Livro Gratuito! “A Impostura Científica em Dez Lições”, de Michel de Pracontal (2001)

Um livro que aborda vários assunto: fraudes científicas, a questão da fronteira entre ciência e pseudociência, criacionismo, tece críticas fortes ao biólogo Rupert Sheldrake e a outros cientistas, à  parapsicologia e analisa de uma maneira relativamente minuciosa o caso da médium Eusápia Palladino. Além de muito interessante, é um livro bem humorado! Foi publicado no Brasil pela UNESP.

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45 respostas a “Livro Gratuito! “A Impostura Científica em Dez Lições”, de Michel de Pracontal (2001)”

  1. Marciano Diz:

    Livro extenso, vai demorar um pouco para finalizar a leitura.
    Pelo que vi, Pracontal é jornalista especializado em jornalismo científico e tem um mestrado em matemática.
    O livro é de 2001.
    Segundo a wikipedia francesa, publicou até agora os seguintes livros:
    1990 : Les Mystères de la mémoire de l’eau (La Découverte)
    1998 : La Guerre du tabac (Fayard)
    2001 : L’Imposture scientifique en dix leçons (La Découverte) (ISBN 2-7071-3293-4) (OCLC 46676918)
    2002 : L’Homme artificiel (Denoël) (ISBN 978-2-207-24973-4)
    2005 : La Femme sans nombril, Le Cherche Midi (collection Néo)
    2006 : Risques majeurs, Le Cherche Midi (collection Néo)
    2008 : Les Gènes de la violence, Le Cherche Midi (collection Néo)
    2009 : Le Virus B. Crises financières et mathématiques avec Christian Walter, éd. du Seuil.
    2010 : Kaluchua – Cultures, techniques et traditions des sociétés animales (préface Christophe Boesch), Le Seuil, coll. « Science ouverte », Paris, 2010, 187 p., broché, 14 x 20,5 cm (ISBN 978-2-02-051306-7)

  2. Marciano Diz:

    Ele tem um blog no qual escreve vários artigos.
    Quem quiser conhecer, clique aqui:
    http://blogs.mediapart.fr/blog/michel-de-pracontal

  3. Marciano Diz:

    Pracontal por ele mesmo:
    “Journaliste scientifique, j’ai travaillé à Science et Vie, à L’Evénement du Jeudi, et au Nouvel Observateur (de 1990 à 2009). Je suis aussi auteur de plusieurs livres dont le dernier, Kaluchua, vient de paraître au Seuil.”

  4. Toffo Diz:

    Algumas coisas interessantes a gente pode pinçar do livro. Sobre Eusapia:

