ESPECIAL DE NATAL! lIVRO “Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental” (2008) – Capítulo 05
Este é, sem dúvida alguma, o capítulo mais importante do livro de Wood. Nele se aborda o caso Galileu e o autor oferece diversos argumentos para mostrar que: a) foram as idéias teológicas católicas que forneceram as primeiras bases para o progresso cientifico, e que nas sete grandes culturas – a árabe, a babilônica, a chinesa, a egípcia, a grega, a hindu e a maia – em todas elas a ciência sofreu um “aborto espontâneo”; b) foram os pensadores medievais que assentaram alguns dos primeiros princípios da ciência moderna; c) foram os sacerdotes católicos que demonstraram de modo consistente tão grande interesse pelas ciências e tantas realizações em campos tão variados como a matemática e a geometria, a ótica, a biologia, a astronomia, a geologia, a sismologia, e por aí fora. Não seria mera coincidência, portanto, que a ciência moderna tivesse surgido no ambiente católico da Europa ocidental.
O capítulo 5 pode ser baixado aqui.
Sobre o caso Galileu, acho muito de valor oferecer também a leitura de um artigo do físico da Unicamp chamado Roberto de Andrade Martins, em que ele conclui que o astrônomo italiano “nem conseguiu defender adequadamente a teoria copernicana contra os ataques da época, nem apresentar evidências positivas convincentes a seu favor”, confirmando assim a defesa de Woods nesse ponto, revelando ainda que foi o padre Marin Mersenne quem demonstrou os erros de Galileu. O artigo pode ser baixado aqui.
Atenção: Isso não é uma defesa da Doutrina Católica. Não acredito que Maria pariu virgem muito menos que continuou assim após o parto; que Jesus multiplicou pães e peixes, etc. Também abomino a discriminação que é feita contra homossexuais (ao dizer que homossexualismo é pecado) bem como a propaganda feita contra o aborto, o incentivo ao não uso de camisinha e afins.
V.
A IGREJA E A CIÊNCIA
Terá sido apenas coincidência que a ciência moderna se desenvolvesse em um ambiente em ampla medida católico, ou houve alguma coisa no próprio catolicismo que possibilitou o seu progresso? O simples fato de levantarmos esta questão já significa transgredir as fronteiras da opinião
Não é um assunto secundário. Na mentalidade popular, a alegada hostilidade da Igreja Católica para com a ciência talvez constitua o seu principal ponto fraco. O caso Galileu, na versão deturpada com a qual a maior parte das pessoas está familiarizada, é largamente responsável pela crença tão difundida de que a Igreja obstruiu o avanço da pesquisa científica, porém, ainda que esse caso tenha sido bem menos ruim do que as pessoas pensam, o cardeal John Henry Newman, famoso converso do anglicanismo do século XIX, achou revelador e seja esse praticamente o único exemplo que sempre acode à mente das pessoas quando se pensa na relação entre a Igreja a ciência.
GALILEU
A controvérsia de Galileu centrou-se em torno do trabalho do astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543). Alguns estudiosos modernos de Copérnico afirmam que era padre, mas não existe nenhuma evidência direta de que tivesse chegado a receber as ordens maiores, embora tivesse sido nomeado cônego do cabido de Frauenburg no final da década de 1490. Fosse qual fosse o seu estado clerical, porém, o certo é que nasceu e se criou em uma família profundamenie religiosa, na qual todos pertenciam à Ordem Terceira de São Domingos, a associação de fiéis vinculada à Ordem que estendera aos leigos a oportunidade de participar da espiritualidade e tradição dominicanas[1].
Como cientista, Copérnico era uma figura de renome nos meios eclesiásticos, tendo sido consultado pelo V Concílio de Latrão (1512-1517) sobre a reforma do calendário. A pedido dos amigos, de colegas acadêmicos e de vários prelados, que o instavam a publicar o seu trabalho, Copérnico acabou por ceder e publicou Seis Livros sobre as Revoluções das Órbitas Celestes, que dedicou ao papa Paulo III. em 1543. Antes ainda, 1531, tinha redigido para os amigos um sumário do seu sistema heliocêntrico que viria a atrair as atenções até do papa Clemente VII; este convidaria o humanista e advogado Johann Albert Widmanstadt a dar uma conferência pública no Vaticano sobre o tema, ficando muito bem impressionado com o que ouviu[2].
No seu trabalho, Copérnico conservou muito da astronomia convencional da sua época, a qual se devia quase por completo a Aristóteles e, acima de tudo, a Ptolomeu (87-150 d.C), um brilhante astrônomo grego para quem o universo era geocêntrico. A astronomia copernicana partilhou com a dos seus precursores gregos alguns aspectos, tais como a perfeita esfericidade dos corpos celestes, as órbitas circulares e a velocidade constante dos planetas. Mas introduziu uma diferença significativa ao situar o Sol, ao invés da Terra, no centro do sistema; no seu modelo, a Terra e os outros planetas moviam-se em tomo do Sol.
Apesar do feroz ataque dos protestantes, que viam no sistema copernicano uma frontal oposição à Sagrada Escritura, esse sistema não foi objeto de uma censura católica formal até que surgiu o caso Galileu.
Galileu Galilei (1564-1642), além dos seus trabalhos no campo da física, fez com o seu telescópio algumas observações astronômicas importantes que contribuíram para abalar o sistema ptolomaico. Observou montanhas na lua, com o que derrubava a velha certeza de que os corpos celestes eram perfeitamente esféricos. Descobriu as quatro luas que orbitam em torno de Júpiter, demonstrando não só a presença de fenômenos celestes que Ptolomeu e os antecessores não haviam percebido, mas também que um planeta, movendo-se na sua órbita, não deixa para trás os seus satéliles. (Um dos argumentos contrários ao movimento da Terra era o de que a Lua seria deixada para trás). A descoberta das fases de Vênus foi outra peça de evidência em favor do sistema copemicano.
Inicialmente, Galileu e a sua obra foram bem acolhidos e festejados por eminentes eclesiásticos. Em fins de 1610, o pe. Cristóvão Clavius[3] comunicava por carta a Galileu que os seus amigos astrônomos jesuítas haviam confirmado as suas descobertas. Quando foi a Roma no ano seguinte, o astrônomo foi saudado com entusiasmo tanto pelos religiosos como por personalidades leigas. Escreveu a um amigo: “Tenho sido recebido e favorecido por muitos cardeais ilustres, prelados e príncipes desta cidade”. O papa Paulo V concedeu-lhe uma longa audiência e os jesuítas do Colégio Romano organizaram um dia de atividades em homenagem às suas descobertas.
Galileu estava encantado: perante uma audiência de cardeais, matemáticos e líderes civis, alguns alunos dos pes. Grienberger[4] e clavius discorreram sobre as descobertas do astrônomo. Tudo parecia favorecê-lo. Quando, em 1612, publicou o seu História e demonstrações em torno das manchas solares e dos seus acidentes, em que pela primeira vez aderia publicamente ao sistema copernicano, uma das muitas e entusiásticas cartas de congratulação que recebeu veio de ninguém menos que o cardeal Malfeo Barberini, futuro papa Urbano VIII[5].
A Igreja não fazia objeção ao uso do sistema copernicano como um modelo teórico, como uma hipótese cuja verdade literal não tinha sido comprovada[6], pois efetivamente explicava os fenômenos celestes de maneira mais elegante e precisa que o sistema ptolemaico. Pensava-se que não havia nenhum mal em apresentá-lo e usá-lo como um sistema hipotético.
Galileu, porém, acreditava que o sistema copernicano era literalmente verdadeiro, e não uma simples hipótese que fornecesse previsões precisas, mas não dispunha de evidências adequadas que respaldassem a sua crença. Assim, por exemplo, argumentava que o movimento das marés constituía uma prova do movimento da Terra, argumento que hoje, curiosamente, os cientistas consideram ridículo. Não era capaz responder à objeção dos geocentristas – que vinha de Aristóteles – de que, se a Terra se movia, então deveria ser possível observar uma mudança de paralaxe quando observássemos estrelas, coisa que não acontecia[7]. No entanto, apesar da de provas estritamente cientificas. Galileu insistiu na verdade literal do sistema copernicano e recusou-se a aceitar um compromisso pelo qual o copernicanismo deveria ser ensinado como hipótese até que pudesse apoiar-se em evidências conclusivas. Quando foi mais longe ainda e sugeriu que, pelo contrário, eram os versículos da Sagrada Escritura que deviam ser reinterpretados, passou a ser visto como alguém que usurpara a autoridade dos teólogos.
Jerome Langford, um dos mais judiciosos estudiosos modernos deste assunto, fornece-nos um sumário muito útil da posição de Galileu:
“Galileu estava convencido de possuir a verdade, mas não tinha provas objetivas suficientes para convencer os homens de mente aberta. É uma completa injustiça afirmar, como fazem alguns historiadores, que ninguém ouvia os seus argumentos e que nunca teve uma oportunidade. Os astrônomos jesuítas tinham confirmado as suas descobertas e esperavam ansiosamente por provas ulteriores para poderem abandonar o sistema de Tycho[8] e passarem a apoiar com segurança o copernicanismo. Muitos eclesiásticos influentes acreditavam que Galileu devia estar certo, mas tinham de esperar por mais provas”.
“Como é evidente, não é inteiramente correto pintar Galileu como uma vítima inocente do preconceito e da ignorância do mundo”, acrescenta Langford. “Parte da culpa dos acontecimentos subseqüentes deve ser atribuída ao próprio Galileu, que recusou qualquer ressalva e, sem provas suficientes, fez derivar o debate para o terreno próprio dos teólogos”[9].
Foi, portanto, a insistência de Galileu sobre a verdade literal do copernicanismo que causou a dificuldade, uma vez que, aparentemente, o modelo heliocêntrico parecia contradizer certas passagens da Escritura. A Igreja, sensível às acusações protestantes de que os católicos não faziam muito caso da Bíblia, hesitou em acolher a sugestão de que se pusesse de lado o sentido literal da Escritura – que, às vezes, parecia implicar na ausência de movimento da Terra – para acomodar uma teoria na científica sem provas[10]. Mesmo assim, aqui a Igreja não foi inflexível. Como comentou na época o celebre cardeal Roberto Bearmino,
“Se houvesse uma verdadeira prva de que o Sol é o centro do universo, de que a Terra está no terceiro céu e de que o Sol não gira em torno da Terra, mas a Teira em torno do Sol, então deveríamos agir com grande circunspeção ao explicar passagens da escritura que parecem ensinar o contrário, e admitir que não as havíamos entendido, em vez de declarar como falsa uma opinião que se prova verdadeira Mas eu mesmo não devo acreditar que existam tais provas enquanto não me sejam mostradas”[11].
A abertura de princípio do cardeal Belarmino a novas interpretações da Escritura à luz dos acréscimos feitos ao universo do conhecimento humano não era nada de novo. Santo Alberrto Magno era do mesmo parecer: “Acontece com frequência”, escreveu certa vez, “que surge alguma questão sobre a terra, o céu ou outros elementos deste mundo, a respeito da qual um não-cristão possui conhecimentos derivados dos mais acurados raciocínios ou observações. Neste caso, deve-se evitar cuidadosamente, porque seria muito desonroso e prejudicial para a fé, que um cristão, ao falar dessas matérias de acordo com o que pensa que dizem as Sagradas Escrituras, seja ouvido por um não-crente a dizer tais tolices que esse não-crente – percebendo que o outro está tão afastado da realidade como o leste o está do oeste – quase não conseguisse conter o riso”[12]. Também São Tomás de Aquino advertiu sobre as conseqüências de se querer sustentar uma determinada interpretação da Sagrada Escritura a respeito da qual tivessem surgido sérios motivos para pensar que não era correta:
“Primeiro, é preciso crer que a verdade da Escrilura é inviolável. Segundo, quando há diferentes maneiras de explicar um texto da Escritura, nenhuma das interpretações particulares deve ser sustentada com tanta rigidez que, se argumentos convincentes mostrarem que é falsa, alguém ouse insistir em que, mesmo assim, esse ainda é o sentido correto do texto. Caso contrário, os não-crentes desprezarão a Sagrada Escritura e o caminho da fé se fechará para eles”[13].
Em 1616, depois de ter ensinado pública e insistentemente a teoria copernicana, Galileu foi avisado pelas autoridades da Igreja de que devia parar de sustentá-la como verdade, embora sse livre para apresentá-la como hipótese. Galileu concordou e prosseguiu com os seus trabalhos
Em 1624, fez outra viagem a Roma, onde foi novamente recebido com grande entusiasmo e procurado por influentes cardeais desejosos de discutir com ele questões científicas. O papa Urbano VIII deu-lhe muitos presentes valiosos e emitiu um breve de recomendação ao grão-duque da Toscana em que o reconhecia como um homem “cuja fama brilha no céu e se espalha por todo o mundo”. Comentou com ele, em particular, que a Igreja não linha declarado herético o copernicanismo e que nunca o faria.
No entanto, o Diálogo sobre os dois grandes sistemas do mundo que Galileu publicou em 1632 e fora escrito a pedido do papa, ignorou a instrução de que o copemicanismo devia ser tratado como hipótese e não como verdade estabelecida[14]. Para a sua infelicidade, em 1633 o astrônomo foi declarado suspeito de heresia e proibido de publicar escritos sobre o tema. Continuou a produzir outras obras, aliás ainda melhores e mais importantes, particularmente os seus Discursos e demonstrações matemáticas em torno de duas novas ciências (1635). Mas essa censura insensata manchou por muito tempo a reputação da Igreja.
É importante, porém, não exagerar o que aconteceu. Como explica J. L. Heilbron:
“Os contemporâneos bem informados foram da opinião de que a alusão à heresia no caso de Galileu ou Copérnico não tinha nenhum alcance geral ou teológico. Em 1642, Gassendi observou que a decisão dos cardeais, embora importante para os fiéis, não teve a categoria de um artigo de fé; em 1651, Riccioli afirmou que o heliocentrismo não era uma heresia: em 1675, Mengoli declarou que as interpretações da Escritura só podem obrigar os católicos se forem aprovadas em um concilio geral; e em 1678, Baldigiani acrescentou que não havia ninguém que não soubesse disso”[15].
O certo é que os cientistas católicos, muitos deles jesuítas ou membros de outras Ordens religiosas, continuaram a fazer as suas pesquisas sem nenhum tipo de entraves, cuidando apenas de tratar como hipótese o movimento da terra, como aliás já o tinha recomendado o decreto da Santa Sé de 1616. Um decreto de 1633, pouco posterior ao processo, excluiu das discussões acadêmicas qualquer menção ao movimento da terra; no entanto, cientistas como o pe. Rogério Boscovich continuaram a usar nas suas obras a idéia de uma terra em movimento, por isso os historiadores especulam que se tratava apenas de um reforço da censura original e era “dirigido a Galileu Galilei pessoalmente”, não aos cientistas católicos como um todo[16].
De qualquer modo, a condenação de Galileu, mesmo que enquadrada no seu contexto, tão distante da colocação exagerada e sensacionalista da mídia, criou embaraços à Igreja e deu origem ao mito de que ela seria hostil à ciência”[17].
DEUS “DISPÔS TODAS AS COISAS COM MEDIDA, OUANTIDADE E PESO”
A partir da obra de Pierre Duhem, nos começos do século XX, os historiadores da ciência tendem cada vez mais a destacar o papel crucial da Igreja no desenvolvimento da ciência. Infelizmente, muito pouco desse trabalho acadêmico tem peneirado na consciência popular. Aliás, essas falsas imagens populares não são incomuns: a maior parte das pessoas, por exemplo, ainda acredita que a Revolução Industrial reduziu drasticamente o padrão de vida dos trabalhadores, quando, na realidade, o padrão médio de vida se elevou[18]. Do mesmo modo, o verdadeiro papel da Igreja no desenvolvimento da ciência moderna continua a ser uma espécie de segredo para o público em geral.
O pe. Stanley Jaki é um historiador da ciência – com doutorados em teologia e em física e prêmios internacionais –, cujos profundos conhecimentos ajudaram a dar ao catolicismo e à Escolástica o seu devido valor em relação ao desenvolvimento da ciência ocidental. Muitos dos seus livros anteciparam a provocativa afirmação de que, longe de obstruírem o progresso da ciência, as idéias cristãs contribuíram para torná-lo possível.
Jaki dá grande importância ao fato de que a tradição cristã – desde a sua pré-história no Antigo Testamento e através de toda a Idade Média, como também depois – concebe Deus – e, por extensão, a criação – como uma realidade racional e ordenada. Ao longo de toda a Bíblia, a regularidade dos fenômenos naturais é descrita como reflexo da bondade, beleza e ordem de Deus. Por isso, se Deus “impôs uma ordem às magníficas obras da sua sabedoria”, é unicamente porque Ele existe de eternidade em eternidade (Sir 42, 21). “O mundo, – escreve Jaki, condensando o testemunho do Antigo Testamento – como obra artesanal que é de uma Pessoa sumamente racional, está dotado de ordem e propósito”.
Essa ordem é evidente em tudo o que nos ceica. “A regularidade das criaçõcs, a trajetória infalível das estrelas, a harmonia dos planetas, o movimento das forças da natureza segundo ordenamentos fixos –, tudo isso são resultados do Único em quem se pode confiar incondicionalmente”. É isso mesmo que diz Jeremias quando cita a recorrente fidelidade das colheitas como prova da bondade de Deus, e quando traça o paralelo “entre o amor sem falhas de Yavé e a ordem eterna pela qual estabelece o curso das estrelas e das marés”[19].
Jaki chama a nossa atenção para o livro da Sabedoria (11, 20), onde se diz que Deus dispôs todas as coisas com medida, quantidade e peso[20]. Esse versículo, de acordo com Jaki, apenas deu suporte aos cristãos que defenderam a racionalidade do universo nos fins da Antigüidade, como também incentivou os cristãos que viveram um milênio mais tarde, nos começos da ciência moderna, a investir em pesquisas quantitativas como caminho para entender o universo.
Isto pode parecer tão óbvio que desperte pouco interesse. Mas a idéia de um universo racional e ordenado – enormemente fecunda e na realidade indispensável para o progresso da ciência – escapou a civilizações inteiras. Uma das teses centrais de Jaki é a de que não foi uma coincidência que o nascimento da ciência, como um campo de esforço intelectual permanente, tivesse ocorrido em um meio católico. Certas idéias cristãs fundamentais – sugere ele – foram indispensáveis ao surgimento do pensamento científico. As culturas não-cristãs não possuíam as mesmas ferramentas filosóficas e, pelo contrário, tinham estruturas conceituais que dificultavam o desenvolvimento da ciência.
Em Science and Creation, Jaki examina à luz dessa tese sete grandes culturas – a árabe, a babilônica, a chinesa, a egípcia, a
grega, a hindu e a maia – e conclui que em todas elas a ciência sofreu um “aborto espontâneo”. A razão disso é que, por carecerem da crença
Por sua vez, o animismo, que caracterizou as culturas mais primitivas, impediu o crescimento da ciência por imaginar que as coisas criadas possuíam mente e vontade próprias – uma idéia que impedia de pensar que elas pudessem ter um comportamento ditado por leis, segundo padrões fixos que era possível averiguar.
A doutrina cristã da Encarnação opòe-se firmemente tanto a um como ao outro desses modos de pensar. Cristo é o monogenes – o “unigênito” – Filho de Deus. Se, dentro da visão greco-romana do mundo, “o universo era o monogenes ou o «uni-gênito», emanação de um principio divino que não seria realmente distinto desse mesmo universo”[22], para o cristianismo o divino repousa estritamente em Cristo e na Santíssima Trindade, que transcende o mundo; exclui-se assim qualquer tipo de imanentismo ou panteísmo, e não se impede os cristãos, muito pelo contrário, de enxergarem o universo como um reino de ordem e previsibilidade –, ou seja, em última análise como o domínio próprio da ciência.
Jaki não nega que essas culturas tenham alcançado notáveis feitos tecnológicos, mas mostra que não vemos surgir daí nenhum tipo de pesquisa cientifica formal e sustentável. É por isso que, em outra obra recente sobre este assunto, se pôde afirmar que “as primeiras inovações tecnológicas greco-romanas, do Islã. da China Imperial, sem mencionar as realizações dos tempos pré-históricos, não constituem ciência e podem descritas mais adequadamente como artesanato, savoir-faire, habilidade, tradição, treinamento, técnica, tecnologia, engenharia ou, simplesmente, conhecimento”[23].
A antiga Babilônia é um exemplo ilustrativo. A cosmogonia babilônica era sumamente inadequada ao desenvolvimento da ciência e, mais ainda, chegava a desencorajá-a positivamente. Os babilônios pensavam que a ordem natural era tão fundamentalmente incerta que somente uma cerimônia anual de expiação seria capaz de prevenir o caos cósmico. Aqui temos uma civilização que se destacou pela observação do céu, coligindo dados astronômicos e desenvolvendo os rudimentos da álgebra, mas da qual, pelo seu ambiente espiritual e filosófico, dificilmente se poderia esperar que dirigisse esses dons práticos para o desenvolvimento de alguma coisa que merecesse a sério o nome de ciência”[24]. Por contraste, é significativo que, na criação cristã, tal como é descrita no Gênesis, o caos esteja completamente sujeito à soberania de Deus”[25].
Fatores culturais similares tenderam a inibir a ciência na China. Curiosamente, foi um historiador marxista, Joseph Needham, quem chegou realmente ao fundo desse malogro. Segundo ele, a culpa foi da estrutura religiosa e filosófica em que os pensadores chineses se moviam. Os intelectuais chineses, afirma, eram incapazes de aceitar a idéia de umas leis da natureza. E acrescenta – para nossa surpresa, pois a observação procede de um ideólogo que teria preferido encontrar explicações econômicas ou materialistas – que essa incapacidade resultou de “nunca se ter desenvolvido a concepção de um divino legislador celestial que tivesse imposto ordem à natureza física”.
“Não é que, para os chineses, não houvesse ordem na natureza – prossegue –, mas, mais exatamente, que não havia uma ordem estabelecida por um ser racional e pessoal: por isso, não existia a convicção de que uns seres racionais pessoais fossem capazes de transpor para as suas linguagens terrenas inferiores o divino código de leis decretado antes de todos os tempos. Os taoístas, com efeito, teriam desprezado essa idéia como ingênua demais para a sutileza e complexidade do universo, tal como o intuíam”[26].
Particularmente desafiador é o caso da antiga Grécia, que deu passos enormes na aplicação da razão humana ao estudo de diversas disciplinas. De todas as culturas antigas analisadas por Jaki, os gregos foram os que chegaram mais perto de desenvolver uma ciência de tipo moderno, embora tenham acabado por ficar muito aquém. Os gregos atribuíam um propósito aos agentes imateriais do cosmos material (assim, por exemplo, Aristóteles explicava o movimento circular dos corpos celestes pela “afeição” que os “primeiros motores” de cada esfera celeste – esfera da lua, esfera do sol, etc. – teriam por esse lipo de movimento). Jaki sustenta que, no que diz respeito ao progresso da ciência, coube aos escolásticos da Idade Média levar a cabo uma autêntica despersonalização da natureza.
Grande parte da atenção acadêmica mais recente tem-se concentrado sobre as contribuições dos estudiosos muçulmanos à ciência, particularmente no campo da medicina e no da ótica. É sem dúvida inegável que uma parte importante da história intelectual do Ocidente se deve à difusão por lodo o mundo ocidental, no século XII, de traduções dos clássicos da antiga Grécia (Hipócrates e Aristóteles, sobretudo) feitas por estudiosos árabes. No entanto, a verdade é que essas contribuições dos cientislas muçulmanos se deram apesar do Islã, mais do que por causa dele. Os estudiosos muçulmanos ortodoxos rejeitaram totalmente qualquer concepção do universo que envolvesse leis físicas estáveis, porque a absoluta autonomia de Alá não podia ser cerceada pelas leis naturais[27]. As leis naturais aparentes nao passariam de meros “hábitos”, por assim dizer, de Alá, e poderiam ser modificadas a qualquer momento[28].
O catolicismo admite a possibilidade de milagres e reconhece o papel do sobrenatural, mas a própria idéia de milagre já sugere que se trata de algo incomum; aliás, só faz sentido falar em milagre em contraste com o pano de fundo de um mundo naturalmente ordenado. Mais ainda, a linha principal do pensamento cristão nunca retratou Deus como fundamentalmente arbitrário; pelo contrário, sempre aceitou que a natureza opera de acordo com padrões fixos e inteligíveis.
Isto é o que Santo Anselmo quis dizer quando falou da distinção entre o poder ordenado de Deus (potencia ordinata) e o seu poder absoluto (potentia absoluta). De acordo com ele, uma vez que Deus nos quis revelar algo sobre a sua natureza, sobre a ordem moral e sobre os seus planos de redenção, por isso mesmo obrigou-se a seguir determinado comportamento, e podemos confiar em que se manterá coerente[29]. Por volta dos séculos XIII e XIV, essa distinção tinha criado raízes profundas[30]; é verdade que um Guilherme de Ockham enfatizou a potentia absoluta de Deus em um grau tão elevado que ajudava em nada ao desenvolvimento da ciência, mas, via de regra, o pensamento cristão dava por certa a ordem fundamental do universo.
Foi na realidade São Tomás de Aquino quem encontrou o ponto de equilíbrio entre a liberdade que Deus tem de criar qualquer tipo de universo que deseje e a sua coerência no governo do Universo que efetivamente criou. Como explica Jaki, a visão católica tomista considerava importante saber que universo Deus criou a fim de evitar elucubrações abstratas sobre que universo deveria ter criado. A completa liberdade criadora de Deus significa que o universo não tinha de ser de um certo jeito; ora. é por meio da experiência – ingrediente-chave do método científico – que chegamos a conhecer a natureza do universo que Deus decidiu criar. E podemos chegar a conhecê-lo porque é racional, previsível e inteligível[31].
Esta abordagem evita dois possíveis erros.
Em primeiro lugar, previne contra as especulações sobre o universo físico divorciadas da experiência em que os antigos caíam freqüentemente. Com isso, desfere um golpe extremamente importante contra os argumentos a priori acerca de como o universo “tinha de” ser assim ou assado ou de como “era conveniente” que fosse deste ou daquele jeito. Aristóteles sustentava, por exemplo, que um objeto duas vezes mais pesado que outro cairia duas vezes mais depressa, se ambos fossem lançados da mesma altura. Chegou a essa conclusão por uma simples indução, mas ela não é verdadeira, como qualquer um de nós pode comprovar facilmente. Ainda que o estagirita coligisse muitos dados empíricos ao longo das suas pesquisas, persistiu na crença de que a filosofia natural podia basear-se unicamente no trabalho da razão, desligada da pesquisa estritamente empírica. Para ele, o universo eterno era um universo necessário, e os seus princípios físicos poderiam ser alcançados por meio de um processo intelectual desvinculado da experiência[32].
Em segundo lugar, implica que o universo criado por Deus é inteligível e ordenado, pois, embora Ele tenha em tese o poder de instaurar o caos em um mundo físico sem leis, isso seria incoerente com a ordem e a racionalidade do seu comportamento. Foi precisamente este sentido de racionalidade e previsibilidade do mundo físico o que, em primeiro lugar, deu aos modernos cientistas a confiança filosófica necessária para se dedicarem aos estudos científicos. Como afirmou um estudioso, “foi somente dentro dessa matriz conceitual que a ciência pôde nascer efetivamente e depois crescer de maneira sustentada”[33].
Esta posição, surpreendentemente, encontrou um apoio
O PROBLEMA DO MOMENTO INERCIAL
A tese de Jaki, de que foi a teologia cristã que sustentou a aventura científica no Ocidente, também pode ser aplicada ao modo como os estudiosos ocidentais resolveram importantes questões relativas ao movimento, aos projéteis e ao impulso. Para os antigos gregos, o estado natural de todos os corpos era o repouso. Por isso, o movimento pedia uma explicação, e foi o que Aristóteles tentou fazer. Segundo ele, a terra, a água e o ar – três dos quatro elementos que, conforme se dizia, compunham o mundo terrestre – tendiam naturalmente para o centro da terra. Ouando um objeto que era largado de uma árvore se precipitava no chão, esse movimento devia-se à sua natureza, que o fazia buscar o centro da terra (no que seria impedido, é claro, pelo chão). Quanto ao fogo, tendia por natureza a mover-se para algum ponto acima de nós. ainda que dentro dos limites da região sublimar (isto é, da região “abaixo da lua”)[35].
Aristóteles falava de dois movimentos; o natural e o violento. O exemplo de movimento natural era o das chamas que se elevam e o das pedras que caem, casos em que o objeto em movimento procurava o seu lugar natural de repouso. O exemplo clássico de movimento violento era o dos projéteis, pois contraria a sua tendência natural para o centro da terra. Era particularmente difícil para Aristóteles encontrar uma explicação para o movimento dos projéteis. A sua teoria parecia sugerir que o projétil deveria cair ao chão no instante em que deixasse a mão da pessoa – pois esta é a sua natureza –, e só continuaria a subir se estivesse sendo empurrado por alguma força externa. Incapaz de resolver o impasse, Aristóteles sugeriu que, quando o projétil voava pelo ar, era porque havia no seu percurso uma espécie de vibrações que o empurravam.
Um elemento essencial da transição da física antiga para a moderna foi a introdução do conceito de inércia: a resistência de um objeto a alterar o seu estado de movimento. No século XVIII, Isaac Newton descreveria esse conceito na sua primeira lei do movimento, segundo a qual os corpos em repouso tendem a permanecer em repouso e os corpos em movimento tendem a permanecer
Particularmente importante neste sentido foi o trabalho de Jean Buridan (ca. 1295-1358), sacerdote e professor da Sorbonne no século XIV. Como qualquer católico, Buridan rejeitava a idéia aristotélica de que o universo é eterno por si mesmo; em vez disso, sustentava que o universo fora criado por Deus a partir do nada, em um momento determinado. E se o universo não era eterno, então o movimento celeste, cuja eternidade Aristóteles também havia sustentado, tinha que ser concebido de outra maneira. Em outras palavras, se os planetas tinham começado a existir em um dado momento do tempo, então o movimento planetário também linha de ter começado em um dado momenlo do tempo.
O que Buridan procurou descobrir foi de que modo os corpos celestes, uma vez criados, puderam começar a mover-se e permanecer em movimento na ausência de uma força que os continuasse a propelir. A sua resposta foi que Deus, após ter criado os corpos celestes, lhes havia conferido o movimento, e que esse movimento nunca se havia dissipado porque os corpos celestes, movendo-se no espaço exterior, não encontravam atrito e, portanto, não sofriam nenhuma força contrária que pudesse diminuir a sua velocidade ou interromper o seu movimento. Aqui estão contidas em germe as idéias de momento físico e de inércia.[36] Embora não tenha chegado a livrar-se inteiramente dos limites da física arístolélica e a sua concepção de momento permanecesse embaraçada em alguns equívocos da Antigüidade, foi um profundo avanço teórico”[37].
É importante ter em mente o contexto teológico e religioso
Os sucessores de Buridan não se destacaram especialmente pelo seu empenho em reconhecer as suas dívidas intelectuais. Isaac Newton, por exemplo, quando já mais velho dedicou um tempo considerável a apagar o nome de Descartes dos seus cadernos de notas. Do mesmo modo, Descartes não revelou a dívida para com a teoria medieval do momento física, essencial para as suas teorias[40]. Copérnico menciona a teoria do momento na sua obra, mas também não cita as fontes: é bastan provável que a tenha aprendido na Universidade de Cracóvia, onde facilmente podia obter cópias manuscritas dos comentários de Buridan e do seu continuador Nicolau de Oresme[41].
Seja como for, essa percepção decisiva, resultado direto da fé católica de Buridan, teve um profundo efeito sobre a ciência ocidental e culminou na primeira lei de Newton. “Na medida em que a ciência é um estudo quantitativo dos objetos em movimento, e a primeira lei de Newton foi a base de inúmeras outras leis – conclui Jaki –, podemos sem dúvida falar de uma origem fundamentalmente medieval da ciência moderna”[42].
Outro aspecto importante é que o conceito de momento inercial de Buridan era uma tentativa de descrever o movimento, tanto na terra como nos céus, por meio de um sistema mecânico único[43]. Desde a Antigüidade, tinha-se por certo que as leis que governam o movimento celeste eram fundamentalmente diferentes daquelas que governam o movimento terrestre. As culturas não-ocidentais, que tendiam para o panteísmo ou encaravam os corpos celestes como algo de certo modo divino, também pressupunham que os movimentos desses corpos celestes deviam ser explicados de maneira diferente do movimento terrestre. Foi somente com Newton que se demonstrou finalmente que um conjunto simples de leis podia explicar todo o movimento do universo, tanto terrestre como celeste. Mas Buridan já havia pavimentado a estrada.
A ESCOLA CATEDRAL DE CHARTRES
A escola da catedral de Chartres, uma instituição de ensino que alcançou a sua plena maturidade no século XII, representa outro capítulo importante na história intelectual do Ocidente e na história da ciência ocidental.
Desde o século VIII, a Igreja empenhava-se em que toda a catedral tivesse anexa uma escola de ensino médio. Criada dentro dessa preocupação, a escola de Chartres deu passos importantes para a excelência no século XI, sob a direção de Fulberto (?-1028), que havia sido aluno de Gerberto de Aurillac, o futuro papa Silvestre II, brilhante luminária de fins do século X. Quase todos os que contribuíram substancialmente para o desenvolvimento da ciência nesse período estiveram, em um momento ou em outro, associados ou influenciados por Chartres[44].
Pelo seu próprio exemplo, Fulberto transmitia um espírito de curiosidade intelectual e versatilidade. Estava familiarizado com os mais recentes progressos em lógica, matemática e astronomia, e mantinha contacto com o ensino dos muçulmanos da Espanha. Além de ser um médico competente, também compôs vários hinos. Era um fino exemplo de enudito católico: qualquer pensamento de menosprezo pelas ciências seculares ou pelas obras dos antigos pagãos estava muito longe da sua mentalidade.
Podem-se captar na fachada oeste da catedral de Chartres alguns traços da orientação da sua Escola: ali se vêem personificadas em esculturas as sete tradicionais artes liberais, cada uma delas representada por um antigo mestre: Aristóteles, Boécio, Cícero, Donato (ou talvez Prisciano), Euclides, Ptolomeu e Pilágoras[45]. A construção dessa fachada foi supervisionada, na década de 1140, por Tlueny de Chartres (†1050?), que era o chanceler da escola naquela época. Homem profundamente dedicado ao estudo das artes liberais, Thierry converteu Chartres na mais procurada escola dessas veneráveis disciplinas.
As suas convicções religiosas enchiam-no de zelo pelas artes liberais. Para ele, assim como para a grande maioria dos intelectuais da Idade Média, as disciplinas do quadrivium – aritmética, geometria, música e astronomia – convidavam os estudantes a contemplar os padrões segundo os quais Deus ordenou o mundo e a apreciar a bela arte da obra divina. E o trivium – gramática, retórica e lógica – permitia que as pessoas exprimissem de modo convincente e inteligível essa ação da sabedoria divina. Por último, no dizer de um estudioso moderno, as artes liberais “revelaram ao homem o seu lugar no universo e ensinaram-no a apreciar a beleza do mundo criado”[46].
Uma das características centrais da filosofia natural do século XII é, como vimos, que encarava a natureza como algo autônomo, que opera de acordo com leis fixas e discerníveis pela razão; e talvez tenha sido nisto que Chartres deu a sua contribuição mais significativa: os que participavam dessa escola estavam ansiosos por desenvolver explicações baseadas em causas naturais[47]. Segundo Adelardo de Bath (cerca de 1080-1142), um estudante de Chartres. “é pela razão que somos homens. Assim, se virássemos as costas para a surpreendente beleza racional do Universo em que vivemos, mereceríamos sem dúvida ser expulsos dele, como um hóspede que se comporta mal na casa em que foi recebido”[48]. E conclui: “Não pretendo tirar nada de Deus, porque tudo o que existe provém dEle […]. Mas devemos dar ouvidos aos verdadeiros horizontes do conhecimento humano, para só explicar as coisas por meio de Deus depois que o conhecimento racional tiver fracassado”[49].
Guilherme de Conques (cerca de 1090-após 1154) concordava com ele: “Não considero que haja nada à margem de Deus – escreve –. Ele é o autor de todas as coisas, excetuado o mal. Mas a natureza da qual dotou as suas criaturas leva a cabo todo um plano de operações, e essas também se dirigem à sua glória, já que foi Ele quem criou essa mesma natureza”[50]. O que significa dizer que a estrutura da natureza que Deus criou basta normalmente para justificar os fenômenos que observamos, sem necessidade de recorrer a explicações sobrenaturais. Guilherme olhava com escárnio e desdém todos aqueles que menosprezassem a pesquisa científica:
“Como eles próprios ignoram as forças naturais e desejam ter todos os homens por companheiros da sua ignorância, não querem que ninguém as investigue, mas preferem que acreditemos como se fôssemos camponeses, e não perguntemos pelas causas [naturais] das coisas. Nós, pelo contrário, afirmamos que se deve procurar a causa de todas as coisas […). Essas pessoas, porém. […) se têm noticia de alguém que pesquise, proclamam-no herege”[51].
