Notícia Urgente: Desencarna Luciano dos Anjos!
Segundo o site da FEB, desencarnou ontem, dia 3 de maio, Luciano dos Anjos. Torno público abaixo algumas das minhas conversas com ele sobre os plágios de Chico Xavier. Coloquei em negrito e sublinhado as informações mais surpreendentes.
13/08/2007, por Luciano dos Anjos
Prezado Vítor Moura.
Como jornalista profissional, repudio qualquer tipo de censura. Portanto, você não precisa absolutamente me enviar seu artigo antes da publicação, porque confio em que você não se afastará das palavras de qualquer resposta minha, se aproveitada.
1. A 1ª edição de O Átomo não trouxe registrada a data de lançamento. Sabe-se apenas que é da década de 50, exatamente a que possuo.
2.Quando usei a frase “deixemos para lá”, quis com isso dizer que não estava inclinado a apontar outros trechos, e que não são apenas de O Átomo, mas de outras obras e sobre outros temas. Acho que devemos ser comedidos nessa matéria. Grande parcela dos espíritas e, com certeza, a maioria dos adversários do espiritismo não têm a menor capacidade para entender essas questões altamente polêmicas, não obstante sejam normais e explicáveis, como procurei demonstrar em meu livro A Anti-História das Mensagens Co-piadas. Outras várias ocorrências são pertinentes a Chico Xavier, Waldo Vieira, Yvonne A. Pereira, Divaldo Pereira Franco, etc. Na verdade, são pertinentes a qualquer médium.
Abraço cordial.
LUCIANO DOS ANJOS
15/10/2007, por Luciano dos Anjos
Prezado Vitor Moura.
Peço desculpas pela excessiva demora nesta resposta. Como já havia comentado com você, andei inteiramente absorvido pela doença da minha irmã. Dei-lhe total apoio e assistência, como ela merecia. Depois de quatro meses no CTI, foi para o quarto do hospital. Ali ficou mais um mês. Recebeu alta e foi para casa. Duas semanas de muito ânimo, mas já nas últimas semanas estava sem querer se alimentar e bastante cansada. De repente, comeu bem, a enfermeira lavou-lhe a cabeça, fez a nebulização sem reclamar, sorriu. Em seguida, desencarnou num único e silencioso espasmo. Durante o enterro, fiz a prece de despedida. Noventa e um anos de uma encarnação correta e fraterna. Foi uma boa irmã. Dos nove irmãos que tive, restam agora eu e mais uma mulher. Aproxima-se a minha vez…
Agora, sim, voltando à nossa questão. Não devemos incluir os poemas do Luiz Delfino e vários outros autores espirituais. Penso que não é válida a comparação. Nesse caso há muitos e muitos exemplos. Mas, afinal, os autores são os mesmos, encarnados e desencarnados.
Quanto aos demais textos, tenho comigo toda a obra do Renan, não apenas no original francês, mas também as traduções da Lello. São vários os trechos, podendo ser incluídos ainda inspirações, por exemplo, de Emmanuel, André Luiz, Cneio Lúcio, Humberto de Campos, e mais.
Desde o lançamento do meu livro A Anti-História das Mensagens Co-piadas eu já havia comentado, em caráter reservado, com meus companheiros do Grupo dos Oito. E há outras identidades de texto muito semelhantes. Mas sempre expliquei para meus companhritos que, na minha análise, os autores – e não os médiuns – é que fizeram a colagem. Há muito mais trechos do que você possa imaginar…
E veja bem: você vai encontrar iguais colagens em outros grandes médiuns, como por exemplo o Fernando de Lacerda.
Não faltará oportunidade de comentarmos essas questões em melhor ensejo, asseguro a você.
Voltaremos a conversar.
Mais uma vez peço desculpas pela justa demora nesta resposta.
Abraço cordial do –
LUCIANO DOS ANJOS
07/01/2010, por Luciano dos Anjos
Eu já houvera considerado como legítima a hipótese da criptomnésia, no livro A Anti-História das Mensagens Co-piadas. E também não podemos descartar o conhecimento que o espírito tenha do assunto ou, mesmo, de trechos guardados na memória dele. Foi o caso concreto de Humberto de Campos, cuja 1ª edição do Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, apresentou alguns erros históricos. Consultado através do próprio Chico, por solicitação da Federação Espírita Brasileira, Humberto de Campos esclareceu, com a maior naturalidade, que ele houvera copiado a informação de livro da Biblioteca Nacional, indicando-o sem constrangimento. Tal como às vezes fizera enquanto encarnado, apesar da cultura que portava.
Temos apenas que ficar atentos para avaliar a honestidade do médium, que pode até não ser médium coisa nenhuma.
Abraço cordial.
maio 5th, 2014 às 8:44 AM
Sobre a última frase do Luciano dos Anjos publicada no post: “Temos apenas que ficar atentos para avaliar a honestidade do médium, que pode até não ser médium coisa nenhuma.”
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De minha parte, estou prá lá de convencido de que não existem médiuns honestos e médiuns desonestos, porque médiuns, simplesmente, não existem.
maio 5th, 2014 às 9:25 AM
Então o próprio CX admitiu copiar mensagens?
maio 5th, 2014 às 10:00 PM
Por que ele desencarnou, e não morreu?
maio 5th, 2014 às 10:04 PM
É um eufemismo para não chocar muito, Toffo 🙂
maio 5th, 2014 às 10:19 PM
Sabia que alguém iria chamar a atenção para a palavra desencarne.
maio 6th, 2014 às 12:27 AM
Acho engraçado espíritas dizerem que uma pessoa “nasceu” em certa data e que “desencarnou” em certa data.
Seria um lapso freudiano?
Por que não dizem que “reencarnou” na data tal?
Se quem nasce, morre, quem desencarna deveria reencarnar, não “nascer”.
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Vou tentar fazer contato telepático/mediúnico com o Luciano.
Se conseguir, prometo uma de duas coisas: ou deixo de ser cético ou procuro um hospício.
Tenho a premonição de que nem deixarei de ser cético nem me confinarei em um hospício.
Estou também pensando, em nome da ciência, em me matar e depois tentar acessar o blog para deixar uma mensagem do além. Estou um pouco inseguro, pois meu psiquiatra me aconselhou a não fazer a experiência.
Se decidir pelo suicídio/desencarne-voluntário, tento me comunicar com vocês através do medium G GRASSOUILLET, de minha inteira confiança.
maio 6th, 2014 às 12:32 AM
No blog da febnet encontrei uma matéria interessante, infelizmente depois do fato ocorrido.
Trata-se da Marcha pela vida contra o aborto pelo Estatuto do Reencarnaturo.