    “Reencontramos Eusapia nos Estados Unidos, onde Carrington, o investigador da SPR, lhe serve agora de empresário. Ele organiza uma campanha que vai redundar em desastre. A italiana vai cair na armadilha graças a um meio até então não utilizado: observadores se escondem na sala sem o conhecimento da médium. Por ocasião de uma série de sessões realizadas em 1910 na Universidade de Columbia, duas testemunhas clandestinas podem admirar a excepcional habilidade com a qual Eusapia realiza prodígios servindo-se de uma mão ou de um pé. Por exemplo, produzir uma saliência numa cortina para simular o efeito do “sopro” de um espírito, mover uma mesa com uma mão liberada sub-repticiamente e tocar um instrumento musical com os dedos do pé, depois de libertar seu pé esquerdo que os controladores julgam imobilizado… Uma carta publicada em Science conclui pela ausência de provas demonstrando a realidade dos fenômenos espíritas (spiritualistic). Carrington continua a acreditar nela, mas sua carreira chega ao fim. Entretanto, mesmo refutada, a Palladino pode orgulhar-se de, durante vinte anos, ter fascinado os mais belos espíritos de seu tempo. Pierre Curie tentou até mesmo construir um anemômetro para detectar as correntes de ar frio emitidas por Eusapia…”
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    Na verdade, nunca ficou provado que Eusapia tinha os poderes que alegava ter. Conspira contra ela também o fato de ter sido casada com um mágico de salão, que lhe ensinou vários truques. De qualquer forma, Eusapia morreu há quase 100 anos (1918), e os registros, tecnologia e mídia da época não são suficientemente claros para se ter uma ideia melhor do que ela fazia.
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    Há outros tópicos interessantes no livro.
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    “As sociedades tradicionais reconhecem a existência de um universo sobrenatural, de um mundo dos espíritos. Certos personagens são dotados de poderes especiais e têm por missão interceder junto dos espíritos: feiticeiros, xamãs, curandeiros, encantadores, mágicos, profetas, exorcistas etc. Eles não são indivíduos separados do resto da comunidade, mas seus mediadores, seus representantes no além. Desde então, nas sociedades tradicionais, o
    sobrenatural não pertence à crença; ele se integra totalmente no saber e na cultura.”
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    “A cultura ocidental estabeleceu uma barreira entre o universo racional, objetivável, descritível em termos científicos e um mundo sobrenatural relegado ao campo da crença individual, privada. Essa “laicização” do mundo sensível não se fez sem dor, supondo que ela realmente foi feita. Magia e ciência se separam tardiamente. Paracelso, que, na primeira metade do século XVI, critica a medicina oficial e abre o caminho para a terapêutica química, é mágico e alquimista. Tycho Brahe (1546-1601) e Kepler (1570-1630) atribuem grande importância à astrologia. Mais tarde, Isaac Newton se apaixona pela alquimia, entre suas primeiras experiências sobre a dispersão da luz branca por um prisma e a publicação de seus Princípios matemáticos de filosofia natural, em 1687. Foi preciso esperar a aurora da revolução Francesa para que Lavoisier enunciasse as leis de conservação da massa e dos elementos, torcendo o pescoço do vitalismo e das ilusões alquímicas, antes de deixar cortar o seu pela Convenção. Acrescentemos que as razões pelas quais os alquimistas não tinham nenhuma chance de conseguir transformar o chumbo em ouro só se tornam claras com a classificação periódica dos elementos estabelecida por Mendeleiev, em 1869.
    A idéia materialista, segundo a qual os fenômenos observáveis podem ser explicados sem apelar para princípios de essência sobrenatural, ou para um Deus exmachina, avança com dificuldade. Em 1784, Lavoisier dirige uma comissão de inquérito sobre o magnetismo animal, promovido por Mesmer à categoria de panacéia. A comissão declara o mesmerismo desprovido de base científica. Mais de dois séculos depois, o magnetismo permanece como um tema maior e atual das paraciências e da magia New Age. Na segunda metade do século XIX, a oposição maniqueísta entre ciência objetiva e forças irracionais é eliminada pela voga do espiritismo que apaixona sábios e filósofos. “Uma parte desse interesse científico era motivada por um autêntico desejo de provar a existência de fenômenos paranormais”, escreve Paul Kurtz, professor de Filosofia e presidente do CSICOP, o célebre grupo de “céticos” americanos.”
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    “É, portanto, em parte por reação contra o materialismo e na perspectiva de recriar uma unidade entre o saber e a religião que vai emergir aquilo que se chamará em seguida a “parapsicologia científica”. Em Londres, a Society for Psychical Research (SPR) foi fundada em 1882 pelo filósofo Henry Sidgwick. Sua irmã americana, a ASPR, aparece três anos mais tarde e o instituto Metafísico Francês por volta de 1900. A despeito de suas boas intenções, esses organismos realmente não contribuíram para elucidar os mistérios ocultos. Contrariamente à idéia dos filósofos das Luzes, o saber puro não basta para combater as crenças irracionais. E como veremos ao longo desta lição, o cientista geralmente não é o melhor debunker dos fenômenos paranormais (para retomar o termo inglês consagrado, que podemos traduzir por “desmistificador”). De fato, o cientista frequentemente é mais fácil de ser ludibriado do que o homem comum. Habituado às regras escritas e rigorosas do laboratório, ele superestima a honestidade de seus contemporâneos e não imagina que seus sentidos possam ser iludidos pelas manobras pouco escrupulosas de um charlatão. Ele tende a subestimar as possibilidades de um ilusionista treinado, as quais são comparáveis às melhores truncagens do cinema. Quando não compreende de que maneira este ou aquele efeito pode ser realizado, ele é tentado a invocar uma causa desconhecida para um efeito que não tem nada de sobrenatural, apesar das aparências.
    Os crentes apresentam freqüentemente o argumento segundo o qual a boa atitude científica deve ser aberta e não excluir a existência de aspectos ainda inexplorados da realidade. Julgam que se deve conceder ao médium o benefício da dúvida enquanto não se esclarecem os processos que ele utiliza. A fortiori, crêem eles, não se pode aceitar os argumentos de um cético que reconstitui a posteriori um fenômeno ao qual não assistiu.
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    Paul Kurtz contesta esse ponto de vista:
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    Será que o ônus da prova deve recair sobre o cético, presente ou ausente da sessão? O cético por acaso deve dar conta de maneira detalhada e exaustiva do modo como um médium trapaceou? Será exato que, a menos que o cético possa reconstruir a situação histórica posteriormente e indicar como a trapaça foi feita, o crente é levado a crer que um autêntico efeito se manifestou? Não penso assim. A posição dos crentes pode parecer lógica, mas é uma lógica contrária ao senso comum. Mesmo se este último tem seus limites, ele não seria “comum” se é posto em xeque a cada cinco minutos. Quem acreditaria num indivíduo que afirmasse que unicórnios de biquíni vermelho jogam pôquer sobre os icebergs da costa antártica e que, quando você lhe pedisse provas, lhe respondesse que você não pode provar que ele está errado? Não existe nenhum meio de provar que os milagres não existem, mas será que isso justifica que se anuncie um milagre cada vez que não se compreende um fenômeno?”

