Provando que o Deus Kardecista não existe
Já que estamos numa época em que não se fala de outra coisa além do Bóson de Higgs, ou chamado pela mídia de “A Partícula de Deus”, achei por bem provar de uma vez por todas que é um fato científico que Deus não existe. Ao menos, o Deus como definido pelo Kardecismo. Fato, aqui, não quer dizer algo irrefutável, já que isso não existe em Ciência, e sim que está “confirmado a tal ponto que seria perverso suprir uma concordância provisória com ele”. Pois bem, na 1ª pergunta do Livro dos Espíritos, é perguntado “O Que é Deus?”. A resposta foi de que “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. Apesar de curta, essa definição é suficiente para tornar a hipótese da existência de Deus falseável, do seguinte modo: se Deus é a causa primária de todas as coisas, então se achássemos uma única coisa, um único fenômeno que fosse acausal – sem a necessidade de uma causa para ocorrer – então o Deus kardecista estaria refutado. E essa coisa existe e se chama decaimento radioativo. E há uma miríade de outros exemplos além desse. Selecionei diversas explicações de Ernesto Von Rückert, físico e cosmologista do importantíssimo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) sobre essa questão da existência de fenômenos acausais e mesmo sobre a necessidade de o Universo necessitar de uma causa para surgir, extraídas de seu blog. As respostas são perfeitamente compreensíveis, mesmo para uma pessoa leiga. Como base para as perguntas, selecionei o texto “Eventos sem Causa”, reproduzido a seguir. Fica claro que, atualmente, pela Física, o Deus kardecista está refutado.
Eventos sem Causa
Eventos sem causa são possibilidades e, mais que isto, realidades. O princípio, segundo o qual todo evento seja efeito de uma causa, é uma indução, baseada na observação de fenômenos acessíveis à observação direta, isto é, na escala de tempos e dimensões compatíveis com os sentidos humanos. Como toda consequência induzida, ele não tem garantia de validade e nem de veritabilidade, como nos casos de dedução, em que, sendo as premissas verdadeiras e o raciocínio válido (não falacioso), a conclusão é verdadeira também. O que se pode dizer é que a ocorrência de muitos casos, em que eventos sejam efeitos, leva a induzir que assim o seja em todos os casos, sem contudo se poder garantir tal assertiva, que é derrubada com a constatação de uma simples exceção.
Para prosseguir, preciso dizer que “causa” é um evento determinante da ocorrência de outro, dito seu efeito, enquanto “condição” é um fato que possibilita, mas não determina a ocorrência de um evento. Uma relação causal se dá entre eventos (fenômenos, acontecimentos, ocorrências) e não entre seres (entidades realmente existentes e não apenas conceituais). Não se pode falar sobre a causa do Universo e sim sobre a causa do surgimento do Universo (evento que consiste na passagem de inexistência para a existência). Além disto é preciso distinguir os eventos elementares ou simplesmente “eventos”, que envolvem apenas entidades elementares (uma partícula, por exemplo) dos fenômenos ocorridos com sistemas complexos, constituídos de inúmeras partículas reais, quer da matéria (férmnions), da radiação (bósons) ou de partículas virtuais (campos).
Dentre os eventos elementares e mesmo os que envolvem sistemas de poucas partículas, como átomos, vários ocorrerem de modo fortuito, isto é, incausado. Dentre eles destacam-se o decaimento radioativo e a emissão de fótons por átomos ou moléculas excitados. A excitação não é causa e sim condição para o decaimento. Nada há que determine o decaimento. Cada átomo decai após um tempo aleatório, sem que nada determine que o faça, da mesma forma que a radioatividade. A única informação que se tem é sobre o tempo médio de decaimento ou o tempo para que metade de uma amostra grande tenha decaído, a meia vida (mas uma é função da outra, de modo que se trata da mesma informação).
Alguém pode dizer que há uma causa, só que não se conhece. Pode até ser, mas não necessariamente. Como não se identifica causa alguma e nada há que exija que se tenha uma causa, é perfeitamente razoável considerar que não haja causa.
No caso de fenômenos ocorridos com sistemas de muitas partículas, o grande número leva a probabilidades bem direcionadas a certas possibidades, configurando um aspecto causal e determinístico que não existe nos eventos elementares de modo geral. Mesmo neste caso, contudo, há a ocorrência de comportamentos caóticos, de modo que o determinismo e a causalidade não são a regra da natureza.
Sobre o surgimento do Universo, a passagem da inexistência para a existência não requer causa alguma, nem conteúdo algum do qual tudo o que existe tenha que ser proveniente. Exigir tais coisas é um preconceito não justificado. Isto não significa “provir do nada”, pois nada não é algo do qual outra coisa pode provir. Nada é a ausência total de tudo, não só de conteúdo mas de espaço vazio, de tempo e de leis naturais. O que significa é não ser proveniente de coisa nenhuma. Antes do conteúdo do Universo ter surgido (campo, matéria, radiação, espaço, tempo, interações e leis que descrevem o comportamento disso tudo e de seus atributos, como, extensão, localização, duração, movimento, energia, intensidade das interações, spin, carga elétrica, massa e muitos outros, expressos pelas grandezas mensuráveis que aparecem nas leis) não havia leis naturais a serem obedecidas (aliás não havia nem “antes”, pois não havia tempo), de modo que o surgimento de qualquer coisa não desobedeceu lei alguma. Mesmo que houvesse tais leis de conservação, possivelmente o conteúdo total de carga, massa-energia, momento angular e outras grandezas que se conservam, no Universo atual, seja nulo, exatamente como se não houvesse nada.
1) Se TUDO (incluo outros universos e dimensões, caso existam) veio a existir, deve ter uma causa incausada, imaterial, atemporal e muito poderosa. Seja lá o que for essa causa! O que acha?
Não precisa ter causa nenhuma. Esta questão de causa e efeito precisa ser bem entendida. Causalidade é uma relação entre eventos, isto é, ocorrências, acontecimentos, que se dão com entidades. Não é uma pro-priedade das entidades ou seres e sim do que ocorre a eles. Se alguma ocorrência provocar outra ocorrência, então a primeira é dita causa da segunda e a segunda é dita efeito da primeira. Mas nem todo evento tem que ser um efeito. A suposição de que todo evento seja efeito de alguma causa é uma indução tirada da observação de inúmeras ocorrências no nível dos fenômenos acessíveis à percepção direta do homem. No mundo subatômico, contudo, há miríades de eventos que não possuem causa. Por exemplo a desintegração radioativa, o surgimento de pares de partícula e antipartícula, a emissão de radiação por sistemas excitados e outros. Todos estes eventos se dão quando o sistema preenche certas condições que os possibilitam, mas nada há que os determine, que é o conceito de causa. Um átomo pode ficar indefinidamente excitado e não emitir luz, como pode, a qualquer momento, fortuitamente, emiti-la. A única informação que se tem é sobre a probabilidade desta emissão. O mesmo se dá com o decaimento radioativo. O surgimento de pares é mais fortuito ainda, pois nem a probabilidade se conhece. No caso de eventos macroscópicos, envolvendo um número imenso de eventos microscópicos, cada qual com a sua probabilidade, pela lei dos grandes números da estatística, a probabilidade fica tão concentrada que se apresenta como uma determinação, levando à noção de causalidade e determinismo do mundo macroscópico. Mesmo assim não é impossível que, por exemplo, o ar do escritório em que me encontro, de repente, se concentre todo na extremidade oposta à que me encontro e eu morra por falta de ar. Como todo raciocínio indutivo não é garantido e existem casos em que eventos não são efeitos de causa alguma, então o princípio de que todo evento seja um efeito não é válido. O “Princípio da Causalidade”, em verdade, estabelece que, se um evento seja um efeito, então sua causa o precede, isto é, não pode haver causalidade retrocessa. O futuro não pode causar nada no passado. Isto derruba as explicações teleológicas. Portanto se não é obrigatória haver causa, porque o surgimento do Universo teria que ter tido alguma causa? Se não se detecta, se tudo surgiu sem que nada houvesse antes (nem “antes”), porque inventar uma entidade extrínseca ao Universo para criá-lo? Pode-se perfeitamente supor que tenha surgido espontaneamente e isto é o mais plausível. É claro que, se houve uma causa, e não havia tempo, nem espaço nem Universo, esta causa teria que ser produzida por alguma entidade que não estivesse imersa no espaço nem no tempo, nem que fosse constituída do conteúdo substancial do Universo. Note-se que tal entidade não SERIA ela mesma a causa, mas o agente provocador da causa, pois causa não é atributo de seres, mas de ocorrências.
Mais ainda, na relação entre causa e efeito, quando há, nada diz que a causa tenha que ser maior ou mais poderosa do que o efeito, mas apenas que provoque a sua ocorrência.
Outra coisa que não existe é o determinismo, isto é, uma mesma causa, nem sempre produz o mesmo efeito, quando há. Isto é um dos pilares da Física Quântica, magistralmente expresso pelo “Principio da Incerteza”. E o Universo funciona com base nas leis físicas, e toda a física é quântica.
2) Existem fenômenos físicos sem causa? Já ouvi falar que o decaimento radioativo acontece sem ter uma causa e também não existe uma causa pra átomos excitados emitirem luz, verdades ou não?
Sim, verdades. Só estes dois tipos de eventos já consistem numa grande fração de todos os eventos que ocorrem com os constituintes fundamentais do Universo: campo, matéria e radiação. Isto significa que o fato de um evento ser efeito de uma causa é uma particularidade de certos eventos, mas não de todos. Causa não é uma necessidade. Pode haver ou não.
3) Professor, porque o decaimento radioativo é um evento sem causa? A causa não seria a instabilidade do átomo?
Não! A instabilidade não determina o decaimento, apenas o possibilita. O que possibilita é uma condição. Causa é o que determina. A radioatividade alfa é um decaimento do núcleo e a beta dos nêutrons. Um núcleo instável pode permanecer indefinidamente assim ou decair a qualquer momento, sem que nada o determine. O mesmo se dá com as partículas subatômicas e com os átomos, moléculas e outros sistemas atômicos com elétrons excitados, que podem emitir fótons ou não. A excitação é só uma condição e não uma causa.
4) Você sempre cita “eventos sem causa”, mas acho complicado atribuir a ausência de causa a um evento, pois esta “incausalidade” não pode ser causada pelo desconhecimento de todas as variáveis envolvidas no fenômeno ou de alguma causa oculta ou não prevista?
Porque seria? Porque achar que tem que ter uma causa que não se conhece, se se investigou tudo que poderia ser a causa e não se encontrou? Porque supor que causa seja uma necessidade? O que leva a esta consideração? A única razão para se dizer que eventos tenham causa é que isto é observado num grande número de casos. A conclusão de que seria válido para TODOS os casos é uma indução. Uma indução nunca é garantida, pois nunca se pode observar todos os casos, inclusive os futuros. De fato, em nível macroscópico, observa-se causa para todos os eventos. Mas em nível microscópico, isto é, subatômico e nuclear, não. Por mais que se procure o que desencadeia o decaimento de um átomo excitado para um nível inferior com emissão de fóton, não se vê a razão. A excitação é uma condição, isto é, uma situação que possibilita o decaimento, mas não o determina. O átomo pode ficar indefinidamente excitado ou decair a qualquer momento. A informação que se tem é apenas estatística, ou seja, qual a distribuição de número de decaimentos após um certo tempo. Isto dá a meia vida e a vida média. O mesmo ocorre com a radioatividade. Em quântica não se tem nada determinado, só probabilidades. Assim é a natureza. Os eventos elementares, na maioria são fortuitos. Mas podem ser causados, com se dá com o raio laser. O importante é que a causalidade não é uma exigência, mas uma particularidade. No caso macroscópico, os eventos são a conjugação de inúmeros eventos microscópicos. Isto leva a probabilidade a se concentrar, o que dá a aparência de determinismo e pode assim ser chamado mesmo. Mas, mesmo macroscopicamente, a aleatoriedade funciona. Não fora assim o mundo seria um mecanismo de relojoaria, sem a mínima possibilidade de escolha. Maktub! Cientistas, como Bohm, tentam preservar o determinismo com a adição do conceito de “variáveis ocultas”. Mas não pegou, devido a incongruências. A natureza é, de fato, probabilística. Exigir causa é um preconceito do senso comum macroscópico do homem. É preciso abrir a mente para a incausalidade, o indeterminismo e a aleatoriedade. Nossa própria vida é conduzida muito mais pelo acaso e pelas coincidências do que por nosso planejamento. Isto é facilmente perceptível. Alguns acham que tudo é governado por um pretenso “destino”. Não há evidência nem comprovação nenhuma desse tal de “destino”. Contudo é uma hipótese infalseável, de modo que fica por conta da crença.
5) A interpretação determinista da física quântica feita por David Bohm não procede?
