Qual a Confiabilidade do Livro dos Espíritos de Allan Kardec?

O artigo “Uma Análise Matemática do Método do Controle Universal do Ensino dos Espíritos”, publicado em julho na revista Reformador escrito pelo físico Alexandre Fontes da Fonseca, apresenta um cálculo matemático com vista a demonstrar que o Livro dos Espíritos, em que o pedagogo Allan Kardec atribui ter sido inteiramente escrito por espíritos através dos médiuns, realmente o foi. No entanto, a base de cálculo se vale de base histórica equivocada, e uma análise mais profunda revela dados muito divergentes obtendo-se um resultado bem diferente do alcançado pelo físico.

 

Introdução 

Em 1857, Allan Kardec lançou “O Livro dos Espíritos”, obra que conteria informações de espíritos sobre as leis do mundo espiritual ao lado de profundos pensamentos filosóficos e morais. Tais informações foram obtidas com o auxílio de médiuns. O que garantiria, entretanto, que tais informações viriam de um espírito e não de material presente no cérebro do próprio médium?  

Kardec desenvolveu uma metodologia chamada “Controle Universal do Ensino dos Espíritos”. Baseia-se no princípio de que médiuns diferentes, em locais diferentes, teriam de dar respostas iguais ou equivalentes entre si às perguntas feitas para que a informação transmitida fosse considerada verdadeira com algum grau razoável de certeza. 

O artigo de Alexandre Fonseca veio justamente determinar que grau seria esse. Baseia-se no seguinte cálculo: 

Nossa análise se baseia na Teoria da Probabilidade e na influência dos médiuns sobre as mensagens mediúnicas. (Vide 7a questão do item 223, cap. XIX do LM.) Não se pode, em princípio, determinar com precisão o grau de influência de um médium sobre suas comunicações mediúnicas. Podemos, porém, fazer estimativas. Assumiremos, então, valores probabilísticos para essa influência. Assim, quando dissermos, por exemplo, que um médium é “de 50% de influência”, estamos querendo dizer que a mensagem recebida por ele(a) contém 50% de idéias de sua própria mente, e 50% de idéias do Espírito comunicante.  

Os “50% de influência” incluem todas as causas possíveis como o estado emocional do médium; sua afinidade com o Espírito comunicante; discordância da idéia do Espírito, etc. (Vide cap. XIX do LM.) 

Suponhamos que temos, à nossa disposição, um médium de 50% de influência e formulamos uma questão aos Espíritos. A mensagem que recebermos desse médium terá 50% de idéias próprias e 50% de idéias do Espírito. Suponhamos que temos, agora, DOIS médiuns de 50% de influência e que formulamos a MESMA questão para os Espíritos responderem por intermédio dos DOIS médiuns, sem que um saiba do outro (médiuns diferentes, de lugares diferentes). 

Eis o primeiro problema. Kardec não usou vários médiuns desconhecidos uns dos outros, nem mesmo de lugares diferentes. Basicamente, o grosso do livro se deveu a… duas irmãs, as senhoritas Caroline (16 anos) e Julie Baudin (14 anos), com revisão de uma terceira médium, a senhorita Japhet. Mais dados sobre isso serão oferecidos no decorrer do artigo. Continuando: 

Suponhamos que, mesmo havendo diferenças no estilo e na forma das duas mensagens, identificamos uma idéia em comum. Essa idéia em comum é o que chamamos de consenso. Qual a chance da idéia em comum ser dos Espíritos e não o resultado de uma coincidência na influência de cada um dos médiuns?  

Para responder essa questão utilizaremos a Teoria da Probabilidade. Ela diz que a probabilidade de ocorrência de dois eventos independentes entre si (isto é, onde um não é condição para ocorrência do outro) é o produto das probabilidades isoladas de cada uma das ocorrências. Como estamos analisando um caso em que houve um consenso nas mensagens dos Espíritos, então, os únicos eventos independentes entre si são a influência individual de cada médium sobre a mensagem que recebeu. Se escolhemos médiuns diferentes, de diferentes localidades, garantimos que não há nenhuma ligação entre eles e, conseqüentemente, a influência de um médium sobre a sua comunicação será totalmente independente da influência do outro. Assim, podemos dizer que a probabilidade da idéia em comum ser o resultado de uma coincidência nas influências dos médiuns é o produto das probabilidades isoladas de influência de cada médium. Assim, em nosso exemplo, onde cada médium é de 50% de influência, a probabilidade da idéia em comum ser dos médiuns é o produto 1/2 x 1/2 = 1/4 ou 25% (50% é igual a 50 dividido por 100 que é igual à fração 1/2). Portanto, a probabilidade da idéia em comum não ser influência dos médiuns e, conseqüentemente, ser dos Espíritos é o que falta para completar os 100%, ou seja, 1 – 1/4 = 3/4 ou 75%. 

