas de religião, todas pessoas de quem eu pouco ou nada sabia antes de ter contato com o espiritismo aos 26 anos, e que ao descobri-los em plenitude de suas obras vi-me enlevado e emocionado perguntando vez e outra: porque não nos apresentaram estas pessoas tal e qual foram desde tenra infância? porque nos deixaram na ignorância de suas vidas? porque nos esconderam tanta beleza, tanta riqueza de exemplos e valores moralizantes e cristão? Porque nos deixaram entregues à cerimônias frias e ritualísticas, às pinturas da morte, de infernos, das punições para os pecadores, dos temores e subserviências num beija mão infindável e no constrangimento de um dever confessional incompreensível? Enfim, diante do assombro que a suspeição lançada sobre seus carateres, foi com tristeza que identifiquei atitude tão agressiva e injuriosa à eles.

    Bem, mas então o alívio veio porque não era o que os títulos chamativos e bombásticos convidavam a crer. Gastei algum tempo, é verdade, mas para mim valeu à pena. Ocorre Gerald que ao consolidar a compreensão dos propósitos, senão malsãos no mínimo ignorantes, num primeiro momento busquei desmascará-los, e é bem real o que dissestes antes, eles não haverão de ceder um byte, um bit sequer nos inúmeros ataques que desferiram aos médiuns espíritas, ao espiritismo em geral, à Kardec, aos espíritas.

    São intocáveis estes representantes do cristianismo redivivo? É claro que não posto que são humanos como nós, mas possuem inegável vanguarda espiritual sobre a imensa maioria dos viventes, e tais acusações tão rasteiras realmente intrigam, chocam, e para os menos esclarecidos, convencem não porque sejam verdadeiras em si, e sim porque como asseverou Jesus somente lobos caem em armadilhas de lobos.

    Concluindo te digo que me acalmei plenamente e dou-lhes a liberdade de dizerem o que sentirem vontade, e volta e meia me manifesto pois aqui reside a minha franqueza maior Gerald, que é a constatação de que é muito agradável falar ou escrever em favor do espiritismo e de suas ilustres personalidades que ergueram bem ao alto à bandeira da paz, da fraternidade, da caridade, do trabalho honesto e do progresso com o Cristo. Poderia dizer que quanto mais ataques viessem contra os aprendizes de cristãos, como eu, mais honroso seria poder estar posicionando em defesa da seara do Mestre. Quem decerto precisa mudar não são os soldados céticos ou católicos que aqui postam, mas somos nós, eu, você, o Emanuel Oliveira, o Dário, e tantos outros espíritas que precisamos aprender a sermos verdadeiros espíritas cristãos prontos à auxiliar, à consolar e a esclarecer.

    Hoje não queimam-se hereges nas fogueiras, não lançam-se fiéis em calabouços para apodrecerem, não entrega-se cristãos indefesos para as feras devorarem em espetáculos de horror, não se pede mais este tipo de sacrifício para a consolidação da mensagem de Jesus entre os homens, mas sim, pede-se o silício dos nossos orgulhos e o testemunho de nossa fé de forma pacífica, respeitosa e amorável. Tudo o mais passará Gerald, passará e haveremos de nos encontrar todos no plano espiritual, em algum momento além, com a graça de Deus, para conversarmos sobre nossas experiências na Terra enquanto espíritas. Fomos fiéis a Jesus? Tomara que nossas respostas nos tragam júbilos e alegrias inefáveis.

    Obrigado por me chamar de irmão Gerald. Muita paz.

  66. Gerald Diz:

    Darcio:
    .
    Isto aqui é um saco sem fundo, não vai acabar nunca. É a Terra do Nunca Jamais. É um jogo de interesses pessoais, promocionais e comerciais de quem descobriu que desrespeitando a fé, a inteligência espírita e o arcabouço da religião, dá pra ganhar alguma coisa. Dá pra ser polido com pessoas assim?

    .
    Você acha que alguém que tem tempo pra escrever laudas e mais laudas todos os dias contra o espiritismo e seus principais adeptos, trabalha em quê? Pense direitinho.
    .
    Eu tô saindo, porque o Vitor apagou meu comentário, ato de pirataria. Como se ele não praticasse ad hominem toda hora contra o Chico. Mas quem é espírita e vem aqui comentar que faça direito e defenda a comunidade com segurança e energia. Só categoria não ganha jogo. Ficar tecendo elogios é jogar contra o patrimônio. Não concordo absolutamente. Dar bola pra esses caras daqui, elogiar seus trabalhos de execração pública aos espíritas porque pesquisaram, citaram livros espíritas, Kardec, fizeram textos bonitos, etc., é dar asas às serpentes, é não ter a malicia que sobra neles, é franquear ao inimigo. Não se iluda.
    .
    Sinto muito Dárcio, isso não faz meu gênero e tô indo pra não me aborrecer mais com o dono do blog e meus confrades.
    .
    Abs.

  67. Gerald Diz:

    Scur:
    .
    Texto bonito e sincero. Vou guardar nos meus arquivos.
    Até um dia!
    .
    Gerald

  68. Dárcio Diz:

    Gerald, não nego a possbilidade do que você sugeriu em sua última mensagem. Bem plausível.
    .
    Por outro lado, se lhe dei a impressão que estou iludido com os céticos, experimentadores e católicos que aqui se manifestam, pode ter certeza que não é bem assim, tenho em mente o aviso de Jesus neste sentido, quando diz: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. Mas também, ele diz: “sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas”. Então, estou atento, mas procuro manter uma postura serena.
    .
    Quando você diz: “Mas quem é espírita e vem aqui comentar que faça direito e defenda a comunidade com segurança e energia”, creio ser o meu caso, pois tenho feito exatamente isto, basta ler tudo o que já escrevi. Tenho defendido Chico e, principalmente, Kardec. A postura firme não dispensa, necessariamente, a mansuetude. Mesmo assim, eu tenho defendido o Espiritismo com segurança, pelo menos do meu ponto de vista, sim.
    .
    Eu sei, claro, que por trás de muitas colocações “polidas” e “bem escritas”, estão interesses escusos, embora eu não possa afirmar quem realmente tenha estes interesses, mesmo que suspeite. Eu, porém, quando ajo polidamente, o faço de forma sincera, assim como você também é sincero nas tuas colocações, mesmo que mais enérgicas que as minhas.
    .
    Outra coisa, eu não tenho nem como saber se há alguém aqui que se faz passar pelos dois lados… Este anônimo do outro dia, por exemplo, até que ponto não é uma farsa plantada? Como podemos ter certeza que determinado cético que se manifesta, não assuma outra identidade num dado instante, dizendo-se o contrário do que é, apenas para jogar lenha na fogueira? Por isso mesmo, só a publicação em livro destes artigos tirará os seus autores desta obscuridade. Esta coragem eu tenho cobrado deles, isso você não pode negar.
    .
    A minha defesa do Espiritismo aqui tem sido totalmente fundamentada, embora sem deixar de analisar qualquer hipótese contrária, a pedido do próprio Kardec. E, se estamos aqui hoje, é porque Kardec foi um homem corajoso, que empreendeu um trabalho em terreno árduo e espinhento, mas que sempre ouviu e respondeu conscientemente a tudo e a todos.
    .
    E, lembremo-nos, Kardec teve apenas 15 anos para isso. Se tivesse investido estes 15 anos apenas em experimentos, testes, confirmações científicas, que tanto questionam, não teria sistematizado o Espiritimo e teria falhado na sua missão. Por isso, na minha opinião, a mensagem está acima de tudo, principalmente se ela não contraria a razão.
    .
    Digo mais: Kardec fez mais pela humanidade em 15 anos, do que a Igreja Católica em 1000. Se isto não foi reconhecido ainda, é devido ao orgulho ou à ignorância. E temos de dar tempo ao tempo.
    .
    Mesmo assim, acho que a tua postura, aliada à minha, pode dar o equilíbrio necessário a qualquer refutação que empreendamos, tendo como moderador o Roberto Scur, sem dúvida.
    .
    Fraterno abraço.
    Dárcio.

  69. Juliano Diz:

    Vitor

    O pessoal está nervoso. Mas vamos lá.
    Eu não li o livro “Há dois mil anos” do Chico Xavier. Mas lendo o teu comentário das 3:23 am, quando você fala sobre o pretenso Emmanuel colocou na obra de Chico Xavier a culpa sobre as costas dos judeus, um personagem histórico não pode ser deixado em branco em tal relato, diga-se, Pôncio Pilatos. E para tal descrevo o que o historiador cristão, mas sério, John Dominic Crossan escreveu sobre Pilatos, desconstruindo historicamente este bíblico em tese justo e que buscou ser imparcial. Crossan se baseando baseado em relatos históricos de Josefo e Filo sobre Pilatos e sua personalidade: “Nos relatos evangélicos do Novo Testamento, Pilatos é completamente justo e imparcial. Ele quis inocentar Jesus mas foi forçado, relutantemente e contra sua vontade, a crucificá-lo por insistência da autoridade judaica e da multidão de Jerusalém. E manteve longas discussões com Jesus durante as quais repetidamente proclamou sua inocência de qualquer crime digno de morte. Eis, por exemplo, Marcos 15, 6-15.
    Considero que esta narrativa é absolutamente não histórica, uma criação provavelmente do próprio Marcos,e por duas razões. Uma é que ser retrato de Pilatos, docilmente aquiescente a uma multidão que grita, é exatamente o oposto do que sabemos sobre ele segundo Josefo. O controle brutal da multidão era sua especialidade. Outra é que um costume como a anistia aberta, a libertação de qualquer prisioneiro (aqui ele fala da não existência histórica de Barrabás) na época da festa da Páscoa, vai contra qualquer sabedoria administrativa. Fílon, por exemplo, ao escrever a respeito uma década depois, descreveu o que os governadores respeitáveis faziam pelos criminosos crucificados nas ocasiões de festa. Podiam adiar a execução até depois da festa, ou podiam permitir o enterro do crucificado por sua família. Ele nada diz sobre abolição do pedido (…)” pág. General frio, sem qualquer espécie de sentimentalismos pelos judeus, ainda mais os não fariseus, pelo contrário; e, extremamente calculista e interesseiro.
    No livro fica claro isto e é uma descrição histórica de um cristão que acredita na mensagem de Jesus, mas não na descrição bíblica de sua morte (J.D.Crossan). A tal ponto que pelos fatos históricos e a personalidade real das figuras históricas envolvidas, Crossan chega a conclusão no livro que Jesus Cristo sequer foi retirado da cruz após sua morte. Caiu de podre e virou comida de cães e urubus. Pois era o costume romano na maior parte das crucificações proibir a retirada do morto da cruz. E Pilatos era severo neste ponto. Tudo na lógica do seu menosprezo pelos judeus.
    Um abraço

