UMA AVALIAÇÃO DE OSTENSIVAS COMUNICAÇÕES COM UM FALECIDO MESTRE EM XADREZ COMO EVIDÊNCIA PARA SOBREVIVÊNCIA (2006)

Uma partida de xadrez supostamente entre um vivo e um falecido mestre em xadrez foi dirigida por Eisenbeiss e publicada nos anos 80 na mídia popular. Revisando o caso, e considerando o material que até então ainda não fora publicado, Hassler concluiu que o caso merecia profunda análise e publicação para a comunidade científica. Um resumo da partida, jogada ao nível de campeonato internacional, e as circunstâncias de sua intermediação por um médium psicógrafo que não tinha nenhum conhecimento sobre xadrez ou de sua história, forma a introdução para o material recentemente descoberto neste caso: durante o curso da partida, um substancial grupo de informações sobre a vida do mestre de xadrez desencarnado foi obtido, e subsequentemente verificado com sucesso, inclusive com um elemento inesperado. Uma avaliação da verificação revela que a parte ‘obscura’ das informações comunicadas foi 94% precisa. O valor do caso deve ser visto dentro da ostensiva comunicação de fatos objetivos (saber que) combinado com o exercício de habilidades mentais e intelectuais adquiridas (saber como) após um período prolongado de tempo, assim como a revelação de informações obscuras inesperadas. Pesando numa mão a motivação psicológica subjacente para produção destas informações através do médium, e na outra, a psique desencarnada, a hipótese da sobrevivência é sugerida como a explicação mais plausível para o fluxo das informações.

INTRODUÇÃO 

A notável história de uma partida de xadrez jogada entre um vivo e um falecido mestre em xadrez foi publicada na TV alemã (SAT1, dezembro de 1992) e em 1987 em vários livros e revistas populares (Eisenbeiss, 1987a, 1987b; Emmenegger, 1987; Gardner, 1988; Holbe, 1988; Metz, 2001a; Petersen, 1994; Schiebeler, 2001; Vágó, 1988, Wirthensohn, 1991). Estas publicações focam em aspectos sensacionais: uma partida jogada em nível de mestre foi intermediada por um médium psicógrafo que não era jogador de xadrez. Algumas referências foram feitas para outro aspecto do caso, incluindo informações supostamente recebidas do desencarnado relativas a sua vida e suas realizações. Este material foi usado para desenvolver trinta e nove questões abertas, as quais foram passadas para um historiador e perito em xadrez para pesquisa e resposta, sem que ele fosse informado sobre a razão desta investigação. A comunicação e as perguntas e respostas nunca foram sujeitas a avaliação e publicação para a comunidade científica. Os autores acreditam que a revelação deste material é merecida porque este caso (em alguns aspectos assemelha-se ao caso da médium musical Rosemary Brown — vide Brown, 1974) talvez evidencie com exclusividade tanto a comunicação extra-sensorial de fatos (saber que) quanto as habilidades adquiridas (saber como) que são consistentes com outros relatórios de comunicação mediúnica publicados neste Journal. A partida em si será apenas resumida brevemente por questões de completude e base de conhecimento.

O DESENVOLVIMENTO DO CASO 

Em 1985 um dos autores (gerente de qualidade e jogador de xadrez amador, Dr. Eisenbeiss, St. Gallen, Suíça) começou a estudar a sugestão do Dr. Waldhorn (dentista, Uri, Suíça) para tentar iniciar uma partida de xadrez entre pessoas vivas e falecidas. Eisenbeiss era uma pessoa apropriada para fazê-lo em razão de sua experiência com médiuns por longos anos.

Ele foi capaz de persuadir o famoso campeão internacional de xadrez, Viktor Korchnoi, naquela época, terceiro no ranking mundial, a participar. O mestre em xadrez Korchnoi sabia que seu oponente poderia ser ou um médium físico ou a mente de um jogador de xadrez falecido, dependendo da interpretação sobre o que acontecia.

Desde 1982 Eisenbeiss conhecia a escrita automática do médium Robert Rollans (29 de janeiro de 1914 ? 2 de março de 1993). Eles trabalharam juntos por 8 anos, o suficiente para Eisenbeiss confiar em suas afirmações de que ele não sabia jogar xadrez, não tinha nenhum conhecimento da história do xadrez e não o estava enganando através de comunicações secretas com um perito vivo em xadrez. Rollans não foi pago por seus serviços. Sua motivação era sustentar a hipótese da sobrevivência. A viúva dele atesta esta razão (uma cópia de uma carta confirmando foi deixada com o Editor).

Eisenbeiss deu a Rollans uma lista de mestres de xadrez falecidos e solicitou que ele encontrasse um deles que estivesse disposto a cooperar. Em 15 de junho de 1985 um comunicador propondo ser o mestre em xadrez húngaro Géza Maróczy (1870-1951, classificado em terceiro no ranking mundial por volta de 1900), assistido pelo controle de Rollans, respondeu em húngaro (depois em alemão) para confirmar a sua vontade de jogar a partida. Em sua primeira transcrição os espíritos controles (Tata e Gabriel, parentes falecidos de Rollans) disseram (original em alemão): — 

Nosso querido amado, já estamos esperando você começar. Agora, finalmente, podemos trazer conosco Géza Maróczy. Porque este é o começo, nós dois acompanharemos você. Vamos ajudar nas comunicações. Mas primeiro ele tentará pessoalmente escrever usando a sua mão. E aqui está ele: — 

A escritura continua com mais intensidade, letras desajeitadas em húngaro: — 

Eu sou Maróczy Géza. Digo oi para você. [Continuando em alemão.] Eu posso conversar em alemão de modo que em primeiro lugar posso responder as perguntas sobre a minha identidade. O jogo foi aberto com o peão do rei e a defesa francesa. Eu não conseguirei prosseguir, vou parar de escrever. [As letras vão ficando desajeitadas] Direi tudo aos meus amigos. [Continua em húngaro.] Adeus. 

Os controles vêm de novo, dizendo (em letras menores e escritas de maneira mais fluente — vide Apêndice 1, tiradas da transcrição de 15 de junho de 1985): — 

Estamos de volta, como você pode notar. Nosso amigo não está acostumado a escrever com um ser terrestre. É por isso que ele fica cansado muito depressa. Mas ele está do nosso e do seu lado e diz que estamos encarregados do segundo movimento, que é d2-d4. [d2-d4 sendo a versão longa comparada com a forma abreviada d4 abaixo] 

A PARTIDA 

(Por questões de simplicidade omitimos os adjetivos ‘alegados’ ou ‘propostos’ quando nos referirmos a Maróczy ao longo das considerações a seguir, mas eles devem ser entendidos implicitamente). Maróczy abriu a partida usando a mão do médium e escreveu “e4”, que é uma notação normal para o peão do rei branco avançar duas casas. Este movimento foi remetido por Rollans até Eisenbeiss, que por sua vez enviou a mensagem para Korchnoi. O contra-movimento “e6” de Korchnoi foi recolocado na direção oposta. Rollans o pôs em um tabuleiro de xadrez de viagem e comunicou o movimento ao espírito como de costume. Rollans e Korchnoi nunca tiveram contato um com o outro (com exceção de um aperto de mão quando se encontraram no programa de TV SAT1, no fim de setembro de 1992, 4 meses e meio antes do fim da partida). Este processo continuou do mesmo modo, sempre com Eisenbeiss como o intermediário, por 7 anos e 8 meses, até 11 de fevereiro de 1993, quando Maróczy renunciou no movimento 48. A longa duração se deu em função das freqüentes viagens de Korchnoi, quando havia atrasos no recebimento de notícias sobre o último movimento de Maróczy (isto ocorreu antes do advento das mensagens de texto SMS!). Além disso, Rollans às vezes estava fora, viajando ou no trabalho, mudando-se de casa ou doente e, por isso, incapaz de se comunicar. Ele morreu apenas três semanas depois que Maróczy renunciou. O tempo entre os movimentos variava muito. Tipicamente levava mais ou menos 10 dias para conseguir o próximo movimento de Maróczy/Rollans depois de comunicado o movimento de Korchnoi. Rollans sentia uma cócega em seu corpo e então sabia que tinha que sentar-se em sua mesa para escrever uma nova mensagem (sem outra pessoa(s) presente). Uma vez ele relatou que foi obrigado a interromper seu banho ao sentir aquela cócega.

A partida inteira foi como se segue:

1.

e4

e6

19.

Qe4

Qxe4+

37.

Rf5+

Kxg4

2.

d4

d5

20.

fxe4

f6

38.

h6

b3

3.

Nc3

Bb4

21.

Rad1

e5

39.

h7

Ra8

4.

e5

c5

22.

Rd3

Kf7

40.

cxb3

Rh8

5.

a3

Bxc3+

23.

Rg3

Rg6

41.

Rxf6

Rxh7

6.

bxc3

Ne7

24.

Rhg1

Rag8

42.

Rg6+

Kf4

7.

Qg4

cxd4

25.

a4

Rxg3

43.

Rf6+

Kg3

8.

Qxg7

Rg8

26.

fxg3

b6

44.

Rfl

Rh2

9.

Qxh7

Qc7

27.

h4

a6

45.

Rd1

Kf3

10.

Kd1

dxc3

28.

g4

b5

46.

Rfl+

Rf2

11.

Nf3

Nbc6

29.

axb5

axb5

47.

Rxf2+

Kxf2

12.

Bb5

Bd7

30.

Kd3

Kg6

 

0-1

 

13.

Bxc6

Bxc6

31.

Rf1

Rh8

 

 

 

14.

Bg5

d4

32.

Rh1

Rh7

(48.

b4

c2

15.

Bxe7

Kxe7

33.

Ke2

Ra7

49.

Kxc2

Ke2

16.

Qh4+

Ke8

34.

Kd3

Ra2

50.

b5

d3+

17.

Ke2

Bxf3+

35.

Rfl

b4

51.

Kc3

d2

18.

gxf3

Qxe5+

36.

h5+

Kg5

52.

b6

d1=Q)

Os movimentos são feitos segundo a habitual notação algébrica, que deveria ser familiar a qualquer jogador de xadrez. Outros leitores desejosos de acompanhar estes movimentos podem fazer uso da internet (Metz, 2001b) ou consultar os dados fornecidos por um programa de xadrez como Fritz (Fritz, n.d.).

O comentário de Korchnoi sobre a qualidade desta partida, durante o 27° movimento, foi: 

Durante a fase de abertura, Maróczy mostrou deficiência. Seu jogo é antiquado. Mas devo confessar que meus últimos movimentos também não foram convincentes. Não estou certo de que ganharei. Ele compensou as falhas da abertura com um forte fim de jogo. No fim do jogo a habilidade de um jogador aparece e o meu oponente joga muito bem. 

COMUNICAÇÃO MEDIÚNICA POR ESCRITA AUTOMÁTICA 

Um ano depois do início da partida, Eisenbeiss sentiu que a comunicação estava estável o suficiente para solicitar uma melhor identificação de Maróczy como o verdadeiro comunicador.

Alguns dias antes do movimento 27 ser comunicado (sem aviso prévio), ele pediu a Maróczy, através do médium Rollans, para fazer um relatório de sua vida com ênfase especial em seu jogo de xadrez na Terra.

Em 31 de julho de 1986, das 11:04h da manhã até 01:50h da manhã do dia seguinte (com interrupção de longos intervalos) Rollans recebeu um longo texto de 38 páginas manuscritas com riqueza de informações sobre a vida de Maróczy, e também forneceu o movimento 27. No início, os comunicadores reclamaram (em alemão) que Eisenbeiss estava pedindo para fazer o teste quando a partida já estava bem avançada; ele deveria ter sugerido isso mais cedo. Eles também criticaram a falta de confiança em suas identidades e discutiram que depois de 40 anos de cooperação entre o mesmo “time” de comunicadores e o médium Rollans, devia estar claro que ninguém que falsificasse a identidade teria permissão para se comunicar. Isso só poderia ocorrer se alguém desconhecido deles fosse invocado pela primeira vez em uma única comunicação.

Contudo, Eisenbeiss foi capaz de convencer “o outro lado” de que era necessário obter as informações e então Maróczy assumiu o comando e escrevendo em letras grandes, espaçadas e com menor fluência começou com 1½ página em húngaro.

Traduzido para inglês ele disse:  

Isto é verdade, meu querido amigo. Esqueci de tudo o que eu não gostava. Mas fico surpreso quando alguém não acredita que estou aqui pessoalmente, porque tenho certeza de que nem todos aqui são capazes de jogar xadrez.

É por isso que fiquei um pouco bravo, mas agora penso que não importa se alguém não acredita em tudo que qualifique uma transmissão espiritual.

É uma pena que o ‘interrogatório’ tenha começado tão tarde, mas isso não importa, o que importa é que eu fale sobre minha vida e a melhor das minhas partidas de xadrez. 

Maróczy ocasionalmente forneceu depois curtas passagens de texto em húngaro como, por exemplo, em suas mensagens de 1, 5 e 19 de julho e 4 de setembro de 1985, e 22 de março e 13 de junho de 1988. Nós tentamos, mas fomos incapazes de compreender a extensão do conhecimento de Rollans do idioma húngaro, antes do desenvolvimento do caso. A viúva dele, quando perguntada sobre as habilidades de Rollans no idioma húngaro, 19 anos após o final do caso, não foi capaz de dar uma resposta clara; e outras testemunhas de suas habilidades lingüísticas não puderam ser encontradas. Deste modo, as passagens de texto em húngaro não podem ser consideradas como uma incidência secundária de xenoglossia, formando uma segunda linha de habilidade adquirida neste caso (depois da habilidade de jogar xadrez).

Maróczy agora trocou para o alemão, no entanto, a construção de suas orações e escolha de palavras não eram claras como as de um nativo, mas ainda assim eram compreensíveis; como será verificado, Maróczy estudou por dois anos em Zurique, assim o conhecimento de alemão é plausível sob a hipótese da sobrevivência. Ele expressa a sua decepção sobre a qualidade da partida e a considera não representativa do nível de um mestre em xadrez; ele cita como causas as suas dificuldades de transmitir algo para uma pessoa viva que carece de conhecimento sobre xadrez, e a falta de prática desde sua morte.

Depois destas observações preliminares, na página 11, Maróczy começou a contar a história de sua vida. Para facilitar a avaliação do processo de verificação empreendida, as passagens relevantes são apresentadas em uma tabela (desenvolvida por Hassler) ao lado dos dados referentes às fontes de verificação obtidas por Eisenbeiss (vide coluna 3, Apêndice 2). 

VERIFICAÇÃO 

Eisenbeiss, a fim de executar esta verificação, elaborou 39 perguntas, todas as informações derivadas das longas transcrições de Rollans de 31 julho de 1986, divididas nas três categorias seguintes:  

I. Questões relativas à esfera pessoal de Maróczy (15),

II. Questões de natureza geral sobre o jogo de xadrez de Maróczy (13),

III. Questões sobre o sucesso de Maróczy em torneios (11). 

Eisenbeiss pediu a Korchnoi para verificar muitas das declarações supostamente feitas por Maróczy sobre seus torneios de xadrez, mas ele disse que não poderia, porque não sabia as respostas e levaria muito tempo e esforço para descobrir.

Eisenbeiss então entrou em contato com o Hungarian Chess Club [Clube de Xadrez Húngaro] e, eventualmente, teve a sorte de encontrar o Sr. László Sebestyén em setembro de 1986, um historiador e perito em xadrez, que concordou em fornecer as respostas. Sebestyén não foi informado sobre o motivo das perguntas, mas foi levado a acreditar que estava contribuindo para uma publicação sobre a vida de Maróczy dedicada ao xadrez. Conseqüentemente, Sebestyén nunca teve contato com Rollans nem com Korchnoi.

Sebestyén consultou várias bibliotecas (a biblioteca de Budapest Chess Club, Library of the Hungarian Parliament, Library of the Hungarian Scientific Academy), dois filhos vivos de Maróczy (ambos com mais de 80 anos) e um primo. Trabalhando por mais de 70 horas, ele conseguiu achar respostas para quase todas as perguntas, as quais remeteu para Eisenbeiss em 17 de setembro 1986, que por sua vez pagou Sebestyén por seu minucioso trabalho.

As perguntas (e suas numerações originais) estão listadas na coluna 4, a categoria da questão na coluna 2 e as respostas na coluna 5 da tabela no Apêndice 2. 

PESSOAS ENVOLVIDAS

Géza Maróczy 

Géza Maróczy é descrito em Lindörfer (1991, pp. 163-164) da seguinte forma: 

Mestre em xadrez húngaro; (1870-1951); engenheiro e professor; teve o seu primeiro grande sucesso em 1986, no torneio de Nuremberg, quando ficou em segundo lugar depois de Lasker e à frente de Tarrasch, Pillsbury, Steinitz et al.; no início deste século ele já estava classificado entre os mais fortes mestres; suas maiores vitórias: Monte Carlo 1902, 1904, Ostend 1905; Barmen 1905 (juntamente com Janowski), Viena 1908 (juntamente com Schlechter e Duras); dali em diante seus resultados variaram, porque estava mais comprometido profissionalmente; suas melhores apresentações foram o primeiro lugar em Karlsbad 1923 (junto com Aljechin [Alekhine] e Bogoljubow) e Hastings 1924/25. Em 1936 ele ainda jogou com a vitoriosa equipe húngara na primeira fase da competição de xadrez na Olimpíada de Berlim. Ele escreveu livros sobre vários torneios. O Sistema Maróczy de Defesa Siciliana é em homenagem a ele. M. foi um esplêndido jogador de ponta. Sua especialidade era o fim do jogo; seus fins-de-jogos com rainhas eram insuperáveis; etc.

 

Antes da partida com Korchnoi, Maróczy (via Rollans) expressou a sua preocupação em não estar à altura de seu oponente em razão do longo tempo sem praticar. Sua motivação para participar na competição lê-se em uma transcrição datada em 10 de julho de 1988:

Eu estou e estarei à sua disposição neste peculiar jogo de xadrez por duas razões. Primeira, porque também quero fazer algo para ajudar a humanidade que vive na Terra a ficar segura de que a morte não é o fim de tudo, mas sim que a mente é independente do corpo físico e existe para nós em um novo mundo, onde a vida individual continua a se manifestar em uma nova dimensão desconhecida. Segunda, sendo um patriota húngaro, quero guiar um pouco os olhos do mundo na direção da minha amada Hungria. Essas razões convenceram-me a participar desse jogo com o pensamento de estar a serviço de todos.

Depois desta declaração, Maróczy aludiu à recusa de seus filhos vivos em ajudar a verificar algumas de suas comunicações antigas.

Viktor Korchnoi

O Sr. Viktor Korchnoi (nascido em Leningrado, 23 de março de 1931) emigrou da União Soviética para Suíça em 1976/77. Chessbase (4 de abril de 2002) diz: “Ele é indiscutivelmente um dos grandes jogadores de xadrez de todos os tempos, duas vezes campeão mundial (1978 e 1981), um importante mestre em xadrez com grande sucesso internacional, mesmo hoje com 71 anos. Agora Viktor Korchnoi foi premiado com o título de Doctor honoris causa pela Independent University of Moldova.”

Um livro seu, Praxis des Turmendspiels (Practical Rook End-Games), mostra uma especialidade sua, um fim-de-jogo somente com torres.

Robert Rollans

O Sr. Robert Rollans nasceu em 1914 em Câmpina, Romênia, e foi um músico e compositor. Em 1971 ele veio para a Alemanha Ocidental como turista e assim permaneceu neste país, vivendo em Munique até 1978, em Würzburg até 1981, em Sankt Augustin, próximo a Bonn até 1987, quando se mudou para Bad Pyrmont, sul de Hameln, Alemanha. De 1991 até sua morte em 1993 ele morou em Munique.

O Sr. Rollans tomou conhecimento de sua habilidade em escrita automática aos 33 anos de idade quando se sentou a fim de escrever uma carta às 2 horas da manhã. Inesperadamente sentiu uma força tomando sua mão para escrever: “Não tenha medo, sou eu: seu irmão Robi.” Seu irmão um jovem médico morreu 8 anos antes. Rollans, ignorando a possibilidade de escrita automática, ficou assustado, mas eventualmente superou o seu medo e se tornou um médium com o passar dos anos seguintes.

O Sr. Rollans entrou em dois estados de semi-transe. O habitual era escrever com sua mente desocupada, enquanto não seguia o curso das mensagens. Depois do transe ele não tinha nenhuma memória a respeito do conteúdo da escrita. O outro estado, desenvolvido mais tarde, permitia que ele estivesse consciente dos movimentos que estavam sendo transmitidos e concedia uma profunda compreensão temporária do que estava se passando. Mas quando este estado de insight terminava, a compreensão se extinguia e tudo o que restava era a lembrança de ter tido a compreensão.

O Sr. Rollans inicialmente não tinha nenhum conhecimento sobre xadrez (como jogar e sobre a história do jogo) e adquiriu uma habilidade rudimentar apenas durante o desenvolvimento do caso. Ele simplesmente não se interessava por xadrez, não era capaz de jogar e não tinha nenhum conhecimento de história de xadrez, como sua viúva escreveu numa carta datada em 27 de novembro de 2004. Quando o Dr. Eisenbeiss começou o processo, ele achava que o Sr. Rollans inclusive não sabia o movimento das peças do xadrez. Ele então lhe deu uma aula de xadrez. Sua viúva também afirmava que Rollans jamais fora visto pensando sobre um tabuleiro de xadrez acerca do próximo movimento.

Ele esteve na Hungria várias vezes em feriados e assim adquiriu alguma proficiência em húngaro, a extensão dessa proficiência é incerta. Sua viúva, em uma carta de 25 de outubro de 2004, declarou: “meu marido nunca viveu na Hungria e nunca aprendeu o idioma húngaro. Tendo um dom para idiomas, ele sabia algumas frases em húngaro.” E na carta de 27 de novembro de 2004 ela disse: “Meu marido era capaz de traduzir as passagens em húngaro do texto para alemão depois que saía do transe, porque era uma linguagem coloquial (orações simples).”

O seu alemão era fluente, com uma pequena influência de sua língua nativa romena.

Pelo que sabemos, o Sr. Rollans não buscou ajuda (de pessoas ou bancos de dados) para os movimentos da partida ou para assuntos referentes à história do xadrez durante os anos da partida. As testemunhas que atestam estas circunstâncias até o fim da partida são o Dr. Eisenbeiss, a Sra. Ellen Rollans, o Prof. Schiebeler e o Sr. Holbe.

O Sr. Rollans fez parte deste esforço de modo voluntário, gratuitamente. O seu propósito em facilitar esta partida era provar que a morte física não é de modo algum o fim da vida pessoal. O Sr. Rollans acreditava em reencarnação.

O Sr. Rollans morreu em 2 de março de 1993, 19 dias depois que Maróczy renunciou. No início do jogo, Rollans relatou as palavras de Maróczy “… e você, querido Robert, levará o jogo até o fim.” Naqueles dias, nenhuma das pessoas envolvidas previam que o jogo seria tão demorado (7 anos e 8 meses) e conseqüentemente não interpretaram qualquer outro significado no comentário de Maróczy, que em retrospecto poderia parecer premonitório da própria morte de Rollans. 

Laszlo Sebestyén 

O Sr. Laszlo Sebestyén nasceu em 4 de dezembro de 1921 e morreu em 6 de agosto de 1996. Ele foi um historiador profissional, com interesse especial na história húngara e membro do Budapest Chess Club. Ele era, portanto, especialmente qualificado para pesquisar a história de xadrez de Maróczy. 

AVALIAÇÃO E RESULTADOS 

As primeiras 39 questões continham numerosas sub-questões o que significou um total de noventa e um pontos questionáveis, que foram tabulados conforme o Apêndice 2 e avaliados pelo segundo autor com as categorias citadas na coluna 2. As passagens das transcrições de Rollans (coluna 3) são fixadas ao lado dos 91 pontos questionáveis derivados desta transcrição (coluna 4 com uma numeração que permite rastrear a origem das 39 questões e a numeração completa dos pontos questionáveis na coluna 1) e as respostas fornecidas por Sebestyén (coluna 5). As respostas corretas esperadas, junto com comentários relevantes, são mostradas de forma abreviada sob o cabeçalho, observações (coluna 6), para ajudar o leitor a entender a avaliação (dada na coluna 7) das respostas de Sebestyén comparadas com as declarações de Rollans/Maróczy. A avaliação categoriza a precisão dos resultados, junto com a freqüência, na Tabela 1. 

Tabela 1

Tipos de Resultado

Freqüência

Porcentagem

Correto

80

87,9%

Semi-correto

2

1,1%

Incorreto

3

3,3%

Não-verificado

7

7,7%

 

A porcentagem das declarações corretas é notável, mas deve ser analisada com profundidade. Como esperado, as questões são de graus variados de dificuldade em termos de identificação de uma resposta correta e algumas estão na categoria de potencialmente levar o replicante a uma correta e sortuda adivinhação. Isto por que o grau de dificuldade foi classificado nas seis seguintes categorias:— 

1 Conhecimento geral (o que muitas pessoas conheceriam);

2 Conhecimento enciclopédico (o que pode ser encontrado em uma enciclopédia comum);

3 Adivinhável, deduzível;

4 Conhecimento de perito, mas fácil de investigar (livros especializados prontamente acessíveis em bibliotecas contendo as informações);

5 Conhecimento de perito, mas difícil de investigar (fontes obscuras);

6 Conhecimento privado (informações conhecidas por poucas pessoas, que desconhece-se terem sido escritas). 

A classificação feita pelos autores é exibida sob o Grau de Dificuldade (na coluna 8), e sua freqüência é listada na Tabela 2. 

Tabela 2

Grau de Dificuldade

Freqüência

Porcentagem de todas as Questões

1

0

0,0%

2

2

2,2%

3

8

8,8%

4

48

52,8%

5

13

14,3%

6

20

22,0%

 

É digno de atenção que a maior parte das questões se enquadra nos graus de dificuldade 4 e superiores. 

Nós pensamos que as questões de grau 5 e 6 somente — informações escondidas e privadas — deveriam ser tomadas em consideração aqui, porque é difícil explicá-las através da percepção extra-sensorial (ESP) ou Super-PES. O resultado é exibido na Tabela 3: 

Tabela 3

Resultados

(5 ou 6)

Freqüência

Porcentagem dos 91

Porcentagem

(5 ou 6)

Corretos & (5 ou 6)

31

34,1%

93,9%

Semi-corretos & (5 ou 6)

0

0,0%

0,0%

Incorretos & (5 ou 6)

2

2,2%

6,1%

Não-resolvidos & (5 ou 6)

0

0,0%

0,0%

 

Do total dos noventa e um pontos questionáveis, trinta e três (36%) caíram nestas categorias mais altas (5 ou 6). Apenas dois (6% de todas as questões difíceis) foram avaliados como incorretos e trinta e um (94% de todas as questões difíceis) estão corretos. Isto mostra um nível notável de precisão das declarações feitas pelo médium.

Responder as questões de grau 5 e 6, não exigiu tempo e esforço assim como a perícia de xadrez e o acesso a fontes de informações não disponíveis para Rollans (bibliotecas húngaras e parentes vivos de Maróczy). Isto é mais uma razão para que confiemos na afirmação de Rollans de que as informações foram obtidas por canais paranormais.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DO CASO 

Este caso não pode ser observado justamente levando em consideração apenas um ponto de vista estatístico. Existem três elementos do caso a serem descritos aqui e que são especialmente relevantes para determinar se o caso pode ser explicado por referências a teorias animistas (p.ex. por Super-PES ou Super-Psi) ou a teorias espiritualistas, aceitando a alegação de que uma inteligência desencarnada estava se comunicando.

Romi(h)

No interrogatório sobre a vida de Maróczy, Eisenbeiss deliberadamente selecionou uma partida de xadrez contra um jogador relativamente desconhecido, mas que incluía um assombroso movimento-chave que naquela época poderia ter ficado tão marcado na memória de Maróczy a ponto de ainda ser lembrado. Foi a partida contra um certo Romi, jogada em San Remo, Itália, em 1930. A situação depois do movimento 40 de Romi era: Maróczy (branco) Kh2, Qh6, Re1, Rg6 e peões a2, e7, f4, G2, h3 e Romi (preto) Ke8, Qb2, Rd2, Rh8, Bc8 e peões a7, b7, c6. No livro, Pearls of the Art of Playing Chess, Budde (1985) observa: “O modo como Maróczy é capaz de se recuperar de uma situação aparentemente desesperada é mais emocionante do que um filme policial.” Depois do movimento 40 de Romi, Budde disse: “Que jogada Maróczy teria na manga em uma situação desesperadora como essa?” Até o Vencedor do Torneio de San Remo, Alekhine, acreditava na derrota de Maróczy. Entretanto, Maróczy veio com seu movimento sem igual (41. Qh5) e as coisas mudaram. Romi renunciou oito movimentos mais tarde e Maróczy inesperadamente se tornou o vencedor. 

Pensando nisso, Eisenbeiss perguntou a Maróczy (via Rollans) se o nome ‘Romi’ significava alguma coisa para ele. Em sua resposta, Maróczy zomba de Eisenbeiss por ele não saber a ortografia correta de ‘Romi’, a qual deveria ser ‘Romih’ (isto é com ‘h’). Eisenbeiss não estava ciente e não tinha idéia de que o nome poderia ser escrito dessa maneira. Então a forma particular de como a pergunta foi respondida foi uma completa surpresa. A fim de fornecer uma avaliação sobre isso, a resposta de Maróczy é reproduzida aqui (original em alemão):

Mas agora é hora de responder sua pergunta se joguei contra um certo Romi. Sinto muito em dizer que nunca conheci um jogador de xadrez chamado Romi. Mas acho que você está errado a respeito do nome. Eu tive um amigo que me derrotou quando eu era jovem, mas o nome dele era Romih com um ‘h’ no fim. Porém, nunca mais vi esse amigo que tanto admirava. Em 1930, no torneio de San Remo quem também estava presente? Meu velho amigo Romih, vindo da Itália, que também participou daquele torneio. E então o que aconteceu foi que joguei contra ele uma das partidas mais emocionantes da minha vida. Eu suspeito que você esteja pensando na mesma pessoa, mas forneceu o nome incorretamente. Qualquer outro Romi que você possa conhecer, receio que me seja desconhecido. 

Qual é então a ortografia correta? Sebestyén encontrou ambas e não pôde chegar a uma decisão final para saber qual era a correta. Ele reportou (veja Apêndice 2, linha 44):  

Este torneio foi em San Remo e não em Monte Carlo. O nome da pessoa questionada depois é com um “h”, no livro do húngaro Dr. Szily József: Maróczy Géza élete és pályáfutása, 100 válogatott játszmával, Sport La és Könyvkiadó, 1957 tradução: A Vida e a Carreira de Géza M. com 100 Jogos Selecionados, Sports-Newspaper and Book-Publishing House, 1957, Budapeste. Neste livro ele foi nomeado “Romih” e participou do torneio como Italiano. Em contraste, li o nome sem “h” no Grosses Schachlexikon de K. Lindörfer, Bertelsmann Lexikon Verlag, Gütersloh, BRD 1977, isto é, Romi que, segundo consta, foi um membro da equipe italiana nas Olimpíadas de Xadrez em Londres, 1927, jogando no segundo tabuleiro. Em um livro de xadrez soviético, achei o nome escrito da seguinte forma: também Romi sem o “h”. Agora não posso decidir qual autor está errado. Na literatura de M., não encontrei nenhuma sugestão. No torneio de San Remo, M. jogou contra o italiano e o derrotou. Eu não consegui encontrar informações adicionais. 

Depois de um esforço adicional, Eisenbeiss achou outra enciclopédia (Chicco, 1971) que também mencionou (Max ou Massimo) Romi (sem um “h”, nascido em 5 de maio de 1893). Além disso, descobriu um livro (Földeák, 1971) mencionando Romi sem “h”. Então não ficou claro se a ortografia com “h” poderia estar certa.

Mas Eisenbeiss finalmente encontrou uma resposta definitiva, depois de obter uma cópia do livro oficial do Torneio de San Remo 1930 (Chalupetzky & Tóth, 1930), que detalha todas as partidas jogadas e contém informações adicionais, inclusive retratos dos participantes, com Romih em toda parte escrito com “h”. Além disso, com a ajuda de um perito em xadrez da Itália (Paoli, 1992), Eisenbeiss aprendeu que o Romih, acima mencionado, era original da Eslovênia, onde a ortografia com “h” é comum. Romih emigrou em 1918 para a Itália e depois de “muitos anos” (Paoli, 1992), nos anos 30, mais precisamente depois do torneio de San Remo em 1930, decidiu tirar o “h” porque não era familiar para os italianos. Qualquer pessoa chamada Romih que tenha emigrado para a Áustria (onde a adoção de uma ortografia germânica era obrigatória) automaticamente assumiria a forma “Romich” para manter a pronúncia mais próxima da original. 

A origem eslovena de Romih também torna isto mais provável quando se trata de Maróczy, que era húngaro, ter conhecido Romih, pois ambos eram sujeitos da Monarquia Dual Austro-Húngara Habsburg’.

Assim, como Maróczy alegou conhecer Romih em sua juventude, é lógico que ele saberia a ortografia original do nome de Romih e não a teria substituído mais tarde por sua italianização. Para a hipótese Super-PES funcionar, a mente controladora, ao perceber variadas referências para Romih ou Romi, teria que ser capaz de captar corretamente a perspectiva de Maróczy, decidir a respeito da situação, formular uma resposta para o conflito e dramatizá-la sob o contexto de um diálogo importuno com Eisenbeiss/Rollans sobre a ignorância dele/deles da correta ortografia (para mais, veja a nossa Discussão e Conclusão abaixo).

Rollans teria que lidar com o mesmo assunto, caso tentasse obter as informações por canais normais. 

Capablanca 

Mais uma característica especial do caso é observada em uma questão proposta por Eisenbeiss a Maróczy, que, como um competidor no quiz-show “Who Wants to Be a Millionaire?” (Quem Quer Ser um Milionário?), confundiu-se acerca da resposta correta e falhou, e assim, como um político sendo investigado por um repórter, evitou completamente a pergunta trocando-a por um tópico sem conexão, que, porém, prova ser mais interessante e evidencial do que a pergunta original; o fundo psicológico para esta surpreendente distorção também é considerado.

Em 4 de agosto de 1988, a revista suíça de xadrez Schachwoche, 31, publicou um anúncio para o Schweizerische Volksbank com uma pergunta-desafio ao leitor, a qual Eisenbeiss propôs a Maróczy, via Rollans. A pergunta era: Quem foi o fundador austríaco do Vera Menchik Club? O anúncio explicava que este clube foi fundado por ocasião do Torneio de Karlsbad, em 1929. A sociedade era limitada àqueles que tinham sido vencidos por Vera Menchik. Menchik (1906-1944) nasceu na Tchecoslováquia, mas viveu mais tarde no Reino Unido e foi aluna de Maróczy. Ela se tornou a primeira campeã mundial feminina de xadrez (de 1927 até 1944). Ela morreu em um acidente aéreo. O fundador do clube foi o primeiro membro e presidente em virtude de ter perdido para Menchik no torneio de Karlsbad.

Em sua resposta, transcrita por Rollans, em 8 de agosto 1988, Maróczy especula sobre quem foi o fundador, primeiro dizendo ser Rudolf Spielmann e mais tarde Ernst Grünfeld. Em uma transcrição de 11 de agosto de 1988, ele confessa que ainda não tinha certeza sobre quem foi o fundador e sugere Dr. Becker como uma possibilidade. No final, ele rejeita Becker, considerando que Becker, mesmo sendo de origem austríaca, naturalizou-se em um país sul-americano, o qual não foi capaz de especificar, e assim não poderia ser a pessoa certa.

Maróczy declara na transcrição que foi professor de Menchik, conheceu-a muito bem e orgulhava-se de seu sucesso. A idéia de um Vera Menchik Club, como descrito, foi uma “piada tola à qual ele não deu nenhuma atenção”. Esta foi a razão, argumentou ele, para não se lembrar do nome do fundador. Maróczy essencialmente disse em outras ocasiões (transcrições de 8 e 21 de agosto, 1988) “que é muito natural e assim como em seu mundo: o que é agradável e importante pode ser mais facilmente lembrado, enquanto o desagradável e incoerente — mais cedo ou mais tarde — é esquecido.”

A solução para a pergunta-prêmio foi publicada na mesma revista no dia 18 de agosto de 1988, baseada em um artigo de 1982 (Flohr, 1982) e que mencionava como fundador o Professor Albert Becker de Viena. Becker emigrou para a Argentina em 1939.

A transcrição seguinte datada de 21 de agosto de 1988 trata da pergunta se o Prof. Albert Becker ainda estava vivo, a qual Maróczy não pôde responder. Ele ainda não mencionou Becker como fundador do clube, como poderia ser esperado sob a hipótese Super-PES; uma vez que a solução foi publicada, deveria ser possível ao médium acessar as informações por clarividência ou telepaticamente nas mentes dos leitores da revista. Mas, em vez de corrigir sua resposta errada, Maróczy (na mesma transcrição de 21 de agosto de 1988) apresenta com muita espontaneidade uma história diferente que evidentemente exigia sua atenção muito mais do que a “piada tola”. Naquele mesmo torneio, em Karlsbad em 1929, ocorreu outro incidente que ele descreve (em alemão) como segue: — 

Eu tenho conversado a respeito da embaraçosa situação do campeão mundial Capablanca, em Karlsbad. Ele estava jogando uma partida de xadrez com Sämisch, quando sua esposa apareceu inesperadamente vinda de Cuba. Ele foi um homem bastante mulherengo e negligenciava imensamente sua esposa. Ele não se ocupava apenas apreciando os triunfos de suas partidas em xadrez, mas também seduzindo damas, o que resultou em muitas conquistas. Ele estava acompanhado por sua amante russa, que era ainda mais bela do que sua esposa, tendo cabelos pretos e olhos escuros profundos, nos quais alguns colegas sonhavam acordados. Eu mesmo também fiquei impressionado por sua feminilidade e beleza e é por isso que posso lembrar muito bem do incidente.

No momento que Capablanca viu sua esposa, seu rosto ficou pálido e depois vermelho. Eu estava lá. Ele não disse nada, como se nada inesperado tivesse acontecido, mas seu comportamento mudou; até então ele estava relaxado e feliz, porque, de fato, ele era melhor do que seu oponente e também porque sua amante o bajulava continuamente com seus olhares de admiração. Sua amante não podia entender o que acontecia porque provavelmente nunca viu a esposa dele. Ela não a conhecia e pensava que fosse mais uma de suas muitas amigas. Quando ela percebeu o que estava acontecendo, não sabia para onde fugir e eventualmente saiu do salão. O que aconteceu depois ao casal eu não soube mais. Posso imaginar o que aconteceu, porque logo depois Capablanca deixou sua esposa e casou-se com a dama russa. Mas isso também significou o fim de suas conquistas amorosas, pois a nova senhora nunca dava a ele chance para novos romances; ela o acompanhava em todos os torneios.

O jogo com Sämisch foi um fiasco; com todo esse alvoroço ele acabou realizando movimentos falhos e perdeu. Isso é o que as pessoas acreditam até hoje. Talvez esta seja uma razão… 

Esta descrição se encaixa muito bem ao relatório fornecido por Flohr (1982), onde se lê:  

Jose Raoul Capablanca de Havana tinha uma atração magnética pelos espectadores, especialmente pelas damas. Capablanca tinha uma aparência exótica, era elegante e bonito como Rudolfo Valentino…

A partida que Sämisch jogou contra Capablanca é famosa por ser aquela onde o ex-campeão mundial provavelmente cometeu o maior erro de sua carreira, eu posso ser a única pessoa hoje que sabe como e por que isto aconteceu a Capablanca.

Naturalmente, Capablanca casou-se em Havana. Sua esposa não veio [com ele] à Karlsbad. Onde está Havana (especialmente naqueles dias) e onde está Karlsbad? Capablanca sentia-se seguro longe de casa e “trocou rainhas”. Sua esposa, uma cubana, tinha cabelos negros, mas então Capa encontrou uma bela européia. Esta loira era russa (ele mais tarde se casou com ela), como Capa dizia “uma princesa caucasiana”. Alekhine observou maliciosamente: no Cáucaso todas as damas são princesas! Então, o que aconteceu? No round 16 inesperadamente, a Sra. Capablanca, de Havana, apareceu no salão! O ex-campeão mundial ficou bastante surpreso (um pouco envergonhando, porque a loira também podia estar no salão?!) que rapidamente fez seu primeiro e último péssimo movimento… perdendo uma peça imediatamente e logo depois o jogo. 

Nenhuma outra fonte poderia revelar tão claramente estes detalhes. E é por isso que não temos como decidir qual é a verdadeira cor do cabelo da amante (negro é mais coerente para uma senhora caucasiana e assim é sustentada a versão de Maróczy). Existem dois livros (Görschen, 1976; Nimzowitsch et Al., 1983) que reportam o torneio em Karlsbad de 1929 e a partida entre Capablanca e Sämisch, mas nenhum deles fornece uma razão para o inesperado movimento fatal de Capablanca (9. La6??). Görschen comenta: “Alucinação letal. Nunca em sua vida Capablanca cometera tamanha asneira! O movimento pode ser explicado apenas por referências a circunstâncias psicológicas.” Görschen, como um escritor da carreira de Capablanca, não conhece o motivo, enquanto Maróczy, sendo uma testemunha, dá uma razoável explicação psicológica para o drama.

Assim, o que seria mais fácil de aceitar: a proposição de que a habilidade psi de Rollans o capacitou a perceber essa única fonte (mas não as outras), descartar as informações sobre o fundador do Vera Menchik Club e em vez disso (por qualquer que seja a razão) focar em um outro tópico, ou então aceitar a proposição de Maróczy (via Rollans) de que o episódio da esposa de Capablanca foi mais vividamente gravado em sua memória devido à interrupção causada ao jogo de Capablanca, em comparação à fundação do Vera Menchik Club, que não fazia inferência a nenhum divórcio e nem a asneira feito em um famoso campeonato, o qual Maróczy classificou como um “piada tola”?

Mesmo supondo que Rollans estava conduzindo uma fraude, e que para este fim obteve acesso ao jornal de Flohr e outras fontes, é igualmente difícil de entender por que ele ignoraria informações que lhe foram solicitadas para no lugar introduzir uma nova linha narrativa. 

O Torneio de Nova Iorque em 1924 

Um incidente adicional fornece um segundo exemplo de inferências que podem ser extraídas de informações que não são fornecidas e do fundo psicológico por detrás disto. Maróczy em seus transcritos fala sobre o torneio de Nova Iorque em 1924 e destaca que conseguiu um empate contra Alekhine, mas não menciona que o torneio foi decepcionante para ele no todo, já que acabou em sexto lugar. No transcrito ele diz:  

Em 1924 eu viajei à América mais uma vez, outra vez fui para Nova Iorque. Lá joguei uma partida surpreendente contra Alekhine, que acabou em empate. Você certamente observou o meu engano ao dizer “eu não sei mais qual de nós ganhou o jogo”. Ao fazer isso quero enterrar uma falha a fim de não ter que escrever tanto, porque falhas são bastante comuns entre todos os jogadores de xadrez. Isto é somente um gracejo, meus caros amigos; a verdade é que não posso lembrar-me de tudo, principalmente de quando perdi. 

Os fatos estão corretos: Maróczy participou do Torneio de Nova Iorque em 1924 e teve uma partida com Alekhine que terminou em empate, como confirmado em Lasker (1992). Este artigo confirma que Maróczy acabou em sexto lugar, bem abaixo das expectativas. A explicação psicológica para a falha no transcrito é dada pelo próprio Maróczy (vide acima). Se Rollans tentava projetar uma história com fatos verificáveis como evidência de sobrevivência, ele podia ter inserido a classificação final de Maróczy, um fato verificável. Claramente em outra parte os transcritos de Maróczy contêm inúmeros fatos verificáveis. Como um exemplo de informação que cairia na categoria 4 de difícil obtenção (N.B. não analisou como uma das perguntas no Apêndice 2) Maróczy via Rollans escreveu em um transcrito de 8 de agosto de 1988:  

Na ocasião (Karlsbad 1929) ela não (Menchik) ganhou o torneio, mas sim o mestre Nimzowitsch, que era um dos grandes naquela época. Apesar disso, eu não gostava dele, não por causa de inveja, que eu pessoalmente nunca tive em jogos de xadrez, mas por causa de seu caráter estranho que o tornou impopular. Em contraste, Spielmann era uma pessoa jovial agradável, do qual todos nós gostávamos… etc. 

Estes julgamentos sobre as personalidades de Nimzowitsch e Spielmann seriam desconhecidos a não peritos em xadrez mas são confirmados em enciclopédias de xadrez. Sobre Nimzowitsch: “… Mas seu temperamento, egoísta, muito nervoso, irritável, supersensível a crítica, e quase patologicamente desconfiado, não foi calculado para dar-lhe apoio” (Hooper, 1988, p. 225) e “Nimzowitsch era um homem difícil, duro. Seus caprichos fizeram com que ele fosse antipatizado por muitos dos seus colegas (Lindörfer, 1991, p. 179). Ao passo que sobre Spielmann, Hooper (1988, p. 319) escreve: “Spielmannn era um homem de temperamento suave e disposição amigável. Considerava o jogo uma arte, a beleza subsistindo em sacrifício e jogo combinatório”

Isto serve para ilustrar quão precisos em detalhes os transcritos de Rollans podiam ser e portanto quão surpreendente é para ele não descrever características importantes do Torneio de Nova Iorque que estão por outro lado disponíveis em fontes públicas mais prontamente acessíveis. 

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO 

A fraqueza mais óbvia do caso tem que ser vista no fato de que não havia nenhuma testemunha independente, nenhum Hodgson por assim dizer, como no caso de Leonora Piper, para manter o médium Rollans e o organizador Eisenbeiss sob constante vigilância. É verdade que Rollans não tinha nenhum conhecimento de xadrez do começo ao fim? Afinal de contas ele teve tempo de sobra para aprender xadrez ou procurar ajuda ou estudar a vida de Maróczy.

Eisenbeiss por outro lado era a pessoa central para manipular a informação de lados diferentes. Era o canal principal passando quase toda a informação deste caso. Na teoria ele poderia ter composto os fatos para servir as suas intenções. Mas o Dr. Eisenbeiss jura veementemente a veracidade do seu relato e o fato de que não havia nenhum arranjo obscuro entre os próprios participantes citados e/ou forasteiros. Como já foi citado, Rollans e Korchnoi não tiveram nenhum contato direto um com o outro até pouco tempo antes do fim do jogo.

Então o leitor está convidado a acreditar na afirmação dos autores de que este caso não foi fraudado nem informado erroneamente; os autores foram incapazes de detectar circunstâncias em que a criptomnésia pudesse ser uma explicação crível. Mas o leitor não deveria ter nenhuma dúvida de que teria sido extraordinariamente difícil (se não impossível) e inexplicável em termos normais para Rollans ter obtido acesso à totalidade da informação e habilidades necessárias para se empenhar em uma partida com um mestre de xadrez e narrar detalhes de uma obscura vida no início do século XX por meios convencionais. O mesmo se aplica a Eisenbeiss, que não teve nenhum acesso prévio à maioria das fontes (livros e testemunhas). Mesmo o perito Korchnoi quando questionado pelo Dr. Eisenbeiss se viu incapaz de responder as 39 perguntas e disse que exigiria esforço demais para descobrir.

A explicação alternativa mais provável à teoria da sobrevivência é a teoria animista, que interpretaria o caso como uma percepção por parte de Rollans de um conhecimento existente e de capacidades através de clarividência e telepatia em sua forma mais avançada: a Super-PES ou Hipótese de Super-psi. É possível que rejeitemos a Hipótese de Super-PES com base no fato de que tais formas avançadas de PES nunca foram estabelecidas sob condições controladas de laboratório. Mas devemos aceitar o argumento de Braude (Braude, 2003, pp. 15, 19) de que nós não devemos descartar os casos espontâneos de psi nos quais o fenômeno é particularmente forte; atualmente há entendimento insuficiente da suposta Super-PES e seus limites. De acordo com Braude, nós não devemos ficar impressionados pela vasta quantidade de informação obscura que foi verificada neste caso, que talvez possa ser entendida como sendo derivada de Super-PES. Sendo assim, nós convidamos o leitor a revisar a tabela no Apêndice 2, ao menos no que diz respeito às perguntas cujas avaliações correspondem aos números 5 ou 6. A correlação de Rollans/Maróczy e dos textos do Sebestyén é baseada não só em perguntas fechadas (sim/não) mas também em complexas perguntas abertas verificadas com base em variáveis fontes. Além disso, nós não estamos convencidos, como Braude e outros, de que os incidentes atribuídos a psi não podem ser explicado pela hipótese de sobrevivência, quando nos falta um entendimento mais profundo do que causa a psi.

O caso em questão mostra muito mais do que somente uma exposição de conhecimento objetivo (saber que), que pode ou não ser percebido por Super-PES. O que nós julgamos intrigante é a combinação de habilidade adquirida (jogar xadrez) e conhecimento objetivo (informação obscura espalhada e verificada) sobre um período prolongado (7 anos, 8 meses), enriquecido por uma não esperada revelação sobre um detalhe menor (até aqui desconhecido) sobre a ortografia de um nome (Romi(h)). Aqui concordamos com Braude (2003, p. 91) quando diz que as “explicações de Super-psi enfrentam problemas para explicar tanto as múltiplas fontes de informação obscura quanto a consistência das façanhas mediúnicas. Além disso, a habilidade de jogar xadrez de Rollans não pode ser tomada como uma extensão de uma capacidade que ele já possuía. Este argumento é usado por Braude (2003, p. 122) para lançar dúvida sobre a hipótese de sobrevivência como uma explicação para os casos de fluência espontânea em um idioma desconhecido (xenoglossia, como outro tipo de habilidade paranormal).

Nenhuma das pessoas próximas de Rollans ou o próprio Rollans sabia de antemão os muitos detalhes sobre a vida de Maróczy. Então a habilidade de psi necessária de Rollans teria que ser tão extraordinária a ponto de permitir a extração das informações que aparecem nas suas cópias de livros e revistas em bibliotecas diferentes, contra uma quantidade enorme de “ruído” de fundo de outras fontes (Braude, 2003). Certos fatos não deixados em forma escrita teriam que ser colecionados das memórias privadas de pessoas vivas que certamente não pensavam sobre estes fatos no momento em que foram transcritos por Rollans como ‘escrita automática’. (Infelizmente nós não temos uma plena reconciliação das respostas de Sebestyén às suas fontes, mas a maioria é auto-evidente). Além do mais, a capacidade de psi de Rollans teria que se estender para considerar todos os possíveis movimentos das peças de xadrez e selecionar o certo ou um derivado dentro da competência de um mestre de xadrez, que, inconscientemente, auxiliou no jogo. Esta maravilha teria então que persistir em um nível elevado durante muitos anos (um dos elementos do “Argumento da Complexidade Deficiente” de Braude). A maioria dos pesquisadores psíquicos concorda com a suposição (não factual) que as faculdades intelectuais (e práticas) não são comunicadas via PES. Para uma discussão mais aprofundada da hipótese de super-psi contra a sobrevivência ver Gauld (1982), Braude (2003), Almeder (1992), Griffin (1997), Grosso (1999), e Schiebeler (1988).

Como um bônus, no caso em questão, temos a correção não prevista da ortografia de Romi(h). A faculdade psi de Rollans foi interrogada por um Romi, não um Romih. Segundo a hipótese psi, ele deveria ter encontrado várias fontes para o nome Romi, incluindo as informações sobre o torneio em San Remo em 1930, como Eisenbeiss encontrou. A faculdade psi de Rollans teria de perceber o nexo entre Romi e Romih. Concebivelmente, isso poderia ter sido alcançado através de uma busca por “San Remo, 1930”, levando ao livro oficial do Torneio de San Remo de 1930, que menciona Romih. O que poderia ter-lhe dado a certeza sobre a identidade de ambos de forma que ele pudesse escolher uma ortografia e depois inventar um diálogo provocante em torno dela? Ambas as grafias estavam corretas, porque Romih tinha italianizado a ortografia e ambas podem ser encontradas nas fontes. Por que então insistir em Romih?

Existe algum motivo psicológico que poderia ter levado Rollans a escarnecer de Eisenbeiss? Não sabemos ao certo, mas duvidamos que houvesse um. Por outro lado, é fácil ver um motivo para Maróczy, porque ele afirmava conhecer Romih desde a sua juventude e é lógico que ele saberia a ortografia original do nome dele e seguiria usando-a; ele provavelmente não sabia da italianização adotada em uma época não determinada após 1930. O motivo de Maróczy pode ter sido a aparente onisciência de Eisenbeiss como interrogador, que Maróczy sentia prazer em diminuir.

Como argumento suplementar, achamos que há justificativa para tirar conclusões de informações fornecidas espontaneamente em vez de respostas solicitadas e antecipadas. A pesagem da motivação psicológica que poderia apoiar uma hipótese ou outra (psi ou sobrevivência) poderia pender a balança das probabilidades em uma direção. Em nosso primeiro exemplo (Capablanca), a razão de Maróczy para esquecer o nome de um homem a quem ele teria considerado estar apenas fazendo uma piada sem sentido, mas depois relatar espontaneamente uma história sobre uma mulher cuja beleza o havia impressionado é plausível, enquanto que para o médium Rollans é difícil entender por que ele deveria ser capaz de recuperar o nome solicitado, dada a sua capacidade de transmitir informações precisas e detalhadas em outras ocasiões, menos ainda por que ele deveria desviar para um fio narrativo espontaneamente.

O segundo exemplo (o torneio de Nova Iorque de 1924) é semelhante em sua essência ao primeiro, mas a informação antecipada — ainda em falta — é substituída por outras revelações. No entanto, com base nas transcrições (nem todas são citadas neste artigo) sabemos que Maróczy era muito ambicioso e, portanto, seria inteiramente característico que ele viesse a omitir fracassos ou classificações medíocres em torneios. No entanto, para Rollans, cujo principal objetivo era fornecer evidências convincentes para sustentar a hipótese de sobrevivência, não faria sentido censurar informações sobre os fracassos de Maróczy. Assim, todas essas considerações sustentam a hipótese de sobrevivência. Em conclusão, podemos constatar que nem todas as informações foram coletadas em

condições rigorosas. No entanto, isto pode não ser atípico quando se trata da observação de fenômenos desta espécie fora de experiências controladas de laboratório. Destaca-se que as condições imperfeitas fora do laboratório são toleradas o que permite que o inesperado ocorra (uma característica recorrente da evidência imprevista é que a iniciativa parece vir do desencarnado, p.ex. como acontece com ‘comunicadores inesperados’). Tanto as experiências de laboratório quanto as observação fora do laboratório têm seus respectivos méritos. Então por que não repetir este tipo de experiência com outros participantes sob condições mais estritamente controladas? Até que tal caso possa ser duplicado em outra parte, em nossa visão este é um caso forte de seu tipo, sugerindo — embora em padrões científico-materialistas não provados — sobrevivência e demonstrando a utilidade e pertinência da hipótese espiritualista. 

Agradecimentos 

Agradecemos a bondosa cooperação do Sr. Viktor Korchnoi, do Dr. Enrico Paoli, do falecido Sr. Robert Rollans, do Sr. Géza Maróczy e do falecido Sr. László Sebestyén, e agradecemos ao Sr. Elmar Schneider pelo seu trabalho de secretariado. Expressamos nossos agradecimentos ao Sr. Ivan Gheczy, que traduziu a parte húngara da cópia, e a Thomas Brown (filho da médium musical Rosemary), que editou o texto.

 

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 Referências 

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Wirthensohn, H. (1991) Schachpartie mit einem Toten. Esotera 8, 4-5. Freiburg: Hermann Bauer KG.


APÊNDICE 1 

clip_image002

Trecho do transcrito de Robert Rollans de 15 de junho de 1985 (veja página 66)

APÊNDICE 2 

 

P

Categ

Transcrito do médium Robert Rollans

Perguntas Concernentes à Esfera Pessoal de M.

 

1

2

I

I

Como você certamente já sabe, em minha última encarnação na Terra apareci em Szegedin, em 3 de março de 1970.

1. Quando Maróczy nasceu?

2. Onde Maróczy nasceu?

 

3

I

Depois de freqüentar o liceu em meu país natal, fui a Zurique como um estudante da Polytechnic College.

3. Onde M. freqüentou o liceu (ginásio)?

 

4

I

 

4.1. Como a sua educação continuou depois do liceu (somente o próximo estágio)?

 

5

I

 

4.2 Onde a sua educação continuou depois do liceu?

 

6

I

Aqui (em Zurique) estudei por 2 anos; depois disso terminei meus estudos de engenharia em Budapeste.

5. Quando tempo durou o estágio seguinte da sua educação (referido na questão 4) após o liceu?

 

7

I

 

6. Onde M. concluiu seus estudos (subseqüente aos estágios de educação referidos nas questões 4 e 5)?

 

8

I

Então trabalhei como desenhista em uma empresa para construção de canalizações de água em Kaposztor Meigyeri (um pequeno povoado na Hungria).

7.1. Onde foi o primeiro emprego de M. após terminar seus estudos?

 

9

I

 

7.2. Qual era o seu trabalho (deveres) lá?

 

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I

 

7.3. Quais eram as atividades da empresa que o contratou?

 

11

I

Depois disso tornei-me professor de matemática e geometria no ensino médio.

8.1. M. trabalhou alguma vez como professor?

 

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I

 

8.2. Se sim, em que nível?

 

13

I

 

8.3. Se sim, quais matérias ele ensinou?

 

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15

I

I

Depois fui inspetor (Rechnungsrat) em uma seguradora.

9.1. M. depois trabalhou em uma seguradora?

9.2. Se sim, em que função?

 

16

I

Mas o meu primeiro grande amor foi também o meu maior desapontamento. Minha linda Zsuzsa esqueceu-me durante meus anos na Suíça e casou-se com outra pessoa.

10. Qual era o primeiro nome do maior amor da juventude de M. quando ele ainda era um estudante (parcialmente no exterior)?

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18

I

I

Mas pude esquecer-me dela facilmente, porque descobri que havia outras meninas bonitas em Budapeste que me ajudaram a superar esta decepção. Mas tudo isto foi resolvido em 1904 quando casei com o meu novo amor, a filha de um professor universitário de Viena.

11.1. De que cidade era a esposa de M.?

11.2. Qual era a profissão do pai dela?

 

19

20

I

I

Mas tudo isto foi resolvido em 1904 quando casei com meu novo amor, a filha de um professor universitário de Viena. Em minha viagem de lua-de-mel viajei a Monte Carlo e por algum tempo participei do torneio de xadrez de lá.

12.1. Quando M. casou?

12.2. Para onde eles foram na lua-de-mel?

 

21

I

Tivemos dois filhos, um menino e uma menina.

13. M. teve quantos filhos (meninos, meninas)?

 

22

I

Vi muitas cidades do mundo durante minha vida terrena, mas nenhuma fascinou-me mais do que Paris.

14. M. viajava bastante. Que cidade do mundo foi a mais fascinante para ele?

 

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24

I

 

 

 

 

I

Diverti-me nesta cidade maravilhosa, cheia de vida pulsante, lar de tantos espíritos e arte, tantos edifícios magníficos, a Torre Eiffel, as belas casas de café, “Cafe de la Paix, Cafe de la Régence”, onde se podia encontrar a elite artística inteira, onde xadrez também era jogado e onde sentia-me especialmente tranqüilo.

15.1 Em quais dos vários cafés freqüentados por artistas M. preferia passar seu tempo em Paris na época do Torneio de Mestres de 1900?

Primeira preferência.

15.2 Segunda preferência.

 

25

II

Como você pode ver, fui um dos poucos jogadores que participou em torneios de xadrez como não-profissional, como um amador buscando xadrez como um trabalho secundário.

1. M. era um jogador profissional de xadrez ou ele era um dos poucos Mestres que se manteve fiel aos seus princípios coríntios amadores?

 

26

II

Eu tinha uma desvantagem quando comparado aos outros que tinham o dia inteiro livre para praticar. Essa é a razão pela qual não me tornei um campeão mundial apesar do Dr. Lasker ter proposto que eu organizasse um campeonato mundial e jogasse nele.

2. M. alguma vez recebeu a proposta de organizador um campeonato mundial no qual ele jogaria?

 

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II

 

Se sim, por quem?

 

28

II

Tivemos dois filhos, um menino e uma menina. Nenhum deles tinha talento para jogar xadrez. É uma pena, porque eu gostaria muito disso.

3. Os filhos dele tinham aptidão para o xadrez?

 

29

 

 

30

II

 

 

II

Meu amigo Janowski era um jogador bom mas estava viciado em jogo. Cada cassino ou sala de jogos tinha uma atração magnética para ele, onde ele perdeu a maior parte do seu tempo e não só isso mas todo o seu dinheiro também. Isto o privou da energia necessária para participar de um torneio de xadrez. Essa é a razão pela qual ele nunca se tornou um dos melhores, apesar dele ser muito talentoso. Mas era um prazer jogar com ele.

4.1 Qual era a maior paixão do amigo de xadrez de M., Janowski?

4.2 Ele ganhou torneios internacionais importantes?

 

31

II

Mas agora eu lhe contarei algo sobre minhas viagens mais belas à América. Isso foi no inverno de 1906 no começo do ano. Fui convidado pelo Clube de Xadrez de Manhattan assim como pelo Clube Cosmopolita de Xadrez, ambos em Nova Iorque, para jogar partidas individuais simultâneas.

5. Quando M. foi pela primeira vez aos EUA, onde ele foi convidado pelo Clube de Xadrez de Manhattan e pelo Clube Cosmopolita de Xadrez, em Nova Iorque, para jogar partidas simultâneas?

 

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II

 

II

 

II

II

II

II

II

Os americanos divertiam-se e eram muito exigentes em toda parte, criei raízes sendo convidado várias vezes a lugares diferentes. Assim viajei por boa parte da América. E, deste modo, mantive-me ocupado em várias cidades americanas, visitando entre outras Nova Orleans, Chicago, Boston, Filadélfia, Winnipeg, Mineápolis, etc.

6.1 M. esteve ocupado apenas em Nova Iorque nessa visita?

6.2 Se não, em que outras cidades? Primeira cidade?

6.3 Segunda cidade?

6.4 Terceira cidade?

6.5 Quarta cidade?

6.6 Quinta cidade?

6.7 Sexta cidade?

 

39

 

II

Em 1924 voltei à América, para Nova Iorque novamente.

7.1 M. foi aos EUA em uma ocasião posterior?

 

40

II

 

7.2 Quando?

 

 

41 

 

42 

 

43

II

 

II 

 

II

Além das muitas partidas simultâneas eu também joguei partidas individuais contra Hanham, Durr, Waldmann etc.

8.1 Qual é o significado do nome ‘Hanham’ em relação a Maróczy? 

8.2 Qual é a significância do nome ‘Durr’ para Maróczy? 

8.3 Qual é o significado do nome ‘Waldmann’ para Maróczy?

 

 

44

II

Mas agora é hora de responder a sua pergunta se joguei uma partida com um certo Romi. Sinto muito dizer que nunca soube de um jogador de xadrez chamado Romi. Mas penso que com relação ao nome você está equivocado. Tive um amigo em minha juventude, que vencia-me quando eu era jovem, mas que se chamava Romih com um “h” no final. Eu nunca mais vi o amigo que eu tanto estimava. Em 1930 no torneio de São Remo quem também está presente? Alguém da Itália o meu velho amigo Romih que também participou neste torneio. E então ocorreu que tive uma das partidas mais incríveis dentre todas as que joguei. Suspeito que você pensava na mesma pessoa mas deu o nome incorretamente. Qualquer outro Romi que você talvez conheça receio que me seja desconhecido.

9.1 Na ocasião do torneio de Monte Carlo em 1930, M. jogou entre outros contra um Sr. Romi ou Romih. Qual é a versão ortográfica correta desse nome?