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” No dia 4 de maio será promovida a Marcha pela vida contra o aborto pelo Estatuto do Reencarnaturo, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Participe desta luta pelo direito de nascer (ops, reencarnar) e de viver com dignidade a todos. A marcha é organizada pelo Movimento Nacional da cidadania vida: Brasil sem aborto. Outras informações: http://www.brasilsemaborto.com.br“
maio 6th, 2014 às 12:35 AM
Continuo sem entender por que razão espíritas não lutam pelo direito de reencarnar, em vez do direito de nascer.
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Deve ser uma barra a espiritualidade dar-se ao maior trabalho burocrático para selecionar quem tem o direito de nascer (rectius: reencarnar) para que alguma pessoa de carne e osso ponha tudo a perder.
Que frustrante!
maio 6th, 2014 às 12:37 AM
A pessoa mais entendida em “Estatuto do Reencarnaturo” é o Albertinho Limonta.
Ele defende até a morte o direito de nascer, digo, de reencarnar.
maio 6th, 2014 às 12:40 AM
Memento, homo, quid caro est et in carnis revertere.
maio 6th, 2014 às 12:41 AM
Sou apaixonado pelo Eclesiastes, “cum grano salis”.
maio 6th, 2014 às 7:16 AM
Marciano, responda em dois segundos: Qual é o ponto em comum entre uma bruxa malvada, um saci malcrido e um médium desonesto?
maio 6th, 2014 às 9:13 AM
Antonio, os 3 têm em comum a inexistência, independentemente dos adjetivos.
maio 6th, 2014 às 9:21 AM
“Estou também pensando, em nome da ciência, em me matar e depois tentar acessar o blog para deixar uma mensagem do além.”
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Marciano, imagino que o seu tempo de umbral, por ter se matado e eventualmente pelos outros pecado, ops, malfeitos, seria tão extenso que nós todos aqui do Blog já teríamos perecido.
maio 6th, 2014 às 9:30 AM
Marciano ficou mesmo agitado com o “desencarne” de Luciano. Sorte(?) de alguns que só desencarnam, nosotros simplesmente morremos. Aliás eu ia chamar à atenção ao título do “post” mas os luminares chegaram-me adiante.
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Antonio G. – POA Diz: Marciano, responda em dois segundos: Qual é o ponto em comum entre uma bruxa malvada, um saci malcrido e um médium desonesto?
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COMENTÁRIO: posso arriscar uma respostita: “ambos” os três são pegos pelo pé?
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Tive alguns entreveros (alguém já viu a definição dessa palavra?) com o Luciano. Quando critiquei a obra “Eu sou Camille Desmoulins”, autoria conjunta de Luciano dos Anos e Hermínio Miranda, na qual o primeiro relata sua descoberta encarnativa na pele do jornalista francês, recebi do dito algumas críticas, uma delas provavelmente sob pseudônimo. Depois disso trocamos duas ou três mensagens, mas o falecido deixou-me claro não estar a fim de papo com minha pessoa. Espero que não me venha assombrar obsediantemente minha pacífica alma encarnada…
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a meu ver, a mais espetaculosa incursão cruzadística-religiosa de Luciano ocorreu quando se uniu a Jorge Rizzini (também falecido) e foram defender a autenticidade de Otília Diogo na imprensa, inclusive em programas televisivos. Num desses programas toparam um bate-boca com os repórteres de O Cruzeiro. Esse encontrou constituiu a matéria-prima para a elaboração do livro, produzido por Rizzini, “Otília Diogo, e as Materializações de Uberaba”. Na obra, o autor e seu sócio se dizem “vitoriosos” na refrega, asseverando terem “provado” que Otília materializava Josefa e desmoralizado os jornalistas. Alguns acreditam nisso, inclusive o Arduin, mas, em verdade, a dupla tomou o maior esfrega, mas, como bons apanhadores, depois do combate, levantaram-se, bateram a poeira da camisa e declararam em uníssono: isso é para aprenderem a não se meter conosco…
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Que a alma do morto esteja em campina verdejante (caso existam), apesar de tudo eu gostava dele…
maio 6th, 2014 às 9:52 AM
Falar em “direito de nascer” e não de “reencarnar”, é mais palatável a evangélicos e católicos, braço direito dos espiritélicos nesta nova versão da marcha da Família com Deus pela Liberdade.
maio 6th, 2014 às 10:26 AM
O Jung relata a experiência de EQM que el teve:
O que acham?
“Memórias, Sonhos e Reflexões”
Por Carl Gustav Jung
“Um dia, após ser atendido com oxigênio, me vi fora do corpo e viajando pelo espaço, numa crescente subida, e abaixo de mim aparecia a Terra, o globo envolvido em esplêndida luz azul; e distinguia os continentes e o azul escuro do mar. Então, quis saber a que altura me encontrava, e fui informado que estava a 15OOkm. A visão da Terra de tal altura era a coisa mais maravilhosa que jamais tinha visto.” Parece a mim que eu estava alto no espaço. Lá embaixo eu via o globo da Terra, banhado em uma gloriosa luz azul. Eu via o profundo mar azul e os continentes. Longe abaixo dos meus pés estava o Ceilão (atual Sri Lanka), e à distância acima de mim o subcontinente da Índia. Meu campo de visão não incluia a Terra inteira, mas sua forma global era claramente distinguível e suas linhas de contorno cintilavam com um brilho prateado através daquela maravilhosa luz azul. Em muitos lugares o globo parecia colorida, ou pintada de verde escuro como prata oxidada. Longe à esquerda esava um campo largo – o amarelo-avermelhado deserto da Arábia; era como se a prata da Terra tivesse assumido um tom vermelho-dourado. Então veio o Mar Vermelho, e longe, como se no topo esquerdo de um map – eu poderia quase ver um pedacinho do Mediterrâneo. Meu olhar foi direcionado fortemente para aquilo. Tudo o mais parecia indistinguível. Eu podia ver os Himalais cobertos em neve, mas naquela direção estava nebuloso e confuso. Eu não olhei para a direita. Eu sabia que estava no ponto de partir da Terra.
Mais tarde eu descobri o quão alto no espaço alguém tem que estar para ter uma visão tão extensa – aproximadamente mil milhas! A visão da Terra dessa altura era a coisa mais gloriosa que eu já havia visto.
Depois de contemplá-la por um tempo, eu me virei. Eu estava virado de costas para o Oceano Índico, como era, e meu rosto olhava o Norte.
