Mensagem “Um Dia” de Chico Xavier e Divaldo Franco: mais um plágio?
Com a FEB agora digitalizando o jornal “Reformador”, temos a chance de encontrar verdadeiras relíquias que fizeram parte da história do Espiritismo brasileiro. Entre elas, podemos conferir finalmente uma das mensagens em que o médium Divaldo Pereira Franco foi acusado de plágio pelo próprio Chico Xavier. Coloco também a opinião de Luciano dos Anjos sobre a semelhança.
Mensagens de Chico Xavier |
Mensagens de Divaldo Franco |
Comentários de Luciano dos Anjos |
UM DIA Um dia, Sócrates deliberou sair de si mesmo, apresentando alguns aspectos da verdade, e imortalizou-se. Um dia, Colombo resolveu empreender a viagem ao Mundo Novo e desvelou o caminho para a América.
A gloriosa missão de Jesus começou para os homens no dia da Manjedoura. O ministério dos Apóstolos foi definitivamente homologado pelos Poderes Divinos no dia de Pentecostes. Tudo no Universo começa num dia. O bem e o mal, a felicidade e o infortúnio, a alegria e a dor, invocados por nossa alma, guardam o exato momento de início. Quando plantamos, sabemos que a produção surgirá certo dia. Se encetamos uma jornada, não ignoramos que, em certo momento, ela terminará. Um dia criamos, um dia recolheremos. Não olvides, porém, que a semente não germinará sem cuidado, em tua quinta. Se deres teu dia à erva ingrata, ela se alastrará, sufocando-te o horto amigo. Se abandonares teus minutos aos vermes daninhos, multiplicar-se-ão eles, indefinidamente, impedindo a colheita. Ocupa-te com o dia, de olhos voltados para a eternidade. Das resoluções de uma hora podem sobrevir acontecimentos para mil anos.
Tudo depende de tua atitude na intimidade do tempo. Judas era um discípulo fiel a Jesus, mas, um dia, acreditou mais no poder frágil da Terra que na administração do Céu, e traiu a si mesmo. Madalena era estranha mulher, possessa de sete demônios; um dia, no entanto, ofereceu-se à virtude e inscreveu seu nome na História, figurando no cânone das almas inesquecíveis. O amanhã será o que hoje projetamos. Alcançarás o que procuras. Serás o que desejas. Acorda para a realidade do momento e amontoa bênçãos pelos serviços que prestaste e pelo conhecimento que difundiste em tuas horas. O Tempo é o rio da vida cujas águas nos devolvem o que lhe atiramos. Enquanto dispões das horas de trabalho, dedica-te às boas obras. Se acreditas no bem e a ele atendes, cedo atingirás a messe da felicidade perfeita; mas se agora mofas do dia, entre a indiferença e o sarcasmo, guarda a certeza de que, a seu turno, o dia se rirá de ti.
ISABEL DE CASTRO Livro: Falando à Terra – pág. 106 – 1951 Editora: FEB |
UM DIA Um dia em que tomava banho, percebeu Arquimedes que os seus membros, mergulhados na água, perdiam considerável parte do seu peso, descobrindo, então, o princípio que o imortalizou. Um dia, observando a queda de u’a maçã, Newton abriu as portas do pensamento para as leis da gravitação universal. Um dia, resolvendo lutar contra o pessimismo das cortes européias e do povo, Colombo descobriu a América.
Um dia, após exaustivas experiências, a Sra. Curie descobriu o rádio. Um dia, insistindo no ideal de bem servir à Humanidade, Zamenhof favoreceu a comunicação entre os povos com a língua Esperanto. Um dia, Saulo de Tarso, tomado de radical anseio de fé legítima, transformou a concepção da vida e se fêz a maior carta-viva do Cristo. Um dia, resolvendo viver para Jesus, Francisco de Assis fomentou o amor na Terra, renovando a conceituação vigente a respeito da Caridade. Um dia, Gêngis Khan. disputando brutalidade, fez-se comandante de exércitos bárbaros e apavorou o mundo. Um dia mentiste e todo um programa nefando teve início. Um dia prometeste, olvidando logo mais a palavra empenhada, e o caráter foi afetado. Um dia resolveste ajudar e uma vida nova começou. Em todas as vidas existe sempre um dia, antecedendo a transformação do homem. Um dia que dá origem a outros dias; um êxito que produz outros êxitos; um dano que assinala outros desvarios. Examina teus pensamentos e atitudes cada dia. Age, mas pensa com cuidado. Um dia, que pode ser hoje, dispõe-te à transformação para melhor, e assinalarás uma alegria estranha na tua existência. Se num dia planejas o mal, logo sintonizas com os Espíritos maléficos que se comprazem com a leviandade e o crime. Se num dia pensas o bem, cobrarás alento novo para fixar os marcos positivos do trabalho, afinando-te com as Inteligências superiores. Pensa no dever, um dia, e, logo no dia seguinte, o pensamento nobre voltará ao teu cérebro. Fixa a ilusão mentirosa e despertarás amanhã na decepção ultrajante. Um dia, na vida, pode constituir-se início de um milênio diferente para tua alma.
