Crítica ao livro “Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental”
Esta crítica foi gentilmente traduzida por Marco Cristo, a quem agradeço profundamente.
Resenha de Glen Bowman.
A religião foi a fundação do mundo antigo, do mundo medieval e, por um bom tempo, do mundo moderno. Ao insistir na separação entre religião e estado, os fundadores dos Estados Unidos estavam contradizendo virtualmente todo o precedente histórico. Tradicionalmente, religião e sociedade são tão interconectadas quanto listras de açúcar em um talo de cana. Um texto histórico que negligencia este fato ou o trata de forma superficial deveria ser enviado à reciclagem. Thomas Woods, autor do livro “Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental”, quase certamente deve concordar, na medida em que declara que a “falta geral de conhecimento” da história da igreja entre os estudantes (3) e os “incessantes contos de credibilidade variada” sobre a “Idade das Trevas” comuns nas aulas de história no ensino médio (1). Embora ele ofereça pouca evidência além da anedótica sobre isso, eu sou obrigado a concordar. Também não posso discordar quando ele diz que os estudantes deveriam aprender sobre a influência do Cristianismo na Civilização Ocidental (eu acrescentaria Civilização do Mundo Ocidental).
Dito isto, eu não posso recomendar este livro, seja para uma audiência leiga, seja para uma especializada. Embora fácil de ler e, em alguns pontos, mais que adequado, ele tem simplesmente muitos problemas — tanto no conteúdo quanto na metodologia. No fim, você se pergunta: trata-se de história ou hagiografia (NT: biografia de santos)? A tese do autor pode ser encontrada tanto na primeira página quanto na capa: a Igreja Católica “construiu a civilização ocidental” (1). É aparente mesmo para o observador mais casual que a igreja moldou a cultura Ocidental por meio da arte, música e arquitetura. Mas Woods está dizendo muito mais que isso. Ele está dizendo que, em sua visão, a igreja é responsável por “uma das maiores contribuições intelectuais — inigualável — para o mundo” — a universidade (47). Foi o catolicismo que “possibilitou” a Ciência e não é coincidência que a moderna Ciência “se desenvolveu imensamente no meio Católico” (67). Além disso, a igreja católica deu “origem” à “distintiva idéia ocidental” de lei internacional (135) bem como à idéia de direitos naturais (202). A moralidade ocidental foi “moldada decisivamente pela igreja católica” (203). Também, pensadores católicos foram os “fundadores” da moderna economia de livre mercado (153). Em sua maior parte, o livro de Woods é fácil de ler e muito do que ele diz não é alvo de controvérsia. De muitas maneiras, a igreja preencheu o vácuo que se formou com o colapso do Império Romano do Ocidente. Como a força dominante na Europa em termos políticos, culturais, sociais e, obviamente, religiosos por muitos séculos, a Igreja com certeza moldou muito da civilização no ocidente. Não é necessário ser católico para compreender que Woods – parte historiador, parte apologista – muitas vezes diz a verdade.
Contudo, há um erro fatal em seu argumento e não está no que ele diz, mas no que omite.
O clássico atemporal de 1939 “The Fine Art of Propaganda” descreve várias técnicas usadas
Mesmo se fosse dado a Woods uma segunda chance, isso não adiantaria muito, uma vez que ele repete seus erros em praticamente todos os capítulos. Ele destaca como alguns católicos espanhóis discutem a teoria econômica de livre mercado bem antes de Adam Smith, embora não mostre que houve muito pouco “livre mercado” durante o longo período em que a igreja se opôs à especulação, empréstimo de dinheiro com juros e ganho de lucros. Não apenas isso, mas logo depois da descoberta de Colombo, o Papa Alexander VI decretou uma bula que efetivamente dividiu as Américas em esferas de influência, dando início a um período de séculos não de capitalismo de mercado mas sim de Mercantilismo, uma filosofia que se opunha ao livre comércio. Além disso, embora seja verdade que Bartolome de Las Casas e outros padres tenham se oposto ativamente à escravidão e aos maus tratos de nativos americanos (145-146), é perigoso pensar que isso prova que a igreja Católica consistentemente tenha apoiado os direitos humanos. Ela não o fez. Alguns papas defenderam a escravidão de muçulmanos e de outras pessoas, um fato que Woods convenientemente omite.
Para ser justo, Woods não evita inteiramente as inconsistências e fraquezas da igreja. Ele oferece uma limitação de responsabilidade: “nenhum católico sério deveria sustentar que as pessoas da igreja estiveram certas em todas as decisões que tomaram” (2). É difícil ficar impressionado com esta admissão, como se já não fosse óbvio que não há pessoas perfeitas. Desapontado vai ficar o leitor que estiver procurando por uma visão equilibrada da contribuição total da Igreja para a civilização. O historiador Eamon Duffy (eu tive a oportunidade de conhecê-lo quando estava na graduação, um grande sábio) escreveu uma história do papado chamada “Saints and Sinners” (NT: Santos e Pecadores). Woods, ao contrário, apenas discute os santos, como se, ao ignorar o resto (aqueles que maltrataram os judeus, suportaram o fascismo e violaram os ideais de fé cristã e decência humana), eles deixassem de existir.
