“BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”, de Chico Xavier, é um livro recheado de conservadorismo, preconceitos, justificativas levianas, erros históricos, além de mostrar um Jesus confuso, inseguro e injusto.

Mais um artigo de Eduardo José Biasetto, professor de História e ex-espírita, dessa vez analisando o livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”.

Introdução: Numa conversa minha com o Marcos Arduin, mencionei que o livro “Brasil, Coração Do Mundo, Pátria Do Evangelho”, de Chico Xavier/Humberto de Campos, publicado pela FEB, em 1938, me parecia uma obra menor, fraca! O professor Arduin, em um de seus comentários, mencionou que o livro era uma “porcaria”. Eu não tinha usado esta expressão, mas a colocação dele, me fez pensar e me levou a uma releitura do livro. Conclui, então, que o Marcos Arduin tinha razão. “Brasil, Coração Do Mundo, Pátria Do Evangelho”, realmente, deixa muito a desejar. O livro é cheio de comentários tolos, preconceitos e justificativas contraditórias. É dito que Jesus Cristo escolheu a América e, especialmente o Brasil, para edificar a “Pátria do Evangelho”. Então, Jesus e colaboradores de elevado plano espiritual, criaram as condições para que os europeus realizassem as grandes navegações dos séculos XV e XVI. Favoreceram os portugueses para que colonizassem o Brasil e criassem um país que seria exemplo para todo o mundo, onde haveria integração de “todas as raças”, muita harmonia e de onde sairiam benefícios para toda a humanidade. Depois de ter fantasiado demais ao escrever sobre vida em Marte (Cartas De Uma Morta/1935), Chico Xavier voltou a exagerar na fantasia, nesta obra em que afirmou ter recebido a história do jornalista e escritor Humberto de Campos (1886-1934).

Chamou-me a atenção, um livro vindo do além, trazer tantas informações imprecisas e contraditórias. Do ponto de vista histórico, o livro também é fraco. Segue a historiografia tradicional da época. Não apresenta nada de “revelador”. A não ser, os “detalhes” da participação do plano espiritual no evento de conquista e colonização da América. Mas, as informações neste campo, são demasiadamente questionáveis, difíceis de serem aceitas.  

Bem, esta é a minha opinião, que realizo com certa tristeza, pois se constrói em razão de mais uma evidência da duvidosa mediunidade de Chico Xavier.  

Convenço-me, assim, que Chico fora um homem muito preocupado com a dor, o sofrimento dos outros. Quis amenizar as angústias de todos nós, navegantes dessa nave chamada Terra, que nos leva a rumos desconhecidos. Esta coisa “doida”, chamada vida, bela, rica, desafiadora, passageira e frágil.  

Através da leitura, da disciplina, do desejo, da fé, Chico foi elaborando seus livros. Não sei se ele tinha plena consciência da diferença entre o real e o imaginário. Quem saberá?   

Obs.: Frente à análise aqui realizada, vejo a necessidade de informar, que sou formado em História (licenciatura plena) e Geografia (habilitação). Sou professor efetivo de História, em escola estadual. Também leciono como professor efetivo de História, em escola pública municipal, além de possuir experiência na rede privada, como professor de curso regular e cursinhos pré-vestibulares, nas disciplinas de História Geral, História do Brasil, História da Arte, Geografia Geral e Geografia do Brasil.  

Para justificar minhas afirmações sobre as “falhas desta psicografia”, selecionei 12 passagens do livro, comentando-as, a seguir:  

1 – Sobre a obra, Emmanuel diz, no prefácio: “Os dados que ele fornece nestas páginas foram recolhidos nas tradições do mundo espiritual, onde falanges desveladas e amigas se reúnem constantemente para os grandes sacrifícios em prol da humanidade sofredora.”  

COMENTÁRIO: De acordo com Emmanuel, Humberto de Campos, colheu as informações do livro, no plano espiritual. São informações, tradicionalmente contadas lá. Analisando-se o livro, o mesmo não apresenta nenhuma novidade, no que se refere à sequência histórica dos fatos já conhecidos a respeito da História do Brasil. Fatos que o Chico não teria problema algum em encontrar nos manuais didáticos da época, ou, principalmente, em enciclopédias.

A narrativa é fortemente influenciada pela visão positivista, que marcou o Brasil nos primeiros tempos de República (o livro é de 1938). A ideia do heroísmo do desbravador, se manifesta em todo momento, relegando a um 2º plano, o contexto do explorado, a vítima do conquistador. Esta é outra característica muito frequente nos livros de História do Brasil, Característica que se manifestou até o fim do regime militar, no início de 1985.  

Portanto, de imediato, é possível identificar no livro, uma visão etnocêntrica, preconceituosa e conservadora, visão esta, distorcida da realidade em que a História se insere hoje. Obviamente, que a alegação é de que o livro é dos anos 1930. Mas, vale lembrar que o livro foi escrito no plano espiritual. Deveria ser mais elevado e, neste caso, pode-se concluir que:

– Os espíritos (sábios!) não têm o menor senso crítico com relação às injustiças cometidas pelas potências europeias, no contexto do colonialismo, que se verificou na América Espanhola e Portuguesa (Brasil), no início dos “tempos modernos”.  

2 – Emmanuel continua suas observações e diz: “O Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro.”  

COMENTÁRIO: Dando continuísmo às ideias kardecistas, de que o espiritismo se transformaria em religião predominante, ocorre um erro de análise e projeção, porque isto não se manifestou. Muito pelo contrário, como o Gilberto sempre lembra aqui, o espiritismo “respira por aparelhos” em todo o mundo. Emmanuel também informa que o Brasil seria um exemplo de claridades espirituais, em razão da fé raciocinada, colocações absolutamente equivocadas, visto que nosso país é um celeiro de “bobagens religiosas”, inclusive no meio espírita.

3 – Ainda no prefácio de Emmanuel: “Se outros povos atestaram o progresso, pelas expressões materializadas e transitórias, o Brasil terá a sua expressão imortal na vida do espírito, representando a fonte de um pensamento novo, sem as ideologias de separatividade, e inundando todos os campos das atividades humanas com uma nova luz.”

COMENTÁRIO: A realidade é que o Brasil é um país dividido, onde existe uma das mais injustas concentrações de renda do planeta, onde a violência se destaca com números e dados aterrorizantes. Realidade muito, mas muito distante da informada por Emmanuel. Será que ele não sabia o que iria acontecer?

4 – Humberto de Campos diz, no tópico “esclarecimento” (introdução ao livro): “Jesus transplantou da Palestina para a região do Cruzeiro a árvore magnânima do seu Evangelho, a fim de que os seus rebentos delicados florescessem de novo, frutificando em obras de amor para todas as criaturas.  

COMENTÁRIO: A partir desta informação, e de várias outras, ao longo do livro, Jesus Cristo esteve diretamente envolvido na descoberta da América pelos europeus, no final do século XV; bem como, ajudou diretamente na construção da sociedade colonial que aqui se formou, nos séculos subsequentes. Difícil entender como um espírito tão elevado, como o próprio espiritismo ensina, participou diretamente da carnificina que foi a colonização da América Latina, centrada nos interesses mercantilistas do conquistador europeu, interesses que não pouparam indígenas, negros, crianças, velhos… Estudos informam que quando os europeus chegaram à América, iniciando a colonização (século XVI), havia aqui por volta de 50 milhões a 80 milhões de habitantes. Menos de um século depois, este número já era inferior a 1/3. No Brasil, em 1500, havia entre 3,5 milhões a 5 milhões de indígenas. Hoje são 500 mil. Obras de amor para todas as criaturas – onde e quando ocorreu isto?

5 – Humberto de Campos narra, na página 47: “D. João III teve a infelicidade de introduzir em Portugal o organismo sinistro da Inquisição. Com o tribunal da penitência, vieram os Jesuítas. Não constitui objeto do nosso trabalho o exame dos erros profundos da condenável instituição, que fez da Igreja, por muitos séculos, um centro de perversidade e de sombras compactas, em todas as nações europeias, que a abrigaram à sombra da máquina do Estado. O que nos importa é a exaltação daqueles missionários de Deus, que afrontavam a noite das selvas para aclarar as consciências com a lição suave do Mártir do Calvário. Esses homens abnegados eram, de fato, ‘o sal da terra’.”  

COMENTÁRIO: O livro aponta que tudo foi planejado pelo plano espiritual, desde a criação pelo Infante D. Henrique, da Escola de Sagres em Portugal, no século XV, até a chegada da esquadra cabralina no litoral brasileiro. Nesta parte do livro, é citada a importância dos jesuítas, no contexto da colonização – Observa-se, no fragmento acima, que é mencionada a Inquisição, mas já se desvia do assunto. A preocupação em não desagradar a Igreja Católica, sempre uma constante na obra de Xavier – o “espiritismo-católico”, que já abordamos em outro artigo. Em seguida, ratificando esta afirmação, há a exaltação dos “missionários de Deus”, visto aqui, como heróis, que tinham o objetivo de aclarar as consciências, isto é, levar aos indígenas o cristianismo. Clara demonstração de preconceito e menosprezo pela cultura “do outro”.  

