OS NOMES DAS PERSONAGENS DO LIVRO HÁ DOIS MIL ANOS – PARTE 2

Continuação das pesquisas de José Carlos Ferreira Fernandes sobre os nomes presentes no livro Há Doils Mil Anoa, de Chico Xavier.

Com relação às regras elencadas para a, e às características assumidas pela, onomástica romana ao longo do texto “Quid Est in Nomine Romano?”, e em defesa da onomástica presente no livro “Há Dois Mil Anos”, sempre pode ser alegado o “princípio da exceção”: os nomes apresentados na obra ou são os nomes pelos quais as pessoas eram conhecidas no trato do dia-a-dia, ou então constituir-se-íam em exceções à onomástica “oficial” e “formal”.

Tal tipo de alegação, com efeito, explica qualquer coisa – e, portanto, acaba não explicando nada.  Pode-se admitir uma ou outra exceção, uma ou outra dificuldade; o que não se pode admitir é um mundo cuja onomástica somente se guie pela exceção ao que é evidenciado pela pesquisa histórica.  Mais ainda, não se pode admitir um mundo onde as pessoas fossem “conhecidas na intimidade” por designações, ou fragmentos de designações, que ferissem frontalmente, a cada instante, aquelas mesmas evidências históricas.  Enfatiza-se mais uma vez o fato de que a onomástica apresentada na obra “Há Dois Mil Anos” somente pode ser justificada se se apelar, a cada instante, para “exceções à regra” ou para hipóteses mirabolantes, não confirmadas literária, arqueológica ou epigraficamente, e presentes apenas na própria obra.

Com efeito, para justificar a onomástica “emanuelina” com um mínimo de plausibilidade, dever-se-ia procurar fora de “Há Dois Mil Anos” exemplos reiterados e inequívocos de que o “modus emmanuelinus”, por assim dizer, de conceber a antroponímia romana existia, era razoavelmente comum e usualmente operante no período Júlio-Cláudio.  Quanto a isso, contudo, não se pôde obter nenhuma confirmação independente que a confirmasse.

Algumas considerações onomásticas adicionais, especialmente (mas não exclusivamente) relacionadas com os testemunhos epigráficos, serão a seguir discutidas.

Viabilidade Individual “versus” Viabilidade do Conjunto:

Deve-se fazer inicialmente uma distinção importantíssima entre a “viabilidade individual” de um pretenso “nome romano” e a sua viabilidade no conjunto de suas relações familiares diretas – caso tais relações sejam conhecidas.  Ora, nunca se disse, ao longo do ensaio “Quid Est in Nomine Romano?”, que um determinado nome apresentado no romance “Há Dois Mil Anos” fosse, em si, inviável – as exceções são “Flávia Lentúlia” e “Emiliano Lúcios”, que são individualmente aberrações em si mesmas; as razões estão sobejamente explicadas para que tenham que ser aqui novamente apresentadas.

Fora isso, nenhuma alegação de “inviabilidade individual” foi efetuada; ao contrário, todos os nomes foram supostos como sendo efetivamente “nomes romanos” e, a partir dessa suposição, procederam-se às análises dos conjuntos.  Tome-se como exemplo a família de “Flamínio Severo”: o nome “Flamínio Severo” (gentílico + cognome) é, em si, perfeitamente “viável” como uma forma “abreviada” de um nome romano masculino (falta-lhe o prenome, mas, como dito no próprio ensaio, um romano podia ser conhecido apenas pelo conjunto formado por seu gentílico e seu cognome, como, p.ex., “Júlio César”); o mesmo se diga de “Calpúrnia” (em si viável como nome de mulher – de uma mulher que, portando o gentílico “Calpúrnia”, pertencia, por nascimento, a uma gens Calpúrnia), de “Plínio Severo” (gentílico + cognome, faltando, mais uma vez, o prenome) e mesmo, com alguma boa vontade, de “Agripa Severo” (prenome + cognome, faltando o gentílico – com a observação de que Agripa, como prenome, estava em desuso muito antes da época de Augusto e dos Júlio-Cláudios, mas vá lá, exceções existem; se houve um “Africano Fábio Máximo”, podia muito bem haver alguém ostentando “Agripa” como prenome, embora na época o usual fosse “Agripa” ser usado como cognome – p.ex., em Marco Vipsânio Agripa, o grande general e auxiliar de Augusto).

Desse modo, individualmente, os nomes, por assim dizer, se sustentam; não é sua existência individual que os faz implausíveis.  Quando, contudo, esses nomes todos se juntam numa única família, para formarem (no caso dos “Severos”) pai, mãe e dois filhos, o conjunto em si passa a apresentar-se como inviável: um Flamínio casado com uma Calpúrnia que tem um filho ostentando o gentílico de Plínio; e mais ainda, o cognome “Severo” considerado como um nome de família, “herdado” pelos dois filhos – justamente um cognome presente em várias gentes de várias épocas e lugares na civilização romana…

Portanto, alegar que os nomes “romanos” (ou a vasta maioria deles) são individualmente viáveis não prova absolutamente nada; tendo em vista a grande gama de pares de gentílicos masculinos e femininos (Júlio/Júlia, Cláudio/Cláudia, Domício/Domícia, Calpúrnio/Calpúrnia, etc.), que, dentro do “padrão” do autor do romance, inevitavelmente seriam utilizados como “primeiros nomes”, a chance de se conseguir uma combinação individual plausível, do tipo “Gentílico” + “Cognome”, era muito alta.  O que foi dito anteriormente é aqui repetido e reiterado: os nomes apresentados são inviáveis nos conjuntos familiares apresentados, sendo que alguns deles (“Flávia Lentúlia” e “Emiliano Lúcios”) são mesmo inviáveis em si.

Gentílicos como “Primeiros Nomes”:

Pode-se também alegar que há testemunhos epigráficos de nomes romanos que se iniciam por gentílicos; ergo, que gentílicos podiam ser utilizados como primeiros nomes, ou prenomes, como os utiliza rotineiramente o autor de “Há Dois Mil Anos”.  Ora, em primeiro lugar, gentílicos iriam sempre constar como “primeiros nomes”, por assim dizer (no sentido de serem os primeiros a constar da titulatura) para as mulheres, já que as mulheres não possuíam prenomes; em segundo lugar, o fato de homens não ostentarem, em algumas inscrições, prenomes, não significa que não os tivessem, ou que utilizassem os gentílicos como prenomes: a inscrição pode estar incompleta, ou o nome pode estar gravado numa forma abreviada.  Tome-se, quanto a isso, um exemplo moderno perfeitamente ilustrativo, o do grande escritor brasileiro Joaquim Maria Machado de Assis (1839 – 1908).  Seu “primeiro nome” (composto) era “Joaquim Maria”; seu “nome de família” era “Machado de Assis” (herdando “Machado” de sua mãe, née Maria Leopoldina Machado, e “Assis” de seu pai, Francisco José de Assis).  A pessoa em questão é quase universalmente conhecida simplesmente como “Machado de Assis” (quantos de seus leitores sabem que ele era também “Joaquim Maria”?), mas o fato de ser assim conhecido, e de ter o nome gravado desse modo em monumentos e placas comemorativas, não faz de “Machado” o seu “primeiro nome”, e nem um “primeiro nome” em geral.  Dessarte, inscrições nas quais falte o prenome não “provam” que um gentílico pudesse ser utilizado como prenome, tanto mais que, mesmo quando há a ausência de prenomes, o vínculo de relações pai-filhos atestado nas inscrições se faz pelo gentílico (o que não poderia ocorrer se o gentílico fosse um mero “primeiro nome”, no sentido moderno da expressão).

Isso, é claro, sem contar que, ao se analisar uma determinada inscrição, ou mesmo um conjunto de inscrições, devem ser levados em consideração aspectos de época, localização geográfica e classe social:

Época:

O sistema clássico de “tria nomina” passou por modificações a partir dos finais da República, conforme já informado com algum detalhe no ensaio “Quid Est in Nomine Romano?”.  Assim, é importante a fixação de um intervalo de tempo para as pesquisas; inscrições a partir dos finais do séc. II dC, e principalmente a partir dos meados do séc. III dC, devem ser manuseadas com cuidado, pois já apresentam bem desenvolvidas tendências que apenas se esboçavam sob Augusto e os Júlio-Cláudios (polinomia, e mesmo ausência cada vez mais marcada dos prenomes, a partir da Constituição Antoniniana).  Isso, é claro, sem falar das inscrições não datadas, ou não datáveis.

Localização Geográfica:

As principais personagens romanas do romance são da cidade de Roma ou cercanias; portanto, manda a prudência que se procure, tanto quanto possível, abrir o leque mais amplamente nos testemunhos obtidos nessa área.

Classe Social:

Além da época e do lugar, deve-se ter em mente a classe social: Públio Lêntulo e as principais personagens romanas do romance são romanos da aristocracia; portanto, dever-se-iam buscar dados preferencialmente da aristocracia, no máximo dentro do conjunto dos cidadãos romanos reconhecíveis como tais.  Libertos, escravos e peregrinos (e até mesmo os cidadãos mais humildes) poderiam ter as suas próprias idiossincrasias e, mais importante, nem sempre tinham um domínio suficientemente apurado da escrita e da gramática para não cometerem erros, ou mesmo deformações grosseiras, em seus testemunhos epigráficos.  Um exemplo moderno, quase uma “reductio ad absurdum”, poderá ilustrar melhor: há atualmente, no seio de algumas classes sociais, nomes estranhos, como “Máicou” ou “Dhayanne”, mas isso não significa que tais formas sejam, no geral, comuns, ou mesmo aceitáveis, na classe média alta das grandes cidades.

Gentílicos como Balizadores das Famílias:

Complementando o item anterior, no atual “estado da arte” da onomástica romana os gentílicos são considerados como os balizadores das sucessões familiares, ao menos na República e no Alto Império.  Os trabalhos especializados, quando, em seus índices, elencam os cidadãos romanos constantes nas obras, os elencam em ordem alfabética dos gentílicos, não dos prenomes ou cognomes (a menos que o gentílico seja desconhecido; quando se trata de alguém por demais conhecido por um cognome, ou por um prenome, utilizam-se entradas adicionais).

Assim procede, p.ex., SHERK, Robert K., Translated Documents of Greece and Rome, vol 6 – The Roman Empire: Augustus to Hadrian, Cambridge University Press, 1988; também assim procede SYME, Ronald, The Augustan Aristocracy, Clarendon Press, Oxford, 1989 (paperback); e também é esse o procedimento de SETTIPANI, Christian, Continuité Gentilice et Continuité Familiale dans les Familles Sénatoriales Romaines à l’époque impériale – Mythe et Réalité, Unity for Prosopographical Research, Linacre College, Oxford, 2000.

Tria nomina:

Deve-se adicionalmente deixar bem claro que o sistema de “tria nomina” não é uma alegação, é uma constatação bem estabelecida, fazendo parte do “estado da arte” do estudo da onomástica romana.

Assim SHERK, op. cit., Appendix I, “Roman Names” (pág. 268): “A Roman citizen’s official name had five parts, arranged in a particular order: praenomen, nomen, filiation, tribe and cognomen. (…) This praenomen, regularly abbreviated in official documents, was followed by the nomen (…) the nomen is thus the single most important part of a Roman citizen’s name, a link to his origins.  After the nomen comes the filiation (…) Since every Roman citizen had to belong to a tribe, the tribal affiliation regularly became part of his official name and stood at this point in it.  It was followed by the fifth and last part of his name, the cognomen (…)”

Assim SETTIPANI, op. cit., “Onomastique”, págs. 13-14: “Le système onomastique des Romains, régi par la coutume, a évolué avec les temps mais a toujours gardé une function généalogique marquée.  Sous la République, ce système est constitué: 1) du prénom (praenomen), qui marque individuellement le personnage (…) 2) du gentilice (nomen gentilicium), nom dérivé au VIIe. siècle du patronyme, qui indique la famille agnatique ‘sociale’ du personnage (…) 3) éventuellement, du surnom (cognomen), dont l’usage se généralise, dans les documents officiels du moins, à la fin de la République (…) Après le gentilice, et avant le cognomen, se trouvent normalement: 1) la filiation (…) 2) la tribu (…).”

Assim também HORNBLOWER, S. & SPAWFORTH, A., Editors, The Oxford Classical Dictionary, 3rd. Edition, Oxford University Press, 1996, verbete “Roman Personal Names”, pág. 1.024: “In the classical period, the Romans shared with other peoples of Italy, including the Etruscans, a system of personal nomenclature in which the central element was a hereditary family name.  The official designation of a freeborn male Roman citizen embraced five components.  Thus M. Tullius M. f. Cor. Cicero consists of the praenomen, M(arcus); the nomen or gentilicium, the family-name, Tullius; the indication of the father’s name, M(arci) f(ilius); the indication of the Roman voting tribe to which the citizen belonged, Cor(nelia tribu); and the cognomen, Cicero (optional in the republican age).  The tria nomina or ‘three names’ were thus: praenomen, nomen and cognomen.”

Se se alega que a onomástica romana seguia regras diferentes, ou então era fluida o suficiente para que o tria nomina não devesse ser considerado uma regra (podendo-se-lhe acomodar o “padrão onomástico” constante em “Há Dois Mil Anos”), deve-se então consubstanciar tal alegação com suficiente evidência das fontes primárias, principalmente epigráficas, e principalmente referentes aos séculos I e II dC.  Deve-se também deixar claro a todos que tal alegação vai contra o estado da arte atual dos estudos onomásticos romanos, e dos especialistas nesses assuntos.

Retificação acerca de “Sulpício Tarqüínio”:

No corpo do ensaio “Quid Est in Nomine Romano?” foram tecidos alguns comentários acerca do “polinômio” Sulpício Tarqüínio.  Um desses comentários aludia ao fato de que o gentílico “Tarqüínio” não havia sido mais atestado nos meios romanos desde a expulsão do último dos reis, Tarqüínio, o Soberbo (data tradicional, 509 aC).  Não obstante, o pesquisador Paulo Dias, em comunicação datada de 6 de fevereiro de 2005, a partir de dados coletados da epigrafia bracarense (da localidade romana de Bracara Augusta, a atual Braga, no norte de Portugal), notou haver a citação de um “Tarqüínio, filho de Caturônio”, um peregrino (ou assim considerado), numa inscrição datável dos séculos I a III dC.  A origem de tal informação teria sido o portal http://www.geira.pt/arqueo/bracara/onomastica.html, “Onomástica e Sociedade”.

O pesquisador Paulo Dias mantém um grupo de discussão espírita, http://br.groups.yahoo.com/group/pgdelanne/, bem como um portal também dedicado à pesquisa da psicografica “Há Dois Mil Anos”, http://geocities.yahoo.com.br/cepak2001br/. 

Não se pôde obter, na ocasião, a inscrição completa, mas pesquisas posteriores levadas a cabo pelo autor deste trabalho puderam disponibiliza-la por inteiro (trata-se da inscrição CIL II, 02430 = HEp-04, 01012 = HEp-04, 1013), com o seguinte texto:

TARQVINVS.CATVRONI.F.XI.AN. H.S.E

A qual, expandida, é: Tarquinus Caturoni f(ilius) XI an(norum) h(ic) s(itus) e(st), cuja tradução é: “Tarqüino, filho de Caturão (ou Caturônio), que viveu 11 anos, está aqui sepultado”.  Portanto, não se trata do gentílico Tarqüínio, mas sim do cognome Tarqüino.  Essa inscrição específica, assim, não pode ser utilizada para evidenciar o uso do gentílico “Tarqüínio” na época imperial romana; além disso, a incerteza acerca de sua datação (entre os séculos I e III dC, ou seja, de qualquer data entre 1 e 300 dC!) a torna suspeita para provar o que quer que seja acerca dos hábitos onomásticos da época dos Júlio-Cláudios.

