Replicação de Estudos de Casos Sugestivos de Reencarnação por Três Investigadores Independentes (1994)

Os três autores assumiram a tarefa de replicar os estudos de Stevenson sobre crianças que afirmam lembrar-se de vidas anteriores; J.K. estudou 60 casos em Burma, Tailândia e Turquia; E.H. estudou 25 casos no Sri Lanka e A.M. estudou 38 casos na Índia. De uma amostra combinada de 123 casos, cada autor apresenta um caso. Os autores concluem que em alguns dos casos, as crianças não possuíam vias normais de conhecimento sobre a pessoa com a qual se identificavam, mas notam questões problemáticas, a serem solucionadas em futuros estudos. Uma pesquisa mais avançada poderá levar a uma melhor compreensão acerca das dinâmicas do desenvolvimento infantil.

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ANTONIA MILLS, ERLENDUR HARALDSSON, e H. H. JÜRGEN KEIL

Desde 1960, Ian Stevenson, Professor de Psiquiatria e Diretor da Divisão de Estudos de Personalidade do Departamento de Medicina Comportamental e Psiquiatria da Universidade de Virginia, tem escrito a respeito da evidência da sobrevivência de lembranças ditas de encarnações anteriores (Stevenson, 1960). Ele tem escrito tanto do ponto de vista teórico (Stevenson, 1977b) como empírico, apresentando relatos detalhados de casos em uma variedade de diferentes culturas. Na categorização de White (1992) de 12 abordagens ao estudo de casos psi espontâneos, os estudos de Stevenson são orientados particularmente em quatro categorias: casos individuais, coleções de casos, levantamentos de dados e comparações interculturais. Para começar, seus estudos incluem Índia, Sri Lanka, Tailândia, Burma, Líbano, Turquia, Brasil, Índios Americanos da Costa Noroeste, e os Igbo da Nigéria (Stevenson, 1966, 1966/1974, 1975a, 1975b, 1977a, 1980, 1983a, 1985). Ele e seus colegas compararam os aspectos da longa série de casos que ele tem estudado nessas culturas, bem como entre a população Norte-Americana (Cook, Pasricha, Samararatne, U Win Maung, & Stenvenson, 1983; Stevenson, 1983b, 1986, 1987). A análise mostra a similaridade dos casos entre as culturas. Por exemplo, tais crianças começam a relatar lembranças de uma vida anterior à idade média de três anos e deixam de falar sobre elas entre aproximadamente cinco e sete anos de idade. Stevenson também observa aspectos nos quais os casos diferem de cultura para cultura.

Stevenson tem procurado reproduzir os resultados de seus trabalhos de várias formas (Pasricha & Stevenson, 1979, 1987). Em 1987 ele convidou os autores, dois psicólogos (Erlendur Haraldsson e Jürgen Keil) e uma antropologista (Antonia Mills), para fazerem estudos independentes de casos relatados de reencarnação. A idéia era verificar se pesquisadores independentes iriam qualificar os casos como convincentes ou sugestivos como o fez Stevenson. Os autores haviam trabalhado em outros lugares em suas investigações de campo iniciais (Haraldsson, 1994; Keil, 1991; Mills, 1989, 1990a, 1990b). Neste artigo, para começar, resumimos os resultados de nossas investigações combinadas, e cada um de nós apresenta uma síntese de um caso, até o presente, não publicado. Concluímos com sugestões para incluir algumas das abordagens adicionais identificadas por White (1992).  

VISÃO GERAL DAS INVESTIGAÇÕES COMBINADAS 

Para começar, Jürgen Keil (J.K.) estudou 60 casos em Burma, Tailândia e Turquia; Erlendur Haraldsson (E.H.), 25 casos no Sri Lanka; e Antonia Mills (A.M.), 38 casos no norte da Índia. Os autores obtiveram sua amostra a partir de casos que descobriram no campo de pesquisa e de casos identificados, mas ainda não estudados por Stevenson e seus colegas. Em 80% dos 123 casos, uma pessoa falecida foi identificada, a qual aparentemente correspondia a algumas ou todas as declarações da criança (o caso está “resolvido”); 20% dos casos permanecem sem solução (nenhuma pessoa falecida que correspondesse a algumas ou todas as afirmações da criança foi identificada). Na amostra obtida no Sri Lanka, de E.H. houve muito mais casos sem solução do que em outros países, uma descoberta que está de acordo com estudos anteriores (Cook, Pasricha, Samararatne, U Win Maung, & Stevenson, 1983; Stevenson, 1986). Dos 99 casos resolvidos, a pessoa que a criança afirmava ser era desconhecida para sua família em 51% dos casos, conhecida em 33% e aparentada em 16% destes. Da amostra combinada de 123 casos, somente um dos casos (de A.M.) pareceu estar no limite entre uma brincadeira conscientemente planejada e auto-ilusão (Stevenson, Pasricha, & Samararatne, 1988). Os três casos apresentados a seguir representam casos com um relativamente alto grau de correspondência entre as afirmações da criança e as características da pessoa falecida.

