SÍNTESE DAS CRÍTICAS AO LIVRO "HÁ DOIS MIL ANOS"

A pedido dos internautas, fiz uma síntese de alguns dos erros principais do livro “Há Dois Mil Anos”. Para as fontes bibliográficas, por favor consultar o artigo anterior a este, chamado “Livro Há Dois Mil Anos: Uma Fraude Histórica Completa”. Dividi as críticas em duas, uma referente aos próprios personagens e a outra referente à história em si.

 

Problemas Relacionados aos Personagens

Personagem

Crítica

Públio Lêntulo – Segundo “Emanuel”, Públio Lêntulo, o senador contemporâneo de Cristo, era bisneto de Lêntulo Sura.

 

Há toda a probabilidade de que Lêntulo Sura não tenha tido herdeiros masculinos que a ele sobrevivessem. Por ocasião da morte de Sura, foi Marco Antônio que reclamou o seu corpo e providenciou o seu enterro. Essa tarefa caberia aos filhos; se o enteado, com menos de 20 anos na ocasião (Antônio nasceu em 82 ou 81 aC, e a execução de Sura deu-se nos finais de 63 aC), a tomou para si, a conclusão lógica é a de que Sura não tinha filhos vivos que pudessem assumir essa sagrada responsabilidade.  Portanto, ou ele não se casou (sendo Júlia sua primeira esposa), ou, se se casou antes, não teve filhos, ou, se os teve, eles não sobreviveram à idade adulta.  Portanto, torna-se bastante difícil sustentar que Públio Lêntulo, o senador romano da época de Cristo (se é que de fato existiu), pudesse vir a ser bisneto de Lêntulo Sura, o conspirador catilinário.

Flávia Lentúlia, filha de Públio Lentulo.

O nome da filha de Lentulus, Flávia Lentúlia, é uma verdadeira aberração. A menina era filha de um Cornélio Lêntulo e de uma Lívia; se o pai seguisse o uso patrício tradicional, ela chamar-se-ia Cornélia, e nada mais. Admitindo-se, contudo, que os pais fossem menos “tradicionalistas”, e mais abertos a algumas novidades já presentes na onomástica romana na primeira época imperial, algumas possibilidades poderiam ser consideradas para a denominação dessa menina; em ordem decrescente de probabilidade, seriam elas:

a)         Cornélia, a denominação mais provável, utilizando apenas o gentílico paterno, ainda atestada entre os Cornélios da época imperial, inclusive entre os próprios Cornélios Lêntulos;

b)         Cornélia Livila, na qual ao gentílico paterno acrescentar-se-ia uma forma diminutiva “cognominizada” do gentílico materno, indicando que a moça em questão era filha de um Cornélio e de uma Lívia;

c)         Cornélia Lívia, uma polinomia, na qual, ao gentílico paterno acrescentar-se-ia o gentílico materno, também para se indicar que a moça em questão era filha de um Cornélio e de uma Lívia;

d)         Lívia Lentulina (ou Lentulila), na qual, ao gentílico materno, acrescentar-se-ia uma forma feminina conveniente (no diminutivo afetuoso) do cognome “Lêntulo”; dar-se-ia ênfase ao fato de a menina ter em suas veias sangue dos Lívios, sem desdenhar o fato de que também tinha sangue dos Cornélios Lêntulos;

e)         Cornélia Lentulina (ou Lentulila), na qual, ao gentílico paterno, acrescentar-se-ia uma forma feminina conveniente (no diminutivo afetuoso) do cognome “Lêntulo”;

f)          Cornélia Lívia Lentulina (ou Lentulila), mesmo caso anterior, mas com o uso de dois gentílicos, o paterno e o materno (polinomia); enfim,

g)         Cornélia Livila Lentulina (ou Lentulila), na qual, ao gentílico paterno, acrescentar-se-iam como cognomes uma forma “cognominizada” do gentílico materno e uma forma conveniente (no diminutivo afetuoso) do cognome paterno.

Todas essas opções são, ao menos, plausíveis (sendo que a mais provável é a tradicional “Cornélia”, sem mais nada); no entanto, o nome escolhido foi a aberração “Flávia Lentúlia”, em termos onomásticos romanos uma autêntica monstruosidade: por que utilizar como nome gentílico da criança a forma gentílica feminina “Flávia”, se ela era uma Cornélia, e não uma Flávia, e se, além do mais, sua mãe era uma Lívia, e não uma Flávia? E (horror dos horrores!), por que acrescentar a esse gentílico extemporâneo uma forma adjetivada do cognome paterno (“Lentúlia”), de forma a torná-lo como que um gentílico, algo jamais atestado no meio e na época?

Sálvio Lêntulo, tio de Públio Lentulo.

Outro nome impossível para um Cornélio Lêntulo. “Sálvio” não é um prenome, mas sim um nome gentílico.  Um “Sálvio Lêntulo” jamais seria parente de um “Cornélio Lêntulo”: o primeiro pertenceria à gens Sálvia, o segundo à gens Cornélia; teriam apenas, por acaso, um mesmo cognome, o que não indicava necessariamente parentesco algum (o parentesco legal era indicado pelo nome gentílico).  O autor, assim, tomou erradamente “Sálvio” como um “primeiro nome”.  Repetindo, tal personagem não poderia se tratar de um parente de Públio Lêntulo.

 

Problemas Relacionados à História do Livro

Trecho do livro “Há Dois Mil Anos”

Crítica

“… senador Públio Lentulus Cornelius (sic), homem ainda moço que, à maneira da época, exercia no Senado funções legislativas e judiciais, de acordo com os direitos que lhe competiam, como descendente de antiga família de senadores e cônsules da República” (págs. 17-18).

Se tinha assento no Senado, então já teria exercido a questura, e estaria prestes, pela idade, a assumir a pretura.  Assim, já teria prestado serviço militar, antes da questura, obviamente como tribuno laticlavo.  Onde isso é mencionado no texto? Aliás, que “funções legislativas e judiciais” exercia? De fato, se já havia exercido a questura, e estava para exercer a pretura, não exercia, na ocasião, nenhuma função especial.  Teria, sem dúvida, iniciado sua carreira exercendo um dos cargos do vigintivirato (qual? Mais uma vez, “Emanuel” se cala…); depois, teria obtido um sacerdócio (onde isso é mencionado no texto?); depois, teria prestado o serviço militar; enfim, teria assumido a questura.  Como questor, teria exercido funções de índole financeira, e não propriamente “legislativas e judiciais”.  E somente após exercer a pretura (como se viu) é que ele teria aberto o leque duma série de cargos importantes.  Pela idade, ele estaria para exercer a pretura – e, mesmo assim, prefere ir à Palestina, e lá passar uma série de anos.  Uma atitude no mínimo estranha, pois fatalmente atrasaria o seu “cursus”.  E, mais uma vez, por que a Palestina?

Depois dum período aparentemente passado em Roma, nas lides do Senado, “Públio Lêntulo” seguiu para Jerusalém, como “legado do Imperador, para a solução de vários problemas administrativos de que fora incumbido junto ao governo da Palestina” (pág. 39).  A situação é posta da seguinte maneira por seu amigo Flamínio Severo (outra personagem sobre a qual não há nenhum testemunho histórico): “…existem ali [na Judéia] regiões de clima adorável, que operariam, talvez, a cura de tua filhinha, restabelecendo simultaneamente as tuas forças orgânicas.  Quem sabe? Esquecerias o tumulto da cidade, regressando mais tarde ao nosso meio, com energias novas.  O atual Procurador da Judéia é nosso amigo.  Poderíamos harmonizar vários problemas do nosso interesse e de nossas funções, porquanto não me seria difícil obter do Imperador dispensa dos teus trabalhos no Senado, de modo a que continuasses recebendo os subsídios do Estado, enquanto permanecesses na Judéia” (pág. 30).