 

45

 

 

 

46

II

 

 

 

II

Houve momentos quando não só os observadores do jogo mas também eu mesmo, sempre o otimista, tinha pensado ter perdido o jogo. Mas como acontece no xadrez, e esta é a beleza do jogo, há surpresas e eventual sorte, com uma inspiração repentina ou um oponente cometendo um erro. E tive essa sorte porque no fim de um jogo vigoroso tornei-me o vencedor que aos 60 anos de idade vingou-se de um jogo perdido em minha juventude.

9.2 Qual era o relacionamento entre M. e Romi(h)?

 

 

9.3 Que peculiaridade caracteriza esse jogo?

 

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48 

 

49

II 

 

II 

 

II

Gostei embora eu tenha ficado apenas em nono lugar; o primeiro colocado foi Alekhine e em décimo sexto e último o meu amigo Romih.

10.1 Qual foi a classificação de Maróczy, Romi e Alekhine naquele torneio de Monte Carlo? E a classificação de M?

10.2 Qual foi a classificação de Romih naquele torneio?

10.3 Qual foi a classificação de Alekhine naquele torneio?

 

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II

 

II

 

 

II

 

II

 

II

E então tive uma pupila muito talentosa, que era uma tcheca. Nasceu na Rússia e casou-se na Inglaterra. Ela era uma jogadora excelente de xadrez naturalmente por causa de meu treinamento vê a minha modéstia inata? Ela era uma das poucas mulheres que participou de jogos com homens e isto com grande êxito. Seu nome era Vera Menchik. Embora fosse somente uma pupila minha, em Ramsgate em 1929 ela ficou em segundo lugar atrás de Capablanca, mas e isto é o mais irritante a pupila superou o seu professor. Não fosse ela a minha pupila, eu teria ficado zangado, mas fiquei satisfeito e orgulhoso da minha excelente pupila. Ela teve ainda mais sucesso e teria progredido ainda mais se não tivesse morrido jovem em um ataque aéreo alemão durante a Segunda Guerra Mundial.

11. Quem foi o mais talentoso pupilo de M.? 

12.1 O que pode ser dito sobre este pupilo concernente ao xadrez (sucesso em torneios)? 

12.2 Qual é a nacionalidade deste pupilo? 

12.3 Onde ele se casou depois?

12.4 O que pode ser dito sobre sua morte?

 

55

II

E porque você assim deseja tenho que lembrá-lo da existência do Sistema-Maróczy de defesa siciliana. 1. e2 — e4 etc. etc. Que é muito famoso. Também devo mencionar que escrevi vários livros sobre minhas partidas de xadrez.

13. Em que abertura de jogo há uma tática que foi nomeada em homenagem ao M.?

 

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III

 

III

Meu primeiro grande êxito foi em um torneio em Nuremberg no verão de 1896, onde fiquei em segundo. (Queira desculpar-me se eu às vezes ocasionalmente forneço as datas erradas, porque eu não tenho mais certeza sobre os anos exatos).

1.1 Em que torneio M. obteve o seu primeiro grande êxito?

1.2 Que lugar ele conquistou?

 

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61

62

III

 

III

III

III

III

Derrotei Steinitz, Pillsbury, Janowski, Winawer e outros que não consigo lembrar. Também joguei com o Dr. Tarrasch, mas não sei quem ganhou. Alekhine ficou em primeiro.

2.1 Quem dos mestres famosos daquela época M. venceu este torneio? Primeiro derrotado.

2.2 Segundo derrotado.

2.3 Terceiro derrotado.

2.4 Outros oponentes.

2.5 Quem ficou em primeiro lugar?

 

63

 

 

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67

III

 

 

III

III

III

III

III

No seguinte ano, 1900, na ocasião da exibição mundial em Paris competições diferentes de esportes foram organizadas, entre elas um torneio de xadrez do qual participei com grande prazer. Derrotei Esterlino, Brody e Jankowski, mas perdi para Lasker e Burns, o que muito me aborreceu. Eu não lembro que colocação alcancei, só lembro que Lasker ficou em primeiro lugar.

3.1 Contra quem M. ganhou ou perdeu no Torneio de Paris na ocasião da exibição do mundial de 1900? Aqui primeiro perdedor.

3.2 Segundo perdedor.

3.3 Terceiro perdedor.

3.4 Primeiro vencedor.

3.5 Segundo vencedor.

4. Quem ganhou esse torneio? Equivalente à questão 3.4

 

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72

73

III

 

III

 

III

III

III

III

Meu maior êxito foi em Monte Carlo em 1902. Foi a primeira vez que conquistei o primeiro lugar em um torneio grandioso com a elite. Venci Janowski, Pillsbury, Teichmann, Dr. Lasker e outros. Estava orgulhoso por levar a bandeira húngara à vitória.

5.1 Em que torneio M. teve o maior êxito de sua vida?

5.2 Quais são os nomes dos cinco primeiros colocados desse torneio? Aqui o vencedor.

5.3 Número 2

5.4 Número 3

5.5 Número 4

5.6 Número 5

 

74

 

75

III

 

III

No ano seguinte, em1903, voltei a Monte Carlo; mas desta vez o resultado foi diferente. Eu não ganhei; foi o Dr. Tarrasch que ganhou. Mas eu não fui um perdedor total; fiquei em terceiro ou segundo; eu não me lembro.

6.1 Que lugar M. conquistou no torneio de Monte Carlo em 1903?

6.2 Quem foi o vencedor?

 

76

 

 

77

78

79

III

 

 

III

III

III

Voltei outra vez a Monte Carlo em 1904. Desta vez a minha sorte foi dobrada. Em minha lua de mel viajei para Monte Carlo e ao mesmo tempo participei do torneio. Desta vez com êxito. Derrotei Marshall, Marco, Schlechter e outros.

7.1 Quem conquistou os primeiros lugares no torneio de Monte Carlo em 1904?

Aqui o vencedor.

7.2 Perdedor 1

7.3 Perdedor 2

7.4 Perdedor 3

 

 

 

 

80

81

82

83

84

 

 

 

III

III

III

III

III

Mas agora de volta ao passado; para ser mais preciso, de volta aos meus sucessos e viagens seguintes. Em Ostend, em 1905, outra vitória sobre Tarrasch, Schlechter, Alapin, Leonhard, Taubenhaus; eu não lembro quem foram os outros.

8. Quem venceu o torneio em Ostend em 1905?

Como Maróczy se saiu. . .

8.1… contra Tarrasch?

8.2… contra Schlechter?

8.3… contra Alapin?

8.4… contra Leonhardt?

8.5… contra Taubenhaus?

 

85

 

 

86

87

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89

III

 

 

III

III

III

III

Outros êxitos foram ganhar a Olimpíada em 1927 assim como a de Munique em 1936, junto com outros colegas húngaros como Steiner, Vajda, Nagy e outros.

9.1 Quem estava na equipe húngara que ganhou a Olimpíada em Londres em 1927?

Aqui o participante 1.

9.2 Participante 2

9.3 Participante 3

9.4 Participante 4

9.5 Quem representou a Hungria em Munique em 1936?

 

90

III

No torneio de Karlsbad eu fiquei em primeiro com… não me lembro quem, infelizmente.

10. Quem venceu o torneio de Karlsbad em 1923?

 

91

III

Viena em 1908 também. Houve também outros sucessos onde fiquei em segundo ou terceiro lugar mas não posso lhe dizer ao certo por causa da minha memória falha.

11. Qual torneio principal M. venceu em 1908?

 

 

 

Respostas de Lásló Sebestyén

Observações

Verificação

Nível de Dificuldade

 

 

1. Nascimento: 3 de março de 1870; Morte: 29 de maio de 1951.

2. Povoado de Szeged, o terceiro maior do país, parte do sudeste da Hungria.

Já que M. morreu em 1951, este [1970] pode ser considerado um erro estenográfico.

ok

 

ok

2

 

2

 

 

3. Em Szeged, perto de Piaristen.

Szeged

ok

6

 

 

4. Na Escola Politécnica em Zurique.

Estudante da Polytechnic College.

ok

6

 

 

 

Zurique

ok

6

 

 

5. Dois anos. Talvez valha a pena mencionar que uma associação húngara existia em Zurique naquela época, na qual M. trabalhou como bibliotecário. Foi lá que ele estudou um livro científico sobre xadrez pela primeira vez. (István Márki, um livro texto em húngaro)

2 anos

ok

6

 

 

6. A Escola de Zurique durou por dois anos. Há sugestões de que M. acabou seus estudos em Budapeste. Mas sua filha não pôde confirmar essa informação. Pode ser assumido que um curso de dois anos na Escola Politécnica no século 19 corresponde a um curso na Universidade Técnica nos dias atuais.

Estudante de engenharia em Budapeste.

ok

6

 

 

7. No seu primeiro emprego M. era desenhista do sistema hidráulico municipal recebendo 4 coroas por dia de trabalho (na época dinheiro húngaro). Ele se empenhou no planejamento e construção de novas canalizações de água para a capital em Káposztásmegyer.

Kaposztor Meigyeri

 

Desenhista

 

Construção de canos d’água

ok

 

ok

 

ok

6

 

6

 

6

 

 

8. Desde o início do ano escolar de1904-1905, M. foi um professor sênior de matemática e geometria descritiva. A escola era secundária, antes chamada de escola do comerciante (Pólgari of district VIII, Knézits Gasse, Budapeste).

Sim

 

Escola secundária

 

Matemática e geometria.

ok

 

ok

 

ok

3

 

6

 

6

 

 

9. Começando em 7 de outubro de 1908, M. foi designado inspetor em uma Seguradora de Acidente dos Trabalhadores recentemente estabelecida, onde ele era encarregado de verificar as quantias de compensação pagas.

10. Li todos os diários de M., mas não li nenhuma palavra sobre o primeiro grande amor da sua juventude. Seus filhos ainda vivos também não sabem nada sobre isto. Em minha opinião isto não pode ser excluído, porque ele tinha 34 antes de casar. Os colegas de xadrez mais próximos a ele no exterior podem ter escrito sobre um relacionamento se este fosse sério: Marshall, Dr. Tarrasch, Janowski ou Schlechter em suas memórias.

Sim

 

Inspetor (Rechnungsrat)

 

Zsuzsa

ok

 

ok

 

?

3

 

6

 

6

 

 

11. A esposa de M. nasceu em Budapeste no dia 4 de setembro de 1883. Seu pai era professor sênior na Escola de Obstetrícia em Szegedin. Seu nome completo era: Jakab Mann von Csonoplya, professor sênior e Hofrat. Este último título pode ser devido a sua profissão no tempo da monarquia e também devido ao fato de que ele era o médico da Duquesa Augusta. Todos os filhos dela foram trazidos a este mundo com seu auxílio médico. Csonoplya é uma aldeia da velha Hungria em Komitat Bács. A família de Jakab Mann imigrou da Alsácia-Lorraine sob o reino de Maria Theresia.

A declaração “Budapeste” não é inequívoca.

Professor universitário

ok

 

ok

6

 

6

 

12. Casaram-se no começo de janeiro de 1904. Para sua viagem de lua de mel eles viajaram a Monte Carlo, onde M. participou do 4º Torneio de Xadrez de Monte Carlo (de 08 a 18 de fevereiro de 1904) e conquistou o primeiro lugar pela segunda vez. Os cinco melhores jogadores foram: Maróczy, Schlechter, Marshall, Gunsberg, Marco.

1904

Monte Carlo

ok

ok

6

6

 

13. Georg Maróczy, nascido em 2 de novembro de 1904 e Magdolna M., nascida em 30 de maio de 1906. Ambos ainda vivos. Eles me informaram pessoalmente sobre os relacionamentos familiares.

Dois filhos

ok

4

 

14. Nem Georg, nem Magdolna, e nem o primo de M. puderam fornecer uma resposta definida. Presumiram ser talvez Londres.

Paris

?

3

 

15. Café de la Régence. Este café era tão conhecido em Budapeste nesses dias, por causa das partidas de xadrez jogadas nos círculos literários e artísticos de Paris, que os proeminentes jogadores de xadrez de Budapeste deram o apelido “Café de la Régence” ao Café Velence em nossa cidade capital, o qual os círculos de jogadores de xadrez de Budapeste usaram como uma base. Talvez essa seja a razão pela qual M. com tempo de sobra depois das partidas do torneio realizado no Millionaires’ Club in the Grande Cercle partiu com outros colegas rumo ao famoso local onde uma vez Robespierre jogou xadrez.

Café de la Régence 

 

 

 

 

 

 

Café de la Paix

ok 

 

 

 

 

 

 

?

6 

 

 

 

 

 

 

6

 

1. M. era um amador inveterado. No seu artigo “Epílogo” ele diz: “Onde quer que nós vivamos, sob condições modestas, não há nenhuma base para o xadrez profissional”.

Amador

ok

3

 

2. O campeão mundial anterior, Lasker, desafiou M. várias vezes a realizar uma competição entre eles. Esta visão é apoiada pela Chess Magazine [Revista de Xadrez] do Lasker, 1906, onde ele expressa a seguinte opinião: “Atualmente há dois jogadores que são habilitados a lutar por um campeonato mundial, o alemão Dr. Tarrasch e o húngaro Maróczy. O mundo do xadrez espera que estes dois joguem contra mim”. Nas linhas seguintes ele caracteriza os dois mestres, dizendo que M. é mais forte do que o Dr. Tarrasch. Em Nova Iorque no mesmo ano ele propôs a M.: “Viajando de São Petersburgo a São Francisco talvez passando pela América do Sul devemos jogar partidas um-a-um em cada lugar importante onde o xadrez é jogado”.

Em geral M. pensava o seguinte sobre campeonatos mundiais: “Até 1948 o título de campeão mundial era como a propriedade privada do campeão reinante, que significava um peso financeiro tão alto para qualquer desafiante que dificilmente podia ser pago. A opinião de M. sobre a situação específica era: “Eu não teria recursos para organizar essa competição”.

Sim

 

 

 

 

 

Dr. Lasker

ok

 

 

 

 

 

ok

3

 

 

 

 

 

5

 

3. Eles não tinham nenhum talento especial para jogar xadrez. Nem mesmo o pai deles os ensinou. Magdolna disse: “Quando jogávamos nosso pai às vezes nos observava mas não dizia uma palavra. M. Euwe, um holandês campeão mundial e aluno de M. , me deu algumas aulas.

Sem talento

ok

6

 

 

4. Se Janowski tinha ou não uma grande paixão deve permanecer em aberto. Mas é um fato que ele jogou fora todo seu dinheiro do prêmio no clube de roleta local em 1902 no segundo torneio em Monte Carlo, onde ele ficou em terceiro lugar, e só pôde voltar para casa com a ajuda do banco. Porque ele não pagou o empréstimo certamente não até 1903 devido às regras do banco, ele não foi convidado para o 3º torneio em Monte Carlo no ano seguinte e teve que permanecer em casa. David Janowski foi um mestre polonês-francês, vencedor do primeiro torneio em Monte Carlo em 1901.

Jogo

 

 

 

Não

ok

 

 

 

ok

5

 

 

 

3

 

 

5. Em 1906, M. foi convidado para ir a Nova Iorque para um tour de partidas simultâneas. Ele chegou em Nova Iorque em 2 de março de 1906.

1906

ok

4

 

 

6. Além de Nova Iorque, M. visitou os seguintes locais: no fim de março Filadélfia, no começo de abril Boston e durante este mês Scanton, Wilkes-Barre, Chicago, Milwaukee, Mineápolis, St. Louis, Winnipeg, Canton, Menfis e Nova Orleans.

Não

 

Chicago

 

Boston

Filadélfia

Winnipeg

Nova Orleans

Mineápolis

ok

 

ok

 

ok

ok

ok

ok

ok

3

 

5

 

5

5

5

5

5

 

 

7. Em 1924 ele foi convidado para um torneio. Em 1926-1927 ele era diretor do Clube de Manhattan e tomou parte nas preparações para a organização das partidas do campeonato mundial, Capablanca-Alekhine. No começo de 1927 M. foi o juiz em Nova Iorque em um torneio de mestres de quatro rounds para 6 jogadores. O resultado final foi: Capablanca, Dr. Alekhine, Nimzovics, Dr. Vidmar, Spielmann, Marshall.

Sim

 

1924

ok

 

ok

3

 

5

 

8. J. M. Hanham (1840-1925) era um mestre americano. Já em 1902 seu nome aparece na vida de M. no torneio de Monte Carlo, quando Hanham derrotou seu oponente Marco, que tinha escolhido o método de defesa de Hanham. No curso do tour das partidas simultâneas mencionadas acima, em 5 de março de 1906, eles jogaram um contra o outro mas não em uma partida simultânea, mas como o próprio M. escreve uma única partida limitada por tempo, que foi ganha por M. Hanham ficou muito irritado por ter sofrido essa derrota. M. encontrou J. Wildmann e H. Durr no torneio simultâneo em Winnipeg. Lá ele jogou contra 14 pessoas simultaneamente, entre eles Wildmann e Durr. M. ganhou todas as partidas e isto é mencionado na própria análise: “particularmente memorável foi o meu jogo simultâneo em Winnipeg”.

Sozinho com Hanham

 

 

Sozinho com Durr

 

 

Sozinho com Waldmann

ok

 

 

ok

 

 

ok

4

 

 

4

 

 

4

 

9. Este torneio foi em San Remo, não em Monte Carlo. O nome da pessoa em questão é escrito com um “h” no fim no livro de 1957 escrito pelo húngaro Dr. Szily József, Maróczy Géza élete és pályáfutása, 100 valogatott játszmával, Sport La es Könyvkiadó (The Life and Career of Geza M. with 100 Selected Games [A Vida e Carreira de Geza M. com 100 Jogos Selecionados], Sports-Newspaper and Book-Publishing House, Budapest). Nesta obra ele foi chamado de “Romih” e participou no torneio como um italiano. Em contraste, eu leio o nome sem o “h” no final do Grosses Schachlexikon de K. Lindörfer de 1977, publicado pela Bertelsmann Lexikon Verlag, Alemanha, i.e. como Romi, e como tal ele foi um membro da equipe italiana na Olimpíada de Xadrez de Londres em 1927, jogando na segunda junta. Num livro Soviético de xadrez eu achei o nome Romi também escrito sem “h”. Agora eu não posso decidir qual dos autores está errado. Não encontrei nenhuma sugestão na literatura de M. Quanto ao torneio de San Remo, M. jogou contra o Romi italiano e o derrotou. Eu não encontrei mais informações. O Dr. Eisenbeiss achou outra enciclopédia, Dizionario Enciclopedico Degli Scacchi e uma revista, Wiener Schachzeitung, Olms-Verlag 1930, mencionando um (Max ou Massimo) Romi (sem “h”, nascido em 5 de maio de 1893). Mas o Dr. Eisenbeiss também conseguiu receber o livro oficial do Torneio de San Remo de 1930 (F. Chalupetzky & L. Tóth, 1930), apresentando todas as partidas jogadas e informação adicional, incluindo uma foto dos participantes, com Romih continuamente soletrado com o “h”. Além disso, com a ajuda de um perito de xadrez da Itália (o Dr. Enrico Paoli, por muitas anos o Nº 1 da Itália), que escreveu a ele em 1992, o Dr. Eisenbeiss soube que o Romih supracitado era de origem eslovena, onde a ortografia de Romih com “h” é comum. Romih emigrou para a Itália em 1918 e eventualmente decidiu omitir o “h” porque era pouco conhecido pelos italianos.

Com base no livro oficial do torneio e na pesquisa feita pelo Dr. Paoli está claro que Romih é a escrita (correta) original.

ok

6

 

No livro Perlen der Schachspielkunst (Pearls of the Art of Playing Chess [Pérolas da Arte de Jogar Xadrez], Beyer Verlag 1965) é dito: “O modo como M. consegue se recuperar de uma situação aparentemente sem esperança emociona mais do que uma história de suspense”. Sobre o 40º movimento de Romi o autor do livro diz: “O que mais M. podia fazer nessa situação desesperada?” Até mesmo o Vencedor do Torneio de San Remo, Alekhine, acreditou que M. estava derrotado. Mas M. surgiu com seu movimento único e as coisas mudaram. Maróczy ganhou.

Amigo da sua juventude que ele não via desde aquela época (informação não verificada) e com quem ele jogou xadrez.

Uma partida incrível porque M. perdia até o movimento 40, mas então ele teve uma idéia brilhante para o próximo movimento, que ganhou o jogo.

ok

 

 

 

 

ok

5

 

 

 

 

5

 

10. O Dr. Alekhine ficou em primeiro lugar com 14 pontos, Maróczy em nono com 9 pontos e Romih em último com 2½ pontos.

Nono

 

Último

 

Primeiro

ok

 

ok

 

ok

4

 

4

 

4

 

11. Vera Menchik (1906-1944) originalmente tcheca, mais tarde casou-se com M. Stevenson, viveu em Londres e tornou-se uma cidadã britânica. Foi a primeira mulher campeã mundial na história do xadrez (de 1927 a 1944) por receber 10½ pontos de 11 jogos e ganhar no Torneio de Londres em 1927. Morreu durante um ataque aéreo. Magdolna Maróczy informou que ela foi morta por um míssel V2.

Vera Menchik

 

Excelente jogadora de xadrez, jogando com sucesso contra os homens.

 

Tcheca

 

Inglaterra

 

Morreu jovem num ataque aéreo durante a Segunda Guerra Mundial

ok

 

ok

 

 

 

ok

 

ok

 

ok

4

 

4

 

 

 

4

 

5

 

5

 

13. O seu nome encontra-se principalmente na Defesa Siciliana e Francesa. Assim mostrou ser praticável jogar a seguinte variante da defesa francesa: 1. e4, e6 2.d4, d5 3. Nc3, Bb4; a chamada variação dragão da defesa siciliana também é associada ao M. A natureza desta variante é: 1. e4, c5 2.Nf3, Nc6 3. d4, cxd4 4.Nxd4, g6 5.c4. ou 1. e4, c5 2. Nf3, e6 3. d4, cxd4 4. Nxd4, a6 5. c4! e então mantendo apertado controle do quadrado d5. M. escreveu um livro chamado Theory of Opening Play [Teoria do Jogo de Abertura] sobre este tema. Este ‘Sistema Maróczy’ é descrito também em Klaus Lindorfer, Großes Schachlexikon, Orbis Verlag, p. 164.

Defesa Siciliana

ok

4

 

1. É aconselhável dividir os torneios em duas categorias de acordo com sua importância: competições magistrais internacionais de menor e maior importância. Assim, por exemplo, o importante torneio de Hastings em 1895, onde o primeiro lugar M. ganhou e tornou-se um Mestre, pertence à menor categoria. Por isto, mais convites para os torneios principais seguiram-se. Nesta categoria Nuremberg em 1896 foi a primeira ocasião em que M. teve um importante sucesso com 12½ pontos conquistando o segundo lugar depois do vencedor, E. Lasker, com 13½ pontos. Atrás de M. ficaram Pillsbury e o Dr. Tarrasch (12½), Janowski (11½) e Steinitz (11). Entre os mestres mais famosos que ele derrotou aqui estavam Pillsbury e Janowski. Para determinar qual torneio marca o seu primeiro grande sucesso deve-se considerar a própria opinião de M. Por exemplo, ele escreveu em relação a Nuremberg: “Meu primeiro torneio importante foi Nuremberg”.

1896 Nuremberg

 

Segundo

ok

 

ok

4

 

4

 

2. Vide resposta acima (1). M. começou a jogar contra o então mais perigoso oponente, Pillsbury e o derrotou. M. também foi bem sucedido contra Marshall, G. Marco, R. Teichmann, para mencionar apenas os melhores.

Steinitz

Pillsbury

Winawer

Dr. Tarrasch

Lasker ao invés de Alekhine

ok

ok

?

ok

?

4

4

4

4

4

 

3. Lasker ficou em primeiro (14½) em Paris 1900, seguido por Pillsbury (12½), Maróczy, Marshall (12), Burns (11) Csigorin (10½). Maróczy ganhou contra Mason, Janowski, G. Marko, F. Marshall e perdeu contra Lasker, H. N. Pillsbury e Didier.

4. E. Lasker.

Sterling

Brody

Janowski

Lasker

Burns

Lasker (não classificado aqui)

?

?

ok

ok

?

4

4

4

4

4

 

5. Ele próprio avaliou o torneio de Monte Carlo 1902: “O torneio em Monte Carlo marca o meu primeiro grande êxito. Prosperei em ganhar a vantagem sobre o melhor dos mestres. É com base nesta declaração que acredito que Monte Carlo 1902 foi mais importante do que Nuremberg. A classificação dos cinco primeiros em Monte Carlo 1902 foi: Maróczy (14¾), Pillsbury (14½), Janowski (14), Teichmann (13½), Schlechter, o Dr. Tarrasch, Bolt (12).

Monte Carlo 1902

 

Maróczy

 

Pillsbury

Janowski

Teichmann

Schlechter, Dr. Tarrasch, Wolf

ok

 

ok

 

ok

ok

ok

X

4

 

4

 

4

4

4

4

 

6. Em Monte Carlo em 1903, M. ficou em segundo com 19 pontos. O primeiro lugar foi ganho pelo Dr. Tarrasch com 20 pontos.

Segundo lugar

 

Dr. Tarrasch

½ ok

 

ok

4

 

4

 

7. Monte Carlo 1904: Maróczy (7½), Schlechter (7), Marshall (6½), Gunsberg (4), Marco (3), Swiderski (2).

Maróczy

 

Marshall

Marco

Schlechter

ok

 

ok

ok

ok

4

 

4

4

4

 

8. Em suas memórias M. escreve sobre o torneio de Ostend em 1905: “Críticos sérios chamaram-no um torneio mundial. Os críticos e o mundo inteiro do xadrez avaliaram o meu triunfo em Ostend como minha melhor atuação”. Classificação final: Maróczy (19½), Janowski (18), Dr. Tarrasch (18), Schlechter (15½), Marco (14). Além de Ostend em 1905, deve-se mencionar também Karlsbad 1923. Na época M. tinha 53 anos de idade e jogava depois de uma longa pausa de 1908 a 1920 período em que ele se afastou do xadrez. Ainda assim ele empatou o primeiro lugar aqui com dois mestres do xadrez da idade moderna: Maróczy empatou com Alekhine e Bogoljubov (11½ cada). Atrás deles estavam nomes como Nimzovics, Dr. Tartakower, Dr. Tarrasch, Rubinstein, etc. Para não mencionar a Olimpíada de Londres em 1927 e a de Munique em 1936, onde M. jogou na primeira junta e ajudou a sua equipe a ganhar o primeiro lugar.

Maróczy

 

Ganhou e perdeu

Dois empates

Duas vitórias

Duas vitórias

Duas vitórias

De acordo com Földeák (1971), cada jogador jogou duas partidas contra cada outro jogador. Os resultados de M. foram dados acima.

ok

 

ok

x

ok

ok

ok

4

 

4

4

4

4

4

 

9. Olimpíada de Londres em 1927 (de 18 a 29 de junho). Equipe húngara: Maróczy, Nagy, Vajda, Steiner E., Havasi. Classificação: Hungria (40), Dinamarca (38½), Inglaterra (36½), Holanda (35), Tchecoslováquia (34½). A Competição Olímpica de Munique foi em 1936, não em 1926. A competição foi jogada em 8 juntas. A equipe húngara: Maróczy, Steiner L., Steiner E., Havasi, Szabó, Barcza, Vajda, Gereben, Balogh, Kórodi. A classificação dos 21 participantes: Hungria (69), Polônia (67½), Alemanha (66½), Iugoslávia (65½), Tchecoslováquia (65) pontos.

Maróczy

 

 

Steiner

Vajda

Nagy

Maróczy

ok

 

 

ok

ok

ok

ok

4

 

 

4

4

4

4

 

10. Além de Ostend em 1905, deve-se mencionar também Karlsbad 1923. Na época M. tinha 53 anos de idade e jogava depois de uma longa pausa de 1908 a 1920 período em que ele se afastou do xadrez. Ainda assim ele empatou o primeiro lugar aqui com dois mestres do xadrez da idade moderna: Maróczy empatou com Alekhine e Bogoljubov (11½ cada). Atrás deles estavam nomes como Nimzovics, Dr. Tartakower, Dr. Tarrasch, Rubinstein, etc.

Maróczy

ok

4

 

11. O Torneio de Viena em 1908. Resultados: Duras, Maróczy e Schlechter (14 cada), Rubinstein (13), Teichmann (12).

Viena

ok

4

 

Referência original: Eisenbeiss, W. & Hassler, D.: “An Assessment of Ostensible Communications with a Deceased Grandmaster as Evidence for Survival”, Journal of the Society for Psychical Research, Vol. 70.2, Nº 883, April 2006, pp. 65 – 97

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Este artigo foi traduzido para o português por André Luis Neves. Soares, Bianca Vasques Soares, Vitor Moura Visoni e revisado por Inwords.

284 respostas a “UMA AVALIAÇÃO DE OSTENSIVAS COMUNICAÇÕES COM UM FALECIDO MESTRE EM XADREZ COMO EVIDÊNCIA PARA SOBREVIVÊNCIA (2006)”

  1. Biasetto Diz:

    Vítor,
    Parabéns pelo belíssimo artigo. Muito legal, interessante!
    A questão que fica, sempre há uma “questão” (que pena!), é saber, com certeza, se Robert Rollans não dominava mesmo o xadrez e se ele não poderia ter conhecimento sobre os detalhes da vida de Maróczy.
    .
    Márcio, você jogou xadrez com um espírito?

  2. mrh Diz:

    Já, e dei 1 peão d vantagem…

  3. Gilberto Diz:

    Então o médium não tinha como saber de certos detalhes, mas os pesquisadores, sim. Ou seja, o médium era um retardado e os pesquisadores eram gênios. Maravilha, o espírito sobrevive; tô convencido.

  4. Gilberto Diz:

    A minha filha pula amarelinha tão bem que só pode estar “canalizando” uma super puladora de amarelinha desencarnada. Maravilha, o espírito sobrevive; tô convencido.

  5. Rafael Maia Diz:

    Meus parabens vitor, um caso fantastico. O detalhe da letra “h”, bem como a jogada que somente o falecido mestre de xadrez sabia são dados incriveis, muito provavelmente impossiveis de serem conhecido pelo medium.

  6. Rafael Maia Diz:

    Vitor gostaria muito saber mais sobre esse medium especifico, 94% de precisão em dados tão especificos como esses mostrados, torna um excelente medium, talvez o melhor.

  7. Caio Diz:

    Se o Rafael gostou do artigo, nem vou terminar de ler, porque não deve ser interessante.

  8. Leonardo Diz:

    Caio,
    .
    Eu li e não gostei. Além de extenso e truncado, a experiência, por si, é completamente passível de fraude. Alguns dados são curiosos, como o mencionado pelo Rafael, mas há artigos melhores no blog.
    .
    Abraço.

  9. Fabio Diz:

    Vejam só….se fazem uma constatação “meia boca” reclamam, quando apresentam um estudo completo, também reclamam…ou seja, cético é cético. Para aquele que não crê, nenhuma explicação é possível. Fechado em seu mundo o cético cria uma bolha impenetrável em seu mundinho perfeito do qual nem uma avalanche de verdades o fará sequer desviar seu pensamento. O cético não deveria debater nem querer discutir assuntos do qual já tem as respostas, é perda de tempo. A maioria dos céticos que conheço se acham os donos da verdade, que verdade? O cético de verdade mesmo que esteja segurando em suas mãos uma prova dirá: é fraude. Isso não existe. E isso me remete a duas figuras contraditórias o Padre Quevedo e o famoso James Randi. O primeiro, escreveu vários livros sobre atividades paranormais mas é categórico em afirmar: os fenômenos existem, mas são incontroláveis, ninguém pode, com hora marcada, fazer acontecer. Já o segundo é categórico em afirmar, fenômenos paranormais não existem!
    Semana passada estive na presença da médium Ederlazil. Presenciei as materializações que ela faz. Fiquei o tempo todo de olho, meti a mão no algodão e nada encontrei. Para mim basta, presenciar algo dessa magnitude muda completamente a forma e o conceito que temos da vida.

  10. Biasetto Diz:

    Vejam isto:
    http://www.youtube.com/watch?v=jnDk8WeZZsk

  11. Biasetto Diz:

    Vítor, o que você acha disso?
    http://www.youtube.com/watch?v=ikbVhnroPJg&feature=related

  12. Biasetto Diz:

    Ou eu sou muito desinformado, ou estes caras “viajam” legal.
    Scur, este é pra você: “homem-gibi”:
    http://www.youtube.com/watch?v=XhRhmwv3Qt8&feature=related

  13. André Ribeiro Diz:

    Fábio, você verificou o algodão, antes das materializações.
    Eu posso dar credibilidade à senhora Ederlazil, desde que eu forneça o algodão. Com todo aquele chumaço colocado na peneira, aquelas coisas podem estar perfeitamente escondidas ali. Mágicos fazem estes truques com a maior facilidade.
    Quanto ao tal Medrado, pra mim mais uma fraude escandalosa.

  14. André Ribeiro Diz:

    Olha Fábio, voltei a ver o vídeo, que o Biasetto colocou aí, e fiquei intrigado. A impressão que se tem é que não havia nada no algodão, porque o repórter mexeu no algodão, levantou a peneira facilmente. Se já houvesse aqueles objetos no algodão, ele sentiria o peso.
    Moçada, este vídeo me deixou sem resposta.

  15. Caio Diz:

    Eu fico aqui pensando com meus botões… Por que ter que usar algodão? Se essas “materializações” vem do Além mesmo, por que a dona Ederlazil apenas não se senta em uma cadeira e faz esses objetos surgirem do lado dela, espontaneamente, diante de todos. Por que ter de trabalhar com tanto algodão assim? Salas escuras, “jaulas” cobertas, um bocado de algodão, gaze saindo pela boca… Às vezes, não acredito que estamos no século XXI.

  16. Caio Diz:

    Eu gostaria que a dona Ederlazil fizesse esse tipo de coisa na minha casa, em condições impostas por mim. Seria muito curioso. 🙂

  17. Caio Diz:

    “Em 1980, iniciou a materialização com o uso do algodão. D. Edelarzil conta que materializava os objetos e eles caíam em cima das pessoas e até as cortavam, pois apareciam vidros, ossos e coisas pesadas que acabavam machucando. Foi quando pediu para os guias espirituais que mostrassem outra forma de fazer isso e foi indicado por meio do algodão”.
    .
    Entenderam? Ela materializava objetos livremente, mas, como eles “caíam” (wtf?) em cima das pessoas, os Espíritos do Bem disseram a Dona Edelarzil que ela deveria meter as mãos em uma bacia cheia de algodão e tirar os objetos de lá de dentro, assim ninguém se machucaria. VTNC, perdi a paciência.

  18. Caio Diz:

    Curiosamente, esses números astronômicos jamais são devidamente validados. É sempre alguém que contou pra alguém. Ou, pior ainda, vem da boca do próprio “médium”. Em um ambiente controlado, nenhum objeto apareceria. E todos nós sabemos o porquê: os espíritos deixam de trabalhar em ambientes controlados, ou a “médium”, justo no dia do experimento, passou por um nervoso muito grande, ou a posição de Vênus e Júpiter conspirou contra o fenômeno, ad infinutum.

  19. Caio Diz:

    Aqui está o número astronômico, esqueci-me de colar: “Em Parisi, cidade que trabalhou anteriormente, chegou a atender 3.500 pessoas num só dia: ‘se eu tivesse enganando pessoas, precisava de um caminhão de lixo para colocar tanta coisa que sai’, afirma”.

  20. André Ribeiro Diz:

    Caio,
    Eu tô contigo.
    A gente precisava um dia, ir conferir alguma coisa assim, pedindo licença pra gente examinar o ambiente, o material.
    Se fosse verdade isto, viriam pessoas do mundo inteiro, cientistas pra ver a tal materialização, porque até hoje, a ciência tenta teletransportar uma partícula atômica, imagine só, todas aquelas coisas sendo materializadas ali, teletransportadas (nem sei se é este o termo), mas vocês entendem o que estou dizendo. Porque o caso de uma materialização seria materializar uma algo espiritual, uma espécie de energia, para que ela possa ser visível. Por isso, também, que os tais espíritos materializados não convencem, porque se um espírito pudesse ser materializado, ele jamais tomaria a condição de um corpo. Ele somente ficaria mais aparente, mas penso que não seria possível nem tocá-lo, porque não há corpo, não há matéria, ainda que se uso o termo materialização. O próprio ectoplasma seria uma “fumaça”, entende, que só daria forma ao espírito, mas não o tornaria algo em que se pega, se sente.
    Esta é uma discussão, inclusive, que já foi bastante debatida em torno da tal ressurreição de Jesus Cristo. Estou falando hipoteticamente – eles teriam visto o corpo de Jesus, ou seja, Jesus em carne e osso (mas ele tinha morrido, o corpo morreu), ou Jesus em forma de espírito, mas numa condição que pudesse ser visto.
    O que a mulher estaria fazendo, não é materializar algo espiritual, mas teletransportar, como dito inclusive, que até sapo já tinha aparecido. Então, seria o fenômeno dos fenômenos, pra chocar o mundo todo, inclusive científico.
    Ela pode colar as coisas, sutilmente em partes de algodão. Poucas coisas, obejtos pequenos, salvo algumas exceções. Então, quando é jogada a água e o álcool, o próprio algodão fica mais pesado, misturando-se com os objetos. Quando ela começa a tirar as coisas, ela tira tudo misturado, sendo que tem bastante algodão no meio, dando a impressão que tem muita coisa ali, mas não é “tudo isso”.
    Bem, de qualquer forma, pelo o que mostrado no vídeo, parece que ela é uma boa ilusionista. É a Edelarzil Angels.
    Quem sabe o Fábio nos dá detalhes do que ele viu lá.

  21. Biasetto Diz:

    Eu queria ver ela tirar uma galinha viva do algodão, já que usam tanta galinha em macumbas.

  22. Biasetto Diz:

    Vocês já repararam que os médiuns que mexeram com materializações de espíritos, sempre têm uma desculpa pra terem abandonado as experiências. Por que será hein?
    O Chico disse que o Emmanuel falou pra ele parar.
    O Medrado disse que teve um incêndio, aí achou melhor parar com isto.
    O Arduin,
    Você diz que romances não provam mediunidade alguma.
    Então, 1 a zero para os céticos.
    As tais materializações estão longe de convencer, apresentando evidências claras de fraude.
    Então, 2 a zero para os céticos.
    As mensagens de parentes mortos estão sob suspeita total: ou reproduzem um modelo que só fala de coisas vagas, ou apresentam dados interessantes, mas que poderiam, e indícios indicam que foram previamente estudos.
    Então, 3 a zero para os céticos.
    O que você tem aí, pra mudar este placar?

  23. Caio Diz:

    André, logo quando comecei a participar deste blog, perguntei se alguém tinha conhecimento sobre fenômenos espíritas supostamente verídicos, pois eu tinha curiosidade de presenciá-los ao vivo e a cores e, quem sabe, sugerir ao “médium” certos controles. Pessoalmente, não acredito nem por 1 segundo que qualquer tipo de manifestação dessa natureza seja verídica. Contudo, em face de tantas pessoas alegarem que presenciaram coisas inexplicáveis, eu pensei em estudar alguns caos. Não encontrei nada de significativo, por isso desisti. E posso te garantir uma coisa: com certeza essa senhora que manipula algodão não se sujeitaria aos nossos controles. O ambiente teria de ser o dela, assim como as vestimentas e os utensílios, incluindo, claro, a “bacia” e as toneladas de algodão. Se eu estiver enganado, se ela estiver disposta a fazer essas “materializações” (ou esses “aportes”) em condições controladas, eu topo participar, é só me chamar.
    .
    Sabe, acho bem estranho as pessoas ficarem tão impressionadas assim com estes pequenos objetos que “brotam” do algodão. David Copperfield fez um Tigre de Bengala aparecer no palco, diante de centenas de pessoas, e não atribuiu o feito ao plano espiritual. Um Tigre de Bengala adulto pesa 300 quilos… 🙂

  24. Caio Diz:

    Biasetto, galinha, pelo que eu sei, não teve, mas sapo teve sim. Acho que amarraram o nome de alguém na boca dele.

  25. Biasetto Diz:

    O truque é simples:
    1º Pegue um prendedor, um pedaço de vidro, coisas assim.
    2º Faça um revestimento com algodão em cada um destes objetos.
    3º Pegue um pedaço bem maior de algodão e coloque o objeto, já escondido em um pedaço menor de algodão, no meio.
    4º Coloque estes pedaços de algodão, com os objetos escondidos, em meio a muito mais algodão, bem mais.
    As pessoas podem mexer, como o repórter mexeu, em todo o algodão, que não vai perceber os objetos, que são pequenos e estão revestidos pelo algodão.
    Se o repórter começasse a apertar os chumaços de algodão, ele perceberia que havia algo mais duro, no meio destes chumaços. Mas ele só pôs a mão, separando alguns chumaços…
    Tem a vela lá, é verdade, mas dá pra esconder também.
    5º Aí vem o líquido: se ela fosse tirar os objetos sem molhar o algodão, ela iria ter que pegar os chumaços de algodão, e ficar separando os objetos do próprio algodão, então as pessoas perceberiam que os objetos já estavam escondidos ali. Molhando, ela tira tudo junto, parecendo uma sujeira, que dá mais credibilidade a tal materialização. Além disso, fica mais fácil pra ela saber onde estão os objetos.
    Truque ridículo!

  26. Biasetto Diz:

    Concordo com as ideias do André Ribeiro, sobre a diferença entre materialização e, como ele disse, “teletransporte”.
    Isto aí, prova, de forma indiscutível, que não houve materialização em Uberaba, nem esta do Medrado. Um espírito jamais iria se materializar, como disse o André, ele ficaria somente aparente. Então, se fosse colocado um véum um pano por cima dele, este pano o atravessaria, porque ele não tem corpo. A “materialização” não lhe daria corpo, mas apenas condições para que as pessoas pudessem vê-lo.
    Boa André, goste!

  27. Biasetto Diz:

    Fábio,
    Se você voltar ao centro, pra assistir mais uma sessão da fulana, bem na hora que ela for iniciar as “materializações”, pergunte se ela deixa você mexer no algodão. Mas não separe o algodão, ou passe a mão superficialmente. APERTE os chumaços de algodão, vários, você perceber que há algo sólido no meio deles. Pergunte a ela, se ela permite que você espalhe todo o algodão em cima de uma mesa, para que possa ser analisado.
    Faça isso, que eu te garanto, que você vai entrar pra turma dos céticos aqui.
    O truque dessa mulher aí, é absurdamente ridículo.

  28. Caio Diz:

    Então os espíritos saem do Além – e eu imagino que vir do Além para a Terra não deva ser nada fácil – , tem um trabalhão danado pra achar um médium, tem mais trabalho ainda para conseguir trabalhar através desse médium e, ao invés de nos passar informações relevantes, de tentar fazer com que a humanidade saiba da existência da vida após a morte do corpo, o que eles fazem é ir visitar uma senhora no interior de São Paulo pra “materializar” um monte de bugigangas no meio do algodão… Ah, me poupe, vai…
    .
    Depois as pessoas vêm com o papo da “etiqueta” que os céticos devem ter, que não devemos “diminuir os outros”, etc, bla, bla, bla, mas porra, tem hora que não dá…

  29. Caio Diz:

    E eu concordo com o Biasa. Acho que o jeito que ele imaginou para o truque seja aquilo que realmente aconteça… Eu não consegui ver o vídeo, mas a bacia, tanque, sei lá, fica em cima de alguma espécie de móvel ou apoio? Porque, se ficar, ela ainda pode usar um fundo falso pra guardar essas tranqueirinhas, o que, convenhamos, não é nada difícil… Truque infantil, bobo. E ela faz isso há décadas. Num país sério, iria morrer sem ter platéia pra esse showzinho, mas aqui todo mundo é rei.

  30. Caio Diz:

    “Trabalho ainda para conseguir trabalhar” ficou bem repetitivo, mas acho que vocês entederam, haha.

  31. Biasetto Diz:

    Caio,
    Pena que você não conseguiu ver o vídeo. Truque fraquinho. tá tudo escondido no algodão. Ela põe um montão de algodão em cima da peneira. As bugiganguinhas estão no meio de alguns chumaços de algodão, ela deve ter colado, revestido bem, então, se alguém passa a mão, mexe, não aparece, e a pessoa fica com a impressão que não tem nada. Só que depois que joga a água, ela começa fuçar, vai tirando as porcarias, tudo junto com um monte de algodão, aí, a pessoa pensa: “nossa, não tinha nada!”
    Mas tinha sim, estava dentro de pequenos chumaços de algodão, em meio àquele montão de algodão. Muito, mas muito tosco. Olha, é que eu não jogar fora tanto algodão, mas se alguém me der o algodão, eu faço o truque, tranquilamente!
    E vejam, como que é a questão do ambiente, do clima. As pessoas ficam impressionadas, tem toda a atmosfera, ela faz as orações.
    Se alguém tentar fazer isto na escola, com crianças da 5ª série, elas acabam com a palhaçada na hora.

  32. Biasetto Diz:

    Olhei novamente o vídeo. Se fosse verdadeiro, o surgimento dos objetos ali naquele monte de algodão, ela simplesmente poderia bater no algodão, que o algodão sendo mais leve, ia saindo e as coisas ficariam na peneira, sendo mais pesadas. Mas ela ESTÁ TIRANDO AS COISAS DO MEIO DO ALGODÃO, onde as coisas estavam escondidas. Inacreditável um truque tonto deste. E milhares de pessoas indo lá. Puta sacanagem! Não posso aceitar estas enganações… Que nojo!

  33. Caio Diz:

    Se alguém tentar fazer isto na escola, com crianças da 5ª série, elas acabam com a palhaçada na hora.
    .
    Pura verdade, Biasetto, hahaha… Tem moleque tão pentelho que ia acabar com a brincadeira na hora, ia pular em cima da peneira e começar a mexer no algodão, todas essas bugigangas iam pro chão. Mas a atmosfera, como você bem ressaltou, envolve o povo, cria um escudo contra esse truque tosco. As pessoas devem morrer de medo de tentar desmascarar o negócio.

  34. Roberto Scur Diz:

    Biasetto,
    Como tu pode achar que este Waldo Viajeira viaja? É incoerente tu sugerir isso pois tu sustentas várias afirmações em cima do que ele diz e pensa que assim matou questão e foi um comprovador de qualquer coisa sobre Chico Xavier.
    Se ele tem credibilidade para desacreditar o Chico então deve ter também para falar embromations à vontade.
    Vocês acham inacreditáveis as materializações de uberaba. Já eu não posso crer que alguém pára numa sala com este senhor OMO, o branco total, e acha que ele sabe do que está falando.

  35. Biasetto Diz:

    Scur,
    Esta do OMO foi boa.
    Estive pensando nas coisas que o André disse, ele tem toda razão.
    É impossível um espírito se materializar como o da tramóia de Uberaba e o do Medrado.
    Espírito desencarnado não tem corpo, não tem sangue, não tem músculos. A materialização seria uma forma dele ficar apenas visível. Mas ele não poderia nem sustentar sobre si, panos, aqueles véus lá. R-I-D-Í-C-U-L-O. E o Scur, um analista de sistemas, empresário bem sucedido, juntamente com o Botânico Arduin, professor em uma das maiores universidades do país, acreditam nas tais materializações.
    Então Scur, é que o Waldo Vieira, viajeira, maluquetes, branquetes, às vezes, entrega, entendeu? Às vezes ele fala umas verdades. Mas é completamente doidinho, espertinho…

  36. André Ribeiro Diz:

    Biasetto, Caio e amigos, confesso que fiquei meio impressionado com a tal Ederlazil. Mas analisando os comentários, revendo o esquema lá, vocês estão certos: fraude total.
    Baisetto, você aconselhou o Fábio a mexer com mais profundidade no algodão, pra achar as coisas escondidas, é importante lembrar ele, que tome cuidado, pois pode se cortar com os cacos de vidro.

  37. Flávio Josefo Diz:

    Eu já tinha ouvido falar da água de Campinas, da água de Pelotas, mas este rapaz aí, tomou a água da Dona Ederlazil e ficou assim, todo feliz! Querem esta água também?
    http://www.youtube.com/watch?v=tCElFa8c9AE&feature=related

  38. Flávio Josefo Diz:

    Quando eu era criança, eu tinha medo da mulher do banheiro, com algodão no nariz. Agora descobri a Ederlazil, a “mulher do algodão”. O que tanto será que ela tira do algodão? Será que não tem umas cachaças também?

  39. Gilberto Diz:

    O truque da Dona Ederlazil é simples mesmo, mas não é como o Biasa descreveu. O truque NUNCA está nos objetos que o público revista. Isso é uma lei básica de truques de mágicos. Os objetos parecem sair da extremidade esquerda à Dona Ederlazil, justamente o ponto mais distante dos olhares das pessoas e das câmeras. Reparem que todas as materializações saem do mesmo ponto. É lá onde estão os objetos de cena.

  40. Gilberto Diz:

    Quando o algodão diminui, e não oculta mais aquela extremidade, ela despeja o restante dos objetos e faz uma mistura pesada, dizendo que o ambiente é que está pesado.

  41. Biasetto Diz:

    Gil,
    Pode ser que você esteja certo, mas nada impede, também, que haja objetos escondidos em pequenos chumaços de algodão, de forma que uma vez revestidos pelo algodão, não sejam percebidos, quando alguém passa a mão ou empurra o algodão, sem maior profundidade. Depois, a água, cria uma impressão de que há bastante coisas ali, mas ela vai tirando mais algodão molhado do que outras coisas.
    Quando ela está realizando o “fenômeno”, há uma quantidade enorme de algodão sobre a peneira. O vídeo não mostrou como TODO esse algodão foi colocado ali.
    A reportagem é péssima, totalmente sensacionalista, o que indica a preocupação da TV em fazer audiência. Os dois caras lá, que foram entrevistados afirmando que teria sido feita uma pesquisa, com todo respeito, acho que foram pegos na rua e treinados para falar o que falaram. O 2º que falou, parecia quem nem sabia o que falar.
    Percebam como ocorre a criação de um mito: pessoas já deram depoimento, falando que a vida melhorou, um disse lá, que tinha caído e quase quebrado a bacia – aí apareceu um osso de bacia, nas “materializações”. Quem disse pra ele, que o osso era da bacia humana. Foi provado isto? E se fosse provado, seria caso de investigação policial, pra saber como um osso humano apareceu ali – quem era o morto?
    Quanta porcaria!

  42. Biasetto Diz:

    Para se pensar em dar credibilidade a um evento desses, seria necessário:
    1º) Que um grupo de pesquisadores fossem os responsávei pela preparação de todo o ambiente, trazendo o algodão, colocando o algodão no local, fiscalizando para que ninguém chegasse perto do algodão.
    2º) Que este grupo revistasse a pessoa que se diz capaz de realizar o fenômeno;
    3º) Que durante a ocorrência do tal fenômeno, houvesse várias câmeras, no mínimo três: uma filmando de onde foi filmado, uma filmando por trás e outra por cima.
    Como nada disso foi feito, o fenômeno cheira 100% fraude.

  43. Antonio G. - POA Diz:

    ô Biasetto, mas aí também já é demais! O que você quer, afinal? Assim, vai acabar demonstrando que as materializações são fraudulentas. E acaba com a brincadeira… E pode abalar a fé dos crédulos, com risco de consequências graves. Imagine a cara do Scur e do Arduin se uma coisa dessa acontece? Tenha dó!
    .
    Estes fenômenos só são possíveis dentro de condições especiais impostas pelos próprios “médiuns”. Tem que ser com o material deles, num ambiente que eles controlem, com a iluminação deles (de preferência na penumbra), e eles só materializam o que eles querem materializar. Não vale fazer pedidos. Se você pedir para materializar uma foto do Ronaldinho Gaúcho, assim de surprêsa, não sai. Só sai o que já está “programado”, entende?
    Êta homem de pouca fé…

  44. Antonio G. - POA Diz:

    E parece que a NASA já está estudando os poderes da Dona Ederlazil. Mandará um engenheiro para fazer uns testes. Mas não é aquele mesmo engenheiro que estudou a aura de Chico Xavier. É outro. E virá pilotando o ônibus espacial. Aquele que foi aposentado recentemente. Emprestaram para ele vir ao Brasil.

  45. Caio Diz:

    Estes dias ouvi um garoto, de uns 18 anos, comentando na rua sobre os estudos da “aura” de Chico Xavier. Mais um que está hipnotizado. E tão novo.

  46. Caio Diz:

    Seria muito interessante alguém reproduzir essa fraude do algodão – mostrando como se faz, claro – e postar no Youtube.

  47. Antonio G. - POA Diz:

    Caio, me disseram que o David Coperfield é espírita. E o que ele faz não é truque. É materialização e desmaterialização, também. Lembra do jatinho que ele fez sumir? Bota mediunidade nisso!

  48. Carlos Diz:

    Para quem assume de cara que tudo não passa de fraude então não há nada o fazer, mesmo que fosse comprovado que seria impossível ela retirar aquela quantidade de coisas do algodão (tese do Biasetto), ou então que não haveria como passar desapercebido um saco/mala ao lado dela (tese do Gilberto).
    .
    Não estou dizendo que aquilo lá é autêntico, apenas que se fossemos seguir a toada dos que estão convencidos que tudo é fraude então não há mais nada a fazer, ou mesmo discutir a possibilidade ou não do fenômeno: o assunto estaria liquidado sem mesmo a mínima investigação que o caso requer!
    .
    O modo de agir da Edelarzil me lembra muito o caso dos cirurgiões médiuns das Filipinas que retiravam todo tipo de coisa dos pacientes ao vivo. Depois foi comprovado que tudo não passava mesmo de fraude. No caso dela, me chamou a atenção o fato da bacia ficar em cima de um tanque com um furo embaixo: prá que? O GIlberto também notou que parte dos troços vem de um local específico da bacia (o que é verdade) e supõe que ela os coloque intencionalmente lá; pode ser, mas é preciso provar.
    .
    Acredito que não seria pedir muito a Edelarzil que permitisse posicionar uma câmera no teto e filmar todo o processo em alta velocidade (para depois examinar tudo em câmera super-lenta). Acho que assim poderíamos entender melhor o que acontece e dar um veredito melhor fundamentado, e não em “não é porque não pode ser”. É isso.

  49. Antonio G. - POA Diz:

    A ciência ainda não admite que exista materialização.
    E cabe observar o “naipe” dos objetos “materializados” pela “médium”. São prendedores de roupa, velas de diversas cores e tamanhos, cacos de vidro, ossos, etc. Também conhecidos como ingredientes de uma boa oferenda de encruzilhada.

  50. Caio Diz:

    Eu acho EXTREMAMENTE engraçado o fato de muitas pessoas ainda tentarem conferir uma ponta de crédito a esses “fenômenos” descaradamente falsos. Talvez, existam algumas possibilidades sobre as quais a ciência moderna ainda não conhece absolutamente nada. Exemplo: o norte-americano cego que, aparentemente, move-se entre os mais diversos objetos com perfeição, usando um sistema idêntico à ecolocalização dos golfinhos e morcegos. Pode ser que o uso deste sistema de localização seja impossível em humanos? Claro! Pode ser que seja uma fraude descarada? Sim! Pode ser que exista uma explicação bem mais comum? Sim, pode… Mas, de qualquer forma, não é, a meu ver, algo extremamente absurdo, portanto seria interessante uma atenção mais especial ao caso. Agora, pelo amor de São Judas Tadeu, conferir crédito a uma mulher que diz “materializar” prendedores e outras bugigangas no meio de um monte de algodão é algo R-I-D-I-C-U-L-O. Pode ser verdade? Sim, assim como pode existir o Saci-Pererê…
    Algumas questões:
    1) Por que motivo ter que usar tanto algodão assim? A “médium” alega que, segundo os espíritos, o método foi desenvolvido para não machucar terceiros, afinal os objetos poderiam “cair” nas pessoas… Mas cair como? Elas não “caem” no algodão, vindos do teto. ELES SAEM DO ALGODÃO. Ou seja, temos duas hipóteses: (a) os espíritos são super esquisitos e incompetentes e não conseguem pensar em nada que não seja menos absurdo do que uma montanha de algodão para “materializar” tranqueiras; (b) ela está fraudando e usando uma quantidade excessiva de algodão para tornar a fraude menos tosca;
    2) Os espíritos não conhecem nenhuma forma mais interessante para entrar em contato conosco? Eles poderiam, por exemplo, fazer com que esta senhora, em condições controladas, conseguisse, através do toque das mãos, ou algo parecido, auxiliar pessoas doentes a superarem seus problemas de saúde. Já que ela diz que recebeu um “dom” para ajudar pessoas, por que não fazer algo mais comum, simples, óbvio? Por que seres espirituais fariam uma viagem enorme para “materializar” papel molhado, vidro e prendedores no meio de um monte de algodão?
    3) Quem exatamente são esses espíritos? Eles viveram há muito tempo atrás? Se sim, podemos obter alguma informação sobre eles? Se tivermos ali trabalhando o “espírito” de um índio que habitava o Brasil antes do Descobrimento, podemos fazer com que ele “materialize” objetos comuns aos índios daquela época? Por que materializar apenas um monte de tranqueiras que podem ser achadas em qualquer terreno baldio da cidade de São Paulo?
    4) Se o fenômeno é verdadeiro, por que esta senhora não abre, na frente das câmeras, um pacote de algodão que acabou de ser comprado no mercado, joga este algodão em cima de uma mesa e começa a retirar um monte de objetos dele? Afinal, o algodão serve apenas para não “machucar as pessoas”, não é isto? Por que ter que utilizar tanto algodão previamente preparado, em cima de uma “bacia”?
    São questões como essas que os crentes nesse tipo de “fenômeno” parecem não enxergar.

  51. Caio Diz:

    Antonio, fiquei sabendo que, quando o Copperfield materializou um jatinho, a aura dele ultrapassou os 15 metros de altura. E a NASA confirmou.

  52. Leonardo Diz:

    Não pude ver os vídeos postados, mas conheço o caso. Embora espírita e de Uberaba, nunca vi materializações e não creio muito nesta possibilidade (os fatos sempre apontaram fraude). Mas, vendo tantas “hipóteses hipotéticas” sobre fraude, penso que estas coisas poderiam ser verificadas de modo simples. Não há ninguém por aqui que possa examinar de perto, propor testes, quem sabe ela topa?
    .
    Aqui, o mesmo caso. O Biasetto e o Caio sabem que, basicamente, o que me convence da existência dos espíritos é o médium Celso de Almeida Afonso, de Uberaba. Suas psicografias são muito boas. Se alguém mostrasse que ele as frauda, não haveria mais motivo para crer (falando por mim). O velhinho ta aqui, faz sessões públicas, mas ninguém até hoje (que eu saiba) demonstrou que ele frauda (até tem um pitaco do Marcel aqui no blog, falando de entrevistas, etc., mas, pela minha própria experiência no caso, são insuficientes para explicar os resultados). Eu mesmo vi e ouvi dezenas de psicografias de pessoas que nunca pisaram aqui (assim elas dizem). Nenhum cético se habilita a desmascará-lo?

  53. Caio Diz:

    Leonardo, falando sobre o Celso especificamente, acho que mais interessante do que alguém viajar a Uberaba seria o próprio Celso se submeter a um teste controlado. Afinal, convenhamos, nehuma pessoa que duvide da existência deste tipo de coisa poderá ir ao centro onde ele “atende” e começar a impor regras, procedimentos. O Celso e os demais simplesmente não aceitariam. O máximo que poderia ser feito, a meu ver, é alguma pessoa verdadeiramente cética ir ao centro, tomando todos os cuidados ncessários, e conferir ao vivo como o negócio funciona… Mas, se o resultado for negativo, o que vai acontecer? Bem, eu acho que nada. Digamos que eu mesmo vá ao centro e não receba nenhuma psicografia. Os espíritas vão dizer que eu não recebi porque merecia. Digamos que eu vá, passe dados incorretos, de pessoas que nunca existiram, e receba uma psicografia? Os espíritas dirão que se trata de um espírito zombeteiro, brincando comigo e com o médium. Entende o que quero dizer? Portanto, concluo que melhor do que um cético ir ao centro seria o próprio Celso deixar o centro, como fizeram alguns médiuns que o Vitor já mostrou, e se sujeitar ao controle de pesquisadores.
    .
    Agora, sobre essa senhora do algodão, eu realmente acho que não há necessidade de nenhum estudo.

  54. Caio Diz:

    Corrigindo: Os espíritas vão dizer que eu não recebi porque não merecia***

  55. Antonio G. - POA Diz:

    Pelas boinas do Chico!!! Lá atrás, eu escrevi surprêsa assim, de “boina”. Desculpem, é surpresa, sem boina.

  56. Antonio G. - POA Diz:

    Pois é, Caio… Não faz sentido investigar se o Coelhinho da Páscoa existe.

  57. Fabio Diz:

    Não lí todos os comentários ainda mas vou fazer isso com tempo….mas antes gostaria de explicar como foi minha participação com a Ederlazil e como funciona o negócio.

    Eu cheguei no local as 05:00am e já haviam umas 5 pessoas por lá aguardando.

    Quando você chega tem que colocar seu nome num livro de chegada, que é por onde a senha será distribuida.

    Ela atende um numero limitado de pessoas. É um senhora de idade que já faz isso a mais de 40 anos, então ela mesma declarou que está cansada e não tem mais condições fisicas de atender 1000 pessoas por dia como fazia antes.

    O lugar começa a funcionar as 08:00 os filhos dela chegam e organizam a distribuição das senhas.

    O algodão pode ser adquirido lá ou você leva. Eu comprei o meu numa farmácia perto de casa. Comprei um daqueles rolos grandes.

    Eles te orientam a desfiar o algodão e colocar num caixa de papelão. Após, você despeja esse algodão na peneira junto com o algodão das outras pessoas.

    Essas peneiras, que a principio estão vazias, ficam no chão do salão ao lado do tanque onde ela faz as materializações. Na medida que as peneiras vão ficando cheias elas vão sendo colocadas ao lado do tanque, empilhadas.

    Não existe mais nada na sala a não ser cadeiras e o tanque de agua. A porta fica o tempo todo aberta e é grande. Eu fiquei sentado na frente do tanque e das peneiras o tempo todo. Observei o algodão sendo colocado um por um pelas pessoas que alí chegavam. Em determinado momento fui até as peneiras e enfiei a mão dentro delas para verificar se havia algo lá, não havia!

    As materializações acontecem uma atrás da outra e as peneiras são trocadas conforme o algodão vai terminando. O filho dela que fica ao seu lado vai trocando a peneiras e molhando o algodão com alcool e agua.

    Observando as peneiras empilhadas dá para perceber que elas não tem peso pois o algodão que está na peneira debaixo não fica esmagado e o filho quando pega as peneiras não faz força.

    Os objetos que saem de lá são muitos e dos que eu vi foram: ossos, em grande quantidade e alguns enormes. Correntes grandes e pesadas, uma infinidade de pedras e velas, roupas, etc.

    Em determinado momento ela retirou para um Senhor que estava na minha frente um fêmur de boi enorme que mal cabia na peneira e em seguida uma queixada, também enorme. Isso quando o algodão já estava pela metade.

    Sei que é difícil de acreditar, eu mesmo duvidava da veracidade. Tentei observar ao máximo para ver as falhas que não encontrei.

    A quantidade de material que ela retira do algodão é enorme, não teria como ela esconder aquilo tudo debaixo da roupa como já afirmaram. Ela não sai de lá em nenhum momento.

    O tanque onde ela faz as materializações é todo azulejado e sólido. Eu subi nele, bati com a mão e pé para ver se tinha algo oco. Mesmo se tivesse, coitado do infeliz que fica lá dentro porque desde a hora que eu cheguei até a hora que fui embora ou seja, das 05:00 as 16:00 teria que ter alguém lá dentro para passar para ela essas coisas por um buraco que não existe nem na peneira nem no tanque.

