AS FRAUDES DO MÉDIUM MIRABELLI (PARTE 40)
Dando prosseguimento à série de reportagens do Correio Paulistano.
Correio Paulistano – Quarta-feira, 12 de julho de 1916, página 2
No mundo das maravilhas
Fez-se luz em a noite do mistério
O sr. Carlos Mirabelli é realmente um hábil prestidigitador
RECAPITULANDO
O homem misterioso cerca-se de todas as precauções possíveis para não ser desmascarado
A sensação do frio – A razão de ser da “corrente fluídica”
[FIGURA]
Dr. Oscar Tollens, diretor d’“A Capital”, que primeiro saiu a campo secundando a ação do “Correio Paulistano”
Lançaremos amanhã a última pá de cal sobre os restos mortais da fama do ex-maior médium destes últimos tempos. O dia de hoje, vésperas do termo deste vasto inquérito jornalístico, consagramo-lo a uma recapitulação dos pontos mais interessantes da nossa reportagem.
Seremos breves e claros.
Antes, porém, de nos entregarmos a essa enfadonha mas necessária tarefa de respigar os lances capitais da plearesea odysses mirabellica, sejam-nos permitidas algumas [ilegível] reflexões sobre fatos e boatos que dizem respeito à comédia barata do arrojado [fareiata?], que, apenas podendo fazer uma chã figura nos arraias de feira, alcançou no entanto, mercê de ingênuos e de míopes, aplausos vibrantes de uma platéia culta que se ufana de viver numa das mais adiantadas capitais brasileiras.
Vejamos. Dizem que o caso de Mirabelli, “um indivíduo desclassificado”, é “fútil” e que não deveria merecer as honras de tantas colunas de composição cerrada.
Tais considerações nos regozijam; felicitamo-nos cada vez que ouvimos tais opiniões. Sabem por quê? Porque o nosso intuito, desde que abordamos este caso de magias e escamoteações, era provar que não estávamos diante de fenômenos transcendentes, mas de meras pelotiquices de um intrujão; visávamos apenas demonstrar que o caso era EMINENTEMENTE FÚTIL E QUE ABSOLUTAMENTE NÃO COMPORTAVA O ALARME DOS PROFANOS, SEM A AGITAÇÃO DOS SENHORES HOMENS DA CIÊNCIA.
Quando saímos a público, porém – ninguém pensava em futilidades; estavam todos suspensos das palavras do sr. Mirabelli; todos, ou quase todos, se não acreditavam, também não duvidavam da possante mediunidade do homem prodígio; os seus fios, destramente manobrados, enchiam a capital dos mais curiosos comentários; as atenções volviam-se para o terrível precursor de coisas sobrenaturais, chegando mesmo alguns espíritos cultos a decretar a falência das ciências positivas.
Mas surgimos, e a nossa palavra leal, que soava, sem alardes nem jactâncias, sob a forma discreta e cavalheirosa de um repto não só necessário mas indispensável, para o esclarecimento, em público, da célebre força mediúnica levianamente apregoada pelos ingênuos – a nossa palavra, como dizíamos, mau grado não fosse a de um oráculo matematicamente infalível, reboava por toda a parte com o fragor brutal de uma bomba de dinamite. Que! Duvidar de um homem, profeta de lei, enviado do além, embaixador das almas? Não era possível! E todo o mundo comentou, fizeram-se apostas, juraram até que nos meteramos numa entaladela, porque o “homem” era verdadeiramente prodigioso…
Calamo-nos ante as acusações, ponderados, com a calma absoluta que desconcerta os adversários fracos, com a fé heróica com que batalhamos pelos nossos ideais, com a certeza absoluta de que estávamos ao lado da verdade e da justiça, esperamos pacientemente que o sr. Mirabelli se condenasse com as suas próprias mãos, o que conseguimos com as cinco memoráveis sessões coroadas do mais retumbante fracasso para o pseudo-médium.