Então me aprece que eu havia feito a curva para o Sul. Algo novo entrou no meu campo de visão. Não muito longe eu vi no espaço um bloco negro gigante de pedra, como um meteorito. Era do tamanho da minha casa, ou maior. Estava flutuando no espaço e eu mesmo estava flutuando no espaço. Eu tinha visto pedras parecidas na costa do Golgo de Bengala. Eram blocos de granito tawny, e alguns deles tinham sido escavados em templos. Minha pedra era um imenso bloco gigantesco e escuro. Uma entrada dava para uma pequena antecâmara. À direita da entrada, um hindu negro sentava em silêncio em postura de lótus sobre um banco de pedra. Ele usava um manto branco, e eu sabia que ele esperava por mim. Dois passos me levaram a essa antecâmara, e, no interior, à esquerda, estava o portão do templo. Inúmeros nichos pequenos, cada um com uma concavidade do tamanho de um pires preenchido com óleo de coco e pequenas mechas ardentes, cercavam a porta com uma grinalda de chamas brilhantes.
Eu tinha visto isso uma vez, na verdade, quando visitei o Templo do Dente Santo em Kandy, no Ceilão (Sri Lanka), o portão tinha sido delineado por várias linhas de flâmulas de lâmpadas de óleo.
Quando me aproximei dos degraus que levam até a entrada na rocha, uma coisa estranha aconteceu: tive a sensação de que tudo estava sendo descartado, tudo eu que havia visto ou desejado ou pensado, toda a fantasmagoria da existência terrena, de desmanchava ou era desconectada de mim – um processo extremamente doloroso. Mas algo permaneceu, era como se eu agora levasse comigo tudo o que eu já havia feito ou experimentado, tudo o que tinha acontecido comigo. Eu também poderia dizer: foi comigo, e eu era aquilo. Eu era tudo aquilo, vamos dizer assim. Eu era minha própria história e me senti, com grande certeza: é isso que eu sou. Eu sou esse pacote do que tem sido e do que foi realizado.
Esta experiência me deu uma sensação de extrema pobreza, mas ao mesmo tempo de grande plenitude. Não havia mais nada que eu quisesse ou desejasse. Eu existia de forma objetiva, eu era o que eu tinha sido e vivido. No início, a sensação de aniquilação predominou, de ter sido assaltado ou saqueado, mas, de repente, aquilo não teve nenhuma conseqüência.
Tudo parecia ter passado; o que restou foi um “fato consumado”, sem qualquer referência ao que tinha sido. Não havia mais qualquer arrependimento de que algo havia sido subtraído ou tirado. Pelo contrário: eu tinha tudo que eu era, e isso era tudo.
Algo mais prendeu minha atenção: enquanto me aproximava do templo, tive a certeza de que eu estava prestes a entrar numa sala iluminada e iria encontrar lá todas as pessoas a quem eu pertencia na realidade. Lá eu finalmente iria entender – e isso também era uma certeza – o sentido (nexo) histórico a que eu ou minha vida estávamos conectados. Eu iria saber o que tinha existido antes de mim, porque eu tinha vindo a ser, e para onde minha vida estava fluindo. Minha vida como a vivi muitas vezes me parecia uma história sem começo nem fim. Tinha a sensação de que eu era um fragmento histórico, um trecho que estava faltando ao texto anterior e ao posterior. Minha vida parecia ter sido tirada de uma longa cadeia de eventos, e muitas questões permaneciam sem resposta. Por que ela foi por esse caminho? Por que eu trouxe essas premissas particulares comigo? O que eu tinha feito delas? O que acontecerá a seguir? Eu tinha certeza que iria receber respostas para todas as perguntas assim que eu entrasse no templo de pedra. Lá eu iria encontrar as pessoas que sabiam a resposta à minha pergunta sobre o que tinha sido antes e o que viria depois.
Enquanto eu estava pensando sobre essas questões, aconteceu algo que me chamou a atenção. Vindo de baixo, da direção da Europa, uma imagem apareceu. Era do meu médico, ou melhor, uma semelhança dele – emoldurada por uma corrente de ouro ou uma coroa de louros dourada. Imediatamente eu soube: ‘Ah, esse é o meu médico, claro, o que tem me tratado. Mas agora ele está vindo em sua forma primitiva. Em vida ele foi um avatar da realização temporal da forma primitiva, que existe desde o princípio.
Agora ele está aparecendo nessa forma primal’. Presumivelmente, eu também estava em minha forma primitiva, embora isso era algo que eu não enxergava, mas simplesmente sabia. Com ele
diante de mim, uma troca muda de pensamentos teve lugar entre nós. O médico havia sido delegado pela Terra para entregar uma mensagem para mim, para me dizer que havia um protesto contra a minha partida. Eu não tinha o direito de deixar a Terra e deveria retornar. No momento que ouvi isso, a visão cessou.
Eu estava profundamente desapontado, pois agora tudo parecia ter sido em vão. O doloroso processo de despreendimento tinha sido em vão, e eu não tinha permissão para entrar no templo, para me unir às pessoas a cuja companhia eu pertencia.
Na realidade, umas boas três semanas ainda se passariam antes que eu pudesse me convencer a viver novamente. Eu não podia comer, porque toda a comida me enojava. A vista da cidade e das montanhas do meu leito parecia uma cortina pintada com buracos negros, ou uma folha de jornal rasgado cheio de fotografias que não significavam nada. Desapontado, eu pensei: “Agora eu tenho que voltar para o “sistema de caixa” novamente.”
Porque pareceu a mim como se por detrás do horizonte do cosmos um mundo tridimensional havia sido artificialmente construído, no qual cada pessoa sentava-se sozinha em uma pequena caixa. E agora eu teria que me convencer mais uma vez que isso era importante! A vida e o mundo inteiro me pareceram uma prisão, e isso me incomodou muito que eu deveria achar que aquilo estava tudo bem e em ordem. Eu tinha sido tão feliz largando tudo aquilo, e agora estava acontecendo o fato que eu – juntamente com todos os outros – seríamos novamente presos em uma caixa por um fio.
Senti uma resistência violenta pelo meu médico, porque ele havia me trazido de volta à vida. Ao mesmo tempo, eu estava preocupado com ele. “Sua vida está em perigo, pelo amor de Deus! Ele apareceu para mim em sua forma primitiva! Quando alguém atinge esta forma isso significa que ele vai morrer, pois ele já pertence à “empresa maior.” De repente, um pensamento terrível me apareceu de que o médico teria que morrer em meu lugar. Tentei o meu melhor para falar sobre isso com ele, mas ele não me entendeu. Depois fiquei com raiva dele.
Na verdade eu era o último paciente dele. Em 4 de abril de 1944 – ainda lembro a data exata em que me permitiram sentar-me na beira da minha cama, pela primeira vez desde o início da minha doença, e neste mesmo dia o médico ficou de cama e não saiu mais. Ouvi dizer que ele estava tendo crises intermitentes de febre. Logo depois ele morreu de septicemia. Era um bom médico, havia algo de genial nele. Se não fosse isso, ele não teria me aparecido como um avatar da personificação temporal de uma forma primitiva.”
