Livro Gratuito! “Diálogos Espíritas”, de Vinicius Lara

Para baixar, clique aqui. Apesar do título, em minha opinião, não houve diálogo com espírito algum. A metodologia dos autores é ruim. Eles dizem:

Não nos preocupamos, porém, com a identidade do autor espiritual, visto que esta, para Kardec, é, em muitos casos, uma questão acessória e sem importância”. Nas instruções gerais, “o que nos interessa não é a pessoa deles [dos Espíritos], mas o ensino que nos proporcionam”. Notamos atualmente, muitas vezes, uma inversão da proposta kardequiana, quando buscamos analisar primeiro o médium, depois o Espírito e, por fim, a mensagem. Nossa preocupação maior é com a mensagem!

Nem se preocuparam em averiguar se havia um espírito de fato. Ou melhor, a averiguação foi fraquíssima. Logo antes afirmam:

Devemos sempre considerar a influência do médium na comunicação, pois entendemos com Kardec que a perfeição na captação mediúnica não existe na Terra, sendo a contribuição anímica do instrumento algo sempre presente. Nesta obra, naturalmente a admitimos e, seguindo a orientação do Codificador, estudamos “as circunstâncias e a linguagem”, consideramos a forma de pensar e de escrever cotidianas do médium, concluindo pela forte possibilidade de independência das respostas recebidas.

Não poderia apenas ser uma personalidade secundária a assumir o controle do médium? Puro animismo? Camille Flammarion achou estar sob a influência de Galileu, e posteriormente disse que “Não tardei em concluir que elas eram apenas o eco daquilo que eu sabia e que Galileu nada tinha a ver com aquilo. Era como uma espécie de sonho acordado.”

O livro é construído na base de perguntas e respostas. Gostei de algumas perguntas que foram feitas, mas as respostas ficaram um tanto longe de me satisfazer… mas leiam e concluam vocês mesmos, e coloquem suas opiniões nos comentários!

19 respostas a “Livro Gratuito! “Diálogos Espíritas”, de Vinicius Lara”

  1. Alessandro Diz:

    Me parece uma obra de puro animismo. As perguntas são boas, porém as respostas são vagas, ou puramente lógicas, sem nenhuma revelação ou novidade em si

  2. Gorducho Diz:

    Nas instruções gerais, “o que nos interessa não é a pessoa deles [dos Espíritos], mas o ensino que nos proporcionam”.

    DESDE QUE esses ensinos contenham coisas novedosas somente sabíveis por seres c/vivência ultramundana. Caso contrário não há porque evocá-los, bastando ensino de pensadores terrícolas bem conceituados.
    Então, não: a identidade do comunicante não é o + importante, mas é fundamental certificar a origem ultramundana — ser MESMO ditado espiritual no caso, claro — do ensinamento.

  3. Thiago Diz:

    Olá Gorducho, vc tinha citado o Porfírio como uma pessoa que citou essa teoria da alma ficar presa ao corpo em caso de morte violenta, no caso dos animais. Como você descobriu isso? Vc também sabe como porfírio chegou à essa conclusão?

  4. Gorducho Diz:

    Então prezado, o Sítio funciona assim: não tem pauta definida, podendo quaisquer comentários serem feitos na rubrica em tela (eis que as anteriores ficam pra trás e ninguém + olha!).
    É do neoplatonismo.
    Mas não tinha “Espíritos” dizendo pra eles. Eles elaboravam as ideias deles.
    Note que eu lhe respondi mostrando que essas ameaças aos potenciais suicidas não vieram out of the blue na DE: tinham ampla tradição fundamentando.

  5. Thiago Diz:

    Você diz então que essa era uma crença do neoplatonismo? Achei que era do porfirio

  6. Vitor Diz:

    Oi, Lucas

    o Porfírio era neoplatônico. Pelo que pesquisei, os primeiros neoplatônicos foram Plutarco, Maximus, Enesidemo e Numênio Apameu, que teriam vivido no segundo século da era cristã e influenciado Plotino, que foi o sistematizador do neoplatonismo.

  7. Thiago Diz:

    Sim, mas gostaria de saber se essa crença da alma ficar presa ao corpo era do neoplatonismo ou exclusivamente do porfírio

  8. Gorducho Diz:

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    Thiago disse:

    Como você descobriu isso?.
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    Eu citei as 2 fontes lá na rubrica.
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    Você diz então que essa era uma crença do neoplatonismo? Achei que era do porfirio ======================================================
    Tens razão👍
    Aparentemente o mestre dele Πλωτινος aceitava suicídio sob certas circunstâncias. Veja e.g. Plotinus’ Views on Soul, Suicide, and Incarnation pg. 395 do papel — ler o restante da página.

    According to his writings, Plotinus allowed for the wise man who has reached the good life, to judge by himself whether he will discontinue his life. […]

    Pro nosso tema Espiritismo, o que interessa mesmo é a origem disso das almas ficarem vagando…
    E a questão é interessante mesmo. Seriam só deduções do Πορφυριος ou δαιμονες assoprando pra ele e/ou outros🤔
    Sr. Administrador: quiçá o Dr. mrh poderia acrescentar algo, eis que é âmbito da Filosofia…

  9. Thiago Diz:

    Gorducho, o artigo está em inglês? Como faço para ler em português?

