“Psicomancia” (1853) do Prof. Charles G. Page – O livro que prova que as irmãs Fox eram uma fraude
É com grande satisfação que trago aqui o livro “Psicomancia” traduzido para o português pela primeira vez! O autor fez diversos experimentos com as irmãs Fox e demonstrou, a meu ver de forma cabal, que elas não estavam se comunicando com espíritos, mas meramente fazendo truques. A tradução custou 400 reais, dinheiro este pago integralmente por Marcio Rodrigues Horta e Marcos Arduin, pessoas a quem muito agradeço!
Para aqueles que quiserem conferir a tradução, o original em inglês pode ser baixado neste link. Quaisquer sugestões de melhorias serão bem-vindas. Para quem quiser baixar a tradução, uma versão em doc encontra-se neste link, e uma versão em pdf neste link.
PSICOMANCIA
BATIDAS ESPIRITUAIS E MESAS GIRANTES
EXPOSTOS.
pelo
PROF. CHARLES G. PAGE, Doutor, Etc.
NEW-YORK:
D. APPLETON AND COMPANY,
200 BROADWAY.
MDCCCLIII
BATIDAS ESPIRITUAIS
O fanatismo alarmante e alastrado das batidas espirituais e das mesas girantes dos dias de hoje é, somente, uma modificação, ou uma nova visão, de instrumentalidades demoníacas, agindo por meio das maquinações humanas, que infesta a sociedade desde o começo dos tempos. Começamos com esta proposição, mesmo que pareça severa para alguns, e se falharmos em prová-la pelos fatos, argumentos e senso comum, nós ainda declaramos aos que não creem em nossa doutrina que nos provem o contrário; e com confiança em nossa crença na Escritura Sagrada e nas leis infalíveis de Deus, desafiamos que nos demonstrem quaisquer que sejam as manifestações de comunicação com espíritos por batidas ou mesas que viram que não possam ser explicadas pelas bem conhecidas leis naturais. Nós não atribuímos ao Demônio nada que já não tenha sido a ele atribuído nos crimes e maldades do ser humano até o presente. Que nem o “príncipe do poder do ar”, muito menos seus ordenados (a menos que estejam em forma humana), comunicam-se inteligentemente por meio de sons, ficam sob as mesas e as viram, giram, ou executam quaisquer destas proezas extraordinárias de caráter e origem sobrenatural, que tantos estão determinados a acreditar. Nem também consideramos que o arqui-inimigo do homem adquiriu novos poderes ou organizações para promover seus projetos maliciosos. LONGE DISSO. Um novo poder? Iria contra seus planos. Um novo poder? Um assunto que merece ser pesquisado, até a total exaustão dos recursos mentais. Um novo poder? Só de ser mencionado, já se torna um sinal para despertar os devotos da ciência e ao primeiro sinal de plausibilidade, a luz da meia noite queimará pela cristandade, até que os verdadeiros anseios do homem sejam desvendados. Não! Ele conhece seu próprio jogo e suas ferramentas muito bem para dar ao homem um objeto legítimo de pesquisa, e assim desviar a investigação dos feiticeiros desvairados e mercenários para aqueles que seriam legítimos e verdadeiros. Ele trabalha com suas próprias e velhas ferramentas, através da instrumentalidade mais bem sucedida, sobre a qual, por longa e calamitosa experiência, adquiriu tão poderosa ascendência – a alma humana. Esta é sua ferramenta maleável, e aqui está seu baluarte. Para aqueles que consideram o relato das Escrituras sobre a existência do Demônio e dos seus agentes como alegórica, nosso argumento, em seu caráter primordial e producente, se aplicará com a mesma força, pois eles só precisam investir a mente do homem com toda força e atributos que a alegoria dá aos dois juntos, e temos que nos dirigir a eles com o mesmo interesse e esperança de sucesso como nos dirigimos aos que acreditam inquestionavelmente nas Escrituras. Para todos, do mesmo modo, as profundas, incansáveis, infinitas artimanhas da alma humana são temas conhecidos, e interessa pouco ao nosso atual propósito, se estas transações ímpias vêm do comando central de pensamentos sem inspiração e sem cuidado ou se o pensamento desatento fica impressionado por poderes superiores. Há na mente um apetite forte, e geralmente mórbido, para o sobrenatural e o maravilhoso; uma tendência a indagar além do que é realmente revelado; e, pior que isso, um desejo de poder, quer seja real ou enganoso, de se achar acima de seus companheiros mortais e de fazer com que suas palavras e ações tenham o peso da autoridade Divina. Deste desejo se origina o sacerdócio, a astrologia e a feitiçaria, e nos hábitos anteriores da mente encontram-se o seu sucesso e a sua perpetuação. Tem sido uma fonte real de angústia para nós, ver cristãos, até entre nossos amigos próximos, afirmando, levando suas indagações além das restrições da realidade dentro do mundo espiritual, esquecendo-se ou desaprendendo que as injunções das Escrituras nos proíbem de olhar para coisas deste tipo, e inconscientes do fato que suas invocações bem intencionadas de espíritos que viravam mesas e batiam estavam, com cada passo e ato de repetição, encorajando os mercenários e as tramas nefárias de certo grupo de impostores repugnantes, que deram origem à trapaça, e continuavam sua prática em prol de uma ganância torpe. A eles, e a todos, dizemos PARE! Antes esta temeridade fosse visitada pelo julgamento justo de uma Divindade ofendida, que pronunciou, em linguagem clara e inequívoca, em seus oráculos sagrados, sua maledicência para feitiçaria e bruxaria; que determinou os limites da indagação humana de onde o tempo termina e a eternidade começa, selando o futuro num mistério impenetrável; que recusou aos corações ansiosos de pais afeiçoados e enlutados todo o conhecimento sobre seus entes queridos que partiram, salvo as esperanças e consolos das Escrituras. O quê! O Juízo Final deveria ser antecipado e os arquivos da punição eterna transmitidos com batidas de gravetos no chão ou o girar de mesas? A eternidade deveria se tornar subordinada ao tempo, aos imortais e aos mortais? Deveria o silêncio dos túmulos ser perturbado por charlatões rastejantes, ou suas sombrias moradas serem verbalizadas através de médiuns grosseiros com batidas e viradas? ÍMPIOS! ÍMPIOS! Não temos necessidade de citar as Escrituras contra esta busca profana, pois suas anátemas são amplas e barulhentas, e aquele que se apressar poderá ler. Sabemos que existem aqueles que se tornam envolvidos inocentemente na invocação de espíritos, e que parecem se encantar com conversações, como eles supõem, com seus amigos que partiram. Pedimos a eles que parem e considerem bem o que estão fazendo! Que olhem em volta e vejam a devastação do intelecto humano, o temeroso inchaço dos tumultuosos hospícios, as ações assustadoras de sangue e violência, e as fraudes estupendas, tudo isso unigênito desta mania monstruosa! São estes os frutos de atos legítimos e sagrados? São estes seus confortos enquanto em seu santuário espiritual? Não trazem neles mesmos evidências de sua origem diabólica, e não seriam estes avisos para acautelarem-se, a fim de que, nas tentativas de entrar além do véu para o “Sagrado dos Sagrados”, não sejam derrubados também? Se estas pestes da sociedade estão fora do alcance dos tribunais mundanos, vão permitir e encorajar suas carreiras? Deveríamos ser recebidos aqui com a afirmação de que existem maníacos religiosos, que excitação religiosa cria loucos, e conduz a atos de violência? Desprezamos a falácia e com imponente desafio, armados com a Rocha das Eras, nós devolvemos o pedido de desculpas ao próprio encrenqueiro causador, e, sem medo da sua replicação, afirmamos triunfantemente que a verdadeira religião de Jesus Cristo, cujos primeiros frutos e sua própria essência são paz para a alma, NUNCA LEVOU QUALQUER UM À LOUCURA.
Nós proferimos uma profunda reverência por tudo o que é sagrado e, desde nossa lembrança mais remota, fomos saturados com um profundo medo de qualquer forma de profanação, e abordamos esta imitação de Céu com um pouco de hesitação, relutantes que nossa veneração deva sofrer tanta violência. Mas nós nos justificamos com total convicção que isto não é do Céu, mas dos homens. Pelo bem de desvendar esta enganação e ilusão, com este propósito somente, temos nos colocado frequentemente na posição de trouxas destes impostores e, dissimulando durante um tempo convicção e conversão, os levamos até que estivessem completamente perplexos com as tentativas de realizar seus truques, e os espíritos se tornaram incapazes e silenciosos como os mortais nos quais atuavam. A primeira vez que sentamos à mesa com alguns bem-intencionados amigos particulares da família para invocar espíritos, confessamos ter tido um sentimento momentâneo de horripilação, não por medo de ficar diante de um visitante de outro mundo, mas pela impressão de que o ato em si fosse profano e um desafio aos céus. Mas quando foram pronunciadas as palavras “Se há algum espírito presente, poderia, por favor, sinalizar virando a mesa?”, os pensamentos de sacrilégio desapareceram e foram imediatamente substituídos por um irresistível senso de ridículo, e o sorriso e as risadas se elevaram acima de qualquer solenidade e irreverência. “Os espíritos poderiam, por favor, virar a mesa?”, foi novamente reiterado, mas nenhuma mesa tombou para nós. Talvez não sejamos “médiuns”, disse um deles. “Os espíritos declararam que sou um médium”, disse outro, mas aquele Grande Exorcista, senso comum, estava presente e predominante na ocasião, e os espíritos não se comunicariam e a mesa não viraria, certamente não sozinha. Introduzimos toda variedade de manipulação cruzando as mãos, entrelaçando os dedos, e, apesar de tudo, e da persistência mais paciente, a mesa provou ser inerte e a lei universal de que “matéria é inerte e não pode mover-se por si mesma”. Qual teria sido a causa desta conjuração frustrada? Os espíritos estavam presentes e não dispostos a gratificar certa classe de diletantes que lá estavam? Eles estavam gracejando ou provocando, ou de mau humor conosco, nossos aparelhos, ou nossa espionagem? Ficamos sabendo, de várias fontes respeitáveis, sobre espíritos gracejando e provocando os presentes nestas ocasiões. Ou eles estavam distantes em alguma missão, ou ocupados e monopolizados em inclinações especiais em outro lugar? Esta última ideia parece estar excluída, pelo fato de que certos grandes espíritos, como Channing, Webster, Clay e Calhoun, que apareciam tanto nessas ocasiões, se comunicavam por batidas e viravam mesas em lugares diferentes ao mesmo tempo. Que pantomima é isso tudo para a mente que crê na onipresença do Grande Deus, que não pode olhar para tais práticas senão com repugnância. Você, homem ou mulher cristão, é um pouquinho melhor por estes feitos que aquela mulher, a Bruxa de Endor[1], com os espíritos familiares? Não prefere ser discípulo dela? E ela não é mostrada a você como um exemplo e um aviso? Acha que batidas e viradas de mesa dão respeito à bruxaria? Ler o futuro e o mundo invisível, por meio de batidas e viradas, é melhor que os feitos da longínqua megera deplorável, que resolve os mesmos problemas com cartas e feitiços místicos em sua moradia oculta? Não estaria você ministrando incentivo à sua bruxaria, e seguindo sua mesma vocação, embora com outro nome? Não iria esta verdadeira feiura levantar-se em julgamento, e implorar, justificando sua cartomancia, usando como exemplo da Igreja Cristã e as comunicações com espíritos e mesas que viram? Talvez pense que estas aparentes maravilhas são mais repletas de interesse, novidade e mistério que as demonstrações mágicas dos antigos. Ora, na verdade, são desprezivelmente insignificantes quando comparadas às feitiçarias dos antigos. Leia as cartas de Upham sobre a bruxaria das Colônias da Inglaterra, a demonologia e a feitiçaria do Senhor Walter Scott, e veja como as batidas e viradas definharam perante as apresentações das bruxas do passado. Depois de lê-los, estude bem Mágica Natural do Senhor David Brewster — um livro que deveria estar nas mãos de cada um que se interessa por estas maravilhas dos dias de hoje. Lá verá que fenômenos, à primeira vista inexplicáveis, são solucionados por pontos de referência da ciência e pelo senso comum. Irá descobrir que a bruxaria não era para ter sido interrompida inteiramente pela guilhotina, o patíbulo ou a estaca, mas que a luz da razão e a ciência eram mais eficientes em promover sua destituição. O Senhor Walter Scott fala dos que se opunham à feitiçaria no século XII, que os “perseguidores da ciência exata, até a sua recatada retirada, estavam certos de serem os primeiros a descobrir que os fenômenos mais extraordinários na natureza são regulados por certas leis fixas, e não podem ser atribuídos racionalmente à força sobrenatural” (significando, é claro, interferência sobrenatural), “a causa suficiente na qual é atribuída à superstição tudo que está além de seu estreito poder de explicação. Cada avanço no conhecimento natural nos ensina que é o prazer do Criador governar o mundo pelas leis que impôs, as quais, em nosso tempo, não são interrompidas ou suspendidas”.
Em todos os tempos, a Igreja atribuiu à bruxaria a ação do demônio. Se este é seu trabalho, ele certamente procede com o mesmo modo de operação de sempre. Quando uma artimanha se desgasta, ou é detonada pelo poder da ciência, utiliza-se de outra; isto é, ele instiga novos truques por suas próprias influências invisíveis, sobre as mentes daqueles que se tornam seus instrumentos voluntários. O mais grosseiro de tudo é a comunicação com espíritos por batidas, e depois, os sutis delírios do mesmerismo, e as viradas de mesa. Não podemos parar aqui para discutir o mesmerismo, pelo que quer que seja que possa haver nele de investigação legal, mas certamente o envio de espíritos clarividentes para os portais do céu ou inferno, para trazer de volta as descrições daquelas moradas e os seus habitantes, é a feitiçaria de mais ímpio caráter. Há alguns anos, um ilustre poeta disse: “Satanás, agora, é mais sábio do que o de outrora”; sem dúvida, avançou alguns graus em estratégia, desde o tempo do Papa, e enquanto a luz e o poder da ciência e sabedoria crescem, ele também aprofunda suas tramas e muda seus pontos de ataque. Agora repetiremos aqui, que é totalmente irrelevante para o nosso propósito se os nossos leitores acreditam no visível ou invisível, em influências diretas ou indiretas do diabo sobre a mente ou a matéria, ou se nem em uma coisa nem
“Tais eram os obstáculos, decorrentes da vaidade de filósofos e da imperfeição de sua ciência, que suspendeu a força de seu apelo à razão e ao bom senso contra a condenação de infelizes, por conta de crimes, ??a mortes cruéis que nos tempos de hoje tornaram-se impossíveis”.
Assim, homens sábios, procurando desvendar mistérios pelo desejo de sabedoria e total conhecimento, podem se tornar os apologistas da feitiçaria e bruxaria. Bacon foi obrigado a ser um filósofo para o todo o mundo esclarecido, mas hoje em dia, cada ramo da ciência se tornou tão extenso, que quaisquer deles seriam demais para o entendimento de um Bacon, e os filósofos dificilmente ousam se aventurar fora de seus próprios limites, a fim de que não se tornem, ou que sejam considerados filosofistas. Sabemos de homens da ciência que foram insultados por manterem tais posturas, obstinadas e inexoráveis, contra estas “tolices”. Isso eles são obrigados a fazer. Familiarizados com as leis da natureza, todos os fenômenos reais são também maravilhosos para suas mentes, e para aquele que afirma ser milagroso, sobrenatural, e, por excelência, o MARAVILHOSO, eles repudiam sumariamente como absurdos, sabendo que, se eles não podem desenganar a mente popular, podem, ao menos, provar a sua irracionalidade para sua própria e inteira satisfação. Anteriormente, videntes eram às vezes denominados filomáticos, mas pensamos que como a cartomancia se degenerou para tal descrédito, que o nome é aplicado tão indignamente, nós propomos transferi-lo para a classe de escritores letrados dos dias atuais, que procuram rastrear esses truques de batidas e viradas para a ação direta do diabo, ou maus ou bons espíritos; — supondo que estes espíritos façam os sons ou movimentos, e se comuniquem; — e especialmente para aquela classe que atribui estes fenômenos à eletricidade, ao magnetismo, ou à ação de algum poder ou fluido até então desconhecido; em suma, a todos, que olham para estes fatos como nada além de imposturas e ilusões. Estes são os filomáticos dos dias atuais, e ao mesmo tempo em que assim se interpõem no caminho do avanço do verdadeiro conhecimento, eles estão, na verdade, fomentando erro, superstição e feitiçaria. Nós, nos nossos dias, nos vangloriamos do esclarecimento das massas, da disseminação da educação e da difusão de conhecimento; mas para tudo isso, a necromancia não está morta nem sufocada; e agora é como um veneno funesto se espalhando predominantemente pela nossa terra, sobre os mais absurdos fundamentos e pretextos. Espíritos, batidas em portas, pisos, e mesas, mesas virando e sendo giradas no quarto? Espíritos, vocês dizem? Um “espírito tem carne e sangue”? Um espírito tem ossos, músculos, dedos, calcanhares, artelhos, e bengalas? ESPÍRITOS VESTEM ANÁGUAS e vestidos longos? Um “novo fluído”, disse outro filomático. Um novo fluído, certamente? Nada mais do que o velho fluido da credulidade ou ingenuidade, se somos permitidos usar o último termo. Um “fluído antigo”, diz outro. “Eletricidade ou magnetismo em alguma forma”. Isto é insuportável. Desde as primeiras descobertas em eletricidade e magnetismo, estes agentes estão tendo que assumir a paternidade de todo o fenômeno raro e inexplicável. Este é o caso agora, muito mais do que quando Sir Walter Scott escreveu suas cartas sobre feitiçaria, embora ele diga que o ramo de madeira divinatório, e outros notáveis e equivocados fenômenos, foram atribuídos à ação da eletricidade e magnetismo. Nos tempos atuais, esses sutis agentes são os frequentes bodes-espiatórios para fenômenos mesméricos, eletrobiológicos, psicológicos, e quaisquer outros tipos de fenômenos, cuja causa ilude os sentidos, e as farsas espalhafatosas das “batidas e viradas” deve, alegremente, tirar vantagem do mesmo subterfúgio para conquistar a credibilidade popular. Infelizmente, neste caso, o conhecimento exato das leis da eletricidade é possuído por comparativamente poucas pessoas; e o fluido elétrico, ou o poder de magnetismo, torna-se um instrumento muito engenhoso nas mãos de charlatães e empíricos, através do qual impingem na mente popular a realidade de seus truques e imposturas. Para quem tem um conhecimento adequado das leis da eletricidade e do magnetismo, é mais do que divertido ver a pedante seriedade que estes últimos filomáticos dissertam sobre eletricidade e magnetismo, contorcendo e massacrando suas leis estabelecidas durante todo o tempo, para explicar alguns vis malabarismos, ou desvendar a psicomancia das batidas e viradas; e também para ver com que avidez seus argumentos inflados são devorados por multidões abismadas, que aparentemente não estão dispostas ou são incapazes de engolir uma única verdade nua e crua. É frequentemente dito que “os homens gostam de ser enganados”. Isto é verdade até certo ponto e, às vezes, o caso é que um charlatão atrairá multidões ao seu redor, onde um homem verdadeiramente culto não conseguiria estabelecer-se. Entretanto, a verdade é poderosa, e prevalecerá, e o poder da aprendizagem sempre foi e será sentido, embora possa ser um pouco lento afirmar e manter a sua supremacia. Na verdade, não existe uma propriedade, condição ou lei da eletricidade ou magnetismo que, até então, tenha sido estabelecida por experimentos e pela ciência, que explicasse batidas e viradas, sem agir com violência para com a filosofia. Há alguns anos, um amigo e irmão médico veio a nossa casa tarde da noite, tremendo consideravelmente, desejando que fossemos ver uma mulher que estava enfeitiçada de uma maneira extraordinária. Em intervalos, ela seria tomada por convulsões, e enquanto durava o ataque, ela tirava alfinetes das mãos, braços, e pernas de espectadores e, jogando os alfinetes em sua boca, engoliu-os. Nós protestamos com ele, mas apesar de muito inteligente, e sobressaindo-se em sua profissão, nosso amigo, o doutor, não desistiria. Ele tinha visto, acreditado, mas não conseguiu uma explicação, e veio até nós especialmente para verificar se “eletricidade não tinha algo a ver com isso”. Sabendo que as bruxas da antiguidade tinham um capricho especial por alfinetes, e totalmente preparado para ver nada mais do que uma façanha hábil de destreza, consentimos a ir, mesmo estando tarde, e assim que o pequeno duende, que estava deitado em cima de um catre sobre o chão, tornou-se convulsivo, e tirou um alfinete de nossa pessoa, e o engoliu, descobrimos o método e, no dia seguinte, com um pouco de prática, fomos capazes de ter convulsões bem razoáveis, e podíamos sacar e engolir alfinetes tão habilmente quanto a bruxa. Nosso bom amigo, o médico, não tinha nem notado que os movimentos convulsivos eram confinados às ações voluntárias sobre os músculos, de tão absorto que estava com a ideia do caráter sobrenatural desta performance. É impressionante notar como os poderes do mais astuto falham assim que eles consideram a mais remota ideia do sobrenatural nestes casos. Esta menina foi visitada por centenas de pessoas respeitáveis ??e inteligentes da nossa comunidade, e não obstante, uma publicação foi feita expondo o truque, mas poucos foram capazes de descobrir por si próprios e a maioria acreditava ser uma apresentação genuína, e esmolas eram dadas livremente em compaixão pela sua condição lamentável. Nossa solidariedade foi empregada àqueles que ela enfeitiçou, devemos dar crédito à feiticeira por ter mais astúcia do que seus clientes, e acreditamos que ela obteve uma colheita bastante rica por sua habilidade
Há muitos anos, uma pessoa com o nome de Hanington, veio a Salem, Massachusetts, onde morávamos, para exibir a assim chamada dama misteriosa. Esta mulher tinha o poder de nomear e descrever várias coisas que não podia ver, revelar nomes escritos em pedaços de papel entregues às pessoas promiscuamente na audiência, e uma variedade de performances que deixava seus visitantes completamente atônitos. O programa deles anunciava que haviam visitado as principais cidades, neste país e na Europa, e que seu extraordinário dom de divinação tinha surpreendido as pesquisas mais elaboradas. Fomos convidados a ver esta grande pitonisa moderna e, especialmente, com a finalidade de julgar se aquilo era uma ilusão auricular. Em resumo, se não poderia ser um caso extraordinário de ventriloquismo, pois esse parece ter sido o último recurso para a solução do problema para aqueles que repudiavam bruxaria. A eletricidade não responderia desta vez, e a ciência do som teve que ser mutilada para a ocasião. Sendo nós mesmos peritos na execução de ventriloquismo e familiarizados com as leis da acústica, levou nada mais que um momento para decidirmos que o ventriloquismo era totalmente inadequado para a solução do quebra-cabeça, e antes de sairmos do quarto, nós percebemos todo o truque, desconcertando, principalmente, os executores e, no dia seguinte, publicamos uma exposição completa, após a qual o paradeiro da misteriosa mulher era um mistério maior do que suas performances tinham sido.
Alguns anos depois, um relato foi publicado por todo o país e na Europa, de um prodígio na forma de uma menina elétrica, em Paris, que era tomada com um poder extraordinário — elétrico, é claro — pelo qual, quando ela ia sentar-se em uma cadeira, a cadeira era arremessada para longe dela com grande violência. Esta foi uma das maravilhas da época, e depois de ter enganado multidões, e tornar-se um objeto de interesse e compaixão universal, ela caiu nas mãos de um comitê selecionado da Academia de Ciências, com Arago liderando. Alguém supõe que Arago considerou, por algum momento, a ideia de ação elétrica neste contexto? De modo algum! Arago imediatamente pôs-se a examinar os calcanhares da menina, e logo descobriu que ela movia as cadeiras através de esforço muscular. Através de longa prática, ela havia adquirido tal habilidade e poder de chutar, ou empurrar as cadeiras para longe dela, que sempre era feito sem exibir qualquer movimento de seu vestido ou a mínima perturbação de sua pessoa. Nada mais sobre eletricidade ou o “novo fluído”, neste caso. Esta menina que chutava foi denominada a Menina elétrica, ou a Maravilha elétrica. Claro que ela pertencia à classe do novo fluído, pois ninguém familiarizado com as leis da eletricidade teria entretido a suspeita de que eletricidade tivesse algo a ver com o fenômeno.
Podemos ser acusados de sermos um pouco dogmáticos neste tratado, e talvez sejamos mesmo, por termos que lidar com tantos fanáticos e pragmatistas filomáticos. Para os supersticiosos e ignorantes, temos um pouco de caridade, mas confessamos que temos pouca ou nenhuma paciência para aqueles entre homens instruídos que são usuários dos amuletos de eletricidade, magnetismo ou novos fluídos. Eles evidenciam mais pedantismo do que compreensão, e são disseminadores inescusáveis de sofismas e erro. Eles estão exatamente na categoria dos crentes no movimento perpétuo e, de fato, a atribuição de tais fenômenos como inclinações de mesa à eletricidade, magnetismo, ou algum fluido novo, vai um passo além do movimento perpétuo, se isso for possível. A maioria dos labutadores após o movimento perpétuo espera obter, por algum novo ajuste, uma máquina que mal vai conseguir se mover por si só, sem qualquer grande excesso de energia; mas de acordo com esta nova filosofia de inclinações de mesa, certamente temos que observar qualquer quantidade de potência, sem qualquer consumo de material, e nenhuma outra despesa além da de manter um médium inteligente à mão. Sobre o princípio de tocar uma mesa pesada, levemente (pois o toque deve ser leve, de acordo com a regra), e causar assim, por encantamentos, a mesa de virar, levantar, girar, etc., custaria muito pouco para mover uma igreja ou uma montanha, e médiuns estariam com grande demanda de propósitos mecânicos, como fazer os motores a vapor serem mais baratos e seguros. Como parece estranho que esses pseudo-filósofos tenham perdido inteiramente a visão do grande princípio radical de toda ciência dinâmica, isto é, que ação e reação são iguais, e nunca anexaram o menor valor para o fato de que, quando as pessoas colocaram suas mãos levemente sobre mesas, suas mãos sempre seguem o movimento da mesa, qualquer que seja a maneira que a mesa se mexa. Certamente pareceu para nós como um fato muito significativo, quando vimos pela primeira vez a performance, e se for considerado em ligação com a eletricidade, ou um novo fluído, é suficientemente anômalo para requerer uma análise cuidadosa. Mas, mais disto dentro em pouco, pois nos propusemos a examinar as batidas primeiro. Esta impostura originou-se com duas meninas, com o nome de Fox, de Rochester, Nova York, que estão agora, com sua mãe, viajando por todo o país, exibindo sua arte por dinheiro. Algumas semanas atrás, a Fox-mãe nos deu um relato deste maravilhoso desenvolvimento de ruídos ou batidas das duas filhas e, com ela, aprendemos que os barulhos foram mantidos por um longo tempo antes de descobrirem a causa. No início, elas ficavam irritadas com eles, mas, depois de um tempo, se tornaram tão familiarizadas com os sons, que davam pouca atenção a eles, até que descobriram o modo de comunicação com os seus autores, e determinaram que os sons eram feitos por espíritos de mortos. De acordo com seu relato, os espíritos, então, batiam em pontos distantes das meninas, mas parece que o hábito espiritual havia mudado um pouco, pois desde que as meninas estiveram em exposição[2], os espíritos não batiam em nenhum lugar, exceto diretamente sob as meninas, e os seus pés, ou sobre algo com que as mesmas ou seus vestidos estavam
Isto nos diverte muito, às vezes, quando discutimos estas questões com os nossos amigos, sermos informados que nossas “opiniões são todas preparadas de antemão”, “que são preconceituosas”, etc.. Admitimos a acusação e, dizendo francamente, nós somos preconceituosos, e isto quer dizer prejulgar qualquer esforço para tornar o preto parecer ser branco, e o branco, preto; e declarar que as pretensões destes batedores e viradores são tão grosseiramente absurdas e tolas como qualquer monstruosidade em forma de proposta que jamais emanaram de um louco ou de um cérebro maligno. Quando somos informados de que uma mesa é movida pelo mero esforço da vontade, que se move sem que seja tocada, negamos completamente a declaração, e desafiamos a reprodução do milagre. Quando nos é dito que espíritos batem em cima de mesas, chãos, portas, paredes ou quaisquer outras coisas, negamos a afirmação, e desafiamos, nestes casos, a produção de qualquer tipo de batida ou o som, que não seja rastreável claramente como de agência humana. Talvez seja inferido que nós tomamos ou deveríamos tomar uma atitude contra a interferência sobrenatural e os milagres em geral, vendo que nós estamos preparados para condenar a priori essas manifestações que revindicam origem sobrenatural. Confessamos que um dos maiores obstáculos que encontramos no decurso desta exposição foi a crença enraizada na existência de poderes, agências e ações miraculosas nos dias de hoje, e a prontidão com que muitas pessoas atribuem tudo que ilude seus julgamentos ou sentidos e, principalmente, o que tiver o mínimo sabor de religião, a agência sobre-humana. Nós não pretendemos recorrer à Escritura Sagrada por argumentos em apoio à nossa decisão, sobre estas batidas e viradas, mas antecipando a recepção que encontraremos com esta classe de pessoas, devemos advertir brevemente sobre os fundamentos de sua crença e sua objeção, e ao mesmo tempo definir nossa própria posição. Nós nos encontramos preparados contra sábios eruditos da atualidade que, fracassando justificar estas estranhas ações com a suposição de agência humana, recorrem à sua crença no super-humano, e consistentemente com sua vocação profissional, devem, evidentemente, ter encontrado seus pontos de vista na Escritura. Falhando no discernimento do “dedo de Deus”, eles chegaram a seu último recurso, “que essas manifestações são obra do diabo, ou de espíritos malignos”. Sem reivindicar qualquer profundidade em tradição bíblica, perguntamos a eles onde está a autoridade para qualquer conclusão deste tipo sobre a Bíblia? A Bíblia ensina claramente sobre agência do diabo, de suas operações sobre o coração do homem, e até agora tal construção seria justificável, mas não além disso. Não há nenhum instante registrado no qual a agência Satânica foi reconhecida pelo homem como imediata. “Pelos seus frutos os conhecereis”, é uma regra suficiente de julgamento para quaisquer ações, pretensões, ou manifestações de qualquer natureza; e aqui eles deveriam descansar satisfeitos e, em vez de ir além do relato, poder administrar com segurança a advertência geral, que essas “mentiras são de seu pai, o diabo”, sem a introdução de todo o pandemônio em nossas casas, a derrubar nossas mesas e perturbar as leis da gravidade e da filosofia mecânica. Nós acreditamos que milagres foram realizados no passado, para propósitos sagrados somente; que eles eram necessários para reforçar a verdade da revelação; que os dias de milagres já passaram, e que eles cessaram quando sua necessidade cessou. Temos nosso próprio modo de estabelecer aquele período, mas a discussão iria longe demais do nosso presente propósito, e nós já divagamos demais. Tomamos a posição que nenhuma bruxa, feiticeiro, mágico, mago, bruxo, necromante e cartomante, desde o começo até o presente momento, nenhum teve poder a mais sobre a matéria, ou sobre as leis da natureza, do que qualquer outra pessoa, e quem quer que reivindique espíritos familiares, presságios, ou qualquer comunicação direta com o mundo invisível através de batidas e viradas, é bruxa, feiticeiro, conjurador ou mago de facto.[3] Os principais empreendedores em todas estas maravilhas são impostores, e seus discípulos, ingênuos. Enquanto os primeiros estão enchendo seus cofres à custa dos últimos, eles devem muitas vezes entregar-se à felicidade secreta com a credibilidade de seus seguidores e, particularmente, com as discussões graves de instruídos do clero e outros sobre eletricidade, magnetismo e o novo fluido, o fluido nervoso, ou a ação imediata do demônio, como causas prováveis destes estranhos fenômenos. Certamente, as “crianças deste mundo são mais sábias que as crianças de luz”. O impostor, com a sua prestidigitação, ultrapassa demasiadamente qualquer coisa que já tenha sido realizada por batedores e viradores, mas depois ele conta para vocês que desempenha por destreza das mãos, e a menos que seus olhos sejam mais rápidos que as mãos dele, você será ludibriado. Se algumas de suas performances fossem introduzidas com algum jargão ou pretexto religioso, seu sucesso em conquistar uma multidão de pessoas colocaria os batedores e viradores inteiramente na sombra, pois os melhores truques destes últimos são desajeitados e mal feitos. O Sr. Anderson, o declarado prestidigitador, conhecido como o Feiticeiro do Norte, publicou, para seu grande crédito, uma série de comunicações em que ele corajosamente afirma que esses batedores são todos impostores, e tem planejado um sistema de batidas e comunicações espirituais tão bem sucedido quanto os da fraternidade original. Ele falhou, entretanto, em esclarecer todo o assunto, pois ele se contentou com uma mera imitação, da qual os batedores irão, é claro, pronunciar uma falsificação. Nossa primeira visita aos batedores foi em companhia de um cavalheiro de alta eminência na ciência, de discernimento afiado, e muito proveitoso nos expedientes. Nós não formamos um plano meticuloso de procedimento, exceto que tínhamos concordado em dissimular a crença nestas performances, pois a incredulidade talvez prove ser um obstáculo para investigação, mantendo os batedores precavidos. Repudiando completamente a ideia do sobrenatural, não estávamos passivos a nenhuma distração neste caso, e nossa atenção era direcionada inteiramente para a apuração das performances, nos referindo à solução das mesmas sobre os princípios estabelecidos de evidência e leis naturais. Se os defensores desta nova “filosofia espiritual” se opusessem a este pré-julgamento, nossa resposta seria que, à parte da nossa experiência prévia em desvendar tantas maravilhas fingidas, mantemos que nossa posição é completamente justificável, com base em probabilidades, e que até então nunca soubemos de um momento no qual uma boa parte de presunção não estava presente em tais casos, legitimando na conclusão dos fatos.
