O Caso de Kemal Atasoy (2010) – Uma Forte Evidência da Reencarnação? Parte 3

Nesta 3ª parte os pesquisadores Tucker e Keil respondem às críticas e observações que fiz na Parte 2. Foram respostas bem satisfatórias, que minimizaram bastante os problemas que apontei e em parte acabaram por mostrar que o caso era ainda mais robusto do que eu havia imaginado. Definitivamente o caso do menino turco Kemal é muito intrigante, e um verdadeiro desafio às explicações normais. Tucker publicou um livro popular (já traduzido para o português) com diversos casos chamado “Vida Antes da Vida”. Para quem quiser mais detalhes desse e de outros casos, fica a dica!

Resposta a “Como melhorar o estudo e documentação de Casos do Tipo Reencarnação? Uma Reanálise do Caso Kemal Atasoy” 

H. H. Jürgen Keil e Jim B. Tucker

O autor fez várias críticas, as quais nós nos referiremos por seção.

A participação do intérprete 

Nós discordamos que “essas investigação já sofreram o suficiente com acusações de fraude da parte do intérprete”. Um intérprete 40 anos atrás foi acusado de fraude em trabalho não relacionado, mas suas entrevistas foram subsequentemente validadas por outros intérpretes. Quando a criança no caso corrente foi entrevistada, os motivos do intérprete eram irrelevantes. Uma vez que a criança estava descrevendo uma pessoa obscura de 50 anos atrás, cuja existência JK foi capaz de confirmar após grande esforço, o intérprete não pode ser acusado (de forma razoável) de falsificar a entrevista. Na época da entrevista, ele não possuía qualquer informação sobre a personalidade passada que poderia ter posto na boca da criança.

A entrevista com a criança 

O autor recomenda gravar todas as entrevistas. Nós gravamos entrevistas ocasionalmente, mas concordamos com as preocupações que o Dr. Haraldsson mencionou. Apesar de entrevistas gravadas e transcritas parecer ser o ideal, o processo de obtê-las pode não ser prático e pode afetar a qualidade da informação a ser obtida.

O autor também faz objeção quanto à presença da mãe durante a entrevista da criança. Acreditamos que qualquer um que já teve experiência com crianças reconheceria que as chances de uma criança de 6 anos de idade compartilhar informação com estranhos que sequer falam a mesma língua sem um dos pais ou figura próxima afim são extremamente remotas. No caso, a mãe do menino não poderia alimentá-lo com qualquer informação, uma vez que ela nada sabia sobre a pessoa que o menino descrevia.

Quanto ao número de entrevistas, o menino e sua família foram entrevistados múltiplas vezes, embora nosso artigo poderia ter deixado isso mais claro. A entrevista mais importante, entretanto, foi a primeira, que foi realizada antes de qualquer um verificar as informações da criança.

O Dr. Haraldsson está correto que múltiplas entrevistas podem ajudar a assegurar que há consistência sobre o que a criança disse antes de o caso ser resolvido. Neste caso, não há nenhuma dúvida sobre o que a criança disse antes de o caso ser resolvido, porque JK foi um dos que o resolveu depois de entrevistar a criança.

Concordamos que encontrar tantas testemunhas para as declarações da criança como possível é útil e freqüentemente essencial. Neste caso, a criança não tinha feito declarações a qualquer um além da sua família imediata, como declaramos no artigo. Mais significativamente, múltiplas testemunhas freqüentemente são necessárias para confirmar que a criança tinha o conhecimento sobre a personalidade passada que seus pais reivindicam. Neste caso, essa questão não é posta em dúvida, pois o caso não foi resolvido na época da entrevista inicial.

A entrevista com o sr. Toran Togar 

O autor argumenta que JK não devia ter sido a pessoa a conduzir a entrevista de confirmação. Quando JK estava procurando as pessoas que poderiam contar sobre a história da casa em questão, isso teria tornado impraticável localizar um informante e então dizer-lhe que sua entrevista teria que esperar até que outro pesquisador pudesse chegar de outro país de avião, um pesquisador que não saberia o que perguntar para confirmar as declarações do menino. Tirando isso, o autor está correto que uma gravação serviria como confirmação mais forte da entrevista que apenas as notas, mas outra vez, há questões práticas de por que nós não registramos rotineiramente as entrevistas.

Os testes de reconhecimento 

O autor reclama da falta de testes de reconhecimento neste caso. Como observamos no artigo, o menino começava a esquecer-se dos detalhes da vida passada pela época que suas declarações tinham sido verificadas. Isso e as mudanças que teriam ocorrido na cidade durante os 50 anos após a morte da personalidade prévia significavam que a pequena chance de o menino reconhecer locais era excedida pelos fatores, tais como a despesa para tal investigação e o tempo necessário de o menino e seus pais viajarem 850 km, o que tornaria tal viagem muito complicada. Concordamos que se testes de reconhecimento devem ser executados, eles precisam ser bastante controlados para ser de valor significativo.

Testes psicológicos 

Nós ignoramos quaisquer desordem psicológica que pudesse levar uma criança a saber numerosos detalhes sobre um homem que viveu a 850 km de distância e morreu 50 anos antes.

A descrição do caso 

Embora nós não tenhamos uma cópia textual das entrevistas que foram conduzidas, fornecemos uma lista em nosso artigo de todas as declarações que o rapaz fez antes de qualquer tentativa tivesse sido feita de verificá-las.

Esse ainda é um caso forte? 

Neste ponto, nós estamos em pleno acordo com o autor. Nós também pensamos que, dado as limitações práticas que são uma parte necessária deste tipo de trabalho de campo, a investigação do caso, envolvendo múltiplas viagens à Turquia para entrevistar múltiplas testemunhas, foi bastante sólida.

Referência original: Response to “How To Improve the Study and Documentation of Cases of the Reincarnation Type? A Reappraisal of the Case of Kemal Atasoy”. Keil, H. H. Jürgen; Tucker, Jim B. Journal of Scientific Exploration; Summer 2010, Vol. 24 Issue 2, p. 295.

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