Como William Crookes foi enganado por tudo quanto é Médium – Parte 2

Nesta segunda parte explica-se como William Crookes foi enganado nos testes elétricos por Eva fay e Florence Cook. Colin Brookes Smith fez experimentos próprios, concluindo que a fraude era bastante possível. No ano seguinte, Stephenson fez outros experimentos, chegando às mesmas conclusões. Sendo assim percebe-se que os experimentos de Crookes eram muito falhos e é impossível concluir por qualquer prova da existência de espíritos materializados a partir deles.

Para baixar o artigo de Colin Brookes-Smith (1965), clique aqui.

Para baixar o artigo de Stephenson (1966), clique aqui.

A revisão da tradução custou 64 reais, paga integralmente por Marcio Rodrigues Horta, a quem muito agradeço.

OS TESTES ELÉTRICOS DE CROMWELL VARLEY 

por Colin Brookes-Smith 

Os aspectos dos fenômenos físicos relatados por William Crookes no final do século XIX sem dúvida serão debatidos por muito tempo ainda. Parece útil, porém, tentar descobrir, reproduzindo as condições essenciais, se os testes de continuidade elétrica inventados por Varley podiam ser burlados. A intenção era assegurar que, durante a produção dos alegados fenômenos de materialização na escuridão, em nenhum momento a médium poderia libertar suas mãos ou sair do gabinete cortinado sem alterar uma pequena corrente elétrica que era passada pelas mãos e pelo corpo, caso contrário os investigadores que estavam assistindo as indicações de um galvanômetro em um quarto adjacente seriam imediatamente advertidos. Este dispositivo, que parecia infalível, foi concebido por Varley e usado por ele e Crookes em 1874 quando Florence Cook era a médium, e por Crookes em 1875 quando a Sra. Fay era a médium. Aparentemente foi usado em outras ocasiões com outros médiuns, mas nenhum detalhe está disponível. As duas séries principais de testes são descritas em dois documentos nos Proceedings Vol. 54 Parte 195, págs. 95-104 e págs. 158-172 respectivamente, os quais são referência para quem quiser saber mais detalhes. As referências abaixo de páginas e figuras aplicam-se a esses documentos.

O galvanômetro em questão pareceu ser um fator importante, pois é desejável saber quanta confiança poderia ser depositada nas leituras da escala registradas nos testes. Investigações foram feitas no Museu de Ciência, onde vários galvanômetros de Varley datando desde 1858 podem ser vistos no meio dos primeiros instrumentos de telégrafo. O Departamento de Física relatou subsequentemente que um galvanômetro de reflexão ‘fabricado por Elliotts e usado por Crookes’ estava em sua loja de Sydenham. Ele foi oferecido ao Museu pelos testamenteiros de Crookes em 1919 e permaneceu lá desde então. O Departamento de Física muito gentilmente refez o suspensório de seda, que havia se partido e, com uma luminária e uma escala, disponibilizaram-no para mim em seu laboratório em 10 de dezembro de 1964. Eram duas bobinas Kelvin astáticas imanadas móveis com um ímã de controle no plano horizontal montadas no tubo de suspensão por um colar de deslizamento, de modo a variar a sensibilidade e o período de tempo, e o amortecimento de correntes induzidas foi fornecido por um bloco fixo de cobre atrás de uma série de ímãs ativos na parte superior do sistema de movimento. A resistência com rolos em série era de 2700 ohms; a sensibilidade na escala de um metro era de 25 cm por microampere; o período de tempo de 4 segundos e o amortecimento era tal que passou dos 19 cm iniciais de deflexão ao repouso depois de seis oscilações completas. Uma ilustração deste tipo de galvanômetro é mostrada em um catálogo de Elliott de 1893, mas não existia nenhuma indicação nos arquivos do museu que mostrasse quando este instrumento em particular havia sido adquirido por Crookes. É quase certeza que não se trata do mesmo galvanômetro usado no teste de Varley, mas ele deve ter características bem parecidas e então não seria irracional supor que qualquer repetição dos testes executados com ele duplicará de forma bastante aproximada as condições originais.[1]

Um circuito foi arranjado incluindo o galvanômetro com um desvio ajustável para controlar a deflexão inicial, uma resistência de lastro variável de 100.000 ohms, uma célula seca e um par de manoplas de metal envoltas em bandagens salinas encharcadas. Na primeira experiência, as manivelas foram atarraxadas para baixo, separadas inicialmente cerca de 30 centímetros projetando-se horizontalmente do topo do assento do laboratório para simular as condições das experiências de 1875 com a Sra. Fay. O desvio do galvanômetro foi ajustado primeiro até mais ou menos 40 cm e as indicações de deflexão eram lidas na escala quando as manivelas estavam firmemente seguras. Não houve nenhuma dificuldade em deslizar um pulso e um antebraço ao longo de uma manivela e segurar a outra manivela, mantendo assim o circuito fechado através do antebraço, e então colocar a outra mão para fora sem produzir qualquer movimento considerável na escala do galvanômetro. Porém, era essencial manter uma boa pressão exercida pelo antebraço na manivela e segurar a outra manivela firmemente. A escala então não se moveu mais do que 1 cm. Tanto a mão direita como a esquerda podiam ser liberadas em pouco mais de um segundo por este estratagema, que foi subsequentemente repetido com as manivelas separadas 60 centímetros.

