Livro Gratuito! “O Telégrafo Celestial” (1851) – Volume 1, por Louis Alphonse Cahagnet

O primeiro volume de O Telégrafo Celestial (1851) é um marco do espiritualismo experimental do século XIX. Cahagnet busca provar a sobrevivência da alma por meio de experiências magnéticas com sonâmbulos extáticos, registrando diálogos e descrições do mundo espiritual. Entre os oito clarividentes — Bruno Binet, Fanny Binet, Françoise, Madame F., Madame Reviere, Adèle Magnot, Émile Rey e outros — Adèle Magnot se destaca pela constância e profundidade das revelações. Para a época, o método parecia rigoroso, pois o autor buscava confirmação das informações junto a consulentes, mas sob critérios científicos atuais, como as confirmações são testemunhais, falta maior controle. Apesar disso, a obra é valiosa como documento histórico, revelando a tentativa de conciliar ciência e espiritualidade em um contexto dominado pelo magnetismo animal. Algumas passagens, contudo, revelam preconceito racial, como quando se afirma que “as almas dos negros são tão alvas quanto as nossas; é apenas na pele que diferem de nós; mas no céu todos são brancos”, associando pureza espiritual à brancura. Longe de ser um tratado científico, O Telégrafo Celestial é um testemunho cultural que ilumina tanto a busca sincera por respostas quanto os limites e preconceitos de seu tempo. Para ler em português, clique aqui. Para ler em inglês, clique aqui.

16 respostas a “Livro Gratuito! “O Telégrafo Celestial” (1851) – Volume 1, por Louis Alphonse Cahagnet”

  1. Gorducho Diz:

    Adèle Maginot.
    Se não me engano, acabaram casando.

  2. Vitor Diz:

    Oi, Gorducho
     
    no arquivo em inglês consta Magnot mesmo. E não, ela não casou com o Cahagnet.

  3. Gorducho Diz:

    Marguerite-Théodule Maginot, dite Adèle.
    E.g. pg. 1
     
    [Mariage]
    🆗 como disse, não tinha certeza.

  4. Gorducho Diz:

    Negritos meus:
     
    =======================================================
    Sr. Administrador disse:

    E não, ela não casou com o Cahagnet.

    =======================================================
     
    Pois é… a única referência que tenho localizada agora, na obra Des Savants face à l’occulte 1870-1940
    por Bernadette Bensaude-Vincent et Christine Blondel,
    Paris, Éditions La Découverte, 2002,
    só diz:

    La « lucide », l’ « extatique » par excellence, non plus dans la fiction mais dans la réalité, c’est Adèle Maginot, compagne et « outil » de Louis-Alphonse Cahagnet,

  5. Vitor Diz:

    Oi, Gorducho
     
    o uso de “companheira” parece indicar que ela foi uma colaboradora próxima e essencial nos trabalhos espiritualistas de Cahagnet, mas não há menção a um vínculo matrimonial entre os dois. Acho que o termo “colaboradora” seria uma boa tradução para compagne neste caso.

  6. Gorducho Diz:

    🤔
    Consultando agora Les liens entre magnétiseurs et somnambules magnétiques (1784–années 1840)
    por Nicole Edelman, pg. 138, no livro Von der Dämonologie zum Unbewussten,
    Herausgegeben von Maren Sziede und Helmut Zander.

    La relation du couple est fondée sur une forte complémentarité et une dépendance réciproque avec certainement cependant une inégalité : l’homme dominant la femme même si l’affection voire l’amour les unit puisque Louis Alphonse Cahagnet finit par épouser sa compagne.

  7. Vitor Diz:

    Os vínculos entre magnetizadores e sonâmbulos magnéticos (1784 – década de 1840) por Nicole Edelman, p. 138, no livro Von der Dämonologie zum Unbewussten,
    organizado por Maren Sziede e Helmut Zander.
     
    A relação do casal baseia-se em uma forte complementaridade e em uma dependência recíproca, embora certamente marcada por uma desigualdade: o homem domina a mulher, mesmo quando o afeto, ou até o amor, os une — já que Louis Alphonse Cahagnet acaba por se casar com sua companheira.
     
    Ok, agora fiquei na dúvida… mas por esse livro, se casou com ela sim.
     
    O livro está disponível aqui:
     
    https://uplopen.com/reader/books/pdf/10.1515/9783110399479

  8. Guilherme Diz:

    Apesar de nenhuma palavra sobre reencarnação, muitos tópicos que estão ali também estarão na obra kardecista: ênfase demasiada em Bons Espíritos e em anjos da guarda designados para cada pessoa.

