Plágio de Chico Xavier – “Os Três Crivos”, do livro “Aulas da Vida” (1981)
Após um longo período com dificuldades técnicas, o blog volta com um “novo” plágio de Chico Xavier. Quem descobriu o plágio foi o “Professor Caviar” (pseudônimo). Para ler seu artigo, clique aqui. Dito isso, tenho algumas discordâncias com o artigo, como a real fonte do plágio. Não creio que a fonte tenha sido “The Children’s Story Garden“. A meu ver deve haver outra fonte que coloca equivocadamente o personagem central como Sócrates, e essa sim seria a verdadeira fonte do plágio.
março 16th, 2021 às 2:36 AM
Que ótimo que o blog está de volta. Parabéns pelo trabalho.
março 16th, 2021 às 7:21 PM
Mais uma cópia feita pelo médium rsrs. Engraçado como esses “espíritos” de Xavier só se parodiam, mimetizam textos/ideias alheias e somente expressam aquilo que já é de conhecimento do mundo. E mesmo assim seus seguidores fazem um enorme alarde, superdimensionando algo que na verdade pode ser bem simples.
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Tempos atrás vi um vídeo (acho que é parte de um documentário sobre Xavier) em que os participantes, em face de uma recente notícia de transplante de órgão feito de plástico, afirmam categoricamente que o médium mineiro teria “previsto” esse fato no Pinga Fogo de 1971. Segue o breve vídeo dos mesmos: https://www.youtube.com/watch?v=l5h647u8oUE
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Bom, resolvi pesquisar de leve e facilmente se constata que Xavier não adiantou conhecimento NENHUM nesse caso. Transplantes de órgãos plásticos já eram realizados antes de Xavier fazer essas declarações. Fui adiante e resolvi pesquisar se há algo em suas obras “mediúnicas” sobre o tema, eis que tem:
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“[Pergunta] Os mesmos amigos espirituais, no caso, apresentam alguma idéia para segurança e êxito na operação desta natureza? O Dr. Bezerra de Menezes, que é um grande médico na Espiritualidade Maior (…) Diz ele que, não podemos esquecer, a Ciência Médica contornará o problema com os recursos imunológicos mais perfeitos e talvez com o concurso da hipnose com orientação científica que poderá colaborar muito a Benefício do êxito do receptor. Ele acrescenta, porém, que uma ala muito grande da medicina, com muita propriedade e segurança de atitude, pugna pelo fabrico de órgãos de plásticos e que isso é um problema a ser considerado com urgência para benefício de todos (…) [Chico Xavier, Entrevistas Emmanuel, 1972, p.17].
Fonte: http://bvespirita.com/Entrevistas%20(psicografia%20Chico%20Xavier%20-%20espirito%20Emmanuel).pdf
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Um ano antes da publicação desse livro, em 1971, Xavier tinha participado do programa pinga fogo da TV tupi, e lá abordou o problema da rejeição dos órgãos, que poderia ser resolvido com os órgãos chamados plásticos:
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“O assunto tem sido objeto de vários estudos de nossa parte, com Emmanuel, com nosso amigo espiritual André Luís, e outros benfeitores desencarnados (…) O problema dos transplantes deve merecer o nosso respeito, e vamos pedir para que a nossa ciência médica continue para frente, conquanto não deva desprezar os órgãos chamados plásticos, tanto quando possível, na substituição de órgãos no veículo físico, mas os transplantes merecem a nossa consideração, e devemos prosseguir.”
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Entretanto, tanto transplantes de órgãos plásticos quanto ao problema imunológico da rejeição eram já temas EXTENSIVAMENTE veiculados nas mídias da época. Segue alguns exemplos não exaustivos:
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“Mesmo assim a pesquisa não parou. Novos meios de combate ao processo imunológico da rejeição são colocados a cada dia à disposição da medicina (…) Nesse setor, a indústria farmacêutica tem desenvolvido intensas pesquisas (…)” – Diário da Noite, 1969.
Fonte:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=221961_04&pesq=transplante%20de%20%C3%B3rg%C3%A3os%20imunol%C3%B3gico&pasta=ano%20196&pagfis=35939
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“O Dr. Murray atribui uma parte substancial no crescente processo no transplante de rim ao crescente conhecimento dos médicos de como usar drogas para interferir na tendência natural do corpo de atacar e destruir o órgão estranho.” – Jornal do Brasil, 1967
Fonte:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=030015_08&pesq=transplante%20de%20%C3%B3rg%C3%A3os%20imunol%C3%B3gico&pasta=ano%20196&pagfis=101705
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Em 1969, ele se tornou o primeiro cirurgião cardíaco a implantar um coração artificial projetado por Domingo Liotta em um homem, Haskell Karp, que viveu por 65 horas. No ano seguinte, em 1970, “ele realizou o primeiro implante de um coração artificial em um ser humano quando não havia substituto para o coração imediatamente disponível”. (Folha de São Paulo, 1969).