Contudo, pesquisas mais detalhadas puderam obter a confirmação do uso do gentílico “Tarqüínio” no final do período republicano e na época imperial.  Os casos atestados foram:

          Lúcio Tarqüínio, um dos conspiradores catilinários (Salústio, A Conspiração de Catilina, cap. 48);

          Tarqüínia, uma liberta (CIL V, 03320, de Verona);

          Marco Tarqüínio (CIL V, 07852 = D 01854 = AE 1998, 00516, da região dos Alpes Marítimos);

          Quinto Tarqüínio Apuleio (CIL VI, 01057 [p 3071, 3777, 4320, 4340] = CIL VI, 01058 = CIL VI, 31234 = D 02157 = AE 1977, 00154, de Roma);

          Lúcio Tarqüínio Amianto, liberto de Lúcio, e sua esposa Tarqüínia Pederótis, também liberta de Lúcio (CIL VI, 04657, Roma);

          Tarqüínia (CIL VIII, 06642 = ILAlg-02-03, 10059, de el-Ziad, na Argélia);

          Tarqüínia Tértula (CIL VIII, 06643 = ILAlg-02-03, 10290, de Castellum Elephantum, na Numídia, atual Rouffach, na Argélia);

          Tarqüínia (ILAlg-02-03, 10291, de Castellum Elephantum, na Numídia, atual Rouffach, na Argélia);

          Tarqüínia Ingênua, filha de Públio (CIL VIII, 07803 = ILAlg-02-01, 01791, de Cirta, na Numídia, atual Constantine, na Argélia);

          Públio Tarqüínio Filodéspoto (ILAlg-02-01, 01790, de Cirta, na Numídia, atual Constantine, na Argélia);

          Lúcio Tarqüínio Januário (CIL IX, 01546, de Benevento, na Itália);

          Tarqüínia Modesta (CIL IX, 01983 [p 671, 695, 696] = CLE 01303, de Benevento, na Itália);

          Gaio Tarqüínio Polião (CIL IX, 05331, de Cupra Marítima, no Piceno, atual Cività di Marano);

          Tarqüínio Valente (CIL X, 03562, de Miseno, na Itália);

          Públio Tarqüínio Salutar (CIL X, 04410, de Cápua, na Itália);

          Lúcio Tarqüínio e Tarqüínio Prisco (CIL X, 06396, de Terracina, na Itália);

          Tito Tarqüínio Juvenal (CIL XI, 00099, de Ravena, na Itália);

          Tarqüínia Fa(u)stina (CIL XIII, 00867, de Burdígala, na Aquitânia, atual Bordéus, na França);

          Lúcio Tarqüínio Primo (CIL XIII, 01200 = EAOR-05, 00061, de Avárico dos Biturígios, na Aquitânia, atual Bourges, na França).

Desse modo, embora mantendo as demais restrições à personagem (polinomia presente, na época, numa pessoa de classe mais baixa; cargo de comandante de legionários pretorianos na Judéia do tempo de Tibério), deve ser retificado que o gentílico “Tarqüínio” era de uso possível para a época.

Um Banco de Dados para um Epigraphical Game, Ludus Epigraphicus:

Querendo-se, contudo, estudar os nomes romanos numa situação real, apresenta-se a seguir, à guisa de contribuição, o conjunto de todas as inscrições de Olissipona, Felicidade Júlia (Olisipo Felicitas Iulia – a Lisboa romana), constantes de VIEIRA DA SILVA, Augusto, Epigrafia de Olisipo (Subsídios para a História da Lisboa Romana), Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa, 1944.  Desde aquela época mais inscrições com certeza devem ter sido descobertas, publicadas e estudadas, mas a amostra de 152 inscrições nele constantes, e a seguir elencadas, já enseja uma boa pesquisa, tanto de nomes (e de suas relações familiares – não uma mera lista de nomes soltos) quanto das condições gerais da vida urbana numa média cidade provincial do Ocidente latino.

Olissipona, Felicidade Júlia, embora não fosse a sede do conventus Scallabitanus da província da Lusitânia, era uma civitas desde a época de Augusto (se não desde Júlio César), e mais, era um municipium de cidadãos romanos (conforme atesta explicitamente Plínio, o Velho, História Natural, livro V, cap. 117), constituindo-se assim num universo de pesquisa razoavelmente próximo das condições do romance do que Brácara.  Convidam-se as pessoas interessadas a ler e a analisar o elenco de inscrições a seguir, e verificar por si mesmas, mesmo não se levando em conta uma série de fatores limitantes (época, classe social, lugar, inscrições não datáveis, etc.), se o conjunto (apesar de uma ou outra dificuldade, ou mesmo exceção) está mais próximo das linhas delineadas em “Quid Est in Nomine Romano?” ou daquelas constantes em “Há Dois Mil Anos”.

 

 

 

Inscrição

Desenvolvimento

 

Tradução

Ano da Desc. ou  Publ.

 

Exist.

 

Observações

1

…ANAE

…CRVM

[Di]anae [Sa]crum

Sagrado à deusa Diana

1940

Sim

Fragmento de memorial ou al­tar, consagrado à deusa Diana

2

MERCVRIO

…HORIALI

SACR

[…] TVLIA

Mercurio [T]horiali sacr(um) […] Tulia

Sagarado ao deus Mercúrio Torial (dedicado por Túlia?)

1940

Sim

Fragmento de memorial ou al­tar, consagrado ao deus Mercú­rio Torial (divindade local sob roupagem romana)

3

Q CAECILIVS

C F MA[.]ER

H […] S[…]

Q(uintus) Caecilius G(aii) f(ilius) Ma[t]er(nus) H(ic) S(epultus) [E]s[t]

Quinto Cecílio Materno (?), filho de Gaio, está sepultado aqui

1940

Sim

Lápide sepulcral; tria nomina e filiação

4

… HIRRIVS

… F GAL MAT

…NVS H S E

[Q](uintus) Hirrius [M](arci) f(ilius) Gal(eria tribu) Mat[er]nus H(ic) S(epultus) Est

Quinto Hírrio Materno, filho de Marco (?), está sepultado aqui

1ª metade séc. XVII; 1940

Sim

Lápide sepulcral; tria nomina,  filiação e tribo

5

… ATIO

ASPRO AN XX

VIIII CALVEN

TIA IVLIANA

MARITO PIIS

SIMO F C

[?] [Lut?]atio Aspro, an(norum) XXVIIII, Calventia Iuliana Marito Piissimo F(aciendum) C(uravit)

Calvência Juliana mandou erigir este memorial a Lutá­cio(?) Áspero, seu marido muito dedicado, falecido aos 29 anos

1898

Sim

Data presumível séc. I dC.  Lápide sepulcrral; mulher com gentílico e cognome, homem com gentílico e cognome, tal­vez com prenome abreviado

6

M IVLIVS M F

GAL PISO H S E

AN III

M(arcus) Iulius M(arci) f(ilius) Gal(eria tribu) Piso H(ic) S(epultus) E(st), An(norum) III

Marco Júlio Pisão, filho de Marco, da tribo Galéria, (falecido) aos 3 anos, de idade, está sepultado aqui

1939

Sim

Lápide sepulcral de criança; tria nomina, filiação e tribo

7

D M

LICINIA M F

MAEL H S E

[.] S F

D(iis) M(anibus) Licinia M(arci) f(ilia) Mael(ia) H(ic) S(epulta) E(st) [D](e) S(uo) F(ecit) …

Aos deuses Manes.  Licínia Mélia, filha de Marco, está aqui sepultada, (e) mandou construir este memorial às suas custas (…)

1939

Sim

Lápide sepulcral.  Mulher os­tentando, talvez, dois gentíli­cos

8

… MATVLLA

H S E

… LIS AVGVSTAL

… L GADILLA

[.]VRAVERVNT

[?] Matula H(ic) S(epulta) E(st) [Aedi?]lis Augustal(is), (et?) [Iu?]l(ia) Gadilla [c]uraverunt

(?) Mátula está aqui sepul­tada; o edil(?) augustal e (Júlia) Gadila mandaram erigir (este memorial)

1939

Sim

Lápide sepulcral.  Mulher os­tentando cognome e quase certamente gentílico; outra os­tentando gentílico e cognome

9

… M F MYRTILV…

H S E

[?] M(arci) f(ilio) Myrtilu[s] H(ic) S(epultus) E(st)

(?) Mirtilo, filho de Marco, está sepultado aqui

1940

Sim

Lápide sepulcral; embora fragmentada, nota-se prova­velmente tria nomina

10

D M

…NAI MARCEL

MATER

D(iis) M(anibus)

[Iu?]n(i)ai (=ae?) Marcel(lae) mater (…)

Aos deuses Manes de (Jú­nia?) Marcela, sua mãe…

1940

Sim

Lápide sepulcral; embora fragmentada, nota-se prova­velmente titulatura padrão para mulher (gentílico e cognome)

11

NEMETI…

FIRMVS AV

V E R  VI LXX

HER [.] S F [.]

… Nemeti[us] Firmus Au[g?]ustalis, V(ir) E(gregius) R(omanus), vi(xit) LXX.  Her(edes) [D?](e) S(uo) F(aciendum) [C?](uraverunt?)

(?) Nemécio Firmo, Augus­tal, ilustre varão romano, viveu 70 anos.  Os herdeiros mandaram erigir (este me­morial) às suas custas

1940

Sim

A presença de traços horizon­tais superiores faz pensar em época posterior ao séc. II; lá­pide sepulcral; presença de nome e cognome; presença de prenome incerta

12

SEX NVMIS

IVS SEX P PHI

LOCALVS

H S E

SEX NVMISI[.]

NIGEPHORV

FANN XVIII

H S E

Sex(tus) Numisius Sex(ti) p(=f)(ilius) Philocalus H(ic) S(epultus) E(st).  Sex(tus) Numisius Nigephoruf(=s) an(norum) XVIII H(ic) S(epultus) E(st)

Sexto Numísio Filócalo, fi­lho de Sexto, está aqui se­pultado.  Sexto Numísio Ni­géforo, falecido aos 18 anos de idade, está aqui sepultado

Séc. XVII

Sim

Lápide sepulcral dupla; dois tria nomina, um explicitamente com filiação.  Na 2ª e na 7ª li­nhas se observam P (=F) e F (=S), erros do canteiro que abriu as letras, provavelmente analfabeto, e que as talhava a partir de pontos-guia perfurados de antemão

13

M PORCIVS M F M N CATO

M(arcus) Porcius M(arci) f(ilius) M(arci) n(epos) Cato

Marco Pórcio Catão, filho de Marco, neto de Marco

1589

Não

Se autêntica (há dúvidas), mostra tria nomina com filia­ção

14

VOLVSCIA G F

TVSCA

H S E

Voluscia G(aii) f(ilia) Tusca H(ic) S(epulta) E(st)

Volúscia Tusca, filha de Gaio, está aqui sepultada

1940

Sim

Lápide sepulcral; mulher com nome gentílico e cognome

15

C D D

C(reatus) D(ecreto) D(ecurionum)

Criado por decreto dos de­curiões

1940

Sim

Fragmento de lápide dedicató­ria

16

D M

D(iis) M(anibus)

Aos deuses Manes

1940

Sim

Início de lápide sepulcral

17

… I [.] DILLA

… LIO

Impossível reconstituição

 

1869-1903

?

Talvez fragmento que perten­cia à inscrição nº 8

18

MANISET

R F MAVO…

Impossível reconsti­tuição

 

1940

Sim

 

19

…MAE…

Impossível reconsti­tuição

 

1940

Sim

 

20

M TARQVIVS

M F GAL MAX

VMVS H S E

M(arcus) Tarquius M(arci) f(ilius) Gal(eria tribu) Maxumus H(ic) S(epultus) E(st)

Marco Tárqüio Máxumo (=Máximo), filho de Marco, da tribo Galéria, está sepultado aqui

1527; perdida depois de 1755

Não

Lápide sepulcral; tria nomina, filiação e tribo; a forma “Má­xumo” é variante de “Má­ximo”; perto dela estava a ins­crição nº 21, seguinte

21

…TIVS QUADRATVS LEG AVG PR PR

[…] [Sta?]tius Quadratus leg(atus) Aug(usti) Pr(o) Pr(aetore)

(?) (Estácio?) Quadrato, le­gado de Augusto com pode­res propretorianos

1527; perdida depois de 1755

Não

Fragmento de lápide dedicató­ria; estrutura padrão de tria nomina ainda discernível; trata-se quase certamente de Lúcio Estácio Quadrato, cônsul 142 dC que, após seu consu­lado, governou a Lusitânia

22

THERME CASSIORVM

RENOVATE A SOLO IVXTA IVSSIONEM

NVMERI ALBANI V C P P L

CVRANTE AVR FIRMO

NEPOTIANO ET FACUNDO CONSS

Therm(a)e Cassiorum, renovat(a)e a solo iuxta iussionem Numeri(i) Albani, V(iri) C(larissimi), P(raesidis) P(rovinciae) L(usitaniae); curante Aur(elio) Firmo, Nepotiano et Facundo Cons(ulibu)s

Termas dos Cássios, reno­vadas desde os alicerces por ordem de Numério Albano, claríssimo, governador da província da Lusitânia, sendo superintendente da obra Aurélio Firmo, sob o consulado de Nepociano e Facundo

1771

Não

Dedicatória em revestimento pintado; as termas foram cons­truídas originariamente pelos irmãos Quinto Cássio Longino e Lúcio Cássio, no ano 49 aC; a restauração é do ano 336 dC (ano do consulado de Vírio Nepociano e de Tétio Facundo)

23

IMP CAE IMP

M AVR ANTONIN

AVG F DIVI PII NEP DIV[.]

HADR PRON DIVI

TRAI PARTHICI ABNEP

L AVRELIO COMMOD[.]

AVG GERMAN SARMAT

FEL IVL OLIS PER Q COELI

VM CASSIANVM ET M FVLVI

VM TVSCVM II VIR

Imp(eratori) Cae(sari) Imp(eratoris) M(arci) Aurel(ii) Antonin(i) Aug(usti) f(ilio), Divi Pii Nep(oti), Div[i] Hadr(iani) Pron(epoti), Divi Trai(ani) Parthici abnep(oti), L(ucio) Aurelio Commod[o], Aug(usto), German(ico), Sarmat(ico), Fel(icitas) Iul(ia) Olis(ipo) per Q(uintum) Coelium Cassianum et M(arcum) Fulvium Tuscum Duumvir(os)

Ao Imperador César Lúcio Aurélio Cômodo, Augusto, Germânico, Sarmático, filho do Imperador Marco Auré­lio Antonino Augusto, neto do divino Pio, bisneto do divino Adriano, trineto do divino Trajano Pártico, (o município de) Felicidade Júlia, Olissipona (levantou este monumento), por inter­venção dos duúnviros Quinto Célio Cassiano e Marco Fúlvio Tusco

1550

Não

Dedicatória ao Imperador Cô­modo, 180-192 dC; exibe tria nomina para os duúnviros (su­premos magistrados munici­pais de Olissipona Felicidade Júlia), e mesmo para o Impera­dor reinante (Lúcio Aurélio Cômodo)

24

CONCORDIAE

SACRVM

M BAEBIVS M F

M M FELIC IVL

DAT

Concordiae sacrum.  M(arcus) Baebius M(arci) f(ilius), m(uniceps) m(unicipii) Felic(itatis) Iul(iae), dat

Sagrado para a deusa Con­córdia.  Marco Bébio, filho de Marco, munícipe do mu­nicípio de Felicidade Júlia, doa (este memorial)

1550

Não

Altar comemorativo; atesta pessoa portadora de prenome e de nome gentílico

25

MATRI DE

VM MAG I[.]