No meu entendimento, não. Acho que Bohm e outros não aceitam, aprioristicamente, o caráter indeterministico e acausal dos fenômenos quânticos por um preconceito filosófico. Então procuram meios de contorná-lo, reestabelecendo o determinismo, com o uso de artifícios variados, como as “variáveis ocultas” e os “muitos mundos”, por exemplo. Estes artifícios nunca foram comprovados. Isto não é a mesma coisa que a “Função de Onda”, que também não é observável, sendo apenas um artifício de cálculo, que, inclusive, em certas formulações, pode ser dispensado. Mas as variáveis ocultas seriam observáveis ocultas e os muitos mundos seriam reais. Isto tudo é dispensável se se admitir o caráter intrinsecamente probabilistico, indeterminístico e acausal da natureza. Porque não? Não há nada que requeira o prevalecimento do determinismo e da causalidade. Considerá-los necessários é um preconceito. Determinismo significa que uma causa, dentro das mesmas condições, produz sempre o mesmo efeito e causalidade que todo evento tenha que ser efeito de uma causa. Nada disso é verdade. Há muitos casos em que a mesma causa, nas mesmas condições e circunstâncias, produz efeitos distintos, como se vê no fenômeno de difração, tanto da luz quanto de partículas, como elétrons. E há inúmeros eventos que não são efeitos de causa nenhuma, como o decaimento radioativo e a emissão de fótons por sistemas excitados. Dizer que a causa ainda não foi detectada é só uma crença, sem fundamento, pois a existência de causa para eventos é uma conclusão induzida, que não tem garantia de validade. Mesmo que se ache a causa de algum evento que se considere incausado, isto não significa que fica estabelecida a necessidade de causa para todo evento.
julho 5th, 2012 às 11:59 AM
Provada a inexistência de mais um deus!!!
Aos poucos, estamos chegando lá.
Infelizmente ainda faltam dezenas de milhares.
julho 5th, 2012 às 12:09 PM
É claro que existem eventos sem causa.
Bom exemplo o do universo.
As coisas vivem se transformando, na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Isso nos dá a ilusão de que tudo tem uma causa. E qual seria a causa da causa primária? Alguns responderiam que é deus. E qual seria a causa de deus? Deus não tem causa. Se deus não tem causa será que existe mais alguma coisa que não a tem?
Vou mais longe e sustento que, assim como os números não têm existência física, apenas conceitual, não existe “uma coisa” chamada número 3, por exemplo, o tempo e o espaço também não existem, são apenas conceitos que usados para medir as coisas, como os números.
julho 5th, 2012 às 12:12 PM
Marciano,
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“E qual seria a causa da causa primária? Alguns responderiam que é deus. E qual seria a causa de deus? Deus não tem causa.”
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Kardec resolve isso dizendo que Deus é “eterno”, ou seja, não teve início nem terá fim.
julho 5th, 2012 às 12:28 PM
Não precisamos ir tão longe. Basta refletir sobre a vida. Vejamos: Se Deus é todo poderoso, bondoso, que ama seus filhos, onde estava esse Deus durante todas as catástrofes e atrocidades que se abateram sobre a raça humana? Se Deus não pode proteger seus filhos, então não é todo poderoso, não pode ser o criador e talvez não exista mesmo, pelo menos não da forma como nos foi ensinado. A não ser que seja um Deus sádico, que se satisfaz em permitir que seus filhos sofram os piores tormentos. Nesse caso, melhor que não exista mesmo. É o paradoxo de Deus, que o amigo Marciano já apresentou em outro comentário.
julho 5th, 2012 às 12:45 PM
Eu sei, NVF, mas se deus é eterno, por que outras coisas também não podem ser eternas? Ele é a prova de que podem existir coisas não causadas, ou seja, é a prova de que não precisamos dele.
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Phelippe, estou chegando à conclusão de que estive errado todos esses anos, deus realmente existe e é um idiota. Isso explicaria muita coisa, inclusive tantos seguidores. (aviso a alguns incautos: pura picardia).
julho 5th, 2012 às 1:35 PM
“Eu sei, NVF, mas se deus é eterno, por que outras coisas também não podem ser eternas? ”
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É que, abstratamente, Deus seria único e a inteligência suprema, sem par.
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(OBS.: eu não sou convicto disso.)
julho 5th, 2012 às 1:41 PM
Na verdade, a ideia espírita de Deus é bem menos avançada do que algumas outras. Procede diretamente da ideia aristotélica do primeiro motor e define um universo causal, em que a causa primária desencadeia uma série de outras causas, e assim por diante, até chegar ao que somos hoje. Essa ideia de universo causal implica uma noção de que o universo é uma estrutura matemática, regida por leis imutáveis, certo como um relógio, mas hoje se sabe que há muito de aleatoriedade no universo. Fico impressionado como os “espíritos superiores” de Kardec sejam tão carentes de conhecimentos, que não possam ter uma ideia mais avançada de Deus. A coisa desanda ainda mais quando os “espíritos superiores” dissertam a respeito dos atributos de Deus: eterno, imutável, onipotente, onisciente, infinitamente justo e bom etc. O próprio Santo Tomás de Aquino (engraçado, por que ele não figura na “codificação”?), na ‘Summa Theologica’, já discute a questão da onipotência de Deus. Se ele é onipotente, teria criado o mal? teria conseguido criar a quadratura do círculo? É impressionante como os espíritas aceitam essa ‘teologia espírita’ de bom grado, sem discutir, sem apontar as falhas conceituais e os absurdos de uma concepção teológica tão rígida.
julho 5th, 2012 às 1:49 PM
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http://www.reneguenon.net/IniciacaoFeminina.html
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A GNOSE E A MAÇONARIA – RENE GUENON
http://marcosfiszer.blogspot.com.br/2011/03/gnose-e-maconaria-rene-guenon.html
julho 5th, 2012 às 1:49 PM
http://www.freemasons-freemasonry.com/10carvalho.html
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Foi nomeado secretário do Congresso Espiritualista e Maçônico em 1908.
Iniciado no sufismo sob o nome Sheikh Abdel Wàhed Yahia em 1912.
Suas últimas palavras foram a invocação do nome de Alá, o nafass khalass (a alma se vai). As orações fúnebres foram executadas na mesquita Seyidna-Hussein, enterrado no túmo da família Ibrahim.
julho 5th, 2012 às 1:50 PM
A Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo diz o seguinte sobre ele:
Em 7 de janeiro de 1951 falecia no Cairo o Irmão René Guénon, um dos mais importantes pensadores maçônicos do século XX, e profundo conhecedor das tradições espirituais do Oriente e do Ocidente. De 1929 até 1950 manteve o grande tradicionalista francês correspondência com um amigo brasileiro, o fazendeiro Fernando Guedes Galvão, residente em Amparo, SP, que o havia conhecido pessoalmente em Paris. Na carta nº 23 da correspondência Guénon – Galvão, datada do Cairo a 12 de novembro de 1950, o pensador francês menciona explicitamente a G.L.E.S.P.: – Estou muito curioso de saber o que o Sr. pôde constatar no que concerne à Grande Loja de São Paulo e às tendências que existem nesse meio; seria de desejar que elas fossem favoráveis, mas, bem entendido, de maneira nenhuma sei o que poderá ser… Em sua derradeira missiva a Galvão (carta nº 24) datada do Cairo a 23 de novembro de 1950, a menos de dois meses antes de sua passagem para o Oriente Eterno, Guénon retoma a questão, cobrando de seu correspondente brasileiro informações sobre a G.L.E.S.P. com uma certa impaciência: – O Sr. não me disse ainda se pôde estabelecer contacto com a Grande Loja de São Paulo, como era sua intenção. Eu estaria muito interessado em saber do que se trata, e, em caso afirmativo, qual a impressão que o Sr. teria tido desse meio. Vemos, através dessas linhas, que o Irmão René Guénon, que muito se bateu pela salvaguarda dos aspectos espirituais e tradicionais da Maçonaria, praticamente passou para o Oriente Eterno com os olhos postos na G.L.E.S.P., nutrindo talvez a esperança de que ela viesse a se constituir em um baluarte de defesa dos mais autênticos princípios da Ordem Maçônica (1).As instalações materiais da Potência Maçônica que atraiu as atenções de René Guénon foram, de início, bastante simples. Em seus primeiros anos, a G.L.E.S.P. funcionou hospedada nas dependências da Loja Amizade. Quando esta se desligou da Grande Loja, esta última foi transferida para a Rua Pedro Lessa 2, onde permaneceu de 1933 a 1936. Passou depois a funcionar na Rua General Osório 141, no bairro de Santa Ifigênia. Em julho de 1940, depois do período de hibernação imposto pela ditadura, a G.L.E.S.P. retomou suas atividades, agora na rua Bresser 1.145, no bairro do Brás, em dependências bastante precárias, improvisadas em cima de uma garagem, no fundo do quintal de uma residência cedida gratuitamente. Em 1949 foi transferida para o número 1.805 da mesma rua, perto da Rua Visconde de Parnaíba, a poucos passos da casa onde o autor destas linhas, sem nada saber de Maçonaria, vivia alegre e despreocupadamente os anos de sua infância… Em 1950, o Grão-Mestre Alcides do Valle e Silva locou duas salas no Edifício do SESC, na Rua Riachuelo. Em 1953 a G.L.E.S.P., conseguiu sua primeira sede própria, doada pela Loja Perfeita Amizade, na Rua São Bento 405, 10º andar, no famoso Prédio Martinelli. Em 1956 foi eleito quinto Grão-Mestre de nossa Potência o Irmão Francisco Rorato (1911 – 1983), um dos mais ativos e corajosos líderes maçônicos do século XX, autor dos primeiros projetos que contribuíram para a grandeza da G.L.E.S.P. de hoje. A ele a Grande Loja deve o lançamento de seu periódico A Verdade, a fundação da Ação Social Gonçalves Ledo e, principalmente, a construção do atual Palácio Maçônico, na Rua São Joaquim 138, no bairro da Liberdade, inaugurado em 1961, época em que o autor deste relato, que continuava a desconhecer totalmente a Maçonaria, começava a trabalhar como tradutor de filmes japoneses no Cine Tóquio – hoje transformado em igreja evangélica -, situado exatamente em frente da nova sede da Grande Loja. Lembro-me de que muitas vezes ficava então olhando para aquele imponente palácio de linhas clássicas e austeras, morto de curiosidade de saber que segredos se ocultariam atrás daquelas sólidas paredes…Lembremos que o Irmão Rorato foi novamente eleito Grão-Mestre em 1974. No ano seguinte, tive um contacto, através de um aluno da USP que se dedicava à música, com seu Grão-Mestre Adjunto, o Irmão Hervê Cordovil, a primeira pessoa a conversar comigo sobre Maçonaria… Em 1977 Rorato presidiu os festejos do Cinqüentenário da G.L.E.S.P., dentre os quais se destaca a inauguração, no Hall Nobre do Palácio Maçônico, da Célula do Tempo, uma urna contendo registros, documentos, jornais, dinheiro, passes de bonde e outros testemunhos da época, que deverá ser aberta no ano de 2027, quando da celebração do Centenário da Instituição. Rorato soube se cercar de colabores competentes e dedicados como o Irmão Teobaldo Varolli, douto pesquisador da Doutrina Maçônica e autor de excelentes manuais de introdução ao estudo dos Graus Simbólicos, e o Irmão Erwin Seignemartin, que depois de prestar excelentes serviços na área de Relações Exteriores, foi eleito Grão-Mestre em 1977.Em suma, após a edificação do Palácio Maçônico, a G.L.E.S.P. prosseguiu sua brilhante trajetória, sempre conciliando a estrita fidelidade à mais pura tradição maçônica com um esforço contínuo no sentido da modernização de suas estruturas para ir acertando o passo com os novos tempos. Aqui só nos é possível registrar alguns dos momentos mais significativos dessa caminhada.Lembremos, em primeiro lugar, a figura do Grão-Mestre Washington Pelucio, eleito em 1962 e reeleito em 1965, que criou em 1966 a Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), entidade que congrega as Grandes Lojas Estaduais nascidas do sonho do Irmão Mário Behring. Em segundo lugar, cabe destacar a atuação do Irmão Erwin Seignemartin, Grão-Mestre de 1977 a 1980. Inteiramente dedicado à missão de estimular o crescimento da G.L.E.S.P. e de aprofundar e aprimorar o trabalho maçônico, quando deixou o Grão-Mestrado, a Obediência já contava com 180 Lojas a ela filiadas. Em terceiro lugar, cumpre destacar o trabalho de modernização da Instituição empreendido pelo Grão-Mestre Walter Ferreira, Professor da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA), que exerceu seu mandato entre 1983 e 1986. A ele deve a G.L.E.S.P. seu ingresso na Era da Informática, com a iniciativa da compra de seu primeiro computador. Sucedeu-o outro grande maçom, o Irmão Orpheu Paraventi Sobrinho que, entre muitas iniciativas, estabeleceu um roteiro de visitação às Lojas, aproximando-as da Administração Central, reorganizou os trabalhos dos Distritos Maçônicos, deu prosseguimento à informatização da Grande Loja, procedeu a reformas no Palácio, nomeou uma série de comissões para estudos da estrutura e da política da Instituição e reeditou os Rituais dos Graus Simbólicos, após um criterioso trabalho de revisão dos mesmos.Nos anos mais recentes, o desenvolvimento da G.L.E.S.P. prosseguiu a largos passos. Cresceu de maneira notável o número de Oficinas filiadas à G.L.E.S.P., que hoje se encontra presente praticamente em todos os rincões de nosso Estado. O Palácio foi reformado e ampliado, sendo construído um luxuoso Auditório para 200 pessoas. Foi dado todo apoio à implantação das organizações paramaçônicas como os De Molays, as Rainbow Girls, a Eastern Star e os Lowtons. Dando seqüência ao trabalho de informatização, é criado o site da G.L.E.S.P. na Internet: http://www.mason.com.br – hoje http://www.glesp.com.br. Ampliou-se o leque dos tratados de reconhecimento firmados com as Potências Maçônicas e finalmente a G.L.E.S.P. conquistou o tão almejado reconhecimento por parte da Grande Loja da Inglaterra. Foi criada uma Secretaria da Cultura. Em junho de 2001 assume o Grão-Mestrado o Irmão Pedro Luiz Ricardo Gagliardi, Desembargador e Professor da Faculdade de Direito da USP, dando início a uma nova era na trajetória da G.L.E.S.P.. Além de prosseguir com as iniciativas encetadas por seus predecessores, o novo Grão-Mestre tem se esmerado em estimular eventos e atividades de natureza intelectual e cultural. Todo apoio é dado à Secretaria da Cultura, que já realizou um concurso de monografias aberto a todos os Irmãos da Obediência. Foram realizadas Exposições de Arte centradas em temáticas ligadas à Ordem. Foram lançados, sob os auspícios da G.L.E.S.P., livros de abalizados escritores maçônicos. Foi criado o Coral da G.L.E.S.P., que já lançou seu primeiro CD por ocasião da Primeira Bienal do Livro e do CD Maçônico, inaugurada no dia 25 de agosto de 2003. É estimulada a criação de Oficinas a trabalhar no Rito de Emulação (erroneamente conhecido com Rito de York). Fomenta-se uma maior aproximação da Obediência com o mundo profano. Atenção especial é dispensada à dimensão iniciática e esotérica da Maçonaria, sendo criada uma Comissão de Estudos Herméticos. Enfim, sob a direção do Irmão Gagliardi a G.L.E.S.P. prossegue sua gloriosa caminhada como uma grande Potência Maçônica, digna do novo século que está se iniciando.Que o leitor me perdoe por, ao invés de uma narrativa abrangente e metódica da História da Grande Loja, só conseguir apresentar uma sucessão algo incoerente de episódios pinçados aleatoriamente aqui e acolá, entremeados por digressões subjetivas e reminiscências pessoais. Acontece que é muito difícil para o historiador trabalhar com temáticas do tempo presente. Falta-lhe o necessário distanciamento em relação aos fatos, indispensável para a elaboração de uma análise equilibrada e objetiva. Acredito que ainda teremos um longo tempo pela frente antes que seja possível a elaboração de uma História da G.L.E.S.P. que faça jus à grandeza dessa extraordinária Potência da Maçonaria Paulista.
