O Italiano de Emmanuel
Por muito tempo eu achei que Chico Xavier havia se servido de algum professor de italiano para conseguir psicografar cartas nessa língua. Cheguei a escrever um artigo em que imaginei que o padre Sebastião Scarzelli teria sido tal instrutor. Hoje, no entanto, mudei de opinião. A resposta parece ser bem mais simples do que eu pensava. Pedi a dois conhecedores da língua italiana que analisassem uma carta psicografada em italiano de fevereiro de 1933. Uma delas é Ney Gomes, professor de italiano, e, embora não esteja exercendo este ofício no momento, possui o certificado CILS emitido pela universidade de Siena na Itália. A outra é Paloma Oliveto, e suas credenciais serão mostradas dentro do próprio artigo que ela escreveu. A conclusão é que parece que Chico se valeu de um dicionário de italiano para escrever a carta.
Antes de tudo, mostremos a carta psicografada com a sua tradução:
Mensagem psicografada em italiano |
Tradução |
Buona Salute. Mi allegro de potervi parlare, ma prima di tutto deggio ringrazziare a Dio, lasciandovi anche i miei sentimenti amichevoli tropo sinceri. Pernonnatemi si vi tengo come mici fideli amici. Mi chiamo Emmanuel, ma io non era figlio d’Italia. Sono vostro amico vecchio. Bisognarebbero ciò per sapere che siamo com voi? Perché i che già non siamo prigioneri della Terra, non bisognamo delle lique umane. Nosta lingua é il pensiero. Qualcheduno vi a detto che tale manifestazione spiritiche sono utile per condurre la credenza quelli di vostri fratelli i quali non credono ancora. Ma sono deluso. Colla prove stessa non ci crederebbero. Gl’uomini se sentono saggi colle piccoli cienzi o colle religioni dogmatiche. Bisogno capire vostro doveri. Il laboro dello Francesco é fissato; voglio appena dimostrarvi che l’Immortalità é la vertá; non teniamo colori o aggetivi per pingerla. Aspettate colla pacienza. Conservate in vostra anime fiori della speranza; per molti di vas tri fratelli l’orgoglio é tutto. A eglino viene la luce per lo camino delle grandi dolori. Sotto gli pianti sono le luci che rischiarono la su conocenza icordatevi che gli scolari i fancliulli ubbidiscono al loro precettore. Ieri cravte cattivi, oggi siete meggiori i dimani sarete buoni. Adio, non dimentichiate vostri doveri giamai. Sai lode a Dio. Oggi come altrevolte vostro amico i fratello piccolo i povero. – Emmanuel. Gl’esempli per le più sono megiori delle parole.” |
“Boa saúde. Estou contente por poder falar com vocês, mas antes de tudo devo agradecer a Deus, deixando também os meus sentimentos amigáveis, muito sinceros. Desculpem se lhes considero como meus amigos fiéis. Chamo-me Emmanuel, mas não sou filho da Itália. Sou um velho amigo de vocês. Precisaria disto para saberem que estamos com vocês? Porque, como já não somos mais prisioneiros da Terra, não precisamos da linguagem humana. Nossa língua é o pensamento. Alguém disse a vocês que tais manifestações espíritas são úteis para conduzir à crença os seus irmãos que ainda não crêem. Mas me desiludi. Mesmo com uma prova não acreditariam. Os homens se sentem sábios com a pequena ciência ou com religiões dogmáticas. É preciso entender os seus deveres. O trabalho de Francisco (Cândido Xavier) foi determinado; quero somente demonstrar que a Imortalidade é a verdade; não precisamos de cores ou adjetivos para ilustrá-la. Esperem com paciência. Conservem nas suas almas as flores da esperança; para muitos dos seus irmãos o orgulho é tudo. Para eles chega a luz pelos caminhos das grandes dores. Atrás do pranto está a luz que clareia os seus conhecimentos. Lembrem-se de que os alunos e as crianças obedecem aos seus professores. Ontem vocês eram ruins, hoje são melhores c amanhã serão bons. Adeus, não esqueçam jamais os seus deveres. Que Deus seja louvado. Hoje e sempre, seu amigo e irmão pequeno e pobre, Emmanuel. Os exemplos, geralmente, são melhores do que palavras.” (Trabalho realizado gentilmente por amigos tradutores da Itália através das Casas Fraternais “O Nazareno”, de Santo André, SP. – Nota do Organizador.) |
A opinião de Ney Gomes é curta e grossa:
Essa [carta] não tem fluência em italiano e tem tantos erros e falta de concordância que deixa difícil a compreensão.
Vamos agora ao artigo de Paloma Oliveto sobre a carta.
Parli italiano?
Sempre achei divertido aprender línguas. Conhecer um idioma não ajuda só na hora de turbinar o currículo. Ler um livro no original, por exemplo, é uma experiência incrível. A sonoridade, as expressões idiomáticas tão únicas são fatores que nem o melhor tradutor consegue reproduzir. Faça o teste: o poema The Raven, de Allan Poe, foi traduzido por Fernando Pessoa e Machado de Assis. Nem um nem outro encontrou palavra com o peso do “Nevermore”, usada ao fim de cada estrofe.
Isso sem contar com a infinidade de livros, artigos e notícias que estão bem aqui, na internet, e muitas vezes disponíveis só no original. E nas viagens? Nada como pedir informação na língua nativa e chegar, são e salvo, ao destino. Mesmo idiomas que não parecem lá muito úteis sempre mostram ao que vieram. Palavras cruzadas (tábua de cálculos em grego, seis letras, resposta no fim do artigo), cardápios (se não gostar de carne de cachorro, jamais peça boshintang em um restaurante coreano), falsos cognatos (não se sinta louco se um alemão chamar jarro de kanne)… Enfim, já dei bons motivos para não ficarmos só no português. E se falta mais um, aí vai: o fator “tiração de onda”.
Agora, se você se diz capaz de colocar no papel mensagens do Além na língua vernácula do espírito que vos fala, então, amigo, idioma é obrigatório. Obligatory, obligatoire, wymagany, zorunl!!!! (sim, acabei de consultar o wordreference.com). Não me cabe aqui debater a veracidade de um ou outro médium e, muito menos, criticar uma doutrina. Sequer tenho conhecimento de causa para isso. Então o que estou fazendo aqui? Vim falar sobre uma carta.