Woods também empilha cartas ao dar pouca atenção ao verdadeiro construtor da Civilização Ocidental: a antiguidade clássica. Enquanto ele não ignora por completo o impacto de Aristóteles e outros brilhantes pensadores, tais como os Estóicos, frequentemente ele os elogia por mera educação. Considere a óbvia generalização oferecida de forma relutante “A igreja emprestou do mundo antigo, com certeza” (219). Ao dizer isso, Woods pode pensar que ele deu a atenção adequada à antiguidade clássica, mas não é o caso. Muito do que a igreja “construiu” foi sobre o que restou da civilização greco-romana e ela nem sequer foi a primeira a tirar a poeira dos escombros (muçulmanos na Espanha eram em muitos aspectos mais civilizados que os cristãos). Os teólogos, filósofos e monges que moldaram a vida intelectual das eras medieval e moderna estiveram mais envolvidos com “melhorias” (home improvements) que “construção” (building) da civilização ocidental.
Um dos exemplos mais intrigantes de empilhamento de cartas ocorre no capítulo cinco, quando Woods tenta descrever Galileu como o culpado e a Igreja Católica como a vítima frequentemente criticada. O problema de Galileu é que ele “insistiu em uma verdade literal” da teoria de Copérnico (71) sem “nada que se aproximasse de evidência adequada” (70). Woods não é o primeiro a dizer isso. Sua defesa é melhor que a de muitos, mas logo se mostra falha.
Sem dúvida, é injusto atribuir tanta culpa à Igreja Católica Romana. Certamente, Galileu tem sua parte da culpa. Algumas vezes teimoso, outras difícil (sem surpresas — ele era um acadêmico), ele poderia ter lidado melhor com a situação. De acordo com Woods, Galileu “ignorou a instrução para tratar o modelo de Copérnico como mera hipótese em lugar de uma verdade estabelecida”. Embora isso seja verdade, Woods apresenta apenas uma parte do quadro (73).
Com certeza o papa Urbano VIII apoiou a acusação de heresia, mas não é possível saber porque exatamente, hoje
O fato é que ninguém sabe com certeza o que os dois realmente pensavam. A acusação oficial estabelece que Galileu se comprometeu ao defender “várias proposições contrárias à verdade e à autoridade da Escritura Sagrada” e, entre esses, estavam incluídas “a afirmação que o Sol está no centro“ e a “afirmação que a Terra não está no centro”. Foram estas as razões reais? Quem sabe? Quanto à acusação de que Galileu apoiava tais hipóteses sem evidência adequada, poucos líderes da Igreja compreendiam Matemática e Física o suficiente para determinar isso, de qualquer modo. A maioria deles eram filósofos ou teólogos – homens brilhantes, mas não qualificados para julgar os argumentos de Galileu.
Woods defende que o fiasco de Galileu não prova que a Igreja era contrária à Ciência. Muitos cientistas da época aparentemente não concordariam com Woods, uma vez que depois disso, muitos deles não se sentiram inclinados a publicar em países predominantemente católicos. No futuro, foram as nações de maioria protestante, tais como a Inglaterra, que se tornaram as líderes européias em ciência, tecnologia e, mais tarde, indústria, em parte porque os cientistas sentiam-se muito mais confortáveis em conduzir suas pesquisas naqueles países.
Um dos desenvolvimentos mais importantes da revolução científica foi a adoção crescente do método científico. Historiadores também são treinados em metodologia, mas uma diferença está na documentação. Espera-se que eles empreguem as chamadas fontes primárias [NT: documentos escritos na época dos eventos por alguém com conhecimento pessoal direto de tais eventos]. Eles também precisam usar outras fontes, tais como artigos e monografias de história publicadas anteriormente, mas elas são de menor importância. Esta é a razão pelas quais são chamadas “secundárias”. Como um PhD
Woods destaca que dada a ignorância atual em relação à história “é frustrante ser um historiador medieval da Europa” (3). Esta é uma das poucas vezes que Woods faz um apelo sério para uma moderna re-avaliação da Idade Média. Woods cita Norman Cantor (14) mas o nome de Cantor não aparece na bibliografia, de forma que não há como saber de onde ele vem (um dos muitos exemplos de descuido – não há também nenhuma nota de rodapé a respeito). O uso que Woods faz de fontes secundárias desatualizadas é particularmente embaraçoso quando ele afirma que o lógico Pedro da Espanha mais tarde se tornou o papa João XXI (57). Hoje, nós não sabemos mais com certeza se ele realmente se tornou papa, algo que um historiador familiar com trabalhos mais recentes da academia deveria saber.
Há outros problemas de metodologia. Considerando que este livro enfatiza a história medieval, o autor deveria ter usado fontes primárias da era medieval. É difícil encontrar alguma coisa assim neste livro. Que tal manuscritos em latim e outros materiais da idade média, fontes chaves para qualquer estudante sério do período? Ao menos um — mas, de fato, não há nada.
Uma maneira usada por estudantes não graduados (e até alguns graduados) para aumentar o tamanho dos seus trabalhos é copiar parágrafos de material de fontes secundárias que podem ser facilmente parafraseados e colados. Esta é uma técnica popular entre meus alunos, a segunda mais comum em minha opinião, depois da estratégia de aumentar a fonte ou a margem do texto. Eu fiquei surpreso de ver tantos exemplos desta estratégia neste livro (alguns fragmentos têm quase o tamanho de uma página inteira!). Isto não é necessariamente evidência de uma pesquisa descuidada, mas certamente parece pouco profissional.