  10. Thiago Diz:

    Gorducho, como você sabe bem do assunto poderia até escrever um artigo para ser postado aqui no site sobre o tema, o que acha? “As origens da crença espírita no ligamento da alma e o corpo no suicidio”

  11. Thiago Diz:

    Olá Gorducho, eu consegui ler o artigo. Olha, na verdade o que se discute lá é sobre a questão se a alma deve optar por sair ou permanecer no corpo, o que traduzindo seria querer continuar vivo ou suicidar-se. Eu não vi neste texto uma menção à consequência do suicidio em si. Leia com calma

  12. Gorducho Diz:

    ==================================================
    Thiago disse:

    Eu não vi neste texto uma menção à consequência do suicidio em si. Leia com calma.
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    Mas é que agora respondi à tua objeção, te dando razão.
    Recapitulando: eu falei crença do Neoplatonismo e falaste que seria do Πορφυριος em particular.
    Então fui conferir e vi que de fato o mestre dele (o Πλωτινος) admitia o suicídio em certos casos. Então não se pode dizer que fosse 1 crença DO Neoplatonismo. E, claro, citei 1 fonte pra justificar a resposta.

  13. Thiago Diz:

    O mestre dele acredita em que no caso? Essa crença era só do porfirio? Desculpe, teria como você citar os nomes na nossa língua? Isso deixa confuso

  14. Gorducho Diz:

    O mestre do Porfírio, o Plotino, admite suicídio em certas circunstâncias. Então não se pode dizer que O Neoplatonismo era radicalmente contra, valendo a ressalva que fizeste. Depois traduzo aquele trecho pertinente que citei.
    O que de fato seria relevante PRA NÓS estudiosos do Espiritismo é como o Porfírio adquiriu aquela crença das almas ficarem presas ao local/corpo. Se seria só por meras conjecturas filosóficas ou teriam obtido tais conhecimentos via espíritos (demônios na terminologia deles). E aí neste caso seriam msgs espíritas!

    Sr. Administrador:
    favor pergunte ao Dr. mrh se ele teria algo a dizer acerca dessa “lida” so to speak do Neoplatonismo c/o suicídio.

  15. Gorducho Diz:

    Segue então m/tradução daquela parte:
     
    Conforme seus escritos, Plotino aceitava que um indivíduo sábio realizado na vida decidisse por si terminar com a sua vida.
    Ele se considerava sábio? Provavelmente, pois experimentara contemplação Do Uno ao menos quatro vezes.
    A originalidade de Plotino consiste em que combina várias perspectivas filosóficas pra dar a sua solução aos problemas criados pelo sofrimento humano e a inevitabilidade do destino. Ele contempla a possibilidade de suicídio se alguém não puder viver bem. Sustenta nessa passagem que uma alma tem o direito de escolher permanecer ou não no corpo. Por exemplo, se reduzido a escravo por guerra, se achasse o fardo demasiado pesado, deveria partir.
    É peculiar no Plotino ele considerar insanidade ou doença incurável como razões insuficientes pro suicídio
    […]

  16. Thiago Diz:

    Entendi então que essa crença é do Porfírio, basta saber como ele chegou à essa conclusão

  17. Mrh Diz:

    Desse assunto sei quase nada. Mas a eutanásia, a boa morte, era aceita no mundo helênico. Séneca se matou antes q nero o matasse, diz-se q eratostsnes tb o fez por decreptude etc. Geralmente cortavam os pulsos nobanho.

  18. Marcos Diz:

    Balofo, se os espíritos comunicantes falassem coisas sabidas unicamente lá no ultramundo, como poderíamos verificá-las se são válidas ou não, já que por aqui, ninguém saberia delas?
    .
    Já foi dito ao Kardec de que os espíritos não poderiam nos dar conhecimentos já prontos e acabados, pois a Ciência é trabalho dos ENCARNADOS. No comentário de Kardec, foi dito que, se a tudo que precisássemos saber, bastasse perguntar aos espíritos, ora por esse preço, qualquer imbecil se tornaria um gênio.
    .
    A realidade nem é bem essa. Ao nosso redor, estão espíritos do mesmo nível intelectual e moral que o dos encarnados, NO MÁXIMO. A maioria está abaixo disso. Nem me dei ao trabalho de ver o tal livro do tópico.
    .
    Quando parentes desejam o contato com o espírito de algum familiar falecido, aí a IDENTIDADE REAL importa sim senhor. E a melhor prova que o espírito de um falecido pode dar é revelar algo desconhecido de seus familiares e que se comprova verdadeiro quando verificam.
    .
    É isso.

  19. Gorducho Diz:

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    Professor disse:

    se os espíritos comunicantes falassem coisas sabidas unicamente lá no ultramundo, como poderíamos verificá-las se são válidas ou não, já que por aqui, ninguém saberia delas?

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    Não tem como verificar. É verificar d’alguma maneira a presença d’1 ser no ambiente mediúnico. Es decir nos meus termos: certificar origem ultramundana, e depois acreditar.
    Comparando claro com outras fontes INDEPENDENTES análogas, como falou sem fazer de fato o Kardec. Caso contrário vale a objeção d’O Espiritismo sem os Espíritos [abril/66].
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    Quando parentes desejam o contato com o espírito de algum familiar falecido, aí a IDENTIDADE REAL importa sim senhor.

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    Eu tava me referindo a ENSINAMENTOS, Prof. Acompanhando a ideologia do Kardec nesse ponto. Mas mesmo assim, pra coisas sabidas só lá no l’au-delà como o Sr. bem obtemperou, seria bom identificar o Espírito. Só que é praticamente impossível exceto familiares, claro.
    ÓBVIO que pra msgs pessoais fundamental id🙄

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