O Caso da Dentadura – Parte 3, por G. M. Woerlee (2010)

Neste artigo, Woerlee responde a Smit, defendendo a ideia que o “caso da dentadura” não é uma história que fornece provas para a sobrevivência da consciência após a morte, nem é uma história que fornece provas para uma consciência humana separável e independente. Em vez disso, argumenta que é um relatório que revela muito sobre como o funcionamento do corpo humano gera as sensações notáveis da EFC e da EQM. Para ler o artigo, clique aqui.

16 respostas a “O Caso da Dentadura – Parte 3, por G. M. Woerlee (2010)”

  1. Lunático Diz:

    Como era de se esperar, o especialista não deixou passar. O crente enfermeiro, ou enfermeiro crente, como queiram, deveria ter ido com muito cuidado, pisando mansinho, que é pra não enfiar espinho no pé.
    .
    A medicina é uma ciência. Evolutiva, claro, e sempre será muito melhor nos próximos anos, o que me dá um medo danado dela agora. Mas embora isto, jamais consultarei um enfermeiro nem na última necessidade. Talvez um curandeiro…rs
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  2. Borges Diz:

    Vou repetir parte do comentário que fiz na parte 2.
    O Dr. Woerlee chega ao limite do razoável para satisfazer seu ceticismo. Isto parece ser uma característica dos militantes da causa. Sua imponência é tão extremada que deseja induzir o leitor a acreditar que um ser moribundo, quase cadavérico, tem um grau de percepção superior ao de uma pessoa saudável.
    Em certo trecho ele afirma: “Infelizmente, o registro superficialmente extenso no artigo de Smit(2008) não faz mais do que reforçar as esperanças daqueles que desesperadamente buscam uma prova de consciência que seja de algum modo imaterial, separável, e independente do corpo humano.”
    Eu diria o mesmo em relação ao Dr. Woerlee tentando provar desesperadamente que a consciência não existe fora do corpo. Vamos aos fatos:
    Na página 6/11 encontramos o seguinte relato:
    “O próprio TG observou que a massagem cardíaca com a máquina de massagem cardíaca como a usada no hospital Canisius naquela época era às vezes tão eficiente que algumas pessoas recuperavam a consciência, ainda que elas não tivessem batimentos cardíacos no momento (TG 2008).”
    Era “às vezes” tão eficiente, não significa que era “todas às vezes”.
    “Algumas pessoas”, não significa, “todas as pessoas”. Ele prossegue:
    “Em outras palavras, TG estava dizendo que a recuperação consciente era possível e realmente ocorreu durante a massagem cardíaca para a parada cardíaca com esta máquina.”
    “E realmente ocorreu”- pura ilação do Dr. Woerlee.
    Na página 7/11 ele afirma:
    “Uma massagem cardíaca externa pela mão ou pela máquina gera um fluxo sanguíneo suficiente ao redor do corpo (potência cardíaca) para sustentar a consciência em cerca de 20% das pessoas submetidas à massagem cardíaca por parada cardíaca.”
    Isto representa uma chance de 80% de ausência de sustentação de consciência.
    Na página 7/11 ele afirma:
    “Outra evidência para a possibilidade de que o Sr.B. estivesse consciente vem do fato de que ele sentiu uma dor extrema no peito devido à massagem cardíaca, ainda que ele não tivesse batimento cardíaco algum no momento.”
    Ainda bem que nesta passagem o Dr. Foi sensato, pois usou a palavra “possibilidade”. Porém, não lhe ocorreu que o Sr. B. possa ter tido apenas lampejos de consciência no momento da massagem cardíaca.
    Ainda na página 7/11 ele diz:
    “Ele também via o rosto de TG que regularmente olhava em seus olhos para verificar o tamanho de suas pupilas.”
    Novamente, pura ilação, porque uma pessoa com pupilas dilatadas enxerga mal, imaginem com toda aquela precariedade.
    Vamos a mais um trecho da página 8/11.
    “Uma EFC não é de todo surpreendente nesta situação, porque a pesquisa médica humana estabeleceu que a carência de oxigênio do cérebro induz sensações anormais da posição do corpo, devido aos seus efeitos no cérebro e pode até mesmo induzir à EFCs.”
    A carência de oxigênio pode se constituir então em mais um método para o espírito se separar do corpo, porém parece ser muito perigoso.
    Na página 8/11 temos ainda:
    “O Sr. B. sentiu a dor da massagem cardíaca ao mesmo tempo em que ele passava por um EFC, então é claro que sua consciência esta localizada dentro do seu corpo.”
    È claro nada, conforme disse, ele pode ter tido lampejos de consciência.
    Mais um bom pedaço da página 8/11:
    “Além disso, esta consciência é invisível, inaudível, e não pode ser percebida pelos sentidos humanos ou pelos aparelhos conhecidos pela humanidade. Esta observação comum significa que uma consciência separada não tem interação com a matéria ou com as forças físicas. Essa observação significa que é impossível para uma consciência separada durante uma EFC ouvir sons ou ver com a luz. Estas coisas significam que a consciência separada de uma pessoa é surda ao som e cega à luz.”
    Aquí o Dr. Woerlee se superou, provocou um efeito dominó no “significa”, culminando com um espírito surdo-mudo. Como pode falar assim de algo que sequer acredita que existe?
    E para encerrar, eu pergunto:
    Onde foram parar os olhos semicerrados e os detalhes da sala?
    Obrigado para quem teve a paciência de ler, e para quem não teve, também obrigado.