6 – Humberto de Campos narra, nas páginas 50/51: [Ismael, um dos mensageiros e trabalhadores de Jesus, diz a ele:] “A civilização, que ali se inicia sob os imperativos da vossa vontade compassiva e misericordiosa, acaba de ser contaminada por lamentáveis acontecimentos. Os donatários dos imensos latifúndios de Santa Cruz fizeram-se à vela, escravizando os negros indefesos da Luanda, da Guiné e de Angola. Infelizmente, os pobres cativos, miseráveis e desditosos, chegam à pátria do vosso Evangelho como se fossem animais bravios e selvagens, sem coração e sem consciência.” [Então, Jesus lhe responde:] – Ismael, asserena teu mundo íntimo no cumprimento dos sagrados deveres que te foram confiados. Bem sabes que os homens têm a sua responsabilidade pessoal nos feitos que realizam em suas existências isoladas e coletivas. Mas, se não podemos tolher-lhes aí a liberdade, também não podemos esquecer que existe o instituto imortal da justiça divina, onde cada qual receberá de conformidade com os seus atos.”

COMENTÁRIO: Jesus justifica a escravidão, dizendo que “os homens têm a sua responsabilidade pessoal nos feitos que realizam em suas existências isoladas e coletivas”. Considero esta passagem, simplesmente absurda, preconceituosa, discriminatória, vingativa… Lamentável colocação, visto que milhões de africanos foram trazidos da África, feitos escravos, humilhados, sacaneados, injustiçados… Uma atrocidade, sem precedentes! Será que Jesus Cristo, o Messias maravilhoso falaria uma besteira como esta aí.  

7 – Humberto de Campos narra, na página 75: “Os portugueses prosseguiram, incessantemente, na faina ingrata de ‘descer os índios’. Regressando ao Além, os primeiros missionários da caravana luminosa de Ismael pedem a sua colaboração misericordiosa, para que semelhante situação se modifique. Mas, o grande apóstolo de Jesus explica: – Irmãos, não podemos tolher a liberdade dos nossos semelhantes. Não sou indiferente a esses movimentos hediondos, nos quais os índios, simples e bons, são capturados para os duros trabalhos do cativeiro. Esperemos no Senhor, cujo coração misericordioso e augusto agasalhará todos aqueles que se encontram famintos de justiça. Contudo, poderemos, com os nossos esforços, auxiliar os encarnados na compreensão das leis fraternas, avisando-lhes o coração de modo indireto, quanto aos seus divinos deveres. Infelizmente, não encontramos, na atualidade do planeta, outro povo que substitua os portugueses na grande obra de edificação da Pátria do Evangelho.”

COMENTÁRIO: Jesus tinha um propósito – criar a “Pátria do Evangelho”, então, nesse propósito, informa que “danem-se os índios”. Algo lamentável, visto que para atingir o objetivo da criação da “Pátria do Evangelho”, não importava que milhões de vidas fossem comprometidas, inclusive dos índios, os verdadeiros donos da terra.

8 – Humberto de Campos narra, na página 90: “O mensageiro divino as reuniu em grandes círculos, de onde lhe ouviam a palavra amiga e esclarecedora. – Meus irmãos – disse ele – regressareis dentro de breves dias aos núcleos de trabalho estabelecidos no planalto piratiningano. Prosseguireis atuando no mesmo campo de labor e liberdade com que caracterizastes as primeiras iniciativas aí desenvolvidas. Agora, levareis mais longe a vossa coragem e o vosso heroísmo. Penetrareis o coração da terra do Cruzeiro, rasgando as sombras de suas florestas imensuráveis. Com a vossa dedicação, novas atividades serão descobertas e novas possibilidades hão de felicitar a existência dos colonizadores do país, onde nos desvelaremos pela conservação da bandeira de Jesus, desfraldada lá sobre todas as frontes e sobre todos os corações.”

COMENTÁRIO: As informações se referem às Bandeiras, as expedições, geralmente particulares, que desbravaram os “sertões” do Brasil. Há um tom de exaltação ao heroísmo dos bandeirantes, sempre “abençoados” por Jesus e seus mensageiros e missionários. Sabemos muito bem que os bandeirantes foram homens sedentos de bens materiais. Saíram à caça da mão-de-obra indígena, à procura de metais preciosos. Outros se entregaram ao “serviço sujo” do sertanismo de contrato, como Domingos Jorge Velho, responsável pela destruição do Quilombo de Palmares. Verdade seja dita, os bandeirantes não devem ser vistos apenas como “homens maus”, pois eles se defendiam como podiam, em uma terra cheia de injustiças, dificuldades e amarguras. Foi justamente a pobreza da região vicentina que impulsionou o movimento bandeirante. Vale lembrar, que as Bandeiras, de fato, contribuíram e muito para a ampliação do território, além de Tordesilhas, também fizeram nascer uma nova economia – a mineradora.

Entretanto, não foram poucas as atrocidades cometidas por muitos bandeirantes, verdadeiros “bichos do mato”!

9 – Humberto de Campos narra, nas páginas 121/122 e 158: (I) “O mártir da inconfidência, depois de haver apreciado, angustiadamente, a defecção dos companheiros, reveste-se de supremo heroísmo. Seu coração sente uma alegria sincera pela expiação cruel que somente a ele fora reservada, já que seus irmãos de ideal continuariam na posse do sagrado tesouro da vida. As falanges de Ismael lhe cercam a alma leal e forte, inundando-a de santas consolações. Tiradentes entrega o espírito a Deus, (…) (II) – O nosso irmão, martirizado há alguns anos pela grande causa, acompanhará D. Pedro em seu regresso ao Rio e, ainda na terra generosa de São Paulo, auxiliará o seu coração no grito supremo da liberdade. (…) Tiradentes acompanhou o príncipe nos seus dias faustosos, de volta ao Rio de Janeiro. Um correio providencial leva ao conhecimento de D. Pedro as novas imposições das Cortes de Lisboa e ali mesmo, nas margens do Ipiranga, quando ninguém contava com essa última declaração sua, ele deixa escapar o grito de ‘Independência ou Morte!’.

COMENTÁRIO: Em I, há a informação de todo o heroísmo de Tiradentes e, novamente, uma justificativa para que ele fosse o único dos conjurados condenado à morte (expiação pelos erros do passado). Primeiramente, é importante recordar que de todas as lideranças da Inconfidência Mineira, Tiradentes era o mais pobre, aliás, era o pobre, porque os demais faziam parte da elite mineira. Então, Tiradentes foi condenado à forca porque não tinha posição social e econômica. Em 2º lugar, alguns estudiosos afirmam que Tiradentes foi à forca extremamente contrariado, aos gritos, o que é algo absolutamente normal, convenhamos! Mas aí, não há nada de semelhante à narração do livro, que faz de Tiradentes um “herói” até na hora de sua morte. Terceiro, Tiradentes praticamente ficou esquecido na História do Brasil, por longas décadas. Com a Proclamação da República, um golpe civil-militar, em 15 de novembro de 1889, os republicanos, resgataram forçosamente a história de Tiradentes, porque eles queriam criar um herói nacional. A República precisava de um mártir. Inclusive, há diversas imagens de Tiradentes, quadros em que ele está com a corda no pescoço, na forca, em que ele aparece cabeludo e barbudo. Esta imagem é forjada, no sentido de lembrar Jesus Cristo. Os estudiosos afirmam que, normalmente, as pessoas que eram enforcadas pelas autoridades portuguesas, tinham a cabeça raspada e a barba feita. Em II, as informações mostram um Tiradentes “gozando de férias, sombra e água fresca”, no além, mas aí, ele é convocado a auxiliar D. Pedro na declaração de Independência do Brasil. Um monte de bobagens, vamos ser sincero! A independência do Brasil fez parte de um processo, envolvendo interesses e conchavos, terminando, inclusive, com o Brasil pagando uma indenização a Portugal – praticamente, compramos nossa emancipação política.

Se faz necessário considerar, ainda:

I – Novas evidências históricas consideram que o “grito às margens do Ipiranga”, nunca ocorreu. Trata-se de um mito histórico. Existe uma versão, inclusive, de que D. Pedro declarou a independência, não às margens, mas no alto de uma colina do Ipiranga, onde estava se livrando de uma diarréia. Esta história, ainda que cômica, parece se aproximar muito mais da verdade, do que a que foi exaustivamente contada nos livros didáticos.[1]

II – “Independência ou Morte”, é outro mito. Não há qualquer evidência de que D. Pedro tenha soltado este “grito”, no dia 7 de setembro. Alguns estudiosos apontam que foi a partir de uma carta escrita por D. Pedro, no dia 8 de setembro, onde ele afirma: “Prezados paulistas, independência ou morte é o nosso lema, mas estamos longe de conquistá-lo. Espero vosso apoio e vossa lealdade”, que surgiu esta história do “Grito do Ipiranga”.

III – O próprio quadro de Pedro Américo, “símbolo” da Proclamação da Independência brasileira, apresenta uma série de equívocos. Os “cavalos puro sangue” não faziam parte daquela realidade – mulas eram utilizadas naquelas viagens. Ou seja, muito do que se escreveu e se escreve sobre este acontecimento histórico, é pura fantasia.

As informações do livro do Chico Xavier/Humberto de Campos, só reproduzem as fantasias, quando deveriam corrigi-las, porque os espíritos evoluídos devem (ou deveriam) saber mais do que os que estão na experiência terrena. Vocês não acham?