Embora Woods não afirme que procura promover auto-respeito entre Católicos, ele deixa muitas pistas verbais, a começar pelo primeiro parágrafo, de que este é um dos seus objetivos. Ele afirma, sem evidência, que “pouca coisa está além dos limites do que ridicularizar e parodiar a igreja” e vê de forma favorável a afirmação de que o anti-catolicismo “é um dos preconceitos aceitáveis restantes na América” (1), uma conclusão com a qual judeus, homossexuais, obesos e muçulmanos, para citar alguns, podem não concordar. Como pai de uma criança com uma forma severa de autismo, eu já vi exemplos de discriminação em escolas, negócios e mesmo na igreja, o que me faz pensar que a afirmação defendida por Woods é extremamente ingênua. Woods também ataca protestantes em alguns pontos, uma conduta não muito adequada para alguem que professa uma fé. Em geral, a falta de isenção histórica em várias partes do texto lembra os panfletos de Jack Chick [NT: Jack Chick é um fundamentalista cristão evangélico que defende idéias como a que a Terra tem 6000 anos e que o homossexualismo é pecado]. Se Woods fosse honesto na introdução e avisasse aos leitores que o que eles vão ler não é história, mas ideologia, então poderíamos ignorar sua panfletagem entendendo-a como marketing.
Seria um erro, contudo, imaginar que Woods quer chatear seus leitores. Sem dúvida a sua audiência é o católico paranóico que realmente acredita que sua fé não é respeitada. Woods conhece bem sua audiência e compreende a importância de apelar aos valores dela. Uma das razões que levaram Regnery a ser uma grande publicadora é que ela entende o seu mercado e dá ao seu público o que ele quer ler. Da mesma forma, Woods descreve a igreja de uma forma que tem grande apelo junto a leitores mais conservadores. Isto é uma ótima estratégia de marketing, com certeza, mas é o certo do ponto de vista acadêmico?
Ao focar em ciência, economia de livre mercado, educação e outros interesses do século vinte, Woods infelizmente pinta a igreja de uma forma que ela não é: uma instituição primariamente secular. A igreja ao longo dos séculos teve duas funções principais: adorar a Deus e santificar almas individuais. Para alcançar estes objetivos espirituais, não terrenos, enquanto sob constante ameaça de fora e de dentro (heresia, Islã, feudalismo, novos monarcas), a igreja foi forçada a fazer o moralmente repugnante jogo da política pelo poder e se envolver em atos de violência e tortura. Há muitos exemplos famosos (e infames) deste tipo de liderança papal: Gelasius I, Urbano II e suas cruzadas, Inocêncio III e os papas da renascença que mais pareciam membros da Família Soprano (NT: uma série de TV sobre uma família de mafiosos). E quem pode esquecer de Torquemada?
Alguns dos críticos de religião gostam de apontar para estes exemplos de liderança maquiavélica como se a igreja estivesse ou pudesse estar interessada apenas
O fato de Woods achar necessário destacar as conquistas seculares da Igreja para ter apelo junto a leitores modernos sugere que talvez nós ESTEJAMOS vivendo em um mundo sem Deus (o título da conclusão de Woods). Aqueles que estudam a Cristandade de direita são sempre surpreendidos pelo materialismo, pelo desejo por poder, pelo apelo,
Se esta resenha fosse escrita para uma publicação acadêmica, e não para um blog sobre assuntos contemporâneos (NT: esta resenha foi escrita para o blog http://www.isthatlegal.org/), eu não tentaria fazer isso, mas uma boa ilustração do meu ponto é a infeliz controvérsia de Terry Schiavo no verão de 2005 (NT: norte-americana que esteve no centro de uma discussão sobre o direito de morrer, após seu marido decidir desligar os aparelhos que a mantinham viva e contra a vontade dos pais da moça. O caso foi para a Justiça que acabou negando os pedido dos pais em face do diagnóstico dado pelos médicos). Anos de teste revelaram a verdade terrível: dano irreversível no cérebro. Uma tragédia, sem dúvida. Mas para quem acredita que Deus está no controle, é apenas uma infelicidade temporária, um prelúdio para a glória eterna. Mas em lugar de deixá-la seguir ao paraíso, onde ela deveria receber, de acordo com a Bíblia, um corpo novo, muitos crentes fizeram de tudo para lhe negar isto e mantê-la na Terra, deitada sem esperança em um leito de hospital, ostentada pela televisão. A persistência deles em face de toda evidência médica em contrário só faz sentido se acreditarmos que este é o único mundo que existe, que a morte representa um fim absoluto. Um triste contraste com a bravura de tantos mártires ao longo da história do Cristianismo que seguiram para as suas mortes de crueldade absolutamente indescritível, excitados por poderem finalmente ver a face de Deus e ir para o único mundo que realmente importava.
Mesmo que Woods não afirme isso diretamente, é muito claro o que este livro é: uma história “católico-centrada”. Minha reação a esta forma de lidar com o passado é ambígua. Embora a abordagem de “ensino de filosofia por meio de exemplos” possa parecer tão ultrapassada quanto o saguão da faculdade onde apenas professores homens sentavam, fumando seus cachimbos e tomando goles de vinho seco, eu acho que há mérito em ter os jovens estudando sobre o passado em parte para inspirá-los a serem mais direcionados, pessoas mais centradas.