  3. Marciano Diz:

    Eu tive a paciência de ler, mas creio não ter entendido. Ou melhor, pelo que entendi, Borges ultrapassou o limite do razoável para satisfazer a sua crença.
    Ele julga Worlee um imbecil. 🙁

  4. Marciano Diz:

    Vitor, você está precisando postar uma matéria mais estimulante, o blog está esvaziado.
    Tudo bem que estamos no meio de um feriadão, mas isto aqui já foi mais animado.
    Tente por outro arquivo na lista de reprodução (outro disco na vitrola).

  5. Marciano Diz:

    Tente pôr. E ponha a falta do circunflexo na conta do poltergeist.

  6. Gorducho Diz:

    Considero que este comentário não quebrará m/compromisso c/a Administração, pois não entra em análises do artigo…
    &bsp;
    A carência de oxigênio pode se constituir então em mais um método para o espírito se separar do corpo, porém parece ser é muito perigoso.
     
    Finalmente uma hipótese científica útil e testável nos ramos irmãos do espiritismo e da parapsicologia.
    Perigosas são atividades muitas tais como pilotos de provas; mergulhadores submarinos; as missões à Lua e orbitais; bombeiros… Sem falar em alistamentos militares voluntários nos países tais como América, &c.
    Então tenho certeza que alguns voluntários: (principalmente) esses médicos e parapsicólogos se oferecerão para testarem suas hipóteses.
    Em condições controladas, dentro de UTI especializada, claro.

  7. Gorducho Diz:

    A parada cardíaca poderia ser induzida [alô, alô Dr.: opine!] por anestésicos e a ressuscitação, após tempos semelhantes aos experimentados pelos pacientes reais de NDEs, via ELI (*). Estando de plantão desfibrilador e demais equipos massageadores, e o parapsicólogo adequadamente entubado, &c., claro.
     
    (*) vide Ressuscitação com lipídeos, pg. 459 in Katzung, B. G. (organizador) et al. Farmacologia Básica e Clínica. LANGE McGraw-Hill Education, 12ª ed., 2014.

  8. Borges Diz:

    Respondendo ao Marciano.
    Primeiramente obrigado pela paciência e atenção.
    Não tenho crença, apenas acho que há mais evidências da existência de espíritos que da inexistência. Critiquei com veemência as afirmativas do Sr. Woerlee porque não deu margens à dúvidas, sem ter como comprovar.
    O simples fato de ter sido obrigado a utilizar termos como:”às vezes”, “algumas pessoas”, “cerca de 20%” e “possibilidade”, já é o suficiente para descer de sua arrogância e dar alguma chance ao contraditório.
    Eu não tenho o hábito de ser taxativo, simplesmente porque não tenho a certeza absoluta dos céticos. Basta ler meus comentários para fazer a constatação.
    Refutar energicamente alguém que tangencia o limite do razoável não é se comportar da mesma forma, portanto, se foi um troco, acho que estão faltando algumas moedas.
    Obrigado

  9. Marciano Diz:

    Borges, se você tem dúvidas mesmo, está no caminho certo.
    Continue assim, mas procure ir refinando suas dúvidas, sob pena de não ter certeza de nada até o fim de seus dias.
    .
    Gorducho, eu apoio sua proposta. Tenho apenas uma condição: minha participação será exclusivamente como testemunha de que tudo foi feito em nome da ciência, ressalvando qualquer responsabilidade quanto a eventuais baixas entre os voluntários.
    .
    Sei que seus exemplos foram meramente “numerus apertus” e não “numerus clausus”. Peço sua vênia para acrescentar à lista de profissões perigosas a de policial, a qual eu considero muito mais perigosa do que a de bombeiros.