Se usarmos três médiuns de influência de 50%, e obtivermos um consenso nas mensagens, teremos o produto das três probabilidades individuais de cada médium, ou seja, 1/2 x 1/2 x 1/2 = 1/8 = 12,5%, para que essa idéia seja dos médiuns, e 1 – 1/8 = 3/8 ou 87,5% da idéia ser dos Espíritos.  

Essa análise pode ser generalizada para os casos de médiuns que possuem outros valores de probabilidades de influência. Se representarmos por PM a probabilidade individual de cada médium influenciar uma mensagem, e por PE a probabilidade da idéia em comum, obtida por todos os médiuns, ser dos Espíritos, então, aplicando-se a Teoria da Probabilidade, obtemos a seguinte expressão: PE = 1 – (PM)N, (1) onde N é o número de médiuns utilizados.  

Entretanto, como não sabemos o valor preciso de PM de cada médium, que utilidade teria a análise acima? Conforme veremos a seguir, ela permite estimar o grau de confiança no ensino dos Espíritos no processo de codificação.  

Analisemos, agora, a seguinte situação. Suponhamos que temos à nossa disposição médiuns de influência grande, algo em torno de 80% (bem pior do que o caso anterior de 50%). Queremos saber o seguinte: quantos médiuns de influência de 80% são necessários no método do CUEE para que eu tenha uma garantia de 90% de que a IDÉIA EM COMUM é dos Espíritos e não dos médiuns?  

Para responder a essa pergunta, nós precisamos de uma outra equação que pode ser obtida a partir da equação (1), de modo a obtermos o valor de N: N = Log (1 – PE) / Log (PM), (2) onde “Log” é a função logaritmo simples. O leitor não precisa se preocupar com os detalhes matemáticos referentes à obtenção da equação (2), mas apenas acompanhar o raciocínio. Substituindo os valores PM = 0,8 (= 80%) e PE = 0,9 (= 90%), obtemos N = 10,3.  

Isto é, se usarmos N = 11 médiuns de influência de até 80%, podemos garantir com MAIS DE 90% DE CERTEZA, que uma idéia em comum presente nas 11 mensagens (uma de cada médium) é dos Espíritos. 

Explicada a base de cálculo, o autor passa a descrever o modo como ele pensa ter sido elaborado o Livro dos Espíritos: 

A utilização do método do CUEE é mencionada por Kardec em diversos lugares, porém, sem muitos detalhes sobre o número de médiuns utilizados. Kardec fala da aplicação do CUEE após a publicação do LE (parágrafos 13 e 14, item II do ESE). Mas, acerca do que ocorreu durante o processo de elaboração do LE, na Revista Espírita,6 Kardec diz: “[…] Tudo foi obtido pela escrita, por intermédio de DIVERSOS MÉDIUNS psicógrafos. […]”. (Grifos em maiúsculas, nossos.) Essa colocação mostra que Kardec usou vários médiuns, mas ainda não informa a quantidade utilizada.  

Porém, no capítulo “A minha primeira iniciação no Espiritismo” de Obras Póstumas, Kardec diz: “[…]sempre que se apresentava ocasião eu a aproveitava para propor algumas das questões que me pareciam mais espinhosas. Foi assim que MAIS DE DEZ MEDIUNS PRESTARAM CONCURSO a esse trabalho. Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes retocadas no silêncio da meditação, foi que elaborei a primeira edição de O Livro dos Espíritos, entregue à publicidade em 18 de abril de 1857”. (Grifos em maiúsculas, nossos.)  

Se Kardec usou mais de dez médiuns e se mostramos que 11 médiuns relativamente ruins (de influência de 80%) são suficientes para dar 90% de certeza de que os ensinos são dos Espíritos, podemos afirmar com segurança que o conteúdo do LE tem mais do que 90% de garantia. Se adicionarmos à nossa análise o elevado nível de coerência, consistência e sabedoria presentes no conjunto da obra, somos forçados a admitir que o LE é a expressão mais fidedigna do pensamento dos Espíritos Superiores. 

