O Caderno de Chico Xavier

Este artigo faz referência a um caderno recentemente descoberto de Chico Xavier com diversas colagens e recortes que o médium, em sua juventude, fez, reunindo textos de centenas de poetas, nacionais e internacionais. Essa é uma descoberta de suma importância, provando de maneira definitiva que o médium tinha um conhecimento muito superior à sua formação escolar, conhecimento que o possibilitou a escrever anos depois sua primeira obra psicografada, um livro de poemas chamado Parnaso de Além Túmulo.

A primeira obra psicografada de Chico Xavier, Parnaso de Além Túmulo, cuja 1ª edição data de 1932, continha então 60 poemas atribuídos a 14 autores brasileiros e portugueses. Com as edições seguintes esses números foram consideravelmente aumentados, alcançando a cifra de 259 poemas de 56 autores brasileiros e portugueses na 6ª edição (1955) e se estabilizando aí. Nesta obra, um marco no meio espírita por ter gerado à sua época de lançamento uma enorme polêmica relacionada à autoria e à qualidade dos textos, nos deparamos logo no prefácio com uma pequena biografia do médium: 

O médium polígrafo Xavier é um rapaz de 21 anos, um quase adolescente, nascido ali assim em Pedro Leopoldo, pequeno rincão do Estado de Minas. Filho de pais pobres, não pôde ir além do curso primário dessa pedagogia incipiente e rotineira, que faz do mestre-escola, em tese, um galopim eleitoral e não vai, também em tese, muito além das quatro operações e da leitura corrida, com borrifos de catecismo católico, de contrapeso. 

Órfão de mãe aos 5 anos, o pai infenso a literatices e, ao demais, pramido pelo ganha-pão, é bem de ver-se que não teve, que não podia ter o estímulo ambiente, nem uma problemática hereditariedade, nem um, nem dez cireneus que o conduzissem por tortuosos e torturantes labirintos de acesso aos altanados paços do Olimpo para o idílico convívio de Caliope e Polímnia. 

Foi aí que nasceu o mito que o Chico era apenas semi-alfabetizado, quase um ignorante. Ele mesmo informa: 

Começarei por dizer-lhe que sempre tive o mais pronunciado pendor para a literatura; constantemente, a melhor boa vontade animou-me para o estudo. Mas, estudar como? 

Matriculando-me, quando contava oito anos, num grupo escolar, pude chegar até ao fim do curso primário, estudando apenas uma pequena parte do dia e trabalhando numa fábrica de tecidos, das quinze horas às duas da manhã; cheguei quase a adoecer com um regime tão rigoroso; porém, essa situação modificou-se em 1923, quando então consegui um emprego no comércio, com um salário diminuto, onde o serviço dura das sete às vinte horas, mas onde o trabalho é menos rude, prolongando-se esta minha situação até os dias da atualidade. 

Nunca pude aprender senão alguns rudimentos de aritmética, história e vernáculo, como o são as lições das escolas primárias. É verdade que, em casa, sempre estudei o que pude, mas meu pai era completamente avesso à minha vocação para as letras e muitas vezes tive o desprazer de ver os meus livros e revistas queimados. 

Jamais tive autores prediletos; aprazem-me todas as leituras e mesmo nunca pude estudar estilos dos outros, por diferençar muito pouco essas questões. Também o meio em que tenho vivido foi sempre árido, para mim, neste ponto. Os meus familiares não estimulavam, como verdadeiramente não podem, os meus desejos de estudar, sempre a braços, como eu. com uma vida de múltiplos trabalhos e obrigações e nunca se me ofereceu ocasião de conviver com os intelectuais da minha terra. 

O meu ambiente, pois, foi sempre alheio à literatura; ambiente de pobreza, de desconforto, de penosos deveres, sobrecarregado de trabalhos para angariar o pão cotidiano, onde se não pode pensar em letras. 