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Fonte: Grande Loja Maçônica de São Paulo – http://www.glesp.org.br/historias/55-irmao-mario-behring-fundador-das-grandes-lojas-brasileiras.html
julho 5th, 2012 às 2:48 PM
Apenas observando que o Kardec não perguntou, ele informou ao Espírito Superior que Deus tem as perfeições Escolásticas. O Kardec deve ter lido isso nos livrinhos do Fénelon… O Espírito Superior viu-se então na obrigação de, educadamente, não discordar e tecer algumas considerações adicionais:
13. Lorsque nous disons que Dieu est éternel, infini, immuable, immatériel, unique, tout-puissant, souverainement juste et bon, n’avons-nous pas une idée complète de ses attributs ?
« A votre point de vue, oui, parce que vous croyez tout embrasser ; mais sachez bien qu’il est des choses au-dessus de l’intelligence de l’homme le plus intelligent, et pour lesquelles votre langage, borné à vos idées et à vos sensations, n’a point d’expressions. La raison vous dit, en effet, que Dieu doit avoir ces perfections au suprême degré, car s’il en avait une seule de moins, ou bien qui ne fût pas à un degré infini, il ne serait pas supérieur à tout et, par conséquent, ne serait pas Dieu. Pour être au-dessus de toutes choses, Dieu ne doit subir aucune vicissitude et n’avoir aucune des imperfections que l’imagination peut concevoir. »
Devia de fato haver alguma ronha contra S. Tomas, vou tentar descobrir. Ou então ele se encontrava encarnado nalgum globo na época…
julho 5th, 2012 às 3:37 PM
Bem dito, Gorducho. Na verdade, Kardec perguntou já respondendo, ou seja: pediu ao oráculo a confirmação daquilo que ele acreditava ser Deus. E como sempre os espíritas engolem tudo sem saber o que estão engolindo. Na verdade, a ideia de Deus que está no espiritismo é basicamente a ideia escolástica, idealizada por Tomás de Aquino, fruto da reflexão deste sobre a obra de Santo Agostinho e Aristóteles. Uma visão medieval, que seria detonada no século 16 por René Descartes e a sua famosa “penso, logo existo”. Assim, a teologia espírita estaria alguns séculos atrasada, voltada à Idade Média. Todas as noções posteriores de Deus, a partir de Descartes, Espinosa, os empiristas ingleses como Hume etc, seriam solenemente ignoradas. A noção de Deus tomista é mais ou menos a seguinte: “A prova da existência de Deus
Tudo que existe na natureza tem que ser movido por alguma outra coisa. Da mesma forma, essa outra coisa na medida em que está em movimento, deve também ser movida por algo mais. Mas essa cadeia de eventos não pode retroceder para sempre, porque se o fizesse não poderia haver um primeiro motor e portanto nenhum outro. Pois os segundos motores não podem se mover a não ser que sejam movidos por um primeiro motor, da mesma forma que uma vareta não move nada a não ser que seja movida por uma mão. Dessa forma devemos chegar a um motor primeiro que não seja movido por nada. E todos compreendemos que este é Deus.
Suma Teológica”
Só que Tomás vai mais longe, ao dizer: “Deus, pela perfeição do seu poder, pode tudo, mas lhe escapa à potência o que não tem natureza de possível. Assim também, se atendermos à imutabilidade do seu poder, Deus pode tudo o que pôde; porém, certas coisas que, antes quando eram factíveis, tinham a natureza de possível, já não a têm quando feitas. E, então dizemos que não as pode, por não poderem elas ser feitas. Pode-se concluir que São Tomás de Aquino afirma que a omnipotência não existe, e que Deus não é onipotente.”
Como se vê, em relação à teologia, assim como em outras áreas, como a questão da abiogênese espontânea (geração espontânea), ao princípio vital (vitalismo), e à extrema confusão sobre a evolução dos animais e do homem, que na primeira edição do Livro dos Espíritos era de um jeito, e na segunda de outro.
julho 5th, 2012 às 3:39 PM
Leia-se, no final: “como se vê, o espiritismo derrapa em relação à teologia…”
julho 5th, 2012 às 6:17 PM
Não achei sua lógica para refutar Deus coerente, Vitor.
Oras, se existem (e esta provado) eventos sem causas, isso não implica de maneira nenhuma que a criação do Universo, por exemplo, foi um evento sem causa.
julho 5th, 2012 às 6:28 PM
Bruno,
no pensamento espírita, TODAS as coisas são um efeito… assim, só precisa achar-se uma que não seja para refutar…
julho 5th, 2012 às 6:40 PM
A causa não causada!
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Uma pergunta: que diferença faz se não vemos, sentimos ou tocamos?
Enquanto teísta cria sem nem me preocupar. Agora me pergunto: crer em algo assim ou não crer não é a mesma coisa?
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À nossa volta o mundo nos chama à viver aquilo que nos chega. Pra quê ficar girando em torno de algo alcançável apenas em nossa imaginação?
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Saudações
julho 5th, 2012 às 8:49 PM
Então Vitor, sua refutação não estaria dirigida a pergunta numero 4? Não entendi qual sua lógica ao colocar uma refutação a pergunta numero 1.
O fato de existir um efeito sem causa não implica que Deus não *pode* ser a causa primária do Universo.
julho 5th, 2012 às 9:12 PM
Bruno,
a questão 4 tem profunda relação, mas apenas mostraria que o axioma não serve mais para demonstrar a existência de Deus. A 1 refuta a definição do próprio Deus. Deus pode ser a causa do Universo, mas a definição diz que ele é causa primária de TODAS as coisas. Como há fenômenos sem causa, isso foge a qualquer causa divina, e a definição kardecista está refutada.
julho 6th, 2012 às 12:10 AM
Deus é muito sacana. Diverte-se fazendo “pegadinhas” com a gente…
julho 6th, 2012 às 12:19 AM
Antonio, tem uma música do MPB4 que diz: “Deus é um cara gozador, adora brincadeiras…”.
O interessante de nossas discussões, ao meu ver, é que estamos sempre aprendendo uns com os outros, mesmo que não mudemos de opinião.
Para mim, qualquer deus, na visão de qualquer um, é pura ilusão.
Aqui há alguns de não acreditam em deuses, mas acreditam em espíritos.
Eu não acredito em nada do que costuma ser chamado sobrenatural, pela simples razão que nunca se provou absolutamente nada.
Como eu disse anterioremente, ninguém melhor do que um crente para negar as crenças dos outros. É o que faz o Guénon, do outro post, ele mesmo islâmico sufi e maçon.
julho 6th, 2012 às 1:20 AM
Alguém pode dizer que há uma causa, só que não se conhece. Pode até ser, mas não necessariamente. Como não se identifica causa alguma e nada há que exija que se tenha uma causa, é perfeitamente razoável considerar que não haja causa.
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Porque não se achou causa alguma, a causa não existe? Então, se um legista não conseguir descobrir a causa de uma morte de uma pessoa, ele deve escrever no óbito: “Não existe causa para essa morte”?! Perfeitamente razoável…
julho 6th, 2012 às 1:36 AM
Guerreiro,
a questão é que foi feito um grande esforço para se achar a causa, todo mundo procurando, supôs-se “variáveis ocultas’, mas ninguém achou nada. Uma hora cansa. É preciso que as pessoas estabeleçam um ponto para mudar de opinião, ou, pelo, menos, considerar que a hipótese que desafia suas crenças deve ser considerada seriamente. Não acha?
julho 6th, 2012 às 7:20 AM
Vitor, é por isso que digo sempre: Mostrem-me uma única evidência convincente e eu mudo de ideia no mesmo instante. O problema é que evidências consideradas fortes por alguns, para mim parecem sempre muito frágeis, ilusórias, mistificadas. Não é só porque eu não sei qual a exata explicação para as supostas materializações da Ederlazil que eu irei admitir a possibilidade de que sejam verdadeiras. E não é porque eu seja intransigente. É porque a coisa é tão ridícula, tão primária, tão tosca, que não vejo o menor sentido em levar a palhaçada a sério. A “legenda” da lista dos objetos “materializados” é um exemplo da obviedade da farsa. É tão absolutamente evidente a existências de fraude, por tudo que circunda os ditos fenômenos, que eu me sentiria mal comigo mesmo só em cogitar que fosse real. Cada um acredita na bobagem que quiser. Mas, para mim, definitivamente, não dá.
julho 6th, 2012 às 9:07 AM
“A “legenda” da lista dos objetos “materializados” é um exemplo da obviedade da farsa.”
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A legenda, pra mim, parece ser só um reflexo do excesso de fé que ela tem. A lista realmente não quer dizer nada. Ela relacionou um significado pra cada objeto, tirou isso da cabeça dela.
Isso não exclui o fenômeno, tendo em vista os relatos de que são milhares de objetos. Só vendo pra saber.
julho 6th, 2012 às 11:43 AM
É como eu disse, essa visão causal, da existência de Deus como causa primeira ou causa primária, vem de São Tomás de Aquino, ou seja, da Idade Média. Os espíritos que teriam ditado as respostas a Kardec, se os há, estavam pelo menos 600 anos atrasados, já que São Tomás era do século 13. Tudo indica que, ou pararam no tempo (que para eles não existe), ou não leram os filósofos que vieram depois. É estranho que São Tomás de Aquino não tenha figurado na “codificação”, já que o chefe da turma, São Luís, ou o rei Luís 9º, foi em vida amigão do peito dele. De qualquer maneira, eu acho mais plausível que essa visão tomista de Deus seja do próprio Rivail, que, não esqueçamos, era católico. Um dos teólogos mais mencionados na doutrina espírita é Fénelon, que Rivail devia usar como livro de cabeceira. Enfim, em vários aspectos da doutrina espírita, as ideias são claramente antigas e não refletem, inclusive, as conquistas filosóficas e científicas da época.
julho 6th, 2012 às 12:11 PM
Estou de acordo com o que Guerreiro selecionou do texto e da lógica em sua resposta dada. Entao não vejamos:
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Guerreiro selecionou esta parte: “Alguém pode dizer que há uma causa, só que não se conhece. Pode até ser, mas não necessariamente. Como não se identifica causa alguma e nada há que exija que se tenha uma causa, é perfeitamente razoável considerar que não haja causa. ”
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Depois Guerreiro deduziu: “Porque não se achou causa alguma, a causa não existe? Então, se um legista não conseguir descobrir a causa de uma morte de uma pessoa, ele deve escrever no óbito: “Não existe causa para essa morte”?! Perfeitamente razoável… ”
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Antes quero ressaltar que o estatuto de que “Deus seria a causa primária de todas as coisas” não é exclusivamente Kardecista. Abrange todas as doutrinas monoteístas, todas as religiões que contemplam um único Deus. Inclusive a Igreja Católica sustenta que Deus é o principio e fim de todas as coisas.