“Buona Salute”. É assim que começa uma mensagem de Emmanuel, psicografada por Chico Xavier em 1933. Essa carta está no livro “Notáveis Reportagens com Chico Xavier”.
Resolvi dar uma olhada no texto. Não sou professora de italiano, mas estudei a língua por muitos anos e cheguei a ganhar uma bolsa para fazer um curso, em Roma, de bolsa de formação de professores de italiano. Não pude ir, mas de vez em quando eu vou à Itália, terra da minha família inteira, e até que consigo manter uma conversa (um pouco gaguejada, admito) com os locais. O que nunca me esqueci foi do que chamam de idioma instrumental: ler e escrever em uma língua.
Sem pretensão de passar pelo papel de tradutora juramentada, compartilho com vocês o que achei do texto, do ponto de vista tão somente idiomático.
Estranhei logo a primeira frase: Buona Salute. Até onde sei, essa expressão não existe. Buona é boa, como facilmente se deduz, e salute é saúde. Só que “boa saúde” não é uma maneira de os italianos cumprimentarem uns aos outros. Na verdade, usa-se apenas Saluti! (Saudações) ou Un saluto a tutti (Saudações a todos). Em seguida, ele diz: “Mi allegro de potervi parlare”. Ao pé da letra, ele quis dizer: Me alegro de poder falar com vocês. Mas, novamente, essa expressão “Mi allegro” não existe. Seria “Sono felice di…”. Trocando em miúdos, é como se um falante de língua inglesa, acostumado a expressões como “I use to go to the movies” quisesse se comunicar em português e dissesse: “Eu uso ir aos filmes”, e não “Eu costumo ir ao cinema”.
Da mesma forma, todas as outras frases estão com problemas, como “Il laboro dello Francesco” (antes de nome próprio não se coloca artigo, então seria Il laboro di Francesco”. “Per lo camino delle grandi dolori” está totalmente errado. Primeiro porque não é “lo camino”, mas “il camino”. Segundo porque “grandi dolori” é masculino/plural e “delle” se refere a palavras no feminino/plural. Isso porque estamos falando de artigos, preposições… estruturas muito simples de uma língua. É aquela coisa: uma pessoa que estudou até a quarta série do ensino fundamental pode até escrever “excessão”, em vez de “exceção”. Mas muito dificilmente essa pessoa falará “o casa”, “as carros”, “o filho do minha tia”…
Vai uma sucessão de erros atrás da outra, até que ele diz: “Non dimentichiate vostri doveri”, querendo dizer: “Não se esqueçam de seus deveres”. Para mim essa é a pior de todas. Porque “dovere”, em italiano, é “dever” no sentido de “precisar”. Dever como sinônimo de obrigações, responsabilidades, é “competenze”, entre outros sinônimos. Mas, dovere, jamais.
Então é o seguinte: a pessoa que escreveu essa carta pegou um dicionário (olha a falta que fazia o Google Translator!) e foi traduzindo palavra por palavra, ao pé da letra. Não se trata só de uns errinhos bobos. Digamos que alguém ditou a mensagem por telefone, e o interlocutor, do outro lado da linha, não sabe nada de italiano, mas copia o que escuta. Ele com certeza erraria a grafia, até poderia entender mal um artigo… Mas jamais a carta exibiria um falso cognato; ou seja, aquela palavra em idioma estrangeiro que soa muito parecida com algum vocabulário da nossa língua, mas cujo significado não tem nada a ver. Lembra do kanne em alemão? Quer dizer jarro, não “cão” ou “cano”, como poderia parecer.
Conclusão da minha perícia: “Chi ha scritto la lettera non sa nulla d’italiano”.
Un saluto a tutti!
PS: a resposta para “tábua de cálculos em grego, seis letras” é sokaba (escrito na forma espelhada, tal qual Chico Xavier fazia por vezes…)
janeiro 24th, 2012 às 9:40 PM
Não vou entrar no mérito se Chico “psicografou” essa carta ou se simplesmente escreveu um texto em português e aí ficou consultando um dicionário português-italiano para tentar compor uma “psicografia” em italiano.
Acho apenas que, se foi este o caso, posso descartar todas aquelas fabulosas alegações que usualmente apresentam de que “Chico era muito culto, lia muito, era muito inteligente…”
Só um cara muito burro faria uma burrada dessas…
janeiro 24th, 2012 às 9:45 PM
Oi, Arduin
Chico era muito culto e lia muito…em português. Ele mesmo admite isso. E temos provas disso por cartas que ele mesmo escreveu. Mas ele quase não tinha com quem aprender italiano sem deixar pistas, e recorreu ao dicionário. Ele foi inteligente nisso, e acho que até que se saiu bem para quem nunca teve uma aula de italiano… note que os repórteres nem comentaram os erros da carta…
janeiro 24th, 2012 às 9:49 PM
Ah! Esse caso me fez lembrar um email que recebi, num claro português feito do inglês-português do Google ou de algum tradutor pior.
A mensagem estava cheia de erros de concordância e de palavras com outros sentidos no nosso idioma. Mas até que deu para entender que parentes meus na Inglaterra sofreram um grave acidente, no qual toda a família morreu. Deixaram uma considerável fortuna, que por não haver herdeiros, seria toda revertida ao Governo de Sua Magestade. Por isso então, tendo me encontrado e descoberto que sou o parente mais próximo dessa infeliz familia Arduin da Inglaterra, eles se dispunham a me ajudar a conseguir a transferência dos valores para a minha conta bancária… desde que eu pagasse as despesas que esses generosos senhores teriam para efetuar os processos legais etc e tal…
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Lógico, nem respondi a essa pataquada, velha conhecida minha. Mas fico pensando: eles descobriram que sou parente daquela família que nunca existiu (não tenho qualquer parente na Inglaterra, nem a passeio), mas e os meus dois irmãos? Como eles ficam nessa?
janeiro 24th, 2012 às 10:31 PM
Il corsi di lingua italiana non sono bravi a Atlantide… 🙁
janeiro 24th, 2012 às 11:15 PM
Arduin, pode ter sido chute, pesquisa em rede social, um Google básico… Hoje em dia, as técnicas de tentativa de enganação não se restringem mais a um dicionário velho (o do Chico tinha uns 200 anos, a julgar pelas palavras arcaicas que ele usou!)…
Emmanuel, pra quem já foi senador romano, você precisa melhorar seus idiomas latinos, heim? Tsctsc. 😉
janeiro 24th, 2012 às 11:19 PM
Arduin, até quando?