Como a reflexão é a mãe de todas as virtudes, pensa bem e o teu caminho atravessará o portal de luz para a imortalidade. (Página psicografada pelo médium Divnldo P Franco, na noite de 15-10-1960. VIANNA DE CARVALHO Reformador – 03/1962 |
Mensagem sobre a importância de um único dia em nossas vidas. Só o título é igual, tal como devem existir numerosos outros de outros numerosos autores espirituais menos ou mais conhecidos. A única expressão repetida – “um dia” – aparece 5 vezes escrita pela Isabel e 15 vezes pelo Vianna. E apenas a referência a Colombo, descobrindo a América, se repete completa. |
Essa mensagem já havia sido mostrada neste artigo, mas sem sua contraparte. Agora o leitor pode analisar por si mesmo. Na minha concepção, o que Luciano diz é, digamos, mais ou menos correto, mas destaquei outros trechos que me soaram semelhantes também. A forma de construção – citar personalidades e suas realizações que mudaram a Humanidade – e o próprio tamanho da mensagem são parecidos. No meu entender trata-se de plágio. Se é consciente ou inconsciente, não estou discutindo isso. Mas é evidente que se trata de uma cópia não autorizada.
Parece que muitos espíritos levianos envolvem o Divaldo…
junho 9th, 2012 às 1:18 AM
CX plagiava, Divaldo plagiou de um plagiador, cópia da cópia da cópia.
Pra se dar bem no espiritismo o cara precisa saber copiar. O que não é difícil.
junho 9th, 2012 às 11:40 AM
Vitor, antes de “maçã”, no segundo parágrafo, a palavra “uma” está digitada errada.
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De fato os trechos citados são muito semelhantes.
junho 9th, 2012 às 11:46 AM
Leonardo, não está escrito errado não, confira no original, pág. 62: http://www.febnet.org.br/acervo/revistas/1962/WebSearch/page.php?pagina=
junho 9th, 2012 às 5:09 PM
Essa construção u’a era usada nos tempos da maria-caxuxa quando o substantivo que o seguia começava por ‘m’, provavelmente para evitar colisão: u’a maçã, u’a mulher, u’a moda. Eu considero isso preciosista, fora de moda, feio e provinciano.
Mais uma vez escrevo aqui que os “espíritos” duelam nas várzeas, não nas alturas. Não há nada de aproveitável no que supostos espíritos dizem. Qualquer estudante razoável do ensino médio escreveria coisas assim.
junho 9th, 2012 às 7:21 PM
Ah, sim. Interessante. Não sabia disso.
junho 9th, 2012 às 7:57 PM
Eu me lembro da maria-caxuxa. Menininha educada. Devia ter uns três aninhos. Sempre que me via, dizia: — A benção, vovozinho.
junho 11th, 2012 às 12:57 AM
u’a mão ou uma mão? mamão?
junho 11th, 2012 às 1:01 PM
Pois é, é o politicamente correto daquele tempo… usavam essa construção artificial para evitar o cacófato, mas a emenda acabava ficando pior que o soneto, porque esse “u’a” é uó! kkkk
junho 16th, 2012 às 10:24 PM
Marciano, “Pra se dar bem no espiritismo o cara precisa saber copiar”. Dar-se bem em que sentido? Dedicando uma vida inteira para ajudar o próximo, trabalhando incansavelmente e vivendo com humildade? Talvez você aponte o prestígio como sendo o “lucro” de Chico Xavier, mas o grande reconhecimento que ele recebeu foi devido, principalmente, a sua personalidade e à maneira que viveu; não a certas mensagens como essa, que eu mesmo desconhecia.
junho 17th, 2012 às 10:15 AM
Na minha opinião, é difícil provar um plágio. .. ainda mais depois de ler este artigo:
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“Livros tão distintos quanto o Dom Quixote e Madame Bovary seguem a mesma mecânica: uma pessoa se deslumbra com o mundo dos romances, tenta viver de acordo com eles, e só encontra decepções. Inúmeras outras histórias poderiam ser escritas tendo esta situação como ponto de partida. Seriam plágio? Não, se trouxessem uma dose suficiente de novas informações, novas
variantes, outra verdade humana, outra força literária. Plagiar é imitar sem introduzir informação nova.”
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Para ler o artigo na íntegra:
http://revistalingua.uol.com.br/textos/74/a-cereja-do-bolo-narrativo-249252-1.asp
junho 17th, 2012 às 12:44 PM
Lucas,
Vou aproveitar seu comentário pra fazer um desabafo aqui, expondo alguns pontos para reflexão.
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Há pouco mais de dois anos, meu pai foi diagnosticado com câncer de garganta e esôfago. A partir daí, começou um grande drama em minha família.
Procuramos todo tipo de informação, tratamentos. Na época, ele fez quimioterapia em Bragança (nossa cidade) e a radioterapia em Campinas. Ele quis ir a Santa Rita do Passa Quatro (interior de SP) – onde há um centro que realiza cirurgias espirituais (sem corte). Respeitamos a vontade dele – passou pelos dois procedimentos: o tratamento medicinal e a experiência no centro, de onde voltou muito satisfeito. O local NÃO COBRA ABSOLUTAMENTE NADA (nem um centavo). Disse que se sentiu muito bem lá, muito bem tratado, alimentação, alojamento, banho, cama … livros para leitura, dois dias lá.