Seja como for, nós resolvemos acompanhar estas batidas e viradas para ver se eram embustes, delírios ou ilusões, ou tudo isso. Após a mãe das meninas Fox ter nos dado um relato da visitação espiritual de suas filhas, elas três sentaram-se numa grande mesa circular, e nós nos juntamos ao círculo, sentando ao oposto delas. Nós fomos instruídos a perguntar se haviam espíritos presentes. Feito isso, o toc, toc sobre a mesa anunciou a presença dos espíritos. A mesa foi, evidentemente, atingida embaixo, por alguma coisa dura, sólida, material, e sacudida perceptivelmente, a mão parada sobre ela. Nosso coadjutor fingiu surpresa e susto, e parou para olhar embaixo da mesa, quando as batidas cessaram imediatamente. Isto ele repetiu várias vezes e toda vez as batidas cessaram. Nós perguntamos novamente se havia algum espírito presente, mas nenhuma resposta veio enquanto ele tinha seus olhos abaixo do nível da mesa, mas assim que ele se sentou as batidas na mesa começaram novamente. Ele, entretanto, estava tão perseverante em sua escrutinação sobre a mesa, como para dar-nos uma boa oportunidade de falar – para mero efeito – “Por que você olha aí embaixo, não pode ver um espírito?” Os batedores, ficando perplexos por fazer suas demonstrações através da mesa, foram forçados a se afastar dela e, sentando-se a uma curta distância da mesa, as batidas então começaram no chão, logo abaixo das meninas, ou perto de seus pés. Ambas as meninas eram batedoras, mas uma delas, visivelmente batia muito mais alto que a outra, e executou a maior parte das batidas para a ocasião. Ambas as meninas usavam vestidos longos, arrastando no chão, mas a batedora principal deve ter tido algum treinamento. “Há algum espírito presente?”, foi perguntado novamente, e as batidas vieram prontamente, e tão densas e rápidas que os espíritos pareciam ansiosos em se comunicar, então nós avançamos para esta parte da cerimônia. Dadas a nós instruções em como proceder, nós começamos fazendo várias perguntas, mas para estas não recebemos respostas, ou recebemos respostas incorretas. O programa era: tínhamos que escrever três nomes[4] de espíritos, sendo que um deles seria o nome do espírito que pretendíamos invocar. Então tínhamos que colocar o nome de três doenças, uma das quais seria a doença pela qual a pessoa teria falecido. Então tínhamos que colocar três lugares, um dos quais seria o lugar onde a pessoa teria falecido. Nós tínhamos, então, que apontar seriatim [ordenadamente] para os nomes das pessoas, e quando apontássemos para o nome da determinada pessoa, o espírito mostraria sua presença e aprovação com duas batidas, que significa SIM. Nomes de outros ou daqueles que não eram determinados seriam sinalizados por uma batida, que significava NÃO. Nós não progredimos, todavia, e mesmo com uma abundância de batidas, não houve comunicação, nem inteligência, nem confirmação, para nós, do que já sabíamos (na imperfeição da sabedoria humana), e nós apelamos com ar e tom de presumida inocência aos batedores, para saber se, talvez, nossos fracassos foram devido à nossa grande iniquidade? “Ah, não!” – disse a Mãe Fox, “isto acontece assim às vezes”. Naquele momento, entrou um cavalheiro que parecia ser um devoto das batidas, e um venerador diário no santuário Fox, com o propósito de se comunicar com o espírito de uma esposa falecida. Como nós tínhamos falhado inteiramente em obter sequer uma suposição respeitável dos espíritos em resposta às nossas perguntas, este cavalheiro foi um grande auxílio, sua visita foi um tanto quanto fortuita na atual conjuntura, pois nos deu uma oportunidade de observar mais atentamente do que quando nossas mentes estavam ocupadas com a manipulação do telégrafo espiritual.
O senhor *** começou logo com um relato e então prosseguiu a indagar por seu adorado espírito. Duas batidas indicaram a presença dela e ele fez várias perguntas, as quais, para sua satisfação, eram respondidas, a mãe Fox repetindo o alfabeto várias vezes, tão rápido que não conseguimos seguir para obter as respostas por nós mesmos, mas os batedores estando bem ensaiados pareciam não ter dificuldade
Isso foi demais para a nossa paciência, mas ainda assim mantivemos o nosso propósito de investigação em vista, e novamente reconhecemos nossa própria maldade como a causa provável dessas falhas. “Ah, não!”, disseram elas, “isto acontece às vezes”. Que espetáculo profundamente repugnante! Essas meninas e sua mãe sentadas lá, com toda seriedade, e fingindo ser “médiuns“ de comunicação com espíritos desencarnados, e distribuindo tais absurdos, como o que acabamos de relatar.
As batedoras estavam, então, sentadas a alguma distância da mesa, e perguntamos se os “espíritos bateriam sobre a mesa?”. Toc! Não. “Será que o espírito, por favor, poderia bater sobre a mesa?” Toc, toc, toc. “Não agora”. Parece que três batidas para a expressão “Agora não” era uma parte da estenografia espiritual, pois tiveram a oportunidade de usar esta evasão frequentemente para escapar de dificuldades. “Será que o espírito, por favor, explicaria por que não vai bater sobre a mesa?” Toc, toc, toc. “Não agora”. “Quando irá?” “Esta noite, numa certa hora”, dizendo a hora. Esta última comunicação foi soletrada pela mãe Fox, e um horário foi determinado, no qual seria impossível conseguir uma oportunidade de propor tal pergunta, pois elas realizavam sua reunião espiritual à noite para multidões. Além disso, nós não tínhamos vontade de repetir a pergunta a esses trapaceiros, para sermos confundidos como certamente teríamos sido, com a mesma prevaricação. Na ocasião da nossa primeira visita, o senhor *** disse que os espíritos tinham batido sobre seu pé, enquanto sentado a uma mesa. O experimento foi repetido por solicitação e, muito provavelmente, teria sido bem sucedido se não tivéssemos fixado os nossos olhos muito atentamente sobre seu pé e os pés das batedoras. Sendo assim, esta façanha não foi realizada. Na segunda visita, nós imploramos aos espíritos para bater sobre os nossos pés. “Não agora”, foi a resposta. Era evidente que não estávamos recebendo o que pagamos em manifestações espirituais, de acordo com a propaganda; mas como todo fracasso era nosso ganho, não estávamos dispostos a discutir com as batedoras ou com os espíritos. Um dos meus amigos cientistas então perguntou se eles bateriam se elas fossem suspensas em um balanço, ou ficassem sobre um travesseiro? “Ah, sim”, foi a resposta, “nós já fizemos isso, tudo aquilo foi tentado”. Uma das meninas Fox propôs mandar pegar um travesseiro no andar de cima, mas ocorreu-nos que elas poderiam bater enquanto em cima de qualquer travesseiro de tamanho comum, pela razão que seus vestidos cobririam e se estenderiam além do travesseiro, e assim dando a elas uma oportunidade de ter seu instrumento de batidas no chão, sobre as bordas do travesseiro. Nós, portanto, agimos imediatamente, enquanto elas estavam envolvidos numa conversa qualquer, formando uma almofada no chão, onde pudéssemos ver. Juntamos vários casacos e os colocamos dobrados no chão, de modo que formassem uma almofada circular com cerca de três pés e meio de diâmetro, e tão espessa que ficamos convencidos que nenhuma batida comum realizada com o instrumento delas poderia ser ouvida através da massa macia, ou se qualquer som fosse produzido, seria tão modificado que revelaria sua origem. A mãe Fox se opôs a esta preparação, mas as meninas disseram: “Sabemos que podemos bater; os espíritos baterão lá, pois eles sempre o fizeram”. Como meio de uma desculpa para fazer esta almofada, comentamos que um dos casacos era de seda, e que iríamos averiguar se a eletricidade tinha algo a ver com isso. A mãe Fox disse: “Tudo isso foi tentado antes; e que as meninas poderiam bater[5] ficando em cima de copos de vidro, e que ela sabia que deviam ser os espíritos, pois estas manifestações estavam acontecendo com elas fazia seis anos”. Nós respondemos (para manter o nosso argumento), “Você sabe que há pessoas que pensam que estes sons são todos devido a alguma modificação de energia elétrica, e outras que pensam que a eletricidade é a própria essência da espiritualidade[6], e nós desejamos ver, neste caso, o quanto isto pode ser a causa dos fenômenos. Não houve resistência a isso, e nós fomos autorizados a prosseguir. O resultado foi exatamente o que antecipamos. Enquanto estavam sobre a almofada, elas não bateram de maneira nenhuma. A batedora principal percebeu seu apuro, e se posicionou na almofada de modo que seu vestido estivesse parcialmente sobre a borda da almofada, mas nós contestamos e pedimos a ela para ficar no centro da almofada, sobre a alegação de que, se seu vestido tocasse o chão, iria dissipar a eletricidade para longe. Uma razão perfeitamente empírica, é claro, mas elas não eram sábias para isso, e assim que tudo foi arranjado do nosso agrado, ela invocou o espírito para bater. Nenhuma batida veio. Repetidamente foi suplicado ao espírito, mas nenhuma resposta foi dada. Ela, então, pediu a sua irmã para que viesse e ficasse em cima da almofada com ela, pensando, com sua argúcia, que duas ocupariam tanto espaço que daria a pelo menos uma a chance de colocar seu vestido sobre a borda da almofada. Mas para isto nós estávamos preparados, e juntamos as barras de seus vestidos sobre a almofada, com o mesmo argumento de antes. O resultado foi o mesmo do que com uma. Nenhuma batida. O fato é que suas artes foram completamente confundidas, os espíritos haviam fugido, e o experimento não só provou que era falsa a afirmação de que elas poderiam bater estando sobre almofadas, ou quando suspensas em um balanço, mas proporcionou a mais conclusiva evidência da ação imediata e intencional dessas meninas Fox na fabricação desses sons.
Pensando em redimir-se do inevitável veredicto deste julgamento, a batedora principal propôs ficar em cima de copos de vidro, para ver se, então, os espíritos bateriam, como haviam feito em ocasiões passadas. Ela se posicionou sobre os copos. Isso elevou a borda inferior do vestido dela acima do chão, e aconteceu que um dos nossos estava suficientemente longe de modo a poder ver os pés dela no instrumento de batida. Ela evocou o espírito. “O espírito poderia, por favor, bater?”. Nenhuma batida. Ela então se inclinou um pouco, como se estivesse dirigindo-se ao espírito abaixo dela. “O espírito, por favor, bateria agora?”. Nenhuma batida. Ela, então, se inclinou um pouco mais e, desta vez, seu vestido estava razoavelmente baixo sobre o chão, cobrindo assim pés e copos. “O espírito, por favor, bateria agora?” Toc, toc. Esse foi habilmente executado, mas o truque ficou claro para nós. Como é estranho, que ela tenha sido obrigada a se inclinar, e tido que evocar o espírito três vezes antes de obter resposta; e, mais ainda, que ela teve que procurar o espírito no chão; e como é extremamente estranho que esses espíritos modernos teriam certa predileção por vestidos longos e artelhos de meninas. Nós, então, pedimos a ela que ficasse sobre a cadeira, e batesse. Ela fez isso prontamente, e a batida veio com uma só ordem. O som era diferente daquele produzido no chão acarpetado, e passou apenas pela modificação apropriada de um golpe atingindo uma cadeira de madeira rígida, sem capa. Nós paramos aqui, tendo visto o suficiente deste jogo de “Raposa e Gansos”. Antes de sair da sala, uma das batedoras solicitou ao nosso amigo científico não publicar sobre elas, e outra se aproximou da senhora presente, dizendo: “Você não acha que eu tenha algum tipo de equipamento em mim para fazer estes sons, acha?”. Nós confiamos na autoridade desta senhora, que parecia determinada a não deixar nada sem testar para a detecção desta impostura, posto que ela perguntou a essas batedoras se consentiriam em fazer um exame particular de suas pessoas, o que elas recusaram positivamente, acrescentando que, se ela tivesse alguma dúvida sobre a realidade dessas manifestações espirituais, ela teria revelações satisfatórias feitas a ela, em seu quarto, a cinco semanas daquela data. Essa inteligência profética elas bateram para a ocasião de acordo com sua própria fantasiosa e habitual duplicidade evasiva nestes casos. As cinco semanas se passaram, mas a senhora, naturalmente, não recebeu visitas espirituais como previsto.
Nossos leitores estão, agora, prontos para perguntar se nós descobrimos algum equipamento ou instrumentalidade pelos quais estas meninas produziam os sons. Em resposta, dizemos que nossa investigação é conclusiva que estes sons estão totalmente sob o controle dessas meninas, e que as colocamos em situações onde elas não podiam bater de maneira nenhuma. E sempre, depois de tudo isso, inventamos vários modos pelos quais as batidas podiam ser feitas com tanto sucesso como por elas, pensamos ter descoberto o suficiente. Durante cada uma de nossas duas visitas, nós notamos, por inspeção muito cautelosa e cuidadosa, um fato interessante e significativo — que cada batida foi acompanhada de um ligeiro movimento da pessoa que batia, e que um movimento muito distinto do vestido era visível próximo à região abdominal direita. Enquanto observávamos este ponto a menina nos notou e imediatamente se levantou, foi até a janela, e desceu a cortina para escurecer o quarto, que ficava do lado norte do edifício, e já escuro o suficiente. Quando ela se sentou, ela puxou o xale sobre esta parte de sua pessoa. Isto foi na primeira visita. Na segunda visita, fomos logo descobertos observando esse movimento novamente, e ela levantou-se e obteve um xale, com o qual ela cobriu sua pessoa, como anteriormente. Nós não pretendemos decidir que este movimento teve qualquer conexão direta com o instrumento com o qual ela bateu sobre o chão; em caso afirmativo, era muito mal feito e desajeitado, pois nós planejamos um modo de bater que não envolve tal movimento, e que explicaremos
Dos modos que planejamos produzir as batidas, não explicaremos mais do que um, sendo o suficiente para efetuar sons de batidas sem agitação da pessoa. Nós planejamos muitos modos, e apesar de não termos visto o modo específico utilizado pelas meninas Fox, ainda assim, podemos bater tão bem quanto elas. Um pedaço de metal macio como o chumbo, em forma de corrente ou haltere, amarrado no dedão do pé, pode servir para bater no chão, na porta, na parte inferior de um armário, ou qualquer superfície ou objeto que possa estar sob ou sobre os pés, com demonstrações forçosas. Se qualquer pessoa fizer o esforço de mover o dedão para cima e para baixo enquanto a sola do pé repousa firmemente no chão, será visto que um movimento considerável pode ser efetuado e, naturalmente, uma batida, sem perturbação da pessoa. Um pouco de prática fará com que fique perfeito. Para andar sem o chocalhar da peça usada para as batidas, é necessário amarrar a uma extremidade um cordão elástico, um pedaço de borracha vulcanizada funciona muito bem, e prendê-lo na cintura. Inclinar-se levemente ou sentar-se, deixará o instrumento livre para funcionar. Se você tem sapatos finos ou sapatilhas, pode ser afixado fora das sapatilhas, ou você pode tê-lo amarrado ao dedão, e fazer a sapatilha grande o suficiente para [que o instrumento] deslize todo sobre ela e tirá-la quando batidas são requisitadas. Mais um elemento e estaremos totalmente equipados para as batidas espirituais; anáguas ou vestidos longos são indispensáveis ??para completar a invenção. Qualquer que seja o artifício adotado para bater no chão, este deve ser escondido dentro do santuário de saias, fora do alcance da invasão de curiosos ou rudes.
Temos outros instrumentos de batidas, mais ocultos, mais perfeitos do que o que acabamos de descrever[7], mas não tão simples ou de fácil aplicação. Além disso, o que foi descrito faz a batida dupla (uma peculiaridade do instrumento Fox). Essas meninas lidavam com seu instrumento habilmente, e merecem algum crédito por sua engenhosidade em maquinar e operar um instrumento com tanto sucesso a ponto de confundir o escrutínio de milhares de seus visitantes.
Elas andam livremente com seus instrumentos, embora uma senhora mencionou para nós que ambas andavam de forma muito desajeitada. Com preparação do local, batidas “misteriosas” podem ser produzidas de várias maneiras, mas essas meninas, os protótipos de todos os batedores, nem empregavam ou precisavam de qualquer ajuda de moção eletromagnética, ciência acústica, ou confederação para praticar suas artes, elas usavam meios mais engenhosos e simples. É possível produzir um movimento de batida eletromagnético, com bateria e tudo, pequeno o suficiente para ser levado sob o vestido, mas como o telégrafo, tem que ser controlado pela vontade e ação muscular do operador, e que vantagem teria sobre um instrumento mecânico que bate diretamente? Não há necessidade para admiração ou a taxação de engenhosidade por conta dessas batidas, desde que você seja excluído de um exame pessoal dos batedores. Desejamos muito que as autoridades civis peguem esses batedores no “ato” (por obter dinheiro mediante falsos pretextos) — (ou algum outro pleito) e façam uma revelação forçada de suas ciladas. Nós acreditamos que isso pode e deve ser feito, e que tal procedimento atenderia a sanção integral da lei e justiça; que a opinião pública universal o apoiaria, e não temos dúvida da natureza e efeito do desenlace. Se isto já tivesse sido feito, nós teríamos sido poupados do trabalho desse tratado, pelo menos, e não precisamos anunciar a grande quantidade de sofrimento e imoralidade que teria sido evitada.
Vendo, então, que podemos bater, sim, e fazer a batida dupla, como vamos explicar as extraordinárias profecias, mensagens, coincidências e comunicações em concordância com os fatos? Nós gostaríamos que esta fosse a única dificuldade a ser superada, pois nos deixa muito menos perplexos do que a segurança feminina dessas batedoras, contra a inspeção de seu verdadeiro quomodo (modo). Nós podemos presumir com segurança que, se por mandado de busca, estratagema, ou vi et armis, o instrumento de batidas dessas meninas Fox tivesse sido exposto ao público, não haveria nenhuma dúvida sobre a natureza e origem das comunicações espirituais, nem teria sido formulada a questão de como essas comunicações eram tão maravilhosamente fiéis ao fato. Cérebros, livros, bons e maus espíritos, demônios e o resto não teriam sido necessários para esta discussão. De fato, onde está a necessidade de trazer a fraqueza humana, credulidade e duplicidade para resolver a parte psicológica desta fraude e falsificação, se podemos bater tão bem quanto as meninas Fox (as grandes armas de batidas), e com a força de nossas batidas dizer mais verdades e menos mentiras que os seus espíritos, que necessidade temos das dissertações metafísicas escritas, encontradas em uma gaveta ou em qualquer outro lugar, assemelhando-se à caligrafia do Sr. Calhoun, de John Smith, ou de qualquer outro dos grandes que partiram?[8] Até onde foi nossa experiência, as meninas Fox fizeram poucos, muito poucos bons acertos, e perpetraram uma grande quantidade da mais intolerável tolice e contradição; suficiente por si só, mesmo se as batidas tivessem sido feitas fora do âmbito de suas vestes de rainha um centímetro, um metro acima de suas cabeças, no centro aéreo da sala, desconectadas de cada coisa tangível e visível, teriam feito qualquer homem sensato sentir desprezo e repugnância. Mas para o bem daqueles que são enganados ou perplexos com essas comunicações, temos que gastar um pouco de fôlego para iluminá-los. Quando um homem tem suspeita de uma ação sobrenatural ou de uma interferência em manifestações físicas, muito visíveis, sensíveis ou tangíveis, ele está pronto para acreditar em qualquer coisa comunicada no momento, e quando chega à crença total na intervenção divina, sua fé é aperfeiçoada. Onde, por longa prática, preparação e habilidade, truques são realizados tendo em vista a imposição, é necessário o mais alto grau de frieza, calma e autocontrole, para resistir à impressão do sobre-humano, e mesmo estando bem fortalecidos a respeito disso, não é de se esperar que deveríamos ser capazes de descobrir a verdadeira natureza da performance sem termos alguma experiência e prática ao nosso lado. No instante em que a ideia do sobre-humano se apodera da mente, toda aptidão para a investigação e poder de análise começam a desaparecer, e a credulidade aumenta para sua capacidade máxima. As inconsistências e os absurdos mais gritantes não se discernem e são engolidos inteiros, e a cegueira é tão profunda e tão extraordinária em seu caráter, que nós vimos uma conversão feita para as batidas espirituais com a força de uma única coincidência selecionada entre um monte de pantomima repugnante e perversão da verdade. Nenhuma das discrepâncias foram de importância para ele, um golpe de sorte dos batedores e toda a performance, erros, batidas e tudo o mais foram investidos de poder sobrenatural. Agora, da forma que acontece, o crente em tais casos não nota as incongruências e falhas, ou parece não notá-las. Isso é meio que um fenômeno psicológico, mas poderia ser explicado como falta de honestidade; falta de honestidade é frequentemente o começo e o acompanhamento de uma ideia fixa, manifestando-se como uma incapacidade mental para mais do que uma ideia. Uma pessoa sagaz pode, a qualquer momento, assumir um grupo promíscuo, e com a impostura de batidas ou qualquer outro truque, calculado para desviar a atenção, e uma maneira de soletrar comunicações semelhantes à adotada pelas meninas Fox, fazer tantas ou mais maravilhas e comunicações aparentemente sobrenaturais como elas, certamente sem maior erro e absurdo. Estávamos uma vez viajando em um vagão com um cavalheiro que, depois de uma longa viagem, apostou com outro que iria dizer a ocupação de cada pessoa no vagão. Para a surpresa de todos, ele ganhou a aposta. Uma senhora presente, aparentemente muito magoada, perguntou como ele sabia que ela era uma “dona de casa”. A resposta foi: Porque eu vi você frequentemente colocando as mãos no seu cinto – por causa das chaves. Muitos de nossos astutos frenologistas itinerantes, após o desfile de medir e tatear a cabeça da pessoa, e algumas perguntas fundamentais, retratarão sua vida e caráter com um maravilhoso grau de precisão. Nosso conjurador do vagão tinha, durante a viagem, observado os movimentos, a tez, a conversa, a expressão do semblante, aparência das mãos, o vestido – enfim, cada pequena circunstância de hábito ou pessoa, e aconteceu que julgou corretamente em cada caso. É assim com o frenologista, que extrai sua informação, sobretudo, a partir de fontes similares[9]. É assim com os batedores; eles observam cuidadosamente, têm experiência com pessoas de todas as classes e geralmente, a não ser se forem molestados por algum cético, têm tudo à sua maneira. Seus visitantes, especialmente os ingênuos, se entregam mais para esses batedores do que sua própria habilidade pode evitar, e é certamente de se esperar que eles acertem às vezes. Após a mera conjectura de risco de acontecimento, isso pode acontecer ocasionalmente, mas com todas as artes e auxílios de preparação, credulidade e fanatismo, tornam-se tão bem sucedidos como os oráculos de Delos e Lesbos.
Antes de concluir o assunto sobre batidas, nós comentamos brevemente que um espírito que não pode ou não quer dizer a verdade em todas as ocasiões é totalmente indigno de nossa credibilidade e respeito; e, acreditando, como nós acreditamos, que os milagres são prerrogativas de Deus e todo poder milagroso é retido dos maus espíritos como militando contra o plano da Revelação, não precisávamos de uma investigação mais profunda para a nossa própria satisfação, do que saber que uma grande parte de suas comunicações fingidas era grosseiramente errônea; mas mantivemos que era importante para o bem dos outros que todo o assunto fosse examinado. A febre tem diminuído um pouco nos últimos tempos, mas a menos que corajosamente e vigorosamente atacada, ela reaparecerá sob alguma nova pretensão, com exacerbações mais virulentas do que nunca.
MESAS GIRANTES
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Essa falácia demanda nosso escrutínio mais rígido, e de reprovação severa, no entanto, pois está envolvida, em grande parte, por pessoas respeitáveis e inteligentes. O comércio de Batidas Espirituais é um puro e miserável embuste, e como os executores são obrigados a inventar e gerenciar o maquinário, ou qualquer que seja a instrumentalidade que produz os sons, não há nenhuma possibilidade de iludirem a si mesmos. A mesa girante é mais um caso de ilusão ou autoimposição, embora haja, ocasionalmente, atores nesta performance que traem falsidade, e alguns cujas ações mostram a mentira direta de suas profissões. Como aconteceu que mesas tenham sido escolhidas para as manifestações dos espíritos de mortos, ou as operações do “novo fluído”, está além de nossa sabedoria explicar. Por que o cabo da bomba não funciona sua sponte (por sua própria iniciativa), o berço não balança por si só, ou a carruagem não parte sem cavalos, bem como mesas não pulam pela sala com a simples imposição das mãos, ou a mando desses personagens maravilhosos, intitulados médiuns? Existe alguma coisa na forma, material, propósito, ou história de uma mesa que esta deveria tornar-se, por excelência, o elo entre o mundo natural e o espiritual? ou que isto deva ser o grande reservatório de eletricidade, magnetismo, “novo fluído”, “od”, ou o que seja? Talvez pernas sejam indispensáveis ??para este novo modo de dançar e pular. Mas, como em muitos dos melhores casos autenticados, a mesa se move ao longo do chão com um movimento lento, gradual e digno, sem pular, e especialmente porque muitas mesas estão sobre tapetes, nós não vemos nenhuma razão pela qual rodas não seriam melhores do que pernas, e por que carruagens não fazem isso tão bem ou melhor do que mesas – pois a fricção de rolagem é muito menor do que a fricção de deslizamento, e as carruagens poderiam ser construídas bem leves para este específico propósito. Estes magos girantes não são muito produtivos no expediente ou eles teriam tentado há muito tempo a especulação de uma nova linha de carruagens espirituais, em ruas comuns, propelidas por médiuns.