Naturalmente, posições como essas levantavam suspeitas: poderiam esses filósofos católicos manter o seu compromisso de pesquisar a natureza em termos de causas secundárias e como realidade racional por essência, sem eliminar completamente o sobrenatural e o miraculoso? No entanto, o que esses pensadores fizeram foi precisamente manter a harmonia entre os dois aspectos.
Rejeitaram a idéia de que a investigação racional das causas poderia supor uma afronta a Deus ou que eqüivaleria a subordinar a ação divina aos limites das leis naturais que fossem descobertas. Esses pensadores reconheciam que, de acordo com a perspectiva acima descrita, Deus podia certamente ter criado qualquer espécie de universo que desejasse; mas ao mesmo tempo afirmavam que, tendo criado este em concreto, permitiu que operasse de acordo com a sua natureza e, normalmente, não interferiria na sua estrutura básica[52].
Na sua discussão sobre a descrição bíblica da criação, Thierry de Chartres não admitia nenhuma proposição que implicasse que os corpos celestes tivessem algo de divino ou fossem compostos de uma matéria imperecível, não sujeita às leis terrestres, ou ainda que o universo fosse em si mesmo um grande organismo. Pelo contrário, explicou que todas as coisas “têm a Deus como criador, porque todas estão sujeitas a mudanças e podam perecer”. Descreveu as estrelas e o firmamento como compostos de água e ar, mais do que de uma substância semi-divina cujo comportamento devesse ser explicado segundo princípios fundamentalmente diferentes dos que governam as coisas da terra[53]. Essa concepção foi crucial para o desenvolvimento da ciência.
Thomas Goldsltein, um historiador moderno da ciência, descreve a importância fundamental da Escola de Chartres:
“Formularam as premissas filosóficas: deliniram o conceito básico do cosmos a partir do qual viriam a desenvolver-se todas as ciências particulares posteriores; reconstruíram sistematicamente o conhecimento científico do passado e lançaram assim uma sólida base tradicional para a futura evolução da ciência ocidental. Cada um desses passos parece tão crucial que. tomados em conjunto, só podem significar uma coisa: que, em um período de quinze ou vinte anos, por volta de meados do século XII, um punhado de homens empenhou-se conscienciosamente em lançar as bases do progresso da ciência ocidental e deu todos os principais passos necessários para atingi-lo”[54].
Goldstein prognostica que, no futuro “Thierry será provavelmente reconhecido como um dos verdadeiros fundadores da ciência ocidental”[55].
O século em que a escola de Chartres mais se distinguiu foi uma época de grande animação intelectual. À medida que os conquistadores muçulmanos começaram a recuar na Espanha e foram derrotados na Sicília, importantes centros de ensino árabes caíram nas mãos dos cristãos. Muitos textos gregos inacessíveis durante séculos aos europeus, e que tinham sido vertidos para o árabe na esteira das conquistas muçulmanas da Síria e de Alexandria no Egito, foram agora recuperados e traduzidos para o latim. Na Itália, graças às relações com Bizâncio estabelecidas pelas Cruzadas, já se podiam fazer traduções latinas diretamente do original grego. Pois bem, entre essas obras recuperadas estavam os livros-chave da física de Aristóteles, incluindo a Física, o Do céu e do mundo e o Da geração e da corrupção.
Esses textos vieram a mostrar que havia sérias contradições entre as verdades da fé e o melhor da filosofia antiga. Aristóteles tinha proposto um universo eterno, ao passo que a Igreja ensinava que Deus havia criado o mundo em um momento determinado do tempo. Além disso, a Criação dera-se a partir do nada, ao passo que Aristóteles negava a possibilidade do vácuo; e isso eqüivalia a negar – como aqueles católicos do século XIII perceberam claramente – o poder criador de Deus, porque nada poda ser impossível a um Deus onipotente. E havia ainda outras afirmações problemáticas no corpus aristotélico que precisariam ser enfrentadas.
Um grupo de estudiosos conhecidos como “averroístas latinos” – Averroes fora um dos mais famosos e respeitados comentadores muçulmanos de Aristóteles – abordou a questão segundo uma ótica que tem sido freqüentemente descrita, de modo impreciso, como a doutrina da dupla verdade: uma afirmação falsa em teologia podia ser verdadeira em filosofia, e vice-versa. Assim, as afirmações contraditórias que mencionamos (eternidade do mundo x Criação, vácuo x Criação do nada) poderiam ser ambas verdadeiras, conforme fossem consideradas do pomo de vista da religião ou da filosofia.
Na verdade, porém, o que eles ensinavam era mais sutil. Acreditavam que as afirmações de Aristóteles, como a da eternidade do mundo, eram o resultado indiscutível de um raciocínio correto, e que não se podia encontrar nenhuma falha no processo lógico que conduzia a elas. Argumentavam que, como filósofos, tinham de seguir os ditames da razão aonde quer que estes os conduzissem; mas, se as conclusões a que chegassem contradissessem a revelação, então não podiam de modo algum ser tomadas como verdadeiras em sentido absoluto. Afinal, o que era a débil razão humana em contraposição à onipotência de Deus, que a transcendia?[56]
Essa solução pareceu tão instável e cheia de dificuldades aos “conservadores” daquela época como nos parece a nós, e isso afastou completamente alguns pensadores católicos da filosofia. São Tomás de Aquino, que tinha um profundo respeito por Aristóteles, temia que a reação conservadora aos erros dos averroístas pudesse levar a um completo abandono do “Filósofo” (como ele se referia a Aristóteles). Na sua famosa síntese, demonstrou que a fé e a razão são complementares e não se podem contradizer; qualquer contradição aparente que se observasse era sinal de que havia erros na compreensão ou da religião ou da filosofia.
No entanto, nem a genialidade de São Tomás dissipou completamente as apreensões que os novos textos e as respostas dadas por alguns estudiosos suscitavam. E foi nesse contexto que, pouco depois da morte de São Tomás, o bispo de Paris editou uma série de 219 proposições condenadas – conhecidas historicamente como as Condenações de 1277 – que os professores da Universidade de Paris foram proibidos de ensinar; eram afirmações de Aristóteles ou, em alguns casos, conclusões que se podiam tirar dos seus ensinamentos, inconciliáveis com a visão católica de Deus e do mundo. Embora essas condenações se aplicassem somente a Paris, a sua influência chegou a ser sentida na longínqua Oxford. O papa não desempenhou qualquer papel nessas condenações; limitou-se simplesmente a pedir que se investigassem as causas de toda a agitação intelectual que vinha envolvendo os mestres de Paris (um estudioso afirma que “a aprovação pontifícia às ações do bispo de Paris foi menos que entusiástica”[57]).
Mas esse documento de 1277 também teve um efeito positivo no desenvolvimento da ciência: Pierre Duhem, um dos grandes historiadores da ciência do século XX, foi ao ponto de sustentar que representou o começo da ciência moderna. O que ele e outros estudiosos mais recentes como A.C. Crombie e Edward Grani dão a entender é que as Condenações forçaram os pensadores a sair do confinamento intelectual que os pressupostos arislolélicos lhes tinham imposto e a pensar o mundo físico em moldes novos. Embora os estudiosos discordem sobre a influência do documento, todos concordam em que forçou os pensadores a emancipar-se das restrições da ciência aristotélica e a considerar possibilidades que o grande filósofo nunca imaginara[58].
Vejamos um exemplo. Se Aristóteles negava, como vimos, a possibilidade do vácuo, e os pensadores da Idade Média o seguiam habilualmente nesse ponto, depois das Condenações passou-se a exigir que os estudiosos admitissem que Deus todo-poderoso podia realmente criar o vácuo. Isso abriu novas e entusiasmantes possibilidades científicas. Por certo, alguns estudiosos que até entáo pareciam admitir a possibilidade do vácuo de um modo meramente formal – isto é, ainda que certamente admitissem que Deus fosse todo-poderoso e, portanto, podia criar um vácuo, geralmente estavam persuadidos de que na realidade não o fizera – agora mostravam-se intrigados e envolveram-se em um importante debate científico. Deste modo, as Condenações, segundo o historiador da ciência Richard Dales, “parecem ter promovido definitivamente um modo mais livre e imaginativo de fazer ciência”[59].
Isso ficou muito claro no caso de outra condenação, concretamente da proposição aristolélica de que “os movimentos do céu resultam de uma alma inielectiva”[60]. A condenação dessa afirmação foi de grande importância, uma vez que negou que os corpos celestes possuíssem alma e fossem de alguma maneira seres vivos – uma crença cosmológica que prevalecia desde a Antigüidade. Embora possamos encontrar Padres da Igreja que condenavam essa idéia como incompatível com a fé, a grande maioria dos pensadores cristãos tinha-a adoiado e concebia as esferas planetárias como propelidas por substâncias intelectuais de algum tipo.
Essa condenação catalisou novas abordagens sobre a questão central do comportamento dos corpos celestes. Jean Buridan, seguindo as pegadas de Roberto Grosseteste, argumentou que era notável a ausência de evidências escriturísticas a respeito de tais inteligências e Nicolau de Oresme avançou ainda mais no combate a essa idéia[61].
Já na época patrística, o pensamento cristão – ainda que, normalmente, apenas pelas suas implicações – deu inicio à des-animação da natureza, isto é, à remoção da idéia de que os corpos celestes pudessem, por si mesmos, estar vivos e dotados de inteligência, ou que não pudessem funcionar sem algum tipo de agente espiritual. Existem afirmações dispersas nesse sentido em escritos de santos como Agostinho, Basílio, Gregório de Nisa, Jerônimo e João Damasceno. Mas foi mais tarde, quando os estudiosos começaram a aplicar-se de modo mais deliberado e consistente ao estudo da natureza, que surgiram pensadores que concebiam conscienciosamenle o universo como uma entidade mecânica e, por extensão, inteligível às indagações da mente humana[62]. Escreve Dales: “Durante o século XII, na Europa latina, os aspectos do pensamento judeu-cristão que enfatizavam a idéia da criação a partir do nada e a distância entre Deus e o mundo tiveram o efeito de eliminar […] todos os entes semi-divinos do reino da natureza”[63]. E, segundo Stanley Jaki, “a natureza teve que ser des-animizada” para que a ciência pudesse nascer[64].
Muito depois de as próprias Condenações já terem sido esquecidas, durante todo o século XVII e o princípio da Revolução Científica, a discussão provocada por essas afirmações anti-aristotélicas continuou a influenciar a história intelectual européia[65].
O SACERDOTE CIENTISTA
É relativamente simples mostrar que a grande maioria dos cientistas, como Louis Pasteur, foi católica. No entanto, muito mais revelador é o número surpreendente de figuras da Igreja, especialmente de sacerdotes, cuja obra científica foi muito extensa e significativa. A insaciável curiosidade desses homens acerca do universo criado por Deus e a sua dedicação à pesquisa científica revelam – mais do que poderia fazê-lo uma simples discussão teórica – que o relacionamenio entre a Igreja e a ciência foi de amizade mais do que de antagonismo desconfiança.
Merecem ser mencionadas diversas figuras importantes século XIII. Roger Bacon, um franciscano que lecionava Oxford, foi admirado pelo seu trabalho no campo da matemática e da ótica, e é considerado um precursor do moderno método científico. Bacon escreveu sobre filosofia da ciência e fatizou a importância da observação e dos ensaios. No seu Opus maius, observou: “Sem experimentos, nada pode ser adequadamente conhecido. Um argumento prova teoricamente, mas não dá a certeza necessária para remover toda a dúvida; nem a mente repousará na visão clara da verdade se não a contrar pela via do experimento”. Do mesmo modo, no seu Opus tertium, adverte que “o argumento mais forte não prova nada enquanto as conclusões não forem verificadas pela experiência”[66].
Santo Alberto Magno (1200-1280) foi educado em Pádua e depois ingressou na ordem dominicana. Lecionou em vários mosteiros antes de assumir uma cátedra na Universidade de Paris, em 1241, onde viria a ter entre os seus alunos ilustres ninguém menos do que São Tomás de Aquino. “Perito em todos os ramos da ciência”, diz o Dictionary of Scientific Biography, “foi um dos mais famosos precursores da ciência moderna na Idade Média”. Canonizado pelo papa Pio XI em 1931, Pio XII nomeou-o, dez anos depois, patrono de todos os que cultivam as ciências naturais[67].
Renomado naturalista, Alberto Magno registrou uma enorme quantidade de coisas sobre o mundo que o cercava. As suas obras, de uma prodigiosa vastidão, abrangiam física, lógica, metafísica, biologia, psicologia e várias outras ciências profanas. Tal como Roger Bacon, sublinhava a importância da observação direta para a aquisição do conhecimento sobre mundo físico.
Roberto Grosseteste (1168-1253), que foi chanceler de Oxford e bispo de Lincoln, a maior diocese da Inglaterra, partilhou dessa enorme gama de interesses de estudo e de conquistas que caracterizou Roger Bacon e Santo Alberto Magno. Tinha sido influenciado pela escola de Chartres, particularmente por Thierry”[69]. Considerado um dos homens mais cultos da Idade Média, é conhecido como o primeiro homem a deixar por escrito o conjunto completo dos passos que se devem dar para realizar uma experiência científica.
Mas há outros nomes no campo da ciência que, apesar de nunca terem sido tirados da obscuridade, merecem ser mencionados. O pe. Nicolau Steno (1638-1686), por exemplo, um luterano que se converteu ao catolicismo e veio a tornar-se sacerdote, foi quem “estabeleceu a maior parte dos princípios da geologia moderna” e chegou a ser chamado o “pai da estratigrafia” (a ciência dos estratos ou camadas da terra)[70]. Nascido na Dinamarca, viveu e viajou por toda a Europa e exerceu a medicina por algum tempo na corte do grão-duque da Toscana. Gozava de excelente reputação e realizou um trabalho criativo em medicina, mas foi no estudo dos fósseis e da estratigrafia que alcançou renome científico.
O seu trabalho iniciou-se em um contexto inusitado: a dissecção da cabeça de um enorme tubarão que pesava o 1270 quilos e foi encontrado por um barco de pesca em 1666. Steno, que era conhecido pela sua grande como dissecador, foi chamado para realizar a dissecção.
Para os nossos propósitos, é suficiente concentrarmo-nos no fascínio que despertaram em Steno os dentes do tubarão. Apresentavam uma estranha semelhança com as assim chamadas línguas de pedra, ou glossopetrae, cujas origens estavam envolvidas em mistério desde os tempos antigos: dizia-se que essas pedras, que os malteses extraíam da terra, possuían poderes curativos. Tinham-se proposto incontáveis teorias para explicá-las, e no século XVI Guillaume Rondelet sugeriu que podia tratar-se de dentes de tubarão, mas poucos se impressionaram com a idéia: agora, Steno tinha a oportunidade de comparar os dois objetos e estabelecer claramente a semelhança.
Foi um momento significativo na história da ciência, porque apontava para um tema muito maior e mais importante que os dentes de tubarão e as pedras misteriosas: a presença de conchas e fósseis marinhos, engastados em rochas distantes do mar. A questão das glossopetrae – agora qua com certeza dentes de tubarão – suscitou o problema mais amplo da origem dos fósseis em geral e de como tinham chegado ao estado em que se encontravam. Por que essas coisas eram encontradas dentro de rochas? Ter-se-iam formado por geração espontânea? Essa era uma das numerosas explicações que se tinham proposto no passado.
Steno considerou cientificamente duvidosas essa e outras explicações, além de ofensivas à sua idéia de Deus, que agiria de um modo tão aleatório e despropositado. Lançou-se então a estudar a questão, dedicando os dois anos seguintes a escrever e compilar aquilo que viria a ser a sua influente obra De solido intra solidam naturatiter contento disseriationis prodromus (“Discurso preliminar a uma dissertação sobre um corpo sólido naturalmente contido dentro de outro sólido”).
Não era uma tarefa fácil, pois exigia desbravar um território desconhecido. Não existia uma ciência da geologia à qual Steno pudesse recorrer em busca de uma metodologia ou de princípios fundamentais. No entanto, foi adiante com ousadia e lançou uma idéia nova e revolucionária: tinha a certeza de que as rochas, os fósseis e os estratos geológicos contavam uma história sobre a história da terra e os estudos geológicos podiam iluminar essa história[71]. “Steno – escreveu o seu biógrafo mais recente – foi o primeiro a afirmar que a história do mundo podia ser reconstituída a partir das rochas, e assumiu pessoalmente a tarefa de deslindá-la”[72].
“Em úllima análise, o feito de Steno no De solido não consistiu apenas em propor uma nova e correta teoria sobre os fósseis. Como ele próprio disse, houve escritores que, mais de mil anos antes, tinham dito essencialmente a mesma coisa. Tampouco ocorria que ele estivesse simplesmente apresentando uma nova e correta interpretação dos estratos de rocha. O que fez foi traçar um plano para uma abordagem científica totalmente nova da natureza, ampliando as fronteiras do tempo. Como ele próprio escreveu, «da conclusão definida que tiramos do que é observável podemos extrair conclusões sobre o que é imperceptível». Do mundo atual podemos deduzir mundos que já desapareceram”[73].
Com o passar dos anos, o pe. Steno viria a ser tomado como modelo de santidade e de sabedoria. Em 1722, o seu sobrinho-neto Jacob Winslow escreveu a sua biografia, que apareceu em um livro chamado Vidas de santos para cada dia do ano, na secção dedicada a prováveis futuros santos. Winslow, um convertido do luteranismo ao catolicismo, atribuiu a sua conversão à intercessão do pe. Steno. Em 1938, um grupo de admiradores dinamarqueses procurou o papa Pio XI para pedir-lhe que o declarasse santo. Cinqüenta anos mais tarde, o papa João Paulo II beatificou-o, louvando a sua santidade e a sua ciência.
CONQUISTAS CIENTÍFICAS DOS JESUÍTAS
Era na Companhia de Jesus, a sociedade sacerdolal fundada no século XVI por Inácio de Loyola, que se encontrava o maior número de sacerdotes católicos interessados nas ciências. Um historiador recente descreve o que os jesuítas realizaram por volta do século XVIII:
“Contribuíram para o desenvolvimento dos relógios de pêndulo, dos pantógrafos, dos barômetros, dos telescópios refletores e dos microscópios, e trabalharam em campos científicos tão variados como o magnetismo, a ótica e a eletricidade. Observaram, em muitos casos antes de qualquer outro cientista, as faixas coloridas na superfície de Júpiter, a nebulosa de Andrômeda e os anéis de Saturno. Teorizaram acerca da circulação do sangue (independentemente de Harvey), sobre a possibilidade teórica de voar, sobre a maneira como a lua influi nas marés e sobre a natureza ondulatória da luz. Mapas estelares do hemisfério sul, lógica simbólica, medidas de controle de enchentes nos rios Pó e Adige, introdução dos sinais mais e menos na matemática italiana – tudo isso foram realizações jesuílicas, e cientistas influentes como Fermat, Huygens, Leibnitz e Newton não eram os únicos a ter jesuítas entre os seus correspondentes mais apreciados”[74].
Da mesma forma, um estudioso da primitiva ciência da eletricidade considerou a Companhia de Jesus como a fonte “mais importante de contribuições para a física experimental do século XVII”[75]. “Tal elogio – escreve outro – só se reforça quando se estuda detalhadamente a história de outras ciências, tais como a ótica, em que praticamente todos os tratados importantes da época foram escritos por jesuítas”[76]. Vários dos grandes cientistas jesuítas também realizaram a tarefa enormemente valiosa de recolher os seus dados em enormes enciclopédias, que desempenharam um papel crucial na difusão da pesquisa através da comunidade acadêmica. “Se a colaboração entre cientistas foi um dos frutos da Revolução Científica – diz o historiador William Ashworth –, os jesuítas merecem grande parte do crédito”[77].
Os jesuítas tiveram também muitos matemáticos extraordinários, que deram numerosas contribuições importantes para essa disciplina. Quando Charles Bossut, um dos primeiros historiadores da matemática, compilou uma lista dos matemáticos mais eminentes de
Foram eles também os primeiros a introduzir a ciência ocidental em lugares tão distantes como a China e a Índia. No século XVII, introduziram particularmente na China um enorme conjunto de conhecimentos cieniíficos e um vasto arsenal de instrumentos mentais para compreender o universo físico, incluída a geometria euclidiana, que tornou compreensível o movimento dos planetas. De acordo com um especialista, os jesuítas na China:
“Chegaram em uma época em que a ciência em geral, a matemática e a astronomia em particular, tinham ali nível muilo baixo, se comparadas com o nascimento da moderna ciência na Europa. Fizeram esforços enormes para traduzir as obras ocidentais de matemática e de astronomia para o chinês e despertaram o interesse dos estudiosos chineses por essas ciências. Fizeram extensas observações astronômicas e levaram a cabo o primeiro trabalho cartográfico moderno na China. Também aprenderam a apreciar as conquistas científicas dessa antiqüíssima cultura e difundiram-nas na Europa. E foi graças à sua correspondência que os cientistas europeus tiveram notícia, pela primeira vez, da ciência e da cultura chinesas”[80].
As contribuições dos jesuítas para o conhecimento científico e a infra-estrutura de outras nações menos desenvolvidas não se limitou à Ásia, mas estendeu-se à África e às Américas Central e do Sul. A partir do século XIX, os jesuítas montaram nesses continentes observatórios destinados a estudos de astronomia, geomagnetismo, meteorologia, sismografia e física solar. Esses observatórios introduzirom nesses lugares a medição acurada do tempo, permitiram fazer previsões climáticas (particularmente importantes no caso de furacões e tufões) e avaliar o risco de terremotos, e forneceram os primeiros dados cartográficos[81]. Nas Américas Central e do Sul, os religiosos trabalharam principalmente em meteorologia e sismologia. lançando os fundamentos dessas disciplinas nesses lugares[82]. A eles se deve o desenvolvimento científico de muitos desses países, do Equador até o Líbano ou as Filipinas.
Muitos jesuítas distinguiram-se individualmente nas ciências ao longo dos anos. O pe. Giambattista Ricciolli (1598-1671), por exemplo, destacou-se por um número enorme de realizações, entre as quais o fato pouco conhecido de ter sido a primeira pessoa a determinar a taxa de aceleração de um corpo em queda livre. Foi também um astrônomo ilustre: por iniciativa sua. elaborou-se por volta de 1640 uma enorme enciclopédia dessa ciência, que veio a ser editada, graças ao apoio do pe. Athanasius Kircher, em 1651: intitulou-se Almagestum novum, e foi “o resultado e o depósito de um aprendizado vigoroso e devotado”. Tratou-se, verdadeiramente, de uma realização impressionante: por muitos anos, “nenhum astrônomo sério pode dar-se ao luxo de ignorar o Almagestum novum”, escreve um estudioso moderno[83]. Quarenta anos mais tarde, por exemplo, John Flamsteed, Astrônomo Real da Inglaterra, bascou-se nele nas suas famosas conferências sobre astronomia[84].
Além do enorme volume de informações que contém, o Almagestum também é testemunha do empenho com que os jesuítas se afastaram das idéias astronômicas de Aristóteles. Sustentavam abertamente que a Lua era feita do mesmo material que a Terra, e prestaram homenagem aos astrônomos – alguns deles protestantes – cujas concepções divergiam do modelo geocêntrico tradicional[85].
Os estudiosos têm ressaltado a agudeza com que os jesuítas perceberam a importância que tem a precisão nas pesqusas experimentais, e Ricciolli personifica esse empenho. Com a finalidade de desenvolver um pêndulo que tivesse precisão de um segundo, conseguiu repetidamente convencer nove confrades a contar cerca de 87.000 oscilações ao longo de um dia inteiro; e foi graças a esse pêndulo que conseguiu calcular a constante da gravidade[86].
O pe. Francesco Maria Grimaldi (1618-1663), seu assistente nessas pesquisas, também inscreveu o nome na história ciência. Riccioli, continuamente surpreendido com a hábilidade do seu confrade para confeccionar e depois utilizar uma grande variedade de instrumentos de observação, insistiu com os superiores em que era absolutamente essencial poder contar com ele para rematar o Almagestum novum. “Assim, apesar da minha indignidade – recordaria ele mais tarde –, a Divina Providência deu-me um colaborador sem o qual nunca teria podido concluir os meus trabalhos [experimentais]”[87]. Foi Grimaldi quem mediu a altitude de diversas montanhas lunares bem como a altura das nuvens terrenas; além disso, ele e Riccioli produziram um diagrama selenográfico (diagrama detalhado que representa a superfície lunar) notavelmente preciso, que hoje adorna a entrada do National Air and Space Museum, em Washington DC[88].
Mas o lugar do pe. Grimaldi na ciência já havia sido assegurado anteriormente pela sua descoberta da difração da luz; mais ainda, por ter dado a esse fenômeno o nome de “difração”. (Newton, que veio a interessar-se pela ótica em conseqüência do trabalho do jesuíta, denominou-o “inflexão”, mas foi o termo de Grimaldi que prevaleceu)[89]. Em uma série de experiências, demonstrou que a trajetória observada da luz não se concilia com a idéia de que ela se move em linha reta[90]; ou seja, em determinadas condições a luz “faz uma curva”, sofre uma difração. Essa descoberta foi fundamental para que os futuros cientistas, ansiosos por chegarem à explicação desse fenômeno, formulassem a teoria de que a luz é uma onda”[91].
Um dos maiores cientistas jesuítas foi o pe. Rogério (Rudjer) Boscovich (1711-1787), a quem Sir Harold Hartley, membro da prestigiosa Royal Society no século passado, chamou “uma maiores figuras intelectuais de todos os tempos”[92]. Homem genuinamente polifacélico, era versado em teoria atômica, ótica, matemática e astronomia, e foi convidado a lecionar em diversas sociedades e academias científicas de toda a Europa. Demonstrou ser também um exímio poeta, compondo versos em latim sob os auspícios da prestigiosa Accademia degli Arcadi, de Roma. Não é de admirar que tenha sido chamado “o maior gênio que a Iugoslávia jamais produziu”[93].
A enorme genialidade do pe. Boscovich evidenciou-se imediatamente durante o tempo em que estudou no Colégio Romano, o mais conhecido e prestigioso colégio dos jesuítas. Depois de concluir os estudos ordinários, foi nomeado professor de matemática no mesmo Colégio. Já nesse período inicial da carreira, prévio à sua ordenaçáo como sacerdote (1744), foi notavelmente prolífico, tendo publicado oito dissertações científicas antes de ser indicado como professor, e mais catorze depois. Incluem-se entre elas As manchas solares (1736), O trânsito de Mercúrio (1737), A Aurora Boreal (1738), A aplicação do telescópio aos estudos astronômicos (1739), Os movimentos dos corpos celestes em um meio sem resistência (1740), Os diversos efeitos da gravidade em vários pontos da terra (1741) – que preparou o trabalho sobre geodésia que viria a fazer – e A aberração das estrelas fixas (1742)[94].
Não podia demorar que um homem do seu talento se tornasse conhecido
Em 1742, preocupado com o aparecimento de rachaduras na cúpula da Basílica de São Pedro que prognosticavam um possível colapso, Bento XIV recorreu à perícia técnica do pe. Boscovich. Este recomendou-lhe que se circundasse a cúpula com cinco anéis de aço. O relatório em que estudava teoricamente o problema e chegava a essa recomendação prática ganhou “a reputação de um pequeno clássico em estabilidade estrutural na arquitetura”[96].
Foi também Boscovich quem desenvolveu o primeiro método geométrico para calcular a órbita dos planetas com base em apenas três observações das suas posições. Além disso, a sua Teoria da Filosofia Natural, publicada originalmente em 1758, atraiu admiradores desde a sua época até os dias de hoje, pela sua ambiciosa tentativa de entender a estrutura do universo com base em uma idéia única[97]. Segundo um admirador moderno, foi ele quem “deu uma expressão clássica a uma das idéias cientificas mais poderosas que já foram concebidas, e que nunca foi superada, quer pela originalidade dos fundamentos, quer pela clareza de expressão e precisão na sua concepção de estrutura; daí a sua imensa influência”[98].
Essa influência foi realmente imensa: os maiores cientistas europeus, particularmente na Inglaterra, elogiaram repetidamente a Teoria e dedicaram-lhe grande atenção ao longo do século XIX, e o interesse por ela reacendeu-se na segunda metade do século XX[99]. Um estudioso moderno afirma que foi Boscovich quem fez “a primeira descrição coerente de atômica”, bem mais de um século antes de ter surgido a atômica moderna[100]. E um historiador da ciência recente chama-o “o verdadeiro criador da física atômica fundamental, como a entendemos”[101]. Acrescenta ainda que a sua contribuição original “antecipou a linha de trabalho e muitas das caraterísticas da física atômica do século XX. E não é apenas este o mérito da Teoria. Porque, também qualitativamente, previu diversos fenômenos físicos que foram sendo observados, tais como a penetrabilidade da matéria por partículas em alta velocidade e a possibilidade de estados da matéria de densidade excepcionalmente alta”[102].
Não é de estranhar, pois, que essa obra tenha sido objeto de muita admiração e elogios por parle de alguns dos grandes cientistas da era moderna. Faraday escreveu em 1844: “Parece que o método mais seguro é pressupor o mínimo possível, e é por isso que acho que os átomos de Boscovich levam grande vantagem sobre as noções mais usuais”. Mendeleev disse de Boscovich que “é considerado o fundador da atomística moderna”. Clerk Maxwell acrescentou, em 1877: “A melhor coisa que podemos fazer é livrarmo-nos do núcleo rígido e substituí-lo por um átomo de Boscovich”. Em 1899, Kelvin comentou que “a representação de Hooke das formas de cristais por pilhas de esferas, a teoria da elasticidade dos sólidos de Navier e Poisson, o trabalho de Maxwell e Clausius em teoria cinética dos gases […], tudo isso são puros e simples desenvolvimentos da teoria de Boscovich”. Embora esse cientista sabidamente mudasse com freqüência de pontos de vista, a sua observação final, em 1905, foi esta: “A minha teoria atual é pura e simplesmente o boscovichianismo”[103]. Em 1958, realizou-se em Belgrado um Simpósio Internacional para comemorar os duzentos anos da publicação da Teoria; os trabalhos apresentados incluíram papers de Niels Bohr e Werner Heisemberg[104].
A vida do pe. Boscovich revela-nos um homem que, permanecendo sempre fiel à Igreja que amava e à Ordem religiosa a que pertencia, tinha uma enorme fome de conhecer e de aprender. Assim o mostra um simples episódio: em 1745, esse cientista passou o verão em Frascati, onde os jesuítas tinham iniciado a construção de uma residência de verão. Durante os trabalhos de escavação, os construtores acharam os restos de uma vila do século II a.C. Isso bastou para que o pe. Boscovich se tornasse um entusiástico arqueólogo, escavando e copiando pessoalmente os pavimentos de mosaico. Estava convencido de que o relógio de sol que encontrou era um dos mencionados pelo antigo arquiteto romano Vitrúvio. E ainda achou tempo para escrever dois ensaios sobre o tema: Sobre uma amiga vila descoberta na crista do Tusculum e Sobre um antigo relógio de sol e alguns outros tesouros encontrados entre as ruínas. As suas descobertas foram relatadas no Giornale dei Litterati no ano seguinte”[105].
O pe. Athanasius Kircher (1602-1680) assemelhou-se ao pe. Boscovich pelo seu interesse por uma enorme gama de assuntos; foi comparado a Leonardo da Vinci e honrado com o título de “mestre das cem artes”. Os seus trabalhos em química ajudaram a desmascarar a alquimia, com que se haviam entretido perigosamente até cientistas como Isaac Newton e Robert Boyle, o pai da química moderna[106]. Em 2003, um estudioso descreveu Kircher como “um gigante entre os mestres do século XVII” e “um dos últimos pensadores que puderam reivindicar, por direito próprio, o domínio de todos os saberes”[107].
Como se trata de uma figura muito conhecida, mencionemos apenas uma das áreas em que se destacou. Kircher deixou-se fascinar, por exemplo, pelo antigo Egito, tema em que se destacou pelos seus estudos; em um deles, demonstrou língua copta era, na verdade, um vestígio do primitivo egípcio. Foi denominado o verdadeiro fundador da egiptologia, sem dúvida porque realizou os seus trabalhos nessa área antes da coberta da pedra Roseta, em 1799, que possibilitou aos estudiosos a compreensão dos hieróglifos egípcios. Com efeito, foi “por causa do trabalho de Kircher que os cientistas souberam que deviam procurar ao interpretar a pedra Roseta”[108]. Essa razão pela qual um egiptologista moderno concluiu que “é incontestável o mérito de Kircher; ele foi o primeiro a descobrir que os hieróglifos tinham valor fonético. Tanto do ponto de vista humanístico como intelectual, a egiptologia pode, verdadeiramente, orgulhar-se de tê-lo por fundador”[109].
As contribuições jesuíticas para a sismologia (o estudo terremotos) foram tão substanciais que a própria especialidade tem sido designada, às vezes, como “a ciência jesuítica”. Os jesuítas notabilizaram-se nesse campo não só pela sua consistente presença nas universidades em geral e na comunidade científica em particular, como pelo desejo de reduzir ao mínimo, a serviço dos seus semelhantes, os efeitos devastadores dos remotos.
Em 1908, o pe. Frederick Louis Odenbach (1857-1933) reparou que o extenso sistema de colégios e universidades jesuíticas espalhados por toda a América oferecia a possibilidade de criar uma rede de estações sismológicas. Depois de receber aprovação dos diretores das instituições jesuítas de altos estudos, bem como dos provinciais da América, comprou no ano seguinte quinze sismógrafos e distribuiu-os pelos centros de ensino. Cada uma dessas estações sismográficas coletaria dados e os enviaria à estação central em Cleveland, que por sua vez os repassaria ao International Seismological Center
Mas o sismologista jesuíta mais conhecido, e efetivamente um dos cientistas mais elogiados de todos os tempos, foi o pe. James B. Macelwane (1833-1956), que, em 1925, reorganizou e revigorou o Jesuit Seismological Service, instalando a sua estação central na Universidade de Saint Louis. Brilhante pesquisador, Macelwane publicou em
AS CATEDRAIS COMO OBSERVATÓRIOS ASTRONÔMICOS
No campo da astronomia, o público tem às vezes a impressão de que os eclesiásticos só cultivaram tão intensamente essa ciência para confirmar as suas idéias preconcebidas, mais do que para seguir as evidências aonde quer que elas os levassem. Já vimos quão falsa é essa afirmação, mas não custa acrescentar mais alguns fatos para encerrar a questão.
Johannes Kepler (1571-1630), o grande astrônomo cujas leis do movimento dos planetas constituíram um progresso científico tão importante, manteve ao longo de toda a carreira uma imensa correspondência com os astrônomos jesuítas. Quando, em um determinado momento da sua vida, se encontrou em dificuldades econômicas e também científicas, privado até mesmo de um telescópio, o pe. Paulo Culdin (1577-1643) persuadiu um amigo seu, o pe. Nicolau Zucchi (1566-1670), inventor do telescópio refletor, a enviar um desses aparelhos a Kepler. Este, por sua vez, além de escrever uma carta de agradecimento ao pe. Guldin, incluiu posteriormente uma nota especial de gratidão no final do seu livro O Sonho, publicado postumamente. Nela podemos ler:
“Ao reverendíssimo pe. Paulo Guldin, sacerdote da Companhia de Jesus, homem culto e venerável, amado patrono. É difícil encontrar qualquer outra pessoa com quem eu preferisse discutir temas de astronomia […]. Um prazer ainda maior para mim foi receber a saudação de Vossa Reverência, trazida pelos membros da sua Ordem que aqui se encontram […]. Penso que é Vossa Reverência quem deve receber de mim o primeiro fruto literário da alegria que senti ao experimentar este presente [o telescópio]”[112].
A teoria de Kepler acerca da órbita clíptica dos planetas tinha a vantagem da simplicidade sobre as teorias concorrentes. Os modelos de Ptolomeu (geocêntrico) e de Copérnico (heliocêntrico), que davam por certa a órbita circular dos planetas, haviam introduzido uma complicada série de “equantes”, “epiciclos” e “deferentes” para explicar o aparente retrocesso no movimento dos planetas. O sistema de Tycho Brahe, que propunha também órbitas circulares, apresentava as mesmas complicações. Mas Kepler, ao propor órbitas elípticas, fez com que esses modelos parecessem claramente grosseiros em comparação com a elegante simplicidade do seu sistema.
Mas esse sistema estaria correto? O astrônomo italiano Giovanni Cassini (1625-1712), aluno dos jesuítas Ricciolli e Grimaldi, usou o observatório da esplêndida Basílica de São Petrônio, em Bolonha, para dar suporte ao modelo de Kepler[113]. Eis um ponto em que se vê como é desconhecido hoje o importante contributo que a Igreja proporcionou à astronomia. Nos séculos XVII e XVIII, as catedrais de Bolonha, Florença, Paris e Roma eram os melhores observatórios solares do mundo. Em nenhum outro lugar do mundo havia instrumentos mais precisos para o estudo do Sol. Cada catedral dispunha de orifícios destinados a deixar passar a luz solar e de linhas de tempo (ou linhas meridianas) no piso. Pela observação do caminho traçado pelos raios de luz sobre essas linhas, aqueles pesquisadores puderam obter medidas precisas do tempo e prever os equinócios (e também puderam fazer cálculos precisos acerca da verdadeira data da Páscoa, que era a finalidade inicial desses observatórios)[114].