  9. Guilherme Diz:

    E outra diferença: parece que o livro ratifica, em muitas passagens, a ideia de alma gêmea – inconcebível para o kardecismo.

  10. Guilherme Diz:

    Não sei a opinião de vocês, mas como historiador, acho esse livro um prato cheio para meus colegas de profissão!
    É claro que espiritualistas vão dizer que as similaridades entre Cahagnet e Kardec (e eventualmente com o espiritualismo anglo-saxão!) tratava-se de uma “invasão organizada dos Espíritos”. Porém, talvez haja algo mais simples que não podemos perder de vista: estávamos em um período no qual havia uma infestação de magnetismo, sonambulismo, acrescido às inovações de comunicação, junto à força do positivismo com sua sanha pela descoberta de leis naturais. É o caldo cultural perfeito para esse tipo de “revelação”.
    E, claro, o fato de serem todos os sonâmbulos europeus parece enfraquecer a ideia de que seja possível encontrar nesse livro um retrato de como é a espiritualidade. Não sei se sonâmbulos da Índia, do Japão e do Senegal retratariam o mesmo cenário desenhado pelos sonâmbulos do Cahagnet.
    Enfim, belo trabalho de divulgação, Vitor. Parabéns!

  11. Gorducho Diz:

    =======================================================
    Sr. Guilherme disse:

    Apesar de nenhuma palavra sobre reencarnação,

    =======================================================
     
    [.docx da Tradução pg. 11]

    Nós voltamos à terra?
    “Não.”

    [pg. 113 #85.]

    pois só na terra somos materiais.

    Note que isso corresponde à visão do Roustan [Santuário 9° Êxtase]

  12. Vitor Diz:

    Oi, Guilherme
     
    logo sai o volume 2! Abs!

  13. Guilherme Diz:

    Gorducho, boa! Não tinha me atentado a isso. O que você mostra é que tem sim palavra sobre a reencarnação, CONTRÁRIA a ela.

    Só uma observação: não confundir Roustan com Roustaing. O primeiro foi o magnetizador da Sra. Japhet, que ajudou na revisão de O Livro dos Espíritos. O segundo é o autor da “revelação da revelação”, que fora cânone na FEB até alguns anos atrás…

  14. Guilherme Diz:

    Vitor, lendo uns trechos do “Laboratories of faith” hoje, tive a impressão de que o John Monroe coloca em pé de igualdade (no sentido de importância, não de afinidades) Cahagnet e Henri Delaage. Pesquisei aqui no site o nome deste último e não achei nada. Vi, pelo livro do Monroe, que o Delaage, católico convicto, fazia seus sonâmbulos entrar em contato com espíritos e, através de sua “pesquisa”, conseguiu provar as “verdades” da Igreja. Já ouviu falar deste senhor? Tem alguma relevância para o espiritualismo mesmo?

  15. Vitor Diz:

    Oi, Guilherme
     
    Eu não tinha ouvido falar no Henri Delaage não. Vi que não há tradução dos livros dele para o português. Agora, para ser citado pelo Monroe é porque deve ter tido sua importância sim. Creio que esses pioneiros acabaram sendo engolidos por Kardec e esquecidos com o tempo.

  16. Gorducho Diz:

    =======================================================
    Sr. Guilherme disse:

    CONTRÁRIA a ela.

    =======================================================
    Quem estuda Espiritismo sabe que ele não era reencarnacionista. Achei que o Sr. soubesse.
     
    =======================================================

    Só uma observação: não confundir Roustan com Roustaing.

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    Observação pertinente pra leitores eventuais que por cá passam 👍
    Jean Pierre Roustan, profissão relojoeiro.
    Magnetizador da médium Célina Eugènie Béquet.
     
    =======================================================

    Tem alguma relevância para o espiritualismo mesmo?

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    Pra história do Espiritismo. A transição entre o Magnetismo Animal proper, recurso terapêutico, e o Espiritismo. Ele era Martinista, e foi dos que “espiritualizaram” o Mesmerismo, que originalmente era “materialista” c/fins medicinais — como o Sr. certamente sabe.
    No que percebo, ele focava-se mais no FCU (nomenclatura Kardecista), nas propriedades deste que permitem a interação c/o ultramundo Espírita.
    Mas sim: importantíssimo 👍

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