Em cada um dos 123 casos, a criança expressara lembranças de ser alguém diferente do que ele(a) era. Em alguns dos casos, se relatava também que a criança possuía: (a) características comportamentais correspondentes à referida pessoa falecida, (b) marcas ou deficiências de nascimento correspondentes à ferimentos ou outras marcas da pessoa falecida, (c) fobias relacionadas às experiências da pessoa falecida, (d) filias, (e) habilidades inatas, e/ou (f) conhecimento especial ausente em qualquer outra pessoa, que era apropriado ao falecido com quem a criança se identificava. Em 19 casos (estudados por E.H. no Sri Lanka), um registro escrito das declarações da criança era feito, antes que uma pessoa que possuísse importantes características de acordo com o relato da criança fosse identificada. E.H. descreve abaixo um destes casos. Outros casos deste tipo deste tipo têm sido relatados em outros trabalhos por E.H. e Stevenson (Haraldsson, 1991; Stevenson, 1966/1974; 1975b; Stevenson & Samararatne, 1988). J.K. e A.M. também descrevem na seqüência um caso com alguns detalhes. Estes três casos permitem ao leitor julgar se a correspondência entre as declarações da criança e os fatos sobre a personalidade anterior (a pessoa identificada como objeto das declarações da criança) parece provável de ir além de coincidência e/ou fontes normais de informação. 

O CASO DE ENGIN SUNGUR (ESTUDADO POR J.K.) 

Engin Sungur nasceu em dezembro de 1980, no Hospital Antakya, Hatay, Turquia, entre a população Alevi Moslem, que diferentemente de seus vizinhos Sunni Moslem, acreditam na possibilidade da reencarnação. O caso foi estudado por J.K., com a assistência de Ay§e Efe (A.E.) como intérprete, em 1990. Engin tinha então nove anos de idade. Ele ainda se lembrava de detalhes substanciais de sua anterior identificação com Naif Çiçek, mas de acordo com suas declarações e com as de seus pais, suas “lembranças” haviam enfraquecido durante os três últimos anos.

Engin e seus pais viviam na vila de Tavla. Quando Engin tinha menos de dois anos de idade, seus pais o levaram para visitar um parente em outra vila. No caminho, de um certo ponto em uma montanha, ele apontou para outra vila, Hancagiz, e disse: “Eu posso ver minha vila, onde eu vivia.” Hancagiz está a uma distância de aproximadamente 2,5 milhas, ou 4km (de automóvel) de Tavla. Quando os pais de Engin lhe perguntaram “de quem você é filho?”, Engin respondeu: “Eu sou Naif Çiçek”. Ele lhes contou várias coisas a respeito de Naif, como por exemplo, de que ele havia ido a Ankara antes de morrer. (Ver Quadro 1 com lista das declarações de Engin.) Ele insistiu para que seus pais o levassem a Hancagiz, mas estes, inicialmente, não concordaram. Eles nunca haviam ouvido falar ou encontrado Naif Çiçek.

Segundo a filha de Naif, Giilhan, Engin a chamou de “minha filha”, e disse: “Eu sou seu pai,” quando a viu na vila de Tavla. Giilhan frequentava a escola secundária nesta cidade. Nesta ocasião Engin estava preocupado com ela e lhe pediu para que fosse até sua casa, mas ela não o fez. Até este ponto não houvera qualquer contato entre as duas famílias, e não tiveram nenhuma informação uma sobre a outra.

Depois disto, a mãe de Engin levou-o até Hancagiz. Ele tinha então, entre dois e quatro anos de idade. Quando Engin encontrou a viúva de Naif Çiçek, ele a chamou de “minha esposa”. Ele chamou no mínimo sete outros membros da família de Naif pelo nome, mas porque os vários informantes discordavam sobre quem ele chamara pelo nome, estes reconhecimentos são contados como um único ítem no Quadro 1. Engin também apontou para uma propriedade que pertencera a Naif; esta não ficava, obviamente, ao lado de sua casa. Engin perguntou se um de “seus” (de Naif) filhos ainda se escondia no forno usado para cozinhar. Ele identificou várias roupas de Naif. Disse a sua mãe que ele (como Naif) fizera uma lâmpada a óleo a partir de um recipiente de lata. Ele também descreveu quando foi ferido quando seu (de Naif) caminhão o acertou quando seu filho estava dando a marcha à ré, embora alguns informantes achassem que estas afirmações foram feitas primeiro em um incidente posterior, descrito abaixo. Como mostra o Quadro 1, todas as declarações verificadas de Engin estavam corretas. 

Quadro 1

SINOPSE DAS DECLARAÇÕES DE ENGIN SUNGUR

 

Correto?

1. Eu posso ver minha vila, onde eu vivia.

Sim

2. Eu sou Naif…

Sim

3. Çiçek.

Sim

4. Eu fui até Ankara…

Sim

5. antes de morrer.

