O Teste da Senha (1933)

Victor Eugênio Arfinengo, do Grupo de Estudos do CLAP, escreveu um artigo (disponível aqui) em que diz que “Experiência como frase-controle ou experiência do envelope foram realizadas com moribundos das duas grandes guerras. Os moribundo morria com uma senha e depois os parapsicólogos procuravam esta senha com os grandes médiuns. Nenhuma senha foi descoberta.” Entre os casos mais famosos do tipo estão o da senha deixada por Houdini para sua esposa, o de Monteiro Lobato e mais recentemente o de Chico Xavier. Só que ao contrário do que Arfinengo diz, houve sim um caso de sucesso registrado na literatura psíquica com a médium Gladys Osborne Leonard. Para lê-lo, clique aqui.

34 respostas a “O Teste da Senha (1933)”

  1. Gorducho Diz:

    O relato é tão complicado que afinal eu não consegui entender: afinal ¿o que foi que a falecida escreveu mesmo?

  2. Vitor Diz:

    Ela escreveu a palavra “Mem”.

  3. Vitor Diz:

    Caso queira conferir com o original em inglês:
    .
    https://app.box.com/s/vc5ig2dcvgxwidnwixf8zxj6pxlj5c4f
    .
    A parte em que diz “Yorkshire, nas colinas”, talvez seja um trocadilho com o nome de Hill (colinas é ‘hill’ em inglês).

  4. Gorducho Diz:

    Ela SÓ escreveu “mem”:?:
    (que imagino era uma variante do usual ma’am, certo?).
    😮

  5. Vitor Diz:

    Ela escreveu a palavra “Mem” e uma frase curta se referindo a ela. “Mem” são as iniciais do nome dela e o jeito que Hill a chamava ocasionalmente.

  6. Gorducho Diz:

    Perfeito… e ¿QUAL era a frase?
    e ¿COMO o espírito reproduziu a frase?
     
    O cara fala… fala… e a gente acaba se perdendo entre tantas digressões e falta de objetividade…

  7. Vitor Diz:

    A frase não é dita. Dá a entender que é explicando o significado de MEM – as iniciais do nome dela e o jeito que Hill a chamava.
    .
    “I found the word “Mem,” with a short sentence referring to it. I had sometimes addressed her as ” Mem,” those letters being the initials of her name, and the word being familiar to Anglo-Indians in “mem-sahib” etc.”
    .
    O espírito reproduziu o conteúdo dizendo: “Ememememem”
    .
    Também é dito: “Referred to promise and initials”, ou seja, a promessa que ela fez e as iniciais do nome dela. Dá para traduzir “initials” como “assinar com as iniciais”, que é exatamente o significado de MEM e o conteúdo da carta.

  8. Gorducho Diz:

    O que me confundiu foi: and the word being familiar to
    Anglo-Indians in “mem-sahib
    “.
    Mas 👍 entendi: ela se chamava M. E. M.
    ============================================================
    A frase não é dita.
    ============================================================
    Ai Jesus (como dizia m/vovó espírita…)
    😠
    Em suma: o que o “espírito” falou foi “ememememem”.
    É isso ❓