Cassini necessitava de equipamentos suficientemente precisos para medir a imagem projetada do Sol com uma margem de erro não superior a
Cassini conseguiu levar adiante a sua experiência em meados da década de 1650-1660, juntamente com os seus colegas jesuítas, e pode finalmente confirmar a teoria das órbitas elípticas proposta por Kepler[116]. Como explicou um estudioso, “deste modo. pelas observações feitas na igreja de São Pctrônio. no coração dos Estados pontifícios, os jesuítas confirmaram […] a pedra angular da versão de Kepler acerca da teoria copemicana e destruíram definitivamente a física celeste aristotélca”[117].
Não foi um progresso pequeno. Com palavras de um astrônomo francês do século XVIII, Jerome Lalande, o uso dos meridiana da catedral de São Petrônio “marcou época na história da renovação das ciências”. Uma fonte dos começos do século XVIII asseverou que essa realização “deveria ser celebrada nas eras futuras em homenagem à glória imortal do espírito humano, que foi capaz de copiar na Terra, com tanta precisão, as regras do eterno movimento do Sol e das estrelas”[118]. Quem haveria de imaginar que as catedrais católicas ofereceriam contribuições tão importantes ao progresso da ciência?
Os observatórios das catedrais continuaram a dar substancial apoio ao progresso do trabalho cientifico. Entre 1655 1736, os astrônomos fizeram 4.500 observações
O dado que perdura, como afirma J. L. Heilbron da Universidade de Berkeley, na Califórnia, é que “durante mais seis de séculos – desde a recuperação dos antigos conhecimentos astronômicos durante a Idade Média até o Iluminismo –, a Igreja Católica Romana deu mais ajuda financeira e suporte social estudo da astronomia do que qualquer outra instituição e, provavelmente, mais do que todas as outras juntas”[119].
Em resumo, as contribuições da Igreja para a ciência estenderam-se muito além da astronomia. Foram as idéias teológicas católicas que forneceram as primeiras bases para o progresso cientifico. Foram os pensadores medievais que assentaram alguns dos primeiros princípios da ciência moderna. E foram os sacerdotes católicos, filhos leais da Igreja, que demonstraram de modo consistente tão grande interesse pelas ciências e tantas realizações em campos tão variados como a matemática e a geometria, a ótica, a biologia, a astronomia, a geologia, a sismologia, e por aí fora.
Quanto disso é do conhecimento geral, e quantos textos sobre a civilização ocidental o mencionam? Fazer estas perguntas já é responder a elas. Contudo, graças ao excelente trabalho dos historiadores recentes da ciência, que cada vez mais vêm reconhecendo à Igreja aquilo que lhe é devido, nenhum estudioso sério poderá jamais repetir o desgastado mito do antagonismo entre a religião e a ciência. Não foi mera coincidência que a ciência moderna tivesse surgido no ambiente católico da Europa ocidental.
[1] Cfr. por exemplo J. G. Hagen, “Nicolaus Copernicus”,
[2] Jerome J. Langford OP, Galileo, Science and the Church,
[3] O pe. Cristóvão Clavius (1538-1612), um dos grandes matemáticos do seu tempo, havia chefiado a comissão encarregada de elaborar o calendário gregoriano, que entrou em vigor em 1582, eliminando as imprecisões que afetavam o antigo calendário juliano. Os seus cálculos em relação à duração do ano solar e ao número de dias necessários para manter o calendário ajustado ao ano solar – saltar noventa e sete dias a cada quatrocentos anos – foram de tal precisão que até hoje os estudiosos não sabem como conseguiu realizá-los
[4] O pe. Christoph Grienberger (1561-1636), que comprovou pessoalmente a descoberta das luas de Júpiter por Galileu, era um competente astrônomo, inventor da montagem equatorial, que fazia girar um telescópio sobre um eixo paralelo ao da Terra. Também contribuiu para o desenvolvimento do telescópio de refração que se utiliza hoje em dia (ibid.).
[5] Cfr. Jerome J. Langford, Galileo, Science and the Church, págs.
[6] É precisamente o que era na época. A rotação da Terra e o heliocentrismo só vieram a ser comprovados experimentalmente em 1851, com o pêndulo que Léon Foucault pendurou do ápice do domo do Panteão de Paris (N. do E.).
[7] Paralaxe é o deslocamento aparente que se deveria observar na posição de umas estrelas em relação às outras por causa da mudança de posição do observador. O argumento diz que, se a Teira se move em torno do Sol, as estrelas (não os planetas) deveriam aparecer em posições diferentes ao longo do ano, à medida que o nosso ponto de observação delas mudasse com o deslocamento da Terra, e isso não acontece. Na realidade, até a época de Galileu não se podia observar nenhuma mudança de paralaxe porque os instrumentos de que se dispunba – ou o olho humano – nao eram precisos o suficiente; além disso, a distância das estrelas fixas mais próximas é enorme, de maneira que a paralaxe é extremamente pequena (N. do E.).
[8] Tycho Brahe (1546-1601) propôs um sistema astronômico que se situava mais ou menos entre o geocenirismo ptolomaico e o heliocentrismo copernicano. Nesse sistema, todos os planetas, com exceção da Terra, giravam em torno do Sol, mas o Sol girava em torno da Terra, que permanecia estácionaria.
[9] Cfr. Jerome J. Langford. Galileu. Science and the Church, págs. 68-69.
[10] Cfr. Jacques Barzun, From Dawn to Decadence, Harper Collins,
[11] James Brodrick, Yhe Life and Work of Blessed Robert Francis Cerdinal Bellarmine, SJ, 1542-1621, vol. 2, Burns, Oates and Washbourne, Londres, 1928, pág. 359.
[12] James J. Walsh, The Popes and Science, Fordham University Press,
[13] Cit. por Edward Grant, Science and Theologv in the Middle Ages”, David C. Lindberg e Ronald L. Numbers, eds., God and Nature: Historical Essays on the Encounter Between Christianity and Science. University of California Press, Berkeley, 1986, pág. 63.
[14] Anos mais tarde, o pe. Griemberger comentou que, se Galileu tivesse tratado as suas conclusões como hipóteses, poderia ter escrito qualquer coisa que quisesse (cfr. Joseph MacDonnell, Jesuit Geometers, Apêndice I, 6-7).
[15] J. L. Heilbron, The Sun in the Church, pág. 203.
[16] Zdenek Kopal, “The Contribution of Boscovich to Astronomy and Geodesy”,
[17] Para uma narrative mais completa da vida de Galileu e uma análise mais detalhada da condenação, pode-se ver Jorge Pimentel Cintra, Galileu, 2ª ed., Quadrante, São Paulo, 1995 (N. do E.).
[18] Ver Thomas E. Woods Jr., The Church and the Market: A Catholic Defense of the Free Economy, Lexington Books,
[19]
[20] David Lindberg cita diversas ocasiões
[21] A única exceção, dentre as sete mencionadas, é a maometana (árabe), que concebe um Deus único, mas tão soberanamente livre que não se submeteria nem mesmo às leis da racionalidade que Ele mesmo criou. Uma vez que ele poderia mudar a todo momento as “regras do jogo” da Criação – determinar que o que era verdade até então deixasse de sê-lo, que o mal passasse a ser bem, etc. –, não faria sentido tentar averiguá-las (N. do E.).
[22]
[23] Rodney Stark, For the Glory of God, Princenton University Press,
[24] Paul Haffner, Creation and Scientific Creativity, Christendom Press, Front Royal, Virgínia, 1991, pág. 35.
[25] Ibid., pág. 50.
[26] Joseph Needham, Science and Civilization on
[27]
[28]
[29] Richard C. Dales, The Intelletual Life of Western Europe in the Middle Ages, pág. 264.
[30] Richard C. Dales, “The De-Animation of Heavens in the Middle Ages”, Journal of the History of Ideas, 41 (1980), pág. 535.
[31] Citado
[32] A. C. Crombie, Medieval and Early Modern Science, vol. 1,
[33] Paul Haffner, Creation and Scientific Creativity, pág. 40.
[34] Cit.
[35] Sobre todo este tema, ver Herbert Butterfield, The Origins of Modern Science, 1300-1800, ed. rev., Free Press, New York, 1957, cap. 1: “The Historical Importance of a Theory of Impetus”.
[36] Sobre Buridan e o movimento inercial, ver Stanley L. Jaki, “Science: Western or What?”,
[37] A. C. Crombie, Medieval and Early Modern Science, vol. 2, págs. 72-73. Sobre as diferenças entre o “impulso” de Buridan e as idéas modernas de inércia, ver Herbert Butterfield, The Origins of Modern Science, pág. 25.
[38]
[39] Ibid., pág. 171.
[40]
[41] Ibid., págs. 76-77.
[42] Ibid., pág. 79.
[43] A. C. Crombie, Medieval and Early Modern Science, vol. 2, pág. 73.
[44] E. J. Dijksterhuis, The Mechanization of the World Picture, trad. C. Dikshoorn, Oxford University Press, Londres, 1961, pág. 106.
[45] Thomas Goldstein, Dawn of Modern Science: From the Ancient Greeks to the Renaissance,
[46] Raymond Klibansky, “The
[47] Cfr. C. David Lindberg, The Beginnings of Western Science, pág. 200.
[48] Cit.
[49] Cit.
[50] Thomas Goldstein, Dawn of Modern Science, pág. 82.
[51] David C. Lindberg, The Beginnings of Western Science, pág. 200.
[52] Ibid., pág. 201.
[53]
[54] Thomas Goldstein, Dawn of Modern Science, pág. 77.
[55] Ibid., pág. 82.
[56] Sobre os averroístas latinos, ver Étienne Gilson, Reason and Revelation in the Middle Ages, Charles Scribner’s Sons, New York, 1938, págs. 54-66.
[57] Richard C. Dales, The Intellectual Life of Western Europe in the Middle Ages, pág. 254.
[58] Concordam com essa argumentação A.C. Crombie, Medieval and Early Modern Science, vol. I, pág. 64. e vol. 2. págs. 35-36: Edward Grant, God and Reason in the Middle Ages, págs. 213 e segs. e 220-1: idem. The Foundations of Modern Science in the Middle Ages: Their Religious, Institutional, and Intellectual Contexts,
[59] Richard C. Dales, “The De-Animation of the Heavens in the Middle Ages”, pág. 550.
[60] Ibid., pág. 546.
[61] Ibid.
[62] Richard C. Dales, “A Twelth Century Century Concept of the Natural Order”, em Viator 9 (1978), pág. 79.
[63] Ibid., 191.
[64] Paul Haffner, Creation and Scientific Creativity, pág. 41.
[65] Edward Grant, “The Condemnation of 1277, God’s Absolute Power, and Physical Thought in the Middle Ages”, Viator 10 (1979), págs. 242-44.
[66] James J. Walsh, The Popes and Science, págs. 292-293.
[67] William A. Wallace, OP, “Albertus Magnus, Saint”, em DSB, pág 99.
[68] James J. Walsh, The Popes and Science, pág. 297.
[69] Richard C. Dale, “The De-Animation of the Heavens in the Middle Ages”, pág. 540.
[70] William B. Ashworth Jr., “Catholicism and Early Modern Science”,
[71] Das muitas idéias encontradas em seus escritos, três costumam ser chamadas “os princípios de Steno”. É dele o primeiro livro de que temos notícia acerca da sobreposição, uma das chaves principais da estratigrafia (David R. Oldroyd, Thinking About the Earth: A History of Ideas in Geology, Harvard University Press, Cambridge, 1996, págs. 63-67; ver também A. Wolf, A History of Science, Technology, and Philosophy in the 16th and 17th Centuries, George Allen & Unwin, Londres, 1938, págs. 359-60). A lei da sobreposição é o primeiro dos princípios de Steno. Estabelece que as camadas sedimentares são formadas em seqüência, de tal modo que a camada mais baixa é a mais antiga, e as camadas vão decrescendo em idade até a mais recente, situada no topo.
Mas, como a maioria dos estratos que encontramos foi de algum modo alterada, distorcida ou inclinada, nem sempre é fácil reconstruir a sua história geológica, a seqüência da estratificação. Por esse motivo, Steno introduziu o princípio da horizontalidade original. A água – disse ele – é a fonte dos sedimentos, seja na forma de um rio, de uma tempestade ou de fenômenos similares: carrega-os e deposita-os em várias camadas sedimentares. Uma vez que os sedimentos se depositam em uma bacia, a gravidade e as correntes de águas rasas têm sobre eles um efeito nivelador, de tal modo que as camadas sedimentares, como a própria água, acompanham a forma da superfície do fundo, mas se tornam horizontais na parte superior. Como descobrir a seqüência sedimentar em rochas que não permaneceram na posição original? Tendo em conta que os grãos maiores e mais pesados naturalmente se depositam em primeiro lugar, seguidos pelos que vão tendo tamanhos cada vez menores, só precisamos examinar as camadas e observar onde as partículas maiores foram depositadas. Aí está a camada inferior da seqüência (Alan Cutler, The Seashell on the Mountaintop,
Finalmente, temos o princípio da continuidade lateral: esse princípio indica que, quando ambos os lados de um vale exibem rochas sedimentares, é porque os dois lados estavam lateralmente unidos – formavam camadas contínuas –, e que o vale é que se deveu a um evento geológico posterior, por exemplo um processo de erosão. Steno também apontou que, se em um estrato é encontrado sal marinho ou qualquer outra coisa que pertença ao mar – dentes de tubarão, por exemplo –, isso revela que em algum momento o mar deve ter estado ali.
[72] Alan Cutler, The Seashell on the Mountaintop, pág. 10.
[73] Ibid., págs. 113-14.
[74] Jonathan Wright, The Jesuits: Missions, Myths and Histories, Harper-Collins, Londres, 2004, pág. 189.
[75] J. L. Heilbron, Electricity in the 17th and 18th Centuries: A Study of Early Modern Physics,
[76] William B. Ashworth Jr., “Catholicism and Early Modern Science”,
[77] Ibid., pág. 155.
[78] Joseph E. MacDonnell, Jesuit Geometers, pág. 78.
[79] Os jesuítas foram suprimidos em 1773 e restabelecidos mais tarde, em 1814.
[80] Augustin Udías, Searching the Heavens and the Earth: The History of Jesuits Observatories, Kluwer Academic Publishers,
[81] Ibid., pág. 147.
[82] Ibid., pág. 125.
[83] J. L. Heibron, Electricity in the 17th and 18th Centuries, pág. 88.
[84] Ibid.
[85] Ibid., págs. 88-89.
[86] William B. Ashworth Jr., “Catholicism and Early Modern Science”,
Um estudo recente descreve o processo: “Riccioli e [o padre Francesco Maria] Grimaldi puseram a oscilar um pêndulo romano de medidas 3’4”, impulsionando-o quando começava a parar e contando durante seis horas, aferidas por medidas astronômicas, como ele oscilava 21.706 vezes. Isso chegava perto do número desejado, 24 x 60 x 60/4 = 21.600, mas não satisfez Ricciolli. Tentou novamente, desta vez durante 24 horas e convocando nove dos seus confrades, incluindo Grimaldi; o resultado 87.998 oscilações contra as 86.400 desejadas. Aumentou então o pêndulo para 3’4.2” e repetiu a contagem com a mesma equipe; desta vez, obtiveram 86.999. Para os confrades, os números eram suficientemente próximos, mas não para Ricciolli. Indo na direção errada, diminuiu para 3’2.67” e, apenas com Grimaldi e um outro contador dedicado que aceitaram ficar em vigília com ele, obteve, em três noites distintas, 3.212 oscilações no intervalo entre o cruzamento do meridiano pelas estrelas Spica e Arcturus, quando deveria ter encontrado 3.192. Estimou então que o comprimento requerido era de 3’3.27”, que […] aceitou sem experimentar. Foi uma boa escolha, e deu um resultado um pouco superior ao inicial: um valor de 955 cm/s2 para a aceleração da gravidade” (J. L. Heilbron, Electricity in the 17th and 18th Centuries, pág. 180). [Sabe-se atualmente que a aceleração gravitacional depende da latitude e varia entre 978 e 982 cm/s2 (N. do E.)].
[87] J. L. Heilbron, Electricity in the 17th and 18th Centuries, págs. 87-88.
[88] Bruce S. Eastwood, “Grimaldi, Francesco Maria”, em DSB, pág. 542.
[89] Sobre a relação entre os trabalhos de Grimaldi e Newton, ver Roger H. Stuewer, “A Critical Analysis of Newton’s Work on Diffraction”, Isis 61 (1970), págs. 188-205.
[90] Em uma dessas experiências, por exemplo, Grimaldi fez com que um raio de luz solar entrasse através de um pequeno orifício (de
[91] A teoria da natureza ondulatória da luz permitiu explicar o fenômeno da difração: se o orifício é maior que o comprimento de onda de luz, esta passa em linha reta através dele; se é menor, produz-se a difração. As bandas de difração também eram explicadas em função da natureza ondulatória da luz: a interferência das ondas de luz difratada produzia as diversas cores observadas nas bandas.
[92] Sir Harold Hartley, “Foreword”, em White, ed., Roger Joseph Boscovich, 8.
[93] Joseph E. MacDonnell, Jesuit Geometers, pág. 76.
[94] Elisabeth Hill, “Roger Boscovich: A Biographical Essay”,
[95] Elisabeth Hill, “Roger Boscovich: A Biographical Essay”,
[96] Zelijko Markovic, “Boscovic, Rudjer J”, em DSB, pág. 326.
[97] Lancelot Law Whyte, “Boscovich Atomism”,
[98] Lancelot Law Whyte, “Boscovich Atomism”,
[99] Ibid., págs. 103-04.
[100] Joseph E. MacDonnell, Jesuit Geometers, págs. 10-11.
[101] Lancelot Law White, “Boscovich Atomism”,
[102] Ibid., pág. 119.
[103] Para este e outros testemunhos, ver ibid., pág. 121.
[104] Joseph E. MacDonnell, Jesuit Geometers, pág. 11.
[105] Elisabeth Hill, “Roger Boscovich: A Biographical Essay ”,
[106] J. R. Partington, A History of Chemistry, vol. 2, Macmillian, Londres, 1961, págs. 328-33, Joseph E. MacDonnell, Jesuit Geometers, pág. 13.
[107] Alan Cutler, The Seashell on the Mountaintop, pág. 68.
[108] Joseph E. MacDonnell, Jesuit Geometers, pág. 12.
[109] Erik Iverson, The Myth of Egypt and its Hieroglyphs, Princeton University Press,
[110] Augustin Udías e William Stauder, “Jesuits in Seismology”, Jesuits in Science Newsletter 13 (1997); Benjamin E. Howell Jr., An Introduction to Seismological Research: History and Development, Cambridge University Press,
[111] Augustin Udías e William Stauder, “Jesuits in Seismology”, Jesuits in Science Newsletter 13 (1997).
[112] Joseph E. MacDonnell, Jesuit Geometers, págs. 20 e 54.
[113] Para uma explicação detalhada e ilustrada do método de Cassini, ver J. L. Heilbron, The Sun in the Church, cap. 3, especialmente págs. 102-12.
[114] J. L. Heilbron, Annual Invitation Lecture to the Scientific Insreument Society, Royal Institution, Londres, 06.12.1995.
[115] William J. Broad. “How the Church Aided ‘Heretical’Astronomy”,
[116] J.L Heilbron, The Sun in the Church, pág. 112.
[117] Ibid.
[118] Ibid., pág. 5.
[119] Ibid., pág. 3.
dezembro 15th, 2012 às 1:04 PM
Vítor,
Você disse que fez estas publicações para derrubar o mito de que:
1º) A Igreja Católica não contribuiu para o desenvolvimento científico e cultural da Europa, no período conhecido como Idade Média (século V ao XV);
2º) A Idade Média é, injustamente, tratada como a “Idade das Trevas”.
Bem, você anda muito mal informado, porque há décadas, os livros de História abandonaram estes apontamentos. Muito pelo contrário, convido você a pesquisar livros didáticos, das últimas duas décadas, onde, em sua maioria, os autores “falam bem” da Igreja. Destacam que nos mosteiros, os monges contribuíram para a preservação de várias obras antigas; falam que a Igreja fundou as primeiras universidades na Europa; falam que a Idade Média produziu muita cultura também.
Porém, também destacam, que a Igreja, à medida que foi se tornando rica, poderosa, se perdeu em muitos momentos, praticou crimes lamentáveis, perseguiu cientistas e pensadores liberais, queimou livros também, com Index da Inquisição.
Eu vejo a Igreja Católica, como uma simples empresa transnacional. É isto mesmo: uma grande empresa. Tem interesses comerciais, financeiros, econômicos, luta pelo poder, pelo Status. Quando foi conveniente a ela, orar, orou; quando foi conveniente matar, matou. E assim foi e tem sido. Fez acordos com reis, com ricos proprietários, roubou bastante (muito). Atualmente, tem muitas instituições espalhadas pelo mundo, mas não tem nada de espiritualista, existencialista … São apenas negócios. Aqui em minha cidade tem uma escola católica, é o maior e mais belo colégio da cidade. Tem mais de 1000 alunos, 90% são ricos – a mensalidade é de 900 reais.
Tudo bem, a instituição precisa sobreviver. Só que já existiu e há discriminações na escola, filhos de funcionários que estudam com bolsas, já sofreram diversas humilhações, pobre não tem vez lá.
E assim é a vida …
Dizer que a Igreja Católica construiu a civilização ocidental, é ABSOLUTAMENTE RIDÍCULO.
A civilização ocidental é uma grande mistura de valores do mundo antigo e moderno. Poucos valores vêm do período medieval. É só analisar a religiosidade, por exemplo: crenças e costumes vêm da Antiguidade Oriental – os egípcios e mesopotâmicos já acreditavam em vida pós-morte, os egípcios falavam em julgamento no Tribunal de Osíris, punição para os maus, recompensa para os bons … Os sumérios já falavam de um dilúvio, os persas já falavam de livre-arbítrio, vinda de um messias, luta entre o bem e o mal, julgamento final. Crenças que os hebreus misturam e complementaram, na elaboração do Velho Testamento. Isto tudo está muito bem documentado. A existência de Jesus Cristo, NUNCA foi provada, as ideias de milagres, virgem Maria, ressuscitação, são absolutamente ridículas e absurdas. Por incrível que pareça, quem melhor explica a natureza elevada de Cristo, caso tenha existido, é o espiritismo, que o considera um espírito elevado que, depois de muitas reencarnações, aceitou o desafio de reencarnar na região da Palestina, para dar exemplos e esperanças aos povos.
O início da “Idade Moderna”, foi caracterizado pelo movimento renascentista que, em muitos aspectos, também é questionado por vários estudiosos – no sentido de que realmente tenha havido um “renascimento cultural”. Os principais artistas, escritores e estudiosos da época, romperam com o teocentrismo medieval e se fundamentaram no humanismo, na pesquisa. É fato que muitos religiosos apoiaram e até financiaram artistas, naquilo que costuma-se chamar de “mecenato”.
A Igreja condenava até o riso na Idade Média e apoiava a estratificação feudal, inclusive justificando a condição miserável dos camponeses (a maioria servos), dizendo que era a vontade divina.
O Iluminismo foi um momento de grande intelectualidade, os iluministas criticavam as crendices (que fervilhavam na Europa, graças à Igreja), defendiam o uso da razão, criticavam o absolutismo monárquico, defendiam a separação dos poderes (Montesquieu, em especial), lançaram as bases para a educação laicista …
A Revolução Industrial foi um movimento essencialmente burguês, que procurou romper com a tradição da nobreza e do clero, nos legando significativas e fantásticas maravilhas, ainda que também apresente seus “defeitos”, como ter gerado acúmulos de riquezas nas mãos de poucos, degradação do meio ambiente …
Ao longo da expansão industrial, a África foi feita de quintal da Europa, a Igreja Católica também justificou a colonização como forma de expandir a fé cristã e “levar a salvação”.
O Brasil, um país muito católico (já foi mais), é uma mistura clara, do sincretismo religioso e cultural – elementos da sociedade cristã europeia, elementos da cultura afro e indígena, muito fortes em todos os segmentos de nossa sociedade.
Existe uma linha de ideias e ações por parte de alguns católicos fervorosos, que tem como objetivo “redescobrir” a igreja e seus valores. Fazem parte deste grupo, pessoas como Olavo de Carvalho, Ives Gandra Martins, Reinaldo Azevedo, a TV Canção Nova, destacando-se padres como o IMBECIL do Paulo Ricardo e outros: José Augusto, Fabrício, Fábio de Melo, Léo (falecido) que, num discurso mais ou menos simpático, continuam afirmando que homossexualismo é uma aberração e que quem o prática vai pro inferno, condenam roqueiros, pessoas que usam piercing, tatuagens, chamando-os de “filhos do capeta”, defendem Jesus Cristo como filho de Deus, Maria como a Virgem Imaculada, são contra qualquer forma e em qualquer circunstância, da interrupção da gravidez, são contra a eutanásia, são contra a vasectomia, são contra o prazer sexual, querem se meter na vida íntima do casal, enfim: UM DESASTRE.
Desastre aprovado e avalizado pelo papa, que acabou de declarar que o aborto, a eutanásia e a UNIÃO GAY, (pasmem) – COLOCAM EM RISCO A PAZ NO MUNDO.
Imbecil, hipócrita, canalha e mau caráter, este papa, assim como foram quase todos os que o antecederam.
Assim, Vítor o autor deste livro que você está propagandeando em seu blog, é só mais um católico fervoroso que, procura, através da “maximização” e da “minimização”, quando lhe convém, exaltar o catolicismo e defendê-lo de qualquer acusação.
Por fim Vítor Moura, meu total repúdio, a ideias do tipo:
– queimou só cinco na fogueira.
– a inquisição não matou tanta gente.
– ele tinha um caráter de caridade cristã …
Nojento e asqueroso isto.
E quanto a Galileu, já falamos muito aqui: GRANDE MERDA SE ELE ESTAVA CORRETO OU NÃO NAS SUAS IDEIAS.
A IGREJA O HUMILHOU, O TORTUROU (tortura psicológica existe) E O OBRIGOU A VIVER EM CÁRCERE PRIVADO, DE BOCA CALADA.
Então Vítor, se isto é pouco pra você e os autores que você cita, defendendo a ação da Igreja Católica para com Galileu, só posso dizer:
Vai você e esses autores, TODOS À MERDA.
E deixo aqui em público, pra todos saberem:
QUE EU JÁ SOLICITEI A VOCÊ, QUE RETIRE MEUS ARTIGOS DO BLOG E, SE QUISER, APAGUE TODOS OS MEUS COMENTÁRIOS.
E MAIS: VOCÊ NÃO TEM MINHA AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAR NADA DO QUE ESCREVI AQUI, EM LIVRO ALGUM.
Só mais isso:
Pedofilia existe em TODOS os setores e segmentos da sociedade. Mas a IGREJA CATÓLICA ESCONDEU SIM: MUITOS E MUITOS CASOS E AINDA PERMITIU QUE PADRES PEDÓFILOS CONTINUASSEM PRATICANDO O SACERDÓCIO, APENAS MUDANDO-OS DE PARÓQUIA. Isto está documentado também.
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Passar bem, senhor Vítor Moura, tão farsante como os médiuns que os senhor se preocupou em desmascarar aqui.
dezembro 15th, 2012 às 1:26 PM
Faltou mencionar, que grande parte da cultura antiga, foi preservada pelos bizantinos, que se converteram ao cristianismo, mas não eram católicos.
Também não podemos esquecer das grandes contribuições feitas pelos árabes.
encerro por aqui.
dezembro 15th, 2012 às 1:41 PM
Biasetto,
comentando:
01 – “Bem, você anda muito mal informado, porque há décadas, os livros de História abandonaram estes apontamentos.”
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Que bom. Mas falta alertar a população disso. Veja este episódio de “Family Guy”:
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http://www.youtube.com/watch?v=6p5jnqEyUs4
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Aí diz que a humanidade estaria evoluída 1000 anos no futuro se a “Idade das Trevas” não tivesse existido, pois não teria ocorrido a “repressão científica”. Então o mito persiste.
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02 – “perseguiu cientistas e pensadores liberais”
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Nenhum cientista foi para a fogueira pela Inquisição.
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03 – “Por incrível que pareça, quem melhor explica a natureza elevada de Cristo, caso tenha existido, é o espiritismo, que o considera um espírito elevado “.
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Como pode ser um espírito elevado alguém que apoiava a escravidão? Duvida? Veja Lucas 12:47-48.
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04 – “O Iluminismo foi um momento de grande intelectualidade, os iluministas criticavam as crendices (que fervilhavam na Europa, graças à Igreja), defendiam o uso da razão, criticavam o absolutismo monárquico, defendiam a separação dos poderes (Montesquieu, em especial), lançaram as bases para a educação laicista …”
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E a Revolução Francesa, influenciada pelos ideais iluministas, matou o gênio do CIENTISTA Lavoisier bem como milhares de pessoas… é importante sempre citar os aspectos positivos e negativos…coisa que vc se esquece…
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05 – “A IGREJA O HUMILHOU, O TORTUROU (tortura psicológica existe) E O OBRIGOU A VIVER EM CÁRCERE PRIVADO, DE BOCA CALADA.”
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Ele continuou a produzir outras obras. Ele só não podia falar daquele tema específico.
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06 – “QUE RETIRE MEUS ARTIGOS DO BLOG E, SE QUISER, APAGUE TODOS OS MEUS COMENTÁRIOS.”
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Apagar seus comentários daria um enorme trabalho. Seus artigos serão retirados no devido tempo.
07 – “E MAIS: VOCÊ NÃO TEM MINHA AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAR NADA DO QUE ESCREVI AQUI, EM LIVRO ALGUM.”
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Ok, seus artigos serão reescritos, sem qq referência a sua pessoa. Espero que vc não me acuse de “roubar” sua pesquisa depois…
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08 – “Passar bem, senhor Vítor Moura, tão farsante como os médiuns que os senhor se preocupou em desmascarar aqui.”
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Estou em paz com minha consciência.
dezembro 15th, 2012 às 5:17 PM
Vitor e Biasetto,
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Biasetto, agora gostei de seu posicionamento, pois resolveu argumentar em vez de apenas manifestar repúdio à tese defendida pelo autor do livro em examinação.
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Boa parte de sua ponderações me parecem bem articuladas e devem ser sopesadas considerando os registros históricos disponíveis e as ilações que deles possam ser extraídas. Isso seria trabalho para outro momento, devido a complexidade da empreitada.
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Destaco algumas assertivas, suas e do Vitor, para comentá-las:
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BIASETTO: A existência de Jesus Cristo, NUNCA foi provada, as ideias de milagres, virgem Maria, ressuscitação, são absolutamente ridículas e absurdas. Por incrível que pareça, quem melhor explica a natureza elevada de Cristo, caso tenha existido, é o espiritismo, que o considera um espírito elevado que, depois de muitas reencarnações, aceitou o desafio de reencarnar na região da Palestina, para dar exemplos e esperanças aos povos.
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COMENTÁRIO: a existência de Cristo realmente não foi “provada”, no sentido de que sua realidade seja incontestável, no entanto, há registros suficientes para dar boas evidências de que tenha sido personalidade que transitou por este mundo. Boa parte das figuras históricas que costumeiramente se admitem reais possuem menos evidências de terem existido que Jesus. Observe que os questionamentos sobre Jesus ter ou não vivido são recentes (começam a partir do século XIX). No período inicial do cristianismo essa dúvida não existia. Aqui mesmo no blog há bons trabalhos do José Carlos Fernandes mostrando que a probabilidade de Jesus ser figura histórica é maior que a de ter sido entidade mitológica.
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Contudo, há mitologia na história de Cristo, isso é verdade, e aí estaria a fonte de confusão na avaliação de muitos a respeito de Jesus ter existido. O nascimento virginal, a transformação de água em vinho, a multiplicação de pães e outros milagres, a ressurreição, e tudo o mais que não tem como ser demonstrado historicamente, compõe o aspecto místico do Cristo. Esses pontos exigem dos crentes adesão voluntária para que sejam aceitos. Assim, pode-se bem supor que Jesus tenha sido um dos muitos líderes religiosos do passado, que deixaram ilustrativas mensagens de cunho moral, as quais têm aplicabilidade em qualquer época: já a natureza mística do personagem fica a critério do interessado admitir ou não.
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O espiritismo não “explica” a natureza de Cristo melhor que o cristianismo. O Cristo espírita pode até ser simpático, mas não condiz com o que é apresentado nas páginas bíblicas. O Jesus espírita é uma remodelação mediúnico-reencarnacionista de uma figura que nem foi médium nem reencarnou.
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BIASETTO: E quanto a Galileu, já falamos muito aqui: GRANDE MERDA SE ELE ESTAVA CORRETO OU NÃO NAS SUAS IDEIAS. A IGREJA O HUMILHOU, O TORTUROU (tortura psicológica existe) E O OBRIGOU A VIVER EM CÁRCERE PRIVADO, DE BOCA CALADA.
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COMENTÁRIO: aqui parece-me que defende a interpretação popularesca do caso Galileu. O quinto capítulo do livro de Woods esclarece bem os fatos. Gostemos ou não, temos de considerar o espírito vigente naqueles dias, que concedia à Igreja legitimidade em julgar e sentenciar atitudes quais a do cientista italiano. Dentro desse contexto, Galileu foi privilegiado, pois da fogueira nem calorzinho sentiu.
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BIASETTO: Também não podemos esquecer das grandes contribuições feitas pelos árabes.
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COMENTÁRIO: o Marciano fez boa explanação a respeito desse quesito. Nesse quinto capítulo Woods também faz apreciações a respeito da participação dos muçulmanos.
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VITOR (citando Biasetto) 03 – “Por incrível que pareça, quem melhor explica a natureza elevada de Cristo, caso tenha existido, é o espiritismo, que o considera um espírito elevado”
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VITOR:Como pode ser um espírito elevado alguém que apoiava a escravidão? Duvida? Veja Lucas 12:47-48.
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COMENTÁRIO: o texto em Lucas não permite interpretar que Jesus apologizasse a escravidão. Ele fala do servo (mordomo) vigilante que se mantém fiel às intruções de seu senhor e as cumpre independentemente deste estar presente e o compara com aquele que, aproveitando a ausência do dono da casa, desmerece a confiança que nele foi depositada.
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Saudações.
dezembro 15th, 2012 às 6:18 PM
Oi, Montalvão
no texto Jesus admite e endossa o espancamento de escravos, veja:
http://joseboy.spaceblog.com.br/728037/JESUS-ADMITE-E-ENDOSSA-O-ESPANCAMENTO-DE-ESCRAVOS/
dezembro 15th, 2012 às 8:54 PM
É notável o esforço dos intelectuais católicos para revisar o affaire Galileu. A senha para rever o processo provavelmente foi dada quando o então Cardeal Ratzinger declarou, em março de 1990, que “a sentença de Galileu foi razoável e justa”.
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Em 2008 o reitor da Universidade La Sapienza, em Roma, convidou o agora papa Bento XVI para proferir a aula magna da universidade. O físico e professor Marcello Cini, enviou uma carta aberta ao reitor lamentando a decisão, no que foi rapidamente acompanhado por expressiva maioria do corpo docente bem como pelos estudantes. Na carta Cini afirma …” são palavras (as do cardeal Ratzinger) que, como cientistas fiéis à razão e como docentes que dedicam a própria existência ao avanço e à difusão do conhecimento, ofendem-nos e humilham-nos…” . Os alunos espalharam cartazes de protesto pela universidade onde podia-se ler “Frei Giordano foi queimado (esse sentiu o calorzinho da fogueira Montalvão), Galileu abjurou; nos resistiremos”. O protesto chegou a mídia, Bento XVI recuou e a aula foi cancelada.
dezembro 15th, 2012 às 9:28 PM
Oi, Carlos
como você deve bem saber, o Giordano Bruno não era cientista. Nem foi queimado por motivos científicos. Ele foi queimado por ter ideias heréticas, entre elas “ele defendia a ideia de que Cristo não possuía um corpo humano e que sua morte na cruz foi mera ilusão”.