Uma segunda experiência então foi executada para repetir as condições dos testes de 1874 com Florence Cook. As manivelas foram desparafusadas do assento e usadas como eletrodos livres em fios metálicos flexíveis. Sendo assim, será conveniente se referir a elas como eletrodos ao se discutir os testes com Florence. Não tendo nenhuma fita elástica para mantê-los presos aos meus pulsos, eu simplesmente segurei um eletrodo em cada mão e ajustei a deflexão do galvanômetro para mais ou menos 40 cm como antes. Então coloquei ambos os eletrodos sucessivamente dentro de minhas meias, de forma que minhas mãos ficaram livres sem produzir quaisquer grandes mudanças na escala do galvanômetro. As mesmas precauções tinham, porém, de ser tomadas para manter um contato firme até que eu tivesse pressionado os eletrodos firmemente entre as minhas meias e tornozelos. Os fios não eram longos o bastante para permitir que eu caminhasse, mas movimentei os meus pés de cima para baixo sem produzir muito movimento na escala do galvanômetro.

Pode haver pouca dúvida, portanto, de que a nota de rodapé explicativa escrita por Houdini em 1924 (pág. 102) de que, em 1874, Florence poderia ter tirado de um pulso um dos eletrodos que consistiam em um soberano de ouro e de papel mata-borrão embebido em solução salina e o segurado debaixo de seu joelho está substancialmente correta. Existem várias possibilidades. Ela poderia tê-lo prendido debaixo de seu joelho enquanto sentada ou poderia tê-lo colocado no alto da meia-calça embaixo da liga elástica usada normalmente naqueles dias. De fato, ela podia ter prendido ambos os eletrodos na parte de cima da meia-calça de ambas as pernas, deixando suas mãos completamente livres e então dar alguns passos além da abertura do gabinete até a extensão máxima dos fios de conexão, que se arrastariam no chão, longe da vista das testemunhas. Nas ocasiões em que ela tivesse ambos os eletrodos presos em seus pulsos por fios elásticos e quando ela de repente quisesse libertar uma mão, tudo que teria de fazer seria remover o eletrodo daquele pulso com a outra mão e segurá-lo em seus dedos ou prendê-lo na curva de seu braço. O vestido de mangas curtas que ela aparece vestindo na fotografia, Chapa 3, teria facilitado isto. Ao repetir este truque de substituição, é surpreendente o quão rápido ele pode ser executado sem produzir muita deflexão do galvanômetro, mas a superfície da pele tem que estar bem molhada com uma solução salina forte.

Semelhantemente, quando em 1875 a Sra. Fay viu-se diante de manivelas de metal ‘pregadas agora mais separadamente’, ela poderia ter empregado qualquer um de vários truques para conseguir libertar uma ou ambas as mãos e acenar em qualquer lado do gabinete ou pegar e em seguida entregar objetos para os assistentes (pág. 98). Ela poderia ter empregado a manobra do braço deslizante descrita acima ou não teria sido uma impossibilidade ginástica para ela puxar para baixo uma meia-calça e fazer sua perna nua ficar em cima de ambas as manivelas e enquanto se apoiava na outra perna, obter alcance adicional. Eu consegui fazer isto com sucesso, mas não é fácil.

Alternativamente, ela poderia ter escondido uma fita comprida em seu vestido, embebida em solução salina ao mesmo tempo em que ela molhava as suas mãos (pág. 97) e quando deixada só na escuridão, ela poderia ter amarrado a fita de uma manivela até a outra sem quebrar a continuidade do circuito, e então livrar ambas as mãos. Este truque pode ser fácil e convincentemente repetido, mas a fita deve ser larga ou dobrada e a solução salina forte. Mesmo com as manivelas separadas por 60 centímetros, não existe nenhuma grande dificuldade em fazer este truque sem grandes oscilações no galvanômetro.