Mas vamos ao ponto. Um dos primeiros casos de mesas girantes que observamos foi um que se tornou bastante famoso, e sobre o qual ouvimos muito antes de testemunharmos. Fomos informados por pessoas muito inteligentes, que haviam sido testemunhas oculares e tinham participado nos experimentos, que quando várias pessoas se davam as mãos em torno desta mesa, em conexão com o médium, a mesa começava a se mover pelo quarto com força, rapidez, e vida aparente. Que resistência forçosa não poderia pará-la, e que os artistas eram quase incapazes de acompanhar seu movimento. Que, na mesma ocasião, corpos pesados foram levantados do chão pela mera sobreposição de mãos, sem segurar; em outras palavras que, colocando a mão sobre um objeto pesado e levantando a mão, o peso morto levantou-se do chão por si só, e seguiu o movimento da mão. Nossos informantes eram homens de alto nível, de altos dotes e inteligência geral, homens de veracidade e homens cujas opiniões valiam muito em questões jurídicas e assuntos de Estado. Ah! Que descoberta e desenvolvimento aconteceram aqui. ADEUS ÀS ALAVANCAS, PARAFUSOS, CUNHAS, ROLDANAS, PARAFUSOS e GUINDASTES VAPOR, GÁS, E TODO O TIPO DE MOTOR, CAVALO E TODAS AS OUTRAS FORÇAS, FOGO, AR E ÁGUA, ELETRICIDADE E MAGNETISMO, QUÍMICA, MECÂNICA, E TODAS AS AGÊNCIAS SUBSERVIENTES, A TODOS E TUDO, ADEUS! A mente subverteu as leis da matéria; toda a filosofia imerge na espiritualidade, e a volição tornou-se a toda poderosa, toda suficiente, poder que a tudo permeia; os loucos e lamentáveis investigadores atrás do movimento perpétuo transformaram-se nos espíritos mestres da época, e gravidade e fricção deram lugar a dois novos princípios controladores, leveza e falta de resistência. Basta dizer que nós rimos de nossos informantes, e demos a eles uma contradição estável, “que eles não tinham visto o que relataram”. É digno de nota aqui, que ainda não ficamos sabendo que qualquer um dos nossos conhecidos tenha se ofendido seriamente com as contradições mais positivas sobre este assunto – uma prova, para nós, que há uma convicção secreta, profunda, sufocada contra a realidade e a autenticidade destas manifestações. Um elemento curioso da nossa composição é que os homens honestos não encontram poucas dificuldades em enganar a si mesmos, e possuem muito pouco ou nenhum ressentimento ao serem acusados deste tipo de decepção. Imbuindo-nos profundamente com um pendor ardente por novidades sobre todos os assuntos, e uma determinação de trazer à tona as pretensões extraordinárias desta nova maravilha, tivemos a oportunidade de consultar pessoas de todas as partes do país onde estas exposições têm sido feitas, e nós asseguramos aos nossos leitores que, embora o tempo tenha sido gasto proveitosamente, a investigação tornou-se repulsivamente tediosa. Ouvimos substancialmente a mesma história de todos; isto é, que as mesas inclinaram-se e moveram-se “sem ação visível” e, ainda assim em quase todos os casos, com uma cuidadosa separação e interrogatório cauteloso, descobrimos que alguém tinha as mãos sobre a mesa durante todos os seus truques. Certamente, o diabo tem a ver com as mesas girantes, por que nunca vimos antes pessoas honestas tão enganadas e oblíquas em qualquer outro assunto. Não que o diabo incline, chute ou impulsione de forma alguma as mesas, mas que ele altera a consciência ou o julgamento de uma forma deplorável para sustentar a fraude. Em cada inquérito e investigação, descobrimos exagero grosseiro e fraco, e, resolvidos completamente de que vamos desqualificar, negar e nos opor, até o fim, até o mais alto testemunho da terra, quanto à veracidade das mesas girantes, de batidas espirituais, ou qualquer parentesco, de teor milagroso ou espiritual. Nós fomos muito gratificados recentemente com a observação de um amigo experiente, que “ele não acreditaria nessas coisas, mesmo que ele as tivesse visto com os seus próprios os olhos”. A observação fazia sentido. Ele não admitiria o testemunho de outras pessoas para tal anomalia, e ele não iria confiar ou acreditar em si mesmo, se ele desse lugar à convicção de que toda a ciência matemática e mecânica, tudo sobre religião e dos ensinamentos bíblicos, e todos com senso comum, fossem violados e explodissem com estas novas manifestações, prometendo perplexidade sem fim, confusão, crime e loucura, e sem fazer o bem a ninguém. Nossos amigos dizem repetidamente para nós, “não vemos como essas coisas são possíveis, mas nós não podemos desacreditar na opinião e testemunho de senhor A, doutor B, professor C, reverendo senhor D, juiz E, honorável senhor F, & etc.”. “Nós achamos que é difícil impugnar tal testemunho, e por que a palavra deles nesse assunto não deveria ter tanto valor quanto a sua?”
Nossa resposta simples é esta: se nós lhes dizemos que preto é branco, e branco é preto, não esperamos que nosso testemunho seja considerado; e fazemos o mesmo repudiando todos os depoimentos, de qualquer fonte que seja, de caráter similar. Era uma posição forte, embora reverencial, a de São Paulo, que “mesmo um anjo do céu seria amaldiçoado se ele pregasse qualquer outra doutrina além da que ele, Paulo, tinha pregado”, pois ele bem sabia que um anjo do céu não poderia pregar outra coisa.
Dizemos, com toda a reverência, que nós sentimos uma espécie de inspiração nas leis da reação, gravidade e fricção, baseados na experiência de cada momento da vida que lembramos, que nos leva a rejeitar peremptoriamente o testemunho dos nossos melhores amigos, das pessoas mais ilustres e críveis, ou dos mais exaltados intelectos, quando eles nos dizem que, pela simples sobreposição das mãos ou pelo esforço da vontade, uma mesa se afasta por si só ou levanta-se do chão, sem ação visível. Existem várias pessoas neste lugar, nós mesmos entre elas, que concordaram em dar dois mil dólares a qualquer pessoa que nos mostrar tal façanha, realizada por uma mesa. Sentimo-nos totalmente seguros com a oferta e, além disso, achamos prudente, em caso de depositarmos o dinheiro, que este deveria ser depositado em uma poupança, rendendo juros, pois caso contrário, o dinheiro poderá ficar parado por uma vida inteira. Nós poderíamos hesitar caso houvesse a chance mais remota de explicar tais aparições extraordinárias mediante qualquer princípio da ciência, mas o fato é que estas asserções contradizem toda a ciência e tem absurdidade em sua frente. Ouvimos dizer que a gravidade, a eletricidade e o magnetismo fazem corpos se moverem sem ações visíveis ou conexão. Sim! Eles fazem; sempre fizeram, e sempre farão. Mas aqui, no ano do nosso Senhor de mil oitocentos e cinquenta e três, somos informados pela primeira vez que o corpo humano tem poderes análogos aos magnéticos e às nuvens de trovão; e, mais que isso, que nenhuma lei comum de tração ou atração, propulsão ou repulsão governa este maravilhoso, novo, nervoso e corporal poder carnal, força idílica, ou o que seja, mas que isto está sujeito a todas as direções anômalas, caprichosas e cruéis e à governança da vontade humana.
Temos muito desprezo pela filosofia odílica, ou tal quimera ou capricho, para pararmos e discutirmos sobre isso aqui. Nós, por vinte anos, desde o renascimento do Adormecido Mesmerismo, pelo Dr. Poyen, de Lowell, Massachusetts, fizemos inquéritos diligentes e esforços pacientes, perseverantes, para se obter dentre a grande massa de performances mesméricas, alguma evidência de um novo princípio, uma nova força, ou qualquer resolução de ação nervosa ou sensorial em poder físico que não fosse o de uma mente sobre seu próprio corpo, e ainda não vimos a mais fraca indicação de tal poder nervoso, como esses psicólogos modernos pretendem mostrar para nós. O quê! uma força nervosa que age exteriormente, e independentemente de sua própria morada e legítimo fulcro? Que propele massas mais pesadas do que o organismo corporativo, sem partir o último em dois? De uma coisa nós nos sentimos seguros, que esta nova filosofia é uma presa venenosa, embora encoberta, secretamente roendo a raiz da fé cristã. Ela fez uma investida ousada naquela proposição grosseira da senhorita Martineau a respeito os milagres do nosso Salvador — muito grosseira de fato para merecer aprovação — e agora acomete, sob um traje menos ofensivo e mais sofisticado, de “força odílica”; buscando explicar um mistério da Bíblia (sempre um esforço infiel), e trazer milagres e prerrogativas de Deus dentro do alcance e controle da razão e da ação humana. Nós perguntamos a qualquer teólogo que se incline a aplicar tais testes para a solução da performance milagrosa, caso ele suponha que, se a montanha foi retirada e lançada ao mar, sob as ordens do discípulo (com a fé do tamanho de um grão de mostarda), que discípulo teria sido a origem do poder propulsor, e sentido fadiga, depressão, ou reação em proporção à massa removida? Se quando no chamado de Josué, a enorme esfera de terra ficou parada sobre seu eixo, o grande impulso recuou, através do éter odílico, ao cérebro do pobre Josué? Todos nós podemos aceitar a proposta de Arquimedes “Deem-me um ponto de apoio e moverei a Terra”; mas quem, mediante a maior latitude de Od plástico, dúctil, ou qualquer outro princípio ou pretexto de sofisma mesmérico, se arriscaria a prender e propelir a terra pela ação sensorial odílica, nervosa, de uma de suas pequenas criaturas, presa ao seu centro pela gravidade indomável. Talvez possa ser fundamentado que, da fonte cerebral de Josué, foi emitido um grande fluxo de essência odílica, ou fluido psicológico, cujo poderoso jorro para o espaço foi igual ao impulso da imensa Terra, e a reação, como água no moinho, fez com que a grande esfera parasse. Oh! Que perigoso, que ímpio, é tentar explicar um milagre — a prerrogativa de Deus, a interposição de Deus em tempos antigos, embora não acima do comando humano mediante os critérios de oração e fé, ainda assim sempre e para sempre acima da compreensão humana. Nosso Salvador mesmo disse, “Eu mesmo não posso fazer nada”, e seus milagres eram antecedidos com oração. Deus da Bíblia! Enquanto a tua palavra permanecer, a sabedoria dos sábios e prudentes não prevalecerá sobre a fé, a simplicidade e a filosofia de senso comum de teus “bebês”.. É doloroso e humilhante ver os esforços de alguns homens proeminentes, defendendo publicamente a genuinidade destas manifestações e, especialmente, quando nós consideramos o caráter das afirmações e argumentos apresentados em apoio das suas doutrinas. Um dos mais recentes e marcantes é este. O espírito do senhor Calhoun ao ser consultado pelas médiuns Fox quanto ao objetivo destas manifestações espirituais, respondeu que elas são “feitas para provar ao descrente a IMORTALIDADE DA ALMA, e para propagar a paz e a harmonia entre os homens”.[10] Ouçam, toda a Cristandade, crentes, leitores e ouvintes da PALAVRA! O grande conflito e triunfo do Evangelho é ser coroado pelas deduções desses novos TEÓLOGOS Fox, ou melhor, como uma inferência mais legítima, a Palavra de Deus deve ser revogada e deve dar lugar às manifestações mais elevadas de comunicações espirituais e mesas girantes de Rochester. Não é nada menos do que uma negação da suficiência da revelação do propósito para qual foi destinada, e negando isso se nega o todo. À parte todas as outras razões, argumentos, desenvolvimentos, experimentos, dúvidas, suspeitas e manifestações, essa teologia de batidas e viradas tomou agora uma posição decidida e hostil contra a Bíblia, e deve ser tratada como tal. Ouça-a e grave bem! A Bíblia é descartada tão simples e plenamente como se tivesse sido proferida em tantas palavras. Em vão as Escrituras Sagradas, em todo lugar, ensinam sobre a imortalidade da alma, em vão são suas maldições contra a feitiçaria e bruxaria, em vão pronunciam “Anathema Maranatha” (Deus está vindo) contra adições à suas pretensões divinas, em vão seu preceito de “que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação particular”, em vão é declarado que um incrédulo “não acreditaria, mesmo que alguém ressuscitasse da morte”[11], em vão foram a sociedades bíblicas, missionários e todos os imensos esforços para difundir o cristianismo, TUDO deve ser apagado, perante a nova luz das “batidas de Rochester” e dos truques das Fox. Mas por que entramos em apelações, longos discrusos, ironia, ou sátira, sabendo durante todo o tempo que temos manifestações positivas ainda para apresentar da falácia absoluta das mesas girantes; provas incontestáveis de caráter mundano, mortal, corporal, físico e muscular das mesas girantes? Nós temos nossas razões. Se encontrarmos tolos e fanáticos, bruxas e magos, diabos e ingênuos, devemos atacar em todas as partes vulneráveis, pois mesmo demonstrações de fatos certamente serão negadas com algum pretexto impudente e, em tais casos, os fatos não são armas todo poderosas, e requerem uma proteção auxiliar. Com os imparciais e os indecisos, no entanto, nossas manifestações serão apreciadas, e confiamos que serão conclusivas. Voltando ao primeiro caso de mesa girante que veio à nossa atenção, tendo ouvindo falar muito das performances extraordinárias, fomos em companhia de um amigo científico para ver por nós mesmos. A médium era uma menina jovem, alegre, cuja reputação de sinceridade poderia ter sido seu tesouro mais estimado. As maravilhosas façanhas desta médium foram recontadas para nós, e ansiávamos pela verificação. Depois de uma breve conversa, ela com outra jovem (um pouco médium) colocaram as mãos sobre uma pequena mesa, nosso amigo se juntando ao círculo. Suas mãos foram colocadas de maneira que a mão direita de uma escondia a mão esquerda da outra. Depois de um tempo, a mesa começou a mover-se. Isto era natural, certamente, pois nós notamos que esta médium estava se esforçando muito com a mão escondia para movê-la. Talvez sua mãe tenha visto isso, pois ela levantou-se da cadeira e disse: “Você não está fraudando, agora?”. “Não, de fato mãe, eu não estou fraudando; veja o quão levemente eu pressiono!” Que comentário foi esse, logo após a fala recém proferida por sua mãe para nós sobre os feitos impressionantes de mover pesadas mesas de jantar, rasgar tapetes, mover pianos, etc! Nosso amigo, começando a suspeitar do caráter voluntário do movimento desta mesa, fez um esforço contrário com seus dedos (melhor escondidos do que os da médium, por ele possuir mais força), e a mesa parou de se mover. Mas isto não foi tudo. Detectamos nas feições da médium uma expressão de decepção e, além disso, um esforço mais visível para mover a mesa, em conseqüência da resistência, a qual ela parecia não suspeitar. Tudo isso parece muito ridículo para relatar, e ainda assim as performances sobre-humanas desta médium haviam sido descritas para nós por testemunhas oculares da mais alta respeitabilidade como maravilhosas e surpreendentes ao extremo, e nosso principal informante, um cavalheiro conhecido por sua perspicácia, tinha publicado há uns anos um excelente trabalho na matemática, e era tão bem qualificado quanto a média dos homens instruídos para observar e decidir sobre tais assuntos. Seu testemunho foi confirmado por vários outros, todos testemunhas da maior respeitabilidade e qual era o valor de tudo isso? E qual o valor dos outros testemunhos, mediante estes saltos aéreos de mesas? Talvez nós estejamos equivocados quanto ao esforço feito pela médium para mover a mesa. Vamos ver! Nós colocamos uma folha de papel sobre a mesa, sob a mão dela, e assim que a mesa foi pedida para mover-se, eis que a folha de papel moveu-se sobre o tampo da mesa, enquanto a mesa ficou imóvel. Aqui está a demonstração dessa falácia e, embora em um formato que possa ser contestado por meio de objeções frívolas, é, porém, a chave elementar e, para nós, totalmente suficiente por si mesmo. Nós vamos, no entanto, desenvolver isto de tal forma que seja além de todo o sofisma. Nós testemunhamos, depois disso, muitas tentativas fracassadas de médiuns e outros para mover mesas, e algumas outras tentativas que começaram a ter sucesso, até aplicarmos nossos testes mecânicos, quando o novo fluído, a eletricidade, o magnetismo, a energia nervosa, a força odílica, todos foram explicados com ação muscular, e as mesas nunca se moveram, a não ser que claramente empurradas. Quanto às mesas que se movem de qualquer maneira sem serem tocadas, repetimos que isso nunca foi feito, e desafiamos que provem o contrário.
Nós rastreamos muitos desses exageros e, invariavelmente, descobrimos que a história era que os médiuns não estavam movendo a mesa, mas apenas tinham as suas mãos “levemente” sobre ela. Depois que nós desnorteamos as viradas com a folha de papel, foi-nos dito em outra ocasião que o papel não era um condutor de eletricidade, e que se este agente tinha algo a ver com isso, o papel poderia interceptar a ação. Dispostos a satisfazer o capricho, substituímos o papel pelo instrumento representado na Fig.1, bem conhecido como régua paralela.
É simplesmente uma régua plana (a), equipada com quatro rolamentos (b) e (b), que a sustentam. Com a menor pressão dos dedos sobre a régua (a), faz com que ela deslize facilmente para frente sobre a mesa. Naturalmente, o resultado foi o mesmo do que com o papel. Ao evocar os espíritos, ou exercer a vontade, a régua se movia sobre a mesa, enquanto a mesa ficava parada. Se, então, o papel se moveu e a régua se moveu, não deveríamos inferir que a fricção entre os dedos e o papel ou os dedos e a régua foi maior do que a fricção entre o papel e a mesa ou entre a régua e a mesa? Certamente. Deve ser lembrado aqui que a regra de virar é pressionar ou tocar muito levemente com os dedos. Não deveríamos inferir que o papel e a régua foram empurrados pela mão, uma vez que as mãos seguiram seu movimento? Certamente, na doutrina comum de tocar e mover; mas esses novos filósofos não nos permitirão nem esta inferência, e sustentam que a força odílica move ambos, mãos e papel. Uma força ou agente bem versátil e vicariante é este OD. Bem, por mais estranho que seja,* demos aos tombadores pleno andamento, e agora nós administramos sua extinção. A Fig. 2 é uma ilustração do nosso modo de aniquilar a força odílica e uma cura positiva para a doença do médium espiritual. Deixe os corpos dos tombadores ou dos médiuns serem presos ou restritos de qualquer movimento, seja para trás ou para frente, então deixe seus braços serem esticados em linha reta, como ilustrado na figura, e suas mãos travadas, sobrepostas ou colocadas de qualquer maneira que queiram sobre a mesa. Sentar-se com o peito contra as costas da cadeira é uma maneira conveniente de limitar o movimento para a frente.
Agora deixe que eles evoquem os espíritos, exerçam a vontade, deixe que eles chorem e uivem, Belial não virá, a mesa não vai se mover, pois a todos os médiuns da terra e à matéria inerte se aplica a lei da inércia. Se a mesa fosse se mover na direção deles, será visto que, caso os braços sejam mantidos em linha reta e as mãos mantidas em sua posição parecerão se mover sobre a mesa. Levamos algum crédito por esta descoberta, e ficamos muito surpresos que homens de ciência, homens de mentes mecânicas que têm testemunhado as mesas girantes, nunca terem pensado em aplicar alguma regra ou teste de mecânica para resolver este mistério.[12]
A primeira coisa a prender nossa atenção nas mesas girantes foi o fato de que as mãos (não importa quão levemente elas pressionassem) moviam-se sempre com a mesa, para frente e para trás; e isto foi uma sugestão imediata para os nossos testes mecânicos. Que estranho que qualquer mortal com posse de seus sentidos pudesse mover uma mesa e não saber disso! E ainda é assim, tem sido assim, mas, nós acreditamos, não será mais assim. Se qualquer médium ou tombador pode contradizer esta demonstração, ficaríamos contentes em ouvi-lo, e gostaríamos de contratá-lo, com um salário alto, como um agente mecânico, para superar para nós, numa infinidade de formas, as operações de gravidade e fricção. Os negociantes e os comerciantes geralmente precisam ter cuidado com estes tombadores; pois na compra e venda, eles podem pender a balança com mais facilidade do que as mesas. Não temos dúvidas, no entanto, quanto aos resultados, se qualquer um tentar essas experiências imparcialmente. Será um motivo de desgosto para alguns tombadores de mente honesta que acreditaram o tempo todo que espíritos inclinavam a mesa e que estavam realmente mantendo comunhão com os seus amigos falecidos. Se provarmos que as mesas girantes são o resultado de um movimento muscular, não precisamos insistir nos fenômenos psicológicos das coincidências extraordinárias, mensagens, etc. São todos referentes àquela condição peculiar da mente, OBSESSÃO, sob a qual o julgamento é suspenso, a memória é acelerada, a sensibilidade é exaltada, a imaginação é predominante e as ações involuntárias são induzidas.
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Ao concluirmos este trabalho, nós ressaltamos que em nossas investigações houve erros, motivos mercenários, impostura e ilusão sobre essas ações, desde o momento que elas ficaram sob nossa observação. Nossas oportunidades foram do melhor tipo com respeito às batidas, pois elas estavam com as meninas Fox, que eram as líderes em todo o comércio de batidas e inclinações, e é suficiente dizer, nós efetivamente impedimos suas batidas. Quando erro e falsidade são expulsos de um subterfúgio, em breve encontram um outro, e quando a vigilância da verdade e as abordagens da ciência se aproximam de seus esconderijos, elas recorrem a retiros mais secretos, e essas meninas podem vir a inventar algum novo modo para as batidas que não seja explicável mediante nossa teoria, mas é o suficiente para nós sabermos que ainda será um truque. Nós tivemos maravilhosas performances relatadas a nós, como nunca tinham sido ouvidas em outros lugares, mas sob exame minucioso, todas se mostraram dentro da limitada concepção humana. Sem dúvida, todos estes truques assumirão formas diferentes dia após dia e de um lugar para outro, e as performances na Inglaterra, na França e na Alemanha, podem diferir da nossa e de uma para outra. Os truques devem melhorar, a fim de sustentar seu valor pecuniário ou reforçar sua reputação; e por mais bem sucedidos e impenetráveis que se tornem, não deixam de ser truques e têm uma origem comum.
Se alguém acreditar que tem um espírito, ou qualquer novo poder além da prestidigitação, deixe-o vir, e nós vamos recebê-lo com um exame rigoroso; e se formos confundidos e não pudermos mostrar bem nossa posição, ele terá a recompensa que especificamos numa parte anterior deste trabalho. Aqueles que fazem destes truques sua profissão têm a vantagem da prática de longa data, da preparação e da união; mas deixe que venham e reivindiquem o prêmio, se quiserem e puderem.
Nós ouvimos falar recentemente sobre alguns truques refinados em mesas girantes, nos quais foram feitas mais preparações do que a mera superposição de mãos. Embora nós preferíssemos vê-los do que ouvir deles, só temos a dizer àqueles quem possam vê-los (ou pensam que os veem): Despojem-se de toda idéia do sobrenatural, ou de qualquer fluído novo, ou nova lei, ou de propriedade e, em relação à performance, quer seja um truque ou um caso de ilusão, escrutinize acentuadamente cada movimento e circunstância conectada, e vocês descobrirão que, ou a mesa não se move ou, caso se mova, verão o que a impulsiona. Lembrem! Há causas controladoras e controláveis que podem levantar uma mesa do chão; mas com a ação da vontade, ou da mera superposição de mãos, NUNCA!
O FIM
Este livro foi traduzido por Graziella Deligi e revisado por Vitor Moura Visoni
[1] Esta bruxa de Endor parece que foi a única mulher com um espírito familiar que escapou da morte sob o édito real de Saul, e o quão bem-sucedida ela enfeitiçou ou enganou Saul nossos leitores todos sabem. Nós os remetemos a Levítico, cap. 19, versículo 31— Ed.
[2] Em
[3] A Bíblia ensina sobre bruxas e feiticeiros com espíritos familiares, e que eles eram para ser postos para morrer; sobre mágicos, astrólogos, magos, adivinhos e falsos profetas, mas o único relato de um desempenho milagroso do diabo foi sua primeira e grande fraude sobre nossa raça no jardim do Éden, e isto é considerado por alguns como alegórico. Através de tal ato, ele adquiriu a posse do coração humano, e não precisa, agora, de manifestações externas para promover suas intrigas.
Os mágicos dos Faraós eram capazes, por suas artes, de imitar, até certo ponto somente, os milagres de Moisés e Aaron. Eles transformavam suas varas em serpentes, o rio em sangue e faziam com que sapos saíssem de seus esconderijos, mas quando houve a transformação de um grão de poeira em piolho, sua mágica ficou desconcertada, e então os mágicos disseram ao Faraó “Este é o dedo de Deus”.
A elevação do espírito de Samuel e sua profecia sobre resultado da batalha foi um truque profissional da bruxa de Endor, não mais notável que muitos dos atos relacionados com as batidas e viradas, e dos hipnotizadores que enviam clarividentes para explorar o Mundo Desconhecido. Considerando-se todas as circunstâncias, achamos que muitos sucessos ou conjecturas de falsos profetas ou adivinhos dos dias de hoje foram igualmente bem-sucedidos, e até mais maravilhosos que este feito da bruxa de Endor. Sabemos que alguns comentaristas consideram a elevação do fantasma de Samuel e a profecia do resultado da batalha como a obra de Deus, e não da própria bruxa, ou de seu mestre; eles parecem ser forçados a tal conclusão, quando eles admitem qualquer fato sobre-humano sobre isso, pois não seria concedido tanto poder a uma bruxa, amaldiçoada pela lei. Como tal explicação pode ser conciliada com os atributos e os ensinamentos Divinos, não conseguimos conceber. O relato nos diz que Saul buscou Deus
[4] Nós fomos levados a entender que espíritos retêm seus nomes mundanos, e respondem a eles. Ocorreu-nos, portanto, que se colocássemos o nome de John Smith, nós deveríamos estar certos de obter uma resposta. — C.G.P., Ed
[5] A expressão “elas poderiam bater, ou bateram” era muito comum entre elas. Um tanto quanto descuidada, certamente.
[6] Nós, certamente, não tínhamos mais o pensamento de agência elétrica aqui, tanto quanto na batida do martelo de um leiloeiro. — C.G.P., Ed.
[7] Fizemos batidas excelentes com este instrumento, e as acompanhamos com comunicações extremamente maravilhosas. — Ed.
[8] Qualquer que seja o respeito que temos pela memória dos grandes, temos a liberdade de conversar com seus espíritos se os pegarmos com más companhias, e em truques básicos. — Ed.
[9] Nós acreditamos nas doutrinas fundamentais da frenologia, mas não temos fé nenhuma seja o que for neste comércio empírico vulgar de delinear o caráter promiscuamente, somente pelo contorno da cabeça. — Ed.
[10] Um recente notável escritor, falando sobre esta grande comunicação do grande espírito do senhor Calhoun, afirma que o caráter espiritual foi confirmado pela ascensão da mesa do chão, e outros sinais maravilhosos. — C.G.P., Ed.
[11] O verdadeiro reaparecimento dos mortos, in propria persona, foi declarado pelo Todo-Poderoso como inadequado para convencer Judeus incrédulos; mas parece que para os Gentios a presença do espírito sem corpo é suficiente. — Ed.
* Well, odd as it is odd, há aqui um trocadilho com a palavra od intraduzível para o português. (Nota do Revisor).
[12] Estas experiências foram feitas em fevereiro e março de 1853 e, desde que o assunto acima foi escrito, estamos satisfeitos em descobrir que Faraday assumiu a questão em pauta, e seguiu um curso de investigação semelhante ao nosso.
fevereiro 4th, 2014 às 1:21 PM
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Nunca o Arduin investiu uma grana tão bem investida! Tanto ele, quanto o Márcio, e o Vitor, estão de parabéns pela escolha da obra. Ela mostra coisas muito interessantes, cito algumas:
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1) objeções claras e esclarecedoras quanto à realidade dos fenômenos espíritas houve desde os primórdios da doutrina. No entanto, parece que o trabalho de Charles Page foi pouco divulgado, visto que os arautos da mediunidade das Fox não faziam referências a esses desmascaramentos quando insistiam na legitimidade das moças. Curiosamente, as Fox foram examinadas por sábios variados mas, até onde sabemos, a nenhum ocorreu a feitura de contrateste, do tipo referido por Page, de modo a aferir se a ação do “espírito” resistia a condição adversa. Este tem sido grande problema nos estudos mediúnicos, pois em geral são os médiuns que ditam as condições sob a qual o experimento deverá ser conduzido (lembremos da exigência de cabines e escuridão por parte dos ditos materializadores). A não ser que houvesse meios de tornar inócuo o ocultamento do médium (coisa que parece não ter acontecido) as verificações desse tipo não podem ser consideradas seguras.
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2) a crença nos fenômenos mediúnicos e correlatos só se conserva viçosa porque sempre houve quem acate o que vê desapegado de olhar crítico: em verdade os crentes vão à procura de manifestações sobrenaturais e anseiam por vê-las. Desse modo, senso crítico é a primeira coisa que põem de lado. Acompanhei alguns encontros mediúnicos e numerosas reuniões de exorcismos, manifestação de línguas estranhas, profecias, etc. Em todos ficou para mim clara a representação, facilmente acatada como realidade pela platéia sedenta por tais espetáculos. Conquanto encontremos mediunistas relativamente críticos (alguns não aceitam qualquer coisa que vêem), a tônica nesses sítios é a da aceitação irrestrita das supostas ações espirituais.
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3) o texto de Page deixa claro que com testagens simples, dessas que não necessitam utilizar ferramentas sofisticadas para tentar descobrir o que médiuns estejam fazendo por detrás de cortinas, é possível verificar se há espíritos efetivamente atuando no ambiente. Quando alguns de nós aqui sugerimos provas concretas, qual a de um “espírito” ir até a sala ao lado e descrever cinco objetos que foram postados sobre a mesa, os mediunistas tentam ridicularizar essas propostas, com declarações que tentam valorizar demonstrações subjetivas.
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A verdade é que podemos postular com segurança que entes espirituais (espíritos de mortos, demônios, duendes, anãozinho gigante, espírito santo, santos variados) não comunicam com vivos. a crença nessa realidade não passa de crença que, como tal, deve ser respeitada, porém respeitar não equivale a aceitar, não é é atitude saudável conceber como veraz a ação de criaturas de outro mundo só porque alguma agremiação religiosa cultive esses acreditamentos.