janeiro 24th, 2012 às 11:33 PM
Arduin, agora que entendi a história do email, eu tinha lido por alto, ignore o que eu disse, kkkk
Quanto à carta, não acho que seria burrice dele. Essa carta foi escrita em 1933, quando mais de 50% da população era analfabeta. Talvez, naquela época, os mais instruídos tenham descoberto a farsa, mas não existiam meios rápidos de disseminação e troca de ideias, como hoje…
janeiro 25th, 2012 às 12:23 AM
Paloma
Disse tudo! Parabéns pela carta! O problema que há pessoas que não possuem humildade suficiente para admitir que seu barco está a deriva e vai afundar, inexoravelmente. Preferem ir junto pro fundo do mar mas não deixam o barco. Coisas desse bicho fantástico chamado ser humano. Os outros bichos não fazem isto!
janeiro 25th, 2012 às 12:34 AM
Paloma,
A “Divina Providência” fez você descobrir este blog. Você é a cereja do bolo. Você é a verdadeira Nhá Benta, aquela da Kopenhagen. Sabe o que ficaria bem em você? Eu. Você quer Gin e platônico, ou prefere Scotch e sofá?
Casa comigo, por favor!!!
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Cadê o Dom Quixote de Caxias, o homem que adora fazer filhos e seu fiel escudeiro, Sancho Pança NHONHO paçoca, o Maçaranduba baiano? Venham criticar o brilhante trabalho desta jornalista.
Venham os dos Anjos com suas asas atrofiadas, voando feito uma rolinha abatida, com suas brilhantes zombarias de que sempre soube de tudo, falando que os pesquisadores do blog, se achavam o tal, mas ele tinha explicações melhores. Cadê os xavierianos, cadê os chiquistas? Cadê cadê cadê???
Este Xavier deve ter copiado até fórmula de talco Polvilho Granado, receita de bolo da Dona Maricota, bula de remédios, boletins escolares, cartinhas de amor e histórias de lobo mau.
Apareçam seus capitães Francesco Schettino, não abandonem o barco não. Sejam fortes, destemidos, bajulem este enganador, farsante, mentiroso. E aquele Divaldo Lacraia Franco, o Ronaldo Esper do espiritismo brasileiro, falando da áurea do Chico, fazendo gracinhas, sobre aquele pedófilo indiano, com aquele cabelo e cara do Coalhada, embusteiro safado, malandro, canalha.
Por favor, exuberante e encantadora Paloma, ajude o Brasil a se livrar desta corja de embusteiros, destes Robsons Pinheiros, Wágner Paixões, com seus estrelismos, confetes e serpentinas.
Paloma, seu nome é Tamara ?
Não! Mas Tamaravilhosa!
Valeu Visoni, grande garoto!
janeiro 25th, 2012 às 12:44 AM
Um detalhe! Corrijam-me se estir enganado com relação as cartas em italiano. Mas parece que a coisa da carta em italiano vai na mesma linha da “materialização de Uberaba”. Esta quando o CX, Waldo e cia viram que a conversa não iria colar, simplesmente não teve mais materialização. Das cartas em italiano uma ou outra pessoa deve ter inquirido o CX que a mesma não passava nem como italiano falado em Caxias do Sul, e o CX então deve ter avisado o “espiríto guia Emmanuel” que “lo scherzo sarebbe stato scoperto”! Infelizmente para eles, e felizmente para nós, não havia Google Tradutor na época!
janeiro 25th, 2012 às 12:47 AM
Oi, Juliano
o Chico continuou escrevendo cartas em italiano. O caso Ilda Mascaro Saulo, que já foi tema do blog mais de uma vez, tem todas as cartas escritas em italiano ruim.
janeiro 25th, 2012 às 12:47 AM
Tomé, o crítico
rsrsrsrsrssrsrs A Paloma é a cereja e você é a cereja da cereja!!! rsrsrsrsrsrsrs Genial! rsrsrsrsrs
janeiro 25th, 2012 às 12:47 AM
Vai Scursório, padrinho de batismo do Paçoqueiro baiano, explica esta. Você está numa sinuca de bico:
– ou aceita que Xavier foi um embuste do começo ao fim;
– ou reconhece que o tal Emmanuel era/é burro pra cacete.
Bem, o Márcio Rodrigues Horta mostrou como a história do peixinho foi parar no livro Libertação. Ah já sei adoradores de Francisco, o homem que borrifava perfumes: Emmanuel se encantou com a historinha, resolveu prefaciar o livro do André Luiz.
Será que na história da humanidade já houve um golpe maior que este? Será?
Quase um século de farsas e mais e mais doideiras, loucuras, viagens, enganações… Parem isto, por favor!
Chega, chega, chega!!!
janeiro 25th, 2012 às 12:53 AM
Paloma, você com a camisa do Palestra deve ser uma maravilha. Mil beijos pra ti.
janeiro 25th, 2012 às 12:53 AM
HAHAHA, Tomé, eu caso, mas só se for na igreja 😉
Rindo muiiiiito por aqui.
Mas, falando sério, eu acho importante mesmo respeitar as crenças das pessoas, só que os líderes religiosos tinham de ser os primeiros a respeitar seu fiéis. Essa carta é tosca. Colocar gente vestida de lençol pra parecer o Gasparzinho é tosco. Dizer que Emmanuel entrevistou Judas é tosco. Então, acho que quem é espírita deveria se sentir desrespeitado não por quem denuncia as farsas, mas por quem as produz. Vou dar um exemplo. Já falei aqui que sou católica. Mas não aceito padre falar que o Big Bang não existiu, nem que Adão e Eva comeram fruto proibido. Muitos padres admitem as figuras de linguagem, as lendas e as próprias contradições bíblicas. Mas aqueles que insistem na interpretação ao pé da letra têm meu eterno desprezo. Porque eu não aceito ser desrespeitada seja p orpadre, papa ou santo.
janeiro 25th, 2012 às 12:58 AM
Juliano, por que será também que só psicografam nessas línguas que tem dicionário??? Eu quero uma psicografia em nupi, um dialeto zulu!!!!!