    Se mágicos podem repetir esse fenômeno isso não tira o crédito dela, não é porque o fenômeno possa ser realizado por um mágico ilusionista que ele não exista. Uma coisa não exclui a outra.

    Quem é cético deveria pegar o carro e ir lá in loco verificar como eu fui e fiz.

    Ela atende qualquer um, qualquer pessoa, basta ir lá.

  58. Carlos Diz:

    A questão de fundo aqui não é deixar de enxergar isso ou aquilo: a questão é de procedimento. O ceticismo é um estado de espírito bem vindo em qualquer investigação séria, o sectarismo não.

  59. Carlos Diz:

    Fábio, você saberia dizer para que serve o tanque?

  60. Fabio Diz:

    Outro esclarecimento. As materializações desses objetos, segundo ela diz, seriam influencias negativas que a pessoa carrega que seriam materializadas em objetos que simbolizam a limpeza espiritual da pessoa. Para cada objeto materializado existe uma explicação.

    É interessante ficar do lado de fora aguardando as pessoas que saem com seus objetos para verificar o volume deles. É bem maior do que somente o algodão que lá estava, sem falar no peso……

  61. Antonio G. - POA Diz:

    A narrativa/testemunho do Fábio é mesmo interessante.
    Agora, se esta mulher tem mesmo estes estranhíssimos poderes, porque ela não é alvo de uma investigação realmente científica, ao invés de reportagens sensacionalistas? Seria uma verdadeira “bomba” no meio científico. Quantos conceitos de física teriam que ser revistos! Não houve, até agora, um único investigador disposto a analisar cientificamente o caso? Porque será? Puro preconceito? Duvido muito.

  62. Fabio Diz:

    Do que eu vi a única possibilidade lógica e visivel de poder fraudar seriam em 2 momentos:

    1. quando o algodão é colocado na peneira – os objetos já deveriam estar lá. Mas eu peguei 3 peneiras e enfiei a mão dentro para ver se tinha algo, não tinha;

    2. alguém estar passando os objetos para ela por dentro do tanque. Mas ai temos 2 problemas: a peneira e o tanque, o primeiro que não era furado e o segundo que era sólido, sem falar no coitado que tem que ficar lá dentro.

  63. Fabio Diz:

    Vou voltar lá daqui a 15 dias, quem quiser ir comigo fique a vontade!

  64. Antonio G. - POA Diz:

    Tão inverossímil quanto as “materializações” propriamente ditas, são as explicações da médium para cada materialização. É muita viagem…

  65. Carlos Diz:

    Bem, o tanque pode ter um fundo falso; isso não é um grande problema… Também não seria um problema retirar o fundo de arame da peneira (após colocada sobre o tanque) e recolocar um outro com os objetos. Obviamente deve existir alguém com acesso ao tanque pelo assoalho da casa.

  66. Antonio G. - POA Diz:

    Carlos, é só um palpite, mas o truque deve ser bem simples. Não deve ser nada muito elaborado. Mas falta descobrir qual é o truque…

  67. Fabio Diz:

    Carlos o tanque é o local onde ela apoia as peneiras e como é jogado no algodão agua e alcool o tempo todo o tanque serve para escoamento dessa agua. No fundo dele tem um ralo normal por onde a agua escorre…eu tirei algumas fotos do local, se alguem quiser deixa o e-mail ai que eu mando.

  68. Fabio Diz:

    Alguém aqui já ouviu falar dos estudos que foram feitos na antiga união soviética?

  69. Carlos Diz:

    Fábio,
    .
    Se for apenas para escorrer o álcool peça a ela para colocar uma toalha sob a peneira…
    .
    Pode ser simples, Antônio, mas não vejo como os objetos poderiam estar misturados com o algodão como sugeriu o Biasetto. Também a sugestão do Gilberto não me parece de todo convincente tendo em vista o relato do Fábio.

  70. Caio Diz:

    Quando vejo casos como esse do algodão, concentro-me mais em questões relativas aos “porquês” do que em questões relativas ao “como”. Por que espíritos iriam materializar prendedor e papel picado? Por que espíritos antigos não materializam objetos de sua época? Por que não fazer algo mais simples? Etc.
    .
    O modo operacional do negócio (o “como”), às vezes, pode ser bem difícil de descobrir; existem pessoas extremamente habilidosas com as mãos, existem truques que nós, leigos em ilusionismo, iríamos penar para descobrir. Quem acompanhou a série do “Mister M” no Fantástico sabe o que eu quero dizer. Mas é claro que seria muito interessante desvendar este truque. O fato é: o tanque e a quantidade excessiva de algodão, estas duas coisas, estão totalmente relacionadas ao truque. Ela não faz objetos brotarem de 3 bolinhas de algodão, do mesmo modo que não larga seu tanque. Fundo falso? Talvez…

  71. Caio Diz:

    Fábio, o algodão é dado pelos visitantes, certo? Tenho uma dúvida: todo o algodão é dado pelos visitantes, ou apenas uma parte? Se for todo o algodão, ele é despejado na peneira na frente de todos e, em instantes, a senhora começa a retirar os objetos, ou o algodão é levado para alguma sala para receber “energias especiais” ou algo assim?

  72. Biasetto Diz:

    Ei pessoal, boa tarde!
    Legal ver tantos comentários. Várias ideias.
    Vou tentar comentar o que lembro do que foi dito aí.
    Primeiro, como bem lembrou o Antonio, se isto aí for verdade, esta mulher, este fenômeno mereceria estudos de cientistas do mundo todo, porque trata-se de algo simplesmente incrível, extraordinário mesmo. Ela não estaria materializando “energias”. Como bem colocou o André, ela estaria fazendo com que objetos que foram deixados em outros locais, se transportassem para aquele local, mantendo-se integralmente com todas suas características físicas e químicas. Eu sempre quis saber se seria possível aquelas coisas de Star Trek:
    .
    O teletransporte ou teleporte seria o processo de moção de objetos de um lugar para outro com a transformação da matéria em alguma forma de energia e sua posterior reconstituição em outro local, baseado na famosa lei E=MC².
    É importante ressaltar que teletransporte como definido aqui e na ficção científica, não tem relação com teletransporte quântico, um termo técnico-científico utilizado na Física quântica para denotar transporte de informação.
    * Wikipédia
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Teletransporte
    .
    Então, algo que a ciência vem estudando há muito tempo, vem “quebrando a cabeça”, para saber se é possível fazer uma “pulga” ser teletransportada, esta Dona Edelarzil já domina com extrema competência, rapidez e eficácia, há 40 anos.
    .
    O Caio lembrou bem, que ela fica “materializando” um monte de tranqueiras, usando da simbologia que são energias negativas, resultantes de “trabalhos” feitos. Bem, aqui também fica um registro lamentável, porque está se considerando que macumba é coisa séria, alimentando a crendice popular e a falta de bom senso.
    Por que ela, na sua missão espiritual, não materializa remédios, por exemplo?
    E como disse o Caio, por que ela não dá uma demonstração das tais materializações, sem o algodão, fazendo a coisa aparecer ali, do nada, caindo, como ela disse?
    .
    Estou seguramente convencido que se trata de truque, truque escandaloso, sacana, muito sacana!
    Respeito e agradeço o depoimento do Fábio, penso que ele deve ter ficado impressionado mesmo. Olha Fábio, é Catanduva né? Fica a uns 400 quilômetros de distância, infelizmente, no momento, não dá pra ir. Eu quero visitar o Celso Almeida e dar um abraço no Leo, vou colocar esta
    viagem nos planos aqui também. Quem sabe no próximo ano…
    Fábio, mais uma vez afirmo que teu relato é muito interessante, mas tem fraude nesta coisa aí, com certeza!
    Ela não age sozinha, em algum momento, a atenção é desviada e alguém mexe no algodão – não é difícil esconder um monte de coisas naqueles montes de algodão. Pode ser que exista mesmo um fundo falso na tal pia, não sei, mas é muito fantástico pra ser verdade.
    .
    Olá Carlos, saudações!
    .
    O Arduin, pra este tipo de coisa, o Quevedo é bom. Aposto que ele deve ter uma boa explicação pra isto aí. Obviamente, mostrando como se faz a fraude.

  73. Carlos Diz:

    O tanque de fato me intriga; revendo o vídeo é possível notar que há uma boa distância entre o que parece ser o fundo do tanque, de onde sai o encanamento do ralo, e o piso da casa (entre 1:19 e 1:23). Por que esse espaço ?

  74. Biasetto Diz:

    Vejam esta matéria (não diz quase nada!), no final diz que Quevedo já afirmou que a mulher é uma impostora:
    http://www.diarioweb.com.br/noticias/imp.asp?id=17472

  75. Biasetto Diz:

    Agora, vejam este:
    http://www.diarioweb.com.br/noticias/imp.asp?id=17610

  76. Carlos Diz:

    Olá Biasetto,
    .
    Não importa o que ela “materializa” mas como ela faz aquilo. Se você entender o “como” você terá a resposta do “por que”.
    .
    Aprendi com meus professores que a melhor maneira de se estudar um assunto é deixar de lado as idéias preconcebidas: elas só fazem te amarrar aos pré-julgamentos e te afastam dos desafios. É provável que aquilo lá seja um truque; poxa, alguém faz aquilo a 40 anos e ninguém consegue saber com? Isso por si só já é um desafio, não acha?

  77. Caio Diz:

    Não, Carlos, pessoalmente não acho que seja um desafio. Acho curioso, apenas isso. Nestes 40 anos, parece que poucas pessoas tentaram entender como isso funciona e, sendo assim, não há mistério algum no fato de ela não ter sido desmascarada em público. Inclusive porque estamos no Brasil, um país crédulo ao EXTREMO, onde qualquer manifestação cética é visto com maus olhos. Temos que respeitar qualquer tipo de crença ou manifestação, mesmo sendo declaradamente sacana. Nos links que o Biasetto nos enviou, aparecem o nome de dois pesquisadores que aparentemente estudaram essa mulher, os padres Quevedo e Juarez. Ambos declararam a mesma coisa: fraude.
    .
    E eu continuo sustentando a minha opinão sobre a importância dos “porquês”, pois penso que esse tipo de reflexão pode servir como uma espécie de “filtro”: se o fenômeno é descaradamente esquisito, bobo, simplório – como materiliazar prendedores em mum monte de algodão e dizer que foram os espíritos que ajudaram – não devemos perder nosso tempo, afinal existem coisas realmente verdadeiras e muito, mas muito mais interessantes e produtivas esperando por serem descobertas. É essa minha posição. Agora se você disser que acha esse tipo de coisa que a Dona Ederlazil faz interessante, ok, eu respeito. Mas eu acho horrível. Abs.

  78. Antonio G. - POA Diz:

    Sim, Biasetto, a Dona Ederlazil supostamente tem poderes tão especiais, que ela deveria ser alvo de uma investigação científica, pois sua alegada capacidade é totalmente extraordinária. E seria bom que ela fosse examinada e analisada “em vida”, pois, depois de morta, não haveria muito o que investigar. E viraria uma lenda, assim como outros que bem conhecemos…

  79. Leonardo Diz:

    Caio,
    .
    Eu também ficaria muito feliz se ele topasse algo assim. Mas, como um homem simples, que apenas realiza seu trabalho, e que mantém as portas abertas e recebe a todos, não creio que tal ideia passe por sua cabeça. De qualquer forma, o centro continua lá, ele continua lá, só não sei até quando…
    .
    Abraço.

  80. Antonio G. - POA Diz:

    Caio, particularmente, eu não respeito crença religiosa. Tenho asco de qualquer religião.

  81. Caio Diz:

    Antonio, eu fui bem cínico quando disse que “temos de respeitar”, rs. Na verdade, eu quis dizer que somos praticamente obrigados a isso, afinal fazemos parte de uma minoria que talvez não ultrapasse os 2% da população. Particularmente, não respeito as religiões mais do que respeitaria qualquer outra coisa. Respeito o direito de um sujeito ser católico tanto quanto respeito o fato de ele gostar de jiló. Mas, se ele me perguntar o que eu acho sobre o Catolicismo ou sobre almoçar jiló, não hesitarei 1 segundo em responder.

  82. Carlos Diz:

    Ok Caio, também entendo tua posição.
    .
    Você disse:
    “dois pesquisadores que aparentemente estudaram essa mulher, os padres Quevedo e Juarez. Ambos declararam a mesma coisa: fraude””
    .
    Eles disseram com a fraude é feita?

  83. Antonio G. - POA Diz:

    Eu entendi perfeitamente sua colocação. O que eu disse foi que não me submeto a este imperativo de que as religiões têm que ser respeitadas. Eu não acho isso. Acho que deveriam ser combatidas, aniquiladas. Isso não significa que eu pense o mesmo sobre as pessoas religiosas. Não. Eu respeito o direito que as pessoas têm de serem religiosas. E lamento por elas. Não culpo as pessoas por serem crentes. Acho que são vítimas inocentes, cujas crenças lhes foram “empurradas” por goela abaixo, desde a mais tenra idade. Por isso eu sempre apelo para deixarem as crianças fora deste negócio de religião… Considero mesmo um verdadeiro “pecado” envolver os pequenos nesta trapalhada toda. E espero que um dia a humanidade esteja livre deste mal.

  84. Antonio G. - POA Diz:

    No post anterior, eu me dirigi ao Caio.

  85. Biasetto Diz:

    A questão, pra mim, se resume no seguinte:
    – acredito ser uma fraude completa, por “n” motivos: “materialização” de bugigangas, coisas ridículas (ainda que tenha entendido o que o Carlos me disse), não considero que tenhamos que colocar esta verdade de lado;
    a enorme quantidade de algodão; pessoas que auxiliam ela; a tal pia…
    – porém, admito que o truque parece ser muito bem feito. De repente, nem é. Pode ser algo tão banal, que a gente nem faz ideia. Pode ser algo muito bem planejado, também.
    Enfim, já que não dá pra ir lá, vou ver quanto custa algodão, quem sabe, neste fim de semana, compro uma grande quantidade e tento fazer umas coisas aqui.
    Agora, bom mesmo, seria materializar umas das garotas do Met-Art. Que você acha Gil?
    Até porque, fazer o que com aquele monte de porcarias lá?
    Falando sério, será que ela não consegue materializar ouro, dólares, euros…

  86. Biasetto Diz:

    É Carlos, também fiquei com esta percepção: os dois padres afirmaram a fraude, mas não disseram como ela ocorre.
    Eta Edelarzil, mexeu com nós hein?

  87. Biasetto Diz:

    Está aqui uma sugestão, pro E-farsas (vocês conhecem este site?) e pro Kentaro também. Achem uma explicação pra este caso. Mostrem que vocês são bons mesmo.

  88. Caio Diz:

    Carlos, justamente por não saber NADA sobre a pesquisa dos dois padres eu usei o advérbio “aparentemente”. “Aparentemente” eles pesquisaram, mas eu não sei como ocorreram estas pesquisas, se foram bem feitas ou não, etc. O fato é: o fenômeno é esdrúxulo por vários motivos (não vou repetir novamente todos eles) e pelo menos duas pessoas que se dedicaram à investigação concluíram que é fraude. O que poderíamos fazer é tentar entrar em contato por e-mail com o padre Juarez e perguntar se é possível detalhar como foi a pesquisa. Com o Quevedo, acho impossível conseguir contato, ele já é pop-star.
    .
    Essa história toda lembra o caso da Otília em Uberaba: caso tosco, visivelmente falso, mas, devido a um impasse na hora de explicar a fraude, algumas pessoas nutrem certa esperança de que seja verdadeiro. Gostaria de saber a opinião do Arduin sobre isso.

  89. Carlos Diz:

    Pois é Biasetto!
    .
    Os dois padres devem acreditar em materialização, afinal Jesus teria materializado pães e peixes. Se eles não sabem como a Edelarzil frauda e dizem que é aquilo lá é fraude, só posso deduzir que a conclusão deles não vale nada, apenas isso!

  90. Antonio G. - POA Diz:

    Carlos, Jesus, “se” existiu, foi quem deu o mau exemplo e inaugurou esta onda de falcatruas…

  91. Carlos Diz:

    Pois é Antônio… mas veja a situação esquisita dos padres. Para eles a materialização é algo possível, agora para a Edelarzil não! Puro preconceito, não acha?

  92. Antonio G. - POA Diz:

    Ainda: Carlos, o Padre Quevedo é um fanático religioso que gosta de dar uma de cientista (como se parapsicologia fosse ciência). Ele acredita em Virgem Maria, Santíssima Trindade, Sudário de Turim, Ressurreição de Cristo, etc. Então, para mim, suas conclusões têm pouco ou nenhum valor.

  93. Fabio Diz:

    Caio, o algodão ou é trazido pelas pessoas, como foi meu caso ou ele é adquirido no local. Você adquire 100gramas de algodão para serem desfiados por você mesmo e dai segue o mesmo procedimento. Você coloca o seu algodão na peneira que fica no chão o tempo todo. Ela só é removida para ser empilhada com as outras ao lado do tanque. As peneiras não são levadas para lugar algum…
    .
    Biasetto, ela diz que as materializações não são necessariamente de trabalhos de “macumba” mas de energias negativas que a pessoa carrega, inclusive de outras gerações.

    Aproveitando que você citou o Padre Quevedo então acredit que você seja conhecedor da obra deste padre. Que afirma categoricamente que os fenômenos paranormais existem. O que ele não concorda é que uma pessoa seja capaz de controlar esses fenômenos pois todos eles são expontâneos. Sendo assim o “aporte” que seria o transporte de objetos seria possível mas não controlável. Ele inclusive em seus livros cita vários fenômenos desse tipo, como estátuas que choram sangue, agulhas que são encontradas dentro de pessoas, etc. Não vou me alongar em termos técnicos para não ficar enfadonho mas resumindo a questão é isso….

    O local dela é em Votuporanga fica a 550km de São Paulo.

    O Padre Quevedo já esteve a convite do Fantástico vendo a Ederlazil retirando os objetos do algodão, ele se limitou a dizer que era truque, mas não provou, ai fica fácil.
    .
    Carlos sua pergunta é interessante ha mais de 40 anos fazendo isso e até agora ninguém a desmascarou….truque bem feito esse então!

    E sim Carlos o Padre Quevedo acredita em fenômenos paranormais! vide explicação acima.

    Já o pesquisador James Randi não acredita e ambos tem obras sobre o assunto.

    Como vocês podem ver o assunto é polêmico.

    E obrigado pelas observações de vocês e gostaria de lhes dizer que não sou um fanático religioso, muito pelo contrário, apesar de ter sido batizado na igreja católica não a frequento por “n” motivos.

    Eu busco sim, informações, fatos, relatos, histórias e se possível ver “in loco” as coisas tal qual fiz com a Ederlazil. Isso porque eu não consigo imaginar minha vida, qualquer vida humana sem um propósito, não acho que somos apenas um “acaso” na terra e que a vida termina com a morte. Seria um desperdício gigantesco de tempo, meu, nosso, do universo inteiro…..

  94. Fabio Diz:

    Para quem quiser saber mais sobre o Padre Quevedo acesse o site dele:

    http://www.clap.org.br

  95. Carlos Diz:

    Fábio, volto a repetir. Se você for lá peça para ela colocar uma toalha sob a bacia e verifique se os objetos aparecem. Não irá fazer mal algum ao trabalho dela visto que a toalha deixará passar o álcool (mas não algo que venha do tanque, como suspeito).
    .
    Bem, isso é apenas uma sugestão… O Vitor e o Mori bem que poderiam arrumar as malas e checar o que acontece por lá. Então, Vitor?

  96. Antonio G. - POA Diz:

    Carlos, porque você diz que a vida humana tem que ter um propósito? E a vida de uma lagartixa, tem um propósito? Que diferença faz a vida do Galvão Bueno para o Universo Inteiro? Você arriscaria um palpite?

  97. Caio Diz:

    Achei o e-mail do Padre Juarez e escrevi o seguinte:
    .
    “Boa tarde, Padre Farias. Chamo-me Caio e sou de São Paulo Capital.

    Há algum tempo participo de um blog cujo intuito é discutir, criticamente, a suposta validade de fenômenos espíritas, como psicografias e materializações. Desde ontem estamos debatendo o caso da Dona Ederlazil Cardoso que, como descobri pela internet, você já investigou. Não acredito, nem por 1 segundo, que esta senhora “materialize” objetos através de pilhas de algodão, nem acho que se trate de algum fenômeno parapsicológico. Contudo, como ela alega que a prática desta atividade já dura 4 décadas e na internet não há um material detalhado que descreva passo a passo como a fraude é feita, algumas pessoas ainda insistem em sustentar que possa existir nisso algum fundo de verdade. Você poderia, se possível, enviar-me algum material com o detalhamento de sua pesquisa, ou então indicar onde posso consegui-lo? Gostaria de deixar bem claro que em hipótese alguma reproduzirei o conteúdo do material e, caso você tenha interesse em conhecer nossa discussão, o endereço do blog é: http://obraspsicografadas.haaan.com/

    Fico no aguardo e desde já agradeço.

    Caio”.
    .
    Quando ele responder, se ele responder, comunico.

  98. Antonio G. - POA Diz:

    Bacana, Caio. Boa iniciativa. Vamos ver se haverá resposta.

  99. Fabio Diz:

    Antonio, quem disse que a vida tem que ter um propósito fui eu não o Carlos, mas tudo bem.

    Para mim a vida tem que ter um propósito na mesma medida e proporção que para você não deve ter.

  100. Caio Diz:

    Fábio, quanto ao suposto “propósito” da vida humana, ou de qualquer outro tipo de vida, discordo totalmente de você. Não é porque você, “o Fábio”, deseja que a vida tenha algum propósito que necessariamente deva ser assim. Você pode fazer uma lista enorme de coisas das quais não gosta (violência, corrupção, abuso infantil, etc.) e, mesmo assim, estas coisas continuaram sendo uma verdade. De forma semelhante, você pode fazer outra lista, talvez tão grande quanto a primeira, de coisas que você gostaria que fossem verdade (saúde infinita, dinheiro abundante, etc.) e que, talvez, nunca sejam.

  101. Fabio Diz:

    Caio, minha visão da vida humana é diferente da sua nem por isso eu quero dizer que a minha visão seja uma verdade absoluta, não foi isso que eu quiz dizer. Eu digo que para mim a vida humana tem que ter um propósito, é a minha visão de mundo e de homem. Cada um tem a sua e devemos respeitar cada ser na sua individualidade.

  102. Caio Diz:

    Concordo que devemos respeitar, e eu respeito. Só acho que “não tem sentido achar que tem sentido”, como expus. Abs.

  103. Antonio G. - POA Diz:

    Sim, Fábio, era com você que eu queria falar. Desculpe.
    .
    Bem, se você acha que “a vida tem que ter um propósito na mesma medida e proporção que para mim não deve ter”… está bem. Convenhamos que esta frase não quer dizer muita coisa, mas… tá, não se fala mais nisso.

    Sds.

  104. Fabio Diz:

    Da mesma maneira que vcs acham, Caio e Antonio G. que não tem sentido a vida ter um propósito eu acho que tem que ter sim.

    Essa é uma grande questão filosófica que vem atormentando grandes filósofos como como Platão, Aristóteles, Demócrito, Descartes, Engels, Gandhi, Hegel, Kant, Karl Marx, Maquiavel, Nietsche, Pitágoras, Arthur Schopenhauer entre outros…..

    Será que somos apenas um “acaso” da natureza, um emaranhado de DNA que deu certo?

    Vocês acompanham a teoria do universo? O Big Bang? A nova teoria de que o universo é finito no seu tamanho mas infinito no seu tempo? Se o Big Bang existiu mesmo o que existia antes do Big Bang? Criou-se energia do nada? Amigos, temos muitas questões, mesmos as cientificas que ainda estão sendo analisadas e pesquisadas. A teoria da relatividade de Einstein está prestes a ser reformulada! Descobriu-se uma particula que viaja acima da velocidade da luz, sendo que para Einstein a velocidade da luz era a maior de todas nada haveria de superá-la.

    O que vocês acham? Somos um “acaso” do universo?

  105. Caio Diz:

    Fabio, não posso achar que exista algum propósito simplesmente porque não existem evidências que apontem para isso. As evidências que temos, aliás, apontam justamente para o fato de não existir propósito algum. É assim, simples. Já discutimos sobre algumas dessas questões que você levantou neste post: http://obraspsicografadas.haaan.com/2011/testando-a-alegada-mediunidade-mtodos-e-resultados-2005/#comments

  106. Antonio G. - POA Diz:

    Fábio, desculpe-me a franqueza, mas você está equivocado em quase tudo o que escreveu no seu último post. Seria prudente selecionar melhor suas leituras. Mas, como eu já havia dito, não se fala mais nisso…

  107. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Prezados:

    Sobre a presente discussão acerca da “materialização” de espíritos (ou do que quer que seja), creio me ser possível contribuir com algumas considerações, já que tal assunto envolve, ao fim e ao cabo, a problemática da interação entre a “alma” e o “corpo”, ou seja, entre algo “imaterial”, ou “incorpóreo”, e um ente “físico”, “material”, “corpóreo”.

    O Cristianismo, vitorioso no Império Romano ao longo do séc. IV dC, herdou uma dupla tradição (tanto escriturística quanto aristotélica, e esta última instilada pelos maiores vultos da escola neoplatônica, especialmente por Proclo) para a constituição tripartite do ser humano, como sendo constituído por corpo (“sôma” em grego, “corpus” em latim), alma (“psychê”, “anima”) e espírito (“pneuma”, “spiritus”), atuando o corpo (em termos da etiologia aristotélico-tomista) como causa material, a alma como causa formal e o espírito (emanado de Deus e, assim, capaz de abarcar tanto o mundo material quanto o espiritual) como instrumento (“organon” na nomenclatura aristotélica) e veículo (“ochêma” na nomenclatura neoplatônica), ou causa eficiente, para a atualização da forma no substrato material. Tal concepção de fornecer tanto uma explicação filosoficamente consistente para o problema da interação alma-corpo quanto uma justificativa filosoficamente embasada para a impossibilidade de comunicação da alma desencarnada com um corpo, ou qualquer corpo, material (na ausência do espírito vivificador originário da, e emanado pela, Divindade) foi sendo, contudo, paulatinamente enfraquecida:

    a) por uma corrente popular, em parte de cunho platônico, que tendia a considerar o ser humano não de forma tripartite, mas como um duplo formado por um corpo “material” e por uma alma “imaterial”; essa corrente popular, adicionalmente, tendia a empregar a palavra “espírito” para designar tanto os seres angelicais (anjos e demônios), que nunca haviam possuído um corpo material, quanto as almas dos defuntos (ou seja, as almas “desencarnadas” e, por qualquer razão que fosse, “errantes”, isto é, “penadas”) – isso quando a palavra “espírito” não era utilizada para significar simplesmente “alma”, encarnada ou não;

    b) por uma corrente mais erudita, diretamente influenciada quer pelo mistifório neoplatônico mais exacerbado, quer mesmo por considerações gnósticas, a qual: 1) hipostasiava a função intelectiva da alma (dando-lhe, por influência da corrente popular, o nome de “espírito”, “pneuma”), considerando-a como um componente supra-individual que, ele sim, constituir-se-ia na verdadeira essência do ser humano e no seu componente “divino” e imutável ao longo das inúmeras reencarnações; 2) relegava a “alma” (“psychê”) aos aspectos meramente individuais, tanto intelectivos quanto passionais, aspectos esses que, do mesmo modo que o corpo, não eram a verdadeira essência do ser humano, e que encontravam-se assim sujeitos à mudança, à degeneração e à morte; 3) aumentava o número de “veículos” (“ochêmata”), considerando-os concomitantemente como sucessivos “invólucros” ou “vestimentas” adquiridas pela alma, permitindo-lhe realizar a sua transição (ou melhor, a sua “queda”) do seu mundo metafísico para o corpo material e o mundo físico (sendo tais “veículos” os antepassados tanto do conceito de “corpos etéreos” quanto do de “perispírito”).

    A revalorização do pensamento platônico, principalmente a partir do Renascimento (meados do séc. XV), significou, no mundo ocidental, e mesmo nos círculos mais sofisticados, para todos os efeitos práticos, a perda definitiva da concepção tripartite do ser humano e o triunfo das tendências descritas acima (nem sempre facilmente conciliáveis entre si). A polarização resultante teve por conseqüência quer a idéia de que o aspecto “espiritual” do ser humano era preponderante, ou melhor, o único verdadeiramente real (abrindo caminho para uma série de posturas neo-gnósticas), quer para a idéia antimétrica de que o aspecto “material” era preponderante e, de fato, o único (abrindo caminho para uma série de posturas de índole materialista, quer ateístas, quer não). Mais ainda, significou a criação, para todos os que ainda agasalhavam posturas espiritualistas, de uma FALSA APORIA, a referente ao modo pelo qual se daria a efetiva interação entre a alma/espírito e o corpo: como é que algo “imaterial” (como a alma e/ou o espírito) poderia atuar em algo “material” (como o corpo)?

    A questão, colocada dessa forma (e é assim que ela é colocada) é, em si, INSOLÚVEL, a não ser que tudo se processe INTEGRALMENTE NO MUNDO MATERIAL (isto é, a não ser que se adote uma visão “materialista”, ou “corporeísta”, de toda a Realidade, como outrora fizeram os estóicos e os epicuristas). Na minha modesta opinião, a forma mais elegante de elencar as dificuldades (intransponíveis) a que essa falsa aporia conduz, e ao beco sem saída de (na forma como o problema é colocado) se tentar conciliar uma “união”, ou “interação” entre “material” (físico, corpóreo) e “espiritual” (metafísico, incorpóreo) foi aquela proposta, já há mais de cinco séculos, por ninguém menos que Leonardo da Vinci:

    “Ó matemáticos, esclarecei bem tal erro: o espírito não tem voz, porque onde há voz deve haver um corpo, e onde há um corpo o espaço tem de ser ocupado, e isso impede o olho de ver o que se encontra por trás desse corpo; portanto, o ar circundante é preenchido por esse corpo, ou seja, pela sua imagem. E não pode haver voz onde não há movimento ou percussão do ar; não pode haver percussão do ar onde não há um instrumento, e não pode haver um instrumento incorpóreo. Portanto, um espírito não pode ter nem voz, nem forma e nem força. Ainda, se o espírito assumir um corpo, ele não poderá igualmente penetrar ou entrar onde as passagens se encontrem obstruídas. E, quanto àqueles que afirmam que um espírito pode mover-se pelo ar, comprimindo-se e compactando-se à vontade, assumindo corpos de muitos formatos, e desse modo podendo comunicar-se e mover-se – para esses eu replico que onde não há nervos e ossos não pode haver uma força, de qualquer espécie que seja, que venha a ser exercida, ou movimento, de qualquer tipo que seja, que venha a ser efetivado, por esses espíritos imaginários. É necessária cautela com tal tipo de especulação, pois ela não é confirmada de modo algum pela experiência”. (cf. Richter, Jean-Paul, “The Notebooks of Leonardo da Vinci”, vol. II, itens 1.211 e 1.212, págs. 303 e 304, Dover Publications, Nova York, s/d., tradução livre minha. A palavra “espírito”, nesse trecho, está sendo utilizada na acepção comum de “ser incorpóreo”).

    (No peculiar italiano de Leonardo: “O matematici fate lume a tale errore! Lo spirito no à voce, perchè dov’è voce è corpo, e dove è corpo è occupatiõ di losco, il quale inpediscie all’ochio il uedere delle cose poste dopo tale loco; adunque tal corpo enpie di se tutta la circunstante aria, cioè colle sua spetie. Nõ può essere voce, dove non è movimêto e percussione d’aria; nõ può essere percussione d’essa aria, doue non è strumêto; nõ può essere strumêto incorporeo; essedo così, vno spirito nõ può avere nè voce nè forma nè forza, e se piglierà corpo, non potrà penetrare nè entrare doue li usci sono serrati; e se alcuno diciesse: per aria cõgregata e ristretta îsieme lo spirito piglia i corpi di uarie forme, e per quello strumêto parla e move cõ forza, a questa parte dico, che doue non sono nerui e ossa, non può essere forza operata in nessuno movimêto fatto dagl’imaginati spiriti; fuggi i precetti di quelli speculatori, chè le loro ragioni nõ son confermate dalla speriêza”.)

    A hipótese dos “veículos” ou “corpos astrais” (dos quais o “perispírito” dos kardecistas é uma mera simplificação) procura solucionar o problema: entre a alma “imaterial” e o corpo “material” haveria uma série de “envoltórios” de índole “semi-material” (o que quer que isso venha a ser), que realizariam a transição do mundo espiritual para o mundo físico. Contudo, tal “solução” apenas desloca o problema: porque falta explicar o que é algo “semi-material”, e como, nos sucessivos “veículos”, essas duas porções, a “material” e a “não material”, se combinam.

    O kardecismo, por outro lado, representa uma simplificação extrema e, nalguns pontos, decididamente grosseira, para toda a problemática anterior. Com efeito, para começo de conversa, de acordo com Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, questão nº 134, “alma” e “espírito” são termos praticamente intercambiáveis, sendo a alma um espírito encarnado e não sendo as almas “… senão os espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente revestem um invólucro carnal para se purificarem e esclarecerem”.

    Ou seja: toda a riquíssima reflexão aristotélica (e, depois, tomista), bem como escriturística, acerca dos conceitos de “corpo”, “alma” e “espírito”, e da interação dos três para formar, em conjunto, o indivíduo humano (como um sínolo do corpo material e da alma imaterial, unidos pelo Espírito emanado da Divindade) queda-se assim obliterada, e a concepção dualista (“alma/espírito” dum lado, “corpo” de outro) é oferecida como alternativa. E, para realizar a “interação” entre o “espírito” (alma não encarnada) e o corpo, criou-se o conceito de “perispírito”, que nada mais é do que uma extrema simplificação do conceito dos “veículos” (“ochêmata”):

    “… envolve-o [o espírito] uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira. Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito”. (“O Livro dos Espíritos”, questão nº 93)

    Quanto a esse “perispírito”, ele é formado “… do fluido universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.” (“O Livro dos Espíritos”, questão nº 94)

    E, no que concerne à natureza desse perispírito, é digno de ser citado o seguinte comentário:

    “Numerosas observações e fatos irrecusáveis, de que mais tarde falaremos, levaram à conseqüência de que há no homem três componentes: 1º, a alma, ou Espírito, princípio inteligente, onde tem sua sede o senso moral; 2º, o corpo, invólucro grosseiro, material, de que ele se revestiu temporariamente, em cumprimento de certos desígnios providenciais; 3º, o perispírito, envoltório fluídico, semimaterial, que serve de ligação entre a alma e o corpo. A morte é a destruição, ou, antes, a desagregação do envoltório grosseiro, do invólucro que a alma abandona. O outro se desliga deste e acompanha a alma que, assim, fica sempre com um envoltório. Este último, ainda que fluídico, etéreo, vaporoso, invisível, para nós, em seu estado normal, não deixa de ser matéria, embora até ao presente não tenhamos podido assenhorear-nos dela e submetê-la à análise. Esse segundo invólucro da alma, ou perispírito, existe, pois, durante a vida corpórea; é o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe e pelo qual transmite sua vontade ao exterior e atua sobre os órgãos do corpo. Para nos servirmos de uma comparação material, diremos que é o fio elétrico condutor, que serve para a recepção e a transmissão do pensamento; é, em suma, esse agente misterioso, imperceptível, conhecido pelo nome de fluido nervoso, que desempenha tão grande papel na economia orgânica e que ainda não se leva muito em conta nos fenômenos fisiológicos e patológicos. Tomando em consideração apenas o elemento material ponderável, a Medicina, na apreciação dos fatos, se priva de uma causa incessante de ação. Não cabe, aqui, porém, o exame desta questão. Somente faremos notar que no conhecimento do perispírito está a chave de inúmeros problemas até hoje insolúveis. O perispírito não constitui uma dessas hipóteses de que a ciência costuma valer-se, para a explicação de um fato. Sua existência não foi apenas revelada pelos Espíritos, resulta de observações, como teremos ocasião de demonstrar. Por ora e por nos não anteciparmos, no tocante aos fatos que havemos de relatar, limitar-nos-emos a dizer que, quer durante a sua união com o corpo, quer depois de separar-se deste, a alma nunca está desligada do seu perispírito”. (“O Livro dos Médiuns”, 2ª parte, capítulo I, item 54)

    Assim, o perispírito é de natureza “semimaterial” (o que, conforme visto acima, não quer dizer muita coisa, e apenas “desloca” o problema da interação entre o material e o imaterial, não o resolvendo em absoluto). E quanto à alma?

    “Quanto à natureza íntima da alma, essa desconhecemo-la. Quando se diz que a alma é imaterial, deve-se entendê-lo em sentido relativo, não em sentido absoluto, por isso que a imaterialidade absoluta seria o nada. Ora, a alma, ou o Espírito, são alguma coisa. Qualificando-a de imaterial, quer-se dizer que sua essência é de tal modo superior, que nenhuma analogia tem com o que chamamos matéria e que, assim, para nós, ela é imaterial”. (O Livro dos Médiuns, 1ª parte, capítulo IV, item nº 50)

    O trecho acima é paradigmático, e trai a essência CORPOREÍSTA, ou seja, MATERIALISTA, do Espiritismo Kardecista. Pois torna-se assim evidente, considerando-se os trechos citados, mais especialmente o último, que a “resposta” kardecista à aporia da interação alma-corpo, por baixo duma série de termos ambíguos que procuram manter um verniz espiritualista, é francamente materialista. Com efeito, o ser humano é composto por um corpo, um perispírito e um espírito. O corpo, obviamente, é material; o perispírito é “semimaterial”, misto entre a condição do espírito (dita “imaterial”) e a do corpo (dita “material”). Desse modo, o perispírito tem, ao menos em parte, uma natureza material, mas, como ele é formado “do fluido universal de cada globo”, parece ter, ao fim e ao cabo, uma constituição inteiramente material, embora não tão “material” quanto a da “matéria grosseira”. Mas mesmo o adjetivo “imaterial” atribuído ao espírito/alma não pressupõe (para o kardecismo) nenhuma “transcendência”, já que o espírito “é alguma coisa”, como bem diz o “Livro dos Médiuns” no trecho citado imediatamente acima – e, lendo-se o trecho, é evidente que se quer dizer ALGUMA COISA MATERIAL (embora o Doutrinador, ou os “espíritos” que o informaram, não tenham tido a coragem de dizer isso abertamente). Trata-se, de fato, de graus diferentes de materialidade, ou melhor, de corporeidade, graus esses que, num crescendo de sublimação, passam da matéria “bruta”, grosseira, a níveis cada vez mais etéreos nos diversos estágios de perispírito, até se chegar a uma forma totalmente “quintessenciada” na alma/espírito.

    Portanto, para o kardecismo, quando se o examina bem, TUDO É MATERIAL, tudo encontra-se no nível do corpóreo, embora com graus diferentes de “sublimação”. A escala evolutiva funcionaria assim como uma espécie de “alambique metafísico”, se se quiser usar tal símile, purgando os espíritos sucessivamente de suas ligações materiais até se chegar ao “absinto” dos espíritos “puros”… E nem podia deixar de ser dessa maneira, já que, diante da falsa aporia que uma visão “corpo-alma” da composição da individualidade humana comporta, a única solução para se justificar, com um mínimo de coerência filosófica (e lógica) a interação desses dois elementos é considerá-los ambos como “materiais”, ou seja, “corpóreos”. Isso “resolve” a aporia, e também possibilita, como bônus, a explicação para a “interação” entre o “espírito” e a “matéria”, para a manifestação física (pois é sempre física) das almas dos mortos no mundo físico.

    Obviamente, não é fácil se tirar, de modo objetivo, alguma conclusão prática de tal mixórdia conceitual; mas o que se nota, e se nota de modo cristalino, é que, para o kardecismo, em termos práticos, a alma/espírito, nominalmente imaterial, é na prática algo material, ou melhor, corpóreo, capaz portanto de se deslocar no espaço físico, entre os vários mundos, ou, como diz a nomenclatura de Kardec, entre os diversos “globos” – já que o kardecismo acredita na pluralidade de mundos habitados, sendo alguns inferiores à Terra e alguns superiores, nos quais encontram-se, respectivamente, espíritos menos e mais evoluídos do que os daqui. Quanto a isso, é absolutamente necessário que se consulte a nota à questão 188 de “O Livro dos Espíritos”; o que se depreende é que os “espíritos superiores” informaram a Kardec acerca da existência de vida – e vida física, capaz de fazer espíritos encarnarem – em, pelo menos, dois planetas do sistema solar, Marte (um mundo inferior à Terra, portanto mais grosseiro, mais “material”, mais “denso”) e Júpiter (superior à Terra, portanto menos grosseiro, menos “denso”, mais etéreo)… O “remendo” moderno (ou melhor, “elucubração teológica”), que quer ver nesses “globos” “diferentes dimensões” não resiste ao simples exame do texto original. Para o kardecismo, codificado no terceiro quartel do séc. XIX, na prática, só há um único mundo, material, com muitos “globos” habitados, em diferentes graus de “sublimação” no Grande Alambique Evolutivo Kármico; nesse mundo físico, corpóreo, material, os espíritos (na prática, “materiais”) podem se deslocar, e se encarnar, consoante o seu merecimento e o seu grau de desenvolvimento intelectual e moral.

    Assim, repetindo, para o kardecismo, a alma/espírito, nominalmente imaterial, é na prática, material e corpórea, capaz de se deslocar no espaço físico (a única realidade existente), entre os vários mundos (“globos”). A alma/espírito é corpórea, mas duma natureza absolutamente “sutilizada”, sendo o perispírito algo corpóreo que efetivamente apresenta propriedades ligadas à matéria e diretamente ligado, portanto ao físico, embora a sua matéria constituinte seja “sutil”, “vaporosa”, “fluídica”, etc.

    De fato, o perispírito kardecista constitui-se simplesmente num conceito fantasmagórico derivado dos “veículos” ou “corpos astrais” (“ochêmata”) da vertente neo-gnóstica, desenvolvido para tornar viável, ou melhor, aceitável, a suposição básica de que os espíritos dos mortos podem se comunicar fisica e sensivelmente com os vivos: pois, estando os espíritos sempre envoltos por algo “semimaterial” (o que quer que signifique isso), e nunca separados da matéria, podem usar tal invólucro como base para atuar no mundo material e se comunicar com os vivos.

    Deve-se notar, contudo, que seria lícito esperar que a capacidade dum espírito desencarnado de se comunicar com a matéria decairia à medida em que fosse evoluindo, e em que seu perispírito fosse ficando, por assim dizer, mais e mais “etéreo” (a não ser que se queira admitir que quanto mais etéreo, ou seja, menos “material”, por assim dizer, é o perispírito, maior é a sua força para se comunicar com a matéria, o que é algo, no mínimo, estranho…). E, no limite, restaria explicar como é que os espíritos puros, cujos perispíritos, já totalmente purificados, tornam-se tão etéreos como se já não existissem (cf. “O Livro dos Espíritos”, questão nº 186) , tendo-se já despojado de todas as imperfeições da matéria (cf. “O Livro dos Espíritos”, questão nº 113), poderiam, então, se comunicar com os vivos. Ou seja: aparentemente, quanto menos evoluídos os espíritos, maior seria (ao menos logicamente) o seu potencial para se comunicar com os vivos, o que levaria à conclusão de que as “mensagens” comunicadas aos pobres mortais padecentes no mundo físico o são, preponderantemente (se não esmagadoramente…) pelos espíritos menos evoluídos, mais capazes de se enganarem, ou de nos enganar…

    Assim, como creio que ficou claro, nessa importante questão da interação entre a alma “imaterial” e o corpo “material” perpassa no kardecismo, quase sempre, uma terminologia escorregadia e ambígua, que procura, talvez de forma inconsciente, encobrir o fato de que, com o abandono da constituição tripartite da natureza humana, o problema da interação alma-corpo queda-se insolúvel, a não ser sob uma óptica materialista (ou seja, considerando-se a alma, de alguma forma que seja, como algo material, corpóreo – e, portanto, perfeitamente passível de interagir com a matéria). Com efeito, todas as soluções “espiritualistas” (ou que são reputadas como tais) lançaram mão, duma forma ou de outra, do conceito dos “veículos” ou “corpos astrais”, bem como do conceito dos “fluidos” que perpassariam o Universo – conceitos eminentemente corpóreos, ou seja, materiais.

    Tais conceitos encontram-se claramente presentes na solução kardecista do problema, ainda firmemente calcada na teoria do “fluido universal” do médico austríaco Franz Anton Mesmer (1734-1815), apresentada na sua obra “Mémoire sur la Découverte du Magnetisme Animal” (1779). De acordo com a referida teoria, também conhecida como “teoria do magnetismo animal”, o Universo inteiro estaria inundado e preenchido por um “fluido”, que atingiria todos os planetas e todos os seres viventes. Tal fluido correria nos espaços, na atmosfera, nos líqüidos e também (pelo fato de os corpos dos seres vivos serem compostos da mesma matéria que o Universo) nos músculos, nervos e vasos dos viventes – e em especial dos seres humanos. Por meio da sensibilidade (“irritabilidade”) dos nervos, dos músculos e dos órgãos dos sentidos, os indivíduos estariam aptos a receber as vibrações de tal fluido e, estando tal sensibilidade alterada, por qualquer motivo, o resultado seria a desarmonia e a doença – qualquer doença, assim, originava-se num “desequilíbrio fluídico”.

    A expressão “magnetismo animal” vinha do fato de que, pretensamente, metais imantados podiam produzir o fluxo desse “fluido universal” (que era, portanto, um fluido sensível aos magnetos, ou seja, um “fluido magnético”) para dentro ou para fora do indivíduo, conforme a necessidade. Mais tarde, ao longo de suas experiências, Mesmer acabou percebendo que o próprio terapeuta podia dirigir os “fluidos magnéticos” das pessoas doentes, mesmo sem o uso dos ímãs; esses terapeutas privilegiados com o poder da sugestão eram os “magnetizadores” (ou seja, os “proto-médiuns”…), dos quais o maior era o próprio Mesmer. Esse “mesmerismo fluidista” é o ancestral direto da hipnose; mas Mesmer nunca procurou ligar tais fenômenos a explicações de ordem psicológica, insistindo sempre numa visão “fluidista”.

    Em poucos anos, o uso médico do “magnetismo animal” espalhou-se com furor em Paris, onde Mesmer realizava suas “curas”. Diante das controvérsias levantadas por esse novo tipo de tratamento frente à terapêutica tradicional, o rei Luís XVI nomeou em 1784 uma comissão composta de membros da Academia de Ciências da Faculdade de Medicina, com reforço de cinco membros da Real Sociedade de Medicina, para se pronunciar sobre as idéias de Mesmer; faziam parte de tal comissão, entre outros, o químico Lavoisier, o médico Guillotin e Benjamin Franklin. O parecer final da comissão foi o seguinte:

    “Os membros da comissão, tendo reconhecido que o fluido magnético animal não pode ser percebido por nenhum dos nossos sentidos; que não exerce nenhuma ação quer sobre eles nem sobre os doentes que lhe são submetidos; tendo chegado à certeza de que as pressões e os passes são causa de mudanças raramente favoráveis na economia animal e de choques sempre inconvenientes na imaginação; tendo por fim demonstrado, por experiências decisivas, que a imaginação sem magnetismo produz convulsões e que o magnetismo sem imaginação nada produz, concluíram unanimemente, quanto à questão da existência e utilidade do magnetismo, que nada há que prove a existência do fluido magnético animal; que esse fluido, pelo fato de não existir, não pode ser útil; que os efeitos violentos que se observam no tratamento em massa são devidos aos passes, à imaginação excitada e à imitação instintiva que maquinalmente nos leva a fazer o que vemos. Julgam-se igualmente obrigados a acrescentar, como observação importante, que os passes e a ação repetida da imaginação para produzir crises são perigosos, por causa da lei natural da imitação e que, por conseguinte, todo tratamento público, em que se põem em prática os meios do magnetismo, não pode deixar de ser, com o tempo, funesto”.

    Isso foi estabelecido nos finais do séc. XVIII. Do mesmo modo que a impossibilidade da ação “física” dos “espíritos” já havia sido magistralmente percebida por Da Vinci nos finais do séc. XV. E agora estamos nos inícios do séc. XXI, com… os mesmos “passes”, os mesmos “fluidos” e os mesmos “espíritos”…

    De qualquer forma, o parecer da comissão representou o fim da carreira de Mesmer, embora não de suas idéias (porque nelas, afinal, quase completamente sufocada por entulhos pseudo-místicos, havia uma verdade, que se ligava à sugestionabilidade dos estados subconscientes da alma). Um dos seguidores de Mesmer, Amand Marie Jacques Chastenet, marquês de Puységur (1751-1825), desenvolveu o “sonambulismo artificial” (ou seja, induzido), em oposição às convulsões histéricas de Mesmer, estando portanto muito mais próximo do atual hipnotismo. Um discípulo de Puységur foi Joseph Philippe François Deleuze (1753-1835), que enfatizou a importância da confiança e da fé do magnetizador em si mesmo para que o tratamento funcionasse e para que os fenômenos ocorressem; mas tanto Puységur quanto Deleuze ainda consideravam o “fluido magnético” como o causador dos fenômenos; os novos sucessos do “sonambulismo artificial” levaram a um novo estudo (1826-1831) da Academia de Medicina de Paris, chegando-se a um parecer provisório (1831) favorável ao magnetismo animal; a partir de tal relatório, contudo, ocorreu um verdadeiro surto de magnetização sonambúlica, ligando-se-lhe fenômenos maravilhosos, como clarividência, dupla visão e predição do futuro – fenômenos, por assim dizer, proto-espíritas, e que não haviam sido originalmente objeto dos estudos da Academia. Tal situação levou-a a constituir nova comissão, que, em 1837, condenou definitivamente o magnetismo animal; o novo relatório gerou imensa controvérsia, e o médico Claude Burdin (1777-1858), para solucionar o impasse, instituiu um prêmio de três mil francos a quem pudesse, no prazo de três anos, apresentar um sonâmbulo que, sob influência do “fluido universal”, pudesse ler sem o auxílio dos olhos, do tato ou da luz, fato que certos magnetizadores, como Berna, haviam declarado ser não apenas possível, mas também incontestável; não tendo nenhum dos concorrentes logrado êxito, a Academia de Medicina, em 1840, decretou que doravante não mais se ocuparia dos magnetizadores e do magnetismo.

    Tal data marca, verdadeiramente, um divisor-de-águas, podendo-se a partir daí, grosso modo, destacar duas vertentes: uma que, progressivamente abandonando a teoria do “fluido universal”, iria desembocar no moderno hipnotismo, inicialmente na Inglaterra (Elliotson, Braid), e depois na própria França (Lafontaine, Liébeault, Bernheim, Charcot, Richet), e outra que, ao contrário, aferrando-se cada vez mais à teoria do “fluido magnético” e do “sonambulismo”, enfatizou mais e mais as maravilhas que se podiam obter dos que eram “magnetizados” em estado sonambúlico – essa vertente desembocaria fatalmente na ligação entre o estado hipnótico e a capacidade de comunicação com os espíritos dos mortos. Nesse segundo grupo a figura-chave é a de Jules Denis, barão du Potet de Sennevoy (1796-1881), inicialmente um mesmerista “clássico” mas que, a pouco e pouco, passou a admitir a ação do sobrenatural nas magnetizações.

    Creio ser conveniente parar por aqui; espero que essas considerações possam ser de alguma utilidade no presente debate acerca de “materializações”.

    JCFF.

  108. Fabio Diz:

    Antonio, desculpe se ofendi a sua inteligência que parece ser superior a minha, já que me censura com tanta propriedade. No intuito de aprender, humildemente lhe peço me indique onde foi que eu errei no meu ultimo post? Selecionar melhor minha leitura? Bem eu já faço isso desde criança, e pude comprovar isso com minha aprovação no Mestrado que terminei agora pouco.

  109. Fabio Diz:

    Mas ninguém se manifestou a respeito da paranormalidade alegada pelo padre quevedo…..porque o silêncio?

  110. Biasetto Diz:

    Pessoal,
    Eu faço algumas visitas esporádicas ao blog, e desde àquela que fiz no começo da tarde, estou fazendo outra agora, verificando que muitos outros comentários surgiram, inclusive este do JCFF que, no momento, não pude ler. Rapidamente, verifiquei que surgiram umas “farpinhas” entre alguns e o Fábio, por crenças pessoais. Algo, no momento, que acho uma grande bobagem, porque o Fábio está sendo muito gentil, em nos falar de detalhes do que ele viu lá, e também se propondo a voltar lá, e nos indicar mais detalhes. Obrigado pela atenção Fábio.
    O que eu sugiro é exatamente isto, que a gente possa fazer sugestões ao Fábio, para que ele pesquise lá pra nós. Por exemplo, Fábio:
    – Você poderia até falar pra tal Edelarzil, sobre os céticos aqui, se ele permite que você fotografe ela materializando, por exemplo.
    – Se ela permitiria que você mexesse no algodão, exatamente na hora em que ela fosse começar as tais materializações?
    * caso ela permitir, não passe a mão superficialmente, aperte os chumaços do algodão e, se conseguir pegue um pedaço.
    – Se ela permitira que você ficasse ao lado dela, enquanto ela materializa.
    – Como disse o Carlos, se ela topava realizar a experiência sem utilizar a pia.
    E, se você fotografar lá, o que você conseguir saber, o que ela diz sobre as questões que coloquei aí, e outros que façam as sugestões, aí você manteria contato conosco, poderia até passar as fotos por email.
    Olha Fábio, independente das crenças pessoais de cada um aqui, seria muito legal isto, porque seria uma espécie de pesquisa de campo, a 1ª do blog.
    .
    Também acho que o Kentaro Mori e o Vítor Moura precisariam dar um chego lá em Votuporanga (mais longe do Catanduva hein?), assim eles passeiam também. hehehê!
    Isto também me fez pensar em uma experiência que o Leonardo pode levar à frente em Uberaba, com o Celso Almeida, sem precisar a gente ir lá. Mas isto fica pra depois.
    Fábio, meu email é
    ejbiasetto@hotmail.com

  111. Biasetto Diz:

    Pessoal,
    Tenho o Mori como amigo no facebook, passei uma mensagem pra ele lá, pedindo pra ele se manifestar aqui, sobre o tema, se ele saba alguma coisa, algo assim. Vamos aguardar ele conferir a mensagem lá, quem sabe ele dá o ar da graça aqui.
    Estou gostando dos rumos que este assunto está gerando, porque faz surgir a possibilidade de uma pesquisa de campo.
    Caio e Antonio, gosto muito das ideias de vocês, praticamente concordando em quase tudo. Só que a gente não pode negar, como disse o Carlos, que ficar só dizendo que a mulher usa fraude, não resolve. Precisamos saber como ela faz ou achar, de fato, uma falha nos procedimentos, porque a questão é complexa. Estou falando isto, porque quando dei a minha opinião, achei que ela fazia a tal materialização, uma única fez no evento diário lá, mas pelo que o Fábio informou, ela passa o dia todo fazendo aquilo, o que, convenhamos, muda bastante a análise: ajam objetos…

  112. Biasetto Diz:

    Obs.:
    O Vítor disse que o computador dele tinha quebrado, e ia dar uma sumida. Provavelmente, por isso que ele não se manifestou ainda.

  113. Padre Juarez Metartkovic Diz:

    Pô, pessoal, esse negócio de Dona Ederlazil é sacanagem. Já vi a tal mulé tirá a até coelho da cartola. Para de me chatear. Que blog que nada. Vão arranjar umas namoradas e pararem com esse onanismo todo. Eu já tô cheio de problema e vocês ainda me vêm com essa história de Dona Izordil. Faça-me o favor. Vai ver se eu tô na esquina. Com um chumaço de algodão na mão pra enfiar na região perianal do seu pavilhão reto foricular, após o seu esfíncter parassimpático!!!!

  114. Biasetto Diz:

    Eu penso que o propósito do blog, dos céticos não deve ser apenas afirmar: tal fato é picaretagem, fraude. Mas, uma vez feita esta colocação, mostrar os motivos, as evidências da fraude, porque senão, vamos ficar na questão do achismo e da escolha pessoal.
    Quando eu afirmo que a mediunidade de Chico Xavier não existiu, do ponto de vista das psicografias, me baseio nas evidências de plágios, que estão bem mostradas neste blog.
    A existência dos livros que já falavam das coisas que ele trouxe nos livros que ele dizia psicografar, é um fato concreto. Assim como as indicações dos plágios também, ainda que existam aqueles que teimem em não aceitar.
    O caso desta Edelarzil, me parece algo a ser estudado, com muita atenção. Continuo acreditando que o algodão que ela manipula já está impregnado com os objetos. Acredito que em um determinado momento, estes objetos são colocados em meio a todo aquele algodão. Mas em qual momento? Como isto é feito? De onde vem tantos objetos?
    São perguntas que precisam ser respondidas. Os dois padres que afirmaram se tratar de fraude, não explicaram com a fraude ocorre. É um fato, que não pode ser menosprezado.
    Já que o Vítor, o Mori e outros críticos, céticos, têm o objetivo de denunciar, revelar fraudes, penso que eles deveriam dar atenção a este acontecimento, inclusive conferindo o lance ao vivo. Poderia ser até um marco nas pesquisas deles. O Scur paga a passagem de avião do Vítor pra São Paulo (já que ele vive dizendo que banca uma pesquisa científica), e estando aqui em São Paulo, a gente dá um jeito e banca a ida dele até Votuporanga.
    Tá tudo resolvido… Prepara o bolso aí Scur, hehehê!

  115. Carlos Diz:

    Biasetto com essa vou dormir, porém não sem antes deixar um comentário ao JCFF. Um abraço.
    .
    Caro JCFF,

    Seu comentário: “Isso foi estabelecido nos finais do séc. XVIII. Do mesmo modo que a impossibilidade da ação “física” dos “espíritos” já havia sido magistralmente percebida por Da Vinci nos finais do séc. XV. E agora estamos nos inícios do séc. XXI, com… os mesmos “passes”, os mesmos “fluidos” e os mesmos “espíritos”…”
    .
    A questão que o Sr levanta me parece ser de natureza eminentemente filosófica que poderia ser resumida como algo do tipo “como pode um ser imaterial (espírito) interagir com o mundo material ?”, se bem entendi onde o Sr quer chegar.
    .
    Se partirmos da premissa que existem espíritos, e se for dado crédito aos relatos dos livros religiosos (todos eles), então alguma coisa deve permitir com que esse ser imaterial consiga interagir com a matéria. Se não for assim as religiões não passam de fábulas, o que aliás é opinião de muita gente. Allan Kardec procurou uma saída criando um “perispírito”, com as dificuldades inerentes ao problema da materialidade dessa coisa intermediária, como aliás o Sr bem frisou no seu comentário. No entanto, note que esse problema não é só do espiritismo.
    .
    Veja, por exemplo, o conceito de “espírito santo” tão caro aos cristãos. Como poderia um “espírito santo” agir de forma que os apóstolos tomados pelo espírito profetizassem no pentecostes? E o que pensar de Paulo quando afirmou que a uns é dado profetizar, a outros falar línguas estranhas, a outros impor as mão e curar, todos evidentemente animados pelo “espírito santo” ? A natureza do problema permanece: esse “espírito santo” teria que de alguma forma atuar materialmente; agora, como isso se faria ? Se Da Vinci estava certo então talvez o Sr devesse concordar comigo que razão e religião definitivamente não combinam!

  116. Antonio G. - POA Diz:

    Certo, Biasetto. Eu já havia dito que, se esta senhora tem mesmo estes alegados poderes, deveria ser alvo de uma investigação científica, porque trata-se de algo extraordinário. Contrariamente a outros fenômenos já desmascarados por pesquisadores (as psicografias de CX, por exemplo), este caso permanece bastante misterioso. É claro que eu tenho firme convicção de que tem maracutaia aí, mas, como não se encontrou ainda nada muito consistente em termos de análise de tais fenômenos, valeria a pena investigar. Tenho sempre dito que sou apenas 99,99% cético. Dou sempre uma chance de o improvável revelar-se verdadeiro. Só os iluminados pela fé têm certeza.
    .
    Ok, Fábio, está desculpado. E faltou eu dizer que você está equivocado “segundo eu penso”, o que, reconheço, não é garantia de que você esteja errado. Se você está satisfeito com suas leituras, para mim está ótimo. Foi um surto de pretensão de minha parte querer balizar seu gosto literário. E parabéns pelo mestrado! Principalmente porque isto atesta que você é mesmo um sujeito inteligente, embora acredite numas coisas bastante improváveis. Mas isso já é outro assunto…
    E, reitero, não se fala mais nisso.
    .
    De minha parte, agradeço, sinceramente, por sua ajuda neste nosso interesse em desvendar o mistério dos poderes da Dona Ederlazil.

  117. Caio Diz:

    Biasetto, pessoalmente, até cheguei a dizer que seria interessante descobrir como o truque desta mulher é feito. Entretanto, o ponto que eu e (acho) o Antonio estamos levantando é: vale a pena mesmo gastar tempo e recursos tentando investigar alguma coisa que notoriamente trata-se de fraude? Se ela tem um poder “mágico”, pois bem, que faça aparecer objetos então sem utilizar toneladas de algodão. Ah, mas machuca, né? Eles podem “cair” (???) nas pessoas… Bom, que se faça aparecer um só, então! Eu mesmo me alisto como voluntário, assumo correr o risco de me machucar.
    .
    Ao longo desta discussão, sugerimos (você, inclusive) várias hipóteses para explicar a fraude. O caso, então, está assim: o suposto fenômeno mediúnico é tosco, horrível, bem bobinho e existem explicações alternativas que sugerem como ela poderia ter fraudado. Além disso, esqueci-me de dizer ontem, muito se engana quem pensa que não há dinheiro envolvido na parada: em um dos sites que pesquisei, é dito que na “fazenda” onde esta senhora faz suas supostas materializações, existem alojamentos e restaurante similares aos de hotel. Tudo é pago como num verdadeiro hotel, não existe caridade no negócio. Se você digitar no Google “materialização do algodão”, o primeiro site que aparecerá na busca será: http://www.fenomenoalgodao.com.br/
    Detalhe: esse link aparece na primeira posição porque se trata de um anúncio PAGO. Alguém paga ao Google pra colocar esse link lá em cima, como faria uma loja de carros ou de móveis.
    .
    Por tudo isso, o que eu e (acho) o Antonio estamos dizendo é: não vale a pena! Pra que gastar dinheiro e tempo com algo tão besta assim? O Leonardo não disse que o tal do Celso Almeida consegue fazer psicografias muito específicas sem que nenhuma informação seja fornecida? Pessoalmente, como todos já sabem, não acredito na hipótese da psicografia, simplesmente porque acho que espíritos não existem, mas, a meu ver, se for pra gastar dinheiro, seria melhor (ou menos pior) investigar o Celso do que essa mulher. Se truque bem feito é indício de mediunidade, David Copperfield é o maior médium que já pisou na face da Terra…
    .
    Agora, se alguém disser “Olha, meu sonho sempre foi pesquisar essa mulher”, ok, vá em frente, só não conte comigo.