  5. Toffo Diz:

    Interessante também é o argumento de Paul Kurtz, que é bem recorrente nos debates aqui do blog: “Será que o ônus da prova deve recair sobre o cético, presente ou ausente da sessão? O
    cético por acaso deve dar conta de maneira detalhada e exaustiva do modo como um médium
    trapaceou? Será exato que, a menos que o cético possa reconstruir a situação histórica
    posteriormente e indicar como a trapaça foi feita, o crente é levado a crer que um autêntico efeito
    se manifestou? Não penso assim.”

  6. Marciano Diz:

    Bastante mordaz, esse francês.

  7. Marciano Diz:

    Vitor, parece que Pracontal partilha de minhas ideias sobre parapsicologia.
    Veja este trecho:
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    “Chauvin, que não tem nada de ignaro, consegue muito bem desvencilhar-se do seu saber. Umas 220 páginas de uma “hesitante meditação” – segundo seus próprios termos – bastam-lhe para mandar às favas o darwinismo, graças a considerações variadas sobre a linguagem dos macacos, o cérebro dos golfinhos, a parapsicologia e a comunicação entre plantas.”
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    Ele está fazendo chacota de Chauvin, biólogo e entomologista, professor da Sorbonne, o qual, apesar dos títulos, acreditava em paranormalidade e atreveu-se a criticar Darwin com base em suas crenças pessoais.
    Note que o trecho está transcrito sob a rubrica “O sentido da imodéstia”, ele destaca que Chauvin “desvencilhou-se” muito bem de seu saber e apoiou-se em parapsicologia e comunicação entre plantas.
    Não conhecia o Pracontal, mas gostei desse cara.

  8. Marciano Diz:

    O caixote a que se refere Pracontal lembra-me os I-dosers. Tem gente que leva a sério.

  9. Toffo Diz:

    o que parece bem claro é que não há nenhuma evidência de que o paranormal exista. Eu pessoalmente não penso que ele definitivamente não existe. Mas tenho sérias dúvidas sobre isso.

  10. Marciano Diz:

    Eu já conhecia a história da impressão molecular, já tinha até lido um artigo no Bad Science, mas não conhecia todos os detalhes expostos no livro.
    Ponto para James Randi.

  11. Marciano Diz:

    Para um jornalista, ainda que especializado em jornalismo científico, esse Pracontal é genial.

  12. Vitor Diz:

    Oi, Marciano
    tenho certeza que o Pracontal descarta toda a Parapsicologia como lixo. Os ataques que ele faz no que ele considera falsa ciência são ótimos. O problema é que ele poderia ter citado, como Sagan fez em “O Mundo Assombrado…”, exemplos das melhores pesquisas da área, como os testes ganzfeld, as pesquisas de reencarnação, e os casos mediúnicos Piper e Osborne. Mas ele parece desconhecer por completo tais pesquisas, criando uma impressão muito ruim do campo.