Foi um momento estranho para mim, porque enquanto meu pai se tratava e acreditava na cura para uma doença grave, eu vivia o auge de meu ceticismo. Em nenhum momento, porém, deixei isto exposto a ele. Tanto que eu tinha vários livros espíritas e espiritualistas em casa, escolhi os “mais otimistas” e levei para ele, que sempre gostou muito de ler e sempre se simpatizou com o espiritismo.
Bem, meu pai ficou praticamente curado. O(s) tratamento(s) deu(deram) resultado(s). Foi uma grande alegria pra todos.
Ele voltou a ficar saudável (na época da químio e a rádio, chegou a perder 25 kg). Ficou um ano curado, feliz. Passamos um natal, as festividades de fim de ano, muito bem.
Agora, no começo do ano, em fevereiro, ele começou a sentir um incômodo na garganta. O câncer voltou, veio com força total. A partir daí, foram 4 meses de sofrimento e agonia. O tumor atingiu a garganta e a musculatura do pescoço e ombro direito. Sessões de químio seguidas, com intervalos de duas semanas.
Meu pai foi minguando, nos últimos dois meses, envelheceu 20 anos. Minha mãe se dedicando a ele, 24 horas por dia. Eu e meus irmãos, tentando ajudar como podíamos.
Na madrugada de quinta-feira pra sexta passada, meu pai morreu no hospital, acompanhado de minha mãe. Três horas da madrugada, eu estava preenchendo papéis do seu obituário, num hospital frio e silencioso, enquanto uma enfermeira abraçava minha mãe, sentada num sofá de uma sala próxima. As cinco e meia da manhã, eu e meu irmão estávamos escolhendo um caixão numa funerária, para enterrarmos nosso querido pai.
A mente vagueia, tudo parece surreal … uma mistura de dor, indignação, tristeza, dúvida …
Parte do que veio depois, faço uso de uma postagem que fiz em meu facebook, para explicar, como segue abaixo:
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Agradeço a todos aqueles que estiveram presentes no velório de meu pai, agradeço aos amigos de escola que enviaram lindas flores, agradeço aos que me ligaram, aos que não puderam ir também (já deixei de ir em vários velórios, por “n” motivos, mas não deixei de pensar na dor de quem perde um ente querido).
Independentemente de minhas dúvidas, meu ceticismo e críticas, também agradeço ao padre Marcelo e aos religiosos que procuraram com sua fé, sua oração e suas palavras de consolo, trazer um conforto a todos de minha família. Quem sabe o que vem depois? Quem sabe …
Presto uma homenagem à minha querida e adorável mãe Marlene, que cuidou, se dedicou, se empenhou 24 horas por dia, meses, no empenho de ajudar e aliviar o drama vivido por meu pai, sem nunca reclamar, raramente pedindo uma ajuda, sempre com uma esperança, com uma força brotando a todo momento …
A todos aqueles que viveram o drama e a tristeza de perderem um ente querido, vítima dessa lamentável doença chamada câncer (como podemos entender isso?), minha solidariedade, meus sinceros abraços.
E a meu paizão, maravilhoso, homem de fibra, honestidade incomum, que enfrentou sua doença, com coragem, com um sorriso no rosto, meu agradecimento, um forte abraço, um beijo que espero, do mais fundo do meu íntimo, possa atingi-lo.
Obrigado paizão, valeu por tudo, todos os momentos … obrigado por todas as vezes que você me levou nos concursos da vida – me lembro quando eu tinha 15 anos e você me levou a Campinas, prestar o concurso da EsPCEx, e tantos outros vieram, até a prova que fiz no ano passado, do curso de professores, em Campinas. Quando fui pedir a você uma orientação, de como eu poderia chegar no endereço do exame, você me respondeu, sem um segundo de dúvida: “Te levo lá”. E assim foi. Naquela manhã de domingo, quando sai da prova, lá estava meu paizão, com seu jornalzinho, fazendo as palavras cruzadas, me esperando num banco à sombra duma árvore. Voltamos naquela bela manhã de sol, numa conversa agradável e divertida … Valeu paizão, valeu mesmo. Obrigado pelo chuveiro que você veio trazer aqui em casa, sem ninguém esperar – chuveiro chique, com oito temperaturas – a conta aumentou aqui, viu, rs … a Cláudia e os meninos adoram o banhão quente nesta ducha deliciosa … Também gosto, muito!!!
Quem sabe, quem sabe … um dia a gente se vê, por que não ?
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Agora, deixando a emoção de lado, o que aprendi com tudo isto?
Bem, ninguém se prepara para enfrentar a morte de entes queridos. Nos momentos mais difíceis, procuramos todo tipo de apoio – e o religioso também te seu valor. Para algumas pessoas, é o principal apoio. É ilusão? Talvez? Mas o que se pode dizer, por exemplo, à minha avó, com 90 anos, que já perdeu uma filha, o marido, irmãos, o pai, a mãe, primos, amigos(as) – e agora o genro que tanto gostava?
O terço que ela trouxe às mãos, no velório, representa muito a ela. Está errado isto?
Eu não voltei a ser cristão, católico, espírita, em razão da morte de meu pai. Mas confesso, que como resultado de todo este processo, de tudo que vivi, ao lado de meu pai com sua doença, me fez pensar que tenho sido exagerado em combater, criticar, esculhambar com as religiões. Tomei a
junho 17th, 2012 às 12:51 PM
Meu teclado travou, fui obrigado a enviar o texto sem conclui-lo, para não perdê-lo, para que pudesse reiniciar o computador.