  118. Biasetto Diz:

    Bom dia Antonio, Caio e demais colegas.
    Eu penso que temos que separar as coisas:
    – a questão da crença pessoal não deve prevalecer.
    – há um fato interessante: a mulher realiza algo inusitado, diferente, intrigante.
    Deve ser fraude? Acredito que sim.
    Mas se ninguém consegue mostrar como a fraude é feita, chega a ser falta de ética, a gente acusar a mulher de sacana e tudo mais.
    Isto que você mencionou Caio, a questão envolvendo dinheiro, tem razão. O marido dela dá um depoimento, em que ele diz que não queria que ela fizesse isto, mas então ele ganhou um carro de um visitante do local lá, e resolveu ficar quieto. Parecem-me gente simples, até pelo fato dele contar isto, me pareceu autêntico, honesto. Claro que se não é ela que lucra com isto, muita gente na cidade lucra, porque se milhares de pessoas vão pra lá, todos os meses, estas pessoas precisam comer, dormir, tomar banho, acabam comprando lembranças…
    Porém, Caio, discordo de você, quando você diz que é tão tosco que não merece perda de tempo e dinheiro. Isto me parece uma certa desculpa, uma forma de fugir da questão. O Mori e o Vítor não se manifestaram ainda. Conversei com o Gazozzo e ele me disse que já faz um tempo, ele mencionou este caso pro Mori, mas não obteve resposta. Será que o Mori não respondeu, porque é “tão tosco” como você falou, ou ele não sabe dizer o que acontece?

  119. Caio Diz:

    Biasetto, talvez, o Mori, como nós, não tenha entendido direito como a fraude acontece, assim como eu não sei como o Copperfield faz um tigre de 300 quilos surgir no palco. Ao invés de dizer “não sei”, ele preferiu o silêncio. Talvez seja isso.
    .
    De qualquer forma, acho que será difícil alguém investigar essa mulher. Naquele site que você mesmo mandou, o Padre Juarez diz que ela “evitou” recebê-lo, quando ele disse que iria estudar o fenômeno. Esquisito…

  120. Caio Diz:

    Talvez, ela não quis “recebê-lo” porque os Espíritos Superiores disseram que ela não deve fazer nada que possa dar publicidade ao caso, o dom dela foi recebido para ajudar a humanidade, apenas para isso. A única exceção de publicidade que os Espíritos Superiores permitem é anúncio no Google.

  121. Antonio G. - POA Diz:

    É… tem tudo isso a considerar…

  122. Biasetto Diz:

    Caio,
    Faço questão de registrar o quanto admiro seu conhecimento, seus comentários costumam ser muito bons.
    Mas veja o seguinte:
    .
    Quando nós colocamos aqui evidências de fraudes nas obras psicografadas, e aí, os espíritas que rebatem, mas rebatem com frases de efeito emocional, mencionam Kardec, as obras caridosas… Nós falamos que eles estão desviando-se do assunto, fugindo da questão, usando meios artifícios frágeis…
    .
    Agora, se a gente vai agir assim, com a dona Edelarzil, a gente vai cair na mesma situação. Entende?
    A gente vai ficar falando que é tudo uma besteirada, aquelas tranqueiradas lá. Mas isto não serve Caio. Se a gente diz que é fraude, temos como mostrar a fraude. Caso contrário, como diz o Direito: “Todos são inocentes, até se PROVE o contrário”, vamos então, admitir que a senhora lá dos algodões, realiza um fenômeno autêntico.

  123. Biasetto Diz:

    Ultimamente, peguei a mania de escrever rápido e não revisar o texto. Desculpem-me pelos erros de digitação.

  124. Caio Diz:

    Olha, Biasetto, então a coisa mais fácil do mundo vai ser encontrar gente realizando “fenômenos autênticos”. Eu mesmo posso começar a realizar “fenômenos autênticos”. Quase nenhum destes “médiuns” aceitam participar de testes controlados. Eu diria, na verdade, que nenhum aceita, pelo menos não no Brasil. Então, o cara faz um truque bem feito, nega-se a participar de um experimento devidamente controlado, nós, até mesmo por falta de malícia nas artes do ilusionismo, não conseguimos detectar a fraude assistindo apenas a um vídeo e pronto! Temos um fenômeno autêntico! Fácil, não é? Eu não acho que seja por aí. Eu mesmo disse que, caso essa mulher aceite, topo participar de um teste com ela, em um ambiente que eu escolher e com os utensílios que eu fornecer, óbvio. Não estou me esquivando de nada. Apenas acho que acreditar em alguém que tira prendedor e caco de vidro de um monte de algodão não é muito diferente de acreditar no Pé Grande. Para manter o espírito cético aceso, a gente sempre diz que “não se pode ter 100% de certeza sobre nada”, “que só os crentes têm 100% de certeza”, etc. Mas é claro que, se você for entrar nesse relativismo absoluto de achar que tudo merece pesquisa, que tudo deva ser investigado, bem, você perderá um tempo enorme. Mas é uma posição pessoal minha. Se alguém quiser investigar mesmo as “materializações do algodão”, vá em frente. Acho que não vou mais comentar nada sobre o assunto. Se o Padre Juarez responder meu e-mail, transcrevo na íntegra a resposta, mas pessoalmente não tenho nada mais a acrescentar.

  125. Fabio Diz:

    Biasetto, bom dia.

    Vou voltar lá dentro de 15 dias e vou sim tentar fazer isso que você está sugerindo, mas acho que vai ser difícil tentar convencer ela a participar de algo assim. Vou tentar conversar com os filhos dela que tomam conta do local e sim, vou ficar de olho nas peneiras o tempo todo como fiz da última vez.

    Vejam, não estou aqui para defender ninguém muito pelo contrário eu busco a verdade e até que se prove contrário a materialização aconteceu na minha frente. Imaginem vocês uma sala com 30 pessoas e ela retirando objetos das peneiras para essas 30 pessoas e em muitos casos ela retira mais de uma vez para uma única pessoa chegando a 3 ou 5 vezes.

    Não acho que seja perda de tempo ir atrás para uma análise mais profunda. Comparar a Ederlazil com David Copperfield acho injusto, eu gosto mais do Cris Angel e do David Blaine, kkk

    Meu hobby é descobrir truques de mágica, faço isso muito antes do aparecimento do Mister “M”, alguns são dífíceis pois envolvem máquinas e alguma tecnologia. Outros são simples. Os grandes truques de mágica são vendidos hoje pela internet, os mais simples são baratinho os mais complexos são caros e envolvem muito trabalho. Mas a dinâmica de um truque de ilusionismo reside basicamente em distrair a pessoa para que a “mágica” aconteça.

    Um cara que deve ser conhecido de vocês é o famigerado Thomaz Green Norton….esse eu nem faço questão de comentar muito e pego carona na fala do Padre Quevedo: Ele é um mágico e nem é muito bom.

    Mas voltando ao assunto da Ederlazil farei o possível para tentar desvendar o mistério porque é também de meu interesse pessoal. Busco algo assim ha muito tempo mas não estou totalmente convencido ainda pois como vocês mesmos disseram pode haver truque. O que eu quero é tentar descartar as possibilidades.

    Encontrei na ocasião da minha visita a Ederlazil um senhor que frequenta regularmente o espaço a mais de 15 anos. Ele trabalha com recuperação de dependentes quimicos. Frequentemente ele leva os dependentes para serem “tratados” e os familiares também. vejam, são 15 anos frequentando o local…..ha que se ter muita fé em algo….

    Com relação ao dinheiro que o Caio mencionou, sim, lá existe um restaurante, bem simples por sinal, que serve comida caseira e custa R$ 15,00 por pessoa para comer a vontade e eles servem também um café da manhã.

    Mas você é obrigado a almoçar e tomar o café da manhã lá? Não, pegue seu carro e vá até a cidade que fica a 500 metros a frente.

    O alojamento que existe não é pago, tem algumas camas lá e vários banheiros para os ônibus que chegam de madrugada. As pessoas podem ir dormir até o centro abrir as portas. Eu preferi dormir no meu carro, mas não é pago.

    O Algodão? Como eu disse se você quiser leva da sua casa ou compra lá com eles também.

    O centro pede para quem pode ajudar com uma taxa de R$ 10,00 para a manutenção do local, para pagar agua, luz, papel higiênico dos banheiros, eu contei pelo menos 08 banheiros. É obrigado a dar os R$ 10,00? Não, eu particularmente não dei e ela me atendeu da mesma maneira.

    Sim ela é uma pessoa humilde, criada na roça, de familia pobre. Poderia estar rica com o que faz mas não está. O Thomaz Green Norton está rico, cobra cifras gigantescas para atendimento com hora marcada.

    O sitio onde ela atende foi doado por um médico que ela atendeu. Basicamente ela vive de doações e isso é normal, não tem nada de errado pois a pessoa dedica uma vida inteira nesse trabalho e tem que comer e sobreviver…

    Existem alguns documentos pendurados nas paredes do centro dela onde associações espiritas certificam o fenômeno, etc…mas não acho que seja válido principalmente porque não conhecemos.

    E ai eu chego num ponto interessante, vejam a problemática. Vamos lá e fazemos tudo o que é necessário para certificar o fenômeno e constatamos que sim ele existe qual o próximo passo? Ir para a mídia, comunidade cientifica, meios de comunicação para avisar ao mundo que tal fatoé verdadeiro? Quem sabe o programa da Luciana Gimenez nos receba? E ai? E ai que algum cético que não faça parte deste grupo vai dizer, mas eu não ví, não participei da averigação, quem são vocês, porque devo acreditar em vocês? Com certeza ele vai achar alguma falha nos testes e dizer que foram feitos de modo errado ou que fomos coniventes com ela, etc.

    Então, essa prova que vocês e eu queremos de que valerá para a humanidade? para o Brasil? a não ser satisfazer a nós mesmos? E mesmo assim, se essa verdade for verdadeiro haverão alguns de vocês que ainda assim ficarão com a “pulga” atrás da orelha e não estarão convencidos….

    Digo isso para que vocês pensem consigo mesmos o que realmente vocês buscam e porquê buscam?

    Eu sei o que eu quero provar e para quem quero provar e vocês?

    Biasetto, assim que eu voltar de lá eu lhe mando por e-mail o que eu consegui. mas vou continuar acompanhando o blog se me permitirem, porque achei bem interessante a proposta de vocês.

    E se não ficou claro para alguns eu queria esclarecer que não sou nenhum fanático religioso nem um cético fanático, sou apenas um cara que busca a verdade, seja ela qual for, mesmo que contrarie o bom senso..

    Tenho outros assuntos que gostaria de colocar em pauta depois do caso da Ederlazil.

  126. Biasetto Diz:

    Caio,
    Quando eu fiz o 1º comentário aqui, eu achei que ela realizava aquilo lá, uma única vez. Então, isto seria fácil, talvez! Agora, como disse o Fábio, ela fica o dia todo “materializando” lá. Convenhamos, que coisa doida. O tempo todo, ninguém vê o truque, de onde aparecem as bugigangas?
    Eu, continuou acreditando na fraude, mas admito que é bem interessante. Se não fosse tão longe aqui de Bragança, eu iria lá.
    Vamos ver se o Fábio volta lá, como ele disse, aí vamos ver o que ele diz, porque ele já sabe tudo que nós pensamos aqui, então, com certeza, ele vai prestar mais atenção.

  127. Caio Diz:

    Para terminar de uma vez por todas:
    Leonardo, quando você for a Votuporanga novamente, diga, por favor, exatamente isso a Dona Ederlazil: “A senhora aceita fazer suas materializações fora deste ambiente? Algumas pessoas que eu conheço estão interessadas em entender estes fenômenos, mas elas querem estudar as materializações fora daqui e com os materiais que elas mesmas fornecerem”.
    .
    Sei que você pode ficar com receio, mas faz esse esforço. Tente dizer algo o máximo parecido com isso, frise que o local e os materiais seriam outros. Depois, transcreva a resposta pra gente.
    .
    Quanto ao fato do que eu consideraria como “prova”, respondo: consideraria o fenômeno verdadeiro se várias equipes independentes de pesquisadores, em locais diferentes, estudassem a Dona Ederlazil através de experimentos controlados e chegassem ao mesmo resultado. Do contrário, aposto na fraude, claro. Abs.

  128. Caio Diz:

    Ops, errei o nome da mensagem acima: Fábio**. Haha.
    .
    Perdão, Fábio.

  129. Carlos Diz:

    Biasetto.
    .
    O Mori pelas posições que toma publicamente e maior penetração na mídia deveria sim estudar a Edelarzil. Não sei exatamente como isso poderia ser feito, mas talvez para o Mori seja mais fácil conseguir algum tipo de financiamento para bancar as despesas com um projecto desse tipo. Existem hoje tecnologias minimamente invasivas que permitiriam obter bons resultados junto a Edelarzil lá mesmo onde ela atua. Até mesmo se for para materializar na penumbra, o que me parece não ser caso tendo em vista o depoimento do Fábio. Mas há um custo nisso tudo e que pode ser relativamente elevado dependendo do quer se quer fazer. Não podemos esquecer ainda a própria Edelarzil que precisaria concordar com o projeto (o que aparentemente não deveria ser um problema se ela é honesta).
    .
    O que surpreende nesse caso é ela fazer o que faz por tanto tempo e ninguém, me parece ninguém, consiga enxergar onde estaria a fraude (ou no mínimo, permanece quieto). No caso dos cirurgiões Filipinos, por exemplo, a fraude foi descoberta ao analisar os tecidos e o sangues das supostas operações e que eram na verdade de animais: nada muito complexo, ou sofisticado, mas eficiente!

  130. Caio Diz:

    Carlos, digamos que, durante estas 4 décadas, pouquíssimas pessoas decidiram estudar o fenômeno sob uma perspectiva cética. Aliás, digamos que, nestas 4 décadas, quase ninguém estudou o fenômeno sob nenhuma perspectiva. Pesquise no Google e você verá que nem mesmo em fóruns de discussão céticos a Dona Ederlazil aparece. Eu mesmo fui conhecer o “fenômeno” há 2 dias atrás, quando li o depoimento do Fábio. Se durante 40, 400 ou 4000 anos o “fenômeno” foi visto apenas por uma multidão de pessoas crédulas em busca de consolo e esperança, qual o mistério em nunca ninguém ter explicado? Alguém REALMENTE se propôs a explicar? Por incrível que pareça, nós aqui, no “Obras”, durante os últimos 2 dias, parece que somos as únicas pessoas da internet que discutimos o caso de um jeito mais sério, apresentando hipóteses, buscando outros contatos. Se ninguém estudou o caso, é pouco produtivo ficar insinuando que é “estranho” ninguém ter descoberto isso ou aquilo. O caso está inexplicado, porque parece que ninguém ligou muito pra isso, ou simplesmente porque pouca gente conhece, o que é muito diferente de ser um “caso inexplicável”. Você não alegou com todas as letras que é um caso “inexplicável”, é verdade, mas é essa a sensação que fica ao ler seus comentários. É como se fosse algo inacreditável, como se diversas pessoas tivessem estudado, e ninguém tivesse achado uma explicação plausível, o que não é verdade. Relendo o site que o Biasetto enviou sobre o Padre Juarez, por exemplo, a impressão que fica é que ele mesmo chegou a analisar o negócio. Parece que, quando a Dona Ederlazil mostrou (estranhamente) resistência à análise, ele simplesmente desistiu.

  131. Caio Diz:

    Corrigindo a antepenúltima linha: “a impressão que fica é que ele mesmo NÃO* chegou…”.

  132. Carlos Diz:

    Caio, o pior é o caso Edelarzil permanecer inexplicado! A credulidade se alimenta justamente disso; note que para muita gente o fato dela fazer o que faz até hoje já é uma prova da autenticidade do fenômeno. Nesse ponto eu e você temos visões completamente distintas.

  133. Biasetto Diz:

    Caio,
    Exatamente em razão do que o Carlos falou, este caso precisa ser pesquisado, urgentemente! Quando esta mulher morrer, ela já virou santa, e aí vai ficar o dito pelo não dito. Muitas outras histórias vão surgir. O lugar que ela viveu vai ser de peregrinação.
    Não seria ótimo, se as coisas que falamos do Chico aqui, tivessem sido ditas, quando ele estava vivo, quando ele estava em condições, inclusive, de se defender, explicar, opinar?
    Caio, você está partindo de uma ideia do tipo: “não gosto, não acredito, não perco meu tempo!” Tudo bem, mas é uma forma radical de ver as coisas e também limitadora. É como ufologia: tem tanta bobagem, mas tanta bobagem, que fica difícil acreditar em algo. Mas, vamos supor que apareça uma história muito interessante, curiosa, “diferente”. Aí, o sujeito diz: “ah tudo bobagem, mais uma tolice…” Só que alguém vai lá conferir, e descobre algo fantástico!
    Acho que a gente tem que ser cético, mas um pouquinho de curiosidade também é bom né?

  134. Biasetto Diz:

    Fábio,
    Você só veio acrescentar aqui. Muito legal!
    eu me tornei cético e crítico, principalmente por causa do blog, mas baseado em evidências, muitas que acabei pesquisando.
    É óbvio que existem picaretas de todos os tipos, dando os golpes mais vulgares. Mas, baseado no que você disse, que a mulher passa o dia fazendo aquilo, fico pensando que estoque de bugigangas que ele precisa ter hein? Além disso, ninguém vê a fraude. É muito curioso, sem dúvida alguma.
    O que você conseguir lá, está valendo. Até fale que o cético não é você, mas uma turma que não acredita nem no que você viu e disse. Acho que seria bom isto, até pra você ganhar a simpatia dela.
    Bem, você é quem sabe, e a crença é tua. Eu fiquei muito curioso com esta história, e acho que merece um estudo sim.
    Um abraço!

  135. Antonio G. - POA Diz:

    Amigos, o caso de Dona Ederlazil também é novo para mim. Eu tenho lembrança de ter ouvido falar sobre o assunto há muito tempo. E não dei muita atenção, porque me pareceu ser mais uma picaretagem, como tantas outras que acontecem por aí. Sou daqueles que não acham que alguma coisa é verdadeira só porque saiu na Veja ou no Jornal Nacional. Estou mais para “São Tomé”: Para acreditar, quero evidências concretas. Não significa, no entanto, que eu faça questão cerrada de “ver com meus próprios olhos”. Aceito o testemunho alheio, desde que ele me pareça confiável, que faça sentido, que tenha lógica. Daí que temos, por exemplo, o testemunho do Fábio. Intrigante testemunho, sem dúvida. É muito instigante o relato que ele faz de sua experiência na casa da Dona Ederlazil. Acontece que, admitindo-se que tais materializações sejam verdadeiras, estamos diante de uma flagrante ruptura das leis da física e da química, para dizer o mínimo. Tal circunstância é absolutamente extraordinária. Intriga-me o fato de que, após décadas de ocorrência sistemática destes fenômenos, não tenha havido nenhuma investigação séria sobre o assunto! Repito: Podemos estar diante de um caso concreto de ruptura de princípios científicos universalmente aceitos. É de causar perplexidade mundial! E isso deveria estar na capa dos maiores jornais do mundo, das emissoras de TV, das publicações científicas, enfim, de toda a mídia! Estes fenômenos são tão improváveis quanto, por exemplo, a existência de alguém que seja capaz de anular a lei da gravidade e levitar. E já houve quem afirmasse ser capaz de tal proeza, mas, obviamente, não demonstrou ser verdade. James Randi viu muito disso. Então, eu continuo cético com relação aos poderes especiais desta Senhora, mas admito que estou bastante curioso, por tudo que este caso de inusitado, especialmente a falta de documentação na mídia. O que se pode encontrar na internet, por exemplo, parece muito pouco e bastante superficial. Porque será que ninguém parece ter nada a dizer sobre a veracidade (ou não) deste fenômeno tão “sui generis”?

  136. Antonio G. - POA Diz:

    Na 4ª linha, de baixo para cima: por tudo que este caso TEM de inusitado… ´
    É a pressa.

  137. Fabio Diz:

    Antonio, se você tiver oportunidade leia a obra do Padre Quevedo, as leis da fisica já foram rompidas com a constatação dele dos fenômenos paranormais……

  138. mrh Diz:

    Já disse alhures q o espírito crítico do JCFF está totalmente voltado para o espiritismo, resguardando inteiramente sua fé católica, ñ submetida ao mesmo crivo.
    .
    + como o q me interessa aqui ñ é katolicismo, nem em especial a personalidade do JCFF, suas contribuições kríticas continuam sendo d inestimável valor. Parabéns pelo novo estudo, q merecia 1 post próprio, e ñ apenas figurar c/ 1 comentário.
    .
    1 pressuposto ñ apontado pelo JCFF, + presente na maioria dos fenômenos d “materialização”, todos simplesmente fraudulentos, pela minha ótika, é q os espíritos possuem forma humana, e q ptto, se materializados, apresentarão mãos, nariz, voz etc.
    .
    Após Darwin, e a consequente autonomia da natureza viva material (relativamente a qquer causa eficiente espiritual), implicada no conceito d seleção natural, ñ há razão alguma p/ crer nesse pressuposto – muito pelo contrário.
    .
    Assim, liminarmente, podemos, d 1 pto d vista científico, perceber como, desassociados da ciência, os alegados “médiuns d materialização” representam 1 papel patético – sua desonestidade é percebida d pronto p/ 1 observador informado. O espetáculo q se mostra assume kontornos grosseiros e lamentáveis.

  139. Caio Diz:

    Biasetto, o ponto que eu havia exposto é: se existem diversos casos a serem estudados, que se estude o mais interessante, que se estude aquele que menos tem cara de fraude e, tomando como base os depoimentos do Leonardo (já tive conversas bem longas com ele pelo MSN), parece-me que este caso seria o do Celso de Almeida. É apenas uma questão de “alocação” de recursos finitos. Dinheiro é finito, tempo (o tempo individual de cada um), infelizmente, também é finito e, portanto, deveríamos selecionar apenas os melhores casos. Não é simplesmente uma questão de “ignorar” fulano ou sicrano.Agora, se você acha este caso que esta em discussão fantástico, tudo bem, respeito sua posição. Ou se alguém disser “meu dinheiro é infinito”, quero investigar qualquer coisa, estou rasgando dinheiro, ok, respeito também. Eu, Caio, por N motivos, acho que é fraude. Concordo que seria interessante elucidar o que ocorre antes que ela morra, mas apenas por curiosidade, e não por dúvida: pra mim, é fraude. Mas não falo mais sobre isso, prometo.
    .
    Antonio, eu, o Biasetto e mais algumas pessoas estávamos todos cadastrados em um grupo do Google Groups justamente para discutir assuntos como os supostos poderes da Dona Ederlazil. Hoje não mais temos este grupo, mas, à época, eu usei algumas vezes a mesma linha de pensamento que você usa agora: se o fenômeno X é algo tão impressionante assim, e se dura por tanto tempo, por que não está na primeira página do Estadão (aqui, em SP) ou do Zero Hora (aí, no RS)? As leis físicas que hoje nos parecem tão certas foram violadas! Ótimo, e por que a mídia simplesmente ignora? Isso vende, não é memso? Imagine só na capa do Estadão “Senhora do interior de S. Paulo viola lei da física”. Mas, estranhamente, parece que a mídia não quer ganhar dinheiro. Óbvio que não formo minha opinião através de nenhum dos veículos de comunicação que citei. Expus isso apenas para deixar claro que, caso algo realmente intrigante estivesse acontecendo, estes caras seriam os primeiros a fazer barulho, simplesmente porque o tema vende.
    .
    Bem, espero não falar mais nada, mas vocês não param, haha. Abs.

  140. mrh Diz:

    O texto sobre xadrez “espiritual”, traduzido pelo Vitor, serve p/ a formação cultural do interessado na área; na minha opinião, p/ nada +.

  141. Antonio G. - POA Diz:

    Fábio, o Padre Quevedo não é um cientista, porque a parapsicologia não é uma ciência. No máximo, pode ser considerada como pseudociência (há quem entenda que é menos do que isso). Além disso, ele é um fanático religioso. E tal condição não combina nem um pouco com ciência. Ciência e religião, na minha maneira de ver, são matérias incompatíveis. O Sr. Quevedo defende que as leis da física têm exceções, o que justificaria os milagres propalados pela igreja católica. Um argumento destes, para mim, não serve de nada.
    Mas continuo curioso sobre o caso do algodão.

  142. Biasetto Diz:

    Como dizia “Jack”, “vamos por partes”:
    – Caio quem disse que nosso grupo acabou? Eu e o Leonardo continuamos trocando informações. Ontem mesmo, respondi a uma matéria que ele colocou lá, muito interessante. Já vi que hoje ele colocou mais uma. Nosso grupo, “virou uma dupla”, mas está vivo, muito vivo.
    – Caio, também existe um certo preconceito entre os cientistas: “ah! quem vai perder tempo com esta tal de Ederlazil, com os cacos e prendedores dela?”
    Tudo bem Caio,a mulher frauda, também acredito nisto. Mas raios: DE ONDE ELA TIRA TANTA BUGIGANGA? COMO ELA FAZ ISTO? Eu quero saber, gostaria muito de saber.
    Se nós somos tão bons em apontar o fraudador, precisamos ser bons o suficiente, pra mostrar como a fraude é feita. Este é o desafio!
    – Comparar a Ederlazil com mágicos famosos, também não acho muito coerente. Eu estive num aniversário de criança, e tinha um mágico lá. Ele fez coisas muito bacanas, alguns truques bem simples, mas uns bem interessantes. A gente fica pensando: “mas como?” Aí, eu estava batendo um papo com ele, falando que sempre gostei de mágicas, ilusionismo. Falei pra ele das coisas que a gente vê na TV, umas mágicas impressionantes. Então, ele me disse, que tem uns mágicos que são realmente fantásticos, mas que muitas coisas que a TV mostra, são editadas. Portanto, há truques de edição, o que é bem diferente.
    Márcio,
    Eu elogie o Vítor pelo artigo, porque achei um artigo muito bom. Isto não significa que acreditei no que está dito no artigo. Há muitos motivos pra duvidarmos do tal médium. Por exemplo, ele afirmar que não sabia jogar xadrez – é só que ele afirmou, mas quem prova isto? De qualquer forma, eu gosto destes artigos do Vítor (alguns são muito longos), porque são diferentes, curiosos, não conheço revistas brasileiras que façam isto. Assim, elogio o trabalho dele, a iniciativa dele em mostrar estas histórias.
    Caio,
    Não fique preocupado em comentar o tema. Comente, mantenha sua opinião, argumente. É legal, cada um com sua ideia. Veja bem, eu também não me disponho a dedicar, no mínimo, dois dias pra ir a Votuporanga, gastando, no mínimo uns 250 reais, pra conferir a coisa lá. Mas se você a uns 100, 150 km daqui, eu iria.
    Deixemos pro Fábio.
    Antonio,
    Também penso bem parecido contigo, já falei tantas vezes isto aqui. Mas quero saber como ela realiza o evento.

  143. Biasetto Diz:

    corrigindo: * mas se FOSSE a uns 100, 150 km…

  144. Caio Diz:

    Biasetto, eu não estou “preocupado” em argumentar, é que já disse tudo o que eu tinha para dizer. Quem quiser saber minha opinião sobre qualquer coisa relacionada ao caso, é só usar a barra de rolagem. >>>
    .
    Quanto ao grupo, minhas sinceras desculpas. Eu poderia jurar que alguém me disse que o grupo não existia mais, mas estou enganado, pelo visto.

  145. Antonio G. - POA Diz:

    Pois é, Caio. Chico Xavier também passou mais de 70 anos enganando “meio-mundo” (eu, inclusive). E, apesar de desmascarado de diversas formas, ainda tem muita gente que acredita em seus poderes mediúnicos. Acontece que estamos num país de povo pobre, sofrido, atrasado e crédulo. E isso determina uma “aura” de proteção em torno destes temas de cunho místico/religioso. Uma espécie de blindagem “sagrada”. A própria mídia tem receio de abordar de forma muito veemente as evidências de fraudes no campo religioso. Temem perder apoio popular, com consequências econômicas danosas para seus veículos. Pelo contrário, existe até uma tendência de adesão às questões mais “fantásticas”. Vide o caso do apadrinhamento que a Rede Globo adotou em relação ao Chico Xavier. Nos últimos anos, há uma overdose de Chico Xavier no Plimplim. Porque o assunto gera um grande enternecimento, o que implica mais visibilidade, com a produção de programas sensacionalistas, venda de espaço publicitário, e vários filmes temáticos e biográficos. Então, desmascarar a Dona Ederlazil não é assunto de grande interesse da mídia. E, não sendo muito provável que conseguissem produzir matérias “provando” a veracidade dos fenômenos, a mídia prefere silenciar.

  146. Biasetto Diz:

    Caio,
    Você mudou o teu email né? Por isso você não viu as ideias que eu e o Leonardo trocamos, às vezes, lá. Até achei estranho mesmo, você não aparecer.
    Um abraço!

  147. Fabio Diz:

    Se vocês puderem dar uma olhada nessa entrevista gostaria de perguntar se vocês conhecem essa Anna Sharp e principalmente se ja ouviram falar do médium que ela cita que operou o marido e ela, a questão dos círculos ingleses nem quero discutir que isso é outro assunto.

    http://youtu.be/2LEQdUsDOvI

    http://youtu.be/lM_-jBC5jd0

    Segundo ela informa na entrevista o filho dela Normam Sharp estaria lançando um documentário chamado “A Busca” sobre alguns fenômenos presenciados por eles, inclusive a tal cirurgia que ela e o marido fizeram.

    Ainda não encontrei esse documentário para assistir se alguém souber por favor me diga.

    O médium do qual ela fala é esse:

    http://youtu.be/Ed9r9gbEPKw

    É a primeira parte de um total de 5, assistam. Eu nunca tinha ouvido falar desse cara que infelizmente já morreu. Interessante ver que o filho dele comenta alguns dos vídeos que foram postados no youtube.

  148. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Prezados:

    A seguir, comento as mensagens do sr. Carlos e do sr. MRH referentes à minha própria mensagem sobre as “materializações” e sobre a relação entre a alma e o corpo.

    Inicialmente, quanto à mensagem do sr. Carlos.

    Caro sr. Carlos:

    A questão (que é, como mencionei, uma “falsa aporia”) é, de fato, e justamente, como pode um ser imaterial (um “espírito”) interagir com o mundo material. E, do modo como a questão é colocada, ela é insolúvel, como creio que tenha deixado claro, A NÃO SER QUE se considere também o “espírito”, nalguma forma que seja, como “corpóreo”, ou seja, “material”.

    Mas, a partir do instante em que se admite a natureza tripartite do ser humano (como formado de “corpo”, “alma” e “espírito”), ao menos essa inconsistência pode ser superada. Claro, isso, em si, não “prova” a interação das duas esferas (muito menos a “existência” do metafísico!), mas, ao menos, remove as inconsistências filosóficas envolvidas, e que são imediatamente flagrantes numa abordagem dicotomizada, como a dos gnósticos, neognósticos, espíritas e esotéricos modernos, em geral.

    A palavra “espírito”, aí, não deve ser tomada como sinônimo de “alma”, nem na acepção que os espíritas lhe dão; o “espírito” (“pneuma”) é um princípio vivificador, oriundo da Divindade (de Deus, ou, empregando-se a nomenclatura plotiniana, do Uno). Sendo essa fonte absolutamente transcendente, e tendo originado tanto o mundo físico quanto o mundo metafísico (ou “espiritual”), ela engloba ambas as realidades, e pode, por assim dizer, “deslocar-se” em ambas.

    Escrituristicamente falando, a Revelação é cristalina: Deus criou o Céu e a Terra (i.e., os mundos metafísico e físico), como se pode ler, p.ex., logo no início do Gênesis. Portanto, toda a Realidade, tanto a do mundo físico, com sua mutabilidade espaço-temporal, quanto a do mundo metafísico (situado além do espaço, e além do tempo), com suas seqüências não-espaciais e atemporais, mas ainda assim lógicas, têm a mesma fonte originadora, que, tendo tido a potência necessária para as criar, pode nelas, em ambas, interferir e interagir.

    Uma confirmação filosófica a essa revelação escriturística (até certo ponto) repousa no sistema neoplatônico da construção da Realidade, tal como esboçada por Plotino de Licópolis (c.205-c.270 dC) em suas “Enéadas”. Plotino fazia toda a Realidade derivar dum princípio absolutamente transcendente e metafísico denominado o “Uno”. Por meio de um processo denominado “processão” (“proodos”), cada nível da realidade gerava o nível seguinte, hierarquicamente inferior.

    Assim (para Plotino, e para a corrente principal dos neoplatônicos) o Uno, pondo-se a si mesmo como infinita potência, gerava de si um outro plano da realidade, o do “Intelecto” ou “Espírito” (“Nous”), o qual, voltando-se para o Uno e contemplando-o, passava a adquirir seus atributos próprios, como reflexo (incompleto) do Uno. Do Intelecto, por sua vez, através duma semelhante “processão”, derivava outro nível da Realidade, a Alma (“Psychê”), da qual, igualmente, derivava, por processão, o mundo da matéria (“Hylê”). Cada nível processional sucessivo (que se espalhava em várias ramificações, p.ex. os deuses, os anjos e “daimones”, as almas individuais, os corpos individuais animados e inanimados, etc.) implicava em perda de potência (“dynamis”) em relação ao nível anterior, de modo que o mundo da matéria, o mais distante do Uno, era o mais fraco, o menos potente.

    Como tudo dependia e, em última análise, derivava do Uno transcendente, a verdadeira finalidade do ser, e a autêntica felicidade, para os neoplatônicos, consistia em, num processo de retorno contemplativo, voltando-se o indivíduo consciente para a visão extática do Uno, distanciando-se (desapegando-se) do mundo material. Contudo, embora considerasse a realidade transcendente como a própria essência do Ser, o neoplatonismo não encarava a matéria como algo intrinsecamente mau (ao contrário dos gnósticos), já que (como tudo) derivava, em última instância, do Uno, que era o Bem Supremo. Mas, ao contrário dos cristãos, não considerava a matéria como uma parte constituinte do ser que merecesse ser preservada na ressurreição dos corpos: embora não fosse intrinsecamente má, ela era limitada, e tinha que ser superada para que o ser humano, mediante a contemplação extática do Uno, alcançasse a plena felicidade e a plena realização de sua missão.

    De qualquer modo, o que importa enfatizar é que o princípio originador, absolutamente transcendente, numinoso (“Deus”, o “Uno”), sendo o criador/gerador de toda a existência, física ou espiritual que seja, transcende a ambas, e em ambas pode atuar. E mais: somente Ele pode realizar isso, já que é a única fonte originadora. Nada físico pode interagir no metafísico, e nada metafísico pode interagir no físico, sem a mediação, qualquer que seja, desse Numinoso. Assim, uma interação voluntária dum “espírito” no “mundo físico”, a partir de sua exclusiva vontade (ou, vice-versa, a evocação, por parte do mundo físico, de potências e/ou entidades metafísicas, de qualquer natureza que sejam), a partir dum conjunto de conjurações, de qualquer natureza que seja, é IMPOSSÌVEL, pois somente o Numinoso (“Deus”, o “Uno”) pode exercer esse papel intermediário, e, sendo Ele a fonte de todo o Bem, realizá-lo-á, se e quando o realizar, a partir de Sua própria vontade, sem ter em absoluto em conta qualquer conveniência individual, por mais bem intencionada que seja (pois esta será sempre limitada, ao passo que o Numinoso é em tudo Absoluto, inclusive no Bem, inclusive na Justiça, inclusive na Conveniência).

    Para possibilitar a (necessária) interação entre a alma (que é um ente imaterial, metafísico) e o seu corpo (material, físico), o Numinoso (e só Ele) infunde um elemento de ligação, o Espírito (“pneuma”), princípio vivificador, literalmente um “sopro” divino imaterial, aliás, mais do que imaterial, porque originado do próprio Numinoso, que é mais do que espiritual (já que engloba toda a Realidade, tanto a material quanto a metafísica, tendo gerado ambas). Esse espírito (“ruach” no hebraico; “pneuma” no grego; “spiritus” no latim), emanado da Divindade, permite que a alma imaterial (“nefesh” no hebraico; “psychê” no grego; “anima” no latim) atue sobre o corpo material, infundindo-lhe vida, como está clarissimamente estabelecido na Sagrada Escritura, p.ex.:

    a) Gênesis, cap. 2º, vers. 7º: “Então o Senhor Deus formou o homem com o pó da terra e lhe insuflou nas narinas um hálito de vida (“nishmat chayyim” no hebraico; “pnoên zôês” no grego), e com isso tornou-se o homem uma alma vivente (“le-nefesh chaya” no hebraico; “eis psychên zôsan” no grego);

    b) Jó, cap. 12, vers. 9º e 10º: “”Quem não vê, em todos esses exemplos, que isto é feito pela mão de Deus? Ele, que tem nas mãos a alma de todo o vivente (“nefesh kolchay” no hebraico; “psychê pantôn tôn zôntôn” no grego) e o espírito de todo o homem (“we-ruach kol-besar-ish” no hebraico; “kai pneuma pantos anthrôpou” no grego)?”

    Esse “espírito” é uma dádiva de Deus, e torna a vida (i.e., a interação da alma e do corpo) possível; veja-se, p.ex.:

    a) Jó, cap. 34, vers. 4º: “O espírito de Deus (“ruach El” no hebraico; “pneuma Theion” no grego) me criou, e o hálito do Todo-Poderoso (“nishmat Shaday” no hebraico; “pnoê de Pantokratoros” no grego) me vivifica”;

    b) Eclesiastes, cap. 12, vers. 7º: “E o pó volte à terra, como era, e o espírito (“ha-ruach” no hebraico; “to pneuma” no grego) volte a Deus, que o concedeu”;

    c) Salmo 103/04, vers. 29-30: “Mas se escondeis o rosto [dos seres vivos], perturbam-se; tão logo lhes retirais o Vosso sopro (“rucham” no hebraico; “to pneuma autôn” no grego), perecem, e voltam ao seu pó. Logo que enviais o Vosso espírito (“ruchaka” no hebraico; “to pneuma sou” no grego) são criados, e assim renova-se a face da Terra”.

    Esse “espírito” (“ruach” / “pneuma”), impessoal embora específico para cada ser, é CLARAMENTE DISTINTO da alma (“nefesh” / “psychê”), esta sim pessoal, sede dos sentimentos e da personalidade do ser humano, tanto que pode:

    a) desejar o bem e buscar a Deus: Salmo 41/2, vers. 2º-3º: Como suspira a corça pelas torrentes d’água, assim por Vós, ó Deus, anela a minha alma (“nefesh” hebr.; “psychê” gr.). Sedenta está a minha alma (idem) de Deus, do Deus vivo; quando hei de ir e comparecer à Vossa presença?”; também nos salmos 62/3, vers. 2º (“nefesh” hebr.; “psychê” gr.), 102/3, vers. 1º-2º (idem, duas vezes) e 103/4, vers. 1º e 35 (idem, uma vez em cada versículo);

    b) se elevar a Deus: Salmo 24/5, vers. 1º: “A Vós elevo a minha alma (“nefesh” hebr.; “psychê” gr.), ó Senhor e Deus meu!”, ou Salmo 85/6, vers. 4º: “Alegrai a alma (idem) de Vosso servo, porque a Vós, Senhor, elevo a minha alma (idem)”;

    c) confiar n’Ele: Salmo 32/3, vers. 20: “Nossa alma (“nefesh” hebr.; “psychê” gr.) espera no Senhor: Ele é nosso socorro e nossa defesa”;

    d) n’Ele se alegrar: Salmo 33/4, vers. 3º: “No Senhor gloria-se a minha alma (“nefesh” hebr.; “psychê” gr.); ouçam os humildes e alegrem-se”; Salmo 34/5, vers. 9º: “A minha alma (idem), ao contrário, exulte no Senhor, e alegre-se pela salvação que me concedeu”; enfim

    e) n’Ele encontrar descanso: Salmo 61/2, vers. 2º e 6º: “Só em Deus descansa a minha alma (“nefesh” hebr.; “psychê” gr.), porque d’Ele vem a minha salvação”; e “Só em Deus descansa a minha alma (idem), porque d’Ele vem a minha esperança”.

    Paralelamente a essa concepção tripartite do ser humano, presente nas Sagradas Escrituras, uma concepção absolutamente paralela (e independentemente) surgiu na filosofia aristotélica – origem da posterior síntese aristotélico-tomista.

    No seu tratado “Sobre a Alma” (“Peri Psychês”, mais conhecido por seu título na tradução latina “De Anima”), Aristóteles de Estágira (384 – 322 aC) definiu a alma (“psychê”), numa expressão muitas vezes mal interpretada, como “o primeiro princípio [não-material, ou seja, ato puro capaz de efetivar uma potencialidade] dum corpo natural potencialmente dotado de vida, corpo esse que lhe serve de instrumento [para a vivificação do corpo físico]” (Aristóteles, “Sobre a Alma”, livro II, 1, 412b5: “entelechia hê prôtê sômatos physikou organikou”). Assim sendo, segundo Aristóteles, a alma, princípio imaterial e formal do ser vivo (platonicamente falando, como que a “imagem” do ser vivo no mundo das idéias), atuava sobre um determinado “corpo natural” (“sôma physikon”) que a ela servia de instrumento (“organon”) de modo a viabilizar a vivificação do corpo material (sua “obra” e “atuação” no mundo da matéria).

    Mas que “corpo natural, potencialmente dotado para a vida” seria esse, que serviria de “instrumento” (“organon”) para a atuação da alma na matéria? Para definir-se esse ponto, deve-se recorrer a outros tratados aristotélicos, especialmente os de índole biológica. Nesses, a alma (imaterial) é apresentada como atuante sobre um princípio vital que anima o corpo físico; tal princípio vital é denominado, ao menos para os animais, “espírito vital” (“symphyton pneuma”), ou “calor vital” (“symphyton thermon”), e apresentado como “instrumento” (“organon”) para a atuação da alma (“psychê”). Desse modo, a definição queda-se completa: a alma (“psychê”), que é um princípio de constituição, ato puro, imaterial (“entelechia”), atua no corpo material (“sôma”) a partir de um “princípio vital” denominado “espírito” (“pneuma”), princípio esse que é em si um “corpo natural” (“sôma physikon”) potencialmente dotado para a vida e que, no que se refere à alma, serve-lhe de instrumento (“organon”) para a sua atuação. E esse esquema de atuação harmonizar-se-ia, num ser vivo, como em tudo, com as suas “quatro causas”.

    A palavra “causa”, em Filosofia, mais especificamente na tradição clássica e aristotélico-tomista, significa qualquer coisa que exerça uma influência positiva na produção e/ou manutenção do ser, de qualquer ser, de qualquer coisa que exista, quer física, quer metafisicamente. Platão havia estabelecido, como “causas” do ser, a sua idéia, ou forma, e a matéria na qual atuaria tal forma, plasmando o objeto; as idéias, ou formas, estariam no mundo espiritual, ou metafísico, e a matéria a ser plasmada encontrava-se no mundo material, ou físico. Essas duas causas atuavam, segundo Platão, a partir de dois níveis de realidade não apenas ontologicamente distintos, mas efetivamente separados e, mesmo, antagônicos. Aristóteles refinou esse modelo, levando-o à plenitude, conseguindo superar tanto a dicotomia “forma – matéria” (ou para os seres vivos, “alma – corpo”, com as dificuldades subjacentes no modo pelo qual a alma atuaria no corpo) quanto o conceito de acentuada separação estrutural nela implícita – para isso, assumiu a existência não de duas causas para o ser, mas sim de quatro. Haveria assim:

    a) uma causa material (a matéria da qual as coisas e os seres vivos constituir-se-iam);

    b) uma causa formal (aquilo que fazia com que uma coisa fosse do modo como se apresentava, e não de outro modo – substancialmente, a “forma” ou “idéia” platônica);

    c) uma causa eficiente, ou motora (aquilo por meio do qual algo era produzido ou modificado – ligava-se tal causa aos diversos processos de mudança observados no mundo físico; se a causa eficiente produzisse um efeito em virtude do poder de outra causa, ela era especificamente dita “causa instrumental”), e

    d) uma causa final (aquilo que se constitui no objetivo da causa eficiente, ou seja, aquilo para o qual uma causa eficiente atua, e para o quê tende).

    Desse modo, apenas à guisa de exemplo, na análise do “ser” de uma estátua de mármore de um cavalo, a causa material seria o mármore do qual a estátua fosse feita; a causa formal seria o projeto, a idéia da estátua, o “cavalo ideal” que existia na mente do escultor; a causa eficiente seria o trabalho do escultor para plasmar (modelar) o substrato material (mármore) na sua forma (cavalo), sendo que as ferramentas utilizadas para tal fim (os martelos, os formões, as talhas, os desbastadores, as limas, as brocas, os berbequins, etc.) seriam especificamente as causas instrumentais; enfim, a causa final seria a produção da estátua do cavalo, pronta, acabada (pois tudo concorreria para esse fim; a meta para que tenderia todo o labor das causas eficientes e instrumentais, informando o substrato material a partir do modelo constituído pela causa formal, seria a compleição da estátua de mármore do cavalo, tal como concebida pelo escultor – o resultado final seria esse, e não outro).

    Ter-se-iam, assim, “causas intrínsecas” ao ser (a causa material, ou “aquilo do qual o ser é feito”, e a causa formal, ou “aquilo no qual o ser se torna”) e “causas extrínsecas ao ser (a causa eficiente, ou “aquilo pelo qual o ser é feito”, e a causa final, ou “aquilo para o qual o ser é feito”).

    Para Aristóteles, a essência ou substância (“ousia”, em latim “substantia”) do ser coincidiria com suas causas intrínsecas; diferentemente de Platão, que considerava que a essência das coisas estava no mundo das idéias (o qual, grosso modo, corresponde às causas formais de Aristóteles), ou dos materialistas, que consideravam (consideram) que a essência das coisas estava (está) na sua constituição material apenas (tudo aquilo que não é material não existindo), para Aristóteles (e para toda a tradição escolástica e tomista posterior – vale dizer, para a tradição filosófica católica) a essência era um composto (“synolos”, “união”) constituído pelo substrato material informado, ou seja, pela matéria atuada pela causa formal, via causas eficientes, tendo em vista uma causa final. Desse modo, Aristóteles enfim conseguia superar a dicotomia platônica: o “ser” pleno é o sínolo, e as realidades física e metafísica (sensível e inteligível; material e espiritual), embora ontologicamente distintas (como afirmava Platão), eram estruturalmente interligadas (ao contrário do que considerava Platão).

    No caso dos seres vivos, as quatro causas de Aristóteles funcionavam (funcionam) do seguinte modo:

    a) a causa material era a matéria (“hylé”) da qual o ser vivo se constituía, e que formava o seu corpo (“soma”);

    b) a causa formal era a alma (“psychê”) do ser vivo, pois era a alma que atuava na matéria de modo a fazer com que ela resultasse num ser vivo, e não num ser sem vida, e mesmo num determinado tipo de ser vivo (uma planta, um animal, um ser humano), e não noutro;

    c) a causa eficiente, ao menos para os animais, era o espírito (“pneuma”) potencialmente dotado de vida, pois era ele o instrumento (“organon”) sobre o qual atuava a alma, mediante uma série de processos de metábole (daí o termo “metabolismo”, ainda hoje utilizado nas ciências biológicas), de modo a informar o substrato material; enfim,

    d) a causa final era a constituição de um ser vivo adulto, com todas as suas potencialidades físicas e psíquicas desenvolvidas e operantes (tudo concorrendo para esse fim; a meta para a qual tendia todo o labor da atuação da alma, por intermédio do espírito, informando o substrato material, era esse; o resultado final era esse, e não outro).

    É dentro dessa concepção que, na tradição aristotélico-tomista, o ser humano não pode ser concebido, na sua essência (“ousia”), apenas como a sua alma (“psychê”), ou apenas como o seu corpo material (“sôma”), mas sim, necessariamente, como o sínolo alma-corpo; pois, se a alma não realizasse a sua função de informar (“dar forma”) a um substrato material, pela intermediação do espírito, ela não cumpriria o seu papel, e não haveria como se falar de um ser humano; e se a matéria não fosse informada por uma alma humana, mediante a intermediação eficiente do espírito, não se constituiria, igualmente, um ser humano.

    E nesse sínolo atuaria como intermediário entre as esferas material e espiritual (física e metafísica) justamente o “espírito” (“pneuma”). Tanto as Sagradas Escrituras quanto a etiologia aristotélica, independentemente, convergem, assim, para a natureza tripartite do ser humano (aliás, de todos os seres viventes). Queda-se assim resolvida, portanto, em termos de coerência filosófica, a maneira pela qual se pode dar a interação entre um princípio imaterial como a alma e um princípio material como o corpo – apenas através da mediação do espírito (“pneuma”) emanado do Numinoso, e que, retirado, torna tal interação impossível.

    Especificamente no que diz respeito às suas considerações, sr. Carlos, acerca dos dons (carismas) do Espírito Santo, eles não têm ligação com a problemática aqui analisada. O Espírito Santo é uma das pessoas da Trindade, ou seja, é Deus; como Deus, tem pleno domínio sobre, e total atuação nas, esferas tanto físicas quanto metafísicas, e, claro, pode “inspirar” os seres humanos, e inspirá-los de modos diversos, consoante as necessidades que Deus, em sua infinita e imperscrutável Sabedoria, houver por bem estabelecer.

    Enfim, sr. Carlos, espero que o sr. (mesmo que não concorde comigo) compreenda a razão pela qual eu considero que a razão e a religião (a Verdadeira Religião) não apenas combinam, mas também se harmonizam. Pois a fé, a Verdadeira Fé, é um ato racional, um ato da razão humana: a adesão voluntária, e racional, às verdades reveladas pela Divindade, já que, sendo Ela Onipotente, e representando o Sumo Bem, não pode nem Se enganar, e nem nos enganar (ao contrário dos “espíritos”…)

    Agora, no que se refere à mensagem do sr. MRH:

    Caro sr. MRH:

    É possível, sim, que eu não “submeta a minha fé católica”, em igual profundidade, ao “mesmo crivo” a que submeto as demais, em especial o Espiritismo – afinal, não sou perfeito. O que posso dizer quanto a isso é que TENTO ser o mais isento (e equânime) possível; e, se me considero católico (ao menos, tento ser), é porque tal religião me pareceu (aliás, me parece) a melhor, justamente quando tais critérios são aplicados. Claro, esse meu posicionamento é passível de críticas, mas uma coisa que procuro não fazer é usar dois pesos e duas medidas para avaliar as coisas.

    Claro que existem pontos questionáveis na AÇÃO da Igreja (tanto pretérita quanto atual), e mesmo em (vários) membros da Igreja. Claro que houve, e que há, equívocos – afinal, trata-se duma instituição humana, enorme, e multissecular, mas, tanto no que se refere à doutrina em si quanto, mesmo, na comparação das ações boas e das más, minhas pesquisas e análises me levam a admitir, por uma amplíssima margem, um placar claramente favorável à Igreja.

    Do mesmo modo, eu procuro não analisar outras correntes filosóficas, ou religiosas, simplesmente a partir do comportamento de pessoas em particular (pois gente boa e gente ruim são encontradas em qualquer uma dessas correntes, e Deus levará na devida conta, sem acepção de credo, todas as virtudes, bem como todos os vícios), centrando minhas críticas a essas outras correntes quer no desvio em relação às suas próprias doutrinas (nisso, também, já critiquei aqui, e continuarei criticando no que couber, várias posturas de alguns católicos, ou mesmo de setores da Igreja), quer, principalmente, na inconsistência lógico-filosófica dessas próprias doutrinas. E repito:

    a) em termos de consistência lógica, e filosófica, sinto-me perfeitamente confortável com a doutrina católica, mais do que com qualquer outra – isso foi fruto de pesquisa e de reflexão, que me duraram anos (não dias, ou meses), durante as quais apliquei (ou, ao menos, esforcei-me ao máximo para aplicar) os mesmos princípios de análise, e o mesmo grau de exigência, que apliquei a vários outros posicionamentos religiosos, e filosóficos; e

    b) em termos gerais, essa doutrina é a ensinada e recomendada pela hierarquia a seus fiéis, apesar de haver, claro, desvios, alguns até graves, quer por parte desses fiéis, quer mesmo por parte da própria hierarquia, nalgumas situações; não tenho nenhum problema quanto a isso, e penso que tais desvios podem (e devem) ser apontados. Não obstante, o que tenho visto é muito mais calúnias infundadas do que, efetivamente, críticas bem embasadas (embora haja estas últimas, obviamente) – p.ex., o de que a Igreja tem (ou, ao menos, teve) uma postura obscurantista, anti-racional e anti-científica, quando justamente o contrário disso é verificável; o de que a Igreja não contribuiu em nada para a cultura, para a ciência e mesmo para o desenvolvimento econômico e social das populações, quando, mais uma vez, o contrário disso é que se pode verificar (muito mais contribuíram para as técnicas e para a ciência, em geral, os jesuítas do que todos os “philosophes” iluministas tão endeusados por alguns), sendo a civilização ocidental, com suas características específicas (inclusive a postura investigativa e racional diante da Natureza), fruto em grande parte da atuação da Igreja (e tudo isso é demonstrável, à exaustão, com fatos); etc. Os espíritas kardecistas (como outros) gostam de se dizer “perseguidos” e “injustiçados”, mas, tanto quanto tenho podido verificar em minhas pesquisas e em meus estudos, e não de agora, mas desde há muitos anos, e não superficiais, mas tão detalhados quanto possível (pois sempre procuro ir tão a fundo quanto consigo, e sinto ser viável) é que poucas instituições (se é que alguma) têm sido mais mal interpretadas, e mais injustamente caluniadas, que a Igreja Católica. E (mais uma vez enfatizo) tenho vasto conjunto de material que demonstra isso cabalmente.

    Sds ao sr. Carlos, ao sr. MRH, e aos demais.

    JCFF.

  149. Fabio Diz:

    Caro JCFF, percebi que seu assunto é religião e que entende do negócio, então, permita-me lhe fazer algumas perguntas que me atormentam a anos?

  150. Juliano Diz:

    Fala Biasa

    Sobre o teu vídeo da Dona Ederlazil e o processo de materialização. A uns dois ou três anos eu vi pessoalmente um processo destes aqui em Maringá, na casa de uma Dona Ederlazil daqui. Foi impressionante. Numa bacia de água, a mulher colocou uma toalha branca e começaram a rezar. Eu estava quieto mas tive um presentimento que a toalha branca na bacia iria se ensanguentar toda. Até aí normal. Só que além de ensanguentar a mulher começou a aparecer pés de galinha, algo como um pedaço de pele de cobra e outras coisas pequenas. Impressionate!! Não tinha, como não tenho uma explicação, e nunca tinha falado sobre o assunto. Mas este vídeo da D. Ederlazil mostra que em outros lugares acontece o fenômeno. No caso que eu vi não tinha como fraudar! É isto.

  151. Biasetto Diz:

    José Carlos,
    Separando o “joio do trigo”, reconhecendo seus elevados conhecimentos em “história-religiosa-católica”, bem como fundamentos de filosofia, não entendo onde o senhor quer chegar?
    Tuas colocações são TOTALMENTE ABSTRATAS, pura filosofia, além de proselitismo católico. Inclusive, penso que tuas observações e análises, fogem do propósito deste blog que, em essência, é cético, crítico, “quase ateu”. O senhor faz uso de fundamentos bíblicos pra criticar o espiritismo, as “tais materializações”, a mediuinidade… Oras, caro José Carlos, a bíblia é um livro repleto de contradições, repleto de fantasias, repleto de propaganda, exaltando a história hebraica. A bíblia é um livro com algumas passagens “elevadas”, mas repleta de incentivos à guerra, à violência, repleta de machismo, preconceitos, racismo.
    O catolicismo é uma religião que, o senhor sabe muito bem, cometeu todos os tipos de “barbaridades” históricas – na Idade Média, através do Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição, perseguiu cientistas, filósofos, religiosos de outras doutrinas, torturando, matando, se apoderando de seus bens. Recentemente, no processo que se verificou entre o “mundo entre-guerras” e a própria eclosão da II Guerra Mundial, se manteve, covardemente calada ou mesmo aliada aos interesses do nazifascismo. Atualmente, sabemos dos constantes casos de abuso sexual, pedofilia, presentes na Igreja Católica, casos que a própria instituição fez de tudo pra esconder ou negar. Quantas vezes, padres que já tinham cometidos abusos, foram transferidos de paróquia, e continuaram cometendo os abusos. Este procedimento covarde da Igreja que o senhor demonstra amar, é lamentável, inaceitável.
    Então, senhor José Carlos, faço elogios às tuas pesquisas históricas, quando se revestem de analisar documentos históricos ou provar a ausência deles, especificamente no que se refere à prova da existência do tal senador romano, a que o suposto espírito de Emmanuel se referiu. Entretanto, registro aqui, minha crítica e repulsa aos textos que o senhor desenvolve neste blog, com o objetivo de exaltar a tua crença, a “tua santa Igreja Católica”, que pra mim não passa de mais um lixo, que deveria, simplesmente deixar de existir. Lixo capaz de condenar o uso de preservativos em regiões como a África, onde milhões de pessoas morrem todos os anos, vítimas da Aids, onde crianças nascem portadoras desta doença, como resultado da ignorância e da falta de recursos, situações em que a tua amada instituição só contribui para que se agrave. O que dizer de uma igreja que tem um papa, que afirma que rock é música do diabo?
    Vítor, registro aqui meu repúdio à tua indiferença aos textos do senhor José Carlos, pois você se diz criador de um blog com objetivos críticos em relação às doutrinas religiosas, aos segmentos religiosos, centrados em dogmas e falácias, mas permite que o senhor José Carlos, faça uso de seu blog, para ficar exaltando a tão amada igreja dele, esta porcaria chamada Igreja Católica Apostólica Romana.
    Dentro deste contexto, solicito que se você não rever esta postura, não publique mais qualquer artigo meu.

  152. Vitor Diz:

    Biasetto,
    os textos publicados do JCFF neste blog, a meu ver, tem relação direta com o principal assunto abordado: obras psicografadas. Não publiquei um texto sequer que fosse uma “exaltação” à Igreja Católica. E nem o JCFF disse que ela é infalível ou coisa do tipo, nem disse concordar com todas as suas práticas. Quanto aos comentários, as pessoas são livres para externarem suas opiniões e escreverem praticamente o que quiserem, desde que não espalhem informações falsas ou equivocadas nem partam para as agressões gratuitas, e de preferência que o assunto tenha uma relação mínima com o blog. Mesmo assim, a acusação de que o JCFF usa meu blog “para ficar exaltando a tão amada igreja dele”, não tem fundamento. Ele mal dá as caras por aqui, Biasetto. A maior parte das vezes é para responder a algumas críticas específicas, o que acaba gerando novos posts. Sendo assim, não vejo motivos para mudar minha postura, pois as acusações que você fez não refletem o que pratico ou deixo de praticar aqui. Se isso fizer parar suas contribuições para o blog, paciência. Só espero que você continue com suas pesquisas, divulgando-as por outros canais. A História agradece.
    Um abraço.

  153. Biasetto Diz:

    Já tive uma conversa com o Vítor, e ele me disse que exagerei, pois a análise que o senhor José Carlos faz, é histórica. Então, vamos lá:
    1º) O Scur é criticado aqui, por fazer uso de passagens de Kardec, mensagens de Jesus Cristo. Então, no caso dele, isto é visto como bobagem, dogmatismo.
    2º) E o senhor José Carlos usa a bíblia como referência pra seus textos. Isto não é dogmatismo?
    Ele diz: “Esse “espírito” é uma dádiva de Deus, e torna a vida (i.e., a interação da alma e do corpo) possível; veja-se, p.ex.:

    Aí, faz uso de diversas passagens da bíblia para fundamentar suas ideias. ISTO NÃO É DOGMATISMO?
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    Ele diz: “Claro que existem pontos questionáveis na AÇÃO da Igreja (tanto pretérita quanto atual), e mesmo em (vários) membros da Igreja. Claro que houve, e que há, equívocos – afinal, trata-se duma instituição humana, enorme, e multissecular, mas, tanto no que se refere à doutrina em si quanto, mesmo, na comparação das ações boas e das más, minhas pesquisas e análises me levam a admitir, por uma amplíssima margem, um placar claramente favorável à Igreja.”
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    Que placar é este senhor José Carlos?
    O senhor está agindo como um propagandista de tua crença. Não é isto que se está discutindo aqui. O senhor usa o blog pra expor teus estudos particulares, tua paixão pelos fundamentos sacros da doutrina que abraçastes. O senhor demonstra ausência total de imparcialidade, mostrando que tuas críticas ao espiritismo é uma questão pessoal, uma questão doutrinária, Tuas análises são fortemente, exageradamente influenciadas por tua paixão à Igreja Católica, com todas as falácias e fragilidades que a compõe.
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    Giordano Bruno (Nola, 1548 — Roma, Campo de Fiori, 17 de fevereiro de 1600) foi um teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano condenado à morte na fogueira pela Inquisição romana (Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício) por heresia. É também referido como Bruno de Nola ou Nolano. Fonte: Wikipédia
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    Galileu Galilei (em italiano: Galileo Galilei) (Pisa, 15 de fevereiro de 1564 — Florença, 8 de janeiro de 1642) foi um físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano.

    Galileu Galilei foi personalidade fundamental na revolução científica. Foi o mais velho dos sete filhos do alaudista Vincenzo Galilei e de Giulia Ammannati[1]. Viveu a maior parte de sua vida em Pisa e em Florença, na época integrantes do Grão-Ducado da Toscana.

    (…)
    Galileu era cristão fervoroso, mas tinha um temperamento conflituoso e viveu numa época atribulada na qual a Igreja Católica endurecia a sua vigilância sobre a doutrina para fazer frente às derrotas que sofria pela Reforma Protestante. O Papa sentiu que a aceitação do modelo heliocêntrico como ferramenta matemática tinha sido ultrapassada e convocou Galileu a Roma para ser julgado, apesar de este se encontrar bastante doente. Após um julgamento longo e atribulado foi condenado a abjurar publicamente as suas ideias e à prisão por tempo indefinido. Os livros de Galileu foram incluídos no Index, censurados e proibidos, mas foram publicados nos Países Baixos, onde o protestantismo tinha já substituído o catolicismo, o que havia tornado a região livre da censura do Santo Ofício. Fonte: Wikipédia.
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    Santa Joana d’Arc (em francês Jeanne d’Arc) (Domrémy-la-Pucelle, 6 de janeiro de 1412 — Ruão, 30 de maio de 1431), por vezes chamada de donzela de Orléans, era filha de Jacques d’Arc e Isabelle Romée e é a santa padroeira da França e foi uma heroína da Guerra dos Cem Anos, durante a qual tomou partido pelos Armagnacs, na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses.
    (…)
    Joana foi presa em uma cela escura e vigiada por cinco homens. Em contraste ao bom tratamento que recebera em sua primeira prisão, Joana agora vivia seus piores tempos.
    (…)
    Dez sessões foram feitas sem a presença da acusada, apenas com a apresentação de provas, que resultaram na acusação de heresia e assassinato.
    (…)
    Joana foi queimada viva em 30 de maio de 1431, com apenas dezenove anos. A cerimónia de execução aconteceu na Praça do Velho Mercado (Place du Vieux Marché), às 9 horas, em Ruão. Fonte: Wikipédia
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    Introdução

    A Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana. Ela era composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às doutrinas (conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública.

    História e atuação

    Aos perseguidos, não lhes era dado o direito de saberem quem os denunciara, mas em contrapartida, estes podiam dizer os nomes de todos seus inimigos para averiguação deste tribunal medieval. Com o passar do tempo, esta forma de julgamento foi ganhando cada vez mais força e tomando conta de países europeus como: Portugal, França, Itália e Espanha. Contudo, na Inglaterra, não houve o firmamento destes tribunais.

    Muitos cientistas também foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem idéias contrárias à doutrina cristã. Um dos casos mais conhecidos foi do astrônomo italiano Galileu Galilei, que escapou por pouco da fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo tribunal.

    As mulheres também sofreram nesta época e foram alvos constantes. Os inquisidores consideravam bruxaria todas as práticas que envolviam a cura através de chás ou remédios feitos de ervas ou outras substâncias. As “bruxas medievais” que nada mais eram do que conhecedoras do poder de cura das plantas também receberam um tratamento violento e cruel.

    Este movimento se tornava cada vez mais poderoso, e este fato, atraía os interesses políticos. Durante o século XV, o rei e a rainha da Espanha se aproveitaram desta força para perseguirem os nobres e principalmente os judeus. No primeiro caso, eles reduziram o poder da nobreza, já no segundo, eles se aproveitaram deste poder para torturar e matar os judeus, tomando-lhes seus bens.