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/banco-de-dados/2019/04/1969-em-cirurgia-inedita-coracao-de-paciente-e-trocado-por-peca-artificial.shtml
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“médicos do hospital das clínicas do setor de cardiologia, acreditam que a rejeição poderá ser eliminada se a ciência descobrir um órgão igual ao coração, feito de plástico ou outro material semelhante (…).” – Jornal do Brasil, ano de 1969.
Fonte:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=030015_08&pesq=%22Cora%C3%A7%C3%A3o%20feito%20de%20pl%C3%A1stico%22&pasta=ano%20196&pagfis=127857
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“Cardiologistas esperam breve construção do coração artificial. Conforme notícias distribuídas pelas notícias telegráficas, calcula que dentro de uns cinco anos será possível construir um coração artificial para implantação permanente no homem” (O jornal, 1966)
Fonte: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=110523_06&pesq=%22cora%C3%A7%C3%A3o%20artificial%22&pasta=ano%20196&pagfis=44891
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Logo, qualquer pessoa bem informada (leitora de jornal) poderia formular as mesmas “predições” dos espíritos tão evoluídos que Xavier dizia o comunicar. Xavier aventou duas possibilidades: substituição por órgãos de plásticos (realizado, previsto, teorizado, esperançado já na época) e melhoria nos “recursos imunológicos”. Ora, esse último é uma expressão de cláusula aberta, que permite se adequar a qualquer possibilidade que venha a suprir a própria causa. Se não sei (ou não quero arriscar) exatamente o que pode resolver um problema imunológico, vou dizer que vão (ou podem) descobrir um “recurso” imunológico. Típica técnica de leitura fria.
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Esse é um nítido exemplo da mitificação que sempre houve, há e haverá em torno do “médium”, pois tudo o que ele falou sobre isso era o que já se teorizavam na época. Xavier e seus “guias médicos evoluidíssimos” pareciam ostentar a mesma ignorância e incerteza da ciência quanto as novas descobertas daquela medida cirúrgica. O seus “espíritos” da área científica nada mais eram que o reflexo dos estudos e teorias debatidas já naqueles tempos.
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Convém ressaltar que o que resolveu o problema, em grande parte, foi a ministração de medicamentos na década de 80. Órgãos artificiais continuaram mais como medida paliativa, ou, se não me engano, em casos que o transplante não é possível. O futuro parece reservar outra coisa, como órgãos impressos em 3D feitos de tecidos totalmente orgânicos, de células do próprio paciente:
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“Gatenholm acredita que em aproximadamente 20 anos será possível produzir órgãos humanos para transplante.
Isso pode significar o fim das enormes filas de esperas para receber um órgão. Se um paciente aguarda por um coração é só imprimir um novo, considerando ainda uma rejeição menor, já que as células seriam do próprio paciente.”
http://bioemfoco.com.br/noticia/impressao-orgaos-3d-futuro-transplante/
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“Cientistas israelenses produziram uma miniatura de um coração humano em uma moderna impressora 3D. O órgão foi feito com tecidos humanos e possui vasos sanguíneos, cavidades e até colágeno. A sua estrutura ficou bastante semelhante ao coração de um homem adulto (…) Esse exemplar foi feito de tecido humano e promete revolucionar a medicina mundial (…) A estimativa deles é que dentro de 10 anos, no máximo, as impressões de órgãos sejam procedimentos de rotina dentro de hospitais em todo o mundo.”
Fonte: https://www.metlife.com.br/blog/saude-e-bem-estar/impressao-de-orgaos-3D/
março 16th, 2021 às 7:31 PM
Outra mistificação atribuída a Xavier veio na recente confirmação pela NASA (2020) da existência de água na lua. Após a notícia ser veiculada vi inúmeras menções na internet a uma suposta previsão do médium mineiro. Vários vídeos, lives, podcasts, programas de rádio afirmando que Xavier já sabia desse fato há mais de 40 anos atrás; dizendo que, naquela época, a ciência ignorava ou descartava completamente a possibilidade de água lunar.
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Pronto, seguidores de Xavier mais uma vez se regozijaram da poderosíssima paranormalidade do médium: “como poderia o pobre do Chico, àquela época, com a ciência dizendo ser impossível água na lua, dizer que poderia sim ser encontrado, se não fosse por intermédio dos seus ‘guias’ ?