  13. Marciano Diz:

    Vitor, não fique bravo comigo, mas você fala isso porque no Demon Haunted World Sagan disse:
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    “At the time of writing there are three claims in the ESP field which, in my opinion, deserve serious study: (1) that by thought alone humans can (barely) affect random number generators in computers; (2) that people under mild sensory deprivation can receive thoughts or images ‘projected’ at them; and (3) that young children sometimes report the details of a previous life, which upon checking turn out to be accurate and which they could not have known about in any other way than reincarnation. I pick these claims not because I think they’re likely to be valid (I don’t), but as examples of contentions that might be true. The last three have at least some, although still dubious, experimental support. Of course, I could be wrong.”
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    Note que ele disse que escolheu essas reivindicações “. . . não porque eu ache que seja provável que sejam válidas (não acho), mas como exemplos de afirmações que PODERIAM (grifo dele, no original) ser verdadeiras.”
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    Leia de novo o trecho acima, tirado do original.
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    No mesmo livro, mais adiante, ele diz:
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    “Each field of science has its own complement of pseudoscience. Geophysicists have flat Earths, hollow Earths, Earths with wildly bobbing axes to contend with, rapidly rising and sinking continents, plus earthquake prophets. Botanists have plants whose passionate emotional lives can be monitored with lie detectors, anthropologists have surviving ape-men, zoologists have extant dinosaurs, and evolutionary biologists have Biblical literalists snapping at their flanks. Archaeologists have ancient astronauts, forged runes and spurious statuary. Physicists have perpetual motion machines, an army of amateur relativity disprovers, and perhaps cold fusion. Chemists still have alchemy. Psychologists have much of psychoanalysis and almost all of parapsychology. Economists have long-range economic forecasting. Meteorologists, so far, have long-range weather forecasting, as in the sunspot-oriented Farmer’s Almanac (although long-term climate forecasting is another matter). Astronomy has, as its most prominent pseudoscience, astrology – the discipline out of which it emerged. The pseudosciences sometimes intersect, compounding the confusion – as in telepathic searches for buried treasures from Atlantis, or astrological economic forecasting.”
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    Note que ele afirma que a parapsicologia é a contraparte pseudocientífica da psicologia.
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    Mais adiante, ele diz:
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    “The question, as always, is how good is the evidence? The burden of proof surely rests on the shoulders of those who advance such claims. Revealingly, some proponents hold that
    scepticism is a liability, that true science is inquiry without scepticism. They are perhaps halfway there. But halfway doesn’t do it. Parapsychologist Susan Blackmore describes one of the steps in her transformation to a more sceptical attitude on ‘psychic’
    phenomena: A mother and daughter from Scotland asserted they could pick up images from each other’s minds. They chose to use playing cards for the tests because that is what they used at home. I let them choose the room in which they would be tested and insured that there was no normal way for the ‘receiver’ to see the cards. They failed. They could not get more right than chance predicted and they were terribly disappointed. They had honestly believed they could do it and I began to see how easy it was to be fooled by your own desire to believe. I had similar experiences with several dowsers, children who claimed they could move objects psychokinetically, and several who said they had telepathic powers. They all failed. Even now I have a five-digit number, a word, and a small object in my kitchen at home. The place and items were chosen by a young man who intends to ‘see’ them while travelling out of his body. They have been there (though regularly changed) for three years. So far, though, he has had no success.
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    Até a Susan Blackmore tornou-se mais cética a respeito, com mais experiência.
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    Ainda mais adiante:
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    “Seances occur only in darkened rooms, where the ghostly visitors can be seen dimly at best. If we turn up the lights a little, so we have a chance to see what’s going on, the spirits vanish. They’re shy, we’re told, and some of us believe it. In twentieth century parapsychology laboratories, there is the ‘observer effect’: those described as gifted psychics find that their powers diminish markedly whenever sceptics arrive, and disappear altogether in the presence of a conjuror as skilled as James Randi. What they need is darkness and gullibility.”
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    Mais uma prova de que ele não levava a parapsicologia muito a sério.

  14. Vitor Diz:

    Marciano,
    tanto Sagan quanto Blackmore deixaram claro que uma parte da parapsicologia é legitimamente científica. No trecho que você selecionou do Sagan, ele disse que quase toda a parapsicologia é pseudociência. Quase toda. Então tem uma parte que não é. A própria Blackmore falou muito bem dos testes ganzfeld, como sem falhas metodológicas, atendendo a todas as diretrizes dos céticos. E o Pracontal não fala absolutamente nada a favor desse campo. No capítulo final ele faz uma defesa da psicanálise, ele poderia ter usado esse espaço para mostrar que a parapsicologia também tem uma contra-parte científica. Sagan não precisou mais do que um parágrafo para isso.

  15. Gorducho Diz:

    A contaminação desse tema por misticismos e religião – para reflexão: será isso inevitável (???) -; a meu ver bloqueou investigações sérias, que existem porém em quantidade aparentemente incipientes.
    Eu não sei se esses fenômenos “paranormais” existem ou não existem, porém concordo que não se deve bloquear qualquer tentativa de investigação séria, sob o dogma de que nada existe para ser investigado. É claro que ninguém levará a sério as “seções” de há 100 anos, com “médiuns” no escuro e/ou e escondidos atrás de cortinas, como nos teatrinhos familiares da villa Carmen. Se ficar constatado que esses “fenômenos” só se produzem nesse tipo de condição, então sim deverá se concluir definitivamente que não existem.
    Relativamente ao livro, veja-se a passagem na pg. 335, referindo-se às experiências do Rhine (prefiro crer que eu, lendo rapidamente, não tenha entendido bem…):
    Em outra experiência, Pearce se encontrava a noventa metros do experimentador. Os escores também foram notáveis. Desta vez, não havia fraude possível. É o que se pensava, até que um investigador teimoso, Mark Hansel, percebeu que Pearce podia observar o experimentador sem que este soubesse, através de portas envidraçadas.
    O cara a 90m via as cartas e captava a ordem no baralho através de (várias) portas envidraçadas, e não havia nada de extraordinário nisso!
    Recomendo a leitura para reflexão desse artigo By Dr Rupert Sheldrake, do qual nunca ouvi falar porém me parece bem coerente, e ter relatado a verdade do que ocorreu e ocorre nesse campo:
    http://www.dailygrail.com/Guest-Articles/2008/1/Richard-Dawkins-Comes-Call

  16. Toffo Diz:

    Então, como se vê, não há como se chegar a uma conclusão sobre a existência ou não de fenômenos paranormais. É uma matéria altamente controversa. Parabéns ao Vitor por publicar aqui estes textos que, se não resolvem a questão, servem para botar mais lenha na fogueira desta discussão.