    Durante a esta triste época da história, milhares de pessoas foram torturadas ou queimadas vivas por acusações que, muitas vezes, eram injustas e infundadas. Com um poder cada vez maior nas mãos, o Grande Inquisidor chegou a desafiar reis, nobres, burgueses e outras importantes personalidades da sociedade da época. Por fim, esta perseguição aos hereges e protestantes foi finalizada somente no início do século XIX.

    Inquisição no Brasil

    No Brasil, os tribunais chegaram a ser instalados no período colonial, porém não apresentaram muita força como na Europa. Foram julgados, principalmente no Nordeste, alguns casos de heresias relacionadas ao comportamento dos brasileiros, além de perseguir alguns judeus que aqui moravam.

    Curiosidade:

    – Um dos inquisidores que mais castigou hereges no século XV foi o espanhol Tomás de Torquemada. Ele ficou conhecido como o “Grande Inquisidor” e atuou na perseguição e punição de muçulmanos e judeus convertidos que moravam na Espanha.
    fonte: http://www.suapesquisa.com/historia/inquisicao/
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    O massacre da noite de São Bartolomeu foi um episódio sangrento na repressão aos protestantes na França pelos reis franceses, que eram católicos. Esse pogrom aconteceu em 23 e 24 de agosto de 1572, em Paris, no dia de São Bartolomeu.

    As matanças, organizadas pela Casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 30 mil e 100 mil protestantes franceses (chamados huguenotes).

    Este massacre veio dois anos depois do tratado de paz de Saint-Germain, pelo qual Catarina de Médici tinha oferecido tréguas aos protestantes.

    Em 1572, quatro incidentes inter-relacionados têm lugar após o casamento real de Marguerite de Valois, irmã do rei da França, com Henrique de Navarra, (chefe da dinastia dos huguenotes) uma aliança que supostamente deveria acalmar as hostilidades entre protestantes e católicos romanos, e fortalecer as aspirações de Henrique ao trono. Em 22 de Agosto, um agente de Catarina de Médici (a mãe do rei da França de então, Carlos IX de França, o qual tinha apenas 22 anos e não detinha verdadeiramente o controle), um católico chamado Maurevert, tentou assassinar o almirante Gaspard de Coligny, líder huguenote de Paris, o que enfureceu os protestantes, apesar de ele ter ficado apenas ferido.

    Nas primeiras horas da madrugada de 24 de agosto, o dia de São Bartolomeu, dezenas de líderes huguenotes foram assassinados em Paris, numa série coordenada de ataques planejados pela família real.

    Este foi o sinal inicial para um massacre mais vasto. Começando em 24 de Agosto e durando até Outubro, houve uma onda organizada de assassínios de huguenotes em cidades como Toulouse, Bordéus, Lyon, Bourges, Rouen, e Orléans.

    Relatos da quantidade de cadáveres arremessados nos rios afirmam uma visível contaminação, de modo que ninguém comia peixe, pelas condições insalubres do local.

    Não foi o primeiro nem o último ataque massivo aos protestantes franceses. Outros pogromas se seguiriam
    Fonte: Wikipédia
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    Papa Bento XVI (em latim Benedictus PP. XVI, em italiano Benedetto XVI), nascido Joseph Alois Ratzinger, (Marktl am Inn, Alemanha, 16 de abril de 1927) é o Papa desde o dia 19 de Abril de 2005.[1] Foi eleito como o 266º Papa com a idade de 78 anos e três dias, sendo o actual Sumo Pontífice da Igreja Católica. Foi eleito para suceder ao Papa João Paulo II no conclave de 2005 que terminou no dia 19 de Abril.
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    A Igreja Católica não pensa como uma Igreja entre outras mas como sendo “A Igreja” estabelecida por Deus para salvar todos os homens. Esta ideia é visível logo no seu nome: o termo “católico” significa universal em grego. Ela elaborou sua doutrina ao longo dos concílios a partir da Bíblia, comentados pelos Pais e pelos doutores da Igreja. Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis inspirada no Evangelho e definidas de maneira precisa. Regida pelo Código de Direito Canónico, ela se compõe, além da sua muita bem conhecida hierarquia ascendente que vai desde do simples diácono ao supremo Papa, de vários movimentos apostólicos, que comportam notadamente as ordens religiosas, os institutos seculares e uma ampla diversidade de organizações e movimentos de leigos.
    (…)
    O abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica refere-se aos actos de abuso sexual de crianças por clérigos (cerca de 2% a 4% dos clérigos nos EUA foram acusados[1][2]) da Igreja Católica. Foram feitas denúncias de abuso sexual de menores em muitas partes do mundo, com os casos mais notórios a chegarem às primeiras páginas no Brasil,[3][4] Portugal,[5] Alemanha[6], Austrália,[7] Espanha,[8] Bélgica,[9] França,[10] Reino Unido,[11] Irlanda,[12] Canadá[13] e Estados Unidos da América.[14][15]

    Os escândalos sucessivos levaram, em março de 2010, o próprio Papa Bento XVI a proferir respostas como a de que Deus guiará “no caminho da coragem que precisamos para não nos deixarmos intimidar pelas fofoquinhas da opinião dominante e nos dar coragem e paciência para apoiar os outros”, enquanto em Londres católicos se juntavam na frente da Abadia de Westminster pedindo a sua saída, e para que “não feche os olhos”. Na Suíça, na mesma época, a presidente Doris Leuthard defendeu a criação de um “cadastro de padres pedófilos”, como medida cautelar e, nos EUA, o jornal The New York Times acusava o Papa de ter diretamente se omitido nos casos de pedofilia ocorridos naquele país e na Alemanha, na década de 1980.[16]
    (…)
    Um famoso exemplo desses factos envolveu o Frei Brendan Smyth, um padre da Ordem Norbertina na Irlanda, cujas actividades (conhecidas desde 1945) não foram relatadas ao clero diocesano e muito menos à polícia. Em 1994, Brendan Smyth deu-se como culpado de uma amostra de dezessete acusações de abuso sexual de crianças em Belfast, retirada de uma lista muito maior. Várias dioceses, o Cardeal Arcebispo de Armagh e a ordem de Smyth culparam-se uns aos outros publicamente, sem assumir as suas próprias responsabilidades pelo fracasso em pôr travão a Smyth, ao longo de 47 anos. Fonte: Wikipédia
    .
    A MULHER NA BÍBLIA:
    Gênesis

    Deus forma a mulher de uma das costelas de Adão. Isto foi necessário porque Adão não pode achar uma “adjutora” dentre os animais que Deus trouxe. [2:20-22]

    Adão culpa Eva e Eva culpa a serpente. [3:12-13]

    Deus castiga Eva e todas as mulheres depois dela, com as dores do parto e sujeição aos homens. [3:16]

    Adão também é castigado, embora menos severamente. Ele terá que trabalhar para viver, porque “deste ouvidos à voz de tua mulher”. [3:17]
    (…)
    “E Abraão tomou outra mulher; o seu nome era Quetura.” Abraão já tinha uma esposa (Sara), e uma concubina abandonada (Agar). [25:1]

    Abraão teve várias concubinas. [25:6]

    Isaque usa a mesma mentira “ela é minha irmã” que o pai dele usou tão efetivamente (veja em [Gn 12:13], [20:2]). [26:7]

    Esaú “toma” duas esposas. [26:34]

    Esaú que já tinha duas esposas [26:34], “toma” outra. [28:9]

    (…)
    Raquel morre no parto; mas pelo menos ela teve outro filho. É esperado que uma mulher morra feliz na Bíblia, contanto que ela tenha um filho. [35:17-18]

    Rúben se deita com a “concubina de seu pai.” Eu gostaria de saber por que Deus quer nos falar sobre isto. [35:22]

    Êxodo

    Deus diz que os primogênitos de todos homens e animais pertencem a ele. Ao que parece as mulheres não tem valor algum. [13:2], [13:12-15]

    “Não cobiçarás… a mulher do teu próximo… nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.” Na Bíblia, mulheres são propriedade dos homens; elas são posses – como um boi ou um jumento. [20:17]

    Deus explica como vender sua filha – e o que fazer se ela não agradar o novo senhor. [21:7]

    Instruções de Deus para tomar uma segunda esposa. [21:10]

    Levítico

    Só machos puros serão mortos e oferecidos a Deus. [1:3], [1:10]

    Quando um rei pecar, ele deverá oferecer em sacrifício um bode. Mas se um cidadão pecar, uma fêmea ofertará. [4:22-28]

    As mulheres que dão a luz são imundas, então Deus prescreve rituais para a purificação delas. Se nascer um menino, a mãe estará imunda durante 7 dias e deve ser purificada durante 33 dias; mas se for uma menina, a mãe estará imunda durante 14 dias e sua purificação será durante 66 dias. Isto porque, aos olhos de Deus, as meninas são duas vezes mais sujas do que os meninos. [12:1-5]

    (…)
    Se um homem fizer sexo com a esposa de seu pai, ambos morrerão. [20:11]

    Se um homem fizer sexo com sua nora, ambos morrerão. [20:12]

    Se um homem tomar uma mulher e a sua mãe, então os três morrerão. [20:14]

    Se um homem fizer sexo com uma mulher menstruada, “ambos serão extirpados do meio do seu povo.” [20:18]

    Mulheres com “espírito adivinho” serão apedrejadas até a morte. [20:27]

    Prostitutas e mulheres divorciadas não podem se casar, porque elas contaminariam o homem. [21:7]

    “Quando a filha de um sacerdote se prostituir; com fogo será queimada.” [21:9]

    Números
    A Lei do Ciúmes. Se um homem suspeitar que sua esposa é infiel, ele informará isto ao sacerdote. O sacerdote então a fará beber um pouco de “água amarga.” Se ela for culpada, a coxa dela apodrecerá e a barriga inchará. Se for inocente, nenhum dano ocorrerá – a mulher “será livre e conceberá semente.” Em todo caso, “o homem será livre da iniqüidade, porém a mulher levará a sua iniqüidade.” [5:11-31]

    (…)
    Se um homem morre e não tem nenhum filho, então a herança dele vai para a filha. Mas se ele tiver um filho, então a filha não recebe nada. Também nenhuma menção é feita a esposas, irmãs, ou tias. [27:8]

    Deuteronômio

    Não deseje a esposa de seu vizinho ou seu jumento – ou qualquer coisa que pertença a ele. Veja, aos olhos de Deus, mulheres são posses dos homens. [5:21]

    Três vezes por ano Deus quer ver todos os homens. As mulheres ele nunca quer ver. [16:16]

    Nas cidades que Deus “dará na tua mão” você matará todos os machos (incluindo os velhos, meninos, e bebês) com “fio da espada, salvo as mulheres… que tomarás para ti.” [20:13-14]

    Se você vê uma mulher bonita entre os presos e a querer como esposa, é só trazê-la para sua casa e “entrarás a ela.” Depois, se você decidir que não gosta dela, “a deixarás ir à sua vontade.” [21:11-14]

    CRUELDADE E VIOLÊNCIA NA BÍBLIA
    Gênesis

    Deus gostou mais do sacrifício de Abel do que dos legumes de Caim. Por que? Bem, nenhuma razão é determinada, mas provavelmente tem algo a ver com a quantia de dor e sangue envolvidos. [4:3-5]

    Porque Deus gostou mais do sacrifício de Abel do que dos legumes de Caim, este mata seu irmão Abel por ciúmes religioso. [4:8]

    (…)
    Noé mata “todo animal limpo” e queima os corpos mortos para Deus. De acordo com isto, teria causado a extinção de todos os animais “limpos” que foram levados para a arca. “E o Senhor cheirou o suave cheiro”. [8:20]

    Para livrar Ló do cativeiro, Abrão envia um exército de escravos procurarem e matarem seus seqüestradores. [14:14-15]

    Deus diz para Abrão matar alguns animais para ele. A matança desnecessária faz Deus se sentir bem. [15:9-10]

    (…)
    Deus mata todo mundo (homens, mulheres e crianças) em Sodoma e Gomorra fazendo “chover enxofre e fogo.” Bem, quase todo o mundo – ele poupa Ló o “justo”, e sua família. [19:24]

    A mulher de Ló (sem nome) olha para trás, e Deus a transforma numa estátua de sal. [19:26]

    Êxodo

    Moisés assassina um egípcio depois de ter certeza que ninguém está olhando. [2:11-12]

    Deus ameaça matar o filho primogênito do faraó. [4:23]

    Deus decide matar Moisés porque o filho dele não foi circuncidado. [4:24-26]

    Deus tem certeza que o faraó não escutará Moisés, deste modo os egípcios poderão ser mortos pelos exércitos dele. [7:4]

    “Os egípcios saberão que eu sou o SENHOR.” Quem mais poderia ser tão cruel e injusto? [7:5, 7:17]

    Depois do truque da serpente, Deus diz para Moisés e Arão golpear o rio e transformá-lo em sangue. Esta é a primeira das 10 famosas pragas do Egito. [7:17-24]

    A quinta praga: todo o gado dos egípcios morre. [9:6]

    Deus matará as crianças egípcias para mostrar que ele faz “diferença entre os egípcios e os israelitas.” [11:7]

    Fonte: http://www.bibliadocetico.net/
    .
    PRECISA MAIS?

  154. Biasetto Diz:

    Vítor,
    Minha crítica ao José Carlos, não é pessoal. Muito pelo contrário. Reconheço que ele faz pesquisas, documentando-as, o que é um aspecto fundamental em História. Também acho que ele tem todo o direito de ter a crença dele, inclusive manifestando-a nos comentários dele. Porém, a contradição está no seguinte:
    – você critica o Kardecismo (e eu não estou defendendo o Kardecismo), exatamente porque vê falta de evidências, provas, de que aquilo seja verdadeiro.
    – só que você aceita, que parte das pesquisas do JCFF sejam realizadas, tendo como fonte, a bíblia. Oras, quando uma pessoa como o Scur ou outro espírita faz uso de Kardec pra defender ideias pessoais, aí não serve. Mas o JCFF fazer uso da bíblia, assim como fez o Lair Amaro (referências a Jesus Cristo), pra criticar o espiritismo, aí serve. Você está sendo parcial.
    – eu sugiro a você, que pra dar credibilidade, de fato, às tuas pesquisas, que você não aceite qualquer tipo de “documento religioso”, de uma religião, pra criticar outra.
    – além disso, o assunto aqui, o assunto que estava rolando era e é, o da dona Ederlazil (é isto? nem sei o nome dela mais), e o JCFF, pela 2ª vez, vem com um texto enorme, falando da igreja dele, da santa igreja católica – a tenha paciência!

  155. Biasetto Diz:

    Vítor,
    Se você me trata com este descaso, fique aí com teu amiguinho católico-apostólico-romano. Valeu enquanto durou. Ficamos por aqui, um abraço amigo!
    Um abraço a todos meus amigos do blog.
    Se alguém quiser manter contato comigo, meu email é ejbiasetto@hotmail.com
    Valeu moçada!

  156. Antonio G. - POA Diz:

    Ô Biasetto! Você escreveu tudo o que eu gostaria de escrever sobre a “Santa” Igreja Católica e sobre as religiões, em geral. Só que eu não tenho a mesma disposição que você revela. E nem o mesmo talento. Perfeito. Eu entendo e já disse diversas vezes, que as religiões são o maior lixo produzido pela humanidade, a razão maior do atraso, da ignorância, da pobreza, da violência e da iniquidade. E, muitas vezes, elas agridem nossa inteligência e bom senso com textos elaborados, de linguagem erudita, quase barroca, mas, que, em essência, não passa de dogmatismo fanático. Até aqui, concordamos. Mas eu não posso concordar com sua decisão de “abandonar o barco” da discussão apenas porque um texto de exaltação à Igreja e às Escrituras (“escrituristicamente falando”, é o máximo da erudição, não acha?) o deixou irritado. A mim também deixa irritado este tipo de “pregação”. A verborragia não deveria impressioná-lo tanto. São só um amontoado de palavras, muitas unisuais, com significado bastante raso, até absurdo. Falando apenas por mim, digo-lhe que eu não confundo linguagem erudita e vocabulário farto com inteligência. Aliás, que inteligência pode haver num discurso cujas idéais estão alicerçadas na “Bíblia Sagrada”? Como pode uma coletânea de textos absurdos ser sustentáculo de algum arrazoado respeitável? A fruta nunca cai muito longe do pé… O que é baseado em bobagem, só pode ser bobagem.
    .
    Então, Biasetto, pare como este surto de radicalismo, porque isso é típico de pessoas obtusas e fanáticas, o que não acho que seja o seu caso. Mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, pelo que você manifesta em seus textos, você é mais equilibrado do que está demonstrando neste episódio. Ou será o seu “sangue italiano” falando mais alto do que o seu bom senso? Fique conosco, cara!
    Abraço,

  157. Caio Diz:

    Biasetto, também acho que você não deveria deixar o blog pelo fato do Senhor José Carlos Fernandes Ferreira, quando comenta, produzir textos cristãos equivalentes, em média, à metade de uma lista telefônica. Confesso que essa pregação irrita-me um pouco, ainda mais num blog que, a princípio, não endossa a ideologia e as práticas religiosas. Contudo, uma coisa é certa: felizmente, mensagens como estas duas últimas do JCFF são bem raras e, sendo assim, acho que você pode fazer um esforço quando elas, esporadicamente, aparecerem e continuar aqui conosco, trocando ideias.
    .
    Da minha parte, só posso dizer que não comento as mensagens do JCFF por pura preguiça. Preguiça mesmo. No duro. Assim como o Antonio, afirmo que não me “impressiono” nem um pouco com textos enciclopédicos, truncados, cheios de palavras de pouca ou nenhuma utilização. Interesso-me, sim, pela coerência das ideias apresentadas e, quanto a isso, o Senhor JCFF anda mal das pernas: defende a existência de uma entidade onisciente, onipotente e onipresente, o que é logicamente impossível, um verdadeiro absurdo. A impressão que fica é que essa “eloquência” toda deriva do fato de que o raciocínio defendido é tão fraco, tão tosco, que é necessário um discurso super carregado a fim de tentar defendê-lo, blindá-lo. O mínimo que se pode esperar de qualquer autor, quando da produção de um texto, é bom-senso: nas ideias e no modo de expô-las. Nestes dois pontos, o Senhor José Carlos falha: defende a existência de algo inexistente, por meio de um texto de extensões gigantescas, chato de se ler. Lamentável. Se o Senhor José Carlos pensa que eu estou errado, podemos discutir (através de mensagens razoavelmente curtas, por favor) a possível existência do Deus defendido pelos cristãos. Terei o maior prazer. Quanto às barbaridades cometidas pela Santa Igreja Católica Apostólica Romana, não tenho nada a acrescentar, acho que o Biasetto fez um ótimo resumo.
    .
    Os participantes que costumam rebater os comentários do Scur o fazem, penso eu, porque eles realmente lêem o que o Scur escreve. O mesmo não pode ser dito do JCFF: duvido que alguém leia comentários com quilômetros de extensão. Talvez, “passem” os olhos rapidamente, nada mais. O Scur chega a ser muito engraçado, misturando espiritismo, profecias de povos antigos e uma pitada de Cristianismo.
    .
    E vê se não deixa de comentar, Biasetto.

  158. Fabio Diz:

    Uma Pergunta, eu ainda não consegui identificar os debatedores do blog, será que alguém poderia me ajudar?
    Quem são os frequentadores, administradores do blog, etc?

  159. Antonio G. - POA Diz:

    Inosbante possa incidir em pertinácia, proferindo-me, quiçá, anticonstitucionalissimamente, hei de proclamar minha assaz animadversão ao sacro e ao ascetismo.
    .
    Não pareço inteligente? Mas é só verborragia…

    rsrsrs
    Sds.

  160. Antonio G. - POA Diz:

    Seria muito mais “inteligente” dizer: Mesmo que possa ser teimosia, e até contrário à Constituição, eu não deixo de afirmar meu repúdio às ideias religiosas.

  161. Antonio G. - POA Diz:

    Caio, concordo contigo. Nesta “altura do campeonato”, discutir o dogmatismo do catolicismo… para mim, não dá. Eu só me animo a discutir algo que faça um mínimo sentido debater. Convenhamos que até materialização de prendedor de roupa é mais interessante do que a virgindade de Maria e o passeio de Cristo sobre as águas (sem molhar os pés e sem usar galochas).

  162. Caio Diz:

    Justamente, Antonio. O papo do prendedor rendeu muitos comentários, muito debate… Você já sabe minha opinião sobre o assunto, mas confesso que o tema rendeu, até porque existe um registo do ocorrido, um vídeo onde o suposto fenômeno acontece. Fraude? A meu ver, é óbvio que sim, resta apenas saber como. É o tipo de coisa que desperta meu interesse. Neste fim de semana, tentarei analisar o vídeo com mais calma e, quem sabe, sugerir mais hipóteses. Agora, dizer que Jesus nasceu de uma virgem, que ele transformava uma substância noutra, pô, é demais pra mim, não tenho o menor interesse em conversar sobre isso. A questão é simples: se os cristãos acreditam nessas coisas, que provem como aconteceu. Apenas dizer “aconteceu porque Deus quis”, ou “aconteceu porque está na bíblia” não é uma resposta minimamente válida. Dizer que o Kardecismo não pode ser sustentado por falta de evidências e por contradições, mas defender o Catolicismo é algo bizarro. Ambos, no meu entendimento, são inválidos por N motivos. Mas o Kardecismo, ao menos, oferece uma explicação para o sofrimento humano muito mais satisfatória do que o Catolicismo.

  163. Antonio G. - POA Diz:

    Assim é.

  164. Antonio G. - POA Diz:

    Ih!!! Agora é que eu notei. Lá atrás, quando eu escrevi “inosbante”, deveria ser INOBSTANTE! Desculpem, é a pressa…

  165. Caio Diz:

    Fábio, resumidamente, é o seguinte:
    O intuito do blog é analisar o mais criticamente possível fenômenos espíritas, sobretudo psicografias.
    .
    O Vitor é o editor do blog. Até onde sei, ele não acredita na existência de um deus, mas acredita na existência de espíritos. Ele sustenta que não há um “propósito superior”, nada disso. Talvez, segundo essa ótica, os espíritos tenham surgido nos seres humanos como resultado da evolução por seleção natural, uma espécie de continuidade da nossa capacidade de abstração, que é a mais desenvolvida do reino animal. Vitor, se eu falei alguma bobagem, corrija-me, por favor. Eu disse aquilo que consegui inferir dos seus (raros) comentários.
    .
    Algumas pessoas, eventualmente, auxiliam o Vitor com os posts. O JCFF vez ou outra faz pesquisas de cunho histórico para negar alguma suposta verdade sustentada pela Doutrina Kardecista. Ele é católico. O Biasetto contribui com algumas análises de possíveis plágios feitos por Chico Xavier. Ele declara-se, hoje, um sem religião. Já acreditou muito no espiritismo à brasileira, mas hoje é bastante crítico. O Júlio Ribeiro é biólogo, mas pouco conheço do trabalho e do posicionamento dele. Pelas contribuições dele que tive a oportunidade de conferir, parece-me que ele é contra a Doutrina Kardecista, mas acredita em fenômenos parapsicológicos e espíritos, um posicionamento parecido com o do Vitor.
    .
    Diversas pessoas comentam aqui, mas de uma maneira mais pontual. Os que mais contribuem com comentários, nos últimos tempos, são: eu (cético e, consequentemente, ateu); Biasetto; Antonio (cético e, consequentemente, ateu); Scur (espírita e “esotérico” até o osso); Arduin (espírita bastante convicto, talvez não na mesma medida do Scur, mas bastante convicto); Gilberto (cético, mas, de alguma forma, acredita na existência de um deus); Juliano (cético, mas admite algumas possibilidades, pelo menos é essa a impressão que fica); Carlos (até hoje não sei muito bem o posicionamento dele, seria legal se ele explicasse).
    .
    Acho que é isso. Se eu me esqueci de alguém, perdão.

  166. Antonio G. - POA Diz:

    Caio, não esqueça que eu sou apenas 99,99% ateu…
    É prudente deixar sempre uma “válvula de escape”. Vai que o “cara de lá de cima” aparece para mim quando eu desencarnar e me pergunta: “Ahá.. E agora, Antonio?” Eu sempre poderei dizer: “- Bom, eu estava só 99,99% errado, Excelência.”
    rsrsrs

  167. Vitor Diz:

    Biasetto,
    não estou te tratando com descaso. Simplesmente eu não me submeto a chantagem…
    .
    Quanto às pesquisas do JCFF que usam a Bíblia, ele selecionou apenas uma pequena parte em que houve confirmação por outras fontes e que são consideradas, portanto, autênticas, no caso os Atos dos Apóstolos e as Cartas Paulinas. Isso é muito diferente de pegar o Gênese e dizer que a história de Adão e Eva é real… fosse isso, eu não teria publicado os textos.
    .
    Quanto ao Lair Amaro, as referências a Jesus foram para mostrar que os textos psicografados defendiam uma visam dele que não encontravam base nas próprias escrituras, sendo mesmo contraditórios, e não resolviam a contradição, quando deveriam fazê-lo, se fossem mesmo uma revelação espiritual.
    .
    Caio,
    não é Julio Ribeiro, e sim Julio Siqueira. E ele é Pampsiquista Brahmanista.
    .
    Um abraço.

  168. Caio Diz:

    Ok, Vitor. Digitei meio na pressa, fica aí a correção: Julio Siqueira.

  169. Fabio Diz:

    Caio, obrigado pela explicações, assim tento me situar melhor no Blog.

    Eu sou Adm. de Empresas e Advogado, nasci católico e foi batizado. O Catolicismo nunca me convenceu muito por várias razões primeiramente pela manipulação dos escritos biblicos que são na verdade um compêndio de obras onde ficaram de fora os escritos apócrifos. Por ai já dá para se ter uma idéia de uma religião que é manipulada desde sua origem; não dá para confiar.

    O Kardecismo, como você mesmo disse e para mim foi a que melhor explicou algumas coisas, como por exemplo o sofrimento humano e a que me fez virar um “pesquisador” vamos dizer assim da verdade, se é que existe uma. Conheci o espiritismo porque um fato trágico aconteceu ha muitos anos atrás. Um casal de amigos dos meus pais perdeu a filha que na época tinha 18 anos. Ela foi esmagada por uma betoneira na ladeira da FAAP ao sair de seu carro. Eles foram, algum tempo depois atrás do Chico que psicografou uma mensagem para eles e que foi revertida depois num impresso que foi distribuido para os amigos mais intimos da família. Não preciso dizer o quanto aquela mensagem mexeu com a familia toda….fraude? Não sei dizer como ele poderia saber detalhes da vida intima da familia. Chico Xavier foi uma fraude? Não sei afirmar nem quero julgar o trabalho desse homem que aparentemente só procurou fazer o bem para milhares de pessoas sem interesse pessoal.

    No mundo todo existem mais de 15.000 religiões, quem foi que disse que essa ou aquela é a correta? Certa feita conversando com um colega ela vira e fala, imagina você se tudo isso que está ai está errado e são os Hare Krishinas quem estão certos? kkkkk

    Como me considero dentro deste ambiente multifacetado? Me considero um curioso que não acredita na existencia de um Deus onipotente sentado em seu trono celestial comandando o destinos dos mortais….acredito na existencia e continuidade da alma, espirito e na lei da causa e efeito. Evolução para mim é a palavra que descreveria o que eu sinto e que explicaria grande parte do problema.

    Quando olho as desgraças da humanidade penso imediatamente, onde está esse Deus? Que Deus é esse que permite tanto sofrimento? Isso é o amor de Deus? Ainda bem que ele nos ama, imagine se odiasse!!!

    Pela lógica católica você pode ser um pecador a vida toda, fazer as maiores barbaridades mas quando estiver no seu leito de morte você se arrepender dos seus pecados, pronto, você está salvo! Esse tipo de coisa não me convence, não é lógico.

    Essa semana foi amplamente divulgado um vídeo na internet onde uma criança de 2 ou 3 anos chinesa foi atropelada por 2 caminhões e morreu sem ser socorrida. Mais de 14 pedestres passam por ela e a ignoram até que uma catadora de lixo vai até ela e a puxa desajeitadamente para o lado, a menina já estava morta! O infeliz do motorista declara que se ela morresse teria que pagar 1.500dólares e caso vivesse pagaria muito mais, então ele preferiu não socorrer e deixar morrer.

    Esse tipo de situação me deixa indignado, que mundo estamos vivendo? onde está a solidariedade humana? Porque uma criança de 2 anos de idade, totalmente inocente, tem que morrer dessa maneira.

    Sou Pai, tenho 2 filhos, um menino de 5 e uma menina de 3 anos. É revoltante ver a situação do mundo hoje, o que será de nossos filhos no futuro?

    É preciso encontrar dentro de nós um pouco mais de compaixão pelo próximo. As grandes mazelas da humanidade são causadas por nós mesmos. Vivemos numa época de egoismo, competição desenfreada para saber quem tem mais, quem pode mais, e para quê? no final todos vamos morrer e daqui nada levaremos a não ser nossas ações….

    E se nossas ações não valem de nada nessa vida, se a vida acaba com a morte, o nada é o que nos espera no fim, que piada sem graça é essa?

  170. Caio Diz:

    Fabio, na realidade, essa “piada sem graça” tem uma grande chance de ser verdade. Infelizmente para uns (imagino que seja o seu caso). Felizmente para outros. O fato é: aquilo que nos desegrada, nos desespera não necessariamente “deva” ser falso. Não há uma correlação entre o que queremos e o que efetivamente “é”. Muita gente não aceita o que “é” (ou o que “parece ser”, para manter o espírito cético aceso), por isso, algumas vezes, as dicussões entre céticos e crentes tornam-se tão acaloradas. Enfim, o assunto é vasto, se você quiser, deixe aí o seu MSN que podemos trocar umas ideias. Também sou 99,99 % cético, rs. Admito discutir sobre quase tudo (menos sobre homens que nascem de mulheres virgens).
    .
    Quanto à psicografia que você mencionou, é possível que eu tenha acesso ao texto? Se você quiser, para manter o sigilo, digite o conteúdo e troque o nome da pessoa que faleceu e o dos parentes (caso essa informação tenha aparecido na carta). Eu gostaria sinceramente de ter acesso a este material para analisar o tipo de informação, se a mensagem é espefícica ou não, etc. Um abs.

  171. Caio Diz:

    Esqueci-me de dizer: prometo não reproduzir nada da carta nem aqui, nem em qualquer outro lugar. É para uma análise pessoal mesmo.

  172. Antonio G. - POA Diz:

    Fábio, também sinto, muitas vezes, um profundo e dolorido desalento pelas coisas brutais que presenciamos no nosso dia a dia. É mesmo triste saber que poderíamos (a humanidade) viver de maneira muito mais harmônica, racional e feliz. Contudo, o ser humano parece ser um “caso perdido”. O acidente que resultou na nossa existência produziu seres com capacidade singular de raciocínio e abstração. E é por isso que nós (nem todos) achamos que somos o que existe de mais perfeito na face do planeta. Particularmente, eu acho que somos o que existe de pior (Gisele Bündchen, por exemplo, está fora disso). Somos os únicos animais capazes de cometer crueldade. Matamos por ganância, por poder e até por prazer. Mas é claro que também tem muita gente boa nesta selva… E é por isso que eu acho que viver ainda vale a pena. Pelo menos, é melhor do que não viver.
    .
    Nós temos algumas coisas em comum: Também tenho formação jurídica (embora não faça do Direito minha profissão), também tenha uma filha de pequena (2 anos) e também já fui espírita.

  173. Antonio G. - POA Diz:

    também tenho uma filha pequena…
    É a velha pressa.

  174. Fabio Diz:

    Caio, segue meu MSN que conversamos fabio101168@hotmail.com

  175. Fabio Diz:

    Antoni, se quiser pode me adicionar tb, um bom papo é sempre bem vindo.

  176. Fabio Diz:

    Antonio G. – POA, teclado do blackberry é uma desgraça!

  177. Fabio Diz:

    Antonio, sinceramente eu não acho que somos perfeitos não, sei que muitas se acham a cereja do bolo mas cá entre nós, analisando cruamente a coisa o ser humano é uma usina de merda!

  178. Roberto Scur Diz:

    Fábio,
    Deixastes de ser espírita por qual razão?

  179. Roberto Scur Diz:

    Biasetto,
    Magoou?
    Com o “Gazedobacen ad nauseun exautivamente com vagarólico romano JCFF” ou com Vitor Moura “reformador do espiritismo que acha que entende do metiê e não saiu do jardim de infância mas pensa que é phd”?

  180. Roberto Scur Diz:

    Caio,
    .
    Não te mixa não meu garoto! Vai lá ver a senhora, confere com o teu acurado senso crítico e racionalidade espartana – não vai sobrar pedra sobre pedra depois que tu passares lá, filmares o “truque”, a “fraude”, e “desmarcarares” a meliante, ou, quem sabe tu terás que ir embora que nem o Quevedo (o falso padre, mas isto são outros quinhentos…) e só dizer peremptóriamente: é “fraude evidente” só que não dá a mínima explicação de como chegou a esta conclusão e qual seria esta evidência?
    .
    Se vocês não provarem que a senhora é prestidigitadora terão de começar a pensar na possibilidade de mudar alguns conceitos 99,99% certos para uns e 100% para outros, ou então vão inventar alguma desculpa estapafúrdia dentre as muitas que as mentes assustadiças são capazes de cria em situações destas.

  181. Roberto Scur Diz:

    Se eu fosse cético, ah, eu iria, não perderia a oportunidade já que é “tão fácil” fazer algo semelhante, já que é um truque tão barato, e outras afirmações enfáticas que li aqui.
    Minha opinião sobre este caso é a seguinte: se a senhora é da forma com que narrou sinceramente o Fábio, se os propósitos são tão singelos, sem interesse pecuniário, é muito possível que ela esteja ali justamente para despertar as pessoas mais apegadas a matéria, e que não balançariam sem ver algum fenômeno muito objetivo. Materialização de objetos tão rústicos faz muito mais sentido nas mentes despreparadas do que espíritos formados de ectoplasma extraído temporariamente de médiuns.
    A simplicidade e humildade dela prestaria um grande serviço aos soberbos e orgulhosos de seu pseudo-saber.
    .
    Ou poderia ser alguma fraude muito bem elaborada, tão bem que está ocorrendo há 40 anos sem que nenhum esperto, como foram os repórteres sensacionalistas do O Cruzeiro, tenha conseguido levar a fraudadora ao escárnio popular, nem mesmo o midiático Quevedo conseguiu fazer o seu trabalho.
    .
    Vai acontecer da senhora desencarnar e daqui há alguns anos outros novos céticos estarão debatendo quimeras sem substância, sem material de valor, e vão analisar vídeos de youtube para “provar” que era mais uma fraudadora entre todas as pessoas que lhes aparecerem sob o acendrado juízo pré-concebido, e continuarão perdendo indefinidamente as oportunidades que tanto reclamam mas que quando surgem não aceitam sem que sejam pachorramente do jeitinho que seu egos quizerem.
    .
    É bastante prepotência querer tirar a senhora de lá para prestar-se aos exames dos duvidadores importantíssimos que vocês supõem serem.
    Vão lá, façam o que outros deveriam ter feito, sejam corajosos para agir como dizem quando escrevem sentenças neste blog. Arregacem as mangas como vez o Fábio, que de preguiçoso não têm nada.
    .
    Biasetto, te emenda aí senão vais ser excomungado e arderás no fogo do inferno eternamente, de forma que vais sentir saudades do teu pavor pelo umbraaaaal do André Luiz.

  182. Caio Diz:

    Caro Gaúcho Monogâmico, Votuporanga é extremamente longe de São Paulo Capital e, hoje, não consigo ir até lá, até mesmo por me dedicar nos fins de semana a assuntos pessoais. Contudo, estou fazendo o possível: vou tentar examinar o vídeo, estou conversando com outras pessoas, já levantei algumas hipóteses e até com um dos pesquisadores já entrei em contato, embora ele ainda não tenha respondido (e, talvez, nem o faça). Jamais aceitaria qualquer coisa simplesmente porque vi num vídeo, ainda mais algo tão absurdo, tão passível de fraude. Deixo este tipo de atitude crédula para você, que é não é nada espartano, em nenhum sentido, a não ser no monogâmico. O Chupão vem aí…

  183. Roberto Scur Diz:

    Bom, Tonigui, Caio, Biasetto, vou deixar vocês em paz de novo, mas que vocês deveriam ir lá, ah deveriam.
    Abraços.

  184. Caio Diz:

    “É bastante prepotência querer tirar a senhora de lá para prestar-se aos exames dos duvidadores importantíssimos que vocês supõem serem”.
    .
    Prepotência por quê? Ora, se ela realmente materializa tais objetos, que faça isso em qualquer lugar e cale nossa boca. Ah, já sei, o “raio de atuação do fenômeno é restrito aos limites da fazenda, porque um dos mentores espirituais dela, o mais importante de todos, ‘desencarnou’ em Votuporanga, bla, bla, bla”.

  185. Roberto Scur Diz:

    Caius, o céticus, é isso aí, olha o Chupão aí gente.
    .
    Não abono a tua definição de eu ser esotérico. Qual a conecção que tu fizeste entre mim e o esoterismo?
    .
    Atitude crédula? O que é isso? Estou dizendo que pode ser ou não pode ser, e que vocês devem ir lá conferir como fez o Fábio, fazerem este grande serviço para a humanidade já que 40 anos não foram suficientes para outros o fazerem. Mostrem suas capacidades superiores e desvendem o caso.
    .
    Olha, eu me lembro de ter visto um Fantástico, no passado, falando desta senhora e com o Quevedo como o “desmascarador”. Achei interessante mas não haviam subsídios suficiente no que foi mostrado e no que o pop-star Quevedo pode oferecer, infelizmente, e ficou o dito pelo não dito.
    Me lembrando agora o que eu pensei na época eu acho que não me agradou a história pois eu não identificada qual seria o objetivo daquilo, ficou nebuloso para mim.
    Hoje penso que pode ser o que eu falei antes, chamar a atenção para que as pessoas reflitam, deem uma parada para analisar outras coisas, ou então seria uma fraude muito sem pé nem cabeça pois ninguém frauda para viver no anonimato ou pobre, é ilógico.
    .
    Vai lá, sai do conforto aí.

  186. Fabio Diz:

    Scur, de certo modo eu não deixei de ser espirita, mas essa questão é pessoal e não cabe debater aqui.

    Caio, essa Senhora não fica restrita ao sitio. Por muitos anos ela viajou pelo Brasil fazendo o que faz. Indo a centros espiritas, etc. Segundo declarações da própria Ederlazil……

  187. Roberto Scur Diz:

    Caio,
    É isto que tu não entende: porque ela deveria fazer isso criatura? Quem disse que ela quer provar alguma coisa para ti aí no ajuntamento de São Paulo (estive toda a semana aí, que zueira estas paralisações e protestos no trãnsito hein!), quem te disse que ela precisa disso?
    Quer saber? Vai tu atrás velho, deixa de ser deitado meu.
    Querer que as pessoas se submetam às suas megalomanias é incrível para quem se diz racional, científico, inteligente. É se achar demais!
    .
    Vai lá, te digna a ser um tiquinho humilde, admita que você vai porque pode ser que você não saiba tudo o que achava saber, e está ali para aprender alguma coisa ou dismistificar um engodo criminoso.
    .
    Se tu for para lá bem intencionado poderá fazer um bem para ti ou para a sociedade, mas não te exime das tuas responsabilidades de negador contumaz com verbo insolente.
    .
    Desculpas sobre fim de semana não colam. Quem quer, busca, corre atrás. Quem não quer dá desculpa e provavelmente se pela de medo.

  188. Roberto Scur Diz:

    Agora, esqueçam que Vitor Moura ou o japona Mori vão ir até lá, mas nem a pau.
    Os interesses deles não permitem que corram o risco de serem desmascarados eles próprios. Trabalham com assuntos e temas que estejam longe, não possam ser averiguados melhor, de preferência sobre pessoas já mortas, e já algum tempo mortas, pois assim podem dizer o que querem com maior liberdade. Vivem assim em seus devaneios de poder ou faturam algum dinheiro mesmo.
    .
    O Quevedo fez o que eles fariam caso alguém lhes pagasse para irem até lá conferir o fenômeno: foi, viu, disse que é fraude mas não explicou como aconteceu esta fraude. Que pobreza hein?! Acho que estes dois fariam o mesmo, imagina, perder o ganha pão deles.

  189. Roberto Scur Diz:

    Fábio,
    Muito útil a narração da tua experiência com ela, muito bom que tu foste até lá conferir.
    Espero que encontres alguma resposta para as tuas dúvidas.
    Acho que você foi um tanto pessimista sobre o que a humanidade seja. Temos muitos problemas causados pelo nosso atraso moral e intelectual, mas ainda assim o mundo não fica no abandono de exemplos edificantes de abnegados seres humanos.
    Acenda uma vela na escuridão e ela será notada de longa distância. Estas “velas” valem muito.
    .
    Assisti o vídeo da chinesa. Com tenho vários filhos, um até é pequeno com a mesma idade, fiquei com vontade de chorar, é muito triste a indiferença e frieza daquelas pessoas.

  190. Carlos Diz:

    Biasetto,
    .
    Acho sua participação importante, animada e via de regra equilibrada, mas tenho que concordar com o Vitor que o JCFF tem todo o direito de fundamentar (por mais longo que seja o texto) e expor a opinião dele. Se for irrelevante a gente lê na diagonal, ou nem lê…; se for relevante a gente acrescenta, ou discorda, e ficamos por aí. Veja bem, se você não tivesse rodado a baiana seria bem possível que aquele longo comentário contendo afirmações tão extemporâneas como “Verdadeira Religião” ou “Verdadeira Fé” ficasse sem réplicas visto que como um todo é apenas um atestado de fé do JCFF nos ensinos da igreja.
    .
    Entendo a sua raiva talvez não tanto ao JCFF, porém muito mais à igreja católica tendo em conta a sua réplica contundente. Porém hoje é dia do funcionário público… então esquece o salário de professor, aproveita para dar uma saidinha com o cachorro e reflita sobre sua decisão de não mais participar do blog. Se não der mesmo, paciência: mas não deixe que o Flávio Josefo suma também…! afinal ele não tem nada a ver com o quiprocó.

  191. Carlos Diz:

    Caio, o padre respondeu sim! Tá lá atrás… acho que ele queimou ruim!!!

  192. Caio Diz:

    Scur, “o que você parece não entender é”: não existem benefícios somente financeiros, existem diversos outros tipos de privilégios que alguém poderia obter com uma fraude dessas, prestígio e a obtenção de “favores” são apenas dois deles. E, de mais a mais, você concluiu (com 100% de certeza, acho eu) que ela é uma senhora “simples”, que, financeiramente falando, não ganha nada com isso. Bem, em um dos vídeos, é dito que o marido dela até mesmo um carro ganhou, portanto sua dedução, mais uma vez, é precipitada. Veja bem, não estou dizendo que ela GANHA algo com tudo isso. Estou dizendo que ela PODE GANHAR, o que é bem plausível, visto que existem pessoas que realmente pensam que foram curadas por ela, mesmo que, durante o período em que estiveram doentes, provavelmente não tenham abandonado o tratamento médico convencional.
    .
    Quanto ao fato de eu ser “deitado”, nem vou comentar muita coisa. Trata-se, apenas, de mais um equívoco seu. Hoje, não tenho condições ($) de ir até lá e, mesmo se tivesse, não poderia ir pelo menos até fevereiro, pois estou usando meus fins de semana para assuntos mais importantes (mais importantes na minha visão, claro).
    .
    Não quero que ninguém se submeta às minhas “megalomanias” (era só o que faltava), ou que alguém venha à minha cidade com o intuito de provar alguma coisa. O ponto é outro. A questão é: por que esses fenômenos espetaculares desaparecem em laboratório? Já que isso tudo é tão real, por que alguém (qualquer pessoa, e não necessariamente a D. Ederlazil) não mostra que, mesmo diante do rigor de um exame controlado, essas atividades paranormais continuam acontecendo? É isso que você e outros que acreditam nesses fenômenos não respondem, esquivam-se. O máximo que vocês dizem é: ninguém precisa provar nada para os incrédulos. Ok, é seu direito pensar isso. Assim como é meu direito achar que a renúncia a se submeter a um exame mais rigoroso apenas reforça o que o bom-senso já indica: fraude.
    .
    Duas coisas antes de ir: (1) você tentou dizer que está “neutro” no caso, que admite que possa ser fraude. Bem, óbvio que você não tem a mesma convicção neste caso que tem com o CX, por exemplo. Mas a sua linha de discurso deixa bem claro que, para você, também temos muito provavelmente mais um fenômeno espírita genuíno. Com tão pouca evidência. (2) Se você bancar minha viagem, as passagens, o hotel, a alimentação, eu topo ir, é só marcar. Você confunde “impossibilidade” com “preguiça”.

  193. Carlos Diz:

    Vitor, já que o seu computado está de novo bom, qual sua posição sobre o caso Ederlazil? (Edelarzil? Ederlarzil? Edelazil? que nome!)

  194. Fabio Diz:

    O galera, não vamos brigar….podemos manter a discusão saudável, cada um com seu ponto de vista….cada qual sabe onde a pedra aperta no seu sapato, não é mesmo?

    Scur, eu rezei por aquela pobre garota!

  195. Fabio Diz:

    Duvido que um padre tenha escrito isso:

    ===============================================
    Padre Juarez Metartkovic Diz:
    outubro 27th, 2011 às 1:27 am
    Pô, pessoal, esse negócio de Dona Ederlazil é sacanagem. Já vi a tal mulé tirá a até coelho da cartola. Para de me chatear. Que blog que nada. Vão arranjar umas namoradas e pararem com esse onanismo todo. Eu já tô cheio de problema e vocês ainda me vêm com essa história de Dona Izordil. Faça-me o favor. Vai ver se eu tô na esquina. Com um chumaço de algodão na mão pra enfiar na região perianal do seu pavilhão reto foricular, após o seu esfíncter parassimpático!!!!

  196. Caio Diz:

    HAUHAUAHUAUHUA… Claro que não é o padre, Fábio.
    .
    E acostume-se com o Scur, ele é assim mesmo. Na realidade, não há “discussão”. Quando o Scur entra na conversa, as coisas tomam esse rumo, normal.
    .
    Vitor, também gostaria de saber seu posicionamento sobre a Dona Ed******.

  197. Vitor Diz:

    Oi, Carlos
    o computador está bom, mas as finanças não. Custou 1262 reais. Estou trabalhando aqui para ver se vendo algumas traduções para o Mori para ajudar a pagar as dívidas que fiz. Quanto ao caso da Dona Ederlazil, já entrei em contato com o Mori para analisar (se o Scur quiser bancar minha viagem para conhecê-la e investigá-la, basta depositar dez mil na minha conta). Eu lembro de ter visto há muito tempo uma reportagem com o Padre Quevedo e que ele havia desfiado todo o algodão antes dos supostos fenômenos acontecerem e nessas condições nada havia surgido. Eu ainda não vi os vídeos postados pelo chantagista bipolar do Biasetto 😀 , mas vou ver. Só que hoje vou ter capoeira ainda, acessarei amanhã.

  198. Vitor Diz:

    O Mori acabou de me dizer que está redigindo a resposta ao caso da Dona Ederlazil, e que hoje à noite me manda. Ele já viu os vídeos.

  199. Carlos Diz:

    Vitor, 1262 reais para consertar um computador? Compra um Mac, cara, e acaba com isso!!!
    .
    Falando nisso, outro dia ao acessar o blog com o Chrome apareceu uma página do Google informando que havia um “malicious code” junto ao haaan.com. Achei esquisito. Você sabe alguma coisa?

  200. Vitor Diz:

    Oi, Carlos

    consertei mas fiz um “upgrade” também, troquei o processador, mais memória RAM, uma nova placa de vídeo, etc. Agora já dá para jogar Red Crucicle online, antes não dava! 😀
    Para quem quiser jogar o link é esse: http://clickjogos.uol.com.br/jogos/red-crucible/

    Antes também levava mais de 24 horas para fazer o backup de 40GB de arquivos. Ainda não fiz o backup desde que o computador foi consertado, mas imagino que leve uma hora no máximo.

    Eu também vi esse aviso que você falou, mas como ele sumiu, não dei mais atenção.

  201. Antonio G. - POA Diz:

    Às vezes, dou uma retrocedida para ler o que foi escrito mais recentemente, inclusive por mim. E aí é que percebo meus erros (vários) de digitação. No meu primeiro post de hoje, tentando sensibilizar o Biasetto a rever sua posição sobre deixar o Blog, vi que escrevi “palavras unisuais”. Deveria ter digitado “palavras INUSUAIS”, é claro.
    .
    Fabio, eu até tenho msn, mas não costumo entrar. Por ora, vamos falando por aqui, ok?
    .
    Eu acho que está “caindo de maduro” uma visita de algum de nós, à casa da Dona Ederlazil. E seria melhor que fosse algum dos céticos, obviamente. E não é por nenhuma forma de discriminação, mas é porque eu acho que esta missão seria mais difícil para um crédulo, por faltar-lhe a dúvida e a isenção. Para mim, seria bastante complicado deslocar-me uns 1.500 Km só para fazer esta visita. Ainda que isso pudesse representar uma reversão dos meus 99,99% de ceticismo, seria uma empreitada bem onerosa, especialmente quanto ao tempo despendido.
    Eu não dou mais do que 0,01% de crédito (bem menos, até). Mas estou realmente curioso quanto a estes “intrigantes” fenômenos. Porque, se um caso tão “misterioso” quanto este desmoronar, estabeleceremos “jurisprudência”, e nos pouparemos, no futuro, de longas discussões sobre a veracidade de fenômenos desta natureza.
    .
    Biasetto, volte para a “arena”, homem. Você faz falta.

  202. Carlos Diz:

    Vitor, e sobre um possível virus no site?

  203. Vitor Diz:

    Oi, Carlos

    eu tnha visto que tinha esquecido de te responder sobre o vírus, e dei uma atualizada lá na minha resposta. Eu vi o problema, não sabia resolver e fiquei esperando o problema se resolver sozinho, que foi o que aconteceu 😀

  204. Carlos Diz:

    Humm… é mas cada vez que entro no site há uma propaganda (daquelas que acompanham o site) pedindo para eu clicar e limpar o HD. Um truque manjado, mas está lá!

  205. Caio Diz:

    Estou curioso para ver a análise do Mori. Mesmo que a gente converse bastante, nosso negócio não é desvendar truques, imagino que cada um aqui tenha sua profissão, e esse lance de tentar desvendar truques como esse é mais por curiosidade do que por qualquer outra coisa. Porém, vamos ver o que alguém do “ramo” tem a dizer sobre isso. O Vitor mencionou o fato de que quando o Quevedo desfiou o algodão, os objetos pararam de se “materializar”. É bem lógico, eu mesmo (na condição de “detetive amador”) já disse que é óbvio que o truque está principalmente no algodão. Não acredito que ela manipule estes objetos com as mãos, ou que literalmente “tenha um truque na manga”. Sem algodão, sem objetos. O algodão é a chave do negócio, acho eu. Vamos aguardar pelo texto do Mori.
    .
    Momento Clarividente: por mais que o Mori fundamente bem sua análise, o Scur dirá que não é o suficiente, que a mulher não ganha nada materializando bugigangas, que ela é uma senhora simples, bla, bla, bla…

  206. Flávio Josefo Diz:

    ORGASMO BÍBLICO
    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=lXUEbENx6do
    Perguntem ao Fábio sobre isto?

  207. Fabio Diz:

    O Flávio, me poupe vai!! Sou mais o Pastor Tim Tones!!! kkkk

    Caio, siceramente tomei um susto quando lí aquilo. Logo pensei se talvez o padre não estivesse possuído!! hahahaha

  208. Fabio Diz:

    Caio, se eu conseguir filmar o local e a preparação do algodão antes das materializações eu mando para você dar uma analisada….vou tentar mostrar o máximo que eu conseguir……

  209. Roberto Scur Diz:

    Vai “fundamentar” sua análise como? Vendo vídeos? Espero que não seja tão simplório assim, pois para fazer isso até tu faz Caio, e enquanto não vier algo que valha à pena, para mim que nunca esteve lá e que não conhece a senhora, não sei. Têm que ser muito irresponsável para falar com tanta precipitação e já julgar, e já acusar. É básico do básico isso, ah, claro que não neste blog “científico”.
    .
    Vitor.
    Não tenho filho da tua idade, e se tivesse eu mandava ele ir trabalhar para ganhar os 10 mil que tu pede aí.

  210. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Não deixa de ser espantoso que pessoas que, em vários de seus comentários, fazem, neste “blog”, abertamente, pregação materialista, anti-religiosa e, nalguns casos, anti-católica (a maior parte das vezes sem fornecer nenhum tipo de argumento, fora a afirmação de que as religiões são “lixo”, etc., ou apenas repetindo falácias ou argumentos requentados, já de há muito refutados) venham, agora, a reclamar… de “pregações”! E, o que é pior, especificamente acerca de dois textos meus que não têm absolutamente nada de “pregação”!… Deve ser a tal da “lógica materialista” e do “racionalismo [pseudo] científico”, creio eu…

    Se o sr. Vítor Moura resolvesse (no que, aliás, estaria em seu pleno direito) não permitir mais nenhum tipo de comentário com “pregação”, creio que não eu, mas sim essas mesmas pessoas, seriam as mais atingidas…

    De qualquer modo, devo agradecer ao sr. Biaseto, e também aos srs. Caio e Antônio G, por mostrarem, duma forma absolutamente cristalina, a verdade duma minha consideração, constante num desses meus últimos textos, a de que “poucas instituições (se é que alguma) têm sido mais mal interpretadas, e mais injustamente caluniadas, que a Igreja Católica”. “Pregações” gratuitas contra as religiões, em geral, passam sem qualquer tipo de observação, ao contrário, são aplaudidas (e isso vem ocorrendo cada vez mais freqüentemente neste “blog” – e note-se que eu nunca me manifestei a esse respeito, e mais, aqui nunca fiz nenhuma “pregação” católica); mas, quando aparecem textos que (supostamente!…) são favoráveis à Igreja… chovem as críticas: é “pregação” favorável àquele “lixo” que é a Igreja Católica; é “verborragia” (a mesma velha acusação…); estão cheios de “conceitos abstratos” “rasteiros” e “ilógicos”; são “chatos”; nada têm a ver com o que aqui se discute (e as apologias do materialismo e do ateísmo, falsamente disfarçado como “ceticismo”, essas têm a ver?)… Aonde, de fato, está o “lixo”?

    Se, em minha segunda mensagem, fui um pouco mais explícito acerca do modo como considero a Igreja, isso se deu como resposta a uma mensagem anterior do sr. MRH, e estritamente dentro do contexto de tal mensagem. O sr. MRH (aliás, o único que comentou meus escritos com um mínimo de educação, elegância e pertinência, apesar de sua idiossincrática escrita abreviada…) aventou a hipótese de que eu poderia não ser tão racionalmente crítico (por assim dizer) com a Igreja Católica quanto o era para com o Kardecismo. Em minha resposta, eu francamente admiti que isso podia de fato ocorrer (afinal, em minha veias corre sangue, e não linfa…), mas que eu procurava, tanto quanto me era possível, e sinceramente, não utilizar, nessa questão quanto noutras, dois pesos e duas medidas. Asseverei que me sentia à vontade esposando a doutrina católica, que via (vejo) como a mais coerente disponível (minha opinião – não posso ter opinião?), e que a ela não tinha chegado gratuitamente, e sem cuidadosamente. Mais ainda: embora reconhecendo uma série de falhas e limitações, passadas e até presentes, na ação da Igreja, ou mesmo em seus hierarcas ou seus fiéis (ONDE ESTÁ, AÍ, A PREGAÇÃO CATÓLICA?), minhas investigações e pesquisas ainda me faziam (me fazem), com folga, esposar o Catolicismo. Mais uma vez: minha opinião, inclusive com o reconhecimento tácito de que eu poderia, de fato, estar sendo, nalguma medida que fosse, mais “condescendente” para com a Igreja (afinal, sou humano), embora sempre me esforçando para ser o mais isento possível. Portanto: ONDE ESTÁ, AÍ, A PREGAÇÃO CATÓLICA?

    Mas passemos, então, a analisar as acusações que me fazem, uma a uma. Nesta mensagem, trato das ponderações do sr. Biasetto. Depois, tratarei das demais. De todas. Detalhadamente.

    Em sua primeira mensagem, o sr. Biaseto inicialmente diz não saber onde quero chegar. Simples: teci algumas considerações acerca do tema que estava sendo discutido, “materializações”, e que tinha relação com o modo como algo imaterial (ou reputado como imaterial), como a “alma”, poderia vir a interagir com a matéria. Um assunto TOTALMENTE RELACIONADO AO QUE SE DEBATIA. E mostrei que a questão, tal como colocada usualmente, é insolúvel do ponto de vista estritamente filosófico, a não ser que se suponha uma “alma” corpórea, i.e., material – cheguei inclusive a utilizar um belíssimo (e, a meu ver, totalmente pertinente) texto de Da Vinci como ilustração. Mostrei que a questão podia ser posta em termos filosoficamente aceitáveis a partir do instante em que se resgatasse a hipótese, ou concepção, da natureza tripartite do ser humano (como composto de “corpo”, “alma” e “espírito”), do modo como proposto por Aristóteles (e depois, ao menos até certo ponto, desenvolvido por Plotino e pelos neoplatônicos em geral), bem como do modo como é apresentado na Bíblia – mas NÃO do modo como é considerado pelo Kardecismo. Tudo isso são fatos; não inventei nada. Mais ainda: deixei bem claro que o simples estabelecimento de “coerência filosófica” não provaria, “por si só”, a “verdade” quer da hipótese da natureza humana tripartite, quer da própria existência da interação “matéria/espírito”, mas que, em se a supondo, a questão, ao menos, passava a ter uma abordagem (e a viabilizar uma solução) racionalmente aceitável. ONDE ESTÁ, AÍ, A “PREGAÇÃO CATÓLICA”? Se comentei (“en passant”) que tal concepção tripartite do ser humano é a da Igreja, isso não é pregação coisíssima nenhuma, é um fato, que demonstrei por várias citações das Sagradas Escrituras; também a filosofia aristotélica a considera, e (ao menos até certo ponto) os neoplatônicos, ao menos os da tradição plotiniana direta. E nem os aristotélicos, e muito menos os neoplatônicos, podem ser considerados “cristãos” (quanto mais católicos…), sendo que, quanto aos neoplatônicos, foram até anti-cristãos… E se demonstrei que tal não é o posicionamento kardecista, e mais, que, na prática, o posicionamento kardecista embute nitidamente uma concepção corporeísta da alma/espírito (e isso eu demonstrei, citando a própria codificação kardecista), isso também é um fato. Mais uma vez: ONDE ESTÁ, AÍ, A “PREGAÇÃO CATÓLICA”?

    A seguir, o sr. Biasetto afirma que minhas ponderações são “totalmente abstratas, pura filosofia, além de proselitismo católico”.

    E eu pergunto: qual o mal de serem “abstratas”? Elas foram fundamentadas, não foram? Não foram “jogadas” do nada. Há algum problema em serem feitas “colocações abstratas”? “Pura filosofia”… E daí? A “pura filosofia” não presta? Não tem serventia? Não nos ajuda a compreender a realidade, tanto quanto, p.ex., as ciências exatas, ou a História? É isso que o sr., sr. Biasetto, professor de História, pensa da Filosofia? “Proselitismo católico”… ONDE ESTÁ O PROSELITISMO CATÓLICO? Mostre-me, sr. Biasetto. Estaria ele em dizer que a Igreja esposa a concepção tripartite do ser humano, e o kardecismo não? Mas esses (mais uma vez repetindo…) são fatos, e fatos que eu demonstrei! Que tal concepção tripartite (QUE NÃO É ÚNICA DA IGREJA CATÓLICA) permite que a questão da interação entre a “alma/espírito” e a “matéria” seja enunciada, e solucionada, em termos filosófica e racionalmente aceitáveis (quer se os aceite “ipso facto” como verdadeiros, ou não), ao passo que uma concepção dicotomizada (como é a do Kardecismo, MAS NÃO SÓ DO KARDECISMO) somente poderia levar a uma solução filosoficamente coerente em se supondo uma “alma material”? Novamente, são FATOS, e fatos que não apenas enunciei, mas também (mais uma vez) demonstrei. De novo: ONDE ESTÁ, AÍ, O “PROSELITISMO CATÓLICO”?

    Logo após, o sr. Biasetto menciona que uso “fundamentos bíblicos” para criticar o Kardecismo e a mediunidade. Mostre-me exatamente onde, sr. Biasetto. Que me conste, utilizo apenas, em meus textos, a pesquisa histórica, no que for pertinente. E, em meus comentários, somente faço uso das Sagradas Escrituras, quando faço, estritamente dentro da pertinência do assunto, e não para “doutrinar” ninguém. Minhas citações escriturísticas em meus últimos textos tiveram apenas o objetivo de mostrar que a concepção tripartite do ser humano é a esposada pela Bíblia – E ISSO, MAIS UMA VEZ REPETINDO, É UM FATO, e ligava-se perfeitamente ao que se discutia (a interação entre “alma/espírito” e matéria, o modo como poderia ocorrer, etc.). Do mesmo modo que utilizo citações da codificação espírita kardecista para analisar determinadas posturas kardecistas, quando aplicável. Tal postura de minha parte não passa de obrigação – com a finalidade de se analisar uma doutrina dentro daquilo que ela própria proclama, não daquilo que (falsamente) a ela se atribui. O sr. já deve ter ouvido falar, creio, sr. Biasetto, da “técnica do espantalho”, não? É algo absolutamente desprezível, e que, com todas as minhas forças, procuro não fazer.

    A seguir, o sr. Biasetto tece algumas considerações acerca da Bíblia. Essas considerações, sim, nada têm a ver nem com o conteúdo de minhas mensagens, e muito menos com o que aqui se discutia – essas, sim, não passam de (grosseira) PREGAÇÃO ANTI-BÍBLICA, e mesmo anti-religiosa. Até agora, portanto, sr. Biasetto, foi o sr. que nos brindou com pregações, não eu.

    Continuando, o sr. Biasetto destila algumas das “acusações” usuais sobre as “barbaridades” que teriam sido cometidas pela Igreja. De novo: PREGAÇÃO ANTI-RELIGIOSA, e ANTI-CATÓLICA, e grosseira, e que nada tem a ver, nem com minhas mensagens, nem com o que se discutia (além de se constituir em fatos ou descontextualizados, ou exagerados, ou francamente falsos). Trataremos disso depois, com mais vagar. Mas que todos vejam bem: aquele que me acusa de “proselitismo católico”, de “pregação católica”, de usar este “blog” para “exaltar” o “lixo” que é a Igreja Católica, é justamente ele que, repetidamente (desde a sua “conversão céptica”), destila PREGAÇÃO ANTI-RELIGIOSA e ANTI-CATÓLICA, do mesmo modo que, antes, destilava PREGAÇÃO PRÓ-XAVIERIANA. E, nisso tudo, o pregador sou eu…

    Enfim, gostaria sinceramente que o sr., sr. Biasetto, mostre exatamente onde, em meus últimos dois textos (e também em quaisquer outros comentários meus), faço uma “exaltação” da Igreja. Quanto a mim, ao contrário, posso apresentar inúmeros comentários seus nos quais o sr. “faz uso deste blog” para destilar (ao menos ultimamente) uma autêntica pregação anti-religiosa…

    Isso basta para a primeira mensagem do sr. Biasetto. Vamos agora à sua segunda mensagem.