AE PHRYG FL

…CHE CERNO

PHOR PER M IVL

CASS ET [.]ASS SEV

M AT ET AN COSS GAL

Matri Deum Mag(nae) I[d]ae Phryg(iae).  Fl(avia) [Ty]che, Cernophor(a), per M(arcum) Iul(ium) Cass(ianum?) et [C]ass(iam?) Sev(eram?).  M(arco At(ilio) et An(nio) Co(n)s(ulibu)s Gal(lo)

À Grande Mãe dos Deuses, Frigia, adorada no monte Ida, a cernófora Flávia Ti­que (consagrou este memo­rial), por intervenção de Marco Júlio Cassiano(?) e de Cássia(?) Severa(?), sendo cônsules Marco Atílio e Ânio Galo

1753

Sim

Do ano 108 dC (ano do con­sulado ordinário de Marco Atílio Metílio Brádua e de Ápio Ânio Trebônio Galo).  Ex-voto dedicatório à deusa Cibele, por parte de uma sa­cerdotisa (“cernófora”, encar­regada do transporte dos vasos sagrados nas procissões e de­mais atos litúrgicos)

26

DEVM MATR

T LICINIVS

AMARANTHVS

V S L M

Deum Matr(i).  T(itus) Licinius Amarantus V(otum) S(olvit) L(ibens) M(erito)

À Mãe dos Deuses.  Tito Licínio Amaranto cumpriu de bom grado e com razão o seu voto

1753

Sim

Talvez dos inícios do séc. II dC.; tria nomina

27

MERCVR…

CAESA…

AVGVST…

C IVLIVS PHI

PERMISSV DEC…

DEDIT D…

Mercur[io] [P](ro) [S](alute) Caesa[ris] August[i], G(aius) Iulius Phi(lus ou lo), permissu Decur[ionum] Dedit D[ono ou edicavit]

A Mercúrio, pela saúde de César Augusto, presenteou (e dedicou?) Gaio Júlio Filo (ou Filão) (este monu­mento), com a permissão dos decuriões

1753

Sim

Talvez dos inícios do séc. II dC.; tria nomina

28

L CAECILIO L F CELERI RECTO

QVAEST PROVINC BAET

TRIB PLEB PRAETORI

FEL IVL OLISIPO

L(ucio) Caecilio L(ucii) f(ilio) Celeri Recto quaest(ori) provinc(iae) Baet(icae), trib(uno) pleb(is), praetori, Fel(icitas) Iul(ia) Olisipo

(O município de) Felicidade Júlia, Olissipona, dedicou (este monumento) a Lúcio Cecílio Céler Reto, filho de Lúcio, qüestor da província da Bética, tribuno da plebe e pretor

1753

Sim

Talvez dos inícios do séc. II dC.; tria nomina, com agnome e filiação

29

D M

M VARONIS QVAESTORIS

QVI POST NATALES SVVM

TERTIVM SVPRA TRIGESIMVM

PRVNA IN PENSILI POSITA

VRGENTE FATO IP

SE SANVM NECAVIT SE L VAR

RO ET FVLVIA AELIA

FILIO PIENTISSIMO

ET SIBI H M F F

D(iis) M(anibus) M(arco) Varonis quaestoris qui post natalem suum tertium supra trigesimum pruna in pensili posita urgente fato, ipse sanum necavit se.  L(ucio) Varro et Fulvia Aelia filio pientíssimo et sibi H(oc) M(onumentum) FF(=fecerunt)

Aos deuses Manes.  Lúcio Varrão e Fúlvia Élia manda­ram erigir este monumento para si e para o seu filho muito dedicado Marco Var­rão, qüestor, o qual, na idade de 33 anos, por sen­tença do Destino, enchendo com brasas um turíbulo, morreu (por asfixia), es­tando em perfeita saúde

1753

Não

Descoberta no sítio das Pedras Negras, por ocasião das esca­vações para a construção de um prédio, depois lançada nos alicerces; testemunhada pelo padre Tomás Caetano de Bem, que dá a entender que a viu, e que era lápide “com letras be­lissimamente talhadas, algu­mas delas cheias de betume”.  De autenticidade duvidosa, pelo fato de haver sido desco­berta uma inscrição (genuína) muito semelhante em Parma em 1524.  Os homens são no­meados por nome e cognome, e a mulher por dois gentílicos

30

CVRIA SEX F FV

NDANA H S E

TREBONIVS

TVSCVS VIR ET

AMOENA M

D S F C

Curia Sex(ti) f(ilia) Fundana H(ic) S(epulta) E(st).  Trebonius Tuscus, vir, et Amoena m(ater), D(e) S(uo) F(aciendum) C(uraverunt)

Cúria Fundana, filha de Sexto, está aqui sepultada.  Trebônio Tusco, seu ma­rido, e Amena, sua mãe, mandaram erigir (este me­morial) às suas custas

Inícios do séc. XVI (época de d. Manuel)

Não

Lápide funerária; mulheres de­signadas por gentílico e cog­nome ou simplesmente por cognome; homem designado por gentílico e cognome

31

AESCVLAPIO

AVG

SACRVM CVL

TORES LARVM

MALIAE ET MALIOLI

M COSSVTIVS

MACRINVS

DONAVIT

Aesculapio Aug(usto) sacrum.  Cultores Larum Maliae et Malioli M(arcus) Cossutius Macrinus Donavit

Consagrado ao deus Esculá­pio Augusto.  Marco Cossú­cio Macrino presenteou (com ele) os confrades dos (deuses) Lares de Mália e de Malíolo (ou “do pequeno Málio”)

1550

Não

Lápide dedicatória ao deus Es­culápio, por Marco Cossúcio Macrino (tria nomina) aos con­frades de um collegium de culto dos deuses lares

32

C AN[.]ONIVS

L F VR[.]VS

H S E

G(aius) An[t]onius L(ucii) f(ilius) Ur[s]us H(ic) S(epultus) E(st)

Gaio Antônio Urso, filho de Lúcio, está aqui sepultado

1796

Não

Lápide funerária; tria nomina e filiação

33

C CAECILIO Q F

GAL GALLO AED

PETITIA P F TVSCA

VXOR

G(aio) Caecilio Q(uinti) f(ilio) Gal(eria tribu) Gallo, Aed(ile), Peticia P(ublii) f(ilia) Tusca uxor

Ao edil Gaio Cecílio Galo, filho de Quinto, da tribo Galéria, sua esposa Petícia Tusca, filha de Públio, (eri­giu este memorial)

1768

Não

Lápide funerária; tria nomina, filiação e tribo para o homem (edil), e nome gentílico e cog­nome para sua esposa

34

COCCEIA L FIL

CHRESTE

H S E S T T L

Cocceia L(ucii) fil(ia) Chreste H(ic) S(epulta) E(st), S(it) T(ibi) T(erra) L(evis)

Cocéia Cresta, filha de Lú­cio, está aqui sepultada; que a terra lhe seja leve

1768

Não

Lápide funerária; mulher iden­tificada com gentílico e cog­nome

35

…ABIVS IVSTI F GAL

RVFVS CLVNIENS AN XXXX

CAECILIA SCAPVLAE F GEMINA

AN XVIII VXOR OLISIPONES S I S

HOC MAESOLIVM SEMPRONIA

RVFINA MATER D SVO FACIENDV

CVRAVIT

[?] [F]abius Iusti f(ilius) Gal(eria tribu) Rufus Cluniens(is), an(norum) XXXX.  Caecilia Scapulae f(ilia) Gemina an(norum) XVIII, uxor, Olisipone(nsi)s s(ibi) i(=et) s(uis) Hoc maesolium, Sempronia Rufina mater, d(e) suo Faciendu[m] curavit

(?) Fábio Rufo, filho de Justo, natural de Clúnia, da tribo Galéria, falecido aos 40 anos de idade.  Cecília Gemina, filha de Escápula, sua esposa, natural de Olis­sipona, falecida aos 18 anos de idade.  Sua mãe, Sem­prônia Rufina, mandou fazer às suas custas este mausoléu para si e para os seus

1768

Não

Lápide funerária múltipla.  As mulheres são designadas com gentílico e cognome, o homem (talvez) com  tria nomina (com certeza, gentílico e cognome, a par de tribo)

36

(Na frente)

FLAMINICAE

PROVINCIAE

LVSITANIAE

SERVILIAE L F

ALBINI D D

(No lado)

LVCCEIAE

Q F ALBINAE

TERENTIANI

D D

(na frente): Flaminicae Provinciae Lusitaniae Serviliae L(ucii) f(iliae) Albini.  D(ecreto) D(ecurionum)

(no lado): Lucceiae Q(uinti) f(iliae) Albinae, Terentiani.  D(ecreto) D(ecurionum)

(na frente): A Servília, filha de Lúcio Albino, flamínica da província da Lusitânia, (foi erigido este memorial) por decreto dos decuriões

(ao lado): A Lucéia Albina, filha de Quinto Terenciano, (foi erigido este memorial) por decreto dos decuriões

1777

Não

Lápide dedicatória; mulheres designadas com o gentílico e o cognome, pais com o prenome e o cognome; uma das mulhe­res era sacerdotisa (“flamí­nica”), provavelmente ligada ao culto do genius da província da Lusitânia.

37

GRAPTVS

LVCCEIAE CIN

NAMIDIS SER

ANN XIII H S E

S T T L

IN FRONTE P XXX

IN AGRO P XX

Graptus Lucceiae Cinamidis ser(vus) H(ic) S(epultus) E(st), S(it) T(ibi) T(erra) L(evis).  In fronte p(edes) XXX, in agro p(edes) XX

Grapto, escravo de Lucéia Cinâmide, está aqui sepul­tado; que a terra lhe seja leve. (Dimensões) de frente (ou ao longo da estrada) 30 pés; de fundos (ou para o campo) 20 pés

1782

Não

Lápide funerária de um es­cravo; a senhora é denominada com gentílico e cognome.  As medidas indicavam as dimen­sões da leira onde estava a se­pultura

38

IVLIA Q F AEQVA MATER…

Iulia Q(uinti) f(ilia) Aequa mater…

A Júlia Équa, filha de Quinto, sua mãe…

1782

Não

Lápide funerária; mulher de­signada com gentílico e cog­nome

39

IVLIA THYM

ELE MONTA

NI H S E

Iulia Thymele Montani (ou Montana) H(ic) S(epulta) E(st)

Júlia Tímele Montana (?) está aqui sepultada

1782

Não

Lápide funerária; mulher de­signada com gentílico e, talvez, cognome e agnome

40

C IVLIVS FELIX

CAPPADO…

ET IVLIA SEV[.]R[.]

VXOR…

G(aius) Iulius Felix Cappado[x] et Iulia Sev[e]r[a] uxor…

Gaio Júlio Félix, capadócio, e Júlia Severa, sua esposa…

1782

Não

Lápide funerária; homem de­signado com tria nomina, além de origem, e mulher com gen­tílico e cognome

41

Q IVLIO Q F GAL PLOTO

AED VIVIR FLAMINI

GERM CAESARIS FLA

MINI IVLIAE AVG IN PERPETVM

Q(uinto) Iulio Q(uinto) f(ilio) Gal(eria tribu) Ploto aed(ili) duumvir(o) flamini Germ(anici) Caesaris Flamini Iuliae Aug(ustae), in perpetu(u)m

A Quinto Júlio Ploto, filho de Quinto, da tribo Galéria, edil, duúnviro, flâmine per­pétuo do culto de César Germânico e flâmine per­pétuo do culto de Júlia Au­gusta (foi dedicado este memorial)

1773

Não

Época de Tibério (14-37 dC), mas posterior ao ano 29 dC; tria nomina com filiação e tribo; o flaminato “perpétuo” significava que, mesmo após o fim de seu turno, o agaraciado detinha honorariamente as in­sígnias do cargo

42

C IVLIVS

C F GAL

RVFINVS

AED DESIG

H S E

G(aius) Iulius G(aii) f(ilius) Gal(eria tribu) Rufinus aed(ilis) desig(natus) H(ic) S(epultus) E(st)

Gaio Júlio Rufino, filho de Gaio, da tribo Galéria, edil designado, está aqui sepul­tado

1773 e 1922

Sim

Lápide funerária; tria nomina com filiação e tribo; ficou per­dida por quase 150 anos, sendo reencontrada em 1922

43

Q IVLIO Q F GAL

SALVIANO

Q(uinto) Iulio (Quinti) f(ilio) Gal(eria tribu) Salviano

A Quinto Júlio Salviano, filho de Quinto, da tribo Galéria

1782

Não

Lápide funerária; tria nomina com filiação e tribo

44

Q IVLIO M F

GAL SILVANO

POST MORTEM

C IVLIVS RVFVS

FRATER

Q(uinto) Iulio M(arci) f(ilio) Gal(eria tribu) Silvano post mortem G(aius) Iulius Rufus frater

A Quinto Júlio Silvano, fi­lho de Marco, da tribo Galé­ria, seu irmão Gaio Júlio Rufo (mandou erigir este memorial) após sua morte

1777

Não

Lápide funerária; dois irmãos designados com o tria nomina usual (notar mesmo gentílico); consta também filiação e tribo

45

D M

L IVNIO L F GA[.]

[.]ANDIDO QVI VIXI[.]