Uma análise mais apurada, contudo, revela que as coisas não se passaram bem assim. Silvio Chibeni no artigo “A Nota aos Prolegômenos de O Livro dos Espíritos” fornece informações extremamente importantes:  

No primeiro número da Revue Spirite (janeiro de 1858) há uma matéria sobre o livro. Após advertir que, por sua lentidão, a tiptologia nunca foi por ele empregada nos trabalhos referentes ao livro, Kardec diz: “tudo foi obtido pela escrita e por intermédio de vários (plusieurs) médiuns psicógrafos. Nós mesmos preparamos as questões e organizamos o conjunto da obra; as respostas são textualmente as que foram dadas pelos Espíritos; a maior parte foi escrita sob nossos olhos. Outras foram extraídas de comunicações enviadas por correspondentes, ou que coletamos onde quer que tenhamos tido a ocasião de realizar estudos”. No parágrafo seguinte Kardec acrescenta: “Os primeiros médiuns que ajudaram em nosso trabalho foram as senhoritas B*** [Baudin], cuja boa vontade jamais faltou: o livro foi escrito quase que inteiramente por meio delas…” (os itálicos são nossos).

 

Na seção inicial da segunda parte de Obras Póstumas, Kardec comenta que quando o trabalho alcançou as dimensões de um livro pensou em “submetê-lo ao exame de outros Espíritos, com o auxílio de diferentes médiuns”. No entanto, ao começar a fazer isso, levando os pontos às reuniões do senhor Roustan, nas quais atuava a médium sonâmbula senhorita Japhet, os próprios Espíritos disseram que preferiam empreender a delicada revisão em seções privativas com a médium, isto é, sem assistência. No referido artigo da Revue, Kardec afirma, a propósito da revisão, que “essa parte essencial do trabalho foi feita com o concurso da senhorita Japhet”, ressaltando sua nobreza de caráter e infatigável dedicação à tarefa.

 

Aquela seção de Obras Póstumas contém ainda outras informações relevantes para o assunto de que estamos tratando. Uma delas é que as senhoritas Baudin se casaram já no final de 1857 e que, em conseqüência, as reuniões na casa do senhor Baudin cessaram. Mais importante do que isso é o que lemos um pouco antes: “Não me contentei, entretanto, com essa verificação [pela senhorita Japhet]; os Espíritos assim mo haviam recomendado. Tendo-me as circunstâncias posto em relação com outros médiuns, sempre que se apresentava a ocasião eu a aproveitava para propor algumas das questões que me pareciam as mais espinhosas. Foi assim que mais de dez médiuns prestaram concurso a esse trabalho. Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas [coordonnées], classificadas e muitas vezes remodeladas [remaniées] no silêncio da meditação, foi que elaborei a primeira edição de O Livro dos Espíritos…” (os destaques são nossos).

 

Todas essas passagens, bem como os textos integrais dos quais foram extraídas, ressaltam, primeiro, que o Livro dos Espíritos não surgiu, como às vezes ingenuamente se assume, de uma grande massa de respostas vindas de inumeráveis pontos. Embora, como Kardec assinala, ele tenha aproveitado algumas comunicações que lhe foram enviadas, o grosso do livro, em sua primeira edição, foi fruto de um trabalho sistemático concebido por ele e desenvolvido com a ajuda mediúnica das duas irmãs Baudin, e depois da senhorita Japhet, para a revisão. Somente quanto a alguns pontos mais delicados é que julgou prudente conferir as opiniões com o auxílio de outros poucos médiuns. 

Portanto, o grosso do livro é de apenas duas médiuns, três se contarmos a senhorita Japhet. Mas não se pode contar a senhorita Japhet porque ela fez uma revisão, ou seja, ela teve contato com as respostas e não era desconhecida das irmãs. O cálculo com dois médiuns seria mais verdadeiro historicamente, mas, isso se os médiuns fossem desconhecidos e de culturas diferentes. Só que eles eram da mesma família, viviam na mesma casa, então podemos considerar como o número correto apenas…1! É fato que Kardec não usou sua própria metodologia na elaboração do Livro dos Espíritos. Para efeitos de cálculos nessas condições, em vez de 50%, eu usaria como porcentagem mínima 90%, o que daria 1- 0,9 = 10 %. Ou seja, apenas 10% das respostas do Livro dos Espíritos viria mesmo de espíritos. Isso, no máximo! E considero mesmo perfeitamente aceitável trabalhar com valores mais altos do que 90%. 