Estudar a história africana intensivamente pode certamente encorajar africanos ou estudantes afro-americanos a restaurar a África para a glória que já teve no passado. Se alguém quer uma lição objetiva sobre porque é importante se opor ao preconceito, esta lição pode ser achada na longa história do antissemitismo. Da mesma forma, a história da Cristandade de Woods, embora desnecessariamente parcial, pode inspirar tanto católicos quanto protestantes — sim, protestantes, já que a história anterior à reforma que ele descreve aplica-se igualmente aos protestantes, pois é a sua história também. A igreja católica romana honra o seu próprio passado quando canoniza alguns notáveis crentes como santos. Se este processo ajuda os católicos a serem mais fortes em sua fé, que o façam. Eu irei sempre apoiar por completo o engrandecimento de todos os meus irmãos e irmãs católicos.
Apesar disso, a promoção do orgulho próprio não pode ser o objetivo principal da escrita e do ensino da História. Acima de tudo, espera-se que historiadores valorizem ao máximo os princípios científicos. Eles devem procurar vigilantemente a sempre tão elusiva verdade e, na maior parte das vezes, deveriam deixar os textos motivacionais para Tony Robbins e Dr. Phil. Historiadores são por vezes contadores de estórias, mas eles nunca deveriam contar apenas um lado da história. Infelizmente, é exatamente isto que Woods faz aqui.
Isto não significa que historiadores possam tornar-se objetivos meramente por força de vontade, desligando seus sistemas de valores como se eles fossem luzes de natal. Se alguém está interessado em produzir bom material acadêmico, e não propaganda, então deve procurar os conselhos e orientações dos pares (é notável que nenhum dos revisores na contra-capa do livro seja um historiador) que irão avidamente nos dizer se estamos distorcendo o passado. Aqueles mais interessados em promover uma agenda, e aqueles que tratam com desdém os padrões tradicionais do se fazer história, vão certamente evitar isso.
No fim das contas, supõe-se que estamos escrevendo sobre História, não Hagiografia.
Glen Bowman (Ph.D., University of Minnesota) é professor associado de História e coordenador do World Civilizations na Universidade Estadual de Elizabeth City, Elizabeth City, NC. Ele publicou artigos sobre o Santo Thomas More, teóricos políticos católicos Elizabetanos, John Donne, pensamento utópico, propaganda da Reforma e outros aspectos da igreja e do estado. Ele escreveu e editou “World History Reader” e está concluindo “Selling the English Reformation”, um estudo da carreira do propagandista protestante John Ponet.
Link original: http://www.isthatlegal.org/archives/2006/01/feelgood_histor.html
[1] “Card-stacking” numa tradução literal seria cartões empilhados. É uma forma de argumentação onde toda a evidência (verdadeira ou falsa) é simbolicamente empilhada, em ordem, de modo que sejam lidas uma a uma, em seqüência, fazendo com que no final, a única conclusão possível seja aquela que o propagandista quer ver aceita. É freqüente nesta técnica a comparação das idéias do propagandista com as idéias dos opositores, porém é feito de tal maneira que o ponto de vista do primeiro parece ser sempre a idéia correta. (N. T.)
janeiro 11th, 2013 às 1:05 AM
O q me assusta é q antecipamos e apontamos (os participantes do blog), ao longo dos textos do Vitor (e desde muito antes), cada 1 desses argumentos, e até mais e melhor.
.
Todavia, nenhum era “científico” ou aceitável. Agora, qdo 1 fonte d autoridade estrangeira a repete, ele os publica, sem exigir “provas”, bibliografia d livros d Harvard (pelo q vemos, grande merda – q apenas mostra q há católicos entusiastas em todos os lugares) etc.
.
Creio q, efetivamente, o Vitor padece d algo como 1 conversão católica, 1 tto qto estranha, pois ñ aceita pontos doutrinários; 1 conversão institucional, na qual a filosofia ñ importa, mas a instituição teria valor histórico “autônomo”…
.
Creio q o Vitor está amplamente equivocado e, a meu ver, sai da frigideira do espiritismo para cair no fogo católico… 1 volta ao passado q ñ vai dar certo e ñ vai dar conta do problema – demonstrar a sobrevivência humana à morte física etc.
.
Portanto, sequer o tema tem cidadania nesse blog, ponto importantíssimo q o Vitor desconsiderou injustificadamente, em virtude d 1 vontade íntima d elogiar a Igreja Católica.
.
Passado o “surto” (quem sabe, “retrocognitivo”), espero q regresse ao caminho da ciência e do objeto inicialmente escolhido, pois estava indo muito, mas muito bem.
janeiro 11th, 2013 às 6:43 AM
Sério: Eu me recuso a acreditar que o Vitor esteja “saindo do armário” e revelando-se um católico. Acho que ele está é dando boas risadas ao ler os comentários que seus posts têm causado. Seu silêncio sobre as “acusações” que lhe fazem sinalizam isso. Ou será que não?
janeiro 11th, 2013 às 7:18 AM
A crítica de Glen Bowman ao livro de Woods pode ser sintetizada numa frase pinçada de seu (ótimo) texto:
“Se Woods fosse honesto na introdução e avisasse aos leitores que o que eles vão ler não é história, mas ideologia, então poderíamos ignorar sua panfletagem entendendo-a como marketing.”
Sem dúvida, Woods usa e abusa da técnica do “card-stacking”. Funciona bem, mas só com os mais afoitos.
.
Eu ainda continuo pensando que a civilização chegou ao seu atual estágio de desenvolvimento (?) apesar da Igreja, e não por causa dela.