[.]NN V MENS VI

D(iis) M(anibus) L(ucio) Iunio L(ucii) f(ilio) Ga[l](eria tribu) [C]andido qui vixi[t] [a]nn(os) V mens(es) VI

Aos deuses Manes.  A Lúcio Júnio Cândido, filho de Lú­cio, da tribo Galéria, que vi­veu 5 anos e 6 meses

1773

Não

Lápide funerária de um me­nino; tria nomina com filiação e tribo

46

M LICINIVS M

F GAL QVADRA

TVS H S E

M(arcus) Licinius M(arci) f(ilius) Gal(eria tribu) Quadratus H(ic) S(epultus) E(st)

Marco Licínio Quadrato, filho de Marco, da tribo Galéria, está aqui sepultado

1798

Não

Lápide funerária; tria nomina com filiação e tribo

47

C LVCCEIVS

PHILOGENES

AN XL H S E

G(aius) Lucceius Philogenes an(norum) XL H(ic) S(epultus) E(st)

Gaio Lucéio Filógenes, (fa­lecido) aos 40 anos de idade, está aqui sepultado

1798

Não

Lápide funerária; tria nomina

48

… LVCIVS

C L CELER

H S E

… Lucius G(aii) l(ibertus) Celer H(ic) S(epultus) E(st)

Lúcio Céler, liberto de Gaio, está aqui sepultado

1777

Não

Lápide funerária de um liberto; ausente o gentílico; prenomes distintos para o liberto e o ex-senhor, o que é surpreendente; talvez se trate de erro do dedi­cante ou do canteiro, devendo-se ler “Lucéio” (gentílico), e não  “Lúcio” (prenome)

49

D…

…ROBIVS ANNO…

…PIISSIMO POSVIT…

…RVM XXXV…

Muito fragmentada para poder ser inter­pretada

 

1777

Não

 

50

…NATIAE

AMOENAE

…LIA TVSCILLA

MATER

[Mu ou Te]natiae Amoenae [Iu?]lia Tuscilla mater

A Munácia (Tenácia?) Amena sua mãe Júlia (?) Tuscila

1777

Não

Lápide funerária; mulheres de­signadas por gentílico e cog­nome

51

D I M

NIGELIONI

M MVNNA

FILIO P P XVII

D(iis) I(nferis) M(anibus) Nigelioni M(ater) Munna filio P(ientissimo) P(osuit annorum) XVII

Aos deuses Manes infernais.  A Nigelião, seu filho muito dedicado, falecido aos 17 anos de idade, sua mãe Muna erigiu (este monu­mento)

1777

Não

Lápide funerária, provavel­mente de peregrinos; ausência de vestígios de tria nomina

52

D M

T NIGRINO

ANNOR…

MIIII … NNA

MARITO

ANNORVM

… VIII

M…

F…

Muito fragmentada para permitir uma in­terpretação razoável

 

1777

Não

Lápide funerária; um dos ho­menageados é Tito Nigrino (prenome e cognome); sentido geral incerto

53

PETICIAE P F

TVSCAE

Peticiae P(ublii) f(iliae) Tuscae

A Petícia Tusca, filha de Públio

1777

Não

Lápide funerária; mulher com gentílico e cognome

54

M PETRONIO

M F GAL

BASSO D D

M(arco) Petronio M(arci) f(ilio) Gal(eria tribu) Basso D(ecretum) D(ecurionum)

A Marco Petrônio Basso, filho de Marco, da tribo Galéria, por decreto dos de­curiões

1777

Não

Lápide dedicatória; tria no­mina com filiação e tribo

55

Q POMPEIVS

VARI LIB

IVSTVS

Q(uintus) Pompeius Vari lib(ertus) Iustus

Quinto Pompeu Justo, li­berto de Varo

1773

Sim

Lápide funerária de liberto (tria nomina); ex-senhor de­signado por cognome (sua ti­tulatura completa deveria ser “Quinto Pompeu Varo”)

56

SEX POMPEIVS

FAVSTVS

H S E

EI F CAECILIA CALIMIS

Sex(tus) Pompeius Faustus H(ic) S(epultus) E(st).  Ei f(ecit) Caecilia Calimis

Sexto Pompeu Fausto está aqui sepultado.  Fez-lhe (este memorial) Cecília Cá­lime

1782

Não

Tria nomina usual

57

SEX POMPEIO

L F GAL

…CAPVLAE

LIBER … I

Sentido geral incerto

 

1758-63

Não

Lápide (funerária); refere-se a um Sexto Pompeu (Escápula?) da tribo Galéria, e talvez a um seu liberto (ou a algum ato de benemerência); sentido incerto

58

D M

… STVMIAE Q F

QVINTILLAE

[.]VL PAPIANVS

[.]XORI OPTIMAE

[.]T SIBI CARISSIMAE

D(iis) M(anibus) [Po]stumiae Q(uinti) f(iliae) Quintillae, [I]ul(ius) Papianus [u]xori optimae [e]t sibi carissimae

Aos deuses Manes de Pos­túmia Quintila, filha de Quinto; Júlio Papiano (er­gueu esse monumento à memória) de sua excelente esposa, por ele muito amada

1758-63

Não

Lápide funerária; mulher e homem designados com gentí­lico e cognome

59

PRIMIGENIVS C TERENTI D

Ou

ILIMIGENIVS C TERENTI D

Ou

PUB MEVIVS C TERENT … II D

Os testemunhos não permitem uma interpretação acurada

 

1758-63

Não

 

60

C TENATIO C F

GAL IVSTO

D D

G(aio) Tenatio G(aii) f(ilio) Gal(eria tribu) Iusto D(ecreto) D(ecurionum)

A Gaio Tenácio Justo, filho de Gaio, da tribo Galéria, por decreto dos decuriões

1758-63

Não

Lápide funerária; tria nomina com filiação e tribo

61

D M S

TILIMACO

ANN LX

NEMESIVS PATRI PIEN

…MO

… C

D(iis) M(anibus) S(acrum).  Tilimaco ann(orum) LX Nemesius Patri Pien[tissi]mo [F](aciendum) C(uravit)

Sagrado aos deuses Manes.  A Telêmaco, (falecido) aos 40 anos de idade.  Nemésio mandou erigir (este memo­rial) a seu pai muito dedi­cado

1777

Sim

Lápide funerária, provavel­mente de peregrinos (ausência de tria nomina)

62

P VRSIO P F GAL PRISCO PIO

PATER POST MORTEM

P VRSIO P C Q L DEMETRIO

P(ublio) Ursio P(ublii) f(ilio) Gal(eria tribu) Prisco Pio.  Pater post mortem P(ublio) Ursio P(onendum ou osuit) C(uravit) Q(ue ou ui) L(ocum ou ibens), Demetrio

O texto um tanto confuso faz crer que Públio Úrsio (o pai) dedicou o monumento a dois Públios Úrsios, talvez irmãos, depois da morte do segundo: o primeiro era Pú­blio Úrsio Prisco Pio, e o segundo, Públio Úrsio De­métrio

1777

Não

Lápide funerária; forte evidên­cia de uso do tria nomina pelos filhos (e prenome e nome gen­tílico pelo pai).  Notar que to­dos têm o mesmo gentílico (Úrsio)

63

L VARBIVS L F

GAL TANGINVS

H S E

L(ucius) Varbius L(ucii) f(ilius) Gal(eria tribu Tanginus H(ic) S(epultus) E(st)

Lúcio Várbio Tangino, filho de Lúcio, da tribo Galéria, está aqui sepultado

1782

Não

Lápide funerária; tria nomina com filiação e tribo

64

D M

MAIAE FELI

CVLAE ANN

XXVI

MATER P

D(iis) M(anibus) Maiae Feliculae, ann(orum) XXVI, mater p(osuit)

Aos deuses Manes de Maia Felícula, (falecida) aos 26 anos de idade.  Sua mãe mandou erigir (este memo­rial)

1777

Não

Lápide funerária; mulher refe­rida por gentílico e cognome

65

D M

CAECILIVS OP

TATINVS ANN XXXVII

H S E IVL ORNE

COGNATO OPTI

FAC CVR

D(iis) M(anibus).  Caecilius Optatinus, an(norum) XXXVII, H(ic) S(epultus) E(st).  Iul(ius) Orne cognato opti(mo) fac(iendum) cur(avit)

Aos deuses Manes.  Cecílio Optatino, (falecido) aos 37 anos, está aqui sepultado.  Júlio Orne mandou erigir (este memorial) a seu ótimo parente

1797

Sim

Séc. II dC; fragmento de tampa de sarcófago ou de columbário; dois homens designados por gentílico e cognome

66

D M

IVL SEVERA AN

LV H S E IVL

ORNE MATRI

PIENTISSIMAE

FECIT

D(iis) M(anibus) Iul(ia) Severa an(norum) LV, H(ic) S(epulta) E(st).  Iul(ius) Orne matri pientissimae fecit

Aos deuses Manes.  Júlia Severa, (falecida) aos 55 anos, está aqui sepultada.  Júlio Orne erigiu (este me­morial) a sua dedicadíssima mãe

1797

Sim

Séc. II dC; fragmento de tampa de sarcófago ou de columbário; trata-se do mesmo Júlio Orne da inscrição anterior; mulher designada por gentílico e cog­nome

67

D M

AFRAE NA XXVI

H S E

VETTO MARITVS

P

D(iis) M(anibus) Afrae an(norum) XXVI H(ic) S(epulta) E(st).  Vetto maritus p(osuit)

Aos deuses manes de Afra, (falecida) aos 26 anos, que aqui está sepultada.  Seu marido Vetão mandou erigir (este memorial)

Meados séc. XVI

Não

Lápide funerária, provavel­mente de peregrinos

68

MARIA VRSA

H S E

Maria Ursa

H(ic) S(epulta) E(st)

Mária Ursa está aqui sepul­tada

Finais do séc. XVI

Não

Lápide funerária; mulher de­signada com gentílico e cog­nome

69

IVLIAE DECIMI FILIAE CASIA

NAE CLARISSIMAE FEMINAE

CASTRENSI FLORI CA SABINA

ET IVLIA CASIANA MATRI

PIISSIMAE FILIAE OBSEQVENTI

SSIMAE POSVERVNT

Iuliae Decimi filia Cas(s)ianae clarissimae feminae castrensi Flori (uxor?); Ca(strensia?) Sabina et Iulia Cas(s)iana, matri piissimae, filiae obsequentissimae posuerunt

A Júlia Cassiana, filha de Décimo, claríssima dama, natural de Castro, (esposa de?) Floro, Sabina e Júlia Cassiana, naturais de Cas­tro.  As filhas muito agrade­cidas mandaram erigir à sua dedicadíssima mãe (este monumento)

Finais do séc. XVI

Não

Lápide funerária; duas mulhe­res designadas com  gentílico e cognome, e uma com cog­nome; originárias provavel­mente de Castra Caecilia Lu­sitaniae, ou simplesmente Castra, localidade perto da atual Cáceres

70

1º vão:

NERONI CLAVDIO DIVI CLAVDII F GER [.]AESAR …

2º vão:

… ESARIS … AVG GERMANICO

3º vão:

PONT MAX TRIB POT III IMP PP COS II DESIGNATO III

4º vão:

PROSCAENIVM ET ORCHESTRAM CVM ORNAMENTIS

5º vão:

AVGVSTALIS PERPETVVS C HEIVS PRIMVS …

1º vão:

Neroni Claudio Divi Claudii f(ilio) Ger(manici) [C]aesar[is] [nep(oti)]

2º vão:

[Tiberii] [Ca]esaris [pron(epoti), Divi Aug(usti) abn(epoti) Caesari] Aug(usto) Germanico

3º vão:

Pont(ifici) Max(imo), Trib(unitia) Pot(estate) III, Imp(eratori) P(atri) P(atriae), co[n]s(uli) II, designato III

4º vão:

proscaenium et orchestram cum ornamentis

5º vão:

Augustalis perpetuus G(aius) Heius Primus [G(aii) l(ibertus?) D(edit?) D(edicavit?)]

A Nero Cláudio César Au­gusto Germânico, filho do divino Cláudio, neto de Cé­sar Germânico, bisneto de Tibério César e trineto do divino Augusto, Sumo Pon­tífice, investido pela 3ª vez no poder tribunício, Impera­dor, Pai da Pátria, duas ve­zes cônsul e designado pela 3ª vez para esse cargo, o Augustal perpétuo Gaio Heío Primo, liberto (?) de Gaio(?) (doou e dedicou?) este proscênio e orquestra, com toda a sua ornamenta­ção

1798

Não

Do ano 57 dC; inscrição dedi­catória num teatro romano que jazia soterrado debaixo de edi­fícios, um pouco abaixo do sí­tio da bifurcação das ruas de São Mamede e da Saudade; titulatura imperial extensiva; dedicante (augustal) ostenta tria nomina usual (sua titula­tura completa deduzida a partir da inscrição seguinte, nº 71)

71

… STALI

PERPETVO

C HEIO C L

PRIMO

C HEIVS PRIMI LIB

NOTHUS ET HEIA

PRIMI L ELPIS

HEIA NOTHA [.]ECVNDA

C HEIVS NOTHI F GAL

PRIMVS CATO

HEIA NOTHI F CHELIDO

… HEIV[.] NOTHI F GAL

GLAPHYRVS NOTHIAN…

[Augu]stali Perpetuo G(aio) Heio G(aii) l(iberto) Primo: G(aius) Heius Primi lib(ertus) Nothus et Heia Primi l(iberta) Elpis; Heia Notha [S]ecunda; G(aius) Heius Nothi f(ilius) Gal(eria tribu) Primus Cato; Heia Nothi f(ilia) Chelido; (?) Heiu[s] Nothi f(ilius) Gal(eria tribu) Glaphyrus Nothian[us]

Ao Augustal Perpétuo Gaio Heío Primo, liberto de Gaio (dedicam este monumento): Gaio Heío Noto, liberto de Gaio, e Heía Élpis, liberta de Primo; Heía Nota Se­gunda; Gaio Heío Primo Catão, filho de Noto, da tribo Galéria; Heía Quelidô­nia, filha de Noto; (Gaio?) Heío Glafiro Notiano, filho de Noto, da tribo Galéria

1798

Não

Encontrada no mesmo sítio da inscrição nº 70; meados do séc. I dC; ao augustal Primo (li­berto de Gaio) dedicam essa inscrição Noto (também liberto de Gaio), Élpis (liberta de Primo) e os três filhos de Noto (Nota Segunda, Primo Catão e Glafiro Notiano – notar que os dois filhos de Noto já são ins­critos na tribo Galéria); notar ainda o mesmo gentílico (He­ío), herdado pelos libertos, pelos seus filhos e pelos liber­tos dos libertos

72

SABINAE AVG

IMP CAES TRAIANI

HADRIANI AVGVSTI

DIVI NERVAE NEPOTIS

DIVI TRAIANI DAC PARTH F D D

FELICITAS IVLIA OLISIPO

PER

M GELLIVM RVTILIANVM

ET L IVLIVM AVITVM IIVIR

Sabinae Aug(ustae) (coniugi) Imp(eratoris) Caes(aris) Traiani Hadriani Augusti, Divi Nervae Nepotis, Divi Traiani Dac(ici) Parth(ici) f(ilii), D(ono) D(edit) Felicitas Iulia, Olisipo, per M(arcum) Gellium Rutilianum et L(ucium) Iulium Avitum, Duumvir(os)

A Sabina Augusta, (esposa) do Imperador César Trajano Adriano Augusto, neto do divino Nerva, filho do di­vino Trajano Dácico Pár­tico, (o município de) Feli­cidade Júlia, Olissipona, dedicou (este monumento), por intervenção dos duúnvi­ros Marco Gélio Rutiliano e Lúcio Júlio Avito

Meados do séc. XVI; sumiu depois de 1773

Não

Época de Adriano (117-138 dC), talvez c. 121 dC; tria no­mina para os duúnviros

73

ASCLEP[.]O

C LICINI…

DECIMI…

Asclep[i]o G(aius) Licini[us] Decimi[anus?]

Ao deus Asclépio.  Gaio Li­cínio Decimiano(?) (erigiu este memorial?)

1627-33

Não

Provavelmente base de estátua; fortes evidências de tria no­mina para o dedicante

74

DIVO AVGVSTO

C ARRIVS OPTATVS

C IVLIVS EVTICHVS

AVGVSTALES

Divo Augusto G(aius) Arrius Optatus (et) G(aius) Iulius Eutichus Augustales [dederunt?]

Ao divino Augusto.  Os au­gustais Gaio Arrio Optato e Gaio Júlio Êutico [dedica­ram?]

Meados do séc. XVI; sumiu depois de 1773

Não

Provavelmente base de estátua; os dois dedicantes, sacerdotes augustais, ostentam tria no­mina

75

D…

L CANTIO L F

GAL MARIN[.]

AEDILI

VIBIA MAXIMA

AVIA ET

MARIA PROCVL[.]

MATER HONOR[.]