Já havia críticas nesse sentido pouco após a morte de Kardec. Alvarado (2003) diz: 

“Aksakof […] criticou a confiança de Kardec nos médiuns psicógrafos porque eles eram bem conhecidos por “passar bem facilmente influência psicológica ou idéias preconcebidas…” 

Há ainda outros problemas. Mesmo os mais de dez médiuns não eram de locais diferentes. Basicamente, eram todos franceses.  

Conclusão 

Alexandre nos presenteou com uma ferramenta poderosa de forma a demonstrar matematicamente o pouquíssimo grau de confiança das informações contidas no Livro dos Espíritos como de origem espiritual. Resta saber qual será a reação dos espíritas diante desse fato.  

Bibliografia 

ABREU, Canuto. O Livro dos Espíritos e sua Tradição Histórica e Lendária. São Paulo, SP: Lar da Família Universal, 1992 

ALVARADO, Carlos S. O Conceito da Sobrevivência da Morte Corporal e o Desenvolvimento da Parapsicologia. Journal of the Society for Psychical Research, Volume 67.2, Número 871, abril de 2003 

CHIBENI, Silvio Seno. A Nota aos Prolegômenos de O Livro dos Espíritos, Mundo Espírita, julho de 2002, pp. 6-7, disponível em http://www.espirito.org.br/portal/artigos/geeu/le4-notaproleg.html (acessado dia 23/08/2007) 

FONSECA, Alexandre Fontes da. Uma análise matemática do Método do Controle Universal do Ensino dos Espíritos. Reformador, ano 125, nº 2.140, julho de 2007.

27 respostas a “Qual a Confiabilidade do Livro dos Espíritos de Allan Kardec?”

  1. Codename V. Diz:

    Estamos bem de doutrinas e religiões.

    No fim das contas, só existe uma religião correta: a morte.

    E dela ninguém escapa.

    Obrigado pelos esclarecimentos.

  2. bernardo andrade Diz:

    o senhor vai me desculpar… mas se o estudo do físico foi absurdo o seu foi mais absurdo ainda, não dá pra descrever com um termo qnta pretensão a sua em considerar q o fato de ambas as médiuns serem da mesma casa, ter considerado como uma, não temos provas evidentes q eram de personalidades mto semelhante! oras, se a ciência jah comprovou de gêmeos univitelinos podem possuri personalidade extremamente diferente, imagine duas pessoas q apenas moram sob mesmo teto! além disso como espírita me apego a uma frase de grende sabedoria, se conhece o gênio pela sua obra, e não o contrário, e como o próprio kardec afirma no início do item 222 sobre as considerações da pluararidade das existências, ” mesmo q essa doutrina fosse produzida pelas piores pessoas e não pelos espíritos, ainda a tomaríamos como verdade pelo seu conteúdo filosófico, e como espírita, mesmo q seja provado q um analfabeto ou qq coisa foi quem codificou o espiritismo, pouco me importa e a tantos outros, o seu conteúdo é q faz sua beleza…. e a ciência moderna através principalemnte da física qunatica vem aos poucos demonstrando diversas coisas q kardec escreve em o lívro dos espíritos”

  3. Gilberto Diz:

    Cara, por que os espíritas sempre batem na tecla de Física Quantica? Não tem NADA a ver com o espiritismo!!!

  4. Marcelo Diz:

    Método sem pé nem cabeça -> conclusões furadas!

  5. Roberval Diz:

    Acho o seguinte: a obra LE é uma perfeição sobre o mundo espiritual, mundo esse q podemos comprovar através da Projeção Astral, pelos nossos próprios olhos! Esse imbecil q escreveu essa teoria, devia estudar era Projeção Astral, crescer nesse aspecto, e comprovar o mundo dos espíritos com os próprios olhos. Depois de td isso, ele sentiria a maior vergonha de ter inventado uma teoria tão imbecil q afronta um grande homem q se empenhou em codificar o Espiritismo.