  70. Gilberto Diz:

    Aqui pululam falsos espíritas. Digo falsos pois os espíritas que conheci não atacavam as outras religiões. Estes sujeitos pedem tolerância e caem de pau em todas as outras religiões, principalmente as cristãs. Um até disse que Kardec fez mais pela humanidade em 15 anos que a Igreja Católica em 1000. Não sou nenhum defensor de igreja nenhuma, mas não sou burro. A Igreja Católica faz mais pela humanidade em 5 minutos que o espiritismo fez em 150 anos! Se cometeu erros, fez lavagem cerebral intencional ou não, nada mais fez do que agir de forma humana pelos seus representantes humanos. A Igreja é tão santa ou tão demoníaca quanto seus membros. E esses são humanos. Já o espiritismo pode pelo menos se gabar de não possuir apenas humanos, já que a reencarnação de seres extraterrestres em nosso planeta é corriqueiro, e temos seres como Ashtar Sheran e Ramatís na linha de frente, segundo Kardec, Divaldo Franco e outros especialistas espíritas. E.T. Psychograph Home!! Quanto à sugestão de aposentadoria, bem, tirando o buraco que ficou no meu coração com a aposentadoria do Carlos Magno, eu não penso na minha tão cedo. Por favor Carlos Magno, Phone Home!!!!!!

  71. Marcos Arduin Diz:

    Ei Vitor, faça-me o favor…
    Não, nãu dou crédito ao trabalho de Kardec. Kardec não testou a PES dos seus médiuns
    – O que é mesmo essa PES? É a sigla para Percepção Extra-Sensorial? É a tal que em inglês é ESP (extra-sensorial perception), que os céticos que se expressam nesse idioma chamam de error in some place (erro em algum lugar)?
    -Então me diga aí: já sabemos PERFEITAMENTE o que ela é, quais são os seus mecanismos, seus princípios, é imediatamente reconhecida quando acontece, etc e tal? Se for, maravilha! Hora de topar o desafio do Randi e ganhar o milhão de dólares (se é que ele tem…).
    -Mas se ela ainda é o que ouvi falar dela há anos, um simples termo pomposo, sonoro, bombástico e retumbante… Mas que não explica porcaria nenhuma, então vai ter de se esforçar mais. Ciência tem história, ô meu! Como sou botânico, deparo-me com trabalhos antigos, que sou obrigado a citar nas minhas referências, mas que têm certos aspectos desatualizados ou alterados ou até rejeitados nos dias atuais.
    -Então Kardec não testou um conceito que foi aventado muito tempo depois de ele ter morrido… Olha, seria como eu dizer que as pesquisas de Marcello Malphigi (1700 e antigamente) não tem valor porque ele não usou o microscópio eletrônico…
    -E no que é que essa PES afetaria cientificamente o que Kardec fez? Você parece validar a Leonore Piper, certo? Pois bem, infelizmente não pude satisfazer ao Zangari quando lhe disse que li num livro que ela foi testada com baralhos, mas fracassou redondamente. Não sei se você tem essa informação na mão, mas suponho que em sendo verdadeira, diríamos que Piper não era portadora de PES, certo? Só aí ela seria uma médium válida?
    -Nos tempos de Kardec aventou-se uma variante disso: a projeção mental. O médium captaria o pensamento dos outros e por isso daria respostas certas. Só que Kardec viu nisso um problema: e quando a resposta era desconhecida de todos, mas se verificou correta? Onde a mente do médium achou o pensamento certo?

    e não buscou provas satisfatórias da existência dos comunicadores.
    – Que quer dizer com isso? Quando um médium fez o desenho de uma jovem recentemente falecida e que foi reconhecido pelo próprio pai, então faltou verificar o que sobre a existência dessa comunicante? E, pontualmente, aparecem nos livros de Kardec exemplos assim. Então de onde concluiu que ele não verificou a existência dos comunicantes?

    Para Kardec, o que importava era a mensagem. Do ponto de vista científico, isso é simplesmente ridículo.
    – Não sei não. Uma vez que ele obteve provas suficientes de que as mensagens não eram produtos de imaginação, captação de pensamento, etc e tal, então ele procurou o investimento filosófico da coisa. Pra que ficar insistindo em experimentos, cujos resultados ele já sabia no que ia dar?

    Kardec também não tomou as medidas necessárias contra fraude.
    – Quais eram as fraudes que você detetou nas descrições dadas por Kardec e que medidas ele deveria ter tomado?

    Por isso o Espiritismo de Kardec nunca foi ciência, entre outros diversos problemas, que você pode conferir no site “Criticando Kardec”, de Julio Siqueira.
    – Isso seria problema ou problemas tão sérios assim?

  72. Vitor Diz:

    Arduin,

    sim, PES é a sigla para Percepção Extra-Sensorial. E muito tempo antes de Kardec já havia testes de PES, e com cartas! Jean-Eugene-Robert Houdin, o mais famoso mágico de palco de sua época (cujo nome seria adotado anos mais tarde como pseudônimo artístico, na forma de “Houdini” pelo ilusionista Ehrich Weiss) “confessou que tinha sido completamente confundido” por um sonâmbulo conhecido como “Alexis”, que apresentava a habilidade clarividente de adivinhar as cartas de baralho que iam sendo viradas, enquanto permanecia de olhos vendados. Alexis Didier nasceu em 1826 e com 16 anos já era famoso, e já era testado por cientistas (Dr Edwin Lee o testou e publicou um relatório positivo sobre Alexis em 1843, muito antes de Kardec lançar o Livro dos Espíritos). Os testes de Houdin com cartas foram em 1847, portanto, 10 anos antes de O Livro dos Espíritos.

    Quanto a Piper, ela pode ter fracassado nos testes de cartas, mas ela deu inúmeros exemplos de telepatia.

    Kardec faltou demonstrar que o médium não poderia ter tido acesso às informações por meios normais. Ao menos, ele não foi nem um pouco convincente nessa tentativa. Quanto à existência dos comunicantes, veja o ‘Espírito da Verdade’: qual a identidade dele? Há uma passagem que revela que ele teria sido um filósofo da Antiguidade, mas qual? Kardec poderia, como prova de identidade, ter pedido que o ‘Espírito da Verdade’ escrevesse ou falasse em grego, mas não o fez. Para Kardec apenas a mensagem importava.

    Quanto à falta de controle de Kardec, leia http://obraspsicografadas.haaan.com/2007/por-que-um-ctico-no-acredita-em-espritos-quando-l-o-livro-dos-espritos/

    E sim, os problemas de Kardec são seriíssimos. Repito, leia o site do Julio Siqueira.

  73. Marcos Arduin Diz:

    Já tinha ouvido falar sim deste lance envolvendo Houdin, mas não sabia a data do caso. De qualquer forma:
    1 – Não seria obrigação de Kardec saber deste caso.
    2 – Onde identifico ação espiritual ou mediúnica no caso?
    .
    E daí? A simples telepatia explicava as comunicações espirituais que ela dizia receber?
    .
    Esse argumento já está cansando, sabia? Então agora todo médium sempre tem consigo uma equipe de detetives abnegados, que trabalham de graça, e que vão atrás de informações certas, que o médium tem certeza (não me disseram ainda como) de que serão cobradas na sessão que ele ainda não fez… Não acha que está na hora de uma reciclagem ou de uma reengenharia argumentativa?

    Quando o Espírito da Verdade se comunicou, já disse a Kardec que dele só saberia chamar-se VERDADE e NADA MAIS SOBRE SUA PESSOA LHE SERIA DITO. Ou seja, sob essas condições, só restava a Kardec se fixar na mensagem mesmo. A mesma coisa seriam entes que diziam ter animado vulto conhecidos. Como saber com certeza se eram mesmo quem diziam ser ou então espíritos de categoria similar? Nesses casos, não acho que Kardec cometeu algum erro em se fixar no valor das mensagens em vez de buscar identidade certa.
    Se o Espírito da Verdade escrevesse grego, de preferência no dialeto jônico, muito mais raro, o que isso provaria?
    Chico psicografou mensagens em hebraico, de falecidos judeus, que por aqui foi dito que não sabiam hebraico em vida…

    Bem diferente é quando era o caso de familiares ou parentes que desejavam saber sobre algum falecido específico. Aí sim a identificação passa a ser de importância e, ao contrário dos outros citados, aqui é possível se obter elementos de prova. Mas aí vem você com a INFALÍVEL equipe de detetives…

