Testemunhos Lentulianos
O texto a seguir, de autoria de José Carlos Ferreira Fernandes, poderia perfeitamente se chamar “Chico Xavier: Uma Fraude Descoberta Há Mais de 60 Anos”. Nele fica claro que a farsa da existência da personagem Públio Lentulus, guia do alegado “médium” Chico Xavier, já era de conhecimento público dos espíritas pelo menos desde 1944, que no entanto insistiram em sustentá-la, se valendo para isso, no meu entender, de mais fraudes.
Para qualquer pessoa dotada dum mínimo de curiosidade e que se dispusesse a pesquisar, entre os finais da década de 1930 e os inícios da de 1940 (exatamente na época em que se iniciava o auspicioso “ciclo de Emanuel” de psicografias de Francisco Cândido Xavier), no próprio Brasil, acerca da historicidade de “Públio Lêntulo”, uma das pretensas (e indubitavelmente das mais famosas) encarnações pretéritas do referido espírito-guia Emanuel, haveria (ao menos no Rio de Janeiro – então a capital do país, e a sede da Federação Espírita Brasileira) boas fontes à sua disposição; e isso após uma busca sem muitos esforços.
Bastaria, com efeito, o pesquisador (fosse ou não espírita, acreditasse ou não na plausibilidade da identidade de “Públio Lêntulo”) dirigir-se à Biblioteca Nacional, na Cinelândia. O resultado de suas inquirições, mesmo àquela época, teria sido de molde a apoiar a conclusão de que tal personagem, de acordo com o consenso histórico, era simplesmente uma ficção, ausente de realidade histórica.
A consulta a essas mesmas fontes teria deixado claro que o único indício ligado a tal personagem era justamente a tão famosa “carta”, de aparição tardia (somente a partir dos séculos XIV-XV dC), e indubitavelmente apócrifa, na opinião consensual dos próprios escritores eclesiásticos; e que, tanto a existência da personagem em questão como a sua própria presença na Judéia, fosse sob que forma fosse, eram, na melhor das hipóteses, altamente problemáticas. Portanto, a rigor, não há nenhuma desculpa para que o movimento espírita, como um todo, viesse a chancelar e, assim, a considerar como verdadeira, não apenas a identidade de “Lêntulo”, mas também todas as peripécias narradas em “Há Dois Mil Anos” e pretensamente ligadas a tal personagem fantasmagórica.
Tal situação torna-se ainda mais evidente a partir da constatação, há pouco levada a meu conhecimento, por parte das infatigáveis pesquisas do sr. Vitor Moura, de que tais fontes de informação acerca de Lêntulo eram efetivamente conhecidas, e foram de fato utilizadas, por pesquisadores espíritas, os quais, não obstante, as minimizaram, truncaram ou deformaram, ignorando as evidências que tão claramente exibiam. Justamente o conhecimento desse novo fato constitui a razão do presente texto.
Este pequeno trabalho apresenta, inicialmente, as evidências acerca de “Públio Lêntulo” existentes na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e disponíveis para consulta entre os finais da década de 1930 e os inícios da de 1940. Depois, são apresentadas outras evidências que, igualmente, poderiam estar disponíveis àquela época (sendo que uma delas, pelo menos, foi, efetivamente, manuseada por pesquisadores espíritas, conforme se verá). A seguir, mostram-se dois trechos duma defesa da mediunidade de Francisco Cândido Xavier (apenas os trechos referentes à autenticidade da existência de “Públio Lêntulo”), publicada num jornal carioca em agosto de 1944. Tal defesa (à qual são adicionados comentários julgados pertinentes) apresenta-se como altamente reveladora da cegueira (ou, quiçá, da conveniência) em, mesmo diante de evidências documentais contrárias cumulativas, e perfeitamente conhecidas, o “establishment” espírita persistir em considerar como perfeitamente aceitável quer a existência de “Públio Lêntulo”, nos termos apresentados por “Emanuel”. Enfim, apresentam-se alguns detalhes acerca do efetivo testemunho documental para a “carta de Lêntulo”, o documento (espúrio, apócrifo) que apresentou tal personagem fictícia.
Informações sobre Públio Lêntulo presentes na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
De meu conhecimento, havia no Brasil três referências a “Públio Lêntulo” passíveis de serem conhecidas por pesquisadores (espíritas ou não) entre os finais da década de 1930 e os inícios da de 1940, todas na seção de “Obras de Referência” da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro (pois eu mesmo, desde há muitos anos, as consultei).
Duas dessas referências (aliás, já citadas no “Obras Psicografadas”), com certeza (a obra de Vigouroux e a “Grande Encyclopédie”), datam do início do séc. XX, e encontravam-se disponíveis na referida biblioteca antes de 1938, podendo, assim, ter sido consultadas por qualquer pesquisador desde o início do “affair” Lêntulo-Emanuel.
Quanto à terceira (a Enciclopédia Universal Ilustrada, da Editora Calpe), em castelhano, embora a tivesse também consultado, não tinha certeza de que estivesse disponível nessa data (já que a obra, assim como a “La Grande Encyclopédie”, não ostenta data de publicação). Assim, não a mencionei em nenhum de meus textos anteriores.
Mas tanto a “La Grande Encyclopédie” quanto a Enciclopédia Universal Ilustrada (e também a obra de Vigouroux) são citadas explicitamente nas já mencionadas reportagens (defendendo a mediunidade de Francisco Cândido Xavier) publicadas no “Jornal da Noite”, nos dias 09 e 11 de agosto de 1944 (em resposta a uma reportagem anterior, negando a existência de Lêntulo, da autoria do sr. José Schiavo, que teria sido publicada n’ “O Globo” de 30 de julho do mesmo ano).
Ou seja, no mínimo por essa época (i.e. pelo ano de 1944) as três referências a “Públio Lêntulo” na Biblioteca Nacional já se encontravam disponíveis; e, quanto à Enciclopédia Universal Ilustrada, é muito provável que, do mesmo modo que as outras duas, já estivesse igualmente disponível em 1938, dada inclusive a dificuldade de se importarem livros desde o início da Segunda Guerra Mundial (sendo, assim, pouco provável que tal obra tivesse sido adquirida entre 1939 e 1944, devendo tê-lo sido, assim, em data anterior).
Desse modo, as três referências constantes na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que a seguir são mencionadas no que têm de importante, podem ser consideradas como de pleno conhecimento do público entre os finais da década de 1930 e os inícios da de 1940 – justamente durante o período em que o espírito-guia “Emanuel”, de Francisco Cândido Xavier, informou, entre outras coisas, ter sido, noutra encarnação, um suposto senador “Públio Lêntulo” (bisneto por linha paterna do notório conspirador catilinário Lêntulo Sura), contemporâneo de Cristo (que lhe curou a filha leprosa, “Flávia Lentúlia” [sic]), presente em Jerusalém aquando de Sua crucifixão e, após vários anos na Judéia, ter sido, posteriormente, um dos membros do “conselho de guerra” de Tito, durante a guerra judaica e a conquista de Jerusalém, em 70 dC; e tendo, enfim, morrido na erupção do Vesúvio, em Pompéia, no início do império de Tito (79 dC).
Dictionnaire de la Bible, F. Vigouroux et al., Letouzay & Ané Éditeurs, Paris, 1908. No tomo IV, cols. 167-172, s.v. Publius Lentulus”, podem ser destacados os seguintes itens:
Publius Lentulus: personnage imaginaire auquel on a attribué une lettre apocryphe décrivant la personne de Notre Seigneur. Il est a censé avoir été gouverneur de la Judée, avant Ponce Pilate, et avoir écrit la lettre qui suit au Sénat romaine. (…) La lettre de Lentulus est une composition apocryphe : la caractère apocryphe de cette lettre est indubitable. Les copistes savent trop quel titre donner à son auteur prétendu; ce titre varie dans la plupart des manuscrits qu’on en connait; les uns l’appelent proconsul, d’autres gouverneur ou « praeses Hierosolymitanorum », etc. Leur embarras provient de ce qu’il n’y a jamais eu à Jérusalem ni en Judée de gouverneur de nom Lentulus. Il existait un « praeses » ou un « proconsul Syriae », et un « procurator Iudaeae ». Bien plus, aucun procurateur de Judée ne c’est appelé Lentulus. (…) D’ailleurs, un Romain n’aurait jamais pu employer plusieurs des expressions qu’on lit dans la lettre : « propheta veritatis », « filii hominum » ; ce sont là des hébraïsmes, et le dernier est emprunté au Ps. XLIV, 3. La dénomination de « Jesus Christus » trahit aussi une époque postérieure et est empruntée au Nouveau Testament. Enfin, sans relever d’autres détails, notons que, si elle avait été écrite par un procurateur de Judée, elle aurait été adressée non au Sénat, mais à 1’empereur, parce que la Syrie, dont faisait partie la Judée, était une province impériale, et non une provinnce sénatoriale. (..) Aucun ancien écrivain ecclésiastique n’a parlé de la lettre de Lentulus, quoiqu’ils aient si souvent cité les autres écrites apocryphes connus de leur temps. |
Públio Lêntulo: personagem fictícia, a quem se atribui uma carta apócrifa que descreve a pessoa de Nosso Senhor. Supõe-se que [Lêntulo] tivesse sido governador da Judéia antes de Pôncio Pilatos, e que ele tenha escrito a seguinte carta ao Senado romano. (…) A carta de Lêntulo é uma composição apócrifa: o seu caráter apócrifo é indubitável. Os copistas [do documento, a partir dos sécs. XIV-XV dC] sequer sabiam que título dar ao seu pretenso autor; tal título variava na maioria dos manuscritos conhecidos; uns o chamam procônsul, outros governador, ou “praeses Hierosolymitanorum”, etc. Toda essa confusão decorre do fato de que nunca houve em Jerusalém ou na Judéia nenhum governador chamado Lêntulo. Houve um “praeses” ou “procônsul Syriae”, bem como um “procurator Iudaeae”[1]. Mas nenhum procurador da Judéia jamais teve o nome Lêntulo. (…) Além disso, um romano nunca poderia fazer uso [em sua correspondência oficial] de muitas das expressões que ocorrem na carta, como “propheta veritatis”, ou “Filii hominum” – tratam-se de hebraísmos, e o último, inclusive, é retirado do salmo 44, vers. 3. A expressão “Jesus Christus” também revela um período [de composição] posterior, sendo tomada do Novo Testamento. Finalmente, sem levar em conta outros detalhes, pode-se observar que, se a carta tivesse sido escrita por um procurador da Judéia, não teria sido dirigida ao Senado, mas sim ao Imperador, porque a Síria, que incluía a Judéia [como sua esfera de influência] era uma província imperial, e não uma província senatorial. (…) Nenhum dos antigos escritores eclesiásticos mencionou a carta de Lêntulo, embora tenham muitas vezes citado os outros escritos apócrifos, conhecidos em seu tempo. |
La Grande Encyclopédie, Paris, H. Lamiraut & Cie., s/d. Com um carimbo de catalogação da “Bibliotheca Nacional” datado do ano 1935; a edição é anterior à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), já que, p.ex., o mapa da França (tomo XVII, após a pág. 972) ainda não inclui a Alsácia-Lorena. No tomo XXII, pág. 18, s.v. “Lentulus”, após a descrição de vários Lêntulos históricos, tem-se o seguinte:
Le Publius Lentulus prédécesseur supposé de Pilate em Judée, auquel on a attribué une lettre au Sénat décrivant la phisionomie de Jésus-Christ, n’a pas de caractère historique. |
O “Públio Lêntulo” suposto antecessor de Pilatos na Judéia, ao qual se atribui uma carta ao Senado descrevendo a fisionomia de Jesus Cristo, carece de caráter histórico. |
Enciclopedia Universal Ilustrada Europeo-Americana, Ed. Espasa-Calpe, Madrid, s/d. (mas provavelmente também disponível na Biblioteca Nacional em 1938; com certeza, disponível em 1944, conforme já comentado neste trabalho). No vol. XXIX, págs. 1611-1612, s.v. “Léntulo”
Léntulo, Públio: Hist., personaje histórico ficticio, supuesto gobernador de Judea antes de Poncio Pilatos. Atribúyesele una carta dirigida al Senado y pueblo romanos, en la que se da cuenta de la existencia de Jesús y se dan pormenores de su aspecto exterior y de sus cualidades morales, terminando con la afirmación que Jesús era “el más hermoso de los hijos de los hombres”. El origen de esto documento es desconocido; lo cierto es que fue impreso por primera vez en la Vita Christi de Ludolfo Cartujano (Colonia, 1474), y por segundo vez en la Introducción a las obras de San Anselmo (Nuremberg, 1491) |
Lêntulo, Públio: Hist., personagem histórica fictícia, suposto governador da Judéia antes de Pôncio Pilatos. Atribui-se-lhe uma carta ao Senado e ao povo romano, que cita a existência de Jesus e que fornece, mesmo, pormenores acerca de seu aspecto físico e de suas qualidades morais, concluindo com a afirmação de que Jesus era “o mais formoso dos homens.” A origem de tal documento é desconhecida; o certo é que foi impresso pela primeira vez na “Vita Christi” de Ludolfo o Cartuxo (Colônia, 1474), e pela segunda vez na introdução às obras de Santo Anselmo (Nuremberg, 1491) |
Outras fontes referentes a Públio Lêntulo, anteriores a 1938:
Pagan and Christian Rome, de Rodolfo Lanciani”, Houghton, Mifflin and Company,
Ancient writers have left but little information about the personal appearance of the Savior; and the vagueness of their accounts proves the absence of a type which was universally recognized as authentic. Many documents concerning this subject must be rejected as forgeries of a later age. Such is the pretended letter of Lentulus, governor of |
Os escritores antigos deixaram pouca informação sobre a aparência física do Salvador, e a imprecisão de seus testemunhos prova a ausência dum tipo que fosse universalmente reconhecido como autêntico. Muitos documentos referentes a tal tema devem ser rejeitados como falsificações de épocas mais recentes. Tal é o caso da pretensa “carta de Lêntulo”, governador da Judéia, ao Senado, descrevendo a aparência física de Jesus. |
The Catholic Encyclopaedia (ed. 1913): pode ser consultada “on line” em: http://www.newadvent.org/cathen/09154a.htm, e foi inclusive citada por um pesquisador espírita. Alguns dos trechos mais representativos a seguir.
Publius Lentulus is a fictitious person, said to have been Governor of Judea before Pontius [Pilate], and to have written the following letter to the Roman Senate (…) The letter of Lentulus is certainly apocryphal: there never was a Governor of Jerusalem; no Procurator of Judea is known to have been called Lentulus; a Roman governor would not have addressed the Senate, but the emperor; a Roman writer would not have employed the expressions, “prophet of truth”, “sons of men”, “Jesus Christ”. The former two are Hebrew idioms, the third is taken from the New Testament. The letter, therefore, shows us a description of our Lord such as Christian piety conceived him. |
Públio Lêntulo é uma personagem fictícia, supostamente um governador da Judéia antecessor de Pôncio [Pilatos], e que teria escrito a seguinte carta ao Senado romano referente a Cristo [segue-se o texto da carta, aqui não reproduzido]. A carta de Lêntulo é, com certeza, apócrifa: nunca houve um [magistrado com o título de] Governador de Jerusalém; nenhum procurador da Judéia teve por nome Lêntulo; um governador romano [da Judéia] não teria escrito ao Senado, mas sim ao Imperador, e não teria empregado expressões como “profeta da verdade”, “filhos dos homens”, ou “Jesus Cristo”. As duas primeiras expressões são hebraísmos; a terceira é tomada do Novo Testamento. A carta, portanto, mostra-se como uma descrição de Nosso Senhor, tal como a piedade cristã [posteriormente] a concebeu. |
Assim, as fontes disponíveis sobre Públio Lêntulo, deixam claro que: a) o único testemunho existente acerca dessa personagem é justamente a carta em que descreve Cristo, ou seja, Lêntulo não tem existência independente de sua pretensa carta ao Senado (ou ao Imperador?); b) a carta é tardia, não sendo citada por nenhum testemunho literário, nem por nenhum escritor eclesiástico, antes do séc. XIV dC; c) a carta é, certamente, apócrifa, tendo em vista não apenas a ausência de testemunhos (ainda que indiretos) anteriores ao fim da Idade Média, mas também considerando-se seu próprio vocabulário, e seu próprio conteúdo (incluindo a descrição da face de Cristo, que é a descrição canônica usual, a qual somente se consolidou, nas igrejas do Oriente e do Ocidente, a partir dos meados do séc. IX dC).
Considerações de Pesquisadores Espíritas acerca da Historicidade de Públio Lêntulo (1944):
Em agosto de 1944, o periódico carioca “Jornal da Noite” publicou reportagens investigativas acerca da mediunidade de Francisco Cândido Xavier. Nas suas edições de 09 e de 11 de agosto de 1944, encontram-se contra-argumentações espíritas defendendo tal mediunidade, inclusive em resposta a uma reportagem anterior (negando-a, e baseando seus argumentos, principalmente, na inexistência de “Públio Lêntulo”, uma das encarnações pretéritas do espírito-guia Emanuel), reportagem essa de autoria de José Schiavo, publicada n’ “O Globo” de 30 de julho daquele ano.
Desses dois textos do “Jornal da Noite” defendendo Xavier e a autenticidade de sua mediunidade citam-se a seguir os trechos referentes, especificamente, à existência de Públio Lêntulo, com alguns comentários julgados pertinentes.
—(*)—
[Trechos da reportagem de 9 de agosto de 1944] Prosseguimos, hoje, na “enquete” em torno das obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier, e atribuídas ao espírito de Humberto de Campos. Há dias um nosso entrevistado declarou, entre outras coisas, que Emanuel (guia espiritual do “médium” mineiro) “se diz Públio Lêntulo, governador da Judéia no tempo de Cristo”; e que desse personagem não se vê “nem sombra” naquela época, segundo dados de que dispunha.
O interesse que nos leva a abordar esse assunto histórico é o esclarecimento que devemos aos nossos leitores, que vêm acompanhando a presente “enquete”. E é por isso que, a propósito, fomos ouvir o sr. Silvano Cintra de Mello, cujas declarações reproduzimos a seguir.
Perguntamos inicialmente a S[ua] S[enhoria] [o sr. Cintra de Mello] se Emanuel, guia de Chico Xavier, disse ou não ter sido governador da Judéia quando fora [outrora] Públio Lêntulo.
COMENTÁRIO: Toda a linha de argumentação do sr. Cintra de Mello centra-se no fato de que, na psicografia “Há Dois Mil Anos”, “Lêntulo” nunca disse ter sido governador da Judéia; e que, assim, a falsidade da “carta de Lêntulo” não provaria, por si só, a inexistência da personagem. Noutras palavras, a “carta” poderia até ser falsa, mas não necessariamente o seu (pretenso) autor. Tal linha de raciocínio poderia ser defensável se houvesse um testemunho de “Lêntulo” não apenas INDEPENDENTE da “carta” como, também, MAIS ANTIGO do que ela. Ora, nada disso acontece: “Públio Lêntulo” É a carta, no sentido de que não existe sem ela – não há NENHUMA menção a essa personagem, a não ser, de repente, a partir do séc. XV dC, justamente como o “autor” dessa carta, que descreve, principalmente, a “physiognomia Christi”. De fato, na psicografia “Há Dois Mil Anos”, Lêntulo não é apontado como “governador da Judéia”, porque já se sabia, na época (1938) que não tinha havido um governador da Judéia de nome Lêntulo. Tinha-se que “arranjar” um motivo qualquer para que a dita personagem estivesse lá, e o motivo foi uma “legação” imperial (uma “missão especial”)… |
Não, respondeu-nos. Públio Lêntulo foi senador romano e, por motivos de ordem particular, viveu por vários anos na Palestina. César confiara-lhe uma missão especial, talvez de caráter reservado, mas cuja finalidade outra não era, senão a de justificar a sua ausência de Roma, e facilitar-lhe a percepção de subsídios.
COMENTÁRIO: Começam aqui as várias incoerências. Não há sentido algum no fato dum senador romano permanecer “longos anos” numa província obscura, ainda mais uma província governada por um cavaleiro, meramente “por motivos particulares”, arruinando, assim, o seu “cursus honorum”, ou seja, comprometendo a sucessão de cargos que, ao longo dos anos, teria de ocupar, em ordem e em intervalos de idade pré-estabelecidos, e dos quais dependeria tanto o seu “status” social quanto o seu efetivo poder (e saliente-se que muitos desses cargos somente podiam ser exercidos na cidade de Roma; e mais, que não se conhece, até ao presente, NENHUM exemplo de senador que tivesse postergado seu “cursus” simplesmente por ter permanecido, por vontade própria, inativo numa distante província, isso apesar do conhecimento que a epigrafia proporciona acerca da carreira de várias centenas de senadores na época…). A situação se torna ainda mais improvável quando se atenta ao fato de que “Lêntulo” era, conforme seu próprio testemunho na psicografia, um representante duma família de grande nobreza, duma das grandes casas da antiga e (ainda) prestigiosa aristocracia patrícia, a dos Cornélios Lêntulos. O Imperador não poderia lhe ter confiado uma “missão especial”, qualquer que fosse, numa obscura e desimportante província procuratoriana. Em primeiro lugar porque tais legações somente são conhecidas (e apenas para províncias imperiais não-procuratorianas, i.e., para aquelas cujos governadores não eram prefeitos/procuradores equestres, mas legados propretorianos de nível senatorial) a partir da época dos Flávios, i.e., a partir de 69-70 dC. Em segundo lugar, porque o governador (“praefectus”) da Judéia era um cavaleiro (um membro da ordem equestre, a segunda ordem mais importante do sistema social romano, logo abaixo da dos senadores), e ele, Lêntulo, era um senador, seu superior hierárquico. Assim que pusesse os pés na Judéia, o senador Públio Cornélio Lêntulo transformaria em pó qualquer autoridade de que o cavaleiro Pôncio Pilatos dispusesse (como é que ele, um simples cavaleiro, ousaria dar ordens a um senador? O que quer que Lêntulo decidisse, seria feito, e ponto final – Lêntulo e Pilatos, apesar de se tratarem como “iguais” na psicografia, não eram, em absoluto, “iguais” na realidade social romana da época…). E, em terceiro lugar, porque a Judéia estava sob a supervisão da província da Síria (esta, sim, governada por um legado de “status” senatorial); qualquer “problema” que estivesse fora da competência, ou da possibilidade, do governador da Judéia (repetindo-se, um cavaleiro, membro da ordem equestre) seria resolvido a partir do legado propretoriano da Síria (um senador, membro da ordem senatorial). Não havia necessidade (então como posteriormente) de o próprio Imperador nomear um “legado” (ainda mais um senador, e um senador de tão nobre família!!!) para uma “missão”, qualquer que fosse, na Judéia – isso é algo simplesmente impensável dentro da estrutura jurídica, administrativa e social romana da época. Falar, assim, de “missão especial”, e, ainda mais, “de caráter reservado” é algo sem sentido – existe, única e exclusivamente, para justificar, convenientemente, a presença de “Lêntulo” em Jerusalém, pois já se sabia que ele não havia sido “governador da Judéia”, ou “líder dos habitantes de Jerusalém”, ou o que quer que fosse que constasse nos vários manuscritos da “carta de Lêntulo”. Jamais um senador seria designado para algo assim numa obscura província de segunda classe, uma província procuratoriana, ainda mais um de tão nobre família. Se houvesse uma “missão especial”, o próprio legado propretoriano da Síria enviaria um de seus “agentes” (de nível equestre) para tratar da questão. Pior ainda é a suposição de que Lêntulo estaria obtendo “subsídios”… Que cargo, especificamente, estaria justificando a percepção de tais “subsídios”? Ser senador (assim como servir em qualquer das antigas magistraturas urbanas de Roma – exercer a edilidade, a questura, a pretura, o consulado…) era uma “honra”; exigia qualificativos de cidadania, de fortuna, de contatos sociais, etc., mas não implicava em NENHUM TIPO DE PAGAMENTO[2]. |
Consta no relato de Emanuel que ele escrevera uma longa carta a um amigo residente na capital dos Césares, com vistas ao Senado Romano, sobre a personalidade de Jesus, encarando-a serenamente, sob o estrito ponto de vista humano, sem nenhum arrebatamento sentimental.
COMENTÁRIO: Aqui encaixa-se convenientemente, no enredo da “psicografia”, um como que embrião da “carta” – já que não se poderia negá-la totalmente. Como Lêntulo é conhecido pela carta (e SOMENTE pela carta), mas como tal carta é, por assim dizer, um “documento controvertido”, ela é esmaecida na psicografia, mencionada quase que de passagem, de forma deliberadamente imprecisa, como uma “comunicação a um amigo”, tendo em vista o Senado. Nessa expressão, “comunicação ao Senado”, há duas imprecisões. Inicialmente, como aliás já se mencionou, não poderia Lêntulo dirigir-se (ainda que indiretamente) ao Senado, já que a Judéia não era uma província senatorial (ou seja, para a qual o Senado enviava promagistrados, denominados, estes sim, “procônsules”), mas uma província imperial, governada pelo Imperador, que, para as províncias imperiais, enviava representantes pessoais seus, quer legados propretorianos, que eram senadores (caso, p.ex., da Síria), quer procuradores/prefeitos, que eram cavaleiros (caso da Judéia, bem como das duas Mauritânias e das províncias alpinas). Em segundo lugar, uma “comunicação” ao Imperador acerca duma personagem provinciana (no caso, um pretenso agitador, ou subversivo) somente ocorria a partir da iniciativa do governador da província (fosse um procônsul, um legado propretoriano ou um procurador/prefeito), e, SEMPRE, no sentido de pedir instruções acerca de como agir diante duma situação considerada suficientemente notável (ou difícil), a ponto de se ter de “cutucar” o poder central de Roma a respeito. Se o caso de Jesus fosse, por qualquer motivo, considerado “digno” dum relatório ao Imperador (NUNCA AO SENADO!!! E muito menos “a um amigo, com vistas ao Senado”!!!), tal relatório teria sido escrito por Pilatos, e diria respeito a que sentença dar ao incômodo carismático judeu; nesse caso, não teria havido a Crucifixão; Jesus teria permanecido preso (provavelmente na Cesaréia Marítima, a capital da província) até Pilatos ter recebido as instruções de Tibério sobre o que fazer. Mas o caso de Jesus era um caso bem simples: acusado de subversão por parte das autoridades de Jerusalém (a aristocracia sacerdotal, que era a classe dirigente da província, e que manejava a administração do dia-a-dia, em seu proveito e em proveito de Roma) como subversivo (“rei dos Judeus”), foi interrogado por Pilatos, a partir dum procedimento sumário de “cognitio extra ordinem”, julgado culpado e crucificado. Tudo isso, quase certamente, através de procedimentos expeditos e ORAIS, sem a exaração de nenhum documento formal escrito. Dado este enredo, não haveria nenhum motivo para qualquer tipo de comunicação a Roma – a decisão já havia sido tomada, a sentença pronunciada, a execução efetuada; nenhuma dúvida havia pairado sobre a sentença, nada de extraordinário tal caso havia apresentado que justificasse uma correspondência (que seria também uma consulta) ao Imperador, por parte de Pilatos (NUNCA por parte dum pretenso senador, numa “legação”, ou “missão”, fantasmagórica!!!)[3]. Portanto, a “missão” de Lêntulo à Judéia é um mero artifício da psicografia para justificar a sua presença em Jerusalém; e o “comunicado” é outro artifício, a fim de ligá-lo, ainda que tenuemente, e mesmo de forma um tanto envergonhada, ao ÚNICO documento que menciona sua figura, a “epistula Lentuli”. |
Por ocasião da célebre Páscoa do ano 33 [quando Cristo foi morto], encontrava-se Públio Lêntulo em Jerusalém. Como Pôncio Pilatos, embaraçado com o julgamento de Jesus, solicitara ao senador (…) sua presença ao palácio do governo provincial, a fim de solucionar um caso de consciência.
COMENTÁRIO: Como já se comentou, não há como se pensar numa “missão” dum senador à província procuratoriana da Judéia. Se lá estivesse, “Lêntulo”, o senador, simplesmente obscureceria a autoridade de Pilatos, o cavaleiro; quem teria “julgado Jesus” teria sido o próprio “Lêntulo”!!! Todo o enredo não passa de fantasia. Como havia uma “epistula Lentuli” que descrevia Jesus, a partir da pretensa estadia dum certo “Públio Lêntulo” em Jerusalém, então tinha-se que encontrar um meio de justificar tal estadia. No geral, a “carta” justificava-a dizendo que “Lêntulo” havia sido “procônsul da Judéia”, ou “presidente dos habitantes de Jerusalém”, ou, de modo mais oblíquo, um “oficial” romano na Judéia (que tipo de “oficial”?); tais “explicações” já eram, à época, reconhecidamente falsas ou, no mínimo, embaraçosas – daí o “rearranjo” do papel de Lêntulo em “Há Dois Mil Anos” – não mais um “governador da Judéia”, ou “presidente de Jerusalém”, ou um “oficial”, mas sim um fantasmagórico e nebuloso “enviado” do Imperador/Senado à província… Mas, como já notado, tal tipo de “legação”, ou “missão”, de senadores era impossível, e inviável, à luz das estruturas administrativas romanas efetivamente existentes à época. |
Pela rápida exposição, verificará o meu caro redator que Públio Lêntulo estava investido de amplos poderes (…) [pelo] próprio Senado, a quem todas as autoridades da província, inclusive o governador, era obrigado a acatar com especial atenção e respeito (…).
COMENTÁRIO: Nesse trecho, um amontoado de inexatidões. Lêntulo, senador, não poderia ter sido investido de “amplos poderes” na Judéia, que era uma província procuratoriana; se alguma coisa fora do normal ocorresse, de tal ordem que estivesse fora do alcance, ou da capacidade, do governador local (um procurador/prefeito equestre), o governador da Síria (que era um legado propretoriano, de nível senatorial) ou enviaria um seu agente, ou, na pior das hipóteses, iria ele mesmo resolver a questão (como, p.ex., no caso da instalação da estátua de Calígula no Templo, quando o próprio legado da Síria, Petrônio, foi posto à testa da missão). E, de qualquer modo, os (inexistentes) “amplos poderes” de Lêntulo JAMAIS lhe poderiam ter sido outorgados pelo Senado, já que a Judéia NÃO ERA uma província senatorial. E, por fim, a única autoridade acima do procurador/prefeito da Judéia era (além, é claro, do Imperador) o legado propretoriano da Síria – foi, aliás, o legado da Síria, Lúcio Vitélio (pai do futuro imperador Aulo Vitélio) que, em 36 dC, diante de queixas graves dos samaritanos contra Pilatos, o depôs e o enviou a Roma, para se justificar. Novamente enfatizando: tudo não passa duma ficção da psicografia, urdida para justificar a presença, em Jerusalém, duma personagem chamada “Públio Lêntulo”… E isso, apenas, porque houve uma carta apócrifa (do séc. XIV dC) atribuída (a partir do séc. XV dC) a um certo “Públio Lêntulo”, romano presente na Judéia, que descrevia Cristo… |
Estou me referindo apenas aos subsídios históricos contidos no livro “Há Dois Mil Anos”, da autoria do espírito de Emanuel, e claramente se verifica, assim, ser uma inverdade clamorosa afirmar-se que Públio Lêntulo governara a Judéia no tempo de Jesus.