A província da Judéia estava sob a supervisão da província da Síria; se houvesse necessidade duma missão “para a solução de vários problemas administrativos”, das duas uma: a) ou o legado propretoriano da Síria despacharia alguém de seu “staff”, obviamente um cavaleiro, para tratar do assunto junto ao prefeito/procurador da Judéia; ou b) se o caso fosse grave, o legado da Síria simplesmente convocaria o prefeito/procurador da Judéia a Antióquia para se explicar, e, se não ficasse satisfeito, suspendê-lo-ia de suas funções e mandá-lo-ia a Roma, para se explicar junto ao Imperador.  O Imperador jamais mandaria um legado de nível senatorial à Judéia, mesmo porque criaria uma série de problemas: “Públio Lêntulo” (convém lembrar) era um senador, e Pôncio Pilatos (também convém lembrar) era um cavaleiro – inferior, social e hierarquicamente, a Lêntulo.  Se estivesse lá, Lêntulo daria ordens a Pilatos, e ponto final.  Jamais tratá-lo-ia como um igual.  E não é esse o comportamento de “Públio Lêntulo” na Judéia, segundo a psicografia – ele e Pilatos tratam-se como iguais.  Na “vida real”, se tal “missão” tivesse de fato existido, Lêntulo não precisaria ter escrúpulos, e nem levar em conta o que quer que Pilatos pensasse.  Com um mandato imperial, faria o que quisesse, e a autoridade de Pilatos reduzir-se-ia a nada a partir do instante em que o senador pusesse o pé na província; justamente por isso é que esse tipo de missão era impossível de ocorrer – existe apenas nas mentes dos que não conhecem a estrutura administrativa do Império na época.

“Públio Lentulus, não obstante a beleza da paisagem na travessia do Mediterrâneo e a novidade dos aspectos exteriores, considerada a monotonia dos seus afazeres na vida romana, junto dos numerosos processos do Estado, tinha o coração cheio de sombras. Debalde a esposa procurara aproximar-se do seu espírito irritado, buscando tanger assuntos delicados de família, com o fim de conhecer e suavizar-lhe os íntimos dissabores. Experimentava ele a impressão de que caminhava para emoções decisivas do desenrolar de sua existência. Conhecera parte da Ásia, porque, na primeira mocidade, havia servido um ano na administração de Esmirna, de modo a integrar-se, da melhor maneira, no mecanismo dos trabalhos do Estado, mas não conhecia Jerusalém, onde o esperavam como legado do Imperador, para a solução de vários problemas administrativos de que fôra incumbido junto ao governo da Palestina.” (pág. 39)

O texto alude a um período de um ano no qual, na mocidade, teria atuado na administração da cidade de Esmirma (antes da questura? Logo depois dela?).  Ora, isso não tem sentido.  Esmirna era uma das cidades da província da Ásia (província senatorial de nível consular), mas os romanos não mandavam administradores para as cidades.  Esmirna, como aliás todos os centros urbanos do Império, com exceção da própria Roma e de Alexandria, tinham um governo municipal independente (melhor dizendo, “autônomo”), com suas assembléias e magistrados locais, e inclusive com o seu magistrado epônimo, que ostentava o pomposo título de “portador da coroa”, ou “coroado” (stephanêphoros); era também a sede de um dos conventus iuridici da província da Ásia, ou seja, dos lugares onde o procônsul, em seu giro anual, realizava audiências.  Não havia lá funcionários romanos atuando, durante um ano inteiro, na sua administração.  O que é informado a esse respeito por “Emanuel” não faz nenhum sentido; simplesmente, não era assim que as coisas funcionavam.

“O pretor Sálvio Lentulus, que há muitos anos foi destituído do governo das províncias, e agora tem simples atribuições de funcionário junto do atual Procurador da Judéia, não é bem um homem idêntico a teu marido, que, se tem certos defeitos de família, é um espírito muito franco e sincero. Eras muito jovem quando se verificaram acontecimentos deploráveis em nosso ambiente social, com referência às criaturas com quem agora vais conviver. A esposa de Sálvio, que ainda deve ser uma mulher moça e bem cuidada, é irmã de Cláudia, mulher de Pilatos, a quem teu marido vai recomendado, em caminho da alta administração da província.” (págs. 35-36) 

Sálvio Lentulus e a esposa, Fúlvia Prócula, receberam os parentes com aparato e prodigalidade.” (pág. 42)

Informa-se na psicografia que Sálvio Lêntulo, o tal tio de “Públio Lêntulo”, era um pretor há muito destituído do governo das províncias, ocupando, na ocasião, simples atribuições de funcionário junto ao procurador da Judéia, Pôncio Pilatos, sendo casado com Fúlvia Prócula, irmã da esposa de Pilatos.  Há, nesses dados, um amontoado de absurdos.  Mesmo que tivesse sido destituído dum governo provincial (como se viu, como pretor poderia ter exercido vários tipos de governos provinciais, p.ex., o proconsulado de províncias senatoriais de nível pretoriano), jamais um senador (e Sálvio Lêntulo, por força, seria um senador) exerceria “simples atribuições de funcionário” tendo como superior hierárquico um cavaleiro, numa província de 2a classe.  Isso significaria que um cavaleiro daria ordens a um senador – algo impensável e impossível na época.  Sálvio Lêntulo teria permanecido em Roma, à espera da oportunidade de retomar sua carreira, ou então (se a situação fosse grave) no exílio, tentando voltar a Roma.  E, se conseguisse recuperar-se, ainda que parcialmente, não iria jamais servir sob as ordens de alguém que lhe era hierarquicamente inferior; e, mesmo que quisesse isso (teria que estar extremamente desesperado, ou louco), nem o Imperador e nem o Senado o permitiriam – seria degradar sua condição de senador. 

Também é muitíssimo pouco provável que ele se casasse com alguém de nível eqüestre (como era o caso da irmã da esposa de Pilatos); isso também seria degradar sua condição de senador.  Estranho mundo, esse de “Emanuel”…

 

Esperavam-no, além do legado do Procurador, alguns lictores e numerosos soldados pretorianos, comandados por Sulpício Tarquinius, munido de todos os aprestos e elementos exigidos para uma viagem tranqüila e confortável, pelas estradas de Jerusalém. (pág. 40)

“Aproximava-se a Páscoa no ano 33. Numerosos amigos de Públio haviam aconselhado a sua volta temporária a Jerusalém, a fim de intensificar os serviços da procura do filhinho, no curso das festividades que concentravam, na época, as maiores multidões da Palestina, estabelecendo possibilidades mais amplas ao reencontro do desaparecido. Peregrinos incontáveis, de todas as regiões da província, dirigiam-se para Jerusalém, a participar dos grandes festejos, oferecendo, simultaneamente, os tributos de sua fé, no suntuoso templo. A nobreza indígena também se fazia notar ali, em tais circunstâncias, através de seus elementos mais representativos. Todos os partidos políticos se arregimentavam para os serviços extraordinários das solenidades que reuniam as maiores massas do judaísmo, encaminhando-se para lá os homens mais importantes do tempo. As autoridades romanas, por sua vez, concentravam-se, igualmente, em Jerusalém, na mesma ocasião, reunindo-se na cidade quase todos os centuriões e legionários, destacados a serviço do Império, nas paragens mais remotas da província.”

Menciona-se a existência de “litores” e de “soldados pretorianos”, sob o serviço de Pilatos, na Judéia (pág. 40), bem como de centuriões e legionários, vindos de toda a província, presentes em Jerusalém por ocasião da Páscoa (pág. 133).  Ou seja, a psicografia supõe que as forças romanas na Judéia se constituíam de legionários.  Contudo, jamais estacionaram legiões na Judéia antes da revolta de 66 dC; a guarnição da província constituía-se de corpos auxiliares, tanto de infantaria (cohortes) quanto de cavalaira (alae).  A atmosfera está bem mais para “Ben-Hur” do que para a História real…

 

47 respostas a “SÍNTESE DAS CRÍTICAS AO LIVRO "HÁ DOIS MIL ANOS"”

  1. Rafael Diz:

    Pessoas, comecei a acompanhar o site agora e há aqui conteúdo realmente bom. Primeiramente, devo confessar que achei o texto extenuante e não tive o gás para lê-lo por inteiro. O que li, todavia, não me convence, simplesmente pelo fato de que todo percurso histórico aqui explorado, seja ele o traçado por Chico e seu mentor ou aquele delineado pelo digníssimo historiador não passam de hipóteses. Não há como verificar nem um, nem outro, afinal, quem nos garante que a história não se processou de modo distinto daquele descrito nas fontes de consulta? Quem comprova que Chico era verdadeiramente médium e não um sujeito acometido de rara doença ou alucinação?