Assim, Chico em seu texto ajuda a perpetuar o mito que ele seria semi-alfabetizado, com pouco estudo. No entanto, uma leitura atenta de suas palavras revela o contrário, no momento em que o próprio informa que sempre teve o maior pendor para literatura e que em casa estudava o quanto podia, tendo várias vezes o desprazer de ver seus livros e cadernos queimados. Isso mostra que, apesar de nascido em uma família pobre, ele tinha acesso a algum material literário, o que é confirmado por ele mesmo em outra fonte, no livro O Evangelho de Chico Xavier, de Carlos A. Baccelli:  

Eu sempre quis ter livros… Quando menino, colecionava revistas, gravuras, histórias dos santos da Igreja… Sempre gostei muito de ler, mas nunca pude comprar um livro… 

O pendor para a literatura de Chico também foi demonstrado pelo fato de Chico ter ganhado, ainda no primário, em 1922 (centenário da Independência), um prêmio de menção honrosa no concurso de literatura promovido pela Secretaria de Educação de Minas. Ele disputou contra milhares de estudantes. Chico concluiu o primário no ano seguinte, após ter repetido a quarta série por problemas de saúde. (Vide As Vidas de Chico Xavier por Marcel Souto Maior). 

A autora Magali Oliveira Fernandes conseguiu recuperar, em 1997, um dos cadernos o qual felizmente não teve o mesmo destino dos demais: as chamas. Esse caderno foi reproduzido tanto quanto possível no livro Chico Xavier: um herói brasileiro no universo da edição popular. Nesse caderno Chico acoplou poemas, aforismos, reportagens, artigos e muitas imagens curiosas, extraídos de impressos originários tanto de periódicos literários requintados, como de muitos jornais e folhetos bem mais simples, sem tantos recursos gráficos e editoriais. Magali informa na página 151 que entre jornalistas, poetas e escritores (nacionais e estrangeiros), Chico reuniu nesse caderno cerca de 200 nomes! Entre as mulheres, podemos citar – dentre muitas outras – a romancista francesa Madame de Staël; a poetisa portuguesa Virgínia Victorino; as brasileiras Cecília Meireles, Gilka Machado, Auta de Souza, Rosalina Coelho Lisboa, Anna Amélia Carneiro de Mendonça, Carmen Cinira e Maria Eugênia Celso. Entre os homens, sobressaíam Olavo Bilac e Raul de Leoni, mas encontrava-se também Shakespeare, Jung, páginas textos de um poeta persa do século XII chamado Mioutchehz, Edgar Allan Poe, trechos de Cervantes, Balzac, versos de Victor Hugo, Catullo Cearense, João de Deus, Álvares de Azevedo, Eça de Queirós, Afonso de Carvalho, Paulo Gama, Vasmir Filho, Gastão Ribas, Higyno Braga, Luiz Delfino, Menotti Del Picchia e vários outros. 

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Duas páginas do caderno de Chico Xavier, em uma delas vê-se um poema de Edgar Allan Poe.

Mais que isso, o caderno revela um profundo interesse de Chico pela vida dos autores, chegando ao ponto de encontramos a reprodução das assinaturas de Camillo Castello Branco e Olavo Bilac! Esse interesse em conhecer as assinaturas, em se tratando de alguém que seria mais tarde considerado “o maior médium do Brasil”, é no mínimo suspeito. 

Chico Xavier nasceu em 1910, mas neste caderno – datado de 1924, e usado inicialmente para fazer contas e anotar as vendas do bar em que trabalhava à época – encontram-se matérias de 1904, 1909, 1912, 1914, 1920, 1925… isso comprova que Chico tinha acesso a fontes tanto antigas quanto novas, e também que ele sabia muito mais do que aparentava. A forma como ele adquiria tais publicações é desconhecida, mas Magali faz uma sugestão: 

Talvez, além de presentear amigos, Chico mostrasse sua coleção de recortes aos colegas, a clientes e visitantes do bar. De vez em quando, até podia ganhar alguma publicação de alguém que se sentisse tocado com aquele interesse do rapaz por literatura e arte, mas o fundamental disso tudo, mesmo sem saber realmente como ocorriam suas aquisições, era pensar a sua atitude de insistir em se manter familiarizado com todas aquelas referências.  