Vou concluí-lo agora.
junho 17th, 2012 às 1:26 PM
Tomei a decisão de ser mais tolerante com as religiões e os religiosos, coisa que o Gilberto e o Vítor já tinha me alertado, faz tempo.
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Entretanto, Lucas, vamos ponderar sobre alguns pontos, no que se refere ao seu comentário:
Chico Xavier foi um exemplo de pessoa?
Considerando que ele se preocupou em fazer o bem, e eu acredito nisso; considerando que ele se preocupou em consolar e diminuir a dor das pessoas, acho justo darmos os parabéns a ele. Porém, a mediunidade dele, é algo duvidoso – e existem inúmeros motivos pra se considerar isto, evidências concretas. Então, devemos nos calar?
Eu acredito que o Chico se encaixa em uma das 3 possibilidades:
A) Foi um médium autêntico e escreveu sob o auxílio direto de espíritos desencarnados.
– Neste caso, o plano espiritual falhou, não foi cuidadoso em muitos aspectos ao passar as psicografias a ele. Mas o Chico está perdoado e merece ser admirado.
B) Não foi um médium autêntico, no sentido clássico daquilo que entendemos como mediunidade, mas escreveu inspirado por seu “histórico espiritual”, e isto
nos remete ao artigo recente do Márcio Rodrigues Horta, onde se questiona a questão, de que se já vivemos várias outras vidas, por que não nos lembramos delas? Talvez, a lembrança seja sutil, se manifeste, naquilo que chamamos de “dom” ou aptidão – ou, como gostam os educadores atuais: “habilidades e competências”.
Ele poderia ter vindo ao mundo, com este “compromisso”, esta missão espiritual – levar consolo, esperança e luz, através de seus livros, para isso foi influenciado, envolvido em uma atmosfera de “lembranças” e recebeu uma aptidão para a escrita, a pesquisa, a inspiração. Pode ser, quem sabe?
C) Não foi médium, não recebeu tal inspiração, mas quis fazer o bem, sentiu a vontade, o desejo de ajudar, inspirado pela própria dor da perda da mãe, os conflitos pessoais, o amor pela vida, as pessoas, os animais, a natureza … Se assim fez, consciente do que fazia, sabendo que não era médium, mas acreditando na espiritualidade e achando que ajudava, errou! De qualquer forma, tentou ajudar, o que não deixa de ser merecedor de respeito, mas poderia ter trilhado um caminho diferente, que seria mais digno e ético: poderia ter sido um defensor da doutrina espírita, ter feito suas palestras e até escrito bons livros, sem alegar a mediunidade e a existência de seus “espíritos-guias”.
Talvez, jamais saberemos a resposta disso tudo, e cabe a cada um achar o que melhor lhe convém.
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Agora, Lucas, não podemos negar, que sempre existiram e existem charlatões, alguns de péssimo caráter, na história da humanidade.
É justo denunciá-los, criticá-los, expô-los, para que as pessoas não sejam vítimas dessas armações e enganos.
O “transcendente” deve ser algo pessoal, particular. A ciência não tem todas as respostas, jamais terá, mas procura evidenciar o que diz. O religioso/esotérico, tem todo o direito de praticar sua fé, sua crença, mas também precisa entender que o que lhe faz bem, pode não ser significativo para os outros e, principalmente, quando difunde crenças em algo tão “fora da realidade”, algo que não pode ser comprovado e não se enquadra naquilo que chamamos “racional”, “lógico”, é normal que as pessoas céticas, apresentem críticas, lancem dúvidas.
A história contada pelo Scur, sobre as “luzes estranhas” que viu, merece respeito, pelo menos de minha parte – mas também, ele deve entender, que não alcança o nível concreto, para que eu saia por aí dizendo: “tenho certeza absoluta que ETs existem e nos visitam, porque meu amigo gaúcho viu as luzes no céu”.
Da mesma forma, não é porque pessoas alegam ser médiuns, escreveram livros psicografados, que vamos sair afirmando que a mediunidade é real, que espíritos existem, que a vida continua. Principalmente, quando estas obras vêm preenchidas com indícios de plágios, erros de informação, contradições …
E, infelizmente, aspectos assim, estão sobrando, jorrando no meio espírita-esotérico brasileiro (e mundial também), então a dúvida e a crítica merecem respeito, mesmo que a dor e a desilusão sejam muito fortes, em momentos como o que eu vivi e estou vivendo – como lidar com isto tudo? Só eu mesmo e cada um de nós poderá responder, buscando aquilo que existe em nós mesmo. Assim eu penso.
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Por fim, eu não me arrependo de nada do que escrevi neste blog, seja como crente, seja como cético, porque em nenhum momento deixei de ser sincero.
A única coisa que eu mudaria, se fosse possível, se refere a alguns termos que usei em meus comentários, alguns até nos artigos. Também me excedi em algumas discussões, mas tudo significou e tem significado um grande aprendizado para mim, espero, sinceramente, que tenha o mesmo efeito para os demais.