  74. Jarbas Diz:

    Há um tempo escrevi neste blog que era extremamente cético com a possibilidade de demonstração de provas científicas da existência de Fatores extrafísicos ou PSI como gostam de falar. Tive lendo estas pérolas do fanatismo religioso que escreveram acima e isto reforçou em muito minha convicção. Victor, Juliano vocês acham mesmo que fatos científicos têm alguma importância para estas pessoas? Vocês podem materializar um espírito na frente delas que elas vão virar o rosto para outro lado, te acusar de feiticeiro e te mandar para a fogueira. São pessoas com mentalidade e vocabulário medieval e assim reagirão a qualquer tentativa de esclarecimento. E olha que dentro da média geral da mentalidade que ainda prevalece neste planeta até que estes aí não são dos piores!
    Gostaria desta forma de corrigir uma injustiça que cometi quando disse que neste blog tinha gente preguiçosa. Realmente vocês fazem um trabalho de pesquisa exaustiva, em especial a erudita pesquisa do Sr. José Carlos Ferreira Fernandes, muito esclarecedora. Vocês têm muita persistência e paciência em sua “Cruzada” contra as mistificações religiosas dos falsos médiuns. O dia em que vocês voltarem toda esta inteligência, cultura e persistência na pesquisa séria de vocês mesmos saí de baixo! É uma pena que mais difícil do que esclarecer as pessoas sobre a os absurdos do pensamento religioso é a tarefa do esclarecimento de demonstrar que todo o poder e potencial se que atribui se a estes ditos avatares da história e a todos estes milhares de deuses que a imaginação humana criou a imagem e semelhança da sua ignorância, se encontram dentro de cada um de nós, e só dependemos da nossa coragem e vontade decidida no auto- enfrentamento para acessá-los e usá-los para nosso bem e de toda a humanidade. Somos mendigos famintos esmolando a condescendência de cruéis deuses imaginários, enquanto estamos sentados sobre potes de ouro. Cada vez mais me impressiono com a verdade exposta no mito da caverna de Platão…

  75. Juliano Diz:

    Jarbas
    Você está corretíssimo no primeiro ponto abordado. Se Jesus fosse de fato o Jesus salvador e “big boss” vendido aí na praça, e ele chegasse hoje e falasse: – Olha gente, esqueçam todas estas bobagens que eu falei, ou dizem que eu falei. – Com certeza iam cair de pau em cima dele. Seria um Jesus falso para a maioria dos crentes dele. Um absurdo, mas infelizmente algo real. Paciência. Mesma coisa o Chico aparecer e admitir suas falhas, pois errou, e tal visão serve também ao nosso amigo. E repito Jarbas, errar todo mundo erra, e todo dia. Agora, tem que ter a coragem de assumir ao máximo possível os erros pessoais. Principalmente quando se quer passar a imagem de um exemplo a ser imitado. (Determinação, quebra de paradigmas e etc (…)).
    Sobre a tua segunda colocação. Você está, na minha opinião, parcialmente correto. Evidentemente que nós temos que nos voltar para dentro de nós, diga-se, algo realmente árduo e nada fácil. Somos uma caixa de pandora dura de se abrir e de se olhar. Agora, falo por mim, podia estar fazendo mais? Podia. Mas acho que estou dentro das minhas possibilidades atuais fazendo o meu possível. Iniciei um curso superior voltado a este campo de estudo do “eu” e tudo que isto envolve, e irei me voltar plenamente a Psicologia daqui algum tempo. Hoje não dá pra abandonar o que faço pois tenho que pagar as contas. Mesmo não tendo mais prazer algum no Direito. Não sei se tive algum dia de fato… erros Mas o Direito pelo menos me ajudou a ser o “pé atrás que eu sou”.
    Trabalho com as minhas bioenergias, principalmente a noite quando vou dormir. Estou fazendo inglês a quase dois anos. Fiz análise cinco anos (…) E ando lendo e estudando muito tudo no campo da Psicologia, que diga-se, é uma viagem fantástica. Quero ver se faço este ano ou no ano que vem o curso do Mário (…) de “Manobras com energias” aí (…). E te digo, o que me angustia é que eu tenho ainda pelo menos uns três/quatro anos pela frente sem poder ainda cair de cabeça na coisa toda.
    Mas repito, uma coisa não anula a outra. (Pesquisa pessoal e externa científica crítica). E novamente te digo que só iremos avançar quando provarmos da melhor forma possível, com pesquisas científicas demostráveis o que nós cremos hoje apenas, e, experimentamos na nossa individualidade. Apesar de eu desconfiar muito hoje até de mim mesmo.
    Aí Jarbas, eu acho que começamos a dar a segunda cassetada no pensamento religioso dominante. A primeira foi Darwin e o pessoal iluminista da época quem deu. Acho que nos cabe esta tarefa agora, que diga-se, não é nada fácil. Mas como se diz no Rio Grande, vale a “peleada”.

    Um grande abraço

  76. Emilio Peres Diz:

    Lembrando o saudoso Carlos Magno:

    “Se beber, não escreva”…!

  77. Vitor Diz:

    Arduin,

    o caso de Alexis Didier não tem nada que sugira ação mediúnica. Apenas o mencionei como exemplo de testes que já eram feitos com pessoas possuidoras de poderes paranormais, fossem elas médiuns ou psíquicas. No meu entender, Kardec precisava ter feito algo semelhante com seus médiuns. Isso se quisesse mostrar que o Espiritismo era uma ciência. (Bem, ele até quis, mas não conseguiu mostrar)
    .
    Quanto a Piper, telepatia aparentemente não explicava todas as comunicações que ela recebia. Mas diversas situações claramente eram melhor explicadas por telepatia.
    .
    Quanto ao Espírito da Verdade, se ele escrevesse em grego por um médium que não soubesse grego, provaria ao menos que sabia grego, e daria forte evidência que era um espírito, e não uma alucinação do médium. Ele podia ter feito o mesmo com diversos outros ‘espíritos’ famosos que se manifestaram, mas não fez.
    .
    E Chico não psicografou mensagens inteiras em hebraico, apenas trechos mínimos, nomes de feriados religiosos, facilmente conhecidos. E como dito, cometeu erro crasso nisso, pois o espírito em vida não sabia hebraico…

  78. Marcos Arduin Diz:

    Bem, Vitor, o “teste” em questão foi algo pontual e não produto de uma metodologia sistematizada. Isso não existia naquele tempo. A minha dúvida é: o que isso provaria? Por que um médium (ou que nome queria dar a ele) acertava cartas de baralho, isso significaria que ele saberia tudo sobre qualquer pessoa?
    Kardec conhecia os seus médiuns e por situações de passagem ele podia obter resultados independente de suposta elaboração experimental. Ele próprio dizia:
    _ As provas envolvendo a espiritualidade não podiam ser produzidas à vontade: tinham de ser colhidas de passagem.
    Veja só um exemplo que ele cita no livro O que é o Espiritismo, refutando a hipótese da captação do pensamento:
    _ Um dos presentes, tendo há anos perdido contato com certa pessoa, queria saber se ela ainda vivia e onde estaria morando.
    Recebeu do médium a resposta:
    _ Sim, ainda vive. Mora em Paris, rua tal, número tanto.
    E o interrogante foi ao endereço indicado e encontrou quem procurava. É preciso algum experimento elaborado para validar esse médium, ao menos como paranormal?
    .
    Ficamos aqui com um problema que os pesquisadores psíquicos antigos se deparavam: _ Há hipóteses que podem explicar este ou aquele caso, mas falham quanto aos casos x e y. Quanto uma hipótese é insuficiente para explicar o geral, então Kardec não investia nela. Não quero dizer que a hipótese espírita seja válida para todas as situações, mas quando resolve a maioria delas, então torna-se a hipótese mais econômica. Ela deve ser descartada quando evidentemente trata-se de casos anímicos (que pode ser até o caso do Chico e seu Emannuel).
    .
    Bem, como Kardec viu vários casos de médiuns que produziam coisas além de seus conhecimentos próprios, ele entendeu que esse fenômeno era real. Não precisaria ficar testando cada caso para ter certeza de que não errava. Daí então o fato de ter se concentrado no conteúdo das mensagens, uma vez que o médium foi provado autêntico.
    .
    O que pelo menos prova que a tal ampla equipe de empregados, que coletavam as informações certinhas para lhe repassar, e as supostas longas entrevistas que ele faria para se utilizar de leituras quentes, mornas e frias não passa de uma fantasia.