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Agora vamos ao que interessa. Como já venho demonstrando aqui, os materialistas não tem bases sólidas para apoiarem seus argumentos. E quando pensam que já estão convencidos de suas teorias, a própria ciência (ou fenômenos) se encarrega de jogar um balde de água fria. As vezes descortinando novos horizontes, outras vezes voltando a “estaca zero”, de que nada sabiam.
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Muitas vezes os materialistas, principalmente os ateístas, agem consciente ou inconscientemente, motivados por algum apaixonado ou de revolta. E isso faz com que não consigam se expressar de forma idônea, não tendenciosa, caindo na maioria das vezes em contradições.
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As contradições dos materialistas além de existirem são muito frequentes e já demonstrei aqui mais de uma vez com os meus interlocutores. Já demonstrei que defender a doutrina materialista não é tarefa fácil e que seus defensores não tem consistência nos seus debates. Ou seja, a grosso modo, já demonstrei que as ideias materialistas são insustentáveis, carecem de sustentabilidade.
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E agora voltaremos a provar mais uma vez. Reparemos novamente na frase: “Como não se identifica causa alguma e nada há que exija que se tenha uma causa, é perfeitamente razoável considerar que não haja causa.” Além do ponto que Guerreiro já mencionou, quero reproduzir aqui algumas palavras do também membro do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e Vice Presidente da Sociedade Brasileira de Física, Dr. Ronald Cintra Shellard (http://goo.gl/oSIjB), numa carta direcionada à Simon Schwartzman (http://goo.gl/iw8JN): “Porque, dito do modo publicado, a observação expressa uma doença que por vezes acomete intelectuais: a arrogância da ignorância .”
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Mas será que é mesmo “perfeitamente razoável considerar que não haja causa”? Parece que o próprio Ernesto nos dá outra resposta diferente, ao falar da localização da consciência, admitindo que há coisas que a ciência ainda não saiba a sua causa mas que possa um dia vir a descobrir no futuro. Veja em suas próprias palavras: “Outra questão que precisa ficar clara é que não existem mistérios de espécie alguma. O que existem são fatos ainda não explicados. A história da ciência e da filosofia nos dão uma confiança muito boa de que qualquer tema, não importa o quão aparentemente misterioso seja, será um dia compreendido e explicado. Há que se dar tempo ao tempo, uma vez que nossa espécie é muito jovem neste planeta, a civilização mais ainda e a ciência, um bebê.”
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E logo a seguir ele ainda nos brinda: “A terceira coisa que quero ressaltar é que o caráter de simplicidade de uma explicação é realmente desejado e preferível, desde que se tenham várias outras que expliquem a mesma coisa de forma mais complicada. Se não houver explicação mais simples, a complicada tem que ser aceita, caso dê conta de explicar.”
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Portanto, apenas analisando essa parte do texto já nos deparamos com argumentos contraditórios do próprio autor. Então será que aquilo que para ele não tem explicação, não poderá um dia ser explicado no futuro, como ele mesmo sugeriu ao falar da localização da consciência? Será que ele tem uma explicação mais simples para explicar os fenômenos sem causa? E se não, não deveria então aceitar as mais complicadas, mas que talvez nem sejam tao complicadas mas que apenas fogem do seu raio de observação? Não seria uma postura muito cômoda simplesmente dizer, isso não existe?
julho 6th, 2012 às 12:14 PM
Eu quis dizer: “Muitas vezes os materialistas, principalmente os ateístas, agem consciente ou inconscientemente, motivados por algum sentimento apaixonado ou de revolta.”
julho 6th, 2012 às 12:24 PM
Eu prefiro pensar que não foi Deus que nos criou. Nós é que criamos Deus. A ideia de Deus inteligência suprema, centro do universo, causa primária, ou o que for, é uma herança do pensamento absolutista, isto é, da suposição de que o universo é um reino ou monarquia, onde existe o rei que tudo governa e que decide o destino de seus súditos, edita as leis, resolve conflitos, faz a justiça etc etc. Uma ideia antiga que ainda sobrevive. Se o universo fosse uma república, seria difícil haver Deus, já que um dos princípios da república é a impessoalidade.
julho 6th, 2012 às 1:05 PM
Toffo,
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Veja então o que disse o codificador do Racionalismo Cristão e que foi um grande defensor da República:
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“Grupos afins se reúnem para adorar, de um certo modo, um certo deus. Cada povo, cada
raça, criou a imagem desse deus à sua própria semelhança. Um oriental, por exemplo, jamais
admitiria um deus com feições ocidentais, assim como um ocidental acharia absurda e até
ridícula, a idéia da divindade de rosto asiático.
Os deuses possuem, invariavelmente, os caracteres físicos e mentais dos seres que os
conceberam.”
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“Nessa criação, estão claramente refletidos os sentimentos dos criadores. O deus corpóreo
figura em todas as religiões. No credo – que é a oração principal de uma delas – aparece com o
filho sentado ao seu lado direito, compondo um quadro da vida material comum.”
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“O conceito da divindade, embora variando de raça para raça, não modifica a tendência
geral relativamente à concepção do deus-rei todo poderoso, distribuindo prêmios e castigos.
Na Bíblia, no Velho Testamento – livro sagrado e intocável para tantos adoradores –
existem várias referências ao deus de temperamento iracundo e vingativo da época.
Esse vergonhoso sentimento, especialmente em um deus, nada mais é do que o reflexo do
sentimento do próprio povo que o imaginou.”
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“Quando a criatura, de evolução em evolução, chegar a compreender que é, como espírito,
Força, Inteligência e Poder; quando se convencer de que possui atributos morais para vencer,
racionalmente, quaisquer dificuldades; quando adquirir a consciência da sua condição de
partícula de um Todo harmônico – dele inseparável – que é o próprio Universo Espiritual,
caem por terra, como inautênticas e ridículas, as idéias primitivas do deus protetor ao qual
vivia jungida.”
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Do livro Racionalismo Cristão, 40 edição – 1998
julho 6th, 2012 às 1:08 PM
Toffo,
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“Se o universo fosse uma república, seria difícil haver Deus, já que um dos princípios da república é a impessoalidade.”
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Esse é o conceito a que se referiu Luiz de Mattos, que todos querem tornar Deus algo pessoal. Mas vejamos então sob um novo prisma e lançarei mão do mesmo livro, no capitulo II que fala de Força e Matéria:
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“O Universo é composto de Força e Matéria. A Força é o agente ativo, inteligente e
transformador. A Matéria, o elemento passivo e amoldável. Ambos, na sua forma original,
indivisível, fundamental e imponderável, penetram todos os corpos, estendendo-se pelo espaço
infinito.”
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“A Força, agindo em obediência às leis evolutivas, utiliza-se da Matéria, no estado
primário desta, e com ela forma corpos e realiza fenômenos incontáveis e indescritíveis que
escapam à apreciação comum, considerados os limitados recursos deste planeta.”
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“No Universo não há nada de novo e também nada se perde. Tudo nele está criado. Há,
somente, transformações da Matéria e evolução da Força.”
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“A Força mantém o Universo regido por leis comuns, naturais e imutáveis. Comuns,
porque são inerentes a todos, sem a mínima exceção; naturais, por decorrerem de uma
seqüência lógica no processo da evolução; imutáveis, por serem absolutas, e neste sentido não
há lugar para o imprevisto, para o acaso ou a dúvida, imperando – só e sempre – a exatidão, a
certeza, a perfeição.”
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“As responsabilidades e os deveres do ser humano – que ele precisa compreender bem para
convencer-se de que toda vez que infringir as leis naturais retarda, inapelavelmente, a marcha
da sua evolução – estão dentro destes princípios.”
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“Assim, sem conhecer o processo do seu próprio desenvolvimento espiritual, sem se
conhecer a si mesma na sua composição astral e física, não pode a criatura conduzir-se com o
necessário aproveitamento, daí resultando ter de submeter-se, em obediência àquelas leis,
ainda que por livre vontade e em duras experiências, a uma multiplicidade de reencarnações
cujo número seria, de outro modo, grandemente reduzido.”
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Saudações Racionalistas
julho 6th, 2012 às 1:09 PM
Toffo,
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Desculpe as quebras de linhas, os textos foram copiados de um livro em pdf que tenho aqui e pode estar ai a causa desse problema.
julho 6th, 2012 às 2:27 PM
Dear Victor(ium) & folks:
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Onde c encontra a prova da existência d Deus? pergunta Kardek; num axioma, o da causalidade, diz Kardek travestido d espírito superior.
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Ptto, o valor da prova da existência d Deus é solidário ao valor universal do princípio da kausalidade. Este kaíndo em sua universalidade, kai também a certeza da prova teológica.
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A prova, komo observou o Victorium, é ptto incerta, ñ prova.
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Deus ñ existe pq ñ c pode prová-lo terminantemente?
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Hummm…
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Deus ñ pode ser assumido, pq é 1 crença irracional? Pode, bastando c admitir q é objeto exclusivo d fé.
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Pode ser admitido racionalmente tb, como 1 hipótese sobre o mundo; sobre sua criação etc. Aliás, foi assim q ele foi assumido pelos gregos antigos, como 1 entidade teórika.
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Acho q, do ponto d vista científiko, o ponto é q desde a antiguidade o tema tem c tornado kada vez + d baixa probabilidade, ñ + exigível teorikamente (komo entidade teórika, vide o bóson d Higgs) e kultural, mantido pela força inercial da tradição.
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Incerto hoje na formulação d Kardec, cuja tradição remonta a Aristóteles e Aquino. + a teologia varia enormemente, assim como sua entidade central. O demiurgo platôniko é 1 tema – popular, + interessante nesse kampo. Ñ no sentido d organizador do universo, pq este é auto-organizativo, + no sentido d q alguma entidade inteligente/moralizada pode ter, como nos espermatozóides, lançado-se à frente d todos, atingido tal grau d avanço q pode ajudar a organizar o mundo dos seres animados, e alguém até poderia chamá-lo d Deus etc. Desnecessariamente ou ñ. + d qquer modo, imanente.
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Conviria observar q, nos escritos póstumos, Kardek já ñ aparece komo 1 personagem tão dogmátiko, admitindo q a lógika ñ tem komo demonstrar a existência d Deus, pois seguindo as antinomias kantianas, é possível provar sua existência tto qto sua inexistência logicakamente. Kuriosamente p/ quem lida só kom o 1º Kardek, o 2º era agnóstiko, ñ no sentido d duvidar da existência d Deus, q p/ ele sempre foi o centro do seu pensamento, + d admitir q ñ c pode prová-lo.
julho 6th, 2012 às 3:16 PM
Analistas ponderaram muito plausivelmente: Porque não se achou causa alguma, a causa não existe? Então, se um legista não conseguir descobrir a causa de uma morte de uma pessoa, ele deve escrever no óbito: “Não existe causa para essa morte”?! Perfeitamente razoável…
Ocorre que a prova pela causa primeira ( secunda via: ratione causæ efficientis ) do S. Tomás discorda da tese supra. A própria “Prova” concorda que nem tudo tem causa; pois que a divindade da prova não é causada. Portanto nem tudo tem causa, &c.
O próprio livre arbítrio dos humanos – tese cara aos Kardecistas e creio que a outras religiões também…- contradiz essa “casualidade generalizada”, pois qual é a causa das decisões tomadas pelo livre-arbitrante? Se tudo tem causa, não há livre arbítrio. Ou então a casualidade só vale para eventos “materiais” (o que seria matéria??); para eventos imateriais, ou seja, mentais – no caso a volição do ente livre-arbitrante – não valeria? Se for assim, pobre da navalha do Ockham…
Por essa e por outras é que a Metafísica nunca saiu do mesmo lugar. Como já dizia o desiludido Kant 100 anos antes do Kardec ”descobrir” essa prova: Tenho a felicidade de ser um amante da metafísica; mas minha amante me concedeu poucos favores até agora.
julho 6th, 2012 às 5:49 PM
Só para deixar claro o que é uma evidência anedótica (como as que os teístas usam)
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http://www.youtube.com/watch?v=voEHhxSBND4&feature=youtube_gdata_player
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Saudações
julho 6th, 2012 às 5:56 PM
Gorducho,
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“O livre-arbítrio é uma faculdade espiritual controlada pela vontade e, quando bem usada, orientada pelo raciocínio. Quanto maior for o poder de raciocinar, tanto mais fácil se torna o governo do livre-arbítrio. Livre-arbítrio quer dizer liberdade plena de ação, tanto para o bem, quanto para o mal.” (Racionalismo Cristão, 44 edição, capítulo Livre-arbítrio)
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Você disse: “pois qual é a causa das decisões tomadas pelo livre-arbitrante?”