    A cada crente àquela que lhe apetece, seja deísta ou ateu.

    Preferiria mais discutir a solidez da doutrina ao invés de historicismos.

    PS: Ao autor da síntese, mais cuidado. Uma análise “científica” não deve conter expressões de ataque como as que estão presentes na página. Perde em credibilidade e isenção e passa-nos a impressão de querer forçar um convencimento por meio da ironia.

  2. Vitor Diz:

    Rafael,

    quanto à “solidez” da doutrina, há um site muito bom: http://paginas.terra.com.br/educacao/criticandokardec/

    Agora, me perdoe a franqueza, entendo que você tentou ser imparcial, mas a meu ver seu tipo de argumentação leva ao irracionalismo. Criacionistas tentam fazer com que desacreditemos na Teoria da Evolução nos mesmos moldes, “quem nos garante que o mundo não foi criado em 7 dias e que Deus fez com que A Terra parecesse ter bilhões de anos apenas para testar nossa fé?” É possível, mas é uma hipótese bem mais complexa.

    E no final, tudo o que temos são hipóteses. A queda da maçã pode até ser um fato, mas a Gravidade não. A Gravidade é uma hipótese criada para explicar a queda da maçã. E mesmo a queda da maçã pode ser uma visão distorcida de uma realidade que vai além dos nossos sentidos. A Ciência simplesmente trabalha com a hipótese que tem mais evidências e que parece ser suficiente.

    E quais as expressões de ataque que vc encontrou? Caso se refira ao título “uma fraude histórica completa”, essa é meramente a conclusão chegada após a leitura do artigo. Não é um ataque. É o que trata o artigo. Entendo que para os mais sensíveis possa parecer um ataque, mas é apenas uma síntese do conteúdo.

    Grato pelos elogios.

  3. Beltran Diz:

    Se o Espiritismo é verdade, Kardec deve estar arrancando seus bigodes fluídicos. Graças a Chico, sua pretensa doutrina filosófico-científico-religiosa, anteriormente compilada sob a forma de longos estudos analíticos que lhe custaram anos e anos de trabalho, foi “romantizada” no melhor estilo folhetinesco.

    Chico ao menos demonstrava certo estilo. Tiradas como “Onde os sicários de coração empedernido?” denotam alguma intimidade com as palavras e obras como “Nosso Lar” revelam alguma preocupação descritiva. Hoje, porém, qualquer um sente-se “inspirado” a redigir uma obra espírita. Resultado: um sem-número de dramalhões insossos e mal redigidos. Uma verdadeira avalanche de melosidades sem qualquer compromisso doutrinário e que fariam corar os espíritas clássicos como Leon Denis. Meu local de trabalho, por exemplo, é infestado de espíritas a la Ana Maria Braga,que adoram essas leituras. O engraçado é que, mesmo não sendo espírita, conheço mais o trabalho do Kardec que muitos dos freqüentadores de centro, ocupados com Divaldo e Zíbia.

    “Você deve manter sua mente aberta, mas não tão aberta que o cérebro caia”. Carl Sagan

  4. jorge Diz:

    Duas críticas interessantes:
    1- uma do Rafael à análise científica do seu amigo e
    2-outra do Beltran aos espíritas incapazes de compreender que espiritismo deve guiar-se pela ciencia e não apenas pelo coração.

    PS: Chico não tinha uma doença rara.
    Só há duas hpótese para explicar um cara que escreve mais de 400 livros, todos com estilos diversos e alguns com qualidade invejável:

    Ou ele era um gênio ( e, portanto, tudo que escreveu era mentira);

    Ou era um médium excepcional ( e, portanto, tudo que escreveu era verdade).

    Não há,
    repito,
    não há outra hipótese.

    Se alguém quiser provar algo sobre ele terá que partir desses dois caminhos.

    Eu desafio alguém a estabelecer outra hipótese.
    Aliás, com prêmio de um milhão de dolares, para ser mais preciso…

  5. Vitor Diz:

    Jorge,

    a) Quais livros de Chico você considera possuírem “qualidade invejável”?

    b) Por que vc desconsidera a hipótese de Chico possuir várias personalidades secundárias, cada uma escrevendo de forma diferente (justamente por serem personalidades diferentes)?

    Um abraço.

  6. jorge Diz:

    Vitor,
    1- Sobre os livros ( e isto precisaria de mais tempo):
    É claro que estamos acostumados à estética literária clássica (mesmo os transgressores são “clássicos”) desde Joyce até Saramago. Mas há uma estética – a que eu chamo de “evangélica” – que “pobre” de recursos estilísticos clássicos, serve perfeitamente ao tema. E nessa estética, o Chico tem livros maravilhosos: desde aqueles que reúnem poemas, quanto Ave, Cristo e Jesus no Lar. No sentido doutrinário e distante da “narrativa” temos Caminho, Verdade e Vida que me parece de uma profundidade que não encontro em Schopenhauer (eu não li outro…). Isso é invejável, para qualquer um que tenha pretendido escrever algum dia. Os escritores da área da Literatura não gostam que se chame Chico de escritor, mas nenhum deles consegue produzir o que ele produziu, nem em qualidade, nem em quantidade (eu tenho opiniões definitivas, percebeu? kkkk).
    2- A tese das personalidades secundárias não tem sustentação fática. Você está confundindo heterônimos ( aplicável, caso se decida que ele era um gênio) com personalidades múltiplas. Estas se manifestam de forma precisa na cotidianeidade e são estudadas em psicologia e não se manifestam apenas na caneta. Compreendes?
    O prêmio ainda não é seu…

  7. Vitor Diz:

    01- Os livros que reunem poemas são, a meu ver, imitáveis, ainda mais considerando que as edições de Paranso de Além Túmulo foram corrigindo vários dos erros de métrica da 1ª edição ao longo do tempo. Tratei do livro Parnaso de Além Túmulo em:

    http://obraspsicografadas.haaan.com/2007/parnaso-de-alm-tmulo-1932-de-chico-xavier/

    02- Sobre Jesus no Lar:
    http://paginas.terra.com.br/educacao/criticandokardec/erros1.htm

    Este livro narra situações e histórias do dia a dia de Jesus e seus discípulos. Em uma destas passagens, Judas Iscariotes mostra-se entusiasmado com as possibilidades de revolução em Jerusalém. Jesus conta então uma história (parábola) sobre o rei triste, incompreendido pelas massas populares oprimidas, e conclui: “a revolução é sempre o engano trágico daqueles que desejam arrebatar a outrem o cetro do governo. Quando cada servidor entende o dever que lhe cabe no plano da vida, não há disposição para a indisciplina, nem tempo para a insubmissão.” -63/66. Comentário: trata-se sem dúvida de uma afirmação, em termos técnicos, altamente reacionária. Talvez o problema mais grave contido nela seja uma excessiva generalização, como se todos os tiranos dominadores fossem iguais ao rei descrito na parábola, e como se todas as revoluções fossem iguais em motivação e modo de desenvolvimento.