  79. Dárcio Diz:

    Anigos, tenho visto, na internet, ataques gratuitos ao Espiritismo, partindo de católicos e protestantes. Estes senhores (destes sites), não tem o menor escrúpulo, o menor respeito. Neste ponto, eu devo concordar com o Gerald, não devemos nos calar.
    .
    O site “Associação Apostolado do Sagrado Coração de Jesus” se recusou a publicar as minhas argumentações, que postei respondendo a um artigo deles, “Série: Espiritismo e seus erros”. Eles atacam, mas não publicam as refutações. Disseram que irão publicar, estou aguardando, mas até agora nada.
    .
    Eu não me considero um falso espírita, muito pelo contrário. Com relação a respeito, tenho me portado aqui com a maior consideração. Como espírita, respeito profundamente a fé das pessoas, mas, a fé das pessoas é uma coisa, a Igreja é outra. Não posso concordar com a Igreja Católica em seus postulados, todos eles contrários à Bíblia. E, já que atacam o Espiritismo, não podemos ficar quietos.
    .
    A ICAR contraria totalmente a Bíblia que ela diz seguir. Vejamos somente alguns pontos:
    .
    1 – Adota o pecado original, sendo que Jesus afirmou que a cada um é dado segundo suas obras, apoiando-se principalmente em Paulo para afirmar estes “pecado original”.
    .
    2 – Paulo não é nada confiável. Além de ter sido um fanático assassino, que, embora redimido (e também somente porque Jesus lhe apareceu em pessoa, senão teria passado para a história como alguém pior que Judas), transferiu do Judaísmo para o Cristianismo nascente, o fanatismo e a postura dogmática e ritualísta do Judaísmo, distorcendo as palavras de Jesus, além de ser contraditório. Por exemplo, uma hora ele diz que o corpo material é que ressuscita. Noutra hora, é o espiritual. E por aí vai. Ele cria uma nova doutrina que pouco tem a ver com Jesus. Dele, realmente, se aproveita pouco. Somente a carta em que ele defende a caridade acima da fé. Ora, até nisto a Igreja está contrária.
    .
    3 – A ICAR adota o batismo na água, enquanto João Batista disse que o batismo de Jesus seria no fogo e no Espírito Santo.
    .
    4 – Batiza as crianças, sendo que não há nenhuma criança que tenha sido batizada na Bíblia, sendo que Jesus mesmo, nunca batizou ninguém.
    .
    5 – Adota imagens e promove a idolatria, que são condenadas no primeiro mandamento.
    .
    6 – Reza o terço e criou missas repetitivas, sendo que Jesus disse que não é pelas vãs repetições que seremos ouvidos e que, quando orarmos, devemos fazê-lo em secreto e não nas sinagogas.
    .
    7 – Criou o purgatório para justificar certas passagens da Bíblia e teve de inserir livros no Velho Testamento para comprovar a teoria, coisa que Lutero depois tentou corrigir.
    .
    8 – Adota Bíblias com traduções tendenciosas, que alteram descaradamente o texto de Deuteronômio 18,10, para dizer que a Bíblia condena o Espiritismo.
    .
    9 – Aliás, suas Bíblias possuem 49 livros no Velho Testamento, sendo que a Bíblia Hebraica possui 24 livros. Por quê?
    .
    10 – Pratica um forte comércio junto a seus fiéis, com venda de medalhinhas, terços, óleos, imagens, etc, sendo a igreja de Aparecida um gigantesco shopping. No entanto, Jesus condenou o comércio nos templos.
    .
    11 – Jesus faz “n” citações, deixando muito claro que ele e o Pai não são a mesma pessoa. Todavia, só porque Jesus disse uma certa vez “eu e o Pai somos um”, inventaram a trindade, enfiando o Espirito Santo no meio disso sabe-se Deus porquê.
    .
    Sem falar das Cruzadas, da Inquisição, dos Jesuítas, da venda de indultos, das ações perniciosas de Constantino, Justiniano, entre outros, que autoritariamente eliminaram da Igreja as discussões sobre a reencarnação, que imputaram a nós uma Trindade absurda, sem pé nem cabeça, apenas porque tinham interesses pessoais nisso. Uma Igreja que nunca respeitou as diferenças, condenou à fogueira, matou em nome de Jesus, que sempre coibiu a livre discussão, deturpou a Bíblia, forçou Jerônimo a produzir a Vulgata Latina, sendo que ele próprio não o queria… E que se julga a única e verdadeira de Cristo, conforme o Concílio Vaticano II, numa derradeira prova de autoritarismo. Este Papa que está aí agora (nem de longe, alguém com o anterior), reafirmou esta posição absurda e autoritária. Deveriam perguntar a Jesus, será que ele considera a ICAR como sua única Igreja?
    .
    Pois então, estou errado em afirmar que nestes 1500 anos esta Igreja não fez quase nada? É pura ostentação, ritualismo, acúmulo de riquezas, tudo contrário ao que pregou Jesus.
    .
    Diria mesmo que o Espiritismo é a luz que vem brilhar no mundo novamente, e, como afirmou Kardec, o Espiritismo é o Cristianimo redivivo, o Consolador Prometido. Não é ufanismo. É só analisar, com a razão, e veremos. Basta ver quantas pessoas o Espiritismo esclareceu, consolou, ajudou, melhorou, nestes 150 anos.
    .
    E vou mais longe ainda. Não vou poupar o Judaísmo. Nada, mas nada mesmo, poderá justificar as atrocidades de Hitler, mas o Judaísmo, no passado, também cometeu muitas atrocidades, imputando seus crimes a Deus. Dizendo-se inspirados por Deus, matavam a torto e direito. Os relatos do Velho Testamento mostram carnificinas uma atrás das outras. O maior profeta, Elias, foi capaz de matar 400 pessoas de uma só vez. Jesus corrigiu isso, disse que o Pai faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos e que, por isso, devemos amar nossos inimigos e orar por eles. E o Catolicismo continuou adotando e validando as atrocidades do Antigo Testamento.
    .
    Eu não gosto de relembras estas coisas, mas fui forçdo a isso. Destas verdades ninguém poderá fugir.

  80. Saulo Diz:

    Olá, Vítor, gostaria de fazer uma crítica e um elogio. A Crítica: Realmente, tenho que concordar com algumas pessoas aqui, ao afirmarem sobre a questão de Chico Xavier ter reunido tantos detalhes. Afinal de contas, como Chico Xavier pôde obter tantas informações? Ele conhecia latim o suficiente para adquirir isto? Havia obras em latim ou em inglês sobre o tema? E se havia, seu conhecimento de inglês ou mesmo de latim, se é que o possuía, eram suficientes para fundamentar a escritura destas obras? Minha pergunta é que, vendo um homem nascido em Pedro Leopoldo, embora leitor compulsivo, poderia ter tido acesso a obras que só poderiam ser encontradas nas bibliotecas de advogados e altas autoridades eclesiásticas, que obrigatoriamente devem estudar história romana? Ler Suetônio é uma tarefa díficil, e nunca soube de obras como esta em português, e ainda assim,acessíveis em uma cidade como Pedro Leopoldo. A grande chance é que tal obra estaria em latim ou francês nas décadas passadas, e penso que a primeira hipótese é mais aceita, observando que o latim fazia parte do currículo de diversos seminaristas e universitários. Mas Chico Xavier tinha tal capacidade? Se o teve, temos um superdotado, com capacidades linguisticas amplas. Mas, eis o elogio: Parabéns por ser espírita e DISCORDAR das obras de Chico Xavier. Parabéns por não aceitar a unanimidade. O que é mais produtivo é o pensamento crítico, a oposição. Sou hegeliano neste sentido, e isto apenas faz crescer. O que você faz apenas faz com que haja crítica, haja a busca pela verdade, pelo contraditório, pela pesquisa. Pensa-se, principalmente entre 90% dos espíritas ( os chamados espíritas de sexta-feira) que o movimento kardecistas é monolítico, inexistindo contradições. Há, eu vejo, e são bem aceitas neste sentido.

  81. Emanuel Oliveira Diz:

    Os filhos ilegítimos do padre Quevedo
    “Entrevista com Richard Simonetti
    01 – O padre Quevedo teve destaque no “Fantástico”, da Rede Globo de Televisão, com um quadro fixo, quinzenalmente. Qual sua opinião a respeito?
    Apresentado como uma espécie de “mister M ” do psiquismo, a desvendar truques e mistificações, Quevedo é também um prestidigitador. Mobiliza seus esforços em torno da única “mágica” que o empolga: Reduzir todos os fenômenos espíritas a simples manifestações da mente humana.

    02 – Para ele não existe o fenômeno mediúnico?
    Exatamente. Viria tudo do inconsciente de suposto médium. Carlos Imbassahy, o grande polemista espírita, dizia que esse ser interior, desvendado pelo padre, é um grande velhaco, porquanto nunca se identifica. Apresenta-se, invariavelmente, como a alma de um defunto.

    03 – O inconsciente seria um Deus dentro de nós…
    Onisciente e Onipotente, capaz de proezas, como vasculhar instantaneamente todas as bibliotecas, habilitando-se a responder qualquer pergunta. Realiza, ainda, intervenções prodigiosas na matéria, como entrar num aparelho de televisão e mostrar-se com morfologia humana, som e animação, a transmitir mensagens. Estudiosos que se debruçam durante anos sobre o fenômeno admitem a manifestação dos espíritos, em transcomunicação instrumental. O padre, sem se dar ao trabalho da mais elementar pesquisa, conclui que é tudo obra do ardiloso inconsciente.

    04 – Como Quevedo explica o médium Chico Xavier?
    Diz ser um sensitivo capaz de exercitar intensamente faculdades como a clarividência, a telepatia, a psicometria… isso lhe permitiria devassar, a intimidade das pessoas que o procuram em busca de notícias de familiares que morreram. A partir dessa assombrosa “varredura psíquica” habilita-se, instantaneamente, a incorporar a personalidade do defunto – suas lembranças, maneira de ser, a terminologia que usava, as datas significativas, a convivência, os afetos, as circunstâncias da morte, a grafia, e até a assinatura, um falsário perfeito! Isso, diga-se de passagem, envolvendo milhares de “mortos” que ao longo de décadas comunicaram-se pelo Chico. Um espanto!

    05 – E quando o fenômeno acontece no seio da própria igreja?
    Aí ele diz que é milagre. á dois problemas: se ele não acredita em milagre e diz o contrário, apenas para evitar problemas com seus superiores, como já aconteceu no passado, incorre em mentira. Se realmente acredita, não é um parapsicólogo, como pretende. A parapsicologia, ciência experimental, não admite a derrogação da lei natural.

    06 – E o Espiritismo?
    também não aceita o milagre. o que nos parece milagroso é apenas a manifestação de fenômenos que desconhecemos, no contexto da natureza. o intercâmbio com o além, por exemplo, é um acontecimento natural, envolvendo pessoas dotadas de sensibilidade para captar o pensamento dos espíritos desencarnados que vivem numa outra dimensão.

    07 – O padre Quevedo tem plena convicção a respeito de suas idéias ou apenas está interessado em combater o Espiritismo?
    Respeitáveis pesquisadores, no passado, renderam-se à realidade espírita, a partir de suas experimentações. O fato de Quevedo manter-se irredutível, diante de fenômenos espirituais notáveis, onde se evidencia a presença dos espíritos, demonstra que ele não está interessado em pesquisar com isenção. Quer simplesmente combater o espiritismo. É uma idéia fixa. felizmente, o efeito é sempre contrário, transformando-o em grande divulgador de nossa doutrina. por onde passa, desperta interesse em torno do fenômeno. Pessoas dotadas de um mínimo de bom senso percebem que a realidade apresentada nos princípios codificados por Kardec é muito mais simples e convincente do que as fantasias propostas pelo Padre.