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O espírito é o agente causador. Ele é o portador deste atributo, dessa faculdade espiritual, que foi adquirida por méritos próprios.
julho 6th, 2012 às 6:09 PM
Marden escreve:
” O espírito é o agente causador. Ele é o portador deste atributo, dessa faculdade espiritual, que foi adquirida por méritos próprios.”
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Essa é uma excelente hipótese. Só é preciso provar a existência do espírito.
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PS.: não é sarcasmo.
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Saudações
julho 6th, 2012 às 6:15 PM
Publiquei no outro arquivo, mas acho importante reproduzir aqui, para discussão pelos colegas. É sobre a crise do espiritismo na França e a sua transformação em mero objeto de fé.
Eu estou no final da leitura de “Laboratories of Faith”, onde o autor conta como se deu a crise e o declínio final do espiritismo. E na verdade tudo o que acontece atualmente no Brasil (era de se esperar, em se tratando de Brasil) já havia acontecido na França mais de um século atrás. O Brasil está sempre na rabeira, não dá pra negar… Quero dizer a cisão a respeito de um espiritismo “moral” e um espiritismo “científico” e as inumeráveis cisões e mesmo escândalos (inclusive financeiros) que pautaram a trajetória do movimento espírita lá, como aqui. Por conta disso, mais e mais me convenço de que o espiritismo não tem nada de transcendente, nada de “espiritual” ou divino. Pelo contrário, é puramente terreno. Aliás como qualquer religião. Mas o que mais me chamou a atenção foi que o que realmente abalou o espiritismo foi o advento das novas ideias sobre a mente, no desenvolvimento da psicologia, e na incapacidade do espiritismo de acompanhá-las por causa da sua origem positivista. Vejam:
“Kardec tinha construído sua visão da ciência consoladora – e consolação científica – nos postulados fundamentais do positivismo: de que havia um “eu” coerente e permanente, cujas percepções do mundo eram cristalinamente exatas. Nos primeiros anos do século 20, os novos desenvolvimentos intelectuais [as teorias do inconsciente, por exemplo] fizeram com que essas concepções parecessem problemáticas. No início da década de 1930, com o triunfo da psicanálise freudiana e o declínio das pesquisas psíquicas, as antigas conexões do espiritismo com a ciência desapareceram. A crença nos espíritos novamente se tornou uma questão de fé.”
Dois expoentes divergentes apareceram na cena espírita: um, que valorizava o aspecto moral do espiritismo (Léon Denis) e outro que valorizava o aspecto científico (Gabriel Delanne). Este último devotou-se, como engenheiro e pesquisador, a ir fundo na pesquisa psíquica, não sem antes notar – vejam bem! – as FALHAS METODOLÓGICAS que havia nos textos de Kardec. Desculpou-as dizendo que Kardec havia usado os meios de seu tempo. Resumindo: com o advento das novas teorias psicológicas, do eu multifacetado, do inconsciente, das pesquisas com telepatia etc, Delanne começou a perceber que as comunicações espíritas não eram suficientes para provar que provinham realmente de almas desencarnadas, e que o rol dos textos que poderiam ser atribuídos a espíritos era mínimo. Por outro lado, Denis, ao ver isso, começou a trocar a palavra escrita pela palavra falada, isto é, a chamada ‘mediunidade de incorporação’. Saíam os textos e entravam as encenações, que, por ter algo de teatral, tinham um poder “consolador” muito maior. Além disso, Delanne divergia de Denis no gênero: para ele, o espiritismo era “científico” e racional, despojado das emoções superficiais, apropriado aos homens, e para Denis o espiritismo era consolador, emocional, e apropriado à sensibilidade das mulheres. Ou seja, um era machista, o outro feminista.
Assim, o que era nos tempos autoritários de Kardec uma doutrina centralizada, compacta, no final do século era toda pulverizada em sociedades, médiuns independentes, correntes, publicações etc., que não se entendiam.
Por fim, houve o grande golpe: Camille Flammarion, considerado o maior divulgador do espiritismo, fez uma explosiva confissão pública em 1899: ele repudiou os textos que havia escrito nos anos 1860 atribuídos a Galileu (e inseridos no livro “A Gênese” de Kardec, ou seja, tinha passado pelo crivo do chefe), dizendo que eram fruto daquilo que ele mesmo pensava na época, e não do suposto espírito de Galileu. Essa confissão foi arrasadora para o espiritismo, como informa Monroe:
“A confissão pública de Flammarion não apenas desafiou a legitimidade de um dos textos canônicos do espiritismo, como também forçou os espíritas a confrontar a extensão do quanto as novas teorias psicológicas haviam minado as premissas nas quais os livros de Kardec dependiam para sua credibilidade: a noção de que o “eu que falava” era uma entidade estável, indivisível. (…) O raciocínio que Kardec havia tomado por certo agora parecia um conceito ultrapassado”.
É incrível que, 100 anos depois, a mesma história se repita no Brasil, com personagens diferentes (ou não, se entendermos que os espíritos reencarnam para fazer as mesmas burradas!).
julho 6th, 2012 às 6:20 PM
Guerreiro, pior do que o legista escrever “Não existe causa para essa morte” é ele escrever que foi deus quem quis assim.
O que é mais absurdo, dizer que o universo não tem causa (e não teve, mesmo, ou o que causou o universo teria sido causado por outra coisa, ad infinitum) ou dizer que deus (que ninguém pode afirmar que existe ou como é) é a causa do universo?
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julho 6th, 2012 às 6:21 PM
“Unable to determine cause”.
julho 6th, 2012 às 7:23 PM
Jurubeba,
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Já fiz essa pergunta anteriormente, inclusive você havia questionado que necessitava de uma prova objetiva, lembra? Pois bem o que o senhor se refere como uma prova objetiva? Volto a perguntar.
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Se como prova, o senhor deseja um pedaço de algum espirito dentro de um vidro ou tubo de ensaio, num laboratório de química ou quem sabe na gaveta de algum psiquiatra, então lamento desapontá-lo. E esse desapontamento irá se prolongar, enquanto o senhor não perceber que será difícil uma prova material de algo imaterial.
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Veja por exemplo o Bóson de Higgs, que levou décadas e mais de 10 bilhões de dólares, para finalmente poderem constatar que existe um outro tipo de matéria não visível que preenche e unifica os átomos e que talvez possa ser essa a mesma origem de toda a matéria/energia escura que ocupa o universo.
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E para que tantos gastos? Se a espiritualidade disso já sabia há mais de 5.000 anos e que o Racionalismo Cristão vem demonstrando há mais de um seculo?
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Há mais de um século também, Nicola Tesla, o pai da eletricidade como conhecemos hoje, já havia inventado um meio de produção e distribuição de energia sem fios e de forma totalmente gratuita para todas as casas, carros, ônibus, aviões e espaçonaves (isso mesmo, antes mesmo dos aviões serem inventados ele já havia criado protótipo de naves espaciais). E porque não temos tais energias distribuídas gratuitamente nos dias de hoje? Porque sabemos tão pouco da vida desse senhor? Quem e porque encobriram a verdade?
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Porque a ganancia que geralmente envolve os homens de poder, esses seres materialistas que também o são, fecham os olhos para não enxergam um palmo diante de seus narizes, principalmente no que tange quanto à diminuição dos lucros. Ou gastam dinheiro em outras coisas, mas que possam atender seus objetivos econômicos, contanto que deixe a humanidade na ignorância dos fatos.
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Veja também o exemplo que citei recentemente para Biasetto, sobre Edward Leedskalnin. Veja como esse pequeno homem (1,52 metros) conseguiu levantar pedras de até 30 toneladas sozinho, usando apenas ferramentas tradicionais. Volte no comentário anterior, veja que coloquei lá vários links para uma melhor pesquisa.
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Estude um pouco sobre a vida desses dois homens e verá as similitudes com o que o Espiritismo Racional (RC) explana. E quem sabe assim não liberte, ao menos por algumas frações de segundo, de ideias preconcebidas e talvez consiga entender o que eram as tais visões que Nicola Tesla sofria ou porque Edward Leedskalnin, mesmo com pouco estudo entendeu de magnetismo como nenhum outro e porque ele trabalhava durante a noite.
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Não posso obrigar-lhe a estudar. Mas sem estudo você não poderá ver a Força que eu vejo. Pois será preciso por o raciocínio em ação.
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Saudações Racionalistas.
julho 7th, 2012 às 1:39 AM
Ocorre que a prova pela causa primeira ( secunda via: ratione causæ efficientis ) do S. Tomás discorda da tese supra. A própria “Prova” concorda que nem tudo tem causa; pois que a divindade da prova não é causada. Portanto nem tudo tem causa, &c.
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Se algo pode ser explicado claramente, qual a necessidade de citações em latim e São Tomás de Aquino? Não será por não haver lógica no argumento do artigo (“porque não se achou uma causa, não existe causa”)? E, para encobrir o fato, recorre-se a “malabarismos literários”!
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Vamos voltar àquele meu exemplo, do legista. Se ele não achou a causa de morte, o que seria mais coerente ele escrever no atestado de óbito: “não houve causa pra a morte” ou “morte ocorrida por causas desconhecidas”?
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O Vítor disse ser “preciso que as pessoas estabeleçam um ponto para mudar de opinião, ou, pelo, menos, considerar que a hipótese que desafia suas crenças deve ser considerada seriamente.”
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Eu estou considerando! Tanto é que certos “gorduchos” estão se referindo a mim como “analista”, já reparou?
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Vou tentar explicar de outra forma: pense numa equação matemática no qual você necessite fazer muitas operações. Se, em qualquer ponto, você errar um cálculo, por menor que ele seja, a resposta da equação estará errada.
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Isso também ocorre em teorias: elas tem de ser apoiadas por fatos comprovados, do começo ao fim.
Havendo um fato questionável em algum ponto da teoria, ela acaba não sendo válida. Pois cada fato está apoiado no anterior, é uma dedução dele… e se esse anterior não é um fato seguro, o seguinte também não o será.
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Guerreiro, pior do que o legista escrever “Não existe causa para essa morte” é ele escrever que foi deus quem quis assim.
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Por essas e por outras razões muitas sociedades decidiram separar o Estado das Religiões… e, infelizmente, há aqueles que querem misturá-los de novo.
julho 7th, 2012 às 9:54 AM
Sr. Guerreiro Diz: Se algo pode ser explicado claramente, qual a necessidade de citações em latim e São Tomás de Aquino? Não será por não haver lógica no argumento do artigo (“porque não se achou uma causa, não existe causa”)? E, para encobrir o fato, recorre-se a “malabarismos literários”!
Sr Guerreiro: desculpe ter usado idioma estrangeiro; ok: “segunda via: natureza da causa eficiente”. Agora, citar as fontes é princípio mínimo de honestidade intelectual, não “malabarismos literários”. E é esta “prova” elaborada/propagada pelo S. Tomás que está sendo discutida aqui – derivada do Aristóteles como já foi exposto por outros, se se não me engano um muçulmano (Avicena?) a teria esboçado/formulado e difundido no ocidente (aliás S. Tomás é absolutamente honesto sempre na citação das fontes).
Não será por não haver lógica no argumento do artigo (“porque não se achou uma causa, não existe causa”)?
Eu escrevi: Analistas ponderaram muito plausivelmente:; portanto eu estava dizendo que o argumento TEM lógica; só que a prova que é objeto de discussão aqui é que DISCORDA do argumento (repito para ficar claro: muito plausível) seu. A “prova” aqui analisada é que sustenta haver coisa(s) sem causa – se há (como se diz em matemática) ao menos uma, pode haver > 1, ok?
julho 7th, 2012 às 9:56 AM
mrh,
por favor meu querido, ESCREVE PORTUGUÊS DE VERDADE! Tá mais fácil entender os trechos em francês que são colados aqui do que os seus textos. O pior é que não tem Google tradutor pra isso!
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Saudações
julho 7th, 2012 às 10:04 AM
Vitor,
Legal o texto. A inconsistência lógica que você comenta está muito bem colocada. Mas o que também é preciso deixar claro que essa inconsistência não atinge apenas a concepção kardequiana de Deus. Como bem lembrou o Toffo, é toda uma visão Aristotélica do universo que está em cheque.
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Sigo a opinião daqueles que consideram Deus como uma criação da nossa mente para dar sentido à nossa presença no universo. Aliás, na matemática há um debate semelhante: a matemática independe da mente ou é uma invenção humana? E na base da idéia de um deus, ou deuses, ou ordem na universo, está a lei de cauda e efeito. Só que a física está dizendo que a nossa experiência regulada pela lei de causa e efeito talvez retrate apenas uma “janela” de uma realidade que é muito mais vasta e desconhecida. Quem esses dias procurou entender o significado da “partícula de Deus” sabe a que estou me referindo.