Um grande abraço a todos.
junho 18th, 2012 às 12:14 AM
Biasetto, primeiramente, meus pêsames. Também já perdi uma pessoa muito próxima, meu avô, que foi como um pai para mim. Na época, eu ainda era ateu e completamente cético em relação a tudo que não fosse comprovado pela ciência, acredito que isso fosse devido a minha personalidade e o fascínio que sempre tive pela matemática e pela física (o que me levou a cursar engenharia). Conheço bem o dilema que é criado nesse momento, principalmente pelas pessoas mais “científicas”. Ao mesmo tempo em que queremos crer que aquele conhecido está bem e que ainda vamos reencontrá-lo, temos medo de sermos iludidos, e a nossa mente racional, fiel a nossa razão, sugere que, por mais cruel que seja a verdade a cerca da nossa existência, ela é preferível a esperanças ilusórias e não justificáveis (afirmação com a qual concordo plenamente).
Vários fatos pessoais sucederam esse evento, que marcou minha vida; muito ocorreu, e pôde ser observado por mim, de perto, dentro da minha própria família. Acabei conhecendo e investigando o espiritismo, encontrei nele uma abordagem diferente de qualquer religião e passei a ler diversos livros e reformular algumas idéias que tinha anteriormente. Logo de início, concluí que, mesmo que nenhuma das premissas postas fosse verdadeira, se a humanidade seguisse os princípios de respeito e moral da doutrina espírita, o mundo, com certeza, mudaria para melhor.
É claro que não vou entrar em detalhes com experiências pessoais, pois minha credibilidade não é nem um pouco garantida (e eu não esperaria outra coisa, já que você nem me conhece). Não vou tentar explicar de maneira subjetiva a existência de espíritos, pois por mais claro que isso possa ser para mim, como você mesmo disse, pode não significar nada para ninguém. Só quero entender, objetivamente, a imagem que vocês fazem de Chico Xavier.
Biasseto, nas três possibilidades que você citou, CX merece nosso respeito pela entrega que teve durante toda sua vida na ajuda às pessoas, pelo menos nisso concordamos. Todavia, se a hipótese C for a verdadeira, CX merece um estudo profundo da psicologia e das mais diferentes áreas da ciência; ele seria um dos mais geniais impostores que já viveu, e o primeiro a dedicar-se inteiramente ao próximo, sem lucrar nada com suas fraudes. CX estudou apenas até o antigo primário e começou a trabalhar aos oito anos de idade, numa fábrica. Ainda criança, inventou que ouvia e enxergava espíritos, inclusive o da sua mãe, que havia falecido quando ele tinha cinco anos. Ele conheceu o espiritismo e, com cerca de 20 anos, ensino incompleto, teve uma grande idéia: iria utilizar todo o seu conhecimento poético e literário (?) (20 anos!) para ajudar as pessoas! Resolveu inventar que estava recebendo e psicografando mensagens de espíritos; dessa maneira, ele, em toda sua genialidade, iria escrever mais de 400 livros (sem assumir a autoria de nenhum deles) para consolar seres humanos e convencê-los da verdade do espiritismo. Com sua criatividade e inspiração, escreve Parnaso de alem túmulo (388 páginas http://www.tendadeoxala.com.br/downloads/livros/parnaso_de_alem_tumulo.pdf ), livro que chegou a possuir 259 poemas, no estilo de poetas famosos. Desses mais de 400 livros, utilizando seu poder de síntese e paráfrase incomparável, ele, secretamente, plagia alguns autores para escrever o segundo trecho da página 247 do livro “x”, o capítulo 5 do segundo livro da coletânea Y, além da descrição de uma torre, presente nesse livro, que foi plagiada de uma outra história que ele mesmo escreveu. Sempre atribuindo seus livros a seres espirituais e sem ganhar um tostão, ele começa a atender centenas de pessoas todos os dias. Psicografa mais de 10 mil cartas, ou melhor, inventa mais de 10 mil cartas com nomes e dados reais, exaustando-se até o limite, para convencer milhares de pessoas de que ele teve contato com seus familiares mortos. Um bom exemplo de uma dessas DEZ MIL cartas é a da pernambucana Edite Nunes, ela mesma afirma: “Ele perguntava somente quem era a pessoa de quem se queria receber a comunicação, meu nome e do meu marido (…) A mensagem tinha a letra e a assinatura do meu filho. Falava o nome da noiva, da avó, nas cidades de Recife, Caruaru, Arcoverde, Campina Grande. Nada disso Chico sabia (…)”. Essa carta atesta a ampla rede de informações a que Chico Xavier teria acesso (?) para plagiar, reproduzir e falsificar informações com o único intuito de ajudar as pessoas.
Para mim, isto não é factível. Realmente, é necessário que haja um estudo do caso e seja dado grande reconhecimento a esse homem. Como foi muito bem plagiado por ele, nessa estrofe do poema “Vozes de uma Sombra” (supostamente ditado por Augusto dos Anjos):
“Homem! por mais que gastes teus fosfatos
Não saberás, analisando os fatos,
Inda que desintegres energias,
A razão do completo e do incompleto,
Como é que em homem se transforma o feto
Entre os duzentos e setenta dias.”
junho 18th, 2012 às 12:30 AM
Não formulei nenhuma hipótese do que tenha sido Chico Xavier, apenas peço que apontem uma mais lógica e racional do que a letra C.
obrigado e abraços
junho 18th, 2012 às 10:13 AM
Lucas,
Obrigado por suas palavras, seu comentário. Fico feliz, receptivo e vejo com muito bons olhos, quando pessoas como você, vêm ao blog pra falar com sinceridade, contam experiências pessoais, se revelam …
Nesta linha, respeito os céticos e os crentes, que mesmo tendo convicção de suas ideias e escolhas, ainda permitem, seja por 1%, a possibilidade de que estejam enganados, se não no todo, pelo menos em parte.