    08 – Quevedo freqüentemente desafia os espíritos. procura demonstrar que tudo não passa de um processo de sugestão. Será ele tão poderoso, capaz de resistir ao assédio das sombras?
    O que de melhor pode acontecer para os chamados espíritos inferiores, que perturbam os homens, é as pessoas não acreditarem em sua existência e influência, facilitando-lhes a ação. Quevedo trabalha em favor dessa idéia. Digamos, portanto, que é, sem consciência disso, um agente desses espíritos. Obviamente, eles não têm nenhum interesse em causar-lhe embaraços. Certamente até o protegem, advertindo eventuais desafetos. “Não o perturbe. É dos nossos!”. ”
    P.S. Sugestão – Veja pequenos vídeos do Padre Quevedo e de Chico Xavier? Com quem se afiniza? Lei de sintonia

  82. Eduardo Diz:

    Saulo,

    Concordo com vc. Veja que aos poucos estão transformando Chico Xavier em um super-homem, com capacidades quase ilimitadas. Se vc observar, em cada tópico há a necessidade de conceder a Chico uma capacidade humana que está mais para super-humana. Para que as pesquisas feitas aqui no blog se justifiquem e tenha o crivo da academia faz-se necessário investigar essas qualidades de super-homem de Chico Xavier, as quais ele negou sempre, dizendo que nada era dele e sim dos espíritos.

    Tb concordo com o elogio ao Vitor, que teve coragem de criar o blog. Estou aprendendo muito aqui nesse espaço.

    Vitor, eu estou concordando com o Roberto Scur e outros espíritas que freqüentam o blog, vc precisa pensar nessa questão de validar seu trabalho por meio da publicação. Lançar no meio especializado o debate sobre a historicidade do livro Há 2000 Anos seria algo muito bom. Pedir que os que aqui freqüentam e não são especialistas para contrapor o que foi pesquisado não é algo vai surtir efeito, salvo se alguém se dedicar como fez o José Carlos. Tb seria bom para a Doutrina Espírita, que teria maior divulgação. ### Sobre a questão que vc me pediu por e-mail não obtive o aval e sequer quiseram ver seu blog, mas vou tentando e te aviso se obtiver autorização. ####

    Roberto Scur, seus escritos estão a cada dia melhorando a qualidade. Muito bons, mas vc escreve mais para espíritas. Não espere que os católicos e os que não conhecem um pouco da Doutrina entendam a essência que vc quer passar. Por isso que muitas respostas nada têm haver com o que vc escreve. Veja que vc escreve várias coisas e se apegam a uma frase ou um detalhe.

    Por favor, não estou dizendo que os espíritas são superiores e só estes mesmos para entender o Roberto, o Dárcio, o Emanuel Oliveira, Gerald, etc. Estou dizendo que há um contexto no espiritismo que faz necessário algum conhecimento para entender. Similar à Economia, com o economês, o Direito, com seus termos próprios e religiões que tb tem sua “linguagem” de entendimento, a gestão e a linguagem da Administração, etc. As vezes escrevemos um pouco e os comentários nitidamente são de um cunho com falta de entendimento e limitação. Alguns ditos aqui de que os espíritas se consideram superiores por se acharem mais racionais são de uma limitação ímpar. Pelo que entendo dessa doutrina, um pedinte na rua, que nunca teve acesso a educação formal, pode ser um espírito infinitamente superior a qualquer espírita, até mesmo Chico Xavier. Mesmo que este pedinte seja totalmente avesso ao espiritismo. Ser espírita não é condição para SER SALVO. Dizer que o espiritismo defende tal pensamento de superioridade é ou não entender nada do que estão escrevendo ou dá ouvido a espíritas fanáticos. Eu não vi nenhum dos que colegas que citei acima escrever algo nesse sentido.

    Abraços.

  83. Roberto Scur Diz:

    – EM HONRA DO IDEAL

    Estás convocado para a construção de um mundo melhor. Desse modo, penetrarás no mundo a que realmente aspiras.
    Exulta, entusiasmado, e não te detenhas.
    Afasta o verbo da crítica destruidora e defende a concha dos teus ouvidos contra as acusações injustas.
    Não te deixes atingir pela perseguição gratuita. Só os desocupados dispõem de tempo para a inutilidades das defesas inoperantes.
    Observa a vida dos heróis e dos desbravadores. Todos passaram incompreendidos e desrespeitados.
    O riso de uns poucos arraigados ao cepticismo e a ignorância de muitos parvos explodiram muitas vezes, em gargalhadas com que procuravam humilhá-los. A mordacidades, porém, foi vencida pelo vero ideal que eles defenderam e as gerações futuras o confirmaram.
    Cinco séculos antes de Jesus Cristo, Aristarco de Santos já pregava o Sistema Heliocêntrico. No entanto, não faz muito, Galileu foi constrangido a negar tal verdade.
    Quando Eratóstenes, com instrumentos rudimentares e primitivos calculou a circunferência da Terra em 39.690 quilômetros, foi considerado louco. A Ciência contemporânea, dispondo dos mais perfeitos aparelhos, mediu essa mesma circunferência, que é de 40.075 quilômetros…
    Hiparco afirmava que o ano solar era de 365 dias e 1/4, menos 4 minutos e 48 segundos. Foi ridicularizado. Comprovou-se recentemente um engano…mas de apenas seis minutos.
    Pregando a doutrina do amor universal, Jesus, a sós, foi crucificado e relegado ao escárnio dos séculos. Todavia, a Humanidade do futuro se encarregaria de recuperá-lO para a felicidade dos tempos.
    Sai a campo.
    Respeita o tempo, usando-o com propriedade.
    Valoriza as pequenas coisas positivas.
    Desenvolve as qualidades de serviço pessoal.
    E não estaciones ante o pessimismo dos derrotistas ou a falsa superioridade dos triunfadores da ilusão.
    A tua fé te fala da excelência do dever cristão. Não podes temer.
    Sempre surgirão acusadores pelo caminho e dificuldades repontarão frequentes pela estrada.
    Integra-te no objetivo a conquistar e não pares.
    Vozes aparentemente credenciadas te acusarão.
    Zombarão do teu caráter.
    Zurzirão sobre a tua conduta.
    Não lhes dês caso.
    Embora adereçados e guardados em tecidos custosos, com tênue verniz social, são o que são.
    Muitos cães usam coleiras preciosas engastadas de gemas caras, mas continuam cães.
    Incitato, embora dormisse num palácio e comesse em salvas de pratas, não foi além de cavalo.
    Artifícios não modificam realidades.
    Calçados de salto alto não adicionaram altura real ao corpo reduzido.
    Uma baia de cristal e ouro não altera a qualidade da ração para os animais.
    Em razão disso, liga-te ao bem legítimo, mesmo que vertas lágrimas de sangue…
    Difunde a verdade, estimula a ordem, elabora o serviço nobre, conclama ao dever, desculpa a ignorância, ama sempre e insiste nos postulados do Cristianismo puro.
    Há muito solo a desbravar e muito trabalho a desenvolver em favor do futuro.
    Sorri e desculpa, fazendo o melhor dos teus melhores esforços, e prossegue sempre.
    E se porventura não atingires o clímax dos teus desejos em forma de contemplação dos triunfos almejados, por tombares nas refregas rudes e necessárias, outros continuarão o teu trabalho, permitindo-te contemplar da Esfera Melhor, aureolado de bênçãos, as tarefas ontem interrompidas a se desdobrarem abençoadas por outros corações que seguem resolutos e gratos ao teu heroísmo anônimo.

    FRANCO, Divaldo Pereira (1927) – (pelo Espírito Joanna de Angelis) Messe de Amor

    Primeira Obra mediúnica de Divaldo Pereira Franco, de autoria espiritual da Mentora Joanna de Ângelis, Messe de Amor foi publicada em 1964.

  84. Vitor Diz:

    Esse livro está disponibilizado em e-book, Roberto?

  85. Juliano Diz:

    Juliano

    Estou corrido, a noite quero ver se comento o texto do Roberto Scur do Divaldo Pereira Franco. Mas só de ler dá pra ver que é emocionalismo barato puro!!
    Um abraço

  86. Roberto Scur Diz:

    Para os espíritas,

    Esta mensagem ofereci aos colegas espíritas que por aqui passam. Hoje pela manhã peguei-a ao acaso no livro recém recebido do círculo de leitura da Livraria Espírita Alvorada Editora.
    Para mim têm relação com o que se faz aqui, os espíritas, pois precisamos zelar pelo cuidado de bem aplicar o tempo de nossas vidas.

    Eduardo, têns toda a razão, escrevo para os espíritas mesmo. Não creio que o que eu digo tenha valia para os não espíritas.
    Espero que não atrapalhe em demasia os objetivos do blog.

    Vitor,

    Desculpe, não sei dizer se há versão eletrônica.

    Inclusive acredito que feri o direito autoral do livro pois precisaria de uma autorização prévia e expressa nos termos da Lei 9.610/95 para copiá-la aqui.
    Sou assíduo colaborados das obras da Mansão do Caminho, de Divaldo, quando adquiro DVDs, CDs e Livros, mas isto não me autoriza a reproduzí-los em parte ou total.
    Na próxima palestra do Divaldo, em setembro, na Bahia, procurarei uma forma de ressarcí-lo ou obter autorização, ainda que tardia.

  87. Emanuel Oliveira Diz:

    Remetente: espírita cristão
    Destinatários: espíritas cristãos
    Parabéns Roberto por ter passado no teste…
    Esperei q o fizesse. “Só lobos caem em armadilhas de lobos” mas permaneçamos vigilantes
    Em Janeiro deste ano, o autor deste blog fez um artigo acusando o Divaldo de plágio de Chico Xavier. Muita “ingenuidade” para um investigador tão experimentado acreditar numa carta dum “espiritado”.
    Nela refere os originais de seu primeiro livro tido como mediúnico.
    Vitor Diz: January 20th, 2010
    Olá, Charles
    eu não conheço essa obra “Messe de Amor”, deve ser “Mestre de Amor”, não? …
    Convinha ao menos saber o título da 1ª obra do Divaldo
    Faz lembrar os críticos de cinema ou de livros q nem viram a obra..
    Tem agora uma excelente oportunidade uma vez q o tempo lhe trouxe o interesse
    Quem estiver interessado contacte
    http://www.mansaodocaminho.com.br/
    in Livro encomendado para novo “trabalho”
    e poderá contribuir para esta obra que já salvou milhares de vidas, continuando a assistir milhares de crianças orfãs e famílias carenciadas. Vão a Salvador da Bahia se querem comprovar factos q todos testemunham
    Obrigado pela vossa ajuda

  88. Vitor Diz:

    Emanuel,

    no artigo de janeiro, é dito:

    “Ora, três anos antes, ou seja, em 1959, Divaldo Franco entregara à Federação Espírita Brasileira os originais de seu primeiro livro tido como mediúnico. Apesar do prefácio incentivador assinado por André Luiz, foi a obra recusada pela FEB por ter profunda semelhança com as desse Espírito psicografadas por Chico Xavier.”