Só então rompemos com a nossa sensacional reportagem, colimando um fim único: reduzir os tais fenômenos transcendentes à mesquinha condição de meras escamoteações do prestímano, ou seja, numa palavra – demonstrar quão FÚTEIS eram as maravilhas do famigerado charlatão.
Realizamos o nosso intento? Sim. Já acham por aí que o caso não merecia tanto, que não devíamos gastar tanta cera com tão mau defunto. Valha-nos isso. Certificamo-nos assim de que, graças ao nosso esforço, a verdade dos fatos está PLENAMENTE RECONHECIDA, pois os fenômenos, depois que provamos a existência dos “truques” são agora fúteis…
Isso lembra o ovo de Colombo.
* *
Outro ponto que fazemos o máximo empenho fique perfeitamente esclarecido. Não visamos aqui a pessoa do sr. Carlos Mirabelli apenas os celebrados fenômenos. Estes mesmos, se nos levaram a assumir esta atitude, foi porque despertaram a atenção dos nossos cientistas e de quase toda a população paulistana. Não procurasse o sr. Mirabelli, com a sua audácia, ludibriar meio mundo, chegando mesmo ao ponto de querer também a nós impingir gato por lebre; não saísse ele do Braz, onde anda agora, como arlequim ambulante, a exibir as suas sortes inofensivas, e nunca lhe teríamos dispensado tamanhas honras, enchendo com a sua pessoa e as suas prestidigitações algumas páginas da nossa folha, num tempo como este, em que o papel está pela hora da morte.
Mas era preciso agirmos. Assim como nos coube a nós esta tarefa, poderia ela, pelo mesmo fortuito encontro de um dos “truques” do “homem misterioso”, que nos habilitou a reduzir o intrujão à expressão mais simples, ter cabido a um outro dos nossos brilhantes colegas locais. O indispensável era que as lendas fossem desfeitas, que não se fizessem conferências sobre os prodígios, nem sobre eles se escrevessem livros que daqui a uns cinqüenta anos pudessem servir, não só para documentar o estudo dos amantes das ciências ocultas, senão também para testemunhar a infantil ingenuidade dos modernos rebentos da heróica raça dos bandeirantes…
A ciência fica-nos devendo esse servicinho…
* *
Agora, recapitulemos.
Depois que lançamos o nosso repto e que Mirabelli a ele respondeu com uma carta em que abundavam períodos capciosos, esperamos resignadamente que decorressem as cinco sessões que deveriam constituir a prova máxima da sua “vasta potencialidade”.
Os leitores sabem o que foram essas experiências: não ignoram também que elas se coroaram do mais retumbante fracasso.
Só então rompemos com a nossa vasta e sensacional reportagem.
Domingo, 18 de junho, portanto há 24 dias, iniciamos a publicação do nosso inquérito.
Começamos por partes, relatando minuciosamente tudo o que conseguíramos apurar com respeito às trampolinagens do audacioso intrujão.
Foi assim que os leitores souberam como conhecemos o “homem misterioso”; relatamos-lhe, a seguir, os fatos que nos levaram a suspeitar da sua mediunidade, as primeiras experiências realizadas pelo pseudo-médium em casa de amigos e no salão desta folha, até a descoberta do “truque” – o encontro no tapete do nosso salão nobre dá PROVA MATERIAL da mistificação.
Vieram então várias curiosas experiências efetuadas por um dos nossos companheiros, com o fim de demonstrar a “cilada” que a muita gente boa preparava o arrojado histrião.
Depois lançamos a público:
Quais eram os nossos intuitos no caso Mirabelli:
as nossas “experiências” ante inúmeras pessoas das mais distintas rodas políticas, intelectuais e artísticas da capital, as quais não reprimiram a sua admiração ante os “fenômenos”, sendo mesmo que alguns dos mais entusiásticos crentes do “médium” entraram a duvidar da sua “força”;
interessantes pormenores sobre a exageração dos fatos, que assumiam, na boca do povo, proporções fantásticas;
etc, etc.