Mas continuemos, disse-nos S[ua] S[enhoria]. Durante os primeiros séculos da Cristandade, os Pais da Igreja viviam desejosos, como era natural, de conhecer o retrato físico de Jesus. As informações que então colheram não foram satisfatórias, por imprecisas. Apelaram, por isso, para as profecias, e, mal interpretando o verdadeiro sentido do versículo 2º do capítulo LIII de Isaías, concluíram eles ser Jesus completamente destituído de beleza física. Na opinião de Celso, era de pequena estatura, feio e disforme. Santo Agostinho, a esse respeito, disse: “ut homo non habebat speciem neque decorem (…) Ideo formam illa deformem carnis ostendens, etc.”. No “De Carne Christi”, de Tertuliano, encontra-se: “ageo nec humanae honestatis corpus fuit, nedum caelestis claritatis”. São de causar pasmo esses conceitos, que hoje seriam tidos, e mui justamente, como heréticos! Em terras egípcias, tem inicio uma forte reação contra a maneira de pensar desses piedosos Pais. Orígenes, São Jerônimo, São Bernardo e São Tomás começaram, apoiados naturalmente no Salmo XLIV, 4, 5 e em Mateus XVII, 2, a descrever a figura de Jesus de maneira bem diversa. Lentamente foi sendo criado um tipo, mais ou menos uniforme – porte simples e imponente, rosto sereno e olhar, no dizer de São Jerônimo, “que lançava raios de fogo e de luz celeste”. Faltava, no entanto, um documento capaz de firmar, entre os cristãos latinos, a certeza de que o físico de Jesus não era, absolutamente, o então revelado pelos Pais da Igreja. E, por isso, foi forjada a célebre carta, conhecida como “Epistula Lentuli”, por lhe ter sido dada a assinatura de Públio Lêntulo. E, por que essa “alma piedosa” que a escreveu apôs-lhe o nome de Públio Lêntulo? Justamente por saber que naquela época de Jesus existira um senador romano desse nome e que, eventualmente, se encontrava na Ásia Menor. Note-se que a carta, inicialmente, continha apenas a simples assinatura de Públio Lêntulo; mas, diz F. Vigouroux, sacerdote de São Sulpício, em seu “Dictionnaire de la Bible”, os copistas, ignorando qual o título a darem ao suposto autor dessa “epístola”, resolveram, “sponte sua”, colocarem, uns, o de procônsul, enquanto que outros o de governador. E é perfeitamente explicável usarem esses copistas, naqueles tempos, e indistintamente, tanto procônsul como governador, por serem tais palavras de sentido equivalente. Como se sabe, a palavra governador é derivada do latim “guberno”, que significa governar, administrar; agora, cônsul (consulis) quer dizer “os que têm assento juntamente no sólio – magistrado romano”, e o prefixo “pro” significa “em lugar de, ou substituição”.
COMENTÁRIO: O trecho acima é, sem dúvida, um primor de mistificação e de inexatidões, acobertadas por vários fragmentos de informações verídicas. Tenta, como é usual, jogar algum tipo de culpa sobre a Igreja, insinuando que ela própria teria engendrado a “carta de Lêntulo” e forjado para a personagem (que o pesquisador Cintra de Mello considera histórica, embora sem base alguma) uma titulatura falsa. Procedendo à análise do referido trecho, por partes: a) Nem todos os Padres da Igreja estavam “desejosos de conhecer o retrato de Jesus”; tal tema foi tratado apenas por uma minoria, e, ainda assim, esporadicamente; b) a história da fixação da “versão canônica” usual da aparência física de Jesus (como o adulto barbado e de longos cabelos, repartidos ao meio) já foi objeto duma análise razoavelmente detalhada no “Obras Psicografadas”; em linhas gerais, resumindo a situação, pode-se dizer que, como não havia nenhuma descrição neotestamentária, ou apostólica, acerca do aspecto físico de Jesus, tentou-se uma aproximação a partir de trechos considerados messiânicos do Velho Testamento; assim, inicialmente vicejou a hipótese da “fealdade”, ou seja, dum aspecto físico “feio” para Cristo, hipótese essa baseada no quarto cântico do Servo Sofredor, de Isaías; seus defensores principais foram São Justino o Mártir (c.100 – c.165 dC), Santo Ireneu de Lião (morreu c. 202 dC), Clemente de Alexandria (c.150 – c.215 dC) e Tertuliano de Cartago (c.160 – c.225 dC); c) o filósofo pagão (da corrente platônica) Celso, que escreveu, sob o império de Marco Aurélio (161-180 dC), talvez pelo ano 178 dC, um tratado contra os cristãos, denominado “O Discurso Verdadeiro” (Alêthês Logos), asseverava também, entre muitas outras coisas, que o fato de Jesus ser de baixa estatura e desprovido de qualquer encanto físico automaticamente o desqualificaria para ser um mensageiro divino, muito menos um deus, já que a beleza é um dos atributos do divino (o tratado anti-cristão de Celso seria depois refutado por Orígenes); d) essa corrente (a da fealdade) foi, ao longo dos sécs. III e IV dC, suplantada por uma outra hipótese, diametralmente oposta, a da beleza física de Jesus, mas ainda há da primitiva hipótese da fealdade testemunhos residuais nalguns escritos de São Cirilo de Jerusalém (c.313 – 386 dC) e de Evágrio do Ponto (345 – 399 dC); e) como mencionado, ao longo do séc. III dC, e mais intensamente ao longo do séc. IV dC, uma segunda corrente surgiu, ganhando paulatinamente força – a que defendia um aspecto físico belo para Jesus, tendo por base o Salmo 45 (44 na numeração dos Setenta), considerado um salmo messiânico: “Tu és o mais belo dos homens [literalmente: “o mais belo dentre os filhos dos homens”], e a graça escorre de teus lábios, porque Deus te abençoa para sempre”; o primeiro a defender explicitamente tal posição foi Orígenes de Alexandria (184/5 – 253/4 dC), na refutação ao panfleto de Celso, já citado; dos vários autores que, a partir de então, esposaram tal corrente, a qual logo passou a dominar o pensamento da Igreja, podem ser citados Santo Efrém (ou Efraim) o Sírio (c.308 – c.373 dC), Santo Ambrósio de Milão (c.340 – 397 dC), São João Crisóstomo (347 – 407 dC), São Jerônimo (c.346 – 420 dC) e Teodoreto de Cirro (c.393 – c.457 dC); f) isso quanto a uma descrição “geral” do aspecto físico de Jesus; quanto à fixação específica do “typos” canônico (barbado, com longos cabelos), este surgiu apenas a partir dos finais do séc. IV dC, muito provavelmente em Roma (Cristo de Óstia; Cristo Entronizado na abside de Santa Pudenciana), espalhando-se cada vez mais, a ponto de já ser, tanto quanto se pode supor, majoritário nas representações artísticas do séc. VI dC; mas, de qualquer modo, somente triunfou em definitivo, tanto na iconografia cristã da Igreja do Oriente quanto na do Ocidente, a partir do fim da Querela das Imagens em Bizâncio (843 dC), ou seja, a partir dos meados do séc. IX dC; com efeito, a representação de Cristo na arte das catacumbas (exemplares entre os finais do séc. II dC e os inícios do séc. IV dC) mostravam Jesus, invariavelmente, como um jovem imberbe, de cabelos curtos, ou não muito longos, nas iconografias padronizadas do Bom Pastor, do Taumaturgo ou do Mestre; g) assim, a fixação dum “typos” canônico para uma imagem de Cristo foi um processo de lenta maturação, que se iniciou a partir da arte das catacumbas (meados ou finais do séc. II dC), culminando na gestação do modelo “usual” (barbado, de cabelos longos) pelos fins do séc. IV dC, modelo esse quase certamente já majoritário no séc. VI dC, e que acabaria triunfando incontestavelmente a partir dos meados do séc. IX dC; note-se que nenhum daqueles que originariamente esposavam a hipótese da fealdade foi considerado “herético” (ao menos, NÃO por isso!), e também note-se que, até aqui, NENHUMA menção existiu nem a um “Lêntulo”, e nem a sua “carta”; h) se, na época da gestação e do triunfo da imagem “canônica” usual de Cristo (i.e., entre os fins do séc. IV dC e os meados do séc. IX dC) já se tivesse conhecimento (ainda que fragmentário e indireto) da existência dum “Lêntulo” em Jerusalém, e se houvesse a necessidade de se “forjar” um “documento” para apoiar a iconografia que então surgia e se consolidava, deveria então datar DESSE PERÍODO a composição da “epistula Lentuli” – no entanto… nada, nada, absolutamente nada acerca do senador; i) é absolutamente inexato que a “carta de Lêntulo” teria sido forjada para dar apoio à “iconografia canônica” de Jesus; com efeito, tal iconografia surgiu, como já se mencionou acima, nos fins do séc. IV dC, e triunfou incontestavelmente, no Oriente e no Ocidente, desde o fim da Querela das Imagens, ou seja, desde os meados do séc. IX dC, ao passo que a carta de Lêntulo somente surgiu a partir do séc. XIV dC; ao contrário do que supõe o sr. Cintra de Mello, a carta é uma consequência tardia da imagem canônica, não uma justificativa para a mesma; j) ainda ao contrário do que supõe o sr. Cintra de Mello, não se apôs ao documento o nome “Públio Lêntulo” por se ter conhecimento de que um (pretenso) senador Lêntulo tivesse estado em Jerusalém na época de Cristo; repetindo, o nome “Lêntulo” somente existe em função dessa carta, não sendo dela independente; ele não é citado por NINGUÉM nos quatorze ou quinze primeiros séculos da era cristã, e surge apenas, DO NADA, para dar o nome do (pretenso) autor da “carta” (que, originariamente, surgiu SEM a menção a um Lêntulo); k) pelo fato de não existir ANTES da carta, e nem independentemente dela, nada se sabia desse “Públio Lêntulo”; isso, somado à ignorância que então se tinha acerca dos detalhes da administração provincial romana da época de Cristo, foi a origem dos vários “erros” acerca do cargo e/ou da situação desse “Lêntulo” em Jerusalém (“procônsul da Judéia”, “oficial na Judéia”, “antecessor de Pilatos”, “presidente, ou líder, dos habitantes de Jerusalém”, etc.); l) enfim, note-se que, embora alguns escritores, nos séculos XV e XVI dC, tenham considerado a carta de Lêntulo como autêntica[4], a posição da Igreja, majoritária e mesmo oficialmente, sempre lhe foi contrária, reconhecendo-a como o documento FALSO que é (tanto pelo conteúdo quanto pela autoria fictícios): que sirvam como exemplo quer Lourenço Valla (c.1407 – 1457), secretário papal desde 1447 e depois cardeal, que explicitamente citou a carta de Lêntulo como apócrifa no seu trabalho que desmascarou a “Doação de Constantino” (escrito entre 1439-1440), quer o Cardeal Roberto Belarmino (1542-1621), que, igualmente, e de modo veemente, a considerou falsa. Aliás, tal posição pode ser vista claramente no próprio artigo referente a Lêntulo constante na “The Catholic Encyclopaedia”, já mencionado (e citado em suas partes pertinentes) neste trabalho. Ousar dizer que a Igreja, como um todo, forjou a carta e a espalhou, assim, não passa de infâmia. |
Portanto, o governo, o magistrado romano, era César. Ser governador duma província ou ser procônsul era a mesma coisa. Simples questão de palavras, do modo que foi a própria Igreja, e não Emanuel, em seu “Há Dois Mil Anos”, que, de maneira apócrifa, declarou ter sido Públio Lêntulo governador da Judéia. Mesmo porque, meu caro redator, na obra psicografada por Francisco Cândido Xavier, já aludida, não consta, em absoluto, alusão alguma a esse respeito.
COMENTÁRIO: Conforme já explicado, a Igreja, em absoluto, não “forjou” a carta (muito menos para dar crédito ao aspecto físico “canônico” de Jesus); ao contrário, uma vez que ela, a carta, tornou-se conhecida, a posição dominante entre os estudiosos eclesiásticos foi, sempre, considerá-la como um documento falso. Do ponto-de-vista estritamente doutrinal, a “carta de Lêntulo” não fere nenhum dogma; pelo contrário, a descrição física de Cristo que nela consta é perfeitamente compatível com a “physiognomia Christi” que se tornou hegemônica, tanto no Oriente quanto no Ocidente, a partir dos meados do séc. IX dC (e isso não é de se admirar, já que tal descrição, na carta, baseou-se justamente em tal modelo, muitos séculos depois de ele se ter tornado inconteste nas representações artísticas); não obstante, a carta é falsa, quer pelo fato da descrição de Cristo que fornece (especialmente o rosto) somente se ter tornado a “comum” a partir dos meados do séc. IX dC (e, portanto, não poder remontar a uma testemunha ocular do tempo de Tibério…), quer pelo fato de seu surgimento muito tardio, no séc. XIV dC, e ainda, adicionalmente, pelo fato de, logo após, ter sido atribuída a uma personagem nunca até então mencionada por NENHUM escritor ou historiador, leigo ou eclesiástico, pagão, judeu ou cristão. O sr. Cintra de Mello, assim, tira de sua própria imaginação a hipótese (conveniente…) de que o nome “Lêntulo” teria sido aposto à carta porque já se tinha, anteriormente, o conhecimento de que um certo Lêntulo teria estado em Jerusalém… Não passa duma manobra diversionista, tentando salvar a existência da personagem, ainda que descartando a “epistula Lentuli” (sabidamente um documento falso). Mas ele, convenientemente, se esquece (ou finge se esquecer) de que a existência de “Lêntulo” é inseparável da da “carta”, como já se mostrou. E, adicionalmente, acerca da afirmação do sr. Cintra de Mello de que ser governador ou ser procônsul era a mesma coisa, isso é completamente inexato. Em língua portuguesa, pode-se (e é usual) chamar qualquer representante romano à frente do governo duma província de “governador”, mas NENHUM desses representantes, na época romana, teve tal título. “Gubernare” (governar), “gubernatio” (governo), “gubernator” (governante) existiam, como palavras, na língua latina, mas tinham uma acepção totalmente geral, e não técnica. Tecnicamente falando, havia “procônsules” (que eram os governadores das províncias senatoriais), legados propretorianos (que eram os governadores de várias das províncias imperiais), prefeitos ou, depois (desde o império de Cláudio), procuradores (que eram os governadores de algumas das províncias imperiais) e, especificamente, o Prefeito Augustal do Egito (que era o governador do Egito). Os procônsules eram promagistrados, enviados pelo Senado, com poderes consulares, para as diversas províncias senatoriais (aquelas que estavam sob o governo direto do Senado, como a África, a Ásia, a Bética, a Acaia, Chipre, etc.); eram todos senadores, que tinham já exercido, em Roma, quer o consulado (ordinário ou sufeta), quer a pretura; ex-cônsules ou ex-pretores que fossem, recebiam DO SENADO uma promagistratura de um ano, com poderes equivalentes ao de um cônsul – daí serem denominados “procônsules”. Os legados propretorianos não eram promagistrados, porque TODAS as províncias imperiais eram governadas, teoricamente, pelo Imperador, a partir de seu “imperium proconsulare maius” – o Imperador detinha, ininterruptamente, para todo o território do Império, um “poder” legalmente conferido pelo Senado (“imperium”) de caráter promagisterial (“pro”) e de nível consular (“consulare”), e esse poder era maior do que o de qualquer outro promagistrado (“maius”). E, com base nesse poder, ele enviava, às províncias que estavam sob seu governo direto (ou seja, às “províncias imperiais” – não às províncias senatoriais!!!),[5] como representantes pessoais seus (NÃO como promagistrados, que somente o Senado poderia criar), três tipos de “governadores”: os legados propretorianos (que eram senadores que, como representantes, ou “legados”, do Imperador, tinham, na sua província, poderes de nível pretoriano; governavam as principais províncias imperiais, como a Síria, a Tarragonense, a Lugdunense, etc.), ex-cônsules ou ex-pretores; ou então prefeitos/procuradores (que eram cavaleiros, ou seja, nem senadores eram, e que não tinham, assim, exercido nenhuma das magistraturas urbanas de Roma, e que cuidavam de províncias menores e consideradas menos importantes – como as duas Mauritânias, as províncias alpinas, a Judéia…); ou, ainda, um cavaleiro com amplíssimos poderes, inclusive de comando sobre legiões, especificamente para o Egito (o Prefeito Augustal do Egito – e, por causa disso, os comandantes das legiões do Egito, e só lá, eram também cavaleiros, e não senadores; e, da mesma forma, não havia nas legiões estacionadas no Egito, e só lá, tribunos laticlavos, i.e., tribunos que eram filhos de senadores – todos os seus tribunos eram angusiclavos, i.e., eram cavaleiros; convém não esquecer: senadores NÃO recebiam ordens de cavaleiros, DAVAM-LHES ordens…). Assim, ao contrário do que faz crer, erroneamente, o sr. Cintra de Mello, havia muita diferença entre “governadores”, consoante os títulos que portavam… |
Concluindo a palestra, indagamos do sr. Silvano Cintra de Mello quais as obras enciclopédicas que tratam de Públio Lêntulo.
Poderei citar, entre outras [respondeu o pesquisador], as seguintes: The Catholic Encyclopedia, sob os auspícios de The Knights of Columbus, Catholic Truth Committee (Nova York); Enciplopédia Universal Ilustrada Europeu-Americana, Editores Hijos de J. Espasa, Barcelona;
COMENTÁRIO: Aqui, há algo, sem dúvida, estupendo: o sr. Cintra de Mello cita, em apoio à sua teoria de que, malgrado a “carta de Lêntulo” pudesse, até, ser falsa, o senador “Lêntulo”, presente em Jerusalém na época de Cristo, de fato havia existido, justamente as fontes que (conforme se mostra claro, a partir inclusive dos trechos dessas próprias fontes citados neste trabalho) justamente DESMENTEM não apenas a “carta”, mas também a própria existência de Lêntulo. Com efeito, basta ler as mencionadas fontes para que se torne cristalino que a personagem (Lêntulo) não existe de modo independente da carta, não tendo sido o tal senador “Lêntulo” citado, independentemente (a não ser na carta, e, claro, na “psicografia”…), por ninguém, por nenhum escritor, historiador, cronista, poeta ou teólogo, leigo ou eclesiástico, judeu, pagão ou cristão, ao longo de quatorze ou quinze séculos após os eventos que, supostamente, teria presenciado… E o mais incrível é que tais fontes, que lançavam (na mais modesta e generosa das hipóteses…) seriíssimas dúvidas acerca da existência de “Lêntulo”, bem como, assim, da veracidade dos fatos narrados na psicografia “Há Dois Mil Anos”, eram perfeitamente conhecidas, em 1944, por pelo menos um pesquisador espírita; e, no mínimo, após as reportagens aqui analisadas (se não antes…), passaram a estar disponíveis a todo e qualquer pesquisador espírita que se dispusesse a consulta-las. Retoricamente perguntamos: qual o resultado de tal conhecimento? O que é que os espíritas, adeptos da “fé raciocinada”, fizeram com tais dados? |
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[Trechos da reportagem de 11 de agosto de 1944] […] O caso das obras psicografadas é novamente o assunto da conversa. E, a propósito, declarou-nos o nosso colega [supostamente o jornalista Ayres de Camargo]:
Já dizia o Divino Mestre, nos Evangelhos, que “é pelo fruto que se conhece a boa árvore”; nos livros espíritas, e no caso em apreço (as obras de Chico Xavier), existe uma só palavra que não seja de ensinamentos cristãos, de amor ao próximo?
Note-se bem a forma pela qual se manifestam os que hoje combatem ou criticam o humilde e honrado moço de Pedro Leopoldo, principalmente os chamados líderes católicos: tal como em 1919… O ilustre líder católico, sr. José Schiavo, por exemplo, pelas colunas de “O Globo”, de 30 de julho último, afirmou a falsidade da existência de Públio Lêntulo nos tempos de Cristo, apontando o caso por ele relatado com a prova máxima da desonestidade de Chico Xavier!
Entretanto, se esse ilustre professor se der ao trabalho duma investigação na Biblioteca Nacional, terá o formal desmentido às suas acusações. Lá encontrará na “La Grande Encyclopédie”, tomo 22, editor H. Lamirault, Paris, e na “Enciclopedia Universal Ilustrada Americana”, tomo XIX, editores Hijos de Y. Espasa, Barcelona, o seguinte: “Públio Lêntulo: suposto predecessor de Pôncio Pilatos na Judéia, a quem é atribuída a autoria duma carta dirigida aos seus pares do Senado e ao povo romano, relatando a existência de Jesus, documento esse que foi impresso pela primeira vez na ‘Vita Christi’ de Ludolfo Cartujano, na Colônia, em 1474, e, pela segunda vez, na introdução às obras de Santo Anselmo, em Nuremberg, em 1491’”
Aqui, no Brasil, a carta de Públio Lêntulo foi citada e transcrita, na íntegra, num interessante artigo subscrito pelo ilustre Frei Benvindo Destefani, OFM, no “Lar Católico”, em 1940.
COMENTÁRIO: Mais do mesmo; mais manobras diversionistas e “wishful thinking”, e aqui de modo ainda mais primário do que as considerações anteriores, do sr. Cintra de Mello. Toma-se como “prova” da existência de Lêntulo o fato de que existe uma “carta” de Lêntulo… É, aliás, bastante semelhante às considerações contemporâneas do sr. Pedro de Campos, segundo as quais “Lêntulo” existiu (e foi, de fato, uma das encarnações de “Emanuel”) simplesmente porque tanto a “carta” quanto a “psicografia” existem, e o mencionam… Mais uma vez, rememorando: “Lêntulo” não existe de modo independente de sua “carta”, que surge do nada quatorze séculos após os eventos que supostamente descreve; “Lêntulo” não é citado por ninguém, por nenhum escritor, historiador, cronista, poeta ou teólogo, leigo ou eclesiástico, judeu, pagão ou cristão, ao longo de quatorze ou quinze séculos após os eventos que, supostamente, teria presenciado; enfim, uma série de “informações adicionais” apostas a esse “Lêntulo” pela psicografia (bisneto por linha paterna de Lêntulo Sura; presente no conselho de guerra de Tito por ocasião da tomada de Jerusalém em 70 dC; etc.) já foram demonstradas como historicamente inexatas. Obviamente, o conteúdo religioso da carta, mostrando-se como uma (pretensa) “prova testemunhal” da existência de Jesus, e descrevendo-lhe as feições exatamente do modo “esperado” pela tradição, sempre encorajou (e, quase certamente, continuará encorajando) seu uso devocional, especialmente em meios mais “populares”; mas isso não muda o fato de que a “carta” sempre foi considerada, pelo consenso da Igreja, como falsa, e seu autor, como inexistente. E não deixa de ser interessante o modo como a “Enciclopédia Universal Ilustrada” é citada; os leitores são convidados a comparar o modo como a reportagem a cita, e o verdadeiro teor de seu texto, tal como aqui é apresentado; note-se como a expressão “personagem histórica fictícia” é cuidadosamente evitada… |
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Citação efetuada pelo pesquisador espírita:
Públio Lêntulo: suposto predecessor de Pôncio Pilatos na Judéia, a quem é atribuída a autoria duma carta dirigida aos seus pares do Senado e ao povo romano, relatando a existência de Jesus, documento esse que foi impresso pela primeira vez na ‘Vita Christi’ de Ludolfo Cartujano, na Colônia, em 1474, e, pela segunda vez, na introdução às obras de Santo Anselmo, em Nuremberg, em 1491’ |
Conteúdo efetivo do verbete de “Públio Lêntulo” na “Enciclopédia Universal Ilustrada”: Públio Lêntulo: personagem histórica fictícia, suposto governador da Judéia antes de Pôncio Pilatos. Atribui-se-lhe uma carta ao Senado e ao povo romano, que cita a existência de Jesus e que fornece, mesmo, pormenores acerca de seu aspecto físico e de suas qualidades morais, concluindo com a afirmação de que Jesus era “o mais formoso dos homens”. A origem de tal documento é desconhecida; o certo é que foi impresso pela primeira vez na “Vita Christi” de Ludolfo o Cartuxo (Colônia, 1474), e pela segunda vez na introdução às obras de Santo Anselmo (Nuremberg, 1491) |
Testemunhos da “Carta de Lêntulo”:
O mais antigo testemunho existente da “carta de Lêntulo” (mas ainda sem uma atribuição explícita de autoria) consta no prólogo da “Vida de Cristo” (Vita Christi), obra tanto biográfica quanto devocional do monge cartuxo Ludolfo da Saxônia (c.1300-1378), escrita aproximadamente entre 1348 e 1368[6].
O cerne da carta mostra-se como uma descrição da aparência física de Cristo, mais especialmente de seu rosto. A descrição coaduna-se com a imagem “canônica” usual de Jesus, que, conforme já citado, tornou-se a representação iconográfica inconteste do Nazareno, tanto no Oriente quanto no Ocidente, a partir dos meados do séc. IX dC, mais especificamente a partir do fim, em Bizâncio, da Querela das Imagens (843 dC), acerca da licitude (ou não) de se representar, artisticamente, nas igrejas, Cristo, a Virgem e os Santos. Além de argumentos de ordem teológica, os defensores das imagens (os “iconódulos”, em oposição aos “iconoclastas”, que argumentavam que o culto às imagens violava o Primeiro Mandamento) valiam-se da existência de imagens de Cristo “aquiropoéticas” (acheiropoiêtikoi, i.e., “não feitas por mãos humanas”). A mais famosa dessas imagens era justamente o “Mandylion” (o “lenço”) de Edessa, que, supostamente, o próprio Jesus havia gravado miraculosamente num lenço e enviado ao rei Abgar, de Edessa. Essa lenda (e a “relíquia”) deve datar do séc. VI dC, já que, ao narrar a história da correspondência entre Abgar e Jesus, Eusébio de Cesaréia, que escreveu no início do séc. IV dC, não menciona nenhuma imagem e nenhum lenço, ao passo que o historiador bizantino Evágrio o Escolástico, em sua “História Eclesiástica” (livro IV, capítulo 27), menciona (citando erroneamente Procópio de Cesaréia) que a imagem do Salvador, “feita por Deus” (theoteuktos) havia miraculosamente salvado a cidade de Edessa (em 544 dC), por ocasião dum ataque do rei persa Cosroés I[7]. A propósito, Procópio (em quem Evágrio pretensamente se baseia) havia atribuído a derrota dos persas não a uma imagem de Cristo, mas sim à carta de Cristo, já citada desde o séc. o início do séc. IV dC por Eusébio de Cesaréia[8].
Nem na época do triunfo final das imagens (e da hegemonia definitiva da versão “canônica”, usual, do retrato de Jesus, como o adulto barbado, de cabelos compridos partidos ao meio, etc.), e nem no curso dos séculos seguintes, surgiu, quer no Oriente, quer no Ocidente, qualquer “documento” justificativo da nova iconografia dominante; o “Mandylion” de Edessa era considerado, quanto a isso, como prova suficiente. Em 944 dC, o general bizantino João Curcuas, que tinha posto a cidade a cerco, conseguiu obter, como resgate, a famosa relíquia, que foi levada em triunfo para Constantinopla, e solenemente instalada, pelo Imperador Romano I Lecapeno (reinou 919-944 dC), na igreja de Nossa Senhora do Farol, nos recintos do Grande Palácio. Ao que tudo indica, essa relíquia foi destruída por ocasião do saque de Constantinopla, por ocasião da Quarta Cruzada, em 1204[9].
A partir daí, uma tradição de “descrição” do rosto de Jesus lentamente evoluiu, de modo paralelo e, tanto quanto se pode supor, virtualmente independente, no Oriente e no Ocidente. A descrição que as versões “oriental” e “ocidental” apresentavam eram virtualmente idênticas porque ambas se baeavam no “typos” canônico que havia triunfado desde os meados do séc. IX dC. No Oriente, desembocaria na descrição pormenorizada da face de Cristo constante na “História Eclesiástica” de Nicéforo Calisto Xantópulo (que floresceu por volta de 1320 dC), o último (cronologicamente falando) dos historiadores eclesiásticos bizantinos; no Ocidente, mais ou menos pela mesma época, desembocaria na “carta de Lêntulo” (inicialmente anônima, e supostamente retirada “dos anais dos Romanos”).
A seguir, para comparação, os dois primeiros (e mais antigos) estágios do desenvolvimento da “carta de Lêntulo”, quais sejam: a descrição (ainda anônima) constante no “Prólogo” da “Vida de Cristo” de Ludolfo da Saxônia, o monge cartuxo (escrita entre c.1348-c.1368 dC), e a recensão, a partir dos primeiros manuscritos que a mencionam, impressa na “Ortodoxographa” de Grynaeus, na Basiléia, em 1569. Os leitores podem acompanhar os dois textos, e verificar que a “carta de Lêntulo” origina-se da descrição inicial (anônima) constante na obra de Ludolfo. Mais uma vez, note-se que, além de sua citação como (pretenso) autor dessa carta, “Lêntulo” não aparece em mais nenhum lugar, e não é citado por mais ninguém, em nenhum contexto.
Vita Iesu Christi, de Ludolfo da Saxônia (c.1300 – 1378 dC), originalmente escrita entre c.1348-c.1368 dC, Prólogo, cap. XIV, Formae Christi Descriptio
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Epistula Lentuli, edição do Monumenta Sanctorum Patrum Orthodoxographa, de Johann Jakob Grynaeus, Basiléia, 2 volumes, 1569
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Tradução Livre
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Ut autem Christi faciem et formam, seu figuram eius totam, et ex his actus, seu mores suos et gestus melius valeas meditari, quaedam de his alibi scripta, hic inserere utile iudicavit. Legitur enim in libris annalibus apud Romanos existentibus,
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Lentulus Hierosolymitanorum Praeses SPQRomano.
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[Ludolfo] Como uma descrição da face e do corpo de Cristo, bem como de toda a sua figura [física], é tão útil como auxílio à meditação quanto [o conhecimento] de seus gestos, de suas ações e de seus ensinamentos, julga-se conveniente inserir [aqui] tal descrição [física], conforme consta de outras fontes. Lê-se, de fato, nos livros de Anais dos Romanos, ainda existentes,
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[Grynaeus] Lêntulo, presidente dos habitantes de Jerusalém, ao Senado e ao Povo Romano.
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quod Iesus Christus,
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Apparuit temporibus nostris et adhuc est homo magnae virtutis, nominatus Christus Iesus,
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[Ludolfo] que Jesus Cristo,
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[Grynaeus] Surgiu nestes nossos tempos, e ainda vive, um homem de grande virtude, chamado Cristo Jesus,
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qui dictus fuit a gentibus Propheta veritatis,
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qui dicitur a gentibus Propheta veritatis, quem eius discipuli vocant filium Dei, suscitans mortuos et sanans languores.
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[Ludolfo] considerado pelas pessoas [ou, pelos pagãos] como um Profeta da verdade,
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[Grynaeus] que é considerado pelas pessoas como um Profeta da verdade, e a quem seus discípulos chamam filho de Deus; ele ressuscita os mortos, e cura [todas] as doenças.
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staturae fuit procerae, mediocris et spectabilis, vultum habens venerabilem, quem possent intuentes et diligere et formidare;
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Homo quidem staturae procerae, spectabilis, vultum habens venerabilem, quem intuentes possunt et diligere et formidare;
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[Ludolfo] era de estatura alta, bem proporcionado e contido [ou: sereno] [em seus modos]; seu aspecto venerável atraía imediatamente a afeição e a reverência dos que o viam;
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[Grynaeus] É pessoa de estatura alta, e contido [ou: sereno]; seu aspecto venerável atrai de imediato a afeição e a reverência dos que o vêem;
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capillos habens ad modum nucis avellanae permaturae, fere usque ad aures, ab auribus cincinnos crispos, aliquantulum cerulaeos, ab humeris ventilantes;
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capillos vero circinos et crispos aliquantum caeruliores et fulgentiores, ab humeris volitantes,
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[Ludolfo] seus cabelos, da nuca até às orelhas, eram da cor da amêndoa nova [i.e., castanhos claros]; daí até aos ombros mostravam-se trançados e crespos, de cor [mais] escura, e esvoaçantes nas extremidades;
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[Grynaeus] seus cabelos são trançados e crespos, de cor clara e brilhante, e esvoaçantes à altura dos ombros,
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discrimen habens in medio capitis, iuxta morem Nazarenorum;
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discrimen habens in medio capitis iuxta morem Nazarenorum;
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[Ludolfo] tinha-os partido ao meio, à maneira dos Nazarenos;
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[Grynaeus] partidos ao meio, à maneira dos Nazarenos;
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frontem planam et serenissimam, cum facie sine ruga et sine macula, quam rubor moderatus venustavit:
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frontem planam et serenissimam, cum facie sine ruga ac macula aliqua, quam rubor moderatus venustat.
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[Ludolfo] sua fronte era serena e de agradável aspecto; sua face, que não exibia nem rugas e nem cicatrizes, mostrava-se ainda mais graciosa por seu moderado rubor;
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[Gryneus] sua fronte é agradável e muito serena, e sua face, sem rugas ou cicatrizes de espécie alguma, mostra-se ainda mais graciosa por seu moderado rubor.
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nasi prorsus et oris nulla fuit reprehensio; barbam habens copiosam et impubem, capillis concollorem, non longam, sed in mento bifurcatam; aspectum simplicem et maturum, oculis glaucis, variis et claris existentibus.
