Lançado o livro ‘TalKing with the Spirits’ (2014)
O livro, entre diversos outros atributos, traz a primeira revisão de literatura a avaliar todos os principais estudos experimentais e quase experimentais com médiuns brasileiros. Minha pesquisa é brevemente citada no seguinte trecho do Capítulo 10, págs. 284-285:
Chico Xavier (1910-2002) was probably the most famous and important Spiritist medium of Brazil. He was considered very gifted in automatic or mediumistic writing (‘psicografia’ in Portuguese), and produced over 400 books on a wide range of subjects, having sold several millions of copies, with all copyright earnings donated to charity. Xavier’s talent for writing poetry and reproducing (or ‘intermediating’) the style of great literary writers could not be easily attributed to mere pastiche (Rocha, 2001; 2008). Many Spiritists believe that he presented reliable evidence of anomalous phenomena. Among other things, Xavier claimed to receive automatic messages from the deceased in response to requests from their families. The available studies in this respect are scarce, but the evidence include very specific information provided about the deceased that was sometimes not accessible to the family, but was later confirmed to be true (Severino et al., 1994), as well as similarities between a signature reproduced by the medium and the signature of the deceased person (Perandréa, 1991). Although such evidences have been recently questioned (Maraldi, 2013; Visoni, 2012), there is no doubt that Xavier’s case is very intriguing and defiant, and certainly deserves further research. In this sense, it is astonishing and disappointing to discover the lack of references about him in different scientific databases. Even the parapsychological literature contains very little information about him (see, for example, Playfair, 2010). (grifo meu)
Peço a todos que puderem que comprem o livro, que está sendo vendido na Amazon aqui. Não vou ganhar nada com isso, mas é bom retribuir aos editores pelo esforço em lançar um livro que trate do tema de forma séria e informativa. Uma lista com os capítulos pode ser encontrada aqui. A seguir, uma tradução do trecho acima.
Chico Xavier (1910-2002) foi, provavelmente, o médium espírita mais famoso e importante do Brasil. Ele foi considerado muito talentoso na escrita automática ou mediúnica (‘psicografia’ em português), e produziu mais de 400 livros sobre uma ampla gama de assuntos, tendo vendido vários milhões de cópias, com todos os ganhos de direitos autorais doados para a caridade. O talento de Xavier para escrever poesia e reproduzir (ou ‘intermediar’) o estilo de grandes escritores literários não poderia ser atribuído facilmente a mero pastiche (Rocha, 2001; 2008). Muitos espíritas acreditam que ele apresentou evidências confiáveis ??de fenômenos anômalos. Entre outras coisas, Xavier afirmou receber mensagens automáticas dos falecidos em resposta aos pedidos de seus familiares. Os estudos disponíveis a este respeito são escassos, mas as evidências incluem informações muito específicas fornecidas sobre o falecido, que às vezes não era acessível para a família, mas mais tarde foi confirmada ser verdade (Severino et al., 1994), bem como as semelhanças entre uma assinatura reproduzida pelo médium e a assinatura da pessoa falecida (Perandréa, 1991). Embora tais evidências tenham sido recentemente questionadas (Maraldi, 2013; Visoni, 2012), não há dúvida de que o caso de Xavier é muito intrigante e desafiador, e certamente merece mais pesquisas. Neste sentido, é surpreendente e decepcionante descobrir a falta de referências sobre ele em diferentes bases de dados científicas. Mesmo a literatura parapsicológica contém muito pouca informação sobre ele (ver, por exemplo, Playfair, 2010).
junho 23rd, 2014 às 4:37 PM
Este tópico tem tudo pra bombar.
Vou ver se compro o livro.
junho 23rd, 2014 às 7:04 PM
In this sense, it is astonishing and disappointing to discover the lack of references about him in different scientific databases. Even the parapsychological literature contains very little information about him.
Aparentemente o autor não sabe que não houve estudos científicos com ele em vida.
junho 23rd, 2014 às 7:08 PM
Gorducho,
penso que não seria extrapolar muito dizer que “falta de referências sobre ele em diferentes bases de dados científicas” = “não houve estudos científicos com ele”
junho 23rd, 2014 às 7:43 PM
Qual é a extrapolação? Se não houve estudos científicos com ele em vida, como é que pode haver significativa quantidade de registros em bancos de dados científicos?