CONTENTAE

D S P

D(iis) [M](anibus) L(ucio) Cantio L(ucii) f(ilio) Gal(eria tribu) Marin[o] aedili.  Vibia Maxima, avia, et Maria Procul[a], mater, honor[e] contentae D(e) S(uo) P(osuerunt)

Aos deuses Manes.  A Lúcio Câncio Marino, filho de Lú­cio, da tribo Galéria, edil.  Sua avó Víbia Máxima e sua mãe Mária Prócula, às suas custas, contentes se julgam ao lhe terem man­dado erigir este memorial

Finais do séc. XVII

Não

Lápide funerária; homem (ma­gistrado: edil) portando tria nomina, filiação e tribo; duas mulheres (avó e mãe) designa­das pelos gentílicos e cogno­mes

76

Q POMPEIVS Q FI

FI(ou TI)PHVS H S E

ANTONIA OMVLIA

H S E

Q(uintus) Pompeius Q(uinti) fi(lius) Fi(ou Ti)phus H(ic) S(epultus) E(st).  Antonia Omulia H(ic) S(epulta) E(st)

Quinto Pompeu Fifo (ou Tifo), filho de Quinto, aqui está sepultado.  Antônia Omúlia aqui está sepultada

1627-33

Não

Lápide funerária; homem com tria nomina e filiação, mulher (provavelmente sua esposa) com gentílico e cognome

77

RVBRIAE Q

F SABINAE

Q AEMILIVS

FLACCVS

Rubriae Q(uinti) f(iliae) Sabinae.  Q(uintus) Aemilius Flaccus (posuit?)

A Rúbria Sabina, filha de Quinto.  Quinto Emílio Flaco (dedicou este memo­rial?)

Meados do séc. XVI

Não

Lápide funerária; homem com tria nomina e mulher (prova­velmente sua esposa) com gentílico e cognome

78

MERCVRIO AVG

SACRVM

C IVLIVS C[?]TVLI III(?)

AVGVSTALIS D D

Mercúrio Aug(usto) Sacrum.  G(aius) Iulius C[a?]tuli(nus) (?) Augustalis D(edit) D(edicavit)

Sagrado ao deus Mercúrio Augusto.  Gaio Júlio Catu­lino (?) (?) Augustal, doou e dedicou

Meados do séc. XVII

Não

Lápide ou altar comemorativo; fortes evidências de homem (sacerdote augustal) com tria nomina

79

… CLAVDIO D[.]VI

CLAVDI[I] F SARMAT

… SARMAT …

DIVI AVG ABN …

Inscrição muito fragmentada para permitir tradução precisa, embora seu sentido geral seja claro

 

Meados do séc. XVII

Não

Inscrição comemorativa ao Imperador Nero (talvez ano 57 dC), “em grandes letras des­gastadas pelo tempo”, servindo de tampa de túmulo

80

IMP CAESARI VESPASIANO

AVG PONT MAX TRIB PO[.]

IIII IMP X PP COM IIII DIC

V CENSORI DESIGN ANN IIII

IMPERII EIVS FELICITAS IVL

Imp(eratori) Caesari Vespasiano Aug(usto) Pont(ifici) Max(imo) Trib(unicia) Po[t](estate) IIII Imp(eratori) X, P(atri) P(atriae), Con(suli) IIII, Dic(tatori) V, Censori Design(ato), Ann(o) IIII imperii eius, Felicitas Iul(ia)…

Ao Imperador César Vespa­siano Augusto, Sumo Pontí­fice, investido no poder tri­bunício pela 4ª vez, Imperador pela 10ª, Pai da Pátria, cônsul pela 4ª vez, ditador pela 5ª, censor de­signado, no 4º ano de seu governo, (o município de) Felicidade Júlia [erigiu este monumento?]

Finais do séc. XVI; sumiu por volta de 1881

Não

Ano 73 dC, antes de 1º de ju­lho; dedicatória do município ao Imperador Vespasiano

81

IOVI

PRO SALVTEM

M CASSI[I] F[.]RMI

M IVLIVS PRIMVS

V S L A

Iovi pro salutem M(arci) Cassi[i] F[i]rmi M(arcus) Iulius Primus V(otum) S(olvi) L(ibens) A(nimo)

A Júpiter, pela saúde de Marco Cássio Firmo.  Marco Júlio Primo paga a sua promessa com a maior satisfação

1842

Não

Ex-voto; dois homens osten­tando tria nomina usual

82

MATIDIAE

AVG

FEL IVL OLISIPO

PER

Q ANTONIVM GALLVM

T MARCIVM MARCIANVM

II VIR

Matidiae Aug(ustae) Fel(icitas) Iul(ia) Olisipo per Q(uintum) Antonium Gallum (et) T(itum) Marcium Marcianum Duumvir(os)

A Matídia Augusta, (o mu­nicípio de) Olissipona, Feli­cidade Júlia, (dedica este monumento), por intermé­dio dos duúnviros Quinto Antônio Galo e Tito Márcio Marciano

Finais do séc. XVI

Não

Dedicatória; c. 114 dC (Matí­dia era sobrinha do Imperador Trajano; Adriano casou-se com Víbia Sabina, filha de Matí­dia); dois homens (duúnviros) portam tria nomina

83

…LIA

VEGETA…

FLAMINIC…

M GELLIVS

RVTILIANV[.]

MARITVS

[Cae?]lia Vegeta[e] Flaminic[ae] M(arcus) Gellius Rutilianu[s] maritus

A Célia(?) Vegeta, flamí­nica, Marco Gélio Rutiliano, seu marido

Meados do séc. XVI

Sim

Lápide funerária; provavel­mente se trata do mesmo Marco Gélio Rutiliano das ins­crições nº 72 e nº 91; se é as­sim, data de c. 121 dC; homem (provavelmente um duúnviro) com tria nomina usual e mu­lher (sacerdotisa, flamínica), sua esposa, com gentílico e cognome

84

D M

Q FABI FESTIVI

AN XL ET

Q FABI EVELPIS[.]I FRATR

ANN XXX SI[.]IS VRBE ITALI…

Q FABIVS ZOSIMVS

…RA… F C

D(iis) M(anibus) Q(uinti) Fabi(i) Festivi, an(norum) XL et Q(uinti) Fabi(i) Evelpis[t]i fratr[is] an(norum) XXX si[t]is urbe Itali[ca].  Q(uintus) Fabius Zosimus [f]ra[ter] F(aciendum) C(uravit)

Aos deuses Manes dos ir­mãos Quinto Fábio Festivo, (falecido) aos 40 anos de idade, e Quinto Fábio Evel­pisto, (falecido) aos 30 anos de idade.  Quinto Fábio Zó­simo, seu irmão, mandou erigir (este memorial)

Finais do séc. XVII

Não

Lápide sepulcral de dois ir­mãos, erigida por um terceiro irmão; todos ostentam tria no­mina, mesmos prenomes e gentílicos, diferenciando-se nos cognomes (dois gregos,  Evelpisto e Zósimo, e um la­tino, Festivo); provavelmente libertos, ou filhos de libertos

85

GEMINIA MARCEL…

MATER

… Geminia Marcel[la] mater …

Gemínia Marcela, a mãe (ou: sua mãe)

Finais do séc. XVI

Não

Provavelmente lápide sepul­cral; sentido incerto; mulher com gentílico e cognome

86

… F GAL …

…A Q … FL …

H S …

Muito fragmentada para poder ser interpretada

 

c. 1600

Não

 

87

C … AVIO C … GAL

REC…

AEDIL…

ANN XXVIIII

G(aio) [Fl]avio G(aii) [f](ilio) Gal(eria tribu) Rec(to?) aedil[i] ann(orum) XXVIIII

A Gaio Flávio Reto(?), filho de Gaio, da tribo Galéria, edil, (falecido) aos 29 anos

1606-08

Não

Lápide funerária de magistrado (edil); tria nomina com filiação e tribo

88

IVLIA Q F FV…

Q IVLIVS Q F G

SEVERVS

H S SVNT

Iulia Q(uinti) f(ilia) Fu(ndana?) (et) Q(uintus) Iulius Q(uintus) f(ilius) G(aleria tribu) Severus H(ic) S(iti ou epulti) Sunt

Júlia Fundana(?), filha de Quinto, e Quinto Júlio Se­vero, filho de Quinto, da tribo Galéria, estão aqui se­pultados

1603

Sim

Séc. I dC; lápide funerária, quase certamente de dois ir­mãos, homem e mulher (mes­mos gentílicos e mesma filia­ção); homem com tria nomina e filiação, mulher com gentí­lico, cognome e filiação

89

D M

IVLIAE LABERNARIAE

ANN XXXVII

C IVLIVS SILVANVS

IVLIA GLAVCA

PARENTES

F

D(iis) M(anibus) Iuliae Labernariae ann(orum) XXXVII G(aius) Iulius Silvanus (et) Iulia Glauca parentes f(ecerunt)

Aos deuses Manes de Júlia Labernária, (falecida) aos 37 anos; seus pais Gaio Júlio Silvano e Júlia Glauca man­daram fazer (esta sepultura)

Primeira metade do séc. XVII

Não

Lápide funerária dedicada à filha pelos pais; mesmo gentí­lico; pai ostenta tria nomina; mulheres com gentílico e cog­nome; os pais ostentam um mesmo gentílico, o que pode indicar que ambos eram liber­tos de um Júlio, ou que des­cendiam de pessoas que rece­beram a cidadania de Júlio Cé­sar, Augusto, Tibério ou Calí­gula (o gentílico “Júlio” era muito comum por causa desses Imperadores)

90

… MAC…

… N ET I…

…O IMP…

…AVG…

Muito fragmentada para permitir uma leitura razoável

 

1636-40

Não

Inscrição num miliário, talvez referente a um imperador do séc. IV dC (Magnêncio?)

91

IMP CAESAR

TRAIANO HADRIANO

AVG DIVI NERVAE NEP

DIVI TRAIANI DAC PAR FIL

COS III TRIB POTEST V

FELICITAS IVLIA OLISIPO

D D

PER M GELLIVM RVTILIANVM

ET L IVLIVM AVITVM II VIR

Imp(eratori) Caesar[i] Traiano Hadriano Aug(usto) divi Nervae nep(oti) divi Traiani Dac(ici) Par(thici) fil(io) co(n)s(uli) III, trib(unicia) potest(ate) V, Felicitas Iulia, Olisipo, D(ono) D(edit) per M(arcum) Gellium Rutilianum et L(ucium) Iulium Avitum duumvir(os)

Ao Imperador César Tra­jano Adriano Augusto, neto do divino Nerva, filho do divino Trajano Dácico Pár­tico, cônsul pela 3ª vez, in­vestido no poder tribunício pela 5ª vez, (o município de) Olissipona, Felicidade Júlia, dedicou (este monumento), por intervenção dos duúnvi­ros Marco Gélio Rutiliano e Lúcio Júlio Avito

1527

Não

Monumento comemorativo ao Imperador Adriano; c. 121dC; duúnviros com tria nomina

92

D M

MARTIALI

SECVNDINA

SOROR F C

D(iis) M(anibus) Martiali Secundina soror F(aciendum) C(uravit)

Aos deuses Manes.  A Mar­cial, Secundina, sua irmã, mandou erigir este memo­rial

1755; sumiu depois de 1789

Não

Lápide funerária, talvez de não cidadãos (designados apenas por cognomes)

93

IMP CAES M IVLIO

PHILIPPO PIO FEL AVG

PONTIF MAX TRIB POT II

P P COS II FEL IVL OLISIPO

Imp(eratori) Caes(ari) M(arco) Iulio Philippo Pio Fel(ici) Aug(usto) Pontif(ici) Max(imo) Trib(unicia) Pot(estate) II P(atri) P(atriae) Co(n)s(uli) II, Fel(icitas) Iul(ia) Olisipo

Ao Imperador César Marco Júlio Filipe, Piedoso, Aben­çoado, Augusto, Sumo Pon­tífice, investido no poder tribunício pela 2ª vez, Pai da Pátria, cônsul pela 2ª vez, (o município de) Olissipona, Felicidade Júlia (ergueu este monumento?)

Primeira metade do séc. XVI

Não

Inscrição comemorativa refe­rente ao filho do Imperador Filipe, o Árabe; ano 248 dC; é a mais recente inscrição na qual Olissipona é também refe­renciada como Felicidade Júlia

94

… AEMILIVS …

GAL NIGER

H S E

(?) Aemilius (?) Gal(eria tribu) Niger H(ic) S(epultus) E(st)

(?) Emílio Níger (filho de ?), da tribo Galéria, está aqui sepultado

Primeira metade do séc. XVI

Não

Lápide funerária; fortes indica­ções de presença de tria no­mina e tribo

95

Q CASSIVS

CALVVS

H S E

Q(uintus) Cassius Calvus H(ic) S(epultus) E(st)

Quinto Cássio Calvo está aqui sepultado

Meados do séc. XVI

Não

Lápide funerária; tria nomina

96

…NE IVNIAE…

…VM CVM…

VIT TRADIDITQVE C

O estado muito fragmentário não permite interpretação razoável

 

Primeira metade  do séc. XVI

Não

 

97

D M

RHODANI M VIBI

TERENTIANI

ANN IX

D(iis) M(anibus) Rhodani M(arci) Vibi[i] Terentiani ann(orum) IX

Aos deuses manes do Ró­dano, (protetores?) de Marco Víbio Terenciano, (falecido) aos 9 anos de idade

Primeira metade do séc. XVI

Não

Lápide funerária; tria nomina

98

Q CAECILIO

GAL RVFO AN

XXVII ANTISTIA

Q F MAELA MAT

ER F C

Q(uinto) Caecilio Gal(eria tribu) Rufo an(norum) XXVII Antistia Q(uinti) f(ilia) Maela mater F(aciendum) C(uravit)

A Quinto Cecílio Rufo, da tribo Galéria, (falecido) aos 27 anos de idade, sua mãe Antístia Mela, filha de Quinto, mandou erigir (este memorial)

Finais do séc. XVI; de novo achada em 1924

Sim

Lápide funerária; tria nomina e tribo; mulher com gentílico e cognome

99

D M

C COMINIO

ATILIANO

EQVITI ROMANO

AN LIIII

H S E S T T L

D(iis) M(anibus) G(aio) Cominio Atiliano equiti romano an(norum) LIIII H(ic) S(epultus) E(st); S(it) T(ibi) T(erra) L(evis)

Aos deuses Manes.  Gaio Comínio Atiliano, cavaleiro romano, (falecido) aos 54 anos de idade, aqui está se­pultado; que a terra lhe seja leve

1616

Não

Lápide funerária de um cava­leiro romano; tria nomina

100

D M

IVLIA MAX VNICA

FIL M ANN XXX

H S E

MAXIMA MATER

P C M H H N S

D(iis) M(anibus) Iulia Max(ima) única fil(ia) m(ea) ann(orum) XXX H(ic) S(epulta) E(st); Maxima mater P(onendum) C(uravit) M(onumentum) H(oc), H(eredem) N(on) S(equetur)

Aos deuses Manes.  Júlia Máxima, minha única filha, (falecida) aos 30 anos, está aqui sepultada.  Sua mãe, Máxima, mandou fazer este monumento, onde os demais herdeiros não hão de se se­pultar

1616

Não

Lápide funerária exclusiva; mulher designada com gentí­lico e cognome, e mãe apenas com cognome

101

APOLLINI

SACRVM

M IVL M LIB

TYRANNVS

AVGVSTA…

D D

Apollini Sacrum M(arcus) Iul(ius) M(arci) lib(ertus) Tyrannus Augusta[lis] D(edit) D(edicavit)

Sagrado ao deus Apolo.  Marco Júlio Tirano, liberto de Marco, Augustal, doou e dedicou (este monumento)

1935

Sim

Cipo ou ex-voto; titulatura de liberto, com tria nomina e mesmo prenome do ex-senhor

102

D M

L LVCRET…

GAL NEP…

ARRIA Q F QVINTI…

ET LVCRETIA L F AVI…

F…

D(iis) M(anibus) L(ucio) Lucret[io] Gal(eria tribu) Nep[otiano?] Árria Q(uinti) f(ilia) Quinti[la] et Lucretia L(ucii) f(ilia) Avi[ta?] F(aciendum) [C](uraverunt)

Aos deuses Manes.  A Lúcio Lucrécio Nepociano(?), da tribo Galéria, Árria Quintila, filha de Quinto, e Lucrecia Avita(?), filha de Lúcio, mandaram erigir (este mo­numento)

1922

Sim

Pedestal de monumento fune­rário; homem com tria nomina e tribo e mulheres com gentí­lico e cognome; Lúcio era pai de Lucrécia (mesmo gentílico; filiação) e, quase certamente, marido de Arria

103

SACRVM

AESCVLAPIO

M AFRANIVS EVPORIO

ET

L FABIVS DAPHNV[.]

