Livro “Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental” (2008) – Capítulo 11

Neste capítulo Woods revela como a Igreja protegeu a mulher numa época em que ela não tinha praticamente qualquer direito, bem como acabou por eliminar atitudes bárbaras, como o combate entre os gladiadores e o duelo.

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Atenção: Isso não é uma defesa da Doutrina Católica. Não acredito que Maria pariu virgem muito menos que continuou assim após o parto; que Jesus multiplicou pães e peixes, etc. Também abomino a discriminação que é feita contra homossexuais (ao dizer que homossexualismo é pecado)  bem como a propaganda feita contra o aborto, o incentivo ao não uso de camisinha e afins.

XI.

A IGREJA E A MORAL NO OCIDENTE

MORAL CATÓLICA E MORAIS NÃO CATÓLICAS 

Não é de surpreender que os padrões morais do Ocidente tenham sido decisivamente configurados pela Igreja Católica. Muitos dos mais importantes princípios da tradição moral ocidental derivam da idéia nitidamente católica da sacralidade da vida humana, do valor único de cada pessoa, em virtude da sua alma imortal. Essa idéia não se encontrava em lugar nenhum do mundo antigo, nem na Grécia nem em Roma. Com efeito, o pobre, o fraco ou o doente eram normalmente tratados com desprezo e, às vezes, até mesmo completamente abandonados, como já vimos a propósito das obras de caridade empreendidas no seio da Igreja.

Platão, por exemplo, disse que um pobre homem cuja doença o tornasse incapaz de continuar a trabalhar devia ser abandonado à morte. Sêneca escreveu: “Nós afogamos as crianças que nascem débeis e anormais”[1]. Muitas meninas sadias (incômodas em sociedades patriarcais) eram simplesmente abandonadas, o que fez com que a população masculina do antigo mundo romano ultrapassasse a feminina em cerca de trinta por cento[2]. A Igreja nunca aceitou semelhante comportamento.

Vemos o compromisso da Igreja com a natureza sagrada da vida humana na condenação do suicídio, prática que tinha defensores no mundo antigo. Aristóteles criticou o suicídio, mas, entre os antigos, outros – particularmente os estóicos – eram-lhe favoráveis, como meio aceitável de escapar ao sofrimento físico ou psíquico. Um bom número de estóicos famosos cometeu suicídio. Que melhor prova de desapego do mundo poderia haver do que ser a própria pessoa a determinar o momento da partida?

Em A Cidade de Deus, Santo Agostinho condenou os elementos da Antigüidade pagã que encaravam o suicídio como um ato nobre:

“Grandeza de espírito não é o termo correto para designar alguém que se mata por lhe ler faltado coragem para enfrentar o sofrimento ou as injustiças dos outros. Na verdade, revela-se fraqueza em uma mente que não pôde suportar a opressão física ou a opinião estúpida da plebe. Nós atribuímos muito justamente grandeza de espírito a quem tem a fortaleza de enfrentar uma vida de miséria em vez de fugir dela, e de desprezar os juízos dos homens […] antepondo-lhes a pura luz de uma boa consciência”[3].

O próprio exemplo de Cristo – continuava Agostinho – proíbe tal comportamento. Cristo podia ter induzido os seus seguidores ao suicídio, para escaparem dos castigos dos seus perseguidores, mas não o fez. “Se Ele não lhes aconselhou esse caminho para abandonar esta vida – raciocinava Agostinho –, embora lhes tivesse prometido uma morada eterna depois que partissem, é claro que esse meio não é permitido àqueles que adoram o único Deus verdadeiro”[4].

São Tomás de Aquino também abordou a questão do suicídio no tratado sobre a justiça da sua Summa Theologiae. Dois dos seus três principais argumentos contra o suicídio baseiam-se na razão, independentemente da revelação divina, mas concluem com um raciocínio estritamente católico:

“A vida é um presente oferecido por Deus ao homem e só Ele tem o poder de dá-la ou tirá-la. Portanto, quem tira a sua própria vida peca contra Deus, assim como aquele que mata o servo de outra pessoa peca contra o senhor a quem esse servo pertencia, ou assim como peca aquele que usurpa o poder de julgar em uma matéria que não é da sua jurisdição. A Deus pertence julgar da morte e da vida, como diz o Deuteronômio 32. 39: Eu faço morrer e faço viver[5].

Embora talvez não seja fácil medi-lo, pode-se afirmar que a aversão ao suicídio infundida pela Igreja teve extraordinário eco entre os seus fiéis. No início do século XX, um estudioso sublinhava a diferença gritante que existia na Suíça entre a taxa de suicídios ocorridos nos cantões católicos e a que se verificava nos cantões protestantes, assim como o baixíssimo índice de suicídios observado na profundamente católica Irlanda, terra de tantas tragédias e infortúnios[6].

Foram também os ensinamentos de Cristo proclamados pela Igreja que ajudaram a abolir os combates de gladiadores, em que os homens lutavam entre si até a morte como forma de entretenimento. Essa banalização da vida humana não poderia ter sido mais oposta à doutrina católica sobre a dignidade e valor da vida humana. No seu Vida quotidiana na Roma Antiga, Jerome Carcopino diz claramente que “as carnificinas na arena foram banidas por ordem dos imperadores cristãos”. Assim aconteceu efetivamente em fins do século IV na metade ocidental do Império Romano, e no início do V na metade oriental. Lecky situou esse progresso na sua perspectiva histórica: “Houve poucas reformas tão importantes na história moral da humanidade como a supressão dos espetáculos de gladiadores, um feito que deve ser atribuído quase exclusivamente à Igreja Católica”[7].