Claro, isso não era motivo para queimá-lo.
dezembro 15th, 2012 às 10:18 PM
Olá Vitor, parece-me que ele foi astrônomo e acreditava que os planetas eram habitados. Certamente ao propor que Jesus não tinha um corpo humano ele se alinhava com a heresia; os cátaros ensinavam a mesma coisa. Não conheço muita coisa de Giordano Bruno.
dezembro 15th, 2012 às 10:23 PM
Oi, Carlos
ao dizer que todos os planetas são habitados o Giordano Bruno era tão cientista quanto Allan Kardec. Giordano nunca provou nada do que dizia, não dá para chamá-lo de cientista.
dezembro 15th, 2012 às 10:43 PM
Gostei das ponderações do Montalvão. Põe as coisas nos devidos lugares. Realmente o Cristo espírita é antes uma criação de Kardec, convenientemente adaptado para a teoria da reencarnação e pensando conforme os valores do século 19. Na minha opinião não existe nenhum empecilho para que Jesus não tenha existido, mas certamente de maneira muito diferente daquela que todos aprendemos. Aquele que conhecemos como Jesus Cristo provavelmente não era nem Jesus nem Cristo, mas um judeu chamado Josué filho de José, ou Joshua Bar Joseph, um rabino de excepcional inteligência e sagacidade, inimigo implacável da hipocrisia e os formalismos da religião que existia na sociedade da época, um idealista que pregava a simplicidade de que todos seriam iguais perante Deus e bastava que se amassem uns aos outros, um homem que não dava a mínima para bens materiais e vivia do seu trabalho como carpinteiro. Pra mim é esse o Jesus que existiu.
dezembro 15th, 2012 às 10:49 PM
Não estou dizendo que ele foi um cientista. Presumo que o nome de Giordano Bruno apareceu no protesto dos estudantes por que ele teria sido um astrônomo e, como Galileu, condenado pelo Santo Ofício.
dezembro 16th, 2012 às 2:31 AM
Carlos, para os católicos idiotas, incluindo o Vítor Moura, se o cara não era cientista, justifica-se queimá-lo na fogueira.
E ele era cientista sim.
Vítor Moura, se você está reescrevendo meus artigos, claro que vou acusá-lo de roubar minhas ideias, minhas pesquisas. Seja autêntico, NÃO SEJA UM PLAGIADOR.
dezembro 16th, 2012 às 2:33 AM
Os artigos são meus Vítor.
Vai PLAGIÁ-LOS?
dezembro 16th, 2012 às 2:36 AM
Retiro-os já do blog e não faça plágios deles, seu católico apostólico romano.
dezembro 16th, 2012 às 6:57 AM
Biasetto,
comentando:
01 – “Carlos, para os católicos idiotas, incluindo o Vítor Moura, se o cara não era cientista, justifica-se queimá-lo na fogueira.”
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Mais acima escrevi: “Claro, isso não era motivo para queimá-lo.”
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02 – “E ele era cientista sim.”
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Do livro “Galileo Goes to Jail” da Universidade de Harvard:
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“De acordo com esta visão positivista da história, Bruno não foi um mártir da ciência, porque ele não era um cientista em absoluto! Além disso, na medida em que as idéias cosmológicas que Bruno professava eram heréticas em sua natureza, e sendo o próprio Bruno um sacerdote apóstata e membro de uma ordem monástica e, portanto, formalmente sob a jurisdição legal da Igreja Católica, a Inquisição estava bem dentro de seus direitos legais para processá-lo.”
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Disponível para download em http://depositfiles.com/files/b0yj0cqnj
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03 – “Os artigos são meus Vítor. Vai PLAGIÁ-LOS?”
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Vou apenas aproveitar os plágios encontrados, as correspondências. A análise do que se conclui das correspondências, porém, será minha. Além disso:
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“Não existe plágio de ideias, porque as idéias em si não são objeto de proteção (LDA-98, art. 8º, I). Elas são inapropriáveis, têm “trânsito-livre”, pertencem a todos, são da coletividade. A forma dada às idéias, contudo, é pessoal. Não se pode confundir, portanto, algo de todos com algo de cada um. Todo ato de criação, ao mesmo tempo em que se alimenta do acervo cultural de um povo, é, antes de tudo, um ato eminentemente pessoal.
O Direito Autoral protege a idéia materializada, que adquire forma pelo traço característico do autor, pela sua feição pessoal. Exemplificando: os manuais sobre Metodologia da Pesquisa trazem idéias (conteúdos) semelhantes. O que a lei autoral protege é a forma dada a essas idéias. A “roupa” com que o criador veste as idéias é que é digna de proteção. O molde dado às idéias representa a personalidade do autor, o seu toque original, a sua maneira de dizer o conteúdo da disciplina. O Direito Autoral nasceu para estimular a criação, e não para engessá-la. ”
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Extraído de: http://faculdadesocial.edu.br/dialogospossiveis/artigos/4/06.pdf
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Por mim eu colocaria a menção de que você foi o descobridor do plágio, mas nem isso você deseja… agora, deixar o público sem a informação é que eu não vou. Decida: ou aceita ser colocado como autor, ou aceita ser mencionado no livro. Ou então eu digo “essa correspondência foi originalmente encontrada por um professor de história que prefere não se identificar”. Você decide.
dezembro 16th, 2012 às 7:59 AM
A wiki em inglês informa que Giordano Bruno foi um dominicano italiano, filósofo, matemático e astrônomo. Suas teorias cosmológicas foram além de Copérnico ao propor que o sol era essencialmente uma estrela e que o universo continha um infinito número de de mundos habitados povoados por seres inteligentes. A inquisição romana o considerou culpado de heresia; ele foi queimado na estaca.
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A wiki francesa informa que ele foi um filósofo, mas que também foi professor de física e matemáica. Deixou mais de uma dezena de trabalhos versando sobre temas variados. A inquisição o acusou de várias heresias, incluindo por suas posições cosmológicas.
dezembro 16th, 2012 às 8:20 PM
Favor desconsiderar o post anterior. O que deveria ter saído era este:
Vitor Diz:
dezembro 15th, 2012 às 21:28
Oi, Carlos
como você deve bem saber, o Giordano Bruno não era cientista.
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Vitor Diz:
dezembro 15th, 2012 às 22:23
Oi, Carlos
ao dizer que todos os planetas são habitados o Giordano Bruno era tão cientista quanto Allan Kardec. Giordano nunca provou nada do que dizia, não dá para chamá-lo de cientista.
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Vitor, você poderia editar a Wikipédia (não estou sugerindo vandalizá-la, e sim editá-la). Ela diz que Giodano Bruno foi astrônomo (cientista ou não?), o que é corroborado em qualquer biografia dele. Diz que suas teorias cosmológicas foram além do modelo de Copérnico. Não dá para compará-lo com Rivail.
Aqui o texto da Wikipédia:
Giordano Bruno (Italian pronunciation: [d?or?dano ?bruno]; 1548 – February 17, 1600), (Latin: Iordanus Brunus Nolanus) born Filippo Bruno, was an Italian Dominican friar, philosopher, mathematician and astronomer. His cosmological theories went beyond the Copernican model in proposing that the Sun was essentially a star, and moreover, that the universe contained an infinite number of inhabited worlds populated by other intelligent beings.
http://en.wikipedia.org/wiki/Giordano_Bruno
dezembro 16th, 2012 às 8:27 PM
Oi, Marciano
eu não chamaria o Giordano de astrônomo, parece-me que ele era apenas astrólogo. A citação de que ele seria astrônomo deve ser um confusão por ele defender o Heliocentrismo.
As teorias cosmológicas dele são essencialmente o que Kardec disse séculos depois. Bruno foi “pioneiro” nessa ideia, claro, mas ele igualmente não provou o que disse.
dezembro 16th, 2012 às 9:01 PM
Oi, marciano
achei o seguinte texto sobre Giordano:
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http://astronomia.forumeiros.com/t237-giordano-bruno
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“Mais conhecido como filósofo do que astrônomo, ele deixou a sua contribuição para a astronomia com afirmações muito além do seu tempo. Nasceu na Itália em Nola, Nápoles, em 1548 e foi condenado à morte na fogueira em 1600, pouco antes da utilização do telescópio para a observação do céu. Bruno foi um frade Dominicano que por proclamar idéias incompreensíveis para a sua época teve de abandonar o convento, tomando à partir daí uma vida errante ensinando a astronomia pela Europa com debates inflamados sobre cosmologia. Discutiu com os doutores em Oxford, Praga, Wittenberg e Munique, foi admirado por reis e rainhas, e ferozmente odiado pelos acadêmicos, acabando sempre em ter de ir de um país ao outro.
A sua visão do cosmo se baseava principalmente nas idéias de Copérnico e a sua cosmologia centrava-se na idéia de um universo infinito e povoado por infinitas estrelas como o Sol, e também por outros planetas que assim como a Terra, alguns abrigariam vida inteligente, e antecipou dessa forma o conceito sobre a existência dos exoplanetas.
Devemos também à ele o conceito de relatividade antecipando em séculos a teoria da relatividade de Einstein, afirmando que num universo infinito, qualquer perspectiva de qualquer objeto é sempre relativa à posição do observador, havendo assim infinitos referenciais possíveis e nenhum privilegiado em relação aos demais.
Outra de suas afirmações mais contundentes foi a de que os milhares de pontos luminosos que constituíam a Via-Láctea eram na verdade estrelas como o nosso Sol, alguns maiores e outros menores, e isso muito antes de Galileu observar o céu pela primeira vez através de uma luneta.
Para Giordano Bruno uma nova visão do cosmo devia corresponder à uma nova concepção do homem, porém isso era demais para a sua época, e foi assim nas trevas da Idade Média que ao receber a sua sentença de que seria queimado vivo numa fogueira disse aos seus inquisidores: “Tendes mais mêdo vós em proferirem a sentença do que eu em recebê-la”.
Preferiu morrer à negar a verdade. Sabia que o seu espírito seria imortal.”
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Embora algumas das ideias de Giordano saibamos hoje que estejam corretas, ou são prováveis de estarem corretas, no meu entender ele foi muito além do que a base de dados dele permitia à época, o que não é a melhor atitude para um cientista. Ele fez afirmações sem provas.
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Eu mesmo quando mais jovem supus a existência de planetas que andariam pelo Universo sem orbitar qualquer estrela, e esse tipo de planeta só foi confirmado em 2011:
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http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=planetas-solitarios-sem-estrelas
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Daonde tirei isso? Da minha imaginação. Acho que até posso ter tido inspiração em algum desenho tipo “super-amigos” ou outro do tipo (com certeza alguém pensou nisso antes de mim), mas eu não usei de qualquer método para pensar isso. Pode-se dizer que fiz uma hipótese no máximo. Científica? Hoje sim, já que temos aparelhos que acabaram por confirmá-la. Isso é diferente do caso do Giordano, que não tinha nem mesmo um telescópio para tentar corroborar suas afirmações.
dezembro 17th, 2012 às 7:59 AM
Montalvão,
Quando eu disse que o espiritismo traz a melhor explicação sobre Jesus, eu quis dizer que:
– caso Jesus Cristo tenha existido (e ainda exista como espírito), é muito mais aceitável a explicação espírita, de que se trata de um espírito evoluído, que reencarnou com uma missão, do que o blá-blá-blá católico, de que nasceu de uma virgem, é o filho de deus … entendeu?
Este papo sobre se Bruno era ou não era um cientista, é ridículo e tolo. Ele fazia pesquisas e defendia ideias avançadas, dentro do contexto da época e dentro das possibilidades e recursos de que dispunha. Mas mesmo que ele fosse um simples astrólogo, como disse o Vítor, isto não dava direito algum, à igreja fazer o que fez com o cara, este é o ponto central.
Além disso, os mesopotâmicos, foram os primeiros astrólogos da História – ou um dos – e através do estudo astrológico, eles criaram o zodíaco, eles contribuíram com a Astronomia, porque as observações que faziam do céu, também resultou em informações importantes.
A civilização ocidental, naquilo que tem de bom, e nós sempre nos lembramos de democracia, república, separação dos poderes, importantes estudos, críticas às crendices, valorização da razão, direitos do homem …
significativas obras artísticas e literárias … nada disso tem a ver com iniciativas da igreja, mas sim, com iniciativas humanistas e racionalistas.
Sobre o que o Vítor disse da Revolução Francesa, ocorreu mesmo, a “fase do terror”, quando Robespierre esteve no poder, liderando os jacobinos, foi revolução popular e burguesa, muitos membros da nobreza e do clero – classes parasitárias na França do século XVIII, perderam a vida. E daí? Por causa disso, pode-se usar da comparação:
– a Revolução Francesa matou muita gente, incluindo cientistas, então, a igreja era boazinha.
Ah! faça-me um favor hein?
dezembro 17th, 2012 às 8:24 AM
http://www.youtube.com/watch?v=XlQh6VY1mk0
dezembro 17th, 2012 às 8:25 AM
http://www.youtube.com/watch?v=O94gvTy2Je4
dezembro 17th, 2012 às 8:28 AM
Bando de canalhas e covardes, crápulas !!!
dezembro 17th, 2012 às 9:46 AM
Sr. Biasetto, bom dia! de vez em quando, acesso esse blog, e aprecio muito as discussões apresentadas pelo mesmo. Noto que existem muitas pessoas exaltadas em seus comentários. Seria coerente que cada qual apresentasse seu ponto de vista e todos que acessam o blog pudessem chegar a um fator comum.
Já que o senhor acha coerente a explicação espírita sobre Jesus, (caso o mesmo tenha existido), poderia também ficar a par das informações fornecidas pela Teosofia sobre o mesmo personagem:
Yoshua bem pandira (o Jesus histórico), não o mítico. Um adepto, das escolas secretas (não tão secretas, senão não as conheceríamos). Um espírito de alta estirpe, sem dúvida alguma, cuja missão era estabelecer a sinarquia na terra. não fez o seu trabalho sozinho (impossível), havia toda uma ordem iniciática de homens e mulheres que lhe davam apoio.
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Falhou nesse ponto, por ter se envolvido (ou se deixado envolver), com as picuínhas judaicas. Como na maçonaria , a missão de Jesus também era sustentada por duas colunas J e B. uma sacerdotal, outra espiritual.
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“Em Hebreus 7:17 lemos: “Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a Ordem de Melchisedech”. Isto situa Jesus como um dos da ordem ou linha da qual deveriam ter havido outros. Se os Melchisedech eram os divinais e sacerdotais regentes das nações da terra, antes da inauguração do sistema de governantes temporais, então a afirmativa atribuída a São Paulo, como autor da carta aos Hebreus, indicaria que Jesus também era um desses Seres eleitos e estava tentando restabelecer um sistema de governo.
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No caso de Cristo, enquanto o Messias Sacerdotal esteve entre os Essênios, o outro, o príncipe da linha de Davi, passou grande parte de sua infância e juventude na Ásia e no Tibete. Ambos surgem na mesma época – um ensinando o Amor, o outro, executando o Rigor, tal como se vê, por exemplo, no episódio dos vendilhões do templo.
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Reforça essa idéia a existência de dois túmulos, um em Jerusalém, outro em Srinagar, pois, segundo Nicholas Roerich, um dos Cristos esteve na Índia. Em sua obra “El Corazon de Ásia”, editado pelo museu Roerich de New York, Nicholas afirma ter encontrado citações de que Jesus esteve em Srinagar e na cidade de Leh, na Índia.
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Quanto a de ser “o maior espírito” que já encarnou na terra (o sr. Já deve ter ouvido isso), Não passa de LENDA ESPÍRITA.
Abraços.
dezembro 17th, 2012 às 12:41 PM
Biasetto, ando meio ausente, sem tempo para participar, mas fiquei satisfeito em “vê-lo” novamente. Considero inestimável a sua contribuição ao debate.
Abraço.
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Toffo, gostei de sua descrição da figura de Jesus Cristo. Se realmente existiu um Cristo histórico, alguém que inspirou o mito, deve ter sido bem assim como você cogitou.
Sds.
dezembro 17th, 2012 às 4:04 PM
Quanto mais distante de nosso tempo, estiver um acontecimento histórico, mais fácil se torna moldarmos de acordo com nosso interesse e/ou nossa visão. Se Hitler e o nazismo tivessem se manifestado há 10 séculos, teriam muitos admiradores. Assim aconteceu com Napoleão Bonaparte. Ele foi um louco desmedido, que levou centenas de milhares à morte, graças às suas ambições, caprichos e manias. Porém, contribuiu para a França de sua época, em termos de governo, administração. Pessoas postam frases de sua autoria, tornando-o um grande pensador; há os que o admiram. Assim, ocorre o mesmo com Carlos Magno, de certa forma, com Alexandre Magno … e tantos outros. E, por fim, com a igreja católica. Uma instituição que esteve muito próxima do bem, ao mesmo tempo em que nunca conseguiu se distanciar do mal.
Um historiador pode escolher escrever algo do tipo: “Como os gregos construíram a civilização ocidental” – e, de certa forma, não estará errado. E ainda, se souber escolher bem suas ideias, se tiver bom domínio textual e souber articular e seduzir os leituras, irá convencer à maioria, de que somos devedores diretos dos gregos.
Assim poderá ser feito com os romanos ou, até mesmo, com os egípcios, mesopotâmicos, hebreus, fenícios, persas – todos podem ser colocados num livro do tipo: “Os povos da Antiguidade Oriental foram os verdadeiros construtores do mundo moderno”. As opções são muitas. Eu diria que inesgotáveis.
A questão, porém, envolve algo como:
1 – Por quê?
2 – Para quê?
3 – Qual o meu objetivo?
4 – Quais serão a repercussão?
5 – Quem eu quero atingir?
6 – Quem eu quero exaltar?
7 – Quem eu quero criticar?
…
Eu lamento estes artigos do Vítor – muito mais pela forma como ele se manifestou e vem se manifestando, do que a existência e exposição do livro em si.
Eu continuo que exista – e existe claramente isto, uma tendência em muitas pessoas, de deixarem de ver o “mal”, porque aquilo que muitos o praticam, vem acompanhado de propaganda de amor, fraternidade, bondade, salvação, palavra de deus, assim disse Jesus …
Assim fez a igreja e continua fazendo. A mesma igreja que diz amar a todos, mas chama os homossexuais de imorais, diz que não haverá lugar pra eles no paraíso; a mesma igreja que já escondeu e esconde, escândalos sexuais; a mesma igreja que é contra qualquer direito de uma mulher escolher, em qualquer situação, se quer ou não levar à frente uma gravidez; a mesma igreja, que considera masturbação e desejo sexual, verdadeiras aberrações; a mesma igreja que fechou os olhos perante a escravidão negra; a mesma igreja que é contra a vasectomia, contra o uso de camisinhas, contra o erotismo, contra até a beleza.
Uma igreja que apóia padres – estão lá na Canção Nova, chamando roqueiros, tatuados, pessoas que têm piercing, cabelos pintados, de “filhos de satanás”, imorais, adoradores da morte …
Vejam o desvio do foco aqui: Giordano Bruno foi covardemente, cruelmente torturado e assassinado pela igreja católica, simplesmente porque tinha ideias diferentes, era um apaixonado por descobertas, queria saber … Aí, fica se discutindo aqui, se ele era ou não cientista. Que merda é essa? O que é importante, a vida do sujeito, o direito a ter livre-pensamento ou se ele estava certo ou errado naquilo que defendia?
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Antonio, estou só de passagem, até porque me desentendi com o Vítor e não quero mais participar de um blog, que faz propaganda católica. Pra mim é o mesmo que fazer propaganda nazista.
Abraços!
dezembro 17th, 2012 às 4:25 PM
Oi, Biasetto
o *livre pensamento* não é ilimitado. Alguém que na Alemanha saia por aí propagando a ideia de que o Holocausto não existiu, por exemplo, será preso, julgado e condenado. No Brasil negar o Holocausto não é crime, na Alemanha é. Mas se no Brasil propagar a ideia de que os negros são uma raça inferior, será preso, julgado e condenado. Para a época e para a Igreja as ideias de Giordano Bruno sobre Jesus eram heréticas, semelhantes aos exemplos acima. Hoje não é mais entendido assim. Mas lembre-se que ele era um membro da Igreja Católica, que tinha portanto poder legal sobre ele. É preciso ver as coisas em seu contexto.
A questão de que ele não era cientista é para acabar com a ideia de que a Igreja Católica impediu o progresso científico durante a “Idade das Trevas”. Não só não impediu, como ajudou no progresso científico.
Todos os erros atuais que você citou da Igreja Católica citei no meu “disclaimer”.
dezembro 17th, 2012 às 8:07 PM
Veja Vítor, como você fala bobagens:
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A questão de que ele não era cientista é para acabar com a ideia de que a Igreja Católica impediu o progresso científico durante a “Idade das Trevas”. Não só não impediu, como ajudou no progresso científico.
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Como você sabe que a igreja não atrapalhou o progresso?
Baseado em quê?
Em uma obra aqui e ali? E todo o contexto histórico? E todo o teocentrismo? E quantas e quantas pessoas não viveram na ignorância, porque era conveniente para o clero e a nobreza? Será que isto não é limitar o saber, o desenvolvimento, o progresso? É por isso, que eu te critico e te chamo de católico. A igreja atrapalhou e muito, não fale bobagens, não queira ser o bam-bam-bam do saber, só porque leu este livreco porcaria, que está divulgando.
É a mesma coisa falar que os militares foram maravilhosos no Brasil, porque construíram a ponte Rio-Niterói, criaram o Pro-Álcool, construíram a Itaipu … E o atraso intelectual, o medo, a exclusão social e econômica, a “lei da porrada”, uma espécie de Inquisição.
Você é muito metido à besta Vítor Moura, você pensa que sabe muito, mas você só sabe o que te interessa.
A Idade Média foi um grande retrocesso, se comparada à Antiguidade Oriental e Clássica, tanto que não produziu praticamente nada de original, NADA !!!
E isto não foi só consequência do teocentrismo medieval, mas por todo o contexto histórico. Com as invasões bárbaras, ocorreu uma ruralização na Europa. As cidades declinaram, o comércio declinou muito, quase não existiu. O acastelamento e o fervor religioso, transformaram a massa europeia em um bando de “burros de carga”. A recuperação cultural, teve início, exatamente quando ocorreu a recuperação urbana e comercial, na Baixa Idade Média e, exatamente a partir dessas transformações, o alto clero começou a declinar também, tanto que a burguesia comercial foi se fortalecendo, surgindo uma aliança entre reis e burgueses, que fez surgir os Estados Nacionais europeus.
Tu és metido em Vítor?
dezembro 17th, 2012 às 8:10 PM
O Vítor Moura e esta cambada de católicos chupa-hóstias, pra justificar as atrocidades da ICAR, fazem uso de argumentos horrorosos, do tipo:
– Ah! sabe aquele sujeito que foi acusado de 10 estupros e 25 assassinatos? Na verdade, ele só cometeu 2 estupros e 5 assassinatos.
— Aaaahhhh então, tá, coitado do cara, que injustiça cometeram com ele.
dezembro 17th, 2012 às 8:15 PM
Os católicos, que beijam a mão daquele fdp do papa, tiveram a coragem, a incrível manobra, de procurar minimizar o que a igreja fez com Galileu e Bruno, a partir de uma discussão, se eles eram cientistas ou não. Isto é absurdo, é ridículo, é lamentável. Mudaram o foco, propositadamente.
Isto sim é diversionismo.
Que LIIIIIIIIIIIIIXOOOOOOOOO!!!
dezembro 17th, 2012 às 9:06 PM
01 – “Como você sabe que a igreja não atrapalhou o progresso?”
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Nenhum cientista foi morto por causa da Igreja. Já na Antiguidade, sabe quem foi Hipaso de Metaponto? O caso dele é bem pior que o de Galileu… veja:
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“Hípaso de Metaponto foi um filósofo pré-socrático, membro da Escola pitagórica. Nasceu em torno do ano 500 a.C. em Metaponto, cidade grega da Magna Grécia situada no Golfo de Tarento, ao sul do que agora é a Itália.
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Se crê que foi quem provou primeiramente a existência dos números irracionais, em um momento em que os pitagóricos pensavam que os números racionais podiam descrever toda a geometria do mundo. Hípaso de Metaponto havia quebrado a regra de silêncio dos pitagóricos, revelando ao mundo a existência destos novos números. Isso havia feito com que estes o expulsassem da escola e erigissem uma tumba com seu nome, mostrando assim que, ele estava morto.
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Os documentos da época dão versões diferentes de seu final. Uns dizem que morreu em um naufrágio de circunstâncias misteriosas; outros, que se suicidou como autocastigo, dando, assim, liberdade a sua alma para buscar a purificação em outro corpo; dizem ainda que um grupo de pitagóricos o matou, normalmente na descrição, afogado, e há inclusive a teoria que diz que Pitágoras em pessoa o condenou à morte.
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Supõe-se que sua demonstração, por métodos geométricos, envolvia que a hipotenusa de um triângulo isósceles com catetos de comprimento igual a uma unidade, i.e. raiz quadrada de dois (constante de Pitágoras), não poderia ser expressa pela razão entre números inteiros”
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Malditos Pitagóricos!!!! Impedindo a difusão do conhecimento!!! Expulsando e talvez até matando quem pensasse diferente deles!!! E você ainda acha que a idade Média foi um grande retrocesso comparada com a Antiguidade… até houve retrocesso nos séculos VI e VII, mas não por causa da Igreja. Isso é abordado no capítulo 2.
dezembro 17th, 2012 às 10:35 PM
Não misture as coisas Vítor. Mais uma vez, você está apelando: pra justificar o injustificável, você procura qualquer exemplo, na tentativa de minimizar as barbaridades cometidas EM NOME DE DEUS.
Se você procurar absurdos na história dos gregos, irá encontrar aos montes. Eles eram elitistas, escravistas, machistas. Faziam sacrifícios de animais em cultos religiosos. Por outro lado, valorizavam a vida, o terreno, o “mundano” e, assim, produziram conhecimentos e obras fantásticas.
O seu problema Vítor, é que você vê a História de forma exageradamente pragmática. Você é um positivista. Você não vê o lado sociológico, ideológico da História, das sociedades.
No Irã do Mahmoud Ahmadinejad também se produz cultura. Há ótimos cineastas lá, alguns deixaram o país. E daí, por isso o regime teocrático iraniano é bom?
Na Índia, com toda aquela pobreza, miséria, também têm surgidos grandes cientistas, médicos – muitos foram para os Estados Unidos. Isto nos permite dizer que o sistema de castas indiano, a forte presença esotérica, é boa? Claro que não !!!
Aponte-me qual foi o grande movimento cultural ocorrido na Europa, durante a Alta Idade Média, século V ao X.
dezembro 18th, 2012 às 12:20 AM
Oi, Biasetto
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eu não estou dizendo que a Igreja Católica é boa. Estou dizendo que ela gerou coisas boas. E ruins. É importante apresentarmos sempre os aspectos positivos e negativos para uma análise justa. Agora, respondendo:
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01 – “Aponte-me qual foi o grande movimento cultural ocorrido na Europa, durante a Alta Idade Média, século V ao X.”
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Adiantando o capítulo 6 do Wood, houve um grande ‘contra-movimento cultural’:
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“Os séculos VIII e IX foram testemunhas do surgimento de uma heresia destruidora chamada iconoclasmo. Essa heresia rejeitava a veneração de imagens, ícones ou símbolos religiosos, e chegou a rejeitar a representação de Cristo e dos santos em qualquer tipo de arte. Se houvesse medrado, as belas pinturas, esculturas, mosaicos, vitrais, manuscritos com iluminuras e fachadas de catedrais, que têm deleitado e inspirado tanto os ocidentais como os não-ocidentais, nunca teriam chegado a existir. Mas não prosperou, já que ia na contramão do modo católico de compreender e apreciar o mundo criado. […] Na época em que se acendeu a controvérsia iconoclasta, havia séculos que a arte cristã vinha fazendo representações de Cristo e dos santos. A representação artística de Cristo era reflexo da doutrina católica da Encarnação: com a Encarnação de Deus em Jesus Cristo, o mundo material havia sido elevado a um novo nível, apesar da sua corrupção pelo pecado original. Não devia ser desprezado, não só porque Deus o havia criado, mas também porque nele havia habitado.
Essa foi uma das razões pelas quais São João Damasceno condenou a iconoclastia. Tendo passado a maior parte da sua vida como monge, perto de Jerusalém, escreveu entre os anos 720 e 740 as três partes da sua ‘Apologia contra os que atacam as imagens divinas’. Como é natural, argumentava – com base em citações bíblicas e patrísticas, assim como no testemunho do conjunto da Tradição – que Deus não se opõe à veneração das imagens; em conseqüência, defendia teologicamente toda a arte religiosa. […] É difícil exagerar a importância da oposição da Igreja ao iconoclasmo, condenado oficialmente pelo terceiro Concilio de Nicéia, em 787. Foram as idéias de São João Damasceno e dos seus seguidores que nos permitiram usufruir da beleza das Madonnas de Rafael, da Pietà de Michelangelo e de inúmeras outras obras de gênio, sem mencionar as grandiosas fachadas das catedrais da Idade Média.”
dezembro 18th, 2012 às 2:45 AM
Vitor,
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Não sei como você define um “cientista” na idade média ou mesmo na era pré-cristã. Antes de Galileu, que foi quem de fato estabeleceu as premissas do método científico, não havia atividade humana similar ao que conhecemos hoje como ciência. Hípaso, a quem você se refere, seria muito mais um pensador pertencente a uma escola filosófica que utilizava números e geometria para tentar explicar o mundo. A sua pretensa morte por ter revelado um segredo, etc, é muito mais um mito do que um fato verificado.
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Portanto, ao afirmar que “nenhum cientista foi morto por causa (por determinação ?) da igreja”, fica a dúvida de que tipo pessoa que você está se referindo. Se a comparação é com o Hípaso, então vários pensadores/filósofos foram sim apanhados na roda da inquisição. Além destes, a inquisição prendeu e/ou torturou e/ou matou inúmeros artesãos, músicos, poetas, alquimistas, etc, não tanto pela profissão que exerciam mas muito mais pelas ideias que professavam.
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Essa discussão toda, contudo, é um tanto surreal. A igreja atrapalhou ao ajudou na difusão do conhecimento? Ora, depende de que conhecimento nos referimos. Ela difundiu o conhecimento quando este lhe convinha e o atacou quando esse não lhe convinha. Nesse último caso, o poder a levou cometer arbitrariedades justamente quando sua autoridade na interpretação das escrituras foi colocada em cheque. Some-se a isso uma estrutura autoritária e verticalizada onde a desobediência de seus membros foi e é tida como intolerável. Nesse contexto o conflito com a ciência, simbolizado em Galileu, seria apenas uma questão de tempo visto que não há como fazer ciência sem liberdade.
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O que podemos dizer hoje, e que talvez você concorde, é que a ciência se expandiu e alcançou novas fronteiras principalmente quando perdeu o medo de enfrentar os tabus e dogmas seculares mantidos justamente pelas religiões, incluindo aqui a católica.
dezembro 18th, 2012 às 7:16 AM
Obrigado Carlos, você é DEZ
Abraços !
dezembro 18th, 2012 às 9:56 AM
Olá Biasa,
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Entendo suas reticências em continuar participando dos debates. Não deixe de aparecer, sempre que necessário. Se houvesse um índice de citações positivas aqui tenho certeza que você estaria entre os melhores pontuados. Outro Abraço, Carlos
dezembro 18th, 2012 às 10:08 AM
São incalculáveis os prejuízos causados pelo catolicismo-cristão. O Brasil é um exemplo claro disso: um dos países com maiores índices de violência, criminalidade, homicídios, corrupção, desvios de verbas públicas …
Multiplicam-se igrejas, em todas as esquinas e bairros de periferia. Em nome de uma fantasia, criada, propagada e insistentemente reproduzida, tudo vale, tudo pode, em troca de grana, grana e mais grana.
Em nome de Jesus e o deus judaico, difundem-se preconceitos, discriminações, ignorância, pseudo-ciências, besteróis dos mais fétidos e inaceitáveis. Mas tudo bem, é Natal, tem ano novo por aí, o “curíntia” ganhou, tem carnaval, copa do mundo, jogos olímpicos … assim caminha a humanidade …
Multiplicam-se os botecos, vai ter BBB também, o Faustão vai bem, obrigado!
Os professores continuarão dando aulas para as paredes, continuarão sendo criticados, a TV aberta continuará apresentando as aberrações religiosas, Chico Xavier continuará santo, o papa vem aí também, muitos irão beijar-lhe a mão … a rede globo esgoto de televisão entrou na dança do mundo gospel e do lixo do UFC, transformando gladiadores modernos em heróis nacionais, vamos que vamos … viva o Brasil, viva Jesus!
dezembro 18th, 2012 às 11:00 AM
Oi, Carlos
comentando:
01 – “Não sei como você define um “cientista” na idade média ou mesmo na era pré-cristã. Antes de Galileu, que foi quem de fato estabeleceu as premissas do método científico, não havia atividade humana similar ao que conhecemos hoje como ciência.”
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Aristarco de Samos é considerado um cientista, mesmo tendo vivido 3 séculos antes de Cristo. Ele provou o que dizia, ao contrário de Giordano Bruno, cujas afirmações sobre o cosmo, embora entendamos hoje como mais ou menos corretas, eram baseadas em fé. Aristarco também não fez afirmações que iam além do que sua base de dados permitia.
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02 – “Hípaso, a quem você se refere, seria muito mais um pensador pertencente a uma escola filosófica que utilizava números e geometria para tentar explicar o mundo.”
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Eu entendo o matemático como um cientista. E como se atribui a ele a descoberta dos números irracionais, ele era um grande matemático, e portanto, um grande cientista.
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03- “A sua pretensa morte por ter revelado um segredo, etc, é muito mais um mito do que um fato verificado.”
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Mas não é mito a sua expulsão da escola pitagórica, o que por si só revela um dogmatismo reinante, e o voto de silêncio já é uma tentativa de impedir a difusão do conhecimento.
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04 – “Além destes, a inquisição prendeu e/ou torturou e/ou matou inúmeros artesãos, músicos, poetas, alquimistas, etc, não tanto pela profissão que exerciam mas muito mais pelas ideias que professavam.”
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Não são “inúmeros”. Henry Kamen, em seu livro “A Inquisição na Espanha”, constata que:
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“Os tribunais eram em regra clementes, e mais ainda se comparados aos tribunais seculares;
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A Inquisição não inventou torturas especiais e aquelas que mais frequentemente usava – a garrucha, a toca e o potro – eram comuns em outros tribunais;
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Embora segregado dos demais, o suspeito ou acusado era bem tratado, com cela aquecida, limpa e iluminada;
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Embora não houvesse limite de idade para detenção ou para a tortura, era raro que tais penas fossem ministradas para idosos e crianças;
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Nem sempre o suspeito ou acusado era torturado e quando e quando o era, não mais que uma vez;
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As confissões sob tortura não eram consideradas válidas, se não fossem ratificadas no dia seguinte sem coação alguma.
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As penas de prisão de trabalho nas galés, degredo ou banimento eram muito mais numerosas que as penas capitais.
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Mesmo no último caso, se o acusado, no momento de ser consumido pelas chamas, se arrependesse ou confessasse, era misericordiosamente estrangulado pelo carrasco(morte mais rápida e digna de acordo com os costumes da época)….
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Foi através dos tribunais da Santa Inquisição que o mundo pode conhecer as figuras do promotor, do advogado de defesa e do Juiz imparcial, sendo a este último dado o poder de efetivamente decidir sobre a sentença, o que não acontecia nos demais tribunais da época. Foi também a Igreja que começou a usar as prisões para dar oportunidade de penitência e conversão aos condenados pelos tribunais eclesiais. Daí o nome “penitenciária”, que passou a substituir muitas penas a partir do século XIX.
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05 – “Ora, depende de que conhecimento nos referimos.”
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Conhecimento científico.
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06 – “Nesse contexto o conflito com a ciência, simbolizado em Galileu, seria apenas uma questão de tempo visto que não há como fazer ciência sem liberdade.”
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Mesmo as atividades científicas precisam ter limitações para que não se cometam abusos,como em experimentos com animais.
dezembro 18th, 2012 às 11:26 AM
Carlos e amigos, você já perceberam que o Vítor não fez estas postagens para que um tema fosse debatido, questionado. Ele fez, para defender o livro do cidadão, com unhas e dentes. Ele procura meios e argumentos, pra assinar embaixo de tudo que diz o livro. Ele está defendendo como um católico fervoroso, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
É demais pra minha paciência. Quem te viu e quem te vê!
São incríveis estas “manobras diversionistas”, dizendo que o sujeito não era cientista, foda-se, ele era um cidadão, um ser humano. Desde quando a igreja de merda lá de Roma, tem moral pra se dizer defensora da ciência, pois ela, exatamente ela, é a maior propagadora de fantasias na história da humanidade.
“Haja Paciência”, como disse meu amigo Scur.
Você é uma piada Vítor, uma grande marmelada também.
“Eu acredito em gnomos, mas mato todos aqueles que disserem que duendes existem”, kakaká !!!
Carlos, é perder tempo, o Vítor Moura, ou é fanático católico, ou é mais teimoso que um jegue.
E este “disclaimer”, que ele colocou aí – legal, gostei desta palavra, confesso que não conhecia -, só o fez, porque cansei de cobrá-lo por algo assim, em conversas pelo face.
Eu me vou Vítor, vou deixá-lo em paz.
Só volto aqui, se alguém mencionar à minha pessoa, de forma que seja interessante uma resposta.