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Se os crentes querem dar prova real de que os entes do além interagem com nosso mundo que estejam dispostos a realizar exames com estes entes, permitidores de conclusões seguras. Testemunhos de gente satisfeita com as imaginadas comunicações se não são devidamente conferidos por verificações concretas e replicáveis nenhum valor probante possuem.
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Considerando que os acreditadores fogem de qualquer verificação elucidativa e sempre que testes desse tipo são implementados os espíritos falham, podemos ter como definitivo que a comunicação mediúnica (e equivalente) é mero sonho.
fevereiro 4th, 2014 às 2:59 PM
Faço minhas as palavras de Montalvão, salientando que muitas vezes os mediunistas aceitam todas essas crenças de boa-fé, e igualmente de boa-fé não entendem que testes objetivos podem ser feitos.
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Destaco também a atualidade do texto, de 160 anos atrás, quando diz: “Para todos, do mesmo modo, as profundas, incansáveis, infinitas artimanhas da alma humana são temas conhecidos, e interessa pouco ao nosso atual propósito, se estas transações ímpias vêm do comando central de pensamentos sem inspiração e sem cuidado ou se o pensamento desatento fica impressionado por poderes superiores. Há na mente um apetite forte, e geralmente mórbido, para o sobrenatural e o maravilhoso; uma tendência a indagar além do que é realmente revelado; e, pior que isso, um desejo de poder, quer seja real ou enganoso, de se achar acima de seus companheiros mortais e de fazer com que suas palavras e ações tenham o peso da autoridade Divina. Deste desejo se origina o sacerdócio, a astrologia e a feitiçaria, e nos hábitos anteriores da mente encontram-se o seu sucesso e a sua perpetuação.”
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“Para quem tem um conhecimento adequado das leis da eletricidade e do magnetismo, é mais do que divertido ver a pedante seriedade que estes últimos filomáticos [amigos da ciência e da sabedoria] dissertam sobre eletricidade e magnetismo, contorcendo e massacrando suas leis estabelecidas durante todo o tempo, para explicar alguns vis malabarismos, ou desvendar a psicomancia das batidas e viradas; e também para ver com que avidez seus argumentos inflados são devorados por multidões abismadas, que aparentemente não estão dispostas ou são incapazes de engolir uma única verdade nua e crua. É frequentemente dito que “os homens gostam de ser enganados”. Isto é verdade até certo ponto e, às vezes, o caso é que um charlatão atrairá multidões ao seu redor, onde um homem verdadeiramente culto não conseguiria estabelecer-se. Entretanto, a verdade é poderosa, e prevalecerá, e o poder da aprendizagem sempre foi e será sentido, embora possa ser um pouco lento afirmar e manter a sua supremacia. Na verdade, não existe uma propriedade, condição ou lei da eletricidade ou magnetismo que, até então, tenha sido estabelecida por experimentos e pela ciência, que explicasse batidas e viradas, sem agir com violência para com a filosofia.”
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Como se vê, a história é antiga.
fevereiro 4th, 2014 às 3:09 PM
Tem só uma coisa que não entendo: as Fox, ao menos a Margareth, confessaram que fraudavam… estalando artelhos apenas. Não declararam fraudar de nenhuma outra maneira. E disse ser capaz de estalar o dito artelho simplesmente mantendo-os apertadamente JUNTOS. No que é que as medidas adotadas pelos cavalheiros em questão impediriam tal fraude?
fevereiro 4th, 2014 às 5:39 PM
Oi, Arduin
colocando as Fox sobre copos, impediam o truque quando eles podiam ver os pés das meninas. No momento em que o vestido cobria os pés, não podiam impedir o truque. Veja:
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Pensando em redimir-se do inevitável veredicto deste julgamento, a batedora principal propôs ficar em cima de copos de vidro, para ver se, então, os espíritos bateriam, como haviam feito em ocasiões passadas. Ela se posicionou sobre os copos. Isso elevou a borda inferior do vestido dela acima do chão, e aconteceu que um dos nossos estava suficientemente longe de modo a poder ver os pés dela no instrumento de batida. Ela evocou o espírito. “O espírito poderia, por favor, bater?”. Nenhuma batida. Ela então se inclinou um pouco, como se estivesse dirigindo-se ao espírito abaixo dela. “O espírito, por favor, bateria agora?”. Nenhuma batida. Ela, então, se inclinou um pouco mais e, desta vez, seu vestido estava razoavelmente baixo sobre o chão, cobrindo assim pés e copos. “O espírito, por favor, bateria agora?” Toc, toc. Esse foi habilmente executado, mas o truque ficou claro para nós.
fevereiro 4th, 2014 às 5:46 PM
Mas Vitor, o truque como Margareth indicou e supostamente DEMONSTROU lá no teatro quando confessou a fraude é tão sutil que dificilmente alguém perceberia. E além disso, para onde foram as acusações de que estalavam as rótulas? No que é que os copos atrapalhariam neste caso?
fevereiro 4th, 2014 às 6:00 PM
Arduin,
dificilmente alguém perceberia porque o primeiro truque de um mágico é chamar a atenção para onde ele não quer que olhem. Quando se sabe para onde olhar, como Page fez, aí fica mais fácil a percepção do truque.
E estalar a rótula acaba provocando um movimento mais sutil do pé também. Eu tento fazer isso, embora não consiga estalar, e meu pé acaba acusando o movimento.
fevereiro 4th, 2014 às 8:15 PM
muitubão…
fevereiro 4th, 2014 às 8:16 PM
parabéns pelo trabalho…
fevereiro 4th, 2014 às 8:18 PM
As irmãs Fox me disseram q o pata rachada parecia, mas não era o kapeta, Gordonaldo… rs
fevereiro 4th, 2014 às 9:37 PM
Respeito o trabalho dos senhores, no entanto, esse professor Charles é apenas mais um contraditor do Espiritismo. Apesar de tantas fraudes na época do surgimento do Espiritismo eu acredito em Kardec e nas comunicações espirituais, no entanto, de forma comedida e metódica.
fevereiro 4th, 2014 às 10:23 PM
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Marcos Arduin Diz: TEM SÓ UMA COISA QUE NÃO ENTENDO: as Fox, ao menos a Margareth, confessaram que fraudavam… estalando artelhos apenas. NÃO DECLARARAM FRAUDAR DE NENHUMA OUTRA MANEIRA. E disse ser capaz de estalar o dito artelho simplesmente mantendo-os apertadamente JUNTOS. No que é que as medidas adotadas pelos cavalheiros em questão impediriam tal fraude?
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COMENTÁRIO: Arduin, o que é que não entende desse imbróglio? Seria bom que desse seu opinamento a respeito dessa confissão para que se possa analisar seu pensamento.
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Mas devo confessar que me enganei na afirmação que fiz: “Curiosamente, as Fox foram examinadas por sábios variados mas, até onde sabemos, a nenhum ocorreu a feitura de contrateste, do tipo referido por Page, de modo a aferir se a ação do “espírito” resistia a condição adversa”.
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Há algum tempo afastado dessas leituras, esqueci-me que há relatos de diversas verificações técnicas realizadas com as irmãs.
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A verdade é que vários contratestes foram feitos (inclusive com almofadas) e as Fox por diversas vezes viram a origem de seus “poderes” ser denunciada por investigadores. O caso é que elas se defendiam com todos os dentes e se portavam como se estivessem muito seguras de suas articulações com a espiritualidade (“articulações com a espiritualidade” no caso das Fox é bem pertinente). Quando os sons não se ouviam de modo algum, devido ao controle ser eficiente, elas acusavam os testadores de terem ofendido os espíritos, razão pela qual eles silenciavam.
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De qualquer modo, seria bom ouvir o que o Arduin pensa da fajuta confissão em contraposição com a investigação de Page.
fevereiro 5th, 2014 às 10:26 AM
Interessante que nos cursos de espiritismo (até onde sei, quando eu era “catequista”) se dá a aula dos “precursores do espiritismo” nos quais estão incluídas as irmãs Fox e suas famosas batidas em Hydesville, Rochester, NY. Mesmo com a observação de que houve uma certa confusão entre elas anos mais tarde, elas continuam constando da lista de precursores.
fevereiro 5th, 2014 às 11:00 AM
PAULO CESAR,
Continue comedido e não tenha medo de ter dúvidas. Esclareça-as, pesquisando o máximo que puder. Você estará seguindo Rivail, que aconselhava as pessoas a raciocinarem.
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TOFFO,
Pelo que sei, é como você diz, ou ignoram completamente as coisas que se mostraram falsas, como se ainda estivéssemos no seculo XIX, ou inventam explicações ao estilo do mais vagabundo dos “comic books”.
fevereiro 5th, 2014 às 12:56 PM
Talvez o Vitor já tenha ou consiga a tradução das páginas dos jornais onde Margareth fez sua confissões. A grande diferença aqui é que ela é a ÚNICA médium consagrada entre os espíritas que fez confissão própria (embora desconfessasse depois). As outras confissões de fraude são aquelas do tipo em que um terceiro vem dizer que o médium lhe confessou fraude particularmente. Como a Marthe Beráud e o advogado Marsault.
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Do que eu sei, foi num teatro, acho que era o Corinthian Hall, onde ela fez a sua demonstração de fraude: subiu num tamborete e… estalou os artelhos. E FOI SÓ ISSO que ela fez.
Dizem alguns dos livros cristãos que li que o teatro estava lotado de espíritas chorosos que imploravam a Margareth para que não declarasse que o Spiritualism era uma fraude. Mas ela se manteve firme fez a “demonstração”. Claro, entre esses chorosos espíritas, não houve nenhum que lhe pedisse para demonstrar como produzia ruídos à distância, como fazia vibrar móveis quando o som vinha deles, NADA. Nem nesse hora de confissão os sábios céticos estão disponíveis para sanar TODAS as dúvidas…
fevereiro 5th, 2014 às 3:05 PM
Estalar artelhos lógico que não era o único nem talvez o principal método para produzir os ruídos – como está claro no estudo aqui. Aliás o primeiro espírito a se manifestar era o duma maçã amarrada num cordãozinho, se bem me lembro.
E fique claro que elas não produziam ruídos à distância; como também aqui é relatado.
fevereiro 5th, 2014 às 3:23 PM
O problema era pessoal, entre as irmãs, que se desentenderam. Ao que parece tem até alcoolismo no meio. Briga de família.
fevereiro 5th, 2014 às 5:10 PM
Ao fim da década de 1880, Kate e Maggie haviam se desentendido com Leah que, denunciando o alcoolismo das primeiras, conseguiu retirar a guarda dos filhos de Kate. As irmãs mais novas então, decididas a macular a imagem da mais velha, optaram por fazer alegações salientando uma suposta manipulação que teriam sofrido de Leah quando crianças.
Inicialmente no The New York Herald de 24 de setembro de 1888, Margaret publicou longa crítica ao Espiritualismo e culpou Leah por uma suposta manipulação de tudo o que se passava.
Ansiosas para prejudicarem Leah o tanto quanto possível, no mês seguinte Margaret e Kate viajaram para Nova York, onde um repórter ofereceu 1.500 dólares para elas afirmarem publicamente que fraudavam os fenômenos de alegadas comunicações com espíritos7 . Então Margaret, diante de uma platéia da Academia de Música de Nova Iorque (a qual Kate estava presente) disse:
“Eu estou aqui hoje como uma das fundadoras do Espiritualismo, para denunciá-lo como uma falsidade absoluta do começo ao fim, como a mais frívola das superstições, a blasfêmia mais perversa conhecida no mundo.”
A seguir a essa declaração, tirou o seu sapato direito e demonstrou uma técnica de bater com o dedo maior do pé, visando reproduzir o som que era observado em suas apresentações.
No mesmo periódico, em 10 de outubro de 1888, Kate disse:
“O espiritualismo é fraude do princípio ao fim. É a major impostura do século. Não sei se ela já lhe disse isso, mas Maggie e eu começamos quando éramos crianças muito pequeninas, pequenas e inocentes demais para compreendermos o que fazíamos. Nossa irmã Leah contava vinte e três anos mais que nós, Iniciadas no caminho do engano e encorajadas a isso, continuamos, é claro. Outros, com bastante idade para se envergonharem de tal infâmia, apresentaram-nos ao mundo. Minha irmã Leah publicou um livro intitulado O Elo que faltava ao Espiritualismo. Pretende contar a verdadeira história do movimento, tanto quanto se originou conosco. Ora, só há no livro falsidade do início ao fim. Salvo o fato de que foi Horace Greeley que me educou. O restante é uma cadeia de mentiras.”
Quando perguntada sobre às manifestações de Hydesville em 1848 e aos ossos encontrados na adega, respondeu: “Tudo fraude, sem exceção, contudo, Maggíe e eu somos as fundadoras do espiritualismo!”.
Como se pode ver elas mesmo se entregaram e foram mostrando como faziam os truques, para isso nem precisava traduzir um livro de 1853 era só abrir o Wikipédia e pronto hehehe.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Irm%C3%A3s_Fox
fevereiro 5th, 2014 às 5:17 PM
TOFFO,
segundo a wikipedia, teve alcoolismo, sim. E brigas.
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“Over the years, sisters Kate and Margaret had developed serious drinking problems. Around 1888 they became embroiled in a quarrel with their sister Leah and other leading Spiritualists, who were concerned that Kate was drinking too much to care properly for her children”.
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Eis aqui as palavras da própria Margaret:
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“”Mrs. Underhill, my eldest sister, took Katie and me to Rochester. There it was that we discovered a new way to make the raps. My sister Katie was the first to observe that by swishing her fingers she could produce certain noises with her knuckles and joints, and that the same effect could be made with the toes. Finding that we could make raps with our feet – first with one foot and then with both – we practiced until we could do this easily when the room was dark. Like most perplexing things when made clear, it is astonishing how easily it is done. The rapping are simply the result of a perfect control of the muscles of the leg below the knee, which govern the tendons of the foot and allow action of the toe and ankle bones that is not commonly known. Such perfect control is only possible when the child is taken at an early age and carefully and continually taught to practice the muscles, which grow stiffer in later years. … This, then, is the simple explanation of the whole method of the knocks and raps.”
…
“”A great many people when they hear the rapping imagine at once that the spirits are touching them. It is a very common delusion. Some very wealthy people came to see me some years ago when I lived in Forty-second Street and I did some rappings for them. I made the spirit rap on the chair and one of the ladies cried out: “I feel the spirit tapping me on the shoulder.” Of course that was pure imagination.”
…
“”That I have been chiefly instrumental in perpetrating the fraud of Spiritualism upon a too-confiding public, most of you doubtless know. The greatest sorrow in my life has been that this is true, and though it has come late in my day, I am now prepared to tell the truth, the whole truth, and nothing but the truth, so help me God! . . I am here tonight as one of the founders of Spiritualism to denounce it as an absolute falsehood from beginning to end, as the flimsiest of superstitions, the most wicked blasphemy known to the world.” – Margaretta Fox Kane, quoted in A.B. Davenport, The Death¬blow to Spiritualism, p. 76. (Also see New York World, for October 21, 1888 and New York Herald and New York Daily Tribune, for October 22, 1888.)
“I regard Spiritualism as one of the greatest curses that the world has ever known.” – Katie Fox Jencken, New York Herald, October 9, 1888.”
fevereiro 5th, 2014 às 5:31 PM
Balofo, essa história aí de maçã e cordãozinho foi INVENTADA por um autor que escreveu um livro sobre as Fox. De sua própria boca, Margareth só falou dos estalos de articulação. Qualquer outra hipótese é invenção de terceiros.
Quanto a ruídos à distância, quando ela era entrevistada por um repórter, confessando ser uma fraude, ruídos fortes de pancadas começaram a repercutir pela sala, vindo do chão, teto, janelas e porta. O repórter, assustado, perguntou:
_ É tudo fraude?
_ Inteiramente! Não é tão fácil enganar? _ Respondeu a Margareth.
Só que essa fraude, muito mais interessante para ser explicada, ficou sem nenhuma explicação…
Uma pena.
fevereiro 5th, 2014 às 6:42 PM
Explique pra gente, ARDUIN. Como foi que ela fez isso?
fevereiro 6th, 2014 às 5:29 AM
Kardec deu alguma explicação nesse sentido, mas é ASQ, acredite se quiser. Só gostaria que o pessoal cético me explicasse como ela fez isso… sozinha.
fevereiro 6th, 2014 às 9:54 AM
É um relato, apenas. Sabe-se que o mesmo fato pode ser relatado de diferentes maneiras por diferentes pessoas que o tenham presenciado. Isso não tem força probante. Eu acredito que a própria Maggie explicou: é uma fraude.
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De qualquer forma, todas as evidências de atividade de espíritos ou foram fraudadas ou foram inconclusivas. Mas os catequistas espíritas ainda ensinam que o “espiritualismo moderno” começou com as irmãs Fox.
fevereiro 6th, 2014 às 10:06 AM
Como se pode ter certeza absoluta de que ela não teve ajuda de outra pessoa?
Se ela mesma disse que foi fraude…
Será que ela tinha alguma razão para dizer que foi fraude, se não foi?
Defender as Fox é insano.
A defesa só é explicável pelo fato de que elas foram o estopim que motivou a iniciativa de Rivail.
fevereiro 6th, 2014 às 1:36 PM
TODA A DISCUSSÃO SOBRE O ESPIRITISMO SE REDUZIRIA A PÓ COM UMA SIMPLES EXPERIÊNCIA QUE COMPROVASSE A EXISTÊNCIA DE COMUNICAÇÃO COM OS OS MORTOS.
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Como tal experiência é impossível de ser realizada – da parte dos espíritas, é claro – ficamos em especulações e mais especulações.
fevereiro 6th, 2014 às 4:08 PM
Balofo, essa história aí de maçã e cordãozinho foi INVENTADA por um autor que escreveu um livro sobre as Fox. De sua própria boca, Margareth só falou dos estalos de articulação. Qualquer outra hipótese é invenção de terceiros.
Não, Professor! Essa é a confissão dela no NY World de 21 Outubro ’88. In verbis:
When we went to bed at night we used to tie an apple a string and move the string up and down, causing the apple to bump on the floor, or we would drop the apple the floor, making a strange noise every time it would rebound. Mother listened to this for a time. She would not understand it and did not suspect us as being capable of a trick because we were so young.
fevereiro 6th, 2014 às 5:34 PM
“É um relato, apenas.”
– Está se referindo ao caso das batidas ao redor do jornalista? Pois é, Ex-Toffado. São coisas assim que desanimam a nós espíritas de querer tratar com o pessoal cético. Se alguém diz que o médium confessou-lhe fraude, então isso é válido SEM DISCUSSÃO. Um caso como o que transcreveu o jornalista… Aí não VALE NADA, é só um “relato”.
Então que se danem os céticos: eles que achem aquilo que lhes convir melhor.
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“Sabe-se que o mesmo fato pode ser relatado de diferentes maneiras por diferentes pessoas que o tenham presenciado.”
– No caso a que me refiro, SÓ UMA PESSOA o relatou e o transcreveu para o jornal.
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“Isso não tem força probante.”
– Exatamente: QUALQUER COISA que sirva de endosso a um evento mediúnico NUNCA TEM FORÇA PROBANTE. Agora quando QUALQUER BOBAGEM é dita por quem nem esteve envolvido no caso, aí sim tem TODO VALOR PROBANTE EM FAVOR DA FRAUDE.
Registrado.
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“Eu acredito que a própria Maggie explicou: é uma fraude.”
– Eu já não acredito, pois ela própria DESCONFESSOU a fraude e, pior ainda, NÃO FEZ nenhuma demonstração dessa fraude, nem dos seus mecanismos, NADA do que foi dito no texto acima, nem em outras obras onde autores as acusaram de fraude. Ela poderia ter esclarecido TUDO, mas não o fez e NINGUÉM se lembrou de cobrá-la disso.
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“De qualquer forma, todas as evidências de atividade de espíritos ou foram fraudadas ou foram inconclusivas.”
– Velho e desgastado mantra cético.
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“Mas os catequistas espíritas ainda ensinam que o “espiritualismo moderno” começou com as irmãs Fox.”
– Isso é FATO, meu caro. Foi a partir delas mesmo que o Modern Spiritualism começou a existir.
fevereiro 6th, 2014 às 5:40 PM
“Como se pode ter certeza absoluta de que ela não teve ajuda de outra pessoa?”
– Porque ela não disse que teve.
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“Se ela mesma disse que foi fraude…”
– É… Disse isso e depois desdisse. De qualquer forma, não acusou a ninguém de ser cúmplice e nem DEMONSTROU como fazia suas fraudes e, pior ainda, nenhum sábio cético a cobrou disso.
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“Será que ela tinha alguma razão para dizer que foi fraude, se não foi?”
– Ô se tinha. Primeiro esta puta da vida com a irmã Leah, que via no Modern Spiritualism uma coisa sublime. Nada mais vingativo do que usar de uma denúncia falsa para atingi-la. Além disso, admitiu ter sido SUBORNADA por autoridades católicas. Algo bem plausível, já que estava muito necessitada de dinheiro.
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“Defender as Fox é insano.”
– Eu só ficaria mais satisfeito se ela houvesse demonstrado como fez TODA a fraude e não se limitar e meros estalos de artelhos…
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“A defesa só é explicável pelo fato de que elas foram o estopim que motivou a iniciativa de Rivail.”
– Que apenas pegou o bonde andando e, a menos que tenha me enganado em algum lugar, NADA FALOU dessas fulanas, ao menos nos seus livros. Se falou algo na Revista Espírita, aí eu desconheço.
fevereiro 6th, 2014 às 5:43 PM
Obrigado pela informação, Balofo. Seria bom que todo esse artigo e os outros relacionados fossem traduzidos. De qualquer forma, só um IMBECIL acreditaria numa historinha boba dessas…
fevereiro 6th, 2014 às 5:52 PM
Saber como elas produziram todos tipos de batidas é irrelevante. Os “espíritos” só se manifestavam no tempo em que podia-se amarrar cachorros com linguiça; hoje não conseguem nem ler uma linhazinha de enciclopédia. Essa, além da absoluta incoerência nos relatos sobre o ultramundo, constitui a prova de que nunca existiram, exceto na fervorosa imaginação dos exaltados Crentes ansiosos por retornar ao tempo das catacumbas (cristianismo redivivo).
Daí sempre vale o que o cara da Kodak falou a respeito das fadinhas…
fevereiro 6th, 2014 às 5:57 PM
O Sr. estaria insinuando que sou um IMBECIL, por ter o neurônio submerso em lipídios? 🙁
fevereiro 6th, 2014 às 10:08 PM
Quero ver o tal. fenômeno acontecer hoje em dia. Ou será q só as irmãs Fox foram capazes de tal feito?
fevereiro 6th, 2014 às 11:01 PM
No tempo das Fox era mais fácil, agora as pessoas (em sua maioria) estão mais espertas.
fevereiro 7th, 2014 às 7:26 AM
Quero ver o tal fenômeno acontecer hoje em dia.
O Professor vivenciou um poltergeist knocking. Mas não tiveram como saber que fora o médium bem como a natureza ou identidade do ser batedor…
Ou seja: foi sem intenção do médium que intermediou sem saber o feito.
fevereiro 7th, 2014 às 9:47 AM
Arduin, os crédulos precisam de um banho de mudança de paradigma: eles demonizam (inclusive o sr.) os céticos, como uma raça ímpia que deve sofrer anátema pelo resto dos séculos. Pois bem: eu digo que, se não houvesse os céticos, o mundo estaria ainda na magia da pré-história. São os céticos que movem o mundo, não os crédulos. Estes funcionam para manter o statu quo ante. Portanto, não adianta dizer que os céticos são tapados e não ouvem nem veem nada. Pelo contrário: os céticos são antenadíssimos e, se se manifestam ao contrário do que dizem os crédulos, é porque ainda não viram razão para crer. Depois que eu vim para “o outro lado do balcão” pude ver isso com clareza. Não se esqueça que eu conheço os dois lados da moeda!
fevereiro 7th, 2014 às 11:37 AM
Pobre Marcos Arduin
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Está numa banca de defesa de tese para dar explicações porque ele pensa como ele pensa e não pensa como deve pensar.
fevereiro 7th, 2014 às 12:29 PM
“O Sr. estaria insinuando que sou um IMBECIL, por ter o neurônio submerso em lipídios?”
– Bem, por acaso você ACREDITA que ela e a irmã enganariam alguém com esse negócio de suspender uma maçã com um barbante e depois a deixar cair? Não sei se ela diz no artigo do jornal o que se diz no livro: com a vinda de várias pessoas, inclusive ao quarto, o truque da maçã se tornou inviável e aí o recurso foi… bater com o pé na guarda da cama e finalmente então a Leah as ensinou a estalar os artelhos.
Diga-me uma coisa, Balofo, se você CRÊ nessas descrições de fraude, muito fajutas a meu ver, devo supor que também acredita na Fox quando ela veio a público, desmentindo tudo e reafirmando sua fé no Modern Spiritualism. Ou será que…
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“Quero ver o tal. fenômeno acontecer hoje em dia.”
– Eu vi e ouvi, Larissa.
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“No tempo das Fox era mais fácil, agora as pessoas (em sua maioria) estão mais espertas.”
– Sei não. Hoje os ateus e materialistas não são tão charmosos como eram naquela época. Se propensão à crença faz as pessoas burras, a propensão à descrença deveria fazê-las mais espertas… Assim eu esperaria o contrário do que disse. Além disse, não me parece que a gente de hoje está mais esperta, pois não consegue demonstrar onde os pesquisadores antigos se enganaram… Por que isso se dá?
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“eles demonizam (inclusive o sr.) os céticos, como uma raça ímpia que deve sofrer anátema pelo resto dos séculos.”
– Favor incluir-me fora dessa, Ex-Toffado. O meu problema com os céticos é que eles são mais crédulos do que os crentelhos. Aí não vale.
fevereiro 7th, 2014 às 12:32 PM
Ah! E os neurônios só funcionam porque estão imersos em lipídios.
fevereiro 7th, 2014 às 10:18 PM
Arduin, faça um ato caritativo e me leve para ver e ouvir o fenômeno com vc! Falo de verdade.
fevereiro 8th, 2014 às 12:45 AM
ARDUIN DIZ:
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“Além disse, não me parece que a gente de hoje está mais esperta, pois não consegue demonstrar onde os pesquisadores antigos se enganaram… Por que isso se dá?”.
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Como é que se pode explicar a contento algo passado há tanto tempo atrás? O máximo que se pode fazer é conjecturar.
Vamos repetir as experiências, esta é a forma mais inteligente de lidar com o problema.
Há pessoas que se dispõem a isso. Você aceita?
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1. Larissa Diz:
fevereiro 7th, 2014 às 22:18
Arduin, faça um ato caritativo e me leve para ver e ouvir o fenômeno com vc! Falo de verdade.
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COMENTÁRIO: Esta doidinha pra voltar a acreditar.
LARISSA, ontem eu ouvi umas batidas na minha janela, abri, olhei e não tinha ninguém. Igualzinho ao caso do ARDUIN.
Você quer que eu te traga pra ver e ouvir minha coleção de fantasmas?
fevereiro 8th, 2014 às 2:58 AM
O livro só tem 27 páginas mesmo?
fevereiro 8th, 2014 às 3:38 AM
“Como é que se pode explicar a contento algo passado há tanto tempo atrás?”
– É só ler os protocolos dos experimentos feitos, informar-se o melhor possível sobre as condições em que os eventos ocorreram e já terá em mãos uma série de coisas sobre as quais poderá opinar…
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“O máximo que se pode fazer é conjecturar.”
– Mas que sejam BOAS conjecturas. Se as conjecturas são pura tolice que tentam salvar a fé cética, no que isso é melhor do que a fé crentelha?
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“Vamos repetir as experiências, esta é a forma mais inteligente de lidar com o problema.”
– EXATAMENTE, meu caro. Então o sábio cético está conjecturando que substituir uma mão por uma dobra de joelho permitiria ao médium fazer TUDO o que foi registrado no experimento que o pesquisador publicou. Beleza! Vamos repetir o experimento, reproduzindo as mesmas condições e aí vejamos se a conjectura tem fundamento… Pena que NENHUM sábio cético fez ou deseja fazer isso.
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“Há pessoas que se dispõem a isso. Você aceita?”
– Remontar os cenários e equipamentos de antigamente para maior fidelidade na reprodução dos experimentos não deve sair barato. Se pagar os custos, então eu até que gostaria de ver se as pataquadas ditas pelos sábios céticos têm sentido.
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“Arduin, faça um ato caritativo e me leve para ver e ouvir o fenômeno com vc! Falo de verdade.”
– Esse fenômeno eu o testemunhei há 20 anos. Nunca mais se repetiu. E eu não fui o médium que o causou. Portanto não posso atendê-la.
fevereiro 8th, 2014 às 8:29 AM
O livro só tem 27 páginas mesmo?
96, mas termina de fato com NUNCA! O FIM; pelo que concluo estar todo.
fevereiro 8th, 2014 às 8:48 AM
“Vamos repetir as experiências, esta é a forma mais inteligente de lidar com o problema.”
– EXATAMENTE, meu caro.
Que bom que o Sr. finalmente percebeu a necessidade de se efetuar experiências. Vamos providencia-las então?
fevereiro 8th, 2014 às 9:52 AM
Marciano, sim, quero voltar a crer em espíritos. Em espiritismo não. Só q com tão poucas evidências, ta difícil.
fevereiro 8th, 2014 às 2:34 PM
“Que bom que o Sr. finalmente percebeu a necessidade de se efetuar experiências. Vamos providencia-las então?”
– Balofo, eu não garanto resultados com relação a espíritos. O que eu queria ver é a reprodução dos experimentos já feitos com o propósito de TESTAR se as conjecturas DOS CÉTICOS são de fato viáveis ou se são conjecturas SEM VALOR. Ou seja: quero testar a hipótese da fraude, na qual toda a comunidade cética crê piamente.
fevereiro 8th, 2014 às 2:45 PM
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ARDUIN – Do que eu sei, foi num teatro, acho que era o Corinthian Hall, onde ela fez a sua demonstração de fraude: subiu num tamborete e… estalou os artelhos. E FOI SÓ ISSO que ela fez.