Daí uma questão interessante que ressurge: (i)pesquisadores nunca se interessaram?; (ii) se interessaram mas não tinham verbas – o mundo não era tão integrado como agora… ?; (iii) se interessaram, propuseram estudar, mas ele e/ou a FEB bloquearam?
junho 23rd, 2014 às 7:45 PM
Ah! agora vejo que o Sr. concorda comigo. Mas não, ele teria que ter sido explícito: não há entradas porque não houve estudos.
Interpreto o pensamento dele como falta de conhecimento – aliás de certa forma injusto estou sendo, pois que não pode-se comparar conosco que somos pós-PhD em CX.
junho 23rd, 2014 às 7:46 PM
Esse Severino que ele cita será quem eu penso que é?
junho 23rd, 2014 às 7:59 PM
Gorducho,
comentando:
01 – “Mas não, ele teria que ter sido explícito: não há entradas porque não houve estudos. Interpreto o pensamento dele como falta de conhecimento ”
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Na verdade são “eles”. São 4 os autores deste capítulo: Everton Maraldi, Wellington Zangari, Fatima Regina Machado e Stanley Krippner. E posso lhe garantir que TODOS eles estão PLENAMENTE cientes que não houve estudos científicos sobre Chico Xavier em vida. Houve tentativas (fracassadas, no meu entender) de se fazer estudos científicos ainda em vida, é certo. Um exemplo: o livro “A Vida Triunfa”, da Associação Médico Espírita, que foi inclusive vertido para o inglês. Outro exemplo foi o eletroencefalograma realizado. Houve mais tentativas de se fazer estudos científicos relacionados às cartas psicografadas após a morte de Chico, e um deles – há outros – acabou de ser publicado:
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http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1550830714001086
junho 23rd, 2014 às 8:08 PM
Gorducho,
esse Severino é justamente um dos autores do livro “A Vida Triunfa”.
junho 23rd, 2014 às 9:54 PM
Confirmou-se a impressão que eu tive. E m/consciência intelectual está completamente tranquila pois não fazia e não faço – exceto por S/informação supra – de quem seriam os autores da obra.
junho 23rd, 2014 às 10:07 PM
Por tudo o que eu conheço e vivi em relação a CX fica-me a impressão de que não há publicações científicas importantes sobre ele por absoluta falta de interesse da comunidade científica. CX sempre andou (e fez questão de andar) à margem de toda e qualquer especulação científica minimamente séria, preferindo direcionar seus esforços à captação de prosélitos e simpatizantes com seu discurso evangélico e seu apelo popular. Por trás de tudo isso, um imenso projeto de vida (a “causa”) vitorioso, tendo por pano de fundo a maldisfarçada e vaidade de dimensões amazônicas do médium.
junho 23rd, 2014 às 10:08 PM
a maldisfarçada vaidade.
junho 23rd, 2014 às 10:18 PM
Oi, Gorducho,
ao menos o Everton você já deveria saber quem é, pois você comentou no tópico http://obraspsicografadas.org/2013/el-caso-del-medium-chico-xavier-una-interpretacin-psicolgica-2013/
junho 24th, 2014 às 12:54 AM
Lembro-me do artigo do Everton.
Foi a partir dele que resolvi participar dos comentários.
Antes eu só lia, não escrevia nada.
Comecei com este:
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1. Marciano Diz:
abril 25th, 2012 às 02:31
Aqui em Marte ninguém duvida da existência de Jesus. Até porque ele agora mora aqui. É vizinho da mãe do CX. Eu moro em um bairro vizinho e converso com ele esporadicamente. É um cara legal. Quase tão humilde quanto eu ou o CX. Nem parece que é o filho do Homem.
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Depois passei a ser um pouquinho mais sério.
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1. Marciano Diz:
abril 29th, 2012 às 04:46
As desculpas são pelo meu primeiro comentário, totalmente sarcástico e cínico. Lá em cima. Quando falei da minha origem marciana. Mas vou manter o nick. Se eu tiver uma recaída qualquer dia, perdoem-me, sou meio instável, às vezes sou sardônico, outras sério, sempre cético.