10 – Humberto de Campos narra, nas páginas 175 e 177: “O século XIX, que surgira com as últimas agitações provocadas no mundo pela Revolução Francesa, estava destinado a presenciar extraordinários acontecimentos. (…) Foi assim que Allan Kardec, a 3 de outubro de 1804, via a luz da atmosfera terrestre, na cidade de Lião. Segundo os planos de trabalho do mundo invisível, o grande missionário, no seu maravilhoso esforço de síntese, contaria com a cooperação de uma plêiade de auxiliares da sua obra, designados particularmente para coadjuvá-lo, nas individualidades de João-Batista Roustaing, que organizaria o trabalho da fé; de Léon Denis, que efetuaria o desdobramento filosófico; de Gabriel Delanne, que apresentaria a estrada científica e de Camille Flammarion, que abriria a cortina dos mundos, cooperando assim na codificação kardeciana no Velho Mundo e dilatando-a com os necessários complementos.”

COMENTÁRIO: Esta passagem do livro, confirma aquilo que o Vitor e outros críticos já mostraram no blog, e eu também afirmei em artigo anterior – Chico Xavier conhecia muito bem os livros e ideias de autores e pesquisadores – João-Batista Roustaing, Léon Denis, Gabriel Delanne, Camille Flammarion – dos quais se alimentou para criar seus livros. A série André Luiz, ele se influenciou pela “A Vida Além Do Véu”, como já foi demonstrado aqui.  

11 – Humberto de Campos narra, na página 199: “A realidade, entretanto, é que o Brasil retirou desse patrimônio de experiências os mais altos benefícios para a sua política externa e para a sua vida organizada, sem exigir um vintém dos proventos de suas vitórias.”

COMENTÁRIO: O fragmento se refere à Guerra do Paraguai, um conflito ocorrido entre o final de 1864 e 1870, no qual, Brasil, Argentina e Uruguai se uniram contra o Paraguai. Trata-se de um dos temas mais polêmicos em nossa história, pois tem dividido estudiosos nas pesquisas sobre as verdadeiras motivações das batalhas. Sabe-se, entretanto, que a tal guerra trouxe gastos dispendiosos ao Brasil, fazendo com que nossa nação se endividasse com a Inglaterra. Portanto, longe de ter trazido benefícios ao país, a Guerra do Paraguai trouxe inúmeras perdas, inclusive milhares de mortes, além dos prejuízos financeiros. O Paraguai foi praticamente destruído, alguns estudiosos afirmam que mais da metade de sua população masculina pereceu. Outro aspecto que é mostrado no livro, sobre este tema, é o Brasil heróico, forte, determinado, apesar da dor de estar em guerra. Ou seja, o Brasil é o “bonzinho”, o Paraguai o “bicho-papão” – visão frágil e etnocêntrica.

Há mais informações infundadas neste tópico, que mostra D. Pedro II como herói dos combatentes brasileiros. Na verdade, a Guerra do Paraguai serviu para diminuir sua popularidade e força política, pois ele não teve, no pós-guerra, a habilidade pra lidar com as reivindicações do Exército brasileiro. Assim, se desgastou frente aos militares, um dos motivos para que fosse destituído do poder em 15 de novembro de 1889.  

12 – Humberto de Campos narra, nas páginas 202, 203 e 206: “D. Pedro [II] se reconfortava com essas doutrinações das massas, no seu liberalismo e na sua bondade de filósofo. Desejaria antecipar-se ao movimento ideológico, decretando a liberdade plena de todos os escravos; mas, os terríveis exemplos da guerra civil que ensangüentara os Estados Unidos da América do Norte durante longos anos, na campanha abolicionista, faziam-no recear a luta das multidões apaixonadas e delinqüentes. Foi, pois, com especial agrado, que acompanhou a deliberação de sua filha, de sancionar, a 28 de setembro de 1871, a Lei do Ventre Livre que garantia no Brasil a extinção gradual do cativeiro, mediante processos pacíficos. (…) Os abolicionistas compreendem que lhes chegara a possibilidade maravilhosa e a 13 de maio de 1888 é apresentada à regente a proposta de lei para imediata extinção do cativeiro, lei que D. Isabel, cercada de entidades angélicas e misericordiosas, sanciona sem hesitar, com a nobre serenidade do seu coração de mulher. (…) Os negros e os mestiçoes do Brasil sentiram no coração o prodigioso potencial de energias da sub-raça, com que realizariam gloriosos feitos de trabalho e de heroísmo, na formação de todos os patrimônios da Pátria do Evangelho, olhando o caminho infinito do futuro.”  

COMENTÁRIO: Primeiramente, Humberto de Campos afirma que o “bondoso” D. Pedro II desejava libertar todos os escravos, mas ficou com receio de que ocorresse algo parecido com o que ocorreu nos EUA, se referindo à Guerra da Secessão (1861-1865), um conflito que envolveu os Estados do Norte e do Sul. Vários fatores concorreram para esta guerra interna na nação norte-americana, sendo que o problema da escravidão não foi o único. O contexto brasileiro era outro. Nos Estados Unidos, havia uma grande diferença entre os Estados do Norte e os do Sul, no que se refere ao desenvolvimento industrial e à estrutura socioeconômica. Isto ocorreu, porque os Estados do Norte, de clima mais frio, foram colonizados no “estilo” colônias de povoamento; enquanto que os Estados do Sul, foram colonizados no “estilo” colônias de exploração, como ocorreu com as colônias espanholas e o próprio Brasil.

O Brasil não apresentava diferenças tão significativas em termos regionais, além disso, na época do movimento abolicionista, o Sudeste já havia se transformado na região mais próspera, em razão, primeiramente, da economia mineradora, seguida, então, pela economia cafeeira. Muitos cafeicultores já haviam percebido que a mão-de-obra escrava rendia pouco.

Considero, portanto, que Humberto de Campos quis, na verdade, fazer média com o D. Pedro II, colocando-o na condição de homem bonzinho, muito preocupado com a mão-de-obra escrava negra. Se a escravidão tivesse sido abolida antes de 1888, por decisão do imperador, provavelmente ele receberia críticas e cobranças de “senhores” insatisfeitos, mas uma guerra interna no país, envolvendo Estados (na época se chamavam Províncias) do norte e do sul, isto não se fundamenta, porque não havia esta discordância entre os Estados (Províncias brasileiras). Assim, a justificativa apontada por Humberto de Campos, para que D. Pedro II retardasse a abolição no Brasil, é simplesmente ridícula.

Depois, informa Humberto de Campos, que a Lei do Ventre Livre trouxe grande agrado ao imperador. Esta lei, assim como a Lei dos Sexagenários (Lei Saraiva-Cotejipe, de 1885), foram duas leis do tipo “me engana que eu gosto”, porque, na prática, na resolvia em nada a questão abolicionista. Servia apenas para amenizar as críticas à escravidão, além de ir dando aos escravocratas vantagens – por exemplo, libertar um escravo com mais de 65 anos (aqueles que chegavam a esta idade eram poucos), significava se desfazer de um problema!  

Quando ocorre a Lei Áurea, Humberto de Campos, trata a princesa Isabel como heroína, uma moça maravilhosa, boa, angelical! Faça-me um favor, quanta besteira. A princesa Isabel só assinou aquilo que já estava decretado: não havia mais como manter a escravidão no Brasil. A expansão cafeeira já se resolvia com a presença de mão-de-obra imigrante, e o sistema escravista já estava liquidado há tempos.

Por fim, Humberto de Campos se refere aos negros e mestiços como SUB-RAÇA, algo lamentável, claramente se referindo aos negros e mestiços como seres inferiores.  

Ele não menciona que os ex-escravos foram jogados às ruas, sofrendo todo tipo de preconceitos e humilhações, mesmo depois do fim da escravidão.  

Nota I: Fiz uso das colocações HUMBERTO DE CAMPOS NARRA/HUMBERTO DE CAMPOS AFIRMA… Entendendo-o como autor da obra, na afirmação xavieriana. Obviamente, sinto-me na obrigação de afirmar, que acredito que quem escreveu o livro foi o próprio Chico.  Isentando-se assim, o nobre jornalista e escritor Humberto de Campos, de qualquer crítica ou acusação que venha a manchar a sua memória.  

Nota II: Respeitosos espíritas xavierianos, me desculpem o possível desagrado, mas evidências como as que aqui mencionei, neste simples ensaio, me levam a acreditar, cada vez mais, que Chico Xavier nunca foi médium.  

Minhas sinceras saudações! 



[1] Ver o livro “O Brado do Ipiranga”, das autoras Cecília Helena de Salles Oliveira, professora doutora do Programa de Pós-graduação em História Social da USP, e Claudia Valladão de Matos, doutora em História da Arte pela Universidade Livre de Berlim (Alemanha) e professora de História da Arte no Departamento de História da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

49 respostas a ““BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”, de Chico Xavier, é um livro recheado de conservadorismo, preconceitos, justificativas levianas, erros históricos, além de mostrar um Jesus confuso, inseguro e injusto.”

  1. Carlos Diz:

    Parabéns Biasetto. Os comentários trazem uma visão mais realista aos fatos comparada ao estilo “Brasil prá frente” do livro. Uma pergunta: em que parte do livro o autor chama os africanos de de “sub-raça”?
    .
    A passagem em que o livro coloca Roustaing como “Apóstolo da fé” ao lado de Kardec gerou um grande desconforto entre os espíritas brasileiros. Há mesmo quem afirme que o trecho foi inserido pela FEB (sem autorização do CX) durante a edição/correção do livro. Você poderia acrescentar algo mais sobre esse episódio?

