Cegos de Nascença Pintam Melhor que Médiuns?

Este artigo mostra o caso de um cego de nascença que pinta tal qual um dos grandes mestres da Renascença. Isso põe sérias dúvidas sobre a autenticidade do trabalho de médiuns pictógrafos.

Esref Armagan é um pintor cego de nascença na Turquia. Ele “desenvolveu sua própria técnica para pintar, onde ele primeiro faz o desenho usando uma técnica braile, e depois vai adicionando as cores uma de cada vez. Isso significa que após adicionar cada cor, ele deve esperar de 2 a 3 dias até ela secar, para depois continuar pintando por cima. O resultado é impressionante, levando em conta que Esref nasceu cego e nunca teve a oportunidade de ver nenhum tipo de cor em sua vida.” 

Esref vem sendo comparado a Brunelleschi, o mestre da Renascença. Ele “consegue desenhar e pintar um dos tipos mais complexos de perspectiva, a de três pontos. Esta técnica imita o efeito de se estar observando a parte de cima de um objeto – por exemplo, é como estar na rua e olhar para um prédio alto. Esref pinta casas, barcos e borboletas sem nunca tê-los visto. Ele usa muitas cores vivas e também é capaz de desenhar em três dimensões. Mesmo assim, seu cérebro nunca percebeu tonalidades, luzes ou sombras. As habilidades de Esref têm revolucionado nosso conhecimento sobre o que pessoas nascidas cegas podem entender sobre os planos de espaços, além da capacidade que o cérebro tem de se adaptar e se reprogramar de acordo com as experiências de vida de uma pessoa.” 

Abaixo exemplos de suas pinturas 

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Há um documentário da Discovery sobre o pintor que pode ser visto em http://www.youtube.com/watch?v=L3AgO6H0H98. O vídeo está em inglês, então vou fazer um resumo do que é dito. Esref está sendo investigado pelo psicólogo perceptivo John Kennedy, da Universidade de Toronto. Além disso, se submeteu a experimentos na Universidade de Harvard, em que teve seu cérebro monitorado e descobriu-se que áreas relativas à visão que deveriam estar inativas surpreendentemente não estão quando ele pinta. Isso porque a capacidade de ver envolve mais do que apenas a informação que chega aos nossos olhos, envolve também a capacidade de compreender o espaço que nos cerca.  

Conclusão 

Esref aceitou se submeter a testes científicos, e desconheço qualquer médium de pictografia que tenha participado de experimentos semelhantes ou que tenha sido elogiado pela crítica especializada. E mesmo que haja algum médium elogiado pela crítica especializada – o que duvido –  se até cegos de nascença conseguem pintar tal qual grandes mestres do passado sem alegar estar sob a influência de qualquer espírito para isso, porque deveríamos acreditar nos médiuns que afirmam semelhante coisa? Só por que alguns deles pintam no escuro? Só porque o fruto de seu trabalho é revertido para a caridade? Creio que tendo em vista o mostrado esses são motivos muito pobres para se afirmar a realidade espiritual com evidências tão ínfimas. 

Bibliografia 

http://www.vale1clique.com/curiosidades/o-pintor-cego/ (acessado dia 23/11/2008) 

http://www.discoverybrasil.com/ossuperhumanos/ (acessado dia 23/11/2008)

18 respostas a “Cegos de Nascença Pintam Melhor que Médiuns?”

  1. Cristiano Fádel Diz:

    Excelente reportagem. Realmente demonstra facetas extraordinárias da capacidade mental do ser humano. Agora, vejo a conclusão do texto em discrepância com o teor da reportagem. Em que ponto a reportagem põe em dúvida a atividade pictográfica dos médiuns? Baseado em quê, o autor elaborou os questionamentos finais sem apontar em que pontos o Espiritismo erra ao demonstrar a veracidade dos trabalhos em psicopictografia? No máximo, podem ser postos em dúvida alguns trabalhos ditos pictográficos. Mas, generalizar é uma postura bastante infantil e a-científica. Como dizem meus alunos: forçar a barra nem sempre dá jeito…

  2. Vitor Diz:

    Cristiano,

    respondendo:

    01. Em que ponto a reportagem põe em dúvida a atividade pictográfica dos médiuns?

    A reportagem em si não faz isso. A ligação com os médiuns é minha.