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Bom, fui pesquisar se na época realmente a ciência não pensava mais nessa possibilidade e não me surpreendi: poucos anos e meses antes de Xavier dar essa declaração eram publicados INÚMERAS reportagens sobre a possibilidade de água lunar. Primeiro, abre aspas para a suposta previsão do Xavier:
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“Então diz o nosso Emmanuel, que está presente (…) então na Lua é possível que o homem construa as cidades de vidro, as cidades-estufas (…) vai se obter azoto e oxigênio e usinas de alumínio e formações de vidro e matéria plástica na própria Lua para a construção desses redutos, produtos da ciência terrestre e provavelmente a água fornecida pelo próprio solo lunar”. (Chico Xavier, pinga fogo, 1971)
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Xavier disse que vai se obter, dentre outras coisas, oxigênio e água através do solo lunar. Agora repare nessa reportagem de 1970:
“Uma equipe de dez cientistas da NASA anunciou que descobriu uma maneira de produzir água e oxigênio com as rochas lunares, talvez em quantidade suficiente para a subsistência de homens na lua e transformando o satélite natural numa base de reabastecimento de naves espaciais.”
Fonte:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=761672&pesq=%22Andre%20J.%20Meyer%22&pasta=ano%20197&pagfis=79488
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‘Produzir água com as rochas lunares’ tem um nexo com ‘provavelmente a água será fornecida pelo próprio solo lunar’. Com relação a materiais de vidro, desde as primeiras sondas na Lua já tinham sido obtidos formações de vidro lunar, e o azoto, já era reconhecidamente um elemento compositivo do satélite.
Repare bem nessa reportagem publicada em JANEIRO DE 1971, portanto, POUCOS MESES ANTES de Chico Xavier comparecer ao programa pinga fogo:
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“Vários cientistas que estão estudando as pedras e amostras do solo lunar trazidas pelos astronautas do programa Apollo, acreditam na possibilidade de haver água na lua, a informação foi prestada a impressa pelo professor Albert Engel (…) A maioria dos geólogos, disse Engel, sustenta a opinião de que a lua tem água. O dr. Harold Urey, prêmio Nobel de 1934, por ter descoberto o hidrogênio pesado é da mesma opinião que Engel (…) Também o cientista Gustaf Arrehnius apoia a teoria de existência de água na lua (…).” – Jornal Correio da Manhã, 21 de janeiro, de 1971.
Fonte:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=089842_08&pesq=%22lua%20pode%20ter%20%C3%A1gua%22&pasta=ano%20197&pagfis=16369
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Reportagem sobre as ideias do astrônomo Urey em jornal brasileiro (ano de 1960), em que esse delineia como seriam as construções das cidades lunares, e como poderiam obter água na lua: “O problema de fornecimento de oxigênio dentro dos edifícios e da cúpula plástica poderia ser resolvido de dois modos: ou o cultivo em represas (…) ou a sua obtenção de água de cristalização das rochas lunares (…) o calor solar será utilizado para obtenção de água e a eletrólise poderá transformar a água em oxigênio e hidrogênio (…) Em última análise, apesar da paisagem lunar parecer áspera (…) talvez não apresente obstáculo ao arquiteto. Sua geografia oferece possibilidades quase ilimitadas ao pesquisador”. (Correio Paulista, 1960)
Fonte: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=090972_11&pesq=%22O%20problema%20de%20fornecimento%20de%20oxig%C3%AAnio%20dentro%20dos%20edif%C3%ADcios%22&pasta=ano%20196&pagfis=2616
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Esses foram só alguns exemplos de como essa possibilidade da lua era bastante disseminada na época. Com relação a bases lunares, também já tinham várias reportagens tratando sobre, além de uma multiplicidade de ficções científicas em livros e filmes.
Xavier, mais uma vez, refletiu apenas o imaginário da época. Plena guerra fria, com todo mundo receoso de um cataclisma nuclear, auge da corrida espacial, tanto EUA quanto URSS alegando projetos de construções de bases na lua. O imaginário popular fervilhava nesse sentido.
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Esses foram só alguns exemplos de como essa possibilidade da lua era bastante disseminada na época. Com relação a bases lunares, também já tinham várias reportagens tratando sobre, além de uma multiplicidade de ficções científicas em livros e filmes.
Xavier, mais uma vez, refletiu apenas o imaginário da época. Plena guerra fria, com todo mundo receoso de um cataclisma nuclear, auge da corrida espacial, tanto EUA quanto URSS alegando projetos de construções de bases na lua. O imaginário popular fervilhava nesse sentido.
março 30th, 2021 às 11:46 AM
KKKKK! Bem, que o Chico houvesse plagiado mais esta, não me surpreende.
Mas se o Chico tinha pavor do Molusco… Aí pode ter tido um bom motivo. Não sei se é verdade (blog é izkerdista), mas entre ditadura dos milicos e a “democracia popular” do zizkerdistas, talvez o Chico tenha escolhido a menos pior… Ou a já existente.