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Dizem alguns dos livros cristãos que li que o teatro estava lotado de espíritas chorosos que imploravam a Margareth para que não declarasse que o Spiritualism era uma fraude. Mas ela se manteve firme fez a “demonstração”. Claro, entre esses chorosos espíritas, não houve nenhum que lhe pedisse para demonstrar como produzia ruídos à distância, como fazia vibrar móveis quando o som vinha deles, NADA. NEM NESSE HORA DE CONFISSÃO OS SÁBIOS CÉTICOS ESTÃO DISPONÍVEIS PARA SANAR TODAS AS DÚVIDAS… [Montalvão diz: neste caso, parece que foram os crentes espíritas quem falharam por não pedirem a exibição completa da fraude…]
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COMENTÁRIO: Arduin, o depoimento de Margareth só consta de livros cristãos? Por que livros espíritas não o relatam? Será porque pretenderiam minimizar o impacto que a confissão teve sobre o espiritualismo/espiritismo?
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Porém, com toda certeza sua linda pessoa está equivocada: basta um passeio descompromissado pela internet e achará centenas de textos espíritas desqualificando a confissão e exaltando a desconfissão. Para exemplicar fique com o trecho que segue, oriundo do site “Portal do Espírito”. Neste artigo verá duas coisas, uma explícita outra implícita: a) Jader faz uma boa defesa das Fox; b) a defesa de Jader, e a dos demais apologistas, se baseia preponderantemente na avaliação que Conan Doyle fez do caso, E Doyle, sabemos, sempre dava jeito de absolver médiuns, mesmo os flagrados simulando:
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JADER SAMPAIO: “Detenho o leitor espírita nestes episódios, seguindo a lógica do criador de Sherlock Holmes, porque muito recentemente a mediunidade das irmãs Fox foi posta em questão por uma jornalista brasileira, que deu mostras de escrever de oitiva. Ao concluir um artigo escrito em um tom um tanto irônico sobre o Espiritismo, ela conclui com a frase de efeito: “Anos depois de causar furor as irmãs Fox se desmentiram. Disseram que os espíritos eram invenção delas. No Brasil, ninguém ligou”. (Varella, 2000)
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Curiosamente, o médico e escritor escocês, Sir Arthur Conan Doyle, dedicou um capítulo inteiro de seu livro História do Espiritismo no debate deste tema, livro este que foi traduzido ao português por um espírita de renome no movimento brasileiro a quem devemos também a tradução da Revista Espírita de Kardec, Júlio Abreu.
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Pesquisas e Relatos sobre as Irmãs Fox
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No seu capítulo, amplamente documentado com declarações assinadas, Doyle vai mostrando ao leitor as investigações a que foram submetidas e as perseguições que as Irmãs Fox sofreram. A obsessão da grande maioria dos pesquisadores que as estudariam focalizava-se em descobrir as origens físicas ou fisiológicas das batidas.
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Conan Doyle recuperou um episódio da vida de Margareth Fox onde ela se interessou e foi correspondida por um médico puritano chamado Kane, com quem veio a casar posteriormente, e as pressões que ele exerceu para que ela desmentisse a comunicação com os espíritos. A partir da análise das cartas, o criador de Sherlock Holmes conclui que ele “pensava de modo vago que houvesse alguma fraude” mas que “nos anos de sua maior intimidade Margareth jamais admitiu”, que “ele jamais pode sugerir no que consistia a falcatrua” e que “ela empregou as suas forças de maneira que os espírita sérios deploram”. (DOYLE, 1926. p. 97)
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Assim como outros médiuns do século XIX, AS FOX TIVERAM DÚVIDAS QUANTO À ORIGEM ESPIRITUAL DOS FENÔMENOS, E PODE SER QUE HOUVESSEM PRATICADO ALGUM TIPO DE FRAUDE EM MOMENTOS ISOLADOS DE SUA CARREIRA, especialmente porque passaram a viver da demonstração dos fenômenos [reconhece-se a prática da fraude mas se a minimiza intentando-se resguardar a existência de um segmento “legítimo”] . Conan Doyle transcreveu a seguinte frase do livro do Dr. Kane: [pena que não tenhamos o livro de Kane disponível e traduzido…]
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“…“Ela dizia sempre que nunca tinha realmente acreditado que as batidas fossem obra de espíritos, mas pensava que nisso havia uma relação com certas leis ocultas da natureza.” Esta foi sua atitude posterior na vida, pois em sua ficha profissional dizia que o povo devia por si mesmo julgar da natureza de suas forças.” (DOYLE, 1926. p. 97)
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O banqueiro Charles Livermore, de Nova York, afirma que recebeu comunicações de sua esposa falecida, Estelle, num período de dez anos, mensagens através de Kate Fox, algumas escritas em francês, espanhol e italiano, idiomas desconhecidos pela médium.
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O Sr. Cromwell Varley (eletricista responsável pelo lançamento do cabo submarino no atlântico) realizou esperiências sobre eletricidade com Kate Fox.
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Em sua visita à Inglaterra Kate foi estudada por um conhecido membro da Sociedade Dialética de Londres, o Dr. William Crookes. Transcrevo abaixo um relato de um dos resultados obtidos por ele:
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“O relatório de Crookes das observações na presença de Kate Fox continua sendo um claro exemplo de evidência para “raps” paranormais, exceto pela falta de múltiplas testemunhas. Ele obteve “raps” em vários objetos e materiais – um pedaço de vidro, um pandeiro, uma árvore, um pedaço de papel suspenso por uma linha.” (RUSH, 1986. p. 241`)
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Sir Arthur Conan Doyle relatou um episódio da pesquisa de Crookes onde estavam presentes sua esposa e uma parente:
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“Eu segurava ambas as mãos da médium numa das minhas enquanto seus pés estavam sobre os meus. Havia papel sobre a mesa em nossa frente e eu tinha um lápis na mão livre.
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Uma luminosa mão desceu do alto da sala e, depois de oscilar perto de mim durante alguns segundos, tomou o lápis de minha mão e escreveu rapidamente numa folha de papel, largou o lápis e ergueu-se sobre as nossas cabeças, dissolvendo-se gradativamente na escuridão” (DOYLE, 1926. p. 101)
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O Prof. Russo, Dr. Butlerof, da Universidade de São Petersburgo, teve seu relato transcrito no trabalho de Conan Doyle.
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“DE TUDO QUANTO ME FOI POSSÍVEL OBSERVAR em presença de Mrs Jencken, sou levado à conclusão de que os fenômenos peculiares a esse médium são de natureza fortemente objetiva e convincente e que, penso, seriam suficientes para levar o mais pronunciado céptico, desde que honesto, a rejeitar a ventriloquia, a ação muscular e semelhantes explicações dos fenômenos.” (DOYLE, 1926. p. 103)
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Seguem-se outros relatos e poderíamos ainda transcrever mais citações de outros livros, mas estas são suficientes para afirmar-se que as Fox foram estudadas por cientistas, em ambientes controlados e apresentaram resultados satisfatórios, não apenas de “raps”, como de outros fenômenos de efeitos físicos. Aqui temos um capítulo de suas vidas que não pode ser atribuído à imaginação dos espíritas norte-americanos e que se acha bem documentada, ainda nos dias de hoje. Vemos também que as hipóteses de ação muscular eram conhecidas e controladas pelos cientistas que as estudaram, da mesma forma que o foram pelas comissões do Corinthians Hall.
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Por que insistimos tanto em dizer que cientistas estudaram a mediunidade de Kate Fox? Um dos argumentos mais empregados por aqueles que querem desmerecer uma fonte histórica, repousa na idealização e na mitificação que geralmente acompanha movimentos sociais e culturais onde as opiniões se polarizam e o componente emocional se torna muito influente. No calor das discussões do Corinthians Hall, por exemplo, suas testemunhas poderiam se ater a eventos isolados ou contar a sua versão, profundamente marcada pela simpatia com as idéias espiritualistas. Embora este fenômeno seja um fenômeno humano, o cientista foi treinado a tentar ser o mais descritivo possível, a evitar suas simpatias e ater-se aos fatos para construir e reconstruir suas teorias. Ele depende profundamente de sua reputação no meio acadêmico para que suas comunicações tenham credibilidade. Todos sabemos que no século passado o clima vigente nas academias era de uma compreensão empírica das ciências, especialmente das ciências naturais. Ademais, os pesquisadores em questão apresentam sua metodologia de trabalho e os seus cuidados para evitar a ocorrência das principais hipóteses alternativas como a fraude e as ocorrências naturais.
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Passamos agora à declaração de Margareth Fox, seus motivos e sua retratação.
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Por que Margareth Fox afirmou que fraudava?
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Margareth Fox-Kane deu uma declaração em setembro de 1888 ao jornal New York Herald denunciando o culto espiritualista, mas preservando a idéia de que os raps “eram a única parte dos fenômenos digna de registro”. (DOYLE, 1926. p. 105)
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Alguns escritores como INARDI (1979) destacaram suas palavras mais duras e de efeito:
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“Encontro-me aqui, nesta noite, na qualidade de uma das fundadoras do Espiritismo, para denunciá-lo como fraude absoluta do princípio ao fim, como a mais doentia das superstições e a mais maligna heresia que o mundo já conheceu…” (Margareth Fox-Kane apud INARDI, 1979. p. 89)
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Ao contrário do que afirma nossa jornalista brasileira, Kate Fox ficou aborrecida com as declarações da irmã. Observe o leitor a correspondência que ela escreveu à senhora Cottel em novembro do mesmo ano:
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“Eu lhe deveria ter escrito antes, mas minha surpresa foi tão grande, ao chegar e saber das declarações de Maggie sobre o Espiritismo, que não tive ânimo de escrever a ninguém. (…)
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Agora penso que podia fazer dinheiro, provando que as batidas não são produzidas pelos dedos dos pés. Tanta gente me procura por causa da declaração de Maggie que me recuso a recebe-los.” (DOYLE, 1926. p. 107)
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Doyle apresenta três razões para a conduta de Margareth Fox-Kane. A primeira razão envolve uma discussão entre Kate e Leah em decorrência ao alcoolismo da primeira. Kate e Margareth se tornaram alcoólatras e Leah fez pressões para que parassem de beber, chegando a ameaçar Kate com a perda da guarda dos filhos. Ao que parece, ela chegou a ser presa por algum tempo em decorrência de uma denúncia da irmã mais velha, que teria alegado maus tratos para com os filhos. (DOYLE, 1926. p. 106) Margareth se indispôs contra Leah em defesa da irmã, ofendendo-lhe em sua crença no espiritualismo. RINN (1954) transcreveu algumas declarações que ela lhe deu sobre o desentendimento com a irmã. Deixo ao leitor a tradução de um deles, que nos esclarece sobre o seu estado de perturbação interior:
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“Outra irmã minha, Leah, maldita seja, me fez aceitar isto. Ela é minha maldita inimiga. Eu a odeio. Meu Deus! Eu a envenenaria! Não, eu não, mas eu a açoitaria com a minha língua. Leah tinha 23 anos no dia em que eu nasci. A filha de Leah, Elisabeth, tinha sete anos no dia em que nasci. Rá, rá! Eu já era tia sete anos antes de ter nascido!” (RINN, 1954. p. 55)
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O segundo motivo repousa na pressão que sofria por parte dos profitentes de religiões protestantes e católicas. Em sua retratação, Margareth refere-se à influência que sofreu de pessoas que tinham por interesse “esmagar o Espiritismo”. Conan Doyle chega a apresentar nomes de membros do clero que a fizeram crer que tratava com o demônio. Margareth houvera se convertido ao catolicismo alguns anos antes da declaração, o que foi confirmado por Rinn (1954), ao entrevistar um padre da igreja de São Pedro, em Barclay Street, Nova York.
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Finalmente, houve a proposta financeira do jornal, interessado em um “furo” jornalístico, não importando se estaria ou não praticando “imprensa marrom”.
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As Fox viviam dos fenômenos que produziam, prática em que são criticadas até por Conan Doyle, que morava em um país onde a remuneração de médiuns é uma prática aceita.
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Embora não tenha encontrado em minhas fontes uma transcrição exata da declaração de Margareth Fox-Kane, com base na correspondência de Kate, transcrita acima, ela parece ter “explicado” os fenômenos a partir da teoria dos “músculos estalantes”. No texto de Rinn (1954) se vê algumas outras explicações aos fenômenos. Ela dizia que os sons nas paredes do “cottage” de Hydesville vinham de maçãs que as irmãs deixavam cair, enganando seus pais, e que os fenômenos de escrita direta eram fraudados com um giz entre os dentes, enquanto os pesquisadores as retinham pelas mãos. Convenhamos que estas explicações, face aos relatórios de pesquisas realizados desde a demonstração em Rochester, são bastante insatisfatórias. Como elas teriam produzidos os sons nos vidros, paredes e papéis distantes de seus próprios corpos, estalando músculos? Como responderiam a perguntas mentais? Como forneceram respostas corretas a perguntas que desconheciam, como o número de conchas tomadas ao acaso de um montinho, por um de seus investigadores? Como elas teriam burlado os cuidados dos cientistas que as pesquisaram? Nada disto parece satisfatório, ainda que houvessem entremeado truques aos fenômenos, por razões financeiras.
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Por fim, Margareth Fox-Kane retratou-se um ano depois, em 20 de novembro de 1889 em entrevista dada à imprensa de Nova York. Para que não reste dúvidas, transcrevo algumas partes.
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“Praza a Deus (…) que eu possa desfazer a injustiça que fiz à causa do Espiritismo quando, sob intensa influência psicológica de pessoas inimigas dele, fiz declarações que não se baseiam nos fatos. (…)
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Naquela ocasião (em que denunciou o Espiritismo) necessitava muito de dinheiro, e criaturas, cujo nome prefiro não citar, se aproveitaram da situação. Daí a embrulhada. Também a excitação ajudou a perturbar meu equilíbrio mental. (…)
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Aquelas acusações eram falsas em todas as minúcias. Não hesito em dize-lo… (…) Nem todos os Hermrmans vivos serão capazes de reproduzir as maravilhas que se produzem através de alguns médiuns. Pela habilidade manual e por meio de espertezas podem escrever em papéis e lousas, mas mesmo assim não resistem a uma investigação acurada. A MATERIALIZAÇÃO ESTÁ ACIMA DE SEU CALIBRE MENTAL E DESAFIO A QUEM QUER QUE SEJA A PRODUZIR BATIDAS NAS CONDIÇÕES EM QUE AS PRODUZO.” (DOYLE, 1926. p. 108-109)
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A partir deste momento ela se propôs a fazer conferências para “refutar as calúnias” que ela própria lançou contra o Espiritismo. Ela fez uma carta aberta ao público assinada de próprio punho diante de testemunhas como o Sr. O’Sullivan, Ministro dos Estados Unidos em Portugal durante vinte e cinco anos. […]
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/geae/as-irmas-fox-conan-doyle-1.html
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COMENTÁRIO: um aspecto curioso salta à vista no artigo de Sampaio: ele parece só conhecer experimentos que “deram certo” com as Fox, ou não tomou ciência ou desprezou os diversos testes em que a origem dos raps foi claramente demonstrada ou fortemente suspeita.
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A alegação de que Margareth denunciou por ter sido subornada faz sentido, só que não ajuda a validar a mediunidade da moça, pois se ela aceitou dinheiro para denunciar é bem provável que tenha também aceitado para desdenunciar, e nenhum dessas situações define necessariamente se havia legítima articulação com a espiritualidade. A probabilidade de que a matriarca do moderno espiritualismo vendesse a alma a quem pagasse mais é real, pois a carreira mediúnia declinava e a renda que dela obtinha ia pelo mesmo caminho, então topou “confessar”; depois viu que voltar atrás também seria rendoso e repudiou o que confessara. Observe-se que, ao se reconverter ao espiritismo e garantir a legitimidade de seu dom, Margareth evitou citar os nomes dos que a teriam induzido ao suposto ato difamatário: sem acusados não havia quem se defender e isso minimizaria as manifestações contrárias.
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Desse mdo, meu caro, num ponto certamente concordamos, conquanto chegamos a ele por vias transversas: as irmãs Fox, aliás a família Fox, não era confiável (talvez com exceção do pai que foi figura apagada no contexto mediúnico protagonizado pelas filhas). É plausível que o “remorso” que acometera as irmãs contasse co outros ingrediente$, além dos alegados a posteriori (desentendimentos entre elas). O livro de Barbara Weisberg, “Falando com os Mortos” (que não é livro “cristão”), é o melhor estudo que conheço em português a respeito da saga das Fox. Nele encontramos informações esclarecedoras a respeito do acontecimento, conforme o trecho que segue ilustra (trechos entre [colchetes] são de minha autoria):
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“No dia 31 de março, por volta das oito da noite, Mary e o marido, Charles, ouviram uma batida forte — provocada por uma pessoa — na porta da frente da própria casa. John Fox, o pai das meninas, estava parado sobre a neve e tinha uma história bizarra para contar. Batidas cada vez mais altas come¬çaram a ser ouvidas na casa dele, e sua esposa, Margaret, havia concluído que eram causadas pelo espírito de um homem as¬sassinado, cujos restos mortais estavam enterrados no porão. [a conclusão partira da mãe]
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Será que os Redfield poderiam vir imediatamente? Margaret queria a opinião deles com a maior urgência.
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Charles Redfield se recusou, mas Mary concordou em ir, brincando com ele ao dizer que teria “uma conversa animada, caso se tratasse de um fantasma”. O bom humor, porém, não fazia parte das principais qualidades de John. De cara amar¬rada, o homem levou Mary até sua casa — uma construção de estrutura retangular e simples, em meio a um terreno rodeado por uma cerca bem-feita — e dirigiu-se diretamente até o quar¬to que ele e Margaret ocupavam com as meninas. Margaret Fox, mulher abundantemente roliça e em geral alegre, embora agora bastante agitada, foi ao encontro de Mary à porta.
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Dando uma olhada no interior do quarto, iluminado por uma única vela, Mary identificou imediatamente a seriedade da situação. Com medo, Kate e Maggie estavam emboladas na cama, abraçadas uma à outra. [provável teatralização]
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Margaret puxou Mary para a outra cama do quarto e, en¬tão, começou a falar para algo que parecia um interlocutor invisível. “Agora, conte até cinco…” ordenou Margaret Fox. Cinco batidas se seguiram, parecendo indicar uma presença inteligente. Ela mandou novamente: “Conte até quinze.”
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O fazedor de ruídos invisível obedeceu. Então, ela lhe pe¬diu para dizer a idade de Mary Redfield. Mais tarde, Mary lembrou-se, assombrada, de que “ele bateu 33 vezes, e todos nós ouvimos”.
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“Se você for um espírito sofredor” continuou Margaret, “manifeste-se com três batidas.”
“Toc.”
“Toc.”
“Toc.”
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NÃO HAVIA SINAL DE QUE ALGUÉM DENTRO DO QUARTO ESTIVESSE FAZENDO OS RUÍDOS.
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“Aquela altura”, confessou Mary Redfield com franqueza, “fiquei muito interessada…”.
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Ela quis que o marido, Charles, analisasse a situação por si mesmo, mas, antes de deixar a casa dos Fox, ficou consolando Kate e Maggie. Mary tentou assegurá-las de que, caso houvesse mesmo um espírito presente, ele não tinha qualquer intenção de machucá-las. [como um espírito poderia machucar alguém?]
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Uma das meninas — como a maioria das pessoas, Mary tinha o hábito de referir-se às irmãs como se fossem intercambiáveis — respondeu emocionada:
— NÓS SOMOS INOCENTES… Como é bom ter a consciência tranqüila.
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Quarenta anos mais tarde, numa noite de outono de 1888, subiu ao palco da Academia de Música da cidade de Nova York uma Maggie Fox de óculos, chapéu vermelho florido e vestido preto, ao som de uma cacofonia de assovios, ovações e vaias. Parada diante do teatro lotado, ela olhou nervosa para o discurso que tinha preparado e começou a falar com a voz alterada. Maggie estava prestes a fazer uma estarrecedora — e para alguns dos membros de sua ruidosa audiência, devastadora — declaração.
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Nas quatro décadas que se seguiram às primeiras batidas ouvidas em Hydesville, ela e Kate tinham se tornado mun¬dialmente famosas. Com a continuação dos sons misteriosos, correu o boato de que eles eram produzidos por espíritos e de que as meninas falavam com os mortos. Logo, Kate e Maggie estavam transmitindo mensagens do além a amigos, a desconhecidos e, depois, a grandes públicos. Debates sobre a autenticidade das comunicações com os espíritos haviam abalado a nação.
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Em pouco tempo, outros mortais descobriram que também eles podiam servir de intermediários entre este e o outro mundo. Em meados da década de 1850, dezenas de milhares de norte-americanos — curiosos, céticos e convertidos, indistintamente — afluíam como enxames às sessões de contato com os falecidos. Um jornalista chamou esse movimento de espiritualismo moderno, o qual rapidamente adquiriu seguidores por todo o mundo.
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E era o espiritualismo moderno, cujo fervor Maggie ajudara a criar, que, naquele instante, visivelmente trêmula diante das luzes do palco, ela estava decidida a destruir: Maggie tinha vindo anunciar à imensa multidão da Academia de Música que os espíritos dos mortos jamais retornam para se comunicar com os vivos. As batidas que tinham feito com que Mary Redfield corresse para junto do marido naquela distante noite de 1848 eram uma farsa, assim como tantas outras supostas manifestações dos espíritos ao longo dos anos.
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Manchetes com a notícia da confissão de Maggie estamparam os jornais: ela havia dado um golpe mortal no espiritualismo, escreveram os repórteres.
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Porém, como se verificou mais adiante, os jornais tinham se precipitado. A história das irmãs Fox não estava acabada e o movimento espiritualista não havia sido destruído. Um ano depois, Maggie voltou atrás em sua declaração de frau¬de. Afirmando ter feito uma falsa confissão sob influência dos inimigos do movimento e de fortes pressões financeiras, ela reafirmou categoricamente sua fé nos espíritos. Assim, o espiritualismo moderno, força religiosa e social que influenciou profundamente nossas ideias sobre a imortalidade, permanece muito vivo nos dias de hoje.”
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Há mais material no livro de Barbara Weisberg que nos ajuda a melhor compreender o caso Fox, depois, havendo oportunidade, postarei. De momento creio que o trecho a seguir, de autoria de Kentaro Mori, no artigo “As irmãs Fox, pancadas no espiritualismo” seja esclarecedor:
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O Contexto
“Milhares de pessoas que são calorosos defensores da filosofia espiritual reconhecem que sua atenção foi inicialmente atraída ao tema por seu interesse no magnetismo”, escreveu Emma Hardinge Britten, em “Modern American spiritualism” (1870). A autora não se refere ao eletromagnetismo que conhecemos e acende nossas lâmpadas, mas ao chamado “magnetismo animal”. Inventado por Franz Anton Mesmer, o “magnetismo animal” é lembrado hoje apenas em resquícios como o verbo “mesmerizar”, relacionado talvez a seu único efeito real, a hipnose. Muito apropriadamente, pois em 1870 tal “magnetismo animal” já havia sido constatado há quase um século como inexistente.
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É no contexto do “magnetismo animal” que surge o espiritualismo das irmãs Fox. Andrew Jackson Davis já se valia de tal magnetismo inexistente para seus contatos com espíritos anos antes, e os relatos das sessões mantidas pelas irmãs também envolviam inicialmente a “magnetização”.
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As irmãs não foram assim as primeiras a alegar contatos com espíritos, e como se deve notar, não seriam nem mesmo as primeiras a manter supostos contatos com o além em sua casa de madeira em Hydesville. Igualmente, os “Poltergeist”, fantasmas barulhentos, já haviam feito suas batidas décadas antes na Europa. Os feitos e métodos das irmãs se conformavam plenamente aos moldes do mesmerismo a ponto de a rigor não manter qualquer diferença com este.
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Exceto uma diferença, claro, que faria toda a diferença. Britten escreveria que “as características concretas e científicas do movimento espiritualista na América têm sua origem na primeira tentativa de telegrafia [espiritual]”, referindo-se ao caso. Isto é, a inauguração do espiritualismo moderno com o caso das irmãs Fox se centra na novidade da “telegrafia espiritual”.
A novidade, todavia, é apenas o adjetivo “espiritual”. “A primeira linha [elétrica de telégrafo] construída nos Estados Unidos foi colocada em operação em 1844, entre Washington e Baltimore. Em 1848 linhas foram construídas em toda direção”, escreveu Holton sobre a história do telégrafo. Lembre-se que a “telegrafia espiritual” das irmãs foi inventada em 1848. Se o ponto aqui não está claro, pode-se sublinhar um detalhe: a gigante agência de notícias “Associated Press” foi fundada no mesmo ano, 1848, graças ao telégrafo! O telégrafo de Morse, claro, o que funciona de fato.
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Enquanto hoje a Associated Press conta com milhares de veículos de notícias, a própria “telegrafia espiritual” sairia de moda, mesmo sob o nome mais respeitável de “tiptologia”, e o movimento espiritualista que anunciava uma “nova era” falhou em sua própria profecia.
“’Babilônia caiu’ – ‘o mistério, mãe de todas as abominações’, foi massacrado, e o anjo da verdade e juízo soou a trombeta da vitória na grande expansão do Espiritualismo moderno”, anunciou Britten no fim do século XIX, quando o movimento ganhava força. Hoje, mais de um século depois, não ouvimos as trombetas.
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Codinome Rosna
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Ler as fontes de mais de um século sobre o espiritualismo requer diversos grãos de sal. Devemos acreditar na alegação de que a senhora Fox ficou com os cabelos brancos em apenas uma semana devido aos acontecimentos em Hydesville? Tal é sugerido por Nandor Fodor em 1934 (“An Encyclopaedia of Psychic Science”). Por outro lado, fontes céticas costumam ser demasiadamente sucintas, centrando-se nas confissões de 1888, proferidas entre grandes escândalos e desentendimentos.
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Deixando os escândalos (e as confissões) de lado, o elemento central na gênese do caso das irmãs Fox seria sua alegação e posterior confirmação de que existia o corpo de um mascate enterrado em sua casa. Se a “telegrafia espiritual” inaugurou o espiritualismo moderno, foi essa a história transmitida em tal estranho meio de comunicação.
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Lucretia Pulver, que serviu ao casal Bell, teria confirmado a história do mascate assassinado. Pulver se lembrou do mascate e de acontecimentos estranhos incriminando seu ex-patrão, com uma abismante série de detalhes. O detalhe mais relevante todavia é o de que se lembrou de tal apenas após a divulgação do caso das irmãs, anos após os supostos acontecimentos. O mesmo ocorre com relatos de que a família Weekman também teria feito contato com o mascate. Infelizmente, tais não podem ser consideradas como corroborações independentes.
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O problema com tais relatos também reside no fato de que, confiando em uma duvidosa riqueza de detalhes em grande parte irrelevantes, espiritualistas acreditam saber mesmo o que o mascate vestia, quando e de que forma foi assassinado, mas não conhecem seu nome. E isto apesar do espírito ter fornecido um nome através do telégrafo espiritual. “Charles B. Rosna” (ou Rosma), entretanto, não seria nome verdadeiro do mascate. Por algum motivo o espírito teria escolhido não revelar seu nome, revelando ao invés um nome fictício. E sem avisar sobre tal.
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Esta é uma “explicação” ad hoc que pode soar plausível aos crentes, que citariam uma série de outros casos onde supostos espíritos forneceriam nomes fictícios. Aos não-crentes, o argumento soa apenas como uma indicação da circularidade de tal sistema de crenças – o espírito original era real porque outros espíritos posteriores também falharam em fornecer um nome verdadeiro.
Ainda abordando de forma crítica o ponto, talvez a mais prosaica e óbvia informação específica verificável que o espírito poderia fornecer sobre sua história seria um nome real, através do qual poderia ser identificado.
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Como não o foi, os espiritualistas presumem, ad hoc, não que o espírito e a história são fantasias, mas que o nome é deliberadamente falso.
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Os acusados do suposto assassinato, o casal Bell – cujo nome foi lançado na história por Lucretia Pulver, antiga servente dos mesmos – também não ficaram contentes com a história, mas tampouco foram incomodados pela polícia. O espírito do mascate contou que teria uma esposa e vários filhos, mas apesar da ampla divulgação de sua história, tal família também não veio à tona. A história permaneceu convenientemente inverificável, apesar de envolver o brutal assassinato de um mascate e a nada engenhosa ocultação de seu corpo na casa onde os assassinos moravam.
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O encontro de um esqueleto em 1904 confirmando a história é nebulosa, e infelizmente, também inverificável. Não houve documentação apropriada do encontro de tão relevante evidência, dada ao acaso, como devemos acreditar, e contrariando a informação alegada do próprio espírito sobre onde estaria seu corpo – outro dado contornado ad hoc pelos crentes imaginando que o corpo foi enterrado no porão e depois movido.
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Para completar toda a duvidosa história e suas supostas evidências, os alegados restos do mascate foram logo transportados e preservados como relíquia religiosa, mas não por muito, já que nos anos 50 um incêndio provocado por vândalos teria consumido a evidência.
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Não há assim qualquer evidência satisfatória de que a história contada pelo espírito seja real, o que lança sérias dúvidas sobre se havia mesmo algum espírito. Por diversos meios se poderia ter chegado a confirmar com segurança a história do assassinato do mascate, mas de diversas formas, toda a evidência convenientemente se esvaiu. Outra vez, aos crentes isso não é problema, já que o papel do espírito seria chamar atenção ao fenômeno, e ater-se à literalidade ou não de sua história seria irrelevante. Aceite-se isto ad hoc.
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Corinthian Hall
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Se ficamos perdidos com relação à origem em si do espiritualismo, o que dizer das irmãs Fox? Médiuns por praticamente o resto de suas vidas, deveriam ter fornecido evidência extensa a respeito da autenticidade de suas comunicações com espíritos. Não é bem o caso.