    Nessa segunda mensagem, o sr. Biasetto insinua que utilizo textos bíblicos como referência para meus trabalhos. No que é pertinente, sim – o que é que isso tem de mais? Especificamente num meu último comentário utilizei passagens bíblicas para mostrar que a concepção tripartite da natureza humana tem base escriturística, e que é esposada pela Igreja. Em quê, exatamente, isso constitui “proselitismo católico”, ou “pregação católica”? Explique-me isso, sr. Biasetto.

    Continuando, o sr. Biasetto assevera que estou agindo como “propagandista” de minha crença. Exatamente onde, e como? Talvez seja pelo fato de que, ALGUMAS VEZES, intervenho nos debates para expor certos equívocos (i.e., assunções não demonstráveis, ou mesmo falsas) referentes à Igreja, ou porque, também ALGUMAS VEZES, no curso dum debate, explico a posição da Igreja acerca de algum assunto. Então, eu não posso me manifestar? Tenho que ler tudo e ficar calado, porque minha crença é “lixo”, ao passo que o sr. pode dizer o que bem quiser de quem bem quiser, especialmente agora que descobriu as delícias do “cepticismo”? É isso o que o sr. quer dizer? Esclareça-me, sr. Biasetto…

    O sr. Biasetto também assevera que utilizo este “blog” para expor meus estudos particulares e minha paixão pelos “fundamentos sacros da doutrina” que abracei, demonstrando “ausência total de imparcialidade”, de modo que minhas críticas ao Espiritismo não passariam de mera questão pessoal e doutrinária.

    Examinemos essa pérola por partes. Sim, eu utilizo este “blog” para expor meus estudos particulares. O sr. também o faz; o sr. Montalvão, o sr. MRH, e também outros, além do sr. Vítor Moura, igualmente. E daí? O que é que isso tem de tão extraordinário? Este é um dos poucos “blogs” de meu conhecimento no qual impera uma tolerância ímpar para com qualquer um que queira publicar estudos, ou postar comentários, referentes aos temas em pauta; essa é a razão pela qual procuro tornar públicas minhas pesquisas aqui, e em nenhum outro lugar; parece-me um espaço neutro e aberto, razoavelmente eqüidistante de várias inclinações ideológicas, espiritualistas ou não, religiosas ou não, cristãs ou não, e isso me agrada. O sr. tem algum problema com relação a isso?

    Não utilizo este “blog” para expor minha “paixão” pelos fundamentos sacros da doutrina que esposo. Nenhum de meus textos publicados tem esse viés (são pesquisas históricas, se é que o sr. ainda não notou…). Também nenhum de meus outros (eventuais) comentários tem tal viés. Neles, a “doutrina que esposei”, quando é mencionada, o é apenas a título de informação, de complementação ou de esclarecimento A ALGO JÁ ANTERIORMENTE AFIRMADO, OU DEBATIDO, POR TERCEIROS (creio que tenho direito a isso, não? Ou, também aqui, tenho que ficar calado?). Se não concorda com o que acabei de falar, sr. Biasetto, mostre-me exatamente onde é que, em meus textos, ou em minhas mensagens, as coisas não ocorrem dessa maneira.

    Ao contrário, quem me parece que, ultimamente, tem usado o “blog” para expor sua “paixão” pelos “fundamentos sacros” de sua última descoberta, o “cepticismo”, é o sr. mesmo, sr. Biasetto. Não hesita em acusar Francisco Cândido Xavier de plágio, e em bases relativamente fracas – melhor dizendo, inacabadas. Veja, sr. Biasetto, eu já tinha “sentido” que “Públio Lêntulo” não existia, e que “Há Dois Mil Anos” estava repleto de erros históricos grosseiros, desde há muitos anos atrás; o próprio sr. Vítor Moura, além do sr. Júlio Siqueira, podem testemunhar quanto a isso – se não me engano, desde 2002 ou 2003. Mas continuei minhas pesquisas por vários anos mais antes de torná-las públicas, não para “acumular mais evidências contra”, mas, ao contrário, justamente tentando encontrar evidências de que ele tivesse existido, ou de que algum estudo mais recente sobre a História romana pudesse corroborar algumas das informações dadas na psicografia em questão. Se hoje posso dizer, com altíssimo grau de conforto, aquilo que digo acerca do “affair” Lêntulo, não é por ser “mais sabido” que os outros, ou por ser “católico”, ou por ser “especial”, ou por ser “o gostosão” – é simplesmente porque PESQUISEI LONGA E EXAUSTIVAMENTE. E nisso não fiz nada de mais – sou apenas um servo inútil, cumpri minha obrigação. As pesquisas que o sr. tem disponibilizado aqui são boas, mas ainda são muito cruas, e podem ser contestadas em vários pontos. Não pelo fato de o sr. estar “no caminho errado”, não pelo fato de o sr. “não ter competência”, mas simplesmente porque foram feitas em pouco tempo, apressadamente. São um diamante bruto, que ainda tem que ser (MUITO) lapidado. São muito mais um desafogo para a sua decepção para com Xavier e vários aspectos do mediunismo do que, propriamente, exposições solidamente embasadas do que quer que seja, quanto mais de “plágio”. E o sr. diz que sou EU que utilizo o “blog” para verter minha “paixão dogmática”? Olhe-se no espelho, sr. Biasetto, o sujeito da frase está bem mais próximo do sr. do que o sr. poderia supor…

    Sua análise acerca das “cidades celestiais” está equivocada, sr. Biasetto. Se eu fosse um espírita, não me seria difícil transformar seus estudos não numa negação, mas, ao contrário, numa confirmação dessas urbes nefelibáticas. Porque, se há tantas semelhanças assim, isso tanto pode significar que Xavier “copiou” quanto que tanto Xavier quanto os demais tiveram revelações substancialmente autênticas de algo que, efetivamente, existe do modo como descrito. As semelhanças, sr. Biasetto, do modo como o sr. as coloca, são mais evidência de que realmente essas “nefelóples” existem, do que do fato de não existirem… Os próprios enredos podem ser semelhantes não porque foram copiados, mas sim porque as angústias do ser humano, e suas peripécias emocionais e espirituais, são, substancialmente, as mesmas.

    Veja bem, sr. Biasetto, eu não acredito nessas “cidades celestiais”; o sr., a meu ver, está no caminho certo, mas, em sua afobação (em sua “paixão”…), apresentou seu material de modo equivocado, e não é muito difícil utilizá-lo para provar justamente o oposto do que o sr. quer provar. Não há praticamente nenhuma evidência de “plágio”, no sentido técnico da palavra (como bem notou o sr. Arduin, e nisso ele está totalmente coberto de razão); as semelhanças dessas urbes, ou colônias, quer em Xavier, quer no reverendo inglês, quer em Swedemborg, quer em Andrew Jackson Davis – pessoas diferentes, de épocas diferentes, com inclinações ideológicas diferentes – tendem a levar, pelo critério da múltipla atestação, muito mais à suposição de que “algo do tipo” efetivamente existe, do que o contrário. Em linhas bem gerais, e resumidas, é isso, sr. Biasetto. Claro, podem ser coligidos exemplos, pode-se “rechear” um pouco mais o texto, e uma refutação bem fundamentada às suas pesquisas estaria pronta. Me admira muito que nenhum espírita o tenha feito, até agora. Isso é que é incompetência (ou indiferença)… Se eu fosse espírita, já o teria feito. Acredite-me, sr. Biasetto (falo isso como seu amigo, e para o seu bem, embora, claro, certamente o sr. não acredite nisso), o sr. mesmo fornece todas as armas ao inimigo. Todas. No entanto, sua “percepção” é verdadeira… O que lhe falta? Amadurecimento. Tempo. Mais pesquisas. Checagem e rechecagem dos dados. Mais leitura. Muito mais leitura. Estofamento filosófico (sim, filosófico, abstrato, aquilo que o sr. considera “inútil”…), de modo a dotá-lo das categorias conceituais que lhe permitam adentrar especificamente esse assunto (que é uma espécie dum gênero maior, o referente à “descrição do Além-Túmulo”) e apreendê-los (ao gênero inicialmente, e depois à espécie) numa perspectiva ampla, desde as concepções antigas, egípcias (“Livro dos Mortos”) e mesopotâmicas (p.ex., “Descida de Ishtar [ou Inana] ao Mundo Subterrâneo”, ou partes do épico de “Gilgamés”), passando pelas “descrições do Paraíso” medievais (tanto as ocidentais quanto as bizantinas e as islâmicas), seguindo pelos debates acerca da vida extraterrestre (sim, isso também tem a ver…), acerca da própria interação material-espiritual (sim, isso também tem a ver… afinal, essas cidades, ao menos para os espíritas, da “Summerland” ao “Nosso Lar”, têm existência e localização física efetivas, não? Então, representam o exemplo mais perfeito e acabado da interação “material”/“espiritual”, não?), culminando nas descrições proto-espíritas (como as de Swedemborg), espíritas anglo-saxãs (como as de Andrew Jackson Davis) e espíritas kardecistas brasileiras (Xavier), sendo estas últimas uma especificidade nossa, mais uma nossa “jabuticaba”, embora herdeira (acredite) duma ilustre e vetusta estirpe. Essa perspectiva histórico-filosófica dar-lhe-ia todos os elementos para demonstrar (sem nenhuma acusação ridícula de “plágio”, algo que, aliás, eu creio que NÃO ocorreu, ao menos no modo como o sr. dá a entender) uma evolução e uma continuidade TOTALMENTE HUMANAS, umas concepções levando às outras, sem qualquer evidência palpável de contemplação verdadeiramente espiritual. Xavier “absorveu” esse material e essas influências do mesmo modo que absorveu outros componentes de sua “percepção” espírita, que é única e idiossincrática (já abordei essas características únicas do pensar dele em meu texto “Reflexões Xavierianas”). Não creio, sinceramente, que ele tenha sido um “plagiador”. Aliás, nem o sr., sr Biasetto, consegue, no duro mesmo, provar isso. Cuidado para não passar do “amor” ao “ódio”. Os extremos não costumam levar à sabedoria…

    Enfim, falta ainda trabalho de alguns anos, sr. Biasetto. Fruto de paciência e de amadurecimento, não de “paixão”, não de “catarse” pela sua decepção espiritualista. Não sou eu, em absoluto, que utilizo esse “blog” para “lavar minha alma”… Sei que o sr. me odiará pelo que agora escrevi, mas, se o faço, é porque penso que o sr. tem potencial para apresentar algo muitíssimo melhor, se se der ao trabalho de pesquisar profundamente, e de ter paciência. Se não tem paciência, e se não se mostrar disposto a gastar o tempo que for necessário, e a escrever textos tão longos quanto o necessário, é melhor desistir. Acabará fornecendo subsídios para demonstrar justamente o contrário do que pretende.

    Mas, continuando: o sr. Biasetto me acusa de “ausência total de imparcialidade”, e de que as minhas críticas ao Espiritismo não passariam de mera questão pessoal e doutrinária. Onde exatamente, sr. Biasetto, demonstro imparcialidade? Tanto nos meus textos quanto em meus comentários eu procuro demonstrar o que afirmo. Logicamente, tenho minhas próprias opiniões – mas eu procuro sempre fundamentá-las. Se é isso que o sr. considera “ausência total de imparcialidade”, então todos somos (o sr. inclusive) abissalmente imparciais…

    Quanto às minhas críticas ao Espiritismo (anglo-saxão ou kardecista), em meus textos eles se situam exclusivamente dentro da análise histórica, tão fundamentada e documentada quanto me é possível; e, nos meus comentários, sempre dentro dum debate que esteja sendo travado. Claro, há muito de pessoal nisso, no sentido de que nisso estão presentes minhas opiniões e minhas percepções. Mas tal ocorre com todos; a questão é saber QUÃO (BEM) FUNDAMENTADAS estão, quer em termos históricos, quer lógicos, quer filosóficos, tais opiniões e percepções. Nisso procuro contribuir neste “blog” (sem querer “doutrinar” ninguém…) O sr. tem algum problema com relação a isso? Ou, na sua visão, eu não posso ter opinião própria, muito menos expressá-la, quando isso for pertinente?

    Logo após todo esse louvável exemplo de “tolerância”, o sr. Biasetto apresenta uma série de exemplos (os mesmos e surrados exemplos…) para “demonstrar” a maldade da Igreja. Não faltam (claro), Giordano Bruno, Galileu Galilei, Joana d’Arc, a Inquisição (a Idade Média, a “Idade das Trevas”, não é? O sr. acredita mesmo nisso? O sr. ensina ISSO a seus alunos?), o massacre da Noite de São Bartolomeu, as “incoerências” bíblicas (como ocorre geralmente nesses textos “copiados-e-colados”, os aspectos mais “embaraçosos” da legislação mosaica, bem como exemplos da “crueldade” de Deus – claro, como sempre, as pragas egípcias…). Tudo isso é material requentado, que já foi analisado (e refutado) inúmeras vezes. Muito me admira que o sr. Biasetto, professor de História, apresente todo esse amontoado de material, totalmente descontextualizado, como “prova” de que a Igreja e/ou a Bíblia “não presta” – me lembra muito a pretensão duma outra pessoa, a sra. Sônia N., que também se dispunha a “demonstrar” que a Igreja não prestava… Vindo duma pessoa comum, ainda é compreensível; vindo dum professor de História, é algo terrível. Não vou discutir isso. Se o sr. quiser levar adiante uma discussão acerca de cada um desses temas, ou mesmo de outros relacionados, eu fortemente sugeriria que o sr., antes, procurasse obter, e ler (para começar…), os seguintes livros: a) “Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental”, de Thomas E. Woods Jr., Editora Quadrante; não é tão caro assim, custa, ao que me consta, menos de R$ 40, não é muito grosso, mas é bem denso e totalmente documentado; o título fala por si, e é plenamente justificável; b) “Herdeiros de Aristóteles”, de Richard E. Rubinstein, Editora Rocco; também não é tão grande assim, e também é baratinho (menos de R$ 40); mostra bem como a tal “filosofia inútil” e “abstrata” moldou a civilização ocidental, inclusive a tão amada ciência, e o tão amado cepticismo; c) “A Revolução Industrial da Idade Média”, de Jean Gimpel, que saiu pelo Editorial Europa-América e, creio, pela Bertrand; talvez esteja fora de estoque, mas tente obtê-lo, a fim de se curar da síndrome da “Idade das Trevas”; d) “A Mensuração da Realidade – A Quantificação e a Sociedade Ocidental, 1250-1600”, de Alfred W. Crosby, pela Editora da UNESP (também menos de R$ 40, ao que consta); um bom lembrete de que nossos antepassados “crentes” não eram os estúpidos e imbecis que os atuais “materialistas racionais” querem fazer crer; enfim, e) “Giordano Bruno e a Tradição Hermética”, da dama Frances Amelia Yates, Editora Cultrix (ainda está disponível, e o preço deve oscilar em torno de R$ 50); para que o sr. tenha uma “visão alternativa” acerca do Renascimento literário, e das (verdadeiras) crenças de Bruno.

    Leia-os, sr. Biasetto. Valem o que custam, e muito mais. E não são proibitivamente aros. Dar-lhe-ão, melhor do que qualquer texto meu, uma (primeira) visão “de conjunto” “do outro lado” (algo que o sr. não tem, em absoluto – o sr. julga sem ouvir a defesa…). Depois, então, e só depois, poderemos discutir, em privado – peça ao sr. Vítor Moura meu correio eletrônico do “Terra”. Com o grau de detalhe que o sr. quiser, e pelo tempo que for necessário. Mas informe-se antes. E não me venha com a desculpa esfarrapada de “falta de tempo”. Se não tem tempo, não se aventure em esposar de modo tão “explícito”, e com tanta “certeza”, as opiniões mal-arranjadas e pobremente fundamentadas que ora professa.

    Quanto aos srs. Caio e Antônio G., responder-lhes-ei oportunamente. Quanto ao sr. Fábio, devo-lhe uma resposta, que espero em breve poder lhe fornecer – em absoluto, não me esqueci.

    De quem ainda se considera seu amigo, sr. Biasetto,

    JCFF.

  211. Juliano Diz:

    Sobre o caso D. Ederlazil

    Volto a repetir o que eu pessoalmente já vi uma vez. A D. Ederlazil pode até ser uma fraude, mas eu sinceramente não acredito em tal hipótese. Eu vi uma mulher aqui de Maringá que lida com estas coisas de quebra de trabalhos de macumba; e, na sessão que eu vi, ela abriu e depois dobrou uma toalha branca e colocou numa bacia com água onde não havia ninguém por perto, e a mesma estava só com água. E começou a rezação. Aí em minutos, e eu presenti que iria acontecer, a toalha branca e a água começaram a ficar vermelhas, parecia e deveria ser sangue, e olhei o tempo todo pra bacia, e após a mesma ficar totalmente vermelha, começara a aparecer pedaços de pé-de-galinha e uma clara pele de cobra. EU VI ISTO GENTE!!! E é por estas e algumas outras experiências pessoais que eu ainda afirmo que deve existir vida de alguma forma após a morte; ou pelo menos, nós temos um parapsiquismo paranormal que pouco desenvolvemos ainda. Agora Biasa, concordo contigo. Na verdade a contribuição do JCFF já foi dada. E para a temática do blog, creio eu, os seus últimos textos só colocam em dúvida as primeiras colocações dele. Eu como antireligioso contumaz acho também que aqui descabe qualquer espécie de elogio ou fundamentação de tese em materiais religiosos. Mas é opinião minha, e respeito o posicionamento do Vítor, ele deve ter os seus motivos. Porém, faço o coro, volta que a tua presença aqui já é fundamental. É isto.

  212. Juliano Diz:

    JCFF

    O catolicismo é um câncer conservador que trouxe no decorrer histórico quase que apenas atrasos e mais atrasos. A única coisa boa que ele teve, no meu entender, por ter dominado a Europa, foi ter sido um instrumento eficaz de vedação ao avanço islâmico no velho continente. E por isto merece a minha menção elogiosa! Só que o seu papel histórico ele já fez, e agora a sua única “contribuição” é ser um instrumento de pregação do atraso em muitos campos do mundo atual. Além de, junto com todas as outras seitas cristãs de forma geral, faturarem e faturarem em cima da miséria e fraquezas humanas. Miséria e fraquezas estas, diga-se, em muito plantadas pela própria religião cristã na forma de condicionamentos dos dogmas cristãos já na criança, que se perpetuam em nível familiar e social.

  213. Biasetto Diz:

    Uma vez no blog, difícil sai dele né? Mas eu vou conseguir.
    .
    José Carlos,
    Minhas críticas não são pessoais e eu não quero entra em conflito contigo, como já aconteceu. Muito pelo contrário.
    Eu não vou respondê-lo detalhadamente, porque não tenho tempo, muito menos paciência pra ler todas as tuas colocações. Fiz uma leitura rápida, superficial.
    .
    Você ao analisar a possível existência ou a provável inexistência do senador romano, faz uso de textos religiosos. Talvez por ausência de outras fontes, ou por se identificar com eles. Já vejo um problema aí, porque suas análises não estão isentas de uma predisposição que você tem, isto está muito claro, em desqualificar o espiritismo, pois não esconde de ninguém que abraça o catolicismo como referência espiritual.
    É citação tua, que faz uso, quando conveniente, das “Sagradas Escrituras”. Bem, aí é uma questão de gosto: porque não vejo nada de sagrado neste livreco chamado bíblia.
    Se é fato, que não há provas de que Publius existiu, também é fato de que não há provas de que as narrações bíblicas, especialmente as “fantásticas”, sejam verdades. Então, como você pode usar de um livro que não se prova, para evidenciar provas contra um outro tema?
    .
    Você (não vejo necessidade de chamá-lo de senhor mais, porque aqui todos se tratam por você) diz que meus estudos a respeito dos plágios de Chico Xavier são fracos, feitos às pressas. Quanto a terem sido feitos às pressas, até concordo contigo, porque, como já afirmei, não tenho tempo nem disposição pra ficar me dedicando a isto, de forma mais qualificada. Os dois artigos, respectivamente Nosso Lar e Libertação, onde contei com a colaboração do Márcio Rodrigues Horta, entendo que estão entre os dez melhores artigos já publicados neste blog. Foram muito bem documentados, desenvolvidos. Se há pessoas que não conseguem ver as semelhanças entre as citadas obras e A Vida Além do Véu, do reverendo Owen, imagino ser por falta de análise interpretativa ou má vontade mesmo. Eu poderia expor, mais uma vez, todas as semelhanças entre as obras, como o enredo, a sequência dos acontecimentos, algumas frases quase idênticas, momentos clímax das histórias. Mas, quem quiser conferir isto, basta rever os artigos ou, melhor ainda, ler os livros. Com isto, e mais informações mencionadas no blog, incluindo seus estudos, que em grande proporção merecem respeito, conclui haver motivos suficientes para duvidar da mediunidade de Chico Xavier. Pelo menos, no contexto em que ela se edificou, sendo que pode ser – veja bem “pode ser”, que ele tenha, de fato, tido algum tipo de mediunidade, mas não acredito do jeito como ficou conhecida, difundida. O Luciano dos Anjos, por exemplo, afirma que os espíritos fizeram uso de outras obras, para passarem as mensagens contidas nos livros de Xavier. Eu, particularmente, acho muito pouco provável, mas não impossível. Inclusive ele afirmou, através de email, que está concluindo o livro sobre “o verdadeiro André Luiz”, o qual, se realmente for publicado, pretendo ler. Quem sabe, ele me convence de que os espírito “plagiavam”. Vamos aguardar.
    .
    Os teus textos são muito bem elaborados, você domina muito bem a escrita. Parabéns! Porém, até fica uma sugestão pra ti: dos colegas que tenho aqui, sempre “escuto” que não têm paciência pra ler o que você escreve. Acho que poderia sintetizar melhor suas ideias, fazendo uso de uma linguagem mais popular. É só uma sugestão.
    .
    Quanto às minhas críticas à Igreja Católica, trata-se de uma crítica geral a todas as religiões doutrinárias. Na minha opinião:
    1º) Se fundamentam em livros antigos, que apresentam fatos históricos, misturados a fantasias, contos, traduções, manipulações… Portanto, não há nada de sagrado nestas histórias e não devem ser levadas a sério.
    2º) O Velho Testamento Bíblico narra passagens da antiga civilização hebraica, também repletas de fatos reais, misturados a contos, fantasias. Engraçado, que os judeus (antigos hebreus), não aceitam Jesus Cristo como o Salvador, portanto, não aceitam o Novo Testamento. Só que os cristãos reverenciam os dois testamentos. Ou seja, os cristãos fazem da história de um povo, que nega Jesus, a história do passado deles, o que é algo absurdo!
    3º) As religiões, ao longo da história, ajudaram e atrapalharam. Mas, no meu placar, diferentemente do teu, elas muito atrapalharam do que ajudaram. Motivos, já mencionei: perseguiram, roubaram, castraram, humilharam, mentiram, forjaram, queimaram na fogueira, fizeram guerras, se enriqueceram através de ato ilícitos e imorais.
    4º) Eu não vejo vantagem alguma, em o Brasil ser um país extremamente mistificado, religioso, crente… excursões para Aparecida do Norte, onde há um comércio de tudo quanto é coisa, igrejas evangélicas que faturam centenas de milhões, livros esotéricos, espíritas, ufológicos, salvo exceções, falando um monte de bobagens, muitos deles, inventando histórias…
    5º) Você não acredita que Galileu, Giordano Bruno, Joana d’Arc foram perseguidos pela Inquisição? Você não acredita que a igreja que reverencias, critica o uso de preservativos em países da África ou de qualquer lugar do mundo? Você considera saudável, uma instituição que exige de seus “funcionários”, o celibato? Por que o Leonardo Boff foi expulso da Igreja Católica?
    Eu admito que existem padres com grande conhecimento e fazendo boas ações. Quanto a isto, não tenho dúvida alguma. Porém, a minha crítica é com relação às instituições, que são hierarquizadas, dogmatizadas, pregam informações, conceitos, crenças ultrapassadas, que não contribuem em nada, para o progresso da humanidade.
    Enfim, José Carlos, estou respondendo de forma superficial, sem revisar texto, sem procurar fundamentos, porque não tenho nem paciência pra isso.
    Mas, quem sabe neste fim de semana, vou pesquisar algumas fontes, oferecendo uma resposta melhor.
    Bom fim de semana!

  214. Roberto Scur Diz:

    O verborrágico gazedobacen deu sua opinião, ou repassou suas encíclicas costumeiras e isto interrompeu o fluxo mais objetivo que o assunto estava tomando (ainda bem que hoje deve ser feriado e ele não estava matando o serviço, menos mal).
    Mas a questão que mais importaria aos céticos, inclusive tu Biasetto, é ir lá visitar a senhora que o Fábio trouxe à baila, e darem o veredito sobre existir ou não fenômenos de materialização.
    Eu estou convencido que são autênticos, tanto quanto eram os de Irmã Josepha, mas a diferença é que agora não há desculpa para não ir lá conferir com os próprios olhos e critério “científico” que vocês dizem ter.
    Não têm mistério, e pegar, ir, averiguar e “desmascarar” a tal da “fraude” como vocês fazem pensar de tudo o que suas cabecinhas estreitas não conseguem perceber.
    Vão lá VM, JCFF, Caio, Biasetto, Gilberto, Tonigui, vão lá, em favor de si mesmos, ou demonstrem o tanto de temor que lhes assombra de descobrirem-se ignorantes querendo ditar teses, teorias, acusações e condenações.
    Não deixem de levar junto o japona ganhador de dinheiro com blogs de superficialidades que chamam atenção dos incautos, o Mori, o mentor deste blog do Vitor Moura. Vão lá e façam melhor do que o banana do Quevedo, que sabendo que não tinha como sustentar sua carreira de mister M dos fenômenos espirituais achou por bem só dizer que era fraude.

  215. Biasetto Diz:

    Só mais três comentários:
    .
    O José Carlos disse:
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    Logo após todo esse louvável exemplo de “tolerância”, o sr. Biasetto apresenta uma série de exemplos (os mesmos e surrados exemplos…) para “demonstrar” a maldade da Igreja. Não faltam (claro), Giordano Bruno, Galileu Galilei, Joana d’Arc, a Inquisição (a Idade Média, a “Idade das Trevas”, não é? O sr. acredita mesmo nisso? O sr. ensina ISSO a seus alunos?), o massacre da Noite de São Bartolomeu, as “incoerências” bíblicas (como ocorre geralmente nesses textos “copiados-e-colados”, os aspectos mais “embaraçosos” da legislação mosaica, bem como exemplos da “crueldade” de Deus – claro, como sempre, as pragas egípcias…). Tudo isso é material requentado, que já foi analisado (e refutado) inúmeras vezes. Muito me admira que o sr. Biasetto, professor de História, apresente todo esse amontoado de material, totalmente descontextualizado, como “prova” de que a Igreja e/ou a Bíblia “não presta” – me lembra muito a pretensão duma outra pessoa, a sra. Sônia N., que também se dispunha a “demonstrar” que a Igreja não prestava… Vindo duma pessoa comum, ainda é compreensível; vindo dum professor de História, é algo terrível.
    .
    José Carlos,
    Envie uma mensagem para o MEC e TODAS as secretarias de Educação, de TODOS os Estados brasileiros, comunicando que estas informações estão incorretas, porque TODOS os autores de livros didáticos afirmam isto. Eu tenho uma meia dúzia deles aqui, mas não vejo motivo para reproduzi-los.
    .
    Responda-me, por favor:
    1 – Você não acredita nas maldades realizadas pela Inquisição?
    2 – Você acredita na história de Adão e Eva, Arca de Noé e Dez Mandamentos?
    3 – Você não acredita que a Igreja Católica se enriqueceu às custas do trablaho dos outros, roubando, sacaneando, se aponderando do que não lhe pertencia?
    4 – Por que Lutero rompeu com o catolicismo?
    5 – Por que Leonardo Boff deixou a Igreja?
    .
    Vítor,
    Eu não sou chantagista, eu só quis dizer, que você é párcial. Se um espírita faz um comentário aqui, citando Kardec, você corre pra mostrar argumentos contra Kardec. Então, eu quis saber, por que você aceita tudo que o JCFF escreve sobre a “Santa Igreja Católica”. Por que você não faz comentários, desqualificando as coisas que ele diz, como faz a respeito dos livros de Kardec?
    .
    Scur,
    Não vamos precisar ir até Votuporanga. O Kentaro Mori vai explicar tudinho aqui. Vamos aguardar.

  216. Biasetto Diz:

    http://www.youtube.com/watch?v=V4ikna1Mfds&feature=related

  217. Biasetto Diz:

    http://www.youtube.com/watch?v=2aOU5Bkla1g&feature=related

  218. Biasetto Diz:

    http://www.youtube.com/watch?v=LFsxCRwhaoE&feature=related

  219. Biasetto Diz:

    http://www.youtube.com/watch?v=qzMZulL52Bk

  220. Antonio G. - POA Diz:

    JCFF,
    Estive refletindo sobre suas duas últimas manifestações: O texto de ontem e a réplica de hoje às reações postadas por alguns participantes do Blog, inclusive minhas.
    Resolvi apresentar-lhe uma “defesa prévia”, haja vista sua promessa de responder-me. De antemão, acho que devo-lhe desculpas por aquilo que possa ser entendido como ataque pessoal. E acho que efetivamente existem nos meu textos elementos que têm esta conotação. Isso não é muito educado e nem muito digno de alquém que se tem por pessoa bem educada, que é o que eu penso ser. E mais ainda, considerando que eu não conheço sua pessoa e nada sei a seu respeito além do que seus textos sinalizam, minha acidez é injustificada. Se algumas palavras minhas o atingiram de forma desrespeitosa (e acho que assim foi), peço-lhe sinceras desculpas.
    .
    É bem verdade que não tenho nenhuma razão para desrespeitá-lo como pessoa nem como adepto de sua crença católica. E realmente respeito o direito individual de crença de quem quer que seja. Respeito a religiosidade alheia. Mas o que eu não me sinto de forma alguma obrigado, nem constrangido e muito menos inclinado a respeitar é a sua religião. Nem a sua nem qualquer outra. Definitivamente, não. E não é pelo fato de eu ser 99,99% ateu, como tenho dito. Eu poderia ser ateu e respeitar as religiões. Mas eu não respeito. Eu as repudio e as abomino. Tenho íntima convicção de que as religiões, no cômputo final de seus méritos e deméritos, apresentam à humanidade um saldo altamente negativo. As religiões são maléficas à humanidade, ao desenvolvimento moral e intelectual dos seres humanos. Os males infringidos pelas religiões são incomensuráveis. Não vou citá-los. Aqui eu evoco os exemplos já dados pelo Biasetto, no que se refere à Igreja Católica, ao que se poderia acrescentar todos os horrores perpetrados em nome de Maomé e de inúmeros outros personagens das demais religiões. As religiões, são, para mim, o mal maior. A principal fonte do atraso, da miséria e da infelicidade dos povos. Eu sonho (como sonhava o Beatle John Lennon) com um mundo sem religiões. Por isso, não respeito religião. E reitero que as religiões não têm que ser respeitadas. Têm que ser combatidas e aniquiladas. Essa é a minha opinião.

  221. Biasetto Diz:

    http://www.youtube.com/watch?v=aIPJhf_JufI

  222. Caio Diz:

    JCFF, quando você redigir uma resposta endereçada à minha pessoa, por favor, tente ser mais objetivo. Escreva o que você quiser. Aliás, você nem tem motivo para medir palavras, mas, por GENTILEZA, seja menos prolixo. Não é um “ataque pessoal”, não é “desrespeito”, é um pedido: seja mais objetivo. E, de preferência, vamos discutir sobre a suposta existência do Deus que você afirma existir, o Deus dos católicos. Grande abraço.

  223. Biasetto Diz:

    http://www.youtube.com/watch?v=BUZ0q87S9FQ

  224. Caio Diz:

    Assim como meus outros dois colegas, também peço desculpas, SE, e somente SE, algum comentário meu tenha ofendido a pessoa física José Carlos Fernandes Ferreira. Agora, quanto às críticas que fiz a religião institucionalizada e aos absurdos das crenças religiosa, não retiro nada do que disse. Pelo contrário, enfatizo: o mundo seria infinitamente melhor se esse tumor maligno chamado religião não existisse.

  225. Biasetto Diz:

    http://www.youtube.com/watch?v=DNoZFwPudRY

  226. Caio Diz:

    Corrigindo: das crenças religiosas*

  227. Caio Diz:

    Fábio, tá adicionado.

  228. Roberto Scur Diz:

    Biasetto,
    Que beleza o vídeo do discovery sobre Giordano Bruno. Eis aí um mártir assim como foram mártires os primeiros cristãos. A verdade é perturbadora.
    Não entregue a definição de algo que pode ser importante demais para a tua vida nas mãos de outros, veja por ti mesmo.
    O Fábio disse que ela está cansada e que vai parar de atender no ano que vêm. Aproveite agora que é mais fácil. Ele disse que pode averiguar tranquilamente o lugar onde ela realiza as materializações, que é aberto, sem proibições.
    Vá lá, peguem um carro em 4 ou 5, dividam as despesas e verifiquem vocês mesmos.
    Vi outros vídeos mais antigos sobre ela, têm alguns, muito interessantes.

  229. mrh Diz:

    Karo JCFF e Bia:

    reitero aqui minha opinião d q a 1ª passagem do JCFF merecia ser 1 post, e axo q o Bia teve 1 surto q seguiu p/ a chantagem (1 komportamento desnecessário).
    .
    A mim parece q o JCFF faz eventualmente apologia da IKatólica, + só qdo lhe parece necessário no contexto do debate a q foi chamado. Ele ñ parece ter exagerado nisso em momento algum (algo como descambar p/ o franko proselitismo etc.), apenas afirma e reafirma sua convicção.
    .
    O Bia tem dado aqui inestimáveis contribuições, + a censura q tentou aplicar a 3ºs ñ pode prosperar. Quero crer q ele vai reconsiderar sua posição. Gostaria d continuar lendo seus textos aqui, karo amigo. E se vc tem objeções ao katolicismo, na medida q faça sentido aqui, dentro da proposta do blog ou no contexto das discussões, as apresente.
    .
    Tbém as possuo (como 1 peru d fora da IC), mas ñ tenho porque trazê-las p/ debater aqui, c ñ surgirem espontaneamente e ñ tiverem 1 mínimo d relevância. O pouco q tinha a dizer sobre isso já conversei c/ o JCFF noutro lugar deste blog.
    .
    Reitero q os estudos sobre o espiritismo do JCFF são inestimáveis. Komo espírita, ex-espírita ou seja lá o q eu seja, afirmo q jamais li trabalhos tão bem desenvolvidos komo os dele relativamente ao tema – incluo aí os meus próprios textos kríticos, como peru d dentro da doutrina d AKardec.
    .
    Digo q devemos manter o espírito liberal e fraterno, e kreio q seguiremos no melhor kaminho.

  230. Vitor Diz:

    Biasetto,

    vc disse para o JCFF: ” Envie uma mensagem para o MEC e TODAS as secretarias de Educação, de TODOS os Estados brasileiros, comunicando que estas informações estão incorretas”.
    .
    Eu vou te dar um exemplo de informação que já se sabe há décadas que está errada e que continua sendo divulgada dessa forma equivocada nesse país. Biasetto, como professor de História que você é, é sua obrigação saber a resposta do que vou perguntar agora. A pergunta é: qual o nome do português que descobriu o Brasil?

  231. Biasetto Diz:

    Vítor,
    Entrei rapidamente no blog, só pra ver se o Mori tinha respondido sobre a Ederlazil. Aí você vem com esta aí.
    Não entendi direito a tua pergunta. Ocorre que existem indícios de que antes de Cabral, outros europeus já haviam estado no Brasil, inclusive portugueses. Tanto que isto é visto como uma prova que a esquadra cabralina se desviou da rota para as Índias, propositadamente. Diferentemente do que se afirmou durante muito tempo, que o “acaso” teria feito Cabral chegar ao nosso litoral.
    Qual é agora, querem me sabatinar?
    .
    A questão é que o José Carlos está querendo negar diversas cagadas feitas pela religião católica, ao longo da história. E eu, não pense o José Carlos e você, não fico em sala de aula, descendo o pau na religião católica, porque inclusive destaco que a igreja também ajudou a preservar muitos documentos históricos. Existiram vários membros da igreja que incentivaram as artes, isto é fato. Santo Agostinho e São FRancisco também foram destaques, Roger Bacon, deu grande impulso ao método científico. Agora, negar a Inquisição, as barbaridades que a cúpula da igreja fez é brincadeira né?
    .
    E qual é a tua Vítor? Pra defender o amor do JCFF pelo catolicismo, agora você vai dizer que a bíblia está certa? E qual é a tua também meu amigo Márcio, vai dizer que nossos trabalhos não têm valor? Que só a pesquisa do JCFF que é boa?
    .
    Minha obrigação é cumprir o currículo do Estado de São Paulo e procurar oferecer conhecimento e tirar dúvidas dos meus alunos. Há dois anos teve uma prova de promoção no Estado, 100 mil professores fizeram, 40 mil foram aprovados. A nota mínima era 6, eu tires 9,5 e fiquei entre os 500 primeiros colocados do Estado.
    José Carlos, você disse algo sobre estar admirado do professor história e tudo mais. Eu digo pra tu: me admira um analista do Bacen, uma pessoa que demonstra tanta cultura, ficar se apegando a textos bíblicos, “sagrada escritura”.
    Isto tudo me cansou.
    Chega, façam o comentário que quiserem, não comento mais aqui.
    Márcio, esquece os artigos, não perde mais teu tempo.
    Já era…
    Abraço a todos – isto não existe mais pra mim.

  232. Vitor Diz:

    Biasetto,
    .
    desculpe mas você está “alucinando”. Ninguém está negando as barbaridades que a Inquisição fez. Por acaso o JCFF disse que pessoas não foram queimadas pela Igreja? Que eu saiba não. Ele disse que a Igreja era infalível? Também não.
    .
    A polícia do RJ também fez e faz várias barbaridades. E aí, vamos acabar com a polícia? O RJ ficaria melhor sem a polícia? É um caso a se pensar…(O Capitão Nascimento acha que é melhor acabar sim)
    .
    Quanto à resposta a minha pergunta: não se trata de indícios, há provas bem substanciais de que não foi Pedro Álvares Cabral o português quem descobriu o Brasil em 1500, e sim Duarte Pacheco Pereira em 1498. Agora eu te pergunto em quantos livros distribuídos pelo MEC consta tal informação…
    .
    O intuito não é te derrubar, mas sim mostrar que o ensino de História neste país é uma lástima. Não sabemos a história de nosso próprio país, quando mais a dos outros. E posso lhe dizer que sim, o que o você acredita saber sobre a relação entre a Igreja de Galileu, Giordano Bruno e outros citados está absolutamente errado. Você chegou ao cúmulo de chamar Giordano Bruno de cientista. Ele NUNCA poderia ser chamado de cientista por um simples motivo: ele JAMAIS provou o que dizia…
    .
    O Mori deve deixar para responder amanhã, ele sempre atrasa…

  233. Biasetto Diz:

    Vítor,
    Ontem eram 10 horas da noite eu estava conversando com o Caio no msn e falei pra ele que eu estava tomando um vinho aqui. No momento em que eu escrevi o comentário, eu já tinha tomado dois.
    O que eu citei sobre o Giordano Bruno: Giordano Bruno (Nola, 1548 — Roma, Campo de Fiori, 17 de fevereiro de 1600) foi um teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano condenado à morte na fogueira pela Inquisição romana (Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício) por heresia. É também referido como Bruno de Nola ou Nolano. Fonte: Wikipédia
    Não falei que ele era cientista. (Se falei aí, em outro trecho, foi falta de atnção)
    Quanto ao Duarte Pacheco Pereira, os livros de história mencionam sim. O que acontece é que existem outros pesquisadores que afirmam falta de documentação para comprovar este fato. O “descobrimento” da América e da região que viria a ser o Brasil, é um tema polêmico. Você sabia que há indícios de que os Vikings já tinham chego à América muitos séculos antes de Colombo? Provavelmente você sabia. Você sabia que há quem defenda até a ideia de que os fenícios, antes de Cristo, chegaram a América? Isto já foi até enredo de escola de samba aí da tua cidade.
    Quando se faz uso das críticas à Inquisição, estes nomes aparecem como “clássicos”, para ilustrar esta ação da Igreja Católica. A Inquisição matou milhares e milhares de pessoas, a Igreja perseguiu milhares e milhares de pessoas. Eu até procuro relativizar isto, porque à medida que a Igreja foi se fortalecendo, na época medieval europeia, muitas pessoas buscaram fazer parte da Igreja, exatamente porque ela estava ficando poderosa, então, não se tratava de “vocação”, mas de interesses pessoais. E isto, certamente, prejudicou a instituição. Seria, mais ou menos, como comparar com a política: de repente alguém cria um partido político, simples, com a melhor das intenções. Depois, este partido vai ganhando espaço, começa a se destacar, e muitas pessoas começam a entrar para o partido, já com outros interesses, transformando o partido numa instituição sacana. A Igreja em seu nascedouro, tinha “ótimas intenções”, mas ficou poderosa demais, se enriqueceu, distanciando-se de seus ideais iniciais. Obviamente que existem pessoas maravilhosas dentro da Igreja, mas como a instituição se baseia em dogmas, e isto eu acho terrível, mantêm-se costumes, crenças, atitudes que poderiam e deveriam ser mudadas.
    Você está enganado Vítor. Há ótimos livros de história, na atualidade, onde os autores estão propondo reflexões, discutindo temas polêmicos, oferecendo a possibilidade dos alunos refletirem e tudo mais. Às vezes, aparecem uns radicalismos aí, mas têm sido exceção. A proposta curricular do ensino de história no Brasil é uma das melhores do mundo, porque se tenta estudar “todos” os povos, várias culturas. Acontece que isto, convenhamos, é impossível. Então, não dá para os autores, nem os professores ficarem se aprofundando muito nos temas, nos assuntos, por razões óbvias. Além disso, o estudante brasileiro, num contexto geral, não se interessa por quase nada. Muitas vezes, eu tenho que refazer os textos que aparecem nos livros, porque os alunos não entendem aquela linguagem.
    Seria preciso, por exemplo, que houvesse uma revisão dos temas cobrados em vestibulares (poucas instituições já estão fazendo isto), em concursos…
    Quando se estuda a Igreja, a Inquisição, o Evolucionismo, o Criacionismo – não é feita uma abordagem do tipo: “olhem queridos alunos, esta é a verdade”. Não é isto. Mostra-se para os alunos, várias opiniões, textos, muitas vezes, com ideias antagônicas, exatamente com o objetivo de que o aluno pense e faça a própria escolha. Mas, como eu disse isto fica, basicamente, só na teoria.
    A chegada da esquadra cabralina no Brasil em 22 de abril de 1500 está bem documentada, sendo colocado isto pro aluno, como data oficial do descobrimento do Brasil, pelos portugueses. Isto não significa que não seja comentado com os alunos que há pesquisas indicando que outros já haviam estado aqui. Naquela época, os países que estavam procurando novas terras, novas fontes de mercadorias, guardavam suas pesquisas, seus projetos, escondiam isto. Você falou do Duarte Pacheco, mas há pesquisas, que indicam algo antes dele. Isto é uma tese que se relaciona ao Tratado de Tordesilhas, por exemplo. Porque, quando os espanhóis “descobriram” a América, em 1492, Portugal se dizia “dono” do Atlântico, portanto afirmava ter direitos sobre as terras descobertas por Colombo. Então, foi pensado um Tratado para resolver a disputa. Inicialmente, este Tratado – a Bula Inter Coetera, de 1493, que definia a divisão das terras entre Portugal e Espanha, tendo como referência 100 léguas a oeste do arquipélago do Cabo Verde. Acontece que por este Tratado, Portugal ficava somente com águas oceânicas. Então, Portugal insistiu, brigou, e surgiu o Tratado de Tordesilhas (1494), 370 léguas a oeste de Cabo Verde. Aí, Portugal ficou com uma grande parte do que hoje é o Brasil, já antes de descobri-lo, oficialmente. Na opinião de muitos historiadores, isto prova que Portugal já tinha noção da existência das terras brasileiras, por isso fez a exigência da mudança no Tratado.
    Não dá pra discutir história num blog, com pouco espaço, pouco tempo, na pressa. O José Carlos procura se cercar de todas as formas, no que se refere às coisas que ele publica aqui. Imagino que seja um passatempo pra ele, pesquisar estes temas. Quando, na correria, faço algum comentário aqui, posso até falar alguma bobagem, porque escrevo, normalmente, do jeito que vem a ideia. Eu não estou fazendo prova aqui, eu não estou dando aulas aqui. Já deixei várias vezes, o meu email aqui. Se alguém quiser trocar ideias comigo, seja qual for o tema, por email, é diferente. Porque aí, vou ver com mais atenção, vou analisar, pesquisar, rever meus estudos. Aqui no blog, eu procuro fazer comentários rápidos, sem maiores pretensões. E às vezes, quero responder um comentário que acabei de ler, fico ansioso.
    Você sabe que o currículo de História Geral e História do Brasil é tão abrangente, que sai lá da Pré-História e vem até os dias atuais. Agora vejam o absurdo: no 3º ano do ensino médio, no período noturno, para o EJA (Ensino para Jovens e Adultos – Supletivo), a grade coloca somente uma aula de história por semana. Vejam bem: o EJA é um curso semestral, que acaba virando um curso com, no máximo 5 meses, porque tem aquelas coisas que vocês sabem: um feriado na quarta, o aluno não vai na aula na quinta e sexta, as aulas oficialmente vão até 20 de dezembro, mas depois da 1ª semana deste mês, ninguém mais vai à escola… Aí, eu tenho que passar pros meus alunos, nesta série, nestas condições, a história do Brasil, desde a Proclamação da República até o governo Dilma; e a História Geral, desde o neocolonialismo europeu, no final do século XIX, até o momento atual, com a tal história da globalização, multipolarização… É possível isto? Então, eu passo para os alunos, um resumão geral, escolho uns 4 ou 5 textos mais interessantes e ficamos assim. A proposta curricular é muito boa, mas como colocá-la em prática? Vocês sabem também, que professor, pra sobreviver razoavelmente no Brasil, acaba acumulando aulas e mais aulas. Atualmente, estou com 10 aulas diárias, em duas escolas distintas. Separadas por mais de 20 km. Ou seja, não me sobra tempo pra mais nada.
    Meus comentários aqui, minhas visitas aqui, são feitas de forma rapidíssimas – na hora do almoço, final da tarde, às vezes na hora de dormir. Os artigos que fiz, foram feitos às pressas mesmo, porque não tenho tempo pra me dedicar a isto. Dava uma olhadinha num dia, mais uma noutro… ia compondo assim o artigo. Eu via que tinha mais coisas a serem pesquisadas, a serem discutidas, mas e o tempo? e a disposição? e pra quê? não é disso que eu sobrevivo.
    Enfim, já me despedi várias vezes aqui, mas acho que agora vou pra valer. Preciso, realmente, me dedicar mais aos meus estudos, estou fazendo um curso da Secretaria da Educação. Um curso muito bom. É a distância, mas exige dedicação. E o governo está pagando uma bolsa, o que é elogiável, vamos reconhecer.
    O que eu tinha pra mostrar sobre aquilo que considero plágio, já mostrei. Cada um que tire sua conclusão. Não sou dono de verdade alguma, continuarei torcendo pra que um dia acredite de fato em algo espiritual, mas se não acontecer também, tudo bem: a vida continua, e sabemos que vamos morrer. Se tiver alguma coisa depois, aí a gente vê. Se não tiver, valeu a diversão aqui, mas também não serviu pra nada.
    Eu respeito tua crença José Carlos. Minha esposa é católica, tenho vários parentes católicos. Eu, por N razões, não acredito na bíblia, não acho que religião seja bom negócio. Pode ser que um dia eu mude de opinião. Pode ser! Acredito que as pessoas devem buscar o conhecimento real, concreto, científico. É claro que há momentos, situações, que o “vazio” é grande, o “espiritual” faz falta, ou vem como solução. Neste caso, aprendi, estou aprendendo a lidar com algo interior mesmo, apreciar a natureza, brincar com meu cachorro, passear com a família, ouvir boa música, ver um belo filme…
    Se ficaram resquícios aí, deixem pra lá. Estou precisando de um tempo. Tem dois concursos bons aí, acho que vou prestar os dois, ou pelo menos um. Eu gosto de minha profissão, mas preciso ganhar mais, e a sala de aula está virando campo de batalha. Tá difícil demais! Nos últimos 5 anos, passei em três concursos, mas fazem concursos e chamam poucos aprovados. Vou ver se desta vez, fico entre os primeiros.
    Um abraço a todos, se me permitem: FIQUEM COM DEUS!!! Hehehê – e vinho bom.

  234. André Ribeiro Diz:

    DOSSIÊ PROFECIAS – Jacqueline Hermann (Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 6, nº 63, dezembro 2010) [Com adaptações]

    Protótipo do “profeta” popular, ANTÔNIO CONSELHEIRO encarna ainda hoje o exemplo máximo de um tipo social que encontramos no Brasil desde os primeiros anos de nossa vida colonial. (…)
    Com as grandes levas de cristãos-novos – judeus convertidos ao cristianismo – que chegaram no início da colonização do Brasil também vieram a ESPERA MESSIÂNICA e as PREVISÕES PROFÉTICAS. (…)
    Esse messianismo ibérico encontrou outras formas de religiosidade indígena a desafiar os jesuítas que aqui chegaram em 1549. Os “soldados de Cristo” viram-se diante de rituais e cerimônias desconhecidos e indecifráveis. (…) Essa base mística indígena foi somada à espera messiânica de origem judaica. E diversas outras manifestações da religiosidade popular se irradiaram a partir de lideranças individuais. As VISIONÁRIAS JOANA DA CRUZ e LUZIA DE JESUS afirmaram ter contato direto com o Criador e com as almas, além de terem sido eleitas por ELE para continuar SUA OBRA NA TERRA. CONDENADAS PELO SANTO OFÍCIO na segunda metade do século XVII, foram degradadas para o Brasil, onde provavelmente continuaram a exercitar suas predições.
    Do século XVIII, pelo menos mais dois acasos merecem destaque. O de PEDRO DE RATES HENEQUIM, português que trabalhou nas Minas Gerais por cerca de vinte anos e elaborou um ousado “tratado” de 101 teses, no qual afirmava ser o Brasil lugar de realização do Quinto Império na Terra. Algumas de suas ideias se assemelham às do célebre jesuíta ANTÔNIO VIEIRA (1608-1697), PRESO E CONDENADO PELA INQUISIÇÃO PORTUGUESA nos anos 1660. Foi contemporâneo das visionárias Joana e Luzia e inspirador de projetos messiânicos cuja extensão é difícil medir. (…)
    Do século XIX, os exemplos são numerosos. No agreste pernambucano, cerca de 200 a 400 pessoas se reuniram em torno dos ex-milicianos SILVESTRE JOSÉ DOS SANTOS e MANOEL GOMES DAS VIRGENS para esperar D. Sebastião e inaugurar um novo tempo de paz, riqueza e harmonia. Os líderes recebiam mensagens de uma santa, guardada numa pedra, que profetizava a volta do Encoberto. (…)
    Profetas, visionários, místicos, adivinhos, santos – muitos foram os candidatos a intermediários dos desígnios de deuses das mais variadas crenças. Marginalizados e perseguidos, foram seguidos, reverenciados, esquecidos. O CATOLICISMO DO BRASIL DEIXOU SUA MARCA, MAS FOI SEMPRE DESAFIADO POR INUSITADAS COMBINAÇÕES SINCRÉTICAS. As histórias aqui contadas, mesmo fragmentadas, ajudam a compreender parte da riqueza do Brasil mestiço.

    DOSSIÊ PROFECIAS – Geraldo Mártires Coelho (Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 6, nº 63, dezembro 2010) [Com adaptações]

    O PADRE ANTÔNIO VIEIRA rodou meio mundo pregando a palavra de Deus. Nascido em Portugal, ele esteve na Holanda, na França e na Itália. Ao vir para o Brasil, singrou as grandes águas da Bahia, do Maranhão e do Pará. Como depois diria no seu famoso Sermão de Santo Antônio, de 1670, nascer português era morrer peregrino. Defensor incansável da liberdade do índio brasileiro, pregava o Evangelho e os valores humanistas. TIDO COMO HEREGE por fazer profecias e defender os judeus portugueses e os cristãos-novos, acabou enfrentando os RIGORES DA INQUISIÇÃO. (…)
    Recluso nos CÁRCERES DA INQUISIÇÃO, peregrinando por Roma (1669-1675) ou durante seus últimos anos no Brasil (1681-1697), Vieira trabalhou ardorosamente suas ideias proféticas. Desde 1640, pensava na obra que sintetiza todo o seu sistema profético, a Clavis Prophetarum (Chave dos Profetas). Quando escreveu Esperança de Portugal, na amazônica Cametá, em 1659, e falou da ressurreição de D. João IV e do Quinto Império, suas profecias já encontravam bons ouvintes. ANTÔNIO VIEIRA foi uma lenda do século XVII, tanto na Europa como no Brasil, e ficou marcado como alguém que lutou pela fé, pela liberdade e pelo homem.

    MÁRTIRES DA HERESIA – Adriana Romeiro (Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 6, nº 63, dezembro 2010) [Com adaptações]

    Lugar de riquezas minerais, Minas Gerais foi também um solo especialmente fértil para as profecias. Lá surgiram dois profetas que PAGARIAM COM A PRÓPRIA VIDA o preço de suas convicções religiosas nada comuns. O primeiro deles foi o padre MANUEL LOPES DE CARVALHO, que nasceu na Bahia em 1682, mas acabou se transferindo para Minas em 1717, quando virou pároco da pequena Vila do Ouro Branco. O outro foi o português PEDRO DE RATES HENEQUIM, que chegou às Gerias por volta de 1702 e lá permaneceu por quase vinte anos, vivendo em Sabará, Vila Rica e Itacambira.
    LOPES DE CARVALHO percorreria um longo caminho até se transformar no profeta furioso que assombraria Lisboa. (…) mas um episódio em particular o marcaria para o resto da vida: a aparição nos céus da Bahia, em fevereiro de 1698, de um “fatal cometa”. Seu professor jesuíta e astrônomo morávio VALENTIM ESTANCEL (1621-1705), deu ao cometa a forma de uma baleia. O evento levou LOPES DE CARVALHO a estudar Astronomia e a computação dos tempos, que o estimularam a realizar “várias experiências pelos mares, e pelas luas, consultando, no mesmo tempo, homens práticos marítimos.” Seus estudos levaram-no à conclusão de que a conta dos tempos estava errada, e que era preciso retornar à Igreja Primitiva. O RETORNO À IGREJA PRIMITIVA ESTEVE DURANTE SÉCULOS NO CENTRO DOS MOVIMENTOS RELIGIOSOS QUE SE OPUSERAM À IGREJA ROMANA, CONSIDERADA POR SEUS SEGUIDORES UMA DISTORÇÃO DOS VERDADEIROS VALORES PREGADOS POR CRISTO, que antecedera o Concílio Niceno, ocorrido no ano 325, cuja revogação PERMITIU A INTEGRAÇÃO DA IGREJA ORIENTAL, DO JUDAÍSMO E DO CRISTIANISMO NUMA ÚNICA RELIGIÃO. (…)
    A INQUISIÇÃO DE LISBOA, que até então ignorava as denúncias, começou a se preocupar com a repercussão das ideias do visionário. Para não ter que prender um padre NOS CÁRCERES DO SANTO OFÍCIO, o que causaria escândalo e comoção, a INQUISIÇÃO fez de tudo para obter a retratação de LOPES DE CARVALHO, apostando que ele abandonaria suas heresias em respeito à Igreja e ao rei. (…)
    O processo conta LOPES começou a se arrastar, mas diante da inabalável obstinação do réu, a INQUISIÇÃO DECIDIU CONDENÁ-LO À MORTE PELO FOGO. Finalmente, em 1726, Lisboa se preparou para assistir ao auto de fé mais concorrido de todos os tempos, protagonizado por um padre judaizante. No último instante, quando já saía em procissão, o rei em pessoa dignou-se a visitá-lo, numa tentativa desesperada de evitar o escândalo. Ofereceu proteção e uma pensão em toca de sua abjuração. Convicto, o padre recusou tudo. Mas o pior ainda estava por vir. De passagem por Lisboa, o naturalista francês CHARLES DE MERVEILLEUX assistiu àquele fatídico auto de fé. De acordo com seu relato, O RÉU FOI TORTURADO ANTES DE MORRER, TENDO A PELE DOS DEDOS ARRANCADAS, EM CASTIGO POR TOCAR COM ELES A BÍBLIA. Do alto da fogueira, cheio de ódio, amaldiçoou Portugal, exclamando: “É uma grande infâmia e uma enorme vergonha tratar deste modo a um homem que morre por afirmar que há um Deus verdadeiro. Deus vos castigarás, desgraçados, por de tal maneira o ofenderdes.”
    (…)

  235. André Ribeiro Diz:

    CORRIGINDO:
    1-) PEDRO DE RATES HENEQUIM, que chegou às Gerias (GERAIS) por volta de 1702 e lá permaneceu por quase vinte anos, vivendo em Sabará, Vila Rica e Itacambira.
    2-) O processo conta (CONTRA) LOPES começou a se arrastar…
    3-) Ofereceu proteção e uma pensão em toca (TROCA) de sua abjuração.

    E A ANÁLISE DO “CASO EDERLAZIL” – Esta demora de Kentaro Mori e a ausência de opinião do Vítor Moura, me faz pensar que eles estão sem saber o que dizer.

  236. Kentaro Mori Diz:

    As supostas materializações de dona Ederlazil já foram mesmo matéria do programa do Ratinho, que inclusive com o uso de câmera oculta, classificou o local como um antro de charlatanismo. O mesmo programa reproduziu os supostos feitos sobrenaturais com o auxílio de um mágico, Lipan Jr. Ver o comentário em inglês no boletim da JREF:
    http://www.randi.org/jr/010904and.html
    Seria interessante alguém encontrar a performance de Lipan Jr e partilhar por aqui.
    Para quem questionar o programa e exigir uma outra fonte, o pesquisador Jayme Roitman, psicólogo e consultor do Fantástico na excelente série “Operação Bola de Cristal”, também já esteve duas vezes em Votuporanga averiguando o caso. Consultei Roitman, que gentilmente respondeu que “a hipótese de fraude (que é prioritária diante de fenômeno de aparência paranormal) não está descartada. Muito ao contrário”. Eu destacaria esse “muito ao contrário”. O “fenômeno” em seus detalhes parece projetado para facilitar a fraude.
    O padre jesuíta Oscar Quevedo também investigou o caso, e também o considerou fraudulento. Recentemente Ederlazil voltou ao noticiário por praticar curandeirismo.
    http://www.regiaonoroeste.com/portal/materias.php?id=27808

  237. Vitor Diz:

    A parte do link do site do randi que fala do caso do algodão é essa:
    .
    “Brazilian reader Gustavo Bastos Salles writes us about a TV appearance that got his attention recently:

    A man, who I knew was a magician, although I did not know his name at that time, was performing… It was quite a surprise when I discovered that Lipan [Jr.], the magician . . . was doing that famous trick where cotton is introduced into an empty large pot, and some strange objects (bones, toys supposed to be voodoo dolls) are extracted from the pot by handling. This number can be very impressive to those who believe in black magic, contact with the dead, witchcraft, and so on — this kind of nonsense.

    In fact, what surprised me was not the number of objects (I have seen this before, and besides I am a Bright), but the flavor of Lipan’s performance. With the presenter’s help, Lipan imitated the gestures and the speech of a psychic but did it with a lot of sarcasm. Indeed, his intention was to discredit a lady who has been doing the same trick under the claim of paranormal powers. After the presentation, Lipan pointed out that everybody had seen that there was nothing inside the cotton (he used sealed packages, opened and checked by the audience), and that the pot was empty. He pointed out that there was no supernatural power involved in the show and assured us that is wrong to deceive others using this kind of trick. What a prodigy!! Congratulations to Lipan and SBT [the Brazilian network]!

    The sad part is that presentations like this one are almost nonexistent. I mean, more often TV channels include in their schedule programs about occultism, chromotherapy, homeopathy. Probably, Lipan’s performance had been featured only because the producers thought that it would attract a good number of viewers. I’ll not be surprised if in the future the same program presents a long interview with a person who proclaims herself a gifted psychic.”

  238. Gazozzo Diz:

    Mas o Lipan não explicou o truque (corrijam-me se eu estiver enganado). Seria o caso de recorrermos a…Mister M? Seja como for, o caso Edelarzil é muito interessante para ter gerado tão pouco debate em todos esses anos…

  239. Vitor Diz:

    Não explicou mas repetiu o truque. Isso é o suficiente para mostrar que não precisamos recorrer a hipóteses paranormais. E se o caso gerou pouco debate, é porque o fenômeno desaparecia em condições controladas.

  240. Roberto Scur Diz:

    Cade a prova de que ele repetiu alguma coisa? Onde está gravado isso? Quem viu?
    Você não têm moral nenhuma para dizer nada sobre o caso Vitor, pois você e o japonês têm oportunidade de averiguar por si mesmos, provarem que é um “truque”, sem questionamentos, indubitavelmente, definitivamente, e NÃO FAZEM.
    Não fazem porque sabem que não é um truque coisa nenhuma, porque sabem que cairiam no ridículo, passariam vergonha e perderiam o seu ganha pão de defenestrar reputações com falsa e inexistente ciência.
    Cientistas de araque, ignorantes de má fé ou sabedores de pior fé ainda.
    Se tu não fores lá para montar um vídeo provando que aquilo é truque, já que o local é totalmente aberto, sem proteção, sem firulas, sem mistérios, é só chegar e aguardar conforme o Fábio relatou, livremente, até que chegue a senhora, e desmascarar o que tu diz ser um truque, então tu só terás o direito de calar-se sobre este ou sobre qualquer assunto de materializações, é claro, se existir um pingo de honestidade no teu caráter.
    Não espere a senhora desencarnar para sair dizendo calúnias e apresentando provas anedotárias.
    Você Vitor causa prejuízos para a sociedade, não têm escrúpulos e é um caluniador.
    Vá lá e cale a minha boca com um estudo de valor, realmente científico (se é que tu saiba o que é isso) e prove o que em 40 anos ninguém conseguiu provar.

  241. Gazozzo Diz:

    Eu pergunto ao meu amigo Mori e ao Vitor: se pra você isso é suficiente, de onde vocês imaginam que saiam os objetos? Caso vocês não tenham uma hipótese concreta, isso não chega a incomodar vocês de nenhuma forma? A mim incomoda. Por mais que se diga que é fraude, eu não estou plenamente convencido. Apesar de me achar cético, tento ser razoável na medida em que, diferentemente do caso Irmã Josefa – que contou com farto material fotográfico – ainda não surgiu nenhuma evidência muito clara da suposta fraude de D. Edelarzil; Acho, inclusive, que desvendar o mecanismo por trás de suas materializações é um passo fundamental, já que qualquer hipótese a que recorro me parece insuficiente pra explicar o fato.

  242. Gazozzo Diz:

    O gaúcho tá brabo, sai de baixo.