Assim como você, ocorreu um momento em minha vida, há duas décadas atrás, em que o espiritismo me pareceu algo muito interessante e lógico: nascer (reencarnar), viver, aprender, morrer (desencarnar); passar um tempo em outro plano, revendo parentes, pessoas queridas, experimentando outras sensações, se preparando, voltando, vivendo, aprendendo, saindo novamente de cena, voltando … evoluindo … sabe-se lá, quantas possibilidades, quantas experiências, quantos aprendizados, até nos libertarmos dos hábitos negativos, dos pensamentos levianos, das ações egoístas, medrosas … até darmos saltos e saltos, nessa imensidão do universo, repleto de galáxias, estrelas, planetas e astros errantes.
Eu tinha profundo respeito e admiração pelo Chico, em parte, ainda tenho. Porém, as evidências de plágios e, pior ainda, o caminhar do espiritismo no Brasil, marcado por um lamaçal de besteiróis, uma lambança de médiuns fajutos, falando banalidades, vendendo livros de péssima qualidade, tudo isto me fez trilhar o ceticismo, a crítica, a descrença.
Mas concordo contigo em algo: Chico Xavier foi e continua sendo uma incógnita, uma dúvida, porque por mais que encontremos explicações terrenas para explicar seus 400 e tantos livros, suas ações em procurar ajudar o próximo e os desconhecidos, ainda ficam (pelo menos pra mim), muitas perguntas:
1 – Ele poderia ter estudado e “colado” tudo que escreveu? Talvez, é possível, mas realmente saber como encontrou tempo, como organizou tudo isto – numa época em que não havia os recursos que temos hoje, de fato isto me perturba. Eu como professor, vivo me perdendo em textos, provas, anotações, que coloco ali, lá e acolá, depois nem sei onde está. Me perco nos meus afazeres, não dou conta de tudo que preciso realizar, fico achando que o dia precisaria ter 48 horas.
2 – Seria ele capaz de passar a vida toda mentindo, mentindo e mentido? Não sei, talvez?! Por quê??? Para quê??? Ego, vaidade, esquizofrenia … quantas possibilidades, quantas dúvidas.
Eu só lamento, caro Lucas, que poucas são as pessoas que realmente estão dispostas a discutir este assunto, este tema, esta história, sem o fogo da paixão, seja no campo do ceticismo, seja no campo da crença fervorosa.
Mas, quem sabe um dia, teremos uma resposta mais concreta disso, quem sabe?
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Eu respeito muito a opinião e as informações de pessoas como o Antonio, o Toffo e outros que já viveram o espiritismo e hoje o abandonaram por completo. Só discordo da ideia de que todos os livros do Chico são uma porcaria. Gosto de muitos livros dele, mesmo Nosso Lar, acho um livro belíssimo, encantador. Não acho, de maneira alguma, um livro ruim, porcaria. Acho que é um belo livro, com algumas bobagens, especialmente no que se refere ao “moralismo-cristão-católico”, uma influência muito clara na obra xavieriana.
Também gosto dos livros de Roma Antiga, as personagens, o desenrolar das histórias, os clímax … Quanto às informações incoerentes, duvidosas, do ponto de vista histórico, também concordo que declinam a obra, mas a questão é saber, de fato, se foi o Chico ou o espírito quem falhou e o porquê.
Enfim, este assunto não se esgota, penso eu, quem sabe o tempo traga a resposta, até lá …
Abraços!
junho 18th, 2012 às 9:33 PM
Biasetto, confesso que fiquei profundamente emocionado com a história de seu pai, meus sinceros sentimentos.
Perdi meu pai a pouco mais de 6 meses, num episódio muito parecido com o que relataste. Meu pai morreu de cirrose num quadro diagnosticado em 1 semana, e depois de 3 semanas já estava enterrando-o. Uma doença simplesmente avassaladora, que do dia pra noite piorou e já se tornava incurável (a não ser com um transplante). Sei bem o que passa na sua cabeça depois disso.
Como podes imaginar, meu pai bebeu muito em sua juventude, abusando severamente do álcool. Dois anos antes de sua morte havia se convertido, tornara-se evangélico. A religião o tirou da bebida, da vida mundana, onde pode começar novamente do zero. Infelizmente foi tarde para a redenção, mas te pergunto, a religião realmente faz todo esse mal que as pessoas aqui no blog pregam? Quantas outras pessoas saem do mundo do crime, das drogas, do alcool, para levarem uma vida devotada a Deus? Quem são cientistas para tirar a fé das pessoas? Até que ponto realmente a ciência se encontra acima do bem e do mal, podendo decidir tudo a nossa volta?
Sei bem o que passaste, e o que pode passar pela nossa cabeça num momento desses.