Tanto a Florence Cook quanto evidentemente à Sra. Fay não faltavam coragem nem iniciativa para empregar alguma manobra visando vencer os testes de Varley e conseguir libertar suas mãos. É uma pergunta em aberto se cada uma delas inventou um método próprio ou se receberam alguma instrução de como poderiam fazê-lo. É significativo que, nos testes de 1875 com a Sra. Fay, apenas pequenos movimentos na escala do galvanômetro foram registrados, e é bastante difícil evitar a conclusão de que como resultado das experiências com Florence em 1874, alguém, talvez o hipotético ‘namorado’ (pág. 172), realizou experimentos para achar as melhores condições para vencer o teste de continuidade e, seja diretamente ou através de Florence, dizer à Sra. Fay como fazer isto.

Não seria muito correto dizer que se a médium largasse as manivelas por um instante sequer o marcador do galvanômetro retornaria imediatamente para o zero. O período de tempo comparativamente longo do sistema suspenso retardaria o retorno pela fração apreciável de um segundo. Quando eu tentei a experiência no museu, onde o período do galvanômetro era de quatro segundos, um circuito aberto momentaneamente só produziu uma excursão pequena do marcador. Se as leituras da escala registradas forem consideradas como dados médios estimados de um marcador oscilando continuamente, que é o que muitos delas sugerem, é mais do que provável que mudanças momentâneas na corrente devido a movimentos rápidos das mãos da médium seriam completamente mascaradas. Eu também descobri, tanto no museu quanto em experiências subsequentes, que quando o circuito era completado através de meu antebraço e mão cobrindo ambas as manivelas, o ato de segurar a segunda manivela com a minha mão livre não produziu uma deflexão correspondentemente grande do marcador devido ao caminho paralelo através de meu corpo como seria de se esperar. A resistência ôhmica entre quaisquer dois pontos no corpo parece ser quase a mesma e grande comparada com a mão que controla a resistência se a solução salina é forte, de forma que os truques de substituição de mão não precisam de nenhuma destreza em particular.

Qualquer pessoa que repita os testes de Varley descobrirá que quase qualquer metal serve para as manivelas desde que sejam do mesmo tipo ? até um par de colheres servirá. Um galvanômetro de ímã móvel não é essencial já que qualquer tipo de bobina móvel de resistência baixa do mesmo período de tempo e ajustada para cerca do mesmo amortecimento se sairá igualmente bem. Mais convenientemente, qualquer ponteiro moderno tipo microamperímetro pode ser usado ou até um Avometer em seu alcance corrente mais sensível, entretanto o experimentador deveria perceber que a sua ação rápida não é verdadeiramente representativa de um tipo suspenso de galvanômetro refletor. O Avometer tem também a vantagem de que a resistência ôhmica do corpo e das manivelas pode ser medida em uma escala de leitura direta. É instrutivo também ver como a sensibilidade do circuito de teste, enquanto um meio de detectar qualquer movimento de mão, pode variar acima de grandes limites. A menor sensibilidade, que é a condição favorável para qualquer truque de substituição de mão, é obtida fazendo a resistência de lastro alta, digamos 50.000 ohms ou mais, e fazendo a mão segurar a resistência tão baixo quanto possível usando uma solução salina forte, umedecendo bem as bandagens e imergindo as mãos como a Sra. Fay foi evidentemente instruída a fazer (pág. 97). Se levada a um extremo, a utilidade do circuito de teste pode ser quase completamente invalidada de forma que os eletrodos possam primeiro ser seguros à mão, então colocados em contato um com o outro sem produzir grandes deflexões do marcador. Florence, com os eletrodos na parte de cima de sua meia-calça, poderia executar tanto os movimentos de dedo e de pulso pedidos por Varley (pág. 170) como o teste de Crookes de imergir suas mãos em solução de iodeto de potássio (pág. 171) sem produzir qualquer mudança de deflexão como Varley e Crookes de fato registraram. Além disso, tanto a observação de Varley de que mão de Katie estava ‘muito fria e úmida’ (pág. 164) quanto o comentário de Crookes de que a mão dela estava fria em sua cabeça (pág. 167) sugerem fortemente que ela manipulou os eletrodos encharcados em solução salina, os quais são notoriamente frios e úmidos como qualquer um que trabalhe com tais coisas sabe muito bem. Se, ao passar-se por Katie, ela estivesse vestindo um manto de musselina, sua remoção no gabinete teria dado a ela uma chance de enxugar suas mãos de forma que, como Varley reportou (pág. 164) a mão dela pareceria seca quando ele voltou a entrar no gabinete no fim da sessão. Isto, porém, não explica por que ele pensou que a mão de Katie era comprida enquanto a de Florence ‘não era comprida’.