janeiro 25th, 2012 às 1:07 AM
Tomé, do Palestra tenho até carteirinha de sócia 😉
janeiro 25th, 2012 às 1:18 AM
Palom
rsrsrsrsrsrsrsrsrs Podia ser em Tygrinia, Swazi ou Chichewa? O que você acha? Mas eu me contentaria com um húngaro ou polonês, que é difícil pra caramba!!!! rsrsrsrsrs Será que não tem nenhum polaco, um húngaro, ou algum africano que tygrinia do outro lado? Fica a pergunta que não quer calar.
janeiro 25th, 2012 às 1:18 AM
Palom
rsrsrsrsrsrsrsrsrs Podia ser em Tygrinia, Swazi ou Chichewa? O que você acha? Mas eu me contentaria com um húngaro ou polonês, que é difícil pra caramba!!!! rsrsrsrsrs Será que não tem nenhum polaco, um húngaro, ou algum africano que fala tygrinia do outro lado? Fica a pergunta que não quer calar.
janeiro 25th, 2012 às 1:24 AM
Kkkkk, a globalização não chegou por lá. Tsctsc, imperialismo até no céu! 😉
janeiro 25th, 2012 às 1:27 AM
Vitor
Não seria interessante juntar estas cartas todas em italiano macarrônico e fazer uma análise em conjunto das mesmas? Pra ver se não há um padrão na escrita, nos erros, e no estilo da escrita? Afinal, em tese, não foi o mesmo espírito que psicografou as mesmas. Vejo que um laudo técnico, numa análise conjunta das cartas seria a pá de cal num defundo já enterrado!! O que você acha?
janeiro 25th, 2012 às 1:30 AM
BiaseTomé,
Carecem de conhecimento sobre os princípios da mediunidade as afirmações sobre a precisão linguística das cartas ser denunciadoras de fraude, mentira, plágio. É, é isso que acontece quando a gente fala do que não entende.
Como você sabe a minha mulher é extremamente ciumenta. Ontem eu estava conversando com meu vizinho sobre a pintura que ele estava fazendo na casa dele, e tal, aí nos recordamos de uma cena que ela fez na frente do meu escritório xingando uma funcionária que trabalhava conosco no ano passado. Ela estava tendo uma crise, fez acusações equivocadas e foi um episódio incomum. Hoje ela está bem, não sei se curada do ciúmes, mas nunca mais aconteceu algo assim.
Só que meus vizinhos citaram críticas feitas por outros vizinhos que presenciaram a cena, e eles se admiravam com a minha postura de ter me envolvido logo com uma funcionária.
Bem, fiquei sabendo disso apenas ontem, e na visão de várias pessoas fui eu um patife que não respeitava nem a família, nem o trabalho.
Eis um exemplo de se deduzir, se concluir sobre algo que não se entende, não se conhece a fundo a real situação – cometem-se injustos julgamentos, caluníam-se pessoas, difamam, enfim, bem na medida do que acontece aqui.
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Dona Paloma: a ilustre reporter já leu O Livro dos Médiuns para compreender os tipos de mediunidades, e especificamente nas manifestações em que o médium fala línguas que não conhece? Faça isso para julgar os médiuns, pois já que para os erros da língua é bastante objetivo e fácil de detectarem-se erros.
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Faça também um exercício bacana: escolha uma língua que você não tenha nenhuma intimidade e pegue um dicionário, “velho e arcaico” como você alegou ser o dicionário do Chico Xavier, e escreva um texto assim, catando milho no dicionário traduzindo palavras por palavras, e veja a qualidade do resultado, compare com o texto da mensagem psicografada por Chico Xavier, e tenha um dado mais concreto para considerar que ele “possa” ter feito isso, apenas “possa”, sem significar que tenha feito.
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Eu acredito que tu, mesmo sendo uma jornalista experiente, não conseguirá um resultado semelhante.
Ps: seja honesta e não use os programas tradutores modernos.
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Depois de fazer tal exercício, ou antes mesmo, vá ler um pouco mais sobre este tipo de mediunidade para não se perder nas matérias imaginando coisas como a minha esposa imaginou, e estava redondamente enganada. O fiasco dela foi local, na minha vizinhança, já a tua alçada é mais abrangente.
janeiro 25th, 2012 às 1:31 AM
Fala ou escreve em línguas que não conhece.
janeiro 25th, 2012 às 1:35 AM
Paloma
Pois é, até no céu o imperialismo domina! Que barbaridade!! Mas falando sério, a coisa aqui já virou o chamado “bater em bêbado”. Veja que coisa absurda num outro “post” a entrevista sobre vida em Marte? E pensar que Chico Xavier com o espiritismo, os picaretas das igrejas Neopentecostais, e outros tantos vendedores de ilusão e mentiras deitam e rolam no Brasil? Com muita gente letrata vivendo no “Canto da Seria?” Assustador!
janeiro 25th, 2012 às 1:37 AM
E Paloma,
Espera-se mais critério de quem se movimente no jornalismo dito científico; você se atribuiu esta habilidade e deve honrá-la para não cair no descrédito como alguns autores deste blog.
Gosto do entretenimento daqui, de ver uns e outros embrabecendo, xingando, se desconcertando, e não vai ser diferente contigo – tua feminilidade não me emociona como para alguns colegas deste blog que assim o demonstram em seus comentários bajulatórios.
janeiro 25th, 2012 às 1:43 AM
Jujuba,
O “canto da seria” tu viveu abundantemente quando bebia a sabedoria do Waldo Viajeira. Tens autoridade para falar sobre isso, né?
Sobre a vida em Marte nem vamos chover no molhado. Já foi falado o suficiente sobre isso aqui, mas será um argumento rebatido incansavelmente, volta e meia. Paciência.
janeiro 25th, 2012 às 1:47 AM
Kkkkkk Pessoal, o Scur já está a um passo de desandar de novo..aguardem!
Scur
1) A carta é mal escrita- FATO!- Tu mesmo aceita isso.
2) Sua resposta “mediunidade não é assim tão perfeita” _ Isso é crença- Isso tu tirou de livro religioso. Não tem validade nenhuma pois ninguém pode verificar.
