Arquivo ‘Mediunidade’ Categoria

“Palavras do Infinito” (1936), de Chico Xavier, e o Nobel da Paz

terça-feira, novembro 25th, 2025

Imagine descobrir que uma das mais célebres psicografias de Chico Xavier, atribuída ao espírito Humberto de Campos, carrega um erro gritante: afirmar que Charles Richet ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1913. Na verdade, Richet foi laureado com o Nobel de Medicina por seus estudos sobre anafilaxia. Mas como esse equívoco foi parar nas páginas de um livro considerado “mensagem do além”?

O artigo, escrito por Míssel Crítico, mergulha em uma investigação fascinante: jornais da década de 1930, dependentes de telegramas truncados e traduções apressadas, espalharam a mesma informação errada. A expressão “mentir como um telegrama” não surgiu à toa — e Chico parece ter bebido dessa fonte. A comparação entre a psicografia e reportagens da época revela coincidências impressionantes, sugerindo que o “repórter astral” tinha, na verdade, os pés bem fincados na imprensa terrena.

Mas a história não para aí. O texto expõe outro ponto polêmico: as sessões de materialização que Richet teria validado, envolvendo a médium Marthe Béraud (Eva Carrière). Longe de “revolucionar a ciência”, essas experiências foram desmascaradas como fraudes grotescas — ectoplasmas feitos de recortes de revistas, rostos colados com fios, e até um cocheiro árabe interpretando um “fantasma hindu”. Mesmo assim, Richet e outros pesquisadores se recusaram a admitir o embuste, criando um campo chamado “metapsíquica”.

O artigo é uma viagem pela história da desinformação, mostrando como erros telegráficos, crenças espirituais e vaidades científicas se entrelaçam. No fim, resta a pergunta: quantas “verdades do além” nasceram de simples recortes de jornal?

Para ler o artigo (atualizado em 26/11/2025), clique aqui.

Livro Gratuito! “O Telégrafo Celestial” (1851) – Volume 1, por Louis Alphonse Cahagnet

quinta-feira, novembro 6th, 2025

O primeiro volume de O Telégrafo Celestial (1851) é um marco do espiritualismo experimental do século XIX. Cahagnet busca provar a sobrevivência da alma por meio de experiências magnéticas com sonâmbulos extáticos, registrando diálogos e descrições do mundo espiritual. Entre os oito clarividentes — Bruno Binet, Fanny Binet, Françoise, Madame F., Madame Reviere, Adèle Magnot, Émile Rey e outros — Adèle Magnot se destaca pela constância e profundidade das revelações. Para a época, o método parecia rigoroso, pois o autor buscava confirmação das informações junto a consulentes, mas sob critérios científicos atuais, como as confirmações são testemunhais, falta maior controle. Apesar disso, a obra é valiosa como documento histórico, revelando a tentativa de conciliar ciência e espiritualidade em um contexto dominado pelo magnetismo animal. Algumas passagens, contudo, revelam preconceito racial, como quando se afirma que “as almas dos negros são tão alvas quanto as nossas; é apenas na pele que diferem de nós; mas no céu todos são brancos”, associando pureza espiritual à brancura. Longe de ser um tratado científico, O Telégrafo Celestial é um testemunho cultural que ilumina tanto a busca sincera por respostas quanto os limites e preconceitos de seu tempo. Para ler em português, clique aqui. Para ler em inglês, clique aqui.