É isso.
janeiro 11th, 2013 às 7:58 AM
Desculpem, mas eu considerei a crítica do Bowman fraquíssima e errada mesmo. Não é à toa que ele não a publicou em uma revista científica, e sim em um blog. Quando ele diz que a maioria dos membros da Igreja, embora fossem brilhantes, não teriam como analisar devidamente as provas de Galileu, isso o artigo do Roberto de Andrade Martins disponibilizado no capítulo sobre Galileu refuta com o exemplo de Mersenne. E dizer que o verdadeiro construtor da Civilização Ocidental é a antiguidade clássica é simplesmente ridículo. A civilização grega herdou muita coisa de egípcios, de babilônios, de persas, até de fenícios (o alfabeto grego é uma adaptação do alfabeto fenício); mas nem por isso é razoável se dizer que os egípcios, ou babilônios, ou persas, ou fenícios, “construíram” a civilização grega. Bowman confundiu “influência” com “essência”. O sociólogo Rodney Stark, por exemplo, apoia a tese de Woods, dizendo:
.
“O Cristianismo criou a Civilização Ocidental. Se os seguidores de Jesus tivessem permanecido uma obscura seita judaica, a maioria de vocês não teria aprendido a ler e o resto de vocês faria a leitura de pergaminhos copiados à mão. Sem uma teologia comprometida com a razão, o progresso e a igualdade moral, hoje o mundo inteiro seria algo como as sociedades não européias em, digamos, 1800: Um mundo com muitos astrólogos e alquimistas, mas não cientistas. Um mundo de déspotas, faltando universidades, bancos, fábricas, óculos, chaminés, e pianos. Um mundo onde a maioria das crianças não chega aos 5 anos e muitas mulheres morrem no parto – um mundo vivendo verdadeiramente na “idade das trevas”.”
janeiro 11th, 2013 às 7:59 AM
(…) apesar da Igreja (…)
Of course!
janeiro 11th, 2013 às 8:22 AM
Se os seguidores de Jesus tivessem permanecido uma obscura seita judaica, a maioria de vocês não teria aprendido a ler e o resto de vocês faria a leitura de pergaminhos copiados à mão.
Agora sinceramente me deu um nó-na-cabeça. Quer dizer então que os gregos; romanos; os chineses; os indus; os &c. não aprendiam a ler. Só os Cristãos ensinavam seus filhos a ler? (*)
Pergaminho é questão de tecnologia ao que me consta (estarei errado?).
Eu tenho em algum lugar um especial em papel da ECONOMIST da virada do milênio onde é analisada de forma imparcial esta questão da não-evolução tecnológica dos não-Cristãos a partir do ano 1000 (o artigo, do fim de 1999, comparava o ano 1000 c/o 2000).
Vou tentar reencontrar esse especial…
(*) Já não falo dos Muçulmanos porque, do jeito que vai a coisa, vai ser alegado que foram os Cristãos Católicos que os ensinaram a ler 🙁
janeiro 11th, 2013 às 8:42 AM
Vitor, acho que você não está falando sério. Deve estar mesmo se divertindo, não é?
Então, se não fosse pela inestimável contribuição do cristianismo, hoje viveríamos “num mundo com muitos astrólogos e alquimistas, mas não cientistas (…) vivendo verdadeiramente na “idade das trevas”.)”
Este pensamento (o de Stark) é tão ideológico quanto o de Woods. Para mim, é muito mais uma crença cheia de pretensão do que uma tese defensável. Uma profecia muito fantasiosa sobre “como seria se não tivesse sido”…
Mas nada disto é ciência exata, então…
.
Abraço.
janeiro 11th, 2013 às 9:06 AM
Oi, Antonio
sobre o mundo “com muitos astrólogos e alquimistas, mas não cientistas”, sim, seria exatamente isso. Isso é abordado no capítulo 6. A Igreja lutou bastante contra a disseminação da astrologia e da alquimia. Se quiser uma outra fonte além do Woods, veja essa, publicada nos Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v. 8/9. p. 9-54:
.
“No século XIV, devastada pela peste, por revoltas, invasões, guerras e distúrbios de diferentes naturezas, a Europa em crise, revalorizando o mundo antigo e suas tradições, deixou-se invadir por uma onda crescente de estudos alquímicos. Contra essa onda posicionou-se firmemente a Igreja Católica, reagindo não apenas à alquimia como um campo fértil para todo tipo de charlatanismo e impostura, alvo de oportunistas estimulados pela ambição, mas sobretudo ao grande interesse manifestado pelos segmentos mais esclarecidos, inclusive do próprio clero, o que provocava sua inquietação. Dominicanos e franciscanos publicaram vários decretos entre 1273 e 1323 proibindo estudos e práticas alquímicas, confirmados em 1317 por uma nova interdição lançada pelo Papa João XXII (GOLDFARB, 1987, p. 147).”
.
http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v8-9n1/02.pdf
janeiro 11th, 2013 às 9:30 AM
O artigo que citei – The road to riches –
http://www.economist.com/node/346598?Story_ID=346598
mostra que a dicotomia ocorreu a partir de ~1400. Até lá os Chineses & Muçulmanos eram até mais evoluídos que os Cristãos. Então há legitimidade no debate: terá o desenvolvimento econômico e tecnológico do ocidente sido influenciado positivamente pela existência da ICAR vis-à-vis (i) governo totalmente centralizado e portanto interessado na manutenção do status – mudanças geralmente não convém às classes dominantes -(China); ou (ii) vigência da Religião Muçulmana?
Ou terão conseguido os ocidentais, sabe-se lá porque, justamente a partir dessa época começarem a se libertar do completa tutoria da Igreja?