Como nota Vitor Moura, em seu texto “As Irmãs Fox – O Que os Céticos Não Contam”, a melhor evidência da mediunidade das garotas parece ter sido resultado de três comitês de investigação sucessivos, que efetuaram diversas experiências com o fim declarado de desmascará-las. Todos envolveram apresentações ao público no Corinthian Hall em Rochester. Todos falharam em seus objetivos.
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O primeiro comitê era composto de cinco pessoas, Nathaniel Clark, A. J. Combs, Edwin Jones, Adoniram Judson, e Daniel Marsh, todos “cidadãos altamente respeitáveis e responsáveis” da cidade. Todos admitiram que “os sons foram ouvidos, mas falharam completamente em descobrir os meios pelos quais poderiam ter sido gerados”.
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O segundo comitê, liderado pelo conselheiro Frederick Whittlesey, composto por D. C. McCallum, William Fisher, o Dr. H. H. Langworthy e o juiz da cidade de Le Roy, A. P. Hascall, foi ainda mais rigoroso, efetuando experimentos no escritório de Whittlesey. Seu relato: “Os sons foram ouvidos e sua investigação exaustiva mostrou conclusivamente que não foram produzidos por maquinaria ou ventriloquismo, embora qual fosse o agente fomos incapazes de determinar”.
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O terceiro comitê foi composto por céticos indignados com os insucessos dos dois primeiros comitês, segundo informa Britten. Um deles, Lewis Burtis, também é citado por Britten como dizendo que “as garotas não me terão no comitê nem por cem dólares”, uma quantia considerável na época. Outros integrantes do terceiro comitê incluíram L. Kenyon, William Fitzhugh e os Drs. Justin Gates e H.H. Langworthy (do segundo comitê).
Esse último comitê ainda contou com uma espécie de sub-comitê, composto de mulheres, que lidaram com as garotas despidas, para enorme desconforto das mesmas. Seu resultado: “Quando [as irmãs Fox] estavam sobre travesseiros, com um lenço amarrado em torno do fim de seus vestidos, firme em seus tornozelos, todas nós ouvimos as pancadas na parede e chão distintamente. Assinado: Sra. Stone, Sra J. Gates, Sra. M. P. Lawrence”.
Resultado não muito diferente do terceiro comitê, que também não atingiu seu objetivo de desmascarar as garotas. Apresentados assim, são fatos surpreendentes.
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O que deve realmente surpreender o leitor contemporâneo é um pequeno detalhe: a investigação do primeiro comitê ocorreu no dia 15 de novembro; a do segundo comitê, no dia 16 de novembro; e a do terceiro comitê, no dia 17 de novembro. Todos do mesmo ano de 1849. Isto é, são três investigações conduzidas cada uma por um “comitê” diferente de cidadãos de fato respeitáveis, mas leigos, em apenas três dias sucessivos.
Some-se a isso o fato de que todas as investigações tiveram lugar em ambientes como uma outra casa de apresentações, casas ou escritórios dos cidadãos envolvidos ou associados – a última, por exemplo, teve lugar na casa de Justin Gates, e uma das integrantes do comitê de mulheres foi, claro, a esposa de Gates. Não só havia diversas outras pessoas presentes além dos integrantes dos comitês durante tais averiguações, como essas outras pessoas incluíam mesmo promotores e defensores dos supostos fenômenos das irmãs.
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Britten menciona o dramático episódio onde Amy Post irrompeu no recinto onde as irmãs estavam sendo examinadas seminuas, ao ponto em que as irmãs teriam corrido aos prantos aos braços da senhora Post. Ao mesmo tempo em que pancadas foram ouvidas. Parece dramático e mesmo este autor pode se sensibilizar com a situação, o evento contudo é um exemplo do (des)controle que se tinha em tais exames. Amy Post era esposa de Isaac Post, o casal quaker que foi um dos principais, se não o principal responsável por promover e apoiar inicialmente as garotas.
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Outros “detalhes” sobre as investigações: Isaac Post era um dos que cuidaram dos negócios nas apresentações. O Corinthian Hall seria o maior local de eventos em Rochester. Os três comitês consecutivos tiveram seus integrantes escolhidos entre os espectadores das apresentações. Lewis Burtis, mencionado como um cético integrante do terceiro comitê por Britten, se tornou figura relativamente destacada no movimento espiritualista de Rochester, abrigando uma (outra) médium em sua casa e testemunhando sobre a realidade do espiritualismo (como citado em… Britten!).
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Embora não se possa descartar por completo as informações sobre tais investigações, é evidente que mais do que qualquer outra coisa, foram um show. Assim se entende por que houve três “investigações” de apenas um dia de duração por diferentes pessoas realizadas – e apresentadas – em três noites consecutivas. Foi um só show, e não três shows diferentes.
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E foi o início da carreira mediúnica profissional das irmãs, que viveriam disto até suas trágicas mortes, em um negócio que logo envolveria sua irmã mais velha, Ann Leah, não apenas como empresária das irmãs, mas como médium também.
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Mesmerizados
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Não há prova de que as irmãs fraudaram todos os seus fenômenos. De fato, há apenas indícios circunstanciais de fraude. Ao mesmo tempo, nenhuma das três conseguiu produzir qualquer evidência satisfatória de que se comunicavam com espíritos. Em retrospecto, é desolador notar que crentes e céticos que lidaram com os “fenômenos” estavam tão presos ao contexto de seu tempo que não produziram nenhuma avaliação objetiva satisfatória. Em uma sociedade sexualmente opressiva, em profundas mudanças tecnológicas e científicas impulsionando revoluções sociais, jovens garotas se comunicando com os mortos parece ter sido um tema delicado demais.
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Nesta situação, talvez a única utilidade póstuma do caso seja exatamente a de recapitular os eventos em seu contexto para uma olhada sobre a época. Desde a gênese das peripécias das irmãs envolvendo a história nunca confirmada de um mascate assassinado, e o elemento principal que as lançaria à história – a “telegrafia espiritual” – podendo ser interpretado sociologicamente como uma contraparte mística, relacionada ainda com o charlatanesco “magnetismo animal” de Mesmer, dos avanços reais e concretos da ciência e tecnologia ao fim do século XIX.
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Enquanto a telegrafia elétrica real logo daria lugar a avanços sucessivos culminando hoje com a própria internet através da qual você, leitor, acompanha este longo texto, a “telegrafia espiritual” cairia em relativo desuso, e a comunicação com espíritos logo retornaria aos meios em que já era praticada milênios antes das irmãs Fox, com supostas “psicografias”, “canalizações” e “incorporações”. Raramente os espiritualistas de hoje passam horas ouvindo batidas e decodificando seus códigos letra por letra – Chico Xavier teria muita dificuldade em escrever centenas de livros dessa forma.
Atualmente, a chamada “Transcomunicação Instrumental” (TCI) parece uma legítima sucessora da “telegrafia espiritual”, em sua interpretação mística da tecnologia e ciência, mas mesmo a TCI não é central a qualquer grande religião. A proclamação do reverendo Jervis que introduz este texto, na linha de todo o entusiasmo ingênuo em torno do espiritualismo em fins do século XIX, estava simplesmente incorreta.
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Todo o episódio das irmãs Fox resguarda ainda uma ironia suprema no cerne do que pode ser a interpretação mais sensata de tais eventos. O notável cientista Benjamin Franklin, em seu papel na descoberta e divulgação dos fenômenos reais da eletricidade, também teve parte, junto de Lavoisier, do médico Joseph-Ignace Guillotin e do astrônomo Jean Sylvain Bailly, no comitê francês que investigou e declarou a inexistência do “magnetismo animal” de Mesmer em 1784.
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Isso não deve surpreender, a adorável ironia está no fato de que as irmãs Fox, em sua “telegrafia espiritual” através do mesmo “magnetismo animal” inexistente, quase cem anos depois, tenham revelado inúmeras mensagens do que seria o espírito de Benjamin Franklin, o próprio. Todas comunicações favoráveis à “telegrafia espiritual”, da “eletricidade espiritual” e ao movimento religioso então promissor, claro.
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É incrível como a morte muda a vida das pessoas.
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Referências
– Britten, E.H., “Modern American spiritualism: a twenty years’ record of the communion between earth and the world of spirits”, 1870, ;
– Fodor, N., “An Encyclopaedia of Psychic Science”, 1934, ;
– Moura, V., “As Irmãs Fox”, 2004;
– Calvert, J. B., “The Electromagnetic Telegraph”, 2000, .
Nota: O texto original foi revisado como resultado de discussão privada com Vitor Moura, a quem sou grato pelo que, espero, sejam melhorias neste trabalho, fornecido com a intenção tanto de informar aqueles interessados, como de motivar maior e melhor discussão sobre o assunto.
fevereiro 8th, 2014 às 2:52 PM
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Larissa Diz: Arduin, faça um ato caritativo e me leve para ver e ouvir o fenômeno com vc! Falo de verdade.
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COMENTÁRIO: Larissa, como todo bom espírita provavelmente Arduin recusará convidá-la para “ver” a verdadeira verdade, principalmente se desconfiar que levará óculos céticos para o encontro. Os espíritas recusam-se terminantemente a pôr seus espíritos sob avaliação crítica, nem mesmo um testezinho objetivo admitem…
fevereiro 8th, 2014 às 3:24 PM
Os espíritos são tímidos e temem-nos. Se quisermos fazer alguma investigação acho que primeiro será necessária uma campanha de PR nossa, mostrando aos espíritos que não lhes faremos mal…
Como diz o Americano: confidence building.
fevereiro 8th, 2014 às 7:16 PM
Bem, Moisés, que esse longo texto sobre as Fox (espero que você o tenha postado na base do corte e cole, já que seus dedos andam mals) sirva para os outros saberem sobre elas.
Parece-me que seu questionamento era porque os espíritas aqui no Brasil valorizam “coisas que deram certo” e não mencionam as coisas suspeitas. É isso?
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Bem, como o Ricúpero dizia lá naquela conversa que deu na parabólica: o que é bom, o governo fatura; o que é ruim, o governo esconde.
Antes de mais nada, as Fox NÃO TEM qualquer importância significativa para o Espiritismo. Elas NADA escreveram em termos doutrinários. Leah Fox à época do rompimento havia escrito um livro, mas que foi pouco divulgado e desconheço o seu conteúdo.
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Digamos apenas que foram pioneiras e como tal, pagaram o preço do pioneirismo. O próprio Conan Doyle comenta isso. A única lição da vida delas que servem a nós espíritas de Pindorama é que MEDIUNIDADE NÃO É MEIO DE VIDA.
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É isso.
fevereiro 8th, 2014 às 7:35 PM
Marcos Arduin Diz:
fevereiro 8th, 2014 às 14:34
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” – Balofo, eu não garanto resultados com relação a espíritos. O que eu queria ver é a reprodução dos experimentos já feitos com o propósito de TESTAR se as conjecturas DOS CÉTICOS são de fato viáveis ou se são conjecturas SEM VALOR. Ou seja: quero testar a hipótese da fraude, na qual toda a comunidade cética crê piamente”.
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COMENTÁRIO:
Assim não dá, ARDUIN. Você está de brincadeira. TODOS sabem que o que queremos não é ver o que dizem ter acontecido há mais de cem anos, o que queremos é ver se espíritos existem e se conseguem se comunicar com os vivos.
Isso custa muito pouco dinheiro.
Além do mais, se fôssemos estudar os alegados fenômenos de outrora, os mediuns é que deveriam reproduzí-los, não os céticos. A estes últimos caberia verificar se se tratariam de fenômenos legítimos ou de truques.
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MONTALVÃO DIZ:
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” Porém, com toda certeza sua linda pessoa está equivocada: basta um passeio descompromissado pela internet e achará centenas de textos espíritas desqualificando a confissão e exaltando a desconfissão”.
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COMENTÁRIO:
É o que ARDUIN vem fazendo arduinicamente aqui.
Essa desconfissão se parece muito com a desconfissão que bandidos fazem em juízo, depois de instruídos por advogados de décima categoria. Primeiro eles confessam o crime, depois, treinados por advogados salafrários, inventam histórias mirabolantes, em que uma “terceira pessoa” teria praticado o crime no lugar deles, etc.
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MONTALVÃO:
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” Enquanto a telegrafia elétrica real logo daria lugar a avanços sucessivos culminando hoje com a própria internet através da qual você, leitor, acompanha este longo texto, a “telegrafia espiritual” cairia em relativo desuso, e a comunicação com espíritos logo retornaria aos meios em que já era praticada milênios antes das irmãs Fox, com supostas “psicografias”, “canalizações” e “incorporações”.”
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COMENTÁRIO:
Esse é o problema. A verdadeira ciência progride vertiginosamente com o tempo. Já a ciência espírita…
fevereiro 8th, 2014 às 9:16 PM
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ARDUIN: Balofo, essa história aí de maçã e cordãozinho foi INVENTADA por um autor que escreveu um livro sobre as Fox. De sua própria boca, Margareth só falou dos estalos de articulação. Qualquer outra hipótese é invenção de terceiros.
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COMENTÁRIO: creio esteja equivocado, a história da maçã foi contada pela boca da própria Margareth, conforme verá noutro trecho de “Falando com os Mortos” ao final desta apreciação.
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ARDUIN: Quanto a ruídos à distância, quando ela era entrevistada por um repórter, confessando ser uma fraude, ruídos fortes de pancadas começaram a repercutir pela sala, vindo do chão, teto, janelas e porta. O repórter, assustado, perguntou:
_ É tudo fraude?
_ Inteiramente! Não é tão fácil enganar? _ Respondeu a Margareth.
Só que essa fraude, muito mais interessante para ser explicada, ficou sem nenhuma explicação…
Uma pena.
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COMENTÁRIO: Arduin, deveria dar os endereços das referências que faz. Lembro vagamente de ter lido algo assim mas não recordo se a fonte era confiável. O que posso lhe dizer é que está constatado que, sob condições adequadamente controladas, os fenômenos encolhem ou mesmo desaparecem. E isso não só com as Fox, com quaisquer médiuns. Se realmente houve essa manifestação irada, supostamente da parte dos espíritos, diante de um repórter isolado, por que esses mesmos espíritos não deram o espetáculo no teatro perante de centenas de testemunhas?
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“Eu acredito que a própria Maggie explicou: é uma fraude.”
ARDUIN:- Eu já não acredito, pois ela própria DESCONFESSOU a fraude e, pior ainda, NÃO FEZ nenhuma demonstração dessa fraude, nem dos seus mecanismos, NADA do que foi dito no texto acima, nem em outras obras onde autores as acusaram de fraude. Ela poderia ter esclarecido TUDO, mas não o fez e NINGUÉM se lembrou de cobrá-la disso.
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COMENTÁRIO: entre os “ninguém” que lembrou de cobrar das Fox a demonstração de “tudo” que, mais de século depois Arduin exigiria para se declarar satisfeito, estão os espiritistas, e a responsabilidade maior por esse suposto esquecimento seria deles. Era o espiritismo que estava sendo detratado: os que o defendiam deveriam ter exigido da mulher a demonstração detalhada das fraudes, a fim de comprovarem a real ausência de espíritos, em vez da simples confissão seguida de resumido exemplo de como o engodo se realizava. Se nenhum adepto da mediunidade lembrou dessa cobrança significa que a confissão fora satisfatória e, temporariamente, calara a boca dos que diziam que espíritos comunicavam.
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“De qualquer forma, todas as evidências de atividade de espíritos ou foram fraudadas ou foram inconclusivas.”
ARDUIN:- Velho e desgastado mantra cético.
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COMENTÁRIO: mantra ou não é a cristalina realidade e isso é tão óbvio que admira-nos haja quem não perceba: se as experiências antigas demonstrassem cabalmente a comunicação logicamente hoje ela seria cabalmente aceita e não se restringiria a nichos acreditantes. Se hoje ainda se vê alguns investigadores tentando provar que espíritos estão entre nós e podem interagir conosco significa que a crença ainda não foi demonstrada.
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“Mas os catequistas espíritas ainda ensinam que o “espiritualismo moderno” começou com as irmãs Fox.”
ARDUIN: – Isso é FATO, meu caro. Foi a partir delas mesmo que o Modern Spiritualism começou a existir.
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COMENTÁRIO: altamente discutível tal afirmação: as Fox ganharam notoriedade porque, afortunadamente, os acontecimentos que seguiram a divulgação da notícia e as circunstâncias presentes naquele contexto permitiram que a história ganhasse força. Antes delas os “espíritos” já assombravam casas e davam suas batidas, ou mesmo comunicavam meio que mediunicamente, conforme aconteceu com Swedenborg e Andrew Jackson Davis, dentre outros.
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“Será que ela tinha alguma razão para dizer que foi fraude, se não foi?”
ARDUIN: – Ô se tinha. Primeiro esta puta da vida com a irmã Leah, que via no Modern Spiritualism uma coisa sublime. Nada mais vingativo do que usar de uma denúncia falsa para atingi-la. Além disso, admitiu ter sido SUBORNADA por autoridades católicas. Algo bem plausível, já que estava muito necessitada de dinheiro.
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COMENTÁRIO: novamente, discutível tal alegação. Que as irmãs estavam se arranhando está fora de dúvida, mas que denunciar o espiritualismo como fraude seria arrasador para a fé de Leah é difícil de engolir. Poderia ser arrasador para os interesses financeiros da atacada visto que, ao que parece, era ela a financista da família e quem melhor se aproveitou dos lucros proporcionados pela mercantilização dos espíritos. Talvez houvessem motivações menos perceptíveis nesse evento. Se for verdade que Leah assumira a guarda dos filhos de sua irmã médium, sob a alegação de que maltratava as crianças, mostrar que os espíritos eram fraude poderia significar que era ela, Leah, quem fazia maldades, pois induzira as pobres irmãs mais jovens ao salafrarismo.
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“Defender as Fox é insano.”
– Eu só ficaria mais satisfeito se ela houvesse demonstrado como fez TODA a fraude e não se limitar e meros estalos de artelhos…
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COMENTÁRIO: pelo visto os estalos eram a tônica da fraude, se houve outros golpes devem ter sido subsidiários. Declarações de alguns generosos audientes, de que os sons vinham de todas as direções, podem ser debitadas à ingenuidade de alguns, somado ao fato de que os sons, dependendo de onde o ouvido esteja, podem não revelar facilmente de onde procedem.
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“A defesa só é explicável pelo fato de que elas foram o estopim que motivou a iniciativa de Rivail.”
– Que apenas pegou o bonde andando e, a menos que tenha me enganado em algum lugar, NADA FALOU dessas fulanas, ao menos nos seus livros. Se falou algo na Revista Espírita, aí eu desconheço.
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COMENTÁRIO: realmente, Rivail dedicou às Fox um desértico desprezo, que não foi seguido por seus herdeiros. Estes provavelmente não perceberam as intenções veladas do mestre. Mas, é fácil compreender o motivo da atitude do codificador. Kardec queria um movimento exclusivo, só dele. Dividir com as garotas Fox o crédito pelo “derramamento dos espíritos” era-lhe impensável, mesmo porque o “Rosma” não reunia predicados para ser o desencadeador da “terceira revelação”: um mero mascate assassinado, que viera denunciar o crime, e nem sabia onde seu corpo estava, era muito piegas perante os nobres “espíritos” que assessoravam Leon Hipholyte, dentre os quais o grande “espírito da verdade”…
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Das irmãs Fox, que tenho notícia, há somente uma referência indireta, quando mencionou artigo da Scientific American, de 11/7/1857, que reportava o desafio de um jornal, oferecendo 500 dólares (um dinheirão na época) a qualquer médium que comprovasse, em experiência controlada, a real ação de espíritos. Dentre os que se apresentaram para papar o prêmio estavam as Fox. Kardec cita esse desafio e faz referência a um anterior, nos quais os “espíritos” não compareceram, para tripudiar dos “ingênuos” experimentadores, que acharam ser possível a espiritualidade lhes ficar disponível com hora marcada. Ainda acrescentava que os desencarnados desprezavam motivações financeiras, sendo este forte motivo para que não se manifestassem. Parecia não saber que na América e Inglaterra médiuns viviam gordamente graças à cooperação dos do além, que nunca lhes faltavam mesmo sabendo que os intermediadores auferiam nobres ganhos usando a espiritualidade.
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Postei anteriormente o artigo aqui mas vale reprisá-lo parcialmente.
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Os médiuns julgados – Desafio proposto na América
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Revista Espírita, janeiro de 1858
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Os antagonistas da Doutrina Espírita se apossaram, zelosamente, de um artigo publicado pelo Scientific american, do dia 11 de julho último, sob o título: Os Médiuns julgados. Vários jornais franceses reproduziram-no como um argumento sem réplica; nós mesmos o reproduzimos, fazendo seguir de algumas observações, que lhe mostrarão o valor.
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“Há algum tempo, uma oferta de quinhentos dólares (2,500 francos) foi feita, por intermédio do Boston Courier, a toda pessoa que, na presença e em satisfação de um certo número de professores, da Universidade de Cambridge, reproduzisse alguns desses fenômenos misteriosos que os espiritualistas dizem, comumente, terem sido produzidos por intermédio de agentes chamados médiuns.
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“O desafio foi aceito pelo doutor Gardner, e por várias pessoas que se vangloriavam de estar em comunicação com os Espíritos. Os concorrentes se reuniram nos edifícios Albion, em Boston, na última semana de junho, dispostos a fazerem a prova da sua força sobrenatural.
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ENTRE ELES, NOTAVAM-SE AS JOVENS FOX, QUE SE TORNARAM TÃO CÉLEBRES PELA SUA SUPERIORIDADE NESSE GÊNERO. A comissão, encarregada de examinar as pretensões dos aspirantes ao prêmio, se compunha dos professores Pierce, Agassiz, Gould e Horsford, de Cambridge, todos os quatro sábios muito distintos. As experiências espiritualistas duraram vários dias; jamais os médiuns encontraram mais bela ocasião de colocarem em evidência seu talento ou sua inspiração; mas, como os sacerdotes de Baal, ao tempo de Elias, invocaram em vão suas divindades, assim como o prova a passagem seguinte, do relatório da comissão:
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“A comissão declara que o doutor Gardner não tendo se saído bem em [:]
– lhe apresentar um agente, ou médium, que revelasse a palavra confiada aos Espíritos em um quarto vizinho;
– que lesse a palavra inglesa escrita no interior de um livro ou sobre uma folha de papel dobrada;
– que respondesse uma questão que só as inteligências superiores podem responder;
– que fizesse ressoar um piano sem tocá-lo, ou avançar uma mesa, em um pé, sem o impulso das mãos;
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mostrando-se impotente para dar, à comissão, testemunho de um fenômeno que se pudesse, mesmo usando uma interpretação larga e benevolente, considerar como o equivalente das provas propostas; de um fenômeno exigindo, para sua produção, a intervenção de um Espírito, supondo ou implicando, pelo menos, essa intervenção; de um fenômeno desconhecido, até hoje, à ciência, e cuja causa não fosse, imediatamente, assinalável para a comissão, palpável para ela, não tem nenhum título para exigir, do Courríer, de Boston, a entrega da soma proposta de 2,500 francos.”
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A experiência, feita nos Estados Unidos, a propósito dos médiuns, lembra aquela que se fez, há uma dezena de anos, para ou contra os sonâmbulos lúcidos, quer dizer, magnetizados. A Academia de ciência recebeu a missão de conceder um prêmio de 2,500 francos ao sujet magnético que lesse de olhos fechados. Todos os sonâmbulos fazem, voluntariamente, esse exercício, em seus salões ou em público; lêem em livros fechados e decifram uma carta inteira, sentando-se em cima de onde a colocam, bem dobrada e fechada, ou sobre seu ventre; mas, diante da Academia não pôde nada ler de todo e o prêmio não foi ganho.”
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Essa experiência prova, uma vez mais, da parte de nossos antagonistas, sua ignorância absoluta dos princípios sobre os quais repousam os fenômenos espíritas. Entre eles, há uma idéia fixa de que esses fenômenos devem obedecer à vontade, e se produzirem com a precisão de uma máquina.
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Esquecem, totalmente, ou, dizendo melhor, não sabem que a causa desses fenômenos é inteiramente moral, que as inteligências que lhes são os primeiros agentes, não estão ao capricho de quem quer que seja, nem mais de médiuns do que de outras pessoas. Os Espíritos agem quando lhes apraz, e diante de quem lhes apraz; freqüentemente, é quando menos se espera que a manifestação ocorre com maior energia, e quando é solicitada, ela não ocorre. Os Espíritos têm condições de ser que nos são desconhecidas; o que está fora da matéria não pode estar submetido ao cadinho da matéria.
[…]
Acrescentaremos, ainda, que é conhecer bem pouco a natureza e a causa das manifestações para crer estimulá-las com um prêmio qualquer. Os Espíritos desprezam a cupidez, do mesmo modo que o orgulho e o egoísmo. E só essa condição pode ser, para eles, um motivo para se absterem de se comunicarem. Sabei, pois, que obtereis cem vezes mais de um médium desinteressado do que daquele que é movido pela atração do ganho, e que um milhão não faria ocorrer o que não deve ser. Se nós nos espantamos com uma coisa, é que se tenha procurado médiuns capazes de se submeterem a uma prova que tinha por aposta uma soma de dinheiro.
fevereiro 8th, 2014 às 11:43 PM
Para ganhar dinheiro talvez não, prof. Arduin. Embora no mundo anglo-saxônico seja comum e até normal haver médiuns que cobram por seus serviços. Mas é indubitável que mediunidade ainda hoje é meio de vida. Mas principalmente na época de seu guru Kardec, os médiuns eram “profissionais” – Célina Japhet é o exemplo clássico. Japhet inclusive é codinome, a grande auxiliar de Kardec tinha outro nome de batismo. Por “profissionais” entenda-se indivíduos que fazem da mediunidade sua atividade principal, mesmo não sendo remunerada. John Warne Monroe explica muito bem esse processo em “Laboratories of Faith”, de como o paradigma do doutrinador ou chefe de sessão era o preconizado por Rivail: homem, meia-idade, instruído e pertencente à classe alta, e os médiuns eram pessoas menos favorecidas social e economicamente, na maioria mulheres, que viam na mediunidade uma forma de ascensão social e prestígio. Dessa maneira, procuravam “profissionalizar-se” para melhorar de vida. Essa sua posição é equivocada.
fevereiro 8th, 2014 às 11:44 PM
Até hoje é assim, basta ver os exemplos de CX, Divaldo, Bacceli etc.
fevereiro 9th, 2014 às 11:32 AM
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ARDUIN: Bem, Moisés, que esse longo texto sobre as Fox (espero que você o tenha postado na base do corte e cole, já que seus dedos andam mals) sirva para OS OUTROS saberem sobre elas.
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COMENTÁRIO: que sirva para TODOS NÓS sabermos melhor sobre elas. Grato pela preocupação com meus depauperados dedos, mas os estou usando parcimoniosamente, na base uma hora de descanso e alongamento para cada duas trabalhadas e um dia de intervalo a cada três de uso. Parece estar ajudando…
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ARDUIN: Parece-me que seu questionamento era porque os espíritas aqui no Brasil valorizam “coisas que deram certo” e não mencionam as coisas suspeitas. É isso?
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COMENTÁRIO: isso também, mas, principalmente como exemplo a mostrar que médiuns, sejam quem forem, quando adequadamente analisados mostram o rabo que tão afanosamente tentam ocultar; e quando testados com controles condizentes os espíritos que os turbinam fatalmente faltam. Está mais que na hora de sermos incisivos e afirmar com todas as letras e vírgulas que ESPÍRITOS NÃO COMUNICAM. Constatadamente. E como se chega a essa tão firme conclusão? Simples: se se esmiuça os relatos antigos, os melhores, que atestariam a realidade dos espíritos vemos que, conforme já disse alguém nesse sítio, “nunca é bem assim”: em realidade, múltiplas fragilidades, explícitas ou implícitas, neles se registram. E quando tenta-se pôr os espíritos em teste objetivo eles (e/ou seus médiuns) fogem ou falham dramaticamente. Em suma: há elementos sobejos a atestar a não-comunicação.
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Por outro lado, os mediunistas podem responder à altura. Como? Apresentando experimentos que demonstrem clara e replicavelmente a comunicação. Não de modo nebuloso, conforme fazem os comprovadores espíritas atuais (e também os antigos), que recorrem a declarações particulares de satisfação como prova. O que se busca são demonstrações concretas e conferíveis de que desencarnados estão ativos e comunicantes. Estas faltam e faltaram desde sempre. Portanto, a conclusão inevitável é: espíritos, mesmo que existam, não comunicam.
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ARDUIN: Antes de mais nada, as Fox NÃO TEM qualquer importância significativa para o Espiritismo. Elas NADA escreveram em termos doutrinários. Leah Fox à época do rompimento havia escrito um livro, mas que foi pouco divulgado e desconheço o seu conteúdo.
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COMENTÁRIO: bem, está certo por um lado e incerto por outro. As Fox, após Kardec, notadamente no Brasil, ganharam importância que o codificador jamais pretendeu dar-lhas. Elas são admitidas por muitos bambambans do espiritismo como as iniciadoras do “derramamento”. Por exemplo, seu amigo otiliano, Jorge Rizzini, escreveu um livro “Kardec, Irmãs Fox”, no qual, provavelmente, traça paralelo entre a carreira de ambos. Gostaria de dizer mais sobre a obra, que possuo, mas já a procurei oito vezes em minha arrumadíssima estante e não fui feliz. Quando achá-la, se ainda for relevante, comentarei.
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[pausa de alguns minutos…]
Achei. O título é “Kardec, as irmãs Fox e outros”. Na obra Rizzini dedica um capítulo a falar de várias personalidade mediúnicas, dentre as quais se incluem Eusápia Palladino, Mirabelli, Yvonne Pereira, Cornélio Pires. Das Fox, ele abre o capítulo 4 do livro, dizendo: “As irmãs Fox são um marco na história da mediunidade. Graças a elas, pela primeira vez o fenômeno mediúnico chamou a atenção dos homens de cultura. E mais: a imprensa americana e européia, enfocando as irmãs Fox, induziram milhares de pessoas a praticar a mediunidade. Foi esse fato que levou Allan Kardec, na França, a realizar uma ampla e profunda pesquisa sobre a fenomenologia mediúnica, que culminou na codificação do Espiritismo.”