  243. Roberto Scur Diz:

    Gazozzo,
    Analisar o caso de Otília Diogo e a materialização de irmã Josefa quando da presença de Chico Xavier, 17 médicos mais os jornalistas de O Cruzeiro com base nas fotos e na reportagem que saiu posteriormente nesta revista sensacionalista, que objetivava vender revista e ter lucro, é parecido com o que os negadores fazem hoje em dia.
    Os repórteres, naquela época, ficaram atônicos, atoleimados, e isto ficou registrado nas fotos em que eles aparecem ao lado da materialização com cara de assustados, e foram incompetentes ao extremo em não terem desmascarado tudo ali, na hora, puxando o veu que eles disseram depois que Otília teria usado, e ficou registrado também em depoimentos que deram gravados em fita k7, mas isso não interessou depois para quem precisava faturar e achou um caminho mais lucrativo negando tudo o que viram e arrumando argumentos para dar azo a versão dos fatos.
    Fazem o mesmo os céticos de hoje, exatamente o mesmo, pois querem ganhar dinheiro e não querem provar coisa nenhuma, os de hoje e os de sempre pois a mulher está fazendo isso há 40 anos, e nenhum Randy da vida veio destruir a farsa, nenhum Mori vai lá, nenhum Vitor Moura se mete a cientista para averiguar com seus próprios critérios, mas sem embargo dizem pouca coisa, acovardados, esperando que a mulher morra para poder usar da retórica cética livremente.
    Isto é altamente prejudicial para a sociedade.
    .
    Gazozzo, o depoimento do Fabio diz que ela passou horas tirando objetos das peneiras de algodão, objetos que nem cabiam dentro da peneira, um atrás do outro, e que averiguou livremente antes do início das materializações, checou o tanque, as peneiras, o algodão, fez algo além de negar apelando para artigo fajutos escritos em inglês dizendo que alguém reproduziu o truque sem deixar rastros de prova do que dizem terem feito.
    Ninguém impediu que ele fizesse isso, ficou livre. Será que tinham gnomos minúsculos dentro do tanque que sairiam de forma fantástica de dentro da terra (ele disse que a terra é de chão firme onde o tanque de concreto está sobre) que tiram de cartolas objetos muito maiores do que eles próprios? Será que são os micro-anões que ficaram lá dentro, encharcados com a água que caia de cima, que traziam estes objetos?
    São mercenários da dúvida pela dúvida para estatuir uma visão enganosa da realidade.
    Silenciaram por anos sobre assuntos deste tipo, pois não é só ela quem faz materializações, não são poucos os médiuns de cura que realizam-nas à luz do dia, como vi no programa da Ophra quando americanos vieram conferir as curas de João de Deus e voltaram confirmando o inusitado dos fenômenos. Existem outros que poderiam servir de prova final que enxovalhasse a possibilidade de materializações, só que o silêncio, o medo e a covardia que vimos nos repórteres do Cruzeiro nós vemos hoje nos céticos profissionais da hora.
    Este é um comportamento vexatório, vergonhoso, lamentável. Assim como há pessoas que usam sua capacidade intelectual para produzir vírus de computador que roubam o tempo e os recursos de outras pessoas, existem os hackers da verdade que baseados em mentiras e amadorismo proposital atrasam o progresso desta mesma humanidade.
    Mercenários e vilões. É revoltante esta indignidade. Puxa vida!

  244. Fabio Diz:

    Pessoal, vamos com calma que ninguém é o dono da verdade….a coisa é bem polêmica…..provavelmente minha esposa não vai poder voltar comigo lá em votuporanga por conta de compromisso profissional. Se algum de vcs de SP ou região tiver interesse e quiser ir comigo para tentar “desvendar” esse mistério terei o maior prazer em tê-lo como companhia de viagem. Eu também tenho interesse em saber se a coisa toda é fraude ou não, mas pelo que presenciei e verifiquei não é…mas posso estar enganado….fica ai o convite, quem quer ser meu carona? ai não vai ter desculpa de que não tem $$$ e não precisa nem comprar o algodão de lá, leva de casa mesmo….kkkk

  245. Roberto Scur Diz:

    Fábio,
    Eu ir não iria ajudar muito pois todos aqui conhecem minha posição sobre isso e não acredito que seja fraude.
    Falei com o Biasetto à pouco e sugeri a ele irem lá.
    MRH, Caio, Carlos, Biasetto, quem se habilita?
    Sugere uma data aí Fábio.
    O Vitor deveria ir junto para colaborar com sua “capacidade científica” para desvendar a “fraude” (que fraude o que, fraude é ele, Vitor Moura). Se ele for eu não vou para não constrangê-lo, pois vou pegar no pé, é certo.

  246. Fabio Diz:

    dia 19 ou 26 de novembro! Vai e volta no mesmo dia…saimos na vira da sexta para sabado.

  247. Fabio Diz:

    Se alguém tem mesmo o perfil de investigador em busca da verdade basta ir até o SBT e solicitar uma cópia do programa do qual o Kentaro fala para ver como e em que situação foi feita a reportagem. Vindo de um programa tão bom quanto o do ratinho deve ter sido mais sensacionalista do que a revista o cruzeiro. E Vitor, se um mágico reproduz um fenêmeno paranormal isso não quer dizer que ele seja falso, uma coisa não exclui a outra.

  248. Fabio Diz:

    Se alguém tem mesmo o perfil de investigador em busca da verdade basta ir até o SBT e solicitar uma cópia do programa do qual o Kentaro fala para ver como e em que situação foi feita a reportagem. Vindo de um programa tão bom quanto o do ratinho deve ter sido mais sensacionalista do que a revista o cruzeiro. E Vitor, se um mágico reproduz um fenômeno paranormal isso não quer dizer que ele seja falso, uma coisa não exclui a outra.

  249. Antonio G. - POA Diz:

    As leis da física estão em xeque…
    Será?

  250. Fabio Diz:

    Vejam a diferença de uma reportagem sensacionalista em comparação a uma reportagem que foi lá para mostrar o fenômeno, sem julgamentos…..vejam os comentários que são feitos…prestem atenção por favor.

    http://youtu.be/wRM3YqWEJAc

  251. Fabio Diz:

    Tenho uma missão para o pseudo pesquisador Kentaro, fala que isso é fraude:

    http://youtu.be/RPxu-z2vnls

  252. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Este comentário, por pertinente, está sendo postado simultaneamente nos dois últimos textos do “blog” “Obras Psicografadas”, intitulados “Uma Avaliação de Ostensivas Comunicações com um Falecido Mestre em Xadrez como Evidência para a Sobrevivência (2006)” e “Uma Análise Detalhada de um Jogo Importante de Xadrez: Revisitando ‘Maroczy contra Korchnoi’ (2007)”.

    Depois de um fim de semana no convívio com a família e amigos, sem me inteirar da evolução da discussão aqui, eis que me encontro surpreendido pelo curso absolutamente inusitado que tomou. De acusações por parte do sr. Biasetto, e de outros (absolutamente infundadas, e as quais já refutei) de que meus dois últimos comentários seriam “pregação católica”, a situação rapidamente tomou o caminho diversionista de (aí sim) PREGAÇÃO ANTI-CATÓLICA, com a apresentação dos mesmos e rançosos argumentos, virtualmente todos já refutados, inclusive na Internet. Não tenho, obviamente, condições, aqui e agora, de responder detalhadamente a todos eles; e nem creio que, na maioria, mereçam sequer ser respondidos, já que se trata de diversionismo em relação ao que inicialmente era discutido (quem é o pregador, afinal?), além de se constituírem num amontoado de falácias ou mesmo de mentiras, mas algumas considerações têm de ser tecidas. Neste comentário, faço algumas reflexões gerais, que (creio) valem para o conjunto das discussões. As respostas aos srs. Caio, Antônio G. (o “tolerante” exterminador de religiões…) e Juliano (o combatente do “câncer católico”…), bem como uma resposta ao sr. Fábio, serão postadas no texto enxadrístico de 2006; algumas considerações suplementares ao sr. Biasetto, bem como um posicionamento em face (mais uma vez!!!) do “affair” Galileu, no texto enxadrístico de 2007. Essas serão as minhas últimas manifestações sobre esse assunto. Que fique bem claro a todos: não houve, de minha parte, “pregação católica” coisíssima nenhuma (já demonstrei isso); são os meus adversários, ao contrário, que vomitam pregação anti-católica e anti-religiosa, gratuitamente, utilizando falácias, mentiras ou fatos flagrantemente descontextualizados; e, o que é mais triste nisso tudo, uma dessas pessoas (e quem começou toda essa confusão) é um encanudado professor de História.

    Gostaria, assim, de chamar a atenção para quatro tópicos:

    PRIMEIRO – RECONHECER IMPORTÂNCIA NÃO SIGNIFICA SEGUIR IDEOLOGICAMENTE. Posso reconhecer a importância da Filosofia grega, mas não segui-la ideologicamente; aliás, posso reconhecer a dívida que nossa civilização ocidental tem para com a civilização clássica, greco-romana, sem que isso signifique em absoluto comprometer-me com a sua manifestação religiosa, o paganismo grego e a sua respectiva “interpretatio romana”. Do mesmo modo, reconhecer que a civilização ocidental, tal como existe, em seus valores materiais e espirituais, é, em grande parte, fruto da atuação da Igreja Católica (E ISSO É UM FATO, E DEMONSTRÁVEL), não significa, necessariamente, para uma pessoa, comprometer-se ideologicamente com essa instituição. Isso para mim é algo claríssimo, e pensei que o fosse também para muitas pessoas, mas não parece ser o caso – precisam vilipendiar para dar mais peso à rejeição, numa atitude que denota, francamente, falta de amadurecimento intelectual – é um “câncer”, é algo que tem que ser “aniquilado”, etc… E são eles os “racionais”!!! Embora não espose o Espiritismo (quer na sua vertente anglo-saxã, quer na kardecista), eu aqui nunca falei dele do modo como vários (inclusive espíritas) falam aqui da Igreja – mas, é claro, é a Igreja que não presta, e são os católicos que são os “intolerantes”… E minha postura repousa no fato de que (especificamente no que diz respeito ao kardecismo), apesar das terríveis falhas teóricas (e mesmo lapsos de atuação), há algo de bom tanto na atuação espírita quanto, mesmo, nalguns de seus posicionamentos. Já deixei isso claro várias vezes, e, de modo explícito, nas discussões que, há tempos, mantive aqui com uma certa sra., Sônia N. Meus comentários (e os dessa sra.) ainda estão aqui, neste “blog”, à disposição de qualquer um que os queira ler. A questão é: como muitas pessoas foram doutrinadas (geralmente na adolescência, e por “gurus” professores de ciências sociais de viés materialista e esquerdista) a odiar a Igreja, em particular, e a religião, em geral, mantêm essa CRENÇA que então adquiriram, quedando-se numa eterna “adolescência mental”, abandonando o senso crítico e o senso de proporções (algo que, aliás, provavelmente, nunca tiveram), e passam a um papel meramente acusatório – se é católico (ou religioso) não presta, não pode prestar, é um “câncer” a ser extirpado. É a única explicação que posso encontrar para que pessoas que se dizem “racionais” esposem uma série de flagrantes falácias, ou fatos descontextualizados, ou mesmo mentiras, como se estivessem brandindo o Novo Evangelho. Para essas pessoas, é inadmissível que alguém sequer ouse esclarecer pontos acerca da doutrina católica, quando isso é pertinente. Não passam de toscos fanáticos, PREGADORES ANTI-CATÓLICOS e ANTI-RELIGIOSOS, que (eles sim) utilizam este “blog” para destilar o seu veneno (um deles disse, textualmente, que NENHUMA religião merecia ser sequer respeitada, e que todas deviam ser aniquiladas…). No entanto, claro, o “fanático” sou eu, o “pregador” sou eu, quem não presta sou eu…

    Eu jamais me colocaria (como jamais me coloquei) como “combatente” daquele que não segue a doutrina católica, e mais especialmente ainda se, mesmo em não a seguindo, reconhecesse a importância que teve, e que tem, a Igreja, em todos os aspectos, do cultural e filosófico ao meramente humano (o que é um FATO). No entanto, essas pessoas “racionais” não apenas não toleram quem não reza pela sua cartilha, mas, SEM FUNDAMENTO ALGUM, embarcam numa verdadeira batalha de ódio. Não sou eu que o digo – ELAS PRÓPRIAS o confessam. Mas, é claro, o fanático sou eu. Afinal, sou… católico!

    SEGUNDO – ELENCAR “ERROS” NÃO PROVA NADA. Elencar supostos “erros” (ou, mais especificamente, casos “tenebrosos” do julgamento inquisitorial) não prova absolutamente nada. Mesmo supondo que todos esses “erros” sejam, de fato, verdadeiros, e que tenham ocorrido exatamente do modo como descrito (E VÁRIOS DELES NÃO OCORRERAM DESSE MODO, ENCONTRANDO-SE FLAGRANTEMENTE DESCONTEXTUALIZADOS), isso apenas prova que… o mundo dos homens não é perfeito, o que é, aliás, algo evidente. Eu também posso elencar uma miríade de casos de erros médicos, alguns deles especialmente desprezíveis e nojentos, mas isso não serve para provar que a Medicina não presta. Da mesma forma, poderia listar uma série de imbecilidades, falsidades, simplificações grosseiras, omissão de dados, descuido com relação às fontes e doutrinação ideológica materialista e esquerdista no ensino da História (e das ciências sociais), tal como vem sendo, e ainda é, conduzido neste país, mas isso, por si só, não provaria que o ensino da História, em si, não presta, ou que os professores de História, no conjunto, não são úteis, ou não tentam fazer o melhor (ENTENDEU, SR. BIASETTO?).

    O principal ponto a ser levado em consideração, em casos como esse, não é a ocorrência de “erros”, ou de “barbaridades”, em si, mas sim até que ponto as próprias instituições, em virtude de seus próprios princípios, encorajavam, e tornavam inevitáveis, tais “erros” e “barbaridades”, bem como o peso que tais acontecimentos tinham, proporcionalmente, em relação a atuações benéficas que tais instituições desenvolviam. Quanto a isso, aliás, as únicas experiências que tivemos de governos “anti-religiosos” e “ateus” têm se revelado decididamente muito mais desastrosas (tanto em termos humanos quanto em termos econômicos) do que as de qualquer regime anterior “obscurantista-religioso”. Os milhões sacrificados, em poucas dezenas de anos, na União Soviética, ou na China de Mao, ou no Camboja de Pol-Pot (só para citar alguns exemplos), em nome da engenharia social racionalista-materialista-atéia de Marx, Lênin e seus seguidores (algo que, ideologicamente, se originou com os “philosophes” iluministas, tão idolatrados…) ganham, de lambuja, de qualquer “crueldade” anterior da própria Inquisição (ENTENDEU, SR. ANTÔNIO G.? OU O SR. CHEGARÁ AO CÚMULO DE NEGAR QUE TAIS REGIMES ERAM MATERIALISTAS E ATEUS, E, COMO O SR. PRECONIZA, “NÃO RESPEITARAM AS RELIGIÕES” E AS PROCURARAM ANIQUILAR?).

    Em suma: o poder sempre corrompe; e, daqueles que chegaram ao poder, ninguém mais se corrompeu, ninguém mais matou, e sem julgamento, e a sangue frio (“racionalmente”…), e a qualquer um, independentemente de idade ou sexo, do que os “racionais” e “materialistas” que citei no parágrafo anterior. A crueldade e o oportunismo estão presentes em qualquer organização; mas, neste último caso, não havia nenhum tipo de entrave de ordem “ética”, “moral” ou “religiosa” na sua própria doutrina para frear, ainda que em parte, os instintos mais baixos e bestiais que, muitas vezes, afloram no ser humano. Racional e friamente, os “fins” justificavam quaisquer “meios”. Eu, sinceramente, preferia ser julgado pela Inquisição do que enfrentar um tribunal de Stalin (ou mesmo da Revolução Francesa da “liberdade, igualdade e fraternidade”). Da primeira eu podia até me safar, mesmo sendo “culpado” (e, mesmo condenado, dependendo do caso, poderia receber penas risíveis); dos dois últimos, nem inocente eu escaparia (direto para a guilhotina, ou para os campos de extermínio, para ter minha força de trabalho exaurida até à morte)…

    TERCEIRO – PARA JULGAR, DEVEM SER OUVIDAS TODAS AS PARTES. Acrescente-se que todo o portentoso conjunto de “erros” e de “barbaridades” apresentados, nessa que é uma autêntica PREGAÇÃO ANTI-CATÓLICA, e ANTI-RELIGIOSA (e eu é que sou o pregador e o doutrinador…), ou são falsos, ou estão totalmente descontextualizados. Mesmo para se emitir um julgamento (que vários aqui emitem com certeza absoluta, a ponto de declararem que a Igreja é um “câncer”, ou que as religiões não prestam, e até mesmo que NÃO DEVEM SER RESPEITADAS, mas sim eliminadas…), devem ser analisados ambos (ou todos) os lados; uma regra primária de racionalidade é não julgar sem se ouvir a defesa. No entanto, essas pessoas, que se consideram tão racionais, que tomam suas decisões apenas com base na “verificação dos fatos”, que não são, em absoluto, conspurcadas pelo fanatismo que só a religião geraria… só levam em conta o que lhes interessa, apenas o que “confirma” suas CRENÇAS anti-católicas ou anti-religiosas. Verificação coisíssima nenhuma, pois, se tivessem “verificado”, não escreveriam as asneiras que escreveram, não utilizariam os mesmos argumentos requentados que já foram rebatidos várias vezes. Se algum desses srs. estiver, de fato, interessado em “verificações”, já elenquei, numa outra mensagem, ao sr. Biasetto, uma lista de cinco livros que, ao menos de modo geral, apresenta a situação de maneira bem ponderada, racional, E DOCUMENTADA (não da forma apaixonada, irracional e sectária que esses “racionais-materialistas” apresentam…). Se, e quando, os lerem, então poderemos debater. Para que não usem de subterfúgios, eu aqui repito tal lista:

    a) “Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental”, de Thomas E. Woods Jr., Editora Quadrante; custa cerca de R$ 40, não é muito volumoso, mas é bem denso e totalmente documentado; o título fala por si, e é plenamente justificável;

    b) “Herdeiros de Aristóteles”, de Richard E. Rubinstein, Editora Rocco; também não é muito volumoso, e custa menos de R$ 40; mostra bem como a tal “filosofia inútil” e “abstrata” moldou a civilização ocidental, inclusive a tão amada ciência, e o tão amado cepticismo;

    c) “A Revolução Industrial da Idade Média”, de Jean Gimpel, que saiu pelo Editorial Europa-América e, creio, pela Bertrand; talvez esteja fora de estoque, mas é uma boa fonte para uma pessoa se curar da síndrome da “Idade das Trevas” (aliás, só para “esquentar”, os “racionais”, bem como os professores de História, poderiam consultar as seguintes páginas: “Medieval Technology Pages”, no endereço eletrônico http://scholar.chem.nyu.edu/tekpages/Technology.html, e “Technology in the Middle Ages”, no http://www.engr.sjsu.edu/pabacker/history/middle.htm);

    d) “A Mensuração da Realidade – A Quantificação e a Sociedade Ocidental, 1250-1600”, de Alfred W. Crosby, pela Editora da UNESP (também menos de R$ 40, ao que consta); um bom lembrete de que nossos antepassados “crentes” não eram os estúpidos e imbecis que os atuais “materialistas racionais” querem fazer crer; enfim,

    e) “Giordano Bruno e a Tradição Hermética”, da dama Frances Amelia Yates, Editora Cultrix (ainda está disponível, e o preço deve oscilar em torno de R$ 50); para que se tenha uma visão mais ampla acerca do Renascimento literário, e das (verdadeiras) crenças de Bruno.

    Boa leitura (duvido muito que se interessem por isso; já decidiram, de antemão, em quê acreditar, e NADA os demoverá de seus posicionamentos, o que, aliás, já pode ser verificado aqui).

    QUARTO – CADA “MÉTODO” EM SEU GALHO, E OS LIMITES DO MATERIALISMO. Nem tudo pode ser analisado historicamente; e nem tudo pode ser analisado “cientificamente” (pois nem todos os fenômenos são replicáveis), ou matematicamente, ou, mesmo, quantitativamente. Se desejo demonstrar o teorema de Pitágoras, pouco me ajuda um estudo histórico acerca dos pitagóricos; se, ao contrário, quero ter uma visão histórica acerca de Pitágoras e do pitagorismo, pouco me adianta uma demonstração matemática do teorema atribuído a essa escola. E, mesmo em termos do que se convencionou denominar “método científico”, não se pode, em absoluto, confundir “materialismo metódico” com “materialismo dogmático”. Uma das “convenções”, por assim dizer, das ciências em geral é desconsiderar possíveis causas metafísicas, ou seja, é não levar em conta um “deus ex machina” (de qualquer natureza que seja) que intervenha nos fenômenos e os faça “ser assim” “por sua vontade” (quer se trate da medição da velocidade da queda de um corpo, quer se trate das causas de uma guerra – e aqui estão dois exemplos das ciências ditas “da natureza” e “sociais”, respectivamente). Isso é uma CONVENÇÃO, faz parte das “regras do jogo”, já que o que as ciências procuram obter é um encadeamento de causas, fatos e conseqüências verificáveis (nalguns casos, mensuráveis) no mundo físico. Essa é, aliás, uma das razões pelas quais uma “ciência espírita” é simplesmente impossível, ao menos dentro das “regras do jogo” que, bem ou mal, de forma ora mais ora menos explícita, ora mais ora menos desenvolvida, existe desde os jônios, ou desde Hipócrates de Cós, ou desde Heródoto de Halicarnasso (só para citar alguns dos “pais” de algumas das “ciências”…). Do mesmo modo, não se pode falar de “ciência cristã” (muito menos “católica”), E NEM DE “ciência atéia”. Considerações de índole estritamente filosófica, ou religiosa, ou mesmo ideológica (e aí inclui-se toda a etiologia e a cosmologia, no sentido filosófico), estão ALÉM das ciências, no sentido de que elas (as ciências) não se podem manifestar a respeito, de que esses assuntos fogem à sua competência, a não ser em casos bem excepcionais, ou estritamente individuais (p.ex., mesmo que se prove, com todo o rigor “científico”, que determinada materialização não ocorreu, isso, por si só, não invalida a hipótese da materialização; e mesmo que se prove, com todo o rigor “científico”, se é que isso é possível, que determinado médium, ou conjunto de médiuns, não são genuínos, isso, por si só, não serve para invalidar o mediunismo – esse tipo de análise tem de ser efetuado a partir de outros métodos, de métodos estritamente lógico-filosóficos, os tais métodos “abstratos” que um certo professor de História despreza, sob pena de não se sair do lugar).

    Não obstante, quer por ignorância, quer por pura desfaçatez, é usual que os “racionais” “materialistas” “ateus” confundam sua CRENÇA com o materialismo metódico, dando a entender que eles, e apenas eles (ou pessoas que, na prática, pensam como eles) são os únicos verdadeiros cientistas, ou os únicos capazes de, genuinamente, interpretar de modo correto o mundo e penetrar-lhe os princípios. Não passam de CRENTES e de fanáticos, dum outro tipo é verdade, mas do mesmo gênero dos demais.

    Creio que tais considerações abarcam, no geral, todo o conjunto de ataques anti-católicos e anti-religiosos que têm sido feitos a partir da postura (totalmente equivocada) diante das últimas mensagens minhas. O assunto já tomou outro rumo, mas eu gostaria, por fim, de fazê-lo voltar ao ponto inicial: ONDE, EM MINHAS MENSAGENS, ESTÁ A PREGAÇÃO E A DOUTRINAÇÃO CATÓLICA? Isso, ainda ninguém me respondeu… Mas onde está a PREGAÇÃO ANTI-CATÓLICA e ANTI-RELIGIOSA de meus oponentes? Isso, qualquer um pode verificar…

    JCFF.

  253. Fabio Diz:

    Caro JCFF, diante de um debate tão caloroso vou me resignar a não lhe fazer nenhuma pergunta, conforme eu havia dito antes, para não haver mais debates ainda de um assunto tão ou mais polêmico do que o que eu já suscitei neste tópico. Mas gostaria de deixar registrado que posições religiosas sejam elas quais forem sempre terão meu respeito.

  254. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Sr. Fábio:

    O sr., inicialmente, em seu comentário de 27 de outubro p.p., informa ter o interesse em me fazer algumas perguntas, referentes a temas que o estariam atormentando há anos. Sinta-se à vontade, embora, dadas as atuais circunstâncias, eu prefira que o sr. (se persiste o seu propósito) o faça em privado; peça ao Vítor o meu correio eletrônico do “Terra”. Claro, não posso garantir: a) que esteja à altura de suas perguntas; b) que lhe possa dar respostas (caso possa) as quais lhe venham a ser úteis; c) que lhe possa responder rapidamente, e d) que, dependendo do caso, a resposta seja CURTA… Mas, repito: sinta-se à vontade.

    Sobre sua mensagem de 28 de outubro p.p., julgo pertinentes os comentários a seguir (após o “###”).

    “O Catolicismo nunca me convenceu muito, por várias razões, primeiramente pela manipulação dos escritos bíblicos, que são, na verdade, um compêndio de obras onde ficaram de fora os escritos apócrifos. Por aí já dá para se te ruma idéia de uma religião que é manipulada desde a sua origem, não dá para confiar”.

    ### Ouso dizer-lhe, sr. Fábio, que sua percepção quanto à história da composição do cânon bíblico, está equivocada (embora seja essa a versão “moderninha” e “politicamente correta” empurrada goela abaixo das pessoas; mas ela é TOTALMENTE FALSA, e isso é documentalmente, historicamente e arqueologicamente DEMONSTRÁVEL). Se o sr. se der ao trabalho de estudar com detalhe (não precisa acreditar em mim – pesquise por si mesmo) o modo como se formou o cânon, bem como a data (e, aí sim, as motivações ideológicas por trás dos “apócrifos”), essa sua percepção atual será, em larga medida, apagada. Claro, isso não significa que, POR CAUSA DISSO, o Catolicismo venha, automaticamente, a se constituir em algo “convincente”; mas essa sua razão específica para não ser católico (o fato de o cânon bíblico ser, pretensamente, “manipulado”) sem dúvida nasce de ignorância histórica (não de sua parte – o sr. bebe da fonte que lhe servem). Se quiser, podemos tratar desse assunto, com o detalhe que o sr. julgar conveniente, em particular (aliás, isso vale também para todos os demais tópicos). Mas, independentemente do que eu, ou qualquer outra pessoa, venha a lhe dizer, não abdique, jamais, de pesquisar por conta própria, e de gastar nisso o tempo que for necessário.

    “O Kardecismo (…) foi a [religião] que melhor explicou algumas coisas, como, por exemplo, o sofrimento humano, e a que me fez virar um pesquisador (…)”.

    ### O sr. assevera, quero crer, que o Kardecismo, a seu ver, é a religião que melhor explica o “problema do mal”; provavelmente o sr. alude ao reencarnacinismo cíclico evolutivo de Kardec. Bem, tenho uma opinião diferente do sr. quanto a isso, mas a discussão acerca desse tema é, sem dúvida, fascinante. Pessoalmente, reputo a visão reencarnacionista de Kardec como muito primária, filosoficamente inconsistente, e sequer evidenciada no próprio meio espírita (já que os “espíritos” evocados pelo Espiritismo anglo-saxão, que foi o real berço do Espiritismo, não eram reencarnacionistas – afinal, quem estava certo?). Mas devo admitir que o modelo reencarnacionista plotiniano é elegante e, em si, coerente. De longe, mas de muito longe mesmo, prefiro as “Enéadas” àquele pastiche de catecismo ralo que é o “Livro dos Espíritos” (essa é uma das razões, aliás, de não considerar a codificação kardecista válida; quem lê Plotino e Kardec nota, de imediato, uma INVOLUÇÃO nessa matéria, entre o séc. III dC e o XIX dC…). De qualquer modo, acho difícil acreditar num sistema que pode me punir, aqui, por algo de que não me lembro, e de que não tenho a menor consciência; isso, para mim, é o cúmulo da injustiça. Aliás, pensavam a mesma coisa os espíritas anglo-saxões, que, jocosamente, diziam que acreditar na reencarnação seria o mesmo que admitir que a melhor maneira de se realizar uma viagem entre Londres e Paris era viajar dez vezes de Londres a Dover, para só depois seguir adiante…

    [Após o caso da filha do casal amigo]: “Chico Xavier foi uma fraude? Não sei afirmar, Nem quero julgar o trabalho desse homem, que, aparentemente, só procurou fazer o bem para milhares de pessoas, sem interesse pessoal”.

    ### No que diz respeito ao “trabalho” de Xavier, concordo consigo; e creio que Deus levará tudo isso na devida conta. Se quiser saber o que, em linhas gerais, penso dele, eu solicitaria que o sr., quando pudesse, lesse meu texto “Reflexões Xavierianas”, neste mesmo “blog”. Claro, eu não acredito na “mediunidade” de Xavier, e tenho duplos motivos para tal (tanto “pessoais”, i.e., especificamente ligados à pessoa de Xavier, quanto “gerais”, i.e., ligados à possibilidade da “mediunidade”, em geral), mas também não creio que ele tenha, conscientemente, “fraudado”, e nem que, conscientemente, tenha “plagiado”.

    [Sobre a existência de milhares de religiões e/ou seitas]

    ### No meu ponto de vista, sr. Fábio, somente uma é a Verdadeira (creio que o sr. saiba qual, na minha opinião, é ela), mas isso não quer dizer que todas as outras sejam, “ipso facto”, totalmente falsas, ou mesmo inúteis. Há aí, a meu ver, uma como que “gradação”, entre aquelas que mais se aproximam da Verdade, aquelas que menos se aproximam, e até aquelas que levam, mesmo, à Perdição. Se me permite uma imagem bem tosca, o sentido da vida (sim, eu acredito que há nela um sentido) é subirmos de onde estamos até Deus (ou o “Uno”, como dizia Plotino – pode usar esse termo, se quiser, ou o Numinoso, ou qualquer outro nome que lhe agrade); mas não podemos subir por nós mesmos, já que estamos aqui, e Ele está lá em cima; mas Ele (que é o Sumo Bem) nos joga de lá para cá um enorme número de cordas, de todos os tipos e formatos. Teremos que agarrar uma dessas cordas, e, COM NOSSO PRÓPRIO ESFORÇO, subir até lá. Há uma Corda que é a Melhor; e há inumerabilíssimas outras, todas piores, em maior ou menor grau, do que Aquela Corda. Quem escolhe realizar a escalada, daqui para lá, por Aquela Corda, já está, desde o início, “em vantagem”. Mas isso não significa, necessariamente: a) que conseguirá realizar a escalada – tem que “suar a camisa”, não pode confiar só n’Aquela Corda, e crer que ela, sozinha, realizará o trabalho; e b) que outras pessoas, que peguem outras cordas (todas piores), não consigam (com MUITO MAIS ESFORÇO, e até com MAIOR RISCO de não conseguirem terminar a escalada) chegar lá. Há, claro, os pobres-coitados que escolhem cordas tão ruins, tão espinhudas, que lhes laceram as mãos e os pés e, de fato os IMPEDEM de realizar a escalada. Não sei se fui claro.

    “[N]ão acredit[o] na existência de um Deus onipotente sentado em seu trono celestial, comandando os destinos dos mortais”.

    ### Essa é, de fato, uma maneira de se conceber Deus, mas, dentro do que professo, não é a melhor – não somos meras “marionetes”, temos livre arbítrio, podemos decidir entre a virtude e o vício, entre o bem e o mal (há os que negam isso, justamente porque não querem ser responsabilizados pelo mal que fazem – e a essa postura relativista dão, falsamente, o nome de “liberdade”). Eu não acredito, em absoluto, na predestinação. Somos responsáveis por nossos atos, ainda que Deus nos mostre claramente o que é o bem e o que é o mal, o que é decente e o que é indecente, o que é permissível e o que é inadmissível, e nos dê, além disso, várias “cordas” (e também, claro, Aquela Corda) para que, com nosso próprio esforço, possamos atingi-Lo.

    “Acredito na existência e na continuidade da alma, espírito, e na lei de causa e efeito”.

    Eu também acredito na existência, continuidade e imortalidade da alma (para mim, a palavra “espírito” tem uma conotação totalmente diferente daquela que lhe dá o Espiritismo, como, aliás, já deixei claro – esposo a concepção tripartite do ser humano, como formado de corpo, alma e espírito; e mais, considero que a individualidade humana, indestrutível, é somente completa com a alma E com o corpo). Mas não acredito na “lei de causa e efeito”, se, com ela, o sr. quer se referir à reencarnação. É, para mim, a suma injustiça ser punido por algo que ignoro, e do qual em absoluto não me lembro.

    “Evolução, para mim, é a palavra que descreveria o que eu sinto, e que explicaria grande parte do problema”.

    ### De certo modo, sr. Fábio, para mim também, embora a “evolução” se dê numa única vida, por mais breve e desimportante que venha a ser. Claro, isso gera discussões sem fim (que podem ser até interessantes)…

    “Quando olho as desgraças da humanidade penso imediatamente: Onde está esse Deus? Que Deus é esse, que permite tanto sofrimento? Isso é o amor de Deus? Ainda bem que ele nos ama, imagine se odiasse!!!”

    ### Aí reside todo o âmago do “problema do mal”. Claro, não posso, aqui, dar-lhe uma resposta simples, rápida e… CURTA, mas, apenas para “iniciar a questão”, leve em conta que Deus criou o Universo e o pôs a funcionar, de acordo com leis regulares, que podem, ao menos até certo ponto, ser vislumbradas e quantificadas pelos seres humanos; mas que Ele nos deu a Inteligência, e o livre-arbítrio, para enfrentar a vida nesse Mundo, descobrindo as coisas a partir de nosso próprio esforço, e, claro, eventualmente às custas de sofrimento. Deus, na concepção religiosa que professo, não é causa eficiente. Se uma pessoa constrói uma casa no sopé dum vulcão, aumenta as chances de ser, algum dia, surpreendida por um rio de lava – isso não é “culpa de Deus”, é incúria (ou ignorância) humana; se uma pessoa é explorada por um patrão cruel, isso é porque o patrão é cruel, não é “culpa de Deus”. Se uma criança inocente, recém-nascida, é morta por uma bala perdida, isso não se dá porque ela está “resgatando alguma falta passada”, ou porque Deus não se importa, mas simplesmente por um trágico acaso, ligado aliás às nossas próprias limitações (simples falta de cuidado, tiroteio decorrente das condições de uma sociedade injusta, ou o que for, inclusive mero acaso). A inconformidade diante desses males (ou de quaisquer outros) nasce da idéia (que reputo equivocada) de que a vida terrestre é a única vida e o único bem, quando não é. Temos que fazer nossa parte: conhecer melhor a Natureza, a fim de não construirmos aldeias próximas aos vulcões; ou melhorarmos nossa sociedade, a fim de diminuirmos a exploração, bem como a incidência de balas perdidas (ou de doenças, se for o caso). Mas, caro sr. Fábio, na vida todos sofrem; e a imagem do Calvário é, quanto a isso, um símile perfeito, um “microcosmo” (que o próprio formato do monte enfatiza): lá, agonizando nas três cruzes, sofre o Justo (Cristo), sofre o pecador arrependido (o Bom Ladrão), e sofre também o pecador impenitente (o Mau Ladrão). Todos sofrem – mas terão destinos diversos.

    “Pela lógica católica, você pode ser um pecador a vida toda, fazer as maiores barbaridades, mas quando estiver no seu leito de morte, [se] você se arrepender dos seus pecados, pronto, você está salvo! Esse tipo de coisa não me convence, não é lógico”.

    ### Claro que não é lógico. Aliás, além de ilógico, é absolutamente INJUSTO. Mas, caro Fábio, as coisas não funcionam assim; quem quer que lhe tenha ensinado a visão católica do pecado, da absolvição e da salvação desse modo, ensinou-lhe tudo errado. O que Deus quer é o arrependimento sincero, fruto de perfeita contrição. Uma pessoa pode, sim, ter pecado a vida inteira, mas se, na última hora, arrepender-se sinceramente, com perfeita contrição, sim, tem seus pecados perdoados; mas, mesmo nesse caso, a contrição deve ser perfeita e sobrenatural, e, além de tudo, provavelmente ela terá de purgar a culpa, no Purgatório. Procure pesquisar acerca desse tema, e saber exatamente o que significa “arrependimento sincero”, “contrição perfeita”, “contrição imperfeita”, “Purgatório” e “valor das obras”. Eu lhe asseguro, sr. Fábio, as coisas não são tão mecânicas assim como o sr. as descreve.

    [Após a história da criança atropelada]: “As grandes mazelas da Humanidade são causadas por nós mesmos”.

    ### Concordo inteiramente. Somos os responsáveis por nossos atos, e por eles seremos julgados. Não há, a meu ver, lugar nem para o relativismo do acaso, e nem para a “purgação” de pretensos “pecados pretéritos” que não conhecemos, dos quais não nos lembramos em absoluto, e sobre os quais não temos a menor consciência. Responderemos pelo que, efetivamente, fizemos, pelo que, no fundo, conhecemos, e de que temos consciência.

    “E se nossas ações não valem de nada nessa vida, se a vida acaba com a morte, o nada é o que nos espera no fim, que piada sem graça é essa?”

    ### Mais uma vez, concordo inteiramente. Daqui levamos nossas ações, nossas intenções, e, eventualmente, o nosso (sincero) arrependimento (sobrenatural). Esse conjunto determinará o nosso Destino Final.

    Concluindo, sr. Fábio, sinta-se à vontade para entabularmos posteriores conversas; apenas, eu julgaria preferível que fossem em privado. Aqui, infelizmente, já não há clima para discussões sensatas. E saiba que, apesar de católico, eu não sou um bicho-papão, e nem informante da Inquisição… Sds,

    JCFF.

  255. Vitor Diz:

    Oi, JCFF
    sobre achar injusto punir alguém por algo que não se lembra, como deveríamos fazer então com alguém que mata mulheres e crianças, e quando vai ser preso, na fuga acaba tropeçando, bate com a cabeça, desmaia, e ao acordar diz que não se lembra de nada do que fez, nem do próprio nome, e cuja personalidade mudou totalmente, passando a ser uma pessoa tranquila e amável?
    .
    O Estado deveria deixar essa “nova” pessoa em liberdade?
    .
    Se for assim os presos podem todos fingir uma amnésia geral e escapar das punições que o Estado venha impor, alegando que não se lembram, que são uma “nova” pessoa, que a antiga personalidade era a que era má.
    .
    Isso é que seria injusto com as famílias das vítimas…
    .
    Mas não acredito em sistemas punitivos divinos de qualquer espécie, e penso que o mundo é injusto sim.

  256. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Vítor,

    A “punição”, ou “justiça” a que me refiro é a divina, não a humana. Do ponto de vista da justiça humana, mesmo que, p.ex., um assassino se declare arrependido do que fez (e supondo-se que ele, de fato, esteja sinceramente arrependido, com contrição perfeita, etc.), isso, a meu ver, não deve ter influência alguma na sentença a ser-lhe aplicada – se, tendo em vista o modo como o assassinato foi cometido, sua “pena” for de, digamos, 15 anos de reclusão, então ele deve cumprir essa pena, e ponto final; se a pena for de morte, ele deve ser executado, e ponto final. A Justiça de Deus é diferente da justiça dos homens; Ele “sonda os rins e o coração”, ou seja, sabe perfeitamente o que vai no íntimo de cada pessoa (coisa que nós, pobres mortais, não podemos saber): por isso Ele pode perdoar gratuitamente e sem Se enganar, e perdoará qualquer um que se arrependa sinceramente, com perfeita contrição; nós, ao contrário, não podemos utilizar tal método de justiça (e seríamos seriamente punidos por Deus se o fizéssemos, porque estaríamos usurpando uma de Suas prerrogativas, a da onisciência), e as punições humanas (SEMPRE imperfeitas) serão as que a época, o lugar, as circunstâncias, os costumes e as necessidades ditarem.

    Especificamente acerca do caso hipotético que você citou, supondo que o assassino seja, de fato, uma “nova pessoa”, e que se arrependa sinceramente, e horrorizado, do que fez (ao se lhe contarem), Deus o perdoará, devendo ele ainda, não obstante, arcar com a quitação da “culpa” por seus atos pretéritos (se ainda puder quitá-los aqui, via boas obras, poderá ir diretamente para o Paraíso após a morte; se não, quitará o que falta no Purgatório); mas, no que se refere à justiça humana, isso não deve (em minha opinião), em absoluto, ser levado em consideração, e ele deveria cumprir a pena prescrita, integralmente. Admito algumas atenuantes: a) se, de fato, puder ser comprovado, sem sombra de dúvida, por critérios médico-psicológicos, que ele é “outra pessoa” (algo que reputo, no mínimo, como altamente duvidoso, mas, vá lá…), dever-se-ia estudar uma atenuação da pena, tendo em vista bom comportamento; b) no mesmo caso, se a pena prescrita for a de morte, ela deveria ser comutada para uma pena de reclusão longa (30 anos ou mais), com eventual redução, tendo em vista bom comportamento.

    Espero ter dirimido suas dúvidas. Sds,

    JCFF.

  257. Fabio Diz:

    Caro JCFF obrigado pela sua resposta e como foi dirigida a mim lí por inteiro.

    Gostaria sim em breve poder conversar com sua pessoa em particular, trocar idéias e informações é fundamental para o desenvolvimento humano.

    Obrigado

  258. Leonardo Diz:

    Vitor, existe algum caso real do seu exemplo? Digo porque esta reflexão é muito boa e me lembrou um antigo dilema dos debates em sociologia: Seria correto punir uma pessoa dez anos depois de ter cometido um crime? Seria ela a mesma pessoa? Etc. Gostaria muito de conhecer um exemplo real desta sua reflexão, se houver.

  259. Marcos Arduin Diz:

    Bem, apenas para dar o meu pitaco, já que, como no RV, um tópico nunca se restringe a ele e sim descamba para discussões paralelas que nada tem a ver…
    .
    – Seu Antônio G da aeronáutica de Poá, tomando por base aquele artigo lá da Wikipedia sobre o ectoplasma, eu lhe pergunto: o que seria um AMBIENTE CONTROLADO? Sim, pois os pesquisadores procuravam, na medida do possível, contornar situações que possibilitassem a fraude. Então o que faltou para controlar o dito ambiente?
    – Diz você que quer que um espírito se materialize na sua cara, à luz do dia. Muito bem, mas antes quero que faça outra coisa: sob a luz do Sol, pegue um papel fotográfico virgem, coloque-o para obter a imagem de um negativo, revele-o e gostaria de ver nele o positivo feito a partir daquele negativo. Se sabe do que estou falando, o que você vai obter é um papel velado (todo preto). Isso porque ele é metacromático: só pode ser iluminado fracamente pela luz vermelha e assim o fotógrafo pode obter a imagem a partir do negativo, projetando através deste uma luz branca. Eu já fiz isso muitas vezes.
    Que tem isso a ver com ectoplasma? Simples: o ectoplasma tem o mesmo problema. Ele só se sustenta sob luz vermelha fraca. Tanto assim que aquela fantasma, a Katie King, submeteu-se à iluminação forte e derreteu-se e sumiu à vista das testemunhas. Portanto as suas exigências não poderão ser satisfeitas em vista da impossibilidade técnica.
    .
    Quanto a casos de materialização por aqui citados, dizendo-se que os médiuns desistiram, bem… No caso do Chico, já vi DUAS versões diferentes do MESMO episódio. Qual delas é a verdadeira? O que os BIÓGRAFOS do Chico disseram a respeito? Ou teria sido apenas mais algumas dessas histórias contatadas por aí (como o caso da aura de 10 metros do Chico), que alguns repetem, mas ninguém confirma?
    No caso da Josefa, tudo bem, a médium foi flagrada em fraude anos depois de 1964. Mas os santos e impolutos repórteres do Cruzeiro, com tudo em mãos, não deram flagrante de fraude e saíram com umas reportagens um tanto questionáveis a respeito ainda que eu dê aval a outras. O Waldo Vieira, tão aclamado quando avacalha o Chico, nada diz de consistente a respeito da dita médium, querendo salvar sua imagem de todo o jeito. Uma pena.
    .
    Bem, José, no caso aí da sua Santa Madre Igreja e das outras igrejas ditas cristãs, gostaria de lembrá-lo que não constitui defesa dizer que a nossa ditadura militar foi menos brutal que a do Pinochet. Este aí matou mais de 3000 e os nossos milicos teriam matado menos de 400. Isso porém não os torna menos criminosos. Se a sua Igreja e as outras torturaram e mataram muito menos gente do que Stálin, Mao & Cia Bela, isso não tira delas o caráter de instituições que avalizaram crimes.
    – A minha bronca é que, em vista do que Jesus ensinou quando ao amor e caridade, isto deveria transparecer nos ensinamentos das ditas igrejas cristãs, mas ao longo da História, tais ensinamentos parecem perfumaria. Que disse a sua Igreja contra a escravidão negra? Estou perguntando em relação ao período em que a escravidão era motor econômico. Apresentar-me discursos do tempo em que os abolicionistas estavam quebrando o pau não vale. E veja só os Estados Unidos: mesmo depois do fim da escravidão, os muito cristãos brancos acabaram fazendo valer leis que excluíam os negros do convívio com eles. Por que? Onde os ensinamentos de Jesus entraram nesse contexto?
    Ah! Veja só que um sítio, o Monfort, tem um artigo do Fedelho (ops! Fedeli) que apresenta Kardec como um racista brutal e grosseiro. Mas veja só que coisa estranha: resido na ainda catolicíssima São Carlos, ainda muito mais catolicíssima em 1908, quando uma educadora espírita, Anália Franco, deu as caras por aqui e montou umas escolinhas para crianças pobres. Ela quase acabou expulsa daqui por ter cometido uma indecência INADMISSÍVEL: colocou crianças brancas e negras para estudarem juntas. Uma coisa absurda para uma cidade tão católica, não acha?
    .
    Bem, você parece dar a entender que leu o Livro dos Espíritos, mas sei lá… Parece não o ter lido direito. Desde quando reencarnação é só um meio de PUNIÇÃO? Não é: é o processo através do qual o espírito pode aprender e evoluir ao longo das experiências que enfrenta durante essas reencarnações. Claro, também paga os pecados cometidos, mas por que é tanto problema assim o espírito, ENQUANTO ENCARNADO, não se lembrar das burradas que cometeu? Isso é um FATO. As pessoas sofrem sem saber os motivos morais de seus sofrimentos, mas por que isso seria injusto?
    .
    E aproveitando de quebra, Kardec argumentou que a doutrina da sua e das outras igrejas cristãs deixam perguntas sem respostas. Exemplo:
    – O que acontece com aqueles que nunca ouviram a palavra do dito Cristo? Nunca puderam saber dela, nem nada. Qual o destino deles? Irão para onde depois da morte?
    – Qual o destino das crianças falecidas ainda bebês?
    .
    Vejamos o que diz o pessoal

  260. Vitor Diz:

    Leonardo,
    o exemplo mais próximo que me vem à mente é o do caso Phineas Gage que, dizem, embora não haja boa documentação, teve a personalidade bastante alterada após seu cérebro ter sido ultrapassado por uma barra de ferro. Mas eles não esqueceu quem ele era, apenas teria mudado bastante (não foram feitos exames psicológicos antes do acidente, e acho que nem depois). E ele não era nenhum criminoso.

  261. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Meu caro sr. Arduin:

    Embora o sr. esteja, em termos estritamente cronológicos, “no final da fila” daqueles a quem ainda devo responder, tomei a liberdade de desincumbir-me de suas dúvidas por primeiro, ferindo a hierarquia temporal, já que me pareceu poder tratá-las de modo relativamente simples, e bem curto. Posteriormente, espero poder me dedicar aos srs. Antônio G. e Caio, bem como ao nosso afobado professor de História, o sr. Biasetto. Eles não foram, em absoluto, esquecidos.

    O sr. inicialmente comenta o fato de que não constitui defesa a menor brutalidade de atuação, e que (não foram essas suas palavras, mas creio que é esse o seu pensamento; corrija-me se estou equivocado), quer se tenha matado (ou perseguido) poucos, ou muitos, ou muitíssimos, isso em nada mudaria a qualificação de seus perpetradores como “assassinos” (ou como perseguidores). Em termos, sr. Arduin, em termos. É muito bonito dizer-se que “uma vida vale tanto quanto muitas”, ou que “quer se tenha matado um, ou um milhão, a mancha é a mesma”, ou outros “slogans” do gênero (porque, ao fim e ao cabo, esses posicionamentos não passam disso, de “slogans”…). Pois, suponha que o sr. tenha que escolher entre um regime “A”, que tem em seu histórico a morte de espíritas aos magotes, e um regime “B”, que, embora eventualmente os humilhando, e deles escarnecendo, muito raramente os prende, e mais raramente ainda os mata. Em qual deles o sr. escolheria viver (supondo que somente pudesse escolher entre ambos)? Se é tudo a mesma coisa… Portanto, sr. Arduin, a meu ver existe, sim, uma gradação de “culpa”, e há pessoas, ou regimes, ou instituições, “mais” ou “menos” “culpadas”, por assim dizer. Que as coisas funcionam assim é algo evidente à primeira vista, já que, p.ex., mesmo nos códigos penais, há gradação de pena para um mesmo tipo de delito, de acordo com agravantes ou com atenuantes. Se se fosse utilizar seu conceito draconiano de culpa, então (como Drácon, aliás, havia proposto), todos os delinqüentes teriam de ser executados, merecendo “igualmente” a mesma pena, já que seriam todos “igualmente” culpados…

    Além disso, muitos outros fatores devem ser levados em consideração, dentre os quais os seguintes:

    a) a época sob análise, bem como os costumes herdados: muitas vezes, é difícil, ou mesmo impossível no curto e no médio prazos, mudar costumes arraigados, e anteriores à própria prática (ou mesmo à própria existência) da instituição. P.ex., a tortura judicial antecede de há muito a Igreja cristã, e foi utilizada por todos os povos, regimes e governos, orientais ou ocidentais, mais brandos ou mais rígidos, de forma freqüentemente arbitrária, ao longo de séculos e séculos; a meu ver, o que se deve analisar é se a instituição, em si, contribuiu (no médio e no longo prazos) para a ir amainando, na medida do possível, ou se, ao contrário, a fez recrudescer. É muito cômodo para nós, ao fim de tantos séculos de evolução (evolução essa, em boa medida, instigada pelas próprias doutrinas religiosas, cristãs ou não, não importa), apontar o dedo acusador para práticas que vicejavam há mil, ou há quinhentos, ou mesmo há cem anos… Nas circunstâncias da época, comportar-nos-íamos de modo melhor? Podemos, de fato, ter certeza disso?

    b) o tempo de existência da instituição: é razoável que uma instituição multissecular acumule mais “falhas” do que uma instituição mais recente. O Espiritismo tem menos de duzentos anos; a Igreja, dois mil. Não se esqueça disso, sr. Arduin…

    c) as responsabilidades que a instituição tem a carregar, e inclusive sua influência junto ao poder: o poder, ou a assunção de responsabilidades, além de, muitas vezes, corromper, leva, inevitavelmente, ao uso da coerção (não há poder sem coerção, quer seja física, quer psicológica). O Espiritismo, quanto a isso, pode se colocar como que “num camarote”, e acusar, já que nunca (ao menos até agora) exerceu o poder, e nem teve, até agora, sobre seus ombros, responsabilidades de tal tipo. O sr. retrucará: “então, que a Igreja não exercesse o poder!”. Nem sempre isso é viável – a tirania das circunstâncias pode levar a outros posicionamentos. A análise histórica mostra, de modo claro, que a Igreja relutou tremendamente em aceitar responsabilidades de “poder”, e foi quase que forçada a isso, no Ocidente, após o desabamento da autoridade civil, com a queda do Império Romano, pelas próprias populações, e também para garantir sua mera existência. Isso é um fato. Se o sr. quiser, podemos discutir sobre esse assunto, e eu lhe posso passar muitos detalhes – mas rogaria que isso se desse em privado; não há mais clima para discussões minimamente civilizadas neste “blog”, infelizmente. O que posso lhe garantir é que, neste caso ao menos, não houve uma “busca deliberada” pelo poder; era mais cômodo, afinal, receber as doações e deixar o poder civil resolver os problemas, como na boa época do “Império Cristão” dos séculos IV e V dC (e, no Oriente, até aos fins do séc. VI dC). Só que… de repente, não havia mais poder civil. Ao assumir uma série de responsabilidades, e o poder correlato, claro que o respectivo conjunto de práticas de coerção entraram junto nesse “pacote”… Isso foi um bem? Foi um mal? Bem, podemos discutir isso, sr. Arduin, eu lhe garanto que é uma bela discussão… O Espiritismo (e dou aqui o exemplo do Espiritismo pelo fato de o sr. ser espírita), ao contrário, não precisou (ao menos até ao momento) resolver este dilema: nasceu e se desenvolveu no seio duma “sociedade civil” organizada e operante. Basta-lhe ter um mínimo de organização, receber as doações e deixar que os “problemas” sejam resolvidos pelo “poder civil”. Claro, o que vale para o Espiritismo vale também para todas as demais agremiações, religiosas ou não, do gênero. Estamos, apesar de tudo, num mundo muito mais calmo, seguro e previsível do que aquele no qual a Igreja teve, inicialmente, que atuar – e atuar “pra valer”…

    Tudo isso, claro, não significa nem negar a existência da Inquisição (e, nela, da tortura judicial), nem negar que houve práticas inadequadas e exageros, e muito menos ser “saudosista” dos “bons tempos” dos autos-de-fé (e, muito menos, querer justificar a tortura, de qualquer tipo que seja)… Significa apenas colocar as coisas, sr. Arduin, dentro de seus respectivos contextos. Se formos absolutizar tudo, então nada presta, porque todos, nalguma medida, se equivocaram, erraram, ou mentiram… Se um único equívoco, ou um único erro, ou uma única mentira, servem para condenar, então não há nenhum inocente… Nenhum.

    A seguir, em sua mensagem, o sr. reclama do desvio, por parte das igrejas cristãs, das próprias práticas do Cristianismo. Também me sinto triste com isso, mas, entre a minha tristeza e a minha indignação, pondero nos três itens (“a”, “b” e “c”), e noutros mais, que elenquei anteriormente nesta mensagem. Isso se aplica a tudo, inclusive à escravidão negra. A escravidão sempre existiu, inclusive antes da “conquista do poder” no Ocidente pela Igreja. Ela estava presente tanto em terras cristãs quanto no Islão. O que se pode verificar é que, ao longo da Idade Média, ela diminuiu na Europa, sempre e consistentemente (não, necessariamente, no Islão); e que recrudesceu a partir dos Grandes Descobrimentos. Sem negar que, talvez, “algo mais” pudesse ser feito, o que noto é que vários membros da Igreja lutaram contra ela (p.ex., Las Casas), ou procuraram, de algum modo que fosse, mitigá-la, e isso muito mais na Igreja Católica do que nas outras igrejas; e que, ao menos no âmbito católico, nunca se duvidou que os “negros” fossem integralmente humanos; a escravidão era, por assim dizer, uma “circunstância da Natureza”, não um “estigma divino”. O sr. talvez considere isso como pouca coisa. Talvez seja mesmo. Mas a questão objetiva (e não de “slogan”) que lhe ponho é: em termos práticos, o que mais se poderia fazer, dadas as circunstâncias? E o aumento do racismo, principalmente a partir do séc. XIX (mesmo com o recuo da escravidão) deu-se não a partir de considerações religiosas, mas sim a partir de considerações então tidas como “científicas” e “racionais”: “geneticamente falando” os negros (e outros de pele escura) eram claramente “inferiores”, sendo totalmente “natural” sua dominação por parte do “homem branco”; aliás, “darwinianamente”, seu destino final era serem superados e extintos – desde que não se os deixasse procriar livremente…

    Note, aliás, que o próprio Kardec (ou os “espíritos” que ele coligiu) não teve declarações especialmente elogiosas para com os negros – isso é um fato. Seria ele, então (como já se disse) “um racista brutal e grosseiro”? Não necessariamente. Estava simplesmente “expressando” aquilo que sua época, seu meio e sua classe social consideravam como “racionalmente evidente” (claro que esse tipo de declaração não podia vir de espíritos superiores, ou puros, não lhe parece, sr. Arduin?). Talvez, tendo em vista o racismo que então campeava, as ponderações de Kardec fossem até “brandas”. Não sei, mas é possível. O sr. nota agora, sr. Arduin, como as coisas são bem mais nuançadas, e muito mais complexas, quando se abandonam os “slogans” fáceis?

    Quanto às leis racistas norte-americanas, creio que o sr. deveria cobrá-las de outros, já que, ao que me consta, a Igreja Católica nada teve a ver com elas. Talvez os batistas possam explicar melhor as coisas…

    Sobre o caso que o sr. conta, como tendo se passado em São Carlos no início do séc. XX (e tomando a história exatamente como o sr. a narra), trata-se, sem dúvida, de atitude não apenas anti-cristã, mas também contrária, tanto quanto percebo, à tendência geral da Igreja, que, durante muito tempo, e em muitos lugares deste país, proveu os únicos meios de educação disponíveis aos mais pobres. Nem todos os católicos (e cristãos) são, afinal, dignos da pertença à Igreja, ou, em termos gerais, à doutrina do Nazareno – creio que isso também ocorre com os espíritas, como, aliás, com todos os demais seres humanos. Mais uma vez, há toda a herança de elementos externos às próprias instituições religiosas, idiossincrasias pessoais, etc. Há espíritas nojentos, como há católicos nojentos, sem que se possa especificamente culpar a Igreja, ou a doutrina de Kardec (ou a dos espíritas anglo-saxões, se for o caso) por isso…

    Sobre a questão da reencarnação, sr. Arduin, é claro que, de acordo com a dogmática kardecista, ela não se reduz apenas à punição, mas também à (pretensa) evolução – afinal, o espiritismo kardecista é um espiritismo reencarnacionista cíclico evolutivo. Isso não me em absoluto é desconhecido, como o sr. insinua. A questão acerca de, nessa doutrina, ser-se “punido” por algo que não se conhece, e de que não se tem consciência, foi apenas um exemplo (entre muitos outros) da razão pela qual eu não a esposo.

    Porque, embora as sucessivas reencarnações (ao menos teoricamente) não sirvam apenas para a “punição”, mas sim para a (pretensa) “evolução”, o que me parece, sr. Arduin, é que há uma ênfase especial nessa “punição”, inclusive para dar conta do “problema do mal”: sofrimentos aparentemente inexplicáveis estariam ligados, se não sempre, ao menos amiúde, à “purgação” de pecados cometidos noutras vidas. E justamente com isso não concordo; e não há, sr. Arduin, a meu ver, nenhuma justificativa racional para esse posicionamento (embora Kardec tenha tentado fornecer algo próximo isso). Pois permanece, sr. Arduin, o FATO de que, nesta vida, eu poderia estar sendo (pretensamente) punido (e, muitas vezes, barbaramente punido) por “algo” que aqui absolutamente não fiz, de que absolutamente não me lembro, e mais, que nem mesmo posso ter certeza de poder descobrir o que seja (se consultar “n” “médiuns” diferentes, e independentemente, de modo que uns não saibam o que os outros me venham a informar, provavelmente irão fornecer “razões” e “pecados” diferentes para justificar minha “purgação” – qual deles seria o “certo”?).

    Pois, o conhecimento da razão da punição, POR OCASIÃO DA PUNIÇÃO, é algo primário, e aceito desde as mais antigas civilizações, não importando quão toscos pudessem ser seus sistemas penais. Todos os castigos tinham uma causa, e o castigado sabia sempre por que estava sendo castigado. Para mim, proceder de outra forma (e supor, SEM QUALQUER EVIDENCIAÇÃO MINIMAMENTE SEGURA, que o “espírito” “sabe” disso no “além”) significa, no mínimo, uma involução, quando não o triunfo da barbárie. Mesmo um pai, quando castiga um filho, torna sempre clara a razão do castigo (ao menos, um bom pai, um pai consciente). Aceitar a reencarnação como processo “purgativo”, do modo como considerado pelo Kardecismo, sr. Arduin, é, a meu ver, o mesmo que supor a justiça duma surra tremenda aplicada a uma criança por parte de seu pai, por causa duma falta qualquer cometida, mas muito tempo depois dessa falta (quando a memória da falta já se apagou da mente infantil), e mais, sem dar à criança a mínima informação da razão da surra. Eu não creio que esse seja um bom método de educação, para não dizer de “evolução”. Com pureza d’alma, sr. Arduin, o sr. acha?

    Que não há nenhuma evidenciação minimamente segura acerca do (pretenso) conhecimento do “espírito”, no Além, acerca das faltas cometidas, bem como das “purgações” que enfrentará, é algo (também) evidente à primeira vista. Cito apenas o seguinte: dentro do próprio meio espírita, o espiritismo anglo-saxão negava a reencarnação, e tinha inúmeros testemunhos “mediúnicos” para tanto. E aí? Quem está certo?

    Quanto às questões que, pretensamente, a Igreja teria deixado sem resposta, eu sugeriria que o sr. (já que não posso pedir o mesmo ao falecido Kardec) pesquisasse com um pouco mais de detalhe – em absoluto, elas não foram deixadas sem resposta. Todos aqueles que não tiveram conhecimento da palavra de Cristo serão julgados pela Lei Natural, do mesmo modo que todos aqueles que, por invencível ignorância, a rejeitarem. Julgados por tal Lei, podem salvar-se, ou não; tendo cumprido os ditames da Lei Natural e, nas ocasiões e eventos pertinentes, mostrado perfeita contrição (algo que não é apanágio de católicos, mas, antes, é possível para qualquer um), salvar-se-ão, com ou sem purgação “post-mortem”, conforme o caso. Se não, serão condenados ao castigo eterno.

    O destino das crianças falecidas, sem serem batizadas, ainda em tenra idade (portanto, ainda sem terem atingido o mais elementar uso da razão, mas também sem terem cometido pecado algum) foi, esse sim, objeto de debates acalorados entre os teólogos especulativos (pois o destino das batizadas nunca foi objeto de dúvida, indo essas diretamente ao Paraíso). Desde sempre, nos debates a respeito, não se podia admitir sua perdição, já que não haviam cometido pecado algum; não obstante, não tendo o uso da razão, não poderiam ter manifestado o “desejo de batismo”, como aqueles que, sob o julgamento da Lei Natural, e por invencível ignorância, poderiam (ou seja, a elas não se poderia aplicar o instituto do “batismo de desejo”, pois não tinham ainda manifestação de vontade). Assim, havia, ao menos para alguns teólogos (não para todos), a dúvida acerca de sua entrada no Paraíso. Concebeu-se, então (e um de seus defensores foi Santo Agostinho) a idéia do “Limbo dos Infantes” (“Limbus Puerorum”), um lugar “nas franjas”, “na orla” (daí a palavra “limbus”) do Paraíso, mas não nele, onde essas crianças ficariam pela Eternidade, sem nenhum sofrimento, mas sem poder gozar da Visão Beatífica de Deus – ou seja, gozando apenas da plena felicidade natural. Mas outros teólogos especulativos admitiam, ao contrário, que, mesmo não sendo batizadas, e mesmo não se lhes podendo aplicar o instituto do “batismo de desejo”, salvar-se-iam ainda assim, quer pela sua pureza, quer pela infinita bondade de Deus, que supriria a ausência formal do batismo, de algum modo misterioso, por um caminho próprio (pois na Casa do Senhor há muitas moradas, ou seja, Deus tem caminhos de salvação próprios, só Seus, que não se dignou fazer constar na Revelação). Dentre essas duas visões, a do “Limbo dos Infantes” foi, por muito tempo, a preponderante, mas não a única, e tal visão não se tornou, jamais, dogma da Igreja (assim, p.ex., o concílio plenário africano reunido em 418 dC, com a presença do próprio Santo Agostinho, não esposou a sua defesa do “Limbo dos Infantes”, o mesmo ocorrendo para todos os concílios posteriores), mas sim de matéria de Teologia Especulativa. O pronunciamento mais recente acerca da matéria, em 2007, e de caráter oficial para a Igreja, fechou a questão, esposando enfim a visão da suprema misericórdia divina nessa matéria. Graças sejam dadas ao Todo-Poderoso por isso.