O DUELO 

A Igreja foi igualmente inimiga da prática do duelo, tão espalhada. Aqueles que apoiavam essa prática alegavam que, com a sua institucionalização, mediante códigos de honra que fixassem o modo de realizar-se e a presença de testemunhas, se desencorajava a violência. Isso era melhor, diziam, do que as incessantes rixas sangrentas que duravam até a madrugada, com absoluto desprezo pela vida humana. Como só os utopistas acreditavam que a violência podia ser totalmente erradicada, era melhor canalizá-la por vias socialmente menos perturbadoras. Esses eram os argumentos com que se justificavam os duelos.

Mas nem com essas medidas deixava de haver algo de repugnante em que os homens se servissem de espadas e pistolas para vingar a sua honra, e daí que a Igreja aplicasse sanções contra os que se envolviam nessa prática. O Concílio de Trento (1545-1563), que tratou principalmente da reforma eclesiástica e dos pontos de doutrina que a reforma protestante contestava, expulsou da Igreja os que se batiam em duelo, excluindo-os dos sacramentos e proibindo que tivessem funerais católicos. O papa Bento XIV reafirmou essas penas em meados do século XVIII e o papa Pio IX deixou claro que elas se estendiam igualmente às testemunhas e aos cúmplices.

O papa Leão XIII tornou a insistir nessa oposição da Igreja, em uma época em que as leis civis se mostravam indiferentes a essa prática. Resumindo os princípios religiosos em que se baseara durante séculos a condenação católica ao duelo, afirmou:

“A lei divina, que é conhecida tanto pela luz da razão como pelo que a Sagrada Escritura nos revela, proíbe expressa e terminantemente que – fora dos casos de proteção da ordem pública – alguém mate ou fira outro homem, a menos que seja compelido a fazê-lo em legítima defesa. Além disso, tenha-se presente que aqueles que provocam um combate privado ou o aceitam quando desafiados, procuram deliberada e desnecessariamente tirar a vida a um adversário ou pelo menos feri-lo. Por outro lado, a lei divina proíbe quem quer que seja de arriscar a vida imprudentemente, expondo-se a um grave e evidente perigo, quando a tanto não o obrigam o dever ou a caridade. Existem na própria natureza do duelo uma temeridade completamente cega e um desprezo pela vida. Portanto, não pode restar nenhuma dúvida na mente daqueles que se envolvem em um duelo, de que ambos assumem individualmente uma dupla culpa: a de destruir o outro e a de pôr deliberada-mente em risco a sua própria vida”.

As razões alegadas pelos que se batem em duelo para dirimir as suas contendas são – escreveu o papa – ridiculamente inadequadas. No fundo, baseiam-se no simples desejo de vingança: “Na verdade, é o desejo de desforra que impele os homens passionais e arrogantes a exigir satisfações”. E acrescentou: “Deus manda a todos os homens que se amem uns aos outros com amor fraternal e proíbe-os de jamais usar de violência seja com quem for; condena a vingança como um pecado mortal e reserva para Si o direito à expiação. se as pessoas fossem capazes de dominar a sua paixão e de submeter-se a Deus, seria mais fácil abandonar o monstruoso costume do duelo”[8]. 

Outro campo em que a Igreja Católica forjou as concepções morais do Ocidente foi o da guerra justa. O mundo da antigüidade clássica tinha debatido esse tema, mas fizera-o a propósito de determinadas guerras, sem chegar a elaborar uma teoria completa sobre o tema. “Nem em Platão nem em Aristóteles – assegura Ernest Fortin – encontramos nada que se compare à famosa quaestio [questão] «Sobre a guerra» na Summa Theologiae de São Tomás de Aquino”.

É verdade que Cícero antecipou algo parecido com uma teoria sobre a guerra justa ao analisar os conflitos bélicos na história de Roma. Mas os Padres da Igreja, que herdaram a sua idéia, deram-lhe uma extensão muito mais ambiciosa, assumindo-a como ferramenta de avaliação moral. Fortin acrescenta que “devemos reconhecer que os teólogos cristãos deram ao problema da guerra uma urgência muito maior do que linha tido para alguns filósofos da antigüidade clássica”, principalmente a vista “da força dos ensinamentos bíblicos a respeito da sacralidade da vida”[9].

A primeira abordagem do tema da guerra e dos critérios morais necessários para que possa ser considerada justa, é a que encontramos nos escritos de Santo Agostinho. Para ele, uma guerra “só se justifica pela injustiça de um agressor, e que essa injustiça constitua fonte de sofrimento para algum homem bom, sendo por isso uma injustiça humana”. Embora não o dissesse expressamente, parece também que dava por certo que um exército beligerante devia poupar da violência a população civil. Com isso, mais a advertência que fazia de que uma guerra não podia ter por motivo o espírito de desforra, que não podia ser empreendida com base em meras paixões humanas, insistia nas disposições internas dos combatentes, que deviam refrear o uso indiscriminado da força[10].

São Tomás de Aquino também tratou do tema de forma memorável, mencionando três condições que deviam concorrer cumulativamente para que uma guerra pudesse vestir o manto da justiça:

“Para que uma guerra seja justa, são necessárias três coisas.

“Em primeiro lugar, deve ser o soberano quem. pela sua autoridade, ordene uma guerra, pois declará-la não é competência de um individuo privado.

“Em segundo lugar, requer-se uma causa justa, ou seja. que aqueles que são atacados o mereçam por terem cometido alguma falta. Por isso, diz Agostinho: «Costuma-se chamar guerra justa àquela em que uma nação ou um Estado devam ser punidos por recusar-se a castigar os erros cometidos pelos seus súditos ou a resliluir o que foi injustamente roubado».