    Como é dito que a obra foi recusada pela FEB, não achei que tivesse sido publicada, então, nem me preocupei em saber qual tinha sido a primeira obra ‘mediúnica’ de Divaldo Franco. Agora que sei, tratarei de arranjar a obra…

  89. Roberto Scur Diz:

    Vitor,

    O livro “Messe de Amor” de Divaldo/Joanna está na sua 7a edição (reimpressão de 2010), o prefácio é de Joanna de Ângelis e não de André Luis (acho que nunca prefaceou algum livro do Divaldo?).

  90. Emilio Peres Diz:

    Emanuel Oliveira:
    .
    Você tem demonstrado grande conhecimento da Doutrina Espírita, por isso pergunto a você, qual a visão do Espiritismo quanto ao livro do Divaldo Franco, a respeito de crianças indigo e cristal?
    .
    Crianças Índigo – Por Divaldo Pereira Franco

    UM CASO SOBRE CRIANÇAS ÍNDIGO

    Divaldo Franco: “Como o tema é um pouco árido, eu me permito contar-lhes uma experiência pessoal. Na Mansão do Caminho, nossa instituição infanto-juvenil, tínhamos um menino de cinco anos, que era tão terrível que eu lhe coloquei o nome Júlio “Terror”. Ainda não havia o terrorismo, mas o meu menino era um terrorista. Ele sabia de tudo, estava sempre no lugar que não devia, na hora errada, falava o que não era próprio, não ficava quieto, e não sabíamos como educá-lo. Eu usei todos os métodos possíveis: o carinho, ele me agredia; a severidade, ele não obedecia; deixei-o por conta própria, e ele ficou aborrecido.
    Certo dia, eu estava trabalhando quando o interfone me chamou e o porteiro da Instituição me informou:
    – “Senhor Divaldo, aqui tem uma senhora que quer lhe falar.”
    Eu respondi:
    – “O senhor sabe que eu não atendo neste horário, porque sempre me encontro muito ocupado, atendendo a deveres intransferíveis. Peça-lhe que volte à noite.”
    O porteiro respondeu-me:
    – “Ela, porém, está insistindo muito.”

    Eu, desagradado com a resposta, redargui-lhe:
    – “Informe-a, que somente será atendida à noite, porque agora eu não estou.” – E desliguei o fone.
    Quando eu terminei o diálogo, saiu de debaixo da minha mesa, Júlio ”Terror”… Eu houvera proferido uma palestra para crianças sobre a mentira, no domingo anterior. Aquele dia era a terça-feira, que seguia ao das informações que eu lhes ministrara.

    Quando ele saiu de sob a mesa, olhou-me, sorrindo, zombeteiro, e censurou-me:
    – “Mentindo, hein!?” .
    Eu o olhei com a autoridade de adulto e indaguei-lhe em tom forte de voz:
    – “Quem é que está mentindo?”
    – “Você!” – redarguiu.
    Ele não tinha medo. Fitei-o, sério, e tentei esclarecer, informando:
    – “Júlio, eu não estou mentindo. Eu estou dizendo que não me encontro lá na portaria.”
    Ele sorriu, afirmando:
    – “Outra mentira! Porque você está dizendo é que não está na Mansão do Caminho. E você está…”
    Eu peguei o fone e falei ao porteiro:
    – “Diga à nossa irmã, se ainda estiver aí, que eu já cheguei.”
    Não foi suficiente para convencer o menino, porquanto, ele, novamente, confirmou:
    – “Outra mentira! Porque você não saiu, como é que chegou?”
    Tratava-se de um menino índigo.
    Eu concluí, elucidando:
    – “Julinho, eu, às vezes, também minto.” E ele considerou:
    – “Mas, não deve.”
    Eu justifiquei:
    – “Há dois tipos de mentira: a mentira branca que é uma desculpa, e a mentira pesada, a negra.”
    Ele, surpreso, exclamou:
    – “Ah! Até a mentira sofre preconceito de cor?!.”
    Eu encerrei o diálogo, com ternura e amor, propondo:
    – “Julinho, pelo amor de Deus, vá-se embora, por favor, depois conversaremos.”
    .
    “A Nova Geração: A Visão Espírita sobre Crianças Índigo e Cristal”,
    Divaldo Franco com Vanessa Anseloni
    .
    Sds

  91. Emilio Peres Diz:

    Roberto Scur e outros espíritas:
    .
    Vocês prestam atenção às mensagens? Possivelmente, em 1927, Divaldo estaria nascendo. Faça as contas!
    .
    Fora o êrro de cálculo, vocês consideram essa mensagem apropriada para quem está iniciando na mediunidade?
    Observem, principalmente, o final, recheado de manipulações elogiosas, contrariando os ditames da Doutrina, já que vocês levam tudo “ao pé da letra”:
    .
    “E se porventura não atingires o clímax dos teus desejos em forma de contemplação dos triunfos almejados, por tombares nas refregas rudes e necessárias, outros continuarão o teu trabalho, permitindo-te contemplar da Esfera Melhor, aureolado de bênçãos, as tarefas ontem interrompidas a se desdobrarem abençoadas por outros corações que seguem resolutos e gratos ao teu heroísmo anônimo”.
    .
    Sds.

  92. Emanuel Oliveira Diz:

    Caro Sr…
    Precisamente por não ter conhecimento suficiente da doutrina é q não falo em nome dela e reservo a minha opinião para os meus companheiros de trabalho
    O Sr se conhecesse o Divaldo logo veria q 1927 conforme o Roberto colocou é precisamente o seu ano de nascimento
    Quando uma pessoa ainda não desencarnou coloca-se (ano nascimento – …), mas você sabe isso há + tempo q eu, né?
    E não se preocupe com a forma como dispendo o meu tempo. Estes “spams” q tenho colocado são todos na sequência de raciocínios dos intervenientes, mas tem q se estudar com atenção para perceber isso. E nesta semana, a aula do DIJ foi preparada aqui. Bem como artigos para publicações espíritas, palestras e trabalhos no Centro várias ideias têm surgido daqui, conhecendo por ex. as dúvidas existenciais dos materialistas q chegam ao centro à procura de orientação.
    Agora permita-me ocupar o tempo de outra forma
    Obrigado

  93. almir carvalho Diz:

    por meio dos escritos do sr. gerald, e do sr. robert scur, analisando-os detidamente, percebe-se que esses senhores, entre alguns outros, são EVOLUIDÍSSIMOS, MUITO MAIS QUE OS MESTRES DE SABEDORIA. são verdadeiros adeptos, arhats e budas iluminados.
    .
    na verdade, sutilmente e até de forma inconsciente, eles estão mandando os não espíritas para a pqp.
    .
    dizem que não podem perder tempo, que tem coisas mais importantes pra fazer, que isso, que aquilo… no entanto, adoram escrever neste blog… que contraste!
    .
    ainda dizem que o espiritismo é o cristianismo redivivo! que piada! piada espírita não tem graça…. carlos imbassay filho, famoso espírita, diz o contrário. animismo, ops, necromancia, ops, espiritismo é espiritismo e só!
    .
    lembro-me quando criança, ouvia falar que só a igreja católica era A ÚNICA verdadeira. no espiritismo (necromancia), eles usam eufemismo para afirmar coisa igual.