  17. Marciano Diz:

    Gorducho Diz:
    julho 12th, 2012 às 11:05
    Recomendo a leitura para reflexão desse artigo By Dr Rupert Sheldrake, do qual nunca ouvi falar porém me parece bem coerente, e ter relatado a verdade do que ocorreu e ocorre nesse campo:
    http://www.dailygrail.com/Guest-Articles/2008/1/Richard-Dawkins-Comes-Call
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    Michel de Pracontal, no livro que estamos comentando, diz:
    Antes de nos interessarmos pelo procedimento cheio de nuanças de Trinh Xuan Thuan, comecemos por uma iniciação à sabedoria dos gurus de plantão. O pensamento do delicadíssimo Rupert Sheldrake fornece uma excelente entrada na matéria. Biólogo e britânico – o que não é incompatível –, Sheldrake fez seus estudos em Cambridge nos anos 1960. Julgando a ciência ortodoxa redutora e mecanicista, ele se estabeleceu em Hyderabad, na índia, onde pôde se dedicar a uma biologia meditativa e transcendental. Embora não estivesse em Córdoba, Sheldrake merece incontestavelmente figurar ao lado de nossos gurus de plantão. A vitalidade de suas pesquisas é atestada pelo sucesso constante de suas obras e pelas dezenas de páginas Web que lhe são consagradas. Sua “hipótese da causalidade formativa” renova a discussão sobre o umbigo de Adão, performance que força a admiração e justifica a abertura de uma nova seção.
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    A linha de tuas ancas é uma onda
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    A linha de tuas ancas é uma onda, assim se pode resumir a tese central de Rupert Sheldrake, exposta em seu livro Uma nova ciência da vida.173 Essa nova ciência propõe-se a explicar o que determina as formas encontradas na natureza. Trata-se, de certo modo, de uma teoria do design do universo, aplicável sem restrição a todas as formas existentes. Tanto as de partículas e cristais como a de moléculas e células, tanto a de plantas e árvores como as das mesas Luís XVI ou das top models – e até, last but not least, a das hemorróidas.
    Segundo Rupert Sheldrake, são “campo morfogenéticos” que “esculpem” todas essas formas extremamente diversas e variadas, um pouco como o campo magnético de um ímã ordena a limalha de ferro segundo linhas particulares. Se as formas são estáveis, é porque elas “ressoam”, à maneira de uma corda de violino ou o circuito receptor de um aparelho de rádio. Jean-Paul Belmondo poderia então cantar para Anna Karina, em Pierrot Le Fou [O demônio das onze horas]: “A linha de tuas ancas é uma onda…”.
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    Uma verdadeira façanha. Sheldrake foi capaz de realizá-la. E consegue isso graças ao seu domínio de retórica pseudocientífica. O recurso à ressonância universal, causa única de efeitos muito numerosos, evoca irresistivelmente os contos fantásticos de Lyall Watson (ver Lição 1). Descobrimos, aliás, inúmeros parentescos entre os pensamentos de Sheldrake e o do autor de Histoire naturelle du surnaturel [História natural do sobrenatural]. Sheldrake possui um senso agudo da imprecisão, que lhe permite amalgamar sem temor noções heterogêneas como as de estrutura e de forma: “a forma, no sentido em que a entendemos, inclui não somente a forma da superfície externa da unidade mórfica, mas também sua estrutura interna”.
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    O raciocínio de Sheldrake gira em círculos: por que os descendentes do primeiro babirussa assemelham-se ao seu ancestral? Por que o campo do ancestral influencia a forma de seus sucessores. Por que esse “campo babirussa” age sobre os babirussas e não sobre os fox-terriers de pêlo duro? Porque os babirussas têm uma forma de babirussa e se associam ao campo babirussiano. Em suma, os babirussas se assemelham porque são babirussas, e vice-versa.
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    O que é que causa o primeiro babirussa? Sheldrake postula a existência de um “Ser consciente”, de uma “fonte transcendente do universo”. Estamos aqui dentro de um sistema próximo daquele de Philip Gosse: a forma do primeiro babirussa existe no pensamento do Ser consciente – da mesma maneira que as criações procônicas de Gosse existem no pensamento do Criador. Sheldrake apóia-se na hipótese Deus dando-lhe outro nome. É o único meio para o nosso guru de plantão escapar da tautologia. O vício oculto de sua lógica reside no fato de que ele confunde o objetivo e a causa. A planta do arquiteto não é uma causa, é uma descrição do objetivo que o arquiteto e os operários buscam, ou seja, construir a casa. Para Sheldrake, a casa em construção tende para a casa acabada, de certo modo de maneira deliberada, como se o sistema ainda em curso fosse animado por um projeto, por uma vontade orientada para um objetivo. Reencontramos aqui a “vontade programante” de Rémy Chauvin ou a “força organizadora” de Lamarck (ver Lição 3). Sheldrake, aliás, se refere a Lamarck e à teoria dos caracteres adquiridos.
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    A julgar pelo que nos conta Pracontal, não vale a pena perder tempo com Sheldrake.
    Aliás, como já comentei em outro posto (acho que foi naquele da Edelarzil que foi retirado), esse Sheldrake ta mais pra Mandrake.