“Em terceiro lugar, é necessário que os beligerantes tenham uma intenção reta, isto é, que tenham em vista promover o bem ou evitar o mal […]. Porque pode acontecer que, sendo legítima a autoridade de quem declara a guerra e justa também a causa, não obstante, seja ilícita pela má intenção. Por isso, Agostinho diz que «são, em justiça, condenáveis na guerra a paixão por infligir danos, a cruel sede de vingança, um ânimo implacável e inexorável, a febre de revolta, a ambição de dominar e outras coisas semelhantes»[11].

Essa tradição continuou a evoluir nos fins da Idade Média e durante o período moderno, especialmente com o trabalho dos escolásticos espanhóis do século XVI. Francisco de Vitória, que, como vimos, desempenhou um papel primordial na formulação dos rudimentos do direito internacional, também se dedicou à questão da guerra justa. Em De iure belli, identificou três regras principais da guerra, tal como explicam os historiadores católicos Thomas A. Massaro e Thomas A. Shannon:

“Primeira regra: Partindo da base de que um príncipe tem autoridade para empreender uma guerra, deve antes de tudo não ficar à procura de ocasiões e causas para declará-la, mas, se possível, viver em paz com todos os homens, como nos recomenda São Paulo.

“Segunda regra: Quando rebenta uma guerra por uma causa justa, não deve ser empreendida para destruir o povo contra o qual é dirigida, mas somente para obter os direitos e a defesa do próprio país e para que, com o tempo, dessa guerra possam advir a paz e a segurança.

Terceira regra: Quando se vence uma guerra, a vitória deve ser utilizada com moderação e humildade cristã, e o [soberano] vencedor deve compreender que está sentado como juiz entre dois Estados, o que foi injustiçado e o que cometeu a injustiça. Por isso, deve agir como juiz e não como acusador, a fim de que, pelo juízo que emita, o injustiçado possa obter satisfação e, evitando tanto quanto possível a calamidade e o infortúnio para o Estado ofensor, os indivíduos ofensores sejam castigados dentro dos limites da lei”[12].

Em termos parecidos, o pe. Francisco Suárez resumiu assim as condições de uma guerra justa:

“Para que se possa considerar justa uma guerra, devem observar-se certas condições, que podem ser enunciadas em três itens. Primeiro, deve ser declarada por um governo legítimo. Segundo, a sua causa deve justa e correta. Terceiro, devem ser usados métodos justos, isto é, que demonstrem equidade, tanto no começo da guerra, como no seu decurso e na vitória […]. A conclusão geral é que, embora a guerra em si mesma não seja um mal, deve ser incluída, pelas muitas calamidades que acarreta, entre os empreendimentos que, com freqüência, se levam a cabo incorretamente. Por conseguinte, é preciso que concorram muitas circunstâncias para considerá-la honesta”[13].

O Príncipe, de Maquiavel, era uma análise política meramente laica[14]. A visão que oferece sobre a relação entre a moral e o Estado – e que ainda hoje influi nu pensamento político ocidental – ajuda-nos a perceber o significado e a importância da teoria da guerra justa. Por esse esquema, o Estado não podia ser julgado por nada nem por ninguém, e não linha que prestar contas a nenhuma autoridade mais alta: nem o Papa nem qualquer código moral podiam julgar o comportamento do Estado. Uma das razões pelas quais Maquiavel ofendia tanto o catolicismo era a noção de que o próprio Estado – e não apenas os indivíduos – está sujeito às normas morais. Como expressou um escritor, a política tornou-se para Maquiavel “um jogo, como o xadrez, e a eliminação de um peão político, mesmo que esse peão consistisse em cinqüenta mil homens, não devia preocupar mais que comer uma peça de marfim do tabuleiro”[15].

Foi precisamente para combater esse tipo de pensamento que começou por desenvolver-se a tradição da guerra justa e, particularmente, as contribuições dos escolásticos do século XVI. De acordo com a Igreja Católica, ninguém – nem mesmo o Estado – está isento das exigências da moral. Nos séculos subseqüentes, a teoria da guerra justa demonstrou-se uma ferramenta indispensável de reflexão moral: e os filósofos que, nos dias de hoje, trabalham nessa linha, partem desses princípios tradicionais para fazer face aos desafios específicos do século XXI.

CASTIDADE E DIGNIDADE DA MULHER 

As fontes mais antigas revelam-nos que a moral sexual se tinha degradado em extremo na época em que a Igreja surgiu na História. Como escreveu o satírico Juvenal, a promiscuidade generalizada levara os romanos a perder a deusa Castidade. Ovídio observou que, no seu tempo, as práticas sexuais se tinham rebaixado a um nível especialmente perverso, e até mesmo sádico. Podem-se encontrar testemunhos similares em Catulo, Marcião e Suetônio acerca do estado da fidelidade conjugal e da imoralidade sexual nos tempos de Cristo. César Augusto tentou pôr cobro a essa situação com medidas legais, mas a lei raramente consegue reformar um povo que já tenha sucumbido ao fascínio dos prazeres imediatos. No começo do século II, Tácito afirmava que uma mulher casta era um fenômeno raro[16].

A Igreja ensinou que as relações íntimas só são lícitas entre marido e mulher. O próprio Edward Gibbon, que culpava o cristianismo pela queda do Império Romano, foi obrigado a admitir: “Os cristãos restauraram a dignidade do matrimônio”.

Galeno, o médico grego do século II, impressionou-se tanto com a retidão do comportamento sexual dos cristãos, que os descreveu como “tão adiantados em autodisciplina e no intenso desejo de atingir a excelência moral, que em nada são inferiores aos verdadeiros filósofos”[17].

Para a Igreja, o adultério não se limitava à infidelidade da esposa, como se costumava considerar no mundo antigo, mas estendia-se também à infidelidade do marido. A influência que ela exerceu neste domínio foi de grande importância histórica, e não admira que Edward Weslermarck, um excelente historiador da instituição do matrimônio, tenha creditado à influência cristã a equalização do pecado de adultério[18].