Sim

6. Chamou Giilhan de “minha filha”.

Sim

7. Eu sou seu pai.

Sim

8. Meu filho se escondia no forno usado para cozinhar.

Sim

9. Chamou a viúva de Naif de “minha esposa”.

Sim

10. Chamou pelo menos sete outros familiares pelo nome.

Sim

11. Esta propriedade é minha.

Sim

12. Foi eu que fiz isto [lâmpada a óleo com recipiente de lata].

Sim

13. Falou sobre ser ferido por seu próprio caminhão…

Sim

14. quando seu filho Fikret acidentalmente deu marcha à ré contra ele.

Sim

15. Reconheceu o caminhão de Naif.

Sim

16. Identificou-se como o pai do filho de Naif, Fikret.

Sim

17. Você não está cuidando bem deste caminhão.

Sim

18. Reconheceu motoristas de taxi (dolmus) que Naif conhecia.

?

19. Eu havia pedido um empréstimo de dinheiro à minha irmã Nazire …

?

20. mas ela não me atendeu.

?

21. Eu pedi um empréstimo de dinheiro à minha irmã Kürciye (ele a chamou por seu nome árabe)…

?

22. e Kürciye deu-me o dinheiro.

?

 

Número total de declarações

22

 

Número de declarações corretas

17

 

Número de declarações incorretas

0

 

Número de declarações indeterminadas

5

 

Naif Çiçek havia sido um motorista de caminhão que morrera após prolongada doença. Ele fôra a Ankara para consultar-se com um médico antes de sua morte, comprou alguns medicamentos, mas retornou convicto de que morreria em breve. Ele tinha 54 anos de idade quando morreu em dezembro de 1979.

Após Engin ter retornado para sua casa em Tavla, um dos filhos de Naif, que não estivera presente quando da visita de Engin a Hancagiz, chegou sem anunciar-se e sem ser esperado em Tavla, no caminhão de Naif. Engin disse: “Quem é o motorista deste caminhão?” Depois de encontrar o filho de Naif, Engin disse: “Eu sou seu pai, porquê você não está cuidando bem deste caminhão?” Ele fez outras declarações incluídas no Quadro 1, cuja veracidade não foi determinada, e não foram consideradas.

A viúva de Naif ficou impressionada (assim como J.K. e A.E.) porque Engin falava e agia como um adulto. Ela notou que, enquanto falava, ele gesticulava com as mãos do mesmo modo que Naif o fazia. J.K. impressionou-se com a grande segurança com que ele falava. A.E. qualificou o domínio de linguagem de Engin como superior ao de muitos adultos. J.K. conseguiu entrevistar Ugur Oztiirk (U.O.), que foi professor de Engin durante seus primeiros três anos de escola. U.O. relatou que Engin era um bom aluno e que desde quando começou a estudar, aos seis anos de idade, ele se comportava como um adulto sério e dizia ser Naif Çiçek. U.O. anotou algumas coisas que Engin disse e alguns meses depois checou-as com o que Engin estava dizendo então. Não havia discrepâncias. 

O CASO DE MAHAVIR SINGH (ESTUDADO POR A.M.) 

Mahavir Singh (pseudônimo) nasceu em 8 de outubro de 1982 na vila de Nagalavicki, população 15.000 habitantes, próxima de Shamshabad, no distrito de Agra, em Uttar Pradesh, Índia. A.M. e Dr. Narender K. Chadha (N.K.C.) descobriram este caso no processo de investigação de outro na região. N.K.C. entrevistou primeiro Mahavir e seus pais em agosto de 1987. A.M. então entrevistou Mahavir e seu pai em 1987, Mahavir, seus pais e sua avó em 1988, e seu pai novamente em 1990, com Parmeshwar Dayal como intérprete. N.K.C. também voltou a visitar a família em fevereiro de 1988 para fazer perguntas adicionais, enviadas a ele por A.M.

Mahavir começou a falar em uma idade muito precoce (12 meses) e demonstrou um grande interesse por animais, particularmente por camelos. Ainda muito novo Mahavir levantava antes de seus pais e irmãos e ia dar água às vacas de seu pai. Ele insistia muito para que seu pai comprasse um camelo. Ninguém em Nagalavicki possuía um camelo, mas Mahavir ia ao encontro de vendedores de camelos, quando estes passavam por sua cidade. Ele segurava a corda que prendia o camelo e dizia que o animal era seu. Mahavir apresentou este comportamento desde quando era uma criança que começava a andar, até depois de identificar um grupo específico de vendedores de camelos como seus parentes.

Quando Mahavir tinha cerca de dois anos de idade, ele disse a sua mãe: “Meu filho [lalu, um termo usado para um filho, ou filho de um irmão] estava indo por este caminho.” Mahavir disse ainda que tinha algum dinheiro no banco, e que um comerciante que ficou com uma parte de seu dinheiro não o devolvera. Mais tarde ele disse que este comerciante se chamava Teja.