  2. Vitor Diz:

    Carlos,
    no e-book que tenho, a parte em que os africanos são chamados de sub-raça é na página 148, no parágrafo anterior ao início do tópico “A República”. O trecho o Biasetto reproduz.

  3. Marcos Arduin Diz:

    Ei, seu Biasetto
    Gostei da avacalhação do livro “Brasil, coração do mundo…” Essa é uma obra que por mais que seja avacalhada, nada farei para defendê-la.
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    Só que acho que você deveria fazer uma reciclagem dos seus conceitos históricos. Parece até que você aprendeu história pela cartilha dos nossos grandes gênios intelectuais esquerdistas burros, com o perdão do pleonasmo…
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    Devia ler revistas, como Aventuras na História, Leituras na História e outras. E também ler o livro Guia politicamente incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch. Muita coisa mistificada, primeiro endossada pelos milicos e depois pelos gênios esquerdistas burros é comentada por esse autor.
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    Citando-se apenas algumas: Tiradentes NÃO ERA POBRE, era rico como vários dos outros inconfidentes. Acabou na forca apenas porque sobrou para eles. E os negros, meu caro, não tem essa de que os brancos faziam expedições na África para capturá-los e trazê-los para a América: eles eram VENDIDOS pelos líderes tribais africanos, que capturavam membros de tribos rivais, ou prisioneiros de guerra ou até vendiam o seu próprio povo, quando queriam se livrar de desafetos. E saiba que até Zumbi tinha escravos! O Movimento da Consciência Negra fica puto da vida quando se fala nisso.
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    E quanto ao resto, só vou fazer uma ressalva: por que deveria o suposto Mundo Espiritual estar séculos adiantado em matéria de conhecimento e moralidade? Se assim o fosse, nós os encarnados também seríamos igualmente evoluídos na mesma proporção. O tal Mundo Espiritual, constituído de espíritos egressos aqui da Terra, está no mesmo nível intelectual e moral dos encarnados e daí não me surpreende as besteiras ditas a Chico Xavier, mesmo admitindo que sejam obra de espíritos.
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    É preciso ter cautela quando falamos do passado, meu caro. Suponho que em seu curso de História, isso lhe tenha sido passado. Ideias são como pessoas: precisam do momento certo para serem levadas a sério. A primeira máquina a vapor teria sido inventada por Hieirão, de Alexandria, no século II AC (corrija-me se eu estiver errado). Mas era só uma curiosidade: para a sociedade escravocrata, movida a força muscular, aquilo não tinha futuro. Quando James Watt a reiventou no fim do século XVIII, aí as condições sociais e econômicas de seu povo eram muito outras.
    .
    Acho complicado que os espíritos pudessem ir contra a visão preconceituosa predominante na época de Chico Xavier e anterior. Como mostrar que a cultura indígena era tão válida quanto a cultura do branco? Essa mudança de visão é uma coisa muito recente, mas só floresceu pela nossa mudança de mentalidade e não por obra e graça do Espírito Santo…

  4. Carlos Diz:

    Obrigado Vitor.

  5. Paulo Diz:

    Parabéns Biasetto! Texto muito bom e claro.

  6. Leonardo Diz:

    Seria interessante ver o que Carlos de Brito Imbassahy tem a dizer sobre o assunto, desvendar de vez o que é mito e o que não é (se isto for possível). Alguém sabe?

  7. Biasetto Diz:

    Arduin,
    Recebo de bom grado suas críticas e sugestões.
    A respeito de Tiradentes, é certo que ele não tinha o status dos demais líderes do movimento. Havia entre os inconfidentes, filhos de fazendeiros, pessoas que iam estudar na Europa, onde se informavam do Iluminismo e tudo mais, havia os poetas Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga.
    O problema do livro é o herísmo que se aplica a Tiradentes, D. Pedro I, D. Pedro II, a princesa Isabel…
    O heroísmo brasileiro na Guerra do Paraguai, o heroísmo bandeirante, o heroísmo, até mesmo, do conquistador europeu.
    Tudo isto, uma visão bem conservadora, tradicionalíssima e, em muitos aspectos, equivocada.
    Na minha opinião, reflexo de dois aspectos:
    1º) As fontes pesquisadas, livros e enciclopédias das primeiras décadas do século XX, visão nada crítica;
    2º) A personalidade do Chico Xavier, que evitava confrontos e críticas ao “modelo” vigente. O que explica, também, a forma como ele lidou com a ditadura militar brasileira.
    .
    Teu argumento sobre o pouco conhecimento dos espíritos, sabem tanto quanto nós, acho razoável, mas questionável. Se os espíritos sabem que o espírito de Tiradentes acompanhou D. Pedro I, na declaração de independência, será que eles não poderão perguntar a Tiradentes, como isto aconteceu, de fato?
    .
    Enfim, o livro é muito fraco!
    Jesus é mostrado como um “bobão” e um “maquiavélico”, no sentido consagrado por Nicolau Maquiavel, em sua obra “O Príncipe”, onde os fins justificam os meios: isto é, Jesus queria criar a “Pátria do Evangelho”, na América, então, não importava se indígenas, povos africanos, seriam escravizados, mortos…
    Complicadíssimo isto!
    .
    Ou o Chico escreveu tudo a partir de pesquisas (é o que acho mais coerente), ou Humberto de Campos foi um grande poeta, mas como historiador, uma lástima!
    .
    Só uma observação: o Vítor me indicou como “ex-espírita”, mais ou menos isto, porque continuo acreditando e torcendo muito para que existam espíritos, também acredito na comunicação mediúnica, com muitas ressalvas. Só não acredito mais, na mediunidade do Chico. E ele era o médium brasileiro que eu mais respeitava. Então, não preciso dizer mais nada sobre os demais, exceção feita ao Divaldo Franco, que não conheço ou conheço muito pouco!
    .
    Saudações!

  8. Marcos Arduin Diz:

    No caso do Tiradentes, do pouco que sei a respeito, ele era uma pessoa importante também no meio administrativo da época, o que pode ter pesado em sua condenação. Como eu disse, recomendo-lhe que leia o material que indiquei, pois essas coisas são abordadas.
    .
    Como lhe disse, se pensarmos que os espíritos são apenas nós sem corpo, o que se pensava na época, pensavam os espíritos. Parece simples dizer: mas então perguntemos aos tais espíritos como foi que a coisa se deu, ou então, que os próprios espíritos tirassem suas dúvidas com quem viveu a situação. Pode parecer simples, mas não é, pois da forma como está colocado no livro em questão, dá-se a ideia que quem escreveu o livro era uma elite sorbonizada e intelectualizada do mundo espiritual, ligada à FEB. Essa “zelite” não gostaria de ver a tradicional visão elitista da nossa história ser contrariada.
    .
    Veja só que os nossos militares revolucionários (?) de 64 certamente adorariam esse livro se não fossem cristãos ferrenhos (no sentido teológico e não no sentido prático). O Tony Tornado teve problemas com eles, pois o cara se vestia estravagantemente colorido. Ora, um negro só podia usar roupas sóbrias e, idealmente, esfarrapadas… Ele valorizava o orgulho de ser negro (lembra aquela música que diz: “… quantos brancos horríveis eu vi! Eu quero esse homem de cor…”. Isso era inadmissível para a elite intelectual direitista (e esquerdista também) e os milicos o mandaram passar uns tempos fora do Brasil. Voltou, atuou em novelas, namorou uma atriz branca (que foi perseguida por isso) e o Dias Gomes queria fazer o final da novela Roque Santeiro, com a viúva Porcina se casando com o personagem interpretado pelo Tony… Mas teve de recuar com receito dos protestos que ouvira do público.
    .
    Então, meu caro, não se pode mudar a História. Se queremos entendê-la, temos de ver a coisa como era na época em que ocorreu. Chico Xavier, fraco intelectualmente em polêmicas e querendo ficar de bem com todo mundo, certamente não iria comprar uma briga, ainda mais numa patriotada imbecil como aquele livro.