    03- a) Qual a diferença entre personalidades secundárias e personalidades múltiplas?

    b) A hipótese de vários “eus” emergirem como guias dos médiuns foi recentemente oferecida para explicar a mediunidade e outros fenômenos na Perceptual and Motor Skills, 2004, 99, 1136-1138, uma revista indexada com fator de impacto na comunidade científica, veja em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15739836

    Eis o resumo:

    A subself model of the mind is used to account for multiple personality, possession, the spirit controls of mediums, reincarnation, and the auditory hallucinations of schizophrenics, with suggestions for empirical research.

    Tradução:

    É proposto um modelo subself da mente para responder pelas personalidades múltiplas, possessão, os espíritos controles dos médiuns, reencarnação, e alucinações auditivas dos esquizofrênicos, com sugestões para pesquisa empírica.

    Se quiser tenho o artigo completo.

    Um abraço.

  8. Jorge Diz:

    Vitor,

    Deixe-me aproveitar que minha mulher tá viajando e eu estou com energia acumulada ( as meninas não passam na minha rua…)

    1- Dos livros:

    Sobre o argumento dos erros: correção não é demérito; erro de sintonia não é demérito (quantos anos Chico tinha, à época?); a qualidade de autores desconhecidos não invalida o esforço; no conjunto, há muito mais coisas elogiáveis que simples acusação de falsidade ideológica.

    Sobre o argumento das imitações: “A questão é: é fácil imitar o estilo dos poetas com alguma leitura? Aparentemente sim.”

    NÃO É FÁCIL, NÃO.

    E isso explica minha decisão que conferir ao Chico o título de gênio (até aqui você está apenas confirmando minhas duas hipóteses!)

    Se tu tens uma teoria sobre Amauri Pena, eu tenho uma também: Ele poderia ter sido uma tentativa dos próprios espíritos para “ajudar” Chico em situações intimas e inconfessáveis (por quê? Você acha que espíritos não se envolvem com essas coisas?)

    2- Do Jesus no Lar:

    Eu afirmo, peremptoriamente, embora pareça estranho, que Jesus está certo e o Júlio Siqueira está errado.

    O Livro Jesus no Lar é um todo coerente. E a afirmação de “reacionário” para a posição do Pacificador é esdrúxula.

    Você queria ver Jesus incitando a revolta?

    Ele fez um gesto simbólico de expulsar os comerciantes do Templo (você viu como ele fez isso? com uma espada? com palavras? com raiva? ou apenas com a imposição de seu “magnetismo”?)
    Jesus é da Paz. E esse argumento do Siqueira é fraquíssimo.

    3 – Das personalidades secundárias:

    Palavras em inglês não me impressionam. Eu sei que os editores de revistas científicas mentem e que podem publicar algo de quem pagar mais.

    Eu defendo teu trabalho investigativo, quando ele é verdadeiro e honesto.
    Você deveria participar desse trabalho de “sugestões para pesquisa empírica”.

    O artigo que indicaste é apenas um modelo, uma tese, como os modelos de Freud ou de Jung, falível.

    A pesquisa empírica, no entanto, é válida.

    Abraços

    O prêmio continua…

    Jorge

  9. Transeunte Diz:

    Olá,
    Por favor, me ajude a entender melhor suas afirmações.
    1- “Eu defendo teu trabalho investigativo, quando ele é verdadeiro e honesto.”
    Não consegui identificar onde ele foi mentiroso e desonesto, você poderia aprofundar tal afirmação? Se possível, apresentando os motivos que levou a chegar a esta conclusão.
    2- “O artigo que indicaste é apenas um modelo, uma tese, como os modelos de Freud ou de Jung, falível.”
    Por ter a possibilidade de falha você o refuta? Há alguma teoria científica que possa nos fornecer certeza absoluta de algo?

    Muito obrigado a todos, os debates neste blog muito contribuem para meu crescimento pessoal.

  10. Vitor Diz:

    Jorge,

    01: Sobre imitar estilos: eu desconheço qualquer técnica segura que permita diferenciar uma boa mitação de um original. Mostrei que para determinados campos da arte obras falsas eram aceitas como originais.

    02: Sobre Jesus no Lar: reacionário é quem é contra a reação, contra a revolução. É uma palavra que significa o contrário do que aparenta.

    03: Se vc for estudar a literatura psíquica, verá que a maior parte dos pesquisadores chegou à conclusão que os guias são fictícios. Isso desde 1890 e tantos, com as pesquisas de William James, Walter Leaf, Hodgson…

    Um abraço.

  11. Jorge Diz:

    Todos,

    1- IMITAR NÃO É FÁCIL – não simplifique as tuas conclusões. Se chico estivesse imitando, seria um gênio (somando tudo q já produziu – hipótese 2).

    Uma mulher diz que escreveu, debaixo de Tostoi, um livro chamado Ressureição e Vida): aquilo não é Tostoi nem na China… Neste caso, é apenas falsidade, desonestidade e mentira (eu não acredito em auto-engano). Mas não quero mais aprofundar essa discussão.

    2- As palavras não vivem só do seu significado dicionarizado: reacionário, depois de Marx, é muito mais que “contra a Revolução”.

    Por isso, não cabe a crítica de reacionário para Jesus. Ele foi/é o Pacificador. (É dificil entender isso com nossa formação petista…)

    3- Aqui, Vitor afirma que

    (A hipótese de vários “eus” emergirem como guias dos médiuns foi recentemente oferecida para explicar a mediunidade e outros fenômenos…)

    Eu disse que Vitor estava citando uma “sugestões para pesquisa empírica” como fundamentação teórica da sua opinião. Não creio correto usar algo em processo para fundamentar uma tese… (Agora ele cita William James, Walter Leaf, Hodgson, melhor, vou ler todos eles e depois conto pra vocês…)

    Modelos teóricos são falhos: detesto Freud porque ele me fez ler um monte de bobagens ( que acreditava verídica à época, e só depois percebi que era apenas especulação). Não estou desmerecendo o trabalho dos pesquisadores pós- Freud, mas há um cheiro de falsidade em todos os psicanalistas que não dá para desconsiderar…

    Freud falhou porque CHEIROU demais:

    fase oral não existe, complexo de édipo não existe, bicho papão não existe…
    Se aparecer alguém para retirar o aproveitável em Freud ( já existe alguém?) eu adoraria.
    Exemplo: Fase oral = aprender os mecanismos iniciais de prazer, ser cair no DELÍRIO de elevar os problemas dessa fase em traumas futuros…

    abraços

  12. Jorge Diz:

    Perdão:
    errei ao insinuar desonestidade no trabalho de Vitor
    e errei ao nomear o meu amigo Liev Tolstói.

  13. Transeunte Diz:

    Primeiramente, obrigado por responder. Ainda estou tentando concluir alguma coisa de tudo que foi apresentado. Mas já consegui entender melhor seu ponto Jorge, me corrija se estiver errado; o que você diz é que a hipótese dos “Eus” não tem evidências, sendo somente uma conjectura sem nenhuma prova que a sustente, é isso? Neste sentido passo a bola para o Vitor, porque meu inglês é inexistente e o Google dessa vez não me ajudou. Vitor sobre as hipóteses dos “Eus” que você apresentou, você sabe nos dizer se esta hipótese conta com alguma evidência? Embora imagine que um estudo neste ramo deva ser complexo para ser apresentado aqui, em poucas linhas, seria possível comentar alguma coisa sobre o método empregado pelo qual se resultou nesta hipótese? Ou pelo menos algum artigo em português? Minha intenção com esses pedidos é apenas o de saber se a hipótese apresentada conta com algum estudo, passando pelo método cientifico, e por isto resultando na dita teoria ou se foi só uma possibilidade levantada pela qual ainda se espera iniciar os estudos…

  14. Vitor Diz:

    Trauseunte e Jorge,

    Alan Gauld, em “Mediunidade e Sobrevivência”, informa:

    Em favor da teoria da personalidade múltipla, podemos dizer:

    1. É possível construir uma série de casos intermediários que, por assim dizer, cruzam o abismo entre, digamos, os controles mais realistas da sra. Piper e da sra. Leonard, e os casos de indubitável personalidade dupla. (V., por exemplo, 110a, I, pp. 34-70; 298-368.)