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Nasi et oris nulla prorsus et reprehensio, barbam habens copiosam et rubram, capillorum colore, non longam, sed bifurcatam, oculis variis et claris existentibus.
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[Ludolfo] tanto seu nariz quanto suas orelhas mostravam-se perfeitas; tinha a barba espessa e de textura macia, da mesma cor dos cabelos, bifurcada na extremidade; seus olhos eram vivazes e brilhantes [ou: claros], na cor cinza-azulada.
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[Grynaeus] Tanto seu nariz quanto suas orelhas são perfeitas; sua barba é espessa e rubra [ou: acobreada], da cor dos cabelos, não [muito] longa, mas bifurcada; seus olhos são vivazes e brilhantes [ou: claros].
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In increpatione erat terribilis, in admonitione blandus et amabilis; hilaris, servata gravitate.
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In increpatione terribilis, in admonitione placidus et amabilis, hilaris servata gravitate;
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[Ludolfo] Quando acusava [ou: reprovava], era terrível [no seu tom de discurso]; mas quando proferia seus ensinamentos, era brando e amável, mesmo alegre, sem, contudo, perder a sua dignidade.
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[Grynaeus] Quando acusa [ou: reprova], é terrível [no seu tom de discurso]; mas quando ensina, é brando e amável, mesmo alegre, sem, contudo, perder a sua dignidade;
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Aliquando flevit, sed numquam risit.
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qui nunquam visus est ridere, flere autem saepe.
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[Ludolfo] Várias vezes chorou, mas nunca riu.
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[Grynaeus]: sendo que nunca foi visto rindo, embora o tenha sido várias vezes chorando.
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In statura corporis propagatus et rectus; manus et brachia visui delectabilia.
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Sic in statura corporis propagatus, manus habens et membra visu delectabilis,
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[Ludolfo] Em compleição era esguio e aprumado, com mãos e braços bem proporcionados [lit.: agradáveis à vista].
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[Grynaeus] Em compleição apresenta-se esguio, com suas mãos e seus membros bem proporcionados [lit.: agradáveis à vista];
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In colloquio gravis, rationalis, rarus, et modestus;
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in eloquio gravis, rarus et modestus,
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[Ludolfo] Falava concisamente, mas num modo digno, bem articulado e modesto;
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[Grynaeus] Discursa concisamente, mas num modo digno e modesto,
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et ideo merito secundum Psalmistam dicitur: speciosus forma prae filiis hominum[10].
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speciosus inter filios hominum.
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[Ludolfo] sendo, portanto, [plenamente] merecedor do que d’Ele afirmava o Salmista: “o mais belo entre os filhos dos homens”.
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[Grynaeus] sendo o mais belo entre os filhos dos homens.
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Haec ubi supra.
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Valete.
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[Ludolfo] Como demonstrado acima.
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[Grynaeus] Saudações.
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Os manuscritos que testemunham a “carta de Lêntulo” (seja ou não ela atribuída a “Lêntulo”) são da 2ª metade do séc. XIV para a “carta”, e dos finais do séc. XIV ou inícios do séc. XV em diante para a “carta com o autor”. Como ficará claro, às vezes a carta era atribuída a outras personagens, p.ex., a Pilatos. O elenco dos mais representativos manuscritos (não os únicos) segue, em linhas gerais, com algumas simplificações, o cuidadoso estudo de von Dobschütz, ainda fundamental[11].
Manuscritos/Edições Principais
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Data
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Observações
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Recensão “A”
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Vindobonensis Palatinus 509 |
XIV |
Esta é a recensão do texto tal como apresentada acima, referente ao “Prólogo” da “Vita Christi” de Ludolfo (sem a menção da autoria da carta). Os diversos manuscritos apresentam, obviamente, algumas variantes no texto, mas que são pequenas. |
Vindobonensis Palatinus 4781 |
XV |
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Monacensis Latinus 9022 |
1411 |
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Bruxellensis Latinus 2659 |
XV (inícios) |
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Zwettl 11 |
XIV |
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Vindobonensis Fideicommissum 7915 |
XV |
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“Vita Christi”, Prólogo |
Vários, fins XIV a inícios XVI |
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Recensão “B”
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Harleianus 2729 |
XII (mas a carta escrita no séc. XV) |
Esta é a recensão do texto tal como apresentada acima, referente à edição da “Ortodoxographa” de Grynaeus, de 1569, que utilizou, aparentemente, alguns dos mais antigos manuscritos que faziam explicitamente referência à autoria da carta como sendo de um “Lêntulo”; o texto apresenta-se, ainda, bastante próximo do de Ludolfo. Os diversos manuscritos apresentam, obviamente, algumas variantes no texto, mas que são pequenas. |
Lipsensis Bibl. Civ. Latinus XCII |
1439 |
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Parisinus Latinus 3159 |
XV |
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Parisinus Latinus 18089 |
1467 |
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Monacensis Latinus 6722 |
XV |
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Florentinus Laurentianus XIX-29 |
XV |
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Florentinus Palatinus 52 |
XV |
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Monacensis Latinus 15227 |
1528 |
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“Ortodoxographa” de Grynaeus |
1569 |
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Recensão “C”
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Vindobonensis Palatinus 557(1) |
c.1447 |
Nessa recensão, as variantes do texto são mais marcadas; há, geralmente, uma introdução, que, apesar das variantes, pode ser tomada como segue: “Temporibus Octaviani Caesaris cum ex universis mundi partibus illi qui preerant provinciis scriberent senatoribus qui Rome erant novitates quae occurrebant per mundi climata, quidam nomine Lentulus, habens officium in partibus Iudeae Herodis Regis, scripsit senatoribus sic: Apparuit temporibus istis… etc.”; ou seja, Lêntulo é, aqui, um oficial, que, durante a época de Augusto (30 aC – 14 dC), ainda sob o governo de Herodes o Grande, escreve ao Senado acerca de Jesus (!!!) |
Vindobonensis Palatinus 4576 |
XV |
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Vindobonensis Palatinus 557(3) |
c.1447 |
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Vindobonensis Palatinus 557(2) |
c.1447 |
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Vindobonensis Palatinus 5056 |
XV |
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Vindobonensis Palatinus 1354 |
XVI |
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Vindobonensis Palatinus 960 |
XV |
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Parisinus n.a.l. 1151 |
XV ou XVI |
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Monacensis 443 |
1479-1485 |
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Parisinus Latinus 3158 |
XVI |
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Vindobonensis Palatinus 4119 |
c.1548 |
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Vindobonensis Palatinus 618 |
1439-1440 |
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Iena Elect. Fol. I |
c.1560 |
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Monacensis Latinus 249 |
XV |
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Monacensis Latinus 850 |
XV |
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Parisinus Latinus 3282 |
XVI |
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Monacensis Latinus 504 |
XV |
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Monacensis Latinus 426 |
XVI |
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Monacensis Latinus 6975 |
c.1466 |
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Monacensis Latinus 13182 |
XV |
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Monacensis Latinus 15612 |
XV |
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Parisinus Latinus 8619 |
XV ou XVI |
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Parisinus Latinus 17730 |
XV |
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Clermont-Ferrand 104 |
XV |
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Bruxellensis Latinus 1144 |
XIV ou XV |
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Sangallensis 583 |
XIV ou XV |
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Recensão “D”
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Vindobonensis Palatinus 4453 |
1437-1438 |
Variante da anterior, mas já “corrigindo” a época da visita de Lêntulo a Jerusalém para o reinado de Tibério; apesar das variantes, a introdução pode ser tomada, tipicamente, como segue: “Quidam Lentulus Romanus dum esset in provincia Judee officialis pro Romanis tempore Tiberii Cesaris et Christum videret eiusque magnalia opera prredicationes infinita miracula et alia stupenda de ipso notaret, scripsit senatui Romano sic: Apparuit temporibus istes… etc.” |
Monacensis Latinus 19608 |
c.1482 |
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Monacensis Latinus 11748 |
XV |
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Recensão “E”
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Iena Elect. Fol. 76 |
XV |
Com a seguinte introdução: “Epistola reperta in annalibus urbis romanorum quae missa fuit senatui per quendam Lentulum qui tunc temporis erat officiosus imperator Romani Populi in Iudee partibus morabatur qui super conditionibus Christi scripsit, cum moris scriberent novitatis occurrentes:” |
Vindobonensis Palatinus 4899 |
c.1452 |
Com a seguinte introdução: “Epistola quedam reperta in annalibus Rome quae missam senatui per quendam Lentulum a. R. qui tunc temporis officialis Romani Populi in Iudee partibus morabatur qui super conditionibus Christi mos quidem erat Romanis quod ex universis mundi partibus qui preerant provinciis senatui Romanorum scriberent novitates singulas que occurrebant, quae sic incipit:” |
Recensão “F” – com várias “introduções” |
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Vaticanus Pallatinus 327 |
XV |
“Leretulli praesidis in partibus Judaeae epistola ad senatores Romae de homine magnae virtutis nomine Christus”. Aqui, o nome do missivista é tomado como “Lerétulo”… |
Parisinus Latinus 2962 |
XV ou XVI |
“Ep. Pilati ad Romanos de Xpo”. Aqui, a autoria da carta é atribuída a Pilatos… |
Monacensis Latinus 5350 |
XV |
“L[entuli] ep. ad senatum romanum…” |
Monacensis Latinus 5613 |
c.1477 |
“Nota formam corporis Xpi. Repperit Eutropius in annalibus Romanorum epistolam hanc quam Lentulus praefectus Iudee Herodis scripsit senatoribus Romanis tempore Tiberii Cesaris. Mos sane fuit magistratuum Romanorum in quaecumque província mundi prefecti essent significare Romanis senatoribus de quibuscumque mirandis seu novis in partibus mundi auditis et actis. Itaque de Xpo sic scribit Lentulus Romanus…” |
Monacensis Latinus 24878 |
c.1473 |
“Ep L[entuli] ad senatum Romanum de phisonoia ac disposicione virginei corporis Chr. …” |
Monacensis Latinus 6007 |
1500 |
“Epist. Lentuli ad senatum romanum de Jesu Christo, incipit feliciter…” |
Vindobonensis Palatinus 6249 |
XVII |
“Epistola Lucii Lentuli Romani Proconsulis quidem celeberrimi. In qua Jesus Christus mire describitur, quam dum Jherosolymis agebat ad Senatum PQR accurate scripsit, Eutropio teste…”. Aqui, o missivista é chamado Lúcio Lêntulo, e faz-se menção a inexistentes “Anais” de Eutrópio (talvez o “Breviário”)… |
Não-Classificado
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Cassinensis 437-439 |
VIII (mas carta escrita em 1436) |
Evangeliário do séc. VIII (em três códices), da abadia de Monte Cassino, ao qual se adicionou na última página a “carta” em 1436, do modo que segue: “Anno Domini 1436. Publius Lentulus in Iudea preses salutem dicit Tiberio Cesari Senatui Populoque Romano. Apparuit temporibus nostris… etc.”. |
Que tudo o que foi dito e comentado até aqui sirva, enfim, para deixar clara a indefensibilidade, em termos históricos, da existência não apenas duma “correspondência”, seja de que tipo for, entre “Lêntulo” e “Roma”, bem como da própria existência da referida personagem. “Lêntulo” surgiu, entre os finais do séc. XIV ou inícios do XV, como o pretenso “autor” duma “descrição de Cristo” enviada ao Senado, descrição essa cristalizada (a partir da icnongrafia já de há muito canônica de Cristo) desde os meados do séc. XIV. Não há absolutamente nada de genuinamente histórico nisso. E, o que é mais de espantar, desde pelo menos o ano de 1944 pesquisadores espíritas tinham já acesso a fontes tais que lhes permitiriam, se de fato assim quisessem, desconsiderar, com grande conforto, a identidade de “Lêntulo” para o (suposto) espírito-guia Emanuel, de Francisco Cândido Xavier.
[1] Aqui, Vigouroux se engana: o governador da Síria não era, nem nunca foi, um procônsul, e nunca ostentou o título de “praeses” (uma denominação genérica, que significa “presidente”, “líder”). Era um “legado de Augusto com poderes propretorianos” (legatus Augusti pro praetore), i.e., um “procurador” do Imperador (e a ele subordinado, não ao Senado), que, na sua província, tinha uma autoridade igual a dum pro-magistrado que houvesse sido um pretor. Quanto à Judéia, era uma província procuratoriana; seu governador (sempre um oficial da ordem equestre) tinha inicialmente o título de “prefeito” (praefectus) e, mais tarde, desde o império de Cláudio, de “procurador” (procurator). O prefeito/procurador da Judéia (um cavaleiro) estava sob a supervisão do legado da Síria (esse, sim, um senador).
[2] Governadores de província (fossem procônsules, legados propretorianos ou procuradores) recebiam salários, assim como os comandantes das legiões, os oficiais do exército (tribunos, centuriões, etc.) e, claro, os soldados, bem como os procuradores equestres e os detentores das grandes prefeituras (o prefeito do Pretório, o prefeito da anona, o prefeito augustal do Egito), e seus auxiliares diretos. Mas não há como encaixar “Lêntulo” em nenhum desses cargos. Ele não foi governador da Judéia, obviamente (pois nunca houve um procurador da Judéia de nome “Lêntulo”); não foi um legado numa província senatorial (pois a Judéia era uma província imperial procuratoriana); também não foi um procônsul (porque a Judéia era uma província imperial, e os procônsules eram os governadores de províncias senatoriais); não exerceu nenhum “cargo” no governo da Judéia (já que o mais alto cargo disponível na província era o do próprio procurador/prefeito, e este era um cargo de nível equestre, não senatorial – assim, nem esse cargo, e nenhum outro, que seriam a este subordinado, era ocupável por um senador…); não pode ter recebido uma procuradoria “extraordinária” para agir na província (pois era um senador, e não um cavaleiro, e somente cavaleiros recebiam procuradorias); não pode ter sido um “legado” senatorial (porque, novamente repetindo, a Judéia era uma província imperial, na qual não havia como atuar senadores; e, conforme já comentado, eventuais legações de senadores a províncias imperiais somente ocorriam, e apenas a partir da época dos Flávios, naquelas províncias que governadas por senadores, o que não era o caso da Judéia na época); muito menos um legado senatorial que se reportasse ao Senado (de novo: a Judéia, como província imperial, estava FORA da atuação do Senado; seu governador respondia diretamente ao Imperador – uma “carta ao Senado”, fosse de quem fosse da administração da Judéia, era algo simplesmente impossível). Enfim, Lêntulo não se qualificou a nenhum outro cargo (pois passou, convém lembrar, ANOS na Judéia, sem fazer nada, arruinando sua carreira…). De onde lhe viriam, então, os tais “subsídios”?
[3] Certamente se Jesus fosse cidadão romano, e provavelmente se fosse uma figura representativa (p.ex., um membro proeminente da aristocracia sacerdotal), teria havido uma consulta a César acerca da sentença a ser dada – ricos e influentes, então como sempre, tinham mais chances diante dos tribunais. Se fosse cidadão romano, aliás, Jesus teria o direito indiscutível de apelar a César (como, mais tarde, São Paulo faria). Mas tratava-se dum simples galileu, que não era nem cidadão romano, nem rico, nem nobre… Para quê consultar o Imperador, se a própria aristocracia sacerdotal de Jerusalém, apaniguada dos romanos, e à qual o “establishment” imperial havia encarregado da administração local do dia-a-dia da província, o havia entregue ao “praefectus Iudaeae” como subversivo?
[4] Dum modo geral, a autenticidade da carta de Lêntulo (ao menos ao longo do séc. XVI, e mesmo além) era maior entre os luteranos; a “História Eclesiástica” escrita pelo prestigioso círculo dos humanistas luteranos de Magdeburgo, conhecida como “Centúrias de Magdeburgo” (editada em 13 volumes, entre 1559 e 1574), considerava-a autêntica; é apresentada como um documento no mínimo teologicamente correto na “Ortodoxographa” de Johann Jakob Grynaeus (Basiléia, 1569); enfim, foi publicado dentre os “Apócrifos” (aqui com o sentido de “escritos não-bíblicos”) que Michael Neander fez acompanhar a sua tradução para o grego do “Pequeno Catecismo” de Lutero.
[5] O “imperium procunsulare maius” do Imperador era extensivo também às províncias senatoriais, mas não (ao menos teoricamente) para nomear-lhes os governadores, e sim para, em caso de emergência, poder agir nelas (p.ex., no caso da supressão de revoltas).
[6] Tudo indica que, ao contrário do que pensam alguns, o “Prólogo”, tal como hoje se encontra (com a descrição de Cristo que seria o cerne da “carta de Lêntulo”), sempre fez parte integrante da “Vida de Cristo”, sendo também da autoria do próprio Ludolfo. A “Vita Christi” foi um texto de grande circulação no final da Idade Média e no início da época moderna (influenciando, entre outros, o próprio Santo Inácio de Loiola), com muitas dezenas de manuscritos datando do período compreendido entre o último quartel do séc. XIV e o primeiro quartel do séc. XVI. Foi impressa em
[7] Evágrio o Escolástico (não confundir com o outro Evágrio, natural do Ponto), natural de Epifânia do Orontes, na Síria, escreveu uma “História Eclesiástica” em seis ‘livros”, cobrindo o período compreendido entre o início da controvérsia nestoriana, no Concílio de Éfeso (431 dC), até ao ano 593 dC, sob o império de Maurício (reinou 591-602 dC), na própria época em que viveu o autor.
[8] A correspondência entre Jesus e Abgar foi explicitamente considerada apócrifa, no Ocidente, a partir do “Decreto Gelasiano”, de c. 495 dC (conjunto de decisões tomadas por um sínodo convocado em Roma pelo papa São Gelásio I). Não obstante, permaneceu popular, e geraria inúmeras variantes paralelas – desembocando no “pano de Verônica” e no “Santo Sudário”.
[9] A imagem de Edessa (o “Mandylion”, ou “lenço”) está, indubitavelmente, na origem da lenda do Santo Sudário. No Ocidente, uma variante da história da impressão miraculosa da face de Cristo num pano fez com que, por ocasião da Crucifixão, uma piedosa mulher, Berenice (ou Verônica, na forma latina de seu nome) tivesse enxugado, com uma toalha, o suor da face de Jesus, que, em recompensa, teria então impresso no pano a Sua imagem; uma outra variante (especificamente ocidental), mas bem mais tardia, ligou então a imagem de Jesus como sendo impressa num lençol que o havia amortalhado. Deve-se, contudo, deixar claro que a lenda da face de Cristo gravada miraculosamente pelo próprio, i.e., “não feita por mãos humanas” (acheiropoiêtos), remonta ao “ciclo de Abgar”. A fase primitiva da “lenda de Abgar” fala especificamente duma troca de correspondência entre o rei de Edessa, Abgar V Ucama (reinou c. 13-50 dC), e o próprio Jesus (a “relíquia” era, nessa fase, a carta autógrafa, supostamente escrita pelo próprio Jesus em resposta a Abgar). É bastante provável que essa história tivesse surgido na época do rei Abgar IX de Edessa (reinou 177-212 dC), quando o reino, para todos os efeitos, converteu-se ao Cristianismo. A essa fase primitiva da lenda (que Eusébio de Cesaréia fixou, no início do séc. IV dC, em sua “História Eclesiástica”, traduzindo inclusive a correspondência do aramaico para o grego) seguiu-se, na 2ª metade do séc. VI dC (aproximadamente entre 550 e 600 dC), uma reelaboração, que fez dum suposto retrato miraculoso de Cristo (não mais uma carta) a “relíquia”; a partir daí, o ciclo tomou vida própria. Havia, em Constantinopla, na época da Quarta Cruzada, na igreja da Mãe de Deus, no distrito de Blaquernes, uma relíquia que se dizia ter sido a mortalha de linho de Jesus, mas não há nenhum sinal, nas fontes, de que tal relíquia tivesse impressa qualquer imagem que fosse, e ela era, aparentemente, naquela Constantinopla repleta de “relíquias miraculosas”, uma “maravilha” considerada muito menos importante do que o famoso “Mandylion” depositado na igreja de Nossa Senhora do Farol, nos próprios recintos do Grande Palácio (ao que parece, a mortalha de Blaquernes também desapareceu durante o saque de 1204; o mais provável é que ambas tenham sido destruídas). A fusão da “imagem miraculosa de Cristo” e da “mortalha” geraria, assim, entre os séculos XIII e XIV, no ambiente das Cruzaas, o “Santo Sudário”, a mortalha com a impressão do corpo do Salvador.
[10] Cf. Salmo 44/45, vers. 3o (Vulgata): Speciosus forma præ filiis hominum, diffusa est gratia in labiis tuis: propterea benedixit te Deus in æternum (“És o mais belo dentre os filhos dos homens; a graça se derrama de teus lábios, pois Deus te abençoou para todo o sempre”).
[11] E. von Dobschütz, “Christusbilder”, in “Texte und Untersuchungen zur Geschichte der altchristlichen Literatur”, vol. 18, 1899, pág. 308ss do segundo apêndice. Vários outros manuscritos foram catalogados desde então, quer em latim, quer em línguas vernáculas, principalmente o italiano (veja-se, quanto a isso, os trabalhos de Cora Elizabeth Lutz e de Sabrina Corbellini), mas não mudam o essencial – primeiros testemunhos da “carta” no séc. XIV, e do “autor” no séc. XV.
julho 24th, 2012 às 12:26 AM
Quanto à terceira (a Enciclopédia Universal Ilustrada, da Editora Calpe), em castelhano, embora a tivesse também consultado, não tinha certeza de que estivesse disponível nessa data (já que a obra, assim como a “La Grande Encyclopédie”, não ostenta data de publicação).
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Se este artigo da Wikipédia estiver correto, a obra foi publicada pela primeira vez em 1908:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Enciclopedia_Espasa.
julho 24th, 2012 às 1:12 AM
Polêmicas a parte, o romance “Há dois mil anos” é, sem dúvida, um dos mais belos romances já escritos. Não tem nada a dever a um livro escrito por Taylor Caldwell ou Howard Fast, para quem gosta de romances históricos. Na verdade, penso que é até melhor que ambos os autores citados.
Em apertada síntese, o livro fala de um nobre e orgulhoso romano que se transfere, com a família, para a Judéia, a fim de cumprir funções públicas naqueles confins do Império.
Tem seu filho, ainda infante, sequestrado, não vendo-o crescer. Repudia sua esposa amada após esta ter sido ardilosamente caluniada ao senador, mantendo-a no lar apenas por amor à filha em comum do casal. Tem encontros dramáticos com Jesus, com o filho sequestrado e com Livia, sua esposa repudiada.
Quem lê o livro, somente o descobrirá espírita por conta dos dizeres “pelo espírito de Emmanuel” posta na capa ou, por notório, por ter sido escrita por Chico Xavier.
É uma obra de fôlego, do tipo que não se quer largar ao se adentrar no segundo capítulo. Quem escreve ficção sabe bem como é operoso escrever com tal verve.
O livro foi publicado em 1939, por um mineiro pobretão, que mal tinha recursos para sobreviver, quanto mais para realizar pesquisas em livros especializados. Mas que seja, que tenha feito aquisições de livros, emprestados ou de outra forma, que tenha viajado até o Rio de Janeiro, a seu soldo ou de favores, para consultar a Biblioteca Nacional, que seja mesmo um belo embuste. Mas que belíssimo embuste, de estremecer a qualquer leitor casual.
Recomendo a leitura do livro, pelo simples prazer de ler, a qualquer um que seja cristão.
Segue, para finalizar, o poema que Publius Lentulus escreveu para sua amada Livia:
Alma gêmea da minhalma,
Flor de luz da minha vida,
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão!…
Quando eu errava no mundo,
Triste e só, no meu caminho,
Chegaste, devagarinho,
E encheste-me o coração.
Vinhas na bênção dos deuses,
Na divina claridade,
Tecer-me a felicidade
Em sorrisos de esplendor!…
És meu tesouro infinito,
Juro-te eterna aliança,
Porque sou tua esperança,
Como és todo o meu amor!
Alma gêmea da minhalma,
Se eu te perder, algum dia,
Serei a escura agonia
Da saudade nos seus véus…
Se um dia me abandonares,
Luz terna dos meus amores,
Hei de esperar-te, entre as flores
Da claridade dos céus…
julho 24th, 2012 às 1:48 AM
Acredito que o poema tenha sido escrito em latim, a língua portuguesa, filha mais nova do latim, não existia à época em que supostamente o poema foi escrito.
Qualquer pessoa que tenha a mínima noção de versificação (qualquer um que tenha concluído o ensino fundamental) sabe que as rimas, métrica, etc., são impossíveis de serem mantidas na tradução, havendo necessidade de reescrever-se o poema. É só pegar qualquer soneto de Shakespeare ou Rimbaud, dois poetas, inglês e francês, respectivamente, línguas ou surgidas do latim, como o francês e o português, ou fortemente influenciadas pelo latim, como o inglês, e tentar traduzí-los para o português.
Perde-se toda a poesia, tem de ser reescrito.
Tá na cara que o CX escreveu o poeminha em português mesmo, pois sabemos que ele ignorava completamente o latim.
julho 24th, 2012 às 6:09 AM
Assim como outro poema mais acima, vê-se que não segue métricas, nem tem rimas. O primeiro inclusive falha na linguagem concreta, que deve ser a linguagem da poesia. Será que os poemas do Parnaso de Além Túmulo são assim também? Se forem, então as queixas dos críticos literários quevedianos até se justificariam.
Se não forem, se tiverem cara de poesia mesmo, então talvez o Chico poeta é um fracasso total, mas os espíritos poetas talvez nem tanto.
julho 24th, 2012 às 6:53 AM
Ops! Falha minha. É um poema lá do tópico do Guenon…
julho 24th, 2012 às 11:15 AM
Nossa, estou rindo aqui comigo mesmo… vocês são capazes de extrair leite de pedra.
julho 24th, 2012 às 11:44 AM
kkkk Leite de pedra. E leite de pau?? Será que extraem? kkk
julho 24th, 2012 às 11:48 AM
Essa discussão a meu ver é velha e requentada, envolve fatos acontecidos há mais de 70 anos, mesmo antes ainda da II Guerra, além de ser assunto pisado e repisado. Mas vale pelo aspecto histórico da pesquisa, ficando evidenciado que os espíritas da época estavam cientes da inexistência do personagem Lêntulo, mas assim mesmo defenderam o romance de CX, não apenas sustentando a existência de Lêntulo apesar de todas as evidências ao contrário, mas também defendendo a “veracidade” dos fatos narrados e a fidedignidade da descrição do ambiente da época. Mas o livro não resiste a uma análise histórica mais acurada, o que o limita a ser uma história romântica, mais ou menos bem contada num estilo literário ultrapassado para a época em que foi lançado. É um erro subestimar a capacidade de CX de escrever, por si mesmo, tais livros, porque o homem podia, sim, dentro dos seus limites, que o livro denota bem. O maior parâmetro a ser comparado com o romance de CX é o clássico “Memórias de Adriano”, de Marguerite Yourcenar, livro lançado na década de 1980, e custou quase 50 anos de pesquisas à autora, que apresentou um trabalho primoroso de reconstrução de época, cenários, diálogos, pessoas etc. E Yourcenar, ao contrário de CX, teve a lisura intelectual de dizer que sua obra era ficção, apesar da proximidade com as fontes sobre o grande imperador. O nosso mineiro, por sua vez, avisou a seus leitores que sua obra era autêntica, uma reminiscência de fatos verídicos passados “nas épocas mortas”, que o seu suposto autor espiritual dolorosamente recordava. Em termos de honestidade intelectual, isso me revira o estômago, mesmo passados mais de 70 anos do lançamento do livro.
julho 24th, 2012 às 1:16 PM
Caro sr. Alan:
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Não se está, no trabalho ora apresentado, fazendo qualquer juízo de valor acerca: a) do estilo literário da obra; b) ou da sua trama; c) ou da capacidade de Xavier de a ter escrito, a partir dos conhecimentos de que dispunha; d) ou mesmo de sua plausibilidade histórica. Todos esses assuntos (com a parcial exceção dos itens “a” e “b”) já foram examinados em vários trabalhos anteriormente apresentados neste “blog”, e que o sr. poderá facilmente consultar – e, se for o caso, contestar, no que couber.
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Evidentemente, no que diz respeito ao estilo literário adotado em “Há Dois Mil Anos”, ele é um típico representante do beletrismo que dominava a composição literária brasileira “séria” e “sofisticada” (ou que, ao menos, se pretendia como tal) até ao primeiro terço do séc. XX; há quem goste, mas, de qualquer modo, mostra-se, atualmente, claramente como um estilo ultrapassado e, no caso específico de seu manejo por Xavier, encharcado de repetições, de pieguismo e de “adereços” de termos considerados “raros” que mais confundem ou cansam do que esclarecem ou adornam. Uma matrona pelancuda, cujas rugas as camadas de pó-de-arroz e de carmim não escondem; cujo olhar baço os cílios postiços não disfarçam; e cuja deselegância a profusão de bijuterias volumosas e de grossos colares de pérolas falsas, com muitas e muitas voltas, não apaga.
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Quanto à trama em si, pode servir, na melhor das hipóteses, para um “romance de entretenimento”, mas mostra-se absolutamente artificial e inaplicável à época. Mas deve-se convir que não é uma característica específica de Xavier; é mais um exemplo do que eu, pessoalmente, denomino “síndrome dos Jetsons” – o ver-se uma época, do passado ou do futuro, estritamente pelos datados olhos dos contemporâneos. A trama de “Há Dois Mil Anos” (como, aliás, a trama de “Ben-Hur”, ou de “Quo Vadis”, ou de “O Manto Sagrado”, ou de “Os Tudor”, ou mesmo de “O Gladiador”, apenas para citar uns poucos exemplos) cria (ou criava, na época em que foi criada) empatia com o público (ou, ao menos, com certo público) justamente porque lhe era familiar – era a SUA visão de mundo, os SEUS problemas, apenas com outras vestes (no caso de “O Gladiador”, a reconstituição de época é, de fato, grandiosa e bastante exata, mas a trama, por outro lado…). “Há Dois Mil Anos” não serve como “reconstituição histórica” da época de Jesus, seja na Palestina, seja em Roma, do mesmo modo que “Os Flintstones” não servem como uma reconstituição histórica da “vida na Idade da Pedra”; nem “Os Muzzarella” para o caso da antiga Roma; e nem “Os Jetsons” para o “futuro do séc. XXI”… Nesses três últimos exemplos de seriados de desenhos animados, espelham apenas a vida duma “família estadunidense média”, entre as décadas de 1950-1970, com “roupagens” de homens das cavernas, ou de romanos, ou de “cidadãos espaciais”… Só isso.
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O mesmo, com as devidas modificações, serve para os livros de tipo “Ben-Hur” ou “Quo Vadis” (bem como com as suas posteriores adaptações cinematográficas). E o mesmo vale para “Há Dois Mil Anos”. É a pequena e média burguesia, ainda formalmente religiosa, mas já um tanto “laicizada”, “céptica”, mesmo “liberada”, nos meios urbanos brasileiros das décadas de 1930-1940, cuja instrução era em larga medida formal e rasa, mesmo apesar do “beletrismo” e da aparência de sofisticação, bastante ligada ao Estado e a seus empregos, com os pensamentos, a visão do mundo, os anseios, as frustrações e as esperanças dessa época, e desse meio – mas vestindo togas, ao invés de ternos de linho, ou de tropical inglês, ou chapéus de palhinha ou Panamá (sem esquecer os lustrosos sapatos de duas cores…). “Lêntulo” é o arquétipo do médio burguês urbano brasileiro dessa época, que encontra no Espiritismo (kardecista) a tão ansiada “explicação racional” para suas dúvidas e para seus anseios. Mas não um “senador romano” autêntico, tal como um da época apresentar-se-ia, cuja cultura, cujos gostos, e cujos preconceitos, podem ser (ainda que penosamente, e mediante pesquisas demoradas) perfeitamente “desencavados”, a partir da literatura da época, dos testemunhos arqueológicos e epigráficos, etc. Não admira que todo esse edifício (pseudo) romano seja de tão difícil descarte para vários espíritas.