  9. Biasetto Diz:

    Arduin,
    Considero interessante sua convicção de que as falhas nos livros do Chico, se explicam pela limitada cultura dos espíritos que ele psicografou.
    Porém, não seria mais fácil admitir que ele não foi médium e, portanto, escreveu em concordância com aquilo que leu, pesquisou?
    .
    Em mãos, tenho um livro que é indicado pelo MEC, faz parte do PNLEM (Programa Nacional do Livro no Ensino Médio), livro adotado na escola estadual em que leciono.
    Nesta obra é dito:
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    “Entre os principais inconfidentes estavam Cláudio Manuel da Costa (minerador e poeta, formado em Coimbra), Inácio de Alvarenga Peixoto (minerador e latifundiário), Tomás Antônio Gonzaga (poeta e jurista), Toledo e Melo (padre e minerador), Abreu Vieira e Oliveira Lopes (coronéis). UM DOS POUCOS PARTICIPANTES DA INCONFIDÊNCIA QUE NÃO FAZIAM PARTE DA ELITE ECONÔMICA MINEIRA FOI JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, apelidado de Tiradentes porque exercia, entre outros ofícios, o de dentista.” (Página 353) – [História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª edição, 2005. Editora Saraiva. Autor: Gilberto Cotrim/Professor de História graduado pela USP, Advogado inscrito na OAB-SP, Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie]
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    Tenho em mãos, outro livro, este “fresquinho”, onde se lê:
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    “Quando a República foi proclamada, em 1889 (…), um grupo de intelectuais decidiu escolher um símbolo que representasse o Brasil republicano e tivesse apoio popular. Após discutirem algumas opções, a escolha recaiu sobre Tiradentes. Vários fatores pesaram na decisão, como o modo austero como ele se portou diante do processo judicial e o fato de ter morrido pela causa republicana. Tomada a decisão, criou-se um culto à imagem do alferes, embora seu papel na Inconfidência, segundo vários historiadores, não tivesse sido o mais importante.” (Página 234) – [História em movimento – o mundo moderno e a sociedade contemporânea, volume 2, 1ª edição, 2011. Editora Ática. Autores: Gislane Campos Azevedo/Mestre em História Social pela PUC-SP e Reinaldo Seriacopi/ Bacharel em Língua Portuguesa pela USP e em Jornalismo pelo IMS-SP. Editor especializado na área de História]
    .
    Ainda, no livro de Gilberto Cotrim (citado acima), página 398: “Terminada a guerra [Guerra do Paraguai], a população brasileira também sofreu as consequências do sangrento conflito. A ECONOMIA ESTAVA FORTEMENTE ABALADA em razão dos prejuízos da guerra. Por isso, DEPENDIA CADA VEZ MAIS DOS EMPRÉSTIMOS OBTIDOS COM OS BANQUEIROS DA INGLATERRA, O QUE AUMENTAVA A DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA. Além disso, o exército passou a assumir posições contrárias à escravidão no Brasil e a demonstrar simpatia pela causa republicana. Isso se explica, de certa forma, pelo fato de a maior parte das tropas brasileiras ser composta de escravos negros e homens livres e pobres.”
    .
    O que mais me chamou a atenção no livro, no sentido negativo, é a história de que Jesus Cristo muito se esforçou para fazer nascer a “Pátria do Evangelho”, onde haveria justiça, harmonia e exemplo pra todo o mundo.
    .
    O livro é da década de 1930. Será que tudo isto ainda vai acontecer?
    Só que já se passaram mais de 70 anos!

  10. Biasetto Diz:

    Carlos,
    .
    “Os negros e os mestiçoes do Brasil sentiram no coração o prodigioso potencial de energias da SUB-RAÇA, com que realizariam gloriosos feitos de trabalho e de heroísmo, na formação de todos os patrimônios da Pátria do Evangelho, olhando o caminho infinito do futuro.” (28ª edição, página 206)
    .
    Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, Espírito Humberto de Campo, psicografia de Chico Xavier. 1ª edição, de 1938.
    .
    Carlos,
    Eu até me esforço pra considerar o contexto histórico, o momento em que a obra foi escrita, na tentativa de diminuir o efito desta colocação (SUB-RAÇA), mas é difícil né?
    Um abraço a todos!

  11. Paulo Diz:

    Uma coisa temos que constatar: Ir para o além ( ou para o nosso lar) deixa o espírito mais burro.

  12. Carlos Diz:

    Pois é Biasetto! Ainda mais quando o livro tem o aval de espíritos ditos “superiores”… Sei que o Arduim não pensa assim, mas essa é a opinião largamente dominante no espiritismo brasileiro.

  13. marcelo Diz:

    Biasetto,
    Primeiramente,parabens pelo artigo.
    O Chico escreveu ou “psicografou” varias porcarias,sendo este livro analisado agora um dos piores.
    Agora,tenho que concordar com o Arduin que isso nao prova que nao houve psicografia(o que eh, afinal,o motivo destas pesquisas).
    .
    Se formos democraticos e, mantivermos, como hipotese, a premissa espirita de que o nivel do “espirito comunicante” nao eh muito diferente do nivel do medium e, o mundo material,fisico eh um simulacro, uma copia malfeita do mundo espiritual,extrafisico ,mas nao muito mais avancado,acho que pode ser psicografia,sim.
    .
    Devemos, tambem, levar em conta o “zeitgeist”, ou seja,
    o espirito do tempo, o clima da epoca,a percepcao do que era “correto” naqueles tempos.
    .
    saudacoes.

  14. Paulo Diz:

    Conheço um medium aqui de Porto Alegre que psicografia o Costinha!

  15. Eduardo José Biasetto Diz:

    Marcelo e colegas,
    Que como o Arduin, consideram que erros grosseiros em livros do Chico Xavier ou outros “médiuns”, não servem como prova da não-mediunidade, eu pergunto?
    .
    Então, no plano espiritual, numa colônia como Nosso Lar, será que não tem ninguém, nenhum espírito sábio, evoluído, pra dizer pros “caras”: “Pera aí turminha! Este livro que vocês escreveram pode até parecer legalzinho, mas tá cheio de besteira! Alguém vai perceber lá na Terra, e vão avacalhar com nós todos!!!”
    .
    Oras, se a turma lá realiza reencarnação, ajuda no desencarne daqueles que batem as botas, têm poder para criar, mentalmente, sei lá, edifícios, aeróbus, paisagens belíssimas, encantadoras… Puxa vida! Meu Deus! Será que não são capazes de passar um livro acima da média, só isto, pra turma aqui debaixo?
    .
    Eu tento ser espírita, juro que tento! Mas é difícil!!!

  16. Marcos Arduin Diz:

    Biasetto,
    O Chico Xavier era uma pessoa de cultura limitada e fica um pouco complicado saber que fontes de consulta ele teve na ocasião. Veja bem que não estou descartando essa hipótese, mas ela exige que se possa ser verificada de alguma maneira.
    O que digo sobre os espíritos é fruto da minha percepção do que vejo os médiuns escreverem. E são coisas de época, porque não há alternativa. O espírito não pode ir além do seu tempo, mais do que um encarnado iria.
    .
    Quanto a livros, indicados pelo nosso governo esquerdista… Eu fico com dois pés atrás. Como eu disse, você tem de ir além deles e consultar outras fontes, especialmente as discordantes das visões “oficiais”.
    .
    Quanto a intrometer Cristo no meio da patriotada imbecil, acho que você sabe o que vem a ser “projeto de marketing”, certo? O Cristo aí era o “garoto-propaganda” da tolice. Realmente nesse país de gente corrupta e safada, fraca e covarde, é difícil achar alguma “árvore do evangelho”…

  17. Biasetto Diz:

    Arduin,
    Se isto que você fala: [“O que digo sobre os espíritos é fruto da minha percepção do que vejo os médiuns escreverem. E são coisas de época, porque não há alternativa. O espírito não pode ir além do seu tempo, mais do que um encarnado iria.”] – for verdade, for coerente, é preciso desmistificar (reclassificar) o espiritismo e as psicografias.
    .
    Porque, neste caso, a ideia que se tem da sabedoria espírita, fica bastante abalada. E, então, também vamos concluir que há ótimos escritores terrenos, bons escritores terrenos, fracos escritores terrenos, ruins escritores terrenos. Porém, no plano espiritual, é difícil achar um que seja, pelo menos, razoável.
    Exemplo disto, é que o Augusto dos Anjos, escreveu um poema (que o Chico psicografou), na espiritualidade, muito inferior ao que ele tinha escrito na Terra. Quer dizer: o espírito quando desencarna, não só não melhora seu nível cultural no além, como fica menos culto!
    Não entendo mais nada!!!

  18. Paulo Diz:

    Biasetto, tu quer que depois de passar vários anos correndo de um lado para outro no umbral, o espírito de Augusto dos Anjos tenha cabeça para escrever algo decente?

  19. Biasetto Diz:

    É Paulo,
    Deve ser por aí, mesmo!
    .
    Falando sério, fiquei pensando: se um sujeito como o André Luiz, de acordo com o que ele mesmo disse, levou a vidinha bacaninha dele, tudo bem. Aí morreu de câncer, ainda jovem.
    Então, fica oito anos no umbral, naquela tortura lá, um sujeito nestas condições, iria ficar pirado pra sempre!
    Não se recuperava mais.
    .
    Por coisas assim, que eu questiono a tal “justiça divina”, a tal psicografia do Chico.