    2. Há óbvias semelhanças entre os guias um tanto infantis de certos médiuns (a Feda da sra. Leonard, por exemplo – v.161, pp. 348-359) e as personalidades maliciosas e caprichosas que apareceram em alguns casos de personalidade múltipla histérica.

    3. Em pelo menos uma oportunidade (Doris Fischer – v.71b; 125a; 125d; 125f), o sujeito de um caso clássico de personalidade múltipla manifestou-se, posteriormente, como um médium versátil. (Porém deve-se acrescentar que isso aconteceu depois de ele ter sido aliviado dos sintomas histéricos, tornando-se, então, aparentemente, uma pessoa normal.)

    Contra a teoria da personalidade múltipla, podemos aduzir as seguintes considerações:

    1. O número de diferentes personalidades que podem controlar um médium em transe, no decurso de sua carreira, excede amplamente qualquer paralelo que possa ser oferecido pelos anais da personalidade múltipla; tampouco sei de um paralelo completo para as manifestações simultâneas e aparentemente completas de duas personalidades (uma pela mão, outra pela voz), comuns durante determinado período da mediunidade da sra. Piper.

    2. Não parece haver nada de desordenado nas personalidades normais da sra. Piper, da sra. Leonard, e de outros dos principais médiuns de transe (No capítulo 5 fiz uma consideração similar sobre os xamãs e curandeiros que exercem papéis análogos em outras sociedades.)

    3. As idas e vindas da maioria dos controles mediúnicos, diversamente as personalidades secundárias, são estritamente circunscritos.

    Não consigo divisar muita esperança de obter uma decisão, com base nestas observações gerais. Foram feitas tentativas com a sra. Garret e com a sra. Leonard, e lançar luz sobre a matéria, administrando vários testes psicológicos ao médium em seu estado normal, e quando controlado por seu guia. Surgiram certas diferenças, mas o trabalho foi criticado, e não está claro como os resultados deveriam ser interpretados (22a; 22b; 22c; 23; 159a). Para ir mais longe, precisamos examinar estudos em profundidade da psicologia do médium em transe. Infelizmente, estes não são numerosos. O mais importante é a extensa investigação da sra. E. M. Sidgwick da fenomenologia da mediunidade da sra. Piper (145b; cf. 145a).

    […]

    Os controles da sra. Piper consideram-se entidades completamente separadas do médium e, para provar o que dizem, apresentam um quadro de suas próprias atividades, enquanto controlam e se comunicam. Podemos aceitar esta opinião que dão sobre si mesmos? A sra. Sidgwick diz que não. Há muitos pontos que lhe são contrários.
    Para começar, há numerosos controles que são certamente fictícios. Phinuit é um deles. Chlorine é outro. Dentre outros, encontram-se um Julius Caezar (sic) e um Sir Walter Scott tão totalmente incompatíveis com os originais que mal se pode encará-los como imitações. O bando de controles “Imperator” também pertence a este grupo. Alegaram identidade com os controles de mesmos pseudônimos que se manifestaram através do famoso médium britânico, W. Stanton Moses (v.160). Nunca conseguiram estabelecer esta identidade, mas arriscaram todo tipo de palpites incorretos e contraditórios sobre seus nomes “reais”. Até mesmo os controles mais realistas, tais como GP, mostram sinais de serem imitações (não conscientes). Interrompem-se, no ponto exato em que o estoque de conhecimento da sra. Piper se esgota, assim como quando lhes é pedido que falem coerentemente de Ciência, Filosofia e Literatura (o que GP em vida poderia ter feito facilmente).

    Os controles da sra. Piper, por vezes, desculpam suas limitações dizendo que chegar até a “luz” do médium produz um efeito de confusão neles, ou que não podem manipular o organismo dela de maneira com as quais ele não está acostumado. Estas desculpas, porém, não são adequadas. A confusão que oblitera o entendimento de Ciência e Filosofia do controle não os impede de gerar montes de bobagens sobre os tópicos religiosos e filosóficos, apresentando-os, por vezes, como as mais profundas verdades, em conseqüência das perguntas dos assistentes; assim, não devemos aceitar tais fatos como devidos a confusão, mas positivamente, como uma deslavada mentira, o que não era hábito dos pretensos comunicadores, quando em vida, ou da sra. Piper, em seu estado normal.

    Tendências similares a falsidades são manifestadas na maneira com que os controles encobrem seus erros. Os controles, via de regra, não admitem seus erros. Justificam, explicam, fabricam qualquer desculpa, por mais tênue e infantil que seja. Todas as outras considerações parecem subordinadas a um impulso dominante para manter o drama fluindo sem pausas ou hesitações.

    Que o drama do transe de comunicação com os mortos é realmente um desempenho teatral do médium (não deliberado – antes seria a encenação de um sonho) é fortemente sugerido pela seguinte consideração adicional: alguns controles, como GP ou Bennie Junot, são muito semelhantes ao que eram em vida, e, de fato, convenceram muitas pessoas de sua autenticidade. Outros, porém, como Julius Caezar, Sir Walter Scott e George Eliot, que alegou ter encontrado Adam Bede no outro mundo, são tão implausíveis, deformados e estilizados em sua dicção e sentimentos que ninguém os veria como qualquer coisa que não fosse uma ficção. Mas os comunicadores mais plausíveis, garantirão, no tom mais firme, a autenticidade dos menos plausíveis, de modo que a autenticidade do primeiro fica inextricável e desvantajosamente amarrada à autenticidade do último, e torna-se abundantemente claro que a manutenção do drama é de fundamental importância e que todos os controles, de GP até Julius Caezar, são parte integrante da fantasia criativa do dramaturgo.

    Se quisermos mais provas de que os controles e os comunicadores são simplesmente aspectos da própria sra. Piper, poderemos, talvez, encontrá-las na dicção e no palavreado das comunicações. Pode-se descobri-las, por exemplo, no uso rebuscado e rebarbativo de formas arcaicas de expressão pelo bando “Imperator”. Muito embora membros do bando aleguem ser (por detrás de seus pseudônimos) Homero e Ulisses, a sra. Piper (uma protestante da Nova Inglaterra) naturalmente esperaria que líderes religiosos usassem as formas de expressão encontradas no Antigo Testamento, e os erros cometidos ao manipular a dicção arcaica estariam de acordo com sua educação, um tanto limitada.

    De novo havia evidência de que os diversos controles possuíam um estoque comum de associações, o que dificilmente seria o caso, se tivessem personalidades separadas. Assim o Imperator uma vez chamou Lodge de “Capitão”, que era o apelido que Phinuit lhe dava; mas Phinuit nunca se superpôs ao modo de ser do Imperator. Vários comunicadores mostraram um interesse um tanto marcado em roupas e chapéus, o que não poderia ser característica deles em vida, mas era característica da sra. Piper. De minha parte, não vejo como é possível discordar da sra. Sidgwick, que conclui que os controles de Piper eram todos, sem exceção, aspectos da personalidade da sra.Piper.

  15. Transeunte Diz:

    Olá, agradecido pelo retorno rápido. Li o trecho por você postado e dei uma googlada em busca de mais algumas informações que me faltavam, se cometer algum deslize favor me corrigir.

    Então, pelo que o Vitor nos demonstra parece que foi feito sim estudos em ambiente controlado com um dos ícones da mediunidade, onde se constatou varias incongruências entre os seus relatos e o que de fato se sabe sobre as figuras que ela alegava serem seus controles. Ele ainda indica alguns pontos chaves pelo qual ele assenta a sua hipótese, tais como o fato do conhecimento do controle se mostrar vinculado ao conhecimento da médium. Me parece bem plausível a hipótese de que o fenômeno médium possa ser fruto de personalidades múltiplas.