A sugestão de que uma bobina de resistência poderia ter sido substituída pela médium não é impossível, entretanto seria de se esperar que as leituras da escala fossem completamente fixas. Investigações extraíram respostas de fabricantes de fios elétricos que afirmaram que ligas de níquel de cobre para fios de resistência alta não estavam geralmente disponíveis na Inglaterra no início de 1874, mas poderiam ser obtidas de fontes continentais. Uma bobina de cerca de 6.600 ohms (unidades B.A.) equivalente ao corpo mais a resistência da manivela como medido por Crookes (pág. 98), poderia facilmente ter sido danificada no fio de cobre do fino marcador necessário para as bobinas do galvanômetro. Isto teria sido relativamente grande e pesado, entretanto não impossível de ser encoberto pelo vestido da médium. A julgar pelo tempo, conhecimento técnico necessário e aparato, alguém poderia ter criado um pequeno resistor usando a mina de grafite do lápis sobre um pedaço de ebonite equipado com cabos de cobre. Das várias resistências alternativas que a Sra. Fay poderia ter substituído, sem dúvida a mais simples teria sido a fita encharcada em solução salina já descrita.

Espera-se que outros membros executarão experiências semelhantes e repetirão ambas as séries de testes para ver se eles conseguem libertar suas mãos sem produzir grandes deflexões no galvanômetro. Se há um consenso geral de que tanto Florence Cook quanto a Sra. Fay poderiam ter feito isto, então é inevitável que dúvidas sejam lançadas não apenas nos casos particulares onde as precauções de continuidade elétrica de Varley foram tomadas, mas também em todos os outros casos durante a última parte do último século quando espíritos materializados semelhantes pareciam ter sido vistos durante as sessões mediúnicas.

Eu gostaria de agradecer a ajuda fornecida pela The Cambridge Instrument Company, Messrs Sullivans Ltd, The London Electric Wire Company and Smiths Ltd, The British Driver Harris Company, e o Editor de ‘The Wire Industry’. Agradeço também ao Departamento de Física do Museu de Ciência não só pela reconstrução do galvanômetro e sua disponibilização, mas também por obter os dados sobre o seu desempenho e por fornecer as instalações em seu laboratório para as experiências descritas. 

Publicado originalmente como: Brookes-Smith, Colins. Cromwell Varley’s Electrical Tests. Journal of the Society for Psychical Research vol. 43, No. 723, March 1965, pp. 26-31. 

Artigo traduzido por Marcos Arduin e revisado por Inwords.



[1] Desde que escreveu este artigo, o Sr. Christopher Stephenson me disse que ele achou e usou um galvanômetro muito mais antigo e menos sensível que o instrumento Kelvin do museu e que é muito mais representativo daquele que Varley deve ter usado. Entende-se que um relato sobre as suas experiências será publicado posteriormente.

12 respostas a “Como William Crookes foi enganado por tudo quanto é Médium – Parte 2”

  1. Antonio G. - POA Diz:

    Caro Vitor, a participação dos que acompanham os posts é praticamente nenhuma há alguns dias. Isto é notório. E eu acho que é porque os últimos posts propõem uma “discussão do sexo dos anjos”. Ou seja, discutir se Crookes foi ou não foi enganado pelos “médiuns”, além de, mais uma vez, remexer num baú de quinquilharias empoeiradas, é uma espécie de ponte que liga o nada a lugar nenhum. Afora suas qualificações como químico e físico, suas experiências no campo do espiritismo e dos supostos fenômenos mediúnicos deixam óbvia a conclusão de que, nesta seara, Crookes foi um tonto, ou um farsante. Por exemplo, sua participação na farsa das materializações da Katie King (com direito a fotos grotescas mais tarde reprisadas pelo Chico Xavier no caso Irmã Josefa) falam por si só.
    É desistimulante, só isso.
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    Abraço,

  2. Antonio G. - POA Diz:

    Desestimulante… foi mal.

  3. Marciano Diz:

    É isso mesmo, Antonio, estou de olho, só esperando sair algo interessante.

  4. Toffo Diz:

    essa história do Crookes é muito antiga, precariamente documentada pela tecnologia da época. Me cheira a museu.