    02. Baseado em quê, o autor elaborou os questionamentos finais sem apontar em que pontos o Espiritismo erra ao demonstrar a veracidade dos trabalhos em psicopictografia?

    Mas aí é que está. Onde o Espiritsmo demonstra a “veracidade” dos trabalhos em psicopictografia? Não existem estudos e nem críticos especializados autenticando quadros espíritas. E várias pessoas compram os quadros achando que estão levando um Monet autêntico, por exemplo…qual a evidência disso? Nenhuma. Essa é a minha crítica e alerta.

    Um abraço.

  3. Sancler Lauer Diz:

    Concordo que isso não prova a influencia de espiritos nos casos de psicopictografia, mas é uma forte evidencia da reencarnação, afinal como um cego de nascença pode ter estas imagens na cabeça se não tendo as vistas antes de nascer?! Assim sendo, isto é uma prova de que seu espirito estava na terra antes de encarnar ou ainda que viu estas imagens em sua vida anterior.
    Outro fato intrigante é o de as imagens retratarem um lugar que não se encontra facilmente hoje no mundo, ou seja foram vistas a muitos anos em sua vida anterior. Ele nunca pintou nada de moderno como prédios?!!

  4. Vitor Diz:

    Sancler,

    ele pode ter as imagens pelo tato. Num dos testes mostrados pelo youtube, foi exatamente assim que ele desenhou uma construção. Vc pode ver outras de suas pinturas em http://www.armagan.com/paintings.asp

    Há uma pintura de Bill Clinton.

  5. Carlos Magno Diz:

    Vitor:

    Bom o tema. E colocarei pertinentes questões.

    Será que os cegos saberiam explicar se as imagens pintadas também lhes vêm ao cérebro brotando inconscientemente, ou são somente estimuladas pelo veículo do tato? Ou, ainda, se o estímulo tátil também ajuda a trazer ao cérebro imagens adrede existentes no seu campo mental?

    Cores me parecem impossíveis serem retratadas com fidelidade unicamente através do tato e tantas outras coisas, como talvez, uma nuvem, a alvorada ou mesmo o abstrato que estão fora do alcance tátil.

    Se não os ajudam no discernimento podemos considerar que a par do elemento mediúnico, tão facilmente deduzível nesses acontecimentos, há de se admitir também, que o sentido da visão consiga ler sem olhos e fixar no cérebro as impressões de uma imagem com relativa fidelidade. Questão, talvez, de treino no uso de uma técnica pessoalmente criada ou da tecnologia.

    Ou como disse o Sancler: memória de outra encarnação.

    Mas nada disso compromete o fenômeno mediúnico porquanto a mediunidade independe desse tipo de expressão, não se atrelando unicamente a isso. É mais ampla, sabemos. Mediunidade manifesta-se em cegos ou em não cegos. Não vejo porque tirar paralelos e logo derrocar a mediunidade como a descobrir-se a nova maneira de botar um ovo em pé!

    A propósito, vemos tantos deficientes nas calçadas das cidades, praticamente sem braços e pernas, que pintam até mesmo com a boca quadros bonitos sem nunca copiá-los de possíveis originais. Inconsciência ou somente treino? Ou um pouco de cada coisa?

    Algo a mais: conheci um cego que dava consultas espirituais dizendo fatos da vida do consulente com precisão. Mediunidade ou leitura telepática? No entanto, vaticinava sobre o futuro e discorria sobre o porquê de acontecimentos que envolviam os consulentes. E acertava.