No outro domingo, 25 de julho, relatamos mais uma parte das nossas pesquisas;
desfizemos muitas lendas, entre elas as que davam como maravilhas a levitação dos objetos através de portas;
contamos a história da caveira da “Casa Fretin”;
demos notícia aos leitores de uma curiosa verificação na casa Villaça;
expusemos os conselhos que demos a Mirabelli, lembrando-lhe uma saída honesta e de vantagem para a sua pessoa;
tratamos dos “nossos fenômenos de vidência”;
de Mirabelli como prestidigitador e palhaço de circo de cavalinhos, QUANDO O INTRUJÃO APRESENTAVA COMO SIMPLES MÁGICAS tudo o que hoje quer impingir como fenômenos espíritas;
de como ele passou de pelotiqueiro a “médium”;
No dia 27, estudamos Mirabelli através das suas perversidades, sendo que nesse capítulo, fomos o mais breve possível, tratando ainda das proezas mirabellicas
No dia 28, vieram a público os famosos casos de vidência;
como foi que Mirabelli alcançou as prerrogativas de um vidente extraordinário;
o sócio do falso médium;
o insucesso das suas experiências de vidência.
Nessa parte reduzimos à expressão mais simples a sua “força subjetiva”, que era até então o cavalo de batalha dos últimos crédulos…
No último dia de junho, respondemos aos consulentes que andavam ansiosos por saber como se realizavam os truques;
explicamos quais os motivos que levaram Mirabelli a passar de pelotiqueiro a médium, dando até o nome do primeiro professor de ilusionismo do ex-maior médium destes últimos tempos;
provamos que exercia ele uma indústria altamente lucrativa nestes tempos de crise…
A 1º de julho iniciamos uma brilhante e interessantíssima série de entrevistas em alguns dos nossos homens mais eminentes e com vários cavalheiros que fortuitamente tiveram relações com o famoso embaixador de além-túmulo.
É a seguinte, em poucas palavras, a opinião dos nossos entrevistados, opinião essa já por nós longamente descrita, e mesmo comentada, como naturalmente os nossos leitores tiveram oportunidade de apreciar:
Dr. Reynaldo Porchat:
– ACHO QUE O SR. MIRABELLI NÃO PASSA DE UM ILUSIONISTA. Cinco noites e duas horas cada noite, suportando com paciência evangélica o mistério de esperar pelos fenômenos prometidos pelo sr. Mirabelli, fenômenos que nunca se manifestaram, parece-me que são bastantes para eu continuar na suposição de que o sr. Mirabelli não é senão um ilusionista e, mais do que isso, um homem calmamente audaz, porque teve a coragem de prender, durante todo esse tempo, fixas aos seus olhares, pessoas merecedoras de respeito e que não deveriam ser tratadas desse modo por quem não quisesse ludibriá-las.
* *
Dr. Bueno de Miranda:
SEIS VEZES que ESTIVE PERTO do lugar em que o fenômeno devia produzir-se, ele não se MOSTROU, UMA VEZ,
Eu creio, pois, como diz Grasset, “PODER CONCLUIR QUE, APESAR DOS ESFORÇOS ACUMULADOS e as CURIOSAS EXPERIÊNCIAS PUBLICADAS, a demonstração científica NÃO ESTÁ AINDA FEITA da existência dos movimentos provocados a distância, por um médium, SEM CONTATO.”
Os FENÔMENOS de TIRAR um LÁPIS de DENTRO de uma GARRAFA, fazer MOVER UMA GAVETA sobre o bocal também de uma garrafa, e ACENDER e APAGAR uma lâmpada elétrica, vi-os com TANTA HABILIDADE realizados pelo sr. Antônio Fonseca, redator-secretário do “Correio Paulistano”, que os TOMARIA COMO SOBRENATURAIS se não soubesse que eram executados por meio do truque do fio de cabelo.”
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Dr. Eduardo Guimarães:
Como homem de ciência sou obrigado a dizer que todos esses fenômenos, admitidos sem truque, são impossíveis. A ciência não admite que espíritos andem divagando, à espera de que sejam chamados para fazerem movimentar objetos. Isso tudo é muito pueril. Na minha opinião não passa de um PRESTIDIGITADOR HABILIDOSO.