Te cuida Vitinho, abraços galera !!!
dezembro 18th, 2012 às 11:28 AM
Carlos,
sobre as “inúmeras” mortes durante a Inquisição, não só na Espanha como em diversos países temos esses dados. Foram 48 mil pessoas em 5 séculos, veja a tabela na página:
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http://www.sentinelacatolico.com.br/index.php/2011/06/entendendo-a-inquisio-vi-verdades-e-mentiras-sobre-a-caa-as-bruxas/
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Veja a diferença quantitativa que o texto fala entre tribunais eclesiásticos e civis.
dezembro 18th, 2012 às 11:45 AM
Que merda, vou ter que comentar mais uma vez, rs …
Vítor, fui ver este link que você indicou aí, mas que lixo hein?
É isto que você não entende Vítor, não importam as comparações, a igreja é a “obra de Deus”, é defensora dos “ensinamentos de Jesus”, matou 50 mil, está admitindo (foi mais, mas que sejam “só” 50 mil), pqp! isto é irrelevante. Comparar com os assassinatos no Rio de Janeiro, o que tem uma coisa a ver com outra?
NÃO PODIA TER MATADO NINGUÉM, NINGUÉM.
Você é louco Vítor, os católicos que usam estes números pra declinar qualquer crítica à igreja, são loucos varridos, doidos, vocês são psicopatas, que é isso?
Matou só 50 mil, foi boazinha, credo, que coisa mais monstruosa isto.
“Os tribunais civis mataram muito mais”, oh! misericórdia!!!
A igreja não deveria ter matado ninguém e ainda deveria ter batido de frente com os tribunais civis, que executavam as pessoas.
Olha, juro que nunca imaginei que iria me deparar com algo tão inescrupuloso, medonho, mesquinho, egoísta e nojento.
Eu ainda aguardo, o dia que o Vítor Moura vai postar um livro aqui, dizendo que Hitler era bonzinho.
Não irei me surpreender.
dezembro 18th, 2012 às 12:14 PM
Oi, Biasetto
comentando
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01 – “A igreja não deveria ter matado ninguém e ainda deveria ter batido de frente com os tribunais civis, que executavam as pessoas.”
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Concordo que não deveria ter matado ninguém. Mas você sabia que diversas pessoas para se safarem dos tribunais civis confessavam o crime de heresia para serem julgadas pelos tribunais inquisitoriais? Porque elas sabiam que assim seriam bem melhor tratadas, com direito a um julgamento, coisa que nem sempre ocorria nos tribunais civis.
Disse Césare Cantu em seu livro História Universal:
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“O tribunal da Inquisição pode ser considerado como um verdadeiro PROGRESSO, porque se substituía as matanças mais ou menos gerais e aos tribunais sem direito de graça, inexoravelmente apegados ao texto da lei, tais como os que estavam instituídos pelos decretos imperiais.
Este tribunal admoestava por duas vezes antes de empreender qualquer devassa e ordenava a prisão só dos hereges obstinados e dos relapsos; aceitava o arrependimento e contentava-se com castigos morais, o que lhe permitiu salvar muitas pessoas que os tribunais
ordinários teriam condenado.” (CAULY apud AQUINO, p. 131-132)
dezembro 18th, 2012 às 12:18 PM
Ou seja, Biasetto, a verdade é que, para muitas pessoas da época, a Inquisição foi sua salvação…o número de pessoas que ela salvou com certeza foi muito maior do que o número das que ela condenou… será que isso não vale de nada para você?
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Ruim com a Inquisição, muito pior sem ela…
dezembro 18th, 2012 às 2:23 PM
Biasetto, esta notícia é especial para você, que não gosta de artes marciais:
http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2012/12/corpo-de-lutador-de-muay-thai-e-enterrado-em-belo-horizonte.html
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1. Vitor Diz:
dezembro 18th, 2012 às 11:00
Oi, Carlos
comentando:
02 – “Hípaso, a quem você se refere, seria muito mais um pensador pertencente a uma escola filosófica que utilizava números e geometria para tentar explicar o mundo.”
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Eu entendo o matemático como um cientista. E como se atribui a ele a descoberta dos números irracionais, ele era um grande matemático, e portanto, um grande cientista.
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A Wikipédia diz:
“Giordano Bruno (Italian pronunciation: [d?or?dano ?bruno]; 1548 – February 17, 1600), (Latin: Iordanus Brunus Nolanus) born Filippo Bruno, was an Italian Dominican friar, philosopher, MATHEMATICIAN and astronomer”. (destaque em maiúsculas meu).
dezembro 18th, 2012 às 3:45 PM
Oi, Marciano
ele era professor de matemática. Daí dizer que era matemático…. quais contribuições à matemática ele trouxe? Quais são seus trabalhos? O que ele descobriu?
dezembro 18th, 2012 às 5:37 PM
Marciano, eu gosto de artes marciais, só acho este tal de UFC um lixo.
Na verdade, prefiro ver um vídeo com a Sasha Grey, a dois homens se lambuzando de sangue, praticando tentativa de homicídio. Mas devo estar errado, porque ver um casal praticando sexo é pecado, dois homens tentando se matar não é.
Vai entender …
dezembro 18th, 2012 às 5:49 PM
Vitor, desculpe-me pela minha possível ignorância, mas observando sua defesa da ICAR, justificando certas atrocidades, tenho a impressão de uma aproximação muito forte com aquelas velhas desculpas e justificativas utilizadas pelo espiritismo para explicar fatos horrendos na história do mundo, como o próprio Nazismo, os massacres dos descobrimentos na América e etc. Ainda não consigo ver uma relação, ainda que indireta, entre o conteúdo do site e a postagem em discussão.
Não sei dos outros, mas eu começo a achar que talvez a ICAR seja realmente um progresso pra humanidade, ditada pelo mundo espiritual e que o seu Chico tava certo o tempo todo! (ironia mode on)rs!!!
dezembro 18th, 2012 às 6:18 PM
Vejam o que o Vítor pensa de um professor:
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“ele era professor de matemática. Daí dizer que era matemático…. quais contribuições à matemática ele trouxe? Quais são seus trabalhos? O que ele descobriu?”.
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Vítor, qual contribuição você trouxe ao mundo, dentro da sua própria lógica, que obra científica você já produziu?
Outra pergunta: Quantas pessoas o espiritismo já matou?
dezembro 18th, 2012 às 6:22 PM
Oi, JP
a relação é essa:
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Natal -> Nascimento de Cristo ->Igreja Católica -> Especial de Natal sobre a Igreja Católica no blog Obras Psicografadas.
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No Dia das Bruxas (31 de outubro) já estou pensando em fazer um especial sobre a Inquisição.
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As desculpas espíritas para explicar fatos horrendos na história do mundo não se baseiam em pesquisa, e sim em ‘revelações’ de médiuns. Diferentemente daqui.
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A ICAR certamente auxiliou o progresso. Se sua existência ainda se justifica hoje, aí são outros quinhentos…
dezembro 18th, 2012 às 6:46 PM
Putz! Quanta meleca !!!
Agora o Vítor realiza “especial de Natal”, “não posso crer!”
dezembro 18th, 2012 às 6:50 PM
Oi, Biasetto
tenho contribuições em artigos na revista Pensar, na Paranormal Review, no Psychological Bulletin, no Caderno do Encontro Psi.
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Já quantas pessoas o espiritismo matou não dá para saber. Quantas tiveram sua condição piorada pelo “Dr. Fritz” ou mesmo chegaram a falecer? Ou quantas morreram acreditando nos remédios homeopáticos do Chico Xavier e não buscaram outro tratamento? Não temos esses dados.
dezembro 18th, 2012 às 6:53 PM
Oi, André Ribeiro
não é “agora” que realizo especial de natal. Em dezembro de 2009 já havia feito um especial de Natal:
http://obraspsicografadas.org/2009/o-estudo-da-aparncia-fsica-de-jesus-parte-1/
dezembro 18th, 2012 às 7:17 PM
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=WweVOZdN11s
dezembro 18th, 2012 às 7:22 PM
http://www.youtube.com/watch?v=5QZVP9g42Nc
dezembro 18th, 2012 às 7:24 PM
Bem Vítor,
Nestes casos, o catolicismo também não está isento, porque muitos católicos usam homeopatia e buscam curas alternativas, incluindo visitar os lugares sagrados.
dezembro 18th, 2012 às 8:04 PM
Vitor, tem uma conta que não tá batendo. Você disse que “acha” que Giordano Bruno não era cientista e que parece que era um astrólogo apenas, ainda que várias outras fontes afirmem o contrário. Você também disse: “Isso é diferente do caso do Giordano, que não tinha nem mesmo um telescópio para tentar corroborar suas afirmações.” Tudo bem, pode ser que não tivesse mesmo, mas o mais curioso foi você afirmar que 300 a.C Aristarco de Samos foi de fato um cientista. Então deixa-me recalcular: 1.800 anos antes de Giordano Bruno, Aristarco era cientista e Giordano não, porque não tinha telescópio. Aristarco também não tinha, mas não foi queimado porque não viveu em uma época inquisidora. Giordano, pobre coitado, defendendo as mesmas ideias de Aristarco e de tantos outros, parou na fogueira. Agora você quer dizer que Giordano Bruno que provavelmente conhecia o telescópio e já tinha mais condições de estudar, que Aristarco que viveu 1.800 antes, não era cientista, tudo, menos cientista?. Certo?
Mas a conta não bate mesmo, com essa sua afirmação. E o pior de tudo, é que Giordano Bruno pôde ter conhecido o telescópio com o outro cientista Leonard Digges da Inglaterra. E o problema é que essa wikipédia versão pt-BR parece que foi criada para agradar o freguês da paróquia, ao não citar o Giordano como cientista, já que as outras fontes citam. Então, filósofos, matemáticos, pensadores, astrônomos, astrólogos, qualquer tipo de pessoa, que discordasse da santa madre igreja era queimada numa fogueira em praça pública, visando dar o recado para todos os insatisfeitos. Se não, o número poderia ter sido bem pior. E quantos não morreram por “acidentes naturais”, “afogados em rios”, “dormindo feito anjos”, por “comer comida estragada” ou “na calada da noite”?
O povo não engole mais. Acabou a festa para a vossa santidade. Quem vocês achavam que era infalível, faliu. Destronado pelo próprio povo. Esperto mesmo foi Nostradamus, que disse tudo o que disse e ainda saiu ileso, bem nessa época das fogueiras em praças públicas. Se matar um cachorrinho hoje em dia, dentro de um apartamento, já vira notícia mundial, então como essa igreja acha que vai conseguir sobreviver? A época de viver do conto já acabou. Tá na hora desse povo papa-dinheiro-de-trouxa, pensar em trabalhar e trabalhar duro. Porque lá nas terras invisíveis, a dor que queima e que arde, é bem pior que a dor das fogueiras. Morrer com a consciência tranquila é uma bênção!
dezembro 18th, 2012 às 8:21 PM
Oi, Biasetto
acho que os católicos buscam (ou esperam) um milagre do que propriamente um “tratamento” alternativo… e isso é geralmente após terem sido desenganados pelos médicos. Aí vale qualquer coisa. Nas cirurgias espirituais muitas vezes há a PIORA do paciente e ele sequer procurou o médico primeiro, como se mostra aqui:
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http://obraspsicografadas.org/2012/o-dr-fritz-quer-entrar-na-poltica/
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Já a relação da homeopatia com o espiritismo é muito mais forte do que com o catolicismo.
dezembro 18th, 2012 às 8:51 PM
Oi,Fabiano,
comentando:
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01 – 1.800 anos antes de Giordano Bruno, Aristarco era cientista e Giordano não, porque não tinha telescópio.
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Não. Aristarco não fez afirmações além do que a sua base de dados permitia. Giordano fez. Não podia comprová-las. Até Galileu fez isso. Mas Galileu ao menos tinha uma base de dados, fez experimentações e observações. Já Giordano passou longe disso… e Aristarco apesar de não ter um telescópio, valeu-se de instrumentos de medição de ângulo não muito precisos, mas o procedimento estava correto. Aristarco foi um cientista dos bons.
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02 – Aristarco também não tinha, mas não foi queimado porque não viveu em uma época inquisidora.
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Ele chegou a ser acusado de insulto religioso.
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03 – “Giordano, pobre coitado, defendendo as mesmas ideias de Aristarco e de tantos outros, parou na fogueira.”
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Que eu saiba Aristarco não defendia que Jesus era um mágico, ao contrário de Giordano. Foram as ideias heréticas de Giordano que o levaram à fogueira.
dezembro 18th, 2012 às 8:55 PM
Vítor,
Nessa polêmica não vou entrar, porque também não aprovo estas “curas milagrosas”, apesar de entender, perfeitamente, que quando a pessoa está doente e sofrendo, ele tem todo o direito em buscar o que aparecer e acreditar nisso, principalmente se já passou pelo tratamento, digamos, convencional.
E no quesito “curas milagrosas”, ninguém vence os evangélicos exaltados das igrejas neo-pentecostais.
Parabéns por suas contribuições, inclusive vem uma entrevista sua por aí né? Não sei se você quer falar aqui. Se não quer, me desculpe.
Eu falei do espiritismo ter matado pessoas, assim como a igreja matou, só 50 mil né?
E você se considera um cientista, é isso?
Obs.: obrigado por me aturar aqui, mesmo depois de eu ter até te xingado. Ok?
Você excluiu um artigo meu?
dezembro 18th, 2012 às 9:30 PM
Oi, Biasetto
eu não me considero um cientista porque eu não faço observações nem experimentações. O que eu faço é pesquisa bibliográfica, logo me considero um pesquisador.
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Não excluí nenhum artigo seu.
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Sobre a entrevista deixemos estar mais perto dos acontecimentos para um anúncio.
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A Igreja matou 50 mil em 5 séculos, ou 10 mil por século, ou 100 pessoas por ano. Uma pessoa a cada 4 dias no mundo.
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Quantos será que morrem buscando cirurgias espirituais e são vítimas de bisturis não esterelizados apenas no Brasil? Não sei.
dezembro 18th, 2012 às 10:11 PM
Considero importante rebater algumas das afirmações do Vitor, notadamente para fins de registro. As informações estão da wikipedia francesa e nela estão listadas as referências que dão origem as informações.
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Sobre as inúmeras condenações por crime de opinião (heresia). Apenas nos arquivos de Bernard Gui, bispo dominicano que atuou em Toulouse no período de 1307 a 1323 (16 anos), estão registradas 29 condenações à morte, 80 condenações à fogueira, 13 penas de prisão fechada, 231 sentenças de prisão aberta e 107 sentenças infamantes. O mais importante carnificina ocorreu em 5 de abril de 1310 onde foram levadas à fogueira 17 vítimas.
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Sobre as cadeias “aquecidas, iluminadas e limpas” e o “bom tratamento” oferecido ao réu, referido pelo Vitor. “Em 15 de maio de 1252 Inocêncio IV publica a bula Ad exstirpanda que autoriza o uso da tortura. Os documentos confirmam que os templários confessaram sob tortura. As consequências foram inúmeras mortes e suicídios. A maioria era detida em condições deploráveis. A única forma de alimentação eram pães velhos e secos e um pouco d’água. As celas eram construídas em pedra e os prisioneiros eram acorrentados às paredes. O desmembramento das articulações, queimaduras nas extremidades do corpos e as mutilações, apenas para nomear alguns tipos de tortura, eram frequentemente utilizadas pelos inquisidores da época. Em maio de 1310, após confessar sob tortura, 54 homens (templários) foram enviados para a fogueira.
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O historiador Yves Dossat qualifica a condenação ao fogo como excepcional. No entanto, Robert le Bougre, também conhecido como “o martelo dos hereges” manda para fogueira 50 vítimas das regiões de Cambrai e Lille entre 1236 e 1239, e em Montaimé , em 1239, ele queima 183 pessoas conforme relatam crônicas da época. Para se situar geograficamente, Toulouse fica no sudoeste enquanto Lille, Cambrai e Montaimé no norte-nordeste da França.
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Esses dados referem-se aproximadamente um século de atividade apenas na França.
dezembro 18th, 2012 às 11:04 PM
Oi, Carlos
do livro “A Inquisição em seu Mundo”:
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“Não há dúvida, registraram-se também abusos de autoridade por parte de Inquisidores. Deve-se, porém, observar que os Papas e os Bispos, sempre que informados, infligiram censuras aos oficiais imoderados. Assim, seja citado um exemplo entre vários outros:
Em 1305 o Inquisidor de Carcassonne provocou, por seus rigores, a revolta da opinião pública: os habitantes de Carcassonne, AM e Cordes (França) dirigiram-se à Santa Sé. As suas queixas foram acolhidas pelo Papa Clemente V, que aos 13/03/1306 nomeou os Cardeais Pierre Taillefer de la Chapelle e Béranger Frédol para fazer um inquérito do que ocorria na região; enquanto este se processava e as prisões eram inspecionadas, estava suspensa toda perquisição de hereges. Os dois prelados iniciaram a visita aos cárceres de Carcassonne nos últimos dias de abril; encontraram aí quarenta prisioneiros que se queixavam dos carcereiros; estes foram logo substituídos por outros mais humanitários; aos detidos foram assinaladas celas recém-reformadas e foi permitido passear per carcerias muri largi ou em espaço mais amplo; os guardas receberam a ordem de entregar aos prisioneiros tudo o que fosse enviado pelo rei ou por seus amigos para a sua manutenção. Os dois Cardeais visitaram outrossim os cárceres de Albi aos 4/05/1306; mandaram retirar as correntes que prendiam os encarcerados, designaram outros guardas, mandaram melhorar as condições sanitárias das prisões, abrindo janelas para a penetração de luz e ar.”
dezembro 18th, 2012 às 11:05 PM
Ok Vítor.
dezembro 18th, 2012 às 11:46 PM
É absolutamente incrível que ainda se queira considerar Jordano Bruno como um “cientista”, e mais, como um “mártir da Ciência”. Essa qualificação, claro, é apenas mera propaganda, quer anti-católica, quer anti-religiosa em geral. O melhor ensaio sobre Bruno é ainda o livro “Giordano Bruno e a Tradição Hermética” (traduzido para a língua portuguesa e publicado pela Editora Cultrix), da dama Frances Amelia Yates (1899-1981, professora de História da Renascença na Universidade de Londres). Dessa obra são citados a seguir alguns trechos julgados paradigmáticos. Quem quiser, de fato, saber quem era Bruno, quais eram (efetivamente) suas idéias, em que universo mental e cultural ele transitou, deveria ler com atenção o trabalho da dama Yates (claro, ninguém, muito menos os afobados “professores” de História, farão isso, já que é sempre bom se cultivar um mito, ainda que falso).
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Excertos da obra da dama Frances Yates, págs. 394-396:
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Bruno expressou os seus pontos de vista sobre a magia boa e a má à medida que respondia às perguntas que lhe eram feitas [pelos inquisidores romanos] sobre por que tinha com ele o livro “De Sigillis Hermetis”. A magia, declarou ele, é “como uma espada, que pode ser perversamente utilizada nas mãos de uma pessoa má, mas nas mãos de um homem temente a Deus, conhecedor dos efeitos lícitos e ilícitos que dela podem advir e que souber trabalhá-la bem, graças às virtudes das disposições das estrelas e do trabalho das imagens e caracteres”, pode ser utilizada para o Bem (cf. o “Sommario” do julgamento de Bruno, pág. 101).
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(…)
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Infelizmente, não temos o relatório de Belarmino e de Tragagliolo sobre as oito proposições heréticas que Bruno deveria renegar [e que lhe foram apresentadas no final do julgamento], mas existe no ”Sommario” o resumo de uma réplica do “frater Iordanus” sobre as censuras às proposições retiradas de suas obras (págs. 113-119), que possivelmente (embora não possamos ter certeza absoluta disso) indicam quais foram as censuras de Belarmino. Esse documento parece-me confuso e desorientador, mas menciona a infinitude de Deus, que implica um Universo infinito, o modo da criação da alma humana, o movimento da Terra, as estrelas concebidas como anjos, a Terra animada por uma alma sensível e racional [a “anima mundi”], e a existência de muitos mundos. Esses são, aparentemente, assuntos eminentemente filosóficos, mas, como assinalou Mercati, os interrogatórios raramente suscitaram assuntos filosóficos ou científicos; tratavam principalmente de questões teológicas, assuntos de disciplina, seus [de Bruno] contatos com os hereges e os países heréticos, e assuntos afins.
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Uma vez que Bruno, com sua recusa final de abjurar, incluiu tudo o que havia dito ou escrito, à ultima sentença podem ter sido acrescentados os vários assuntos de todos os interrogatórios, durante os oito anos de prisão, bem como os oito pontos, fossem eles quais fossem. Gaspar Scioppius [um erudito alemão que recentemente se havia convertido do luteranismo ao catolicismo, e que estava, na ocasião, em Roma], que testemunhou a morte de Bruno, e que talvez tenha ouvido a sentença naquele momento, apresenta uma confusa lista de teses pelas quais Bruno foi condenado: que há mundos inumeráveis, que a magia é coisa boa e lícita, que o Espírito Santo é a “anima mundi”, que Moisés realizou seus milagres pela magia, na qual foi mais proficiente que os egípcios, que Cristo era um mago. Há outras igualmente incoerentes. O fato é que não temos evidência (havendo-se perdido o processo em si) que nos permita reconstituir o julgamento e a condenação de Bruno.
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Se o movimento da Terra foi uma das teses pelas quais condenaram Bruno, o seu caso, nesse particular, não é absolutamente o mesmo de Galileu, que foi obrigado a retratar sua declaração de que a Terra se move. Os pontos de vista de Galileu fundamentaram-se na matemática e na mecânica autênticas; ele vivia num mundo mental diverso do de Bruno, num mundo de que as “intenções pitagóricas” e os “selos herméticos” não participavam, e os cientistas chegavam às suas conclusões a partir de bases genuinamente científicas. A filosofia de Bruno não pode ser separada de sua religião. Era a sua religião, a “religião do mundo”, que ele via sob essa forma complicada: um universo infinito e inumeráveis mundos, como numa gnose ampliada, uma revelação da divindade a partir dos “vestígios”. O copernicanismo era o símbolo de uma nova revelação, que implicaria um retorno à religião natural dos egípcios e à sua magia, dentro de um quadro de referenciais que ele, estranhamente, supunha católico.
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Eis por que não se sustenta a lenda de que Bruno foi perseguido por ser um pensador e filósofo, tendo sido queimado por seus ousados ponto de vista sobre os mundos inumeráveis e o movimento da Terra. Essa lenda, aliás, já havia sido dissipada pela publicação do “Sommario”, que demonstra a pouca atenção concedida as questões filosóficas ou científicas durante os interrogatórios, e pelos escritos de Corsano e de Firpo, que davam realce à missão religiosa de Bruno. (…) A filosofia de Bruno, inclusive o suposto heliocentrismo copernicano, tinha a ver com essa missão. Completamente envolvido no hermetismo, Bruno não podia conceber uma filosofia da natureza, do número, da geometria, de um diagrama, sem atribuir-lhes significados divinos. Ele é, portanto, a última pessoa do mundo que se pode tomar como um representante de uma filosofia divorciada da divindade. A Igreja restringiu-se perfeitamente aos seus direitos ao incluir assuntos filosóficos na condenação das heresias de Bruno. Os assuntos filosóficos eram absolutamente inseparáveis das heresias.
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Excertos da obra da dama Frances Yates, págs. 475-488:
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O ataque à magia renascentista, inclusive ao assim chamado neoplatonismo e às filosofias anímicas da natureza que se lhe associam, foi desfechado na França, em princípios do século XVIII, pelo “bon père” Marin Mersenne, da Ordem dos Irmãos Menores de São Francisco [i.e., da Ordem Franciscana]. Mersenne, um cristão devoto e um ávido pesquisador científico, amigo de Descartes e de Gassendi, admirador de Galileu, desempenhou um importante papel no estímulo ao novo movimento, colocando os pesquisadores em contato com outros que trabalhavam em assuntos semelhantes, graças a sua enorme correspondência com todos os sábios da Europa.
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(…)
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Nos primeiros anos do momentoso século XVII, pululava toda espécie de magia e de ocultismo. As autoridades viviam em profundo sobressalto. Na França, eram queimados centenas de feiticeiros todo ano, o que implicava (…) não só o predomínio da magia, mas a crença nos seus poderes. Pouca dúvida pode haver de que a obsessão esotérica pelos diabos, típica desse período, era o produto final (ou a decadência0 da revalorização da magia que, em última análise, provinha de [Marsílio] Ficino e de Pico [de Mirândola], e que, continuada com extravagância por descendentes tais como Cornélio Agripa, recebeu o apoio das interpretações anímicas da natureza dos filósofos da Renascença. (…) Num mundo assim nasceram Mersenne e Descartes, e Mersenne achou que sua missão era lutar contra ele com toda arma que possuísse.
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(…)
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O “Quaestiones in Genesim” [“Questões sobre o Gênesis”], de Mersenne, de 1623, é um livro de difícil compreensão, não só pela sua imensa extensão, mas pela disposição confusa de seu conteúdo. (…) [O] livro pretende ser um comentário do Gênesis, mas seu propósito geral não é apreendido com facilidade pelo leitor, à medida que abre o seu caminho nessa coleção de tratados sobre uma miscelânea dos mais variados assuntos. [Mas] (…) Mersenne utilizou o texto bíblico como uma tela na qual projetava a sua “summa” contra a magia e o pensamento renascentista, o mesmo fazendo contra todas as ramificações derivadas da grande disseminação das prática contemporâneas da magia. (…)
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(…)
—
Mersenne estava perfeitamente informado sobre a magia renascentista que tanto detestava; é provável que tenha consultado constantemente o livro de [Martinho] Del Río [1551-1608, jesuíta belga de origem espanhola] contra a magia, que menciona diversas vezes. Sobre [Marsílio] Ficino, ele se revela bastante arguto. Ficino [no entender de Mersenne] não se expressa como um católico quando, no seu “De Vita Coelitus Comparanda”, afirma que as imagens e caracteres têm poder sobre as coisas inferiores – tese que os católicos não admitem. Noutro trecho do livro, onde apresenta um relato extremamente competente sobre as propriedades das pedras e imagens mágicas [tais como as considerava Ficino], percebe um liame estabelecido pelo platonismo renascentista entr as imagens mágicas das estrelas e as idéias platônicas. (…) Ele revela, nesse ponto, o cerne mágico do platonismo ficiniano [que Bruno seguia], e sua confusão de idéias com as imagens e com o hermetismo. Atribuir tais poderes a tais imagens parece-lhe simplesmente insano.
—
(…)
—
Mersenne é moderno; atravessou o divisor de águas e foi dar na margem em que estamos agora; a crença no poder das imagens mágicas estelares parece-lhe uma loucura total (…) Não chega a condenar tais imagens por medo do poder delas, e sim por carecerem de sentido. Mersenne, que descarta totalmente a astrologia, naturalmente descarta também a magia astral, as imagens e todo o aparelhamento sobre o qual repousava a “magia naturalis”.
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Condena a doutrina da “anima mundi, ou, pelo menos, a extravagante extensão à qual se entregaram os naturalistas da Renascença [e Bruno], que afirmavam que o mundo vive, respira e até pensa. Identificou o cerne mágico do platonismo renascentista, uma vez que esse animismo universal da natureza era a base das operações do mago, e o veículo de que se servia era o “spiritus mundi”.
—
No tocante à Cabala, Mersenne admitia uma Cabala ortodoxa, preocupada com a interpretação mística das Escrituras. Mas ele naturalmente condena a magia cabalista com veemência, assim como todo o sistema da angelologia e suas conexões cosmológicas.
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No decorrer dessa enérgica destruição, em ele fez cair a base hermético-cabalista da magia renascentista, Mersenne condena todos os principais propagadores dessas concepções, como Ficino, Pico de Mirândola e seus sucessores; é especialmente severo com os arquimagos Cornélio Agipa e Tritêmio. (…) Ataca Bruno e Campanella, o primeiro de forma breve (o seu ataque principal a Bruno está em outros livros), e o segundo em longos trechos. Em suma, o extenso comentário de Mersenne ao Gênesis contém análises penetrantes de quase todos os aspectos do modo de pensar que estamos estudando neste livro. A vida e o sangue do mago renascentista esvaíram-se sob a furiosa investida de Mersenne; suas mais caras teorias, ilusões e delírios foram transformados, à luz fria e clara da nova época, numa sucata inutilizável.
—
Mas não mencionamos ainda o principal objeto da refutação de Mersenne. Os hermético-cabalistas mortos e enterrados não eram, a seu ver, tão perigosos e execráveis quanto Robert Fludd. (…) As obras de Fludd (…) foram um fator que precipitou o vasto contrafluxo (…) que foi o “Quaestiones in Genesim”. (…) O comentário de Mersenne, no seu aspecto teológico, só recorre aos Padres e aos Doutores acreditados da Igreja. Não é como um hermético-cabalista igual a Fludd que Mersenne aborda o Gênesis, mas como um católico ortodoxo. Serve-se de comentários ortodoxos ao Gênesis para o ataque aos comentários hermético-cabalistas de Fludd e a tudo o que havia sido estruturado e fundado na equação Hermes-Moisés a partir de Pico de Mirândola. (…)
—
Não encontrei no “Quaestiones in Genesim” qualquer evidência de que Mersenne, ao escrevê-lo, conhecesse as descobertas de [Isaac] Casaubon sobre a “Hermética” [provando que o “Corpus Hermeticum” não era uma obra egípcia da mais remota antiguidade, mas sim um pastiche egipcianizante da época helenístico-romana]. Mas, logo depois, ele descobre [a obra de] Casaubon, e percebe que esse seria um importante instrumento na tarefa de demolir o edifício onde se assenta o mago da Renascença e o seu descendente, Robert Fludd. Se o “Moisés egípcio” [i.e., Hermes Trimesgisto] era forjado, a pedra fundamental do edifício seria removida, e toda aconstrução tomaria em ruínas.
—
(…)
—
Toda a Europa acompanhava com emoção e interesse essa controvérsia (…). A posição de Fludd enfraqueceu consideravelmente depois que seus adversários lançaram mão de Casaubon, e (…) toda a tradição do hermetismo renascentista chega aqui ao seu fim. O hermetismo não sustentaria mais a sua posição predominante desde Ficino no âmago de todos os movimentos; mergulharia na clandestinidade dos canais esotéricos, tais como os “sogni ermetici dei Rosacroce” (“sonhos herméticos dos rosa-cruzes”).
—
(…)
—
[O próprio Kepler,] (…) o poderoso matemático descobridor das órbitas elípticas dos planetas, de modo algum emergira das influências da Renascença. O seu heliocentrismo tinha bases místicas; considerava a sua grande descoberta sobre as órbitas planetárias uma confirmação da “música das esferas”; e nas suas teorias existe uma sobrevivência do animismo. Não obstante, Kepler percebeu com clareza absoluta a diferença básica entre a genuína matemática, baseada na medição quantitativa, e aa abordagem mística do número (…) Compreendeu com a máxima nitidez que a raiz da diferença que o separava de Fludd estava nas atitudes divergentes e ambos a respeito do número; a sua era uma matemática quantitativa, a de Fludd era pitagórica e hermética. (…)
—
(…)
—
Imagine-se qual seria a situação de Giordano Bruno em meio a essas controvérsias! Giordano Bruno, para quem um dos quatro “guias” da alma era a “mathesis” [i.e., o cálculo astrológico]; que via significados herméticos no diagrama copernicano; para quem um compasso não era um compasso, e sim um hieróglifo; que escreveu um livro “contra os matemáticos”, ilustrado com diagramas desvairadamente místicos. Com certeza, ele escreveria diálogos violentos contra Kepler, o “pedante”. Estaria ao lado dos hermetistas, ao lado de Fludd (embora Fludd não fosse suficientemente “egípcio” para Bruno), e ao lado dos rosa-cruzes.
—
E como reagiria Bruno às “Quaestiones in Genesim” de Mersenne, com o seu ataque ao cerne mágico do platonismo ficiniano, com a sua condenação da “alma do mundo” e do animismo universal da natureza viva, com o premeditado arrasamento da posição do mago da Renascença? Decerto se atiraria ao ataque com ferocidade ainda maior, aos berros de “Pedante! Pedante!”
—
Até aqui, a dama Frances Yates.
—
Eu pergunto: quem é mais “cientista” e “racional”, o dominicano renegado Bruno, ou o franciscano ortodoxo Mersenne? Ah, mas me esqueci, Bruno é um conveniente “mártir”, tanto para os anti-católicos quanto para os anti-religiosos em geral… Convém cultuá-lo… Quanto aos fatos… Bem, danem-se os fatos; e tenho certeza de que logo irão me atacar, alegando que eu “concordo” com a “morte na fogueira” de Bruno – apenas para constar, ONDE é que eu afirmei isso? O que está em jogo aqui é esclarecer que a caracterização de Bruno como um cientista, que foi condenado POR CAUSA de suas opiniões científicas (que, aliás, não tinha…), é absolutamente falsa, mais ainda deliberadamente forjada para dar à “ciência” um conveniente “mártir” – para fins de “agiprop”, simplesmente. Tudo isso quando Bruno foi um mago, um hermetista, um ocultista, nada mais; infelizmente morto, como acabaria sendo, vivesse onde vivesse naquela Europa dos inícios do séc. XVII. Mas que poderia, com relativa facilidade, ter escapado de sua sorte, se, apenas para início de conversa, tivesse assumido, desde o início, uma atitude um pouco mais moderada, mais afável, mais tolerante, menos arrogante, mesmo mais respeitosa com relação a qualquer um que não concordasse com suas elucubrações mágico-herméticas, a quem sempre atacou violentamente. Quem semeia ventos…
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Seria interessante que os seus corifeus (inclusive um certo professor de História, que parece entender pouco de seu ofício) se dessem ao trabalho de ler, se não as obras do Nolano, ao menos alguns resumos ou introduções às mesmas, e apontassem exatamente onde estão as suas “contribuições” físico-matemáticas. Eu lhes dou uma “colher de chá”, e apresento (de novo me servindo do estudo da dama Yates) a “justificativa” “científica” de Bruno para o movimento da Terra, colhida de sua obra “La Cena delle Ceneri” (“A Ceia de Quarta-Feira de Cinzas”):
—
Da referida obra da dama Frances Yates, págs. 269-270:
—
A verdade é que, para Bruno, o diagrama copernicano é um hieróglifo, um selo hermético que ocultava potentes mistérios divinos, cujo segredo ele [Bruno] capturara. Para compreender o [seu] (…) verdadeiro sentido, é preciso que se leiam as páginas magistrais onde, em 1621, Kepler analisou a diferença entre o seu [de Kepler] modo de usar os diagramas e o de [Robert] Fludd, nas suas respectivas obras sobre a harmonia. Os seus próprios diagramas, nas palavras de Kepler, são realmente matemáticos, e os de Fludd são herméticos. “Tu tractas Mathematica more hermetico” [“Tu tratas a Matemática de maneira hermética, i.e, mágica”], exclama ele, dirigindo-se a Fludd. Assim lia Bruno o diagrama de Copérnico, “more hermético”, encorajado pela própria referência de Copérnico a Hermes Trimegisto, junto ao diagrama do seu livro.
—
Na hipótese heliocêntrica, a Terra se move, visto que Copérnico, segundo Bruno, “com o seu raciocínio antes matemático que natural” [i.e., simplesmente matemático, não “mágico”], havia reabilitado a teoria do movimento da Terra, até então coberta de ridículo e escárnio. O movimento da Terra foi entusiasticamente proclamado por Bruno, não pelas suas inferiores bases matemáticas, mas do seguinte modo:
—
“A Terra se move para que se possa renovar, e nascer novamente, não podendo perdurar para sempre sob a mesma forma. Pois as coisas que não podem ser eternas como indivíduos (…) são eternas como espécies; e substâncias que não podem ser eternas sob o mesmo aspecto mudam as suas aparências. Pois o material e a substância das coisas são incorruptíveis, e devem passar através de todas as formas (…). Porquanto, sendo a morte e a dissolução impróprias para toda a massa em que este globo, esta estrela, consiste, e a completa aniquilação impossível para toda a natureza, a Terra muda todas as suas partes de tempos em tempos numa certa ordem, e, assim, se renova (…) E nós mesmos, e as coisas que nos são pertinentes, vamos e voltamos, passamos e repassamos; nada há que nos seja próprio que não possa se tornar estranho a nós, e nada há de estranho a nós que não possa se tornar nosso (…) E nada é por si mesmo eterno, salvo a substância e o material de que é feita, e isso está em constante mutação. Das substâncias super-substanciais não falo presentemente, mas voltarei a raciocinar mais especialmente sobre essa grande unidade, nossa perpétua nutriz e mãe, de cujo movimento perguntaste a causa do movimento. E eu digo que a causa do seu movimento, e não só do seu movimento como um todo, mas do movimento de todas as suas partes, é a possibilidade de passar por vicissitudes, para que o todo possa se encontrar em toda parte e, assim, assumir todas as formas e disposições (…)” (“La Cena delle Ceneri”, 5º diálogo)
—
Até aqui, a dama Yates e o próprio Bruno, este último “explicando” o movimento da Terra.