    Eu fiquei em dúvida com relação se é aceito ou não a questão da personalidade múltipla no âmbito médico, porem achei nesse site http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=180&sec=28 algo a respeito da doença:

    “O Transtornos de Personalidade Múltipla ou Transtorno Dissociativo de Identidade é outro sintoma que também pode estar presente no Transtorno Dissociativo. Alguns autores consideram a Personalidade Múltipla mais freqüente que se imaginava antes, principalmente em adolescentes do sexo feminino.
    Esse quadro se caracteriza pela existência de duas ou mais personalidades distintas e separadas numa mesma pessoa, e cada uma delas determinando comportamentos, atitudes e sentimentos próprios.
    Quando o paciente manifesta uma determinada personalidade, há amnésia em relação à outra. A transição de uma personalidade para outra é, freqüentemente, súbita e dramática. As personalidades assumidas podem representar identidades criadas subjetivamente e que atendem anseios subterrâneos do indivíduo, bem como entidades sobrenaturais e possessivas.”

    Bem, longe de ser um trabalho de pesquisa esclarecedor ou algo assim, mas parece que corrobora com a hipótese apresentada… Personalidade Múltipla já tem até amparo no CID 10 sob a designação F44-8, então… Bem, me parece bem plausível a hipótese da mediunidade estar associada a personalidade múltipla.

  16. Vitor Diz:

    Traunseunte,

    perfeito.

    Jorge, o prêmio ainda está de pé? 🙂

  17. jorge Diz:

    Boa Noite,
    Só agora tive tempo de ler. Como estou envolvido aqui, tenho que responder ( minha honra está em jogo… e 1 milhão de dolares!).
    O Sr. Transeunte disse: “Me parece bem plausível a hipótese de que o fenômeno médium possa ser fruto de personalidades múltiplas.”
    Sim, é plausível, mas não se esgota o tema aqui.
    Vejo pontos delicados na pesquisa do Alan Gauld, uma das quais ele mesmo comenta:
    “O número de diferentes personalidades que podem controlar um médium em transe, no decurso de sua carreira, excede amplamente qualquer paralelo que possa ser oferecido pelos anais da personalidade múltipla”.
    Mantenho a opinião que, salvo melhor juízo, Transtornos de Personalidade Múltipla não explica a mediunidade.
    Para concluir,
    Eu sei que há fraude e falsidade no meio espiritualista. Algumas por fome, outras por vaidade ( em algum lugar eu já disse que o homem faz qualquer coisa para ser servido…).
    Mas eu tenho certeza que tem alguma coisa aí, que a gente não sabe ainda precisar… ( e não é poder psi!).
    Talvez uma Sociedade Brasileira para Pesquisa Psíquica ajudasse. Poderíamos aproveitar o ápice da aspiral de crescimento nacional ( a farra de enriquecimento de banqueiros e empresários) para fundar e fundamentar uma instituição desse tipo…
    Material de estudo não falta, nem para pesquisa.
    E pessoas capazes também, com exceção dos psicanalistas…

  18. Transeunte Diz:

    Olá a todos,
    O Sr. Jorge disse: “Sim, é plausível, mas não se esgota o tema aqui.”
    Concordo com você Jorge, mas minha intenção nesse momento foi saber se a hipótese da múltipla personalidade era uma conjectura ou se já havia alguma estudo que fornecesse amparo a hipótese. Nesse quesito conclui que sim, existem estudos e estes estudos apontam para essa possibilidade. Contudo, concordo com você que esta hipótese não é a resposta final para a questão da mediunidade. Até porque não acredito que exista uma única resposta. Muitos motivos podem levar uma pessoa a dizer ser médium, como, por exemplo, a questão da necessidade (fome) que você levantou ao chamar a atenção para a existência de fraude e falsidade no meio espiritualista. Desta maneira me parece lógico que exista varias explicações para a dita mediunidade e a hipótese das múltiplas personalidades é só mais uma delas.
    Quanto a questão de “uma Sociedade Brasileira para Pesquisa Psíquica”, eu não sei se chegaria a tanto, digo, não me leve a mal e reconheço que meus conhecimentos sobre o tema são extremamente restritos, mas até hoje não fiquei sabendo de nenhuma evidência que corroborasse com a mediunidade a ponto de merecer um campo de estudo específico. Talvez fosse o caso de se estudar esse evento através das áreas já existentes e, se as evidências por elas obtidas exigirem, ai sim, criar um campo de estudo especifico. Mas você e o Vitor, que estão bem inteirados no assunto, sabem se tem evidências que justificassem a criação de um campo específico no assunto?
    Uma pergunta; Quanto a questão do “material de estudo”, de maneira geral aqueles que se reconhecem como médiuns, eles aceitariam de bom grado fazerem testes em ambiente controlado? Ou esse tipo de colaboração não é aceita pelos mesmos?

  19. Marcio, Bragança Paulista Diz:

    Li em algum lugar, e ñ sei se é verdade (saliento, ñ sei se é verdade), q o personagem inicialmente chamava-se Emanuel mesmo, e q somente depois da crítica advertir q este nome ñ existia na Roma antiga é q ele tornou-se Publius Lentulus.
    Embora pouco provável, alguém sabe se isso é verdade?
    Existe algum estudo bibliófilo sobre as alterações nas várias edições até hoje?
    A pergunta serve tb p/ o livro Nosso Lar.
    Tb li q seu texto inicial é muito diferente do atual, ttas edições depois – p. ex., q a cidade espiritual ficaria perto do Sol e q haveria comércio entre os umbralinos e os citadinos através d buracos na murada etc.
    Valeria a pena estudar 1ªs edições, p/ ver as alterações e tentar levantar seus motivos?
    Existiu tv 1 estratégia d esvaziar as críticas c/ alterações no texto inicial, até sua estabilização nas edições recentes?

  20. Jorge Diz:

    Bom Dia,

    Esses fenômenos são importantes, porque, desde que surgiram as batidas nas mesas, há duas correntes a se digladiarem nas explicações:
    uma de crédulos (alguns ingênuos, outros mal intencionados, outros sérios)
    e outra dos céticos ( uns ingênuos de cabeça fechada, outros mal intencionados e financiados por algum interesse econômico/político/religioso e outros sérios, que só queriam ver preservadas as conquistas das ciências – imaginavam como ficaria o mundo se se resolvesse ( ou voltasse) a acreditar em “poder curativo do cristal”!!!).
    Então o material de estudo é grande, tanto de um lado, quanto de outro (por isso todo cuidado é pouco).
    Dêem uma olhada no blog do André, lá tem muito material interessante: http://parapsi.blogspot.com
    O Vitor também está aqui: http://www.pesquisapsi.com/
    (eu deveria ter assistido a todos os vídeos antes de meter onde não sou chamado…)

    A Sociedade Brasileira para Pesquisa Psíquica se justifica porque não é só de fenômenos mediúnicos que se está lidando, a explicação mediúnica tenta justificar muitos fenômenos, mas eles são de várias ordens. Esse assunto é importante e caberia aprofundá-lo .
    Em minha opinião, não apenas abrir um campo ACADÊMICO de estudos de “fenômenos anômalos” desde a PES (percepção extra-sensorial) e experiências psi-relacionadas, como telepatia, clarividência, precognição, e psicocinese até as Experiências de Quase-Morte (EQMs), mas apenas buscar PESQUISAR A SOBREVIVÊNCIA APÓS A MORTE já seria uma justificativa válida.
    Temos pesquisas para tanta bobagem, pagas com nosso dinheiro e com prestígio na Academia… Porque não mais uma “bobagem” que interessa a todos?
    A instituição se justifica quando um conjunto de pessoas, envolvidas com os mesmos interesses, resolvem trabalhar junto, embora mantendo livres suas individualidades e opiniões pessoais, com apenas o leve fio de simpatia entre elas. Já seria o suficiente.
    E nós temos isso, desde o Prof. Albino Novaes, Mauricio e pessoal da Espiritismo Científico Internacional (incluindo Everton, apesar de ser psicanalista), até Vitor, André e o pessoal da Inter Psi. ( problema é que cada um quer ter a espada maior que a do outro, ao invés de usar a espada do outro!…)
    Você pergunta se “aceitariam de bom grado fazerem testes em ambiente controlado”?
    Eu não saberia te responder corretamente a isto. Vejo muita experiência sendo “acompanhada” e registrada, mas NÃO vejo nunca médiuns aceitando fazer parte de experiências controladas. Eles aceitam o registro, mas não aceitam ser cobaias… Essa seria uma dificuldade…
    Márcio,
    tem uma explicação LÓGICA para o nome Emmanuel que encontrei no programa Pinga Fogo da TV Tupi
    (http://www.youtube.com/watch?v=qGReFt-AODk ).
    Lembro que o Quevedo criticou isso também, dizendo que em latim não há proparoxítonas e Emmanuel se lê Émmanuel.
    Eu não lembro qual o vídeo, então vou te contar aqui rapidamente:
    Dizem que Emmanuel foi Manuel da Nóbrega (teu bisavô) e na época era chamado de Hermano Manuel ( Irmão Manuel), sua assinatura era Her. Manuel e lendo-se sempre E. Manuel teria se tornado Emmanuel com ênfase na proparoxítona Émmanuel, por isso não seria uma palavra latina, mas uma corruptela do uso.
    Prove!!!