Na idade de três anos, Mahavir frequentemente tirava algumas porções do alimento de seu prato e dizia: “São para meus filhos”. Nas respostas a vários dias de questionamento feito por seu pai, Mahavir disse que ele possuía cinco filhos e uma esposa, e que seu irmão também tinha cinco filhos. (Ver Quadro 2 com lista das declarações de Mahavir.) Posteriormente, em resposta a outros questionamentos, ele disse que era de Baura Gaon e que havia morrido no Ganges, onde fora a negócios. Disse que tinha duas filhas solteiras e que um filho e uma filha eram casados. Mahavir aborrecia seus pais chorando para ser levado até sua esposa. Eles tentaram fazê-lo parar de falar nisto, girando-o em sentido anti-horário em uma pedra de amolar e contratando um exorcista indígena, mas nada disto surtiu efeito. Um dia ele disse a seu pai: “meu irmão caiu de um camelo.” Seu pai foi ver a este, pensando que se tratava de seu outro filho, e descobriu que Pathi Ram, um vendedor de camelos, havia caído de um de seus animais. Fora ao filho adulto deste vendedor, Radi Shyam, que Mahavir havia chamado “filho” [lalu], por várias vezes quando este passava por Nagalavicki com camelos. 

Finalmente chegou aos ouvidos de Pathi Ram e sua família que Mahavir havia feito as afirmações citadas acima, e eles vieram, primeiro individualmente, e depois em grupo, para conhecer Mahavir. Antes destes encontros, de acordo com Pathi Ram e sua família, como também os pais de Mahavir, as duas famílias não tinham conhecimento da existência uma da outra, sendo de diferentes castas e vivendo em diferentes comunidades, a cerca de 2km de distância. Mahavir e sua família pertenciam a uma casta mais alta (Kshatriya) do que a de Pathi Ram e seus familiares, que eram Sudras. As entrevistas de A.M. com Pathi Ram, a viúva de seu irmão e seus filhos e sobrinhos revelaram que Pathi Ram era irmão de Khem Raj, um vendedor de camelos da vila de Bada Gaon, que havia morrido perto do Ganges, próximo de Allahabad, aonde ele fôra para vender camelos. Como mostra o Quadro 2, ele tinha tido cinco filhos, dos quais um filho e uma filha eram, na época de sua morte, casados. Khem Raj passava frequentemente pelas trilhas por Nagalavicki quando levava camelos para o mercado, antes de sua repentina doença e morte perto de Allahabad em março de 1982. Khem Raj tinha cerca de 50 anos de idade na data de sua morte.

Quando Pathi Ram, seus parentes e Teja vieram visitar Mahavir, eles ficaram satisfeitos por ser ele Khem Raj renascido, o que confirmaram a partir de seu comportamento, igual ao deste, e de sua descrição sobre onde e com quem seu dinheiro havia ficado. Ele reconheceu Teja e insistiu que Teja lhe devia o dinheiro. Teja então pagou o que devia à família de Khem Raj, assim concordando que o dinheiro pertencia a este.

 Depois disto, Mahavir pressionara continuamente seu pai para levá-lo para visitar “sua” (de Khem Raj) esposa, e quando levado, esta disse que ele identificara corretamente a área em que Khem Raj atuava em seus negócios.

Quadro 2

SINOPSE DAS DECLARAÇÕES DE  MAHAVIR SINGH

 

Correto?

1. Este camelo é meu.

?

2. Meu filho estava indo por este caminho.

Sim

3. Um comerciante ficou com meu dinheiro.

Sim

4. Teja ficou com meu dinheiro.

Sim

5. Eu deixei dinheiro em minha casa.

Sim

6. Eu morri no Ganges.

Sim

7. Eu fui até lá a negócios.

Sim

8. Eu era de Bada Gaon.

Sim

9. Eu tinha cinco filhos.

Sim

10. Eu tinha uma esposa.

Sim

11. Eu tinha duas filhas.

Sim

12. Um filho e uma filha eram casados.

Sim

13. Meu irmão tinha cinco filhos.

Sim

14. Meu irmão caiu de um camelo.

Sim

15. Este é o meu itinerário.

Sim

16. Minha mulher não fez laddhu para mim da outra vez, e agora ela fez.

Sim

17. Eu havia enterrado um pouco do meu dinheiro.

Sim

Número total de declarações

17

Número de declarações corretas

15

Número de declarações incorretas

0

Número de declarações indeterminadas

2

Uma vez, quando de visita à viúva de Khem Raj, Mahavir foi servido de um lanche, que incluía um doce de nome laddu. Mais tarde, Mahavir disse: “Na outra vez ela não fez laddu para mim, e agora fez. A viúva de Khem Raj explicou que no dia da partida de Khem Raj para o mercado de camelos em Allahabad, o mesmo dia em que ele morreu, ele lhe havia pedido para fazer laddu para que ele levasse na viagem, mas ela não fez. Assim o laddu foi interpretado como uma resposta a um desejo não satisfeito.