  94. Sebastião Pinheiro Martins ("Prof. Pinheiro Martins") Diz:

    Bem, só para me identificar, para os que não me conhecem: sou o tal “Prof. Pinheiro Martins” que, há quase um ano, lançou aqui neste site um artigo criticando uma tese espírita exdrúxula de Américo Domingues Nunes Filho (de que João de Patmos, autor do Apocalipse, seria o profeta Daniel reencarnado). Tenho participado pouco, quase nada, dos debates que ocorrem aqui no ECAE. Mas, aaproveitando que estou em recesso escolar, resolvi dar minha modesta contribuição.
    Me considero, atualmente, um “ex-espírita” ou pior, um “espírita renegado”, uma vez que ainda acredito na possibilidade da reencarnação e da mediunidade. Mas fiquei de saco cheio com o fanatismo dos espíritas e resolvi pular fora.
    Já na época em que ainda me considerava espírita, me indignava com os absurdos em matéria de interpretação bíblica e histórica. Tentei fazer minha parte, publiquei livros e artigos (com auxílio do falecido Altivo Panphiro, do Centro Espírita Léon Denis, aqui no Rio). Mas ganhei despeito e inimizades. Me chamavam de intelectual arrogante e até mesmo, pasmem, de “materilista”. Uma senhora palestrante do dito centro chegou a me rogar uma praga bíblica…
    Respeito muito a erudição do Prof.José Carlos Ferreira Fernandes, mas como professor de História que também sou (formado pela UFRJ, antes que alguém pergunte), gostaria de lembrar que “a ausência de prova não é prova da ausência”. Uma quantidade gigantesca de documentos históricos, políticos, literários e administrativos da antiga Roma desapareceram nestes últimos 2000 anos. As obras históricas escritas pelo imperador Cláudio sumiram completamente, sem deixar vestígio senão seus títulos, registrados por Suetônio, lembra?
    E do pouco que restou, muita coisa nos chegou fragmentada. O senhor José Carlos Ferreira Fernandes sabe muito bem que várias obras daqueles tempos, como os “Anais” de Públio Cornélio Tácito, nos chegaram incompletos (e, por sinal, soment através de uma única cópia, encontrada na Itália, no século XIV, na mesma época da descoberta da carta apócrifa do suposto Públio Lêntulo; que coincidência, não?). A História de Roma, escrita por Dion Cássio, também nos chegou fragmentada. E assim com outros textos.
    Se não achamos o tal do Públio Lêntulo nestes fragmentos, disto não podemos concluir cabalmente, com “100% de certeza histórica”, que ele não existiu. Aliás, a História não é uma ciência exata, não é mesmo, sr. José Carlos Ferreira Fernandes? Em História, NADA pode ser assegurado com 100% de certeza.
    Senhor José Carlos Ferreira Fernandes, não pense que estou aqui querendo defender o Espiritismo. (Afinal, não faço mais parte deste time…) O que estou defendendo é a história enquanto disciplina séria, e que, mesmo não sendo uma ciência exata, merece respeito e não pode ser usada para fins de manipulação ideológica, em nome de qualquer religião (pois, se bem entendi, o senhor é católico…).
    Para mim, o livro “Há 2000 anos”, de Chico Xavier, é apenas um romance histórico, e como tal deve ser tratado. Se há espíritas levando demasiadamente a sério as licenças poéticas nele contidas, isto não é razão para torturarmos a História, a Epigrafia, a Numismática ou mesmo a Genealogia, a fim de fazê-las dizer o que elas não podem “com 100% de certeza”. Talvez um patrício (não digo nem senador…) romano chamado “Públio Lentulus” tenha realmente existido, mas seus documentos se perderam na voragem dos séculos, quem sabe? E se ele (caso tenha mesmo existido) era realmente uma encarnação do Emmanuel, não podemos assegurar. Nunca conseguiremos um “sim” ou um “não” definitivos sobre o assunto.
    Entende onde quero chegar, senhor José Carlos Ferreira Fernandes? Quero apenas lhe mostrar que todo esse seu esforço erudito em “provar” que não restou traço da existência do suposto Públio Lêntulo já passou dos limites aceitaveis pela historiografia e se tornou mera exibição de pedantismo e polêmica inútil com fanáticos religiosos de outra denominação. Aliás, o que escrevi até aqui serve a seus adverssários espíritas, também, os quais não conseguem provar que você está errado. Ninguem consegue. Será que terei de ser mais claro?

  95. Sebastião Pinheiro Martins ("Prof. Pinheiro Martins") Diz:

    Errata: reconheço que cometi muitos erros de ortografia no meu último post. Imperdoáveis para um professor… 😉
    Por exemplo: escrevi “História” com inicial maiúscula, o que é o certo (nome de disciplina ou ciência deve começar com maiúscula), mas houve um momento de deslize em que redigi “história”. A pressa é inimiga da perfeição!
    E mais: não acertei com a grafia correta desta personagem elusiva, o tal de Públio Lêntulo, que também poderia ser grafado como Publius Lentulus, na forma latina. Misturei tudo, no calor da polêmica.
    Estou escrevendo esta “errata” para, humildemente, assumir esses meus errinhos tolos, que não prejudicam o cerne da questão, e evitar que o Prof. José Carlos Ferreira Fernandes se aproveite deles para, preocupando-se em apontá-los, faça com que nos desviemos do que importa…

  96. Vitor Diz:

    Oi, Sebastião

    Dizer que o livro “Há Dois Mil Anos” é apenas um romance histórico vai contra o que milhões de espíritas acreditam e contra o que é dito no próprio livro Há Dois Mil Anos. O Emmanuel explicitamente diz que se tratam de suas memórias.

    Peço a você que leia a resposta do Senhor José Carlos Ferreira Fernandes tanto em relação ao argumento do caráter ficcional da obra quanto ao argumento da suposta falta de documentos do período retratado aqui:

    http://obraspsicografadas.haaan.com/2010/resposta-aos-argumentos-mais-comuns-dos-espritas-sobre-o-livro-h-dois-mil-anos-de-chico-xavier/

    Esses argumentos de tão usados já foram alvo de matéria específica no blog, e se tiver algo a acrescentar ao debate peço que o faça no link acima.

    Um abraço.

  97. Claudio Diz:

    Acabei por me convencer de que com tantos dados históricos, datas, personagens, costumes, geografia, medidas, etc., o rapaz pobre de Pedro Leopoldo, é um gênio, ou melhor, não acredito haver alguma classificação onde possamos incluí-lo. E ele tinha sómente 29 anos quando realizou esta proeza.
    Os livros de sua rica biblioteca, que deveriam ser inúmeros, todos adquiridos pelo vasto patrimônio monetário de sua rica família, causaria inveja ao Midlin.
    Ninguém dos que postaram seus comentários aqui seria capaz de tamanho feito, pois não basta apenas ter acesso aos livros.
    Bem pode ser que naquela época já havia em Pedro Leopoldo o acesso à internet e então o jovem Chico Xavier passava as madrugadas surfando.
    Isto merece um estudo mais aprofundado desta personalidade genial e intrigante. Creio que seria até mesmo mais relevante do que ficar pesquisando as informações que ele escreveu, uma vez que todas já estavam disponíveis.
    Não poderiam os senhores dedicar espaço e tempo para esta empreeitada?
    Acho que estamos às portas de descobrir um “mutante”. Um super-humano!!!
    Quem sabe poderia dar um excelente estudo para os caminhos da evolução e do progresso a que poderemos chegar pois, pasmem, já aconteceu em Pedro Leopoldo e, acreditem, os críticos de plantão estão mais preocupados com os escritos do que com o “método”!.
    Pensem em quantas pessoas poderiam se beneficiar com a aplicação do método de estudo deste jovem prodigioso!

  98. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Prezado sr. Cláudio:

    Se bem entendi seus argumentos, eles podem ser resumidos da seguinte maneira: a) Xavier não poderia, por seus próprios esforços, acumular o cabedal de conhecimento que suas obras “psicografadas” exibem; b) portanto, e a menos que se possa esclarecer como o “rapaz de Pedro Leopoldo” pôde adquirir tais conhecimentos, deve-se admitir, ao menos em parte, o concurso de “fontes sobrenaturais” para tais conhecimentos.

    Quanto a isso, gostaria inicialmente que o sr. lesse o ensaio “Reflexões Xavierianas”, publicado neste mesmo “blog”. Acredito que ele poderia esclarecer-lhe, ao menos em linhas gerais, como encaro atualmente tal questão.

    Tentando, não obstante, apresentar algumas considerações, ainda que rápidas, a seus argumentos, eu gostaria de chamar sua atenção, sr. Cláudio, para os seguintes fatos:

    I – Xavier tinha apenas o curso primário, é verdade; mas deve-se levar em consideração que, na época, um curso primário (creio que sua duração era de 6 anos, não apenas de 4) era muito mais completo, muito mais profundo, e muito mais denso, do que aquilo que se pode obter, atualmente, nos quatro primeiros anos do “primeiro grau”, ou “ensino fundamental”. Normalmente, os que concluíam o curso primário nessa época (proporcionalmente muito menos pessoas, em relação à população “escolarizável”, do que atualmente) saíam dele com muito boas noções acerca de leitura e de escrita, bem como de matemática elementar (as quatro operações, álgebra elementar, geometria elementar) e de conhecimentos gerais (principalmente geografia brasileira e história brasileira) – muito mais do que os que atualmente cumprem o próprio “primeiro grau” completo de 8 anos (ou seja, os antigos “primário” e “ginasial”). Isso é um fato.

    II – Portanto, de seu curso “primário” Xavier recebeu as ferramentas fundamentais (a compreensão da língua escrita, ao menos em seu nível coloquial culto, e a capacidade de escrever textos com um mínimo de lógica, ou seja, com princípio, meio e fim) que lhe possibilitava adquirir mais conhecimentos (se assim desejasse), bem como escrever suas experiências. Muitíssimo mais do que os alunos atualmente obtêm, e conseguem…

    III – Adicionalmente, muito se consegue, sr. Cláudio, com leitura e com dedicação, especialmente quando se o faz por gosto; e tudo indica que Xavier tinha gosto pela leitura, e pela aquisição de conhecimento (era, tanto então quanto agora, quanto a isso, um “ponto fora da curva”). Sem dúvida não havia “Internet” na época, e, claro, os recursos culturais (livros, bibliotecas, publicações, etc.) a que ele tinha acesso eram limitados; mas havia outros meios de se obter informações, ao menos informações de dois tipos distintos: a) de índole literária (através de romances, poesias, etc.), e b) referentes a conhecimentos gerais (i.e., genéricos, não especializados), quer de temas histórico-geográficos, quer, mesmo, de temas científicos “populares”.

    IV – Circulava, e por todo o país, uma série de publicações de ficção, tanto em prosa quanto em verso; a cultura, naquela época, para quem sabia ler e escrever (ainda uma minoria), era bem mais “literária” (e num estilo bem mais formal, e pedante) do que a atual. A esses romances e/ou poesias Xavier tinha acesso, e isso com certeza o ajudava a adquirir maior maestria na língua.

    V – Também circulavam os almanaques, hoje já esquecidos, mas na época importantíssimos meios de “vulgarização” de pelo menos alguns aspectos mais “sofisticados” de cultura, quer histórica, quer mesmo científica. Há evidências seguras de que Xavier os compulsou; neles, bem como eventualmente num ou outro livro ocasional, ou em revistas de variedades, ou também em romances épico-históricos (no estilo de “Ben Hur”, “Quo Vadis”, “Fabíola”, “Os Últimos Dias de Pompéia”, etc.), Xavier poderia obter muitas informações (num nível “genérico”, i.e., não aprofundado) acerca de História, Geografia, mesmo acerca dos últimos “temas” científicos em discussão (mais uma vez enfatizo: informações genéricas – com tais leituras, não poderia obter conhecimento técnico especializado em nenhum desses campos; mas estaria, de qualquer modo, bem acima da “média” de seus conterrâneos brasileiros).