  9. Vitor Diz:

    “MEM” também quer dizer “madame” ou “senhora”, mais especificamente à esposa de um oficial britânico.
    .
    O espírito disse:
    .
    M. M. M. M. M. Não é um parente, apenas uma amiga. Falava sobre o Espiritualismo quando aqui. Boa dose de poder. Disse que voltaria. Voltaria por uma promessa. Ela não achava que iria muito em breve; problema interno. Falou-se sobre operar, não era bom. Tipo de crescimento. Algum poder ela própria, bastante psíquica. Bela mulher. Podia ver o lado humorístico das coisas. Cartas. Ela acha que você pode ter uma ou duas cartas; feliz que você as tem. Ela foi embora há alguns anos. Uma carta menciona particularmente este assunto, dizendo que ela prometia voltar. Uma carta de agradecimento, acaba particularmente assim. M. A letra B tem a ver com ela também. Não perto do M, mas conectado com ela. Não é o nome dela, ela diz; um lugar, B. Não consigo, deixe isso de lado por um tempo. Ainda na terra, ela se perguntou se você iria antes dela e tentou ajudá-lo. Não muitos na terra para se comunicar; há parentes que não querem saber, não são atraídos por isso. Ela particularmente tem alguma conexão com flores. Floresce um elo entre você e ela. Você deve ter se lembrado dela recentemente. Uma experiência que esperávamos realizar, mas não antes que ela fizesse a passagem. Tentou vir por W., mas uma velha senhora guia insistia em falar.
    .
    Também disse:
    .
    Tentei chegar até você de uma maneira indireta, há muito tempo. Você não podia vir para uma sessão; ansiosa por passar uma mensagem, para mostrar que ela não havia esquecido. Você enviou algo para segurar, para ajudar na conexão. Obteve indicações do princípio ao fim. Referiu-se a promessas e iniciais, e falou sobre o seu estado de saúde, que estava bastante ruim naquele momento. Através de K. Paul. Logo depois eu soube que você melhoraria. Eu não me preocupei, porque os guias me asseguraram que você se recuperaria ao ponto de fazer coisas comuns.
    .
    Ao que Hill diz:
    .
    Tudo isso era aplicável ao comunicador em questão. Tínhamos um pacto que o primeiro a partir deveria se comunicar; ela mesma era marcadamente psíquica e teve algumas experiências notáveis; e as flores eram uma característica identificadora. Ela me enviou flores com frequência, durante vários anos, quando eu estive inválido, na cama. Naturalmente muitos outros enviavam flores ocasionais, mas ela era a amiga que enviava com mais frequência — na verdade, ela era a única amiga que enviava regularmente. Quando os cinco M’s foram falados, pensei que fosse apenas uma tentativa do sobrenome; mas quando abri o envelope lacrado, encontrei a palavra “Mem”, com uma frase curta referindo-se a ela. Eu às vezes me referia a ela como “Mem”, sendo essas letras as iniciais do nome dela, e a palavra sendo familiar aos anglo-indianos em “mem-sahib” etc.
    .
    Os cinco M’s falados rapidamente, um após o outro, fizeram o som de “Mem”, embora isso não tivesse me ocorrido na época. Ela morreu em novembro de 1915 e eu quase me esqueci de que usava essa forma de me referir a ela. De fato, eu não pensava nela muitas vezes, por muitos anos, sem estar em contato com seus parentes ou amigos.
    .
    Quanto ao último ponto, está correto que eu tentei obter comunicações muito antes, enviando uma luva para o médium segurar; a luva sendo levada por um amigo cujo nome começava com K e cujo filho era Paul. Evidentemente, isso foi lembrado e que ela passou parte do nome dela. O B talvez se refira a Bromsgrove, onde ela viveu e morreu.

  10. Vitor Diz:

    A parte que diz “Yorkshire, nas colinas” eu retraduzi como “Yorkshire, subindo nas colinas”, já que está escrito “Yorkshire, up in hills”. Não sei se fiz bem. De qualquer forma, descobri que o pesquisador nasceu em Halifax no condado de West Yorkshire, assim talvez seja uma referência ao local de nascimento do pesquisador.

  11. Gorducho Diz:

    Y. serrana não sei se soa bem…
    Tem alguns lugares que chamam […] alpina por exemplo…
     
    Mas em resumo da tal carta selada o “espírito” só deu foi um resmungo então…

  12. Vitor Diz:

    O espírito já chegou dizendo a senha, se identificando, e prosseguiu se referindo à carta e à promessa.
    .
    M. M. M. M. M. Não é um parente, apenas uma amiga. Falava sobre o Espiritualismo quando aqui. Boa dose de poder. Disse que voltaria. Voltaria por uma promessa. Ela não achava que iria muito em breve; problema interno. Falou-se sobre operar, não era bom. Tipo de crescimento. Algum poder ela própria, bastante psíquica. Bela mulher. Podia ver o lado humorístico das coisas. Cartas. Ela acha que você pode ter uma ou duas cartas; feliz que você as tem. Ela foi embora há alguns anos. Uma carta menciona particularmente este assunto, dizendo que ela prometia voltar. Uma carta de agradecimento, acaba particularmente assim.
    .
    Para mim é muito mais do que um resmungo. Bem mais.

  13. Vitor Diz:

    Fui aconselhado a deixar “Yorkshire, nas colinas” mesmo. Assim, reverti a tradução.

  14. mrh Diz:

    A distância entre a propaganda e a realidade. Em seu livrinho, Gladys afirma erguer mesas com “o poder”, falar livremente com espíritos, obter mensagens precisas pela “fala” das mesas e todos os outros recursos do espiritualismo.
    .
    Na realidade, em seu melhor momento, vemos que ela conseguiu um sussuro, um indício bom que estava no caminho correto, mais algumas pistas boas e só.
    .
    Marx falava em economia política, para lembrar que a primeira não andava sozinha. Faríamos bem se falássemos em espiritualismo político também, pois todas as injunções sociais andam junto com ele.

  15. mrh Diz:

    Vale dizer que algumas dessas “pistas boas” podem ter sido levantadas pelo sindicato dos médiuns, tão logo o cliente visitou o primeiro deles e revelou que estava no radar.