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Dr. René Thiollier:
… E, entre outros disparates mais, não tendo consultado suficientemente os apontamentos que lhe fornecera um dos meus cunhados (mais tarde é que soube que fora um dos meus cunhados que lhos havia fornecido!), começou a confundir nomes de pessoas da minha família, inteirando-me de vez sobre a sua impostura.
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Dr. Camargo Aranha:
É UM PRESTIDIGITADOR AUDAZ, E QUE SE PROPÔS EMBASBACAR MEIO MUNDO, MAS QUE NÃO VIU OS SEUS PLANOS COROADOS DE ÊXITO.
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Joaquim Morse:
Estou perfeitamente convencido de que tudo é truque, tanto assim que me desinteressei de todo do caso desde que assisti, realizados por um meu colega, a todas as hábeis manobras que centenas de pessoas já me haviam relatado, com pormenores, como sendo fatos sobrenaturais.
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Dr. Deodato Wertheimer:
Os fenômenos fisiológicos que foram constatados no sr. Mirabelli, são todos de ordem nervosa, reflexos produzidos por impressões externas mais ou menos violentas, repercutindo intimamente com uma tensão particular dos centros psíquicos; estes mesmos fenômenos, porém, se verificam nos mínimos detalhes da nossa existência com maior ou menor intensidade, e cujo valor científico é quase nulo para explicarem, e só por si demonstrarem, fenômenos sobrenaturais.
Perturbações vaso-motoras, respiratórias e circulatórias, eis o cortejo que sempre sucede a estados EMOTIVOS, à SUPEREXCITAÇÃO ou DEPRESSÃO NERVOSA.
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Dr. Franco da Rocha:
… a falcatrua seria forçosamente descoberta, mais hoje, mais amanhã. Não é esta a primeira vez que um embusteiro se apresenta com essas pretensões e nem será esta certamente a última.
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Dr. Luiz Rezende Puech:
– …o sr. Mirabelli NÃO PASSA DE UM PRESTÍMANO: tudo ele FAZ com MUITA HABILIDADE. Tive essa convicção desde o primeiro momento
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Sr. José Scalise:
Com meia dúzia de caixas vazias o sr. Mirabelli vendeu uma charutaria de caixas cheias. Dizem que levou depois algumas bengaladas; isso porém não quer dizer que ele não seja de uma rara… habilidade.
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Sr. Boaventura Carvalho:
VIMOS, NAS MÃOS DO SR. MIRABELLI, UM LIVRO DE MÁGICAS, IMPORTADO ESPECIALMENTE DO ESTRANGEIRO.
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Dr. Martinho Botelho:
– … é um PRESTIDIGITADOR de rara habilidade.
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Dr. Pereira de Rezende:
Ao por o objeto na garrafa, SENTI ALGO DE ESTRANHO, QUALQUER COISA COMO UM FIO FINÍSSIMO CORRER-ME POR ENTRE OS DEDOS.
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Sr. Nestor Pestana:
O que é certo, e que não posso deixar de afirmar, É QUE VI, NO SALÃO DE SEU JORNAL, REPRODUZIDOS FIELMENTE TODOS OS FENÔMENOS PRODUZIDOS
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O dr. Enéas de Carvalho:
Não foi feliz, porém, o mágico: DESCOBRI-LHE ESTE TRUQUE, TANTO QUE O REPRODUZI PERFEITAMENTE, DIANTE DO PRÓPRIO SR. MIRABELLI, SEM A HABILIDADE DO PROFISSIONAL, ESTÁ VISTO.
– … é um artista… em matéria de prestidigitação, isso é. NÃO PASSA ELE DE UM HÁBIL PRESTIDIGITADOR.
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O sr. Evandro Silveira:
VI, NA PONTA INFERIOR DO SEU PALETÓ, NA FRENTE, UM FIO DE CABELO, ENROLADO…
… LEVANTOU AS MÃOS E FEZ UNS GESTOS CARACTERÍSTICOS COM OS DEDOS: COMO QUE AMASSAVA ALGUMA COISA, UM PEDACINHO DE CERA, TALVEZ, pois que nada posso afirmar, quanto a este particular; só o vi mexer os dedos.