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Vitor, outra reflexão importante é a relação entre causa e efeito e método científico. O método, que é a joia da coroa da ciência clássica, não funciona na escala micro (como testar hipóteses se causa e efeito podem ser independentes?). E retornando ao tema que dá nos nervos de muita gente aqui, se espírito e matéria são conceitualmente diferentes, como bem sintetizou o José Dias no debate sobre “reencarnação, biologia e evolução”, como encontrar evidências robustas do espírito utilizando o método científico? Em vão, talvez.
julho 7th, 2012 às 11:03 AM
Comentarista Marden diz: Você disse: “pois qual é a causa das decisões tomadas pelo livre-arbitrante?”
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O espírito é o agente causador.
Meu raciocínio erai: havendo “causalidade generalizada”, no domínio “mental”, assim como no “material”, escolha deveria ser efeito de alguma causa anterior. O Sr mostra que esta causa é o espírito. Ok, concordo com sua explicação. De fato não existe a analogia que eu tentei encontrar.
julho 8th, 2012 às 12:37 AM
Olá Vitor.
Gostaria de indicar um video que trata sobre os argumentos implícitos no artigo do ilustre físico.
http://www.youtube.com/watch?annotation_id=annotation_904517&v=mrP8hSdl7Xw&src_vid=YxZY1-1rfN4&feature=iv
O filósofo em questão não está defendendo o argumento apresentado pelo Alan Kardec, mas um argumento parecido chamado por ele de argumento cosmológico Kalam.
1) Tudo o que começa a existir tem uma causa.
2) O universo começou a existir.
3) Logo, o universo tem uma causa.
Um abraço.
julho 8th, 2012 às 12:59 AM
Oi, Marcelo
no texto o físico não concorda com a premissa 1:
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“Sobre o surgimento do Universo, a passagem da inexistência para a existência não requer causa alguma, nem conteúdo algum do qual tudo o que existe tenha que ser proveniente. Exigir tais coisas é um preconceito não justificado. Isto não significa “provir do nada”, pois nada não é algo do qual outra coisa pode provir. Nada é a ausência total de tudo, não só de conteúdo mas de espaço vazio, de tempo e de leis naturais. O que significa é não ser proveniente de coisa nenhuma. Antes do conteúdo do Universo ter surgido (campo, matéria, radiação, espaço, tempo, interações e leis que descrevem o comportamento disso tudo e de seus atributos, como, extensão, localização, duração, movimento, energia, intensidade das interações, spin, carga elétrica, massa e muitos outros, expressos pelas grandezas mensuráveis que aparecem nas leis) não havia leis naturais a serem obedecidas (aliás não havia nem “antes”, pois não havia tempo), de modo que o surgimento de qualquer coisa não desobedeceu lei alguma.”
julho 8th, 2012 às 1:18 AM
Eu sei Vitor, mas veja o que o filósofo William Lane Craig diz sobre isso no video.
julho 8th, 2012 às 1:20 AM
São apenas alguns minutos, não vão te matar. rsrsrsrs
julho 8th, 2012 às 1:21 AM
Marcelo, eu já vi. Ele acha pior que mágica sair alguma coisa do nada. Só que ele se esquece que as leis da física não valiam, logo nesse caso tudo é possível.
julho 8th, 2012 às 1:36 AM
Não é que as leis da física não valiam, elas simplesmente não existiam, porque não havia física. Se tudo é possível, porque Deus ter criado o universo a partir do nada não é?
julho 8th, 2012 às 5:27 PM
Se tudo é possível, talvez este blog e Marcelo não existam.
E talvez deus seja flamenguista.
julho 8th, 2012 às 8:41 PM
Como não sabia onde colar, vou colocar aqui mesmo. Para quem só entende a memória se existir o espírito, a ciência está caminhando para uma resposta mais plausível:
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Descoberta molécula responsável pela memória humana
Um artigo publicado na edição 22 de junho do Journal of Neuroscience descreve a descoberta de uma molécula que é central para o processo pelo qual as memórias são armazenadas no cérebro.
O cérebro é composto por neurônios que se comunicam entre si através de estruturas chamadas sinapses, que podem variar em força. Uma sinapse forte tem um grande efeito sobre a sua célula-alvo enquanto uma sinapse fraca tem pouco efeito.
Segundo o professor John Lisman, a pesquisa se baseia em estudos anteriores que mostram que as mudanças na força dessas sinapses são fundamentais no processo de aprendizagem e memória.
“É agora claro que a memória não é codificada pela mudança no número de células no cérebro, mas sim por mudanças na força de sinapses”, diz Lisman. “Você pode realmente ver agora que, quando a aprendizagem ocorre, algumas sinapses se tornam mais fortes e outras se tornam mais fracas.”
Os estudos avançaram ao ponto de ser possível apagar a memória através do uso de um produto químico conhecido como NC-19. Sinalizando a possibilidade de manipulação da memória em nível bioquímico.
Lisman afirma que ao entender a memória no nível bioquímico o impacto poderá ser enorme, “Você tem que entender como funciona a memória antes que você possa entender as doenças da memória.”
Fonte: brandeis
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Saudações
julho 8th, 2012 às 8:43 PM
O link da notícia é:
http://blogdojsilva-tecnologia.blogspot.com.br/2012/06/descoberta-molecula-responsavel-pela.html?m=1
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Saudações
julho 8th, 2012 às 11:16 PM
Olá Marciano.
Você está em sintonia com o autor do artigo, pois é mais ou menos isso que ele implícitamente está propondo quando diz: “Mesmo que houvesse tais leis de conservação, possivelmente o conteúdo total de carga, massa-energia, momento angular e outras grandezas que se conservam, no Universo atual, seja nulo, exatamente como se não houvesse NADA.” (destaque meu).
Ele quer realmente que você acredite que eu, você, a sua casa, o flamengo, a sua casa, etc. não existem. Incrível!
Um abraço.
julho 8th, 2012 às 11:35 PM
O mais instigante de tudo isso é a constatação de que na origem de tudo isso, isto é, no fenômeno das “tables tournantes”, o conteúdo das mensagens obtidas era eminentemente… político. Segundo John Monroe, que pesquisou o movimento, as sessões espíritas que produziam comunicações de mesas obtinham coisas como “fazer a revolução”, “retomar ideais” e outras coisas semelhantes, não esquecendo que quem promovia essas sessões eram pessoas ligadas à política numa época extremamente turbulenta politicamente na França dos anos 1850, extremamente polarizada entre a “direita” (ideias conservadoras + monarquia + igreja católica) e “esquerda” (liberais e republicanos + socialistas românticos que perderam a batalha em 1848). Se não eram mensagens políticas, eram fofocas, do tipo a idade de Mademoiselle fulana de tal, quem saía com quem, quem aparentemente pulava a cerca etc etc. Ora, isso tudo era provavelmente reflexo da mente de quem fazia essas sessões. Nas sessões de Rivail, ele já trazia as perguntinhas prontas as propunha para duas médiuns muito jovens, adolescentes, que não escreviam as respostas, mas botavam a mão numa prancheta ou numa cesta e dirigiam o movimento delas. Quem não poderia dizer que o que elas obtinham não era fruto daquilo que Kardec pensava? Quem poderia dizer que eram “espíritos” que estavam respondendo ali? Desde que, quarenta anos depois dessas sessões, a psicologia começava a demonstrar que o “eu pensante” não era um ente único e indivisível como a visão positivista de Kardec admitia, e a probabilidade cada vez mais forte de que inteligências extrafísicas poderiam não existir, os postulados espíritas começaram a se tornar problemáticos de se defender cientificamente. E acabaram por se desligar da ciência e virar questão de fé. Por isso que eu digo, o tempo passou na janela e só as Carolinas espíritas não viram.
julho 8th, 2012 às 11:45 PM
Eu sei, Marcelo.
Se você ainda não me conhece, sempre mesclo a verdade com um pouco de brincadeira.
Você pegou o espírito da coisa.
“Espírito”, aí, no sentido figurado.
Abs.
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Parabéns, Toffo.
Assino embaixo e carimbo tudo o que disseste.
julho 9th, 2012 às 12:31 AM
Ele quer realmente que você acredite que eu, você, a sua casa, o flamengo, a sua casa, etc. não existem. Incrível!
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Exatamente. Em seguida, os físicos vão dizer que o gol do Flamengo foi feito sem necessidade de bola… e sem haver jogadores em campo.
julho 9th, 2012 às 8:53 AM
De acordo com Schöedinger, o gol pode ter saído ou não, com ou sem bola, com ou sem jogadores. E parece que o grande filósofo Caetano concorda com tudo isso. Ou não.
Não discrepa da teoria do big bang, aceita por praticamente todos, hoje em dia.
Todos nós, o flamengo, a bola, estávamos todos concentrados na tal singularidade, de dimensão nula (ponto matemático) e massa infinita, antes do início do tempo.
É por essas e outras que também tenho minhas reservas com o modelo cosmológico predominante e com a mecânica quântica. Parece o contato da ciência com a religião, por onde a lógica nem passa.
Buracos negros são os lugares onde o tempo para, contrariando o filósofo Cazuza.
julho 9th, 2012 às 10:04 AM
Tudo isso decorre da tentativa impossível dos humanos de ultrapassar os limites do seu próprio cérebro. Por isso acho a única postura razoável a de nós agnósticos – saber que nada sabemos e que certas coisas é impossível saber com nosso cérebro. E a atitude pragmática da ciência – no caso especificamente a física: formular modelos matemáticos que resultem em previsões futuras úteis, sabendo que se tratam de modelos matemáticos, não de explicações sobre a “realidade” – se é que realidade, verdade, e coisas do gênero “existem”. Acho que esse limite humano foi atingido no momento em que chegamos aos antigos eléctrons, prótons e nêutrons da nossa infância. I.e., é importante ter em mente que são vetores em espaços matemáticos (Hilbert no caso) que têm conseqüências práticas mensuráveis em nosso mundo físico – podemos testar e existência desses vetores enfiando o dedo na tomada. Porém é inútil tentar imaginar como seriam esses fora de serem vetores. Eu já tentei estudar alguma coisa do modelo unificado e desisti, não por burrice (acho), porém achei perda de tempo para quem não seja profissional do ramo, pois jamais será “explicação” de realidades e sim apenas modelos matemáticos prevendo resultados de certas experiências. Por isso também não levo muito a sério o tal Boson de Higgs, que justamente é a bola de futebol invísível desse modelo.
Agora voltando ao tema proposto, me chamou atenção que S. Tomás antevê os resultados até aqui obtidos pela ciência, i.e., a existência de eventos acausais; logicamente que por razões diferentes, i.e., pela suposta impossibilidade do infinito completado. E, quem sabe não seja isso mesmo, quem sabe os eventos acausais não são mesmo a verificação empírica da impossibilidade desse – infinito em ato…
Como dizem que dizia o Feynmann: calem a boca e calculem!
julho 9th, 2012 às 12:26 PM
Acho divertidas as respostas dos “espíritos de luz” no Livro dos Espíritos, a respeito das deficiências humanas: o homem jamais poderá entender as coisas de Deus; a linguagem do homem é eternamente insuficiente; o homem jamais saberá qual a origem do universo. Tratam o homem como débil mental, ignoram o eterno espírito investigador da nossa espécie, tratam-nos com a complacência de adultos perante crianças levadas que são metidas a sabidas. Na verdade, as respostas que eles dão só denotam que ELES é que são insuficientes, não nós. Quer dizer, na hipótese de que “eles” existam. Uma coisa para mim fica claro: se esse é realmente o mundo dos espíritos, de duas uma: ou não é muito diferente do nosso, ou é uma perfeita inutilidade.
julho 9th, 2012 às 1:39 PM
Uma coisa que me intriga é a impossibilidade de averiguar o que, teoricamente, seria óbvio. Deus não é nossa essência e a essência de tudo? Nós não somos os espíritos? Não somos nós quem estamos encarnados e que reencarnamos?
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Não obstante serem coisas tão óbvias, mesmo assim, nenhuma das três hipóteses elencadas foram comprovadas. Por que? Que tirania é essa que faz o homem decifrar os mistérios dos recantos mais longínquos do universo mas esconde, propositadamente, aquilo que está muito próximo, dentro de nós?
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É tão difícil para uma mente normal compreender o quanto é absurdo ter uma fé tão cega? Será que é mais suportável viver numa esperança vã, naquilo que nunca se revela, que nunca se encontra, a viver a realidade que nos cerca?
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Eu já quis muito acreditar. Hoje me cansei de procurar “ouro de tolo”.
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Saudações
julho 9th, 2012 às 4:28 PM
Pois é, Toffo. Espíritos são sempre muito “abestalhados”, como eu já opinei antes.
julho 9th, 2012 às 5:01 PM
Toffo,
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Ainda que eu não seja kardecista, mas vou tentar elucidar alguns dos seus questionamentos.