Durante aquelas semanas vivi num ritmo estranho. De dia eu estava geralmente deprimido. Me sentia fraco e cansado, e raramente me levantava. Melancolicamente eu pensava, “Agora devo voltar para esse mundo monótono”. Quando chegava a noite eu dormia, e meu sono durava até meia-noite. Então eu acordava e passava uma hora acordada, mas num estado profundamente transformado. Era com se eu tivesse em um êxtase.
Eu sentia como se tivesse flutuando no espaço, como se eu tivesse seguro no útero do universo – em um tremendo vazio, mas preenchido com o mais alto possível sentimento de felicidade. “Isso é a graça eterna”, pensei.
“Isso não pode ser descrito, e é maravilhoso demais!”.
maio 6th, 2014 às 11:24 AM
Defensor, duvido que você tenha gasto mais de 2 segundos para responder à minha charada. Bingo!
maio 6th, 2014 às 11:26 AM
Montalvão, resposta criativa. rsrsrs.
maio 6th, 2014 às 11:52 AM
O Jung relata a experiência de EQM que el teve: &c.
Todo relato sério – o do Jung certamente o é… – e subsequentes investigações científicas são válidos e recomendáveis.
Inobstante, me causa suspeita que, segundo tenho entendido, sempre a visão corresponde àquilo já existente no arcabouço mental do quaseultramundano. Cá temos: a alma volita sobre o Golfo de Bengala e Sri Lanka + &c…
E… bingo! Eu tinha visto isso uma vez, na verdade, quando visitei o Templo do Dente Santo em Kandy, no Ceilão (Sri Lanka), o portão tinha sido delineado por várias linhas de flâmulas de lâmpadas de óleo.
Será que eu que nunca andei por aquelas bandas teria essas visões?
maio 6th, 2014 às 12:00 PM
O curioso no depoimento dele foi descrever a Terra ao longe, azul…somente anos depois Gagarin a descreveria assim.
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Jung era ateu. Na autobiografia dele, ele se confessou bastante mexido com a experiência.
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E 100% que deve ser submetido à questionamentos céticos.
maio 6th, 2014 às 12:08 PM
Pois é. Cada qual com sua morte.
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Espíritas: desencarnar
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Católicos: descansar
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Beletristas: entregar su’alma ao Criador
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Advogados: abrir a sucessão do “de cujus”
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Médicos e policiais: ir a óbito
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Jornalistas: morrer
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Malandros & afins: empacotar
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Bandidos: virar presunto
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mais algum?
maio 6th, 2014 às 12:11 PM
Mas afinal, alguém sabe do que morreu o homem?
maio 6th, 2014 às 12:21 PM
Interessante a relação que os espíritas têm com a morte, vista por alguns deles – nem todos, é claro – como uma espécie de “solucionadora” de problemas terrenos urgentes ou saída conveniente de cena de personagens problemáticos. Lembro-me certa vez de um desses personagens, há alguns anos, presidente de certa entidade espírita cuja lisura na condução dos negócios da instituição estava sendo posta em dúvida, que inesperadamente esticou as canelas. Houve comentários de que o “plano espiritual” havia providenciado a sua “volta” antecipada e conveniente para evitar que o prejuízo à casa fosse maior. Há igualmente o caso conhecido da banda “Mamonas Assassinas”, que já comentei aqui, cujo desaparecimento trágico foi uma deliberação do “plano espiritual” em virtude das supostas influências perniciosas de suas “canções fesceninas” sobre a juventude, conforme a análise de certo tabloide espírita do interior de São Paulo.
maio 6th, 2014 às 12:24 PM
Em outras palavras: espíritos podem matar humanos?
maio 6th, 2014 às 12:36 PM
Toffo…Voce não citou — ” Esotéricos : Ascencionar”
maio 6th, 2014 às 12:57 PM
Se essa tal volta antecipada existisse, o q teria de político “retornando” não té no gibi.
maio 6th, 2014 às 12:59 PM
E ao invés de se preocupar em desencarnar autores de “canções fesceninas”, a espiritualidade deveria se ocupar dos que verdadeiramente sofrem e dos que verdadeiramente causam mal a este mundo de meu deus.
maio 6th, 2014 às 1:00 PM
Toffo: espíritos podem matar humanos?
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Se pudessem, alguém ainda estaria vivo?
maio 6th, 2014 às 1:26 PM
ANTONIO G. – POA,
R.: — Non ecsistem!(Quevedo).
A resposta de MONTALVÃO também é boa, mas contei mais de dois segundos.
“posso arriscar uma respostita: “ambos” os três são pegos pelo pé?”.
Não consegui pronunciar tudo isto em menos de dois segundos.
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Acho o unicórnio cor-de-rosa invisível ainda mais interessante do que os três acima.
Além de não existir, ele é invisível e ainda consegue ser cor-de-rosa, apesar da invisibilidade. Coisa típica de divindades e de seres imaginários em geral.
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DEFENSOR DA RAZÃO:
Meu psiquiatra tem me desmotivado também.
Acho que vocês dois me conveceram.
Vou deixar minha morte para (bem) mais tarde.
A ciência que se dane!
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MONTALVÃO DISSE: “Que a alma do morto esteja em campina verdejante (caso existam), apesar de tudo eu gostava dele…”.
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Está insinuando que ele era burro?(campina verdejante).
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JUNG nunca bateu muito bem.
A frase de Gagarin foi de efeito, ficou bem na fita, mas todos já sabiam que a Terra, vista do espaço, apresentaria a cor azul (pelo menos todos os astrofísicos).
Se Jung tivesse dito que Sedna era vermelho, naquele tempo, aí sim eu acharia que há algo de estranho no reino da Dinamarca.
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Jung era ateu.
Precisamos editar a wikipedia:
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“O pai, um reverendo, deixou-lhe como herança uma fé cega que se mantinha a muito custo com o sacrifício da compreensão. A tarefa do filho seria responder a ele com uma fé renovada, baseada justamente no conhecimento tão rejeitado. Além disso, Jung viria a usar as escrituras como referência para a experiência interior de Deus, não como dogmas estáticos à espera de devoção muda, castradores do desenvolvimento pessoal. Ele lamentava que à religião faltasse o empirismo, que alimentaria a sede da personalidade:
n.º 1, e que às ciências naturais, que também tanto o fascinavam devido ao envolvimento com a realidade concreta, faltasse o significado, que saciaria a personalidade
n.º 2. Os dois aspectos, religião e ciência, não se tocavam, daí sua constante insatisfação, devido ao desencontro das duas instâncias interiores. E foi dessa tentativa de saciar tanto um aspecto quanto ao outro, de fazer justiça ao ser como um todo, que decidiu formar-se em psiquiatria: “Lá estava o campo comum da experiência dos dados biológicos e dados espirituais, que até então eu buscara inutilmente. Tratava-se, enfim, do lugar em que o encontro da natureza e do espírito se torna realidade”.