Mahavir continuou a visitar com freqüência a família de Khem Raj, embora sua grande insistência para fazê-lo tivesse diminuído logo após as primeiras poucas visitas. Ele disse que uma parte do seu dinheiro estava no banco de Allahabad, e outra parte no banco de Shamshabad, mas estas afirmações, se verdadeiras, foram aparentemente feitas depois de seu encontro com a família de Khem Raj, que pode ter-lhe contado estes fatos. Mahavir disse que havia enterrado algum dinheiro em sua (de Khem Raj) casa, mas este não foi encontrado. Ele continuou a pedir a seu pai que comprasse um camelo para ele. 

O CASO DE THUSITHA SUBASHINI SILVA (ESTUDADO POR E.H.) 

O caso de Thusitha Silva (pseudônimo) é particularmente interessante porque suas declarações foram registradas antes que qualquer pessoa que correspondesse a suas afirmações fosse encontrada.

Thusitha nasceu em 16 de junho de 1982, na pequena cidade de Elpitiya, sudoeste do Sri Lanka. Em 1988 ela se mudou para Panadura, que fica a 18 milhas ao sul de Colombo. Tissa Jayawardane (T.J.), assistente de pesquisas de Stevenson, entrevistou a garota e sua mãe em junho de 1990. Em novembro do mesmo ano, E.H., independentemente, entrevistou Thusitha e sua família, tendo Godwin Samararatne como intérprete. O pai de Thusitha havia morrido alguns anos antes do início da investigação.

Segundo a mãe e a avó de Thusitha, à idade de dois anos e meio, ela começou a falar sobre uma vida em Akuressa. Ela disse que havia caído de uma ponte para pedestres estreita e inclinada (wel palama – ponte suspensa) em um rio e que se afogara. Disse que a ponte não era longe de sua casa, que ela tinha um marido, e que estava grávida na época. Thusitha também disse que o nome de seu pai era Jeedin Nanayakkara, que vivia em uma casa maior do que a choupana cheia de lodo em que sua presente família vivia, que sua mãe possuía uma máquina de costura, que tinha uma bicicleta amarela, e que trabalhava em um hospital. Na entrevista com T.J., Thusitha disse ainda que seu marido se atirara no rio para tentar salvá-la, e que quase se afogara também; que este era um carteiro, que eles possuíam um carro, que havia um grande portão em frente a sua casa, e que ela tinha um soutien. Suas declarações estão listadas no Quadro 3.

A mãe de Thusitha disse que ela tinha fobia de pontes e água. Ela disse também que há mais tempo sua filha havia mencionado mais nomes, mas que nem ela, nem sua família se lembrava deles quando entrevistados por T.J. ou E.H. Nesta ocasião Thusitha parecia ter se esquecido de algumas de suas lembranças anteriores. 

A família de Thusitha afirmou não ter qualquer ligação com Akuressa, e que nenhum deles jamais estivera ali quando Thusitha estava falando mais sobre sua vida anterior.

Quadro 3

SINOPSE DAS DECLARAÇÕES DE THUSITHA SILVA

A. Declarações feitas em 26/11/90 para E.H.

Correto?

   1. Eu sou de Akuressa.

Sim

   2. O nome do meu pai era Jeedin [Nanayakkara].

Não

   3. O nome do meu pai era [Jeedin] Nanayakkara.

Sim

   4. Eu tinha uma bicicleta.

Sim

   5. A bicicleta era amarela.

Não

   6. Eu ia para o trabalho de bicicleta.

Não

   7. Eu ia de bicicleta sozinha.

Sim

   8. Eu trabalhava em um hospital.

Não

  9. Eu usava um uniforme branco com chapéu e sapato brancos.

Não

  10. O hospital ficava a certa distancia de sua casa.

Sim

  11. A mãe usava túnica.

?

  12. A mãe possuía uma máquina de costura.

Sim

  13. Eu tinha duas túnicas listradas.

?

  14. O rio ou córrego ficava a alguma distancia dali.

Sim

  15. A ponte para pedestres (wel palama) quebrou.

Sim

  16. Eu caí no rio.

Sim

  17. Eu me afoguei.

Sim

  18. Estava grávida quando se afogou.

Sim

  19. Eu tinha um marido.

Sim

  20. A casa anterior era maior que a atual.

Sim

  21. As paredes eram coloridas.

Sim

  22. Tinha uma sobrinha, filha de sua irmã.

Não

  23. O pai anterior era chamado de appa (present/dada).

?

B. Ítens relatados a T.J., e não a E.H.

   1. Havia um grande portão na casa anterior.

Sim

   2. Seu marido se jogou no rio para salvá-la.

Sim

   3. Seu marido era um carteiro.

Não

   4. Eles possuíam um carro.

Sim

   5. Eu tinha um soutien.

?

Número total de declarações

28

Número de declarações corretas

17

Número de declarações incorretas

7

Número de declarações indeterminadas

4

Akuressa está a cerca de 30 milhas (48 km) de Elpitiya (cidade natal de Thusitha) e a 78 milhas (125 km) de Panadura.