  20. Marcos Arduin Diz:

    O problema, Biasetto, é que por aqui estamos muito centrados no Chico Xavier, e, como se desejam provar certo ponto de vista, só pegamos coisas ruins e falhas. Será que TODA a obra de Chico Xavier é necessariamente porcaria? Nada se salva?
    .
    Quanto a classificações, qual o critério? Um puxassaquista vai querer ver tudo de lindo e maravilhoso nos textos do Emmanuel, do Ramatis, do Divalvo, do Chico, do Waldo… Mas bajulação cega é um bom critério?
    .
    Há manchas até nos astros mais brilhantes…

  21. Paulo Diz:

    http://bulevoador.haaan.com/2010/09/17/o-efeito-chico-xavier-sobre-as-aulas-de-neurociencia/

  22. Biasetto Diz:

    Paulo,
    Com calma vou dar uma olhada no link que você sugeriu.
    Um abraço!
    .
    Arduin,
    Nesta linha que você citou aí, aproveito pra comentar alguns emails que tenho recebido, também falando das obras assistências do Chico, toda a dedicação que fez ao outro, em sua existência.
    .
    Eu vejo no Chico, a pessoa Chico Xavier, alguém extraordinário, fantástico! Quanto a isto, tudo que ele fez ao próximo, a preocupação dele em ajudar. Puxa vida! Nem tem como questionar ou negar isto.
    .
    Porém, o que nós estamos discutindo aqui é:
    .
    1º) Existe mediunidade?
    2º) O Chico foi médium?
    3º) Os espírito que passam mensagens são sábios? Também erram? Também consultam obras terrenas?
    4º) O fato do Chico ter “psicografados” boas obras, dá a ele, o direito de “psicografar” obras ruins também?
    5º) O fato de existirem obras fracas, com várias informações criticáveis e/ou duvidodas, não põe em dúvida a mediunidade dele?
    .
    Penso que o que está sendo questionado aqui, vai, mais ou menos, por aí. Já me falaram que estou denegrindo, caluniando o Chico. Eu, só estou fazendo questionamentos e mostrando evidências que me levam a estes questionamentos. Cabe àqueles que discordam de minha opinião e da opinião de outros críticos ou céticos aqui, mostrarem que estamos errados.
    Se isto me for mostrado, aceito numa boa, peço desculpes e “pego o meu chapéu”.
    Por enquanto…

  23. Carlos Diz:

    Biaseto,
    .
    Aproveitei suas perguntas para refletir sobre o que li e aprendi aqui no blog. Eu diria a seguinte:
    .
    1°) Provavelmente sim, embora reconheça que o corpo de evidências é muito precário. A ausência de testes controlados, ou mesmo a ausência de resultados positivos quando o teste é feito sob condições controladas é, sem dúvida, o “calcanhar de Aquiles” na confirmação da mediunidade.
    2°) Os estudos do blog mostram claramente que vários de seus livros foram inspirados em material já publicado. Há relatos ainda de fraude em seções de materializações, se aceitamos o testemunho de Waldo Vieira. Contudo, afirmar que toda o seu trabalho nesse campo é anímico me parece precipitado.
    3°) Depende do que você chama “sábio”. Sim. Não deveriam, pois colocam em dúvida a autenticidade da fonte espiritual
    4°) Sim, evidentemente. Ele mesmo afirmou que era falível.
    5°) SIm.

  24. Marcos Arduin Diz:

    1º) Existe mediunidade?
    – O problema da mediunidade, Biasetto é o que Kardec já havia colocado: experimentos físico-químicos podem ser reproduzidos à vontade e provar esta ou aquela hipótese. Mas em relação à mediunidade a coisa não funciona assim. As reproduções não são garantidas: as provas que queremos têm de ser colhidas de passagem. Ao frequentador assíduo e inteirado da situação, pode acontecer de obter a prova que deseja numa mensagem, numa frase ou numa simples palavra, que para outro, nada significariam.
    .
    2º) O Chico foi médium?
    Sim. O caso aqui é que VÁRIAS pessoas receberam provas através de mensagens que ele passou de parentes falecidos aos encarnados. Tentam-se contornar isso falando da “entrevista, das informações passadas pela ampla e abnegada equipe de assessores que virariam o Mundo em busca das informações necessárias, da leitura fria, morna, quente, da captação do inconsciente, da força Psi, etc e tal”. Falam que essas seriam hipóteses “econômicas”, mas as exigências para sejam validadas são tantas que no fim acabam ficando muito caras…
    .
    3º) Os espírito que passam mensagens são sábios?
    – Não necessariamente. Na maioria dos casos são do mesmo nível intelectual que o nosso.
    .
    Também erram?
    – Certamente, pois são apenas humanos sem corpo, mas ABSOLUTAMENTE IGUAIS NO RESTO.
    .
    – Também consultam obras terrenas?
    O que os impediria? O que impediria o próprio médium de buscar essas informações a fim de verificar se o que está sendo dito pelo espírito teria algum sustentáculo independente? No que aí, no caso, se o espírito fornece uma informação discordante do que é dito, a prudência mandaria descartar a dita-cuja. Já pensou na situação de Kardec? Ele, baseado no que dizia a Ciência de sua época, não tinha dúvidas de que os negros seriam uma raça inferior, coisa supostamente confirmada pelo que se via na realidade do momento. Se um espírito lhe revelasse que nada disso era verdade e que o negro era corporalmente equivalente ao branco, sem ter o que tirar, nem por, o que a prudência mandaria Kardec fazer?
    .
    4º) O fato do Chico ter “psicografados” boas obras, dá a ele, o direito de “psicografar” obras ruins também?
    – Xi, meu caro! Acho que você nunca leu obras de um mesmo autor, ou viu filmes de um mesmo cineasta… Quantas obras primas um autor consegue produzir? Às vezes ele faz uma obra excelente e 10 porcarias… Não é uma questão de direito e sim de contingência.
    .
    5º) O fato de existirem obras fracas, com várias informações criticáveis e/ou duvidosas, não põe em dúvida a mediunidade dele?
    – O que poria em dúvida a mediunidade dele seria se TUDO o que ele fez, tanto nas obras, como nas consultas e mensagens de passava fosse absolutamente restrito ao próprio médium. Seria o caso então do médium anímico: ele só consegue contatar UM espírito – o seu próprio. Mas se Chico podia saber de coisas que não tinha como saber por meios normais, então ele era sim um médium não anímico. Um caso bem evidente já provaria isso.
    .
    Penso que o que está sendo questionado aqui, vai, mais ou menos, por aí. Já me falaram que estou denegrindo, caluniando o Chico.
    – Isso é o problema dos chiquistas, bajuladores que precisam de um santo para rezar. Uma pena.
    .
    Eu, só estou fazendo questionamentos e mostrando evidências que me levam a estes questionamentos. Cabe àqueles que discordam de minha opinião e da opinião de outros críticos ou céticos aqui, mostrarem que estamos errados.
    _ Isso seria o ideal.

  25. Biasetto Diz:

    Carlos,
    Agradeço por todas as tuas respostas. Acho que você respondeu muito bem. Penso que muitos espíritas que ficam indignados com os artigos que aparecem aqui no blog, deveriam repensar um pouco e pararem de endeusar o Chico.
    É neste ponto que tenho firmado minhas pesquisas, inclusive vejo nelas muitas limitações, porque não é o meu ganha pão, nem é meu propósito provar que o Chico nunca foi médium, apesar de, às vezes, pensar seriamente nesta hipótese.
    O que eu venho discutindo aqui, estou propondo, é a questão de até onde podemos confiar em livros considerados ou declarados psicografados.
    .
    Algumas pessoas poderão dizer: “mas pra que isto?” “Se há quem acredite no Chico, e se isto faz bem aos crentes, por que questionar?”
    .
    O espiritismo, os livros espíritas confortam muitas pessoas, mas também incomodam outras. Quando o sujeito lê um livro como Nosso Lar, por exemplo, ele pode se sentir muito bem, mas também pode se sentir muito mal. Então, me preocupa sim, saber se aquilo é verdade ou não. Da mesma forma, como acho complicadíssimo o papel castrador presente em religiões dogmáticas, com todas aquelas histórias mais do que duvidosas, presentes na Bíblia.
    .
    Não fui muito de frequentar centros espíritas, mas, por um curto período, cheguei até a fazer parte de um grupo, que se reunia numa casa, num ambiente bem propício. Eu, diziam os “comandantes” lá, servia muito bem como médium de “equilíbrio”, não é esta a palavra, agora não estou lembrando, mas seria algo como um médium que doa bastante força, energia para que as sessões se realizem. Bem, nunca tive provas disto.
    Então, neste grupo, eram feitas as orações, alguns comentários, coisas assim. Era até muito legal. Num determinado momento, tinha um lá que fazia umas psicografias que, pra ser sincero, nunca me convenceram. E tinha também umas pessoas que procuravam este “centrinho”, pra pedir ajuda, curas e tudo mais. Tinha um rapaz que vivia tendo uns “piripaques”, uns ataques bem esquisitos… Então, ele veio lá várias vezes, fizemos orações, aplicaram passes, e nada do sujeito melhorar. Então, combinaram de fazer um trabalho mais eficaz com o cara. Num fim de semana, fomos numa casa maior, com o tal obsediado. Bem, teve quase de tudo lá, charuto, sal grosso, pipoca, a marvada pinga. Uma guria lá dizia incorporar um preto véio, aquelas coisas. Eu fiquei, como se diz aqui no interior, só de espreita! Nem acreditando, nem duvidando. O rapaz só faltou ser virado ao avesso. Rodopiaram ele, jogaram fumaça na cara dele, deram banho de ervas!
    O cara saiu de lá atordoado.
    Fiquei pensando sobre tudo aquilo, e decidi que não participaria mais daquele grupo, pois não concordava com tais procedimentos. Tinha uns outros problemas lá também, mas nem vou falar.
    E foi dito pro sujeito, que ele tinha que estar sempre em tratamento espiritual…
    O tempo passou, eu deixei de frequentar o tal grupo. Um dia encontrei com a mãe do sujeito e ela me disse que ele andava de mal a pior. Os “ataques” só pioravam e ocorriam com maior frequência. Sugeri a ela que levasse o filho a um psiquiatra e um neurologista.
    Resumindo tudo, porque já escrevi demais, a mulher levou o rapaz aos médicos, constatou-se que ele tinha uma espécie de eplepsia. Ele passou a tomar medicamentos e tudo melhorou, praticamente acabaram-se os problemas.
    .
    Aprendi com isto, que até é válido, em determinadas circunstâncias procurar uma ajuda espiritual, mas nada substitui a medicina.
    .
    Então, a coisa é séria, vamos com calma, porque não é brincadeira não!