Esses princípios explicam em parte por que as mulheres constituíam tão grande parcela da população cristã dos primeiros séculos da Igreja. As mulheres cristãs eram tão numerosas que os romanos chegaram a desprezar o cristianismo por considerá-lo uma religião para mulheres.

A atração que a fé exercia sobre as mulheres provinha em boa medida de que a Igreja santificava o matrimônio – elevado por ela à categoria de sacramento – e proibia o divórcio (o que, na realidade, significava que nenhum homem podia abandonar sem mais nem menos a esposa para casar-se com outra mulher).

Foi também graças ao catolicismo que as mulheres alcançaram autonomia:

“As mulheres encontraram proteção nos ensinamentos da Igreja – escreve o filósofo Robert Phillips –, e foi-lhes permitido formar comunidades religiosas dotadas de governo próprio, algo inusitado em qualquer cultura do mundo antigo […] Basta repassar o catálogo dos santos, repleto de mulheres. Em que lugar do mundo, a não ser no catolicismo, as mulheres podiam dirigir as suas próprias escolas, conventos, colégios, hospitais e orfanatos?”[19]

A VIDA VIRTUOSA 

Um aspecto da antiga filosofia grega que constituiu uma ponte para o pensamento católico foi a afirmação de que existe um gênero de vida que convém ao chimpanzé, e outro que convém ao ser humano. Dotado de razão, o ser humano não está condenado a agir por mero instinto. É capaz de reflexão moral, uma faculdade que nem os mais evoluídos espécimes do reino animal possuem. Se falha no exercício dessa faculdade, jamais poderá viver à altura da sua natureza. Se não dá prioridade às operações da inteligência, se não submete a sua conduta a um juízo moral sério, como se poderá dizer que é um ser humano? Se o princípio que rege a vida de um homem é fazer tudo o que lhe traga um prazer imediato, esse homem, em certo sentido, não difere de um animal.

A Igreja ensina que uma vida verdadeiramente digna do ser humano requer a ajuda da graça divina. Mesmo os pagãos romanos se apercebiam de certo modo da condição degradada do homem: “Que coisa desprezível é o homem, se não consegue elevar-se acima da condição humana!”, escreveu Sêneca. A graça de Deus podia ajudá-lo a conseguir essa superação. Essa é a finalidade com que a Igreja nos propõe o exemplo dos santos: demonstram ser possível a um homem alcançar uma vida de virtudes heróicas quando se deixa diminuir para que Cristo possa crescer nele.

A Igreja ensina que uma vida boa não é simplesmente aquela em que as ações externas estão acima de qualquer censura. Cristo insiste em que não basta não matar ou não cometer adultério: não se deve apenas preservar o corpo desses crimes; a própria alma deve proteger-se da inclinação a praticá-los. Não devemos apenas não roubar nada do nosso vizinho, mas também não admitir pensamentos de inveja sobre o que ele possui. E embora nos seja permitido, evidentemente, odiar o que é mau – o pecado ou Satanás –, temos de afastar qualquer tipo de ira e ódio, que só corroem a alma. Devemos evitar não apenas cometer adultério, mas também entreter-nos com pensamentos impuros, para assim não transformar um ser humano em mero objeto. Uma pessoa que deseje viver uma vida boa não deve converter os seus semelhantes em uma coisa.

Costuma-se dizer que é difícil fazer bem alguma coisa, que é difícil viver como um ser humano mais do que como um animal. Requer-se seriedade moral e autodisciplina. É célebre a afirmação de Sócrates quando diz que o conhecimento é virtude, que conhecer o bem é fazer o bem. Aristóteles e São Paulo sabiam mais que isso, pois todos nos lembramos de momentos da nossa vida em que, conhecendo perfeitamente o que era bom, não o fizemos e, do mesmo modo, sabendo o que era errado, o fizemos. É por isso que os diretores espirituais recomendam aos seus orientados que comam uma cenoura da próxima vez que desejarem comer um doce; não porque os doces sejam maus, mas porque, se conseguirmos disciplinar a nossa vontade em situações em que não está em jogo nenhum princípio moral, estaremos mais bem preparados no momento da tentação, quando estivermos realmente perante a disjuntiva de escolher entre o bem e o mal. E assim como, quanto mais nos habituarmos ao pecado, mais facilmente pecaremos, também é verdade que – como observou Aristóteles – a vida virtuosa se torna cada vez mais fácil quanto mais a praticamos e mais ela se torna um hábito.

Estas são algumas das idéias distintivas que a Igreja introduziu na civilização ocidental. Hoje em dia, a maioria dos jovens só ouviu falar em termos caricatos dos ensinamentos da Igreja sobre a moral sexual, e, dada a cultura em que vivem, nem podem começar a entender por que a Igreja os propõe. Contudo, fiel à missão que tem cumprido ao longo de dois milênios, a Igreja continua a anunciar uma outra proposta moral a esses jovens imersos em uma cultura que os ensina incansavelmente a buscar o prazer imediato. A Igreja recorda as grandes figuras da Cristandade – como Carlos Magno, São Tomás de Aquino, São Francisco de Assis, para citar uns poucos – e oferece-os como modelo de como devem viver os verdadeiros homens.

A sua mensagem? Essencialmente esta: você pode aspirar a ser um desses homens – um construtor da civilização, um servidor de Deus e dos homens, um missionário heróico –, ou então alguém centrado em si mesmo, obcecado pela ânsia de satisfazer os seus apetites. A nossa sociedade faz tudo o que está ao seu alcance para que você siga o segundo caminho. Seja você mesmo. Erga-se por cima da manada, declare a sua independência em face de uma cultura que pensa que você é tão pouca coisa, e proclame que quer viver não como um animal, mas como um homem.