  16. Vitor Diz:

    Na primeira sessão o Hill já havia sido identificado:
    .
    A secretária de Sir Oliver Lodge em Birmingham, Srta. Walker, fez a correspondência necessária, e que, é claro, não dava nenhuma indicação da identidade ou localidade do consulente, pois a Srta. Walker enviava pessoas para a médium de todas as partes do país. A sessão não foi boa; continha muitas descrições não verificáveis de pessoas que não reconheci, e assim por diante. Mas algo ou alguém certamente me conhecia ou ao menos sabia quem eu era, como se verá.
    .
    A identificação veio assim:
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    Hill, Hill, Hill, eu fico recebendo um nome, Hill. Uma senhora continua dizendo isso. Local ou pessoa. Pessoa… Você vai ter Wilkie, Wilkie, Wilkie… não, Wilkinson. Você vai ver Wilkinson?
    .
    Raymond continua pulando e tentando ajudar. Eu disse a ele para não falar; ele diz que quer vir, pois ele o conhece de certa forma, e de sua própria maneira, você está fundamentando o trabalho do Pai em grande medida; por isso, estou sempre interessada em alguém apenas por esse motivo, embora talvez seja mais pessoal no seu caso.
    .
    Sussurrando, quando o transe terminou: “Yorkshire, nas colinas.”
    .
    Houve também uma referência a Tom Tyrell, um médium de Lancashire com quem tive sessões, e algumas outras coisas que acrescentavam à prova de que eu fui reconhecido. É curioso que não houvesse realmente boa evidência da identidade do comunicador que aparentemente me reconheceu.

  17. Vinicius Diz:

    A senha do CX é guardada por 3 pessoas né?
    Aquele médico dele, o filho adotivo e uma senhora.
    Sabem se ele deixou algum envelope, ou um papel no meio de algum livro?

  18. Vitor Diz:

    Vinicius, dois aí já morreram.

  19. Vitor Diz:

    Um livro importante de a gente conseguir é “Experiences with Mediums”, de 1934, do Hill. Acredito que ele dê mais detalhes do caso neste livro.

  20. Phelippe Diz:

    Mas, daí, permanece a mesma dúvida de sempre. Foi ou não foi o espírito? Custa o espírito dizer claramente a senha, tipo: eu morro com uma senha que me foi dada em vida. Meu espírito, para comprovar a vida após a morte, procura um médium não aqui, mas na Holanda, e após se identificar normalmente (oi, sou o Phelippe, do Brasil. Eu morri em prol da ciência e estou aqui para comprovar que ainda vivo o que farei informando a você a senha X. Leve esta mensagem a fulano…) fornece a senha e pede ao médium que leve a mensagem com a senha até meus amigos. Ou, ainda, mesmo na falta de senha, meu espírito baixa num Centro alemão e fornece dados que meus amigos não teriam como saber, mas que podem ser comprovados por documentos. Qualquer coisa assim, de forma clara, e não a palavra “Mem” perdida numa comunicação padrão.

  21. Vitor Diz:

    Phelippe,
    o espírito se referiu claramente ao pacto: à carta que mencionava particularmente o assunto, à promessa de voltar. No meu entender houve bastante identificação de quem falava e de seu propósito. Como na 1ª sessão houve um espírito guia que impediu a MEM de falar mais, na segunda sessão ela já chegou dizendo a senha e dando todos os informes possíveis de quem era. Assim me pareceu…

  22. mrh Diz:

    Desde 1910 Hill estava no circuito, estudando Wilkinson. Informações acerca de seu intento podiam estar circulando no meio. Hill conhecia Lodge, e a secretária de Lodge era quem marcava as reuniões com Gladys. Glaydis conhecia Wilkinson, a secretária e Lodge, tudo isso por longos anos. Um pequeno círculo de investigadores.
    .
    Informações circunstanciais são interessantes, porém não podem ser tomadas como decisivas. Não sabemos o grau de profissionalismo dessa gente.
    .
    Admito apenas que Gladys parecia estar no rumo certo. como ela conseguiu, isso é passível de debate.

  23. Vinicius Diz:

    Vitor, também acho interessante o caso. Mas fico, encafifado que não coisas corriqueiras!
     
    Tem-se mais de 1.000 médiuns todos os anos em cursos mediunicos e não há estudos desse tipo.
     
    Já conheci diversos e nenhum deu mostras parecidas com a que vc divulgou.
     
    Há mensagens que o “espirito” simplesmente “copia” o que acabou de falar o palestrante, por exemplo!