Espero que isso o faça pelo menos pensar a respeito das religiões, e se quem faz o mal de fato é a religião, ou as pessoas atrás da cortina.
junho 18th, 2012 às 10:35 PM
Biasetto, meus sentimentos, meu velho. Perder o pai é como perder uma parte de nós mesmos, é perder a nossa progênie, é perder o rumo (pois é o pai que nos dá o rumo). Eu perdi o meu há quase 30 anos, vítima de doença renal, numa fase difícil da vida da família. Minha mãe nunca conseguiu superar a viuvez, embora jamais o dissesse, e talvez a dor dessa perda seja uma das causas de ela ter o mal de Alzheimer hoje. Eu consegui resolver bem o meu luto, embora ainda hoje sinta muita falta dele. Me espanta o fato de que ele morreu exatamente com a idade que tenho hoje, 57 anos, e pareço um rapazinho perto do que ele aparentava com essa idade. Mas, talvez diferentemente do que todos pensam, eu não acredito que ele esteja vivo, embora viva dando “comunicações”. Ele está vivo, sim, na memória daqueles que o amaram, como eu amei, e ele realmente vive na minha lembrança e no carinho que eu lhe devoto até hoje, da mesma maneira que quando ele vivia entre nós. Acho que a questão do luto é uma coisa muito complexa, muito difícil de lidar, mas acredito que compete a cada um de nós, os que estamos de luto, lidar com ele da maneira que ele fique o menos pesado e penoso para a nossa vida. Afinal, a morte, não importa como se dê, não passa do coroamento do processo da vida, e um dia nós também vamos morrer. Por isso espero sinceramente que você consiga superar a dor, mas mantendo intacto dentro de você todo o amor, afeto, admiração e carinho que você sempre sentiu pelo seu velho. Saudades? é claro que dá, é humano, é aquela dorzinha leve que todo mundo sente pela falta de quem não está por perto e de quem a gente não vê. Saudades é saudável, normal, tenho até hoje do meu velho. Mas fica dentro daquilo que eu posso realmente sentir sem sofrer.
Quanto ao CX, que eu conheci bem, até convivi um pouco com ele quando era criança, concordo com os amigos que é uma personalidade complexa demais para se dizer: é isso ou é aquilo. No entanto, as evidências até aqui levantadas de plágio, as derrapadas conceituais, os erros históricos, o moralismo arraigado e o onipresente estilo xaroposo não me deixam a menor dúvida de que foi ele, sim, que escreveu tudo aquilo. Que ele era intelectualmente dotado, inteligentíssimo e dono de uma memória prodigiosa, é incontestável. E que ele tinha, sim, o dom de imitar estilos, como aqueles pintores que imitam os grandes mestres ou aqueles comediantes que arremedam perfeitamente políticos e artistas, também não dá pra negar. Também que ele foi um benfeitor para muita gente, eu não nego. Que ele fez o bem e praticou a caridade, está fora de dúvida. O difícil, senão impossível, é estabelecer a zona limítrofe entre o desvelo real e a enorme vaidade que ele mal disfarçava, através de um complexo sistema de dissimulação, que fica patente em muitos dos episódios mal-explicados que pontilharam a sua vida. Que ele tenha feito a farsa com a intenção de ajudar os outros, isso não é impossível. Mas isso tudo fica no campo da especulação, já que é impossível saber como ele agia. Li, reli e treli quase todos os melhores livros dele, não os de mensagens e autoajuda. Por isso criei essa convicção.
junho 19th, 2012 às 12:01 AM
Só tenho a agradecer ao Bruno e ao Toffo, pelo carinho, pela sinceridade, pelas revelações.
Obrigado aos dois, tudo que vocês disseram, assim como o Lucas, foram muito bem vindo, palavras sábias e consoladoras.
Abração pra vocês, valeu muito, muito mesmo.
junho 19th, 2012 às 7:46 AM
Falando em Chico Xavier, vocês já viram isto? (O Scur vai amar)
http://www.partidaechegada.com/2012/06/animacao-sobre-chico-xavier-ganha.html
junho 19th, 2012 às 7:48 AM
http://www.partidaechegada.com/2012/03/casa-de-chico-xavier-e-motivo-de.html
junho 26th, 2012 às 8:28 PM
Ainda que fosse um plágio, prestem atenção, ainda que fosse um plágio, qual é o prejuízo que causaria, seja ele qual for?
junho 26th, 2012 às 10:01 PM
O prejuízo seria em primeiro lugar da própria credibilidade do médium. Teríamos que revisar toda a sua obra. E, quiçá, concluir que ele nunca esteve assessorado por espíritos.
junho 27th, 2012 às 8:47 PM
Muito bem Vitor, de total acordo contigo.
Mas antes ainda, confesso que nunca vi nenhum original escrito por Chico alegando plágio, posso estar errado, mas somente poderíamos fazer essa afirmação baseado em documento comprobatório.
Mas vamos assumir que seja plágio, (não há nenhuma preocupação quanto a isso no movimento espírita). A Doutrina Espírita não é “meia dúzia” de afirmações, são cinco livros de 500 páginas (aproximado) cada. A doutrina é ciência, porque Kardec se dispôs a investigar as comunicações extra-corpóreas por 15 anos, seus últimos 15 anos de encarnação, de modo que pode, deduzindo dos ensinos dos Espíritos, organizar uma ciência que explica os fenômenos do início ao fim e sua variantes. Assim, no Livro dos Médiuns, ou manual dos evocadores, há um setor onde está, mais especificamente, como distinguir as comunicações, os charlatões, as comunicações frívolas (inúteis) e o mais importante, os Espíritos mistificadores.