  6. Mirella Petruci Diz:

    Não quero defender o Sr. Alexandre Fonseca, conheço os métodos da psicografia, inclusive já cheguei a exercitar por algum tempo e posso dizer que temos que aprender a discutir as críticas tecnicamente. Se temos algum pensamento contrário, vamos contra-argumentar. Assim, sim estaremos contribuindo de fato para a evolução da confiabilidade destas questões tão sérias. Todos aqui estão procurando a Verdade, mas creio que podemos ser mais bondosos nos comentários a favor ou contra. Saudações a todos.

  7. ayrton moraes Diz:

    A meu ver, o LE é um livro coerente e cumpriu sua missão levando a milhares de corações a certeza da imortalidade. Mas é o cunjunto daquilo que constitui a filosofia Kardecista e os resultados colhidos pelos fatos mediúnicos, principalmente os de “efeito físico” ao longo de sua história, iniciada a partir do ano de 1842 que oferecem provas definitivas de que a vida não é um mero acaso e que não há morte. Por isso, um dia ciencia e religião se darão as mãos e surgirá daí um novo saber que revolucionará os valores de um novo mundo.

  8. Paulo Diz:

    Caro Alexandre, por que perder tendo inventado contos matemáticos, eu sugiro que vc ganhe tempo lendo o livro dos espíritos. O conteudo do livro dos espíritos venceram o tempo e ficará para sempre como o maior tratado filosófico a cerca da realidade espiritual em nosso planeta.
    Um abraço fraterno.

  9. Carlos Magno Diz:

    Uma vez que o Alexandre é matemático e usa de teoria da probabilidade, e esse assunto é sério, ele precisa demonstrar não com probabilidades, mas com provas inequívocas. Probabilidades são falsas, enganosas, 100% teóricas, e nesse caso usadas por quem não tem outros recursos para abordar tão relevante tema. O espiritismo é objeto de fé e sutileza, com grande percentual de lógica transcendente aos parâmetros do pobre mecanismo cerebral.

    E o que seria necessário, nesse caso, para realmente provar as farsas ou falhas?

    1. Demonstrar de fato o que são 50% de idéias do médium e 50% de influência de possível comunicação espiritual.

    2. E que são idéias do médium?

    3. E que são idéias do comunicante espiritual?

    4. E como mensurar isso quantitativamente?

    Usar teoria da probabilidade nestes casos, e furado, é o mais perfeito sofisma, pois mesmo que você chegasse a um percentual do conhecimento da pessoa, como chegaria a mensurar o conhecimento do espírito?

    E se o espírito 100% incorporado estivesse usando propositalmente um percentual do conhecimento mental do médium, por que achasse que seria procedente, como se comprovaria essa intenção?

    Como o Alexandre não sabe absolutamente nada de mecanismos de incorporações, dou-lhe uma colher de chá. Há espíritos comunicantes que exortam médiuns a estudar antecipadamente determinados assuntos, que ele, espírito, já conhece, a fim de que a comunicação torne-se mais fluente, mais fácil e 100% controlada com a maestria do comunicante. O médium também precisa mexer-se, construir um cabedal para si, evoluir e saber ser esperto e não depender 100% dos espíritos. Assim há economia de energia, de ambos os lados. É preciso entender isso muito bem, ao invés de acusar médiuns de fraudar comunicações, pois o conhecimento humano em todas as eras veio planejado pela hierarquia espiritual. E nesses casos de médiuns honesto, que são muitíssimos, e de espíritos graduados, a responsabilidade dos possíveis enganos ou erros é do comunicante.

    Mas como essa avaliação seria um trabalho profundíssimo, erudito e levado nas suas origens espirituais à abstrações, ou como querem alguns à paranormalidade, portanto, impossível do Alexandre alcançar, entender ou muito menos demonstrar, – por não se tratar de um teorema matemático, – o melhor que ele deveria ter feito era recolher-se às suas limitações, ficando quietinho no seu canto.

  10. Roger Diz:

    Excelente artigo, que muito informa os leitores à respeito dos bastidores do LE, que sempre é lido como infalível pelos crentes, mas cai por terra à mínima análise criteriosa.

  11. Carlos Magno Diz:

    Roger:

    Acho bom você primeiro se instruir.

    Ou se você se acha um grande crítico, apresente razões concretas e não simplesmente ilações inócuas.

  12. Delefrate Diz:

    Gilberto Diz:
    Novembro 30th, 2007 às 5:31 pm
    Cara, por que os espíritas sempre batem na tecla de Física Quantica? Não tem NADA a ver com o espiritismo!!!