—
Bem “científico”, não? Devia ser adotado como livro-texto de Física e de Astronomia, não acham os leitores?
—
JCFF.
dezembro 19th, 2012 às 12:01 AM
Vitor, o ponto crítico aqui é que os “hereges” foram mortos por crimes de opinião. Ou seja, foram processados, alguns torturados e mortos por possuir uma opinião diversa da ortodoxia católica. Você tem comparado os que foram perseguidos por crime de opinião, portanto sob domínio da inquisição, com os crimes comuns cuja pena é proferida pelo estado. Há uma desproporção enorme entre o cara que foi eventualmente torturado e lavado a fogueira por acreditar que a Terra gira em torno do sol, ou que existem planetas habitados, ou que Jesus foi casado, ou que não teve um corpo material, do que o cara que, por exemplo, mata para roubar ou estuprar. Você tem dito que a inquisição foi muito mais piedosa que o estado quando tratou do réu. Não, não foi. Ela, a inquisição, foi muito mais cruel e injusta ao acabar com a vida de alguém que, a rigor, não cometeu crime algum!
dezembro 19th, 2012 às 7:02 AM
Demorou para aparecer o insuportável e metido à besta senhor JCFF. Outro falastrão, que para justificar os crimes da sua amada e idolatrada igrejinha assassina, já vem com esta pérola de que Bruno nunca foi cientista. E por isso ele merecia ser queimado vivo?
Ah! vai se ferrar JCFF, tu és outro maluco fanático, além de chato como ninguém.
dezembro 19th, 2012 às 7:21 AM
É isto mesmo JCFF: o sujeito era um astrólogo metido a ser astrônomo, tinha que morrer, não tenha dúvida.
Mata, mata mesmo, é isto que estes hereges merecem.
Mártir só a igrejinha pilantra pode ter, começando pela maravilhosa, fantástica Madre Teresa. Esta sim, pegava milhões para ajudar os miseráveis e dava pra igrejinha construir conventos. Nem seringa descartável era capaz de comprar.
Belíssimo exemplo.
dezembro 19th, 2012 às 7:29 AM
Se existisse inferno, Madre Teresa seria a Vice-Presidente de Relações com o Mercado. Êta mulherzinha boa em arrecadação !!!
dezembro 19th, 2012 às 8:09 AM
André Ribeiro,
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certamente você não chegou a ler o texto completo do JCFF, que previu sua atitude, dizendo:
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“e tenho certeza de que logo irão me atacar, alegando que eu “concordo” com a “morte na fogueira” de Bruno – apenas para constar, ONDE é que eu afirmei isso? ”
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Parece até precognição.
dezembro 19th, 2012 às 9:01 AM
José Carlos,
Você me cutucou no teu comentário, ao estilo bem sacana, mas tudo bem.
Pra mim é indiferente, se o Giordano era católico, ateu, astrônomo, astrólogo, visionário … O que importa é que ele era um ser humano, não era bandido, não tinha cometido crime algum, além de questionar crenças, dogmas e conhecimentos. Foi cruelmente e injustamente assassinado pela igreja. Este é o fato, o resto, como diz o José Serra (não sou fã dele), “é trololó”.
Feliz Natal e um ótimo 2013.
Saudações !!!
dezembro 19th, 2012 às 10:53 AM
Ainda bem que esta merda de igreja não tem mais o poder de torturar e matar ninguém. Imagino o que seria capaz de fazer comigo, Biasetto, Antonio, Toffo, Carlos e outros.
dezembro 19th, 2012 às 11:17 AM
Marciano, espero que essa “contribuição da igreja à civilização ocidental” seja um dia considerada crime contra a humanidade. Talvez não nessa geração; quem sabe nas próximas…
dezembro 19th, 2012 às 11:56 AM
Minha esperança é de que, num momento mais próspero, justo e feliz, as futuras gerações vivam sob a égide de um ordenamento jurídico que proteja a humanidade dos malefícios das religiões. De todas elas.
dezembro 19th, 2012 às 12:38 PM
Oi Vitor,
Terminei a tradução da crítica feita pelo professor Bowman. Como a envio pra você?
dezembro 19th, 2012 às 12:40 PM
Oi, Marco
envie para meu email, basta colocar o mouse em cima do meu nome ao fim da página.
dezembro 19th, 2012 às 12:46 PM
Emmanuel, captado pela antena mediúnica de CX:
Longo período de sombras invadiu os departamentos da atividade humana. A penumbra dos templos era teatro de cenas amargas e sacrílegas. Crimes tenebrosos foram perpetrados ao pé dos altares, em nome d’Aquele que é amor, perdão e misericórdia. A instituição sinistra da Igreja ia cobrir a estrada evolutiva do homem com um sudário de trevas espessas.
[A CAMINHO DA LUZ, pg 84].
Ditada pelo Espírito: Emmanuel
Psicografada por: Francisco Cândido Xavier
dezembro 19th, 2012 às 12:47 PM
Oi, Carlos
comentando:
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01 – “Ela, a inquisição, foi muito mais cruel e injusta ao acabar com a vida de alguém que, a rigor, não cometeu crime algum!”
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É um ponto de vista. Mas não é o ponto de vista compartilhado pelas pessoas da época, que chegavam a cometer o crime de heresia (entre outros) para serem julgadas pelos tribunais da Inquisição, e não pelos tribunais civis. E certamente injustiças assolavam os tribunais civis. Não havia sequer advogado de defesa. Na Inquisição havia um advogado de defesa (conselheiro), podendo este ser pago pelo fisco do país para a defesa dos mais desvalidos financeiramente. Além disso, o acusado tinha total acesso aos altos do processo, dando a oportunidade de elaborar uma defesa efetiva.
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para leitura: http://www.sentinelacatolico.com.br/index.php/2011/10/entendendo-a-inquisio-vii-os-modus-operantes-da-inquisio-parte-3/
dezembro 19th, 2012 às 1:08 PM
Eu não disse? Estava adivinhando! Pesquisa séria mesmo, que é bom, nada… Só insultos, só o fanatismo mais estreito, a completa desconsideração para as especificidades e para a conjuntura de cada época, só a NECESSIDADE de se construir um mito, para usá-lo como arma quer contra a Igreja, quer contra as religiões… Quem é o irracional? Quem é o fanático?
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JCFF
dezembro 19th, 2012 às 1:16 PM
Ah, apenas como lembrete (e complemento): quem mais matou, e barbaramente, por “crimes de opinião” foram os regimes materialistas e ateus, do Terror da Revolução Francesa a Stalin, aos “gulags” e a Pol Pot. Claro, tudo em nome da construção dum “mundo melhor”, mais racional, mais justo, mais equitativo, sem o “engano” das religiões…
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JCFF
dezembro 19th, 2012 às 1:16 PM
Para tentar entender o que defendia Giordano Bruno é preciso procurar conhecer um pouco de seu conhecimento hermético e as consequências que tais conhecimentos proporcionaria àqueles que fossem educados sobre tais conhecimentos, que antes eram secretos. Assim vamos entender porque a igreja queria tanto acabar com tais correntes de pensadores.
Hermes Trimegisto – Alquimista
-Hermes Trimegisto, foi um filósofo egípcio, que se supõe ter vivido 2 mil anos antes de Cristo. Sendo identificado pelos eruditos com o deus lunar egípcio TOT, é um instrutor, conforme significa o seu nome, ou seja, um agente de Sabedoria Eterna. Trimegisto, significa 3 vezes grande, dado os seus conhecimentos abarcarem os 3 Mundos: Físico; Astral e Mental.
Diz-se que descobriu a Aritmética, a Álgebra, a Geometria, a Astronomia, o Desenho, o Jogo dos Dados, o Alfabeto e a Escrita.
-As suas filosofias mágico-esotéricas são conhecidas pelo nome de Hermetismo ou Sabedoria Hermética, tendo-se difundido por todos os países do Médio e Extremo Oriente e Mediterrâneo. A sua sabedoria influenciou os Sete Sábios da Grécia; sendo que no Judaísmo, no Cristianismo, no Budismo, no Yoga e até mesmo na filosofia de Platão e de Sócrates as suas influências foram sentidas. Da China a Roma os seus ensinamentos fizeram-se sentir na Literatura, nas Ciências, na Religião, na Magia e na ALQUIMIA.
-Os segredos de Hermes eram, no entanto, encerrados em símbolos, transmitidos pelos iniciados aos seus seguidores, através das provas dos Mistérios e de duros estudos nas Escolas de Sabedoria. De Hermes deriva não só a filosofia esotérica, como também a exegese, ou explicação da referida sabedoria. A esta dá-se o nome de Hermenêutica, a arte de interpretar textos para descobrir o seu verdadeiro significado oculto, em especial a interpretação de símbolos. Sendo esta imprescindível para a compreensão do mundo esotérico da Cabala ou da Alquimia.
-A Hermes atribuem-se 42 Livros de rara importância pois englobam a totalidade dos ramos da Filosofia; da Mística e das Ciências.
-Os seus textos encontraram-se guardados na famosa Biblioteca de Alexandria, até à infeliz destruição deste verdadeiro templo do saber.
-Através do pouco que se salvou dos vários desastres que vitimaram a referida Biblioteca e também por meio de cópias, citações, fragmentos e antigas traduções, chegaram até aos dias de hoje aquilo que constitui a parte mais interessante da doutrina e da filosofia hermética do antigo Egipto.
-Um dos mais importantes tratados de Hermes, o PYMANDER (para os ocultistas significa Mente Superior ou Iluminada, no sentido de Guia, Mestre, ou Pastor de Homens) ou POEMANDER (talvez por alusão a Poimen, pastor de Hermes), que trata da divindade da alma humana no sentido místico.
-No PYMANDER definem-se os 7 Mundos, os 7 Planos da Evolução ou condições da existência, os 7 Princípios Herméticos, que posteriormente são explicados no KYBALION, um livro esotérico, escrito por 3 dos seguidores de Hermes.
-Os 7 Princípios de Hermes são:
1º O MENTALISMO – Tudo é mente.
2º A CORRESPONDÊNCIA – Existe uma correspondência entre os vários estados do ser e da vida e entre as leis e os fenómenos.
3º A VIBRAÇÃO – Tudo está em movimento, nada permanece imóvel.
4º A POLARIDADE – Tudo é dual e tem dois pólos.
5º O RITMO – Tudo se manifesta num movimento de fluxo e refluxo.
6º A CAUSA E EFEITO – Todo o efeito tem uma causa e toda a causa tem um efeito.
7º A GERAÇÃO- A geração manifesta-se em tudo, estando sempre em acção os princípios masculino e feminino.
-Foram estes os princípios que apoiaram toda a filosofia de Hermes, tendo a sua cristalização não só em trabalhos esotéricos-científicos, como a Tábua Esmeraldina, uma síntese da magia egípcia, segundo a lenda encontrada no túmulo de Hermes, como ainda nos seus ensinamentos recolhidos e difundidos na forma do Catecismo Hermético, sob o domínio dos primeiros Ptolomeus. Neste, sob a forma de perguntas e respostas, estão de um modo sintético e pedagógico, as verdades consideradas essenciais da sabedoria hermético-mística do antigo Egipto.
(Texto original de Danuia para o site de novos escritores-SHVOONG)
http://www.asther.com.br/alquimia.php?conteudo=43
dezembro 19th, 2012 às 1:18 PM
Querem os leitores apostar que ainda vai aparecer alguém com o descaramento de dizer que o Terror revolucionário francês, e que os regimes comunistas, não eram “ateus”? E que seus crimes foram cometidos apenas por mera ambição pessoal, “nada tendo a ver” com a ideologia materialista-atéia que lhes dava suporte, mais, que era a sua ESSÊNCIA? Querem apostar que ainda vão dizer coisas como “Hitler era católico”? Creio que estou ficando bom em previsões; vejamos, então…
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JCFF
dezembro 19th, 2012 às 1:19 PM
Todos os filósofos, pensadores, matemáticos, astrônomos ou astrólogos da época, que se firmavam nestes princípios de Hermes Trimegistos, eram considerados hereges, não cientistas, bruxos, ou espiritas, espiritualistas e “descartistas” nos dias de hoje
“Bem “científico”, não? Devia ser adotado como livro-texto de Física e de Astronomia, não acham os leitores?”
– Bem, a ciência vai caminhando para isso mesmo, seu José Carlos. Talvez surge daí esse grito de desespero natalino, que põe por terra toda a base católica, que conseguiu sobreviver até os dias de hoje, graças as piores artimanhas que o mundo jamais presenciou. Sabiamente disse Abraham Lincoln e que cabe perfeitamente ao “santo” padre, que de santo nada tem, e aos seus beija pés ou podólatras: “Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo…”
dezembro 19th, 2012 às 2:09 PM
– “A Terra se move para que se possa renovar, e nascer novamente, não podendo perdurar para sempre sob a mesma forma.” – Não só estava certo sobre a movimentação da terra, mas inclui a terra dentro dos princípios universais, que mais tarde veio se confirmar com a Lei de Lavoisier, de que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Confirmou portanto Giordano Bruno que tudo nasce, cresce e fenece, incluindo a própria terra, que é constituída de pó universal.
– “Pois as coisas que não podem ser eternas como indivíduos (…) são eternas como espécies;” René Descartes descreve isso em sua obra Meditações sobre Filosofia Primeira (http://www.scribd.com/doc/35846969/Descartes-Meditacoes-sobre-Filosofia-Primeira). O espirito é eterno como indivíduo e os animais eternos como espécie ou como vendo sendo estudado hoje em dia sobre os campos morfogenéticos.
– “e substâncias que não podem ser eternas sob o mesmo aspecto mudam as suas aparências.” Novamente, tudo se transforma.
– “Pois o material e a substância das coisas são incorruptíveis, e devem passar através de todas as formas (…).” Hoje a física quântica está investigando este universo enorme, que é o universo microscópico.
– “Porquanto, sendo a morte e a dissolução impróprias para toda a massa em que este globo, esta estrela, consiste, e a completa aniquilação impossível para toda a natureza, a Terra muda todas as suas partes de tempos em tempos numa certa ordem, e, assim, se renova (…)” A ideia de magnetismo vem corroborar com esta afirmação. Magnetos saem de um polo a outro, transformando a terra num verdadeiro ímã gigante. Isso está acontecendo justamente agora, ainda que não estamos vendo, mas Giordano Bruno via e os padrecos não, pois lhes faltavam o essencial ou melhor dizendo a essência.
– “E nós mesmos, e as coisas que nos são pertinentes, vamos e voltamos, passamos e repassamos; nada há que nos seja próprio que não possa se tornar estranho a nós, e nada há de estranho a nós que não possa se tornar nosso (…)” Será que ele falava da Lei da Reencarnação e que a igrejinha quer tanto combater? Para combater isso só se constituir uma nova inquisição e tem que começar a arder aqui no Brasil. Preparem a lenha.
– “E nada é por si mesmo eterno, salvo a substância e o material de que é feita, e isso está em constante mutação.” Uau, quase 3.000 anos antes de Cristo e Trimegistos já sabia disso? E Giordano Bruno mesmo sabendo das consequências ficou firme em seus propósitos? Alguém destrói um espirito? Alguém destrói um átomo? Bravíssimo Giordano! Bravíssimo!
– “Das substâncias super-substanciais não falo presentemente, mas voltarei a raciocinar mais especialmente sobre essa grande unidade, nossa perpétua nutriz e mãe, de cujo movimento perguntaste a causa do movimento. E eu digo que a causa do seu movimento, e não só do seu movimento como um todo, mas do movimento de todas as suas partes, é a possibilidade de passar por vicissitudes, para que o todo possa se encontrar em toda parte e, assim, assumir todas as formas e disposições (…)” Sempre honesto com sua própria consciência e para com os demais, não falando nada mais do que aquilo que não pudesse compreender através da razão e assumindo que voltaria a raciocinar sobre um determinado assunto.
dezembro 19th, 2012 às 3:18 PM
(…) Ah, apenas como lembrete (e complemento): quem mais matou, e barbaramente, por “crimes de opinião” foram os regimes materialistas e ateus, do Terror da Revolução Francesa a Stalin, aos “gulags” e a Pol Pot. Claro, tudo em nome da construção dum “mundo melhor”, mais racional, mais justo, mais equitativo, sem o “engano” das religiões…
Quanto à Revolução Francesa, não tenho conhecimento para dizer se os caras eram “materialistas e ateus”. Eram?
Agora, quanto ao Marxismo, nada mais foi que uma Religião, com a seguinte tabela de conversão [adaptei da História da Filosofia Ocidental do Russel, pg 361]:
Divindade : o Materialismo Dialético (portanto não eram ateus, adoravam esse deus)
Messias : o Marx
Eleitos : o Proletariado
Igreja : o Partido
Cardinalato : o Comitê Central
Segunda Vinda : a Revolução
Juízo Final : punição dos Capitalistas
Milênio : a Comunidade Comunista
É isso.
dezembro 19th, 2012 às 4:20 PM
José Carlos, com todo o respeito, é ridículo e nojento este tipo de argumentação: “quem matou mais? a igreja matou menos, então ela era boa.”
Lamentável isto, absurdamente lamentável.
Olha José Carlos, a história da humanidade está repleta de matanças, desde a Pré-História, lá no Paleolítico. E isto, em grande parte, não tem nada a ver com teísmo ou ateísmo, mas sim com a própria natureza do ser humano que, de modo geral, não passa de um outro animal, assim como o leão, o tigre, a hiena, o lobo …
O homem mata, desde sempre, porque sentiu medo, porque sentiu raiva, inveja, quis demonstrar poder, disputou o poder, um território, uma riqueza, uma propriedade …
É inútil perder tempo com uma discussão do tipo: “quem matou mais?”
Se você ou qualquer outro buscar saber sobre os povos, ao longo do tempo, todos, uns mais, outros menos, mas todos: foram conquistadores, guerrearam. Na Mesopotâmia, por exemplo, sumérios, babilônios, assírios … se mataram o tempo todo – e hoje, na região, continuam se matando. E todos estes povos, no passado e no presente, em linhas gerais, são teístas. O mesmo aconteceu com os gregos, com os romanos, com os reinos medievais … Os Estados Unidos da América, o país com o maior número de cristãos no mundo, quantas pessoas já mataram? Em quantas guerras já se envolveram, em quantos países já interviram?
A questão é outra: uma instituição que diz ser a escolhida por Deus, que diz ser porta-voz de Deus, que diz ter sido criada por Jesus Cristo, o filho de Deus, que prega o amor, o evangelho sagrado, ter cometido tantos crimes, por questões de opinião, ideologia, crenças ou descrenças. Uma instituição que, em pleno século XXI, ainda considera o homossexualismo, os gostos musicais, as escolhas íntimas das pessoas, como algo negativo, errado, pecaminoso … Uma instituição com toda sua grandeza, membros intelectualizados, fazer críticas à vasectomia, ao uso de meios anticoncepcionais, ao uso da camisinha … Uma instituição que exige de seus membros-funcionários, que vivam na castidade …
Oras José Carlos, não banque o desentendido e não apele, você sabe, porque você é inteligente (pelo menos parece ser), o quanto a tua igreja já praticou a maldade e ainda continua praticando.
Liberte-se desta fé medíocre e entre para o clube dos livre-pensadores, tu vias gostar, tenha certeza disso !!!
dezembro 19th, 2012 às 4:21 PM
Para mim a Igreja Católica é deprimente as igrejas Evangélicas são nojentas e o Espiritismo me dá pena ou seja, a Religião é um dos males da humanidade
dezembro 19th, 2012 às 4:22 PM
* tu vais gostar …
dezembro 19th, 2012 às 4:29 PM
Quem matou mais?
Jack, o estripador ou o Maníaco do Parque?
Seguindo a lógica defendida pelo Vítor Moura e o JCFF, um deles deve ser bonzinho.
dezembro 19th, 2012 às 4:40 PM
Eu não disse? Marxismo não foi ateu…
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JCFF
dezembro 19th, 2012 às 5:28 PM
Vítor, tem um livro legal para aquecer o debate aqui. Chama-se “As Cruzadas – Guerra Santa entre Ocidente e Oriente”, de Hilário Franco Júnior. Tem para ser baixado, mas eu não consegui fazer isto. Caso conseguisse, eu colocaria umas passagens nos comentários aqui, porque eu tenho o livro em mãos, mas não estou afim de ficar digitando páginas e páginas.
Se você conseguir baixar, seria bom.
JCFF, tu estas bem perdidinho hein?
É o fundo do poço para os católicos, para justificar as atrocidades cometidas pela igreja romana, estão apelando de tudo quanto é jeito – afinal José Carlos, quem é o bonzinho: Jack ou o Maníaco?
dezembro 19th, 2012 às 6:50 PM
Que Deus nos livre da Santa Madre Igreja.
Kyrie Eleison.
Amen.
dezembro 19th, 2012 às 7:19 PM
Alguém se interessa?
http://www.archiviosegretovaticano.va/consultazione/accesso-e-consultazione/
dezembro 19th, 2012 às 7:19 PM
La ricerca nell’Archivio Segreto Vaticano è gratuita e aperta a studiosi qualificati, che abbiano interesse a compiere indagini di carattere scientifico. Il requisito necessario è il possesso del titolo di Laurea specialistica (quinquennale) o di altro diploma universitario equivalente (per gli ecclesiastici la licenza o il dottorato).
È attualmente consentita la consultazione dei documenti dell’Archivio fino a tutto il pontificato di Pio XI (febbraio 1939).
dezembro 19th, 2012 às 7:21 PM
Gli studiosi possono richiedere la riproduzione fotografica dei documenti dell’Archivio Segreto Vaticano, compilando in ogni sua parte il Modulo Richiesta Fotoriproduzioni disponibile presso la Sala Consultazione Documenti «Pio XI» e consegnandolo al personale di Sala.
È altresì possibile scaricare on-line il Modulo e inviarlo correttamente compilato all’Archivio Segreto Vaticano:
per posta: Archivio Segreto Vaticano, Cortile del Belvedere
00120 Città del Vaticano
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Il richiedente è tenuto a far pervenire alla Prefettura una copia di ogni pubblicazione – volume o estratto – nella quale siano citati o utilizzati documenti dell’Archivio Segreto Vaticano.
dezembro 19th, 2012 às 7:23 PM
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dezembro 19th, 2012 às 7:37 PM
Lá vem mais diversionismo, e coisas fora de contexto… Sempre o velho truque…
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Vejam bem os leitores: inicialmente, dizia-se que Jordano Bruno era um “mártir da ciência”; quando ficou DEMONSTRADO que Bruno podia ser tudo, MENOS “cientista”, então o ataque mudou de direção: “não se pode matar ninguém por suas convicções”. Muito bonito, sem dúvida, e “politicamente correto”, apenas por um detalhe, que é o de se desconsiderar totalmente as circunstâncias específicas da época. E logo virão as mesmas xaropadas de sempre, lamentando a violência das Cruzadas, os massacres, etc., de novo abstraindo-se de todo o contexto da época.
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É muito fácil demonstrar a superioridade de “A” sobre “B”. Basta comparar a “teoria de A” com a “prática de B”; ou então pode-se extirpar todo o ambiente e todas as circunstâncias da época, e, comparando “A” (sem mencionar “B”) a um MODELO TEÓRICO (E NUNCA ENCONTRADO NA REALIDADE) DE PUREZA DE ATUAÇÃO, dizer que “A” não presta. Normalmente, isso costuma funcionar, porque, numa primeira visão, impressiona, e parece convincente. Que militantes ateus, ou espíritas, façam uso disso, é até compreensível. O que me admira é que um professor de História se preste a esse papel.
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Bruno não foi condenado por causa de seus posicionamentos “científicos” (que ele, aliás, não tinha…), muito menos por questões filosóficas sobre “universos infinitos”, ou “outros mundos habitados”, ou sobre o movimento da Terra, ou mesmo sobre mnemotécnica (a “arte da memória”). Quanto a universos infinitos, e vida noutros planetas, o Cardeal Nicolau de Cusa (1400 – 1464) já havia especulado sobre esses assuntos (e o próprio Mersenne, contemporâneo de Bruno, também), sem que nenhum deles fosse perturbado, ou considerado herege. Sobre o heliocentrismo, era perfeitamente admissível como hipótese; o livro de Copérnico era vendido e lido livremente, e as tábuas nele presentes foram inclusive utilizadas para a reforma do calendário – a reforma gregoriana (e, mesmo depois da condenação do heliocentrismo como expressão da verdade, as censuras ao livro de Copérnico foram mínimas, diziam respeito a uma meia dúzia de frases em que o modelo era exposto como um fato, não como uma suposição; nada, absolutamente nada, da parte “técnica”, “matemática”, foi tocada, mesmo porque a Inquisição não tinha jurisdição sobre assuntos científicos, e o livro, com essas “emendas”, continuou a ser vendido e utilizado). Sobre o próprio movimento de rotação da Terra, já havia reflexões sobre isso (inclusive com explicações para o fato de que, caso a Terra girasse, as pessoas e as coisas não “caírem”, ou o ar atmosférico não se movimentar) a partir da “teoria do ímpeto”, precursora do conceito de “inércia”, reflexões essas efetuadas por João Buridan (c.1300 – c.1358), reitor da Universidade de Paris, e por seu discípulo Nicolau de Oresme, bispo de Lisieux (c.1325 – c.1382), ou seja, em pleno séc. XIV, na “Idade das Trevas”, sem que, nem na ocasião, e nem depois, Buridan ou Oresme tivessem tido qualquer problema.
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Quanto à mnemotécnica, ou “arte da memória”, era empregada pelos jesuítas, igualmente sem nenhum problema.
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Assim, não foi por causa de teorias científicas (que ele não teve), nem muito menos por causa de assunções filosóficas, que Bruno foi condenado. Pois, se assim tivesse ocorrido, as obras de Cusa, de Buridan, de Oresme, mesmo de Mersenne, até as obras jesuíticas sobre mnemotécnica teriam sido, todas elas, igualmente condenadas, e seus autores teriam sido considerados hereges. Mas nada disso não ocorreu.
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O cerne da condenação de Bruno reside tanto na sua concepção “mágica” do Universo quanto na própria “práxis” de atuação do ser humano no mundo físico que daí decorre. Se o próprio Universo, a própria Terra, têm uma “vida” e “inteligência”, que, por magia simpática, poderia ser posta para uso do ser humano, desaparecia a Onipotência e a Providência divinas (o “divino” passava, assim, a ser algo assim manipulável, e posto a serviço do homem); se essa mesma “simpatia universal” e as “estrelas” (o determinismo astrológico da “mathesis”) influenciavam a própria personalidade e o próprio agir humano, terminava o livre arbítrio, ou seja, a responsabilidade do ser humano pelo bem ou pelo mal que fazia.
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E isso tudo tinha consequências bastante momentosas, e perigosas, para a sociedade da época, para o modo como as pessoas, na época, percebiam o funcionamento do mundo e da sociedade, e para aquilo que achavam ser possível se fazer, e se conseguir.
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Se posso, por “magia simpática”, manipular o divino, então posso, a partir dessas ações “mágicas” e “rituais”, convenientemente efetuadas, obter poder para mim mesmo; também posso prever (ao menos em parte) o que vai ocorrer, e mais, posso utilizar os poderes “mágicos” do Universo, mediante a manipulação da “anima mundi”, para prejudicar um rival. Ou derrotar um exército. Ou matar um rei. Ou elevar um aliado.
—
Percebe agora as implicações, sr. professor de História? Caiu a ficha?
—
Pouco importa que mentes “racionais”, e mesmo “científicas” (como o próprio Mersenne) não acreditassem nisso – A GRANDE MAIORIA DAS PESSOAS ACREDITAVA. A grande maioria das pessoas, na Europa dos finais do séc. XVI e princípios do séc. XVII (e mesmo depois…), quer católicas, quer protestantes, quer judias, acreditavam nesses poderes; só não sabiam direito como pô-los “em funcionamento” (algo que os “magos”, como Bruno, diziam poder fazer). E, se uma pessoa (ou um grupo) de pessoas cultas, ou influentes, pudesse “exibir” tais “poderes” e manipulá-los, poderia, de fato, obter influência política, além de poder gerar tremendas perturbações sociais. Por exemplo, era só espalhar o “horóscopo” dum rei (ou dum inimigo político) detestado, “prevendo” sua derrota e morte – isso já seria o suficiente para (dependendo de como a coisa fosse “orquestrada”) engendrar seu abandono por parte de seus partidários e de seus soldados. Ou, então, era só espalhar a notícia de que tal doença, ou tal derrota de exércitos, era causada pela ação “maléfica” de determinada pessoa (ou grupo, ou facção) para que camponeses e burgueses desesperados iniciassem uma “caça” a esses “malfeitores”. E, nesses casos, era muito fácil que a coisa acabasse fugindo do controle…
—
Não se podia ignorar isso, na época. Claro, hoje em dia, retirando-se devidamente toda essa ambiência, as coisas se resumem, simplesmente, a “opiniões”. Assépticas e atemporais opiniões, pelas quais certas pessoas, coitadinhas, paladinas da “liberdade”, foram vitimadas… Mas, na época, e para a vasta maioria das pessoas, e para a própria estabilidade da sociedade, NÃO ERAM APENAS OPINIÕES. Eram ameaças potenciais e efetivas – não pelo poder que tinham, mas pelo poder que a vasta maioria das massas PENSAVA que tinham.
—
De novo: caiu a ficha, sr. professor de História? Com o sr., ainda tenho alguma esperança; quanto aos demais, obviamente não há chance alguma…
—
Quando a Igreja, repetindo seu ensinamento de há muitos séculos, insistia na condenação da magia; quando a Inquisição, oficialmente, determinou que bruxaria não existia enquanto poder, e que não passava de “superstição”; quando a Astrologia foi formalmente condenada (em 1582 pela Inquisição, em 1586, formalmente, pelo Papa), tais decisões foram levadas adiante tanto pela pregação quanto pela força. Onde a Inquisição atuou (no Império Espanhol, no Império Português, nos Estados italianos), nos sécs. XVI e XVII, não houve “caça às bruxas”. Mas essa ordem tinha que ser imposta, muitas vezes, a ferro e fogo, porque somente assim as pessoas entenderiam, e obedeceriam. Quanto às pessoas comuns, bastavam as penitências e, nos casos mais extremos, os açoites e o encarceramento temporário. Mas aqueles com influência, os “cultos”, que explicitamente diziam ser portadores de “poderes sobrenaturais”, ou agiam com extrema discrição, ou tinham que abjurar. Se não abjurassem, sua condenação “exemplar” mostraria à massa que seus “poderes” não passavam de ficção.
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É fácil, portanto, isolando o contexto da época, dizer que tal ou qual pessoa foi condenada “apenas por expressar opiniões”. Opiniões podem ter consequências terríveis, mesmo agora. Em época recente, o racismo começou com “opiniões”, muitas delas pretensamente “científicas”, que levariam até ao extermínio, ou à esterilização, dos “geneticamente inferiores”. Nos séculos XVI e XVII, o potencial explosivo de certas “opiniões” era ainda mais explosivo.
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É muito fácil, do alto dum tribunal “asséptico”, ignorando todo o ambiente da época, pontificar e dizer que “a Igreja”, ou “as igrejas”, ou “as religiões”, prenderam e condenaram pessoas “unicamente por causa de suas idéias”. Sim, mas deve-se levar, na devida conta, o que essas idéias representavam, PARA A ÉPOCA, em termos de perigo de desestabilização social, de pretexto para violência, e para coisas do tipo.
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Isso não significa, em absoluto, concordar com a “morte” de alguém por motivo ideológico. Ou apoiar que se queimem hereges. Quando me lançam tais acusações, os que m’as lançam sabem perfeitamente que são mentirosos, e que estão utilizando ataques “ad hominem”, simplesmente porque não têm argumentos, e porque perceberam que aquilo que supunham conhecer, de fato, não conheciam. Seus argumentos “fáceis” para denegrir a Igreja (“contra a ciência”, “contra a liberdade”, “contra a livre expressão das idéias”, etc.) se esboroam, e isso dói na alma. Sem dúvida, em princípio, é óbvio que é terrível alguém ser queimado como herege. Isso não deveria acontecer. No entanto, o ponto principal não é esse; o que se deve analisar é o seguinte: dadas as circunstâncias da época, qual seria a alternativa? O que ocorreria se não se fizesse aquilo?
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Claro, há situações piores, e situações melhores – mas devem ser comparadas com o que se fazia na época. Tendo em vista o que se fazia na época, o procedimento inquisitorial católico era, no geral, menos violento do que os procedimentos da justiça secular, e mesmo do que os procedimentos das cortes religiosas protestantes (e, mesmo, do que os procedimentos das cortes episcopais católicas na conturbada Alemanha). Isso é pouco? Para nós, hoje, vivendo numa outra sociedade (à qual chegamos a partir do desenvolvimento moral que a religião, em geral, que o Cristianismo, em particular, e que a própria Igreja, mais particularmente ainda, permitiram, aos poucos, ao longo de gerações…), pode ser pouco. Mas era o que de melhor (ou de “menos ruim”) se poderia esperar para a época. Não adianta se apelar para um ideal inatingível; deve-se analisar o possível. A menos, é claro, que não se trate da busca da verdade, mas de simples ataque, fanático e hostil.
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Sem dúvida, a morte de Bruno foi lamentável; a Inquisição nem deveria ter tomado conhecimento dele. Mas, dadas as circunstâncias da época, ela não podia ser indiferente – ele era um ex-monge renegado, que andara por vários países estrangeiros, inclusive protestantes, que fazia questão de se mostrar como mais inteligente e mais conhecedor de certos “mistérios” do que os outros “pedantes”, e de propagandear seus supostos “poderes”; mesmo a sua mnemotécinca era “mágica” – e geraria, pretensamente, um estupendo “poder de reter coisas na memória”… Do jeito que “se vendia”, ele não podia ser ignorado. E, pelo que vendia, seu destino não seria coisa boa… Lamentavelmente, simples assim.
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Ele poderia ter, perfeitamente, desenvolvido todas as suas assunções filosóficas, como ou sem o auxílio da “matemática” – mundos infinitos, heliocentrismo, movimento da Terra, mnemotécnica… Até mesmo atomismo, como Gassendi. Muitos outros o fizeram, e nunca foram perturbados – já citei aqui vários exemplos; e mesmo depois, pessoas como o polímata jesuíta Atanásio Kircher (1601/02 – 1680) cultivou esses ramos do conhecimento, e outros também, e expressou pontos-de-vista filosóficos, e elucubrações, nalguns casos, próximos àqueles que aqui discutimos; tudo isso sem nunca ter sido perturbado, ao contrário, sempre gozou de fama e de estima. Se a especulação acerca de tais idéias, por si, fosse algo considerado ruim, todas essas pessoas e/ou suas obras teriam sofrido – mas não sofreram. Portanto, não tem nenhum cabimento considerar Bruno como um “mártir de ciência”, mesmo como um “mártir de idéias”. Ele tinha idéias obtusas e racionalmente indemonstráveis acerca de magia e de esoterismo, que espalhava com espalhafato, idéias essas potencialmente subversivas DADO O CONTEXTO DA ÉPOCA, e, nalguma ocasião, seria chamado a se explicar. Infelizmente, eis tudo.
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JCFF.
dezembro 19th, 2012 às 8:02 PM
José Carlos,
Tudo que você disse, só vem provar o que eu tenho dito: a igreja não tem, assim como nunca teve, nada de “santa”, de “espiritualizada” … é só uma instituição que defendeu seus interesses e agiu de acordo com “a época”, como você mesmo diz.
É uma instituição repleta de acertos e erros, assim como outras, como muitos governos, como, de certa forma, todos nós. O que não dá pra aceitar, é esta ideia, que os católicos querem passar, de que a igreja católica romana é o caminho para o paraíso, para Deus. Nunca foi, nem nunca será. E, este é o problema: dizer que a igreja católica construiu a civilização ocidental, é forçar demais e ainda fazer propaganda enganosa. Os pilares da nossa civilização, se é que podemos falar em uma “única civilização ocidental”, estão lá na Antiguidade, tanto a Oriental como a Clássica. Além das contribuições de movimentos culturais, como o Iluminismo, por exemplo. Além disso, onde tu queres chegar José Carlos? Tu gostas da igreja, então assuma aqui, que tu achas:
1º) Homossexualismo algo imoral e pecaminoso;
2º) Cabelos pintados, curtir rock e tatuar o corpo, algo imoral e pecaminoso;
3º) Ver filmes eróticos, praticar sexo por prazer, se masturbar, algo imoral e pecaminoso;
4º) Difundir meios anticoncepcionais, uso de camisinha, algo imoral e pecaminoso;
5º) O papa é infalível e a castidade é algo sublime …
Assuma que tu segues e acredita nisso, porque, se não for assim, tu não és católico.
Assuma também, que tu elogia a igreja católica, porque ela só matou 50 mil, como foi dito aqui, inclusive está num blog católico.
Não fuja José Carlos, assuma tudo que falei.