Debatível…
Transcrevo a parte pertinente:
China invented paper about 1,000 years before the idea reached the West. It was printing by the 8th century, and using a form of movable type by the 11th, four centuries before Johannes Gutenberg got round to it (in a superior, cast-metal, version) in Europe. More mundanely, the Chinese thought of the wheelbarrow in about 200, a fine invention not used in Europe until the 12th century. And that non-throttling horse-collar dreamed up by medieval Europe was in use in China from 250BC. Add in explosives, ship design, clock making, weaponry and so on, and the list seems endless.
Then, after about 1400, China’s technological progress slowed. By 1600 it had fallen behind Western Europe. By 1800 the gap was very wide. It is thought that the Chinese understood atmospheric pressure before the West; but they did not develop the steam engine. The spinning wheel appeared in China about when it did in Europe; but the elaborations that gave Europe the spinning jenny and the industrial production of textiles never followed. In some cases what happened was worse than stagnation: ideas were lost. Su Song’s “great cosmic engine” of 1086—an elaborate water-powered clock, 13 metres high, which tracked time and the positions of the moon and planets—was forgotten by the 16th century.
Science and technology, in short, can get far and then stop. The same happened to Islamic science, which achieved great sophistication up until around 1200, and then came almost to a halt. What happened in Western Europe in the 17th and early 18th centuries that failed to happen in the Western Europe of antiquity, or in China after 1400, or in the Islamic world after 1200?
janeiro 11th, 2013 às 9:33 AM
Oi, Gorducho
comentando:
01 – “Quer dizer então que os gregos; romanos; os chineses; os indus; os &c. não aprendiam a ler.”
.
O que se quer dizer é que “quando os gregos micênicos sofreram uma catástrofe no século XII a.C. – uma invasão dos dórios, segundo alguns historiadores –, o resultado foram os três séculos de completo analfabetismo conhecidos como a Era Negra da Grécia: a escrita simplesmente desapareceu no meio do caos e da desordem. Mas o empenho com que os monges fomentaram a escrita e a educação evitou que a terrível destruição que se abateu sobre os gregos micênicos viesse a repetir-se na Europa após a queda do Império Romano. Desta vez, graças aos monges, o cultivo do espírito pela leitura e pela escrita sobreviveu à catástrofe política e social.”
.
Além disso, foi o Papa Silvestre II quem organizou o primeiro material escolar da História. Os primeiros métodos de ensino foram concebidos pelos padres da Igreja Católica. Essas informações você encontra em “Grandes Temas – História Viva”, nº 41.
janeiro 11th, 2013 às 10:27 AM
Ae Vítor, tu é meu camarada então vou lhe ajudar:
http://images01.olx.com.br/ui/19/81/38/1327401669_283217338_1-Fotos-de–EXCURSaO-APARECIDA-DO-NORTE-NA-103-FESTA-DE-SaO-BENEDITO.jpg
rsrsrssr volta logo pro assunto CX!!!!
janeiro 11th, 2013 às 10:40 AM
Desculpem, estive fora por um tempo, voltei e acho que aterrissei em outro planeta… mudou o foco do blog? Vitor neocatólico, aliado de CX, é isso?
Do pouco que eu sei de história, a melhor autoridade para Idade Média é Henri Pirenne, autor belga. Ele explica como a Idade Média se construiu e desconstruiu. Fala da influência dos romanos e dos muçulmanos, do comércio e do renascimento das cidades. Acho isso fundamental.
janeiro 11th, 2013 às 11:38 AM
Toffo, é você chegando e eu saindo de férias. Mas vou tentar continuar acompanhando o blog, sempre que puder.
.
Quanto ao Vitor neocatólico, isso me faz lembrar daquele antigo personagem do Jô Soares no programa Viva o Gordo: O sujeito voltava à consciência depois de um período longo em coma e, após saber de algumas novidades surgidas em sua ausência, exclamava: ” – O quê ??? Não acredito !!! Me tira o tubo !!!” rsrsrs
janeiro 11th, 2013 às 12:26 PM
Coloquei a matéria que saiu sobre Educação na Idade Média aqui:
.
http://www.4shared.com/office/HaRPx8Dv/imeducao.html?
.
Está em formato imagem, tem 23 mega.
janeiro 11th, 2013 às 12:41 PM
É o Espírito do (Católico fanático) CX obsidiando ele 🙁
janeiro 11th, 2013 às 1:46 PM
É canja , é canja , é canja de galinha queremos o divaldo pra nossa rainha!
Ei , ei , ei CX é o nosso rei!
Nunca cx e outros foram tão pedidos por aqui!
Volta CX!!!!!
Volta Divaldo!!!!
Volta Waldo Vieira!!!
Volta Bacelli!!!
Volta Peixotinho!!!
Volta Otília Diogo!!!
Volta Mirabelli!!!
Volta A luiz, emmanuel!! Ah esses 2 não tem como pois não existem…
Volta Raul Teixeira!!!!
Volta Zybia!!
Volta Gasparetto!!!
Volta Amaury Pena!!!
janeiro 11th, 2013 às 3:44 PM
contra o chiquismo:faço minhas as tuas palavras!
janeiro 11th, 2013 às 10:14 PM
Afinal, este livro sobre a Igreja Católica e a Civilização Ocidental é uma obra psicografada? O objetivo deste site é discutir obras psicografadas ou qualquer coisa sobre qualquer religião???