  5. Marcos Arduin Diz:

    Cavalheiros…
    Tudo bem que achem ridículas as fotos de materialização apresentadas… Mas fazer o quê? Foi o que os pesquisadores viram e só podiam registrar o que viram. Se tinham certeza de que o que foi produzido NÃO O FOI por métodos fraudulentos, então puseram sua reputação em jogo, validando a coisa.
    .
    Como se pode ver pelo tópico anterior e este, as contestações são ainda mais gozadas, já que se supõe que a médium fez isso ou aquilo… Mas ninguém sabe dizer o que ela realmente fez, mesmo tendo confessado TODOS os seus truques ao Houdini. Por que ninguém consegue me apresentar essa tão importante confissão?
    .
    Os colegas de Crookes tentaram essa de burlar o dito aparelho com um lenço molhado. Até conseguiram obter o valor próximo ao da resistência do corpo humano, MAS SÓ O CONSEGUIRAM DEPOIS DE VÁRIOS TESTES, SEMPRE TENDO E PERGUNTAR QUAL O VALOR DA LEITURA E TODA VEZ QUE TENTAVAM AJUSTAR, O GALVANÔMETRO OSCILAVA VIOLENTAMENTE. Mas o Brookesmith aí diz que usar uma fita molhada aí fechava o circuito sem oscilações e sem grandes mudanças na leitura… Será que o Brooke aí foi vítima da velhice e falta de uso do aparelho? Ou será que inventou essa, achando que ninguém repetiria o seu “experimento”?
    .
    Pode cheirar a mofo e museu o quanto quiser, mas só vou ficar satisfeito quando essa história antiga do Crookes puder ser desmentida com coisas muito decentemente feitas. Por ora estou satisfeito de ver a comunidade cética MENTINDO na tentativa de desmenti-la. Enquanto isso estiver acontecendo, posso me sentir seguro de que Crookes & Cia Bela falaram a verdade.

  6. Vitor Diz:

    Oi, Arduin

    você diz:
    .
    “Os colegas de Crookes tentaram essa de burlar o dito aparelho com um lenço molhado. Até conseguiram obter o valor próximo ao da resistência do corpo humano, MAS SÓ O CONSEGUIRAM DEPOIS DE VÁRIOS TESTES, SEMPRE TENDO E PERGUNTAR QUAL O VALOR DA LEITURA E TODA VEZ QUE TENTAVAM AJUSTAR, O GALVANÔMETRO OSCILAVA VIOLENTAMENTE.”
    .
    MAS FOI EXATAMENTE ISSO QUE ACONTECEU COM A SRA, FAY EM 5 DE FEVEREIRO!
    .
    Em 5 de fevereiro último nós tivemos uma sessão que começou às 9.15 da noite. Quando ela segurou as manivelas, a deflexão foi de 260°; oscilou — 266°, 190°, 220°, 240° e então permaneceu fixa em 237°; a resistência da médium às 920º era de 5.800 unidades da British Association. Batidas foram ouvidas às 9.28, quando a deflexão oscilava entre 215° e 245°. (pág. 99 de M &G, 1964)
    .
    Mais uma vez:
    .
    Brookes-Smith afirma que, em suas experiências sobre este teste, foi capaz de deslizar o braço ao longo de uma das manivelas e assim ter uma das mãos livre, e quando as manivelas foram fixadas ao longe ele foi capaz de substituir o seu corpo com uma fita úmida, e em ambos os casos, houve pouca variação na corrente. É lamentável que a dedução acima sobre a resistência de lastro não tenha sido feita no momento de seus experimentos, pois infelizmente Brookes-Smith usou o valor bastante alto de 40K?. Além disso, devido à baixa resistência da sua pele, sua própria resistência no circuito foi de apenas 2K?. Assim, o fator na equação (7) acima obteve um valor de 0,05, comparado com o 0,4 para os testes de Crookes. Assim, para uma dada mudança percentual na resistência corporal, a deflexão de Brookes-Smith foi somente um oitavo da obtida por Crookes. Com base nos dados fornecidos por ele, estimo que a mudança percentual verdadeira na resistência do corpo que Brookes-Smith produziu ao deslizar seu braço ao longo de um eletrodo foi de cerca de 30%. Isso causou pouquíssima variação em seu circuito, mas causaria uma deflexão pico a pico de cerca de 30 divisões no circuito de Crookes. Obtive resultados similares em alguns testes que eu mesmo fiz sobre isso, usando maçanetas de portas de bronze como eletrodos, e o mesmo grau de variação é produzido quando uma manivela é colocada sob o joelho. A inserção de uma fita provavelmente produz variações iguais ou maiores. Tudo isso não afeta muito as conclusões de Brookes-Smith sobre a Sra. Fay, pois de fato tais oscilações existiram durante a primeira parte da sessão de 5 de fevereiro (M. & G., pág. 99).
    (Nem as minhas nem as maçanetas de Brookes-Smith desenvolveram qualquer f.e.m. de retorno, nem, provavelmente, as de Crookes).
    Em uma carta para o Journal de setembro de 1964, o Sr. G. T. Thompson fez uma interessante sugestão de que a Sra. Fay pudesse ter vindo preparada com eletrodos alternativos e condutores os quais ela fosse capaz de ligar às manivelas. Essa e as outras especulações na carta dele parecem-me inteiramente compatíveis com as leituras que Crookes fornece.
    Eu concluo, junto com Thompson e Brookes-Smith, que a Sra. Fay bem pode ter fraudado mais ou menos como eles sugerem, tirando vantagens dos intervalos durante as medições de resistência.