Há muita fantasia também na ciência, especialmente na física (quântica, de partículas, cosmologia…).
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Vejo agora que TOFFO concorda totalmente comigo quanto à falsa humildade de cx, o qual passei a grafar propositadamente com minúsculas.
Quem é realmente humilde não vive propalando sua humildade.
cx só faltava dizer que era a pessoa mais humilde do mundo, o que é um contrassenso.
junho 24th, 2014 às 1:01 AM
cx conseguiu seu intento, que era o de se humilhar para ser exaltado.
Virou são cx, venerado como um santo católico dos mais populares, como São Jorge.
Ocupa o mais alto posto no panteão espiritoide. O que é engraçado, pois, se como prega o espiritismo, todos estamos fadados à perfeição, mais cedo ou mais tarde, não existem “espíritos superiores”. Existiriam, no máximo, espíritos que se encontrariam, momentaneamente, num patamar mais evoluído do que, como diria Boris Casoy, aqueles que estão “mais baixos na escala do espiritismo”.
Se fossem realmente superiores, deveriam servir de exemplo a ser seguido, não objeto de veneração.
Vá dizer isto a um espírita…
junho 24th, 2014 às 9:00 AM
Não me interprete mal, Sr. Administrador. Eu disse que não sabia nem sei que é o autor porque o Sr. não citou – pelo menos que eu visse -; e assim evidencia-se que minha impressão foi completamente neutra quanto à pessoa do(s) autor(es).
É claro que sei que é o Dr. Everton, respeito-o, e o artigo citado é muito bom e sério. Mas de novo: meu comentário foi antes do Sr. informar a autoria do capítulo!
É uma obra coletiva então?
Mas é uma questão de interpretação de textos, e repito, para mim (negrito meu): “In this sense, it is astonishing and disappointing to discover the lack of references about him in different scientific databases” passa a ideia que o autor desconhece o tema, pois descobriu que não há referencias em bancos de dados científicos; o que não poderia haver pois que não foram feitos estudos científicos com ele. No máximo semi-científicos como os daqui promovidos pelo Sr.
Especificamente, como poderia haver referências na literatura parapsicológica a estudos que não foram feitos?
Muita Paz p/o Sr!
junho 24th, 2014 às 9:22 AM
Mais explicitamente: parece-me que o autor (no sentido genérico, entenda) tenta passar a ideia de uma “culpa” por desinteresse da comunidade científica – claro, subentendendo comunidade parapsicológica. E aí vem uma questão que talvez valha a pena aprofundar (o Sr. talvez já tenha percebido que gosto da história do espiritismo), ou seja:
( ) parapsicólogos não se interessaram em estudar o caso?
( ) parapsicólogos gostariam de ter estudado o caso mas não tinham verbas (se deslocar até cá num tempo em que as passagens eram caras e as comunicações difíceis, &c)?
( ) quiseram estudar mas foram bloqueados seja pelo próprio CX seja pela entourage?
junho 24th, 2014 às 12:58 PM
A parte das ciências que poderia se interessar por CX seria a das ciências humanas.
junho 24th, 2014 às 2:55 PM
TOFFO Por tudo o que eu conheço e vivi em relação a CX fica-me a impressão de que não há publicações científicas importantes sobre ele por absoluta falta de interesse da comunidade científica.
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Tb não houve interesse por parte dos espiritais em submeter seu maior médium ao escrutínio da ciência. Interesse esse que não deu as caras nesta “ciência” do espírito até hj.
junho 24th, 2014 às 3:00 PM
As ciências médicas tb teriam interesse pelo caso. Aliás, há alguns trabalhos publicados sobre a relação da mediunidade e histeria e outros transtornos psicológicos.
junho 25th, 2014 às 12:09 AM
Gorducho,
comentando:
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01 – . “Eu disse que não sabia nem sei que é o autor porque o Sr. não citou – pelo menos que eu visse -”
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Estava na lista com os capítulos fornecida. Mas não é isso que está pegando…
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02 – “É claro que sei que é o Dr. Everton, respeito-o, e o artigo citado é muito bom e sério. Mas de novo: meu comentário foi antes do Sr. informar a autoria do capítulo!”