Sobre ‘Obras psicografadas’
O objetivo deste site é analisar cientificamente livros ou mensagens ditos “psicografados”, ou seja, escritos ou ditados por um suposto espírito através de um “médium”, apontando erros e acertos à luz da Ciência atual.
Também busca analisar possíveis fontes de informação em que o médium teria se baseado para escrever a obra, possibilidades de plágio (fraude), de “plágio inconsciente” (também conhecido como criptomnésia), e mesmo a possível ocorrência de um genuíno fenômeno paranormal.
Serão analisadas obras de médiuns famosos e menos conhecidos.
janeiro 11th, 2013 às 10:49 PM
Leitor Confuso,
esse foi um “especial de natal” que se estendeu por mais tempo do que deveria. Mas mesmo assim entenda que religião sempre foi algo muito debatido no blog, então achei por bem acabar com uns mitos que eram e são repetidamente mencionados.
janeiro 11th, 2013 às 11:04 PM
Vitor, confesso que você me enganou direitinho. Nunca imaginei.
Bem, deixemos isso pra lá. Vamos acatar a sugestão do Contra, Cx back.
Voto Cx, compute os votos do Contra e do Cássio.
JCFF está todo sorridente.
janeiro 11th, 2013 às 11:49 PM
Já pensou se inicia um movimento pra canonizar o cx?
janeiro 11th, 2013 às 11:58 PM
vamu primeiro beatificá-lo…
janeiro 12th, 2013 às 1:24 AM
Os alegados benefícios oriundos da igreja católica existiram, assim como existe progresso de alguma forma em qualquer regime político.
Quem detém o poder inevitavelmente participará dos movimentos sociais, o caso é qual a medida de progresso com o regime dominador e qual o avanço caso valores e virtudes não fossem mais apetrechos da hipocrisia do que a realidade.
Obras de arte, por exemplos, foram mantidos e patrocinados por interesses de ostentação de grandezas e belezas exteriores de forma a impressionar a mentalidade frágil dos seguidores idólatras, atemorizar em quadros e esculturas que valorizavam a figura de capetas ou de cadáveres em cruzes e túmulos, choros e desesperos, ou para admirar a pobreza com luxos, ouros, rouparia excêntrica e mística, enfim, a ignorância coletiva era a meta para trazer a perpetuação do domínio e poder.
Triste sina, triste herança deixada por esta instituição muito mundana, pouco espiritual, mas sempre pode-se considerar os verdadeiros cristãos que deixaram de lado estas discrepâncias e distorções lamentáveis e seguiram com fidelidade o Mestre por excelência que prevaleceu sobre o entulho das paixões humanas que norteavam os ditos religiosos, santarrões e mercenários de todas as hierarquias católicas.
janeiro 12th, 2013 às 9:56 AM
====================
BALLOT PAPER
====================
(x) CX back
( ) CX not back
janeiro 12th, 2013 às 2:39 PM
Meu voto:
(x) CX back
( ) CX not back
janeiro 12th, 2013 às 2:45 PM
É isso aí Tonigui, Biasório, ExToffo, e até o Maria Antonieta; Dei uma passada por aqui mas vi que a coisa ta feia, já estou me arrancando.
O jcff e a cartolagem católica que quer rescrever a história são ótimos comediantes mesmo, muito massa essa tentativa, pena para eles que ninguém leva a sério.
Saudações, Roberto.
janeiro 12th, 2013 às 2:46 PM
Tomou VMWare! Papudo!
janeiro 12th, 2013 às 3:27 PM
Pronto, Orlando/Scur bloqueado.
janeiro 15th, 2013 às 7:48 AM
Figuraça, este Scur! Que saudade das suas bobagens chiquistas…
Mas, afinal, quem não as comete (as bobagens) ?… rsrsrs
janeiro 16th, 2013 às 11:10 PM
Olá Antonio, tudo bem?
Você não sabe como sou uma pessoa privilegiada.
O Vítor e o Scur debatem por email. Às vezes, participo das conversas. Eu e o Marciano. É um show !!!
Mudando de assunto, encontrei uma forma bem simples para refutar “Como a igreja católica construiu a civilização ocidental”. Trata-se do livro “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, do economista, filósofo e sociólogo alemão Max Weber. Em 11 de abril de 1999, publicou uma pesquisa com diversos escritores e intelectuais brasileiros, que consideraram a obra de Weber “o livro do século”.
Bem, já li duas vezes este livro, é um livro bem complexo, uma obra-prima mesmo. Em síntese, Weber defende que foram as reformas religiosas, com destaque para o calvinismo, que deram impulso aos avanços do mundo ocidental, mostrando como a Europa se transformou e saiu da letargia criada pela igreja católica.
Eu até pensei em tentar um artigo, passando-o pro Vítor, mas não é fácil trabalhar o livro do Weber. Quem sabe, com tempo e paciência, lerei os artigos que o Vítor postou sobre a ICAR, porque só dei uma olhada superficial. E, se assim acontecer, estarei mostrando diversas passagens do livro de Weber, onde de forma explícita ou implícita, ele mostra como o catolicismo “parava” o mundo europeu. E nem de longe Weber faz “propaganda evangélica/protestante” – ele apenas analisa os impactos que as reformas trouxeram no “pensamento burguês” no “destino do capitalismo”.
Bem, talvez meu projeto fique apenas no desejo, por isso, deixo-lhes a indicação aqui.