Sabe-se, como já dito, que Chico tinha outros cadernos. Em nenhum momento, no caderno recuperado, foram encontradas quaisquer referências às histórias dos santos da Igreja, e essa parte de sua coleção pode ter estado num dos cadernos queimados.  

Podemos concluir que Chico Xavier tinha um repertório poético, literário, bem superior à sua formação escolar, e que ele tinha todas as condições de reproduzir por meios naturais os estilos dos autores mortos retratados em Parnaso.

20 respostas a “O Caderno de Chico Xavier”

  1. moizes montalvao Diz:

    O texto corrobora o que vimos defendendo: que Chico Xavier era um autodidata. E isso se deduz da própria obra do autor. Tal qual fez com Humberto de Campos ? personagem cujo estilo Chico simulou com mestria, embora tenha dado um enfoque espiritista aos escritos, coisa que nunca fora inclinação do verdadeiro Humberto ? o médium pode representar as idiossincrassias de vários outros autores com admirável semelhança.

    A descoberta do caderno constitui evidência documental daquilo que se depreende dos escritos do médium. Este artigo vem preencher importante lacuna na pesquisa sobre a pessoa de Chico Xavier e sua alegada mediunidade. Parabéns.

  2. Darcio Diz:

    Meus caros amigos céticos. Ainda que para o bem da veracidade total das comunicações, os Espíritos tomassem um total ignorante que mal conseguisse segurar o lápis, devemos levar em consideração que eles escolhem pessoas (as quais já encarnam com esta missão), que tenham alguma erudição, que conheçam um pouco de literatura, que tenham facilidade de se expressar e dominar a língua falada, afinal, antes de um psicógrafo mecânico, como é o caso de Chico Xavier, o médium tem de ser um interlocutor, que estará no “meio” entre uma ponta e outra. E este interlocutor precisa ser alguém que saiba o que falar e escrever, quando for indagado e tenha de falar em nome do Espiritismo por si mesmo, sem a ajuda dos Espíritos, embora sempre haja uma quota de inspiração nos momentos mais importantes. Vocês não levam em conta também que o médium é um Espírito em evolução e que, portanto, não é um mero robô e que assim, tem de participar do processo, mesmo que em pequeno grau, mas sempre participa. Vocês acham que os Espíritos vieram comunicar-se para os cegos e surdos? Que vieram falar aos “sábios”? Não, eles vieram falar aos que tem “ouvidos para ouvir” e “olhos para ver”. Não querem comprovar definitivamente sua existência, pois que isto tolheria nossa vontade em estudar e pesquisar, como aqui estamos fazendo. Tolheria a evolução de nosso raciocínio, tolheria o nosso ímpeto em perscrutar sempre o que parece insondável. E, ainda que se mostrassem de vez, ainda assim os céticos não acreditariam, imaginariam se um truque ou uma alucinação. Provas cabais, meus caros, ainda não as terão os céticos, nem após a morte, pois que, ainda desencarnados, não acreditarão em tal fato e buscarão outra explicação mirabolante, a aceitar a realidade que está diante dos olhos. Voltando à Terra pela reencarnação, continuarão céticos, pois Deus não viola o livre-pensar de ninguém. Isto é, os Espíritos (nem Deus) estão preocupados em convencer os céticos, mas sim falar àqueles que já estão preparados para “ver” e “ouvir”. Felizes os que não viram e acreditaram, já disse Jesus. Correta afirmação. E estes que acreditam sem ver, já são Espíritos que, um dia céticos, já se convenceram e esta convicção trazem como idéias inatas, desde outras encarnações. Isto quer dizer que os céticos ainda acreditarão, porém, não será um processo externo, de dentro para fora, mas, interno, de fora para dentro. Há que se ter vontade em crer, para só então sentir e entender, mesmo sem ver; não basta querer ser convencido.