Um bom tempo depois de que Thusitha começou a falar sobre estas coisas, seu irmão viajou para Akuressa, mas ele não ficou sabendo nem encontrou ninguém que correspondesse às afirmações de sua irmã. Ao retornar à sua casa ele repreendeu-a por dizer mentiras. Depois ele lhe bateu por falar com T.J. No verão de 1990, T.J. visitou Akuressa (população: 20.000) e descobriu que uma jovem mulher, com o nome de casada Nanayakkara, havia-se afogado depois de cair no rio, de uma estreita e inclinada ponte, mas T.J. não conseguiu encontrar nenhum membro de sua família. Em novembro de 1990, E.H. e G.S. visitaram Akuressa e encontraram os parentes de uma mulher de nome Chandra Nanayakkara (nascida em Abeygunasekara) que se afogara ao cair de uma ponte suspensa. Eles descobriram a casa de seus parentes (por parte do marido) a cerca de 100 jardas desta ponte. Eles entrevistaram duas das cunhadas de Chandra, um amigo íntimo da família, seu marido (Somasiri Nanayakkara) e seu irmão. Todas estas pessoas foram receptivas e responderam a todas as perguntas.

Segundo estas testemunhas, Chandra havia-se afogado em 1973, aos 27 anos, ao cair da ponte suspensa, que ela e seu marido estavam atravessando. Uma tábua em que Chandra pisou parece ter aberto espaço entre a outra, e ela caiu no grande rio. Seu marido se atirou no rio para resgatá-la, mas quase se afogou também. O corpo de Chandra foi encontrado três dias depois, a alguma distância da ponte. Na época, ela estava grávida de sete meses. Um documento na delegacia confirmou que Chandra havia morrido em dezembro de 1973 “por sufocar-se depois de engolir muita água, quando caiu no Rio Nilwala da ponte suspensa”. Esta é a única ponte suspensa na região. Depois deste acidente, a ponte foi consertada, mas em 1990 estava novamente em mau estado. Muitas pessoas caíram no rio desde então, mas ninguém se afogou.

Em breves relatos, as investigações confirmaram que havia uma ponte suspensa em Akuressa (o que não é comum no Sri Lanka), e que uma mulher casada e grávida havia caído desta ponte e se afogado. O nome de seu sogro (e não de seu pai) era Edwin Nanayakkara (não Jeedin). É comum no Sri Lanka as mulheres casadas chamarem a seus sogros de “pai”. Ela estava acompanhada de seu marido quando o acidente ocorreu, e ele tentou salvá-la. A família de seu marido possuía um carro (fato incomum no Sri Lanka) e uma bicicleta, e sua casa era maior do que a casa atual de Thusitha, tendo um grande portão feito de bambu.

Algumas das declarações de Thusitha se mostraram incorretas: a bicicleta não era amarela, e sim preta; Chandra nunca fôra enfermeira (e sim uma prima e amiga íntima desta); o marido de Chandra era um motorista de ônibus e não um carteiro (embora seu irmão mais velho fosse um carteiro); e ela não tivera uma irmã que possuía uma filha, mas uma cunhada que tinha filhas. As outras declarações são muito comuns para terem um maior valor.

Nesta etapa, E.H. planejava trazer Thusitha até Akuressa para alguns testes de reconhecimento, mas seu irmão se recusou a qualquer colaboração e E.H. teve de abandonar a investigação do caso. 

DISCUSSÃO 

Em todos os três casos apresentados, a criança e sua família não sabiam da existência da pessoa falecida, que foi posteriormente identificada. No caso de Thusitha, todas as declarações foram registradas antes que E.H. ou T.J. tentassem verificá-las ou desmenti-las. Nos dois outros casos apresentados, declarações incorretas podem ter sido eliminadas do resumo, e/ou algumas podem incluir informações adquiridas somente depois do contato com a família do falecido. Por exemplo, os pais de Engin discordaram quanto a se as declarações 16 e 17 (do Quadro 1) foram feitas antes ou depois de Engin ter ido a Hancagiz. Isto pode valer para a ausência de declarações incorretas nestes dois casos, mas estas também ocorrem entre casos resolvidos antes de terem sido investigados (Mills, 1989).

Nos três casos relatados acima, o indivíduo fez, repetidamente, numerosas, definidas, relativamente independentes e substancialmente verificáveis declarações que foram testemunhadas por mais de uma pessoa. Nos dois primeiros casos, nos quais a criança pôde visitar a casa da pessoa falecida identificada como a que correspondia à suas declarações, a criança espontaneamente demonstrou um apropriado afeto aos parentes desta pessoa, que eram indivíduos que a criança nunca havia encontrado antes. A preocupação de Engin com a conservação de um determinado caminhão e com uma determinada menina, e a forte atração de Mahavir por camelos são explicáveis por serem coerentes com sua auto-identificação com um determinado adulto falecido, que vivera antes de eles terem nascido. No caso de Thusitha, a criança demonstrou outro aspecto recorrente em relatos de casos de reencarnação: uma fobia apropriada ao tipo de morte da personalidade anterior (Haraldsson, 1991; Stevenson, 1990). Outros casos estudados, mas não aqui relatados, incluem outras correspondências entre a criança e uma personalidade anterior, tais como marcas ou deficiências de nascença relacionadas a feridas ou marcas (Keil, 1991; Mills, 1989, 1990b).