[1] Alvin J. Schmidt, Under the Influence, págs. 128 e 153.

[2] Vincent Carroll e David Shiflett, Christianity on Trial, pág. 7.

[3] Santo Agostinho, A Cidade de Deus, 1, 22.

[4] Ibid.

[5] Summa theologiae, II-II, q. 64, art. 5.

[6] James J. Walsh. The World’s Debt to the Catholic Church, The Strathford C. Boston, 1924, pág. 227.

[7] Para ambas as citações, ver Alvin J. Schmidt, Under the Influence, pág. 63.

[8] Leão XIII, Pastoralis Officii, 1891, págs. 2-4.

[9] Ernest L. Fortin, “Christianity and the Just War Theory”, em J. Brian Benestad, ed., Ernest Fortin: Collected Essays, vol 3,  

[10] John Langan, “The Elements of St. Augustine’s Just War Theory”, Journal of Religious Ethics 12 (prim. 1984), pág. 32.

[11] Summa theologiae, II-II, q. 40, a. I. Referências internas omitidas.

[12] Thomas A. Massaro e Thomas A. Shannon, Catholic Perspectives on Peace and War, Rowan&Littlefield, Lanham, Maryland, 2003, pág. 17.

[13] Ibid., pág. 18.

[14] Veja-se Roland H. Bainton, Christian Attitudes Toward War and Peace,, Abingdon Press, New York, 1960, págs. 123-26.

[15] Ibid., pág. 126.

[16] Alvin J. Schmidt, Under the Influence, págs. 80-2.

[17] Ibid., pág. 84.

[18] Ibid.

[19] Robert Philips, Last Things First, Roman Catholic Books, Fort Collins, Colorado, 2004, pág. 104.

49 respostas a “Livro “Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental” (2008) – Capítulo 11”

  1. Fabiano Diz:

    Como havia previsto, essa propaganda (natalina, de fim de ano e de dia de reis), seria um tiro pela culatra. E isso se deve ao fato de que ninguém quer saber da maquiagem feita pela seita negocista e má, que é a seita católica ou vaticana. É por isso que os leitores do blog foram afugentados. Por outro lado, o blog de Paulo Lopes vive cheio de comentaristas. O que mantém um blog vivo são seus participantes, que vêm aqui dar sua colaboração, alguns com meras opiniões, outros trazendo valiosas informações.

    Se no mundo inteiro a seita negocista e católica de roma vem perdendo seu público, qualquer blog que passe a defender essa instituição, não poderia esperar outra coisa se não a evasão de seus leitores e comentaristas. O mito do evangelho já não interessa mais numa sociedade plural e altamente comunicativa, ainda mais com a instantaneidade de informações que a internet proporciona.

    Sem embargo, a filosofia ainda é primordial para nossas vidas. E de fato a filosofia vem ganhando novamente destaque no mundo inteiro. A seita católica e também a seita protestante, bem que intentaram aniquilar todos os filósofos de outrora, que pensavam de forma independente, queimando-os vivos, queimando seus escritos, humilhando seus familiares, saqueando seus lares, violentando seus filhos. E o espiritismo vem resgatar essa filosofia quase perdida pela força opressora daqueles que julgavam ter “o direito de deus para governar a terra”. O espiritismo fala a mesma linguagem que falou Hermes Trimegisto e outros tantos filósofos. O espiritismo fala aquilo que São Bernado de Claraval e Padre Antônio Vieira falava, despido dos dogmas impostos pela seita romana.

    11 posts de propaganda católica e praticamente nenhum comentário significativo. Resultado: ninguém interessa por esta seita, a não ser o proprietário deste blog e outro comentarista de nome José Carlos. Pelo o que tudo indica, amanhã vai ser o último dia de propaganda, que pelas minhas dúvidas não sei se é gratuita. Já que nem você mesmo, Vitor, tá aguentando aguentando mais a ausência dos comentaristas, porque então não publicar o último capítulo que falta, logo de uma vez? E se quiser trazer mais leitores e comentaristas para este blog, comece fazendo uma propaganda contra a seita católica. Porque não publicar aqui, na integra, o livro “O Vaticano contra Cristo”? Se este blog não é financiado pela igreja ou pelos membros dela, então não vejo nenhum problema em divulgar o livro aqui.

  2. almir de carvalho Diz:

    “… E o espiritismo vem resgatar essa filosofia quase perdida pela força opressora daqueles que julgavam ter “o direito de deus para governar a terra”. O espiritismo fala a mesma linguagem que falou Hermes Trimegisto…”
    .
    ANIMISMO, é o termo correto para o que chamam por ai de ESPIRITISMO. só discordo nesse ponto do sr. fabiano, o resto, propaganda católica, daí porque os leitores-comentaristas fugiram.
    .
    hermes trimegisto, apolônio de tiana, amôni sacas, pitágoras, Buda, sancaracharya, e muitos outros que seria fastidioso citar aqui, não falam a mesma linguagem do animismo (erroneamente: espiritismo). falam a linguagem esotérica, da Doutrina Secreta, Religião-Sabedoria,Gupta vydia – a sabedoria e experimentação das idades sem conta.

  3. ary pires Diz:

    que saco essa série sobre cristianismo viu vitor……será que dá pra voltar sobre o que interessa….. bela porcaria falar sobre esses cristãos…..me avisa quando isso acabar….fui…

  4. Cassio1961 Diz:

    concordo com o ary pires, quando vai acabar está série interminável??