  6. Wendel Diz:

    O caso Esref poderia ajudar a elucidar estados alterados de consciência associados com pinturas. Talvez o primeiro passo a se investigar seria uma ressonância magnética entre ele e um sensitivo que possui a habilidade pictográfica, mapeando as áreas do cérebro para verificar se existem pontos em comum. Isso poderia ajudar a entender se o cérebro do sensitivo perceberia as cores e formas da mesma maneira que o cérebro do cego.
    Aqui, considero o aspecto fenomenológico envolvendo os ditos médiuns e esse pintor cego, e não as possíveis causas (espíritos, fraude). Não acho que seja o momento de fazer analogias com respeito à causa de ambos os efeitos.
    Mas fazendo uma alusão, talvez uma das diferenças mais destacadas é que o sensitivo se isenta de responsabilidade na produção do quadro, e o cego alega ser o autor. Conheço espíritas pintores que apresentaram galerias e nunca alegaram estar influenciados por entidades, e compradores de obras pictografadas que o fazem para ajudar a instituição ou pela beleza da obra. Neste último caso, não encontrei ninguém que comprou achando estar levando um autêntico Renoir. Se assim fosse, seriam colecionadores profissionais, e não simples simpatizantes da coisa que estariam comprando.

  7. Liana Diz:

    Na minha opinião este fato apenas demonstra o quanto a mente humana é adaptável e incrível ! Este fato não tem nenhuma relação com mediunidade, portanto não poderia de nenhuma forma ,este argumento, ser contra a sua credibilidade. Eu não consigo ver nenhuma relação com o que esta sendo apresentado aqui com o fato de que os mediuns pintores seriam uma fraude.
    .
    Mas …… Muito interessante!

  8. Vitor Diz:

    Carlos Magno,

    a resposta a suas indagações se encontra aqui:

    http://www.baxt.net/sentidos.pdf

    Adiantando, ele conhece os objetos pelo tato e pelas explicações das pessoas que enxergam. Usando diversos sentidos, ele consegue formar uma imagem parecida com a dos que enxergam.

    Por fim, sobre o cego que dava consultas espirituais, quem era? Onde ele atendia? Ainda está na ativa?

  9. Carlos Magno Diz:

    Vitor:

    Com relação ao cego, perdi o contato já faz anos.

  10. MARCIO MIRANDA PEREIRA Diz:

    OS ESPÍRITOS TAMBEM EVOLUEM A FORMA DE IMPRESSIONAR SEMPRE. QDO GASPARETTO PRECURSOR DA PINTURA MEDIUNICA COMEÇOU, NUNCA SE TINHA VISTO PINTURA COM ALTA VELOCIDADE, E COM ASSINATURAS IDENTICAS A DE PINTORES FAMOSOS, E TÃO POUCO PINTURA COM AS DUAS MÃOS E COM OS PÉS SIMULTANEAMENTE. OS ESPÍRITOS QUERIAM APENAS MOSTRAR A CAPACIDADE DO CÉREBRO, E O MESMO OCORRE COM ESTE PINTOR CEGO, É APENAS A APRESENTAÇÃO DO PODER HUMANO E DO DESENVOLVIMENTO DA MENTE. SOU MEDIUM TAMBEM E OUÇO COM A MENTE E VEJO OS ESPÍRITOS NÀO COM OS OLHOS MAS DENTRO DE MINHA CABEÇA. O SER HUMANO É UM ESPAÇO DE VIDA ONDE AS EXPERIÊNCIAS OCORREM E A MENTE ESTÁ NO CORPO INTEIRO.

  11. Sua Consciência Diz:

    Vítor, vc é um fanfarrão! assim como milhares de pessoas que ”malham” os espíritas e se acham donos da verdade.
    Eu não sou espírita, nem católico, nem protestante, budista e etc, etc, etc. Ah! e nem ateu… Acredito em Deus.
    Ou será que vc também seria capaz de duvidar da existência do Criador?
    Ah e tem outra coisa, guarde seu alerta para você, seu ”sabichão”…

  12. Bruna Diz:

    quanta bobagem!

  13. sabio Diz:

    sábio tolo , quando não pod entender o q d novo é oujá foi revelado, não publica. deveria antes tentar entender em particular com a pessoa, ou então vai acabar vazando, e deixando pra quem realmente falas a lingua q parece não entender.melhoras de verdade.