3) Não força a barra, Scur. Tu sabe no fundo que estamos certos, não crie caso.
janeiro 25th, 2012 às 1:50 AM
Boa Juliano! boa ideia.
Então Paloma,
Ainda tem esta turma que fica defendendo o Chicório aqui, fica achando explicações pras gafes, pros absurdos, pros erros e mais erros, pras evidências de plágios, consultas.
Fiquei calado, só assistindo por muito tempo, os embates aqui. As provas são INCONTESTÁVEIS. Quantas e quantas farsas. E maldosos são os críticos, os caluniadores. Vergonha, vergonha! Quanta sujeira, quanta sacanagem! Paloma, esta do Gasparzinho foi ótima. Olha as fotos, veja o pano na boca do sujeito lá. Cambada de farsantes. Este país precisa ser limpo de duas pragas: político corrupto e religioso picareta. Em uma década, TODOS os nossos problemas estarão resolvidos. Mas como é difícil isto. Manobras e mais manobras. À frase de Hubert H. Humpherey “Errar é humano. Culpar outra pessoa é política”, pode-se acrescentar: “Plagiar é humano. Culpar o mentor espiritual, é espiritismo verde e amarelo”.
Chiquistas, joguem a toalha, peçam arrego.
janeiro 25th, 2012 às 1:58 AM
“Seu” Scur, obrigada pelo “ilustre”, afagou meu ego 😉
Se você leu minha matéria sobre a médium de Unaí, deve ter percebido que em nenhum momento fui desrespeitosa ou afirmei que ela era uma farsa. Ou seja, não trabalho de forma leviana, botando opinião minha no meio. Destaco que escrevi esse artigo para o blog – se fosse uma matéria, jamais eu falaria em primeira pessoa, mas apresentaria a carta para especialistas analisarem.
Enfim, quanto à carta, no artigo deixei claro que não estava julgando a mediunidade de ninguém, mas tão somente analisando a fluência do idioma. Eu já li as informações de que o médium pode interferir na qualidade da psicografia, mas mesmo se isso for verdade, não é o caso aqui. O médium pode pescar uma ou outra palavra com erro, mas um falso cognato já é demais, não?
Quanto ao teste proposto, posso até fazer (não agora porque vou dormir), mas não será qualquer língua. Já que os médiuns brasileiros nunca psicografaram em chinês, também vou escolher um idioma que não sei falar nem escrever, mas como qual tenho familiaridade ao menos sonora.
Com certeza serei honesta – eis uma qualidade que aprecio muitíssimo no ser humano, daí minha irritação com gente que tenta enganar os outros. 😉
Abraços!
janeiro 25th, 2012 às 1:59 AM
Enquanto eu escrevia, o homem da bombacha apareceu. Como você pode dizer que sou o Biasetto? Baseado em quê? Você vê semelhanças em meus textos e comentários com os dele. Oras bombacheiro, não EXISTEM PLÁGIOS, somente UNIVERSALIZAÇÃO DE IDEIAS.
Não faça acusações levianas, sem provas, de forma precipitada. Isto é calúnia hein?
Pode ser também, que eu e o Biasetto sejamos médiuns. Nós recebemos o mesmo espírito-guia. O que você acha, não é algo possível?
Gauchinho, não insiste mais. Aceita que tu comprastes 400 livros espíritas, enchendo o bolso deste picaretas de grana e tua casa de lixo. Eu tenho uma opinião a teu respeito: você tem T.O.C. Tesão Obsessivo pelo Chico.
Mais isto tem cura! O Juliano pode te ajudar.
janeiro 25th, 2012 às 2:00 AM
Boa noite a todos,
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Pessoal não vamos esquentar o debate, não há necessidade disso. Se estivéssemos num chat, iria colocar Imagine na sala. 🙂
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Sobre a postagem, conheço um pouco do idioma e não concordei com alguns tópicos da Paloma (até porque ao que parece só ela se deu ao trabalho de ler o texto), notadamente quanto ao uso de dello e doveri. De qualquer forma, os rudimentos que conheço jamais me qualificariam a ganhar uma bolsa para formação de professor naquele idioma, como a Paloma conquistou, então não ousarei discutir aqui. Guardarei o texto para quando possa esclarecê-lo junto a algum conhecido que seja familiarizado com a língua.
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No mais, como tenho dito, e como Roberto Scur também citou, essa análise está longe de jogar “pá de cal” sobre o assunto, pois a mediunidade não é um fenômeno indefectível. Não se trata de mera crença Paulo, mas de compreender melhor a expressão do fenômeno, que é complexo e muito variável. Não permite também uma conclusão de que tenha sido usado um dicionário.
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Aliás, tenho grande dificuldade com essas conclusões do Vítor, que se percebe ser um cara muito inteligente, muito dedicado (o site tem material para semanas de leitura e ele atualiza constantemente), mas, na minha opinião, força a barra em alguns arremates.
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Tomé, você falou em Ronaldo Esper (eu ri, confesso), mas hoje a sua lingua está mais afiada que a dele hem rapaz? Vou sair antes que você vire a metralhadora pra mim, ainda mais hoje que estou gripado 🙂
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No mais, me ausentarei um pouco do site (janeiro já foi, infelizmente), mas espero que as pesquisas continuem a todo vapor. O site está favoritado e volta e meia passarei por aqui.
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Um forte abraço e fiquem com Deus!
janeiro 25th, 2012 às 2:01 AM
Scur
Mas não tem chover no molhado. O que tem são fatos. O problema é que os espíritas são mestres em encontrar explicações as mais absurdas possíveis para explicar o inexplicável. Vejamos:
Vida em Marte: Basta ler o texto que o CX deixa claro que lá há espíritos muito desenvolvidos, segundo ele contrariando inclusive Kardec, e que os mesmos estão no nosso plano material.
Fraude de Uberaba: Tem “n” argumentos aqui já exaustivamente demonstrados que atestam que o ocorrido em Uberaba foi uma tremenda lambança. Mas uma tremenda lambança, onde o Waldo estava envolvido também, até o pescoço, mais que o CX até, desconfio. Mas eu já faz algum tempo que deixei de cair no “canto da seria” do Waldo. Está mais do que na hora de você deixar de cair no “canto da seria do CX”.