    Não tem nada a ver? Mas e a teoria cientifica dos universos paralelos, onde cientistas admitem que podem existir varias dimensões no universo, dimensões estas que não podemos ver, tocar ou ouvir?Uma teoria inclusive que diz que nestas dimensões, as leis naturais podem ser totalmente diferentes das nossas, desta dimensão.E o Kardec ja falava destes universos como os mundos habitados por civilizações mais avançadas, mas invisiveis pra nós porque seus corpos ´´vibram em dimensões diferentes da nossa por causa de seus corpos mais rarefeitos´´.

    “Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima.” (Louis Pasteur)

    Realmente.

  13. Carlos Magno Diz:

    Delafrate:

    Esqueça o Gilberto. Ele se cansou de escrever besteiras, deu um tempo e foi embora.

    Talvez tenha ido estudar um pouco.

  14. Rosane Diz:

    “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”

    Orientando-me por essa afirmativa compreendo que ter tolerância com aqueles irmãos que não nos compreendem também é um ato de caridade.

    “A CADA UM SERÁ DADO SEGUNDO O SEU MERECIMENTO E ADIANTAMENTO”

    Da mesma forma, é preciso compreender os níveis de evolução de cada um, não podemos nos dizer cristãos se levantarmos nossa crítica com a língua afiada contra aqueles que pensam diferente, açoitando-os com palavras corremos o risco de sermos tão pretensiosos quanto aqueles a quem julgarmos, cada um de nós tem o seu próprio tempo para compreender, sejamos pois caridosos exercitando essa compreensão.
    Um abraço fraterno!

  15. Drones Diz:

    Se o Espiritismo é uma quimera, ele cairá por si mesmo, sem que para isso se esforcem tanto; se o perseguem é porque o temem, e só uma coisa séria pode causar temor. Se, ao contrário, é uma realidade, então está em a Natureza, e ninguém com um traço de pena pode revogar uma lei natural”. (KARDEC).

  16. Darcio Diz:

    Prezados, sou espírita há muitos anos, porém, isto não me leva a aceitar esta exdrúxula análise probabilística, até porque, a mediunidade não é uma ciência exata. Ainda que fosse, probabilidades são probabilidades, falam de fatos que podem ou não se dar, não servem para se afirmar categoricamente nada.

    A resposta à análise probabilística, então, é pior ainda, eivada de sentimentos de arrogância, desprezo e ceticismo.

    Meus diletos amigos, eu diria a vocês o seguinte, embora sendo espírita, digo que a universalidade que Kardec propõe é, de fato, falha, porque, ainda que ele utilizasse um médium em cada país, com repostas em línguas diferentes, isto nada iria querer dizer pois os Espíritos deslocam-se com a velocidade do pensamento e, supondo-se superiores, podem dominar vários idiomas.

    Portanto, independe se o médium está junto ou longe, isto pouco importa, pode ser o mesmo espírito a se comunicar. Sou espírita, mas reconheço tal possibilidade, pois o Espiritismo me ensinou a nunca aceitar nada sem passar pelo crivo de minha razão. Vejam, sou espírita, mas isto não me tornou um cego a ponto de aceitar tudo o que Kardec diz. O próprio Kardec diz que, se a Ciência se pronunciar sobre algo, contrária ao Espiritismo, fique com a Ciência (isto no que diz respeito às idéias que eventualmente sejam do próprio Kardec, incorporadas à sistematização espírita).

    Isso quer dizer que não acredito no Livro dos Espíritos? Não, não quer dizer isso, porque, embora não leve em conta a universalidade, utilizo-me de outros parâmetros. Os céticos, na primeira dificuldade, descartam tudo. Mas não sou cético. Assim, como disse Jesus, “conhece-se a árvore por seus frutos” e, o próprio Kardec diz “julga-se a elevação dos Espíritos por aquilo que dizem”, portanto, ainda que estas três mulheres tenham escrito de suas próprias cabeças tudo o que está contido no Livro dos Espíritos (o que seria, de fato, extraordinário), então, elas é que são os próprios Espíritos Superiores, encarnados àquela época, falando de conhecimentos que traziam guardados no inconsciente, pois que mente seria capaz de engendrar uma doutrina assim, senão a do próprio Kardec? Mas, como não duvido da lisura e honestidade de Kardec (e não preciso de uma prova cabalística para isso, não sou cético), pergunto-lhes: eram estas médiuns pessoas em condições de “arquitetar” tamanha obra? Eram os dez médiuns a que Kardec se refere eruditos, professores, catedráticos? Claro que não. Sempre repito e não canso de repetir, o pior cego é o que não quer enxergar. Ademais, a universalidade dos ensinamentos se dá ao longo da História.