  7. Marcos Arduin Diz:

    De novo as mesmas coisas, Vitor? Problema crucial conforme eu já disse, e os colegas de Crookes perceberam, é que NÃO DÁ pra se acertar o valor da resistência do pano à do corpo humano NA BAMBA. Não é o problemas das oscilações _ que se entende por um galvanômetro oscilar VIOLENTAMENTE? Eu presumo que ao se mexer no pano na tentativa de ajustá-lo, o galvanômetro mostraria MUDANÇAS BRUSCAS de valores e não alterações graduais.
    .
    “A inserção de uma fita provavelmente produz variações iguais ou maiores”
    – Mas que “melda” de declaração é essa? Como assim PROVAVELMENTE produziria oscilações maiores? Então não se pegou uma fita e se fez o teste para ver qual era a dita oscilação? Os caras só estão CHUTANDO por aqui?
    .
    E na sessão final, a da biblioteca, também houve as ditas oscilações? E de novo eu pergunto: os intervalos de medições de resistência estavam medindo a resistência do quê? Se era a resistência do corpo da médium, então por que isso a ajudaria na fraude?
    .
    E finalmente, cadê a confissão dela, relatando tudo muito bonitinho, inclusive como se aproveitou desses tais intervalos de medições de resistência?
    .
    Lembrem-se: ela revelou TODOS os seus truques ao Houdini.
    .
    Manda ver, Vitor.

  8. Marcos Arduin Diz:

    Todos esses caras, DA MESMA ÉPOCA, estão confiantes no que o Brookesmith SUPOSTAMENTE fez e publicou. Brookesmith, o tal que – “como eu não tinha elásticos então (…)” Nossa! Elásticos são uma coisa muito rara e cara!. Por que ninguém foi contatar o cara, ver o galvanômetro que ele usou e repetir o que ele fez? E assim confirmar os resultados?
    Imagino o motivo: vai que dão o tremendo azar de não os confirmar? Isso certamente não agradaria à comunidade cética. Uma pena.

  9. Vitor Diz:

    Oi, Arduin
    comentando:
    .
    01 – “NÃO DÁ pra se acertar o valor da resistência do pano à do corpo humano NA BAMBA”
    .
    O que você ainda não entendeu é que NÃO EXISTE um valor específico para a resistência do corpo humano. A resistência do corpo de Brookes Smith é bem diferente da resistência de Florece Cook, por exemplo. Stephenson diz:
    .
    “os dados que Brookes-Smith me forneceu mostram que a resistência da pele dele é bem abaixo do normal, e ele apresenta um valor de r de cerca de 5KQ, comparado com o valor de Florence de cerca de 20 KQ e daí para cima. ”
    .
    A resistência de Eva Fay era de 6 KQ.
    .
    02 – “Não é o problemas das oscilações _ que se entende por um galvanômetro oscilar VIOLENTAMENTE?”
    .
    30 ou mais divisões. E o da Eva Fay variou 76 divisões…(de 266 a 190).
    .
    03 – “Mas que “melda” de declaração é essa? Como assim PROVAVELMENTE produziria oscilações maiores? Então não se pegou uma fita e se fez o teste para ver qual era a dita oscilação? Os caras só estão CHUTANDO por aqui?”
    .
    Não. Brookes-Smith fez o teste, como é dito:
    .
    Brookes-Smith afirma que, em suas experiências sobre este teste, foi capaz de deslizar o braço ao longo de uma das manivelas e assim ter uma das mãos livre, e quando as manivelas foram fixadas ao longe ele foi capaz de substituir o seu corpo com uma fita úmida, e em ambos os casos, houve pouca variação na corrente. É lamentável que a dedução acima sobre a resistência de lastro não tenha sido feita no momento de seus experimentos, pois infelizmente Brookes-Smith usou o valor bastante alto de 40K?. Além disso, devido à baixa resistência da sua pele, sua própria resistência no circuito foi de apenas 2K?.
    .
    Até mesmo a resistência da própria pessoa muda no circuito! A resistência de Brookes Smith que era de 5KQ caiu para 2KQ! MENOS DA METADE! Ou seja, há uma faixa ampla que impediria qualquer um de dizer se tem um corpo humano lá ou uma fita úmida! Repito: NÃO EXISTE VALOR EXATO DA RESISTÊNCIA PARA O CORPO HUMANO!
    .
    Stephenson diz “provavelmente” porque ele, Stephenson, repetiu os testes aplicados em fay “usando maçanetas de portas de bronze como eletrodos, e o mesmo grau de variação é produzido quando uma manivela é colocada sob o joelho.”, e não a fita úmida.
    .
    04 – “E na sessão final, a da biblioteca, também houve as ditas oscilações?”
    .
    Crookes é muito vago no tocante a isso. Ele concentra sua atenção em descrever algumas precauções extras tomadas. Outra falha horrorosa no relatório dele…
    .
    05 – “E de novo eu pergunto: os intervalos de medições de resistência estavam medindo a resistência do quê? Se era a resistência do corpo da médium, então por que isso a ajudaria na fraude?”
    .
    Era a resistência da fita! Ela estava livre para fazer o que quisesse!!
    .
    06 – “Lembrem-se: ela revelou TODOS os seus truques ao Houdini.”
    .
    Ou ela achou que tivesse revelado. DÉCADAS haviam se passado desde os testes originais. Ela pode perfeitamente ter-se esquecido de algum truque ou outro que tenha utilizado. Ou seja, ela pensou que revelou todos, mas esqueceu um ou outro. Muito natural de acontecer dado o tempo passado.