  26. Outro Marcelo Diz:

    Biasetto,

    Parabéns pelo trabalho!

    Esse “Brasil, Coração do Mundo…” é certamente um dos piores livros do Chico Xavier.

    Outro livro sobre “História”, do Chico Xavier, é o também muito ruim “A Caminho da Luz”, atribuído a Emmanuel, que fala da existência de Atlântida e Lemúria como fatos históricos.

  27. Gilberto Diz:

    Biasetto: Não li e nem pretendo ler o seu artigo! Motivo: O título é tão comprido que já explicou tudo. Parece trailler de filme de comédia romântica. Não precisa ver nada. Só o trailler tá bom. A mocinha não vai casar com aquele noivo babaca e rico dela, mas sim com o dono do botequim daquela cidade pequena do interior da Irlanda. Com um lindo beijo sob a lua cheia no final… Ah, meu lado bicha adora essas coisas…
    .
    Falando sério. Você não mencionou em seu artigo, mas acho a seguinte informação de grande importância para entendermos o livro em questão. O Ufanismo que imperava no Brasil na época em que o livro foi escrito influenciou muito a vida do brasileiro. Não apenas livros eram escritos com essa temática, mas as pessoas recebiam nomes patrióticos (Índio do Brasil, Brasilino, nomes de heróis da pátria, etc.), as músicas enalteciam as nossas belezas e essa euforia ufanista contaminava tudo o que se produzia em nossa cultura. O grupo espírita de Xavier não era diferente, e como eles viviam o franco crescimento de sua doutrina, eles tomaram isso como sinal de Deus de que o “grande e magnânimo” Brasil lideraria o mundo numa jornada de evolução espiritual. Parecia lógico. Sempre caminhei, em relação a CX, entre o conceito de fraude consciente ou inconsciente. Achava ser 100% inconsciente, mas depois que passei a acompanhar este blog tenho tido as minhas dúvidas. Mas acho que neste caso, se houve oportunismo, foi pura má fé. Foi um aproveitamento do sentimento patriótico de um povo. Espero que neste caso tenha havido fraude inconsciente. Mas essa obra não fugiu ao que se esperava de CX: explicações “históricas” toscas, sentimentalismo barato, catolicismo de quem nunca abriu uma bíblia, e uma profusão de palavras que só se encontram no dicionário, pra dar uma roupagem intelectual. Mas, na boa. Artigo nota 1000!

  28. Biasetto Diz:

    Olá, “outro” Marcelo!
    É, exatamente: BRasil, Coração Do Mundo, é de 1938; em seguida, veio A Caminho da Luz – no 1º livro, há uma síntese da História do Brasil; no 2º, há uma síntese de História Geral.
    A Caminho da Luz é “menos pior” que Brasil, Coração do Mundo, em alguns aspectos, mas está cheio de “fantasias”. Inclusive, uma coisa temos que admitir: se Erich von Daniken e J. J. Benitez causaram polêmica ao atribuir proezas como a construção das pirâmides do Egito aos ets, o Chico/Emmanuel, já ia nesta linha, bem antes: porque ele diz que o Egito antigo foi palco da reencarnação de espíritos evoluídos (pelo menos, “cientificamente”), que vieram de Capela (“os exilados de Capela”) – e construíram as pirâmides para testemunho da presença deles na Terra. Desta vez, pelo menos, ao invés de dizer que o Chico copiou, para que dá pra falar, que ele é que foi copiado. rsrsrsrs…

  29. Gilberto Diz:

    A parte: ” Você não mencionou em seu artigo, mas acho a seguinte informação de grande importância para entendermos o livro em questão. O Ufanismo que imperava no Brasil…” saiu sem querer. Leia-se: “Como você mencionou em seu artigo, acho que que o Ufanismo que imperava no Brasil…” Estou escrevendo 22 coisas ao mesmo tempo, e ao retornar ao esboço do meu comentário, horas depois, escrevi errado.

  30. Biasetto Diz:

    Corrigindo: [Desta vez, pelo menos, ao invés de dizer que o Chico copiou, para que dá pra falar, que ele é que foi copiado. rsrsrsrs…]
    .
    Desta vez, pelo menos, ao invés de dizer que o Chico copiou, acho que dá pra falar, que ele é que foi copiado. rsrsrsrs…

  31. Gilberto Diz:

    Esse link é pra quem quer todos os livros de Chico Xavier conhecidos.
    .
    http://www.4shared.com/file/Ci2_3SHm/380_Livros_Espiritas_de_Chico_.htm

  32. Biasetto Diz:

    Prazer em revê-lo, Gilberto!
    Seus brilhantes comentários estão fazendo falta aqui no blog.
    Espero que você tenha melhorado de humor. Espero que a coca-cola e os cookies tenham feito efeito em seu cérebro, enchendo-o de serotonina!
    Um abraço!

  33. Biasetto Diz:

    Gilberto, fiz o comentário acima, sem ter lido o que você tinha colocado, anteriormente.
    É exatamente por aí.
    A História, durante muito tempo, foi usada apenas ou principalmente pra isto: puxar o saco!
    De quem? Dos poderosos né? De quem era governo, de quem estava no poder.
    Neste sentido, o livro Brasil, Coração do Mundo… exibe exatamente este patriotismo exacerbado, tolo, ingênuo e falho: é o Tiradentes, herói da pátria, que queria a liberdade do Brasil, quando se sabe hoje, que a questão era bem localizada, regionalizada. Não havia este sentimento de nacionalismo, no sentido de todos saírem ganhando. Era bem aquela coisa de se resolver a questão ali, particularidades.
    Exalta-se o IMPERADOR, dando status e glórias à neobreza, como se fossem pessoas realmente IMPORTANTES, GRANDIOSAS!
    Exalta-se a PRINCESA ISABEL, e o grande feito de ter libertado os escravos. Oras, que lindo! Maravilhoso! Mulher angelical!
    Na História, sempre há um contexto. A ideia de “mocinho” e “bandido” precisa ser relativizada – as coisas acontecem numa sequência, num processo.
    Mostra-se os bandeirantes como heróis, desbravadores, homens aventureiros, corajosos… Eles, num sentido mais real, não eram nem bons, nem maus – lutavam pra sobreviver, alicerçados naquilo que acreditavam e se viravam como podiam.
    Enfim, o livro é uma clara evidência do momento histórico. Como você disse, cheio de ufanismo, apostando que o Brasil “daria certo”. Na década de 1930 havia toda aquela propaganda varguista, o populismo, o país que cresce, avança a passos longos. Então, o Chico, sei lá, o espírito de Humberto de Campos, Emmanuel, não sei! Todos estavam envolvidos neste clima, o que se refletiu na histórias contadas e imaginadas. Só que o tempo passa né? E aí, quem escreve coisas pouco críticas, pouco raciocinadas, quem se deixou levar pela emoção, pela euforia, corre o risco de ter escrito bobagens, de ter feito projeções e apostado em algo que não se realizou. Ao invés de o Brasil ter se transformado em Pátria do Evangelho, exemplo positivo para o mundo, país de grande vibração espiritual, viramos um país com enormes injustiças (já existiam naquela época, é vedade) sociais, abismos econômicos e uma salada mista de crenças e bobagens religiosas, como nunca se viu.

  34. Biasetto Diz:

    Vítor,
    Me dá a liberdade pra mostrar que em minha cidade tem coisa muita boa!
    .
    http://www.futebolpaulista.com.br/info_texto.php?cod=48147
    .

  35. Biasetto Diz:

    Vejam o vídeo:
    .
    http://www.futebolpaulista.com.br/tvfpf.php?cod=2240
    .
    Vítor, desculpe-me o abuso, mas também tenho que fazer uma propagandinha de minha cidade!
    Gilberto, esquece um pouco teu “lado bicha” (todos temos um!) e curte aí!
    Só um detalhe: a moça é minha vizinha!

  36. Biasetto Diz:

    “Nem só de pão vive o homem!”
    Espero que minha mulher não veja o blog.
    Tchau!

  37. Gilberto Diz:

    Meu lado bicha é lésbico. Babei no meu laptop. Mulher é muito bão. Claro que tenho o maior respeito pelos homossexuais. Até encorajo isso. Assim sobra mais muié pra nóis…

  38. Gilberto Diz:

    A cada casal de gays que se casa sobram mais duas mulheres pra nós. Já temos a proporção de 11 mulheres para 9 homens no Brasil. Hum, o casamento gay não deveria apenas ser liberado, mas OBRIGATÓRIO pra quem não aguentasse pelo menos 3 gatas por semana. E as paulistas são nota mil. Eu e meu irmão casamos com paulistas. Viva o Brasil, coração do mundo e pátria das piteuzinhas!

