Livro Gratuito! “O Telégrafo Celestial” (1851) – Volume 1, por Louis Alphonse Cahagnet
O primeiro volume de O Telégrafo Celestial (1851) é um marco do espiritualismo experimental do século XIX. Cahagnet busca provar a sobrevivência da alma por meio de experiências magnéticas com sonâmbulos extáticos, registrando diálogos e descrições do mundo espiritual. Entre os oito clarividentes — Bruno Binet, Fanny Binet, Françoise, Madame F., Madame Reviere, Adèle Magnot, Émile Rey e outros — Adèle Magnot se destaca pela constância e profundidade das revelações. Para a época, o método parecia rigoroso, pois o autor buscava confirmação das informações junto a consulentes, mas sob critérios científicos atuais, como as confirmações são testemunhais, falta maior controle. Apesar disso, a obra é valiosa como documento histórico, revelando a tentativa de conciliar ciência e espiritualidade em um contexto dominado pelo magnetismo animal. Algumas passagens, contudo, revelam preconceito racial, como quando se afirma que “as almas dos negros são tão alvas quanto as nossas; é apenas na pele que diferem de nós; mas no céu todos são brancos”, associando pureza espiritual à brancura. Longe de ser um tratado científico, O Telégrafo Celestial é um testemunho cultural que ilumina tanto a busca sincera por respostas quanto os limites e preconceitos de seu tempo. Para ler em português, clique aqui. Para ler em inglês, clique aqui.
novembro 6th, 2025 às 7:49 PM
Adèle Maginot.
Se não me engano, acabaram casando.
novembro 10th, 2025 às 4:28 PM
Oi, Gorducho
no arquivo em inglês consta Magnot mesmo. E não, ela não casou com o Cahagnet.
novembro 11th, 2025 às 11:45 AM
Marguerite-Théodule Maginot, dite Adèle.
E.g. pg. 1
[Mariage]
🆗 como disse, não tinha certeza.
novembro 11th, 2025 às 2:22 PM
Negritos meus:
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Sr. Administrador disse:
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Pois é… a única referência que tenho localizada agora, na obra Des Savants face à l’occulte 1870-1940
por Bernadette Bensaude-Vincent et Christine Blondel,
Paris, Éditions La Découverte, 2002,
só diz:
novembro 11th, 2025 às 3:54 PM
Oi, Gorducho
o uso de “companheira” parece indicar que ela foi uma colaboradora próxima e essencial nos trabalhos espiritualistas de Cahagnet, mas não há menção a um vínculo matrimonial entre os dois. Acho que o termo “colaboradora” seria uma boa tradução para compagne neste caso.
novembro 11th, 2025 às 6:28 PM
🤔
Consultando agora Les liens entre magnétiseurs et somnambules magnétiques (1784–années 1840)
por Nicole Edelman, pg. 138, no livro Von der Dämonologie zum Unbewussten,
Herausgegeben von Maren Sziede und Helmut Zander.
novembro 11th, 2025 às 7:21 PM
Os vínculos entre magnetizadores e sonâmbulos magnéticos (1784 – década de 1840) por Nicole Edelman, p. 138, no livro Von der Dämonologie zum Unbewussten,
organizado por Maren Sziede e Helmut Zander.
A relação do casal baseia-se em uma forte complementaridade e em uma dependência recíproca, embora certamente marcada por uma desigualdade: o homem domina a mulher, mesmo quando o afeto, ou até o amor, os une — já que Louis Alphonse Cahagnet acaba por se casar com sua companheira.
Ok, agora fiquei na dúvida… mas por esse livro, se casou com ela sim.