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Um (e apenas um) exemplo disso é a tal “poesia” que “Lêntulo” dedica a sua esposa Lívia. Segue os cânones da poética de língua portuguesa “clássica”, pré-modernista, “beletrista”. Eu, sinceramente, não consigo entender como é que, em determinados contextos, os “espíritos” perdem a oportunidade de nos espantar, e, por assim dizer, de acordar nossas mentes para a sua existência e para a sua possibilidade de comunicação. Não estou pedindo, em absoluto, revelações bombásticas, ou materializações, ectoplasmáticas ou cotoníferas que sejam; não, nada disso – mas, se o senador romano Lêntulo se deu ao trabalho de escrever, em língua portuguesa (que ele NUNCA falou quando era “Lêntulo”), e seguindo a prosódia poética tradicional da língua portuguesa (que ele NUNCA usou, quando era “Lêntulo”), um poema em honra de sua esposa, por que ele não fez algo que (como ex-senador desencarnado) lhe teria sido, com certeza, muito mais fácil, e familiar, ou seja, compor, em latim ciceroniano-augustano, alguns dísticos elegíacos sobre o mesmo tema?
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Por quê? Afinal, o que é mais “fácil” para um “ex-senador” romano, membro duma das mais nobres e tradicionais famílias do patriciado à época (e que, portanto, recebeu uma esmerada educação clássica!): escrever um poema numa língua que, “enquanto Lêntulo” nunca falou, e seguindo regras da prosódia poética tradicional portuguesa, com quadras de versos de sete sílabas poéticas (i.e., redondilhas maiores), rimas no estilo a-b-b-c, etc., OU ENTÃO escrever um poema composto de dísticos elegíacos, rigorosamente de acordo com a métrica clássica greco-romana, em latim, sobre o mesmo tema?
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A poesia clássica greco-romana era BASTANTE DIFERENTE da atual (eu mandei ao sr. Vítor Moura um pequeno resumo ilustrativo acerca disso, que eu espero seja acrescentado a estes comentários – isso por mera questão de formatação; eu não sei como formatar neste “blog”, e o texto em questão fica bem mais legível quando se mantém o formato original do “Word”). Um conhecimento profundo acerca da prosódia poética greco-romana seria algo que “Lêntulo” (se fosse de fato “Lêntulo”) teria, MAS QUE XAVIER, o humilde mineirinho, com certeza não, malgrado suas leituras; era (e é) algo altamente especializado. Assim, “Lêntulo” poderia ter perfeitamente psicografado, no latim elegante que os senadores de sua época sabiam usar, uns bons dísticos elegíacos (cujo conhecimento, e técnica de composição, faziam parte da educação literária sofisticada que fatalmente teria recebido), rigorosamente dentro das regras métricas então vigentes (sem rimas, e levando em conta o acento musical, i.e., a diferença entre as sílabas longas e breves; não com rimas, e levando em conta o acento de intensidade, i.e., a diferença entre as sílabas átonas e tônicas…). Por quê não fez isso? Era tão difícil assim? Mostrou tantos “detalhes” da vida “na época de Cristo”; deu informações acerca de sua vida (o cargo em Esmirna, seu bisavô LêntuloSura, sua participação no conselho de Tito…), mas um poema clássico AUTÊNTICO estava além de suas possibilidades (embora não um poema seguindo as regras tradicionais da língua portuguesa)? Enfim – o louco sou eu?
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JCFF.
julho 24th, 2012 às 1:37 PM
JCFF,
Parabéns por mais este artigo, muito bem fundamentado.
Porém, eu gostaria muito que você se empenhasse com a mesma dedicação, paciência e metodologia, para analisar os absurdos cometidos pela ICAR, ao longo da História. Infelizmente, acredito que isto nunca vai acontecer.
Saudações.
http://www.paulopes.com.br/2012/07/igreja-catolica-foi-colaboradora-da-ditadura-argentina.html
julho 24th, 2012 às 1:46 PM
Caros JCFF e Alan,
coloquei o texto sobre a poesia clássica greco-romana para downlaod aqui: http://www.4shared.com/file/MTL2gYVj/poemalentulus.html
julho 24th, 2012 às 2:33 PM
Sim, o tema é antigo, mas foi muito bem abordado neste artigo do ilustre JCFF. Um bom trabalho, sem dúvida.
Abraço a todos.
julho 24th, 2012 às 2:40 PM
Muito bom, JCFF. Eu assinaria embaixo tudo o que você disse. Eu só me permito aqui discordar um pouco do meu amigo Biasa, porque eu sei que ele tem uma birra com o JC e, por conta dessa birra, vai querer levar a discussão do espiritismo para a igreja católica. Mas vamos com calma. Antes disso, vamos refletir um pouco.
Em primeiro lugar, com a questão da falta de distanciamento crítico da obra HDMA, que, como disse JC, não difere muito de outras da época, como Quo Vadis, Ben-Hur, O Manto Sagrado. É isso mesmo: essas obras, assim como HDMA, foi escrita para um público e uma época; antes de ser um registro fiel de uma época histórica, é uma espécie de adaptação dos valores da sociedade contemporânea a uma época passada. E isso fica muito claro na veemência com que HDMA reprova valores, sociais e morais, que para nós são inaceitáveis, mas para os romanos eram habituais (escravidão, tirania, jugo político, relações familiares etc), promovendo uma leitura contemporânea de valores da época. O que não é novidade: em O Evangelho segundo o espiritismo, Kardec faz coisa semelhante, na apreciação dos valores da sociedade hebraica da época de Jesus, com os olhos de um francês da Segunda República no século 19. Dessa forma, o Império Romano de Chico Xavier semelha um cenário de papelão, semelhante aos dos filmes de Hollywood, feito à imagem e semelhança daquilo que os cenógrafos da década de 1930 imaginavam que fosse o Império Romano. Por exemplo, a relação conjugal Públio-Lívia que há no livro nada tem que ver com a verdadeira relação matrimonial da época, antes é uma idealização do romantismo tardio do século 19, ao gosto de CX.
Em segundo lugar, temos a relação ambígua de CX com a Igreja Católica, na qual se formou como pessoa e a qual jamais abandonou, mesmo sendo espírita. Não nos esqueçamos de que o amigo imaginário de CX, Emmanuel, além de senador romano, também assumiu, por várias vezes, a personalidade de padre católico, dentre elas, supostamente, o padre Manuel da Nóbrega. Existe outro romance de CX intitulado “Renúncia” em que um dos protagonistas é um padre, o padre Damiano, que seria o próprio Emmanuel numa outra encarnação. Ou seja, existe um vínculo muito forte entre CX e os valores católicos, valores esses que se refletem em todos os seus livros. Na obra chicoxavieriana se percebem reflexos do catolicismo mineiro – não o catolicismo de uma Adélia Prado, por exemplo, para ficar numa conterrânea ilustre, cujo catolicismo ela emprega para dar consistência e conteúdo a suas indagações poéticas, a suas contradições, a suas dúvidas existenciais, num salto de qualidade que transcende a mera religiosidade – mas, no caso de CX, um catolicismo raso, paroquial, limitado à prática de fiel e limitado pela supervisão do padre, que lhe dá as coordenadas e os limites morais. Basta ler os livros de sermões que ele publicou com o nome de Emmanuel, como Fonte Viva, Caminho Verdade e Vida etc. Ao leitor espírita brasileiro padrão, normalmente desavisado, tudo isso parecerá o extrato da moral espírita cristã, que ele almejará seguir; mas em análise mais acurada, tudo isso recenderá a mofadas concepções moralistas dos curas de província que CX tão bem sabe reproduzir.
julho 24th, 2012 às 2:56 PM
Toffo, perfeito. O “Chiquismo” é uma óbvia derivação da Igreja Católica. Assim como existem os Lassalistas, os Franciscanos, os Maristas, etc, CX intentou formar a sua própria congregação, com inspiração na doutrina de Kardec. Mas acabou “fundando” uma outra religião. Seu ideal era ser reconhecido como um santo, tal qual aqueles que ele tanto admirava na ICAR.
julho 24th, 2012 às 3:07 PM
Hmmm … se o “caso Emanuel” ganhou tais proporções à época, chegando mesmo aos jornais de grande circulação, não teria sido o caso de o próprio Emanuel prestar os devidos esclarecimentos e desfazer os possíveis enganos sobre a vida de Lentulus? E por que não o fez?
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Saudações
julho 24th, 2012 às 3:11 PM
Marcelo, a ironia que destila de seu comentário me faz pensar que você é um incréu…
julho 24th, 2012 às 3:49 PM
Mito detonado.
julho 24th, 2012 às 3:59 PM
Sr. Biasetto:
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O sr. mesmo, professor de História que é, poderia, mediante um cuidadoso esforço de “dedicação, paciência e metodologia”, nos brindar com descrições pormenorizadas (e documentadas) de tais absurdos. De minha parte, eu tenho me mantido no tema da investigação histórica da pessoa de “Lêntulo”, tema esse que se coaduna com o presente “blog”. Mas nada o impede, sr. Biasetto, de realizar pesquisas até melhores, mais focadas e mais bem documentadas que os meus pobres textos, ilustrando os tais abusos, e de as tornar públicas, aqui (supondo que o sr. Vítor Moura concorde) ou noutro lugar. Mãos à obra!
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Não me considero, absolutamente, impermeável à análise do que quer que seja – desde que o trabalho tenha algum fundamento. Não adianta relançar as mesmíssimas acusações, usualmente descontextualizadas (quando não exageradas, ou mesmo mentirosas), usando “links” ou lançando mão de “copiar-e-colar”. Há que se “perder” tempo – muito tempo, geralmente – e ir-se a fundo. No curso de meus textos, quando é o caso, não hesito em apontar inconsistências onde quer que as veja (p.ex., no que diz respeito à aparência física de Jesus, ou à [in]veracidade daquele trapo de linho de Turim, etc.), ocorram ou não em posicionamentos da Igreja, passados ou presentes. Mas tenho base para isso – como tenho, também, base para professar a crença que professo. E lhe adianto que não é pouca.
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Na minha modesta opinião (repito – esta é apenas uma opinião estritamente pessoal), o sr. deveria, antes de mais nada, cultivar a “paciência” e, se me permite, a “curiosidade inocente”. Não me leve a mal, mas, se o sr. as regasse com um pouco mais de cuidado, seria capaz de produzir textos muito melhores do que os meus. E não estou dizendo isso apenas para ser gentil.
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Pois o sr., mesmo sendo um professor de História, ao que parece nunca teve a “curiosidade inocente” de analisar historicamente, em seus tempos de defensor de Xavier, as psicografias do médium mineiro, naquilo que pudessem sê-lo (se o tivesse feito, de há muito teria percebido as incoerências de “Há Dois Mil Anos”, como elas já tinham sido percebidas há muitas e muitas décadas…); quanto a isso, sua formação histórica não lhe serviu para absolutamente nada. E, ultimamente, se tivesse tido um pouco mais de “paciência”, poderia ter escrito bons textos acerca das “cidades celestiais” (diga o sr., ou qualquer outro, o que quiser, mas suas acusações de “plágio” de Xavier com relação às obras do reverendo Owen são absolutamente inconclusivas, e facilmente refutáveis; aliás, eu nem sei como é que ainda não geraram textos formais, de pesquisadores espíritas, contestando-as – mais um sintoma de preguiça mental…).
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Não fique (muito mais) zangado comigo, eu não menciono tais fatos com o intuito de gerar polêmica, sequer de irritá-lo. Mas as coisas têm de ser feitas não apenas seriamente, mas com cuidado. O sr. deve procurar não “mais confirmações” para o ponto-de-vista que esposa, ao contrário, deve perseguir as “confirmações” que arruínem justamente tais pontos-de-vista; se elas não existirem, o sr. terá, de qualquer modo, feito seu trabalho. Eu “gastei” anos (ANOS) procurando por uma confirmação histórica da existência de “Públio Lêntulo”, não porque acreditasse que ele existia (para qualquer pessoa que tenha um conhecimento um pouquinho acima da média acerca da Antiguidade, basta uma única leitura de “Há Dois Mil Anos” para que sérias dúvidas logo venham a povoar o cérebro…), mas, justamente, para ver se, de fato, HAVIA algum Lêntulo. Se, atualmente, posso dizer, com amplíssimo e altíssimo conforto, que NÃO HAVIA, é porque tentei, de todos os modos possíveis, ENCONTRÁ-LO. Vasculhei tudo, de obras históricas e literárias a inscrições – cheguei a me tornar um especialista em epigrafia romana, e em antroponímia romana, e em genealogia das grandes casas da nobreza romana. Tudo isso para TENTAR ACHAR Lêntulo. Como não achei…
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E nisso não fiz absolutamente nada de especial. Fui apenas um servo inútil, cumpri a minha missão. Era o mínimo que eu devia, inicialmente a mim mesmo, e depois a todos aqueles que, com sinceridade e boa-fé, acreditam em “Lêntulo”. Não se deve brincar com as crenças dos outros; não se deve acusar sem bons fundamentos.
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Se o sr. tivesse, outrora, “cumprido a sua missão”, qualquer que permanecesse sua opinião acerca de Xavier, em particular, ou da mediunidade, em geral, não teria “engolido” Lêntulo. Nem precisaria ir à Biblioteca Nacional… A própria “Catholic Encyclopaedia” “online”, e o próprio “Pagan and Christian Rome”, também “online”, já teriam sido suficientes para lançar muitas e boas dúvidas acerca da existência de Lêntulo; e isso sem contar as várias inexatidões históricas da psicografia. A própria composição do “conselho de guerra” de Tito, o sr. pode achá-la “online” (as obras de Flávio José encontram-se na Internet, traduzidas para a língua inglesa). Nesse caso, era uma questão de ter “paciência”. É chato, eu sei, mas é assim.
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Quanto às “cidades celestiais”, não pense que eu, sequer por um minuto, acredite nelas. São fruto da fantasia, e é bastante provável que, direta ou indiretamente, Owen tenha mesmo influenciado Xavier. Mas a questão continua a mesma: são semelhantes porque um “se influenciou” (ou “copiou”) do outro, ou porque de fato tais “cidades” existem, e, assim, tanto Owen quanto Xavier, independentemente, as descreveram do modo que as descreveram porque assim, de fato, são? Percebe o cerne da questão, sr. Biasetto? O sr. nunca vai provar “fraude” alguma, sequer “influência literária”, andando no caminho por onde tem andado. O que o sr. tem de fazer (isso eu já comentei, noutra ocasião, aqui mesmo no “Obras Psicografadas”) é “abrir” a questão, é enunciar o problema como sendo a “descrição do outro mundo”, e, aí sim, pesquisar as sucessivas “descrições do outro mundo” (porque as “cidades celestiais”, ao fim e ao cabo, são isso…), desde a Antiguidade e o Cristianismo primitivo, passando pelas descrições do Céu e do Inferno medievais, desembocando em Swedemborg, depois na polêmica sobre a “vida noutras esferas” (e noutros planetas), desembocando, antes de Owen, em Andrew Jackson Davis. A partir daí, sim, pode-se demonstrar um “construto” eminentemente humano, característico de cada época, que, em lenta evolução e mutação, uma época posterior tomando emprestado, quase sempre inconscientemente, da anterior, “pedaços de idéias”, desembocaria enfim, numa forma degenerada, em “Nosso Lar”. Pouco importa provar-se “fraude”; basta mostrar (e ISSO pode ser mostrado) que “Nosso Lar” é um último ramo, e ramo bastardo, duma longa evolução HUMANA acerca das concepções de como o “Outro Mundo” era – cada uma dessas concepções historicamente fincada em sua época, com a suas imagens típicas.
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Mas o professor de História é o sr., sr. Biasetto, não eu. Mãos à obra. Pode começar pelas “Cidades Celestiais”; leia Swedemborg, leia Davis. Leia as descrições medievais do Céu e do Inferno, tanto as ocidentais quanto as bizantinas; pesquise sobre as considerações acerca da “localização do Paraíso terrestre”; leia o tratado sobre os Seis Dias da Criação, de São Basílio de Cesaréia; e por aí vai. O sr. vai acabar se surpreendendo com o que se pode descobrir com toda essa demorada pesquisa… E, quanto aos “abusos” da Igreja, proceda da mesma maneira. Lembre-se: “curiosidade inocente” e “paciência”. Muito de ambas.
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Sds,
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JCFF.
julho 24th, 2012 às 4:42 PM
Ops … com todo o respeito, eu também não entendi. Em que a colaboração da ICAR com a ditadura argentina torna verdadeiras as psicografias de CX – que é o tema do post -ou, dito de outra forma, se os erros da ICAR são terríveis, isso significa que devemos nos calar diante do erros do bem intencionado CX? A verdade, agora, obedece à moral e não aos fatos?
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Saudações
julho 24th, 2012 às 5:05 PM
O Biasetto disse isso? Quando? Onde?
julho 24th, 2012 às 5:07 PM
Pelo que eu sei, o Biasetto classifica CX como um farsante embusteiro.
julho 24th, 2012 às 5:14 PM
Uai
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Foi o que entendi do último comentário dele ..
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Se entendi errado, mil desculpas.
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Saudações
julho 24th, 2012 às 5:41 PM
Estou sem tempo agora, depois responderei ao JCFF sobre as colocações dele. Só esclarecendo:
1º) Meu comentário não foi no sentido, em hipótese alguma, de defender a mediunidade do CX, apenas quis dizer, que gostaria muito que o JCFF usa-se do mesmo critérios e metodologias, para criar artigos criticando a ICAR, ou não tem o que se criticar?
2º) Toffo, não tenho mais “birra” alguma com José Carlos, até o admiro, pelas pesquisas – e também troquei emails com ele (até fique devendo responder uma parte a ele), pude perceber que se trata de uma boa pessoa e bem intencionada.
3º) José Carlos, não fico zangado contigo não. Quanto às pesquisas, ah! se você soubesse como é meio dia a dia, 12 aulas, de segunda a sexta, então …
Um abraço.
julho 24th, 2012 às 6:04 PM
Sr. Biasetto:
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Entendo perfeitamente as limitações de tempo. Por isso, para nós, pesquisadores diletantes, que não podem contar com polpudos patrocínios, e que têm outras obrigações, profissionais e familiares (embora haja quem não acredite nisso…), o tempo, nessas investigações, muitas vezes se mede por ANOS. Se às vezes parece que “produzo” textos relativamente longos em tempo relativamente curto, é porque já tenho uma enorme massa de material acumulado, fruto de antigas pesquisas, que, de vez em quando, atualizo; eu simplesmente sei onde procurar, e já tenho muitos “blocos” pré-prontos (estilo “Lego”). Mas, como se diz, qualquer jornada, por mais longa que seja, começa com um primeiro passo. Comece montando seus “Legos”. Mãos à obra.
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Ah, e há, sim, sempre o que criticar. Neste mundo vivem homens, não anjos.
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JCFF
julho 24th, 2012 às 6:23 PM
Realmente é talvez impossível validar as afirmações de Emanuel, referentes a encarnação como o senador publio lentulus, pois o documento é “no máximo” uma cópia do original, se aceitarmos tal proposição.
Entretanto, temos também que no livro há um personagem histórico que realmente existiu, qual foi o bisavô do senador, o cônsul Públio Lentulus Sura.
julho 24th, 2012 às 6:43 PM
JCFF, com todo o brilhantismo que lhe é peculiar, repetiu o que eu disse acima, apenas mostrando mais erudição: por quê o “Lentulus” não escreveu ao menos uma quadrinha em latim, no estilo romano da época que narrava?
Resposta: Porque CX não sabia nada de latim. Lentulus não existe e nunca existiu, saiu da cabeça doentia, mas inteligente, de CX ou da de qualquer outro que ele tenha plagiado, como de costume.
O único defeito de JCFF é o mesmo de Arduin e de tantos outros. Não vê que sua religião também é mentirosa, como destaca Biasetto.
Quanto à CX, sua humildade, retratada no beletrismo melífluo de suas obras atribuídas a “espíritos” diversos, lembra a pavonice de muitos aqui neste blog.
Biasetto, o blog chama-se “obras psicografadas”, pressupondo-se que não caiba aqui uma crítica ao estilo daquela que JCFF o desafia a fazer, mas eu também acho que você tem capacidade de fazê-la e adoraria vê-lo aceitando o desafio.
Permito-me a ousadia de dizer que você, Biasetto, apesar de seus conhecimentos de história, não encontrava contradições na obra de CX porque sua “religião-ciência-folosofia”, da qual está livre, não o deixava enxergar o que estava à sua frente, como acontece agora com Arduin e JCFF.
Que os deuses os iluminem também, como iluminaram você, retirando-lhes os antolhos (para aqueles poucos que levam tudo ao pé da letra, aviso que “deuses” é ironia).
Na minha ignorância vazia de penas coloridas na extensa cauda, acredito que se JCFF se desse ao trabalho de examinar (com o mesmo cuidado que teve ao examinar a existência de Lentulus) a existência de Nosso Senhor Jesus Cristo, chegaria à mesma conclusão: é tão imaginário quanto Lentulus.
julho 24th, 2012 às 6:45 PM
Vitor, peço a gentileza de dar uma olhada no meu último comentário, acho que caiu no spam.
Obrigado.
julho 24th, 2012 às 6:50 PM
…que, ao que consta, não deixou filhos biológicos. Ele tinha um filho adotivo. Mas as rígidas leis romanas a respeito de sucessão e paternidade jamais validariam um filho adotivo suceder o nome e a progênie da família adotante. Ainda mais uma família como os Lêntulos.
julho 24th, 2012 às 6:51 PM
Refiro-me ao Lêntulo Sura, que também teria sido o danadinho do Emmanuel.
julho 24th, 2012 às 6:52 PM
Oi, Marciano
o JCFF já analisou a questão da existência de Jesus, e concluiu que é bem mais real que a de Lentulus. Veja aqui:
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http://obraspsicografadas.org/2010/resposta-aos-argumentos-mais-comuns-dos-espritas-sobre-o-livro-h-dois-mil-anos-de-chico-xavier/
julho 24th, 2012 às 7:04 PM
Oi, Vitor. Obrigado pelo lembrete. Vou ler agora.
julho 24th, 2012 às 7:28 PM
O texto fala, em passant, da in(existência) de Jesus, o alvo é Lentulus.
Cita os evangelhos canônicos, mas não se refere aos apócrifos, em muito maior número, nem justifica a escolha dos 4 canônicos.
Presume que a existência de fragmentos do evangelho de João implique a autenticidade do texto que hoje conhecemos, esquecendo-se de duas coisas:
Primeiro, que tudo leva a crer que os textos foram adulterados durante séculos; segundo, que o fato de um escrito religioso referir-se a um personagem que teria existido não comprova sua existência.
O tal Jesus causou profundas mudanças no mundo, mas não deixou evidências físicas que outros contemporâneos muito menos importantes deixaram.
Os feitos que os textos ditos sagrados lhe atribuem são tão ridículos quanto qualquer outra mitologia religiosa.
Concordo com a afirmação do texto de que a importância de Jesus é posterior à época em que teria existido, o que só mostra que o personagem foi criado muito tempo depois.
Se estivéssemos vivendo hoje como viviam nossos antepassados há quase dois mil anos, qualquer um poderia inventar que há cem anos atrás um personagem fictício existiu de fato, fez isso, aquilo e outro. Todos, ou quase todos, acreditariam.
O espiritismo está em ascensão no Brasil. Se por acaso continuasse prosperando e se difundisse pelo mundo (refiro-me ao espiritismo chiquista), daqui a séculos, quando se tornasse uma crença seguida por bilhões de pessoas, o personagem Lentulus/Emanuel seria defendido como real por intelectuais do futuro com o mesmo brilhantismo de quantos defendem hoje a existência do personagem Jesus.
Quanto aos que negassem sua existência, se fosse possível, seriam queimados na fogueira, se a época não o permitisse mais, seriam chamados de ignorantes, néscios, só aos intelectuais é dado conhecer o mito.
julho 24th, 2012 às 8:24 PM
Marciano,
há um texto de um historiador que também defende a existência de Jesus. Na verdade, acho que nenhum historiador acadêmico duvida da existência de Jesus:
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http://obraspsicografadas.org/2012/jesus-existiu/
julho 25th, 2012 às 12:25 AM
Olá pessoal, me desculpem pelo rápido comentário anterior, até cometi uns erros de português, foi a pressa.
Bem, o José Carlos faz uso de uma lógica muito simples: qualquer pessoa, que fizesse uso de um pouco de raciocínio crítico, teria pesquisado sobre Lentulus e, assim, não embarcaria na crença da mediunidade de Chico Xavier. Mas eu pergunto: qual é a porcentagem dos religiosos, que se preocupa em usar de senso crítico, antes de embarcar numa crença?
Constantemente me deparo no facebook, com postagens religiosas, inclusive com frases/ensinamentos atribuídos à madre Teresa. Será que estas pessoas, uma única vez, procuraram pesquisar com algum cuidado, a verdadeira biografia desta mulher?
Eu sei que o blog se propõe a analisar obras supostamente psicografadas, mas de uma forma ou de outra, fica aberto o leque, para que possamos discutir outras crenças, além do espiritismo, mesmo porque, é impossível desvincular o “chiquismo” do catolicismo. Toda a obra de Chico Xavier está impregnada de cristianismo-católico. Chega a ser até engraçado, porque quando o José Carlos desqualifica o espiritismo-chiquista, ela também está, ainda que de forma indireta, desqualificando o próprio catolicismo.
A figura de Jesus Cristo, por exemplo, é o símbolo máximo das duas correntes religiosas. Um Jesus que talvez nem tenha existido e, se existiu, está muito distante da figura adorada e reverenciada, realizadora de milagres, nascida de uma virgem.
Ninguém é obrigado a comentar no blog, ou mesmo criar artigos, abstendo-se do direito de praticar uma crença, seguir uma religião, mas me parece estranhamente embaraçoso, uma pessoa como o José Carlos, dedicar tanto empenho e tempo em pesquisas, para provar, assim como 2 + 2 é igual a 4, que Emmanuel/Lentulus é uma fantasia, ao mesmo tempo em que segue e defende a Igreja Católica.
Será que ele não vê as fantasias pregadas por esta instituição?
Será que ele não aceita a realidade que esta instituição se fortaleceu e se tornou poderosa, através de pilhagens, furtos e roubos, além das atrocidades que cometeu em nome de Deus?
Ele faz uso da ideia, de que em sua contabilidade, os ativos superam os passivos, desta instituição que, em pleno século XXI, continua condenado, discriminando os homossexuais, continua criticando o uso de meios anticoncepcionais, inclusive é contra a vasectomia.
A mesma instituição que se mete em assuntos do governo, esquecendo-se da existência de um estado laico no Brasil.
Eu não preciso realizar pesquisas sistemáticas e “revolucionárias”, para revelar aquilo que muitos já sabem. Postei várias resenhas de livros neste blog, de autores destacados, falando das atrocidades que a Inquisição cometeu no Brasil. Na Europa, já sabemos muito bem.
É verdade que existiram brilhantes religiosos, que apoiaram a ciência, criaram as primeiras universidades e fizeram (como alguns ainda fazem) relevante trabalho de encontro ao povo, aos necessitados; mas negar o conservadorismo, o preconceito e os inúmeros interesses que vêm do Vaticano, é fingir não conhecer a realidade histórica. Pior ainda, é criticar os que seguem uma fantasia chamada espiritismo (dentro do contexto mostrado nesse blog); mas fazer valer-se das mesmas necessidades dos espíritas, para defender uma outra fantasia, chamada catolicismo.
Salvemos o planeta, começando por jogar a bíblia no lixo.
julho 25th, 2012 às 12:38 AM
Vitor, eu me lembro do post. Comecei a comentar no blog a partir daquele texto.
Sei que você acredita em um Jesus histórico. Para mim, foi um mito criado cerca de um século após a época em que teria vivido.
Os essênios nunca mencionaram Jesus nos manuscritos do mar morto, tinham crenças que podem ser chamadas de cristãs, acho que eles inspiraram o cristianismo, mas não o criaram.
Não vale a pena ressurcitarmos aquela discussão, nenhum de n´s (eu, você e os demais) tem como provar nada a respeito, são conjecturas.
Só quero lembrar que eu comecei a desconfiar da inexistência do personagem por volta dos 12 anos, quando comecei a estudar história mundial e vi que ele não tinha deixado vestígios históricos que eram de se esperar de alguém importante assim. Nunca acreditei no Jesus milagreiro, mas até então acreditava na existência de alguém de carne e osso que tivesse dado origem ao mito.
Nasci assim, sempre desconfiei de histórias mirabolantes, acho que devo isso, em parte, à minha família, uma salada de religiões. As discrepâncias me deixavam desconfiado. Tive sorte, mas acho que também nasci com, digamos, uma configuração um pouco diferente, não tenho o gene da crença sem provas. Acredito na matemática, acredito até prova em contrário da física e outras ciências (volta e meia corrigem algum erro do passado), acho isso legal, mas meu interesse por religião (é grande) tem um caráter mais de estudo sociológico e psicológico.
Já falei demais, estou desviando do assunto.
Um abraço e obrigado pela atenção.
julho 25th, 2012 às 12:39 AM
“Acredito até prova em contrário NA física, não DA física, como acabei digitando.
Sou um preguiçoso mental.
Desculpem-me.
julho 25th, 2012 às 12:47 AM
É uma obra de fôlego, do tipo que não se quer largar ao se adentrar no segundo capítulo. Quem escreve ficção sabe bem como é operoso escrever com tal verve.
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É o mesmo estilo dos livros de André Luiz. Eu já não gostava daquele estilo, por isso achei o livro aborrecido. Eu não o leria uma segunda vez.
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A história me pareceu pouco convincente. O personagem participa de três acontecimentos históricos: as pregações de Jesus, o cerco de Jerusálem e a erupção do Vesúvio! Um tanto exagerado, não?
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No Império Romano haviam províncias muito melhores do que a Judéia, mandar um senador romano
para lá mais seria punição do que recompensa. E um rico e nobre romano não conversaria com um estrangeiro pobre, como Jesus.
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Além disso esse senador está “romantizado” demais: senadores romanos costumavam ser tão corruptos quanto muitos políticos modernos, talvez até mais.
julho 25th, 2012 às 1:27 AM
Biasetto, não se preocupe com a gramática, eu sempre escrevo aqui com pressa também, digito um monte de coisas erradas e devo cometer alguns errinhos gramaticais como todos.
Se te dei a impressão de dar importância excessiva à gramática, você sabe que tive razões para isso, não quero sujar os dedos digitando a razão, acho que todos que acompanham o blog sabem.
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Eu já disse em outros posts, fico impressionado como pessoas informadas, inteligentes, podem se deixar enganar por coisas que não enganam um infante mais ou menos esperto.
Meu grande interesse pelas religiões em geral (cristianismo, hinduísmo, taoísmo, islamismo, judaísmo e outros ismos) deriva de minha perplexidade diante de tamanho paradoxo.
Entendo que pessoas ignorantes e pouco inteligentes se deixem enganar por fábulas ridículas, como as de Jesus, Buda e Ganesha, o que me causa pasmo é ver pessoas que demonstram grande conhecimento geral, por vezes erudição, raciocínio claro, mostrando-se tão ingênuas quanto a religião.
Deve haver um gene da crendice (aviso a quem leva tudo ao pé da letra, é ironia).
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Puxa, perde a graça ser irônico quando ninguém entende, a gente tem de avisar. É a mesma coisa que explicar piada. Não é você, Biasa, mas tem alguns que não distinguem uma brincadeirinha ou uma ironia.
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Voltando ao que interessa, acho também paradoxal que católicos do passado tenham contribuído enormemente para o raciocínio crítico, científico, como, e.g., William of Ockham, Gregor Mendel. . .
Por tais razões, fico feliz com o fato de que você tenha acordado do sonho, há cerca de três anos, e torço para que outros também o façam, mesmo que eles não consigam entender meu interesse desinteressado, como Arduin, que já me perguntou por que eu tinha interesse em que ele mudasse de visão.
Ele (Arduin) deve negar o que afirmei. Aqui vai a lembrancinha:
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1. “Marciano Diz:
julho 15th, 2012 às 10:57
Arduin (E TODOS OS DEMAIS),”
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“Se eu puder contribuir para te dar o último empurrãozinho, considerarei isso uma caridade verdadeira (aquela que não espera recompensas materiais ou espirituais)”.
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Resposta dele:
1. “Marcos Arduin Diz:
julho 15th, 2012 às 16:57
Ei, de Marte.”
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“8 – “Se eu puder contribuir para te dar o último empurrãozinho, considerarei isso uma caridade verdadeira (aquela que não espera recompensas materiais ou espirituais).”