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TOFFO,
que tal ser chamado pelo David Jones?
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Old sea legends: The incredible story of Davy Jones and his Locker
Many will have heard of Davy Jones and his famous locker, maybe through the old legend itself or maybe because of the immensely popular movies of The Pirates of the Caribbean. The story of Davy Jones in Pirates of the Caribbean: A dead men’s Chest is nothing like the real stories of Davy Jones except for the fact that he is captain of the famous Flying Dutchman. You have got to love the role of Davy Jones in that movie, not only the great way he looks but also his speech and behavior make him a great villain. Sailors used to tell terrifying stories to eachother about Jones, but who or what was Davy Jones exactly? Where does the legend come from and what is Davy Jones’ Locker?
When the stories about Davy Jones began is unclear but it was probably be around the 1500’s when people started trading and fighting at sea more and more. The earliest known written reference to davy Jones was in the “Four years voyage of Captain George Roberts” by Daniel Defoe, 1726. But this was only a short mentioning of the saying “to be sent to Davy Jones’ Locker”. There are different stories about Davy Jones and who or what he was, some depict him as the devil some as the evil God of the Seas. But in yet other stories he is a murderer or captain of a ghost ship.
The different stories of Davy Jones:
• Pub Owner: In one of the stories Davy Jones was the owner of a British Pub who would get sailors intoxicated and lock them in his ale locker and later lock their unconscious body in ships that were passing through the harbor. The story also tells of his pub going bankrupt and him deciding to become a pirate by stealing a ship from the harbor. He then supposidly sailed the Atlantic Ocean and hijacked other ships where he would decapitate or keelhaul most of the ships crew. The surviving crew would be locked in the ship and the ship would be sunk. The story also tells of this pub owner selling his soul to the devil.
• Captain of the Flying Dutchman: In some stories Davy Jones is the captain of the Flying Dutchman named “Vanderdecken”. The Flying Dutchman supposidly
• was a ghostship that had to wander the seas forever because it could not make port. The story goes that Vanderdecken hailed out to the sky on a trip from Holland to Batavia: “God or Devil… I will sail around the Cape, even if it means sailing towards our last judgement”. then the Devil took control of the ship and as a price the ship had to sail the seas forever, the dead crew working on forever without saying anything ever again…
• The Jonah theory: In the Bible Jonah became the Devil of the seas when the crew he was with found out that he was being punished by God because of his disobedience. The crew casted him overboard. Some say that Davy Jones came from “Devil Jonah” and a wicked sailor would go to Davy Jones’ Locker.
• David Jones: There once was an actual pirate captain by the name of David Jones who sailed the seas around the 1630’s. But this pirate captain wasn’t that well known and most historians do not think he could not have gathered such worldwide fame.
• Satan: Some believe it is simply another name for Satan, made up by sailors.
Fonte: http://davyjones02.hubpages.com/hub/Old-sea-legends-The-Incredible-story-of-Davy-Jones-and-his-Locker
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Os erros de gramática, obviamente, não são meus, limitei-me a Control C, Control V.
maio 6th, 2014 às 1:50 PM
She flew into the stormy sea
Davy jones was calling me
But heading for tranquility
The grey goose flew away
maio 6th, 2014 às 2:51 PM
A bem do pluralismo e do confronto de ideias (e da diversão) acho que esse blog está a carecer da defesa de pontos de vista espíritas. Cadê eles?
maio 6th, 2014 às 3:34 PM
Luciano, pelo que andei vendo, era roustainguista roxo e sustentava que AL fora Faustino Esposel.
Prato cheio para ARDUIN .
maio 6th, 2014 às 5:50 PM
Há diversos relatos de experiências extraordinárias ao longo da história e a mais impressionante é suspensão da consciência que segundo relatos dá impressão de pertencer ao Todo relativo a transcendência. O psicólogo Jonathan Haidt aborta essas experiências nesta palestra (link abaixo).
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http://www.ted.com/talks/jonathan_haidt_humanity_s_stairway_to_self_transcendence?language=pt-br
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Marciano
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Você já citou esse psicólogo. Conhecia esse trabalho dele? Vale a pena assistir.
maio 6th, 2014 às 9:59 PM
SANCHEZ,
eu tenho tido um interesse crescente em psicologia social nos últimos tempos.
Quando citei Haidt, foi nesse contexto.
Ele fala das maneiras diversas que cientistas e advogados têm de chegar à verdade, e eu sempre procurei pensar como cientista, na vida pessoal, embora esteja acostumado com o pensamento de advogados e use esse tipo de raciocínio (jurídico) no meu trabalho.
Não conhecia a palestra que você linkou.
Vou dar uma olhada.
maio 6th, 2014 às 10:11 PM
Ele começa mal, com essa ideia de transcendência.
Como psicólogo, ele sabe, mais do que ninguém, que estados alterados de consciência só servem para obnubilar o raciocínio.
Nunca soube de um matemático ou físico que tenha resolvido algum problema científico em um estado alterado de consciência.
O sujeito que ele cita, com sua experiência supostamente transcendental, de ver forrest gump, só pode ser um louco.
O que ele descreve é mais do que um estado alterado da consciência, é uma alucinação.
Fiquei decepcionado com Haidt.
Nem vou ver o resto.
Agradeço, contudo, a indicação.
Concordar com alguém em algum ponto não significa concordância total.
Eu concordo quase cem por cento com MONTALVÃO, mas quando ele admite a possibilidade de existência de espíritos ou de forrest gump, eu discordo radicalmente.
maio 6th, 2014 às 10:19 PM
O que eu tinha citado dele está em Haidt, “The emotional dog and its rational tail, a social intuitionist approach to moral judgment”, Psychological
Review, v.108, n.4, 2001, p.814-34.
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Eu concordo com o pensamento político de ARDUIN, mas discordo do pensamento religioso dele.
Posso citá-lo quando concordar com meus pontos de vista políticos ou como fonte quando falar sobre botânica, porém, JAMAIS (desculpe, VITOR – a palavra impôs-se irresistivelmente) quando falar sobre religião, a não ser que seja para discordar.
maio 6th, 2014 às 11:47 PM
Marciano
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Haidt na palestra que deixei indicado não ressalta que essas experiências da suspensão da consciência tem viés transcendental no sentido religioso, pelo contrário apoia uma tese de seleção natural de grupo (biológico) algo que gera muita controvérsia entre os pesquisadores.