Em alguns dos casos estudados pelos três autores, a correspondência das lembranças afirmadas pela criança e o comportamento relacionado aos fatos determinados sobre a pessoa que elas aparentemente afirmam ser não são prontamente explicadas pelo acaso. Entretanto, os autores notaram várias questões problemáticas. Uma é que nos casos que não contam com um registro escrito antes de o caso ser “resolvido”, é difícil avaliar quanta alteração na avaliação do “testemunho original” terá ocorrido. Fatores como o quão recente são as declarações, a idade da criança e a disponibilidade e independência de testemunhas têm de ser considerados ao se avaliar tais casos. Outro problema é a dificuldade de avaliar a independência das declarações e o relativo significado ou peso dos grupos de informações aí contidas. O terceiro problema é a avaliação da probabilidade de uma correspondência entre as afirmações, comportamento, etc. de uma criança e as características de uma pessoa falecida. Qualquer cálculo de tal estimativa de probabilidade possui um elemento subjetivo substancial. J.K. observa que embora a probabilidade de que as declarações corretas sejam devidas a meios normais de comunicação possa ser maior que .05 para cada um dos seus casos, os aspectos cumulativos da amostra total de novos casos investigados indica que explicações normais são improváveis de abranger todos os dados (Keil, 1991). Outra questão é se tais crianças representam alguma psicopatologia grave.

E.H. (Haraldsson, 1993) e A.M. têm começado a fazer testes psicológicos em crianças que apresentam estas vivências, a fim de determinar se a sua impressão de que patologia não esteja envolvida possa ser fundamentada, e como os perfis psicológicos das crianças identificadas como tendo lembranças de vidas anteriores se comparam com perfis de uma correspondente amostra de crianças que não fazem tais afirmações.

Esta investigação contínua de casos permite a abordagem longitudinal defendida por White (1992), e acrescenta uma maior dimensão ao apresentar perfis psicológicos de crianças que dizem se lembrar ou ter-se lembrado de uma vida anterior e de crianças que não fazem tais afirmações. Além disto, A.M. e E.H. iniciaram estudos comparativos com crianças ocidentais que afirmam ter amigos imaginários, a fim de avaliar se os dois fenômenos são resultado do tratamento diferenciado, em termos culturais, da experiência da infância e dos conceitos emergentes.

As investigações de três pesquisadores independentes, sobre casos relatados de reencarnação em cinco culturas, nas quais estes casos são constatados, sugere que algumas crianças identificam-se com uma pessoa, sobre quem elas não possuem meios normais de se informar. Em tais casos, as crianças parecem exibir conhecimento e comportamento apropriados àquela pessoa. Apesar da crença cultural na possibilidade de reencarnação favorecer estes casos, e de serem necessárias mais pesquisas na construção social dos casos, a crença em si não parece explicar a totalidade das declarações das crianças e seu comportamento. Os investigadores descobriram que algumas famílias positivamente desencorajavam estas crianças quanto a tais declarações. Com base nos estudos longitudinais, Keil está avaliando que proporção de crianças, identificadas no nascimento como uma determinada pessoa, faz e não faz afirmações indicando reconhecimento ou aceitação desta equação. Estudos mais avançados destes raros casos podem levar a uma melhor compreensão sobre se lembranças de uma vida anterior devam ser consideradas como parte das dinâmicas do desenvolvimento da criança.                                                                                                                                      

REFERÊNCIAS 

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HARALDSSON, E. (1991). Children claiming past-life memories: Four cases in Sri Lanka. Journal of Scientific Exploration, 5, 233-261.

HARALDSSON, E. (1993). Children claiming previous-life memories: Their personality and abilities. Manuscript submitted for publication.

KEIL, H.H.J. (1991). New cases in Burma, Thailand, and Turkey: A limited field study replication of some aspects of Ian Stevenson’s research. Journal of Scientific Exploration, 5, 27-59.

MILLS, A. (1989). Three cases suggestive of reincarnation in northern India: A replication study. Journal of Scientific Exploration, 3, 133-184.  

MILLS, A. (1990a). Moslem cases of the reincarnation type in northern India: A test of the hypothesis of imposed identification. Part I: Analysis of 26 cases. Journal of Scientific Exploration, 4, 171-188.

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PASRICHA, S., & STEVENSON, I. (1979). A partly independent replication of investigations of cases suggestive of reincarnation. European Journal of Parapsychology, 3, 51-65.

PASRICHA, S., & STEVENSON, I. (1987). Indian cases of the reincarnation type two generations apart. Journal for the Society for Psychical Research, 54, 239-246.

STEVENSON, I. (1960). The evidence for survival form claimed memories of former incarnations, Parts I and II. Journal of the American Society for Psychical Research, 54, 51-71, 95-117.