  18. Marciano Diz:

    “comentei em outro post” e “tá mais pra Mandrake”.

  19. Gorducho Diz:

    A julgar pelo que nos conta Pracontal, não vale a pena perder tempo com Sheldrake. Em assim sendo, de fato claro que não. Eu ví esse artigo desse Sr por absoluta casualidade; nem imaginei que fosse mencionado no livro! Só dei uma olhada na secção sobre o Rhine. No entanto, mais reforça minha tese: o tema está tão contaminado por {mística, religião, maluquices…} que inibe e ridiculariza eventuais tentativas de investigações sérias. Ou nada há para ser investigado. Tenho um amigo ateu (eu sou agnóstico) e absolutamente materialista. Ele sempre diz: nunca se descobriu nada sobre sobrevivências de almas, divindades, &c porque… nada existe para ser descoberto. E não nego que as evidencias até agora são essas mesmo… Vou começar a estudar os ensinamentos do Emmanuel para ver se encontro respostas para tudo isso…

  20. Jurubeba Diz:

    Gorducho,
    esse Emmanuel é o pseudo- mentor espiritual do CX? Se for esse, sai fora!
    .
    A não ser que se interesse por mistificação e fascinação.
    Fora isso, só uma coleção de afirmações sem fundamentos ou evidências e uma religi

  21. Jurubeba Diz:

    Gorducho,
    esse Emmanuel é o pseudo- mentor espiritual do CX? Se for esse, sai fora!
    .
    A não ser que se interesse por mistificação e fascinação.
    Fora isso, só uma coleção de afirmações sem fundamentos ou evidências e uma religiosidade piegas, irmã da ICAR.
    .
    Saudações

  22. Gorducho Diz:

    Just joking Sr Jurubeba. Frequentei a Igreja Kardecista de ~ 10 aos 15 anos; minha mãe chegou a ser Evangelizadora. Modéstia à parte, conheço bem essa religião. Com o passar do tempo minha mãe percebeu que era tudo imaginação, e nada acrescentava à ICAR. Talvez daí decorra minha natural curiosidade pela investigação séria da eventual sobrevivência de (algumas/todas?) as almas de seres terráqueos falecidos. Porém reconheço que as evidencias são praticamente todas em contrário. SE há sobrevivência individual, aparentemente não há possibilidade de comunicação dessas almas c/os terráqueos, portanto inverificável quanto tudo o mais da Metafísica.

  23. Gorducho Diz:

    Aliás, Sr Jurubeba, já que jactei-me de conhecer bem o assunto, tenho a obrigação de ser preciso: frequentávamos justamente a Igreja Chikista, que já naquela época constituía a Ortodoxia. O Kardecismo já era naquela época, como hoje, uma heresia bem minoritária, creio que nem se possa chamar mais de Igreja.

  24. Jurubeba Diz:

    Sei como é Gorducho. Vivenciei um período de, aproximadamente, 18 anos dentro da DE. Existe um termo pejorativo utilizado no meio espírita para identificar grupos (quase sempre de espíritos) de indivíduos que se encontram mergulhados eu uma atmosfera fictícia (também é usado com outros significados): EGRÉGORA.
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    O irônico é ver que os espíritas constituem uma egrégora perfeita. Infelizmente a atmosfera que os envolve é invisível para seus membros, muito embora consigam apontar outras com facilidade ( como diria Kiko: que coisa, não?).
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    Nada contra acreditar (por um tempo) em teorias reconfortantes quando engatinhamos na aurora da razão. Mas não querer enxergar o óbvio e ignorar a lógica é o ápice da auto-ilusão!
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    Felizmente acordei.
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    Saudações

  25. Marciano Diz:

    Jurubeba, é assim mesmo. Os crentes são todos ateus com as crenças dos outros.
    Foi isso que me salvou da crença. Não podem estar todos certos, logo …

  26. Gorducho Diz:

    A respeito da verdade os crentes são todos ateus com as crenças dos outros, há uma interessante vídeo-aula que acredito já tenha sido vista por todos, porém…

    http://www.youtube.com/watch?v=d0A4_bwCaX0&feature=relmfu

  27. Toffo Diz:

    Eu não digo que sejam ateus, mas a fé é uma coisa altamente emulativa, que faz com que um crente ache que a sua fé é superior às demais. Com os espíritas principalmente, que conheço muito bem, a “fé inabalável” os faz pensar que as fés dos outros são inferiores; só a fé deles é que é a verdadeira.