Existem exemplos na história que estados alterados de consciência contribuíram para a ciência e progresso humano. Cito de cabeça o anel de benzeno e a invenção do zíper.
maio 7th, 2014 às 8:31 AM
Uma dúvida que me inquieta:
Os espíritos estão sempre dando mostras de sua existência, especialmente através das inúmeras formas de comunicação mediúnica, geralmente tratando de questiúnculas e “abobrinhas”, certo?
Eu pergunto: Não haveria um único espírito benemérito (há bilhões deles vagando pelo espaço) disposto a indicar, por intermédio de um também caridoso médium (há milhares deles vagando pela Terra, especialmente na Terra Brasilis) a exata localização do avião da Malaysia Airlines desaparecido há 2 meses com 239 pessoas à bordo? Este seria um ato de humanidade, de bondade para com milhares de parentes e amigos dos desaparecidos, todos profundamente tristes, angustiados e desesperados, e que clamam por uma notícia, uma orientação. Algo que seria prá lá de justificado em termos de intervenção do mundo espiritual na rotina dos encarnados. Ou devemos entender que este imenso contingente de pessoas foi maquiavelicamente sabiamente reunido em torno de uma tragédia aeronáutica para, de forma coletiva, expiarem suas dívidas cármicas?
Putz, que diabólica engenharia do além !!!!
maio 7th, 2014 às 8:35 AM
“sábia e maquiavelicamente”, eu quis dizer.
maio 7th, 2014 às 8:57 AM
Boa pergunta para a Administração que alega haver médiuns que colaboram com a polícia na América…
Será que nesse caso prático não se deveria convocá-los para um esforço conjunto?
maio 7th, 2014 às 9:07 AM
Não, não adiantaria nada!
Segundo o modelo espírita da Casa, as almas só transmitem imagens vagas. Então a alma informante enxergará a caixa preta no local onde estiver no fundo do mar (segundo se imagina); mas será incapaz de transmitir as coordenadas
(nem o caracter ‘H’ as almas conseguem trasmitir 🙁 ).
Mas… então… como é que colaboram tão eficazmente c/a polícia?
Já não sei mais nada dessa cosmologia: Kardecismo e Chiquismo são bem mais coerentes 😆
maio 7th, 2014 às 9:10 AM
Não, Gorducho. Infelizmente, não. Os relatos sobre isto são fantasiosos, anedóticos, do tipo série televisiva do Canal Sony ou do History Channel. Ainda falta um exemplo de caso policial resolvido, de forma inequívoca, com a ajuda de médiuns. Não há nenhuma evidência concreta de tal fenômeno. Pelo menos, eu nunca vi. E olha que procurei…
maio 7th, 2014 às 9:52 AM
Antonio e Gorducho, nunca se viu na história desse mundo uma questão realmente séria ser verdadeiramente resolvida com ajuda de espíritos desencarnados. Além de casos como esse do avião desaparecido, em que espíritas costumam alegar questões de carma e expiação das vítimas e de suas famílias, podemos citar outros como a busca de décadas pelo local onde o meteoro que extinguiu 2/3 da vida na Terra caiu há 65 milhões de anos. A “ciência espírita” não moveu uma palha, não nos deu nem uma pista que fosse. Por outro lado, essa mesma “ciência espírita” nos ensinou pérolas como a vida em Marte e em Júpiter, a casa em forma de clave de sol do Mozart reencarnado, as fantásticas crianças indigo vindas de Alcione .
maio 7th, 2014 às 10:18 AM
Crianças índigo são aquelas que merecem umas belas palmadas. Só isso.
maio 7th, 2014 às 11:07 AM
“Crianças índigo são aquelas que merecem umas belas palmadas.” Hehehe…
Bom, eu discordo da ideia de que alguma criança mereça palmadas, e imagino que seja só um blague da Larissa, mas, de fato, as tais crianças índigo têm em comum a característica de serem travessas, peraltas, “levadas da breca”.
A existência destes seres fantásticos são outra magnífica contribuição dos estudiosos especialistas em bobagens. Que viagem !!!!
maio 7th, 2014 às 12:26 PM
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Larissa e Gorducho.
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LARISSA Diz:
O curioso no depoimento dele foi descrever a Terra ao longe, azul…somente anos depois Gagarin a descreveria assim.
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Jung era ateu. Na autobiografia dele, ele se confessou bastante mexido com a experiência. E 100% que deve ser submetido à questionamentos céticos.
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COMENTÁRIO: Jung era um místico. Há quem suspeite fosse esquizofrênico, ou, ao menos dotado de personalidade esquizotípica. Um dos fatores (talvez o principal) que motivou a ruptura entre ele e Freud deveu-se a que este repudiava as idealizações místicas do pai da psicologia analítica. Há variados relatos de Jung que indicam estivesse alucinando. Por outro lado, era uma mente poderosa, capaz de fecundas e criativas reflexões.
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Um episódio sugestivo das idiossincrasias mentais de Carl Jung registra-se no período que antecedeu a Primeira Guerra. Em 1913, logo após a separação entre ele e Freud, o psicólogo vivenciou severa crise mental, em que pesadelos terrificantes o acossavam. Naquele período ele próprio se reconhecia prestes a um surto psicótico. Depois da guerra iniciada mudou a interpretação, passando a defender que tivera sonhos premonitórios do conflito que se avizinhava. O evento é contado por Anthony Storr, em “As ideias de Jung”:
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“A próxima coisa que aconteceu foi Jung principiar a ter visões de destruição do mundo, o que, como todo psiquiatra sabe, é, com freqüência, o prelúdio de um episódio agudo de esquizofrenia.
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O próprio Jung decidiu que estava “ameaçado por uma psicose”. Os seus sonhos e visões apocalípticas de destruição universal continuaram até aos primeiros meses de 1914. Então, no l.° de agosto desse ano, eclodiu a Primeira Guerra Mundial. A reação de Jung foi surpreendente. Abandonou a idéia de que os seus sonhos e visões eram uma indicação de que ele próprio estava à beira de um colapso mental e concluiu que eram premonições da iminente conflagração mundial, uma teoria que se ajustava como uma luva aos seus anteriores pressentimentos de que a sensação de opressão provinha mais da realidade concreta do que do seu íntimo. Apesar disso, Jung considerou que a sua mais importante tarefa consistia em investigar os seus próprios sonhos e visões. “Eu tinha de procurar compreender o que tinha acontecido e em que medida a minha própria experiência coincidia com a da humanidade em geral. Portanto, a minha primeira obrigação era sondar as profundezas da minha própria psique.”