– Não sei por que se preocupam em me fazer deixar o Espiritismo? O fato de eu ainda o achar válido os incomoda? Mas se quer tanto isso, então aí vai o que me faria considerar seriamente o abandono dele: _ Prove-me a falência dos pesquisadores mediúnicos históricos e das pesquisas que eles fizeram. Mas veja bem que você tem de fazer UM TRABALHO DE CONJUNTO. Apontar um ou outro caso e querer que eu, a partir disso, passe a achar que com o resto foi tudo igual não vai funcionar, pois isso foi o que os críticos me apresentaram até agora”.
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Nunca tentei mudar a crença de um estulto, seria um esforço baldado, mas pessoas como você me dão esperança. Você chegou aqui crente e livrou-se da superstição depois de refletir sobre os posts e comentários (não tive nada a ver com isso, quando ingressei aqui você já não era crente).
Já consegui “desconverter” dois gatos pingados inteligentes, pessoalmente.
Acreditei que poderia tirar a venda dos olhos do Arduin e do Scur, já estou me dando por vencido.
JCFF é um caso perdido mesmo, nunca pensei que pudesse influenciá-lo, ele mostra até na maneira excessivamente formal de redigir, com senhor fulano, senhor sicrano, um distanciamento dos simples mortais como nós, jamais descerá do pedestal. É um “espírito superior”. Rivail ficaria orgulhoso dele. Uma pena, é uma mente brilhante. Ainda bem que atira algumas pérolas aos porcos, desobedecendo seu mestre.
julho 25th, 2012 às 1:30 AM
Ali acima, depois de gramaticais e antes de como todos, deveria haver uma vírgula. Viu? Mea culpa.
julho 25th, 2012 às 1:43 AM
Por mim, o José Carlos poderia até ser membro da Opus Dei, e isso não ofuscaria em nada o trabalho dele em relação a Emanuel/CX, pois não se trata de panfletagem ideológica, mas de pesquisa histórica séria e comprometida com a verdade dos fatos.
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Caso eu fosse dono de uma editora ou tivesse grana para bancar, publicaria um livro com os textos que produziu.
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Se ele é crítico à ICAR, e em que grau, isto nunca seria assunto para um blog que trata de obras psicografadas. Mas para quem tem um espírito investigativo como o dele, acho muito difícil não se voltar, também, a temas obscuros relacionados à Igreja de Roma. Talvez um dia ele crie um blog próprio e a gente possa se deleitar com outros trabalhos de qualidade.
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De minha parte, só posso lhe dar os parabéns e torcer para que prossiga com seu importantíssimo trabalho.
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Saudações
julho 25th, 2012 às 1:55 AM
Marciano
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Meu post não foi uma resposta ou referência ao seu, ok? Na verdade, acho que postamos mais ou menos no mesmo instante, pois só depois que a página carregou é que vi seu comentário.
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Quanto à crença religiosa, este texto do Russell é uma pérola:
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“Muitos indivíduos ortodoxos dão a entender que é papel dos céticos refutar os dogmas apresentados – em vez dos dogmáticos terem de prová-los. Essa ideia, obviamente, é um erro.
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De minha parte, poderia sugerir que entre a Terra e Marte há um pote de chá de porcelana girando em torno do Sol em uma órbita elíptica, e ninguém seria capaz de refutar minha asserção, tendo em vista que teria o cuidado de acrescentar que o pote de chá é pequeno demais para ser observado mesmo pelos nossos telescópios mais poderosos. Mas se afirmasse que, devido à minha asserção não poder ser refutada, seria uma presunção intolerável da razão humana duvidar dela, com razão pensariam que estou falando uma tolice.
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Entretanto, se a existência de tal pote de chá fosse afirmada em livros antigos, ensinada como a verdade sagrada todo domingo e instilada nas mentes das crianças na escola, a hesitação de crer em sua existência seria sinal de excentricidade e levaria o cético às atenções de um psiquiatra, numa época esclarecida, ou às atenções de um inquisidor, numa época passada.
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Saudações
julho 25th, 2012 às 2:02 AM
Obs: Fecha aspas após “numa época passada”.
julho 25th, 2012 às 3:06 AM
Seguindo o meu trabalho intelectual do último ano, o máximo de crítica que posso fazer do texto e dos debatedores é: “Cês são massa! Uns fala a favor, outros contra. Cês são phoda! Vítor é o cara! Vi no Ratinho ontem um cara fazendo mágica legal. Esse blog tinha que passar lá no SBT, ou no programa do Datena! É da hora!”
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Desculpem-me, mas meus neurônios estão esfarelando e é uma questão de tempo até que assista diariamente o programa da Sônia Abrão. E do Jacaré, na NGT.
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Podia ser pior. Eu podia estar concordando com o Scur…
julho 25th, 2012 às 4:09 AM
“O “Chiquismo” é uma óbvia derivação da Igreja Católica.”
– Ei, seu Antônio Ge da Aeronáutica de Poá, o Chiquismo não é derivação da Igreja Católica: é aceitação plena do Rustenismo, o pseudoespiritismo ao qual foram contrabandeados dogmas da Santa Madre Igreja. Por isso Chico sempre foi tão subserviente à Federação Espírita Brasileira até o dia em que esta recusou a editores americanos ceder os direitos para a tradução das obras do Chico em inglês…
julho 25th, 2012 às 9:00 AM
Arduin, de acordo com seu ponto de vista, o Chiquismo não é filho da Igreja Católica. É neto.
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Abraço.
julho 25th, 2012 às 9:23 AM
Quanto à realidade da existência de Jesus:
Como o Vitor lembrou, o JCFF fez um cuidadoso estudo sobre os registros de sua vida, e concluiu positivimente sobre a existência da figura de Jesus. Contudo, como bem indicou o Marciano, suas fontes são impregnadas de religiosidade. Estes documentos (os evangelhos, sobretudo), sob o ponto de vista histórico, podem até ser fontes para interessantes estudos antropológicos, mas não são documentos comprobatórios de existência de alguém que tenha inspirado o mito Jesus Cristo. Eu não conheço sequer uma boa evidência, muito menos uma prova, de que tenha existido o tal Jesus Cristo. Ao contrário do Herói Revolucionário Che Quevara, que de fato existiu, mas não foi exatamente um “santo”, o mito Jesus Cristo, além de não ser, “obviamente”, o “Filho de Deus”, pode simplesmente nunca ter existido.
julho 25th, 2012 às 9:25 AM
“Obviamente” está entre aspas, porque é óbvio para mim, mas não para todos.
julho 25th, 2012 às 10:37 AM
O Suetônio diz, na minha tradução em pt, referindo-se ao Cláudio:
Os judeus, sublevados constantemente por incitamento de Cresto, foram expulsos de Roma por ele.
Eu ACREDITO que alguém tenha de fato existido. Agora, claro que nada terá a ver com a personagem mítica posteriormente construída.
julho 25th, 2012 às 12:09 PM
JCFF, como sempre, brilhante. Ainda não li o texto, espero poder fazê-lo esta semana, mas li seus comentários e gostaria de perguntar a respeito dos demais personagens do livro, chegou a pesquisar alguma coisa sobre eles? (se abordou isso no artigo,favor ignorar a minha pergunta)Ex.
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Flamínius Severos (Senador); Sulpício Tarquinius (Comandante); Sálvio Lentulus (Pretor), conseguiu alguma informação sobre essas pessoas ou elas também foram inventadas?
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Grato.
julho 25th, 2012 às 12:32 PM
OK, Marcelo.
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Conheço o texto de Bertrand Russel, costumo citá-lo de vez em quando. Dawkins também gosta, cita várias vezes, inclusive no livro “The God Delusion”.
Também gosto do unicórnio cor-de-rosa invisível, do dragão de Sagan, monstro de spaghetti voador. Podemos criar tantos deuses ridículos quanto nossa infinita imaginação permite.
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Desejo esclarecer que sou também grande admirador dos posts e comentários de JCFF. Acho que ele tem uma postura incompatível com sua formação católica quando procura um estilo formal e distante dos meros mortais, só isso. Falta-lhe um pouco da tão propagada humildade. Devoro seus textos com grande interesse e não entendo como alguém com seu gabarito intelectual permanece fiel às delirantes ideias de sua religião, mas não é o único intelectual ingênuo nem será o último.
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Antonio, tenho cuidado com as suscetibilidades e animosidades aqui, mas para mim também é óbvia a inexistência física do mito Jesus.
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Leonardo, eu, particularmente, acredito que todos os personagens sejam inventados, não tenho conhecimentos de história suficientes para pesquisar nem tempo para adquiri-los, mas talvez existam alguns personagens reais, como fizeram com o mito Jesus, isso dá credibilidade aos personagens que se inventa.
Você pega um personagem fictício, coloca-o num contexto histórico-social real, faz com que contracene com personagens reais, et voilá: ele fica mais tangível, Jesus é um ótimo exemplo.
julho 25th, 2012 às 12:41 PM
Sr. Leonardo: acredito que isso já tenha sido respondido neste Sítio mesmo em http://obraspsicografadas.org/2010/os-nomes-das-personagens-no-livro-h-dois-mil-anos-de-chico-xavier/
julho 25th, 2012 às 1:31 PM
Bem lembrado, Gorducho.
CX foi menos esperto do que os evangelistas e posteriores adulteradores dos textos “sagrados”.
julho 25th, 2012 às 2:03 PM
Karo JCFF,
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só ñ assino embaixo d seu texto porq vc disse q a reconstituição histórica d o Gladiador foi boa.
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Todavia, ñ foi. Vc recorda p/ q Comodus passou a ver o General c/ maus olhos?
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Porq o futuro gladiador auxiliou o imperador Marco Aurélio a colocar seu pé no estribo d 1 cavalo…
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Estribos foram inventados na idade média, e as estátuas equestres romanas ñ os têm.
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O centro da trama era impossível!!!
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Viu caro JCFF, vc como o CX, é humano, e também erra…rs
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Talvez vc fique chokado c/ esta revelação… karo anjo crítico da história ñ-katólika.
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Parabéns.
mrh
julho 25th, 2012 às 2:03 PM
Karo JCFF,
..
só ñ assino embaixo d seu texto porq vc disse q a reconstituição histórica d o Gladiador foi boa.
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Todavia, ñ foi. Vc recorda p/ q Comodus passou a ver o General c/ maus olhos?
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Porq o futuro gladiador auxiliou o imperador Marco Aurélio a colocar seu pé no estribo d 1 cavalo…
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Estribos foram inventados na idade média, e as estátuas equestres romanas ñ os têm.
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O centro da trama era impossível!!!
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Viu caro JCFF, vc como o CX, é humano, e também erra…rs
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Talvez vc fique chokado c/ esta revelação… karo anjo crítico da história ñ-katólika.
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Parabéns.
mrh
julho 25th, 2012 às 2:43 PM
A história do bule de chá é o conhecido paradoxo do Bule de Russell, que se pode aplicar perfeitamente à mitificação de Lêntulo. Eu mesmo fui criado debaixo da convicção de que tudo aquilo que está em HDMA é verdadeiro, e que vários dos personagens desse romance – e de outros da lavra emmanuelina – estariam “reencarnados” no Brasil. Minha mãe chegou a me dar um exemplar de HDMA de presente, quando garoto, com dedicatória e tudo, comemorando a minha leitura do “primeiro romance espírita”. Volta e meia eu flagro um livrinho desses (Paulo e Estêvão, Renúncia etc) na bolsa de algum parente meu. Então a convicção dessa gente toda é muito forte, e o peso das obras de CX é tal que são consideradas pomposamente “obras subsidiárias da Codificação”, conforme eu aprendi num curso de mediunidade que tive (e do qual fui monitor por quase 10 anos, aiaiaiai….). Por isso eu acho muito difícil separar o espiritismo do chiquismo hoje em dia, ainda mais porque a enorme massa dos espíritas é acrítica, ou pelo menos engole a gororoba doutrinária sem piar. Ainda que, como John Monroe demonstrou em “Laboratories of Faith”, o espiritismo original, francês, kardecista, murchou irremediavelmente nos primeiros anos do século 20, e hoje é praticamente uma ficção.
Nessa esteira, contrariando o que o colega Arduin diz, o chiquismo é, sim, um desvio católico – e um peso muito, mas muito mais evidente do que o rustanismo, que ficou lá atrás, sepultado num tempo em que ainda tinha uma certa preponderância, 100 anos atrás. Como eu disse em algum post aí em cima, embora CX tenha enveredado pela doutrina espírita, sua postura de vida e sua maneira de pensar jamais deixaram de ser católicas, fruto da sua formação e do meio de onde veio. O catolicismo de CX é evidente no seu comportamento pessoal, na sua busca da santidade e dos votos informais de pobreza e castidade, e também na sua obra, principalmente através de seu amigo imaginário, o ex-senador e ex-padre Emmanuel. Não tenho absolutamente nada contra os católicos, e gostaria demais que CX se tornasse um escritor à altura de alguns dos grandes escritores de crença católica/protestante/cristã, como Alceu Amoroso Lima, Graham Greene, Leon Tólstoi e Benjamin Franklin, mas, talvez devido à sua própria limitação como pessoa, o catolicismo de CX é raso, paroquial, atrelado ao moralismo, muito apegado às convenções do mundo e ao bom-mocismo. Isso a meu ver marcou irremediavelmente o espiritismo que se pratica hoje no Brasil, tornando-o mais uma seita cristã, híbrida e misturada como tantas que há por aí.
julho 25th, 2012 às 3:18 PM
Caro sr. MRH:
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Referia-me à reconstituição em termos gerais, sem entrar nos detalhes – sempre se há de descobrir algum “descuido”, ou “licença”. Claro, nenhuma reconstituição de época num filme comercial será exata, mesmo que se conheçam as inexatidões; o alvo é gerar bilheteria. Sua observação sobre os estribos é exata (mas como é que os atores e os figurantes iriam montar devidamente, acostumados como estão à montaria moderna?). E não se trata só dos estribos; a forma moderna de arrear os cavalos para fins de carga é medieval, e não antiga. Também a questão dos arados adaptados para os pesados solos úmidos da Europa Central e do Norte, os moinhos de vento com eixos giratórios, e tantas outras coisas que a “tenebrosa” Idade Média aplicou, ou, mesmo (como as rodas d’água) usou de forma bem mais intensiva do que a Antiguidade.
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A trama, em si, é não apenas ruim, é absolutamente criminosa. Infelizmente, muitas pessoas, hoje em dia, têm da História a visão que filmes desse tipo passam – e acabam sendo brindadas com fatos ou mentirosos, ou exagerados, ou totalmente descontextualizados. Como já disse alguém, a mentira, muitas vezes repetida, acaba ganhando foros de verdade.
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E é claro que eu sou humano, e é claro que eu erro, e muito (mesmo procurando tomar o máximo cuidado possível).
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E, dentro das minhas possibilidades (inclusive de tempo), procuro ser crítico dos fatos históricos como um todo. Sobre vários desses assuntos, eu já havia postado, neste mesmo “blog”, lá por março de 2010, respondendo a uma certa sra. Sônia N., uma série de considerações acerca da influência civilizacional da Igreja na Idade Média; tomo aqui a liberdade de repeti-lo, na parte relevante, no restante desta mensagem.
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As autoridades eclesiásticas relutaram bastante em tomar a peito as responsabilidades de guiamento e liderança da sociedade como um todo; afinal, para quê fazê-lo? Era muito mais cômodo ficar como na época de Constantino e de seus sucessores (e, no Oriente, até bem depois), com o Estado tomando conta de tudo e a Igreja apenas recebendo as doações (oficiais ou não…), quase sem responsabilidades. Você quer coisa melhor? Nunca se construíram tantas igrejas em tão pouco tempo como na época do “Império Romano Cristão” de Constantino e de seus sucessores, todas com dotação de verbas e de terras para o sustento de seu corpo de funcionários – padres, diáconos, porteiros, serventes, cantores, exorcistas; fora os serviços “terceirizados” para pedreiros, carpinteiros ou marceneiros, mestres-de-obras, operários de construção, marmoristas, pintores ou mosaicistas; e os fornecedores (artesãos especializados e/ou comerciantes) de incenso, de azeite para as lâmpadas (depois, de cera para as velas), de paramentos, de material litúrgico ou para-litúrgico, como cortinados, almofadas, incensários, candelabros e lâmpadas, cálices, patenas, píxides, relicários, tudo em marfim, ouro ou prata, muitas vezes forrados com esmaltes, pérolas e pedras preciosas ou semi-preciosas; quem não viu aquilo, não viu nada… Verbas oficiais ou privadas, mas todas sustentadas pelo sistema jurídico da sociedade “civil”, com suas leis, defesa de contratos e de propriedade de terras, e sistemas de recolhimento de taxas.
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Toda uma nova superestrutura foi posta às costas da sociedade, sugando recursos; claro, houve, mesmo na época, o desenvolvimento de asilos e hospitais, mas, no geral, nada que se comparasse ao que viria depois, já na Idade Média européia – o governo civil que cuidasse dos pobres, era sua obrigação; na Igreja, rezava-se a Deus e consolavam-se as pessoas, cobrando bem por isso… A maior parte dessas belíssimas basílicas acabaram destruídas (e seus tesouros saqueados) depois, principalmente nos Bálcas (com as invasões ávaras, búlgaras e eslavas) e no Oriente Médio (com as invasões persas e árabes, e a posterior islamização); a maior parte do que sobreviveu está em Roma e em Ravena, na Itália, e também em Constantinopla, e (embora a velha São Pedro tenha sido demolida para a construção da nova basílica, nos sécs. XVI e XVII), o que restou ainda é impressionante.
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E veja bem, não é só uma questão do Cristianismo como religião oficial, ou favorecida: mesmo antes de Constantino e seus sucessores e da “festa” do séc. IV (e, no Oriente, do séc. V e, até certo ponto, VI dC), na 2ª metade do século III dC, entre as perseguições de Valeriano e de Diocleciano (grosso modo, entre os anos 260 e 300 dC), houve toda uma geração de paz; a Igreja muito prosperou e se fortaleceu nessa época, abrigada sob a proteção dum Estado e duma sociedade civil ainda atuantes (apesar das crises militares nas fronteiras); foi também, de certo modo, uma “época de ouro”, inclusive sob o ponto de vista cultural, mesmo que o Cristianismo não fosse, nessa ocasião, a religião oficial do mundo romano.
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Só que, a partir do séc. V dC, o sonho acabou, o Estado simplesmente desabou, primeiro no Ocidente. E aí? Não desabou da mesma forma, ou na mesma velocidade, em todos os lugares (o Oriente lutou bravamente por séculos); e as autoridades eclesiásticas ocidentais, principalmente na Itália, sempre apoiaram as tentativas do governo (inicialmente do governo imperial ocidental, e, a partir de Justiniano, do governo oriental) no sentido duma restauração da “ordem civil” – ou seja, duma restauração do bom e velho Império Romano; esse sonho do “Império” permaneceu, até Carlos Magno pelo menos – no Oriente, permaneceu por mil anos, até ao fim, já no séc. XV… Mas, à medida que foi ficando claro no Ocidente que o “bom e velho” Império não poderia ser restaurado, e que se teria que viver, bem ou mal, com os bárbaros, e que a sociedade, como quer que se organizasse e funcionasse, só se organizaria e funcionaria se as autoridades eclesiásticas “pusessem a mão na massa”, a atitude mudou – devagar, “aos trancos e barrancos”, com inevitáveis avanços e recuos, mas mudou; tipo, “para sobrevivermos, temos que pôr ordem nessa bagunça, não adianta esperar que os ‘civis’ façam isso, não farão” – e estavam certos, não fariam…
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Veja, estou resumindo e simplificando bastante as coisas; esse é um assunto fascinante, porque nós, da civilização ocidental, somos o que somos por causa dessa decisão. Isso não aconteceu no Oriente, onde a estrutura do Estado centralizado sobreviveu, e onde a Igreja permaneceu sempre subordinada a esse Estado, quer em Bizâncio, quer depois na Rússia dos czares; quase como um “departamento de crenças” do Estado; ou então, como representante das minorias cristãs, no Islão – o patriarca jacobita de Antióquia, o patriarca copta de Alexandria (depois do Cairo), o patriarca nestoriano de Selêucia-Ctesifonte (depois de Bagdá) e os vários patriarcas “melquitas” respondiam perante os governantes muçulmanos, respectivamente, por seus correligionários cristãos jacobitas, cristãos coptas, cristãos nestorianos e cristãos ortodoxos calcedonianos, p.ex. Dum modo geral, não houve “conflito entre o Estado e a Igreja” no Oriente – as coisas eram bem claras, o Estado governava tudo, inclusive os assuntos eclesiásticos, impunha seus candidatos aos bispados, usava os tesouros da Igreja toda vez que precisasse, etc. Isso ocorreu quer onde não havia muita liberdade religiosa (como em Bizâncio, e depois na Rússia), quer onde havia uma certa “tolerância” religiosa (como no Islão – mesmo no Islão, os bispos precisavam do aval dos governantes muçulmanos para se instalarem em suas sés; e pagavam polpudas somas para isso); o próprio Islamismo adotou esse ponto de vista, e num modo extremo – para ele, a rigor, não há “sociedade civil” e “sociedade religiosa” separadas; tudo é uma coisa só; e nós hoje ainda estamos sofrendo por isso, porque não conseguimos compreender essa peculiaridade da organização das sociedades islâmicas.
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O Ocidente foi, quanto a isso, único, e (é minha opinião) foi a partir dessa unicidade que construiu uma civilização que, ao fim, revelou-se vencedora. Não se esqueça: o Oriente Médio (principalmente a Síria e o Iraque), o sul dos Bálcãs (principalmente a Grécia e a Trácia) e o norte da África (principalmente o Egito), eram as regiões mais desenvolvidas do Império Romano (ou, no caso do Iraque, do Império Persa), fora a Itália, a Sicília e o sul da França e da Espanha. O Império Romano Oriental (e depois o califado islâmico) ficou com o melhor, o mais desenvolvido; a Cristandade ocidental (com o Papa na liderança, ao menos na liderança espiritual teórica) ficou com o “osso”, as partes que já eram as menos desenvolvidas, e que, além disso, sofreram terrivelmente com as invasões e com o desmantelamento da sociedade “civil” romana, primeiro com as invasões dos germanos, depois com as dos eslavos, depois enfim com as dos magiares (os atuais húngaros, finalmente “domesticados” no país que ainda hoje tem o seu nome) e dos escandinavos (os “vikings”, também, ao fim, “domesticados” na Escandinávia, na Normandia, na Inglaterra e na Sicília)… Tudo gente boa, que não matava à toa…
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Os governos orientais, as “sociedades civis” que controlavam a(s) sua(s) religião(ões), seja em Bizâncio, seja no mundo muçulmano, ficaram com o “filé mignon”; a Igreja Ocidental (sem apoio de qualquer “governo civil”!) ficou com a “carne de pescoço”, onde “sociedade civil” significava “anarquia”. Então a Igreja pôs mãos à obra, mas, veja bem, Sônia, nunca, nunca assumiu um “controle total”; sempre insistiu que havia dois poderes, o civil e o eclesiástico (a famosa “teoria dos dois gládios”), embora com preponderância para o eclesiástico, porque, no fundo, ela sabia que não tinha se organizado (e nem Jesus a havia organizado) para assumir um governo civil; e o que ela esperava (ao menos no início), ainda que inconscientemente, era que um “bom e velho” governo civil voltasse; e essa é a origem da nossa visão ocidental da “separação de poderes entre o Estado e as religiões”, entre o “religioso” e o “laico”, uma visão única e específica da sociedade ocidental; a origem disso, Sônia, pasme se quiser, acredite ou não, foi a recusa da Igreja, na Idade Média, em controlar tudo, e sua confissão, ainda que implícita, de que ela não havia sido constituída para cuidar dos aspectos “seculares” da sociedade.
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Mesmo os bispos, no Ocidente, quando governavam Estados feudais (p.ex., na Alemanha), tinham “dupla investidura”, “pelo báculo e pelo anel”, porque eram considerados depositários, numa única pessoa, de “dois poderes” distintos. Claro, as coisas depois tomaram outro rumo, que não interessa aqui explorar, mas o que interessa por ora analisar é que a “carne de pescoço”, organizada/guiada pela Igreja, que se impunha à sociedade como um todo e mesmo aos “governos” civis feudais que existiam, se constituiu numa civilização que (malgrado suas limitações), ao fim, mostrou-se vencedora. Foi a Igreja (principalmente as ordens monásticas) que preservou o que restara da cultura clássica (isso quase todos sabem); mas também foi a Igreja (mais uma vez, principalmente a partir das ordens monásticas) que disseminou a tecnologia do mundo mediterrânico pelo norte da Europa (como as rodas d’água, a alvenaria de pedra e tijolo…); foi a Igreja que apoiou (inclusive financeiramente) e desenvolveu ativamente as novas técnicas agrícolas, inventadas na Idade Média, que viabilizaram a produtividade das terras pesadas desse mesmo norte – a rotação trienal de culturas, o desenvolvimento da charrua (adequada aos solos pesados e úmidos do norte, e bem mais eficiente que o velho arado mediterrânico), etc. Foi nos mosteiros, principalmente nos cistercienses, que toda uma série de “experiências” botânicas foram efetuadas ao longo de gerações, redundando em sementes com maior produtividade e maior resistência às pragas. Foi no seio das ordens monásticas, e com o seu apoio, que se espalharam novas tecnologias, quer especificamente européias, quer tomadas dos povos das estepes euro-asiáticas: técnicas metalúrgicas mais apuradas, de origem germânica mas desenvolvidas no seio da Europa, inicialmente utilizadas pelos guerreiros para as suas espadas e armaduras, mas, no meio monástico, adaptadas para a confecção de implementos agrícolas; os moinhos de vento com eixos móveis (os do Oriente tinham eixos fixos), que podiam aproveitar ventos que sopravam de várias direções; os estribos e as ferraduras para os cavalos, e o novo meio de os arrear, que permitiu seu uso para puxar as charruas, ou as carroças, dum modo bem mais eficiente que as juntas de boi (ou seja, o cavalo, antes um animal usado apenas para a guerra e, portanto, economicamente improdutivo, passou a ser também usado na agricultura e no transporte de cargas). Etc., etc., etc. – a lista é longa, paro por aqui. Esqueça o estereótipo da “Idade Média” como uma “Idade das Trevas”; quem afirma isso não conhece nada de História. Enquanto isso, os velhos pólos do Oriente Médio e do norte da África, que tinham partido dum nível bem mais alto, ou estagnavam ou declinavam, com seus aparatos administrativos separados de suas hierarquias religiosas, mesmo com sua relativa “tolerância” religiosa. O processo de ascensão civilizacional do Ocidente começou lá pelo séc. X, e chegou ao seu auge nos séculos XII/XIII, embora continuasse ainda depois – o que veio depois foi a conseqüência do que se plantou nesse período.
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De novo, estou resumindo (bastante!) e simplificando (muito!) um assunto que é bem complexo, mas pense nisso.
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JCFF
julho 25th, 2012 às 3:27 PM
Exatamente, o quê é isto de cristianismo CX?
Que eu saiba, os espíritas são cristões, seguem os evangelhos, mas tem uma interpretação diferente, baseado nos princípios da pluraridade de existências, mundos e da lei de ação e reação.
Os evangelhos buscam a reforma do homem, seus valores, suas relações sociais e Deus. Ensina que Deus é todo amor, que a justiça divina alcança a todos, e ninguém está irremediamente condenado…etc
Entretanto, onde exatamente o cristianismo de CX é diferente?
julho 25th, 2012 às 4:36 PM
Conhecer,
FATO: TODOS os personagem abaixo “inventados” pela Biblia ,a Arqueologia (Um dos ramos da Ciência, que é bem aceita pelos céticos) já comprovou a existência , inclusive há pouco tempo, a cidade Bélem.
Caifás o Sumo Sacerdote, César Augusto Império Romano de 27 A.C. a A.D. 14, Tumba dos Patriarcas (A Bíblia relata que Sara, Abraão, Isaque, Rebeca, Lia e Jacó foram enterrados em Hebrom, numa caverna denominada a Cova de Macpela, adquirida por Abraão ( Gênesis 23 ), Tumbas de Davi e Salomão, Ciro o Grande, etc… tem muito mais.
“A Bíblia teve seu conteúdo original deliberadamente alterado pela Igreja Católica”
Este é um mito sem o menor fundamento, embora de fato alguns trechos de certas versões da Bíblia tenham sofrido interpretações temporais, ela não sofreu nenhuma alteração em sua essência.
Além da Igreja Católica, a Bíblia também foi guardada por diversas comunidades do oriente médio, principalmente árabes, pela Igreja Ortodoxa Oriental e o Velho Testamento também pelos Judeus. Não há qualquer diferença significativa entre elas.
Ademais seria muito estranho que tal fosse verdade, pois pareceria um trabalho de péssima qualidade uma vez que diversas posturas da Igreja Católica são claramente Anti-Bíblicas, e se ela a tivesse alterado, teria pelo menos atenuado tais contradições.
Vale lembrar que o Catolicismo é uma religião baseada não somente na Bíblia, mas também em quase 2.000 anos de obras filosóficas, éditos e bulas papais.
julho 25th, 2012 às 5:40 PM
ksouza, sugiro que você veja isto:
http://www.bibliadocetico.net/
julho 25th, 2012 às 5:45 PM
Muitas informações contidas na bíblia, são de fato documentos históricos. A questão é saber distinguir a realidade da fantasia, além de fazer uma análise crítica sobre seus “ensinamentos”.
http://www.youtube.com/watch?v=IUKRMyIogH4
julho 25th, 2012 às 6:41 PM
FATO: TODOS os personagem abaixo “inventados” pela Biblia ,a Arqueologia (Um dos ramos da Ciência, que é bem aceita pelos céticos) já comprovou a existência , inclusive há pouco tempo, a cidade Bélem.
Caifás o Sumo Sacerdote, César Augusto Império Romano de 27 A.C. a A.D. 14, Tumba dos Patriarcas (A Bíblia relata que Sara, Abraão, Isaque, Rebeca, Lia e Jacó foram enterrados em Hebrom, numa caverna denominada a Cova de Macpela, adquirida por Abraão ( Gênesis 23 ), Tumbas de Davi e Salomão, Ciro o Grande, etc… tem muito mais.
?? Otaviano e Ciro o Grande não são personagens (só) bíblicos, são figuras históricas.
Cova de Machpelah: se Genesis foi escrito/terminado pouco antes (no reinado do Josias??) ou durante o exílio, esses escritores suponho conheciam essa cova. Qual o problema de terem inventado que ali tinham sido sepultados os míticos Patriarcas??
As tumbas do Davi e do Salomão foram descobertas??
julho 26th, 2012 às 1:56 AM
Pelo exposto aqui, podemos concluir:
. A carta atribuída a Públio Lêntulo é “falsa”, ou não é um documento histórico genuíno, pois não só é apócrita, como também é um documento adulterado ao longo dos anos;
. Consequentemente, a encarnação de Emanuel, como o senador, governador ou seja lá o quê, não pode ser confirmada pela História;
. Nenhum personagem do romance pode ser comprovado historicamente, uma vez que seus nomes não seguem o padrão dos nomes da época, pois além de serem “portuguesados”, não são nomes completos;
. Entretanto, é quase uma impossibilidade que Chico Xavier soubesse da farsa histórica de Públio Lêntulo, tendo em vista que não teria ainda saido do interior de Minas.
Tendo em vista essas considerações, somos levados a afirmar que a obra é uma farsa histórica, que a fonte (Emanuel) ou seu coautor (CX) são, no mínimo, escritores de gosto duvidoso ou que os fenômenos mediunicos são uma farsa? Correto? Bom, a resposta é não!
Vejamos porque:
1 . Emanuel também foi o Padre Amaro, encarnado no Brasil, que realmente existiu;
2. Os nomes se perdem ao longo do tempo! Será que há referências históricas a todos os senadores que estiveram por lá, naquela época?;
3. Ao usar o nome Públio Lêntulo, Emanuel revela saber mais que CX, uma vez que este não teria condições de saber a origem “controversa” do personagem.