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ARDUIN: Digamos apenas que foram pioneiras e como tal, pagaram o preço do pioneirismo. O próprio Conan Doyle comenta isso. A única lição da vida delas que servem a nós espíritas de Pindorama é que MEDIUNIDADE NÃO É MEIO DE VIDA.
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COMENTÁRIO: a apreciação de Doyle, conquanto do alto nível redativo do escritor, é inteiramente apologética; mas, mesmo assim, Doyle não pode deixar de reconhecer que elas “as vezes fraudavam”. Não sei para quem mediunidade “não seja meio de vida” (certamente para mim não é). Os espíritas, seguindo Kardec, defendem essa bandeira, mas há numerosos médiuns, mesmo no Brasil, que vivem à tripa forra graças ao incremento financeiro proporcionado pelos “espíritos”: os Gasparettos estão aí para não me deixarem mentir…
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ARDUIN: – Balofo, eu não garanto resultados com relação a espíritos. O que eu queria ver é a reprodução dos experimentos já feitos com o propósito de TESTAR se as conjecturas DOS CÉTICOS são de fato viáveis ou se são conjecturas SEM VALOR. Ou seja: quero testar a hipótese da fraude, na qual toda a comunidade cética crê piamente”.
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COMENTÁRIO: não é você quem tem de garantir resultados, são os espíritos que devem mostrar a que vêm (embora saibamos que não vêm). A reclamação sua de que quer ver experimentos antigos sendo refeitos é preciosismo ingênuo. Mesmo que alguém se preste a esse trabalho o crente poderá alegar, diante do resultado negativo, que a experiência não fora realizada corretamente e estender a discussão a perder de vista. E de que vale demonstrar experimentalmente que no passado alguns sábios paparam mosca se se pode, mais lucrativamente, realizar testagens atuais de modo a aferir com segurança a atuação de desencarnados? Se experimentos hodiernos confirmassem a suposição (de que espíritos comunicam) aí os antigos estariam automaticamente absolvidos, mesmo aqueles que eram sábios nos seus campos de saber, mas crianças em testes com espíritos.
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Agora vou dar uma descansadinha e depois visitar os tópicos mais recentes. Fuio.
fevereiro 9th, 2014 às 1:25 PM
“TODOS sabem que o que queremos não é ver o que dizem ter acontecido há mais de cem anos, o que queremos é ver se espíritos existem e se conseguem se comunicar com os vivos.
Isso custa muito pouco dinheiro.
Além do mais, se fôssemos estudar os alegados fenômenos de outrora, os mediuns é que deveriam reproduzí-los, não os céticos. A estes últimos caberia verificar se se tratariam de fenômenos legítimos ou de truques.”
– Certo, Sr de Morte, se é isso o que quer ver, então vá algum centro espírita, converse com os que se apresentam como médiuns, exponha o seu problema e suas intenções e veja se eles desejam quebrar o seu galho. Não sei porque querem insistir comigo, já que minha praia é outra e nem sou médium qualificado…
fevereiro 9th, 2014 às 2:14 PM
“O que posso lhe dizer é que está constatado que, sob condições adequadamente controladas, os fenômenos encolhem ou mesmo desaparecem.”
– Bem, como os sábios céticos NÃO SABEM dizer, exceto por pataquadas bobas, onde eram falhos os Crookes, Richet, Geley & Cia Bela, então devo supor que esses controles eram adequados. Mesmo assim fenômenos foram observados. Explicação?
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“Se realmente houve essa manifestação irada, supostamente da parte dos espíritos, diante de um repórter isolado, por que esses mesmos espíritos não deram o espetáculo no teatro perante de centenas de testemunhas?”
– Se o espetáculo apresentado pela Margareth Fox era o que havia de mais ridículo, que melhor vingança do que deixar que os céticos proclamassem a maravilha do que viram?
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“Era o espiritismo que estava sendo detratado: os que o defendiam deveriam ter exigido da mulher a demonstração detalhada das fraudes”
– Nunca ouviu aquele ditado que diz que em boca fechada não entra mosca? Tendo visto uma demonstração TÃO RIDÍCULA de fraude, não era preciso ser muito inteligente que estariam muito mais no lucro ficando quietos do que abrindo a boca. Simples assim. E isso, é claro, se fosse verdade que havia TANTOS ESPÍRITAS CHOROSOS lá. Sacomé: os apologistas cristãos (e céticos também) são mestres em INVENTAR bobagens sobre coisas que nunca existiram.
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O seu comentário peca por não sacar uma coisa óbvia: a dita “crença” era (e é ainda hoje) AMALDIÇOADA pelos céticos/ateus e pela comunidade religiosa cristã em particular e no geral também. Afinal se os espíritos não dizem o que os clérigos querem que digam, então só podem ser demos… Alguma surpresa de tal “crença” subexistir em nichos acreditantes?
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Digamos então que as Fox iniciaram um processo, pelo qual disseram cobras e lagartos delas, e como tudo que é atacado chama a atenção e aí apareceram imitadores, nos EUA e em outros países e aí começou a rolar a bola de neve montanha abaixo. É nisso que quero dizer que foram as “fundadoras” do Modern Spiritualism. Se houve gente antes delas que tocaram no assunto, mas não tiveram repercussão, isso é OUTRA história.
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Arrasador para a fé da Leah talvez até nem fosse o caso, mas para o bolso sim. Afinal ela acabava de publicar um livro sobre o assunto. Que pior propaganda do que a irmã dizer que tudo era fraude? Só que ela voltou atrás um ano depois e disse que NÃO FARIA MAIS SESSÕES (ou seja, não estava desdizendo-se para recuperar prestígio, algo impossível nessas alturas).
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“somado ao fato de que os sons, dependendo de onde o ouvido esteja, podem não revelar facilmente de onde procedem.”
– Essa afirmativa só é válida se os audientes fossem todos surdos e um ouvido. Sem um ouvido, não é mais possível localizar a origem de um som. Mas os caras têm os dois ouvidos funcionais, meio complicado dizer que em TODAS as situações, nunca seriam capazes de localizar ao menos a direção de onde vem um som…
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Seu raciocínio peca pelo fato de o próprio Kardec dizer que os ditos fenômenos ocorriam EM TODO O MUNDO. Portanto ele não se poderia se apresentar como o dono deles. Tem que estudar melhor, Moisés…
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Foi mal o Kardec aí dizer que os espíritos não apareciam quando circulava dinheiro. Nesses casos, então os Gasparettos são muito privilegiados, pois recusam-se a dar uma de Chico Xavier e doarem seus ganhos. Porém, no caso destes, o pagante leva alguma coisa: ou livro, ou tela suja, ou música fuleira… Já pagar um médium em troca de conversa mole…
De qualquer forma, o dito experimento era um DESAFIO e não uma busca pela verdade. É a impressão que me dá. Nesse caso, fica a minha dúvida se validariam os médiuns se o que mais desejavam era fazer o oposto.
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“Grato pela preocupação com meus depauperados dedos, mas os estou usando parcimoniosamente, na base uma hora de descanso e alongamento para cada duas trabalhadas e um dia de intervalo a cada três de uso.”
– Converse com seu fisioterapeuta antes, mas uma sugestão que lhe dou é o uso de gel gelado. Embrulhe suas mãos nele e os braços também e aguente por uns 20 minutos pelo menos. Dói pra burro nos primeiros cinco minutos, mas depois passa…
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Moisés, histórias “de orelhada”, como você bem corretamente disse, “nunca são bem assim”. Certo, eu já vi muito disso nos livros cristãos que li. Porém, quando Crookes & Cia Bela descrevem um experimento que fizeram, seguindo tais e quais protocolos, e declarando terem visto tal e qual coisa, fica bem mais reduzida a tese do “não foi bem assim”. Onde isso atinge probabilidade altíssima é quando os Houdinis e Polidoros vêm décadas depois contarem o que ACHAM que aconteceu.
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“Apresentando experimentos que demonstrem clara e replicavelmente a comunicação.”
– Ok: invente os protocolos do experimento que você acha que seria uma demonstração clara e replicável, apresente-se nos centros espíritas do Brasil e do Mundo, e veja se encontre algum que tope fazer o que propõe. Favor não pedir a mim para que faça isso.
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Espero que tenha entendido o escrito: foi o fato de diversas pessoas PRATICAREM A MEDIUNIDADE que levou Kardec a se interessar pelo assunto. Não foram as Fox pessoalmente que o induziram a isso.
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Moisés, como já disse acima, os Gasparettos oferecem produtos palpáveis, de qualidade discutível, mas encontram quem goste do que apresentam. Isso é uma coisa. Vender seus livros, telas sujas e músicas sem sal são ATIVIDADES LÍCITAS, desde que o conteúdo dessas obras seja lícito. Muito diferente é fazer consultas, onde o que se leva é apenas uma entrevista fuleira ou uma materialização de Josefa…
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“Se experimentos hodiernos confirmassem a suposição (de que espíritos comunicam) aí os antigos estariam automaticamente absolvidos, mesmo aqueles que eram sábios nos seus campos de saber, mas crianças em testes com espíritos.”
– Se é assim, então deixo esses experimentos por sua conta. Faça-os e veja onde chega. Conforme Kardec disse a um cético, “se o fizer, será a melhor forma de se convencer, pois não poderá descrer de si mesmo.”
fevereiro 9th, 2014 às 5:12 PM
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ARDUIN – Certo, Sr de Morte, se é isso o que quer ver, então vá algum centro espírita, converse com os que se apresentam como médiuns, exponha o seu problema e suas intenções e veja se eles desejam quebrar o seu galho. NÃO SEI PORQUE QUEREM INSISTIR COMIGO, JÁ QUE MINHA PRAIA É OUTRA E NEM SOU MÉDIUM QUALIFICADO…
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COMENTÁRIO: você não é “médium qualificado”? Quer dizer que é médium sem diploma? Não importa, uma vez médium, diplomado ou não, sempre médium, como diria Kardec. Portanto, você não só é habilitado a se pronunciar como a se deixar testar, a fim de confirmar que seus espíritos estão atuantes e comunicantes. Passar a bola para outros além de complicado implica em fuga. Se você que é você, homem de combate, disposto a defender seu pendão mediúnico escusa-se de submeter os desencarnados que o assessoram a testagens concretas, o que se dirá de outros médiuns? Imagina um de nós visitando um centro espírita e propondo experimentar os espíritos que lá atuam…
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“O que posso lhe dizer é que está constatado que, sob condições adequadamente controladas, os fenômenos encolhem ou mesmo desaparecem.”
ARDUIN – Bem, como os sábios céticos NÃO SABEM dizer, exceto por pataquadas bobas, onde eram falhos os Crookes, Richet, Geley & Cia Bela, então devo supor que esses controles eram adequados. Mesmo assim fenômenos foram observados. Explicação?
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COMENTÁRIO: os céticos não só sabem dizer onde os grandes do passado erraram como dizem, os mediunistas é que se fazem de moucos. Repetirei o explicamento, quem sabe desta não o ouve? Se os “Crookes, Richet, Geley & Cia Bela” houvessem realmente demonstrado que a espiritualidade atua junto aos vivos hoje a história seria outra: o mundo além estaria em contato constante com quaisquer viventes e ninguém questionaria tal realidade. Experimente passar seus olhos mediúnicos um pouco além do entorno espiritista onde atua e responda se essa realidade pode ser constatada. Se puder, tudo bem: estaríamos aqui discutindo o óbvio; se não puder (e sabe que não pode) significa que… o quê mesmo? Óbvio: que “Crookes, Richet, Geley & Cia Bela” não demonstraram coisa alguma…
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“Se realmente houve essa manifestação irada, supostamente da parte dos espíritos, diante de um repórter isolado, por que esses mesmos espíritos não deram o espetáculo no teatro perante de centenas de testemunhas?”
ARDUIN – Se o espetáculo apresentado pela Margareth Fox era o que havia de mais ridículo, que melhor vingança do que deixar que os céticos proclamassem a maravilha do que viram?
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COMENTÁRIO: não vou dizer que está apelando porque sabe disso, em realidade está mais que apelando, está brincando com nossas inteligências, inclusive com a sua. Quer dizer que, diante da promessa de um espetáculo que poria o espiritismo por terra, os assistentes viram outra coisa e decidiram deixar tudo quieto, já que suas fés não haviam sido maculadas? E ficaram calados por um ano, aguardando que a própria Margareth viesse desdizer o que dissera, pois sabiam que ela o faria? É isso? Nem mesmo a declaração escrita de Margareth, lida perante o público, nele suscitou qualquer reação, já que era por demais ridícula? Imagine só: uma multidão, boa parte dorida ao ver suas crenças destroçadas por quem nela plantara a fé mediúnica, preferiu o silêncio a detratar um depoimento sem fundamentação? Nem no momento em que ouviram nem posteriormente se manifestaram… não acha isso estranho demais da conta? A seguir por esse caminho, podemos postular que os experimentos de “Crookes, Richet, Geley & Cia Bela” eram tão ridículos que os céticos que os presenciaram preferiram o silêncio, visto não valer o sacrifício de mostrar-lhes as fragilidades. Em verdade, esse seu raciocínio aplica-se muito mais ao silêncio cético que à mudez espírita. Os espíritas se agarram a qualquer arremedo de comprovação e o divulgam qual “prova irrefutável”; os céticos podiam tranquilamente optar pelo silêncio visto que o tempo se encarregaria de, sozinho, desnudar a inanição da defesa dos mediunistas. E assim foi, bastaram algumas décadas para que “Crookes, Richet, Geley & Cia Bela” mostrassem que nada tinham a mostrar.
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“Era o espiritismo que estava sendo detratado: os que o defendiam deveriam ter exigido da mulher a demonstração detalhada das fraudes”
ARDUIN – Nunca ouviu aquele ditado que diz que em boca fechada não entra mosca? Tendo visto uma demonstração TÃO RIDÍCULA de fraude, não era preciso ser muito inteligente que estariam muito mais no lucro ficando quietos do que abrindo a boca. Simples assim. E isso, é claro, se fosse verdade que havia TANTOS ESPÍRITAS CHOROSOS lá. Sacomé: os apologistas cristãos (e céticos também) são mestres em INVENTAR bobagens sobre coisas que nunca existiram.
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COMENTÁRIO: mas, péra aí um instante: qual a demonstração ridícula que presenciaram? Ora, ao que tudo indica, a mulher fazia mesmo seus truques estalando as juntas (se isso era todo o truque ou parte dele não importa). Se houve ridículo seria dos que acreditaram que os sons provinham de fonte espiritual. O que é que você esperava? Que as Fox sacassem de suas calçolas maquininhas de fazer barulho, dotadas de alta tecnologia, com as quais iludiram o povo e sábios? Se não eram os artelhos que estalavam era o quê? Espíritos que batiam de verdade? Mas porque quando as moças foram devidamente manietadas os sons cessavam? Por que vários investigadores, embora não conseguissem apontar cemporcento que os estalos eram das juntas, já haviam levantado essa hipótese? E, por que, depois que voltaram atrás na confissão nem Margareth nem sua irmã deram mais espetáculos mediúnicos? Registre-se, ainda, que Kate Fox jamais se pronunciou a contestar o depoimento que prestara contra sua própria mediunidade. Por fim, por que o Prof. Page, num belo trabalho de observação e contratestes, deixou as moças incapazes de realizar o xou?
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ARDUIN – O seu comentário peca por não sacar uma coisa óbvia: a dita “crença” era (e é ainda hoje) AMALDIÇOADA pelos céticos/ateus e pela comunidade religiosa cristã em particular e no geral também. Afinal se os espíritos não dizem o que os clérigos querem que digam, então só podem ser demos… Alguma surpresa de tal “crença” subexistir em nichos acreditantes?
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COMENTÁRIO: está enganadíssimo. Quem dizem que são demônios são certos religiosos. Sempre houve mentes desagregadas de acordos religiosos a analisar essa fenomenologia e nela não achavam nem demônios nem espíritos, nem coisa alguma de espiritual. Na atualidade nem se fala, as igrejas já não mais exercem controle sobre o pensamento dos fiéis como antigamente, portanto, até os religiosos contramediunistas não recorrem necessariamente aos demônios como explicação. Pode tirar medida pelo que vê nesse sítio: os contraditores requerem testes objetivos-conclusivos, não lembro de quem aqui tente derribar um crença por meio de outra. A “briga” entre céticos e mediunistas se resume em que os primeiros clamam por verificações elucidativas, os outros fogem delas…
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ARDUIN – Digamos então que as Fox iniciaram um processo, pelo qual disseram cobras e lagartos delas, e como tudo que é atacado chama a atenção e aí apareceram imitadores, nos EUA e em outros países e aí começou a rolar a bola de neve montanha abaixo. É nisso que quero dizer que foram as “fundadoras” do Modern Spiritualism. Se houve gente antes delas que tocaram no assunto, mas não tiveram repercussão, isso é OUTRA história.
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COMENTÁRIO: usando o sábio provérbio: nunca é bem assim… Os espetáculos das Fox sempre esteve eivando de demonstrações suspeitas. Uma dessas foi que os consulentes perceberam que os espíritos que agiam por intermédio delas eram fortemente incultos: davam muitas respostas erradas e mal sabiam soletrar as palavras. Muitos céticos devem ter ouvido e calado, concluindo que a farsa não duraria muito. Há mesmo um caso ilustrativo, que extraí do “Falando com os Mortos”:
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“A noite foi memorável para o jovem Augustus Strong. Ele lembra que “tudo começou muito solenemente, com uma pesada mesa de centro de mogno sendo empurrada até o meio da sala de estar. Então, o grupo se reuniu, tremendo, ao redor da mesa e formou um círculo fechado, segurando sua borda com firmeza. Em seguida, esperamos em silêncio. Kate Fox estava bem à minha frente, do outro lado da mesa. Pensei ter visto um leve sorriso em seu rosto. Eu era menos cuidadoso com minhas obrigações sociais naquela época do que sou hoje, e ousei, infelizmente, piscar para Kate Fox. E eu achei que ela tinha feito algo parecido com uma piscada em retribuição. Ela era uma menina bonita, e por que não deveria? Mas logo ela se recompôs. A sessão procedeu de forma solene até o fim. Mas, para mim, não tinha mais solenidade ou mistério. Todo o resto da performance pareceu uma farsa”.
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Embora Strong tenha ouvido batidas altas e claras, ele sentiu que as respostas às suas perguntas eram “ambíguas, lugares-comuns”. As visitas do pai, porém, discordaram, e o cortês presbiteriano pôs-se de quatro no chão para examinar a parte de baixo da mesa. Ao se levantar, declarou-se satisfeito com o fato de que as médiuns estivessem acima de qualquer suspeita. Ele e a mulher logo se converteram à crença nos espíritos, enquanto o diácono Strong, de acordo com o filho, “jamais se perdoou por levar aquelas duas pessoas inocentes à tentação”.
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Augustus Strong também relatou uma reunião em que esteve presente a srta. Mary B. Allen, preceptora “da melhor escola de Rochester para moças” e, possivelmente, uma das antigas professoras de Kate. Ao ouvir as batidas, atribuídas a sua avó, a srta. Allen imediatamente pediu à parenta invisível que soletrasse tesoura.
— T-e-z-o-u-r-a — bateu o obediente espírito.
— Ah — teria pronunciado com júbilo a professora —, é exatamente assim que Kate Fox escrevia “tesoura” quando era aluna da minha escola.
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Independentemente de Kate ter de fato ido à escola da srta. Allen, que só abriu em 1847, os erros de ortografia dos espíritos preocupavam outras pessoas. Um defensor das irmãs Fox, chamado apenas de “P”, comentou sobre os erros de ortografia dos espíritos: “Recebi, em várias ocasiões, comunicações em que as palavras eram soletradas de maneira errada”, escreveu ele, “e pessoas sentadas à mesa fizeram a seguinte observação: ‘Bom, eu não acredito em espíritos que não sabem escrever direito.’ Essa observação teve lá sua importância, e, certa vez, solicitou-se o uso do alfabeto pelo sinal habitual e a frase foi se formando: ‘Não precisa rir dele. Ele nunca aprendeu a escrever.”’
[veja que várias pessoas viam o ridículo da cena, faziam comentários casuais e iam para casa. Deve ter havido muitos desses cujos depoimentos foi silenciado pelo tempo]
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Arrasador para a fé da Leah talvez até nem fosse o caso, mas para o bolso sim. Afinal ela acabava de publicar um livro sobre o assunto. Que pior propaganda do que a irmã dizer que tudo era fraude? Só que ela voltou atrás um ano depois e disse que NÃO FARIA MAIS SESSÕES (ou seja, não estava desdizendo-se para recuperar prestígio, algo impossível nessas alturas).
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“somado ao fato de que os sons, dependendo de onde o ouvido esteja, podem não revelar facilmente de onde procedem.”
ARDUIN – Essa afirmativa só é válida se os audientes fossem todos surdos e um ouvido. Sem um ouvido, não é mais possível localizar a origem de um som. Mas os caras têm os dois ouvidos funcionais, meio complicado dizer que em TODAS as situações, nunca seriam capazes de localizar ao menos a direção de onde vem um som…
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COMENTÁRIO: não estou dizendo que “em todas as situações”, mas em situações em que o ambiente permitia, o som parecia provir de vários lugares e isso alimentava a lenda de que sempre acontecia desse modo. Certamente que não. A outra parte era devido à crença dos ouvintes, muitos punham os ouvidos na mesa, ou no chão, e acreditavam que som vinha dali, não percebendo que se tratava de reverberação: um som que incida por todo o aposento parecerá estar percurtindo em cada ponto deste. Faça o teste: peça a alguém para bater com a ponta do pé no chão (de sapato por que certamente não será técnico em batidas) e você encoste o ouvido na mesa: parecerá que o som incide no ponto quem seu conduto auditivo está postado.
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ARDUIN – Seu raciocínio peca pelo fato de o próprio Kardec dizer que os ditos fenômenos ocorriam EM TODO O MUNDO. Portanto ele não se poderia se apresentar como o dono deles. Tem que estudar melhor, Moisés…
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COMENTÁRIO: Kardec jogou a origem da mediunidade nas brumas da história, mas, ao seu tempo, não quis dividir com ninguém o mérito de que a espiritualidade nele mirava (assim o concebia). Mas já que você estudou bem o assunto, cite nomes a quem Kardec fez referência como propagador da “nova verdade”, além dele próprio?
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Foi mal o Kardec aí dizer que os espíritos não apareciam quando circulava dinheiro. Nesses casos, então os Gasparettos são muito privilegiados, pois recusam-se a dar uma de Chico Xavier e doarem seus ganhos. Porém, no caso destes, o pagante leva alguma coisa: ou livro, ou tela suja, ou música fuleira… Já pagar um médium em troca de conversa mole…
De qualquer forma, o dito experimento era um DESAFIO e não uma busca pela verdade. É a impressão que me dá. Nesse caso, fica a minha dúvida se validariam os médiuns se o que mais desejavam era fazer o oposto.
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COMENTÁRIO: quem diz que desejavam o oposto é você: a intenção era verificar se, com um incentivo, os médiuns se moveriam a dar provas de que canalizavam espíritos. Se fossem chamados “na seca”, sem a promessa de um “adjutório” duvido que viesse unzinho que fosse. Ora os que apareceram eram médiuns, tinham seus contatos com a espiritualidade, se foram ao desafio é porque estavam ciosos de que os desencarnados apareceriam, mas não apareceram. E não tem jeito, não aparecem de jeito maneira: só se manifestam onde haja quem neles acredite…
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Estou esperando ganhar na megasena e oferecer a médiuns uma força financeira, não para lhes encher os bolsos, mas para que a usem em obras caritativas. Isso porque já vi que os convidando na base de “despesas por sua conta” não acho medianeiro nem pro café. Mas agora vem surgindo uma luz: há pessoas experimentando espíritos sem a necessidade de intermediários, qual como fez e faz Gary Schwartz. Eu mesmo estou planejando uma experiência dessa modalidade. Se Schwartz conseguiu chamar sem-carnes para cooperar com ele dispensando médiuns, qualquer de nós também poderá fazê-lo. Breve relato o resultado.
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“Grato pela preocupação com meus depauperados dedos, mas os estou usando parcimoniosamente, na base uma hora de descanso e alongamento para cada duas trabalhadas e um dia de intervalo a cada três de uso.”
ARDUIN – Converse com seu fisioterapeuta antes, mas uma sugestão que lhe dou é o uso de gel gelado. Embrulhe suas mãos nele e os braços também e aguente por uns 20 minutos pelo menos. Dói pra burro nos primeiros cinco minutos, mas depois passa…
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COMENTÁRIO: minha esposa é fisioterapeuta, e não gosta de meus métodos terapêuticos, não que não sejam eficazes, diz ela, mas que o intervalo para recuperação deveria ser mais longo. Espero que ela esteja errada… Fiz tratamentos com gelo (e não gosto) prefiro compressas quentes, comigo funcionam melhor… Mesmo assim, agradeço a sugestão. Está anotada, uma hora experimento…
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Moisés, histórias “de orelhada”, como você bem corretamente disse, “nunca são bem assim”. Certo, eu já vi muito disso nos livros cristãos que li. Porém, quando Crookes & Cia Bela descrevem um experimento que fizeram, seguindo tais e quais protocolos, e declarando terem visto tal e qual coisa, fica bem mais reduzida a tese do “não foi bem assim”. Onde isso atinge probabilidade altíssima é quando os Houdinis e Polidoros vêm décadas depois contarem o que ACHAM que aconteceu.
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COMENTÁRIO: engano seu… a fraqueza de Crookes está em ter deixado as médiuns ocultas detrás da cabine e ter se sujeitado a outras exigências, como escuridão no grau que o “espírito” exigia. Outras fraquezas: ter encerrado abruptamente as experiências; não ter desenvolvido teoria para explicar o que supostamente presenciou; não ter permitido que investigadores independentes fiscalizassem as testagens. Até mesmo o galvanômetro que durante curto tempo foi tido equipamento inexpugnável apresentava variações de leituras que exigiam interpretações, complicando o estudo. Crookes, esperto e experto como era (ou deveria ser) teria de pugnar pelo exame o mais abertamente possível, de modo que, SEMPRE, médium e materialização pudessem indubitavelmente ser vistas, tocadas e submetidas a testagens durante as manifestações. Se pensarmos com calma encontraremos um mar de fragilidades naqueles experimentos. O mais óbvio de todos, é claro, ocorre quando trazemos aqueles trabalhos para a atualidade, coisa que todos devemos, obrigatoriamente, realizar, a fim de conferir no que redundaram em termos de conhecimento real, que se não foi zero está muito próximo disso. Assim, em vez de ficarmos mexendo e remexendo com Crookes, vamos olhá-lo daqui, de nossa contemporaneidade. Fazendo isso, verificaremos facilmente o que no produção desse cientista rendeu frutos e o que feneceu.
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“Apresentando experimentos que demonstrem clara e replicavelmente a comunicação.”
– Ok: invente os protocolos do experimento que você acha que seria uma demonstração clara e replicável, apresente-se nos centros espíritas do Brasil e do Mundo, e veja se encontre algum que tope fazer o que propõe. Favor não pedir a mim para que faça isso.
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COMENTÁRIO: pô, assim fica difícil, já apresentei várias sugestões que, se fossem aceitas, as trabalharíamos com protocolos de trabalho objetivos. As ideias básicas foram numerosas vezes apresentadas. A bola está com os mediunistas. Se soubermos que há quem interessado em se deixar testar, as sugestões iniciais podem ser rapidamente desenvolvidas. Agora enviar-me para centros espíritas do Brasil e do mundo e mandar que me vire (eu ou quem topasse essa loucura) é brincadeira, não?
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NÃO?!
fevereiro 9th, 2014 às 10:28 PM
Ô Moisés! Suponho que você tenha entendido o que eu disse e está só dando uma desentendido não sei com que propósito. Quando disse que não sou médium qualificado quis dizer que não sou um médium dos bons, que frequentemente dá comunicações, produz psicografias, desenhos, etc e tal. Sou apenas um zé mané que raramente faz algumas dessas coisas. E não posso controlá-las (aliás NENHUM médium pode): elas apenas acontecem. Pensei que o pessoal aqui já estivesse careca de saber disso, mas pelo jeito…
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Pela enésima vez, Moisés: O PODER DA FÉ DETERMINA O QUE DEVEMOS OU NÃO ACREDITAR. O pessoal científico dos tempos de Crookes & Cia Bela viam no materialismo uma demonstração de SUPERIORIDADE intelectual, que os permitia desprezar as tolas superstições religiosas. Os experimentos de Crookes & Cia Bela eram como um RESGATE dessas tolas superstições e por isso DESAGRADAVAM a muitos dos membros da comunidade científica. Quando Crookes mostrou os seus resultados aos colegas céticos, eles não ficaram convencidos, mas NENHUM DELES soube dizer onde Crookes havia errado na sua pesquisa. Quando Crookes forçou a barra e publicou no periódico que editava a pesquisa feita, um dos colegas queixou-se de que o relatório estava ERRADO PORQUE NÃO PROVAVA A FALSIDADE DO SPIRITUALISM. É mole? Então por que esse colega não arregaçou as mangas e foi lá ter com os médiuns que Crookes estudou e demonstrar que tudo era falsidade? O seu caso, Moisés, parece ser apenas um desesperado apelo de fé. Você CRÊ que não houve demonstração. Já no meu caso e só gostaria que o pessoal cético DESMONTASSE os experimentos que Crookes & Cia Bela fizeram, apontado erros assim, assados, fritos ou cozidos. Dizer coisas do tipo “a escuridão favorece a fraude mediúnica”, mas não descrever como em confronto com os resultados e os meios de fiscalização, só convence a você e algum cupincha seu.