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A respeito de Jung assim se pronuncia o Dicionário Cético:
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“Carl Jung (1875-1961), Sincronicidade e o Inconsciente Colectivo
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Alem de acreditar numa série de noções do oculto e paranormal, Jung contribuiu com duas novas noções na tentativa de estabelecer uma psicologia baseada em crenças pseudocientificas. Jung acreditava na astrologia, espiritismo, telepatia, telecinética, clarividência e PES.
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A sua noção de sincronicidade é que existe um principio de causalidade que liga acontecimentos que teem um significado similar pela sua coincidencia no tempo em vez da sua sequencialidade. Afirmou haver uma sincronicidade entre a mente e o mundo fenomenológico da percepção. Sincronicidade é um principio explicatório; explica “coincidencias significativas” como uma borboleta entrar a voar num quarto quando o paciente descrevia um sonho com escaravelhos. O escaravelho é um simbolo do antigo Egipto que simboliza o renascer. Portanto, o momento do insecto voador indica que o significado transcendental de quer o escaravelho no sonho, quer a borboleta no quarto, era que o paciente necessitava ser libertado do seu excessivo racionalismo! Na verdade, o paciente precisava de ser libertado do seu terapeuta irracional!
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Que evidencias existem para a sincronicidade? Nenhumas. A defesa de Jung é tão fraca que hesito em repeti-la. Afirma, por exemplo, “…fenómenos acausais devem existir… visto as estatisticas só serem possiveis se também existirem excepções” (1973, Letters, 2:426). E “… factos improváveis existem – senão não existiria média estatistica…” (ibid.: 2:374). E, o melhor de tudo, “a premissa da probabilidade postula simultaneamente a existencia do improvável” (ibid. : 2:540).
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Mesmo se existe uma sincronicidade entre a mente e o mundo de tal modo que certas coincidências ressoam com verdades fundamentais, existe ainda o problema de perceber quais são essas verdades. Que guia podemos usar para determinar a correção de uma interpretação? Não existe nenhuma excepto a intuição. O mesmo guia levou Freud à sua interpretação dos sonhos. Do meu ponto de vista, a unica coisa que claramente revelam essas interpretações são os colossais egos dos homens que as fazem.
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De acordo com Anthony Storr, Jung era um homem doente que se via a si mesmo como um profeta. Jung referiu-se à sua “doença criativa” (entre 1913-1917) como uma confrontação voluntária com o inconsciente. A sua visão era que todos os seus pacientes com mais de 35 anos sofriam de “perda de religião” e ele tinha com que encher as suas vidas vazias: o seu próprio sistema metafisico de arquétipos e a inconsciência colectiva. Em resumo, ele pensou poder substituir a religião com o seu próprio ego e assim trazendo sentido a todos cujas vidas eram vazias e sem significado. Mas a sua “visão” são ilusões e ficções. São inuteis para pessoas saudáveis. É uma metafisica para o ártico.
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A sincronicidade fornece acesso aos arquétipos, que se localizam no inconsciente colectivo e caracterizam-se por serem predisposições mentais universais não baseadas na experiência. Como as Formas de Platão (eidos), os arquétipos não se originam no mundo dos sentidos, mas existem independentemente desse mundo e são conhecidos directamente pela mente. Ao contrário da teoria de Platão, contudo, Jung acreditava que os arquétipos surgiam espontaneamente na mente, especialmente em tempos de crise. Tal como há uma coincidência significativa entre a borboleta e o escaravelho que abre as portas para a verdade transcendental, tambem uma crise abre as portas do inconsciente colectivo e permite que os arquétipos revelem uma verdade profunda escondida da consciência ordinária. A mitologia, afirma, baseia as suas histórias nos arquétipos. A mitologia é um reservatório das profundas, escondidas verdades. Sonhos e crises psicológicas, febres e perturbações, encontros ao acaso ressoando com “coincidências significativas”, tudo são caminhos para o inconsciente colectivo que está pronto a restaurar na psique individual a saude. Isto é a teoria.
maio 7th, 2014 às 12:30 PM
Esse é que é o problema da mediunidade: sua mais absoluta mediocridade. Só encontra espaço num espaço bastante limitado do conhecimento, vizinho do trivial e da banalidade, ou de autoajuda. Questões realmente sérias nunca são tratadas por seu intermédio. Daí a impressão de que se trata de pura ilusão, mesmo.
maio 7th, 2014 às 12:38 PM
Toffo Diz: Pois é. Cada qual com sua morte.
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Espíritas: desencarnar
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Católicos: descansar
[…]
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mais algum?
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COMENTÁRIO: tem:
– poeta esperançoso: ir desta para melhor
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– niihilista: extinguir-se
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– cínico sem educação: sifu.
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– protestante: adormecer no Senhor.
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– cínico educado: esticar as canelas.
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– simplório: fechar os olhos.
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– poeta, sem religião definida: entregar a alma ao Criador.
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– piadista tradicional: vestir paletó de madeira
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– piadista católico: visitar São Pedro
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– diabético: entregar a rapadura
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– malandro tradicional: comer capim pela raiz.
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Montalvão: adentrar no desconhecido na esperança de que haja um desconhecido.
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– técnico em informática: parar de funcionar
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– clássico geral: exalar o último suspiro
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Fico nesses…
maio 7th, 2014 às 12:43 PM
MARCIANO: Acho o unicórnio cor-de-rosa invisível ainda mais interessante do que os três acima.
Além de não existir, ele é invisível e ainda consegue ser cor-de-rosa, apesar da invisibilidade. Coisa típica de divindades e de seres imaginários em geral.
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COMENTÁRIO: isso porque não conhece o anãozinho gigante: não existe, invisível mas eu o vejo, é anão e gigante a um só tempo, desmoronando o princípio da não-contradição. E – pasme! – multicolorido…
maio 7th, 2014 às 12:45 PM
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MARCIANO:
MONTALVÃO DISSE: “Que a alma do morto esteja em campina verdejante (caso existam), apesar de tudo eu gostava dele…”.
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Está insinuando que ele era burro?(campina verdejante).
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COMENTÁRIO: pô…:-) 🙂 🙂 🙂
maio 7th, 2014 às 12:52 PM
Antonio G. – POA Diz:
MAIO 7TH, 2014 ÀS 08:31
Uma dúvida que me inquieta:
Os espíritos estão sempre dando mostras de sua existência, especialmente através das inúmeras formas de comunicação mediúnica, geralmente tratando de questiúnculas e “abobrinhas”, certo?