  28. Antonio G. - POA Diz:

    Encontrei a seguinte poesia, da “autoria” do “espírito de” Luz” Otirípse Otnas, e “psicografada” pelo médium Rui Souza:
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    NÃO MORRE QUEM TEM FÉ
    .
    A morte não é o fim, é o começo de uma nova vida
    Só tem medo da morte, quem em Deus não acredita
    Sofre a vida toda, pensando no que não devia
    Morrem só os covardes, numa lenta agonia
    .
    A maioria não lembra, de suas vidas de outrora
    Por isso, aconselho o medroso, a se encorajar agora
    Cada vida é uma missão, deixa um corpo e em outro volta
    A maioria não vive, porque joga a vida fora
    .
    Olhe sempre para frente, esqueça o que passou
    Quem pensa que tem só uma vida, para Deus não acordou
    Não ajuda espiritualmente, é um eterno pecador
    A matéria é passageira, morre, quem nela se apegou
    .
    Cada vez que reencarnamos, é para espiritualmente subir
    A vida terrena não é eterna, é uma passagem por aqui
    Quem resgata suas dívidas, elevado vai se sentir
    Cumpre sua missão, por nada vai desistir
    .
    O bom exemplo que dás, ajuda quem precisa
    Aquele que está no escuro, dás forças e iluminas
    Assim fizeram os Justos, para cumprir sua sina
    Só diziam a verdade, não falavam mentiras
    .
    Quem não tem dignidade, não passa de um morto vivo
    Caminha como cego, em direção do abismo
    É um cego espiritual, não cumpre o predestino
    Não tem fé, não tem amor, não sabe o que é divino
    .
    Para quem acredita em si mesmo, a morte não existe
    Enfrenta as situações, em nenhum momento desiste
    Vive sempre alegre, dá ânimo aos que estão tristes
    Só tem medo de ter medo, vence porque persiste
    .
    .
    Bem bacaninha, não é? Eu achei. Só que discordo diametralmente da assertiva do texto, que, em síntese, diz que a fé elimina o medo da morte.
    Não penso assim. O que eu realmente acho é que nem existe a propalada fé. O que existe é o medo. A fé é uma fantasia. Para quem consegue livrar-se do medo, a fé deixa de fazer qualquer sentido.
    É o que eu penso.

  29. Marciano Diz:

    Eu ainda não tinha visto, Gorducho.
    Legal! Recomendo a todos que não viram.
    .
    Antonio, a sacanegem é tua ou do “espírito”?
    Otirípse Otnas é espírito santo de trás pra frente.

  30. Antonio G. - POA Diz:

    Marciano, eu não tinha percebido. Foi assim que eu encontrei. É só procurar no google pelo texto que você verá.
    Abraço.

  31. Antonio G. - POA Diz:

    Taí o link: http://www.aconscienciadivina.org.br/rs2009/mensagens/nao_morre_quem_tem_fe.htm

  32. Marciano Diz:

    Espírito santo sacaninha, esse. Zombando dos crentes.

  33. Marciano Diz:

    Antonio, é muita cara de pau o cara dizer que o nome do espírito é esse.
    A mesma coisa são as músicas que o Rizzini “psicografa” de compositores que já passaram dessa pra pior.
    Pura zombaria.

  34. Marciano Diz:

    Passa no “Mundo Além”, pela Rede TV, todos os domingos.
    Os malandros da velha guarda viram todos santinhos do pau oco, depois da morte.

  35. Phelippe Diz:

    Vi um suposto médium incorporar um “espírito”. A tal entidade não se identificou e disse um monte de besteiras. Saí do local certo de que se tratava de puro fingimento.Isso apenas comprova o que é discutido aqui, ou seja, não há nada após a morte. O engraçado é que as outras pessoas que lá estavam até babaram quando o suposto espírito baixou. Fanatismo puro de quem não pode, ou não quer, enxergar a realidade.

