Para ler o livro, clique aqui. Algumas passagens que destaco:
Primeira Passagem
Embora não possa transcrevê-las, como seria interessante para nossos estudos, sei que Chico já recebeu diversas mensagens particulares, de caráter estritamente íntimo – o que impede qualquer referência nominal – em vários idiomas, que o médium também ignora completamente: alemão, italiano, árabe e grego. É realmente com humaníssima tristeza que me privo de expor algo do que sei a respeito de algumas dessas páginas de mediunidade poliglota. Tratando-se, entretanto, de documentos de caráter profundamente pessoal, não me cabe senão reconhecer, juntamente com o leitor, os deveres que a discrição impõe.
Segunda Passagem
Dr. Rômulo Joviano teve também, como várias vezes me relatou (inclusive muito recentemente, a 29 de junho de 1965, aqui em Campos), as mais belas provas da sobrevivência através da mediunidade xenoglótica de Chico Xavier. Havendo estudado na Inglaterra, onde se laureou pela Universidade de Edimburgo, Escócia, lá se fez íntimo amigo de um jovem inglês, Alexander Seggie, seu companheiro de estudos e, mais tarde, professor de Filosofia Piatônica e Kantiana na mesma Universidade. Esse jovem professor, de quem Dr. Rômulo me traçou maravilhoso perfil espiritual, desencarnou na Primeira Grande Guerra, em território francês. Pois o Chico, que tudo ignorava a respeito de Alexander Seggie, de sua cultura filosófica, de sua elevada nobreza de espírito, de sua amizade ao seu colega, a quem chamava, num trocadilho, “Jave” (Júpiter, em inglês), o Chico dele recebeu, dirigidas a Dr. Rômulo, várias mensagens, em inglês, língua que, naqueles recuados tempos, desconhecia completamente, pois, se havia cursado apenas a escola primária, conhecera teto somente, logo depois, os serviços noturnos e sacrificiais na Fábrica de Tecidos e o modesto trabalho de caixeiro de venda, dia e noite… E nessas mensagens, identificava-se fielmente o jovem professor da Universidade escocesa!…
Terceira Passagem
Um último fato, ainda mencionado pelo Dr. Rômulo Joviano: em visita, certa vez, a uma fazenda do Dr. Louis Ensch, engenheiro luxemburguês, fundador da Usina de Monlevade da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, em Monlevade, Minas Gerais, o nosso querido Chico recebeu mensagens, endereçadas ao mesmo Dr. Ensch, em idioma luxemburguês (letzeburgesch). O fundador da Belgo-Mineira, maravilhado, declarou serem as mensagens transmitidas no melhor estilo da língua nacional de sua pátria, o Grão Ducado de Luxemburgo, e tão belas que somente luxemburgueses cultos poderiam com tal apuro articulá-las.
O livro tem outras dessas passagens que poderiam ser comprobatórias da mediunidade de Chico Xavier mas pela falta de provas não são. Clóvis cita um exemplo pessoal marcante: sua noiva, Nina Arueira, cujo nome verdadeiro era Maria da Conceição Rocha e Silva, morreu de tifo meses antes do casamento, em 18/03/1935. Em uma sessão com Chico Xavier, em 13/02/1939, Nina se manifesta para Clóvis por psicografia e em seguida transmite um recado para Chico, que repassa verbalmente ao Clóvis a lembrança um romance que ela escrevera em vida e entregue ao noivo, cujo título era Yanur. Clóvis diz:
O médium, tanto quanto Salvadora e Dejanira, desconhecia a existência desse pequeno livro de Nina, inclusive seu título. E também eu, durante a psicografia da mensagem, não pensara na novela espírita que Nina me presenteara anos antes. Evidentemente, como iria fazer outras vezes, quis ela identificar-se de modo a não me deixar dúvidas quanto à autoria da mensagem e à realidade de sua sobrevivência.
Até hoje esse livro não foi publicado. Como o Chico soube da sua existência, não sei ao certo, mas o jornal A Noite de 27/03/1935 cita um livro de Nina que ela própria, temendo a reação, evitou a publicação, sem lhe dar o título. Chico era amigo de Oscar Coelho dos Santos, diretor da União Espírita Mineira, que conhecia duas amigas de Nina, Dejanira Bastos de Sousa e Salvadora Assis. Em verdade Dejanira era ligada a Oscar por laços familiares. Tanto Dejanira quanto Salvadora “sempre testificaram que nada haviam conversado com o médium sobre os assuntos de que trata a mensagem”, e pareciam ignorar a existência do livro Yanur. Porém, a sessão de 13/02/1939 não foi a primeira aparição de Nina. Esta se deu em 21/02/1938, também na casa do sr. Oscar, estando presentes Dejanira, Salvadora, o próprio sr. Oscar, sua esposa Antônia Bastos dos Santos e o médico Carlos Cruz. Clóvis não estava presente, mas foi mencionado na mensagem, que dizia, entre outras coisas, para Salvadora desenvolver sua psicografia e Dejanira sua mediunidade curadora (ver Correio da Manhã de 01/05/1938). Dejanira, porém, morreu poucos anos depois, em 31/12/1942. E como se vê, quase 1 ano se passou entre a 1ª e a 2ª sessão, o que é um tempo considerável para se obter mais informações sobre Nina, que era uma escritora famosa.