Para finalizar, temos muitas outras afirmações de Emanule que são facilmente identificáveis, em outros romances e comunicações.
julho 26th, 2012 às 2:10 AM
Biasetto,
Vi o video, José Saramago apenas apresentou a crítica dele e diga de passagem, bastante comum esse tipo de crítica em relação a Biblía, ainda pensei comigo, ele vai falar que a Biblia foi alterada pela Igreja Catolica, etc.. essas mesmas criticas que estamos acostumados a ouvir.
Concluindo, a exatidão histórica da Biblia, acontecimentos, titulos corretos (quando menciona um governante, ela sempre usa o título correto. Por exemplo, ela se refere corretamente a Herodes Ântipas como “governante distrital” e a Gálio como “procônsul), não contém conceitos anticientíficos, declarações cientificamente corretas (Há cerca de 3.500 anos, a Bíblia declarou que a Terra estava suspensa “sobre o nada”. (Jó 26:7), personagens ( Poncio Pilatos, Rei Herodes, etc..) , a verdade sem disfarce (Os escritores dos Evangelhos não enfeitaram os fatos para que outros vissem Jesus com bons olhos. Em vez disso, foram honestos em relatar que ele nasceu em circunstâncias humildes, numa família de classe trabalhadora; que ele não estudou nas escolas de prestígio da época e que a maioria dos seus ouvintes rejeitou sua mensagem. ) harmonia interna (A Bíblia foi escrita num período de uns 1.600 anos, de 1513 AEC a cerca de 98 EC. Portanto, muitos dos aproximadamente 40 escritores viveram em séculos bem distantes um do outro; tinham também ocupações diferentes. Alguns eram pescadores, outros pastores ou reis, e um era médico), diferenças razoáveis (Existem algumas diferenças entre certos relatos, mas isso não seria de esperar? Suponha que um grupo de pessoas testemunhasse um crime. Se todas mencionassem os mesmos detalhes, usando as mesmas palavras, você não suspeitaria de conluio? Seria razoável haver algumas diferenças de um testemunho para outro, pois cada pessoa relataria o crime de acordo com seu ângulo de visão. Foi isso que aconteceu no caso dos escritores da Bíblia). Não consigo perceber essas “invenções”, realmente não consigo.
Em relação a fantasia, tenho que concordar existe algumas interpretações teológicas e ensinamentos ( purgatório, céu , inferno, reencarnação , natal, trindade , etc) da Bíblia que evidência a falta de conhecimento de muitos cristãos.
Um forte abraço.
julho 26th, 2012 às 2:38 AM
Caros seguidores do site e, em especial, o administrador do site.
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Andei lendo aleatoriamente os posts do site de vocês. Nesse tópico, agora, dos “Testemunhos Lentulianos”, cheguei a pensar em falar um pouco sobre o assunto citando a obra de Pedro Campos, “Lentulus: Encarnações de Emmanuel – Inquirição Histórica”. Depois acabei vendo que esse livro já foi “detonado” por aqui.
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Sabe, duas coisas me impressionam, mesmo, neste site.
A primeira, o nível de conhecimento dos dados espíritas que seus participantes tem. Gosto de ler essas páginas, vendo quão vasto é o conhecimento sobre o espiritismo que vocês têm. É realmente impressionante.
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A segunda, correndo sério risco de que eu seja julgado também como tal, é a arrogância da maioria de vocês.
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Não sei quem é esse tal de Scur. Passeando pelo site vi umas três a cinco mensagens dele. Não duvido que ele tenha postado várias mensagens por aqui, mas dos posts que visitei vi muito mais críticas feitas a sua pessoa do que as ideias (fiz até uma busca no search box do site com os termos Roberto, Roberto Scur e Scur, obviamente que não uma pesquisa exaustiva, pois estou aqui por diletantismo). Tomando minhas visitas ao site como amostragem, ouso dizer que de cada dez mensagens respondendo ao Scur ou se referindo a ele, sete trazem adjetivos pouco elogiosos ou menosprezo a sua pessoa (ironias travestidas de convite ao diálogo), quando em tese o que importaria seria responder a suas colocações.
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Esse expediente, de desqualificar o autor da obra (no caso, as obras espíritas) ou seus defensores (o Scur, por exemplo) em vez do conteúdo, é um sofisma há muito conhecido, mormente utilizados em debates de cunho político ou em plenário do Júri, e aqui amplamente utilizado. É claro, vocês também debatem acerca da obra em si, mas se alguém defende os postulados espíritas… sei.
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Só para me ater a um exemplo singelo, logo no primeiro parágrafo deste post, o administrador escreve “(…) a farsa da existência da personagem Públio Lentulus, guia do alegado “médium” Chico Xavier, já era de conhecimento público dos espíritas pelo menos desde 1944, que no entanto insistiram em sustentá-la, se valendo para isso, no meu entender, de mais fraudes.”. Num só trecho, o administrador chama de farsante Chico Xavier e de fraudadores os defensores da hipótese da existência de Públio Lentulus. O gesto do administrador expõe acusações subjacentes – quem pratica uma farsa, é um farsante, quem pratica uma fraude, é um fraudador – poderia ter posto termos em aspas, poderia se referir à farsa e, principalmente à fraude perpetrada pelos defensores, como hipóteses. Poderia pelo menos por aspas nos referidos termos. Mas não fez. Não fez porque é useiro e vezeiro em ofender quem sustente ideias espíritas (nem precisa, necessariamente, ser um espírita) – e acredito que nem se dê conta conscientemente disso, apesar de já ter sido expulso do “clube cético”, um fórum de debates, por pelo menos duas vezes, por tratar com termos ofensivos alguns frequentadores (se não era o administrador deste site, era alguém usando o pseudônimo de Vitor Moura, e que por coincidência também é combatente das ideias espíritas; mas ainda que se trate de outra pessoa, ainda sobram os termos pejorativos usados pelo adminstrador por aqui nesse site para ilustrar o que digo). Eu não vou sair pelo site coletando e transcrevendo as desqualificações pessoais jogadas a esmo, mas sejam honestos consigo mesmo, elas são abundantes, escritas não só por ele.
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O administrador, como outros tantos de vocês, são livres para falar o que bem entenderem, por óbvio, mas a forma de fazê-lo, atacando pessoas em vez de suas ideias, denuncia o caráter panfletário e, por algumas vezes, fanático, de que se revestem esses comentários, notadamente nos momentos de maiores arroubos (com exceções, obviamente). Não estou a falar aqui da fina ironia ou da figura de linguagem bem empregada (algo que talvez só o JCFF tenha sabido usar por aqui com o devido peso – diga-se de passagem, JCFF parece-me um gentleman, embora eu não concorde com a análise dos dados que ele, com absoluta lisura e erudição, apresente).
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Bem, como eu disse, vocês são livres, a casa é de vocês, mas a pseudo-cientificidade dos debates, ou lisura da proposta do site (que está transcrita no rodapé do site, “assinada” por seu Administrador), fica seriamente desacreditada. É por isso que duvido muito que o Scur volte a se manifestar, ou que qualquer outro debatedor espirita sério se prenda a vocês por muito tempo.
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Outra coisa, alguns de vocês se utilizam constantemente de falácia para “sustentar” seus argumentos.
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Por exemplo, utilizar-se de Ian Stevenson, sustentando que suas pesquisas, (que provariam a hipótese da reencarnação, segundo Stevenson e seus colaboradores), para dizer que está provada que a hipótese da lei de causa e efeito propalada pelo espiritismo é falsa, é um tiro no pé.
Ou bem Stevenson provou a tese da reencarnação (e vá lá, que esteja errada, se generalizarmos as conclusões de Stevenson, a lei de causa e efeito, mas vejam bem, ele teria assim provado a reencarnação, oras!), ou então ele não provou a hipótese da reencarnação, caso em que seu estudo seria igualmente imprestável para desqualificar a lei de causa e efeito.
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Outra falácia: dão crédito aos dizeres mal e mal resmungados de Waldo Vieira, um ex-espírita useiro e vezeiro em “demonizar” o espiritismo em detrimento da Conscienciologia (embora, para mim, a Conscienciologia é o Espiritismo sem o seu aspecto religioso e com um vocabulário próprio, criado por Waldo), para criticar a lisura de caráter de Chico Xavier e mesmo de Otília Gonçalves (uma médium que fraudou, sim, penso eu, mas teria fraudado sempre? Não poderia ter perdido os dotes mediúnicos e passado a fraudar?).
Então, é licito inferir que a fonte também é confiável quando se refere a Chico como 100 por cento cumpridor de sua TACON (na língua de Waldo quer dizer “tarefa de consolação”, conforme entrevista que concedeu certa vez ao “Globo Reporter”), ou quando diz que Andre Luiz existiu e psicografou por meio dele e Chico (como relatou a Marcel Soto Maior em “As Vidas de Chico”), ou, mais ainda, que suas informações acerca da Conscienciologia e Projeciologia são, igualmente, a mais pura verdade.
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Mais uma falácia: utilizam-se de texto de Marcel Souto Maior, dando-lhe pleno aval, quando descreve o processo utilizado por Carlos Bacelli, quando Marcel sugere nas entrelinhas uma fraude, mas silenciam quando o texto de Marcel Souto Maior é atestado da mediunidade de Chico.
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Outra pior, usar D.Home para desacreditar os estudos de Kardec, logo ele, talvez o maior médium de todos os tempos, que dizia ter seu próprio guia espiritual… D.Home é fonte segura para derrubar Kardec quanto a hipótese da reencarnação? Então é lícito dizer que é fonte segura para confirmá-lo quanto aos fenômenos de materialização de objetos, levitação e comunicabilidade de um espírito desencarnado…
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E por ai vão, incluindo a clássica de tomar suas posições pessoais como prova cabal do que defendem,em quase todos os temas.
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Meu irmão é quimico, minha cunhada bióloga, eu cursei faculdade de História e de Direito… todos os ramos da ciência têm correntes de pensamento antagônicas entre si acerca de determinados fatos, não de todos os fatos, mas de determinados sim.
Sim, o Jesus histórico é admitido pela maior parte dos historiadores, mas não por todos, e nem por isso a cientificidade de quem contesta a existência física de Jesus deixa de ser citada como HIPÓTESE.
Na Física, o Big-bang é admitido como o fato que “provavelmente” criou o Universo, mas a física também convive com a Teoria dos Universos Múltiplos”, que se contrapõe à teoria do big-bang.
Na Psicologia há os freudianos e os junguianos, no Direito os positivistas e os jusnaturalistas.
A pseudo-cientificidade de vocês não admite sequer que os fatos espíritas, ou algum fato espirita isolado, sejam considerados uma hipótese. Para vocês, é fraude, e se não é fraude é questão de pura ingenuidade de quem propale o fato, e se não é ingenuidade então é um caso de psiquiatria… mas e se não for fraude, ingenuidade ou questão psiquiátrica, não pode ser uma hipótese?
É de ferir a lógica, ver quem seja católico, que por silogismo é alguém que acredita nos diversos milagres da história dos santos, ou ao menos dos contidos nos relatos bíblicos, é de impressionar que negue peremptoriamente que o dito milagre possa ter por explicação a HIPÓTESE espírita, mormente se for um católico afeito ao diálogo científico.
É de impressionar que alguém que admita a Parapsicologia como uma ciência, não admita a HIPÓTESE espírita para os “fenômenos parapsicológicos”, mormente se acredita na existência, ainda que hipotética, de qualquer dos fenômenos catalogados nos anais da Parapsicologia.
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Questionar a inteligência dos espíritas por não concordarem com o ponto de vista de vocês é insultoso – e infantil. Há físicos, psicólogos, pedagogos, médicos, psiquiatras, historiadores, juristas etc espíritas, ou adeptos de ideologias aproximadas, ou mesmo livre pensadores que se permitem crer na comunicabilidade dos espíritos, ou na reencarnação, apresentando a lógica dos seus respectivos ponto de vista.
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Na obra “Há Dois Mil Anos”, Chico Xavier nominou Públio, com acento agudo e tudo, e não Publius, aportuguesando o nome do senador romano, como fez com o nome de outros personagens; tampouco transcreveu em latim erudito corrente da época em que foi ambientada a história o poema que o personagem principal redigiu para Livia; como também deixou de escrever “Há dois mil anos”, o título da obra, em latim… aliás, a obra toda bem que poderia ter sido escrita em latim, para agradar os versados em latim, afinal, se Emmanuel foi romano ele tinha que escrever em latim… do contrário, catapluft! Tá provado que não foi romano, que sequer sabia latim. Melhor, tá provado, provadíssimo, que não tinha espírito nenhum, mas apenas um minerinho humilde que ignora por completo o latim.
Senhores, venhamos e convenhamos, a obra foi escrita para nativos de língua portuguesa. Se Chico já conhecia a carta apócrifa como querem alguns, poderia muito bem não ter aportuguesado o nome e pronto, isso é uma firula que não prova nada, contra ou a favor do espiritismo. Prova, sim, bom senso para quem quer ver sua ideologia divulgada… Mal comparando, de que serve uma missa rezada em latim se o crente desconhece totalmente esta “lingua morta”, o padre vai ler a homilia e o coitado do leigo não faz assimilar lhufas do evangelho.
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– “Ah, o espírito tinha que ter aproveitado a oportunidade de escrever em latim, que assim estava provada a veracidade da comunicação”, diriam alguns (alguém aqui, brincando, até sugeriu algo parecido). Mas convenhamos, provava mesmo para vocês? Há cético que não acredita nem vendo, diz que é alucinação, e se outros vêem, que é alucinação coletiva; tudo, menos a HIPÓTESE espírita.
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Vocês sabem – ou deveriam saber, tamanha a erudição espírita que vocês se jactam de ter – que o espírita, ao menos o que estudou Kardec, não acredita que tudo que reluz é ouro (embora eu tenha visto um vídeo no youtube de um “certo” cético dizendo algo como “… e nos sabemos que os espíritas acreditam em qualquer bobagem que contam para eles”).
Antes de tudo, o espírita sabe que um fato, tido como espírita, pode ser um embuste ou mero fato natural, o espirita sabe que nenhum médium é infalível (somente Jesus, medianeiro de Deus), que qualquer ensinamento tem que passar pelo critério da universalidade das comunicações (o que muitos espíritas deixam, indevidamente, de aplicar), que não somente bons espíritos se comunicam, mas também espíritos embusteiros, aptos boa parte das vezes a enganar os médiuns, que o médium também pode se auto-sugestionar, transmitindo mensagem de seu próprio inconsciente, vocês sabem das condições que possibilitam materializações e que não depende somente do médium que o fenômeno espírita aconteça.
Vocês sabem de tudo isso, mas preferem simplesmente dizer que é farsa dos supostos médiuns e fraude de quem os defenda, ou simplesmente dizem entre si – “não adianta, o espirita sempre vai dizer que nenhum médium é infalível e toda aquela lenga lenga espírita”. Agora, usem um pouco de empatia, porque por nossa vez não vamos crer que também não adianta argumentar com vocês?
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Sim, vocês conhecem William Croockes, Brian Weiss, Hernani Guimarães Cardoso e outros tantos… fraude, fraude, fraude… segundo o ponto de vista exclusivista de vocês.
O espírita crê que não seja fraude, é verdade, mas não a descarta.
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Vocês não serão os primeiros a não acreditar. Tomé não acreditou na “ressurreição” de Jesus e muitos, até hoje, sequer acreditam que Jesus existiu.
Nós, espíritas, cremos que Jesus tenha predito nos evangelhos o surgimento do Espiritismo, e não da presença do espírito santo poucos dias depois que ele acabou de ser crucificado. Assim como nós, os cristãos (que somos também) acreditamos que a vinda de Jesus da forma que se deu estava prevista no antigo testamento. Os Judeus, todavia, ainda esperam seu Messias prometido.
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Todos os dados levantados nesse Blog foram defendidos por algum espírita em livro, como por exemplo por Luciano dos Anjos em relação aos plágios que Divaldo Pereira Franco teria feito de obras de Chico Xavier, ou como por exemplo por Conan Doyle, em História do Espiritismo, para demonstrar como a decantada confissão de fraude de uma das irmãs Fox foi desmentida, ou, mais especificamente, como os argumentos trazidos por Pedro Campos no livro “Lentulus: Encarnações de Emmanuel – Inquirição Histórica”, que trata do assunto no presente tópico, e que teve os argumentos solenemente desprezados nesse site, em outro tópico criado somente para criticá-lo. Ao meu ver, a análise feita aqui do livro de Pedro Campos foi, no mínimo, partidária, e como tal fadada as conclusões tomadas no referido tópico.
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Eu poderia citar livros que demonstrariam que a reencarnação era aceita por muitos cristãos primitivos, e que teria sido preconizada por Jesus, como foi por Judeus de sua época, como é até hoje se não por todos, por alguns judeus.
Desde Allan Kardec até aqui, o espírita demonstra, o cético rejeita… escrevem-se livros (“Porque não sou espírita”) e a contestação não se faz demorar (“Porque sou espírita”). Não preciso citar títulos, não para vocês.
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Mas, sinceramente, adianta dialogar?
Como manter aberto um diálogo, se a qualquer argumento ou demonstração não é sequer admitida a hipótese espírita (exceto como ponto de partida para poder rejeitá-la mais a frente de forma peremptória, premeditada)?
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O espírita dialoga sempre admitindo a hipótese contrária. Vocês não. Vocês não dialogam (vocês aqui, deste site), vocês esperam a vez de falar. Dizem que admitem a hipótese espírita, mas admitem mesmo?
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É por essas razões que creio que o Scur não se manifestará mais por aqui, como a maioria dos espíritas, dentre eles, eu.
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De qualquer forma, louvo a intenção do trabalho de vocês. Eu já fui ateu (católico, espirita, ateu e novamente espírita, nesta ordem, como Conan Doyle) e sei da inquietação que move parte de vocês. Para um ateu, confesso, é fácil ser contra o espiritismo, é até o mais natural, pululam argumentos. Só não consigo, na minha tacanha compreensão e deficiente empatia, entender os que, crentes em Deus, continuam a ser anti-espiritas apesar de conhecer tão profundamente o espiritismo… para estes eu acho os argumentos que sustentam um tanto quanto paradoxais.
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Aos espíritas que por aqui passarem, relembro Paulo de Tarso, recomendando-nos que examinemos tudo, retendo o que for bom, e lembrem-se que toda moeda tem dois lados.
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Que Deus nos abençoe.
julho 26th, 2012 às 2:51 AM
Gorducho,
As tumbas do Davi e do Salomão NÃO foram descobertas.
Existe outra descoberta:
Em 1993 foi descoberta a Estela de Tel Dan:Trata-se duma pedra de basalto escuro que menciona a “Casa de Davi”, com a inscrição bytdwd, (byt casa dwd Davi .
E encontrado em Israel “selo” do período do Templo de Salomão.
Um forte abraço.
julho 26th, 2012 às 9:21 AM
Alan, muito bom o seu comentário… sob o prisma espírita.
De minha parte, na condição de cético e ex-Chiquista/Kardecista, admito, sim, a hipótese espírita. Apenas a considero, hoje, muito improvável. Da mesma forma, admito a hipótese da existência de Deus, mas também a considero improvável.
E quer saber a razão de minha incredulidade? É simples: São hipóteses muito interessantes, mas baseadas em premissas fantasiosas, que não encontram sustentação na ciência e nem apresentam evidências. É só por isso.
Sds.
julho 26th, 2012 às 10:19 AM
Alan,
o Scur foi expulso devido às mentiras que ele repetidamente contava. Ele mesmo admitiu que era mentiroso. O Scur foi rebatido em cada ponto que ele apresentou, e depois voltava com as mesmas ideias já rebatidas em outros posts.
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Com relação ao Clube Cético, a segunda vez que fui expulso não foi por xingamentos, mas o motivo alegado foi que eu não tinha pedido autorização para o reingresso. E a primeira vez que fui expulso foi por agressões sim, mas sempre em resposta a outras agressões.
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Não coloquei a palavra farsa entre aspas porque não há outro nome para quem pega um verbete de uma enciclopédia e retira os trechos que dizem que o personagem é fictício, para assim dar a entender que o personagem é real. Quem faz isso para mim é fraudador. Que outro nome você daria para essa pessoa? Advogado?
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Stevenson provou a existência de um fenômeno anômalo cuja explicação mais provável até o momento é a reencarnação. Isso pode ser entendido como prova. Outras pessoas acham que ainda é necessário explicar os mecanismos até que seja aceito como prova. Depende do critério de cada um.
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Otília fraudava desde sempre. Veja o post “Otília, a mulher barbada” que mostra que ela fraudava bem antes de 1965.
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E é falso que o espírita dialoga admitindo sempre a hipótese contrária. Quer uma prova? pegue como exemplo o próprio Kardec. Veja se ele, em algum momento, em qualquer obra sua, admite a possibilidade da inexistência de Deus.
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Por fim, adianta dialogar sim, desde que não seja na base da mentira, como o Scur fazia – e ele mesmo admitia!
julho 26th, 2012 às 11:06 AM
O sr. Alan impressiona a princípio, pela alentada dissertação. Mas, espremendo, dá no mais do mesmo: a mesma lengalenga espírita, pretensamente benevolente com o próximo, mas escondendo uma terrível arrogância, que eu conheci tão de perto desde que nasci. Basta ver o final da dissertação, quando menciona Paulo de Tarso e manda Deus nos abençoar. É difícil discutir com essas pessoas, porque envolve artigos de fé. E mais difícil ainda quando se veem pessoas ilustradas e instruídas como ele serem as mais renitentes e cegas em relação aos fatos objetivos, e sabendo manejar argumentos. Aí fica complicado.
julho 26th, 2012 às 12:04 PM
Ksouza76, você não visitou o site recomendado pelo Biasetto. Recomendo que o faça com um exemplar da bíblia em mãos, confronte tudo o que vir lá.
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Alan, sua busca perfunctória induziu-o a erro. Ouso dizer que todos aqui (menos Vitor, que está enfezado com Scur) gostam dele. Ele faz o tipo espírita radical meio doido, já viu disco voador, por isso tem muita brincadeira. Ele também insulta todo mundo, mas nada pra valer.
Quanto ao “calor” com que são defendidos e atacados argumentos aqui, isso se deve à posição democrática do administrador do site, cuja única discrepância foi a expulsão do Scur, amigo do Biasetto, ambos viviam “se pegando” aqui, mas comendo linguiça na casa do Biasetto.
Diferentemente de sua análise, o Scur continua acompanhando o site e já até mandou mensagem através do Biasetto, a qual foi autorizada pelo administrador.
Crenças existem para todos os gostos, cada um defende a sua, o que só prova que existe algo errado, são quase todas mutuamente excludentes.
Você já viu, aqui no site, o post sobre as sessões de materialização de que CX participou?
Se Jesus tivesse mesmo existido, se eu fosse Tomé, quando ele aparecesse pra mim e me mostrasse as chagas, eu perguntaria a ele como fez para fingir-se de morto, como fez todos acreditarem que tinha morrido na cruz. Sim, porque, se está vivo, é porque não morreu.
Quem é ateu comporta-se como diz Platão no mito da caverna. Depois de ver a luz, nunca mais acredita nas sombras.
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Vitor, nem todo advogado é mentiroso (lawyer, liar).
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Toffo, você, que também é advogado, como eu e outros aqui, sabe como advogados sabem manejar argumentos.
julho 26th, 2012 às 12:18 PM
Para sermos objetivos:
Duvidar da autencidade da carta, não signigica “desacreditar” CX, podendo talvez deixar dúvidas a respeito de Emanuel.
Primeiro, porque CX não teria acesso as informações precedentes, ademais, nunca recebeu um vintém de seu trabalho mediúnico. É meio insano supor que uma pessoa, em sã conciência, se dispusesse a fazer uma obra imensa, para só ganhar fama de “doido”!
Segundo, Emanuel nos dá outros relatos que são verificáveis…assim, não podemos simplesmente considera-lo como “fraude”.
julho 26th, 2012 às 12:31 PM
Alan,
Achei bom seu comentário, legal.
Quanto ao Scur, não se preocupe com ele não. O Marciano disse tudo aí. Ele é meu amigo mesmo, a gente mantém contato, por email, telefone, ele já esteve em minha casa, deverá voltar, assim espero.
Ele é um tremendo provocador, e também sempre disse um monte aqui, inclusive esculhambando com o Vítor Moura.
Vítor, do jeito que você fala do Scur, que ele mentia, isto eu não concordo, porque ele sempre foi muito sincero aqui, acho que o mais sincero de todos.
julho 26th, 2012 às 12:42 PM
Biasetto, ele mesmo admitiu que mentiu em relação ao JCFF quando afirmou que ele via a Igreja Católica como “infalível”, e deu permissão de chamá-lo de mentiroso por isso.
julho 26th, 2012 às 12:49 PM
Acredito que os demais ex-espíritas que freqüentam o blog, como eu, devem ficar morrendo de rir quando lêem comentários como esses do Alan. Isso porque, no passado, pensávamos da mesma forma.
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De minha parte serve como reflexão pois, do ponto de vista de quem está “do outro lado” (meu caso hoje) revela o quanto eu era chato e tapado. Muita gente deve ter sofrido muito para tolerar minhas asneiras e alucinações passadas. E a postura que eu tinha diante de céticos e opositores era essa mesma: inferiores e ignóbeis que não possuem “evolução” para compreender o que eu digo! Putz!
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O interessante é que sair da “ilha da fantasia” para a sanidade é um processo muito rápido. É como quando muita água se acumula em uma represa até que ela rompe. Se bem que tem gente com “represas” com tanto concreto que consegue ir acumulando água (junto com muita porcaria) até a morte, sem nunca “roper”, ou trasbordar!
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Saudações
julho 26th, 2012 às 1:52 PM
Jurubeba, é o que eu disse acima, quem vê a luz nunca mais acredita em sombras.
Tá sumido do face, véio.
julho 26th, 2012 às 2:38 PM
Chico Xavier foi mais católico (no meu ponto de vista) que espírita, propriamente falando. Esta minha interpretação, acredito, está em acordo com outros manifestantes aqui do blog. Chico, porém acreditava na doutrina da reencarnação, tal qual os cristãos primitivos (antes do segundo Concílio de Constantinopla, em 553) e Judeus (Fariseus). Provavelmente isso se deu ao fato de possuir, ele (Chico Xavier), algum tipo de mediunidade (ou vários). Esse parece ser, portanto, o ponto chave que diverge entre os ensinamentos que Chico difundia e os ensinamentos difundidos por algumas doutrinas cristãs, dentre elas a ICAR.
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A doutrina da reencarnação já foi bem documentada, com foros de ciência, pelo médico psiquiatra canadense Ian Pretyman Stevenson e aqui, neste blog, fartamente divulgado suas investigações. O seguidor mais notável de Stevenson, também médico psiquiatra, Jim Tucker vem realizando vários trabalhos científicos nesta área, inclusive no Brasil, onde já foi citado numa reportagem do fantástico.
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Por que negar a reencarnação? Reproduzido do livro, Racionalismo Cristão, os seguintes parágrafos:
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“Por que negar essa verdade? Por que as religiões ocidentais tanto se empenham, tanto se esforçam, tanto se obstinam em negar a reencarnação? Por que tão intransigentemente a combatem, apesar das gritantes e insuspeitas provas da sua existência real? Por que persistem no desconhecimento de tantos fatos que exaustivamente a comprovam e dos quais está cheia a história da humanidade?
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A resposta é fácil: reencarnação e salvação são ideias que se atritam, que se agridem, que se chocam, porque antagônicas e irredutivelmente inconciliáveis. Ora, no conceito de salvação – intimamente ligado aos favores do perdão – está precisamente a base em que se apoiam tais religiões.
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Se essas organizações religiosas revelassem a verdade aos seus adeptos no tocante à fantasia dos perdões, da ‘salvação eterna’, da ‘mansão celestial’, do ‘divino Pai’, do inferno, do demônio, do purgatório e de tantas outras invencionices, nenhuma delas se manteria de pé. Desapareceriam as fontes de renda representadas pela indústria dos santos de madeira e de barro, das relíquias, dos ‘dízimos do Senhor’, das esmolas para os santos, das rezas e de muitas outras práticas artificiosas.
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Quando o indivíduo se convencer de que, se praticar o mal, terá, inapelavelmente, de resgatá-lo, sem possibilidade de perdão; que numa encarnação se prepara para a encarnação seguinte; que esta será mais ou menos penosa conforme o uso que tenha feito do seu livre-arbítrio, na prática do bem ou do mal; que as ações boas revertem em seu benefício e as más em seu prejuízo; que não pode contar com o auxílio de ninguém para libertá-lo das consequências das faltas que cometer e que terá de resgatar com ações elevadas – qualquer que seja o número de encarnações para isso necessárias –, por certo pensará mais detidamente antes de praticar um ato indigno.”
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Talvez seja por isso que Chico Xavier, aquele que acabou devolvendo ou aproximando o povo, católico brasileiro, de suas verdadeiras raízes (ou crenças), seja também perseguido. Parece então ser apenas uma questão de divergência(s) doutrinária(s), não é mesmo? Tirando a parte doutrinaria que o Chico professava e, em especial a reencarnação, podemos dizer que ele (Chico) foi uma boa pessoa. Como confirmou o próprio Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, bispo da ICAR, nestas palavras: “no campo cívico, admiro o Chico como um homem bom que é, desprendido, despretensioso, simples, sem ambição e que realiza muitas coisas em favor do próximo. É isso o que penso dele, como homem”. (Veja o vídeo da fala: http://goo.gl/CdgXt)
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Se for apenas divergências doutrinárias, caberia então tentarmos fazer um balanço, para saber qual doutrina orienta melhor, a que prega a salvação ou a prega a reencarnação. Poderia também ser abordada a questão da origem e do destino do dinheiro arrecadado. Poderíamos questionar se o Óbolo de São Pedro (dinheiro arrecadado para o Papa) paga-se imposto ou se está isento. Poderia ser investigada, da mesma forma, se existe algum tipo de remessa semelhante, para o exterior, de alguma doutrina espirita e se estaria isenta ou estaria arrecadando os devidos impostos.
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Penso, que a descoberta da verdade é algo que deixa qualquer ser humano numa posição mais confortável. Mesmo que, aparentemente, venha disfarçada de dor. E de conforto necessita o povo brasileiro, tão castigado e aprisionado pela mentira.
julho 26th, 2012 às 2:39 PM
Alan,
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Belas palavras as suas. Não é fácil ser um “gladiador na cova dos leões”. Apesar de toda a sinceridade e verdade levantada por você (sobre seus pontos de vista), ainda assim será muito difícil para que eles (os crentes materialistas daqui) te escutem. Cheguei a esta conclusão antes mesmo de aqui começar a me manifestar. E por mais que você apresente provas e/ou evidências, elas serão, sempre, contestadas. O que até entendo e penso que deve ser assim, mas eles nunca irão partir para o trabalho de campo, fazer a lição de casa, pesquisar a fundo e de maneira neutra, com um agnosticismo puro. Jamais considerarão a hipótese espírita como você mesmo levantou.
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Então resolvi, antes de minha primeira manifestação aqui, adotar uma postura diferente. Para isso, segui os ensinamentos milenares de Sun Tzu em “A arte da Guerra”. Ensinamentos que são muito valiosos para mim. E por isso que meus interlocutores, aqui neste blog, se retorcem todos quando teclam comigo, porque eu supervalorizo a lógica, a razão e o bom senso. Então veja o que dizia Sun Tzu:
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“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas… ”
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Pois bem, eu conheço o inimigo (materialistas) e conheço as ideias que defendo (Racionalismo Cristão). Já eles, sem embargo, não conhece as ideias que defendo. Então, dão tiros no escuro, sem saber onde está o alvo. O que se confirma em outra frase de Sun Tzu: “Os que ignoram as condições geográficas – montanhas e florestas – desfiladeiros perigosos, pântanos e lamaçais – não podem conduzir a marcha de um exército.”
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Repare nessa outra frase: “Se o inimigo deixa uma porta aberta, precipitemo-nos por ela.”
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E não é isso que aparentemente tenta fazer os materialistas? Então porque não fazermos o mesmo? Será que nas ideias que eles defendem, não fica ao menos uma porta aberta? Encontre-a e faça daí o seu caminho de passagem.
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Espero que considere minhas palavras e que não desista de lutar por suas ideias.
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Saudações racionalistas
julho 26th, 2012 às 2:54 PM
Marciano,
voltei pro trampo. E como trabalho entre 17h e 1h30, a hora onde “as coisas acontecem” no face fica longe de minha rotina. Mas vou aparecer mais, aqui e lá.