Portanto, os estudioso do espiritismo não aceita toda comunicação obtida através da mediunidade como verdade absoluta e inquestionável. Aliás, está muito claro, dezenas de vezes em todo pentateuco espírita, que os Espíritos superiores não se importam com as dúvidas sinceras dos que possuem, pelo contrário.
Assim, não querendo se alongar demais, digo, sinteticamente, que os espíritas que estudam o Espiritismo devem distinguir as comunicações, e se elas trazem algo de errado, devem ser descartadas.
Nesse caso específico, nessa mensagem de Divaldo, não vejo nada de anormal, a não ser ajudar na auto estima de pessoas deprimidas e cansadas da vida. E sobre o plágio, menos se pode verificar, é uma mensagem simples, de tema muito comum. Se pesquisarmos, no mundo inteiro, certamente encontraremos milhares.
Mas se deseja investigar toda a obra do médium, é uma boa iniciativa, e que tem meu apoio.
junho 27th, 2012 às 11:18 PM
Alexandre,
a doutrina não é ciência. Kardec se dispôs, sim, a investigar as comunicações extra-corpóreas, mas esse foi o problema: ele não provou que eram extra-corpóreas, ou seja, que vinham realmente de espíritos. Aliás, ele nem se importava com isso, pois o importante era a mensagem, não a identidade do comunicante. Ou seja, ele não provou a existência de seu objeto de estudo. Esse é só um dos motivos de porque não é ciência, e sim pseudociência. Há ainda muitos e muitos erros metodológicos que invibializam o espiritsmo kardecista como ciência, e há artigos no blog sobre isso.
junho 27th, 2012 às 11:34 PM
Errado amigo, tudo o que escreveu está errado, está entrando em um campo, que modestamente, sei muito bem, e afirmo que diz do que não sabe.
E é ciência sim amigo, por mais que doa. Artigos contrários existem, é lógico, artigo que refutam os malefícios de narcóticos e alucinógenos também existem aos montes.
junho 28th, 2012 às 12:18 AM
Alexandre,
se você acha o espiritismo ciência, me diga um caso – apenas UM – em que Kardec tenha analisado e que tenhamos bons indícios de paranormalidade.
junho 29th, 2012 às 3:28 PM
Alexandre,
O Livro dos Médiuns é um primor de pseudociência. Kardec apresenta uma série de casos, todos de segunda mão, na base do “fato cuja veracidade comprovamos”, testemunha “acima de qualquer suspeita”. Quase nenhum deles foi presenciado por ele, muito menos estudado com profundidade, fotografado, registrado em ata etc etc. Quase todos eles foram recolhidos de depoimentos que lhe chegavam de vários lugares e ele compilava e comentava. Muitos eram provenientes de comunicações espíritas, que ele se limitava a descrever e comentar. Nenhum fenômeno é abonado por um colegiado, nem há cuidados experimentais, nem fotografias, nada, nada, nada… Ou seja, informações de segunda mão. Não há sequer uma referência bibliográfica ou sinal de que Kardec tenha se debruçado em algum livro ou bibliografia para embasar seu pensamento, nenhuma citação de outro pensador ou doutrinador, vivo ou morto, nenhum indício sequer de que ele tenha se valido de alguma fonte confiável, bibliográfica ou documental, para embasar aquilo que afirmava. Tudo que escreveu saiu única e exclusivamente da cabeça dele – assim como o “Evangelho segundo o Espiritismo” – o que a meu ver desqualifica a posição de “codificador” que lhe atribuem. Na verdade ele foi o “criador”, o inventor da doutrina espírita. O livro não tem nada de científico nem de experimental. Eu fico admirado de que ninguém note isso.
julho 8th, 2012 às 12:01 PM
Outra análise sobre este mesmo caso:
http://leonardomontes.wordpress.com/artigos/sintese-do-episodio-das-mensagens-copiadas/
novembro 24th, 2014 às 11:00 PM
Vítor,
Seu problema e de outros internautas que se empenham em combater o Espiritismo está num detalhe único: ideias preconcebidas.
Allan Kardec nunca disse que o Espiritismo fosse essa “ciência” que você conhece e, sim “ciência do espírito”, baseada em experimentações e observações. Quanto ao pseudo plágio do Divaldo, repudio veementemente tal conclusão. Existem 6,5 bilhões de mentes no mundo. Se apenas um por cento delas resolver falar sobre um assunto, a possibilidade de haver coincidências é enorme. Kardec também explicou que aos céticos sistemáticos é inútil tentar convencer de coisa alguma, pois mesmo que vissem não acreditariam. Por que você não se preocupa com outros assuntos, ao invés de ficar especulando sobre a vida de cidadãos que dedicaram toda uma existência ao bem da humanidade e, desde criança, aprenderam a distinguir o que era seu do que não o era? A pessoas como vocês, se referem as palavras do próprio Jesus Cristo, em quem, aliás, também não acreditam: “Não atireis vossas pérolas aos porcos e nem deiteis as coisas santas aos cães”. Agora procure no Evangelho onde se encontra essa passagem e discorde dela… Não mais perderei tempo com sua ignorância.