  3. Darcio Diz:

    Correção.

    Onde se lê: “não será um processo externo, de dentro para fora, mas, interno, de fora para dentro”,

    Leia-se: “não será um processo externo, de fora para dentro, mas, interno, de dentro para fora”.

  4. Darcio Diz:

    Assim, em vez de buscar provas de que Chico Xavier é uma fraude, mesmo que inconsciente, antes aos céticos caberia a oportunidade de ao menos aproveitar os escritos para se tornarem pessoas melhores. Mas isto, com certeza, todos já devem estar fazendo, com o quê devemos ficar satisfeitos.

  5. Gilberto Diz:

    É a mesma ladainha: “Não sabes a verdade? Não importa, quando morreres se converterá ao Espiritismo. Após morreres e repousares em decúbito dorsal saberá a verdade”. Por que a “verdade” só é revelada a esses poucos 2,3 milhões de espíritas brasileiros que acham que sabem REALMENTE o que Jesus disse, e não os outros ignorantes 2 bilhões de cristãos? Por que os cerca de também 2 bilhões de espiritualistas no mundo, como os hindús e os nativos americanos, por exemplo, não sabem da “verdade” também. Ora, eles também falam com espíritos. Por que os espíritos não contam pra eles o que os espíritos contam pros espíritas brasileiros? Por que temos esse “privilégio”? Se Xavier dizia que Marte era cheio de gente (inclusive sua mãe!) e esses céticos horríveis provaram que era mentira, pra que se importar? Ele dizia coisas lindas sobre o amor!!! Se Kardec dizia que os calcasianos brancos eram superiores aos negros, asiáticos, etc., o que importa? Ele dizia que Cristo revelava a verdade apenas aos espíritas. Se divaldo Franco diz que as fadas e os gnomos são pequeninos porque eles são seres em desenvolvimento, que “crescerão” e se reencarnarão em humanos, pra que se importar? Ele também dizia que temos que amar o próximo. Meu amigo, a questão aqui não é a beleza do que disseram, mas as sandices absurdas e todo o mecanismo que utilizam para “revelar” essas sandices. Psicografia, “receber” santo, canalizar espíritos, etc., são mecanismos farsantes que não passam da mais rasa análise. Mas esses 2,3 milhões de espíritas brasileiros continuam dizendo que possuem todo o privilégio do mundo em ter tais “revelações” exclusivas, enquanto o mundo todo vive na ignorância. Principalmente os céticos, que nem podem dizer “Pelo amor de Deus!” ou “Ai, meu Deus do céu!”, pois podem ser taxados de hipócritas!

  6. Mando Diz:

    Gilberto.. aqui vão alguns artigos científicos/livros que realmente prova a INSANIDADE que é acreditar em espíritos e em todas essas sandices!! Afinal Esses artigos estão todos em uma biblioteca espírita fechada a sete chaves onde só os Espíritas pagantes de dízimo podem entrar.Assim, promovendo apenas aos espíritas a “VERDADE”.

    1- The Scole Experiment
    2-Scientific Materialism Calmly Considered
    3-A Reply to Professor Tyndall’s

    Mais algumas pessoas que são bem mais inteligente que Eu e um mol de pessoas:

    William Fletcher Barret, Sir – Professor de Física do Royal College of Science for Dublin, assistente do professor Tyndall, Membro da Real Sociedade de Londres, fundador da Sociedade for Psychical Reserches. Publicou 3 obras sobre pesquisas psíquicas entre elas “Nos Umbrais do Invisível”.

    Oliver Lodge, Sir – Doutor em Ciências, professor de Física da Universidade de Londres, professor catedrático de Física da Universidade de Liverpool, Reitor da Universidade de Birmingham, membro da Academia Real de Londres, presidente da Associação Britânica de Cientistas e da Sociedade de Física, bem como da Sociedade de Pesquisas Psíquicas. Escreveu 30 obras das quais 14 são de fundo espírita, destacam-se; “Why I Believe in Personal Immortality”, “The Reality of Spiritual World” e “Raymond, or Life and Death”.