As cartas em italiano do CX: As mesmas só atestam que o Sr. CX era sim mal intencionado. Tinha intenção em enganar!! Picareta de marca maior!!! Agora, se você quer dizer que psicografia mecânica é possível, e que CX psicografava mecanicamente, disto os erros grosseiros! Tal hipótese é uma loucura tua, com todo respeito, pois estamos falando de italiano, estamos falando de um cidadão que, em tese, viveu na Itália, e, em tese, seria um espírito desenvolvido. Oras! Será que o mesmo não teria a capacidade de enviar mensagens em linguagem coloquial minimamente correta? Por fim, não é verdade a tua ilação sobre o texto ser muito bem feito para alguém em tese que usou apenas um dicionário. Vai na linha da estatística do Rafael Maia, que colocou e acho que coloca ainda, que seria praticamente impossível, impossível, um em praticamente sabe-se lá quantos milhões, bilhões até, acho até que ele colocou bilhões, que o CX morresse no dia que o Brasil ganhou a Copa! Não dá né? Eu acho que você já deixou de ser espírita a algum tempo, mas se diverte tirando uma da nossa cara aqui animando a festa! Só pode!
janeiro 25th, 2012 às 2:02 AM
Un altro articolo interessante: http://obraspsicografadas.haaan.com/2008/o-ingls-de-emmanuel/
janeiro 25th, 2012 às 2:02 AM
Scur, obrigada pelas dicas sobre profissionalismo, mas fica a pergunta: você conhece meu trabalho pra fazer esse julgamento?
Não precisa falar manso comigo, não tenho medo da sua masculinidade. E quanto ao que os colegas falam aqui, são brincadeiras, caso não tenha percebido.
janeiro 25th, 2012 às 2:06 AM
Oi, Juliano
na carta o Emmanuel diz que “não é filho da Itália”. Ele foi romano, sim, mas na época de Cristo. Não se falava italiano nesse época.
janeiro 25th, 2012 às 2:10 AM
Gomes, pena que vá se ausentar. Você consegue expor suas ideias sem ser agressivo 🙂
Fará falta!
janeiro 25th, 2012 às 2:12 AM
Gomes…dá uma olhada:
1)Tu deve concordar com todos, que esse texto é uma droga, não é?
2) A tua resposta e a do Scur, partem do pressuposto que a explicação de livros religiosos é lógica portanto verdadeira. Não existe nenhuma outra fonte além da religiosa que explique a mediunidade, correto?
Agora eu pergunto:
Se eu alegar que o texto de Chico é falso porque eu li no alcorão que a mediunidade não existe….tu aceitaria a minha resposta?
Eu até poderia dizer uns “floreiros” tipo…” Os espirítos dos justos não se comunicam com os vivos pois eles ficam no paraiso com as 72 virgens merecidas e não tem tempo para tratar dos problemas humanos…isso é muito complexo para vcs entenderem”
Isso é uma resposta válida?
janeiro 25th, 2012 às 2:13 AM
Vitor
Sim, na época não se falava italiano em Roma, creio eu. Não sou historiador pra saber. Mas digamos, apenas a título de argumentação, que exista o espírito Emmanuel. Será que ele não teve nenhuma vivência do italiano, do básico da lingua romana? E se não teve, o que foi querer psicografar em italiano? Psicografasse em latim então p(…)! Para um espírito dito desenvolvido, um mentor espiritual, o mesmo parece mais um trapalhão. Pensa um pouco Vitor, é uma questão de lógica! De bom senso!
janeiro 25th, 2012 às 2:13 AM
Vitor, talvez esse “não sou filho da Itália” tenha sido pra justificar os erros. Mas, quando senador romano, Emmanuel falava latim, idioma muitíssimo parecido com italiano. Não era, pois, para cometer tantos erros…
janeiro 25th, 2012 às 2:15 AM
Pois é, concordo com o Juliano. Pra que escrever em italiano, se não é de lá? Pra impressionar? Conseguiu, só que ao contrário 😀
janeiro 25th, 2012 às 2:16 AM
“Chico era muito culto e lia muito…em português.”
– É engraçado como um cara que lia muito e era MUITO CULTO não fosse capaz de cultivar inteligência…
Se ele fraudou essa carta em italiano, fez uma coisa que só um cara MUITO BURRO faria.
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Coloquei o “se fraudou”, pois pensando como espírita, ele pode muito bem ter sido vítima de um espírito brincalhão. Salvo engano, em 1933 ele tinha 23 anos e teve de aprender o Espiritismo por conta própria. Aos trancos e barrancos e nem por isso aprendeu bem: ficou fascinado pela Federação Espírita Brasileira e mergulhou de cabeça no Rustenismo (versão fuleira do Espiritismo que afaga a carolice católica).
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Essa carta aí é realmente uma coisa engraçada: ninguém tentou verificá-la? O Chico até poderia tê-lo feito com o padre que você citou. Os jornalistas poderiam chamar a qualquer um que conhecesse italiano (havia muitos imigrantes desse povo por aqui naquela época) para checar a validade do texto. Gozado como ninguém fez isso. Se isso foi publicado no Globo, será que nos números seguintes não saiu nenhuma carta de leitor dizendo cobras e lagartos do detestável italiano do Chico?
janeiro 25th, 2012 às 2:16 AM
Juliano,
concordo com você. Se ele não sabia italiano, era melhor não ter escrito nada.
janeiro 25th, 2012 às 2:18 AM
Oi, Arduin,
como ele disse que “não era filho da Itália”, devem ter feito vista grossa para os erros.
janeiro 25th, 2012 às 2:21 AM
Não adianta pessoal…os espíritas sempre vão aparecer com uma fantasia maior para justificar a primeira.
Fui…Boa noite
janeiro 25th, 2012 às 2:23 AM
Arduin, quem sabe nas páginas de opinião, onde saem as cartas dos leitores, não foi publicada alguma coisa? Seria interessante checar no cedoc do jornal. Se eu morasse no Rio, faria isso amanhã.
janeiro 25th, 2012 às 2:43 AM
Agora vou ler um livro que ganhei hoje, chamado “Por que asessoas acreditam em coisas estranhas”. Depois faço uma resenha.
E, Scur, só para não restar dúvida: o artigo sobre a carta foi escrito apenas para o blog, não pela jornalista Paloma Oliveto, mas pela Paloma-leitora-do-blog-do-Vitor. E eu não “me atribuo a habilidade de fazer jornalismo científico”, eu sou paga pelo maior grupo de comunicação do Brasil para fazer isso.
