O retrato de Gustave Geley
Em 2004 – sim, duas décadas atrás – trabalhei com o cético Kentaro Mori na investigação de um caso de fotografia espírita envolvendo o “fantasma” do pesquisador Gustave Geley. O resultado de nossa análise foi publicado na extinta revista Pensar (disponível na língua original aqui e em português aqui). Peço que leiam esse material antes de prosseguir, mas nossa conclusão foi que o fantasma que apareceu na chapa foi extraído de uma fotografia de Geley tirada quando ele era vivo.
Mori terminou o artigo dizendo “restam dúvidas se Stanley De Brath foi mesmo o autor da fraude e se havia outros envolvidos, incluindo o próprio Gustave Geley.” 20 anos depois da publicação do artigo fico feliz em dizer que descobri quem cometeu a fraude – digo fraude porque essa é a explicação mais simples, já que a outra hipótese aventada, a de ideoplastia, carece de maior evidência empírica.
Ocorre que vários volumes da Revista Internacional do Espiritismo foram recentemente disponibilizados, e em seu primeiro número temos o relato da sessão em que foi tirada a fotografia espírita. Transcrevi o relato trazendo para o português moderno e disponibilizei aqui.
Da leitura do relato, fica óbvio que quem cometeu a fraude foi o médium e fotógrafo William Hope. A fraude teria acontecido neste trecho do relato:
Hope e Mme. Buxton se colocaram ao lado do aparelho, mas sem o tocar, limitando-se Hope a abrir os «Chassis» para expor as chapas, o que durou quinze segundos, depois fechou.
Hope foi pego em fraude várias vezes, como se pode ver aqui.
março 9th, 2024 às 4:46 PM
Isso me lembrou os estudos da pesquisadora Sônia Rinaldi sobre trans munição instrumental, aliás, aproveitando a menção, que pensas sobre o tópico, Vítor – TCI é possível, os materiais que a a pesquisadora referenciada pública são autênticos e confiáveis? Tenho dúvidas sobre as imagens obtidas por ela, mas os casos de áudio são bem peculiares, vale uma investigação séria.
março 9th, 2024 às 6:25 PM
Oi, Carlos
Não tenho esperanças na TCI. E não confio no trabalho da Sônia. Ela nunca publicou nada em revistas parapsicológicas.