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Saudações
julho 26th, 2012 às 3:11 PM
Essa questão de CX não ganhar dinheiro com seus escritos serve como argumento para atestar a autenticidade de suas mensagens mediúnicas, já que ele, desinteressado de dinheiro, se dedicaria de corpo e alma à “causa” e ao bem do próximo, à elevação moral do povo etc etc. Bem, isso é meia verdade. Tudo bem que CX nunca levou, comprovadamente, um tostão de seu trabalho. Aliás isso lhe serviria justamente como trunfo, para dizer aos outros, “está vendo? não ganho nada com isso. Ninguém tem nada que dizer de mim…” Mas na verdade CX estava longe de se interessar pelo vil metal. Ele pensava mais alto que isso. De que lhe adiantaria ter dinheiro, bens, fortuna etc, se aquilo podia acabar um dia, era transitório, e mais – um homem solteiro e sem família, deixando um fabuloso patrimônio, ele sabia que as pessoas iriam se engalfinhar pelo seu espólio e, de alguma maneira, manchar o seu imaculado nome. O que CX queria, de verdade, era muito mais que dinheiro. Era fama e prestígio, que não acabam. E isso ele conseguiu. Não fez um império material (embora tenha contribuído para engordar vários impérios, como a FEB), mas fez um império imaterial com seus livros, suas cartas, seus espíritos, sua caridade, sua fama de santo, o que é muito mais duradouro do que a mera grana. E o resultado está aí: milhões de seguidores e simpatizantes, a suposição de ser o próprio Kardec reencarnado e uma religião consolidada: a religião espírita. É claro que ele conseguiu o que queria, e seu império segue firme post-mortem. Mas é evidente que, nessa trajetória para o sucesso, ele tenha deixado uns tantos “rabos” aqui e acolá, e esses rabos é que o vão pegando, pouco a pouco. Passados 10 anos de sua morte, há uma minoria, pequena mas gradualmente expressiva, dentro do espiritismo, que começa a contestar a validade do seu império. E outra minoria, fora do espiritismo, composta de ex-espíritas como eu e muitos aqui, que decididamente não acreditamos no império desse “Napoleão do Ar” – para lembrar seu conterrâneo Carlos Drummond de Andrade, esse sim o forjador de um verdadeiro império, que se autodescrevia como “Fazendeiro do Ar”, cujos bens e fazendas não estavam nas montanhas mineiras nem em lugar algum demarcado, mas vagando por aí, no ar, fazendo o deleite dos que apreciam a verdadeira literatura.
julho 26th, 2012 às 3:24 PM
Não sei se já postaram aqui, mas aí vai um bom artigo a ser lido: http://ateus.net/artigos/critica/espiritismo-ciencia-e-logica/
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Saudações
julho 26th, 2012 às 3:27 PM
Marden, acho que você está errando o alvo nessa “guerra”. Você está declarando guerra ao inimigo, os materialistas – ou, se quiser, os ímpios, ou os hereges, numa reedição meio anacrônica das Cruzadas – acabaram faz tempo, hein? – mas eu acho que está perdendo o seu tempo. Não vejo nenhum materialista aqui. Pelo menos o materialista na sua concepção, que ficou pra trás, lá no século 19, que eram os arreligiosos, os ateus, os anticlericais, enfim, toda aquela cambada que por infelicidade não pensava conforme os ditames da religião cristã. Eu não sou materialista. Sou cético, ou sem-religião, o que é muito diferente. Apesar de não acreditar em fantasmas, eu acredito sim na inteligência, na ética, nas boas obras, nas melhores aspirações humanas que não são materiais. O que importa se o sujeito é “materialista”, não acredita em Deus, acredita que tudo é matéria e tudo se acaba? O que importa é que ele tenha um comportamento irrepreensível, e eu conheço toneladas de gente “materialista” que se comporta de maneira muito mais adequada do que muitos cristãos e espiritualistas por aí. Então, meu caro, acho bom você melhorar a sua pontaria, porque o seu alvo está errado.
julho 26th, 2012 às 3:46 PM
“Ksouza76, você não visitou o site recomendado pelo Biasetto. Recomendo que o faça com um exemplar da bíblia em mãos, confronte tudo o que vir lá.”
Marciano,
João Ferreira de Almeida errou na bíblia ao traduzir a palavra grega ‘geena’ para inferno.
Abaddon
The Hebrew word Abaddon , meaning “destruction”, is sometimes used as a synonym of Hell. [ 49 ] A palavra hebraica Abaddon , o que significa “destruição”, é por vezes utilizado como sinônimo de inferno. [49]
Gehenna Geena
In the New Testament, both early (ie the KJV ) and modern translations often translate Gehenna as “Hell.” [ 50 ] Young’s Literal Translation is one notable exception, simply using “Gehenna”, which was in fact a geographic location just outside Jerusalem (the Valley of Hinnom ). No Novo Testamento, os dois primeiros (ou seja, a KJV traduções) e moderna muitas vezes traduzir Geena por “Inferno”. [50] Tradução Literal de Young é uma notável exceção, simplesmente usando “Gehenna”, que era na verdade uma localização geográfica nos arredores de Jerusalém (o Vale de Hinom ).
Hades Inferno
Hades is the Greek word traditionally used for the Hebrew word Sheol in such works as the Septuagint , the Greek translations of the Hebrew Bible. Hades é a palavra grega usada tradicionalmente para a palavra hebraica Sheol em obras como a Septuaginta , a tradução grega da Bíblia hebraica. Like other first-century Jews literate in Greek, Christian writers of the New Testament followed this use. Como outros judeus do primeiro século alfabetizados em grego, os escritores cristãos do Novo Testamento seguiram esse uso. While earlier translations most often translated Hades as “hell”, as does the King James Version, modern translations use the transliteration “Hades”, [ 51 ] or render the word as allusions “to the grave”, [ 52 ] “among the dead”, [ 53 ] “place of the dead” [ 54 ] and many other like statements in other verses. Enquanto traduções anteriores na maioria das vezes traduzido Hades como “inferno”, como faz a versão do Rei James, traduções modernas usam a transliteração “Hades”, [51] ou tornar a palavra como alusões “à sepultura”, [52] “entre os mortos “, [53] “lugar do morto” [54] e muitas outras afirmações, como em outros versos. In Latin, Hades could be translated as Purgatorium ( Purgatory in English use) after about 1200 AD, [ 55 ] but no modern English translations Hades to Purgatory . Na América, Hades poderia ser traduzido como Purgatorium ( Purgatório em uso em Inglês) depois de cerca de 1200 dC, [55] , mas não modernos Hades inglês traduções para o Purgatório . See Intermediate state . Ver estado intermediário .
Infernus Infernus
The Latin word infernus means “being underneath” and is often translated as “Hell”. A palavra latina infernus significa “estar debaixo de” e é freqüentemente traduzido como “inferno”.
Sheol Sheol
In the King James Bible , the Old Testament term Sheol is translated as “Hell” 31 times. [ 56 ] However, Sheol was translated as “the grave” 31 other times. [ 57 ] Sheol is also translated as “the pit” three times. [ 58 ] Na Bíblia King James , o Antigo Testamento termo Sheol é traduzida como “inferno” 31 vezes. [56] No entanto, Sheol foi traduzida como “sepultura” 31 outras vezes. [57] Sheol é traduzida também como “o poço” três vezes. [58]
Modern translations, however, do not translate Sheol as “Hell” at all, instead rendering it “the grave,” “the pit,” or “death.” As traduções modernas, no entanto, não se traduzem Seol como “Inferno” em tudo, em vez tornando-a “grave a”, “cova”, ou “morte”. See Intermediate state . Ver estado intermediário .
Tartarus Tártaro
Appearing only in II Peter 2:4 in the New Testament, both early and modern translations often translate Tartarus as “Hell.” Aparecendo apenas em II Pedro 2:4 no Novo Testamento, tanto no início como traduções modernas, muitas vezes traduzir Tártaro como “inferno”. Again, Young’s Literal Translation is an exception, using “Tartarus”. Mais uma vez, Tradução Literal de Young é uma exceção, usando “Tártaro”.
O recomendável mesmo é que o site “biblia do cético” faça uso das palavras originais, pois verá que muitas critícas estão totalmente fora de contexto.
julho 26th, 2012 às 4:08 PM
Isto mesmo, Toffo.
CX queria e está conseguindo ser uma espécie de santo, venerado pelos espíritas católicos, espíritas no nome, mas impregnados até a alma (alma, aí, de propósito) de catolicismo.
Não sei se estava nos planos dele, mas acabou sendo, também, um novo Kardec, no sentido de que fundou uma nova religião, o chiquismo, a qual os incautos seguem sem se aperceberem de que não tem nada a ver com Kardec. Nesse ponto, saiu-se muito melhor do que o Mattos, este que, depois de tantas décadas, só conseguiu meia dúzia de gatos pingados, enquanto o chiquismo está engrossando as fileiras do novo espiritismo com novos adeptos a cada dia (com uma ajudinha da Globo).
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Ksouza, isso que você diz do inferno é o que pregam os testemunhas de Jeová.
Veja isto: http://www.watchtower.org/t/20020715/article_02.htm.
Ao menos duas coisas você tem em comum com os TJ.
Você também crê que Jesus foi pregado em uma estaca, em vez de uma cruz?
julho 26th, 2012 às 4:20 PM
Prezados amigos,
É a primeira vez que participo de uma discussão via internet, pois não creio ser o veículo mais apropriado para interpelações com o necessário respeito normalmente exercido nos encontros acadêmicos. No entanto, não pude deixar de me surpreender com o bom nível do texto em análise e a honestidade com que a maioria dos comentadores formularam suas intervenções e comentários.
Permitam-me apresentar-me antes de formular minhas ponderações ao texto do professor José Carlos Ferreira Fernandes.
Meu nome é Paulo Cezar Fernandes (a coincidência de sobrenome é casual), sou mestre em Filosofia do Direito pela UNIVEM e mestre em Filosofia Mmoral de Immanuel Kant pela UNESP. Tenho trabalhos de filosofia kantiana apresentados em congressos na Europa e publicados na França, Portugal e Alemanha (no prelo).
Sou Católico de formação e há 20 anos, após muitas indagações não respondidas pela fé então abraçada, a cujo respeito, no entanto, sou muito grato aos meus pais pela formação que dela me deram, busquei outras doutrinas que me explicassem de maneira mais racional a Vida. Depois de uma passagem de 08 anos estudando e praticando a doutrina Umbandista, comecei a estudar e, somente por isso, adotei há 13 anos a filosofia Espírita como referencial teórico para a autoinvestigação de minha própria existência. Penso que aqui não é o espaço mais adequado para uma exposição como esta, portanto, o prezado amigo que desejar analisar e criticar a exposição dessa minha história com um pouco mais de detalhes, remeto-o ao site http://www.editorajonia.com, onde poderá encontrar 05 livros por mim escritos, onde narro parte da minha trajetória desta encarnação, tanto religiosa, quanto filosófica. Adverto, no entanto, que relativamente à minha personalidade, nada têm ditas obras de especial. Apresento-as apenas como referências sobre meu pensamento filosófico/religioso, única coisa que pode interessar para as discussões estabelecidas neste blog.
Admiro trabalhos como os apresentados pelo professor José Carlos Ferreira Fernandes (chamo-o de professor, pois, apesar de não ter certeza de sua formação, o seu texto compele-me a tratá-lo desta forma), pois, como estudante da filosofia kantiana, entendo a Crítica sempre necessária. ALiás, esta é também a exigência de Kardec relativamente a toda obra literária, seja ela produzida por Espíritos encarnados e, principalmente, desencarnados.
Relativamente às críticas aqui formuladas contra a obra do senhor Chico Xavier, por uma questão meramente espacial, não tecerei argumentos mais longos, colocando-me, no entanto, à inteira disposição tanto do professor José Carlos Ferreira Fernandes, quanto de qualquer outro interlocutor deste blog. Somente não posso deixar de lamentar a forma nada científica, segundo a definição do epistemólogo Gilles Gaston Granger em sua obra “A ciência e as ciências”, com que alguns participantes lançam seus comentários, alguns até mesmo de forma leviana. Segundo Granger, somente tem condições de realizar uma crítica honesta sobre uma teoria, quem dominar seguramente tanto a metodologia quanto o objeto investigado. Vejo, todavia, que a maioria dos que aqui se apresentam como críticos, tanto das obras de Chico Xavier, especialmente as ditadas pelo Espírito Emmanuel, quanto do Espiritismo de uma forma em geral, desconhecem absolutamente as obras básicas de Allan Kardec, especialmente aquela onde ele apresenta a nova e inédita na história da ciência e da filosofia, metodologia para investigação de um objeto livre como o Espírito, “O livro dos médiuns”. Se detivessem tais conhecimentos, os críticos saberiam que, embora as idéias e os sentimentos sejam todos do Espírito que se comunica, o léxico é todo do médium. Portanto, criticar o Espírito Emmanuel pela sintaxe da obra é ignorar os próprios fundamentos das comunicações mediúnicas, pois o Espírito é responsável apenas pela semântica das comunicações. Outrossim, os fatos históricos trazidos com a narrativa, são, ou pelo menos, devem ser sempre do Espírito que se comunica.
Ao que parece, o professor José Carlos Ferreira Fernandes é um profundo conhecedor da História da Humanidade, ao menos relativamente aos fatos narrados na obra de Emmanuel. Não tenho conhecimento algum de História para contestar seus argumentos, embora me pareça que o mesmo, em vários momentos, valha-se também da especulação histórica para contestar o que considera especulações do Chico.
Para encurtar minha crítica, como prometi, devo dizer que, embora hoje seja um estudante da filosofia Espírita, praticando, inclusive, a mediunidade, como um kantiano, sou adepto da mais profunda crítica em relação a toda e qualquer obra produzida por via mediúnica, como Kardec sempre recomenda, inclusive e, especialmente, as que são produzidas por meu intermédio. No entanto, já consegui me livrar do sempre prejudicial pré-conceito, e hoje procuro apenas estabelecer conceitos, na mais fiel acepção kantiana do termo. Não foi com outro espírito que li as obras de Emmanuel, inclusive, com muito ceticismo de início. A mais grave crítica e a lógica, no entanto, me convenceram da autenticidade de sua autoria espiritual. Portanto, para não mais me alongar, como prometi e não cumpri, no entanto, refutando as conclusões do professor José Carlos F. Fernandes e de alguns outros mais afoitos críticos do Espiritismo, devo dizer somente que Emmanuel apresenta em uma outra obra ditada através do Chico, “Paulo e Estevão”, fatos da vida dos apóstolos e primeiros seguidores de Jesus totalmente desconhecidos historicamente até o final do século XX, mas que, inobstante as especulações negativas sobre a própria existência histórica do Profeta de Nazaré, já foram demonstrados cientificamente, no âmbito das investigações empreendidas pelo Doutor Matthew D’Ancona, da universidade de Oxford. Sempre se disse que todos os evangelhos cristãos tinham sido escritos muito tempo depois da morte de Jesus, daí o seu relativo valor histórico. Emmanuel, no entanto, a partir da página 199 da minha edição do livro “Paulo e Estevão”, afirma que os apóstolos estudavam as lições de Jesus por meio das “anotações de Levi (Mateus). Pois bem, no documentário entitulado “Testemunha ocular de Jesus”, publicado pela Discovery Channel em 1998, o Dr. Matthew D’Ancona, na exata forma e sob critérios absolutamente científicos, apresenta sua tese de que o Evangelho de Mateus é testemunhal. Como Kardec previu, é a ciência comprovando o que o Espírito Emmanuel categoricamente revelou e o Chico anotou, com uma antecedência de mais de meio século.
Finalmente, como o texto do professor José Carlos Ferreira Fernandes faz referências aos enciclopedistas franceses, devo dizer que o fundador do L’Observatoire de Juvisy-sur-Orge, Paris-França, o célebre astrônomo Camille Flamarion, investigou por mais de 60 anos as comunicações espirituais, passando, a partir de então, a ser um sério defensor do Espiritismo. Da mesma forma, o professor de Harvard, o filósofo e psicólogo Willian James, fundador do movimento conhecido por Pragmatismo e pai da psicologia contemporânea, investigando fraudes de algumas dezenas de médiuns, sucumbiu ante a autenticidade de uma delas, reconhecendo, humilde e honestamente, então, a incapacidade da metodologia científica materialista para a investigação e o conhecimento dos fenômenos espíritas, e, por isso mesmo, demonstrou o doutor Willian James ser um verdadeiro cientista.
julho 26th, 2012 às 4:40 PM
Geena, segundo o Houaiss:
geena
Datação
1589 cf. Arrais
Acepções
? substantivo feminino
1 local de suplício eterno pelo fogo; inferno
2 Derivação: por extensão de sentido.
sofrimento intenso; tormento, tortura
julho 26th, 2012 às 5:27 PM
Marciano,
Inferno é um termo usado por diferentes religiões, mitologias e filosofias, representando a morada dos mortos, ou lugar de grande sofrimento e de condenação. A origem do termo é latina: infernum, que significa “as profundezas” ou o “mundo inferior”.
Etimologia:
A palavra inferno, que hoje conhecemos, origina-se da palavra latina pré-cristã inferus “lugares baixos”, infernus.[1] Na Bíblia latina, a palavra é usada para representar o termo hebraico Seol e os termos gregos Hades e Geena, sem distinção. A maioria das versões em idioma Português seguem o latim, e eles não fazem distinção do original hebraico ou grego.
Sentido Biblíco:
No Velho Testamento não há qualquer menção a Condenação Eterna, mas há sim citações no Novo Testamento que dão essa idéia. Entretanto ela é extremamente duvidosa uma vez que as palavras empregadas, inclusive a usada para “eterno”, tem outros significados.
julho 26th, 2012 às 5:38 PM
Marden, onde é que você vislumbra “lógica, razão e bom senso” na crença espírita? Na minha forma de pensar, estes elementos são exatamente o que o espiritismo não tem. Dogmatismo é matéria de fé, não de lógica e razão. Quanto à questão de bom senso, este
é um conceito totalmente subjetivo. Melhor nem entrar em detalhes…
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Jurubeba, gostei da alusão à represa que um dia se rompe…
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Sds
julho 26th, 2012 às 6:53 PM
ksouza, há bastante tempo não entro em uma igreja católica, pelo que me lembro, os padres, durante as missas, têm uma noção de inferno diferente daquela que foi exposta aqui.
Será que é ignorância dos padres, mentira deles (querem que os fiéis acrditem no inferno com o sentido desvirtuado) ou eu é que não me lembro direito?
julho 26th, 2012 às 6:57 PM
ksouza, os TJ sustentam que Sheol (você grafa Seol, não sei como se escreve ou se pronuncia em hebraico, nem conheço os caracteres) ou Geena (a mesma coisa para o grego, salvo algumas letras que conheço por obra e graça da Matemática) significa apenas o túmulo.
Se é assim, os padres estão mentindo quando se referem a inferno com o sentido popular.
julho 26th, 2012 às 7:09 PM
Paulo Fernandes,
Se Matthew D’Ancona é JORNALISTA do Evening Standard, não é CIENTISTA, como é que a opinião dele pode ser considerada como “a ciência comprovando o que o Espírito Emmanuel categoricamente revelou”?
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Ele escreveu dois livros nada científicos, “The Jesus Papyrus” e “The Quest for the True Cross”.
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Para mim, que não sou filósofo, não tenho o intelecto superior do senhor ou do professor JCFF, parece que jornalista que escreve sobre papiro de Jesus e busca pela verdadeira cruz não sabe nada de ciência e não prova coisa alguma.
julho 26th, 2012 às 7:59 PM
Marciano,
hoje recebi esse link para leitura, sugestão de alguém muito próximo que não se conforma com minha atual postura cética:
http://noticias.gospelmais.com.br/cientista-prova-a-existencia-de-deus-e-ganha-premio.html
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Com muito boa-vontade iniciei a leitura do texto, quando me deparei com essa pérola:
“Ocorre, porém, que Keller não é um menino, mas sim um dos mais conceituados cientistas no campo da cosmologia e, igualmente, um dos mais renomados teólogos de seu país.”
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Honestamente, o que poderia sair da mente de um teólogo? Que deus não existe?
Nem terminei de ler o texto.
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Aliás, esse caso (e muitos que vemos relatados aqui) me lembrou de um HQ que eu adorava: GROO. Não sei se alguém já leu. É sobre um bárbaro trapalhão que só faz besteira e mata muita gente.
Emfim, tem uma história onde um mensageiro precisa entregar uma correspondência para ele, e quando o encontra, o coitado (com muito medo de ser morto por Groo) já ia dar no pé quando Groo o interpela:
-Você leu a carta?
-Não Groo, jamais!- diz o mensageiro com medo de ser morto.
Groo olha, olha, mas como não sabe ler, ordena ao mensageiro:
-Leia para mim!
-Mas é proibido ao mensageiro ler as correspondências – já suando frio- não posso saber nem ouvir o conteúdo da carta!
Groo então solta essa pérola:
-Leia mas não ouça!
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Muita gente vive assim. O cara lê na carta: um cientista; tapa os ouvidos para não ouvir: grande teólogo (mas leu); e me solta a pérola: ele provou a existência de deus! E ele é um cientista, viu?
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Bem, ele ACREDITA em deus (teólogo, lembra?), mas não provou nada. A matéria do link está incompleta. Procurei na internet e descobri que o ilustre cidadão usou a velha falácia: como tudo tem uma causa, logo, o big-bang teve uma causa, e como a ciência não sabe qual é, a causa só pode ser deus. Francamente!
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O que tudo isso tem a ver com esse post? É que achei essa história parecida, por outras vias, com essa do jornalista que o Marciano comentou.
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Saudações
julho 26th, 2012 às 8:07 PM
Parece mesmo, Jurubeba.
Ontem furtaram minha carteira. Como não sei quem foi, só pode ter sido deus.
julho 26th, 2012 às 8:13 PM
Quem está certo sobre Jesus?
Os católicos?
Os TJ?
Os kardecistas?
Os Roustainguistas?
Os mórmons?
Vejam o que os últimos dizem de Jesus:
“Os Mórmons são Cristãos e acreditam e adoram Jesus Cristo. A doutrina Mórmon ensina que Cristo é literalmente o Filho de Deus. Através de Jesus Cristo foi providenciado um meio para que pudéssemos ser aperfeiçoados e assim voltar a viver com Deus um dia.
Cristo criou a Terra
A Igreja Mórmon ensina que Jesus Cristo, sob direção de Deus, criou a Terra. Em João está escrito: “E estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu” (João 1:10). Um versículo em Hebreus também ensina que Jesus Cristo criou a Terra através da direção de Deus: “A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo” (Hebreus 1:2).
Jesus Cristo o Grande Mestre e Exemplo
Os membros da Igreja Mórmon acreditam que Cristo viveu uma vida perfeita e ensinou-nos através de suas palavras e ações como devemos viver. A Igreja Mórmon encoraja os membros a aprender e a entender os ensinamentos de Cristo encontrados na Bíblia e também no Livro de Mórmon, o qual foi divinamente traduzido pelo Profeta Joseph Smith. Algumas das coisas mais importantes que nos foram ensinadas por Jesus Cristo são, como devemos orar ao Pai Celestial, como ser humildes e servir aos outros, o plano de nosso Pai Celestial e como devemos ser batizados.
A Expiação
A doutrina Mórmon ensina que a expiação de Cristo nos Salva de nossos pecados, o que inevitavelmente todos cometeremos nesta vida, se verdadeiramente nos arrependermos. A expiação incluiu não apenas Cristo dar sua vida na cruz, mas o sofrimento no Jardim do Getsemane. Cristo foi a única pessoa que podia cumprir com essa tarefa porque Ele era literalmente o Filho de Deus.
Para usarmos a expiação em nossas próprias vidas precisamos ter fé em Jesus Cristo, nos arrepender, ser batizados e receber o dom do Espírito Santo, obedecer aos mandamentos e perseverar até o fim. Se fizermos isto a expiação de Cristo nos dará a oportunidade de sermos aperfeiçoados e viver novamente com Deus.
A Ressurreição
Após ser crucificado, o corpo de Cristo foi colocado em um sepulcro, mas no terceiro dia seu corpo e espírito foram reunidos. Isso apóia a crença Mórmon de que Jesus Cristo teve e continuará a ter um corpo de carne e ossos. O triunfo de Cristo sobre a morte é gratuito para toda a humanidade. Todos serão ressuscitados.”
julho 26th, 2012 às 8:14 PM
Crença é como sorvete, tem sabores pra todos os gostos, menos pra quem não gosta de sorvete.
julho 26th, 2012 às 8:20 PM
Estou pensando em criar um blog para discutir sorvete.
Fico imaginando quantos filósofos, cientistas, pavões, aparecerão para sustentar que o único sorvete que presta é o de morango. Outro dirá que é o de flocos. Para outros só serve se for de manga.
Numa coisa, todos os apreciadores de sorvete estarão de acordo: quem não gosta de sorvete não presta, é ignorante, precisa de instruir-se sobre a receita de um determinado sabor, só não gosta de sorvete porque desconhece a profundidade do aroma, as nuances do sabor, os retrogostos, o bouquet, o toque aveludado.
Parece conversa de maluco?
Leiam os comentários de novo, com atenção.
julho 26th, 2012 às 8:34 PM
É Marciano, só tem um porém: sorvetes EXISTEM! Podemos tomar um a qualquer momento.
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Pode ser que muitas polêmicas surgissem nesse seu blog, mas seriam rixas acerca da REALIDADE!
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O que é dose é ficar combatendo MOINHOS DE VENTO!
Como estou lendo O MUNDO ASSOBRADO PELOS DEMÔNIOS, estou ficando contaminado com a beleza do ceticismo sério apresentado pelo Carl Sagan.
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Dureza é ter que ficar enfrentando a inversão do ônus da prova sempre que um platônico lança suas sandices em nossas faces. Não conseguem provar suas hipóteses e querem que os céticos a refutem?
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Mas vamos indo. Vivemos numa democracia e, até onde eu sei, loucura não é crime.
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Saudações
julho 26th, 2012 às 8:43 PM
Oi, Paulo Fernandes
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sobre o livro Paulo e Estevão, há problemas que foram apontados pelo historiador da UFRJ Lair Amaro nessa palestra:
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http://obraspsicografadas.org/2011/historiador-da-ufrj-lair-amaro-revela-absurdos-em-diversos-livros-psicografados/
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Sobre Flammarion, coloquei um capítulo do livro dele chamado “As Forças Naturais Desconhecidas” que mostra que as coisas são bem diferentes do que você está pensando…
julho 26th, 2012 às 8:56 PM
Bem que eu queria deixar de ser descrente e adotar uma filosofia-ciência-religião, mas não sei se acredito em Kardek, Roustaing, Mattos (o do racionalismo cristão), Joseph Smith/Brigham Young, eles vivem desmentindo uns aos outros…
Como saber quem fala a verdade?
Já pedi a deus que me iluminasse, mas parece que ele é surdo, não me atendeu.
julho 27th, 2012 às 10:10 AM
Ah! Os religiosos…
Lembrei-me que um dos piores seres humanos com quem tive o desprazer de conviver é um ferrenho religioso. No caso, um mormon. Pessoa altamente religiosa no discurso, mas perversa e totalmente “anti-cristã” nas atitudes. Não importa quem é essa “maravilhosa” pessoa. Apenas tive vontade de fazer este comentário.
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Isto, é claro, não implica inferir que todo religioso é mau. Nem indica que bons são os céticos. Nada disto. Tem gente boa e ruim entre os céticos e os religiosos. Humanidade, decência e boa índole nada tem a ver com religiosidade ou ceticismo.
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Abraço, e bom dia a todos.
julho 27th, 2012 às 12:28 PM
Toffo,
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Não pense somente como se fosse uma “guerra” física. Os ensinamentos de Sun Tzu muito podem ser aproveitados em outros campos também e de fato, vem sendo. Hoje se aplicam seus ensinamentos em empresas, ministrando palestras motivacionais, etc. Mas a “guerra” de hoje é diferente, realmente, dos tempos das Cruzadas, dos Feudais, dos Samurais. Hoje temos uma “guerra” mais intelectualizada! Mas ainda temos outros tipos de guerras também, como a luta contra a erradicação da pobreza, a guerra pela água potável para todos, a guerra de terras produtivas racionalmente, etc. Muitas delas, inclusive, matando igualmente as guerras de outrora.
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Posso concordar com você, quando diz que não há materialistas aqui, no sentido doutrinário. Que seguem, propriamente dizendo, uma doutrina com corpo formado. Se bem que, com o advento da internet, esse conhecimento doutrinário pode ser repassado de um para o outro, sem precisarmos frequentar alguma casa (no meu caso) ou centros, templos, congregações, etc. De certa forma, nem todas as nossas atitudes se baseiam apenas em experiências vivenciadas, somos também influenciados por outros pensamentos, quer de encarnados, quer de desencarnados. Podemos seguir sim, de forma consciente ou inconsciente, pensamentos de outros materialistas. Como fazem muitos materialistas hoje em dia, quando seguem conceitos de outros materialistas sem raciocinar, comportando tal qual crentes em igrejas.
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Você disse: “Eu não sou materialista”. Pois bem, quando digo que alguém é materialista (e você se inclui), é porque estou concluindo que tal pessoa não aceita ou está fechada para a possibilidade espiritualista, ok? Mas quando eu digo que sou Espiritualista, não quer dizer que sou apenas espiritualista, me fechando para os conceitos materialistas. Como já disse outras vezes, aqui defendo os conceitos de Força e Matéria, ou seja, Espírito e Corpo (nada menos e nada mais). Portanto, eu procuro estudar as duas vidas. Este binômio. O que podemos concluir que sou Espiritualista e Materialista também. Parecem conceitos antagônicos, mas não são, são conceitos complementares. Tal qual no oriente, com Ying e Yang. Ou como disse Bruce Lee: “Esvazie sua xícara primeiro, só então você poderá provar meu chá. Afinal de contas a utilidade da xícara está em poder esvaziar-se. Abra sua mente para receber novas ideias”.
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Espero que me compreendas e saiba que tenho um alvo certo. Não é aqui que surge bons interlocutores capazes de desmascarar, de desvendar as intrujices espíritas? Não é aqui que os senhores destrincham livros em busca de inverdades? Pois bem, então é aqui que deverei pedir o vosso auxilio. Talvez eu esteja sendo enganado em meus estudos e nada melhor do que céticos materialistas para me apontar os erros, para me fazer enxergar, aquilo que não estou conseguindo ver. Sei que vocês não são adeptos da famigerada palavra caridade, eu também não. Portanto, não peço a vossa caridade, mas sim o vosso auxilio e compreensão.
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Ajudem-me a desvencilhar dos meus princípios (que são errados na opinião de vocês, os que são apenas materialistas). Apontem-me as falhas doutrinarias e prometo que serei um discípulo fiel do materialismo. E serei tão ou mais chato, para com os Espiritualistas, assim como os senhores estão sendo agora para com eles. Chato não é a melhor palavra, prometo que serei revoltado, assim como os senhores. Serei revoltado não comigo mesmo, mas com esse bando de crentes espiritualistas. Espero que entendam!
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Será que poderei contar com a vossa ajuda?
julho 27th, 2012 às 12:29 PM
Marciano,
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Como o senhor vive me dando “tchauzinhos” toda a vez que “passo pela rua”, presumo que esteja querendo chamar minha atenção. Mesmo apesar de nosso encontro, “dominical numa bela tarde ensolarada em uma pracinha”, não ter ocorrido como era do seu agrado. Acredito que não está sendo fácil me esquecer não é? (risos de minha parte). Também sei ser irônico, ainda que muitas vezes apenas eu entenda, as minhas ironias.
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Mas agora deixando as ironias de lado. Você disse: “Nesse ponto, saiu-se muito melhor do que o Mattos, este que, depois de tantas décadas, só conseguiu meia dúzia de gatos pingados, enquanto o chiquismo está engrossando as fileiras do novo espiritismo com novos adeptos a cada dia (com uma ajudinha da Globo).”
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O que o senhor chama de “meia dúzia de gatos pingados”? Tem um número mais preciso para saber se realmente o que o senhor diz, condiz com a verdade? Quantos gatos são necessários para serem pingados ou deixarem de ser pingados? Agora vem a minha grata surpresa! Andou estudando e/ou pesquisando sobre Racionalismo Cristão? Acho isso muito bom! Poi somente assim o senhor terá argumentos para qualificar ou desqualificar, os princípios que aqui defendo. E como parece que o senhor já vem estudando, então pergunto: Quantos são os estudiosos desta doutrina? Poderia citar a sua fonte de pesquisa? Qual foi o levantamento estatístico? Consistiu esse levantamento, apenas no Brasil ou no mundo?