Comentários por Artur Azevedo do artigo “Investigação de carta mediúnica”

quinta-feira, setembro 18th, 2025

Para ver os comentários de Artur Azevedo sobre o artigo constante na postagem anterior, acesse o vídeo abaixo:

Investigação de carta mediúnica: Um filho falecido supostamente escreve aos pais (2025)

terça-feira, setembro 16th, 2025

A mediunidade é uma prática espiritual amplamente aceita no Brasil, relacionada ao processo de luto e às crenças na vida após a morte. Por isso, há grande interesse entre os brasileiros em determinar se médiuns podem obter informações além dos meios convencionais (Recepção de Informação Anômala – RIA). No entanto, há escassez de estudos qualitativos aprofundados sobre o tema. Este estudo teve como objetivo investigar relatos de RIA em transe mediúnico e o significado dessas informações para a família do falecido. Em um estudo observacional controlado, após 43 segundos de interação filmada com os pais, o médium escreveu uma carta atribuída ao filho falecido. Informações obtidas ou dedutíveis da interação médium–consulentes foram excluídas dos itens verificáveis da carta. O grau de precisão e especificidade dos demais itens foi investigado em três entrevistas com os pais e por meio de documentos e objetos do falecido. Um especialista realizou análise grafotécnica da assinatura da carta. O médium produziu 19 itens de informação, dos quais um não pôde ser avaliado, um foi não reconhecido, dois dedutíveis, nove genéricos e seis específicos. As informações descreviam hábitos presentes e passados do falecido, planos e características físicas marcantes, percebidas pelos pais como improváveis de serem obtidas por meios rotineiros ou por acaso. A comparação de assinaturas é comum na prática mediúnica; neste caso, a assinatura apresentou algumas semelhanças gerais com a do falecido, mas muitas diferenças em aspectos sutis. A produção de seis itens verificáveis que não haviam sido previamente comunicados ao médium por meios convencionais ilustra o que muitos brasileiros acreditam ser fenômenos de RIA. Estudos qualitativos sobre RIA podem lançar luz sobre a prática da mediunidade e suas implicações para a saúde mental, especialmente no contexto do luto e da perda no Brasil. Este artigo foi publicado na Transcultural Psychiatry, um jornal do mainstream. Para ler minha tradução em português, clique aqui. Para ler o original em inglês, clique aqui.

Espiritismo é truque de mágica? – parte 2

quarta-feira, agosto 20th, 2025

Segunda parte da série sobre os truques de mágica no espiritismo:

Espiritismo é truque de mágica? – Parte 1

quarta-feira, agosto 20th, 2025

O Neuromágico inicia uma série sobre truques usados para simular fenômenos espíritas. Segue a parte 1:

Vidência de Eventos Passados: um Estudo em Psicometria (1922)

terça-feira, junho 24th, 2025

Seguem mais experimentos com a Sra. Maria Reyes de Zierold, uma das poucas médiuns ou psíquicas a passar pelo escrutínio de um mágico (Walter Franklin Prince). Eu lendo o artigo notei várias coisas em comum com o menino Pontus, já abordado aqui no blog. E há uma pequena participação do Brasil em um dos experimentos. Para ler minha tradução, clique aqui. Para ler o original em inglês, clique aqui. Qualquer problema na tradução – de mais de 100 páginas! – favor avisar.

Ficou impossível defender Chico Xavier

terça-feira, junho 17th, 2025

Segue o vídeo do Neuromágico (Nicolas Junqueira) que faz um compilado das evidências de fraude por parte de Chico Xavier:

Gontijo fala sobre Chico Xavier

sábado, junho 7th, 2025

Nesse corte o professor Daniel Gontijo falou de algumas polêmicas com o Chico:

– caso Otília Diogo

– frascos de perfumes e o cheiro de rosas

– vida em outros planetas

– leitura quente

Lembro que muita coisa poderia ser acrescentada:

– caso Peixotinho

– caso João de Deus

– espíritos que nunca existiram (Públio Lêntulo, André Luiz)

– plágios

– materializações do próprio Chico

Parnaso de Além-Túmulo e seus pastiches

segunda-feira, abril 28th, 2025

Uma análise minuciosa da obra “Parnaso de Além-Túmulo”, de Chico Xavier, supostamente escrita por diversos poetas falecidos famosos, revela que ela está muito mais para pastiche dos poetas originais do que indicativa da sobrevivência pós morte desses autores. Vejamos as correspondências. Para ler, clique aqui.

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