O livro está disponível aqui:
https://uplopen.com/reader/books/pdf/10.1515/9783110399479
novembro 13th, 2025 às 6:56 PM
Apesar de nenhuma palavra sobre reencarnação, muitos tópicos que estão ali também estarão na obra kardecista: ênfase demasiada em Bons Espíritos e em anjos da guarda designados para cada pessoa.
novembro 13th, 2025 às 8:14 PM
E outra diferença: parece que o livro ratifica, em muitas passagens, a ideia de alma gêmea – inconcebível para o kardecismo.
novembro 13th, 2025 às 8:24 PM
Não sei a opinião de vocês, mas como historiador, acho esse livro um prato cheio para meus colegas de profissão!
É claro que espiritualistas vão dizer que as similaridades entre Cahagnet e Kardec (e eventualmente com o espiritualismo anglo-saxão!) tratava-se de uma “invasão organizada dos Espíritos”. Porém, talvez haja algo mais simples que não podemos perder de vista: estávamos em um período no qual havia uma infestação de magnetismo, sonambulismo, acrescido às inovações de comunicação, junto à força do positivismo com sua sanha pela descoberta de leis naturais. É o caldo cultural perfeito para esse tipo de “revelação”.
E, claro, o fato de serem todos os sonâmbulos europeus parece enfraquecer a ideia de que seja possível encontrar nesse livro um retrato de como é a espiritualidade. Não sei se sonâmbulos da Índia, do Japão e do Senegal retratariam o mesmo cenário desenhado pelos sonâmbulos do Cahagnet.
Enfim, belo trabalho de divulgação, Vitor. Parabéns!
novembro 14th, 2025 às 8:30 AM
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Sr. Guilherme disse:
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[.docx da Tradução pg. 11]
[pg. 113 #85.]
Note que isso corresponde à visão do Roustan [Santuário 9° Êxtase]
novembro 14th, 2025 às 10:17 AM
Oi, Guilherme
logo sai o volume 2! Abs!
novembro 14th, 2025 às 4:32 PM
Gorducho, boa! Não tinha me atentado a isso. O que você mostra é que tem sim palavra sobre a reencarnação, CONTRÁRIA a ela.
Só uma observação: não confundir Roustan com Roustaing. O primeiro foi o magnetizador da Sra. Japhet, que ajudou na revisão de O Livro dos Espíritos. O segundo é o autor da “revelação da revelação”, que fora cânone na FEB até alguns anos atrás…
novembro 14th, 2025 às 4:39 PM
Vitor, lendo uns trechos do “Laboratories of faith” hoje, tive a impressão de que o John Monroe coloca em pé de igualdade (no sentido de importância, não de afinidades) Cahagnet e Henri Delaage. Pesquisei aqui no site o nome deste último e não achei nada. Vi, pelo livro do Monroe, que o Delaage, católico convicto, fazia seus sonâmbulos entrar em contato com espíritos e, através de sua “pesquisa”, conseguiu provar as “verdades” da Igreja. Já ouviu falar deste senhor? Tem alguma relevância para o espiritualismo mesmo?
novembro 14th, 2025 às 5:19 PM
Oi, Guilherme
Eu não tinha ouvido falar no Henri Delaage não. Vi que não há tradução dos livros dele para o português. Agora, para ser citado pelo Monroe é porque deve ter tido sua importância sim. Creio que esses pioneiros acabaram sendo engolidos por Kardec e esquecidos com o tempo.
novembro 14th, 2025 às 7:42 PM
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Sr. Guilherme disse:
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Quem estuda Espiritismo sabe que ele não era reencarnacionista. Achei que o Sr. soubesse.
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Observação pertinente pra leitores eventuais que por cá passam 👍
Jean Pierre Roustan, profissão relojoeiro.
Magnetizador da médium Célina Eugènie Béquet.
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Pra história do Espiritismo. A transição entre o Magnetismo Animal proper, recurso terapêutico, e o Espiritismo. Ele era Martinista, e foi dos que “espiritualizaram” o Mesmerismo, que originalmente era “materialista” c/fins medicinais — como o Sr. certamente sabe.
No que percebo, ele focava-se mais no FCU (nomenclatura Kardecista), nas propriedades deste que permitem a interação c/o ultramundo Espírita.
Mas sim: importantíssimo 👍