AVG

MUNICIPIO D D

Sacrum Aesculapio.  M(arcus) Afranius Euporio et L(ucius) Fabius Daphnu[s] Aug(ustales) municipio D(ono) D(ederunt)

Sagrado ao deus Esculápio.  Marco Afrânio Euporião e Lúcio Fábio Dafno, Augus­tais, deram (este monu­mento) ao município

1770

Sim

Época tiberiana (14 a 37 dC); pedestal de monumento; dois augustais que exibem tria no­mina; ambos exibem cogno­mes de origem grega (Euporião e Dafno)

104

DIS MARIS SAC

NAVTAE ET REMIG

OCEA … NVS

IN TEMPL … THET

… OBTVLE

RVNT PRO TVENDIS

E V D D

Di(i)s Maris Sac(rum).  Nautae et Remig(es) Ocea(ni) [hoc] [um]nus in templ[o] Thet[idis] obtulerunt pro tuendis […] E(x) V(oto) D(e)D(icaverunt)

Sagrado aos Deuses Marí­timos.  Os marinheiros e os barqueiros do Oceano, para cumprimento dum voto, ofe­receram (aos deuses) esta dádiva no templo de Tétis, para os proteger

1623; sumiu depois de 1642

Não

Ex-voto dedicado aos deuses do mar (oceanus, “mar aberto”, ao contrário do Mediterrâneo, mare internum, mar interior) por parte da confraria (colle­gium) dos marinheiros e bar­queiros (presumivelmente pes­cadores e cargueiros, mais do que mercadores)

105

… CASSIO C F

GAL

GALLO VIRO

OPTIMO D …

(?) Cassio G(aii) f(ilio) Gal(eria tribu) Gallo viro optimo D(ecreto) [D](ecurionum)

A (?) Cássio Galo, filho de Gaio, da tribo Galéria, varão de grande bondade, (foi eri­gido este monumento) por decreto dos decuriões

Finais do séc. XVI

Não

Monumento comemorativo; fortes evidências de tria no­mina; citação da tribo

106

IN MEMO…

ARRIAE AVITAE

MATR… Q CASSIVS

ARRIANVS

In memo[riam] Arriae Avitae matr[is] Q(uintus) Cassius Arrianus

Quinto Cássio Arriano (eri­giu este monumento) à me­mória de sua mãe, Árria Avita

Séc. XVII

Não

Lápide funerária; tria nomina para homem, e mulher desig­nada com gentílico e cognome

107

D M

M CASSI…

MARCIANI

NA XXII

ANNIA

CORINTHIA

NEPOTI

PIO

D(iis) M(anibus) M(arci) Cassi[i] Marciani an(norum) XXII Annia Corinthia Nepoti Pio

Aos deuses Manes de Marco Cássio Marciano, (falecido) aos 22 anos de idade; Ânia Coríntia (erigiu este mem­morial) ao seu devotado neto

Finais do séc. XVI

Não

Lápide funerária; tria nomina para homem e mulher desig­nada com gentílico e cognome

108

C IVLIVS C F

GAL CLEMENS

H S E

G(aius) Iulius G(aii) f(ilius) Gal(eria tribu) Clemens H(ic) S(epultus) E(st)

Gaio Júlio Clemente, filho de Gaio, da tribo Galéria, aqui está sepultado

Primeira metade do séc. XVI

Não

Lápide funerária; tria nomina, filiação e tribo

109

Q CAESIVS Q F GAL

FVNDANVS AN XXV

H S E

Q(uintus) Caesius Q(uinti) f(ilio) Gal(eria tribu) Fundanus an(norum) XXV H(ic) S(epultus) E(st)

Quinto Césio Fundano, filho de Quinto, da tribo Galéria, (falecido) aos 25 anos, aqui está sepultado

Finais do séc. XVI

Não

Lápide funerária; tria nomina, filiação e tribo

110

D M S

LVCRETIA PATRI

CIA ANN XXXVIIII

T V P

D(iis) M(anibus) S(acrum).  Lucretia Patricia an(norum) XXXVIIII T(itulum) V(iva) P(osuit)

Sagrado aos deuses Manes.  Lucrécia Patrícia, (falecida) aos 39 anos de idade, man­dou erigir este memorial ainda em vida

1898

Sim

Lápide funerária; mulher de­signada com gentílico e cog­nome

111

SOMI…

… IOI…

…II…

De impossível inter­pretação

 

1898

Sim

Fragmento de pedra calcária

112

M AVRELIO M F GAL

MARINO

HEREDES EX TESTAMENTO

M(arco) Aurelio M(arci) f(ilio) Gal(eria tribu) Marino, heredes ex testamento

A Marco Aurélio Marino, filho de Marco, da tribo Galéria, os seus herdeiros (ergueram este memorial), conforme as cláusulas do testamento

1642

Não

Lápide funerária; tria nomina, filiação e tribo

113

D M

CORNELIA GAMICA

ANN XXV

ET CORNELIVS

VICTORINVS AN XV

FRATRI ET SORORI

H S S

D(iis) M(anibus).  Cornelia Gamica ann(orum) XXV et Cornelius Victorinus an(norum) XV, fratri et sorori, H(ic) S(epulti) S(unt)

Aos deuses Manes.  Corné­lia Gâmica, (falecida) aos 25 anos de idade, e Cornélio Vitorino, (falecido) aos 15 anos de idade, estão aqui sepultados; ao irmão e à irmã (foi levantado este mo­numento?)

1642

Não

Lápide funerária; dois irmãos, designados por gentílico e cognomes (mesmo gentílico)

114

D M

LICINIA

HELENE

ANN XL H S E

D(iis) M(anibus) Licinia Helene ann(orum) XL H(ic) S(epulta) E(st)

Aos deuses Manes.  Licínia Helena, (falecida) aos 40 anos de idade, aqui está se­pultada

1903

Sim

Lápide sepulcral; mulher de­signada com gentílico e cog­nome

115

…ATURN…

…RVM BIST…

…VITO ANN XXII

…NIA I F TVSCA

FRATRI

…ICIAI M F TVSCAE

MATRI

[S]aturn[o]

[Sa]crum Bist[onio?]

[A]vito an(norum) XXII.  [Iu]nia I(ou T: Titi) f(ilia) Tusca fratri [Fel]iciai (=e) M(arci) f(iliae) Tuscae matri

Sagrado ao deus Saturno.  Júnia Tusca, filha de Tito(?), (erigiu este monu­mento) ao seu irmão Bistô­nio Avito (ou: Avito, o bis­tônio), (falecido) aos 22 anos de idade; (a mesma Jú­nia Tusca também dedicou este monumento) a sua mãe Felícia Tusca, filha de Marco

1902

Sim

Lápide sepulcral; duas mulhe­res (mãe e filha) designadas com gentílicos e cognomes (no caso, os mesmos cognomes, “Tusca” = “etrusca”); homem (filho) designado por dois cog­nomes, ou um cognome (Avito) e designativo de ori­gem (o termo “Bistônia” era o de uma povoação da antiga Trácia, próxima a Abdera)

116

D M

Q IVLIO MAXIMO

GAL NEPOTI…

ORATORI

Q IVLIVS MAXIMVS

…TER FILIO PIISSIMO

… C

D(iis) M(anibus).  Q(uinto) Iulio Maximo Gal(eria tribo) Nepoti[ano] oratori Q(uintus) Iulius Maximus [pa]ter filio piissimo [F](aciendum) C(uravit)

Aos deuses Manes.  Ao ora­dor (ou embaixador) Quinto Júlio Máximo Nepociano, da tribo Galéria.  Seu pai, Quinto Júlio Máximo, man­dou erigir (este memorial) a seu filho muito dedicado

1720

Não

Lápide sepulcral; pai e filho, ambos com tria nomina idênti­cos, o filho com agnome Ne­pociano; tratava-se (o filho) de um orador ou de um enviado da cidade em embaixada (pos­sivelmente a Roma)

117

C SEMPRONIVS

PACATVS

ANN LXXX H S E

G(aius) Sempronius Pacatus ann(orum) LXXX H(ic) S(epultus) E(st)

Gaio Semprônio Pacato, (falecido) aos 80 anos, aqui está sepultado

1796

Não

Lápide sepulcral; tria nomina

118

D M S

POSTVMIO

VICILLIONI

ANN XXXV

POSTVMIVS

FLORIANVS

FRATRI

PIENTISSIMO

F C

D(iis) M(anibus) S(acrum).  Postumio Vicilioni ann(orum) XXXV.  Postumius Florianus fratri pientissimo F(aciendum) C(uravit)

Sagrado aos deuses Manes.  A Postúmio Vicilião, (fale­cido) aos 35 anos de idade.  Postúmio Floriano mandou erigir (este memorial) a seu irmão muito dedicado

1602-05

Não

Lápide sepulcral; dois irmãos designados com gentílico e cognome (mesmo gentílico)

119

DIBVS

SVCCESSIS

RVBRIA

SABINA

Dibus (=Diis) Successis (=Successibus) Rubria Sabina

Rúbria Sabina (dedicou este memorial) aos deuses res­ponsáveis pela boa consecu­ção de uma ação (deuses do Sucesso)

Segunda metade do séc. XVIII

Não

Lápide votiva; mulher desig­nada com gentílico e cognome

120

D M S

COGITATA[…] N

NOR V FERMI

DIVS PEREGRINV

FIL F C H S E S T T L

D(iis) M(anibus) S(acrum).  Cogitata[e] [a]nnor(um) V Fermidius Peregrinu[s] fil(iae) F(aciendum) C(uravit) H(ic)S(epulta) E(st) S(it) T(ibi) T(erra) L(evis)

Sagrado aos deuses Manes.  A Cogitata, (falecida) aos 5 anos de idade.  Fermídio (ou Firmídio) Peregrino mandou erigir (este memorial) a sua filha; ela está aqui sepul­tada; que a terra lhe seja leve

1902

Sim

Cipo de mármore, com forma duma meia barrica, tendo a inscrição no bojo, dentro duma moldura; séc I ou II dC; filha menor designada por cognome; pai designado por gentílico e cognome.  Pode ter vindo da antiga Mírtilis (atual Mértola, no Alentejo), onde se encon­trou outra meia pipa dedicada pelo mesmo Firmídio Pere­grino a outra pessoa

121

ARA COARANIO

NICEO I MAXVMA

AVVI V A S L S

Ara[m?] Coaranio Niceo.  I(ulia?) Maxuma Avvi(ta?) V(otum) A(nimo) S(uo) L(ibens) S(olvit)

(Júlia) Máxuma (Máxima) Avita(?) cumpriu com a maior satisfação sua pro­messa de consagrar uma ara a Coarânio Niceu (ou a Ni­ceu, que se situa no lugar chamado Coarânio)

Finais do séc. XVI

Não

Ex-voto; o deus ao qual é dedi­cado é problemático:  Coarâ­nio, originário da Nicéia bitini­ana? Ou trata-se de um deus “Niceu” (“da Vitória”), cuja ara situava-se perto das propri­edades dos Corânios (ver ins­crição seguinte)? Mulher pro­vavelmente designada com gentílico, cognome e agnome

122

L CORANIVS L F GAL

BVBBVS H S E

L(ucius) Coranius L(ucii) f(ilius) Bubbus Gal(eria tribu) H(ic) S(epultus) E(st)

Lúcio Corânio Bubo, filho de Lúcio, da tribo Galéria, está aqui sepultado

Finais do séc. XVI

Não

Lápide sepulcral; tria nomina, filiação e tribo

123

D M

M LICINIO

MATERNO

…N VIII

H S E

D(iis) M(anibus) M(arco) Licinio Materno [an]n(orum) VIII H(ic) S(epultus) E(st)

Aos deuses Manes.  Á Marco Licínio Materno, (falecido) aos 8 anos de idade.  (Ele) está aqui se­pultado

1505

Não

Cipo ou urna cinerária que ser­via de pia de água benta na primitiva igreja de São Paulo; tria nomina

124

DIS M

L RVTILI L F GAL

SEVERI ANN XXX

RVTILIA MATER

D S P C

Di[i]s M(anibus) L(ucii) Rutili[i] L(ucii) f(ilii) Gal(eria tribu) Severi ann(orum XXX Rutilia mater D(e) S(uo) P(onendum) C(uravit)

Aos deuses Manes de Lúcio Rutílio Severo, filho de Lú­cio, da tribo Galéria, (fale­cido) aos 30 anos de idade.  Sua mãe Rutília mandou erigir (este memorial) às suas custas

Meados do séc. XVI

Não

Lápide sepulcral; filho desig­nado com tria nomina e mãe designada com o mesmo gen­tílico (“Rutílio”, um gentílico não tão comum assim); os pais eram, assim, de algum modo, parentes entre si por linha masculina, ou a mãe era liberta do pai, ou trata-se apenas de coincidência

125

L VALERIVS GAL

SEVERVS AN L

H S E S T T L

FILI

PATRI P C ET

Q SERTORIVS

CALVVS ATFINIS

L(ucius) Valerius Gal(eria tribu) Severus an(norum) L H(ic) S(epultus) E(st) S(it) T(ibi) T(erra) L(evis) Fili[i] Patri P(onendum) C(uraverunt) et Q(uintus) Sertorius Calvus adfinis (=affinis)

Lúcio Valério Severo, da tribo Galéria, (falecido) aos 50 anos de idade, está aqui sepultado.  Que a terra lhe seja leve.  Os filhos manda­ram erigir (este memorial) a seu pai, bem como o parente Quinto Sertório Calvo

Inícios do séc. XVI

Não

Lápide sepulcral; dois homens designados por tria nomina, constando para um deles tam­bém a tribo

126

DIIS MANIBVS

P CLODIO IVVENI VIX

ANNIS LXX FECIT

P CLODIVS FORTVNATVS

PATRONO SVO BENEMERENTI

Diis Manibus P(ublio) Clodio Iuveni (qui) vix(it) annis LXX fecit P(ublius) Clodius Fortunatus patrono suo benemerenti

Aos deuses Manes.  Públio Clódio Fortunato (ofereceu esta urna) a seu patrono Pú­blio Clódio Juvenil, que vi­veu 70 anos, e que bem a merece

1846

Sim

Urna cinerária; dois homens (patrono e cliente, este último quase certamente um antigo escravo liberto) com tria no­mina (mesmos prenome e gen­tílico)

127

IOVI OPT

MAX C

CASSIVS FV

NDANVS

VETERANVS

V S A L

Iovi Opt(imo) Max(imo) G(aius) Cassius Fundanus veteranus V(otum) S(olvit) A(nimo) L(ibens)

Sagrado a Júpiter, o Maior e o Melhor.  O veterano Gaio Cássio Fundano cumpriu a sua promessa com a maior satisfação

Inícios do séc. XVI

Não

Ex-voto; veterano (legionário ou auxiliar) com tria nomina

128

Q ASINIVS M F MARCELLVS

COS

Q(uintus) Asinius M(arci) f(ilius) Marcellus co(n)s(ul)

Quinto Asínio Marcelo, fi­lho de Marco, cônsul

1557

Não

Fragmento de inscrição; quase certamente não proveniente de Lisboa; trata-se provavelmente do filho do cônsul de 54 dC, ou do de 104 dC; tria nomina com filiação

129

Q CAECILIO

GAL MAXSV

MO NA XX …

Q(uinto) Caecilio Gal(eria tribu) Maxsumo(!) an(norum) XX …

A Quinto Cecílio Máxumo (=Máximo), da tribo Galé­ria, (falecido) aos 20 anos

Finais do séc. XVI

Não

Lápide sepulcral; tria nomina e tribo; “Maxsumus” é forma va­riante (e errada) de “Maximus”

130

[.]LODIA T F

[.]ONTANA

PISONIS

H S E

[C]lodia T(iti) f(ilia) [M]ontana Pisonis H(ic) S(epulta) E(st)

Clódia Montana Pisônide, filha de Tito, está aqui se­pultada

Finais do séc. XVI

Não

Lápide sepulcral; mulher de­nominada com gentílico, cog­nome e agnome

131

L CORNELIVS AVITVS

ANN XVII H S E

… MATER

L(ucius) Cornelius Avitus ann(orum) XVII H(ic) S(epultus) E(st) (…) mater

Lúcio Cornélio Avito, (fale­cido) aos 17 anos, aqui está sepultado (…) sua mãe (de­dicou este memorial?)