STEVENSON, I. (1966). Cultural patterns in cases suggestive of reincarnation among the Tlingit Indians of southeastern Alaska. Journal of the American Society for Psychical Research, 60, 229-243.

STEVENSON, I. (1974). Twenty Cases Suggestive of Reincarnation (2nd, rev. ed.). Charlottesville: University Press of Virginia. (Original work, published 1966)

STEVENSON, I. (1975a). The belief and cases related to reincarnation among the Haida. Journal of Anthropological Research 31, 364-375.

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WHITE, R. A. (1992). Review of approaches to the study of spontaneous psi experiences. Journal of Scientific Exploration, 6, 93-126.  

Division of Personality Studies/Anthropology Department  (Mills)[1]

University of Virginia

Charlottesville, Virginia 22908  

Institut für Grenzgebiete der Psychologie  (Haraldsson)

Eichhalde 12

D-79140 Freiburg

Germany

 

Department of Psychology (Keil)

University of Tasmania

Hobart

Tasmania

Referência original: Mills, A., Haraldsson, E., & Keil, H.H.J. (1994). Replication studies of cases suggestive of reincarnation by three independent investigators. Journal of the American Society for Psychical Research. Vol. 88, 207-219.

_________________________ 

Este artigo foi traduzido para o português por Márcia Guimarães Andrade.



[1] Todas as correspondências devem ser endereçadas à Dra. Antonia Mills.

4 respostas a “Replicação de Estudos de Casos Sugestivos de Reencarnação por Três Investigadores Independentes (1994)”

  1. Juliano Diz:

    Fala Vítor

    Estava na hora do almoço e lembrei de um caso na Birmânia de crianças de uma família que nasceram com traços europeus e diziam que tinham sido europeus na última encarnação das mesmas, inclusive tendo fotos. Tal situação foi descrita pelo Stevenson numa entrevista que trasncrevo o trecho abaixo. Você não tem maiores informações, e se possível as fotos das crianças deste caso? Acho que seria muito interessante como resposta para uma pergunta que a Paloma vez.

    P: REENCARNAÇÃO GENÉTICA
    A existência de nascimento e deformidades relacionados com a encarnação prévia do paciente parece ser um fato verificável experimentalmente em alguns casos que sugerem reencarnação. Diante de tal fato, como encara V . Sa. o problema da genética?
    R: Estamos começando a pensar sobre esta questão que é bastante complicada. Na Birmânia, por exemplo, conhecemos um casal de pura origem birmanesa (tez escura e traços típicos) que teve diversas crianças louras, de traços, tipicamente europeus. Essas crianças diziam que eram britânicas ou da Europa, tinham hábitos europeus e, num país que se come com as mãos, queriam usar talheres. (Nota: Na conferência feita pelo Dr. Stevenson no dia 16 de fevereiro, ele projetou diversos “slides” destas crianças e pudemos verificar que realmente se parecem com crianças européias. O Dr. Stevenson assegurou que as crianças eram realmente filhas do casal. Diziam ser reencarnações de pilotos ou tripulantes de aeronaves inglesas abatidas na Ásia pelos japoneses durante a última Grande Guerra.)

  2. mrh Diz:

    Karo Juliano,
    .
    além da genétika, está pressuposto no caso 1 kondicionamento (ou, quem sabe, até determinismo) geográfico (“reencarnações d pilotos ou tripulantes d aeronaves inglesas abatidas na Ásia”).
    .
    Morreu lá, renasceu lá!
    .
    Ñ sei c a kultura local acredita no karma, + 1 possível pressuposto pode ser o d q nasceram lá porque fizeram guerra na região, acumulando responsabilidades kármikas regionais etc…
    .
    C considerarmos q os europeus estão na região há muito, na verdade, q os arianos dominaram a Ásia por muito tempo, a presença d genes europeus em populações asiáticas ñ seria tão surpreendente, sendo o kaso, possivelmente, bem interpretado como kulturalismo.
    .
    Afinal, karacterísticas genétikas frequentemente saltam gerações…

  3. mrh Diz:

    Para tais kasos, a kultura é sua força e fraqueza.
    .
    Por 1 lado, sem 1 kultura reencarnacionista, a criança pode ñ saber a q associar as informações inusuais q encontra em si (pode ter suas konvicções reprimidas pela família, sociedade etc).
    .
    Por outro lado, podemos sempre pensar q a kultura reencarnacionista induz a kriança, a família e a komunidade, explicando a ocorrência aparentemente anômala.
    .
    P/ isso, gosto + dos kasos em q arkivos estão envolvidos, como no kaso Tarazi, descrito neste blog, no qual pessoas s/ formação numa kultura reencarnacionista lembram koisas, algumas das quais konfirmadas por assentamentos históricos.

  4. Emanuel de Atlântida Diz:

    Off-topic, mas interessante: http://www.huffingtonpost.com/mobileweb/dj-grothe/psychic-sally-morgan-sues_b_1244151.html

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