    James Hervey Hyslop – Professor de Lógica e Ética da Universidade de Colúmbia, em Nova York. Escreveu 6 obras e entre elas “A Ciência e a Vida Futura”.

    Robert Dale Owen – Estadista, Congressista, membro da Convenção Constitucional da Indiana, Ministro no estrangeiro. Publicou 3 livros podendo ser encontrada a tradução de um deles: “Religião em litígio entre dois mundos”

    Sem esquecer de Ian Stevenson – Professor da Universidade da Virgínia, pesquisador mundialmente conhecido no campo da reencarnação, e autor de “20 Casos Sugestivos de Reencarnação”.

    Bem, se você quiser debater com esses PHd’s … adoraria ler algum artigo seu provando que as pesquisas deles (alguns com mais de 20 anos) é furada.
    Enquanto isso … fico com eles
    =D
    Quanto aos recortes … são só recortes. Mostrem-me alguem que consegue imitar assinaturas (A Psicografia à Luz da Grafoscopia. Revista Semina, Vol. 11, Edição Especial, pgs.59/71, Universidade Estadual de Londrina, setembro/1990). A não ser que pelo super poder de Xico de leitura fria das mãeS abaladas consiga assim enganar peritos, e até produzir cartas para pessoas que ele nem conhecia (com a assinatura do morto, analisada também por peritos) Eu continuo a acreditar neles e em todos esses Loucos PHds. Afinal, pouca ciência afasta o homem de Deus.

  7. Vitor Diz:

    Caro Mando,

    eu escrevi um artigo que revela problemas na pesquisa de Perandréa:

    http://obraspsicografadas.haaan.com/2008/uma-anlise-do-caso-ilda-mascaro-saullo/

    E, acredito que para seu espanto, consegui encontrar alguém capaz de imitar assinaturas: Raphael Schermann.

    Um abraço.

  8. Mando Diz:

    Boa Vitor (dessa eu não sabia)! Li agora seu outro post.
    Agora SE o trabalho do cara está cheio de furos no mínimo você deveria mandar um e-mail para ele (para esclarecimentos).
    Agora furos no Scole Experiment, essa eu gostaria muito de ler.
    Abraços.

  9. Vitor Diz:

    Sobre os experimentos Scole, os próprios pesquisadores reconhecem diversos problemas, que tornaram os resultados ambíguos. Veja que na resposta de David Fontana a algumas críticas publicadas no The Sunday Times, ele mesmo diz:

    http://br.geocities.com/existem_espiritos/verdade_sobre_scole

    Nós não atingimos o protocolo de quatro passos à nossa completa satisfação e fomos incapazes de aplicar totalmente os outros controles que nós solicitamos (a investigação, para a decepção de todos os envolvidos, foi prematuramente concluída como explicado em nosso relatório)

    Outro problema é que não havia médicos para executar revistas nos envolvidos, e por isso os experimentadores queriam usar o protocolo de 4 passos – o que não foi permitido em sua totalidade, como já dito.

    E há mais:

    estávamos cientes no começo da necessidade de fornecer a própria caixa, e assim uma foi especialmente construída. Infelizmente, nenhum resultado foi obtidos com esta caixa, e isto foi claramente uma decepção.

    Assim, não me parece que os experimentos Scole possam ser usados como evidência forte de qualquer fenômeno paranormal.

    Um abraço.