Obs.: o “tu”, aprendi com o Scur.
dezembro 19th, 2012 às 8:13 PM
O fato de algo pertencer a uma época, a uma cultura, deve ser contextualizado, mas isto não nos impede de criticarmos. Por que hoje, nós consideramos lamentável os homens-bombas, as mulheres que são apedrejadas, acusadas de adultério, os homossexuais que são chicoteados e podem até serem condenados à forca, nos países islâmicos?
Deveríamos dizer então: “é a cultura deles, está tudo bem”.
Acorda JCFF, seu discurso já era. A igreja sempre foi e continua sendo uma grande porcaria, assim como a sociedade humana num todo. E ainda existem aqueles que acreditam que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, pobre Deus, que desgraça !!!
dezembro 19th, 2012 às 8:23 PM
Eu não disse?
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JCFF
dezembro 19th, 2012 às 8:35 PM
José Carlos,
Você é muito engraçadinho, eu diria, quase um palhaço !!!
Responder às minhas perguntas, nada né?
Tem medo de assumir suas crenças aqui? Por quê? Tem vergonha delas?
“Ei, você aí? É cientista? Não é! Tá fodido, vai ser queimado.”
dezembro 19th, 2012 às 8:55 PM
Continuo dizendo…
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JCFF
dezembro 19th, 2012 às 9:28 PM
Eu também continuo dizendo o mesmo: desculpas absurdas, sobre fatos lamentáveis.
dezembro 19th, 2012 às 9:34 PM
“De novo: caiu a ficha, sr. professor de História? Com o sr., ainda tenho alguma esperança; quanto aos demais, obviamente não há chance alguma…”.
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JCFF, você tem razão quanto a mim, obviamente não há chance alguma de eu virar idiota e seguidor dessa igreja. Ou de qualquer outra. Não preciso de muletas.
dezembro 19th, 2012 às 9:46 PM
Leiam esta matéria e não deixem de ver o pequeno vídeo sobre os pecados do Vaticano.
http://www.istoe.com.br/reportagens/226691_UM+CATOLICO+CONTRA+O+VATICANO
dezembro 19th, 2012 às 10:12 PM
Boa Fabiano, mas é tudo mentira, você não sabia?
dezembro 19th, 2012 às 10:36 PM
Não se trata de se ser seguidor “desta Igreja”, ou de outra, ou de qualquer religião, ou de religião nenhuma; trata-se simplesmente de reconhecer FATOS DOCUMENTADOS, e não usar mentiras, essas, sim, como “muletas”, para atacar instituições ou crenças. Ao contrário de muitos outros, eu nunca fiz propaganda religiosa/ideológica neste “blog”; sempre quando me manifestei a respeito desses assuntos, foi como resposta a provocações anteriores. Aqui, ao contrário de muitos outros, eu apenas apresentei FATOS e pesquisas, tão embasadas quanto possível. Mas, para os que gostam de muletas…
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JCFF.
dezembro 19th, 2012 às 11:23 PM
José Carlos,
A questão, é que a sua visão dos fatos é particularista e parcialista. A História permite isto. Se alguém quiser escrever maravilhas sobre o stalinismo, deste que tenha poder de articulação, pode conseguir convencer muitas pessoas de que o período foi bom para a URSS – e, em muitos aspectos foi mesmo -, porém custou a vida de muitas pessoas. Os números também são questionáveis, discutíveis. Já li que foram 500 mil; outros, falam em cinco milhões. Aqui no blog, se não me engano, parece que li 25 milhões.
Também se pode ler obras detonando com tudo que foi feito na Rússia.
Nós estamos falando de uma igreja, uma instituição religiosa, que se fundamenta no amor, na caridade, no respeito, na dignidade. Oras José Carlos, veja aí, o link que os Fabiano postou. Não me surpreende em nada. Você, talvez não faça a menor ideia dos “bastidores”, nem queira saber, porque fede e fede muito. E sabe por quê? Porque simplesmente, os fundamentos dogmáticos das igrejas, das religiões, vão contra à natureza humana, animal. E aí, JCFF não tem fé que resolva.
Você apresenta “fatos” sob a sua ótica e, com certeza, seus interesses também.
dezembro 20th, 2012 às 7:20 AM
Martinez, você disse: “a religião é um dos males da humanidade”. Faz tempo que eu concluí que é o pior dos males. Literalmente. Fonte de atraso, exploração, dominação, miséria e infelicidade. Você conhece instituição mais maléfica? Eu não conheço.
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Pois, JCFF, embora você, obviamente, me inclua no rol dos que “não têm chance alguma”, eu lhe digo que no mundo que eu desejo para uma humanidade mais lúcida, livre e feliz, você, pelo que consigo especular sobre seu caráter, teria lugar assegurado. Sim, você teria chance! Mas, claro, sem a sua Santa Madre Igreja C.A.R.. Esta iria direto para o “esgoto da história”. Junto com todas as demais.
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Sds.
dezembro 20th, 2012 às 7:42 AM
Continua CX a retransmitir os ensinamentos de Emmanuel:
A OBRA DO PAPADO
Há quem tente justificar esses longos séculos de sombra pelos hábitos e concepções daquele tempo. Mas, a verdade é que o progresso das criaturas poderia dispensar esse mecanismo de crimes monstruosos.
Por isso, nos débitos romanos pesam essas responsabilidades tão tremendas quão dolorosas.
A Inquisição foi obra direta do papado, e cada personalidade, como cada instituição, tem o seu processo de contas na Justiça Divina. Eis por
que não podemos justificar a existência desse tribunal espantoso, cuja ação criminosa e perversa entravou a evolução da Humanidade por mais de seis longos séculos.
[A Caminho da Luz]
dezembro 20th, 2012 às 7:56 AM
Com o sr., ainda tenho alguma esperança; quanto aos demais, obviamente não há chance alguma…
Terá o Sr. JCFF insinuado que somos burros?
Alô, alô, Professor Arduin, onde se encontrar:
o Sr. também acha que o único espírito inteligente a se manifestar neste sítio é o do Professor Biasetto?
Gostaria de ouvir sua opinião…
dezembro 20th, 2012 às 8:33 AM
Gorducho, estou longe de ser inteligente, mas acho que pelo menos não sou bobo.
Eu tentei baixar o livro do Hilário Franco Jr, brilhante historiador brasileiro, sabe muito sobre Idade Média. Neste livro, há informações muito interessantes sobre a igreja medieval, mas sou bem tapadinho em algumas coisas, não consegui baixar o livro no 4 shared.
Se eu tivesse tempo e disposição, iria postar uns textos aqui, de autores como o Franco Jr. e demais. Mas ficar digitando páginas e páginas, não dá né?
O JCFF é um cara muito bem instruído, mas a fé corroeu uma parte dos neurônios dele.
Antonio G., Marciano … estou com vocês, sempre.
dezembro 20th, 2012 às 9:35 AM
O fato de existirem déspotas e genocidas ateus não implica inferir que o ateísmo produz malfeitores. Eu desconheço qualquer atrocidade cometida “em nome” ou “pela causa” do ateísmo. Mas a história está repleta de exemplos de barbáries cometidas “em nome de Deus”.
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A propósito: Não me consta que Hitler fez o que fez “em nome de Deus”. Mas, ele era ou não era católico? Até onde sei, era.
dezembro 20th, 2012 às 9:45 AM
Biasetto, não sabia que esta matéria é uma mentira. Compartilhe conosco suas informações. Eu baixei o livro que você indicou pelo 4shared, sai com o texto em horizontal, mas dá para ler com um pequeno esforço, porém não dá para copiar o texto e colar aqui, porque está em formato de imagem. Baixei também “A Dança dos Deuses”, do mesmo autor.
Usei este link abaixo e para baixar, deve-se clicar no ícone de download pequeno, logo abaixo da descrição do livro, portanto, deve-se ignorar os outros dois ícones grandes que também diz download:
http://www.4shared.com/get/auWKgbAm/as_cruzadas_-_hilario_franco_j.html
Veja também este outro livro do mesmo autor, A Idade Média, nascimento do ocidente:
http://www.letras.ufrj.br/veralima/historia_arte/Hilario-Franco-Jr-A-Idade-Media-PDF.pdf
dezembro 20th, 2012 às 9:51 AM
Agora vejam como esta seita, negocista e má, que jamais poderá ser chamada de igreja, porque não sabe religar o homem com Deus, tem fortes ligações com a máfia. É esta seita que quer continuar sugando os recursos financeiros do povo brasileiro para manter as boas mordomias da sua cúria romana. Mas o leite tá secando e a mamata vai acabar.
http://www.realidadeoculta.com/vaticano3.html#.UNL7y2_ZYrU
Se quiserem ver outras vergonhas vaticanas, inclusive do querido padre deles, Ratzinger, basta ver este outro link aqui: http://www.realidadeoculta.com/vaticano.html#.UNL7YW_ZYrU
dezembro 20th, 2012 às 9:59 AM
Fabiano, valeu pelas informações e dicas. Quando falei da “mentira”, logicamente foi com ar de ironia, ok?
Vou estar em férias, a partir de segunda-feira, quem sabe terei disposição pra digitar uns textos aqui, incluindo os do Hilário Franco Jr.
Valeu!
dezembro 20th, 2012 às 10:28 AM
Trechos da obra “A Idade Média, nascimento do ocidente”, de Hilário Franco Júnior (Historiador, fez bacharelado na USP (1976), doutorado na mesma universidade (1982) e pós-doutorado com Jacques Le Goff na École des Hautes Études en Sciences Sociales (1993). Especialista em Idade Média ocidental, seus interesses estão voltados particularmente para a cultura, a sensibilidade coletiva e a mitologia daquele período, bem como para as reflexões teóricas que fundamentam tais pesquisas)
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Realmente, se Cristo pregara o pacifismo e a não-violência, esses princípios apenas poderiam tornar-se vitoriosos — segundo a interpretação medieval — com a implantação da unidade cristã. Logo, se alguém está contra ela (hereges, infiéis, cismáticos, pagãos), está também contra a harmonia universal, justificando-se assim o emprego da força para sua eliminação. A guerra é pré-condição para a paz. Todo cristão deve estar
preparado para a primeira se quiser alcançar a segunda. Uma oração composta por Florus de Lyon, em meados do século IX, revela bem esse sentimento. Afirma-se ali que o próprio Cristo está envolvido em “selvagens combates”. O fiel deve proteger-se “atrás das muralhas de Cristo” e assim esperar o Senhor benévolo com coração perseverante”.
Quem resistir “com coragem às armas dos adversários […] ganhará os bens resplandecentes do reino eterno”.
Diante disso, a atitude de Carlos Magno mandando executar num único dia 4.500 saxões revoltosos foi, na ótica medieval, um ato profundamente cristão. Mas não havia nisso interesse em consolidar a conquista daquele território? Sem dúvida, porém esse objetivo não era
“político” ou “econômico” (conceitos sem sentido para o período), mas de expansão da Cristandade*, o que significava acima de tudo uma questão relacionada à fé. No mesmo espírito, em 1140 um dos mais importantes
juristas da Igreja, o monge Graciano, afirmava que “os hereges devem ser obrigados a aceitar a salvação mesmo contra sua vontade”.
Entende-se assim a concepção de Guerra Santa, tipicamente medieval, inexistente no cristianismo primitivo e incompreensível para o contemporâneo cristianismo bizantino. Na sua religiosidade profunda e
exigente, o cristão da Idade Média levava às últimas instâncias as palavras de Cristo, “quem não é por mim é contra mim” (Mateus 12,30), e associava-se à Sua recomendação de que “toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo” (Mateus 7,19). Os próprios clérigos, ainda que em teoria proibidos, pegavam em armas com satisfação, como o bispo que pede a El Cid o privilégio de poder dar os primeiros golpes na batalha contra os infiéis. Quando a Igreja pregou a Paz de Deus, como vimos no Capítulo 4, não pretendia negar a validade da atividade bélica, mas apenas colocar os cavaleiros sob seu controle. Tanto que o sermão papal de 1095, que deu origem à Cruzada, nada mais foi que um reforço à Paz de Deus na Europa cristã e uma conclamação à Guerra Santa fora dela, para aqueles que “outrora combateram contra seus irmãos”.
O clero não apenas justificava a guerra contra os inimigos terrenos do cristianismo, e às vezes participava diretamente dela, como sobretudo era o encarregado de defender a sociedade contra os inimigos invisíveis. Para tanto, ele usava uma armadura simbólica, a batina, e diferentes armas, como os sacramentos*, os exorcismos*, o crucifixo, a água benta. A missa era considerada um combate com o Diabo ou um tribunal no qual Deus julgava os pecadores, tendo o Diabo como acusador e o padre como defensor. A importância e o prestígio que teve a Ordem de Cluny deveram-se à sua liturgia, uma forma de combate contra as forças demoníacas, enfrentadas por grupos de monges constantemente orando e cantando pelas almas dos mortos. A atração exercida pelos dois tipos de atividade guerreira, a espiritual praticada pelos oratores e a corporal pelos bellatores, levou no contexto das Cruzadas ao surgimento das Ordens Militares Religiosas, ou seja,
constituídas por leigos que viviam segundo os ideais monásticos, verdadeiros cavaleiros-monges, como os hospitalários e os templários.
Acima de tudo, fosse clérigo ou leigo, a melhor maneira de enfrentar as forças negativas era se colocando contra a matéria. Especialmente contra o corpo, aquilo que em fins do século VI Gregório Magno chamara de “abominável roupagem da alma”. Essa postura gerou atitudes restritivas e repressivas em relação à vida sexual, como vimos no capítulo anterior.
Mesmo no casamento, uma vida sexual muito ativa era pecaminosa; o homem ardente prostituía sua esposa, segundo São Jerônimo. Num exercício de controle do desejo, os recém-casados conviviam em abstinência nos dois ou três primeiros dias após a cerimônia. Depois o casamento podia ser consumado, desde que não intendesse nenhuma força maligna. De fato, a
impotência masculina ou a frigidez feminina eram vistas como resultado de malefícios, e para anulá-los os sacerdotes faziam exorcismos e bênçãos.
Mais comumente se recorria a feiticeiros, como no caso narrado e em 1114-1117 pelo cronista Guibert de Nogent, segundo o qual sua mãe permaneceu virgem por sete anos depois do casamento devido a um malefício feito por sua sogra. Mas, graças a uma mulher versada nas artes mágicas, foi feito um contra-encantamento e o matrimônio pôde ser consumado. Fugir aos apelos da carne por meio da magia era escapar de um pecado para cair noutro. O importante para os casados era a prática
da continência periódica, que distinguia o matrimônio da fornicação. O desrespeito aos interditos gerava deformações de corpo que revelavam a presença do pecado: os leprosos, por exemplo, seriam produto de amores dominicais.
Na sua luta contra a matéria, os monges, pelas práticas ascéticas (meditação, oração, mortificação), procuravam libertar-se das coisas corpóreas como instrumento de retorno a Deus, acreditando que o sofrimento voluntário restauraria a inocência perdida pelo pecado. Os leigos de origem modesta, não podendo tornar-se monges, aderiam à vida eremítica com uma severidade que caracterizou a espiritualidade popular medieval: “Era como se os leigos quisessem compensar sua incapacidade de ler ou meditar a Palavra de Deus por um excesso de violência contra o seu próprio corpo” (92: 52). Se até o século XII a santidade era resultado da predestinação — existiam verdadeiras dinastias de santos —, depois ela
passou a estar ligada ao ascetismo e à caridade.
Para a maioria dos homens medievais, que não se tornavam monges ou eremitas, a forma privilegiada de luta contra si próprio era a peregrinação. Ao deixar a segurança de sua casa em busca de um santuário distante, o peregrino sofria todas as dificuldades do caminho, realizando assim um exercício ascético e uma forma de penitência. Noutros termos, numa peregrinação importava mais a rota do que o objetivo: o sofrimento do caminho é que permitia depois receber a sacralidade emanada do corpo santo ou do local visitado. Vistas assim, entende-se por que as Cruzadas
mobilizaram tantos indivíduos por quase dois séculos e mesmo depois continuaram a ser sonhadas. Que elas tenham tido fortes motivações econômicas, sociais e políticas é inegável, como já vimos, porém nos moldes
em que ocorreram revelam sobretudo a mentalidade da época. O belicismo das Cruzadas é primeiramente mental, depois corporal.
Esse quadro de combate a si mesmo como forma de combate às forças malignas atingiu seu auge na Baixa Idade Média, com o movimento dos flagelantes. Enquanto no século XII a autoflagelação era aceita em termos, apenas como uma forma de penitência, na segunda metade do século XIII passou a ser praticada pelo seu valor escatológico*. Desde então ela foi vista como asseguradora da salvação não só do flagelado como
também de toda a humanidade. Não por acaso, sua primeira manifestação se deu em Perugia em 1260, ano inicial do último período da História, segundo as profecias do monge Joaquim de Fiore. As dificuldades
do século XIV difundiram as práticas flagelantes, principalmente na Europa central e do noroeste e logo após a peste negra. Os flagelantes, encapuzados e levando a cruz, mortificavam-se com chicotes de três correias e pontas de ferro, acreditando assim se purificarem e portanto se imunizarem à peste. Em razão disso eles foram muitas vezes considerados mártires que expiavam os pecados do mundo. Levavam-se até
eles doentes para curar, endemoninhados para exorcizar, mortos para ressuscitar. No clima de fanatismo purgador e escatológico que eles expressavam e alimentavam, ocorreram vários massacres de judeus. Por assumir aspectos anticlericais e incentivar a violência, o movimento flagelante foi condenado cm 1349 pelo papa, mas no contexto do Cisma do Ocidente, em princípios do século XV, estendeu-se pela Espanha, França e Itália
setentrional. Apesar de novamente condenado, sobreviveu até fins do século XV na Itália e na Alemanha e mesmo durante os séculos XVI e XVII no âmbito da Contra-Reforma.
dezembro 20th, 2012 às 1:15 PM
– Eu não sei se este blog é mantido pela seita católica ao querer atacar o espiritismo e ao mesmo tempo fazendo essa propaganda natalina dos católicos romanos. O comentarista José Carlos, subestimou muita gente aqui, ao querer considerar Biasetto e desconsiderar os demais como uma causa perdida. Mas não entendi se ele acredita que o Biasetto poderia vir defender a seita que ele defende, por ser Biasetto um historiador ou por considerar os outros comentaristas uns iletrados.
– Eu disse que essa propaganda natalina ir ser um tiro pela culatra. Espero que este blog não seja mantido pelas instituições católicas e se for este o caso, talvez o Biasetto nem consiga postar aqui tudo o que for escrever desta seita. Seria o nome de Biasetto, um recado? Mas recado para quem?
– Nessa lama pútrida que é a seita católica, esses deturpadores de lares e assassinos de crianças inocentes, é preciso ácido forte para limpar estas igrejas e principalmente a igreja pai, que é o vaticano. Igreja liderada somente por homens, contrariando as leis da natureza.
dezembro 20th, 2012 às 1:36 PM
Fabiano
comentando:
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01 – “Eu não sei se este blog é mantido pela seita católica ”
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Lógico que é. Eu ando num carro que é uma réplica do carro do Papa, sempre que preciso de dinheiro escrevo para ele e ele manda o dinheiro dos fiéis pra mim numa conta que tenho na Suíça. Sabia não? 😀
dezembro 20th, 2012 às 2:23 PM
Fabiano, depois eu te conto umas histórias e explico melhor tudo isso. Aguarde, ok?
dezembro 20th, 2012 às 5:13 PM
Vitor, Biasetto, todos….
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Infelizmente, outros afazeres me mantivem e manterão um tanto longe do computador, por isso não estou acompanhando passo a passo essa proveitosa discussão. Comento alguns itens:
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VITOR DISSE: no texto Jesus admite e endossa o espancamento de escravos, veja:
http://joseboy.spaceblog.com.br/728037/JESUS-ADMITE-E-ENDOSSA-O-ESPANCAMENTO-DE-ESCRAVOS/
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COMENTÁRIO: o autor dessa “brilhante” avaliação transmite a imagem de um doido de pedra. Além do festival de besteiradas que profere, comete erro crucial, praticado por certos leitores da Bíblia (e de outros livros), que conduz a ilações distorcidas, qual seja o de abstrair do texto uma sentença e, a partir dela, isolada do contexto, elaborar tortuosa reflexão. É desse modo que muitos chegam a achar apologia reencarnacionista e mediúnica nos Testamentos. Quem almeja comentar a Bíblia, seja para enaltecê-la, seja para criticá-la, deve pelo menos buscar conhecer o contexto discursivo e histórico, senão, não tem jeito: vai proferir tolices.
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BIASETTO DISSE: Montalvão, quando eu disse que o espiritismo traz a melhor explicação sobre Jesus, eu quis dizer que:
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– caso Jesus Cristo tenha existido (e ainda exista como espírito), É MUITO MAIS ACEITÁVEL A EXPLICAÇÃO ESPÍRITA, DE QUE SE TRATA DE UM ESPÍRITO EVOLUÍDO, que reencarnou com uma missão, do que o blá-blá-blá católico, de que nasceu de uma virgem, é o filho de deus … entendeu?
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COMENTÁRIO: pode fazer “mais sentido”, isso porque o espiritismo é uma religião lógico-reflexiva: Kardec tentou dar cunho objetivo ao seu sistema religioso e desatrelá-lo de concepções místicas. Porém, isso não elimina o fato de que a figura de Cristo – quer o Cristo histórico, quer o Cristo místico –, provém da Bíblia. Podemos, por questões pessoais, aceitar parte do que as escrituras dizem, ou mesmo rejeitar por inteiro, mas não me parece bom procedimento propor que outra idealização desse personagem, por mais atraente que seja, seja melhor embasada. Acatar essa suposição significa considerar que os “espíritos superiores” é que conhecem a verdadeira história e decidiram revelá-la por meio do kardecismo, religião que se formou no século XIX. Para que tal proposta fizesse sentido, caberia a esses mesmos espíritos recontar a história desde seus primórdios, de modo a demonstrar que efetivamente sabem mais que as testemunhas antigas.
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De modo semelhante, outras interpretações místico-ocultistas da pessoa de Jesus são criativas formulações dos grupos que as propalam, não condizem com a documentação disponível que são os escritos evangélicos. Inexiste qualquer evidência de que Jesus tenha estado entre os essênios ou realizado “treinamento” no Tibet. O fato é que agremiações variadas tentam “montar” um Cristo que se adeque aos seus ensinamentos: o resultado é um monte de “cristos”, cada qual com características próprias e contraditórias com os demais.
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BIASETTO DISSE: Este papo sobre se Bruno era ou não era um cientista, é ridículo e tolo. Ele fazia pesquisas e defendia ideias avançadas, dentro do contexto da época e dentro das possibilidades e recursos de que dispunha. Mas mesmo que ele fosse um simples astrólogo, como disse o Vítor, isto não dava direito algum, à igreja fazer o que fez com o cara, ESTE É O PONTO CENTRAL.
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COMENTÁRIO: digo que o ponto central dessa discussão, que periga se tornar infinda, passa por situar-se no espírito e pensamento da época, a fim de melhor compreender porque naqueles tempos se levavam ditos hereges às fogueiras e hoje não há mais “clima” que propicie tais barbaridades. Se julgamos o passado exclusivamente com mentalidade contemporânea provavelmente extrairemos conclusões inadequadas.
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BIASETTO DISSE: Além disso, os mesopotâmicos, foram os primeiros astrólogos da História – ou um dos – e através do estudo astrológico, eles criaram o zodíaco, eles contribuíram com a Astronomia, porque as observações que faziam do céu, também resultou em informações importantes.
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COMENTÁRIO: os céus mesopotâmicos certamente eram espetáculo que esses tempos poluídos não mais permitem; some-se a isso a curiosidade natural que, naqueles observadores, seria mais ativa. O resultado foi que, mesmo sem equipamentos sofisticados, puderam extrair férteis conclusões a respeito do que contemplavam. Visto que as sociedade antigas, via de regra, eram teocráticas, todas as interpretações tinham de considerar as divindades nelas envolvidas. Um astro “passeando” pelos céus, em verdade, era um deus gerindo os destinos dos homens, ou seja: ciência e superstição emaranhadas. Foram necessários muitos séculos para desembaraçá-las…
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Agora, vou ver se consigo me atualizar com os demais comentários…
dezembro 20th, 2012 às 5:19 PM
Vitor,
O carro do papa é conhecido por “papamóvel”, por ser um “auto-móvel” que transporta o sumo pontífice; e o seu, como se chama: mouramóvel? Quando eu for ao Rio posso pegar uma carona?
dezembro 20th, 2012 às 6:09 PM
Oi, Montalvão
comentando:
01 – “o autor dessa “brilhante” avaliação transmite a imagem de um doido de pedra. Além do festival de besteiradas que profere, comete erro crucial, praticado por certos leitores da Bíblia (e de outros livros), que conduz a ilações distorcidas, qual seja o de abstrair do texto uma sentença e, a partir dela, isolada do contexto, elaborar tortuosa reflexão. ”
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Mas por que é besteira? Até reverendos concordam com ele!
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http://www.oocities.org/realidadebr/textos/escravidao.htm
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“As Escrituras, no Velho e no Novo Testamento, me garantem que eu posso manter escravos em cativeiro” (Rev. Thomas Witherspoon, presbiteriano, do Alabama)
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“O direito a ter escravos está claramente estabelecido nas Escrituras Sagradas, tanto por preceito como pelo exemplo” (Rev. R. Furman, D.D., batista, da Carolina do Sul/EUA)
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“Não há nada na Bíblia proibindo a escravidão, apenas a organizando. Podemos concluir que ela não é imoral” (Rev. Alexander Campbell)
.
“A causa primordial da escravidão é o pecado… Esta servidão, expiação do pecado, encontra seu lugar pela lei que manda preservar a ordem natural e proíbe perturbá-la… Por isso, o Apóstolo recomenda que os escravos se submetam a seus senhores” (S.Agostinho, “Cidade de Deus” XIX, 15)
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“A Bíblia inteira foi escrita por donos de escravos, para donos de escravos. Não há nenhuma crítica à escravidão em nenhum lugar dela. Jesus também não objetou contra maltratarem-se escravos. Ele até indicou que a venda de devedores como escravos continuaria no seu Reino dos Céus, assim como o direito dos donos de espancá-los e torturá-los (Mateus 18:23-35) ” (Merrill Holste, “Slavery and the Bible”, artigo de maio/1986 na “American Atheist Magazine”)
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Lucas 12:47 e 48 (Jesus falando) O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites;48 mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, com poucos açoites será castigado. Daquele a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá.
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Nessa passagem Jesus está usando a escravidão como exemplo e não diz que é errado escravizar os outros. E pela maneira como está falando parece até aprovar o açoitamento de escravos.
dezembro 20th, 2012 às 6:57 PM
JCFF, percebo que você colocou “esta igreja”, quando eu me referi a “essa igreja”.
Devo esclarecer que sua correção não se aplica ao caso.
Segundo o dicionário Houaiss, o pronome demonstrativo “esse” “3 designa, com função anafórica, o que já foi antes mencionado
Ex.: repouso e boa alimentação, e. é sempre um bom conselho
4 emprega-se junto a aposto de um termo já referido recentemente
Ex.: João, e. garoto esperto de que falávamos, só tira boas notas”, enquanto o pronome demonstrativo “este” “indica o que está próximo do falante, no espaço, no tempo ou no discurso
Exs.: e. copo aqui é meu
e. piada que você contou é ótima”.
As abonações são da obram mencionada.
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A frase que você “corrigiu” estava NESTE contexto:
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1. Marciano Diz:
dezembro 19th, 2012 às 21:34
“De novo: caiu a ficha, sr. professor de História? Com o sr., ainda tenho alguma esperança; quanto aos demais, obviamente não há chance alguma…”.
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JCFF, você tem razão quanto a mim, obviamente não há chance alguma de eu virar idiota e seguidor dessa igreja. Ou de qualquer outra. Não preciso de muletas.
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Sendo assim, sua correção está errada.
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Quanto ao mais, não estou atacando nada nem ninguém, só não concordo com a exaltação que vocês fazem DESSA igreja ou de qualquer outra.
Eu nunca apresentei fatos ou pesquisas NESTE blog, porque só comento aqui, nunca colaborei com nenhum texto.
Minha referência a “muletas” deve ter sido compreendida por alguém tão instruído e inteligente quanto você. Eu quis apenas dizer que não preciso de religiões ou de crenças estranhas. Quem precisa, pode escolhar à vontade, além da sua existem milhares de outras, para todos os gostos.
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Você faz propaganda nas entrelinhas, o merden fazia proselitismo mesmo, parecia até que estava recebendo dinheiro para propagandear o IRRACIONALISMO CRISTÃO. Você é mais sutil.
dezembro 20th, 2012 às 7:08 PM
Vitor, um dia desses eu passei por uma réplica do papamóvel. Se soubesse que era você, teria te convidado para tomar um vinho canônico.
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“Muita gente se pergunta qual é o vinho usado pelos padres no sacramento da eucaristia, aquele momento da missa em que o religioso ergue o cálice aos céus e celebra o pão como o corpo e o vinho como o sangue de Jesus Cristo, um fenômeno chamado de transubstanciação pela Igreja Católica. Não se trata, claro, de qualquer vinho – muito menos de uma bebida que vá agradar um apreciador de bons tintos. Mas é vinho – chamado sacramental ou canônico –, e segue instruções rígidas do Vaticano.
O artigo de número 50 do documento Redemptionis Sacramentum, lançado em 2004 pelo papa João Paulo II, estabelece: “O vinho que se utiliza na celebração do santo Sacrifício eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas. (…) Está totalmente proibido utilizar um vinho de quem se tem dúvida quanto ao seu caráter genuíno ou à sua procedência, pois a Igreja exige certeza sobre as condições necessárias para a validade dos sacramentos. Não se deve admitir sob nenhum pretexto outras bebidas de qualquer gênero, que não constituem uma matéria válida.”
Vinho de missa
O vinho canônico costuma ser uma bebida licorosa e doce que recebe adição de álcool etílico. O elevado teor alcoólico e a grande concentração de açúcar cumprem a função de conservar o produto por mais tempo, já que o vinho tem um consumo lento – um pequeno volume a cada missa -, e precisa durar mais tempo na garrafa.
No Brasil, entre os rótulos mais conhecidos destacam-se o Frei Fabiano e o Vinho Canônico, este último produzido e comercializado pela Vinícola Salton, que começou a vinificar vinhos para missa há mais de 70 anos. Os primeiros exemplares foram feitos sob encomenda de um padre espanhol que solicitou à empresa, localizada em Bento Gonçalves, que produzisse um vinho de missa semelhante ao que ele estava acostumado a usar na Europa (ou seja, mais licoroso e doce ).
O Vinho Canônico da Salton começou a ser feito pela empresa em 1940 e, atualmente, atende a igrejas de todo o país, com autorização da Cúria Metropolitana. São produzidos mais de 300 mil garrafas por ano – 80% são comercializados para as igrejas. O restante pode ser comprado pelo consumidor comum, aquele que aprecia este tipo de vinho mais doce, e custa em torno de R$ 11,00. Para sua vinificação são usadas as variedades moscato (50%), saint-emilion (40%) e isabel (10%), o resultado é um vinho licoroso e rosado com uma graduação alcoólica de 16º GL”.
dezembro 20th, 2012 às 7:23 PM
Ah, chega disso!
Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!
dezembro 20th, 2012 às 7:28 PM
“Fabiano Diz: – Nessa lama pútrida que é a seita católica, esses deturpadores de lares e assassinos …”
Quem tem telhado de vidro não taca pedra nos dos outros, não é nem um pouco RACIONAL isso. Luiz de Mattos lá “além” não deve estar gostando nem um pouco!
dezembro 20th, 2012 às 7:32 PM
Contra, você tem razão. É muito melhor ver aqui matérias que desmistificam o peruquinha, o diviado e outros enganadores do que ficar lendo ESSA xaropada sobre a ICAR.
Quando o assunto pertine com o objetivo do blog, qual seja, aquele que consta no final da página, vale a pena até ler os “overkills” de JCFF.
Segundo Vitor,
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“O objetivo deste site é analisar cientificamente livros ou mensagens ditos “psicografados”, ou seja, escritos ou ditados por um suposto espírito através de um “médium”, apontando erros e acertos à luz da Ciência atual. Também busca analisar possíveis fontes de informação em que o médium teria se baseado para escrever a obra, possibilidades de plágio (fraude), de “plágio inconsciente” (também conhecido como criptomnésia), e mesmo a possível ocorrência de um genuíno fenômeno paranormal. Serão analisadas obras de médiuns famosos e menos conhecidos”.
dezembro 20th, 2012 às 7:34 PM
Pra descontrair um pouco, uma mensagem de natal de CX. Olha que título sugestivo:
O PERU PREGADOR
Espírito: NEIO LÚCIO.
Um belo peru, após conviver largo tempo na intimidade duma família que dispunha de vastos conhecimentos evangélicos, aprendeu a transmitir os ensinamentos de Jesus, esperando-lhe também as divinas promessas. Tão versado ficou nas letras sagradas que passou a propaga-las entre as outras aves.
De quando em quando, era visto a falar em sua estranha linguagem “glá-glé-gli-gló-glu”. Não era, naturalmente, compreendido pelos homens. Mas os outros perus, as galinhas, os gansos e os marrecos, bem como os patos, entendiam-no perfeitamente.
Começava o comentário das lições do Evangelho e o terreiro enchia-se logo. Até os pintainhos se aquietavam sob as asas maternas, a fim de ouvi-lo.
O peru, muito confiante, assegurava que Jesus Cristo era o Salvador do Mundo, que viera alumiar o caminho de todos e que, por base de sua doutrina colocara o amor das criaturas umas para com as outras, garantindo a fórmula de verdadeira felicidade na Terra. Dizia que todos os seres, para viverem tranqüilos e contentes, deveriam perdoar aos inimigos, desculpar os transviados e socorre-los.
As aves passaram a venerar o Evangelho; todavia, chegado o Natal do Mestre Divino, eis que alguns homens vieram aos lagos, galinheiros, currais e, depois de se referirem excessivamente ao amor que dedicavam a Jesus, laçaram frangos, patinhos e perus, matando-os ali mesmo, ante o assombro geral.
Houve muitos gritos e lamentações, mas os perseguidores, alegando a festa do Cristo, distribuíram pancadas e golpes à vontade.
Até mesmo a esposa do peru pregador foi também morta.
Quando o silêncio se fez no terreiro, ao cair da noite, havia em toda a parte enorme tristeza e irremediável angústia de coração.
As aves aflitas rodearam o doutrinador e crivaram-no de perguntas dolorosas.
Como louvar um Senhor que aceitava tantas manifestações de sangue na festa de natalício? Como explicar tanta maldade por parte dos homens que se declaravam cristãos e operavam tanta matança? Não cantavam eles hinos de homenagem ao Cristo? Não se afirmavam discípulos d´Ele? Precisavam, então, de tanta morte e tanta lágrima para reverenciarem o Senhor?
O pastor alado, muito contrafeito, prometeu responder no dia seguinte. Achava-se igualmente cansado e oprimido. Na manhã imediata, ante o Sol rutilante do Natal, esclareceu aos companheiros que a ordem de matar não vinha de Jesus, que preferira a morte ao madeiro a ter de justiçar, que deviam todos eles continuar, por isso mesmo, amando o Senhor e servindo-o, acrescentando que lhes cabia perdoar setenta vezes sete. Explicou por fim, que os homens degoladores estavam anunciados no versículo quinze do capítulo sete, do Apóstolo Mateus, que esclarece – “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. Em seguida, o peru recitou o capítulo cinco do mesmo evangelista, comentando as bem-aventuranças prometidas pelo Divino Amigo aos que choram e padecem no mundo.
Verificou-se, então, imenso reconforto na comunidade atormentada e aflita, porque as aves se recordaram de que o próprio Senhor, para alcançar a Ressurreição Gloriosa, aceitara a morte de sacrifício igual à deles.
LIVRO ANTOLOGIA MEDIÚNICA DO NATAL – Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos
Digitado por: Lúcia Aydir – SP/08/2005.
dezembro 20th, 2012 às 7:36 PM
Pra quem quer mais que o PERU PREGADOR (Não é Marcos Arduin?), o natal compelto de CX tá aqui:
ANTOLOGIA MEDIÚNICA
DE NATAL
http://robertomacedo.com/autoajuda/chicoxavier/Chico_Xavier/ANTOLOGIA%20MEDIUNICA%20%20DE%20NATAL/%2BMENSAGENS_POR%20LIVROS_ANTOLOGIA.htm
dezembro 20th, 2012 às 7:40 PM
E nesse conto aqui do CX? O mendigo ( se é mendigo nessa vida, foi um pulha na outra) vai direto pro céu sem escalas! Nem uma passadinha de longe no “UMBRAL”… Que resgate hein? Numa encarnação pagou todas as expiações de uma só vez:
SIMÃO, O MENDIGO
http://robertomacedo.com/autoajuda/chicoxavier/Chico_Xavier/ANTOLOGIA%20MEDIUNICA%20%20DE%20NATAL/antologia_natal_033.htm
dezembro 20th, 2012 às 7:54 PM
ANDRÉ RIBEIRO DISSE: Demorou para aparecer o insuportável e metido à besta SENHOR JCFF. OUTRO FALASTRÃO, que para justificar os crimes da sua amada e idolatrada igrejinha assassina, já vem com esta pérola de que Bruno nunca foi cientista. E por isso ele merecia ser queimado vivo?