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“o homem jamais poderá entender as coisas de Deus;… Tratam o homem como débil mental, ignoram o eterno espírito investigador da nossa espécie,…”
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Neste caso o homem, deve ser entendido como o espirito que encarna num mundo como o nosso. Nosso planeta, que é um espirito escola, abriga várias classes de espíritos, uns mais e outros menos adiantados. Mas mesmos os mais adiantados que aqui encarnam, ainda assim são menos adiantados dos que aqueles que já cumpriram a sua etapa reencarnatória. São menos adiantados do que outros que processam sua evolução em mundos astrais, apenas em corpo fluídico e não mais com corpo físico. E dentre os que processam sua evolução em corpos fluídicos, os que tem o corpo fluídico mais diáfano, mais sutil, demonstram terem galgados novos aprendizados, dos que tem uma matéria fluídica mais densa.
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Da mesma forma, fazendo uma analogia, podemos dizer que as crianças nos primeiros anos escolares, não estão suficientemente preparadas para entender certas disciplinas de um curso universitário. E sendo assim, por acaso algum professor que se dirigisse a esses alunos que principiam em seus estudos, dizendo que eles ainda não estão em condições de aprender certas disciplinas (por enquanto, vale frisar), estariam qualificando tais alunos como débeis mentais? É esta a sua conclusão. Injusta e pouco criteriosa a sua comparação.
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Ignoram o eterno espírito investigador da nossa espécie. Tirando o ignoram, o restante da sua frase não poderia ser melhor dita. Na verdade eles (os Espíritos Superiores) não ignoram, nós é quem somos os ignorantes. Verdade sua afirmação, eterno espírito investigador. O espirito é sim eterno e portanto é também investigador, uns mais e outros menos. E outra vez você acertou, esse espírito investigador pertence exclusivamente à raça humana (assumindo a vida em nosso planeta apenas). A Força que interage em todos os reinos da natureza, quando passa a processar sua evolução em corpo humano, recebe a denominação de espírito.
julho 9th, 2012 às 5:43 PM
Jurubeba,
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“Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo.”
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Essa frase é uma inscrição no oráculo de Delfos e data aproximadamente de 650 a.C. – 550 a.C. Vale lembrar, que foi aí neste oráculo que nasceu a medicina como arte de curar, que usavam as comunicações da Pitonisa (uma médium) para a composição dos remédios que curavam os males físicos da época.
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“Que tirania é essa que faz o homem decifrar os mistérios dos recantos mais longínquos do universo mas esconde, propositadamente, aquilo que está muito próximo, dentro de nós?”
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A lei da reencarnação! Mas não é uma tirania. Já demonstrei aqui, que as pessoas tendem a perdoar quando esquecem do seu passado. Isso já foi demonstrado aqui com um dos meus interlocutores. E o mecanismos da reencarnação é tão bem orquestrado, que mesmo “sem saber” você perdoa e depois mesmo “ficando sabendo”, você continua perdoando. Ou seja, é a justiça sendo entendida e aceita em seus princípios mais essenciais e profundos. Mas não está escondido e já não é mais secreto, como foi antes com certas escolas de iniciados.
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“Será que é mais suportável viver numa esperança vã, naquilo que nunca se revela, que nunca se encontra, a viver a realidade que nos cerca?”
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Quem disse que é uma esperança vã? Essa é a verdadeira realidade que nos cerca. E teremos que aprender a viver ambas as vidas, se quisermos ter uma vida mais proveitosa aqui. Quem acredita em reencarnação, tende a querer um melhor planeta, não apenas para seus filhos, como também sabe que poderá vir a precisar reencarnar outras vezes. Portanto, quem acredita em reencarnação tende a ser menos destrutivo com o nosso planeta, o que já é um ponto positivo, não acha? O simples fato de encarar a morte, já é um fator que contribui para salvar o planeta, conforme essas pesquisas científicas http://goo.gl/ls7Oo.
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“Eu já quis muito acreditar. Hoje me cansei de procurar “ouro de tolo”. ”
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Então, não fique sentado no trono de seu apartamento, com a boca escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar…
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Saudações racionalistas.
julho 9th, 2012 às 6:19 PM
A melhor coisa que eu posso dizer é que devemos sim procurar os espíritos superiores – de carne e osso – que, apesar de tudo, existem e vivem aqui neste nosso planetinha. Ou que já viveram e deixaram obras importantes para a humanidade. Esses espíritos superiores podem fazer muito mais por nós do que qualquer ficção. Sim, porque, se existem/existiram espíritos superiores aqui e acolá, como dizem os espíritas, eu prefiro os daqui. Esses sabem o que dizem.
julho 9th, 2012 às 6:24 PM
Marden,
suas colocações, embora tenham uma bela poesia, pertencem ao tipo de afirmação vazia que me cansei de ouvir por anos.
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Poderíamos ter altos diálogos filosóficos sobre esses temas. Mas o blog não existe para isso, além de não ser o meio ideal. Com certeza a conversa renderia. Só que aqui não dá. Quem sabe noutro espaço?
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Respeito sua escolha. Já vivi minha cota de crença e fanatismo. Eu não estou esperando a morte chegar! Eu estou vivendo! Parei de sonhar.
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Só para não passar em branco, infelizmente, desses dois mundos a que você se refere, só tenho acesso a um (e imagino que a maioria das pessoas), que é o real! O da imaginação eu já me libertei!
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Saudações
julho 9th, 2012 às 6:43 PM
Jurubeba,
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Então vou finalizar aqui com duas frases de Einstein, já que você manifestou gostar dele, para uma melhor apreciação, ok?
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“Imaginação é tudo, é a prévia das atrações futuras.”
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“Ser suficiente artista é ter capacidade de desenhar a imaginação. A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo.”
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Pense sobre essas palavras de Einstein e quem sabe elas não te ajude a repensar sobre suas próprias ideias?
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Saudações racionalistas
julho 9th, 2012 às 7:15 PM
Marden,
você não desiste cara!
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Frases fora de contexto são ótimas não acha?
Façamos o seguinte: me indique um livro de Einstein falando de Deus e espiritualidade que eu leio e, se for o caso, me converto na hora.
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Pena que o RC não chegou até ele (muito embora ele possa ter ouvido falar da DE). Se tivesse conhecido o RC não teria dito que o budismo era religião do futuro. Sabe por que ele disse isso? Porque no budismo não existe deus!
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Acho que o melhor a fazer é seguir o Marciano e ignorar suas idiotices! Fique em paz e que o reacionarismo cristão possa te entupir com todas as bobagens que caibam em sua mente!
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Não precisa se dirigir mais a mim pois, se o fizer, terei que ser mal educado e não te responder.
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Saudações
julho 12th, 2012 às 2:13 PM
Entendo que a interpretação do Vitor foi por demais literal. Ser a “causa de todas as coisas” não é o mesmo que ser “a causa de cada coisa”.
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Por “todas as coisas”, entendo que os “espíritos” referiam-se ao nosso universo e tudo o que há nele, fora dele ou antes dele. Logo, este “todo” que engloba “todas as coisas” pode conter tanto as que têm como as que não têm causas. E Deus seria o criador deste “todo”.
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Bem, mesmo o fato de “nosso” universo ter surgido de uma flutuação quântica no vácuo não resolve a questão da causa primeira, apenas paralisa a discussão no instante em que o tempo surgiu.
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Como o tempo começa no Big Bang, então podemos dizer que o universo não teve uma causa, não teve um evento anterior, pois não existiu este antes no qual encaixar uma causa.
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Mas a imaginação humana é fértil e consegue enfiar Deus nas menores lacunas.
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ELE pode ter sido o estopim do Big Bang. ELE pode ter criado o próprio tempo. ELE vive fora do tempo.
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Os físicos especulam que “do lado de fora” do nosso universo existem infinitas membranas que se chocam e formam um oceano de multiversos. É uma “coisa” fora do tempo e do espaço. Provavelmente, será a nova morada de Deus, o “nada” a partir do qual ELE cria universos.
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Saudações
julho 12th, 2012 às 2:18 PM
Oi, Marcelo
tudo bem, entendi seu ponto, mas note que na questão 4 do LE os espíritos oferecem como prova da existência de Deus o axioma que “não há efeito sem causa”. Isso, pelo menos, é pensado ser um erro hoje, embora não se possa demonstrá-lo, afinal, sempre se pode dizer que a causa é desconhecida e futuramente poderemos descobri-la. Mas mostra uma grande mudança de mentalidade frente aos avanços científicos.
julho 12th, 2012 às 2:37 PM
Vitor
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Pode-se argumentar que os “espíritos” referiam-se à regra geral e isto não é falso. De ordinário, realmente “não há efeito sem causa”. No universo macro, “não há efeito sem causa”.
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Apegar-se a “decaimentos atômicos” e coisas do gênero me lembra os criacionistas apelando para o “flagelo das bactérias” como mecanismo irredutível e “prova cabal” de que a teoria da evolução encontrou o seu cisne negro.
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Saudações
julho 12th, 2012 às 2:41 PM
Pois é, Vitor, foi como falei, a noção de Deus na doutrina espírita é tomista, escolástica, baseada ainda no aristotelismo e na filosofia cristã de Santo Agostinho, que vê Deus como causa primária, o motor de todos os motores. Mas essa é uma noção medieval, que viria a ser refutada a partir do cartesianismo, no século 16. Por isso acho que os “espíritos superiores” parece que pararam no tempo, trazendo uma proposta teológica velha de 600 anos, aparentemente ignorando o progresso da filosofia nos séculos seguintes. Por essa e por outras razões é que eu acredito que não há nada de novo nem revolucionário na doutrina espírita, que merecesse a alcunha de “terceira revelação”, uma vez que as ideias e valores que traz são antigos e em dissonância até com os saberes da época. Pelo contrário, me parece um corpo de doutrina afinado com os valores tradicionais da igreja católica e com algumas pitadas da ideologia dos socialistas românticos de 1848, montado sobre um arcabouço positivista, rígido e pouco afeito à mudança dos tempos e das mentalidades.
julho 12th, 2012 às 3:04 PM
Oi, Marcelo
se os criacionistas apelavam para o flagelo das bactérias como mecanismo irredutível – e de fato apelavam – não podem mais fazê-lo. Veja o artigo que saiu em julho de 2007:
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http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960982207013383
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“das 42 assim chamadas proteínas flagelares padrão em Escherichia coli/Salmonella, apenas 20 são universalmente necessárias/detectáveis em todos os flagelos, apenas 15 não têm homólogos conhecidos, e apenas duas são ambas necessárias e universalmente não têm homólogos.” Então, o palco parece montado para uma contagem mais detalhada dos eventos, funções intermediárias e as pressões seletivas que dão origem a essas estruturas incríveis.”
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O título é “Evolution: Reducible Complexity — The Case for Bacterial Flagella”
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Mas a princípio, acho válida a apresentação de “cisnes negros”. Parece que antes do flagelo bacteriano ser apresentado, a moda era citar o olho vertebrado, e o próprio Darwin admitiu que isso seria um teste válido para a sua teoria:
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“Advocates of Intelligent Design (ID) hold that some biological structures are ‘irreducibly complex’, made up of parts that would be useless by themselves, and requiring for their assembly an intelligent designer. The bacterial flagellum is one such structure, the 21st Century microbial equivalent of the vertebrate eye — the origin of which Darwin himself admitted was a test case for his theory.”
julho 12th, 2012 às 4:08 PM
Vitor
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Preste atenção, não estou me referindo ao argumento em si (que já foi refutado, com brilhantismo, há bastante tempo), mas ao expediente de se procurar minúcias, ou melhor, lacunas nas quais encaixar Deus ou, no seu caso, refutá-lo de forma definitiva.
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O que se entende como a “causa de todas as coisas” não implica no salto lógico de “a causa da cada coisa”, por mais inclusiva que a primeira sentença pareça ser.
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Vista literalmente, “cada coisa” está incluída em “todas as coisas”, mas não se pode depreender que a intenção do “espírito” não fosse genérica.
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Repito, não está errado ou fora de cogitação afirmarmos que vivemos em um mundo causal. Esta é – por si mesma – uma das bases do Naturalismo Ontológico, sobre o qual se assenta a pesquisa e o conhecimento científico. Eventos sem causas são, portanto, uma exceção à regra.
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O fato de existirem tais eventos não invalidam a afirmação dos “espíritos” de que Deus é a “causa primeira de todas as coisas” (inclusive de um universo que possui eventos sem causa); da mesma forma que um professor de Física não erra ao afirmar que vivemos em um mundo causal.
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O que me parece mais importante, nesta discussão, é que ainda que a Ciência prove que aquela flutuação quântica no vácuo (Big Bang) foi “não causada” e, portanto, que nosso universo não teve causa; a mente humana sempre vai recorrer a um espaço/tempo imaginário no qual encaixar Deus. ELE será a causa do não causado, o criador do espaço/tempo, o habitante do “nada”, a grande mente que tudo rege, para além e mais do que pode imaginar nossa vã filosofia e nossa ciência manca.