  10. Marcos Arduin Diz:

    1 – Vitor, se a pessoa é posta no circuito e o observador senta-se no local onde é feita a leitura da declinação, verificando o seu valor, e fecham-se as cortinas e começa o show. Não interessa se os valores variariam de pessoa para pessoa: AQUELA pessoa que está lá sendo medida é que está sendo avaliada. Se ela substituir o seu corpo por uma fita úmida, com que chance essa fita vai dar o valor próximo ao do seu corpo e qual a chance de isso não provocar oscilações fortes? Os colegas de Crookes viram que não dava para se obter isso na bamba: foram necessárias várias tentativas para se chegar a um valor aproximado. Vai querer me convencer agora que o Brookesmith conseguiu isso de primeira? É difícil para você conseguir um galvanômetro moderno e tentar repetir o experimento?
    .
    2 – 76 divisões DE UMA LEITURA PARA OUTRA? Ou isso foi ao longo das medições? E na experiência da biblioteca? Quanto foi a amplitude das oscilações?
    .
    3 – “É lamentável que a dedução acima (…)” – Afinal que DEDUÇÃO é essa? Ah! Caiu de 5000 ohms para 2000 ohms? Bem, isso tá com muito cheiro de ERRO EXPERIMENTAL… Se você comprime ou afrouxa o contato da pele com os contados do galvanômentro, a resistência diminui e aumenta respectivamente.
    .
    4 – MUITO VAGO? Ele dá o valor da declinação em intervalos de minutos e segundos até… Onde a vacuidade? Parece que agora você vê nos experimentos do Crookes aquilo que você QUER VER.
    .
    5 – Ôh! Era a resistência da fita… E quando ele voltava para medir a declinação? Era a declinação do que que ele estava medindo?
    .
    6 – Vitor, é feio mentir! Confesse vai: você sabe muito bem que ela NÃO REVELOU coisa alguma ao Houdini. Essas revelações completas são pura invenção da comunidade cética. Foi Houdini quem inventou essas revelações e falou besteira. Acha que ela ia se esquecer que fez os experimentos na casa do Crookes? E que não havia rede elétrica naqueles tempos? E o Houdini ia se esquecer de cobrar a explicação de como é que, estando com uma mão e um joelho presos à parede, ainda assim conseguiu percorrer a biblioteca para pegar os objetos? E ainda conseguiu fazer uma materialização autêntica, já que o Sergeant Cox entrou lá e viu a médium e uma fantasma? Esqueceu-se disso?
    .
    E já encontrou algum brilhante pesquisador que demonstrou, usando o mesmo galvanômetro e os materiais da época, como é que ela usou clipes e fios para se afastar da parede?
    .
    Vamos parar com essa brincadeira? Esses caras só estão tentando simular o que ela poderia ter feito, para burlar o galvanômetro, mas só que NÃO REPRODUZEM o que ela fez de acordo com os relatos. Apenas brincam com o galvanômetro, mas não refazem o experimento e não demonstram a plena viabilidade dos truques que sonham ter ocorrido. O Stephenson ao menos tem o meu respeito neste aspecto, apesar das bobagens que disse.