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Deve saber que não fico “pegando no seu pé”, mas para falar algo, o senhor deve-se ter bases sólidas, se não parece “papo de crente”, “papo de gente revoltada”, “papo de fanáticos”, que gostam de atacar mas não gostam de apresentar nenhum argumento convincente e não gosta de quem contra-argumenta suas ideias. Assim ninguém poderá te levar a sério! É sério! Acho que o senhor deve ler, pesquisar, ir a fundo, despretensiosamente, se quiser defender suas ideias aqui ou em qualquer outro lugar.
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Talvez o senhor não tenha percebido ou estudado ainda, mas no Racionalismo Cristão está patente o interesse em “qualidade” e não em “quantidade”. E como não quero cometer os mesmos erros do senhor, como o de dizer e não poder apresentar provas, extrairei parte do livro Práticas do Racionalismo Cristão, 12 ª Edição, ano de 1989, a afirmação que corrobora com o que acabo de dizer. Este livro está disponível gratuitamente no site da Universidade de Goiás.
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Deixarei para colocar o extrato do livro, em meu próximo comentário direcionados, novamente, à sua pessoa.
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Saudações racionalistas.
julho 27th, 2012 às 12:30 PM
Marciano,
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Apresento aqui, como é devido, o extrato do capítulo III que trata sobre Mediunidade e Médiuns, do livro Práticas do Racionalismo Cristão, 12 ª Edição, ano de 1989. (Este livro está disponível gratuitamente no site da Universidade de Goiás.)
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“Os médiuns que desejarem trabalhar nas correntes fluídicas das Casas Racionalistas Cristãs, devem, primeiramente, fazer um exame de consciência, a fim de verificarem se realmente estão aptos para exercer tal atividade.
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Eles precisam conhecer, profundamente, o que diz este capítulo, e estarem resolvidos a enquadrar o seu modo de viver na disciplina nele registrada. Caso não se sintam fortemente dispostos a assumir os compromissos que os Princípios doutrinários impõem, é sinal de que ainda é cedo para tomar essa resolução. O Racionalismo Cristão não faz questão de quantidade, mas de qualidade.
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E dolorosíssimo para todos os companheiros da Causa terem de enfrentar o dever de dispensar um médium iniciado, por haver ele fraquejado nas suas obrigações e na conduta. Com o rigor da disciplina só os fortes vencem, e na Doutrina unicamente estes podem ser admitidos para o trabalho.”
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Então Marciano, se o senhor ler todo o capítulo atentamente e não superficialmente, perceberá que nenhum médium é convidado ou obrigado a se “desenvolver”, “trabalhar” ou “disciplinar-se” em uma casa racionalista cristã. Esse desejo parte do próprio médium.
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Se estudasse, de verdade, o que é esta disciplina racionalista, saberia então porque que muitos médiuns, que vem de outros ambientes distintos e sem nenhuma disciplina, acabam voltando para os lugares de onde saíram. E nem por isso são chamados pelos racionalistas de desertores. Porque estes sabem que a evolução do espírito, é um processo lento, gradual, porém sem jamais retroceder.
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Nas poucas linhas que foram extraídas, o senhor poderá perceber, também, que não há problema algum para a Doutrina Racionalista Cristã (esta Doutrina que diz a Verdade e que não pactua com a mentira, que prega obediência às leis e aos bons costumes do país), em dispensar médiuns, diretores, presidentes, que deverão seguir um código de ética e de conduta.
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Mas não se assuste com a disciplina imposta e nem pense que esta Doutrina seja má. Afinal de contas, não é isso que ocorre com outras disciplinas? Não temos advogados, médicos, engenheiros, etc, perdendo seus direitos de exercerem sua profissões?
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Por enquanto é o que tenho a esclarecer-lhe! Receba minhas saudações racionalistas.
julho 27th, 2012 às 12:30 PM
Antônio G.,
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Há muito que venho lançando questões aqui, mas parece ninguém realmente se interessa. Talvez o blog não permita isso também e pode estar aí uma possível causa, a de nunca aprofundarmos seriamente em um determinado assunto. O blog, penso, deveria ser estruturado por tópicos. Me explico. Penso que deveria se iniciar um tópico, dialogar sobre este tópico, apresentar os pontos contra e a favor, chegar a um consenso e se for favorável ou desfavorável, este tópico deveria ser “finalizado”, deixando em em “standby” (de forma pausada), até que novas provas ou evidências sejam apresentadas. Mas para cada nova evidência, um e-mail deveria ser enviado automaticamente para todos os participantes do tópico em questão. Você poderia ser participante ativo ou apenas um leitor (guest) dos tópicos. E participaria de quantos tópicos você achasse que tivesse condições de participar.
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Note que aqui, a “turminha cética materialista” se acha apta em participar de todos os tópicos aqui apresentados. Pena que a grande maioria não discute, propriamente falando, sobre os temas apresentados no blog. Discutem sobre outros assuntos, alguns novos é verdade, mas a maioria são velhos assuntos. Fazendo das discussões algo infindável e sem solução. E nem quero entrar aqui no âmbito das palavras de baixo calão e das ameaças. E posso acreditar que se alguém fizer algum excelente comentário em algum outro post de mais de 2 anos, você provavelmente não tomará conhecimento desse fato, a menos que esta pessoa venha colocar o assunto deste outro post, nos posts mais atuais. Não é certo?
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Será que você consegue ver a problemática? Será que descartar todos os fenômenos espiríticos que se apresentam, também não seja uma questão dogmática ou de fé no materialismo? E porque não estudar e aceitar os dois tipos de fenômenos que se nos apresentam, tanto na parte material, quanto na parte espiritual?
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Não sei se você lembra, mas levantei aqui questões como o atavismo. Então pergunto, se há pessoas que tem partes do corpo parecendo com a de primatas, podemos pensar que é por que em nossos genes temos os mesmos genes (herança vertical). Mas se outra pessoa nasce com algum tipo de rabo, cauda, mais parecendo um rabo de porco ou a cauda de cachorro, ai pensaremos, os primatas nossos antecessores não tinham rabos, então deve ter vindo de outra forma, algum cruzamento genético (herança horizontal). Mas se outra pessoa tem características atávicas de uma especie que não existe e nunca existiu em seu continente de origem, acredito, deveremos tentar levantar outras hipóteses.
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Da mesma forma ocorre quando apenas um único caso levantado por Ian Stenvenson ou Jim Tucker, fuja dos padrões “normais” de entendimento. Outras possibilidades devem ser levantadas. Para uma pessoa que diz se lembrar de uma vida passada, talvez pensaremos, que isso seja comum, que muita gente tem sonhos assim ou alucinações desse tipo. Mas se essa pessoa relata que em sua vida passada foi atropelada por um trem, tendo vários ferimentos ou membros amputados e que nesta vida atual, ela tenha as mesmas cicatrizes nas mesma localidades, ou inclusive nasce faltando o(s) exato(s) membro(s) que foi/foram perdido(s), ai diremos convictos: isso é coincidência! Tal qual adeptos da “doutrina da fatalidade” ou “doutrina da casualidade”.
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Tudo bem, quando for apenas um caso. Mas e quando os casos se repetirem em situações idênticas ou parecidas? Por exemplo, uma pessoa que lembrasse de ter, em outra vida, levado um tiro na cabeça e nesta vida atual, ter a mesma cicatriz, no local exato? Iremos sustentar isso como uma coincidência atrás de outra coincidência? Ou procuraremos tirar as vendas de nossos olhos e colocar o nosso raciocínio em ação, nem que isso cause um certo desconforto ao comodismo que estávamos habituados?
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Antônio, eu poderia ficar aqui, mostrando os milhares de exemplos de nossa história, de fatos que corroboram para que certos fenômenos, somente podem ser entendidos sob a luz do Espiritismo (Racional e Científico). Mas pouco ou nada adiantará, se o senhor mesmo não quiser investigar por conta própria. Veja que as ciências (astronômica, cosmológica, física, psicologia, sociologia, medicina, etc), não desmente o Espiritismo (Racional e Científico), antes o confirma. E assim há de ser, quer o senhor queira, quer não.
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Saudações Racionalistas.
julho 27th, 2012 às 12:48 PM
É, Antonio, tem muito cético mau, por exemplo, Macedo e cia. São mais céticos do que eu, você e todos os céticos do blog. Passam-se por religiosos pra pegar a graninha dos trouxas.
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Ksouza, se ainda está por aqui, ficaria grato se me respondesse:
1. Marciano Diz:
julho 26th, 2012 às 18:53
ksouza, há bastante tempo não entro em uma igreja católica, pelo que me lembro, os padres, durante as missas, têm uma noção de inferno diferente daquela que foi exposta aqui.
Será que é ignorância dos padres, mentira deles (querem que os fiéis acrditem no inferno com o sentido desvirtuado) ou eu é que não me lembro direito?
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Professor Doutor Paulo Fernandes, gostaria que Vossa Magnificência (presumo que seja o reitor da universidade, como Vossa Magnificência presumiu que JCFF é professor) também me respondesse, de preferência de uma forma que um estulto como eu possa entender:
1. Marciano Diz:
julho 26th, 2012 às 19:09
Paulo Fernandes,
Se Matthew D’Ancona é JORNALISTA do Evening Standard, não é CIENTISTA, como é que a opinião dele pode ser considerada como “a ciência comprovando o que o Espírito Emmanuel categoricamente revelou”?
.
Ele escreveu dois livros nada científicos, “The Jesus Papyrus” e “The Quest for the True Cross”.
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Para mim, que não sou filósofo, não tenho o intelecto superior do senhor ou do professor JCFF, parece que jornalista que escreve sobre papiro de Jesus e busca pela verdadeira cruz não sabe nada de ciência e não prova coisa alguma.
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Desculpe-me se o tratei sem a merecida reverência anteriormente.
julho 27th, 2012 às 2:35 PM
Está perdendo seu tempo comigo, Marden. Na verdade, o que você quer é usar o espaço deste blog para fazer proselitismo da sua crença e tentar ganhar adeptos. Isso eu não acho legal. Sugiro a você abrir um blog exclusivamente racionalista cristão, onde você pode expor as suas crenças e abrir para discussão. Quem se interessar vai lá. Acho que você não tem ambiente aqui.
julho 27th, 2012 às 2:36 PM
Começou… (só os céticos entenderão, kkkk)
julho 27th, 2012 às 2:40 PM
Vitor,
cobra pelo espaço.
julho 27th, 2012 às 3:18 PM
Toffo,
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O blog é somente para céticos? Se for, de quais tipos? Para os céticos neutros (puros, ainda sem opinião formada), para os que tem tendência para o espiritualismo ou para os que tem tendência para o materialismo?
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No blog deveria se discutir apenas obras psicografadas e excluir todos os bons temas que aqui já foram publicados? Ou deveria continuar discutindo sobre EQM, sobre materializações (falsas ou verdadeiras) e outros assuntos correlacionados?
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Deveria esse blog discutir apenas sobre espiritismo Kardecista ou não? Se for este o caso, deveria então ser mudado o título do blog, ou deveria continuar discutindo sobre obras psicografadas e também sobre Allan Kardec? E se for assim, deveria então excluir o recente post sobre Camille Flamarion já que este deserdou-se de Kardec?
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Se você acha que deve manter o post de Camille Flamarion, você não acha que posso aqui também defender o Espiritismo Racional e Científico? Ou você acha que só porque é mais fácil para você tentar combater o espiritismo místico, que apenas este deveria ser levado em conta aqui?
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Há sim o espiritismo místico, fabricante de loucos. Disso, para mim, não há a menor dúvida. Mas e quanto ao restante de fenômenos, que passam desapercebido por tais médiuns indisciplinados, não convêm serem estudados seriamente? Ou você acha que assuntos sérios sobre Espiritismo só devem ser tratados fora deste blog? Não seria injusto para alguns e também para o administrador do blog, Vitor Moura?
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Alguém te obriga a vir aqui manifestar? Você tem algum ganho (implícito ou explícito) sobre o que aqui comenta? Pois bem, ninguém me obriga a vir aqui manifestar e faço isso com toda a isenção, sem ganho algum, e pelo contrário, venho com muito sacrifício.
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Se você respondeu não, para essa duas últimas perguntas, então acredito que já sabe qual o caminho a tomar. Se ainda tiver dúvidas, favor consultar-me.
julho 27th, 2012 às 3:38 PM
Marden,
eu disse que os céticos entenderiam. Como você não é cético…
julho 27th, 2012 às 3:44 PM
Ah, sim:
“Há sim o espiritismo místico, fabricante de loucos.”
.
Um subproduto do espiritismo seria o quê?
Uma franquia de hospício?
julho 27th, 2012 às 3:49 PM
Fala Marciano,
“Ksouza, se ainda está por aqui, ficaria grato se me respondesse:
1. Marciano Diz:
julho 26th, 2012 às 18:53
ksouza, há bastante tempo não entro em uma igreja católica, pelo que me lembro, os padres, durante as missas, têm uma noção de inferno diferente daquela que foi exposta aqui.
Será que é ignorância dos padres, mentira deles (querem que os fiéis acrditem no inferno com o sentido desvirtuado) ou eu é que não me lembro direito?”
Ksouza:
O Catolicismo é uma religião baseada não somente na Bíblia, mas também em quase 2.000 anos de obras filosóficas, éditos e bulas papais.
Geena, tem sentido diferente de Hades e Sheol, porém são traduzidas por inferno sem nenhuma distinção. É uma tradução errada, levando uma interpretação diferente em relação a idéia da Bíblia.
Respondendo a sua pergunta, é muito tempo de catolicismo, acho que envolve muito mais fatores, não apenas esses que vc perguntou.
julho 27th, 2012 às 4:10 PM
Marden: você não vem aqui discutir. Você vem aqui trombetear a sua doutrina. Fazer propaganda. Alardear o racionalismo cristão. Tentar ganhar adeptos. Ninguém aqui é bobo, homem. A gente sabe ler. Você e aquele Fernandes que chegou aqui, pontificou e escafedeu-se. Querem publicidade, oportunismo às custas do espaço alheio. Não pense que a gente não percebe. É chato pacas, viu? Aborrece pra caramba.
julho 27th, 2012 às 5:49 PM
ksouza, obrigado pela resposta, pra mim ficou implícito que os padres mentem para os fiéis quando falam em inferno, tantos anos de seminário não justificaria essa ignorância.
Você tem razão quando diz que o catolicismo não se baseia só na bíblia, as demais obras produzidas em todos esses séculos muitas vezes entram em contradição com a própria bíblia, como o culto a santos, virgindade de Maria (a bíblia fala toda hora nos irmãos de Jesus), por aí vai.
Com meu pouco conhecimento de religião em geral, acredito que ICAR só é monoteísta na teoria, além da santíssima trindade, Maria é uma deusa, todos os santos são deuses.
As religiões politeístas têm um deus principal e vários deuses menores, não vejo diferença.
julho 27th, 2012 às 5:52 PM
Toffo, você tem razão quanto ao Professor Doutor, chegou aqui, apresentou o curriculum, vendeu seu peixe e sumiu.
julho 27th, 2012 às 5:54 PM
Minha formação profissional é em Direito e Contabilidade, no resto sou apenas curioso, mas se eu fosse filósofo, cientista, tivesse pós doutorado em Oxford, PHD nisso, aquilo e outro, teria vergonha de vir aqui promover livros de religião.
julho 27th, 2012 às 6:00 PM
Eu teria orgulho de dizer que escrevi Kritik der reinen Vernunft, Prolegomena zu einer jeden künftigen Metaphysik, die als Wissenschaft wird auftreten können e Grundlegung zur Metaphysik der Sitten (os únicos que li de Kant), mas ser especialista em Kant (presume-se que leu toda a extensa obra e que domine o alemão) e só dizer bobagens, dizer que a ciência comprova o misticismo e a mitologia chiquista baseado em um jornalista tendencioso e que gosta de auto-promoção é vergonhoso.
julho 27th, 2012 às 6:05 PM
Como tem gente racionalista neste mundo…
http://www.facebook.com/SatanismoRacionalista?sk=timeline
julho 27th, 2012 às 6:07 PM
Eu pensava que a DE pregasse a humildade, diante de tanta pavonice e arrogância que vejo por aqui, mudei de opinião.
julho 27th, 2012 às 6:36 PM
Merece ser ratificado:
“Há sim o espiritismo místico, fabricante de loucos.”
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Um subproduto do espiritismo seria o quê?
Uma franquia de hospício?
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julho 27th, 2012 às 6:37 PM
Merece ser ratificado:
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“Há sim o espiritismo místico, fabricante de loucos.”
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Um subproduto do espiritismo seria o quê?
Uma franquia de hospício?
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julho 27th, 2012 às 6:45 PM
Marciano,
coçou meu dedo mandar o link que você postou. Só não tive a sua coragem! Syd Barrett Aprova! 😉
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Você está me dando lições de peleja meu caro!
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Saudações
julho 27th, 2012 às 7:03 PM
Jurubeba, embarquei na sua ideia.
Gostei da inside joke (Syd).
Abs
julho 28th, 2012 às 12:29 AM
Com esta turma: Toffo, Marciano, Jurubeba, Antonio.
Fica difícil acrescentar algo aqui.
Estou só acompanhando.
julho 28th, 2012 às 1:05 AM
Aos seguidores do site e, em especial, ao Vitor
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Prometi a mim mesmo que não ia voltar a comentar nesse blog, mas preciso dizer algumas coisas, por justiça, completando minha mensagem anterior.
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Queria dizer que continuo lendo o site/blog (e continuarei lendo, há muita coisa boa por aqui… da para se passar meses lendo mensagens anteriores sem sequer acompanhar os últimos tópicos, tanta a informação).
E lendo posts anteriores, de fato, Scur, vamos dizer assim, não precisa que ninguém o defenda.
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Quero dizer também que Vitor Moura é uma pessoa admirável. Se eu pudesse, editaria minha mensagem anterior para, sem mudar minha crítica em si, ser menos agressivo ao administrador deste site.
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Vitor, mantenho minhas críticas sobre como você (em especial) maneja seus argumentos, de forma a usar autores que professam idéias espíritas ou aproximadas das idéias espiritas para, atendo-se ao que haja de discordância por parte deste autor, concluir que o autor refuta/rejeita/desmascara o Espiritismo, fechando os olhos para os pontos em que o autor é, ao menos, simpatizante, induzindo os mais apressados a comprarem a ideia de que o autor refuta/rejeita/desmascara o Espiritismo, quando no fundo – e as vezes até expressamente – o autor não faz. Acabou de fazer isso outra vez, agora abrindo um tópico com Camille Flammarion.
Todavia, reconheço em você, acima de tudo, um provocador, no bom sentido, no sentido daqueles que agem em estímulo ao debate. Não concordo com suas conclusões (como miríades de pessoas não concordam com a minha), e acho até que você tem um quê de obsessivo-compulsivo (para o bem ou para o mal de sua causa), mas há que se reconhecer que você dispõe o texto que analisou para que, quem queira, tire suas próprias conclusões e, principalmente, dispõe o espaço para que tal pessoa expresse as conclusões a que chegou, discordantes ou não. Não há censura prévia ou posterior (o que deve gerar até algumas inconveniências de ordem prática). Isso, por si só, certifica a honestidade da proposta do site, aquela lá do rodapé da página, contrariando, nesse aspecto, o que eu disse anteriormente.
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No mais, o que dizer que já não tenha sido dito pelas “lenga-lengas” do Scur ou outros “tapados” como eu e ele? Aliás, não me admira que o Scur tenha se repetido em alguns de seus argumentos: os casos em estudo mudam, mas a abordagem dos céticos, como as dos “tapados”, também é sempre a mesma.
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Espremendo tudo o que eu disse, ou apesar de tudo o que eu disse, quero que fique claro, Vitor, que eu te admiro – penso outras coisas de você também, mas vou tentar não estragar minha retratação, 🙂
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Que Deus nos abençoe.
julho 28th, 2012 às 8:45 PM
Toffo,
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Você pode pensar que venho aqui para fazer proselitismo. É sua opinião e devo respeitá-la. Na minha opinião não estou aqui com este propósito. Só não sei como falar do Espiritismo, que mais preenche meus anseios, sem citar ou mencionar, de vez em quando, o nome da doutrina, ou algum livro por ela publicado, ou o nome de seu codificador. Muitas vezes estou substituindo a palavra Racionalismo Cristão para Espiritismo (Racional e Científico). Outras vezes uso apenas RC. Mas que fique claro, nunca tentei te vender nada e nem pedir que você frequentasse qualquer coisa!
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Quanto ao Paulo Fernandes, não posso dizer porque ele divulgou o seu site e depois desapareceu. O que eu posso dizer é que foi aqui que eu escolhi me manifestar, quer você goste ou não. Não sairei daqui para ir discutir esses temas em outros sites/blogs. Pelo menos não intenciono fazê-lo. Visitei sim o link que o Paulo Fernandes sugeriu, vi que seus livros podem ser comprados ou também baixados gratuitamente e acabei fazendo o download para ler futuramente, de forma gratuita.
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E porque fiz isso? Porque acredito que o saber não ocupa lugar. Se você não quiser ler os livros dele, bom para você. Se você não quiser ler os livros que eu indico, melhor para você. Muita gente, não tem tempo para leitura, para análise, para a reflexão. E assim preferem “gastar” o pouco que sobra de seu tempo, falando mal de algumas pessoas. Mas, esses mesmo que “desmascaram” certas obras e algumas intrujices de certos médiuns, não gostam quando lhes apontam os erros. Preferindo retirar o cisco no olho alheio, do que tirar a trave de seu próprio olho.
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Afinal, há gostos para tudo. E devemos respeitar os gostos e opiniões das pessoas. Mas quando uma pessoa resolve manifestar suas opiniões para um certo público, ela tem que estar preparada para ouvir opiniões diferentes. Eu não gostaria que você, ou qualquer um outro, deixasse de participar desse blog. A menos que admitam que as opiniões que antes sustentavam, já não se poderão sustentar mais. E é isso que eu penso mostrar aqui para você e para qualquer um outro, independente da posição social ou grau de escolaridade.
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Receba minhas saudações racionalistas.
julho 28th, 2012 às 8:51 PM
Em terra de cego, quem tem um olho é rei.
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E quem tem dois faz ciência.
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Saudações
julho 29th, 2012 às 2:53 AM
Marden,
Veja como são as coisas:
– o Scur é espírita e acredita na mediunidade de Chico Xavier, acredita que Emmanuel e André Luiz são espíritos de luz, muito sábios.
– o Arduin é espírita e acredita na mediunidade de Chico Xavier, mas não acredita que Emmanuel e André Luiz sejam espíritos de luz, nem que sejam sábios.
– o Vítor Moura é espírita, porque acredita na existência do espírito e da reencarnação, mas nem acredita na mediunidade de Chico Xavier, nem na existência de Emmanuel e André Luiz.
– o JCFF não acredita no espiritismo, muito menos na existência de Emmanuel e na mediunidade de Chico Xavier, mas é católico.
– o Toffo, o Antonio, o Jurubeba, o Marciano e outros que aqui se manifestam não acreditam em nada de sobrenatural, espiritualidade, seguem a linha ateísta, cética.
– eu deixei de ser espírita e não consigo enxergar a existência do Deus das religiões, mas acho (veja bem, “acho”) que Deus pode existir e espíritos também.
– você acredita no Racionalismo Cristão e se manifesta aqui, com a certeza de que está certo, de que precisa abrir os olhos, a mente de todos os demais.
Você já parou pra pensar que talvez você seja o iludido?
Ou você tem provas concretas de que é o único que encontrou a verdade?
Você disse:
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– Mas quando uma pessoa resolve manifestar suas opiniões para um certo público, ela tem que estar preparada para ouvir opiniões diferentes. Eu não gostaria que você, ou qualquer um outro, deixasse de participar desse blog. A menos que admitam que as opiniões que antes sustentavam, já não se poderão sustentar mais. E é isso que eu penso mostrar aqui para você e para qualquer um outro, independente da posição social ou grau de escolaridade.
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Você está preparado para ouvir opiniões diferentes?
Você já pensou se o que você acredita, talvez não possa mais (frente tudo que já foi mostrado no blog) sustentar-se?
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Eu gostaria que você respondesse a estas perguntas.
Um abraço.
julho 29th, 2012 às 9:24 AM
Calma, gente! 🙂
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O Marden tem as convicções dele e gosta de expô-las aqui no blog.
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Não concordo com a maioria das coisas que ele posta, mas defendo o direito de ele de se expressar livremente, desde que isso não esteja em desacordo com a linha editorial do blog, o que deve ser tratado pelo Vitor.
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Eu também possuo minhas convicções, embora sem proselitismo; mas não tenho a mínima paciência de ficar debatendo o que me parece óbvio, em um sentido ou outro. Não guardo a mínima pretensão de mudar as pessoas, pelo contrário, quero mais que cada um seja feliz com suas opiniões.
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A vida é o ombudsman do autoengano!
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Saudações
julho 29th, 2012 às 1:37 PM
Biasetto,
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O senhor só não soube explicar ainda como é este deus que o senhor julga existir e que seja diferente das religiões. Da mesma forma, o senhor também não deu explicações do porquê que o senhor acredita que espirito poderia existir. Seria então o espírito que o senhor acredita existir, algo diferente da doutrina Kardecista, que o senhor deixou de ser? E se for este o caso, em quais aspectos eles seriam diferentes?
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Agora respondendo as suas perguntas:
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“Você já parou pra pensar que talvez você seja o iludido?”
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Já sim! E sempre volto a repensar sobre esse tema. E tanto é verdade, que já não me satisfazia apenas ouvir opiniões de outros racionalistas. Eu queria mais que isso. Debati já com outros espíritas das mais variadas doutrinas. E também com outros religiosos sobre a proposta espírita que no meu ver, melhor responde aos meus anseios. E como se não bastasse tudo isso, escolhi este blog para colocar à prova, as ideias que são compatíveis com a minha forma de pensar. Aqui eu penso que poderei encontrar as melhores mentes que defendem o ateísmo no Brasil. Isso ainda não aconteceu, mas não perdi ainda as minhas esperanças. E confesso que não sou o melhor para defender as ideias racionalistas cristãs, porque tenho conhecimento de um número bem grande pessoas que poderiam fazer isso de forma muito melhor.
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“Ou você tem provas concretas de que é o único que encontrou a verdade?”
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Eu não sou o único e nem os demais estudantes do RC consideram serem os únicos. O RC é uma doutrina que diz a Verdade. Mas não que seja dona da Verdade. A Verdade está no micro e no macro cosmo! Está na natureza! A ciência é uma ferramenta que visa buscar essa Verdade.
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“Você está preparado para ouvir opiniões diferentes?”
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Sim, estou! Mas até o momento tenho ouvido mais acusações e difamações, no lugar de opiniões sinceras. Leio também muitas frases contraditórias e argumentos pessoais insustentáveis pela lógica, pela razão e pelo bom senso comum. Leio também opiniões pessoais tentando se passar por ciência ou como se tivesse o aval da ciência. Talvez eu possa não estar preparado o quanto deveria ou gostaria, mas isso é algo que os senhores aqui deverão me mostrar ou me apontar o melhor caminho. Mas com base em fatos, com o aval da ciência e não com meras acusações.
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“Você já pensou se o que você acredita, talvez não possa mais (frente tudo que já foi mostrado no blog) sustentar-se?”
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Sim e isso não me causará nenhum constrangimento! Ainda não conheço profundamente todos os tópicos abordados neste blog e talvez nunca terei tempo de analisar todos eles, mas até onde pude investigar não há um único post combatendo as ideias da doutrina que aqui defendo.
julho 29th, 2012 às 1:40 PM
Marcelo Esteves,
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Obrigado pelas palavras de consideração.
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Como já deve ter notado, aqui também tem uma espécie de “panelinha ateísta”. Na verdade prefiro chamá-los de “céticos de carteirinha”. Ou seja, se você tem a carteirinha pode entrar, se não tem então não será bem recebido pelos frequentadores do clube. Só não tente descobrir como se faz para ser um membro desse clube. Poderá decepcionar, como você mesmo já disse ter decepcionado no passado com outros céticos/ateístas.
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Saudações Racionalistas.
julho 29th, 2012 às 2:47 PM
Marden,
“Já sim! E sempre volto a repensar sobre esse tema. E tanto é verdade, que já não me satisfazia apenas ouvir opiniões de outros racionalistas. Eu queria mais que isso. Debati já com outros espíritas das mais variadas doutrinas. E também com outros religiosos sobre a proposta espírita que no meu ver, melhor responde aos meus anseios. E como se não bastasse tudo isso, escolhi este blog para colocar à prova, as ideias que são compatíveis com a minha forma de pensar. Aqui eu penso que poderei encontrar as melhores mentes que defendem o ateísmo no Brasil. Isso ainda não aconteceu, mas não perdi ainda as minhas esperanças. E confesso que não sou o melhor para defender as ideias racionalistas cristãs, porque tenho conhecimento de um número bem grande pessoas que poderiam fazer isso de forma muito melhor.”
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A questão, nesse aspecto em particular, é refletir sobre o que evidentemente pode ser demonstrado como real.
As questões religiosas, discutidas em qualquer meio religioso, versarão sobre a mesma coisa: deus, espírito, vida após a morte, etc. Qualquer argumento estará dentro desse escopo, como em uma redoma onde o que está fora não participa do contexto.
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Assim, será possível verificar que umas doutrinas, ou religiões, são mais maduras que outras, preferíveis e mais convenientes. Mas estão dentro da redoma.
Um olhar cético e crítico, independente e sem paixões, agindo com honestidade, olhando “de fora”, revelará que o que, de fato, nos “acontece” no dia-a-dia, não se aproxima do que a redoma conclui.
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É um processo que culmina com conclusões. Se for aplicado, com honestidade, o método de Descartes, se chega a conclusões bem plausíveis. E olha que Descartes era teísta e religioso.
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É tema pra muito debate. Um forum é mais indicado para isso que um blog. Mas como o Marcelo Esteves disse, e o Marden ratificou, não se quer fazer proselitismo. Em se tratando de ceticismo, isso nem existe, visto que é uma postura, quase uma característica, e não uma religião.
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Um lugar que frequento e acho muito bom é esse :http://clubecetico.org/forum/index.php
Acho que todo mundo conhece.
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Saudações
julho 29th, 2012 às 9:13 PM
Jurubeba, você, como eu e outros aqui, temos convicções adquiridas ao longo dos anos que discrepam das convicções de outros. Por isso, debatemos aqui, aprendendo uns com os outros, alguns, como o Biasetto, chegam a mudar de opinião de forma quase radical, como ele mesmo já disse. Era espírita e abandonou a crença depois de frequentar o blog por algum tempo e refletir sobre as matérias postadas e comentários.
Por outro lado, se nos depararmos com pessoas que em vez de convicções têm problemas psicológicos, perderemos nosso tempo tentando fazê-las pensar de modo racional.
Veja o que dizem os profissionais a respeito:
Logorréia
Diz Antoine Porot que a arte de falar muito e não dizer nada não é atributo apenas de alguns tipos de enfermos mentais. Na vida comum encontramos muitos charlatães cuja incontinência verbal poderia ser comparada a uma forma menor e de certo modo subnormal da logorréia: o palavrório feminino fútil e inconsistente de certas reuniões sociais, a facúndia e conversa cínica de certos embusteiros, as explicações discursivas intermináveis de PROPAGANDISTAS E VENDEDORES.
Esquizofasia
É uma expressão criada por Kraepelin para designar uma profunda alteração da expressão verbal, observada em alguns esquizofrênicos paranóides, em resultado da qual a linguagem se torna confusa e incoerente, sem que existam alterações graves do pensamento. Em sua forma bem acentuada, a linguagem se apresenta como uma salada de palavras, em que o enfermo emprega NEOLOGISMOS e PALAVRAS CONHECIDAS COM SENTIDO DESFIGURADO, tornando o discurso inteiramente incompreensível.
NEOLOGISMO
NEOLOGISMOS são palavras criadas ou palavras já existentes empregadas com significado desfigurado. Pode ser um sintoma comum na esquizofrenia.
Abraço.