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Sr. Juvenal Vianna:
Este senhor contou-nos que assistiu uma experiência do sr. Mirabelli, há tempos; um dos presentes deu com o fio, ao que ele respondeu:
– OH! VOCÊS DESCOBRIRAM PORQUE A COISA FOI FEITA COM UM FIO DE RETROZ PRETO. SE FOSSE EMPREGADO UM CABELO, COMO DEVE SER, NUNCA DESCOBRIRIAM NADA.
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Com esse tópico terminamos a série de entrevistas.
A seguir, anteontem, demonstramos que Mirabelli se pôs
A hábil cilada do “Correio Paulistano” alcançou um sucesso que excedeu as nossas expectativas.
Depois disso, ontem, numa página ilustrada, explicamos como qualquer mortal se poderá transformar num “extraordinário médium”.
Está assim feita, a traços largos, uma recapitulação da nossa reportagem. Podíamos ainda prolongar o inquérito, que para isso não nos faltam subsídios; só as cartas que temos recebido e as minuciosas informações colhidas sobre o que foram as experiências do bruxo em casas equívocas, davam assunto para algumas páginas.
Mas ficamo-nos por aqui, é chegada a hora da última pá de cal…
A sensação do frio
Quando, há dias, no decurso do nosso inquérito, descrevemos a sessão realizada nos nossos salões por um dos redatores desta folha, em presença do sr. dr. Altino Arantes, ilustre presidente do Estado, dissemos que fora s. exc. dentre todas as pessoas que assistiram às nossas experiências, a única que conseguira perceber o “truque”.
Com efeito, o sr. dr. Altino Arantes pôde perceber sobre o peito branco da camisa do operador o fiozinho maravilhoso, o célebre “espírito” do sr. Carlos Mirabelli. Para evitar esse inconveniente, lembrou que o operador devia levantar a gola do paletó, de forma a ocultar o peito da camisa.
Tal observação foi como que um raio de luz que nos esclareceu um dos pontos mais importantes da questão, dando-nos a razão por que o prestímano, em todas as ocasiões em que trabalha, se encolhe todo, levanta a gola do seu casaco e finge tiritar de frio. É o que ele chama – A SENSAÇÃO DO FRIO, que diz sentir quando provoca os seus “fenômenos”. A tática do operador não é das piores. Entretanto, a verdade brilha em toda a parte.
E foi assim que essa precaução do “homem misterioso”, de fechar o paletó, teve a sua explicação! Se assim o fazia, era para esconder o seu extraordinário “espírito”, o louro fiozinho de cabelo.
E, como essa, ou antes, dessa mesma forma, se explica
A corrente fluídica
que o “homem” diz precisar estabelecer, todas as vezes que quer embasbacar os seus assistentes. Sabem os leitores o que é a “corrente fluídica”?
Uma coisa muito simples. Figuremos uma sessão. Estão, por exemplo, reunidas numa sala seis pessoas.
O sr. Mirabelli, a um canto, prepara-se.
Pede que se estabeleça a “corrente”. E as seis pessoas seguram umas nas mãos das outras. O “homem-misterioso” põem-se então a distância. E aí se mantém, provocando os seus “fenômenos”, certo de que ninguém, por mais curioso que fosse, quebraria a corrente para ir vê-lo de perto, com probabilidade de o desmascarar. Estabelecida a “corrente”, Mirabelli opera tranquilamente, mantendo a distância, fixos nos seus lugares, todos os espectadores.
E eis a explicação da “corrente”; como a “sensação de frio”, a tal “corrente fluídica”, nada mais é que outra das muitas medidas de precaução de que se cerca o hábil e audaz prestidigitador, para não ser desmascarado.
Para amanhã:
Mirabelli perante o Código Penal
Algumas explicações de distintos cavalheiros
E… PONTO FINAL