    Não se deve confundir o Limbo dos Infantes com o Limbo dos Patriarcas (“Limbus Patrum”), o “Seio de Abraão”, onde, até à Crucifixão, e Vitória, de Cristo, ficavam todos os salvos, julgados quer pela Antiga Lei Mosaica (a Antiga Aliança), quer pela Lei Natural. O sacrifício expiatório de Cristo, possibilitando, enfim, a abertura das portas do Paraíso, redimiu a todos que se encontravam no Limbo dos Patriarcas, que, então, adentraram formalmente no Céu (pois salvos já estavam). E, ao contrário do Limbo dos Infantes, que sempre foi objeto de Teologia Especulativa, e NUNCA um dogma de fé, o Limbo dos Patriarcas é um artigo de fé. Cristo, ao lá ir (i.e., ao “descer à mansão dos mortos”, conforme consta no Símbolo Apostólico, bem como no Símbolo Niceno-Constantinopolitano), “libertou” todos os Justos, fazendo-os adentrar no Céu.

    E, antes mesmo que o sr. (ou que alguma outra pessoa) utilize aquele dogma de fé, “Fora da Igreja [Católica] não há salvação e nem perdão dos pecados” para (falsamente, como é o costume nesses casos) acusá-la de tolher toda a possibilidade de salvação para os que a ela formalmente não pertencem, aqui cito o trecho pertinente da alocução “Singulari Quadam”, de 1854, do bem-aventurado papa Pio IX (pontificou 1846-1878): “De fato, pela fé há de se sustentar que fora da Igreja Apostólica Romana ninguém pode salvar-se; que esta é a única arca da salvação; e que quem nela não tiver entrado, perecerá no dilúvio. Entretanto, também é preciso ter por certo que aqueles que sofrem de ignorância da Verdadeira Religião, se aquela [ignorância] é invencível, não são eles ante os olhos do Senhor, por causa disso, réus de alguma culpa. Ora, quem será tão arrogante a ponto de se considerar capaz de assinalar os limites de tal ignorância, conforme a razão e a variedade de povos, regiões, caracteres, bem como de tantas outras e tão numerosas circunstâncias?”

    Portanto, sr. Arduin, eu sugeriria que o sr. pesquisasse as coisas com um pouco mais de cuidado. Sei que o sr. é plenamente capaz de fazê-lo.

    Sds,

    JCFF.

  262. Marcos Arduin Diz:

    Bem, Zé (não precisa me chamar de sr só por que tenho 53 anos – quando eu tiver uns 83 ou 93, talvez…). A minha bronca com a sua religião católica e as outras cristãs é a seguinte:
    Elas têm um Deus (ou três Deuses – Pai, Filho e Espírito Santo), a sua ainda tem uma Deusa Mãe (Nossa Senhora) e uns milhares de santos aos quais se fazem rezas e apelos. E todas têm a Bíblia, tida por exata e infalível e absolutamente verdadeira sobre tudo o quanto se manifesta (e a sua ainda tem uma tradição de quebra). Enfim, são religiões que se apresentam com credenciais o bastante para falarem em nome de Deus e contam com grandes profetas e figuras históricas a seu favor (ou contra dependendo do ponto de vista).
    Com tanta coisa assim, eu esperaria mais dessas religiões. Elas deveriam produzir pessoas melhores, sociedades melhores, leis melhores, etc e tal. Mas conforme já lhe mostrei antes, isso não aconteceu. Costumes ruins (racismo, escravidão) nunca foram efetivamente combatidos por essas igrejas, não antes de haver uma oposição partida da sociedade em geral. Claro, exceções pontuais podem ter ocorrido, mas eu considero a instituição igreja cristã como um todo e não como ação de partes isoladas.
    .
    Já nós espíritas estamos numa séria desvantagem em relação as ditas igrejas cristãs: nós não temos profetas que têm o privilégio de falar com o Divino, não temos santos que fazem milagres, não temos anjos que nos trazem revelações vindas diretas da mente de Deus. Nós só temos espíritos, QUE NADA MAIS SÃO DO QUE HUMANOS SEM CORPO FÍSICO, e médiuns, QUE NADA MAIS SÃO DO QUE HUMANOS FALÍVEIS como todos os outros. Às revelações que nos trazem, temos de ficar com dois pés atrás, pois tanto podem ser coisas úteis e válidas, como podem ser pataquadas que iludiriam aos mais afoitos (taí o Hercílio Maes e seu Ramatis que não me deixam mentir).
    .
    Alega você o diferencial temporal… Tudo bem, mas instituições cuja missão é revelar o Cristo e ensinar aos homens a prática do Bem, deveriam mostrar tal serviço e não errar junto com os homens. Afinal os ensinamentos estão lá bem claro para quem os quiser ver.
    .
    Kardec tinha cisma contra o materialismo, pois julgava que ele implicaria em sérios problemas sociais pelo fato de que o pensamento só nesta vida nos liberaria dos freios morais. Bem, faltou a ele considerar a própria evolução do espírito. Um espírito consideravelmente moralizado, mesmo animando um materialista, não se tornaria um crápula assassino só por não crer em Deus, nem em vida após a morte. Já um fanático islâmico violento…
    .
    Zé, veja bem uma coisa: as pessoas sofrem e muitas vezes SEM SABER os motivos morais para isso. Os motivos genéticos qualquer um sabe, mas por que um camarada nasceu com síndrome de Down que o faz ser uma pessoa semi-imbecil? Que motivos Deus, em toda a sua sabedoria, amor e bondade, fez essa pessoa nascer nessa condição? A um livro cristão anti-espírita que li, o autor não teve outra escapatória senão dizer que “será nos revelado quando estivermos diante de Deus”. Ué? No que isso torna o esquecimento das vidas passadas mais injusto?
    .
    O Espiritismo fez-me entender certas coisas que acho que nem o Kardec percebeu, já que usou também de trechos da Bíblia e do Evangelho e até considerou o Espiritismo uma “Terceira Revelação”. Vendo os erros científicos, falhas do próprio Kardec em suas obras, etc e tal, liguei uma coisa com outra. A Bíblia também está cheia de falhas científicas e morais, vindas até do próprio Deus. Como explicar isso? Simples: os profetas não eram nada mais do que MÉDIUNS e o Deus que falava a eles nada mais era do que ESPÍRITOS TRIBAIS, ligados ao povo hebreu. Aí sim a coisa fez sentido. Através do próprio texto bíblico, no que ele tem de mais absurdo, percebi que a Bíblia é um “Livro dos Espíritos” dos tempos idos e passados.
    .
    Sobre esta questão de Lei Natural… Se ela já existia, então a vinda de Cristo era inútil e mesmo porque não produziu igrejas que resultaram em sociedades melhores e em pessoas tão melhores em relação aos não cristãos… Em um livro espírita é citado um lance gozado. Um pastor falou a um nativo africano sobre o tal Cristo, da importância de se converter, de aceitá-lo como Salvador, etc e tal. Mas o nativo não se viu motivado a fazê-lo. O pastor o advertiu de que isso o condenaria ao Inferno, etc e tal e aí o nativo perguntou:
    _ Pastor, se o senhor nunca tivesse me falado desse tal Cristo, eu seria condenado ao Inferno da mesma forma?
    Hesitante, o pastor respondeu:
    _ Não… Não seria.
    _ Então por que me falou dele?
    Vê só que absurdo chegamos?

  263. André Ribeiro Diz:

    Muito bom, Arduin!

  264. Antonio G. - POA Diz:

    As palavras do* JCFF me parecem um tanto inquisitoriais quando avisa que “ainda irá dedicar-se a mim”.
    *(num blog de discussão livre, não uso tratamento formal com ninguém, da mesma forma que não espero ser tratado por Doutor, título que possuo)
    Caro Arduin, você diria que é possivel que o nosso ilustre debatedor seja uma reencarnação de Tomás de Torquemada?

  265. Vitor Diz:

    Antonio,
    até eu já fui acusado de ser a reencarnação de Torquemada.

  266. Antonio G. - POA Diz:

    Caramba, Vitor! Não tinha ideia de quanto você era malvado! rsrsrs O “martelo dos hereges” não brincava em serviço. Implacável defensor da Santa Madre Igreja Católica! Um Santo homem…
    .
    Vitor, o que aconteceu com “todo o mundo”? Férias coletivas?

  267. Vitor Diz:

    Oi, Antonio
    não sei, acho que o pessoal quer ler a resposta do JCFF antes de comentar mais coisa. Ou então estão planejando a ida lá para ver a Dona Edelarzil.
    Aqui está quando me acusaram de ter sido um inquisidor:
    .
    ” O irmão Vitor Moura, em uma de suas ultimas encarnações foi padre espanhol e fez parte da inquisição, sendo ele mesmo um alto oficial inquisidor da igreja de Espanha.” ( até ai eu não tinha dito o seu nome, nem comentei de quem se tratava. Como o Mestre sabia?)
    este irmão em futuro que já se aproxima terá ele mesmo a prova de que tanto necessita às suas investigações, pois poderá constatar a realidade da vida imortal através de experiência íntima e pessoal que não deixar? dúvidas.”
    Dizendo isso, de maneira enigmática, Ele se despediu de mim.
    Apenas uma observação: em nenhum momento disse seu nome, apenas pedi se poderia me auxiliar a lhe dar uma prova.
    O Mestre às vezes me procura durante o sono da noite quando me encontro desdobrado em minhas viagens astrais conscientes.”
    .
    Note que o médium no caso disse que não contou ao seu mestre meu nome, mas o Mestre é pura invenção da cabeça dele! É o guia espiritual do próprio médium! Logo, o médium sabendo meu nome, o guia automaticamente saberá também!pô! E o cara acha que isso é evidência de alguma coisa???

  268. Antonio G. - POA Diz:

    Vitor, como você sabe, eu fui espírita, por muitos anos. Mas nem naqueles tempos eu dava muito crédito para estas “revelações” feitas por alguns médiuns. Sempre tive “um pé atrás” com relação a isso. Achava que eram afirmações um tanto duvidosas. Agora, eu as classifico como rizíveis.
    Abraço.

  269. Marcos Arduin Diz:

    Bem, Antônio G da aeronáutica de Poá, pelo que o Vitor expôs acima, simplesmente foi dito que teria sido um inquisidor de alta categoria, mas houve milhares deles e nenhum foi nomeado em particular. Por isso é só questão de prestígio alguém achar que foi reencarnação do distinto Tomás de Torquemada.
    .
    Quanto a isso, porém, nada se prova de substancial. Dizer que o Vitor foi um inquisidor, ou que você foi Alberto Santos Dumont ou que eu fui o botânico Jean Batispte de Monet, o Cavaleiro de Lamarck, é pra se entrar por um ouvido, sair pelo outro, ou não sair por lugar nenhum, mas certamente não se poderá dizer que aí há alguma prova de evento mediúnico.

  270. Antonio G. - POA Diz:

    Certo Arduin. Eu acho que, diante de declarações desta natureza (as que afirmam que fulano é reencarnação deste ou daquele) é que tenhamos uma certa prudência…

  271. Antonio G. - POA Diz:

    Relendo o que escrevi, vi que engoli algumas palavras, o que deixou a frase meio sem sentido.
    Então, corrigindo:
    Eu acho que, diante de declarações desta natureza (as que afirmam que fulano é reencarnação deste ou daquele), o mínimo recomendável é que tenhamos uma certa prudência…

  272. Marcos Arduin Diz:

    Babaquices como essas não faltam. Sabia que Kardec já teve 5 “reencarnações” depois que bateu com as dez em 1869?

  273. Antonio G. - POA Diz:

    Não, esta versão eu não conheço. Mas, será que você não está confundindo? Teria havido tempo para 5 reencarnações!? São apenas 142 anos, até hoje.
    Eu já li que o espírito de Allan Kardec teve 4 encarnações antes de ser Allan Kardec, que seria a sua 5ª encarnação. Porém, teria reencarnado apenas uma vez, após sua vida como Allan Kardec. Sendo que alguns defendem que foi na figura de Chico Xavier. Outros dizem que foi o Guru da LBV, Alziro Zarur. Além de outros “menos votados”.
    Sds.

  274. Marcos Arduin Diz:

    Exatamente, meu caro. Certas figuras acabaram virando “reencarnação de Allan Kardec”.
    1 – O primeiro deles teria sido lá na França mesmo. Em 1910 (salvo engano), um cara apresentou-se todo ufano a León Denis, informando-o de que Allan Kardec estaria reencarnado num homem de 30 anos que vivia na cidade de La Havre. Mas não disse a identidade desse anônimo Kardec reencarnado. León Denis fingiu algum entusiasmo, dizendo talvez não estranhar as comunicações que anunciava como sendo do espírito Allan Kardec, pois nada impedia que um espírito encarnado se comunicasse, etc e tal… Mas esperava que com essa idade, o “Kardec reencarnado” já deveria estar dando mostras de empenho no caminho do Espiritismo… Porém nada até então.
    E nada depois também. Nunca se soube quem seria esse misterioso Kardec reencarnado, que nunca deu as caras, nem mostrou serviço nenhum…
    .
    2 – Erasto Prestes, autor e apologista espírita, também descobriu a reencarnação de Kardec: era o seu próprio pai, Severino Prestes. Diz até umas besteiras para negar que Chico Xavier fosse reencarnação do Kardec para defender que o pai era a reencarnação de tão excelsa figura. Porém… Exceto pelo que Erasto diz, NADA MAIS se sabe sobre o Severino Prestes. Que coisas importantes ele fez na propagação e divulgação do Espiritismo? Nunca vi nenhum livro dele, nem folhetos, nem nada. Tal como o lá da França, esse aí também foi um Kardec muito apagado…
    .
    3 – Chico Xavier JAMAIS se disse reencarnação de Kardec. Até deixou uma lista de quais personalidades havia animado desde o Egito Antigo e Kardec não é uma delas. Quem quer ver Kardec reencarnado no Chico são os CHIQUISTAS. Mas a vontade deles não fez a vontade do Chico, que sempre negou isso.
    .
    4 – Eu não sei se Alziro Zarur alguma vez se anunciou como reencarnação de Kardec. O que eu sei é que o seu sucessor, Paiva Neto, escreveu um livro, A Saga de Alziro Zarur, onde coloca essa opinião. Se alguém souber mais a respeito, eu gostaria de saber também. Por enquanto considero apenas mais um Kardec reencarnado “atribuído”.
    .
    5 – Oswaldo Polidoro. Enfim um Kardec reencarnado assumido! Esse aí sim proclamou-se reencarnação de Kardec. Fundou essa seita aí, o Divinismo, que diz que o objetivo do homem é se tornar divino. Proclamou que ele, Oswaldo Polidoro, já atingiu esse estágio e Cristo AINDA NÃO. Portanto, Polidoro não vai mais reencarnar, mas Cristo ainda sim, pois não atingiu o estágio divino. Muito humilde o cara, não? Ainda sobre esse cara, Chico Xavier foi consultado a respeito. Perguntado sobre quem seria Kardec reencarnado: ele ou o Polidoro. E Chico respondeu:
    _ O Alto manda ficar com Polidoro.
    Boa jogada para “tirem esse bicho de cima de mim!”.
    .
    Então é isso, Antônio G da aeronáutica de Poá, essas são as 5 encarnações de Allan Kardec, todas elas produto de fé imbecil e capenga.

  275. Antonio G. - POA Diz:

    Pois é… Como eu disse antes: Recomenda-se prudência. Muita prudência.
    Quando diversas pessoas afirmam coisas diferentes sobre uma mesma hipótese (a da reencarnação de algum espírito), é certo que todas (menos uma, no máximo) estão erradas. E, como nenhuma delas consegue evidenciar que a sua afirmação é a verdadeira, é lícito inferir que todas estejam equivocadas. A partir daí, é tudo uma questão de querer acreditar nesta ou naquela versão. Ou não acreditar em nenhuma delas…
    Sds.

  276. Biasetto Diz:

    Olá Antonio e Arduin.
    São estas besteiras que eu “adoro” no meio espírita.
    Uma vez recebi um email, com uns 20 personagens históricos recentes, e uns 20 personagens históricos mais “antigos”. Aí, fazia-se correlações reencarnacionistas. Um monte de bobagens, só isso!
    Nem sabemos se existe espírito!
    Nem sabemos se existe reencarnação!
    Agora, ficar dizendo que este é reencarnação daquele; que aquele é reencarnação deste. Aí é demais!!!

  277. José Carlos Ferreira Fernandes Diz:

    Exmo. Sr. Arduin:

    01. As considerações que o sr. teceu em sua última mensagem foram de molde a, mais uma vez, levar-me a “furar a fila” em seu favor. Não obstante, mesmo que o sr. se decida a oferecer réplica às considerações que ora faço, pretendo permanecer um tempo razoável sem a responder, pois, de outro modo, outros cujos comentários devo responder logo iriam acusar-me de, como se costuma dizer, “fugir da raia”. Algo que eu, em absoluto, não farei (embora a discussão tenha tomado um rumo absolutamente desagradável)

    02. Embora parte de suas considerações digam respeito às agremiações cristãs em geral, restringir-me-ei aqui, especificamente, ao que concerne à Igreja Católica, pois não posso falar por outras denominações cristãs (ou que assim se consideram).

    03. O sr., inicialmente, manifesta sua decepção para com a Igreja, já que (segundo seu ponto de vista), mesmo dispondo de um Deus (ou, como o sr. diz, de “três deuses”), de uma (suposta) “Deusa Mãe” (a Virgem) e de “uns milhares de santos”, aos quais são feitas “rezas e apelos”, além duma Bíblia “exata, infalível e absolutamente verdadeira sobre tudo o quanto se manifesta”, e mais a Tradição – enfim, mesmo com todas essas “credenciais” para falar em nome de Deus, e mais grandes profetas e figuras históricas, deveria ter produzido pessoas e sociedades melhores. Mas (ainda segundo o sr.), isso não ocorreu, sendo que costumes ruins, como o racismo e a escravidão, nunca foram efetivamente combatidos, “não antes de haver uma oposição partida da sociedade em geral” – salvo exceções pontuais.

    04. Esse, ao menos, parece-me ser o âmago de seu raciocínio. Sobre isso, vários pontos poderiam ser considerados.

    05. Existe uma velha tática erística que consiste, basicamente, em comparar o que não pode (ou, ao menos, não deve) ser comparado. Isso se dá a partir da construção, por parte do erista, dum arremedo de adversário, um “espantalho”, que, mantendo uma aparência, uma “casca”, do oponente real, muito pouco, ou praticamente nada, conserva de sua essência. Fica então fácil arrostar contra esse “espantalho”, “vencê-lo”, e então celebrar essa (pseudo) vitória. Não sei se o sr. faz isso conscientemente ou não, mas o fato é que o sr. apresenta em seus comentários não a Igreja, mas um (bem mal-arranjado) espantalho de igreja.

    06. Nas vezes em que, diante das circunstâncias, elaborei críticas ao Kardecismo, eu sempre tomei o cuidado de apresentá-las à luz do próprio Kardecismo. Assim: a) ou tais críticas diziam respeito a atitudes concretas que a própria teoria kardecista condenaria (p.ex., a quase total falta de “espírito crítico”, bem como o predominante “espírito de rebanho”, presentes nalguns kardecistas que aqui comentam, tais como essas pessoas se manifestam, algo em flagrante contradição com o “instruí-vos” e com os ditames da “fé raciocinada”, a qual se apresenta não como uma simples religião, mas TAMBÈM como filosofia e, mesmo, como ciência), ou então b) tais críticas referiam-se a pontos específicos da própria doutrina kardecista, tal como apresentada nas próprias obras da “Codificação” (que alguns chamam de “o Pentateuco Kardecista”), com as respectivas citações das fontes. Se muitos dentre os próprios espíritas kardecistas não conhecem tal codificação (e muitos não a conhecem, e o sr. sabe perfeitamente disso, sr. Arduin), ou então não a praticam adequadamente, isso não é, nem nunca foi, de minha parte, reputado a algum “defeito intrínseco” da doutrina, mas sim às circunstâncias (no caso, às tristes circunstâncias educacionais e culturais do Brasil).

    07. Portanto, para mim, sr. Arduin, “Kardecismo” é a doutrina consubstanciada na “Codificação”. E creio que posso (ou poderia) esperar o mesmo tipo de tratamento de terceiros (e do sr., em particular), quando elaboram críticas contra a Igreja. Porque críticas, mesmo que incisivas, podem ser bastante úteis, e até reveladoras, se, de fato, se referirem a um alvo concreto, não a um espantalho.

    08. Porque, sr. Arduin, nada é mais fácil do que tomar a massa de ignorância, fanatismo, “kardecolatria”, “chicolatria”, espetáculos deprimentes de farsas e de “materializações” fajutas em centros espíritas de periferia, somar tudo isso a umas quantas manifestações da “zona cinzenta” da Umbanda, do Candomblé, da Nova Era e de assemelhados, salpicar isso com alguns erros flagrantes da “Codificação” (vida em Marte e Júpiter, origem do Universo tal como n’ “A Gênese”, e outras pérolas do gênero), bater tudo no liquidificador e apresentar o resultado (um “espantalho kardecista”) como “o” Kardecismo, e pelejar contra essa fantasmagoria. Há, inclusive, os que fazem isso. Mas, sinceramente, sr. Arduin, eu procuro não fazer. E creio que posso esperar que outros não o façam com relação à Igreja à qual pertenço. De pessoas muito distraídas, ou inconseqüentes, ou fanatizadas (quer por pregação religiosa, quer por outro tipo de pregação tão deletéria quanto essa, a pregação neo-ateísta), tal postura pode até ser compreensível; mas não de alguém como o sr.

    09. Nós não veneramos três deuses, sr. Arduin, mas um Deus Único em três Pessoas. E isso não é mero jogo de palavras. Se o sr. não compreende isso, das duas uma: a) ou abstenha-se de emitir opiniões sobre tal assunto, já que, fatalmente, tenderá a construir um espantalho; ou b) se preferir criticar tal concepção (algo que está inteiramente dentro de seu direito), procure antes se informar a respeito, a fim de, se for o caso, apresentar críticas filosoficamente embasadas e efetivamente referentes àquilo que a Igreja esposa.

    10. A Virgem não é uma “Deusa-Mãe”, pois há só um Deus; mais uma vez, sr. Arduin, procure se informar a respeito, e adote qualquer uma das duas posturas listadas no parágrafo anterior. Estude Mariologia, e apresente críticas embasadas, se, de fato, pretende discutir a respeito.

    11. As orações endereçadas aos santos não se constituem, contratualisticamente, em “trocas de favores”, a “graça” pela “promessa”. Mais uma vez, sr. Arduin, eu o aconselharia a se informar melhor acerca da doutrina da Igreja – no caso, acerca da Comunhão e da Interseção dos Santos (inclusive no que diz respeito à Virgem).

    12. Se não quiser “perder tempo” com esses assuntos (uma opção perfeitamente compreensível para o sr.), seria então melhor que não os criticasse, pois há uma probabilidade muito grande (quase uma certeza matemática) de o sr. estar criticando espantalhos – e espantalhos que podem se voltar contra sua própria doutrina.

    13. Porque, se o fato de o mistério da Trindade lhe parecer risível; ou se o fato de muitos “cultuarem” a Virgem, sob inúmeras invocações, como se fosse uma deusa; ou mesmo se o fato de muitos católicos “cultuarem” os santos de modo inadequado (e até espalhafatoso), fazendo disso um autêntico “comércio espiritual” do mais vil materialismo contratualista – enfim, se atitudes desse tipo (que, claro, existem, infelizmente de modo bem mais freqüente do que o desejável) são suficientes, a seu ver, para descaracterizar a Igreja, então os comportamentos “degenerados” que listei no oitavo parágrafo deste comentário, COM MUITO MAIS RAZÃO, são também suficientes para descaracterizar o Kardecismo. E o mesmo, aliás, poderia ser dito das demais seitas cristãs, bem como do “ateísmo militante” (que também tem as suas degenerescências, aliás bem mais destrutivas do que as “corrupções religiosas”).

    14. Se o sr. preferir falar da “prática”, das “coisas tais como são”, então falemos só da “prática”, das “coisas tais como são” – e nisso creio que, proporcionalmente (tendo em vista a exigüidade do número de adeptos espíritas em relação aos de outras crenças, mais o fato de se tratar de doutrina relativamente recente), o Kardecismo tem muito mais a perder do que a Igreja, e exibe “perversões” e “desvios” tão “cabeludos”, ou mais, do que ela. Quer apostar, sr. Arduin? Vamos pesquisar e ver ONDE se encontra, proporcionalmente, o maior agregado de superstição e de degenerescência? Onde, proporcionalmente, as próprias lideranças ENCORAJAM tais atitudes? Quem o sr. pensa ter o maior “telhado de vidro”? Quer apostar comigo, sr. Arduin?

    15. Esse tipo de “competição” não me parece nem um pouco salutar – mas é, quase sempre, utilizada para vilipendiar a Igreja. Se o sr. insistir em sua postura de construção de espantalhos, mesmo eu não considerando que isso tenha qualquer mérito filosófico, ou utilidade para se aumentar o conhecimento, podemos, ainda assim, ir adiante. Novamente: vamos ver quem recolhe mais “contradições”?

    16. Continuando: o sr. refere-se à “infalibilidade bíblica”, considerando a Sagrada Escritura (nas suas palavras, claro que com ironia) “exata e infalível e absolutamente verdadeira sobre tudo o quanto se manifesta”. Não sei de onde o sr. tirou esse conceito (mais um espantalho…); não posso falar por outros, mas, para a Igreja Católica, a Bíblia é a Palavra de Deus, e é inspirada (mas não DITADA) pelo Espírito Santo, infalível em termos morais e doutrinais, dentro da estrutura da Revelação de Deus (do modo como Ele quis, paulatinamente, Se fazer conhecer). Essa revelação é, por outro lado, progressiva e adaptada às épocas e lugares, até à consumação no Advento de Cristo (e, depois, no fim dos tempos, no seu Retorno). Mas a inspiração divina não toca noutros temas (como conhecimentos científicos, ou geográficos, ou mesmo históricos), além daquilo que o hagiógrafo possa humanamente conhecer em sua época, lugar e meio social; isso, claro, sem mencionar os vários tipos de livros constantes na Bíblia (pois a Bíblia não é “um livro”, mas sim, como aliás seu nome plural grego testemunha, uma coletânea de livros): compilações de antigas genealogias, “gestas” heróicas e folclóricas, etiologias populares, poesia, crônica, literatura sapiencial, revelações proféticas, e, claro, História. Tipos literários diversos que devem ser analisados sob prismas diversos – pois, p.ex., poesia não é História; e aí reside o veneno do fundamentalismo. Portanto, fora do campo especificamente referente à Revelação divina, e aos aspectos morais e doutrinais (e mesmo estes dentro do contexto da Revelação, que é progressiva), a Bíblia não pode (e não deve) ser considerada “infalível e absolutamente verdadeira sobre tudo o quanto se manifesta”. Isso não é invenção minha, sr. Arduin, isso é doutrina da Igreja, e não é doutrina de agora – SEMPRE foi assim. Naquela célebre sentença do cardeal César Barônio, velha já de 500 anos, “A Sagrada Escritura ensina-nos o caminho para o Céu, não como funcionam os Céus”. Se o sr. se der ao trabalho de pesquisar decentemente as coisas (ao invés de construir espantalhos), poderá constatar isso a cada passo na própria história da exegese bíblica.

    17. E isso bem ao contrário do “Pentateuco Kardecista”, que se manifestou autoritativamente, e dogmaticamente (e não adianta o sr. dizer que não), sobre uma série de temas especificamente científicos. Logo voltarei a esse assunto.

    18. Prosseguindo: o sr., sr. Arduin, esperaria bem mais da Igreja, pelas “credenciais” que possui; mas, ao contrário (segundo sua opinião), ela não conseguiu produzir pessoas melhores, nem sociedades melhores, nem leis melhores.

    19. Tem-se aqui mais um espantalho… Ao contrário do que o sr. dá a entender, o Cristianismo em geral, e a Igreja em particular, lutou pela progressiva melhoria e humanização das leis. Falando especificamente pela civilização ocidental (que foi, durante muitos séculos, o campo de atuação principal, quando não único, da Igreja), os usos e os costumes foram sendo progressivamente suavizados pela ação da Igreja – e isso é um FATO demonstrável. Claro, as coisas não ocorreram de uma hora para a outra, pois: a) havia toda uma herança anterior de violência e de desumanidade, entranhada na sociedade, que simplesmente não podia ser arrancada imediatamente, e b) houve inúmeros “acidentes de percurso”, que inevitavelmente geraram reversões, como, p.ex., a queda do Império Romano, com o conseqüente recuo de vários padrões civilizacionais, ou o escravismo mercantilista, a partir do séc. XVI, quando a própria influência da Igreja em assuntos econômicos já se encontrava, na prática, em declínio. Mas a ação moderadora e humanizadora da Igreja é indiscutível, e a própria “oposição” social a uma série de práticas inadequadas (que o sr. erradamente, coloca como cronologicamente anterior à ação da Igreja) nasceu, quase sempre, da influência da doutrina cristã, em geral, e da católica, em particular. Não se trataram, em absoluto, de “exceções pontuais”.

    20. Foi por influência da Igreja (e aqui colho apenas alguns poucos exemplos) que o infanticídio retrocedeu, desde os fins da Antiguidade, e, no geral, ao longo da Idade Média – e que, bem ou mal, os enjeitados passaram a ter uma maior probabilidade de sobrevivência, ainda que fosse em orfanatos (destino que, por pior que se afigure hoje aos nossos pudicos olhos politicamente corretos, era, sem dúvida, preferível à prática anterior, pagã, de serem depositados nos monturos das cidades, ou vendidos para mercadores de escravos – os meninos normalmente acabavam nas minas, explorados até à exaustão, e as meninas, nos bordéis, com os mesmos efeitos). Foi por influência da Igreja que a condição (tanto jurídica quanto prática) das mulheres melhorou – com o casamento tornando-se, progressivamente, uma instituição mais sólida e segura (portanto, capaz de fornecer proteção econômica e social mais firme à sua parte mais fraca, as mulheres e a prole); foi a partir do Direito Eclesiástico que a guarda dos filhos, numa separação (antes, pela própria lei romana, um privilégio dos pais) passou, em regra, à mulher, juntamente com a possibilidade da pensão alimentícia (antes, por simples desejo do marido, a mulher era expelida de casa, muitas vezes sob os pretextos mais fúteis, e as crianças ficavam SEMPRE sob a guarda dos pais, já que “pertenciam” a ele). Não era à toa que as mulheres se constituíam, via de regra, nas maiores e mais generosas doadoras – não era simplesmente por “superstição”, ou pela “inferioridade inerente do caráter feminino”; era simplesmente pelo fato de que, fortalecendo a Igreja, fortaleciam suas próprias chances numa sociedade que ainda era (e permaneceria por longo tempo, e, substancialmente, permanece até hoje) eminentemente masculina e machista. As mulheres que, hoje, falam mal da Igreja, sinceramente, não têm a mínima idéia do que fazem. Sem dúvida, mereceriam, a meu ver, viver sob a legislação pré-cristã… Aliás, já se está voltando a isso, com a consequência (prática) de as mulheres acumularem dois fardos simultaneamente, o do emprego E o da criação dos filhos (muitas vezes sem qualquer apoio masculino, pois, para o homem, é hoje muito fácil “largar” uma mulher, e simplesmente desaparecer; a “pensão alimentícia” que o direito civil-racional-leigo-bacana lhe propicia é, muitas vezes, uma ilusão, e todos nós sabemos disso). Para os machos, sem dúvida, a descristianização da família é algo vantajoso, isso não se pode negar…

    21. Sobre a escravidão, e assuntos correlatos, limito-me a citar Brasseul: “A [progressiva] mudança de mentalidades explica também o declínio da escravatura [ao longo da Alta Idade Média]. A Igreja afirma a liberdade de consciência dos escravos, e a idéia de que qualquer ser humano tem uma alma livre. Não condena, contudo, a servidão terrena, embora pugne, por razões morais, para melhorar essa condição. Diversos concílios proíbem o trabalho [servil] aos domingos [tanto para os escravos quanto, depois, para os servos da gleba] e a separação dos casais casados; afirmam o direito ao lar e à família, unificam as regras do casamento entre homens, livres ou não. A alforria é recomendada, como uma ação piedosa” (Jacques Brasseul, “História Econômica do Mundo – Das Origens aos ‘Subprimes’”, Ed. Texto e Grafia, Lisboa, 2011, pág. 55). Pesquise sobre Brasseul, sr. Arduin, veja se ele é um “carola”, ou (como gostam alguns) um “descanudado”… Não precisa acreditar em mim, sr. Arduin. Pesquise. Mas pesquise decentemente.

    22. Ao contrário do que o sr. tem ultimamente afirmado, sr. Arduin, o diferencial temporal tem, sim, que ser levado em consideração. Uma coisa é uma corrente filosófico-religiosa (como o Espiritismo, em geral, e o Espiritismo Kardecista, em particular) surgir numa sociedade altamente civilizada, já estabilizada e organizada, com o poder civil atuante, com leis razoavelmente respeitadas (como a Europa Ocidental, e os EUA, dos meados do séc. XIX). Outra é ter que, ao longo de séculos, ajudar a construir justamente essa sociedade, a partir dum virtual caos inicial. A Igreja não “errou junto”, como o sr. dá a entender, ela simplesmente teve que lutar contra uma imensa “inércia social”, algo que o Espiritismo (p.ex.) não precisou fazer…

    23. Prosseguindo, o sr. continua seu raciocínio, contrastando a Igreja, que teria “tanta coisa”, e que, mesmo assim, nada teria feito, com os espíritas, os quais estariam em “desvantagem”, por não possuírem “profetas que têm o privilégio de falar com o divino”, ou “santos que fazem milagres”, ou “revelações vindas diretamente da mente de Deus”, mas apenas “espíritos”, falíveis (“nada mais são do que humanos sem corpo físico”), e médiuns, igualmente falíveis, cujas “revelações” teriam de ser criticamente analisadas (algo que, convenhamos, os kardecistas, ao menos no Brasil, não têm, no geral, feito).

    24. Creio que o sr. se engana, e se engana duplamente. Em primeiro lugar, ao dizer que os espíritas, no geral, e os kardecistas, em particular, estão “em desvantagem”; e, em segundo lugar, ao tentar defender a tese da falibilidade de espíritos e de médiuns. O primeiro argumento é facilmente contestável; quanto ao segundo, me perdoe, sr. Arduin, mas é um argumento autofágico, que, se levado a sério, destrói o próprio Espiritismo.

    25. Vamos por partes.

    26. O sr. diz, inicialmente, que os espíritas estariam em “desvantagem” com relação à Igreja (por não possuírem profetas, santos, revelações divinas, etc.). Não é esse o caso. Para nós, cristãos (ao menos, para nós, cristãos católicos), a Revelação (ao menos, a revelação pública) cessou com o fim da Era Apostólica – com a morte de São João o Evangelista em Éfeso, no início do império de Trajano (c. 100 dC), sendo o Apocalipse, cronologicamente, o último livro do cânon bíblico. Desde lá, não há mais hagiógrafos; o cânon se fechou, e, assim, nos últimos (digamos) 1.900 anos, temos que fazer o melhor possível, por nós mesmos, com a Palavra de Deus. Há, é claro, princípios gerais, exegetas, teólogos, etc.: os Padres Apostólicos, os Padres da Igreja em geral, o consenso universal dos fiéis, as decisões dogmáticas dos concílios ecumênicos aprovadas e sancionadas pelo Papa, as próprias declarações “ex cathedra” do Pontífice (poucas…), etc. Mas não temos o “dedo de Deus”, ou o próprio Espírito Santo, “baixando” e emitindo declarações autoritativas. A Revelação está feita, e é única, como a doutrina. Ela pode ser interpretada, aplicada a novas situações, etc. (e mesmo tudo isso a partir dum processo de CONSENSO, e via análises tanto pragmáticas quanto filosóficas), mas não há (e nem pode haver) nenhuma doutrina NOVA, desde o fecho da Era Apostólica. Temos, nós cristãos (e, mais especificamente, nós, cristãos católicos), que avançar “às apalpadelas”, confiando na promessa de Cristo, de que as Portas do Inferno não prevaleceriam contra a Sua Igreja, mas com o NOSSO PRÓPRIO ESFORÇO, porque, ao depósito da fé, proclamada em sua forma final por Cristo e pregada pelos Apóstolos, NADA pode ser acrescentado, e NADA pode ser retirado. Pois não há nada melhor que o melhor, nem maior que o maior; não há, nem pode haver, nada além da Verdade, da qual a Igreja é a guardiã – às vezes confusamente, às vezes atabalhoadamente, já que é composta de homens falíveis. Mas, ainda assim, a guardiã, e a única guardiã. Fora dela não há salvação, nem perdão, como já mencionei (e nos termos que mencionei).

    27. Mas não é assim com os espíritas, sr. Arduin. Sua revelação é contínua. Os espíritas estão (ou alegam estar) em contato com OS ESPÍRITOS, através de mentes privilegiadas, os MÉDIUNS. Pode haver dificuldades, claro, ou interpretações equivocadas, sim, mas há, para os espíritas (ao menos, eles assim asseveram) uma “linha de comunicação” DIRETA E CONSTANTE, ao longo das épocas, com o “outro lado”, uma revelação que, via inúmeros “espíritos” e “médiuns”, não “parou” num determinado ponto do tempo, mas que continua. E com nomes ilustres, de todas as épocas, verdadeiros ESPECIALISTAS em suas respectivas áreas (ao contrário do marceneiro de Nazaré e dos pescadores galileus): basta o sr. consultar a Codificação, sr. Arduin, bem como os números da “Révue Spirite” dos primeiros anos, até à morte do próprio Kardec (1869), para constatar o conjunto de ILUSTRES COLABORADORES ECTOPLASMÁTICOS que os espíritas kardecistas reivindicam para a elaboração de sua doutrina: nomes como “São João o Evangelista”, “Santo Agostinho”, “São Vicente de Paulo”, “São Luís Rei de França”, “Sócrates”, “Platão”, “Fénelon”, “Benjamin Franklin”, “Swedenborg” (claro, Swedenborg!), o inefável “Espírito da Verdade” (um nome bem humilde, não?), isso para não falar de “Mozart” e de suas “moradas celestiais”, ou do “mártir da ciência”, “Galileu” (claro, Galileu!), o autor (assim se diz) da descrição da origem e da descrição do Universo constante n’ “A Gênese”, e de muitos outros… E o sr. ainda diz que os espíritas estão em desvantagem? Com todos esses luminares, agora é a minha vez de retrucar, sr. Arduin: ERA DE SE ESPERAR MAIS DO ESPIRITISMO…

    28. Ah, José Carlos, não seja tão ácido! Todos esses nomes, a rigor, não querem dizer nada, são apenas nomes… Mas então (retruco eu), por que constam explicitamente na Codificação? Se não há certeza quanto a eles, por que os usar? Propaganda? Como no caso de “Lêntulo”? Ora, se constam, é porque, na análise “científica” da “fé raciocinada”, são, no mínimo, plausíveis – e, portanto, devem ser julgados como tais (do mesmo modo que “Lêntulo”)…

    29. Assim sendo, sr. Arduin, quem, no duro mesmo, encontra-se em “desvantagem” somos nós, cristãos católicos, que não podemos ter contato por assim dizer “privilegiado”, via médiuns, continuamente, com o “outro lado”, e saber “das coisas como elas são” a partir dos “pareceres” dos “especialistas”… Temos que contar apenas com as análises filosóficas de teólogos sobre o que nos legaram o tal do marceneiro de Nazaré e os tais pescadores galileus (além, claro, do rabino Saul, natural de Tarso da Cilícia). O srs., ao contrário, é que são os verdadeiramente privilegiados. Podem colher informações espirituais de primeira mão, quase a cada instante, e dos “experts” nos diversos campos…

    30. E, se há espíritos “maus”, ou “ignorantes”, ou “galhofeiros”, enfim, se há espíritos “inferiores”, há também espíritos “superiores” e “puros” – basta o sr. rever a “taxionomia espiritóide” que o próprio Codificador, o próprio Kardec, apresenta. Dizer que os espíritos (como os médiuns) são “falíveis” é, assim, algo irrisório, ainda mais quando se constata que o Codificador esboçou modos de “depurar” as mensagens (os tais critérios da linguagem digna e nobre, da lógica e sublimidade dos ensinamentos, e, principalmente, da concordância dos ensinamentos dos espíritos – o tão falado, mas, na prática, totalmente ignorado “consenso universal dos espíritos”). Não é mesmo? E isso nos faz analisar seu segundo argumento, o da falibilidade de espíritos e de médiuns – um argumento, como já mencionei, autofágico.

    31. Dizer, como o sr. diz, que os espíritos “nada mais são que humanos sem corpo” (portanto, falíveis) é confessar, sr. Arduin, que, NA PRÁTICA, não há como aplicar os critérios classificatórios de Kardec nem a um “espírito” – a qualquer espírito (e aqui estamos supondo, “for the sake of the argument”, que, de fato, existem espíritos, e mais, que eles podem se comunicar com os vivos a partir dalguns privilegiados, os “médiuns” – estamos, assim, supondo válida a necromancia, tal como os espíritas a praticam), e nem a suas mensagens. Porque o ensinamento emanado (direta ou indiretamente) dum espírito “puro”, ou “superior”, É, “ipso facto”, autoritativo, pois tratam-se dos pináculos da evolução espiritual; se tais tipos de espíritos não são capazes de dizer a verdade, bem como de alertar (note bem o verbo, sr. Arduin – nem digo “impedir”, digo “alertar”) sobre o engano e a fraude – se eles próprios não podem (ou não querem…) fazer isso, COMO TER CERTEZA DE ALGUMA COISA nessas (pretensas) “sessões”? Se todos os espíritos, sem exceção, mesmo os “puros” e “superiores”, “nada mais são do que humanos sem corpo físico” (falíveis, então), COMO TER CERTEZA DO QUE ENSINAM, quer agora, quer antes, quer no futuro? Portanto, sr. Arduin, se os espíritos (supondo que existam, e que se comunicam conosco) são o que o sr. diz que são, PARA QUÊ INVOCÁ-LOS? Pois não se tem (nem nunca se terá) certeza de nada, afinal, e é melhor ficarmos com a nossa razão, com a nossa ciência, com a nossa filosofia, por limitadas que sejam… E, além de tudo, nem mesmo podemos afirmar, sobre esses (pretensos) “espíritos” que eles sejam, de fato, quem dizem ser, ou se são, de fato, espíritos de mortos – o que impede que esses “espíritos” sejam simplesmente alucinações ou criações das mentes perturbadas daqueles que os espíritas denominam “médiuns” (nem falo de fraudes conscientes, ou de charlatanismo – deixemos isso de lado…)? Ou, mesmo, quem pode garantir que não passam de “demônios”?

    32. Percebe, sr. Arduin, como seu argumento é autofágico? Se o sr. nada pode dizer acerca desse “fenômeno”, COMO LEVÁ-LO A SÉRIO? Somente se o pode levar a sério (e Kardec e os primeiros espíritas certamente o levavam) se se pode, ao menos em linhas gerais, garantir que as mensagens provêm dos “melhores” espíritos. MAS: se provêm, direta ou indiretamente que seja, dos “melhores espíritos” (os “superiores” e os “puros”, na escala de evolução ectoplasmática do Grande Codificador), POR QUE TANTOS ERROS? Por que tantas contradições? Mais importante ainda: por que não alertaram acerca de erros crassos (tomo aqui Emanuel/“Lêntulo”, Ashtar Sheran e Ramatis como alguns dos exemplos mais flagrantes, mas, claro, há muitíssimos outros, e o sr. sabe disso). Veja bem, sr. Arduin: não estou exigindo “revelações científicas estupendas” (aliás, não estou exigindo revelação científica alguma); estou apenas procurando coerência, e (relativa) falta de erros FACTUAIS. Por que os espíritos “superiores” e “puros” não se manifestaram para avisar os pobres mortais de que certas “mensagens” eram “furadas”? Não precisavam alertar para TODAS; não exijo isso – mas apenas para as principais, p.ex., para o caso de “Lêntulo”.

    33. Mais ainda: por que esses espíritos “puros” e “superiores” não conseguiram unanimidade, sequer, nalguns aspectos básicos, que qualquer espírito (e muito mais esses “puros” e “superiores”) deveriam saber: a questão da reencarnação? Porque, segundo os ensinamentos do Espiritismo anglo-saxão (que foi o Espiritismo original), bem como da corrente de Zéphyr-Joseph Piérart na própria França, na própria época de Kardec, ensinamentos esses oriundos de “espíritos”, não há reencarnação; mas, especificamente segundo os ensinamentos do Espiritismo Kardecista, também oriundos de “espíritos”, há reencarnação (e reencarnação evolutiva…). Quem está certo afinal, sr. Arduin? Ou o sr. quer que eu (ou qualquer pessoa com mais de dois neurônios ativos) aceite candidamente o fato de que os “espíritos” de Kardec eram “melhores” do que os “espíritos” de Piérart, ou do que de virtualmente todos os espíritos evocados nos EUA e na Inglaterra? Novamente, sr. Arduin: QUEM ESTÁ CERTO? E com base em quê? Será que “espíritos” podem, mesmo, se comunicar conosco? Ou será que essa diferença de “concepção após a morte” tem a ver com o meio cultural DOS VIVOS, dos encarnados – com o reencarnacionismo ausente no mundo anglo-saxão, profundamente fundamentado na leitura bíblica, mas presente nalguns círculos franceses (a partir da influência de “socialistas” e de “reformadores” como Pierre Leroux e Jean Reynaud), círculos esses aos quais, ANTES DE SER “KARDEC”, o professor “free lancer” Rivail pertencia (e isso está DOCUMENTADO)?

    34. Mas, voltando à questão da cooperação dos espíritos “puros” e “superiores” (espíritos esses que Kardec diz existirem, pois os inclui em sua classificação), e que seria a fonte da Codificação, da Terceira Revelação: a) ou eles (espíritos “puros” e “superiores”) não querem nos auxiliar – os seres humanos que resolvam a questão da veracidade das “mensagens” por si mesmos; ou b) eles não podem fazer isso – os espíritos “inferiores”, afinal, são muitíssimo mais numerosos e, na prática, não podem ser detidos; ou c) os espíritos, caso existam, não podem se comunicar com os vivos. Só há essas três hipóteses – “quartum non datur”.


    35. Vamos às conseqüências práticas (já que o sr. gosta tanto das “coisas como elas são”, sr. Arduin): a) se não querem, e se temos que resolver as coisas por nós mesmos, É INÚTIL QUALQUER EVOCAÇÃO DE ESPÍRITOS – mais uma vez, fiquemos só com a nossa razão, a nossa ciência, a nossa filosofia; b) se não podem, e se temos que conviver com uma esmagadora quantidade de mensagens “equivocadas”, TAMBÉM É INÚTIL QUALQUER EVOCAÇÃO DE ESPÍRITOS – melhor andarmos por nós mesmos; enfim, c) se não podem se comunicar (supondo que existam), claro, IGUALMENTE É INÚTIL QUALQUER EVOCAÇÃO DE ESPÍRITOS.

    36. Se o que o sr. diz é verdade, sr. Arduin, o Espiritismo simplesmente perde a razão de ser. Obviamente, se os espíritos “superiores” e “puros” PODEM se comunicar conosco, se PODEM, ao menos em parte, se impor aos espíritos “inferiores”, e se QUEREM nos ajudar – então, POR QUE NÃO O FAZEM?

    37. Enfim, sr. Arduin, e para não me alongar mais do que o estritamente necessário, o sr. volta a mencionar a questão do “problema do mal” e da “lei natural”.

    38. O sr. comenta, sr. Arduin, que as pessoas sofrem, e que, muitas vezes, não sabem os motivos “morais” para isso. Mas pode não haver motivos “morais” para o sofrimento – por que, necessariamente, todo sofrimento teria de se originar a partir dum motivo “moral”, p.ex., um falta pretérita, cometida quer nesta vida, quer numa anterior? As origens do sofrimento (digo, as origens efetivas, “físicas”) são numerosas; o que podemos dizer (ao menos nós, cristãos católicos), é que, pela Providência divina (i.e., pelo fato de Deus se importar conosco, e de sempre estar disponível para nos ajudar), o sofrimento (nosso ou de terceiros) sempre potencialmente tem (note bem, sr. Arduin, POTENCIALMENTE) um caráter educativo, servindo para nos aproximar mais de Deus, fazendo-nos meditar sobre (e reconhecer) nossas próprias limitações – ou seja, basicamente, fazendo-nos lembrar que Deus é Deus, que o homem não é Deus; que o ser humano é limitado, como limitadas são suas ações e a sua razão (por mais que se orgulhe delas)

    39. Parece pouco? Não, sr. Arduin, é muito, é bastante – é tanto que, muitas vezes, as pessoas não conseguem agüentar o peso dessa responsabilidade, e, na “fuga”, procuram sempre “razões” para o sofrimento – principalmente as tais “razões morais”: fulano sofre porque merece, porque algo de ruim fez, nesta vida ou noutra. E, a partir daí, como se costuma dizer, “o Céu é o limite”: se morreu queimado, é porque, antes queimou; se morreu assassinado, é porque antes matou; e assim sucessivamente. Nada mais enganador. Nada mais bárbaro.

    40. Volto, caro sr. Arduin, à imagem microcósmica do Calvário, que já mencionei. Nele, como no Mundo, todos sofrem – sofre o justo (Cristo), sofre o pecador arrependido (o Bom Ladrão), sofre o pecador impenitente (o Mau Ladrão). Mas (e aí está o detalhe fundamental) o DESTINO de cada um é diferente. Por valorizar apenas a vida terrena, como se ela fosse tudo, o sofrimento pode quedar-se inexplicável (e, de fato, se queda). Mas há (ao menos, para nós, cristãos católicos – outros que falem por si próprios…) uma outra vida, bem mais valiosa, e bem mais longa (infinitamente mais longa!…) do que esta; os sofrimentos desta vida, quaisquer que tenham sido as suas origens físicas, podem nos preparar para tal vida (abrindo-nos a mente), ou, ao contrário, podem nos afastar de suas delícias (se nos considerarmos, falsamente, como “injustiçados”, e Deus como “injusto”). Novamente, compete a nós, ao nosso livre arbítrio, fazer o que de melhor se pode fazer com tudo, mesmo com os sofrimentos. Por isso, caro sr. Arduin, no sacrifício da Missa, por ocasião do Ofertório, entregamos não apenas o (necessário) dinheiro para as necessidades materiais da Igreja, mas também (e principalmente) “nossa alegria e nossas dores, nosso pesar e nosso gozo, nosso trabalho e nosso repouso”. Entregamos a Deus, como dádiva, o que d’Ele nos aproxima.

    41. Se não cuidarmos de nossa saúde, ficaremos doentes; se somos imprudentes (p.ex., construindo casas em lugares perigosos), podemos sofrer acidentes que nos venham a incapacitar, ou mesmo matar. São sofrimentos, que nos atingem sem terem tido, necessariamente, uma “origem moral”, sem que, necessariamente, sejamos “maus”. Podemos aprender com eles (tanto material quanto espiritualmente), ou podemos nos revoltar contra Deus e contra o mundo. Cabe a nós decidir. Um inocente, que nunca fez mal a ninguém, pode ser vítima duma bala perdida; uma criança há pouco nascida pode ser fulminada com uma doença. Também são sofrimentos. Também podemos aprender com eles (mais uma vez, tanto material quanto espiritualmente), ou então também podemos nos revoltar – de novo, cabe a nós decidir. Mas a criancinha… ela não viveu, ou mal viveu… Não, sr. Arduin – ela mal viveu ESTA VIDA, mas há toda uma outra vida, que ela viverá. Aqui, as percepções de sua alma foram limitadas, tendo em vista sua tenra idade; mas, liberta da matéria, sua alma é como a alma de qualquer um, com o mesmo grau de apreensão; ela também terá aprendido algo, e também terá uma outra vida, infinitamente melhor e mais longa, pela frente. Não há desperdício algum – apenas se nos concentrarmos nesta vida material.

    42. Quando digo: aprender material e espiritualmente, quero dizer que os infortúnios e sofrimentos, para além de nosso aprendizado íntimo, devem ser encarados como desafios a serem superados, objetivamente, neste mundo físico, que Deus criou e cujo usufruto nos cedeu. Nos exemplos que forneci no parágrafo anterior: a necessidade de cuidar de nossa saúde (e de instar as pessoas a cuidar da delas); a não construir em locais perigosos (quer estudando a Natureza, a fim de identificar tais lugares, seja para evitá-los, seja para torná-los seguros, quer reformando o que tiver que ser reformado na sociedade, a fim de que pessoas não tenham que construir em tais lugares); a necessidade de todas as atuações pertinentes (de policiamento a melhorias sociais efetivas) para evitar balas perdidas; enfim, a necessidade de pesquisar, sempre e mais, no sentido de obter a cura, ou ao menos a mitigação dos males, das várias doenças.

    43. Portanto, o sofrimento tem essa dupla vertente: pelo sofrimento vamos adiante neste mundo, evoluímos (pois ele nos impele a entender a Natureza, a fim de o evitar); pelo sofrimento, também vamos em direção àquela outra vida, reconhecendo que, ao fim e ao cabo, sempre seremos limitados, como limitada será nossa atuação e o nosso entendimento – confessaremos que não somos deuses, e que somente Deus é Deus.

    44. Por conseguinte, sr. Arduin, o sofrimento não precisa, necessariamente, estar ligado a um “pecado”, ou a uma “mancha moral”, nesta vida ou noutra. O que me parece é que, NA PRÁTICA, com muita facilidade, o Espiritismo se dispõe a explicar todas as “desgraças” desse modo, como “purgação” de algo de ruim que o “espírito” fez noutras vidas; e, quanto a isso, repito o que disse: não me parece coerente ser “punido” por algo de que não me lembro, e de que nem sequer tenho consciência. Nem os mais toscos códigos penais agem assim. Tal postura (a da “reencarnação purgativa”), para mim, é uma aparatosa frivolidade, além dum grande equívoco.

    45. Enfim, acerca da Lei Natural (que sempre existiu, e sempre existirá), seus três princípios estão inculcados em cada alma humana (para nós, ao contrário dos materialistas, a alma não é uma “tabula rasa”). Não obstante, condições geográficas, culturais, morais e pessoais específicas podem nublar, ora mais, ora menos, o entendimento que cada indivíduo possa ter dessa Lei (por isso, nenhuma doutrina, por si mesma, à exceção da Verdadeira Doutrina, conduz à salvação). Quanto à sua suposição de a vinda de Cristo ter sido inútil pelo simples fato de existir a Lei Natural (à qual todos os seres humanos, independentemente do que quer que creiam, estão submetidos), isso não se sustenta. Em parte porque a vinda de Cristo selou a Revelação, ou seja, a Lei Perfeita, o modo inequívoco, límpido, sem nuvens, pelo qual a Lei Natural pode ser potencializada (Revelação essa posta sob a guarda de Sua única Igreja); e em parte porque Seu sacrifício expiatório abriu-nos as portas do Paraíso, que antes, pela Queda, estavam fechadas. Mais uma vez, sr. Arduin, se quiser discutir tais assuntos, eu fortemente sugeriria que o sr. se informasse melhor antes. Pelo que o sr. escreveu, me parece que o sr. não tem a mínima noção acerca do que significa, para a Igreja, o sacrifício expiatório de Cristo. Adianto-lhe que isso nada tem a ver com a concepção protestante usual acerca do mesmo assunto.

    46. Sobre sua “piada” final, ela deve ser entendida, sr. Arduin, como o que é, uma piada inconseqüente, boa para gargalhadas, nas não para reflexões. O nativo em questão será julgado pela Lei Natural; quanto a aceitar ou não Cristo, isso dependeria das circunstâncias específicas – dependendo do modo como vivia, e mesmo do comportamento efetivo dos “missionários”, poderia negar Cristo e, mesmo assim, vir a ser salvo (se cumprisse os requisitos da Lei Natural, bem entendido), desde que sua negação pudesse ser classificada como “ignorância invencível”. Mais uma vez, sr. Arduin, o sr. fala do que não entende. Estude melhor a doutrina da Igreja, nem que seja para que suas críticas tenham um fundamento minimamente decente.

    Fico por aqui; a partir de agora, procurarei me dedicar exclusivamente à resposta àqueles outros rapazes “racionais” “cépticos”. Com meus melhores votos,

    JCFF.

  278. André Ribeiro Diz:

    Caro José Carlos, eu já vi muitos fanáticos aqui neste blog e em outros, defendendo o espiritismo. Mas o fanatismo do senhor, com respeito ao catolicismo, é simplesmente incomparável.
    O senhor quer transformar o catolicismo numa verdade, num exemplo de religião, em algo incontestável. Pra isto, o senhor faz uso de um discurso extremamente ilegível, fantasioso, distorcendo a história, exaltando a tua crença, de forma absurda.
    O senhor se diz tão conhecedor da história, mas que livros o senhor anda lendo? O senhor poderia fornecer a bibliografia aqui?
    O senhor quer negar a verdade dos fatos. O senhor não viu a indicação de um link aqui, está no “Bule Voador”, mostrando como a Igreja Católica, recentemente, ajudou a sequestrar 300 mil crianças na Espanha? O senhor já ouviu falar do “martelo das Bruxas”? O senhor não sente vergonha em reverenciar, adorar, uma instituição que humilhou, torturou e matou milhares de pessoas inocentes? O senhor faz ideia do que seja ser queimado vivo? O senhor não tem vergonha em reverenciar, adorar, uma instituição que impõe a castidade a seus membros? Quantos conventos têm um monte de fetos enterrados em seus quintais? Quantas crianças ficaram traumatizadas, em razão dos abusos cometidos na sacristia da instituição que o senhor tanto ama?
    O senhor poderá dizer que nem todos os membros da Igreja praticaram ou praticam isto, e nem concordam com isto. Que seja verdade, mas a Igreja é uma instituição, que tem sede no Vaticano, em Roma. O Vaticano tem que responder por todas as suas “filiais”, se desculpar e esclarecer sobre tudo que ocorre em seu meio.

  279. Antonio G. - POA Diz:

    Sim, é possivel que pessoas com boa capacidade intelectual sejam tão incrivelmente equivocadas em suas convicções. É mesmo possivel que, embora detenham uma apreciável bagagem cultural, depositem sua mais sincera confiança em doutrinas, “testemunhos” tão inverossímeis quanto improváveis. A isto chamamos “fé religiosa”, o mais nefando e ancestral entrave à justiça, paz social e desenvolvimento da humanidade. Quem sabe, um dia, o curso da evolução natural nos liberte – a todos – desta prisão. Então o homem será verdadeiramente livre, soberano de sua própria consciência. Relegará as divindades ao arquivo das obras de ficção. E, principalmente, não terá mais medo.

  280. Roberto Scur Diz:

    01.Pobre do Arduin, um ínfimo ser que teve a subida e imerecida glória de receber um comentário “educativo” do magnânimo Gazedobacen. Deverá deitar-se no solo empoeirado e beijar sofregamente as sapatilhas deste semideus que se pudesse (não pode porque padre, bispo, cardeal, até papa não ganham um salárião tão favorável quanto ganham os funcionários do Bacen, sem contar que precisam esconder a sua natureza humana em sub-reptícias fugas ao encontro do sexo proibido com mulheres que se prezam a serem “mulheres do padre” ou de homens mesmo quando o mesmo padre envereda pelos caminhos da pederastia) estaria envergando a indumentária dos que se dizem representantes de Deus na Terra, ou despachantes, ou atravessadores do Divino. Que empáfia impressionante! Como pessoas assim chegaram ao nosso século acreditando-se indispensáveis?
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    02.Se não pode falar por outras denominações cristãs então porque o pavão gazedobacen abriu sua boquita (ou empunhou sua pena) para falar do espiritismo? Tst, tst, tst! Hipócrita!
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    03.O inigualável em sapiência, Gazedobacen, não seguiu alguma lógica aqui porque fez um item (03) apenas repetindo o que dissera o Arduin (o relés ignorante do superior saber católico – como ousas Arduin, seres tão perfidamente e miseravelmente néscio).
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    04.Ó, sim, pois não, é claro, por obséquio.
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    05.Bem, não tive a santa paciência de ler mais, bastou até aqui, e só faltavam 41 tópicos na encíclica do monsenhor GazeDoBacen. Fica para minha próxima reencarnação gastar o tempo com tanta estultícia.
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    Se fosse declarado o objetivo verdadeiro deste blog-blog, qual seja: reduto de católicos perturbados com a ameaça à sua soberania na dominação das massas, com a perda do prestígio roto que sustentaram por 2000 anos a ferro, fogo, sangue e lágrimas, eu jamais teria me intrometido a combater a crença dos ditos cujos, a dar palpite, a querer mostra-los em erro, enfim, isso aqui é um engodo vergonhoso sustentado por covardes que não tiveram coragem de deixar claro desde o início os seus propósitos vis e precisaram ser desmascarados com o passar do tempo.
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    Usam a isca de um nome ligado de alguma forma ao Espiritismo, obras psicografadas, para melhor iludir e lançar incautos em sua armadilha. Usam uma pretensa e mentirosa “crença” em espíritos, usam pesquisas levadas a cabo por pessoas honradas misturando-as com patéticos arremedos criados por falsos médiuns, falsos espíritos orientadores, falsos cientistas, falsos repórteres, tentando assim confundir os leitores e deixar o descrédito como visão de terra arrasada após a passagem de tão valentes “guerreiros”.
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    Suas batalhas estão perdidas e são inglórias. O poço de contradição que vocês se encontram agora é evidente para qualquer um; suas posições são insustentáveis e agora precisam defender o indefensável. Boa sorte aos que continuam por aqui debatendo.

  281. Antonio G. - POA Diz:

    Scur, já quase não há debate, o que é uma lástima…
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    Especulo sobre o real motivo deste “esvaziamento”:
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    Estarão todos na vil expectativa de serem fulminados pela espada vingadora do neoinquisidor JCFF, o arauto da Verdadeira Doutrina?

  282. Roberto Scur Diz:

    Tonigui,
    Muito mais franco um debate com céticos empedernidos, mas autênticos, do que com fanáticos camuflados de pseudo-intelectuais e com ares de uma superioridade ultrapassada, arcaica e vilã.
    Que me perdoem os seguidores também sinceros e honestos que percorrem as trilhas do catolicismo embuídos de ideais, de boa vontade, e principalmente que separam o joio abundante que domina o trigo generoso da mensagem cristã e procuram tornarem-se pessoas melhores sem envenenarem-se da soberba dos seus coronéis de batina, chapelões e simbologias mil, e se detém na incomparável figura de Jesus Cristo descrucificado.
    Jesus ensinou o amor, a caridade, a fraternidade, o perdão, o desapego das gloríolas materiais, a busca por um mundo melhor que começa no íntimo de cada um, e o que estes senhores fizeram de seus ensinamentos? Criaram uma plataforma de poder, de dominação das massas, de escravização dos ideais nobres através de grilhões vigorosos de dogmas irracionais, fomentaram a morte, a divisão, o ódio, e os que ousaram contrariar sua vontade viveram ou morreram à sombra de sua mão vingadora e criminosa.
    Agora tentam pateticamente, como faz o GazeDoBacen, desvirtuar ainda mais, enganar com seus sofismas e pesquisas fajutas, por mais que engalanem-se com palavreado erudito não conseguem interromper o odor pestilento e nauseabundo de sua presunção.
    Verdadeiramente é repulsivo este proceder, lamentável.
    Que me perdoem os católicos sinceros.

  283. Antonio G. - POA Diz:

    Pois é, Scur…
    A negação de todo o mal que a Santa Madre Igreja Católica já causou (e ainda causa) à humanidade, em termos de exploração, violência, injustiças, atraso intelectual e tecnológico, etc, é mais ou menos como a negação do Holocausto por alguns fanáticos de outra cepa. É claro que também houve acertos, mas os erros os superam largamente. Os adeptos mais fervorosos da Verdadeira Doutrina expoem-se na defesa do indefensável. Já o alto clero, este muito mais ciente e consciente da realidade, ocupa-se tão somente em manter o seu “mise en scène”. É tudo muito hipócrita. E triste.

  284. Fabio Diz:

    Caio, não encontrei as perguntas que vc dissse ter deixado para o JCFF……

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