  10. Gilberto Diz:

    Beleza, Mando. Então você conhece muito o trabalho desses PHDs, não é mesmo? NÃO!!! Você apenas “copiou e colou” de um site espírita!!! (Eu chequei na Internet…) Copiar e colar, sem nem ler, é tudo que os espíritas (e meus alunos de Literatura Inglesa) fazem… Os argumentos espíritas são cada vez mais rasos. Graças a pessoas como VOCÊ!! Mas não se avexe. A pessoa que colocou essa lista na Internet também NÃO leu nada. É assim que a banda toca no Espiritismo…

  11. Gilberto Diz:

    Muito interessante. Dei uma nova checada na lista que o Mando “copiou e colou” de um site espírita, e vi que ele “copiou e colou” apenas alguns nomes da Inglaterra. Ele pulou diversos outros países. Vi que na lista tinha Benjamin Franklin, na seção “Estados Unidos”. Na sua biografia, consta que Franklin era Calvinista, mas tornou-se membro bissexto da Igreja Presbiteriana. Alguns historiadores dizem que ele era maçom, mas ninguém diz se ele acreditava em espíritos. Até aí tudo bem, esses sites espíritas publicam coisas sempre sem a menor pesquisa prévia, pois é importante impactar o leitor e passar uma grande credibilidade ao Espiritismo através de grandes nomes e de grandes proezas. Mas interessante que, a partir de 1850 (ano do surgimento do espiritismo!!), Franklin se tornou o principal espírito “canalizado” e “psicografado” nos Estados Unidos. A esse espírito, que surgia em quase todas as seances da época, creditou-se a invenção do telégrafo (Marconi roubou do espírito dele todo o crédito), a do Moto-Perpétuo (que nunca funcionou), a da máquina de costura (que tiraria da mulher o sacerdócio do corte-costura), a da persiana interna (na época só existiam persianas externas), entre outras. Em vida, Franklin inventou o lápis com grafite, e depois de morto ele “revelou” que essa invenção foi feita pra facilitar a vida dos psicógrafos (Chico Xavier agradece, mas ele gostava mesmo da caneta esferográfica, que não precisava parar pra fazer ponta). Até as irmãs Fox, “criadoras” do espiritualismo moderno, cansavam de se comunicar com Franklin (O único problema é que elas escreviam um Inglês pior do que o do Chico Xavier, e muitos frequentadores das seances das irmãs Fox reclamavam dos erros gramaticais do “espírito” de Franklin, que em vida era um escritor brilhante). O médium mais conhecido em canalizar Franklin foi um tal de John Murray Spear, que revelou ao mundo muitas das incríveis invenções pós-mortem de Franklin. Mas a maior revelação foi a da vinda do novo messias, que seria meio-homem, meio-máquina, nascido de uma Maria humana, advinda do Espiritualismo, que surgia em todo o mundo de então. Quanto ao “bem feito por amor ao próximo” apregoado pelos espíritas como a razão de ser da doutrina, que a testifica e a dá credibilidade, o espírito de Franklin organizou no além e aqui na terra associações de ajuda aos imigrantes chineses, associações de luta pelo sufrágio feminino e dos negros e reuniu um grupo de padeiros caridosos para fornecer pão aos pobres da Nova Inglaterra. Outro médium americano, Andrew Jackson Davis, conseguiu que o espírito de Franklin revelasse ao mundo o porquê de tantas canalizações e psicografias após 1840, e nunca antes disso. O espírito de Franklin revelou que havia inventado no além, o “telégrafo psíquico”, que foi o instrumento que facilitou a comunicação com os mortos. “Tá explicado”, para se usar uma expressão usadíssima pelos espíritas brasileiros!!

  12. Mando Diz:

    Nao entendi essa … a questão não é se eu li ou não .. e sim se existe ou não pesquisa nessa área.
    Mas já que você perguntou … Li sim as pesquisas de Ian Stevenson e a praticamente tudo o que eu encontrei do Scole Experiment (esperando o livro agora), que teve até senior scientists da Nasa e professores de várias universidades (por isso eu acho que vale algum crédito). Quanto aos outros ..só quiz enumerar alguns cientistias que juntos com Ian e eu pactuam com a mesma sandice.

    E do seu comentário fale apenas do que sabe…
    “O espiritismo é uma religião letrada” (Lísias Nogueira Negrão). Pena dos seus alunos =/

    http://www.healthsystem.virginia.edu/internet/personalitystudies/publications.cfm#Reincar-articles

    Abraços.