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Moisés, o Chico Xavier, a respeito do livro Cartas de uma morta, admitiu _ quando não tinha mais por onde escapar _ que no fim das contas foi ELE MESMO quem escrevera o livro. Será que essa confissão abalou a fé dos chiquistas? Será que agora está liquidado o Espiritismo no Brasil, pois sua figura mais proeminente admitiu um erro? E transporte isso para o evento lá com a Fox. Então ela se confessava fraude, mas os vários espíritas presentes (se é que na verdade havia algum _ gostaria muito de ver a confirmação por alguma fonte independente) sabiam eles mesmos não serem fraudes. Então ficariam até meio ressabiados, mas divertidos com a ironia: com uma baita de uma mentira, essa madame nos levou à verdade.
Quanto aos céticos, é mais do mesmo: NUNCA foram ver os fenômenos e se pronunciavam à distância na base do “no que é mais lógico crer?” Os poucos que resolveram tirar a coisa a limpo, acabaram cedendo. O Lombroso mesmo fez sua confissão:
_ Estou muito envergonhado e constrangido de haver combatido com tanta tenacidade os fatos espíritas _ digo os fatos, pois quanto à teoria ainda lhe sou contrário _ Porém os fatos eu os testemunhei e me orgulho de ser um escravo dos fatos.
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“Sempre houve mentes desagregadas de acordos religiosos a analisar essa fenomenologia e nela não achavam nem demônios nem espíritos, nem coisa alguma de espiritual.”
– Considerando os tempos já passados, seria possível me listar essas mentes desagregadas e os experimentos frustrados que fizeram?
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Bem, considerando o meio precário de comunicação, não vejo porque os erros ortográficos fossem impossíveis e considerando que os espíritos são apenas humanos sem corpo, não é impossível que um espírito pouco alfabetizado cometesse erros. E se esse problema ocorreu com as Fox, é extensível a TODOS os outros médiuns?
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Quando testemunhei aquele evento de “raps”, eu sentia as vibrações das pancadas, mas elas só NA PAREDE, não senti nada no chão. E podia perceber que as pancadas eram dadas EM VÁRIOS PONTOS dela e não num lugar só. Sua explicação de reverberação não me parece muito viável.
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Não tenho nenhuma lista pronta no momento, mas parece que ele tinha consideração pelo Home, embora essa não fosse recíproca.
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Digo que desejavam o oposto, pois, citando Carlos Imbassahy (O Espiritismo à Luz dos Fatos), já na sua época não era a primeira vez que se ofereciam prêmios e os resultados eram os mesmos. Feitas as ofertas, esperavam-se que os médiuns não aparecessem; se aparecessem, não apareceriam os espíritos. E se os espíritos aparecessem, custaria pouco a demonstrar COMO A COISA ERA FEITA… Boa sorte com seus experimentos. Se derem certo, quem sabe finalmente A SUA FICHA CAIA.
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Hoje o meu irmão e cunhada me fizeram uma visita e ela se queixou de dores na perna e no joelho. Sugeri o gelo e ela aplicou-o. Não gostou também por causa da dor inicial, mas antes de ir embora, ela disse que sentiu sensível melhora e vai continuar com esse tratamento. Eu estava com uma tendinite no pulso direito e sentia dor ao pegar objetos. O fisioterapeuta que me atende sugeriu o gelo e deu certo de primeira. Com uma só aplicação a tendinite se curou. Bem, nem todos os casos são iguais…
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Moisés, essas “fragilidades” que você invoca não têm sentido. Uma vez que se está lidado com pessoas, temos de considerar seus sentimentos. O Crookes fazia isso. PRIMEIRO ele deixava que os médiuns fizessem tudo como desejassem, pois queria ver o que produziam. DEPOIS ele ia AOS POUCOS cercando o médium e eliminando o que poderia ser pontos pelos quais poderia fraudar. É como ele fez com a Cook. Primeiro trabalhou na casa dela e junto com seus familiares. Depois os trouxe para a casa dele, onde poderia controlar melhor os acessos, já que as chaves estavam com ele. Depois afastou os familiares e a médium ficou hospedada ali, sozinha. E os fenômenos não deixaram de ser produzidos. Até parece que Crookes nunca imaginou que deixar o médium isolado e na semi-escuridão dariam margem a fraudes e que ele nunca pensou em como impedir que elas ocorressem… E com a irmã da Cook, ele trabalhou SEM GABINETE e também com ela os fantasmas apareciam… Seria esta uma médium genuína, mas a irmã uma fraude só porque se servia de gabinete?
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Não. Não é brincadeira. Se o pesquisador interessado é você, então é VOCÊ quem tem de ir atrás. Tem de fazer o trabalho como Crookes fez.
fevereiro 9th, 2014 às 10:46 PM
“Quando testemunhei aquele evento de “raps”, eu sentia as vibrações das pancadas, mas elas só NA PAREDE, não senti nada no chão. E podia perceber que as pancadas eram dadas EM VÁRIOS PONTOS dela e não num lugar só. Sua explicação de reverberação não me parece muito viável”.
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E pedras sendo jogadas na parede por moleques com atiradeiras?
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MONTALVÃO,
experimente não fazer o tal esforço repetitivo por algumas semanas, tomar carisoprodol (relaxante muscular) e diclofenaco sódico (anti-inflamatório) por uma semana a dez dias (mais do que isso vai irritar seu estômago – ainda mais se tomar whisky, além, de cansar seu desgastado fígado).
fevereiro 10th, 2014 às 10:36 AM
De Morte, faça o seguinte mande um amigo jogar pedras com estilingues numa parede externa da sua casa e você fica o outro lado, gravando os sons. Depois mande que ele bata nessa mesma parede com os punhos. Compare os dois sons gravados e me diga se são iguais. Para mim, o som lembrava muito mais o de quem batia com os punhos.
fevereiro 10th, 2014 às 4:26 PM
Calma, ARDUIN.
Eu não estava lá.
Percebi alguma exaltação, animosidade, em seu texto.
Não precisa ficar nervoso. Eu só estava procurando uma explicação mais “normal” para a ocorrência…
fevereiro 10th, 2014 às 5:59 PM
Não estava nervoso, nem nada. Só que já que propõe uma ideia boba, ao menos faça um teste com ela.
fevereiro 10th, 2014 às 9:22 PM
Desculpe a franqueza, ARDUIN, mas entre a ideia das pedradas e dos espíritos batucadores, qual é a mais boba?
Por que um espírito (se existisse tal coisa) iria batucar na sua parede? E como?
fevereiro 10th, 2014 às 9:24 PM
Seria o espírito de Noel Rosa, tentando compor mais um samba do além, daqueles apresentados em programas espíritas de televisão, nos quais aparece um médium que “psicografa” sambas compostos por sambistas famosos que já passaram desta para pior?
fevereiro 11th, 2014 às 5:17 AM
Sabe, de Morte, é aquilo para o qual o pessoal cético apela: o que é mais lógico?
Desde Kardec já se constatou isso: pancadas que ocorrem sem que se identifique o provável causador. Se fossem pedradas, eu teria percebido, inclusive porque haveria DOIS sons: o da pedra batendo e ela caindo no quintal. Eu posso lhe afiançar que NÃO ERAM PEDRAS. Agora se era outra coisa que não espírito, o que seria e por quê?
fevereiro 11th, 2014 às 4:42 PM
ARDUIN, para mim a probabilidade de ser um espírito é a mesma de ser um ET. Mais ou menos 0%.
A única coisa que podemos afirmar é que vocês ouviram o que pareceu pancadas na parede. A visão de mundo que vocês têm é que forneceu elementos para que induzissem que se tratava de um espírito, brincando ou tentando inutilmente comunicar-se.
Se eu estivesse presente, proporia tentar replicar o fenômeno, nas mesmas circunstâncias, com as mesmas pessoas, e outros observadores de dentro e de fora do aposento.
Se não desse certo, esqueceria do evento, dando-o por algo que não consegui identificar. Não precisamos ter uma explicação para tudo o que ocorre à nossa volta.
fevereiro 11th, 2014 às 11:17 PM
“Marciano Diz:
FEVEREIRO 11TH, 2014 ÀS 16:42
Se eu estivesse presente, proporia tentar replicar o fenômeno, nas mesmas circunstâncias, com as mesmas pessoas, e outros observadores de dentro e de fora do aposento.”
É sempre assim… nunca os ‘espiritos’ aparecem quando tem um cético olhando.
E como “o telefone só toca de lá pra cá”, acho que o pessoal do vosso lar não andou pagando a conta, ou lá tudo é Tim e só vive fora de área.
fevereiro 12th, 2014 às 5:57 PM
De Morte, não me PARECERAM ser pancadas na parede e sim ERAM PANCADAS, pois o som era disso. Que mais produziria esse som? E como eu estava ENCOSTADO nessa parede, eu SENTI as vibrações. Portanto não seria coisa de alto falante. No fundo da sala, ainda nesta parede, havia uma porta envidraçada que dava para uma escada, que por sua vez dava pra o quintal. Levantei-me e olhei por essa vidraça e não vi coisa alguma (certo, não dava mesmo para ver muita coisa, pois era noite e a luz estava apagada, mas havia luz difusa da rua das casas vizinhas e garanto que NÃO HAVIA ninguém nos telhados com atiradeiras…
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Recolhidos os espíritos maléficos, que eram macumbeiros, os sons CESSARAM. Que estranho, não acha? Quanto à sua experiência, bem, esse evento ocorreu APENAS UMA VEZ. As mesmas pessoas estiveram lá várias vezes, mas os espíritos macumbeiros não…
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Bem, quando cientistas topam com eventos os quais não sabem explicar, limitam-se a registrá-los. Nos tempos de Kardec, como provavelmente havia esse propósito de dar início ao Espiritismo, esses fenômenos estranhamente se tornaram mais frequentes, para só então DEPOIS de implantado o Espiritismo, praticamente cessarem. Veja bem que não estou dizendo que tudo ficou com o Kardec, pois eles ocorriam em vários países.
Em resposta a um crítico sobre a questão das mesas girantes e batedoras estarem preparadas com um artifício, Kardec argumentou:
_ Seria preciso que tal mecanismo fosse muito engenhoso e sutil, para se adaptar imediatamente à primeira mesa que se apresente, sem deixar nenhuma pista que o denuncie. Ora, como é que ainda não é conhecido o nome do seu fabricante? Mesmo porque ele deveria ser muito famoso, pois seus aparelhos estão distribuídos por todo o Mundo. E como é que desde Tertuliano (mestre dos tempos iniciais do Cristianismo), que já tratava de mesas giratórias e batedoras, até hoje, ninguém conseguiu ver e descrever tal mecanismo?
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Então, de Morte, desde que os objetos batedores passaram a dar mensagens compreensíveis e quem os fazia se comportar assim se apresentaram como espíritos, temos mantido essa posição. Estamos no aguardo de novas explicações, que descrevam mecanismos outros e que excluam os espíritos.
fevereiro 12th, 2014 às 6:38 PM
Recolhidos os espíritos maléficos, que eram macumbeiros, os sons CESSARAM.
Como o Sr. sabe que eram maléficos? Poderiam querer apenas se comunicar, ou mesmo brincar c/o Sr. Lhe fizeram algum mal?
No tempo do Tertuliano não era o pêndulo e a vara divinatórias? Havia mesas girantes?
fevereiro 12th, 2014 às 6:53 PM
Na minha modesta opinião, vocês deveriam invocar os “espíritos macumbeiros”, para verem se o fenômeno se reproduziria.
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Você mesmo disse:
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“… Bem, quando cientistas topam com eventos os quais não sabem explicar, limitam-se a registrá-los”.
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Você não foi muito científico em atribuir a batucada aos espíritos macumbeiros. Ao contrário, apressou-se em conceder-lhes o crédito pelo “rapping”.
Ainda que existissem espíritos macumbeiros, isso não seria suficiente para responsabilizá-los pela batucada. Seria a falácia do “post hoc, ergo, propter hoc”.
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Eu, leigo em ciência, acho que UMA única experiência não dá para explicar nada. É o que você diz acima e o que eu disse, mais acima.
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“Marciano Diz:
fevereiro 11th, 2014 às 16:42
…
Se eu estivesse presente, proporia tentar replicar o fenômeno, nas mesmas circunstâncias, com as mesmas pessoas, e outros observadores de dentro e de fora do aposento.
Se não desse certo, esqueceria do evento, dando-o por algo que não consegui identificar. Não precisamos ter uma explicação para tudo o que ocorre à nossa volta”.
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Lembra-se?
Pelo seu próprio critério está me parecendo que eu, com formação acadêmica apenas em contabilidade e direito, fui mais científico do que você.
Se excluo todas as explicações plausíveis e nada resta, se não é possível observar o fenômeno de novo, com controles, é melhor esquecer do evento.
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A propósito, estamos todos aguardando sua refutação aos nossos exemplos no post do “brasil anedótico”.
fevereiro 12th, 2014 às 6:55 PM
Outra conclusão apressada sua foi a de supor que os alegados espíritos macumbeiros fossem maus.
Bem lembrou GORDUCHO.
E se eles estivessem pedindo socorro, tentando se comunicar, ou até mesmo, como disse GORDUCHO, apenas brincando, por serem espiritualmente atrasados como crianças?
Que eu me lembre, não fizeram nada de mal a nenhum dos presentes.
fevereiro 13th, 2014 às 5:41 PM
Boa noite a todos
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Infelizmente nestes últimos dias não estou tendo tempo para me expressar sobre os assuntos bastante interessantes que estão surgindo por aqui. Mas sempre que possível vou dar as minhas pinceladas, e vou começar pela sempre posição do Montalvão de falar sem conhecer, e ainda apegado aos contra testes ou retestes que devia ser feito – naturalmente por ele -, porque nenhuma pessoa de bom senso vai acreditar que os cientistas que investigaram os fenômenos, também investigados e estudados pelo Espiritismo, não tenham feito testes e contra testes e mais retestes para chegar aos resultados finais. Só na mente do Montalvão é que este pensamento tem acolhida.
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Se se tratasse de um cientista apenas que tivesse investigado, tudo bem, a sua idéia não seria sem valor, mas depois que centenas de cientistas verificaram os fenômenos não por um vez somente, mas em diversos países, até a exaustão, e todos chegaram às mesmas conclusões, já são mais do que centenas de testes e de contra testes tornando sem fundamento este argumento de Montalvão, pois basta ter sido comprovado pelos fatos a veracidade dos fenômenos, para daí por diante, qualquer outra investigação realizada por qualquer outro cientista obtendo os mesmos resultados, pode ser considerado cada uma como um reteste, portanto, centenas e mais centenas de retestes foram realizados.
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MONTALVÃO Diz:
FEVEREIRO 4TH, 2014 ÀS 13:
Nunca o Arduin investiu uma grana tão bem investida! Tanto ele, quanto o Márcio, e o Vitor, estão de parabéns pela escolha da obra. Ela mostra coisas muito interessantes, cito algumas:
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COMENTÁRIOS: Até o momento não conseguí entender qual o pensamento dos espíritas acima citados, que só apresentam obras que procuram por meio licitos e ilícitos desmentir os fenômenos espíritas. Pior ainda, para serem analisadas por pessoas que não tem conhecimento suficiente sobre o assunto para emitir críticas. Respeito profundamente essa atitude deles, mas duvidar ou mesmo negar os fatos apresentados pelo Espiritismo, pela Metapsíquica, pela Parapsicologia, é uma prova inconteste de cegueira intelectual. E quando analisamos mais de perto, verificamos que os negadores agem conscientemente de má fé.
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Vejamos o que diz Montalvão.
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MONTALVAO:
1) objeções claras e esclarecedoras quanto à realidade dos fenômenos espíritas houve desde os primórdios da doutrina.
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COMENTARIO: Sempre houve objeção ao novo, não foi somente aos fenômenos espírita, a ignorância humana sempre combateu tudo e todos aqueles que tiveram a coragem de procurar trazer benefícios e esclarecimentos que ajudasse o homem a evoluir no seu pensamento. Não só os perseguiram, mas também os mataram, queimaram nas fogueiras que embora fossem de lenha, mas sempre refletiu a ignorância dos que tomam essa posição porque se acham os donos da verdade. Quem são os objetores?
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Desde os primórdios já dizia Sardou: “Não repugna aos incrédulos e aos ignorantes emitir, ao acaso, para pôr fim a discussões que lhes não agradam, asserções sem valor, que o vulgo acolhe sem exame e repete complacentemente, dando-se por feliz em escapar, por essa forma, à obrigação de observar e de criar uma opinião baseada em experiências sérias.”
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“Há mais de trezentos anos – dizia um sacerdote budista do Tibet a um doutor inglês – estudais a matéria sob todas as suas formas; nós, há mais de dez mil anos, estudamos a alma e as suas faculdades.”
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MONTALVÃO:
No entanto, parece que o trabalho de Charles Page foi pouco divulgado, visto que os arautos da mediunidade das Fox não faziam referências a esses desmascaramentos quando insistiam na legitimidade das moças.
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COMENTÁRIO: Hoje o que mais vemos são livros semelhantes escritos por Padres e Pastores protestantes usando o que eles chamam de Escrituras Sagradas – que não sei porque são sagradas – para com ela condenar o Espiritismo, os quais cegamente não conseguem enxergar que as ditas Escrituras Sagradas são um repositório de fenômenos, os mesmos estudados e comprovados pela Doutrina Espírita, fenômenos estes que eles não sabem ou não querem explicar, mas não podem negar.
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O mesmo acontece com estes senhor, já naquela época usava os mesmos argumentos que chegaram até hoje, no combate aos fenômenos e ao Espiritismo, mas também desde àquela época apesar dos combates ferrenhos, não conseguiram destruir a Doutrina Espírita nem seus fundamentos, e sabe por que não conseguem? Porque ela está alicerçada em três elementos que resiste a todas as críticas que são: a evidência dos fatos, a lógica de sua filosofia e suas profundas consequências morais.
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Naturalmente não é com um livro com idéias teológicas que isso vai acontecer, pois aquilo que é lógico só se elimina com princípios mais lógicos.
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Assim se expressa o autor:
“desafiamos que nos demonstrem quaisquer que sejam as manifestações de comunicação com espíritos por batidas ou mesas que viram que não possam ser explicadas pelas bem conhecidas leis naturais”.
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Essa não foi nem para os espíritas e nem para o Espiritismo, pois sabemos que todos estes fenômenos são todos de ordem natural, não existem fenômenos sobrenaturais, pois todos são explicados pelas leis naturais as quais foram reveladas ao se estudar o fenômeno, quem os consideram sobrenaturais são as religiões e o materialismo.
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Diz mais ainda o autor:
“Nem também consideramos que o arqui-inimigo do homem adquiriu novos poderes ou organizações para promover seus projetos maliciosos. LONGE DISSO. Um novo poder? Iria contra seus planos. Um novo poder? Um assunto que merece ser pesquisado, até a total exaustão dos recursos mentais. Um novo poder? Só de ser mencionado, já se torna um sinal para despertar os devotos da ciência e ao primeiro sinal de plausibilidade, a luz da meia noite queimará pela cristandade, até que os verdadeiros anseios do homem sejam desvendados”.
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Pergunto: Quem será esse arqui-inimigo do homem? Será o demônio? Montalvão certamente acredita na existência do demônio, pois o livro foi muito elogiado por ele, e naturalmente o despertou para pesquisá-lo até a exaustão dos recursos mentais. Mas o autor se estende ainda mais quando diz:
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” e, pior que isso, um desejo de poder, quer seja real ou enganoso, de se achar acima de seus companheiros mortais e de fazer com que suas palavras e ações tenham o peso da autoridade Divina. Deste desejo se origina o sacerdócio, a astrologia e a feitiçaria, e nos hábitos anteriores da mente encontram-se o seu sucesso e a sua perpetuação”
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Não sei porque ele não mencionou os materialistas e os céticos, porque estes também existem desde àquela época e até hoje ainda permanecem com os mesmos pensamentos de estar acima dos seus irmãos em humanidade, haja visto o exemplo dado pelos os que se encontram por aqui em obraspisicografadas.org, os quais têm demonstrado estar acima de qualquer cientista e médium, pois nenhuma das pesquisas realizadas por estes cientistas demonstrando através dos fatos a realidade dos fenômenos, foram aceitas pelos materialistas e céticos aqui existentes.
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O autor finaliza este primeiro parágrafo dizendo:
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” Desprezamos a falácia e com imponente desafio, armados com a Rocha das Eras, nós devolvemos o pedido de desculpas ao próprio encrenqueiro causador, e, sem medo da sua replicação, afirmamos triunfantemente que a verdadeira religião de Jesus Cristo, cujos primeiros frutos e sua própria essência são paz para a alma, NUNCA LEVOU QUALQUER UM À LOUCURA”.
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Fala das Escrituras Sagradas como se estivesse falando de Jesus. Uma das causas que levou Jesus à crucificação foi justamente pelo fato de mudar muitas coisas que estavam escritas nesta dita Escritura Sagrada. Pelo que sei, Jesus não tinha e nem fundou nenhuma religião, revelou as leis divinas ou naturais as quais todos nós estamos submetidos, nos trouxe lições éticos-morais para uma boa convivência com os nossos semelhantes. O interessante, é que as lições de Jesus são voltadas para a vida futura, ou seja, para a vida após a morte.
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Ainda ficam indagando porque o conhecimento espírita não fez as pessoas evoluírem, respondo eu, porque a ignorância e o fanatismo incrustado nestas pessoas vão passando de geração a geração conservando os mesmos pensamentos e idéias. Se faz necessário reencarnações que abalem a estrutura do pensamento dessas pessoas, ou grupos que conservam estas idéias. Vemos até hoje a continuação desse mesmo pensamento expressado não somente no catolicismo, mas também no protestantismo.
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MONTALVÃO:
Curiosamente, as Fox foram examinadas por sábios variados mas, até onde sabemos, a nenhum ocorreu a feitura de contra-teste, do tipo referido por Page, de modo a aferir se a ação do “espírito” resistia a condição adversa.
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COMENTÁRIO: Montalvão não apresentou quais foram as condições adversas, mas acredito que uma delas deve ter sido esta comentada pelo autor:
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“A primeira vez que sentamos à mesa com alguns bem-intencionados amigos particulares da família para invocar espíritos, confessamos ter tido um sentimento momentâneo de horripilação, não por medo de ficar diante de um visitante de outro mundo, mas pela impressão de que o ato em si fosse profano e um desafio aos céus”.
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Por este comentário do autor sobre as preliminares da reunião, vemos que se trata de pessoas CRÉDULAS, dominadas pelo medo não de alguma alma do outro mundo, mas do castigo dos céus por pensar estarem violando uma ordenação contida nas “Escrituras Sagradas” nas quais está contido a proibição de não invocar os mortos, portanto, não são pessoas de MENTE LIVRE para fazer pesquisas científicas e muito menos IMPARCIAIS para fazer avaliações.
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“Mas quando foram pronunciadas as palavras “Se há algum espírito presente, poderia, por favor, sinalizar virando a mesa?”, os pensamentos de sacrilégio desapareceram e foram imediatamente substituídos por um irresistível senso de ridículo, e o sorriso e as risadas se elevaram acima de qualquer solenidade e irreverência. “Os espíritos poderiam, por favor, virar a mesa?”, foi novamente reiterado, mas nenhuma mesa tombou para nós. Talvez não sejamos “médiuns”, disse um deles. “Os espíritos declararam que sou um médium”, disse outro, mas aquele Grande Exorcista, senso comum, estava presente e predominante na ocasião, e os espíritos não se comunicariam e a mesa não viraria, certamente não sozinha”.
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Vejamos bem que os componentes não queriam apenas que a mesa se movimentasse, eles já queriam que a mesa tombasse, virasse de cabeça para baixo, e isso denota total desconhecimento de como o fenômeno se dá, pois não devemos esquecer que estamos lidando com seres inteligentes e que respondem quando querem ou quando podem. Ora se na reunião não tem um sensitivo que ofereça o ectoplasma para que o fenômeno se realize, claro está que o fenômeno jamais acontecerá. Essa deve ser uma CONDIÇÃO ADVERSA apontada pelo Montalvão. O fenômeno teria que acontecer mesmo sem o ectoplasma, ou seja, para o fenômeno ser verdadeiro e existir espíritos, o fenômeno teria que acontecer imediatamente ao ser feito o pedido, e isso mesmo deve ser o pensamento do Montalvão.
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Na verdade as coisas não se passam assim, porque primeiramente se faz necessário a presença de uma pessoa dotada da substância ectoplasmática em abundância, para que o fenômeno do movimento da mesa fosse possível. Em segundo lugar saber se os espíritos queriam ou teriam permissão para se manifestar através desse fenômeno.
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MONTALVÃO: Este tem sido grande problema nos estudos mediúnicos, pois em geral são os médiuns que ditam as condições sob a qual o experimento deverá ser conduzido (lembremos da exigência de cabines e escuridão por parte dos ditos materializadores). A não ser que houvesse meios de tornar inócuo o ocultamento do médium (coisa que parece não ter acontecido) as verificações desse tipo não podem ser consideradas seguras.
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COMENTÁRIO: Essa afirmativa sobre os médiuns ditar as condições em que o experimento deve ser conduzido, não é verdade, pois quem diz em que condições as coisas devem ser feitas, são os Espíritos orientadores da reunião, haja visto que são eles que produzirão os fenômenos, o médium é e será sempre um instrumento entre os dois mundos.
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Àqueles que produzem fenômenos sem a presença de Espíritos, não são médiuns, são sensitivos. Estes sim, comandam o fenômeno e podem até movimentar objetos. Por outro lado, a exigência de cabines no escuro ou com uso de luz vermelha, não é exigência do médium, é que o ectoplasma é sensível à luz branca, e o fenômeno só pode ser produzido na luz do dia quando autorizado pelos Espíritos que comandam a reunião. Muitas experiências de materialização temporária foram produzidas à luz do dia. A questão é a que falei acima, os críticos, incluindo Montalvão, falam do que não conhecem, e se conhecem agem de má fé.
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Até mesmo as pessoas que devem assistir as reuniões de efeitos físicos como as de materialização por exemplo, devem passar por uma triagem, pois pessoas viciadas em fumo ou bebidas alcoólicas, impregnam o ambiente com essas emanações, o que pode trazer sérias consequências para a saúde do médium, de uma vez que o ectoplasma utilizado na materialização volta para o médium, e se ele voltar impregnado por estas emanações com certeza vai afetar em muito a saúde do mesmo.
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Portanto, os fenômenos mediúnicos não dependem da vontade do médium nem de quem quer que seja, depende exclusivamente do querer dos Espíritos e das condições que lhes são oferecidas para a produção de qualquer fenômeno.
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Depois eu volto.
fevereiro 13th, 2014 às 6:15 PM
Arnaldo Paiva…
Vc não me respondeu.
Sempre fugindo.
Gostou do texto bíblico selecionei pra vc?
fevereiro 14th, 2014 às 9:55 AM
“Recolhidos os espíritos maléficos, que eram macumbeiros, os sons CESSARAM.
Como o Sr. sabe que eram maléficos? Poderiam querer apenas se comunicar, ou mesmo brincar c/o Sr. Lhe fizeram algum mal?”
– Vou começar do começo para ver se vocês entendem a situação.
Até às 20 h as pessoas que desejavam se reunir para a sessão chegavam, em geral era um grupo fixo, não mais do que 9 pessoas. Uma delas, uma senhora idosa, dizia ter passado muito mal nos últimos dias, com muita dor no estômago, mas nada do que tomava (antiácidos, prazol) ou comia (comida leva, sopinhas) lhe dava alívio.
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Começada a sessão, após as orações iniciais, manifestou-se um espírito que se apresentou sob o nome ou pseudônimo de Vicentinho Capuava (não sei se é assim que se escreve) e dizendo ter sido o maior macumbeiro do Brasil (alguém já ouviu falar dele?). Foi então que o fenômeno de raps começou. Ele afirmou ser o responsável pelo mau estar da senhora, inclusive porque matara várias pessoas com suas macumbas, mas deu o azar de também ser vítima de uma, que lhe causou um câncer no estômago e morreu por conta disso. Das dores que ainda sentia como espírito, ele se servia para transferir seu mau estar para a senhora.
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Conversa vai, conversa vem, já ficou claro que seria inútil doutrinar esse espírito, pois apesar de no fim acabar sendo vítima de macumba também, isso não foi o bastante para mudar seu caráter. Aí então foi solicitado que fosse afastado à força. Ele gritava, chamando os espíritos comparsas, mas que não puderam ajudá-lo.
Ao se ver aprisionado, fez ameaças:
_ Vão ver só! Isso não é coisa que se faça com Vicentinho Capuava!
Retirado o espírito, cessaram os fenômenos de raps.
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É por isso que estou dizendo que eram espíritos maus, pois assim o chefe do bando se apresentou. Se alguém está estranhando o grande macumbeiro não ter sido ajudado e advertido da macumba feita contra ele, bem, o relacionamento entre essa curriola de espíritos maléficos é como o Lado Negro da Força. Entre os Siths, há o Mestre e o Aprendiz apenas. Só que o aprendiz NUNCA chega a ser mestre: quando o mestre acha outro candidato a aprendiz com mais potencial do que o aprendiz ativo, faz com que este último seja morto.
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Foi assim que aconteceu.
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“No tempo do Tertuliano não era o pêndulo e a vara divinatórias? Havia mesas girantes?”
– Diz o Kardec que sim. Tertuliano acabou sendo rejeitado pela Igreja e considerado herege.
fevereiro 14th, 2014 às 12:35 PM
Mas foi afastado à força por quem? Pelos controles (espíritos) de vocês?
Aí afastaram ele da senhora? Levaram ele p/o Umbral, será?
fevereiro 14th, 2014 às 2:06 PM
Foi retirado à força pelos espíritos que compõem a equipe que assessora o “centro” (no caso aqui era mais uma reunião familiar, pois era feita na casa da dirigente). No “Umbral” (vou falar disso no tópico onde o de Morte está me cobrando) e já estava.
fevereiro 15th, 2014 às 12:25 AM
ARDUIN,
você revelou vários detalhes que tinha omitido antes.
Eu nunca ouvi falar desse tal macumbeiro. Ele não é tão famoso quanto pensa.
fevereiro 15th, 2014 às 12:56 PM
Se ele se achava o maior macumbeiro do Brasil… talvez não o fosse por fama, mas pelos resultados que obtinha.