Eu pergunto: Não haveria um único espírito benemérito (há bilhões deles vagando pelo espaço) disposto a indicar, por intermédio de um também caridoso médium (há milhares deles vagando pela Terra, especialmente na Terra Brasilis) a exata localização do avião da Malaysia Airlines desaparecido há 2 meses com 239 pessoas à bordo? […]
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COMENTÁRIO: muito boa essa!
maio 7th, 2014 às 12:54 PM
Aliás, Antonio, se espíritos quisessem comprovar-se ativos e reais, sem necessidade de testes controlados, bem poderiam ajudar famílias destroçadas pelo sumiço de entes queridos, dando-lhes seus paradeiros, ou de seus corpos, se mortos.
maio 7th, 2014 às 12:57 PM
Antonio G. – POA Diz: Não, Gorducho. Infelizmente, não. Os relatos sobre isto são fantasiosos, anedóticos, do tipo série televisiva do Canal Sony ou do History Channel. Ainda falta um exemplo de caso policial resolvido, de forma inequívoca, com a ajuda de médiuns. Não há nenhuma evidência concreta de tal fenômeno. Pelo menos, eu nunca vi. E olha que procurei…
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COMENTÁRIO: chii, com meus poderes precognitivos, antevejo o Vitor dispondo um monte de “provas” da eficácia desses detetives psíquicos. Uma das coisas que dirá é que não são médiuns (pelo menos a maioria não seria), embora por alguns assim sejam denominados, seriam sim paranormais dotados de clarividências e outros poderes poderosos…
maio 7th, 2014 às 4:05 PM
Poderão, pelos seus préstimos, poderes poderosamentes potentes proporcionarem plena paz aos pesarosos? Parcimoniosamente pondero: pífio potencial.
maio 7th, 2014 às 4:06 PM
Desculpem a mediocridade, mas a inspiração veio, e… hehehe
maio 7th, 2014 às 6:57 PM
SANCHEZ,
não é bem assim.
O que a psicologia ressalta é que muitas vezes, depois que relaxa, a pessoa, livre das pressões sobre o trabalho, tem uma ideia que já existia de forma latente.
Não é o estado alterado de consciência, principalmente o sonho, que provoca o “insight”, ele apenas deixa a pessoa mais relaxada.
É comum a gente passar o dia inteiro tentando resolver um problema difícil e depois de desistir, ter uma ideia repentinamente. Não é que a ideia veio por meios mágicos, ou estados alterados de consciência, é apenas que a gente age pior sob pressão.
Quanto ao uso de substâncias que alteram o estado de consciência, elas só atrapalham. Se melhoram alguma habilidade, é apenas por efeito desinibitório.
Se eu preciso fazer uma palestra ou um discurso e não tenho muitas ideias para expor o tema, se tomo uma dose de whisky, por exemplo, e as ideias fluem, NÃO é que o álcool alterou para melhor minha consciência. Ao contrário, ele piorou minha capacidade de raciocínio. Por outro lado, se eu estava inibido e ele me desinibe, eu tenho um desempenho melhor, não porque tenha ficado com a consciência aguçada, muito ao contrário, mas porque a inibição, o medo de errar, de dizer besteiras, era mais limitante do que o efeito da bebida.
Se estou sob pressão para fazer qualquer atividade, para resolver um problema, posso estar com a solução em estado latente e não conseguir exteriorizá-la para o nível total de consciência, pois a pressão dificulta o fluxo de ideias.
Durmo pensando no problema e acordo com a solução. NÃO foi o estado alterado de consciência que ajudou, ele apenas livrou-me da pressão social, do compromisso.
Quando estamos dormindo somos completos imbecis e esquizofrênicos.
maio 7th, 2014 às 7:10 PM
ANTONIO e GORDUCHO,
Os mediuns e os espíritos só se interessam por investigações criminais.
Isso nos dá a “certeza” de que a queda do avião não foi criminosa, ou algum “psychic” já teria solucionado o problema.
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MONTALVÃO,
já que você citou várias expressões para substituir o termo “morrer”, acrescento a minha.
MARCIANO: Voltar a não existir.
É incrível a dificuldade que as pessoas têm em conceber a inexistência. É só nos lembrarmos de antes do nosso nascimento. NADA!
Nem Hitler, nem guerras mundiais, nem Napoleão, nem Getúlio Vargas, nem NADA.
Depois da morte é igualzinho. O mundo continua existindo, cheio de gente discutindo sobre a possibilidade de vida após a morte, a história continua (enquanto perdurar a humanidade) e nós, os indivíduos, voltamos a ser iguaizinhos àquele cara que frequentava assiduamente o bar do bigode há cem anos atrás.
maio 7th, 2014 às 7:53 PM
Antonio G. – POA Diz: Poderão, pelos seus préstimos, poderes poderosamentes potentes proporcionarem plena paz aos pesarosos? Parcimoniosamente pondero: pífio potencial.
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COMENTARIO: pondero, pesaroso, que poderes poderosos podem produzir procederes parantes, não permitindo processar-se a permissão procedível prolatada no pródromo do preâmbulo prosopopéico. Assim posto proponho postergar a pabulice.
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sesculpe-me, o negócio é contagioso…
maio 8th, 2014 às 7:54 AM
rsrsrs….
maio 11th, 2014 às 1:34 AM
Coitado do Luciano, morreu há tão pouco tempo e já foi esquecido.
maio 12th, 2014 às 9:56 AM
Sobre o Luciano dos Anjos rustenista e de André Luís ter sido Faustino Esposel eu já comentei anteriormente. É só procurar.
Quanto às mortes:
Jocoso: bater as botas
Caipira: ir para a terra dos pés juntos
Costureira: ir para além do véu
maio 12th, 2014 às 9:57 AM
Ih! Errei!
Johnnie Walker: bater as botas
maio 12th, 2014 às 10:54 AM
Major Rocha, do filme Tropa de Elite 2: quebrar ou passar.
maio 12th, 2014 às 4:26 PM
Adeus a todos os amigos e inimigos do blog.
Conforme comuniquei no tópico anterior, o do livro de Timponi, realizarei por conta própria a experiência de suicídio seguido de tentativa de comunicação com qualquer um de vocês, por qualquer meio.
Espero conseguir.
Vou esticar as canelas, bater as botas, ir morar na cidade dos pés juntos, como queiram, em nome da ciência.
maio 12th, 2014 às 6:14 PM
Marciano, você não vai conseguir. Mas, pelo menos, você não vai nem se arrepender, porque mortos não constatam nada.
maio 13th, 2014 às 9:32 AM
Marciano, nosso interesse em encontrar provas aceitáveis de contato com falecidos não chega a tanto. Não se aventure nessa experiência autodestrutiva e fadada ao insucesso. Sua presença aqui é muito mais importante.
maio 13th, 2014 às 10:15 AM
kkkkk….
maio 17th, 2014 às 7:04 PM
Acabo de falar cerca de 20min com Scur.
Ele tá cobrando manifestaçao de jcff;.