  13. Gilberto Diz:

    Se leu as pesquisas de Ian stevenson, não podes NUNCA concordar com ele, por ser você espírita Kardecista, pois Stevenson abominava “médiums”, já que achava que a comunicação com os mortos através de canalizações e psicografias uma FRAUDE. Quanto a dita “terapia de vidas passadas”, ele, por ser psicólogo e saber como funciona a mente humana, achava que a hipnose e a sugestão fortemente presente em tais sessões desabonavam completamente a técnica. Mas os epíritas são engraçados, se alguém diz que acredita em alguma faceta que eles acreditam, esse cara é um gênio, mas esqueçamos as coisas que esse cara diz que possam ser “dúbias” à nossa crença, como no caso de Stevenson. “Viu, ele levantou evidências sobre a reencarnação, mas vamos esquecer que ele refutava TUDO que o Espiritismo prega”. Outros exemplos: Kardec dizia que os espíritos “superiores” revelavam que os calcasianos eram superiores ao atrasados negros e orientais, além de dizer que havia vida em Marte e na Lua, mas vamos “esquecer” essa parte, pois não interessa… Xavier dizia que havia vida em Marte, e que os discos voadores na verdade eram meios de transporte usados em “Nosso Lar” que eram ocasionalmente vistos da terra, mas vamos “pular” essa parte ridícula. Divaldo Franco defende ardorosamente a existência de “fadas e gnomos” nas florestas, mas vamos “fazer de conta” que ele não diz essas coisas. E por aí vai… Stevenson foi um grande pesquisador, sim, mas só conseguiu dinheiro para suas pesquisas pela própria família (que criou a Teosofia, é mole?) e NUNCA teve “evidências expressivas” da reencarnação, conforme suas próprias palavras. Ele coletou, sim, evidências, e isso é muito bom, pois acredito que esse é um campo que deve ser estudado. Acredito que deve haver alguma coisa aí. Mesmo o Sr. Vitor Moura já expressou que acredita na sobrevida do espírito, e sempre o acusam de “cético”. Eu não tenho certeza de nada, mas acho que é importante que ajam pesquisas sérias sobre o assunto. A pesquisa de Stevenson é um exemplo. Ele não acreditava nas “baboseiras” espiritualóides, mas dedicou sua vida a pesquisas científicas. Os seus detratores diziam que o grande problema de seus relatos é que eram sempre de lugares distantes (Ceilão, Índia, Paquistão, etc.), e nunca nos Estados Unidos ou Europa. Ele se defendia dizendo que a vida após a morte funciona assim: se você acredita que vai reencarnar, você reencarna. Se você acredita que a vida acaba aqui, a vida acaba aqui. Portanto, a reencarnação era mais comum em países onde a reencarnação era culturalmente aceita. Ou seja, longe dos Estados Unidos e Europa, de maioria cristã. Quanto ao Espiritismo “ser uma religião letrada”, bom, me mostre, então, uma religião “analfabeta”, e eu lhe mostrarei uma religião em nada inferior às outras.

  14. Vitor Diz:

    Caro Gilberto,

    Stevenson não abominava médiuns. Pelo contrário, ele os pesquisava, e chegou mesmo a publicar casos sugestivos de sobrevivência:

    01- A Communicator Unknow to Mediuns and Sitters Journal of the American Society for Psychical Research, 1970, 64, pp. 53-65 Stevenson, I.

    02-A Communicator of the “Drop-in” Type in France: the Case of Robert Marie Journal of the American Society for Psychical Research, 1973, 67, pp. 47-76 Stevenson, I.