Boa noite, moços!
janeiro 25th, 2012 às 2:44 AM
Vejam as reencarnações de Emmanuel, na Wikipédia (é espírita que escreveu lá), mais um motivo pra risos.
ArdeRuim, você também tá de brincadeira, que que é isso?
“ele pode muito bem ter sido vítima de um espírito brincalhão.”.
É Paulo, depois dessa, só indo dormir.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Emmanuel_(esp%C3%ADrito)
janeiro 25th, 2012 às 3:57 AM
Olá colegas.
Em razão da agitação do blog, muito interessante e proveitosa, gostaria de fazer um comentário que não se refere ao que está sendo discutido, mas também, penso eu, serve pra elucidar algumas duvidas e poderá contribuir para entendermos os rumos que o espiritismo tomou no Brasil.
Também fiquei pasmo, em razão de umas postagens que o Vítor acabou de fazer em nosso grupo do face, acredito que ele fará no blog. É de chorar!
Eu estava folheando um livro de Educação Moral e Cívica, de autoria de Elian Alabi Lucci, 1º grau, 2º volume, 7ª edição, 1990. Então, encontrei algumas pérolas, que vou expô-las aqui, apresentando minha conclusão, em seguida:
O autor diz: (com exceção dos títulos, os destaques são meus)
O HOMEM, ANIMAL RACIONAL – O homem é um animal racional, isto é, tem capacidade de raciocinar, de pensar sobre as coisas e sobre si mesmo. Os animais irracionais não têm dúvidas, não fazem perguntas sobre si mesmos, não raciocinam. A inteligência bem como a vontade são propriedades da ALMA HUMANA, isto é, de sua PARTE ESPIRITUAL.
O homem é constituído, portanto, de duas partes muito unidas: O CORPO e A ALMA, que se complementam mutualmente.
O ESPÍRITO É IMATERIAL E INVISÍVEL, portanto não pode ser observado nem tocado (…)
Mas, embora NOSSO ESPÍRITO não possa ser visto, seus efeitos SÃO OBSERVÁVEIS, pois manifestam-se NAS CIÊNCIAS, por meio de inventos, construções civis; nas ARTES, como pintura, escultura, literatura; e na RELIGIÃO.
(…)
A ORIGEM DO HOMEM – O estudo da origem e do desenvolvimento da parte física do homem, bem como da sua evolução social e cultural, é realizado pela ciência denominada Antropologia.
(…)
Apesar dos avanços da ciência moderna, há muitíssimas coisas que ainda não têm explicação e que, por enquanto, devem ficar no nível de teorias ou hipóteses, como, por exemplo: o Big Bang, segundo o qual o universo teria tido origem de uma grande explosão inicial, a TEORIA EVOLUCIONISTA, segundo a qual o homem teria evoluído a partir de alguma espécie animal.
(…)
A TEORIA CRIACIONISTA – Todas as religiões sempre procuraram explicar a origem do universo e do homem. A Religião Católica e todas as demais que também se apoiam na SAGRADA ESCRITURA baseiam-se no primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, onde é narrada a criação do mundo por Deus.
(…)
A TEORIA EVOLUCIONISTA – Segundo a Teoria Evolucionista, o corpo do homem teria EVOLUÍDO A PARTIR DO CORPO DO MACACO ou de algum outro primata.
(…)
Caso essa teoria seja demonstrada, ISSO NÃO SIGNIFICA UMA CONTRADIÇÃO COM A RELIGIÃO, já que o corpo humano pode ter vindo de uma matéria preexistente, viva ou não.
O conflito surge em algumas teorias evolucionistas que querem negar a existência de Deus, e baseados nessa negação, pretendem explicar a origem do universo, da vida e do homem. Para eles, o homem é composto de matéria e nada mais. Como não tem alma espiritual, não difere dos primatas superiores. A NEGAÇÃO DE DEUS, PORTANTO, CONDUZ A UMA DIMINUIÇÃO DA DIGNIDADE DO PRÓPRIO HOMEM.
(…)
A ELEVADA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – Criado por Deus, cada homem tem um valor absoluto; possui um corpo PERFEITÍSSIMO, que “sintetiza em si os elementos do mundo material”; e UMA ALMA ESPIRITUAL E IMORTAL, que juntos constituem um único ser, uma pessoa de inteligência e vontade livre.
(…)
A CONSCIÊNCIA E A MORAL – A consciência é UMA CARACTERÍSTICA DA PARTE ESPIRITUAL que existe em todos nós.
(…)
OS VALORES – Os valores se referem às qualidades que as coisas têm, e que as tornam melhores ou piores, boas ou más.
(…)
– religiosos: referem-se ao homem que pratica a sua religião, PROCURA CUMPRIR A LEI DE DEUS E SEGUIR SEUS ENSINAMENTOS.
(…)
Na Igreja, você aprenderá a valorizar o amor que Deus tem por nós e todos os bens que ele nos dá (…)
—
COMENTÁRIOS:
Eu quero acreditar, que o geógrafo Elian Alabi Lucci, foi obrigado a escrever este monte de bobagens, discriminações e falácias, uma vez que em 1990, ainda vigorava no país, a ditadura militar. Porém, se em 1990, o pensamento era “mais ou menos” este, o que poderíamos dizer, das primeiras décadas do século XX, quando Chico Xavier recebeu sua formação educacional e familiar. Levando-se ainda, em consideração, que entre o final do século XIX e início do XX, o índice de alfabetização no Brasil, girava em torno de uns 10% a 15% da população, sendo que em muitas cidades pequenas e interioranas, não chegava a 10%, conseguimos entender em bases se deu o início do espiritismo brasileiro, lembrando também que, até algumas décadas recentes, o catolicismo reinava absoluto.
Daí, podemos concluir, diversos aspectos presentes na literatura xavieriana, bem como nas manifestações realizadas em centros espíritas, na 1ª metade do século passado. A GRANDE MAIORIA DAS PESSOAS ERA DEMAIS IGNORANTE. Assim, não tinham censo crítico, para analisar o que viam ou as informações que lhes eram passadas. Duro é conviver com isto na atualidade. Vocês não acham?
janeiro 25th, 2012 às 11:53 AM
Só uma correção: o livro de Elian Alabi Lucci, não é da época da ditadura militar, pelo menos esta edição de 1990. Confundi 1985 com 1995. Desculpem-me a falha, estava meio que dormindo,2 horas da madrugada. Acontece né?
janeiro 25th, 2012 às 12:03 PM
ArdeRuim, você também tá de brincadeira, que que é isso?