  21. Marcio, Bragança Paulista Diz:

    Oi Jorge,
    particularmente interessa-me + o caso do livro Nosso Lar. Foi o 1º livro espírita q li e, na época, apreciei muito. Na verdade, gostei d toda a coleção André Luiz. Hoje, tenho + curiosidade sobre o tema, especialmente pq o livro q li já tinha muitas reedições.

  22. Rodrigo Diz:

    O Carlos Magno comprova a tese de que todo espírita tem tendências a perturbações mentais

  23. Jorge Diz:

    Olá Marcio,
    Nosso Lar é um livro difícil. Daí as reedições…
    Não é nada científico.
    Acredito que o André é o caminho para quem quiser testar a ciencia espírita.
    Se quiseres conversar mais,
    use este emeio:
    luisguilherme.ac@gmail.com

  24. Marcio Rodrigues Horta Diz:

    Deixo registrado q apreciei muito os 2 estudos do internauta José C. Fernandes sobre o livro “Há 2000 anos”, d Francisco C. Xavier.
    Eles qualificam muito o debate espírita e crítico ao espiritismo, pois nada sequer parecido em qualidade e profundidade jamais fui publicado pelos próprios espíritas, mesmo no sentido apologético.
    Geralmente, os defensores de Xavier apelam p/ a fé pura e simples em defesa d seus escritos, ou a 1 ataque pessoal aos críticos (seguido da enumeração d seus feitos caritativos).
    Alegações metafísicas ñ permitem usualmente provas diretas, + muito frequentemente permitem avaliações indiretas, e foi exatamente este o caso aqui.
    Parece claro, ao final do estudo, q toda a estória é extremamente improvável e c/ vários erros d fundamento histórico.
    Assim, consolida-se 1 tradição crítica (Fernandes) e tb espírita crítica (Vitor) aos escritos alegadamente mediúnicos, q se contrapõe a 1 indústria editorial q produz 1 comunidade d leitores dogmáticos e agressivos, q precisam ser também apresentados a contra-argumentos bem elaborados.
    Parabéns então e até novos trabalhos.

  25. Gibran Diz:

    deixa eu contatar o espírito do xavier aqui…
    atah..
    ele disse que inventou uns nomes só pra se divertir com historiadores.. num tom de deboche..
    haha.. brincadeira..
    parabéns pelo site..
    abç

  26. Carlos Magno Diz:

    Respondo a insinuação do Rodrigo lembrando algumas personalidades da história humana, que não foram e não são espíritas, e, portanto,deveriam ser equilibradas:

    Genghis Khan, Átila, Hitler, Torquemada, Nero, Pilatos, Milosevic, George Bush pai e filho, Harry S. Truman (autorizou as bombas atômicas sobre o Japão), Anibal, Cardeal Richelieu, Solano Lopes, Antônio Raposo Tavares (matou milhares de Índios), Fernão Cortez, Stalin, Lenin, Francisco Pizarro, reis, outros chefes de estados, tiranos do mundo inteiro e um sem número de assassinos e psicopatas fazendo parte de um contingente de homens imorais e sem Deus no coração.

    Espíritas não somente falam de paz, mas lutam por ela, são guerreiros de uma outra ordem de idéias. Seguem a máximas de Cristo. Portanto, não causam comoções ao mundo e nem crimes bárbaros contra a humanidade.

    Quais desses serão os preferidos do Rodrigo?

  27. Gustavo Gomes Narciso Diz:

    Carlos Magno você é um escroque !

  28. Carlos Magno Diz:

    Como diz Emmanuel (se não me falha a memória):

    O Sândalo perfuma o machado que o fere!

    A verdade penetra e pune corações empedernidos. Portanto, cadafalso para a verdade! Fora indesejável instrumento divino, tenho horror à sua presença!

  29. Gustavo Gomes Narciso Diz:

    Ahahhahah
    Lindo … poético … quase um Shakespeare … ( pensando bem .. não )
    E detesto Sândalo, não pode ser “212 Carolina Herrera for man” ?
    Pois saiba, que adoro sua presença Carlinhos …
    Você é perfeito Carlinhos você é meu “ídalo” ( parafraseando o Didi dos trapalhões )… onde você estiver vou estar lá pra te dar um Oi !
    Até o dia que você concorde que Ciência não é nada disso que você diz que é, vou te acompanhar e ler as besteiras camufladas com tom de Doutorado que escreve.
    PS:. Mas não muda de “nick” não … mas eu te acho do mesmo jeito pode ter certeza.

  30. Carlos Magno Diz:

    Ah, esqueci, um narciso não pode mesmo gostar do sândalo.

    Narciso gosta mesmo é de espelho, de ver-se e admirar-se.
    Esquece a referência acima.

  31. Gustavo Gomes Narciso Diz:

    Sim, sim, era lindo até cair no poço aqui o quintal de casa ehehhe; ver meu outro comment no post do Ashar.

  32. Robson Santana Diz:

    é algo interessante…muito interessante…

  33. Matheus Diz:

    A meu ver, para provar de uma vez por todas a picaretagem do Chico Xavier bastaria colocar neste site algumas daquelas famosas fotos dele, com os “espíritos materializados”, – farsantes enrolados em lençóis, – e o ectoplasma saindo da boca de outros médiuns. – chumaços de algodão enrolados…

  34. Dante Luz Diz:

    Jorge,
    voce disse uma coisa muito interessante que eu falo no meu blog. O espirita não tem compromisso com nada e voce demonstra que nem com a familia, “Deixe-me aproveitar que minha mulher tá viajando e eu estou com energia acumulada ( as meninas não passam na minha rua…)”. Obrigado, há muito nenhum espirita me dava argumento contra tão bom

  35. Darcio Diz:

    Há limites para o ceticismo? Pois a impressão que tenho que um cético nunca aceitará nada, sempre será do contra e, por fim, nunca chegará a conclusão nenhuma. Assumir qualquer posição, para ele, será o fim, pois que sua “missão” é sempre ser do contra.

    Pelo que vejo, a “investigação” científica do Vitor nada mais é do que uma necessidade pessoal de manifestação de seu ceticismo.

    Digamos que ele encontre uma obra que seja totalmente fidedigna com a história (que imaginamos estar certa, mas pode não estar), então, qual será a reação dele? Provavelmente que foi mero acaso.

    Não quero com isso assinar embaixo tudo o que escreveu Chico Xavier ou escrevem os outros. Mas, meu Deus, pessoas céticas como o Vitor, na verdade, não devem crer nem que elas próprias existam, que, talvez, sejam o fruto do sonho de alguém que acordará a qualquer instante.