Ah! vai se ferrar JCFF, tu és outro maluco fanático, além de chato como ninguém.
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COMENTÁRIO: estamos discutindo ideias ou externando “simpatias”? A pergunta feita (Bruno merecia ser queimado por não ter sido cientista?) não pode ser extraída dos apontamentos postados pelo José Carlos, que não afirmou tal coisa. O que entendo do comentário é que Giordano, naqueles dias, seria condenado de qualquer modo devido à sua postura radical e inamovível. Essa condenação nos dias atuais seria absurda, e o seria até mesmo para católicos. A pretensão dos “defensores” não me parece ser a de defender a Igreja contra as injustiças que cometeu (e não foram poucas) sim esclarecer os motivos que permitiram que tais eventos acontecessem.
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Rebater argumentos com adjetivos não enseja discussão produtiva e pode significar que o rebatedor, por não ter condição de objetar, recorre à ofensa. Isso nada acrescenta ao debate…
dezembro 20th, 2012 às 9:19 PM
VITOR DISSE: Oi, Montalvão, comentando:
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01 – “o autor dessa “brilhante” avaliação transmite a imagem de um doido de pedra. Além do festival de besteiradas que profere, comete erro crucial, praticado por certos leitores da Bíblia (e de outros livros), que conduz a ilações distorcidas, qual seja o de abstrair do texto uma sentença e, a partir dela, isolada do contexto, elaborar tortuosa reflexão. ”
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MAS POR QUE É BESTEIRA? Até reverendos concordam com ele!
http://www.oocities.org/realidadebr/textos/escravidao.htm […].
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COMENTÁRIO: a besteira está em isolar um trecho de texto maior e com ele fazer exegese, desconsiderando o efetivo teor do discurso. Esse é o grande problema dessas “leituras”. Examinando-se o inteiro pronunciamento, conforme apresentei no comentário precedente, ver-se-á que não há como supor que Cristo apologizasse o açoite de escravos. O que ele fez foi usar uma situação típica daquela época (aceita e admitida por todos) para facilitar a compreensão da mensagem que pretendia transmitir. E qual era a mensagem? Que o servo que não fizer jus à confiança que seu Senhor nele deposita será castigado, ou seja: Deus pedirá contas dos atos de cada pessoa.
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Observe, ainda, que o “servo” nesse escrito nem sequer é escravo, mas alguém posto como administrador de bens alheios, uma espécie de gerente. Daí se vê como leituras e interpretações apressadas não transmitem o que o texto está dizendo.
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A palavra que Jesus transmitia aos discípulos não objetivava discutir questão social, tipo se a escravidão era justa ou não. Esse tipo de conversa seria impensável naquele contexto. Jesus fazia referência à relação servo/senhor (o que hoje equivaleria a empregado/patrão) para ilustrar seu proferimento.
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VITOR DISSE: Lucas 12:47 e 48 (Jesus falando) O servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; 48 mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, com poucos açoites será castigado. Daquele a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá. Nessa passagem Jesus está usando a escravidão como exemplo e não diz que é errado escravizar os outros. E pela maneira como está falando parece até aprovar o açoitamento de escravos.
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COMENTÁRIO: não é a escravidão que está sendo utilizada como exemplo, a referência é a uma relação de trabalho. O açoite era castigo admitido na época, daí Jesus tê-lo citado. Hoje equivaleria a dizer: “o empregado que não fizer jus ao cargo de confiança que ocupa será castigado com a perda deste”.
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Se alguns cléricos utilizaram o texto em referência para defender o escravagismo no século XIX isso é lá com eles, não quer dizer que estivessem interpretando as escrituras corretamente.
dezembro 20th, 2012 às 9:37 PM
Oi, Montalvão
comentando:
01 – “O que ele fez foi usar uma situação típica daquela época (aceita e admitida por todos) para facilitar a compreensão da mensagem que pretendia transmitir.”
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Mas na minha opinião foi um exemplo infeliz. O que é errado e criminoso não se usa, nem para ensinar. Quem o faz acaba legitimando a prática.
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02 – “Se alguns cléricos utilizaram o texto em referência para defender o escravagismo no século XIX isso é lá com eles, não quer dizer que estivessem interpretando as escrituras corretamente.”
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A culpa não é só de quem interpreta, mas de quem escreve também. Nesse caso a responsabilidade não é uma via de mão única. Se os clérigos interpretaram dessa forma, é porque havia essa margem. E no século XIX o açoite também era permitido.
dezembro 20th, 2012 às 10:14 PM
Olá Montalva.
Por que você não deixa a pessoa se doer por ela mesmo? E se defender do jeito que achar conveniente?
Agora você é o mediador do blog do Vítor Moura?
O Zé católico é gente boa, tenho certeza disso, mas tem horas que é chato de doer.
dezembro 20th, 2012 às 11:27 PM
Vitor citou Lucas, capítulo 12, versículos 47 e 48.
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Montavão disse:
“Observe, ainda, que o “servo” nesse escrito nem sequer é escravo, mas alguém posto como administrador de bens alheios, uma espécie de gerente. Daí se vê como leituras e interpretações apressadas não transmitem o que o texto está dizendo”.
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E mais adiante: “COMENTÁRIO: não é a escravidão que está sendo utilizada como exemplo, a referência é a uma relação de trabalho. O açoite era castigo admitido na época, daí Jesus tê-lo citado. Hoje equivaleria a dizer: “o empregado que não fizer jus ao cargo de confiança que ocupa será castigado com a perda deste”.
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Se alguns cléricos utilizaram o texto em referência para defender o escravagismo no século XIX isso é lá com eles, não quer dizer que estivessem interpretando as escrituras corretamente”.
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Vou, então, reescrever os versículos, substituindo a palavra “servo” por pela palavra “gerente”.
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“47 O gerente que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, SERÁ CASTIGADO COM MUITOS AÇOITES;
48 mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, COM POUCOS AÇOITES SERÁ CASTIGADO. Daquele a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá”.
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As maiúscula, claro, são minhas.
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Conclusão: ser gerente naquele tempo era foda.
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Ou então a palavra “acoite” significava, naquele tempo, com a demissão.
Quer dizer, ou o gerente era castigado com muitas demissões ou era castigado com poucas demissões.
Não fez muito sentido.
Vou pedir umas aulas de religião ao JCFF.
dezembro 20th, 2012 às 11:28 PM
Eu pretendi escrever “açoite”, não “acoite, por óbvio.
dezembro 20th, 2012 às 11:30 PM
Corrigindo: as maiúsculaS; significava, naquele tempo, demissão (não com a demissão, como saiu).
Preciso começar a ler meus comentários, antes de enviá-los, ou o merden vai me corrigir.
dezembro 20th, 2012 às 11:55 PM
André Ribeiro Disse: Olá Montalva.
Por que você não deixa a pessoa se doer por ela mesmo? E se defender do jeito que achar conveniente?
Agora você é o mediador do blog do Vítor Moura?
O Zé católico é gente boa, tenho certeza disso, mas tem horas que é chato de doer.
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COMENTÁRIO: não defendi a pessoa. Quando escrevi o comentário estava com a página desatualizada e não vi que várias postagens haviam sido feitas e nelas o José Carlos se defendeu condizentemente. Minha crítica teve por objeto seu argumento ad hominem, que nada acrescenta à discussão. Foi, pois, uma chamada a um adequado posicionamento na conversa, que pode ser acatada ou não: fica a critério do freguês…
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Saudações argumentativas.
dezembro 20th, 2012 às 11:58 PM
VITOR DISSE: Mas na minha opinião foi um exemplo infeliz. O que é errado e criminoso não se usa, nem para ensinar. Quem o faz acaba legitimando a prática.
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COMENTÁRIO: aceitável q
A culpa não é só de quem interpreta, mas de quem escreve também. Nesse caso a responsabilidade não é uma via de mão única. Se os clérigos interpretaram dessa forma, é porque havia essa margem. E no século XIX o açoite também era permitido.
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COMENTÁRIO:
dezembro 21st, 2012 às 12:15 AM
VITOR DISSE: Mas na minha opinião foi um exemplo infeliz. O que é errado e criminoso não se usa, nem para ensinar. Quem o faz acaba legitimando a prática.
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COMENTÁRIO: aceitável que em sua opinião o exemplo não foi bom, entretanto para o autor foi um bom exemplo, isso é que tem que ser considerado. Se Jesus conseguiu seu objetivo, que era o de transmitir um ensino aos que o ouviam então a missão fora cumprida. O que hoje podemos pensar a respeito não afeta o efeito que o discurso causou nas mentes de antanho. O máximo que podemos fazer na atualidade é discutir os “entendimentos” que os leitores extraem do texto.
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VITOR DISSE: A culpa não é só de quem interpreta, mas de quem escreve também. Nesse caso a responsabilidade não é uma via de mão única. Se os clérigos interpretaram dessa forma, é porque havia essa margem. E no século XIX o açoite também era permitido.
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COMENTÁRIO: A “culpa” é de quem interpreta muito mais de quem prolata a declaração. A mesma Bíblia que rechaça a reencarnação é usada por reencarnacionistas como apoio às múltiplas existências; a mesma Bíblia que diz que só Deus é respondedor dos apelos é utilizada para “provar” que espíritos comunicam. Então, é necessário estudar mais aprofundadamente o conteúdo textual a fim de conferir qual a interpretação melhor se adequa ao contido nesses escritos. Esse aspecto, por passar despercebido a muitos, é que motiva a existência das mais disparatadas interpretações.
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Ao discutir-se se Jesus deveria ou não ensinar aos seus contemporâneos que a escravidão era coisa ruim, usando um escrito que tratava de outro assunto, cria-se uma situação de incoerência, difícil de ser elucidada. Jesus falava para seus contemporâneos numa linguagem que eles tinham condição de compreender. Não são eles que tem que se adequar aos nossos padrões hodiernos, somos nós que devemos nos situar próximos à mentalidade passada no esforço de compreender os motivos e intenções dos que já se foram de há muito.
dezembro 21st, 2012 às 12:29 AM
Oi, Montalvão
comentando:
01 – “entretanto para o autor foi um bom exemplo, isso é que tem que ser considerado”.
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Pergunte a um negro açoitado no Brasil no século XIX se ele acharia um bom exemplo…
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02 – “se Jesus conseguiu seu objetivo, que era o de transmitir um ensino aos que o ouviam então a missão fora cumprida.”
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E quem ouvia? Imagine se entre aqueles que ouviam estava um senhor pensando se deveria açoitar seu servo que fez algo do tipo que Jesus falou. Diante de tais palavras, não seria difícil tomar tal decisão…
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03 – “Ao discutir-se se Jesus deveria ou não ensinar aos seus contemporâneos que a escravidão era coisa ruim, usando um escrito que tratava de outro assunto, cria-se uma situação de incoerência, difícil de ser elucidada. ”
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Montalvão, independente de ser escravidão ou servidão (ou alguma relação trabalhista…), ele está permitindo uma pessoa açoitar outra…. aliás, do jeito que ele diz, não é sequer uma permissão, e sim um dever… incoerência é isso ter vindo da mesma pessoa que disse “perdoarás setenta vezes sete”….
dezembro 21st, 2012 às 12:54 AM
Marciano Disse: (Montavão disse): “Observe, ainda, que o “servo” nesse escrito nem sequer é escravo, mas alguém posto como administrador de bens alheios, uma espécie de gerente. […]”.
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Vou, então, reescrever os versículos, substituindo a palavra “servo” por pela palavra “gerente”.
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“47 O gerente que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, SERÁ CASTIGADO COM MUITOS AÇOITES; 48 mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, COM POUCOS AÇOITES SERÁ CASTIGADO. Daquele a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá”. Conclusão: ser gerente naquele tempo era foda. Ou então a palavra “acoite” significava, naquele tempo, com a demissão. Quer dizer, ou o gerente era castigado com muitas demissões ou era castigado com poucas demissões. Não fez muito sentido. Vou pedir umas aulas de religião ao JCFF.
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COMENTÁRIO: MARCIANO, se pedir aulas de religião (teologia) ao José Carlos acredito que estará bem servido: sem dúvida, ele saberá esclarecer mais aprofundadamente as nuanças dos textos bíblicos.
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O que fiz foi tentar paralelizar a situação antiga com uma situação atual. Provavelmente não fui feliz, pois se entendeu que os açoites daqueles tempos equivaleriam a muitas ou poucas demissões presentes, isso sinaliza que minha analogia não teve sucesso. Vamos tentar de outra maneira…
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Jesus costumava apresentar seus ensinos utilizando parábolas que são histórias calcadas em situações que os ouvintes conhecem bem, por meio das quais se extraem um ou mais ensinamentos. Entender o que o autor quis ensinar com a parábola é o desafio. Pois bem, o comentarista citado pelo Vitor apartou um trecho da narrativa e o interpretou desatrelado ao restante do conteúdo. Essa estranha tática lhe permitiu concluir que Jesus fora estivesse apologizando a escravidão e o açoitamento dos infelizes escravos. não é nada disso. Castigos por chicoteamentos eram comuns naqueles tempos, o próprio Jesus foi severamente fustigado antes da crucificação. A maioria das pessoas presas sentiam o gostinho da chibata. Era, pois, imagem que os ouvintes compreenderiam sem dificuldade e lhes facilitaria apreciarem a lição que o Mestre transmitia.
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Expliquei que o texto deveria ser lido por inteiro, de forma a se apreciar a intenção nele contida e não isolar parte do relato e descasá-la do restante. Esse procedimento fatalmente conduz a apreciações errôneas.
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Foi assim que se deu…
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Salutos cordiales.
dezembro 21st, 2012 às 1:11 AM
Vitor Disse: Oi, Montalvão, comentando:
01 – “entretanto para o autor foi um bom exemplo, isso é que tem que ser considerado”.
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Pergunte a um negro açoitado no Brasil no século XIX se ele acharia um bom exemplo…
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COMENTÁRIO: nada a ver uma coisa com outra coisa. Conforme falei: o texto não versa sobre a justiça/injustiça de certas instituições, nem mesmo se refere à escravidão que, diga-se de passagem, nos tempos apostólicos tinha configuração diferente da que mais tarde teria o escravagismo nas Américas.
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02 – “se Jesus conseguiu seu objetivo, que era o de transmitir um ensino aos que o ouviam então a missão fora cumprida.”
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E quem ouvia? Imagine se entre aqueles que ouviam estava um senhor pensando se deveria açoitar seu servo que fez algo do tipo que Jesus falou. Diante de tais palavras, não seria difícil tomar tal decisão…
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COMENTÁRIO: acho meio difícil que tal sucedesse, mesmo
porque se um senhor açoitasse empregado que fizera algo do tipo que Jesus falou, estaria apenas exercendo o que era de direito naqueles dias: ele não precisaria do discurso de Jesus para agir dessa maneira.
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03 – “Ao discutir-se se Jesus deveria ou não ensinar aos seus contemporâneos que a escravidão era coisa ruim, usando um escrito que tratava de outro assunto, cria-se uma situação de incoerência, difícil de ser elucidada. ”
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Montalvão, independente de ser escravidão ou servidão (ou alguma relação trabalhista…), ele está permitindo uma pessoa açoitar outra…. aliás, do jeito que ele diz, não é sequer uma permissão, e sim um dever… incoerência é isso ter vindo da mesma pessoa que disse “perdoarás setenta vezes sete”…
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COMENTÁRIO: aponte no texto (considere o discurso todo) onde é que se vê Jesus dando “permissão” para que um servidor fosse açoitado. Depois que conseguir demonstrá-lo poderemos continuar a discussão.
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Agora vou pra caminha fazer naninha…
dezembro 21st, 2012 às 6:05 AM
Querem alguns dizer que Giordano Bruno não foi cientista, que, de acordo com o contexto histórico daquela época, era justificado o que sempre foi injustificável, queimar um ser humano vivo. Querem mascarar a ferida que durante milênios vem machucando a consciência dos homens de bem. Querem modificar a cor do sangue vermelho, que foi e é ainda derramado por esta seita negocista e má, para uma cor mais rosada, dizendo que mataram menos que outros ou que naquela época era assim mesmo. Estão enganados senhores! A moral e a justiça, o caminho retilíneo a ser seguido, já há muitos anos que vêm sendo demonstrado por homens valorosos e justos. Muito antes de Jesus e também posterior a ele. E tudo vai ser revelado no seu devido tempo.
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Fiquem agora com uma parte do artigo de Frank Gaglioti, que escreveu: Um homem de visão e coragem – Giordano Bruno, filósofo e cientista, queimado na fogueira há 400 anos. Foi feita uma tradução pelo google, devendo haver alguns erros, mas o artigo original pode ser encontrado aqui: http://wsws.org/en/articles/2000/02/brun-f16.html
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Quatro séculos atrás, em 16 de fevereiro de 1600, a Igreja Católica Romana executou Giordano Bruno, filósofo italiano e cientista, pelo crime de heresia. Ele foi levado de sua cela nas primeiras horas da manhã para a Piazza dei Fiori, em Roma e queimado vivo na fogueira. Afinal, as autoridades da Igreja estavam com medo das ideias de um homem que era conhecido em toda a Europa como um pensador ousado e brilhante. Em uma reviravolta peculiar ao caso horrível, os carrascos foram obrigados a amarrar a sua língua, para que ele não fosse capaz de falar com aqueles ali reunidos.
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Ao longo de sua vida, Bruno defendeu o sistema copernicano da astronomia que colocou o sol, não a Terra, no centro do sistema solar. Ele se opôs à autoridade embrutecedora da Igreja e se recusou a renegar suas crenças filosóficas em todo os seus oito anos de prisão pelas inquisições venezianas e romanas. Sua vida é um testemunho para a unidade de conhecimento e de verdade que marcou o período surpreendente da história, conhecido como o Renascimento – a partir do qual tanto a arte moderna, o pensamento e a ciência, derivam.
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Em 1992, após 12 anos de deliberações, a Igreja Católica Apostólica Romana, a contragosto, admitiu que Galileu Galilei estava certo em apoiar as teorias de Copérnico. A Santa Inquisição tinha forçado Galileu, já idoso, a renegar suas ideias sob ameaça de tortura em 1633. Mas se negava a fazer o mesmo, no caso de Bruno. Seus escritos estão ainda na lista dos textos proibidos do Vaticano.
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A Igreja está atualmente tentando considerar novas desculpas. A comissão teológica presidida pelo cardeal Joseph Ratzinger, chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, sucessora da Inquisição moderna, concluiu um inquérito intitulado “A Igreja e as culpas do passado: Memória em serviço da reconciliação”, que propõe fazer um pedido de desculpas por “erros do passado”. Os resultados foram entregues ao Papa João Paulo II, que deve fazer uma declaração em 12 de março. A execução de Bruno é um dos crimes da igreja que estão sendo considerados, mas é improvável que grandes concessões sejam feitas em seu caso. Um número de figuras da linha dura dos católicos se opuseram a esta investigação desde o início, dizendo que a penitência excessiva e o auto questionamento, poderiam minar a fé na Igreja e suas instituições.
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A atitude atual da Igreja Católica Romana com o Bruno, é definido por uma entrada de duas páginas, na última edição da Enciclopédia Católica. É descrito como “intolerância” de Bruno e repreende-o, declarando: “sua atitude de espírito para a verdade religiosa era a de um racionalista”. [1] O artigo descreve em detalhes erros teológicos de Bruno e sua detenção prolongada nas mãos da Inquisição, mas falha ao mencionar o mais conhecido fato – que as autoridades da igreja queimou-o vivo na fogueira.
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Bruno tem sido reverenciado como um mártir da verdade científica. Em 1889, um monumento a ele foi erguido no local de sua execução. Tal era o sentimento para com Bruno, que cientistas e poetas prestaram homenagem a ele e foi escrito um livro detalhando sua vida de trabalho. Em uma dedicatória em uma reunião realizada no Clube Contemporâneo na Filadélfia, em 1890, o poeta americano Walt Whitman escreveu: “Como coragem mental Americana (o pensamento que vem a mim hoje) somos tão endividados, acima de todas as terras e povos atuais, para com o nobre exército de mártires do velho mundo passado, como cabe-nos limpar as vidas e nomes destes mártires, bem como mantendo-os como faróis para uma admiração reverente. E típico deste, e de pé para ele e todos, talvez, Giordano Bruno pudesse muito bem ser colocado, hoje e no futuro, em nosso coração e memória como gratidão do Novo Mundo”. [2]
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O coautor de Karl Marx, Fredrick Engels, resumiu o período em que os dados produzidos, como Bruno, que desafiou a Igreja e lançou as bases para a ciência moderna. Em uma introdução escrita na década de 1870 a sua obra inacabada a Dialética da Natureza, Engels escreveu: “Foi a maior revolução progressista que a humanidade tinha experimentado até agora, uma vez que exigia gigantes e produziram gigantes – gigantes em poder do pensamento, paixão e caráter, na universalidade e aprendizagem. Os homens que fundaram a regra moderna da burguesia nada tinham, além das limitações burguesas. Pelo contrário, o carácter aventureiro daquele tempo inspirou a um grau maior ou menor. Quase não houve homem de importância vivendo então, que não tivesse viajado extensivamente, que não falasse quatro ou cinco línguas, que não brilhassem em uma série de campos ….
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“Na época da ciência natural, também se desenvolveu em seu meio a revolução geral e foi por si mesma completamente revolucionária, tinha de fato de vencer na luta o seu direito de existência. Lado a lado com os grandes italianos daquelas datas da filosofia moderna, que forneceu seus mártires para o jogo e as masmorras da Inquisição. E é característico que os protestantes superaram os católicos na perseguição à livre investigação da natureza. Calvino teve Miguel Servet queimado na fogueira quando este estava a ponto de descobrir a circulação do sangue e, de fato, Calvino manteve ele assando vivo durante duas horas; para a Inquisição, pelo menos, foi suficiente ter Giordano Bruno, simplesmente, queimado vivo “. [3]
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O que é mais característico em Bruno, é seu vigoroso apelo à razão e lógica, ao invés de dogma religioso, como base para determinar a verdade. De uma forma que antecipa os pensadores iluministas do século XVIII, ele escreveu em uma de suas obras finais, De triplici minimo (1591): “Aquele que deseja filosofar deve antes colocar em dúvida todas as coisas. Ele não deve assumir uma posição em um debate antes de ter escutado as diversas opiniões, e considerar e comparar as razões a favor e contra. Ele nunca deve julgar ou tomar uma posição sobre a evidência do que ele ouviu, na opinião da maioria, a idade, o mérito, ou o prestígio do orador em causa, mas ele deve proceder de acordo com a persuasão de uma doutrina orgânica que adere a coisas reais, e uma verdade que pode ser entendida à luz da razão”. [4]
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Sintam-se livres para traduzir o restante desta matéria e fazer as devidas correções de tradução.
dezembro 21st, 2012 às 6:59 AM
Fabiano,
e quem é Frank Gaglioti? É historiador? O texto dele em parte alguma demonstra que Bruno era cientista. E dado o que o JCFF apresentou, acho impossível que se consiga provar algo assim.
dezembro 21st, 2012 às 7:34 AM
Oi, Montalvão
comentando:
01 – “Acho meio difícil que tal sucedesse, mesmo
porque se um senhor açoitasse empregado que fizera algo do tipo que Jesus falou, estaria apenas exercendo o que era de direito naqueles dias: ele não precisaria do discurso de Jesus para agir dessa maneira.”
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Não precisaria, mas poderia entender as palavras de Jesus como concordantes com o tipo de castigo aplicado?
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03 – “aponte no texto (considere o discurso todo) onde é que se vê Jesus dando “permissão” para que um servidor fosse açoitado. Depois que conseguir demonstrá-lo poderemos continuar a discussão.”
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O exemplo em si revela o castigo como justo, já que “a quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido.”.
dezembro 21st, 2012 às 7:47 AM
Eu acho muito mais divertido “detonar” o mineirinho safadinho do que ficar metendo o pau na ICAR. E desmascarar farsantes não há de ser pecado, mas o ato de injuriar o Santo Padre e seu rebanho há de condenar os iníquos ao “choro e ranger de dentes” (Mateus, 13,40-42).
dezembro 21st, 2012 às 10:32 AM
Mas o próprio CX era chegadinho na ICAR. Dela nunca saiu. Os livros dele estão pontilhados de referências católicas. Até o dito guia espiritual dele foi sedizente padre católico inúmeras vezes. Os hábitos de “passes”, “água fluída” e “culto do evangelho no lar”, se não foram inventados por ele, foram por ele divulgados. Tudo isso é catolicismo, igrejismo puro. Quem estuda o espiritismo sob a perspectiva histórica acaba por concluir que isso que se chama de espiritismo no Brasil não é espiritismo. O chiquismo é dominante aqui, e irreversível.
dezembro 21st, 2012 às 11:22 AM
Antonio G , Toffo, Marciano, Biasetto e outros ‘admiradores’ de cx façam coro comigo:
Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!Queremos CX!
Chega de nos torturar ops com esse papo de catolicismo! Vamos mergulhar fundo no CHIQUISMO, DIVALDISMO, BACCELISMO, RAULTEIXERISMO, entre outros!
Queremos CX!Queremos CX!
dezembro 21st, 2012 às 11:37 AM
Contra o Chiquismo,
CX é o que mais tem artigos dedicados sou relacionados se vc for ver na seção “categorias”. Para mais artigos dele (ou dos outros médiuns citados), é preciso que alguém descubra plágios ou disponibilize livros relacionados, escreva artigos com algum ineditismo etc.
dezembro 21st, 2012 às 12:05 PM
Toffo, concordo. CX queria ser um santo católico, mas foi o fundador de uma doutrina muito particular, inspirada numa confusa mistura entre o catolicismo e o kardecismo. Adicionou a este caleidoscópio cinzento um tempero feito de milhares de psicografias fraudulentas, um discurso meloso de auto ajuda e uma fingida humildade franciscana e, “voilà”! Eis o “chiquismo”.
dezembro 21st, 2012 às 12:06 PM
Vitor, qualquer coisa do CX diverte. Esse antologia mediúnica do natal, é engraçado demais, valia uma análise dos capítulos já que estamos no natal. Vitor, por favor, arruma qualquer coisa aí do CX vai…
dezembro 21st, 2012 às 1:14 PM
Obrigado por seus escólios, Montalvão.
Sua dialética é impecável (portanto, não será castigada).
Chibatadas cordiais.
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Antonio e Toffo, tenho a impressão que de da fusão do kardecismo com o candomblé nasceu a umbanda e da fusão do kardecismo com o catolicismo apostólico nasceu o chiquismo.
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Dizer que chiquismo é espiritismo é o mesmo que dizer que umbanda é candomblé.
dezembro 21st, 2012 às 1:15 PM
“tenho a impressão de que”
dezembro 21st, 2012 às 1:34 PM
Marciano, que tal esse LP pra gente ouvir na noite de Natal? O negócio é som analógico!
http://1.bp.blogspot.com/-GgIyo5xb0qw/TXJLCrdGFOI/AAAAAAAABQA/Ij66DAwkkoE/s1600/Capa%2BFrente%2BLP%2B-%2BChico%2BXavier.jpg
dezembro 21st, 2012 às 1:36 PM
Queremos CX!Queremos CX De qualquer jeito!
dezembro 21st, 2012 às 1:46 PM
Caraca, Contra, tu descobre cada uma. Isso aí faz a festa de qualquer chiquista.
Vou mandar um de presente de Natal pro Arduin.
dezembro 21st, 2012 às 1:58 PM
Que foto mais bisonha, CX tá olhando pra gente… me deu medo! Ele tá preparando um ataque umbralino pra nós! Gostei da gravata psicodélica, deve valer uma grana num leilão…
Ah, se alguém tiver o áudio desse LP, me manda pra eu ouvir de trás pra frente pois deve de ter msg subliminar escondida na gravação.
dezembro 21st, 2012 às 2:00 PM
Mas Marciano o Arduin gosta de dedo (digital), eu gosto de ANALógico…
dezembro 21st, 2012 às 2:30 PM
Contra o Chiquismo: Não sei como você sabe que o Chico tá olhando prá gente, se cada olho tá direcionado para um lado feito um camaleão…
dezembro 21st, 2012 às 2:43 PM
Eu tenho um amigo muuuuuito tonto. Por acaso, é espírita. E acredita que o mundo irá, MESMO, acabar hoje, até a meia noite. Ele se esquece, por exemplo, que, neste exato momento, já é dia 22 em boa parte do planeta. E, não por ser espírita, mas por ser muuuito tonto, apostou comigo uma dúzia de Budweiser long necks que o mundo acaba hoje!!! Bem, eu vou beber a cerveja, bem gelada, neste fim de semana. Mas não vou perguntar-lhe como ele esperava desfrutar das suas, caso ganhasse a aposta… rsrsrs
dezembro 21st, 2012 às 2:48 PM
Na hipótese de sobrevivermos ao cataclisma, “vejo” vocês por aí, na semana que vem.
E, como mal não faz, Feliz Natal para todos!!!
dezembro 21st, 2012 às 3:07 PM
Antonio G, ele tem “vista dupla”
dezembro 21st, 2012 às 3:14 PM
Deixa que eu e Marciano arrumamos asuntos diversos do CX pra divertir o blog.
“CX é a maior diversão”
dezembro 21st, 2012 às 3:36 PM
Esse cx tinha de ter um hq com ele usando capa e botas! A luta dele ia ser contra as terríveis e animalizadas criaturas do ‘umbral’.
Claro com no final as criaturas se arrependendo e chorando e se doutrinando e virando protetores de quem elas obsidiavam.
dezembro 22nd, 2012 às 8:48 AM
Antonio, vou deixar dois vídeos nos posts abaixo, mostrando até onde vai a estupidez pregada pelas religiões, e ainda há quem as defenda.
Este é o 1º, da Igreja Católica
http://www.youtube.com/watch?v=sVMfd8J0o1A
dezembro 22nd, 2012 às 8:49 AM
Este é o 2º, do movimento evangélico:
http://www.youtube.com/watch?v=qaW9GzNts-A
dezembro 22nd, 2012 às 12:56 PM
Escolha o s:
http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/2650308/chico-xavier-em-quadrinhos-a-vida-do-grande-espirita-brasileiroeu, Contra
dezembro 22nd, 2012 às 1:00 PM
O cx vandalizou meu comentário, o certo é:
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Escolha o seu, Contra:
http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/2650308/chico-xavier-em-quadrinhos-a-vida-do-grande-espirita-brasileiro
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Não adianta clicar no link do comentário anterior, porque não vai abrir.
dezembro 22nd, 2012 às 1:02 PM
Preview:
http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/2650308/chico-xavier-em-quadrinhos-a-vida-do-grande-espirita-brasileiro
dezembro 22nd, 2012 às 1:03 PM
Não tenho como editar comentários, ESTE aqui é o preview:
http://www.jblog.com.br/quadrinhos.php?itemid=21217
dezembro 22nd, 2012 às 1:09 PM
A ICAR também se vale dos quadrinhos para começar a doutrinar as crianças,histórias com personagens infantis famosos mescladas com doutrinação religiosa, história de São Jorge, de São Judas Tadeu, vejam isto:
http://jblog.com.br/quadrinhos.php?itemid=20817
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Quando eu era criança fui submetido a essas coisas, tanto da ICAR como de evangélicas, li sobre a vida de vários santos, historinhas de Jesus, por sorte sempre tive o desconfiômetro ligado.
dezembro 22nd, 2012 às 8:08 PM
E eu tinha historinhas espíritas. Tanto desenhadas como contadas. Em casa tinha o culto das crianças e o culto dos adultos. No culto das crianças nós tínhamos historinhas infantis do CX – que tem no seu catálogo alguns livros infantis, tipo “Juca Lambisca” e “A História de Maricota” em que invariavelmente os protagonistas, crianças malvadas e travessas, morriam e iam para o Umbral. Lá sofriam pra caramba, e acabavam reencarnado aleijados ou coisas assim. Tinha também um livro do Ranieri, chamado “João Vermelho no Mundo dos Espíritos” que é um primor. João Vermelho e sua irmã encontram o Papai Noel, que no mundo espírita vira Irmão Noel, e com ele vão ao plano espiritual durante o sono. Lá veem os íbis comendo maus pensamentos, cavalgam cavalos alados e vão andando pelas nuvens até chegar no Umbral, onde encontram um horroroso anão (por que anão? eles são espíritos inferiores?) chamado Anatólio, que os aterroriza, mas no fim fica amiguinho deles. No fim a irmã do João Vermelho, que é uma cópia maldisfarçada da boneca Emília do Monteiro Lobato, começa a polemizar com o pároco da igreja da paróquia onde mora e o livro vira uma disputa ideológica espiritismo X catolicismo. Tudo isso para crianças, lembrem-se. Tinha também uns livros infantis do Dr. Inácio Ferreira, um psiquiatra espírita de Uberaba, que era um primor de moralismo. Ele ensinava que nós devíamos trilhar a estrada pedregosa, cheia de perigos e ameaças (desenhadas inclusive, com figuras sinistras de fantasmas e monstros) e chegar despedaçados no céu, para gozarmos a felicidade suprema. Se pelo contrário escolhêssemos o caminho fácil, uma avenida larga e iluminada, iríamos encontrar cálices de bebidas, cartas de baralho, espíritos encapuzados atentando, e você acabava no Umbral cheio de escuridão e fantasmas horrendos. Tudo isso para crianças, é bom lembrar. Enfim, o chiquismo fez muito, muito mal às crianças das décadas de 1950 e 60. Ainda bem que sobrevivi.
dezembro 22nd, 2012 às 11:37 PM
Pérola natalina de CX:
JESUS VEM A TERRA NO NATAL
segundo Chico Xavier, Jesus vem a Terra, entre 23 h. do dia 24 e uma hora do dia 25 de dezembro, quando comemoramos o natalício Dele. Segundo Chico, muitos espíritos se preparam durante dez anos para acompanhar o Mestre nessa peregrinação, recolhendo criaturas anônimas na desencarnação, como a registrada pelo poeta Cornélio Pires, publicada no livro Antologia mediúnica do Natal.
http://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/gerson-monteiro/jesus-vem-terra-no-natal-3287675.html
E aqui na rádio oficial do ‘espiritismo’/chiquismo:
http://www.radioriodejaneiro.am.br/anx/imprensa/2005NovDezGMJesusDesceaTerranoNatalCorreioEspirita.pdf
dezembro 23rd, 2012 às 12:27 PM
Bem, ele era um story-teller, um criador de lendas, isso era a especialidade dele.
dezembro 23rd, 2012 às 6:31 PM
Vitor, pelo que sei, Frank Gaglioti é um professor de ciências e escreve vários artigos relacionados ao tema: ciência. Ele também citou as fontes de sua pesquisa.
dezembro 24th, 2012 às 7:00 AM
Toffo e demais,
Estou “em recesso”, mas não posso perder a oportunidade de reiterar, mais uma vez, uma opinião “pétrea” que tenho sobre estas questões de religião. E é coisa muito séria:
Se os adultos querem envolver-se com estas asneiras relacionadas às religiões, embora eu lamente por eles, acho que devemos entender que é o direito de cada um procurar a sua muleta e acreditar na bobagem que quiser. Mas, crentes, pelo amor do Papai Noel (ou do Coelhinho da Páscoa, ou de Deus, enfim…): – Deixem as crianças fora disso !!!!!!!! Deformar a mente em formação de seres inocentes e indefesos é um crime hediondo contra a humanidade !!!! Pensem seriamente sobre isso !!!
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Sds.
dezembro 24th, 2012 às 12:06 PM
Depois fica difícil a pessoa se livrar da lavagem cerebral começada na infãncia, imersão total em alguns casos.
Veja o Arduin, por exemplo.
dezembro 24th, 2012 às 12:28 PM
Certo, eu realmente acho que, se um indivíduo chega até a idade adulta sem sofrer a nefasta influência do abscurantismo religioso, dificilmente se deixará seduzir pelas insanidades propostas pelas diferentes doutrinas. Fé religiosa é uma doença desenvolvida a partir de um vírus inoculado nas pessoas na mais tenra idade.
E, infelizmente, a cura é bastante difícil.
dezembro 24th, 2012 às 2:46 PM
eu sou voto vencido em toda a minha família. Evito qualquer discussão por amor à boa convivência. Mas eu sei que no fundo eles acham que EU estou errado e eles certos.
dezembro 24th, 2012 às 4:21 PM
“Marciano Diz:
Depois fica difícil a pessoa se livrar da lavagem cerebral começada na infãncia, imersão total em alguns casos.
Veja o Arduin, por exemplo.”
Po , tu hoje tá mandando muito bem. essa “imesão total ” foi demais.
Aliás, esse japa sumiu, eu invoquei ele no último post do Diviado e acho que ele virou “espírito puro” de vez e não vem aqui na terra nem pra missão. Subiu de vez. Mas que ele foi GOZADO por todos nós isso foi!