Finais do séc. XVI

Não

Lápide sepulcral; tria nomina

132

IVLIA P F

AMMAIA

H S E

Iulia P(ublii) f(ilia) Ammaia H(ic) S(epulta) E(st)

Júlia Amaia, filha de Públio, aqui está sepultada

Finais do séc. XVI

Não

Lápide sepulcral; mulher de­signada com gentílico e cog­nome

133

IVLIA MATER…

TVSCA ANN…

H S E S T T L

Iulia Mater[na] Tusca ann(orum) [?] H(ic) S(epulta) E(st) S(it) T(ibi) T(erra) L(evis)

Júlia Materna Tusca, (fale­cida) aos [ ] anos, está aqui sepultada; que a terra lhe seja leve

Talvez 1740

Não

Lápide sepulcral; mulher de­signada com gentílico, cog­nome e agnome

134

IVLIA C F TVSCA

POSTVMI[A?] ANNO

XVIII H S E S T T L

MATER … EC…

Iulia G(aii) f(ilia) Tusca Postumi[a] anno(rum) XVIII H(ic) S(epulta) E(st) S(it) T(ibi) T(erra) L(evis), mater [f]ec[it]

Júlia Tusca Postúmia, filha de Gaio, (falecida) aos 18 anos, aqui está sepultada; que a terra lhe seja leve.  Sua mãe erigiu (este memo­rial)

Talvez 1740

Não

Lápide sepulcral; mulher de­signada com gentílico, cog­nome e, talvez, agnome (ape­lido, por tratar-se de filha pós­tuma? Ou trata-se de duplo gentílico?)

135

D M

L IVLI GAL L

FI AN XX

D(iis) M(anibus) L(ucius) Iuli(us) Gal(eria tribu) L(ucii) fi(lius) an(norum) XX

Aos deuses Manes.  Lúcio Júlio, filho de Lúcio, da tribo Galeria, (falecido) aos 20 anos

Finais do séc. XVI

Não

Lápide sepulcral; homem de­signado por prenome, gentí­lico, filiação e tribo

136

P IVLIVS

SERANVS

H S E

P(ublius) Iulius Ser[r]anus H(ic) S(epultus) E(st)

Públio Júlio Serrano está aqui sepultado

Data incerta

Não

Lápide sepulcral; tria nomina

137

… L SEVERO…

…LXX…

…RI…

…ARITO…

O estado fragmentário não permite reconstituição confiável

 

Finais do séc. XVI

Não

Provavelmente lápide sepulcral

138

L LVCRETIV[.]

L F GAL

SEVERVS

… S E

L(ucius) Lucretiu[s] L(ucii) f(ilius) Gal(eria tribu) Severus [H](ic) S(epultus) E(st)

Lúcio Lucrécio Severo, fi­lho de Lúcio, da tribo Galé­ria, aqui está sepultado

1900

Sim

Lápide sepulcral; tria nomina, filiação e tribo

139

POMPEIAE

EPACATHI

L TERENTIVS FVR

NVS MARITVS ET L TE

RENTIVS RVFVS

F C

Pompeiae Epacathi L(ucius) Terentius Furnus, maritus, et L(ucius) Terentius Rufus F(aciendum) C(uraverunt)

A Pompéia Epácate, Lúcio Terêncio Furno, seu marido, e Lúcio Terêncio Rufo, mandaram erigir (este me­morial)

1875

Sim

Lápide sepulcral, atualmente no Museu do Louvre, Paris; dois homens (provavelmente pai e filho), com tria nomina  (mesmos prenomes e gentíli­cos) dedicam o memorial à es­posa (e provavelmente mãe), designada por gentílico e cog­nome

140

D M

MIN…

Interpretação impossível

 

1944

Sim

Fragmento de tampa de co­lumbário

141

D…

PED EV

L PED

O estado fragmentário não permite interpretação segura

 

1860; sumiu antes de 1944

Não

Fragmento de lápide funerária, depositada na Biblioteca Na­cional de Lisboa em 1860, de onde tinha desaparecido em 1944

142

D M

CAECILIO P F

HERMETIANO

V A II M X D XVII

P CAECILIVS

SICILIANVS FRATER ATEIVS A VII M III D VII

HERMES

PATER FECIT

D(iis) M(anibus) Cae­cilio P(ublii) f(ilio) Hermetiano v(ixit) a(nnis) II m(ensibus) X d(iebus) XVII P(ublius) Caecilius Sicilianus frater Ateius a(nnorum) VII m(ensium) III d(ierum) VII; Hermes pater fecit

Aos deuses Manes.  A Ce­cílio Hermetiano, filho de Públio (que viveu 2 anos, 10 meses e 17 dias), seu pai P(úblio) Cecílio Hermes mandou erigir este monu­mento (e Siciliano Ateio, seu irmão, faleceu aos 7 anos, 3 meses e 7 dias)

1773

Sim

Árula sepulcral de um (depois outro) filho; pai designado com tria nomina; um filho por gen­tílico e cognome, outro por cognome e agnome; depois de gravada a inscrição a Cecílio Hermetiano, foram intercala­das duas linhas, informando a idade com que morreu e a notí­cia do falecimento do irmão, Siciliano Ateio, e da idade que tinha

143

DIS MANIB

L COMINI

EXPECTATI

IVSTVS

ET AVGVSTANVS CVM

COMINIA

MATRE

PATRI OPTIMO

Di[i]s Manib(us) L(ucii) Comini[i] Expectati.  Iustus et Augustanus, cum Cominia matre, patri optimo

Aos deuses Manes de Lúcio Comínio Expectato.  Justo e Augustano, juntamente com Comínia, sua mãe, (erigi­ram) a (seu) bondoso pai (este monumento)

1796

Sim

Árula sepulcral; homem desig­nado com tria nomina; esposa com gentílico (igual ao do ma­rido: talvez ambos sejam li­bertos de um Comínio), e fi­lhos com cognomes

144

D M

IVSTO CAEPIONIS

CORINTHVS ET CLYTE

PARENTES

VIXIT ANN VIII MENSIB

VIIII DIEBVS VIII

D(iis) M(anibus) Iusto Caepionis Corinthus et Clyte parentes; vixit ann(is) VIII mensib(us) VIIII diebus VIII

Aos deuses Manes.  A Justo Cepião, que viveu 8 anos, 9 meses e 8 dias, seus pais Corinto e Clite (erigiram este memorial)

1773; sumiu depois de 1789

Não

Árula sepulcral; provavelmente de peregrinos (ou de libertos); pais mencionados com cogno­mes (ambos gregos), filho com dois cognomes (ambos latinos)

144A

D M

M ANTONI

M F GAL LVPI

OLISIPONESIS

H S E

D(iis) M(anibus) M(arci) Antoni[i] M(arci) f(ilii) Gal(eria tribu) Lupi olisipone[n]sis H(ic) S(epultus) E(st)

Aos deuses Manes de Marco Antônio Lupo, filho de Marco, da tribo Galéria, olissiponense; ele está se­pultado aqui

Séc. XVI

Sim

Cipo sepulcral; tria nomina, filiação e tribo; originaria­mente no adro da antiga igreja de Santa Maria da Alcáçova, em Santarém, junto com a pró­xima (144B)

144B

D M

Q ANTONI M F

GAL CELERI

OLISIPONESI

D(iis) M(anibus) Q(uinti) Antoni[i] M(arci) f(ilii) Gal(eria tribu) Celeri olisipone[n]si[s]

Aos deuses Manes de Quinto Antônio Céler, filho de Marco, da tribo Galéria, olissiponense

Séc. XVI

Sim

Cipo sepulcral; tria nomina, filiação e tribo; provavelmente referente ao irmão daquele a quem é dedicada a inscrição 144A

144C

D M S

IVL MARC F AN XXVII

IVL PATERNA MATER

FILIAE PIENTISSIMAE

OLISIPONENSI ARAM

POSVIT

H S E

D(iis) M(anibus) S(acrum).  Iul(ia) Marc(i) f(ilia) an(norum) XXVII, Iul(ia) Paterna Mater filiae pientissimae olisiponensi, aram posuit, H(ic) S(epulta) E(st)

Sagrado aos deuses Manes.  Júlia, filha de Marco, (fale­cida) aos 27 anos de idade, está sepultada aqui.  A mãe Júlia Paterna erigiu este al­tar a sua filha dedicadís­sima, natural de Olissipona

Meados do séc. XVI

Não

Árula sepulcral; mãe designada com gentílico e cognome, e filha com gentílico; ambas portam o mesmo gentílico (“Júlia”), que é, contudo, muito comum

144D

I AEFVS CATVRONIS F

AVIOBRIGINSIS H S E

NA XXIIX

NIG FRATER EX TESTAMENTO

PACIENDVM CURAVIT

ARIE RAIVO LABERI

EXONATI OLISIPONSIS

I(ulius) Aefus Caturonis f(ilius) Aviobrigi(=e)nsis H(ic) S(epultus) E(st), An(norum) XXIIX.  Nig(er) frater ex testamento p(=f)aciendum curavit (artifice) Ari[n]e Rai(=e)vo, Laberi[i] [f](ilio) Exonati olisipon[en]sis

Júlio Efo, filho de Caturão, natural de Avióbriga, (fale­cido) aos 28 anos, está aqui sepultado; Seu irmão Níger mandou fazer (este monu­mento), de acordo com as cláusulas testamentárias, (na oficina) de Arine Revo (fi­lho de) Labério Exonato, natural de Olissipona

1874

Sim

Cipo sepulcral, ainda encasto­ado numa parede da igreja matriz de Fermedo, em Arouca; provavelmente época de Augusto ou Tibério; a filia­ção faz crer que se trate de novo cidadão; um homem de­signado com gentílico e cog­nome; dois com cognome; as indicações da oficina de canta­ria traem ainda nomenclaturas nativas misturadas a romanas.  Avióbriga: localização incerta

144E

I ASSAECO

VOTVM

ANIMO LVBEN

M CAECILIVS

CAENO SOLVIT

I(ovi) Assaeco votum animo luben[s] M(arcus) Caecilius Caeno solvit

A Júpiter Asseco, Marco Cecílio Cenão cumpriu (seu) voto com a melhor sa­tisfação

1944

Sim

Ara de calcário rosado; dedi­cante portando tria nomina; a designação de Júpiter talvez se ligue ao rio Asseca

144F

[.]ATRI LIBERO

SACRVM

G R T AVO

V A L S

[P]atri Libero Sacrum G(entis) R(omanae) T(utori) Avo V(otum) A(nimo) L(ibens) S(olvit)

Sagrado a Líber Pai (=Baco) e ao Antepassado Protetor do Povo Romano; cumprido o voto com a maior satisfa­ção

1944

Sim

Ara de calcário rosado; a inter­pretação é em parte conjectu­ral, dado o grande número de abreviaturas

144G

C S

APONIANICO

POLISCINIO

SACRVM

A L

C(aro) S(uo) Aponianico Poliscinio Sacrum A(nimo) L(ibens)

(Monumento) sagrado ao seu querido deus Poliscínio Aponiânico; dedicado com a maior satisfação

1944

Sim

Árula votiva; o nome do deus talvez se ligue à ilha Aponiana, da costa ocidental da Sicília

144H

D M

C I PRIMITIVO

ANN LX TEREN

TIA IVL[…] PATRI

P F C

H S E

D(iis) M(anibus) G(aio) I(ulio) Primitivo ann(orum) LX, Terentia Iul[ia] patri p(ientissimo) F(aciendum) C(uravit).  H(ic) S(itus) E(st)

Aos deuses Manes.  A Gaio Júlio Primitivo, (falecido) aos 60 anos; Terência Júlia mandou erigir (este monu­mento) a seu pai dedicadís­simo, que está aqui sepul­tado

1944

Sim

Lápide sepulcral; homem de­signado com tria nomina, e fi­lha com duplo gentílico (um dos quais o paterno; é provável que o outro seja o materno)

26 respostas a “OS NOMES DAS PERSONAGENS DO LIVRO HÁ DOIS MIL ANOS – PARTE 2”

  1. Emanuel Oliveira Diz:

    Companheiros Espíritas:
    Aprendamos com “Testemunhos de Chico Xavier” de Suely Caldas Schubert:
    Chico tece críticas rigorosas a seu companheiro Ismael por causa de responder a “um artigo compacto, apaixonadamente combativo, contra o trabalho último do nosso prezado Ismael.
    A discussão, sem proveito, por mais de uma hora, é uma espécie de cachaça. Entotece e perturba. Deus permita q o Ismael não a beba. Diz Emmanuel que “polemizar é remexer uma tina de água, serviço vão que cansa os braços inutilmente. E se temos de remexer a água, debalde, melhor será distribui-la, tão limpa quanto possível, com os sedentos que vão marchando connosco, em piores condições que as nossas.”
    Peço assim, a Jesus que se o Ismael for gastar o fogo divino de sua brilhante inspiração com o “duelo das palavras”, o auxilie a gastar esse fogo sublime em artigos iluminados para as nossas necessidades comuns, na imprensa doutrinária(…)
    Então direccionemos nossos conhecimentos para fazer artigos edificantes nos locais correspondentes (onde há falta de colaboradores) para levarmos palavras de consolo a quem as quiser receber.

  2. Gilberto Diz:

    Emmanuel e amigos, que saudade do tempo em que os comentários dos posts eram comentários dos posts… Realmente, Xavier pisou na bola. Ele nunca imaginou que um trabalho como esse fosse feito. Ele contava com a ignorância de seus seguidores. “Flávia Lentúlia” é um absurdo. É como se minha filha, filha de Gilberto Santos e Rita Machado, se chamasse não de “Sílvia Machado Santos”, mas sim “Sílvia Pires Ramos”. Desculpe a nossa filha, ou seja, falha…

  3. Sonia N. Diz:

    Gilberto:

    Você usou um exemplo fraco. O que tem de nome assim, você não tem idéia.

    Tive um aluno registrado apenas com o nome de José Carlos, cuja filiação não tinha nada a ver com o seu nome.

    Batalhou muitos anos para renovar o seu registro e todos os seus documentos, pois, essa situação lhe trazia muitos constrangimentos.

    Uma outra aluna era registrada com sobrenome não existente em sua filiação.