    VI – Há vários testemunhos (que podem ser obtidos, inclusive, em inúmeros textos postados neste “blog”) da dedicação de Xavier em ler, e em obter conhecimento, bem como do seu cuidado inclusive em recortar e/ou anotar, em cadernos razoavelmente extensos, o que lhe parecia, por qualquer razão que fosse, interessante.

    VII – Portanto, a meu ver, não há absolutamente nada de “extraordinário” na “cultura geral” e nos “conhecimentos históricos” exibidos por Xavier em suas “psicografias”, além, claro, de seu esforço pessoal (o que não é pouca coisa). Eram fruto de seu próprio labor, da aquisição própria, da dedicação pessoal, e limitados pelo tipo de informação e de leitura de que podia dispor. Tais limitações eram de dois tipos: a) internas: ele não vivia nos “centros culturais” do país; e b) externas: mesmo em tais “centros culturais” (na época, principalmente, o Rio de Janeiro, capital federal) havia sérias limitações acerca da aquisição de conhecimento técnico especializado (seja científico, seja mesmo histórico…), haja vista, p.ex., a incapacidade, quer entre os espíritas partidários de Xavier, quer entre os seus opositores, de, à época, realizar pesquisas minimamente decentes acerca de “Públio Lêntulo”.

    VIII – Tais limitações mostram-se abertamente em suas obras. Quando Xavier fala em termos “genéricos”, dentro do que “medianamente” as pessoas “letradas” da época, e do Brasil, conheciam, ele acerta. Mas, todas as vezes que tenta (ou que tem de) descer a detalhes técnicos específicos (i.e., toda vez que não pode se fiar em seus conhecimentos “genéricos”, em sua “cultura de almanaque”), ele erra, e erra grosseiramente. Alguns exemplos (dentre muitos) servem, em “Há Dois Mil Anos”, para ilustrar este ponto: a) a antroponímia romana; b) a hierarquia provincial; c) a situação militar específica na província da Judéia; d) a população da cidade de Roma:

    VIII-1) A antroponímia romana (i.e., o conjunto de regras pelas quais os cidadãos romanos eram denominados, e que se calcava ainda, na época dos Júlio-Cláudios, no “tria nomina”) é um tema técnico específico, que poucos dominam (não pelo fato de ser “difícil”, mas sim, mais uma vez enfatizo, porque é um tema técnico e específico, que requer não só leitura e dedicação, não só “cultura de almanaque”, ou mesmo “cultura genérica”, mas uma série de conhecimentos prévios, não disponíveis nos textos de “vulgarização” e de “conhecimentos gerais” disponíveis – mesmo hoje em dia, e ainda mais naquela época). Como NÃO TINHA, pelas suas leituras, tal tipo de conhecimento técnico (referente à antroponímia romana, ao sistema do “tria nomina”, ao papel central do gentilício na determinação das relações familiares, à diferença entre prenomes, nomes gentílicos e cognomes, etc.), Xavier errou, e errou grosseiramente, na antroponímia romana que ingenuamente fornece em “Há Dois Mil Anos”, como aliás já se comentou, e com abundantes detalhes, neste mesmo “blog” (o sr. poderá consultar os textos “Os Nomes das Personagens do Livro ‘Há Dois Mil Anos’”, partes 1 e 2);

    VIII-2) Nem todas as “províncias” do Império eram de mesma “hierarquia”, ou governadas do mesmo modo; a Judéia era uma província procuratoriana, ligada à província propretoriana da Síria; Pilatos era um “cavaleiro”, e uma missão dum “senador” a tal província simplesmente não tinha cabimento, dentro das estruturas administrativas romanas vigentes (se houvesse problemas, ou algo a resolver, era o legado propretoriano da Síria que tomava as providências, como está abundantemente DOCUMENTADO). No entanto, em nenhum momento de “Há Dois Mil Anos” essa diferença entre Pilatos (um “cavaleiro”) e “Lêntulo” (um senador) é citada; os dois se tratam como iguais, quando, na vida real, não eram iguais. Isso também é um tema técnico específico (o conhecimento das diferenças entre províncias senatoriais, entre províncias imperiais propretorianas e entre províncias imperiais procuratorianas), acima do “conhecimento genérico”. Como NÃO TINHA, pelas suas leituras, tal tipo de conhecimento técnico, Xavier errou mais uma vez – e, mais uma vez, errou grosseiramente;

    VIII-3) Sendo uma mera província procuratoriana, na Judéia não estacionavam legiões, mas apenas tropas auxiliares (quer unidades de cavalaria, “alae”, quer de infantaria, “cohortes”). No entanto, “Há Dois Mil Anos” apresenta as “tropas de ocupação” romanas da Judéia como sendo constituídas de legionários. Mais uma vez, se está diante dum tema técnico específico (a constituição das forças armadas romanas, a diferença entre legiões e tropas auxiliares, sua constituição, onde se situavam geograficamente, e mais, que tipo de tropas poderiam estar presentes em que tipos de províncias), acima do “conhecimento geral”. Como NÃO TINHA, pelas suas leituras, tal tipo de conhecimento especializado, Xavier errou novamente – e de modo grosseiro, enchendo a Judéia de “legionários”. Claro, não foi o único que errou; esse panorama é o panorama “usual”, “midiático”, “hollywoodiano”. Mas não importa – é um panorama historicamente equivocado.

    VIII-4) A cidade de Roma não podia possuir de um milhão a um milhão e meio de habitantes; isso já está bem estabelecido pela historiografia moderna, levando-se em conta as variáveis demográficas pertinentes (sua população, no auge, podia ir de duzentas a trezentas mil pessoas, no máximo); a “teoria do milhão” era uma teoria (equivocada) esposada por vários historiadores (que não tinham muitas noções de demografia), entre fins do séc. XIX e meados do séc. XX (e ainda persiste, em certos meios), mas é claramente insustentável. Novamente, a determinação racional e efetiva da população romana (e, de resto das cidades do Império) é (mais uma vez!) um assunto técnico especializado, que aliás evoluiu muitíssimo em épocas mais recentes; não se tratava então, e não se trata ainda, de “conhecimento geral”. Como NÃO TINHA tal tipo de conhecimento pelas suas leituras, Xavier simplesmente repetiu o que era o consenso em sua época, e que aparecia em várias publicações de vulgarização histórica, ou seja, a “teoria do milhão”. Mais uma vez, errou…

    IX) E esses são apenas alguns exemplos, colhidos quase que ao acaso, em que Xavier simplesmente seguiu seu “nível genérico” de conhecimentos até mesmo quando tratou de assuntos específicos – e, por conseguinte, errou. Noutros casos (como, p.ex., no que diz respeito ao fato de “Lêntulo” ser membro do “conselho de guerra” de Tito), ele simplesmente inventou toda a história (talvez inconscientemente). Não podia saber (mais uma vez – NÃO TINHA o conhecimento técnico especializado) que Flávio José havia se dado ao trabalho de fornecer a composição desse conselho de guerra; e de que TODOS os senadores membros desse conselho de guerra eram comandantes legionários, e TODOS estão atestados historicamente por outras fontes (principalmente epigráficas) além da própria narrativa de Flávio José. De novo: errou…

    Neste próprio texto o sr. poderá encontrar outros exemplos desses “erros” e “enganos”, que ocorrem sempre que se descem a detalhes técnicos não disponíveis nas obras “genéricas” disponíveis; é só os ler com atenção e isenção. Agora, sr. Cláudio, pense comigo: se Xavier era assessorado por “espíritos”, “superiores” que fossem ou não, mas que haviam vivido naquelas épocas remotas, e tomado parte (e parte ativa) nos acontecimentos (como eles próprios, os “espíritos”, afirmam), então por que, justamente nesses aspectos técnicos específicos, não disponíveis no universo cultural de Xavier (e nem no da esmagadora maioria de seus contemporâneos), QUE DEVERIAM SER DE SEU TOTAL CONHECIMENTO (quero dizer, conhecimento deles, “espíritos”…), por que, repito, justamente nesses aspectos específicos Xavier comete tantos e repetidos erros, e erros primários, nas suas “psicografias”? Será que “Públio Lêntulo”, o senador romano contemporâneo de Cristo, não sabia como é que seus conterrâneos eram nomeados? Não sabia precisar o “status” da província da Judéia? Não sabia que lá não estacionavam legionários? Não sabia quanta gente habitava na “sua” Roma? Note bem, sr. Cláudio, sempre que Xavier, em suas obras históricas “psicografadas”, vai além do “trivial”, do “genérico”, do “usual”, disponível ao público médio instruído e culto de então, e ao que esse público usualmente “absorvia”… engana-se e erra. Qual a conclusão mais razoável a se tirar disso tudo, sr. Cláudio? Será que “Emanuel” era quem dizia que era? Será que “Públio Lêntulo” existiu? Será que o próprio “Emanuel” existiu? E, se existiu, de que tipo de “espírito” se tratava? Pense a respeito…

    Sds, JCFF.

  99. carlos framil Diz:

    Excelente texto,minha criação espírita kardecista está se arruinando.
    Descobri que as idéias sobre o perdão, sobre a imortalidade da alma são de Sócrates, e que Jesus Cristo não existiu.
    Há 5 anos perdi um irmão, médico, 40 anos. Passado 1 ano e meio mais ou menos, o centro espírita de minha cidade trouxe um médium que daria uma palestra. Me envergonho até hj, encenaram uma mensagem de meu irmão, pessoa inteligente, alegre, e culta. Nenhuma pessoa de minha família o reconheceu na mensagem. Será que quando desencarnamos mudamos nosso vocabulário, perdemos nossa cultura? Acredito na imortalidade da alma, no perdão e não consigo entender como uma figura como esse falsário, se não me engano de nome Celso, consegue ficar enganando pessoas de boa fé.

  100. Geraldo Diz:

    Mais pessoas deveriam se debruçar sobre o tema.
    Muito bom !
    Parabéns

Deixe seu comentário

Entradas (RSS)