  5. Vitor Diz:

    Amanhã devo colocar o último capítulo do livro e depois de amanhã a crítica traduzida do Marco ao livro.
    .
    Adoravam criticar religião no blog, aí posto um livro com as devidas referências sobre a Igreja Católica pra criticarem e os comentaristas somem… não entendo esse povo 🙂

  6. André Ribeiro Diz:

    http://www.paulopes.com.br/2012/01/padre-acusado-na-irlanda-de-violentar.html#.UOt5zeTEzEs

  7. André Ribeiro Diz:

    http://www.paulopes.com.br/2012/08/debasaba-na-irlanda-numero-de-religiosos.html#.UOt6hOTEzEs

  8. André Ribeiro Diz:

    http://www.paulopes.com.br/2012/11/mulher-morre-porque-medicos-se-negaram-a-fazer-o-aborto.html#.UOt60eTEzEs

  9. Phelippe Diz:

    Vitor, não dá para engolir a ICAR. Lembre-se da Inquisição de Lisboa. Tive ancestrais que, por serem protestantes, foram obrigados a prestar contas ao Santo Ofício. Acredite, foi difícil para eles. E, ainda hoje, a memória se mantém viva.

  10. André Ribeiro Diz:

    http://www.paulopes.com.br/2012/06/papa-afirma-que-abuso-de-criancas-por.html#.UOt7tuTEzEs

  11. André Ribeiro Diz:

    http://www.paulopes.com.br/2012/06/acobertamento-de-pedofilia-mostra-que.html

  12. André Ribeiro Diz:

    e a coisa vai piorar

    http://www.paulopes.com.br/2013/01/malafaia-pressiona-globo-por-novela-com-heroina-evangelica.html

  13. Vitor Diz:

    Oi, Phelippe
    não estou dizendo para “engolir” a ICAR. Mas acho importante acabar com certos mitos sobre ela. Mitos esses que só causam mal à própria imagem do movimento cético, divulgando mentiras.

  14. Alan Diz:

    O site do Paulo Lopes até é interessante, mas tem outro foco.

    Aqui há pesquisa, estudo e discussões . Lá, atualidades ligadas às religiões (e ao ateísmo).

    Mas realmente, eu, que nunca visitei o blog do cara, até dei um pulinho lá após acordar do cochilo que dei enquanto lia esses panfletos da ICAR que o Vitor anda postando.

  15. Alan Diz:

    Pensando bem, concordo com o Vitor, já está mais que na hora de acabar com esses mitos sobre a ICAR, tais como de que queimou gente viva. E se queimou, foi só uns milzinhos aqui e ali, uma pexinxa e certamente porque foi merecido.

    Falando sobre queda de mitos, ouví dizer por aí também que o holocausto não aconteceu e que Elvis não morreu.

  16. André Ribeiro Diz:

    O blog do Vítor vai passar a se chamar:
    “Obras Psicografadas, uma análise do espiritismo, na visão católica”

    Não apague meu comentário Vítor

  17. Vitor Diz:

    Oi, Alan
    no próximo Dia das Bruxas farei um especial sobre a Inquisição. Aguarde.

  18. Antonio G. - POA Diz:

    De minha parte, tenho tanto desprezo pela ICAR quanto por qualquer outra religião. Mas ressalto que foi em nome do cristianismo, especialmente do catolicismo, que se perpetrou os maiores genocídios e se causou as maiores injustiças de que a humanidade tem registro. E acho que este histórico horrendo não há de ser minimizado por conta das contribuições que a Igreja possa ter trazido ao desenvolvimento da civilização ocidental. A ICAR não é uma falange de anjos, a começar pelo seu líder, o Papa acobertador de pedófilos.

  19. Phelippe Diz:

    Oi, Vitor.
    Oba! especial sobre a Inquisição é comigo mesmo. Não deixe de olhar o arquivo digital da Torre do Tombo. Veja os processos da Inquisição já digitalizados http://digitarq.dgarq.gov.pt/. Dá para ter um ideia da coisa toda. Aliás, a Inquisição transformou-se numa instituição que precisava se manter. Como arranjar dinheiro? Simples. Primeiro perseguiram os judeus, muçulmanos e hereges em geral (com abjuração, penitências, confisco de bens e autos de fé). Quando essa fonte secou, passaram a vender títulos, como o de familiar do Santo Ofício (se admitido, o que não era fácil, o sujeito passava a ter deveres e privilégios especiais). Bem, a Inquisição tornou-se tão poderosa nos reinos ibéricos que nem mesmo o Papa conseguia mais controlar esse braço armado da Igreja. Depois dou alguns casos a esse respeito. Tenho que consultar minhas notas. Também há o problemas das bruxas, que não foi privilégio só dos católicos, mas dos fanáticos protestantes também. Há vários exemplos (conheço alguns, mas tenho que consultar minhas notas). Enfim, manda ver na Inquisição. Eu continuo pesquisando os processos da Inquisição de Lisboa, via internet, hoje quase todos digitalizados. Leitura difícil, mas para isso fui estudar paleografia.

  20. Antonio G. - POA Diz:

    Uma matéria especial sobre a Santa Inquisição!
    A diversão está voltando!
    Estejamos preparados para os comentários do tipo: “Não foi bem assim. Há enorme exagero nisto tudo. É preciso contextualizar os fatos no tempo e no espaço…”
    Já antevejo o espírito do Plínio Corrêa de Oliveira “baixando” por aqui, brandindo sua espada justiceira contra os céticos infiéis, deturpadores da verdade e adoradores de Satã.
    Quiçá o douto e encarnadíssimo JCFF também nos brinde com seus irrefutáveis argumentos…
    Mal posso esperar!

  21. Vitor Diz:

    Vocês sabem que Dia das Bruxas é só 31 de outubro, né?

  22. Antonio G. - POA Diz:

    É.. para 31 de outubro falta bastante tempo…
    Quem tal um “avant-première”?