    E há muitos outros. Não relato aqui em detalhes, porque seria invadir domicílio alheio.
    São casos recentes.

    Podemos imaginar o que acontecia há milênios.

    Ah! meu Deus! Eu deveria ter quebrado os dedos antes de fazer esse comentário.

    Lá vem tortura epigráfica, proposófica, lentiliana, erviliana, grão de bicoliana, etc, etc, etc, como diria o Rei do Sião.

  4. Gilberto Diz:

    Será que podemos comparar seus exemplos com o da filha de um Senador Romano?

  5. Sonia N. Diz:

    Gilberto:

    Faz o seguinte: me dê o nome de 6, dos 600 senadores da época de Tibério. Basta 1% do total. Mais nada.

    Responde agora não, que eu estou de saída. Hoje, só depois das 23 horas.

  6. Gilberto Diz:

    Além dos 6, preciso também do nome de suas filhas? Tarefa difícil. Me dá um ano. Talvez dois. De novo vocês espíritas invertendo o ônus da prova. Patético.

  7. Sonia N. Diz:

    Gilberto:

    Há uma máxima espírita que diz:
    “A letra mata. O espírito vivifica”

    Mas, eu acho que só quem entende isso são os espíritas.
    Não adianta querer explicar.

  8. Gilberto Diz:

    Tem razão. A letra de alguns psicógrafos é de matar… Tinha que ver a carta psicografada da minha avó, presbiteriana desde que nasceu, mas disse que Nossa Senhora de Fátima iria me proteger. É que o psicógrafo soube que ela era portuguesa. Ou ela se converteu pós-mortem… E coitada, meu bisavô foi até apedrejado por ser protestante. E ela era semi-analfabeta, mas escreveu direitinho. Mobral do além… Mas a letra era horrível. Pena que a carta sumiu…

  9. Sonia N. Diz:

    Gilberto:

    Você deve ser Bocage reencarnado…

    Fui!

  10. Petrus Diz:

    Gilberto, é fantástico tais esclarecimentos postados em seu site, mas uma coisa te digo, não perca tempo em querer explicar tudo aos espíritas. São gente que mesmo que a verdade lhes caia na cabeça, não a reconhecera. Se julgam muito “iluminados” para aceitar explicações de simples mortais. Só as aceitam dos “mortos”.

  11. Enrique Diz:

    Olá Vitor. Gostaria do seu contato, queria te fazer uma pergunta. Me mande um email, abraços

  12. Petrus Diz:

    Peço desculpas por confundir os nomes relativo ao conteudo do site. Meu elogio e para ser pro Vitor Moura, apesar da excelete colaboração do Gilberto.

  13. Sonia N. Diz:

    Petrus:

    Meus pêsames…

  14. Gilberto Diz:

    Amigo Petrus, o Vitor tem uma qualidade que me falta, por isso eu jamais poderia manter um blog como este. A qualidade é a infinita paciência. Mas ele sente (e eu concordo) que este é um trabalho que TEM que ser feito. Os espíritas falham em ver que o Sr. Moura está do lado deles. Mas o protesto dos cristãos foi essencial à Igreja cristã, assim como ultimamente a Renovação Carismática também tem sido. Apesar do “nariz torcido” dos católicos em geral, atualmente é justamente da Renovação Carismática que mais padres se ordenam! A mudança tem que vir, mesmo pra quase monolítica Igreja Católica. Imaginem no espiritismo, que de saída se disse moderninho e revolucionário, se adaptando às mudanças do homem e do mundo. Balela. Eles também se fecham monoliticamente. Ironicamente até mais que a Igreja Católica. Um abraço.

  15. Petrus Diz:

    Sonia N, pêsames pra mim???? Porque? Por elogiar um trabalho bem feito? Se eu fosse um espírita cairia de joelhos diante de tantos argumentos colocados, explanados, comentados e recomentados neste site(e outros também). No mínimo deixaria o benefício da informação correr livremente pelos neurônios monolitizados(como disse Gilberto) pelos “mortos”. Mas sua atitude é peculiar aos espíritas(e outros também). É o que podemos chamar de “conforto mental”. E pode acreditar no que disse o Gilberto, Vitor moura esta do teu lado.

  16. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:


    A quem interessar, sobre evidências acerca de senadores:

    Alguns estudos de valor existem acerca da composição do Senado romano, a partir da evidência de todas as citações e/ou inscrições disponíveis referentes a senadores.

    Para a República romana, embora não haja, de meu conhecimento, um único estudo abrangente, informações podem ser obtidas a partir do estudo de Broughton, “The Magistrates of the Roman Republic”, em três volumes: um cobrindo do início da República (509 aC) até 100 aC, o outro de 99 aC a 31 aC e o terceiro (“suplemento”) com adendos, biografias rápidas e “cursi honorum” dos sujeitos citados. Broughton examina, ano a ano, os detentores (conhecidos) das magistraturas, e enumera os senadores conhecidos ou atestados na ocasião. A Universidade de Trier (Alemanha) tem disponíveis, para “download” em “pdf”, o 2o volume (elenco anual e índice) e o “suplemento”, no seguinte endereço:

    http://www.sfb600.uni-trier.de/index.php?site_id=108&proj_id=4f394fe6c94fcbe67faee63c3a000b53&sitename=AusgewählteTexteTabellen

    Para o Império, são de meu conhecimento dois trabalhos. Cobrindo o período de Augusto a Nero (28 aC a 68 dC), “The Composition of the Roman Senate from Augustus to Nero”, de Margaret Elizabeth Gathorne Hardy (disponível em microfilme na Biblioteca Nacional da Austrália), uma tese de mestrado de 1973 da Universidade de Sydney (não tenho mais detalhes a respeito); e, principalmente, o artigo de Mason Hammond no “Journal of Roman Studies”, no 47, de 1957, páginas 74-81, “Composition of the Senate, AD 68-235”, cobrindo todo o “Alto Império”, da morte de Nero (e fim da dinastia Júlio-Cláudia) até à de Severo Alexandre, e incluindo também considerações sobre o período 235-284 dC (a “Anarquia Miltar”, que evidenciou o final do “Alto Império” e a transição para a Antiguidade Tardia, com as reformas de Diocleciano [284-305] e de Constantino [306-337]). As tabelas resumidas podem ser encontradas no seguinte “link”: http://www.tulane.edu/~august/handouts/601crsen.htm.

    Um resumo a seguir (por linhas). (A) = número total de senadores conhecidos, para o período em questão; (B) desses, número total de senadores cuja origem geográfica é conhecida; (C) dentre os de origem geográfica conhecida, percentual dos italianos; (D) idem, de demais ocidentais, exceto africanos latinos (África Proconsular, Numídia, Mauritânias); (E) idem, africanos latinos; (F) idem, outros (orientais [gregos, da Ásia Menor, sírios, egípcios, etc.], ilírios, etc.).


    Época; Vespasiano (69-79 dC); Domiciano (81-96 dC); Trajano (98-117 dC); Adriano (117-138 dC); Antonino Pio (138-161 dC); Marco Aurélio (161-180 dC); Cômodo (180-192 dC); Septímio Severo e Caracala (193-217 dC); Elagábalo e Severo Alexandre (218-235 dC); 235 a 284 dC

    (A) 386 404 428 332 355 342 259 937 471 548

    (B) 178 163 152 156 167 180 114 479 238 265

    (C) 83,2% 76,6% 65,8% 56,4% 57,5% 54,4% 55,3% 42,6% 49,5% 44,0%

    (D) 11,8% 16,9% 9,1% 20,0% 10,2% 4,3% 3,5% 8,6% 7,2% 8,9%

    (E) 1,6% 1,2% 2,0% 7,0% 12,0% 13,9% 14,0% 14,8% 13,9% 12,8%

    (F) 3,4% 5,3% 23,1% 16,6% 20,3% 27,4% 27,2% 34,0% 29,4% 34,3%


    Divirtam-se…

    JCFF.

  17. Gilberto Diz:

    JCFF, li tudo, inclusive os links, fui na Biblioteca Nacional e li cópias de toda a sua bibliografia. Conferi o número exato de senadores e dou o aval. A Ausgewählte Texte Tabellen foi uma leitura lúdica e me lembrou os bons tempos que estudei no Goethe Institut. Ainda me lembro da primeira vez que ouvi a expressão “Das Aftasardem edoem hemorróidasidem!” Foi uma leitura simples, rápida, edificante e, por que não dizer, realmente divertida. Obrigado, me sinto um ser humano mais completo.

  18. Lazaro Diz:

    Acredito na sobrevivência da consciencia, de alguma forma. Porém, acredito que a maior parte das obras de Chico Xavier eram falsas. Falsas no sentido de ele não ter tido a percepção de perceber o que era criação cerebral (ficcção) e o que era inspiração de memórias passadas espirituais.

    Acho que as pessoas estão se sentindo ofendidas ao aceitar a hipotese de que paranormalidade e espiritualidade não são condições absolutas e permanentes. Eu creio que não é uma coisa permanete e passivel de controle. Pelo contrario, a condição causa problemas. Por isso acredito que muitas pessoas ‘loucas’, na verdade, podem ter desenvolvido patologias devido a não ter controle sobre as inspirações espirituais. Mediunidade é um canal que não se tem controle e é preciso paciencia para saber diferencia\r o que é inspiração espíritual de inspiração ficcional.

  19. Emanuel Oliveira Diz:

    Pesquisas científicas actuais de historiadores, paleontólogos e arqueólogos comprovam relatos de Emmanuel nos seus romances históricos (ver 1)
    Assista ao belo testemunho de Wagner Paixão sobre a vida de Chico Xavier
    1) http://vimeo.com/5273318
    2) http://vimeo.com/5349565

  20. Emanuel Oliveira Diz:

    Emanuel Oliveira Diz:
    Pesquisas científicas actuais de historiadores, paleontólogos e arqueólogos comprovam relatos de Emmanuel nos seus romances históricos (ver 1)
    Assista ao belo testemunho de Wagner Paixão sobre a vida de Chico Xavier
    1) http://vimeo.com/5273318
    2) http://vimeo.com/5349565

  21. Anderson Diz:

    Ok, muito instrutiva a sua pesquisa.

    Contudo proponho o amigo a refutar todos os ensinamentos trazidos por André Luiz, em sua obra, sobretudo em relação a fisiologia do cerébro e em relação as pesquisas realizadas anos depois por vários médicos e cientistas como John Lorber, que confirmam tais propostas trazida em diversas obras psicografadas.

    Ficou relativamente vago, mas não vou facilitar aqui o trabalho do amigo, colocando os aspectos cientificos (e confirmados) das diversas obras de André Luiz, psicografadas por um ser que tinha o ensino fundamental.

    Bom trabalho.

  22. Emanuel Oliveira Diz:

    Marlene Nobre, Médica Ginecologista Pres.Assoc.Médico Espirita Internacional – Palestra 2009
    Das Mitocôndrias à Luz Coagulada : Inspirações da Espiritualidade à Ciência
    1) http://www.megaupload.com/?d=PCIG2LGP
    Comprovações científicas posteriores e actuais da obra André Luiz/Chico Xavier (iniciada em 1944…)
    2) http://www.megaupload.com/?d=3N8NEBWK

  23. ricardo sampaio martins Diz:

    Chico Xavier é sem dúvida a pedra angular ou uma das pedras angulares do movimento espírita no Brasil,pelo seu trabalho e apostolado de fé e caridade.Será possivel que estas obras literarias estejam no mesmo nível dos atuais folhetins de zibia Gaspareto, segundo posso deduzir? e pergunto mais, qual o proposito dessa ficção toda?
    Seria o mesmo da Igreja Catolica romana quando transformou um simples profeta dos confins do mundo, num DEUS?

  24. Ana Diz:

    Boa tarde,

    Sou espirita desde a infância.
    Compreendo a preocupação do pesquisador na busca de dados que comprovem a veracidade da obra mediunica.No entanto, acho que para saber a diferença entre o bom e o ruim devemos conhecer os dois lados.Muitos dados historicos também são omitidos nas obras mediunicas por razões que o pesquisador ignora.Digo isso em relação a qualquer obra espirita não somente a do querido Chico Xavier. Suas obras são apenas uma parte do imenso trabalho que ele realizou, porque o seu trabalho não se resumiu apenas a psicografia.O trabalho de Chico Xavier foi muito abrangente e foi o trabalho de um missionario que viveu para Jesus. As lágrimas que enxugou, as caridades que fez, e toda a sua vida de renúncia, parece que são apenas detalhes para as pessoas incrédulas.Cada qual imagine-se um dia ser o proprio Chico Xavier na sua missão de renunciar a propria vida e verá que não é fácil.Tenhamos bom senso e misericordia em fazer crítica no contexto acadêmico, que não se pode separar vida e emoção.Muita gente critica o Chico, mas é incapaz de fazer uma rima de água doce.Os críticos deveriam estudar o espiritismo, para depois critica-lo,então saberiam que a espiritualidade por misericórdia de nós, não divulga tudo que sabe por respeito e amor as nossas fraquezas humanas.Muitas vezes, nomes são trocados por pseudônimos para evitar que espiritos reencarnados na atualidade, que viveram esses personagens, se desequilibrem diante das novas experiências. A reencarnação é um fato inegáve.Desculpe a intromissão, mas vocês deixaram-nos (internautas) livres para comentar.Acho válido o trabalho de pesquisa tão profunda, mas não esqueçam dos artificios espirituais que são inúmeros e desconhecidos pelos leigos.Ha mais coisa entre o céu e a terra do que nossa vã filosofica pode supor.O trabalho de Chico Xavier, Sathya Sai Baba, Divaldo Franco e outros nobres colaboradores, espiritas ou não, tais como Madre Tereza de Calcuta, só são reconhecidos no mericido tempo, isto é , pela ciência , porque pelos que os amam são instantaneamente reconhecidos.Muita paz!

  25. Wilson de Castro Junior Diz:

    Afinal, para quem o sr. escreve? Qual é o seu público? Uma linguagem muito rebuscada e cheia de vícios, dificil de ser lida pelo público mediano que, aliás, é formado pela grande maioria dos habitantes desse planeta. Mesmo tendo como desculpa que trata-se de um assunto diferenciado, procure escrever de forma mais simples e quem sabe mais pessoas poderão desfrutar e entender sua pesquisa.

  26. Julio Diz:

    A pesquisa prova o trabalho esplendido de Chico Xavier como médium, sem nunca ter recorrido a obra alguma de referencia. É importante ter em vista, entretanto, como o próprio autor espiritual nos apresenta em sua introdução, que o livro é, sim, uma adaptação de uma historia muito antiga ao gosto moderno. Seu estudo é muito importante meu amigo, muito obrigado por ele. Mas é preciso colocar tudo em sua devida medida. Se muita coisa é posta em duvida, voce mesmo percebe que muitas outras são dificílimas de serem cabalmente refutadas. Estudemos juntos, humildemente, e aprendamos a enxergar com a lente alheia a mesma paisagem para percebê-la de modo mais amplo. Todos ganhamos com a obra de Xavier, espíritas ou não; temos que parar com a mania de desmerecer o trabalho alheio e tentar absorver o que há de melhor nele. E nesse quesito, Há dois mil anos é um retrato vívido e emocionante da trajetória do homem. Por último, procurem conhecer também o trabalho do prof. Alexandre Caroli Rocha da Unicamp, que estudou a obra mediúnica de Humberto de Campos, comparando-a com sua obra em vida. Uma contribuição “científica” – já que esse é o escopo desse site – que traz conclusões muito bem balizadas a respeito do assunto. Muita paz a todos!

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