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Saudações
julho 12th, 2012 às 4:17 PM
Oi, Marcelo
ok, e é sempre um prazer dialogar com vc! Apareça mais vezes!
julho 18th, 2012 às 12:01 PM
Texto tendencioso. Para um Físico o texto tem pouca Física e muita Filosofia! Usar o Higgs Boson sem falar de “teoria das corda”, “matéria escura”, “modelo padrão” é impróprio – ainda mais com esse cunho, dado pela mídia, de “Partícula de Deus”. Não desmerecendo o autor, mas ele está fora do mundo acadêmico. Ele pode ter feito parte do CBPF há muito tempo, visto que ele não tem nem CV Lattes. Falar sobre existência de Deus e pegar uma ou outra ferramenta matemática para justificar o que se diz é como fazer mágica, você desvia a atenção para um lado enquanto suas mãos trabalham pelo outro. Então, cadê as contas??? Não quero história, já que vamos ser taxativos, usar lógica clássica, falar de estatística… quero ver as contas! Se eu disser que Deus exite, prove para mim que não?? Qual técnica podemos usar?? Talvez redução ao absurdo, vamos supor que Deus existe e cheguemos ao absurdo – quem se candidata. A imagem de Deus proposta por Kardec não é diferente da representação feita por outras religiões, agora eu pergunto se o artigo está restrito apenas ao “Deus Kardecista” ou vale para as outras religiões também. No trecho final “Mesmo que se ache a causa de algum evento que se considere incausado, isto não significa que fica estabelecida a necessidade de causa para todo evento”. Ué, A->B realmente não significa que dado B então temos A, mas na prática temos n premissas que devem ser levadas em consideração e sabemos muito pouco dessas n premissas sobre o universo – ele não é tão simples como o Modus Ponens. Então meus caros, se tem alguém que enche a boca para dizer que Deus “exite/ou não” estará se valendo de prepotência inexistente. Por via das dúvidas, rezo meu Pai Nosso todas as noites. Ahh… se alguém achar a prova por ai… avise pois estou velho e não consigo mais enxergar o óbvio onde ele não existe. Tá dito.
julho 18th, 2012 às 3:03 PM
Somos eternos sim amigos,só que somos essência,energia,e o que não é eterno é nossos corpo físicos,a matéria .E tudo nasce,vive e morre e se transforma como tudo no Universo.
A única questão ainda é se existe Deus ,e se ele é a causa primária, como surgiu?E se pensarmos Deus é este éter,esta energia na qual estamos mergulhado,e que todos os universos se sustentam através dela ele só pode ser eterna.Ele só pode sempre ter existido ,portanto não foi criado.Mas não temos ainda capacidade para entender isto pela física,quem sabe um dia, o que acho impossível,pois nem mesmo os seres de luz sabem explicar isto direito.
julho 21st, 2012 às 10:34 PM
acho legal que vc pense que somos eternos, Sandy… só que, peinse bem, imaginar que nunca, nunca teremos fim, e sempre estaremos por aí, vai chegar uma hora que essa “eternidade” será tão insuportável que vc vai implorar para que isso acabe. É muito chato pensar que a gente vai viver pra sempre. Tudo no universo tem começo, meio e fim. Por que nós seríamos exceção? termos um começo e nunca mais termos fim? Me parece meio absurdo.
julho 22nd, 2012 às 2:48 PM
Toffo
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Concordo com você. E dentro de uma perspectiva mais ampla, o que nos levaria a crer que um primata que aprendeu a usar talheres e construir a bomba atômica deveria viver para sempre? O que há de tão especial assim em nós, seres humanos, para sermos agraciados com a vida eterna? Se isto não é especismo, então não sei o que é.
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Saudações
julho 22nd, 2012 às 8:18 PM
Muito antes de Richard Ryder, há mais de três milênios, já dizia a Bíblia, Antigo testamento, Livro do Eclesiastes, Capítulo 3, versículos 18 a 21:
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18 Disse eu no meu coração: Isso é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os animais.
19 Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; uma e a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; e o homem não tem vantagem sobre os animais; porque tudo é vaidade.
20 Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão.
21 Quem sabe se o espírito dos filhos dos homens vai para cima, e se o espírito dos animais desce para a terra?
Ryder pode ter cunhado o termo especismo, mas isto não decorre da religião, a bíblia, com todas as suas contradições, na passagem acima, condena o especismo claramente.
Nem nisso a religião é coerente.
Parece que o macaco pelado que escreveu o texto transcrito da bíblia sabia muito bem que não somos espécie especial.
julho 24th, 2012 às 12:32 PM
Para mim, a eternidade me parece mais uma maldição do que uma bênção. Imagine, ser condenado a nunca, nunca, nunca acabar! As consequências começam a aparecer: você vai ficando antigo, ficando pra trás, as novas gerações e as novas ideias vão aparecendo e você está lá, firmão no seu anacronismo, jurássico, um pedaço vivo do passado, porque você é eterno e nunca morre, mas o mundo continua. Uma hora acontece o inevitável: tomam o teu lugar e você fica “sobrando” por aí, eternamente. É que nem a reencarnação. Os defensores só contam metade da história: de que você vai um dia se reunir com aqueles que amou na terra. Muito bem, é verdade. Mas e o outro lado? Você vai igualmente se reunir com todos aqueles que detestou na terra, porque a verdade é uma só para todos, não é? Pois é, além de você ser imortal e nunca, nunca morrer, e ser condenado a virar um arcaísmo vivo, você ainda vai ser condenado a suportar “n” vezes os chatos de galocha que cruzaram nas suas vidas anteriores, aguentar as mesmas piadinhas, as mesmas fofocas, as mesmas brincadeirinhas bestas que te atormentaram nas outras vidas. E, pior ainda!!!!! Se você não se deu bem com o tranqueira numa vida, você vai voltar ene vezes com ele até vocês se darem bem, porque é esta a lei do carma, não é? Mamãe me acuda……
julho 31st, 2012 às 4:38 PM
Caraca!
Adotemos então a teoria do Bing-bang: uma explosão gerou tudo. Ótimo!
Agora, eu não consigo entender uma coisa: o que explodiu????
Se algo explodiu, esse “algo” existia antes da explosão!!!! Dããããã…. Até aí, qualquer criança sabe, mas a questão é:
De onde vem esse “algo”??? Sempre terá uma causa…
E a afirmação de que “podem existir fenômenos sem causa” não quer dizer: existem, em absoluto, diversos fenômenos sem causa. “Pode” é diferente de “realmente existe”.
Intelectuais vaidosos…
agosto 20th, 2012 às 4:24 PM
Isso é admitir a própria burrice: “Em quântica não se tem nada determinado, só probabilidades. Assim é a natureza”
Com os metodos atuais é impossivel conhecer as causas, agora vai dizer que uma moeda lançada pra cima e o decaimento radioativo são tão diferentes assim? ambos a priori se desconhece as causas, mas sabe-se que existem, e que se fossem todas controladas poderiam ser modificadas e induzidas conforme a vontade.
Não se pode conhecer as causas por que qualquer interferencia faz com que as causas mudem, e nem sabemos quais e nem quantas são. Mas não há motivo algum para AFIRMAR que não existem.
Afirmar que existem eventos não causados e dar exemplos tão fracos me parece coisa de Ateus fanatico cujo único próposito é a descrença alheia. E isso nada tem de Cientifico.
Se não se sabe a causa, ela deve ser investigada, e não dizer que não existe.
Acaso é um conjuntos de causas desconhecidas, não existe acaso! Todo evento tem sua causa, e todo tem sua consequencia
agosto 20th, 2012 às 4:33 PM
Mas Rodrigo, a causa foi investigada, até agora sem sucesso… já imaginou a possibilidade de esses eventos não terem causa mesmo, e não ser uma mera questão das metodologias atuais?
A Ciência está disposta a mudar de opinião quando á causalidade ou não das coisas, mas você está disposto a abandonar a crença num Deus que seja a causa primária de todas as coisas?
novembro 18th, 2012 às 2:43 PM
Acho q não devo ler isto! Pois, já sou uma pessoa sem fé e alguém sem fé no mundo, ou melhor, no país q nós estamos vivendo cheio de violencia é horrível. A única doutrina ( sim pq o kardecismo n é uma religião e sim uma doutrina, um modo de ver a vida e “a vida”, ou seja a vida após a morte, ou melhor, de aceitarmos melhor a morte), coisa q nenhuma religião explica o padre mesmo fala fulano está ao lado do pai, Deus quis assim e nada explica o porquê. Se é fantasioso ou não o q a doutrina fala não sei, pórém, desde q a conheci o meu modo de ver e viver mudou ( n q eu acredite em tudo), mas era uma pessoa vingativa, sei lá, mudei muito como pessoa. De tantos livros q li sai aprendendo a ter moral, a ter limites, a não machucar ninguém.
Portanto, não irei ler, já sei, pelo início, do que mais ou menos trata-se, se é minha ilusão, pode ser, mas prefiro ficar com ela, ser uma pessoa melhor, tentar aceitar, através da doutrina a morte e tentar acreditar em um Deus. Abraços.
novembro 18th, 2012 às 2:58 PM
Ah esqueci, tem um livro chamado ” A VIDA TRIUNFA” de Chico Xavier, que são mensagens psicografadas e provadas por vários cientistas da USP, não sou eu quem estou dizendo, está na capa, eles foram em cartório tomar conhecimento das mensagens, são todas provadas. Assim, é um dos poucos médiuns em q acredito. Várias mensagens deles foram psicografadas em diversas linguas, principalmente em Alemão, como uma pessoa simples q mal sabia o português poderia saber o Alemão?! E no livro sobre a vida dele q li de um jornalista, n queria ler de médium pq n queria q fantasiasse. Este jornalista disse q no começo era um cético, depois coisas “esquisitas” começaram a acontecer, inclusive quando foi pedir permissão para o medium e antes de falar o q se tratava além da mão queimar, o medium chegou e deu-lhe permissão para escrever dizendo q iria ser um sucesso. Outro fato interessante e sem explicação, dois jornalistas de outra cidade querendo desmascará-lo foi pedir autógrafo em um livro q Chico escreveu e fazendo-se de gringos deram dois nomes falsos. Ao chegarem no hotel quando foram verificar o autógrafo viram q na dedicatória Chico colocou os nomes verdadeiros de ambos. Como explicar?! Sou difícil de acreditar em certas coisas só q em Chico acredito e tenho respeito, pq pesquisei sobre ele através não de mediuns, mas de jornalistas e cientistas q até hj n conseguiram explicar o fenômeno Chico Xavier.Abraços.
novembro 18th, 2012 às 6:13 PM
Daniele, o Chico nunca psicografou NADA em alemão. E os dois jornalistas eram famosos, facilmente reconhecíveis.
dezembro 28th, 2012 às 9:20 PM
Acho interessante certos comentarios, e principalmente de alguem que quer escrever alguma coisa da pessoa(Kardec).
Em primeiro lugar deve-se saber ler na lingua original do autor, Não é causa primaria. que está escrito no Frances, mas “Causa primeira”, porque sendo primaria seria aquilo que se está iniciando, que se está aprendendo, e sendo “causa primeira”, é a que iniciou, acho que antes de escrever bobagens, deve-se estudar os livros de Kardec, e entender que ali existe uma lógica para a sequencia dos livros´isto porque Ele foi um pedagogo de alto nivel e que Ele nunca disse que o Espiritismo fosse uma verdade absoluta, mas sim que entre a Ciencia e o Espiritismo deve-se sempre ficar com a Ciencia.Porisso digo estude antes de criticar, mas na essencia com traduções de confiança e procure entender que nunca Kardec diz que Espiritismo é religião, e que o Espiritismo só é religião aqui no Brasil, e por Decreto do nosso 1º Presidente da Republica.
Antes de mais nada estude, estude, estudem!!!!
agosto 17th, 2013 às 3:30 AM
Questão de português básico sem aprofundamentos…
“Deus…causa primária de todas as coisas” significa que: Para qualquer coisa existir Deus vem primeiro. Releia e pense!
(…)
É simples! TUDO no Universo começou de algo certo?Acho que todos concordam. Esse começo foi Deus quem fez, ou seja ele já existia antes de tudo! E sempre existiu. Fechando o raciocínio. Se você procurar quem fez Deus entrará em uma dízima periódica, portanto é mais cômodo dizer que ele sempre existiu. Peço desculpas caso não tenha nada a ver com os comentarios, mas so quis explicar a resposta dos espiritos a Kardec que ao meu ver foi bem clara e objetiva. Abraço a todos!
agosto 4th, 2014 às 1:58 PM
Seu trabalho é muito digno, no entanto seu pressuposto para suas inferências é sempre o mundo material.
O Espiritismo deixa claro que existem dois príncipios: o material e o espiritual.
Nossa ciência atual desenvolvida nesta realidade percebida baseia-se estritamente no príncipio material, portanto, todas conclusões tiradas por vocês baseiam nisso.
O exercício é buscar aquilo que sobressai ao príncipio material e o manipula. Aí entra em príncipio espiritual. É só esse o estudo do Espiritismo. Para você falar do que o Espiritismo diz, terá que estudar os mesmos fatos, acontecimentos.
Abraço e repito: parabéns pelo trabalho, pois qualquer trabalho que busque o esclarecimento é válido. Que seja para esclarer a materialidade ou espiritualidade. E o seu esclarece a materialidade.