  23. contra o chiquismo Diz:

    Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei! Ei Ei Ei CX é o nosso rei!

    http://1.bp.blogspot.com/-GgIyo5xb0qw/TXJLCrdGFOI/AAAAAAAABQA/Ij66DAwkkoE/s1600/Capa%2BFrente%2BLP%2B-%2BChico%2BXavier.jpg

  24. contra o chiquismo Diz:

    Gente, arrumei uma cópia do disco do CX!!!!!
    http://1.bp.blogspot.com/-GgIyo5xb0qw/TXJLCrdGFOI/AAAAAAAABQA/Ij66DAwkkoE/s1600/Capa%2BFrente%2BLP%2B-%2BChico%2BXavier.jpg
    Vou escutar todo de trás pra frente, achando mensagem subliminar eu posto Youtube!
    Mas adianto que na primeira faixa a música de fundo é “Amada amante” do Robero Carlos orquestrada. É duro ouvir a voz do CX, só de trás pra frente mesmo.

  25. Phelippe Diz:

    kkkkkkkkk

  26. contra o chiquismo Diz:

    Esse cara é CX! Esse cara é CX!
    O cara que plagia toda hora,
    que fala com emmanuel sem demora,
    faz matearilização com waldo e quer mais
    a irmã josefa é fraudulenta demais…
    Esse cara é CX! Esse cara é CX!

  27. Phelippe Diz:

    Processo da Inquisição de Lisboa de Maria da Costa, de 1618. Parte em que se descreve os tormentos aplicados à testemunha Maria Dias. Em meio ao relato consta expressamente “que se ella nesse tormento quebrasse algum membro ou perdesse algum sentido ou morresse a culpa fosse sua, E não dos senhores inquisidores, nem dos mais ministros E loguo foi attada com a primeira correa E sendo acabada de atar lhe foi posto o calabre(?) e foi alevantada ate o luguar do libello…”
    A testemunha negava qualquer culpa de judaísmo, mas quem podia resistir aos instrumentos de tortura? Acabou denunciando outras pessoas e a inquisição foi atrás…
    Ah, os bens da ré foram tornados indisponíveis pela inquisição, como se vê do início do processo.
    Pode-se consultar aqui:http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=2312192
    Qualquer diferença na transcrição favor acusarem.

  28. André Ribeiro Diz:

    Vítor, seu blog virou um lixo!
    Péssimos artigos, absolutamente ridículos !!!
    Quanto você ganhou por estas postagens?
    Valeu a pena?

  29. Vitor Diz:

    Oi, André
    Valeu a pena, ganhei conhecimento. Segui o conselho do ET Bilu.

  30. André Ribeiro Diz:

    Pelo andar da carruagem, os artigos que o Vítor vai postar sobre a Inquisição, vão seguir a linha de querer provar que ela foi boazinha. Só 50 mil mortos, de acordo com o lixo do blog católico que ele citou aqui.
    Quem diria, o Vítor citando como referência pra pesquisa, blog católico !
    Credo, que nojo !!!
    Tudo que o Vítor construiu de credibilidade e seriedade em seu blog, ao longo de anos, foi pro esgoto, com estas postagens horrorosas.
    Acho que vou virar católico, afinal de contas, uma religião que condena os homossexuais, bissexuais e heterossexuais que buscam o prazer no sexo, é realmente muito evoluída.
    Uma religião que não criou nada, no sentido de originalidade.
    Uma religião que roubou, pilhou, sacaneou, mentiu, mente, obriga seus membros a serem castos …
    Espetáculo !!! Fantástica !!! Sensacional !!!
    Muito bom, a sociedade ocidental agradece, por tantas contribuições:
    – as fantasias em torno do Cristo …
    – as fantasias em torno da virgem …
    – as fantasias em torno dos pecados …
    – as fantasias em torno do “corpo e sangue de cristo”, um ritual antropofágico …
    – tantos crimes de pedofilia encobertos, quantas vidas destruídas.
    Com todo respeito Vítor:
    [Editado], que lixo, lixo, lixo …

  31. André Ribeiro Diz:

    Vocês estão achando que o Vítor vai fazer postagens pra declinar a igreja com a história da Inquisição?
    Vocês são inocentes hein?
    Ela defender a Inquisição, podem marcar isto.
    Hoje é dia 8 de janeiro, vocês vão ver.
    Não se esqueçam do que eu disse.

  32. Contra o Chiquismo. Diz:

    “André Ribeiro Diz:Acho que vou virar católico,”

    Devoto de São CX ?

  33. André Ribeiro Diz:

    Abraços Contra o Chiquismo, me divirto muito com suas postagens.

  34. Gorducho Diz:

    Aliás, já que o Sítio agora é Católico, fica como sugestão!
    Se a ICAR tiver a sensatez de canonizar o CX – incoerência não haverá, pois que ninguém nunca foi mais Católico do que ele – ampliará bastante o quadro de Fiéis, pelo menos aqui no Brasil.
    Não sei se antes seria necessário Beatificar, ou pode ser feita diretamente a Canonização?

  35. Antonio G. - POA Diz:

    É claro que o Vitor não é católico! Gente realmente sagaz não tem como ser católica. Por exemplo: o Papa, obviamente, não é católico. Nem acredita em Deus. Ou alguém acha que ele, de fato, acredita? Pensem só um pouquinho a respeito e respondam para si mesmos: Faz algum sentido um Papa crente em Deus?

  36. Antonio G. - POA Diz:

    A propósito da questão da sagacidade: Existem pessoas que, apesar de bastante cultas e instruídas, não são muito inteligentes.
    O Vitor, pelo que consigo avaliar, é culto e inteligente.