  14. Eduardo A. Vianna Diz:

    Rapaz, a irritabilidade da expressiva maioria dos crentes de todos os tipos me impressiona, falando sério. O problema não é o cara se manifestar, soltar o verbo mesmo, argumentar, etc. Tem os crentes que escrevem as coisas com pé e cabeça, aí tudo bem. Esquisito é essa turma pessoalmente ofendida, ofendida pra valer, quando alguém questiona o espiritismo em termos científicos, apesar da bondade do Chico Xavier e etc.
    E o espiritismo deve à humanidade explicações e demonstrações de cunho científico, sim, senhor, ao se reivindicar uma ciência exercida nos termos mais carrancudos do rigor cartesiano-newtoniano, enfim, esse “paradigma que não serve mais”. Se o espiritismo se reivindicasse apenas religião, aí era outra história.
    Sempre digo que refutar o paradigma cartesiano-newtoniano é um modo especialmente feio de cuspir no prato em que se come. Ai da humanidade, não fosse a pretensiosa e antipática ciência.

  15. Luciene Diz:

    Olá Vitor!
    Só gostaria de comentar que não há ciência – ainda – para analisar se há (comprovar) ou não espíritos. Isto posto, afirmar que é influência ou não de espíritos é, no mínimo, temerário.
    O que temos observado é que há um enorme cabedal de fatos a serem explorados, estudados, compreendidos, à luz da razão! sem preconceitos ou prejulgamentos! Não se pode analisar cientificamente o que não é cientificamente comprovado, então…
    Plágio, fraude, isto há em qualquer âmbito da vida e não, necessariamente, só em trabalhos ditos mediúnicos. Sócrates foi condenado a morte por “corromper os jovens, etc”. Vc acredita nisso? As “autoridades” da época acreditavam. Galileu, etc… Por isso, adoro Einstein. Um gênio! E humilde…Quando não se compreende algo é melhor refutar, negar do que tentar, ao menos, compreender. É mais fácil, né?
    Forte abraço.

  16. maíra Diz:

    Que mal há em ‘Só porque o fruto de seu trabalho é revertido para a caridade? ”

    faça você também algo pela caridade ao invez de criticar quem o faz.

  17. Rogerio Mazombo Diz:

    Bom, eu fiquei sem entender…
    Os médiuns, pessoas idôneas no convívio social, afirmam que são influenciados pelos Espíritos e, de um modo educado, os “cientistas” fazem com que tenham que passar por mentirosos ou ingênuos.
    O pintor cego não atribui sua capacidade notável a influências de entidades, mas é acreditado sem reservas.
    Ora, a influência espiritual é como a lei da gravidade: rotineira e confundida em meio a tudo que é natural e comum. Apenas quando assume uma feição extraordinária, chama a atenção mais particularmente.
    Como estamos: o que uma pessoa, em boa condição psíquica, honesta até prova em contrário, afirma sobre a percepção que tem de si mesmo só vale como prova ou indício em razão de conveniências pessoais do pesquisador?

  18. Jorge Lima Diz:

    Sim, Rogério. A resposta a sua pergunta é sim. Nós acreditamos no que percebemos, de acordo com nossas vivências. O que percebemos, para nós é o real; cientistas ou não. Sabe algum cientista se a física quântica (por exemplo), daqui a mil anos explicará o que antecedeu o fenômeno inicial de expansão do universo? Agora, impossível a qualquer humano imaginar que nada tenha ocorrido. E que nada o tenha provocado. A ciência, como nós a concebemos hoje, jamais explicará todos os fenômenos. Infantilidade é querer determinar limites para a compreensão de fenômenos através da ciência. Ela, perpetuamente, evolui, acrescenta-se. Não há como afirmar que no futuro ela não será capaz de comprovar inteligência sem um corpo material (como o concebemos segundo as leis da física atual). Vitor, o que você responderia se, há meados do século XIX eu dissesse que um espírito relatou: “A energia
    cinética dos protões/antiprotões é convertida na
    massa dos quarks top”? Ou, o átomo não é constituído apenas de prótons e elétrons? Provavelmente você diria que “Onde o Espiritismo demonstra a [existência dos quarks]? Não existem estudos e nem críticos especializados autenticando [os quarks]. A ciência já fechou questão quanto ao átomo”. Você tem notícias de algum acelerador nuclear há duzentos anos? Seu texto, quase uma cópia de outros sobre o assunto, seria extremamente relevante como informação e tema de discussão se você, simplesmente, não o concluísse. Um abraço.

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