  39. Roberto Scur Diz:

    Jujuba,
    .
    Tudo bem?
    .
    Sei que deves estar bastante ocupado com faculdade, estas coisas, mas se puderes tirar um tempo para ir jantar e nos conhecermos estarei por aqui hoje (viajo amanhã de meio-dia).
    .
    Como qualquer tipo de comida, hamburguer, pastel, pizza, carne, massa, o que for.
    .
    Se não der não têm problema, fica para outra oportunidade pois tenho que vir à Maringá vez ou outra, e se eu não falar contigo nesta vida, falamos depois da morte, sem dúvida (te visito no umbral dos céticos, se eu conseguir liberação lá no umbral dos maus espíritas).
    .
    Estou no hotel Gaph, 3021 7000 quarto 203.
    .
    Saudações

  40. Biasetto Diz:

    Pô Gilberto,
    Você me fez entregar aí que eu também tenho um lado bicha, agora você afinou! Me deixou numa situação difícil!
    .
    Bem, então, também vou me explicar: meu lado bicha, gay, é o lado da alegria, o lado em ver o mundo colorido, o lado da emoção. Porque, normalmente, estou de mau humor, cheio de testosterona, com vontade de xingar, vendo o mundo em preto e branco, achando que Deus não existe, que tudo é uma injustiça, que a vida é um m.
    .
    Bem, as mulheres, estas me encantam, adoro! Mas aí, vem os moralistas religiosos com o papo de pecado e tudo mais. Ah, vão planta batata!
    .
    Scur, não sei qual é a do Jujuba? Sinceramente!
    Pô Jujuba, este encontro é histórico, vivo convidando o Gaúcho teimoso a me visitar, e você vai perder esta chance?
    .
    Bem, um abraço a todos!

  41. Alexandre Borges Diz:

    As fontes de pesquisa do senhor Biasetto são livros escolares, e, ainda mais do MEC !!! kkkkkkkkkkkkk. Como levar em conta um cidadão desse? Não merece maiores comentários. Só isso basta. (risos). Galhofeiro.

  42. Biasetto Diz:

    Alexandre,
    Minhas fontes de pesquisa não são só os livros do MEC, aliás, o MEC tem indicado ótimos livros. Eu nem precisei me aprofundar, pois as informações dadas no livro do Chico/Humberto de Campos, são absolutamente ridículas.
    Fiz uso de meus conhecimentos, sem maiores detalhes – não foi preciso. Como conselho, posteriormente, segui o Marcos Arduin, e li o livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, estava na hora de eu me atualizar mesmo! Agora “galhofeiro” é bem exagero. Se tu tens argumentos (contra-argumentos), apresente-os, estou sempre receptivo. Talvez, você consiga me convencer de o livro em questão é bom. Utilize de teu conhecimento e realize pesquisas melhores do que a minha. Eu até reconheço boas obras do Chico, mas este livro é uma piada! Acho que galhofeiro é tu!

  43. Eduardo Diz:

    Ignorantemente comentando o assunto: Como alguem simples, sem estudos, conseguiria escrever mais de 400 Livros sobre os mais variados assuntos e muitos inquestionaveis, se esse alguem não for um médium?

  44. Toffo Diz:

    Sem estudos, vírgula. Isto é um mito que se criou em torno de CX, ou que ele deixou criar. Ele era leitor voraz e observador no último grau. Ele não era inculto, não. Informalmente, sabia muitas coisas. Mas não o suficiente para se enroscar nessas armadilhas todas que agora estão vindo à tona.

  45. Maria Isolda Diz:

    A crítica ao livro, supostamente escrita por um historiador, desconsidera ou desconhece a informação corrente a mais de uma década de que Tira-dentes era um dos mais ricos inconfidentes. Veja, pra falar pouco, as descobertas de André Figueiredo Rodrigues. Ou seja, quer criticar o livro, mas, não passaria no vestibular de História ou no ENEN

  46. Cleo silva Diz:

    Parabéns ao Sr Alexandre Borges, faço minhas as suas palavras. A sua crítica Sr. Biasetto é claramente tendenciosa. Gostaria de saber a quem vc quer agradar.
    Vc sai atirando pedras em todas as direções. Acho que nem mesmo sabe seus objetivos e nem contabiliza os estragos que a sua lingua afiada vai destilando de veneno nos corações consolados e atendidos pelo trabalho incansável desse homem bondoso. Ele não pediu nada para si, não fêz mal a ninguém. Quem dera o Brasil tivesse mais dez homens do quilate de Chico e menos cem do seu quilate, pois do seu quilate temos em abundância. Menos mil tornaria nosso Brasil muito melhor.Mais um pouquinho de bobagem e vc entra na Academia Brasileira de letras!kkkkkkkkk

  47. Senhor dos Anéis Diz:

    Posso garantir que tudo que Chico Xavier fez atribuído ao espírito de Humberto de Campos / Irmão X nada tem a ver com o falecido escritor maranhense que integrou a Academia Brasileira de Letras.

    Uma análise atenciosa de conteúdo derruba em definitivo qualquer hipótese de veracidade a favor de Chico Xavier, apenas confrontando os estilos de Humberto e do suposto espírito que leva seu nome.

    Observa-se que os estilos comparados são extremamente diferentes entre si, e digo isso independente de me posicionar a favor ou contra CX em si, mas somente comparando os estilos do Humberto e do suposto espírito.

    A conclusão é chocante para os seguidores de CX: nada de que ele lançou sob o nome de Humberto de Campos e sua suposta alcunha “Irmão X” (paródia do Conselheiro XX que Humberto usou em vida) tem o estilo original do autor de “O Monstro e Outros Contos”.

    O Humberto tinha uma linguagem ao mesmo tempo elegante, culta e coloquial, frequentemente descontraído e com eventuais tiradas humorísticas.

    Já o suposto espírito Humberto de Campos é melancólico, por demais religioso e extremamente preocupado com os temas bíblicos e de cunho igrejista.

    Só que, se observarmos, por outro lado, as obras do suposto espírito de Humberto com os livros ou mesmo depoimentos de Chico Xavier à imprensa ou à mídia, e os livros que o então presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas, escreveu (uns sob o codinome Minimus), chegaremos a uma conclusão bombástica.

    O suposto espírito de Humberto de Campos / Irmão X seria, na verdade, uma criação conjunta de Chico e Wantuil, verificando que os textos alternam os estilos de um e de outro, seja o sentimentalismo religioso de Chico Xavier, seja o moralismo sacerdotal e “racional” de Wantuil.

    Da mesma maneira, André Luiz, pelo conteúdo de sua obra, não passa de um personagem fictício de Waldo Vieira, uma vez que muitos dos conceitos pseudo-cientificos de obras como “Nosso Lar” e “Missionários da Luz” apresentam abordagens que depois inspirariam a Conscienciologia criada por Waldo. É só comparar os conceitos “científicos” de um e de outro para que os descendentes de Carlos Chagas, Oswaldo Cruz, Faustino Esporel e outros durmam tranquilos, porque nenhum deles foi André Luiz.

    André nunca existiu, a não ser na imaginação fértil de Waldo Vieira, e os livros atribuídos a ele, mesmo sob a assinatura “mediúnica” de Chico, seriam na verdade obras criadas a quatro mãos por Chico e Waldo, ou mesmo por Waldo sozinho, no caso dos livros atribuídos à sua “mediunidade”.

    Conhecer os estilos e as individualidades a fundo permite que se descubram coisas impressionantes como estas.

  48. Marcos Arduin Diz:

    Bem, eu estava fazendo uma pesquisa sobre os erros históricos no livro lixo do Chico e aí caí neste blog novamente. Assim aproveito para responder àqueles que não vi depois de deixar de ver este tópico.
    .
    Alexandre e Cleo, façam-me um favor: não é apenas por citar livros do MEC que o Biasseto estaria incapacitado de fazer uma crítica dentro dos conformes. Eu o alertei dos erros e ele foi atrás da fonte que indiquei e reconheceu que precisava mesmo de uma reciclagem. Talvez até fosse o caso de reescrever alguns trechos de sua crítica, mas não vejo necessidade disso.
    O apoio de vocês ao Chico é típico dos chiquistas, pois estes só querem ver que o Chico foi boa gente e por isso devemos fazer de conta de que nunca escreveu bobagens. Isso é ser cego e burro como são os grandes gênios intelectuais esquerdistas. O livro Brasil, coração do mundo e pátria do evangelho é UM LIXO e nada há nele que o salve. Lamentável que Federações ligadas à FEB sigam a sua ORDEM de usar deste livro para estudo dos que se iniciam no Espiritismo.
    .
    Ex-Toffado, o Chico era cego de um olho e tinha o cristalino deslocado no outro. Como ele próprio disse, isso não o impedia de ler, mas dificultava consideravelmente. Além disso ele trabalhou até se aposentar e à noite atuava no centro que dirigia. Meio difícil achar que ele fosse uma “traça de livros” como se diz na gíria. Se fosse tão culto assim, quanto quer alegar, então produziria obras melhores, mais bem acabadas, com poucos erros, etc e tal. Mas não é o que se viu, especialmente quando quis se meter a historiador.
    Esse lance de ele ser um ávido leitor foi INVENTADO por David Nasser e como prova, mostra ele lendo um jornal ou revista no meio de uma biblioteca bem bagunçada.

  49. ONI SOARES DE OLIVEIRA Diz:

    Querido, Os espíritos vêm e vão em infinitas encarnações.. Não há erros, apenas justiça divina.. Escravos foram em vidas passadas algozes terríveis que pediram a espiritualidade tomar do mesmo veneno para que seus espíritos ascendessem e ‘pagassem’ assim as dívidas aqui adquiridas.. Não sou Kardecista mas ESTUDO A LEI DE CAUSA E EFEITO

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