“ele pode muito bem ter sido vítima de um espírito brincalhão.”.
– Bem, seu Thomas (Tomé em grego), essa seria uma explicação adoque (ad hoc) com a qual algum espírita se sairia na tentativa de salvar o Chico. Com os meus 40 anos de relativo conhecimento da DE, acho possível. Um médium precisaria ter uma mais longa convivência com o espírito mentor para não se deixar enganar por outro mistificador.
janeiro 25th, 2012 às 2:46 PM
Biaseto,
Gostaria de fazer algumas retificações ao seu último comentário.
“… em 1990, ainda vigorava no país, a ditadura militar.”
Em 1990 estava no poder, em seu saudoso último ano de mandato, o nosso querido e amado presidente José Sarney (1º presidente civil depois da época do não menos amado período revolucionário), além de já estar em vigor a Constituição de 1988, que, em tese, acabou com a censura no Brasil.
“…entre o final do século XIX e início do XX, o índice de alfabetização no Brasil, girava em torno de uns 10% a 15 % da população…”
“Em 1900, a população brasileira era da ordem de 17.438.434, sendo que 65,3% daqueles que tinham quinze anos ou mais não sabiam ler e escrever.” (fonte http://www.oei.es/quipu/brasil/historia.pdf).
Concordo que a taxa era alta, mas não chegava a 85% e 90% da população.
Um abraço a todos e continuem com o bom trabalho.
janeiro 26th, 2012 às 12:28 AM
Marcelo,
Veja bem o problema de se fazer as coisas às pressas e com sono: eram quase duas horas da manhã e eu estava no facebook, aproveitando meus últimos dias de férias, porque sou professor (e de História viu! hahaha!) – aguardando o Vítor postar as fotos (do próximo artigo), porque nós temos um grupo no face e ele tava conversando comigo. Aí, resolvi fazer o comentário com as passagens do livro do Elian Alabi. Então, depois que fiz o comentário, neste artigo aqui, o Vítor colocou as tais fotos. Eu fiz um comentário lá e também copiei o comentário que tinha feito aqui, colocando lá. Aí, vi as fotos, desliguei o computador e fui escovar os dentes pra dormir. Pois veio na minha cabeça, que eu tinha errado em falar que o livro citado, na 7ª edição, teria sido lançado em plena ditadura militar. Então, liguei o computador mais um vez e fiz a correção no comentário do outro artigo. Acontece, que hoje, por volta das 11 da manhã, eu fui dar uma olhada no artigo das fotos, sendo que o Vítor havia excluído alguns comentários no artigo das fotos, ele explica o porquê lá. Bem, então eu voltei a este artigo e fiz um comentário corrigindo minha falha aqui, como pode ser visto logo acima aí. Foi uma falha de raciocínio, porque estou literalmente careca de saber que a ditadura militar no Brasil, teve fim no início de 1985. Quanto à porcentagem, de pessoas alfabetizadas, foi no “chutômetro”, porque me lembrei que no início do período republicano, o voto passou a ser direto para a escolha de presidente, mas em razão de uma série de exigência, mal havia 10% da população que podia votar, sendo que uma das exigências, era a alfabetização. Mas obviamente que a baixa porcentagem se dava por outros motivos também: só os homens votavam, idade mínima de 21 anos… Enfim, valeu pelas correções. Eu queria mostrar é que havia pouquíssimas pessoas, entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, no Brasil, com um nível de instrução satisfatório. É isto.
Valeu!
janeiro 29th, 2012 às 9:09 PM
Que triste…
Primeiramente deixe -me apresentar
Sou de Uberaba e tive um certo contato com Chico
Chico não precisava fraudar nada, pois estava muito acima de nós, pobres mortais…
lastimo muito que não tenham tido contato com este grande homem, o qual vendeu milhares de livros no mundo todo.
Porém toda renda era destinada,para a Federação Espirita …
Chico morava na casa mais humilde que conheço…
Chico comia a comida mais pobre que conheço..
Nunca se alardeava…
Pelo contrario..Era apenas um Cisco…
Não vou entrar na emblematica polemica e muito menos jogarei perolas aos porcos….
So lhes digo…Por muito e muitos anos..Marcel Souto Maior (globo tv) tentou desmascara-lo….
Ao contrario …se converteu…
Sem mais..
fevereiro 1st, 2012 às 11:50 AM
Dag, o Chico não estava acima de ninguém que paute sua vida pela honestidade e transparência. Era um farsante. O maior de todos.
fevereiro 26th, 2012 às 2:32 AM
Desculpe, Dag, mas não é bem assim. O que você está descrevendo é a persona de CX, a imagem pública que ele construiu, cuidadosamente, ao longo dos anos. O verdadeiro CX ninguém conhece, mas com certeza era bem diferente desse CX que todos descrevem e que você defende. O que se pode dizer dele é através da obra que ele deixou, os livros, que é o que nós discutimos aqui. E nesse aspecto ela não resiste a críticas. É cheia de erros e imperfeições, e é destinada apenas a quem acredita no que ele diz. Ao contrário do que você afirma, Marcel Souto Maior nunca quis desmascará-lo, ao contrário, fez um trabalho jornalístico de qualidade e isento sobre a vida dele, sem entrar no mérito de suas obras. E ao que me consta ele não é nem pretende ser espírita.
junho 25th, 2013 às 7:24 PM
Meu noivo é italiano e disse que só na primeira frase há cinco erros. Algumas expressões são em italiano antigo. Tutto sbagliato. Già!
junho 25th, 2013 às 7:39 PM
Mi allegro di potevi parlare é uma expressão tipicamente romana de uns 500 anos atras. Algumas traduções parecem ter vindo direto do latim, como se a pessoa pensasse em latim e traduzisse direto. Algumas expressões são rebuscadas e demonstram estudo. Mas há erros macroscópicos. Não sei o q pensar. Isso foi o q meu noivo disse.