  10. Vitor Diz:

    “Eu não tenho o hábito de ser taxativo, simplesmente porque não tenho a certeza absoluta dos céticos. Basta ler meus comentários para fazer a constatação.”
    .
    Perfeito, Borges. O verdadeiro cientista se expressa por meio de probabilidades. Por mais que o Gorducho odeie estatística 🙂

  11. Gorducho Diz:

    Até pela profissão, sei onde se aplica e onde não se aplicam tanto a probabilidade quanto a estatística.
    No caso haverá a probabilidade p > 0 do paciente experienciar uma NDE. Ou de no experimento que tenho a esperança de virmos a fazer, NDE do parapsicólogo voluntário transformar-se numa ADE.
    Mas após estar vivenciando, não há estatística: ou o cara viu a dentadura na mesinha ou não viu; ou Jesus estava de braços abertos recebendo ele no do céu, ou não viu.
    Ou a mesa gira ou não gira; ou o ovo voa ou não voa. Não há espaço p/estatística no espiritismo (chiquemente renomeado de parapsicologia).

  12. Lunático Diz:

    Fenômeno também conhecido como “dentadura dicotômica”: ou o sujeito viu a dentadura ou o sujeito não viu a dentadura. Não existe meia dentadura ou uma vaga lembrança dela. Os céticos estatísticos se negam a testar a hipótese nula da dentadura sobre a mesinha, coisa que não pertence, felizmente, ao âmbito da ciência.

  13. Lunático Diz:

    Sugestão da bancada cética (pessoal, me incluam aí, ô!). Suponha que queiramos estudar a EFC como uma função da EQM, renda familiar, educação, sexo, idade, etcetera.
    ..
    Há algumas variáveis exógenas a serem testadas, enfermeiro cético (ou não!), médico cético (idem), etc. O relato do Sr. Bi (i=1 to n), comporá a tabela de dados da variável dependente que pode assumir somente dois valores: ou viu Jesus=1 ou não viu Jesus=0.
    ..
    Pronto: modelo logístico dará conta do recado!

  14. Gorducho Diz:

    Esse é o modelo ideal p/os Crentes parapsicólogos: uma regressão múltipla contendo, claro, termos de disturbância, resíduos, polêmica se os estimadores são tendenciosos ou não…
    No meio disso tudo, sempre se poderá alegar algum desvio estatístico de 1% sobre o a esperança matemática do sistema de equações; atribuí-lo ao Sobrenatural; e publicar o resultado numa revista peudo- científica 🙁

  15. Lunático Diz:

    …”os números quando perfeitamente torturados produzem o resultado que se deseja!” Não me lembro quem disse, acho que foi o Andre Lara Resende. Daí o parapsicólogo com 10% de esperança matemática já leria 100% de certeza.
    ..
    Números não servem para concluir sobre visões pessoais, altamente subjetivas e sugestionáveis. O resultado é a falácia, apenas. Ou regressão espúria, como queira…rs

  16. Marciano Diz:

    Lunático, eu já te convidei para a bancada num artigo anterior. Você não viu.
    .
    Eu fiz um ano de estatística, como matéria suplementar, não me graduei, já me esqueci de quase tudo, mas sei o suficiente para entender que não pode haver uma probabilidade igual a 1/n de alguém ver a dentadura ou não ver. Ou ela está lá ou não está. Não existe dentadura quântica.
    Ou Jesus é meu amiguinho imaginário ou não é, não existe uma probabilidade de isso acontecer.
    Estatística é coisa séria, mas pode ser mal empregada para ilusionismo político ou religioso.
    Não pode existir um FORREST GUMP (jesus) = 0.10808229300758088108948. Assim como não existe meio soco, meio beijo, meio tapa.
    Ou jc = 1 ou jc = 0.
    Essa estatística espírito-paranormal é igual à matemática de Malba Tahan.
    .
    http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Homem_que_Calculava
    .
    Impressionantes curiosidades matemáticas que, bem analisadas, revelam-se apenas erros de cálculo, falácias matemáticas.

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