    03-An experiment with the Icelandic medium Hafsteinn Björnsson (1974) J.A.S.P.R., 68, 192-202. Erlendur Haraldsson, Ian Stevenson
    Disponível em http://www.4shared.com/file/35403803/937347cb/hafstexp_traduzido.html

    04- A communicator of the “drop in” type in Iceland: The case of Runolfur Runolfsson (January 1975) Journal A.S.P.R, Vol. 69, pp. 33-59 Erlendur Haraldsson, Ian Stevenson
    Disponível em http://geocities.yahoo.com.br/existem_espiritos/o_caso_runki.html

    05-A communicator of the “drop in” type in Iceland: The case of Gudni Magnusson. J.A.S.P.R., Vol. 69, July 1975, pp. 245-261 Erlendur Haraldsson, Ian Stevenson
    Disponível em http://br.geocities.com/existem_espiritos/gudni

    Não sei de onde você extraiu tal informação, mas ela está errada. Stevenson também chegou a apresentar casos sugestivos de de reencarnação nos EUA e Europa.

    Um abraço.

  15. Codename V. Diz:

    Mais um tiro de morte no “espiritismo caboclo”. Obrigado por sempre manter-se firme em suas pesquisas, Victor. É graças a elas que vamos percebendo que certas imagens criadas no movimento espírita nada mais são do que místicas e idealizadas. Em razão disso, por favor, continue fazendo suas pesquisas e apresentando as possibilidades. Reconheço que isso mexe nos brios de muita gente, mas é a coisa certa a ser feita. Cedo ou tarde, por conta das dúvidas internas, elas vão acabar pensando, pensando e pensando e vão chegar a alguma conclusão. Até.

  16. Gilberto Diz:

    Vitor, eu me expressei mal. Ian não “abominava” médiums, ele apenas não os estudava ou os ouvia. As centenas de médiums que surgiam e surgem o tempo todo no mundo não chamavam a atenção dele, apesar de todos possuirem “provas cabais” da reincarnação. Isso não o impressionava e nem aguçava a sua curiosidade. Ele queria algo mais palpável, mais científico. A excessão foi apenas em médiums de vilas indígenas na Islândia (como nos artigos mencionados por você), no Canadá, e em outros poucos lugares. Os médiums espíritas, canalizadores espiritualistas e outros, não interessavam a Stevenson. Ele inclusive esteve no Brasil e não se interessou em estudar nenhum dos inúmeros médiums que dizem saber de tudo sobre a reencarnação. Quanto aos casos na América e na Europa, ele mesmo dizia que eles existiam, mas eram difíceis de identificar.

  17. ARIMAR JOSÉ CINTRA Diz:

    NÃO TEM O QUE COMENTAR
    É SIMPLESMENTE MARAVILHOSO
    QUE A LUZ DE TEU ESPIRITO
    POSSA CONTINUAR ILUMINANDO
    OS NECESSITADOS

  18. Obras psicografadas » Blog Archive » Resposta a Richard Simonetti e Alamar Régis Diz:

    […] mesmo antes de começar a psicografar. Há cartas que revelam que Chico era um leitor voraz, e um caderno que lhe pertencia foi descoberto recentemente, reunindo textos recortados de centenas de poetas, […]

  19. modigliane Diz:

    E nós humanos ainda achamos que sabemos de alguma coisa… tanta discussão e acusação, mas na verdade somos todos tolos, não sabemos ainda de onde viemos, pra onde vamos e muito menos a nossa verdadeira missão aqui.
    Passamos por esta vida, e talvez quem sabe, por outras, sem apredner nada, sem aprender a ouvir e a ajudar o próximo.
    Talvez Chico seja somente uma lenda, mas o que ele pregava vale para toda eternidade, amor e respeito entre os seres, e isto já batsa, por si… não precisa ser verdade ou mentira, se nos respetássemos, o mundo seria outro e talvez nós já teríamos evoluido.

  20. Obras psicografadas » Blog Archive » Chico Xavier e Augusto dos Anjos: O Plágio Diz:

    […] plagiou a si mesmo, sabe-se lá por quais motivos… e hoje sabemos que Chico tinha um caderno em que ele colava versos de dezenas de poetas. […]

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