  24. Vitor Diz:

    VINICIUS DISSE: “Tem-se mais de 1.000 médiuns todos os anos em cursos mediunicos e não há estudos desse tipo.”
    .
    Vinícius, não deram dinheiro nem pro Museu Nacional quando devia, vc acha que alguém vai patrocinar estudos assim?
    .
    VINICIUS DISSE: “Já conheci diversos e nenhum deu mostras parecidas com a que vc divulgou.”
    .
    Quantas pessoas vc conhece que deixaram bilhetes com senhas após a morte?

  25. Gorducho Diz:

    Perfeito… só que fantástica e incrivelmente o (longo) artigo não diz QUAL era a senha, certo ❓
    O tal ememememem tá muito mais prum mugido/resmungo do espírito, que pro início da (qual é era mesmo ❓ ❓ ❓ senha).
    👎

  26. Vitor Diz:

    A senha era “MEM”. É um “sealed test-word”.

  27. Vinicius Diz:

    “Quantas pessoas vc conhece que deixaram bilhetes com senhas após a morte?”
    Nenhuma Vitor.

  28. mrh Diz:

    Para se ter uma ideia de quem era a médium citada, em tudo mais (embora eu admita que, no caso acima, ela estava no caminho certo), segue:
    .
    “Ocasionalmente, tínhamos materializações de um tipo completamente diferente, alguns acontecimentos espontâneos que efetivamente eram muito interessantes. Por exemplo, todo o círculo estava concentrado assistindo uma forma que tentava se mostrar através da luz da ardósia iluminada, que, naquela noite, não estava muito forte, pois o médium negligenciara recobri-la com tinta fosforescente e, por isso, tinha levado uma boa bronca de seus guias durante a sessão. Meu marido estava sentado com seus pés e joelhos bem afastados. Seu olhar foi subitamente desviado do espírito materializado para um tipo de brilho próximo aos seus pés. Olhando para baixo, ele viu um homem e uma mulher pequenos, de 12 a 18 polegadas de altura, em pé entre seus joelhos. Eles estavam de mãos dadas e olhavam para o rosto do meu marido como se estivessem pensando: “o que é isso?” Eles pareciam estar tão interessados, se não mais, nele e nos detalhes de sua aparência quanto ele estava nas deles. Ele ficou muito aflito por chamar a atenção de alguém mais para as pessoinhas que estavam vestidas de verde brilhante, tal como as imagens de elfos e fadas, e que usavam pequenos gorros pontiagudos. Um brilho leve as envolvia, ou delas emanava (meu marido não teve certeza), mas que era forte o suficiente para ele ver seus rostinhos e formas claramente. Depois de um momento ou dois, elas desapareceram, aparentemente se derretendo no chão”.
    .
    Ou seja, a indústria de vender livros espiritualista já estava a toda antes do meio do séc. XX.

  29. Gorducho Diz:

    O problema com essa senha é que era as próprias iniciais dela bem como – aproveitando o trocadilho c/o tratamento “madame”, claro… – a forma como ele chamava ela.
    Então é a tradicional senha fraquíssima que marca red quando a gente tenta cadastrar uma.
    Mas pr’aqueles tempos onde cachorros eram amarrados com linguiça…

  30. Vinicius Diz:

    Mais um que morreu:
    http://feesp.com.br/richard-simonetti/

  31. Marcos Arduin Diz:

    Mais divertido era o extrato que o Turrato fazia de um dos livros do Quemedo, onde listava “retratações” de gente que esteve no meio espírita. Fala, no caso do Houdini, que a revelação da senha falhou e que ela era uma nota musical (ouvi falar que era uma frase escrita em húngaro – como se vê, cada crítico conta a sua versão). Então sua viúva Beatrice deixou o Espiritismo. Haja piada! Ela NUNCA saiu do Espiritismo. Motivo: NUNCA ENTROU. Ela jamais foi uma modern spiritualist.
    .
    Mas nessa aí do Turrato/Quemedo, até o Kardec se retratou…

  32. Gorducho Diz:

    Pelo que eu entendi ela acabou ficando em cima-do-muro nunca exprimindo CLARA E EXPLICITAMENTE qual era a senha.
    Nem se de fato tinha mesmo UMA CLARAMENTE DEFINIDA senha.
    Se só “acredita” de novo cai naquelas péssimas senhas como essa da “madame”

    🙁

  33. Marciano Diz:

    Saudades de voces e dos velho tempos. Nao sei quanto tempo ainda permanecerei aqui.

  34. Marciano Diz:

    Saudades de voces e dos velho tempos. Nao sei quanto tempo ainda permanecerei aqui.
    Espero que em breve.

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