  17. Enio Diz:

    Muito bem dito aquele que disse “só existe uma religião correta: a morte.”

    Pois bem… que seja a morte o fim pra todos, porém, é o vazio para aqueles que vão se deparar com a nova realidade do espírito.
    Apenas uma nova forma de vida, para uns!

    Ilustre escritor do blog, materialista com certeza, ou adepto de qualquer outra religião dogmática, a ciência humana pára no limite da matéria!

  18. Edmilson Cavalcante Diz:

    OLÁ!
    Irmãos me desculpe por não acreditar em séptico, ateu ou materialistas. Esses irmãos que não acredita em Deus são todos dignos de Piedade, devemos todos fazer preces para todos eles. Porque são todos infelizes. Com todas certeza na hora da dor critarão aiiiiiiiiiiiii, me DEUS me ajude por favor. E com certeza todos estão muito endivido com a lei de DEUS. Ao divulgarem suas incredulidades estão arrastando milhões para o mesmo caminho que eles trilham. Que o nosso paizão DEUS, se apiede de todos esses irmãozinhos.
    Muita paz!
    Hoje e sempre.

  19. anonimo Diz:

    Esse método matemático do Alexandre Fonseca é de doer… uma das coisa mais estapafúrdias que eu já vi.

  20. emer Diz:

    Gente vamos estudar Kardec, respirar Kardec, vivenciar Doutrina Espírita!

    Meus caros, nada há de errado com a teoria apresentada e que é válida como método de ensino e de levar-nos a compreendermos como uma interferência externa pode influenciar na comunicação espiritual.

    O texto apresentado tem como fundamento a questão do animismo como fator de influência na comunicação mediúnica.

  21. Paulo Cesar Diz:

    PESSOAS DIZER QUE A FÍSICA QUÂNTICA NÃO TEM NADA A VER COM ESPIRITISMO? DECLARO PARA ESSAS PESSOAS ESTUDAREM MAIS UM POUCO!!
    CONVIDO-0S A LER OS LIVROS DE AMIT GOSWAMI Ph. D. em física quântica; um dos principais livros deles: A física da Alma, editor Aleph ; Universo superconsciente etc, etc..

  22. Ana Rita Diz:

    Porque a arrogância intelectual de muitos aqui, é realmente estrondosa, quando não é patética.

    Os verdadeiros sábios têm idéias brilhantes sem jamais criarem expectativas de júbilo. O que se vê aqui são os senhores da razão versos os pseudo intelectuais.

    É deprimente.

  23. jorge Diz:

    estou cansado de ouvir de espiritualistas que a fisica quantica vem provando um monte de coisas no universo das crendices espiritas. Eu só gostaria de saber o que.
    Já que foi citado acima por alguém , essa pessoa poderia nos mostrar ? to muito curioso.

  24. Deolindo Alves Diz:

    jorge , que tal ler o livro ,e saberá o por que !

    abraço

  25. Luiz Diz:

    Siga os passos de Kardec, estude, reflita, investigue e veja se as conclusões tiradas por ele tem fundamento, no que se refere aos principios do Espiritismo.

  26. Azambuja Diz:

    Vale a pena ler o que os apologetas católicos escreveram sobre o espiritismo, disponível em qualquer blog católico tradicional. Vocês descobrirão que o espiritismo faz tudo o que Deus condena (invocação de espíritos, reencarnação, remissão dos pecados por Cristo e Sua Igreja, etc.). Não me fale em caridade, feita para impressionar as pessoas e angariar simpatizantes, e não com a misericórdia que Jesus pedia…

  27. Rafael Martins Diz:

    Azambuja,
    Jesus disse que se conhece a árvore pelos seus frutos, e não pelo que falam dessa árvore. Parece razoável, não?
    Caridade não é mesmo para ser falada, e sim praticada.

    Sobre aquilo que você guarda discordância, como a invocação dos espíritos, veja só..
    Cristo também não falou em que terreno (religião), teria que crescer tal árvore. A única menção do Mestre ficou restrita aos frutos.

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