E uma resenha da obra:
http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_46780.html
janeiro 16th, 2013 às 11:15 PM
Observações:
– Em 11 de abril de 1999, A FOLHA DE S. PAULO publicou uma pesquisa com diversos escritores e intelectuais brasileiros, que consideraram a obra de Weber “o livro do século”.
– Um pouco que li sobre o tal livro do Thomas Woods, me fez desconfiar que ele “plagiou” a obra de Weber, “à sua maneira”, obviamente.
janeiro 16th, 2013 às 11:23 PM
http://ricardorose.blogspot.com.br/2012/02/etica-protestante-e-o-espirito-do.html
janeiro 16th, 2013 às 11:35 PM
http://www.youtube.com/watch?v=TgtlQUoVIWI
janeiro 17th, 2013 às 9:36 AM
Olá, Biasetto! Vou procurar este livro. Parece bem interessasnte.
Abraço!
janeiro 17th, 2013 às 11:21 AM
Sim Antonio. Um livro muito bom.
O Weber comenta sobre a burocracia, que foi criada pela igreja, no sentido de organização e racionalização, que de fato, contribuiu para o florescimento da civilização ocidental. Ele fala nos primeiros capítulos, que praticamente tudo que “surgiu” no ocidente, já existia nas civilizações antigas, tanto do Oriente Próximo, como no extremo Oriente, mas que foi o “mundo cristão ocidental”, que deu um toque de qualidade nisso. Só que ele mostra, como a ideia do: “o sofrimento terreno te leva para o paraíso celestial”, pregada pela igreja católica, na Idade Média, dificultou o desenvolvimento da Europa.
A partir das reformas religiosas, especialmente com o calvinismo, ocorreu uma mudança de “valor individual”, que trouxe mudanças coletivas: o protestantismo, passou a defender o “paraíso terreno”, a ideia de que o homem poderia encontrar a felicidade na Terra, não precisava esperar a morte. E a grande diferença do livro do Weber para o livro do Woods, é que o Weber não entra no campo da moralidade, ele é pragmático, ele não julga, não aponta a questão do “bem” ou do “mal”, ele apenas se preocupa em mostrar, como a diferença na mentalidade, em várias regiões da Europa, com o advento das reformas, seguido, nestas regiões, do declínio do pensamento teocêntrico-medieval-católico, fez com que estas regiões se desenvolvessem num ritmo acelerado. O Woods, na minha opinião (apesar de eu admitir que não li nem 40% do que foi postado no blog, pretendo ler mais), parece apenas querer fazer propaganda católica, maximizando benefícios que o catolicismo trouxe; ao mesmo tempo, em que procura minimizar ou até esconder, os prejuízos.
E faz todo sentido, esta visão do Weber, porque fica muito claro hoje, como acontece no Brasil, apesar de todas as “bobageiras” e “propaganda enganosa”, pregada por “segmentos evangélicos” – o catolicismo está num declínio progressivo no país, porque não abandonou os seus fundamentos, a ideia do “carrega a sua cruz”, “sofra com resignação”. O que os cultos evangélicos, destas “igrejas faraônicas”, tipo IURD, Assembleia, Mundial … pregam?
Pregam o “paraíso terrestre”: “se você crê, você alcança”; “se você quer o carro novo, a casa na praia, a cura da doença, creia nisso, a graça virá”.
Há uma diferença muito sutil e ao mesmo tempo muito clara, nas “pregações evangélicas” e nas pregações católicas.
O catolicismo não conseguiu se livrar das amarras medievais: exige o celibato, critica o prazer sexual, os “prazeres mundanos”. Não estou fazendo uma crítica negativa, dizendo se um segmento é bom ou mal, nem se está certo ou errado, do “ponto de vista espiritual”. Apenas, focando uma realidade: à medida que as pessoas vão alcançando mais poder aquisitivo, vão descobrindo outros prazeres, elas querem participar do “mundo do capital”, elas querem ser sujeitos ativos nisso – e o catolicismo, de certa forma, quer “frear” isto, quer que as pessoas fiquem dizendo: “É a vontade de Deus né?”; “Ele quer assim, o sofrimento irá nos trazer a recompensa no além” – é um discurso ultrapassado, que está sendo totalmente descartado. A ICAR insiste em não aceitar isto: está com os dias contados.
E, mais além, quando as pessoas dão uma salto a mais de qualidade, fazem curso superior, experimentam outras formas de prazer e liberdade, elas tendem a irem se desligando de todas as religiões. Quando, como ocorre em vários países europeus, especialmente os escandinavos, o Estado passa a ser visto com confiança, as pessoas passam a acreditar na educação, na segurança, nas leis de trânsito, na saúde pública … aí já era: “tchau, tchau religião”. É como se dissessem: “não preciso mais disto!”
Por que os Estados Unidos deram certo?
Além de fatores histórico-geográficos, o protestantismo sempre foi predominante no país, aliado a um laicismo constituído, ainda que tenha feito propaganda teísta.
Se fosse, desde o seu início, um país essencialmente e predominantemente católico, será que seria o que é hoje?
janeiro 18th, 2013 às 1:11 PM
Vejam aí, o que eu disse:
http://forbesbrasil.br.msn.com/negocios/bispo-edir-macedo-%C3%A9-o-pastor-mais-rico-do-brasil-com-uma-fortuna-de-usdollar-950-milh%C3%B5es
janeiro 18th, 2013 às 1:29 PM
http://www.paulopes.com.br/2013/01/vaticano-tem-contra-secreta-de-40-milhoes-de-euros.html#.UPiebh3BFX0