  37. Gorducho Diz:

    Estabelecendo uma vaga associação com a reflexão feita pelo Analista Antonio: Por exemplo, &c; recomento a (re)leitura d’O Grande Inquisidor em OS IRMÃOS KARAMÁZOVI.
     
    Foi-me chamada a atenção pelo excelente (o qual também recomendo a leitura, evidentemente) artigo no NYT de 23 Dezembro pp, de Simon Critchley: The freedom of Faith : A Christmas Sermon
    http://opinionator.blogs.nytimes.com/2012/12/23/the-freedom-of-faith-a-christmas-sermon/

  38. Antonio G. - POA Diz:

    Gorducho, realmente, é lamentável constatar que a maioria das pessoas rejeita a “insuportável” liberdade de pensar e prefere submeter-se à falsa felicidade da fé. Por enquanto. Não creio que será assim para sempre. Tudo evolui. A humanidade evolui. Inexoravelmente.

  39. Orlando Diz:

    O G um dia também vai evoluir,inexoravelmente!

  40. Rafael Maia Diz:

    Eu acho excelente seu blog vitor. E concordo com praticamente tudo sobre a respeito dos mitos sobre o catolicismo. Os que reclamam são apenas uma pequena elite que frequenta o blog, não acredite que eles representam toda a elite intelectual do pais.

  41. Antonio G. - POA Diz:

    Orlando, não entendi. Qual o “G” que vai evoluir?

  42. Antonio G. - POA Diz:

    Rafael, entenda bem isso: O problema não está nas pessoas católicas, mas sim na Igreja. As pessoas são apenas vítimas, a massa de manobra, de Bourdieu.

  43. Orlando Diz:

    Você é o G Antônio.

  44. Antonio G. - POA Diz:

    O meu G é como o G da Maçonaria: Um “G”rande Mistério…
    Aliás, a questão da Maçonaria daria bastante “pano para manga”, Vitor. Já pensou nisso? Esse assunto já esteve alguma vez em pauta no seu blog? Acho que tem um forte link com os assuntos aqui tratados.

  45. Orlando Diz:

    É esperado que ao passar a se guiar pela razão o ser humano, num primeiro momento, repudie tudo aquilo que o escravizou à ignorância por tanto tempo e esqueça qualquer beneficio, mesmo que pequeno, recebido pela religiosidade que o levou a crer cegamente em conceitos que agora, amadurecido pelas experiências e pelo conhecimento mais lúcido, se mostra ingênuo e até tolo.
    Quando esta pessoa evoluir um pouco mais na razão e no sentimento então ela saberá separar a essência da religiosidade ou espiritualidade que ainda mora nela, posto que faz parte da sua própria natureza, das crendices e alegorias que são criadas umas pelo desejo de dominação humanos e outras pela incapacidade de assimilar muitas coisas.
    Jesus, por exemplo, precisava falar contando parábolas assim como contamos historias para as crianças assimilarem o cunho moral das mesmas historias, um método de ensino.

    Você pode estar a caminho desta evolução porque critica, gasta seu tempo com isso num efeito colateral que te levará a evoluir mais adiante.

  46. Fabiano Diz:

    Biasetto, não sei se ainda lê este blog, se foi impedido de manifestar aqui ou se está de “sacho cheio” da propaganda católica, mas tem um filme com riqueza histórica e de detalhes sobre a inquisição e talvez te interesse. Assisti a metade ontem e continuarei vendo o restante hoje, se tiver tempo. http://youtu.be/_pSEAPerizA

    André Ribeiro, concordo com você sobre que disse a respeito do blog. Particularmente acredito que este blog possa estar sendo financiado por alguma comunidade católica. Na minha opinião ninguém cria um blog apenas para atacar o espiritismo. A maioria dos blogs céticos que conheço não focam somente num determinado assunto como faz este blog ao querer atacar o espiritismo e, ao mesmo tempo, encobrindo a podridão católica, como também fazendo publicidade da mesma. Enganam-se os que pensam que aqui veremos um ataque aos postulados católicos.

    Gorducho, você não é o único a pensar sobre o fato de chico xavier virar santo. Era só o que faltava. No espiritismo não há santos, mas talvez seus seguidores não pensem o mesmo. http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20100420051910AAd78ew

  47. Antonio G. - POA Diz:

    Orlando, você está enganado. Ninguém precisa de religiosidade/espiritualidade para desenvolver conceitos de moralidade. Isso é falso.
    Nada indica que a “essência da religiosidade/espiritualidade façam parte da natureza das pessoas. Isso é crença. Não é um fato.
    Religiosidade é algo que os adultos enfiam pela goela abaixo das crianças, da mesma forma como fizeram com eles, adultos, quando eram também crianças.
    Você afirma que Jesus contava parábolas como um método de ensino. Eu lhe digo que não há sequer uma boa evidência de que Jesus tenha realmente existido. Particularmente, acho que não passa de um mito. E olhe que essa é uma posição bastante defensável. Mas eu não tenho disposição para discorrer a respeito. Pesquise, que você achará muitos indícios disto que lhe digo. Eu não tento provar nada, porque sou muito preguiçoso. Provar coisas dá trabalho, e quem não quer acreditar no que está sendo provado, por mais evidências que se apresentem, não muda sua convicção (há poucas e honrosas exceções).
    E, se evoluir é como você preconiza, agradeço, mas prefiro continuar atrasado. Depois que a gente se livra destas amarras, não admite nem pensar em retroceder.
    Pode chamar isso de fanatismo cético. Eu chamo de razão e maturidade.
    Sds.

  48. Marciano Diz:

    Aleluia!
    Antonio, boa sugestão, gostaria muito de falar da viúva. Parece que aqui só tem pedra bruta. Ou goteira.

  49. contra o chiquismo Diz:

    Marciano, tem é pedra de tropeço! Viúvas do cx e gotas de gazelice!

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