  11. Vitor Diz:

    1 – Arduin, as oscilações existiram com Fay. Ela fraudou.
    .
    2 – De novo: “Quando ela segurou as manivelas, a deflexão foi de 260°; oscilou — 266°, 190°, 220°, 240° e então permaneceu fixa em 237°;”
    .
    3 – Mas isso tem o poder de mascarar a fraude também. Percebe?
    .
    4 – Onde está esse valor da declinação em minutos e segundos? Quais as página de quais artigos?
    .
    5 – Talvez da médium segurando a fita, gerando essas oscilações. Caso alguém entrasse de repente, ela teria que tirar a fita…
    .
    6-“você sabe muito bem que ela NÃO REVELOU coisa alguma ao Houdini. ”
    .
    Não, tenho certeza que ela confessou. Ou ela teria negado o que estava escrito quando saiu o livro de Houdini.
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    7 – “Essas revelações completas são pura invenção da comunidade cética. ”
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    Algumas com certeza não são pura invenção, como os testes provam.
    .
    8 – “E já encontrou algum brilhante pesquisador que demonstrou, usando o mesmo galvanômetro e os materiais da época, como é que ela usou clipes e fios para se afastar da parede?”
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    O Stephenson foi quem mais se aproximou. Quaisquer diferenças podem ser consideradas insignificantes:
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    Com base na resistência da Sra. Fay de cerca de 6K? (cujo baixo valor foi devido à área da pele comparativamente grande em contato com os eletrodos) e de nosso conhecimento existente sobre o galvanômetro de Varley, pode ser mostrado que o valor do desvio foi de cerca de 10K?, produzindo uma eficaz resistência ‘de lastro’ de 10K? em paralelo com 39K?, a saber, 8K?. Isso se encaixa à declaração de Crookes de que, ‘se os fios ou as manivelas estão em curto-circuito de qualquer forma o ponto de luz voa para fora da escala’.[…] Obtive resultados similares em alguns testes que eu mesmo fiz sobre isso, usando maçanetas de portas de bronze como eletrodos, e o mesmo grau de variação é produzido quando uma manivela é colocada sob o joelho. A inserção de uma fita provavelmente produz variações iguais ou maiores. Tudo isso não afeta muito as conclusões de Brookes-Smith sobre a Sra. Fay, pois de fato tais oscilações existiram durante a primeira parte da sessão de 5 de fevereiro

  12. Marcos Arduin Diz:

    Vitor, parece que estamos com um problema de comunicação por aqui, pois fico focado no experimento feito na biblioteca do Crookes, já que ele publicou o relatório de tal experimento. Os outros, suponho eu, teriam sido “experimentos preliminares”, que Crookes fez para testar a médium. As ditas OSCILAÇÕES podem muito bem ocorrer sem que houvesse fraude alguma. Já numa tentativa de fraude, Crookes falou em FORTES OSCILAÇÕES quando seus colegas tentaram usar o lenço úmido. Você fala em falhas clamorosas? Eu diria que esta foi uma delas: a de não ter dito QUANTO e QUÃO RÁPIDAS eram essas oscilações nessa tentativa de fraude. Contudo, não se pode prever o futuro e imaginar que com sugestões bobas de fraude, alguém iria defender a tese de que “isso evidenciaria fraude”. Aquilo que sugerem que Eva fez de fraude, não explica como ela atuou na biblioteca do Crookes. O Houdini, o detentor da confissão completa de todos os truques feitos por ela, nada diz a respeito e o pouco de diz é COMPROVADAMENTE MENTIROSO. Neste experimento da biblioteca, Crookes dá os valores das declinações na sequência do tempo e nele não há as grandes oscilações (que não me pareceram tão grandes assim, mesmo nos outros casos). Então neste caso ela NÃO FRAUDOU.
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    3 – E tem o poder de fazer o experimentador desconfiar dessa fraude também e exigir a repetição do experimento ou simplesmente ir olhar imediatamente para ver o que deu de errado.
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    4 – Estou me referindo ao experimento da biblioteca e não dos preliminares.
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    5 – E como exige a fé cética, os pesquisadores eram sempre um bando de tapados que nunca notariam nada de estranho, mesmo estando ela com uma mão livre e o joelho no lugar desta mão…
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    6 – Será que ela leu o livro do Houdini? E mesmo que tivesse lido, se visse tamanha asneira, talvez até deixasse passar para que ele se enforcasse com sua própria corda…
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    7 – Os testes não provaram NADA. No máximo mostraram que seriam viáveis substituir uma mão por um joelho ou passar um braço inteiro, mas não provaram que assim a médium estaria livre para percorrer a biblioteca à vontade, nem achar os livros no escuro, nem introduzir um cúmplice sem romper os lacres. O teste da fita já havia sido feito pelos colegas de Crookes e demonstrado ser inviável. Ah! Mas a palavra deles não vale. Vale a do Colin Brookesmith que diz ter feito isso, mas me lembro de ter listado os valores com ele e com a fita no lugar e ainda comprovando que isso pode ser obtido de primeira.
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    8 – Como sempre, usando argumentos que não explicam os experimentos mais complicados… Tudo isso que o Stephenson disse aí se aplica ao que houve na biblioteca?

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