  36. HENRIQUE Diz:

    Eu tambem tive uma experiencia que me deixou incredulo quanto a psicografias…estive em Uberaba por 3 ocasioes….tinha recebido 2 psicografias de meu filho(falecido pouco antes)…uma do Carlos Bacelli e de outro medium que nao me lembro o nome….tudo que recebi nas psicografias eles tinham me interrogado na entrevista previas a sessão….mas como queria receber uma carta escrita pelo medium Celso de Almeida Afonso me aventurei de novo…na primeira vez que fui, fiquei entusiasmado pq o medium olhou para mim e minha esposa, pela primeira vez e disse “foi o gaz que matou seu filho, nao foi? se referindo a causa mortis do meu filho(monoxido de carbono)……numa segunda ida a Uberaba fiquei decepcionado, por que fiquei convencido de que as pessoas que recebiam as mensagens psicografadas eram as que conversavam mais com o medium, quando o mesmo interrogava, de pé, os pretendentes…tinha maes que ja tinham recebido dezenas de cartas dos filhos mortos..me lembro de uma mae que ia para Uberaba ja fazia mais de 20 anos e ja tinha recebido mais de 200 cartas..tive oportunidade de ler algumas e quase todas tinham o mesmo teor….todos que vao lá são muito credulos….acabei nao indo mais….

  37. Marciano Diz:

    Henrique,
    se existissem mediuns e espíritos e fossem confiáveis, nao haveria necessidade das fraudes que você descreve. Se fraudam, é porque não existem espíritos nem mediunidade.
    As pessoas que querem ser enganadas, como a mãe que você descreveu (20 anos), nada a convencerá de que é tudo mentira. Mas você viu que era pura enganação.
    Não vejo diferença entre esses mediuns e os falsos evangélicos. Tudo farinha do mesmo saco. Só o método de enganar é diferente. Nem é muito diferente. Os evangélicos fazem exorcismos, entrevistam demônios, etc.
    Vá dizer isso para a mãe que QUERIA receber cartas do filho morto. Ela vai negar, vai dizer que é tudo real, que você é um pseudo-cético, que não há prova científica de que as cartas não eram do filho dela.

  38. Antonio G. - POA Diz:

    É Marciano, eu tenho, sinceramente, muita pena de quem é iludido, enganado. Mas eu sei, exatamente, como e por que isto acontece. Também já acreditei nestas mentiras… Vivi tudo isto muito de perto. E hoje tenho desprezo por quem simula estas comunicações, os sedizentes “médiuns”. Tenho asco porque sei que não o fazem apenas por caridade e compaixão. Fazem-no, quase sempre, por motivos bem menos nobres: Cobiça ou vaidade.

  39. Toffo Diz:

    Antonio:

    que horror essa “poesia” do Espírito Santo do avesso! Parece poesia de escola. Só falta ser declamada em forma de jogral pelos aluninhos exultantes… Os pastiches do CX são melhores! O melhor indicativo da fajutagem das ditas “comunicações espíritas” é justamente o conteúdo. Todas – sem exceção – são moralistas. São “edificantes”. Só falam de bem, virtude, caridade, necessidade de melhora etc etc. Nunca vi nenhuma que abordasse algum assunto de ciência, de arte, de literatura, algum ensaio, alguma coisa realmente séria, que não tivesse nenhuma relação com bom proceder ou moral cristã. Nadica. O mestre celta disse que as comunicações valiam pelo seu conteúdo, e estava certo: só valem aquelas que falem de moral cristã. O resto é lixo. Eis aí o “consenso universal”.

  40. Marciano Diz:

    Antonio e Toffo,
    foi isso que eu disse aí em cima. Compositores da velha guarda, quer escreviam letras de música bem politicamente incorretas, depois de mortos ficam dando lições de moral e evangelização, obra do Rizzini.
    Vocês já viram o “Mundo Além”, programa de passa na Rede TV?

  41. Antonio G. - POA Diz:

    “A fé remove montanhas”… e a capacidade de discernir.
    rsrsrs

  42. Phelippe Diz:

    Oi Marciano.
    Eu assisto esse programa, o “Mundo Além”, que passa na Rede TV. Dou gostosas gargalhadas. Sempre tem uma pergunta interessante e a resposta nunca vem. Há pouco disseram que iam mostrar como estavam, no outro lado, os políticos famosos que já morreram. Um grande iluminado respondeu com evasivas. E o povo aplaudia! Mas, justiça seja feita, esse programa torna minha vida mais alegre. Muito engraçado.

  43. Marciano Diz:

    É, Phelippe, visto por essa ótica de programa humorístico, humor nonsense, é legal.

  44. Marcos Arduin Diz:

    ” “Será que o ônus da prova deve recair sobre o cético, presente ou ausente da sessão?”
    – Ué? Se o cético é o defensor da hipótese da fraude, então que ele apresente os argumentos que sustentem que a fraude teria ocorrido assim, assado, frito ou cozido. Querer que se tenha fé de que só a fraude “explicaria” é só mais UMA questão de fé…
    E pior ainda: se o cético mente e omite dados para “validar” sua hipótese de fraude, então me dá mais razão ainda para crer nos experimentadores mediúnicos.

  45. Ítalo Diz:

    Cara, o arquivo já não está mais on-line, teria como reupar?

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