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O problema, caro Gorducho, é que DEPOIS que eu informei explicitamente quem eram os autores, o sr. me manda essa: “E m/consciência intelectual está completamente tranquila pois não fazia e não faço – exceto por S/informação supra – de quem seriam os autores da obra.”
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Se a frase fosse só “não fazia [ideia]” tudo bem. Mas a frase incluiu “não faço”. Tempo presente. Isso, repito, depois de eu ter dito explicitamente quem eram os autores. Daí a minha estranheza em você dizer não saber quem era o Everton…
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03 – “É uma obra coletiva então?”
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Sim, é.
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04 – “Mas é uma questão de interpretação de textos, e repito, para mim (negrito meu): “In this sense, it is astonishing and disappointing to discover the lack of references about him in different scientific databases” passa a ideia que o autor desconhece o tema, pois descobriu que não há referencias em bancos de dados científicos; o que não poderia haver pois que não foram feitos estudos científicos com ele.”
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Os autores, no curto trecho citado, citaram TODAS as referências científicas que havia sobre ele:
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a) (Rocha, 2001; 2008).
b) (Severino et al., 1994),
c) (Perandréa, 1991).
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A mais científica delas seria a de Perandréa, que foi publicada numa revista científica, em que pese os diversos problemas na análise de Perandréa. Em 2º lugar a de Rocha. E em último lugar a de Severino, a pior de todas. O problema foi constatar que só havia essas mesmo, isso em 80 anos de mediunidade de Chico. Isso não pode ser confundido com “desconhecimento do tema”. É mais uma lástima, uma reclamação, do que demonstração de ignorância.
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Quanto às suas perguntas sobre o interesse ou não da comunidade parapsicológica, conta-se que uma equipe de russos queria levar o Chico para a Rússia para estudá-lo, mas que ele teria sido alertado por Emmanuel: “Se vc for, eu fico”. Então o próprio Chico teria se mostrado arredio a testes. Não sei se a história é verdadeira, entretanto, até porque Chico é um ilustre desconhecido no exterior hoje, quanto mais décadas atrás. Eu penso que a resposta mais provável, entretanto, seja uma combinação das 3 opções que você elencou, talvez a última pesando mais. Mas é só minha opinião. Não fiz um estudo sobre isso.
junho 25th, 2014 às 8:42 AM
Obviamente fui impreciso: evidentemente estava me referindo ao tempo antes do Sr. ter informado os autores.
E repito: a surpresa revelada no texto quanto à falta inexistência de estudos científicos sobre ele dá a entender que os autores desconhecem o tema. Mas assim como eu não fui feliz ao me expressar, talvez eles não tenham sido também, ou é falha de apreensão minha.
(Rocha 2001; 2008) o que é?
junho 25th, 2014 às 10:05 AM
Rocha, A.C. (2001). A poesia transcendente de Parnaso de além túmulo (The transcendent poetry of Parnassus from beyond the grave). Masters dissertation (Literary Theory). Institute for Studies of Language from the University of Campinas, Brazil.
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Rocha, A.C. (2008). The case of Humberto de Campos: Literary authorship and mediumship. Doctoral thesis. Institute for Studies of Language from the University of Campinas, Brazil.
junho 25th, 2014 às 10:38 AM
Sim, eu achei que fossem. Pelo que eu me lembre são trabalhos equilibrados, onde se bem me lembro o autor mostra o esforço do CX para tentar demonstrar autoria por parte da alma alegada. Não me lembro de nada que tenha a reparar nesses trabalhos.
junho 26th, 2014 às 2:29 PM
Vitor, desculpe fugir do tópico , mas tenho uma pergunta a você. Pelos milhares de relatos que vc conhece de espiritos fazendo contato conosco, o que vc diria sobre as relações de afeto? mesmo após a morte o amor continua??
junho 29th, 2014 às 9:06 AM
Oi, Carlos
eu diria que sim, o exemplo mais visível disso são os casos de reencarnação.
junho 29th, 2014 às 9:25 PM
Obrigado Vitor. E parabéns pelo trabalho.