  36. Charles Xavier Diz:

    Ceticismo não é nihilismo. Assim como espiritismo brasileiro não é ciência. Pretende-se ciência, crê-se ciência, mas quando a ciência bate à porta, escorrega por milhares de quimeras dogmáticas.
    Qual o problema do Chico errar datas e nomes na Roma antiga? Só porque incorporou um senador romano da época ele tem que se lembrar de tudo? E não tem gente que se chama “Hericlepiton Silva” (o nome é real!)? Por que a família do Seu Emanuel não poderia inventar lá na Roma antiga?

    Agora, se pensarmos que o Alpha do movimento espírita pós-Kardec, o expoente comprobatório de que a doutrina é válida e real, o Avatar do psiquismo e da comunicação mediúnica está errado, cai por terra toda uma concepção construída neste 3º mundo de cá sobre a imortalidade da alma.

    O problema foi tentar construir alguma coisa científica onde não existia ciência alguma. Se Chico simplesmente tentasse não provar a que veio, talvez ainda hoje seus dotes morais contassem exclusivamente para todos. Mas como os espíritas insistem em transformar em ciência o que é exclusividade da fé, acabem caindo em teias difíceis de se libertar.

    Sou ateu e cético, mas não nihilista. Creio que a sociedade tem solução, porém esta não está em medos e fobias sociais adquiridas numa metafísica religiosa herdada do medo primevo da morte. Freud está errado? E quem escreveu a Bíblia? Pelo menos Freud busca a verdade, não se esconde atrás de uma lupa a bombardear cidades como uma criança queima formigas.

    Estamos em uma época ainda mais difícil que a inquisição, pois a falsidade religiosa adquiriu status new age, vestiu-se em roupagem de uma metafísica quântica, transformou-se à luz das pseudociências, espalhando-se à margem do que é tangível como bálsamo para o inevitável. Assim, ao invés de buscarmos a cura para as doenças, preferimos que um curandeiro venha-nos pregar a “Última Unção”.

    O Ceticismo não é uma doença da alma, incapaz de sentir. Se não fossem os céticos, hoje vocês estariam ainda discutindo o sexo dos anjos, em seus castelos de tortura medieval. Não teríamos a modernidade (o que inclui a Internet, o computador, o carro, o telefone, a viagem ao espaço, o papel higiênico…) tampouco as maravilhas do Estado Democrático e outros absurdos pensados por céticos.

  37. Charles Xavier Diz:

    Só um P.S> por que, quando doente, você toma remédios ou vai ao médico? Por que não vai ao xamã do seu bairro ou ao curandeiro espiritual do seu centro?
    Por que os médiuns impõe as mãos magnetizadas sobre os chacras mas recomendam continuar com a alopatia?

  38. Paulo Cesar Diz:

    Gostei do seu comentário Jorge. Você demonstrou conhecimento e ótimos argumentos quanto ao ceticismo do Vitor.
    Quanto aos internautas deste comentário, a maioria deles usa muito blá blá blá em seus argumentos e pouquíssimo conhecimento e pesquisa com a questão levantada.
    È o reflexo de nossa sociedade. Lastimável!
    Abraço

  39. André Bastos Diz:

    Aff, quanta asneira. Medo de quê? Da verdade? Chico é referência de veracidade. Não há verossimelhança nesta obra, mas verdade absoluta.

  40. Vera Diz:

    Ola, bom não sei quem são vocês, mas esta é a pergunta quem é você para questionarar as obras de Chico Xavier, para questionar Emmanuel ? O que você fez melhor do que eles, quais são as suas obras, quais são os seus exemplos ?

  41. Vitor Diz:

    Eu não engano o povo, Vera.

  42. beto Diz:

    Faça um vídeo sobre o Apóstolo Valdemiro Santiago ok da igreja mundial

    até

  43. Robson Diz:

    As teses contra o livro “Há dois mil anos” são de natureza desconhecidas, e muito longe de serem consideradas válidas, pois dizer que um imperador ou senador faria ou não faria, é como dizer que daqui há dois mil anos dirão que na atualidade seria impossível que um senador roubasse ou adulterasse documentos e desviassem dinheiro na cueca por se considerar um ato ridículo e contra as “leis brasilienses”, ou que se elegessem criminosos de passados inenarráveis, ou que se existisse uma nação que fosse submissa a órgãos corruptos como o de direitos humanos que protegesse criminosos e ofendesse a sociedade, sabemos que a sociedade Romana nunca foi moralmente invejável, e dizer que seria impossível isto ou aquilo é negar o livre arbítrio do ser humano.

  44. Jonaldo Diz:

    Toda essa discussão é uma grande perda de tempo.
    Uma lavagem de roupa para esse jovem que coloca esses videos medíocres, até que seria uma boa ideia. O argumento dele é muito fraquinho. Pelo que entendi, o pobre coitado ainda acredita que o americano foi a Lua.
    Amigo, tente escrever, pelo menos, um livrete.

  45. JOSÉ MATOS -DF Diz:

    POR QUE ESTE POBRE COITADO TÁ TÃO PREOCUPADO COM ISSO? QUAL É SEU OBJETIVO? É MANDADO PELO EDIR MACEDO MALAFAIA OU VALDEMIRO? COMO É QUE ALGUÉM QUER DESQUALIFICAR UM TRABALHO USANDO ESPRESSÕES DO TIPO: ” É POUCO PROVÁVEL, HÁ TODA UMA PROBALIDADE OU TB É MUITÍSSIMO POUCO PROVÁVEL?”

  46. Erica Diz:

    Li alguns dos comentários e, apesar de ser Kardecista, não desmereço ninguém por duvidar da doutrina, já que o próprio Kardec nos orienta a utilizar da inteligência sempre. Mas gostaria de alertar para o caso de que, além da influência do próprio médium nas manifestações, os espíritos evoluem em gostos e não se isolam do mundo ao seu redor, podem apresentar mudança de estilo e ainda, das várias reencarnações escolherem uma forma física, mas não anularem as suas experiências anteriores em outras vidas, utilizando daquilo que mais gostaram nas várias vivências, mesclando o mais antigo com o novo. Quanto a fala, há muito da própria dicção do médium, que por estar mediando a conversa, também a influência e sobre a tradução. Apesar dos espíritos poderem se comunicar livremente em qualquer idioma conosco, encarnados, eles ainda trazem costumes de falas que não podem ser completamente traduzidos para a língua que estão utilizando no momento, como já vi acontecer em sessões com mentores de origem oriental que utilizam das palavras esse, ser e etc em momentos que nos seriam estranhos á fala. Novamente não estou aqui para desmerecer o trabalho de ninguém, acho muito interessante sempre levantar dúvidas acerca de qualquer assunto, por que enriquece o pensamento, mas não podemos nos prender nem ao fanatismo da doutrina e tão pouco a veracidade das teorias científicas, porque elas estão em constante mudança, sempre novas coisas são descobertas e pensamentos caem por terra. Devemos estar abertos para todo tipo de discussão, de todos os lados.

  47. Erica Diz:

    E ainda, os espíritos também evoluem no plano astral. Melhorando seus conhecimentos em todas as áreas. A reencarnação não é a única maneira de passar para planos mais evoluídos, dentro das colônicas são realizados trabalhos e estudos que podem auxiliar na melhora dos próprios espíritos, mudando de sintonia tanto com seu pensamento, quanto com suas ações. Por isso, a mudança no comportamento dos espíritos, utilizando como base a crença da doutrina espírita, não explica por que os atos de um desencarnado de hoje não o são iguais aos de antes, já que estamos em constante mudança. De novo, isso tudo colocado por uma óptica do Kardecismo, que acredita que tudo o que fazemos na Terra é uma cópia piorada do que ocorre no plano astral, assim, como também as crianças aprendem a ler e desenvolvem-se ao longo dos anos de estudo, os espíritos que na época não possuíam instrução suficiente, melhoraram seus conhecimentos ao longo da sua estádia nas colônias, para também poderem melhor se comunicarem com diferentes encarnados por todo o planeta.

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